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BÍBLIA SAGBADA
TRADUZIDA DA VüLG ATA E ANOTADA
PELO PE. MATOS SOARES
9«* EDIÇÃO
SECRETARIA DE ESTADO
DE SUA SANTIDADE
N°. 5999Mt
Rev.mo Signore
/ — ANTIGO TESTAMENTO:
a) livros históricos: l 9 Gênesis; 29 Êxodo; 39 Levítico; 49 Números;
5° Deuteronômio; 6’ Josué; 7° Juizes;. 89 Rute; 9’ Primeiro livro dos Reis;
109 Segundo livro dos Heis; 11° Terceiro livro dos Reis; 129 Quarto livro
dos Heis; 13’ Primeiro livro dos Paralipômenos; 14° Segundo livro dos
10 INTRODUÇÃO
Paralipômenos; 15* Esdras; 16* Neemias; 17* Tobias; 18* Judite; 19* Es
ter; 20* Primeiro livro dos Macabeus; 21* Segundo livro dos Macabeus.
b) livros didáticos: 22* Jó; 23* Salmos; 24* Provérbios; 25* Ecle-
siastes; 26* Cântico dos Cânticos; 27* Sabedoria; 28* Eclesiástico.
c) livros proféticos: Profetas Maiores: 29* Isaías; 30* Jeremias; 31*
Lamentações de Jeremias; 32* Baruc; 33* Ezequiel; 34* Daniel. — Profetas
Menores: 35* Oséias; 36* Joel; 37* Amós; 38* Abdias; 39* Jonas; 40*
Miquéias; 41* Naum; 42* Habacuc; 43* Sofonias; 44* Ageu; 45* Zacarias;
46* Malaquias.
I I — NOVO TESTAMENTO:
a) livros históricos: 1* Evangelho de S. Mateus; 2* Evangelho de São
Marcos; 3* Evangelho de S. Lucas; 4* Evangelho de S. João; 5* Atos dos
Apóstolos.
b) livros didáticos: Epístolas de S. Paulo: 6* Aos Romanos; 7* Primeira
aos Coríntios; 8* Segunda aos Corintios; 9* aos Gálatas; 10* aos Efésios; 11*
aos Filipenses; 12* Aos Calossenses; 13* Primeira aos TessaLonicenses; 14*
Segunda aos TessaLonicenses; 15.* Primeira a Timóteo; 16.* Segunda a Tim ó
teo; 17* a Tito; 18* A Filémon; 19* Aos Hebreus; 20* Epístola de São
Tiago; 21* Primeira Epistola de S. Pedro; 22* Segunda Epístola de S. Pe
dro; 23* Primeira Epístola de S. João; 24* Segunda Epístola de S. João;
25* Terceira Epístola de S. João; 26* Epistola de S. Judas.
c) livros proféticos: 27* Apocalipse.
O Cânon
A palavra cânon ou regra, na Sagrada Escritura, designa a coleção ou
lista dos livros inspirados por Deus, reconhecida pela tradição e pela auto
ridade infalível da Igreja e proposta como regra de fé. Os livros que per
tencem ao cânon são chamados canônicos.
Todos os livros do Velho e do Novo Testamento são inspirados; todavia
nos primeiros séculos do cristianismo, numa ou noutra Igreja surgiram
algumas dúvidas acêrca da inspiração de alguns livros da Bíblia. As con
trovérsias, porém, não duraram muito, porquanto logo todas as Igrejas con
cordaram em admitir a inspiração divina para aqueles livros. A partir do
século XVI chamaram-se deuterocanônicos os livros cuja inspiração fôra
temporâneamente impugnada por alguma Igreja; os outros, em vez, foram
denominados protocanônicos.
São considerados livros deuterocanônicos:
No Velho Testamento: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc e
a Epístola de Jeremias, os dois livros dos Macabeus e alguns fragmentos do
livro de Ester (10,4 - 16,24) e do livro de Daniel (3,24 - 90; — 13,1 - 14,42).
No Novo Testamento: a Epístola aos Hebreus; a Epístola de S. Tiago; a
segunda epístola de S. Pedro; a epistola de S. Judas; a segunda e terceira
Epístola de S. João, o Apocalipse e os fragmentos dos Evangelhos de S. Mar
cos, 16,9 - 20), de S. Lucas 22,43 - 44) e de S. João (7,53 - 8,11).
Para nós católicos, gozam da mesma autoridade tanto os livros protoca
nônicos quanto os deuterocanônicos, porque são todos igualmente inspirados;
ao passo que os protestantes não dão nenhuma autoridade aos livros deute-
INTRODUÇÃO ll
Inspiração
Depois de haver declarado, no Concilio Vaticano, que os livros do Antigo
e do Novo Testamento, inteiro e com todas as suas partes, conforme estão
elencados no Concilio de Trento e se acham publicados na velha vulgata
latina, devem ser considerados como sagrados, canônicos e divinamente
inspirados, a Igreja explica o que significa inspirado. Ela reputa tais livros
sagrados e canônicos “ não apenas porque, escritos pela aptidão da mente
humana, tenham sido depois aprovados pela sua autoridade, e nem apenas
porque contenham a revelação sem nenhum êrro, mas porque, tendo sido
escritos sob a inspiração do Espírito, têm Deus por autor e como tais foram
confiados à Igreja”,
Leão X III na encíclica “ Prouidentissimus Deus” , falando sôbre a inspi
ração diz: “ Foi Deus quem, por sua virtude, excitou os escritores sagrados
a escrever. Êle mesmo lhes assistia enquanto escreviam, de modo que con
cebiam exatamente, queriam relatar fielmente, e exprimiam com admirável
fidelidade tudo o que Êle lhes ordenava e somente aquilo que lhes ordenava
que escrevessem. Do contrário, Êle não mais seria o autor de toda a Sa
grada Escritura.” Nestas palavras do grande Pontífice podemos constatar
a admirável ação de Deus sôbre o agiógrafo; ação que requer três coisas:
1 ) ilustração ou iluminação da mente, isto é, um influxo sôbre o intelecto
para que o escritor sagrado “ forme um conceito exato” da verdade, em
suma: conheça a verdade sem êrro (com a revelação, quando se trata de
verdades desconhecidas; ou com os meios humanos, quando se trata de ver
dades conhecidas; 2 ) impulso da vontade, isto é, um influxo sôbre a
vontade para que o agiógrafo “ se proponha de escrever fielmente” aquilo
que o Senhor deseja; 3) assistência na escritura, isto é, Deus deve assistir
o agiógrafo enquanto escreve para que “ dê com infalível veracidade a expres
são adequada” a tôdas as verdades, e somente àquelas desejadas por Deus.
Em tal modo, o autor principal da Sagrada Escritura é Deus, o qual se
serve do agiógrafo como de um verdadeiro e próprio instrumento, embora
livre e inteligente, e cujas faculdades foram elevadas sobrenaturalmente.
Porisso pertencem a Deus: os argumentos, as coisas, e as idéias; enquanto
pertencem ao homem a ordem das idéias, o gênero literário, o estilo e a
língua.
Inerrância
Consequência natural da inspiração da Bíblia é a sua inerrância. Com
a inspiração, Deus torna-se garantia de tudo aquilo que o escritor inspirado
escreve e, considerando-se que Êle não pode enganar-se nem enganar, o
livro inspirado é imune de qualquer êrro. A inspiração — como bem afir
mou Leão X lll — não somente exclui qualquer êrro, mas o exclui e o
12 INTRODUÇÃO
A Língua
Quase todos os livros do Velho Testamento foram escritos em hebraico,
(exceto os livros da Sabedoria e o segundo livro dos Macabeus, escritos em
grego).
O Novo Testamento, ao invés, foi escrito em grego, com exceção talvez do
Evangelho de S. Mateus, que alguns sustentam tenha sido escrito em língua
siro-caldaica e traduzido para o grego, possivelmente pelo próprio autor.
A literatura sagrada hebraica abrange um período de quase 1.500 anos,
e isso explica as numerosas transformações que ela apresenta. Podem-se
distinguir três épocas da língua hebraica: primeiro período, desde Moisés até
o reinado de Saul (1500-100 A. C .); segundo período, da fundação do rei
no até ao exílio de Babilônia (1.000-580 a. C .); terceiro período, do exílio
até a era cristã (586 A. C .-l). O segundo período é considerado o da língua
clássica, ao passo que, no primeiro assinalam-se numerosos arcaismo e, no
último, — época em que o hebraico torna-se uma língua morta e é usado
somente nas escolas e na liturgia, — encontram-se acentuadas infiltrações
dialetais aramaicas. A pronúncia tradicional do hebraico é conservada pelos
Massoretas, os quais acrescentaram os sinais vocálicos às consoantes.
O grego do novo Testamento não é clássico, mas a língua popular es
palhada por quase todo o mundo, a língua comum, a koiné diálektos, que foi
formando após a conquista de Alexandre Magno até a fundação, pior obra
de seus sucessores, dos reinos helenizantes nos países situados na bacia do
Mediterrâneo. A língua dos escritores neo-testamentários contém numerosos
aramaísmos.
INTRODUÇÃO 13
A s Versões
Dentre as inúmeras Versões que a Sagrada Escritura teve nos séculos,
destacam-se — pela sua antiguidade e autoridade — a tradução grega do
Velho Testamento, cognominada Alexandrina devido à localidade na qual se
acredita tenha tido origem, e a dos Setenta pelo suposto número de traduto
res. Essa Versão — feita entre os anos de 250-150 A. C. — gozou desde o
princípio de grande autoridade: foi usada pelos escritores do Novo Tes
tamento, adotada pela Igreja primitiva, e diversos Santos Padres dos pri
meiros séculos consideraram-na inspirada.
Mas o primeiro lugar, dentre tôdas as Versões da Bíblia, cabe sem re
serva àquela latina, conhecidíssima sob o nome de Vulgata, feita na sua qua
se totalidade por S. Jerônimo» Pelo Concilio de Trento foi declarada autên
tica “ mo sentido que ela deve ser chamada uma verdadeira fonte de revela
ção, em modo que não somente seja impossível dela derivar alguma dou
trina falsa da fé ou alguma regra errônea de moral, mas também que positi
vamente ela exprime com fidelidade tudo aquilo que pertence à substância
da palavra de Deus escrita” . A Vulgata, pois, é usada como texto ordinário
no ensino público e na pregação, e nimguém pode impugnar ou recusar o seu
valor. Esta versão portuguesa foi realizada sôbre a vulgata, correta por
ordem de Sixto V e edita sob 10 pontificado de Clemente V III, chamada
porisso “ Vulgata Sixto-Clementina” .
2 - B íb lia Sagrada
34 GÊNESIS 18
descansai debaixo desta árvore. 5E vos ra Sodoma; e Abraão ia com êles, a-
servirei um pedaço de pão, e refazei companhando-os. 17E o Senhor disse:
as vossas forças, e depois continuareis Acaso poderei eu ocultar a Abraão o
o v o s s o caminho; porque para isso que estou para fazer, 18visto que êle
viestes para o vosso servo. E êles res há de vir a ser pai duma nação nume
ponderam: Faze como disseste. °Foi rosíssima e poderosíssima, e que to
Abraão depressa à tenda de Sara, e das as nações da terra hão de ser ben
disse-lhe: Amassa depressa três medi ditas nêle? 10Porque eu sei que há de
das de flor de farinha, e faze cozer ordenar a seus filhos e à sua casa de
pães ao borralho. 7E êle correu à ma pois dêle, que guardem os caminhos
nada, e tomou um novilho dos mais do Senhor, e que pratiquem a eqüi-
tenros e melhores, e deu-o a um cria dade e a justiça, para que o Senhor
do, o qual se apressou a cozê-lo 8To- cumpra a favor de Abraão tudo o que
mou também manteiga e leite, e o no lhe prometeu. 20Disse, pois, o Senhor:
vilho cozido, e pôs (tu do) diante dê- O clamor de Sodoma e de Gomorra
les; e êle, entretanto, estava de pé aumentou, e o seu pecado agravou-se
junto dêles debaixo da árvore. extraordinàriamente. “ Descerei, e ve
rei se as suas obras correspondem ao
Deus anuncia novamente o clamor que chegou até mim, ou, se
nascimento de Isac assim não é, para o saber.
°E, depois que comeram, disseram- Abraão pede por Sodoma
lhe: Onde está Sara, tua mulher?
Êle respondeu: Ei-la, aí está na ten 22E partiram dali, e foram para So
da. 10E (u m dêles) disse-lhe: Tornarei doma; mas Abraão estava ainda dian
a vir ter contigo neste mesmo tempo te do Senhor. “ E, aproximando-se (dê-
no próximo ano, e Sara, tua mulher, le ), disse: Perderás tu o justo com o
terá um filho. Sara, ao ouvir isto, ímpio? 24Se houver einqüenta justos
riu-se detrás da porta da tenda. “ Por na cidade, perecerão todos juntos? E
que ambos eram velhos, e de idade não perdoarás àquele lugar por causa
avançada, e o que é ordinário às mu de einqüenta justos, se aí os houver?
lheres tinha cessado para Sara. 12Ela, 23Longe de ti, que faças tal coisa, e
pois, riu-se secretamente, dizendo: mates o justo com o ímpio, e o justo
Depois que sou velha, e meu senhor seja tratado como o ímpio, isto não é
avançado em anos, entregar-me-ei ao próprio de ti; tu, que julgas tôda a
deleite? 13Mas o Senhor disse a A- terra, de nenhuma sorte farás tal juí
braão: Por que se riu Sara, dizendo: zo. 26E o Senhor disse-lhe: Se eu a-
Será verdade que eu possa dar à luz char no meio da cidade de Sodoma
sendo já velha? 14Há porventura al einqüenta justos, perdoarei por amor
guma coisa (que seja) difícil a Deus? dêles a tôda a cidade. 27E, respondendo
Voltarei a ti, segundo a promessa fe i Abraão, disse: Uma vez que comecei,
ta, neste mesmo tempo no próximo falarei ao meu Senhor, ainda que eu
ano, e Sara terá um filho. 15Sara seja pó e cinza. 28Que sucederá, se fa l
(cheia de medo) negou, dizendo: Eu tarem cinco para os einqüenta jus
não me ri. Mas o Senhor disse: Não tos? Destruirás tôda a cidade, porque
é assim, mas tu riste-te. nela se acham sòmente quarenta e
Deus anuncia a destruição de Sodoma cinco? E (o Senhor) disse: Não a des
truirei, se achar nela quarenta e cin
10Tendo-se, pois, levantado dali a- co. 29(Abraão) continuou e disse-lhe:
quêles homens, voltaram os olhos pa E se nela houver quarenta (justos),
personagens que lhe pareceu ser o m ais nobre, e que representava Deus dum modo especial.
E m seguida dirigiu-se a todos os três.
21. Descerei. .. Deus, tendo aparecido sob a form a humana, usa a linguagem dum juiz
humano, que se quer inform ar antes de dar a sentença; porém, já conhecia perfeitamente
os crimes de Sodoma, como se vê no versículo 20.
22. Partiram dali dois daqueles personagens porque o principal, que era ou representava
Deus, ficou junto de Abra&o.
23. Perderás tu, etc. N o diálogo sublime que se vai seguir vê-se dum modo claro a
-eficácia da oração e a bondade de Deus.
18 - 19 GÊNESIS 35
que farás tu? Não a castigarei, disse o abusai delas como vos agradar, con
Senhor, por amor dos quarenta. “ Ro- tanto que não façais mal algum a
go-te, Senhor, diz (Abraão), que te êstes homens; porque se acolheram
não indignes, se eu (ainda continuo à sombra do meu telhado. 9Êles, po
a) falar. Que farás tu, se lá houver rém, disseram: Retira-te para lá. E a-
trinta (justos)? Respondeu: Se eu a- crescentaram: Tu entraste aqui como
char nela trinta, não farei ( a sua des estrangeiro; será talvez para nos jul
truição). 31Visto que comecei, disse A- gares? A ti, pois, trataremos pior do
braão, falarei (ainda) ao meu Senhor. que a êles. E forçavam Lot com gran
E se ali forem achados vinte? Respon de violência; e já estavam a ponto de
deu: Não a arruinarei por amor dos arrombar a porta. 10E eis que os (dois)
vinte. ^Eu te conjuro, Senhor, conti homens (que estavam dentro) esten
nuou Abraão, não te enfades, se eu te deram a mão, e introduziram Lot em
falar ainda uma vez: Que será, se lá casa, e fecharam a porta. 11E feriram
forem achados dez justos? E (o Se de cegueira os que estavam fora, des
nhor) disse: Não a destruirei, por a- de o mais pequeno até ao maior, de
mor dos dez. 33E o Senhor retirou-se, sorte que não podiam encontrar a
depois que cessou de falar com A- porta.
braão; e Abraão voltou para sua casa.
Lot sai da cidade com sua fam ília
Os dois anjos em Sodoma
12E disseram a Lot: Tens aqui al
1 Q 1Sôbre a tarde chegaram os dois gum dos teus? Genro, ou filhos, ou fi
anjos a Sodoma, quando Lot lhas, faze sair desta cidade todos os
estava assentado às portas da cida que te pertencem, “ porque nós va
de. E êle, tendo-os visto, levantou- mos destruir êste lugar, visto que o
se, e foi ao seu encontro, e prostrou- clamor (dos seus crim es) aumentou
se por terra, 2e disse: Vinde, vos peço, diante do Senhor, o qual nos enviou
senhores, para casa de vosso servo, e para que os exterminemos. 14Lot, pois,
ficai nela; lavareis os vossos pés, e pe tendo saído falou a seus genros, que
la manhã, continuareis o vosso cami estavam para casar com suas filhas,
nho. E êles disseram: Não, nós ficare e disse: Levantai-vos, saí dêste lu
mos na praça. 3L ot instou com êles gar, porque o Senhor destruirá esta
para que fôssem para sua casa; e, de cidade. E pareceu-lhes que (L o t ) fa
pois que entraram, preparou-lhes um lava zombando. 15Ao amanhecer, ins
banquete, e fêz cozer uns pães ázimos; tavam os anjos com Lot, dizendo: Le-
e êles comeram. vanta-te, toma tua mulher e as duas
filhas que tens; não suceda que tam
Perversidade dos Sodomitas bém pereças na ruína da cidade. 18E,
como êle hesitasse, pegaram pela
4Mas, antes que se fôssem deitar, mão a êle, a sua mulher e as suas
os homens da cidade, desde os duas filhas, porque o Senhor queria
meninos até aos velhos, e todo salvá-lo, 17E o tiraram de casa, e o pu
o povo junto cercaram a casa. 5E seram fora da cidade; e ali lhe fala
chamaram por Lot, e disseram-lhe: ram, dizendo: Salva a tua vida; não
Onde estão aquêles homens que en olhes para trás, e não pares em parte
traram em tua casa ao cair da noite? alguma dos arredores dêste país; mas
Faze-os sair para que os conheçamos. salva-te no monte, para que não pere
°Saiu Lot, fechando nas suas costas a ças com os outros. 18E Lot disse-lhes:
porta e disse-lhes: 7Não queirais, vos Rogo-te, meu Senhor, 19visto que o teu
rogo, meus irmãos, não queirais fa servo achou graça diante de ti, e u-
zer êste mal. 8Tenho duas filhas, que saste comigo da grande misericórdia
ainda são virgens; eu vo-las trarei, e de salvar a minha vida, (consideres)
Cap. X IX — 6-8. Lot emprega todos os esforços p ara defender os seus hóspedes. Chega
a sacrificar os seus deveres de pai, ofendendo dêste modo a Deus, em bora a sua culpa pos
sa ser um pouco atenuada pela perturbação em que se encontrava, segundo diz Santo
Agostinho.
18. R ogo-te, meu senhor. Lot reconheceu que quem lhe fa la v a representava Deus e por
isso dirige-se-lhe como a Deus.
36 GENESIS 19 - 20
que eu me não posso salvar no monte, quem nos possamos casar, segundo o
sem correr o perigo de ser apanhado costume de todos os países. 32Vem,
pelo mal, e morrer. 20Eis que está embriaguemo-lo com vinho e durma
perto uma cidade pequena, para a mos com êle, para que possamos con
qual posso fugir, e salvar-me-ei nela. servar a linhagem de nosso pai. “ De
Não é ela pequena, e nela não estará ram, pois, a beber vinho a seu pai na
segura a minha vida? 212 *E o Senhor quela noite; e a mais velha entrou, e
disse-lhe: Eis que, ainda nisso, eu dormiu com o pai; êle porém, não
ouvi os teus rogos, para não destruir sentiu nem quando ela deitou, nem
a cidade a favor da qual me falaste. quando se levantou. 34No dia seguin
22Apressa-te, e salva-te lá, porque não te disse a mais velha para a mais no
poderei fazer nada, enquanto tu lá va: Eis que eu ontem dormi com meu
não tiveres entrado. Por isso puse pai; demos-lhe também esta noite a
ram àquela cidade o nome de Segor. beber vinho, e dormirás tu com êle,
23E o sol levantava-se sôbre a terra, para salvarmos a linhagem de nosso
quando Lot entrou em Segor. pai. 35Também, naquela noite, deram
a beber vinho a seu pai, e a filha mais
Castigo de Sodoma nova entrou e dormiu com êle; e nem
então êle sentiu quando ela se deitou,
“ Fêz, pois, o Senhor da parte do nem quando se levantou. 36E as duas
Senhor chover sôbre Sodoma e Go- filhas de Lot conceberam de seu pai.
morra enxofre e fogo (vindo) do céu; 37A mais velha deu à luz um filho,
“ e destruiu estas cidades, e todo o e pôs-lhe o nome de Moab; êste é o
país em roda, todos os habitantes das pai dos Moabitas (que existem) até
cidades, e tôda a verdura da terra. 20E ao dia de hoje. 38A mais nova tarm
a mulher de Lot, tendo olhado para bém deu à luz um filho, e pôs-lhe o
trás, ficou convertida numa estátua de nome de Amon, que quer dizer filho
sal. 27*O ra Abraão, tendo-se levantado do meu povo; êste é o pai dos Amoni
de manhã, foi ao lugar onde antes ti tas (que existem) até ao dia de hoje.
nha estado com o Senhor, Me olhou
para Sodoma e Gomorra, e para tôda Abraão e Sara em G erara
a terra daquela região, e viu que se
elevavam da terra cinzas inflamadas, OA JE Abraão partiu dali para a
como o fumo duma fornalha. “ Quan parte do meio-dia, habitou en
do Deus destruia as cidades daquela tre Cades e Sur, e viveu como peregri
região, lembrou-se de Abraão, e livrou no em Gerara. 2E, falando de Sara
Lot da ruína destas cidades, nas quais sua mulher, disse: É minha irmã.
tinha habitado. Mandou, pois, Abimelec, rei de Gera
Origem dos Moabitas e dos Amonitas ra, buscá-la. 3Mas Deus apareceu de
noite em sonhos a Abimelec, e disse-
80E Lot partiu de Segor, e retirou- lhe: Eis que morrerás por causa da
se para o monte com suas duas filhas mulher que roubaste, porque ela tem
(porque temia ficar em Segor), e ha marido. 4Ora Abimelec não a tinha to
bitou em uma caverna, e as duas fi cado, e disse: Senhor, matarás tu um
lhas com êle. 31E a mais velha disse povo ignorante e justo? 5Porventura
à mais nova: Nosso pai está velho, e não me disse êle: Ela é minha irmã; e
na terra não ficou homem algum com não me disse ela: Êle é meu irmão?
20. Urna cidade pequena. Lot insiste na circunstância de ser pequena a cidade, para dar
a entender que, tratando-se duma pequena povoação, Deus podia excetuá-la do castigo.
22. Segor significa pequena.
26. Ficou convertida numa estátua de sal, quer por uma rápida incrustação de matérias
salinas, quer por um a precipitação de sal proveniente da evaporação do M ar Morto. Foi
o castigo da sua desobediência e desconfiança.
31-38. Foi abominável o proceder das filhas de Lot. A Sagrada Escritura, narrando fatos
desta natureza, sòmente quer mostrar até onde pode descer a m alícia humana, e o cui
dado que devemos ter com as nossas más inclinações.
Cap. X X — 2. D isse: É minha irmã, como tinha dito ao entrar no Egito vinte anos antes.
5. E u fiz isto, etc. Naquele tempo a poligamia era lícita e Abimelec desejava unir-se com
.& fam ília de Abraão.
20 - 21 GENESIS 37
F iz isto na simplicidade do meu cora téreis tôdas as mulheres da casa de
ção, e com pureza das minhas mãos. Abimelec, por causa de Sara, mulher
6E Deus disse-lhe: Sei que procedeste de Abraão.
com um coração simples; e, por isso,
te preservei de pecar contra mim, e Nascimento de Isac
não permiti que a tocasses. 7Agora,
pois, entrega a mulher a seu marido, 01 ^ r a , o Senhor visitou Sara,
porque êle é profeta; e rogará por ti, como tinha prometido, e cum
e tu viverás; se, porém, não quiseres priu o que tinha dito. 2E ela concebeu,
restituí-la, sabe que morrerás indubi- e deu à luz um filho na sua ve
tàvelmente, tu e tudo o que é teu. 8E lhice,-no tempo que Deus lhe predis
Abimelec, levantando-se logo, sendo sera. 3E Abraão pôs o nome de Isac
ainda noite, chamou todos os seus ser ao filho que lhe nascera de Sara. 4E
vos, e contou-lhes tôdas estas coisas, circuncidou-o ao oitavo dia, como
e todos ficaram muito atemorizados. Deus lhe tinha ordenado, Btendo então
°Depois Abimelec chamou também cem anos; porque foi quando seu pai
Abraão, e disse-lhe: Que nos fizeste tinha esta idade que nasceu Isac. °E
tu? Que mal te fizemos nós para a- Sara disse: Deus me deu (u m m oti
traíres sôbre mim e sôbre o meu rei vo de) riso, e todo aquêle que ouvir
no um (tã o) grande pecado? Fizeste- (a nova) rirá juntamente comigo. 7E
nos o que não devêras fazer. 10E, con acrescentou: Quem acreditaria que A-
tinuando ainda as suas queixas, disse: braão havia de ouvir dizer que Sara
O que tiveste em vista fazendo isto? amamentaria um filho, que lhe havia
“ Abraão respondeu-lhe: Pensei comi de dar à luz, sendo êle já velho?
go mesmo, e disse: Talvez nesta terra Expulsão de A g a r
não há temor de Deus, e me matarão
por causa de minha mulher. 12Por ou 8Entretanto cresceu o menino, e foi
tra parte ela é verdadeiramente m i desmamado; e, no dia em que foi des-
nha irmã, (com o) filha de meu pai, mamado, deu Abraão um grande ban
(em bora) não (seja) filha de minha quete. 9Sara, porém, tendo visto o
mãe e eu a recebi por mulher. “ Mas filho de Agar Egípcia, que escarnecia
depois que Deus me tirou da casa de de seu filho Isac, disse para Abraão:
meu pai, eu disse-lhe: Faze-me esta “ Expulsa esta escrava e o seu filho,
graça: em qualquer lugar onde en porque o filho da escrava não há de
trarmos, dirás que eu sou teu irmão. ser herdeiro com meu filho Isac.
“ Tomou, pois, Abimelec ovelhas e bois, uÊste falar foi duro para Abraão por
e escravos e escravas, e deu-os a A- causa de seu filho (Ism ael). 12Deus,
braão; e restituiu-lhe Sara, sua mu porém, disse-lhe: Não te pareça áspe
lher, 15e disse-lhe: Esta terra está ro tratar assim o menino e a tua es
diante de ti, habita onde te agradar. crava. Atende Sara em tudo o que ela
10E disse a Sara: Eis que dei mil te disser, porque de Isac sairá a des
moedas de prata a teu irmão; com cendência que há de ter o teu nome.
êste (dinheiro) terás um véu sôbre os “ Mas também do filho da escrava fa
olhos (em sinal de mulher casada) rei um grande povo, por ser teu
diante de todos os que estiverem con sangue.
tigo, e em tôda a parte para onde
A g a r no deserto
fôres; e lembra-te que fôste apanha
17E, orando Abraão, Deus sarou
da. 16 “ Abraão, pois, levantou-se de ma
Abimelec e sua mulher, e suas es nhã, tomou pão e um odre de água, e
cravas, e deram (novam ente) à luz. pô-lo às costas de Agar, e entregou-lhe
“ Porque o Senhor tinha tornado es o menino, e despediu-a. E ela, tendo
16. Lem bra -te que fôste apanhada, devendo por isso ser mais prudente para o futuro.
Cap. X X I — 6. Deus me deu (um motivo de) riso, de alegria, e todos os que tiverem
conhecimento do nascimento do meu filho congratular-se-ao comigo.
12-13. Deus vê a necessidade que há de Ism ael se retirar, .para se evitarem no futuro
lutas entre os dois irmãos, m as promete que o h ã de cum ular de bênçãos.
14. Custou muito a A b ra ã o tratar tão duramente A g a r e Ism ael; todavia obedece a
Deus, que protegeu com todo o carinho os dois expulsos. Deus nunca nos abandona.
38 GENESIS 21 - 22
partido, andava errando pelo deserto melec, e fizeram ambos aliança. “ E
de Bersabéia. 15E, tendo-se acabado a Abraão pôs à parte sete cordeiras do
água do odre, deixou o menino deita rebanho. ME Abimelec disse-lhe: Que
do debaixo duma das árvores, que ali querem dizer estas sete cordeiras, que
havia. 10E afastou-se, e sentou-se de tu puseste à parte? 80E êle respondeu:
fronte, à distância dum tiro de frecha; Tu receberás estas sete cordeiras da
porque disse: Não verei morrer o me minha mão, para que elas me sirvam
nino; e, sentando-se em frente, levan de testemunho de como eu cavei êste
tou a sua voz, e chorou. 17E Deus ou poço. 31Por isso foi aquêle lugar cha
viu a voz do menino; e o anjo de Deus mado Bersabéia, porque ali juraram
chamou Agar do céu, dizendo: Que fa ambos. 32E (fo i assim que) fizeram a-
zes, Agar? Não temas, porque Deus liança junto do poço do juramento. 33E
ouviu a voz do menino do lugar em Abimelec levantou-se, e Ficol, general
que está. 18Levanta-te, toma o menino, do seu exército, e voltaram para a ter
e tem-no pela mão, porque eu farei ra dos Palestinos. Abraão, pois, plan
dêle um grande povo. 19E Deus abriu- tou um bosque em Bersabéia, e aí in
lhe os olhos; e ela, vendo um poço de vocou o nome do Senhor Deus eterno.
água, foi a êle, e encheu o odre, e deu 34E foi por longo tempo morador na
de beber ao menino. 20*E (Deus) foi terra dos Palestinos.
com êle; e cresceu, e habitou no de Sacrifício de Abraão
serto, e tornou-se um jovem hábil fre-
cheiro. ME habitou no deserto de Fa- 0 9 2Passado isto, tentou Deus a A-
ran, e sua mãe tomou para êle uma “ “ braão, e disse-lhe: Abraão,
mulher do país do Egito. Abraão. E êle respondeu: Aqui estou.
2(E Deus) disse-lhe: Toma Isac, teu
Aliança de A braão com Abimelec filho único, a quem amas, e vai à ter
ra da visão, e aí o oferecerás em ho
22Por aquêle mesmo tempo disse A- locausto sôbre um dos montes, que eu
bimelec e Ficol, general de seu exér te mostrar. 3Abraão, pois, levantando-
cito, a Abraão: Deus é contigo em tu se de noite, pôs a sela ao seu jumento,
do o que fazes. 23*P ortanto, jura por levando consigo dois jovens (servos), e
Deus que me não farás mal, nem aos Isac, seu filho; e, tendo cortado a le
meus descendentes, nem à minha es nha para o holocausto, partiu para o
tirpe, mas que usarás comigo e com lugar que Deus lhe tinha dito. 4E, ao
a terra onde tens vivido como estran terceiro dia, levantando os olhos, viu o
geiro, conforme a benevolência com lugar de longe; 5e disse aos seus ser
que te tratei. “ E Abraão disse: Eu o vos: Esperai aqui com o jumento; eu
jurarei. 25*E queixou-se a Abimelec por e o menino vamos até acolá, e, depois
causa dum poço de água, que os seus de adorarmos, voltaremos a vós. °To-
servos lhe tinham tirado à fôrça. “ E mou também a lenha do holocausto, e
Abimelec respondeu: Eu não soube pô-la sôbre Isac, seu filho; êle, po
quem fêz tal coisa; nem tão pouco tu rém, levava nas mãos o fogo e o cute
me informaste, e eu não ouvi falar lo. E, enquanto ambos caminhavam
(disso) senão hoje. 27*Tomou, pois, A- juntos, 7disse Isac a seu pai: Meu
braão ovelhas e bois, e deu-os a Abi pai. E êle respondeu: Que queres, f i
19. A briu-lhe os olhos. A dor como que tinha cegado A g a r, de modo a im pedi-la de
ver a fonte que estava perto dela.
27. E deu-os a Abim elec como penhor da aliança. Abimelec não ofereceu dons por se
encontrar nos seus estados, mas, aceitando os de A braão, comprometeu-se a guardar a
aliança.
33. Plantou um bosque. O hebreu diz: plantou uma tamargueira. Arvore sempre verde
e muito duradoura, devia ser um sinal da aliança com Abimelec.
Cap. X X I I — 1. Tentou Deus a Abraão, isto é, pô-lo à prova, não p a ra o fazer cair,
mas para que êle fôsse um rnodêlo acabado da mais perfeita obediência ao Senhor.
2. A terra da visão, segundo o hebreu: ao país de Moriá.
5. Voltaremos. A braão, em bora torturado pela dor, conserva em sua alm a um a esperança
viva, estando convencido de que Deus pode ressuscitar os mortos. V e r sôbre isto as p ala
vras de São P aulo (H ebr., X I, 19).
22 - 23 GENESIS 39
lho? Eis, disse (Isac), o fogo e a le dado à luz filhos a Nacor, irmão dêle;
nha, (mas) onde está a vítima para o 21Hus, o primogênito, e Bus, seu ir
holocausto? 8E Abraão respondeu: mão, e Camuel, pai dos Siros, 22e Ca-
Meu filho, Deus deparará a vítima sed, e Azau, e também Feldas e Jed-
para o seu holocausto. Caminhavam, laf, 23e Batuel, de quem nasceu Rebe-
pois, ambos juntos. °E chegaram (f i- ca. Êstes são os oitos filhos que Melca
nalmente) ao lugar que Deus tinha deu à luz a Nacor, irmão de Abraão.
designado, no qual levantou um altar, 24E a sua mulher secundária, chama
e sôbre êle preparou a lenha; e, tendo da Roma, deu à luz Tabee, e Gaam, e
ligado Isac seu filho, pô-lo no altar Taas e Maaca.
sôbre o feixe de lenha. 10E estendeu
a mão, e pegou no cutelo, para imo Morte de Sara
lar seu filho. nE eis que o anjo do Se-
íhor gritou do céu, dizendo: Abraão, OQ JE Sara viveu cento e vinte e
Abraão. E êle respondeu: Aqui estou. sete anos, 2e morreu na cidade
12E (o anjo) disse-lhe: Não estendas de Arbéia, que é Hebron, na terra de
a tua mão sôbre o menino e não lhe Canaã; e Abraão veio para a prantear
faças mal algum; agora conheci que e chorar.
temes a Deus e não perdoaste a teu Abraão compra um sepulcro
filho único por amor de mim. 13A-
braão levantou os olhos, e viu atrás 3E, tendo-se levantado depois de
dè si um carneiro prêso pelos chifres acabado o pranto fúnebre, falou aos
entre os espinhos, e, pegando nêle, o filhos de Het, dizendo; 4Sou foras
ofereceu em holocausto, em lugar de teiro e peregrino entre vós; dai-me
seu filho. 14E chamou àquele lugar o direito de sepultura entre vós pa
o Senhor providencia. Donde até ao ra eu sepultar o meu defunto. 5Os
dia de hoje se diz: O Senhor pro filhos de Het responderam, dizendo:
videnciará sôbre o monte. 6Senhor, ouve-nos: Tu és entre nós
um príncipe de Deus; sepulta o teu
Deus confirma as promessas feitas defunto nas nossas mais belas sepul
a Abraão turas, e ninguém te poderá proibir
15E segunda vez chamou o anjo do que sepultes o teu defunto no seu mo
Senhor a Abraão do céu, dizendo: numento. 7Abraão levantou-se, e in
16Por mim mesmo jurei, diz o Senhor: clinou-se diante do povo daquela ter
porque fizeste tal coisa, e não perdo ra, isto é, diante dos filhos de Het, 8e
aste a teu filho único por amor de disse-lhes: Se é do vosso agrado que
mim, 1 67eu te abençoarei, e multiplica
5 eu sepulte o meu defunto, ouvi-me, e
rei a tua estirpe como as estréias do intercedei por mim junto de Efron,
céu, e como a areia que há sôbre a filho de Seor, °para que êle me ceda
praia do mar; a tua descendência pos a dupla caverna, que tem na extremi
suirá as portas de seus inimigos. 18*2 E
0 dade do seu campo; pelo seu justo
na tua descendência s e r ã o b e n d i t a s preço ma ceda diante de vós, para que
tôdas as nações da terra, porque obe eu seja seu dono, e dela faça um se
deceste à minha voz. 10Abraão voltou pulcro. 10Ora Efron estava (sentado)
para (onde estavam) os seus servos, no meio dos filhos de Het. E Efron
e foram juntos a Bersabéia, e aí respondeu a Abraão, ouvindo-o todos
habitou. os que entravam pela porta da sua ci
dade, dizendo: nDe nenhuma sorte,
Posteridade de Nacor meu senhor, será isso assim, mas an
tes ouve o que digo: Dou-te o campo
20Depois destas coisas, foi anuncia e a caverna que nêle há, em presença
do a Abraão que Melca também tinha dos filhos do meu povo; sepulta o teu
9. E , tendo ligado Isac. Neste momento Isac está convencido de que vai ser imolado,
mas conforma-se com a vontade de Deus, merecendo por isso ser uma figura de Jesus, o
qual, por obediência, se deixou crucificar sôbre a cruz.
17. As portas, isto é, as cidades.
Cap. X X III. — 2. Veio. N ão se pode concluir que estivesse ausente. A esta palavra podem
dar-se duas interpretações: começou a pranteá-la, ou veio à tenda de Sara para a prantear.
40 GÊNESIS 23 - 24
defunto. 3-Abraão inclinou-se diante neus, entre os quais habito; 4mas i-
do povo daquela terra, 13e disse a E- rás à minha terra e aos meus pa
fron, em presença da multidão: Pe- rentes, e daí tomarás mulher para
ço-te que me ouças: Eu te darei o di meu filho Isac. 6Respondeu o servo:
nheiro pelo campo; recebe-o, e assim Se a mulher não quiser vir comigo
sepultarei nêle o meu defunto. 14E para esta terra, porventura devo eu
Efron respondeu: 15Meu Senhor, ouve- reconduzir teu filho para o lugar
me: A terra, que tu pedes, vale qua donde saíste? °E Abraão disse: Guar-
trocentos siclos de prata; êste é o da-te de reconduzir jamais para lá
(seu) preço entre mim e ti; mas que o meu filho. 70 Senhor Deus do céu,
é isto? Sepulta o teu defunto. 16Tendo que me tirou da casa de méu pai
ouvido isto, Abraão pesou na pre e da terra do meu nascimento, que
sença dos filhos de Het o dinheiro me falou e me jurou, dizendo: À
que Efron tinha pedido, isto é, qua tua estirpe darei esta terra; êle man
trocentos siclos de prata de boa moe dará o seu anjo diante de ti e to
da corrente. marás de lá uma mulher para meu
17E o campo, outrora de Efron, no filho. 8Porém, se a mulher não qui
qual estava uma dupla caverna, que ser seguir-te, não estarás obrigado ao
olhava para Mambré, tanto o mesmo juramento; somente não reconduzas
(cam po), como a caverna, e tôdas as para lá o meu filho. 9Pôs, portanto,
árvores que estavam em redor dentro o servo a mão debaixo da coxa de
dos seus confins, 18foi cedido em ple Abraão, seu senhor, e jurou-lhe fazer
no domínio a Abraão, na presença dos o que lhe tinha sido dito.
filhos de Het, e de todos os que en Partida de Eliezer para a Mesopotâmia
travam pela porta daquela cidade.
10E tomou dez camelos do rebanho
Sepultura de Sara de seu senhor, e partiu, levando consi
go de todos os seus bens, e pôs-se a
19E dêste modo, Abraão sepultou caminho, „ andando para a Mesopotâ
Sara, sua mulher, na dupla caverna mia, para a cidade de Nacor. “ E, ten
do campo que olha para Mambré, do pela tarde feito descansar os ca
que é Hebron, na terra de Canaã. melos fora da cidade junto a um poço
20E foi confirmado a Abraão pelos f i de água, na ocasião em que as mulhe
lhos de Het o domínio do campo e res costumam sair a tirar água, disse:
da caverna, que havia nêle, para 12ô Senhor Deus do meu senhor A-
servir de sepulcro. braão, rogo-te me auxilies hoje, e u-
ses de misericórdia para com meu se
Missão de Eliezer nhor Abraão. 13Eis que estou ao pé
desta fonte de água, e as filhas dos
2 4 1Ora, Abraão, vendo-se já velho e habitantes desta cidade sairão a vir
de idade avançada, e que o Se tirar água. 14Portanto a donzela a
nhor em tudo o tinha abençoado, Mis quem eu disser: Inclina o teu cântaro
se ao servo mais antigo da sua casa, para eu beber, e ela responder: Bebe,
que governava tudo o que possuia: e também darei de beber a teus came
Põe a tua mão por baixo da minha los, essa é aquela que destinaste para
coxa, 3para eu te fazer jurar pelo Se o seu servo Isac; e por isto conhece
nhor Deus, do céu e da terra, que rei que usaste de misericórdia com
não tomarás para mulher de meu o meu senhor. 15Ainda não tinha a-
filho (nenhuma) das filhas dos Cana- cabado de dizer no seu interior estas
(Confr. X X I, 5; XXV, 20).
2. Põe a tua mão, etc. Com êste ato simbólico, a pessoa que fa z ia o juramento com-
Prornetia-sê não só com aquêle em fa v o r do qual o fazia, m as também com os seus des
cendentes; ou, segundo outros, invocava como vingadores do juram ento os descendentes
daquele em fa v o r do qual era feito.
3. D as filhas dos Cananeus, que eram idólatras de costumes corrompidos.
12. R o g o -t e ... N o hebreu: Fazei-m e encontrar hoje o que eu desejo, o objeto da minha
missão.
24 GÊNESIS 41
palavras, e eis que Rebeca, filha de disse-rne estas coisas, foi ter com a-
Batuel, filho de Melca, mulher de Na- quêle homem, que estava junto dos
cor, irmão de Abraão, saía com um camelos, e perto da fonte, 31e disse-lhe:
cântaro aos ombros. 18Era urna don Entra, bendito do Senhor; porque es
zela linda em extremo, e uma virgem tás fora? Eu já preparei a casa (pa
formosíssima, e não conhecida por ho ra t i), e um lugar para os camelos.
mem algum; tinha descido à fonte, e 32E introduziu-o na habitação, e des
tinha enchido o cântaro, e já voltava. carregou os camelos, e deu-lhes palha
17Mas o servo saiu-lhe ao encontro, e feno, e (trou x e) água para lavar
e disse: Dá-me de beber um pouco de os pés dêle e dos homens que com
água do teu cântaro. 18E ela respon êle tinham vindo. 33Depois foi-lhe
deu: Bebe, meu senhor; e prontamen pôsto pão diante. Porém (o servo)
te inclinou o cântaro sôbre o seu bra disse: Não comerei enquanto não ex-
ço, e lhe deu de beber. 19E, tendo êle user o que tenho para dizer. (L a -
bebido, ela acrescentou: E também ao) respondeu-lhe: Fala.
para os teu camelos tirarei água, até
que todos bebam. 20E, despejando o Eliezer faz o pedido
cântaro nas pias, correu de novo ao 34Então êle disse: Eu sou servo de
poço a tirar água; e, tirada, deu a to Abraão. 350 Senhor encheu de bênçãos
dos os camelos. 21Ora, êle contempla o meu senhor, e o engrandeceu, e deu-
va-a em silêncio, querendo saber se lhe ovelhas, e bois, prata e ouro, cria
o Senhor teria ou não tornado feliz a dos e criadas, camelos e jumentos. 3tíE
sua viagem. 22E, depois que os came Sara, mulher do meu senhor, deu à
los beberam, tirou umas arrecadas de luz na sua velhice um filho ao meu
ouro, que pesavam dois sidos, e dois senhor, a quem êle deu tudo o que ti
braceletes, que pesavam dez siclos. 23E nha. 37E o meu senhor fêz-me jurar,
disse-lhe: De quem és filha? Dize- dizendo: Não tomarás para meu filho
me, há em casa de teu pai lugar em mulher das filhas dos Cananeus, e m .
que se fique? 24Ela respondeu: Eu cuja terra habito; 38mas irás à casa
sou filha de Batuel, filho de Melca, o de meu pai, e tomarás da minha pa-
qual ela deu à luz a Nacor. 25E acres rentela mulher para meu filho. 39E eu
centou: Em nossa casa há muita pa respondi ao meu senhor: E se a mu
lha e feno, e lugar espaçoso para ficar. lher não quiser vir comigo? 40O Se
26Aquêle homem inclinou-se, e adorou nhor’ me disse êle, em cuja presen
o Senhor, 27dizendo: Bendito o Senhor ça ando, mandará o seu anjo contigo,
Deus do meu senhor Abraão, que não e dirigirá o teu caminho; e tu toma
retirou a sua misericórdia e a sua ver rás para meu filho uma mulher da
dade do meu senhor, e me conduziu minha parentela, e da casa de meu
por um caminho direito à casa do ir pai. 41Serás isento da minha maldição,
mão do meu senhor. 28A donzela, pois, quando tiveres ido à casa dos meus
correu, e contou em casa de sua mãe parentes, e êles não ta derem.
tudo o que tinha ouvido. 42Eu, pois, cheguei hoje à fonte, e
disse: ó Senhor, Deus do meu senhor
Hospitalidade em casa de Abraão, se tu dirigiste o meu cami
Batuel e L abão nho, em que eu agora vou, 43eis que
estou ao pé (desta) fonte de água, e a
29Ora, Rebeca tinha um irmão, cha donzela que sair para tirar água, e
mado Labão, o qual, apressado, saiu ouvir de mim: Dá-me de beber um
a ir ter com aquêle homem, onde es pouco de água do teu cântaro; 44e ela
tava a fonte. 30E, tendo visto as arre me disser: Bebe, e eu tirare* também
cadas e os braceletes nas mãos de sua para os teus camelos, essa é a mulher
irmã, e, tendo ouvido tôdas as pala que o Senhor destinou para o filho do
vras que ela referia: Aquêle homem meu senhor. 43Ora, enquanto eu con-
21. Contemplava-a em silêncio. .. para ver se ela fa zia tudo o que êle tinha pedido a
Deus p ara conhecer a futura mulher de Isa<
22. o siclo era ao mesmo tempo um a ra eda e urna unidade de péso, equivalente a
cêrca de 10 gram as.
42 GÊNESIS 24 - 25
siderava comigo em silêncio estas coi MNão queirais, lhes disse, demorar-
sas, apareceu Rebeca que vinha com me, porque o Senhor dirigiu o meu
o cântaro, que trazia ao ombro; e des caminho; deixai que eu vá para o
ceu à fonte, e tirou água. E eu disse- meu senhor. 5 67E êles disseram: Cha
lhe: Dá-me um pouco de beber. ^E memos a donzela e saibamos qual é
ela, apressando-se, desceu o cântaro a sua vontade. 58Chamaram-na, pois,
do ombro, e disse-me: Bebe, e eu da e, tendo vindo, perguntaram-lhe: Que
rei também de beber aos teus came res ir com êste homem? Ela respon
los. Eu bebi, e ela deu ( também) água deu: Irei. 59D * eixaram-na, pois, partir
aos camelos. 47E interroguei-a e disse- juntamente com a sua ama de leite,
lhe: De quem és tu filha? E ela res e o servo de Abraão, e seus compa
pondeu: Sou filha de Batuel, filho de nheiros, “ fazendo votos pelas prospe-
Nacor e de Melca. Eu, pois, pendurei- ridades de sua irmã, e dizendo: És
lhe as arrecadas para adornar o seu nossa irmã, cresce em milhares de
rosto, e pus-lhe nas mãos os bracele- milhares, e a tua posteridade possua
tes. 48E, inclinado, adorei o Senhor, as portas de seus inimigos. “ Portan
bendizendo o Senhor Deus do meu se to Rebeca e suas criadas, montadas
nhor Abraão, o qual me conduziu por nos camelos, seguiram aquêle homem,
um caminho direito, a fim de tomar o qual a tôda a pressa voltava pa
para seu filho uma filha do irmão de ra o seu senhor.
meu senhor. 49Por isso, se usais de
bondade e lealdade com o meu se Encontro e casamento de Isac com
nhor, declarai-mo; se, porém, outra Rebeca
coisa é do vosso agrado, dizei-mo
também, para que eu vá para a di va02Ora, naquele tempo, Isac passea
pelo caminho que conduz ao poço,
reita ou para a esquerda.
chamado (poço) do que vive e do que
Consentimento de L abão e Batuel vê; porque habitava no país meridio
nal. “ E tinha saído ao campo para
“ E Labão e Batuel responderam: meditar, ao cair da noite; e, tendo le
Do Senhor sairam estas palavras; e vantado os olhos, Viu ao longe Vir os
nós não podemos dizer-te outra coisa camelos. “ Rebeca também, tendo vis
fora da sua vontade. 51Eis Rebeca na to, Isac desceu do camelo, °®e disse
tua presença, toma-a, e parte, e seja ao servo: Quem é aquêle homem que
esposa do filho de teu senhor, con vem pelo campo ao nosso encontro?
form e o Senhor falou. 5zO servo de A- E êle respondeu: É meu senhor. E
braão, tendo ouvido isto, prostrando- ela tomou depressa o véu e cobriu-se.
se por terra, adorou o Senhor. °°E o servo contou a Isac tudo o que
53E, tendo tirado vasos de prata e tinha feito. 67E êle introduziu-a na
de ouro, e vestidos, deu-os a Rebeca tenda de Sara, sua mãe, e recebeu-a
de presente, e também ofereceu dádi por mulher; e tão extremosamente a
vas a seus irmãos e à mãe. 54Prepa- amou que moderou a dor que lhe o-
rado o banquete, comeram e beberam, casionara a morte de sua mãe.
e ficaram ali (aquela n oite). E, levan
tando-se pela manhã, disse o servo: A braão casa com Cetura
Deixai-me ir, para que vá ter com o
meu senhor. OC Abraão, porém, tomou outra
mulher chamada Cetura, 2a
Partida de Rebeca qual lhe deu à luz Zanran, e Jecsan, e
Madan, e Madian, e Jesboc, e Sué.
“ Mas os irmãos dela e a mãe res 3Jecsan também gerou Saba e Dadan.
ponderam: Fique a donzela conosco Os filhos de Dadan foram Assurim,
ao menos dez dias, e depois, partirá. e Latussim, e Loomin. 4E de Madian
56. Dirigiu o meu caminho. . . fêz com que eu fôsse feliz na minha viagem, conseguindo
o que desejava, por isso desejo partir quanto antes.
63. Para meditar nas coisas do céu. Belo exemplo, digno de imitação.
65. Tomou depressa o véu, etc., E ra costume, como é ainda hoje entre os árabes, que a
noiva se apresentasse velada ao seu futuro espôso.
25 GENESIS 43
nasceu Efa, e Ofer, e Henoc, e Abida, Nascimento de Esaú e de Jacó
e Eldaa; todos êstes foram filhos de 19Esta é a descendência de Isac, f i
Cetura. 5E Abraão deu tudo o que lho de Abraão: Abraão gerou Isac,
possuia a Isac; °e pelos filhos das 20o qual tendo quarenta anos, se casou
mulheres secundárias distribuiu dá com Rebeca, filha de Batuel Siro, da
divas, e separou-os de Isac, seu f i Mesopotãmia, irmã de Labão. 21E
lho, ainda em sua vida, (mandando- Isac orou ao Senhor por sua mulher,
os) para as partes do oriente. porque ela era estéril; e êle o ouviu,
Morte e sepultura de Abraão e permitiu que Rebeca concebesse.
7Ora, os dias da vida de Abraão fo 22Mas as crianças lutavam no seu ven
ram cento e setenta e cinco anos. 8E, tre; e ela disse: Se assim me havia de
faltando-lhe as forças, morreu numa acontecer, que necessidade havia de
ditosa velhice e em avançada idade, e que eu concebesse? E foi consultar o
cheio de dias; e foi unir-se ao seu Senhor, Mo qual, respondendo, disse:
povo. °E Isac e Ismael, seus filhos, Duas nações estão no teu ventre, e
sepultaram-no na dupla caverna que dois povos (ao sair) do feu ventre se
está situada no campo de Efron, filho dividirão, e um povo vencerá o outro,
de Seor Heteu, defronte de Mambré, e o mais velho servirá ao mais novo.
10o qual (campo Abraão) tinha com 24Quando chegou o tempo de dar à
prado aos filhos de Het; aí foi sepul luz, eis que foram achados dois gê
tado êle e Sara, sua mulher. 17E, de meos no seu ventre. “ O que saiu pri
pois da sua morte, Deus abençoou meiro era vermelho, e todo peludo, co
Isac, seu filho, o qual habitava jun mo uma peliça; e lhe foi pôsto o no
to do poço chamado (p oço) do que me de Esaú. Imediatamente saiu o
vive e do que vê. outro, e sustinha com a mão o pé de
Os descendentes de Ismael seu irmão; e por isso ela o chamou
12Esta é a posteridade de Ismael, f i Jacó.
lho de Abraão, que A gar Egípcia, MEra Isac sexagenário quando os
criada de Sara, lhe deu a luz. 13E ês meninos lhe nasceram.
tes são os nomes de seus filhos, se Esaú vende o Direito de Primogenitura
gundo os seus nomes, e nas suas ge
rações. O primogênito de Ismael foi 27Tendo crescido, Esaú tornou-se pe
Nabajot, depois Cedar, e Abdeel, e rito caçador e homem do campo; e
Mabsan, 14e Masma, e Duma, e Mas Jacó, homem simples, habitava nas
sa, 15Hadar, e Tema, e Jetur, e Nafis, tendas. “ Isac amava Esaú, porque
e Cedma. 16Estes são os filhos de comia das suas caçadas; e Rebeca a-
Ismael, e êstes os seus nomes segun mava Jacó. "Ora, tendo Jacó feito
do as suas aldeias e os seus acampa um cozinhado, chegou Esaú do campo,
mentos; êles foram doze príncipes das (m u ito ) cansado, 8Üe disse (a J a có ):
suas tribos. 17E os anos da vida de Dá-me dêsse cozinhado vermelho, por
Ismael foram cento e trinta e sete, que estou muito cansado. P or esta ra
e, faltando-lhe as forças, morreu, e zão lhe puseram o nome de Edom.
foi unir-se ao seu povo. 18Êle habi aE Jacó disse-lhe: Vende-me o teu
tou desde H evila até Sur, que olha direito de primogenitura. 32Êle respon
para o Egito, caminhando para a As deu: Eis que vou morrer; de que me
síria. Morreu no meio de todos os aproveitará o direito de primogenitu
seus irmãos. ra? 33Jacó disse: Jura-mo pois. Esaú
Cap. X X V — 8. E foi unir-se ao seu povo, isto ê, aos justos do limbo.
22. Rebeca ficou perturbada por se lem brar de que, se as crianças assim lutavam ,
muito pior seria no futuro. Recorreu, porém, à oração, indo junto de qualquer altar pedir
a Deus que lhe fizesse conhecer a sorte das duas crianças.
23. Duas nações, isto é, os pais de dois povos: os Israelitas e os Edomitas.
25. Cerno urna peliça, ou, segundo o hebreu, como um manto de pêlo. — Jacôj hebr.
y a ’aqob, do verbo 'aqab, que significa suster o calcanhar, suplantar.
30. P o r esta rasão, isto é, porque chamou coisa v ermelha ao alimento, e também pelo
motivo indicado no versículo 25, E saú recebeu o neme de Edom , que significa vermelho.
32. Eis que vou morrer. E is que morrerei em breve, visto estar constantemente exposto
a perigo de morte, por causa de ser caçador; que me im portam, pois, os direitos de pri*
44 GÊNESIS 25 - 26
jurou-lho e vendeu o direito de pri- nQuem quer que tocar a mulher dês-
mogenitura. 34E assim, recebido o te homem será punido de morte.
pão e o cozinhado de lentilhas, comeu
e bebeu, e foi-se, dando-se-lhe pouco Riqueza de Isac e inveja dos Filisteus
de ter vendido o seu direito de pri- 12Isac, pois, semeou naquela ter
mogenitura. ra, e recolheu no mesmo ano o cên-
Isac em G erara tuplo; e o Senhor o abençoou. 13E
êste homem tornou-se rico, e ia apro
O íj Sobrevindo, porém, uma fome veitando e crescendo nos bens, até que
naquela terra, depois da este se tornou muito poderoso; “ teve tam
rilidade que tinha havido nos dias de bém possessões de ovelhas e mana
Abraão, Isac foi ter com Abimelec, das, e de muitos servos. Por isto,
rei dos Palestinos, a Gerara. 2E o tendo-lhe os Palestinos inveja, “ en
Senhor apareceu-lhe, e disse: Não vãs tulharam-lhe naquele tempo todos os
ao Egito, mas fica na terra que eu poços que os servos de seu pai Abraão
te disser. 3Habita nela como estran tinham aberto, enchendo-os de terra;
geiro, e eu serei contigo, e te abençoa 10(chegou a coisa a) tanto que o
rei; porque darei a ti e à tua descen mesmo Abimelec disse a Isac: Apar
dência tôdas estas regiões, cumprindo ta-te de nós, porque te tornaste mui
o juramento que fiz a Abraão, teu pai. to mais poderoso do que nós. 17E êle
4E multiplicarei a tua descendência apartou-se para a torrente de Gerara,
como as estréias do céu; e darei à tua e aí habitou. 18De novo abriu aquê-
posteridade tôdas estas regiões; e na les outros poços, que os servos do seu
tua geração serão abençoadas tôdas as pai Abraão tinham aberto, e os quais,
nações da terra, 5porque Abraão o- morto êle, os Filisteus tinham ante-
bedeceu à minha voz, e guardou os cedentemente entulhado, e pôs-lhe os
meus preceitos e os meus mandamen mesmos nomes, que já seu pai lhes ti
tos, e observou as cerimônias e leis. nha pôsto. 19E cavaram na torrente,
°Isac, pois, ficou em Gerara. 7E, sen e acharam água viva. “ Mas também
do interrogado pelos homens daque aí os pastôres de Gerara contenderam
le país, acêrca de sua mulher, res com os pastôres de Isac, dizendo: A
pondeu: Ê minha irmã; porque tinha água é nossa; por esta razão, em v ir
mêdo de confessar que estava unido tude do que havia acontecido, chamou
com ela em matrimônio, suspeitando àquele poço Calúnia. 21Abriram ain
que o matariam por causa da sua be da outro poço; e também, por causa
leza. 8E, tendo passado largo tem- dêle, houve rixas, e o chamou Inim i
>o, e, habitando (sem pre) no mesmo
Í ugar, olhando Abimelec, rei dos P a
zade. 22Partindo dali, abriu outro po
ço, pelo qual não contenderam, e
lestinos, por uma janela, viu-o brin por isso lhe pôs o nome de Largura,
cando com Rebeca, sua mulher. °E, dizendo: Agora o Senhor nos pôs ao
tendo-o chamado, disse-lhe: Está vis largo, e nos fêz crescer sôbre a te r
to que ela é tua mulher; por que ra.
mentiste tu (dizendo) que é tua ir Deus abençoa a Isac
mã? Respondeu: T ive mêdo que me
matassem por sua causa. 10E Abime- 23E daquele lugar subiu a Bersabéia,
lec disse: P or que razão nos enganas 24onde, na mesma noite, lhe apareceu
te? Podia suceder que alguém do po o Senhor, dizendo: Eu sou o Deus de
vo abusasse de tua mulher, e tu terias Abraão, teu pai; não temas, porçiue
atraído sôbre nós um grande pecado. eu sou contigo; eu te abençoarei, e
E deu esta ordem a todo o povo: multiplicarei a tua descendência, por
mogenitura? Com esta consideração tão superficial, E saú prefere a satisfação presente da
sua gula aos privilégios de primogênito. Isto mostra-nos o cuidado que devemos ter com
os sentidos, que muitas vêzes nos podem levar a perder a herança do céu.
Cap. X X V I — 7. É minha irmã, minha parenta próxim a ( v e r cap. X II, 13).
17. Torrente de Gerara, ou melhor, segundo o hebraico, vale de Gerara, no fundo do
qual havia um a torrente, ordinàriamente séca no verão, m as em cujo leito se encontrava
água, fazendo escavações.
20. Calúnia. N o hebraico *eseq, que significa contenda.
26 - 27 GÊNESIS 45
causa do meu servo Abraão. “ Portan respondeu: Aqui estou. 2E o pai dis
to levantou aí um altar, e, invocando se-lhe: Tu vês que estou velho e
o nome do Senhor, levantou a sua que ignoro o dia da minha morte.
tenda, e ordenou aos seus servos que T o m a as tuas armas, a aljava e o ar
abrissem um poço. co, e sai (ao ca m p o); e, quando tive
Aliança entre Isac e Abimelec res caçado alguma coisa, 4faze-me um
guisado como sabes que eu gosto, e
“ Ora Abimelec e Ocozat, seu ami traze-mo para eu comer, e (para que)
go, e Ficoi, general do seu exército, a minha alma te abençoe antes de eu
tendo ido de Gerara àquele lugar, morrer. 5Rebeca ouviu isto, e, tendo
27Isac disse-lhes: Por que viestes vós Esaú ido para o campo para cumprir
a mim, a um homem que odiastes o mandado do pai, Misse ela a seu
e expulsastes de vós? “ E êles respon filho Jaco: Ouvi teu pai falar com
deram: Nós vimos que o Senhor é Esaú, teu irmão, e dizer-lhe: 7Traze-
contigo, e por isso dissemos: Haja ju me da tua caça, e faze-m e um gui
ramento entre nós, e façamos aliança, sado para comer, e (para que) te
“ para que tu nos não faças mal al abençoe na presença do Senhor antes
gum, assim como também nós não te de morrer. 8*A gora, pois, meu filho,
mos tocado nada do que é teu, nem segue os meus conselhos: °Val ao
fizemos coisa que te prejudicasse, mas rebanho, e traze-me os dois melhores
te deixamos partir em paz, cheio da cabritos, para que eu faça dêles a
bênção do Senhor. “ Deu-lhes por teu pai ( um daqueles) pratos, de que
tanto (Isac) um banquete, e, depois êle come com vontade, 10e, quando
de terem comido e bebido, “ levan lho apresentares e êle tiver comido,
tando-se pela manhã, juraram de par te abençoe antes de morrer. “ E êle
te a parte (a aliança); e Isac os dei respondeu: Tu sabes que Esaú, meu
xou ir em paz para as suas casas. irmão, é um homem peludo, e eu sem
32Ora, no mesmo dia, vieram os servos pêlo; 12se meu pai me apalpar e me
de Isac, dando-lhe a notícia do poço reconhecer, temo que êle julgue que
que tinham aberto, e dizendo: Acha eu o quis enganar, e que assim eu
mos água. “ Pelo que (Isac) o cha atraia sobre mim a maldição em lu
mou Abundância; e à cidade foi posto gar da bênção. 13Sua mãe disse-lhe:
o nome de Bersabéia (que conserva) Sobre mim caia essa maldição, meu
até ao dia de hoje. filho; ouve somente a minha voz, e,
partindo, traze o que eu disse. 14Êle
Casamento de Esaú foi, e trouxe (os cabritos), e deu-os a
84Ora Esaú, tendo quarenta anos, sua mãe. Ela preparou o guisado, co
tomou por mulher Judite, filha de mo sabia ser do gôsto do pai dêle. 15E
Beeri Heteu, e Basemat, filha de E- vestiu Jacó com os melhores vestidos
lon do mesmo país, 85ambas as quais de Esaú, que tinha junto de si em
tinham desgostado o ânimo de Isac casa; 18e, com as peles dos cabritos,
e de Rebeca. envolveu-lhe as mãos, e cobriu a par
te nua do pescoço. 17E deu-lhe o
Jacó obtém por surprêsa guisado, e entregou-lhe os pães que
a bênção de Isac tinha cozido. 18Jacó, tendo levado
tudo a Isac, disse-lhe: Meu pai! E
0 7 1Ora, Isac envelheceu, e a vista êle respondeu: Ouço. Quem és tu, meu
“ 1 escureceu-se-lhe, e não podia filho? 19E Jacó disse: Eu sou o teu
ver; e chamou- Esaú, seu filho mais filho primogênito, Esaú; fiz como me
velho, e disse-lhe: Meu filho! E êle ordenaste: levanta-te, senta-te, e co-
34-35. E saú casou-se com duas mulheres Cananéias, que eram idólatras e que, por seu
modo de proceder, tinham desgostado Isac e Rebeca. ofendeu a Deus, tornando-se indigno
das bênçãos e promessas messiânicas.
Cap. X X V I I — 16-24. Jacó, instigado por Rebeca, mentiu a seu pai Isac, nao só com
palavras, m as tam bém com açôes, fazendo com que êle julgasse que era Esaú. o ra , a
mentira,. por sua natureza, é sempre ilícita e pecado. T odavia pode ser que tanto Rebeca
como Jacó pensassem, em bora errôneamente, que, neste caso, a m entira era licita, visto
ser em pregada para alcançar os direitos de primogenitura, que E sa ú j& tinha vendido por
46 GÊNESIS 2;
me da minha caçada, a fim de que a Êle respondeu: Sou o teu filho primo
tua alma me abençoe. “ E Isac disse gênito Esaú. 33Isac ficou possuído de
outra vez a seu filho: Como pudeste um espanto extraordinário; e, admi-
encontrar tão depressa, meu filho? E rando-se mais do que se pode crer,
êle respondeu: Foi vontade de Deus disse: Quem é, pois, aquêle que, há
que depressa se me apresentasse o que pouco, me trouxe a caça que apanhou,
eu queria. 21E Isac disse: Chega aqui, e eu comi de tudo antes que tu vies
meu filho, para que eu te apalpe e ses? E eu o abençoei, e êle será ben
reconheça se és o meu filho Esaú, dito. 34Esaú, ouvidas as palavras do
ou não. 22Aproximou-se do pai, e, pai, gritou com grande clamor, e,
tendo-o apalpado, Isac disse: A voz consternado, disse: Dá-me também a
verdadeiramente é a voz de Jacó, mas mim a bênção, meu pai. “ Êle disse: O
as mãos são as mãos de Esaú. “ E não teu irmão veio fraudulentamente, e
o conheceu, porque as mãòs peludas e- recebeu a tua bênção. 30E Esaú pros
ram semelhantes às do mais velho. seguiu: Com razão lhe foi pôsto o no
Portanto, abençoando-o, 24disse: Tu és me de Jacó; porque eis que pela se
o meu filho Esaú? Respondeu: Eu o gunda vez me suplantou; primeiro
sou. 25E êle disse: Serve-me os guisa tirou-me o direito da primogenitura,
dos da tua caçada, meu filho, para que e agora novamente me roubou a mi
a minha alma te abençoe. Jacó servi u- nha bênção. E disse de novo ao pai:
lhos, e, depois que comeu, ofereceu- Porventura não reservaste uma bên
lhe também vinho, bebido o qual, ção também para mim? 37Isac res
26(Isac) lhe disse: Aproxima-te de pondeu: Eu o constituí teu senhor, e
mim, e dá-me um beijo, meu filho. sujeitei à sua servidão todos os seus
"Aproximou-se, e beijou-o. E, logo irmãos; estabeleci-o na posse do trigo
que sentiu a fragrâncla de seus ves e do vinho; depois disto, meu filho,
tidos, abençoando-o disse: que te posso eu fazer? 38Esaú disse-
Eis que o cheiro de meu filho é lhe: Porventura, ó pai, tens uma só
como o cheiro dum campo florido que bênção? Rogo-te que me abençoes
o Senhor abençoou. “ Deus te dê do também a mim. E como rompesse
orvalho do céu, e da fertilidade da num grande pranto, 39Isac, comovido,
terra, e abundância de trigo e de v i disse-lhe: N a abundância da terra, e
nho. “ E os povos te sirvam, e as tri no orvalho (que vem ) do alto do céu
bos te reverenciem; sê o senhor de será a tua bênção. 40Viverás da espa
teus irmãos; e inclinem-se diante de da, e servirás a teu irmão; porém v i
ti os filhos de tua mãe. Aquêle que rá tempo em que sacudas e desates
te amaldiçoar, seja amaldiçoado, e o* o seu jugo da tua cerviz.
que te abençoar, seja cumulado de
bênçãos. Ameaças de Esaú. Rebeca m anda
Jacó à Mesopotâmia
Volta de Esaú
"Portanto Esaú odiava sempre Ja-
^Apenas Isac tinha acabado de fa có por causa da bênção com que o pai
lar, e Jaco tinha saído, chegou Esaú. o abençoara, e disse no seu coração:
31E levou ao pai os guisados prepara Virão os dias do luto por meu pai, e
dos da sua caçada, dizendo: Levanta- eu matarei Jacó, meu irmão. 42Estas
te, meu pai, e come da caça de teu f i coisas foram referidas a Rebeca, a
lho, para que a tua alma me abençoe. qual, mandando chamar seu filho Ja
32E Isac disse-lhe: mas quem és tu? có, lhe disse: Eis que Esaú, teu ir-
um prato de lentilhas. Houve grandes Padres da Ig re ja que julgaram êste proceder isento
de culpa; não adm ira, pois, que Jacó e Rebeca errôneamente o considerassem lícito.
27. E , logo que sentiu a fragrãncia,, devido às plantas arom áticas doa capapos, colocadas
nas caixas onde se guardavam os vestidos.
30-40. E saú procura obter para si a bênção reservada aos primogênitos; Isac, porém,
persiste em não retirar a bênção dada a Jacó, reconhecendo que ê essa a vontade de
Deus. Todavia, comovido pelos rogos e lágrim as de Esaú, deu-lhe também um a bênção,
m as de natureza muito inferior ã que tinha dado a Jacó.
39. N a abundância. .. O texto hebraico diz: Sem a abundância da terra e sem o orvalho
do céu será a tua bênção.
27 - 28 GENESIS 47
mão, ameaça que te há de matar. 43A- cendo a seus pais, fôra para a Síria;
gora, pois, meu filho, ouve a minha 8reconhecendo também que seu pai
voz, e foge ligeiro para (casa de) La- não via com bons olhos as filhas de
bão, meu irmão, em Haran; 44e ha Canaã, 9foi à casa de Ismael, e, além
bitarás com êle algum tempo, até que das que já tinha, tomou por mulher
se aplaque o furor do teu irmão, " e a Maelet, filha de Ismael, filho de
cesse a sua indignação, e se esqueça Abraão, irmã de Nabajot.
do que lhe fizeste; depois mandarei
(lá alguém) e te farei conduzir de lá Viagem e visão de Jacó
para aqui. Por que hei de eu perder
ambos os meus filhos num só dia? 4 56E 10Jacó, pois, tendo partido de Ber-
Rebeca disse a Isac: estou desgosto- sabéia, ia para Haran. nE, tendo che
sa da vida por causa das filhas de Het. gado a um certo lugar, e, querendo
Se Jacó tomar mulher da linhagem nêle descansar depois do sol pôsto,
desta terra, não quero mais viver. tomou uma das pedras que ali esta
vam, e, pondo-a debaixo da cabeça,
Isac manda Jacó à Mesopotâmia dormiu naquele mesmo lugar. 12E viu
em sonhos uma escada posta sôbre
Ofi 1Portanto Isac chamou Jacó, e a terra, cujo cimo tocava o céu, e os
abençoou-o, e deu-lhe esta or anjos de Deus subindo e descendo
dem, dizendo: Não tomes mulher da por ela, 13e o Senhor apoiado na es
geração de Canaã, 2mas parte, e cada, que lhe dizia: Eu sou o Senhor
vai para a Mesopotâmia da Síria, pa Deus de Abraão, teu pai, e Deus de
ra casa de Batuel, pai de tua mãe, Isac; darei a ti e à tua descendência
e toma de lá esposa entre as filhas a terra em que dormes. 14E a tua pos
de Labão, teu tio. 3E Deus onipoten teridade será como o pó da terra;
te te abençoe, e te faça crescer e te dilatar-te-ás para o ocidente, e para
multiplique, para que sejas pai duma o oriente, e para o setentrião, e para
multidão de povos. 4Êle te dê a ti e o meio-dia; e serão abençoadas em ti
à tua posteridade depois de ti as bên e na tua geração todas as tribos da
çãos de Abraão, para que possuas a terra. 15Eu serei o teu protetor para
terra onde vives como peregrino, a onde quer que fores, e te reconduzi
qual êle prometeu a teu avo. 5E, ten- rei a esta terra, e não te abandonarei
do-o Isac despedido, partiu e diri sem cumprir tudo o que disse. 16Tendo
giu-se para a Mesopotâmia da Síria, Jacó despertado do sono, disse: Na
para casa de Labão, filho de Batuel verdade o Senhor está neste lugar, e
Siro, irmão de Rebeca, sua mãe. eu não o sabia. 17E, cheio de pavor,
disse: Quão terrível é êste lugar! Não
N ovo casamento de Esaú há aqui outra coisa senão a casa de
6Ora, Esaú, vendo que seu pai ti Deus e a porta do céu. 18Levantando-
nha abençoado Jacó, e o tinha man se, pois, Jacó, ao amanhecer, tirou a
dado para a Mesopotâmia da Síria, pedra, que tinha pôsto debaixo da ca
para lá tomar mulher; e que, depois beça, e erigiu-a em padrão, derraman
da bênção, lhe tinha dado esta ordem, do óleo sôbre eia. 19E pôs o nome de
dizendo: Não tomarás mulher das f i Betei à cidade que antes se chamava
lhas de Canaã; 7e que Jacó, obede Lusa.
45. P o r que hei de eu perder ambos os meus filh o s ... Jacó será. morto pela m ão crimi
nosa de Esaú, e êste pela m ão da justiça vingadora (G ên., IX , 6>.
46. N ã o quero mais viver, o s meus dias serão tfto tristes que preferirei morrer,
Cap. X X V I I I — 9. Além das que já tinha. Estas palavras são um a condenação tácita
da poligam ia de Esaú.
12-13. A escada, vista em sonhos por Jacó, é um símbolo das consoladoras relações do
céu com a terra. Os anjos, como mensageiros de Deus, sobem p a ra lbe levar as orações e
necessidades dos homens, e descem trazendo os seus auxílios e consolações.
16. N a verdade, etc. Jacó sabia que Deus estava em tôda parte; ignorava, porém, que
aquêle lu gar estivesse consagrado ao Senhor, e nâo esperava nêle um a tão solene m anifes
tação de Deus.
18. Derramando Óleo sôbre ela para a consagrar.
48 GÊNESIS 28 - 29
Voto de Jacó a pedra que tapava o poço. WE, de
pois de ter dado de beber ao seu re
. “ Também fêz voto dizendo: Se banho, beijou-a; e, levantando a voz,
Deus fôr comigo, e me proteger na chorou, 12e declarou que era irmão de
viagem que empreendi, e me der pão seu pai, e filho de Rebeca; e ela, cor
para comer, e vestido para me cobrir, rendo, foi noticiá-lo a seu pai, 13o
ae eu voltar felizmente à casa de meu qual, tendo ouvido que tinha chegado
pai, o Senhor será meu Deus, 2 12e esta Jacó, filho de sua irmã, correu ao
pedra, que erigi em padrão, será cha seu encontro, e abraçou-o, e beijou-o
mada casa de Deus; e de tôdas as coi muitas vêzes, e levou-o à sua casa. E,
sas que me deres te oferecerei (6 Se ouvidos os motivos da sua viagem,
nhor) o dízimo. 14respondeu: Tu és o meu osso e a mi
Chegada de Jacó a H aran
nha carne. E, passado um mês, 15dis-
se-lhe: Acaso, porque és meu irmão,
2Q ^ en d o partido (daquele lugar), me servirás de graça? Dize-me que
Jacó dirigiu-se para o país paga queres.
do Oriente. 2E viu um poço no cam Casamento de Jacó com L ia
po, e, repousando junto dêle, três re e com Raquel
banhos de ovelhas; porque dêle se
dava de beber aos rebanhos, e a sua 16Ora, Labão tinha duas filhas: A
bôca estava tapada com uma grande mais velha chamava-se Lia, e a mais
pedra. 3Era costume (so) tirarem a nova Raquel. 17Lia, porém, tinha os
pedra depois de estarem reunidos to olhos remelosos, enquanto que R a
dos os rebanhos, e, depois que êles quel era formosa de rosto, e de gentil
tinham bebido, tornavam-na a colo presença. ,8E Jacó, tendo-lhe amor,
car sobre a bôca do poço. 4E (Jacó) disse (a L a b ã o): Eu te servirei sete
disse aos pastores: Irmãos, donde sois anos por Raquel, tua filha mais no
vós? E êles responderam: De Haran. va. 19Labão respondeu: Melhor é que
5E interrogou-os: Conheceis porven eu a dê a ti, do que a outro homem;
tura Labão, filho de Nacor? Disse fica comigo. 2oJacó, pois, serviu sete
ram: Conhecemos. 6Estã de saúde? anos por Raquel; e êstes lhe parece
disse êle. Está bom, responderam; e, ram poucos dias pela grandeza do a-
eis Raquel, sua filha, que vem com o mor (que lhe tinha). 21E disse a L a
seu rebanho. 7Jacó disse: Ainda é bão: Dá-me minha mulher, pois já
muito dia, e ainda não é tempo de se está completo o tempo de eu a tomar
recolherem os rebanhos aos currais; por esposa. 22E (Labão) fêz as bodas,
dai primeiro de beber às ovelhas, e de tendo convidado para o banquete uma
pois reconduzi-as ao pasto. 8Êles res grande turba de amigos. “ E, à noite,
ponderam: Não o podemos fazer en introduziu sua filha Lia na câmara
quanto não estejam juntas tôdas as o- de Jacó, 24dando à filha uma escrava
velhas, e não tiremos a pedra da bô chamada Zelfa. E Jacó, tendo ficado
ca do poço, para darmos de beber a com ela segundo o costume, viu pela
todos os rebanhos (conjuntam ente). manhã que era Lia; 25*e disse ao seu
°Ainda êles estavam falando, e eis sogro: Que é isto que me quiseste fa
ue Raquel chegava com as ovelhas zer? Porventura não te servi eu por
e seu pai; porque ela pastoreava o. Raquel? Por que razão me enganas
rebanho. 10E Jaco, tendo-a visto, e sa te? 2OLabão respondeu: N o nosso país
bendo que era sua prima, e que as o- não é costume casarem-se as mais no
velhas eram de Labão, seu tio, tirou vas primeiro. 27Acaba a semana destas
21. O Senhor será meu Deus. Promete honrar a Deus com um culto especial.
22. Casa de D eus, isto é, lu gar onde Deus manifestou, dum modo especial, a sua pre
sença. — Porta do céu, porque tinha visto o céu aberto, e os anjos entrando e saindo.
Cap. X X IX — 11. B eijou -a , como é costume fazer-se no Oriente entre os parentes
próximos.
12. Irm ão, parente.
14. Tu és o meu osso, etc., eu e tu somos da mesma fam ília, tu és um outro eu.
23-24. O longo véu que envolvia completamente L ia, segundo o costume oriental, e a
escuridão da câm ara nupcial explicam fàcilmente como é que Lab&o pôde enganar Jacó.
29 - 30 GÊNESIS 49
núpcias e dar-te-ei também a outra dando-me um filho; por isso o cha
pelo trabalho que me prestarás du mou Dan. 7E, concebendo Bala segun
rante outros sete anos. “ Acomodou- da vez, deu à luz outro filho, 8do
se (Jacó) à proposta, e, passada a qual Raquel disse: O Senhor me fêz
semana, casou-se com Raquel, “ à qual entrar em competência com minha
o pai tinha dado a (sua) escrava Ba irmã, e eu venci; e chamou-ó Neftali.
la. 30E (J acó), tendo enfim alcançado
as núpcias desejadas, preferiu no seu Casamento de Jacó com Zelfa
amor a segunda à primeira, e conti
nuou servindo Labão outros sete anos. 9Lia, vendo que tinha cessado de ter
filhos, deu a seu marido sua escrava
Zelfa. 10E, tendo ela concebido e da
Primeiro filho de Jacó do à luz um filho, “ L ia disse: Em
31Mas o Senhor, vendo que êle des boa hora; e por isso lhe pôs o nome
prezava Lia, tornou-a fecunda, per de Gad. 12Zelfa deu à luz ainda outro
manecendo estéril a irmã. 32E ela con filho. 13E Lia disse: Isto é por minha
cebeu e deu à luz um filho, e pôs-lhe dita, porque as mulheres me chama
o nome de Ruben, dizendo: O Senhor rão ditosa, por isso o chamou Aser.
viu a minha humilhação, e agora o
meu marido me amará. 33E conce Outros filhos de Jacó
beu novamente e deu à luz um filho, 14Ora, Ruben, tendo saído ao cam
e disse: Porque o Senhor ouviu que po no tempo d& ceifa do trigo, achou
eu era tratada com desprêzo, me deu umas mandrágoras; e levou-as a Lia
também êste (filh o ) ; e pôs-lhe o nome sua mãe. E Raquel disse (a L ia ): Dá-
de Simeão. 34E concebeu terceira vez e me parte das mandrágoras do teu fi
deu à luz um outro filho, e disse: A- lho. 15Ela respondeu-lhe: Porventura
gora se unirá (ainda mais) a mim o parece-te pouco teres-me roubado o
meu marido, porque lhe dei à luz marido, senão que também me queres
três filhos; e por isso chamou a êste levar as mandrágoras de meu filho?
Levi. “ Concebeu quarta vez e deu à Raquel disse: (E u consinto que êle)
luz um filho, e disse: Agora louvarei durma esta noite contigo pelas man
o Senhor; e por isso pôs-lhe o nome drágoras de teu filho. 10E, quando
de Judá; e cessou de dar à luz. Jacó à tarde voltava do campo, Lia
saiu-lhe ao encontro, e disse-lhe: V i
Casamento de Jacó com B a la rás comigo, porque eu te tomei pelo
preço das mandrágoras de meu filho.
0 6 2Ora, Raquel vendo-se infecun- E (Jacó) dormiu aquela noite com ela.
da, teve inveja de sua irmã, e 17E Deus ouviu os rogos dela; e con
disse a seu m arido: Dá-me filhos, cebeu, e deu à luz o quinto filho. 18E
senão morrerei. 2Jacó, enfadado, res disse: Deus me deu o pago, porque
pondeu-lhe: Acaso estou eu em lugar dei a minha escrava ao meu marido;
de Deus, que te privou do fruto do teu e pôs-lhe o nome de Issacar. 19Conce-
ventre? 3E ela disse: Eu tenho (m i- bendo novamente, Lia deu à luz o
nha) serva Bala; toma-a para que ela sexto filho, 20e disse: Deus me dotou
dê à luz sobre os meus joelhos, e eu com um bom dote; meu marido esta
tenha filhos dela. 4E deu-lhe Bala rá comigo ainda esta vez, porque eu
por mulher, a qual, 5depois que Jacó lhe dei seis filhos; por isso lhe pôs
a tomou, concebeu, e deu à luz um f i o nome de Zabulão. 21Depois disto
lho. 6E Raquel disse: O Senhor jul (L ia ) deu à luz uma filha, chamada
gou a meu favor, e ouviu a minha voz, Dina.
Cap, X X X — 1. Teve inveja de sua irmã. Em bora a poligam ia fôsse permitida, vê-se
bem por êste versículo e pelos seguintes, os seus grandes inconvenientes, náo só para
conservar a paz no seio das fam ílias, m as também para a educação dos filhos.
3. Receber um recém-nascido sôbre os joelhos era considerá-lo como filho próprio,
adotá-lo.
14. Mandrágora é um a planta, à qual os antigos atribuíam a virtude de fazer cessar a
esterilidade.
50 GÊNESIS 30 - 31
220 Senhor lembrou-se também de tregou nas mãos de seus filhos todo o
Raquel, ouviu-a e tornou-a fecunda. rebanho que era duma só côr, isto é,
23E concebeu, e deu à luz um filho, de pêlo branco e negro. 36*E pôs a dis
dizendo: Deus tirou o meu opróbrio; tância de três dias de jornada entre si
24e pôs-lhe o nome de José, dizendo: e o genro, o qual apascentava o res
O Senhor me dê ainda outro filho. tante dos seus rebanhos.
Convenção entre Jacó e Labão Estratagemas de Jacó
25Nascido, porém, José, disse Jacó 37Jacó, pois, tomando varas verdes
a seu sogro: Deixa que eu volte para de choupo e de amendoeira e de plá
a (m inha) pátria, e para a minha ter tano, tirou-lhes parte da casca; tirada
ra. 26Dá-me as mulheres e os meus a casca (nos lugares) onde as varas
filhos, pelos quais eu te tenho servi tinham sido descascadas, apareceu o
do, para que. eu me vá; tu sabes que branco; e onde tinham ficado intac
serviços te tenho prestado. 27Labão tas permaneceram verdes; e isto cau
disse-lhe: Ache eu graça diante de sou (nas varas) uma variedade de
teus olhos. Reconheci, por experiên côres. 38*E pô-las nos canais onde se
cia, que Deus me abençoou por cau lançava a água, para que, quando os
sa de ti. “ Determina tu a recompen rebanhos fôssem beber, tivessem as
sa que deverei dar-te. varas diante dos olhos, e concebessem
29Mas êle respondeu: Tu sabes de olhando para elas.
que modo te servi, e quanto os teus ®E aconteceu que, no mesmo calor
bens aumentaram nas minhas mãos. do coito, as ovelhas olhavam para as
30Tinhas pouco, antes que eu viesse varas, e davam à luz cordeiros man
para ti, e agora tornaste-te rico; chados e variegados e pintados de di
e o Senhor te abençoou com a minha versas côres. 40E Jacó separou o seu
vinda. É, pois, justo que eu pense tam gado, e pôs as varas nos canais diante
bém agora (em estabelecer) a minha dos olhos das cabras; e tudo o que
casa. 31E Labão disse-lhe: Que te hei era branco ou negro pertencia a L a
de eu dar? Respondeu-lhe Jacó: Não bão, e o restante a Jacó, tendo os re
quero nada (em dinheiro) ; mas, se banhos separados entre si. "Quando,
fizeres o que vou pedir-te, continuarei pois, na primavera, as ovelhas deviam
a apascentar e a guardar os teus reba conceber, Jacó punha as varas nos ca
nhos. 32Passa pelo meio de todos os nais da água diante dos olhos dos car
teus rebanhos, e separa tôdas as ove neiros e das ovelhas, para que elas
lhas de diversas côres, e de pêlo ma concebessem olhando para as varas.
lhado; e tudo o que nascer fosco, e 42Mas, quando as ovelhas concebiam
malhado, e vário, tanto entre as ove no outono pela segunda vez, não pu
lhas como entre as cabras, será a m i nha as varas. Assim o que era conce
nha recompensa. 33E amanhã me da bido no outono, era para Labão, e o
rá testemunho a minha justiça, quan que era concebido na primavera, era
do chegar o tempo combinado entre para Jacó. 43E êle tornou-se extraor-
nós; e tudo o que não fôr de côres dinàriamente rico, e teve muitos re
variegadas, ou manchado, ou fosco, banhos, escravos e escravas, camelos
tanto entre as ovelhas como entre as e jumentos.
cabras, me arguirá de furto. 34*E L a Jacó foge da Mesopotâmia
bão disse: Agrada-me o que pedes.
35E, naquele dia, Labão separou as ca 01 7Ora, depois que Jacó ouviu as
bras, e as ovelhas, e os bodes, e os car palavras dos filhos de Labão,
neiros variegados e manchados; e en que diziam: Levou Jacó tudo o que
33. E amanhã, isto é, no futuro, eu receberei os anim ais que nascerem com côres va~
riegadas, e se algum fô r encontrado no meu rebanho com um a só côr, considera-o como
tendo sido roubado por mim.
36. o restante ãos seus rebanhos, com o pêlo todo branco ou todo negro.
39. Êste fenômeno funda-se na grande influência que a im aginação excitada exerce "no
ato da geração. v
42. N ão punha as varas, porque os cordeiros concebidos na prim avera e nascidos no
outono eram mais robustos que os concebidos no outono e nascidos na primavera.
31 GENESIS 51
era de nosso pai, e, enriquecido de vando tôda a sua fazenda e rebanhos,
seus bens, se tornou poderoso; e tudo o que tinha adquirido na Me-
2observou também que Labão lhe não sopotâmia; e encaminhou-se para I-
mostrava a mesma cara que a princí sac, seu pai, na terra de Canaã.
pio, 3e, além disso, o Senhor dizia-
lhe: Volta para a terra de teus pais, Labão persegue Jacó
e para a tua parentela, e eu serei con 19Naquele tempo, tendo ido Labão
tigo. 4Mandou, pois, vir Raquel e Lia fazer a tosquia das ovelhas, Raquel
ao campo, onde êle apascentava os furtou os ídolos de seu pai. ^E Jacó
rebanhos, 5e disse-lhes: Vejo que o não quis participar a seu sogro a sua
vosso pai não me mostra a mesma fugida. 21Tendo, pois, partido com
cara que a princípio; porém o Deus tudo o que lhe pertencia, e enquanto,
de meu pai tem estado comigo. 6E vós passado já o rio, caminhava para a
mesmas sabeis como eu tenho servido banda do monte de Galaad, 22foi La-
vosso pai com tôdas as minhas forças. bão avisado ao terceiro dia de que
7Mas o vosso pai enganou-me, e mu Jacó ia fugindo. 23Então êle tendo to
dou dez vêzes a minha recompensa; e mado consigo seus irmãos, foi em seu
nem por isso permitiu Deus que êle alcance durante sete dias, e apanhou-
me fizesse algum dano. àSe êle uma o no monte Galaad. 2*E viu em so
vez dizia: Os cordeiros manchados se nhos a Deus, que lhe dizia: Guarda-te
rão a tua recompensa, tôdas as ove de dizer contra Jacó alguma palavra
lhas davam à luz cordeiros mancha áspera. 25Jacó já tinha assentado a sus
dos; quando, pelo contrário, dizia: tenda no monte; e Labão, tendo-o al
Receberás, por recompensa, todos cançado com seus irmãos, pôs a sua
os cordeiros brancos, tôdas as ove tenda no mesmo monte de Galaad.
lhas davam à luz cordeiros bran Labão repreende Jacó
cos. °E Deus tirou a fazenda de vosso
pai, e a deu a mim. 10Porque, chegando disse a Jacó: Por que procedes
o tempo em que as ovelhas haviam de te assim, levando-me furtivamente
conceber, levantei os meus olhos, e minhas filhas como (se elas fôssem)
vi em sonhos que os machos, que co prisioneiras de guerra? 27Por que ra
briam as fêmeas, eram variegados e zão quiseste fugir sem que eu o sou
manchados, e de diversas cores. nE besse, nem quiseste avisar-me, para
o anjo de Deus disse-me em sonhos: que eu te acompanhasse com alegria
Jacó. E eu respondi: Aqui estou. 12E e com cânticos, ao som de tímpanos
êle disse: Levanta os teus olhos, e vê e de citaras? 28Não me deixaste bei
que todos os machos que cobrem as jar meus filhos e minhas filhas; pro
fêmeas são variegados, manchados e cedeste como um néscio; e agora cer
de diversas côres. Porque eu vi tudo tamente bestava na minha mão fa-
o que te fêz Labão. 13Eu sou o Deus zer-te mal; porém o Deus de teu pai
de Betei, onde tu ungiste a pedra, e disse-me ontem: Guarda-te de falar
me fizeste um voto. Agora, pois, le- com aspereza contra Jacó. “ Que de
vanta-te, e sai desta terra, voltando sejasses voltar para os teus, e te es
para a terra onde nasceste. 14Raquel e timulasse o desejo da casa de teu
Lia responderam: Porventura resta- pai, muito embora, (mas) por que me
nos alguma coisa dos bens e da he furtaste os meus deuses? 31Jacó res
rança da casa de nosso pai? 15Não nos pondeu: Parti sem tu o saberes, por
tratou êle como estranhas, e vendeu que tive mêdo que me tirasses à força
e comeu o que nos era devido? 16Mas as tuas filhas. 32Porém, quanto ao
Deus tomou as riquezas de nosso pai, furto de que me argúis, qualquer que
e as entregou a nós e aos nossos f i seja aquêle, em cujo poder achares os
lhos; faze, pois, tudo o que Deus te teus deuses, seja morto em presença
mandou. 17Levantou-se, pois, Jacó, e, de nossos irmãos. Busca e leva tudo
fazendo montar sôbre camelos os seus o que achares teu junto de mim. D i
filhos e as suas mulheres, partiu, “ le- zendo isto, ignorava que Raquel tives-
Cap. X X X I — 19. Furtou os ídolos, para tirar ao pai, segundo afirm a S. Basílio, uma
ocasião de idolatria.
28. M eus filhos, isto é, meus netos.
52 GENESIS 31 - 32
se furtado os ídolos. ^Labão, pois, liança, que sirva de testemunho entre
tendo entrado na tenda de Jacó, e de mim e ti. 45Jacó tomou, pois, uma pe
Lia, e das duas escravas, nada encon dra, e a levantou por padrão; 46e disse
trou. Mas, tendo entrado na tenda de aos seus irmãos: Trazei pedras. E,
Raquel, 34ela, muito à pressa, escon tendo juntado muitas, fizeram (com
deu os ídolos debaixo da sela dum ca elas) um cabeço, e comeram sôbre ê-
melo, e assentou-se em cima; e, revis le. 47E Labão chamou-o cabeço da tes
tando êle tôda a tenda sem achar na temunha, e Jacó cabeço do testemu
da, 35*disse ela: Não se agaste o meu nho, cada um segundo a propriedade
senhor, se eu me não posso levantar da sua língua. 4Í,E Labão disse: Êste
na tua presença, porque presentemen cabeço será hoje testemunha entre
te me acho com a indisposição que mim e ti, e, por isso, êste cabeço
costuma vir às mulheres. Dêste modo se chamou Galaad, isto é, o cabeço
foi iludida a ansiedade com que êle da testemunha. 4tíO Senhor nos veja
procurava. e nos julgue, quando nos tivermos se
parado um do outro. 5USe tu maltrata
Justificação de Jacó res minhas filhas, e se tomares outras
mulheres além delas, ninguém é teste
36Então Jacó, todo alterado, disse munha das nossas palavras, senão
com enfado a Labão: Por que çulpa Deus, que está presente (e que nos)
minha, ou por que pecado meu cor vê. 51Disse mais a Jacó: Eis que o ca-
reste atrás de mim com tanto calor, beço e a pedra, que eu levantei entre
37e revistaste todos os ipeus móveis? mim e ti, 52será testemunha; êste ca-
Que achaste tu aqui de tôdas as beço, digo, e esta pedra dêem teste
coisas da tua casa? Põe-nas aqui munho, se ou eu o passar indo para
diante dos meus irmãos e dos teus ti, ou tu o passares com intento de
irmãos, e sejam êles juizes entre mim me fazeres mal. 5aO Deus de Abraão,
e ti. 3H(F o i) por isto que eu estive e o Deus de Nacor, o Deus de seus
vinte anos contigo? As tuas ovelhas pais seja juiz entre nós. Jurou, pois,
e as tuas cabras não foram estéreis, eu Jacó por aquêle que era temido por
não comi os carneiros do teu rebanho, seu pai Isac. 54E, imoladáè as vítimas
3!>nem te mostrei prêsa feita pelas sôbre o monteV convidou seus irmãos
feras; eu pagava todo o dano; e tudo para comer pão. E, tendo comido, fi
o que era roubado, de mim o exigias. caram ali (a passar a noite). 55Labão
40Eu era, de dia e de noite, queimado porém, levantando-se antes de ama
do calor e do gêlo, e o sono fugia dos nhecer, beijou os filhos e as suas fi
meus olhos. 41E dêste modo te servi lhas, e abençoou-os, e voltou para
em tua casa vinte anos, catorze pelas sua casa.
(tuas) filhas, e seis pelos teus reba
nhos; tu mudaste também dez vêzes Encontro de Jacó com Anjos
a minha recompensa. 42Se o Deus de
meu pai Abraão, e (o Deus) que Isac OO 1Jacó também prosseguiu o ca-
teme, me não tivesse assistido, talvez minho que levava, e saíram-
me tivesses despedido nu; (mas) Deus lhe ao encontro uns anjos de Deus.
olhou a minha aflição e o trabalho das 2E, tendo-os visto, disse: Êstes são
minhas mãos, e te ameaçou ontem. os acampamentos de Deus; e deu
àquele lugar o nome de Maanaim, is
Aliança entre Labão e Jacó to é, acampamentos.
43Labão respondeu-lhe: As minhas Precauções de Jacó para se reconciliar
filhas, e os filhos, e os teus rebanhos, com Esaú
e tudo o que vês, tudo é meu; que pos
so eu fazer contra meus filhos e meus 3E mandou também mensageiros a-
netos? 44Vem, pois, e façamos uma a diante de si a Esaú, seu irmão, à
35. Se eu não me levanto, como devia fazer diante de meu pai.
47. E Labão chamou-o, etc. Segundo o texto hebraico traduz-se: Labão o chamou yegar-
sahadúta’ e Jacó OaVed, Êstes dois nomes, dos quais o primeiro ê aram aico e o segundo
hebraico, têm a mesma significação: Cabeço da testemunha ou do testemunho.
50. N ão podendo os parentes ser testemunhas dizem que só Deus é testemunha.
32 GÊNESIS 53
terra de Seir, na região de Edom. zendo: Se te encontrares com meu ir
4E ordenou-lhes, dizendo: Falai as mão Esaú, e êle te perguntar: De
sim a Esaú, meu senhor: Jacó, teu quem és? ou, para onde vais? ou, de
irmão, disse isto: Morei com Labão quem são êstes animais que condu
como estrangeiro, e (com ele) estive zes? 18Responderás: São de teu servo
até ao dia de hoje. 5Tenho bois, e Jacó, êle os mandou de presente a
jumentos, e ovelhas, e servos e ser meu senhor.Esaú; êle mesmo vem a-
vas; e mando agora uma embaixada trás de nós. 19As mesmas ordens deu
ao meu senhor, para achar graça di ao segundo, e ao terceiro, e a todos
ante dêle. 6E os mensageiros voltaram os que conduziam os rebanhos, dizen
a Jacó, e disseram: Fomos ter com teu do: P or estas mesmas palavras falai
irmão Esaú, e eis que vem a tôda a a Esaú, quando o encontrardes. ^E
pressa a encontrar-se contigo com acrescentareis: O mesmo teu servo
quatrocentos homens. 7Teve Jacó mui Jacó vem também atrás de nós; (por--
to mêdo; e, assustado, dividiu o povo que Jaco) disse (co n sigo ): Eu o apla
que estava com êle, e também os re carei com os presentes que vão adian
banhos e as ovelhas e os bois e os te, e depois o verei; talvez me será
camelos em duas partidas, 8dizendo: propício. 21Foram, portanto, os presen
Se vier Esaú a uma partida, e a des tes adiante dêle, e êle ficou naquela
baratar, a outra partida, que resta, noite no acampamento.
se salvará. 9E disse Jacó: ó Deus de
meu pai Abraão, e Deus de meu pai Jacó luta com um anjo
Isac! ó Senhor, que me dissestes:
Volta para a tua terra, e para o lugar 22E, tendo-se levantado muito ce
do teu nascimento, e eu te beneficia do, tomou as suas duas mulheres, e
rei; 10 eu sou indigno de todas as tuas as duas escravas com os onze filhos,
misericórdias e da fidelidade que ti e passou o vau de Jaboc. 2;E, passa-
veste com teu servo. Passei êste (r io ) do tudo o que lhe pertencia, 24ficou
Jordão só com o meu bastão; e agora êle só; e eis que um homem lutou
volto com duas partidas. “ Livra-me com êle até pela manhã. “ O qual,
das mãos de meu irmão Esaú, porque vendo que o não podia vencer, tocou
o temo muito; não suceda que, che o nervo da sua coxa, e logo êste se
gando êle, mate a mãe com os filhos. secou. “ E disse-lhe: Larga-me, por
12Tu disseste ejue me beneficiarias e que já vem vindo a aurora. (Jacó)
dilatarias a minha descendência como respondeu: Não te largarei, se me não
a areia do mar, a qual, pela sua mul abençoares. 27Disse-lhe pois (aquele
tidão, não se pode contar. h om em ): Qual é o teu nome? Respon
13Tendo passado, pois, aquela noite deu: Jacó. 28Porém êle disse: De ne
naquele lugar, separou das coisas que nhuma sorte te chamarás Jacó, mas
tinha, presentes para seu irmão Esaú: Israel; porque, se contra Deus fôste
14duzentas cabras, vinte bodes, duzen- forte, quanto mais o serás contra os
tas ovelhas, e vinte carneiros, 15trinta homens. “ Perguntou-lhe Jacó: Di-
camelas com suas crias, quarenta va ze-me, como te chamas? Respondeu:
cas, e vinte touros, vinte jumentas e Por que me perguntas o meu nome?
dez das suas crias. 16E mandou pelas E abençoou-o no mesmo lugar. 80E
mãos dos seus servos cada um dêstes Jacó pôs àquele lugar o nome de Fa-
rebanhos separadamente, e disse aos nuel, dizendo: Eu vi a Deus face a fa
seus servos: Ide adiante de -mim, e ce, e a minha alma foi salva. 81E
haja um intervalo entre rebanho e re logo o sol lhe nasceu, depois que ul-
banho. 17E ordenou ao primeiro, di trapassou Fanuel; êle, porém, coxea-
Cap. X X X II — 4-5. M eu senhor. Jacó trata com todo o respeito seu irmão, e a única
•coisa que deseja dêle ê amizade e o perdão.
11. A mãe com os filhos, isto é, tôda a minha fam ilia.
24-26. Apareceu a Jacó um anjo, sob a aparência humana, e travaram entre si um a
lu ta real. Deus, porém, não quis que o anjo utilizasse tôda a sua fô rç a contra Jacó,
Permitindo que êste vencesse, p ara lhe d ar a esperança de que com m aior facilidade
Podia vencer Esaú.
30. A minha alma, isto é, a minha vida.
54 GÊNESIS 32 - 34
va dum pé. 32P or esta razão os fi meu senhor, que tenho comigo meni
lhos de Israel até ao dia de hoje não nos tenros, e ovelhas, e vacas prenhes;
comem o nervo que se secou na coxa e, se eu as cansar fazendo-as andar
de Jacó, porque (aquele hom em) to mais, morrerão num dia todos os re
cou o nervo da sua coxa, e (o nervo) banhos. 14Vã o meu senhor adiante
ficou entorpecido. do seu servo; e eu seguirei pouco a
pouco os seus passos, como vir que os
Encontro de Esaú e de Jacó meus meninos podem, até chegar à ca
sa de meu senhor em Seir. 15Esaú
O O 1E Jacó, levantando os seus respondeu: Peço-te que, do povo que
olhos, viu Esaú que vinha, e está comigo, fique ao menos quem te
com êle quatrocentos homens; e re acompanhe na viagem. Jacó respon
partiu os filhos de Lia e de Raquel, e deu: Não é necessário; de uma única
de ambas as escravas, 2e pôs as duas coisa necessito, meu senhor, que é a-
escravas e os seus filhos na frente; e char graça em tua presença. 10Voltou,
em segundo lugar Lia e os seus filhos; portanto, Esaú naquele dia para Seir,
e em último Raquel e José. 3E êle, pelo caminho por onde tinha vindo.
adiantando-se, prostrou-se sete vêzes 17E Jacó foi para Socot, onde, ten
por terra, até seu irmão se aproximar. do edificado uma casa, e levantado as
4Então, correndo Esaú ao encontro tendas, pôs àquele lugar o nome de
de seu irmão, o abraçou, e, apertando- Socot, isto é, tendas.
lhe o pescoço e beijando-o, chorou.
BEm seguida, levantando os olhos, viu Jacó em Salém
as mulheres e os seus filhos, e disse: 18E, depois que voltou da Mesopo-
Quem são êstes? porventura perten
cem-te? Respondeu: são os filhos que tãmia da Síria, passou para Salém,
Deus me deu a mim, teu servo. 6E, cidade dos Siquemitas, a qual está
aproximando-se as escravas e os seus na terra de Canaã; e habitou junto
filhos, inclinaram-se profundamente. da cidade. 19E comprou parte do cam
7Chegou também L ia com seus filhos, po, onde tinha levantado as tendas,
tendo-se inclinado do mesmo modo; aos filhos de Hemor, pai de Siquém,
em último lugar se inclinaram José por cem cordeiros. “ E, tendo levanta
e Raquel. 8E Esaú disse: Que signi do aí um altar, invocou sôbre êle o
ficam estas partidas, que encontrei? Deus fortíssimo de Israel.
Respondeu: (Enviei-as) para achar Rapto de Dina
graça diante do meu senhor. 9Esaú,
porém, disse: Tenho muitos bens, meu O I JOra Dina, filha de Lia, saiu
lrmão, guarda para ti o que é teu. * * para ver as mulheres daque
10E Jacó disse: Não procedas assim, te le país. 2E tendo-a visto Siquém, f i
peço; mas, se achei graça diante de lho de Hemor Heveu, príncipe daquela
teus olhos, recebe das minhas mãos terra, enamorou-se dela e raptou-a, e
esta pequena dádiva, porque eu vi a dormiu com ela, desflorando à fôrça
tua face, como se visse o rosto de a virgem. 3E a sua alma se prendeu
Deus; sê-me propício, aie aceita a a ela, e vendo-a triste, a acariciou com
bênção que eu te trouxe e que Deus meiguices. 4E, indo ter com seu pai
me deu, o qual dá todas as coisas. Hemor, disse: Toma esta donzela para
E, forçado pelo irmão, aceitou com minha mulher.
dificuldade, 12e disse: Caminhemos
juntamente, e eu serei companheiro Estratagem a dos irmãos de Dina
na tua viagem. 13E Jacó disse: Tu vês, 5Jacó, tendo ouvido isto enquanto
32. N ã o cornem o nervo doa anim ais correspondente ao que se secou em seu pai
Tacó, para recordarem êste acontecimento,
Cap. X X X I I I — 4. Esaú, vencido pela hum ilhação de Jacó, recebeu-o com manifestações
de afeto.
10-11. Porque eu vi, etc- H á aqui urna hipérbole. Jacó sòrnente queria dizer: A tua face
apareceu-me cheia de bondade. Ora, assim como aquêle que se apresenta a Deus bom e
misericordioso leva consigo dons p a ra lhe oferecer, assim eu me apresento a ti e te ofereço
êstes dons, pedindo que os aceites. — Aceita a bênção, isto é, êstes dons com os votos
de tôda a felicidade.
34 - 35 GÊNESIS 55
os filhes estavam ausentes e ocupados ra, e cultivem-na; sendo ela espaçosa
em apascentar os gados, não disse na e vasta, necessita de cultivadores; re
da enquanto não voltaram. °Mas, ten ceberemos por mulheres as suas fi
do Hemor, pai de Siquém, ido falar a lhas e dar-lhes-emos as nossas. 22Uma
Jacó, 7eis que os filhos dêste vinham só coisa faz dilatar tanto bem: é o
do campo; e, tendo sabido o que acon circuncidarmos os nossos varões, imi
tecera, iraram-se muito, porque (S i tando o rito desta gente. “ Com isto a
quém ) tinha feito uma ação vergo sua riqueza, e gados, e tudo o que
nhosa contra Israel e, violando a fi possuem, será nosso; sòmente condes-
lha de Jacó, tinha cometido uma ação cendamos nisto, e, habitando junta
ilícita. 8E Hemor falou-lhes assim: mente, formaremos um só povo.
A alma de meu filho Siquém afeiçoou- 24E assentiram todos, sendo circun-
se fortemente à vossa filha; dai-lha cidados todos os varões.
por mulher; 9e façamos matrimônios
reciprocamente; dai-nos as vossas f i Vmgrança dos irmãos de Dina
lhas, e recebei as nossas filhas, 10e 25É eis que, ao terceiro dia, quando
habitai conosco; a terra está ao vosso a dor das feridas é mais violenta, os
dispor, cultivai-a, negociai, e adquiri
possessões. dois filhos de Jacó, Simeão e Levi,
irmãos de Dina, empunhadas as es
nE Siquém também disse ao pai padas, entraram resolutamente na
e aos irmãos dela: Ache eu graça di cidade; e mortos todos os varões,
ante de vós, e darei tudo o que deter 26trucidaram igualmente Hemor e
minardes. 12Aumentai o dote, e pedi Siquém, tirando sua irmã Dina da
dádivas, e eu, de boa vontade, darei o casa de Siquém. 27E, tendo êstes
que pedirdes; sòmente me dai esta saído, os outros filhos de Jacó caí
donzela por mulher. 13Os filhos de ram impetuosamente sôbre os mortos,
Jacó, enfurecidos por causa do estu e assolaram a cidade em vingança
pro da irmã, responderam dolosamen- do estupro. “ Tomaram as suas ove
te a Siquém e a seu pai: 14Não pode lhas, e os rebanhos e os jumentos, e
mos fazer o que pedis, nem dar nossa devastaram tudo o que havia nas ca
irmã a um homem incircuncidado, sas e nos campos, 29e levaram cativos
porque isto é ilícito e abominável en os (seus) filhos e (as suas) mulheres.
tre nós. 15Mas poderemos fazer alian “ Praticado isto com tanta audácia,
ça, se quiserdes ser semelhantes a nós, disse Jacó a Simeão e Levi: Vós me a-
e se entre vós se circuncidar tudo o fligistes e me tornastes odioso aos Ca-
que fôr do sexo maculino. 16Então da naneus, e aos Ferezeus, habitantes
remos as nossas filhas, e receberemos dêste país; somos poucos; êles congre
reciprocamente as vossas; e habitare gados acometerão, e serei destruído
mos convosco, e seremos um só povo. eu e a minha casa. 81Êles responde
17Se, porém, não quiserdes circunci- ram: Porventura deviam êles abusar
dar-vos, levaremos nossa filha, e nos da nossa irmã como de uma prosti
retiraremos. tuta?
180 seu oferecimento agradou a Jacó em Betei
Hem or e a Siquém, seu filho. 10O jo
vem não demorou em executar logo o OC e n tre ta n to disse Deus a Ja-
que lhe era exigido, porque amava ex ** ** có: levanta-te, e vai para Be
tremamente a donzela, e êle mesmo tei e fica aí, e erige um altar ao
era muito respeitado em tôda a casa Deus que te apareceu quando fugias
de seu pai. ME, tendo entrado a por de Esaú, teu irmão. 2E Jacó, convo
ta da cidade, disseram A o povo: 21Ês- cada tôda a sua família, disse: Lançai
tes homens são pacíficos e querem fora os deuses estranhos que estão no
habitar conosco; negociem nesta ter meio de vós, e purificai-vos, e mudai
Cap. X X X IV — 12. O dote. N o hebraico rnofiar, indica a soma que o noivo devia p a g a r
ao pai da espôsa.
25-29 Todos os intérpretes condenam a vingança dos filhos de Jacó. “Pecaram , diz
M artini, por mentira, perfídia, injustiça, sacrilégio, © vingança b á rb a ra e d e su m a n a ...
Pelo pecado dum só trucidaram muitas pessoas, e, para realizarem o seu horrível intento,
abu saram dum rito sagrado e religioso''.
56 GENESIS 35 - 36
os vossos vestidos. 3Levantai-vòs, e a parteira: Não temas, porque ainda
subamos para Betei, para erigirmos aí terás êste filho. 18E, estando prestes a
um altar a Deus, que me ouviu no render o espírito sob a violência da
dia da minha tribulação,. e me acom dor, e estando iminente a morte, pôs
panhou na minha jornada. “Deram- ao seu filho o nome de Benoni, isto é,
lhe, portanto, todos os deuses estra filho da minha dor; o pai, porém, cha
nhos que tinham, e as arrecadas que mou-o Benjamin, isto é, filho da mão
tinham nas orelhas; e êle enterrou es direita.
tas coisas debaixo de um terebinto, Morte e sepultura de Raquel
que está por detrás da cidade de Si-
quém. 5E, tendo êles partido, o ter 19Morreu, pois, Raquel, e foi sepul
ror de Deus inyadiu tôdas as cidades tada na estrada que conduz a Efrata,
circunvizinhas, e não se atreveram a a qual é Belém. 2ÜE Jacó levantou um
perseguir os que se retiravam. °Che- monumento sôbre o seu sepulcro; ês
gou, portanto, Jacó, com tôda a sua te é o monumento do sepulcro de
gente, a Luza, por apelido Betei, a Raquel, até ao dia de hoje.
qual está (situada) na terra de Canaã. Pecado de Ruben e enumeração dos
7E edificou aí um altar e pôs àquele filhos de Jacó
lugar o nome de Casa de Deus; por
que ali lhe apareceu Deus, quando fu 21E saindo dali, levantou a sua ten
gia de seu irmão. 8No mesmo tempo da da outra parte da tôrre do reba
morreu Débora, ama de Rebeca: e foi nho. 22E enquanto habitava naquela
ali sepultada debaixo de um carvalho região, foi Ruben, e dormiu com Ba
ao pé de Betei; e aquele lugar foi la, mulher secundária de seu pai, e
chamado o Carvalho do pranto. êste não o ignorou.
°E Deus apareceu novamente a Ja Ora os filhos de Jacó eram doze.
có, depois que voltou da Mesopotãmia 23Filhos de Lia: Ruben, o primogê
da Síria, e o abençoou, 10dizendo: nito, e Simeão, e Levi, e Judá, e Issa-
Não te chamarás mais Jacó, mas teu car, e Zabulão. ?4Filhos de Raquel:
nome será Israel. E chamou-o Israel; José e Benjamim. 25Filhos de Bala, es
17e disse-lhe: Eu sou o Deus onipo crava de Raquel: Dan e Neftali. “ F i
tente; cresce e multiplica-te; nações e lhos de Zelfa, escrava de Lia: Gad e
multidões de povos nascerão de ti, de Aser; êstes são os filhos de Jacó, que
ti procederão reis: 12Dar-te-ei a ti e à lhe nasceram na Mesopotãmia da Síria.
tua posteridade depois de ti a terra Morte de Isac
que dei à Abraão, e a Isac. 13E Deus
afastou-se dêle. 14E êle levantou um 27Jacó foi depois ter com seu pai
padrão de pedra *no lugar em que Isac a Mambré, à cidade de Arbéia,
Deus lhe tinha falado, fazendo sôbre que é Hebron, na qual Abraão e Isaac
êle libações, e derramando óleo. 15E viveram como peregrinos. 28E todos
pôs àquele lugar o nome de Betei. os dias de Isac foram cento e oiten
ta anos. ^E, exausto (de forças) pela
Nascimento de Benjamim idade, morreu; e uniu-se ao seu po
vo, velho e cheio de dias; e Esaú e
16Partindo dali, chegou, no tempo Jacó, seus filhos, sepultaram-no.
da primavera, a um lugar junto da
Mulheres de Esaú
estrada que conduz a Efrata, onde
Raquel, tendo as dores do parto, 17e OC 1Esta é a descendência de
sendo o parto difícil, começou a es Esaú, chamado também Edom.
tar em perigo (de vida). E disse-lhe 2Esaú tomou (as suas) mulheres
Cap. X X X V — 4. Arrecadas, isto é, amuletos que tinham esculpidos sinais ou imagens
idolátricas.
18. A mão direita era símbolo da felicidade e da fôrça, e Jacó, depois da morte de
Raquel, dando ao seu filho o nome de Benjamim, queria significar que suportou com
resignação a morte de sua mulher, e que esperava que Benjam im fôsse são e robusto.
21. Tôrre do rebanho, assim chamada, porque era nela que os pastôres, por turno
durante a noite, guardavam os rebanhos.
22. P o r causa do seu grande pecado, Ruben foi privado do direito de primogenitura
(X L IX , 4).
36 GÊNESIS 57
entre as filhas de Canaã: Ada, fi lha de Ana, mulher de Esaú. 19Êstes
lha de Elon Heteu, e Oolibama, filha são os filhos de Esaú, isto é, de E-
de Ana, filha de Sebeon Heveu; *( to dom; e êstes os seus chefes.
m ou) também Basemat, filha de Is ^Êstes são os filhos de Seir Hor-
mael, irmã de Nabajot. reu, que habitavam aquela terra: L o
tam e Sobal, e Sebeon, e Ana, 21e
Filhos e descendentes de Esaú Dison, e Eser, e Disan; êstes os chefes
4Ada deu à luz Elifás; Basemat ge Horreus, filhos de Seir, na terra de
rou Rauel; 5Oolibama gerou Jeus e Edom. 22Os filhos de Lotan foram:
Jelão e Coré. Êstes são os filhos de Hori e Hemon; e Tamna era irmã de
Esaú, que lhe nasceram na terra Lotan. “ E êstes (fora m ) os filhos
de Canaã. 6Depois Esaú tomou suas de Sobal: Alvan e Manaat, Ebal, e Se
mulheres e filhos e filhas, e tôda a fo e Onam. 24E êstes os filhos de
gente da sua casa, e possessões, e Sebeon: Aía e Ana. Êste Ana é o que
gados, e tudo o que tinha na terra achou umas águas quentes n,o deserto,
de Canaã, e foi para outro país, enquanto apascentava os jumentos de
e apartou-se do seu irmão Jacô. 7Por- seu pai Sebeon; 25e teve um filho
que eram muito ricos, e não podiam (chamado) Dison, e uma filha (cha
habitar juntamente; nem os podia mada) Oolibama. 26E êstes (sao) os
sustentar a terra em que eram pe filhos de Dison: Hamdan, e Eseban,
regrinos, por causa da multidão dos e Jetrão, e Charão. 27Do mesmo modo
rebanhos. 8E Esaú, por outro nome êstes (são) os filhos de Eser: Balaão,
Edom, habitou sôbre o monte de Seir. e Zavan, e Acan. 28Disan teve êstes
9Ora êstes são os descendentes de filhos: Hus, e Arão. “ Êstes são os
Esaú, pai dos Idumeus, no monte chefes dos Horreus: o chefe Lotan, o
Seir, 10e êstes os nomes de seus f i chefe Sobal, o chefe Sebeon, o chefe
lhos: Elifás, filho de Ada, mulher de Ana, 30o chefe Dison, o chefe Eser,
Esaú; e Rauel, filho de Basemat, mu o chefe Disan; êstes os chefes dos
lher de Esaú. 11E os filhos de Elifás Horreus, que governaram na terra de
foram: Teman, Ornar, Sefo, e Gatam, Seir.
e Cenez. 12E Tamna era mulher se 31Os reis, porém, que reinaram na
cundária de Elifás, filho de Esaú; e terra de Edom, antes que os filhos de
ela deu-lhes à luz Amalec. Êstes são os Israel tivessem rei, foram êstes: 32Be-
filhos de Ada, mulher de Esaú. iaOs la, filho de Beor, e o nome da sua
filhos de Rauel foram: Nabat e Zara, cidade (fo i) Denaba. 33Morreu, po
Sarna e Meza. Êstes foram os filhos rém, Bela, e reinou em seu lugar Jo-
de Basemat, mulher de Esaú. 14E ês bab, filho de Zara de Bosra. 34E, tendo
tes foram os filhos de Oolibama, filha falecido Jobab, reinou em seu lugar
de Ana, filha de Sebeon, mulher de Husão, da terra dos Temanitas. ^Mor
Esaú. E gerou a Esaú: Jeus, Jelão e to também êste, reinou em seu lugar
Coré. 15Êstes são os chefes (das t r i Adad, filho de Badad, o qual derrotou
bos oriundas) dos filhos de Esaú: f i os Madianitas no país de Moab; e o
lhos de Elifás, primogênito de Esaú: nome de sua cidade era Avit. ®°E,
o chefe Temán, o chefe Ornar, o chefe tendo falecido Adad, reinou em seu
Sefo, o chefe Cenez, 16o chefe Coré, o lugar Semla de Masreca. 37Morto ês-
chefe Gatam, o chefe Amalec. Êstes te, também reinou em seu lugar Saul
( sao) os filhos de Elifás, na terra de de Roobot, que está perto do rio. 38E,
Edom, e êstes os filhos de Ada. "Ê s tendo êste também falecido, suce
tes (são) também os filhos de Rauel, deu no reino Balanan, filho de Aco-
filho de Esaú: o chefe Naat, o chefe bor. 39Morto também êste, reinou em
Zara, o chefe Sama, o chefe Meza; ês seu lugar Adar; e o nome da sua
tes (são) os chefes (descendentes) de cidade era Fau; e sua mulher cha
Rauel, na terra de Edom; êstes (são) mava-se Meetabel, filha de Matred,
os filhos de Basemat, mulher de Ésaú. (que era) filha de Mezaab. "Êstes
18E êstes são os filhos de Oolibama, são, pois, os nomes dos chefes que
mulher de Esaú: o chefe Jeus, o che procederam de Esaú, segundo suas es
fe Jelão, o chefe Coré; êstes os che tirpes e seus lugares, e seus nomes:
fes que procederam de Oolibama, fi o chefe Tamna, o chefe Alva, o chefe
58 GENESIS 36 - 37
Jetet, 41o chefe Oolibama, o chefe Ela, em Siquém apascentando os rebanhos
o chefe Finon, 42o chefe Cenez, o che do pai, 13Israel disse-lhe: Teus ir
fe Teman, o chefe Mabsar, 43o chefe mãos apascentam as ovelhas em Si-
Magdiel, o chefe Hirão; êstes (são) quém; vem, onviar-te-ei a êles. E, res
os chefes de Edom, que habitaram pondendo êle, 14estou pronto, (Jacó)
na terra do seu império, êste é o disse-lhe: Vai, e vê se tudo corre bem
mesmo Esaú, pai dos Idumeus. a teus irmãos e aos rebanhos; e tra-
ze-me notícias do que se passa. (Sen
Ciúme dos irmãos de José do) mandado do vale de Hebron, (J o
07 habitou, pois, Jacó na ter- sé) chegou a Siquém; 15e, andando
1 ra de Canaã, na qual seu errante pelo campo, um homem en
pai tinha vivido como peregrino. 2E controu-o e perguntou-lhe que procu
esta é a sua posteridade: José, ainda rava. 16Êle respondeu: Procuro meus
jovem, tendo dezesseis anos, apascen irmãos, indica me onde apascentam os
tava o rebanho com seus irmãos; e rebanhos. 17E o homem disse-lhe:
acompanhava com os filhos de Bala Retiraram-se dêste lugar; e ouvi-lhes
e de Zelfa, mulheres de seu pai; e dizer: Vamos para Dotain. Partiu,
acusou seus irmãos perante seu pai pois, José atrás de seus irmãos, e en
de um crime detestável. 3Ora Israel controu-os em Dotain. 18Êles, porém,
amava José mais que todos os seus tendo-o visto ao longe, antes que se
aproximasse, resolveram matá-lo. 19E
(outros) filhos, porque o gerara na diziam entre si: Eis aí vem o so
velhice; e fêz-lhe uma túnica de vá nhador; 20vinde, matemo-lo, e lan
rias côres. 4Vendo, pois, seus irmãos cemo-lo em uma cisterna velha; e di
que era amado pelo pai mais que to remos: Uma fera cruel o devorou; e
dos os (outros) filhos, odiavam-no, e então se verá de que lhe aproveitam
não lhe podiam falar com bom modo. os seus sonhos. ^Ruben, porém, ou
5Sucedeu também que êle referiu a vindo isto, esforçava-se por o livrar
seus irmãos um sonho que tivera; o das suas mãos, e dizia: 22Não lhe
que foi causa de maior ódio. °E dis tireis a vida, nem lhe derrameis o
se-lhes: Ouvi o sonho que eu tive: sangue, mas lançai-o nesta cisterna,
7Parecia-me que atávamos no campo
os feixes, e que o meu feixe como que está no deserto, e conservai puras
que se erguia, e estava direito, e as vossas mãos. Ora, dizia isto porque
ue os vossos feixes, estando em ro- queria livrá-lo das suas mãos, e res-
a, se prostravam diante do meu fei tituí-lo a seu pai. “ Logo, pois, que
xe. 8Responderam seus irmãos: Por (José) chegou junto de seus irmãos,
ventura serás nosso rei? ou seremos despiram-no da túnica talar de várias
sujeitos ao teu domínio? Êstes sonhos, côres, 24e lançaram-no na cisterna
pois, e estas conversas acenderam velha, que não tinha água.
mais a inveja e o ódio. 9Teve ainda José vendido e levado para o Egito
outro sonho, o qual referiu a seus ir
mãos, dizendo: V i em sonhos que o ^E, sentando-se para comer pão, v i
sol e a lua, e onze estréias como que ram uns viajantes Ismaelitas, que v i
me adoravam. 10Ora, tendo êle contado nham de Galaad, e os seus camelos
isto a seu pai e aos irmãos, seu pai carregados de aromas, e resina, e mir-
repreendeu-o, e disse: Que quer dizer ra, para o Egito.
êste sonho que tiveste? Porventura 26E Judá, então, disse aos seus ir
eu e tua mãe, e teus irmãos te ado mãos: De que nos aproveita matar o
raremos, prostrados por terra? “ Seus nosso irmão, e ocultar a sua morte?
irmãos, portanto, tinham-lhe inveja; 27É melhor que se venda aos Ismae
porém, o pai meditava a coisa em si litas, e que se não manchem as nos
lêncio. sas mãos: porque é nosso irmão e nos
José mandado a Dotain sa carne. Concordaram os irmãos com
o que êle dizia. 2hE, quando passa
“ E, como seus irmãos estivessem ram os negociantes Madianitas, tira-
Cap. X X X V II —* 4. o d ia v a m -n o ... P a ra evitar êstes grandes inconvenientes os pais
devem am ar igualmente os seus filhos, não tendo preferências.
37 - 38 GENESIS 59
ram-no da cisterna, e venderam-no Onan, seu filho: Desposa-te com a
por vinte dinheiros de prata aos Is- mulher de teu irmão, e vive com ela,
maelitas; e êstes levaram-no para o para suscitares descendência a teu ir
Egito. ^E, tendo voltado Ruben à cis mão. 9Êle, porém, sabendo que os
terna, não encontrou o menino. 30E, filhos que nascessem não seriam seus,
rasgados os vestidos, indo ter com seus quando se juntava com a mulher de
irmãos, disse: O menino não aparece, seu irmão, impedia que ela concebes
e eu para onde irei? 31*T omaram en se, a fim de que não nascessem filhos
tão a sua túnica, e tingiram-na no em nome de seu irmão. 10E, por isso,
sangue de um cabrito, que mataram; o Senhor o feriu de morte, porque fa
32e mandaram-na levar ao pai, e di zia uma coisa detestável. “ Pelo que
zer-lhe: Encontramos esta túnica; vê Judá disse a Tamar, sua nora: Con-
se é a túnica de teu filho, ou não. serva-te viúva em casa de teu pai até
33E o pai, tendo-a reconhecido, dis que cresça Sela, meu filho; porque
se: A túnica é de meu filho, uma cruel temia que êle também morresse, como
fera o comeu, uma bêsta devorou Jo seus irmãos. Ela re.tirou-se, e habitou
sé. 34E, rasgados os vestidos, cobriu- em casa de seu pai.
se de cilício, chorando seu filho por
muito tempo. 35E, tendo-se juntado Filhos de Judá nascidos de Tam ar
todos os seus filhos para suavizarem
a dor do pai, êle não quis admitir con 12E, passados muitos dias, morreu
solação, mas disse: Chorando, desce a filha de Sue, mulher de Judá, o qual
rei para meu filho ao inferno. E, en depois de a ter chorado e de se ter
quanto êle perseverava no pranto, consolado, foi a Tamnas ter com os
30os Madianitas venderam José no E gi tosquiadores das suas ovelhas, junta
to a Putifar, eunuco de Faraó, gene mente com Hiras Odolamita, pastor
ral dos exértxtos. dos rebanhos. 13E foi noticiado a
Tam ar que seu sogro ia a Tamnas pa
Casamento e filhos de Judã ra tosquiar as ovelhas. “ Então ela,
depondo os vestidos de viúva, tomou
90 1N o mesmo tempo, apartando-se um véu e, disfarçada sentou-se na en
00 Judá de seus irmãos, foi pou cruzilhada do caminho, que conduz a
sar à casa de um homem Odolami- Tamnas; porque (via que) Sela tinha
ta, chamado Hirão. 2E viu ali a crescido, e não lho tinham dado por
filha de um homem Cananeu, chama marido. 15E Judá, tendo-a visto, ju l
do Sue; e, recebendo-a por mulher, v i gou que era meretriz; porque tinha
veu com ela. 3E ela concebeu, e deu coberto o seu rosto para não ser re
à luz um filho, e pôs-lhe o nome de conhecida. 10E, chegando-se a ela,
Her. 4E, concebendo outra vez, pôs disse: Deixa que me junte contigo;
ao filho nascido o nome de Onan. porque ignorava que fôsse sua nora.
5Deu à luz ainda um terceiro filho, E, tendo ela respondido: Que me da
a quem chamou Sela; e, nascido êste, rás para gozares de mim? 17Êle disse:
cessou de dar à luz. 6E Judá deu Mandar-te-ei um cabrito dos (meus)
uma mulher, chamada Tamar, ao seu rebanhos. Ela replicou: Consentirei
primogênito Her. 7Mas Her, primo no que queres, contanto que me dês
gênito de Judá, foi um homem mau um penhor, até que mandes o que pro
na presença do Senhor; e (o Senhor) metes. 18Judá disse: Que queres tu
o fêz morrer. “Disse, pois, Judá a que te dê por penhor? Respondeu: O
30. E eu para onde ireít Eu que, como primogênito, devia velar por meu irm ão José,
como terei coragem de aparecer diante de meu pai?
35. A o inferno, isto ê, ao limbo, onde as alm as dos justos estavam esperando a vinda
de Jesus Cristo.
Cap. X X X V I I I — 8-9. Desposa-te. .. Esta ordem de Judá mostra que já neste tempo
existia o costume, que mais tarde se converteu em lei (Deut., X X V , 5), em virtude do qual,
para impedir a extinção completa da fam ília, quando um homem casado m orria sem filhos,
seu irmão ou parente mais próximo devia desposar a viúva. O primogênito dêste segundo
casamento era considerado como filho do falecido, e herdava seus bens. Onan, porém, de
sejava tõda a herança; daí o horrível pecado que cometeu e que depois tomou o seu nome.
13-19. O procedimento de Judá e de T am ar foi gravemente pecaminoso, embora alguns
60 GENESIS 38 - 39
teu anel e o bracelete, e o cajado que vidiu o muro por causa de ti? E por
tens na mão. A mulher, pois, conce êste motivo pôs-lhe o nome de Farés.
beu com um só ajuntamento, 19e, 30Depois saiu seu irmão, em cuja mão
levantando-se, retirou-se; e, deposto o estava o fio vermelho; e chamou-o
traje, que havia tomado, vestiu-se com Zara.
os vestidos de viúva.
"Ora, Judá mandou o cabrito pelo José superintendente da casa de Putifar
seu pastor Odolamita, para receber o 9 0 Mosé foi, pois, conduzido ao
penhor que tinha dado à mulher; mas Egito, e Putifar Egípcio, eu-
êle, não a tendo encontrado, “ per nuco de Faraó, e general do exército,
guntou aos habitantes daquele lugar: comprou-o aos Ismaelitas, que o ti
Onde está aquela mulher que estava nham levado. 2E o Senhor era com
sentada na encruzilhada? Responde êle, e tudo o que fazia lhe sucedia
ram-lhe todos: Neste lugar não esteve pròsperamente; e habitava em casa do
meretriz alguma. “ Voltou para Judá, seu senhor, 3o qual conhecia muito
e disse-lhe: Não a encontrei; e, além bem que o Senhor era com êle, e pros
disso, os homens daquele lugar disse- perava em suas mãos tudo o que fa
ram-me que nunca ali estivera senta zia. 4E José achou graça diante do
da meretriz alguma. 23Judá disse: seu senhor, e servia-o; e tendo rece
Guarde ela (o penhor que lhe dei), ao bido dêle a superintendência de tôdas
menos não pode acusar-me de men- as coisas, governava a casa que lhe
ra; mandei o cabrito que tinha pro- tinha sido confiada, e tudo o que lhe
metido, e tu não a encontraste. 24Mas, fôra entregue. 5E o Senhor abençoou
três meses depois, foram dizer a Ju- a casa do Egípcio, por causa de José
dá: Tamar tua nora, fornicou, e vê- e multiplicou todos os seus bens, tan
se que está grávida. E Judá disse: T i to em casa como no campo. °E (P u
rai-a para fora para ser queimada. tifa r) não tinha outro cuidado, que
“ E, enquanto era conduzida ao suplí pôr-se à mesa a comer. Ora José era
cio, mandou dizer a seu sog ro: Eu de rosto formoso e aspecto gentil.
concebi do varão de quem são estas
coisas; vê de quem é o anel e o brace Castidade de José
lete, e o caiado. *E êle, reconhecidas
as dádivas, disse: Ela é mais justa do 7Pelo que, passados muitos dias,
que eu, pois que a não entreguei a lançou sua senhora seus olhos sobre
meu filho Sela. Êle todavia, não a José, e disse: Dorme comigo. 8Mas
conheceu mais. 27Mas, quando esta êle, não consentindo de modo algum
va para dar à luz, apareceram dois na execrável ação, disse-lhe: Eis que
gêmeos no ventre: e, na saída dos me o meu senhor, tendo entregue tudo
ninos, um deitou fora a mão, na qual nas minhas mãos, ignora o que tem
a parteira atou um fio vermelho, di em sua casa; 9e não há coisa alguma
zendo: 28Êste sairá primeiro. 29Porém, que não esteja em meu poder, ou que
reconhecendo êle a mão, saiu o ou me não tenha confiado exceto tu,
tro; e a mulher disse: P or que se di que és sua mulher. Como, pois, pos-
Santos Padres procurem diminuir a culpa de Tam ar, afirm ando que' ela procedera assim,
levada por um grande desejo de pertencer à fam ília que tinha recebido as promessas
divinas.
24. Para ser queimada. N o oriente as faltas das mulheres contra os bons costumes
foram sempre severamente punidas. T am ar estava noiva de Sela, e por isso foi conde
nada por Judã, que tinha direito de o fazer como chefe de fam ilia.
26. É mais justa, isto é, procedeu comigo com menor injustiça do que eu com ela,
nâo lhe dando o meu filho Rela. Deve, todavia, dizer-se que, se diante de Judá a culpa
de T am ar foi menor, n&o o foi diante de Deus. Judá, não a tendo conhecido, pecou só
por fornicação, enquanto que ela, além disso, pecou por incesto e por adultério.
27. Deitou a mão de fora. E ra êste o primogênito, e por isso a parteira quis constatar
o fato, ligando a mfto do menino com um fio vermelho.
29. P or que se dividiu. .. por que se rompeu a m em brana em que estavas envolvido,
a fim de que saísses primeiro, tirando dêste modo a primogenitura a teu irmfto?
Cap. X X X IX — 9-10. A adm irável resposta de José mostra que êle não queria ofender
nem o seu senhor nem o seu Deus.
39 - 40 GÊNESIS 61
so eu cometer esta maldade, e pe 4E o guarda do cárcere entregou-os
car contra o meu Deus? 10Com seme a José que também os servia. Tinha
lhantes palavras todos os dias era a decorrido algum tempo, desde que ê-
mulher molesta ao jovem ; e êle recu les estavam encarcerados na prisão.
sava pecar. nMas aconteceu que, u.m 5E ambos, numa mesma noite, tiveram
dia, entrou José em casa, e fazia uma um sonho, que por sua interpretação
certa obra, sem que ninguém o visse; se referia a êles. °E, tendo ido José
12e ela, segurando-o pela orla do seu junto dêles pela manhã, e vendo-os
vestido, disse-lhe: Dorme comigo. Mas tristes, 7interrogou-os, dizendo: Por
êle, deixando a capa na sua mão fu que razão está hoje o vosso semblante
giu e saiu para fora. 13E a mulher, mais triste que o costumado? 8E êles
vendo a capa nas suas mãos, e (ven- responderam: Tivemos um sonho, e
do) que era desprezada, 14chamou a não há quem no-lo interprete. E José
si a gente da casa, e disse-lhes: Vêde, disse-lhes: Porventura não pertence a
trouxe-nos êste homem Hebreu para Deus a interpretação? Contai-me o
zombar de nós. Veio ter comigo para que vistes. fO copeiro-mór foi o pri
me seduzir; e, tendo eu gritado, “êle, meiro que contou o seu sonho: Eu via
ao ouvir a minha voz, deixou a ca diante de mim uma cepa, 10na qual
pa em que eu pegava, e fugiu para havia três varas, crescer pouco a pou
fora. 16Em prova da sua fidelidade co em gomos, e, depois, das flores, a-
mostrou ao marido, quando êle vol madurecerem as uvas; ne (eu tinha)
tou para casa, a capa com que tinha a taça de Faraó na minha mão; e to
ficado, ne disse*: Aquêle servo H e mei as uvas, e espremi-as na taça,
breu, que trouxeste, veio ter comigo ‘ que tinha na mão, e apresentei de be
para fazer zombaria de mim; t8e, ber a Faraó. 12José respondeu: A in
ouvindo que eu gritava, deixou a capa terpretação do sonho é esta: As três
em que eu pegava, e fugiu para fora. varas são três dias ainda (que aqui
19Ao ouvir isto, o senhor, demasiado estarás), 13depois dos quais se lem
crédulo nas palavras da mulher, irou- brará Faraó dos teus serviços, e te
se em extremo; 20e lançou José no restituirá ao antigo cargo; e tu lhe a-
cárcere, onde estavam detidos os pre presentarás a taça conforme o teu o-
sos do rei, e êle foi aí encarcerado. fício, como costumavas fazer antes.
mO Senhor, porém, foi com José e, 14Sòmente lembra-te de mim, e usa
compadecido dêle, fê-lo encontrar gra para comigo de compaixão, quando
ça diante do governador da prisão, fores feliz, e solicita a Faraó que me
“ o qual confiou à sua vigilância todos tire dêste cárcere, 15porque, por frau
os presos que estavam no cárcere; e de, fui tirado da terra dos Hebreus,
tudo o que se fazia, era feito por sua e, estando inocente, fui lançado nes
ordem. 23Nem (o governador) tomava ta fossa.
conhecimento de coisa alguma, depois 10Vendo o padeiro-mor que (José)
que lhe confiou tudo; porque o Se tinha interpretado sàbiamente o so
nhor era com êle, e fazia prosperar nho, disse: Também eu tive um so
tôdas as suas obras. nho: (Parecia-m e) ter três cestos de
farinha sôbre a minha cabeça, 17e
José interpreta o sonho dos prisioneiros que, no cesto que estava mais alto,
levava todos os manjares, que a arte
4 A 'Depois disto, aconteceu que dois de padeiro pode preparar, e que as
eunucos. o copeiro do rei do aves comiam dêle. 18José respondeu:
Egito e o padeiro, pecaram contra A interpretação do sonho é esta: Os
o seu senhor: 2E Faraó, irado contra três cestos são três dias ainda (que te
êles (porque um presidia aos copeiros, restam), 19depois dos quais Fàraó
outro aos padeiros), -3mandou-os me mandará tirar-te a cabeça, e te sus
ter no cárcere do general do exército penderá em uma fôrca e as aves de
no qual estava também prêso José. vorarão as tuas carnes.
11. Entrou em casa, etc. O hebraico diz: Entrou em casa para fazer o seu serviço,
sem que lá estivesse nenhuma das pessoas de casa.
12. Fugiu. “Aprende também tu, diz Santo Agostinho, a fu gir dos perigos da impureza,’
se queres obter a palm a da castidade”.
62 GÊNESIS 40 - 41
20(C om e feito) três dias depois, era pendurado em uma fôrca. 14Imedia-
O dia do nascimento de Faraó, o qual, tamente José foi tirado do cárcere por
dando um grande banquete aos seus mandado do rei; barbearam-no, mu
criados, se lembrou à mesa do copei- daram-lhe os vestidos, e apresentaram-
ro-m ór e do padeiro-mór. 21E restituiu lho. 15E êste disse-lhe: T ive uns so
um ao seu lugar, para lhe ministrar nhos, e não há quem os interprete;
a taça; 22e mandou suspender o outro ouvi dizer que tu sabes explicá-los sa-
num patíbulo, pelo que foi compro pientissimamente. 16José respondeu:
vad a a verdade do intérprete. 23E, Sem mim Deus responderá favorável-
não obstante sucederem-lhe próspera- mente a Faraó. 17Faraó, pois, contou
m en te as coisas, o copeiro-mór es o que tinha visto: Parecia-me estar
queceu-se do seu intérprete. sôbre a margem do rio, 18e que saíam
do rio sete vacas, em extremo form o
Sonhos de Faraó sas, e muito gordas, as quais pasta
A ] ^ o is anos depois, Faraó teve vam a erva verde nos lugares palus-
tres. 19E eis que, atrás destas, vi
um sonho. Parecia-lhe que es nham outras sete vacas tão disformes
ta v a na margem do rio, 2do qual saíam e magras, que nunca as vi semelhan
sete vacas, muito formosas e gordas, tes na terra do Egito; ^as quais, de
as quais pastavam nos lugares pa- voradas e consumidas as primeiras,
lustres. 3Saíam também outras sete 21não deram nenhum sinal de ficar
do rio, desfiguradas e consumidas fartas; mas ficaram tão macilentas e
de magreza, as quais pastavam na feias como dantes. Acordei, fui nova-
m esm a margem do rio, em lugares mente oprimido pelo sono, 22e tive
cheios de erva; 4e (estas) devoravam êste sonho: Sete espigas saíam do
aquelas que eram belas de aspecto e mesmo caule cheias (de grãos) e fo r
gordas de corpo. Tendo Faraó desper mosas. 23E outras sete delgadas e
tado, 5adormeceu novamente, e teve queimadas do suão, nasciam doutro
Outro sonho: Sete espigas saíam do caule, 24as quais devoravam as pri
mesmo caule, cheias de grãos e form o meiras, que eram tão belas. R eferi aos
sas; 6e nasciam também outras tan adivinhos o sonho, e não há quem o
tas espigas delgadas e queimadas do explique. 25José respondeu: O sonho
suão, 7as quais devoravam tôdas as do rei reduz-se a um só: Deus mos
primeiras que eram tão belas. Desper trou a Faraó o que está para fazer.
tando Faraó do sono, 8e tendo ama
nhecido, cheio de pavor, mandou cha Explicação do sonho
m ar todos os adivinhos do Egito, e
todos os sábios; e, estando reunidos, 26As sete vacas formosas, e as sete
contou-lhes o sonho e não havia quem espigas cheias (de grã o), são sete a-
lho explicasse. nos de abundância; e no sonho têm a
José interpreta os sonhos de Faraó mesma significação. S7As sete vacas
magras e macilentas, que subiram (do
9Então, finalmente, lembrando-se rio ) após as primeiras, e as sete espi
o copeiro-mór (de José), disse: Con gas delgadas e queimadas do suão, são
fesso a minha falta: 10Tendo-se o sete anos de fome que estão para vir.
rei irado contra os seus servos, man 2SE isto cumprir-se-á por esta ordem.
dou que eu e o padeiro-mór fôssemos 29Eis que virão sete anos de grande
metidos no cárcere do general do e- fertilidade por tôda a terra do Egito;
xército; ne aí, uma noite, ambos nós 30depois dos quais seguirão outros se
tivemos um sonho que pressagiava o te anos de tanta esterilidade, que se
futuro. 12Achava-se lá um jovem He- rá esquecida tôda a abundância pas
breu, servo do mesmo general do exér sada; porque a fome há de consumir
cito; e, tendo-lhe nós referido os so tôda a terra, 31e a grandeza da penú
nhos, 13ouvimos tudo o que depois ria há de absorver a grandeza da a-
os fatos comprovaram; porque eu fui bundância. 32E, quanto ao segundo so
restituído ao meu ofício, e o outro foi nho que tiveste, que se refere à mes-
Cap. X L I — 16. Sem mim. .. O hebreu diz: Não sou eu, é Deus que dará uma resposta...
25. o sonho do rei. .. isto é, os dois sonhos têm sòmente um a significação.
41 - 42 GENESIS 63
ma coisa, é um sinal certo de que se anos e, atado o trigo aos molhos, foi
há de executar a palavra de Deus, e recolhido nos celeiros do Egito. “ Re-
prontamente se cumprirá. “ Agora, colheu-se também em cada uma das
pois, escolha o rei um homem sábio cidades tôda a abundância de frutos.
e ativo, a quem dê autoridade sôbre 49E foi tanta a abundância do trigo,
a terra do Egito; 34e êste (hom em ) que igualava a areia do mar, e a
estabeleça superintendentes por tôdas quantidade excedia tôda a medida.
as províncias; e a quinta parte dos 60Nasceram a José dois filhos antes de
frutos nos sete anos de fertilidade, chegar a fome, os quais lhe foram da
“ que já estão para começar, seja reco dos à luz por Asenet, filha de Putifar,
lhida nos celeiros; e guarde-se todo o sacerdote de Heliópolis. 51E ao primo
trigo debaixo do poder de Faraó, e gênito pôs o nome de Manassés, di
conserve-se nas cidades. S6E tenha-se zendo: Deus me fêz esnuecer todos
preparado para a futura fome dos os meus trabalhos, e da casa de meu
sete anos, que há de oprimir o E gi pai. 52Ao segundo pôs o nome de E-
to; e assim o país não será consumi fraim, dizendo: Deus me fêz crescer,
do pela fome. na terra da minha pobreza. “ Pas
sados, pois, os sete anos da abundân
José nomeado superintendente do Egito cia, que houve no Egito, “ começaram
a vir os sete anos de carestia, que
37Agradou o conselho a Faraó e a José prognosticara; e, em todo o mun
todos os seus ministros; “ e disse- do, se fêz sentir a fome; porém em
lhe: Poderemos nós encontrar um ho tôda a terra do Egito havia ção. 54 55*E,
mem como êste, que esteja (tã o) quando também o Egito sentiu a fo
cheio de espírito de Deus? “ Disse, me, o povo clamou a Faraó, pedindo
pois, a José: Visto que Deus te mani sustento. E êle respondeu-lhes: Ide a
festou tudo o que disseste, poderei eu José, e fazei tudo o que êle vos dis
encontrar alguém mais sábio e seme ser. “ Ora a fome crescia todos os dias
lhante a ti? -“Tu governarás a minha em tôda a terra; e José abriu todos
casa, e, ao mando de tua voz obedece os celeiros, e vendia aos Egípcios;
rá todo o povo; eu não terei sobre ti porque também a êles oprimia a fo
outra precedência além do trono. 41E me. 57E tôdas as províncias vinham
Faraó disse mais a José: Eis que te ao Egito, para comprar de comer, e
dou autoridade sobre toda a terra do procurar alívio ao mal da carestia.
Egito. 42E tirou o anel da sua mão,
e meteu-o na mão dêle; e vestiu-lhe
um vestido de linho fino, e pôs-lhe ao Jacó manda seus filhos ao Egito
pescoço um colar de ouro. 43E fê-lo
subir para o seu segundo côche, cla A O JOra Jacó, tendo ouvido dizer
mando o pregoeiro que todos ajoe ’ ■ que no Egito se vendia de
lhassem diante dêle, e soubessem que comer, disse a seus filhos: P or que
era o superintendente de toda a terra estais a olhar uns para os outros?
do Egito. 44Disse também o rei a José: 2Ouvi dizer que no Egito se vendia
Eu sou Faraó; sem teu mando nin trigo; ide, e comprai-nos o necessário,
guém moverá mão ou pé em tôda a para que possamos viver, e não seja
terra do Egito. "E mudou-lhe o nome, mos consumidos pela fome. 3Os dez
e chamou-o na língua egípcia Sal irmãos de José foram, pois, ao Egito
vador do Mundo. E deu-lhe por mu para comprar trigo. 4E Benjamim fi
lher a Asenet, filha de Putifar, sacer cou retido em casa com Jacó, o qual
dote de Heliópolis. Saiu, portanto, Jo tinha dito aos seus irmãos: Não lhe
sé a correr a terra do Egito, “ (tinha vã acontecer alguma desgraça na via
trinta anos quando se apresentou di gem. 5Êles entraram na terra do E gi
ante do rei Faraó), e percorreu tô to com outros que iam comprar (t r i
das as províncias do Egito. g o ). Porque existia a fome na terra
47Veio, pois, a fertilidade dos sete de Canaã.
54. E m todo o mundo, expressão hiperbólica p ara exprim ir tôdas as terras vizinhas
do Egito.
57. Tôdas as províncias, isto é, todos os habitantes dos países circunvizinhos do Egito.
64 GÊNESIS 42
Encontro de José com seus irmãos porque pecamos contra o nosso ir
°E José era governador na terra mão, vendo a angústia do seu cora
do Egito, e, conforme a sua vontade, ção, quando nos suplicava, e nós não
se vendia o trigo aos povos. E, ten- atendemos; por isso veio sôbre nós
do-se prostrado diante dêle os seus esta tribulação.
22Ruben, um dêles, disse: Porventu
irmãos, êle os reconheceu, 7e falava- ra não vos disse eu: Não pequeis con
lhes com aspereza, como a estrangei tra o menino; e vós não me ouvis
ros, perguntando-lhes: Donde vindes? tes? Eis que se requer (de nos) ó
E êles responderam: Da terra de Ca- seu sangue.
naã, a fim de comprar o necessário 23Ora êles não sabiam que José os
para o sustento. 8Embora êle reco entendia; porque lhes falava por in
nhecesse os irmãos, todavia não foi térprete. 24E (José) retirou-se um
reconhecido por êles. 9E, lembrado momento, e chorou; e, voltando, falou
dos sonhos que em outro tempo tive com êles. 25E, tendo mandado tomar
ra, disse-lhes: Vós sois espias; viestes e ligar Simeão na presença dêles,
para reconhecer os lugares mais fra mandou aos oficiais que enchessem os
cos do país. 10Êles responderam: Não seus sacos de trigo, e repusessem o di
é assim, senhor, mas os teus servos nheiro de cada um no seu (respectivo)
vieram para comprar de comer. “ So
mos todos os filhos de um mesmo ho saco, dando-lhes, além disso, manti
mem; vimos com sentimentos pacífi mentos para o caminho; e assim f i
cos, nem os teus servos maquinam zeram.
mal algum. “ Êle respondèu-lhes: Isso Os outros filhos de Jacó
não é assim; vós viestes observar os voltam a seu pai
lugares não fortificados dêste país. 20E êles, levando o trigo sôbre os
“ Êles, porém, disseram: Nós, teus ser seus jumentos, partiram. 27E, abrin
vos, sòmos doze irmãos, filhos de um do um dêles o saco, para dar de co
mesmo homem na terra de Canaã; o mer ao (seu) jumento na estalagem,
mais pequeno está com nosso pai, o vendo o dinheiro, na bôca do saco,
outro jã não existe. 14fi o que eu disse, 28disse para seus irmãos: Tornaram-
tornou (J os é): Sois espias. 15Desde já me a dar o dinheiro, e ei-lo aqui no
vos porei à prova; pela saúde de F a (m eu ) saco. E, pasmados e perturba
raó não saireis daqui, até que venha dos disseram uns para os outros: Que
vosso irmão mais novo. 16Mandai um é isto que Deus nos fez? 20E foram pa
de vós que o traga; e vós ficareis pri ra casa de Jacó seu pai, na terra de
sioneiros, até que se prove se é verda Canaã, e contaram-lhe tudo o que
deiro ou falso o que dissestes; aliás, lhes tinha acometido, dizendo: 30O se
pela saúde de Faraó, sois espias. nhor daquela terra falou-nos com du
17Meteu-os, pois, em prisão durante reza, e julgou que nós éramos espias
ti'ês dias. do país. 31Nós respondemos-lhe: ^So
Simeão fica prisioneiro mos homens pacíficos, e não maqui
namos traição alguma. 32Somos doze
18E, tendo-os mandado tirar do cár irmãos gerados de um mesmo pai; um
cere no terceiro dia, disse: Fazei o já não existe, e o mais novo está com
que vos disse, e vivereis, porquanto nosso pai na terra de Canaã. 33E êle
temo a Deus. 19Se sois de paz, um disse-nos; Eu provarei dêste modo se
vosso irmão tique ligado no cárcere; sois homens pacíficos: Deixai um vos
e vós ide, e levai para vossas casas so irmão em meu poder, e tomai os
o trigo que comprastes. 20E trazei-me mantimentos necessários para as vos
vosso irmão mais novo, para que eu sas famílias, e parti, 84e trazei-me o
possa verificar as vossas palavras, e vosso irmão mais novo, para que eu
vós não sejais condenados à morte. saiba que não sois espias, e possais
Êles fizeram como (José) lhes tinha recuperar êste, que fica em prisão, e
dito; 21e disseram uns para os outros: depois tenhais licença de comprar o
Justamente sofremos estas coisas, que quiserdes.
Cap. X L I I — 7. Falava-lhes com aspereza p ara os experimentar, a fim de ver quais
eram as suas disposições para com seu pai e Benjamim.
42 - 43 GÊNESIS 65
“ Dito isto, ao despejar o trigo, cada trouxer, e to não restituir, serei sem
um dêles encontrou na boca do (seu) pre réu de pecado para contigo. 10Se
saco o dinheiro embrulhado; e (ten não tivesse havido (ta nta ) demora, já
do ficado) todos espavoridos, “ o seu teríamos vindo segunda vez. “ Então
pai Jacó disse: Vos levastes-me a Israel, seu pai, disse-lhes: Se assim
ficar sem filhos. José já não existe, é necessário, fazei o que quereis; to
Simeão está em cadeias, e haveis de mai dos melhores frutos do país nos
levar-me Benjamim. Sobre mim cai- vossos vasos, e levai de presente a ês-
ram todos êstes males. 37Ruben res- se homem um pouco de resina, e de
pondeu-lhe: Mata os meus dois fi mel, e de estoraque, de mirra, e de te-
lhos, se eu to não trouxer outra vez; •rebinto, e de amêndoas. 12Levai tam
entrega-o nas minhas mãos, e eu to bém convosco dobrado dinheiro; e
restituirei. 38Êle, porém, disse: O meu tornai a levar aquêle que encontras
filho não irá convosco; seu irmão tes nos sacos; não tenha acontecido
morreu, e êle ficou só; se lhe acon (isso) talvez por engano. 13Tom ai tam
tecer alguma desgraça na terra para bém o vosso irmão, e ide ter com ês-
onde ides, fareis descer os meus ca se homem. 14E o meu Deus onipoten
belos brancos com (essa) dor à ha te vo-lo torne propício, e remeta con
bitação dos mortos. vosco o vosso irmão que retém prêso,
e êste (m e u ) Benjamim; eu (en tre
Jacó m anda novamente seus filhos tanto) serei como um homem que fi
ao Egito, confiando-lhes Benjamim ca privado de filhos.
^ O E ntretanto a fome oprimia Encontro com José
cruelmente tôda a terra. 2E,
consumidos os víveres çpie tinham le 15Êles, pois, tomaram os presentes
vado do Egito, Jacó disse a seus fi e o dinheiro dobrado, e Benjamim; e
lhos: Voltai, e comprai-nos um pou desceram ao Egito, e apresentaram-se
co de víveres. 3Judá respondeu: A- a José.
quêle homem intimou-nos com jura 16E êle, tendo-os visto, e a Benja
mento, dizendo: Vós não vereis a mi mim com êles, deu ordens ao despen-
nha face, se não trouxerdes convosco seiro de sua casa, dizendo: Manda
o vosso irmão mais novo. 4Se tu, entrar para dentro de casa (ésses)
pois, queres mandá-lo conosco, iremos homens, e mata vítimas, e prepara
juntos e te compraremos o necessá um banquete; porque hão de comer
rio; 5mas se não queres, não iremos, comigo ao meio-dia. 17Fêz êle o que
porque aquêle homem, como temos lhe tinha sido ordenado, e introdu
dito muitas vezes, intimou-nos dizen ziu os homens em casa (de José).
do: Não Vereis a minha face sem 18E aí, amedrontados, disseram uns
(tra zer) o vosso irmão mais novo. para os outros: Por causa daquele
Tsrael disse-lnes: Para minha des dinheiro, que levamos em nossos sa
graça fizestes-lhe saber que tínheis cos, somos introduzidos aqui para fa
ainda um outro irmão. 7Êles, porém, zer cair sôbre nós esta calúnia, e su
responderam: Aquêle homem inter jeitar violentamente à escravidão nós
rogou-nos por ordem sôbre a nossa e os nossos jumentos. 19P or isso, ao
família; se vivia o pai; se tínhamos entrar a porta, aproximaram-se do
(o u tro ) irmão; e nós respondemos- despenseiro da casa, “ e disseram: Ro-
lhe segundo o que êle perguntava. gamos-te, senhor, que nos ouças. Já
Porventura, podíamos nós saber que uma vez viemos comprar víveres; 21e,
êle iria dizer: Trazei vosso irmão depois de os termos comprado, quan
convosco? 8Judá disse também a seu do chegamos à estalagem, abrimos os
pai: Manda c menino comigo, para nossos sacos, e encontramos na bôca
partirmos, e podermos viver, e não dos sacos o dinheiro, o qual tornamos
morrermos nós e os nossos meninos. a trazer agora no mesmo pêso.
°Eu me encarrego do menino; re- (além deste) trouxemos outro dinhei
quere-o da minha mão; se eu o não ro, para comprarmos o que nos é ne
Cap. X L I I I — 1-2. Segunda viagem dos filhos de Jacó ao Egito,
16. Vítim as, isto ê, anim ais destinados a ser comidos.
3 - B íb lia Sagrad a
66 GÊNESIS 43 - 44
cessário; não sabemos quem pusesse de primogenitura, e o mais novo se
aquêle nos nossos sacos. 23Êle, porém, gundo a sua idade. E admiravam-se
respondeu: A paz seja convosco, não sobremaneira, 34recebendo os quinhões
temais. O vosso Deus, e o Deus de que lhes mandava; e para Benjamim
vosso' pai pôs-vos ( aqueles) tesouros foi o maior quinhão, que era cinco
nos vossos sacos; porque o dinheiro, vêzes mais abundante. E beberam e
que me destes, eu o tenho em boa alegraram-se com êle.
moeda. E trouxe-lhes Simeão. 24E, in
troduzidos em casa, trouxe-lhes água, Os irmãos de José acusados de
e levaram os pés; e deu de comer aos furto
seus jumentos. -'‘E êles preparavam
os presentes, para quando José en AA *E José ordenou ao despensei-
trasse ao meio-dia; porque tinham ro da sua casa, dizendo: En
ouvido que aí haviam de comer. ^Jo- che de trigo os seus sacos, quanto
sé, pois, entrou em sua casa, e êles êles podem levar, e põe o dinheiro de
ofereceram-lhe os presentes, que ti cada um na oôca do saco. 2E põe na
nham nas suas mãos; e saudaram-no, bôca do saco do mais novo a minha
inclinando-se até à terra. taça de prata, e o dinheiro que deu
pelo trigo. E assim foi feito. 9E, che
José /aia a seus irmãos gada a manhã, foram despedidos com
os seus jumentos. 4E já haviam saído
27Êle, porém, depois de os ter be da cidade, e tinham caminhado um
nignamente saudado, interrogou-os, pouco, guando José, chamando o
dizendo: O vosso velho pai, de quem despenseiro da casa, disse: Levanta-
me falastes, está de saúde? ainda v i te, e vai atrás daqueles homens, e,
ve? 28E êles responderam: Nosso quando os tiveres alcançado, dize-
pai, teu servo, está de saúde, ainda lhes: Por que razão tornastes mal
vive. E, inclinando-se, o saudaram. por bem? 6A taça, que roubastes, é
“ E José, levantando os olhos, viu aquela pela qual bebe o meu senhor,
Benjamim, seu irmão uterino, e dis e da qual se serve para as suas adivi
se: É êste o vosso irmão mais novo, nhações; vós fizestes uma péssima
de quem me tinheis falado? E acres coisa. 0(O despenseiro) fêz como lhe
centou: Deus se compadeça de ti, meu foi mandado. E, tendo-os alcançado,
filho. 80E apressou-se (a se re tira r), falou-lhes nos termos ordenados. 7E
porque suas entranhas se tinham co êles responleram: Por que fala as
movido por causa de seu irmão, e as- sim o nosso senhor, como se os teus
somavam-lhe as lágrimas; e, entran servos tivessem cometido tão grande
do no (seu) quarto, chorou. 2*31E, sain
9 crime? 8Nós trouxemos-te da terra
do outra vez depois de lavado o ros de Canaã o dinheiro, que achamos no
to, conteve-se, e disse: Trazei de co cimo dos sacos; e como é que, depois
mer. 32*E foi posta a mesa à parte pa disto, pode ser que tenhamos furta
ra José, à parte para os irmãos, à do da casa do teu senhor, ouro ou
parte também para os E^gípcios, que prata? 9Aquêle dos teus servos em
comiam com êle, (porque não é lícito cujo poder se encontrar o que pro
aos Egípcios comer com os Hebreus, curas, morra, e nós seremos escra
e consideram profano tal banquete). vos do nosso senhor.
3ySent.aram-se na sua presença, o 10Èle disse-lhes: Faça-se segundo as
primogênito segundo o seu privilégio vossas palavras: aquêle em cujo po
29. Seu irmão uterino. O original diz: Seu irmão, filho de sua mãe.
31. Depois de lavado o rosto, para que ninguém soubesse que tinha chorado.
32. José comia só, em mesa separada, por causa da sua dignidade.
33. E adm iravam -se, por se verem à mesa em casa do Governador de todo o Egito.
Cap. X L I V — 1. E ordenou, etc. Com esta última prova, José quis ver se seus irmãos
am avam sinceramente Benjamim. Se o amassem, ao vê-lo acusado de furto, intercederíam
por êle; do contrário abandonâ-lo-iam .
5. E da qual se serve, etc. N ã o é provável que José se servisse d a taça adivlnhatória,
êle que tinha atribuído expllcitamente a Deus as suas interpretações dos sonhos (X L , 8:
X L I, 16). M anda, porém, fa la r segundo a opinião que dêle form ava o povo, o qual ju l
g a v a que se servia da taça p ara conhecer as coisas futuras e ocultas.
44 - 45 GENESIS 67
der se encontrar (o que eu procuro), so irmão mais novo, não vereis mais
será meu escravo, e vós sereis inocen a minha face. 24Tendo nós, pois, ido
tes. "Portanto, pondo à pressa os sa para nosso pai, teu servo, contamos
cos em terra, cada um abriu o seu. tudo o que o meu senhor tinha dito.
12E (o despenseiro) , tendo-os exami “ E (passado algum tem po) nosso
nado, principiando desde o maior até pai disse-nos: Voltai, e comprai-nos
ao mais pequeno, encontrou a taça mais algum trigo. 26É nós dissemos-
no saco de Benjamim. 13Então êles, lhe: Não podemos ir; se nosso irmão
rasgados os vestidos e carregados ou mais novo fôr conosco, partiremos
tra vez os jumentos, voltaram para juntamente; de outra maneira, sem ê-
a cidade. le, não nos atrevemos a ver a face da
quele homem. 27Ao que êle respondeu:
Judá intercede, em nome de seu pai, Vós sabeis que minha mulher me deu
em favo r de Benjamim à luz dois filhos. aUm dêles saiu de
casa, e vós dissestes: Uma fera o de
14E Judá íoi o primeiro que entrou vorou; e até agora não aparece. “ Se
com seus irmoos na casa de José (por levardes também êste, e lhe aconte
quanto ainda se não tinha retirado de cer alguma desgraça no caminho, fa
lá), e todos se prostraram por terra, reis descer com tristeza os meus ca
diante dêle. 15E êle disse-lhes: Por belos brancos à habitação dos mor
que quisestes proceder assim? P or tos. 30Portanto, se eu entrar em ca
ventura ignorais que não há seme sa de nosso pai, teu servo, e faltar o
lhante a mim na ciência de adivi menino, (com o a sua alma depende
nhar? 16E Judá disse-lhe: Que res da alma dêste), 31vendo que êle não
ponderemos nós ao meu senhor? ou está conosco, morrerá; e teus servos
que coisa diremos, ou que justas des farão descer com tristeza os seus ca
culpas poderemos apresentar? Deus belos brancos à habitação dos mor
encontrou a iniqüidade de teus servos; tos. 32Seja eu mesmo teu próprio es
eis que somos todos escravos do meu cravo, eu que sob minha fé o rece-
senhor, nós, e aquêle junto do qual bi, e obriguci minha pessoa, dizen
foi encontrada a taça. 17José res do: Se eu não o tornar a trazer,
pondeu: Longe de mim proceder dês- serei para sempre réu de pecado con
se modo; aquêle que roubou a taça, tra meu pai. 33Portanto eu ficarei
seja meu escravo; e vós ides livres teu escravo, em lugar do menino, ao
para v o s s o pai. serviço do meu senhor, e o menino
18Então Judá, aproximando-se (de volte com seus irmãos. 34Porque não
José), cheio de ânimo, disse: Peço-te, posso tornar para meu pai sem o me
meu senhor, que permitas ao teu nino, para que eu não seja testemu
servo dizer uma palavra aos teus ou nha da aflição que oprimirá meu pai.
vidos, e que não te agastes com o teu
servo, porçfue tu éá depois de Faraó, José dá-se a conhecer a seus irmãos
19o meu senhor. Primeiramente per
guntaste a teus servos: Tendes pai ou K ^osé não se podia conter mais
irmão? 20E nós respondemos-te, meu diante dos muitos circunstan-
senhor: Temos um pai já velho, e tes, pelo que ordenou que todos saís
um menino mais pequeno, que (lh e ) sem, e nenhum estranho assistisse ao
nasceu na sua velhice, um irmão ute- reconhecimento mútuo. 2E levantou
rino do qual morreu; e é o único a voz chorando, a qual ouviram os
que resta de sua mãe, e o pai ama-o Egípcios e tôda a casa de Faraó. 3E
ternamente. 21E tu disseste a teus disse a seus irmãos: Eu sou José; v i
servos: Trazei-mo, e porei os meus ve ainda meu pai? Não podiam res
olhos sôbre êle. 22E nós replicamos ponder-lhe seus irmãos, possuídos dum
ao meu senhor: O menino não pode excessivo terror. 4Êle, porém, com be-
deixar seu pai, porque, se o deixar, nignidade, disse-lhes: Aproximai-vos
(seu pai) morrerá. ^E tu disseste a de mim. E, tendo-se êles aproxima
teus servos: Se não vier convosco vos do, disse: Eu sou José, vosso irmão,
15. N a ciência de adivinhar, ou seja, na arte de adivinhar.
16. Deus en con trou ... isto è, Deus puniu hoje o pecado que cometemos contra José,
68 GÊNESIS 45 - 46
a quem vós vendestes para o Egito. os bens do Egito, para que comais o
5Não temais, nem vos pareça ser coi miolo da terra. 19Ordena também que
sa dura o terdes-me vendido para tomem carros da terra do Egito para
êste país, porque para vossa salva a condução de seus filhos e mulheres;
ção me mandou Deus adiante de vós e dize-lhes: Tom ai vosso pai, e apres
para o Egito. 6Porquanto há dois anos sai-vos a vir quanto antes. ME nao
que principiou a haver fome neste tenhais pena de não trazer todas as
país; e ainda restam cinco anos, nos vossas alfaias; porque todas as rique
[uais nem se poderá lavrar, nem cei- zas do Egito serão vossas.
?ar. 7E Deus enviou-me adiante para 21E os filhos de Israel fizeram co
que sejais conservados sobre a terra, mo lhes fora mandado. E José deu-
e possais ter alimento para viver. lhes carros, segundo a ordem de F a
8Não (f o i) por vosso conselho que raó, e mantimentos para o caminho.
fui mandado para aqui, mas por von “ Mandou também dar a cada um
tade de Deus, o qual me tornou qua dois vestidos; a Benjamim, porém deu
se pai de Faraó, e senhor de tôda trezentas moedas de prata com cinco
a sua casa e príncipe em tôda a ótimos vestidos; 2"mandando a seu
terra do Egito. °Apressai-vos, e ide pai outro tanto de dinheiro e de ves
a meu pai, e lhe direis: Isto te man tidos, acrescentando dez jumentos,
da dizer teu filho José: Deus fêz-me que levavam de tôdas as riquezas do
senhor de tôda a terra do Egito; vem Egito; e outras tantas jumentas que
para a minha companhia, não te de levavam trigo e pão para o cami
mores, 10e habitarás na terra de Ges- nho. 24Despediu, pois, seus irmãos, e,
sém; e estarás perto de mim tu e ao partir, disse-lhes: Não alterqueis
teus filhos o os filhos de teus filhos, durante a viagem.
as tuas ovelhas e os teus rebanhos,
e tudo o que possuis. “ E aí te susten A legria de Jacó
tarei (porque ainda restam cinco a- 25E êles, partindo do Egito, chega
nos de fom ei, para que não pereças ram à terra de Canaã, à casa de seu
tu e a tua casa, e tudo o que possuis. pai Jacó. “ E deram-lhe a nova, di
12Eis que os vossos olhos e os olhos zendo: José, teu filho vive, e governa
de meu irmão Benjamim vêem que é tôda a terra do Egito. Ouvindo isto
a minha bôca que vos fala. 13Con- Jacó como que despertou de um pro
tai a meu pai tôda a minha glória, e fundo sono, todavia não os acredita
tudo o que vistes no Egito; apressai- va. 27Êles, porém, contavam toda a
vos, e trazei-mo. 14E, tendo se lan série dos acontecimentos. E, quando
çado ao pescoço de seu irmão Ben (Jacó) viu os carros, e tudo o que
jamim para o abraçar, choiou, cho (José) tinha mandado, reviveu o seu
rando também (B enjam im ) sôbre o espírito, 28e disse: Basta-me que ainda
seu pescoço. 15E José beijou todos viva meu filho José; irei, e vê-lo-ei
os seus irmãos, e chorou sobre cada antes de morrer.
um dêles. E, depois disto, afoitaram-
se a falar com êle. Partida de Jacó p ara o Egito
Os irmãos de José partem para Canaã AÇL P artiu , pois, Israel com tudo
16E ouviu-se e divulgou-se de bôca o que possuía, e foi ao poço
em bôca no palácio do rei: Chegaram do juramento; e, tendo imolado aí v i
os irmãos de José; e Faraó e tôda a timas ao Deus de seu pai Isaac, 2ou-
sua fam ília se alegrou. 17E disse a viu-o numa visão de noite, que o
José que orc.enasse e dissesse a seus chamava e lhe dizia: Jacó! Jacó! Ao
irmãos: Carregai os vossos jumentos, qual êle respondeu: Eis-me aqui.
ide para a terra de Canaã, 18e tirai 3Deus disse-lhe: Eu sou o Deus fortís
de lá vosso pai e família, e vinde pa simo de teu pai; não temas, vai para
ra junto de mim; e eu vos darei todos o Egito, poraue eu te farei ser uma
Cap. X L v — 18. O miolo da terra, isto é, os melhores frutos dêste pais.
28. Basta-m e que ainda viva , pouco me im porta que esteja cercado de honras e glórias.
Cap. X L v l — 1. A o poço do juramento, isto 6, a Bersabéia, onde costum ava ir invocar
Deus (X X L 53; X X V I ,25).
46 GENESIS 69
grande nação. 45*Eu irei para lã conti de Putifar, sacerdote de Heliôpolis.
go, e te reconduzirei de lã quando vol 21Os filhos de Benjamim (era m ) Bela
tares; e José porá as suas mãos so e Becor e Asbel e Gera e Naaman e
bre os teus olhos. Equi e Ros, Mofim e Ofim ^e Ared.
5E Jacó partiu do poço do jura 22Êstes são os filhos que Raquel deu à
mento, e seus filhos colocaram-no luz a Jacó: ao todo catorze almas.
com seus meninos e suas mulheres 23Filhos de Dan: Husim. ^Os filhos
sôbre os carros que Faraó tinha de N eftali (era m ) Jasiel e Guni e
mandado para transportar o velho Jeser e Salem. 25Êstes são os filhos
6com tudo o que êle possuia na de Bala, que Labão tinha dado a sua
terra de Canaã; e foi para o Egito filha Raquel; ela os deu à luz a Ja
com tôda a sua família, 7*com seus fi có: ao todo sete almas.
lhos e netos e filhas, e tôda a sua
descendência juntamente. Resumo
Cap. X I I — 2. o princípio dos meses, com êle com eçará o ano sagrado, por êle dever&o
ser reguladas as festas religiosas.
5. Com o mesmo rito, etc. Se em vez dum cordeiro preferirdes um cabrito, podeis to
m á-lo, m as deverá ter as mesmas condi çôes.
9. C o m er-lh e-eis.. . os intestinos, depois de convenientemente lavados.
12. Executarei os meus juízos. .. A morte dos primogênitos m ostrará a impotência dos
deuses em defender os seus adoradores, e como que os castigará-
12 ExoDO 89
gerações. 18No primeiro mês, no dia mogênito de Faraó, que se assenta
catorze do mês, à tarde, comereis os va sôbre o seu trono, até ao primo
ázimos até à tarde do dia vinte e gênito da escrava, que estava no cár
um do mesmo mês. "Durante sete cere, e todo o primogênito dos ani
dias não se achará fermento em vos mais. “ E Faraó levantou-se de noite,
sas casas; todo o que comer pão fe r e todos os seus servos, e todo o E gi
mentado, perecerá aquela alma do to; e houve um grade clamor no E gi
mèio do ajuntamento de Israel, quer to; porque não havia casa onde não
êle seja estrangeiro, quer natural do houvesse um morto.
país. 20Não comereis nada fermenta
do; comereis ázimos em tôdas as vos Faraó apressa os Hebreus a partir
sas casas. 31E Faraó, chamando Moisés e A -
Moisés transmite ao povo a rão naquela mesma noite, disse: L e
ordem divina vantai-vos e saí do meio do meu po
vo, vós e os filhos de Israel; ide, ofe
21Moisés, pois, convocou todos os recei sacrifícios ao Senhor, como di
anciãos de Israel, e disse-lhes: Ide, zeis. 32Tomai as vossas ovelhas e os
tomai um animal para cada uma das vossos rebanhos, como pedistes, e ao
vossas famílias, e imolai a Páscoa. partir, abençoai-me. 33Os Egípcios
22Banhai um molhinho de hissopo no também apertavam com o povo para
sangue, que estará no limiar da por que saísse depressa do país, dizendo:
ta, e aspergi com êle a verga e as Morreremos todos. 3<tO povo tomou,
duas ombreiras da porta; nenhum de pois, a farinha amassada, antes que
vós saia da porta da sua casa até se levedasse: e, envolvendo-a nas ca
pela manhã. 2 *3Porque o Senhor pas
1 pas, a pôs aos ombros. 35E os filhos
sará, ferindo os Egípcios; e, quando de Israel fizeram como Moisés ti
vir o sangue sôbre a verga e sôbre nha ordenado; e pediram aos Egíp
as duas ombreiras da porta, passará cios vasos de prata e de ouro, e gran
a porta da casa, e não permitirá que de quantidade de vestidos. ^E o Se
o exterminador entre em vossas ca nhor fêz com que o seu povo encon
sas e faça dano. 24Guarda êste (p re trasse graça diante dos Egípcios, pa
ceito) como uma lei para ti e teus ra que êstes lhes emprestassem; e
filhos perpètuamente. “ E, depois que despojaram os Egípcios.
tiverdes entrado na terra que o Se
nhor vos há de dar, como prometeu, Partida de Ramessés
observareis estas cerimônias. “ E, 37E os filhos de Israel partiram de
quando os vossos filhos vos disserem: Ramessés por Socot, sendo perto de
Que rito sagrado é êste? 27Vós lhes seiscentos mil homens de pé, afora
direis: É a vítim a da passagem do os meninos. ME partiu também com
Senhor, quando êle passou adiante êles uma inumerável multidão de to
as casas dos filhos de Israel no E gi da a sorte de gentes, e ovelhas, e ga
to, ferindo os Egípcios, e livrando as dos, e animais de diversos gêneros em
nossas casas. Então o povo, ao ouvir muito grande quantidade. 39E coze
isto, prostrando-se, adorou (o Se ram a farinha que tinham levado do
nhor). fflE os filhos de Israel, tendo Egito já amassada; e fizeram dela
saído dali, fizeram como o Senhor pães ázimos, cozidos no borralho;
tinha ordenado a Moisés e a Arão. porque não puderam fazê-la levedar,
apressando-os os Egípcios a partir,
Décima praga: a morte dos
e não lhes permitindo nenhuma de
primogênitos Egípcios mora; nem tinham podido preparar
^Aconteceu, pois, que, à meia-noi nada de comer. 40Ora o tempo que
te, o Senhor feriu todos os primogê os filhos de Israel tinham morado no
nitos na terra do Egito, desde o pri Egito, foi de quatrocentos e trinta a
21. Imolai a Páscoa, isto ê, o cordeiro ou cabrito pascal.
32. Abençoai-m e. Pedi a Deus que eu não m orra também dêste flagelo.
36. Emprestassem. O verbo hebraico correspondente significa dar. o s Egípcios, ansiosos
por ver partir os Hebreus, deram-lhes tudo o que êles pediram.
90 ExODO 12 - 13
nos. "Completos os quais, todo o exér te tiver introduzido na terra do Ca-
cito do Senhor saiu no mesmo dia da naneu, e do Heteu, e do Amorreu, e
terra do Egito. 42Esta noite, em que do Heveu, e do Jebuseu, que êle jurou
os tirou da terra do Egito, deve ser a teus pais que te havia de dar, terra
consagrada ao Senhor; e todos os onde corre o leite e o mel, celebrarás
filhos de Israel a devem celebrar êste rito sagrado neste mês. C om e
nas suas gerações. rás ázimos durante sete dias; e, no
sétimo dia, haverá uma festa solene
N ovas determinações sobre a Páscoa (em honra) do Senhor. 7Comereis á-
43E o Senhor disse a Moisés e a zimos durante sete dias; não haverá
Arão: Êste é o rito da Páscoa: N e em vossas casas coisa alguma fermen
nhum estrangeiro comerá dela. " T o tada, nem em todos os teus territórios.
do o escravo comprado será circun- 8E naquele dia, contarás a teu filho,
cidado, e então comerá. 460 adventi- dizendo: Eis o que o Senhor fêz por
cio e o mercenário não comerão de mim, quando saí do Egito. °E isto
la. 46(O cordeiro) há de comer-se será como um sinal na tua mão, e co
(tod o) em cada casa, e das suas car mo um memorial diante dos teus o-
nes não levareis nada para fora (de lhos, a fim de que a lei do Senhor an
casa), nem lhe quebrareis osso al de sempre na tua bôca; pois que o
gum. 47Tôda a multidão dos filhos de Senhor te tirou do Egito com mão
Israel celebrará a Páscoa. "Porém , forte. 10Observarás êste culto todos os
se algum estrangeiro quiser passar anos no tempo fixado.
para a vossa colônia, e celebrar a Lei sôbre os primogênitos
Páscoa do Senhor, cincuncidem-se
primeiro todos os seus varões, e en nE, quando o Senhor te tiver in
tão a celebrará segundo o rito, e será troduzido na terra do Cananeu, como
como natural do país; e algum, po êle jurou a ti e a teus pais, e ta tiver
rém, não fôr circuncidado, não co dado, "separarás para o Senhor todo
merá dela. 49A mesma lei será para o primogênito, mesmo o primogênito
o natural e para o estrangeiro que dos teus gados; e consagrarás ao Se
vive convosco. 50E todos os filhos de nhor tudo o que tiveres do sexo mas
Israel fizeram como o Senhor ti culino. 13Trocarás o primogênito do
nha ordenado a Moisés e a Arão. jumento por uma ovelha; se, porém
51E, naquele mesmo dia, o Senhor ti o não resgatares, matá-lo-ás. Mas res
rou da terra do Egito os filhos de gatarás com dinheiro todo o primogê
Israel, repartidos nas suas turmas. nito de teus filhos. 14E quando teu
Consagração dos primogênitos
filho te interrogar um dia, dizendo:
Que é isto? responder-lhe-ás: O Se
1 9 7E o Senhor falou a Moisés, di- nhor tirou-nos do Egito, da casa da
zendo: 2Consagra-me todo o escravidão, com mão forte. 15Porque
primogênito, que abre o útero de sua Faraó, tendo-se obstinado, e não que
mãe entre os filhos de Israel, tanto rendo deixar-nos partir, o Senhor ma
dos homens como dos animais, por tou todos os primogênitos na terra do
que tôdas as coisas são minhas. Egito, desde o primogênito do homem
até ao primogênito dos animais; por
Exortação de Moisés ao povo isso eu sacrifico ao Senhor todos os
3E Moisés disse ao povo: Lembrai- machos primogênitos (dos animais),
vos dêste dia, em que saístes do Egito e resgato todos os primogênitos de
e da casa da escravidão; porque o Se meus filhos. 16Isto, pois, será como
nhor vos tirou dêste lugar com mão um sinal na tua mão, e como uma
forte; e, por isso, não comereis pão coisa pendente ante os teus olhos pa
fermentado. 4Vós saís hoje no mês ra lembrança, porque o Senhor nos
dos trigos novos. 5Quando o Senhor4 * tirou do Egito com mão forte.
3
43. Nenhum estrangeiro, isto é, nenhum que não pertença à/ estirpe e à religião judaica.
48. Se algum estrangeiro... o original diz: Se algum estrangeiro, morando contigo, qui-
ser celebrar a Páscoa do Senhor. ..
13 - 14 ÊXODO 91
P ara o deserto; ossos de José seram: Que quisemos nós fazer, dei
xando partir Israel, para que êle nos
170ra, quando Faraó deixou partir não servisse? 6(F a ra ó) pois, mandou
o povo, Deus não os conduziu pelo pôr os cavalos ao seu carro, e tomou
caminho do país dos Filisteus, que é consigo todo o seu povo. 7E tomou
(mais) vizinho, julgando que êle tal seicentos carros escolhidos, e todos
vez s<_ arrependesse, se visse levanta os carros do Egito, e os capitães de
rem-se guerras contra êle, e retroce todo o exército. 8E o Senhor endure
desse para o Egito. 18Mas fê-los dar ceu o coração de Faraó, rei do Egito,
uma volta pelo caminho do deserto, e foi no alcance dos filhos de Israel;
que está junto do Mar Vermelho; e os mas êles tinham saido debaixo da
filhos de Israel saíram armados do proteção duma poderosa mão. 9E co
Egito. 19E Moisés levou consigo os mo os Egípcios seguissem os vestígios
ossos de José, por êste ter conjurado dos (Israelitas) que iam adiante, ai-
os filhos de Israel, dizendo: Deus vos cançaram-nos quando estavam acam
visitará, levai daqui convosco os meus pados junto do mar. Tôda a cavalaria
ossos. e os carros de Faraó, e todo o exército
Coluna de *ogo estavam em Fiairot defronte de Beel-
20E, tendo saído de Soeot, acampa sefon.
ram em Etam, na extremidade do de Queixas contra Moisés
serto. 21E o Senhor ia adiante dêles 10E como Faraó se aproximasse, le
para lhes mostrar o caminho, de dia vantando os filhos de Israel os olhos,
numa coluna de nuvem, e de noite viram os Egípcios nas suas costas; e
numa coluna de fogo, para lhes ser tiveram grande mêdo, e clamaram ao
vir de guia num e noutro tempo. Senhor, ne disseram a Moisés: Não
22Nunca se retirou de diante do povo havia talvez sepulturas no Egito, e
a coluna de nuvem durante o dia, por isso nos tiraste de lá para morrer
nem a coluna de fogo, durante a mos no deserto. Por que quiseste fazer
noite. isto, tirar-nos do Egito? 12Não é isto
De Etam ao M ar Vermelho
ue te dizíamos no Egito: Retira-te
e nós, a fim de que sirvamos os E-
14 7E o Senhor falou a Moisés, di- gípcios? Porque era muito melhor
*^ zendo: 2Dize aos filhos de Is servi-los do que morrer no deserto.
rael que retrocedam e vão acampar 13Moisés disse ao povo: Não temais;
diante de Fiairot, que fica entre Mag- estai firmes, e considerai as m aravi
dalum e o mar, defronte de Beelse- lhas que 0 Senhor fará hoje; porque
fon; assentareis o acampamento de os Egípcios, que agora vêdes, nunca
fronte dêste sítio junto do mar. 3Por- jamais os tornareis a ver. 140 Senhor
que Faraó há de dizer acêrca dos f i combaterá por vós, e vós estareis em
lhos de Israel: Êles estão cercados silêncio.
no país, estão encerrados no deserto.
Os Hebreus atravessam
4E eu endurecerei o seu coração, e o mar Vermelho
êle virá em vosso alcance; e eu se
rei glorificado em Faraó, e em todo 150 Senhor disse a Moisés: P or
o seu exército; e os Egípcios saberão que clamas tu a mim? Dize aos filhos
que eu sou o Senhor. E êles assim de Israel que marchem. 16E tu levan
fizeram. ta a tua vara, e estende a tua mão
Faraó persegue os Hebreus sôbre o mar, e divide-o, para que os
filhos de Israel caminhem em sêco pe
“Entretanto foi anunciado ao rei lo meio do mar. 17E eu endurecerei
dos Egípcios, que o povo tinha fugido; o coração dos Egípcios, para que êles
e mudou-se o coração de Faraó e de vos sigam; e serei glorificado em F a
seus servos a respeito do povo, e dis raó e em todo o exército e nos seus
Cap. X I V — 3. Estão cercados. O original diz: Estão perdidos no pais, errando à ventura.
4. Serei glorificado, porque todos os Egípcios, ao ver a destruição do exército, reconhe
cerão o meu poder.
6. Todo o seu povo, isto é, todos os guerreiros que, naquela ocasião, pôde encontrar.
92 EXODO 14 - 15
carros e nos seus cavaleiros. 18E os filhos de Israel passaram pelo meio
Egípcios saberão que eu sou o Senhor, do mar enxuto; e as águas eram
quando fôr glorificado em Faraó e nos para êles como um muro à direita
seus carros e nos seus cavaleiros. 19E e à esquerda.
o Anjo de Deus, que caminhava na 30E o Senhor, naquele dia, livrou
frente do acampamento de Israel, le Israel da mão dos Egípcios. 31E os Is
vantou-se e foi para detrás dêles; e raelitas viram os Egípcios mortos sô
com êle ao mesmo tempo a coluna de bre a praia do mar, e o grande poder
nuvem, deixando a frente, 20parou que o Senhor tinha mostrado contra
detrás dêles entre o acampamento dos êles; e o povo temeu o Senhor, e
Egípcios e o acampamento de Israel, creram no Senhor e em Moisés, seu
e esta nuvem era tenebrosa (do lado servo.
dos Egípcios) e tornava clara a noite
(do lado dos Israelitas), de sorte que Cântico de Moisés e dos Israelitas
uns e outros não puderam aproximar-
se durante o tempo da noite. 21E 1 C 7Então cantou Moisés e os fi-
tendo Moisés estendido a mão sôbre *** lhos de Israel êste cântico ao
o mar, o Senhor, soprando toda a noi Senhor, e disseram: Cantemos ao Se
te um vento forte e ardente, o retirou nhor, porque fêz brilhar a sua gló
e secou; e a água dividiu-se. 22E os ria; precipitou no mar o cavalo e o
filhos de Israel entraram pelo meio cavaleiro.
do mar enxuto; porque a água estava 20 Senhor é a minha fortaleza, e
como um muro à direita e à esquerda o meu louvor; e foi a minha salva
dêles. ção. Êle é o meu Deus, e eu o glo-
Submersão dos Egípcios rificarei; o Deus de meu pai, e eu
o exaltarei.
23E os Egípcios, que os perseguiam, 30 Senhor é como um guerreiro;
entraram atrás dêles pelo meio do onipotente é o seu nome.
mar, e tôda a cavalaria de Faraó, os 4Precipitou no mar os carros de
seus carros e cavaleiros. 24*E já tinha Faraó e o seu exército; os melhores
chegado a vigília da manhã e eis que, dos seus capitães foram submergi
olhando o Senhor para o acampa dos no mar Vermelho.
mento dos Egípcios por entre a co 5Os abismos os cobriram; foram
luna de fogo e de nuvem, destruiu o para o fundo como uma pedra.
seu exército, “ e transtornou as rodas °A tua dextra, Senhor, se assina
dos carros, e êles eram levados para o lou pela fortaleza; a tua dqxtra, Se
fundo (do m ar). Disseram, pois, os nhor, destruiu o inimigo.
Egípcios: Fujamos de Israel, porque 7E, na grandeza da tua glória,
o Senhor combate por êles contra nós. aniquilaste os teus adversários. En
26E o Senhor disse, a Moisés: Estende viaste a tua ira, que os devorou
a tua mão sôbre o» mar, para que as como palha.
águas se voltem para os Egípcios, sô 8E, ao sôpro do teu furor, se a-
bre os seus carros,e os seus cava montoaram as águas; parou a onda
leiros. 27E Moisés, tendo estendido a em sua corrente; os abismos amon
mão sôbre o mar, (êste) ao romper toaram-se no meio do mar.
da manhã, voltou para o lugar habi 90 inimigo tinha dito: Eu irei em
tual, e, fugindo os Egípcios, foram (seu) alcance, e (os) apanharei, re
as águas sobre êles, e o Senhor os partirei os despoj os, satisfazer-se-á a
envolveu no meio das ondas. 28E as minha alma; desembainharei a mi
águas voltaram, e cobriram os carros nha espada, a minha mão os matará.
e os cavaleiros de todo o exército de 10Soprou o teu espírito, e o mar os
Faraó, os quais, em seguimento (dos cobriu; foram submergidos como
Israelitas), tinham entrado no mar; chumbo nas águas impetuosas.
e não escapou um só dêles. 29Mas os “ Quem, dentre os fortes, é seme-
24. Tinha chegado a vigília da manhã. Os antigos Hebreus dividiam a noite em três
vigílias de quatro horas cada urna, começando a prim eira às 6 horas da tarde, e termi
nando a última às 6 da manhã.
Gap. X V — 8 o s abismos, isto é, as ondas.
15 - 16 EXODO 93
lhante a ti, Senhor? Quem é seme garam a Mara, mas não podiam beber
lhante a ti, magnífico em santidade, as águas de Mara, porque eram amar
terrível e louvável, operando prodí gas; por isto pôs àquele lugar um no
gios? me conveniente, chamando-o Mara,
12Estendeste a tua mão, e a terra isto é, amargura. 24E o povo murmu
os enguliu. rou contra Moisés, dizendo: Que ha
13Fôste por tua misericórdia o guia vemos de beber? 25Êle, porém, cla
do povo que resgataste; e o conduzis mou ao Senhor, o qual lhe mostrou
te com tua fortaleza para a tua san um pau; e, tendo-o lançado nas águas,
ta morada. elas se tornaram doces. A i lhe deu
14Levantaram-se os povos, e iraram- (D eus) preceitos e ordens, e ai o pos
se; as dores apoderaram-se dos habi à prova. 26E disse: Se obedeceres à
tantes da Palestina. voz do Senhor teu Deus, e fizeres o
15Então se perturbaram os príncipes que é reto diante dêle, e obedeceres
de Edom, e o temor apossou-se dos aos seus mandamentos, e guardares
valentes de Moab; todos os habitantes todos os seus preceitos, eu não man
de Canaã ficaram gelados (de te rro r). darei sôbre ti nenhuma das enferm i
16Venha sôbre êles o mêdo e o pa dades que mandei contra o Egito,
vor, à vista da grandeza do teu bra porque eu sou o Senhor que te sara.
ço; tornem-se imóveis como urna pe
dra, até que passe o teu povo, ó Em Elim
Senhor, até que passe êste teu povo,
que adquiriste. 27Depois os filhos de Israel foram
17Tu os introduzirás, e os estabe a Elim, onde havia doze fontes de á-
lecerás no monte da tua herança, na gua e setenta palmeiras; e acampa
tua firmíssima habitação, que tu fun ram junto das águas.
daste, ó Senhor, no teu santuário, Se
nhor, que tuas mãos firmaram. N o deserto de Sin; queixas dos
180 Senhor reinará eternamente, e Israelitas
além da eternidade. 1 íj 7E partiram de Elim, e toda a
Resumo do Cântico
* . multidão dos filhos de Israel
foi para o deserto de Sin, o qual es
19Porque Faraó a cavalo entrou no tá entre Elim e o Sinai, no décimo
mar com seus carros e seus cavalei quinto dia do segundo mês, depois
ros; e o Senhor fêz voltar sôbre êles que tinham saído da terra do Egito.
as águas do mar; porém os filhos de 2E toda a multidão dos filhos de Israel
Israel caminharam a pé enxuto pelo murmurou contra Moisés e Arão no
meio dêle. deserto. 3E os filhos de Israel disse
ram-lhes: Antes fôssemos mortos na
Cântico de M aria e das Israelitas terra do Egito pela mão do Senhor,
“ Então Maria, profetisa, irmã de quando estávamos sentados junto às
Arão, tomou na mão um adufe; e saí panelas das carnes, e comíamos pão
ram tôdas as mulheres após ela com com fartura; por que nos trouxestes
adufes e em coros. a êste deserto, para matar à fom e tô-
21E ela em primeiro lugar cantava da esta multidão?
dizendo: Cantemos ao Senhor, porque Deus manda codornizes e m aná
fêz brilhar a sua glória; precipitou
no mar o cavalo e o cavaleiro. 4E o Senhor disse a Moisés: Eis
Em M ara as águas tornam-se doces ue vou fazer chover para vós pães
o céu; saia o povo, e colha o que
22Ora Moisés tirou Israel do mar baste para cada dia, a fim de que eu
Vermelho e sairam para o deserto de o ponha à prova (para v e r) se anda
Sur; e caminharam três dias no de ou não na minha lei. 5Mas, ao sexto
serto sem encontrar água. 23E che-31 dia, preparem o que tiverem levado; e
13. Para a tua santa morada. Referência à terra de Canaã, que já tinha sido santificada
por v árias aparições de Deus.
Cap. X V I — 5. Preparem , segundo o modo indicado nos Núm eros (X L 8).
94 ExODo 16
seja o dobro do que costumavam co que tinha colhido menos, encontrou
lher em cada dia. °E Moisés e Arão de menos; mas cada um tinha apa
disseram a todos os filhos de Israel: nhado quanto podia comer. 19E Moi
Esta tarde reconhecereis que o Se sés dfsse-lhes: Ninguém deixe dêle
nhor é quem vos tirou da terra do E- até (amanha) de manhã. 20Mas êles
gito; 7e pela manhã vereis a glória do não lhe deram ouvidos, e alguns con
Senhor; porque êle ouviu as vossas servaram até de manhã, e êle come
murrnurações contra o Senhor; nós, çou a ferver em vermes, e apodre
porém, o que somos, para que murmu ceu; Moisés, pois, irou-se contra êles.
reis contra nós? 8E Moisés disse: O 21Cada um, pois, colhia pela manhã
Senhor vos dará esta tarde carnes quanto podia bastar para seu ali
para comer, e pela manhã pães com mento; e, quando o sol fazia sentir
fartura, porque ouviu a vossa mur- os seus ardores, (o mana) derretia-se.
muração com que murmurastes con 22Mas no sexto dia, colheram êles
tra êle; porque nós o que somos? Não o dôbro daquele alimento, dois go-
são contra nós as vossas murmura- mores por cabeça, e todos os princi
ções, mas contra o Senhor. 9Disse pais do povo foram dar parte disso
mais Moisés a Arão: Dize a tôda a a Moisés, 23o qual lhes disse: Isto é
multidão dos filhos de Israel: Apre- o que o Senhor ordenou: Amanhã é
sentai-vos diante do Senhor, porque o descanso de sábado consagrado ao
êle ouviu as vossas murrnurações. Senhor. Fazei (h oje) tudo o que ten
10Ora, quando Arão ainda falava a des que fazer, e cozei o que tendes
tôda a multidão dos filhos de Israel, que cozer; e tudo o que sobejar,
olharam para o deserto; e eis que a guardai-o para amanhã. 24E fizeram
glória do Senhor apareceu no meio como Moisés ordenara, e (o maná)
da nuvem. não se corrompeu nem se acharam
nE o Senhor falou a Moisés, di vermes nêle. 25E Moisés disse: Co
zendo: 12Eu ouvi as murrnurações mei-o hoje, porque é o sábado do
dos filhos de Israel; dize-lhes pois: Senhor; hoje (o maná) não se acha
à tarde comereis carnes e pela ma rá no campo. ^Colhei-o durante seis
nhã sereis saciados de pães; e sabe dias; mas o dia sétimo é o sábado do
reis que eu sou o Senhor vosso Deus. Senhor, por isso se não encontrará.
13Aconteceu, pois, de tarde virem co- 27E chegou o sétimo dia; e, tendo
dornizes, que cobriram os acampa saído alguns do povo a apanhá-lo,
mentos; e pela manhã havia uma ca não o encontraram. “ E o Senhor
mada de orvalho em roda dos acam disse a Moisés: Até quando recusa
pamentos. 14E, tendo coberto a su reis guardar os meus mandamentos
perfície da terra, apareceu no deser e a minha lei? ^Considerai que o Se
to uma coisa miúda, e como pisada nhor vos deu o sábado (para guar
num almofariz, à semelhança de gea dar), e que por isso vos dá ao sexto
da sôbre a terra. 15Tendo visto isto dia duplo sustento; cada um este
os filhos de Israel disseram entre si: ja na sua tenda, ninguém saia do
Manhu? que significa: Que é isto? seu lugar no sétimo dia. "E o povo
Porque não sabiam o que era. E Moi observou o repouso do sétimo dia.
sés disse-lhes: Êste é o pão que o Aspecto do maná
Senhor vos dá para comer.
31E a casa de Israel deu àquele ali
Prescrições de Deus relativas ao maná mento o nome de Man; e era como
a semente de coentro, branco, e o
16Eis o que o Senhor ordenou: Ca seu sabor como o da farinha (amas
da um colha dêle quanto baste para sada) com mel.
seu alimento; tomai um gomor por
cabeça, conforme o número das vos Gomor conservado no Tabernáculo
sas almas, que habitam em cada ten 32E Moisés disse: Eis o que orde
da. 17E os filhos de Israel assim fi nou o Senhor: Enche um gomor dê-
zeram; e apanharam uns mais, ou le, e guarde-se para as gerações fu
tros menos. 18E mediram-no por um turas, a fim de que saibam com que
gomor; e nem o que tinha ajuntado pão vos sustentei no deserto, quando
mais tinha maior quantidade, nem o fôstes tirados da terra do Egito. "E
16 - 18 ExoDO 95
Moisés disse a Arão: Toma um vaso, Ataque dos Amalecitas e vitória
o mete nêle maná, quanto pode con alcançada sôbre êles
ter um gomor; e põe-no diante do 8Ora Amalec veio e pelejava con
Senhor, para se conservar pelas vos tra Israel em Rafidim. 9E Moisés
sas gerações, “ como o Senhor or disse a Josué: Escolhe homens e vai
denou a Moisés. E Arão o pôs no ta- combater contra Amalec; amanhã
bernáculo para ser conservado. estarei no cimo da colina, tendo na
Duração do maná minha mao a vara de Deus. 10Fêz
Josué como Moisés tinha dito, e com
38E os filhos de Israel comeram bateu contra Amalec; e Moisés e
maná durante quarenta anos, até Arão e Hur subiram ao cimo da co
chegarem a um país habitado; com lina. nE, quando Moisés tinha as
esta comida se alimentaram até che mãos levantadas, Israel vencia, mas,
garem aos confins do país de Canaã. se as abaixava um pouco, Amalec le
30O gomor é a décima parte do efi. vava vantagem. 12Ora os braços de
Moisés estavam fatigados; tomando
Em Rafidim Moisés faz sair água portanto uma pedra, puseram-na
dum rochedo por debaixo dêle, na qual se sentou;
1 7 ^endo, pois, partido tôda a e Arão e Hur sustentavam-lhe os
braços de ambas as partes. E aconte
11 multidão dos filhos de Israel ceu que os seus braços não se fatiga-
do deserto de Sin, e feito as suas pa ram até ao pôr do sol. 13E Josué pôs
ragens segundo a ordem do Senhor, em fuga Amalec e a sua gente, e os
acamparam em Rafidim, onde não passou ao fio da espada. 14E o Se
havia água de beber para o povo, 2o nhor disse a Moisés: Escreve isto no
qual, murmurando contra Moisés, livro para memória, e faze-o saber
disse: Dá-nos água para bebermos. a Josué, porque eu hei de extinguir
Moisés respondeu-lhes: Por que mur a memória de Amalec de debaixo do
murais contra mim? Por que tentais céu. 15E Moisés edificou um altar, e
ao Senhor? 8Portanto aí mesmo, por pôs-lhe êste nome: o Senhor é a mi
causa da falta de água, o povo teve nha glória, e disse: 1#Porque a mão
sêde, e murmurou contra Moisés, di do trono do Senhor, e a guerra do
zendo: Por que nos fizeste sair do Senhor será contra Amalec, de ge
Egito, para nos fazer morrer à sêde ração em geração.
a nós e aos nossos filhos e aos nos
sos animais? 4E Moisés clamou ao Visita de Jetro a Moisés
Senhor, dizendo: Que farei eu a ês-
te povo? Pouco falta que êle me não 10 xOra, tendo ouvido Jetro, sa-
apedreje. 5E o Senhor disse a Moi cerdote de Madian, sogro de
sés: Caminha adiante do povo, e to Moisés, tudo o que Deus tinha feito
ma contigo alguns dos anciãos de a Moisés e a Israel seu povo, e co
Israel, e toma na tua mão a vara mo o Senhor tinha tirado Israel do
com que feriste o rio, e vai. #Eis que Egito, 2tomou Séfora, mulher de
eu estarei lá diante de ti sôbre a Moisés, a qual êle lhe tinha deixado,
pedra de Horeb; e ferirás a pedra, 3e os dois filhos dela, um dos quais
e dela sairá água, para que o povo se chamava Gersão, por seu pal ter
beba. Moisés assim fêz na presença dito: Eu fui peregrino numa terra
dos anciãos de Israel. 7E pôs àquele estrangeira, 4e o outro (se chamava)
lugar o nome de Tentação, por cau Eliezer, por seu pai ter dito: O Deus
sa da murmuração dos filhos de Is de meu pai foi o meu defensor, e me
rael, e porque êles tentaram ao Se salvou da espada de Faraó. “Foi,
nhor, dizendo: O Senhor está no pois, Jetro, sogro de Moisés, com
meio de nós, ou não?3 6 seus filhos e sua mulher, ter com
36. G o m o r , é um vaso com a capacidade de pouco mais de três litros.
Cap. X V I I — 2. P o r q u e t e n t a i s a o S e n h o r que tantas vêzes vos tem socorrido, e
quereis que fa ç a um novo milagre para vos m ostrar que está no meio de vós?
16. P o r q u e a m ã o . . . O hebraico diz: P o r q u e l e v a n t o u a m ã o c o n t r a o t r o n o de
Y a h io e h , Yahvoeh e s ta rá em g u e rra c o n tr a A m a le c de g e ra ç ã o em g e ra ç ã o .
96 ExODO 18 - 19
Moisés ao deserto, onde êle estava êste trabalho é sôbre as tuas forças,
acampado junto ao monte de Deus. e tu só não o poderás aturar. 10Mas
6E mandou dizer a Moisés: Eu, Je- ouve minhas palavras e conselhos,
tro, teu sogro, venho ter contigo e Deus será contigo. Sê mediador do
com tua mulher e os teus dois fi povo naquelas coisas que dizem res
lhos com ela. peito a Deus, para lhe expores os pe
7Moisés, saindo ao encontro de seu didos que lhe são dirigidos, ^e pa
sogro, prostrou-se (diante dele), e o ra ensinares ao povo as cerimônias e
beijou; e saudaram-se mütuamente 0 modo de honrar a Deus, e o cami
com palavras amigas. E, tendo en nho por onde devem andar, e as obras
trado na tenda, 8Moisés contou a seu que devem fazer. 21Mas escolhe en
sogro tudo o que o Senhor tinha fe i tre todo o povo homens capazes e te
to contra Faraó e os Egípcios, por mentes a Deus, nos quais haja verda
causa de Israel; e todo o trabalho de, e que aborreçam a avareza; faze
que lhe sobreviera no caminho, e co dêles tribunos e centuriões, e chefes
mo o Senhor os tinha livrado. 9Jetro de cinqüenta e de dez homens, 22os
alegrou-se por todos os bens que o quais julguem o povo em todo o tem
Senhor tinha feito a Israel, e por po, e te dêem conta das coisas mais
que o tinha livrado da mão dos Egíp graves, e êles julguem somente as coi
cios, 10e disse: Bendito (seja) o Se sas menos graves. Desta sorte o pêso
nhor, que vos livrou da mão dos ue te oprime será mais leve, sen-
Egípcios, e da mão de Faraó, e que o repartido com outros. 23Se fize
livrou o seu povo da mão do Egito. res isto, cumprirás a ordem de Deus,
"A g o ra conheci que o Senhor é gran e poderás executar os seus preceitos;
de sôbre todos os deuses; porque e todo êste povo voltará em paz para
aquêles (Egípcios) trataram êstes as suas moradas. 24Moisés, tendo ou
(Israelitas) com soberba. 12Jetro, vido isto, fêz tudo o que seu sogro lhe
pois, sogro de Moisés, ofereceu a sugerira. 25E, tendo escolhido entre
Deus holocaustos e hóstias; e Arão todo o povo de Israel homens de va
e todos os anciãos de Israel vieram lor, constituiu príncipes do povo, tri
comer com êle diante do Senhor. bunos, e centuriões, e chefes de cin
qüenta, e de dez homens. “ E êles fa
Moisés ju lga o povo durante ziam ‘justiça ao povo em todo o tem
um dia inteiro po; e davam conta a Moisés de todas
13E, no dia seguinte, Moisés as as coisas mais graves, julgando êles
sentou-se para julgar o povo, que somente as mais fáceis. 27E Moisés
estava em volta de Moisés, desde ma despediu-se de seu sogro, o qual par
nhã até à tarde. 14E seu sogro, ten tiu e voltou para o seu país.
do visto tudo o que êle fazia com Chegada ao Sinai
o povo, disse: Que é isto que fazes
com o povo? Por que te sentas só 1Q 2N o terceiro mês, depois da saí-
tu (no tribunal), e todo o povo es da dos Israelitas da terra do
tá esperando desde manhã até à tar Egito, neste dia chegaram ao deser
de? 15Moisés respondeu-lhe: O povo to do Sinai. 2Porque, tendo parti
vem a mim para ouvir a sentença de do do Rafidim, e chegando ao deser
Deus. 16E, quando entre êles nasce to do Sinai, acamparam naquele mes
alguma contenda, vêm ter comigo, mo lugar, e Israel levantou aí as suas
para que eu julgue entre êles, e tendas defronte do monte.
lhes mostre os preceitos de Deus e Os Israelitas prometem fidelidade
as suas leis. à aliança que Deus lhes propôs
Jetro aconselha-lhe que escolha
auxiliares 3E Moisés subiu (para ir falar) a
Deus, e o Senhor o chamou do monte,
17Mas Jetro disse: Não fazes bem. e disse: Dirás estas coisas à casa de
18Consomes-te com um trabalho vão, Jacó, e anunciarás aos filhos de Is
a ti e a êste povo que está contigo; rael: 4Vós mesmos vistes o que eu
12. Comer com êle a carne das vitimas.
19 - 2u EXODO 97
fiz aos Egípcios, de que modo vos lãmpagos, e uma nuvem muito espês-
trouxe sôbre asas de águia, e vos to sa cobriu o monte, e o som duma
mei para mim. 5Se, portanto, ouvir trombeta atroava muito forte; e o po
des a minha voz, e observardes a mi vo que estava no acampamento ate
nha aliança, sereis para mim a porção morizou-se. 17E, quando Moisés os
escolhida dentre todos os povos; por conduziu fora do acampamento (para
que tôda a terra é minha. °E sereis irem ) ao encontro de Deus, pararam
para mim um reino sacerdotal, e uma nas fraldas do monte. l8E todo o mon
nação santa. Estas são as palavras que te Sinai fumegava, porque o Senhor
dirás aos filhos de Israel. tinha descido sôbre êle no meio de
7Moisés foi, e, convocados os an fogo, e dêle, como duma fornalha, se
ciãos do povo, expôs tudo o que o Se elevava fumo, e todo o monte causa
nhor tinha mandado. 8E todo o po va terror. 19E o som da trombeta ia
vo respondeu a uma voz: Faremos tu aumentando pouco a pouco, e se es
do o que o Senhor disse. E Moisés palhava mais ao longe. E Moisés fa
tendo referido ao Senhor as palavras lava, e Deus resçonaia-lhe.
do povo, 9o Senhor disse-lhe: breve- ^O Senhor, pois, desceu sôbre o
mente virei a ti na escuridão duma monte Sinai, no cimo mesmo do mon
nuvem, para que o povo me ouça te, e chamou Moisés ao mais alto dê
quando te falo, e te creia para sempre. le. E, tendo lá subido, 21(o Senhor)
disse-lhe: Desce e notifica ao povo,
Preparação do povo para a descida não suceda que, para ver o Senhor,
de Deus sobre o Sinai queira passar os limites, e pereça um
Moisés, pois, referiu as palavras do grande número dêles. 22Os sacerdotes
povo ao Senhor, 10o qual lhe disse: Vai também que se aproximam do Senhor,
ter com o povo, e santifica-o hoje e a- santifiquem-se para que êle não os fi
manhã, e lavem os seus vestidos, ue ra (de m orte). 23E Moisés disse ao
estejam preparados para o terceiro Senhor: O povo não poderá subir ao
dia; porque, no terceiro dia, o Senhor monte Sinal, visto que tu intimaste e
descerá a vista de todo o povo sôbre ordenaste, dizendo: Põe limites ao re
o monte Sinai. 12E tu fixarás em dor do monte, e santifica-o. 24E o
roda limites ao povo, e lhes dirás: Senhor disse-lhe: Vai, e desce, e (em
Guardai-vos de subir ao monte, nem seguida) subirás tu, e Arão contigo;
toqueis nos seus limites; todo o que os sacerdotes, porém, e o povo não ul
tocar o monte será punido de morte. trapassem os limites, nem subam pa
13Mão alguma o tocará, mas (quem ra o Senhor, não suceda que êle os
o tocar) será apedrejado ou trespas mate. “ E Moisés desceu ao povo, e
sado com setas, quer seja uma bês- referiu-lhes tudo.
ta, quer seja um homem, não viverá; O Decálogo
quando começar a soar a trombeta,
então subam ao monte. 14E Moisés des 2(1 7E o Senhor pronunciou tôdas
ceu do monte para o povo e o santi estas palavras: 2Eu sou o Se
ficou. E, depois de terem lavado os nhor teu Deus, que te tirei da terra
seus vestidos, 1Sdisse-lhes: Estai pre do Egito, da casa da servidão.
parados para o terceiro dia, e não 3Não terás outros deuses diante de
vos chegueis a vossas mulheres. mim. 4Não farás para ti imagem de
Aparição de Deus sôbre o Sinai escultura, nem figura alguma do que
há em cima no céu, e do que hâ em
16Já tinha chegado o terceiro dia, baixo na terra, nem do que há nas
e raiava a manhã, e eis que começa águas debaixo da terra. 5Não adora
ram a ouvir-se trovões, e a fuzilar re- rás tais coisas, nem lhes prestarás cul-
Cap. X IX — 4. sôbre asas de águia. O Deuteronômio (X X X II, 11) desenvolve mais
esta frase.
13. M ão alguma tocará aquêle que tiver tocado o monte ou ultrapassado os limites
fixados, pois é um sacrílego e um imundc
Cap. X X — 5. Q>ue vinga a iniqilidade. Deus, a fim de mais eficazmente levar os
Israelitas à observância da lei, am eaça cast igá-los nos seus filhos, que são o que êles
têm de mais caro.
4 - B íblia Sagrada
98 EXODO 20 - 21
to; eu sou o Senhor teu Deus forte e Fala-nos tu, e nós ouviremos; não nos
zeloso, que vinga a iniquidade dos pais fale o Senhor, não suceda morrermos.
nos filhos, até à terceira e quarta ge 20E Moisés disse ao povo: Não temais,
ração daqueles que me odeiam; °e porque Deus veio para vos provar,
que usa de misericórdia até mil (g e e para que o seu temor esteja em
rações) com aquêles que me amam e vós, e não pequeis. mO povo, pois, fi
guardam os meus preceitos. cou longe; e Moisés aproximou-se da
7Não tomarás o nome do Senhor escuridão, em que Deus estava.
teu Deus em vão; porque o Senhor
não terá por inocente aquêle que to Como deve ser construído o altar
mar em vão o nome do Senhor seu 22E o Senhor disse mais a Moisés:
Deus. Dirás estas coisas aos filhos de Israel:
8Lembra-te de santificar o dia de Vós vistes que eu vos falei do céu.
sábado. °Trabalharás durante seis 23Não fareis para vós deuses de prata,
dias, e farás (neles) tôdas as tuas o- nem deuses de ouro. 24Far-me-eis um
bras. 10O sétimo dia, porém, é o sá altar de terra, e oferecereis sôbre êle
bado do Senhor teu Deus; não farás os vossos holocaustos e as vossas hós
nêle obra alguma, nem tu, nem teu tias pacíficas, as vossas ovelhas e bois
filho, nem tua filha, nem o teu servo, em todo o lugar onde se fizer memó
nem a tua serva, nem o teu gado, nem ria do meu nome; eu virei *a ti, e te
o peregrino que está dentro das tuas abençoarei. “ Se, porém, me edifica-
portas. "Porque o Senhor fêz em seis res algum altar de pedra, não o edifi-
dias o céu e a terra, e o mar, e tudo carás de pedras lavradas; porque, se
o que nêles há, e descansou ao sétimo levantares sôbre êle o cinzel, ficará
dia; por isso o Senhor abençoou o dia poluto. “ Não subirás por degraus ao
de sábado e o santificou. meu altar, para que não se descu
12Honra teu pai e tua mãe, a fim bra a tua nudez.
de que tenhas uma vida dilatada so
bre a terra que o Senhor teu Deus te Leis relativas aos escravos
dará.
13Não matarás. 21
JEstas são as leis judiciais, que
14Não cometerás adultério. tu lhes proporás:
15Não furtarás. 2Se comprares um escravo hebreu,
10Não dirás falso testemunho con êle te servirá seis anos; e, ao sétimo,
tra o teu próximo. sairá forro de graça. 3Com o mesmo
"N ão cobiçarás a casa do teu pró vestido com que entrar, com tal sairá;
ximo; não desejarás a sua mulher, se tiver mulher, também a mulher
nem o seu servo, nem a sua serva, sairá juntamente com êle. 4Mas, se o
nem o seu boi, nem o seu jumento, senhor lhe tiver dado mulher, e ela
nem coisa alguma que lhe pertença. tiver dado à luz filhos e filhas, a mu
lher e seus filhos serão do seu senhor,
Terror do povo em presença dos e êle sairá com o seu vestido. 5Po-
prodígios da aparição rém, se o escravo disser: Eu tenho a-
18Ora, todo o povo ouvia os trovões mor ao meu senhor e à minha mulher
e o som da trombeta, e via os relâm e aos meus filhos, não quero sair fo r
pagos e o monte fumegando;- e, ater ro, °então o senhor o fará comparecer
rorizados e abalados com o pavor, pa diante de Deus, e o fará encostar à
raram ao longe, 19dizendo a Moisés:6 2 porta e às ombreiras, e lhe furará a
26. N ã o s u b irá s por d e g ra u s , m as por um plano inclinado. E sta determinação è
completada no capitulo X X V II, 42-43. Devemos ver nestas p alavras o quanto Deus de
seja que observemos a santa modéstia:
Cap. X X I — 2. U m Hebreu podia tornar-se escravo doutro Hebreu, ou porque êle próprio
se vendia por causa de sua pobreza (L e v ., X X V , 39), ou porque, tendo roubado, nfto podia res
tituir (Ê x ., X X II, 3 ), ou por ser devedor insolvente (L e v ., X X V , 39; I V Reis, IV , 1 ). Em
qualquer caso, porém, nfto podia ser obrigado a servir m ais de seis anos completos.
3. C o m o m e s m o v e s t i d o . . . o original diz: S e e n t r a r s ó (sem m ulher), s a i r á s ó .
4. E ê l e s a i r á c o m o s e u v e s t i d o . N o original: E ê le s a i r á s ó .
6. D i a n t e d e D e u s , isto é, diante dos juizes, representantes de Deus (X X II, 8 -9), pe
rante os quais o escravo declarava renunciar p ara sempre à sua liberdade. Depois disto
21 EXODO 99
orelha com uma sovela; e êle ficará uma pedra ou com o punho, e êle
seu escravo para sempre. 7Se algum não morrer, mas fô r para o leito, 10se
vender sua filha para ser serva, esta êle (depois) se levantar, e andar por
não sairá como costumam sair as es fora encostado ao seu bordão, será
cravas. 8Se ela desagradar aos olhos (declarado) inocente o que o feriu,
de seu senhor, a quem tinha sido en com a condição, porém, de que o
tregue, despedi-la-á; porém não terá compense do seu trabalho (in terrom
direito de a vender a um povo estran pido) e das despesas feitas com os
geiro, se a rejeitar. 9Se, porém, a ca médicos. 120*O que ferir o seu escravo
*8
5
sar com seu filho, tratá-la-á como de ou a sua escrava com uma vara, e
ordinário se tratam as filhas. 10Mas, êles morrerem nas suas mãos, será
se êle dá outra espôsa a seu filho, réu de crime. “ Mas, se sobreviver um
proverá a serva de outras núpcias e dia ou dois, não ficará sujeito à pena,
de vestidos, e não lhe negará o preço porque é seu dinheiro. 22Se alguns
da sua virgindade. “ Se êle não fizer homens renhirem, e um dêles ferir
estas três coisas, ela sairá (liv re ) gra uma mulher grávida, e fô r causa de
tuitamente sem (pagar nenhum) di que aborte, mas ficando ela com vi
nheiro. da, será obrigado a ressarcir o dano
Homicídio e direito de asilo
segundo o que pedir o marido da mu
lher, e os árbitros julgarem. 23Mas,
120 que ferir um homem, queren se se seguiu a morte dela, dará vida
do matá-lo, seja punido de morte. por vida. 24*ô lho por ôlho, dente por
13Aquêle, porém, que não armou cila dente, mão por mão, pé por pé. “ Quei
das, mas (fo i) Deus (quem ) lho en madura por queimadura, ferida por
tregou nas suas mãos, eu te designa ferida, pisadura por pisadura. 26Se
rei um lugar no qual se deva re alguém ferir o ôlho do seu escravo
fugiar. 14Se alguém matar o seu pró ou da sua escrava, e os deixar cegos
ximo de caso pensado e à traição, tu (de um dos olhos), deixá-los-á ir li
o arrancarás do meu altar para que vres pelo ôlho que lhes tirou. 27Se
morra. também fizer cair um dente ao es
O que fere seus pais cravo ou à escrava, do mesmo modo
os deixará ir livres.
150 que ferir seu pai ou sua mãe,
seja punido de morte. Prejuízos causados pelos animais
domésticos
Rapto dum homem
28Se um boi ferir com as pontas
l8Aquêle que tiver roubado um ho um homem ou uma mulher, e morre
mem, e o tiver vendido, convencido rem, será apedrejado, e não se come
do crime, morra de morte. rão as suas carnes; mas o dono do
O que amaldiçoa seus pais boi será (declarado) inocente. 29Mas,
se o boi já marrava há algum tempo,
“ O que amaldiçoar seu pai ou sua e o dono foi avisado, e não o guar
mãe, seja punido de morte. dou, e êle matar um homem ou uma
Lesões corporais mulher, o boi será apedrejado e o seu
dono será morto. 30Porém, se se lhe
18Se alguns homens se travarem de impuser uma multa, dará pela sua
razões, *e um ferir o seu próximo com vida tudo o que lhe fôr pedido. 31Se
o senhor conduzia-o à casa e furava-lhe um a orelha, fixando-a por alguns momentos à
porta ou às om breiras da porta, em sinal da união indissolúvel do escravo com a f a
m ília do seu senhor, o mesmo uso existia entre muitos outros povos.
13. Aquêle, porém, que não armou ciladas, mas involuntariamente matou urna pessoa
por um daqueles acidentes, em que se devem reconhecer os altos desígnios de Deus, tem
direito de fu gir e procurar asilo. A legislaç&o que se segue mostra o cuidado de Deus em
levar o seu povo a ter o máximo respeito pela vida do próximo.
21. Porque é seu dinheiro, porque é sua propriedade, e já fica castigado pelo fato de
ter perdido o escravo. A legislação dos Hebreus sôbre a escravatura é muitíssimo mais
humana que a de todos os outros povos.
24-25. N ã o interpretando à letra esta lei, os juizes m itigavam -na na prática, obrigando
o ofensor a uma reparação.
100 ExODO 21 - 22
o boi ferir com as pontas um rapaz dará o melhor que tiver no seu cam
ou uma rapariga, o dono estará su po ou na sua vinha, segundo a ava
jeito à mesma sentença. 32*Se aco liação do dano. °Se um fogo, alastran
m eter um escravo ou uma escrava, do, encontrar espinhos, e se pegar às
pagará ao dono trinta siclos de pra medas dos trigos ou às searas que
ta, e o boi será apedrejado. ainda estão em pé nos campos, paga
rá o dano aquêle que tiver acendido
Acidentes acontecidos a animais o fogo.
domésticos
Depósitos roubados ou deteriorados
33Se alguém abrir uma cisterna, ou
a cavar, e não a cobrir, e nela cair 7Se alguém confiar a um amigo di
um boi ou um jumento, 34*o dono da nheiro, ou qualquer objeto para guar
cisterna pagará o valor dos animais, dar, e fôr roubado aquêle que os re
mas o animal morto será seu. “ Se o cebeu; e se o ladrão fôr encontrado,
boi de um homem ferir o boi de pagará o dôbro. 8Se o ladrão se não
outro, e êste morrer, venderão o boi encontrar, o dono da casa será obri
vivo, e repartirão o valor, e dividi gado a comparecer diante de Deus, e
rão entre si o boi morto. 36Se, po jurará que não estendeu a mão à
rém, o dono sabia que o boi marrava coisa do seu próximo 9para o de-
já há algum tempo, e não o guar fraudar nem num boi, nem num ju
dou, pagará boi por boi, e receberá mento, nem numa ovelha, nem num
inteiro o boi morto. vestido, nem em qualquer outra coi
sa que se perdesse; a causa de am
Roubos bos se levará ante os juizes; e, se
estes o condenarem, restituirá o dô
0 9 ‘Se alguém roubar um boi, ou bro ao seu próximo. 10Se alguém der
“ “ roubar uma ovelha, e os ma a guardar ao seu próximo um ju
tar ou vender, restituirá cinco bois mento, um boi, uma ovelha, ou ou
por um boi, e quatro ovelhas por tro qualquer animal, e êste m orrer
uma ovelha. 2Se um ladrão for en ou se estropiar, ou fôr apanhado pe
contrado forçando a porta ou esca los inimigos, sem que ninguém tenha
vando a parede da casa, e, sendo fe visto, nintervirá o juramento, que
rido, morrer, aquêle que o feriu não êle não estendeu a mão à coisa do
será réu de morte. 8Se, porém, fêz seu próximo, e o dono aceitará o
isto depois de ter nascido o sol, co juramento, e o outro não será obri
meteu um homicídio, e êle mesmo gado a idenizar. 12Mas, se a coisa
morrerá. Se (o ladrão) não tiver foi furtada, indenizará o dono do
com que pague o furto, será vendi prejuízo. 13Se foi devorada por uma
do êle mesmo. 4Se aquilo que êle fera, levar-lhe-á o que resta, e não
roubou fôr encontrado ainda vivo será obrigado a restituir.
junto dêle, quer seja um boi quer
seja um jumento, quer seja uma ove Empréstimos e aluguéis
lha, restituirá o dôbro. 140 que pedir ao seu próximo em
Prejuízos nos campos e nas vinhas prestado alguma destas coisas, e ela
vier a estropiar-se ou a morrer na
5Se alguém danificar um campo ou ausência do dono, será obrigado a
uma vinha, e deixar que o seu gado restituir. 15Mas, se o dono se achou
ande a pastar nos campos alheios, presente não restituirá, principal
32. Trinta siclos de prata, cêrca de 90 cruzeiros.
Cap. X X I I — 1. Cinco bois. .. quatro ovelhas. A razão desta diferença é provavelmente
a maior utilidade do b o i.
3. Depois de ter nascido o sol será réu de homicídio, visto que de dia lhe era mais
fácil defender-se do ladrão, sem recorrer à morte. Todavia, o texto original n&o se explica
sôbre a pena em que incorreu neste caso o homicida; parece deixar aos juizes a sua
determinação.
14-15 Havendo prejuízo na ausência do dono, o locatário devia pagar, pois supõe-se
que houve descuido da sua parte. Estando o dono presente, era êste que tinha a res
ponsabilidade dos seus animais, e por isso o locatário nada pagava.
22 - 23 EXODO 101
mente se a tinha tomado pagando o Primicias e primogênitos
seu aluguel. 29Não tardarás em pagar os teus
Sedução duma virgem dízimos e as tuas primicias, e dar-me-
-ás o primogênito de teus filhos. "O
16Se alguém seduzir uma donzela, mesmo farás dos bois e das ovelhas;
que ainda não está desposada, e dor esteja (o prim ogênito) sete dias com
mir com ela, dotá-la-á, e a tomará sua mãe, e no oitavo dia oferecer-
por mulher. 17Se o pai da donzela -mo-ás.
não lha quiser dar, pagará tanto di 31Vós sereis para mim homens san
nheiro, quanto as donzelas costumam tos; não comereis carne que já tenha
receber em dote. sido provada pelos animais selváticos,
M agia mas deitá-la-eis aos cães.
18Não deixarás viver os feiticeiros. Calúnia e falso testemunho
Bestialidade O? JNão admitirás palavra de men-
tira (contra o p róxim o) nem
19Aquêle que pecar com uma bêsta, cederás a tua mão para dizeres um
seja punido de morte. falso testemunho a favor do ímpio.
Idolatria 2Não seguirás a multidão para fazer
o mal, nem em juízo te unirás ao pa
“ Aquele que sacrificar aos deuses, recer do maior número, para te des
à exceção só do Senhor, será morto. viares da verdade. 3Não terás tam
Caridade p ara com os fracos bém compaixão do pobre em juízo.
21Não molestarás nem afligirás o Animais dum inimigo
estrangeiro, porque também vós fôs- 4Se encontrares o boi do teu ini
tes estrangeiros na terra do Egito. migo ou o (seu) jumento desgarrado,
22Não fareis mal algum à viúva nem leva-lhos. 5Se vires o jumento do
ao órfão. 23Se os ofenderdes, êles gri que te odeia caído debaixo da carga,
tarão por mim, e eu ouvirei o seu não passarás adiante, mas ajudá-lo-
clamor; 24e o meu furor se acen -ás a levantá-lo.
derá, e eu vos exterminarei à espa
da, e as vossas mulheres ficarão viú Juizes
vas, e os vossos filhos, órfãos. 25Se °Não te desviarás no julgamento do
emprestares dinheiro ao meu povo
pobre, que habita contigo, não o aper pobre. 7Fugirás à mentira. Não farás
tarás como um exator, nem o oprimi morrer o inocente nem o justo, por
rás com usuras. 26Se receberes do teu que eu aborreço o ímpio. 8Não acei
próximo em penhor a sua capa, tu tarás presentes, os quais fazem cegar
lha darás antes do sol pôsto, 27porque ainda os prudentes, e subvertem as
ela é a sua única cobertura, o úni palavras aos justos. 9Não serás mo
co vestido da sua carne, nem tem lesto ao estrangeiro, ‘ porque vós sa
outro com que dormir. Se êle cla beis o que é ser estrangeiro, pois que
mar por mim, ouví-lo-ei, porque sou também fôstes estrangeiros na terra
misericordioso. do Egito.
O ano sabático e o sábado
M agistrados
10Durante seis anos semearás a tua
28Não dirás mal dos juizes, e não terra, e recolherás os seus frutos.
amaldiçoarás o príncipe do teu povo.8
2 “ Mas, no sétimo anor a deixarás e a
28. o p r í n c i p e , isto é, o que representa a autoridade suprema.
Cap. X X I I I — 3. N ã o t e r á s t a m b é m c o m p a i x ã o . . . N os julgamentos sòrnente se deve a -
tender à justiça, e a compaixão para com o pobre de modo algum deve levar a urna
sentença parcial, em seu favor e contra os ricos.
6. N ã o t e d e s v i a r á s . .. o original diz: N ã o f a r á s d o b r a r o d i r e i t o d o p o b r e n o s e u
p ro c e ss o . . .
7. A b o r r e ç o o ím p io . O original diz: E u não a b s o lv e r e i o ím p io , isto é, o juiz culpado
de in justiça.
102 ÊXODO 23 - 24
farás descansar, para que os pobres que te digo, eu serei inimigo dos
do teu povo comam (os frutos es teus inimigos, e eu afligirei os que
pontâneos d ela ); e os animais comam te afligem. 23E o meu anjo cami
o que restar (no ca m p o); isto mes nhará adiante de ti, e te introduzirá
mo praticarás com a tua vinha e com na terra dos Amorreus, e dos He-
o teu olival. 12Trabalharás seis dias; teus, e dos Ferezeus, e dos Cananeus,
ao sétimo dia descansarás, para que e dos Heveus, e dos Jebuseus, os
descanse o teu boi e o teu jumento, quais eu exterminarei. “ Não adora
e (para que) o filho da tua escrava rás os seus deuses, nem os servirás;
e o estrangeiro tenham algum alívio. não farás o que êles fazem, mas des-
trui-los-ás, e quebrarás as suas está
Nomes dos deuses estranhos
tuas.
13Observai tudo o que vos tenho “ Servireis ao Senhor vosso Deus,
dito. Não jurareis pelo nome de deu para que eu abençoe o teu pão e a
ses estrangeiros, nem (o. nome deles) tua água, e afaste de ti a enferm i
se ouça da vossa bôca. dade. “ Não haverá na tua terra mu
Festas de Israel lher infecunda nem estéril; eu en
cherei o número dos teus dias.
“ Celebrareis festas três vêzes ca "E nviarei o meu terror diante de
da ano em minha honra. 15Observa- ti, e exterminarei todo o povo, em
rás a solenidade dos ázimos. Come cujas terras entrares, e farei que to
rás, como eu te mandei, pães ázimos dos os teus inimigos voltem as cos
durante sete dias, no mês dos trigos tas diante de ti, “ mandando adiante
novos, (que fo i) quando saíste do E - de ti vespas, que porão em fuga o
gito; não aparecerás em minha prè- Heveu, e o Cananeu, e o Heteu, an
sença com as mãos vazias. 16(Obser tes da tua chegada.
varás) a solenidade da ceifa e das “ Não os expulsarei da tua face em
primícias do teu trabalho, de tudo o um (só) ano, para que a terra não
que tiveres semeado no campo; e fique reduzida a um deserto, e as fe
também a solenidade no fim do ano, ras não se multipliquem contra ti.
quando tiveres recolhido todos os “ Expulsá-los-ei pouco a pouco da tua
teus frutos do campo. 17Três vêzes vista, até que tu cresças e tomes pos
no ano todos os varões comparece
rão diante do Senhor teu Deus. 18Não se do país. "F ixa rei os teus limites
oferecerás o sangue da minha v íti desde o mar Vermelho até ao mar dos
ma com pão fermentado, nem a gor Filisteus, e desde o deserto até ao rio;
dura (da vítim a ) da minha solenida entregarei nas vossas mãos os habi
de ficara até de manhã. 19*2L evarás à
1 tantes do país, e os expulsarei da
casa do Senhor teu Deus as primi- vossa vista.
cias dos frutos da tua terra. Não “ Não farás aliança com êles, nem
cozerás o cabrito no leite de sua mãe. com os seus deuses. “ Não habitem
na tua terra, para que te não façam
Bênçãos prometidas à observância pecar contra mim, servindo os seus
da Lei deuses; o que certamente seria para
ti um escândalo.
“ Eis que eu enviarei o meu anjo,
que vá adiante de ti, e te guarde pe Moisés é convidado a aproxim ar-se
lo caminho, e te introduza no lugar de Deus. Cerimônia da aliança
que preparei. "Respeita-o, e ouve a
sua voz, e vê que não o desprezes; OA TOsse também (D eus) a Moi-
porque êle não te perdoará, se pe sés: Sobe ao Senhor tu e Arão,
cares, e o meu nome está nêle. 22Se Nadab e Abiu, e os setenta anciãos
ouvires a sua voz, e fizeres tudo o de Israel, e adorareis de longe. 2E
19. N ão cozerás. .. Cozer um cabrito no leite que o tinha nutrido era um a espécie de
crueldade, que Deus proibiu p ara inspirar aos Israelitas o m aior am or pela mansidão.
21. o meu nome está nêle, representa a minha pessoa, o que êle disser, d i-lo em
meu nome.
26. E u encherei. . . isto é, dar-te-ei um a vida longa.
24 - 25 EXODO 103
só Moisés subirá ao Senhor; os outros e Josué, seu ministro, levantaram-se
não se aproximarão; nem o povo su e, subindo ao monte de Deus, 14Moi-
birá com êle. sés disse aos anciãos: Esperai aqui,
3Veio, pois, Moisés e referiu ao po até que voltemos a vós. Tendes cop-
vo tôdas as palavras do Senhor e vosco Arão e H ur; se sobrevier algu
as leis; e todo o povo respondeu a ma questão, recorrei a êles. 15Tendo
uma voz: Nós observaremos tôdas Moisés subido, a nuvem cobriu o mon
as palavras ditas pelo Senhor. 4E te, 16e a glória do Senhor pousou sô
Moisés escreveu tôdas as palavras do bre o Sinai, cobrindo-o com a nuvem
Senhor; e, levantando-se de manhã, durante seis dias; e, ao sétimo dia,
erigiu um altar no sopé do monte, e Deus chamou Moisés do meio da escu
doze padrões para as doze tribos de ridão (da nuvem ). 17Ora o aspecto
Israel. 5E enviou jovens dentre os da glória cio Senhor era como um fo
filhos de Israel, e ofereceram os seus go ardente sôbre o cimo dó monte, à
holocaustos, e imolaram ao Senhor ví vista dos filhos de Israel. 18E, entran
timas pacíficas, de novilhos. °E Moi do Moisés pelo meio da nuvem, subiu
sés tomou metade do sangue, e lan ao monte; e lá esteve quarenta dias
çou-o em taças; e derramou a outra e quarenta noites.
metade sobre o altar. 7E, tomando Ofertas para a construção do
o livro da aliança, o leu na presença tabernáculo
do povo, o qual disse: Faremos tudo
o que o Senhor disse, e seremos obe OC 7E o Senhor falou a Moisés di-
dientes. 8E (M oisés) tomou o sangue, zendo: 2Dize aos filhos de Is
e derramou-o sôbre o povo, e disse: rael que me tragam as primícias; vós
Êste é o sangue da aliança que o Se as recebereis de todo o homem, que
nhor celebrou convosco, sôbre tôdas voluntàriamente as oferecer. 3É es
estas palavras. tas são as coisas que deveis receber:
Moisés sobe.à montanha com os anciãos ouro, e prata, e cobre, 4jacinto e púr-
pura, escarlate tinto duas vêzes, e li
°E Moisés e Arão, Nadab e Abiu, e nho fino, e pêlo de cabra, 5peles de
os setenta anciãos de Israel subiram. carneiros tintas de vermelho, e peles
10É viram o Deus de Israel; e debai tintas de roxo, e pau de cetim; •'azei
xo dos seus pés (estava) como que te para acender as lâmpadas, aromas
uma obra de pedra de safira, que se para óleo de unção, e perfumes de
parecia com o céu, quando está sere bom cheiro; 7pedras de ônix, e (o u
no. nOra (D eu s) não estendeu a sua tras) pedras preciosas para adornar
mão sôbre aquêles dos filhos de Israel o efod e o racional. 8E me farão um
que se tinham apartado; e êles viram santuário, e eu habitarei no meio dê-
a Deus e comeram e beberam. les. 9(D evem fazê-lo) conforme em
tudo ao modêlo do tabernáculo, que
Moisés e Deus eu te m ostrarei; e ao de todos os seus
12E o Senhor disse a Moisés: Sobe vasos, para o culto; e o fareis dêste
para mim ao monte, e deixa-te estar modo:
aí; e eu te darei as tábuas de pedra, A arca da aliança
e a lei, e os mandamentos, que escre- 10Fazei um a arca de pau de cetim,
vi, para lhos ensinares. 13E Moisés cujo comprimento tenha dois côvados
Cap. X X I v — 8. S ô b r e t ô d a s e s t a s p a l a v r a s . A aliança celebrada baseia-se em tôdas
as palavras Que contem os preceitos de Deus, e a promessa feita pelo povo de as observar.
10. E v i r a m . .. A Escritura não indica nem se sabe ao certo sob que form a Deus se
manifestou. Dizem uns que se manifestou sob a form a dum a grande luz, outros, que sob
a form a humana. Ê, porém, tudo incerto.
11. N ã o e s t e n d e u a s u a m ã o , nfto fêz m al algum aos que, com sua permissão, se tinham
afastado do povo para se aproxim arem do monte. — c o m e r a m e b e b e r a m , isto é, tom aram
parte no banquete sagrado, que era costume fazer-se depois dos sacrifícios pacíficos.
Cap. X X V — 4. P ê l o d e c a b r a . N o oriente há cabras com o pêlo muito comprido e
fino, o qual é empregado no fabrico de panos fortes, que servem para cobrir as tendas.
5. P a u d e c e t i m , isto é, pau da a c á c i a n i l ó t i c a (L in n ). E m tôda a regifto do Sinai
é esta a única árvore que pode servir para construções.
7. E J o d e o r a c i o n a l (v e r a descrição no Cap. X X V III, 15-30).
104 ExODO 25
e meio, a largura côvado e meio, a al altura; e sôbre esta, outra coroa de
tura igualmente côvado e meio. 21Re- ouro. 26Farás também quatro argolas
vesti-la-as de ouro puríssimo por den de ouro, e as porás nos quatro cantos
tro e por fora; e farás sobre ela uma da mesma mesa, uma em cada pé.
coroa de ouro em roda; 12e (farás) 27As argolas de ouro estarão da parte
quatro argolas de ouro, que porás nos de baixo da coroa para se meterem
quatro cantos da arca: duas argolas por ela varais, e a mesa possa ser
dum lado, e duas doutro. 13Faras tam transportada. “ E farás varais de pau
bém varais de pau de cetim, e os co de cetim, e os cobrirás de ouro, e
brirás de ouro, 14e os farás passar servirão para transportar a mesa.
por dentro das argolas que estão aos ^Prepararás também pratos, copos, in-
lados da arca, a fim de que sirvam censorios e taças de ouro puríssimo,
para a transportar. 15Estarão sempre em que Se deverão oferecer as liba-
metidos nas argolas, e nunca se ti çoes. " E porás sempre sôbre a mesa os
rarão delas. 101
E porás na arca O tes
7 pães da proposição na minha pre
temunho que eu te hei de dar. sença.
O candeeiro de ouro
O Fropiciatório
âlFarás também um candeeiro de
17Farás também o propicíatório de ouro puríssimo, trabalhado a martelo,
ouro puríssimo; o seu comprimento a sua haste e os seus ramos, os copos,
terá dois covados e meio, e a largura e esferazinhas, e açucenas, que sairão
côvado e meio. 18Farás também dois dêle. 32Seis ramos sairão dos seus
querubins de ouro batido nas duas lados, três de úm lado e três do outro.
extremidades do oráculo. 19Um queru “ Em um ramo haverá três copos em
bim esteja dum lado, o outro do ou forma de nozes, com uma esferazinha
tro. “ E cubram ambos os lados do e uma açucena; e igualmente no ou
propiciatório, estendendo as asas e co tro ramo três copos em form a de no
brindo o oráculo, e estejam olhando zes, uma esferazinha e uma açucena;
um para o outro com os rostos volta assim serão formados os seis ramos,
dos para o propiciatório, com o qual que devem sair da haste. 34E no mes
deve estar coberta a arca, 21na qual mo candeeiro haverá quatro copos
porás o testemunho,* que eu te hei de em forma de nozes, e em cada um a
dar. 22De lá te darei as minhas or sua esferazinha, e a sua açucena. “ H a
dens, em cima do propiciatório, e do verá três esferazinhas em três lugares
meio dos dois querubins, que estarão da haste, e de cada uma sairão dois
sôbre a arca do testemunho, e te di ramos, e serão ao todo seis ramos
rei tôdas as coisas que por meio de saindo da mesma haste. “ As esfera
ti intimarei aos filhos de Israel. zinhas, pois, e os ramos serão da mes
A mesa dos pães da proposição ma peça (co m o candeeiro), tudo de
ouro finíssimo, trabalhado a martelo.
23Farás também uma mesa de pau 37Farás, além disso, sete lâmpadas
de cetim, que tenha dois côvados de e po-las-ás sôbre o candeeiro, a fim
comprimento, um côvado de largura, de que dêem luz para a frente. “ Tam
e côvado e meio de altura. 24E cobrí- bém os espevitadores e os vasos onde
-la-ás de ouro puríssimo, e far-lhe-ás se apague o morrão que se tiver tira
uma moldura de ouro em roda, 25e do das lâmpadas, serão feitos de ouro
(porás) sôbre a mesma moldura uma puríssimo. 39Todo o pêso do candeeiro
coroa entalhada, de quatro dedos de com todos os seus vasos será um ta-
16. O testemunho, isto é, as tábuas da lei dadas por Deus a Moisés.
17. Propiciatório era a tam pa da arca, tendo o mesmo comprimento e largura. C ham a-
se assim, porque, com os querubins, como que form ava o trono donde Deus ouvia as orações
de Israel e se lhe tornava propicio.
18. Oráculo é um outro nome dado ao propiciatório, porque era dêle que Deus respondia
às consultas do pontífice.
30. Pães da proposição. Eram assim chamados por serem postos diante do Senhor como
homenagem que as doze tribos de Israel ofereciam a Deus. E ram substituídos por outros
todos os sábados, e sòmente os sacerdotes os deviam comer.
39. Ü m talento de ouro, isto é, cêrca de 43 quilogramas.
25 - 26 ExODO 105
lento de ouro puríssimo. 40Toma sen parte, e outro doutra, o qual sobeja
tido, e faze conforme o modêlo que te no comprimento das cobertas para
foi mostrado sobre o monte. cobrir os dois lados do tabernáculo.
“ Farás mais uma outra coberta para
O tabernáculo o tabernáculo, de peles .de carneiros
OC 20 tabernáculo, porém, fá-lo-ás tintas de vermelho; e sôbre esta u-
assim: Farás dez cortinas de ma outra coberta de peles de côr
roxa.
linho retorcido, e de jacinto, e de
púrpura, e de escarlate tinto duas Corno deve ser armado o tabernáculo
vêzes, as quais serão de bordado vário.
aO comprimento duma cortina será 15Farás também de pau de cetim
de vinte e oito côvados; a largura se as tábuas do tabernáculo, que hão de
rá de quatro côvados. Tôdas as corti estar levantadas. 10Cada uma delas
nas se farão da mesma medida. 3Cin- terá dez côvados de comprimento, e
co cortinas serão unidas entre si, e côvado e meio de largura. 17Nos lados
outras cinco serão unidas do mesmo de cada tábua far-se-ão dois encaixes,
modo entre si. “Farás umas presilhas com que cada tábua se una com a ou
da côr de jacinto nos lados e extremi tra; e dêste modo se aparelharão tô
dades das cortinas, para que se pos das as tábuas; 18vinte das quais esta
sam unir umas às outras. 5Cada corti rão ao lado meridional, que olha para
na terá cinqüenta presilhas de cada o sul. 10Para elas farás fundir quaren
lado, de tal sorte (dispostas) que uma ta bases de prata, de sorte que duas
presilha fique em frente da outra, e bases sejam postas sob cada tábua nos
possa uma ligar-se com a outra. •Fa dois ângulos. ^Estarão também vinte
rás também cinco argolas de ouro, tábuas no segundo lado do tabernâcu-
com as quais se devem juntar os pa lo, que olha para o aquilão, aten
nos das cortinas, para que se form e do quarenta bases de prata; serão
um só tabernáculo. postas duas bases debaixo de cada
Cobertura do tabernáculo tábua.
22E para o lado ocidental do ta-
7Farás mais onze cobertas de pêlo bernáculo farás seis tábuas, “ e, além
de cabras, para cobrir a parte supe destas, mais duas, que se levantem
rior do tabernáculo. 80 comprimento nos ângulos do fundo do tabernáculo.
duma coberta terá trinta côvados, e a 24E (estas) tábuas estarão unidas des
largura quatro; será igual a medida de baixo até cima, e todas encaixadas
de tôdas as cobertas. 9Juntarás cin umas nas outras. E a mesma união
co delas à parte, e unirás entre si as se observará com as duas tábuas, que
outras seis, de sorte que possas dobrar devem ser postas nos ângulos. WE se
a sexta por diante do teto. 10Farás rão oito tábuas ao todo com dezesseis
também cinqüenta presilhas na oure- bases de prata, contando-se duas ba
la duma coberta, para que possa li- ses para cada tábua. “ Farás também
gar-se com outra; e cinqüenta presi- uns barrotes de pau de cetim, cince
lhas na ourela desta, para que se una para conter as tábuas dum lado de
com a que lhe corresponde. uFarás tabernáculo, 27e outros cinco para c
também cinqüenta fivelas de bronze, outro lado, e outros tantos para o la
por meio das quais se unam as presi do ocidental, 28os quais serão aplica
lhas, para que de tôdas se faça uma dos pelo meio das tábuas duma ex
só coberta. 12E a que sobejar das co tremidade à outra. ^Revestirás de ou
bertas destinadas a cobrir o taberná ro as próprias tábuas, e pôr-lhes-ás u-
culo, que vem a ser uma coberta que mas argolas de ouro, pelas quais pas
há de mais, com metade desta cobri sem os barrotes, que hão de segurar
rás a parte de trás do tabernáculo. as tábuas, e revestirás de ouro os bar
13E ficará pendente um côvado duma rotes. 30E levantarás o tabernáculo
Cap. X X V I — 1. D e r e t o r c i d o , isto é, tecidos com fio de linho branco retorcido
lin h o
para serem mais fortes; e nestes fios brancos deviam ser enlaçados outros com a côr de
ja c in to , de p ú rp u ra , de de modo a form ar um b o r d a d o v a r i a d o , o qual, segundo
e s c a r la te ,
o original hebreu, devia representar q u e r u b i n s .
106 EXODo 26 - 27
conforme o modêlo que te foi mos o farás maciço, mas ôco e côncavo
trado no monte. por dentro, como te foi mostrado no
monte.
O véu entre o Santo e o O átrio
Santo dos Santos
'Farás também o átrio do taberná-
31Farás também um véu de côr de lo, de cujo lado austral, que olha
jacinto, e de púrpura, e de escarlate para o meio-dia, haverá cortinas de
tinto duas vêzes, e de linho fino re linho fino retorcido; êste lado terá
torcido, com lavôres de bordados, e cem côvados de comprimento. 10E
tecido com formosa variedade. 32E (farás) vinté colunas com outrás tan
suspendê-lo-ás de quatro colunas de tas bases de bronze, que terão os ca
pau de cetim, que serão revestidas de pitéis com os seus ornatos de prata.
ouro, e terão capitéis de ouro, e ba “ Da mesma sorte, também no lado
ses de prata. 33E o véu será suspen do aquilão pelo comprimento haverá
so por meio de argolas, e dentro dê- cortinas de cem côvados, vinte colu
le porás a arca do testemunho, e por nas e outras tantas bases de bronze,
meio dêle serão divididos o Santo e e seus capitéis de prata com seus or
o Santo dos Santos. 34Porás também natos. 12N a largura, porém, do átrio,
o propiciatório sôbre a arca do tes que olha para o ocidente, haverá cor
temunho no Santo dos Santos. “ E tinas de cinqüenta côvados, e dez co
(porás) a mesa tora do véu; e de lunas, e outras tantas bases. ‘'Tam
fronte da mesa o candeeiro, na parte bém na largura do átrio, que olha
meridional do tabernáculo; porque a para o oriente, haverá cinqüenta cô
mesa estará do lado do aquilão. vados, “ ònde se porão dum lado cor
tinas de quinze côvados, e três colu
O véü à entrada do tabernáculo nas e outras tantas bases; 15e do ou
,36Farás também para a entrada do tro lado haverá cortinas que tenham
tabernáculo um véu de jacinto, e de quinze côvados, três colunas e outras
púrpura, e de escarlate tinto duas vê tantas bases. lflN a entrada, pois, do á-
zes, e de linho retorcido, com lavôres trio, far-se-á uma coberta de vinte
de bordados. 37Êste véu estará sus côvados, de jacinto e de púrpura, de
penso de cinco colunas de pau de ce escarlate tinto duas vêzes, e de linho
tim, revestidas de ouro, cujos capitéis fino retorcido, com trabalho de bor
serão de ouro, e as bases de bronze. dado; (na entrada) terá quatro colu
nas com outras tantas bases. 17Tôdas
O altar dos holocaustos as colunas em volta do átrio serão re
vestidas de lâminas de prata, com
0 7 7Farás também um altar de pau capitéis de prata e bases de bronze. lsO
“ 9 de cetim, o qual terá cinco átrio terá cem côvados de compri
côvados de comprimento e outros mento, cinqüenta de largura, a altu
tantos de largura, isto é, quadrado, e ra será de cinco côvados; (as suas
terá três côvados de altura. 2Nos qua cortinas) serão feitas de linho fino
tro cantos sairão dêle quatro pontas; retorcido, e terá as bases de bronze.
e o revestirás de cobre. 3E farás para Ji,Farás de bronze todos os vasos do
o seu serviço caldeiras para recolher tabernáculo para qualquer uso ou
as cinzas, e tenazes, e garfos, e bra cerimônias, e também as suas escápu-
seiro; farás de cobre todos êstes ins Ias e as do átrio.
trumentos. 4E (farás) uma grelha de Azeite para o candeeiro
bronze em forma de rêde, em cujos
quatro cantos haverá quatro argolas 20Ordena aos filhos de Israel que
de bronze, 5que colocarás sob a cha te tragam azeite de oliveiras o mais
miné do altar; e a grelha subirá até puro, espremido num almofariz, pa
o meio do altar. 6Farás também para ra que arda sempre o candeeiro 21no
o altar dois varais de pau de cetim, tabernáculo do testemunho fora do
que revestirás de chapas de bronze, 7e véu, que está pendente diante do tes
enfiá-los-ás pelas argolas, e estarão de temunho. E Arão e seus filhos o pre
um e outro lado do altar, a fim de pararão, para que dê luz até pela ma
servirem para o transportar. 8Não nhã diante do Senhor. Êste culto será
27 - 28 ExODO 107
perpétuo (prestado) pelos filhos de nas cadeias de ouro puríssimo ligadas
Israel de geração em geração. entre si, as quais meterás nos ganchos.
Vestes sacerdotais O racional
OQ 7Manda também vir junto de 15Farás também o racional do juí
ti Arão, teu irmão, com seus zo com trabalho a muitas cores, te
filhos, do meio dos filhos de Israel, cido, como o efod, de ouro, de jacin
para que exerçam diante de mim to, e de púrpura, e de escarlate tin
as funções do sacerdócio: Arão, Na- to duas vêzes, e de linho fino retor
dab e Abiu, Eleazar e Itamar. 2E fa cido. 16Será quadrado e dobrado; te
rás uma veste sagrada para Arão, teu rá um palmo, tanto de comprimento
irmão, para (indicar a sua) dignida como de largura. "Engastarás nêle
de e para (lhe servir de) adorno. 3E quatro ordens de pedras; na primei
falarás a todos os sábios de coração, ra ordem estará uma pedra sárdio,
a quem eu enchi do espírito de pru um topázio e uma esmeralda; 18na
dência, para que façam as vestes de segunda, um carbúnculo, uma safira
Arão com as quais, sendo santifica e um jaspe; 19na terceira, uma tur-
do, exercerá o meu sacerdócio. 4E queza, uma ágata e uma ametista;
estas são as vestes que hão de fazer: 20na quarta, um crisólito, uma ônix, e
O racional e o efod, o manto e a tú um berilo. Elas serão encastoadas
nica de linho estreita, a tiara e o em ouro, ordem por ordem. 21E te
cíngulo. Farão estas vestes sagradas rão os nomes dos filhos de Israel; es
para Arão, teu irmão, e para seus tarão nelas gravados doze nomes,
filhos, para que exerçam as funções em cada pedra o nome de uma das
do meu sacerdócio. 5E tomarão ouro, doze tribos.
e jacinto, e púrpura, e escarlate tinto 22Farás para o racional pequenas
duas vêzes, e linho fino. cadeias de ouro puríssimo, que se
O e fod
unam entre si, “ e duas argolinhas de
ouro, que porás nas duas extremida
6E farão o efod de ouro, e de ja des superiores do racional. 24E farás
cinto, e de púrpura, e de escarlate passar cadeiqs de ouro pelas argoli
tinto duas vezes, e de linho fino re nhas, que estão nas extremidades dê-
torcido, obra tecida de várias côres. le; 25e adaptarás as extremidades
YO efod) terá nos dois lados das suas das mesmas cadeias a dois ganchos
extremidades duas aberturas unidas dum e doutro lado do efod, que cor
de modo a formarem um (so vestido). responde ao racional. 20Farás tam
8E o próprio tecido e tôda a variedade bém duas argolinhas de ouro, que
dos seus lavôres será de ouro, e de ja porás nas extremidades (in feriores)
cinto, e de púrpura, e de escarlate do racional, nas ourelas que estão
tinto duas vêzes, e de linho fino re defronte do efod, e estão voltadas
torcido. 9E tomarás duas'pedras de para a parte de trás. 27E (farás),
ônix, e gravarás nelas os' nomes dos além disso, outras duas argolinhas
filhos de Israel: 10seis nomes numa de ouro, que se hão de pôr em baixo,
pedra, e os outros seis na outra, se aos dois lados do efod, que estão
gundo a ordem do seu nascimento. diante da juntura inferior, a fim de
nCom a obra de escultor e de lapi- que (o racional) possa adaptar-se ao
dário esculpirás nelas os nomes dos efod, 28e seja ligado com as suas ar
filhos de Israel, tendo-as engastado golinhas às argolinhas do efod por
e metido em ouro; 12e pô-las-ás sôbre uma fita (c ô r) de jacinto, de modo
um e outro lado do efod, (para que que fique firm e o enlace feito com
sirvam) de memória aos filhos de Is arte, e o racional e o efod não pos
rael. E Arão levará os seus nomes sam separar-se um do outro. “ E A-
diante do Senhor sôbre os seus dois rão, quando entrar no santuário, le
ombros para lembrança. 13Farás tam vará os nomes dos filhos de Israel
bém ganchos de ouro, 14e duas peque no racional do juízo sôbre o peito,
Cap. X X v l I I — D o juízo. Estas p alavras indicam o uso que o Sumo Sacerdote fazia
do racional para consultar a Deus nos casos graves e duvidosos e obter a sua decisão.
108 EXODO 28 - 29
ara perpétua memória diante do gulos, e tiaras para (indicar a sua)
enhor. 300*E no racional do juízo po
4
9 dignidade e (servir-lhes de) adorno;
rás (estas duas palavras) : Doutrina 41de tudo isto vestirás Arão, teu ir
e Verdade, as quais estarão sôbre o mão, e os seus filhos com êle. E sa
peito de Arão, quando êle entrar à grarás as mãos de todos, e os santi-
presença do Senhor; e trará sempre ficarás, para que me exerçam o sa
sôbre o seu peito o juízo dos filhos cerdócio. 4>Farás também calções de
de Israel na presença do Senhor. linho, para cobrirem a nudez da sua
carne, desde os rins até às coxas.
A túnica do efod
43Arão e seus filhos usarão dêles
3,Farás também a túnica do efod quando entrarem no tabernáculo do
tôda (de co r) de jacinto, 32*no meio testemunho, ou quando se aproxi
da qual no alto haverá uma abertu marem do altar para servir no san
ra para a cabeça, e em volta uma tuário, para que não morram como
orla tecida, como se costuma fazer réus de iniqüidade. Isto será uma lei
na ourela dos vestidos, para que (a perpétua para Arão e para a sua
túnica) se não rompa fàcilmente. posteridade depois dêle.
33Em baixo, porém, na extremidade Sagração dos sacerdotes
inferior da mesma túnica, farás ao
redor umas como romãs de jacinto, e OO xMas eis o que me farás tam-
de púrpura, e de escarlate tinto duas bém para que me sejam con
vêzes, (tendo) misturadas pelo meio sagrados no sacerdócio. Toma um
campainhas, 34de sorte que haja uma novilho da manada, e dois carneiros
campainha de ouro e uma romã, e sem mancha, 2e pães ázimos, e uma
logo outra campainha de ouro e ou torta sem fermento, que seja amas
tra romã. 35E Arão a vestirá nas sada com azeite, e filhós ázimos, un-
funções do seu ministério, para que tados com azeite; farás tôdas estas
se ouça o som ao entrar no santuá coisas de flor de farinha de trigo. 3E,
rio à presença do Senhor, e ao sair, depois de as ter posto num cêsto, as
e para que não morra. oferecerás; e (oferecerás ao mesmo
Lâm ina de ouro tem po) o novilho e os dois carnei
ros. 4E farás aproximar Arão e seus
30Farás também uma lâmina de filhos da porta do tabernáculo do
ouro puríssimo, na qual farás abrir testemunho. E, depois que tiveres la
por mão de gravador: Santidade do vado com água o pai e os seus f i
Senhor. 37E atá-la-ás com uma fita lhos, 5revestirás Arão com as suas
de jacinto e estará sôbre a tiara, vestes, isto é, com a túnica de linho,
^dominando a fronte do pontífice. E com o manto, com o efod, e com o
Arão levará as iniqüidades cometi racional, que apertarás com o cíngu
das pelos filhos de Israel em tôdas lo. °E pôr-lhe-ás a tiara na cabeça, e
as suas oblações, e nos dons que ti sôbre a tiara a lâmina santa. 7E der
verem oferecido e consagrado. E esta ramarás sôbre a sua cabeça o óleo
lâmina estará sempre sôbre a sua da unção; e com êste rito será con
fronte, para que o Senhor lhes seja sagrado. 8Farás também aproximar
propício. seus filhos, e os revestirás com as
Túnica estreita túnicas de linho e cingí-los-ás com
o cíngulo. 9Assim farás a Arão e aos
39E farás a túnica estreita de linho seus filhos, e lhes porás as mitras, e
fino, e farás a tiara de linho fino, e serão meus sacerdotes para um culto
o cíngulo será de bordado. perpétuo.
Vestes dos simples sacerdotes Vários sacrifícios ordenados
40Para os filhos de Arão, porém, Depois que tiveres sagrado as suas
prepararás túnicas de linho, e cín- mãos, 10farás aproximar também o
30. Trará o juízo, isto é, o racional do juízo.
38. E Arão levará as iniqüidades. . . Adornado com êste símbolo de pontífice e de
mediador entre Deus e o povo, levará sôbre si tôdas as faltas cometidas pelo povo no
culto de Deus, e im petrará perdão p ara e la s .
29 ÊXODO 109
novilho diante do tabernãculo do tes um bolo de pão, uma torta amassada
temunho, e Arão e seus filhos irnpo- em azeite, e um filho; 2,e porás to
rão as mãos sôbre a sua cabeça, “ e tu das estas coisas sôbre as mãos de
o degolarás na presença do Senhor Arão e de seus filhos, e sacrificá-
junto da porta do tabernãculo do -las-ás, elevando-as diante do Senhor.
testemunho. 12E, tendo tomado do 25Depois receberás tôdas estas coisas
sangue do novilho, o porás com o das suas mãos, e queimá-las-ás sô
teu dedo sôbre as pontas do altar, e bre o altar em holocausto, para chei
o resto do sangue derramá-lo-ás ao ro suavíssimo diante do Senhor, por
Pé dêle. que é a sua oblação. 26Tomarás tam
bém o peito do carneiro imolado pa
13Tomarás também tôda a gordura ra a sagração de Arão e santificá-
que cobre as entranhas, e o redenho -lo-ás, elevando-o diante do Senhor,
do fígado, e os dois rins, e a gordura e esta será a tua parte. 27*S antifica-
que está por cima dêles, e oferecerás rás também o peito consagrado e a
(tudo isto) queimando-o sôbre o al espádua que separaste do carneiro
tar; Hmas as carnes do novilho e o 28imolado para a sagração de Arão e
seu couro, e os excrementos quei- de seus filhos; e estas serão as por
má-los-ás fora do acampamento, por ções de Arão e de seus filhos por um
ser (uma hóstia) pelo pecado. direito perpétuo entre os filhos de
15Tomarás também um carneiro, Israel; porque são as primícias e as
sôbre a cabeça do qual Arão e seus primeiras partes das vítimas pacífi
filhos porão as mãos. 10E, depois de cas, que êles oferecem ao Senhor.
o teres degolado, tomarás do seu
sangue, e derramá-lo-ás em tôrno do Transmissão das vestes sagradas
altar. 17Depois cortarás o mesmo car aos sucessores de Arão
neiro em pedaços; e, lavados os in
testinos e os pés, os porás sôbre as 29E as vestes santas de que Arão
carnes despedaçadas, e sôbre a sua usar, tê-las-ão seus filhos depois dê
cabeça, 18e oferecerás todo o carnei le, para que, vestidos com elas, se
ro queimando-o sôbre o altar; é urna jam ungidos, e as suas mãos sejam
oblação ao Senhor, um cheiro sua consagradas. ^Durante sete dias usa
víssimo da vítima do Senhor. rá delas aquêle de seus filhos que
19Tomarás ainda outro carneiro, sô fôr constituído pontífice em seu lu
bre cuja cabeça Arão e seus filhos gar, e que entrar no tabernãculo do
porão as mãos. ^E, depois de o te testemunho para ministrar no san
res imolado, tomarás do seu sangue, tuário.
e pô-lo-ás na extremidade da orelha
direita de Arão e de seus filhos, e sô O banquete sagrado
bre os dedos polegares da sua mão
direita e do seu pé direito, e derra 31E tomarás o carneiro da sagra
marás o sangue ao redor do altar. ção, e cozerás a$ suas carnes no lu
21E, tendo tomado do sangue que es gar santo; 32e Arão e seus filhos as
tá sôbre o altar, e do óleo da unção, comerão. Comerão também à entra
aspergirás (com ele) Arão e suas da do tabernãculo do testemunho os
vestes, seus filhos e suas vestes. E, pães que estão no cêsto, 33para que
depois de ter sagrado a êles e às seja um sacrifício propiciatório, e se
suas vestes, 9 12tomarás a gordura do
*2 jam santificadas as mãos dos oferen-
carneiro e a cauda, a gordura que tes. O estrangeiro não comerá dêles,
cobre as entranhas, e o redenho do porque são coisas santas. 34Porém, se
fígado, e os dois rins, e a gordura sobrar das carnes consagradas, ou
que está por cima dêles, e a espádua dos pães até pela manhã, queimarás
direita, porque êste é o carneiro da no fogo o que restar; não se come
sagração; 23(*tom arás) do cêsto dos rão (estas coisas), porque estão san
ázimos que está diante do Senhor, tificadas:
Cap. X X IX — 20. E pô-lo-ás na extremidade da orelha. .. para indicar que o sacerdote
deve estar sempre pronto para ouvir a lei de Deus.
no ExoDO 29 - 30
Duração das cerimônias. pontas. 3E revestí-lo-ás de ouro pu
Consagração do altar ríssimo, tanto a sua grelha, como
35Farás tudo isto que te mandei as paredes em roda, e as pontas. E
relativo a Arão e a seus filhos. Sa far-lhe-ás ao redor uma cornija de
grarás as suas mãos durante sete ouro, 4e duas argolas de ouro de cada
dias; 36e oferecerás cada dia um no lado por baixo da cornija, para se
vilho em expiação pelo pecado. De meterem por elas os varais e se trans
pois que tiveres imolado a hóstia da portar o altar. 5Farás também os va
expiação, purificarás o altar, e o rais de pau de cetim, e os dourarás.
ungirás para o santificar. 37Durante 8E porás o altar defronte do véu, que
sete dias purificarás o altar, e o san- pende diante da arca do testemunho,
tificarás, e êle será santíssimo; todo em frente do propiciatório que cobre
o que o tocar será santificado. o testemunho, onde eu te falarei.
Sacrifício perpétuo O uso do a ltar dos perfumes
38Eis o que sacrificarás sôbre o al 7E Arão queimará sôbre êle todas
tar: Dois cordeiros de um ano todos as manhãs um incenso de suave fra-
os dias perpètuamente, 39um cordei grância. Acendê-lo-á quando preparar
ro de manhã e outro de tarde. “ Com as lâmpadas; 8e quando as colocar
o primeiro cordeiro (oferecerás) uma (sôbre o candeeiro) , ao anoitecer,
décima parte (do e fi) de flor de fa queimará um perfume perpétuo dian
rinha amassada com azeite de azei te do Senhor por vossas gerações.
tonas pisadas, na medida da quarta 9Não ofereceteis sobre êle perfume
parte do hin, e vinho na mesma de outra composição, nem oblação,
quantidade para as libaçôes. "O fe re nem vítima, nem fareis libaçôes. 10A-
cerás de tarde o outro cordeiro com rão fará a . expiação uma vez no
o mesmo rito da oblação da manhã, ano, sobre' aè pontas do altar, com
e do modo que dissemos, em cheiro o sangue qtfé foi oferecido pelo pe
de suavidade. 42Êste é um sacrifício, cado, e com isto aplacará (o Senhor)
ue com um culto perpétuo por tô- nas vossas gerações. (Êste a ltar) se
as as vossas gerações se deve ofe rá uma coisa santíssima diante do
recer ao Senhor à entrada do taber- Senhor.
náculo do testemunho diante do Se- ✓ O imposto para o santuário
nhor, onde eu me encontrarei para UE o Senhor falou mais a Moisés,
te falar. dizendo: 12Quando fizeres o recen-
Promessas de Deus seamento dos filhos de Israel, segun
tóE de lá darei eu as minhas or do o seu número, cada um dará ao
dens aos filhos de Israel, e o altar Senhor o preço do resgate pela sua
será santificado com a minha glória. alma, e não virá sôbre êles nenhuma
"Santificarei também o tabernáculo praga, quando forem recenseados.
do testemunho com o altar, e Arão 13Todo o que for compreendido neste
com seus filhos, para que exerçam o recenseamento, dará meio siclo, se
meu sacerdócio. 45E habitarei no meio gundo a medida (do siclo padrão) do
dos filhos de Israel, e serei o seu santuário. O siclo (do tem plo) tem
Deus, “ e saberão que eu sou o Se vinte óbolos. Oferecer-se-á, pois, ao
nhor seu Deus que os tirei da terra Senhor meio siclo. 14Todo o que fôr
do Egito para habitar entre êles, eu compreendido no recenseamento, de
o Senhor seu Deus. vinte anos para cima, dará êste pre
Construção do altar dos perfumes ço. lsO rico não dará mais de meio
siclo, e o pobre não dará menos. 16E,
Q fl 2Farás também um altar de recebido o dinheiro oferecido pelos
madeira de cetim para quei filhos de Israel, empregá-lo-ás no
mar os perfumes, 2o qual terá um serviço do tabernáculo do testemu
côvado de comprido, e outro de lar nho, para que seja um memorial dê-
go, isto é, será quadrado, e terá dois les diante do Senhor, e (para que
côvados de alto. Sairão dêle umas4 3 ele) se mostre propício às suas almas.
43. Com a minha, glória, com a minha presença especial.
30 - 31 ExODO 111
A bacia de bronze ma aromas, estoraque e ônix, e gál-
17E o Senhor falou mais a Moisés, bano de bom cheiro, e incenso luci-
dizendo: 18Farás, além disso, uma ba dissimo, tudo em pêso igual. 35E fa
cia de bronze com sua base para la rás um perfume composto segundo
vatório; e pô-la-ás entre o taberná- a arte de perfumador, manipulado
culo do testemunho e o altar. E, lan com cuidado, puro e digníssimo de
çada a água, 19Arão e seus filhos la ser oferecido. 36E, quando tiveres re
varão nela as suas mãos e os pés, duzido tudo a um pó finíssimo, pô-
“ quando tiverem de entrar no taber- -lo-ás diante do tabernáculo do tes
náculo do testemunho, e quando ti temunho, no lugar em que eu te apa
verem de se aproximar do altar para recer. Êste perfume será para vós
oferecer os perfumes ao Senhor, 21pa- uma coisa santíssima. 37Não fareis
ra que não suceda que morram; se composição semelhante para os vos
rá esta uma lei perpétua para êle e sos usos, porque é coisa consagrada
para os descendentes que lhe suce ao Senhor. ^Todo o homem que f i
derem. zer uma (composição) semelhante
O óleo da unção para gozar do seu cheiro, perecerá do
22Falou mais o Senhor a Moisés, meio do seu povo.
“ dizendo: Toma (êstes) aromas, qui Os artistas do tabernáculo
nhentos si cios da melhor e mais es *E o Senhor falou a Moisés, di-
colhida mirra, e metade de cinamo- zendo: 2Eis que eu chamei pe
mo, isto é, duzentos e cinqüenta si- lo (seu) nome a Beseleel, filho de
cios; e igualmente duzentos e cin- Uri, filho de Hur da tribo de Judá,
qüenta sidos de cana odorífera, 24e 3e o enchi do espírito de Deus, de
quinhentos sidos de cássia segundo o sabedoria e de inteligência, e de ciên
pêso (padrão) do santuário, e a me cia para tôda a qualidade de obras,
dida de um hin de azeite de oliveira; 4para inventar tudo o que se pode
“ e farás (com isto) um óleo santo fazer com o ouro, com a prata e com
para as unções, e um bálsamo com o cobre, 5com o mármore, com as pe
posto segundo a arte de um perfu- dras preciosas e com as diversas ma
mador. 26E ungirás com êle o taber- deiras. °E dei-lhe por companheiro
náculo do testemunho, e a arca do Ooliab, filho de Aquisamec, da tribo
testamento, 27e a mesa com os seus de Dan. E pus a sabedoria no cora
vasos, o candeeiro e os seus utensí ção de todo (o artista) hábil, para
lios, o altar dos perfumes, 28e o dos que façam tudo o que ordenei.
holocaustos, e tôda a alfaia que está
ao seu uso. “ E santificarás todas es Objetos que devem ser construídos
tas coisas, e elas serão santíssimas; 70 tabernáculo da aliança, e a ar
aquêle que as tocar será santificado. ca do testemunho, e o propiciatório,
“ Ungirás Arão e os seus filhos, e que está por cima dela, tôdas as al
os santificarás, para me servirem no faias do tabernáculo, 8e a mesa com
sacerdócio. 31Dirás outrossim aos f i os seus vasos, o candeeiro puríssimo
lhos de Israel: Êste óleo das unções com os seus utensílios, e o altar dos
será consagrado a mim pelas vossas perfumes, 9e o dos holocaustos, e to
gerações. “ Não se ungirá com êle a dos os seus utensílios, e a bacia com
carne de nenhum homem, e não fa sua base, 10e as vestes sagradas para
reis outro com composição semelhan uso do sacerdote Arão e de seus f i
te, porque foi santificado e será san lhos, quando se empregarem nas fun
to para vós. “ Qualquer homem que ções sagradas, “ o óleo da unção, e o
compuser outro semelhante, e o der perfume aromático para o santuário,
a algum estrangeiro, será exterm i êles farão tudo o que te mandei.
nado do meio do seu povo.
Repouso do sábado e castigo dos
O perfume sagrado prevaricadores
34E o Senhor disse a Moisés: T o 12Falou mais o Senhor a Moisés,
Cap. X X X — 34. Ônix, a unguís odoratus, espécie de pequena concha com a côr de
unha, e odorífera, que existia em abundância no M a r vermelho.
112 EXoDo 31 - 32
dizendo: 13Fala aos filhos de Israel, locaustos e hóstias pacíficas, e o po
e lhes dirás: Não deixeis de guardar vo se assentou a comer e a beber, e
o meu sábado, porque é o sinal (es depois levantaram-se para se diver
tabelecido) entre mim e vós pelas tirem.
vossas gerações, para que saibais que Cólera de Deus aplacada por Moisés
eu sou o Senhor, que vos santifico.
14Guardai o meu sábado, porque é 7E o Senhor falou a Moisés, dizen
(u m diaj santo para vós; aquêle que do: Vai, desce; o teu povo, que ti
o violar, será punido de morte; o que raste da terra do Egito, pecou. 'D e
trabalhar neste dia, perecerá do meio pressa se apartaram do caminho que
do seu povo. 15Vós trabalhareis seis lhes mostraste; fizeram para si um
dias, fmas) no dia sétimo é o sába bezerro fundido, adoraram-no, e imo-
do, descanso consagrado ao Senhor; lando-lhe hóstias, disseram: Êstes
todo o que trabalhar neste dia, será são, ó Israel, os teus deuses, que te
punido de morte. 16Qs filhos de Israel tiraram da terra do Egito. 9E o Se
guardem os sábados e celebrem-no nhor disse mais a Moisés: Vejo que
pelas suas gerações. Êste é um pacto êste povo é de cerviz dura; 10deixa-
sempiterno 17entre mim e os filhos me, a fim de que o meu furor se
de Israel, e um sinal perpétuo; por acenda contra êles, e que os exter
que em seis dias o Senhor fêz o céu mine, e eu te farei chefe de uma
e a terra, e no sétimo cessou da obra. grande nação. “ Moisés, porém, su
plicava ao Senhor seu Deus, dizen
A s duas tábuas da lei do: Senhor, por que se acende o teu
18E, terminadas estas práticas so furor contra o teu povo que tiraste
da terra do Egito com uma grande
bre o monte Sinai, o Senhor deu a fortaleza e com uma poderosa mão?
Moisés duas tábuas de pedra do tes “ Não permitas, te rogo, que os E-
temunho, escritas pelo dedo de Deus. gípelos digam: Êle tirou-os (do E g i
O bezerro de ouro
to ) astutamente para os matar nos
montes, e exterminá-los da terra;
90 *Mas o povo, vendo que Moisés aplaque-se a tua ira, e perdoa a ini-
tardava em descer do monte, qüidade do teu povo. 13Lembra-te de
juntou-se contra Arão e disse: Le- Abraão, de Isac e de Israel, teus
vanta-te, faze-nos deuses que vão servos, a quem por ti mesmo juras
diante de nós; porque não sabemos te, dizendo: Multiplicarei a vossa
o que aconteceu a Moisés, a êsse ho descendência como as estréias do
mem que nos tirou da terra do E gi céu; e darei à vossa posteridade to
to. 2E Arão disse-lhes: Tomai as ar da esta terra, de que falei, e vós a
recadas de ouro das orelhas de vos possuireis para sempre. 14E o Senhor
sas mulheres, de vossos filhos e de se aplacou, e não fêz ao seu povo o
vossas filhas, e trazei-as. 3E o povo mal que tinha dito.
fêz o que lhes mandara, trazendo as Moisés desce do monte e quebra
arrecadas a Arão. 4E êle, tendo-as as duas tábuas da lei
tomado, mandou-as fundir, e formou
delas um bezerro fundido; e disse 15E Moisés voltou do monte, levan
ram: Êstes são, ó Israel, os teus deu do na mão as duas tábuas do teste
ses, que te tiraram da terra do Egito. munho, escritas de ambas as partes,
5E Arão, vendo isto, erigiu um altar 16e feitas por obra de Deus; a escri
diante do bezerro, e em voz de pre- ta gravada nas tábuas era também
goeiro clamou, dizendo: Amanhã é de Deus. 17Ora, Josué, ouvindo o tu
a festa solene do Senhor. 6E, levan multo do povo que gritava, disse pa
tando-se pela mánhã, ofereceram ho- ra Moisés: Ouve-se um alarido de
Cap. X X X II — i. A êsse homem. Estas palavras mostram o desprêzo e a indiferença
dos Israelitas para com Moisés, que tantos prodígios tinha operado em seu favor.
6. Para se divertirem com danças e cânticos, de que era acompanhado o culto dos ídolos.
9. D e cerviz durU, istò é, indócil, incorrigível.
10. D e ix a -m e ... Deus mostra, com estas palavras, o grande aprêço que tem pelas
orações dos seus santos, as quais corno que o obrigam .
32 - 33 EXODO 113
2e enviarei um anjo para teu precur Moisés consegue que Deus acompanhe
sor, e expulsarei o Cananeu, e o seu povo
Amorreu, e o Heteu, e o Ferezeu, e
o Heveu, e o Jebuseu, 3para que en -Ora, Moisés, tendo-os chamado, e
tres num país, onde corre leite e denas-me que tire daqui êste povo;
mel. Porque eu não subirei contigo, e não me declaras quem mandarás
visto seres um povo de cerviz dura; comigo, embora me tenhas dito: Co
não suceda que eu tenha de te ex nheço-te pelo teu nome, e tu achas
terminar no caminho. 4E o povo, te graça diante de mim. 13Se eu,
ouvindo estas duras palavras, cho pois, achei graça na tua presença,
rou; e nenhum vestiu as suas galas mostra-me a tua face, para eu te
costumadas. 5E o Senhor disse a Moi conhecer e achar graça ante os teus
sés: Dize aos filhos de Israel: Tu és olhos; olha para o teu povo e para
um povo de cerviz dura; se eu vier esta nação. 14E o Senhor disse-lhe:
uma só vez ao meio de ti, extermi- A minha face irá diante de ti, e eu
nar-te-ei. Agora, pois, depõe as tuas te darei descanso. 15E Moisés disse:
galas, para que eu saiba o que terei Se tu mesmo não vais adiante de
de te fazer. 6Depuseram, pois, os filhos nós, não nos faças partir dêste lu
de Israel as suas gala^, desde o mon gar. 16Porque como poderemos co
te Horeb. nhecer, eu e o teu povo que acha
mos graça diante de ti, se não an
O tabernáculo fora dos acampamentos dares conosco, para sermos respei
tados de todos Os povos que habi
7E Moisés, tomando o tabernáculo, tam sôbre a terra? 17E o Senhor dis
levantou-o longe, fora dos acampa se a Moisés: Até isto que disseste
mentos, e chamou-lhe tabernáculo da farei; porque tu achaste graça dian
aliança. E todos os do povo, que ti te de mim, e eu te conheço pelo teu
nham alguma questão, saíam fora nome. 18E Moisés disse: Mostra-me
dos acampamentos ao tabernáculo da a tua glória. 19( O Senhor) respon
aliança. SE, quando Moisés saía para deu: Eu te mostrarei todo o bem, e
pronunciarei o nome do Senhor dian
o tabernáculo, tôda a multidão se te de ti; e me compadecerei de quem
levantava, e cada um ficava em pé eu quiser; e serei clemente com
à porta da sua tenda, e olhava pe quem me aprouver. ^E acrescentou:
las costas para Moisés, até êle entrar Não poderás ver a minha fáce, por
no tabernáculo. 9E, logo que êle en que o homem não pode ver-me e
trava no tabernáculo da aliança, a viver. 21E disse mais: Eis um lugar
coluna de nuvem descia, e parava junto de mim, e tu estarás sôbre
à porta, e (o Senhor) falava com aquela pedra. 22È, quando passar a
Moisés, 10vendo todos que a coluna minha glória, eu te porei na cavidade
de nuvem se conservava parada à da pedra e te cobrirei com a minha
porta do tabernáculo. E êles esta direita, até que tenha passado. 23De-
vam em pé e adoravam (o Senhor) pois tirarei a minha mão, e tu me ve
à porta das suas tendas. nE o Se rás pelas costas; mas o meu rosto
nhor falava a Moisés face a face, não o poderás ver.
como um homem costuma falar com
Novas tábuas da lei
o seu amigo' E, quando êle voltava
para os acampamentos, o seu jo O A 'Em seguida (o Senhor) disse:
vem servo Josué, filho de Nun, não ° ’ Corta duas tábuas de pedra,
se apartava do tabernáculo. como as primeiras, e eu escreverei
Cap. X X X III — 2. Para teu precursor. O original diz: Mandarei um anjo diante de ti.
13. M ostra-m e a tua face. N o hebreu: Faze-m e conhecer os teus caminhos, isto é,
as tuas intenções relativas ao teu povo, e o anjo que o deve acompanhar.
19. Pronunciarei, etc. Terás um sinal da minha presença quando me ouvires pronun-.
ciar diante de ti o nome do Senhor. — E me compadecerei de quem eu quiser. .. Deus
proclama a sua completa liberdade em distribuir os seus benefícios. Se os concede, é
por sna bondade, e não porque tenhamos direito a êles.
23. Tu me verás pelas costas, tu verás um pálido reflexo da minha glória.
34 EXODO 115
sôbre elas as palavras que continham estátuas, e corta os seus bosques sa
as tábuas que tu quebraste. 2Está grados. 14Não adores nenhum deus
pronto pela manhã, para subires lo estranho. O Senhor tem por nome
go ao monte Sinai, e estarás comi Zeloso; Deus é zeloso. 15Não faças
go no cume do monte. 3Ninguém pacto com os homens daqueles paí
suba contigo, nem apareça alguém ses, a fim de que não aconteça que,
por todo o monte; nem mesmo os depois de se terem prostituído com
bois ou as ovelhas se apascentem os seus deuses, e terem adorado as
defronte. *(Moisés), pois, cortou duas suas imagens, te chame algum para
tábuas de pedra, como eram as pri comeres das coisas imoladas. 16Nem
meiras; e, levantando-se de noite, tomarás mulher das suas filhas para
subiu ao monte Sinai, conforme o os teus filhos; não suceda que, de
Senhor lhe tinha ordenado, levando pois de elas mesmas se terem pros
consigo as tábuas. 5E, tendo descido tituído com os seus deuses, façam
o Senhor no meio da nuvem, esteve prostituir-se também os teus filhos
Moisés com êle, e pronunciou o no com os seus deuses.
me do Senhor. °E, passando o Se 17Não farás para ti deuses fundidos.
nhor diante dêle, Moisés disse: Do 18Observarás a solenidade dos ázi-
minador Senhor Deus, misericordio mos. Durante sete dias comerás
so e clemente, paciente e de muita ázimos, como te mandei, no mês dos
misericórdia, e verdadeiro, 7que con trigos novos; porque no mês da pri
servas a misericórdia em milhares mavera é que tu saíste do Egito.
de gerações, que tiras a iniqüidade 19Todo o primogênito do sexo mascu
e as maldades e os pecados, e ne lino será meu. (O prim ogênito) de
nhum diante de ti é inocente por si todos os animais, tanto de vacas, co
mesmo; que punes a iniqüidade dos mo de ovelhas, será meu. 20O primo
ais sôbre os filhos e os netos até gênito do jumento resgatá-lo-as com
terceira e quarta geração. 8E, ime uma ovelha; e, se não o quiseres res
diatamente, Moisés se prostrou e se gatar, será morto. Resgatarás o pri
curvou até à terra, e adorando, Mis mogênito dos teus filhos; e não apa
se: Senhor, se eu achei graça em tua recerás na minha presença com as
presença, peço-te que venhas conos mãos vazias.
co (porque êste povo é de cerviz 21Trabalharás seis dias, e ao dia
dura), e que tires as nossas iniqüi- sétimo cessarás de lavrar e de segar.
dades e pecados, e que tomes posse “ Celebrarás a solenidade das se
de nós. manas por ocasião das primícias da
Deus repete as principais condições
tua messe de trigo, e a solenidade
(da colheita) quando no fim do ano
da aliança
se recolhe tudo. ^Tudo o que do gê
10O Senhor respondeu: Eu farei à nero masculino é teu, compareça três
vista de todos a aliança, farei prodi- vêzes no ano diante do Onipotente
gios, que nunca jamais se viram sô Senhor Deus de Israel. 24Porque,
bre a terra, nem em alguma nação, quando eu tiver tirado da tua vista
para que êste povo, no meio do qual as nações, e tiver dilatado os teus
estás, veja a obra terrível do Senhor, limites, ninguém pensará invadir a
que vou fazer. “ Observa tôdas as tua terra, enquanto tu subires para
coisas que te ordeno; eu mesmo ex comparecer na presença do Senhor
pulsarei na tua presença o Amorreu, teu Deus três vêzes no ano. 25Não
e o Cananeu, e o Heteu, e também imolarás o sangue da minha vítima
o Ferezeu, e o Heveu, e o Jebuseu. com pão fermentado; e da vítima
12Abstém-te de contrair em algum da solenidade da Páscoa nada ficará
tempo, com os habitantes daquela para de manhã. 20Oferecerás as pri
terra, amizades (com receio de) que mícias do fruto da tua terra na ca
te sejam ocasião de ruína. 1 *23Mas des-
0 sa do Senhor teu Deus. Não cozerás
trói os seus altares, quebra as suas o cabrito no leite de sua mãe.
Gap. X X X IV — 15. Depois de se terem prostituído. A aliança entre Deus e Israel é
representada sob a figu ra dum contrato esponsalício, e por isso a idolatria é considerada
como se fõsse um adultério.
116 EXODo 34 - 35
Redação das palavras da aliança o Senhor ordenou, dizendo: 5Ponde
à parte junto de vós primi cias pa
27E o Senhor disse a Moisés: Es ra o Senhor. Cada um, voluntária e
creve estas palavras, pelas quais eu espontâneamente, ofereça ao Senhor
fiz aliança contigo e com Israel. ouro, prata e cobre, °jacinto, púrpu-
28( Moisés) , pois, esteve ali com o Se ra e escarlate tinto duas vêzes, e li
nhor quarenta dias e quarenta noi nho fino, e pêlos de cabra, 7e peles
tes; não comeu pão, nem bebeu água, de carneiro tintas de vermelho, e
e escreveu nas tábuas as dez pala peles roxas, e madeira de cetim, 8e
vras da aliança. azeite para acender as lâmpadas, e
Moisés desce do monte e comunica para fazer o bálsamo e os perfumes
as ordens divinas de suave fragrância, °pedras ônix, e
-*'E, descendo Moisés do monte Si (outras) pedras preciosas para orna-
nai, trazia as duas »tábuas do teste to do efod e do racional.
munho, e não sabia que o seu rosto Artistas
era resplandecente depois que tinha 10Qualquer de vós que tem habi
estado a falar com o Senhor. 30Mas lidade, venha e faça o que o Senhor
Arão e os filhos de Israel, vendo o mandou, nisto é, o tabernáculo, e o
rosto de Moisés resplandecente, ti seu teto, e a sua cobertura, as ar
veram mêdo de se aproximar dêle. golas, e as tábuas, e os barrotes, e
31E, tendo-os chamado, voltaram (a as escápulas, e as bases; 12a arca e
êle) tanto Arão como os príncipes os varais, o propiciatório e o véu, que
da sinagoga. E, depois que lhes fa deve pender diante dêle; 13a mesa
lou, 32aproximaram-se também dêle com os varais e com os (seus) uten
todos os filhos de Israel, aos quais sílios, e os pães da proposição; 14o
deu tôdas as ordens que tinha rece candeeiro para sustentar as lâmpa
bido do Senhor no monte Sinai. 33E, das, os seus utensílios, e as lâmpadas,
tendo acabado de falar, pôs um véu e o azeite para manter as luzes; 15o
sobre o seu rosto. 34E quando entra altar dos perfumes, e os varais, e
va à presença do Senhor e falava o óleo da unção, e o perfume aro
com êle tirava o véu até sair, e en mático; o véu para a entrada do ta
tão dizia aos filhos de Israel tudo o bernáculo; 16o altar dos holocaustos
que lhe tinha sido ordenado. 35E êles e a sua grelha de bronze com os
viam que a face de Moisés ao sair seus varais e seus utensílios; a ba
era resplandecente, porém, êle co cia e a sua base; 17as cortinas do átrio
bria de novo o rosto, se tinha de com as colunas, e as bases, o véu à
lhes falar. entrada do átrio, 18as escápulas do
Repouso do sábado tabernáculo e do átrio com os seus
cordões; 19as vestes de que se usa no
O r Portanto, congregada tôda a ministério do santuário, as vestes do
**** multidão dos filhos de Israel, pontífice Arão e de seus filhos, para
( Moisés) disse-lhes: Estas são as que exerçam as funções do meu sa
coisas que o Senhor mandou que se cerdócio.
fizessem: 2Trabalhareis seis dias; o Ofertas várias
dia sétimo será para vós santo, (p or- 20E, saindo tôda a multidão dos f i
que é) o sábado e o descanso (em lhos de Israel da presença de Moi
honra) do Senhor; o que nêle tra sés, 21ofereceram ao Senhor com
balhar, será morto. 3Não acendereis uma vontade pronta e cheia de afe
lume em tôdas as vossas moradas no to as primícias para fazer a obra
dia de sábado. do tabernáculo do testemunho, e pa
Ofertas p ara a obra do tabernáculo ra tudo aquilo que era necessário
para o culto e vestes sagradas. 22Os
4E Moisés disse mais a tôda a mul homens e as mulheres deram os bra-
tidão dos filhos de Israel: Eis o que celetes e as arrecadas, os anéis e os
33. PÔs um véu sôbre o seu rosto para não dificultar as relações diárias dos Israelitas
com êle.
Cap. X X X v — 22. E os ornatos do braço direito, isto é, pulseiras de ouro.
35 - 36 ExODO 117
suavidade para o Senhor; e orará por que pegada ao pescoço, e não seja
êle, e lhe será perdoado. 32Se, po totalmente separada. °E aspergirá
rém, oferecer pelo pecado uma v í com o seu sangue a parede do altar;
tima de ovelhas, será uma ovelha sem e o restante fá-lo-á cair gôta a gôta
defeito. 33Pôr-lhe-á a mão sôbre a ao pé do mesmo altar, porque é ( sa-
cabeça, e imolá-la-á no lugar onde se crifício) pelo pecado. 10A outra (a v e ),
costumam matar as vítimas dos holo- porém, queimá-la-á em holocausto,
caustos. 34E o sacerdote tomará com como se costuma fazer; e o sacerdo
o dedo do sangue dela, e, pondo al te orará por êle e pelo seu pecado,
gum sôbre as pontas do altar dos ho- e lhe será perdoado. 11E, se não tiver
locaustos, derramará o resto ao pé do posses para oferecer duas rôlas ou
mesmo altar. 35E, tirando também dois pombinhos, oferecerá pelo seu
tôda a gordura, como se costuma ti pecado a décima parte dum efi de
rar a gordura do carneiro, que se i- flor de farinha; não lhe misturará
mola nos sacrifícios pacíficos, queimá- azeite nem lhe porá em cima incen
-la-á sôbre o altar em holocausto ao so, porque é (u m sacrifício) pelo pe
Senhor; e orará por aquêle homem e cado; 12e entregá-la-á ao sacerdote, o
pelo seu pecado, e lhe será perdoado. qual, tomando um punhado dela, a
queimará sôbre o altar, em memó
Três pecados particulares. Como devem ria de quem a ofereceu, 18orando por
ser expiados êle e expiando-o; a porção, porém,
que restar, tê-la-á o sacerdote em
£ 7Se um homem pecar, porque, donativo.
tendo ouvido alguém que fa
zia um juramento, e sendo testemu Vítimas que se devem oferecer
nha da causa, porque a viu ou teve pelo delito
conhecimento dela, não a quiser de 14Falou mais o Senhor a Moisés, di
clarar, levará a sua iniqüldade. 2A zendo: 15Se alguma pessoa pecar por
pessoa que tocar alguma coisa impu êrro, transgredindo as cerimônias nas
ra, quer seja um animal (im p u ro ), coisas santificadas ao Senhor, ofere
morto por uma fera ou morto por si cerá pelo seu delito um carneiro sem
mesmo, quer seja algum dos répteis defeito, tomado dos rebanhos, do va
(im puros), (em bora) se tenha esque lor de dois siclos, conforme o pêso
cido desta impureza, é réu e delin- do santuário; 16e ressarcirá o dano
qüiu. ®E, se tocar alguma coisa im que fêz; e juntará mais uma quinta
pura de outro homem, qualquer que parte, dando-a ao sacerdote, o qual
fôr a impureza com que êle pode man- orará por êle, oferecendo o carneiro,
char-se, e, não tendo advertido nisso, e lhe será perdoado. 17Se alguma
o conhecer depois, ficará sujeito à pessoa pecar por ignorância, e fize r
culpa. 4A pessoa que jurar e declarar alguma daquelas coisas que são proi
com seus lábios que há de fazer al bidas pela lei do Senhor, e, achando-
guma coisa má ou boa, e confirmar se ré de culpa, reconhecer a sua ini-
isso mesmo com juramento e com qüidade, 18oferecerá ao sacerdote um
palavras, e, tendo-se esquecido, co carneiro sem defeito tirado do reba
nhecer depois o seu delito, 5faça peni nho, conforme a medida e a conside
tência pelo pecado (que cometeu nu- ração do pecado; e o sacerdote orará
ma destas três coisas) °e ofereça do por êle, porque pecou sem o saber, e
seu rebanho uma cordeira ou uma lhe será perdoado, 19porque delinqüiu
cabra, e o sacerdote orará por êle por êrro contra o Senhor.
e pelo seu pecado; 7mas, se não pu
der oferecer uma cordeira ou uma Pecado por desprêzo
cabra, ofereça ao Senhor duas rôlas
ou dois pombinhos, um pelo pecado, C 1E o Senhor falou a Moisés, di-
outro em holocausto; 8e dá-los-á ao u zendo: 2A pessoa que pecar, e
sacerdote, o qual, oferecendo o pri que, desprezando o Senhor, negar ao
meiro pelo pecado, lhe torcerá a ca seu próximo o depósito confiado à
beça sobre as asas, de sorte que fi sua fé, ou tirar alguma coisa por vio-
Cap. V — 1. Levará a sua iniqüidade, isto é, será réu de culpa.
128 LEVÍTICO 6-7
lência, ou cometer uma fraude, 3ou, dela é oferecida em holocausto do
tendo encontrado uma coisa perdida, Senhor. Esta oferta será urna coisa
a nega, acrescentando o juramento, santíssima, como o que se oferece
ou fizer alguma outra das muitas pelo pecado e pelo delito. MSó os
coisas, em que os homens costumam varões da estirpe de Arão comerão
pecar, “sendo convencida do seu de dela. Será esta uma lei eterna em
lito, restituirá por inteiro 5ao dono tôdas as vossas gerações no tocante
a quem fêz o dano, tudo o que usur aos sacrifícios do Senhor; todo o que
pou por fraude, e uma quinta parte tocar estas coisas será santificado.
a mais. °E pelo seu pecado oferecerá Nos sacrifícios para a sagração
do rebanho um carneiro sem defeito, do pontífice
e o dará ao sacerdote, conforme a
consideração e a medida do delito; 7e 19E o Senhor falou a Moisés, di
o sacerdote orará por ela diante do zendo: ^Esta é a oferta de Arão e de
Senhor, e lhe será perdoada por qual seus filhos, a qual devem fazer ao
quer coisa que fêz pecando. Senhor no dia da sua unção. Ofere
Funções dos sacerdotes cerão em sacrifício perpétuo a déci
no holocausto quotidiano ma parte dum efi de flor de farinha,
metade pela manhã e metade à tarde.
8E o Senhor falou a Moisés, dizen “ Esta farinha borrifada com azeite
do: 90rdena a Arão e a seus filhos: será frita na sertã; e oferecê-la-á
Esta é a lei do holocausto: O holo quente, em cheiro suavíssimo ao Se
causto arderá sôbre o altar tôda a nhor, “ o sacerdote que legitimamen-
noite até pela manhã; o fogo será to te suceder a seu pai; e será queima
mado do mesmo altar. 10O sacerdo- da tôda sôbre o altar; “ porque todo
;e vestir-se-á de túnica e de calções o sacrifício dos sacerdotes será con
de linho; e tomará as cinzas, a que sumido pelo fogo, e ninguém comerá
o fogo devorador reduziu o holocaus dêle.
to, e, pondo-as junto do altar, use N os sa c rifíc io s pelo pecado
despojará dos primeiros vestidos, e,
vestido de outros, as levará para fo 24E o Senhor falou a Moisés, di
ra dos acampamentos, e fará que se zendo: “ Dize a Arão e a seus filhos:
consumam num lugar limpo até à Esta é a lei da hóstia pelo pecado:
última faúlha. 120 fogo arderá sem Será imolada diante do Senhor no
pre sôbre o altar, e o sacerdote o lugar onde se oferece o holocausto.
conservará, pondo-lhe todos os dias É esta uma coisa santíssima. ^
pela manhã lenha, sôbre a qual colo sacerdote que a oferece, comê-la-á
cará o holocausto e queimará a gor no lugar santo, no átrio do taber-
dura das hóstias pacíficas. 18Êste é o náculo. 27Tudo o que tocar as suas
fogo perpétuo, que nunca faltará sô carnes, será santificado. Se algum
bre o altar. vestido fôr salpicado com o seu san
gue, lavar-se-á no lugar santo. “ E
N os sa c rifíc ios incruentos 0 vaso de barro, em que foi cozida,
14Esta é a lei do sacrifício e das quebrar-se-á; mas, se o vaso fô r de
libações, que os filhos de Arão devem bronze, será esfregado e lavado com
oferecer na presença do Senhor, e água. 29Todo o varão da linhagem
diante do altar. “ O sacerdote toma sacerdotal, comerá das suas carnes,
rá um punhado de flor de farinha porque é uma coisa santíssima. “ A
borrifada com azeite, e todo o incen hóstia, porém, imolada pelo pecado,
so que se pôs sôbre a flor de fari cujo sangue se leva ao tabernáculo
nha; e queimará tudo sôbre o altar do testemunho para se fazer a ex-
em memória de cheiro suavíssimo pa piação no santuário, não será comi
ra o Senhor. 10O restante, porém, da, mas será queimada no fogo.
da flor de farinha comê-lo-á Arão Sacrifício pelo delito
com seus filhos, sem fermento; e co-
mê-lo-á no lugar santo, no átrio do 7 1Eis agora a lei da hóstia pelo
tabernáculo. 17Não se fará ferm en 1 delito. Ela é santíssima; p o r
tar esta farinha, porque uma parte tanto onde se imolar o holocausto,
7 LEVÍTICo 129
se imolará também a vítima pelo de nar-se-á inútil, e não aproveitará ao
lito; o seu sangue se derramará ao oferente; antes, pelo contrário, to
redor do altar. 3Oferecerão dela a do o que se contaminar com tal co
cauda e a gordura, que cobre as vísce mida, será réu de prevaricação. 19A
ras; 4os dois rins, a gordura, que carne que tiver tocado alguma coi
cobre os lombos, e o redenho do fíga sa impura, não se comerá, mas será
do com os rins. 5E o sacerdote os consumida no fogo. Aquêle que es
queimará sôbre o altar; é o holocaus tiver puro poderá comer da hóstia
to do Senhor pelo delito. 6Todo o (pacífica). 20A pessoa impura, que
varão da estirpe sacerdotal comerá comer da carne da hóstia dos sr.cri-
destas carnes no lugar santo, por fícios pacíficos, que foi oferecida ao
que é uma coisa santíssima. 7Co- Senhor, pereçerá do meio do seu
mo se oferece a hóstia pelo pecado, povo. 21E o que tiver tocado qual
assim (se oferece) pelo delito; será quer coisa impura, seja de um ho
uma só lei para uma e outra hóstia; mem, seja de um animal, ou de
(a vítim a ) pertencerá ao sacerdote qualquer outra coisa, que possa con
que a oferecer. 80 sacerdote que taminar, e comer destas carnes, pe
oferece a vítima do holocausto, terá recerá do meio do seu povo.
a sua pele. 9E tôda a oblação de
flor de farinha, que se coze no fo r Proibições relativas à gordura
no, e tudo o que se prepara sôbre a e ao sangue
grelha, ou na sertã, será do sacerdo
te que a oferece. 10Ou ela seja amas 22E o Senhor falou a Moisés, dizen
sada em azeite, ou seja sêca, será do: 23Dize aos filhos de Israel: Não
dividida por todos os filhos de Arão, comereis gordura de ovelha, nem de
em igual porção a cada um. boi, nem de cabra. 24A gordura dum
animal morto por si mesmo ou mor
Sacrifícios pacíficos to por uma fera, podereis utilizá-la
em vários outros usos. “ Se alguém
nEsta é a lei da hóstia dos sacri comer da gordura, que deve ser ofe
fícios pacíficos que se oferece ao Se recida em sacrifício (fe ito ) pelo fogo
nhor. 12Se a oferta fôr em ação de ao Senhor, será exterminado do melo
graças, oferecer-se-ão pães sem fe r do seu povo. 26Igualmente não to
mento amassados em azeite, tortas mareis como alimento o sangue de
ázimas untadas com azeite e flor de nenhum animal, tanto de aves como
farinha cozida, e filhós amassadas e de quadrúpedes. 27Tôda a pessoa que
misturadas com azeite; 13e também comer sangue, perecerá do meio do
pães fermentados juntamente com a seu povo.
hóstia de ação de graças, a qual se Regras complementares relativas
imola por sacrifício pacífico. 14Um ao sacriffcio pacifico
dêstes pães será oferecido ao Senhor
por primícias, e será do sacerdote que “ E o Senhor falou a Moisés, dizen
derramar o sangue da hóstia, “ cujas do: “ Fala aos filhos de Israel, e di
carnes serão comidas no mesmo dia, ze-lhes: Aquêle que oferece ao Se
e não ficará nada até de manhã. nhor a vítima dos sacrifícios pacífi
,0Se alguém oferecer uma hóstia por cos, ofereça ao mesmo tempo o seu
voto ou espontâneamente, também sacrifício, isto é, as suas libações.
esta será comida no mesmo dia; se, 30Terá nas mãos a gordura e o peito
porém, ficar algum resto para o ou da hóstia; e, depois que tiver consa
tro dia, será lícito comê-lo; 17mas tu grado uma e outra coisa oferecendo-
do o que (ainda) restar (da carne da as ao Senhor, entregá-las-á ao sa
vítim a) ao terceiro dia, será consu cerdote, 31o qual queimará a gordu
mido no fo g o . 18Se alguém comer ra sôbre o altar, mas o peito será de
ao terceiro dia das carnes da hóstia Arão e dos seus filhos. 32A espá-
dos sacrifícios pacíficos, a oferta tor dua direita das hóstias dos saerlfí-
Cap. V I I — 2». Ofereça ao mesmo tempo, etc. Segundo o original: L e ve êle mesmo ao
senhor a sua oferta tirada da vitim a dos sacrifícios pacíficos. Ordena-se que quem ofe
rece leve pessoalmente ao altar a porção da vitim a que pertence a Deus.
ft Biblia Sagrada
130 L E vÍT IC o 7 - 8
cios pacíficos pertencerá também co TJnçóes do tabernáculo e do sumo
mo primícias ao sacerdote. 33Aquê- pontífice
le dos filhos de Arão que oferecer o 10Tomou, além disso, o Óleo da un-
sangue e a gordura, terá também a ção, com que ungiu o tabernáculo e
espádua direita como sua porção. todas as suas alfaias. UE, tendo as-
34Porque o peito da elevação, e a es- pergido sete vêzes o altar para o san
pádua da separação, os tomei eu dos tificar, ungiu-o, e todos os seus uten
filhos de Israel das suas hóstias pa
cíficas, e os dei ao sacerdote Arão sílios, e a bacia com a sua base, e
e a seus filhos, como um fôro perpétuo santificou-o com óleo. 12E, derra
(im posto) a todo o povo de Israel. mando o óleo sôbre a cabeça de Arão,
35Esta é a unção de Arão e de seus ungiu-o e consagrou-o.
filhos nas cerimônias do Senhor, no São revestidos os filhos de Arão
dia em que Moisés lhos apresentou
para exercerem as funções do sa 13E, depois de os ter apresentado,
cerdócio, 36e é isto o que o Senhor or revestiu também os seus filhos de tú
denou que lhes seja dado pelos f i nicas de linho, e cingiu-os com os
lhos de Israel por uma observância cíngulos, e pôs-lhes mitras na cabeça,
religiosa, perpétua nas suas gerações. como o Senhor tinha ordenado.
Conclusão Sacrifício dum novilho pelo pecado
o sem fermento junto do altar, por porque rumina, mas não tem a unha
que é uma coisa santíssima. 13Comê- fendida; 7e o porco, o qual tem a
-lo-eis no lugar santo; porque é a unha fendida, mas não rumina. 8Não
parte das oblaçôes do Senhor, desig comereis das carnes dêstes animais,
nada para ti e para os teus filhos, nem tocareis os seus cadáveres, por
conforme me foi ordenado. “ Come que são impuros para vós.
reis também, tu e teus filhos, e tuas
filhas contigo, hum lugar muito lim Peixes
po, o peito, que foi oferecido, e a es- 9Eis os animais aquáticos dos quais
pãdua, que foi separada; porque são é lícito comer: Todos os que têm bar
as partes reservadas para ti e para batanas e escamas, tanto no mar,
os teus filhos das hóstias pacíficas como nos rios e nos lagos, comê-los-
dos filhos de Israel; 15porque êles ele -eis. “ Mas tudo o que se move e vive
varam diante do Senhor a espádua, nas águas, sem ter barbatanas nem
o peito e as gorduras que se quei escamas, será abominável para vós
mam sôbre o altar; e pertencem a ti ne execrando; não comereis as suas
e aos teus filhos por uma lei perpé carnes, e evitareis (toca r) seus cor
tua, como o Senhor ordenou. pos mortos. “ Todos os animais aquá
“ Entretanto, procurando Moisés o ticos que não têm barbatanas nem
bode, que tinha sido oferecido pelo escamas serão (para vós) impuros.
pecado, achou-o queimado. E, irado
contra Eleazar e Itamar, os filhos Aves
que restavam a Arão, disse-lhes:
17Por que não comestes vós no lugar “ Entre as aves são estas as que
santo a hóstia pelo pecado, que é não deveis comer, e devem ser evita
uma coisa santíssima, e vos foi dada, das: a águia, o grifo, e a águia ma
a fim de que leveis a iniqüidade da rinha, 14e o milhano, e o abutre com
multidão e oreis por ela diante do os da sua espécie, 15e o corvo e to
Senhor? “ Tanto mais que não leva das as espécies semelhantes ao corvo,
ram do seu sangue ao santuário, e “ o avestruz, e a coruja, a gaivota,
vós deverieis tê-la comido no san e o açor e tudo o que é da sua es
tuário, como me foi ordenado. 10A- pécie. 170 mocho, a gaivota e o íbis,
rão respondeu: Hoje foi oferecida a 18e o cisne, e o pelicano, e o porfirião,
19a cegonha e o corvo marinho com
vítima pelo pecado, e o holocausto os da sua espécie, a poupa e o
diante do Senhor; a mim, porém, morcego.
aconteceu-me o que tu vês; como po
dia eu comer desta vítima, ou agra
Insetos com asas
dar ao Senhor nas cerimônias (achan
do-me) com o espírito entristecido? “ Todo o volátil que anda sôbre
“ Moisés, tendo ouvido isto, admitiu quatro pés, será abominável para vós.
a desculpa. 21Todo o animal, porém que assim
Animais quadrúpedes
anda sôbre quatro pés, mas tem mais
compridas as pernas posteriores com
11 2E o Senhor falou a Moisés e que salta sôbre a terra, “ podeis co-
11 a Arão, dizendo: 2Dizei aos mê-lo, e tal é o brugo na sua espé
filhos de Israel: Êstes são os animais cie, o ataco, o ofiômaco e o gafanho
que deveis comer entre todos os to, cada um na sua espécie. “ Mas
animais da terra. 3Dentre os quadrú tôdas as aves que têm sômente qua
pedes comereis todo o que tem a tro pés, serão execráveis para vós;
unha fendida, e rumina. 4Porém, to “ e todo o que tocar os seus corpos
do o que rumina e tem unha, mas mortos, ficará contaminado e será
não fendida, como o camelo e outros, impuro até à tarde; “ e, se fôr ne
não o comereis, e contá-lo-eis entre cessário que êle leve algum dêstes
os (animais) impuros. 50 coelho, que animais morto, lavará os seus ves
rumina, mas não tem a unha fendi tidos, e ficará imundo até ao pôr
da, é impuro. 6Igualmente a lebre, do sol.
134 LEvÍTICO 11-12
Contato dos cadáveres de animais mortos, imediatamente ficará con
impuros taminada.
“ Todo o animal que tem unha, Contato de cadáveres dos animais
mas sem ser fendida, e que não ru puros
mina, será impuro; e aquêle que o
tocar, ficará contaminado, todos 39Se morrer algum daqueles ani
os animais quadrúpedes, aquêles que mais, que vos é lícito comer, aquêle
andam sôbre as mãos serão impuros; que tocar o seu cadáver ficará impu
aquêle que tocar os seus corpos m or ro até à tarde; ^e o que comer al
tos, ficará impuro até à tarde. “ E guma coisa dêle, ou tiver levado al
aquêle que levar êstes cadáveres, la guma porção, lavará os seus vestidos,
vará os seus vestidos e ficará impuro e ficará impuro até à tarde.
até à tarde, porque todos êstes (ani Répteis
mais) são impuros para Vós.
41Tudo o que anda de rastos sôbre
Répteis impuros a terra, sera abominável, e não será
^Também entre os animais, que usado como alimento. 42Não come
se movem sobre a terra, se deverão reis nenhum daqueles animais que,
reputar como impuros êstes: a doni tendo quatro pés, anda sôbre o peito;
nha, e o rato, e o crocodilo, cada nem dos que, sendo quadrúpedes, ou
um segundo a sua espécie, " o musa tendo muitos pés, caminham sôbre O
ranho, o camaleão, a salamandra, o peito, ou se arrastam pela terra, por
lagarto, e a toupeira. 31Todos êstes que são coisa abominável. "N ã o quei
animais são impuros. Aquêle que to rais contaminar as vossas almas, nem
car os seus corpos mortos, ficará im toqueis alguma destas coisas, para
puro até à tarde. 32E tudo aquilo s ô - não ficardes impuros. 44Porque eu
bre que cair alguma coisa dos seus sou o Senhor vosso Deus; sêde san
cadáveres, ficará contaminado, quer tos, porque eu sou santo; não man
seja um vaso de pau, ou um vestido, cheis as vossas almas com o toque de
ou uma pele, ou um pano da Cilícia; algum réptil que se arrasta sôbre a
e qualquer instrumento que serve pa terra. 45Porque eu sou o Senhor, que
ra fazer alguma obra, se lavará em vos tirei da terra do Egito para ser o
água, e será impuro até à tarde, e vosso Deus. Vós sereis santos, por
dêste modo será depois purificado. que eu sou santo.
“ Mas o vaso de barro, dentro do qual Conclusão
cair alguma coisa destas, ficará con
taminado, e por isso se deve quebrar. 48Esta é a lei sôbre os animais
^Todo o alimento que comerdes, se (quadrúpedes) e as aves, e sôbre todo
se derramar água (dêstes vasos con~ o animai vivente, que se move na á-
taminados) sôbre êle, será impuro; gua, ou que anda de rastos pela terra,
e todo o líquido que se bebe de qual 47a fim de que vós conheçais a di
quer vaso ( contaminado) , será impu ferença entre o puro e o impuro, e
ro. “ E sè alguma coisa dêstes ani saibais o que deveis comer e o que
mais mortos cair sôbre um vaso, êste deveis rejeitar.
ficará impuro; ou sejam fornos ou
marmitas, deverão destruir-se, e se Impureza da mulher que deu à luz
rão impuros. 36As fontes, porém, as
cisternas e todos os depósitos de água 12 1E o Senhor falou a Moisés di-
serão puros. Aquêle que tocar o cor zendo: 2Fala aos filhos de Is
po morto dêstes animais, ficará im rael, e lhes dirás: Se uma mulher,
puro. 37Se cair (alguma coisa dêsse tendo concebido, der à luz um meni
corpo) sobre semente, não a tornará no, será impura sete dias, como nos
impura. “ Mas, se alguém derramar dias da separação mênstrua. 3E, no
água sobre a semente, e esta depois oitavo dia, sera o menino circuncida-
fôr tocada por algum dêstes corpos do; 4ela, porém, permanecerá trinta
Cap. X I — 32. Pano da Cilícia. E ra ui tecido feito de pêlo de cabra, indústria da
Cilícia.
12 - 13 LEVÍTICO 135
e três dias a purificar-se do seu san nem se tiver alastrado mais além
gue. Não tocará coisa alguma santa, sôbre a pele, isolá-lo-á novamente
nem entrará no santuário, até se durante outros sete dias. °E, ao sé
completarem os dias da sua purifica timo dia, examiná-lo-á; e, se a le
ção. 5Se, porém, der à luz uma me pra fôr mais escura, e não se tiver
nina, será impura durante duas se alastrado sôbre a pele, declará-lo-á
manas, como no seu fluxo mênstruo, limpo, porque é sarna; e êste homem
e permanecerá sessenta e seis dias a lavará os seus vestidos, e será limpo.
purificar-se do seu sangue. 7Porém, se depois de ter sido visto
pelo sacerdote, e declarado limpo, a
Cerimônias de sua purificação lepra cresceu novamente, ser-lhe-á
reconduzido, 8e será declarado im
6E completos que forem os dias puro .
da sua purificação por um filho ou 9Se houver chaga de lepra em al
por uma filha, levará à porta do ta- gum homem, será levado ao sacerdo
bernáculo do testemunho um cordei te, 10e êste o examinará. E, quando
ro de um ano para holocausto, e um sôbre a pele aparecer uma côr bran
pombinho ou uma rôla pelo pecado, ca, e os cabelos tiverem mudado de
e os entregará ao sacerdote. 7E êle côr, e aparecer também a carne v i
as oferecera diante do Senhor, e ora va, njulgar-se-á esta lepra muito in
rá por ela e assim será purificada do veterada, e muito arraigada na pele.
fluxo do seu sangue; esta é a lei da Por isso o sacerdote o declarará im
quela que dá à luz um menino ou puro, e não o isolará, porque a sua
uma menina. 8Se ela, porém, não impureza é visível. 12Porém, se a
tiver com que possa oferecer um cor lepra alastra, lavrando sôbre a pe
deiro, tomará duas rôlas ou dois pom- le, e a cobre tôda desde a cabeça
binhos, um para (ser oferecido em ) até aos pés, quanto podem ver os
holocausto, outro pelo pecado; e o olhos, 13o sacerdote o examinará, e
sacerdote orará por ela, e assim será declarará que êle tem uma lepra
purificada. limpíssima; porque se tornou tôda
!Lepra humana. Modos por que se branca, e por isso êste homem será
m anifesta limpo. 14Mas, quando nêle aparecer
a carne viva, 15então será impuro
1 *1 1E o Senhor falou a Moisés e por declaração do sacerdote, e será
1 ** a Arão, dizendo: 20 homem contado entre os impuros; porque a
em cuja pele e carne aparecer côr carne viva, se está atacada de lepra,
diversa, ou uma pústula, ou algu é impura. wPorém, se ela de novo
ma coisa de luzente, isto é, uma cha se torna branca, e cobriu todo o ho
ga de lepra, será levado ao sacerdo mem, 17o sacerdote o examinará e
te Arão, ou a um dos seus filhos. declarará que está limpo.
8E êste, vendo a lepra na pele, e os 18Mas, se na carne e na pele em
)êlos mudados em côr branca, e O que tiver aparecido uma úlcera e se
Íugar onde aparece a lepra, mais tiver curado, 19e no lugar da úlcera
fundo do que o resto da pele e da aparecer uma cicatriz branca, ou que
carne, (declarará que) é urna cha tira a vermelho, será êste homem
ga de lepra, e será separado, segun levado ao sacerdote; *e, se êste v ir o
do a sua decisão. 4Porérn, se apa lugar da lepra mais fundo do que
recer sôbre a cútis urna côr branca o resto da carne, e que os pêlos se
luzente, e não (estiver) mais fundo tornaram brancos, declará-lo-á im
do que o resto da carne, e os pê puro; porque isto é o mal da lepra,
los forem da côr primitiva, O sa que se formou na úlcera. 21Mas, se
cerdote o isolará durante sete dias, o pêlo está da cor primitiva e a ci
5e, ao sétimo dia, o examinará; e, catriz é um pouco escura, sem estar
se a lepra não tiver crescido mais, mais funda do que a carne vizi-
Cap. X I I — 6. Pelo pecadot isto é, pela impureza legai, que a tinha retido afastad a
d as coisas sagradas.
Cap. X I I I — 13. Porque se tornou branca. Quando a lepra branca cobria todo o
corpo, nôo tard ava a desaparecer.
136 LEVÍTICO 13
nha, o sacerdote o isolará durante se cha perseverar (no mesmo estado)
te dias. e os cabelos estiverem negros, re
22E se (durante êste tem po) o conheça que o homem está são, e
mal cresceu, declará-lo-á leproso. afoitamente declare-o limpo.
23Mas se parou no seu lugar, é a ci “ O homem ou mulher, sôbre cuja
catriz da úlcera, e o homem será pele aparecerem manchas brancas,
lim po. 39o sacerdote os verá; e, se achar que
24A carne, porém, e a pele que foi sôbre a sua pele reluz um branco
ueimada pelo fogo, e depois de cura- escuro, saiba que não é lepra, mas
a tiver uma cicatriz branca ou ver uma mancha de cor branca, e que a
melha, “ o sacerdote a examinará; pessoa está limpa.
e, se (v ir ) que ela se tornou bran 40O homem, a quem caem os cabe
ca, e que o lugar dela está mais los da cabeça, é calvo da fronte e
fundo do que o resto da pele, de- limpo. 41E, se lhe caírem os cabe
clará-lo-á impuro, porque é chaga de los da fronte, é calvo em parte, e é
lepra que se formou na cicatriz. limpo. 42Porém, se sôbre a cabeça
26Mas, se a côr dos pêlos não mu calva ou sobre a fronte calva se ma
dou e a chaga não está mais fun nifesta uma mancha branca ou ver
da do que o resto da carne, e se melha, "0 sacerdote, gue o tiver vis
a própria lepra aparece um pouco es to, declarará sem dúvida que tem
cura, isolá-lo-á durante sete dias, lepra, que apareceu sôbre a parte
27e, ao sétimo dia, o examinará. Se calva.
a lepra alastrou sôbre a pele, de Normas que devem ser observadas
clará-lo-á impuro. “ Mas, se a côr pelos leprosos
branca permanecer no seu lugar e
não é tão clara, é chaga de queima 44Portanto, todo aquêle que estiver
dura, e portanto será declarado lim manchado de lepra, e estiver sepa
po, porque é cicatriz de queimadu rado por juízo do sacerdote, "terá
ra. os vestidos descosidos, a cabeça des
29Um homem ou uma mulher, em coberta, a boca coberta com o ves
cuja cabeça ou barba aparecer a le tido, e clamará que está contamina
pra, serão vistos pelo sacerdote, *°e do e impuro. "Durante todo o tempo
se o lugar estiver mais fundo do que que estiver leproso e impuro, habita
o resto da carne, e o cabelo estiver rá só, fora dos acampamentos.
amarelado e mais delgado que de
ordinário, êle os declarará impuros, Lepra dos vestidos
porque é a lepra da cabeça e da 47Um vestido de lã ou de linho,
barba. 31Mas, se vir que o lugar da que fôr infetado de lepra "na urdi
mancha está igual com a carne v i dura ou na trama, ou se uma pele,
zinha, e que o cabelo está negro, ou qualquer coisa feita de pele, 49fôr
isolá-lo-á durante sete dias, 82e exa infetada duma mancha branca ou ver
miná-lo-á no sétimo dia. Se a man melha, reputar-se-á por lepra, e se
cha não cresceu, e o cabelo conser mostrará ao sacerdote.
vou a sua côr, e o lugar da chaga
está igual com o resto da carne, Exame feito pelo sacerdote, e trata
33êste homem será rapado, menos no mento segundo os diferentes casos
lugar da mancha, e será isolado du
rante outros sete dias. 34Se ao sétimo “ E êle, tendo-o examinado, o iso
dia se vir que a chaga ficou no seu lará durante sete dias; 51e, no séti
lugar, e não se tornou mais funda mo dia, tornando-o a ver de novo,
que o resto da carne, o sacerdote o se achar que (a mancha) cresceu, é
declarará limpo, e êle lavará *os seus uma lepra pertinaz; declarará impu
vestidos, e será limpo. “ Porém, se ro o vestido e tudo aquilo em que
depois da sua purificação a mancha se encontrar tal mancha, 52e por isso
se alastrar de novo sôbre a pele, queimar-se-á nas chamas. “ Se, porém,
“ não examinará mais se o pêlo se vir que não cresceu, 84mandará que
tornou amarelado, porque evidente se lave aquilo em que está a lepra,
mente está impuro. 37Mas, se a man e o isolará durante outros sete dias.
13-14 leví TICO l37
55E quando vir que hão tornou ao brancelhas, e todos os pêlos do cor
seu aspecto primitivo, ainda a po. E, lavados novamente os vesti
lepra não tenha crescido, declarará dos e o corpo, 10no oitavo dia toma
o vestido impuro, e queimá-lo-á no rá dois cordeiros sem defeito, e uma
fogo, porque a lepra se espalhou sô- ovelha de um ano sem defeito, e
bre a superficie ou por tôda a espes três dízimos de flor de farinha bor-
sura do vestido. “ Mas, se depois de rifada com azeite, para o sacrifício,
lavado o vestido, o lugar da lepra es e separadamente um sextário de a-
tiver mais escuro, cortá-lo-á e o se zeite.
parará do resto do vestido. 57Porém, nE depois que o sacerdote, que de
se depois disto aparecer ainda uma ve purificar aquêle homem, o tiver
lepra volante e vaga naqueles lu apresentado juntamente com tôdas
gares, que antes estavam sem man estas coisas diante do Senhor à porta
cha, deve queimar-se (todo o vesti do tabernáculo do testemunho, 12to-
do) no fogo. “ Se (a mancha) de mará um cordeiro, e o oferecerá pelo
saparecer, lavará de novo com água delito com o sextário de azeite; e, o-
as partes que estão puras, e ficarão ferecidas tôdas estas coisas diante
limpas. 59Esta é a lei sôbre a lepra do Senhor, 13imolará o cordeiro, on
do vestido de lã e de linho, da urdi de se costuma imolar a hóstia pelo
dura e da trama, e de todo o objeto pecado, e o holocausto, isto é, no lu
feito de pele, (para se saber) como gar santo. Porque, tanto a hóstia
(estas coisas) se devem declarar lim pelo pecado, como a que (se ofere
pas ou impuras. ce) pelo delito, pertence ao sacer
dote; é uma coisa santíssima.
Purificação do leproso 14E o sacerdote, tomando do san
IA XE o Senhor falou a Moisés, di- gue da hóstia que foi imolada pelo
zendo: 2Êste é o rito do le delito, o porá sôbre a extremidade da
proso, quando houver de ser puri orelha direita daquele que se purifi
ficado: Será levado ao sacerdote; 3e ca, e sôbre os dedos polegares da
êste, saindo fora dos acampamentos, mão e do pé direito, 15e derramará do
e vendo que a lepra esta curada, sextário de azeite sôbre a sua mão
4ordenará ao que deve ser purificado, esquerda, 10e molhará neste azeite o
que ofereça por si duas aves vivas, dedo direito, e fará sete aspersões
das que é permitido comer, e pau diante do Senhor. ” 0 que, porém,
de cedro, e escarlate e hissopo. 5E ficar do azeite na mão esquerda,
mandará que uma das aves seja imo derramá-lo-á sôbre a extremidade da
lada num vaso de barro, sôbre água orelha direita daquele que se puri
viva; °e molhará a outra ave jviya, fica, e sôbre os dedos polegares da
e o pau de cedro, e o escarlate, e o mão e do pé direito, e sôbre o san
hissopo, no sangue da ave imolada, gue que foi derramado pelo deli
7e com êle aspergirá sete vêzes aquê- to, 18e sôbre a sua cabeça. 19E ora
le que está para se purificar, a fim rá por êle diante do Senhor, e fa
de que seja legitimamente purifica rá o sacrifício pelo pecado; então
do; e (depois disto) soltará a ave v i imolará o holocausto, “ e pô-lo-á sô
va, para que vôe para o campo. 8E, bre 0 altar com as suas libações, e
depois que êste homem tiver lavado os o homem ficará legitimamente pu
seus vestidos, rapará todos os pêlos rificado .
do corpo, e lavar-se-á em água; e, Purificação do leproso pobre
purificado, entrará de novo nos a-
campamentos, sob a condição, po 21Porém, se é pobre e as suas pos
rém, de que há de estar durante ses não podem alcançar o que* está
sete dias fora da sua tenda. °E, indicado, tomará um cordeiro para
ao sétimo dia, rapará todos os cabe a oblação pelo delito, a fim de que
los da cabeça, e a barba, e as so- o sacerdote ore por êle, e uma dízi-
Cap. X I V — 5. N u m vaso. O hebreu diz: sôbre um vaso. — Sôbre a água viva . O
vaso devia estar cheio de águ a viva, isto 6, de águ a duma fonte ou dum rio, e não dum a
cisterna.
10. Trêz dízimas, isto é, três gomores, que equivalem a onze litros e meio.
138 LEVÍTICo 14
ma de flor de farinha borrifada com a fechará por sete dias. 39E, vol
azeite para o sacrifício, e um sextá- tando no sétimo dia, a examinará;
rio de azeite, 22e duas rôlas ou dois se achar que a lepra se estendeu,
pombinhos, um dos quais seja pelo 4"mandará que se arranquem as pe
pecado, e o outro para o holocaus dras infeccionadas da lepra, e se lan
to; 23e, ao oitavo dia da sua purifi cem fora da cidade num lugar imun
cação, os apresentará ao sacerdote à do, 4le que depois se raspe todo o in
porta do tabernáculo do testemu terior da casa ao redor, e que se
nho diante do Senhor. 24E o sacer lance todo o pó das raspaduras fo
dote, recebendo o cordeiro pelo de ra da cidade num lugar imundo,
lito, e o sextário de azeite, levá- 42e que se ponham outras pedras
-los-á juntamente; “ e, imolado o cor no lugar das que foram tiradas, e
deiro, porá do seu sangue sôbre a que se reboque a casa de novo.
extremidade da orelha direita daque 43Mas, se depois que foram tiradas
le que se purifica, e sôbre os dedos as pedras, e raspado o pó, e rebo
polegares da sua mão e do seu pé cada de novo a casa, 44entrando ne
direito. 26Derramará também uma la o sacerdote, vir que a lepra vol
parte do azeite na sua mão esquerda, tou, e que as paredes estão salpica
27e, molhando nêle um dedo da mão das de manchas, é uma lepra perti-
direita, fará sete aspersões diante do naz, e a casa está impura; 45e sem
Senhor; '28e tocará a extremidade da demora a destruirão, e se lançarão
orelha direita daquele que se puri fora da cidade num lugar imundo
fica, e os dedos polegares da mão as suas pedras, e as madeiras, e to
e do pé direito, no lugar onde foi pôs- do o po. 46Aquêle que entrar na
to o sangue que se derramou pelo casa durante o tempo em que está
delito. ^O resto do azeite, que está fechada, ficará impuro até a tarde;
na mão esquerda, derramá-lo-á sô 47e o que nela dormir ou comer al
bre a cabeça do homem que se pu guma coisa, lavará os seus vestidos.
rifica para lhe tornar propicio o Se Purificação das casas
nhor. 30E oferecerá as duas rôlas
ou os dois pombinhos, 31um pelo de 48Porém, se o sacerdote, entrando,
lito, e outro em holocausto, com vir que a lepra não lavrou na casa,
as suas libações. 32Êste é o sacrifí depois de a ter feito rebocar de no
cio do leproso que não pode ter tu vo, a purificará declarando-a sadia.
do o que (há m ister) para a sua pu 49E para a sua purificação tomará
rificação. duas avezinhas, e pau de cedro, e
escarlate, e hissopo; ™e, imolada u-
Lepra das casas ma avezinha num vaso de barro sô
33E o Senhor falou a Moisés e a bre água viva, 51tomará o pau de
Arão, dizendo: 34Quando tiverdes en cedro, o hissopo, e o escarlate, e a
trado na terra de Canaã, que eu avezinha viva, e molhará tudo no
vos darei em possessão, se houver sangue da ave imolada, e na água
nas casas chaga de lepra, 35o dono viva, e aspergirá sete vêzes a casa,
da casa irá dar parte disso ao sa 62e a purificará tanto com o sangue
cerdote, e dirá: Parece-me que na da avezinha como com a água v i
minha casa há como uma chaga de va, e com a avezinha viva, e com
lepra. o pau de cedro, com o hissopo, e
36E êle mandará que tirem para com o escarlate. 53E, depois que ti
fora tudo o que há na casa, antes ver soltado a avezinha para que vôe
que entre nela e veja se está lepro para o campo, fará oração pela casa,
sa, para que não fique impuro tudo e ficará legitimamente purificada.
o que há na casa. E depois entrará Conclusão
para examinar a lepra da casa. 37E,
se vir nas paredes umas como ca 54Esta é a lei acêrca de tôda a es
vidades com nódoas amarelas ou pécie de lepra e de tinha, 55e acêrca
vermelhas, e mais fundas do que o da lepra dos vestidos e das casas,
resto da superfície, 38sairá para fora “ das cicatrizes e da erupção das pús
da porta da casa, e imediatamente tulas, das manchas luzentes e das di
14 - 15 LEVÍTICO 139
versas mudanças das cores, 57para que recerá um pelo pecado, e outro em
se possa saber quando qualquer coi holocausto; e orará por êle diante do
sa é pura ou impura. Senhor, para que fique limpo do seu
fluxo. 10O homem que tiver um der
Impureza do homem ramamento seminal, lavará em água
todo o seu corpo, e será impuro até
1 C 7E o Senhor falou a Moisés e à tarde. 17Lavará em água o vesti
16, a Arão, dizendo: 2Falai aos do e a pele que tiver, e serão impu
filhos de Israel e dizei-lhes: O ho ros até à tarde.
mem que padece de gonorréia, será
impuro. 3E será julgado sujeito a Impureza da mulher
esta enfermidade, quando a cada mo
mento se pegar à sua carne e se 18A mulher com quem se juntou
juntar aquêle humor impuro. “Todo lavar-se-á em água, e será impura até
o leito em que dormir, e todo o ob à tarde. 19A mulher que no tempo
jeto sôbre o qual se sentar, será ordinário sofre incômodo, será sepa
impuro. 5Se alguém tocar o seu lei rada durante sete dias. 20Todo o que
to, lavará os seus vestidos, e êsse a tocar, será impuro até à tarde. 21E
mesmo, depois de lavado em água, as coisas, sôbre que dormir ou se sen
será impuro até à tarde. °Se se tar, nos dias da sua separação, fica
sentar onde êle estava sentado, la rão impuras. 22Aquêle que tocar o
vará também os seus vestidos, e, seu leito, lavará os seus vestidos, e,
lavando-se em água, será impuro até lavando-se êle mesmo em água, se
à tarde. 70 que tocar a sua carne, rá impuro até à tarde. 23Todo o
lavará os seus vestidos, e, lavado que tocar qualquer coisa sôbre que
êle mesmo em água, será impuro até ela se tenha sentado, lavará os seus
à tarde. 8Se a saliva dêste homem vestidos, e, lavando-se êle mesmo em
cair sôbre um que está limpo, êsse água, fioará impuro até à tarde. 24Se
lavará os seus vestidos, e, lavado êle um homem se junta com ela no tem
mesmo em água, será impuro até à po em que ela tem o incômodo, se
tarde. 9A sela, sôbre que tiver ca rá impuro durante sete dias; e todo o
valgado, ficará impura; 10e tudo o leito sôbre que dormir, ficará impu
que tiver estado debaixo daquele que ro. ^A mulher, que padece por mui
padece êste mal, ficará impuro até à tos dias fluxo de sangue fora do tem
tarde. O que levar alguma destas coi po costumado, ou que, passado o pe
sas, lavara os seus vestidos, e, lavan- ríodo regular, não lhe cessa o fluxo,
do-se êle mesmo em água, será impu será impura enquanto estiver sujeita
ro até à tarde. UTodo aquêle que fôr a êste acidente, como se estivesse no
tocado por um homem em tal estado, tempo do seu mênstruo. ^ o d o o lei
sem êste ter antes lavado as mãos, la to em que dormir e tudo aquilo
vará os seus vestidos, e, lavando-se em que se sentar, ficará impuro.
êle mesmo em água, será impuro até 27Todo o que tocar estas coisas lava
à tarde. 120 vaso de barro que tocar, rá os seus vestidos, e, lavando-se êle
será quebrado, e o vaso de pau será mesmo em água, será impuro até à
lavado em água. tarde. “ Se o sangue parar e deixar
13Se o que padece esta moléstia de correr, contará sete dias da sua
sarou dela, contará sete dias depois purificação; “ e, ao oitavo dia, ofe
da sua cura, e, lavados os seus vesti recerá por si ao sacerdote, à porta do
dos e todo o corpo na água viva, fi tabernáculo do testemunho, duas rô-
cará puro. 14E ao oitavo dia, toma las ou dois pombinhos; 30e o sacerdo
rá duas rolas ou dois pombinhos, e te sacrificará um pelo pecado, e ou
se apresentará diante do Senhor à tro em holocausto, e orará por ela
porta do tabernáculo do testemunho, diante do Senhor, por causa do flu
e dá-los-á ao sacerdote, 15o qual ofe- xo que a tornava impura.
Cap. X V — 17. O hebraico diz: Todo o ve stido e tôda a pele que forem atingidos pelo
derramamento seminal serão lavados na águ a . ..
28. Contará sete dias da sua purificação, segundo o hebraico: Contará sete dias,
e depois ficará pura.
140 LEVÍTICo 15 - 16
Conclusão de brasas do altar, e tomando com
a mão o perfume composto para o
31Ensinareis, pois, aos filhos de Is incenso, entrará para dentro do véu
rael que se guardem da impureza, do Santo dos Santos, 13a fim de que,
para não morrerem nas suas imun- postos os perfumes sôbre o fogo, o
dícies, quando profanarem o meu ta- seu fumo e o seu vapor cubra o orá
bernáculo que está no meio dêles. culo, que está sôbre o testemunho, e
32Esta é a lei acêrca do que padece (A rã o) não morra. “ Tomará tam
gonorréia, e que contrai impureza bém do sangue do novilho, e aspergi-
tendo cópula, “ e acêrca da mulher rá com o dedo sete vêzes defronte do
que está separada no tempo do seu propiciatório para a parte do Orién-
mênstruo, ou padece fluxo contínuo te.
de sangue, e acêrca do homem que
dormir com ela. 15E, depois de ter imolado o bode
pelo pecado do povo, levará o seu san
Festa da expiação. Cerimônias a gue para dentro do véu, como foi
observar ordenado acêrca do sangue do novi
lho, para fazer a aspersão diante do
1 C XE o Senhor falou a Moisés de- oráculo, 16e expiará o santuário das
1U pois da morte dos dois filhos impurezas dos filhos de Israel, e das
de Arão, que foram mortos por te suas prevaricações, e de todos os
rem oferecido um fogo estranho; 2e (seus) pecados. Expiará com êste
ordenou-lhe, dizendo: Dize a Arão, rito o tabernáculo do testemunho, que
teu irmão, que nunca entre no san foi colocado entre êles no meio das
tuário, que está para dentro do véu impurezas das suas habitações. “ N e
diante do propiciatório, que cobre a nhum homem esteja no tabernáculo,
arca, para que não morra (porque eu quando o pontífice entrar no santuá
aparecerei na nuvem sôbre o orácu rio para orar por si e pela sua casa,
lo), 3se não fizer antes estas coisas: e por todo o ajuntamento de Israel,
oferecerá um novilho pelo pecado, e enquanto êle não tenha saído. 18E
um carneiro em holocausto. 4Reves- quando tiver saído para o altar, que
tir-se-á da túnica de linho, cobrirá está diante do Senhor, ore por si, e
a sua nudez com calções de linho; tomando do sangue do novilho e do
cingir-se-á com um cinto de linho; bode, derrame-o sôbre as pontas do
porá na cabeça uma tiara de linho, altar ao redor; 19e, fazendo com o
porque estas vestes são santas; êle dedo sete aspersões, purifique-o e
as vestirá todas depois de se ter lava santifique-o das impurezas dos filhos
do. 5E receberá de toda a multidão de Israel.
dos filhos de Israel dois bodes pelo
pecado, e um carneiro para holocaus- 20E, depois de ter purificado o san
do. 6E, depois de ter oferecido o no tuário, e o tabernáculo, e o altar, en
vilho, e de ter orado por si e pela tão ofereça o bode vivo; 21e, postas
sua casa, 7apresentará diante do Se ambas as mãos sôbre a sua cabeça,
nhor dois bodes à porta do taberná- confesse tôdas as iniqüidades dos f i
culo do testemunho; 8e, deitando sor lhos de Israel, e todos os seus deli
tes sôbre um e outro, uma pelo Se tos e pecados; e carregando-os com
nhor e outra pelo bode emissário, 9o- imprecações sôbre a cabeça do bode,
ferecerá pelo pecado aquêle que a sor enviá-lo-á para o deserto por um ho
te destinar para o Senhor; 10e aquêle, mem destinado para isso. 22E, quan
ao qual a sorte tiver destinado para do o bode tiver levado tôdas as ini
bode emissário, apresentá-lo-á vivo qüidades dêles para uma terra soli
diante do Senhor, para fazer sôbre êle tária, e fôr deixado no deserto, “ Arão
as preces, e enviá-lo para o deserto. voltará para o tabernáculo do teste
munho e, depostos os vestidos de que
Ritos da expiação antes se revestira, entrando no san
tuário, e deixando-os ali mesmo, “ la
“ Celebradas estas coisas segundo o vará o seu corpo num lugar santo,
rito, oferecerá o novilho, e orando por e tomará de novo os seus vestidos.
si e pela sua casa, o imolará; 12e to E, depois que, tendo saído, tiver ofe
mando o turíbulo, que terá enchido recido o seu holocausto e o do povo,
16 - 17 LEVÍTICO 141
orará tanto por si como pelo povo; denou, dizendo: 3Qualquer homem
“ e queimará sôbre o altar a gordu da casa de Israel que matar um
ra oferecida pelos pecados. 26Aquê- boi, ou uma ovelha, ou uma cabra nos
le, porém, que tiver levado o bode e- acampamentos ou fora dos acampa
missário, lavará os seus vestidos e o mentos, 4e a não apresentar à por
seu corpo em água, e depois voltará ta do tabernáculo, em oferta ao Se
para os acampamentos. 27Mas o no nhor, será réu de sangue; e, como se
vilho e o bode, que foram imolados tivesse derramado sangue, perecerá
pelo pecado, e cujo sangue foi levado do nieio do seu povo. 5Por isso os
ao santuário para fazer a expiação, filhos de Israel devem apresentar ao
levá-los-ão fora do arraial, e queima sacerdote as suas vítimas, que ma
rão no fogo tanto as suas peles, co tam no campo, para que sejam con
mo as suas carnes, e os seus excre sagradas ao Senhor diante da por
mentos. “ E todo aquêle que as quei ta do tabernáculo do testemunho,
mar, lavará os seus vestidos e o seu e êles as sacrifiquem ao Senhor co
corpo em água, e depois voltará pa mo hóstias pacíficas. 6E o sacerdo
ra os acampamentos. te derramará o seu sangue sôbre o
altar do Senhor à porta do taberná
Celebração anual da festa da expiação culo do testemunho, e queimará a
29Isto será para vós uma lei per gordura em cheiro de suavidade ao
pétua. N o sétimo mês, no décimo Senhor; 7e nunca mais imolarão as
dia do mês, afligireis as vossas al suas hóstias aos demônios, aos quais
mas, e não fareis obra alguma, tan idolatraram. Esta será uma lei eter
to o indígena como o estrangeiro que na para êles * para os seus descen
vive peregrino entre vós. ^Neste dia dentes. 8E tu lhes dirás: O homem
se fará a vossa expiação e a purifi da casa de Israel e dos estrangeiros
cação de todos os vossos pecados; nê- que habitam entre vós, que oferecer
le sereis purificados diante do Senhor. um holocausto ou uma vítima, 9e não
31Porque é um sábado do descanso, e a levar à porta do tabernáculo do
afligireis as vossas almas, por lei per testemunho, para ser oferecida ao
pétua. 32Ora a expiação será feita Senhor, perecerá do meio do seu po
pelo sacerdote que foi ungido, e cujas vo.
mãos foram sagradas para exercer as 10Qualquer homem da casa de Is
funções do sacerdócio em vez de seu rael ou dos estrangeiros que pere
pai; e será revestido da túnica de li grinam entre êles, se comer sangue,
nho e das vestes sagradas, 33e ex voltarei o meu rosto contra a sua al
piará o santuário e o tabernáculo do ma, e exterminá-lo-ei do meio do
testemunho e o altar, e também os seu povo, "porque a vida da carne
sacerdotes e todo o povo. .. 34E será está no sangue; e eu dei-o a vós,
para vós lei perpétua, o fazer oração para que com êle façais expiações
uma vez por ano pelos filhos de Is sôbre o altar pelas vossas almas, e
rael e por todos os seus pecados. o sangue sirva para a expiação da
E íêz-se como o Senhor tinha orde alma. 12Por isso disse aos filhos de
nado a Moisés. Israel: Nenhum de vós comerá san
Norm as relativas à morte dos animais gue, nem nenhum dos estrangeiros,
destinados ao sacrifício 1 que moram entre vós. 13Se algum
homem dos filhos de Israel ou dos
1 7 JE o Senhor falou a Moisés, di- estrangeiros que habitam entre vós
1 9 zendo: 2Fala a Arão e aos seus tomar à caça ou ao laço um animal
filhos, e a todos os filhos de Israel, ou ave, daquelas que é lícito co
dizendo-lhes: Eis o que o Senhor or mer, derrame o seu sangue, e cubra-
Cap. X V I — 29. Afligireis as vossas almas. Expressão genérica, que aqui indica o
jejum, o único jejum imposto pela lei moisaica.
Cap. X V I I — 4. Será réu de sangue. E sta lei era tâo importante que aquêle que a
transgredisse se tornava tâo culpado como um homicida.
11. A vida da carne está no sangue, isto é, o sangue é o principio d a vida dos
anim ais no sentido de que sem êle nâo têm vida, e o animal, perdendo o sangue, perde
o movimento e a vida.
142 LEVÍTICO 17 - 18
0 com terra; 14porque a vida de to descobrirás a nudez da filha da mu
da a carne está no sangue; por isso lher de teu pai, a qual ela deu à
disse aos filhos de Israel: Não co luz a teu pal, porque é tua irmã.
mereis o sangue de nenhum animal, 12Não descobrirás a nudez da irmã
porque a vida da carne está no san de teu pai, porque é carne de teu
gue; e todo o que comer dêle, pere pai. 13Não descobrirás a nudez da
cerá. irmã de tua mãe, porque é carne de
15A pessoa, tanto dos naturais co tua mãe. 14Não descobrirás a nudez
mo dos estrangeiros, que comer dum de teu tio paterno, nem te aproxima
animal morto por si, ou dilacerado rás da sua mulher, a qual é tua pa
por uma fera, lavará os seus vestidos rente por afinidade. “ Não descobri
e o seu corpo em água, e será impura rás a nudez de tua nora, porque é
até à tarde; e dêste modo se purifi mulher de teu filho, nem descobri
cará . 16Mas, se não lavar os seus rás a sua ignomínia. 10Não descobri
vestidos e o seu corpo, levará a sua rás a nudez da mulher de teu irmão,
iniqüidade. porque é nudez de teu irmão. 17Não
descobrirás a nudez de tua mulher
Introdução às leis sôbre o matrimônio e da sua filha. Não tomarás a f i
lha do seu filho, nem a filha de sua
1 O *E o Senhor falou a Moisés, di- filha, para descobrires a sua ignomí
zendo: 2Fala aos filhos de Is nia; porque são carne dessa (m u
rael, e dize-lhes: Eu sou o Senhor lh er), e tal união é um incesto. 18Não
vosso Deus; 3vós não procedereis con tomarás por mulher secundária a ir
form e os costumes do país do Egito, mã de tua mulher, nem descobrirás
em que habitastes; nem vos porta a sua nudez enquanto tua mulher
reis segundo o costume da ua*** ^e fôr viva.
Canaã, na qual eu vos hei de in Uniões ilícitas
troduzir, nem andareis segundo as
suas leis. “Praticareis os meus man 19Não te aproximarás da mulher que
damentos, e observareis os meus pre padece o seu mênstruo, nem desco
ceitos, e andareis nêles. Eu sou o brirás a sua nudez. ^Não te unirás
Senhor vosso Deus. 5Guardai as mi com a mulher do teu próximo, nem
nhas leis e os meus mandamentos; o te mancharás com semelhante união.
homem que os observa viverá por ê- Sacrifício das crianças
les. Eu sou o Senhor. 21Não darás nenhum de teus filhos
Impedimentos provenientes do para ser consagrado ao ídolo de Mo-
parentesco loc, nem profanarás o nome do teu
Deus. Eu sou o Senhor.
6Nenhum homem se aproximará du Sodomia
ma mulher que lhe é próxima por
sangue, para descobrir a sua nudez. 22Não te aproximarás dum homem
Eu sou o Senhor. 7Não descobrirás como se fôsse mulher, porque é uma
a nudez de teu pai nem a nudez de abominação.
tua mãe; ela é tua mãe, não desco Bestialidade
brirás a sua nudez. 8Não descobri “ Não te juntarás com animal algum
rás a nudez da mulher de teu pai, nem te mancharás com êle. A mu
porque é nudez de teu pai. 9Não lher não se prostituirá a nenhum a-
descobrirás a nudez de tua irmã, por nimal, nem se misturará com êle,
parte do pai, ou por parte da mãe, porque é um crime.
tenha ela nascido dentro ou fora de
casa. 10Não descobrirás a nudez da Conclusão
filha de teu filho, nem da filha de 24Não vos mancheis com nenhuma
tua filha, porque é tua nudez. 11Não dessas coisas, com que se têm conta-
Cap. X V I I I — 6. Próxim a por sangue. .. Proibição de matrimônio entre parentes em
geral (6-18).
17. D e tua mulher e de sua filha. Segundo o hebreu: Dum a mulher e de sua filha.
Segundo esta lei era proibido a um homem tom ar como espôsa a filha que sua mulher
teve num matrimônio precedente.
18 - 19 LEvITICO 14J
minado tôdas as gentes que eu ex que nasceu na) superfície da terra,
pulsarei da vossa vista, 25e com as nem apanharás as espigas deixadas.
quais está contaminada esta terra cu 10E na tua vinha não colherás o
jos crimes eu castigarei, a fim de rabisco nem os bagos que caem, mas
que ela vom ite os seus habitantes. deixarás que os apanhem os pobres
“ Guardai as minhas leis e os meus e forasteiros. Eu sou o Senhor vos
mandamentos, e não cometais nenhu so Deus. nNão furtareis. N ão men
ma destas abominações, tanto os na tireis, e ninguém enganará o seu pró
turais como estrangeiros entre vós. ximo. 12Não jurarás falso em meu
27Porque tôdas estas execrações co nome, nem profanarás o nome do
meteram os que foram antes de vós teu Deus. Eu sou o Senhor. 13Não
habitantes desta terra, e a contami caluniarás o teu próximo, nem o o-
naram. “ Vêde, pois, não suceda que, primirás com violências. O salário
assim como ela vomitou a gente que do teu jornaleiro não ficará em teu
aqui estava antes de vós, vos vom i poder até ao dia seguinte. 14Não a-
te também a vós, se fizerdes outro maldiçoarás o surdo, nem porás tro-
tánto. “ Todo aquêle que cometer pêço diante do cego; mas temerás o
alguma destas abominaçoes, perecerá Senhor teu Deus, porque eu sou o
do meio do seu povo. “ Guardai os Senhor. 15Não farás o que é iníquo,
meus mandamentos. Não pratiqueis nem julgarás injustamente. Não a-
0 que praticaram os que estiveram tendas à pessoa do pobre, nem te
antes de vós, e não vos mancheis nhas respeito à cara do poderoso.
com estas (infâm ias). Eu sou o Se Julga o teu próximo com justiça.
nhor vosso Deus. l6Não serás um acusador, nem um
maldizente entre o povo. Não cons
Deveres de piedade p ara com os parentes pirarás contra o sangue do teu pró
e p ara com Deus ximo (com falsos testemunhos). Eu
1 Q 70 Senhor falou a Moisés, dizen- sou o Senhor. 17N ão odiarás o teu
** do: 2Fala a todo o ajunta irmão no teu coração; mas repreen-
mento dos filhos de Israel, e lhes de-o püblicamente, para que não in
dirás: Sêde santos, porque eu, o corras em pecados por sua causa.
Senhor vosso Deus, sou santo. 3Ca- 18Não procurarás a vingança, nem
da um respeite seu pai e sua m ãe. conservarás a lembrança da injúria
Guardai os meus sábados. Eu sou o dos teus concidadãos. Amarás o teu
Senhor vosso Deus. 4Não vos vol amigo como a ti mesmo. Eu sou o
teis para os ídolos, nem façais para Senhor.
vós deuses fundidos. Eu sou o Se-
Deveres de economia doméstica
nhor vosso Deus. 6Se imolardes ao
Senhor uma hóstia pacífica, para que 19
Observai as minhas leis. Não jun
vos seja propício, °comê-la-eis no mes tarás o teu jumento
mo dia em que tiver sido imolada, e outra espécie. Não com animais de
no dia seguinte; mas tudo o que so campo com semente semearás o teu
brar para o terceiro dia, queimá-lo- versa. Não usarás dede vestido espécie di
que
-eis no fogo. 7Se alguém comer de seja tecido de duas espécies de fios.
la passados dois dias, será profano 20Se um homem tiver relações carnais
e réu de impiedade; 8e levará a sua com uma mulher que seja escrava e
iniqüidade, porque profanou uma desposada (com outro hom em ), mas
coisa consagrada ao Senhor, e pere não resgatada, nem posta em liber
cerá do meio do seu povo. dade, serão ambos açoitados, e não
Deveres de caridade e de justiça p ara morrerão, porque ela não era livre.
com o próximo 21E por êste seu delito o homem o-
ferecerá ao Senhor um carneiro à
9Quando segares as messes do teu porta do tabernáculo do testemu
campo, não cortarás até ao chão (o nho; 22e o sacerdote orarâ por êle
Cap. X IX — 15. N ão atendas. .. N ã o julgues injustamente, quer deixando-te levar
por uma falsa compaixão pela miséria do pobre, quer deixando-te corromper pela riqueza
e pelos dons do rico.
144 LEVÍTICO 19 - 20
e pelo seu pecado diante do Senhor, sou o Senhor vosso Deus, que vos
e (o Senhor) se lhe tornará nova tirei da terra do Egito.
mente propício e será perdoado o
seu pecado. 23Quando entrardes na Conclusão
terra (que vos prom eti), e plantar
des nela árvores frutíferas, circun- 37Guardai todos os meus preceitos e
cidá-las-eis; os (prim eiros) frutos que tôdas as minhas leis, e executai-as.
produzirem serão impuros para vós, Eu sou o Senhor.
e não comereis dêles. 24*N o quarto Penas contra os que sacrificam seus
ano, porém, todo o seu fruto será
filhos a Moloc
consagrado à glória do Senhor. “ E
no quinto ano comereis os frutos, 2Q 7E o Senhor falou a Moisés, di-
recolhendo tudo o que produzirem. zendo: 2Dirás isto aos filhos de
Eu sou o Senhor vosso Deus. Israel: Se algum homem dentre os fi
lhos de Israel e dos estrangeiros, que
Outros preceitos morais habitam em Israel, der de seus filhos
26Não comereis nada com sangue. ao ídolo de Moloc, será punido de
Não usareis de agouros, nem obser morte; o povo da terra o apedrejará.
vareis os sonhos. 27Não cortarèis^ò 3E eu porei o meu rosto contra êle, e
cabelo em redondo, nem rapareis a o cortarei do meio do seu povo, por
barba. 28Não fareis incisões na vos que deu de seus filhos a Moloc, e pro
sa carne, por causa de algum m or fanou o meu santuário e manchou o
to, nem fareis figuras algumas ou meu santo nome. 4Porém, se o povo da
sinais sôbre o vosso oorpo. Eu sou terra, descuidando-se e, como que ten
o Senhor. 29Não prostituas tua f i do em pouco o meu mandato, deixar
lha, para que a terra não seja con ir o homem que deu de seus filhos a
taminada, e não se encha de impie Moloc, e não quiser matá-lo, 5porei o
dade. 30Guardai os meus sábados, e re meu rosto contra êsse homem e con
verenciai o meu santuário. Eu sou o tra a sua família, e cortarei do meio
Senhor. 31Não vos dirijais aos ma do seu povo assim a êle, como a to
gos, nem interrogueis os adivinhos, dos os que consentiram que êle se
para que vos não contamineis por prostituisse a Moloc.
meio dêles. Eu sou o Senhor vos
so Deus. 32Levanta-te diante de u- Penas contra os que consultam os
ma cabeça encanecida, e honra a pes magos
soa dc velho; e teme ao Senhor teu °A pessoa que se dirigir a magos
Deus. Eu sou o Senhor. e adivinhos, e fornicar com êles, eu
Algun s preceitos sociais porei o meu rosto contra ela, e a ex
terminarei do meio do seu povo,
33Se algum estrangeiro habitar na 7Santificai-vos e sêde santos, porque
vossa terra, e morar entre vós, não o eu sou o Senhor vosso Deus. g u a r
impropereis; “ mas esteja entre vós dai os meus preceitos e cumpri-os.
como um natural; e amai-o como a Eu sou o Senhor que vos santifico.
vós mesmos; porque também vós fôs-
tes estrangeiros na terra do Egito. Contra os que amaldiçoam os pais
Eu sou o Senhor vosso Deus. ^Não
façais coisa injusta no juízo, na va 0O que amaldiçoar seu pai ou sua
ra, no pêso, na medida. “ Sejam jus mãe, seja punido de morte; amaldi
tas as balanças, e justos os pesos, çoou o pai e a mãe, o seu sangue caia
justo o efa, e juáto o sextário. Eu sobre êle.
23. Circuncidá-las-eis, segundo o hebreu: Lançareis fora os seus frutos corno incircun-
cisos, como impuros.
27-28. Nestes versículos sãc proibidos certos usos supersticiosos e idolátricos seguidos
pelos orientais.
35. Segundo o hebreu: Não cometereis injustiça, quer nos julgamentos, quer nas
medidas de comprimento, quer nos pesos, quer nas medidas de capacidade.
Cap. X X — 6. E fornicar com êles. A m agia, como a idolatria, é um a infidelidade de
Israel à aliança com Deus, e é representada como um adultério.
20 - 21 LEvITICO 145
Contra os impudicos Exortação à santidade
tituta, nem a que foi repudiada por o meu santuário. Eu sou o Senhor
seu marido, porque estão consagra que os santifico. “ Moisés, pois, disse
dos ao seu Deus, 8e oferecem os pães a Arão, e a seus filhos, e a todo o
da proposição. Sejam, pois, santos Israel, tôdas as coisas que lhe foram
porque também eu, o Senhor, que os mandadas.
santifico, sou santo. °Se a filha de
um sacerdote fôr apanhada em es Pessoas que podem comer as carnes
tupro, e desonrar o nome de seu consagradas
pai, será queimada no fogo.
0 9 ’ Falou também o Senhor a Moi-
Sumo pontífice sés, dizendo: 2Dize a Arão e
10O pontífice, isto é, o sumo sacer a seus filhos que se abstenham das
dote entre seus irmãos, sôbre cuja coisas cjue (m e fora m ) consagradas
cabeça foi derramado o óleo da un- pelos filhos de Israel, e não profa
ção, e cujas mãos foram consagra nem o nome das coisas santificadas
das para o sacerdócio, e que foi re em minha honra, que êles me ofere
vestido das santas vestes, não desco cem. Eu sou o Senhor. 3Dize-lhes,
brirá a sua cabeça, não rasgara os a êles e a seus descendentes: Todo
seus vestidos, “ nem entrará absoluta- o homem da vossa estirpe que, ten
mente onde esteja um morto; tam do qualquer impureza, se aproximar
bém não se contaminará na morte das coisas que os filhos de Israel
de seu pai ou de sua mãe. “ Não consagraram e ofereceram ao Senhor,
sairá dos lugares santos, para não perecerá diante do Senhor. Eu sou
manchar o santuário do Senhor, por o Senhor. 4Um homem da estirpe de
que o óleo da sagrada unção do seu Arão, gue fôr leproso ou doente de
Deus está sôbre êle. Eu sou o Se- gonorreia, não comerá das coisas que
nhor. “ Tomará por mulher uma me foram santificadas, até que este
virgem ; “ não tomará uma viúva, ja são. O que tocar um homem im
nem uma repudiada, nem uma de puro, e o que tiver um derramamen
sonrada, nem uma meretriz, mas u- to sensível, 5e o çpie tocar um réptil e
ma donzela do seu povo. “ Não mis qualquer coisa impura cujo contato
ture o sangue da sua linhagem com O é impuro, °será impuro até à tar
vulgo do seu povo; porque eu sou o de, e não comerá daquelas coisas
Senhor que o santifico. que foram santificadas; mas, depois
que tiver lavado o seu corpo em á-
Defeitos que excluem do sacerdócio gua, 7e se tiver posto o sol, então, es
tando puro, comerá das coisas santi
16E o Senhor falou a Moisés, di ficadas, porque são seu alimento.
zendo: 17Dize a Arão: O homem de 8Não comerão dum animal morto por
qualquer das famílias da tua linha si, ou dilacerado por outro, nem se
gem, que tiver deformidade (corpo- mancharão com estas viandas. Eu
ra l), não oferecerá pães ao seu Deus, sou o Senhor. °Observem os meus
“ nem se aproximará do seu minis mandamentos para que não caiam em
tério; se fôr cego, se coxo, se tiver pecado, e não morram no santuário,
nariz pequeno, ou grande, ou torci depois de o terem profanado. Eu
do, 19se tiver um pé quebrado ou s o u o Senhor que os santifico.
mão, “ se fôr corcunda, se remeloso, 10Nenhum estrangeiro comerá das
se tiver belide na vista, se sarna per- coisas santificadas; o que habita em
tinaz, se tiver herpes pelo corpo, ou casa do sacerdote, e o jornaleiro não
uma hérnia. “ Todo o homem da comerão delas. “ Mas o escravo,
estirpe do sacerdote Arão, que ti comprado por um sacerdote, e o que
ver qualquer deformidade (corpo tiver nascido em sua casa, êstes co
ra l), não se aproximará a oferecer merão delas. 12Se a filha do sacer
hóstias ao Senhor, nem pães ao seu dote casar com algum homem do
Deus; “ comerá todavia dos pães que povo, não comerá das coisas santifi
se oferecem no santuário, “ contanto, cadas nem das primícias. 13Mas se,
porém, que não entre do véu para ficando viúva, ou sendo repudiada, e
dentro, nem chegue ao altar, porque sem ter filhos, voltar para a casa de
tem defeito, e não deve contaminar seu pai, comerá do que seu pai co
22 - 23 LEVITICO 147
me, como costumava fazer sendo don Outras normas relativas aos
zela. Nenhum estrangeiro tem fa sacrifícios
culdade de comer delas. 140 que por “ E o Senhor falou a Moisés, dizen
ignorância comer das coisas santifi do:. 2 1*47*0 boi, a ovelha ou a cabra,
cadas, juntará uma quinta parte ao quando nascerem, estarão sete dias
que comeu, e dará tudo ao sacerdo mamando debaixo da mãe; ao oitavo
te para o santuário. 15Não profana dia, e daí por diante, poderão ser o-
rão as coisas santificadas pelos filhos ferecidos ao Senhor. “ Ou seja boi,
de Israel, que êstes oferecem ao Se ou seja ovelha, não serão imoladas
nhor, 16para que não sofram a pe no mesmo dia com as suas crias.
na do seu delito, tendo comido das 29Se imolardes uma hóstia em ação
coisas santificadas. Eu sou o Se de graças ao Senhor, para que vos
nhor que os santifico. seja propício, 30*comê-la-eis no mes
Anim ais destinados ao holocausto mo dia, e não ficará coisa alguma
para a manhã do dia seguinte. Eu
17E o Senhor falou a Moisés, di sou o Senhor.
zendo: 18Fala a Arão e a seus filhos
e a todos os filhos de Israel, e lhes Conclusão
dirás: O homem da casa de Israel,
ou dos estrangeiros que habitam en 31Guardai os meus mandamentos, e
tre vós, que fizer a sua oblação, ou ponde-os em prática. Eu sou o Se
para cumprimento de votos, ou para nhor. 32Não profaneis o meu santo
oferta espontânea, qualquer vítima nome, para que eu seja santificado
que êle oferecer em holocausto ao Se- no meio dos filhos de Israel. Eu
nhor, 19para que seja oferecida por sou o Senhor que vos santifico 83e
vós, será um macho sem defeito, vos tirei da terra do Egito, para ser
dentre os bois, ou ovelhas, ou cabras. o vosso Deus. Eu sou o Senhor.
^Se tiver qualquer defeito, não o ofe
recereis, nem será aceito. Sábado
Animais destinados aos sacrifícios OO 2E o Senhor falou a Moisés, di-
pacíficos zendo: 2Fála aos filhos de Is
rael, e dize-lhes: Estas são as fes
210 homem que oferecer ao Senhor tas do Senhor, que vós chamareis
uma vítima dos sacrifícios pacíficos, Santas. 3Trabalhareis seis dias; e o
ou para cumprimento de votos, ou pa sétimo dia, porque é o descanso do
ra oferta espontânea, seja de bois, se sábado, chamar-se-á santo; não fa
ja de ovelhas, oferecerá um animal reis nêle trabalho algum. Ê o sába
sem defeito, para que seja agradá do do Senhor em todas as vossas
vel; não haverá nêle nenhum defeito. moradas.
22Se fôr cego, se tiver qualquer mem 4Estas são, pois, as festas santas
bro quebrado, qualquer cicatriz, ou do Senhor, que deveis celebrar nos
pústula, ou sarna, ou herpes, não o seus tempos.
oferecereis ao Senhor, nem o quei
mareis sôbre o altar do Senhor. ^Po- Festa da Páscoa
derás oferecer como oferta voluntá
ria um boi ou uma ovelha com uma 5N o primeiro mês, no dia catorze
orelha e a cauda cortada, mas com do mês, sôbre a tarde, é a páscoa do
êles não se pode cumprir um voto. Senhor; 6e no dia quinze do mesmo
24Não oferecereis ao Senhor animal mês é a solenidade dos ázimos do
algum que tenha os testículos ou tri Senhor. Durante sete dias comereis
lhados, ou esmagados, ou cortados, ázimos. tO primeiro dia será para
ou arrancados; e de nenhum modo vós soleníssimo e santo; não fareis nê
façais isto na vossa terra. “ Não o- le obra alguma servil, 8mas oferece
ferecereis ao vosso Deus pães (rece reis um sacrifício pelo fogo ao Se
bidos) da mão dum estrangeiro, nem nhor durante sete dias; o sétimo dia
qualquer outra coisa que êle queira será, porém, mais solene e mais san
dar; porque todos êstes dons são cor to; e não fareis nêle obra alguma
ruptos e impuros; não os aceitareis. servil. °E o Senhor falou a Moisés, di
148 LE vÍT IC o 23
zendo: 10Fala aos filhos de Israel, e ra dos vossos campos, não a cortareis
lhes dirás: Quando tiverdes entrado até à terra nem enfeixareis as espi
na terra que eu vos hei de dar, e f i gas que ficarem; mas deixá-las-eis
zerdes a ceifa das searas, levareis ao para os pobres e para os forasteiros.
sacerdote molhos de espigas, como Eu sou o Senhor v o s s o Deus,
primícias da vossa colheita; ue êle, ao
outro dia depois do sábado, elevará Festa das trombetas
um molho diante do Senhor, para que 23E o Senhor falou a Moisés, di
lhe seja aceito em vosso favor, e o zendo: 24Dize aos filhos de Israel: O
santificará. 12E no mesmo dia em que sétimo mês, o primeiro dia do mês
o molho fôr consagrado, imolar-se-á será para vós um sábado e uma re
um cordeiro de um ano, sem defeito, cordação (que vós celebrareis) ao
em holocausto ao Senhor. 13E com som das trombetas, e será chamado
êle se oferecerão as libações, duas dí santo. 25Não fareis nêle trabalho al
zimas de flor de farinha borrifada gum servil, e oferecereis um holo
com azeite, para ser queimada ao Se causto ao Senhor.
nhor em cheiro suavíssimo; e para
libações de vinho, a quarta parte de Festa da expiação
um hin. 14Não comereis da vossa sea
ra nem pão, nem grão torrado, nem 26E o Senhor falou a Moisés, di
papas, até ao dia em que oferecerdes zendo: “ Aos dez dêste sétimo mês
dela ao vosso Deus. Esta é uma lei será o dia soleníssimo das expiaçoes,
perpétua em vossas gerações, e em e chamar-se-á santo; e nêle afligireis
tôdas as vossas habitações. as vossas almas, e oferecereis um ho
locausto ao Senhor. “ Não fareis o-
Pentecostes bra servil alguma em todo êste dia;
porque é um dia de propiciação, pa
15Vós, pois, desde o dia depois do ra que o Senhor vosso Deus vos seja
sábado, no qual oferecestes o molho propício. 29Tôda a alma que se não
das primícias, contareis sete semanas afligir neste dia, perecera do meio
completas, 10até ao dia depois daque dos seus povos; *°e o que fizer qual-
la em que se completa a sétima se uer trabalho, eu o exterminarei
mana, isto é, (contareis) cinqüenta entre o seu povo. “ Não fareis, pois,
dias; e assim oferecereis um novo sa nêle obra alguma; esta será uma lei
crifício ao Senhor 17em todas as vos perpétua em tôdas as vossas gera
sas habitações, dois pães das primí ções e habitações. 32É o sábado do
cias (feitos) de duas dízimas de flor repouso; afligireis as vossas almas
de farinha fermentada, os quais coze no dia nove do mês; celebrareis os
reis para primícias do Senhor. 18E v o s s o s sábados de uma tarde até à
oferecereis com êstes pães sete cordei outra.
ros de um ano sem defeito, e um no Festa dos tabernáculos
vilho da manada, e dois carneiros, e
serão oferecidos em holocausto com ME o Senhor falou a Moisés, di
as suas libações, em cheiro suavíssi zendo: “ Dize aos filhos de Israel:
mo ao Senhor. 19Oferecereis, além Desde o dia quinze dêste sétimo mês,
disso, um bode pelo pecado, e dois serão as festas dos tabernáculos du
cordeiros de um ano por hóstias de rante sete dias em honra do Senhor.
sacrifícios pacíficos. 20E, quando o 350 primeiro dia será chamado sole
sacerdote os tiver elevado diante do níssimo e santíssimo; não fareis nêle
Senhor juntamente com os pães das trabalho algum servil. “ E durante
primícias, ficarão para seu uso. 21E sete dias oferecereis holocaustos ao
chamareis êste dia soleníssimo e san Senhor; o dia oitavo será também so
tíssimo; não fareis nêle obra servil leníssimo e santíssimo, e oferecereis
alguma. Esta será uma lei perpétua um holocausto ao Senhor, porque é
em tôdas as vossas habitações e gera dia de ajuntamento e de assembléia;
ções. “ Quando, pois, ceifardes a sea não fareis nêle obra alguma servil.
Cap. X X I I I — 24. será para vós um sábado, isto é, um a solenidade em que é orde
nada a abstenção das obras servis.
23 - 24 LEvITICO 149
Conclusão os porá sôbre a mesa puríssima dian
37Estas são as festas do Senhor, que te do Senhor, seis de uma parte, e
chamareis soleníssimas e santíssimas, seis da outra; 7e porás sôbre êies in
censo lucidíssimo, para que o pão
e nelas oferecereis ao Senhor obla- seja monumento de oferta feita ao
ções, holocaustos e libações, confor Senhor. 8Cada sábado se mudarão
me o rito de cada dia, ^independen- êstes pães diante do Senhor, depois
temente dos sábados do Senhor e de terem sido recebidos dos filhos de
das vossas ofertas, e do que oferecer Israel por uma aliança perpétua; °e
des por voto, ou voluntàriamente pertencerão a Arão e a seus filhos,
derdes ao Senhor. para os comerem no lugar santo; por
Adições relativas à festa dos taber- que são coisa santíssima dos sacri
náculos fícios do Senhor por um direito per
pétuo .
39Desde o dia quinze, pois, do sé
timo mês, quando tiverdes colhido to Castigo do blasíemador, e lei de Talião
dos os frutos da vossa terra, celebra
reis as festas do Senhor durante se 10Ora eis que o filho de uma mu
te dias; o primeiro dia e o oitavo lher israelita, que ela tivera de um
será o sábado, isto é, o descanso. ^E Egípcio que vivia entre os filhos de
no primeiro dia tomareis dos fru Israel, saiu fora e contendeu nos a-
tos da árvore mais formosa, e fo campamentos com um Israelita. nE,
lhas de palmeira, e ramos de árvore tendo blasfemado e amaldiçoado o no
frondosa, e salgueiros da torrente, e me do Senhor, foi levado a Moisés
alegrar-vos-eis diante do Senhor vosso (sua mãe chamava-se Salumit, filha
Deus. 41E celebrareis todos os anos de Dabri, da tribo de Dan), 12e puse-
durante sete dias esta solenidade. ram-no em prisão, até saberem o que
Esta será uma lei perpétua em vos o Senhor ordenaria. 130 qual falou
sas gerações. Celebrá-la-eis no séti a Moisés, “ dizendo: T ira o blasfemo
mo mês, 42e habitareis à sombra dos para fora do arraial, e todos os que
ramos durante sete dias; todo o ho o ouviram, ponham as suas mãos
mem da geração de Israel habitará sôbre a cabeça dêle, e todo o povo o
em tendas, 43para que os vossos des apedreje. 15E dirás aos filhos de Is
cendentes saibam que eu fiz habitar rael: O homem que amaldiçoar o
em tendas os filhos de Israel, de seu Deus, levará o seu pecado; 16e o
pois de os ter tirado da terra do que blasfemar o nome do Senhor, se
Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus. ja punido de morte; todo o povo o
apedrejará, quer seja cidadão, quer
44Moisés, pois, falou aos filhos de Is
rael sôbre as festas do Senhor. seja forasteiro. O que blasfemar o
nome do Senhor, seja punido de mor
O azeite das lâmpadas te. 170 que ferir ou matar um ho
■OJ, aE o Senhor falou a Moisés, di- mem, seja punido de morte. lsO que
zendo: 2Ordena aos filhos de ferir um animal, restituirá outro em
Israel q le te tragam azeite de oli seu lugar, isto é, animal por animal.
veira puríssimo e claro, para manter 10O que ferir qualquer dos seus com
continuamente acesas as lâmpadas, patriotas, assim como fêz, assim se
3fora do véu do testemunho no ta- lhe fará a êle; 20quebradura por que-
bernáculo da aliança. E Arão as po bradura, ôlho por ôlho, dente por
rá diante do Senhor desde a tarde dente; qual fôr o mal que tiver fe i
até pela manhã, com culto e rito per to, tal será o gue há de sofrer. 210
pétuo nas vossas gerações. “Serão que matar um jumento, restituirá ou
sempre colocadas diante do Senhor, tro. O que matar um homem, será
sôbre o candeeiro muito limpo. punido (de m orte). 22Seja entre vós
igual a justiça, quer delinqüisse o
Os pães da proposição forasteiro, quer o indígena; porque
eu sou o Senhor vosso Deus. 23E
5Tomarás também flor de farinha, Moisés falou aos filhos de Israel; e
e cozerás dela doze pães, cada um dos tiraram o que tinha blasfemado pa
quais terá duas dízimas (do e fi), °e ra fora dos acampamentos, e apedre
150 LEVÍTICO 24 - 25
jaram-no. E os filhos de Israel f i anos restarem depois do jubileu, tan
zeram como o Senhor tinha ordenado to crescerá também o preço; e quan
a Moisés. to menos tempo contares, tanto bai
Ano sabático xará o preço da compra; porque êle
2Ç 2E o Senhor falou a Moisés no te venderá o tempo em que podes
colher os frutos. 17N ão agraveis os
monte Sinai, dizendo: 2Fala (que são) da vossa mesma tribo, mas
aos filhos de Israel, e dize-lhes: cada um tema o seu Deus, porque
Quando tiverdes entrado na terra eu sou o Senhor, vosso Deus. “ Exe
que eu vos darei, observai o sábado cutai os meus preceitos e guardai
em honra do Senhor. 3Durante seis as minhas ordens, e cumpri-as, para
anos semearás o teu campo, e duran que possais habitar na terra sem mê-
te seis anos podarás a tua vinha, e do algum, 19e para que a terra vos
recolherás os seus frutos. 40 sétimo produza os seus frutos, de que co
ano, porém, será o sábado da terra mais até à saciedade, sem temer a
e do descanso do Senhor; não semea violência de alguém. ^E se disser
rás o campo, nem podarás a vinha. des: Que comeremos nós no sétimo
5Não segarás o que a terra por si ano, se não semearmos, nem reco
mesma produzir; e não colherás as lhermos os nossos frutos? 21Eu vos
uvas das tuas primícias como vindi- darei a minha bênção no ano sexto,
ma; porque é ano do descanso da ter e a terra produzirá frutos para três
ra; 6mas servir-vos-ão de alimento a anos; 22e semeareis no ano oitavo, e
ti e ao teu servo, à tua serva e ao comereis os frutos velhos até ao ano
teu jornaleiro, e ao estrangeiro que nono; até que nasçam os novos, co
vivem contigo; 7tudo o que nascer mereis os velhos.
servirá de alimento aos teus animais
e gados. “ A terra também não se venderá
para sempre, porque é minha, e vós
Ano jubilar, repouso da terra sois estrangeiros e meus colonos.
8Contarás também sete semanas de 24Portanto todos os campos que pos
anos, isto é, sete vêzes sete, que fa suirdes serão vendidos com a condi
zem ao todo quarenta e nove anos; ção de se rem irem . “ Se o teu irmão
9e, no sétimo mês, no dia décimo empobrecido vender a sua pequena
do mês, no tempo da expiação, to propriedade, e o parente mais pró
carás a trombeta por tôda a vossa ximo quiser, pode rem ir o que o ou
terra. 10E santificarás o ano güin- tro vendeu. “ Se, porém, não tem
quagésimo; e anunciarás, a remissão parente próximo, mas pode encon
a todos os habitantes da tua terra; trar o preço para fazer o resgate,
porque é jubileu. Voltará o homem 27avaliar-se-ão os frutos desde o tem
à sua possessão, e cada um tornará po em que fêz a venda, e dará ao
para a sua primeira família; “ por comprador o resto; e dêste modo re
que é o jubileu e o ano qüinqua- cobrará a sua propriedade. “ Se não
gésimo. Não semeareis nem sega achar meio para dar o preço, ficará
reis o que nascer por si mesmo no o comprador com o que comprou até
campo, nem colhereis as primícias ao ano do jubileu; porque neste ano
da vindima, 12por causa da santifi tudo o que se tiver vendido, volta
cação do jubileu, mas comereis o rá ao seu primeiro dono e antigo
que se vos puser diante. possuidor. 20O que vender uma ca
sa situada dentro dos muros da ci
Privilégios do ano jubilar sobre a dade, terá faculdade de a rem ir den
propriedade tro de um ano.
13N o ano do jubileu voltarão to 30Se a não remir, e se tiver passado
dos à posse dos seus bens. 14Quan- o curso dum ano, possuí-la-á para
do venderes qualquer coisa ao teu sempre o comprador e seus descen
concidadão, ou lha comprares, não dentes, e não poderá remir-se nem
agraves o teu irmão, mas compra ainda no jubileu.
segundo o número dos anos do ju 31Mas, se a casa fôr numa herdade
bileu, 15e êle ta venderá segundo que não tem muros, será vendida co
a conta das messes. 16Quanto mais mo se vendem os campos; se não fo i
25 - 26 LEVITICO 151
remida antes, voltará no jubileu pa mão pobre se vender a êle ou a al
ra o seu dono. 32As casas dos levi- gum da sua família, “ depois da ven
tas, que estão nas cidades, podem da pode ser resgatado. Qualquer de
sempre ser remidas. 83Se não.forem seus irmãos que quiser, o resgatará,
remidas, voltarão para seus donos 49e o tio, e o primo, e o consangüí-
no jubileu, porque as casas das ci neo, ou afim . E, se êle o puder
dades dos levitas são a sua possessão fazer por si mesmo, resgatar-se-á,
entre os filhos de Israel. 34Não se “ sendo contados somente os anos
vendam, porém, os seus arrabaldes, desde o tempo da sua venda até ao
porque são sua perpétua possessão. ano do jubileu; e sendo contada a
quantia, por que foi vendido, se
Privilégio do ano ju bilar sôbre a gundo o número dos anos e segundo
condição civil das pessoas se paga ao jornaleiro. 51Se forem
35Se teu irmão se tornou pobre e ainda muitos os anos que restam até
doente das mãos, e tu o recolheres ao jubileu, o preço (do resgate) será
como estrangeiro e peregrino, e viver em proporção dêstes (anos). 52Se
contigo, 36não recebas usuras dêle, (fa lta rem ) poucos, fará com o com
nem mais do que lhe deste; teme o prador a conta segundo o número
teu Deus, para que teu irmão possa dos anos, e pagar-lhe-á em propor
viver contigo. '"Não lhe darás o teu ção dos anos que faltam, 58levando
dinheiro com usura, e dos grãos não em conta o salário do tempo que
exigirás dêle mais do que lhe deres. serviu; {o comprador) não o tra
“ Eu sou o Senhor vosso Deus, que tará com aspereza à tua vista. “ Se
vos tirei da terra do Egito, para vos êle não puder ser resgatado por ne
dar a terra de Canaã, e ser vosso nhum dêstes modos, sairá com seus
Deus. filhos no ano do jubileu. “ Porque
39Se, obrigado pela pobreza, o teu os filhos de Israel são meus setvos,
irmão se vender a ti, não o oprimi que eu tirei da terra do Egito.
rás com a servidão de escravo, 40mas Bênçãos prometidas aos que
(e m tua casa) será como um jorna- observarem a lei
leiro e um colono; trabalhará em
tua casa até o ano do jubileu, 41e de OíJ *Eu sou o Senhor vosso Deus;
pois sairá com seus filhos, e voltará não fareis ídolos para vós,
para a sua família e para a heran nem imagens de escultura, nem le
ça de seus pais. 42Porque êles são vantareis colunas, nem na vossa ter
meus servos, e eu tirei-os da terra ra poreis alguma pedra insigne pa
do Egito; não sejam vendidos na con ra a adorardes. Porque eu sou o
dição dos escravos. ^Não o aflijas Senhor vosso Deus. 2Guardai os
com o teu poder, mas teme o teu meus sábados, e tremei diante do
Deus. 44Os escravos e escravas que meu santuário. Eu sou o Senhor.
tiverdes, sejam das nações que vos 3Se andardes conforme os meus
cercam. 45E dos estrangeiros que v i preceitos, se guardardes os meus man
vem entre vós ou que dêstes nasce damentos, e os praticardes, eu vos da
ram na vossa terra, a êstes tereis por rei as chuvas nos seus tempos, 4e a
escravos; “ e por direito de herança terra dará o seu produto, e as árvo
os deixareis aos vossos filhos, e os res se carregarão de frutos. 5A de
possuireis para sempre; mas quanto bulha do trigo prolongar-se-á até à
aos vossos irmãos, os filhos de Israel, vindima, e a vindima juntar-se-á à
não os oprimais com o vosso poder. sementeira; e comereis o vosso pão
47Se um adventício ou um estrangei à saciedade, e habitareis na vossa ter
ro enriquecer entre vós, e um teu ir ra sem temor. 6Eu darei paz dentro
Cap X X V — 35. Doente das mãos, de modo que não possa mais trabalhar.
42. N ã o sejam ven d id os... O primeiro dono não podia vendê-los a um outro, como
ae pode fazer com mercadorias.
45. E dos estrangeiros... Segundo o hebreu: Podereis também comprar (escravos)
entre os filhos dos estrangeiros que vivem entre vós, e entre suas famílias.
Cap. X X V I — 1. N e m levantarás colunas. .. A s colunas serviam muitas vêzes para o
culto dos falsos deuses. Constituíam um perigo para os Hebreus, sendo por isso proibidas.
152 LEVITICO 26
dos vossos limites; dormireis, e não a terra como bronze. “ O vosso tra-
haverá quem vos aterre. Afastarei balho será baldado, a terra não da-
de vós os animais nocivos; e a espa- rá os seus produtos, nem as árvo-
da não passará pelos vossos confins, res darão frutos. “ Se andardes ao
7Perseguireis os vossos inimigos, e êles contrário de mim, e não quiserdes
cairão diante de vós. 8Cinco dos vos- ouvir-me, acrescentarei o sétuplo às
sos perseguirão um cento dos estra- vossas pragas, por causa dos vossos
nhos, e cem dos vossos perseguirão pecados; 22e mandarei contra vós as
dez mil dêles; os vossos inimigos cai- feras do campo, que vos devorem a
rãò ao fio da espada diante de vós. vós e aos vossos gados e que redu-
9Olharei para vós, e vos farei cres- zam tudo a um pequeno número, e
cer; multiplicar-vos-ei, e ratificarei os vossos caminhos fiquem desertos
a minha alianpa convosco. 10Comereis 23Se nem ainda assim quiserdes cor-
produtos velhíssimos e, sobrevindo os rigir-vos, mas andardes ao contrário
novos, lançareis fora os velhos. UPo- (je mim, 24também eu procederei con-
rei o meu tabernáculo _no meio de tra vós, e vos ferirei sete vêzes mais,
vos, e a rninha alma não vos rejel- por causa dos vossos pecados, ^e fa-
tará. Andarei entre vós, e serei o rej cair sôbre vós a espada vingado-
vosso Deus, e vos sereis o meu povo. ra da minha aliança. E, se vos re-
13Eu sou o Senhor vosso^ Deus, que f ugiardes nas cidades, lançarei a pes-
vos tirei da terra dos Egípcios, para te no meio de vós, e sereis entregues
que não fôsseis seus escravos, e que nas mãos dos inimigos, 26depois que
quebrei as cadeias dos vossos pesco- eu tiver quebrado o bastão do vosso
ços, para andardes direitos. pão, de forma que dez mulheres co-
. . _ _, zam os pães num só forno, e os dis-
Am eaças aos transgressores da lei tribuam por pêso; e vós, comendo-o,
14Se, porém, não me ouvirdes e não n^ ° fiqueis satisfeitos,
observardes todos os meus manda- 27Se ainda depois disto me não ou-
mentos, 15se desprezardes as minhas virdes, mas procederdes contra mim,
leis, e não fizerdes caso das mi- ta m b é m eu procederei contra vós
nhas ordenações, de sorte que não com furor inimigo, e vos castigarei
façais o que por mim vos foi prescri- com sete pragas, por causa dos vos-
to, e torneis vão o meu pacto, iaeu sos pecados, “ até ao ponto de comer-
vos tratarei desta maneira: Visitar- des a carne de vossos filhos e de vos-
-vos-ei prontamente com a indigência sas filhas. “ Destruirei os vossos al-
e com um ardor que vos seque os vos- tos, e quebrarei as vossas estátuas,
sos olhos, e consuma as vossas almas. Vós caireis entre as ruínas dos vossos
Baldadamente semeareis a vossa se- ídolos, e a minha alma vos abomi-
mente, a qual será destruída pelos nará, 81de tal sorte que reduzirei à so-
vossos inimigos. 17Porei a minha face lidão as vossas cidades, e tornarei de-
contra vós, e caireis diante dos vossos sertos os vossos santuários, e não a-
inimigos, e sereis sujeitos aos que vos ceitarei mais o cheiro suavíssimo. “ E
aborrecem; fugireis sem que mn- desolarei a vossa terra, e os vossos i-
guém vos persiga. 18Se nem ainda nimigos pasmarão sôbre ela, quando
assim me obedecerdes, acrescentarei a habitarem. “ A vós, porém, espa-
o sétuplo ao vosso castigo, por causa lhar-vos-ei entre as nações, e desem-
dos vossos pecados, 19e quebrarei a bainharei a espada atrás de vós, e
soberba da vossa dureza, e farei que será deserta a vossa terra, e destruí-
o céu lá em cima seja como ferro, e das as vossas cidades. 84Então agra-
26. O bastão do vosso pão, isto 6, o p&o que ê o bast&o ou o sustentáculo da vossa
vida (E z ., IV , 16). — E m um só forno. Enquanto que ordinariamente um forno cozia
sòmente o pão dum a fam ília, na ocasião de castigo um forno chegará, p ara dez fam ílias,
a mãe distribuirá os páes aos filhos e aos servos por pêso, e não à sua vontade.
31. N ã o aceitarei mais o cheiro suavíssimo dos vossos perfumes, que me tornava
agradáveis os vossos sacrifícios e aplacava a minha ira.
33. Desembainharei a espada atrás de vós, isto é, impedirei que volteis p ara a terra
donde fostes expulsos por vossa culpa.
34-35. Com ironia a terra da Palestina é representada como se se alegrasse por
26 - 27 LEvITICO 153
darão à terra os seus sábados du o Senhor estabeleceu entre si e os
rante todo o tempo da sua solidão; filhos de Israel no monte Sinai, por
quando estiverdes ^em terra de ini mão de Moisés.
migos, ela terá descanso, e repousa
rá nos sábados da sua solidão, pois Apêndice sôbre os votos e os dizimos
que não repousou nos vossos sába Votos tendo por objeto pessoas
dos, quando habitáveis nela. 0 7 JE o Senhor falou a Moisés, di-
36E aos que de vós ficarem, porei
o espanto nos seus corações nas ter “ • zendo: 2Fala aos filhos de Is
ras dos inimigos; o ruído de uma fo rael, e dize-lhes: Um homem que
lha volante os aterrará, e fugirão de fizer voto, e prometer a Deus a sua
la como de uma espada; cairão, Sem alma, dará o preço segundo a avalia
que ninguém os persiga, 37e precipi- ção. 3Se fôr varão desde os vinte
tar-se-ão uns sôbre os outros, como anos até aos sessenta, dará cinqüen-
se fugissem das batalhas; nenhum ta siclos de prata, segundo a me
de vós ousará resistir aos inimigos; dida do santuário; 4se fôr mulher,
38perecereis entre as nações, e a terra dará trinta. 5Dos cinco anos até aos
inimiga vos consumirá. 39E, se fi vinte, o homem dará vinte siclos; a
carem ainda alguns dêles, consumir- mulher d ez. °De um mês até aos cin
-se-ão por causa das suas iniqüida- co anos, dar-se-ão cinco siclos por
des na terra dos seus inimigos, e se um menino; por uma menina, três.
rão oprimidos de aflições, por causa 7Aos sessenta anos e daí para cima o
dos pecados de seus pais e dos pró homem dará quinze siclos, a mulher
prios, ‘“'até que confessem as suas dez. 8Se fôr um pobre, e não pu
iniqüidades e as de seus maiores, com der pagar a taxa, apresentar-se-á ao
ue prevaricaram contra mim, e an- sacerdote, e dará o que êste avaliar e
aram em oposição a m im . 41Eu, vir que êle pode dar.
pois, também procederei contra êles, Animais puros ou impuros
e metê-los-ei em terra inimiga, até
que o seu coração incircunciso se 9Mas o animal, que pode ser imo
envergonhe; então pedirão perdão lado ao Senhor, se alguém o prome
das suas impiedades. ter com voto, será coisa santa, 10e
42E me recordarei da aliança que não poderá ser trocado, isto é, nem
fiz com Jacó, Isac e Abraão. Lem- um melhor por um mau, nem um
brar-me-ei também da terra, 43a qual, pior por um bom; mas, se o trocar,
depois que êles a tiverem deixado, tanto o que foi trocado, como aquê-
se comprazerá com os seus sábados, le por que se trocou, ficará consa
sofrendo a solidão por causa dêles. grado ao Senhor. nSe alguém faz
Mas êles pedirão perdão dos seus pe voto dum animal imundo, que não
cados, porque rejeitaram os meus pode ser imolado ao Senhor, leve-o
preceitos, e desprezaram as minhas diante do sacerdote, 12o qual, julgan
leis. 44E, contudo, ainda quando do se é bom ou mau,, determinará o
êles estavam em terra inimiga, eu preço. 13E, se o oferente o quiser
não os rejeitei de todo, nem os des resgatar, juntará uma quinta parte
prezei de sorte que os deixasse pere sôbre a avaliação.
cer inteiramente, e tornasse vã a mi Uma casa
nha aliança com êles. Porque eu
sou o Senhor seu Deus, 45e me lem 14Se alguém faz voto da casa e a
brarei da minha antiga aliança, consagra ao Senhor, o sacerdote a
quando os tirei da terra do Egito, à examinará para ver se é boa ou má,
vista das gentes, para ser o seu Deus. e será vendida pelo preço que êle
Eu sou o Senhor. Estas são as or tiver fixado; 15mas, se o que fêz o
denações e os preceitos e as leis que voto quiser resgatá-la, dará uma
poder finalmente repousar um pouco, depois que os seus habitantes tiverem sido levados
para o exílio, os quais a obrigavam a produzir frutos, mesmo nos anos sabáticos e
jubilares.
Cap. X X V I I — 2. Prom eter a Deus a sua alma, isto é, prometer consagrar a Deus a
sua vida no serviço do tabernáculo.
154 LEVÍTICO 27
quinta parte sôbre a avaliação, e terá tencem ao Senhor; ou seja um boi,
a casa. ou seja uma ovelha, são do Senhor.
Um campo 27Porém, se o animal é impuro, a-
quêle que o ofereceu o resgatará se
10Se fizer voto, e consagrar ao Se gundo a sua avaliação, e ajuntará
nhor um campo, que possui, será ava a quinta parte do preço; se o não
liado o preço conforme o que leva quiser resgatar, será vendido a ou
de semente; se o campo é semeado tro pelo preço fixado por ti.
com trinta alqueires de cevada, se
rá vendido por cinqüenta siclos de Sôbre as coisas consagradas ao Senhor
prata. 17Se fêz voto dum campo lo
go no princípio do ano do jubileu, se
rá avaliado em tanto quanto pode va 28Tudo o que é consagrado ao Se
ler. 18Mas, se faz o voto algum tem nhor, seja um homem, um animal ou
po depois, o sacerdote calculará o um campo, não se venderá, nem se
preço segundo o número dos anos poderá resgatar. Tudo o que uma
que restam até ao jubileu, e isto se vez foi consagrado, será uma coisa
abaterá ao preço. 19Porém, se aquê- santíssima (pertencente) ao Senhor.
le que fêz o voto quiser resgatar o 29E tôda a coisa consagrada, que se
campo, juntará uma quinta parte ao oferece por um homem, não será res
preço fixado, e possuí-lo-á i 20Mas, gatada, mas será posta à morte.
se o não quiser resgatar e fôr ven
dido a outro qualquer, aquêle que Sôbre os dizimos
fêz voto dêle não poderá resgatá-
lo, 21porque, quando chegar o dia do 30Tôdos os dízimos da terra, ou se
jubileu, (o campo) será consagrado jam de grão, ou de frutas das árvo
ao Senhor, e uma fazenda consagra res, são do Senhor, e a êle são con
da pertence ao direito dos sacerdo sagrados. 31Mas, se alguém quiser
tes. 22Se o campo consagrado s.y Se resgatar os seus dízimos, ajuntará
nhor fôr comprado e não faz parte uma quinta parte dêles. 32De todos
da herança dos maiores, ^o sacerdote os dízimos, de bois, ovelhas, e cabras,
fixará o preço conforme o número que passam por baixo do cajado do
dos anos que restam até o jubileu; pastor, todo o décimo ( animalJ, será
e aquêle que fêz o voto, dará êste consagrado, ao Senhor. “ Não se es
preço ao Senhor. “ Mas no jubileu colherá bom nem mau, nem se tro
o campo tornará çara o antigo dono, cará por outro; se alguém o trocar,
que o tinha vendido, e o tinha tido tanto o substituído como o que o
em sorte na sua herança. “ Tôda substituiu, será consagrado ao Senhor
a avaliação se fará pelo pêso do si- e não será resgatado.
clo do santuário. O siclo tem vinte
óbolos. Conclusão geral
Apêndice sôbre os primogênitos
34Êstes são os mandamentos que o
26Ninguém poderá consagrar ou fa Senhor deu a Moisés para os filhos de
zer votos dos primogênitos, que per Israel no monte Sinai.
32. Que passam por baixo do cajado do pastor. A lusão ao costume que tinham os
pastores de contar o gado, fazendo-o passar por diante dêles, - e impondo-lhe o cajado.
NÚMEROS
O quarto livro de Moisés é chamado Números, porque se inicia com a
enumeração ou censo dos Israelitas segundo as suas tribos, famílias e ofícios.
Na realidade, porém, é a continuação da história das peregrinações por quase
39 anos do povo hebreu pelo deserto, interrompida, — depois da chegada
ao Sinai, — pela interpolação da legislação hebraica, que ocupa a segunda
metade do Êxodo e todo o Levítico.
O livro pode dividir-se em três partes, correspondentes às três regiões
em que se desenrolaram os fatos nêle narrados:
I. — No Sinai: disposições para a partida (1, 1 - 10, 10). Censo e dis
posição das tribos no campo. Entremeio de leis. Ültimos acontecimentos
que precedem a partida do Sinai.
II. — Viagem através do deserto (10, 11 - 21, 35). Do Sinai até Cades.
— Acampamento em Cades. — Os doze exploradores. Revolta do povo, que é
condenado a vagar errante pelo deserto — De Cades ao Jordão.
III. — Nas margens orientais do Jordão (22, 1 - 36, 13). Acontecimen
tos e leis, na planície de Moab.
A duração de cada um dêsses períodos foi respectivamente de 20 dias,
de 38 anos, e de 5 mêses.
Nos Números não se encontra a narração completa daquilo que aconte
ceu durante toda a peregrinação no deserto. São apenas mencionados al
guns fatos notáveis para o significado religioso, tais como a serpente de
bronze; a sedição de Coré, Datan e Abiron, e suas consequências; os vati-
cínios de Balaão; a água brotada da rocha; fatos que serviram aos Apósto
los, no Novo Testamento, para deduzirem utilíssimas lições. (I Cor. 10,
1-11; Hebr. 3, 12-16; S. João 3, 14-15).
N Ú M E R O S
sés disse-lhes: Por que trangredis a sim o farás, 12por cada boi, cada car
palavra do Senhor, o que não vos re neiro, cada cordeiro e cada cabrito.
dundará em bem? 42Não queirais su 13Tanto os naturais da terra como os
bir, porque o Senhor não é convos- estrangeiros 14oferecerão os sacrifí
co; não suceda serdes destruídos cios com o mesmo rito. 15Será uma
diante de vossos inimigos. 430 Ama- mesma lei e ordenação, tanto para
lecita e o Cananeu estão diante de vós como para os que são estrangei
vós, e vós sucumbireis sob a sua es ros no vosso país.
pada, porque não quisestes obedecer
ao Senhor, e o Senhor não será con- Oferta das primicias
vosco. 44Êles, obcecados, subiram ao 10O Senhor falou a Moisés, dizen
cume do monte. A arca, porém, do do: 17Fala aos filhos de Israel, e lhes
testamento do Senhor e Moisés não dirás: 18Quando chegardes à terra,
se apartaram dos acampamentos. 45E que eu vos hei de dar, 19e comerdes
desceu o Amalecita e o Cananeu, que dos pães daquele país, separareis pa
habitava no monte; e tendo-os ba ra o Senhor as primicias “ do vosso
tido e retalhado, os perseguiu até alim ento. Assim como separais as
Horma. primicias das eiras, 21assim também
Leis relativas aos sacrifícios
oferecereis ao Senhor as primicias
cruentos
das vossas massas.
Pecados de ignorância e presunção
1 C 70 Senhor falou a Moisés, di-
*** zendo: 2Fala aos filhos de 22Quando por ignorância omitirdes
Israel, e lhes dirás: Quando entrar algumas destas coisas que o Senhor
des na terra da vossa habitação, que disse a Moisés, 23e que por meio dêle
eu vos hei de dar, 3e oferecerdes ao vos ordenou, desde o dia em que
Senhor algum holocausto ou vítima começou a dar-vos os seus manda
em cumprimento dos vossos votos, mentos, e em seguida, 24e se a mul
ou como oferta espontânea, ou fazen tidão vier a cair em qualquer falta
do queimar nas vossas solenidades, por esquecimento, oferecerá um be
em cheiro de suavidade para o Se zerro da manada em holocausto de
nhor, bois ou ovelhas, 4todo aquêle suavíssimo cheiro para o Senhor,
que imolar uma vítima, oferecera ern com a sua oferta e as suas libações,
sacrifício a décima parte de um efi como prescrevem as cerimônias, e
de flor de farinha, misturada com a um bode pelo pecado; “ e o sacerdo
uarta parte de um hin de azeite, 5e te rogará por tôda a multidão dos
ará a mesma medida de vinho pa filhos de Israel, e se lhes perdoará,
ra fazer as libações, quer seja para o porque não pecaram voluntàriamen-
holocausto, quer para a vitim a. Por te; oferecerão contudo um holocaus
cada cordeiro 6e por cada carneiro o to ao Senhor por si e pelo seu pe
sacrifício será de duas dízimas de cado e pelo seu êrro, *e será per
flor de farinha, misturada com azei doado a tôda a multidão dos filhos
te, na medida da têrça parte de um de Israel, e aos estrangeiros que mo
hin; 7e oferecerá para as libações um ram entre êles; porque é uma cul-
têrço da mesma medida de vinho em pa de todo o povo cometida por ig
cheiro de suavidade para o Senhor. norância. 27Se, porém, uma só pessoa
8Quando, porém, oferecerdes um pecar por ignorância, oferecera uma
holocausto de bois, ou uma hóstia pa cabra de um ano pelo seu pecado,
ra cumprires um voto, ou vítimas 28e o sacerdote rogará por ela, por
pacíficas, 9darás por cada boi três di que pecou sem o saber diante do Se
zimas de flor de farinha, misturada nhor; e lhe alcançará o perdão, e
com azeite, na medida de meio hin, lhe será perdoado. “ Uma mesma lei
10e darás a mesma medida de vinho será para todos os que pecarem por
para as libações em oferta de sua- ignorância, quer sejam naturais, quer
vissímo cheiro para o Senhor. uAs- sejam estrangeiros. “ A pessoa, po-
Cap. X V — 30. P o r soberba. O hebreu diz: O que fizer alguma coisa com a mão
levantada, isto é, insurgindo-se contra Deus, <s recusando abertamente submeter-se à sua lei.
15 - 16 NUMERoS 175
rém, que fizer alguma coisa por so mes. 3Sublevados, pois, contra Moi
berba, quer seja cidadão, quer foras sés e Arão, disseram: Baste-vos que
teiro, perecerá do meio do seu po todo o povo seja um povo de santos,
vo, porque foi rebelde contra o Se e que o Senhor esteja no meio dê-
nhor, 31porque desprezou a palavra les; porque vos elevais vós sôbre o
do Senhor, e tornou vão o seu pre povo do Senhor?
ceito; çor isso será exterminado, e le
vará sôbre si a sua iniqüidade. “Moisés, tendo ouvido isto, lançou-
se com o rosto por terra, 5e disse a
Castigo pela violação do sábado Coré e a tôda aquela multidão: A -
manhã o Senhor fará conhecer quais
32Ora, aconteceu que, estando os fi são os que lhe pertencem e aproxi
lhos de Israel no deserto, e encon mará de si os santos, e os que esco
trando um homem que apanhava le lher se aproximarão dêle. 6Fazei,
nha no dia de sábado, 33apresenta- pois, isto: Cada um tome o seu tu-
ram-no a Moisés e a Arão e a to ríbülo, tu, Coré, e todos os seus se-
da a multidão. 34E êles meteram-no quazes; 7e amanhã, depois de terdes
em prisão, não sabendo o que de lançado fogo, ponde incenso sôbre ê-
viam fazer dêle. “ E o Senhor disse le diante ao Senhor; e todo o que
a Moisés: Êste homem seja mor êle escolher, será o santo; vós exal
to; todo o povo o apedreje fora dos tai-vos muito, ó filhos de Levi. 8E
acampamentos. 36E, tendo-o tirado disse mais a Coré: Ouvi, ó filhos de
para fora, apedrejaram-no e morreu, Levi: 9Acaso é pouco para vós que
como o Senhor tinha mandado. o Deus de Israel vos tenha separado
de todo o povo e vos tenha unido a
Guarnições nas vestes sagradas si, para o servirdes no culto do ta-
bernáculo, e para assistirdes diante
37Disse também o Senhor a Moisés: da multidão do povo, e exercerdes o
38Fala aos filhos de Israel, e lhes di Seu ministério? 10Porventura êle
rás que se façam umas guarnições fêz-vos aproximar de si, a ti e a to
nas extremidades das suas capas, dos os teus irmãos filhos de Levi, a
pondo nelas fitas de côr de jacinto, fim de usurpardes para vós também
^para que, vendo-as, se recordem de o sacerdócio, ne todos os teus sequa-
todos os, mandamentos do Senhor, e zes se sublevarem contra o Senhor?
não sigam os seus pensamentos nem Que coisa é Arão para murmurardes
os seus olhos se prostituam a vários contra êle? 12Moisés, pois, mandou
objetos, 40mas antes se recordem dos chamar Datan e Abiron, filhos de E-
preceitos do Senhor e os cumpram, liab, e êles responderam: Não va
e sejam santos para com o seu Deus. mos. “ Porventura não te basta ha
41Eu sou o Senhor vosso Deus, que ver-nos tirado de uma terra, que
vos tirei da terra do Egito, para ser manava leite e mel, para nos fazeres
vosso Deus. morrer no deserto, e queres-te asse-
nhorear de nós? 14N a verdade con-
Revolta de Coré, Datan e Abiron duziste-nos a uma terra onde corre
o leite e o mel, e deste-nos possessões
1 £ 2Ora, eis que Coré, filho de Isaar, de campos e vinhas; queres também
filho de Caat, filho de Levi, tirar-nos os olhos? Não vamos. 15E
e Datan e Abiron, filhos de Eliab, Moisés, muito irado, disse ao Se
e também Hon, filho de Felet da fa nhor: Não olhes para os seus sacri
mília de Ruben, 2se levantaram con fícios; tu sabes que eu nunca rece-
tra Moisés, juntamente com outros bi dêles nem tanto como um asm-
duzentos e cinqüenta homens dos f i nho, e que hão afligi nenhum dê-
lhos de Israel, principais da sinagoga, les. 16E disse a Coré: Tu e todos
e que, quando (se convocava) o con os teus sequazes apresentai-vos ama-
selho, eram chamados pelos seus no nhã de urna parte diante do Senhor,
Cap. X V I — 14. N a verdade conduziste-nos. .. H á nestas p alavras um a ironia: os
Israelitas queriam dizer que Moisés tinha faltado às suas promessas. — Queres também
tirar-nos os olhosf Isto é, queres cegar-nos e impedir que vejamos a realidade das coisas?
176 NÚMEROS 16
e Arão de outra parte. 17Tomai ca ao inferno, e cobriu-os a terra, e pe
da um os vossos turíbulos, e ponde- receram do meio da multidão. ME
lhes em cima incenso, oferecendo ao todo o Israel que estava em volta dê-
Senhor duzentos e cinqüenta turíbu les, ao clamor dos que pereciam, fu
los. E Arão tenha também o seu giu, dizendo: Não suceda que a ter
turíbulo. ra nos engula também a nós. 36Ao
Castigo dos culpados
mesmo tempo, saindo um fogo do Se
nhor, matou os duzentos e cinqüenta
18Tendo êles feito isto na presença homens, que ofereciam o incenso.
de Moisés e de Arão, 19e tendo jun
tado contra êles tôda a multidão (dos Recordação desta revolta
rebeldes) à entrada do tabernáculo, ^E o Senhor falou a Moisés, di
apareceu a todos a glória do Senhor. zendo: 37Ordena ao sacerdote Eleá-
20E o Senhor falou a Moisés e a Arão, zaro, filho de Arão, que tire os turí-
dizendo: 21Separai-vos do meio des bulos que estão no meio do incêndio,
ta congregação, para que eu de im e que espalhe o fogo de uma para ou
proviso os destrua. 22Êles então pros tra parte, porque foram santificados
traram-se com o rosto por terra, e dis 3Sna morte dos pecadores; e que os
seram: ó Deus fortíssimo dos espíri reduza a lâminas, e os pregue ao al
tos de tôda a carne, acaso pelo pe tar, porque nêles foi oferecido o in
cado de um só se acenderá tua ira censo ao Senhor, e foram santifica
contra todos? ME o Senhor disse a dos, para que os filhos de Israel os
Moisés: 24Manda a todo o povo que contemplem como um sinal e um mo
se separe das tendas de Coré e de numento. 30O sacerdote Eleázaro ti
Datan e de Abiron. rou, pois, os turíbulos de bronze, nos
25Levantou-se, pois, Moisés, e foi quais tinham oferecido (incenso) os
a Datan e Abiron, seguindo-o os an (homens) que foram consumidos pe
ciãos de Israel, 20e disse ao povo: A- lo incêndio, e reduziu-os a lâmi
fastai-vos das tendas dêstes homens nas, pregando-os ao altar, 40para
ímpios, e não toqueis coisa que -lhes que os filhos de Israel tivessem de
pertença, para que não sejais envol pois alguma coisa que os advertisse
vidos nos seus pecados. 27E, afastan- a fim de que nenhum estrangeiro,
do-se o povo das suas tendas, Datan que não seja da linhagem de Arão,
e Abiron, saindo fora, estavam de se aproxime para oferecer incenso
pé à entrada das suas tendas com ao Senhor, e não sofra a mesma pe
suas mulheres e filhos, e com todos na que sofreu Coré com todo o seu
os companheiros. 28E Moisés disse: séquito, conforme o Senhor tinha di
Nisto conhecereis que o Senhor me to a Moisés.
enviou a fazer tudo o que vêdes, e N ova revolta do povo e severo castigo
que eu não o fiz por minha cabeça.
^Se êstes morrerem com a morte or 41Ora, no dia seguinte, tôda a mul
dinária dos homens, e forem feridos tidão dos filhos de Israel murmu
de uma praga, de que também os ou rou contra Moisés e Arão, dizendo:
tros homens costumam ser feridos, o Vós matastes o povo do Senhor. 42E
Senhor não me enviou; ^mas, se o como se formasse sedição, e crescesse
Senhor fizer por um novo prodígio o tumulto, ““ Moisés e Arão fugiram
que a terra, abrindo a sua bôca, os para o tabernáculo da aliança. E,
engula com tudo o que lhes perten quando entraram, a nuvem cobriu-
ce, e que desçam vivos áo inferno, o, e apareceu a glória do Senhor.
então sabereis que êles blasfemaram 44E o Senhor disse a Moisés:
contra o Senhor. 45Retirai-vos do meio desta multidão;
31Logo que êle acabou de falar, fen imediatamente os destruirei. E,
deu-se a terra debaixo dos seus pés, tendo-se prostrado por terra, ^Moi
32e, abrindo a sua bôca, os tragou com sés disse a Arão: Toma o turíbulo e,
as suas tendas e com tudo o que pondo-lhe fogo do altar deita-lhe in
lhes pertencia; 33e desceram vivos censo em cima, e vai depressa ao po-
19. Contra êles, isto é, Moisés e Arão.
30. A o inferno, isto é. à habitação dos mortos.
16 - 18 NUMÈRoS 177
vo a fim de rogares por êle; porque e não morram. “ E Moisés fêz o que
já saiu a ira do Senhor, e a praga 0 Senhor lhe tinha ordenado. 12E
começa. 47Arão, tendo feito isto, e os filhos de Israel disseram a Moisés:
correndo ao meio da multidão, a quem Eis que somos consumidos, todos pe
já abrasava o incêndio, ofereceu in recemos. 13Qualquer que se aproxima
censo; 48e, estando de pé entre os do tabernáculo do Senhor, morre. A-
mortos e vivos, rogou pelo povo, e caso seremos todos extintos até não
a praga cessou. J9Ora, os que pere ficar nenhum?
ceram foram catorze mil e setecen
tos homens, afora os que tinham pe Responsabilidades e funções
recido na sedição de Coré. “ E Arão dos Levitas
voltou para Moisés para a porta do
tabernáculo da aliança, depois que 1 Q *E o Senhor disse a A rã o : Tu
cessou a mortandade. 10 e teus filhos, e a casa de teu
pai contigo, levareis a iniqüidade do
A v ara de Arão floresce santuário; e tu e teus filhos junta
mente levareis os pecados do vosso
1 H *E o Senhor falou a Moisés^ sacerdócio. T om a também contigo
1 • dizendo: 2Fala aos filhos de os teus irmãos da tribo de Levi e a
Israel, e recebe dêles uma vara por casa de teu pai, e êles te assistam e
cada tribo, doze varas de todos os te sirvam; mas tu e teus filhos mi
príncipes das tribos, e escreverás o nistrareis no tabernáculo do teste
nome de cada um dêles sobre a sua munho. 3E os Levitas estarão aten
vara. 3Mas o nome de Arão estará tos às tuas ordens e a tôdas as obras
sobre a vara da tribo de Levi, e o no do tabernáculo, sem que, todavia, se
me do chefe de todas as outras tri aproximem dos vasos do santuário,
bos estará escrito separadamente ca nem do altar,. para que nem êles
da um na sua vara. 4E pô-las-ás no morram, nem vós pereçais juntamen-
tabernáculo da aliança diante do tes te. “Mas estejam contigo, e velem
temunho, onde eu te falarei. 5A va sôbre a guarda do tabernáculo, e
ra daquêle que eu escolher dentre em tôdas as suas cerimônias. N e
êles, florescerá; e (dêste modo) farei nhum estrangeiro se misturará con-
cessar os queixumes dos filhos de Is vosco. 5Vigiai na guarda do santuá
rael, com que murmuram contra vós. rio e no ministério do altar, para
®E Moisés falou aos filhos de Israel; que se não levante a (m inha) indig
e todos os príncipes lhe deram as va nação contra os filhos de Israel. 6Eu
ras, uma por cada tribo; e acharam- dei-vos os vossos irmãos Levitas, se-
se doze varas, fora a vara de Arão. parando-os do meio dos filhos de Is
7E Moisés, tendo-as pôsto diante do rael, e ofereci-os em dom ao Senhor,
Senhor no tabernáculo do testemu para que sirvam no ministério do
nho, 8voltando no dia seguinte, achou seu tabernáculo. 7Tu, porém, e teus
que tinha germinado a vara de Arão filhos guardai o vosso sacerdócio; e
(que era) pela tribo de Levi, e que, tudo o que pertence ao culto do al
aparecendo os botões, tinham saído tar, e que está para dentro do véu,
flores, as quais, estendidas as suas será feito pelo ministério dos sacer
fôlhas, se transformaram em amên dotes; se algum estranho se aproxi
doas. 9Moisés, pois, levou tôdas as mar, será morto.
varas de diante do Senhor a todos os Rendimentos dos sacerdotes
filhos de Israel, os quais as viram e
receberam cada um a sua vara. 8Falou mais o Senhor a Arão: Eis
10E o Senhor disse a Moisés: T or que eu te dei a guarda das minhas
na a levar a vara de Arão para o primícias. Tudo o que me foi con
tabernáculo do testemunho para se sagrado pelo filhos de Israel eu te
guardar ali em memória da rebelião dei a ti e a teus filhos pelo minis
dos filhos de Israel, e para que ces tério sacerdotal, por uma lei perpé
sem as suas queixas diante de mim, tua. 9Isto, portanto, receberás daque-
Cap. X V I I I — 1. Levareis a iniquidade, etc., Isto é, pagareis os pecados cometidos no
santuário.
178 NÚMEROS 18 - 19
las coisas que são santificadas e ofe meio dos filhos de Israel. “ Mas aos
recidas ao Senhor. Tôda a oblação filhos de Levi dei em possessão to
e sacrifício, e tudo o que me é ofe dos os dízimos de Israel pelo minis
recido pelo pecado e pelo delito, e tério com que êles me servem no ta
que (p o r isso) se torna uma coisa bernáculo da aliança, “ a fim de que
santíssima, será teu e de teus filhos. os filhos de Israel não mais se apro
*°Tu o comerás no santuário; sòmen- ximem do tabernáculo, nem come
te os homens comerão dêle, porque tam algum pecado que lhes cause a
é destinado a ti. “ As primícias, po morte, “ mas só os filhos de Levi me
rém, que os filhos de Israel oferece sirvam no tabernáculo, e levem os
rem por voto ou espontâneamente, pecados do povo; esta lei será perpé
eu as dei a ti, e a. teus filhos, e a tua nas vossas gerações. Nenhuma
tuas filhas por direito perpétuo. A - outra coisa possuirão, ^contentando-
quêle que está puro na tua casa, co se com a oferta dos dízimos, que se
merá delas. 12Eu te dei tôda a me parei para seu uso e para o que*lhes
dula do azeite e do vinho e do tri fôr necessário.
go, e tudo o que oferecem como pri- O que os Levitas devem dar
mícias ao Senhor. 13Todos os primei
ros frutos que a terra produz, e são 25Ê o Senhor falou a Moisés, dizen
apresentados ao Senhor, servirão pa do: “ Ordena e manda aos Levitas:
ra teu uso; aquêle que está puro Quando receberdes dos filhos de Is
na tua casa, comerá dêles. 14Tudo o rael os dízimos que vos dei, ofere
que os filhos de Israel derem por vo cei as primícias dêles ao Senhor,
to, será teu. 15Tudo o que sai pri isto é, a décima parte do dízimo, “ pa
meiro do seio de qualquer carne, que ra que isto vos seja contado como
oferecem ao Senhor, seja de homens, uma oferta das primícias, tanto das
seja de animais, pertencer-te-á por eiras como dos lagares, “ e oferecei
direito; mas com esta condição de que ao Senhor, e dai ao sacerdote Arão
pelo primogênito do homem recebas de tôdas as coisas de que recebeis
o preço, e faças remir todo o animal primícias. “ Tudo o que oferecerdes
impuro. 10O seu resgate far-se-á depois dos dízimos, e que separardes para
de um mês por cinco siclos de prata a oferta ao Senhor, será o melhor e
segundo o pêso do santuário. O siclo o mais escolhido. “ Dir-lhes-ás outros-
tem vinte óbolos. “ Mas não farás res sim: Se oferecerdes o mais belo e o
gatar o primogênito do boi, nem o da melhor dos dízimos, ser-vos-á isso
ovelha, nem o da cabra, porque são reputado como se désseis as primi-
consagrados ao Senhor; somente der cias da eira e do lagar. 31E come
ramarás o seu sangue sobre o altar, e reis dêsses dízimos, vós e as vossas
queimarás a gordura em suavíssimo familias, em qualquer lugar que ha
cheiro ao Senhor. 18As carnes, po bitardes; porque são o preço do m i
rém, servirão para teu uso, bem co nistério que exerceis no tabernáculo
mo o peito consagrado e a espádua do testemunho. 32E não pecareis acêr-
direita serão teus. 19Eu te dei a ti e ca disto, reservando para v ó s o me
a teus filhos e filhas, por um direito lhor e o mais escolhido, para que
perpétuo, tôdas as primícias do san não profaneis as oferendas dos f i
tuário, que os filhos de Israel ofe lhos de Israel, e morrais.
recem ao Senhor. É um pacto de Irnolação da vaca vermelha
sal e perpétuo diante do Senhor, pa
ra ti e para teus filhos. 1 Q 7E o Senhor falou a Moisés e
1J a Arão, dizendo: 2Esta é a
Herança dos Levitas cerimônia da vítim a que o Senhor
“ E o Senhor disse a Arão: Vós não ordenou. Ordena aos filhos de Israel
possuireis nada na sua terra, nem que te tragam uma vaca vermelha
tereis parte alguma entre êles; eu de idade perfeita, na qual não haja
sou a tua parte e a tua herança no nenhum defeito, e que não tenha
12. Tôda a m ed u la ... isto é, o melhor do azeite, do vinho e do trigo.
19. É um pacto de sal. isto é. inviolável.
19 - 20 NÚMEROS 179
(ainda) levado o jugo; 3e a entrega morre na sua tenda. Todos os que
reis ao sacerdote Eleãzaro, o qual, entrarem na sua tenda, e todos os
depois de a ter tirado fora do cam utensílios que ali há, serão impuros
po, a imolará à vista de todos; 4e, durante sete dia.;. 15Ó vaso que não
molhando o dedo no sangue dela, tiver tampa nem atadura por cima,
fará (com ele) sete aspersões para será impuro. 10 Se alguém no cam
a porta do tabernáculo, 5e depois a po tocar o cadáver de um homem
queimará à vista de todos, dando às assassinado ou morto por si mesmo,
chamas tanto a pele e as carnes, ou qualquer osso dêle, ou o seu se-
ulcro, será impuro durante sete
como o sangue e os excrementos. ias. 17E tomarão das cinzas da va
60 sacerdote lançará também no fo ca queimada pelo pecado, e deita
go, que queima a vaca, pau de ce rão por cima delas águas vivas den
dro, hissopo e escarlate tinto duas tro de um vaso. 18E um homem lim
.vêzes. 7E, depois disto, lavados os po, depois de ter molhado nelas um
seus vestidos e o seu corpo, voltará hissopo, aspergirá com êle tôda a
aos acampamentos, e estará impuro tenda, e todos os móveis, e os ho
até à tarde. 8Igualmente aquêle que mens contaminados por tal contato;
a queimou, lavará os seus vestidos 19e por êste modo o homem puro as
e o seu corpo, e estará impuro até pergirá o impuro ao terceiro e ao
à tarde. sétimo dia; e o que foi purificado no
A gua lustrai sétimo, lavar-se-á a si e aos seus
vestidos, e estará impuro até à tar
°E um homem puro recolherá as de. “ Se alguém não fôr purificado
cinzas da vaca, e as depositará fora conforme êste rito, a sua alma pere
do campo num lugar limpíssimo, on cerá do meio da congregação, por
de sejam guardadas pela multidão que manchou o santuário do Senhor,
dos filhos de Israel, para fazer água e não foi aspergido com a água da
mrificação. “ Êste mandamento será
de aspersão; porque a vaca foi quei Íei perpétua. Também aquêle que faz
mada pelo pecado. 10E aquêle que
levou as cinzas da vaca, depois de a aspersão da água, lavará os seus
vestidos. Todo o que tocar as águas
ter lavado os seus vestidos, ficará da expiação, ficará impuro até à
impuro até à tarde. Os filhos de Is tarde. 22Tudo o que um impuro tocar,
rael e os estrangeiros, que habitam ficará impuro; e a pessoa que tocar
entre êles, terão isto como santo por qualquer destas coisas estará impura
um direito perpétuo. até à tarde.
Uso da água lustrai Morte de Maria, irmã de Moisés
“ Aquêle que tiver tocado o ca 0(1 2Ora, os filhos de Israel e tôda
dáver de um homem, e ficar por uu a multidão chegaram ao de
isso impuro sete dias, 12será asper- serto de Sin, no primeiro mês; e o
gido com esta água ao terceiro e ao povo ficou em Cades. E ali faleceu
sétimo dia, e assim se tornará puro. Maria, e foi sepultada no mesmo
Se não fôr aspergido ao terceiro dia, lugar.
não podírá ser purificado ao sétimo. N ova revolta do povo
18Todo o que tiver tocado o corpo
morto dum homem, e não fôr asper 2E como o povo necessitasse de
gido com a mistura desta água, man água, juntaram-se contra Moisés e
chará o tabernáculo do Senhor, e pe Arão; 3e, levantando-se em motim,
recerá do meio de Israel; porque disseram: Oxalá nós tivéssemos pe
não foi aspergido com a água de ex- recido entre os nossos irmãos diante
piação, ficará impuro, e a sua impu do Senhor. 4Por que conduzistes a
reza ficará sobre êle. assembléia do Senhor ao deserto, pa
14Esta é a lei quando um homem ra morrermos nós e os nossos ani-
Cap. X X — 2-5. N o v a sediçáo do povo contra Moisés, devido à fa lta de água.
3. Entre os nossos irmãos. Referiam -se aos numerosos Israelitas mortos no deserto
aurante 37 anos.
180 NUMEROS 20
mais? 5P or que nos fizestes partir do (para) que lhe dissessem: Isto te
Egito, e nos conduzistes a este pés manda dizer teu irmão Israel: Sa
simo lugar, que não se pode semear, bes todos os trabalhos que temos pas
e que não produz nem figueiras, nem sado, 15como os nossos pais desceram
vinhas, nem romeiras, e além disto ao Egito, e aí habitamos muito tem
não tem água para beber? po, e como os Egípcios nos maltrata
Moisés e Arão diante do Senhor
ram a nós e a nossos pais; 16e co
mo nós clamamos ao Senhor, e êle
°E Moisés e Arão, deixada a mul nos ouviu, e enviou um anjo, que
tidão, entraram no tabernáculo da nos tirou do Egito. Eis que agora,
aliança, e, tendo-se prostrado com o encontrando-nos na cidade de Cades,
rosto por terra, clamaram ao Senhor, que está no extremo das tuas frontei
e disseram: Senhor Deus, ouve o ras, 17te suplicamos que nos deixes pas
clamor dêste povo, e abre-lhe o teu sar pelo teu país. Não iremos pelos
tesouro, uma fonte de água viva, campos nem pelas vinhas, nem bebe-
para que, saciando-se, cesse a sua remos das águas dos teus poços, mas
murmuração. E apareceu sôbre êles iremos pela estrada pública, sem nos
a glória do Senhor. 7E o Senhor fa afastarmos nem para a direita nem
lou a Moisés, dizendo: 8Toma a vara, para a esquerda, até que passemos
e junta o povo, tu e Arão, teu ir as tuas fronteiras. 18Edom respon
mão, e falai ao rochedo diante dêles, deu-lhe: Não passarás pelo meu país,
e êle dará águas. E, depois que ti de outra sorte sairei armado contra
verdes feito sair água do rochedo, ti. 19E os filhos de Israel disseram-
beberá tôda a multidão, e os seus lhe: Nós iremos pelo caminho ordi
animais. nário; e se bebermos das tuas águas
nós e os nossos gados, pagaremos o
A água da contradição
ue fôr justo; não haverá dificul-
°Tomou, pois Moisés a vara que es ade alguma no preço, permite so
tava diante do Senhor, conforme lhe mente que passemos de corrida.
tinha ordenado, 10e, tendo reunido a “ Mas êle respondeu: Não passarás.
multidão diante dêste rochedo, disse- E marchou logo ao encontro dêles
lhes: Ouvi, rebeldes e incrédulos: A- com uma infinita multidão, e com
caso poderemos nós fazer sair água mão forte. 21Não quis eondescender
dêste rochedo para vós? UE Moisés, com o pedido de dar passagem pelo
tendo levantado a mão, ferindo duas seu país: por isso Israel desviou-se
vêzes com a vara o rochedo, saíram dêle.
dêle águas copiosíssimas, de sorte que Morte de Arão
bebeu o povo e os animais. 12E o
Senhor disse a Moisés e a Arão: P or 22E, tendo levantado os acampa
que vós não me crestes para me san mentos de Cades, foram ao monte
tificardes diante dos filhos de Israel, Hor, que está nos confins da terra
não introduzireis êstes povos na ter de Edom, 23onde o Senhor falou a
ra que eu lhes darei. 13Esta é a água Moisés, 24e disse: Vá Arão juntar-se
da contradição, onde os filhos de Is ao seu povo, porque êle não entra
rael altercaram contra o Senhor, e rá na terra que eu dei aos filhos de
onde (o Senhor) foi santificado en Israel, porque foi incrédulo às mi
tre êles. nhas palavras nas águas da contradi
O rei de Edom opõe-se à passagem ção. “ Toma Arão e seu filho com
dos Israelitas pelo seu país êle, e leva-ós ao monte Hor. ^E,
depois de teres despido o pai do seu
“ Entretanto Moisés enviou de Ca- vestido, revestirás com êle Eleáza-
des embaixadores ao rei de Edom, ro, seu filho; Arão será reunido (a
11. Ferindo duas vôzes o rochedos afastando-se da ordem do Senhor que tinha
mandado falar-lhe. o proceder de Moisés deixa transparecer um pouco de irritação e
de desconfiança.
12. N ão me crestes para me santificardes, isto é, com o vosso modo de proceder não
fizestes brilhar a minha santidade diante do povo.
13. Foi santificado, isto é, glorificado.
20 - 21 NUMEROS 181
7 - B íb lia s a g ra d a
194 NUMEROS 31 - 32
sete mil e quinhentas ovelhas, 44e que o Senhor lhes dará? 8Não foi as
dos trinta e seis mil bois, 45e dos trin sim que procederam os vossos pais,
ta mil e quinhentos asnos, ^e das de quando eu os mandei de Cadesbame
zesseis mil pessoas, 47Moisés tirou u- a reconhecer a terra? 9E, depois de
ma cabeça por cada cinqüenta, e terem chegado ao vale do Cacho, de
deu-as aos Levitas que velavam no pois de terem percorrido tôda aque
tabernáculo do Senhor, como o Se la região, desanimaram os filhos de
nhor tinha ordenado. Israel, para que não entrassem na ter
Dons oferecidos a Deus
ra que o Senhor lhes deu. 10E êle,
irado, jurou, dizendo: nÊstes homens,
48E os chefes do exército, e os tri que saíram do Egito, de vinte anos
bunos, e os centuriões, tendo-se apro para cima, não verão a terra, que eu
ximado de Moisés, disseram: 49Nós, prometi por juramento a Abraão, a
teus servos, fizemos a resenha dos Isac e a Jacó; porque não quise
combatentes, que comandávamos, e ram seguir-me, 12exceto Caleb, filho
nem um faltou. “ Por esta causa de Jefone Cenezeu, e Josué, filho de
cada um de nós oferece por donativo Nun; êstes cumpriram a minha von
ao Senhor o ouro que pudemos achar tade. 13E o Senhor, irado contra Is
na prêsa, ligas, braceletes, anéis, ar rael, fê-lo andar errante pelo deser
recadas e colares, para que rogues to durante quarenta anos, até que
por nós ao Senhor. 61Moisés, pois, e fôsse extinta tôda a geração, que ti
o sacerdote Eleázaro receberam to nha feito o mal na sua presença. 14E
do o ouro em diversas espécies, 52com eis que agora, prosseguiu Moisés, vos
o pêso de dezesseis mil e setecentos levantastes vós em lugar dos vossos
e cinqüenta siclos (oferecido) pelos pais, como renovos e descendência de
tribunos e centuriões, “ porque o que homens pecadores, para aumentardes
cada um tinha tomado no saque, era o furor do Senhor contra Israel. 15Se
seu. 54E receberam-no e puseram- não quiserdes seguí-lo, êle deixará o
no no tabernáculo do testemunho, povo no deserto, e vós sereis a cau
como um monumento dos filhos de sa do extermínio de todos.
Israel diante do Senhor.
A s duas tribos defendem o seu pedido
Pedido das tribos de Ruben e de G ad
16Mas êles, aproximando-se, disse
$ 2 *Ora, os filhos de Ruben e de ram: Edificaremos currais para as
** “ Gad tinham muitos rebanhos nossas ovelhas, e estábulos para os
e uma imensa riqueza em gados. E, nossos animais, e cidades fortes pa
tendo visto que as terras de Jazer e ra os nossos filhinhos; 17nós, porém,
de Galaad, eram próprias para sus armados e prontos, iremos ao com
tentar animais, 2foram ter com Moi bate na frente dos filhos de Israel,
sés, e com o sacerdote Eleázaro, e até os introduzirmos nos seus luga
com os príncipes do povo, e disseram: res. (E n treta n to) as nossas crian
3Atarot, e Dibon, e Jazer, e Nemra, ças, e tudo o que podemos possuir,
e Hesebon, e Eleale, e Saban, e Nebo, ficarão nas cidades fortificadas, por
e Beon, 4terras que o Senhor feriu causa das ciladas dos habitantes do
à vista dos filhos de Israel, são um país. 18Não voltaremos para as nos
país fertilíssimo para pasto dos ani sas casas, enquanto os filhos de Is
mais; e nós, teus servos, temos mui rael não estiverem de posse da sua
tos gados; 5pedimos-te, pois, se acha herança; 19nem pretenderemos coisa
mos graça diante de ti, que o dês alguma do lado de lá do Jordão, visto
a teus servos em possessão, e não que já temos a nossa porção na sua
nos faças passar o Jordão. margem oriental.
Repreensão de Moisés Moisés aceita a sua proposta
6Moisés respondeu-lhes: Irão, pois, 20Moisés respondeu-lhes: Se vós fa
vossos irmãos para a batalha, e vós zeis o que prometeis, marchai em pre
ficareis aqui? 7Por que desanimais sença do Senhor prontos para a ba
vós os filhos de Israel, para que não talha; 21e todo o homem apto para a
tenham coragem de passar ao país guerra passe armado o Jordão, até
32 - 33 NÚMEROS 195
que o Senhor destrua os seus inimi Sofan, e Jazer, e Jegbaa, 36e Bet-
gos, 22e todo o país lhe fique subme nemra, e Betaran, cidades fortifica
tido; então sereis irrepreensíveis dian das e fabricaram currais para os seus
te do Senhor e diante de Israel, e gados. 37E os filhos de Ruben ree-
possuireis as . terras que desejais, dificaram Hesebon, e Eleale, e Caria-
diante do Senhor. 23Mas, se não fi taim, ^e Nabo, e Baalmeon, mudan-
zerdes o que dizeis, não há dúvida do-lhes os nomes, e também Saba-
que pecareis contra Deus; e sabei que ma, pondo nomes às cidades que re
o vosso pecado vos há de atingir. 24E - edificaram. 39Ora, os filhos de M a-
dificai, pois, cidades para os vossos quir, filho de Manassés, passaram ao
filhinhos, e currais, e estábulos para país de Galaad, e devastaram-no, ma
as ovelhas e animais, e cumpri o que tando os Amorreus que o habitavam.
prometestes. “E os filhos de Gad e ““Deu, pois, Moisés o país de Ga-
de Ruben disseram a Moisés: Somos laad a Maquir, filho de Manassés, que
teus servos, faremos o que nosso se habitou nêle. "Depois Jair, filho de
nhor manda. “Deixaremos nas ci Manassés, foi e ocupou as suas al
dades de ôalaad os nossos filhinhos, deias, às quais deu q nome de Havot-
e mulheres, e rebanhos, e gados; Jair, que quer dizer as aldeias de
27nós todos, porém, teus servos, ire Jair. 42Foi também Nobe, e tomou
mos prontos para a guerra, como Canat com as suas aldeias, e cha
tu, senhor, dizes. mou-a Nobe, do seu nome.
Moisés dá ordens para que a proposta V árias paragens de Israel
das tribos de Ruben e de Gad desde Ramessés até ao Sinai
seja realizada
90 7Estas são as paragens dos fi-
“ Moisés, pois, ordenou ao sacerdo lhos de Israel, que saíram do
te Eleázaro, e a Josué, filho de Nun, Egito (divididos) pelas suas turmas
e aos príncipes das famílias das tri sob a guia de Moisés e Arão. 2Moi-
bos de Israel, e disse-lhes: “Se os sés as descreveu, segundo os luga
filhos de Gad e os filhos de Ruben res dos acampamentos que êles mu
passarem convosco o Jordão todos ar davam ao mandado do Senhor. 3N o
mados para pelejar diante do Senhor, primeiro mês, pois, no dia quinze
e se vos fôr sujeita a terra, dai-lhes do primeiro mês, ao outro dia da
Galaad em possessão. 30Mas, se êles Páscoa, os filhos de Israel partiram
não quiserem passar armados convos de Ramessés com a mão levantada,
co à terra de Canaã, recebam entre à vista de todos os Egípcios, 4que se
vós os lugares da sua morada. 31E pultavam os seus primogênitos, a
os filhos de Gad e os filhos de R u quem o Senhor tinha ferido (pois
ben responderam: Faremos como o que até sobre os seus deuses tinha
Senhor disse a seus servos. 32Iremos exercido a sua vingança) 5e foram
armados diante do Senhor para a ter acampar em Socot. 8E de Socot fo
ra de Canaã, e confessamos ter já ram a Etam, que fica na extremida
recebido a nossa possessão da banda de do deserto. 7Partindo dali, foram
daquém do Jordão. até defronte de Fiairot, que olha para
Divisão da terra situada
Beelsefon, e acamparam diante de
ao oriente do Jordão Magdalo. 8E, partindo de Fiairot,
passara'm pelo meio do m ar para o
33Deu, portanto, Moisés aos filhos deserto; e, tendo marchado três dias
de Gad e de Ruben e à meia tribo para o deserto de Etam, acamparam
de Manasses, filho de José, o reino em Mara. 9E, partindo de Mara, foram
de Seon, rei dos Amorreus, e o reino a Elim, onde havia doze fontes de á-
de Og, rei de Basan, e o seu território gua, e setenta palmeiras; e ali acam
com as suas cidades à volta. 34Pelo param. 10E, tendo partido também
que os filhos de Gad reedificaram D i- de lá, assentaram as tendas junto do
bon, e Atarot, e Aroer, 35e Etrot, e mar Vermelho. E, partindo do mar
Cap. X X X II — 23. E sabei. .. isto é, c< nhecereis- pelos frutos que se seguirem, que
pecastes.
196 NÚMEROS 33 - 34
Vermelho, “ acamparam no deserto de Funon, acamparam em Obot. 44E de
Sin. “ Partindo de lá, foram a Daf- Obot foram a Ijeabarim, que está nos
ca. 13E, partindo de Dafca, foram confins dos Moabitas. 45E, partindo
acampar em Alus. 14E, tendo parti de Ijeabarim, levantaram as tendas
do de Alus, levantaram as tendas em em Dibongad. 48E, partindo de lá,
Rafidim, onde faltou ao povo a â- acamparam em Helmondeblataim. 47E,
gua para beber. 15E, partindo de Ra- partindo de Helmondeblataim, foram
fidim, acamparam no deserto do Si aos montes de Abarim, defronte de
nai. Nabo. “ E, partindo dos montes de
Desde o Sinai a Cades Abarim, passaram às planícies de
J6E, partindo do deserto do Sinai, Moab, sobre o Jordão, defronte de
foram aos Sepulcros da concupiscên- Jerico. 49E ali acamparam deste Bet-
cia. 17E, partindo dos Sepulcros da simot até Abelsatim, nos lugares mais
concupiscência, acamparam em Ha- planos dos Moabitas.
serot. 18E de Haserot, foram a Ret- Deus manda exterminar os Cananeus
ma. 19E partindo de Retma, acam
param em Remonfares. “ Partindo “ A í o Senhor disse a Moisés: “ Or
de lá, foram a Lebna. 21De Lebna dena aos filhos de Israel, e dize-lhes:
foram acampar em Ressa: 22E, par Quando tiverdes passado o Jordão,
tindo de Ressa, foram a Ceelata. entrando na terra de Canaã, “ exter
23Partindo daqui, acamparam no mon minai todos os habitantes daquele
te Sefer. 24Deixando o monte Sefer, país; quebrai os padrões, e reduzí a
foram a Arada. 25Partindo de lá, a- pó as estátuas, e devastai todos os
camparam em Macelot. 26E, partin seus lugares altos, “ purificando a ter
do de Macelot, foram a Taat. 27De ra, e habitando nela, porque eu vo-la
Taat foram acampar em Tare. “ Par dei em possessão; Me a repartireis en
tindo de lá, levantaram as tendas em tre vós por sorte. Aos que forem em
Metca. 2BE de Metca foram acam maior número, dareis uma porção
par em Hesmona. 30E, partindo de maior, e aos que forem menos, uma
Hesmona, foram a Moserot. 31E de porção mais pequena. Cada um re
Moserot foram acampar em Bene- ceberá a sua herança, conforme o
jaacan. 32E, partindo de Benejaacan, que lhe cair por sorte. A divisão
foram ao monte Gadgad. “ Partindo será feita por tribos e por famílias.
de lá, acamparam em Jetebata. 34E, “ Se vós não quiserdes matar os ha
de Jetebata foram a Hebrona. “ E, bitantes do país, os que ficarem se
partindo de Hebrona, acamparam em rão para vós como pregos nos olhos,
Asiongaber. “ Partindo de lá, foram e lanças nas .ühargas, e opor-se-ão
ao deserto de Sin, que é Cades. a vós na terra da vossa habitação;
Desde Cades ao monte Hor
“ e todo o mal que eu tinha pensado
fazer-lhes a êles, o farei a vós.
37E, partindo de Cades, acampa
Limites da terra prometida
ram sobre o monte Hor, nos confins
do país de Edom. “ E o sacerdote OA *E o Senhor falou a Moisés, di-
Arão subiu por mandado do Senhor zendo: 2Manda aos filhos de
ao monte Hor, e ali morreu no pri Israel, e lhes dirás: Quando tiverdes
meiro dia do mês, no ano quadragé entrado na terra de Canaã, e cada
simo, depois da saída dos filhos de um de vós possuir nela o que lhe
Israel do Egito, no quinto mês, “ ten tiver caído por sorte, serão êstes os
do cento e vinte e três anos de idade. seus limites: 3A parte meridional co
40E o rei Cananeu Arad, que habitava meçará no deserto de Sin, que é per
ao meio-dia, ouviu que os filhos de to de Edom, e terá por limites do
Israel tinham chegado à terra de Ca- oriente o mar salgadíssimo. 4E ês
naã. tes limites irão rodeando a parte aus
Desde o monte Hor tral pela subida do Escorpião, de sor
às planicies de Moab te que passem por Sena, e cheguem
41E, partindo do monte Hor, acam desde o meio-dia até Cadesbarne, don
param em Salmona. 42E, partindo de de irão até à aldeia chamada Adar,
lá, foram a Funon. “ E, partindo de e se estenderão até Asemona, 5e irão
34 - 35 NÚMEROS 197
girando desde Asemona até à tor de Amiud. “ Êstes são aquêles a
rente do Egito, e terminarão na praia quem o Senhor mandou que dividis
do mar grande. °A parte ocidental sem entre os filhos de Israel a terra
começará no mar grande, e no mes de Canaã.
mo mar terminara. 7Os limites pe
la parte setentrional começarão des Cidades p ara os Levitas
de o mar grande, e chegarão até 9C TOsse também o Senhor a Moi-
ao monte altíssimo, Monde irão a E- sés estas coisas nas planícies
mat, até aos confins de Sedada, 9e de Moab junto do Jordão, defronte
se estenderão até Zefrona, e até à al de Jericó: 2Manda aos filhos de Is
deia de Enan; êstes serão os limites rael que dêem das suas possessões aos
pelo lado do aquilão. 10Dali os lim i Levitas 3cidades para habitarem, e os
tes para o oriente medir-se-ão des seus subúrbios em roda, para que ê-
de a aldeia de Enan até Sefama, Me les morem nas cidades, e os subúr
de Sefama descerão a Rebla em fren bios, sejam para os seus gados e ani
te à fonte de Dafnim; de lá se esten mais. 4Êstes subúrbios estender-se-
derão para o oriente até ao mar de -ão dos muros das cidades para fora
Ceneret, 12e chegarão até ao Jordão, mil passos em roda. 5Serão de dois
e finalmente terminarão no mar sal mil côvados para o oriente, e da mes
gado. Vós possuireis esta terra se ma sorte, de dois m il côvados para o
gundo os seus limites em tôda a vol meio-dia; terão a mesma medida pa
ta. 13E Moisés ordenou aos filhos de ra o lado do mar que olha para o o-
Israel, dizendo: Esta será a terra cidente, e do lado do setentrião ha
ue vós possuireis por sorte, e que o verá um igual espaço; e as cidades
enhor mandou çiue se desse às no estarão no meio, e os subúrbios fora.
ve tribos e à meia tribo. 14Porque a •E das mesmas cidades que derdes
tribo dos filhos de Ruben, segundo aos Levitas, seis serão destinadas pa
as suas famílias, e a tribo dos filhos ra refúgio dos fugitivos, a fim de que
de Gad, segundo o número das suas se refugie nelas aquêle que tiver der
famílias, e também a meia tribo de ramado sangue (involuntariam ente);
Manassés, «isto é, duas tribos e meia, e, além destas (seis), haverá outras
receberam a sua parte daquém do quarenta e duas cidades, 7isto é, ao
Jordão defronte de Jericó, para a todo quarenta e oito com os seus su
banda do oriente. búrbios. *E essas cidades, que se hão
Chefes propostos para a divisão
de dar das possessões dos filhos de
da terra prometida
Israel, serão tomadas mais dos que
têm mais, e menos dos que têm me
18E o Senhor disse a Moisés: «Ês- nos; cada um dará cidades aos L e v i
tes são os nomes dos homens, que tas na proporção da sua herança.
vos dividirão a terra: O sacerdote E- Cidades de refúgio
leázaro, e Josué, filho de Nun, 18e um
príncipe de cada tribo, 19*cujos nomes 90 Senhor disse a Moisés: 10Fa-
são êstes: Da tribo de Judá, Caleb, la aos filhos de Israel e dize-lhes:
filho* de Jefone. ^Da tribo de Simeão, Quando, passado o Jordão, tiverdes
Samuel, filho de Amiud. 21Da tribo entrado na terra de Canaã, “ deter
de Benjamim, Elidad, filho de Case- minai que cidades devem ser para re
lon. 22*D a tribo dos filhos de Dan, fúgio dos fugitivos, que involuntária-
Boci, filho de Jogli. «Dos filhos de mente derramarem sangue. “ Quan
José da tribo de Manassés, Haniel, f i do o fugitivo se tiver refugiado ne
lho de Efod; 24*da tribo de Efraim, las, o parente do morto não poderá
Camuel, filho de Seftan. «D a tribo matá-lo enquanto se não apresentar
de Zabulão, Elisafan, filho de Far- diante do povo, e seja julgada a sua
nac. 26Da tribo de Issacar, o princi- causa. 13Ora, dessas cidades que se
e Faltiel, filho de Ozan. 27Da tri- devem separar para refúgio dos fugi
E o de Aser, Aiud, filho de Salomi.
“ Da tribo de Neftali, Fedael, filho
tivos, 14três serão do lado de lá ao
Jordão, e três na terra de Canaã, 18e
Gap. X X X I v — 5. M a r g ra n d e , o Mediterrâneo
198 NÚMEROS 35 - 36
(serão) tanto para os filhos de Israel, centes, e não pode ser purificada se
como para os estrangeiros e peregri não com o sangue daquele que derra
nos, para que a elas se refugie aque mou o sangue de outro. 34E desta
le que involuntàriamente tiver der maneira será purificada a vossa pos
ramado sangue. 16Se alguém ferir sessão, morando eu convosco; porque
com ferro, e o que foi fendo morrer, eu sou o Senhor, que habito entre os
é réu de homicídio, e também êle filhos de Israel.
morrerá. 17Se alguém atirar uma
pedrada, e o ferido morrer (dela), Leis sôbre o casamento
será castigado da mesma maneira. das filhas herdeiras
18Se m orrer o que foi ferido com Oí! 7Ora, os príncipes das famílias
pau, será vingado com o sangue do de Galaad, filho de Maquir,
que o feriu. 10O parente do morto filho de Manassés, da linhagem dos
matará o homicida; logo que o a-
panhar, o matará. 20Se algum ho filhos de José, aproximaram-se e fa
mem por ódio empurrar outro, ou lhe laram a Moisés, em presença dos
atirar alguma coisa à traição, 21ou se, príncipes de Israel, e disseram-lhe:
sendo seu inimigo, o ferir com a mão, 20 Senhor ordenou a ti, nosso senhor,
e êle morrer, o percussor será réu que dividisse por sorte a terra entre
de homicídio; o parente do morto, lo os filhos de Israel, e que desses às
go que der com êle, o matará. 22Po- filhas de Salfaad, nosso irmão, a he
rém, se êle acidentalmente, e não rança devida ao pai. 3Ora, se os ho
por ódio, 23nem por inimizade fêz al mens de outra tribo as receberem por
guma destas coisas, 24e isto se provar mulheres, segui-las-á a sua possessão,
diante do povo, e tiver sido ventila e, transferida a outra tribo, será di
da a causa de sangue entre o que minuída a nossa herança. 4E, as
feriu e o parente (do m o rto ), 25serásim acontecerá que, quando chegar
livre da mão do vingador como ino o (ano do) jubileu, isto é, o ano qüin-
cente, e por sentença será recondu quagésimo da remissão, será confun
zido à cidade, a que se tinha refugia dida a distribuição feita por sortes, e
do, e ali ficará até à morte do su a possessão de uns passara aos outros.
mo sacerdote, que foi sagrado com 5Moisés respondeu aos filhos de Is
o santo óleo. “ Se o que matou fôr rael, e por ordem do Senhor, disse:
encontrado fora dos limites das ci A tribo dos filhos de José falou bem.
dades, que estão destinadas para os °E eis a lei promulgada pelo Senhor
fugitivos, 27e fôr morto por aquêle para as filhas de Salfaad: Casem com
que é vingador do sangue, será quem quiserem, contanto que seja
sem culpa o que matar. “ Porque o com homens da sua tribo, 7para que
fugitivo devia residir na cidade até a possessão dos filhos de Israel não
a morte do pontífice; mas, depois passe de tribo para tribo. P or isso,
que êste morrer, o homicida pode todos os varões tomarão mulheres da
voltar para a sua terra. sua tribo e família; 8e todas as mu
lheres tomarão maridos da mesma
Resumo e conclusão tribo, para que a herança fique nas
famílias, *e as tribos não se mistu
“ Estas determinações serão perpé rem entre si, mas permaneçam “ co
tuas, e serão leis em todos os lugares rno foram separadas pelo Senhor. E
que habitardes. 30O homicida será as filhas de Salfaad fizeram como
castigado, ouvidas as testemunhas; lhes tinha sido mandado; “ e Maala,
ninguém será condenado pela depo e Tersa, e Hegla, e Melca e Noa ca-
sição de uma só testemunha. 31Não saram com filhos de seu tio paterno,
recebereis dinheiro daquele que é réu 12da fam ília de Manassés, que foi f i
de sangue, mas êle mesmo morrerá lho de José; e a possessão, que lhes
logo. 32Os desterrados e os fugiti tinha sido adjudicada, permaneceu na
vos de nenhum modo poderão voltar tribo e fam ília de seu pai. 13Estas
ara as suas cidades antes da morte são as leis e as ordens dadas pelo
o pontífice, 33para não manchardes Senhor por meio de Moisés aos fi
a terra da vossa habitação, a qual lhos de Israel, nas planícies de Moab
se contamina com o sangue dos ino junto do Jordão, defronte de Jericó.
DEUTERONÔMIO
Deuteronômio é um vocábulo grego e significa segunda lei, ou, melhor:
repetição da lei. Na verdade, êsite livro encerra quatro discursos pronuncia
dos por Moisés ao povo israelita para renovar, transcorridos muitos anos,
a promulgação da lei que lhe fôra entregue por Deus no deserto. Repete,
portanto, os preceitos dos livros antecedentes, particularmente do Êxodo e do
Levítico, acrescentando novas explicações e apostilas.
O Prim eiro Discurso (1, 6 - 4, 40) é uma espécie de introdução geral
e um epílogo dos benefícios dispensados por Deus ao povo eleito no deserto.
O Segundo Discurso, que ocupa a parte mais considerável do livro
5,1 - 26,-9), é uma repetição, explicação e ampliação das leis divinas, com
especial referência àquelas que tinham um caráter estável e permanente.
O Terceiro discurso (27,1 - 28,68) determina o modo e as circunstâncias
com as quais deve ser promulgada a sanção da lei.
O Quarto Discurso (29,1 - 30,20) é uma peroração de Moisés, o qual
depois de haver escolhido um sucessor (31,1 - 34,12), abençoa o povo de
Israel. Por fim, contemplando de longe a Terra da Promissão, morre na
terra de Moab e é aí sepultado.
O Deuteronômio pode ser considerado como o Evangelho do Antigo Tes
tamento. É o testamento que Moisés, à vigília de morte, deixa ao povo
Israelita, prestes a entrar na terra de Canaã.
to dos filhos de Esaú, que habitam mais que tocaram aos saqueadores, e
em Seir, exterminando os Horreus, os despojos das cidades, que toma
e dando àqueles o país dêstes, o qual mos. 36Desde Aroer, que está sôbre a
êles possuem até ao presente. 23Da margem da torrente do Arnon, cida
mesma sorte os Heveus, que habi de situada no vale, até Galaad, não
tavam desde Haserim até Gaza, fo houve aldeia nem cidade, que escapas
ram expulsos pelos Capadócios, os se às nossas mãos; todas no-las entre
quais, tendo saldo da Capadócia, os gou o Senhor nosso Deus, 37exceto a
destruíram, e se estabeleceram no terra dos filhos de Arnon, a que não
seu lugar. 24Levantai-vos, e passai a chegamos, e tôdas as regiões adja
torrente do Arnon; eis que te en- centes à torrente de Jeboc, e as cida
treguei nas mãos Seon, rei de He- des das montanhas, e todos os luga
sebon Amorreu, e começa a possuir res que o Senhor nosso Deus nos proi
a sua terra, e peleja contra êle. “ H o biu (que tomássemos).
je começarei a meter o terror e o
mêdo das tuas armas nos povos, que Vitória sôbre Og, rei de Basan
habitam debaixo de todo o céu, para O JTendo pois voltado, subimos pelo
que, ao ouvir o teu nome, temam, e
à maneira das mulheres que estão caminho de Basan; e Og, rei de
para dar à luz, tremam e sintam Basan, saiu ao nosso encontro com
dores. o seu povo, para nos dar batalha
em Edrai. 2E o Senhor disse-me: Não
Mensagem a Seon, pedindo permissão o temas, porque êle foi entregue nas
de passar pelos seus territórios tuas mãos como todo o seu povo
e a sua terra, e farás a êle como f i
26Eu, pois, enviei do deserto de Ca- zeste a Seon, rei dos Amorreus, que
demot embaixadores a Seon, rei de habitava em Hesebon. aO Senhor nos
Hesebon, com palavras de paz, dizen so Deus entregou, pois, nas nossas
do: “ Passaremos pela tua terra, ire mãos também Og, rei de Basan, e to
mos pela estrada real, não declina do o seu povo, e ferimo-los até ao
remos nem para a direita, nem para extermínio, “devastando ao mesmo
a esquerda. 28Vende-nos a preço os v í tempo todas as suas cidades; não
veres para comermos; faze-nos pagar houve cidade, que nos escapasse; (to
a água, e assim beberemos. Perm ite- mamos) sessenta cidades, todo o país
nos somente a passagem, “ (como f i de Argob pertencente ao reino de Og,
zeram os filhos de Esaú, que habitam em Basan. 5Tôdas as cidades estavam
em Seir, e os Moabitas que habitam fortificadas com muros altíssimos,
em A r), até que cheguemos ao Jordão, com portas e trancas, além das inu
e passemos à terra, que o Senhor nos meráveis povoaçoes que não tinham
so Deus está para nos dar. 80Mas Seon, muros. °E os destruímos, como tínha
rei de Hesebon, não nos quis dar pas mos feito a Seon, rei de Hesebon, des
sagem, porque o Senhor teu Deus lhe truindo as cidades, os homens, as mu
tinha endurecido o espírito e empe lheres e os meninos; 7mas tomamos os
dernido o coração, para êle te ser en gados e os despojos das cidades. 8E
tregue às mãos, como agora vês. tomamos então o país dos dois reis
Batalha de Jasa, vitória e conquista Amorreus, que estavam na banda da-
lém do Jordão, desde a torrente do
31E o Senhor disse-me: Eis que co Arnon até o monte Hermon, 9o qual
mecei a entregar-te Seon e o seu país, os Sidônios chamam Sarion, e os
começa a possuí-lo. 32E Seon saiu ao Amorreus, Sanir; 10tôdas as cidades,
nosso encontro com todo o seu povo, que estão situadas na planícié, e tô-
para nos dar batalha em Jasa. 33E da a terra de Galaad e de Basan,
o Senhor nosso Deus no-lo entregou, até Selca e Edrai, cidades do reino
e nós o derrotamos com seus filhos e de Og, em Basan. “ Porque Og, rei
com todo o seu povo. 34E naquele de Basan, era o único que tinha fi
tempo tomamos-lhe todas as suas ci cado da estirpe dos gigantes. Em
dades, mortos os seus habitantes, ho Rabat, (cidade) dos filhos de Arnon,
mens e mulheres e meninos, e nelas mostra-se o seu leito de ferro, que
não deixamos nada, 35exceto os ani tem nove côvados de comprido, e
3 -4 DEUTERONÔMIO 203
fiel, que guarda o seu pacto e a sua co a pouco, e por partes. Tu não as
misericórdia até mil gerações com a- oderás destruir a um tempo, a fim
quêles que o amam e observam os e que se não multipliquem contra
seus preceitos; 10e que castiga pron ti as feras da terra. “ E o Senhor
tamente os que o aborrecem, de modo teu Deus os dará em teu poder, e os
a exterminá-los e a não diferir por fará morrer até que todos sejam des
mais tempo, dando-lhes imediatamen truídos. 24E entregará nas tuas mãos
te o que merecem. os seus reis, e farás perecer os seus
nomes de debaixo do céu. Ninguém
Deus promete auxiliar os israelitas se te poderá resistir, até que os tenhas
lhe forem fiéis reduzido a pó. “ Queimarás no fogo
as suas esculturas; não cobiçarás a
^Guarda, pois, os preceitos e ceri prata nem o ouro de que são feitas,
mônias e ordenações, que eu hoje te nem delas tomarás nada para ti, pa
mando observar. 12Se, depois de te- ra que não tropeces, visto serem a a-
res ouvido estas ordenações, as guar bominação do Senhor teu Deus. “ E
dares e praticares, também o Senhor não levarás para a tua casa coisa al
teu Deus guardará a teu respeito o guma de ídolo, para que te não tor
pacto e a misericórdia que jurou a nes anátema, como êle o é. Detestá-
teus pais; 13e te amará e te multipli -»lo-ás como. imundicie, e abominá-lo-
cará, e abençoará o fruto do teu ven -ás como coisa imunda e sórdida, por
tre, e o fruto da tua terra, o teu tri que é um anátema.
go, e a vindima, e o azeite, e os bois,
e os rebanhos das tuas ovelhas na N ão esquecer Deus em Canaã
terra que êle jurou a teus pais dar-
te. 14Serás bendito entre todos os po Q 7Tem muito cuidado em observar
vos. Não haverá no meio de ti quem ° todos os preceitos que eu hoje
seja estéril de. um nem de outro se prescrevo para que possais viver, e
xo, nem entre os homens nem entre multiplicar-vos, e, tendo entrado, pos
os teus rebanhos. 150 Senhor afasta suais a terra pela qual o Senhor ju
rá de ti tôdas as doenças; e não fa rou a vossos pais. 2E recordar-te-ás
rá cair sôbre ti, mas sôbre os teus de todo o caminho por onde o Senhor
inimigos as terríveis pragas do Egito, teu Deus te conduziu pelo deserto du
que tu conheces. “ Devorarás todos rante quarenta anos, para te castigar,
os povos, que o Senhor teu Deus está e para te provar, e para que tornasse
para te entregar. Não os pouparão manifesto o que estava dentro de
teus olhos, e não servirás aos seus teu coração, se guardarás ou não os
deuses, para que não venham a ser seus mandamentos. 3Afligiu-te com
causa da tua ruína. a fomè, e deu-te por sustento o ma
17Se disseres no teu coração: Estas ná, que tu desconhecias e teus pais,
nações são mais numerosas do que para te mostrar que o homem não
eu, como poderei eu extingui-las? vive só do pão, mas de tôda a pa
“ Não temas, mas lembra-te do que o lavra que sai da bôca de Deus. 40
Senhor teu Deus fêz a Faraó e a to teu vestido, com que te cobrias, não
dos os Egípcios, 10das grandíssimas chegou a gastar-se com a velhice, e o
pragas que os teus olhos viram, e dos teu pé não foi magoado, e êste é o
milagres, e dos prodígios, e da mão quadragésimo ano. 5Para que reco
poderosa, e do braço estendido com nheças no teu coração, que do mes
[ue o Senhor teu Deus te tirou para mo modo que um homem instrui seu
Í ora; o mesmo fará êle a todos os filho, assim o Senhor teu Deus te ins
povos que temes. “ Além disso o Se truiu a ti, °para que guardes os man
nhor teu Deus mandará vespas contra damentos do Senhor teu Deus, e an
êles, até destruir e exterminar todos des nos seus caminhos, e o temas.
os que tiverem fugido ou tiverem po 7Porque o Senhor teu Deus te in
dido esconder-se. troduzirá numa terra boa, terra de
“ Não os temerás, porque o Senhor regatos e de águas e de fontes, em
teu Deus está no meio de ti, Deus cujos campos e montes rebentam as
grande e terrível. “ Êle mesmo des nascentes dos rios; 8terra (fé r til) de
truira estas nações diante de ti pou trigo, de cevada e de vinhas, onde
8 - 9 DEUTERONOMIO 209
nascem figueiras, e romeiras, e oli des e muradas até ao céu, 2de um
vais; terra de azeite e de mel, 9onde, povo grande e de alta estatura, dos
sem nenhuma escassez, comerás o teu filhos dos Enacius, que tu mesmo vis
pão, e gozarás da abundância de tô- te e ouviste, aos quais ninguém po
das as coisas; terra cujas pedras são de fazer frente. 3Saberás, pois, ho
ferro, e de cujos montes se tiram os je que o Senhor teu Deus passará ê-
metais de cobre; 10para que, quando le mesmo diante de ti, como um fo-
tiveres comido e estiveres saciado, dês o devorador e consumidor, que os
graças ao Senhor teu Deus pela ex estruirá, e arruinará, e os extermi
celente terra que te deu. “ Torna nará dentro de pouco tempo diante
cuidado, e abstém-te de jamais esque de ti, como te disse. 4Depois que o
ceres o Senhor teu Deus, e de despre Senhor teu Deus os tiver extermina
zar os seus preceitos, as suas leis e do diante de ti, não digas no teu co
as suas cerimônias, que eu hoje te ração: por causa da minha justiça é
prescrevo; “ não suceda que, depois que o Senhor me introduziu nesta ter
de teres comido e estares saciado, e ra para a possuir, tendo sido estas
teres edificado formosas casas, e mo nações destruídas por causa das suas
rado nelas, 13e teres manadas de bois impiedades. 5Porque não é pela tua
e rebanhos de ovelhas e abundância justiça, nem pela retidão do teu co
de prata e de ouro, e de tôdas as coi ração que tu entrarás na posse das
sas, 14o teu coração se eleve, e te não suas terras, mas porque elas procede
lembres do Senhor teu Deus, que te ram impiamente, por isso foram des
tirou da terra do Egito, da casa da truídas à tua chegada; e para que o
servidão, 15e que foi o teu guia no Senhor cumprisse a sua palavra da
grande e terrível deserto, onde havia da com juramento a teus pais A-
serpentes de sôpro ardente, e escor braão, ísac e Jacó .°Sabe, pois, que
piões, e dipsades, e urna falta com não é pela tua justiça que o Senhor
pleta de água* e que fêz sair arroios teu Deus te dará posse desta terra
da pedra duríssima, 16e que te ali excelente, pois tu, és um povo de cer-
mentou no deserto com o maná, que viz duríssima.
teus pais não conheceram. E que de 7Lembra-te, e não te esqueças de
pois de te ter afligido e provado, por que modo provocaste à ira o Senhor
fim teve compaixão de tl, 17para que teu Deus no deserto. Desde o dia em
não dissesses no teu coração: A mi- que saíste do Egito até êste lugar,
nha fôrça e o vigor do meu braço fôste sempre rebelde ao Senhor.
adquiriram-me todas estas coisas,
18mas antes te lembrasses que foi o Em Horeb: o bezerro de ouro e a
Senhor teu Deus que te deu fôrças oração de Moisés
para cumprir o pacto, pelo qual ju
rou a teus pais, como mostra o dia 8Porque já em Horeb o provocaste,
de hoje. “ Mas se tu, esquecendo-te e êle irado te quis destruir, °quando
do Senhor teu Deus, seguires os deu eu subi ao monte, para receber as
ses estranhos, e lhes prestares culto, tábuas de pedra, as tábuas do pacto
e os adorares, eis que eu desde já te que o Senhor fêz convosco; e perma-
profetizo que perecerás de todo. neci no monte quarenta dias e qua
"Como as nações que o Senhor des renta noites, sem comer pão, nem
truiu à tua chegada, assim também beber água. 10E o Senhor deu-me
perecereis vós, se fordes desobedien duas tábuas de pedra escritas com o
tes à voz do Senhor vosso Deus. dedo de Deus, e que continham tô
das as palavras com que êle vos fa
Israel deve atribuir só a Deus a lou sôbre o monte, do meio do fogo,
conquista da Palestina estando junto todo o povo. nE, pas
sados quarenta dias e outras tantas
Q ^ u v e , ó Israel: Tu passarás hoje noites, o Senhor deu-me duas tábuas
u o Jordão, para te assenhorea- de pedra, as tábuas da aliança, 12e dis-
poderosas do que tu, de cidades gran- se-me: Levanta-te, e desce depressa
res de nações muito grandes e mais daqui, porque o teu povo, que tu ti-
Cap. IX — 1. H oje, isto é, dentro em pouco.
210 DEUTERONOMIo 9-10
raste do Egito, prontamente abando bra-te de teus servos Abraão, Isac e
nou o caminho que lhe mostraste e f i Jacó; não olhes para a dureza dêste
zeram para si uma estátua fundida. povo, nem para a sua impiedade e
13E o Senhor disse-me novamente: pecado; 28para que os habitantes do
V ejo que êste povo é de cerviz dura, país donde nos tiraste não digam:
14deixa que eu o destrua, e apague o O Senhor não podia introduzí-los na
seu nome de debaixo do céu, e eu te terra que lhes tinha prometido, e a-
farei chefe de uma gente, que seja borrecia-os; por isso tirou-os, para
maior e mais forte do que esta. 15E, os matar no deserto. ^Êles são o
tendo eu descido do monte ardente, teu povo e a tua herança, que tu ti
levando nas minhas mãos as duas tá raste com tua grande fortaleza, e
buas da aliança, 16e, vendo que vós com o teu braço estendido.
tinheis pecado contra o Senhor vosso N ovas tábuas da lei
Deus, e que tinheis feito um bezer
ro fundido, e que depressa tinheis a- 1 H JNaquele tempo o Senhor disse-
bandonado o caminho que êle vos ha me: Corta duas tábuas de pe
via mostrado, 17arrojei das minhas dra iguais às primeiras, e sobe a mim
mãos as tábuas, e quebrei-as à vossa ao monte; e farás uma arca de madei
vista, 18e prostei-me diante do Senhor, ra 2e eu escreverei nestas tábuas as
como antes, (e estive) quarenta dias palavras que estavam naquelas que
e quarenta noites sem comer pão, nem tu quebraste antes; e pô-las-ás na ar
beber água, por causa de todos os vos ca. 3Eu, pois, fiz uma arca de pau
sos pecados que tinheis cometido con de cetim. E, tendo cortado duas tá
tra o Senhor, e com que o provocas buas de pedra como as primeiras, su
tes à ira; 19porque temia a sua indig bi ao monte com elas nas mãos. 4E
nação e a sua ira, pela qual, estimu (o Senhor) escreveu nestas tábuas,
lado contra vós, queria exterminar- como tinha escrito nas primeiras, as
vos. E o Senhor ouviu-me ainda por dez palavras que tinha dito sobre o
esta vez. 20Irritado também sobre monte, do meio do fogo, estando o
maneira contra Arão, queria matá-lo, povo junto; e deu-mas. 5E, voltan
e eu igualmente orei por êle. 21E, do do monte, desci, e pus as tábuas
pegando no vosso pecado, que tinheis na arca que tinha feito, e elas lá es
feito, isto é, no bezerro, queimei-o no tão até hoje como o Senhor me or
fogo, e fazendo-o em pedaços, e re- denou.
duzindo-o inteiramente a pó, lan- Eleázaro e os Levitas
cei-o à torrente, que desce do monte.
6Ora, os filhos de Israel transpor
Várias revoltas de Israel taram os acampamentos de Berot,
(que era) dos filhos de Jacan, a Mo-
22Provocastes também o Senhor no sera, onde morreu e foi sepultado A -
lugar do incêndio e no da tentação, rão, em lugar do qual Eleázaro, seu
e nos Sepulcros da concupiscência. filho, exerceu as funções do sacer
23E, quando vos mandou de Cades- dócio. 7De lá passaram a Gadgad; e,
barne, dizendo: Subi e tomai posse tendo partido dêste lugar, foram a-
da terra que eu vos dei, vós despre campar em Jetebata, numa terra de
zastes o mandado do Senhor vosso águas e de torrentes. 8Naquele tem
Deus, e não lhe destes crédito, nem po (o Senhor) separou a tribo de Le-
quisestes ouvir a sua voz; 24mas fos vi, para levar a arca da aliança do
tes sempre rebeldes desde o dia em Senhor e assistir diante dêle no mi
que eu comecei a conhecer-vos. ^E nistério, e bendizer em seu nome até
estive prostrado diante do Senhor ao dia de hoje. 9Por isso Levi não
quarenta dias e quarenta noites, du teve parte nem possessão com seus
rante os quais lhe rogava humilde irmãos, porque o Senhor mesmo é a
mente que vos não exterminasse sua possessão, como lhe prometeu o
como tinha ameaçado. 26E, orando, Senhor teu Deus.
disse: Senhor Deus, não destruas o Ordem de avançar p ara a Palestina
teu povo e a tua herança, que tu
resgataste com a tua grandeza, e ti 10E eu estive sôbre o monte, como
raste do Egito com mão forte. 27Lem antes, quarenta dias e quarenta noi-
10 - 11 DEUTERoNOMIo 211
tes; e o Senhor ouviu-me também es nias, e as suas ordenações, e os seus
ta vez, e não quis exterminar-te, mandamentos. 2Conhecei hoje o que
21E disse-me: Vai e marcha diante do ignoram os vossos filhos, os quais
povo para que entre e possua a ter não viram os castigos do Senhor vos
ra que jurei a seus pais dar-lhes. so Deus, as suas maravilhas e a sua
mão poderosa, e o seu braço estendi
Bondade de Deus do, 3os prodígios e as obras que fêz
12E agora, ó Israel, que é o que o no meio do Egito sôbre o rei Faraó,
Senhor teu Deus pede de ti, senão que e sôbre todo o seu çaís, 4e sôbre to
temas o Senhor teu Deus e andes nos do o exército dos Egípcios, e sôbre os
seus caminhos, e o ames, e sirvas o cavalos e carroças; de que modo as
Senhor teu Deus de todo o teu cora águas do mar Vermelho os cobriram,
ção, e de tôda a tua alma, 13e que quando vos perseguiam, e como o Se
observes os mandamentos do Senhor, nhor os destruiu até ao dia de hoje;
e as suas cerimônias, que hoje, te 5e o que fêz no deserto, até que che
prescrevo, para que sejas feliz? 14Eis gásseis a êste lugar; °e (o que fez)
que o céu é do Senhor teu Deus, e a Datan e a Abiron, filhos de Eliab,
o céu dos céus, a terra e tudo o que que foi filho de Ruben; como a ter
há nela; 15e não obstante o Senhor ra, abrindo a sua bôca, os enguliu com
uniu-se estreitamente a teus pais e a- as suas casas e tendas, e tudo o que
mou-os, e escolheu a sua linhagem possuíam no meio de Israel. 7Os vos
depois dêles, isto é, a vós, dentre tô- sos olhos viram tôdas as grandes o-
das as nações, como hoje esta pro bras que o Senhor fêz, 8para que ob
vado. serveis todos os seus mandamentos,
que eu hoje vos prescrevo, e possais
Majestade de Deus entrar e possuir a terra, para a qual
caminhais, °e vivais por muito tempo
16Circuncidai, pois, o vosso coração e nessa terra que o Senhor prometeu
não endureçais mais a vossa cerviz, com juramento a vossos pais e à sua
17porque o Senhor vosso Deus é o posteridade, e que mana leite e mel.
Deus dos deuses, e o Senhor dos se
nhores, o Deus grande e poderoso e A terra prometida
terrível, que não faz acepção de pes 10Porque a terra em que vais en
soas, nem (recebe) presentes. 18Êle
faz justiça,, ao órfão e à viúva, ama trar para a possuir, não é como a ter
o peregrino, e dá-lhe o sustento e o ra do Egito, donde saíste, na qual,
vestido. 19E assim vós amai os es lançada a semente, se conduzem as á-
trangeiros, porque vós também fôs- guas para a regar, como se faz nas
tes estrangeiros na terra do Egito. hortas; “ mas é uma terra de montes
20Temerás o Senhor teu Deus, e só a e de planícies, e que espera as chuvas
êle servirás; estarás unido a êle, e do céu, 12e que o Senhor teu Deus
jurarás pelo seu nome. 21Êle é a tua guarda sempre, e seus olhos estão sô
glória e o teu Deus, que fêz por ti bre ela desde o princípio do ano até
estas grandes e terríveis coisas, que ao fim.
os teus olhos viram. 22Em número Os que obedecerem serão abençoados;
de setenta pessoas os teus pais desce os que desobedecerem serão punidos
ram ao Egito; e eis que agora o Se
nhor teu Deus multiplicou-te como 13Se vós, portanto, obedecerdes aos
as estréias do céu. meus mandamentos, que eu hoje vos
prescrevo, de amar o Senhor vosso
Fidelidade a Deus pelos prodígios Deus, e de o servir de todo o vosso
operados coração, e de tôda a vossa alma, 14êle
dará à vossa terra as chuvas tem-
11 2Ama, pois, o Senhor teu Deus, porãs e serôdias, para que recolhais
11 e guarda em todo o tempo pão, e vinho, e azeite, 15e feno dos
os seus preceitos, e as suas cerimô- campos para sustentar os gados, e pa-
Cap. X — 16. Cireuncídai, pois, o vosso coração, isto é, tirai dêle tudo o que o torna
insensível à voz e aos mandamentos de Deus.
212 DEUTERoNOMIO 11 - 12
ra que vós mesmos tenhais que co vais habitar, porás a bênção sôbre o
mer e com que vos saciar. 16Tende monte Garizim e a maldição sôbre o
cuidado que o vosso coração não seja monte Hebal; 80os quais estão na
seduzido, e que vos aparteis do Se banda dalém do Jordão, junto ao ca
nhor, e sirvais a deuses estranhos, minho que desce para o ocidente, na
e os adoreis, 17e que o Senhor, irado, terra dos Cananeus, que habitam nas
feche o céu, e não caiam as chuvas, campinas defronte de Galgala, a qual
nem a terra dê os seus frutos e vós está junto do vale que se estende e
dentro de pouco tempo sejais exter avança até muito longe. 81Porque vós
minados da excelente terra que o Se passareis o Jordão para possuirdes
nhor está para vos dar. a terra que o Senhor vosso Deus vos
18Ponde nos vossos corações e nas há de dar, para a terdes e possuirdes.
vossas almas estas minhas palavras,
e trazei-as suspensas nas vossas mãos Conclusão
como um sinal, e colocai-as entre os
vossos olhos. 19Ensinai vossos filhos 32Tende, pois, cuidado em obser
var as cerimônias e ordenações, que
a meditá-las, quando estiveres senta
do em tua casa, ou caminhares, e eu hoje porei diante de vóa,
quando te deitares e te levantares. Direito religioso.
“ Escrevê-las-ás sobre os postes e as Destruição da idolatria;
portas de tua casa, 21para que os teus
dias, e os de teus filhos se multipli 1 2 ^ s te s são os preceitos e orde-
quem na terra, que o Senhor jurou a * “ nações, que vós deveis cumprir
teus pais dar-lhes, (para a possuírem) na terra, que o Senhor Deus de teus
enquanto o céu estiver sôbre a terra. pais te há de dar, para a possuíres
^Porque, se vós observardes e puser todos os dias que andares sôbre a ter
des em prática os mandamentos que ra. d e s t r u i todos os lugares em que
eu vos prescrevo, de am ar o Senhor as nações, que haveis de subjugar, a -
vosso Deus, e de andar em todos os doraram os seus deuses sôbre os altos
seus caminhos, estando unidos a êle, montes e colinas, e debaixo de qual
“ o Senhor destruirá à vossa vista quer árvore frondosa. 3Derribai os
tôdas estas gentes, e vós as possuireis, seus altares, e quebrai as suas está-
embora elas sejam maiores e mais tuas, ponde fogo aos seus bosques, e
poderosas do que vós. “Todo o lugar fazei em pedaços os ídolos, e extingui
em que vós puserdes o vosso pé, será os seus nomes daqueles lugares.
vosso. Os vossos limites serão desde
o deserto e desde o Líbano, desde o IJm só santuário
grande rio Eufrates até ao m ar oci
dental. “Nenhum poderá prevaceler 4N ão fareis assim com o Senhor,
contra vós; o Senhor vosso Deus es vosso Deus, “mas ireis ao lu gar que
palhará o terror e o espanto de vós o Senhor vosso Deus escolher entre
sôbre tôda a terra que haveis de pi tôdas as vossas tribos, para aí pôr o
sar, comó êle vo-lo disse. seu nome, e habitar nêle; °e ofere
“ Eis que eu ponho hoje diante cereis nesse lu gar os holocaustos e
dos vossos olhos a bênção e a maldi as vossas vítimas, os dízimos e as
ção; 27a bênção, se obedecerdes aos primícias das vossas mãos, e os votos
mandamentos do Senhor vosso Deus, e ofertas, os primogênitos das vacas
ue eu hoje vos prescrevo; “ a mal- e das ovelhas. 7E aí comereis na
ição, se não obedecerdes aos manda presença do Senhor vosso Deus, e vos
mentos do Senhor vosso Deus, mas regozijareis vós e as vossas famílias
vos apartardes do caminho que eu ho em tôdas as coisas em que puserdes
je vos mostro, e fordes após os deu a mão, nas quais o Senhor vosso Deus
ses estranhos, que não conheceis. vos abençoar. 8Não fareis nêsse lu
gar o que nós fazemos hoje aqui,
Bênção sôbre o monte Garizim e cada um o que bem lhe parece.
maldição sôbre o monte H ebal 2
9 9Porque ainda não chegastes ao re
pouso e herança, que o Senhor vosso
29Quando, porém, o Senhor teu Deus está para vos dar. "Passareis o
Deus te tiver introduzido na terra que Jordão, e habitareis na terra que o
12 - 13 DEUTERONÔMIO 213
Senhor vosso Deus vos dará, para es- longe o lugar que o Senhor teu Deus
tardes seguros de todos os inimigos escolheu, para nêle estar o seu. nome,
que vos cercam, e habitardes sem te matarás dos bois e das ovelhas que ti
mor algum. veres, como eu te ordenei, e comerás
nN o lugar que o Senhor vosso Deus nas tuas cidades, como te aprouver.
escolher para nêle estar o seu nome, 22Como se come cabra e veado, assim
lá levareis tôdas as coisas que eu comerás destas carnes; e comerá de
prescrevo, os holocaustos, e as hós las indistintamente o (hom em ) puro
tias e os dízimos, e as primícias e impuro. ^Abstém-te somente de
das vossas mãos, e tudo o que há de comer o sangue, porque o sangue ser-
melhor entre os dons que oferecer ve-lhes de alma; e por isso não de
des em voto ao Senhor. 12A i vos ves comer a alma com as carnes,
banqueteareis diante do Senhor vos 24mas espalhá-lo-ás sôbre a terra co
so Deus, vós e os vossos filhos e as mo água, “ para que suceda bem a ti
vossas filhas, servos e servas, e o e aos teus filhos depois de ti, tendo
Levita que habita nas vossas cidades, feito o que é agradável aos olhos do
porque eles não têm outra parte nem Senhor.
herança entre vós. 18Abstém-te de “ Mas as coisas que tiveres santifi
oferecer os teus holocaustos em qual cado e votado ao Senhor, tu as toma
quer lugar, que vires, 14mas oferece rás, e irás ao lugar que o Senhor ti
rás as hóstias naquele que o Senhor ver escolhido, 27e oferecerás as tuas
tiver escolhido em urna das tuas tri oblaçôes, a carne e o sangue, sobre o
bos, e farás ali tudo o que te man altar do Senhor teu Deus; derrama
do. rás o sangue das hóstias sôbre o al
15Se. porém, quiseres comer, e gos tar, e comer-lhes-ás as carnes. “ Ob
tares de comer carne, mata e corne, serva e ouve tudo o que eu te orde
segundo a bênção que o Senhor teu no, para que suceda bem a ti e aos
Deus te deu nas tuas cidades; come teus filhos depois de ti perpètuamen-
rás ou o que é impuro, isto é, defei te, tendo feito o que é bom e agra-
tuoso e débil, ou o que é puro, isto dável aos olhos do Senhor teu Deus.
é inteiro e sem defeito, que pode ser
oferecido, corno a cabra e o veado, Não imitar a idolatria dos Cananeus
16sern todavia comer sangue, que es “ Quando o Senhor teu Deus tiver
palharás sôbre a terra corno água.
17Não poderás comer nas tuas cida exterminado diante de ti as nações em
des o dízimo do teu trigo, e do teu que entrares para as possuir, e as
vinho, e do teu azeite, os primogêni possuíres, e habitares na sua terra,
tos das vacas e das ovelhas, nem aqui “ abstém-te de as imitar, depois que
lo que ofereceres por voto, ou que elas tiverem sido destruídas à tua en
voluntãriamente quiseres oferecer, trada, e de te informar das suas ce
nem as primícias das tuas mãos, rimônias, dizendo: Assim como estas
18mas comerás estas coisas diante do nações adoraram os seus deuses, do
Senhor teu Deus no lugar que o Se mesmo modo também eu os adorarei.
nhor teu Deus tiver escolhido, tu e o 31Não farás assim com o Senhor teu
teu filho e a tua filha, e o servo e a Deus. Porque elas fizeram pelos seus
serva, e o Levita, que habita nas tuas deuses tôdas as abominações, que o
cidades; e te alegrarás e te reconfor- Senhor aborrece, oferecendo-lhes seus
tarás diante do Senhor teu Deus em filhos e filhas e queimando-os no
tôdas as coisas, a que estenderes a tua fogo. 32Faze sòmente em honra do
mão. 19Abstém-te de abandonar o L e Senhor aquilo que eu te ordeno; não
vita durante todo o tempo em que v i acrescentes nem tires nada.
veres sôbre a terra. Castigo de um falso profeta idólatra
20Quando o Senhor teu Deus tiver
dilatado os teus limites, como te pro 19 7Se se levantar no meio de ti
meteu, e tu quiseres comer das car um profeta, ou alguém que
nes que a tua alma deseja, 21se estiver diga que teve um sonho, e predisser
Cap. X I I — 23. o sangue serve-lhes de alm a. . . O hebraico d iz : o sangue é a vida,
e por isso não deves comer a vida com a carne.
214 DEUTERoN OMIO 13 - 14
algum sinal ou prodígio, 2e suceder habitação, ouvires alguns que dizem:
o que êle anunciou, e te disser: V a 13Alguns filhos de Belial saíram do
mos, e sigamos os deuses estranhos, meio de ti, e perverteram os habitan
que não conheces, e sirvamo-los, 3não tes da sua cidade, e disseram: Vamos,
ouvirás a palavra de tal profeta ou e sirvamos aos deuses estranhos, que
sonhador, porque o Senhor vosso vós não conheceis; 14informa-te com
Deus vos põe à prova, para se tornar solicitude e diligência, e, averiguada
manifesto se o amais ou não de todo a verdade do fato, se achares ser cer
o vosso coração e de tôda a vossa al to o que se disse, e que, efetivamente,
ma. “Segui o Senhor vosso Deus, e se cometeu uma tal abominação, 15i-
temei-o, e guardai os seus manda mediatamente farás passar à espada
mentos, e ouvi a sua voz; a êle servi os habitantes daquela cidade, e des-
reis, e a êle vos unireis. 5E aquêle truí-la-ás com tudo o que há nela,
profeta, ou inventor de sonhos será até aos gados. 16Juntarás também
pôsto à morte, porque vos falou pa no meio das suas praças todos os mó
ra vos afastar do Senhor vosso Deus, veis que nela se acharem, e queimá-
que vos tirou da terra do Egito, e vos -los-ás juntamente com a cidade, de
resgatou da casa da escravidão; e pa maneira que consumas tudo em hon
ra te desviar do caminho que o Senhor ra do Senhor teu Deus, e que seja
teu Deus te ordenou, e assim tirarás um túmulo perpétuo; e não seja mais
o mal do meio de ti. reedificada, 17e não se te pegará às
mãos nada dêste anátema, para que
Castigo dum amigo idólatra o Senhor aplaque a ira do seu furor,
6Se o teu Irmão, filho de tua mãe e se compadeça de ti, e te multipli
ou teu filho ou tua filha, ou tua mu que como jurou a teus pais, “ enquan
lher que repousa sôbre o teu seio, ou to tu ouvires a voz do Senhor teu
o amigo, a quem amas como à tua Deus, guardando todos os seus pre
alma, te quiser persuadir, dizendo-te ceitos, que eu te prescrevo hoje, pa
em segrêdo: Vamos, e sirvamos a ra que faças o que é agradável aos
deuses estranhos, que não conheceram olhos do Senhor teu Deus.
nem tu nem teus pais, (os deuses) Contra os ritos fúnebres dos pagãos
7de todas as nações circunvizinhas,
que estão perto de ti ou longe, desde 1 A *Sêde filhos do Senhor vosso
urna extremidade da terra até à ou ” Deus; não vos fareis incisões,
tra, 8não cedas ao que te diz, nem o nem cortareis o cabelo por causa dum
ouças, nem teus olhos lhe perdoem, de morto, 2porque és um povo consagra
modo que tenhas compaixão dêle e do ao Senhor teu Deus, e êle te esco
o encubras, 9mas logo o matarás; seja lheu dentre tôdas as nações, que há
a tua mão a primeira sôbre êle, e na terra, para sêres o seu povo par
depois todo o povo lhe ponha a mão. ticular.
10Morrerá coberto de pedras, porque
quis apartar-te do Senhor teu Deus, Animais puros e impuros
que te tirou da terra do Egito, da 3Não comais o que é impuro. 4Ês-
casa da servidão; ua fim de que todo tes são os animais que deveis comer:
o Israel, ouvindo isto, tema, e não O boi, e a ovelha, e a cabra, 5o vea
torne mais a fazer coisa semelhante do e a corça, o búfalo, a cabra mon-
a esta. tês, o unicórnio, o orige, o camelo
Castigo duma cidade idólatra pardal. 6Comereis de todo o animal
que tenha a unha fendida em duas
12Se em uma das tuas cidades, que partes, e que rumina. 7Não deveis,
o Senhor teu Deus te há de dar para porém, , comer dos que ruminam, mas.
Cap. X I I I — 9. Logo o m atarás. A versão dos setenta, que neste ponto se deve preferir,
diz: D enunciando* o, o denunciarás aos Juizes, os quais o condenarão a ser apedrejado,
sendo a tua mão a primeira a a tirar sôbre êle.
16. U m túmulo, isto é, um montão de ruínas.
.17. Não se te pegará às m ãos. . isto é, não reservarás para ti nada do que.-
deve ser destruído.
14 - 15 DEUTERoNOMIO 215
não têm a unha fendida como são o merás diante do Senhor teu Deus,
camelo, a lebre, o querogrilo; êstes, banqueteando-te tu e tua fam ília; 27e
porque ruminam, e não têm a unha 0 Levita, que vive dentro das tuas
fendida, serão impuros para vós. 80 portas, toma cuidado não o desampa
porco também será para vós impuro, res, porque êle não tem outra parte
porque embora tenha a unha fendi na tua herança. 28Todos os três anos
da, não rumina; não comereis das separarás outro dízimo de tudo o que
suas carnes, nem tocareis nos seus te nascer nesse tempo, e depô-lo-ás
cadáveres. 9De todos os animais que dentro das tuas portas. 29E virá o
vivem nas águas, comereis êstes: Co Levita que não tem outra parte nem
mei os que têm barbatanas, e esca herança contigo, e o peregrino, e o ór
mas; 10mas não comais daqueles que fão, e a viúva, que estão dentro das
não têm barbatanas nem escamas, tuas portas, e comerão e se saciarão,
porque são impuros. “ Comei de to para que o Senhor teu Deus te a-
das as aves que são puras. 12Não co bençoe em tôdas as obras das tuas
mais das impuras, como são a águia, mãos que fizeres.
e o grifo, e o esmerilhão, 13o ixião, e o Ano sabático.
abutre, e o milhano, segundo a sua Lei sôbre os empréstimos
espécie; 14e todo o gênero de corvos,
15e o avestruz, e a coruja, e a gaivota, 1 C JN o sétimo ano farás a remissão,
e o açor, segundo a sua espécie; 16a 2a qual será celebrada desta
cegonha, e o cisne, e o íbis, 17e o mer- maneira: Aquêle a quem é devida
gulo, o porfirião, e o bufo, 18o ono- alguma coisa por seu amigo, ou por
crótalo, e o caradrio, cada um na sua seu próximo, ou por seu irmão, não
espécie; a poupa também e o morce a poderá exigir, porque é o ano da
go. 19E tudo o (jue anda de rastos e remissão do Senhor. 3Poderás exi-
tem asas, será impuro e não se co gí-la do peregrino e do estrangeiro,
merá. 20Comei de tudo o que é pu mas não terás direito de a exigir dos
ro. 21Não comais de nenhum animal teus compatriotas nem do teu vizinho.
morto por si. Dá-o para que o coma 4E não haverá entre vós nenhum
ou vende-o ao peregrino que habita pobre nem mendigo, para que o Se
dentro das tuas portas, porque tu és nhor teu Deus te abençoe na terra,
um povo santo do Senhor teu Deus. que êle está para te dar em posses
Não cozerás o cabrito no leite de sua são. 5Se ouvires a voz do Senhor teu
mãe. Deus, e guardares tudo o que êle te
Dízimos anuais mandou, e o que eu hoje te prescrevo,
22Porás à parte cada ano o dízimo êle te abençoará como prometeu. °Tu
de todos os teus frutos, que nascem emprestarás a muitos povos, e de ne
na terra, 23e comerás na presença do nhum receberás empréstimos. Domi
Senhor teu Deus, no lugar que êle ti narás sôbre muitas nações, e nenhu
ver escolhido para aí ser invocado o ma te dominará.
seu nome, o dízimo do teu trigo, e do Auxílio ao Israelita pobre
vinho, e do azeite, e os primogênitos
das tuas vacas e das tuas ovelhas, pa 7Se um dos teus irmãos, que mo
ra que aprendas a temer o Senhor teu ram dentro das portas da tua cidade,
Deus em todo o tempo. 24Mas, se fôr na terra que o Senhor teu Deus está
muito longo o caminho até ao lugar para te dar, cair em pobreza, não
que o Senhor teu Deus tiver escolhi endurecerás o teu coração, nem fe
do, e êle te tiver abençoado, e tu não charás a tua mão, 8mas abrí-la-ás ao
puderes levar-lhe tôdas estas coisas, pobre e lhe emprestarás o que vires
25venderás tudo, e o reduzirás a di que êle precisa. 9Guarda-te, não te
nheiro, e o levarás na tua mão, e irás deixes cair num ímpio pensamento
ao lugar que o Senhor teu Deus tiver e não digas no teu coração: Está pró
escolhido; 20e comprarás com êsse ximo o sétimo ano da remissão; e
mesmo dinheiro tudo o que te aprou- afastes os teus olhos do teu irmão
ver, ou seja de bois ou seja de ove pobre, não lhe querendo emprestar o
lhas, e vinho e licores fermentados, e que êle te pede; não suceda que êle
tudo o que a tua alma deseja; e co clame contra ti ao Senhor, e isto
216 DEUTERoN OMIo 15 - 16
Cap. X X — 6. Que êle seja comum. Os frutos, nos três primeiros anos (Lev. X IX , 23 e
se g .) eram considerados impuros, devendo por isso ficar abandonados nas plantas, o s frutos
do quarto ano pertenciam a Deus. Só ao quinto ano é que o proprietário tornava a vinha
comum, isto é, profana, começando a cíolhêr os frutos. N áo se sabe ao certo se a isen-
çáo do serviço m ilitar durava os cinco anos ou, o que é mais provável, somente o
quinto ano.
16. N ão perm itirá s... A s cidades cananéias devem ser destruídas com todos os seus
habitantes em castigo dos seus pecados, e para que náo levem os hebreus à idolatria.
21 - 22 DEUTERONÔMIO 221
no; 3e, tendo conhecido (qual é) a Direitos dos primogênitos
mais vizinha de tôdas, os anciãos des
sa cidade tomarão da manada uma 15Se um homem tiver duas mulhe
novilha, que não tenha ainda levado res, uma a quem ama, outra a quem
jugo, nem fendido a terra com o a- aborrece, e tiverem (ambas) tido fi
rado, 4e conduzí-la-ão a um vale ás lhos dêle, e o filho da que êle abor
pero e pedregoso, que nunca tenha rece fôr o primogênito, 16e êle qui
sido lavrado nem semeado, e aí cor ser repartir os seus bens entre os seus
tarão o pescoço à novilha. 5E, se filhos, não poderá fazer (seu) primo
aproximarão os sacerdotes filhos de gênito o filho daquela que êle ama,
Levi, que o Senhor teu Deus tiver es e preferí-lo ao filho da oue êle a-
colhido para serem seus ministros, borrece, 17*mas reconhecerá por pri
e para abençoarem em seu nome, e mogênito o filho da que êle aborre
por decisão dêles se julgue tôda a ce, e dar-lhe-á uma porção dupla de
causa, e o que é puro ou impuro. tudo o que tem; porque êste é o pri
6E os anciãos daquela cidade irão meiro de seus filhos, e a êle perten
junto do morto, e lavarão as suas ce o direito da primogenitura.
mãos sôbre a novilha que foi morta
no vale. 7E dirão: As nossas mãos Castigo dos filhos desobedientes
não derramaram êste sangue, nem os 18Se um homem tiver gerado um
nossos olhos viram. 8Sê propício ao filho contumaz e rebelde, que não a-
teu povo de Israel, que tu, ó Senhor, tende às ordens do pai ou da mãe,
remiste, e não lhe imputes o sangue e cástigado desdenha de obedecer,
inocente (derramado) no meio do teu 19pegarão nêle, e o conduzirão aos an
povo de Israel. E assim será tirado ciãos daquela cidade, e à porta do
dêles o reato dêste sangue; 9e tu não juízo, “ e lhe dirão: Êste nosso f i
ficarás responsável pelo sangue do lho é um rebelde e contumaz, des
inocente, çjue foi derramado, quando preza ouvir as nossas admoestações,
tiveres feito o que o Senhor man passa a vida em comezainas, e em dis
dou. soluções e banquetes. 21*0 povo da ci
Casamento com prisioneiras de dade o apedrejará, e êle morrerá, pa
guerra ra que tireis o mal do meio de vós, e
todo o Israel, ouvindo isto, tema.
10Se saíres a pelejar contra os teus
inimigos, e o Senhor teu Deus os en Cadáveres dos condenados à morte
tregar nas tuas mãos, e os levares 22Quando um homem tiver cometi
cativos, ue vires entre o número dos do um crime que deve ser punido com
prisioneiros uma mulher formosa, e a morte, e, condenado à morte, fôr
te enamorares dela, e a quiseres ter pendurado no patíbulo, 23o seu cadá
por esposa, conduzi-las-ás à tua ca ver não ficará no lenho, mas será se
sa, e ela rapará os cabelos, e cortará pultado no mesmo dia, porque é mal
as unhas, 0*13e deporá o vestido com que dito de Deus aquêle que está penden
foi aprisionada, e ficando sentada em te do lenho; e tu de nenhuma sorte
tua casa chorará seu pai e sua mãe contaminarás a terra que o Senhor
durante um mês; e depois a toma teu Deus te der em possessão.
rás para ti, e dormirás com ela, e se
rá tua mulher. 14*Se, porém, depois Caridade para com o próximo
ela não agradar ao teu coração, dei-
xá-la-ás livre, e não a poderás ven 9 9 *Se vires extraviados o boi ou
der por dinheiro, nem oprimir com U ít a ovelha do teu irmão, não
o teu poder visto que a humilhaste. passarás adiante, mas reconduzi-los-
Cap. X X I — 12. R a p a rá ... R apar os cabelos e cortar as unhas eram sinais de luto
e também de purificação..
13. Deporá o vestido, mostrando assim que quer abandonar o paganismo e a b raçar o
culto do verdadeiro Deus.
15. A quem aborrece, isto é, a quem consagra menos amor, abuso que se dava mui
tas vêzes naqueles tempos em que a poligam ia era permitida.
Cap. X X I I — 1. D o teu irmão, isto é, doutro israelita.
222 DEUTERONOMIO 22
-ás a teu irmão, 2*ainda que êste ir Leis relativas
mão não seja teu parente, nem tu à santidade do matrimônio
o conheças; levá-los-ás para tua casa, 13Se um homem casar com uma mu
e estarão junto de ti até que teu ir lher, e depois lhe ganhar aversão, 14e
mão os procure e os receba. sO mes procurar pretextos para a repudiar,
mo farás a respeito do jumento, e acusando-a de péssima reputação, e
do vestido, e de (outra) qualquer coi disser: Eu recebi esta mulher, e a-
sa de teu irmão, que se perdesse; se proximando-me dela, não a achei vir
a encontrares, não a desprezes como gem, 15seu pai e sua mãe a tomarão,
coisa alheia. 4*S e vires o jumento ou e levarão consigo as provas da sua
o boi de teu irmão caídos no cami virgindade aos anciãos da cidade que
nho, não voltarás os olhos para o la estão à porta, 10e o pai dirá: Eu dei
do, mas ajudá-lo-ás a levantá-los. minha filha por mulher a êste (h o
Proibição de simular sexo diferente
m em ), e porque êle lhe tem aversão,
17levanta-lhe uma péssima reputação,
5A mulher não se vestirá de homem chegando a dizer: N ão achei virgem
nem o homem se vestirá de mulher; a tua filha; e contudo eis as provas
porque aquêle que tal faz é abomi da virgindade de minha filha. E es
nável diante de Deus. tenderão a roupa diante dos anciãos
da cidade; 18e os anciãos daquela ci
Compaixão dade pegarão naquele homem e fá -
-lo-ão açoitar, 19condenando-o, além
°Se, indo pelo caminho, encontra disso a cem siclos de prata, que êle
res sôbre uma árvore ou na terra um dará ao pai da donzela, porque espa
ninho duma ave, e a mãe posta sôbre lhou uma péssima reputação contra
os filhinhos ou sôbre os ovos, não a uma virgem de Israel, e a terá por
apanharás com os filhos, 7mas a dei mulher, e não poderá repudiá-la du
xarás ir, tomando (em seguida) os rante todo o tempo da sua vida.
filhos, para que sejas bem sucedido, ^Porém, se o que êle opõe é verda
e vivas muito tempo. de, e a donzela não foi encontrada vir
Construção dos tetos das casas gem, “lançá-la-ão fora das portas da
casa de seu pai e os homens daquela
8Quando edificares uma casa nova, cidade a apedrejarão e ela morrerá,
farás um parapeito à roda do teto, porque cometeu um crime detestá
para que se não derrame sangue em vel em Israel, tendo caído em forni-
tua casa, e tu não sejas culpado se cação em casa de seu pai; e tu tirarás
alguém cair e se precipitar abaixo. o mal do meio de ti. 22Se um homem
dormir com a mulher de outro, mor
Várias proibições rerão ambos, isto é, o adúltero, e a
adúltera; e tirarás o mal (do m eio)
9Não semearás na tua vinha outra de Israel .
semente, para que a semente que lan 23Se um homem se tiver desposado
çaste e o que nasce da vinha, não se com uma donzela virgem, e achando-a
jam igualmente santificados. 10Não la algum na cidade, a desflorar, “ condu
vrarás com um boi e um asno junta- zirás um e outro à porta da cidade,
mente. nN ão te vestirás com vestido e serão apedrejados; a donzela, por
que seja tecido de lã e de linho. que, estando na cidade, não gritou; o
F ranjas sagradas homem, porque humilhou a noiva do
seu próximo, e tu tirarás o mal do
12Porás nas orlas da capa com que meio de ti. 25Mas se um homem encon
te cobrires uns cordõezinhos aos qua trar no campo uma donzela que está
tro cantos. desposada, e fazendo-lhe violência, a
8 - B íb lia Sagrada
226 DEUTERoNOMIO 25 - 27
vas muito tempo na terra que o Se adora o Senhor teu Deus. ME te
nhor teu Deus te der. 16Porque o banquetearás com todos os bens que
Senhor teu Deus abomina quem faz o Senhor teu Deus te tiver dado a ti
estas coisas, e detesta tôda a injus e à tua casa, tu e o Levita, e o es
tiça. trangeiro que está contigo.
Destruição dos Arnalecitas Dízimo trienal
17Lembra-te do que te fêz Amalec “ Quando tiveres acabado o dízimo
no caminho, quando saíste do Egito, de todos os teus frutos, no terceiro a-
18de como êle te saiu ao encontro, e no dos dízimos o darás ao Levita, e ao
matou os últimos do teu exército, que estrangeiro, e ao órfão e à viúva, pa
cansados ficavam atrás, quando tu es ra que comam dentro das tuas portas,
tavas consumido de fome e de fadiga, e se fartem ; 13e dirás na presença do
e êle não teve nenhum tem or de Deus. Senhor teu Deus: Eu tirei da mi
“ Quando, pois, o Senhor teu Deus nha casa o que te é consagrado, e dei-
te tiver dado descanso, e tiver sujei o ao Levita e ao estrangeiro, e ao
tado todas as nações circunvizinhas órfão e à viúva, como tu me orde
na terra que te prometeu, apagarás o naste, não transgredi os teus man
seu nome de debaixo do céu. Olha, damentos, nem me esqueci do teu pre
não o esqueças. ceito. 14Não comi dessas coisas no
meu luto, nem as separei para al
Ofertas das prirnicias gum uso impuro, e nada empreguei
2 fí 'Quando tiveres entrado na ter- delas em funerais. Obedeci à voz
ra de que o Senhor teu Deus do Senhor meu Deus, e fiz tudo co
está para te dar a posse, e fôres mo me ordenaste. 15Olha do teu san
senhor dela, e habitares nela, doma tuário e da excelsa morada dos céus,
rás as primícias de todos os teus fru e abençoa o teu povo de Israel, e a
tos, e as porás num cêsto, e irás ao terra que nos deste, como juraste a
lugar que o Senhor teu Deus tiver nossos pais, terra que mana leite e
escolhido, para que ai seja invocado mel.
o seu nome; *e te apresentarás ao Conclusão
sacerdote, que fôr naqueles dias, e
lhe dirás: Confesso hoje diante do Se 10O Senhor teu Deus ordenou-te
nhor teu Deus, que eu entrei na ter hoje que observes êstes mandamen
ra que êle jurou a nossos pais que tos e leis, e que os guardes e cum
nos daria. 4E o sacerdote, tomando pras de todo o teu coração e de tô
da tua mão o cêsto, o porá diante do da a tua alma. 17Tu escolheste hoje
altar do Senhor teu Deus; 5e dirás o Senhor, para ser o teu Deus, e pa
na presença do Senhor teu Deus: O ra andares pelos seus caminhos, e
Siro perseguia meu pai, o qual desceu observares as suas cerimônias, e as
ao Egito, e lá esteve como forasteiro, suas ordenações e leis, e para obede
tendo pouquíssimas pessoas consigo; ceres ao seu mando. 18E o Senhor
e tornou-se um povo grande e for escolheu-te hoje para que sejas um
te, e infinito em número. 6E os E- povo especial, como êle te declarou,
gípcios nos afligiram e nos perse e guardes todos os seus preceitos, 19e
guiram, impondo-nos cargas pesadís- êle te faça ilustre entre tôdas as na
simas; Te clamamos ao Senhor Deus ções que criou, para louvor, e hon
de nossos pais, o qual nos ouviu, e ra, e glória sua; a fim de que sejas
olhou para a nossa humilhação, e tra o povo santo do Senhor teu Deus,
balho, e angústia; 8e nos tirou do como êle disse.
Egito com mão forte e braço estendi Últimos discursos
do, com grande espanto, com sinais e Escrever a lei e erigir um altar
portentos; °e introduziu-nos neste lu
gar, e deu-nos esta terra que mana 0 7 xOra Moisés e os anciãos de Is-
leite e mel. 10E por isso eu ofereço “ • rael deram ordens, dizendo ao
agora as primícias dos frutos da ter povo: Observai todos os mandamen
ra que o Senhor me deu. E deixá- tos que eu vos prescrevo. 2E quan
-las-ás diante do Senhor teu Deus, e do, passado o Jordão, tiverdes entra
27 - 28 DEUTERONôMIO 227
do na terra que o Senhor teu Deus e sua mãe; e todo o povo dirá: As
te há de dar, levantarás umas pedras sim seja.
grandes, e as revestirás de cal, 3pa- ^Maldito o que transpõe os mar
ra que possas escrever sobre elas cos do seu proximo; e todo o povo
todas as palavras desta lei, depois dirá: Assim seja.
que tiveres passado o Jordão, para "M aldito o que faz um cego errar
entrares na terra que o Senhor teu no caminho; e todo o povo dirá: As
Deus te dará, terra que mana leite e sim seja.
mel, como êle jurou a teus pais. "M aldito o que perverte a justiça
4Quando, pois, tiverdes passado o Jor do estrangeiro, do órfão e da viúva;
dão, levantai as pedras que eu hoje e todo o povo dirá: Assim seja.
vos ordeno, sôbre o monte Hebal, e "M aldito o que dorme com a mu
as revestirás de cal; 5e edificarás aí lher de seu pal, e que levanta a co
um altar ao Senhor teu Deus com berta do seu tálamo; e todo o povo
pedras, que o ferro não tenha tocado, dirá: Assim seja.
6com pedras informes e por polir; 21Maldito o que peca com qualquer
e oferecerás sôbre êle holocaustos ao animal; e todo o povo dirá: Assim
Senhor teu Deus, 7e imolarás hóstias seja.
pacíficas, e alí comerás, e te regala "M aldito o que dorme com sua ir
rás diante do Senhor teu Deus. 8E mã, filha de seu pai, ou de sua mãe;
escreverás distinta e claramente sô e todo o povo dirá: Assim seja.
bre as pedras tôdas as palavras des "M aldito o que dorme com sua so-
ta lei. ra; e todo o povo dirá: Assim se-
Docilidade
1.
"M aldito o que fere o seu próxi
°Moisés e os sacerdotes da linha mo à traição; e todo o povo dirá:
gem de L evi disseram a todo o Israel: Assim seja.
Está atento, e ouve, ó Israel: hoje "M aldito o que recebe dádivas pa
tornaste-te o povo do Senhcr teu ra derramar o sangue dum inocente;
Deus; 10ouvirás a sua voz, e obser e todo o povo dirá: Assim seja.
varás os mandamentos e leis que eu "M aldito o que não conserva as
te prescrevo. palavras desta lei, e as não põe em
prática; e todo o povo dirá: Assim
Bênçãos e maldições sôbre seja.
os montes H ebal e Garizim Bênçãos prometidas
aos que observarem a lei
UE Moisés naquele (m esm o) dia
ordenou ao povo, dizendo: "Passa O fi *Ora se tu ouvires a voz do Se-
do o Jordão, estarão sôbre o monte nhor teu Deus, pondo em prá
de Garizim para abençoar o povo, tica e observando todos os seus man
êstes: Simeão, Levi, Juda, Issacar, Jo damentos, que eu hoje te prescrevo,
sé e Benjamim. o Senhor teu Deus te exaltará sô
13E estarão da outra parte sôbre o bre tôdas as naçôes que há na ter
monte Hebal para deitarem a mal ra. 2Tôdas estas bênçãos virão sô
dição estoutros: Ruben, Gad, e A - bre ti, e te alcançarão, contanto que
ser, e Zabulão, Dan e Neftali. 14E ouças os seus preceitos. 3Tu serás
os Levitas pronunciarão, e dirão em bendito na cidade, e bendito no cam
alta voz a todos os homens de Is po. 4Será bendito o fruto do teu ven
rael: tre, e o fruto da tua terra, e o fruto
"M aldito o homem que faz ima dos teus animais, as manadas dos
gem de escultura ou fundida, coisa bois, e os rebanhos das ovelhas.
abominável para o Senhor, obra das 5Benditos os teus celeiros, e bendi
mãos dos artífices, e a coloca num tas as tuas sobras. °Serás bendito ao
lugar escondido; e todo o povo res entrar e ao sair. 70 Senhor fará cair
ponderá, e dirá: Assim seja. na tua presença os teus inimigos, que
"M aldito o que não honra seu pai se levantam contra ti; êles virão con-
Cap. X X V I I I — 6. A o e n tra r e ao s a ir, isto é, no principio e no fim de tudo que em
preenderei;
228 DEUTERoNÔMIO 28
tra ti por um só caminho, e por sete te. 210 Senhor te pegue a peste, até
fugirão da tua presença. 80 Senhor que ela te consuma da terra em que
derramará a (sua) bênção sôbre os entrarás para a possuir. 22*0 Senhor
teus celeiros, e sobre tôdas as obras te fira com a pobreza, com febre e
das tuas mãos, e te abençoará na ter com frio, com calor e secura, e com
ra que receberes. 0O Senhor te fa ar corrompido e com ferrugem, e te
rá subsistir para êle como um povo persiga até que pereças.
santo, como êle te jurou, se observa ^O céu, que está por cirna de ti,
res os mandamentos do Senhor teu seja de bronze, e a terra, que pisas,
Deus, e andares nos seus caminhos. seja de ferro. 24Em lugar de chuva
10E todos os povos da terra verão que mande o Senhor sobre a tua terra
é invocado sôbre ti o nome do Se areia, e do céu caia cinza sobre ti até
nhor, e temer-te-ão. que sejas destruído. ^O Senhor te
“ O Senhor te fará cumular de to faça cair diante de teus inimigos; por
dos os bens, do fruto do teu ventre, um caminho saias contra êles, e por
e do fruto dos teus gados, do fruto sete fujas, e sejas disperso por todos
da tua terra, que o Senhor jurou a os reinos da terra. 26Sirva o teu ca
teus pais que te havia de dar. 120 dáver de pasto a tôdas as aves do
Senhor abrirá o seu ótimo tesouro, o céu e às feras da terra, e não haja
céu, para dar a seu tempo a chuva quem as afugente. 270 Senhor te cas
à tua terra; e abençoará tôdas as o- tigue com a úlcera do Egito, e (fira )
bras das tuas mãos. E tu empresta de sarna e de comichão aquela par
rás a muitas gentes, e de nenhum te do teu corpo por onde se lançam
receberás emprestado. 130 Senhor te os excrementos, de sorte que não pos
colocará à frente, e não na cauda; sas curar-te.
e estarás sempre de cima, e não de “ O Senhor te fira de loucura e de
baixo, contanto que ouças os manda cegueira e de frenesi, ^de sorte que
mentos do Senhor teu Deus, que ho andes às apalpadelas ao meio-dia co
je te prescrevo, e os observes e po mo um cego costuma andar às apal
nhas em prática, 14e não te desvies padelas nas trevas, e não acertes nos
dêles nem para a direita nem para teus caminhos. E em todo o tempo
a esquerda, nem sigas os deuses es sejas vítima da calúnia, e oprimido
tranhos, nem os adores. pela violência, e não tenhas quem te
Maldições contra os delinqiientes
livre. 30Recebas uma mulher, e ou
tro durma com ela. Edifiques uma
15Porém, se tu não quiseres ouvir casa, e não a habites. Plantes uma
a voz do Senhor teu Deus, para ob vinha, e outro a vindime. 810 teu
servar e pôr em prática todos os seus boi seja imolado diante de ti, e não
mandamentos e cerimônias, que eu comas dêle. O teu jumento te seja
hoje te prescrevo, virão sobre ti to arrebatado na tua presença, e não te
das estas maldições, e te alcançarão. seja restituído. As tuas ovelhas se
16Serás maldito na cidade, maldito no jam dadas aos teus inimigos, e não
campo. 17Maldito o teu celeiro, e mal haja quem te socorra.
ditas as tuas obras. 18Maldito o fru 32Os teus filhos e as tuas filhas se
to do teu ventre, e o fruto da tua jam entregues a outro povo, e vejam-
terra, as manadas dos teus bois, e os no os teus olhos, e desfaleçam de os
rebanhos das tuas ovelhas. 19Serás ver todo o dia, e não haja fôrça na
maldito ao entrar, e maldito ao sair. tua mão. 33Os frutos da tua terra, e
“ O Senhor mandará sôbre ti a fo todos os teus trabalhos coma-os um
me e a carestia, e a maldição sôbre povo que tu não conheces, e sejas
tôdas as obras que fizeres até te des sempre vítima da calúnia e oprimi
truir e exterminar dentro de pouco do todos os dias, 34e fiques fora de ti
tempo, por causa dos teus péssimos por causa do terror daquilo que os
desígnios, pelos quais me abandonas teus olhos hão de ver. 350 Senhor
22. Com ferrugem. A ferrugem é um a doença das plantas.
27. Aquela parte do teu corpo. .. H â aqui um a referência às doenças de pele vu lga
res no Oriente.
28 DEUTERONÔMIO 229
te fira com a chaga maligna nos joe tos da tua terra, até que pereças, e
lhos e nas pernas, e não possas ser não te deixará nem trigo, nem vinho,
curado, desde a planta do pé até ao nem azeite, nem manadas de bois,
alto da cabeça. nem rebanhos de ovelhas, até que te
30O Senhor te levará a ti e ao teu disperse, 52e te aniquile em tôdas as
rei, que tiveres estabelecido sôbre ti, tuas cidades, e sejam derribados, em
a uma nação que nem tu nem teus tôda a tua terra, os teus muros só
pais conhecem; e lã servirás a deuses lidos e altos, em que punhas a tua
estranhos, ao pau e à pedra. 37E es confiança. Serás sitiado dentro das
tarás perdido, tornando-te o ludibrio tuas portas em tôda a tua terra, que
e a fábula de todos os povos, onde o o Senhor teu Deus te dará; 53e come
Senhor te houver levado. “ Lançarás rás o fruto do teu ventre, e as car
muita semente à terra e recolherás nes dos teus filhos e de tuas filhas,
muito pouco, porque os gafanhotos que o Senhor teu Deus te tiver da
devorarão tudo. “ Plantarás a vinha, do, na angústia e desolação com que
e a cavarás, e não beberás o vinho, te oprimirá o teu inimigo.
nem dela colherás coisa alguma, 540 homem mais delicado dos teus,
porque será destruída pelos vermes. e o mais voluptuoso, terá inveja ao
40Terás oliveiras em tôdas as tuas ter próprio irmão e à (sua) mulher, que
ras, e não te ungirás com azeite, por repousa sôbre o seu seio, 55e não lhes
que (as oliveiras) cairão, e se perde dará das carnes de seus filhos, que
rão. 41Gerarás filhos e filhas, e não êle comerá, por não ter outra coisa
te gozarás dêles, porque serão leva no cêrco e na penúria, com que te a-
dos para a escravidão. 42Tôdas as fligirão os teus inimigos dentro de
tuas árvores e os frutos da tua terra tôdas as tuas portas.
consumí-los-á a ferrugem. 430 estran 56A mulher tenra e delicada, que
geiro, que vive contigo no país, le- não podia andar sôbre a terra, nem
vantar-se-á contra ti, e será mais fo r pousar nela a planta do pé, por causa
te; e tu descerás, e serás inferior. da sua excessiva brandura e delicade
44Êle te emprestará, e tu não lhe em za, recusará ao seu marido, que re
prestarás. Êle estará na cabeceira, pousa sôbre o seu seio, as carnes de
tu estarás na cauda. seu filho e de sua filha, 57e as secun-
45E tôdas estas maldições virão sô dinas, que sairão do seu ventre, e os
bre ti, e perseguindo-te, te alcança filhos que no mesmo momento lhe
rão, até que sejas destruído; porque nascerem; porque os comerão oculta
não ouviste a voz do Senhor teu Deus, mente pela falta de todas as coisas,
nem observaste os seus mandamentos no cêrco e na devastação, com que te
nem as cerimônias que êle te prescre oprimirá o teu inimigo dentro das
veu. 46E haverá perpètuamente em tuas portas.
ti e na tua posteridade sinais e pro 58Se não guardares e não puseres
dígios; "porque não serviste ao Se em prática todas as palavras desta
nhor teu Deus com gôsto e alegria lei, que estão escritas neste volume,
de coração, por causa da abundân e não temeres o seu nome glorioso e
cia de tôdas as coisas. terrível, isto é, o Senhor teu Deus,
“ Servirás o teu inimigo, que o Se 50o Senhor aumentará as tuas pragas
nhor enviará contra ti, com fome e e as pragas da tua descendência, pra
com sêde, com nudez e com falta de gas grandes e permanentes, doenças
tudo; e êle porá sôbre o teu pesco horríveis e incuráveis. “ E voltará
ço um jugo de ferro, até que te des contra ti todas as aflições do Egito,
trua. 40O Senhor fará vir sôbre ti de que temeste, e elas se agarrarão a ti.
longe, e das extremidades da terra, 61Além disso, o Senhor enviará so
uma nação, à semelhança da águia bre ti, até te destruir, tôdas as en
que voa impetuosamente, cuja lín fermidades e pragas, que não estão
gua tu não poderás compreender, escritas no livro desta lei; 62e fica
“ nação em extremo arrogante, que reis em pequeno número, vós que an
não terá respeito pelo velho, nem se tes, pela multidão, éreis como as es
compadecerá do menino. 51E devo tréias do céu, porque não ouviste a
rará o fruto dos teus gados, e os fru voz do Senhor teu Deus.
230 DEUTERONÔMIO 28 - 29
®E, assim como antes o Senhor se possam ouvir. 5Êle vos conduziu
comprazia em vós, fazendo-vos bem, quarenta anos pelo deserto; os vossos
e multiplicando-vos, assim se com- vestidos não se romperam, nem os
prazerá, perdendo-vos e destruindo- sapatos dos vossos pés se gastaram
vos, para serdes exterminados da com a velhice. 6Não comestes pão,
quela terra, em cuja posse estás pa nem bebestes vinho ou outro licor
ra entrar. "O Senhor te dispersará fermentado, para que soubésseis que
entre todos os povos, desde uma ex eu sou o Senhor vosso Deus. 7E che
tremidade da terra até à outra; e lá gastes a êste lugar; e Seon, rei de
servirás a deuses estranhos, que tu Hesebon, e Og, rei de Basan, mar
e teus pais ignoram, a paus e a charam contra nós para nos comba
pedras. 65Também não terás repou ter. E nós os derrotamos, 8e toma
so entre êstes povos, nem a planta mos o seu país, e o demos em posses
do teu pé terá descanso, porque o são a Ruben e a Gad e à meia tri
Senhor te dará ali um coração me bo de Manassés.
droso, e uns olhos lânguidos, e uma
alma consumida de tristeza. “ E a Israel deve guardar a aliança
tua vida estará como suspensa dian
te de ti. Temerás de noite e de dia, °Observai, pois, as palavras desta
e não acreditarás na tua vida. aliança, e cumpri-as, a fim de que
‘"Pela manhã dirás: Quem me dera compreendais tudo o que fazeis. 10Vós
a tarde? e à tarde: Quem me dera estais hoje todos diante do Senhor
a manhã? por causa do temor do teu vosso Deus, os vossos principes, as
coração, com que serás aterrado, e vossas tribos, e os anciãos, e os dou
por causa daquelas coisas que verás tores, e todo o povo de Israel, Uos
v o s s o s filhos e as vossas mulheres, e
com os teus olhos. “ O Senhor te re
conduzirá em navios ao Egito, pelo o estrangeiro que mora contigo no a-
caminho do qual êle te tinha dito campamento, exceto os que cortam
que não o verieis mais. L á sereis lenha, e os que acarretam água; xi(tu
vendidos aos vossos inimigos como es 6 Israel, estás diante do Senhor) pa
cravos e escravas, e não haverá quem ra entrar na aliança do Senhor teu
vos compre. Deus, e no juramento que o Senhor
teu Deus faz hoje contigo, 1#a fim de
Benefícios de Deus te escolher como seu povo, e êle pró
desde a saída do Egito até a prio ser o teu Deus, como te disse, e
conquista dos reinos de Seon e de Og como jurou a teus pais, Abraão, I-
saac, e Jacó. 14E não só convosco fa
OQ 7Estas são as palavras da alian- ço esta aliança, e confirmo êstes ju
ça que o Senhor mandou a ramentos, 15mas também com todos
Moisés que fizesse com os filhos de os presentes e ausentes.
Israel na terra de Moab, além da a-
liança que fêz com êles em Horeb. Ameaças contra os que violarem a
2E Moisés convocou todo o Israel, e aliança
disse-lhes: Vós vistes tudo o que o
Senhor fêz diante de vós na terra 16Vós sabeis de que modo habita
do Egito, a Faraó, e a todos os seus mos na terra do Egito, e como pas
servos, e a todo o seu reino, 3as gran samos pelo meio das nações, e ao pas
des provas que teus olhos viram, a- sá-las 17vistes as suas abominações e
quêles sinais e grandes prodígios, 4e torpezas, isto é, os seus ídolos, o pau
até o dia presente o Senhor não vos e a pedra, a prata e o ouro, que elas
deu um coração que entenda, nem adoravam.
olhos que vejam, nem ouvidos que 18Não haja entre vós homem ou
Cap. X X IX — 5. Os vossos vestidos. . . Deus operou êstes milagres no deserto em f a
vor dos Israelitas.
6. N ã o comestes p ã o .. . E m bora os Israelitas tivessem usado algum as vêzes o p&o
e o vinho, todavia Moisés quer-lhes lem brar que a sua comida ordinária foi o maná, e
a sua bebida ordinária foi a água, que Deus miraculosamente lhes proporcionou.
9. A fim de que com preendais... o hebreu diz: A fim de que sejais , bem sucedidos
em tudo o que fizerdes.
29 - 30 DEUTERONOMIO 231
mulher, fam ília ou tribo, cujo cora festas são para nós e para os nossos
ção esteja hoje apartado do Senhor filhos perpètuamente, para que po
nosso Deus, de modo que vã servir os nhamos em prática tôdas as palavras
deuses daquelas nações, e seja en desta lei.
tre vós uma raiz que produza fe l e
amargura, 10e que, quando ouvir as Deus reconduzirá ao seu pais
palavras dêste juramento, se lisonjeie Israel arrependido
no seu coração, dizendo: Eu terei
paz, e andarei na depravação do meu OA guando, pois, vierem sôbre ti
coração; e a (ra iz) embriagada ab tôdas estas coisas, a bênção
sorva a sequiosa, “ e o Senhor lhe ou a maldição, que eu pus diante de
não perdoe, mas se inflame então ti, e tu, tocado de arrependimento
mais o seu furor e zêlo contra aquê- no teu coração no meio de tôdas as
le homem, e se ponham sobre êle nações, entre as quais o Senhor teu
tôdas as maldições, que estão escri Deus te tiver espalhado, 2voltares pa
tas neste livro, e o Senhor apague o ra êle, e obedeceres aos seus man
seu nome de debaixo do céu, 21e exter damentos, tu e os teus filhos, com to
mine para sempre de tôdas as tribos do o teu coração, e com tôda a tua
de Israel, conforme as maldições que alma, como eu hoje te ordeno, 3o Se
estão contidas no livro da lei e da nhor teu Deus te fará voltar do teu
aliança. cativeiro, e se compadecerá de ti, e
22E dirá a geração vindoura, e os te reunirá de novo do meio de to
filhos que nascerem depois de vós, e dos os povos, no meio dos quais te ti
os estrangeiros que vierem de longe, nha espalhado. 4Ainda que tivesses
ao ver as pragas desta terra e as sido lançado para as extremidades do
doenças, com que o Senhor a tiver a- céu, daí te ürará o Senhor teu Deus,
fligido, 23abrasando-a com enxôfre e 5e te tomará, e te introduzirá na ter
ardor de sal, de modo que se não se ra que teus pais possuiram, e tu &
meie jamais, nem se crle nela verdu alcançarás; e, abençoando-te, fará
ra, à semelhança da destruição de ue sejas em m aior número do que
Sodoma e Gomorra, de Adama e Se- ? oram teus paia
boim, que o Senhor destruiu na sua 0O Senhor teu Deus circundará o
ira e furor; Me dirão tôdas as nações: teu coração, e o coração da tua des
Por que é que o Senhor fêz assim a cendência, para que ames o Senhor
esta terra? Que ira imensa é esta teu Deus de todo o teu coração e de
do seu furor? tôda a tua alma, a fim de que pos
“ E lhes será respondido: Porque a- sas viver. 7E êle fará cair todas es
bandonaram o pacto que o Senhor ti tas maldições sôbre os teus inimigos,
nha feito com os seus pais, quando e sôbre os que te aborrecem e te per
os tirou da terra do Egito; xe servi seguem. ‘‘Tu, porém, voltarás, e ou
ram a deuses estranhos, e adoraram virás a voz do Senhor teu Deus, e ob
deuses que não conheciam e aos quais servarás todos os mandamentos, que
não estavam obrigados a submeter- eu hoje te prescrevo; °e o Senhor teu
se; 27por isso o furor do Senhor se Deus te encherá de bens em tôdas
acendeu contra esta terra, para fazer as obras das tuas mãos, no fruto do
vir sobre ela tôdas as maldições que teu ventre, e no fruto dos teus gados,
estão escritas neste livro; “ e os ex na fecundidade da tua terra, e na a-
pulsou da sua terra com ira e furor, bundãncia de tôdas as coisas. Porque
e com a maior indignação, e os ati- o Senhor tornará a comprazer-se em
rou para uma terra estrangeira, co ti, curnulando-te de todos os bens, co
mo hoje se vê. *>As coisas ocultas rno êle se comprazeu em teus pais,
são do Senhor nosso Deus, as mani1 9 10contanto todavia que tu ouças a voz
19. E a (r a iz ) e m b r i a g a d a a b s o r v a a s e q u i o s a . Ê um a frase de difícil interpretação, que
parece significar: E o p e c a d o r p e r v e r t a o i n o c e n t e .
Cap. X X X — 1. A profecia que se encerra neste capitulo sòmente será plenamente cum
prida no fim dos tempos, quando os Israelitas se converterem a Jesus Cristo e entrarem na
Ig re ja Católica.
6. C i r c u n c i d a r d o t e u c o r a ç ã o , isto ê, p u rificã-lo-á de tôda a imperfeição.
232 DEUTERONoMIO 30 - 31
do Senhor teu Deus, e observes os te tendo-me dito o Senhor: Tu não
seus preceitos e cerimônias, que estão passarás êste Jordão. 30 Senhor teu
escritas nesta lei, e te voltes para o Deus passará, pois, diante de ti; êle
Senhor teu Deus de todo o teu cora mesmo exterminará diante de ti tô-
ção, e de toda a tua alma. das estas nações, e tu as possuirás,
Facilidade em observar a lei
e êste Josué passará adiante de ti,
como o Senhor disse. 4E o Senhor
11Êste mandamento, que eu hoje te fará a êstes povos, como fêz a Seon
intimo, não está sobre ti, nem lon e a Og, reis dos Amorreus, e ao seu
ge de ti, “ nem está pôsto no céu, de país, e os exterminará. 5Quando êle,
sorte que possas dizer: Qual de nós pois, tiver também entregado êstes,
pode subir ao céu, para que no-lo tra vós lhes fareis como vos ordenei.
ga, e o ouçamos e o ponhamos por °Procedei varonilmente, e tende co
obra? 13Nem está da banda de além ragem; não temais nem vos atemori
do mar, para que te desculpes, e di zeis à vista dêles, porque o Senhor
gas: Qual de nós poderá passar o teu Deus é êle mesmo o teu guia, e
mar, e trazer-no-lo, para que possa não te deixará, nem te desamparará.
mos ouvi-lo, e cumprir o que nos é 7E Moisés chamou Josué, e disse-
mandado? 14Mas êste mandamento lhe diante de todo o Israel: Tem â-
está perto de ti, está na tua bôca nimo, e sê forte, porque tu hás de
e no teu coração, para o cumprires. introduzir êste povo na terra que o
Fm face da vida e da morte Senhor jurou a seus pais que lhes
havia de dar, e tu a repartirás por
15Considera que eu hoje te pus dian sorte. 8E o Senhor, que é o vosso
te de ti a vida e o bem, e doutra guia, êle mesmo será contigo; não
parte, a morte e o mal, 16para que a- te deixará, nem te desamparará; não
mes o Senhor teu Deus, e andes nos temas, nem te assustes.
seus caminhos, e guardes os seus man
damentos e cerimônias e ordenações, Moisés entrega a lei aos Fevitas
e para que vivas, e êle te multipli 9Escreveu, pois, Moisés esta lei, e a
que e te abençoe na terra em que en entregou aos sacerdotes filhos de Le-
trarás para a possuir. 17Se, porém, vi, que levavam a arca da aliança
0 teu coração se afastar, e não quise do Senhor, e a todos os anciãos de
res obedecer, e seduzido pelo êrro a- Israel. 10E ordenou-lhes, dizendo:
dorares os deuses estranhos, e os ser Todos os sete anos, no ano da remis
vires, 18eu te profetizo nêste dia que são, na solenidade dos tabernáculos,
perecerás, e que pouco tempo mora "quando todos os filhos de Israel se
rás na terra que, passado o Jordão, juntarem para aparecer diante do Se
entrarás a possuir. 19Eu chamo ho nhor teu Deus, no lugar que o Se
je por testemunhas o céu e a terra, nhor tiver escolhido, lerás as pala
em como vos propus a vida e a mor vras desta lei diante de todo o Israel,
te, a bênção e a maldição. Escolhe, o qual ouvirá, "estando congregado
pois, a vida, para que vivas tu e a todo o povo num mesmo lugar, tan
tua posteridade, ^e ames o Senhor to homens, como mulheres, meninos,
teu Deus, e obedeças à sua voz, e e estrangeiros, que estão dentro das
permaneças unido a êle (porque é a tuas portas, para que, ouvindo, a-
tua vida e a origem dos teus lon prendam, e tèmam o Senhor vosso
gos dias), a fim de que habites na Deus, e guardem e cumpram tôdas as
terra que o Senhor jurou a teus pais palavras desta lei; 13e para que tam
Abraão, ísaac e Jaco, que lhes havia bém seus filhos, que agora (as.) ig
de dar. noram, (as) possam ouvir, e temam
Despedidas de Moisés
o Senhor seu Deus durante todos os
Josué sucessor de Moisés
dias que viverem na terra, da qual,
passado o Jordão, ides tomar posse.
01 ^ o i Moisés, pois, e declarou tô-
Deus sanciona a autoridade de Josué,
das estas palavras a todo o
e manda Moisés escrever um cântico
Israel, 2e disse-lhes: Eu estou hoje
com a idade de cento e vinte anos, 14E o Senhor disse a Moisés: Eis
já não posso ir e vir, principalmen que se avizinham os dias da tua mor-
31 - 32 DEUTERONôMIO 233
te; chama Josué, e apresentai-vos no O livro da lei deve ser posto na arca
tabernáculo do testemunho, para eu
lhe dar as minhas ordens. Foram, 24Quando, pois, Moisés acabou de
pois, Moisés e Josué, e apresentaram- escrever num livro as palavras desta
se no tabernáculo do testemunho, 15e lei, 25ordenou aos Levitas, que leva
o Senhor apareceu ali na coluna de vam a arca da aliança do Senhor, di
nuvem, a qual parou à entrada do zendo: 26Tomai êste livro, e ponde-o
tabernáculo. 16E o Senhor disse a ao lado da arca da aliança do Se
Moisés: Eis que vais dormir com teus nhor vosso Deus, para aí servir de
pais, e êste povo levantando-se se testemunho contra ti. 27Porque eu
prostituirá a deuses estranhos na ter conheço a tua obstinação e a gran
ra, em que entra para habitar nela; de dureza da tua cerviz. Ainda v i
ali me abandonará, e violará o pacto vendo eu, e andando convosco, vos
que fiz com êle. 17E o meu furor se portastes sempre obstinados contra o
acenderá naquele dia contra êle; e Senhor; quanto mais depois que eu
eu o abandonarei, e esconderei dêle m orrer?
a minha face, e êle será devorado; Introdução ao cântico de Moisés
sôbre êle cairão todos os males e a-
flições, de tal modo que dirá naque 28Reuni junto de mim todos os an
le dia: Verdadeiramente porque Deus ciãos de cada uma das vossas tribos,
não está comigo, me vieram êstes e os doutores, e eu pronunciarei dian
males. 18E eu esconderei e oculta te dêles estas palavras, e invocarei
rei a minha face naquele dia, por contra êles o céu e a terra, 29porque
causa de todos os males que êle fêz, sei que depois da minha morte pro
por ter seguido deuses estranhos. cedereis iniquamente, e que depres
19Agora, pois, escrevei para vós êste sa vos afastareis do caminho que eu
cântico, e ensinai-o aos filhos de Is vos prescrevi; e vos sobrevirão ca
rael, para que êles o saibam de cór, lamidades nos últimos tempos, quan
e o cantem, e êste cântico me sirva do fizerdes o mal diante do Senhor,
de testemunho entre os filhos de Is irritando-o com as obras das vossas
rael. “ Porque eu o introduzirei na mãos. “ Moisés, pois, pronunciou e
terra que prometí com juramento a recitou até ao fim as palavras dêste
seus pais, terra que mana leite e cântico, ouvindo-o todo o ajunta
mel. E, depois que tiverem comido, mento de Israel.
e se tiverem fartado e engordado,
voltar-se-ão para deuses estranhos e Exórdio
os servirão; e falarão contra mim, e OO 2Ouvi, o céus, o que vou dizer,
violarão o meu pacto. 21E, depois ouça a terra as palavras da
que tiverem caído sôbre êle muitos minha boca.
males e aflições, deporá contra êle 2Cresça como chuva a minha dou
como testemunha êste cântico, o qual trina, espalhe-se como orvalho a mi
não será tirado por nenhum esque nha palavra, como aguaceiros sôbre a
cimento da bôca da sua posteridade. erva, e como gotas de água sôbre a
Porque eu conheço os seus pensamen verdura. 3Porque eu invocarei o no
tos, e o que êle há de fazer hoje, me do Senhor; dai glória ao nosso
antes que eu o introduza na terra Deus.
que lhe prometí. 22Moisés, pois, es
creveu o cântico, e ensinou-o aos f i Fidelidade de Deus e ingratidão de
lhos de Israel. 23E o Senhor ordenou Israel
a Josué, filho de Nun, e disse-lhe:
Tem coragem e sê forte, porque tu 4As obras de Deus são perfeitas, e
introduzirás os filhos de Israel na todos os seus caminhos são justos.
terra que eu lhes prometí, e eu serei Deus é fiel, e sem nenhuma iniqüi-
contigo. dade; êle é justo e reto.
Cap. X X X I — 28. Invocarei contra êles, isto é, tomarei como testemunhas diante dêles.
Cap. X X X II. 1. O cântico de Moisés ê um a das páginas mais belas da S agrada E s -
critura. Mesmo sob o ponto de vista literário não se encontra composição comparável
em qualquer literatura humana.
234 DEUTERONOMIO 32
“Pecaram contra êle os não seus e grosso, abandonou a Deus seu Cria
filhos com suas imundicies: geração dor, e afastou-se de Deus sua salvação.
depravada e perversa. 5 67*Ê êste o a- 16Provocaram-no com deuses estra
gradecimento que dás ao Senhor, po nhos, e excitaram-no à ira com as
vo louco e insensato? N ão é êle teu suas abominaçôes. 17Sacrificaram aos
Pai, que te possuiu, que te fêz e te demônios e não a Deus, a deuses que
criou? desconheciam; vieram deuses novos e
7Lembra-te dos dias antigos, con recentes, que seus pais não tinham
sidera cada uma das gerações; inter adorado. 18Abandonaste o Deus que
roga teu pai, e êle te contará: os te gerou, e esqueceste-te do Senhor
teus avós, e êles te dirão. teu Criador.
Beneficio» que Israel recebeu de Deus Indiffnação de Deus
8Quando o Altíssimo dividiu as na 10O Senhor viu (is to), e acendeu-se
ções, quando separou os filhos de A- em ira, porque o provocaram seus f i
dão, fixou os limites dos povos se lhos e filhas. “ E disse: Eu escon
gundo os números dos filhos de derei dêles a minha face, e verei
Israel. 9A porção, porém, do Senhor qual será o seu fim, porque é uma
é o seu povo; Jacó é a corda da sua geração perversa, e (sao) uns filhos
herança. 10*(O Senhor) encontrou-o infiéis. “ Êles provocaram-me com o
numa terra deserta, num lugar hor que não era Deus, e irritaram-me
roroso, e de vasta solidão; cercou-o com as suas vaidades; e eu os pro
e instruiu-o; e guardou-o como as vocarei com um que não é povo, e os
meninas dos olhos. nComo a águia irritarei com uma nação insensata.
que provoca seus filhos a voar, e
esvoaça sobre êles, (assim o Senhor) Efeitos d a Indiffnação de Deus
estendeu as suas asas e o tomou, e 22Um fogo se acendeu no meu fu
o levou sôbre seus ombros. 12*Só o Se ror, e arderá até ao fundo da habi
nhor foi o seu guia, e não estava com tação dos mortos, e devorará a terra
êle deus algum estranho. com todos os seus germes, e abrasa-
13Êle o estabeleceu sôbre uma terra rá os fundamentos das montanhas.
elevada, para que comesse os frutos “ Eu acumularei os males sôbre ê-
dos campos, para que sugasse o mel les, e empregarei contra êles tôdas as
(que saía) da pedra, e o azeite (que minhas setas. 24Serão consumidos pe
saía) do rochedo duríssimo. 14*A la fome, e as aves os devorarão com
manteiga das vacas, e o leite das o- as suas mais cruéis mordeduras; man
velhas, com a gordura dos cordeiros, darei contra êles os dentes das fe
e dos carneiros filhos de Basan, ras, com o furor dos (répteis) que
e dos cabritos, com a flo r de fa ri se revolvem e arrastam sôbre a ter
nha do trigo, e para que bebesse o ra.
mais puro sangue da uva. “ Por fora os devastará a espada,
Ingratidão de Israel e por dentro (será) o terror: o man-
cebo e juntamente a virgem, a crian
15Mas o amado engordou e recal- ça de leite e o velho.
citrou; tendo-se tornado gordo, cheio 26Eu disse: Onde estão êles? Farei
5. o s n ã o s e u s f i l h o s . Os Israelitas n&o mereciam o nome de filhos de Deus, a quem
tanto ultrajavam .
7. C o n s i d e r a c a d a u r n a das g e ra ç õ e s . O riginal: C o n s id e r a os anos das g e ra ç õ e s pas-
sadas.
9. A c o r d a d a s u a h e r a n ç a , isto é, a parte do Senhor.
13. o m e l (que s a ía ) d a p e d i a . N a Palestina h á muitos enxames em estado selvático,
que depõem o mel nas fendas dos rochedos. — A z e i t e (que s a ía ) d o r o c h e d o d u r í s s i m o . Ê
um a referência ao fato de a oliveira, na Palestina, se desenvolver nos m ais duros terrenos.
14. F i l h o s d e B a s a n , isto é, nascidos em Basan.
21. C o m o q u e n ã o e r a D e u s , com os ídolos. — E e u o s p r o v o c a r e i . . . adotando p a ra
meu povo os pagãos, os quais, em bora não sejam o p o v o por excelência, receberão as bên
çãos prometidas a Israel. São Pau lo aplica êste texto à conversão dos Gentios, que ocupa
rão o lu gar dos Judeus incrédulos.
32 DEUTERONÔMIO 235
desaparecer a sua memória dentre os viver; firo e curo, e não -há quem pos
homens. ^Mas diferi (executar isto) sa tirar da minha mão (coisa algu
por causa da arrogância dos inimigos; m a) .
para que os seus inimigos se não en-
soberbecessem, e dissessem: Foi a Juramento do Senhor
nossa mão poderosa, e não o Senhor “ Levantarei a minha mão ao céu,
que fêz tôdas estas coisas. e direi: Eu vivo eternamente. “ Se
eu afiar como o raio a minha espa
Loucura dos inimigos de Israel da, e a minha mão tomar a justiça,
aE uma nação sem conselho e sem eu me vingarei dos meus inimigos, e
prudência, ^ x a l ã que êles tivessem darei o pago aos que me aborrecem.
sabedoria e compreendessem, e pre- “ Embriagarei de sangue as minhas
vissem o fim (que os espera) ! setas, do sangue dos mortos e dos pri
“ Como pode ser que um persiga sioneiros, e a espada devorará as car
mil, e dois ponham em fuga dez m il? nes da cabeça rapada dos inimigos.
N ão é isto, porque o seu Deus os
vendeu, e o Senhor os fechou? “ P or Conclusão
que o nosso Deus não é como os deu “ Louvai, ó gentes, o seu povo, por
ses dêies, e os nossos inimigos são que êle vingará o sangue dos seus
os juizes. “ A sua vinha vem da v i servos, e tomará vingança dos seus
nha de Sodoma, e dos subúrbios de inimigos, e será propício à terra do
Gomorra; a sua uva é uva de fel, e seu povo.
os seus cachos, amargosíssimos. “ O
seu vinho é fel de dragões, e veneno N ão esquecer êste cântico
incurável de áspides. “ Porventura
não estão guardadas estas coisas jun 44Foi, pois, Moisés, e proferiu tô-
to de mim, e seladas nos meus tesou das as palavras dêste cântico aos ou
ros? “ A mim pertence a vingan vidos do seu povo, e vcom êle estava
ça e. eu lhes darel o pago a seu tem Josué, filho de Nun. " E acabou tô-
po, para que o seu pé resvale; está das estas palavras, falando a todo o
próximo o dia da (sua) perdição, e Israel. *°E disse-lhes: Aplicai os vos
os tempos (dela) se apressam a che sos corações a tôdas as palavras que
gar. eu hoje vos testifico, para que reco
mendeis a vossos filhos que guardem
Futuro juízo de Deus e prauquem e cumpram tôdas as coi
“ O Senhor julgará o seu povo, e se sas que estão escritas nesta lei; "p or
compadecerá dos seus servos; (p o r que não foi em vão que vos foram
que) verá que a sua mão está sem preceituadas, mas para que cada um
fôrça, e que também os que estavam de vós ache nelas a vida, e, pondo-as
fechados desfaleceram, e que os que em prática, moreis por longo tempo
tinham ficado foram consumidos. 37E na terra que, passado o Jordão, ides
dirá: Onde estão os seus deuses, nos possuir.
quais tinham (pôsto a sua) confian Deus ordena a .Moisés que suba ao
ça? “ De cujas vítimas comiam a monte Nebo
gordura, e bebiam o vinho das suas li-
bações; levantem-se, e venham em "E o Senhor no mesmo dia falou
vosso socorro, e protejam-vos na a Moisés, dizendo: ^ o b e a êste mon
(vossa) necessidade. te de Abarim, isto é, das passagens,
“ Vêde que sou eu só (o verdadeiro ao monte Nebo, que está na terra
Deus), e que não há outro Deus fo de Moab, defronte de Jericó; e con
ra de mim; eu faço morrer, e faço 3 2
1
0 templa a te ria de Canaã, cuja posse
30. o s fechou nas mãos dos seus inimigos.
31. São os juizes, porque sabem por experiência que o Deus de Israel é superior aos
seus idolos.
32. A sua v in h a ... São como urna vinha da região desolada de Sodoma e Gom orra, e
«eguem a depravaç&o destas duas cidades.
41. Se eu afiar, etc., isto é, se eu tornar a minha espada penetrante corno um ralo.
236 DEUTERONOMIO 32 - 33
darei aos filhos de Israel, e m orre terão por êle, e êle será o seu pro
rás sôbre 0 monte. “ E, tendo subi tetor contra os seus adversários.
do a êste (m o n te ), irás uni.r-te aos Levi
teus povos, como teu irmão Arão
morreu sôbre o monte Hor, e se foi 8E de L evi disse: A tua perfeição e
unir ao seu povo; “ porque vós pre a tua doutrina (6 D e m ) são (confia
varicastes contra mim no meio dos das) ao teu homem santo, que tu
filhos de Israel nas águas da contra rovaste na tentação, e julgaste nas
dição, em Cades, no deserto de Sin; guas da contradição. 9Que disse a
e não me santificastes entre os filhos seu pai e a sua mãe: Eu não vos co
de Israel. 52Tu verás defronte de ti nheço; e aos seus irmãos: Eu não sei
a terra que eu darei aos filhos de quem vós sois; e não atendeu aos
Israel, mas não entrarás nela. seus próprios filhos. Êstes observa
ram a tua palavra, e guardaram o
Bênção profética de Moisés
às tribos de Israel
teu pacto. 10(Ensinaram ) os teus juí
zos a Jacó, e a tua lei a Israel, ofe
99 ^ s t a é a bênção, com a qual receram incensos no (tem po do) teu
** ** Moisés, homem de Deus, aben furor, e o holocausto sobre o teu
çoou os filhos de Israel, antes da altar. “ Abençoa, ó Senhor, a sua ior-
sua morte. 2Êle disse: taleza, e aceita as obras das suas
O Senhor veio do Sinai, e levan- mãos. Fere as costas dos seus inimi
tou-se para nós de Seir, apareceu gos, e não se levantem os que o
do Monte Faran, e com êle milha aborrecem.
res de santos. N a sua direita uma Benjamim
lei de fogo.
3Êle amou os povos; todos os san 12E de Benjamim disse: O muito
tos estão na sua mão; e os que..se amado do Senhor habitará com êle
Aproximam de seus pés, receberão confiadamente, estará todo o dia co
da sua doutrina. mo em tálamo nupcial, e repousará
4Moisés deu-nos a lei, herança da entre os seus braços.
multidão de Jacó. 5Será rei junto do José
povo retíssimo, estando congregados
os príncipes do povo com as tribos 13Disse também a José: A sua terra
de Israel. seja abençoada pelo Senhor, com os
Buben
frutos do céu e com o orvalho, e
(com as aguas) do abismo que está
°Viva Ruben, e não morra, mas se debaixo. “ Com os frutos produzidos
ja em pequeno número. por virtude do sol e da lua, 1S(com
Judá os frutos que provêm ) do cimo dos
montes antigos, e com os frutos das
7Esta é a bênção de Judá: Ouve, ó colinas eternas, 16e com os frutos da
Senhor, a voz de Judá, e introdú-lo terra e com tôda a sua abundância.
no seu povo; as suas mãos comba A bênção daquele que apareceu na
Cap. X X X I I I — 2. U r n a l e i d e f o g o . H á nestas palavras um a alusão aos trovões e re
lâm pagos que acom panharam a prom ulgação da lei.
6. M a s s e j a e m p e q u e n o n ú m e r o . Moisés confirm a as p alavras de Jacó: N ã o c r e s ç a s .
7. Judá, a quem tinha sido promovido o principado, é apresentado como um guerreiro
que vai à frente do seu povo e o conduz à vitória.
8. A o t e u h o m e m s a n t o , isto é, a Levi representado em Arão.
9. Q u e d i s s e a s e u p a i , etc. Neste versículo alude-se ao zêlo m anifestado pela tribo
de Levi quando vingou o ultraje feito a Deus pela adoração do bezerro de ouro, sem
atender aos vínculos da carne e do sangue.
12. M u i t o a m a d o n o S e n h o r . Deus tem a Benjam im um am or especial, porque é no
território da sua tribo que quer o sèu templo. — H a b i t a r á c o m ê l e , isto é, junto do tem
plo onde reside a m ajestade do Senhor.
13. C o m o s f r u t o s d o c é u . H ebreu: Com o s d o n s p r e c i o s o s d o c é u , que são o orvalho
e as chuvas.
16. N a z a r e n o , isto é, separado.
33 DEUTERoN OMIO 237
sarça, (desça) sobre a cabeça de José, N eítali
e sôbre o alto da cabeça daquele que
é Nazareno entre seus irmãos. 17A sua aE a N eftali disse: N eftali gozará
beleza é como a do primogênito do da abundância, e será cheio das bên
touro, as suas pontas (símbolo da çãos do Senhor; possuirá o mar e o
fôrça ) são pontas do rinoceronte; meio-dia.
com elas levantará ao ar as gentes até Aser
às extremidades da terra. Tais são 24Disse também a Aser: Bendito se
as multidões de Efraim, e tais são ja Aser entre os filhos (de Jacó).
os milhares de Manassés. Seja querido a seus irmãos, e banhe
com azeite o seu pé. “ O ferro e o
Zabulão e Issacar bronze será seu calçado, como os dias
18E a Zabulão disse: Alegra-te, Za da tua juventude, assim seja também
bulão, na tua saída, e tu, Issacar, nas a tua velhice.
tuas tendas. 19Êles chamarão os po Grandeza de Deus e felicidade de Israel
vos ao monte; ai imolarão vitimas de
justiça. Êies chuparão como leite as “ Não há outro Deus, como 6 Deus
riquezas do mar, e os tesouros escon do povo retíssimo. O teu protetor
didos nas areias. (6 Israel) é aquêle que sobe aos céus.
Pela sua magnificênciá correm as
Gad nuvens. “ A sua habitação é lá no
alto, e cá em baixo estão os seus bra
“ E a Gad disse: Bendito Gad na ços eternos. Êle expulsará da tua
vastidão (da sua partilha) , êle re presença o inimigo, e dirá: Sê redu
pousou como um leão, e despedaçou zido a pó. “ Israel habitará com se
o braço e a cabeça (da prêsa). “ Êle gurança e só. A vista de Jacó (pou
viu a sua primazia, porque na sua sara) sôbre uma terra fecunda em
parte devia repousar um doutor; êle pão e vinho, e os céus se escurecerão
andou com os príncipes do seu povo, com o orvalho.
e cumpriu as justiças do Senhor, e “ Bem-aventurado sejas tu, ó Israel.
o seu juízo com Israel. Quem é semelhante a ti, ó povo, que
Dan tens a tua salvação no Senhor? Ele
é o escudo do teu socorro, e a espa
22Disse também a Dan: Dan, cachor da da tua glória; os teus inimigos
ro de leão, estender-se-ã largamente hão de negar-te, e tu calcarás os seus
desde Basan.19
*2
8
7 pescoços.
17. A sua b e le z a . E fraim , primogênito de José, é comparado a um touro cheio de
fôrça. — T a i s s ã o a s m u l t i d õ e s d & E f r a i m . .. Moisés prediz- que E fra im será. muito mais
numeroso e mais forte que Manassés.
18. N a t u a s a í d a , nas tuas excursões comerciais, com os Fenicios. — N a s t u a s t e n d a s .
Issacar, entregando-se à agricultura, viverá mais junto de sua casa.
21. É l e v i u a s u a p r i m a z i a . Hebreu: É l e e s c o l h e u a s p r i m í c i a s d o s e u p a i s , porque
obteve um a das primeiras províncias conquistadas por Israel. — D e v i a r e p o u s a r u m d o u t o r ,
isto é, Moisés, cujo corpo foi sepultado além do Jordão, onde G ad tinha o seu território. —
A n d o u c o m o s p r ín c ip e s d o s e u p o v o . G ad h avia de juntar-se aos chefes do. povo p a ra a
conquista da terra prometida, atravessando com êles o Jordão. Moisés apresenta como
já realizado um acontecimento que ainda estava para se dar. — C u m p r i u a s j u s t i ç a s d o
S e n h o r , isto é, cumpriu o que tinha prometido (N u m ., X X X II, 25-27). — E o s e u j u í z o , isto
é, o juízo do exterminio pronunciado por Deus contra os Cananeus. G ad tomou parte
na execução dêste juízo de Deus.
22. C a c h o r r o d e l e ã o , símbolo da fô rça guerreira.
24. B a n h e c o m a z e i t e o s e u p é . A ser possuirá um a região muito fértil em oliveiras,
de modo que, tendo azeite em abundância, poderá ungir com êle não só os pés dos seus
hóspedes, m as também os seus próprios.
27. C d e m b a i x o e s t ã o o s s e u s b r a ç o s e t e r n o s . Deus h abita no céu e ao mesmo tem
po na terra, defendendo Israel com o seu poder.
28. E o s c é u s s e e s c u r e c e r ã o c o m o o r v a l h o , isto é, deixarão cair o orvalho êm grande
abundância.
29. H ã o d e n e g a r - t e . H ebreu: M e n t i r ã o d i a n t e d e t i , isto é, adular-te-ão, fingindo-se
teus amigos, visto não poderem vencer-te pela fôrça.
238 DEUTERONOMIO 34
Moisés sôbre o monte Nebo lhe diminuiu, nem os dentes se lhe
abalaram. 8E os filhos de Israel o
^ubiu, pois, Moisés das planí- choraram na planície de Moab duran
cies de Moab, ao monte Nebo, te trinta dias; e completaram-se os
ao alto de Fasga, defronte de Je dias do pranto dos que choravam
rico; e o Senhor mostrou-lhe toda Moisés.
a terra de Galaad até Dan, 2e todo
o Neftali, e a terra de Efraim e de Josué sucede-lhe
Manasses, e toda a terra de Judá até
ao mar extremo, 3e a parte meridio 9E Josué, filho de Nun, foi cheio
nal, e a espaçosa campina de Jericó, do Espirito de sabedoria, porque M oi
(que é a ) cidade das palmeiras, até sés lhe tinha imposto as suas mãos.
Segor. 4E o Senhor disse-lhe: Esta E os filhos de Israel obedeceram-lhe,
é a terra pela qual jurei a Abraão, e fizeram como o Senhor tinha man
Isaac e Jacó, dizendo: Eu a darei à dado a Moisés.
tua posteridade. Tu a viste com os
teus olhos, mas não entraras nela. Elogio de Moisés
contigo. 8E tu, manda aos sacerdo simas, as quais vós colocareis no lu
tes que levam a arca da aliança, e gar do acampamento, em que esta
dize-lhes: Quando tiverdes entrado noite haveis de plantar as tendas.
e m p a rte da água do Jordão, parai aí. 4Chamou pois Josué os doze homens,
•E Josué disse aos filhos de Israel: ue tinha escolhido entre os filhos
Aproximai-vos, e ouví a palavra do e Israel, um de cada tribo, 5e disse-
Senhor vosso Deus. 10E acrescentou: lhes: Ide adiante da arca do Senhor
P or isto conhecereis que o Senhor, o vosso Deus ao meio do Jordão, e tra
Deus vivo, está no meio de vós, e ex zei de lá cada um a sua pedra sôbre
terminará à vossa vista O Cananeu vossos ombros, segundo o número
e o Heteu, o Heveu e o Ferezeu, e (das tribos) dos filhos de Israel, 6pa-
o Gergeseu, e o Jebuseu, e o Am or- ra que seja um sinal entre vós; e
reu. “ Eis que a arca da aliança do quando no futuro vossos filhos vos
Senhor de tôda a terra irá diante de interrogarem, dizendo: Que signifi
vós pelo meio do Jordão. “ Prepa cam estas pedras? ^ ó s lhes responde
rai doze homens das tribos de Israel, reis: As águas do Jordão desaparece
um de cada tribo. 13E, logo que os ram diante da arca da aliança do Se
sacerdotes, que levam a arca do Se nhor, enquanto ela o atravessava; por
nhor Deus de tôda a terra, puserem isso se puseram estas pedras como
as plantas de seus pés nas águas do monumento eterno dos filhos de Is
Jordão, as águas de baixo seguirão rael.
a sua corrente e minguarão; e as 8Fizeram pois os filhos de Israel
ue vêm de cima pararão, amontoan- como Josué lhes tinha ordenado, le
o-se. vando do meio do leito do Jordão, do
M iraculosa passagem do Jordão ze pedras, segundo o número (das
tribos) dos filhos de Israel, como o
14Saiu pois o povo das suas ten Senhor tinha mandado a Josué, até
das, para passar o Jordão; e os sacer ao lugar onde acamparam e ali as
dotes, que levavam a arca da alian Puseram.
ça, caminhavam adiante dêle. 15E, lo
go que entraram no Jordão, e a água Outro monumento no meio do Jordão
lhes começou a molhar os pés (por-
lue o Jordão, sendo o tempo da cei-
?a, inundava as margens do seu lei
•Pôs também Josué outras doze pe
dras no meio do leito do Jordão, on
to ); 16as águas, que vinham de cima, de estiveram parados os sacerdotes,
pararam num só lugar, e levantando- que levavam a arca da aliança; e ali
se à maneira dum monte, desco se conservam até ao dia de hoje.
briam-se de longe desde a cidade, que
se chama Adom, até ao lugar de Sar-
tan; e as que desciam continuaram O povo sal do Jordão
a correr para o mar do deserto (que
agora se chama mar M orto), até que 10E os sacerdotes, que levavam a
faltaram de todo. “ Entretanto, o po arca, estavam parados no meio do
vo caminhava para Jericó, e os sacer Jordão, até se cumprir tudo o que
dotes, que levavam a arca da alian o Senhor tinha mandado a Josué que
ça do Senhor, conservavam-se quie dissesse ao povo, e que Moisés lhe ti
tos de pé sôbre a terra sêca, no meio nha dito. E o povo apressou-se, e
do Jordão, e todo o povo ia passan passou. “ E, logo que passaram to
do pelo leito do rio a pé enxuto. dos, passou também a arca do Se
nhor, e os sacerdotes iam (com ela)
For ordem de Deus Josué manda adiante do povo. 12E os filhos de Ru-
erigir um monumento ben, e de Gad, e a meia tribo de
Manassés, precediam armados os f i
A d e p o is que passaram, o Senhor lhos de Israel, como Moisés lhes ti
' disse a Josué: 2Escolhe doze ho nha ordenado. 13E quarenta mil
mens, um de cada tribo, 3e manda- combatentes marchavam à frente, di
lhes que tomem do meio do leito do vididos em filas e esquadrões pelas
Jordão, onde os pés dos sacerdotes planícies e campinas da cidade de
estiveram parados, doze pedras durís Jericó.
4 - 5 L ivR O DE JO SU E 243
Glória de Josué e volta das águas vamente a circuncisão entre os filhos
de Israel. 3Josué fêz o que o Senhor
14Naquele dia O Senhor engrande lhe mandara, e circuncidou os filhos
ceu Josué diante de todo o Israel, de Israel sobre o outeiro (chamado
para êles o reverenciarem, como ti por isso) da circuncisão. 4E a causa
nham reverenciado a Moisés, quan da segunda circuncisão é esta: Todos
do vivia. 15E (o Senhor) disse-lhe: os varões dentre o povo, que tinham
16Manda aos sacerdotes, que levam a saído do Egito, todos os homens de
arca da aliança, que saiam do Jor guerra tinham morrido no deserto
dão. 17Êle lho mandou, dizendo: Sai durante os larguissimos rodeios do
do Jordão. 18E quando sairam os que caminho, 5e todos êstes tinham sido
levavam a arca da aliança do Senhor, circuncidados. Porém o povo que nas
e começaram a pisar a terra sêca, ceu no deserto, °durante os quaren
tornaram as águas ao seu leito, e cor ta anos de marcha por aquela vastís
reram como costumavam antes. sima solidão, permaneceu incircunci-
Em G algala so, até que morreram aquêles que não
tinham obedecido à voz do Senhor, e
19Ora o povo saiu do Jordão no dia aos quais êle antes tinha jurado que
dez do primeiro mês, e acamparam em lhes não mostraria a terra que mana-
Galgala ao oriente da cidade de Jeri- va leite e mel. 7Os filhos dêstes su
có. 20Colocou também Josué em Gal cederam no lugar de seu pais, e fo
gala as doze pedras, que tinham to ram circuncidados por Josué, porque
mado do fundo do Jordão, Me disse estavam incircuncisos, assim como ti
aos filhos de Israel: Quando no fu nham nascido, e ninguém os tinha
turo os vossos filhos interrogarem circuncidado no caminho. 8E, depois
seus pais, e lhes disserem: Que signi que foram todos circuncidados, per
ficam estas pedras? 22Vós os infor maneceram acampados no mesmo lu
mareis, e lhes direis: Israel passou a gar, até sararem.
pé enxuto êste Jordão, “ tendo o Se °E o Senhor disse a Josué: H oje
nhor vosso Deus secado as suas â- tirei de cima de vós o opróbrio ao
guas à vossa vista, até que passás Egito. E foi dado àquele lugar o
seis, 24do mesmo modo que antes ti nome de Galgala até ao dia de ho
nha feito no mar Vermelho, o qual je.
secou até que passássemos; “ para que
todos os povos da terra reconheçam a A primeira Páscoa na terra de Canaã
mão poderosíssima do Senhor, e vós
temais sempre o Senhor vosso Deus. 10E os filhos de Israel permanece
ram em Galgala, e celebraram a Pás
Terror dos Arnorreus e dos Cananeus coa, no dia catorze do mês, pela tar
Ç ‘ Quando, pois, todos os reis dos de, na planície de Jericó; Ue ao ou
j Arnorreus, que habitavam na ou tro dia comeram dos frutos da ter
tra banda do Jordão, ao ocidente, e ra, pães ázimos, e farinha do mesmo
todos os reis de Canaã, que possuiam ano. 12E o maná cessou, depois que
os lugares vizinhos do mar grande, comeram dos frutos da terra, e os
ouviram dizer que o Senhor tinha se filhos de Israel não usaram mais
cado a corrente do Jordão diante dos dêste alimento, mas comeram dos fru
filhos de Israel, até que passassem, tos que a terra de Canaã tinha dado
enfraqueceu-se-lhes o coração, e não naquele ano.
ficou nêles alento, temendo a entra Aparição do Anjo do Senhor a Josué
da dos filhos de Israel.
Circuncisão dos filhos de Israel 13Ora, estando Josué nos arredores
da cidade de Jericó, levantou os o-
2Então o Senhor disse a Josué: Fa- lhos, e viu diante de si um homem
ze facas de pedra, e restabelece no em pé, que tinha uma espada desem-
Cap. v — 1. M a r grande, o Mediterrâneo.
9. O opróbrio do Egito, a escravidão do Egito, que foi tirada por completo quando o
povo de Israel entrou na Palestina, e foi restabelecido na am izade de Deus, isto é,
quando atravessou o Jordão e foi circuncidado.
244 L ivR O DE JO SU E 5 -6
bainhada, e foi ter com êle, e disse- parte retinia o som das trombetas.
lhe: Tu és dos nossos, ou dos ini 10Ora, Josué tinha ordenado ao povo,
migos? 14E êle respondeu: Não; mas dizendo: Não gritareis, nem se ouvi
sou o príncipe do exército do Senhor, rá a vossa voz, nem sairá da vossa
e agora venho (para vos auxiliar). bôca uma só palavra, até que chegue
15Josué prostrou-se com o rosto por o dia, em que eu vos diga: Gritai, e
terra. E, adorando-o, disse: Que diz levantai a voz. “ Deu pois a arca do
o meu Senhor ao seu servo? 1516Tira, Senhor uma volta à cidade uma vez
lhe disse êle, o calçado de teus pés, no (p rim eiro) dia, e, tornando para
porque o lugar, em que estás, é san o acampamento, ficou ali. 12(N o dia
to. E Josué fêz como lhe tinha sido seguinte) levantando-se Josué ainda
mandado. de noite, tomaram os sacerdotes a
arca do Senhor, 13e sete dêles (tom a
Deus manda atacar Jericó ram ) as sete trombetas, que servem
no (ano do) jubileu; e marchavam a-
£ 2Ora Jericó estava fechada e bem diante da arca do Senhor, andando
V fortificada, pelo temor dos filhos e tocando, e o povo armado ia adian
de Israel, e ninguém ousava sair nem te dêles, e o resto da multidão se
entrar. 2E o Senhor disse a Josué: guia a arca, e as trombetas ressoavam.
Eis que eu pus na tua mão Jericó, e 14E deram volta à cidade uma vez no
o seu rei, e todos os seus homens va segundo dia, e voltaram para o acam
lentes. 3Dai volta à cidade, vós to pamento. Assim fizeram durante
dos os homens de guerra, uma vez por seis dias.
dia; assim fareis durante seis dias. 15Mas, ao sétimo dia, levantando-se
4E no sétimo dia os sacerdotes tomem de madrugada, deram volta à cida
as sete trombetas, de que se usa no de sete vêzes, como tinha sido orde
jubileu, e’ vão adiante da arca da a- nado. 10E, quando os sacerdotes to
liança; e rodeareis sete vêzes a ci cavam as trombetas à sétima volta,
dade, e os sacerdotes tocarão as trom Josué disse a todo o Israel: Gritai;
betas. 5E, quando o som das trom porque o Senhor vos entregou a ci
betas se fizer ouvir mais demorado e dade; 17e esta cidade seja anátema e
penetrante, e vos ferir os ouvidos, tudo o que há nela seja do Senhor;
todo o povo* à uma levantará um fique só com vida a m eretriz Raab
grande clamor, e cairão os muros com todos os que estão em sua casa,
da cidade até aos fundamentos, e ca porque ocultou os mensageiros que
da um entrará por aquêle lugar que enviamos. 18V ós, porém, guardai-vos
lhe ficar defronte. de tocar alguma daquelas coisas que
°Chamou pois Josué, filho de Nun, vos foram proibidas, para que vos não
os sacerdotes, e disse-lhes: Tomai a torneis réus de prevaricação, e todo
arca da aliança, e outros sete sacer o acampamento de Israel não fique
dotes tomem as sete trombetas do sob o pecado, e não seja posto em de
jubileu, e vão adiante da arca do Se sordem. 19Mas tudo o que se encon
nhor. 7Disse também ao povo: Ide, trar de ouro e prata, e de utensí
e, armados, dai volta à cidade, indo lios de cobre e de ferro, seja consa
Adiante da arca do Senhor. grado ao Senhor, e depositado nos
seus tesouros.
Execução da ordem divina
Tornada da cidade
8E, logo que Josué acabou de fa
lar, os sete sacerdotes tocaram as sete “ Levantando pois todo o povo a
trombetas diante da arca da aliança grita, e soando as trombetas, logo
do Senhor, °e todo o exército arma que a voz e o som chegou aos ou
do marchava adiante, o resto da mul vidos da multidão, cairam de repen
tidão ia atrás da arca, e por toda a te os muros; e cada um subiu pelo
15. Adorando-o. Nesta e noutras passagens a p a la v ra adorar é em pregada com o sen
tido de venerar.
C ap. V I 17. Seja anátema. Em conseqüencia do anátem a tôda à cidade devia ser des-
truida, exceto K aab, sua fam ília, e o que lhes pertencia
6 - 7 LivR O DE JO SU E 245
lugar que lhe ficava defronte; e to Pecado de Acan
maram a cidade, 21e mataram tudo o
que nela havia, desde os homens até 7 ^orém , os filhos de Israel viola-
às mulheres, e desde as crianças até 1 ram o mandamento, e aproxi-
aos velhos. Passaram também ao fio maram-se do anátema. Porque A -
da espada os bois, as ovelhas e os ju can, filho de Carmi, filho de Zabdi,
mentos. filho de Zaré, da tribo de Judá, to
mou alguma coisa do anátema; e o
Sòrnente é poupada a casa de R aab Senhor irou-se contra os filhos de Is
rael.
22E Josué disse aos dois homens,
que tinham sido enviados como es Os Israelitas são derrotados
pias: Entrai em casa da mulher me- diante de H ai
retriz, e fazei-a sair com tudo o que 2E Josué, enviando de Jericó ho
lhe pertence, como vós lho prometes mens contra Hai, que está junto de
tes com juramento. 23*2 E, tendo aquê-
8 Betaven, ao nascente da cidade de
les jovens entrado, tiraram para fo Betei, disse-lhes: Ide, e reconhecei o
ra Raab e seus pais, e também os ir país. Êles, cumprindo com as ordens,
mãos, e tudo o que lhes pertencia, e reconheceram Hai. 3E, voltando, dis
tôda a sua parentela, e fizeram-nos seram-lhe: Não suba todo o povo,
permanecer fora do acampamento de mas vão só dois ou três mil homens,
Israel. e destruam a cidade; por que se há
24E puseram fogo ã cidade, e a tu de fatigar inütilmente todo o povo
do o que nela havia, à exceção do ou contra tão poucos inimigos? Su bi
ro e da prata, dos utensílios de co ram, pois, três m il combatentes. Os
bre e de ferro, que consagraram pa quais, voltando logo as costas, 5fo-
ra o tesouro do Senhor. “ Mas Jo ram batidos pelos homens da cidade
sué salvou a vida a Raab, a meretriz, de Hai, e cairam mortos trinta e seis
e à casa de seu pai, e a todos os homens; e os inimigos perseguiram-
seus, e ficaram habitando no meio nos desde a porta (de H a i) até Sa-
de Israel até ao dia de hoje; porque barim, e mataram-nos enquanto fu
ela ocultara os mensageiros, que êle giam pela encosta; e o coração do
tinha enviado a reconhecer Jericó. povo intimidou-se, e dissolveu-se co
Naquele tempo proferiu Josué esta mo água.
imprecação, dizendo: °Então Josué rasgou os seus vesti
Maldição contra Jericó dos, e prostrou-se com o rosto por
terra diante da arca do Senhor (e as-
“ Maldito seja diante do Senhor o sim esteve) até à tarde, tanto êle co
homem que levantar e reedificar a mo todos os anciãos de Israel; e lan
cidade de Jericó; morra o seu primo çaram cinzas sôbre as suas cabeças. 7E
gênito, quando lhe lançar os funda Josué disse: Ah! Senhor Deus, por
mentos, e perca o último de seus f i que quiseste que êste povo passasse o
lhos, quando lhe puser as portas. rio Jordão, para nos entregares nas
27Foi, pois, o Senhor com Josué, e mãos do Amorreu, e para nos perde
o seu nome divulgou-se por tôda a res? Oxalá, nós tivéssemos ficado da
terra. outra banda do Jordão, como tinha-
23. F i z e r a m - n o s p e r m a n e c e r f o r a , até que foram purificados e dignos de fazer parte
do povo de Deus. Pelo respeito e veneração devida à arca da aliança não era permitido
aos incireuncisos ou idólatras viverem no acampamento de Israel. P o r isso, sòrnente de
pois que R aab e os seus parentes foram instruídos na lei e abraçaram o judaísmo, sujeitan
do-se a tôdas as cerimônias ordenadas, é que foram incorporados no povo de Deus. R a a b
casou-se com Salmon, antepassado de D a v i e do Messias.
28. E sta maldição de Josué teve, sob o reinado de Acab, um a realização terrível ( I I I
Reis, X V I, 34).
Cap. V I I — 1. A p r o x i m a r a m - s e d o a n á t e m a , isto é, dos despojos de Jericó, que ti
nham sido sujeitos ao anátema. A culpa de um só é im putada a todo o pevo, como o
Senhor tinha estabelecido (V I , 18), e por isso todo o povo sofre o castigo. N a vida pre
sente Deus castiga algum as vêzes os inocentes para aumentar em todos o horror ao pecado.
5. D i s s o l v e u - s e c o m o á g u a , isto é, perdeu tôda a coragem.
246 LIvRO DE JO SU E 7 - a
mos começado. 8Que direi eu, Senhor ser Acan, filho de Carmi, filho de
Deus meu, vendo Israel voltar as cos Zabdi, filho de Zaré, da tribo de Ju-
tas aos seus inimigos? °0s Cananeus, áà.
e todos os habitantes da terra o ou i9E Josué disse a Acan: ó meu f i
virão, e, unindo-se todos, nos cerca lho, dá glória ao Senhor Deus de Is
rão, e apagarão o nosso nome da ter- rael, e confessa-me, e declara-me o
ra; e que farás tu ao teu grande no que fizeste, não ocultes. “ E Acan
me? respondeu a Josué, e disse-lhe: N a
Meio de descobrir o culpado verdade eu pequei contra o Senhor
da derrota e o seu castigo Deus de Israel, e fiz assim e assim,
21Vi entre os despojos uma capa do
10E o Senhor disse a Josué: Levan- escarlate muito boa, e duzentos si
ta-te, por que jazes tu prostrado por dos de prata, e uma barra de oura
terra? “ Israel pecou, e violou meu de cinqüenta siclos; e, cobiçando, ti
pacto; tomaram do anátema, e fu r rei (estas coisas) e escondí-as na ter
taram, e mentiram, e esconderam-no ra, no meio da minha tenda, e enter
entre as bagagens. “ Israel não po rei o dinheiro numa cova. “ Man
derá ter-se diante dos seus inimigos, dou, pois, Josué investigadores, os
e fugirá dêles, porque se manchou quais, correndo à tenda de Acan, a-
com o anátema; eu não serei mais charam tudo escondido no mesmo
convosco, enquanto não exterminar lugar, e também o dinheiro. “ E, ti
des aquêle que é réu desta maldade. rando-o da tenda, levaram-no a Jo
“ Levanta-te, santifica o povo, e dize- sué, e a todos os filhos de Israel, o
lhes: Santificai-vos para amanhã; lançaram-no fora diante do Senhor,
porque isto diz o Senhor Deus de Is 24Então Josué, e todo o Israel com
rael: O anátema está no meio de ti, êle, pegando em Acan, filho de Zarê,
Ó Israel; tu não poderás fazer fren e na prata e na capa, e na barra de
te aos teus inimigos, até que seja ex ouro, e em seus filhos e filhas, nos.
terminado do meio de ti o que se a- seus bois e jumentos, e ovelhas, e na
cha manchado dêste crime. 14E a- própria tenda, e em tudo quanto ti
manhã apresentar-vos-eis (diante do nha, levaram-nos ao vale de Acor,
Senhor) cada um nas vossas tribos; “ onde Josué disse: Pois que tu nos
e a tribo sôbre que cair a sorte, se turbaste, o Senhor te conturbe neste
apresentará pelas suas famílias, e ca dia. E todo o Israel o apedrejou; e
da fam ília pelas suas casas, e cada tudo o que lhe pertencia foi consumi
casa pelos seus homens (tudo por sor do no logo. “ E juntaram sôbre êle
te ). 15E qualquer que se encontrar um grande montão d^ pedras, o qual
culpado nesta maldade, será queima permanece até ao dla de hoje. E
do com tôdas as suas coisas; porque (com isto) apartou-se dêles o furor
violou o pacto do Senhor, e come do Senhor. E até hoje se chama a-
teu uma coisa detestável em Israel. quêle lugar vale de Acor.
Acan é descoberto e punido
N ovo ataque contra Hai,
“ Josué, pois, levantando-se pela e tomada da cidade
manhã, fêz juntar Israel pelas suas
tribos e caiu a sorte sôbre a tribo O 2E o Senhor disse a Josué: Não
de Judá. 17E, tendo-se apresentado ° temas, nem te acobardes; toma
esta pelas suas famílias, caiu a sor contigo todos os combatentes, e, le-
te sobre a fam ília de Zaré. E, apre- vantando-te, sobe à cidade de Hai;
sentando-se também esta pelas suas eis que te entreguei nas tuas mãos o
casas, caiu sôbre (a casa ae) Zabdi; seu rei, e o povo, e a cidade, e o seu
18e, sorteados os indivíduos varões território. 2E farás à cidade, de Hai,
desta casa um por um, descobriu-se2 4 e ao seu rei, como fizeste a Jericó e»
24. E m seus filhos e filhas. Deus é senhor da vida e da morte das suas criaturas,
e pode com justiça ordenar que, p ara exemplo e terror do povo, sejam mortos com os
pais culpados também os filhos inocentes, os quais encontrarão nas penas temporais, so
fridas resignadamente, um meio de aumentar os seus méritos e assegurar um prêmio maio?»
na eternidade.
s LIVRO DE JO SU E 247
ao seu rei; mas repartireis entre vós levantando ao mesmo tempo uma
a prêsa e todos os animais; pôe uma grande grita, e animando-se mútua-
emboscada à cidade por detrás dela. mente, foram-nos perseguindo. E,
3Levantou-se, pois, Josué, e com êle quando já estavam longe da cidade,
todo o exército dos combatentes, pa 17sem que tivesse ficado nem sequer
ra marcharem contra Hai; e mandou um em Hai, e em Betel, que não
de noite trinta mil homens escolhi saísse em perseguição de Israel, (dei
dos dos mais valentes, 4e ordenou- xando abertas as cidades donde ti-
lhes dizendo: Disponde uma embosca- nham saido de tropel), 18o Senhor
da por detfâs da cidade; não vos a- disse a Josué: Levanta o escudo que
fasteis muito (d e la ); e estai todos a- tens na mão contra a cidade de Hai,
percebidos. 5Eu e o resto da gente porque eu ta entregarei. 19E, ten
que está comigo, avançaremos pela do ele levantado o escudo contra a
parte oposta contra a cidade. E, cidade, imediatamente sairam os que
quando eles sairem contra nós, fugi estavam escondidos na emboscada; e,
remos e voltar-lhes-emos as costas, encaminhando-se para a cidade, to-
como primeiro fizemos; °até que, per maram-na e puseram-lhe fogo.
seguindo-nos, se tenham afastado da “ Os homens da cidade, porém, que
cidade; porque julgarão que fugimos perseguiam Josué, olhando para trás,
como a primeira vez. :Enquanto, pois, e vendo fumo da cidade que subia
nós vamos fugindo, e êles seguindo- até ao céu, não puderam já fugir nem
nos, vós saireis da emboscada, e des para cá nem para lá; prlncipalmente
truireis a cidade; e o Senhor vosso quando os que davam mostra de fu
Deus vo-la entregará nas vossas mãos. gir e corriam para o deserto, ataca
8E, depois que a tiverdes tomado, pon ram com grande esfôrço aquêles que
de-lhe fogo, e assim fareis tudo como os iam perseguindo.
eu mandei. “ E Josué e todo o Israel, vendo que
°E despediu-os, e êles foram para a cidade estava tomada, e que dela
o lugar da emboscada, e puseram-se subia o fumo, voltaram-se para trás,
entre Betel e Hai, ao poente da cida e passaram à espada os de Hai. “ P or
de de Hai; e Josué ficou aquela noi que também os que tinham tomado
te no meio do povo; 10e, levantando-se e queimado a cidade, saindo dela pa
de madrugada, passou revista à sua ra se unirem com os seus, começa
gente, e marchou com os anciãos à ram a bater os inimigos que estavam
frente do exército, sustentando com no meio. E, sendo os inimigos fe ri
o grosso das suas tropas. 1JE, tendo dos por uma e outra parte, de mo
chegado e subido diante da cidade, do que nem um se salvou de tão
fizeram alto no lado setentrional da grande multidão, “ tomaram também
cidade, entre a qual e êles mediava vivo o rei da cidade de Hai, e apre-
um vale. 12Ora êle tinha escolhido sentaram-no a Josué.
cinco mil homens, e tinha-os posto 24Mortos, pois, todos aquêles que ti
de emboscada entre Betel e Hai, ao nham perseguido Israel fugindo para
poente da mesma cidade; 13e todo o o deserto, e passados no mesmo lugar
resto do exército marchava em or ao fio de espada, voltaram os filhos de
dem de batalha para o setentrião, Israel e destruiram a cidade. “ Os que
de sorte que os últimos daquela mul morreram naquele dia entre homens
tidão alcançavam até ao poente da e mulheres, foram doze mil, todos da
cidade. Josué, pois, marchou aque cidade de Hai. “ E Josué não retirou
la noite, e parou no meio do vale. a mão, que tinha levantada, tendo o
140 rei de Hai, tendo visto isto, escudo, até que foram mortos todos
saiu a tôda pressa da cidade ao ama os habitantes de Hai. “ Mas os ani
nhecer com todo o exército, e enca mais e o despojo da cidade os repar
minhou as suas tropas para a banda tiram entre si os filhos de Israel, co
do deserto, ignorando que lhe ficava mo o Senhor tinha ordenado a Josué.
atrás uma emboscada. 15Josué, po “ E êste pôs fogo (ao resto) da cida
rém, e todo o Israel foram-se reti de, e reduziu-a para sempre a um
rando, fingindo mêdo, e fugindo pe montão (de ruínas), "e suspendeu de
lo caminho do deserto. 16E os de Hai, um patíbulo o seu rei até à tarde e
248 LIVRO DE JO SU E 8 - 9
ao pôr do sol, em que Josué mandou regaram sôbre os seus jumentos sacos
que descessem o seu cadáver da cruz; velhos, e odres de vinho rotos e re-
e lançaram-no na mesma entrada át cosidos, 5e calçado muito velho, que,
cidade, pondo sôbre êle um grande em sinal de muito uso, estava cheio
montão de pedras, que (a li) perma de remendos, e vestiram-se de roupas
nece até ao dia de hoje. muito usadas; e até os pães, que le
Confirmação da aliança
vavam para o caminho, eram duros e
desfeitos em pedaços. 6E foram ter
30Então Josué edificou um altar ao com Josué, que então se encontrava
Senhor Deus de Israel sôbre o mon no acampamento de Galgala, e disse
te Hebal, “ conforme o que Moisés, ram a êle, e juntamente a todo o Is
servo do Senhor, tinha ordenado aos rael: Nós viemos de uma terra muito
filhos de Israel, e como está escrito distante, com o desejo de fazer pazes
no livro da lei de Moisés; um altar de convosco. E os homens de Israel res
pedras toscas, nas quais não tocou ponderam-lhes, e disseram: 7Não se
ferro; e ofereceu sôbre êle holocaus- jais vós talvez moradores na terra,
tos ao Senhor, e imolou vítimas pací que nos é devida por sorte, e assim
ficas. 32E escreveu sôbre pedras o Deu- não possamos fazer aliança convosco.
teronômio da lei de Moisés, qué êle 8Mas êles disseram a Josué: Nós
tinha explicado diante dos filhos de somos teus servos. Aos quais Josué
Israel. 33E todo o povo, e os anciãos, e disse: Quem sois vós? e donde vies
os capitães, e os juizes estavam em tes? °Êles responderam: Os teus ser
pé a um e outro lado da arca, diante vos vieram de uma terra muito dis
dos sacerdotes que levavam a arca da tante em nome do Senhor teu Deus.
aliança do Senhor; (a li estavam) tan Porque ouvimos a fama do seu poder,
to os estrangeiros como os naturais. e tudo o q.ue fêz no Egito, 10e (com a
Metade dêles estava junto do monte tratou) os dois reis dos Amorreus,
Garizim, e a outra metade junto do ue estavam da outra banda do Jor-
monte Hebal, como tinha mandado ão, Seon, rei de Hesebon, e Og, rei
Moisés, servo do Senhor. E primeira- de Basan, que estava em Astarot. nE
mente (Josué) abençoou o povo de os nossos anciãos, e todos os habi
Israel. “ Depois disto leu tôdas as pa tantes da nossa terra disseram-nos:
lavras da bênçãò e da maldição, e tu Tomai provisões para uma tão longa
do o que estava escrito no livro da jornada, e ide ao seu encontro, e di-
lei. 35Não omitiu nenhuma das coisas zei-lhes: Nós somos vossos servos, fa
que Moisés tinha ordenado, mas re- zei aliança conosco. 12Eis os pães, que
petiu-as tôdas diante de tôda a mul tomamos quentes quando partimos de
tidão de Israel, das mulheres e dos nossas casas para vir ter convosco;
meninos e dos estrangeiros, que mo agora estão secos e desfeitos por de
ravam entre êles. masiadamente antigos. 13Êstes odres
eram novos, quando os enchemos de
Astúcia dos Gabaonitas vinho, e agora estão rotos e descosi
p ara obter a aliança de Israel dos; a roupa que nos cobre, e o cal
çado que trazemos nos pés gastaram-
D divulgadas estas coisas, todos os se, e quase se consumiram com um
U reis da outra banda do Jordão, tão longo caminho. 14Tomaram, pois,
que moravam nos montes e nas pla (os Israelitas) dos víveres dêles, e não
nícies, nos lugares marítimos e nas consultaram o oráculo do Senhor. 15E
praiàs do mar grande, e também os Josué fêz paz com êles, e, contraindo
que moravam junto do Líbano, o He- aliança, prometeu que não seriam
teu e o Amorreu, o Cananeu, o Fe- mortos, e o mesmo juraram os prín
rezeu, e o Heveu, e o Jebuseu, u n i cipes do povo.
ram-se entre si para combater contra
Josué e contra Israel de comum a- Castigo dos Gabaonitas
côrdo, e com um mesmo desígnio.
8Porém, os habitantes de Gabaão, 16Mas, três dias depois de ter sido
ouvindo tudo o que Josué tinha feito feita a aliança, souberam que êles ha
a Jerico e a Hai, 4e, usando de as bitavam na vizinhança, e que haviam
túcia, tomaram consigo víveres, car de viver entre êles. 17E os filhos de
9 - 1 0 LIVRO DE JO SU E 249
9 - B íb lia sagrada
2^8 LIVRO DE JO SU E 18 “ l 9
cai-a e Voltai a mim, para que eu gundo os seus limites à roda, e segun
Vos lance as sortes aqui em Silo dian do as suas famílias.
te do Senhor. 9Partiram, pois, e, re
conhecendo-a cuidadosamente, dividi- Cidades de Benjamim
ram -na em sete partes, que descre
21E as suas cidades foram Jericó e
veram num livro. E voltaram a Jo
sué no acampamento de Silo. 10E Bet-hagla, e o vale de Casis, 22B et-A ra-
êle lançou as sortes diante do Se ba e Samaraim e Betei, “e Avim e
nhor em Silo, e dividiu a terra em A fa ra e Ofera, 24a cidade de Emona
sete partes entre os filhos de Israel. e Ofni e Gabee; doze cidades com
as suas aldeias. “Gabaão e Ram a e
Confins do território de Benjamim Berot, 28e Mesfe e C afara e Amosa,
27e Recem, Jarefel e Tareia, “e Se
nE caiu a primeira sorte aos filhos la, E lef e Jebus, que é Jerusalém,
de Benjamim, segundo as suas fam í Gabaata e Cariat; catorze cidades
lias, para possuírem o país situado com as suas aldeias. Esta é a posses
entre os filhos de Judá e os filhos de são dos filhos de Benjamim, segundo
José. as suas famílias.
12E a sua fronteira para a banda
do setentrião foi desde o Jordão, es- Território de Slrneão
tendendo-se para a banda setentrio 1Q 2E saiu a segunda sorte aos fi-
nal de Jerico, e daí sobe às monta
nhas para o poente, e chega até ao lhos de Simeão, segundo suas
deserto de Betaven, 13e passa ao meio famílias; e foi a herança 2dêles
dia perto de Luza, chamada também no meio da possessão dos filhos de
Betei, e desce a Atarot-Adar, perto Judá: Bersabee e Sabee e Molada, 3e
do monte, que está ao meio-dia de Hasersual, B ala e Asem 4e Eltolad,
Bet-horon inferior; 14e, dando volta Betul e Harma, Be Siceleg e Betm ar-
declina para o m ar ao meio-dia do cabot, e Hasersusa °e Betlebaot e Sa-
monte, que olha para Bet-horon pa roen; treze cidades com as suas al
ra o Áfrico; e termina em Cariat- deias. 7Ain e Remon e A ta r e Asan;
-baal, que também se chama Cariatia- quatro cidades com as suas aldeias;
rim, cidade dos filhos de Judá; esta Hodos os lugarejos dos arredores des
é a parte para o mar, pelo poente. tas cidades até Baalat Beer Ramat
15Mas pelo meio-dia a sua fronteira da banda do meio-dia. Esta é a he
vai da parte de Cariatiarim para o rança dos filhos de Simeão, segundo
mar, e chega até à fonte das águas as suas famílias, 9na possessão e no
de Neftoa. 16E desce até àquela par território dos filhos de Judá; porque
te do monte, que olha para o vale dos era maior; e por isso os filhos de
filhos de Enom, e que está ao seten Simeão tiveram a sua possessão no
trião, na extremidade do vale dos R a- meio da herança daqueles.
fains. Depois desce a Geenom (isto Território de Zabulão
é, ao vale de Enom ) ao lado de Je-
buseu, pelo meio-dia, e chega até a loE a terceira sorte caiu aos filhos
fonte de Rogei, "passando para o nor de Zabulão, segundo as suas famílias;
te, e estendendo-se até Ensemes, is e a fronteira aa sua possessão esten-
to é, a fonte do Sol, 18e passa depois de-se até Sarid. UE sobe do m ar e
até aos cabeços, que estão defronte de Merala, e chega a Debaset, até à
da subida de Adomim, e desce a A - torrente, que esta defronte de Jeco-
bendoen, isto é, a pedra de Boen, fi nan. 12E volta de Sared para o nas
lho de Ruben, e passa pelo lado do cente até aos confins de Ceselettabor;
norte até à campina, e desce à pla e avança a Daberet, e sobe para Ja-
nície; 19depois avança para o seten fie. 13E dali passa até ao lado orien
trião além de Bet-hagla, e termina tal de Get-hefer e de Tacasin, e esten
na ponta setentrional do m ar salga de-se a Remon, Am tar e N o a; 14e dá
do, na embocadura do Jordão, que o- volta pelo norte para Hanaton; e ter
lha para o meio-dia. "O Jordão é mina no vale de Jeftael, 15e Catet e
O seu limite pelo oriente; esta é a N aalol e Semeron e Jerala e Belém;
possessão dos filhos de Benjamim, se doze cidades com as suas aldeias.
19 - 20 L ivR O DE JO SU E 259
16Esta é a herança da tribo dos filhos “ e Jeron e Magdalel, Horem e Beta-
de Zabulão, segundo as suas famílias, nat e Betsames; dezenove cidades com
com as suas cidades e aldeias. as suas aldeias. S9Esta é a possessão
da tribo dos filhos de Neftali, segun
Território de Issacar do as suas famílias, e estas são as
suas cidades e aldeias.
17A quarta sorte saiu a Issacar, se
gundo as suas famílias. 18E a sua he Território de D an
rança foi Jezrael e Casalot e Sunern ^A sétima sorte caiu à tribo dos
19e H afaraim e Seon e Annarat, “ e filhos de Dan, segundo as suas famí
Rabot e Cesion, Abes, “ e Ramet e En- lias; 41e o limite aa sua possessão foi
ganim e Enada, e Betfeses. 22E a sua
Sara e Estaol e Hirsemes, isto é, a
fronteira chega até ao Tabor e Sae-
cidade do Sol, 42Selebim e A jalão e
sima e Betsames, e termina no Jor Jetela, 43Elon e Tem na e Acron, “ E l-
dão; dezesseis cidades com as suas tece, Gebbeton e Balaat, 45e Jud e B a
aldeias. “ Esta é a possessão dos fi
ne e Barac e Getremmon, " e M e-
lhos de Issacar, segundo as suas fa
jarcon e Arecon, com os confins que
mílias, com as suas cidades e aldeias.
olham para Jope, 47e aqui termina es-
Território de Aser ta possessão. M as os filhos de Dan
subiram, e pelejaram contra Lesem,
24E a quinta sorte caiu à tribo dos e tom aram -na e passaram-na ao fio
filhos de Aser, segundo as suas fam í de espada, e tomaram posse dela, e
lias; 25e a sua fronteira foi Halcat e habitaram-na, dando-lhe o nome de
Cali e Beten e Axaf, 26e Elmelec e Lesem Dan, do nome de Dan, seu pai.
Am aad e Messal; e chega até ao C ar- "E s ta é a herança da tribo dos fi
melo do m ar e a Sior e a Labanat; lhos de Dan, segundo as suas fam í
^e volta pelo oriente para a banda lias, e estas são as suas cidades e al
de Betdagon, e passa por Zabulão e deias.
elo vale de Jeftael para o norte até
E letemec e Neiel; e estende-se pela
Parte de Josué
esquerda até Cabul “ e A bran e Roob e "E , tendo Josué acabado de repar
Hamon e Cana, até Sidônia, a gran tir a terra por sorte por cada uma
de; 29e volta para Horm a até à for das tribos, os filhos de Israel deram
tíssima cidade de Tiro, e até Hosa; e a Josué, filho de Nun, em possessão
termina no m ar do território de A c- no meio dêles, "segundo o preceito
ziba; 30e (abrange tam bém ) A m a e do Senhor, a cidade que êle pediu,
Afee e Roob; vinte e duas cidades Tam nat Saraa, sôbre o monte de E -
com as suas aldeias. ^Esta é a fraim ; e êle reedificou a cidade e ha
possessão dos filhos de Aser, segundo bitou nela.
as suas famílias, e estas são as suas
Conclusão
cidades e aldeias.
“ Estas são as possessões, que o sa
Território de N eftali cerdote Eleâzaro, e Josué, filho de
82A sexta sorte caiu aos filhos de Nun, e os príncipes das famílias, e
Neftali, segundo as suas famílias; das tribos dos filhos de Israel distri
88e a sua fronteira começa desde H e- buíram por sorte em Silo, diante do
lef e Helon e vai a Saananim e A da- Senhor, à porta do tabernáculo do
mi, chamada também Neceb, e a Jeb- testemunho. E assim repartiram a
nael até Lecum; e avança até ao Jor terra (de Canaã).
dão; 84e volta para o ocidente até Cidades de refúgio
Azanottabor, e dali estende-se até
Hucuca, e passa por Zabulão pela 2Q *E o Senhor falou a Josué, di-
parte do meio-dia, e por Aser, pelo zendo: F a la aos filhos de Is-
ocidente, e por Judã para o Jordãor rael, e dize-lhes: 2Separai as cidades
pelo oriente. “ Suas cidades fortifi- para os fugitivos, das quais vos falei
cadíssimas (são) Assedim, Ser e Em at por meio de Moisés; 3a fim de que
e Recat e Ceneret, S6e Edem a e A ra se refugie nelas todo o que matar u-
ma, Asor 37e Cedes e Edrai, Enasor m a pessoa sem querer; e possa evitar
260 LIVRO DE JO SU E 20 - 21
a ira do parente próximo do morto, nhor. 4E saíram por sorte à família de
que quiser vingar o seu sangue. Caat, para os filhos do sacerdote A -
♦Quando êle se refugiar em uma des rão, treze cidades das tribos de Judá e
tas cidades, apresentar-se-â à porta de Simeão, e de Benjamim; 5e aos ou
da cidade, e exporá aos anciãos dela tros filhos de Caat, isto é, aos. Levi-
tudo o que possa comprovar a sua i- tas que restavam, dez cidades das
nocência; e dêste modo o receberão, tribos de Efraim , e de Dan, e da meia
e lhe darão lugar em que habite. 5E, tribo de Manassés. 6E aos filhos de
se aquêle que auer vingar o morto, o Gersão saiu a sorte de receberem
perseguir, não Iho entregarão às suas treze cidades das tribos de Issacar,
mãos, porque matou por ignorância o e de Aser, e de Neftali, e da meia
seu próximo, nem se prova que dois tribo de Manassés em Basan. TE aos
ou três dias antes fôsse seu Inimigo. filhos de Merari, segundo as suas fa -
•E habitará nesta cidade, até que milias, doze cidades das tribos de R u -
compareça em juízo, para dar conta ben, e de Gad, e de Zabulão. 9E os
do que fêz, e até que m orra o sumo filhos de Israel deram estas cidades
sacerdote, que estiver (e m exercício) e os seus arrabaldes aos Levitas, co
naquele tempo; então voltará o ho mo o Senhor tinha mandado por
micida, e entrará na sua cidade e na meio de Moisés, distribuindo-as a ca
sua casa, donde tinha fugido. da um por sorte.
7E decretaram (qu e fôssem cidades
de refúgio) Cedes na Galiléia sôbre Cidades dos filhos de Arfto
o monte de Neftali, e Siquém sôbre 9Josué deu as cidades das tribos
o monte Efraim , e Cariat-Arbe, que ê
dos filhos de Judá e de Simeão, cujos
Hebron, sôbre o monte de Judá. 8E nomes são êstes: 10Aos filhos de A rão
na outra banda do Jordão, para a da fam ília de Caat, da linhagem de
nascente de Jericó, destinaram Bosor, Levi (pois que a êle saiu a primei
que está situada na planície do deser-
ra sorte) “ Cariat-Arbe, (cidade) do
to, da tribo de Ruben, e Ramot em
pai de Enac, que se chama Hebron,
Galaad da tribo de Gad, e Gaulon em
sôbre o monte de Judá, com os seus
Basan, da tribo de Manassés. 9Estas
arrabaldes em roda. 12Os seus campos
foram as cidades estabelecidas para
todos os filhos de Israel, e para os e aldeias tinha-os dado (Josué) em
estrangeiros que habitavam entre ê- possessão a Caleb, filho de Jefone.
13Deu, pois, aos filhos do sacerdote A -
les, a fim de que aquêle que tivesse
morto uma pessoa sem querer, se re rão Hebron, cidade de refúgio, com
fugiasse nelas, e não morresse às os seus arrabaldes, e Lobna com os
mãos do parente, que quisesse vin seus arrabaldes, 14e Jeter, e Estemo,
g a r o sangue derramado, até se a- 15e Holon, e Dabir, 16e Ain, e Jeta,
presentar ante o povo para defender e Betsames, com os seus arrabaldes;
a sua causa. nove cidades de duas tribos, como fi-
ca dito. 17E da tribo dos filhos de
A tribo de L evi reclama Benjamim (d e u ) Gabaão, e Gabae, Me
algum as cidades, que lhe são dadas Anatot e Almon, com os seus arra
baldes;, quatro cidades. 19A o todo são
21 *E os príncipes das famílias de treze as cidades dos filhos do sacer
Levi foram ter com o sacer dote Arão, com os seus arrabaldes.
dote Eleázaro, e com Josué, filho de Cidades dos restantes filhos de Caat
Nun, e com os chefes das famílias
de cada tribo dos filhos de Israel, *e “Aos outros filhos de Caat, da li
falaram -lhes em Silo, na terra de nhagem de Levi, segundo as suas fa
Canaã, e disseram: O Senhor orde mílias, foi dada a possessão seguin-
nou, por meio de Moisés, que nos te: " D a tribo de E fraim as cidades de
fôssem dadas cidades em que ha refúgio Siquém com os seus arrabal
bitássemos, e os arrabaldes delas pa des sôbre o monte de Efraim , e Gazer,
ra manter os nossos animais. 3E os 22e Cibsaim, e Bet-horon, com os seus
filhos de Israel deram das suas pos arrabaldes; quatro cidades. “ E da
sessões cidades com os seus arrabal tribo de Dan, Elteco e Gabaton, 2 *4e
1
des, conforme o mandamento do Se Ajalão, e Gettemon, com os seus a r
21 - 22 LIvRO DE JO SU E 261
rabaldes: quatro cidades. “ E da meia gos ousou resistir-lhes, mas todos fi-
tribo de Manassés, Tanac e Getremon, caram sujeitos ao seu domínio. “Nem
com os seus arrabaldes; duas cida- uma só palavra do que tinha prome-
des. “A o todo foram dadas aos fi tido dar-lhes ficou sem efeito, mas
lhos de Caat, que eram de grau (sa tudo se cumpriu com fatos.
cerdotal) inferior, dez cidades, com
os seus arrabaldes. Josué felicita e despede
as tribos da Transjordânia
Cidades dos filhos de Gers&o
09 'Neste mesmo tempo Josué cha-
D eu também da meia tribo de M a- “ “ mou os Ruben itas, e os Gadi-
nassés, aos filhos de Gersão, da li tas, e a meia tribo de Manassés, 2e
nhagem de Levi, as cidades de refú- disse-lhes: v ó s fizestes tudo o que
gio Gaulon, em Basan, e Bosram, com Moisés, servo do Senhor, vos orde
os seus arrabaldes; duas cidades. “ E nou; e também a mim rne tendes o-
da tribo de Issacar, Cesion, e Daberet, bedecido em tudo, 8e durante um tão
“ e Jaramot, e Enganim, com os seus largo tempo até ao dia de hoje não
arrabaldes; quatro cidades. WE da abandonastes os vossos irmãos, ob
tribo de Aser, M asal e Abdon, “ e H el- servando o mandamento do Senhor
cat, e Roob, com os seus arrabaldes; vosso Deus. 4Agora, visto que o Se
quatro cidades. “ E da tribo de N e f- nhor vosso Deus deu repouso e paz
tali, as cidades de refúgio Cedes na aos vossos irmãos, como lho tinha
Galiléia, e Amot-Dor, e Cartan, com prometido, voltai, e ide para as vos
os seus arrabaldes; três cidades. sas tendas, e para a terra da (vos
“ Tôdas as cidades das famílias de sa) possessão, que Moisés, servo do
Gersão foram treze, com os seus a r Senhor, vos deu da outra banda do
rabaldes. Jordão. *80 vos imponho a condi
Cidades dos filhos de M erari ção de que guardeis, e cumprais exa-
tamente o mandamento e a lei que
ME aos filhos de Merari, Levitas Moisés, servo do Senhor, vos prescre
de grau (sacerdotal) inferior, segun veu, (isto é ) que ameis o Senhor
do as suas famílias, foram dadas da vosso Deus, e andeis em todos os
tribo de Zabulão, Jecnan e Carta, * e seus caminhos, e observeis os seus
Dam na e Naalol; quatro cidades mandamentos, e estejais unidos a ê-
com os seus arrabaldes. “ D a tribo le, e o sirvais de todo o coração, e
de Ruben na banda dalém do Jordão, de tôda a vossa alma. 6Depois deu-
defronte de Jericó, as cidades de re lhes Josué a bênção, e os despediu.
fúgio Bosor, no deserto, Misor e Ja- E êles voltaram para suas tendas.
ser e Jetson e Mefaat* quatro cida 7Ora, Moisés tinha dado â meia tri
des com os seus arrabaldes. “ D a tri bo de Manassés um a possessão em B a
bo de Gad as cidades de refúgio R a - san; e por isso Josué deu â outra
mot em Galaad, e Manaim, e Hese- meia uma parte entre os outros seus
bon, e Jazer; quatro cidades com os irmãos, na banda de aquém do Jor
seus arrabaldes. “ Tôdas as cidades dão, para o ocidente. E, reenviando-
dos filhos de Merari, segundo as suas os para as suas tendas, e, tendo-os
famílias e casas, foram doze. “ P e abençoado, 8disse-lhes: Vós voltais pa
lo que tÔdas as cidades dos Levitas, r a vossas casas com muitos bens e ri-
no meio da possessão dos filhos de riquezas, com prata e ouro, cobre e
Israel, foram Quarenta e oito, “ com erro, e vestidos de tôda a qualidade;
os seus arrabaldes, e cada uma foi reparti com vossos irmãos a prêsa
distribuída segundo as famílias. dos inimigos.
Conclusão Estas tribos erigem* nas m argens do
Jordão um altar, que provoca a
41E o Senhor Deus deu a Israel tô- indignação das outras tribos
da a terra que tinha prometido com
juramento a seus pais que lhes daria, •E os filhos de Ruben, e os filhos
e êles possuíram-na e habitaram ne de Gad, com a meia tribo de Manas-
la. “ E deu-lhes paz com tôdas as sés, voltaram, e separaram-se dos fi
nações ao redor, e nenhum dos inimi lhos de Israel em Silo, que está em
262 L iv R o DE Jo S U E 22
Canaã, para entrarem em Galaad, ter o Senhor Deus fortíssimo, êle o sabe
ra da sua possessão, que tinham ob- e também Israel o compreenderá; se
tido por meio de Moisés, conforme nós com espírito de prevaricação le
a ordem do Senhor. 10E, tendo che vantamos êste altar, ele nos não pro
gado aos distritos do Jordãq, na ter teja, mas desde já nos castigue; “e se
ra de Canaã, edificaram junto ao o fizermos com intenção de oferecer
Jordão um altar de imensa gran sôbre êle holocaustos, e sacrifícios, e
deza. vítimas pacíficas, êle mesmo o exa
“Tendo ouvido isto os filhos de mine e julgue.
Israel, o sabido por mensageiros se 24Muito pelo contrário: O pensa
guros, que os filhos de Ruben, e de mento e desígnio que tivemos foi por-
Gad, e da meia tribo de Manassés ue poderá acontecer que um dia
tinham edificado um altar na terra igam os vossos filhos aos nossos:
de Canaã, nos distritos do Jordão, Que tendes vós com o Senhor Deus
defronte dos filhos de Israel, “reuni de Israel? “O Senhor pôs o rio Jor
ram-se todos em Silo, para m archa dão por têrmo entre nós e vós, ó fi
rem e combaterem contra êles. 18E lhos de Ruben, e ô filhos de Gad; e
entretanto enviaram-lhes à terra de por isso não tendes parte no Senhor.
Galaad, Finéias, filho do sacerdote E - E nesta ocasião os vossos filhos pode
leázaro, 14e com êle dez príncipes, ca ríam afastar os nossos do temor do
da um de sua tribo. Senhor. Portanto, julgamos que e-
15Os quais foram ter com os filhos ra melhor (proceder assim), “ e disse
de Ruben, e de Gad, e da meia tribo mos: Façamos um altar, não para
de Manassés, na terra de Galaad, e oferecer holocaustos, nem vítimas
disseram-lhes: “ Estas coisas vos man “mas para testemunho entre nós e
da dizer todo o povo do Senhor: Que vós, e entre a nossa posteridade e a
transgressão é esta? P or que abando vossa, de que servimos ao Senhor, e
nastes vós o Senhor Deus de Israel, de que temos direito de lhe oferecer
levantando um altar sacrílego, e a- holocaustos, e vítimas, e hóstias pací
partando-vos do seu culto? “P o r ficas; e para que os vossos filhos não
ventura parece-vos pouco ter pecado digam amanhã aos nossos filhos: Vós
per causa de Beelfegor, e que a m á não tendes parte no Senhor. “ P o r
cula dêste crime ainda até hoje per que, se o quiserem dizer, responder-
maneça em nós, e que muitos do po lhes-ão: Eis o altar do Senhor, que
vo tenham perecido? 18E vós abando os nossos pais fizeram, não para ho-
nastes hoje o Senhor, e amanhã cai locaustos, nem sacrifícios, mas para
rá a sua ira sôbre todo o Israel. “ Se testemunho entre nós e vós. “Lon
julgais que a terra da vossa heran ge de nós êste crime que nos aparte
ça é impura, passai para a terra em mos do Senhor, e deixemos de seguir
que está o tabernáculo do Senhor, e as suas pisadas, edificando um al-
habitai entre nós, contanto que vos tar para oferecer holocaustos, e sacri
não aparteis do Senhor, nem da nos fícios, e vítimas, fora do altar do Se
sa sociedade, edificando um altar a- nhor nosso Deus, que está levantado
lém do altar do Senhor nosso Deus. diante do seu tabernáculo.
“Não é assim que Acan, filho de Za-
ré, violou o mandamento do Senhor, “ Quando ouviram isto o sacerdote
e a sua ira veio sôbre todo o povo de Finéias, e os príncipes da legação de
Icrael? E êle era um só homem, e Israel, que com êle estavam, apazi-
oxalá que só êle tivesse perecido por guaram-se, e acolheram com grande
causa do seu crime. satisfação as palavras dos filhos de
Ruben, e de Gad, e da meia tribo
As tribos da Transjordânia explicam de Manassés. 31E o sacerdote Finéias,
a significação do altar, e filho de Eleázaro, disse-lhes: A go ra
restabelece-se a paz sabemos que o Senhor está convosco,
visto que estais alheios a tal preva-
21E os filhos de Ruben, e de Gad, ricação, e livrastes os filhos de Israel
e da meia tribo de Manassés respon da mão (justamente vingadora) do
deram aos príncipes da legação de Senhor.
Israel: 2
120 Senhor Deus fortíssimo, 82E, deixando os filhos de Ruben
22 - 24 L iv R o DE J o s U E 263
e de Gad, êle com os príncipes voltou fortíssimas, e ninguém vos poderá
da terra de Galaad, nos confins de resistir. 10Um só de vós porá em fu
Canaã, para os filhos de Israel, e deu- ga mil homens dos inimigos, porque
lhes conta de tudo. “ E o seu fa lar o Senhor vosso Deus combaterá por
agradou a todos os que o ouviram. vós, como prometeu. “ Sómente ten
E os filhos de Israel louvaram a Deus, de grandíssimo cuidado em am ar o
e não falaram mais em sair contra Senhor vosso Deus. 12Mas, se qui
êles para lhes fazer guerra e devas serdes seguir os erros dêstes povos,
tar a terra da sua possessão. " E os que habitam entre vós, e contrair com
filhos de Ruben, e os filhos de Gad êles matrimônios, e estabelecer ami
chamaram ao altar que tinham edi- zades, 13sabei desde já que o Senhor
ficado: Nosso testemunho de que o vosso Deus não os exterminará dian
mesmo Senhor é Deus. te de vós, mas serão para vós uma
cova e um laço, e uma pedra de tro-
Discurso de Josué aos chefes do povo pêço ao vosso lado, e uma espinha
nos vossos olhos, até que vos tire e
OQ la s s a d o muito tempo depois vos extermine desta terra excelente
que o Senhor tinha dado a que vos deu.
paz a Israel, subjugadas tôdas as na 14Eis que eu hoje entro no cami
ções circunvizinhas, Josué, sendo já nho de tôda a terra, e vós reconhecei
velho e de idade muito avançada, de todo o vosso coração que de tôdas
2chamou todo o Israel, e os anciãos, as palavras que o Senhor prometeu
e os príncipes e os capitães, e os m a cumprir em vosso favor nem uma só
gistrados, e disse-lhes: Eu estou ve ficou sem efeito. 15Pois, assim co
lho e de idade muito avançada; 8e mo êle cumpriu de fato as suas pro
vós vêdes tudo o que o Senhor vosso messas, e tudo vos tem sucedido fe-
Deus fêz a tôdas as nações circunvi lizmente, assim também mandará sô-
zinhas, e como êle mesmo combateu bre vós todos os males de que vos
por vós; 4e que agora repartiu entre ameaçou, até que vos tire e vos ex
vós por sorte tôda a terra, desde a termine desta excelente terra que
parte oriental do Jordão até ao m ar vos deu, 16se violardes o pacto do Se
grande, e, pôsto que restem ainda nhor vosso Deus, que êle fêz convos-
muitas nações (a vencer) , 5o Senhor co, e se servirdes aos deuses estra
vosso Deus as exterminará e as ti nhos, e os adorardes; depressa e su
rará da vossa vista, e vós possuireis bitamente se levantará contra vós o
o país, como êle vos prometeu. 6Só- furor do Senhor, e sereis tirados des
mente é preciso que sejais fortes e ta terra excelente que vos deu.
solícitos em observar tôdas as coisas
que estão escritas no livro da lei de Josué exorte* o povo à fidelidade
Moisés; e não vos desvieis delas nem para com Deus
para a direita, nem para a esquerda;
7para que, ao tratar com êsses po O A 1Finalmente Josué reuniu tôdas
vos que ficarão entre vós, não jureis as tribos de Israel em Siquém
pelo nome dos seus deuses, nem os e chamou os anciãos, e os príncipes,
sirvais, nem os adoreis; 8mas per e os juizes, e os magistrados; e eles
manecei unidos ao Senhor vosso Deus, apresentaram-se diante do Senhor; 2e
como tendes feito até êste dia. °E êle falou assim ao povo: Isto diz o
então o Senhor vosso Deus extermi Senhor Dev.3 de Israel: Vossos pais,
nará à vossa vista nações grandes e Taré, pai de Abraão e de Nacor, ha-
Cap. X X I I — 34. Nosso testemupho . . . Segundo o hebreu: Testemunho entre nós de que
Yahveh é Deus não só das trib o s que estão na margem direita, mas também das que estfto
na margem esquerda do Jordão.
Cap. X X I I I — 14. N o caminho de tôda a terra. Imagem que designa a morte, para
a qual todo o homem caminha desde o seu nascimento.
Cap. X X IV — 1. Neste capítulo fala-se da renovação da aliança e da morte de Josué.
Com um discurso simples, mas elegante, Josué recorda ao povo os benefícios que recebeu
de Deus na Mesopotâmia, no Eg ito , no deserto, na Palestina, e conclui convidando o povo
de Isra el a mostrar-se grato a Deus, renovando a aliança.
264 LIVRO DE JO SU E 24
bitaram desde o principio na banda Egito, e servi ao Senhor. “ Porém,
de além do rio, e serviram a deuses se vos parece mal servir ao Senhor,
estranhos. 8E u tirei pois vosso pai é-vos permitida a opção; escolhei ho
A braão dos confins da Mesopotâmia, je o que vos agrada, e a quem prin-
e o conduzi à terra de Canaã, e m ul- cipalmente deveis servir: se aos deu
tipliquei a sua descendência, 4e dei-lhe ses, a quem serviram os vossos pais
Isac; e a êste dei Jacó e Esaú. E a na Mesopotâmia, ou aos deuses dos
Esaú dei em possessão o monte de Amorreus, em cuja terra habitais;
Seir; Jacó, porém, e seus filhos des- que eu e minha casa havemos de ser
ceram ao Egito. vir ao Senhor.
“Depois mandei Moisés e Arão, e
feri o Egito com muitos milagres e O povo promete ser fiel
prodígios. 6E fiz-vos sair a vós e loE o povo respondeu, e disse: Lon
aos vossos pais do Egito, e chegastes ge de nos que abandonemos o Senhor,
ao m ar; e os Egípcios perseguiram e sirvamos a deuses estranhos. 17O
os vossos pais com carroças e cava- Senhor nosso Deus, êle mesmo nos ti
laria até ao m ar Vermelho. 7Os fi rou a nós e a nossos pais da terra do
lhos de Israel porém clamaram ao Egito, da casa da escravidão; e fêz
Senhor, o qual pôs trevas entre vós à nossa vista grandes prodígios, e
e os Egípcios, e fêz vir o m ar sôbre guardou-nos por todo o caminho que
êles, e os cobriu. Os vossos olhos trilhamos e por entre todos os povos
viram todas as coisas que eu fiz no pelos quais passamos. 18E expulsou
Egito; e vós habitastes no deserto du todas as nações, o Amorreu, habitan-
rante muito tempo. te da terra em que entramos. NÓs
*E introduzi-vos na terra do A m or- pois, serviremos ao Senhor, porque ê -
reu, que habitava na banda de além le é o nosso Deus.
do Jordão. E quando combatiam
contra vós, eu os entreguei nas vossas Josué provoca declarações m ais precisas
mãos, e vós tomastes posse do seu
país, e os matastes. 9E levantou-se 19E Josué disse ao povo: Vós não
Balac, filho de Sefor, rei de Moab, podereis servir ao Senhor; porque ê-
e combateu contra Israel. E m an le é um Deus santo, e fortemente ze
dou chamar Balaão, filho de Beor, loso, e não perdoará as vossas m al-
para que vos amaldiçoasse; 10mas eu dades e pecados. “Se abandonardes
não o quis ouvir, antes pelo contrá o Senhor, e servirdes a deuses estra
rio, por meio dêle vos abençoei, e vos nhos, êle se voltará contra vós, e vos
livrei da sua mão. 11E passastes o afligirá, e destruirá, depois de vos ter
feito bem. 21E o povo disse a Josué:
Jordão, e chegastes a Jericó. E com
bateram contra vós os homens desta N ão será assim como dizes, mas ser
cidade, o Am orreu, e o Ferezeu, e o viremos ao Senhor. “ E Josué disse
Cananeu, e o Heteu, e o Gergeseu, e ao povo: Sois testemunhas de que vós
o Heveu, o Jebuseu; e eu os entre mesmos escolhestes para vós o Se
nhor, a fim de o servir. E êles res
guei nas vossas mãos. 12E mandei a-
ponderam: Somos testemunhas. aA -
diante de vós vespas,, e os expulsei
das suas terras (e tam bém ) os dois gora, pois, disse êle, tirai do meio
reis dos Amorreus, não (o fiz) com a de vós os deuses estranhos, e incli
tua espada nem com o teu arco. 13E nai os vossos corações para o Senhor
dei-vos uma terra, que não lavrastes, Deus de Israel. 24E o povo disse a
e cidades que não edificastes, para Josué: N ó s serviremos ao Senhor nos
habitardes nelas; vinhas e olivais, que so Deus, e seremos obedientes aos
não plantastes. 14Agora, pois, temei seus preceitos.
o Senhor, e servi-o com um coração Renovação da aliança
perfeito e sinceríssimo; e tirai (do
meio de vó s) os deuses a que vossos “ Josué, pois, renovou naquele dia a
pais serviram na Mesopotâmia e no aliança, e propôs ao povo preceitos
Cap. XXIV — 1 5 . É-vos permitida a opção. Êste belo movimento oratório vai levar o
povo a pronunciar-se francamente sôbre o seu futuro modo de proceder.
24 LIVRO DE JO SU E 265
e leis em Siquém. “ Escreveu tam rael serviu ao Senhor durante todo
bém todas estas palavras no livro da o tempo da vida de Josué, e dos an
lei do Senhor, e tomou uma pedra ciãos que viveram muito tempo de
muito grande, e colocou-a debaixo pois de Josué, e que sabiam tôdas
dum carvalho, que estava no santuá as obras que o Senhor tinha feito
rio do Senhor; 27e disse a todo o po em (fa vor de) Israel.
vo: Esta pedra servir-vos-â de teste
Sepultura dos ossos de José
munho de que ouviu tôdas as pala
vras, que o Senhor vos disse; para t a m b é m os ossos de José, que os
que não aconteça que depois o quei filhos de Israel tinham trazido do E -
rais negar e mentir ao Senhor vosso gito, foram sepultados em Siquém, na
Deus. “ E despediu o povo, cada um parte do campo, que Jacó tinha com-
para a sua possessão. prado aos filhos de Hemor, pai de
Siquém, por cem cordeiros, e que
Morte e sepultura de Josué foi depois propriedade dos filhos de
José.
“ E depois disto morreu Josué, filho Morte e sepultura de Eleázaro
de-N un, servo do Senhor, com cento
e dez anos. “ E o sepultaram nos “ Morreu também Eleázaro, filho de
confins da sua possessão, em Tarn- Arão, e sepultaram-no em Gabaat,
nat Saraa, que está situada sobre o (cidade) de Finéias, seu filho, que
monte de Efraim , para a parte se lhe tinha sido dada sôbre o monte
tentrional do monte Gaas. 31E Is de Efraim .
L I VRO DOS J U I Z E S
Segundo a opinião mais seguida, o livro dos JUIZES foi escrito pelo pro
feta Samuel. Contém a história de Israel, desde a morte de Josué até o nas
cimento de Samuel, época em que Deus suscitou alguns heróis, chamados
Juizes, para libertarem todo o seu povo, ou parte dêle, da opressão inimiga,
e para o levarem à observância da lei. O fim principal do livro, na intenção
de seu autor, foi levar o povo eleito à observância da lei de Deus Por meio
de alguns exemplos tirados da história, mostra que Israel é feliz quando
serve a Deus, mas torna-se infeliz logo que se afasta do Senhor, o qual to
davia está sempre pronto a perdoar, quando se faz penitência do pecado co
metido.
Êste livro divide-se em três partes:
I. Introdução: (1, 1 - 3, 6 ) na qual se trata das condições políticas
(1, 1 - 2, 5) e religiosas (2, 6 - 3, 6 ) de Israel na época dos Juizes.
II. Narração principal: (3, 7 - 16, 31) constitue o núcleo e a parte subs
tancial do livro. Recorda com alguns detalhes os acontecimentos mais críti
cos dêste período: a vitória de Otoniel sobre Cusan Rasataim (3, 7 - 11); Aod
liberta Israel da opressão dos Moabitas (3, 12-30); a vitória de Barac e de
Débora sôbre Sisara (4, 1 - 5, 32); Israel livra-se da opressão dos Madianitas
por obra de Gedeão ( 6, 11 - 8, 32) e da dos Amonitas por obra de Jeftè
(11, 7 - 12, 7 ); a luta de Sansão contra os Filisteus (13, 2 - 16,31).
Além dêsses 6 “ Juizes Maiores” surgiram outros seis “ Juizes menores” ,
cujos nomes às vêzes são apenas mencionados: Samgar (3, 31); Tola e Jair
(10, 1-5), Abesan, Aialon, Abdon (12, 8-15).
III. Dois apêndices desligados do resto do livro. O primeiro é uma
narração da conquista de Lais pelos filhos de Dan (17, 1 - 18, 31). O outro
narra a guerra de extermínio contra a tribo de Benjamim, réu de não ter
punido os autores da atrocidade de Gabaa (19, 1 - 21, 24).
Duvida-se que todos os Juizes recordados acima tenham exercido o cargo
consecutivamente, ou se alguns dêles tenham vivido e governado contempo
râneamente, embora se achando em regiões diferentes. No primeiro caso,
teriamos a narração de uma história que abrange quase 410 anos; na se
gunda hipótese, a história abrangería apenas um período de 300 anos. Esta
segunda opinião concorda mais com o resto da cronologia sagrada.
LI VRO DOS J U Í Z E S
A tribo de Judá é designada p ara que antigamente se chamava Cariat-
m archar à frente das outras tribos -Sefer, isto é, cidade das letras. 12E
Caleb disse: E u darei minha filha
1 'Depois da morte de Josué os fi- A x a por mulher ao que tomar Cariat-
1 lhos de Israel consultaram o -Sefer e a destruir. 13E tendo-a to
Senhor, dizendo: Quem marchará à mado Otoniel, filho de Cenez, irmão
nossa frente contra o Cananeu, e mais novo de Caleb, êste deu-lhe a
será o nosso chefe na guerra? 2E o sua filha A x a por mulher. 14Indo
Senhor disse: M archará (a tribo d e) ela em viagem, sugeriu-lhe seu ma
Judá; eis que eu entreguei o país rido que pedisse a seu pai um cam
nas suas mãos. *E Judá disse a Si- po. E, como ela suspirasse, estando
meão, seu irmão: Sobe comigo à ter montada sôbre o seu jumento, Caleb
ra que me coube em sorte, e comba disse-lhe: Que tens? 15E ela respon
te contra o Cananeu, a fim de que eu deu: Dá-m e uma bênção; já que
vá depois contigo à tua sorte. E Si- me deste uma terra sêca, dá-me tam
meão foi com ele. bém uma que se possa regar. Caleb,
Vitórias de Judá e Sirneão
pois, deu-lhe uma terra, que se rega
va nos altos e nos baixos.
4E Judá subiu, e o Senhor entre 16Os filhos, porém, do Cineu, paren
gou nas suas mãos o Cananeu e o Fe- te de Moisés, saíram da cidade das
rezeu; e mataram em Bezec dez mil Palm eiras com os filhos de Judá pa
homens. 5E encontraram Adonibezec ra o deserto, que era da sorte desta
em Bezec, e combateram contra êle, tribo, a qual fica ao meio-dia de Arad,
e derrotaram o Cananeu e o F ere- e habitaram com êles. 17Depois Ju
zeu. °E Adonibezec fugiu; mas, in dá marchou com Simeão, seu irmão,
do êles em seu alcance, apanharam - e juntos derrotaram o Cananeu, que
no, e cortaram-lhe as extremidades habitava em Safat, e mataram-no. E
das mãos e dos pés. 7E Adonibezec esta cidade foi chamada com o nome
disse: Setenta reis, a quem tinham si de Horma, isto é, anátema. ME Ju
do cortadas as extremidades das mãos dá tomou também Gaza com os seus
e dos pés, apanhavam debaixo da mi arrabaldes, e Ascalon, e Acaron com
nha mesa os sobejos da comida; co os seus arrabaldes. 19E o Senhor foi
mo eu fiz, assim Deus me fêz. E com Judá e êste apoderou-se das
levaram-no a Jerusalém e ali mor montanhas; porém não pode derro
reu 8Ora, os filhos de Judá, tendo a- tar os que habitavam no vale, por
tacado Jerusalém, tomaram-na, e que êstes tinham muitas carroças
passaram-na ao fim de espada, pon falcadas. "E , conforme o que Moi
do fogo a tôda a cidade. sés tinha dito, deram Hebron a Ca
9E depois, baixando, combateram leb, que exterminou dela os três fi
contra o Cananeu, que habitava nas lhos de Enac.
montanhas, e ao melo-dia, e nas pla Insucessos das outras tribos
nícies. 10E Juda (prosseguindo) m ar
chou contra o Cananeu, que habi “ Mas os filhos de Benjamim não
tava em Hebron (cham ada antiga destruíram o Jebuseu, que morava
mente C ariat-A rbe), derrotou Sesai, em Jerusalém; e o Jebuseu habitou
e Aiman, e Tolm ai; Me partindo dali, em Jerusalém com os filhos de Ben
foi contra os habitantes de Dabir, jamim, até ao dia de hoje.
Cap. I — 6. C o r t a r a m - l h e . . . Êste suplício era m uitas vêzes aplicado aos vencidos,
para os to rn a r incapazes de pegar novamente em armas.
268 LIVRO DOS JUízES 1- 2
“A casa de José também marchou O anjo de Deus censura Israel
contra Betel, e o Senhor foi com êles. que se arrepende
23Porque, enquanto sitiavam a cidade,
que antes se chamava Luza, ^viram O 2Ora, o anjo do Senhor subiu de
sair da cidade um homem, e disseram- “ Galgala ao lugar (chamado)
lhe: Mostra-nos a entrada da cida dos chorosos, e disse: E u vos tirei do
de, e usaremos de misericórdia con Egito, e vos introduzi na terra, que
tigo. ^ e n d o -lh a êle mostrado, pas eu tinha jurado a vossos pais (dar-
saram a fio de espada a cidade; mas vo s), e prometi-vos não mais rom
deixaram livre aquêle homem, e tô- per o pacto (qu e fiz) convosco; 2com
da a sua fam ília. ME êle pôsto em a condição, porém, de que não farieis
liberdade, foi Dara a terra de H e - aliança com os habitantes desta ter
tim, e fundou lá uma cidade, e pôs- ra, mas que destruirieis os seus al
lhe o nome de Luza, a qual se chama tares; e vos não quisestes ouvir a mi
assim até ao dia de hoje. nha vóz; por que fizestes isto? 3P o r
esta razão eu não quis extingui-los
^Também Manassés não destruiu da vossa presença, para que os te
Bêtsa nem Tanac com as suas aldeias, nhais por inimigos, e os seus deuses
nem os habitantes de Dor, e de Je- sejam a vossa ruina.
blaam, e de Magedo com as suas al 4A o dizer o anjo do Senhor estas
deias, e o Cananeu começou a habi )alavras a todos os filhos de Israel,
tar com êles. "M as, depois que Is
rael cobrou mais fôrças, fê-los tribu
Íevantaram êstes a sua voz, e chora
ram. 5Pelo que aquêle lu gar foi cha
tários, e não os quis exterminar. mado o lu gar dos chorosos, ou das lá -
“ E fraim também não exterminou o grimas; e imolaram ali hóstias ao
Cananeu, que habitava em Gazer, mas Senhor.
ficou habitando com êle.
"Zabulão não destruiu os habitantes Fidelidade da geração que tinha
de Cetrom e de Naalol, mas o Cana- conhecido Josué
neu habitou no meio dêle, e tor 6Josué, pois, despediu o povo, e os
nou-se seu tributário. filhos de Israel foram cada um para
“ A ser também não destruiu os ha a sua possessão, a fim de a ocupa-
bitantes de Aco e de Sidônia, e de rem. 7E serviram ao Senhor duran
Aalab, e de Acazib, e de Helba, e de te todos os dias da vida de Josué, e
Afec, e de Roob; “ antes, morou no dos anciãos, que lhe sobreviveram
meio dos Cananeus, habitantes daque- por largo tempo, e que tinham co
la terra, e não os exterminou. nhecido tôdas as obras que o Senhor
“ Neftali também não destruiu os tinha feito em favor de Israel. 8M or-
habitantes de Betsames, e de Betanat, reu, porém, Josué, filho de Nun, ser
mas morou entre os Cananeus, habi vo do Senhor, com cento e dez anos,
tantes daquela terra, e os Betsa- 9e sepultaram-no nos confins da sua
mitas e os Betanitas lhe foram tri possessão em Tam nat Sare sôbre o
butários. monte de E fraim ao norte do monte
Gaas.
ME o Am orreu encerrou os filhos
de Dan no monte, e não lhes deu lu Infidelidade das gerações seguintes
gar de descer para as planícies; “ e
habitou no monte Hares, que quer 10E tôda aquela geração se foi unir
dizer monte de argila, em A jalão e a seus pais, e sucederam outros, que
em Salebim. Mas a mão da casa de não conheciam o Senhor, nem as
José carregou sobre êle, e tornou-o obras que tinha feito em favor de Is
seu tributário. “ E os limites do A - rael. UE os filhos de Israel fizeram
morreu foram desde a subida do Es o m al diante do Senhor, e serviram
corpião, Petrk, e os lugares mais al os Baalins, 12e abandonaram o Senhor
tos.28 Deus de seus pais, que os tinha ti
Cap. v — 1-32. F o i Débora quem compôs êste cântico, mas cantou-o juntamente com
Barac e os Isra elita s. Ê um dos mais belos cânticos heróicos de Isra el. Convida o povo
vitorioso a bendizer o senhor; exalta as trib o s que tomaram parte na batalha, e cen
sura as que se abstiveram; descreve as fases principais do combate.
8. E s c o l h e u n o v a s g u e r r a s , isto è , um novo modo de guerrear, colocando uma mu
lhe r como general do seu povo.
14. O s p r í n c i p e s valentes que conquistaram o país de Galaad.
21. C a l c a , 6 m i n h a a l m a . .. Débora transporta-se em espirito ao campo coberto de ca
dáveres inimigos, e convida-se a s i mesma a calcâ-los.
5 - 6 LIVRO DOS JUIZES 273
rário, e, buscando na cabeça lugar lhes disse: Eis o que diz o Senhor
para a ferida, deu o golpe em Sisa- Deus de Israel: E u voz fiz sair do
ra, trespassando-lhe com fôrça as Egito, e vos tirei da casa da escravi
fontes. "C aiu entre os seus pés, des dão, 9e vos livrei do poder dos E gíp
faleceu e expirou; contorceu-se dian cios, e de todos os inimigos, que vos
te dos seus pés, e ficou estendido por afligiam ; e os lancei fora à vossa
terra exânime e miserável. " A mãe chegada, e entreguei-vos a sua terra.
de Sisara, olhando pela janela, grita- 10E disse: E u sou o Senhor vosso
va, e do seu quarto dizia: P or que Deus, não temais os deuses dos Am o-
tarda em voltar a sua carroça? P or reus, em cuja terra habitais. E vós
que são tão pesados os pés dos seus não quisestes ouvir a minha voz.
quatro cavalos? "M as uma de suas
mulheres mais discreta do que as ou- Gedeão, salvador de Israel
tras, respondeu à sogra estas pala-
"Depois (destas palavras) velo o
vras: “Talvez que a esta hora repar
anjo do Senhor, e sentou-se debaixo
ta os despojos, e escolha para si a de um carvalho, que havia em Efra, e
mais formosa das cativas; vestidos pertencia a Joás, pai de família de
de várias côres são dados dos despo- Ezri. E, estando Gedeão seu filho sa
os a Sisara, e várias jóias se lhe des- cudindo e limpando o trigo no lagar,
inam para adôrno do seu pescoço. para o esconder dos Madianitas, 12o
"Assim pereçam, Senhor, todos os anjo do Senhor apareceu-lhe, e disse:
teus inimigos; os que, porém, te a- O Senhor é contigo, ó homem o mais
mam, brilhem como o sol quando valente dos homens. ME Gedeão dis
nasce. se-lhe : Se o Senhor é conosco, peço-
32E (depois disto) esteve o país em te, senhor meu, (qu e m e digas) por
paz durante quarenta anoa que nos aconteceram tôdas estas coi
N ova infidelidade de Israel, e novo sas? onde estão aquelas suas m aravi
castigo lhas, que nossos pais nos contaram,
dizendo: O Senhor tirou-nos do E gi
£ xPorém (m orto Barac) os filhos to? Mas agora o Senhor abandonou-
u de Israel tornaram a fazer o nos, e entregou-nos nas mãos dos
mal diante do Senhor, que os en- Madianitas. “ Então (o A n jo que re
tregou durante sete anos nas mãos presentava) o Senhor olhou para êle,
dos Madianitas, 2e foram muito opri e disse: V ai com essa tua fôrça, e
midos por êles. E fizeram para si co livrarás Israel do poder dos M adia
vas e cavernas nos montes, e lugares nitas: sabe que sou eu quem te man
muito fortes para resistirem. *E, da.
quando Israel tinha semeado, vinham "M as êle respondeu e disse: Dize-
os Madianitas, e os Amalecitas, e os me, te peço, meu Senhor, como po
outros povos orientais; 4e, pondo as derei eu livrar Israel? Eis que mi
tendas junto dêles, talavam tudo nha fam ília é a última de Manassés,
quanto ainda estava em erva, (desde e que eu sou o menor da casa de meu
o Jordão) até à entrada de Gaza; e pai. 16E o Senhor disse-lhe: E u serei
não deixavam aos Israelitas nada do contigo, e tu derrotarás os Madiani-
necessário à vida, nem ovelhas, nem tas, como se fôssem um só homem.
bois, nem jumentos. *Porque êles vi 17E êle replicou: Se eu achei graça
nham com todos os seus rebanhos e diante de ti, dá-me um sinal por on
tendas, e à maneira de gafanhotos, de conheça que és tu quem me fala.
esta multidão inumerável de homens 18E não te vás daqui, antes que eu
e camelos cobria tôdas as coisas, des- volte, trazendo um sacrifício, e to
truindo tudo o que tocava. 6E Israel ofereça. E êle respondeu: E u espe
foi muito humilhado na presença dos rarei a tua volta.
Madianitas.
Sinal dado a Gedeão
Arrependimento
19Gedeão, pois, foi a sua casa, e co
TE clamou ao Senhor, pedindo so zeu um cabrito, e pães ázimos duma
corro contra os Madianitas. *E o Se medida de farinha; e pondo a carne
nhor mandou-lhes um profeta, que num cesto, e deitando o caldo da car
274 LIVRO DOS JU IZ E S 6 - 7
ne numa panela, levou tudo ao lugar teu filho, para que seja morto, por
debaixo do carvalho, e ofereceu-lho. que destruiu o altar de Baal, e cor
^E o anjo do Senhor disse-lhe: Tom a tou o bosque. “ Joás respondeu-lhes:
a carne e os pães ãzimos, e pôe-nos Porventura sois vós os vingadores de
sôbre aquela pedra, e derrama-lhes Baal, para combaterdes por êle?
por cima o caldo. Tendo-o assim feito Aquêle que é seu inimigo, m orra an
Gedeão, 21o anjo do Senhor estendeu tes que chegue o dia de amanhã; se
a ponta da vara, que tinha na mão, êle é deus, vlngue-se daquele que des
e tocou a carne e os pães ãzimos, e truiu o seu altar. “ Daquele dia em
saiu fogo da pedra, e consumiu a diante Gedeão foi chamado Jerobaal.
carne e os pães ãzimos; e o anjo do or Joás ter dito: Vingue-se Baal
Senhor desapareceu de seus olhos. §aquele que destruiu o seu altar.
“ E, vendo Gedeão que era um anjo
Gedeão chama os Hebreus às arm as
do Senhor, disse: A i de mim, Senhor
meu Deus, que vi o anjo do Senhor “ Entretanto, todos os Madianitas e
face a face. 23E o Senhor disse-lhe: os Amalecitas, e os povos do oriente
A paz seja contigo; não temas, não juntaram-se, e, tendo passado o Jor
morrerás. dão, acamparam no vale de Jezrael.
840 espírito do Senhor, porém, apode-
Gedeão levanta um altar a Deus e
destrói o altar de B a a l
rou-se de Gedeão, o qual, tocando a
trombeta, convocou a casa de A bie-
24Gedeão, pois, edificou um altar zer, para que o seguisse. “ E enviou
ao Senhor, e chamou-o Paz do Se mensageiros por tôda a tribo de M a-
nhor, (nom e que conserva) até ao nassés, que também o seguiu; e en
dia de hoje. E, estando êle ainda em viou outros mensageiros as tribos de
E fra, que pertence à fam ília de Ezri, Aser e de Zabulão e Neftali, que fo
^naquela -noite disse-lhe o Senhor: ram juntar-se com êle.
Tom a o touro de teu pai, e outro
M ilagre do velo de lã
touro de sete anos, e destruirás o al
ta r de Baal, que é de teu pai, e cor 86E Gedeão disse a Deus: Se tu sal-
ta o bosque, que cerca o altar; “ e vas Israel por meio da minha mão,
edificarás um altar ao Senhor teu como disseste, 37eu porei na eira êste
Deus em cima desta pedra, sôbre a velo de lã; se o orvalho cair só no
qual puseste antes o sacrifício; e to velo, e tôda a terra ficar sêca, reco
marás o segundo touro, e o oferecerás nhecerei nisso que salvarás Israel pe
em holocausto sôbre um monte da la minha mão, como prometeste. “ E
lenha, que terás cortado do bosque. assim sucedeu. E, levantando-se ain
27Gedeão, tendo tomado dez homens da de noite, espremeu o velo, e en
dos seus servos, fêz o que o Senhor cheu uma concha de orvalho.
lhe tinha ordenado. Mas, temendo ^E Gedeão disse de novo a Deus:
a fam ília de seu pai, e os homens da N ão se acenda contra mim o teu fu
quela cidade, não o quis fazer de ror, se eu ainda fizer outra prova,
dia, mas executou tudo de noite. “ E pedindo um sinal no velo. Peço que
os homens daquela cidade, tendo-se so o velo esteja sêco, e toda a terra
levantado pela manhã, viram o altar molhada de orvalho. ^E naquela noi
de B aal destruído e o bosque corta te o Senhor fêz como (Gedeão) lhe
do, e o segundo touro pôsto sôbre o tinha pedido; e s ó o velo ficou enxuto,
altar, que acabava de ser erigido. e orvalho por toda a terra.
^E disseram uns para os outros: Gedeão escolhe os combatentes
Quem fêz isto? E, averiguando o
autor da obra, foi-lhes dito: Gedeão, 7 Jerobaal pois, que também se
filho de Joás, fêz tôdas estas coisas. 1 chamava Gedeão, levantando-se
30E disseram a Joás: Faze vir aqui de noite, acompanhado de todo o
Cap. V I — 22. A i d e m i m . . . Gedeão espera m orrer, pois os Hebreus julgavam que era
ferido de morte quem visse um anjo de Deus ( Ê x ., X X , 19, etc. )•
32. J e r o b a a l ; jôgo de palavras, o qual significa que Baa l defenda sua causa contra
êle (Gedeão).
38. U m a c o n c h a , ou, segundo o hebraico, u m g r a n d e c o p o .
7 LIVRO DOS JUízES 275
povo, foi à fonte chamada H arad; gurança ao acampamento dos inimi
e o acampamento dos Madianitas es gos. Desceu, pois, êle e Fara, seu
tava no vale, ao norte dum alto ou criado, à parte do acampamento, on
teiro. de estavam as sentinelas do exército
2E o Senhor disse a Gedeão: Tens (inim igo).
contigo muita gente, e Madian não
será entregue na sua mão, para que Sonho dum M adianita
Israel não se glorie contra mim e di 12Os Madianitas e os Amalecitas, e
ga: P or minhas forças fui livre. 3F a - todos os povos do oriente jaziam es
la ao povo, e de modo que todos ou tendidos no vale, como um bando de
çam, ordena: Aquêle que é medroso gafanhotos; os camelos eram também
e tímido, volte para trás. E retira inumeráveis, como a areia gue há na
ram-se do monte de Galaad, e volta praia do mar. 13E, aproximando-se
ram para trás vinte e dois mil ho Gedeão, um dêles contava ao cama
mens do povo, e só ficaram dez mil. rada o seu sonho, e dêste modo lhe
4E o Senhor disse a Gedeão: A in referia o que tinha visto. Tive um
da é muita gente, leva-os às águas e sonho, e parecia-me ver como que
lá os provarei; e aquêle que eu te um pão de cevada cozido debaixo do
disser que parta contigo, esse vá, e rescaldo, que rolava, e ia cair sobre
a quem eu proibir, volte para trás. o acampamento de Madian; e, tendo
5E, tendo o povo descido às águas, o chocado com um a tenda, a sacudiu
Senhor disse a Gedeão: Porás a um com a pancada, e a lançou de todo
lado os que lamberam a água com lor terra. 140 outro, a quem êle fa -
a língua, como os cães costumam
lamber; e os que beberem de joelhos,
fava, respondeu: Isto não é outra coi
sa senão a espada de Gedeão, filho
estarão noutra parte. 6Ora, o núme de Joás, homem Israelita; porque o
ro dos que lamberam a água lançan- Senhor lhe entregou nas mãos M a
do-a com a mão à bôca, foi de tre dian, e todo o seu acampamento.
zentos homens; todo o resto da gente
tinha dobrado os joelhos para be Estratagem a de Gedeão
ber ( mais cômodamente). 7E o Se
nhor disse a Gedeão: Com os tre 15Gedeão, tendo ouvido êste sonho
zentos homens, que lamberam a á - e a sua interpretação, adorou (a
gua, vos livrarei, e entregarei nas D eu s), e voltou ao acampamento de
tuas mãos os Madianitas; toda a ou Israel, e disse: Levantai-vos, porque
tra gente volte para sua casa. 8Ge- o Senhor nos entregou nas mãos o
deão, tomando víveres e trombetas acampamento de Madian. 16E divi
à proporção do número, ordenou que diu os trezentos homens em três ba
tôda a restante multidão se retiras talhões, e pôs nas mãos de cada um
se para as suas tendas; e êle com uma trombeta, e uma ânfora vazia, e
trezentos homens saiu à batalha. O - dentro desta uma lanterna acesa. 17E
ra, o campo de Madian estava em disse-lhes: Fazei o mesmo que me
baixo no vale. virdes fazer; eu entrarei por um lado
do acampamento, e imitai o que eu
Gedeão vai ao acampamento fizer. 18Quando soar a trombeta
M adianita (qu e tenho) na mão, tocai também
as vossas ao redor do acampamento,
°Naquela mesma noite o Senhor dis e gritai todos à uma: A o Senhor, e a
se-lhe: Levanta-te, e desce ao acam Gedeão.
pamento (dos inimigos), porque eu os Derrota dos M adianitas
entregarei nas tuas mãos. 10Mas, se
tens mêdo de ir só, vá contigo o téu 19Gedeão, pois, com os trezentos ho
criado Fara. nE, tendo ouvido o que mens, que o acompanhavam, entrou
êles dizem, então se confortarão as por um lado do acampamento, ao
tuas mãos, e descerás com maior se principio da vigília da meia-noite, e,
22. Enviou a espada, ou, segundo o hebreu, fêz voltar aos Madianitas o espada uns
contra os outros.
Cap. V I I I — 2. Porventura... provérbio que significa : A trib o de E fra im , que vale
m uito mais que a casa de Abiezer, alcançou nesta guerra maior glória, pois, com a sua
intervenção a tempo, matou os dois chefes Madianitas.
8 - 9 LIVRO DOS JU IZ E S 277
gente de Socot, e perguntou-lhe os no êles responderam: Nós tas daremos
mes dos príncipes e anciãos de Socot, de muito boa vontade. E, estenden
e escreveu setenta e sete pessoas. 15E do no chão um a capa, lançaram ne-
foi a Socot, e disse-lhes: Eis aqui la as arrecadas havidas da prêsa.
Zebee e Salmana a respeito dos quais ^E o pêso das arrecadas pedidas foi
me escarnecestes, dizendo: Porventu de mil e setecentos siclos de ouro, a -
ra já estão já em teu poder as mãos fora os ornamentos e colares, e ves
de Zebee e de Salmana, para nos pedi tidos de púrpura, de que os reis de
res que demos pão à tua gente, que Madian costumavam usar, e afora as
está cansada e desfalecida? 16Tomou, coleiras de ouro dos camelos.
pois, os anciãos da cidade, e espinhos 27E Gedeão fêz disto um efod, e o
e abrolhos do deserto, e com êles lace- pôs na sua cidade de E fra. Isto deu
rou, e despedaçou aquêles homens de ocasião a que todo o Israel idolatras-
Socot. "Destruiu também a tôrre de se, e foi a ruína de Gedeão e de tô-
Fanuel, depois de ter morto os habi da a sua casa. “ Foram, pois, humi
tantes da cidade. 18E disse a Zebee e a lhados os Madianitas diante dos filhos
Salm ana: Como eram aquêles ho de Israel, e não puderam mais levan
mens, que vós matastes sobre o T a- tar a cabeça; mas todo o país ficou
bor? Êles responderam: Semelhantes em paz durante oz quarenta anos, que
a ti, e um dêles parecia quase o filho Gedeão governou. “ Retirou-se, pois,
dum rei. 19E êle respondeu-lhes: E ram Jerobaal, filho de Joâs, e habitou em
meus irmãos, filhos de minha mãe. sua casa; "e teve setenta filhos, que
V iva o Senhor, que, se vós lhes tivés saíram dêle, porque tinha muitas mu
seis salvado a vida, eu não vos ma lheres.
taria. “ E disse a Jeter, seu primogêni 31E uma das suas mulheres secun
to: Levanta-te, e mata-os. Porém, êle dárias, que estava em Siquém, deu-
não puxou pela espada, porque como lhe à luz um filho, que foi chamado
era ainda rapaz, tinha mêdo. “ E Ze Abimelec. 32E morreu Gedeão, filho
bee e Salmana disseram: Vem tu mes de Joás, numa boa velhice, e foi se
mo e lança-te sôbre nós, porque a pultado no sepulcro de Joás, seu pai,
fôrça é proporcionada à idade. Ge- em E fra, (cidade) da fam ília de Ezri.
deão levantou-se e matou Zebee e “ Mas, depois que Gedeão morreu,
Salmana, e tomou os ornamentos e os filhos de Israel voltaram as costas
lunetas, com que se costumam ador (a D eu s) e contaminaram-se com
nar os pescoços dos camelos dos rela B aal. E fizeram aliança, com Baal,
Gedeão recusa ser eleito rei
para que fosse seu Deus; “ e não se
recordaram do Senhor, seu Deus,
" E todos os homens de Israel dis que os livrou das mãos de todos os
seram a Gedeão: Sê nosso príncipe, seus inimigos que os cercavam;
tu e teu filho, e o filho de teu filho, “ nem usaram de piedade com a
porque nos livraste da mão de M a- casa de Jerobaal, (isto é ) de Ge-
dian. “ E êle respondeu-lhes: Nem deão, em - reconhecimento de todos
eu, nem meu filho vos dominará, mas os benefícios que tinha feito a Is
o Senhor terá domínio sobre vós. rael.
últimos anos de Gedeão Abimelec faz-se reconhecer como rei
tanto a mulher como seu pai. 7E 1TE, logo que acabou de cantar es
Sansão disse-lhes: Não obstante ter- tas palavras lançou a queixada da
des feito isto, eu ainda assim tirarei mão, e chamou àquêle lugar Ramat-
vingança de vós, e depois sossega Lequi, que quer dizer elevação da
rei. 8*E fêz nêles um grande destrô- queixada.
ço, de sorte que, atônitos, punham as Fonte miraculosa
pernas sôbre as coxas. E descendo
(d a li) habitou na caverna do rochedo "Sentindo muita sêde, clamou ao
de Etão. Senhor, e disse: Tu foste o que salvas
Sansão m ata mil Filisteus com te p teu servo e que lhe deste esta
a queixada dum jumento grandíssima vitória: Eis que morro de
sêde, e cairei nas mãos aos incircun-
9Tendo, pois, ido os Filisteus à ter cidados. 19Abriu, pois, o Senhor um dos
ra de Judá, acamparam num lugar, dentes molares da queixada do ju
ue depois se chamou Lequi que quer mento, e saíram águas. E Sansão, be
izer queixada, onde o seu exército bendo delas recobrou alento, e recu
foi desbaratado. 10*E os da tribo de perou as forças. P or isso foi aquêle
Judá disseram-lhes: Por que viestes lugar chamado até o dia de hoje Fon
contra nós? Êles responderam: V i te do que invoca, saída da queixada.
mos prender Sansão, e pagar-lhe o “ E julgou Israel durante vinte anos
que fêz contra nós. "Então foram nos dias (da dominação) dos Filisteus.
três mil homens da tribo de Judá A s portas de G aza
à caverna do rochedo de Etão, e
disseram a Sansão: Tu não sabes 1 £ Mansão foi também a Gaza, e
que estamos sujeitos aos Filisteus? 1w viu lá uma mulher meretriz,
Por que quiseste, pois, fazer-lhes is e entrou em casa dela. ^ en d o ouvi
to? Ele respondeu-lhes: Eu fiz-lhes do isto os Filisteus, e tendo-se espa
como êles me fizeram a mim. 12Nós lhado entre êles que Sansão tinha en
vimos, disseram êles, para te pren trado na cidade, cercaram-no, pondo
der, e para te entregar nas mãos guardas às portas da cidade, esperan
dos Filisteus. Jurai-me, disse-lhes San do-o ali tôda a noite em silêncio, para
são, e prometei-mo que não me haveis o matarem pela manhã, ao sair. 8San-
de matar. 13*Ê les responderam: Não são, porém, dormiu até meia-noite; e
te mataremos, mas entregar-te-emos depois, levantando-se, pegou em am
ligado. Ligaram-no, pois, com duas bos os batentes da porta com os seus
cordas novas, e tiraram-no do roche postes e fechaduras, e, pondo-os às
do de Etão. costas, levou-os até o alto do monte
14E, chegando ao lugar da Queixa que olha para Hebron.
da, e, saindo-lhe ao encontro os Filis- Sansão revela a D alila o segrêdo da
teus com gritos, apoderou-se dêle o sua fôrça e cai em poder dos Filisteus
Espírito do Senhor, e como o linho
costuma consumir-se ao cheiro do fo 4Depois disto amou uma mulher,
go, assim as cordas, com que estava que habitava no vale de Sorec, e se
ligado, foram quebradas e desfeitas chamava Dalila. 5E os príncipes dos
( por ele). 15E, encontrando uma quei Filisteus foram ter com ela, e disse-
xada, isto é, a mandíbula dum jumen ram-lhe: Engana-o, e sabe dêle don-
to, que jazia ali, tomando-a, matou de lhe vem tanta força e de que mo-
com ela mil homens. 16E disse: do o poderemos vencer e castigar
Com a queixada dum jumento os depois de atado; se fizeres isto, ca
(inim igos) derrotei; com a mandíbu da um de nós te dará mil e cem
la dum jumento mil homens matei. moedas de prata.
8. E fêz nêles, etc. O bebreu diz: E feriu-os perna sôbre coxa, com um grande gol
pe. Locução m etafórica para significar que Sansão fêz nos inimigos tal destrôço que
os reduziu a um montão de membros decepados.
19. A briu pois o S en h or... Todos os milagres são possíveis a Deus, para quem é tão
fácil sair águ a dum a rocha como da queixada dum jumento. T odavia hoje dá-se outra
tradução ao hebreu, que m odifica as circunstâncias do m ilagre: Deus fendeu a rocha
côncava que está em Lequi, e dela saíram águas.
16 LIVRO DOS J U íz E S 287
6Dalila disse, pois, a Sansão: Dize- dar tempo para descansar, desmaiou
me, te peço, em que consiste esta (e n fim ) o animo de Sansão, e caiu
tua tão grande fôrça, e que coisa num desfalecimento mortal. “ Então,
haverá com a qual estando tu liga- descobrindo-lhe a verdade da coisa,
do não possas escapar-te? 7Sansão disse-lhe: Sôbre a minha cabeça nun
respondeu-lhe: Se eu fôr ligado com ca passou navalha, porque sou na
sete cordas de nervos frescos e ain zareno, isto é, consagrado a Deus des
da úmidos, ficarei tão fraco como os de o ventre de minha mãe; se me
outros homens. 8E os príncipes dos fôr rapada a cabeça, ir-se-á de mim
Filisteus trouxeram-lhe sete cordas, a minha fôrça, e eu desfalecerei, e se
como ela tinha dito, com as quais e- rei como os outros homens. 18E, ven
la o atou, °e estando êles de embos do ela que Sansão lhe tinha patentea
cada escondidos na sua casa, e es do todo o seu coração, mandou dizer
perando na câmara o êxito da trai aos príncipes dos Filisteus: Vinde
ção, ela gritou: Sansão, os Filisteus ainda esta vez, porque êle me des
estão sôbre ti. Êle quebrou as cor cobriu agora o seu coração. E ê-
das, como se quebra um fio torci les foram, levando o dinheiro que
do de estôpa, ao chegar-lhe o cheiro lhe tinham prometido. 19E ela fê-
do fogo; e não se pôde conhecer em lo adormecer sôbre os seus joelhos,
que consistia a sua fôrça. e reclinar a cabeça no seu seio. E
10E Dalila disse-lhe: Eis que zom chamou um barbeiro para lhe cor
baste de mim, e não disseste a ver tar as sete tranças, e começou a re
dade; ao menos agora descobre-me pelí-lo, e a lançá-lo de si, pois irne-
com que deves ser atado. nÊle res- diatamente se foi dêle a força. “ E
pondeu-lhe: Se me atarem com u- disse: Sansão, os Filisteus estão sô
mas cordas novas, que ainda não te bre ti. Despertando êle do sono, dis
nham servido, ficarei sem fôrça, e se em seu coração: Sairei como antes
semelhante aos outros homens. 12Da- fiz, e me desembaraçarei dêles, não
lila atou-o com elas, e gritou: San- sabendo que o Senhor se tinha reti
são, os Filisteus estão sôbre ti; e ti- rado dêle. 21E os Filisteus, tendo-o
nham-se preparado ciladas numa câ tomado, tiraram-lhe logo os olhos, e
mara. Mas êle quebrou as cordas levaram-no a Gaza, atado com ca
como fios duma teia. deias, e, encerrando-o no cárcere, o
13E Dalila tornou-lhe a dizer: A té fizeram girar a mó.
quando tu me hás de enganar, e Morte de Sansão; sua sepultura
dizer falsidades? Descobre-me como
deves ser atado. Sansão respondeu- 22Ora, os seus cabelos já lhe tinham
lhe: Se entreteceres as sete tranças começado a renascer, “ quando os
da minha cabeça com os liços da príncipes dos Filisteus se juntaram
teia, e atares isto a um prego e para imolarem solenes hóstias ao seu
cravares êste na terra, ficarei sem deus Dagão, e para se banquetearem,
forças. 14Dalila, tendo feito isto, dis dizendo: O nosso deus entregou em
se-lhe: Sansão, os Filisteus estão sô nossas mãos o nosso inimigo San-
bre ti. Êle, despertando do sono, ar são. 24E também o povo, vendo is
rancou o prego com os cabelos e os to, louvava o seu deus, e dizia o
liços. mesmo: O nosso deus entregou em
15E Dalila disse-lhe: Como dizes tu nossas mãos o nosso adversário, que
que me amas, quando o teu coração devastou a nossa terra, e matou mui
não está comigo? Tens-me menti tos. “ E, alegrando-se nos banque
do, por três vêzes, e nunca me qui tes, depois de terem comido bem,
seste dizer em que consiste a tua mandaram que fôsse chamado San
grandíssima fôrça. 16E, como o im são, para que os divertisse. E, ten-
portunasse, e durante muitos dias se do-o tirado do cárcere,, os divertia, e
não tirasse de junto dêle, sem lhe fizeram-no estar em pé entre duas
Cap. X V I — 16-17. Desmaiou (e n fim )... P o r um lado sansão estava convencido de que não
devia confiar na mulher, por outro n&o queria perder o seu amor, e assim, depois de ter comba
tido e resistido algum tempo, acabou por ceder & tentação e revelar o segrêdo, deixando-
nos assim um terrível exemplo de quanto im porta evitar com prontidão as m âs ocasiôes.
288 LIvR O DOS J U íz E S 16 - 18
colunas. “ E êle disse para o jovem cultura e outra de fundição; e agora
que o guiava: Deixe que eu toque as to dou. 4Êle, pois, entregou-os a sua
colunas, em que se sustém tôda a ca mãe, que tomou duzentos siclos de
sa, e que me encoste a elas, e des prata, e os deu a um ourives, pa
canse um pouco. ^Ora a casa esta ra fazer dêles uma imagem de es
va cheia de homens e mulheres, e cultura, e outra de fundição, que f i
estavam ali todos os príncipes dos cou em casa de Micas. 50 qual re
Filisteus, e cêrca de três mil pessoas servou na casa um edicula para o
de um e outro sexo, que do teto e do deus, e fêz um efod e uns terafins,
pavimento estavam vendo Sansão que isto é, uma vestidura sacerdotal, e
os divertia. “ Êle, porém, invocando ídolos; e encheu a mão de um de seus
0 Senhor, disse: Senhor Deus, lem- filhos, o qual lhe serviu de sacerdote.
bra-te de mim, e torna-me a dar a- °Naquele tempo não havia rei em
gora a minha primeira fôrça, 6 Deus Israel, mas cada um fazia o que lhe
meu, para me vingar dos meus ini parecia melhor.
migos, e fazer pagar duma só vez a
perda dos meus dois olhos. “ E, a- O Levita de Belém
garrando as duas colunas em que a
casa se sustinha, e, pegando numa 7Houve também outro jovem de
com a mão direita e noutra com a Belém de Judâ, da mesma parente-
esquerda, “ disse: M orra eu com os la, o qual era Levita, e habitava ali.
Filisteus; e, sacudindo com grande sE, tendo saído da cidade de Belém,
força as colunas, a casa caiu sôbre quis ir para onde achasse maior co
todos os príncipes, e o resto da mul modidade. E, tendo chegado ao
tidão que ali estava; e foram muito monte Efraim, seguindo o seu cami-
mais os que matou ao morrer, do que nho, e desviando-se um pouco para
os que matara antes quando vivo. a casa de Micas, 9êste perguntou-lhe
31E, vindo seus irmãos e tôda a donde vinha. E êle respondeu: Sou
sua parentela, tomaram o seu coroo, um Levita de Belém de Judâ, e vou
e sepultaram-no entre Saraa e Es- habitar onde puder e onde v ir que
taol, no sepulcro de seu pai Manué; me faz conta. 10E Micas disse-lhe:
e êle foi juiz de Israel durante vin Fica comigo, e sê para mim pai e sa
te anos. cerdote, e dar-te-ei cada ano dez si-
cios de prata, e dois vestidos, e o
Ídolo de Micas que te fo r necessário paro sustento.
“ Condescendeu e ficou em casa
1 7 d a q u e le tempo houve um ho- dêle, que o tratou como um de seus
11 mem do monte Efraim, cha filhos. 12E Micas encheu a sua mão,
mado Micas, 2o qual disse a sua mãe: e teve consigo êste jovem como sa
Os mil e cem siclos de prata, que ti- cerdote, “ dizendo: Agora sei que
nhas pôsto à parte, e sôbre os quais, Deus me fará bem, tendo eu um sa
ouvindo eu, tinhas feito um juramen cerdote da linhagem de Levi.
to, eis aqui os tenho eu, e estão em
meu poder. Ela respondeu-lhe: A - Exploradores em casa de Micas
bençoado seja o meu filho pelo Se
nhor. 3Entregou-os, pois, a sua mãe, 10 Waqueles dias não havia rei
a qual lhe tinha dito: Eu consagrei e em Israel, e a tribo de’ Dan
prometi êste dinheiro ao Senhor, pa- buscava uma possessão para habitar,
ra que meu filho o receba da minha nela; porque até então não tinha
mão, e faça dêle uma imagem de es3 1 recebido a sua sorte entre as outras
31. Os últimos anos da vida de Sans&o foram manchados com um péssimo
proceder moral. 8.to A m brósio diz: “sans&o, destemido e forte, sufocou um le&o, m as n&o
pôde sufocar o seu am or criminoso. Quebrou os laços dos inimigos, m as n&o quebrou os
laços das suas paixôes. Lançou fogo às messes alheias, e êle próprio, inflam ado com o
pequeno fogo dum a mulher, perdeu a messe da sua fô rça” .
Cap. X V I I — 2. Tinhas feito um juramento, isto ê, tinhas pronunciado uma maldiç&o
contra quem tos roubou.
5. Terafins, um a espécie de deuses domésticosou penates. — Encheu a mão. F órm u la
P ara indicar a consagraç&o sacerdotal. H á nestas p alavras um a alus&o ao fato de, quan-
18 LIVRO DOS JUízES 2S9
tribos. 20s filhos de Dan, pois, en em Caritiarim de Judá; e aquêle lu
viaram de Saraa, e de Estaol cinco ho gar desde então recebeu o nome de
mens fortíssimos da sua linhagem e Campo de Dan, e esta por detrás de
família, para explorarem e reconhe Cariatiarim. 13Dali passaram ao mon
cerem cuidadosamente o país, e dis te Efraim. E, tendo chegado à ca
seram-lhes: Ide, e examinai o país. sa de Micas, 14os cinco homens, que
Postos a caminho, chegaram ao mon primeiro tinham sido enviados a re
te Efraim, e entraram em casa de conhecer o país de Lais, disseram aos
Micas, e nela descansaram. 8E, re outros seus irmãos: Vós sabeis que
conhecendo a Voz do jovem Levita, e, nesta casa hâ um efod, e uns teraflns
encontrando-se na mesma casa com e uma imagem de escultura e outra
êle, disseram-lhe: Quem te trouxe de fundição; vêde o que quereis fa
aqui? que fazes aqui? por que cau zer. 15E, tendo-se desviado um pou
sa quiseste vir a êste lugar? 4Êle co do caminho, entraram no quarto
respondeu-lhes: Micas fêz-me isto e do jovem Levita, que estava em casa
isto, e assalariou-me para ser seu sa de Micas e saudaram-no com pala
cerdote. 5E êles pediram-lhe que vras de paz. “ Entretanto os seis
consultasse o Senhor, para poderem centos homens, armados como esta
saber se a sua jornada seria feliz, e vam, ficaram à porta. 17E os que
se a sua emprêsa se efetuaria. 6E tinham entrado na casa do jovem pro
êle respondeu-lhes: Ide em paz; o Se curavam tomar a imagem de escultu
nhor olha (benignamente) a vossa ra, e o efod, e os terafins, e a ima
jornada, e o caminho que levais. gem de fundição; e o sacerdote esta
va à porta, e os seiscentos homens
Exploradores em L>ais
valorosos estavam esperando a pou
7Partindo pois aquêles cinco ho ca distância. 18Os que tinham, pois,
mens, foram a ( cidade de) Lais, e v i entrado, tomaram a imagem de es
ram que o povo habitava nela sem cultura, o efod, os ídolos e a imagem
nenhum temor, como era costume en de fundição. É o sacerdote lhes dis
tre os Sidônios, seguro e tranqüilo, se: Que fazeis vós? 19Êles respon
não havendo quem lhe fizesse oposi deram-lhe: Cala-te, e pôe o dedo sô-
ção, e muito rico, e distante de Sido- bre tua bôca, e vem conosco, para
nia, e separado de todos os outros que nos sirvas de pai e de sacerdo
homens. 8E, voltando para seus ir te. Qual é melhor para ti, ser sa
mãos em Saraa e Estaol, e, pergun- cerdote na casa dum sô homem, ou
tando-lhes êstes o que tinham feito, numa tribo e numa fam ília de Is
responderam-lhes: °Levantai-vos, va rael? “ E êle, tendo ouvido isto, ce
mos a êles, porque nós vimos que é deu às suas palavras, e tomou o efod,
um país muito rico e fértil; não se e os ídolos, e a imagem de escultu
jais descuidados, não vos detenhais; ra, e foi com êles.
vamos, e ocupemo-lo, não vos custara ^Indo êles no caminho, e, tendo
trabalho algum. 10Entraremos num feito ir adiante de si os meninos e o
povo que vive em segurança num gado, e tudo o que era precioso, ^e,
país muito espaçoso, e o Senhor nos estando já longe da casa de Micas,
dará um lugar onde não falta nada os homens, que habitavam em casa
daquelas coisas que são produzidas de Micas, seguiram-nos com grande
na terra. barulho, “ e começaram a gritar atrás
Os Danítas, ao marchar contra Lais, dêles. E êles, voltando-se para trás,
apoderam-se do idolo e do sacerdote
disseram a Micas: Que queres tu?
de Micas
Por que gritas? 24E êle respondeu:
Vós levastes os meus deuses, que eu
“ Partiram, pois, da família de Dan, tinha feito para mim, e o sacerdote
isto é, de Saraa e de Estaol seiscen e tudo o que tenho, e dizeis: Que é
tos homens, munidos com armas de que tens? “ E os filhos de Dan dis-
guerra, 12e marchando, acamparam seram-lhe: Guarda-te de nos falar
do Ar&o e seus filh o s foram consagrados ss serdotes, Moisés lhes te r colocado nas m&os
uma parte das vitim a s para oferecer a Deus.1
0
10 - B íb lia Sagrada
290 LIVRO DOS JUÍZES 18 - 19
mais nisto, não suceda que se lancem mas o sogro o deteve, e lhe disse: Co
sôbre ti homens cheios de indignação, me primeiro um pouco de pão, e con
e pereças com toda a tua casa. “ E forta o estômago, e depois partirás.
dêste modo continuaram o caminho 6E sentaram-se ambos juntos, e co
começado. E Micas, vendo que a- meram e beberam. E o pai da mo
quêles homens eram mais fortes do ça, disse ao seu genro: Peço-te que
que êle, voltou para sua casa. fiques aqui ainda hoje, e estejamos a-
Tornada de L ais legres de companhia. 7Mas êle, levan
tando-se, começou a querer partir.
27E os seiscentos homens levaram Todavia o sogro, com as suas instân
o sacerdote e tudo o que acima disse cias, deteve-o, e fê-lo ficar consigo.
mos; e chegaram a Lais, a um povo 8Chegando, pois, a manhã, o Levita
tranqüilo e seguro, e passaram-no ao preparava-se para partir. E o so
fio da espada, e puseram fogo à ci gro disse-lhe novamente: Peço-te
dade, “ sem que alguém os socorres que comas primeiro um pouco de a-
se, por habitarem longe de Sidônia, limento, e, cobrando forças, espera
e por não terem sociedade nem co que seja mais dia, e depois parti
mércio com outros homens. Ora es rás. Comeram, pois, juntamente. °E
ta cidade estava situada no pais de o jovem levantou-se para partir com
Roob; e, reedificando-a, povoaram- sua mulher e com o criado. Mas o
na, “ chamando cidade de Dan, do sogro disse-lhe outra vez: Olha que
nome de seu pai, que tinha nascido o dia está muito perto do ocaso, e a
de Israel, àquela que antes se cha noite aproxima-se; fica comigo ain
mava Lais. da hoje, e passa um dia alegre, e a-
manhã partirás a fim de ires para
Idolatria dos Danitas tua casa.
10O genro não quis estar por êstes
“ E erigiram para si a imagem de rogos, mas partiu logo, e chegou à
escultura, e Jonatan, filho de Ger- vista de Jebus, que por outro nome
são, filho de Moisés, e seus filhos fo se chama Jerusalém, levando consigo
ram sacerdotes na tribo de Dan, até dois jumentos carregados, e sua mu
ao dia do seu cativeiro. 81E o ídolo lher. “ E já estavam perto de Jebus,
de Micas ficou entre êles, durante e o dia mudava-se em noite; e o
todo o tempo que a casa de Deus es- criado disse ao seu amo: Vem, te pe
teve em Silo. Naqueles dias não ha ço, dirijamo-nos à cidade dos Jebu-
via rei em Israel (para pôr têrm o a seus, e fiquemos nela. 120 amo res-
estas desordens). pondeu-lhe: Eu não entrarei numa ci
dade de gente estrangeira, que não
Um Uevita vai a G abaa com sua mulher é dos filhos de Israel, mas passarei
1 Q ^ o u v e um certo Levita, que
até Gabaa; 13e, depois que lá chegar,
descansaremos nela ou ao menos na
habitava ao lado do monte de cidade de Rama. 14Ultrapassaram,
Efraim, o qual se tinha casado com pois, Jebus, e, continuando o seu ca
uma mulher de Belém de Judá. 2Es- minho, se lhes pôs o sol junto de
ta mulher deixou-o, e voltou para Be- * Gabaa, que é da tribo de Benjamim;
lém para casa de seu pai, e ficou 15e entraram nela, para ali pousa-
morando com êle quatro meses. 3E rem. E, tendo entrado, sentaram-se
seu marido foi busca-la, querendo re na praça da cidade, e ninguém lhes
conciliar-se com ela, acariciá-la e re quis dar hospitalidade.
conduzi-la consigo, levando um cria
do e dois jumentos. E ela o acolheu, Recebe hospedagem em casa dum velho
e o introduziu em casa de seu pai.
O sogro, quando soube isto e o viu, 16E eis que apareceu um homem ve
saiu a recebê-lo alegre, 4e abraçou-o. lho, que voltava do campo e do seu
E o genro esteve três dias em casa do trabalho ao anoitecer, o qual tam
sogro, comendo e bebendo com êle bém era do monte de Efralm, e ha
familiarmente. bitava como forasteiro em Gabaa; o-
5Ao quarto dia, porém, levantando- ra os homens daquela região eram fi
ae antes de amanhecer, quis partir, lhos de Jemini (o u Benfamitas). 17E
19 - 20 LIVRO DOS JUÍZES 291
O velho, levantando os olhos, viu o dela tôda a noite, largâram-na ao
Levita sentado na praça da cidade amanhecer. “ Mas a mulher, ao a-
com a sua pequena bagagem, e dis- manhecer> foi à porta da casa, onde
se-lhe: Donde vens tu? E para onde estava o seu senhor, e lá caiu por
vais? 18E êle respondeu-lhe: Nós terra. “ Chegada a manhã, levantou-
partimos de Belém de Judâ, e va se o marido, e abriu a porta para
mos para nossa casa, que é ao lado continuar a viagem começada, e eis
do monte de Efraim, donde tinhamos que sua mulher jazia (m o rta ), dian
ido a Belém; e agora vamos à casa te da porta, com as mãos estendidas
de Deus, e ninguém nos quer acolher sôbre a soleira. “ E êle, julgando
sob o seu teto, 19tendo nós palha e fe que ela estava dormindo, dizia-lhe:
no para sustento dos jumentos, e pão Levanta-te, e vamo-nos. Mas, não
e vlnho para mim e para esta tua respondendo ela nada, conhecendo
serva, e para o criado, que está co que estava morta, tomou-a, e po-la
migo; de nenhuma coisa necessita sôbre o jumento, e voltou para sua
mos mais que de pousada. ^O velho casa.
respondeu-lhe: A paz seja contigo, eu
te darei tudo o que for necessário; O L evita pede vingança às tribos
rogo-te somente que não fiques na
praça. aE conduzlu-o à sua casa, e “ E, logo que entrou, tomou um
deu de comer aos jumentos; e, depois cutelo, e dividindo o cadáver de sua
que (os viajantes) lavaram os pés, mulher com os seus ossos em doze
serviu-lhes uma refeição. partes, enviou-as por todos os con
fins de Israel. “ E, quando tal v i
Infâm ia dos habitantes de G aba a ram, exclamavam: Nunca tal coisa
22Enquanto comiam, e, depois da os se fêz em Israel, desde o dia em que
nossos pais saíram do E gito até
fadiga da viagem, restauravam os seus hoje; pronuncia 4 uma sentença, e re
corpos com a comida e bebida, chega solvei de comum acôrdo o que se de
ram uns homens daquela cidade, f i ve fazer.
lhos de Belial (isto e, sem jugo), e,
cercando a casa do velho, começaram A s onze tribos resolveram faze r guerra
a bater à porta, gritando ao dono da contra a tribo de Benjam im
casa, e dizendo: Deita cã para fora
êsse homem, que entrou para tua ca OH Caíram, pois, todos os filhos de
sa, a fim de abusarmos dêle. “ E o Israel, e juntaram-se como
velho saiu fora a ter com êles, e dis um só homem na presença do Senhor
se: Não queirais, irmãos, não queirais em Masfa, desde Dan até Bersabée,
cometer semelhante maldade; porque e desde a terra de Galaad; 2e todos os
eu hospedei êste homem em minha chefes do povo, e todas as tribos de
casa; e deixai-vos desta loucura. 24Eu Israel acudiram à assembléia do po
tenho uma filha virgem, e êste ho vo de Deus, em número de quatro
mem tem a sua mulher, eu vo-las centos mil combatentes a pé. 3(E os
tirarei cã para fora, para abusardes filhos de Benjamim não ignoravam
delas, e satisfazerdes a vossa paixão; que os filhos de Israel tinham subi
sòmente vos peço que não cometais do a Masfa). E o Levita, marido da
com êste homem tal maldade con mulher (que fôra ) morta, foi interro-
tra a natureza. gado de que modo tinha sido cometi
“ Mas êles não queriam ceder às do tão grande crime.
suas razões; e aquele homem (L e v i 4Respondeu: Eu cheguei a Gabaa
ta ), vendo isto trouxe-lhes sua mu de Benjamim com minha mulher, e
lher, e abandonou-a aos seus ultra ali me hospedei; 5e eis que os homens
jes; e êles, depois de terem abusado daquela cidade cercaram de noite
Cap. X I X — 24. A proposta do velho é condenável em si. Parecia-lhe porém ju stific á
vel, por contribuir para evita r um mal maior.
25. T r o u x e -lh e s s u a m u lh e r, o proceder do Le v ita fo i criminoso e repugnante. Devia
re s is tir até à morte.
27. A b r iu a p o rta p a ra c o n t i n u a r ... O Le vita , com um novo ato infâme e egoísta,
queria p a rtir sem procurar sua mulher.
292 LIVRO DOS JUízES 20
ventre, para que possais esperar de Rute vai respigar no campo de Booz
mim maridos? 12Voltai, minhas fi
lhas, e ide-vos, porque já estou aca O *Ora Elimelec, marido (de N oe-
bada pela velhice, e incapaz do vín U m i), tinha um parente, homem
culo conjugal. Ainda que eu pudes poderoso e de grandes riquezas, cha
se conceber esta mesma noite, e dar mado Booz. 2E Rute Moabita disse a
à luz filhos, 13e se vós quisésseis es sua sogra: Se o mandas, irei ao cam
perar até que crescessem e chegas po apanhar as espigas que escapam
sem aos anos da puberdade, vos fa das mãos dos segadores, onde quer
rieis velhas antes de casardes. Não que eu encontre algum pai de fam í
(continueis), minhas filhas, vos peço, lia, que se mostre clemente para co
porque a vossa angústia custa-me migo. E ela respondeu-lhe: Vai, mi
muito, e a mão do Senhor está le- nha filha. 8Foi Rute, pois, e apanha
vantada contra mim. 14Elas, levan va as espigas por detrás dos segado-
t o s . Ora aconteceu que aquêle campo
tando a voz, começaram de novo a
chorar. O rfa beijou a sua sogra, e tinha por dono uma homem chamado
foi-se. Rute, porém, ficou com sua Booz, que era da fam ília de Elimelec.
sogra. 4E eis que êle chegou de Belém, e
15E Noemi disse-lhe: Eis que a tua disse aos segadores: O Senhor seja
cunhada voltou para o seu povo e pa convosco. Êles responderam-lhe: O
ra os seus deuses; vai com ela. “ Ru Senhor te abençoe. *E Booz disse
te respondeu: Não insistas comigo pa para o jovem que tomava sentido
ra que te deixe e me vá, porque pa nos segadores: De quem é esta mo
ra onde tu fôres, irei também eu, e ça? 6Êle respondeu-lhe: Esta ê a
onde quer que morares, morarei eu Moabita, que veio com Noemi do
também. O teu povo será o meu país de Moab. 7Pediu-me que a dei-
povo, e o teu Deus, o meu Deus. 17N a xasse apanhar as . espigas que ficas
terra que te receber, quando morre sem, indo atrás dos segadores; e an
res, nessa morrerei eu também e aí da no campo desde manhã até ago
terei o meu sepulcro. O Senhor me ra, e não voltou a casa nem por um
faça isto e me acrescente- aquilo, se momento.
outra coisa ciue não fôr a morte me
separar de ti. B ooz trata-a com benignldade
“ Vendo, pois, Noemi que Rute esta 8Booz disse a Rute: Ouve, filha,
va firmemente resolvida a ir com e- não vás respigar a outro campo, e
la, não a quis mais contradizer, nem não te apartes dêste lugar, mas jun
persuadir-lhe cjue voltasse para os ta-te com as minhas moças, °e se
seus. 19E partiram juntas, e chega gue-as por onde tiverem segado.
ram a Belém. E, tendo entrado na Porque eu ordenei aos meus criados
cidade, logo correu a notícia disso por que nenhum te moleste; e também,
todos, e as mulheres diziam: Esta é se tiveres sêde, vai ao barris, e be
aquela Noemi. “ E ela disse-lhes: be da água de que bebem os meus
Não me chameis Noemi (isto é, for criados. 10E ela, inclinando o seu ros
mosa), mas chamai-me Mara (isto é, to, e prostrando-se até à terra, dis
amarga), porque o Onipotente me en se-lhe: Donde me vem a dita de ter
cheu de extrema amargura. ^Eu sai achado graça diante dos teus olhos,
daqui cheia (de felicidade com meu e de que te dignastes fazer caso de
marido e filhos), e o Senhor fêz-me mim (que sou) uma mulher estran-
voltar vazia. Por que me chamais, geira? nE êle respondeu-lhe: Foi-
pois, Noemi, tendo-me o Senhor hu me contado tudo o que tens feito
milhado, e o Onipotente afligido? para com tua sogra depois da mor
22Foi, pois, Noemi com Rute Moabi- te de teu marido; e como deixaste os
ta, sua nora, da terra da sua peregri teus parentes, e a terra onde nas
nação, e voltou para Belém, quando ceste, e vieste para um povo que
se começava a segar as cevadas. antes não conhecias. 120 Senhor te
Cap. I I — 2. I r e i a o c a m p o . . . A lei de Moisés (Le v., X IX , 9; X X I I I , 22; Deut.
X X Iv , 19) e os costumes orientais davam aos pobres, às viúvas, etc., o direito de respigar.
2 - 3 LIVRO DE R UT E 297
remunere pelas tuas obras, e recebas acrescentou: Êste homem é nosso
uma plena recompensa do Senhor, parente. 21E Rute disse-lhe: Êle deu-
Deus de Israel, para quem vieste, e me também ordem de me juntar aos
sob cujas asas te acolheste. 18E ela seus segadores, até que se acabasse
disse: Encontrei graça diante dós tôda a ceifa. 22A sogra respondeu-lhe:
teus olhos, ó meu senhor, que me E ’ melhor, minha filha, que vãs se
consolaste, e falaste ao coração da gar entre as moças dêsse homem,
tua escrava, que não rne assemelho para que noutro campo ninguém te
a uma das tuas moças. 14E Booz dis moleste.
se-lhe: Quando chegar a hora (de “ Ela, pois, incorporou-se com as
com er) vem aqui, e come pão, e mo moças de Booz, e respigou entre elas,
lha o teu bocado no vinagre. Ela, até que a cevada e o trigo se re
pois, sentou-se ao lado dos segadores, colheram nos celeiros.
e (B ooz) deu-lhe grão torrado, e co Noemi projeta casar Rute com Booz
meu e ficou satisfeita e guardou os
sobejos. O *Ora depois que Rute voltou pa-
UE depois levantou-se para colhêr * ra sua sogra, esta disse-lhe: M i
as espigas segundo o costume. E Booz nha filha, eu quero procurar-te des
deu esta ordem aos seus servos, di canso, e o farei de modo que fiques
zendo: Ainda que ela queira segar bem. *Êste Booz, com cujas cria
convosco, não lho embaraceis, 16e, de das andaste junta no campo, é nosso
propósito, deixai cair algumas espi- parente, e esta noite joeira a ceva-
;as das vossas gavelas, e deixai que dafcjia sua eiraí 3Lava-te, pois, e un-
? iquern ali, para que ela as apanhe ge-te, e torna os teus melhores vesti
sem vergonha, e nenhum a repre dos e vai à (sua) eira. Não te veja
enda enquanto as apanha. êste homem, sem que tenha acaba
Rute volta p ara junto de Noemi do de comer e de beber. 4E, quando
fôr dormir, observa o lugar em que
17Ela, pois, respigou no campo até a dorme; e irás, e levantar-lhe-ás a
tarde, e, tendo batido com uma vara capa com que se cobre da parte dos
e sacudido as espigas que tinha co pés e ali te deitarás, e dormirás; e
lhido, encontrou quase a medida de êle te dirá o que deves fazer. 5E
um efi de cevada, isto é, três alquei-
res. 18E, carregando com êles, vol ela respondeu: Farei tudo o que man
tou para a cidade, e mostrou-os a dares.
sua sogra; e, além disso, tirou para Rute aos pés de B ooz
fora, e deu-lhe dos sobejos da sua
comida, de que ela se tinha sacia °E foi para a eira, ,er íê z tudo o
do. 19E sua sogra disse-lhe: Onde que a sogra lhe tinha mandado. 7E,
respigaste hoje, e onde trabalhaste? quando Booz, depois de ter comido e
Abençoado seja quem se compade bebido, e de estar mais alegre, se foi
ceu de ti. E ela declarou-lhe em que deitar a dormir junto de um monte
propriedade tinha trabalhado, e dis- de feixes, ela foi muito de mansi
.se-lhe que.o dono se chamava Booz. nho, e, tendo-lhe levantado a capa
^E Noemi respondeu-lhe: Abençoa pelos pés, deitou-se ali. 8E eis que
do seja êle do Senhor, porque a mes pela meia-noite o homem despertou
ma bondade que teve pelos vivos, a espavorido e torvado, ao ver uma
conservou também pelos mortos. E 1 7 mulher deitada aos seus pés, 9e dis
17. U m e f i , cêrca de 39 litro s.
Cap. I I I — 3-4. Noemi expõe o seu projeto, conhecendo bem a virtude de Rute e de
Booz, que não ofenderíam a castidade.
7-13. Considerando êste fato com olhos carnais, parece contrário ao pudor. Mas náo
acontece assim, se se considerar o fim , o motivo e o sentido misterioso que encerra. Noe
m i, julgando que Booz era o parente mais próximo, a quem por isso pertencia desposar a
viúva de seu filho , mas, receando que um hom^m como Booz, rico e idoso, não condescen-
deria facilmente em desposar uma viúva pobre e estrangeira, procurou um modo de o
surpreender. Booz, com o seu proceder antes do matrimônio, mostrou que só para obedecer
à lei é que se casou com Rute e que, por isso, tudo fo i obra de Deus.
298 LIVRO DE RUTE 3 - 4
se-lhe: Quem és tu? E ela respon Booz, tomando dez homens dos an
deu: Sou Rute, tua serva. Estende a ciãos da cidade, disse-lhes: Sentai-vos
tua capa sôbre a tua serva, porque aqui. 8E estando êles sentados, (B ooz)
és parente (de meu marido, deven disse ao seu parente: Noemi, que
do por isso receber-me por espôsa, voltou do país de Moab, está para
visto que êle m orreu sem filhos). 10E vender uma parte do campo de Eli-
êle disse: Filha, bendita sejas do Se melec, nosso irmão; 4eu quis infor
nhor, que excedeste a tua primeira mar-te disso e dizer-to diante de to
bondade com esta de agora, pois que dos os que estão aqui sentados, e dos
(sendo jovem ) não buscaste jovens anciãos do meu povo. Se o queres
pobres ou ricos (mas aquele que a possuir pelo direito de parentesco,
lei determ ina). “ Não temas, pois, compra-o e fica com êle, mas, se te
que eu te farei tudo o que me dis desagrada, dize-mo, para que eu sai
seres, porque todo o povo que habita ba o que devo fazer; porque não há
dentro das portas da minha cidade, outro parente senão tu, que és o
sabe que és uma mulher de virtude. primeiro, e eu, que sou o segundo.
12Nem eu nego que sou teu parente, E êle respondeu: Eu comprarei o
mas há outro mais próximo que eu. campo. 5E Booz disse-lhe: Logo que
13Descansa esta noite; e, quando fôr compres o campo de Noemi, é tam
manhã, se êle tè quiser receber pelo bém necessário que cases com Ru
direito de parentesco, está bem; mas, te Moabita, que foi mulher do de
se não quiser, viva o Senhor, que funto, para que ressuscites o nome
eu sem dúvida alguma te hei de re do teu parente na sua herança. 6Êle
ceber; dorme até pela manhã. respondeu: Eu cedo o direito de pa
Rute volta para Noemi
rentesco, porque não devo extinguir
a posteridade da minha família; usa
“ Ela, pois, dormiu a seus pés até tu do meu privilégio, ao qual eu de
ao fim da noite. E levantou-se antes claro que renuncio espontâneamen-
que os homens se pudessem conhecer te.
uns aos outros, e Booz disse: Vê, não 7Era um costume antigo em Israel
saiba ninguém que vieste aqui. 15E entre os parentes, que quando um ce
acrescentou: Estende a capa com que dia o seu direito a outro, para a ces
te cobres, segura-a com ambas as são ser válida, o que cedia tirava o
mãos. E, tendo-a estendido e segu seu sapato, e dava-o ao seu parente.
rando-a, êle mediu-lhe seis alqueires Êste era o testemunho da cessão em
de cevada, e pôs-lhos às costas. Ela Israel. 8Disse, pois, Booz ao seu pa
levando-os entrou na cidade, 16e foi rente: T ira o teu sapato. E êle o ti
ter com sua sogra, a qual lhe disse: rou logo do pé. 9E (B ooz) disse aos
Que fizeste, filha? E (R u te ) contou- anciãos e a todo o povo: Vós sois
lhe tudo o que o homem tinha feito hoje testemunhas de que entro a
por ela. 17E acrescentou: Eis aqui possuir tudo o que era de Elimelec,
seis alqueires de cevada que êle me e Quelion e Maalon, entregando-mo
deu, dizendo: Não quero que voltes Noemi; 10e de que recebo por es
vazia para tua sogra. 18E Noemi posa a Rute Moabita, mulher (que
disse: Espera, filha, até vermos em fo i) de Maalon, a fim de eu fazer
que pára êste negócio; porque aquê- reviver o nome do defunto na sua
le homem não descansará enquanto herança, para o seu nome não se
não cumprir o que prometeu. extinguir na sua fam ília e entre os
irmãos e no seu povo. Digo-vos, sois
Booz à porta da cidade, prepara o seu testemunhas disto. “ Respondeu todo
casamento com Rute o povo que estava à porta, e os an
ciãos: Nós somos testemunhas; o Se
A JFoi, pois, Booz à porta (da ci- nhor faça que esta mulher, que en
* dade) e sentou-se ali. E, vendo tra na tua casa, seja como Raquel
passar o parente de que antes fala e Lia, que fundaram a casa de Israel;
mos, chamando-o pelo nome, disse- para que seja exemplo de virtude em
lhe: Vem cá por um pouco, e senta-te Efrata, e tenha um nome célebre em
aqui. Êle foi, e sentou-se. 2Então Belém, 12e a tua casa se torne corno
4 LIVRO DE RUTE 299
a casa de Farés, que Tam ar deu à muito melhor do que se tivesses sete
luz a Judá, pela posteridade que o filhos. 16E Noemi, tomando o menino,
Senhor te der desta jovem. o pos no seu regaço, e fazia as vê-
zes de ama e de criada. 17E as mu
Booz casa com Rute; nascimento de lheres suas vizinhas congratulavam-
Obed se com ela, e diziam: Nasceu um
filho a Noemi; e puseram-lhe o nome
13Booz, pois, tomou Rute, è casou de Obed. Êle foi pai de Isaí, pai de
com ela; e, tendo-a conhecido, o Se Davi.
nhor fêz-lhe a graça de conceber e
dar à luz um filho. 14E as mulheres Genealogia de D avi
disseram a Noemi: Bendito seja o
Senhor, que não permitiu que fal 18Estas são as gerações de Farés:
tasse sucessor à tua família, e quis Farés gerou Esron, 19Esron gerou A-
ue o seu nome se conservasse em ram. Aram gerou Aminadab, “ Am i-
2 srael, 15para que tenhas quem conso nadáb gerou Naasson, Naasson gerou
le a tua alma, e te sustente na ve Salmon, 21Salmon gerou Booz, Booz
lhice; porque nasceu um menino da gerou Obed, 22Obed gerou Isaí, Isaí
tua nora, a qual te ama, e é para ti gerou Davi.
OS LIVROS DOS REIS
Os quatro livros dos Reis formam dois grupos distintos, designados na
Bíblia hebraica: o primeiro com a denominação de Livros de Samuel (1° de
2.9) e o segundo, com a de Livros de Reis (3 .9 e 4.9).
Os dois primeiros livros, escritos na idade áurea da língua hebraica,
talvez logo depois de Salomão, demonstram a •realização das promessas di-
vinas com a fundação e a consolidação do trono na pessoa de Davi, depois de
haver narrado como Israel passou de Judicatura a Reino. Os últimos dois
livros — escritos já na idade de decadência do hebraico, durante o exílio de
Babilônia, talvez por Jeremias — mostram como lsrael e Judá, por não te
rem observado as leis do Senhor, foram expulsos da Terra da Promissão, pa
tenteando, porém, que a estirpe de Davi podia ainda nutrir esperanças de
alcançar o trono eterno.
O Prim eiro e Segundo livro dos Reis narram a história do último pe
ríodo do govêrno dos Juizes até ao fim do reinado de Davi. Podem nêles
ser relevadas três partes, bem distintas entre si: a) a história da judica
tura de Samuel (1 Reis, 1, 1 - 7, 17); b) a história do reinado de Saul (1
Reis 8, 1 - 31, 13); c) a história de Davi (2 Reis, 1, 1 - 24, 25).
Êsses dois livros, que formam uma única obra, dita de Samuel, por cau
sa da grande personagem que instituiu o reino, — têm uma admirável uni
dade; certamente foram compilados com escritos de Samuel, de Gad e de
Natan profetas.
O Terceiro e õ Quarto livro dos Reis, — que formam outra obra inde
pendente, — descrevem a história, eminentemente religiosa, do povo de lsrael,
desde os primeiros anos do reinado de Davi até à destruição de Jerusalém
por Nabucodonosor. O nome de Livros dos Reis está justificado pelo fato
de estarem nêles contidas as façanhas e os reveses históricos de todos os
Reis que se sucederam no trono de Judá e de lsrael no período seguinte aos
dois reinados de Saul e de Davi, isto é: desde a coroação de Salomão (1019
a. C.) até à outorgação de privilégios reais feita por Evilmerodac ao rei
Joaquim (561 a. C.), último rei de Judá.
Em toda a obra podem-se distinguir três partes: a) a história do rei
Salomão (3 Reis, 1, 1 - 11, 43); b) a história sincrônica dos dois reinos de
Judá e lsrael (3 Reis 12, 1 - 4 Reis, 17, 41), a qual se resume num con
tínuo revezamento de guerras e pacificações; c) últimas vicissitudes do
reino de Judá, depois da tomada de Samaria e a destruição do reino seten
trional (4 Reis, 18, 1 - 25, 30).
Mira principal da obra é a de patentear, com fatos à mão, que a felicida
de do povo de Israel estava ligada estritamente à observância da Lei divina.
PRIMEIRO LIVRO DOS REIS
Elcana e sua fam ília em Silo 10Ana, com o coração cheio de amar
gura, orou ao Senhor, derramando co-
1 ^ o u v e um homem Efrateu de piosas lágrimas, e nfêz um voto, di
1 Ramataimsofim, do monte de zendo: Senhor dos exércitos, se te dig
Efraim, cujo nome era Elcana, filho nares olhar a aflição da tua ser
de Jeroão, filho de Eliu, filho de Toú, va, e te lembrares de mim, e não es
filho de Suf; 2e teve duas mulheres, queceres a tua serva, e deres à tua es
uma chamada Ana, e outra chamada crava um filho varão, eu o darei ao
Fenena. E Fenena teve filhos; Ana, Senhor durante todos os dias da sua
porém, não os tinha. vida, e não passará navalha sôbre a
3E êste homem, nos dias determi sua cabeça.
nados, subia da sua cidade para ado 12E aconteceu que, enquanto ela
rar e oferecer sacrifícios ao Senhor multiplicava as preces na presença do
dos exércitos em Silo. E assistiam ali Senhor, Heli observava o movimento
dois filhos de Heli, Ofni, e Finéias, dos seus lábios. 13Ora Ana falava no
sacerdotes do Senhor. “Chegou, pois, o seu coração, e só se moviam os seus
dia (solene) , e Elcana ofereceu um lábios e não se lhe ouvia palavra al
sacrifício, e deu porções (da vítim a) guma. Julgou, pois, Heli, que ela esta
a Fenena, sua mulher, e a todos os va embriagada, 14e disse-lhe: Até
seus filhos e filhas. 5A Ana, porém, quando estarás tu embriagada? Dige
(que não tinha filhos) deu só uma re um pouco o vinho de que estás
porção, entristecido, porque a amava. cheia. 15Ana, respondendo, dlsse: Não
Mas o Senhor tinha-a tornado estéril. é assim, meu senhor, porque eu sou
•A sua rival afligia-a também e a a- uma mulher muito infeliz, e não bebi
tormentava excessivamente, a ponto vinho, nem outra coisa que possa em
de lhe lançar em rosto que o Senhor briagar, mas dilatei a minha alma na
a tinha tornado estéril. 7E assim fa presença do Senhor. 16Não tomes a
zia todos os anos, quando chegava o tua escrava por uma das filhas de Be-
tempo de irem ao templo do Senhor; lial, porque pela grandeza da minha
e dêste modo a provocava; e Ana dor e da minha aflição é que falei
chorava, e não comia. 8Disse-lhe, pois, até agora. 17Então Heli disse-lhe: Vai
Elcana, seu marido: Ana, por que em paz, e o Deus de Israel te conceda
choras? e por que não comes? e por a súplica que lhe fizeste. 18E ela res
que se aflige teu coração? porventu pondeu: Praza a Deus que a tua es
ra não sou eu melhor para ti, do crava ache graça aos teus olhos. E
que dez filhos? a mulher foi pelo seu caminho, e co
Oração de A n a e nascimento de Samuel meu, e o seu semblante não se lhe
mudou mais. 19E levantaram-se de
9Ana, porém, levantou-se, depois de manhã, e adoraram diante do Senhor,
ter comido e bebido em Silo. E, estan e voltaram, e chegaram a sua casa
do o pontífice Heli sentado na sua em Ramata. E Elcana conheceu sua
cadeira à porta do templo do Senhor, mulher Ana; e o Senhor lembrou-se
Cap. I — 11. N ã o p a s s a r á n a v a l h a . . . Será Nazareno, entre cujas obrigações estava
a de n&o cortar o cabelo (Num .. V I, 1 e sega.).
302 PRIM EIR O LIvR O DOS REIS 1 - 2
dois anos sôbre Israel. 2E Saul es vinhas nos dias aprazados, e que os
colheu para si três mil (homens) de Filisteus se tinham juntado em Mac
Israel, e estavam com Saul dois mil mas, 12disse: Agora virão os Filisteus
em Macmas e sôbre o monte de Betel, contra mim a Galgala, e eu não apla-
e mil estavam com Jônatas em Ga- quei o Senhor. Obrigado pela neces
baa de Benjamim; e ao resto do po sidade, ofereci o holocausto. 13*E Sa
vo mandou êle que fôsse cada um muel disse a Saul: Procedeste nês-
para suas tendas. 3E Jônatas ba ciamente, e não observaste as ordens
teu a guarnição dos Filisteus, que que te deu o Senhor teu Deus. Se
estava em Gabaa. Sabendo isto os não tivesses feito isto, já desde ago
Filisteus, Saul mandou publicar por ra teria o Senhor confirmado pa
tôda a terra ao som de trombeta, ra sempre o teu reino sôbre Israel;
dizendo: Ouçam os Hebreus. 4E to 14porém o teu reino não subsistirá
do o Israel soube esta noticia: Saul para o futuro. O Senhor buscou pa
destruiu a guarnição dos Filisteus; e ra si um homem segundo o seu co
Israel levantou-se contra os Filis ração; e o Senhor mandou-lhe que
teus. O povo, pois, clamou, seguindo fôsse o chefe do seu povo, porque
Saul em Galgala. tu não observaste o que o Senhor te
6E os Filisteus juntaram-se para ordenou.
combater contra Israel, com trinta Situação das duas partes beligerantes
m il carroças, e seis mil cavalos, e o
resto do povo tão numeroso, como a 15E Samuel levantou-se, e foi de
areia que há na praia do mar. E fo Galgala a Gabaa de Benjamim. E o
ram acampar em Macmas ao orien resto do povo seguiu Saul contra a
te de Betavem. 6Ora os homens de multidão dos Filisteus, que iam de
Israel, vendo a estreiteza em que es- Galgala a Gabaa sôbre as colinas de
tavam postos (porque o povo estava Benjamim. E Saul fêz o recensea-
consternado), esconderam-se em ca mento do povo que se encontrava com
vernas e em subterrâneos, e também êle, (e achou) uns seicentos homens.
entre rochedos, e em grutas e em 10E Saul e Jônatas, seu fiího, e a
cisternas. 7E parte dos Hebreus pas gente que tinha ficado com êles, es
saram o Jordão (retirando-se) para tavam em Gabaa de Benjamim; os
a terra de Gad e de Galaad. E, es- Filisteus, porém, estavam em Mac*
tando aihda Saul em Galgala, en mas.
cheu-se de terror todo o povo que o 17E saíram do campo dos Filisteus
seguia. três destacamentos a fazer prêsas.
Desobediência de Saul e principio Um destacamento tomou o caminho
de sua reprovação de E fra para a terra de Saul. 18E um
outro avançava pelo caminho de Bet-
8E esperou sete dias, segundo a or -horon, e o terceiro voltou-se para
dem de Samuel, e Samuel não foi a o caminho do território que domina
Galgala, e o povo pouco a pouco foi o vale de Seboim, em frente do de
debandando. 8 9Disse, pois, Saul: T ra serto. 10*O ra em tôda a terra dè Is
zei-me o holocausto e as hóstias paci rael não se encontrava um ferreiro;
ficas. E ofereceu o holocausto (não porque os Filisteus tinham tomado
sendo sacerdote). esta precaução para que os Hebreus
10E, ao acabar de oferecer o holo não forjassem espadas e lanças. “ P e
causto, eis que chegava Samuel; e lo que todo o Israel tinha que ir
Saul saiu-lhe ao encontro para o aos Filisteus, para cada um afiar a
saudar. “ E Samuel disse-lhe: Que sua relha e o enxadão e a machadi
fizeste? Saul respondeu: Porque vi nha e o sacho. 21Estavam portan
que o povo debandava, e que tu não to embotados os fios das relhas e
primitivo deveria haver aqui um a indicação cronológica, dizendo os anos da idade e do
reinado de Saul, pois encontra-se usado numa fórm ula análoga mais de trinta vêzes nos
livros dos reis, e no cornêço de cada reinado, para indicar a idade do novo soberano
e o tempo que durou o seu poder ( I I Heis, II, 10, etc.).
14. o Senhor buscou... É preferível a versão dos Setenta: o Senhor buscará... e
lhe mandará que seja.
13 - 14 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 315
dos enxadôes e das forquilhas e das nossas mãos. Isto nos servirá de si
machadinhas, nem sequer tendo com nal.
ue aguçar um aguilhão. “ E, quan- “ Ora, logo que ambos foram des
o chegou o dia do combate, não se cobertos pela guarda dos Filisteus,
encontrou nem espada nem lança na os Filisteus disseram: Eis que os He-
mão de todo o povo que estava com breus saem das cavernas, onde esta
Saul e Jônatas, exceto Saul e Jôna- vam escondidos. 12E os homens da
tas, seu filho. “ E uma guarnição guarda (avançada) falaram a Jôna
dos Filisteus avançou, a fim de ir tas e ao seu escudeiro, e disseram:
para Macmas. Subi cá, e mostrar-vos-emos uma coi
sa. E Jônatas disse ao escudeiro:
Audácia de Jônatas Subamos; segue-me, porque o Senhor
os entregou nas mãos de Israel. “ Su
1^1 *E aconteceu que um dia Jô- biu, pois, Jônatas, trepando com as
natas, filho de Saul, disse ao mãos e com os pés, e o seu escudeiro
moço seu escudeiro: Vem, e passe atrás dêle. (E investindo contra os
mos até ao campo dos Filisteus, que Filisteus), uns caíam diante de Jô
está além daquele lugar. Mas não natas, e a outros matava o seu es
deu parte disto a seu pai. 2E Saul cudeiro, que o seguia. 14E êste foi o
estava (acampado) na extremidade primeiro massacre, em que Jônatas
de Gabaa, debaixo duma romeira que e o seu escudeiro mataram perto de
havia em Magron; e a gente que ti vinte homens, na metade duma gei-
nha consigo era cêrca de seiscentos ra, espaço que uma junta de bois
homens. 3E Aquias,. filho de Aqui- costuma lavrar num dia. 15E houve
tob, irmão de Icabod, filho de Fi- grande terror no acampamento (dos
néias, que era filho de Heli, sacer Filisteus) e pelos campos; e também
dote do Senhor em Silo, levava um tôda a gente da guarnição dêles, que
efod. E o povo também não sabia tinha saido à pilhagem, ficou toma
aonde tinha ido Jônatas. 4Ora en da de espanto, e o país ficou per
tre as passagens por onde Jônatas turbado; e êste sucesso foi como um
intentava chegar à guarnição dos F i m ilagre de Deus.
listeus, havia rochedos altos de am
bas as partes, e por um e outro lado Derrota completa dos Filisteus
talhados em form a de dentes, um dos
uais se chamava Boses, e o outro 16E as sentinelas de Saul, que es
ene. 5Um dêstes elevava-se pela tavam em Gabaa de Benjamim, re
banda do norte em frente a Macmas, pararam, e eis que (v ira m ) dispersa
e o outro ao meio-dia fronteiro a a multidão (dos Filisteus) e fugindo
Gabaa. °Disse, pois, Jônatas ao jo para aqui e para ali. 1TE Saul dis
vem seu escudeiro: Vem, passemos até se ao povo que estava com êle: P er
ao acampamento dêstes incircunci- guntai, e vêde quem é que saiu den
dados, talvez o Senhor combaterá por tre nós. E, tendo-se inquirido, a-
nós; porque não é difícil ao Senhor chou-se que faltavam Jônatas e o seu
dar vitória com muitos ou com pou escudeiro. ME Saul disse a Aquias:
cos. 7E o seu escudeiro disse-lhe: Aproxima-te da arca de Deus (por
Faze tudo o que te aprouver; vai aon que a arca de Deus estava naquele dia
de desejas, e eu te seguirei a tôda com os filhos de Israel). 19E, en-
a parte onde quiseres. uanto Saul estava falando ao sacer-
8E Jônatas disse : Eis que passamos ote, levantou-se um grande tumulto
a êsses homens. E, quando nos mos no acampamento dos Filisteus; e
trarmos a êles, °se nos falarem assim: crescia pouco a pouco, e percebia-se
Esperai até que vamos ter convosco, cada vez mais. E Saul disse ao sa
deixemo-nos estar em nosso pôsto, e cerdote: R etira a tua mão (deixa de
não avancemos para êles. 10Porém, consultar).
se disserem: Subi para nós, suba ^Clamou, pois, Saul e todo o povo
mos, porque o Senhor os entregou nas que estava com êle, e foram até ao
Cap. X I V — 18. Aproxirna-te da arca de D eus e consulta o senhor sóbre o que deve-
mos fazer.
316 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 14
lugar do combate; e eis que a es seria maior o destrôço dos Filis-
pada dum se tinha voltado contra o teus?
outro, e havia grande mortandade. Pecado do povo
“ Mas os Hebreus, que tinham esta
do com os Filisteus nos dias antece 31(Os Israelitas) bateram, pois, na
dentes, e que tinham ido com êles quele dia os Filisteus desde Macmas
ao acampamento, voltaram a pôr-se até Ajalon. Mas o povo estava mui
ao lado dos Israelitas, que estavam to fatigado, 32e, lançando-se à prêsa,
com Saul e Jônatas. ” E também to tomou ovelhas, e bois, e novilhos, e
dos os Israelitas que se tinham es degolaram-nos sôbre a terra; e o po
condido no monte de Efraim, saben vo comeu-os com sangue. ME referi
do que os Filisteus tinham fugido, ram (isto) a Saul, dizendo que o povo
uniram-se aos seus na batalha. E tinha pecado contra o Senhor, co
estavam com Saul cêrca de dez mil mendo (carne) com sangue. E êle
homens. 23E naquele dia o Senhor disse: Vós prevaricastes: trazei-me
salvou Israel; e a batalha chegou a- aqui já uma pedra grande. 84E Saul
té Betavem. acrescentou: Ide por todo o povo, e
dizei-lhes que cada um traga aqui o
seu boi, e o seu carneiro, e degoiai-os
Jônatas viola sem saber sôbre esta pedra, e comei; e nâo pe
o voto insensato de Saul careis contra o Senhor comendo a
24E os homens de Israel reuniram- carne com sangue. Cada um, pois,
se naquele dia; e Saul conjurou o po do povo trouxe pela mão o seu boi
vo, dizendo: Maldito o homem que até a noite; e mataram-no ali. “ E
hoje comer pão antes da tarde, até Saul edificou um altar ao Senhor, e
que eu me vingue dos meus inimigos. foi o primeiro altar que edificou ao
E todo o povo não comeu pão. “ E Senhor.
todo o povo do pais foi a um bos
Jônatas é salvo pelo povo
que, onde havia mel sobre a super
fície do campo. “ O povo entrou, “ E Saul disse: Invistamos esta noi
pois, no bosque, e viu correr o mel, te contra os Filisteus, e destruamo-
e ninguém (o ) levou (co m ) a mão â los até que seja dia; e não deixe
bôca, porque o povo temia (v io la r) mos um só homem dêles. E o povo
o juramento (do re i). disse: Faze tudo o que bem te pa
“ Mas Jônatas não tinha ouvido recer. E o sacerdote disse: Aproxi-
quando seu pai conjurou o povo; e, memo-nos aqui de Deus. " E Saul
estendendo a ponta da vara que ti consultou o Senhor: Perseguirei os
nha na mão, molhou-a num favo de Filisteus? Entregâ-los-âs nas mãos de
mel, e chegou a mão à bôca, e ilumi- Israel? E (o Senhor) não lhe res
naram-se-lhe os olhos. aE um do po pondeu naquele dia. “ E Saul disse:
vo, avisando-o, disse: Teu pai ligou o Fazei vir aqui todos os príncipes do
povo com um juramento, dizendo: povo, e examinai, e vêde por culpa de
Maldito o homem que comer hoje quem sucedeu hoje êste pecado. " V i
pão; (ora o povo estava (já ) desfa va o Senhor, salvador de Israel, que,
lecido). "E Jônatas disse: Meu pai se foi cometido por Jônatas, meu fi
turbou o país (com êsse juramen lho, morrerá sem remissão. Sôbre
t o ) ; vós mesmos vistes que se me o que ninguém de todo o povo o con
iluminaram os olhos, porque comi um tradisse. "E disse a todo o Israel:
pouco dêste mel. "Quanto mais se Ponde-vos a um lado, e eu com meu'
o povo tivesse comido do que encon filho Jônatas estarei do outro lado.
trou da prêsa de seus inimigos? não2 4 E o povo respondeu a Saul: Faze
24. Que hoje comer pão, hebraism o p ara indicar qualquer alimento.
26. E viu correr o mel do tronco das árvores, da cavidade das rochas, etc.
27. Iluminaram-se-Pie os olhos, hebraism o p ara dizer que Jônatas recuperou em
parte as fôrças perdidas.
32. Comeu-os com sangue. A pressa com que degolavam os animais, e a necessidade
que sentiam de alimento, foi a causa de n&o esperarem que saisse todo o sangue ató
a última gôta, corno m andava a lei.
14 - 15 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 317
o que bem te parecer. 41E Saul dis Abner, filho de Ner, primo de Saul.
se ao Senhor Deus de Israel: Se “ Porque Cis, pai de Saul, e Ner, pai
nhor Deus de Israel, dá-nos a conhe de Abner, eram filhos de Abiel.
cer porque é que não respondeste
hoje ao teu servo? Se a culpa está Guerras contra os Filisteus
em mim ou em meu filho Jonatas,
dá-o a conhecer; mas se esta culpa 52E durante todo o tempo de Saul
está no teu povo, manifesta a tua foi encarniçada a guerra contra os
santidade (punindo o culpado). E Filisteus. Porquanto Saul a qualquer
saíram compreendidos na sorte Jôna- homem que vla valente e hábil para
tas e Saul; o povo, porém, ficou livre. a guerra, tomava-o consigo.
“ E Saul disse: Lançai sortes entre
Guerra contra os Arnalecitas e
mim e entre Jonatas, meu filho. E
caiu a sorte sôbre Jonatas. 43E Saul desobediência de Saul
disse a Jonatas: Descobre-me o que 1 C *E Samuel disse a Saul: O Se-
fizeste. E Jonatas confessou-lhe, e 1" nhor enviou-me para que te
disse: Provei um pouco de mel com ungisse rei, sôbre o seu povo de Is
a ponta do bastão que tinha na mão, rael; ouve, pois, agora a voz do Se
e eis que morro. “ E Saul disse: As nhor. 2Estas coisas diz o Senhor dos
sim me faça Deus, e ainda mais, se exércitos: Eu recordei tudo o que
tu não morreres, Ó Jonatas. " E o Amalec tem feito a Israel, e de que
povo disse a Saul: Porventura há de modo se lhe opôs no caminho, quan
m orrer Jonatas, que operou esta do saía do Egito. 8Vai, pois, agora, e
grande libertação de Israel? Isto fere Amalec, e destrói tudo o que lhe
não pode ser; viva o Senhor, que não pertence; não poupes, e não cobi
lhe há de cair no chão nem um só ces nada das suas coisas; mas mata
cabelo da sua cabeça, porque êle o- homens e mulheres, crianças e me
perou hoje com (o auxilio de) Deus. ninos de leite, bois e ovelhas, came
O povo, pois, livrou Jonatas de mor los e jumentos.
rer. *°E Saul retirou-se, e não perse
guiu os Filisteus; e os Filisteus vol 4Saul, pois, convocou o povo, e re-
taram também para as suas terras. censeou-o como òordeiros; (e foram
encontrados) duzentos m il homens de
Guerras de Saul pé e dez mil homens (da trib o ) de
Judá. 5E tendo marchado Saul até
4TE Saul, firmado o seu reino sô a cidade de Amalec, dispôs embosca
bre Israel, combatia contra todos os das na torrente. 6E Saul disse aos
seus inimigos, que viviam no con- Cineus: Ide-vos; retirai-vos, e sepa
tôrno, contra Moab e contra os f i rai-vos dos Amalecitas; não suceda
lhos de Amon, e contra Edom, e con que eu vos envolva com êles; por
tra os reis de Soba, e contra os F i- que vós usastes de misericórdia com
listeus; e, para onde quer que se todos os filhos de Israel, quando v i
voltava, vencia. “ E, tendo juntado nham do Egito. Retiraram-se, pois,
um exército, destroçou Amalec e li os Cineus do meio dos Amalecitas.
vrou Israel das mãos dos que o 7E Saul bateu os Amalecitas desde
devastaram. Hevila até Sur, que está defronte do
Fam ília de Saul Egito. 8E tomou vivo Agag, rei de
Amalec; e passou ao fio da espada
"E os filhos de Saul foram Jôna- todo o povo. °Mas Saul e o povo per-
tas e Jessui e Melquisua; e de duas doaram a Agag, e (reservaram) o
filhas que teve, a primogênita cna- melhor dos rebanhos de ovelhas, e
mava-se Mero, e a mais nova Micol. de bois, e os vestidos e carneiros, e
ME a mulher de Saul chamava-se em geral tudo o que era bom, e não
Aquinoam, filha de Aquimaas; e o o quiseram destruir; mas tudo o que
general do seu exército chamava-se era v il e desprezível, isso destruíram.
Cap. X V — 9. Perdoaram a A gag, desobedecendo a Deus. Ê provável que saul, le
vado pelo interêsse, esperasse que A g a g fôsse resgatado mediante urna grande quantia
de dinheiro.
318 PRIMEIRO LIvRO DOS REIS 15
Amalec. E foi-lhe apresentado Agag, que está patente, mas o Senhor olha
que era muito gordo, e que estava para o coração. 8E Isaí chamou Abi-
tremendo. E Agag disse: Assim me nadab, e apresentou-o a Samuel, o
separa (de tudo) a morte amarga? qual disse: O Senhor também não
“ E Samuel disse: Assim como a tua escolheu êste. 9E Isaí trouxe Sama, do
espada tirou os filhos às mães, assim qual (Sam uel) disse: Também a êste
ficarâ sem filho a tua mãe entre as não escolheu o Senhor. 10Isaí man
mulheres. E Samuel o fêz em peda dou, pois, v ir os seus sete filhos dian
ços diante do Senhor em Galgala. te de Samuel, e Samuel disse a Isaí:
Separação definitiva
A nenhum dêstes escolheu o Senhor.
entre Samuel e Saul
UE Samuel disse a Isaí: Porventura
não tens mais filhos? Isaí respondeu:
34E Samuel retirou-se para Rama- Ainda falta um pequeno, que anda
ta; e Saul foi para sua casa em Ga- apascentando as ovelhas. E Samuel
baa. “ E Samuel não viu mais Saul disse a Isaí: Manda-o vir, porque não
até ao dia da sua morte. nos sentaremos à mesa sem que êle
Todavia Samuel chorava Saul, por venha aqui. 12Mandou-o, pois, cha
que o Senhor se tinha arrependido de mar, e apresentou-o (a Samuel). Ora
o ter constituído rei sobre Israel. êle era louro, de belo aspecto, e fo r
moso de rosto. E o Senhor disse: Le-
Samuel vai a Belém e vanta-te, unge-o, porque é êsse mes
unge D avi para rei mo (que eu escolhi). 13Tomou, pois,
1 JJ 2E o Senhor disse a Samuel: Samuel o (vaso de) chifre com oleo,
*u A té quando chorarás tu Saul e o ungiu no meio de seus irmãos;
tendo-o eu rejeitado para que não e daquêle dia em diante comunicou-
reine sôbre Israel? Enche de óleo se o espírito do Senhor a Davi e
o teu (vaso feito de) chifre, e vem, Samuel, levantando-se, partiu para
para eu te enviar a Isaí de Belém, Ramata.
porque, dentre os seus filhos escolhi D avi na côrte de Saul
para mim um rei. 2E Samuel disse:
Como hei de eu ir? Porque Saul sa 14O espírito, porém, do Senhor re
berá e matar-me-á. E o Senhor dis tirou-se de Saul, e atormentava-o um
se: Tomarás contigo um novilho da espírito maligno, por permissão do Se
.manada, e dirás: Eu vim para sacri nhor. 15E os servos de Saul disse-
ficar ao Senhor. 3E convidarás Isaí ram-lhe: Eis que um espírito malig
para comer da vítima, e eu te mos no, enviado por Deus, te vexa. 16Se
trarei o que deves fazer, e ungirás tu, nosso Senhor, o mandas, os teus
aquêle que eu te designar. 4Fêz, pois, servos, que estão em tua presença,
Samuel como o Senhor lhe disse. E buscarão um homem que saiba tocar
foi a Belém e os anciãos da cidade harpa, para que, quando o maligno
maravilharam-se, indo ao seu encon espírito enviado pelo Senhor, te ator
tro, e disseram: É de paz a tua vin mentar, êle toque com sua mão, e
da? 5E êle disse: É de paz; vim para experimentes assim algum alivio. 1TE
fazer um sacrifício ao Senhor; puri Saul disse aos seus servos: Buscai-
ficai-vos, e vinde comigo ao sacri me, pois, alguém que saiba tocar
fício. Êle, pois, purificou Isaí e seus bem, e trazei-o à minha presença.
filhos e chamou-os ao sacrifício. T o 18E, respondendo um dos seus criados,
davia Samuel chorava Saul, porque o disse: Eis que eu vi um dos filhos de
Senhor se tinha arrependido de o ter Isai de Belém que sabe tocar (h a r
constituído rei sôbre Israel. pa) e é dotado de grande fôrça, e
6E, tendo êles entrado, (Sam uel) homem guerreiro, e prudente nas
viu Eliab, e disse: Porventura está alavras, e de gentil presença; e o
diante do Senhor o seu ungido? 7Mas enhor é com êle. "Mandou, pois,
o Senhor disse a Samuel: Não olhes Saul mensageiros a Isaí, dizendo:
para o seu vulto, nem para a altura Manda-me o teu filho Davi, que an
da sua estatura, porque eu o rejeitei, da com os rebanhos. “ Isaí, pois, to
e não julgo o homem pelo que apa mou um jumento carregado de pães e
rece à vista; porque o homem ve o um ôdre de vinho, e um cabrito, e
320 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 16 - 17
mandou-o a Saul por mão de seu seremos v o s s o s escravos; mas se eu
filho Davi. prevalecer e o matar, vós sereis nos
” E Davi foi ter com Saul, e apre sos escravos, e servir-nos-eis. 10E o
sentou-se diante dêle; e êle o amou Filisteu dizia: Eu hoje desafiei os es-
em extremo, e o fêz seu escudeiro. quadrôes de Israel, dizendo: Dai-me
” E Saul mandou dizer a Isaí: F i um homem, e sala a bater-se comi
que Davi junto de mim, porque a- go só por só. “ Saul, pois, e todos
chou graça diante dos meus olhos. os Israelitas, ouvindo estas palavras
23Tôdas as vêzes portanto que o es do Filisteu, estavam atônitos, e te
pírito maligno, enviado pelo Senhor, miam em extremo.
se apoderava de Saul; Davi tomava a
harpa, e tocava-a com a mão, e Saul D avi oferece-se p ara aceitar o desafio
sentia alivio, e achava-se melhor, 12Ora Davi era filho daquele ho
porque o espirito maligno retirava- mem Efrateu, de Belém de Judâ, do
se dêle. qual acima falamos, chamado Isai,
Guerra contra os Filisteus que tinha oito filhos e era um dos
mais velhos, e dos mais idosos, do
17 2Ora os Filisteus, juntando as tempo de Saul. ttE os seus três fi
11 suas tropas para combater lhos maiores tinham seguido Saul
(contra Israel) reuniram-se em Soco para a guerra, e os nomes dos seus
de Judâ, e acamparam entre Soco e três filhos que tinham ido à guer
Azeca, nos confins de Domim. ^aul, ra (era m ) Eliab, o primogênito e A -
porém, e os filhos de Israel reuni binadab, o segundo, e Sama, o ter
ram-se (tam bém ) e foram para o va ceiro. “ Davi, pois, era o mais pe
le do Terebinto, e formaram o exér queno. E tendo os três maiores se
cito em batalha para combater con guido Saul, “ Davi deixou Saul, e vol
tra os Filisteus. . 3E os Filisteus es tou a apascentar o rebanho de seu
tavam dum lado sôbre um monte, e pai em Belém.
Israel estava do outro lado sôbre um 10E o Filisteu apresentava-se de
(o u tro ) monte; e havia um vale en manhã e de tarde, e continuou as
tre êles. sim durante quarenta dias.
Golias desafia os Hebreus 17Ora Isaí disse a seu filho Davi:
Toma para teus irmãos um efi de grão
4E saiu do campo dos Filisteus um torrado, e êstes dez pães, e corre (a
homem bastardo, chamado Golias, de levá-los) a teus irmãos ao acampa
Get, que tinha seis côvados e um mento, 18e levarás também êstes aez
palmo de altura. 5E trazia na cabeça queijos ao (seu) tribuno; e visitarás
um capacete de bronze, e estava ves os teus irmãos para ver se estão bem,
tido duma couraça escarneada; e o e informa-te em que companhia ser
pêso da couraça era de cinco mil vem. 19Ora Saul e êles, e todos os
siclos de cobre. °E trazia nas per filhos de Israel combatiam contra os
nas escarcelas de bronze; e um es Filisteus no vale do Terebinto.
cudo de bronze cobria os seus ombros. "Davi, pois, levantou-se de manhã,
’A haste da sua lança era como o e confiou o rebanho a um guarda, e
órgão dum tear, e o ferro da sua lan carregado, pôs-se a caminho, como
ça pesava seiscentos siclos de ferro; Isai lhe tinha mandado. E , chegou
e o seu escudeiro vinha diante dêle. ao lugar de Magala, junto do exérci-
8E, pôsto em pé, clamava para os es to, que, tendo saido a dar batalha,
quadrões de Israel, e dizia-lhes: Por gritava em sinal de combate. . 21Por-
que viestes dispostos para a batalha? que Israel, tinha pôsto em ordem as
Porventura não sou eu Filisteu, e vós suas tropas, mas também os Filis
servos de Saul? Escolhei entre vós teus do outro lado se tinham prepa
um homem, e venha bater-se (com i rado para os atacar. “ Davi, pois,
g o ) só por só. 9Se êle puder com deixando as bagagens, que tinha le
bater comigo, e me tirar a vida, nós vado, entregues ao cuidado do guar-
Cap. X V I I — 5. couraça escarneada, isti > é, form ada de placas metálicas sobrepostas
& m aneira de escamas. — Cinco mil siclos, cêrca de 55 quilos.
17 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 321
da das bagagens, correu ao lugar da e êles levantavam-se contra mim, e
batalha e informava-se se tudo cor eu agarrava-os pela goela, e os es
ria bem aos seus irmãos. 28E, quan trangulava e matava. 36Foi assim
do êle lhes estava ainda falando, a- que eu, teu servo, matei um leão e
pareceu aquêle homem bastardo, cha um urso; será, pois, também êste F i
mado Golias, Filisteu, de Get, vindo listeu incircuncidado como um dêles.
do campo dos Filisteus; e, dizendo êle Agora irei, e tirarei o opróbrio do
as mesmas palavras, Davi ouviu. 24E povo; porque, quem é êste Filisteu
todos os Israelitas, tendo visto êste incircuncidado, que se atreveu a a-
homem, fugiram da sua presença, maldiçoar o exército do Deus vivo?
porque o temiam muito. 25E um 37E Davi acrescentou: O Senhor, que
dos (soldados) de Israel disse: Não me livrou das garras do leão e das
vistes êsse homem, que avançou (para do urso, livrar-me-á também da mão
combater) f Êle veio para desafiar Is dêste Filisteu. E Saul disse a Davi*
rael. Ao homem, pois, que o matar, Vai, e o Senhor seja contigo.
o rei encherá de grandes riquezas, e
dar-lhe-á por mulher sua filha, e i- D avi vence Golias
sentará a casa de seu pai de tributos
em Israel. 26E Davi falou aos que 38E Saul revestiu Davi das suas ar
estavam junto dêle, dizendo: Que se mas, e pôs sôbre a sua cabeça um
rá dado a quem matar êste Filisteu, elmo de bronze, e armou-o de uma
e tirar o opróbrio de Israel? Quem couraça. 39Cingido, pois, Davi com
é, pois, êste Filisteu incircuncidado, a espada de Saul sôbre os seus ves
que insultou o exército do Deus v i tidos, começou a experimentar se po
vo? 27E o povo repetia-lhe as mesmas dería andar assim armado; porque
palavras, dizendo: Dar-se-á isto e is não estava acostumado. E Davi dis
to a quem o matar. “ Ora, enquanto se a Saul: Eu não posso caminhar
êle falava assim com os outros, E- assim, porque não tenho uso (disto).
liab, seu irmão mais velho, irou-se E depôs as armas, “ e tomou o seu ca
contra êle, e disse: Por que vieste jado, que trazia sempre na mão, e es
cá, e deixaste no deserto aquelas pou colheu na torrente cinco pedras bem
cas ovelhas? Eu conheço a tua so lisas, e meteu-as no surrão de pastor,
berba e a maldade do teu coração; ue trazia consigo, e tomou a fun-
tu vieste para ver o combate. 29E a na mão, e salu contra o Filisteu.
Davi disse: Que fiz eu? Não é por 41Ora o Filisteu ia andando e apro
ventura uma (simples) palavra (que ximando-se de Davi, e o seu escudei
pronunciei)? 30E apartou-se um pou ro ia diante dêle. 42E, quando o F i
co dêle para (se d irigir) a um outro, listeu olhou e viu Davi, desprezou-o.
e disse a mesma coisa. E o povo Porque era um moço louro, e de as
respondeu-lhe como da primeira vez. pecto gentil. 4aE o Filisteu disse a
Davi: Porventura eu sou algum cão,
31Foram, pois, ouvidas as palavras para vires contra mim com um pau?
que Davi disse, e foram referidas na E o Filisteu amaldiçoou a Davi pelos
presença de Saul. *2E, tendo sido seus deuses; 44e disse a Davi: Vem a
conduzido Davi perante êle, disse- mim, e eu lançarei as tuas carnes às
lhe: Não desfaleça o coração de nin aves do céu e aos animais da terra.
guém por causa dêste Filisteu; eu, 45Mas Davi disse ao Filisteu: Tu vens
teu servo, irei, e combaterei contra a mim com espada, lança e escudo;
êle. “ E Saul disse a Davi: Tu não eu, porém, venho a ti em nome do Se
poderás resistir a êste Filisteu, nem nhor dos exércitos, do Deus das tro
combater contra êle, porque és um as de Israel, as quais tu insultaste
rapaz, e êle é um homem guerreiro oje, 40e o Senhor te entregará nas
desde a sua mocidade. minhas mãos, e eu te ferirei, e te cor
34E Davi disse a Saul: O teu ser tarei a cabeça, e darei hoje às aves
vo apascentava o rebanho de seu pai, do céu e aos animais da terra os ca
e vinha um leão ou um urso, e leva dáveres do acampamento dos Filis-
va um carneiro do meio do rebanho, teus, a fim de que tôda a terra sai
we eu corria atrás dêles, e feria-os, ba que há um Deus em Israel, 47e pa
e arrancava-lhes (a prêsa) da goela; 1 ra que tôda esta multidão conheça
11 - B íb lia Sagrada
322 PRIM EIRO LIVRO Dos REIS 17 - 18
que o Senhor não salva pela espada, ligada à alma de Davi, e Jônatas a-
nem pela lança, porque êle é o Senhor mou-o como a sua própria vida. 2E,
da guerra e vos entregará nas nossas desde êste dia, Saul tomou-o (para
mãos. 480 Filisteu, tendo-se, pois, le sua companhia) e, não lhe permitiu
vantado, pôs-se em marcha, e avan que voltasse para casa de seu pai.
çou para Davi, e Davi apressou-se e 3E Davi e Jônatas fizeram aliança
correu ao combate em frente do F i- entre si, porque (Jônatas) amava-o
listeu. 49E meteu a sua mão no sur- como a sua própria vida. 4Por isso
rão, e tirou uma pedra, e a arrojou (Jônatas) despojou-se da túnica de
com a funda, dando-lhe volta, e feriu que estava revestido, e a deu a Da
0 Filisteu na testa; e a pedra era- vi com o resto dos seus vestidos, até
vou-se na sua testa, e êle caiu a sua espada e o seu arco e a sua
com o rosto por terra. “ E assim cintura.
venceu Davi o Filisteu com a funda Inveja de Saul
e com a pedra, e, depois de o ferir, o 5E Davi ia a tudo a que Saul o man
matou. Ora Davi, não tendo à mão
nenhuma espada, “ correu, e lançou- dava, e procedia com prudência; e
se sôbre o Filisteu, e pegou da sua Saul constituiu-o sôbre a gente de
espada, e tirou-a da bainha, e ma guerra, e era muito amado por todo
tou-o, e cortou-lhe a cabeça. Ora os o povo, e sobretudo pelos servos de
Filisteus, vendo que o mais valente Saul.
dêles estava morto, fugiram. °Mas, quando Davi voltou, depois
ME os homens de Israel e os de de ter morto o Filisteu, saíram as
Judá, levantando-se com grande gri mulheres de tôdas as cidades de Is
ta, perseguiram os Filisteus até che rael ao encontro do rei Saul, cantan
garem ao vale, e até às portas de A- do e dançando com alegria, ao som
caron, e caíram feridos muitos dos de tambores e de sistros. 7E as mu
Filisteus pelo caminho de Saraim, e lheres dançavam, cantando e dizendo:
até Get, e até Acaron. “ E, voltan Saul matou mil, e Davi dez mil.
do os filhos de Israel depois de te 8E Saul irou-se em extremo, e de-
rem perseguido os Filisteus, saquea sagradou-lhe esta expressão, e disse:
ram o seu acampamento. 54E Davi, Deram dez mil a Davi e a mim mil;
tomando a cabeça do Filisteu, levou- que lhe falta senão só o reino? ‘D a
a a Jerusalém e pôs as armas dêle quele dia, pois, em diante, Saul não
na sua tenda. via Davi com bons olhos.
“ Ora, no momento em que Saul Saul tenta trespassar D avi com a lança
viu partir Davi contra o Filisteu, dis
se para Abner, general do exército: 10Ao outro dia, porém, o espírito
Abner, de que fam ília descende êste maligno, mandado por Deus, apode-
jovem ? E Abner disse-lhe: Juro pela rou-se de Saul, que tinha transportes
tua vida, ó rei, que o não sei. 56E (de fu ro r) no meio da sua casa; e
disse o r e i: Pergunta tu, de quem Davi tocava harpa com a sua mão,
é filho êste jovem. B7E, tendo vol como costumava fazer todos os dias;
tado Davi, depois de morto o Filisteu, e Saul tinha uma lança na mão, 21e
Abnér tomou-o, e introduziu-o à pre arrojou-a, julgando que poderia cra
sença de Saul, tendo a cabeça do var Davi na parede; porém Davi des
Filisteu na mão. “ E Saul disse-lhe: viou-se de diante dêle por duas vê-
De que fam ilia és tu, ó jovem ? E zes. 12E Saul temeu Davi, porque
Davi respondeu: Eu sou filho do teu o Senhor era com Davi, e tinha-se
servo Isaí de Belém. retirado dêle. 13Saul, pois, afastou-
o de si, e fê-lo capitão de mil homens;
Amizade entre D avi e Jônatas e êle saía e entrava à vista do povo.
14E em todas as suas emprêsas Davi
1 O ^Aconteceu, pois, que, acabando procedia com prudência, e o Senhor
10 (D a vi) de falar com Saul a era com êle. 15Viu, pois, Saul que
alma de Jônatas ficou intimamente êle era em extremo prudente, e co-
Cap. X V I I I — 13. E êle saía e entrava, isto é, tom ava parte em tôdas as emprêsas
.guerreiras, marchando à frente dos seus soldados e expondo-se a todos os perigos.
18 - 19 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 323
meçou a acautelar-se dêle. 16Mas to para vir a ser seu genro. Saul, pois,
do o Israel e Judã amavam Davi, deu-lhe a sua filha Micol por mulher.
porque êle entrava e saía diante dê- Casamento e triunfo» de D avi
les.
Saul arm a ciladas a D avi “ E Saul viu e conheceu que o Se
nhor era com Davi. E Micol, filha
17E Saul disse a Davi: Eis aqui de Saul, amava-o. fflE Saul começou
Merob, minha filha mais velha; eu a temer cada vez mais Davi; e Saul
ta darei por mulher, contanto que tornou-se hostil a Davi todos os dias.
sejas homem valoroso, e combatas “ E os príncipes dos Filisteus saí
nas guerras do Senhor. Saul, porém, ram à campanha; e desde o princípio
pensava consigo dizendo: Não seja a da sua saída, Davi portava-se com
minha mão sôbre êle (para o m atar), maior prudência do que todos os o-
mas seja sôbre êle a mão dos Filis- ficiais de Saul, e o seu nome tornou-
teus. 18E Davi disse a Saul: Quem se muito célebre.
sou eu, ou qual é a minha vida, ou
a família de meu pai em Israel, pa Jônatas defende D avi
ra vir a ser genro do rei? 19Mas, ten 1Q JE Saul falou a Jônatas, seu
do chegado o tempo em que Merob, filho, e a todos os seus ser
filha de Saul, devia ser dada a Davi, vos, para que matassem Davi. Mas
foi dada por mulher a Hadriel Mo- Jônatas, filho de Saul, amava extre-
latita. mosamente Davi. 2E Jônatas avisou
20Ora Micol, *segunda filha de Saul, Davi, dizendo: Saul, meu pai, pro
amou Davi. E isto foi contado a cura matar-te; por isso rogo-te que
Saul, que se alegrou com isso. “ E te guardes amanhã de manhã, e te
Saul disse: Dar-lhe-ei esta para que retires a um lugar oculto, e te es
eia lhe seja ocasião de ruína, e a condas. 3Eu sairei e conservar-me-ei
mão dos Filisteus seja sôbre êle. E junto de meu pai no campo onde tu
Saul disse a Davi: Por dois motivos estiveres, e falarei de ti a meu pai,
serás hoje meu genro. 22E Saul e te avisarei de tudo o que souber.
mandou aos seus servos: Falai a Da 4Jônatas, pois, falou em favor de
vi como coisa vossa, dizendo: Eis Davi, a Saul, seu pai, e disse-lhe:
que estás no agrado do rei, e todos Não peques, ó rei, contra Davi, teu
os seus servos te amam. Cuida, pois, servo, porque êle não pecou contra
em ser genro do rei. 23E os servos ti, e os seus serviços foram-te muito
de Saul disseram tôdas estas pala úteis. 5E expôs a sua vida ao perigo,
vras aos ouvidos de Davi. E Davi e matou o Filisteu, e o Senhor sal
respondeu: Porventura parece-vos vou (por meio dêle) todo o Israel
pouca coisa ser genro do rei? Eu sou por um modo maravilhoso; tu o viste
pobre e de humilde condição. 24E os e te alegraste. Por que queres, pois,
servos de Saul referiram-lhe (isso) pecar contra um sangue inocente,
dizendo: Davi deu-nos esta resposta. matando Davi, que não tem culpa?
25Saul, porém, disse: Falai assim a eSaul, tendo ouvido isto, aplacado
Davi: O rei não necessita de dons pa com as razões de Jônatas, jurou: V i
ra os esponsais, mas somente de cem va o Senhor, que êle não morrerá.
prepúcios dos Filisteus, para se to 7Jônatas chamou, pois, Davi, e contou-
mar vingança dos inimigos do rei. lhe tôdas estas coisas; e Jônatas in
Mas o desígnio de Saul era entregar troduziu Davi à presença de Saul é
Davi nas mãos dos Filisteus. 20E, (D a vi) ficou vivendo junto dêle co
tendo os servos de Saul referido a mo antes.
Davi as palavras que Saul tinha di Saul tenta m atar D avi
to, a proposta agradou a Davi, pa
ra chegar a ser genro do rei. 27E, 8Recomeçou depois a guerra, e Da
poucos dias depois, saindo Davi, mar vi, saindo, combateu contra os Filis
chou com cs homens, que estavam teus, e fêz nêles grandes destroços, e
sob o seu comando. E matou du fugiram diante dêle. °E o espírito
zentos h o .en s aos Filisteus, e levou maligno, mandado pelo Senhor, apode-
os prepúcios dêles, e contou-os ao rei, rou-se de Saul. E estava êle senta
324 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 19 - 20
do em sua casa, e tinha uma lança na começaram também a profetizar.
mão; e Davi tocava harpa com a sua “ Tendo isto sido contado a Saul,
mão. 10E Saul tentou atravessar Da mandou outros mensageiros, mas ês-
vi com a lança contra a parede, mas tes também profetizaram. E de no
Davi desviou-se da presença de Saul; vo mandou Saul terceiros mensagei
e a lança, sem o ofender, foi dar ros, e também êstes profetizaram.
na parede, e Davi fugiu, e salvou-se Então Saul, cheio de cólera, “ foi
aquela noite. também êle a Ramata, e chegou a-
Saul m anda guardas p ara o matarem
té à grande cisterna que há em So
em casa
co, e perguntou, dizendo: Em que
lugar estão Samuel e Davi? E foi-lhe
“ Mandou, pois, Saul os seus guar respondido: Estão em Naiot de Ka-
das à casa de Davi para lho terem çnata.
seguro, e para ser morto pela manhã. 28E partiu para Naiot de Ramata,
Porém, Davi foi avisado por Micol, e apoderou-se também dêle o Espíri
sua mulher, que lhe disse: Se te não to do Senhor, e ia andando, e profe
puseres em salvo esta noite, amanhã tizava (p or todo o caminho) até que
morrerás. 12Ela fê-lo descer por u- chegou a Naiot de Ramata. 2 *4E des-
0
ma janela; e êle foi, e fugiu, e sal- pojou-se também êle dos seus vesti
vou-se. 13Em seguida Micol tomou dos (exteriores), e profetizou com os
uma estátua, e deitou-a em cima da outros diante de Samuel, e esteve nu
cama, e pôs-lhe ao redor da cabeça por terra todo aquêle dia e noite. E
uma pele de cabra com o pêlo, e co- daqui tomou origem o provérbio:
briu-a com a roupa, 14E Saul man Também Saul entre os profetas?
dou guardas para prenderem a Davi, e D avi e Jônatas renovam a sua amizade
foi-lhes respondido que estava doen
te. 15E Saul mandou segunda vez 90 e n treta n to Davi fugiu de Naiot,
mensageiros com ordem de ver Davi, que está em Ramata, e, tendo
dizendo-lhes: Trazei-mo no seu mes ido, disse diante de Jônatas: Que
mo leito, para ser morto. 16E, tendo fiz eu? que iniqüidade#é a minha,
chegado os mensageiros, encontra e que pecado é o meu contra teu pai,
ram em cima da cama a estátua que que procura a minha vida? 2E êle
tinha em roda da cabeça uma pele respondeu-lhe: Não, tu não hás de
de cabra. 17E Saul disse a Micol: morrer, porque meu pai não faz coi
P or que me enganaste assim, e dei sa alguma, nem grande nem pequena,
xaste fugir o meu inimigo? E Micol sem primeiro me dar parte; será,
respondeu a Saul: Porque êle me dis pois, só esta que meu pai me queira
se: Deixa-me ir, senão matar-te-eL ocultar? De nenhum modo aconte
D avi refugia-se junto de Samuel em
cerá isto. 3E novamente o jurou a
R am ata
Davi. E Davi disse-lhe: Teu pai sa
be muito bem que eu caí em graça
18Davi, pois, fugiu, e pôs-se a sal a teus olhos, e dirá: Não saiba isto
vo, e foi ter com Samuel a Ramata, e Jônatas, para que se não entristeça.
contou-lhe tudo o que Saul lhe tinha Porque eu juro-te pelo Senhor e pe
feito; e retiraram-se êle e Samuel, e la tua vida, que não há senão um
habitaram em Naiot. 19E noticiaram degrau (por assim dizer) entre mim
a Saul dizendo: Eis que Davi está e a morte.
em N aiot de Ramata. “ Saul man 4E Jônatas disse a Davi: Eu farei
dou, pois, guardas para prenderem por ti tudo o que a tua alma me dis
Davi, mas, tendo êles visto um grupo ser. 5E Davi disse a Jônatas: Eis
de profetas que profetizavam, e Sa que amanhã são as calendas do mês,
muel presidindo-lhes, o Espírito do e eu costumo sentar-me junto ao rei
Senhor apoderou-se também dêles, e para comer; deixa-me, pois, ir escon
20. Que profetizavam, isto é, cantavam louvores a Deus.
24. Esteve nu, isto é, só com os vestidos internos. — P or terra. Lançado por terra
pelo espirito de Deus, viu-se na impossibilidade de executar seus pérfidos desígnios.
Cap. X X — 5. A s calendas, isto é, a festa da lua nova, que se celebrava com sacri
fícios e um banquete sagrado, e que durava pelo menos dois dias.
20 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 325
der no campo até à tarde do tercei cupado até depois de amanhã. Des
ro dia. 6Sé o teu pai, reparando, per cerás, pois, sem demora, e irás para
guntar por mim, tu lhe responderás: o sítio em que deves esconder-te no
Davi pediu-me permissão de ir com dia em que se pode trabalhar (que
presteza a Belém, sua cidade, por é o prim eiro depois da festa) e te
que se faz lã um sacrifício solene sentarás junto' da pedra chamada E-
or todos os da sua tribo. 7Se êle zel. 20E eu atirarei junto a ela três
isser: Está bem, não terei que te setas, e as arrojarei como quem se
mer; mas se êle se irar, fica certo exercita em atirar ao alvo. 21E man
de que a sua má vontade (contra carei também um criado, e lhe direi:
m im ) chegou ao seu auge. 8Usa, pois, Vai, e traze-me as setas. “ Se eu dis
de misericórdia com o teu serva, já ser ao criado: Olha que as setas es
que quiseste que eu, teu servo, fi tão para cá de ti, levanta-as; tu en
zesse contigo aliança (de amizade) tão vem ter comigo, porque a paz
no Senhor; mas, se eu tenho algu está contigo, e não há mal algum a
ma culpa, dá-me tu mesmo a morte, temer, o Senhor vive. Mas, se eu
e não me faças comparecer diante disser ao criado: Olha que as setas
de teu pai. 9E Jônatas disse: Lon estão para lá de ti, vai-te em paz,
ge de ti esteja isso, porque não é pos porque o Senhor quer que te reti
sível que, se eu souber ao certo que res. 23Quanto, porém, à palavra que
a má vontade de meu pai contra ti nós demos um ao outro, o Senhor se
chegou ao seu auge, eu te não avise. ja (dela) para sempre (testemunha)
10E Davi respondeu a Jônatas: Quem entre mim e ti.
me há de avisar, se por acaso teu Jônatas procura reconciliar Saul com
pai te responder com aspereza a meu D avi
respeito? UE Jônatas disse a Davi:
Vem, e saiamos fora ao campo. E, 24Escondeu-se, pois, Davi no cam
tendo ambos saído ao campo, 12Jô- po, e chegaram as calendas, e o rei
natas disse a Davi: Senhor Deus de pôs-se à mesa para comer. ^E, ten-
Israel, se eu descobrir o intento de ao-se sentado (segundo o costume) na
meu pai, amanhã ou depois de ama sua cadeira, que estava junto à pare
nhã, e houver alguma coisa favorá de, levantou-se Jônatas, e Abner sen
vel para Davi, e eu to não mandar tou-se ao lado de Saul, e o lugar de
imediatamente dizer, e to não fizer sa Davi apareceu vazio. 26E naquele
ber, 13o Senhor trate a Jônatas com (p rim eiro ) dia Saul não disse nada,
toda a severidade. Mas se a má von porque julgou que talvez Davi se não
tade de meu pai perseverar contra ti, tivesse achado limpo nem purificado.
eu te avisarei disso, e te deixarei ir 27Mas, chegado o segundo dia depois
em paz, e o Senhor seja contigo, das calendas, apareceu ainda vazio
como foi com meu pai. 14E, se eu o lugar de Davi. E Saul disse a seu
viver, usarás comigo da misericór filho Jônatas: Por que não veio o fi
dia do Senhor; se, porém, morrer, lho de Isaí comer nem ontem nem
15não deixarás nunca de usar de com hoje? “ E Jônatas respondeu a Saul:
paixão com a minha casa, quando o Êle pediu-me com instância que o
Senhor tiver exterminado todos os i- deixasse ir a Belém, ^e disse: Dei
nimigos de Davi um por um; ( toda- xa-me ir, porque há na minha cidade
via, se eu faltar à palavra) tire (ta m um sacrifício solene, e um de meus
bém) o Senhor a Jônatas de sua ca irmãos convidou-me; agora, pois, se
sa, e vingue-se dos inimigos de Da eu achei graça diante dos teus olhos,
vi. 16Jonatas, pois, fêz aliança com irei depressa, e verei meus irmãos. E
a casa de Davi, e o Senhor vingou- por esta razão não veio à mesa do
se dos inimigos de Davi. 17E Jô- rei.
natas fêz a Davi êste novo juramen "Mas Saul, irado contra Jônatas,
to, pelo amor que lhe tinha; porque disse-lhe: Filho de má mulher, não
o amava como a sua própria alma. sei eu porventura que amas o f i
18E Jônatas disse-lhe: Amanhã são lho de Isaí, para confusão tua, e pa
as calendas, e perguntar-se-á por ti; ra confusão da tua indigna mãe?
19porque o teu lugar se verá deso 31Porquanto, em todo o tempo em que
326 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 20 - 21
o filho de Isaí viver na terra, nunca cerdote Aquimelec; e Aquimelec fi
estarás seguro, nem tu nem o teu cou surpreendido com a chegada de
(d ireito ao) reino. Por isso man Davi, e disse-lhe: Como vens tu só,
da buscá-lo já, e traze-mo à minha e ninguém vem contigo? 2E Davi
presença, porque é um filho da mor respondeu ao (Sum o) sacerdote Aqui
te. 32Mas Jônatas, respondendo a melec: O rei deu-me uma ordem, e
Saul, seu pai, disse: Por que há de disse: Não saiba ninguém a causa
êle morrer? O que fêz? 33E Saul porque te enviei, nem quais são as
pegou na sua lança para o atravessar. ordens que te dei; e por isso também
E Jônatas compreendeu que seu pai eu disse aos meus criados que me
tinha resolvido matar Davi, 34Jôna- esperassem em tal e tal lugar. 3A-
tas, pois, levantou-se da mesa todo gora, pois, se tens à mão alguma coi
encolerizado, e não comeu no segun sa, ainda que não sejam senão cin
do dia das calendas, porque estava co pães, dá-mos, ou qualquer outra
triste por causa de Davi, porque seu coisa que encontrares. 4E, respon
pai o tinha ultrajado. dendo o sacerdote a Davi, disse-lhe:
35Ao outro dia pela manhã saiu Jô Eu não tenho à mão pães vulgares
natas ao campo, conforme a combi mas somente o pão santo; (todavia
nação feita com Davi, e levou consi eu tos darei) se os teus servos estão
go um rapaz, 36ao qual disse: Vai. e limpos, principalmente no que toca
traze-me as setas que vou atirar. E, a mulheres. 5E Davi respondeu ao
enquanto o rapaz corria, atirou ou sacerdote, e disse-lhe: No tocante a
tra seta mais para além dêle. "Che mulheres, certamente temo-nos absti-
gou, pois, o rapaz ao lugar da seta do desde ontem e ante ontém, depois
que Jônatas tinha atirado, e Jôna que partimos, e os vasos dos (meus)
tas gritou-lhe, e disse: Olha que a se criados conservaram-se puros; é ver
ta está mais para lá de ti. 38E Jô dade que êste caminho não é puro,
natas tornou a gritar ao rapaz, di mas também êle será hoje purificado
zendo: Vai depressa, não te demo nos vasos. cO sacerdote deu-lhe, pois,
res. E o servo de Jônatas recolheu do pão santificado, porque não havia
as setas, e levou-as ao seu amo. 39E ali pão, senão os pães da proposição,
(o servo) ignorava completamente o que tinham sido tirados da presença
motivo do que se fazia, porque só do Senhor, para se porem outros
Jônatas e Davi o sabiam. 40Deu Jô quentes.
natas depois as suas armas ao rapaz, 7Achava-se ali naquele dia, dentro
e disse-lhe: Vai, e leva-as à cidade. do tabernáculo do Senhor, um certo
41E, logo que o rapaz partiu, Da homem dos criados de Saul, chamado
vi saiu do lugar onde estava, que Doeg, Idumeu, o mais poderoso dos
olhava para o meio-dia, e, inclinando- pastores de Saul. 8E Davi disse a
se até a terra, prostrou-se três vê- Aquimelec: Tens aqui à mão uma lan
zes (diante de Jônatas) e, beijando- ça ou uma espada? porque eu não
se um ao outro, choraram ambos, mas trouxe comigo a minha espada, nem
Davi mais. 42Disse, pois, Jônatas, a as minhas armas; porque a ordem do
Davi: Vai em paz; (lem bra-te de) rei urgia. 9E o sacerdote disse: Eis
tudo o que nós ambos juramos em aqui a espada de Golias, Filisteu, que
nome do Senhor, dizendo: O Senhor tu mataste no vale de Terebinto; está
seja para sempre testemunha entre embrulhada num pano detrás do e-
mim e ti, e entre a minha geração e fod; se a queres levar, leva-a, porque
a tua geração. 43E Davi levantou-se, não há aqui outra senão esta. E
e partiu; e Jônatas voltòu para a ci Davi disse: Não há outra corno esta;
dade. dá-ma.
D avi fo g e p a ra Nobe D a v i fo g e p ara ju n t o do re i A q u is
21 JPartiu depois Davi para No- 10Levantou-se, pois, Davi, e fugiu,
u1 be, para junto do (Sum o) sa- naquele mesmo dia da presença de
Cap. X X — 3 L XJm filho da morte, isto é, destinado a morrer.
Cap. X X I — 5. Os vasos, isto é, os corpos. A parte final dêste versículo é muito
difícil de interpretar, tendo sido talvez alterado o texto original.
21 - 22 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 327
Saul, e foi a (refugiar-se em casa filho de Isaí dará a vós todos os cam-
de) Aquis, rei de Get. nE os criados os e vinhas, e far-vos-á a todos tri-
de Aquis, tendo visto Davi, disseram unos e centuriões, 8para que todos
ao rel: Porventura não é êste aquê- vós vos tenhais conjurado contra mim
le Davi (respeitado com o) rei do seu e não haja ninguém que me dê algum
país? Não é êste aquêle a quem can aviso, principalmente depois que meu
tavam nas danças dizendo: filho fêz aliança com o filho de Isaí?
Saul matou mil, e Davi dez mil? Não há entre vós quem se lastime
12Considerou, porém, Davi estas pa da minha sorte, nem quem me avi
lavras no seu coração, e teve muito se; e até o meu filho sublevou con
mêdo de Aquis, rei de Get. 13E de- tra mim um dos meus servos, que
mudou o seu rosto diante dêles, e dei não cessa, até ao dia de hoje, de me
xava-se cair entre as suas mãos, e armar traições.
dava com a cabeça nos batentes da 9Respondendo então Doeg, Idumeu,
porta, e deixava correr a saliva pela que estava presente, e era o primeiro
barba. 14E Aquis disse aos seus cria dos criados de Saul, disse: Eu vi o
dos: Vistes que êste homem está lou filho de Isaí em Nobe, em casa do
co; por que o trouxestes à minha sacerdote Aquimelec, filho de Aqui-
presença? 15Porventura faltam-nos tob, 10o qual consultou o Senhor por
loucos, por que introduzistes êste pa êle, e lhe deu víveres, e lhe deu tam
ra fazer loucuras na minha presen bém a espada do Filisteu Golias.
ça? Deve êle entrar em minha ca “ Mandou, pois, o rei chamar o sa
sa? cerdote Aquimelec, filho de Aquitob,
D avi na caverna de Odolão e e todos os sacerdotes, da casa de seu
entre os M oabitas pai, que estavam em Nobe, todos os
0 9 'Davi, pois, partiu dali, e fu- quais se apresentaram ao rei. 12E
“ “ Saul
giu para a cova de Odolão. de Aquitob. disse a Aquimelec: Ouve, filho
Tendo sabido isto os seus irmãos e me E êle respondeu: Aqui
tens,
tôda a casa de seu pai, foram lá ter Por que vos senhor. 13E Saul disse-lhe:
com êle. 2E todos os que se viam con jurastes contra mim,
em apêrto, e se encontravam opri tu, e o filho de Isaí, e lhe deste pães
midos de dividas e de desgostos, jun e uma espada, e consultaste a Deus
taram-se a êle; e êle tornou-se seu por êle, para se levantar contra mim,
persistindo em me armar traições até
chefe; e estiveram com êle cêrca de hoje?
uatrocentos homens. 8E dali Davi 14E Aquimelec, respondendo
? òi para Masfa, que está (na terra ) ao rei, disse: E quem há entre to
de Moab, e disse ao rei de Moab: dos os teus servos (que fe seja tao)
Peço-te que meu pai e minha mãe leal como Davi, genro do rei, e sub
fiquem convosco, até eu saber o que misso às tuas ordens, e respeitado na
o Senhor fará de mim; 4E deixou-os tua comeceicasa? 16Porventura é de hoje que
junto do rei de Moab; e ficaram com eu êle?
a consultar a Deus por
Longe de mim tal coisa; não sus
êle durante todo o tempo que Davi
esteve na fortaleza. 6E o profeta peite o rei semelhante coisa, nem de
Gad disse a Davi: Não fiques nesta mim, seu servo, nem de tôda a casa de
fortaleza; parte, e vai para a terra de meu pai, porque o teu servo não sou
Judá. E Davi partiu, e foi para o be, nesse particular (de conjuração)
bosque de Haret. nem pouco nem muito. 16E o rei
disse: Morrerás sem falta, Aquime
Vingança cruel de Saul lec, tu e tôda a casa de teu pai. 17E
6E Saul soube que Davi tinha apa o rei disse para os guardas que o ro
recido com a gente que o acompanha deavam: Voltai-vos e matai os sacer
va. Estando, pois, Saul em Gaaba, dotes do Senhor, porque a mão dêles
e encontrando-se (u m dia) num bos está com Davi, e, sabendo que êle ti
que, que há em Rama, tendo a lança nha fugido, não me avisaram. P o
na mão e estando rodeado de todos rém, os criados do rei não quiseram
os seus servos, 7disse para os seus estender suas mãos contra os sacer
servos, que lhe assistiam: Ouvi-me a- dotes do Senhor. 18E o rei disse a
gora, filhos de Jemini; porventura o Doeg: Vai tu, e lança-te sôbre os sa
328 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 22 - 23
cerdotes. E Doeg, Idumeu, voltan ras. 8E Saul mandou a todo o povo
do-se, lançou-se sôbre os sacerdotes, que marchasse a Ceila para o com
e trucidou naquele dia oitenta e cin bate, e que sitiasse Davi e os seus.
co homens, que estavam vestidos do D avi foge
efod de linho. 19E passou ao fio da
espada Nobe, cidade sacerdotal, (m a- 9E Davi, tendo sido avisado de que
tando) homens e mulheres, crianças Saul lhe preparava secretamente êste
e meninos de leite, e passou também mal, disse ao sacerdote Abiatar: T o
ao fio da espada bois, e jumentos, e ma o efod (para consultar o Senhor).
ovelhas. 10E Davi disse: Senhor Deus de Israel,
A biatar refugia-se junto de l>avi o teu servo soube que Saul se prepara
para vir a Ceila, para destruir a ci
20Mas, escapando um filho de A- dade por minha causa. nOs homens
quimelec, filho de Aquitob, que se de Ceila entregar-me-ão nas suas
chamava Abiatar, fugiu para Davi, 21e mãos? E Saul virá, como o teu ser
participou-lhe' que Saul tinha mata vo ouviu dizer? Senhor Deus de Is-'
do os sacerdotes do Senhor. 22E Davi rael, dá a conhecer isto ao teu servo.
disse a Abiatar: Eu bem sabia na E o Senhor disse: Há de vir. 12E
quele dia, que, estando lá Doeg, Idu Davi disse: Porventura os homens de
meu, certamente o havia de dizer a Ceila me entregarão a mim e a gente
Saul; eu sou o culpado da morte de que está comigo nas mãos de Saul?
tôda a casa de teu pai. ^Fica co E o Senhor disse: Hão de entregar.
migo, não temas; se alguém buscar a “ Davi, pois,.levantou-se e a sua gen
minha vida, buscará também a tua, te (que era em número de) cêrca de
e salvar-te-ás comigo. seiscentos homens; e, tendo partido
D avi liberta Ceila de Ceila, erravam incertos por aqui
e por ali; e foi anunciado a Saul que
OO 7Depois disto avisaram Davi, di- Davi tinha fugido de Ceila, e se ti
**** zendo: Eis que os Filisteus a- nha pôsto a salvo; pela qual razão
tacam Ceila, e roubam as eiras. ^ a - Saul dissimulou não querer sair.
vi, pois, consultou o Senhor, dizen D avi nos desertos de Z if e de Maon
do: Marcharei eu, e desbaratarei ês-
tes Filisteus? E o Senhor disse a 14Ora Davi estava no deserto em lu
Davi: Vai, e desbaratarás os Filis- gar muito seguro, e habitou no
teus, e salvarás Ceila. 8E os homens monte do deserto de Zif, monte co
que estavam com Davi, disseram-lhe: berto de arvoredo; Saul todavia pro
Eis que, estando nós aqui na Judéia, curava-o todos os dias; mas Deus não
temos mêdo; quanto mais se formos o entregou nas suas mãos. 15E Da
a Ceila contra os esquadrões dos Fi- vi soube que Saul tinha saído em bus
listeus? 4Segunda vez, pois, Davi conca da sua vida. Mas Davi estava no
sultou o Senhor, o qual, responden deserto dé Z if (escondido) no bos
do, lhe disse: Levanta-te, e vai a Cei
que.
la, porque eu entregarei os Filisteus 16E Jônatas, filho de Saul, levan
nas tuas mãos. 5Foi, pois, Davi com tou-se e foi ter com Davi ao bosque,
a sua gente a Ceila, e combateu con e confortou-o muito em Deus, e dis
tra os Filisteus, e levou-lhes os seusse-lhe: 17Não temas, porque não te
gados, e fêz nêles grande mortan há de encontrar a mão de Saul, meu
dade; e Davi salvou assim os habi pai, e tu reinarás sobre Israel, e eu
tantes de Ceila. °Ora quando Abia serei o segundo depois de ti, e até
tar, filho de Aquimelec, fugiu para mesmo Saul meu pai, sabe isto. “ Am
Davi em Ceila, levou consigo o efod. bos, pois, fizeram aliança diante do
Saul vai a Ceila Senhor; e Davi ficou no bosque, e Jô
natas voltou para sua casa.
7E foi noticiado a Saul que Davi 19Entretanto os de Z if foram ter
tinha ido para Ceila, e Saul disse: com Saul a Gabaa, dizendo: Tu não
Deus o entregou nas minhas mãos, e sabes que Davi está escondido entre
está apanhado, tendo entrado nu nós nos lugares mais seguros do bos
ma cidade, que tem portas e fecha^u-, que, sôbre a colina de Aquila, que
23 - 24 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 329
está à direita do deserto? 20Agora, colhidos entre todo o Israel, saiu em
pois, visto que o teu coração desejou busca de Davi e de sua gente, indo
achá-lo, vem, e por nós fica o entre- até pelos rochedos mais escarpados,
á-lo nas mãos do rei. 21E Saul somente acessíveis às cabras. 4E
isse: Abençoados sejais do Senhor, chegou a uns currais de ovelhas, que
porque vos condoestes da minha sor encontrou no caminho; e havia lá
te. 22Ide, pois, vos rogo, e fazei tô- uma caverna, onde Saul entrou pa
das as diligências, e buscai com o ra fazer as suas necessidades; ora
maior cuidado, e esquadrinhai o lu Davi e os seus estavam escondidos
gar onde êle possa estar, ou quem o no interior da mesma caverna. 5E
terá visto aí; porque êle tem receio os servos de Davi disseram-lhe: Eis
de mim, e sabe que eu astutamente o dia, do qual o Senhor te disse: Eu
lhe armo ciladas. 23Examinai e vê- te entregarei o teu inimigo, para fa-
de todos os seus esconderijos, onde zeres dêle o que te parecer. Então
êle se oculta, e voltai a mim, com Davi levantou-se, e cortou muito de
notícias seguras, a fim de eu ir con- mansinho a orla do manto de Saul.
vosco, porque, ainda que êle se tenha 6E logo depois o coração de Davi ba-
escondido nas entranhas da terra, eu teu-lhe, porque tinha cortado a orla
o procurarei entre todos os milha do manto a Saul. 7E disse para a
res de Judá. 24Êles, pois, partindo, sua gente: Deus me guarde de que
foram a Z if antes de Saul; mas Davi eu faça uma tal coisa ao meu senhor,
e os seus homens estavam no de ao ungido do Senhor, que eu estenda
serto de Maon, na planície à direi a mão contra êle, pois é o ungido do
ta de Jesimon. Senhor. 8E com estas palavras Davi
“ Foi, pois, Saul e tôda a sua gen conteve a sua gente, e não permitiu
te em busca dêle; e isto foi noticia que se lançasse sôbre Saul. E Saul,
do a Davi, que imediatamente se re saindo da caverna, prosseguia o seu
tirou para o rochedo, e morava no caminho.
deserto de Maon. E Saul, tendo sa 9Levantou-se também Davi atrás
bido isto, entrou pelo deserto de dêle, e, tendo saído da caverna, g ri
Maon no alcance de Davi. 26E Saul tou atrás de Saul, dizendo: ô rei,
costeava o monte por uma parte; meu senhor! E Saul olhou para trás;
Davi, porém, e os seus homens cos- e Davi, inclinando-se até o chão, fêz-
teavam o monte pela outra parte; e lhe uma profunda reverência, 10e dis
Davi desesperava de poder escapar se a Saul: Por que dás tu ouvidos às
das mãos de Saul, porque Saul e os palavras dos que te dizem: Davi pro
seus tinham feito como que um cêr- cura fazer-te mal? “ Eis que viste ho
co em volta de Davi e da sua gente, je com os teus olhos que o Senhor
para os prender. te entregou nas minhas mãos na ca
27Mas eis que chegou um mensa verna, e eu tive o pensamento de te
geiro a Saul, dizendo: Apressa-te, e matar, mas não o quis fazer, por
vem, porque os Filisteus invadiram que disse: Não estenderei a ,mão
o país. “ Então Saul voltou-se, dei contra o meu senhor, porque é o un
xando de perseguir Davi, e foi ao en gido do Senhor. 12Antes vê, meu
contro dos Filisteus; por isto foi da pai, e reconhece a orla do teu man
do àquele lugar o nome de Rochedo to (que tenho) na minha mão; pois,
da separação. cortando a extremidade do teu ves
D a v i no deserto de Engadi tido, não quis estender a minha mão
contra ti; adverte, pois, e vê que eu
94 ‘Saiu, pois, Davi dali, e habi- não sou culpado de nenhum mal, nem
tou nos lugares mais seguros de nenhuma iniqüidade, e que não pe-
de Engadi. 2E, voltando Saul de ter quei contra ti; tu, porém, andas bus
perseguido os Filisteus, noticiaram- cando meios de me tirar a vida. 130
lhe, dizendo: Eis que Davi está no Senhor julgue entre mim e ti, e o
deserto de Engadi. 3Saul, pois, to Senhor me vingue de ti; mas nunca
mando consigo três mil homens es a minha mão seja contra ti. 14Dos
Cap. X X IV 14. O sentido dêste versículo é o seguinte: Ê próprio dos ímpios
330 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 24 - 25
ímpios sairá a impiedade, diz o anti da linhagem de Caleb. 4Davi, pois,
go provérbio; a minha mão, pois, não tendo sabido no deserto que Nabal
seja contra ti. 15A quem persegues fazia a tosquia do seu rebanho, 5en-
tu, ó rei de Israel? A quem perse viou lá dez jovens, e disse-lhes: Su
gues? Persegues um cão morto, e u- bi ao Carmelo, e ide à casa de Nabal,
ma pulga. ieO Senhor seja juiz, e e o saudareis em meu nome pacifica-
julgue entre mim e ti, e examine e mente. 6E dir-lhe-eis: A paz seja
julgue a minha causa, e me livre da com meus irmãos, e contigo, e a paz
tua mão. seja com a tua casa, e a paz seja
17Tendo Davi acabado de dizer estas com tudo o que tens. 7Ouvi dizer
palavras a Saul, Saul disse: Porven que os teus pastôres, que viviam co
tura é esta a tua voz, ó meu filho nosco no deserto, fazem a tosquia;
Davi? E Saul levantou a sua voz, e nós nunca os molestamos, nem lhes
chorou. 18E disse a Davi: Tu és mais faltou nunca coisa alguma do reba
justo do que eu, porque tu tens-me nho, durante todo o tempo que esti
feito bem, e eu tenho-te retribuído veram conosco no Carmelo. 8Per-
com mal. 19E tu mostraste hoje os gunta-o aos teus criados, e êles to
bens que me tens feito, pois que, ten dirão. Agora, pois, achem teus ser
do-me o Senhor entregue nas tuas vos graça diante de teus olhos, pois
mãos, tu não me mataste. “ Porgue que viemos em tão boa ocasião; dá
quem há que, encontrando o seu ini a teus servos e a Davi, teu filho, qual
migo, o deixe ir sem lhe fazer mal? quer coisa que tiveres à mão. 9E,
Mas o Senhor que te faça bem em chegando os criados de Davi, disse
troca do que hoje me fizeste. 21E a- ram a Nabal tôdas estas coisas da
gora, porque sei que certissimamen- parte de Davi; e ficaram calados.
te hás de reinar, e que hás de ter 10Respondendo, porém, Nabal aos
na tua mão o reino de Israel, 22jura- criados de Davi, disse: Quem é Da
me pelo Senhor que não aniquilarás vi? E quem é o filho de Isai? Hoje
a minha geração depois de mim, nem são numerosos os servos que fogem
extinguiras o meu nome da casa de aos seus senhores. “ Pegarei eu por
meu pai. 23E Davi assim o jurou a tanto no meu pão, e na minha água,
Saul. Voltou, pois, Saul para sua ca e na carne dos animais que matei pa
sa; e Davi e a sua gente retirou-se a ra os que tosquiam as minhas ove
lugares mais seguros. lhas, e dá-lo-ei a homens que não sei
donde são? 12Os criados de Davi,
Morte de Samuel pois, retomaram o seu caminho, e,
OC E ntretanto morreu Samuel, e tendo chegado, contaram-lhe tôdas as
palavras que Nabal tinha dito. “ En
u t odo o Israel se juntou a cho tão, Davi disse à sua gente: Cinja ca
rá-lo, e sepultaram-no na sua casa da um a sua espada. E cingiram to
em Ramata. E Davi pôs-se em mar dos as suas espadas, e cingiu também
cha, e desceu para o deserto de Fa- Davi a sua; e seguiram Davi cêrca
ran. de quatrocentos homens; e ficaram
D avi é ofendido por N a b a l duzentos com a equipagem.
2Ora havia no deserto de Maon um Abigail aplaca D avi
homem, que tinha as suas possessões
no Carmelo; e êste homem era muito 14Mas um dos criados de Nabal no
rico, e tinha três mil ovelhas, e mil ticiou a Abigail, sua mulher, dizen
cabras; e sucedeu fazer-se a tosquia do: Sabe que Davi enviou do deser
do seu gado no Carmelo. 3E o nome to mensageiros, para saudarem o nos
daquele homem era Nabal, e o nome so amo; e êle os repeliu. 15Êstes ho
da sua mulher Abigail; e esta mulher mens têm-nos sido muito úteis, e nun
era muito prudente e formosa; seu ca nos foram molestos; e, enquanto
marido, porém, era um homem duro, vivemos com êles no deserto, nada
e péssimo, e malicioso; e descendia se perdeu. 16Serviam-nos de muro
proceder lrnpiamente; ora eu considero uma impiedade o estender a rn&o contra o ungido
do Senhor, por isso nunca estenderei a mâo contra ti.
25 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 331
tanto de noite como de dia, duran 27Portanto aceita esta bênção que a
te todo o tempo que apascentamos tua escrava te trouxe, meu senhor,
entre êles os rebanhos. 17Portanto e reparte dela com os que te seguem,
considera e vê o que deves fazer, por meu senhor. 28Perdoa à tua escra
que uma grande desgraça está para va a iniqüidade, porque certissima-
cair sobre o teu marido e sôbre a tua mente o Senhor estabelecerá em ti,
casa, e êle é um filho de Belial, meu senhor, uma casa estável, por
(tã o violento) que ninguém se atre que tu, meu senhor, combates pelo
ve a falar-lhe. Senhor; não se encontre, pois, culpa
18Apressou-se, pois, Abigail, e to em ti durante todos os dias da tua
mou duzentos pães, e dois odres de v i vida. 29Porque, se algum dia se le
nho, e cinco carneiros cozidos, e cin vantar alguém para te perseguir e
co medidas de farinha, e cem ca buscar a tua vida, a vida do meu
chos de uvas passas, e duzentas pas senhor será guardada como no ra
tas de figos secos, e pôs (tudo) em malhete dos que vivem no Senhor teu
cima de jumentos; 19e disse aos seus Deus; e a alma de teus inimigos se
criados: Ide adiante de mim, que eu rá agitada como um impetuoso g i
irei atrás de vós; e não disse nada rar de funda. 30Quando, pois, o Se
a seu marido Nabal, ^ e n d o , pois, nhor te tiver feito, meu senhor, todos
montado num jumento, e descendo os bens que êle predisse de ti, e te ti
pelas fraldas do monte, eis que Da ver constituído general sôbre Israel,
vi e os seus homens desciam para 31não terás no coração êste pesar, nem
ela; e ela foi-lhes ao encontro. 21E êste remorso, meu senhor, de ter der
Davi dizia: Em verdade que de nada ramado o sangue inocente, ou de te
me serviu ter guardado tudo o que teres vingado por ti mesmo; e, quan
êste (hom em ) tinha no deserto, sem do o Senhor tiver feito bem ao meu
que se lhe perdesse nunca coisa algu senhor, lembrar-te-ás da tua escrava.
ma do que possuía; e êle me tornou 32E Davi disse a Abigail: Bendito
mal por bem. 22Deus trate com to seja o Senhor Deus de Israel, que
do o seu rigor os inimigos de Davi, te enviou hoje ao meu encontro, e
se eu até amanhã deixar viva coisa bendita a tua palavra, 33e bendita és
que lhe pertença, ainda a um dos tu, que me impediste hoje de derra
que urinam à parede. mar sangue, e vingar-me pela minha
28Mas Abigail, tendo visto Davi, a- mão. 34Doutro modo juro pelo Se
pressou-se, e desceu do jumento, e nhor Deus de Israel, que me impediu
prostrou-se diante de Davi sôbre o que te não fizesse mal: Se tu não
seu rosto, e fêz-lhe uma profunda re viesses logo ao meu encontro, não te-
verência; 24e lançou-se a seus pés, e ria ficado nada com vida desde ho
disse: Sôbre mim caia, meu senhor, je até amanhã em casa de Nabal,
esta iniqüidade; peço-te que permi ainda um dos que urinam à parede.
tas à tua escrava falar aos teus ou “ Davi, pois, aceitou da sua mão tu
vidos, e ouve as palavras da tua ser do o que lhe tinha trazido, e disse-
va. 25Não faças caso, te peço, meu se lhe: Vai em paz para tua casa; eis
nhor e meu rei, da injustiça de N a que ouvi a tua voz e honrei a tua
bal, porque, como o denota o seu presença.
próprio nome, é um insensato, e a lou 36E Abigail voltou para Nabal; e
cura está com êle; mas eu, tua es eis que êle fazia em sua casa um
crava,'não vi os criados que tu, meu banquete, como um banquete de rei, e
senhor, enviaste. 26Agora, pois, meu o seu coração estava alegre, porque
senhor, viva o Senhor, e viva a tua estava muito embriagado, e ela não
alma, pois que o Senhor te impediu lhe disse uma palavra nem pequena
de derramar sangue, e deteve a tua nem grande até pela manhã. 37Ao
mão; e agora sejam (tão fracos) co outro dia muito cedo, quando Nabal
mo Nabal os teus inimigos, e os que tinha já digerido o vinho, sua mu
procuram fazer mal ao meu senhor. lher contou-lhe tudo o que se tinha
Cap. X X V — 22. Um dos que urinam ã parede. Locução proverbial para indicar
que o extermínio será geral.
332 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 25 - 26
passado, e o seu coração ficou como e Abner, filho de Ner, general das
morto interiormente, e êle tornou-se suas tropas, e Saul que dormia na
(im óv el) como uma pedra. “ E, pas tenda, e ao redor dele tôda a sua
sados dez dias, o Senhor feriu Nabal, gente, °Davi disse a Aquimelec He-
e êle morreu. teu, e a Abisai, filho de Sarvia, ir
"E , tendo Davi ouvido dizer que mão de Joab: Quem descerá comigo
Nabal morrera, disse: Bendito seja ao acampamento de Saul? E Abisai
o Senhor que me vingou da afronta disse: Eu descerei contigo. 7Foram,
que me fêz Nabal, e preservou o seu pois, Davi e Abisai de noite ao povo,
servj do mal, e fez cair a iniqüidade e encontraram Saul, deitado e dor
de Nabal sôbre a sua cabeça. mindo na sua tenda, e a sua lança
D avi casa com Abigail fixa na terra à sua cabeceira, e Ab-
ner e tôda a sua gente dormindo ao
E Davi enviou mensageiros e falou redor dêle.
a Abigail, para a tomar por sua mu 8E Abisai disse a Davi: Deus en
lher. 40E os mensageiros de Davi, fo tregou-te hoje nas mãos o teu inimi
ram ter com Abigail ao Carmelo, e go; agora, pois, eu o pregarei à terra
falaram-lhe, dizendo: Davi mandou- com a lança, dum só golpe, e não
nos ter contigo para te tomar por será necessário segundo. °Mas Davi
sua mulher. 41E ela, levantando-se, disse a Abisai: Não o mates, pois
inclinou-se até à terra, e disse: Eis a quem estenderá a sua mão contra
tua serva, que será uma escrava, pa o ungido do Senhor, e será inocente?
ra lavar os pés aos criados do meu 10E Davi disse: V iva o Senhor, que, a
senhor. 42E Abigail, levantando-se não ser que o Senhor o mate, ou
depressa, montou no jumento, e fo chegue o dia de sua morte, ou pere
ram com ela cinco donzelas, criadas ça estando em batalha, (nao m orre
suas, e seguiu os mensageiros de Da r a ); unão permita o Senhor que eu
vi; e tornou-se sua mulher. estenda a minha mão contra o un
D avi casa com Aquinoão gido do Senhor. Agora, pois, torna
a lança, que está à sua cabeceira, e
43E Davi desposou-se também com o copo da água, e vamo-nos. c o
Aquinoão, (que era) de Jezrael; e u- rnou, pois, Davi, a lança e o copo de
ma e outra foi sua mulher. 44Saul água que estava à cabeceira de Saul,
porém, tinha dado sua filha Micol, e foram-se; e não houve ninguém
mulher de Davi, a Falti, filho de Laís, que os visse, nem que ouvisse, ou a-
que era de Galim. cordasse, mas todos dormiam, porque
o Senhor os tinha sepultado num pro
N ova manifestação da magnanimidade fundo sono.
de D avi
13E, tendo Davi passado à parte
O fj *E os Zifeus foram (novamente) oposta e parado ao longe no alto do
ter com Saul a Gabaa, dizen monte, e havendo entre êles grande
do: Eis que Davi está escondido na distância, “ bradou ao povo, e a Ab
colina de Aquila, que está defronte ner, filho de Ner, dizendo: Não res
do deserto. 2E Saul levantou-se, e ponderás, Abner? E Abner, respon
desceu ao deserto de Zif, tomando dendo, disse: Quem és tu que estás
consigo três mil homens escolhidos gritando, e desassossegas o rei? 16E
de Israel, para ir em busca de Davi Davi disse a Abner: Não és tu um
no deserto de Zif. 3E Saul acampou homem (va len te)? E quem há em
em Gabaa, na colina de Aquila, que Israel como tu? Como, pois, não
está defronte do deserto sôbre o ca guardaste o rei, teu senhor? Porque
minho; e Davi morava no deserto. alguém do povo entrou ai para ma
E, vendo que Saul o tinha ido bus tar o rei, teu senhor. 16Não é bom
car pelo deserto, 4enviou espias, e isto que fizeste; viva o Senhor, que
soube com tôda a certeza que (Saul) vós mereceis a morte, vós que tão
tinha chegado ali. mal guardastes o vosso amo, o ungido
5E Davi levantou-se caladamente e do Senhor; vêde, pois, agora onde está
foi ao lugar onde estava Saul; e, ten a lança do rei, e onde está o copo
do visto o lugar onde Saul dormia, da água, que estava à sua cabeceira.
26 - 27 PRIMEIRO LivR O DOS REIS 333
Saul novamente reconhece a inocência eu fuja, e me salve no país dos F i-
de D avi listeus, para que Saul perca de to
do as esperanças, e cesse de me bus
17E Saul reconheceu a voz de Davi, car por tôdas as terras de Israel? Fu
e disse: Não é esta a tua voz, meu girei portanto das suas mãos. 2E
filho Davi? E Davi disse: Ê a minha Davi levantou-se e foi, com os seus
voz, ó rei, meu senhor. 18E acrescen seiscentos homens, para Aquis, filho
tou: P or que motivo persegue o meu de Maoque, rei de Get. 3E Davi ha
senhor o seu servo? Que flz eu? Ou bitou com Aquis em Get, êle e os
que maldade está na minha mão? seus, cada um com sua fam ília; e
19Ouve, pois, agora, te rogo, ó rei, Davi com as suas duas mulheres, A-
meu senhor, as palavras de teu ser quinoão de Jezrael, e Abigail, mulher
vo: Se o Senhor te incita contra que tinha sido de Nabal do Carmelo.
mim, receba êle o perfume do meu 4E Saul foi avisado de que Davi se
sacrifício; se, porém, são os filhos tinha refugiado em Get, e não cuidou
dos homens, malditos sejam diante mais em o buscar.
do Senhor, porque me expulsaram ho
je, para que eu não habite na he 5Davi, porém, disse a Aquis: Se eu
rança do Senhor, dizendo: Vai, ser encontrei graça diante dos teus olhos,
ve a deuses estranhos. ^E agora não seja-me dado lugar numa das cida
seja derramado o meu sangue na ter des dêste país, onde eu habite, pois a
ra diante do Senhor, porque o rei de que fim há de residir o teu servo
Israel saiu em busca duma pulga, as contigo na cidade real? 'Aquis, pois,
sim como se persegue uma perdiz pe deu-lhe naquele dia (a cidade de)
los montes. Siceleg; e deste modo Siceleg tornou-
se dos reis de Judá até ao dia de
21E Saul disse: Pequei; volta, meu hoje. 7E o número de dias que Davi
filho Davi, porque não te tornarei a habitou nas terras dos Filisteus, foi
fazer mal daqui em diante, pois que de quatro meses.
a minha vida foi hoje preciosa aos
teus olhos, porque é manifesto que 8E Davi saía com a sua gente, e fa
tenho procedido nèsciamente, e que ziam prêsas sobre Gessuri e Gerzi,
ignorei muitíssimas coisas. “ E, res e sôbre os Amalecitas; porque estas
pondendo Davi, disse: Eis a lança do aldeias naquela terra eram antiga
rei; venha cá um de seus criados, e mente habitadas (p or êstes povos) sô
leve-a. mO Senhor retribuirá a ca bre o caminho de Sur até à terra
da um conforme a sua justiça e fi do Egito. 9E Davi assolava todo a-
delidade; porque o Senhor entregou- quêle país, sem deixar com vida nem
te hoje na minha mão, e eu não quis homem nem mulher, e, tirando as o-
estender a minha mão contra o un velhas, e os bois, e os jumentos, e os
gido do Senhor. 24E, assim como a camelos, e os vestidos, voltava, e ia
tua vida foi hoje preciosa aos meus para Aquis. 10E Aquis perguntava-
olhos, assim a minha seja preciosa lhe: Para que lado fizeste tu hoje in
aos olhos do Senhor, e êle me liv re de cursão? Davi respondia: Para a par
tôda a tribulação. “ Disse, pois, Saul te meridional de Judá, ou para a par
a Davi: Bendito sejas tu, meu filho te meridional de Jerameel, ou para
Davi; e certamente serás bem suce a parte meridional de Ceni. “ Não
dido nas tuas emprêsas, e o teu po deixava Davi com vida nem homem
der será grande. Com isto foi Davi nem mulher, nem levava prisioneiro
ao seu caminho, e Saul voltou para algum a Get, dizendo: Não suceda que
sua casa. falem contra nós. Assim fêz Davi;
e foi êste o seu proceder durante to
Aquis dá a Davi. a cidade de Siceleg: do o tempo que habitou no pais dos
Filisteus. 12Aquis, pois, acreditava em
9 7 *E Davi disse no seu coração: Davi, dizendo: Êle tem feito muito
Por fim, algum dia cairei nas mal a Israel, seu povo, por isso es
mãos de Saul; não será melhor que tará sempre ao meu serviço.
Cap. X X V I I — 9. E sta guerra de D a v i era justa, visto que Deus tinha pronunciado
sentença de extermínio contra êstes povos.
334 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 28
Os Filisteus armam-se contra Saul de grito, e disse a Saul: Por que
rne enganaste? Tu és Saúl. 13E o
O Q 1Ora sucedeu naquele tempo que rei disse-lhe: Não ternas; que viste
os Filisteus juntaram as suas tu? E a mulher disse a Saul: Vi um
tropas, a fim de se prepararem para deus que subia da terra. 14E Saul
a guerra contra Israel; e Aquis dis disse-lhe: Como é a sua figura? Ela
se a D avi: Tem por certo que hás de respondeu: Subiu um homem ancião,
vir comigo à campanha, tu e a tua e êsse envolvido numa capa. E Saul
gente. 2E Davi disse a Aquis: Tu compreendeu que era Samuel, e fêz-
verás agora o que há de fazer o teu lhe uma profunda reverência, e pros-
servo. E Aquis disse a Davi: E eu trou-se por terra. 15Mas Samuel
te constituirei para sempre guarda disse a Saul: Por que me inquietas
da minha pessoa. 3Ora Samuel ti te, fazendo-me vir cá? E Saul res-
nha falecido, e todo o Israel o tinha pondeu-lhe: Eu acho-me no último
chorado, e o tinham sepultado em Ra- apêrto; porque os Filisteus fazem-
mata, sua pátria. E Saul tinha lan me guerra, e Deus retirou-se de mim,
çado fora do país os magos e adivi e não me quis ouvir nem por pro
nhos. 4E os Filisteus juntaram-se, e fetas, nem por sonhos; por essa ra
foram acampar em Sunam; e Saul zão te chamei, para que me indiques
juntou também tôdas as tropas de Is o que devo fazer. 16E Samuel disse:
rael, e foi a Gelboé. Para que me interrogas, quando o
A pitonisa de Endor evoca Samuel Senhor se afastou de ti, e passou pa
ra o teu rival? "Porque o Senhor te
5E, vendo Saul o exército dos F i- tratará como eu te disse da sua par
listeus, teve mêdo, e o seu coração te, e arrancará o teu reino da tua
intimidou-se sobremaneira. °E con mão, e o dará a Davi, teu parente.
sultou o Senhor, o qual não lhe res 18Porque tu não obedeceste à lei do
pondeu nem por sonhos, nem por sa Senhor, nem executaste o decreto da
cerdotes, nem por profetas. 7E Saul sua ira contra os Amalecitas; por is
disse aos seus servos: Buscai-me u- so te fêz hoje o Senhor aquilo que
ma mulher que tenha o espírito de padeces. 19E o Senhor entregará con
Piton, e eu irei ter com ela, e a con tigo também Israel, nas mãos dos F i
sultarei. E os seus servos disseram- listeus; e amanhã tu e os teus filhos
lhe: Em Endor há uma mulher que estareis comigo: e o Senhor entrega
tem o espírito de Piton. rá também nas mãos dos Filisteus
8Saul, pois; disfarçou-se, e tomou o acampamento de Israel. “ E ime
outros vestidos, e partiu êle e dois diatamente Saul caiu estendido por
homens com êle, e chegaram de noi terra, porque se espantou às pala
te à casa da mulher, e disse-lhe: vras dé Samuel, e estava sem forças,
Adivinha-me pelo espírito de Piton, porque não tinha comido nada todo
e faze-me aparecer quem eu te dis aquêle dia.
ser. 9E a mulher respondeu-lhe: Tu 21Estando Saul assim turbado, foi
bem sabes tudo o que fêz Saul, e aquela mulher ter com êle, e disse-
como exterminou do país os magos e lhe: Eis que a tua escrava obedeceu
os adivinhos; por que armas, pois, à tua voz, e expus a minha vida (por
ciladas à minha vida, para me ma ti), e ouvi as palavras que me disses
tarem? 10E Saul jurou-lhe pelo Se te. 220uve, pois, agora, também a voz
nhor, dizendo: Viva o Senhor, que da tua escrava, e pôr-te-ei diante um
disto não te virá mal algum. UE a bocado de pão para que, comendo-o,
mulher disse-lhe: Quem queres tu que recobres forças, e possas fazer a tua
te apareça? Saul disse: Faze-me apa viagem. 23Mas êle recusou, e disse:
recer Samuel. 12E a mulher, tendo Não comerei. Porém, os seus servos
visto aparecer Samuel, deu um gran- e a mulher constrangeram-no, e ten
Cap. X X V I I I — 2. Tu verás a g o ra ... D avi, que não queria combater contra o seu
rei e o seu povo, usa aqui de p alavras am bíguas. T al modo de proceder não é em tudo
conforme as regras da moral.
7. O espírito de Piton, isto é, o espírito de Apoio, divindade célebre entre os gentios
por causa dos seus oráculos.
28 - 30 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 335
do enfim cedido a seus rogos, levan o dia em que eu te apareci até êste
tou-se do chão, e sentou-se num lei dia, para que eu não vá combater
to. 240 ra a mulher tinha em casa contra os inimigos do rei, meu se
um gordo novilho, e apressou-se, e nhor?
matou-o; e, tomando farinha, amas- 9Mas Aquis, respondendo, disse a
sou-a, e cozeu pães âzimos, “ e pôs Davi: Eu sei que és bom aos meus
tudo diante de Saul e dos seus ser olhos, como um anjo de Deus, mas
vos. E êles, tendo comido, levanta- os sátrapas dos Filisteus disseram:
ram-se, e caminharam tôda aquela Êle não há de ir conosco à batalha.
noite. 10Por isso levanta-te amanhã pela
D avi é expulso do exército dos
manhã, tu e os servos do teu senhor,
Filisteus
que vieram contigo; e, levantando-
vos de noite, parti logo que principie
9 0 juntaram-se, pois, todos os es- a ralar a aurora. “ Levantou-se, pois,
quadrões dos Filisteus em A- Davi ainda de noite e a sua gente,
fec; e Israel também acampou junto para partirem pela manhã, e volta
da fonte que havia em Jezrael. 2E rem para o pais dos Filisteus; e os
os sátrapas dos Filisteus marchavam Filisteus marcharam para Jezrael.
à frente das suas tropas, divididas
em companhias de cem e de mil ho Siceleg incendiada pelos Amalecitas
mens. Davi, porém, e a sua gente OA JE, tendo, ao terceiro dia, che-
iam na retaguarda com Aquis. gado Davi e os seus a Siceleg,
3E os príncipes dos Filisteus disse os Amalecitas tinham pela banda do
ram a Aquis: A que fim vêm aqui meio-dia feito uma incursão sôbre
êsses Hebreus? E Aquis respondeu Siceleg, e tinham-na tomado e quei
aos príncipes dos Filisteus: Não co mado. 2E tinham levado dali cativas
nheceis vós Davi, que foi servo de as mulheres, (e todos os habitantes)
Saul, rei de Israel, e que está em desde o mais pequeno até o maior;
minha companhia há muitos dias, ou e não tinham matado ninguém, mas
antes anos, e no qual nunca encontrei tinham levado tudo consigo, e volta
coisa que me desagradasse, desde o
dia em que se refugiou junto de vam pelo seu caminho.
mim até hoje? 4Mas os príncipes dos D avi persegue e desbarata os Amalecitas
Filisteus iraram-se contra êle, e dis
seram-lhe: Vá-se embora êsse ho 3Quando, pois, Davi e a sua gente
mem, e deixe-se estar no lugar em chegaram à cidade, e a encontraram
que tu o puseste, e não venha conos queimada, e suas mulheres, e seus
co à batalha, não suceda voltar-se filhos e filhas levados cativos, l e
contra nós, quando começarmos a vantaram as suas vozes Davi e a gen
combater; pois como poderá êle a- te que estava com êle, e choraram
placar o seu senhor, senão com as até se lhes esgotarem as lágrimas.
nossas cabeças? “Porventura não é 5Porque também tinham ido cativas
êste aquêle Davi, em cujo louvor as duas mulheres de Davi, Aquinoão
cantavam dançando: de Jezrael, e Abigail, viúva de N a
Saul matou mil, e Davi dez mil? bal, do Carmelo. °E Davi afligiu-se
°Aquis, pois, chamou Davi, e disse- em extremo, porque o povo queria a-
lhe: Viva o Senhor; tu és justo e pedrejá-lo, estando todos amargura
bom diante dos meus olhos; e agrada- dos em seu coração por causa de seus
me o teu proceder comigo no acam filhos e filhas; mas Davi confortou-
pamento; e não encontrei em ti na se no Senhor seu Deus. 7E disse ao
da que me desgostasse, desde o dia sacerdote Abiatar, filho de Aquime-
em que vieste para mim até o dia lec: Traze-me o efod. E Abiatar le
de hoje; mas tu não agradas aos sá vou o efod a Davi, :e Davi consultou
trapas. 7Retim-te, pois, e vai em o Senhor, dizendo: Perseguirei eu ês-
paz, para não ofender os olhos dos tes ladrões, e apanhá-los-ei, ou não? E
sátrapas dos Filisteus. 8E Davi dis o Senhor respondeu-lhe: Persegue-
se a Aquis: Pois, que fiz eu, e que os, porque indubitàvelrnente os apa
encontraste tu no teu servo, desde nharás, e os esbulharás da prêsa.
336 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 30 - 31
°Partiu, pois, Davi e os seiscentos Divisão do espólio
homens que o acompanhavam, e fo
ram até à torrente de Besor; e alguns 21Foi, pois, Davi juntar-se com os
que iam cansados fizeram alto. duzentos homens, que de cansados
10Prosseguiu, pois, Davi com quatro tinham parado, e não podiam seguir
centos homens, porque duzentos ti Davi, e aos quais tinha dado ordem
nham ficado atrás, os quais, estando de ficar junto da Torrente de Be
muito cansados, não podiam passar a sor; e êles foram ao encontro de
torrente de Besor. Davi e dos que o acompanhavam. E
Davi, ao aproximar-sè dêles, saudou-
“ E encontraram no campo um E- os amigàvelmente. 22Mas todos os
gípcio, e levaram-no a Davi, e de malvados e perversos, dentre aquêles
ram-lhe pão a comer, e água a be que tinham ido com Davi, começaram
ber, 12e também um pedaço de torta a dizer: Visto que êles não foram
de figos secos,. e dois cachos de uva conosco, não lhes havemos de dar na
passa. E, depois que comeu, cobrou da da prêsa que tomamos; contente-
alento e recuperou as forças, porque se cada um com reaver sua mulher
havia três dias e três noites que não e filhos; e, logo que os receberem,
tinha comido pão, nem bebido água. vão-se. 23Mas Davi disse: Não fareis
13Disse-lhe então Davi: De quem és assim, meus irmãos, do que o Senhor
tu? e donde (vens) ? e para onde vais? nos entregou; êle nos conservou, e
E êle disse: Eu sou um jovem Egíp entregou em nossas mãos êsses la
cio, escravo dum Amalecita; o meu drões, que se tinham lançado sôbre
senhor, porém, abandonou-me, por nós. 24Ninguém dará ouvidos a es
que adoeci há três dias. 14Porque sa proposta que fazeis; porque tanto
nós fizemos uma irrupção para a ban 0 que pelejou, como o que ficou guar
da meridional de Cereti, e para a dando a bagagem, terão igual parte
banda de Judá, e para o meio-dia de na prêsa, e ela se dividirá igual
Caleb, e pusemos fogo a Siceleg: 15E mente. 25E isto ficou em pratica
Davi disse-lhe: Poderás tu guiar-me desde aquêle dia, e daí por dian
até onde está essa quadrilha? Êle te foi estabelecido e decidido, e foi
respondeu: Jura-me por Deus, que como uma lei em Israel até ao dia
me não matarás, e que me não en de hoje.
tregarás nas mãos do meu senhor,
e eu te guiarei até onde está essa D avi envia parte do espólio aos
quadrilha. E Davi jurou-lhe. 16Ten- anciãos de Judá, seus partidários
do-o, pois, conduzido, eis que (os A - 26Chegou, pois, Davi a Siceleg, e
malecitas) estavam recostados em da prêsa mandou dons aos anciãos de
terra por todo o campo, comendo e Judá, seus parentes, dizendo: Aceitai
bebendo, e como celebrando um dia esta bênção dos despojos dos inimigos
de festa, por tôda a prêsa e despo- do Senhor. 27(Mandou também) aos
jos que tinham tomado do país dos que viviam em Betel, e aos de Ra-
Filisteus, e do país de Judá. mot para o meio-dia, e aos de Jeter,
17E Davi deu sôbre êles desde a- 28e aos de Aroer, e aos de Sefamot, e
quela tarde até à tarde do outro dia, aos de Estamo, 29e aos de Racal, e
e nenhum dêles escapou, exceto qua aos das cidades de Jerameel, e aos das
trocentos jovens, que montaram nos cidades de Ceni, 30e aos de Arama, e
camelos e fugiram. 18Recobrou Da aos do lago de Asan, e aos de Atac,
vi, pois, tudo o que os Amalecitas ti 8,e aos de Hebron, e a todos os ou
nham tomado, e libertou as suas duas tros que viviam naqueles lugares em
mulheres. 19E não faltou coisa algu que Davi tinha morado com os seus.
ma nem pequena nem grande, assim
Derrota e morte de Saul
de filhos como de filhas, e do des
pojo; tudo o que tinham apanhado, 01 Entretanto os Filisteus com-
Davi recuperou. 20E tomou todos os batiam contra os Israelitas; e
rebanhos e manadas, e os fêz cami os homens de Israel fugiram diante
nhar adiante de si; e disseram: Esta dos Filisteus, e caíram mortos (m u i
é a prêsa de Davi. tos dêles) no monte de Gelboé. 2E
31 PRIMEIRO LIVRO DOS REIS 337
os Filisteus investiram contra Saul ram as suas cidades, e fugiram; e
e contra os seus filhos, e mataram os Filisteus vieram, e estabeleceram-
Jonatas e Abinadab e Melquisua, fi se nelas.
lhos de Saul, 8e todo o pêso do com 8E ao outro dia foram os Filisteus
bate caiu sobre Saul, e os frecheiros para despojar os mortos, e encontra
alcançaram-no, e foi gravemente fe ram Saul e os seus três filhos esten
rido por êles. 4E Saul disse ao seu didos sôbre o monte de Gelboé. 9E
escudeiro: Desembainha a tua espa cortaram a cabeça a Saul, e despo
da, e atravessa-me com ela, para que jaram-no das armas, e enviaram por
não venham êstes incircuncidados, e tôda a terra dos Filisteus, para que
me tirem a vida escarnecendo de se publicasse esta notícia no templo
mim. Mas o seu escudeiro não o quis dos seus ídolos, e entre os povos.
fazer, porque se apoderou dêle um 10E puseram as armas de Saul no tem
excessivo terror. P or isso Saul to plo de Astarot, e suspenderam o seu
mou a espada, e deixou-se cair so corpo no muro de Betsan.
bre ela. bO escudeiro, vendo que nOra, tendo os habitantes de Ja-
Saul estava morto, iançou-se também bes de Galaad ouvido tudo o que os
êle mesmo sôbre a sua espada, e Filisteus tinham feito a Saul, 12saí-
morreu com êle. °Morreu, pois, Saul, ram todos os homens mais valentes,
e os seus três filhos, e o seu escudei e marcharam toda a noite, e tiraram
ro, e todos os seus homens naquele o cadáver de Saul e os cadáveres de
dia. 7Ora os Israelitas, que estavam seus filhos do muro de Betsan; e vol
da banda de além do vale, e além taram para Jabes de Galaad, e ali
do Jordão, vendo que os Israelitas os queimaram; 18e tomaram os seus
tinham fugido, e que tinha sido mor ossos, e sepultaram-no no bosque de
to Saul e os seus filhos, abandona Jabes, e jejuaram sete dias.
Cap. V I — 7. E o Senhor indignou-se, porque Oza, não sendo Levita, tinha violada
a lei que proibia aos leigos, sob pena de morte, tocar na arca (N ú m ., IV , 15).
7 SEGUNDO LIVRO DOS REIS 34ô
xércitos. Eu tirei-te das pastagens, laste também (prometendo a perma
quando ias seguindo os gados, para nência) da casa de teu servo para
que fôsces o condutor do meu povo de tempos distantes; porque esta é a lei
Israel; 9e por tôda a parte por onde de Adão, ó Senhor Deus. 20Que po
andaste, estive contigo, e exterminei derá, pois, acrescentar ainda Davi,
diante de ti todos os teus inimigos, e falando contigo? porque tu, ó Senhor
fiz o teu nome tão ilustre como o Deus, conheces o teu servo. “ Por a-
nome dos grandes que há na terra. tenção à tua palavra, e segundo o teu
10E fixarei um lugar ao meu povo coração, fizeste tôdas estas maravi
de Israel, e o estabelecerei nêle, e aí lhas, até ao ponto de as dares a sa
habitará, e não será mais perturbado ber ao teu servo. “ P or isso, ó Se
(se permanecer fiel aos meus precei nhor Deus, mostraste a tua grande
to s ); e os filhos da iniqüidade não za, porque ninguém há semelhante a
tornarão a afligí-lo como dantes, ti, nem há Deus, fora de ti, segundo
“ desde o dia em que eu constituí tudo o que temos ouvido com os nos
juizes sobre o meu povo de Israel; e sos ouvidos.
eu te darei paz com todos os teus ini 23Que nação, pois, há na terra i-
migos; e o Senhor te anuncia (desde gual ao teu povo de Israel, a quem
já ) que te fará uma casa. 12E, quan Deus foi resgatar, para o fazer seu
do se completarem os teus dias, e povo, e fazer-se um nome célebre, e
dormires com teus pais, suscitarei de operar em seu favor prodígios (tã o)
pois de ti a tua posteridade, que nas terríveis, a fim de o tirar da escra
cerá de ti, e firmarei o seu reino. vidão do Egito, (e a fim de punir a-
“ Êle edificará uma casa em meu no quela terra ), o seu povo, e o seu (fa l
me, e eu estabelecerei para sempre so) deus? 24Porque tu estabeleceste o
o trono de seu reino. 14E eu lhe se povo de Israel, para ser eternamen
rei pai, e êle me será filho; se êle co te o teu povo; e tu te fizeste o .seu
meter alguma coisa iníqua, eu o cas Deus, ó Senhor Deus. “ Agora, pois,
tigarei com vara de homens, e com ó Senhor Deus, faze que tenha efei
açoites de filhos de homens. 15Po- to para sempre a palavra que pronun
rém, não retirarei dêle a minha mi ciaste acêrca do teu servo e da sua
sericórdia, corno a retirei de Saul, a casa, e faze como disseste, “ para que
quem expulsei de diante da minha fa o teu nome seja eternamente engran
ce. 16E a tua casa será estável, e o decido, e se diga: O Senhor dos e-
teu reino se perpetuará diante do teu xércitos é o Deus de Israel. E a
rosto, e o teu trono será firm e para casa de teu servo Davi permanece
sempre. rá estável diante do Senhor, “ por-
“ Segundo tôdas estas palavras, e ue tu, ó Senhor dos exércitos, Deus
conforme tôda esta visão, assim falou e Israel, revelaste ao ouvido do teu
Natan a Davi. servo, dizendo: Eu te edificarei uma
Oração de D avi casa; por isso o teu servo se ani
mou a dirigir-te esta prece. “ Agora,
18Entrou, pois, o rei Davi, e sentou- pois, ó Senhor Deus, tu és Deus e as
se diante do Senhor, e disse: Quem tuas palavras serão verdadeiras, por
sou eu, ó Senhor Deus, e que casa é que tu mesmo prometeste ao teu ser
a minha, para tu me teres elevado a vo êstes bens. “ Começa, pois, e a-
êste ponto? 19Mas isto mesmo te pa bençoa a casa do teu servo, para que
receu pouco, ó Senhor Deus, pois fa- ela subsista para sempre diante de
Cap. V I I — 11. Q u e t e f a r á u r n a c a s a , isto é, que te dará um a fam ília numerosa,
na qual se perpetue o teu reino.
12-16. E sta profecia, no seu sentido imediato, refere-se a Salomão, na pes
soa do qual está compreendida tôda a descendência de Davi, à qual pertence o M es
sias. Ê evidentemente ao M essias que N atan se refere quando anuncia um reino eterno
para o filho de D avi, e um t r o n o q u e s e r á f i r m e p a r a s e m p r e . — C o m v a r a d e h o m e n s ,
isto é, com penas temporais; e não como castiguei Saul, a . q u e m e x p u l s e i p a r a s e m p r e
de d ia n te da m in h a fa c e .
19. E s t a é a l e i d e A d ã o , êste é o modo de proceder dos homens, o tratares comigo
fam iliarmente como um homem com outro homem, um amigo com o seu amigo.
346 SEGUNDO LIVRO DOS REIS 7 - 9
ti; porque tu, ó Senhor Deus, é que um grande nome, quando, na volta
falaste, e com a tua bênção será para da conquista da Síria, matou dezoito
sempre bendita a casa do teu servo. mil homens no vale das Salinas. 14E
pôs na Iduméia governadores, e esta
Algum as guerras e vitórias de D avi beleceu uma guarnição; e tôda a Idu-
méia ficou sujeita a Davi; e o Se
O TDepois disto Davi derrotou os nhor guardou Davi em tôdas as ex
° Filisteus, e humilhou-os, e Da pedições que fêz.
vi tirou o freio do tributo da mão
dos Filisteus (libertando dêle Israel). Principais oficiais de D avi
2Derrotou também os Moabitas, e (os “ Reinou, pois, Davi sobre todo o
prisioneiros) mediu-os a cordel, fa- Israel; e julgava também e adminis
zendo-os deitar por terra; e dos dois trava justiça a todo o seu povo. 16Joab,
cordéis de medida, a um destinou porém, filho de Sarvia, era o general
para a morte, a outro para a vida. E dos seus exércitos; e Josafat, filho
ficou Moab sujeito a Davi, pagan de Ailude, era seu secretário (ou
do-lhe tributo. cronista). 17E Sadoc, filho de Aqui-
3Davi derrotou também Adarezer, tob, e Aquimelec, filho de Abiatar, e-
filho de Roob, rei de Soba, quando ram pontífices; e Saraias era escri-
marchou para estender os seus do ba. 18E Banaias, filho de Jojada,
mínios até ao rio Eufrates. 4E, ten mandava nos Cereteus e Feleteus; e
do-lhe tomado Davi mil e setecentos os filhos de Davi eram príncipes.
cavaleiros e vinte mil peões, cortou os
jarretes a todos os cavalos das car D avi e Mifiboset
roças; e dêles reservou somente (os
precisos) para cem carroças. 5Vieram O Davi disse: Sabeis se ficou
também os Sírios de Damasco, para * alguém da casa de Saul, para
darem socorro a Adarezer, rei de So que eu lhe faça bem poram or de Jô-
ba, e Davi matou vinte e dois mil natas? 2Ora havia um criado da ca
Sírios. °E Davi pôs guarnição na Sí sa de Saul, chamado Siba, que o rei
ria de Damasco; e a Síria foi sub chamou à sua presença, e ao qual
metida <a Davi, ficando-lhe tributária; disse: Tu és Siba? E êle respondeu:
e o Senhor guardou Davi em tôdas Sou eu, teu servo. 3E o rei disse:
as expedições a que foi. Porventura ficou alguém da casa de
7E Davi tomou as armas de ouro, Saul, para quem eu possa usar de m i
que tinham os servos de Adarezer, sericórdia (grande com o) de Deus?
e levou-as para Jerusalém. 8E ‘ de E Siba respondeu ao rei: Ficou ain
Bete e de Berot, cidades de Adare da um filho de Jônatas, aleijado dos
zer, Davi tomou uma prodigiosa pés. 4Onde está êle? disse Davi. E
quantidade de còbre. Siba disse ao rei: Está em Lodabar,
°Mas Tou, rei de Emat, tendo ou em casa de Maquir, filho de Amiel.
vido dizer que Davi tinha quebrado 5Mandou, pois, o rei Davi buscá-lo, e
tôdas as forças a Adarezer, 10enviou o fêz trazer de Lodabar, da casa de
Jorão, seu filho, ao rei Davi para o Maquir, filho de Amiel. °E M ifibo
saudar, dando-lhe os parabéns, e pa set, filho de Jônatas, filho de Saul,
ra lhe dar graças por ter vencido e tendo chegado à presença de Davi,
destroçado Adarezer. Porque Tou prostrou-se com o rosto por terra, e
era inimigo de Adarezer, e (Jorã o) rêz-lhe uma profunda reverência. E
levava na sua mão vasos de ouro, de Davi disse: Mifiboset? E êle respon
prata e de cobre, “ os quais o rei Da deu: Aqui tens o teu servo. 7E Da
vi consagrou também ao Senhor, com vi disse-lhe: Não temas, porque eu
a prata e ouro, que lhe tinha consa estou resolvido a fazer-te todo o bem
grado do despojo de tôdas as na em atenção a Jônatas, teu pai, e te
ções qu j sujeitara, 12da Síria, e de restituirei todos os bens de Saul, teu
Moab, è dos filhos de Amon, e dos avô, e tu comerás sempre à minha
Filisteus, e de Amalec, com os des- mesa. 8E Mifiboset, inclinando-se
pojos de Adarezer, filho de Roob, rei profundamente, disse: Quem sou eu,
de Soba. teu servo, para tu teres olhado para
“ Adquiriu também Davi para si um cão morto como eu sou?
9 - 10 SEGUNDO LIVRO DOS REIS 347
9Mandou, pois, o rei chamar Siba, rios de Soba, e tomaram dêles a seu
criado de Saul, e disse-lhe; Eu dei sôldo vinte mil homens de pé, e do
Ro filho do teu amo tudo o que per rei de Maaca mil homens, e de Is-
tencia a Saul e a toda a sua casa. tob doze mil homens. 7Advertido
10Tu, pois, e teus filhos, e teus servos, disto, Davi mandou Joab (contra e-
cultivar-lhe-ãs as suas terras, e cui les) com tôdas as suas tropas. 8E os
darás de subministrar ao filho do teu Amonitas saíram à campanha, e dis
amo alimentos para que se sustente; puseram o seu exército em batalha
Mifiboset, porém, filho do teu amo, em frente à entrada da porta (da
comerá sempre à minha mesa. Ora cidade); e os Sírios de Soba, e os de
Siba tinha quinze filhos e vinte ser Roob, e os de Istob, e os de Maaca
vos. “ E Siba disse ao rei: Confor estavam à parte no campo. 9Joab,
me tu mandaste, ó rei, meu senhor, ao pois, vendo que estava preparada ba
teu servo, assim o fará teu servo. talha contra êle, assim pela frente co
Quanto a Mifiboset (repetiu D avi) co mo pela retaguarda, escolheu entre
merá à minha mesa, como um dos os melhores de Israel, e formou em
filhos do rei. linha de batalha contra os Sírios.
12Ora Mifiboset tinha um filho ain 10O resto, porém, do exército entre-
da criança, chamado Mica; e toda a gou-a a seu irmão Abisai, que diri
parentela da casa de Siba estava ao giu o combate contra os Amonitas.
serviço de Mifiboset. 13Vivia, pois, 11E Joab disse-lhe: Se os Sírios pre
Mifiboset em Jerusalém, porque to valecerem contra mim, virás em meu
dos os dias comia à mesa do rei; e socorro; e se os Amonitas prevalece
era coxo de ambos os pés. rem contra ti, eu te socorrerei. 12Mos-
tra-te como homem de coragem, e pe
Guerra contra os Amonitas e os Sírios lejemos pelo nosso povo e pela cida
1 A Aconteceu depois disto morrer de do nosso Deus; e o Senhor fará
o rei dos Amonitas, e em seu como bem lhe parecer. 13Joab, pois,
lugar reinou Hanon, seu filho. 2E e a gente que estava com êle, travou
Davi disse: Eu mostrarei benevolên o combate contra os Sírios, os quais
cia a Hanon, filho de Naas, como seu fugiram logo diante dêle. 14Os A-
pai me mostrou a mim. Enviou, monitas, porém, vendo que os Sírios
pois, Davi embaixadores, para o con tinham fugido, fugiram também ê-
solar na morte de seu pai. Mas, les diante de Abisai, e entraram na
quando os enviados de Davi chega cidade. E Joab voltou dos filhos- de
ram às terras dos Amonitas, 3os prín Amon, e foi para Jerusalém.
cipes dos Amonitas disseram a Hanon, 15Mas os Sírios, vendo que tinham si
seu senhor: Tu cuidas que é em hon do derrotados por Israel, tornaram a
ra de teu pai que Davi te enviou ês- refazer-se. 10E Adarezer mandou vir
tes homens para te consolar, e não os Sírios, que estavam da outra banda
te enviou antes os seus servos para do rio, e conduziu as suas tropas; e
investigarem e reconhecerem a ci Sobac, general do exército de Ada
dade, e para a destruírem? 4Pren- rezer, comandava-as. 17Davi, infor
deu, pois, Hanon os servos de Da mado disto, juntou todo o Israel, e
vi, e mandou-lhes rapar metade da passou o Jordão, e foi até Helan; e
barba, e cortar-lhes metade dos seus os Sírios ordenaram o seu exército
vestidos até cêrca da cintura, e des- contra Davi, e combateram contra
pediu-os. 5Davi, quando isto lhe foi êle. 18Mas os Sírios puseram-se em
referido, enviou ao seu encontro, fuga à vista de Israel, e Davi des
porque aquêles homens estavam so troçou setecentas carroças dos Sírios,
bremaneira envergonhados com a e quarenta mil homens de cavalo, e
afronta, e mandou-lhes dizer: Dei feriu Sobac, general do exército, o
xai-vos estar em Jerico, até que qual morreu logo. 19Ora todos os reis
vos cresça a barba, e depois volta que tinham ido em auxilio de Adare
reis. zer, vendo que estavam vencidos pe
6Considerando, pois, os Amoni- los Israelitas, tiveram mêdo e fugi
tas que tinham injuriado Davi, man ram à vista dos Israelitas, em núme
daram aos Sírios de Roob, e aos Sí ro de cinqüenta e oito mil homens.
348 SEGUNDO LIVRO DOS REIS 10 - 11
E fizeram pazes com os Israelitas, minha casa comer e beber, e dormir
e ficaram-lhes sujeitos, e de então por com minha mulher? Pela tua vida
diante os Sírios não ousaram mais e pela saúde da tua alma (fu ro
dar socorro aos Amonitas. que) não farei tal coisa. 12Dlsse,
pois, Davi a Urias: Fica ainda hoje
Adultério de D avi aqui, e amanhã te enviarei. Urias
ficou em Jerusalém aquele dia e o
I 1 7Ora sucedeu que, tendo decor- seguinte. 13E Davi convidou-o a co
II rido um ano, no tempo em mer e a beber em sua presença, e
que os reis costumavam ir para a embriagou-o; mas Urias, saindo já
guerra, Davi enviou Joab e os seus de noite, dormiu na sua cama com
oficiais com êle, e todo o (exército os oficiais do seu senhor, e não foi
de) Israel, e destruíram os Amonitas, à sua casa.
e sitiaram Rabat. Davi, porém, ficou
em Jerusalém. 2Enquanto assim pas Carta dirigida por D avi a Joab
savam as coisas, sucedeu que, levan-
tando-se Davi de dormir a sesta, “ Chegada, pois, a manhã, Davi es
pôs-se a passear no terraço do pa creveu uma carta a Joab, e enviou-
lácio real, e viu uma mulher que se lha por mão de Urias. 15E tinha es
estava lavando, defronte do seu ter crito na carta: Ponde Urias na fren
raço; e era uma mulher muito fo r te onde for mais rijo o combate, e
mosa. 3Mandou o rei, pois, saber desamparai-o, para cpie seja ferido
quem era aquela mulher. E disse- e morra. 16Joab, pois, tendo sitiado
ram-lhe que era Betsabéia, filha de a cidade, pos Urias defronte do lu
Elião, mulher de Urias Heteu. ‘En gar onde sabia que estavam os ho
tão Davi mandou mensageiros, e fêz mens mais valentes (dos inim igos).
que lha trouxessem; e, tendo entra
do Betsabéia, dormiu com ela; e ela Morte de Urias
purificou-se logo da sua imundície; 17E, tendo os homens da cidade fe i
5e voltou para sua casa, tendo con to uma sortida, combatiam contra
cebido. E mandou dizer a Davi: Con- Joab, e morreram alguns do exérci
cebi. to de Davi, e morreu também Urias
D avi manda chamar Urias Heteu. 18Joab, pois, mandou dizer
a Davi tudo o que se tinha passado
6E Davi mandou dizer a Joab: En no combate; 19e ordenou ao mensa
via-me Urias Heteu. E Joab enviou geiro, dizendo: Depois que tiveres
Urias a Davi. 7E Urias apresentou- acabado de contar ao rei tudo o que
se a Davi, e Davi perguntou-lhe se se passou no combate, “ se vires que
passava bem Joab e o povo, e como êle se indigna, e diz: P or que foste
ia a guerra. 8E Davi disse a Urias: vós combater tão perto dos muros?
Vai para tua casa, e lava os teus pés. Não sabieis que são muitos os dar
E Urias saiu do- palácio do rei, e dos que se arremessam do alto do
após êle foi-lhe mandado alimento muro? 21Quem matou Abimelec, f i
da mesa real. °Mas Urias dormiu lho de Jerobaal? Não foi uma mu
junto da porta do palácio real com lher que do alto da muralha atirou
outros oficiais do seu senhor, e não para cima dêle um pedaço de mó de
foi à sua casa. 10Avisaram disto a moinho, e o matou em Tebes? Por
Davi, dizendo: Urias não foi à sua que vos aproximastes tanto dos mu
casa. E Davi disse a Urias: Não ros? Tu lhe dirás: Também morreu
vieste tu de uma jornada? Por que o teu servo Urias Heteu.
não foste à tua casa? nE Unas
respondeu a Davi: A arca de Deus, A morte de Urias é anunciada a D avi
e Israel e Judá habitam debaixo de
tendas, e o meu senhor Joab e os 22Partiu, pois, o mensageiro, e foi,
servos do meu senhor dormem so e referiu a Davi tudo o que Joab lhe
bre a terra dura, e deveria ir para tinha mandado. ME o mensageiro
Cap. X I — 14-15. V ê-se nestes dois versículos até onde pode levar urna paixão não
reprimida. Davi, sempre inclinado à mansidão, transform a-se num tirano cruel.
11 - 12 SEGUNDO LIVRO DOS REIS U9
disse a Davi: Os inimigos prevalece druplo da ovelha, por ter feito dela
ram contra nós, e fizeram uma saí o que fêz, e não ter poupado (o po
da contra o nosso acampamento, mas 7Então Natan disse a Davi:
bre).
nos, dando sôbre êles, os persegui Tu és êsse homem. Eis o que diz o
mos até à porta da cidade. 24E os Senhor Deus de Israel: Eu te ungi
frecheiros dirigiram os tiros contra rei sôbre Israel, e te livrei da mão
os teus servos do alto do muro, e de Saul, 8e te dei a casa do teu se
morreram alguns dos servos do rei, nhor, e pus ao teu dispor as suas
e morreu também Urias Heteu, teu mulheres, e te dei a casa de Israel e
servo. ME Davi disse ao mensagei de Judá; e, se isto é pouco, juntar-
ro: Dirás isto a Joab: Não percas -te-ei ainda coisas muito maiores. °Por
por isso o ânimo, porque os sucessos que desprezaste, pois, a palavra do
da guerra são vários; ora perece Senhor, até cometeres o mal diante
um, ora perece outro, aos golpes da de meus olhos? Fizeste perecer à es
espada; anima os teus soldados, e pada Urias Heteu, e tomaste para
esforça-os contra a cidade, para a tua mulher a que era sua mulher,
destruíres. e mataste-o com a espada dos filhos
D avi torna Betsabéia para sua esposa de Amon. 10Por esta razão não se
apartará jamais a espada da tua ca
26E a mulher de Urias soube que sa, porque me desprezaste e tomas-
Urias, seu marido, tinha morrido, e te a mulher de Urias Heteu, para ser
chorou por êle. 27E, passado o tem tua mulher. J1Eis, pois, o que diz o
po do luto, Davi mandou-a vir para Senhor: Eu suscitarei da tua mesma
o seu palácio, e tomou-a por sua mu casa o mal sôbre ti, e tomarei as
lher, e ela deu-lhe à luz um filho. tuas mulheres à tua vista, e dá-las-ei
Mas isto que Davi tinha feito foi a um teu próximo, e êle dormirá com
desagradável aos olhos do Senhor. as tuas mulheres à luz dêste sol.
12Porque tu procedeste ocultamente,
N atan e D avi mas eu farei estas coisas à vista de
todo o Israel, e à luz do sol.
10 *0 Senhor, pois, enviou Na- 13E Davi disse a Natan: Pequei
kLt tan a Davi; e Natan, tendo contra o Senhor. E Natan respondeu
chegado à sua presença, disse-lhe: a Davi: Também o Senhor perdoou
Havia numa cidade (do teu reino) o teu pecado (por ver o teu arrepen
dois homens, um rico e outro pobre. dim en to); não morrerás. 14Todavia,
20 rico tinha ovelhas e bois em gran visto que tu, pelo que fizeste, deste
de número. 30 pobre, porém, não lugar a que os inimigos do Senhor
tinha coisa alguma, senão uma ove- blasfemem, morrerá irremissivelmen-
lhinha, que comprara e criara, e te o filho, que te nasceu (do adulté
que tinha crescido em sua casa jun- rio).
tamente com seus filhos, comendo 15E Natan voltou para sua casa.
do seu pão, e bebendo do seu mes
mo copo, e dormindo no seu rega Morte do filho de D avi
ço; e êle queria-lhe como se fôsse
uma sua filha. 4Tendo, pois, chega E o Senhor feriu (de enfermidade)
do um hóspede à casa do rico, não o menino, que a mulher de Urias ti
querendo êste tocar nas suas ovelhas nha dado à luz a Davi, e perdeu-se
nem nos seus bois, para dar um ban a esperança (de que vivesse) . 18E
quete ao hóspede, que lhe tinha che Davi fêz oração ao Senhor pelo me
gado, tomou a ovelha do pobre, e nino, e jejuou rigorosamente; e, re
preparou-a para dar de comer ao tirando-se à parte, prostrou-se sôbre a
hóspede que tinha vindo à sua casa. terra. 17E os anciãos da sua casa vie
5Ora Davi, sumamente indignado ram para o obrigar a levantar-se do
contra tal homem, disse a Natan: V i chão; mas êle não o quis fazer, nem
va o Senhor, um homem que tal fêz comeu com êles. 18Ora, aconteceu
é digno de morte. °Pagará o quá que, ao sétimo dia, morreu o menino,
Cap. X II — 13. Pequei contra o Senhor. Saul também fêz a mesma confissão, m as
Bem ter em sua alm a o arrependimento de Davi.
350 SEGUNDO LIVRO DOS REIS 12 - 13
e os servos de Davi não ousavam e, depois de ter combatido, a tomou.
dizer-lhe que o menino tinha mor 30E tirou da cabeça do rei dos Amo-
rido, porque diziam: Quando o me nitas o seu diadema, que pesava um
nino ainda vivia, nós lhe falavamos, talento de ouro, enriquecido de pe
e êle não queria ouvir-nos; quanto dras preciosíssimas, e foi pôsto na ca
mais se afligirá êle, se lhe dissermos beça de Davi. E levou da cidade
que o menino morreu? 19Davi, po muitíssimos despojos. 31E, levando os
rém, vendo os seus servos a falar em seus moradores, (a uns) mandou
segrêdo, compreendeu que o menino serrar, e (a outros mandou) que pas
tinha morrido; e disse aos seus cria sassem por cima dêles carroças ferra
dos: Porventura morreu o menino? das, e que os fizessem em pedaços
Êles responderam-lhe: Morreu. ^En com cutelos, e os lançassem em for
tão Davi levantou-se do chão, e la nos de cozer tijolo. Assim fêz a tôdas
vou-se, e ungiu-se; e, tendo mudado as cidades dos Amonitas. Em segui
de vestido, entrou na casa do Senhor da, Davi voltou com todo o exérci
e o adorou (completamente resigna to para Jerusalém.
do) e foi para sua casa, e pediu que
lhe pusessem de comer, e comeu. 21E In cesto de Arnnon
os seus servos disseram-lhe: Como
fizeste assim? Tu jejuaste e choras 10 7Ora aconteceu, depois disto,
te pelo menino, quando êle ainda que Amnon, filho de Davi, se
vivia; e agora que morreu, levan- enamorou de Tamar, irmã de Absa-
taste-te, e comeste. 22E (D a vi) res lão, filho de Davi, a qual era duma
pondeu: Eu jejuei e chorei pelo me rara beleza; 2e apaixonou-se de tal
nino enquanto vivo, porque dizia: modo por ela, que por causa do seu
Quem sabe se talvez o Senhor mo amor caiu doente, porque, sendo ela
dará,, e o menino viva? 23Mas agora virgem, parecia-lhe difícil fazer com
que êle morreu, por que hei de je ela coisa alguma contra a honestida
juar? Porventura posso eu fazê-lo de. 3Tinha, porém, Amnon um (m au)
ainda viver? Mais irei eu para êle, amigo, homem muito sagaz, chamado
do que êle voltará para mim. Jonadab, filho de Semaa, irmão de
Davi. 4E êste disse a Amnon. Como
Nascimento de Salomão vais tu de dia para dia emagrecen
do, ó filho do r e i: Por que te não des
24Depois Davi consolou sua mulher cobres tu comigo? E Amnon disse-lhe:
Betsabéia, e foi dormir com ela, e ela Eu amo Tamar, irmã do meu irmão
gerou um filho, e pôs-lhe o nome de (consanguineo) Absalão. “Respondeu-
Salomão; e o Senhor o amou. “ E lhe Jonadab: Deita-te na tua ca
enviou o profeta Natan, è deu ao me ma, e finge que estás doente; e
nino o nome de Am ável ao Senhor, quando teu pai te vier visitar, dize-
porque o Senhor o amava. lhe: Peço-te que mandes vir aqui
Tomada de R abat minha irmã Tamar, para que me dê
de comer, e me prepare algum pra
“ Entretanto Joab continuava a to, que eu possa comer da sua mão.
combater contra Rabat dos Amoni- °Deitou-se, pois, Amnon na cama e co
tas, e atacava a cidade real. 27E Joab meçou a fingir-se doente; e, tendo
enviou mensageiros a Davi, dizendo: ido o rei visitá-lo, disse Amnon ao rei:
Tenho combatido contra Rabat, e a Peço-te que mandes vir minha ir
cidade das águas está a tomar-se. mã Tamar, para que faça à minha
“ Agora, pois, junta o resto do povo, vista dois pratinhos, que eu coma da
e vem ao sítio da cidade, e toma-a sua mão.
para não suceder que, tendo eu des 7Mandou, pois, Davi à casa de T a
truído a cidade, se atribua ao meu mar, dizer-lhe: Vem à casa de teu ir
nome a vitória. “ Juntou, pois, Davi mão Amnon, e faze-lhe alguma coisa
todo o povo, e marchou contra Rabat, de comer. 8E Tam ar foi à casa de
31. A uns mandou serrar, etc. Segundo alguns comentadores, estas palavras podem
interpretar-se no sentido de que os Amonitas receberam o castigo de trabalhos forçados
sendo empregados em fazer serras, cutelos, fornos, etc.
13 SEGUNDO LIVRO DOS- REIS 351
seu irmão Amnon, que estava na ca disse-lhe: Porventura teu irmão A m -
ma; e, tomando um pouco de fa ri non abusou de ti? Agora, porém, ó
nha, misturou-a, e, adelgaçando-a, co minha irmã, cala-te; êle é teu irmão.
zeu à sua vista uns pasteizinhos. °E, Nem se angustie o teu coração por
tomando o que tinha cozido, lançou-o isso. Ficou, pois, Tam ar desolada, em
num prato, e pôs-lho diante, e Amnon casa de seu irmão Absalão. 21E o rei
não quis comer, e disse: Façam sair Davi, tendo ouvido estas coisas, afli-
todos para fora. E, tendo feito sair giu-se muito, mas não quis contristar
todos para fora, 10Amnon disse a T a- o ânimo de Amnon, seu filho, porque
mar: Chega-me cá à alcova essa co o amava por ser o seu primogênito.
mida, para que eu a coma da tua 22E Absalão não falou a Amnon nem
mão. Tomou, pois, Tam ar o que tinha mal nem bem, porque Absalão abor
cozido, e levou-o a seu irmão Amnon recia Amnon, por ter violado sua ir
à alcova. mã Tamar.
UE, logo que lhe pôs diante o pra
to, pegou nela, e disse: Vem, minha Vingança de Absalão
irmã, e deita-te comigo. 12Mas ela res- “Dois anos depois aconteceu tos-
pondeu-lhe: Não, meu irmão, não me quiarem-se as ovelhas de Absalão em
faças esta violência, pois que isto não Baalhasor, que é junto de Efraim ; e
é lícito em Israel; não faças tal lou Absalão convidou todos os filhos do
cura. 13Porque eu não poderei sofrer rei. 24E foi ter com o rei, e disse-
o meu opróbrio, e tu passarás em lhe: Eis que se tosquiam as ovelhas
Israel por um insensato; mais vale do teu servo; rogo, pois, que venha
que fales ao rei (para me tomar co o rei com os seuj criados à casa do
mo espôsa), e êle não me negará a seu servo. 25E o rei disse a Absalão:
ti. 14Porém, Amnon não quis ceder a Não, meu filho, não nos peças que va
seus rogos, mas, podendo mais do que mos todos, e te sejamos pesados. Ins
ela, a violentou e desflorou. tando, porém, Absalão, e Davi, não
15E Amnon ganhou-lhe uma extrema condeseendendo, deu-lhe a sua bên
aversão, de sorte que o ódio que con ção. 26E Absalão disse: Se tu não
cebeu contra ela excedia muito o queres vir, suplico-te que ao menos
amor que antes lhe tivera. E Amnon venha conosco meu irmão Amnon. E
disse-lhe: Levanta-te, e vai-te. 10E o rei disse-lhe: N ão é necessário que
ela respondeu-lhe: Êste ultraje que êle vá contigo. “ Mas Absalão ins
tu agora me fazes, lançando-me fora, tou mais, e Davi deixou ir com êle
é maior do que aquêle que primeiro Amnon e todos os filhos do rei. E A b
me fizeste. E Amnon não a quis ou salão tinha preparado um banquete
vir; 17antes, chamando um criado que como um banquete real.
o servia, disse-lhe: Deita-a fora da “ Ora Absalão tinha dado ordem aos
qui, e fecha a porta nas suas costas. seus criados, dizendo: Estai atentos,
18Tam ar estava vestida duma túnica quando Amnon estiver turbado pelo
talar (de várias côres), porque êste vinho, e eu vos der sinal: Dai nê-
era o traje que costumavam trazer le e matai-o; não tenhais mêdo, por
as donzelas, filhas do rei. E o cria que sou eu quem vo-lo manda: tende
do de Amnon deitou-a fora, e fechou coragem, e sêde homens fortes. “ E
a porta após ela. os criados de Absalão fizeram a A m
19E ela, lançando cinzas sôbre a sua non como Absalão lhes tinha ordena-*
cabeça, e rasgando a túnica talar, e nado. E todos os filhos do rei, le
postas as mãos na cabeça, foi-se dali vantando-se da mesa, montaram ca
dando gritos. “Absalão, seu irmão, da um na sua mula, e fugiram.
Cap. X I I I — 13. Mais va le . . . Talvez T am ar ignorasse a lei que proibia tais m atri
mônios (L e v ., X V III, 9; X X , 17); m as é m ais provável que recorresse a êste expediente
para se salvar.
20. Ele é teu irmão, sendo por isso conveniente, para honra da nossa fam ília, que esta
Infâm ia não seja conhecida.
21. A s palavras mas não quis, etc., até o fim do versículo, n&o se encontram no he
braico. o s críticos, porém, consideram-nas autênticas. D avi, lembrando-se do seu peca
do. n&o ousou inflingir ao filho a pena de morte, que êle merecia.
352 SEGUNDO LIVRO DOS REIS 12 - 13
30Indo êles ainda no caminho, che tais e tais palavras. E Joab pôs-lhe
gou aos ouvidos de Davi o rumor, na bôca tudo o que havia de di
dizendo: Absalão matou todos os f i zer.
lhos do rei, e não ficou dêles nem 4Tendo-se, pois, apresentado ao rei
um só. 31Levantou-se então o rei, esta mulher de Técua, lançou-se por
e rasgou os seus vestidos, e lançou- terra diante dêle, e fêz-lhe uma pro-
se por terra; e todos os seus cria í ’ .nda reverência, e disse: Salva-me,
dos, que lhe assistiam, rasgaram ó rei. 6E o rei disse-lhe: Que tens?
(tam bem ) os seus vestidos. 32Mas Jo- E ela respondeu: A i! eu sou uma mu
nadab, filho de Semaa, irmão de Da lher viúva; morreu o meu marido.
vi, tomando a palavra, disse: Não °E a tua serva tinha dois filhos, os
imagine o rei, meu senhor, que fo quais tiveram uma briga no campo
ram mortos todos os seus filhos; só entre si, e não havia ninguém que os
morreu Amnon, porque assim o tinha pudesse apartar; e um feriu o outro,
resolvido fazer Absalão, desde o dia e matou-o. 7E eis que agora tôda a
em que Amnon fêz violência à sua parentela, levantando-se contra a tua
irmã Tamar. "N ão se meta, pois, na serva, diz: Dá-nos êsse que matou o
cabeça ao rei, meu senhor, tal noti seu irmão, para o matarmos em cas
cia que diz: Todos os filhos do rei fo tigo do sangue de seu irmão, a quem
ram mortos; porque só morreu Am matou, e tirarmos do mundo o her
non, deiro. E assim pretendeu extinguir
F uga de Absalão
a única faísca que me ficou, para
que não se conserve o nome do meu
34Entretanto Absalão fugiu. marido, nem resto algum sôbre a
E eis que, levantando os olhos, o terra.
criado, que estava de sentinela, viu 8E o rei disse à mulher: Vai pa
uma grande multidão de gente, que ra tua casa, eu darei ordem em teu
vinha por um caminho escuso ao lado fàvor. °A mulher de Técua, porém,
do monte. 3ÕE Jonadab disse ao rei: disse ao rei: Sôbre mim, ó rei, meu
Eis lá vêm os filhos do rei; e suce senhor, recaia a culpa, e sôbre a ca
deu como disse o teu servo. "E , a- sa de meu pai; mas o rei e o seu tro
cabando êle de falar, apareceram os no sejam inocentes. 10E o rei disse:
filhos do rei, e entrando, levantaram Se alguém te contradisser, traze-o à
a voz e choraram; e o rei e todos os minha presença, e está certa de que
seus servos também choraram com êle te não inquietará mais. nE ela
pranto muito amargo. disse: Recorde-se o rei do Senhor
37Ora Absalão, fugindo, foi para seu Deus, para que se não multipli
casa de Tolomai, filho de Amiud, rei quem os parentes do morto, para to
de Gessur. E Davi chorava o seu marem vingança, e de modo algum
filho todos os dias. "E Absalão, ten matem o meu filho. Êle respondeu:
do fugido, e refugiando-se em Ges- Viva o Senhor! (ju ro ) que não há de
sur, esteve ali três anos. "E o rei cair no chão um único cabelo do teu
Davi deixou de perseguir Absalão, filho. 12Disse então a mulher: P er
porque já se tinha consolado da mor mite que a tua serva diga uma pa-
te de Amnon. lavra ao rei, meu senhor. E êle dis-
Joab consegue que D avi perdoe
se: Fala.
a Absalão 13E a mulher disse: P or que pen
saste tu (fazer) uma coisa semelhan
IA *Ora Joab, filho de Sarvia, ad- te contra o povo de Deus, e por que
vertido que o coração do rei resolveu o rei fazer êste mal, e não
estava inclinado para Absalão, e n faz antes voltar o seu (filh o ) dester
viou a Técua e fêz vir de lá uma rado? 14Nós todos vamos morrendo,
mulher prudente, e disse-lhe: Finge e corremos pela terra como as águas,
que estás de luto, e toma um vesti que não voltam mais; nem Deus quer
do de dó, e não te unjas com óleo, que alguma alma pereça, antes está
para pareceres como uma mulher que sempre disposto a revogar a senten
chora um morto há muito tempo. 3E ça para que se não perca de todo o
apresentar-te-ás ao rei, e lhe dirás que está abatido. 15Por isso, pois,
14 - 15 SEGUNDO LIVRO DOS REIS 353
é que eu vim dizer esta palavra ao beça não havia nêle defeito algum.
rei, meu senhor, na presença do po 2OE quando cortava o cabelo (o que
vo. E a tua serva disse: Falarei fazia uma vez cada ano, porque o in
ao rei, a ver se dalgum modo consi comodava a cabeleira), o cabelo da
go dêle a graça que lhe peço. 16E sua cabeça pesava duzentos siclos, pe
o rei ouviu-me, e livrou a sua serva lo pêso ordinário. 27Absalão teve três
da mão de todos os que me queriam filhos e uma filha chamada Tamar, de
exterminar a mim e ao meu filho da extrema formosura.
herança (do povo) de Deus. 17Perm i- Entrevista com D avi
te, pols, à tua serva dizer que a pa
lavra do rei meu senhor (a favor “ E Absalão esteve em Jerusalém
de meu filh o ) se execute (a favor de dois anos, e não viu a face do rei.
Absalão) como um sacrifício (agradá ^Mandou, pois, chamar Joab para o
vel a Deus). Porque o rei meu se enviar ao rei, mas êle não quis ir.
nhor é como um anjo de Deus, que E, tendo-o mandado chamar segunda
se não move nem por bênçãos nem vêz, e, tendo êle recusado ir, ^disse
or maldições; e por isso também o aos seus servos: Vós sabeis que Joab
enhor teu Deus está contigo. tem um campo junto do meu, que es
18E, respondendo o rei, disse à mu tá semeado de cevada; ide, pois, e
lher: Não me encubras o que te vou lançai-lhe o fogo. Os servos, pois, de
perguntar. E a mulher disse: F a Absalão puseram fogo à seara. E, in
la, o rei, meu senhor. 19E o rei disse: do os servos de Joab ter com seu
Não é verdade que a mão de Joab amo, rasgados os seus vestidos, disse-
anda contigo em tudo isto? Respon ram-lhe: Os servos de Absalão puse
deu a mulher e disse: Por tua vida, ram fogo à parte do teu campo.
ó rei, meu senhor, em nada se apar 31E Joab levantou-se, e foi à casa
ta de tudo o que disse o rei meu se de Absalão, e disse: P or que puseram
nhor, nem para a direita nem para a os teus servos fogo à minha seara?
esquerda; porque com efeito o teu 82E Absalão respondeu a Joab: Eu
servo Joab é quem me deu esta or mandei-te chamar, pedindo-te que
dem, e quem pôs tôdas estas pala viesses ter comigo, para te enviar ao
vras na bôca da tua serva. 20Foi o rei a dizer-lhe: Por que vim eu de
teu servo Joab que me mandou ser Gessur? Melhor me era estar lá;
vir desta parábola; mas tu, ó rei, meu alcança-me, pois, a graça de ver a fa
senhor, és sábio como o é um anjo ce do rei; e, se êle se recorda (ainda)
de Deus, para entenderes tudo o que da minha iniqüidade, mande-me ma
se passa sôbre a terra. tar. “ Então Joab, apresentando-se ao
21E o rei disse a Joab: Eis que eu, rei, contou-lhe tudo; e Absalão foi
aplacado, te concedo o que pedes; vai, chamado, e entrou à presença do rei,
pois, e faze voltar o jovem Absalâo. e prostrou-se com a face por terra
22E Joab, prostrando-se por terra sô- diante dêle, toe o rei beijou Absalão
bre o seu rosto, fêz uma profunda (em sinal de reconciliação com pleta),
reverência, e agradeceu ao rei, e dis Absalão procura adquirir popularidade
se: Hoje, ó rel, meu senhor, o teu
servo conheceu que achou graça dian 1 £ d e p o is disto mandou Absalão
te dos teus olhos, porque deferiste a 161 aprontar para si carroças e
súplica do teu servo. cavaleiros, e cinqüenta homens, que
Absalão volta a Jerusalém andassem diante dêle. 2E, levantan-
do-se Absalão de manhã, punha-se â
23Partiu, pois, Joab, e foi a Gessur, entrada da porta (da cidade) , e a to
e conduziu Absalão para Jerusalém. do o que tinha algum negócio e vi
“ Mas o rei disse: Volte para sua nha pedir justiça ao rei, Absalão cha
casa; e não viu a face do rei. mava-o a si, e dizia-lhe: De que ci
Beleza de Absalão dade és tu? E êle respondia: Eu, teu
servo, sou de tal tribo de Israel. 3E
“ Em todo o Israel não havia ho Absalão dizia-lhe: As tuas pretensões
mem tão belo, nem tão gentil, como parecem-me razoáveis e justas, mas
Absalão; da planta dos pés até à ca2 1 não há pessoa constituída pelo rei pa
12 - B íb lia S agrada
354 SEGUNDO LIVRO DOS REIS 15
ra te ouvir. E Absalão acrescenta mulheres secundárias para guardarem
va: 4Oh! quem me dera ser juiz des o palácio. 17E, tendo saído o rei e to
ta terra, para que viessem a mim to do o Israel a pé, parou, estando já
dos os que têm negócios, e eu os de longe de sua casa; 18e todos os seus
cidisse segundo a justiça! 5Além dis servos iam junto dêle. E as legiões
so, quando se aproximava dêle al dos Cereteus e Feleteus, e todos os
gum homem para o saudar, estendia Geteus, fortes guerreiros, em núme
a sua mão, e, abraçando-o, o beija ro de seiscentos homens a pé, que o
va. 6E fazia ist ^ com todos os de tinham seguido desde Get, iam a-
Israel, que vinham para que o rei os diante do rei.
ouvisse e julgasse; e (deste modo) 19E o rei disse a Etai Geteu: Por
atraía a si o coração dos homens de que vens tu conosco? Volta, e vai v i
Israel. ver com o (novo) rei, porque és es
Conjuração de Absalão trangeiro e saíste da tua terra.
“ Chegaste ontem e hoje serás obri
7Mas, passados quatro anos, Absa- gado a partir conosco? Quanto a mim
lão disse ao rei Davi: Permite-me que irei para onde devo ir; tu volta, e le
vá a Hebron para cumprir os votos va contigo os teus irmãos, e o Senhor
ue fiz ao Senhor. 8Porque, quan- usará contigo de misericórdia e de
o o teu servo estava em Gessur da justiça, porque deste mostras da tua
Síria, fêz um voto, dizendo: Se o Se gratidão e fidelidade. 21Mas Etai
nhor me reconduzir a Jerusalém, eu respondeu ao rei, dizendo: Viva o Se
oferecerei um sacrifício ao Senhor. nhor, e viva o rei, meu senhor; em
9E o rei Davi disse-lhe: Vai em paz. qualquer lugar em que tu te encon
E êle saiu, e foi para Hebron. trares, ó rei, meu senhor, quer seja
“Absalão, porém, enviou emissá na morte quer na vida, aí se encon
rios por tôdas as tribos de Israel, di trará o teu servo. 22E Davi disse a
zendo: Logo que ouvirdes o som da Etai: Vem, e passa (o Cedron). E
trorhbeta, dizei: Absalão reina em passou Etai Geteu, e todos os ho
Hebron. uOra com Absalão foram mens que estavam com êle, e o resto
duzentos homens de Jerusalém, con da multidão.
vocados por êle, que o seguiam com 23E todos choravam em alta voz, e
simplicidade de coração, sem nada passava todo o povo; e o rei tam
saberem dos seus desígnios. 12Absa- bém passava a torrente do Cedron,
lão convidou também Aquitofel, Gi- e todo o povo tomava o caminho que
lonita, conselheiro de Davi, da sua olha para o deserto.
cidade de Gilo. E, quando imolava
as vítimas, fêz-se uma poderosa con D avi manda para Jerusalém a arca e
juração, e crescia o número de gen o pontífice
te que tomava o partido de Absa-
lão. 24Veio também o pontífice Sadoc,
F u sa de D avi e com êle todos os Levitas, que leva
vam a arca do Testamento de Deus,
“ Chegou, pois, um mensageiro a e assentaram a arca de Deus; e Abia-
Davi, dizendo: Todo o Israel segue tar subiu até que tivesse passado to-
Absalão de todo o coração. 14E Davi do o povo que tinha saído da cidade.
disse aos seus criados, que estavam 25E o rei disse a Sadoc: Torna a levar
com êle em Jerusalém: Levantai-vos, a arca de Deus para a cidade; se eu
fujamos, porque não poderemos esca achar graça diante dos olhos do Se
par das mãos de Absalão; apressai- nhor, êle me reconduzirá e fará que
vos a sair, não suceda que êle, che eu veja a sua arca e o seu taberná-
gando, nos apanhe, e traga sobre nós culo. 26Se êle, porém, me disser: Tu
a ruína, e mande passar a cidade a não me agradas, eu estou pronto, fa
fio de espada. 15E os servos do rei ça de mim o que bem lhe parecer.
disseram-lhe: Nós, teus servos, exe 27E o rei disse ao pontífice Sadoc: ó
cutaremos de boa vontade tudo o que vidente, volta em paz para a cidade
mandar o rei nosso senhor. com Aquimaas, teu filho, e Jônatas,
“ Saiu, pois, o rei a pé com tôda a filho de Abiatar; êstes vossos dois
sua familia, e deixou dez das suas filhos estejam convosco. MEu vou es
15 - 16 SEGUNDO LIVRO DOS REIS 355
conder-me nas campinas do deserto, lém, dizendo: Hoje a casa de Israel
até que vós me mandeis novas do es me restituirá o reino de meu pai. 4E
tado das coisas. “ Sadoc, pois, e A- o rei disse a Siba: Tudo o que foi de
biatar tornaram a levar para Jeru Mifiboset é teu. E Siba respondeu:
salém a arca de Deus e lã ficaram. O que eu desejo, ó rei, meu senhor,
Aquitofel e Cusai
é achar graça diante de ti.
Sernei insulta D avi
^Entretanto Davi ia subindo a en
costa das Oliveiras, e subiu-a choran 5Chegou, pois, o rei Davi até Bau-
do, caminhando com os pés descalços, rim, e eis que saía dali um homem
e a cabeça coberta; e todo o povo, que da parentela da casa de Saul chama
ia com ele, subia também com a ca do Semei, filho de Gera, o qual, sain
beça coberta e chorando. 31E foi re do, o seguia de perto, e o amaldi
ferido a Davi que Aquitofel também çoava. °E atirava pedras contra Da
entrava na conjuração de Absalão, e vi e contra todos os servos do rei
Davi diss~: Peço-te, Senhor, que tor Davi; ora todo o povo e todos os ho
nes insensato o conselho de Aquito mens de guerra marchavam à direita
fel. 82E, quando Davi subia ao cume e à esquerda do rei. 7E Semei, amal
do monte, onde devia adorar o Se diçoando o rei, dizia assim: Sai, sai,
nhor; eis que vem ao seu encontro homem sangüinário, e homem de Be-
Cusai Araquita, com os vestidos ras lial. 80 Senhor te deu (agora) o pa
gados, e com a cabeça coberta de ter go de todo o sangue da casa de Saul,
ra. 38E Davi disse-lhe: Se vieres co porquanto lhe usurpaste o reino, e o
migo ser-me-ás pesado; 34mas, se vol Senhor o deu na mão do teu filho
tares para a cidade e disseres a Absa- Absalão; e olha como os males te o-
lão: Eu, Ó rei, sou teu servo, eu te primem, porque és um homem san
servirei a ti, como servi a teu pai, guinário.
então desconcertarás ( em meu favor) 9Então Abisai, filho de Sarvia, dis
os conselhos de Aquitofel. “ Ora tu se ao rei: P or que amaldiçoa êste cão
tens contigo os sacerdotes Sadoc e morto o rei, meu senhor? Eu vou e
A biatar; e tudo o que ouvires na casa cortar-lhe-ei a cabeça. 10E o rei dis
do rei, o farás saber aos sacerdotes se : Que importa a mim e a vós, fi
Sadoc e Abiatar. 36E com êles estão lhos de Sarvia? Deixai que amaldi
os seus dois filhos, Aquimaas, filho çoe, porque o Senhor lhè permitiu que
de Sadoc, e Jônatas, filho de Abiatar, amaldiçoasse Davi, e quem se atreve
e por êles me avisareis de tudo o que rá a dizer: Por que fêz êle assim?
ouvirdes. 37E Cusai, amigo de Davi, nE o rei disse a Abisai e a todos os
voltou à cidade, ao mesmo tempo que seus servos: Eis que meu filho, que
Absalão fazia a sua entrada em Je eu gerei das minhas entranhas, pro
rusalém. cura tirar-me a vida; quanto mais a-
gora um filho de Jemini! deixai-o
Siba vai ao encontro de D avi maldizer, conforme a permissão do
1 á{ ^ r a , tendo Davi baixado um Senhor; 12talvez o Senhor olhe para
pouco do alto do monte, saiu- a minha aflição, e me dê bens pelas
lhe ao encontro Siba, criado de Mi- maldições dêste dia. "Entretanto
fiboset, com dois jumentos carregados Davi prosseguia o seu caminho acom
de duzentos pães, e de cem penduras panhado dos seus. Mas Semei ia pe-
de uvas passas, e de cem camadas lo alto, costeando o monte, defronte
de figos, e de um odre de vinho. 2E dêle, maldizendo-o, e atirando pedras
o rei disse a Siba: Para que é isto? contra êle, e espalhando pó. "Che
E Siba respondeu: Os jumentos são gou enfim o rei (a Baurim), e com
para montarem nêles os domésticos êle todo o povo, fatigado, e ali des
do rei; os pães e os figos, para que cansaram.
os comam os teus criados; e o vinho, Absalão em Jerusalém
para beber dêle quem se achar fra
co no deserto. 3E o rei disse: Onde “ Entretanto Absalão e todos os do
está o filho do teu senhor? E Siba seu partido entraram em Jerusalém,
respondeu ao rei: Ficou em Jerusa e com êle também Aquitofel. 16E
356 SEGUNDO LIVRO DOS REIS 16 - 17
quando Cusai Araquita, amigo de Da lhe: Eis o conselho que Aquitofel
vi, se apresentou a Absalão, disse- deu; devemo-lo nós seguir ou não?
lhe: Deus te salve, ó rei, Deus te sal Que nos aconselhas tu? 7E Cusai
ve, ó rei. 17E Absalão disse-lhe: É disse a Absalão: Não é bom o conse
esta a tua gratidão para com o teu lho que Aqpitofel deu esta vez. 8*E
amigo? P or que não foste com o teu Cusai acresdentou mais: Tu sabes que
amigo? 18E Cusai respondeu a Absa- teu pai, e a gente que está com ele,
lão: De nenhuma sorte, porque eu são uns homens valentíssimos, e que
hei de ser daquele a quem o Senhor estão com o coração amargurado, co
e todo êste povo e todo o Israel es mo uma ursa que discorre enfurecida
colheram, e hei de ficar com êle. pelo bosque, por lhe terem roubado
10Além disso, a quem devo eu servir? os cachorrinhos. E além disso teu
Não é ao filho do rei? Como obedecí pai é homem guerreiro, e não se de
a teu pai, assim te obedecerei a ti morará com a sua gente. T a lv e z a-
também. gora está êle escondido nas cavernas,
“ E Absalão disse a Aquitofel: De ou em outro qualquer lugar que te
liberai entre ambos sôbre o que de nha escolhido; se no princípio pere
vemos fazer. nE Aquitofel disse a cerem algum (dos teus), publicar-se-á
Absalão: Abusa das mulheres secun isto, e quem o ouvir dirá: Foi derro
dárias de teu pai, que êle deixou tado o povo que seguia Absalão. 10*E
para guardarem o palácio, a fim de (ao ouvir isto) os mais fortes, cujos
que, constando por todo o Israel que corações são como de leões, desfale
fizeste esta afronta a teu pai, se u- cerão de mêdo; porque todo o povo de
nam mais fortemente ao teu partido. Israel sabe que teu pai é valente,Ue
“ Armaram, pois, para Absalão uma que todos os que estão com êle sao
tenda, no terraço, e êle, à vista de to esforçados. uO conselho, pois, que
do o Israel, abusou das mulheres se me parece acertado, é êste: Junte-
cundárias de seu pai. “ Ora os conse se a ti todo o Israel, desde Dan até
lhos que Aquitofel dava naqueles dias Bersabéia, que será inumerável co
eram considerados como oráculos de mo a areia do mar; e tu estarás no
um Deus; e assim se consideravam meio dêles. 12*E daremos sôbre êle
todos os conselhos de Aquitofel, quer em qualquer lugar em que fôr acha
uando estava com Davi, quer quan- do; e (sendo tantos) cobrí-lo-emos,
0 estavá com Absalão. como o orvalho costuma cobrir a ter
ra; e não deixaremos nem um só
Cusai contradiz o conselho homem dos que estão com êle. “ P o
de Aquitofel rém, se êle se retirar para alguma ci
17 TOsse, pois, Aquitofel a Absalão: dade todo o Israel cingirá aquela ci
19 Farei para mim escolha de do dade com cordas, e trazê-la-emos ar
ze mil homens, e sairei a perseguir rastando até à torrente, para que não
Davi esta noite. 12E, dando sôbre ê- apareça dela nem uma pedrinha.
le (pois que está cansado, e frouxo Davi, avisado por Cusai, passa o Jordão
das mãos), o derrotarei, e, logo que
fugir todo o povo que está com ele, 14E Absalão e todos os anciãos de
matarei o rei abandonado. 3E re Israel disseram: O conselho de Cusai
conduzirei todo o povo, como se faz Araquita é melhor do que o conse
voltar um só homem; pois que tu a lho de Aquitofel. Ora, por disposi
um só homem buscas; e (m orto êle) ção do Senhor, foi abandonado o útil
todo o povo ficará em paz. 4*E o seu conselho de Aquitofel, para que o Se
parecer agradou a Absalão e a todos nhor fizesse cair o mal sôbre Absalão.
os anciãos de Israel. 15E Cusai disse aos pontífices Sa-
T o d a v ia Absalão disse: Chamai doc e Abiatar: Dêste e dêste modo
Cusai Araquita e ouçamos também o aconselhou Aquitofel a Absalão e aos
que êle dlz. °E, chegando Cusai à anciãos de Israel; eu o aconselhei
presença de Absalão, Absalão disse- assim e assim. 16Agora, pois, man-
Cap. X V I I — 13. Cingirá aquela cidade com c o rd a s... — Hipérbole para indicar a
fó rç a irresistivel do exército de Absal&o.
17 - 18 SEGUNDO LIVRO DOS REIS 357
dai a toda pressa avisar Davi, dizen masa era filho dum homem de Jez-
do-lhe: Não fiques esta noite nas pla- rael, chamado Jetra, que era casado
nícies do deserto, mas passa sem de com Abigail, filha de Naás, irmã de
mora à outra banda; não seja que fi- Sarvia, que foi mãe de Joab. “ E Is
que absorvido o rei e todo o povo que rael acampou com Absalão no pais de
está com êle. 170 ra Jônatas e Aqui- Galaad.
maas estavam esperando junto à fon D avi é auxiliado pelo povo da
te de Rogel; e uma escrava foi-lhes Transjordânia
dar o aviso, e êles partiram a dar
parte ao rei Davi; porque não de “ E, tendo Davi chegado ao acam
viam ser vistos, nem entrar na cida pamento, Sobi, filho de Naás de Ra-
de. 18Viu-os, todavia, um jovem, e bat dos Amonitas, e Maquir, filho de
avisou Absalão. Mas êles, apressando Am iel de Lodabar, e Berzelai, Galaa-
o passo, entraram em casa dum ho dita de Rogelim, “ ofereceram-lhe ca
mem de Baurim, que tinha uma cis mas, e tapetes, e louça de barro, tri
terna à entrada da casa, dentro da go e cevada, e farinha, e cevada tor
ual se esconderam. 19E a mulher rada, e favas, e lentilhas, e grãos fr i
a casa tomou uma coberta, e esten tos, “ e mel, e manteiga, ovelhas e
deu-a sôbre a bôca da cisterna co novilhos gordos; e deram (tudo isto)
mo quem queria secar cevada pila a Davi e ao povo que estava com êle,
da; e assim a coisa ficou oculta. “ E, para que comessem, persuadidos de
tendo chegado àquela casa os ser que o povo estaria quebrantado de
vos de Absalão, disseram à mulher: fom e e de sêde no deserto.
Onde estão Aquimaas e Jônatas? E
a mulher respondeu-lhes: Foram-se D avi prepara a batalh a
apressadamente, depois de beberem
um pouco de água. E os que busca 18 1^ av*> P °is» tendo *eito resenha
vam, não os tendo encontrado, volta 10 da sua gente, nomeou sôbre e-
ram para Jerusalém. aE, logo que se la tribunos e centuriôes. 2E pôs um
retiraram, Aquimaas e Jônatas saí têrço das suas tropas sob o mando
ram da cisterna, e, continuando o seu de Joab, e outro têrço sob o mando
caminho, avisaram o rei Davi, e disse de Abisai, filho de Sarvia, irmão de
ram: Marchai, e passai depressa o Jcab, e outro têrço sob o mando de
rio, porque Aquitofel deu êste conse E tai de Get; e o rei disse ao povo:
lho contra vós. “ Davi, pois, levantou- Eu sairei também convosco. 8Mas o
se e tôda a sua gente que estava com povo respondeu: Não sairás, porque
êle, e passaram o Jordão antes de ainda quando os inimigos nos ponham
amanhecer; e não ficou nem um só, em fuga, não terão isto por uma
que não passasse o rio. grande coisa; e mesmo que morra
metade de nós, não lhes dará isso
Aquitofel suicida-se maior cuidado, porque tu só és consi
“ Aquitofel, porém, vendo que se derado como dez mil. Logo é me
não tinha seguido o seu conselho, a- lhor que fiques na cidade para nos
parelhou o seu jumento, e levantou- socorrer. 40 rei disse-lhe: Farei o
se, e foi para sua casa e para a sua que vos parecer bem. E pôs-se o rei
cidade; e, tendo disposto todos os ne junto à porta (da cidade); e o povo
gócios da sua casa, enforcou-se, e ia desfilando, formado em esqua
morreu, e foi sepultado no sepulcro drões de cem e de mil homens.
de seu pai. 5E o rei ordenou a Joab, e a Abi
sai, e a Etai, dizendo: Poupai-me
A bsalão marcha contra D avi o meu filho Absalão. E todo o povo
ouviu a ordem que o rei dava a to
“ E Davi chegou aos acampamentos, dos os seus generais em favor de Ab-
e Absalão passou o Jordão, êle e to salão.
dos os homens de Israel com êle. “ E Derrota e morte de Absalão
Absalão deu o mando do exército a
Amasa em lugar de Joab. Ora A - 2 4 6Saiu, enfim, o povo à campanha
mem a Deus, 4será como a luz da listeus. 15Ora Davi teve desejos, e dis
aurora que resplandece pela manhã se: Oh! se alguém me desse a beber
ao sair do sol sem nuvens, e como água da cisterna que há em Belém
a erva que brota da terra depois das junto à porta! 16N o mesmo instante
chuvas. 5A minha casa não era tal êsses três valentes romperam pelo a-
diante de Deus que Êle devesse fa campamento dos Filisteus, e foram ti
zer comigo uma aliança eterna, fir rar água à cisterna de Belém, que
me em tudo e imutável. Porque êle estava junto à porta, e trouxeram-na
é tôda a minha salvação, e tôda a a Davi; mas êle não a quis beber, e
minha vontade, e não há coisa algu ofereceu-a ao Senhor, 17dizendo: Guar
ma que daqui não tenha a sua ori de-me o Senhor que tal faça; beberei
gem. 6Mas os prevaricadores serão eu o sangue dêstes homens, que fo
arrancados todos como espinhos, que ram (buscá-la) com risco das suas
não se tocam com as mãos. 7E, se al vidas? Não quis, pois, bebê-la. Tal
guém quiser tocá-los, armar-se-á (an ação foi feita por estes três fortíssi
tes) de ferro ou dum pau de lança e, mos. 18Também Abisai, irmão de
pegando-lhes fogo, serão queimados Joab, filho de Sarvia, era o primeiro
até não ficar nada dêles. dos três; êste é o que levantou a sua
lança contra trezentos, que matou; ê-
Catálogo dos heróis de D avi le era afamado entre os três, 19e o
8Eis os nomes dos valentes de Da mais insigne dêles e seu príncipe,
vi: (Jesbaão) que se senta em cadei mas não igualava os três primeiros.
ra, príncipe sapientíssimo entre três, “ E Banaias de Cabseel, filho de Jo-
êle é como um tenro bichinho da ma jada, que foi um homem valentíssi-
deira, e êle foi o que duma só vez mo, e de grandes feitos; matou os dois
matou oitocentos homens. leões de Moab, e êle mesmo desceu e
9Depois dêste, Eleazar Aoíta, filho matou um leão no meio duma cister
de seu tio paterno, um dos três valen na, em tempo de neve. “ Foi também
tes, que se acharam com Davi quan êle que matou um Egípcio, homem
do insultaram os Filisteus, e se jun digno de ser visto, que tinha uma lan-
taram alí para a batalha. 9 10E, ten ça na mão; e, indo contra êle com
do fugido os Israelitas, Eleazar per um pau, arrancou à fôrça a lança
maneceu firm e e bateu os Filisteus a- da mão do Egípcio, e matou-o com
té lhe cansar a mão, e ficar pegada a sua própria lança. 22Isto é o que
à espada; e concedeu o Senhor na fêz Banaias, filho de Jojada. 23E êle
quele dia uma assinalada vitória; e era afamado entre os três valentes,
o povo, que tinha fugido, voltou a que eram os mais insignes entre os
tirar os despojos dos mortos. trinta; mas não chegava aos três pri
"E , depois dêste, Sema, filho de A - meiros. E Davi tinha-o feito seu con“
ge, de Arari. Os Filisteus juntaram- selheiro íntimo.
se (u m dia) num sítio, onde havia um 24Entre os trinta (eram ) Asael, ir
campo cheio de lentilhas; e, tendo fu mão de Joab, Eleanan de Belém, fi
gido o povo de diante dos Filisteus, lho de um tio paterno de Asael, “ Se-
12êle pôs-se firm e no meio do campo, ma de Harodi, Elica de Harodi, “ He-
e o defendeu, e derrotou os Filisteus; les de Falti, Hira de Técua, filho de
e o Senhor concedeu uma grande v i Aces, 27Abiezer de Anatot, Mobonai de
tória. Husati, “ Selmon de Aoh, Maarai de
13E já antes tinham descido os três, Netofat, 29Heled, filho de Baana, que
que eram os principais dos trinta, e também era de Netofat, Itai, filho
tinham ido no tempo das messes ter de Ribai, de Gabaat, da tribo de Ben
com Davi à cova de Odolão; e os F i jamim, 30Banaia de Faraton, Hedai
listeus tinham o seu arraial no vale da torrente de Gaas, “ Abialbon de A r-
dos Gigantes. 14E Davi estava num bat, Azmavet de Beromi, 82Eliaba de
lugar forte, e nesse mesmo tempo ha Salaboni, os filhos de Jassen, Jonatan,
via em Belém uma guarnição de Fi- 33Sema de Orori, Ajam de Aror, fi-
9. Filho de seu tio paterno. Segundo o hebreu: Filho de Dodo. A v u lg a ta tradu*
ziu como nome comum um nome próprio.
366 SEGUNDO LIVRO DOS REIS 23 - 24
lho de Sarar, 84Eliflet, filho de Aasbai, does a iniqüidade do teu servo, por
filho de Macati, Eliam, filho de A- que procedeu muito nèsciamente.
quitofel de Gelon, “ Hesrai do Car- "Levantou-se, pois, Davi pela manhã,
melo, Farai de Arvi, 36Igaal, filho de e o Senhor dirigiu a sua palavra a
Natan, de Soba, Boni de Gadi, 37Se- Gad, profeta e vidente de Davi, di
lec de Amoni, Naarai de Berot, es zendo: 12Vai, e dize a Davi: Eis o que
cudeiro de Joab, filho de Sarvia, “ I- diz o Senhor: De três coisas (para
ra de Jetrit, Gareb também de Jetrit, castigo) se te dá a opção; escolhe
"Urias Heteu. Ao todo trinta e sete. qual destas queres que te mande.
D avi ofende a Deus, G ad e D avi
mandando recensear o povo
13E Gad, tendo-se apresentado a
2 A 'O furor do Senhor tornou-se Davi, lho intimou, dizendo: Ou virá
de novo a acender contra Is a fome durante sete anos à tua ter-
rael e excitou Davi contra êle, per ra; ou durante três meses irás fu
mitindo que dissesse (cheio de vaida gindo dos teus inimigos, e êles perse
d e): Vai e faze o recenseamento de guindo-te; ou pelo menos haverá pes
Israel e de Judá. te na tua terra, durante três dias.
2Disse, pois, Davi a Joab, general Delibera, pois, agora, e vê que res
do seu exército: Percorre tôdas as tri posta hei de levar a quem me en
bos de Israel, desde Dan até Bersa- viou. 14E Davi respondeu a Gad:
béia, e faze o recenseamento do po Encontro-me muito perplexo, mas
vo, para eu saber o seu número. melhor é que eu caia nas mãos do
3E Joab respondeu ao rei: O Se Senhor (porque são grandes as suas
nhor teu Deus queira multiplicar o misericórdias) do que nas mãos dos
teu povo outro tanto do que agora homens.
é, e ainda cem vêzes mais aos olhos
do rei meu senhor, mas, que preten A peste em Israel
de o rei meu senhor com isto?
4Todavia a ordem do rei prevaleceu 15Mandou, pois, o Senhor a peste
às representações de Joab e dos ge a Israel, desde aquela manhã, até o
nerais do exército; e saiu Joab da tempo assinalado, e morreram do
presença do rei com os primeiros o fi povo, desde Dan até Bersabéia, seten
ciais do exército, a contar o povo de ta mil homens. 16E, tendo estendi
Israel. 5E, tendo êles passado o Jor do o anjo do Senhor a sua mão so
dão, foram a Aroer, ao lado direito bre Jerusalém para a destruir, o Se
da cidade que está no , vale de Gad; nhor compadeceu-se da sua aflição,
°e por Jazer passaram a Galaad ê à e disse ao anjo exterminador do po
terra baixa de Hodsi, e chegaram aos vo: Basta, detém agora a tua mão.
bosques de Dan. E, caminhando pe E o anjo do Senhor estava junto da
lo contorno de Sidônia, 7passaram eira de Areuna Jebuseu. 17E Davi,
perto das muralhas de Tiro, e por logo que viu o anjo ferindo o po
tôda a terra dos Heveus e dos Cana- vo, disse ao Senhor: Eu sou o que
neus, e chegaram até Bersabéia, par pequei, eu fui o que procedi mal;
te meridional de Judá. 8E, tendo que fizeram êstes, que são as ove
percorrido todo o país voltaram a Je lhas? Volte-se, te peço, a tua mão
rusalém, depois de nove meses e vin contra mim, e contra a casa de meu
te dias. pai.
9Deu, pois, Joab ao rei a lista do Fim da flagelo
povo, e acharam-se em Israel oito
centos m il homens robustos, capa 18E Gad foi naquele dia ter com
zes de puxar pela espada; e em Ju- Davi, e disse-lhe: Vai, e levanta um
da quinhentos mil combatentes. altar ao Senhor na eira de Areuna
10Mas, depois que foi contado o po Jebuseu. 19E Davi foi, conforme o
vo, sentiu Davi um remorso no seu que Gad lhe tinha dito por ordem do
coração; e disse Davi ao Senhor: Eu Senhor. ^E, tendo Areuna levanta
cometi nesta ação um grande peca do os olhos, viu que vinham para
do; mas rogo-te, ó Senhor, que per êle o rei e os seus servos; .^e, adian-
24 SEGUNDO L IV R o DOS REIS 367
tando-se, fêz ao rei uma profunda na deu tudo ao rei; e Areuna disse ao
reverência, prostrado o rosto em ter rei: O Senhor teu Deus receba o teu
ra e disse: Que motivo há para que voto. 240 rei respondeu-lhe, e disse:
o rei meu senhor venha à casa do Eu não posso receber o que tu me
seu servo? Davi respondeu-lhe: Pa ofereces, mas comprar-te-el pelo que
ra comprar a tua eira, e para edifi- vale, e não oferecerei ao Senhor meu
car nela um altar ao Senhor, e pa Deus holocaustos que me não cus
ra que cesse a mortandade que gras tem nada. Comprou, pois, Davi a
sa no povo. eira e os bois por cinqüenta siclos de
22E Areuna disse a Davi: Tome-a prata. “ E Davi edificou ali um a l
o rei meu senhor, e sacrifique como tar ao Senhor e ofereceu holocaustos
bem lhe parecer; eis aqui estão bois e hóstias pacíficas; e o Senhor apla-
para o holocausto, e um carro, e ju cou-se com a terra e cessou o flagelo
gos de bois para a lenha. 23E Areu que assolava Israel.
TERCEIRO LIVRO DOS REIS
Velhice de D avi os soldados mais valentes, nem Sa
lomão, seu irmão.
1 ^ r a o rei Davi tinha envelhe-
* cido, e achava-se numa idade N atan e Betsabéia intervém em fav o r
muito avançada, e por mais que o co de Salomão
briam de roupa, não aquecia, d i s
seram-lhe, pois, os seus criados: Bus “ Disse, pois, Natan a Betsabéia, mãe
quemos (com o espôsa) para o rei nos de Salomão: Tu não ouviste que A -
so senhor uma rapariga virgem, que donias, filho de Hagit, se fêz rei e
esteja diante do rei, e o aquente, e que Davi, nosso senhor, ignora isto?
durma ao seu lado, e preserve do “ Vem, pois, agora, toma o meu conse
grande frio o rei nosso senhor. 3Bus- lho, e salva a tua vida e a do teu
caram, pois, em todas as terras de filho Salomão. 13Vai, e apresenta-te
Israel uma rapariga formosa, e acha ao rei Davi, e dize-lhe: Porventura
ram Abisag de Sunam, e levaram-na tu, ó rei, meu senhor, não me juras
ao rei. 4Era esta uma donzela de te a mim tua escrava, dizendo: Sa
extrema beleza, e dormia com o rei, e lomão, teu filho, reinará depois de
o servia, mas o rei deixou-a sempre mim, e êle se sentará no meu trono?
virgem. P or que reina, pois, Adonias? 14E, es
tando tu ainda falando com o rei, eu
Conspiração de Adonias sobrevirei depois de ti, e apoiarei as
5Adonias, porém, filho de Hagit, e- tuas palavras.
xaltava-se, dizendo: Eu reinarei. E 15Apresentou-se, pois, Betsabéia ao
mandou fazer para si coches, e to rei no seu quarto; e o rei era mui
mou cavaleiros e cinquenta homens, to velho, e Abisaí de Sunam o servia.
que corressem diante dêle. °E nun 16Inclinou-se Betsabéia profunda
ca seu pai o repreendeu, nem disse: mente, e fêz uma profunda reverên
Por que fazes isto? Ora êle era mui cia ao rei. E o rei disse-lhe: Que
to belo, e o segundo gênito, depois de queres tu? 17Ela, respondendo, disse:
Absalão. 7E tinha inteligência com Meu senhor, tu juraste à tua escrava
Joab, filho de Sarvia, e com o pontífi pelo Senhor teu Deus: Salomão, teu
ce Abiatar que sustentavam o parti filho, reinará depois de mim, e êle se
do de Adonias. 8Mas, nem o pontí sentará no meu trono. 18E, agora,
fice Sadoc, nem Banaias, filho de Jo- eis que Adonias reina sem tu, ó rei
jada, nem o profeta Natan, nem Se- meu senhor, o saberes. 19Êle imolou
mei, nem o rei, nem o grosso do e- bois e tôda a sorte de vítimas gor
xército de Davi eram por Adonias. das, e muitos carneiros, e convidou
•Adonias, pois, tendo imolado car todos os filhos do rei, e o pontífice
neiros e novilhos, e tôda a sorte de Abiatar, e Joab, general do exército;
vítimas gordas, ao pé da pedra de Zoe- mas não convidou Salomão, teu servo.
let, que está junto da fonte de Ro- “ Todavia, todo o Israel, está com os
;el, convidou todos os seus irmãos, olhos em ti, ó rei meu senhor, espe
?ilhos do rei, e todos os de Judá, cria rando que declares quem é o que deve
dos do rei. 10Mas não convidou nem sentar-se depois de ti no teu trono,
o profeta Natan, nem Banaias, nem ó rei meu senhor. “ Porque logo
1 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 369
que o rei meu senhor dormir com trombeta e direis: Viva o rei Salo
seus pais, eu e meu filho Salomão se mão! “ E voltareis atrás dêle, e êle
remos (tratados com o) criminosos. virá, e sentar-se-á sôbre o meu trono,
22E, enquanto ela falava ainda com e reinará em meu lugar; e eu lhe
o rei, eis Ç[ue chegou o profeta Na- ordenarei que governe Israel e Ju-
tan. 23E avisaram o rei, dizendo: Eis, dá.
aqui está o profeta Natan. E, ten 36E Banaias, filho de Jojada, res
do entrado à presença do rei, e ten- pondeu ao rei, dizendo: Assim seja;
do-lhe feito uma profunda reverência, assim o confirme o Senhor Deus do
prostrando-se em terra, 24disse N a rei, meu amo. 37Assim como o Se
tan: ó rei, meu senhor: Porventura nhor foi com o rei meu senhor, as
disseste tu: Reine Adonias depois de sim seja êle com Salomão, e eleve o
mim, e seja êle o que se sente no seu trono ainda acima do trono do
meu trono? “ Porque êle desceu ho rei Davi, meu amo.
je, e imolou bois e vítimas gordas, e “ Desceram, pois, o pontífice Sadoc,
muitos carneiros e convidou todos os e o profeta Natan, e Banaias filho
filhos do rei, e os generais do exérci de Jojada, com os Cereteus, e os Fe-
to e o pontífice Abiatar; e comeram leteus e fizeram montar Salomão na
e beberam diante dêle, dizendo: Viva mula do rei Davi, e levaram-no a
o rel Adonias! “ Mas não me convi Gion. 39E o pontífice Sadoc tomou
dou a mim, que sou teu servo, nem do tabernáculo o vaso de óleo, e un
ao pontífice Sadoc, nem a Banaias, giu Salomão; e tocaram a trombeta,
filho de Jojada, nem a teu servo Sa e disse todo o povo: V iva o rei Sa
lomão. “ Porventura saiu esta ordem lomão! “ E subiu tôda a multidão
do rei meu senhor? Mas não é assim após êle, e o povo, cantando ao som
que tu me declaraste a mim, teu ser de flautas, e mostrando grande re
vo, quem era o que devia, depois do gozijo, e a terra retiniu com as suas
rei meu senhor, sentar-se sôbre o seu aclamações.
trono?
Adonias refugia-se no santuário
D avi promete o trono a Salomão
"Ouviu, pois, Adonias, e ouviram
“ E o rei Davi respondeu, dizen todos os que êle tinha convidado,
do: Chamai-me Betsabéia. E, tendo- quando o banquete estava já acaba
se ela apresentado ao rei, e estando do. Porém Joab, tendo ouvido soar
em pé diante dêle, “ o rei jurou e a trombeta, disse: Que quer dizer
disse: V iva o Senhor, que livrou a êste ruído de cidade alvoroçada?
minha alma de toda a angústia, “ pois 42Ainda êle falava, e eis que chega
que assim como te jurei pelo Senhor Jônatas, filho do pontífice Abiatar; e
Deus de Israel, dizendo: Salomão, Adonias disse-lhe: Entra, porque tu
teu filho, reinará depois de mim, e êle és um homem valente e nos trazes
se sentará em meu lugar sobre o meu boas novas.
trono, assim o cumprirei hoje. "E 48E Jônatas respondeu a Adonias:
Betsabéia, prostrando-se com o rosto Não, por certo, porque o rei Davi nos
em terra, fêz uma profunda reve so senhor constituiu rei a Salomão.
rência ao rei, dizendo: V iva Davi, 44E enviou com êle o pontífice Sadoc,
meu senhor, para todo o sempre. e o profeta Natan, e Banaias, filho
Salomão é ungido de Jojada, e os Cereteus e o s Fele-
teus, e êstes fizeram-no montar na
32Disse mais o rei Davi: Chamai- mula do rei. ^E o pontífice Sadoc, e
me o pontífice Sadoc, e o profeta N a o profeta Natan o ungiram rei em
tan, e Banaias, filho de Jojada. E Gion; e dali voltaram cheios de ale
tendo êles entrado à presença do rei, gria, e a cidade retumbou em cla
“ disse-lhes: Tomai convosco os ser mores; êste é o barulho que ouvistes.
vos do vosso amo, e fazei montar na 46E até Salomão está já sentado no
minha mula o meu filho Salomão, e trono do reino. 47E os servos do rei
levai-o a Gion. 34E o pontífice Sadoc entraram já a felicitar o rei Davi,
com o profeta Natan o unjam ali co nosso senhor, dizendo: Deus faça o
mo rei de Israel; e vos fareis soar a nome de Salomão ainda mais ilustre
370 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 1 - 2
do que o teu, e êle eleve o seu trono 5Tu sabes também como me tratou
sôbre o teu trono. E o rei fêz ado Joab, filho de Sarvia, e o que êle fêz
ração no seu leito, 48e disse: Bendito aos dois generais do exército de Is
seja o Senhor Deus de Israel, que me rael, a Abner, filho de Ner, e a A-
fêz ver hoje com os meus próprios o- masa, filho de Jeter, os quais matou,
lhos o que se senta sôbre o meu tro e derramou o seu sangue em tempo
no. 49Aquêles, pois, a quem Adonias de paz, como se fôsse na guerra, e
tinha convidado, encheram-se de mê- tingiu com êle o cinto que trazia sô-
do, e levantaram-se, e cada um foi bre os seus rins, e os sapatos que ti
para seu lado. nha nos pés.
50Adonias, porém, temendo Salomão, °Farás, pois, conforme a tua sabe
levantou-se, e foi refugiar-se a um doria, e não permitirás que as suas
lado do altar. 51E noticiaram a Sa cãs desçam em paz à sepultura (vis
lomão dizendo: Eis que Adonias, te to ser um homicida). 7Pelo contrá
mendo o rei Salomão, está refugiado, rio, mostrarás o teu agradecimento
a um lado do altar, dizendo: O rei aos filhos de Berzelai de Galaad, e
Salomão, me jure hoje que êle não êles comerão à tua mesa, porque me
fará morrer o seu servo à espada. saíram ao encontro quando eu fu
52E Salomão respondeu: Se êle se gia diante de Absalão, teu irmão.
houver como homem de bem, não 8Tens também contigo a Semei de
cairá em terra nem um só cabelo da Gera, filho de Jemini de Baurim, que
sua cabeça, mas, se nêle se encon me amaldiçoou com uma péssima
trar maldade, morrerá. 53Mandou, maldição, quando eu ia para o acam
pois, o rei Salomão que o fôssem ti pamento; mas, porque êle veio ao
rar do altar, e Adonias, tendo entra meu encontro, quando eu passava o
do, fêz uma profunda reverência ao Jordão, jurei-lhe pelo Senhor, dizen
rei Salomão, e Salomão disse-lhe: Vai do: Não te matarei à espada. 9Não
para tua casa. deixes sem castigo o seu crime. És
Últimos conselhos de D avi homem entendido para saberes co
mo te hás de haver com êle, e leva
O 2Ora, aproximando-se o dia da rás as suas cãs à sepultura com mor
" morte de Davi, deu êle estas ins te violenta.
truções a Salomão, seu filho, dizen Morte de D avi e reinado de Salomão
do: 2Eis que vou para o lugar onde
vão parar todos os mortais; sê forte, 10Adormeceu, pois, Davi, com seus
e porta-te como homem; 3e observa pais, e foi sepultado na cidade de
tudo o que o Senhor teu Deus te Davi. UE o tempo que Davi reinou
mandou, andando pelos seus cami sobre Israel foram quarenta anos;
nhos, guardando as suas cerimônias, em Hebron reinou sete anos, em Je
e os seus preceitos, e as suas ordena rusalém trinta e três.
ções, e as suas leis, conforme está es 12E Salomão tomou posse do trono
crito na lei de Moisés, para que com de Davi seu pai, e o seu reino con-
preendas tudo o que fizeres, e tudo a- solidou-se sobremaneira.
quilo para que te voltares; 4a fim de N ova conspiração de Adonias; sua morte
que o Senhor confirme as suas pala
vras, ditas a meu respeito, dizendo: 13E Adonias, filho de Hagit, foi ter
Se os teus filhos vigiarem sôbre os com Betsabéia, mãe de Salomão. E
seus caminhos, e andarem diante de ela disse-lhe: É porventura de paz a
mim em verdade, de todo o seu co tua entrada? Êle respondeu-lhe: É de
ração, e de tôda a sua alma, terás paz. 14E acrescentou: Tenho uma pa
sempre algum dos teus descendentes, lavra, que te dizer. Ela respondeu-
sentado no trono de Israel. lhe: Fala. E êle disse: 15Tu sabes
Cap. I I — 8-9. D a v i nâo fa lta à promessa, que tinha feito a Semei, de o não m a
tar; nem é levado por nenhum sentimento de vingança pessoal. Simplesmente avisa o seu
sucessor de que tenha cuidado com Semei, como com Joab, visto os considerar inimigos
perigosos do trono. D e resto o proceder de Salomão com êstes dois homens é o me
lhor comentário das ordens de D avi. Salomão sômente se mostrou severo com êles, de
pois de novas provas da sua culpabilidade.
2 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 371
?ne o
srael
reino era meu, e que todo o
me tinha escolhido de prefe
porque levaste a arca do Senhor Deus
diante de meu pai Davi e acompa
rência para seu rei, mas o reino foi nhaste meu pai em todos os traba
transferido e passou para meu irmão, lhos que padeceu. “ Salomão dester
porque o Senhor o destinou para êle. rou, pois, Abiatar, para não ser mais
16Agora, pois, uma só coisa te peco, pontífice do Senhor, a fim de se
não me faças passar pela vergonha cumprir a palavra que o Senhor ti
de ma recusares. E ela disse-lhe: nha proferido em Silo, contra a ca
Fala. 17E Adonias disse: Peço-te que sa de Heli.
digas a Salomão (visto que êle não
pode negar-te nada) que me dê Abi- Morte de Joab
sag Sunamita por mulher. 18E Bet-
sabéia respondeu: Está bem, eu fala “ E chegou esta notícia a Joab, por
rei por ti ao rei. que Joab tinha seguido o partido de
19Foi, pois, Betsabéia ter com o rei Adonias, e não o de Salomão; fugiu,
Salomão, para lhe falar em favor de pois, Joab para o tabernáculo do Se
Adonias; e o rei levantou-se para a nhor, e agarrou-se ao cánto do al
vir receber, e saudou-a com profunda tar. “ E foram dizer ao rei Salomão
reverência, e sentou-se no seu trono; que Joab tinha fugido para o ta
e foi pôsto um trono para a mãe do bernáculo do Senhor, e estava jun
rei, a qual se sentou à sua mão di to do altar. E Salomão mandou Ba
reita. 20E ela disse-lhe: Eu só te pe naias, filho de Jojada, dizendo: Vai,
ço uma pequena coisa, não me enver e mata-o. 30E foi Banaias ao taber
gonhes com a repulsa. E o rei dis náculo dò Senhor, e disse a Joab: O
se-lhe: Pede, minha mãe, porquê não rei manda dizer isto: Sai daqui, fi
le respondeu: Não sairei, mas mor
é justo que vás descontente. 21Disse rerei neste lugar. Deu Banaias par
Betsabéia: Dê-se Abisag Sunamita te disto ao rei, dizendo: Eis o que
por mulher a Adonias, teu irmão. 22E disse Joab, e o que me respondeu.
o rei Salomão respondeu, e disse a 31E o rei disse-lhe: Faze como êle te
sua mãe: Por que pedes tu Abisag disse, e mata-o, e. sepulta-o, e com
Sunamita para Adonias? Pede tam isto lavarás a mim e a casa de meu
bém para êle o reino, porque êle é pai do sangue inocente, que Joab der
meu irmão mais velho, e tem pot si ramou. 32E o Senhor fará recair o
o pontífice Abiatar e Joab, filho de seu sangue sôbre a jsua cabeça, por
Sarvia. que assassinou dois homens justos, e
“ Jurou, pois, o rei Salomão, pelo melhores do que êle; e êle os matou
Senhor, dizendo: Deus me trate com à espada, sem meu pai Davi o saber,
todo o seu rigor, se não é verdade Abner, filho de Ner, general do e-
que Adonias por esta, palavra falou xército de Israel, e Amasa, filho de
contra a sua própria vida. 24E a- Jeter, general do exército de Judá.
gora juro pelo Senhor, que me con 33E o sangue dêstes recairá para sem
firmou e que me colocou no trono pre sôbre a cabeça de Joab, e so
de Davi, meu pai, e que estabeleceu bre a cabeça da sua posteridade.
a minha casa como tinha dito, que Mas a Davi e à sua descendência, e
Adonias será hoje morto. “ E o rei à sua casa, e ao seu trono, dê o Se
Salomão deu ordem a Banaias, filho nhor paz para sempre.
de Jojada, o qual o matou, e assim
morreu (Adonias). 34Partiu, pois, Banaias, filho de Jo
jada, e, arremetendo contra Joab, o
A b iatar á privado do pontificado matou; e foi sepultado em sua casa
no deserto. “ E em lugar de Joab
“ Disse também o rei ao pontífice constituiu o rei a Banaias, filho de
Abiatar: Vai para Anatot, para as Jojada, por general do exército, e em
tuac terras, na verdade és digno de lugar de Abiatar, estabeleceu como
morte, mas eu não te matarei hoje, pontífice a Sadoc.
13-25. Adonias tinha entrado numa nova conspiração com Joab e A biatar, p ara ob
ter o trono; e procurava reforçar as suas pretensões, desposando A bisag, viúva de D avi.
Betsabéia prontificou-se a fazer o pedido, visto não ter conhecimento da conspiração.
372 TERCEIRo LIVRO DOS REIS 2 - 3
Morte de Semei e a do Senhor, e o muro à roda de
Jerusalém.
36Mandou o rei também chamar Se
mei e disse-lhe: Faze para ti uma ca Oração e sacrifício de Salomão em
sa em Jerusalém e habita aí; e não Gabaão
saias, andando duma parte para ou
tra. 37Em qualquer dia, pois, que da 2Entretanto o povo imolava nos lu
qui saíres, e que passes a torrente do gares altos, porque até aquêle dia
Cedron, sabe que serás morto; o teu não tinha ainda sido edificado tem-
)lo ao nome do Senhor. ®Ora Sa-
sangue recairá sôbre a tua cabeça.
“ E disse Semei ao rei: Justa ordem
Íomão amava o Senhor, conduzindo-
é esta. Como disse o rei, meu se se segundo os preceitos de Davi, seu
nhor, assim o executará o teu servo. pai, somente sacrificava e queimava
Morou, pois, Semei em Jerusalém du incenso nos lugares altos. 4Foi Sa
rante muito tempo. lomão, pois, a Gabaão, para lá sa
39Mas, passados três anos, aconte crificar, porque êste era o mais con
ceu que os servos de Semei fugiram siderável entre todos os lugares al
para Aquis, filho de Maaca, rei de tos; e ofereceu mil hóstias em holo
Get; e foram dizer a Semei que os causto sôbre aquêle altar de Gabaão.
seus servos tinham ido para Get. 5Apareceu, pois, o Senhor a Salomão,
“ Levantou-se, pois, Semei, e apare em sonhos, de noite, dizendo: Pede-
lhou o seu jumento, e foi ter com me o que (juiseres que eu te dê. 6E
Aquis, a Get, em busca dos seus ser Salomão disse: Tu usaste de grande
vos, e tornou-os a trazer de Get. misericórdia com meu pai Davi, teu
servo, segundo foi a verdade e justiça
41E disseram a Salomão que Se com que êle andou na tua presença,
mei tinha ido de Jerusalém a Get, e e segundo a retidão de coração para
que tinha voltado. 42E mandou-o contigo; tu lhe conservaste a tua
chamar e disse-lhe: Não te conjurei grande misericórdia, e lhe deste um
eu pelo Senhor, e não te avisei an filho que se sentasse sôbre o seu tro
tes, dizendo: Sabe que, em qualquer no, como hoje se verifica. 7E ago
dia que saíres a uma ou outra par ra, ó Senhor Deus, tu me fizeste
te, morrerás? E tu me respondeste: reinar a mim, teu servo, em lugar de
Justa ordem é esta, que acabo de ou Davi, meu pai; mas eu sou (com o)
vir. «P o r que não guardaste tu, pois, um menino pequenino, e não sei por
o juramento do Senhor, e a ordem onde hei de sair nem por onde hei de
que eu tinha dado? «E o rei disse entrar. 8E o teu servo está no meio
a Semei: Tu sabes todo o mal de que do povo que tu escolheste, povo in
a tua consciência te acusa de teres finito, que não pode contar-se nem
feito a Davi, meu pai; o Senhor fêz reduzir-se a número, pela sua mul
recair a tila malícia sôbre a tua ca tidão. °Tu, pois, darás ao teu ser
beça. «E o rei Salomão será aben vo um coração dócil, para poder jul
çoado, e o trono de Davi será para gar o teu povo, e discernir entre o
sempre estável diante do Senhor. bem e o mal, porque quem poderá
“ Deu, pois, o rei ordem a Banaias, julgar êste povo tão numeroso?
filho de Jojada, o qual, tendo saído,
feriu Semei, e êle morreu. “ Agradou ao Senhor esta oração
por ter Salomão pedido uma tal
Casamento de Salomão coisa.
UE o Senhor disse a Salomão: Pois
O 1Confirmou-se, pois, o reino na que esta foi a petição que me fizes
° mão de Salomão, e êle aparen te, e não pediste para ti nem mui
tou-se com Faraó, rei do Egito, por tos dias, nem riquezas, nem a mor
que casou com uma sua filha, e le te de teus inimigos, mas pediste-me
vou-a para a cidade de Davi, até para ti a sabedoria a fim de discer
que acabasse de edificar a sua casa nires o que é justo; 12eis pois te fiz
36-46. Salomão suspeitava qué Semei tivesse ligação com os conspiradores; e, por
isso, proibe-lhe, sob pena de morte, que saia de Jerusalém, para a i ser vigiado. Corno
Semei não obedeceu, Salomão mandou-o matar.
3 - 4 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 373
o que me pediste, e te dei um cora está morto. E a outra responde:
ção tão cheio de sabedoria e de in Não, mas o teu filho é gue morreu,
teligência, que nenhum antes de ti e o meu é que está vivo. “ Disse,
te foi semelhante nem se levantará pois, o rei: Trazei-me cá uma espa
outro depois de ti. 13Além disso dei da. E, sendo trazida uma espada
te também o que me não pediste, a diante do rei, “ êste disse: Dividi em
saber: riquezas e glória em tal grau, duas partes o menino, que está v i
que não se encontrará semelhante a vo, e dai metade a uma, e metade
ti entre os reis de todos os séculos a outra. “ A mulher, porém, cujo
passados. 14E, se tu andares nos filho estava vivo, disse ao rei (por
meus caminhos, e guardares os meus que as suas entranhas se lhe enterne
preceitos e os meus mandamentos, co ceram por seu filh o ): Senhor, peço-
mo teu pai os guardou, eu prolonga te que dês a ela o menino vivo, e
rei os teus dias. não o mates. A outra, pelo contrá
“ Então despertou Salomão, e com rio, dizia: Não seja nem para mim
preendeu que era sonho; e, tendo ido nem para ti, mas divida-se. “ Então
a Jerusalém, pôs-se diante da arfca o rei respondeu, e disse: Dai àquela
da aliança do Senhor, e ofereceu ho- o menino vivo, e não se mate, por-
locaustos, e imolou vítimas pacíficas ue é esta a sua mãe. “ Ora todo o
e deu a todos os seus servos um ? srael teve conhecimento da sentença
grande banquete. que o rei tinha dado, e temeram
o rei, vendo que estava nêle a sa
Sentença de Salomão bedoria de Deus para fazer justiça.
“ Nesta ocasião foram ter com o Ministros de Salomão
rei duas mulheres públicas, e puse-
ram-se diante dêle; 17e uma delas A *Ora o rei Salomão reinava sô-
disse: Digna-te, meu senhor, ouvir- ^ bre todo o Israel. 2E êstes fi
me; Eu e esta mulher habitávamos ram os principais ministros gue ti
numa mesma casa, e eu dei à luz nha: Azarias, filho do pontífice Sa-
no mesmo aposento em que ela es doe; *Elioref e Aia, filhos de Sisa, se
tava. 18E, tres dias depois de eu ter cretários de estado; Josafat, filho de
dado à luz, deu ela também à luz; Ailud, era arquivista. 4Banaias, fi
e nós estávamos juntas, e não ha lho de Jojada, era general dos exér
via na casa mais pessoa alguma co citos; Saaoc e Abiatar eram pontí
nosco, além de nós ambas. fices. “Azarias, filho de Natam, ti
19E uma noite morreu o filho des nha a intendência sôbre os que as
ta mulher; porque, estando a dormir, sistiam ao rei; o sacerdote Zabud, fi
o abafou. “ E, levantando-se no mais lho de Natan, era privado do rei. . 6E
profundo silêncio da noite, tirou-me Aizar era mordomo-mór; e Adonirão,
o meu filho do meu lado, quando filho de Abda, superintendente dos
eu, tua escrava, dormia, e o pôs jun tributos.
to de si, e pôs junto de mim o filho, Doze intendentes
que estava morto. 21E, levantando-
me eu pela manhã para amamentar 7E Salomão tinha estabelecido do
o meu filho, apareceu-me morto; e, ze intendentes sôbre todo o Israel,
olhando para ele com mais atenção, que tinham a seu cargo prover a
já dia claro, vi que êle não era o* mesa do rei, e a de tôda a sua casa,
meu, que eu tinha dado à luz. “ E porque todos os meses no ano cada
a outra mulher respondeu: Não é um subministrava o necessário. 8E
assim como tu dizes, mas o teu fi êstes são os seus nomes: Benur, no
lho morreu, o meu, porém, está vi monte de Efraim ; °Bendecar, em
vo. A primeira, pelo contrário, re Maces, e em Salebim, e em Betsa-
plicava: Mentes, porque o meu filho mes, e em Elon e em Betanan;
está vivo, e o teu é que morreu. E “ Benhesed, em Arubot; e ao mesmo
dêste modo disputavam diante do pertencia Soco e tôda a terra de E-
rei. fer; uBenabinadab, que tinha na sua
“ Então disse o rei: Esta diz: O repartição todo o pais de N efat Dor,
meu filho está vivo, e o teu filho era casado com Tafet, filha de Salo
374 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 4 - 0
mão; 12Bana, filho de Ailud, era in proviam com sumo cuidado o neces
tendente de Tanac e de Magedo e sário para a mesa do rei Salomão.
de todo o país de Betsan que é vizi “ Levavam também ao lugar em que
nho de Sartana, debaixo de Jezrael, estava o rei, cevada e palha para os
desde Betsan até Abelmeula, de cavalos e bêstas de carga, conforme
fronte de Jecman; 18Bengaber, em lhes tinha sido ordenado.
Ramot de Galaad; e tinha as aldeias
de Jair, filho de Manassés, em Ga- Sabedoria de Salomão
laad, e governava em todo o país de
Argob, que está em Basan, sessen 29Além disto Deus deu a Salomão
ta cidades grandes e muradas, que uma sabedoria e prudência incompa
tinham fechaduras de bronze. 14A i- ráveis, e uma magnanimidade imen
nadab, filho de Ado, superintendia sa, como a areia que há na praia do
em Manaim. 15Aquimaas, em N efta- mar. 30E a sabedoria de Salomão ex
li, e êste também tinha por mulher cedia a sabedoria de todos os orien
a Basemat, filha de Salomão. 16Baa- tais e Egípcios. 31E era mais sábio
na, filho de Husi, em Aser, e em Ba- do que todos os homens; mais sábio
lot. 17Josafat, filho de Farué em Is- do que Etan Ezraita, e do que He-
sacar. 18Semei, filho de Ela, em man, e do que Calcol, e do que Dor-
Benjamim. 19Gaber, filho de Uri, na da, filhos de Maol; e era nomeado
província de Galaad, no país de Seon, por tôdas as nações circunvizinhas.
rei dos Amorreus, e de Og, rei de 32Propôs também Salomão três mil
Basan, sobre quanto havia nesta ter parábolas; e os seus cânticos foram
ra. mil e cinco. 33E tratou (nos seus es
critos e conversas) de tôdas as árvo
Poder e riqueza de Salomão res, desde o cedro, que há no Líba
no, até ao hissopo, que brota da pa
20Judá e Israel eram, pela multi rede; e tratou dos animais e das
dão, inumeráveis como a areia do aves e dos répteis e dos peixes. ME
mar; comiam e# bebiam, e se alegra de todos os povos e de todos os reis
vam. 21E Salomão tinha sob o seu da terra, que ouviam falar da sua
domínio todos os reinos desde o rio sabedoria, vinham ouvir a sabedo
do país dos Filisteus até à frontei ria de Salomão.
ra do Egito; e ofereciam-lhe pre
sentes, e estiveram-lhe sujeitos du Convenção com Hirâo, rei de Tiro
rante todos os dias da sua vida.
22Os víveres para a mesa de Salo C JHirão, rei de Tiro, enviou tarn-
mão eram cada dia trinta coros de ^ bém os seus embaixadores a
flor de farinha, e sessenta coros de Salomão, pois ouviu dizer que êle
farinha ordinária, 23dez bois cevados, tinha sido ungido rei em lugar de seu
e vinte de pasto, e cem carneiros, a- pai; porque Hirão tinha sido sempre
lém da caça de veados, corças e bois amigo de Davi.
monteses, e de aves cevadas. “ Por- 2E Salomão mandou dizer a H i
que êle era o senhor de todo o país rão: 3Tu sabes o desejo de Davi, meu
ue estava da outra banda do rio, pai, e que não lhe foi possível edifi-
esde Tapsa até Gaza, e de todos os car uma casa ao nome do Senhor
reis daquelas regiões; e por tôda a seu Deus por causa das guerras que
parte tinha paz com os vizinhos. “ E lhe sobrevinham de tôdas as partes,
Judá e Israel viviam sem temor al enquanto o Senhor lhe não pôs de
gum, cada qual debaixo de sua par baixo dos pés os seus inimigos. 4Po-
reira, e debaixo da sua figueira, desde rém, agora o Senhor meu Deus con-
Dan até Bersabéia, durante todo o cedeu-me repouso por tôda a parte;
tempo em que Salomão reinou. e não há contrário nem qualquer
Salomão tinha quarenta mil obstáculo. 5Por isso penso em edifi-
mangedouras de cavalos para as car car um templo ao nome do Senhor
roças (de g u erra ), e doze mil cava meu Deus, conforme o que o Senhor
los de montar. 27E a todos susten ordenou a Davi, meu pai, dizendo:
tavam os sobreditos intendentes do Teu filho, que eu farei sentar em
rei; e também no tempo devido, teu lugar sôbre o teu trono, êste edi-
5 - 6 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 375
mento de Israel, e estendeu as, suas tra ti) e, fazendo penitência, e dan
mãos para o céu, “ e disse: Senhor do glória ao teu nome, vierem (seus
Deus de Israel, não há Deus seme filhos), e orarem e te implorarem nes
lhante a ti, nem no mais alto do ta casa, 34ouve-os do céu, e perdoa
céu, nem cá em baixo sôbre a terra; o pecado do teu povo de Israel, e
tu conservas o pacto e a misericór torna-os a levar à terra que deste
dia para com os teus servos, que ca a seus pais.
minham diante de ti de todo o seu 35Se o céu se fechar, e não cair
coração. 24Tu guardaste ao teu ser chuva alguma, por causa dos seus
vo Davi, meu pai, o que lhe prome pecados, e êles, orando neste lugar,
teste; tu lho disseste por tua boca, fizerem penitência em honra do teu
e cumpriste pelas tuas mãos, como nome, e se converterem dos seus pe
o prova êste dia. “ Agora, pois, Se cados por causa da sua aflição, “ ou
nhor Deus de Israel, conserva ao teu ve-os do céu, e perdoa os pecados
servo Davi, meu pai, o que lhe pro de teus servos e do teu povo de Is
meteste, dizendo: Não te faltarão rael, e mostra-lhes o caminho direi
descendentes, que diante de mim se to por onde devem andar, e derra
sentem sôbre o trono de Israel, con ma chuva sôbre (esta) tua terra,
tanto, todavia, que teus filhos guar que deste ao teu povo para a pos
dem os teus caminhos, andando em suir.
minha presença, como tu andaste 37Se vier sôbre a terra fome, ou
diante de mim. “ Agora, pois, Senhor peste, ou corrupção do ar, ou ferru
Deus de Israel, cumpram-se as pa gem, ou gafanhoto, ou qualquer hu
lavras que disseste ao teu servo Da mor maligno, ou se o teu povo fôr a-
vi, meu pai. 'fligid o pelo seu inimigo sitiando as
27É, pois crível que Deus habite suas cidades, por qualquer praga ou
verdadeiramente sôbre a terra? P or qualquer enfermidade, “ quando al
que se o céu e os céus dos céus te guém do teu povo de Israel recor
não podem conter, quanto menos es rer a ti com votos e súplicas, e, re
ta casa, que eu edifiquei? “ Mas a- conhecendo a chaga de seu coração
tende, Senhor Deus meu, à oração do (causada pelo pecado), levantar as
teu servo e às suas súplicas; ouve o suas mãos para ti nesta casa, "tu
hino e a oração que o teu servo faz ouvirás do céu, do lugar da tua mo
hoje em tua presença, “ para que os rada, e tu propício, te reconcilia
teus olhos estejam abertos de noite rás com êle, e procederás de modo
e de dia sôbre esta casa, da qual dis- a dar a cada um conforme tôdas as
seste: O meu nome estará nela; pa suas obras, e segundo vires o seu
ra que ouças a oração, que o teu ser coração (porque só tu conheces o in
vo te faz neste lugar, " e ouças a sú terior dos corações de todos os filhos
plica do teu servo e do teu povo dos homens), "para que êles tenham
de Israel, em tudo o que te pedirem temor de ti durante todo o tempo
neste lugar; sim, tu ouvirás do lu que viverem sôbre a face da terra
gar da tua morada no céu, e, tendo- que tu deste a nossos pais.
as ouvido, lhes serás propício. "Também, quando algum estran
31Quando algum homem pecar con geiro, que não é do teu povo de Is
tra o seu proximo, e houver de fa rael, vier de algum país remoto, por
zer algum juramento, com que se causa do teu nome (porque ouvirá
ligue, e vier à tua casa por m oti falar da grandeza do teu nome, e da
vo do juramento diante do teu altar, força da tua mão, e do poder do teu
,2tu o ouvirás do céu, e farás jus braço estendido), "quando, pois, vier
tiça a teus servos, condenando o ím fazer oração neste lugar, 43tu o ou-
pio, e fazendo recair a sua perfídia virás do céu, do firmamento da tua
sôbre a sua cabeça, e justificarás o morada, e farás tudo o que o es
justo, e lhe retribuirás conforme a trangeiro te pedir; a fim de que
sua justiça. todos os povos da terra aprendam
33Se o teu povo de Israel fugir a temer o teu nome, como faz o
diante dos seus inimigos (porque v i teu povo de Israel, e a fim de que
rá algum dia em que êle peque con experimentem que o teu nome foi
g TERCEIRO LIVRO DOS REIS 381
invocado sôbre esta casa, que eu edi- êle tinha posto ambos os joelhos em
fiqu ei. terra, e tinha as mãos estendidas pa
44Se o teu povo sair à guerra con ra o céu. “ Pôs-se, pois, em pé, e
tra os seus inimigos, indo pelo cami abençoou todo o ajuntamento de Is
nho pelo qual tu o tiveres mandado, rael, dizendo em voz alta: “ Bendito
se te fizerem as suas preces, com o seja o Senhor, que deu descanso ao
rosto voltado para a cidade que tu seu povo de Israel, conforme tôdas as
escolheste, e para a casa que eu edi- promessas que tinha feito; não falhou
fiquei ao teu nome, “ tu também ou nem sequer uma palavra de todos os
virás do céu as suas orações e as suas bens que êle nos tinha prometido por
preces, e lhes farás justiça . "Porém , meio do seu servo Moisés. “ O Senhor
se pecarem contra ti (porque não há nosso Deus seja conosco, como foi
homem que não peque), e tu irado os com nossos pais, não nos desampa
entregares nas mãos de seus inimi rando, nem nos afastando de si. “ Mas
gos, e êles forem levados cativos, ou incline os nossos corações, para an
perto ou longe, para terra inimiga, darmos em todos os seus caminhos, e
47e fizerem penitencia do íntimo do para guardarmos os seus mandamen
seu coração, no lugar do seu cativei tos e as suas cerimônias, e tôdas as
ro, e, convertidos, te suplicarem no ordenações que êle prescreveu a nos
seu cativeiro, dizendo: Nós pecamos, sos pais. “ E estas minhas palavras,
nós cometemos a iniqüidade, nós pro com que acabo de orar ao Senhor,
cedemos impiamente; “ e se êles se estejam presentes de dia e de noite
voltarem para ti de todo o seu co diante do Senhor, nosso Deus, para
ração e de tôda a sua alma, na ter que todos os dias êle faça justiça ao
ra de seus inimigos, para onde fo seu servo e ao seu povo de Israel;
ram levados cativos, e orarem vol “ de sorte que todos os povos da ter
tados para a terra que tu deste a ra saibam que êle, o Senhor, é Deus,
seus pais, e para a cidade que esco e que não há outro fora dêle. “ Seja
lheste, e para o templo que eu edi- também o nosso coração reto para
fiquei ao teu nome; 49tu ouvirás do com o Senhor, nosso Deus, a fim
céu, do firmamento do teu trono, as de andarmos nos seus decretos, e
suas orações e as suas preces, e de guardarmos os seus mandamentos,
fenderás a sua causa; “ e te mos como fazemos hoje.
trarás propício ao teu povo, que pe Sacrifícios
cou contra ti; e perdoarás todas as
suas iniqüidades, com que tiverem 02O rei, pois, e todo o Israel com
prevaricado contra ti; e inspirarás êle, imolaram vítimas diante do Se
ternura aos que os levarem cativos, nhor. 63E Salomão degolou, por hós
para terem compaixão dêles. tias pacíficas que imolou ao Senhor,
“ Porque êles são o teu povo e a vinte e dois mll bois, e cento e vinte
tua herança, a quem tiraste da ter mil ovelhas; e o rei com os filhos de
ra do Egito, do meio da fornalha (ou Israel dedicaram o templo do Se
crisol) de ferro. 52Os teus olhos este nhor. “ Naquele dia o rei consagrou
jam abertos às súplicas dos teus ser o meio do átrio, que estava diante da
vos e do teu povo de Israel, e os ou casa do Senhor; ofereceu, pois, ali
ças em tudo aquilo por que êles te holocaustos e sacrifícios, e as banhas
invocarem. “ Porque tu, ó Senhor das hóstias pacíficas; porque o altar
Deus, o s separaste de todos os povos de bronze, qile estava diante do Se
da terra para tua herança, como o nhor, era pequeno, e não podiam ca
declaraste por meio do teu servo ber nêle os holocaustos e os sacri
Moisés, quando tiraste os nossos pais fícios, e as banhas das hóstias pací
do Egito. ficas.
Duração da festa
Salomão abençoa novamente o povo
“ Celebrou, pois, Salomão naquele
“ Sucedeu, pois, que, tendo Salomão tempo esta célebre festa, e todo o Is
acabado de fazer ao Senhor tôda es rael com êle, tendo concorrido gente
ta oração e esta súplica, levantou-se em grande número desde a entrada
de diante do altar do Senhor; porque de Emat até a rio do Egito, diante
382 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 8 - 9
do Senhor, nosso Deus, durante sete guiram deuses estranhos, e os adora
dias, e (em seguidas) durante outros ram, e lhes prestaram culto; por is
sete dias, isto é, durante catorze dias. so o Senhor descarregou sôbre êles
°°E, ao dia oitavo (desta últim a fes todo êste mal.
ta ), despediu os povos; os quais, a-
bençoando o rei, voltaram para suas Cidades que foram dadas a Hirão
tendas, alegres, e com o coração con
tente, por todos os bens que o Se 10Passados, pois, os vinte anos, du
nhor tinha feito a Davi, seu servo, rante os quals Salomão edificou as
e a Israel, seu povo. duas casas, isto é, a casa do Senhor,
e a casa do rei, “ (mandando Hirão,
Resposta à oração de Salomão rei de Tiro, a Salomão madeira de
cedro e de faia, e o ouro, tudo quan
Q 7Ora sucedeu que, tendo Salo- to havia mister) Salomão deu a Hi-
U mão acabado de edificar a casa rão vinte cidades no país da Gali-
do Senhor, e o palácio do rei, e tudo léia. 12E Hirão saiu de Tiro para ver
o que tinha desejado e querido fazer, as cidades que Salomão lhe tinha da-
2lhe apareceu o Senhor segunda vez, do, mas não lhe agradaram, 13e dis
como lhe tinha aparecido em Ga- se: São estas, irmão, as cidades que
baão. 3E o Senhor disse-lhe: Eu ou me deste? E chamou-as terra de Ca-
vi a tua oração e a tua súplica, que bul, (nome que conservam) até ao
fizeste em minha presença; santifi- dia de hoje. “ Hirão tinha também
quei esta casa, que me edificaste, a mandado ao rei Salomão cento e vin
fim de nela estabelecer para sempre te talentos de ouro.
o meu nome e nela estarão sempre 15Tal é a soma das despesas que fêz
os meus olhos e o meu coração. 4E Salomão oara edificar a casa do Se
tu também, se andares na minha nhor, e a sua casa, e Melo, e os mu
presença, como andou teu pai, em ros de Jerusalém, e Heser, e Magedo,
simplicidade de coração, e na eqüi- e Gazer.
dade, e se fizeres tudo o que te te
nho mandado, e guardares as mi Cidades edificadas por Salomão
nhas leis e as minhas ordenações, 5eu 16
Faraó, rei do Egito, foi, e tomou
estabelecerei o trono do teu reino sô- Gazer, e queimou-a; e matou os Ca-
bre Israel para sempre, como prome- naneus que habitavam na cidade, e
ti a Davi, teu pai, dizendo: Não se deu-a em dote a sua filha, mulher
rá tirado um homem da tua linha de Salomão. "Salomão, pois, reedifi-
gem do trono de Israel. cou Gazer, e Betoron a baixa, e18 Ba-
6Mas, se obstinadamente, vos des laat, e Palmira, na terra do deser
viardes de mim, vós e vossos filhos, to . 19E fortificou tôdas as aldeias que
não me seguindo nem guardando os lhe pertenciam, e que não tinham
meus preceitos e as minhas cerimô muros, e as cidades dos carros (de
nias, que eu vòs prescrevi, mas, se guerra), e as cidades da gente de
vos retirardes e prestardes culto a cavalo, e tudo o que lhe aprouve
deuses estranhos, e os adorardes, 7eu edificar em Jerusalém, e no Líbano,
exterminarei Israel da superfície da
terra que lhes dei, e lançarei para e em tôda a extensão dos seus do
longe de minha presença o templo mínios.
que consagrei ao meu nome, e Is Estrangeiros obrigados ao trabalho;
rael será o escárnio e a fábula de seus chefes
todos os povos.
8E esta casa (feita em ruínas) ser ^Tôda a gente que tinha ficado
virá de exemplo (da minha ju stiça ); dos Amorreus, e dos Heteus, e dos
todo o que passar por diante dela, fi Fereseus, e dos Heveus, e dos Jebu-
cará pasmado, e a insultará, e dirá: seus, que não eram dos filhos de
Por que tratou o Senhor assim esta Israel; 21os filhos dêstes (povos) que
terra e esta casa? 9E responder-lhe- tinham ficado no país, e aos quais os
-ão: Porque êstes povos deixaram o filhos de Israel não puderam exter
Senhor, seu Deus, que tirou seus pais minar, fêz Salomão tributários até o
da terra do Egito, e porque êies se dia de hoje. 22Quanto, porém, aos fi
9 - 10 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 383
lhos de Israel, Salomão determinou 4Vendo, pois, a rainha de Sabâ to
que nenhum servisse (de escravo), da a sabedoria de Salomão, e a casa
mas eram os seus homens de guer que êle tinha feito, 5e os manjares
ra, e os seus ministros, e os seus prida sua mesa, e os aposentos dos seus
meiros oficiais, e os capitães, e os oficiais, e as diversas classes dos que
comandantes dos carros de guerra e o serviam, e os seus vestidos, e co-
da cavalaria, 23E havia quinhentos peiros, e holocaustos que êle ofere
e cinqüenta homens estabelecidos so cia na casa do Senhor, ficou fora
bre tôdas as obras de Salomão, os de si, 6e disse ao rei: É verdadeiro
quais tinham o povo sujeito às suas o que eu ouvi no meu país 7acêrca
ordens, e eram os superintendentes da tua conversação e da tua sabe
de tôdas as obras determinadas. doria; e eu não dava crédito aos
que mo diziam, até que eu mesma
Palácio da rainha vim, e vi com os meus olhos, e re-
conheci que me não tinham dito me
24Veio, pois, a filha de Faraó da tade do que era; é maior a tua sa
cidade de Davi para sua casa, que bedoria e as tuas obras, do que a
lhe tinha edificado Salomão, o qual fama que tenho ouvido. 8Bem-aven-
então edificou M elo. turados os teus homens, e bem-aven
Sacrifícios de Salomão
turados os teus servos, que gozam
sempre da tua presença, e que ou
25Oferecia também Salomão três vem a tua sabedoria. °Bendito seja
vêzes cada ano holocaustos e v iti o Senhor, teu Deus, a quem agra
mas pacíficas sôbre o altar que ti daste, e que te colocou sôbre o tro
nha levantado ao Senhor, e queima no de Israel, porque o Senhor amou
va perfumes diante do Senhor; e Israel para sempre, e te constituiu
completou-se o templo. rei, a fim de governares com eqüi-
dade e justiça.
Frota de Salomão 10Deu, pois, ao rei cento e vinte
talentos de ouro, e grandíssima quan
“ Equipou também o rei Salomão tidade de aromas e pedras precio
uma frota em Asiongaber, que é per sas; desde então não foram levados
to de Aliat, na praia do mar V er a Jerusalém tantos aromas, como os
melho, na terra da Iduméia. 27E Hi- que a rainha de Sabá deu ao rei
rão mandou nesta frota alguns dos Salomão.
seus servos, homens marinheiros, en "O ra também a frota de Hirão,
tendidos em náutica, juntamente com que trazia o ouro de Ofir, trouxe de
os servos de Salomão. “ E êles, ten O fir uma prodigiosa quantidade de
do chegado a Ofir, tomaram lá qua ébano odonfero e pedras preciosas.
trocentos e vinte talentos de ouro, e 12E o rei mandou fazer dêste ébano
levaram-nos ao rei Salomão. odorífero os balaústres da casa do
Senhor, e da casa real, e citaras e
Visita da rainha de Sabá liras para os cantores; nunca mais
IA 'E até a rainha de Sabá, tendo foram transportadas nem vistas se
1v melhantes madeiras de ébano odorí
ouvido falar da fama de Salo fero até ao dia de hoje. 13E o rei
mão no nome do Senhor, foi experi Salomão deu à rainha de Sabá tudo
mentá-lo com enigmas. 2E, tendo en o que ela desejou e lhe pediu, além
trado em Jerusalém com grande co dos presentes que êle mesmo lhe
mitiva, e riquezas, e camelos, que fêz com real liberalidade. A rainha
levavam aromas, e infinita quanti voltou, e foi para o seu reino com
dade de ouro e pedras preciosas, os seus servos.
apresentou-se diante do rei Salomão,
e falou-lhe de tudo o que ela tinha Riquezas de Salomão
no seu coração. 8E Salomão instruiu-
a em todas as coisas que ela lhe ti 14E o pêso de ouro, que era levado
nha proposto; não houve nenhuma a Salomão todos os anos, era de
ue o rei ignorasse, e sôbre a qual seiscentos e sessenta e seis talentos
â le não respondesse. de ouro; 15sem contar o que lhe tra
384 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 10 - 11
ziam os homens, que eram os rece- houvesse tanta abundância de prata
bedores dos tributos, e os negocian em Jerusalém como de pedras, e tor
tes, e todos os que vendiam quin nou o cedro tão comum como os si-
quilharias, e todos os reis da A rá- cômoros que nascem nas campinas.
bia, e os governadores do país. 160 “ Do Egito e de Coa eram trazidos
rei Salomão fêz mais duzentos es cavalos para Salomão. Porque os fe i
cudos de ouro puríssimo, e empre tores do rei os compravam em Coa,
gou nas chapas de cada escudo seis e lhos traziam por um preço esta
centos siclos de ouro. 17Fêz trezen belecido. “ Uma quadriga trazida do
tos broquéis de ouro fino; trezentas Egito custava-lhe seiscentos siclos de
minas de ouro revestiam cada bro- prata, e um cavalo, cento e cinqüen-
quel; e o rei colocou-os na casa do ta. E assim lhe vendiam os cava
bosque do Líbano. los todos os reis dos Heteus e da
18Fêz mais o rei Salomão um gran Síria.
de trono de marfim, e guarneceu-o
de ouro muito amarelo, 19o qual ti Mulheres estrangeiras
nha seis degraus; e o alto do trono e idolatria de Salomão
era redondo pelo espaldar; e dois
braços, um dum lado, e outro doutro, 11 2Ora o rei Salomão, além da
sustinham o assento; e havia dois 11 filha de Faraó, amou apaixo-
leões junto de cada braço. 20E doze nadamente muitas mulheres estran
leôezinhos postos sobre os seis de geiras: Moabitas, e Amonitas, e Idu-
graus, duma parte e doutra; não se méias, e Sidônias, e Hetéias, 2das na
fêz obra semelhante em nenhum ou ções, das quais o Senhor tinha dito
tro reino (do m undo). aos filhos de Israel: Não tomeis (pa
21Além disto, todos os vasos, por ra vós) as suas mulheres, nem êles
onde bebia o rei Salomão, eram de as vossas; porque elas certissimamen-
ouro; e tôda a baixela da casa do te vos perverterão os vossos cora
bosque do Líbano era de ouro pu ções, para seguirdes os seus ídolos.
ríssimo; não havia prata, nem se fa A estas, pois, se uniu Salomão bom
zia aprêço algum dela no tempo de um amor ardentíssimo. 3E teve se-
Salomão. 22Pois a frota do rei Sa tecentas mulheres, que eram como
lomão ia por mar com a frota de rainhas, e trezentas mulheres secun
Hirão, uma vez cada três anos, a dárias; e as mulheres perverteram-
Tarsis, para trazer dali ouro e pra lhe o coração. 4E, sendo já velho,
ta, e dentes de elefantes, e bugios, o seu coração foi pervertido pelas
e pavões. mulheres, para seguir os deuses a-
lheios, e o seu coração não era per?"
Grandeza e poder de Salomão feito diante do Senhor, seu Deus, co
mo fôra o coração de Davi, seu pai.
230 rei Salomão excedeu, pois, to
dos os reis do mundo em riquezas e 5Salomão prestava culto a Astarte,
sabedoria. 24E tôda a terra desejava deusa dos Sidônios, e a Moloc, ídolo
conhecer de vista a Salomão, para dos Amonitas. °E Salomão fêz o que
ouvir a sabedoria que Deus tinha não era agradável ao Senhor, e não
depositado no seu coração. 25E todos seguiu o Senhor perfeitamente, co
lhe mandavam cada ano presentes, mo o tinha seguido Davi, seu pai.
vasos de prata e de ouro, vestidos, 7Naquele tempo Salomão edificou um
e armas de guerra, e aromas, e ca templo a Camos, ídolo dos Moabi
valos e burros. tas, no monte que está fronteiro a
20E juntou Salomão um grande nú Jerusalém, e (ou tro tem plo) a Mo-
meros de carros e de cavaleiros, e loc, ídolo dos filhos de Amon. 8E
teve mil e quatrocentos carros, e do fêz o mesmo (para agradar) a tô-
ze mil cavaleiros; distribuiu-os pelas das as suas mulheres estrangeiras,
cidades fortificadas, e em Jerusalém que queimavam incenso e sacrifica
junto da sua pessoa. 27E fêz que vam aos seus deuses.
Cap. X I — 3. Salomão, como os outros reis do oriente, pensava que o esplendor da
sua côrte seria, julgado pela riqueza do seu harém.
11 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 385
os meus preceitos e as minhas leis, nham mandado chamar; foi, pois, Je
como Davi, seu pai. 34Eu não lhe roboão e todo o povo de Israel, e
tirarei todo o reino das suas mãos, falaram a Roboão, dizendo: ^ e u pai
mas deixá-lo-ei governar todos os impôs-nos um jugo duríssimo; tu,
dias da sua vida, por causa de D a pois, agora, suaviza alguma coisa a
vi, meu servo, a quem escolhi, o dureza do govêrno de teu pai, e aquê-
qual guardou os meus mandamentos le pesadíssimo jugo que ele nos im
e os meus preceitos. ^Tirarei, porém, pôs, e nós te serviremos. 5Roboão
o reino das mãos de seu filho, e te respondeu-lhes: Ide-vos, e daqui a
darei dez tribos; “ ao seu filho da três dias vinde ter comigo.
rei uma tribo, para gue fique sem E, tendo-se retirado o povo, 6teve
pre a meu servo Davi uma lâmpada o rei Roboão conselho com os an
diante de mim na cidade de Jeru ciãos que Salomão, seu pai, tinha
salém, que eu escolhi, a fim de o meu junto de si, quando vivia, e disse-
nome ser nela reverenciado. 87E eu lhes: Que me aconselhais vós que eu
te tomarei, e tu reinarás sôbre tudo responda a êste povo? 7Êles disseram-
o que a tua alma deseja, e serás rei lhe: Se tu agora obedeceres a êste
em Israel. povo, e cederes, e condescenderes
38Se tu, pois, ouvires tudo o que com a sua petição, e lhe falares com
eu te ordenar, e se andares pelos brandura, êles serão teus servos pa
meus caminhos, e se fizeres o que ra sempre.
é reto diante de mim, guardando as 8Êle, porém, abandonou o conse
minhas leis e os meus preceitos, co lho que lhe tinham dado os anciãos,
mo fêz Davi, meu servo; eu serei con e consultou os jovens que tinham si
tigo, e te edificarei uma casa, que do criados com êle, e que lhe assis
seja estável, como a que edifiquei tiam, 9e disse-lhes: Que me acon
a meu servo Davi, e te entregarei selhais vós que eu responda a êste
Israel; 39e afligirei neste ponto a des povo, que me disse: Suaviza um pou
cendência de Davi, mas não para co o jugo que teu pai impôs sobre
sempre. 40Quis, pois, Salomão matar nós? 10*E disseram-lhe os jovens que
Jeroboão; mas êle retirou-se e fugiu tinham sido criados com êle: Assim
para o Egito, para junto de Sesac, dirás a êste povo que te falou, di
rei do Egito; e ficou no Egito até zendo: Teu pai tornou o nosso jugo
à morte de Salomão. pesadíssimo, tu alivia-nos. Assim
lhes dirás: O meu dedo mínimo é
Morte de Salomão mais grosso do que o costado de
meu pai. 1XE, se meu pai pôs sôbre
410 resto, porém, dos feitos de Sa vós um jugo pesado, eu ainda au
lomão, tudo o que êle fêz, e a sua mentarei o vosso jugo; meu pai
sabedoria, tudo está escrito no livro açoitou-vos com correias, e eu açoi-
dos anais do reinado de Salomão. tar-vos-ei com escorpiões.
420 tempo que Salomão reinou em
Jerusalém sôbre todo o Israel foram 12Voltou, pois, Jeroboão e todo o
quarenta anos. 43E Salomão adorme povo a Roboão, no terceiro dia, con
ceu com seus pais, e foi enterrado forme o rei lhes tinha ordenado, di
na cidade de seu pai Davi, e Ro- zendo: Tornai a vir ter comigo da
boão, seu filho, reinou em seu lu qui a três dias. 13E o rei respondeu
gar. duramente ao povo, desprezando o
conselho que os anciãos lhe tinham
Roboão responde duramente ao povo, dado. 14E falou-lhes conforme o que
que pedia a diminuição dos tributos lhe tinham aconselhado os jovens, di
zendo: Meu pai impôs-vos um jugo
1 0 'Foi, pois, Roboão a Siquém, esado, eu ainda aumentarei o pêso
porque todo o Israel se tinha o vosso jugo; meu pai açoitou-vos
juntado ali para o constituir rei. 2Po- com correias, e eu açoitar-vos-ei com.
rém Jeroboão, filho de Nabat, achan- escorpiões. 15E o rei não deu ouvi
do-se ainda no Egito refugiado da dos ao povo; porque o Senhor tinha
face do rei Salomão, sabida a sua apartado dêle a sua face, para ve
morte, voltou do Egito, 3porque o ti rificar a palavra que tinha dito a Je-
12 - 13 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 38r
16Vendo, pois, o povo que o rei o Jeroboão para consolidar o trono íaz
não queria ouvir, respondeu-lhe, di bezerros de ouro
zendo:
Que parte temos nós com (a fam í - “ E Jeroboão reedificou Siquém sô-
lia de) Davi? ou que herança (ou pro bre o monte de Efraim, e residiu ali;
veito) com o filho de Isai? Vai, pois, e, tendo saído de lá, edificou Fanuel.
ara as tuas tendas, ó Israel; e tu, “ E Jeroboão disse em seu coração:
(descendente de) Davi, trata ago Agora o reino tornará para a casa
ra de tua casa. de Davi, "se êste povo fôr a Jerusa
E Israel retirou-se para as suas ten lém para lá oferecer sacrifícios na
das (e sacudiu o jugo de Roboao). casa do Senhor, e o coração dêste
17Mas Roboão reinou sobre todos os povo voltar-se-á para o seu senhor,
filhos de Israel, que habitavam nas para Roboão, rei de Judá, e êles me
cidades de Judá. matarão, e se voltarão para êle.
180 rei Roboão enviou, pois, Adu- “ E, depois de ter considerado bem,
rão, que era o superintendente dos fêz dois bezerros de ouro, e disse ao
tributos (para apaziguar os ânim os); povo: Não torneis mais a Jerusalém.
e todo o Israel o apedrejou, e êle Eis aqui, ó Israel, os teus deuses, que
morreu. Então o rei Roboão tomou te tiraram da terra do Egito. “ E
a tôda a pressa o seu carro, e fugiu pôs um em Betel, e o outro em Dan;
para Jerusalém. 10E Israel separou- soe isto foi uma ocasião de pecado;
se da casa de Davi, até ao dia de porque o povo ia a Dan para adorar
hoje. 0 bezerro. 31E levantou templos nos
Jeroboão rei de Israel lugares altos, e pôs por sacerdotes
pessoas do povo, que não eram dos
20Ora aconteceu que, tendo ouvido filhos de Levi. 32Ordenou também
todo o Israel que Jeroboão tinha vol um dia de festa no oitavo mês, no
tado, reunidos em cortes, mandaram- dia décimo quinto do mês, à seme
no chamar, e aclamaram-no rei so lhança da solenidade que se celebra
bre todo o Israel; e não houve nin va em Judá. E, subindo ao altar,
guém que seguisse a casa de Davi, fêz o mesmo em Betei, oferecendo sa
senão sòmente a tribo de Judã. crifícios aos bezerros que tinha fa
bricado; e estabeleceu em Betei sa
Roboão é dissuadido de fazer guerra a cerdotes (para os templos) dos luga
Israel 2
1 res altos, que tinha edificado. 33Ao
décimo quinto dia do oitavo mês, que
21Roboão, porém, chegou a Jerusa êle, por seu capricho, tinha feito so
lém, e fêz juntar tôda a casa de Ju- lene, subiu Jeroboão ao altar que ti
dá e a tribo de Benjamim, cento e nha construído em Betei, e fêz uma
oitenta m il homens de guerra, esco solene festa aos filhos de Israel, e
lhidos, a fim de pelejar contra a ca subiu ao altar para queimar incenso.
sa de Israel, e reduzir o reino à o-
bediência de Roboão, filho de Salo Maldição contra o altar de Betei
mão.
22Mas o Senhor dirigiu a sua pala 1 O ^ a s , enquanto Jeroboão esta-
vra a Seméias, homem de Deus, di va sôbre o altar, e lançava o
zendo: 23Fala a Roboão, filho de Sa incenso, eis que um homem de Deus
lomão, rei de Judá, e a tôda a casa foi de judá a Betei por ordem do
de Judá e de Benjamim, e a todo o Senhor. 2E exclamou contra o altar
resto do povo, dizendo: 24Eis o que diz da parte do Senhor e disse: Altar,
o Senhor: Não vos ponhais em cam altar, eis o que diz o Senhor: Na
panha, nem façais guerra contra os casa de Davi nascerá um filho, que
filhos de Israel, que são vossos ir se chamará Josias e êle degolará so
mãos; cada um volte para sua casa, bre ti os sacerdotes dos lugares altos,
porque eu é que fiz isto. Ouviram que agora queimam incenso sôbre tir
388 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 13
o leão não tinha comido o cadáver, para que finges tu ser outra? Ora
nem feito mal ao jumento. “ Pegou, eu fui enviado para te dar uma triste
pois, o profeta no cadáver do homem nova.
de Deus, e pô-lo em cima do seu ju 7Vai, e dize a Jeroboão: Eis o que
mento, e, voltando, levou-o à sua ci diz o Senhor, Deus de Israel: Eu te
dade para o chorar. “ E pôs o cadá elevei do meio do povo, e te constitui
ver no seu sepulcro; e choraram-no chefe do meu povo de Israel; 8e di
dizendo: Ai, ai, meu irmão! 81E, vidi o reino da casa de Davi e o dei
tendo-o pranteado, disse êle a seus fi a ti; mas tu não fôste como meu ser
lhos: Quando eu morrer, sepultai-me vo Davi, que guardou os meus man
no sepulcro em que foi enterrado o damentos, e que me seguiu de todo
homem de Deus; ponde os meus os o seu coração, fazendo o que me era
sos junto dos seus; 32pois com certeza, agradável; °mas fizeste maiores ma
se verificará o que êle predisse da les do que todos quantos têm havido
parte do Senhor contra o altar que antes de ti, e fabricaste para ti deu
está em Betel, e contra todos os tem ses estrangeiros e fundidos, para me
plos dos lugares altos, que existem provocares a ira, e a mim lançaste-
nas cidades da Samaria. me para trás das costas. 10P or isso eu
farei cair males sobre a casa de Je-
Jeroboão persevera no seu roboão, e farei m orrer da casa de Je
endurecimento roboão todo o indivíduo do sexo mas-
“ Depois destas coisas, Jeroboão culino, o encarcerado, e o último em
não se converteu da sua péssima v i Israel; e varrerei os restos da casa
da, antes, ao contrário, dentre os ho de Jeroboão como se costuma varrer
mens do povo fêz sacerdotes dos lu o estêrco, até não ficar rasto. “ Os
gares altos; todo aquêle que queria que morrerem da casa de Jeroboão,
era consagrado e tornava-se sacerdo na cidade serão comidos pelas aves
te dos lugares altos. “ E por esta do céu; porque o Senhor o disse.
causa a casa de Jeroboão pecou, e 12Vai, pois, e torna para tua casa; e,
foi destruída, e extinta da face da ao mesmo tempo que puseres os pés
terra. na cidade, morrerá o menino. 13E
todo o Israel o chorará, e o sepulta
Profecia contra a casa de Jeroboão rá; porque só êste da casa de Jero
IA d a q u e le tempo adoeceu Abia, boão será posto no sepulcro, porque
o Senhor Deus de Israel, entre os da
** filho de Jeroboão. 2E Jero casa de Jeroboão, somente a êle
boão disse a sua mulher: Levanta-te, olhou com agrado.
e muda de traje, para que não co
nheçam que és mulher de Jeroboão; 14Ora o Senhor constituiu para si
e vai a Silo, onde está o profeta um rei sôbre Israel, que arrumará a
Aías, o qual me predisse que eu rei casa de Jeroboão neste dia e neste
naria sobre êste povo. ^ e v a conti tempo; 15e o Senhor Deus ferirá Is
go dez pães, uma torta e um vaso rael, como uma cana costuma ser agi
de mel, e vai ter com êle; porque tada nas águas; e êle arrancará Is
êle te dirá o que tem de acontecer a rael desta excelente terra, que deu
êste menino. 4A mulher de Jeroboão a seus pais, e os sacudirá para além
fêz como êle lhe tinha dito; e, levan- do rio; porque consagraram bosques
tando-se, partiu para Silo, e foi à ca (aos ídolos) para irritarem o Senhor.
sa de Aías. Ora êle não podia ver, 10E o Senhor abandonará Israel, por
porque os seus olhos se tinham es causa dos pecados de Jeroboão, que
curecido por causa da muita idade. pecou e fêz pecar Israel.
50 Senhor, porém, disse a Aías: Eis 17Levantou-se, pois, a mulher de Je
aí vem a mulher de Jeroboão consul roboão, e pôs-se a caminho, e chegou
tar-te sôbre seu filho, que está doen a Tersa; e, quando ela entrava o li
te; tu lhe dirás isto e isto. Tendo miar da porta, morreu o menino; 18e
entrado a mulher de Jeroboão, dissi sepultaram-no. E todo o Israel o
mulando quem era, 6Aías ouviu o ruí chorou, conforme a palavra do Se
do dos seus pés ao entrar pela porta, nhor, que êle tinha proferido pela
e disse: Entra, mulher de Jeroboão; bôca do profeta Aías, seu servo.
390 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 1 4 -1 5
A tua prata e o teu ouro são meus, 15Acab, pois, contou os criados dos
e as tuas mulheres e os teus filhos príncipes das províncias, e achou que
mais gentis, são meus. 4E o rei de Is- eram duzentos e trinta e dois; e de-
rael respondeu: Como tu dizes, ó rei Pois dêles contou o povo de todos os
meu senhor, eu sou teu, e tôda'3 as filhos de Israel, e achou que (os ap
minhas coisas. 5E, voltando os men tos para com bater) eram sete mil.
sageiros disseram: Eis o que diz Be- 16E saíram ao meio-dia. Benadad, po
nadad, que nos enviou a ti: Tu me rém, já embriagado, estava bebendo
hás de dar a tua prata e o teu ouro, na sua tenda, e com êle os trinta
e as tuas mulheres e os teus filhos. e dois reis, que tinham ido em seu
•Amanhã, pois, a esta mesma hora, socorro. 17E os criados dos príncipes
te enviarei os meus servos, os quais das províncias marchavam na primei
revistarão a tua casa e a casa dos ra linha. E Benadad mandou espias.
teus servos; e êles tomarão com as E êstes foram-lhe dizer: São homens
suas mãos tudo o que lhes aprou- que saíram de Samaria. ME êle dis
ver, e o levarão. se: ou êles venham tratar de paz, ou
7Chamou, pois, o rei de Israel to venham para pelejar, prendei-os v i
dos os anciãos do povo, e disse: Con vos.
siderai e vêde que êle nos arma al 19Avançaram, pois, os criados dos
gum laço, porque me mandou men príncipes das províncias, e o resto do
sageiros a pedir minhas mulheres e exército os seguia; “ e cada um dê
filhos, e a prata e o ouro, e eu não les matou os que se lhe puseram
recusei. 8E todos os anciãos e todo diante; e logo os Sírios fugiram, e
o povo lhe responderam: Não lhe dês Israel perseguiu-os. Benadad, rei da
ouvidos, nem condescendas com êle. Síria, também fugiu a cavalo com os
9Acab, portanto, respondeu aos em seus cavaleiros. “ E o rei de Israel,
baixadores de Benadad: Dizei ao rei, tendo também saído, matou os cava
meu senhor: Farei tôdas as coisas los, e destruiu as carroças, fazendo
que me mandaste pedir no princí um grande estrago nos Sírios.
pio a mim, teu servo, mas esta (u l
tim a) coisa não a posso fazer. 10E, Outra vitória de Acab sóbre Benadad
voltando os mensageiros, referiram a “ Indo, pois, um profeta ter com o
resposta a Benadad. Então êle tor- rei de Israel, disse-lhe: Vai, e cobra
nou-os a enviar, e disse: Os deuses ânimo, e considera e vê o que tens
me tratem com a maior severidade, para fazer, porque no ano próximo o
se o pó de Samaria bastar para en rei da Síria voltará contra ti. “ Os
cher os punhados de todo o povo que servos, porém, do rei da Síria disse-
me segue. 11E o rei de Israel, respon ram-lhe: Os deuses dos montes são
dendo, disse: Dizei-lhe que não can seus deuses, e por isso êles nos ven
te vitória antes da batalha. ceram; mas é melhor que pelejemos
12Ora sucedeu que, quando Benadad com êles em campo raso, e vencê-los-
ouviu esta resposta, estava bebendo -emos. 24Tu, pois, faze isto: Aparta do
nas suas tendas com os reis, e disse exército todos os reis, e põe em seu
aos seus servos: Cercai a cidade. E lugar os primeiros oficiais; “ e resta
êles cercaram-na. belece o número dos soldados que
13E eis que, apresentando-se um morreram, e os cavalos conforme
profeta a Acab, rei de Israel, lhe dis eram antes, e as carroças segundo o
se: Eis o que diz o Senhor: Viste tô- número das que tinham antes; e nós
da esta inumerável multidão? Pois pelejaremos contra êles em campo ra-
eu te declaro que hoje ta entrega so, e tu verás que os desbaratare
rei nas tuas mãos, para que tu sai mos. Êle creu no seu conselho, e as
bas que eu sou o Senhor. 14E Acab sim fêz.
disse:. P or meio de quem? E êle res “ Portanto, tendo passado um ano,
pondeu-lhe: Eis o que diz o Senhor: fêz Benadad o recenseamento dos Si-
Por meio dos criados a pé dos prín rios, e foi a Afec, para combater con
cipes das províncias. E Acab disse: tra Israel. ” E foi feito também o
Quem começará a pelejar? E o pro recenseamento dos filhos de Israel e,
feta disse-lhe: Tu. providos de víveres, marcharam con
398 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 20 - 21
Jezabel manda apedrejar Nabot jado e morrera, foi dizer a Acab: Vai,
e torna-te senhor da vinha de Nabot
5Jezabel, sua mulher, foi ter com de Jezrael, que te não quis fazer a
êle e disse-lhe: Que é isto? Donde vontade, nem dar-ta, recebendo di
te vem esta tristeza? E por que não nheiro; porque Nabot já não vive,
comes? °Êle respondeu-lhe: Falei a mas morreu. 10Acab, tendo ouvido di
Nabot de Jezrael, e disse-lhe: Dá-m e zer que Nabot tinha morrido, levan
a tua vinha, recebendo o dinheiro; tou-se e ia para a vinha de Nabot
ou, se te faz mais conta, dar-te-ei por de Jezrael, a fim de se apossar dela.
ela outra vinha melhor. E êle res- “ Mas o Senhor dirigiu a sua pala
pondeu-me: Eu não te darei a mi vra a Elias Tesbita, dizendo: ^Le
nha vinh a. vanta-te, e sai ao encontro de Acab,
7Disse-lhe então Jezabel, sua mu rei de Israel, que está em Samaria;
lher: Tens uma grande autoridade, e eis que êle vai à vinha de Nabot, pa
governas bem o reino de Israel. L e ra tomar posse dela. 19E tu lhe fa
vante-te, e come, e sossega o teu es larás, dizendo: Eis o que diz o Se
pírito; eu te darei a vinha de Nabot nhor: Mataste-o e, além disso, tomas
de Jezrael. 8Escreveu ela, pois, uma te posse ( da vinha do assassinado).
carta em nome de Acab, e selou-a E depois acrescentarás: Isto diz o
com o sêlo do rei, e enviou-a aos an
Senhor: Neste lugar, em que os cães
ciãos e aos principais, que havia na
cidade de Nabot, e habitavam com lamberam o sangue de Nabot, lam
êle. °E o assunto da carta era êste: berão êles também o teu sangue.
Promulgai um jejum, e fazei sentar 20E Acab disse a Elias: Porventu
Nabot entrè os primeiros do povo, 10e ra tens-me por teu inimigo (para que
subornai contra êle dois homens, fi assim profetizes contra m im ) ? Elias
lhos de Belial, que profiram contra respondeu-lhe: Sim, tenho-te por tal,
êle êste falso testemunho: Nabot porque te vendeste, para fazeres o
blasfemou contra Deus e contra o mal aos olhos do Senhor. 21Eis, farei
rei; depois, levai-o fora da cidade, e eu cair o mal sobre ti, e arrancarei
apedrejai-o, e assim morra. a tua posteridade, e matarei todos os
“ Os seus concidadãos portanto, os indivíduos do sexo masculino da ca-
anciãos e os que viviam com êle na sa de Acab, o encarcerado e o úl
cidade, fizeram como Jezabel lhes ti timo filho de Israel. 22E tornarei a
nha mandado e como estava escrito tua casa como a casa de Jeroboão,
na carta que ela lhes enviara. 12P ro- filho de Nabat, e como a casa de
mulgaram o jejum, e fizeram sentar Baasa, filho de Aia; porque procedes
Nabot entre os primeiros do povo. te de modo que me provocaste à ira,
13E, tendo mandado vir dois, homens, e fizeste pecar Israel. 23E o Senhor
filhos do demônio, fizeram-nos sen falou também de Jezabel, dizendo:
tar defronte dêle; e êles, como ho Os cães comerão Jezabel no campo
mens diabólicos, deram testemunho de Jezrael. 24Se Acab morrer na ci
ccnL.* Nabot, diante do povo, dizen dade, comê-lo-ão os cães, mas, se
do: Nabot blasfemou contra Deus e morrer no campo, comê-lo-ão as aves
contra o rei. Em virtude dêste tes do céu.
temunho (falso), conduziram-no fo “Não houve, pois, outro semelhan
ra da cidade, e mataram-no a pe te a Acab, que se vendeu para fazer
dradas. 14E mandaram dizer a Je o mal aos olhos do Senhor, porque
zabel: Nabot foi apedrejado e mor Jezabel, sua mulher, o incitou. 26E
reu. êle tornou-se tão abominável, que se
guia os ídolos dos Amorreus, que o
Profecia de Elias contra Acab Senhor tinha exterminado da face
e Jezabel dos filhos de Israel.
15Sucedeu, pois, que, tendo Jezabel Penitência de Acab
ouvido dizer que Nabot fôra apedre 27Mas, tendo Acab ouvido estas pa-
Cap. X X I — 9. Promulgai um jejum , em sinal de luto e de penitência, como para ex
piar um grande delito cometido por um dos habitantes da cidade, e para obter as lu
zes de Deus sôbre o que se deve fazer ao culpado.
400 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 21 - 22
esquerda; “ e o Senhor disse: Quem êle era o rei de Israel, e com todo
enganará Acab, rei de Israel, para o ímpeto, pelejavam contra êle. E
ue êle marche e pereça em Ramot Josafat soltou um grito. “ E os ca
e Galaad? E um disse uma coisa, pitães das carroças conheceram que
e outro outra. “ Mas o espírito ma não era o rei de Israel, e cessaram
ligno adiantou-se, e apresentou-se de o investir.
diante do Senhor, e disse: Eu o en 31Um homem, porém, entesou o seu
ganarei. E o Senhor disse-lhe: De arco, apontando a seta à ventura, e,
que modo? 22E êle respondeu: Irei por acaso, feriu o rei de Israel en
e serei um espírito mentiroso na bo tre o pulmão e o estômago. E êle
ca de todos os seus profetas. E o Se disse ao seu cocheiro: Toma a volta,
nhor disse: Tu o enganarás e pre e tira-me do exército, porque estou
valecerás; sai e faze assim, (eu to gravemente ferido. “ Deu-se, pois, a
p e rm ito ). “ Eis, pois, agora o Se batalha naquele dia, e o rei de Israel
nhor pôs um espírito de mentira na estava na sua carroça voltado para
boca de todos os teus profetas que os Sírios, e morreu de tarde; e o
aqui estão, e o Senhor pronunciou sangue corria da ferida sôbre tôda
o mal contra ti. a carroça. ME, antes que o sol se
“ Aproximou-se, pois, Sedecias, fi usesse, tocou um pregoeiro a trom-
lho de Canaana, e deu uma bofetada eta por todo o exército, dizendo:
em Miquéias, e disse: Portanto, o Cada um volte para a sua cidade
espírito do Senhor deixou-me a mim, e para a sua terra. 37Morreu, pois,
e falou-te a ti? “ E Miquéias disse: o rei, e foi levado a Samaria; e en
Tu o verás naquele dia, quando fores terraram o rei em Samaria; “ e la
de câmara em câmara para te escon varam a sua .carroça na piscina de
deres. “ E o rei de Israel disse: T o Samaria; e os cães lamberam o seu
mai Miquéias, e fique em poder de sangue, e lavaram as rédeas, con
Amon, governador da cidade, e de forme a palavra que o Senhor tinha
Joás, filho de Amelec; 27e dizei-lhes: pronunciado.
Eis o que o rei ordena: Metei êste “ O resto das ações de Acab, e tu
homem na cadeia, e sustentai-o com do o que êle fêz, a casa de mar
pão de tribulação, e água de angús fim que fabricou, e tôdas as cidades
tia, até que eu volte em paz. “ E M i que fundou, não estão escritas no li
quéias disse: Se tu voltares em paz, vro dos anais dos reis de Israel?
não falou o Senhor por m im . E "Dormiu, pois, Acab com seus pais,
acrescentou: Ouvi, povos todos. e reinou em seu lugar Ocozias, seu
filho.
Vitória dos Sírios e morte de Acab Josafat, rei de Judá
29Com isto marchou o rei de Israel 41E Josafat, filho de Asa, tinha co
e Josafat, rei de Judá, contra Ramot meçado a reinar sôbre Judá no quar
de Galaad. "E o rei de Israel disse to ano de Acab, rei de Israel. " T i
a Josafat, rei de Judá: Toma as ar nha trinta e cinco anos quando co
mas, e entra no combate, e veste os meçou a reinar, e reinou vinte e cin
teus vestidos. Mas o rei de Israel co anos em Jerusalém; sua mãe cha-
mudou de trajo, e entrou (disfarça mava-se Azuba, filha de Salai. 43E
do) na batalha. andou em todos os caminhos de Asa,
slO rei da Síria, porém, tinha or seu pai, e não se desviou dêles; e
denado aos trinta e dois capitães das fêz o que era reto diante do Se
suas carroças, dizendo: Não peleja nhor. 44Não destruiu contudo os lu
reis contra algum pequeno ou gran gares altos; porque o povo ainda sa
de, mas somente contra o rei de Is crificava e queimava incenso nos lu
rael. 82Os capitães das carroças, pois, gares altos. 45E Josafat teve paz com
tendo visto Josafat, imaginaram que o rei de Israel.
piritos celestes podem servir para a falsidade ou engano, mas sòmente o espírito m au;
segundo, que Deus conhecia o engano de que o demônio se serviria, porém', permitia-o
para castigo de A c a b ; terceiro, que Deus, querendo castigar aquêle rei ímpio, permitiu
que êle consultasse os magos e lhes desse crédito.
402 TERCEIRO LIVRO DOS REIS 22
40O resto das ações de Josafat, e êles na cidade de Davi, seu pai; e
os seus feitos, e as suas guerras, não Jorão, seu filho, reinou em seu lu
estão tôdas escritas no livro dos anais gar.
dos reis de Judâ? 47Exterminou tam
bém da terra os restos dos efemina Ocozias, rei de Israel
dos, que tinham ficado do tempo de
seu pai Asa. “ Ocozias, porém, filho*de Acab, co
" E não havia então rei estabele meçou a reinar sobre Israel em Sa-
cido em Edom. 49E o rei Josafat ti maria, no ano dezessete de Josafat,
nha preparado frotas no mar, que rei de Judã, e reinou sôbre Israel
navegassem para Ofir, por causa do dois anos. “ E praticou o mal dian
ouro; mas não puderam ir, porque te do Senhor, e andou no caminho
os navios naufragaram em Asionga- de seu pai e de sua mãe, e no ca
ber. “ Então disse Ocozias, filho de minho de Jeroboão, filho de Nabat,
Acab, a Josafat: Vão os meus servos que tinha feito pecar Israel. “ Ser
embarcados com os teus. Mas Jo viu também Baal, e o adorou, e ir
safat não quis. 51E Josafat dormiu ritou o Senhor Deus de Israel, con
com seus pais, e foi sepultado com forme tudo o que seu pai tinha feito.
QUARTO LIVRO DOS REIS
Ocozias manda consultar Belzebu O rei manda prender Elias
dizendo: Desce com êle, não temas. tas os seguiram, e pararam defron
Levantou-$e, pois, e desceu com ês- te dêles, ao longe, e êles ambos pu-
te capitão a ir ter com o rei, 16e dis seram-se à borda do Jordão. 8E E-
se-lhe: Eis o que diz o Senhor: P or lias tomou a sua capa, e dobrou-a, e
que enviaste mensageiros a consul feriu as águar, as quais se dividiram
tar Belzebu, deus de Acaron, como ara as duas bandas, e passaram am
se não houvesse um Deus em Israel, os a pé enxuto.
que tu pudesses consultar, por isso tu °E, tendo passado, disse Elias a E-
não te levantarás da cama em que liseu: Pede-me o que queres que eu
jazes, mas certlssimamente m orre te alcance, antes que eu seja arreba
rás. tado de ti. E Eliseu respondeu: P e
ço que seja duplicado em mim o teu
Morte de Ocozias espírito, 10Elias respondeu: D ifi
17Morreu, pois, Ocozias, conforme cultosa coisa pediste; todavia, se tu
a palavra do Senhor, que Elias pro me vires quando me arrebatarem de
ti, (isto é sinal de que) terás o que
nunciou, e em seu lugar reinou Jo- pediste; mas, se não me vires, não o
rão, seu irmão, no segundo ano de terás.
Jorão, filho de Josafat, rei de Ju-
dá; porque Ocozias não tinha filhos. Elias é arrebatado ao céu
18Quanto ao resto das ações de Oco-
zias, não estão elas escritas no li- ” E, continuando o seu caminho, e
vro dos anais dos reis de Israel? caminhando a conversar entre si, eis
ue um carro de fogo e uns cavalos
E lias vai com Eliseu ao outro lado do e fogo os separaram um do outro;
Jordão e Elias subiu ao céu no meio dum re
moinho. 12E Eliseu o via e clama
2 7Ora aconteceu que, quando o va: Meu pai, meu pai, carro de Israel
** Senhor quis arrebatar Elias ao e seu condutor. E não o viu mais;
céu num remoinho (de fog o), Elias e tomou os seus vestidos, e rasgou-
e Eliseu partiram de Gálgala. 2E E- os em duas partes (e m sinal de dor) .
lias disse a Eliseu: Fica aqui, porque
o Senhor me mandou a BeteL Eli- Primeiros milagres de Eliseu
seu respondeu-lhe: V iva o Senhor e
viva a tua alma, eu não te deixarei. 13E levantou do chão a capa que
E, indo para Betel, 3saíram os filhos Elias lhe tinha deixado cair; e, vol
dos profetas, çue estavam em Betel, tando, parou à borda do Jordão, 14e,
a receber Eliseu, e disseram-lhe: pegando na capa que Elias lhe ti
Porventura sabes tu que o Senhor nha deixado cair, feriu as águas e
te há de levar hoje o teu amo? Êle elas não se dividiram; e disse: on
respondeu: Eu também o sei; calai- de está agora o Deus de Elias? E
vos. feriu as águas (novam ente), e elas
4Disse, pois, Elias a Eliseu: Fica dividiram-se para uma e para outra
aqui, porque o Senhor me mandou parte, e Eliseu passou.
a Jericó. E êle respondeu: Viva o 15Vendo isto, os filhos dos profe
Senhor, e viva a tua alma, eu não te tas, que estavam em Jericó, na mar
deixarei. E, tendo chegado a Je- gem oposta, disseram: O espirito de
ricó, “foram os filhos dos profetas, Elias repousou sôbre Eliseu. E, in
que estavam em Jericó, ter com Eli- do sair-lhe ao encontro, prostraram-
seu, e disseram-lhe: Porventura sa se por terra a seus pés com profun
bes tu que o Senhor te há de tirar do respeito, 10e disseram-lhe: Sabe
hoje o teu amo? E êle disse-lhes: que entre os teus servos há cinqüen
Eu também o sei; calai-vos. «Disse- ta homens fortes, que podem ir bus
lhe novamente Elias: Fica aqui, por- car o teu amo, porque talvez o es
ue o Senhor me mandou até o Jor pirito do Senhor o levasse e atirasse
ão. E êle respondeu: Viva o Se com êle para algum monte, ou paia
nhor, e viva a tua alma, eu não te algum vale. Eliseu respondeu: Não
deixarei. Foram, pois, ambos jun mandeis. 17Êles, porém constrange
tos, 7e cinqüenta dos filhos dos profe ram-no, até que condescendeu, e dis
2 - 3 QUARTO LIVRO DOS REIS 405.
se: Mandai. Mandaram, pois, cin- 7E mandou dizer a Josafat, rei de
qüenta homens, os quais, tendo-o bus Judá: O rei de Moab sublevou-se
cado durante três dias, não o encon contra mim; vem comigo pelejar
traram. 18E voltaram para Eliseu; contra êle. Josafat respondeu: Eu
e êle estava em Jericó, e disse-lhes: irei; o que é meu, é teu, o meu povo
Não vos disse eu: Não mandeis? é o teu povo, e os meus cavalos são
19Disserarn também a Eliseu os ha teus. 8E disse: P or que caminho ire
bitantes desta cidade: A habitação mos? E Jorão respondeu: Pelo de
desta cidade é muito boa como tu serto de Iduméia. 9Marcharam, pois,
mesmo, senhor, vês; mas as águas o rei de Israel, o rei de Judá e o
são péssimas, e a terra estéril. "E rei de Edom, e fizeram um giro de
êle respondeu: Trazei-me um vaso sete dias de marcha, e não havia
novo, e deitai-lhe sal. Tendo-lhe água para o exército, nem para os
trazido, “ saiu êle à fonte das águas, animais que os seguiam.
e deitou o sal nela, e disse: Eis o 10E o rei de Israel disse: Ai, ai, ai!
que diz o Senhor: Eu sarei estas â- O Senhor nos juntou, três reis para
guas, e elas não causarão mais nem nos entregar nas mãos de Moab. nE
morte, nem esterilidade, t o r n a Josafat disse: Aqui não há nenhum
ram-se, pois, sadias aquelas águas profeta do Senhor, para implorarmos
até ao dia de hoje, conforme a pa por meio dêle o Senhor? E um dos
lavra que Eliseu disse. “ E dali foi servos do rei de Israel respondeu:
para Betel; e indo pelo caminho, uns Está aqui Eliseu, filho de SaIat, que
rapazes pequenos, saíram da cidade, lançava água sôbre as mãos de Elias
e zombavam dêle, dizendo: Sobe, ó (isto é, servia-o). 12E Josafat disse:
calvo, sobe, ó calvo. 24Eliseu, viran- A palavra do Senhor está nêle. E
do-se para êles, olhou-os e amaldi- foram ter com êle o rei de Israel e
çoou-os em nome do Senhor; e saí Josafat, rei de Judá, e o rei de Edom.
ram dois ursos do bosque e despeda 13E Eliseu disse ao rei de Israel: Que
çaram quarenta e dois daqueles rapa tenho eu contigo? Vai ter com os
zes. “ E dali retirou-se para o mon rofetas de teu pai e de tua mãe.
te Carmelo, e de lá voltou para Sa- Ê ! o rei de Israel disse-lhe: P or que
maria. juntou o Senhor êstes três reis para
os entregar nas mãos de Moab? 14E
Jorão, rei de Israel Eliseu respondeu-lhe: V iva o Senhor
dos exércitos, em cuja presença es
O Jorão, filho de Acab, reinou tou, que se não fôsse por respeitar
sobre Israel em Sarnaria, no dé a pessoa de Josafat, rei de Juaá, eu
cimo oitavo ano de Josafat, rei de sem dúvida te não atendería nem
Judá. E reinou doze anos. 2E prati (sequer) poria em ti os olhos. “ Mas
cou o mal diante do Senhor, mas não agora trazei-me um tocador de harpa.
tanto como seu pai e sua mãe, por
que tirou as estatuas de Baal, que E, enquanto êste cantava ao som
seu pai tinha feito. 8Perseverou to da harpa, foi a mão do Senhor sôbre
davia sempre nos pecados de Jero- Eliseu, e disse: 16Eis o que diz o Se
boão, filho de Nabat, que fêz pecar nhor: Cavai várias fossas no leito
Israel, e não se apartou dêles. desta torrente; "porque eis o que
diz o Senhor: Vós não vereis vento
Expedição contra os Moabitas nem chuva, mas êste leito se encherá
de água, e bebereis vós e os vossos
4Ora Mesa, rei de Moab, sustenta servos, e os vossos animais. 18E isto
va muitos gados, e pagava ao rei de é pouco aos olhos do Senhor; além
Israel cem mil cordeiros e cem mil disso êle entregará também Moab nas
carneiros com os seus velos. “Po vossas mãos. 19E vós destruireis tô-
rém, depois da morte de Acab, que das as cidades fortes, e tôdas as pra
brou a aliança que tinha feito com ças mais importantes, e cortareis
o rei de Israel. °Por isso o rei Jo pelo pé tôdas as árvores frutíferas,
rão saiu naquele dia de Samaria, e e tapareis tôdas as fontes de água,
fêz o recenseamento de todo o Is e cobrireis de pedras todos os cam
rael. pos mais férteis.
406 OUARTO LIVRO DOS REIS 3 - 4
^Sucedeu, pois, pela manhã, guan deu: Eu, tua serva, não tenho em
do se costuma oferecer o sacrifício, minha casa outra coisa, senão um
ue as águas desceram pelo caminho pouco de azeite para me ungir.
e Edom, e a terra se encheu de â- 3Disse-lhe Eliseu: Vai, pede em
gua. prestadas às tuas vizinhas bastantes
210 r a todos os Moabitas, sabendo vasilhas vazias. 4Depois entra, e fe
que aquêles reis tinham ido para pe cha a tua porta, quando estiveres
lejar contra êles, convocaram todos dentro tu e teus filhos; e deita do
os que pegavam em armas, e espera azeite em tôdas estas vasilhas; e, es
ram-nos nas fronteiras. 22E, levan- tando cheias, as porás à parte. “Foi,
tando-se ao romper da manhã, e pois, a mulher, e fechou a porta sô
raiando já o sol sôbre as águas, os bre si e sôbre, seus filhos; os filhos
Moabitas viram diante de si as á- chegavam-lhe as vasilhas, e ela as
guas vermelhas como sangue, “e dis enchia. 6Cheias que foram as vasi
seram: Ê sangue derramado pela lhas, disse ela a um de seus filhos:
espada; os reis pelejaram entre si, e Chega-me, cá ainda alguma outra va
de parte a parte se mataram; m ar silha. E êle respondeu-lhe: N ão te
cha agora, o Moab, à prêsa. nho mais. E o azeite cessou (de se
multiplicar). 7Foi, pois, ela, e refe
Derrota dos Moabitas riu tudo ao homem de Deus. E êle
24E foram ao campo de Israel, mas disse: Vai, vende o azeite, e paga ao
os Israelitas, levantando-se, bateram teu credor; e tu e teus filhos, vivei
os Moabitas;* e êstes fugiram à sua do resto.
vista. Os vencedores foram em seu
alcance, e destroçaram os Moabitas, Anuncia o nascimento dum filho a um a
” e destruíram as cidades, e encheram Sunamites
todos os campos, os mais férteis, de 8Aconteceu também que Eliseu, um
pedras, que cada um lançou, e en dia, passava por Sunarn, e havia ali
tupiram tôdas as fontes de água, e urna mulher rica, a qual o deteve
cortaram tôdas as árvores frutíferas, para tomar alimento; e, como êle
de modo que ficaram só em pé os passava freqüentemente por ali, ia
muros feitos de barro; e a cidade foi pousar em sua casa, para tomar a
cercada pelos fundibulários, e em sua refeição. °E ela disse ao seu
grande parte ficou demolida. marido: Tenho observado que êste
26Vendo o rei de Moab que os ini- homem, que passa tantas vezes por
migos prevaleciam, tomou consigo se nossa casa, é um santo homem de
tecentos homens de guerra, que in Deus. 10Façamos-lhe, pois, um pe
vestissem contra o rei de Edom, mas queno quarto, e ponhamos-lhe nêle u -
êles não puderam. 27E, pegando em ma cama, e uma mesa, e uma ca
seu filho primogênito, que havia de deira, e um candeeiro, para que*
reinar depois dêle, ofereceu-o em uando vier à nossa casa, se acomo-
holocausto sôbre a muralha, e houve e ali.
uma grande indignação em Israel, e “Aconteceu pois que, um dia, foi
logo Tos Israelitas) se retiraram da e alojou-se no quarto, e descansou
li, e voltaram para o seu país. nêle. 12E disse a Giezi, seu criado:
M ilagres de Eliseu: multiplica o azeite Chama esta Sunamites. E, tendo-a
duma viúva êle chamado, e estando ela em pé
diante dêle, 13disse ao seu criado:
A 7Ora uma mulher dentre as mu Dize-lhe: T u tens-nos tratado com
lheres dos profetas gritou a E - todo o desvêlo, que queres que eu
liseu, dizendo: Meu marido, teu ser te faça? Porventura tens algum ne
vo, morreu, e tu sabes que teu ser gócio, e queres que fale ao rei ou
vo era temente ao Senhor; e agora ao general dos seus exércitos? E la
eis que vem o credor levar-me os respondeu: E u habito (em paz) no
meus dois filhos para os fazer seus melo do meu povo (por isso nao te
escravos. 2Eliseu disse-lhe: Que que nho necessidade de recomendações)*.
res que eu te faça? Dize-me, que 14E (Eliseu) disse: Que quer, pois,,
tens em tua casa? E ela respon que eu lhe faça? E Giezi respon
4 QUARTo LIVRO DOS REIS 407
deu: É escusado perguntar-lho, por- lho, meu senhor? Não te disse eu:
ue ela não tem filhos, e seu marido Não me enganes?
já velho. 15Mandou, pois, que a “ E Eliseu disse a Giezi: Cinge os
chamasse; e, tendo sido chamada, e teus rins, e toma o meu bordão na
tendo-se pôsto diante da porta, mão, e parte. Se encontrares al-
19(Eliseu) disse-lhes: (N o próxim o a- guém, não o saúdes; e, se alguém
n o), neste tempo e nesta mesma ho te saudar, não lhe respondas, e porás
ra, se Deus te conservar com vida, o meu bordão sôbre o rosto do me
terás um filho no teu ventre. E ela nino. 30Mas a mãe do menino disse:
respondeu: Não queiras, ó meu se Viva o Senhor, e viva a tua alma,
nhor, ó homem de Deus, não queiras, eu não irei sem ti. Partiu êle, pois,
peço-te, enganar a tua escrava. 17Mas e seguiu-a. 31Ora Giezi tinha ido
a mulher concebeu, e deu à luz um adiante dêles, e tinha posto o bordão
filho no mesmo tempo e à mesma de Eliseu sôbre o rosto do menino,
hora que Eliseu lhe dissera. mas êle não tinha nem fala, nem
sentidos; e voltou a encontrar-se com
O filho da Sunamites morre e êle êle, e lho noticiou dizendo: O menino
ressuscita-o não ressuscitou.
18E o menino cresceu. E, tendo 32Entrou, pois, Eliseu na casa, e o
ido um dia ter com seu pai, que es menino estava morto em cima da sua
tava com os ceifeiros, 19disse a seu cama; 33e, tendo entrado, cerrou a
orta sôbre si e sôbre o menino, e
pai: Dói-me a cabeça, dói-me a ca
beça. E o pai disse a um servo: T o-
E?z oração ao Senhor. 34E subiu (à
ma-o, e leva-o a sua mãe. “ E, ten cama), e deitou-se sôbre o menino,
do o servo pegado nêle e levado a e pôs a sua bôca sôbre a boca dê-
sua mãe, ela po-lo sôbre os seus joe le e os seus olhos sôbre os olhos
lhos, até ao meio-dia, e êle morreu. dêle e as suas mãos sôbre as mãos
21É ela subiu, e pôs o menino em dêle; e encurvou-se sôbre êle, e a
cima da cama do homem de Deus, e carne do menino aqueceu-se. “ De
fechou a porta, e, tendo saído, 22cha- pois, descendo (do le ito ), deu duas
mou o seu marido, e disse-lhe: Man voltas pela casa, e subiu (outra vez)
da comigo, te peço, um dos servos e estendeu-se sôbre êle; e o menino
e uma jumenta, para eu ir com pres bocejou sete vêzes, e abriu os olhos.
sa ter com o homem de Deus, e vol “ Então êle chamou Giezi, e disse-
tarei (sem demora). 23E êle disse- lhe: Chama essa Sunamites. E ela,
lhe: Por que vais ter com êle? H o sendo chamada, entrou no quarto
je não são Calendas, nem Sábado. onde êle estava. E (Eliseu) disse-
Ela respondeu: Deixa-me ir. 24E lhe: Toma o teu filho. 37E ela foi e
mandou aparelhar a jumenta, e orde lançou-se a seus pés e prostrou-se
nou ao servo: Conduze-me, e apres- por terra, e tomou seu filho, e saiu.
sa-te, não me demores no caminho;
e faze o que te ordeno. Tira o amarffor a ervas silvestres
“ Partiu, pois, e foi ter com o ho “ E Eliseu voltou para Gálgala. Ora
mem de Deus ao monte Carmelo; e neste país havia fome, e os filhos
o homem de Deus, tendo-a visto vir dos profetas habitavam com êle; e
para êle, disse para o seu criado disse a um dos seus criados: Pega
Giezi: Eis aí vem aquela Sunamites. numa panela grande, e faze de co
26Vai, pois, recebê-la, e dize-lhe: Pas mer para os filhos dos profetas. 30E
sais bem tu, e o teu marido, e o teu um dêles saiu ao campo para apa
filho? E ela respondeu: Muito bem. nhar umas ervas silvestres, e encon
27E, tendo ido ter com o homem de trou uma como parra silvestre, e
Deus ao monte, abraçou os seus pés, colheu dela coloquíntidas do campo, e
e Giezi aproximou-se para a retirar. encheu a sua capa, e, tendo voltado,
Mas o homem de Deus disse-lhe: cortou-as em pedaços dentro da pa
Deixa-a, porque a sua alma está em nela do caldo, porque não conhecia
amargura, e o Senhor rno encobriu, o que era. 40Deram, pois, delas aos
e não mo manifestou. “ Ela disse- companheiros para comerem; e, ten
lhe: Porventura pedi-te eu algum fi do provado do cozido, gritaram, di
408 LIVRO QUARTO DOS REIS 4 - 5
êles Eliacim, filho de Helcias, rnordo- nha mão. “ Nem vos inspire confian
mo-mor da casa do rei, e Sobna, o ça no Senhor, dizendo: O Senhor infa
secretário e Joaé, filho de Asaf, o livelmente nos livrará, e esta cida
arquivista. de não será entregue na-mão do rei
19E Rabsaces disse-lhes: Dizei a E- dos Assírios. 31Não queirais ouvir E-
zequias: Eis o que diz o grande rei, zequias, porque eis o que diz o rei
o rei dòs Assírios: Que confiança é dos Assírios: Tratai comigo o que
esta, em que tu te estribas? 20Por- vos é útil, e vinde para mim, e cada
ventura tomaste a resolução de te um de vós comerá da sua vinha e
preparares para a batalha? Em que da sua figueira, e bebereis as águas
confias, para ousares resistir-me? das vossas cisternas, 32até que eu vá,
21Esperas porventura no Egito, que e vos transfira para uma terra se
é um bordão de cana rachada, sôbre melhante à vossa terra, para uma ter
o qual se o homem se firmar, que- ra frutífera e fértil de vinho, terra
brando-se, se lhe meterá pela mão, de pão e de vinhas, terra de olivais
e a transpassará? Assim é Faraó, e de azeite e de mel, e vivereis (em
rei do Egito, para todos os que con paz) e não morrereis. Não queirais
fiam nêle. dar ouvidos a Ezequias, que vos en
“ Se vós me disserdes: Nós temos a gana dizendo: O Senhor nos livrará.
nossa confiança no Senhor nosso ^Porventura os deuses das gentes li
Deus; não é êle o mesmo cujos alta bertaram as suas terras da mão do
res e lugares altos Ezequias destruiu, rei dos Assírios? 34Que é feito do
dando a Judá e a Jerusalém esta or deus de Emat, e do deus de A rfat?
dem: Vós adorareis só diante dêste Que é feito do deus de Sefarvaim, e
altar em Jerusalém? 23Marchai, pois, de Ana, e de A va? Porventura livra
agora, contra o rei dos Assírios, meu ram êles da minha mão a Samaria?
amo, e eu vos darei dois mil cavalos; 35Quais são, entre todos os deuses das
e vêde se podeis encontrar homens terras, os que livraram da minha
para montar nêles. 24E como pode mão o seu próprio país,Vpara que o
reis vós resistir diante dum só sátra- Senhor possa livrar Jesuralém da
pa dos últimos servos de meu se minha mão?
nhor? Porventura tens confiança 36E o povo calou-se, e não lhe res
no Egito, por causa das carroças e pondeu uma só palavra; porque ti
cavaleiros? “ Porventura foi sem a nham recebido ordem do rei para que
vontade de Deus que eu vim a êste não lhe respondessem. 37E Eliacim,
lugar para o destruir? O Senhor filho de Elcias, mordomo-mor, e
disse-me: Entra nessa terra, e arra- Sobna, o secretário, e Joaé, filho de
sa-a. Asaf, o arquivista, foram ter com E-
“ Mas Eliacim, filho de Helcias, e zequias, rasgados os seus vestidos, e
Sobna e Joaé disseram a Rabsaces: referiram-lhe as palavras de Rabsa
Nós te suplicamos que fales a teus ces.
servos, em siríaco, porque entende Ezequias manda consultar Isaías
mos esta língua, e não nos fales em
hebraico, ouvindo o povo que está 1 Q aO rei Ezequias, tendo ouvido
sôbre o muro. ^ 27Mas Rabsaces res- 1u isto, rasgou os seus vestidos, e
pondeu-lhe, dizendo: O meu senhor cobriu-se de saco, e entrou na casa
mandou-me porventura dizer estas do Senhor. 2E mandou Eliacim, mor-
coisas ao teu senhor e a ti, e não an domo-mor da sua casa, e Sobna, se
tes aos homens que estão sôbre o cretário e os mais velhos dos sacer
muro para que comam os seus excre dotes, cobertos de sacos, ao profeta
mentos e bebam a sua própria urina Isaías, filho de Amós, 3os quais lhe
convosco? disseram: Eis o que diz Ezequias: Ês
“ Rabsaces, pois, pôs-se em pé e te dia é um dia de tribulação, e de
ritou em alta voz, em hebraico, e ameaças, e de blasfêmias; os filhos
isse: Ouvi as palavras do grande rei, chegaram ao ponto de nascer, porém
do rei dos Assírios. “ Eis o que diz o a que está de parto não tem fôrças
rei: Não vos seduza Ezequlás, por (para os dar a luz). 40 Senhor teu
que êle não vos poderá livrar da mi Deus talvez terá ouvido as palavras
19 QUARTO LIVRO DOS REIS 42 7
“Tu, jporém, ó Ezequias, terás êste dizendo: 5Volta e dize a Ezequias con
sinal: Come neste ano o que encon dutor do meu povo: Eis o que diz o
trares, e no segundo ano o que nas Senhor Deus de Davi, teu pai: Eu ou
cer por si mesmo; mas no terceiro vi a tua oração, e vi as tuas lágrimas:
semeai e recolhei; plantai vinhas, e eis que eu te curei; daqui a três
e comei os frutos delas. “ E tudo dias irás ao templo do Senhor. °E
o que ficar da casa de Judá, lan acrescentarei quinze anos aos dias da
çara raizes para baixo, e produzirá o tua vida; além disto eu te livrarei a
seu fruto para cima. 31Porque de ti e a esta cidade da mão do rei dos
Jerusalém sairão uns restos (de povo) Assírios, e protegerei esta cidade por
e do monte de Sião o que será salvo; amor de mim, e por amor de Davi,
o zêlo do Senhor dos exércitos fará meu servo. 7E Isaías disse: Trazei-
isto. me cã uma massa de figos. E, ten-
32Portanto, eis o que do rei dos As do-lha trazido, e tendo-a pôsto sôbre
sírios diz o Senhor: Êle não entrará a úlcera do rei, ficou curado.
nesta cidade, nem despedirá nenhuma 8Ora Ezequias tinha dito a Isaías:
seta contra ela, nem será cercada Qual será o sinal de que o Senhor me
de nenhuma trincheira. 33Êle vol curará, e de que dentro em três dias
tará pelo caminho por onde veio, e irei ao templo do Senhor? 9E Isaías
não entrará nesta cidade, diz o Se respondeu-lhe: Será êste o sinal da
nhor. 34E eu protegerei esta cidade parte do Senhor, de que o Senhor há
e a salvarei por amor de mim e por de cumprir a palavra que disse: Que
amor do meu servo Davi. res que a sombra (nesse relógio solar)
se adiante dez linhas, ou que ela re
Derrota e morte de Senaquerib troceda outros tantos graus?
“ Ezequias disse: É fácil que a som
“ Aconteceu, pois, que naquela noi bra se adiante dez linhas, não quero
te veio o anjo do Senhor e matou no ue se faça isto, mas que volte atrás
campo dos Assírios cento e oitenta e ez graus. "O profeta Isaías invo
cinco mil homens. E Senaquerib, cou, pois, o Senhor, e fêz que a som
tendo-se levantado ao amanhecer, viu bra voltasse pelas linhas, pelas quais
todos os corpos dos mortos; e, reti- já tinha passado no relógio de Acaz,
rando-se, foi-se. “ E Senaquerib, rei dez graus atrás.
dos Assírios, retirou-se e ficou em
Nínive. OTE, enquanto adorava no Em baixada do rei da Babilônia
templo o seu deus Nesroque, Adrame- a Ezequias
leque e Sarasar, seus filhos mataram-
no com a espada, e fugiram para a 12Naquele tempo Berodac Baladan,
terra dos Armênios, e seu filho Asa- filhó de Baladan, rei dos Babilônios,
radon reinou em lugar dêle. enviou uma carta e presentes a Eze
quias; porque tinha sabido que Eze
Doença e cura de Ezequias quias tinha estado doente. 13E Eze
quias alegrou-se com a sua vinda, e
O fl JPor aquêle tempo Ezequias a- mostrou-lhes a casa dos aromas, e o
doeceu de morte; e o profeta ouro e a prata, e vários bálsamos, e
Isaías, filho de Amós, foi ter com os ungüentos, e o seu arsenal, e tudo
êle, e disse-lhe: Eis o que diz o Se o que tinha em seus tesouros. Não
nhor Deus: PÕe em ordem a tua ca houve nada no seu palácio, nem coisa
sa, porque vais morrer, e não vive que fôsse sua, que Ezequias lhes não
rás (m ais). 2E êle virou o rosto para mostrasse.
a parede, e fêz oração ao Senhor, di
zendo: 3Peço-te, Senhor, lembra-te, te Isaías visita Ezequias
suplico, de que eu andei diante de ti
em verdade e com um coração reto, “ Mas o profeta Isaías foi ter com
e que fiz o que era do teu agrado. o rei Ezequias, e disse-lhe: Que te
Depois Ezequias derramou abundan disseram êstes homens? ou donde vie
tes lágrimas. ram êles para te falar? Ezequias
4E, antes que Isaías tivesse passado respondeu-lhe: Vieram ver-me dum
metade do átrio, o Senhor fálou-ihe, país muito remoto, de Babilônia. UE
20 - 21 QUARTO LIVRO DOS REIS 429
êle respondeu: Que viram êles em tua e entregou-se a adivinhações, e ob
casa? Ezequias disse: Viram tudo servou agouros, e instituiu pitões
quanto há no meu palácio; não há (ou magos), e multiplicou os arús-
nada nos meus tesouros que eu lhes pices, de sorte que cometeu o mal
não mostrasse. diante do Senhor e irritou-o. 7Pos
também o ídolo do bosque que tinha
Isaías anuncia o cativeiro de plantado no templo do Senhor, do
Babilônia qual o Senhor tinha dito a Davi e a
Salomão, seu filho: Neste templo e
16Então Isaías disse a Ezequias: Ou em Jerusalém, que eu escolhi dentre
ve a palavra do Senhor: "E is virão todas as tribos de Israel, estabelecerei
dias em que será transportado para o meu nome para sempre. 8E eu
Babilônia tudo o que há em tua não mais permitirei que Israel ponha
casa, e tudo o que teus pais junta o pé fora da terra que eu dei a seus
ram até êste dia; não ficará coisa pais, contanto que eles guardem tu
alguma, diz o Senhor. 18E até os teus do o que eu lhes mandei, e tôda a lei
mesmos filhos que sairão de ti, e que que meu servo Moisés lhes deu. ‘'fi
tu terás gerado, serão levados, e se les, porém, não ouviram, mas foram
rão eunucos no palácio do rei de Ba seduzidos por Manassés, para fazer
bilônia. 19Ezequias respondeu a I- ainda pior do que tinham feito as
saías: É justa a palavra do Senhor gentes que o Senhor tinha extermina
que tu me anuncias; haja paz e ver do à vista dos filhos de Israel.
dade (ao menos) durante os meus
dias. Profecia contra Judá e Jerusalém
Morte de Ezequias
10Falou, pois, o Senhor por meio dos
“ O resto das ações de Ezequias, o profetas, seus servos, dizendo: “ Por
seu grande valor, e de que modo fêz que Manassés, rei de Judá, cometeu
a piscina, e o aqueduto, e como con estas abominaçoes, ainda mais detes
duziu a água para a cidade, não es táveis do que tudo quanto os Amor-
tá tudo isto escrito no livro dos a- reus tinham feito antes dêle, e fêz
nais dos reis de Judá? “ E Ezequias pecar também Judá com as suas in
adormeceu com seus pais; e em seu fâmias; “ portanto, diz o Senhor Deus
lugar reinou seu filho Manassés. de Israel: Eis que eu farei vir tais
pragas sôbre Jerusalém e Judá, que
Reinado e idolatria de Manassés todo o que ouvir falar delas, ficar-
lhe-ão retinindo (de te rro r) ambos
01 Manassés tinha doze anos quan- os ouvidos. 18E estendereis sôbre Je
do começou a reinar, e reinou rusalém a (mesma) corda de Sarna-
cinqüenta e cinco anos em Jerusa ria, e o pêso da casa de Acab; e apa
lém. Sua mãe chamava-se Hafsiba. garei Jerusalém, como se apaga o
2E êle fêz o mal diante do Senhor, que está escrito numa tábua (de es
seguindo os ídolos das nações que o crever) ; e, apagando-a, virarei e farei
Senhor tinha expulsado diante dos passar muitas vêzes o ponteiro por
filhos de Israel. 3E perverteu-se, e cima da sua superfície. 14E abando
reedificou os lugares altos que seu narei os restos da minha herança,
pai Ezequias tinha destruído; e le e os entregarei nas mãos de seus ini
vantou os altares de Baal, e plantou migos, e servirão para serem assola
bosques (em sua honra), como tinha dos e roubados por todos os seus ad
feito Acab, rei de Israel, e adorou versários, 15porque cometeram o mal
todos os astros do céu, e prestou-lhes diante de mim, e continuaram a irri
culto. tar-me, desde o dia em que seus pais
4E construiu altares (idólatras) na saíram do Egito, até hoje.
casa do Senhor, da qual o Senhor
tinha dito: Eu estabelecerei o meu Outros crimes de Manassés e fim
nome em Jerusalém. 5E edificou al do seu reinado
tares a todos os astros do céu nos dois
átrios do templo do Senhor. 6E fêz 16Além disto, Manassés derramou
passar seu (p róp rio) filho pelo fogo; arroios de sangue inocente, enche ado
430 QUARTO LIVRO DOS REIS 21 - 22
construído nos dois átrios do templo mais se celebrou Páscoa igual, desde
do Senhor; e correu daí e lançou as o tempo dos juizes que julgaram Is
cinzas dêles na torrente do Cedron. rael, e em todo o tempo dos reis de
13Profanou também o rei os lugares Israel, e dos reis de Judá, “ como foi
altos que havia em Jerusalém, na esta Páscoa em honra do Senhor, fe i
parte direita do monte (Olivete, cria- ta em Jerusalém no ano décimo oita
mado) do Escândalo, os quais Salo vo do rei Josias.
mão, rei de Israel, tinha edificado a
Astarot, ídolo dos Sidônios, e a Ca- Fim do reinado de Josias; sua morte
mos, escândalo de Moab, e a Melcom, 24E Josias aboliu também os pitões,
abominação dos filhos de Amon. 14E e os adivinhos, e as figuras dos ído
fêz em pedaços as estátuas e cortou los, e as imundícies, e as abomina-
os bosques sagrados, e encheu êstes ções que tinha havido no país de Ju
lugares de ossadas de mortos. dá e de Jerusalém, para cumprir as
Josias destrói a idolatria em Betei palavras da lei, que estavam escritas
e na Samaria no livro que o pontífice Helcias achou
no templo do Senhor. “ Não houve
15E até também o altar que havia rei antes de Josias que lhe fôsse seme
em Betei, e o lugar alto que tinha edi- lhante, que se convertesse ao Senhor
ficado Jeroboão, filho de Nabat, o de todo o coração e de tôda a sua al
uai tinha feito pecar a Israel, êle os ma, e com tôda a sua fôrça, seguin
estruiu e queimou e reduziu a cin do em tudo a lei de Moisés; nem de
zas, e incendiou também o bosque sa pois dêle houve outro semelhante.
grado. 16E Josias, voltando, viu neste “ Contudo o Senhor não desistiu do
lugar os sepulcros que havia pelo seu extremo furor, com que se tinha
monte; e mandou tirar os ossos dos acendido a sua indignação contra Ju
sepulcros, e queimou-os sobre o al dá, por causa dos crimes com que Ma-
tar, e profanou-o segundo a palavra nassés o tinha irritado (e porque o
do Senhor, que tinha pronunciado o povo, apesar do zêlo de Josias, conti
homem de Deus que tinha predito nuava a ser prêsa da idolatria e da
estas coisas. 17E disse: De quem é imoralidade). 27Por isso o Senhor dis
aquêle monumento que eu vejo? se: Eu arrojarei também Judá de
E os cidadãos daquela cidade res- diante da minha face, como* arrojei
ponderam-lhe: É o sepulcro do ho Israel; e abandonarei esta cidade de
mem de Deus, que veio de Judá, e que Jerusalém, que escolhi, e esta casa,
predisse estas coisas que tu fizeste da qual eu dlsse: O meu nome estará
sôbre o altar de Betei. 18E êle disse: ali.
Deixai-o, ninguém toque nos seus os ^O resto das ações de Josias, e tu
sos. E os seus ossos ficaram intac do o que êle fêz, não está escrito no
tos com os ossos do profeta que tinha livro dos anais dos reis de Judá?
vindo da Samaria. 29No seu reinado, o Faraó Necao,
10Destruiu também Josias todos os rei do Egito, marchou contra o rei
templos dos lugares altos, que havia dos Assírios, para a banda do Eufra-
nas cidades da Samaria, os quais os tes; e o rei Josias foi-lhe ao encontro,
reis de Israel tinham edificado para e foi morto em Magedo, logo que
irritarem o Senhor, e fêz-lhes tudo o (N ecao) o viu. 80E seus servos leva
que tinha feito em Betel. “ E matou ram-no morto de Magedo, e trans-
todos os sacerdotes dos lugares altos portaram-no a Jerusalém, e sepulta
que nêles estavam encarregados dos ram-no no, seu sepulcro. E o povo
altares; e queimou sôbre êstes altares do país tomou Joacaz, filho de Josias,
ossos humanos; e voltou a Jerusa e ungiram-no, e constituíram-no rei
lém. em lugar de seu pai.
Josias celebra solenemente a Páscoa Joacaz sucede a Josias,
mas é levado prisioneiro
21E ordenou a todo o povo, dizen para o Egito
do: Celebrai a Páscoa em honra do
Senhor vosso Deus, do modo que está 31Tinha Joacaz vinte e três anos,
escrito no livro desta aliança. “ Ja quando começou a reinar; e reinou
23 - 24 QUARTO LIVRO DOS REIS 433
três meses em Jerusalém. Sua mãe tudo o que êle fêz, não está escrito
chamava-se Amital, filha de Jeremias, no livro dos anais dos reis de Judá?
de Lobna. “ E êle fêz o mal diante E Joaquim adormeceu com seus paia
do Senhor, segundo tudo o que tinham °E em seu lugar reinou seu filho Joa
feito seus pals. quim. 7E o rei do Egito, daquele
“ E o Faraó Necao prendeu-o em tempo em diante não tentou mais sair
Rebla, que está no país de Emat, pa do seu reino; porque o rei de Babi
ra que êle não reinasse em Jerusa lônia tinha levado tudo o que tinha
lém; e multou a terra em cem talen sido do rei do Egito desde a torrente
tos de prata e num talento de ouro. do Egito até ao rio Eufrates.
34E o Faraó Necao constituiu rei a
Eliacim, filho de Josias, para reinar Reinado de Joaquim
em lugar de Josias, seu pal, e mudou- 8Joaquim tinha dezoito anos quan
lhe o nome em Joaquim. E levou do começou a reinar; e reinou três
Joacaz, e conduziu-o ao Egito, onde meses em Jerusalém. Sua mãe cha-
morreu. “ E Joaquim deu a Faraó a mava-se Noesta, filha de Elnatan, de
prata e o ouro do. imposto que tinha Jerusalém. 9E êle fêz o mal diante
estabelecido por cabeça sôbre o país, do Senhor, segundo tudo o que seu
para se pagar o tributo conforme a pai tinha feito.
ordem de Faraó; e exigiu de cada um
do povo do país, na proporção dos Cêrco e saque de Jerusalém
seus bens, tanto prata como ouro,
para dar ao Faraó Necao. “ Naquele tempo vieram os oficiais
de Nabucodonosor, rei de Babilônia,
Reinado de Joaquim contra Jerusalém, e a cidade foi blo
queada com trincheiras. nE Nabu
“ Tinha Joaquim vinte e cinco anos codonosor, rei de Babilônia, foi com
quando começou a reinar; e reinou a sua gente contra a cidade para a
onze anos em Jerusalém. Sua mãe expugnar.
chamava-se Zébida, filha de Fadaia 12E Joaquim, rei de Judá, foi ter
de Ruma. 37E êle fêz o mal diante do com o rei de Babilônia, êle e sua mãe,
Senhor, segundo tudo o que tinham e seus servos, e seus príncipes, e
feito seus pais. seus eunucos; e o rei de Babilônia
Invasão de Judã e fim do reinado recebeu-o no oitavo ano do seu rei
de Joaquim nado. 13E levou dali todos os tesou
ros da casa do Senhor e todos os
2A 1N o tempo de Joaquim mar- tesouros da casa real; e despedaçou
chou Nabucodonosor, rei de todos os vasos de ouro que Salomão,
Babilônia, e Joaquim ficou-lhe sujei rei de Israel, tinha feito no templo
to durante três anos; e depois revol- do Senhor, conforme a palavra do
tou-se contrr êle. Senhor.
2E o Senhor mandou contra êle Deportação dos seus habitantes
(por meio de Nabucodonosor) guer
rilheiros dos Caldeus, e guerrilheiros 14E levou para o cativeiro tôda a
da Síria, e guerrilheiros de Moab, e Jerusalém, todos os príncipes e todos
errilheiros dos filhos de Amon, e os valentes do exército, ao todo dez
■los ir contra Judá para o extingui- mil, e todos os artistas e ferreiros; e,
rem, segundo a palavra do Senhor, não ficou nada, à exceção dos pobres,
que tinha dito pelos profetas, seus dentre o povo do país. “ Deportou
servos. 2 3E isto aconteceu em cum também para Babilônia Joaquim, e a
primento da palavra do Senhor con mãe do rei, e as mulheres do rei, e
tra Judá, de o tirar da sua presen os seus eunucos e levou cativos de
ça por causa de todos os crimes que Jerusalém para Babilônia todos os jui
Manassés tinha cometido, 45 e por cau zes do país. 16E (deportou) todos os
sa do sangue que êle derramou, ten homens robustos, em número de sete
do enchido Jerusalém de sangue de mil, e os artistas e ferreiros, em nú
inocentes; e por isso o Senhor não mero de mil, todos os homens fortes
quis mostrar-se propício. e guerreiros; e o rei de Babilônia le-
50 resto das ações de Joaquim, e vou-os cativos para Babilônia.
434 QUARTO LIVRO DOS REIS 24 - 25
A obra termina com a publicação do edito de Ciro (538 a. C.) que dá li
berdade aos Hebreus e lhes permite o retôrno da Caldéia. Êsse particular
corrobora a opinião que aponta o sacerdote Esdras como autor da obra e
quê sustenta tenha esta sido escrita nos últimos tempos do cativeiro.
PRIMEIRO LIVRO
DOS PARALIPÔMENOS
De Adão até aos filhos de Noé. Sale, “ Heber, Faleg, Ragau, “ Serug,
Filhos de Noé Nacor, Taré, 27Abrão, o mesmo que
1 'Adão, Set, Enós, 2Cainam, Mala- Abraão.
1 leel, Jared, 3Henoc, Matusalém, Posteridade de A braão
Lamec, 4Noé, Sem, Cam e Jafet.
5Filhos de Jafet: Gomer, e Magog, “ Filhos de Abraão: Isaac e Ismael.
e Madai, e Javan, Tubal, Mosoc, T i “ E estas são as suas gerações: Na-
ras. °Filhos de Gomer: Ascenez, e baiot, primogênito de Ismael, depois
R ifat e Togorma. 7Filhos de Javan: Cedar, e Adbeel, e Mabsão, “ Masma
Elisa e Tarsis, Cetim e Dodanim. e Duma, Massa, Hadad, e Tema, “ Je-
8Filhos de Cam: Cus, e Mesraim, e tur, Nafis, Cedma; êstes são os filhos
Fut, e Canaã. 9Filhos de Cus: Saba, de Ismael. 32Os filhos que Abraão
e Hevila, Sabata, e Regma, e Saba- teve de Cetura, sua mulher de segun
taca. Filhos de Regma: Saba e Da- da ordem, foram : Zamran, Jecsan,
dan. 10Ora, Cus gerou Nemrod; o qual Madan, Madian, Jesboc, e Sué. F i
começou a ser poderoso na terra. lhos de Jecsan: Saba e Dadan. F i
“ E Mesraim gerou Ludim, e Ana- lhos de Dadan: Assurim, e Latussim,
mim, e Laabim, e Neftuim, 12e tam e Laomim. “ E filhos de Madian fo
bém Fetrusim e Casluim, dos quais ram: Efa, Efer, e Henoc, e Abida, e
procederam os Filisteus e os Cafto- Eldaa; todos êstes descenderam de
rins. Cetura. ME Abraão gerou Isaac, que
13E Canaã gerou Sidon, seu primo teve por filhos Esaú e Israel.
gênito, e também o Heteu, 14e o Je- Posteridade de Esaú
buseu, e o Amorreu, e o Gergeseu, 15e
o Heveu, e o Araceu, e o Sineu, 10e “ Filhos de Esaú: Elifaz, Rauel,
também o Aradio, e o Samareu, e o Jeús, Jelom, e Coré. “ Filhos de E li
Ham ateu. faz: Teman, Omar, Sefi, Gatan, Ce-
17Filhos de Sem: Elão, e Assur, e nez, Tamna, Amalec. 37Filhos de
Arfaxad, e Lud, e Aram, e Hus, e Rauel: Naat, Zara, Sama, Mera.
Hul, e Geter, e Mosoc. 18Arfaxad ge “ Filhos de Seir: Lotan, Sobal, Se-
rou Sale, o qual depois gerou Heber. beon, Ana, Dison, Eser, Disan. “ F i
19E Heber teve dois filhos, um dos lhos de Lotarí: Hori, e Homão. I r
quais foi chamado Faleg, porque em mã de Lotan, foi Tamna. ‘“'Filhas de
seu tempo se dividiu a terra; e o no Sobal: Alian, e Manaat, e Ebal, Sefi
m e de seu irmão foi Jectan. “ Jec- e Onam. Filhos de Sebeon: Aía e
tan gerou Elmodad, Salef, e Asarmot, Ana. Filhos de Ana: Dison. "Filhos
e Jaré, 21e também Adorão, e Huzal, de Dison: Hamrão, e Eseban, e Je-
e Decla, 22e Hebal, e Abimael, e Saba, tran, e Caran. "Filhos de Eser: Ba-
e também 23Ofir, e Hevila, e Jobab; laão, e Zavan, e Jacan. Filhos de
todos êstes eram filhos de Jectan. Disan: Hus e Aran.
2i(Descendentes de) Sem: Arfaxad, 48Os reis que reinaram na terra de
438 PRIMEIRO LIVRO DOS PARALIPOMENOS 1 - 2
gerou Oolai.. 32E os filhos de Jada, neus, que descendem de Calor, pai
irmão de Semei, foram: Jeter e Jo- da casa de Recab.
natan. Mas Jeter morreu sém f i
lhos. 33E Jonatan gerou Falet e Zi- Descendentes de D avi
za. Êstes foram os filhos de Jera- O 4Davi teve êstes filhos, que lhe
meel. 34E Sesan não teve filhos, mas
somente filhas; e (tom ou ) um escra nasceram em Hebron: o primo
vo egípcio, chamado Jeraa, 35a quem gênito Amnon, de Aquinoão Jezrae-
deu por mulher uma sua filha, a lita; o segundo, Daniel, de Abigail
qual lhe deu à luz Etei. 36E Etei do Carmelo; 2o terceiro, Absalão, fi
gerou Natan;* e Natan gerou Zabad. lho de Maaca, filha de Tolmai, rei
37E Zabad gerou Oflal e Oflal gerou de Gessur; o quarto, Adonias, filho
Obed; 38Obed gerou Jeú; Jeú gerou de A git; 3o quinto, Safatias, filho de
Azarias. 39Azarias gerou Heles; He- Abital; o sexto, Jetraão, filho de
les gerou Elasa; 40Elasa gerou Sisa- Egla, sua mulher. 4Nasceram-lhe,
moi; Sisamoi gerou Selum; 41Selum portanto, seis filhos em Hebron, on
gerou Icamia, e Icamia gerou Eli- de êle reinou durante sete anos e
sarna. seis meses. E em Jerusalém reinou
durante trinta e três anos.
Descendentes de Caleb 5E em Jerusalém nasceram-lhe ês
tes filhos: Simaa, e Sobab, e Natan,
42Ora os filhos de Caleb, irmão de e Salomão, todos quatro de Betsa-
Jerameel, foram Mesa, seu primogê béia, filha de Amiel. °Teve mais Je-
nito, que foi pai de Z if; e os descen baar, e Elisama, 7e Elifalet, e Noge,
dentes de Maresa, pai de Hebron. e Nefeg, e Jafia, 8e também Elisama,
43Filhos de Hebron: Coré, e Tafua, e e a Eliada, e a Elifelet, nove ao to
Recem, e Sarna. 44E Sama gerou do. 9Todos êstes foram os filhos de
Raão, pai de Jercaão; e Recem ge Davi, sem contar os filhos das mu
rou Sarnai. 45Samai teve um filho, lheres de segunda ordem; e tiveram
chamado Maon; e Maon foi pai de uma irmã chamada Tamar.
Betsur. 46E Efa, mulher de segun 10E o filho de Salomão foi Roboão,
da ordem de Caleb, deu à luz Haran, cujo filho Abia gerou Asa. E dêste
e Mosa, e Gezez. E Haran gerou nasceu Josafat, npai de Jorão; e Jo-
Gezez. 47Filhos de Jaadai: Regom, e rão gerou Ocozias, do qual nasceu
Joatan, e Gesan, e Falet, e Efa, e Joás; 12e Amasias, filho dêste, ge
Saaf. 48Maaca, mulher de segunda rou Azarias. E Joatão, filho de Aza
ordem de Caleb deu à luz Saber, e rias, 13gerou a Acaz, pai de Ezequias,
Tarana. 49E Saaf, pai de Madmena, de quem nasceu Manasses. 14E Ma-
gerou Sue, pai de Maquebena, e pai nassés gerou Amon, pai de Josias.
de Gabaa. E Acsa foi filha de Caleb. 15E os filhos de Josias foram Joanan,
50Filhos de Caleb, filho de Hur, pri o primogênito; o segundo Joaquim, o
mogênito de Efrata, foram também terceiro Sedecias, o quarto Selum.
êstes: Sobal, pai de Cariatiarim, 51Sal-. 16De Joaquim nasceu Jeconias e Se
ma, pai de Belém, Harif, pai de Bet- decias.
gader. 52E Sobal, pai de Cariatiarim, "Filhos de Jeconias foram: Asir,
o qual possuía metade do território Salatiel, 18Melquirão. Fadaia, Seneser,
(chamado) do Descanso, teve filhos. e Jecemia, Sama e Nadabia. 19De
53E das famílias que êles fundaram Fadaia nasceram Zorobabel e Semei.
em Cariatiarim (descenderam) os Je- Zorobabel gerou Mosolão, Hananias,
treus, e os Afuteus, e os Semateus, e e Salomit, irmã dêles; 20e também ês
os Masereus. Dêstes procederam os tes cinco: Hasaban, e Ool e Bara-
Saraítas, e os Estaolitas. 54Filhos de quias, e Hasadias, e Josabesed. 21E
Salma: Belém, e Netofati, coroas da Hananias teve por filho a Faltias, pai
casa de Joab, e metade do território de Jeséias, cujo filho foi Rafaia; e
do Descanso (fo i) dos descendentes o filho dêste foi Arnan, do qual nas
de Sarai. 55E também as famílias ceu Obdia, cujo filho foi/ Sequenias.
dos escribas, que habitavam em Ja- 2aO filho de Sequenias foi Semeia, do
bes, e que se recolhem em tendas qual foram filhos Hatus, e Jegáal, e
cantando e tocando. Estes são os Ci- Baria, e Naaria, e Safat, em número
440 PRIMEIRO LIVRO DOS PARALIPôMENOS 3 -4
de seis (contando o pai). “ Os filhos daia deu à luz Jared, pai de Gedor,
de Naaria foram três: Elioenai, e e Heber, pai de Soco, e Icutiel, pai
Ezequias, e Ezricão. 24Os filhos de de Zanoé. Êstes são os filhos de Be-
Elioenai foram sete: Oduia, e Elia- tia, filha de Faraó, com a qual ca
sub, e Faléia, e Acub, e Joanan, e sou Mered. 19E os filhos de (sua)
Dalaia e Anani. mulher Odaia, irmã de Naão, pai de
Ceila, foram: Garmi e Estamo, que
Outros descendentes de Judá era de Macati. “ E os filhos de Si-
 f i lh o s (ou descendentes) de Ju- mão foram: Amnon, e Rina, filho
de Hanan, e Tilon. E os filhos de
* dá foram: Farés, Hesron, e Car- Jesi foram: Zoet e Benzoet.
mi, e Hur, e Sobal. 2E Raias, filho 21Os filhos de Sela, (terceiro ) filho
de Sobal, gerou Jaat, de quem nas de judá, foram: Her, pai de Leca, e
ceram Aumai, e Laad. Estas são as Laada, pai de Maresa, e as famílias
famílias dos Saratitas. da casa dos fabricantes de linho fino
3Esta é também a posteridade de na casa do juramento. 22E ( Joaquim,
Etão: Jezrael, e Jesema, e Jedebos, cujo nome significa) o que fêz parar
que tiveram uma irmã chamada Asa- o sol, e (os habitantes de Cozeba, is
lelfuni. 4E Fanuel foi pai (ou prín to é ) o s homens da Mentira, e (Joás
cipe) de Gedor, e Hezer, pai de Hosa; e Saraf, isto é ) o Afouto e o Ardente,
êstes são os filhos de Hur, primogêni que foram príncipes em Moab, e que
to de Efrata, pai de Belém. 5E As- voltaram para Laem. Estas memó
sur, pai de Técua, teve duas mulhe rias são antigas. “ Êstes são os olei
res: Halaa e Naara. °E de Naara ros que habitavam nas hortas e nos
teve Oosão, e Hefer, e Temanos, e cercados, nas casas do rei, trabalhan
Aastaros; êstes são os filhos de N a do para êle, e ali moravam.
ara. 7E os filhos de Halaa foram:
Seret, Isaar e Etnan. 8E Cós gerou Descendentes de Sirneão
Anob, e Soboba, e a fam ília de Aa-
reel, filho de Arum. 24Os filhos de Simeão foram : N a-
°Mas Jabes foi mais ilustre do que muel e Jamim, Jarib, Zara, Saul.
seus irmãos, e sua mãe pôs-lhe o no “ Selum, seu filho, foi pai de Mapsão,
me de Jabes, dizendo: Porque o dei o qual teve por filho a Masma. ^Fi-
à luz com dor. 10Ora Jabes invocou lhos de Masma: Hamuel, do qual fo i
o Deus de Israel dizendo: Oh! Se tu filho Zacur, do qual foi filho Semei.
me cumulasses de bênçãos, e dilatas ^Semei teve dezesseis filhos e seis f i
ses os meus limites, e a tua mão fôs- lhas; mas seus irmãos não tiveram
se comigo, e não permitisses que eu muitos filhos, e tôda a sua posteri
fôsse oprimido pela malícia!... E dade não pode igualar o número dos
Deus concedeu-lhe o que êle pediu. filhos de Judá.
“ E Caleb, irmão de Sua, gerou Mair, 28E habitaram em Bersabéia, e em
que foi pai de Eston. 12E Eston ge Molada, e em Hasarsual, “ e em Bala
rou Betrafa e Fesse e Teína, pai dos e em Asom, e em Tolad, "e em Ba-
habitantes da cidade de Naas. Êstes tuel, e em Horma, e em Siceleg, we
são os povoadores de Reca. em Betmarcabot, e em Hãsarsusim, e
13Filhos de Cenez: Otoniel e Sa- em Betberai, e em Saarim. Estas fo
raia. Filhos de Otoniel: Hatat e ram as suas cidades até ao reinado
Maonati. 14Maonati gerou Ofra, e de Davi. 32E as suas povoaçôes fo
Saraia gerou Joab, pai dos habitan ram: Etão, e Aen, Remon, e Toquem,
tes do vale dos artífices; porque ali e Asan, cinco cidades. ME tôdas as.
habitavam os artífices. 15E os filhos suas aldeias nos arredores destas ci
de Caleb, filho de Jefone, foram: Hir, dades até Baal. Esta é a sua habi
e Ela, e Naão. Filho de Ela: Cenes. tação e a distribuição das suas vi-
16E os filhos de Jaleleel foram: Z if vendas.
e Zifa, T iria e Asrael. 1TE os filhos 34E Mosabab e Jemlec, e Josa, f i
de Ezra foram : Jeter, e Mered, e lho de Amasias, “ e Joel, e Jeú, filh o
Efer, e Jalon; gerou também Maria, de Josabia, filho de Saraia, filho de
e Sammai, e Jesba, pai dos habitan Asiel, “ e Elioenai, e Jacoba, e Isuaia,
tes de Estamo. 18E sua mulher Ju- e Asaia, e Adiel, e Ismiel e Banaiav
4 -5 PRIMEIRO LIVRO DOS PARALIPÔMENOS 441
87e Ziza, filho de Sefei, filho de Alon, em Aroer até Nebo e Beelmeon.
filho de Idaia, filho de Semri, filho °Habitou também para o oriente até
de Samaia. 38Êstes são os príncipes à entrada do deserto, e até ao rio
ilustres nas suas famílias, e multipli- Eufrates; porque possuíam grande
caram-se em extremo nas casas de quantidade de gado na terra ae Ga-
suas alianças (m atrim oniais). laad. 10Mas no reinado de Saul, pe
"E saíram a fim de ocupar Gador lejaram contra os Agareus, e mata-
até ao oriente do vale, em busca de ram-nos, e habitaram em lugar dê-
pastos para os seus gados. “ E en les nas suas tendas, em todo o ter
contraram pastagens abundantes e ritório que olha para o oriente de
muito excelentes, e uma terra espa- Galaad.
çosíssima, tranqüila e fértil, onde an
tes tinham habitado os descendentes Descendentes de Gad
de Cam. 41Êstes, pois, que acima no
meamos, vieram no tempo de Eze- nOs filhos, porém, de Gad, esta-
quias, rei de Judã; deitaram abaixo beleceram-se defronte dêles, no país
as suas tendas, e mataram os habi de Basan até Selca; “ Joel era o che
tantes que ali encontraram, e des- fe, e Safan o segundo, e em seguida
truíram-nos até ao dia de hoje, e ha Janai e Safat em Basan. 13E os seus
bitaram em lugar dêles. porque en irmãos, segundo as casas de suas pa-
contraram abundantíssimos pastos. rentelas, eram: Miguel, e Mosolão, e
42Igualmente quinhentos homens Sebe, e Jorai, e Jacan, e Zie, e He-
dos filhos de Simeão passaram ao ber, ao todo sete. 14Êstes foram fi
monte de Seir, tendo por chefe a lhos de Abiail, filho de Uri, filho de
Faltias, e Naarias, e Rafaías, e Oziel, Jara, filho de Galaad, filho de M i
filhos de Jezi; 43e acabaram com os guel, filho de Jesesi, filho de Jedo,
restos dos Amalecitas, que tinham filho de Buz.
podido salvar-se, e habitaram ali em 15Foram também seus irmãos os
seu lugar até ao dia de hoje. filhos de Abdiel, filho de Guni, che
fe das suas casas patriarcais. 16E ha
Descendentes de Ruben bitaram em Galaad, e em Basan, e
nas aldeias e em todos os subúrbios
C ‘ Eis os filhos de Ruben, primogê- de Saron, dum extremo ao outro.
nito de Israel (porque êste foi o "Todos êstes foram contados no tem
seu primogênito; mas porque violou po de Joatão rei de Judâ, e no tem
o tâlarno de seu pai, foi o seu di- po de Jeroboão, rei de Israel.
reito de primogenltura dado aos f i 18Os filhos de Ruben, e de Gad, e
lhos de José, filho de Israel, e Ru- da meia tribo de Manassés, foram ho-
ben não foi mais considerado pri- mens muito guerreiros, que traziam
mogênito. 2Quanto a Judã, que era escudos e espadas, e que manejavam
o mais valente de todos os seus ir o arco, e hábeis para a guerra, em
mãos, da sua estirpe saíram prínci número de quarenta e quatro mü,
pes; mas o direito de primogenitura setecentos e sessenta, que marcha
Ioi adjudicado a José). vam a combater. 19Fizeram guerra
3Eis, pois, os filhos de Ruben, pri contra os Agareus; mas os Itureus, e
mogênito de Israel: Enoc e Falu, Es- os de N afis e de Nodab, “ prestaram-
ron e Carmi. 4Filho de Joel foi: Sa- lhes auxílio. Foram, porém, entre
mia, pai de Gog, cujo filho foi Se- gues nas suas mãos os Agareus, e
mei. 5Mica foi filho de Semei; Reia, todos os que os tinham auxiliado,
filho de Mica: Baal, filho de Reia; porque invocaram a Deus quando
6Beera, filho de Baal, a quem Tel- pelejavam, e êle ouviu-os, porque ti
gatfalnasar, rei dos Assírios, levou nham confiado nêle. 21E apodera-
cativo, e que foi príncipe na tribo ram-se de tudo o que possuíam, de
de Ruben. 7Os seus irmãos e tôda cinqüenta mil camelos, e duzentas e
a sua parentela, quando se fêz a lis cinqüenta mil ovelhas, e dois m il ju
ta dêles por famílias, tiveram por mentos e cem mil pessoas. “ E mui
príncipes a Jeiel e Zacarias. tos dos feridos morreram, porque foi
8E Bala, filho de Azas, filho de guerra (feita com o auxílio) do Se
Sama, filho de Joel, estabeleceu-se nhor. E habitaram em seu lugar
442 PRIM EIRO LIVRO DOS PAR ALIPO M ENO S 5-6
até à transmigração (para Babilô Descendentes de Levi
nia).
Manassés 16Os filhos de Levi pois foram: Ger
são, Caat e Merari. 17Êstes são os
nomes dos filhos de Gersão: Lobni e
Descendentes da meia tribo de Semei. 18Filhos de Caat: Amrão, e
23Também os filhos da meia tribo Isaar, e Hebron, e Oziel. 19Filhos de
de Manassés possuíram as terras des M erari: Mooli e Musi.. E êstes são
de os confins de Basan até Baal, Her- os descendentes de Levi segundo as
mon, e Sanir, e o monte de Her- suas famílias. 20De Gersão foi filho
mon, porque eram em grande nú Lobni, de Lobni Jaat, de Jaat Zama,
mero. 24E os chefes das casas das 21de Zama Joá, de Joá Ado, de Ado
suas linhagens foram Efer, e Jesi, e Zara, de Zara Jetrai. “ Filhos de
Eliel, e Ezriel, e Jeremias e Odoias, Caat: Aminadab, seu filho, Coré, f i
e Jediel, homens fortíssimos e pos lho de Aminadab, Asir, de Coré, 23E1-
santes, e generais de grande repu cana de Asir, Abiasaf de Elcana, Asir
tação entre as suas famílias. “ Aban de Abiasaf, 24Taat de Asir, Uriel de
donaram, porém, o Deus de seus Taat, Ozias de Uriel, Saul de Ozias.
pais, e prostituíram-se seguindo os “ Filhos de Elcana: Amasai, e Aqui-
deuses dos povos da terra, que Deus mot, 26e Elcana. Filhos de Elcana:
exterminou diante dêles. “ Por isso Sofai, seu filho, Naat, filho de Sofai,
o Deus de Israel suscitou o espírito 27Eliab, filho de Naat, Jeroão, filho
de Fui, rei dos Assírios, e o espíri de Eliab, Elcana, filho de Jeroão.
to de Telgatfalnasar, rei de Assur; “ Filhos de Samuel: Vasseni, primo
e transportou a tribo de Ruben, e a gênito, e Abia. “ Filhos de M erari:
tribo de Gad, e a meia tribo de Ma Mooli, Lobni, filho dêste, Semei, f i
nassés, e levou-as para Laela, e para lho de Lobni, Oza, filho de Semei,
Habor, e para Ara, e para o rio Go- 30Samaa, filho de Oza, Hagia, filho de
zan, até ao dia de hoje. Samaa, Asaia, filho de Hagia.
Descendentes de Arão Cantores estabelecidos por D avi
ij f i lh o s de Levi: Gersão, Caat e 31Eis aquêles que Davi constituiu
u Merari. 2Filhos de Caat; Amrão, sôbre os cantores da casa do Senhor,
Isaar, Hebron, e Oziel. 3Filhos de depois que a arca foi colocada (em
A m rão: Arão, Moisés, e Maria. F i Jerusalém); 32e, cantando, ministra
lhos de Arão: Nadad e Abiú, Elea- vam diante do tabernáculo do teste
zar e Itamar. 4Eleazar gerou Fi- munho, até que Salomão edificou a
néias, e Finéias gerou Abisué, 5e Abi- casa do Senhor em Jerusalém; e
sué gerou Boci, e Boci gerou Ozi. exerciam o seu ministério segundo
6Ozi gerou Zaraias, e Zaraias gerou o seu turno. 33E eis os que serviam
Meraiot. 7E Meraiot gerou Amarias, juntamente com seus filhos: dos fi
e Amarias gerou Aquitob. 8Aquitob lhos de Caat: Heman cantor, filho de
gerou Sadoc, e Sadoc gerou Aqui- Joel, filho de Samuel, 34filho de El-
maas. 9Aquimaas gerou Azarias, e cana, filho de Jeroão, filho de Eliel,
Azarias gerou Joanan. 10Joanan ge filho de Tou, 35filho de Suf, filho de
rou Azarias; êste é aquêlè que exer Elcana, filho de Maat, filho de Am a
ceu o sacerdócio no templo que Sa sai, 30filho de Elcana, filho de Joel,
lomão tinha fundado em Jerusalém. filho de Azarias, filho de Sofonias,
“ Azarias gerou Amarias, e Amarias 37filho de Taat, filho de Asir, filho
gerou Aquitob. 12Aquitob gerou Sa de Abiasaf, filho de Coré, 38filho de
doc, e Sadoc gerou Selum. 13Selurn Isaar, filho de Caat, filho de Levi,
gerou Helcias, e Helcias gerou Aza filho de Israel.
rias. “ Azarias gerou Saraias, e Sa- 39E seu irmão Asaf, que estava à
raias gerou Josedec. 15Ora Josedec sua direita, e que era filho de Bara-
deixou a sua pátria, quando o Se quias, filho de Samaa, 40filho de M i
nhor transferiu o povo de Judá e guel, filho de Basaia, filho de Mel-
de Jerusalém por meio de Nabuco- quia, "filh o de Atanai, filho de Za
donosor. ra, filho de Adaia, "filh o de Etan,
6 PRIM EIRO LIVRO DOS PAR ALIPO M ENO S 443
filho de Zama, filho de Semei, Afi búrbios, e Alm at com os seus subúr
lho de Jet, filho de Gersão, filho de bios, e Anatot com os seus subúr
Levi. bios; ao todo treze cidades reparti
44E seus irmãos, filhos de Merari, das entre as suas famílias.
estavam à esquerda: Etan, filho de 61E aos filhos de Caat, que resta
Cusi, filho de Abdi, filho de Maloc, vam da sua família, foram dadas em
45filho de Hasabias, filho de Ama- possessão dez cidades da meia tribo
sias, filho de Helcias, 46filho de Ama- de Manassés. 02E aos filhos de Ger
sai, filho de Boni, filho de Somer, são, segundo as suas famílias, foram
47filho de Mooli, filho de Musi, filho dadas treze cidades da tribo de Issa-
de Merari, filho de Levi. car, e da tribo de Aser, e da tribo
de Neftali, e da tribo de Manassés,
Outras funções dos Levitas em Basan. "E aos filhos de Merari,
segundo as suas famílias, foram da
48E os Levitas seus irmãos foram das à sorte doze cidades da tribo de
destinados para todo o serviço do Ruben, e da tribo de Gad, e da tri
tabernáculo da casa do Senhor. bo de Zabulão.
49Mas Arão e seus filhos queimavam
as vítimas sôbre o altar dos holo- 64Deram também os filhos de Israel
caustos e sôbre o altar dos perfumes, aos Levitas cidades com os seus su
(ocupando-se) em tudo o que dizia búrbios; 65e deram-lhes por sorte es
respeito ao Santo dos Santos; e ora tas cidades, da tribo dos filhos de Ju-
vam por Israel, seguindo tudo o que dá, e da tribo dos filhos de Simeão,
Moisés, servo do Senhor, tinha pres e da tribo dos filhos de Benjamim, as
crito. quais se chamaram com os seus pró
prios nomes. 66E quanto aos que e-
Nota complementar sôbre a ram da parentela dos filhos de Caat,
descendência de Arão as cidades do seu domínio foram da
tribo de Efraim. 67Deram-lhes, pois,
50Ora os filhos de Arão são êstes: as cidades de refúgio: Siquém com
Eleazar seu filho, Finéias, filho de os seus subúrbios sôbre o monte de
Eleazar, Abisué, filho de Finéias, Efraim, e Gazer com os seus subúr
51Boci, filho de Abisué, Ozi, filho de bios, 68Jecmaan com os seus subúr
Boci, Zaraia, filho de Ozi, 52Meraiot, bios, e da mesma sorte Betoron, 69e
filho de Zaraia, Amarias, filho de Me- também Helon com os seus subúr
raiot, Aquitob, filho de Amarias, bios, e Getremon da mesma maneira.
53Sadoc, filho de Aquitob, Aquimaas, 70E da meia tribo de Manassés, de
filho de Sadoc. ram Aner com os seus subúrbios, e
Cidades habitadas pelos Levitas
Balaão com os seus subúrbios àque
les que ainda restavam da linhagem
54E estas são as suas habitações pe dos filhos de Caat.
las povoações e arredores, isto é, as 71E aos filhos de Gersão deram da
habitações dos filhos de Arão, se meia tribo de Manassés: Gaulon em
gundo as famílias dos Caatitas: por Basan com os seus subúrbios e Asta-
que lhes tinham tocado por sorte. rot com os seus subúrbios. 72Da tri
“ Foi-lhes, pois, dada Hebron na ter bo de Issacar (deram -lhes): Cedes
ra de Judã, e os subúrbios que a ro com os seus subúrbios, e Daberet
deiam; “ os campos, porém, da cida com os seus subúrbios, 73e também
de e as aldeias foram dadas a Caleb, Ramot com os seus subúrbios, e Anem
filho de Jefone. com os seus subúrbios.
57Foram, pois, dadas aos filhos de 74E da tribo de Aser: Masal com os
Arão: Hebron, a cidade de refúgio e seus subúrbios, e igualmente Abdon,
Lobna, com os seus subúrbios, Me 75e também Hucac com os seus subúr
Jeter e Estemo, com os seus subúr bios, e Roob com os seus subúrbios.
bios. e também Helom e Dabir, com 76E da tribo de N eftali: Cedes na
os seus subúrbios, 59e igualmente* A- Galiléia com os seus subúrbios, Ha-
san e Betesemes, com os seus su mon com os seus subúrbios, e Caria-
búrbios; 60e da tribo de Benjamim taim com os seus subúrbios.
deram-lhes: Gabee com os seus su 77E aos filhos de Merari, que ain
444 PRIM EIRO LIVRO DOS PARALIPO M ENO S 6-7
da restavam (deram ) da tribo de Za- muito valorosos, em número de dezes
bulão: Remono com os seus subúr sete mil e duzentos, adestrados para
bios e Tabor com os seus subúrbios. a guerra. 12E Sefão e.H afão foram
78E da banda de além do Jordão, filhos de H ir; e Hasim foi filho de
defronte de Jericó, ao oriente do Jor Aer.
dão, deram da tribo de Ruben: Bo- Descendentes de N eftali
sor no deserto com os seus subúrbios,
e Jassa com os seus subúrbios, ,9e ME os filhos de N eftali foram: Ja-
também Cademot com os seus subúr siel, E Guni, e Jeser, e Selum, que
bios, e M efaat com os seus subúrbios. descendiam de Bala.
80E, além disso, (deram-lhes) aa
tribo de Gad: Ramot em Galaad com Descendentes de Manassés
os seus subúrbios, e Manaim com os
seus subúrbios, 81e também Hesebon 14E Esriel foi filho de Manassés; e
com os seus subúrbios, e Jezer com uma Siríaca, sua mulher de segunda
os seus subúrbios. ordem, deu à luz Maquir, pai de Ga-
laad. 15E Maquir tomou mulheres pa
Descendentes de Issacar ra seus filhos Hafim e Safan; e teve
uma irmã chamada Maaca; e o nome
*7 *Os filhos de Issacar foram qua- do segundo foi Salfaad, e Salfaad te
• tro: Tola e Fua, Jasub e Sime- ve só filhas. 16E Maaca, mulher de
ron. 2Os filhos de Tola foram: Ozi, Maquir, deu à luz um filho, ao qual
e Rafaia, e Jeriel, e Jemai, e Jebsem, pôs o nome de Farés; e seu irmão
e Samuel, que foram chefes das ca chamou-se Sares; e seus filhos fo
sas das suas linhagens. Da linhagem ram Ulão e Recén. 17E o filho de U-
de Tola foram contados, no tempo de lão foi Badan; êstes são os filhos de
Davi, vinte e dois mil e seiscentos Galaad, filho de Maquir, filho de Ma
homens valorosíssimos. 3Filhos de nassés. ME sua irmã Regina deu â
Ozi: Izraía, do qual nasceram Miguel, luz (Isod que significa) varão fo r
e Obadia, e Joel e Jesia, todos cin moso, e Abiezer, e Moola. 1UE/ os fi
co príncipes. 4E com êles havia em lhos de Semida foram: Ain, e Se
seus ramos e famílias trinta e seis quem, e Leci, e Anião.
mil homens fortíssimos e adestrados
para combater; porque tiveram mui Descendentes de Efraim ; suas moradas
tas mulheres e filhos; 5e dos seus ir
mãos, em tôda a casa de Issacar, con- 20E os filhos de Efraim foram: Su-
taram-se oitenta e sete mil comba tala, Bared, seu filho Taat, seu filho,
tentes valorosíssimos. Elada, seu filho, Taat, seu filho, Za-
bad, filho dêste, 21e Sutala, filho dês-
Descendentes de Benjamin te, e Ezer, e Elad, filhos dêste; mas
6Os filhos de Benjamim foram três: os habitantes de Get mataram-nos,
Bela, e Becor, e Jadiel. 7Os filhos de por êles terem ido invadir as suas
Bela foram: Esbon, e Ozi, e Oziel, e possessões. “ Chorou-os Efraim, seu
Jerimot, e Urai, cinco chefes de fa pai, durante muitos dias, e seus ir
mílias, homens valentíssimos para o mãos foram para o consolar. “ De
combate, cujo número foi de vinte e pois juntou-se com sua mulher, e ela
dois mil e trinta e quatro. 8Filhos concebeu e deu à luz um filho, e pôs-
de Becor: Zamira, e Joás, e Eliezer, lhe o nome de Béria, por ter nasci
e Elioenai, e Amri, e Jerimot, e Abia, do no meio das aflições da sua fa
e Anatot, e Alm at; todos êstes foram mília. 24E a sua filha foi Sara, que
filhos de Becor. °E foram contados reedificou a alta e a baixa Betoron,
nas suas famílias pelos ramos das suas e Ozensara. “ Foram também seus
linhagens vinte mil e duzentos ho filhos Rafa, e Resef, e Tale, de. quem
mens valorosíssimos para a guerra. nasceu Taan, “ que foi pai de Laa-
10Filho de Jadiel: Balan. Filhos de dan, do qual foi filho Amiud, que ge
Balan: Jeús e Benjamim, e Aod, e rou Elisama, 27do qual nasceu Nun,
Canana, e Zetan, e Tarsis, e Aisaar. que foi pai de Josué.
“ Todos êstes filhos de Jadiel foram 28E as suas possessões e a sua mo
príncipes das suas famílias, homens rada foram: Betel com as suas de
7-8 PRIM EIRO LIVRO DOS P A R ALIPôM E N O S 445
dia concorria gente a Davi para o au mas também todo o resto de Israel
xiliar, até que se fêz um grande nú tinha um mesmo coração para que
mero, como um exército de Deus. Davi fôsse feito rei. 39E demoraram-
se lã, junto a Davi, três dias, comen
Guerreiros que foram a Hebron do e bebendo, porque seus irmãos lhes
p ara elegerem rei a D avi tinham preparado provisões. ^E, a-
lém dos vizinhos, até os de Issacar, e
23Êste é igualmente o número dos de Zabulão, e de Neftali, traziam em
capitães do exército, que foram ter jumentos, e camelos, e burros, e
com Davi, quando estava em Hebron, bois, víveres para se sustentarem;
a fim de transferirem para êle o rei traziam farinha, figos, passas de u-
no de Saul, conforme a palavra do va, vinho* azeite, bois e carneiros em
Senhor. 24Dos filhos de Judá, que grande abundância; porque havia re
manejavam escudo e lança, seis mil gozijo em Israel.
e oitocentos homens, prontos para a
peleja. “ Dos filhos de Simeão, ho Transporte da arca p ara a casa
mens fortíssimos para a guerra, sete de Obededom
mil e cem.
26Dos filhos de Levi, quatro mil e 1 0 2Ora Davi teve conselho com
seiscentos. 27E Jojada, príncipe da 1° os tribunos e centuriôes, e com
linhagem de Arão, e com êle três mil todos os príncipes, 2e disse a todo
e setecentos. 28E Sadoc, jovem de o ajuntamento de Israel; Se vos pa
excelente índole, e a casa de seu pai, rece bem e se o que vos vou propor
com vinte e dois chefes de família. vem do Senhor nosso Deus, mande
29E dos filhos de Benjamim, irmãos de mos chamar todos os outros nossos ir
Saul, três mil, porque uma grande mãos, por tôdas as províncias de Is
parte dêstes seguia ainda a casa de rael, e os sacerdotes e Levitas, que
Saul. 30E dos filhos de Efraim, vin habitam nos arrabaldes das cidades,
te mil e oitocentos homens muito es para que se reunam junto de nós, 3e
forçados, e de grande reputação nas reconduzamos para nós a arca do
suas famílias. 31E da meia tribo de nosso Deus, já que nós a não busca
Manassés, dezoito mil, cada um pelos mos no tempo de Saul. 4E todo o a-
seus nomes, foram para eleger rei a juntamento respondeu que assim se
Davi. fizesse, porque a todo o povo agra
32E dos filhos de Issacar, homens dara a proposta.
eruditos, e que sabiam notar todos 5Reuniu, pois, Davi todo o Israel
os tempos para ordenarem o que Is desde o rio Sior do Egito até à entra
rael devia fazer, duzentos chefes. E da de Emat, para conduzir a arca
todo o resto da tribo seguia o seu de Deus de Cariatiarim (a Jerusa
conselho. 33E dos de Zabulão, que lém ). tiE Davi saiu com todos os ho
iam à guerra e que se punham em mens de Israel para a colina de Ca-
campo providos de armas guerreiras, riatiarim, que está na tribo de Ju
foram em auxílio cinqüenta mil com dá, para de lá trazer a arca do Se
um coração sincero. 34E dos de N ef- nhor Deus, que está sentado sôbre os
tali, mil oficiais; e com êles trinta e querubins, onde é invocado o seu no
sete mil homens, armados de escudos me. 7E puseram a arca de Deus em
e de lanças. “ E dos de Dan, vinte e cima dum carro novo, retirando-a da
oito mil e seiscentos, prontos para a casa de Abinadab; e Oza e seu irmão
guerra. 30E dos de Aser, quarenta guiavam o carro. 8Entretanto Davi
mil, que marchavam à guerra e pro e todo o Israel manifestavam a sua
vocavam a batalha. S7E da banda de alegria diante de Deus com tôda a
além do Jordão cento e vinte mil, sua fôrça em cânticos e tangendo
dos filhos de Ruben, e de Gad, e da citaras e saltérios, e tambores, e tím-
meia tribo de Manassés, providos de bales, e trombetas.
armas de guerra. °E, quando chegaram à eira de
“ Todos êstes homens guerreiros, Quidon, Oza estendeu a mão para
prontos para combater, foram com suster a arca, porque um boi, recal-
um coração sincero a Hebron, para citrando, a tinha feito inclinar um
constituir Davi sôbre todo o Israel; pouco. 10Irritou-se, pois, o Senhor
13 - 15 PRIMEIRO LIVRO DOS PARALIPÔMENOS 45 l
contra Oza, e feriu-o por ter tocado teus deixaram ali os seus deuses, aos
na arca (não sendo sacerdote), e quais Davi mandou queimar.
morreu ali diante do Senhor. UE 13Os Filisteus fizeram ainda outra
Davi afligiu-se, porque o Senhor ti erupção, e espalharam-se pelo vale.
nha separado Oza, e chamou àquele, 14E Davi consultou segunda vez a
lugar a Divisão de Oza, (nome que Deus, e Deus disse-lhe: Não vás atrás
conserva) até ao dia de hoje. dêles, e irás contra êles por diante
12E Davi temeu então a Deus, di das pereiras. 15E, quando ouvires o
zendo: Como poderei eu levar para ruído de quem anda pelo alto das pe
minha casa a arca de Deus? 13E por reiras, então sairás à peleja; porque
esta razão não a conduziu para sua Deus saiu diante de ti, para desba
casa, isto é, para a cidade de Davi, ratar o acampamento dos Filisteus.
mas mandou-a levar para casa de 16Fêz, pois, Davi como o Senhor lhe
Obededom de Get. 14Ficou, pois, a tinha mandado, e desbaratou o acam
arca de Deus em casa de Obededom pamento dos Filisteus, desde Gabaão
durante três meses; e o Senhor aben até Gazera. 17E a fam a de Davi es
çoou a sua casa e tudo o que lhe per palhou-se por todos os povos, e o Se
tencia. nhor o fêz formidável a todas as
gentes.
'Palácio de D avi
1A ^ ir ã o , rei de Tiro enviou A arca é transportada a Jerusalém
também mensageiros a Davi, e 1 tj JE edificou também casa para
e madeiras de cedro, e pedreiros, e 1° si na cidade de Davi, e edifi
carpinteiros, para lhe fazerem uma cou um lugar (próprio) para a arca
casa. 2E Davi reconheceu que o Se de Deus, e levantou-lhe um taberná-
nhor o tinha confirmado rei sôbre culo. 2Então disse Davi: N ão é per
Israel, e que o seu reino se tinha ele mitido que a arca de Deus seja leva
vado sôbre Israel, seu povo. da por alguém senão pelos Levitas,
F il h o s que D a v i te v e em J e ru s a lé m aos quais o Senhor escolheu para a
levarem e para serem seus ministros
3E Davi tomou também em Jerusa perpètuamente. 3E congregou todo o
lém outras mulheres, e teve filhos e Israel em Jerusalém, para trasladar
filhas. 4Êstes são os nomes dos que a arca de Deus ao seu lugar, que lhe
lhe nasceram em Jerusalém: Samua, tinha preparado. 4E convocou tam
e Sobad, e Natan, e Salomão, 5Je- bém os filhos de Arão e os Levitas.
baar, e Elisua, e Elifalet, °e Noga, e 5Dos filhos de Caat o principal era
Nafeg, e Jafia, 7Elisama, e Baaliada, Uriel, com seus irmãos em número
e Elifalet. de cento e vinte. 6Dos filhos de Me-
Duas vitórias de D avi sôbre os Filisteus rari o principal era Asaia, com seus
irmãos em número de duzentos e
8Ora os Filisteus, tendo ouvido di vinte. 7Dos filhos de Gersão o prin
zer que Davi tinha sido ungido rei cipal era Joel, com seus irmãos em
sôbre todo o Israel, juntaram-se to numero de cento e trinta. 8Dos f i
dos para o investirem. Davi, tendo lhos de Elisafan o principal era Se
sabido isto, foi ao seu encontro. °Os meias, com seus irmãos em número
Filisteus, tendo chegado, espalharam- de duzentos. 9Dos filhos de Hebron
se pelo vale de Rafaim. 10E Davi o principal era Eliel, com seus ir
consultou o Senhor, dizendo: Irei eu mãos em número de oitenta. 10Dos
contra os Filisteus, e entregar-mos- filhos de Oziel o principal era Am i-
-ás tu nas minhas mãos? E o Se nadab, *com seus irmãos em número
nhor respondeu-lhe: Vai, e eu tos de cento e doze. nE Davi chamou
entregarei nas tuas mãos. nTendo os sacerdotes Sadoc e Abiatar, e os
ôles, pois, chegado a Baalfarasim, D a Levitas Uriel, Asaia, Joel, Semeias,
vi desbaratou-os aí, e disse: O Se Eliel, e Aminadab, 12e disse-lhes: Vós,
nhor dividiu, por meio da minha mão, que sois os chefes das famílias levi-
os meus inimigos assim como se di ticas, purificai-vos com vossos ir
videm as águas; e por isso êste lugar mãos, e transportai a arca do Senhor
se chamou Baalfarasim. 12E os Filis Deus de Israel ao lugar que lhe foi
452 PRIMEIRO LIVRO DOS PARALIPOMENoS 15 - 16
preparado, 13a fim de que, como na Deus assistido aos Levitas, que leva
primeira vez, porque não estáveis vam a arca da aliança do Senhor, fo
presentes, nos feriu o Senhor, não ram imolados sete touros e sete car
nos aconteça agora o mesmo, fazen neiros. 27E Davi estava vestido duma
do alguma coisa ilícita. 14Os sacer túnica de linho fino, e todos os L e v i
dotes, pois, e os Levitas purificaram- tas que levavam a arca, e os canto
se, para transportar a arca do Senhor res e Conenias, regente do côro dos
Deus de Israel. 15E os filhos de Le- cantores; mas Davi estava também
vi tomaram a arca de Deus aos om vestido dum efod de linho. 28E to
bros pelos varais, como Moisés tinha do o Israel acompanhava a arca da
ordenado conforme a palavra do Se aliança do Senhor com vozes de jú
nhor. bilo, e ao som de clarins, e trombe
D avi institui cantores e tocadores
tas, e tímbales, e náblios, e citaras.
29E, quando a arca da aliança do Se
16E Davi disse aos chefes dos L e v i nhor chegou à cidade de Davi, Micol,
tas que constituíssem dentre seus ir filha de Saul, olhando da janela, viu
mãos cantores com instrumentos mú que o rei Davi saltava e dançava
sicos, isto é, com náblios, e liras, e (diante da arca), e desprezou-o no
tímbales, a fim de que ressoasse até seu coração.
ao céu o som da alegria. 17Consti- Sacrifícios oferecidos e organização
tuíram, pois, dos Levitas: Heman, fi do culto
lho de Joel, e dentre os seus irmãos,
a Asaf, filho de Baraquias; e dos f i 1C ^Levaram, pois, a arca de Deus,
lhos de Merari, seus irmãos, (consti- e colocaram-na no meio do ta-
tuiram ) Etan, filho de Casaia. 18E bernáculo, que Davi lhe tinha levan
com êles os seus irmãos. E na se tado, e ofereceram holocaustos e hós
gunda ordem (ou coro) Zacarias, e tias pacíficas diante de Deus. 2E,
Ben, e Jaziel, e Semiramot, e Jaiel, tendo Davi acabado de oferecer os
e Ani, Eliab, e Banaias, e Maasias, e holocaustos e as hóstias pacíficas,
Matatias, e Elifalu, e Macenias, e abençoou o povo em nome do Senhor.
Obededom, e Jeiel, que eram portei 3E distribuiu a todos um por um, tan
ros. to a homens como a mulheres, uma
18Ora os cantores Heman, Asaf e torta de pão e um pedaço de carne
Etan tocavam tímbales de metal. 20E de vaca assada, e flor de farinha fr i
Zacarias, e Oziel, e Semiramot, e ta em azeite.
Jaiel, e Ani, e Eliab, e Maasias, e Ba 4E estabeleceu dentre os Levitas os
naias cantavam, ao som dos náblios, que haviam de servir diante da arca
hinos misteriosos. 21E Matatias, e do Senhor, e fazer comemoração das
Elifalu, e Macenias, e Obededom, e suas obras, e glorificar, e louvar o
Jeiel, e Ozaziu cantavam ao som das Senhor Deus de Israel. 5Nomeou
citaras na oitava (in fe rio r) cânticos Asaf o primeiro, e Zacarias o segun
triunfais. 22E Conenias, chefe dos do, e depois Jaiel, e Semiramot, e
Levitas, presidia ao canto para dar o Jeiel, e Matatias, e Eliab, e Banai
tom, porque era muito entendido. as, e Obededon; Jeiel para tocar o
“ E Baraquias e Elcana eram portei saltério e liras; e Asaf para tocar
ros da arca. 24E os sacerdotes Sebe- os tímbales; o sacerdote Ba
nias, e Josafat, e Natanael, e Ama- naias e Jaziel para tocarem continua
sai, e Zacarias, e Banaias, e Eliezer, mente a trombeta diante da arca da
tocavam trombetas diante da arca de aliança do Senhor. 7Naquele dia Da
Deus, e Obededom e Jeías eram vi constituiu Asaf primeiro cantor,
(tam bém ) porteiros da arca. para cantar os louvores ao Senhor
Solenidade da transladação da arca com seus irmãos, (dizendo):
Cântico composto por D avi
“ Portanto Davi e todos os anciãos
de Israel e os tribunos foram com 8Louvai, o Senhor, e invocai o seu
alegria para trasladarem da casa de nome; tornai conhecidas as suas o-
Obededom (para Jerusalérn) a arca bras entre os povos. °Cantai em seu
-da aliança do Senhor. 26E, tendo louvor, e salmodiai para sua glória;
16 - 17 PRIMEIRO LIVRO DOS PARALIPOMENoS 45 3
vi, meu servo: Isto diz o Senhor: Tu co em tua presença, e por isso falas
não me edificarás uma casa para te sôbre a casa de teu servo, ainda
eu habitar. 5Porque eu não tenho ti para o futuro, e me fizeste mais no
do casa certa desde o tempo em que tável do que todos os homens, Se
libertei Israel (do E g ito ) até ao pre nhor Deus. 18Que mais pode desejar
sente, mas tenho sempre mudado os Davi, tendo tu glorificado assim o teu
lugares do tabernáculo, e estive de servo, e conhecendo-o? 19Senhor, por
baixo duma tenda, °morando com to amor do teu servo, conforme o teu
do o Israel. Porventura dirigi eu al coração, procedestes com tanta mag
guma palavra a algum dos juizes de nificência, e quiseste que êle conhe-
Israel, a quem tinha mandado que cesse tôdas as maravilhas. 20 Senhor,
apascentassem o meu povo, dizendo- não há outro semelhante a ti, e não
lhe: porque não me edificastes vos há outro Deus senão tu, entre todos
uma casa de cedro? 7Agora, pois, di aquêles de quem temos ouvido falar.
rás assim ao meu servo Davi: Eis o 21Que outro povo há, pois, como o teu
que diz o Senhor dos exércitos: povo de Israel, nação única na ter
Quando tu conduzias os rebanhos a ra, para a qual se encaminhou Deus,
pastar, eu te escolhi para seres che para a livrar e para a fazer o seu po
fe do meu povo de Israel, 8e fui con vo e para, pelo seu poder e pelos seus
tigo, por onde quer que andavas, e terrores, expulsar as nações de dian
extingui, à tua vista, todos os teus te dêste povo, a quem tinha livrado
inimigos, e fiz o teu nome tão ilus do Egito? 2 12*E estabeleceste o teu po
tre como o dum dos grandes que são vo de Israel por teu povo para sem
famosos sôbre a terra. °E dei um pre, e tu, ó Senhor, te constituíste o
lugar fixo ao meu povo de Israel, no seu Deus.
qual será confirmado, e nêle habita 23Agora, pois, Senhor, confirme-se
rá, e nunca mais será removido dêle para sempre a promessa que fizeste
(se obedecer a minha le i) ; nem os f i a teu servo e sôbre a sua casa, e faze
lhos da iniqüidade os oprimirão, co 0 que disseste. 24E para sempre per
mo antes, 10aesde o tempo em que dei maneça e seja glorificado o teu no
juizes ao meu povo de Israel e humi me, e diga-se: O Senhor dos exérci
lhei todos os teus inimigos. Eu, pois, tos, é o Deus de Israel, e a casa de
te declaro que o Senhor há de fun Davi, seu servo, permanece sempre
dar para ti uma casa (estável). estável diante dêle. “ Porque tu, Se
Deus promete à casa de D avi
nhor meu Deus, revelaste ao ouvido
um reino eterno do teu servo que lhe edificarias uma
casa; e por isso o teu servo se en
21E quando os teus dias estiverem cheu de confiança para orar em tua
completos para ires para teus pais, presença. 20Agora, pois, ó Senhor, tu
eu suscitarei depois um do teu san és Deus (in fa lível) , e tu prometeste
gue, que será dos teus filhos, e es tão grandes benefícios a teu servo,
tabelecerei o seu reino. 12Êsse me e- 27e começaste a abençoar a casa do
dificará uma casa, e firm arei o seu teu servo, para que subsista sempre
trono para sempre. 13Eu serei seu diante de ti; porque, abençoando-a
pai, e ele será meu filho; e eu não tu, ó Senhor, para sempre será aben
tirarei dêle a minha misericórdia, co çoada.
mo a tirei de (Saul) teu predecessor. N ovas vitórias de D avi
14Mas eu o estabelecerei na minha ca
sa e no meu reino para sempre; e o 1 0 d e p o is disto, aconteceu que
seu trono será imóvel perpètuamente. 1 ° Davi derrotou os Filisteus, e
15Natan falou a Davi segundo tôdas os humilhou, e tomou das mãos dos
estas palavras, e segundo tôda esta Filisteus Get e as cidades da sua de
visão. pendência; 2derrotou também Moab,
16E, tendo ido o rei Davi diante do e os Moabitas ficaram sujeitos a Da
Senhor, e tendo ali parado, disse: vi, pagando-lhe tributos.
Quem sou eu, Senhor Deus, e que ca 3Neste tempo Davi derrotou tam
sa é a minha para que me faças tais bém Adarezer, rei de Soba, no país
coisas? 17Mas isto pareceu ainda pou de Hemat, quando partiu para esten
18 - 19 PRIMEIRO LIVRO DOS P A RA LIPôM E N oS 455
der o seu império até ao rio Eufra- Os mensageiros de D avi são ultrajados
tes. “Davi tomou-lhe mil carroças ti por Hanon
radas a quatro cavalos, e sete mil ca
valeiros, e cortou os jarretes a todos 1Q 2Ora aconteceu falecer Naas, rei
os cavalos das carroças, exceto a cem dos Amonitas, e seu filho rei
tiros de quatro cavalos, que reservou nou em seu lugar. 2E Davi disse:
para si. Quero mostrar o meu afeto a Hanon,
5E, sobrevindo os Sírios de Damas filho de Naas, pois que recebi favores
co em socorro de Adarezer, rei de So de seu pai. E Davi mandou mensa
ba, Davi matou-lhes vinte e dois mil geiros para o consolarem na morte
homens. °E pôs guarnição em Da ae seu pai. Mas, tendo êles chegado
masco, para que também tivesse su ao país dos Amonitas, para consola
jeita a si a Síria, e lhe fôsse tribu rem Hanon, 3os grandes dos Amoni
tária. E o Senhor ajudou-o em tu tas disseram a Hanon: Julgas talvez
do aquilo que empreendeu. Tom ou que Davi, por honrar a memória de
também Davi as aljavas de ouro que teu pai, te mandou homens que te
tinham sido dos soldados de Adare- consolassem; e não vês que os servos
zer, e levou-as para Jerusalém. vieram para explorar e examinar, e
Tom ou também de Tebat e de Cun, esquadrinhar o teu país. 4Hanon,
cidades do rei Adarezer, grande pois, mandou rapar a cabeça e a bar
quantidade de bronze, com o qual Sa ba aos servos de Davi, e fêz-lhes reta
lomão fêz o mar de bronze, e as co lhar as suas túnicas da cintura até
lunas, e os vasos de bronze. aos pés* e despediu-os. 5Tendo-se ê-
°Ora Tou, rei de Hemat, tendo ou les retirado, e, tendo sido avisado
vido dizer que Davi tinha desfeito to disto Davi, (êste) mandou ao seu en
do o exército de Adarezer, rei de So contro (porque era grande o ultra
ba, 10enviou Adorão, seu filho, ao rei je que tinham padecido), e ordenou-
para lhe pedir a sua aliança e lhes que ficassem em Jerico até lhes
para lhe dar os parabéns por ter des crescer a barba, e então voltassem.
feito e vencido Adarezer; porque Tou °Vendo, pois, os Amonitas, assim
era inimigo de Adarezer. Hanon com todo o povo, que tinham
“ Consagrou também o rei Davi ao feito injúria a Davi, mandaram mil
Senhor todos os vasos de ouro, e de talentos de prata, para tomarem a
prata, e de bronze, com a prata e seu sôldo carroças de guerra e cava
ouro que tinha tomado a todos os po laria da Mesopotãmia, e da Síria de
vos, assim da Iduméia, e de Moab, e Maaca, e de Soba. 7E assoldadaram
de Amon, como também aos Filisteus trinta e duas mil carroças, e o rei de
e aos Amaíecitas. “ Por outro lado Maaca com seu povo. E, tendo
Abisai, filho de Sarvia, derrotou de êles marchado, acamparam defronte
zoito mil Idumeus no vale das Sali de Medaba. É os Amonitas, tendo-
nas, 13e pôs um presídio na Iduméia, se juntado das suas cidades, saíram
para que a Iduméia ficasse sujeita a para a guerra.
Davi; e o Senhor salvou Davi em tô- D avi derrota os Amonitas e os Sírios
das as expedições que fêz.
8Davi, informado disto, mandou
Oficiais de D avi Joab e todo o exército de homens va
lentes; °e, tendo saído os Amonitas,
14Davi reinou, pois, sôbre todo o Is formaram-se em batalha junto da
rael, e julgava e fazia justiça a todo porta da cidade; e os reis, que tinham
o seu povo. 15E Joab, filho de Sar ido em seu socorro, fizeram alto se
via, era generalíssimo dos exércitos; paradamente na campina. l0Joab,
e Josafat, filho de Ailud, arquivista. pois, vendo que lhe queriam dar ba
16E Sadoc, filho de Aquitob, e Aime- talha pela frente e pela retaguarda,
lec, filho de Abiatar, eram sacerdo escolheu os homens mais esforçados
tes; e Susa, secretário. 17E Banaias, de todo o Israel, e marchou contra
filho de Jojada, comandava as le os Sírios. 17E do resto do exército
giões dos Cereteus e dos Feleteus; e deu o comando a Abisai, seu irmão,
os filhos de Davi eram os primeiros os quais marcharam contra os Amo-
ao lado do rei. nitas; 12e disse: Se os Sírios preva
456 PRIMEIRO LIVRO DOS PARALIPÔMENoS 19 - 2 1
ço-te que perdoes a culpa ao teu ser Deus na eira de Ornan Jebuseu.
vo, porque procedi nèsciamente, 9E 19Foi, pois, Davi conforme a ordem
o Senhor falou a Gad, vidente de que Gad lhe tinha intimado da par
Davi, dizendo: 10Vai, e fala a Davi, te do Senhor. 1 *20Ornam, porém, e
8
e dize-lhe: Eis o que diz o Senhor: quatro filhos seus, que com êle esta
Eu te dou três coisas à escolha: es vam, tendo levantado os olhos e vis
colhe uma que quiseres, e eu ta fa to o anjo, esconderam-se, porque na
rei. quela ocasião estavam debulhando tri
nE tendo ido Gad à presença de go na eira.
Davi, disse-lhe: Eis o que diz o Se 21Quando, pois, Davi se dirigia pa
nhor: Escolhe o que quiseres: 12Ou ra Ornan, viu-o Ornan, e, saindo da
sofrer a fome durante três anos, ou sua eira ao seu encontro, fêz-lhe uma
fugir diante dos teus inimigos duran profunda reverência, prostrando-se
te três mêses, sem poderes escapar por terra. 22E Davi disse-lhe: Dá-me
da sua espada; ou estar debaixo da o sítio da tua eira, para eu edificar
espada do Senhor durante três dias, nêle um altar ao Senhor, de modo
grassando a peste pelo país, e fazen que recebas a quantia do seu va
do estragos o anjo do Senhor em to lor, e cesse a praga de cima do po
das as terras de Israel. Vê, pois, vo. 23E Ornan respondeu a D avi:
agora que hei de responder a quem Torna-a, e o rei meü senhor faça de
me enviou. 13E Davi respondeu a la o que fôr do seu agrado; eu da
Gad: De tôda a parte me vejo em rei também os bois para o holocaus
grandes angústias; mas para mim é to, e os trilhos para lenha, e o trigo
melhor cair nas mãos do Senhor, por para o sacrifício; darei tudo de boa
que é de muita misericórdia, do que vontade. o rei Davi disse-lhe:
cair nas mãos dos homens. “ Man Não se fará assim, mas eu te hei
dou pois o Senhor a peste a Israel; de dar o dinheiro que ela vale, por
e morreram de Israel setenta mil ho que eu não devo tirar-te o que é
mens. 15Mandou também um anjo teu, e oferecer assim ao Senhor ho-
a Jerusalém, para a assolar; porém, locaustos, que não me custem nada.
quando estava a ser assolada, o Se 25Deu, pois, Davi a Ornan, pelo ter
nhor olhou, e compadeceu-se dum reno, seiscentos siclos de ouro de jus
mal tão grande, e mandou ao anjo to pêso. 26E levantou ali um altar
exterminador: Basta, retira já a tua ao Senhor, e ofereceu holocaustos e
mão. Ora o anjo do Senhor estava hóstias pacíficas, e invocou o Senhor,
perto da eira de Ornan Jebuseu. 16E e êle o ouviu, mandando do céu fogo
Davi, levantando os olhos, viu o an sôbre o altar do holocausto. 27E o
jo do Senhor que estava entre o céu Senhor mandou ao anjo e êle meteu
e a terra, e uma espada desembai- a sua espada na bainha.
nhada na sua mão, e voltada contra 2sImediatamente Davi, vendo que o
Jerusalém; (à sua vista), tanto êle Senhor o tinha ouvido na eira de Or
como os seus anciãos, cobertos de ci- nan Jebuseu, imolou ali vítimas. 29E
lícios, prostraram-se com os rostos o tabernáculo do Senhor, que Moisés
por terra. 17E Davi disse a Deus: tinha feito no deserto, e o altar dos
Porventura não sou eu quem man holocaustos, estavam então no alto
dou fazer o recenseamento do povo? de Gabaão. 30E Davi não teve fôrça
Fui eu que pequei, eu o que fiz o para ir até ao altar, para ali fazer
mal: mas êste rebanho, que mereceu oração a Deus; porque tinha ficado
êle? Volte-se, pois, té peço, Senhor em extremo aterrado de espanto, ao
meu Deus, a tua mão contra mim e ver a espada do anjo do Senhor.
contra a casa de meu pai; mas o Preparativos de D avi
teu povo não seja castigado. para a construção do templo
Deus é aplacado por Davi.
A ltar sôbre a eira de Ornan 09 Davi disse: Esta é a casa
de Deus, e êste é o altar para
18E o anjo do Senhor mandou a os holocaustos que Israel há de ofe
Gad que dissesse a Davi que fôsse e recer. 2E mandou que se juntassem
que levantasse um altar ao Senhor todos os prosélitos da terra de Israel,
458 PRIMEIRO L lv R o DOS PARALIPOMENoS 22 - 2 3
tro: Leet, e Ziza, e Jaus, e Baria; ês- Funções dos sacerdotes e dos Levitas
tes foram os filhos de Semei. “ En
tre êles Leet era o primeiro, Ziza o “ Porém os sacerdotes terão a inten-
segundo; Jaus, porém, e Baria, não dência sôbre os pães da proposição,
tiveram muitos filhos, e por isso fo e sôbre o sacrifício da flor de fari
ram contados numa só família e nu nha, e sôbre os pães ázimos, e sôbre
ma só casa. o que se frita e se assa, e sôbre todos
12Os filhos de Caat foram quatro: os pesos e medidas. 30E os Levitas
Amrão e Isaar, Hebron e Oziel. “ F i assistam pela manhã a cantar os lou
lhos de Amrão: Arão e Moisés. E A- vores do Senhor, e do mesmo modo
rão foi separado para servir no San à tarde, ^tanto na oferenda dos ho-
to dos Santos, êle e seus filhos perpè- locaustos oferecidos ao Senhor, co
tuamente, e para oferecer incenso mo nos dias de sábado e nos primei
ao Senhor segundo o seu rito, e para ros dos meses e nas outras solenida-
bendizer o seu nome para sempre. des, conforme o número e as ceri
14Os filhos de Moisés, homem de Deus, mônias de cada coisa, contlnuamen-
também foram contados na tribo de te na presença do Senhor.
Levi. “ Filhos de Moisés: Gersão e 32E observarão cuidadosamente as
Eliezer. “ Filhos de Gersão: Subuel, disposições que dizem respeito ao ta
o primeiro. 17E o filho de Eliezer foi bernáculo da aliança, e ao culto do
Roobia, o primeiro; e Eliezer não santuário, e à obediência dos filhos
teve outros filhos. Mas os filhos de de Arão, seus irmãos, para exerce
Roobia multiplicaram-se muito. “ F i rem as suas funções na casa do Se
lhos de Isaar: Salomit, o primeiro. nhor.
“ Filhos de Hebron: Jeriau, o pri Organização dos sacerdotes em vinte
meiro; Amarias, o segundo; Jaaziel, e quatro classes
o terceiro; Jecmaão, o quarto. “ F i
lhos de Oziel: Mica, o primeiro; Jesia, OA *E os filhos de Arão foram re-
o segundo. partidos nestas classes. Os
“ Filhos de Merari: Mooli e Musi. filhos de Arão foram: Nadab e A-
Filhos de Mooli: Eleazar e Cis. 22E biú, e Eleazar, e Itamar. 2Mas, N a
Eleazar morreu, e não teve filhos, dab e Abiú morreram antes de seu
mas filhas; e estas casaram com os Pai, sem deixar filhos; e Eleazar e
filhos de Cis, seus irmãos. 23Os fi Itam ar exerceram as funções do sa
lhos de Musi foram três: Mooli, e cerdócio. 3E Davi repartiu-os, isto
Heder, e Jerimot. é, Sadoc dos filhos de Eleazar, Ai-
Disposições acêrca dos Levitas rnelec dos filhos de Itamar, fixando
24Èstes são os filhos de Levi, se os turnos do seu ministério. “P o
gundo as suas parentelas e famílias, rém achou-se que entre os chefes de
contados um por um, os quais exer famílias eram muito mais os filhos
ciam por turnos as funções do minis- de Eleazar, dos que os de Itamar. E
tério da casa do Senhor desde os vin fêz esta divisão: Seis chefes de fam í
te anos para cima. 25Porque Davi lia para os filhos de Eleazar, e oito
disse: O Senhor Deus de Israel deu chefes de família para os filhos de
paz ao seu povo, e habitação em Je Itamar.
rusalém para sempre. 26E, para o fu 5E repartiu por sorte ambas as fa
turo, não será mais do cargo dos Le- mílias entre si; porque havia prínci
vitas levarem o tabernáculo e todos pes do santuário, e príncipes de Deus
os vasos do seu ministério. "T am tanto dos filhos de Eleazar como dos
bém, segundo as últimas disposições filhos de Itamar. 6E Semeias, filho
de Davi, contar-se-á o número dos de Natanael, da tribo de Levi, secre
filhos de Levi, desde os vinte anos tário, fêz o rol dêles na presença do
para cima. ^E estarão sujeitos aos rei, e dos príncipes, e do sacerdote
filhos de Arão para o culto da casa Sadoc, e de Aimelec, filho de Abiatar,
do Senhor, nos vestíbulos, e nas câ e diante dos chefes das famílias sa
maras, e no lugar da purificação, e cerdotais e levíticas; tomando pri
no santuário, e em tôdas as funções meiro a casa de Eleazar, que era sô
do ministério do templo do Senhor. bre as outras; e depois a casa de Ita-
460 PRIMEIRO LIVRO DOS PARALIPOMENOS 24 - 25
a Subael, a seus filhos e irmãos, que e- 12Êstes foram distribuídos para por
ram doze. 21A décima quarta a Mata- teiros, de tal modo que os capitães
tias, a seus filhos e irmãos, que eram das guardas, como também os seus
doze. 22A décima quinta a Jerimot, a irmãos, serviam sempre na casa do
seus filhos e irmãos que eram doze. Senhor. 13Deitaram-se, pois, sortes
23A décima sexta a Hananias, a seus fi pelas suas famílias, sem distinção nem
lhos e irmãos, que eram doze. 24A dé de pequenos nem de grandes, para ca
cima sétima a Jebacassa, a seus filhos da uma das portas. 14Ora a sorte da
e irmãos, que eram doze. 25A décima porta do oriente caiu a Selemias. E
oitava a Hanani, a seus filhos e irmãos, a Zacarias, seu filho, homem pruden
que eram doze. 20A décima nona a tíssimo e habilíssimo, coube em sor
Meloti, a seus filhos e irmãos, que e- te a (porta ) do setentrião. 15A do
ram doze. 27A vigésima, a Eliata, a meio-dia caiu a Abededom e seus fi
seus filhos e irmãos, que eram doze. lhos; nesta parte da casa estava o
28A vigésima primeira a Otir, a seus conselho dos anciãos. 10A Sefim e Ho
filhos e irmãos, que eram doze. 29A sa caiu a do ocidente, junto da por
vigésima segunda a Gedeti, a seus ta que dá para a estrada da subida:
filhos e irmãos, que eram doze. 30A uma guarda defronte de outra guar
vigésima terceira a Maaziot, a seus da. 17Ao oriente havia seis Levitas e
filhos e irmãos, que eram doze. 31A ao setentrião quatro por dia; e ao
vigésima quarta a Romentiezer, a seus meio-dia do mesmo modo quatro por
filhos e irmãos, que eram doze. dia; e onde estava o conselho, de dois
em dois.
Classes dos porteiros 18E nas celas dos porteiros, ao oci
*Eis as classes dos porteiros: dente, estavam quatro no caminho, e
Dos Coritas: Meselemia, filho dois a cada cela. 19Foi esta a distri
de Coré, dos filhos de Asaf. 2Os buição dos porteiros, filhos de Coré e
filhos de Meselemia foram: Zacarias de Merari.
o primogênito, Jadiel o segundo, Za- Guardas do tesouro do templo
badias, o terceiro, Jatanael o quarto,
3Elão o quinto, Joanan o sexto, Elioe- “ Aquias, porém, era o guarda dos
nai o sétimo. tesouros da casa de Deus, e dos vasos
4Os filhos de Obededom foram: Se sagrados. 21Filhos de Ledan, filho de
meias o primogênito, Jozabad o se Gersoni; de Ledan descendem êstes
gundo, Joaa o terceiro, Sacar o quar chefes de famílias: Ledan e Gersoni,
to, Natanael o quinto, 5Amiel o sex e Jeieli. 22Os filhos de Jeieli, e Za-
to, Issacar o sétimo, Folati o oitavo, tan e Joel, seus irmãos, eram guardas
porque o Senhor o abençoou. °Semei, dos tesouros da casa do Senhor,
seu filho, teve filhos chefes de suas (juntam ente) 23com os das famílias de
famílias, porque eram homens fortís Amrão, e de Isaar, e de Hebron, e de
simos. 7Os filhos de Semeias foram: Oziel. 24E Subael, filho de Gersão,
Otni, e Rafael, e Obed, Elzabad, e seus filho de Moisés, era o superintenden
irmãos, homens fortíssimos; como te dos tesouros. 25E Eliezer, seu ir
também Eliú e Samaquias. 8Todos mão, do qual foi filho Raabia, e f i
êstes eram da fam ília de Obededom; lho dêste Isaías, e filho dêste Jorão,
êles e seus filhos e irmãos, robustís e filho dêste Zecri, e filho dêste Se-
simos para o seu ministério, eram lemit. 2eO mesmo Selemit e seus ir
(ao todo) sessenta e dois da casa de mãos tinham a intendência dos tesou
Obededom. °E os filhos de Mesele ros das coisas santas, que o rei Davi e
mia e seus irmãos, muito valentes, os príncipes das famílias, e os tribu
eram dezoito. nos, e os centuriões, e . os chefes do
10De Hosa, isto é, dos filhos de Me- exército tinham consagrado, 27(isto é,
rari, foram: Semri, o chefe (porque tinham a intendência das coisas pro
seu pai não tinha tido primogênito, venientes) das guerras e dos despo-
por isso o tinha constituído chefe). jos das batalhas, que êles tinham
nHelcias o segundo, Tabelias o tercei consagrado para a construção e al
ro, Zacarias o quarto; todos êstes filhos faias do templo do Senhor. 2sE to
de Hosa os seus irmãos eram treze. das estas coisas consagrou Samuel,
462 PRIMEIRO LIVRO DOS PARALIPOMENOS 26 - 27
lavarem nelas tudo o que se devia o- mandou abrir lavôres nas portas do
ferecer em holocausto; os sacerdotes, templo interior, isto é, do Santo dos
porém, lavavam-se no mar. Santos; e as portas do templo pela
parte de fora eram de ouro. E as
Candeeiros de ouro e mesas sim se completaram tôdas as obras
7Fêz mais dez candeeiros de ouro, que Salomão fêz na casa do Senhor.
segundo a forma que tinha sido pres
crita, e pô-los no templo, cinco Transporto da arca
à direita, e cinco à esquerda. 8E fêz Ç Salomão, pois, mandou trazer e
também dez mesas, e pô -las no tem ° colocar nos tesouros da casa de
plo, cinco à direita, e cinco à esquer Deus tudo o que Davi, seu pai, tinha
da; e igualmente cem fialas de ou oferecido: a prata e o ouro, e to
ro. dos os vasos. 2Depois disto convocou
Os dois átrios
em Jerusalém todos os anciãos de Is
9Fêz também o átrio dos sacerdo rael, e todos os príncipes das tribos,
tes, e o grande átrio, e portas no á- e os chefes de familias dos filhos de
trio, as quais revestiu de bronze. Israel, para transportarem a arca da
10E colocou o mar ao lado direito aliança do Senhor da cidade de Da
contra o oriente, ao meio-dia. vi, que é Sião. 3E foram à presença
do rei todos os varões de Israel no
Recapitulação dos trabalhos em bronze dia solene do sétimo mês. 4E, tendo
uE Hirão fêz caldeiras, e garfos, e chegado todos os anciãos de Israel,
fialas, e acabou tôda a obra do rei na os Levitas levaram a arca, 5e intro-
casa de Deus, 12isto é, duas colunas duziram-na (no tem plo), com tudo o
com os seus epistílios e capitéis, e u- que pertencia ao tabernáculo. E os
ma espécie de rêdes, que cobriam os sacerdotes com os Levitas levaram os
capitéis por cima dos epistílios. 13E vasos do santuário, que havia no ta
quatrocentas romãs, _e duas rêdes, bernáculo. 6Entretanto o rei Salo
de sorte que se juntavam duas or mão e todo o povo de Israel, e todos
dens de romãs a cada uma das rêdes os que se tinham reunido diante da
que cobriam os epistílios e os capitéis arca, imolavam carneiros e bois sem
das colunas. 14Fêz também as ba número, tão grande era a quantida
ses e as bacias, que pôs sobre as ba de das vítimas.
ses; 15o mar e os doze bois por bai A arca é colocada no Santo dos Santos
xo do mar; 10e as caldeiras, e os gar
fos, e as fialas, Hirão, seu pai, fêz 7E os sacerdotes puseram a arca
a Salomão todos os vasos de bronze da aliança do Senhor no seu lugar, is
muito puro para a casa do Senhor. to é, no oráculo do templo, no Santo
170 rei mandou-os fundir na região dos Santos, debaixo das asas dos que
do Jordão, numa terra argilosa, en rubins, 8de modo que os querubins
tre Socot e Saredata. 18E a quanti estendiam as suas asas sôbre o lugar
dade dos vasos era inumerável, de mo em que a arca estava posta, e cobria
do que se não sabia o pêSo do bron a mesma arca e os seus varais. °E
ze. as extremidades dos varais, com que
Utensílios de ouro se levava a arca, porque eram um
pouco mais compridos, apareciam
19E Salomão fêz todos os vasos do diante do oráculo; mas, se alguém es
templo de Deus, e o altar de ouro, e tava um tanto fora, já não os podia
as mesas, sobre as quais se punham ver. E ali tem estado a arca até ao
os pães da proposição. “ Fêz mais de dia de hoje. 10E na arca não havia
puríssimo ouro os candeeiros com as outra coisa além das duas tábuas
suas lâmpadas, para arderem diante que Moisés ali tinha pôsto em Ho-
do oráculo, segundo o rito; 1 *21e uns
9 reb, quando o Senhor deu a lei aos
florões; e os mecheiros, e as tenazes filhos de Israel, na sua saídq do Egito.
de ouro; tôdas estas coisas foram “ E, logo que os sacerdotes saíram
feitas de ouro puríssimo; 22e os brasei do santuário, (porque todos os sacer
ros, e os turíbulos, e os copos, e os dotes que puderam achar-se ali, se
grais (eram ) de ouro puríssimo. E purificaram; e naquele tempo ainda
470 SEGUNDO LIVRO DOS PARALIPOMENOS 5 -6
não estavam distribuídos entre êles os se edificará uma casa ao meu nome.
turnos e ordem ios ministérios), lüO Senhor, pois, cumpriu a sua pa
12tanto os Levitas como os cantores, lavra, que tinha dito; e eu sucedl a
isto é, os que estavam debaixo da Davi, meu pai, e me sentei sôbre o
direção de Asaf, e os que estavam trono de Israel, corno o Senhor o dis
debaixo da direção de Eman e de Idi- se; e edifiquei uma casa ao nome do
tun, seus filhos e irmãos, revestidos Senhor Deus de Israel; Me coloquei ne
de vestes de linho fino, tocavam tím- la a arca, na qual está o pacto que
bales e saltérios, e citaras, postos em o Senhor fêz com os filhos de Is
pé, d ) lado oriental do altar, e com rael.
êles cento e vinte sacerdotes, que Oração de Salomão
tocavam trombetas. 13Assim, pois,
formando todos um concêrto com as 12Dito isto, Salomão pôs-se em pé
trombetas, e as vozes, e os tímbales, diante do altar do Senhor, na pre
e os órgãos, e diversos outros ins sença de tôda a multidão de Israel,
trumentos músicos, e, levantando mui e estendeu as mãos. 18È de no
to as vozes, ouvia-se ao longe o es tar que Salomão tinha leito um estra
trondo, de modo que, quando come do de bronze de cinco côvados de com
çaram a cantar e a dizer: Bendizei prido, e outros tantos de largo, e três
ao Senhor, porque é bom e porque a de alto, o qual tinha colocado no meio
sua misericórdia é eterna, encheu- do átrio, e pôs-se em pé sôbre êle, e
se a casa de Deus duma nuvem, 14e depois, pôsto de joelhos, com o rosto
os sacerdotes não podiam estar (a li), virado para tôda a multidão de Israel,
nem exercer as suas funções, por cau e as mãos levantadas ao céu, 14disse:
sa da escuridão. Porque a glória do Senhor Deus de Israel, não há Deus
Senhor tinha enchido a casa de Deus. semelhante a ti, nem no céu nem na
Salomão dã graças a Deus pela terra; a ti, que observas o pacto e
edificação do templo a misericórdia com os teus servos
que andam diante de ti de todo o seu
£ ^ n tã o disse Salomão: O Senhor coração; 15que cumpriste tôdas as pro
u prometeu que habitaria na es messas que fizeste a teu servo Davi,
curidão; 2e eu edifiquei uma casa ao meu pai, e que puseste por obra o
seu nome, para que habite nela pa que prometeste com a bõca, como a-
ra sempre. 8E o rei v olto a o seu ros gora se verifica.
to e abençoou tôda a multidão de Is 10Cumpre, pois, agora, Senhor Deus
rael (porque tôda a gente estava de de Israel, a favor de Davi, meu pai e
pé atenta) e disse: teu servo, tudo o que lhe prometeste,
♦Bendito seja o Senhor, Deus de Is dizendo: Não faltará da tua descen
rael, que cumpriu o que prometeu a dência um homem que se sente na.
Davi, meu pai, dizendo: 5Desde o dia minha presença sôbre o trono de Is
em que eu fiz sair o meu povo da ter rael, contanto, porém, que teus filhos
ra do Egito, não escolhi cidade algu guardem os seus caminhos, e andem
ma entre tôdas as tribos de Israel, pa segundo a minha lei, como tu tam
ra nela se levantar uma casa ao meu bém andaste na minha presença. 17E
nome; nem escolhi nenhum outro ho agora, Senhor Deus de Israel, confir-
mem, para ser chefe do meu povo de me-se a tua palavra, que deste a teu
Israel; 6mas escolhi Jerusalém, para servo Davi.
nela se honrar o meu nome, e escolhi 18É, pois, crível que Deus habite
Davi, para o constituir sôbre o meu com os homens sôbre a terra? Se o
povo de Israel. 7E, tendo meu pai céu e os céus dos céus te não podem
Davi desejado edificar uma casa ao conter, quanto menos esta casa, que
nome do Senhor Deus de Israel, 8o eu edifiquei! 10Mas ela foi sòmente
Senhor disse-lhe: Já que tu tiveste feita, a fim de atenderbs à oração e
vontade de edificar uma casa ao meu às súplicas do teu servo, Senhor meu
nome, certamente fizeste bem em ter Deus, e a fim de ouvires as preces,
tal vontade 9todavia não serás tu que o teu servo faz na tua presença;
ue hás de edificar a casa, porém teu 20a fim de que, de dia e de noite,
? ilho, que sairá de tuas entranhas, es tenhas os teus olhos abertos sôbre
6 SEGUNDO LIVRo DOS PA R A LIP 0M E N 0S 471
esta casa e sôbre o lugar, no qual não fôr do teu povo de Israel, vier
prometeste que o teu nome seria in dum país remoto, atraido pela fama
vocado, 21e que ouvirias a oração, que do teu grande nome, e da tua forta
o teu servo, nêle faz, e ouvirias as leza, e do poder do teu braço esten
súplicas do teu servo e as do teu povo dido, e te adorar neste lugar, 33tu o
de Israel. Ouve, Senhor, da tua mo ouvirás do céu, tua firmíssima habi
rada, que é o céu, todo aquêle que tação; e concederás todas as coisas
nêste lugar orar, e sê-lhe propício. que aquêle peregrino te pedir, para
22Se alguém pecar contra o seu que todos os povos da terra conhe
próximo, e se apresentar para dar ju çam o teu nome, e te temam, como
ramento contra êle, e se ligar com al o teu povo de Israel, e reconheçam
guma maldição diante do teu altar que o teu nome foi invocado nesta
nesta casa. -3Tu ouvirás do céu, e fa casa que eu edifiquei.
rás justiça aos teus servos, de manei 34Se o teu povo sair à campanha
ra que faças recair a pex^fídia do cul contra os seus inimigos, seguindo pelo
pado sôbre a sua cabeça, e vingues o caminho pelo qual tu o tiveres man
justo, retribuindo-lhe segundo a sua dado, e te adorar com a face virada
justiça. 24Se o teu povo de Israel fôr para o caminho, onde está situada es
vencido pelos seus inimigos (porque ta cidade, que tu escolheste, e a casa
pecou contra ti) e, convertido, fizer que eu edifiquei ao teu nome, “ tu
penitência, e invocar o teu nome, e ouvirás do céu as suas orações e as
vier suplicar neste lugar, 25tu o ou suas súplicas, e os vingarás (dos seus
virás do céu, e perdoarás o pecado ao inimigos).
teu povo de Israel, e o restituirás à
terra que lhe deste a êle e a seus 36Se êles, porém, pecarem contra
pais. ti (porque não há homem que não
26Se, fechado o céu, a chuva não peque), e tu te irares contra êles, e
cair por causa dos pecados do povo, e os entregares aos inimigos, e êstes
te rogarem neste lugar, e, dando gló os levarem cativos para um país re
ria ao teu nome, se converterem e moto ou vizinho, 37e êles, convertendo-
fizerem penitência dos seus pecados, se do seu coração na terra para onde
quando os afligires, 27ouve-os lá do foram levados cativos, fizerem peni
céu, Senhor, e perdoa os pecados dos tência, e recorrerem a ti na terra do
teus servos e do teu povo de Israel, seu cativeiro, dizendo: Nós pecamos,
e ensina-lhes o bom caminho, por on nós cometemos a iniqüidade, nós pro
de andem, e derrama a chuva sôbre cedemos injustamente; 3?e se voltarem
a terra que tu deste ao povo para para ti de todo o seu coração e de
possuir. tôda a sua alma, no país do seu cati
28Se sobrevier à terra fome, ou pes veiro a que foram levados, e te ado
te, mela, ou corrupção do ar, ou gafa rarem voltados para o caminho da
nhotos, ou pulgão; se os inimigos, sua terra que deste a seus país, e
depois de destruídos os campos, si da cidade que escolheste, e do tem
tiarem as portas da cidade, ou qual plo que eu edifiquei ao teu nome, 39tu
quer outro flagelo ou doença a opri ouvirás do céu, isto é, da tua firme
mir, 29se alguém do teu povo de Is morada, as suas súplicas, e farás jus
rael, considerando a sua praga e doen tiça, e perdoarás ao teu povo, ainda
ça, te suplicar e levantar as suas que pecador, 40porque tu és o meu
mãos para ti nesta casa, 30tu o ouvirás Deus. Abram-se, te peço, os teus o-
do céu desde a tua sublime morada, lhos, e estejam atentos os teus ouvi
e serás propício, e darás a cada um dos à oração que se fizer neste lugar.
conforme as suas obras que conheces 41Agora, pois, levanta-te Senhor Deus,
que êle tem no seu coração, (pois que e vem para o teu descanso, tu e a ar
só tu conheces os corações dos filhos ca (por meio da qual mostras a) tua
dos homens), 31a fim de que êles te te fortaleza. Os teus sacerdotes, Senhor
mam e andem pelos teus caminhos Deus, sejam revestidos da salvação, e
todos os dias que viverem sôbre a os teus santos se alegrem nos teus
face da terra, que deste a nossos pais. bens. 42Senhor Deus, não apartes o
32Se mesmo um estrangeiro, que rosto dêste teu ungido; lembra-te das
47 2 SEGUNDO LIVRO DOS PARALIPÔMENoS 6 - 7
Salomão, expôs-lhe tudo o que tinha de ouro, 14sem contar aquela soma
no seu coração. 2E Salomão expli que lhe costumavam levar os depu
cou-lhe tudo o que ela lhe propuse tados de várias nações, e os negocian
ra; e não houve nada que êle não tes, e todos os reis da Arábia, e os
lhe pusesse claro. 3Logo que ela viu a governadores das províncias, que le
sabedoria de Salomão, e a casa que vavam ouro e prata a Salomão.
êle tinha edificado, 4e os manjares da 15Fêz, pois, o rei Salomão duzentas
sua mesa, e os aposentos dos seus lanças de ouro. em cada uma das
servos, e os ofícios dos que o serviam quais eram empregados seiscentos si
e os seus vestidos, e os copeiros com dos de ouro. 16E também trezentos
os seus trajes, e as vítimas que imo escudos de ouro, cada um dos quais
lava na casa do Senhor, ficou espan era coberto com trezentos siclos de
tada, e como fora de si. 5E disse ao ouro; e o rei pô-los no arsenal que
rei: É verdade o que ouvi dizer na estava situado no bosque.
minha terra das tuas virtudes e da 17Fêz também o rei um grande tro
tua sabedoria. °Eu não acreditava na no de marfim, e revestiu-o de ouro
queles que me contavam, até que eu puríssimo. :8E os seis degraus, pelos
mesma vim, e vi com os meus olhos, e quais se subia ao trono, e um estrado
reconheci que apenas me tinha sido de ouro, e dois braços duma e outra
dito a metade da tua sabedoria. As parte, e dois leões ao pé dos dois bra
tuas virtudes excedem a fama. 7Bem- ços, 19e mais outros doze leõezinhos
aventurados os teus povos, e bem- postos duma e outra parte sôbre os
aventurados os teus servos, que es seis degraus; não houve trono seme
tão sempre diante de ti, e que ouvem lhante em nenhum outro reino. 20E
a tua sabedoria. 8Bendito seja o Se todos os vasos da mesa do rei eram
nhor teu Deus, que quis colocar-te de ouro e a baixela do palácio do
sôbre o seu trono como rei, fazendo bosque do Líbano era de ouro purís
as vêzes do Senhor seu Deus. P or simo; porque naquele tempo a prata
que Deus ama Israel, e quer conser era reputada por nada, 21porque as
vá-lo para sempre, por isso te consti frotas do rei iam de três em três anos
tuiu seu rei, a fim de o julgares e a Tarsis com os servos de Hirão, e
lhe administrares justiça. traziam de lá ouro e prata, e mar
9E presenteou o rei com cento e fim, e bugios, e pavões.
vinte talentos de ouro, e uma prodi Magnificência e glória de Salomão
giosa quantidade de aromas e pedras
preciosíssimas; nunca se tinham vis 22Por isso o rei Salomão ultrapas
to perfumes tão excelentes, como os sou todos os reis do mundo em ri
que a rainha de Sabá deu ao sei Sa quezas e em glória. 23E todos os reis
lomão. da terra desejavam ver o rosto de Sa
l0E os servos de Hirão com os de lomão, para ouvirem a sabedoria de
Salomão trouxeram também ouro de que Deus tinha dotado o seu coração;
Ofir, e madeira de tino, e pedras de 24e presenteavam-no todos os anos
grande valor. “ Com,esta madeira de com vasos de prata e de ouro, e ves
tino fêz o rei os degraus da casa do tidos, e armas, e aromas, e cavalos,
Senhor e do palácio real, e as citaras, e machos.
e os saltérios dos músicos; nunca se 25Teve também Salomão quarenta
viu na terra de Judá madeira como mil cavalos nas suas cavalariças, e
esta. 12E o rei Salomão deu à rainha doze mil coches, e doze mil cavalei
de Sabá tudo o que ela desejou, e o ros, e colocou-os nas cidades destina
que ela pediu, e muito mais do que das para as carroças, e em Jerusalém
lhe tinha trazido, e ela, retirando-se, onde estava o rei. 26E exerceu tam
voltou para a sua terra com os seus bém o seu poder sôbre todos os reis
servos. que havia desde o rio Eufrates até
Riquezas de Salomão à terra dos Filisteus, e até às fron
teiras do Egito'. 27E fêz que em
13E o pêso de ouro, que todos os Jerusalém fôsse tão comum a pra
anos era levado a Salomão, era de ta como as pedras, e que houves
seiscentos e, sessenta e seis talentos se tanta multidão de cedros como são
9 - 1 1 SEGUNDO LIVRO DOS P A R ALIPO M EN oS 475
os sicômoros «que nascem nos cam grosso do que as costas de meu pai;
pos. 28E eram-lhe trazidos cavalos “ meu pai pôs-vos um jugo pesado, e
do Egito, e de todos os países. eu lhe acrescentarei maior pêso; meu
pai açoitou-vos com correias, eu po
Morte de Salomão rém açoitar-vos-ei com escorpiões.
290 resto das ações de Salomão, 12A o terceiro dia, pois, foi Jeroboão
e todo o povo ter com Roboão, se
tanto as primeiras como as últimas, gundo êle lhes tinha ordenado. 13E
estão escritas nos livros do profeta o rei, não fazendo caso do conselho
Natan, e nos livros de Aías de Silo, dos anciãos, respondeu-lhes com du
e na visão de Ado, que profetizou reza, 14e falou-lhes segundo o conse
contra Jeroboão, filho de Nabat. lho dos jovens: Meu pai pôs-vos um
3uSalomão reinou em Jerusalém sobre jugo pesado, e eu o farei mais pe
todo o Israel durante quarenta a- sado; meu pai açoitou-vos com cor
nos. 81E adormeceu com seus pais, reias, eu porém açoitar-vos-ei com
e foi sepultado na cidade de Davi; e escorpiões. 15E não condescendeu
Roboão, seu filho, reinou em seu lu com as súplicas do povo, porque era
gar. da vontade de Deus que se cumpris
O cisma
se a palavra que tinha dito a Jero
1(1 p artiu , pois, Roboão para Si- boão, filho de Nabat, por meio de
quém; porque todo o Israel se Aías Silonita.
tinha juntado lã para o constituir rei. 0 povo, excetuando as tiibos de Judá
2Tendo ouvido isto Jeroboão, filho de e Benjamim, revolta-se contra Roboão
Nabat, que estava no Egito (pois ti
nha fugido para lã da presença de MEntão todo o povo, ao ouvir tão
Salomão), voltou logo. 3E chama- dura resposta do rei, disse-lhe assim:
ram-no, e foi com todo o Israel, e fa Não temos parte com Davi, nem he
laram a Roboão, dizendo: 4Teu pai rança com o filho de Jsaí. Volta, Is
oprimiu-nos com um jugo duríssimo, rael, para as tuas tendas, e tu, Da
tu, porém, trata-nos com mais bran- vi, governa a tua casa.
dura do que teu pai, que nos impôs E assim se retirou Israel para as
uma grave servidão, e alivia-nos um suas tendas.
pouco a carga, e nós seremos teus 17E Roboão ficou reinando (sòmen-
servos. te) sôbre os filhos de Israel que ha
5Êle disse-lhes: Tornai a vir daqui bitavam nas cidades de Judá. 18E o
a três dias. E, depois que o povo se rei Roboão enviou Adurão, que era
retirou, °teve Roboão conselho com superintendente dos tributos, mas os
os anciãos, que tinham sido minis filhos de Israel apedrejaram-no, e êle
tros de Salomão, seu pal, durante a morreu. Em vista disto o rei Ro
sua vida, dizendo: Que me aconse boão montou apressadamente no seu
lhais que eu responda ao povo? 7Êles coche, e fugiu para Jerusalém. 19E
disseram-lhe: Se contentares êste po Israel separou-se da casa de Davi até
vo, e o aplacares com palavras doces, ao dia de hoje.
êles te servirão para sempre. 8Êle, Deus proíbe a Roboão fazer guerra
porém, abandonou o conselho dos an aos Israelitas
ciãos, e começou a consultar os jo
vens que tinham sido criados com 11 'Roboão voltou, portanto, para
êle e estavam na sua companhia. °E 1 * Jerusalém, e convocou tôda a
disse-lhes: Que vos parece? Que de tribo de Judá e de Benjamim, cento
vo eu responder a êste povo que me e oitenta mil homens escolhidos e
veio dizer: Alivia-nos o jugo que teu guerreiros, para pelejar contra Israel,
pai nos impôs? 10Mas êles responde e fazê-lo voltar para o seu domínio.
ram como jovens e como criados com 2Mas o Senhor dirigiu a sua palavra
êle nas delicias, e disseram: Assim a Seméias’ homem de Deus, dizendo:
responderás ao povo que te veio di- 3Vai dizer a Roboão, filho de Salo
zer: Teu pai fêz pesadíssimo o nosso mão, rei de Judá, e a todo o Israel,
jugo, tu alivia-o; assim lhe responde que está na tribo de Judá e de Ben
rás: O meu dedo mindinho é mais jamim: 4Eis o que diz o Senhor: Não
476 SEGUNDO LIVRO DOS PAR A LIP Ô M E N oS 11 - 12
marchareis, nem pelejareis contra lha de Jerimot, filho de Davi, e tam
vossos irmãos; cada um volte para bém com Abiail, filha de Eliab, filho
sua casa, porque isto aconteceu por de Isaí, 189a qual deu à luz Jeús, e
minha vontade. Êles, tendo ouvido Somorias, e Zoom. 20*Depois desta to
a palavra do Senhor, voltaram para mou também por mulher a Maaca,
trás, e não marcharam contra Je- filha do Absalão, da qual teve Abia,
roboão. e Etai, e Ziza, e Salomit. aE Roboão
Roboão fortifica o seu reino
amou Maaca, filha de Absalão, mais
ue tôdas as mulheres principais e
5E Roboão habitou em Jerusalém, e segunda ordem; poique êle teve
e edificou várias cidades muradas em dezoito esposas e sessenta mulheres
Judá. °E fortificou Belém, e Etão, e de segunda ordem, e teve vinte e oi
Tecué, 7e também Becsur, e Soco, e to filhos e sessenta filhas.
Odolão, 8e Get, e Maresa, e Zif, °e 22E constituiu Abia, filho de Maa
Adurão, e Laquis, e Azeca, 10e Saraa, ca, cabeça e príncipe sobre todos os
e Aialon, e Hebron, que estavam em seus irmãos, porque tinha o desígnio
Judá e Benjamim, tôdas cidades fo r de o fazer rei, 23porque era o mais avi
tíssimas. nE, tendo-as cercado de sado e o mais poderoso de todos os
muros, pôs nelas governadores e ar seus filhos, e em todos os territórios
mazéns de viveres, isto é, de azeite e de Judá e de Benjamim, e em tôdas
de vinho. 12E estabeleceu também as cidades muradas, e deu-lhes ali
em cada cidade um arsenal de es mentos em grande abundância, e pe
cudos e de lanças, e fortificou-as com diu para êles muitas mulheres.
sumo cuidado, e reinou sòbre Judá e
Benjamim. Invasão de Sesac
Recebe os sacerdotes e X.evitas
expulsos por Jerohoão 12 porém, o reino de Ro-
boão estava bem estabelecido e
18E os sacerdotes e os Levitas, que consolidado, êle abandonou a lei do
havia em todo o Israel, foram para Senhor, e com êle todo o Israel.
êle de tôdas as suas residências, “ dei 2Ora, no quinto ano do reinado de
xando os seus subúrbios e as suas fa Roboão, Sesac, rei do Egito, mar
zendas, e passando para Judá e Jeru chou contra Jerusalém (porque (os
salém, porque Jeroboão, e seus filhos Israelitas) tinham pecado contra o
os tinham expulsado, a fim de não Senhor), 3com mil e duzentas carro
exercerem o sacerdócio do Senhor. ças de guerra, e sessepta mil cavalei
15E Jeroboão constituiu para si sacer ros, e era inumerável a gente que
dotes dos lugares altos, o dos demô com êle tinha vindo do Egito: os Lí-
nios, e dos novilhos que êle tinha bios, e os Trogloditas, e os Etíopes.
mandado fazer. 10E também de to 4E apoderou-se das praças mais fo r
das as tribos de Israel, todos aquêles tes de Judá, e chegou até Jerusalém.
que tinham resolvido em seu coração 5E o profeta Seméias foi ter com
seguir o Senhor Deus de Israel, fo Roboão e com os príncipes de Judá,
ram a Jerusalém, a fim de imolarem que se tinham juntado em Jerusa
as suas vítimas na presença do Se lém, fugindo de Sesac, e disse-lhes:
nhor Deus de seus pais. 17E fo rtifi Eis o que diz o Senhor: Vós desam
caram o reino de Judá, e consolida parastes-me, e eu vos desamparei
ram (no tron o) a Roboão, filho de também nas mãos de Sesac. 6E,
Salomão, durante três anos; porque consternados os príncipes de Israel e
somente três anos andaram nos ca o rei disseram: O Senhor é justo. 7E,
minhos de Davi e de Salomão. vendo o Senhor que se tinham hu
Fam ília de Roboão milhado, falou a Seméias, dizendo:
Visto que êles se humilharam, não os
18E Roboão casou com Maalat, fi perderei, mas dar-lhes-ei algum au-
Cap. X I — 23. Porque era o mais avisado... Segundo o hebraico: Éle (Robo&o) procedeu
com prudência, dispersando os (outros) seus filhos pelas províncias de Judá e de Benjam im ,
por tôdas as cidades fortes... para que se n&o revoltassem contra o seu irmão.
12 - 13 SEGUNDO LIVRO DOS P AR ALIP O M EN oS 477
xílio, e não farei cair o meu furor trocentos mil homens escolhidos, e
sôbre Jerusalém por mão de Sesac. Jeroboão pôs também em batalha um
8Todavia ficar-lhe-ão sujeitos, para exército de oitocentos mil homens, os
conhecerem a diferença que há entre uais também eram soldados escolhi-
o servir-me a mim, e o servir aos reis os e valentíssimos para a guerra.
da terra. 4Abia fêz alto sôbre o monte Seme-
9Sesac, pois, rei do Egito, retirou- ron, que estava na tribo de Efraim,
se de Jerusalém, depois de ter tira e disse: Ouve, Jeroboão, e todo o Is
do os tesouros da casa do Senhor e rael: 5Porventura ignorais vós que o
do palácio do rei, e levou tudo con Senhor Deus de Israel deu para sem
sigo, e também os escudos de ouro pre a Davi e aos seus descendentes a
que Salomão tinha mandado fazer, soberania sôbre Israel por um pacto
10em lugar dos quais o rei mandou inviolável? °E Jeroboão, filho de Na-
fazer outros de bronze, e entregou-os bat, servo de Salomão, filho de Davi,
aos capitães dos escudeiros, que guar levantou-se e revoltou-se contra seu
davam o átrio do palácio. uE, quan Senhor. 7E uma multidão de homens
do o rei entrava na casa do Senhor, vãos, filhos de Belial, juntaram-se a
vinham os escudeiros, e tomavam- êle, e fizeram-se mais fortes do que
nos, e depois tornavam-nos a levar Roboão, filho de Salomão; porque
para o seu arsenal. l2Mos, porque se Roboão era um homem sem experi
tinham humilhado, apartou-se dêles ência, e de coração cobarde, e não
a ira do Senhor, e não foram intei- lhes pôde resistir.
ramente destruídos, porque ainda se 8Agora, pois, vós dizeis que podeis
acharam obras boas em Judá. resistir ao reino do Senhor, que êle
Duração e fim do reinado de Boboão possui por meio dos descendentes de
130 rei Roboão fortificou-se, pois, Davi, e que tendes uma grande mul
em Jerusalém, e reinou. E tinha tidão de povo, e os novilhos de ouro
quarenta e um anos quando começou que Jeroboão vos fêz para vossos deu
ses. 9E vós expulsastes os sacerdotes
a reinar e reinou dezessete anos em do Senhor, filhos de Arão, e os Levi-
Jerusalém, cidade que o Senhor ti tas; e fizestes para vós (outros) sa
nha escolhido entre tôdas as das tri cerdotes à maneira de todos os povos
bos de Israel, para nela estabelecer da terra; qualquer que se apresente
0 seu nome. E sua mãe chamava- e consagre a sua mão, imolando um
se Naama, Amonita. 14Êle, porém, novilho e sete carneiros, é feito sa
fêz o mal, e não dispôs o seu cora cerdote daqueles que não são deuses
ção para buscar o Senhor. 10Mas o nosso Senhor é o Deus ( ver-
15As ações de Roboão, assim as pri dadeiro), a quem não deixamos, e ao
meiras como as últimas, estão escri Senhor servem os sacerdotes da li
tas nos livros do profeta Seméias, e nhagem de Arão, e os Levitas o ser
de Ado, o vidente, e expostas com vem em seus ministérios; ne cada
exatidão. E Roboão e Jeroboão tive dia de manhã e de tarde oferecem
ram guerra entre si durante todos holocaustos ao Senhor, e perfumes
os seus dias. 16E Roboão adorme compostos segundo os preceitos da
ceu com seus pais, e foi sepultado lei, e expôem-se os pães numa mesa
na cidade de Davi; e seu filho Abia limpíssima, e temos o candeeiro de
reinou em seu lugar. ouro e as suas lâmpadas, que sem
Reinado de A bia pre se acendem de tarde porque nós
1O 2N o ano décimo oitavo do reina- guardamos os preceitos do Senhor
do de Jeroboão, reinou Abia so nosso Deus, a quem vós abandonas
bre Judá. 2Reinou três anos em Je tes. 12Por isso o capitão do nosso
rusalém; sua mãe chamava-se Micaia, exército é Deus, e os seus sacerdotes
filha de' Uriel de Gabaa. E havia são os que tocam as trombetas, e as
guerra entre Abia e Jeroboão. fazem retinir contra vós. Filhos de
Israel, não queirais combater contra
Guerra de A bia com jeroboão o Senhor Deus de vossos pais, porque
3E Abia rompeu as hostilidades, isto não vos convém.
tendo consigo gente fortíssima e qua 13Enquanto assim falava, Jeroboão
478 SEGUNDO LIVRO DOS P AR ALIPO M EN oS 13 - 14
todos, e saquearam as cidades, e le prêsa que tinham levado. 12E o rei
varam grande prêsa. 15E, destruindo entrou, segundo o costume, para con
também as malhadas de ovelhas, le firm ar a aliança (ou promessa) de
ve ram consigo uma infinidade de ga buscarem, de todo o seu coração e
do menor e de camelos, e voltaram de tôda a sua alma, o Senhor Deus
para Jerusalém. de seus pais. 13E se alguém, disse
êle, não buscar o Senhor Deus de
Exortação do profeta Azarias Israel, morra, desde o pequeno até
1C ^Azarias, filho de Obed, movi- ao maior, desde o homem até à mu
do pelo espírito de Deus, 2foi lher. 14E prestaram juramento ao
ao encontro de Asa, e disse-lhe: Ou Senhor em altas vozes, com júbilo e
vi-me, Asa e todos vós, povo de Judá toque das trombetas, e ao som de
e de Benjamim: O Senhor foi con- buzinas, 15todos os que estavam em
vosco, porque vós fôstes com êle. Se Judá, acompanharam com execrações
o buscardes, achá-lo-eis; mas, se o êste juramento, porque juraram de
abandonardes, êle vos abandonara. todo o seu coração, e buscaram a
3Muito tempo passará Israel sem o Deus com tôda a sua vontade, e en-
contraram-no; e o Senhor deu-lheâ
verdadeiro Deus e sem sacerdote que paz com todos os seus vizinhos.
instrua, e sem lei. 4E, se êles na sua
angústia se converterem para o Se 16E Asa depôs também Maaca, sua
nhor Deus de Israel, e o buscarem, mãe, da augusta dignidade (de que
achá-lo-ão. 5Nesse tempo não have gozava), porque ela tinha levantado
rá paz para o que sai nem para o num bosque o ídolo de Príapo, o qual
que entra, mas de tôdas as partes ha êle quebrou, e, fazendo-o em pedaços,
verá terror em todos os habitantes queimou-o no vale de Cedron. 17Mas
da terra, °porque se levantará uma ficaram em Israel os lugares altos;
nação contra outra nação, e uma ci não obstante, o coração de Asa foi
dade contra outra cidade, porque o perfeito em todos os seus dias. 18E
Senhor os conturbará com tôda a sor levou para o templo do Senhor o
te de aflições. 7Vós, porém, ganhai que seu pai e êle tinham prometido
coragem, não se enfraqueçam as vos com voto, prata e ouro, e diversas es
sas mãos, porque a vossa obra será pécies de vasos. 19E não houve guer
recompensada. ra até ao ano trigésimo quinto do
reinado de Asa.
N ovas reformas religiosas de A sa
A s a faz aliança com o rei da Síria
8E Asa, ouvindo isto e a profecia contra Israel
de Azarias, filho de Obed, profeta, co
brou ãnimo e exterminou os ídolos de 1 C 2N o ano trigésimo sexto do seu
tôdas as cidades da terra de Judá e reinado, Baasa, rei de Israel,
de Benjamim, e das cidades do monte foi contra Judá, e circundou Rama
de Efraim, que êle tinha tomado, e com um muro para que nenhum do
restaurou o altar do Senhor, que es- reino de. Asa pudesse com segurança
tav diante do átrio do Senhor. 9E sair ou entrar. 2Então Asa tirou o
congregou todo o povo de Judá e de ouro e a prata dos tesouros da casa
Benjamim, e com êles os estrangei do Senhor, e dos tesouros do rei, e
ros (vindos) de Efraim e de Manas- enviou-os a Benadad, rei da Síria,
sés, e de Simeão, porque tinham fu- que habitava em Damasco, dizendo:
ido para êle muitos Israelitas, ven- 3Há uma aliança entre mim e ti; tam
fo que o Senhor seu Deus era com bém meu pai e o teu conservaram con
êle. 10E, tendo chegado a Jerusalém córdia entre si; por esta razão te
no terceiro mês do ano décimo quinto mando prata e ouro, para que, rôta
do reinado de Asa, "im olaram ao Se a aliança que tens com Baasa, rei de
nhor naquele dia setecentos bois e se Israel, o obrigues a retirar-se do meu
te mil carneiros, dos despojos e da país.
Cap. X v — 17. o s lugares altos. N â o aquêles em que se prestava culto aos ídolos, os
quais já tinham sido destruídos (X I V , 2 ), m as aquêles em que se honrava o Deus verdadei
ro, embora dum modo contrário à lei.
480 SEGUNDO LIVRO DOS P AR ALIPÔ M EN oS 16 - 17
16 - B íb lia sa g ra d a
482 SEGUNDO LIVRO DOS PARALIPôMENOS 18 - 19
vos correrá bem, e os inimigos serão rei de Judá, marcharam contra Ra
entregues nas vossas mãos. 15E o rei mot de Galaad. ^E o rei de Israel
disse: Eu te conjuro uma e outra vez disse para Josafat: Eu mudarei de
que me não digas senão o que é ver trajo, e assim irei combater, mas tu
dade em nome do Senhor. 18Então vem com os teus vestidos. E o rei
Miquéias disse: Eu vi Israel disperso de Israel, mudado o trajo, foi para
pelos montes como ovelhas sem pas 0 combate.
tor; e o Senhor disse: Estas gentes
não têm chefes; cada um volte em Josafat é salvo e Acab é morto
paz para sua casa. 17E o rei de Is 30Ora o rei da Síria tinha dado or
rael disse para Josafat: Não te dis dens aos comandantes da sua cavala
se eu que êste homem nunca me pro ria, dizendo: Não pelejeis contra pe-
fetiza coisa alguma de bem, mas sem queno nem contra grande, mas sò-
pre o que é mau? mente contra o rei de Israel. 31Por
18Mas Miquéias prosseguiu: Ouvi, isso, quando os comandantes da ca-
ois, a palavra do Senhor: Eu vi o vaiaria viram Josafat, disseram: Ês-
enhor sentado no seu trono e todo te é o rei de Israel. E cercaram-no,
o exército do céu que o circundava à carregando sobre êle; porém êle gri
direita e à esquerda. 19E o Senhor tou ao Senhor, que o socorreu e os
disse: Quem enganará Acab, rei de desviou da sua pessoa. “ Porque, ten-
Israel, para que ele marche e pereça do visto os capitães da cavalaria que
em Ramot de Galaad? E, dizendo um êste não era o rei de Israel, deixa-
dum modo, e outro doutro, 20aproxi- ram-no.
mou-se o espírito maligno, e apresen 33Entretanto aconteceu que um ho
tou-se diante do Senhor, e disse-lhe: mem do povo atirou à toa uma fle
Eu o enganarei. " o Senhor disse- cha, e feriu com ela o rei de Israel
lhe: Como o enganarás tu? 21E êle entre o pescoço e as costas, pelo que
respondeu: Irei, e serei um espírito êle disse ao seu cocheiro: Volta de
mentiroso na boca de todos os seus rédea, e tira-me do combate, porque
profetas. E disse o Senhor: Tu o en estou ferido. ME acabou-se a bata
ganarás e prevalecerás; vai, e faze-o lha naquele dia; e o rei de Israel
assim (eu to perm ito). 22Repara, ficou no seu coche até à tarde em
pois, que o Senhor pôs (ou perm itiu) frente dos Sírios, e morreu ao pôr
um espírito de mentira na bôca de do sol.
todos os teus profetas, e o Senhor
pronunciou contra ti desgraças. Jeú repreende Josafat
23Então Sedecias, filho de Canaama,
avançou e deu uma bofetada em Mi- 1Q 2E Josafat, rei de Judá, voltou
quéias, e disse: Por que caminho pas em paz para sua casa em Je
sou de mim o espírito do Senhor, pa rusalém. 2E Jeú, o vidente, filho de
ra te falar a ti? 24E Miquéias respon Hanani, saiu-lhe ao encontro e dis
deu: Tu mesmo o verás naquele dia se-lhe: Tu dás socorro a um ímpio
em que fôres fugindo de aposento em e estreitas os laços da amizade com
aposento para te esconderes. “ Mas os que odeiam o Senhor, e por isso
o rei de Israel ordenou, dizendo: P e eras digno da ira do Senhor. 3Mas
gai em Miquéias, e levai-o a Amon, foram encontradas em ti obras boas,
governador da cidade, e a Joás, filho porque exterminaste da terra de Ju
de Amelec. “ E direis: Isto manda o dá os bosques sagrados, e dispuseste
r e i: Metei êste homem ho cárcere, e o teu coração a buscar o Senhor Deus
dai-lhe um pouco de pão e um pouco de teus, pais.
de água, até que eu volte em paz. Administração de Josafat
27E Miquéias respondeu: Se tu vol
tares em paz, não falou o Senhor 4Josafat habitou, pois, em Jerusa
pela minha bôca. E acrescentou: lém, e saiu outra vez a visitar o povo
Ouvi isto, povos todos. desde Bersabéia até ao monte de
Batalha contra os Sírios Efraim, e reconduziu-o ao culto do
Senhor Deus de seus pais. 5Estabe-
“ O rei de Israel, pois, e Josafat, leceu também juizes no país em tô-
19 - 20 SEGUNDO LIVRO Dos PARALIPôMENoS 483
“ Tinha Amon vinte e dois anos 8E, no ano décimo oitavo do seu
uando começou a reinar, e reinou- reinado, depois de já purificada a ter
ois anos em Jerusalém. “ E fêz o ra e o templo do Senhor, mandou a
mal na presença do Senhor, como o Safan, filho de Eselias, e a Maasias,
tinha feito seu pai Manassés; e sacri overnador da cidade e Joá, filho de
ficou e prestou culto a todos os ído oacaz, seu cronista-mor, que repa
los que Manassés tinha mandado fa - rassem a casa do Senhor seu Deus.
bricar. “ E não temeu a face do Se 9Foram êles ter com o sumo sacerdo
nhor, como seu pai Manassés tinha te te Helcias; e, depois de recebido dê-
mido, antes cometeu muitos maiores le o dinheiro que tinha sido levado
delitos. 24E seus servos, tendo-se con- à casa do Senhor, e que os Levitas e
jurado contra êle, mataram-no em sua os porteiros tinham recolhido (das
casa. “ Mas o resto do povo, depois tribos) de Manassés e de Efraim, e
de ter dado a morte aos assassinos de todo o resto de Israel, e também de
de Amon, constituiu rei a Josias, seu todo o Judá e Benjamim, e dos habi
filho, em lugar dêle. tantes de Jerusalém, 10entregaram-no
nas mãos dos que eram os superinten
Piedade de Josias dentes dos oficiais que trabalhavam
na casa do Senhor, para restaura-
O A 1Josias tinha oito anos quando rem o templo e repararem todas as
começou a reinar, é reinou suas ruínas. 11E êstes deram-no aos
trinta e um anos em Jerusalém. 2E artistas e aos canteiros, para compra
fêz o que era reto na presença do rem pedras de cantaria e madeiras
Senhor, e andou nos caminhos de Da para o madeiramento do edifício, e
vi, seu pai; não declinou nem para a para o vigamento das casas que os
direita nem para a esquerda. reis de Judá tinham destruído. “ E-
xecutaram tudo fielmente. E os su
Primeiras reformas de Josias perintendentes dos operários eram
8Desde o oitavo ano do seu reina Jaat e Abdias, da linhagem de Me-
do, sendo ainda muito jovem, come rari, Zacarias e Mosolão, da linha
çou a buscar o Deus de Davi, seu pai; gem de Caat, os quais apressavam a
e no duodécimo ano, depois que ti obra; todos êles eram Levitas que
nha começado a reinar, purificou Ju- sabiam tocar instrumentos. MMas,
dã e Jerusalém dos lugares altos, e sôbre os que acarreavam o preciso pa
dos bosques, e das estátuas de fundi ra diversos usos, eram inspetores os
ção e de escultura. 4E na sua presen escrivães, juizes e porteiros do núme
ça foram destruídos os altares de ro dos Levitas.
500 SEGUNDO LIVRO DOS PARALIPOMENOS 34 - 35
Descoberta do livro da lei o que diz o Senhor Deus de Israel:
Porque ouviste as palavras do livro,
140ra, quando se retirava o dinhei 27e se enterneceu o teu coração, e te
ro que tinha sido levado ao templo humilhaste diante de Deus, por cau
do Senhor, o pontífice Helcias achou sa das coisas que foram ditas contra
um livro da lei do Senhor, dada por êste lugar e contra os habitantes de
mão de Moisés. “ E disse ao secre Jerusalém, e porque, temendo o meu
tário de Safan: Encontrei o livro da rosto, rasgaste os teus vestidos, e cho
lei na casa do Senhor; e entregou-lho. raste diante de mim, eu também te
16E Safan levou o livro ao rei, e o u v í , diz o Senhor. “ Por isso em bre
deu-lhe conta, dizendo: Tudo o que ve te juntarei a teus pais, e serás
mandastes a teus servos, executa-se pôsto em paz no teu sepulcro e os
fielmente. 17Êles recolheram a pra teus olhos não verão todos os males
ta que foi encontrada na casa do que eu estou para mandar sôbre êste
Senhor, e foi dada aos prefeitos lugar e sôbre os seus moradores, fi
dos artistas e dos que fazem os diver les, pois, foram referir ao rei tudo o
sos trabalhos. 18Além disto o pontí que a profetisa lhes tinha dito.
fice Helcias entregou-me êste livro.
E, tendo-o êle lido diante do rei, 10e Josias renova a aliança com Deus
êste ouvido as palavras da lei, ras ME o rei, depois de convocados to- '
gou os seus vestidos, “ e ordenou a dos os anciãos de Judá e de Jerusa-
Helcias, e a Aicão, filho de Safan, lém, "subiu à casa do Senhor, e jun-
e a Abdon, filho de Mica, e ao se tamente com êle todos os homens de
cretário Safan, e a Asaas, servo do Judá e os cidadãos de Jerusalém, os
rei, dizendo: 21Ide, e rogai ao Senhor sacerdotes e os Levitas, e todo o po-
por mim e pelos restos de Israel e de vo, desde o mais pequeno até o maior.
Judá, acêrca de todas as palavras E, estando êles a ouvir na casa do
dêste livro que se achou; porque es Senhor, o rei leu tôdas as palavras
tá prestes a cair sobre nós a grande do livro; 81e, pôsto em pé no seu es
ira do Senhor, porque nossos pais trado, fêz aliança com o Senhor, que
não guardaram as palavras do Se caminharia após êle, e que guardaria
nhor, cumprindo tudo o que está es os seus preceltos, e as suas leis, e as
crito neste livro. suas cerimônias, de todo o seu cora
“ Helcias, pois, e os que tinham si ção e de tôda a sua alma, e que cum-
do enviados juntamente pelo rei, fo priria tudo o que estava escrito na
ram ter com a profetisa Olda, mulher quele livro que acabava de ler. 82E
de Selum, filho de Tecuat, filho de fêz jurar o mesmo a todos os que se
Hasra, guarda dos vestidos, a qual encontravam em Jerusalém e em
habitava em Jerusalém no segundo Benjamim; e os moradores de Jeru
(b a irro ), e referiram-lhe as palavras salém o cumpriram, conforme o pac
que mencionamos acima. “ E Olda to do Senhor Deus de seus pais. “T i-
respondeu-lhes: Eis o que diz o Se rou, pois, Josias tôdas as abomina-
nhor Deus de Israel: Dizei ao homem çoes de tôdas as terras dos filhos de
que cá vos mandou: 24Isto disse o Israel, e obrigou todos os que resta
Senhor: Eu estou para fazer cair vam em Israel a servir o Senhor seu
sobre êste lugar e sôbre os seus habi Deus. E, enquanto êle viveu, não se
tantes, os males e tôdas as maldições separaram do Senhor Deus de seus
que estão escritas neste livro, que pais.
foi lido diante do rei de Judá. “ Por
que êles me abandonaram, e ofere Celebração solene da Páscoa
ceram sacrifícios aos deuses estra OC d e p o is Josias celebrou em Je-
nhos, provocando-me à ira por tôdas rusalém a Páscoa do Senhor,
ás obras das suas mãos; por isso o a qual foi imolada no décimo quar
meu furor se espalhará sôbre êste to dia do primeiro mês. 2E estabele
lugar, e não se aplacará. ceu os sacerdotes nos seus ministérios,
“ E, quanto ao rei de Judá, que vos e exortou-os a servirem na casa do
enviou para implorardes a misericór Senhor. 8E aos Levitas, por cujas
dia do Senhor, assim lhe direis: Eis instruções todo o Israel estava santi
35 SEGUNDO LIVRO DOS PARALIPôMENOS 501
ficado ao Senhor, disse: Ponde a ar todo o povo. 14E depois prepararam-
ca no santuário do templo que edifi- nas para si e para os sacerdotes; por-
cou Salomão, filho de Davi, rei de Is ue os sacerdotes estiveram ocupa-
rael, porque vós não tornareis mais os até à noite na oblação dos holo-
a transportá-la; agora, porém, servi caustos e das gorduras, por isso os
ao Senhor vosso Deus, e ao seu povo Levitas prepararam o comer para si
de Israel. 4Preparai-vos, pois, pelas e para os sacerdotes, filhos de Arão,
vossas casas e pelas vossas famílias, em último lugar. ME os cantores, fi
segundo a distribuição de cada um lhos de Asaf, também estavam no seu
de vós, como o ordenou Davi, rei de pôsto, conforme o preceito de Da
Israel, e como o escreveu Salomão, vi, e de Asaf, e de Heman, e de I-
seu filho. 5E servi no santuário, se ditun, profetas do rei; e os portei
gundo a distribuição das famílias e ros guardavam cada uma das por
das turmas levíticas. 6E, depois de tas, sem se apartarem um só mo
santificados, imolai a Páscoa, e dis- mento do seu ministério; por isso
ponde também vossos irmãos para também os Levitas, seus irmãos, lhes
que a possam celebrar, segundo o que prepararam o comer.
o Senhor ordenou por meio de Moi 10Desta sorte todo o culto do Senhor
sés. foi cumprido segundo o rito, naquele
7Deu, além disso, Josias a todo o dia, celebrando-se a Páscoa e ofe-
povo, que se tinha juntado na soleni recendo-se os holocaustos sôbre o al
dade da Páscoa, cordeiros e cabritos tar do Senhor, conforme a ordem do
dos rebanhos, e do resto do seu gado rei Josias. 17E os filhos de Israel,
trinta mil cabeças, e além disso, três que ali se acharam naquele tempo,
mil bois; tudo isto era da fazenda do celebraram a Páscoa e a solenidade
rei. 8Os seus oficiais também ofere dos ázimos durante sete dias. 18Não
ceram o que tinham prometido vo- houve Páscoa semelhante a esta em
luntàriamente, tanto ao povo, como Israel, desde o tempo do profeta Sa
aos sacerdotes e aos Levitas. Mas muel; e, dentre todos os reis de Is
Helcias e Zacarias, e Jaiel, príncipes rael, não houve nenhum que cele
da casa do Senhor, deram aos sacer- brasse uma Páscoa como a que cele
dotes, para celebrar a Páscoa, duas brou Josias com os sacerdotes, e com
mil e seiscentas reses de gado miú os Levitas, e com todo o povo de
do, e trezentos bois. °Conenias, e Judá, e com todos os que se acha-
Seméias, e Natanael, seus irmãos, co vam ali em Israel, e com os habitan
mo também Hasabias, e Jeiel, e Jo- tes de Jerusalém. "F o i celebrada es
sabad, chefes dos Levitas, deram aos ta Páscoa no ano décimo oitavo do
outros Levitas, para celebrarem a reinado de Josias.
Páscoa, cinco mil reses miúdas, e
uinhentos bois. 10E preparou-se tu- Morte de Josias
o para a função, e puseram-se os "Depois que Josias reparou o tem
sacerdotes no seu pôsto; e também os plo, foi Necao, rei do Egito, fazer
Levitas, divididos por turmas, segun guerra em Carcames, junto ao Eu-
do a. ordem do rei. trates. E Josias marchou ao seu
nE foi imolada a Páscoa; e os sa encontro. 2,Aquêle príncipe, porém,
cerdotes com as suas mãos derrama mandando-lhe mensageiros, disse-lhe:
vam o sangue, e os Levitas esfolavam P or que te embaraças tu comigo, Ó
as vítimas. 12E separavam-nas para rei de Judá? Não venho contra ti
as distribuir pelas casas e famílias hoje, mas contra outra casa, contra
de cada um, e para as oferecer a qual me mandou Deus que mar
ao Senhor, conforme o que está es chasse a toda a pressa; cessa, pois, de
crito no livro de Moisés; e fizeram te opores aos desígnios de Deus, o
o mesmo aos bois. 13Depois assaram qual é comigo, não suceda que êle te
os cordeiros pascais sôbre o lume, mate. “ Josias não quis tornar atrás,
como está escrito na lei; as hóstias mas preparou-se para lhé dar bata
pacificas, porém, cozeram-nas em lha, e não esteve pelo que Necao lhe
marmitas, e caldeirões, e panelas, e disse da parte de Deus, mas avan
distribuíram-nas, imediatamente por çou para lhe dar batalha no cam
502 SEGUNDO LIVRO DOS PARALIPôMENOS 35 - 36
po de Magedo. ” E ali, sendo ferido reis de Judã, e de Israel. E em seu
pelos frecheiros, disse para os seus lugar reinou seu filho Joaquim.
criados: Tirai-me da peleja, porque
estou gravemente ferido. ^Êles pas- O novo rei Joaquim
saram-no dum carro para outro, que °Joaquim tinha oito anos quando
o seguia de reserva, segundo o cos começou a reinar, e reinou três me
tume dos reis, e levaram-no para Je ses e dez dias em Jerusalém, e fêz o
rusalém; e morreu, e foi sepultado mal na presença do Senhor. 10E, ten
no mausoléu de seus pais; e todo o do decorrido o espaço dum ano, o rei
Judã e Jerusalém o prantearam, Nabucodonosor mandou tropas que
“ sobretudo Jeremias, cujas lamenta- o conduziram a Babilônia, levando
çôes sôbre Josias são repetidas até juntamente os mais preciosos vasos
hoje por todos os cantores e canto- da casa do Senhor. E (em lugar de
ras, costume que ficou em Israel co Joaquim) constituiu rei sôbre Judá
mo lei: Encontram-se escritas estas e sôbre Jerusalém a Sedecias, seu tio
coisas nas lamentações. paterno.
“ O resto das ações de Josias e as
suas boas obras, segundo o que or Sedecias, e ruína de Judá
dena a lei do Senhor, “ e as suas fa
çanhas, tanto as primeiras como as “ Sedecias tinha vinte e um anos
ultimas, estão escritas no livro dos quando começou a reinar, e reinou
reis de Judã e de Israel. onze anos em Jerusalém. “ E fêz o
mal diante dos olhos do Senhor seu
Joacaz, rei de Judã Deus, e não respeitou a pessoa do
profeta Jeremias, que lhe falava da
1Então o povo da terra tomou parte do Senhor. 13Sublevou-se tam
Joacaz, filho de Josias, e cons- bém contra o rei Nabucodonosor, a
tituiu-o rei em Jerusalém em lugar quem tinha dado juramento (de f i
de seu pai. 2Joacaz tinha vinte e delidade) em nome de Deus; e en
três anos quando começou a reinar, dureceu a sua cerviz e o seu coração
e reinou em Jerusalém três meses. para não se converter ao Senhor Deus
3Porque o rei do Egito, tendo ido a de Israel. 14E até também todos os
Jerusalém, o depôs, e condenou o príncipes dos sacerdotes e o povo se
país à contribuição de cem talentos entregaram a tôdas as abominações
de prata, e um talento de ouro. 4E dos gentios, e profanaram a casa do
em lugar de Joacaz constituiu Elia- Senhor, que êle tinha santificado pa
quim, seu irmão, rei sôbre Judâ e ra si em Jerusalém.
sôbre Jerusalém, e mudou-lhe o no “ Ora o Senhor Deus de seus pais
me em Joaquim;» e tomou Joacaz, e dirigia-lhes freqüentemente a sua pa
levou-o consigo para o Egito. lavra por meio dos seus enviados, le-
vantando-se de noite, e admoestando-
Reinado de Joaquim os todos os dias, porque queria per
doar ao seu povo e à sua casa. “ Mas
5Joaquim tinha vinte e cinco anos êles zombavam dos enviados de Deus,
quando começou a reinar, e reinou e desprezavam as suas palavras, e es
onze anos em Jerusalém; mas fêz o carneciam dos seus profetas, até que
mal diante do Senhor seu Deus. o furor do Senhor se levantou' con
8Contra êle marchou Nabucodono- tra o seu povo, e não houve mais
sor, rei dos Caldeus; e, carregado de remédio.
cadeias, levou-o para Babilônia. 17Porque fêz vir contra êles o rei
7Transportou também para esta ci dos Caldeus, e degolou seus filhos na
dade os vasos do Senhor, e colocou- casa do seu santuário, não tendo pie
os no seu templo. 8E o resto das dade nem do jovem, nem da donze
ações de Joaquim e das abominações la, nem do velho, nem do decrépito.
ue cometeu e que foram encontra- Deus entregou-lhos todos nas suas
as nêle, estão contidas no livro dos mãos. “ Transportou também para
Cap. X X X V I — 9. Tinha oito anos, êrro dos copistas, em vez de dezoito anos, como se lê no
Quarto Livro dos Reis, X X IV , 8.
36 SEGUNDO LIVRO DOS PARALIPOMENOS 503
Babilônia todos os vasos da casa do Edito de Ciro
Senhor, tanto os grandes como os pe
quenos, e os tesouros do templo, e “ Mas no primeiro ano de Ciro, rei
os do rei, e dos príncipes. 10Os ini dos Persas, para se cumprirem as pa
migos incendiaram a casa de Deus, lavras que o Senhor tinha dito por
e arruinaram os muros de Jerusalém, bôca de Jeremias, o Senhor tocou o
e puseram fogo a tôdas as tôrres, e coração de Ciro, rei dos Persas, o
destruíram tudo o que havia de pre qual mandou publicar por todo o rei
cioso. “ Se alguém tinha escapado da no, e também por escrito, dizendo:
espada, êsse, levado a Babilônia, tor “ Eis o que diz Ciro, rei dos Persas:
nou-se escravo do rei e de seus filhos, O Senhor Deus do céu pôs nas mi
até que teve o império o rei dos P er nhas mãos todos os reinos da, terra,
sas, ae se cumpriu a palavra do Se
nhor pronunciada por bôca de Jere e êle mandou-me também que lhe
mias, e a terra celebrou os seus sá fizesse uma casa em Jerusalém, que
bados; porque, durante todo o tempo está na Judéia. Quem dentre vós
da sua desolação, ela esteve num sá pertence ao seu povo? O Senhor seu
bado (o u descanso) contínuo, até que Deus seja com êle, e vá (para a sua
se completaram setenta anos. terra).
21. Celebrou os seus sábados, isto è, descansou, tendo ficado sem ser cultivada.
LIVROS DE ESDRAS
Os dois livros de Esdras formavam na antiguidade um só livro, atribuído
a Esdras. Tratam da restauração da comunidade de Israel na Palestina, de
pois do cativeiro de Babilônia, e abrangem um período de tempo, que vai
desde o edito de Ciro (538 a. C.) até aos últimos anos de Esdras (398 a. C.),
e mais alguns acrescentamentos que chegam até ao tempo de Alexandre
Magno (330 a. C.).
tados em Babilônia. 2E foi encon cada. 12E Deus, que estabeleceu o seu
trado em Ecbatana, que é um cas nome naquele lugar, dissipe todos os
telo da província de Média, um li reinos e o povo que estender a sua
vro, onde estava registrada a seguin mão para o contradizer je para des
te memória: 3N o primeiro ano do truir aquela casa de Deus, que está
rei Ciro: O rei Ciro ordenou que a em Jerusalém. Eu, Dario, fiz êste
casa de Deus, que está em Jerusa decreto, e quero que êle seja cumpri
lém, seja reedificada num lugar on do pontualmente.
de se possam oferecer vítimas, e que
lhe sejam lançados uns fundamen Têrmo das obras e dedicação
tos que sustentem a altura de ses do novo templo
senta côvados, e a largura de ses-
senta côvados, 4com três ordens de 13Tatanai, pois, governador do ter
pedras para polir, e do mesmo mo- ritório de além do rio, e Starbuzanai,
do ordens de madeira nova; e que e os seus conselheiros, conforme o* que
as despesas sejam feitas da casa do tinha ordenado o rei Dario, assim o
rei. 5E que também os vasos de executaram. 14E os anciãos dos Ju
ouro e prata, que Nabucodonosor deus edificavam e eram bem sucedi
tinha tirado do templo de Jerusa dos conforme a profecia do profeta
lém e transportado para Babilônia, Ageu e de Zacarias, filho de Ado; e
sejam restituídos e reconduzidos pa construíram o edifício por mandado
ra o templo de Jerusalém, para o do Deus de Israel, e por ordem de
seu lugar, e sejam colocados no tem Ciro, e de Dario, e de Artaxerxes,
plo de Deus. reis dos Persas; 15e completaram a ca
6Agora, pois, vós, Tatanai, governa sa de Deus no dia tres do mês de
dor das terras, que estão da banda Adar, no sexto ano do reinado do
de além do rio Starbuzanai, e vossos rei Dario.
conselheiros, os Afarsaqueus, que v i 16E os filhos de Israel, os sacerdotes
veis da banda de além do rio, reti e os Levitas, e os outros filhos (que
rai-vos dos Judeus. 7E deixai que tinham voltado) do cativeiro, celebra
aquele templo de Deus seja feito pe ram a dedicação da casa de Deus
lo chefe dos Judeus, e pelos seus an com regozijo. 17E ofereceram, para
ciãos, para que edifiquem aquela ca a dedicação da casa de Deus, cem
sa de Deus no seu lugar. 8E tam novilhos, duzentos carneiros, quatro
bém ordenei como é que se deve pro centos cordeiros, doze bodes pelo pe
ceder com aquêles anciãos dos Ju cado de todo o Israel, segundo o nú
deus, para que seja reedificada a mero das tribos de Israel. 18E esta
casa de Deus, e é que do erário do beleceram os sacerdotes nas suas or
rei, isto é, dos tributos que pagam dens, e os Levitas nos seus turnos
as terras de além do rio, se dê com para o serviço de Deus em Jerusa
pontualidade àqueles homens o que lém, como está escrito no livro de
fôr necessário para as despesas, para Moisés.
Festa da Páscoa
que não se embarace a obra. 9E que,
sendo necessário, se lhes dêem todos 19E os filhos de Israel, que tinham
os dias novilhos, e cordeiros, e cabri vindo do cativeiro, celebraram a
tos para se oferecerem em holocaus Páscoa no dia catorze do primeiro
to ao Deus do céu, e trigo, e sal, e mês. “ Porque os sacerdotes e os
Vinho, e azeite conforme o rito dos Levitas se tinham purificado como
sacerdotes que assistem em Jerusa se fôssem um só homem; todos esta
lém, para que não haja em coisa al vam puros para imolar a Páscoa pa
guma motivo de queixa. 10E ofere ra todos os Israelitas vindos do ca
çam sacrifícios ao Deus do céu, e ro tiveiro, e para os sacerdotes seus ir
guem pela vida do rei e de seus filhos. mãos e para si mesmos. 21E come-
“ Portanto, foi por mim decretado: ram-na os filhos de Israel, que ti
Que a todo homem que contrariar ês- nham voltado do cativeiro, e todos
te edito, se arranque um pau de sua aquêles que, separando-se da cor
casa, e se levante ao alto, e seja pre rupção dos povos do país, se tinham
gado nêle, e a sua casa seja confis unido a êles, para buscarem o Se
6 -7 PRIM EIRO LIVRO DE ESDRAS 511
nhor Deus de Israel. 22E celebra “ Artaxerxes, rei dos reis, a Esdras
ram a solenidade dos âzimos duran sacerdote, escriba versado na lei do
te sete dias, com alegria, porque o Deus do céu, saúde. 13Foi decretado
Senhor os tinha enchido de conten por mim que no meu reino todo a-
tamento, e tinha mudado o coração quêle do povo de Israel, e dos seus
do rei da Assíria a seu favor, para sacerdotes, e dos Levitas, que quei
êste os ajudar na obra da casa do ra ir para Jerusalém, vá contigo.
Senhor Deus de Israel. 14Porque tu és enviado pelo rei e pe
Genealogia de Esdras
los seus sete conselheiros, para v i
sitares a Judéia e Jerusalém, se
97 d ep o is destas coisas, no reinado gundo a lei do teu Deus, a qual es
1 de Artaxerxes, rei dos Persas, tá na tua mão; 15e para levares a
Esdras, filho de Saraias, filho de A- prata e o ouro, que o rei e os seus
zarias, filho de Helcias, 2filho de Se- conselheiros ofereceram espontânea-
lum, filho de Sadoc, filho de Aqui- mente ao Deus de Israel, cujo ta-
tob, 3filho de Amarias, filho de A- bernáculo está em Jerusalém. 1$E
zarias, filho de Maraiot, 4filho de Za- tôda a prata e ouro que encontrares
raias, filho de Ozi, filho de Bocci, em tôda a província de Babilônia, e
5filho de Abisué, filho de Finéias, que o povo quiser oferecer, e tudo o
filho de Eleazar, filho de Arão, que que os sacerdotes espontâneamente
foi o primeiro sacerdote. oferecerem à casa de seu Deus, que
está em Jerusalém, "recebe-o com li
Sua viagem a Jerusalém berdade, e cuida de comprar com
6Êste Esdras veio de Babilônia, e êste dinheiro novilhos, carneiros,
era um escriba muito hábil na lei cordeiros e hóstias com suas libações,
de Moisés, que o Senhor Deus tinha e oferece-as sôbre o altar do templo
dado a Israel; e o rei concedeu-lhe do vosso Deus, que está em Jeru
tudo o que êle pediu, porque a mão salém. 18Mas, se tu e teus irmãos
do Senhor seu Deus era com êle. 7E achardes bem dispor de outro modo
vários dos filhos de Israel, e dos fi do resto da prata e do ouro, proce
lhos dos sacerdotes, e dos filhos dos dei conforme a vontade do vosso
Levitas, e dos cantores, e dos portei Deus. 19Os vasos também, que te fo
ros, e dos Natineus foram para Jeru ram dados para o serviço da casa
salém no sétimo ano do reinado de do teu Deus, coloca-os na presença
Artaxerxes. 8E chegaram a Jerusa de Deus em Jerusalém.
lém no quinto mês do sétimo ano 20E para as outras coisas, que fo
dêste rei, 9Porque êle partiu de Ba rem necessárias para a casa do teu
bilônia no primeiro dia do primeiro Deus, tudo quanto te fôr preciso gas
mês, e chegou a Jerusalém no pri tar, ser-te-a dado do tesouro e do
meiro dia do quinto mês, porque a fisco real, 21e do que é meu. Eu, o
mão benéfica de seu Deus era com rei Artaxerxes, ordenei e mandei a
êle. 10Esdras tinha efetivamente pre- todos os tesoureiros do erário públi
íarado o seu coração para buscar a co, que estão além do rio, que tudo
Íei do Senhor, e para cumprir e en o que vos pedir Esdras sacerdote, es
sinar em Israel os seus preceitos e criba da lei do Deus do céu, lho deis
as suas ordenações. sem demora, 22até à quantia de Cem
Edito de Artaxerxes, dando a Esdras talentos de prata, e até cem coros
plenos poderes de trigo, e até cem batos de vinho,
e até cem batos de azeite, e o sal
nEsta é, pois, a cópia da carta em sem medida. “ Tudo o que pertence
forma de edito, que o rei Artaxer ao culto do Deus do céu, seja dado
xes deu a Esdras sacerdote, escriba pontualmente à casa do Deus do céu;
instruído nas palavras e nos precei não suceda irar-se êle contra o rei-
tos do Senhor e nas cerimônias que . no do rei e de seus filhos. 24Nós
êle prescreveu a Israel. vos notificamos também que, relativa-
Cap. V I I — 22. Cem batos. O bato era um a unidade de medida p ara líquidos equi-
valente a cêrca de 38 litros.
512 PRIM EIRO LIVRO DE ESDRAS 7 - 8
dos nossos rostos, como (se v ê) ain cado (para que o perdoes), porque
da hoje. 8E agora por um pouco e depois disto, não se pode estar na tua
por um momento foram admitidos presença.
os nossos rogos pelo Senhor nosso Esdras manda repudiar as mulheres
Deus, para que nos ficassem algumas estrangeiras
relíquias, e se nos desse estabilida
de no seu santo lugar, e nos alumias- 1n enquanto, pois, Esdras orava,
se os olhos o nosso Deus, e nos des e implorava, e chorava, pros
se um pouco de vida (menos agita- trado diante do templo de Deus, u-
da) na nossa escravidão, °porque nós ma grande multidão de Israel, de
somos escravos, mas o nosso Deus homens e de mulheres e de meninos,
não nos desamparou no meio da nos juntou-se ao pé dêle, e o povo ir
sa escravidão, antes nos fêz achar rompeu num pranto desfeito. 2En-
misericórdia diante do rei dos P er tão Sequenias, filho de Jeiel, dos
sas, para nos dar a vida, e exaltar filhos de Elão, respondeu e disse a
a casa do nosso Deus, e para reparar Esdras: Nós prevaricamos contra o
as suas ruínas,, e para nos dar um nosso Deus, e tomamos mulheres es
refúgio em Judá e em Jerusalém. trangeiras dos povos desta terra;
10E agora, Deus nosso, que diremos mas, agora, se Israel se arrepende
depois disto? nós que abandonamos disto, 3façamos um pacto com o Se
(novam ente) os teus mandamentos, nhor nosso Deus, de que lançaremos
nque nos tinhas intimado pelos pro fora tôdas as mulheres e os filhos
fetas, teus servos, dizendo: A ter nascidos delas, conformando-nos com
ra que vós ides possuir é uma terra a vontade do Senhor, e com a dos
imunda segundo a imundície dos po que respeitam os preceitos do Senhor
vos e das outras terras, por causa das nosso Deus; faça-se segundo a lei.
abominações daqueles que a enche 4Levanta-te, a ti pertence resolver, e
ram duma extremidade à outra, com nós seremos contigo; cobra alento e
a sua contaminação. 12Por isso não põe mãos à obra.
deis vossas filhas a seus filhos, e não
tomeis suas filhas para vossos f i 5Levantou-se, pois, Esdras, e obri
lhos, e não procureis jamais nem a gou com juramento os príncipes dos
sua paz, nem a sua prosperidade, sacerdotes e dos Levitas, e todo o Is
para que sejais poderosos, e para que rael, que fariam como se acabava
comais os bens desta terra, e para de dizer, e êles o juraram. °E Es
que tenhais por herdeiros os vossos dras partiu de diante da casa de
filhos para sempre. 13E, depois de Deus, e foi à casa de Joanan, filho
tudo o que nos tem sucedido por de Eliasib, e, entrando ali, não co
causa de nossas péssimas obras e dos meu pão nem bebeu água; porque
nossos grandes pecados, tu, ó nosso chorava o pecado daqueles que ti
Deus, nos livraste da nossa iniqüi- nham voltado do cativeiro.
dade, e nos salvaste, como hoje se 7E deitou-se um pregão em Judá
vê, 14a fim de que não violássemos e em Jerusalém a todos os filhos que
mais os teus mandamentos, nem c e tinham vindo do cativeiro, para que
lebrássemos matrimônios com os po se juntassem em Jerusalém; 8e que
vos dados a tais abominações. Por a todo o.que não comparecesse den
ventura estarás tu irado contra nós tro de três dias, conforme a ordem
até (p e rm itir) o nosso (to ta l) exter dos príncipes e dos anciãos, lhe se
mínio, sem nos deixares nenhum res riam confiscados todos os seus bens,
to do povo para que se salve? 15Se- e seria lançado fora do ajuntamen
nhor Deus de Israel, tu és justo; nós to dos que tinham vindo do cativeiro.
fomos deixados, para sermos sal °Concorreram, portanto, todos os ho
vos, como hoje o vemos. Aqui es mens de Judá e de Benjamim dentro
tamos diante de ti com o nosso pe de três dias a Jerusalém, no dia vin-
Cap. I X — 15. N ão se pode estar na tua presença, isto é, nfto se pode encontrar ne
nhuma desculpa, nenhuma justificação.
Cap. X — 9. P o r causa das chuvas abundantes que estavam caindo, e que eram con
sideradas como um castigo de Deus.
10 PRIM EIRO LIVRO DE ESDRAS 515
quela mesma ocasião disse eu tam povos nossos inimigos? 10Ora eu, e
bém ao povo: Cada um fique com meus irmãos, e os meus criados te
o seu servo no meio de Jerusalém, mos emprestado a muitos dinheiro
e revezemo-nos de noite e de dia pa e trigo; concordemos todos em não
ra trabalhar. “ Eu, porém, e meus lhes pedir nada, e em os dar por qui-
irmãos, e os meus servos, e os guar tes do que nos devem. “ Restituí-
das que me acompanhavam, não lar- lhes hoje os seus campos, e as suas
gávamos os nossos vestidos; cada um vinhas, e os seus olivais, e as suas
despia-se sòmente para se lavar. casas; dai, além disso, por êles a cen
tésima parte do dinheiro, do trigo,
Queixas dos pobres contra os ricos do vinho e do azeite, que vós cos-
tumãveis cobrar dêles.
C 2E levantou-se um grande cla- 12E êles responderam: Nós lho res-
° mor do povo e de suas mulheres tituiremos, e não lhes pediremos na
contra os Judeus seus irmãos. 2E da, e faremos como dizes. E cha
havia quem dissesse: Nossos filhos e mei os sacerdotes, e fiz-lhes prestar
nossas filhas são em número exces juramento que fariam como eu ti
sivo; vendamo-los e compremos tri nha dito. 13Depois disto sacudi os
go para comermos e bebermos. 3Ha- meus vestidos, e disse: Assim sacuda
via também outros que diziam: Em Deus da sua casa e dos seus bens, to
penhemos os nossos campos, e as nos do aquêle homem que não cumprir
sas vinhas, e as nossas casas, para o que eu disse; assim seja êle sa
termos trigo durante a fome. 4E ou cudido, e fique sem coisa alguma. E
tros diziam: Tomemos dinheiro em todo o povo respondeu: Amém. E
prestado para pagarmos os tributos êles louvaram a Deus. Fêz, pois, o
do rei, e empenhemos os nossos cam povo segundo tinha sido dito.
pos e vinhas. 5E agora a nossa car
Desinterêsse de Neemias
ne é como a carne de nossos irmãos
(ricos), e os nossos filhos são como 14E, desde o dia em que o rei me
nossos filhos e as nossas filhas à tinha mandado que fôsse governa
escravidão, e algumas das nossas fi dor da terra de Judá, desde o ano
lhas são (já ) escravas, e não temos vigésimo até o trigésimo segundo do
com que poder resgatá-las, e são es reinado de Artaxerxes, por espaço
tranhos que possuem os nossos cam de doze anos, nem eu nem meus ir
pos e as nossas vinhas. mãos comemos das rendas que eram
devidas aos governadores. 15Mas os
Neemias reprime a usura primeiros governadores, que tinham
sido antes de mim, ■oprimiram o po
°E eu irritei-me muito, ao ouvir os vo, cobrando dêles todos os dias qua
seus clamores nestas palavras; 7e, de renta sidos em pão, e vinho, e di
pois de ter refletido maduramente, nheiro; e sôbre isto sobrecarrega-
repreendi os grandes e os magistra vam-no ainda os seus oficiais. Eu,
dos, e disse-lhes: Porventura cada porém, não procedi assim, porque te
um de vós pretende usura de seus mo a Deus; 16antes trabalhei nos re
irmãos? E convoquei contra êles uma paros do muro, sem comprar cam
grande assembléia, 8e disse-lhes: Nós, po algum, e os meus servos encon-
como sabeis, segundo as nossas pos traram-se sempre juntos no traba
ses, resgatamos os Judeus nossos ir lho. 17Até os Judeus e os magistra
mãos, que tinham sido vendidos aos dos, em número de cento e cinquen
gentios; e vós vendereis agora vos ta pessoas, e os que, dentre os povos
sos irmãos, para que nós os tenha que estavam à roda de nós, vinham
mos de resgatar (novamente) ? E êles ter conosco, todos comiam à minha
ficaram em silêncio e não souberam mesa. 18Para isto todos os dias me
que me responder. era preparado um boi, e seis carnei
9E eu disse-lhes: Não é bem o que ros escolhidos, além das aves, e de
fazeis; por que não andais vós no dez em dez dias eu distribuía vinhos
temor do nosso Deus, para que não diversos e muitas outras coisas, e,
cheguemos a ser escarnecidos pelos além disso, não cobrei as rendas do
5 - 7 SEGUNDO LIVRO DE ESDRAS 521
livro da lei de Deus distinta e cla Nun, até àquele dia. E a alegria foi
ramente para se entender; e o povo extraordinária. 18E (Esdras) leu no
entendia quando se estava lendo. livro da lei de Deus todos os dias,
°E Neemlas (que se chama também desde o primeiro até o último; e ce-
o Atersata) e Esdras, sacerdote e es- lebraram esta solenidade durante se
criba, e os Levitas, que interpreta te dias, e no oitavo dia houve uma
vam a. lei a todo o povo, disseram: reunião segundo o rito.
Êste dia é consagrado ao Senhor nos
so Deus, e não estejais tristes nem Confissão solene dos pecados
choreis. Porque todo o povo, ouvin Q 7E, no dia vinte e quatro do
do as palavras da lei, chorava. 10E " mesmo mês, juntaram-se os fi
(Neemlas) disse-lhes: Ide, comei car lhos de Israel para um jejum, vesti
nes gordas, e bebei vinho mistura dos de saco, e com pó sôbre (a ca
do com mel e mandai quinhões aos beça). 2E os da linhagem dos filhos
que não têm nada preparado para de Israel foram separados de todos
s1 ; porque êste é um dia santo do os filhos estrangeiros; e apresenta
Senhor, e não estejais tristes; por- ram-se, e confessavam os seus peca
ue a alegria do Senhor é a nossa
? brtaleza. nE os Levitas faziam es dos e as iniqüidades de seus pais.
tar todo o povo em silêncio, dizen 3E levantaram-se para estar de pé;
do: Estai calados, e não vos aflijais, e leram no livro da lei do Senhor
porque êste dia é santo. 12E todo o seu Deus quatro vêzes ao dia, e qua
ovo, pois, foi comer e beber, e man- tro vêzes bendiziam e adoravam o
ou quinhões, e entregou-se a gran Senhor seu Deus.
de regozijo; porque tinham entendi 4E subiram à tribuna dos Levitas
do as palavras que Esdras lhes ha Josué, e Bani, e Cedmiel, Sabania,
via ensinado. Boni, Sarebias, Bani e Canani; e le-
vantaram as suas vozes, e gritaram
Festa dos Tabernáculos ao Senhor seu Deus. 5E os Levi-
tas, Josué e Cedmiel, Boni, Haseb-
13E ao outro dia os chefes das fa nia, Serebia, Odaia, Sebnia, Fataia,
mílias de todo o povo, os sacerdotes disseram: Levantai-vos, bendizei o
e os Levitas, congregaram-se na pre Senhor vosso Deus de eternidade em
sença de Esdras, o escriba, para que eternidade, e seja bendito, Senhor, o
lhes interpretasse as palavras da lei. sublime nome da tua glória, com tô-
14E acharam escrito na lei ter man da a sorte de bênção e de louvor.
dado o Senhor, por meio de Moi °Fôste tu, Senhor, tu só que fizes
sés, que os filhos de Israel habitas te o céu, e o céu dos céus, e tôda
sem debaixo de tendas no dia solene a sua milícia, a terra, e tudo o que
do sétimo mês, 15e que apregoassem há nela, os mares, e tudo o que nê-
e divulgassem por todas as suas ci les se contém; e tu dás vida a to
dades, e em Jerusalém, dizendo: Saí das estas coisas, e a milícia do céu
ao monte, e trazei ramos de olivei te adora.
ra, e ramos das árvores mais for 7Fôste tu, ó Senhor Deus, que es
mosas, e ramos de murta, e ramos colheste Abraão, e que o tiraste do
de palmas, e ramos das árvores fron fogo dos Caldeus, e lhe deste o no
dosas, para que se façam as tendas me de Abraão; 8e achaste o seu cora
conforme está escrito. ção fiel aos teus olhos; e fizeste a-
16Saiu, pois, o povo, e trouxe (os liança com êle de que lhe darias a
ramos). E fizeram para si tendas, terra dos Cananeus, dos Heteus, e
cada um sobre o seu terraço, e nos dos Amorreus, e dos Ferezeus, e dos
seus átrios, e no átrio da casa de Jebuseus, e dos Gergeseus, para a
Deus, e na praça da porta das Á- dares à sua descendência; e cum
guas, e na praça da porta de Efraim. priste as tuas palavras, porque és
17E toda a multidão dos que tinham justo.
vindo do cativeiro fêz tendas, e ha 9E viste, a aflição de nossos pais
bitaram nessas tendas; ora os fi no Egito, e ouviste os seus clamo
lhos de Israel não tinham feito assim res sôbre o mar Vermelho, 10e ope
desde o tempo de Josué, filho de raste maravilhas e prodígios sôbre
9 SEGUNDO LIVRO DE ESDRAS 525
os chefes dos Levitas eram: Hase- a casa de Davi, e até à porta das
bia, Serebia e Josué, filho de Ced- Águas para o Oriente.
miel, encarregados com seus irmãos, 87E o segundo côro dos que davam
pelas suas classes, de louvarem e da graças caminhava pelo lado oposto, e
rem glória (a Deus), segundo o pre eu seguia-o com (a outra) metade do
ceito de Davi, homem de Deus, e de povo sôbre os muros e sôbre a tor
fazerem igualmente o seu serviço por re dos Fornos, até à parte mais lar
ordem. “ Matania, e Becbecia, Obe- ga do muro, “ e sôbre a porta de
dia, Mosolão, Telmão, Acub, eram os Efraim, e sôbre a porta velha, e sô
guardas das portas e dos vestíbulos bre a porta dos Peixes, e sôbre a tôr-
que estavam em frente das portas. re de Hananeel, e sôbre a torre de
“ Êstes viviam no tempo de Joacim, Hemat, e até à porta do Rebanho;
filho de Josué, filho de Josedec, e e êles pararam na porta da Prisão.
no tempo de Neemias, governador, e 89E os dois coros dos que cantavam
de Esdras, sacerdote e escriba. os louvores do Senhor pararam na
Dedicação das muralhas de Jerusalém casa de Deus, e eu e metade dos ma
gistrados comigo, "e os sacerdotes
27Mas para a dedicação dos muros Eliaquim, Maasia, Miamim, Miquéia,
de Jerusalém buscaram-se os Levitas Elioenai, Zacarias, Hananias com as
de todos os seus lugares, para os tra trombetas, 41e Maasia, e Seméia, e
zerem a Jerusalém, e para fazerem a Eleazar, e Azi, r Joanan, e Melquia, e
dedicação com alegria e com ações de Elão, e Ezer. E os cantores canta
graças, e cânticos, e ao toque de cím- vam em alta voz, e Jezraia era seu
balos, de saltérios, e de citaras. “ E chefe; 42e naquele dia imolaram gran
juntaram-se os filhos dos cantores do des vítimas, e alegraram-se porque
campo dos arredores de Jerusalém, e Deus os tinha enchido de uma ale-'
das aldeias de Netufati, “ e da casa gria extraordinária; e também suas
de Galgai, e dos territórios de Geba mulheres e filhos se encheram de
e de Azmavet; porque os cantores gôzo, e a alegria de Jerusalém ou
tinham edificado aldeias para si em viu-se de longe.
volta de Jerusalém. 30E, tendo-se pu Escolheram -se também naquele
rificado os sacerdotes e os Levitas, dia, entre os sacerdotes e os Levitas,
purificaram também o povo, as por homens que fôssem superintendentes
tas e os muros. das câmaras do tesouro, para as liba-
31E eu fiz subir aos muros os prín ções, e primícias, e dízimos, a fim de
cipes de Judá, e formei dois grandes que, pelas suas mãos, as apresentas
coros dos que cantavam louvores. E sem os grandes da cidade em hono
caminharam para a direita sôbre os rífica ação de graças; porque Judá
muros, para a banda da porta da Es- se alegrou, por causa dos sacerdotes
terqueira. 82E atrás dêles foi Osaias e dos Levitas que estavam presentes.
e metade dos príncipes de Judá, “ e 44E êles cumpriram a observância do
Azarias, Esdras, e Mosolão, Judas, e seu Deus, e a observância da expia-
Benjamim, e Seméia, e Jeremias. ção, e também os cantores e os por
34E dos filhos dos sacerdotes (ia m ) teiros (procederam) conforme o pre
com as trombetas, Zacarias, filho de ceito de Davi e de Salomão, seu f i
Jonatan, filho de Seméia, filho de Ma- lho. 45Porque, desde o princípio, no
tanias, filho de Micaias, filho de Ze- tempo de Davi e de Asaf, se tinham
cur, filho de Asaf, “ e seus irmãos estabelecido chefes dos cantores, os
Seméia, e Azareel, Malalai, Galalai, quais cantavam hinos e louvores a
Maai, Natanael, e Judas, e Hanani, Deus. 46E todo o Israel, no tempo
com os instrumentos músicos de Da de Zorobabel e no tempo de Neemias,
vi, homem de Deus; e Esdras, o es dava aos cantores e aos porteiros as
criba, estava diante dêles à porta da suas porções diárias, e apresentavam
Fonte. ME defronte dêles subiram a oblação santa (dos dízimos) aos L e
(os outros) pelos degraus da cidade vitas, e os Levitas apresentavam-na
de Davi, onde se eleva o. muro sôbre (por sua vez) aos filhos de Arão.
Cap. X II. A observância do seu Deus, isto é, tudo .0 que diz respeito ao serviço de Deus.
530 SEGUNDO LIVRO DE ESDRAS 13
de sábado. Também por isso lem nha-o constituído rei sôbre todo o Is
bra-te de mim, ó meu Deus, e per- rael; e contudo as mulheres estran
doa-me segundo a multidão das tuas geiras fizeram-no cair no pecado.
misericódias. 27Porventura também, nós, desobede
cendo, faremos êste tão grande mal
Repressão dos casamentos com de prevaricar contra o nosso Deus,
estrangeiros tomando mulheres estrangeiras?
ME, naqueles dias, vi Judeus que Outras reformas
se tinham casado com mulheres de
Azoto, de Amon e de Moab. 24E os 28E um dos filhos de Jojada, filho
seus filhos falavam meia língua Azó- de Eliasib, sumo sacerdote, era gen
tica, e não sabinm falar judeu, e fa ro de Sanabalat, Horonita, a quem
lavam conforme a linguagem dêstes afastei de mim.
dois povos. 25E eu os repreendi, e “ Senhor Deus meu, lembra-te de
amaldiçoei. E castiguei alguns dêles castigar aquêles que mancham o sa
e fiz-lhes rapar os cabelos, e jurar cerdócio, e o direito sacerdotal e le-
por Deus que não dariam suas filhas vitico.
aos filhos dos estrangeiros, e não to 30Eu, pois, os purifiquei (ou sepa
mariam filhas estrangeiras para seus re i) de todos os estrangeiros, e res-
filhos nem para si mesmos. E dis tabeleci a ordem dos sacerdotes e dos
se: “ Porventura não foi nisto mesmo Levitas, cada um no seu ministério,
que pecou Salomão, rei de Israel? E ne no que diz respeito à oblação da
certamente não havia rei semelhan lenha e das primícias, nos tempos
te a êle entre todos os povos, e êle devidos. Lembra-te de mim, Deus
era amado do seu Deus, e Deus ti meu, para meu bem. Assim seja.
LIVRO DE TOBIAS
Essa jóia de arte e de delicadeza não pôde chegar até nós no texto
original, o qual parece ter sido escrito em caldaico (opinião de São Jerôni-
m o), embora outros críticos afirmem tenha sido compilado em hebraico.
A nossa Vulgata Latina, traduzida logo abaixo, é de São Jerônimo, que num
dia apenas, do texto caldaico traduzido verbalmente para o hebraico pior
um rabino, fez essa tradução com palavras e frases da antiga ítala. Êsse
livro histórico pode-se dividir em três partes:
Prim eira Parte: ( 1 - 3 ) — Duas virtuosas criaturas, Tobias e Sara, são
duramente provadas pelo sofrimento.
Segunda Parte: (4 - 12) — Deus por intermédio do arcanjo S. Rafael,
premia a fé de Tobias e Sara, concedendo ao primeiro o restabelecimento da
vista e livrando a segunda do poder do demônio.
Terceira Parte: (13 - 14) — Cântico de alegria pela felicidade com que
Deus lhes premiou a fidelidade à sua lei.
A tese demonstra que a Divina Providência, embora enviando provas aos
justos, jamais os abandona, e chega até a torná-los felizes em vida.
O enrêdo é muito simples: descreve as aventuras de Tobias (pobre e
cego) e de Sara (insultada por ter perdido sete maridos, mortos pelo demô
nio) e, por fim narra a ação da Divina Providência que envia o arcanjo
Rafael como guia do filho de Tobias, que vai até ao país dos Medos, para co
brar dez talentos que um tal Gabelo devia a seu pai, que se achava em ne
cessidades. O arcanjo salva o filho de Tobias do peixe, livra Sara do demônio
e consegue casá-la com o filho de Tobias, e finalmente concede a vista ao
velho pai. Muitos intérpretes católicos dizem que os autores dêste livro são
o§ dois Tobias e que um terceiro autor inspirado acrescentou os dois últi
mos versículos que se referem à morte de Tobias, o jovem.
LIVRO DE T O BI A S
Origem de Tobias nunca com as suas comidas. 13E, por
que êle de todo o coração se lem
1 fo b ia s , da tribo e cidade de brou do Senhor, Deus concedeu-lhe
1 N eftali (que está situada na Ga- graça diante do rei Salmanasar, 14o
liléia superior, acima de Naassão, por qual lhe deu permissão de ir aonde
detrás do caminho que vai para o quisesse, tendo liberdade para fazer
ocidente, e tem à esquerda a cidade tudo o que queria. 15Ia, pois, ter
de Sefet), 2tendo sido levado cativo com todos os que estavam cativos, e
no tempo de Salmanasar, rei dos As dava-lhes conselhos salutares.
sírios, não obstante encontrar-se no 16Mas, tendo ido a Ragés, cidade
cativeiro, não abandonou o caminho dos Medos, e levando dez talentos de
da verdade, 3de sorte que, de tudo prata, daquelas dádivas com que ti
uanto podia ter, distribuía todos os nha sido presenteado pelo rei, 17e
ias pelos seus irmãos, que estavam vendo em necessidade, entre a mui
cativos com êle e que eram da sua ta gente da sua nação, a Gabelo, que
linhagem. 4E, embora fôsse o mais era da sua tribo, deu-lhe a sobredi-
jovem de todos os da tribo de N efta- ta quantia de prata, mediante um
li, nada praticava de pueril em suas recibo de sua própria mão.
ações.
5Enfim, quando todos iam adorar Sua caridade
os bezerros de ouro que Jeroboão, rei 18Mas, muito tempo depois, morto
de Israel, tinha feito, só êle fugia o rei Salmanasar, reinando Senaque-
da companhia de todos, °e ia a Jeru rib, seu filho, em seu lugar, o qual
salém ao templo do Senhor; e aí ado não podia ver os filhos de Israel,
rava o Senhor Deus de Israel, ofere “ Tobias ia todos os dias visitar to
cendo fielmente tôdas as suas primi- dos os da sua parentela, e consola-
cias e os seus dízimos, 7de sorte que va-os, e distribuía por cada um, dos
cada três anos distribuía aos prosé- seus bens, segundo as suas posses.
litos e aos estrangeiros tôda a dízima ^Alimentava os famintos, vestia os
(destinada a éles). 8Estas e outras nús, e dava com solicitude sepultu
coisas semelhantes segundo a lei de ra aos que tinham falecido e aos
Deus observava desde menino. que tinham sido mortos. “ Final
Casamento de Tobias mente, quando o rei Senaquerib se
retirou, fugindo da Judéia à praga
°Quando chegou à idade varonil, com que Deus o castigara pelas suas
casou-se com Ana, mulher da sua blasfêmias, e, na sua ira, mandou
tribo, e teve dela um filho, a quem matar muitos dos filhos de Israel, T o
pôs o seu nome, 10ao qual ensinou bias sepultava os seus cadáveres.
desde a infância a temer a Deus, e
a abster-se de todo o pecado. Tobias é perseguido
sua casa, e todos os seus bens lhe do graças a Deus todos os dias da
foram restituídos. sua vida.
15E, assim como os reis (ou pode-
Zêlo de Tobias em sepultar os mortos rosos) insultavam o bem-aventurado
Jó, assim os parentes e amigos de
O JOra, depois disto, tendo chega- Tobias escarneciam do seu modo de
“ do um dia de festa do Senhor, e vida, dizendo: 10Onde está a tua es
estando preparado um grande ban perança, pela qual davas esmolas e
quete em casa de Tobias, 2disse êste sepultavas os mortos? 17Mas Tobias
a seu filho: Vai, e traze aaui alguns os repreendia, dizendo: Não faleis
da nossa tribo, que sejam tementes assim; 18porque nós somos filhos dos
a Deus, para comerem conosco. 8E, santos (patriarcas), e esperamos a-
tendo êle ido, na volta contou ao pai, quela vida que Deus há de dar aos
que um dos filhos de Israel jazia de que nunca afastam dêle a sua fé.
golado na rua. E, levantando-se lo
go da mesa, e, deixando o jantar, Cólera da mulher de Tobias
chegou em jejum junto do cadáver; 10E Ana, sua mulher, ia todos os
4e, tornando-o, levou-o secretamente dias tecer, e do trabalho das suas
para sua casa, a fim de, depois do sol mãos trazia o que podia ganhar pa
pôsto, o sepultar com precaução. 5E, ra viver. “ Sucedeu pois que, ten
tendo escondido o cadáver, pôs-se a do recebido um cabrito, levou-o para
comer com pranto e tremor, °recor- casa; 21e seu marido, tendo-o ouvi
dando-se do que o Senhor tinha dito do dar balidos, disse: Vêde, não se
por meio do profeta Amós: Os vos ja furtado, restitui-o a seus donos,
sos dias de festa converter-se-ão em porque a nós não é lícito comer nem
lamentação e pranto. 7Depois que foi tocar coisa alguma furtada. 22A is
sol pôsto, saiu, e sepultou-o. “Mas to respondéu-lhe sua mulher com
todos os seus parentes o argüíam, di ira: Bem se vê como as tuas espe
zendo: Já por êste motivo te man ranças são vãs, e agora se fizeram
daram matar, e com custo escapas ver as tuas esmolas. 23E com estas
te da sentença de morte, e novamen e outras palavras semelhantes o in
te sepultas os mortos? °Mas Tobias, sultava.
temendo mais a Deus do que ao rei,
levava os corpos dos que tinham si Oração de Tobias
do mortos, e escondia-os em sua ca
sa, e sepultava-os pelo meio da noite. O ^ n tã o Tobias deu um suspiro,
** e começou a orar com lágri
Cegueira e paciência de Tobias mas, 2dizendo: Tu és justo, Senhor,
e todos os teus juízos são justos, e
10Sucedeu um dia que, cansado de todos os teus caminhos são miseri
enterrar mortos, indo para sua casa. córdia, e verdade e justiça. 3Agora,
deitou-se junto duma parede e ador pois, Senhor lembra-te de mim, e
meceu ne, enquanto dormia, caiu-lhe não tomes vingança dos meus peca
dum ninho de andorinhas um pouco dos, nem te lembres dos meus deli
de estéreo quente sôbre os olhos e tos, nem dos de meus pais. 4Por-
ficou cego. 12E o Senhor permitiu que não obedecemos aos teus precei
que lhe acontecesse esta prova, para tos, por isso fomos entregues ao sa
ue a sua paciência servisse assim que e ao cativeiro, e à morte, e pa
e exemplo aos vindouros, como a ra servirmos de fábula e de escár
do santo Jó. 13Porque, tendo sem nio a tôdas as nações, por entre as
pre temido a Deus desde a sua in quais nos espalhaste. 5E agora, Se
fância, e tendo guardado os seus nhor, os teus juízos são grandes, por
mandamentos, não se entristeceu con que nós não procedemos segundo os
tra Deus, por lhe ter acontecido a teus preceitos, nem andamos since
desgraça da cegueira, “ mas perma ramente na tua presença. °E agora,
neceu firm e no temor de Deus, dan Senhor, trata-me segundo a tua von-
Cap. I I I — 6. E a g o ra ... Tobias, desejando a morte, para ir gozar as alegrias do céu,
mostra-se todavia inteiramente resignado com a vontade de Deus.
3 LIVRO DE ToBIAS 535
tade, e manda que o meu espírito se desígnios. 21Mas todo o que te ren
ja recebido em paz; porque é melhor de cultos tem por certo que a sua
para mim morrer do que viver. vida, se fôr provada, será coroada;
e, se fôr atribulada, será livre; e, se
Infortúnio# e oração de Sara, fôr castigada, poderá acolher-se à
filha de Iiaguel tua misericórdia. 22Porque tu não te
7Naquele mesmo dia aconteceu que deleitas com a nossa perdição, visto
Sara, filha de Raguel, que estava em que, depois da tormenta, dás a bo
Ragés, cidade dos Medos, ouviu-se nança, e, depois das lágrimas e sus
ultrajar por uma das criadas de seu piros, infundes a alegria. 23Seja o teu
pai, 8porque tinha sido casada com nome, ó Deus de Israel, bendito pe
sete maridos, e um demônio chama los séculos.
do Asmodeu os tinha morto, quando Deus ouve a oração de Tobias
êles se aproximavam dela. e de Sara
9Sara, pois, repreendendo a cria
da por uma falta qualquer, ela res 24Naquele tempo foram ouvidas as
pondeu-lhe, dizendo: Não vejamos orações de ambos diante da majesta
nós jamais sôbre a terra filho nem de do sumo Deus. 25E Rafael, san
filha nascida de ti, ó matadora dos to anjo do Senhor, foi enviado, para
teus maridos. 10Porventura queres os curar a ambos, cujas orações ti
tu também matar-me a mim, como nham sido apresentadas ao mesmo
já mataste sete maridos? A estas tempo na presença do Senhor.
palavras subiu Sara ao quarto mais Conselhos de Tobias a seu filho
alto da sua casa, e durante três dias
e três noites não comeu nem bebeu; A 1Julgando, pois, Tobias que se-
“ mas, perseverando em oração, pe ^ ria ouvida a oração que tinha
dia a Deus com lágrimas, que a li feito, e que ia morrer, chamou a
vrasse dêste opróbrio. si seu filho Tobias, 2e disse-lhe: Ou
12E sucedeu que, ao terceiro dia, ve, meu filho, as palavras da minha
quando acabava a sua oração, ben bôca, e imprime-as no teu coração,
dizendo o Senhor, 13disse: Bendito é como um fundamento. 3Depois que
o teu nome, ó Deus de nossos pais, Deus tiver recebido a minha alma,
que depois de te irares, usas de mi sepulta o meu corpo; e honra tua
sericórdia, e no tempo da aflição per mãe durante todos os dias da sua
doas os pecados aos que te invo vida, “porque te deves lembrar de
cam. “ Para ti, Senhor, volto a mi quantos e quão grandes perigos pa
nha face, para ti dirijo os meus olhos. deceu por amor de ti, trazendo-te
15Peço-te Senhor, que me livres do no seu ventre. 5E, quando ela tiver
laço desta ignomínia, ou que, ao me também acabado o tempo da sua
nos, me tires de cima da terra. vida, a sepultarás junto de mim, °Tem
16Tu sabes, Senhor, que eu nunca a Deus em teu espírito todos os dias
desejei (ilicitam ente) nenhum ho da tua vida, e guarda-te de consentir
mem, e que conservei a minha al jamais no pecado e de violar os pre
ma pura de tôda a concupiscência. ceitos do Senhor nosso Deus. 7Dá es
“ Nunca acompanhei com gente li- mola dos teus bens, e não voltes a
cenciosa, nem tive comércio com os tua cara a nenhum pobre; porque
que se portam com leviandade. 18E desta sorte sucederá que também não
consenti em tomar marido no teu te se aparte de ti a face do Senhor.
mor, e não por paixão. 19E, ou eu 8Da maneira que puderes, sê caritati-
fui indigna dêles, ou talvez êles não vo. °Se tiveres muito, dá muito; se
foram dignos de mim, porque tu a- tiveres pouco, procura dar de boa-
caso me tens reservado para outro mente também êsse pouco.
marido (da minha mesma tribo de 10Porque assim entesouras uma
NeftaU). 20Porque não está ao alcan grande recompensa para o dia da ne
ce dos homens (perscrutar) os teus cessidade; “ porque a esmola livra
Cap. I V — 11. L ivra de todo o pecado, < lc. A esmola n&o produz êstes efeitos direta-
mente, mas dispõe a alm a a em pregar os me üs p ara conseguir a graça que perdoa os peca-
536 LIVRO DE TOBIAS 4 - 5
de todo o pecado e da morte ( eter- de que modo poderei cobrar êste di
na) e não deixará cair a alma nas nheiro, porque nem êle me conhece
trevas (do inferno). 12A esmola se a mim, nem eu o conheço a êle;
rá motivo de grande confiança dian- que sinal lhe hei de dar? Eu nem
te do sumo Deus, para todos os que mesmo sei o caminho, por onde se vai
a dão. a tal terra. 3Então seu pai respon-
13Preserva-te, meu filho, de tôda a deu-lhe, e disse: Eu tenho em meu
fornicação (ou impureza), e, fora de poder o recibo do seu próprio pu
tua mulher, nunca consintas em co nho; quando tu lho mostrares êle
nhecer o crime (de te unir a outra). te pagará logo. “Mas agora vai, e
“ Nunca permitas que a soberba do busca algum homem fiel, que vá con
mine nos teus pensamentos ou nas tigo, pagando-se-lhe o seu trabalho,
tuas palavras; porque nela teve prin para que tu cobres o dinheiro en-
cípio tôda a perdição. quantou eu estou vivo.
15A todo o homem que te tiver fe i
to algum trabalho, paga-lhe logo o Encontro do anjo R afael
salário, e nunca fique em teu poder 5Então, tendo Tobias saído (de ca
a paga do mercenário. “ Acautela- sa), encontrou um jovem de belo as
te, não faças nunca a outro o que pecto, que estava cingido e como
não quererias que outro te fizesse. prestes a caminhar. 6E, não saben
17Come o teu pão (repartindo-o) com
os pobres e com os que têm fome, e do que era um anjo de Deus, saudou-
o, e disse: Donde és tu, ó bom jo
veste com os teus vestidos os que es vem? 7E êle respondeu: Eu sou dos
tão nus. “ Põe o teu pão e o teu v i filhos de Israel. E Tobias disse-lhe:
nho sôbre a sepultura do justo, e Conheces o caminho que conduz à
não comas e nem bebas com os peca terra dos Medos? sO anjo respon-
dores. 19Pede sempre o conselho ao deu-lhe: Conheço, e tenho percorri
sábio. “ Bendize a Deus em todo o do muitas vêzes êstes caminhos, e
tempo, e pede-lhe que dirija os teus tenho estado em casa de Gabelo,
caminhos, e que todos os teus pro nosso irmão, que mora em Ragés,
jetos se firm em nêle. cidade dos Medos, que está situada
Tobias encarrega seu filho de receber sobre o monte de Ecbatana. “T o
a quantia emprestada a Gabelo bias disse-lhe: Suplico-te que esperes
21Também te faço saber, meu fi por mim, até que eu avise meu pai
lho, que, quando ainda eras criança, disto mesmo.
emprestei dez talentos de prata a Ga O anjo oculta o seu nome
belo, em Ragés, cidade dos Medos, e
que tenho em meu poder o seu reci 10Então Tobias, tendo entrado, re
bo; “ por isso busca o modo de o en feriu a seu pai tudo isto. E o pai,
contrar, e cobrar dêle a sobredita admirado com isto, rogou-lhe que en
quantia de dinheiro, entregando-lhe trasse em sua casa. uTendo, pois,
o seu recibo. “ Não temas, meu filho; entrado, saudou a Tobias, e disse: A
é verdade que vivemos pobres, mas alegria seja contigo. 12E Tobias dis
teremos muitos bens, se temermos a se: Que alegria poderei eu ter, eu que
Deus, e nos desviarmos de todo o pe sempre estou em trevas, e que não
cado, e procedermos bem. vejo a luz do céu? 130 jovem dis
se-lhe: Tem ânimo, está perto o tem
Inquietação do jovem Tobias po em que Deus te curará. 14Disse-
lhe, pois, Tobias: Porventura pode
C ^ n tã o Tobias respondeu a seu rás tu conduzir meu filho à casa
° pai, e disse: Meu pai, farei tu de Gabelo, em Ragés, cidade dos Me
do o que me mandaste. 2Mas não sei dos? Quando voltares, eu te paga
dos e nos torna dignos do céu. N ão basta, Pois, para alcançar a salvação, dar esmolas:
é necessário, além disso, detestar o pecado, confessá-lo, e praticar outras virtudes.
18. Põe o teu pão . . . N ão p ara observar o supersticioso costume dos Gentios, mas
p ara usar de caridade com os pobres por alm a dos defuntos. Nisto Tobias ensina-nos que
as obras de caridade sâo de um grande alivio para as mesmas alm as dos defuntos.
5 - 6 LIVRO DE ToBIAS 537
rei o teu trabalho. 15E o anjo dis devorar. 3À sua vista, Tobias, espa-
se-lhe: Eu o conduzirei e to recon vorido, clamou em alta voz, dizendo:
duzirei. Senhor, êle lança-se a mim. 4E o
16Tobias respondeu: Peço-te que me anjo disse-lhe: Pega-lhe pelas guel
digas de que família e de que tri ras, e puxa-o para ti. Tendo assim
bo és tu? 170 anjo Rafael disse-lhe: feito, puxou-o para terra, e o pei
Procuras saber a família do merce xe começou a palpitar a seus pés.
nário, ou o mesmo mercenário que 5Então disse-lhe o anjo: T ira as en
vá com teu filho? 18Mas para que te tranhas a êsse peixe, e guarda o
não ponhas em cuidados, eu sou A- coração, e o fel, e o fígado, porque
zarias, filho do grande Ananias. 19E estas coisas te serão necessárias pa
Tobias respondeu-lhe: Tu és duma ra remédios úteis. eFeito isto, assou
ilustre família. Mas peço-te que te Tobias parte da sua carne, e leva-
não ofendas por eu desejar conhecer ram-na consigo para o caminho; sal
a tua geração. ^E o anjo disse-lhe: garam o resto, para que lhes bas
Eu conduzirei são o teu filho, e são tasse até chegarem a Ragés, cidade
to reconduzirei. 21E Tobias, respon dos Medos.
dendo, disse: Fazei boa jornada, e 7Então Tobias perguntou ao anjo,
Deus seja convosco no vosso cami e disse-lhe: Irm ão Azarias, suplico-
nho, e o seu anjo vos acompanhe. te que me digas de que remédio ser
Partida do jovem Tobias
virão estas partes do peixe, que tu
me mandaste guardar: 8E o anjo, res
22Então, preparando tudo o que de pondendo, disse-lhe: Se tu puseres um
viam levar na jornada, Tobias despe pedacinho do seu coração sobre bra
diu-se de seu pai e de sua mãe, e sas acesas, o seu fumo afugenta tô-
partiram ambos de companhia. da a casta de demônios, tanto do ho
23Logo que partiram, começou sua mem como da mulher, de sorte que
mãe a chorar e a dizer: Tu tiraste- não tornam mais a chegar a êles. °E
nos o bordão de nossa velhice e o o fel é bom para untar os olhos que
apartaste de nós. 24Oxalã que nun têm algumas névoas, e sararão.
ca tivesse havido êste dinheiro, por R afael declara ao jovem Tobias que êle
causa do qual tu o mandaste. XA deve pedir Sara em casamento
nossa pobreza bastava-nos, e era pa
ra nós uma riqueza vermos o nosso 10E Tobias disse-lhe: Onde queres
filho. ME Tobias disse-lhe: Não cho que pousemos? UE o anjo, respon
res, nosso filho chegará salvo, e vol dendo, disse: Há aqui um homem
tará salvo para a nossa companhia chamado Raguel, teu parente da tua
e tu o verás com os teus olhos. ^Por tribo, e êle tem uma filha chamada
que eu creio que o bom anjo de Deus Sara, e, além dela, não tem mais fi
o acompanha e dispõe tudo o que lhe lho nem filha. 12Todos os seus bens
diz respeito, de modo que voltará pa te pertencem, e convém que a rece
ra nós cheio de alegria. “ A estas bas por mulher. 18Pede-a, pois, a
palavras a mãe cessou de chorar, e seu pai, e êle ta dará em casamen
calou-se. to.
O peixe do Tigre 14Então Tobias respondeu-lhe, e dis
se: Eu sei que ela já foi casada com
£ partiu , pois, Tobias, e o cão o sete maridos,' e que morreram; e
V seguiu, e parou na primeira também soube que um demônio os
pousada junto do rio Tigre. 2E saiu matou. “ Temo, pois, que me suce
a lavar os çés, e eis que saiu da da também o mesmo, e que, como
água um peixe monstruoso para o sou filho único de meus pais, faça
Cap. v i — 8-9. O coração e o fel do peixe n&o possuíam, por si próprios, a virtude
de expulsar os demônios e curar a cegueira, mas Deus deu-lhes esta dupla propriedade
para o caso presente, por um verdadeiro milagre.
12. Todos os seus bens te pertencem. Pela lei de Moisés, (N úm . X X V II, 8, e X X X v L
8 ), quando urna filha n&o tinha irm&o, devia casar com alguns dos seus parentes da mes
m a tribo, para que os seus bens, que pertenciam a certas tribos e fam ílias n&o passassem
a outras.
538 LIVRO DE TOBIAS 6 - 8
descer a sua velhice com tristeza ao Tobias, o moço, obtém Sara para sua
sepulcro. mulher
16Então, o anjo Rafael disse-lhe: °E, depois que falaram, mandou
Ouve-me, e eu te mostrarei quais Raguel matar um carneiro, e pre
são aquêles sôbre quem o demônio parar um banquete. E, quando êle
tem poder. 17São os que se casam os rogava que se pusessem à mesa,
com tais disposições que lançam a ,0Tobias disse: Eu não comerei nem
Deus fora de si e do seu espírito, e beberei aqui hoje, antes (jue tu me
se entregam à sua paixão, como o não despaches a minha petição, e pro
cavalo, e o macho, que não têm en metas dar-me Sara, tua filha. "Ou
tendimento; é sôbre êstes que o de vindo isto, Raguel assustou-se, sa
mônio tem poder. “ Mas tu, quando a bendo o que tinha acontecido aos
tiveres recebido, tendo entrado na sete maridos que se tinham aproxi
câmara, viverás com ela em conti mado dela; e começou a temer não
nência durante três dias, e não cui sucedesse também o mesmo a êste;
darás noutra coisa que em fazer o- e, como vacilasse e não desse respos
ração com ela. 19E nesta mesma noi ta alguma à petição que lhe fazia,
te, queimando o fígado do peixe, se 12o anjo disse-lhe: Não têmas dar
rá pôsto em fuga o demônio. “ E na tua filha a êste jovem, porque a
segunda noite serás admitido na so êste que é temente a Deus, é devi
ciedade dos santos patriarcas. 2
01E na da a tua filha por espôsa; e por isso
terceira noite conseguirás a bênção nenhum outro a pôde ter. 13Então
para que de vós nasçam filhos robus Raguel respondeu: Não duvido que
tos. 22E, passada a terceira noite, Deus aceitasse em sua presença as
tomarás a donzela no temor do Se minhas orações e as minhas lágrimas.
nhor, levado mais pelo desejo de ter UE creio que por isso êle fêz que viés
filhos, do que por sensualidade, a seis ter comigo, para que esta filha
fim de conseguires nos filhos a bên se desposasse com um da sua pa-
ção reservada à descendência de A - rentela, segundo a lei de Moisés; por
braão. isso não duvides que eu ta darel.
Em casa de Ba^uel
Casamento
n en traram , pois, em casa de Ra-
• guel, e Raguel, recebeu-os com 15E, pegando na mão direita de sua
alegria. 2E, pondo Raguel os olhos filha, a pôs na mão direita de To-
em Tobias, disse para Ana, sua mu bias, dizendo: O. Deus de Abraão, e
lher: Como êste jovem é parecido o Deus de Isac,' e o Deus de Jacó
com meu primo (irm ão Tobias). 8E> seja convosco, e êle mesmo vos ajun-
dito isto, perguntou: Donde sois vós, te e cumpra em vós a sua bênção.
ó jovens nossos irmãos? E êles res 10E, tomando papel, fizeram a escri
ponderam: Somos da tribo de N efta- tura de casamento.
li, dos cativos de Nínive. 4E Ra- 17E depois fizeram um banquete,
guel disse-lhes: Vós conheceis meu ir bendizendo a Deus. 18E Raguel cha
mão Tobias? Êles responderam: Co mou Ana, sua mulher e ordenou lhe
nhecemos. 5E, dizendo muito bem de que preparasse outro aposento. 19E
Tobias, o anjo disse a Raguel: Tobias, (A na) introduziu lá Sara, sua filha,
por quem perguntas, é o pai dêste jo e pôs-se a chorar. “ E ela disse-lhe:
vem. 6E Raguel lançou-se a êle, bei- Tem ânimo, minha filha; o Senhor
jou-o com lágrimas, e, chorando sôbre do céu te encha de alegria pelos des
o seu pescoço, 7disse: Abençoado se gostos que tens sofrido.
jas, meu filho, porque és filho dum Sara é livre do demônio
homem de bem e virtuosíssimo. 8E
Ana, sua mulher, e Sara, sua filha, O *E, depois de terem ceado, intro-
derramaram lágrimas. ° duziram o jovem no aposento
20. Serás ad m itid o... Serás feito participante da santidade dos santos patriarcas, p a
ra poderes viver castamente com Sara, corno êles viveram com suas mulheres.
Cap. V I I — 18. Outro aposento diferente daquele em que os primeiros sete maridos de
S ara tinham sido mortos.
8 - 9 LIVRO DE TOBIAS 539
Cap. X l v —* 16. Com alegria, pela certeza em que estavam de que tinha morrido na
paz do senhor.
LIVRO DE JUDITE
O Livro de Judite foi escrito em hebraico (ou caldaico?), mas não nos
chegou senão nas versões grega e latina. Descreve um fato histórico acon
tecido no tempo em que Manassés, rei de Judá, se achava em Babilônia pri
sioneiro do rei assírio Assurbanipal (668-626), mais conhecido como Nabuco-
donosor, rei de Babilônia. Pode-se dividir em duas partes:
Prim eira Parte: (1 - 7) — Nabucodonosor, depois de ter vencido o rei
dos Medos, conquista também a Ásia Menor, a Mesopotâmia e a Arábia:
todos se rendem incondicionalmente. O povo de Israel, porém, tenta resistir
ao invasor assiro. O Pontífice Eliaquim prepara a defesa. Holofernes, ge
neral do exército dos Assírios, levanta o assédio à cidade de Betúlia e a reduz
em extrema penúria, a ponto de se decidirem os habitantes da cidade asse-
diada a se entregar ao invasor.
Segunda Parte: (8 - 16) — Uma piedosa viúva, Judite, vai com uma
serva ao acampamento dos assírios; conduzida à presença de Holofernes, fi
ca no campo alguns dias, até que consegue corajosamente cortar a cabeça
de Holofernes, e conduzí-la a Betúlia. Os assediados atacam então de sur
presa o inimigo que foge em debandada espetacular. O pontífice Eliaquim
e o povo homenageiam Judite, e instituem uma festa como perpétua recor
dação da grande vitória.
O autor sagrado, contando a história de Judite, teve por fim animar os
Hebreus no meio de suas tribulações, mostrando-lhes que Deus não aban
dona o seu povo, quando é fiel em observar a lei e recorre a Êle com fé
viva. É desconhecido o autor desse livro, supondo-se tenha sido um judeu
da Palestina, visto que escreve com tôda a precisão as coisas e os lugares
deste país.
18 - B íb lia S agrad a
546 LIVRO DE JU D IT E 3 - 4
vam ali disseram todos a uma voz: Holofernes levantaram-na, por ordem
Assim seja, assim seja. 10E Judite, do seu senhor.
Orando ao Senhor, passou as portas
com a sua escrava. Holofernes interroga Judite
11 2Então Holofernes disse-lhe:
Judite é prêsa pelos Assírios e levada
à presença de Holofernes
11 Tem ânimo, e não te assustes
em teu coração; porque eu nunca fiz
12E aconteceu que, quando ela des mal a homem algum que quisesse
cia do monte, ao amanhecer do dia, servir ao rei Nabucodonosor. 2E, se
lhe saíram ao encontro as guardas o teu povo me não tivesse despreza
avançadas dos Assírios, e prenderam- do, não teria eu levantado contra êle
na, dizendo: Donde vens tu? e para a minha lança. 3Mas, dize-me ago
onde vais? 12Ela respondeu: Eu sou ra, por que motivo os deixaste, e te
uma das filhas dos Hebreus, e por is resolveste a vir para nós?
so fugi da presença dêles, porque Judite anuncia a vitória
previ que êles vos hão de ser entre sôbre os Judeus
gues ao saque, porque, desprezando-
vos, não quiseram render-se a vós 4E Judite respondeu-lhe: Ouve as
voluntàriamente, para encontrarem palavras de tua serva, porque, se se
misericórdia em vossa presença. 13*E guires as palavras de tua serva, o
por esta causa pensei comigo, dizen Senhor completará a tua emprêsa.
do: Irei à presença do príncipe H o 5Viva Nabucodonosor, rei da terra, e
lofernes, para lhe descobrir os seus viva o seu poder, que está nas tuas
segredos, e para lhe mostrar por que mãos para castigo de tôdas as almas
entrada os possa tomar, sem que pe desencaminhadas; porque não sòmen-
reça um só homem do seu exército. te os homens por ti o servem, mas
14Ora, tendo aquêles homens ouvido até os animais do campo lhe obede
as suas palavras, contemplavam o cem. 6Porque a sabedoria do teu es
seu rosto, e nos seus olhos estava o pírito é celebrada em todas as na
pasmo, porquanto admiravam-se mui ções, e por todo o mundo se sabe
to da sua formosura. 15E disseram- que tu és o único bom e poderoso
lhe: Tu salvaste a tua vida, porque em todo o seu reino, e por todas as
tomaste tal resolução de vir ter com províncias é exaltada a tua perícia
o nosso príncipe; 16e podes estar cer militar.
ta de que, quando te apresentares 7Não se ignora o que disse Aquior,
diante dêle, êle te há de tratar bem, nem o que tu ordenaste que lhe fos
e tu lhe hás de ganhar o coração. se feito. 8Ê manifesto que o nosso
Levaram-na, pois, à tenda de Holo Deus está de tal sorte irritado pelos
fernes, declarando quem era. pecados, que mandou dizer ao povo,
17E, tendo entrado à sua presença, por meio dos seus profetas, que o
logo Holofernes ficou cativo de seus entregaria por causa das suas ofen
olhos. 18E os seus oficiais disseram- sas. °E porque os filhos de Israel
lhe: Quem poderá desprezar o povo ofenderam o seu Deus, o tem or de
dos Hebreus, que tem mulheres tão ti está sôbre êles. 10Além disso, a
belas? N ão temos nós razão de com fome aperta-os, e pela falta de água
bater contra êles para as adquirir? estão já como mortos. "Ê les final
19E Judite, vendo Holofernes assen mente resolveram matar os seus ani
tado debaixo de um doce! feito de mais e beber o seu sangue; 12e as
púrpura, tecido de ouro, e de esme coisas consagradas ao Senhor seu
raldas, e de pedras preciosas, ^depois Deus, que Deus mandou que se não
de ter olhado para o seu rosto, fêz- tocassem, no pão, no vinho e no azei
lhe uma profunda reverência, pros- te, resolveram gastá-las, e querem
trando-se por terra. E os criados de consumir o que não deveriam nem
12. Fugi, etc. N estas e noutras p alavras Judite faltou evidentemente à verdade, ju l
gando talvez, por um êrro invencível, que lhe era licito mentir naquelas circunstâncias.
A Sagrada Escritura louva-a, não por ter enganado os Assírios com falsas palavras, m as
ponjue, levada por um a grande caridade, procurou a salvação do seu povo.
554 LIVRO DE JU D IT E 11 - 12
tocar com as mãos; por isso, proce vemos de fazer? 4E Judite disse-lhe:
dendo. assim, é certo que serão aban Juro pela tua vida, meu senhor, que
donados (p or Deus) à perdição. a tua serva não gastará tôdas estas
13E eu, tua serva, tendo sabido is coisas, sem que Deus faça pela mi
to, fugi dêles, e o Senhor enviou-me nha mão o que tenho na mente. E
a descobrir-te estas coisas. 14Porque os criados de Holofernes conduziram-
eu, tua serva, adoro a Deus, ainda na à tenda que êle tinha indicado.
mesmo agora, estando diante de ti; 5E, ao entrar, Judite pediu que lhe
e a tua serva sairá, e orará a Deus, fôsse dada licença de sair fora à noi
lse êle me dirá quando os hás de cas te e antes de amanhecer, para fazer
tigar pelo seu pecado, e eu to virei oração e invocar o Senhor. 6E H o
dizer, de modo que eu te levarei pe lofernes ordenou aos seus camarei
lo meio de Jerusalém, e terás todo ros que a deixassem sair e entrar
o povo de Israel, como ovelhas que conforme lhe agradasse, para adorar
não têm pastor, e nem um só cão o seu Deus, durante três dias. 7E
ladrará contra ti; 16porque isto me saía de noite ao vale de Betúlia, e
foi revelado pela providência de lavava-se numa fonte de água. 8E,
Deus. 17E porque Deus está irado ao voltar, orava ao Senhor Deus de
contra êles, eu fui enviada para te Israel que a guiasse no seu caminho,
anunciar estas mesmas coisas. a fim de conseguir o libertamento
do seu povo. °E. entrando, perma
A legria de Holofernes necia pura na sua tenda, até que to
18Ora tôdas estas palavras agrada- mava a sua refeição pela tarde.
ram a Holofernes e aos seus servos, Toma parte numa ceia com Holofernes
e admiravam a sua sabedoria, e di
ziam uns para os outros: 19Não há 10E sucedeu que, ao quarto dia, H o
sôbre a terra mulher semelhante a lofernes deu uma ceia aos seus do
esta no aspecto, e na formosura, e mésticos, e disse a Vagão, seu eunu-
na prudência das palavras. 20E H o co: Vai, e persuade a esta Hebréia
lofernes disse-lhe: Bem fêz Deus, que que consinta espontâneamente em
te enviou adiante do teu povo, para habitar comigo. “ Porque é coisa ver
o entregares nas nossas mãos; 21e, gonhosa entre os Assírios, que uma
visto que a tua promessa é boa, se mulher zombe dum homem, proce
0 teu Deus me fizer isto, será êle dendo de modo a retirar-se dêle isen
também o meu Deus, e tu serás gran ta. 12Então Vagão foi ter com Ju
de na casa de Nabucodonosor, e o dite, e disse-lhe: Não tema a boa jo
teu nome será célebre em tôda a vem entrar à presença de meu se
terra. nhor, para ser honrada diante dêle,
Judite demora-se quatro dias para comer com êle e beber vinho
no acampamento dos Assirios com alegria. 13E Judite respondeu-
lhe: Quem sou eu para contradizer
1 O *Então mandou que ela entras- o meu senhor? 14Eu farei tudo o que
1^ se onde estavam os seus te fôr bom e melhor diante dos seus
souros, e mandou que ficasse ali, e olhos, e tudo o que fôr do seu agra
estabeleceu o que lhe havia de ser do, isso será também para mim o me
dado da sua mesa. 1 Judite respon lhor em todos os dias da minha v i
23
deu-lhe, e disse: Eu não posso agora da. 15E levantou-se, e adomou-se
comer dessas coisas que mandaste com os seus vestidos, e, entrando,
dar-me, para não vir sôbre mim a pôs-se em sua presença. 16E o co
indignação (de D eu s ); mas comerei ração de Holofernes abalou-se, por
daquelas coisas que trouxe comigo. que ardia de paixão por ela. 17E Ho
3Holofernes disse-lhe: E quando aca lofernes disse-lhe: Bebe agora, e sen
bar o que trouxeste contigo, que ha ta-te a comer alegremente, porque
Cap. X I I — 14. Tudo o que fôr do seu a gra d o... A resposta de Judite é simplesmente
um cumprimento respeitoso, no qual aparentou que nada suspeitava de mal, considerando
o convite como um meio que Deus lhe preparava p ara pôr em prática o seu arriscado
desígnio.
12 - 13 LIVRO DE J U D IT E 555
achaste graça diante de mim. 18E as portas, porque Deus é conosco, êle
Judite disse-lhe: Eu beberei, senhor, fêz uma coisa maravilhosa em Israel.
porque a minha alma recebeu hoje 14E sucedeu que, tendo os homens
maior gloria que em todos os meus ouvido a sua voz, chamaram os an
dias. 19E tomou, e comeu e bebeu ciãos da cidade. 15E todos correram
diante dêle daquilo que sua serva a ela, desde o mais pequeno até ao
lhe tinha preparado. 20E Holofernes maior, porque já não esperavam que
alegrou-se diante dela, e bebeu vinho ela voltasse. 10E, acendendo luminá
em demasia, tanto quanto nunca ti rias, juntaram-se todos ao redor de
nha bebido em sua vida. la; e Judite, subindo a um lugar mais
alto, ordenou que se fizesse silêncio.
Judite corta a cabeça de Holofernes E, estando todos calados, "Judite dis
se: Louvai o Senhor nosso Deus, que
1 9 7Ora, quando se fêz tarde, os não desamparou os que esperavam
1° criados de Holofernes retira nêle; 18e cumpriu por meio de mim,
ram-se apressadamente para os seus sua serva, a misericódia que tinha
uartos, e Vagão fechou as portas prometido à casa de Israel; e matou
a câmara, e foi-se. 2E estavam to esta noite pela minha mão o inimi
dos tomados do vinho; 3e Judite es go do seu povo.
tava só na câmara. 4E Holofernes
estava deitado no leito, profunda- 19E, tirando do saco a cabeça de
mente adormecido por causa da ex Holofernes, mostrou-lha, dizendo: Eis
traordinária embriaguez. 5Então Ju- aqui a cabeça de Holofernes, gene
dite disse à sua criada que estivesse ral do exército dos Assírios, e eis aqui
de fora à porta da câmara, e vigiasse. o seu cortinado, debaixo do qual ele
estava deitado na sua embriaguez,
6E Judite estava em pé diante do onde o Senhor nosso Deus o degolou
leito, orando com lágrimas, e, mo pela mão duma mulher. 20E juro-
vendo os lábios em silêncio, 7disse: vos pelo mesmo senhor que o seu An
Senhor Deus de Israel, dá-me fôrça, jo me guardou, tanto ao sair desta
e favorece neste momento a emprê- cidade, como ao demorar-me lá, e
sa das minhas mãos, a fim de que, como ao voltar para aqui, e o Senhor
como prometestes, levante a tua ci não permitiu que eu, sua serva, fôs-
dade de Jerusalém, e eu acabe o. que se manchada, mas fêz-me voltar pa
julguei que se podia fazer com o teu ra vós sem nenhuma mácula de pe
auxilio. 8E, dito isto, encostou-se à cado, cheia de alegria por sua vitó
coluna, que estava à cabeceira do lei ria, pela minha salvação, e pela vos
to de Holofernes, e desprendeu o seu sa libertação. ^Louvai-o todos, por-
alfange, que estava pendurado e prê- ue é bom, porque a sua misericór-
so nela. 9E, tendo-o desembainhado, ia é eterna. 22Então todos, adoran
agarrou nos cabelos da cabeça de do o Senhor, disserarn-lhe: O Senhor
Holofernes, e disse: Senhor Deus, dá- te abençoou com a sua fortaleza,
me fôrça neste momento; 10e feriu-o porque êle por ti aniquilou os nos
no pescoço por duas vêzes, e cortou- sos inimigos.
lhe a cabeça, e desprendeu das colu
nas o cortinado (para o levar como 2SE Ozias, príncipe do povo de Is
troféu ), e deitou por terra o seu cor rael, disse-lhe: ó filha, tu és bendita
po decapitado. do Senhor Deus Altíssimo, sôbre tô-
das as mulheres que há na terra.
• Entra triunfante em Betúlia “ Bendito seja o Senhor, que criou
o céu e a terra, que te dirigiu para
11E, pouco tempo depois, saiu e en cortares a cabeça ao chefe dos nos
tregou à sua escrava a cabeça de H o sos inimigos. "Porque hoje engran
lofernes, e mandou que a metesse no deceu o teu nome tanto, que nunca
seu saco. 12E saíram ambas, confor o teu louvor se apartará da bôca
me o seu costume, como se fôssem dos que se lembrarem eternamente
para a oração, e passaram além do do poder do Senhor, por amor dos
campo, e, rodeando o vale, chegaram quais tu não poupaste a tua vida,
à porta da cidade. 13E Judite disse ao ver as angústias e a tribulação do
de longe aos guardas dos muros: Abri teu povo, mas impediste a sua ruína
556 LIVRO DE JU D IT E 13 - 15
nome de Mardoqueu, que lha tinha rêsse do teu reino não tolerar a sua
referido. 23Fizeram-se as investiga insolência. 9Se te apraz, ordena que
ções, e averiguou-se ser verdade; e êle pereça, e eu pesarei aos tesourei
ambos foram pendurados numa for ros do teu erário dez mil talentos
ca. E tudo foi registrado nas histó (provenientes da confiscagao dos bens
rias, e pôsto nos anais na presença dos Judeus). 10Então o rei tirou do
do rei. seu dedo o anel que costumava tra
Aman odeia os Judeus zer, e deu-o a Aman, filho de Am a
dati, da linhagem de Agag, inimigo
9 d e p o is disto o rei Assuero exal- dos Judeus, 11*e disse-lhe: O dinheiro
** tou Aman, filho de Amadati, que prometeste seja teu, e relativa
que era da linhagem de Agag, e pôs mente ao povo faze o que quiseres.
o seu assento sôbre todos os prín
cipes que tinha. 2E todos os servos Promulgação do decreto
do rei, que estavam à porta do pa 12E foram chamados os secretários
lácio, dobravam os joelhos diante do rei no mês primeiro de Nisan, no
de Aman, e o adoravam, porque as dia treze do mesmo mês, e foi es
sim lhes tinha mandado o imperador; crito em nome do rei Assuero co
só Mardoqueu não dobrava os joe mo tinha ordenado Aman, a todos os
lhos diante dêle nem o adorava (por sátrapas do rei, e aos juizes das pro
considerar isto um ato de idolatria). víncias e das diversas nações, em
3E os servos do rei, que guardavam tal variedade de línguas que cada
as portas do palácio, disseram-lhe: uma delas podia ler e entender, e as
Por que não cumpres as ordens do cartas foram seladas com o anel do
rei como os outros? 4E, depois de rei.
lhe dizerem isto muitas vêzes, ven 18Foram enviadas pelos correios do
do que não os queria ouvir, disse- rei a tôdas as províncias, para que
ram-no a Aman, querendo saber se matassem e exterminassem todos os
êle persistiria nesta resolução, por Judeus, desde o jovem até ao velho,
que lhes tinha dito que era Judeu. meninos e mulheres, num mesmo
5Aman, tendo ouvido isto, e tendo dia, isto é, a treze do mês duodéci-
conhecido por experiência que M ar mo, que se chama Adar, e saqueas
doqueu não dobrava os joelhos dian sem os seus bens. 14E era esta a
te dêle, e não o adorava, concebeu substância das cartas, para que tô
grande ira, 6porém parecia-lhe nada das as províncias fossem informa
vingar-se só em Mardoqueu, porque das, e se preparassem para o re
tinha ouvido dizer que era Judeu de ferido dia. 15Os correios, que tinham
nação; e quis antes acabar com tô- sido enviados, apressavam-se a cum
da a nação dos Judeus, que viviam prir a ordem do rei. E logo se a fi
no reino de .Assuero. xou em Susa o edito, enquanto o rei
Aman obtém u iu decreto de destruição e Aman celebravam um banquete, e
contra os Judeus todos os Judeus, que havia na cida
de, se debulhavam em lágrimas.
7N o ano duodécimo do reinado de
Assuero, no primeiro mês, chamado Desolação de Mardoqueii e dos Judeus
Nisan, foi diante de Aman lançada na
urna a sorte, que em hebreu se cha A Mardoqueu, tendo sabido disto,
ma Fur, para se saber em que dia e ^ rasgou os seus vestidos e vestiu-
em que mês devia ser trucidada a se de saco, cobrindo a cabeça de
nação dos Judeus, e caiu a sorte no cinza; e clamava em altas vozes no
duodécimó mês, chamado Adar. 7 8En- meio da praça da cidade, dando a
tão Aman disse ao rei Assuero: Há conhecer a amargura do seu cora
um povo disperso por tôdas as pro ção, 2e com êste pranto ia até à
víncias do teu reino, e separado entre porta do palácio; porque não era
si mütuamente, que pratica no permitido entrar vestido de saco no
vas leis e cerimônias, e que, além palácio do rei. 3Em tôdas as pro
disso, despreza as ordens* do rei. E víncias, cidades e lugares, onde êste
tu sabes muito bem que é do inte- cruel edito do rei tinha chegado, e
4 - 5 LIVRO DE ESTER 563
Aleg-ria de Aman; seu ódio contra do. 5Os criados responderam: Aman
Mardoqueu está na ante-câmara. E o rei disse:
Que entre. °E, tendo entrado, dis
9Saiu, pois, Aman naquêle dia a- se-lhe: Que deve fazer-se àquele,
legre e contente. Mas, tendo visto homem, a quem o rei deseja honrar?
Mardoqueu sentado diante da porta E Aman, pensando no seu coração
do palácio que não só não se tinha e julgando que o rei a nenhum ou
levantado para o cortejar, senão que tro queria honrar senão a êle, Res
nem sequer se tinha movido do seu pondeu: O homem, a quem o rei
assento, irritou-se em extremo; 10e, deseja honrar, 8deve tomar vestidos
dissimulando a ira, voltou para sua reais, e montar sôbre um cavalo, dos
casa, e convocou os seus amigos, e que o rei monta, e levar sôbre a
Zarés, sua mulher, 11e declarou-lhes sua cabeça um diadema real, 9e o
a grandeza das suas riquezas, e o rimeiro dos príncipes e dos gran
grande número dos seus filhos, e a es do rei leve pelas rédeas o
alta glória, a que o rei o tinha ele seu cavalo, e, indo pela praça da
vado sôbre todos os grandes e os cidade, diga em alta voz: Assim
seus cortesãos. 12E depois disse: A é que será honrado todo aquê-
rainha Ester a nenhum outro cha le a quem o rei quiser honrar.
mou para o banquete com o rei, se 10E o rei disse-lhe: Vai depres
não a mim, e amanhã tenho de co sa e, tomando o manto real e o ca
mer também nos seus aposentos com valo, faze tudo o que disseste ao ju
o rei. 13Mas embora tenha tudo is deu Mardoqueu, que está sentado
to, nada me parece ter, enquanto diante da porta do palácio. Vê, não
v ir o judeu Mardoqueu sentado dian omitas coisa alguma das que disses-
te das portas do palácio. 14E Zarés te. “ Tomou, pois, Aman o manto
sua mulher, e os outros responderam- real e o cavalo e, tendo revestido
lhe: Manda levantar uma grande v i Mardoqueu na praça da cidade, e,
ga de cinqüenta côvados de altura, e depois de o montar a cavalo, ia a-
dize pela manhã ao rei que mande diante, e clamava: É digno desta
pendurar nela Mardoqueu, e assim honra aquêle a quem o rei quiser
irás alegre para o banquete com o honrar.
rei. Agradou-lhe o conselho, e man 12E Mardoqueu voltou para a por
dou que se preparasse um madeiro ta do palácio; e Aman retirou-se a
bem alto. toda a pressa para sua casa, choran
Aman é obrigado a prestar honras a do e com a cabeça coberta (em si
Mardoqueu nal de d or). 13E contou a Zarés, sua
mulher, e aos amigos tudo o que lhe
/J 20 rei passou aquela noite sem tinha acontecido. E os sábios, com
w dormir e mandou que lhe trou quem êle se aconselhava, e sua mu
xessem as histórias e os anais dos lher responderam-lhe: Se êste M ar
tempos passados. E, quando êles se doqueu, diante do qual tu começas
liam diante dêle, 2chegou-se àquele a cair, é da linhagem dos Judeus,
lugar onde estava escrito como M ar tu não lhe poderás resistir, mas cai
doqueu tinha descoberto a conjura rás diante dêle. “ Enquanto êles
ção dos eunucos Bagatan e Tares, que ainda falavam, chegaram os eunu-
tinham querido assassinar o rei As- cos do rei, e obrigaram-no a ir à
suero. 3Tendo ouvido isto o rei, dis pressa ao banquete que a rainha ti
se: Que honra e que recompensa re nha preparado.
cebeu Mardoqueu por tanta fidelida Ester obtém a salvação do seu povo:
de? Os seus servos e ministros dis- morte de Aman
seram-lhe: Não recebeu nenhuma
recompensa. 4E o rei imediatamen- 7 1Entraram, pois, o rei e Aman,
te disse: Quem está na ante-câmara? 1 para beber com a rainha. 2E
Ora Aman tinha entrado no átrio também neste segundo dia o rei, de
interior da casa real, para sugerir pois de estar quente com o vinho,
ao rei que mandasse pôr Mardoqueu disse-lhe: Que petição é a tua, ó Es
no patíbulo que lhe tinha prepara ter, para que te seja concedida? E
7 - 8 LIVRO DE ESTER 565
que queres que se faça? Ainda que man, inimigo dos Judeus, e Mar-
peças metade do meu reino, a terás. doqueu foi apresentado ao rei, por
3Ester respondeu-lhe: ó rei, se eu a- que Ester lhe tinha confessado que
chei graça aos teus olhos, e se as êle era seu tio paterno. 2E o rei
sim te apraz, concede-me a minha tomou o anel, que tinha mandado
vida, pela qual te rogo, e a do meu tirar a Aman, e deu-o a Mardoqueu.
povo, pela qual intercedo. 4Porque E Ester constituiu Mardoqueu inten
eu e o meu povo estamos condena dente da sua casa.
dos a ser destroçados, degolados e N ovo edito em f a v o r dos Judeus
exterminados. E , oxalá fôssemos ao
menos vendidos como escravos, e co 3E não contente com isto, ela lan-
mo escravas: êste mal seria suportá çou-se aos pés do rei, e com lá
vel, e gemendo me calaria; mas a- grimas falou-lhe e suplicou-lhe que
gora temos um inimigo cuja cruel dessem ordem para que não ti
dade recai sôbre o mesmo rei. 5E, vesse efeito o mau desígnio de A -
respondendo o rei Assuero, disse: man, filho de Agag, nem as suas i-
Quem é êsse, e qual é o seu poder, níquas maquinações, que tinha ur
para que tenha a ousadia de fazer dido contra os Judeus. 4E o rei, se
isso? °Então Ester disse: O nosso i- gundo o costume, estendeu para ela
nimigo e perseguidor é êste perver com a sua mão o cetro de ouro, o
so Aman. Aman, ouvindo isto, f i que era sinal de clemência; e, le-
cou logo aturdido, não podendo su vantando-se ela, pôs-se em pé dian
portar os olhares do rei nem da rai te do rei, 5e disse: Se assim apraz
nha. ao rei, e se encontrei graça aos seus
7E o rei levantou-se irado, e do olhos, e não lhe parece ser injusto o
lugar do banquete passou a um ja r meu pedido, suplico que, com novas
dim plantado de árvores. Aman le- cartas, sejam revogadas as prim ei
vantou-se também para rogar à rai ras de Aman, perseguidor e inimigo
nha Ester pela própria vida, porque dos Judeus, com as quais mandava
reconheceu que o rei tinha resolvi que fôssem êstes exterminados em
do a sua ruína. 8Tendo Assuero vol tôdas as províncias do rei. 6Porque
tado do jardim plantado de árvores, como poderei eu suportar a matan
e tendo entrado no lugar do ban ça e o extermínio do meu povo?
quete, encontrou Aman que se tinha 7E o rei Assuero respondeu à rai
lançado no leito (ou sofá), em que nha Ester e ao judeu Mardoqueu: Eu
estava Ester (durante o banquete), doei a Ester a casa de Aman, e a êle
e disse: Até, estando eu presente, mandei-o crucificar, porque se atre
quer na minha própria casa fa veu a estender a sua mão contra os
zer violência à rainha? Ainda não Judeus. 8Escrevei, pois, aos Judeus
tinha saído da bôca do rei esta pa- em nome ’do rei, como bem vos pa
lavra quando logo lhe cobriram a recer, e selai as cartas com o meu
cara (com o condenado à m o rte ). 9E anel. Porque segundo o costume,
Harbona, um dos eunucos que esta ninguém se atrevia a opôr-se às car
va ao serviço ordinário do rei, dis tas que eram enviadas em nome do
se: Sabei, (6 r e i), que em casa de rei e seladas com ò seu anel.
Aman está levantado um madeiro, 9E, chamados os secretários e es
que tem cinqüenta côvados de altu crivães do rei, correndo o terceiro
ra, o qual êle tinha preparado para mês, chamado Siban, aos vinte e três
Mardoqueu, que falou em defesa do do mesmo mês, foram escritas as
rei. E o rei disse-lhe: Pendurai-o cartas, da maneira que quis Mardo-
nêle. 10Foi, pois, Aman pendurado queu, e dirigidas aos Judeus, e aos
no pátibulo que êle tinha prepara príncipes, e aos governadores, e aòs
do para Mardoqueu; e a ira do rei juizes, que presidiam às cento e vin
aplacou-se. te e sete provências do reino, desde a
Exaltação de Mardoqueu Índia, até à Etiópia, província por
província, e povo por povo, conforme
o xN o mesmo dia doou o rei Assue- as suas línguas e caracteres, e aos
° ro à rainha Ester a casa de A- Judeus, para que pudessem lê-las e
566 LIVRO DE ESTER 8 - 9
seja dado poder aos Judeus de faze e alegria; e assim êstes dias eram
rem ainda amanhã em Susa, o que de banquete e de regozijo, e nêles
fizeram hoje, e os dez filhos de Aman deviam mandar uns aos outros por
sejam pendurados em patíbulos. 14E ções das suas iguarias, e fazer seus
o rei ordenou que assim fôsse feito. presentmhos aos pobres.
E logo foi afixado em Susa o edi 23E os Judeus admitiram entre os
to, e os dez filhos de Aman foram seus ritos solenes tudo o que come
pendurados. 15E, reunidos os Judeus çaram a fazer, naquele tempo, e que
no dia catorze do mês de Adar, fo Mardoqueu na sua carta lhes orde
ram mortos trezentos homens em Su nou que fizessem. 24Porque Aman,
sa; porém não saquearam os seus filho de Amadati, da linhagem de
bens. Agag, inimigo e adversário dos Ju
18E da mesma sorte por tôdas as deus, formou contra êles o mau pro
províncias que estavam sujeitas ao jeto de os matar e de os extinguir;
império do rei, puseram-se os Judeus e lançou sôbre isto o Fur, que na
em defesa das suas vidas, matando nossa língua significa sorte. 25Mas
os seus inimigos e perseguidores, em depois disto, Ester foi ter com o rei,
tão grande número que chegaram suplicando-lhe que frustrasse os de
os mortos a setenta e cinco mil ho sígnios de Aman com uma carta do
mens; e nenhum (Judeu) pôs a mão rei, e que fizesse cair sôbre a sua
em coisa alguma dos seus bens. cabeça o mal que êle tinha projeta
17E no dia treze do mês de Adar, do contra os Judeus. E por fim pu
começou a matança em tôda a par seram numa cruz a êle e a seus f i
te, e cessou no dia catorze. E orde lhos.
naram que êste dia fôsse solene, e 20E, desde aquêle tempo, êstes dias
que se celebrasse por todos os séculos foram chamados Furim, isto é, das
seguintes com banquetes, regozijos sortes, porque o Fur, ou a sorte, foi
e festins. 18E os que tinham exe lançada na urna. E tôdas as coisas
cutado a mortandade na cidade de que aconteceram estão contidas no
Susa, empregaram nela os dias treze volume desta carta, isto é, dêste li
e catorze do mesmo mês; e cessaram vro. 27E em memória do que sofre
de matar no dia quinze. E por es ram e da (feliz) mudança que de
ta razão estabeleceram que se sole- pois houve, os Judeus obrigaram-se
nizasse o mesmo dia com banquetes por si e pelos seus descendentes, e
e regozijos. por todos os que quiseram agregar-
19Os Judeus, porém, que habitavam se à sua religião, que a nenhum fôs
nas cidades sem muros, e nas aldeias, se lícito passar sem solenidade êstes
destinaram o dia catorze do mês de dois dias, que são indicados neste es
Adar para banquetes e regozijos, de crito, e se observam, em tempos de
modo que neste dia fazem grandes terminados, pelos anos sucessivos.
divertimentos, e mandam uns aos ou 28Êstes são dias que nunca serão es
tros alguma coisa dos seus banque quecidos, e os quais tôdas as provín
tes e iguarias. cias de geração em geração celebra
Instituição da festa de Furim rão por toda a terra; e não há cida
de alguma onde os dias de Fúrim,
20Mardoqueu, pois, escreveu tôdas isto é, das sortes, não sejam soleni-
estas coisas, e, resumindo-as numa zados pelos Judeus e pela sua des
carta, mandou-a aos Judeus que ha cendência, que está obrigada a estas
bitavam ' em tôdas as províncias do cerimônias.
rei, tanto nas mais próximas, como -^E a rainha Ester, filha de Abiail,
nas mais remotas, 21a fim de que o e Mardoqueu, Judeu, escreveram tam
dia catorze e o dia quinze do mês de bém uma segunda carta, para que
Adar fôssem para êles dias de festa, com o maior cuidado ficasse estabe
e os celebrassem todos os anos pa lecido êste dia solene para o futuro;
ra sempre com honras solenes; “ por ^e enviaram-na a todos os Judeus,
que nestes dias se . vingaram os Ju que moravam nas cento e vinte e se
deus dos seus inimigos, e o seu luto te províncias do rei Assuero, para
e tristeza converteram-se em festa que tivessem paz e recebessem a ver
568 LIVRO DE ESTER 9-11
dade, “ observando os dias das sortes, nhor salvou o seu povo, e nos livrou
e celebrando-os a seu tempo com de todos os males, e fêz grandes mi
grande alegria, como Mardoqueu e lagres e prodígios no meio das na-
Ester tinham estabelecido, e eles se çoes; 10e ordenou que houvesse duas
obrigaram, por si e pela sua descen sortes, uma para o povo de Deus, e
dência, a guardar os jejuns, e cla outra para todas as gentes. UE uma
mores (a Detis), e os dias das sor e outra sorte saiu para tôdas as gen
tes, 32e tudo o que se contém na his tes diante do Senhor no dia assina-
tória dêste livro, que se intitula Ester. lado desde aquêle tempo; 12e o Se-
nhor lembrou-se do seu povo, e teve
Grandeza de Assuero compaixão da sua herança.
13E êstes dias serão celebrados no
1A 2Ora o rei Assuero tinha feito mês de Adar, a catorze e quinze dês-
tributária tôda a terra e todas te mês, com tôda a devoção e júbilo
as ilhas do mar; 2e nos livros dos do povo, que se congregará em um
Medos e dos Persas se acha escrito ajuntamento perpètuamente em tô
qual foi o seu poder e o seu domínio, das as gerações do povo de Israel.
e a dignidade e a grandeza a que
êle exaltou Mardoqueu, 3e de que Sonho de Mardoqueu
modo Mardoqueu, Judeu de nação,
chegou a ser o segundo depois do rei 11 2N o ano quarto, reinando Ptolo-
Assuero, e como foi grande entre os 11 meu e Cleópatra, Dositeu, que
Judeus, e amado pela multidão dos se dizia sacerdote e da linhagem de
seus irmãos, procurando o bem do Levi, e Ptolomeu, seu filho, trouxe
seu povo, e interessando-se por aqui ram esta carta de Furim, que disse-
lo que se referia à tranqüilidade da ram ter sido traduzida em Jerusalém
sua nação. por Lisímaco, filho de Ptolomeu.
Apêndices deuterocanônicos Êste princípio estava ,também na
edição Vulgata, o qual não se encon
Traduzi com tôda a fidelidade o que tra nem no Hebreu, nem tão pouco
se encontrava no Hebreu. Mas o que em algum dos intérpretes.
se segue, achei-o escrito na edição 2N o ano segundo, reinando o mui
Vulgata, como se contém nos exem grande Artaxerxes (o u Assuero), no
plares gregos. Todavia no fim do primeiro dia do mês de Nisan, Mar-
liv ro estava pôsto êste capitulo, o doqueu, filho de Jair, filho de Semei,
qual, segundo o nosso costume, no filho de Cis, da tribo de Benjamim,
tamos com um óbelo. teve um sonho. 3Êle era um homem
4E Mardoqueu disse: Deus é quem Judeu, que morava na cidade de Su-
fêz isto. 5Lembro-me de um sonho sa, varao grande, e dos primeiros
que tive, o qual significava isto mes da côrte do rei. 4E era do número
mo; e nada (do que sonhei) ficou por dos cativos, que Nabucodonosor, rei
cumprir. 6Á pequena fonte, que cres de Babilônia, tinha levado de Jeru
ceu até se tornar um rio, e que se salém, com Jeconias, rei de Judá.
transformou em luz e em sol, e der 5E o seu sonho foi êste: Pareceu-
ramou águas em grandíssima abun lhe ouvir vozes, e estrondos, e tro
dância, é Ester, a qual o rei tomou vões, e terremotos, e perturbações
por mulher, e quis que fôsse rainha. sôbre a terra; °e eis que apareceram
7Os dois dragões sou eu e Aman. 8As dois grandes dragões, prontos para
gentes, que se juntaram, são aquêles combater um contra o outro. 7Ao
ue intentaram apagar o nome dos ruído dêles alvoroçaram-se tôdas as
udeus. 9E a minha gente é Israel, nações para combater contra a na
o qual clamou ao Senhor, e o Se ção dos justos. 8E foi aquêle um dia
Traduzí com tôda a fidelidade . . . E s ta nota e as seguintes que são em itálico por
entre o têxto, são de S. Jerõnimo. — N a edição Vulgata. A edição que S. Jerônimo
chama Vulgata é a antiga tradução latina, de que a Igreja ocidental usava no seu tempo,
fe ita sôbre os setenta, óbelo era um sinal pelo qual os críticos Alexandrinos indicavam
as passagens interpeladas ou duvidosas.
Cap. X I — 1. Trouxeram esta carta ãe Furim , isto é, todo o liv ro de E s te r.
11 - 13 LIVRO DE ESTER 569
te salvar Israel. 10Tu fizeste o céu metido. °Nós pecamos na tua pre
e a terra, e tudo quanto se contém sença, e por isso entregaste-nos nas
no âmbito do céu. “ Tu és o Senhor mãos dos nossos inimigos, 7porque
de tôdas as coisas, e não há quem adoramos os seus deuses. Justo és,
resista à tua majestade. ó Senhor. 8Mas agora não se con
12Tu conheces tudo, e sabes que tentam com oprimir-nos com uma
foi não por soberba, nem por des- duríssima escravidão, senão que, atri
prêzo, nem por alguma cobiça de gló buindo ao poder dos seus ídolos a
ria que fiz isto de não adorar o alti força das suas mãos, 9pretendern
vo Aman. “ (Porque, para salvar Is transtornar as tuas promessas, e des
rael, pronto estaria a beijar com gôs- truir a tua herança, e fechar as bo
to os vestígios dos seus pés), 14mas cas dos que te louvam, e extinguir
temi trasladar para um homem a a glória do teu templo e do teu al
honra devida ao meu Deus, e adorar tar, 10a fim de abrir as bôcas dos
algum outro que não fôsse o meu gentios, e louvar o poder dos seus
Deus. idolos, e ceíebrar perpètuamente um
15E agora tu, ó Senhor Rei, Deus rei de carne. “ Não entregues, Se
de Abraão, tem misericórdia do teu nhor, o teu cetro àqueles que não
povo, porque os nossos inimigos que são nada, para que não escarneçam
rem acabar e destruir a tua herança. da nossa ruína; mas volta contra
“ Não desprezes a tua porção, que êles os teus desígnios, e destrói aquê-
para ti resgataste do Egito. 17Ouve le que começou a ser cruel contra
os meus rogos, e mostra-te propício nós. 12Lembra-te de nós, Senhor, e
à tua parte e herança, e muda o mostra-nos a tua face no tempo da
nosso pranto em gôzo para que, v i nossa tribulação, e dá-me fôrça, Se
vendo, louvemos, Senhor, o teu no nhor, rei dos deuses e de tôdas as
me, e não feches a bôca dos que te potestades; 13põe na minha bôca pa
louvam. 18E todo o Israel clamou do lavras próprias na presença do leão
mesmo modo ao Senhor, orando com (Assuero), e muda o seu coração de
um mesmo coração, porque uma ine modo que aborreça o nosso inimigo,
vitável morte os ameaçava. a fim de que pereça êle e os outros
Oração e penitência de Ester que estão de acordo com êle. 14E
livra-nos com a tua mão, e socorre-
1A *A rainha Ester, aterrada com me, que não tenho outro auxílio, se
o perigo que estava iminente, não a ti, Senhor, que conheces tô
recorreu também ao Senhor. 2E, ten das as coisas, 15e sabes que aborre
do deposto os vestidos reais, tomou ço a glória dos iníquos, e detesto o
traje próprio de pranto e luto, e, em leito aos incircuncisos e de qualquer
lugar de variedade de ungüentos, co estrangeiro. 16Tu sabes a minha ne
briu a sua cabeça com cinza e pó, e cessidade, e que abomino o distinti
humilhou o seu corpo com jejuns, e vo da soberba e da minha glória, que
por todos os lugares em que antes trago sôbre a minha cabeça, nos dias
costumava alegrar-se, espalhou os ca em que devo comparecer em públi
belos que se arrancava. co, e que o detesto como um pano
3E orava ao Senhor Deus de Israel, asqueroso, e que não os trago nos dias
dizendo: Meu Senhor, tu que és o do.meu silêncio (da vida particular) ,
único rei, socorre-me a mim aban 17e que não tenho comido na mesa
donada, e que não tenho outro auxí de Aman, nem me têm deleitado os
lio fora de ti. 40 meu perigo está convites do rei, nem tenho bebido
iminente. 5Ouvi contar a meu pai vinho das libações ( oferecidas aos ído
que tu, ó Senhor, tomaste Israel den lo s ); 18e que a tua serva, desde o dia
tre tôdas as nações, e nossos pais em que, foi transladada para aqui
dentre todos os seus maiores, para até ao presente, nunca teve conten
os possuíres por herança eterna, e tamento, senão em ti, Senhor Deus
procedeste com êles como tinhas pro de Abraão.
Cap. X I V — 13. Na presença do leão, isto é, de Assuero, cuja cólera era temível como
a dum leão.
14 - 15 LIVRO DE ESTER 571
mesmos. 7Isto comprova-se com as 16e são filhos do Deus Altíssimo, oni
histórias antigas, e com o que acon potente, e que vive para sempre,
tece todos os dias, de modo que as por cujo benefício foi dado o reino
boas inclinações dos reis pervertem- a nossos pais e a nós mesmos, e até
se pelas más sugestões de alguns. ao dia de hoje nos é conservado.
8P or isso é preciso providenciar à “ Portanto, sabei que são de nenhum
paz de tôdas as províncias. 9Mas valor as cartas que êle expediu em
não penseis que, se variamos as or nosso nome. “ Em castigo da sua
dens, nasça isto da ligeireza ou in maldade, êle, que a maquinou, e tô
constância do nosso ânimo, senão que da a sua parentela foram postos em
acomodamos as nossas determina patíbulos às portas desta cidade de
ções à condição e necessidade dos Susa, dando-lhe Deus, e não nós, o
tempos, como exige o bem da repú castigo que merecia. 19E êste edi
blica. to, que agora enviamos, será afixa
10E, para que entendais melhor o do em tôdas as cidades, para que
que dizemos, (sabei que) Aman, f i seja permitido aos Judeus guardar
lho de Amadati, Macedônio de cora as suas leis. 20E vós deveis prestar-
ção e origem, e alheio do sangue dos lhes auxílio, para que no dia treze
Persas, o qual com a sua crueldade do mês duodécimo que se chama A -
tem desacreditado a nossa piedade, dar, possam dar a morte àqueles
sendo estrangeiro, foi acolhido por ue estavam preparados para lha
nós, Ue encontrou em nós tão gran ar a êles; 21pols, o Deus Onipotente
de humanidade, que era chamado trocou-lhes em dia de alegria êste,
nosso pai, e venerado por todos co que o devia ser de tristeza e pranto.
mo o segundo depois do rei; 12mas 22Por isso vós contai também êste
chegou a tal extremo de arrogância dia entre os outros dias festivos, e
que intentou privar-nos do reino celebrai-o com tôda a alegria, para
e da vida. 13Porque, com novos e i- que se saiba também para o futuro
nauditos artifícios, maquinou a mor 28que todos os que obedecem fiel-
te de Mardoqueu, a cuja lealdade e mente aos Persas, recebem a recom
benefício devemos a vida, e também pensa digna da sua fidelidade, e os
a de Ester, minha companheira no que conspiram contra o seu reino,
reino, com tôda a sua nação, “ ten perecem pela sua culpa. 24E tôda a
do em vista, depois de os matar, ar província ou cidade, que não quiser
mar ciladas ao nosso isolamento, e ter parte nesta solenidade, pereça
trasladar o reino dos Persas para os à espada e a fogo, e seja de tal ma
Macedônios. neira exterminada, que fique para
15Ora nós não encontramos a me sempre despovoada não só de homens,
nor culpa nos Judeus, destinados â mas também de feras, para exemplo
morte pelo pior dos homens, antes dos desprezadores e desobedientes
pelo contrário seguem leis justas, (as ordem do rei).
OS LIVROS SAPIENCIAIS
Aos livros Históricos (últim o dos quais é o livro de Ester, por serem
os Macabeus colocados no fim do antigo Testamento) seguem-se os livros
Sapienciais, também chamados Didáticos ou Morais (porque têm como mira
o ensino da Sabedoria), e também Poéticos (pela forma com que são apre
sentados).
Os livros Sapienciais são sete, a saber: Jô, Salmos, Provérbios, Eclesias-
tes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria e Eclesiástico.
Jô pode-se considerar livro Sapiencial enquanto instrue sobre as causas
do sofrimento, mas poderia também ser classificado como uma espécie de
passagem entre os livros históricos e poéticos.
Os Salmos são livros Sapienciais pelas sublimes sentenças nêles encer
radas, mas poder-se-ia com acêrto considerá-los como compêndios de hinos
e orações.
O nome de Sapienciais é reservado particularmente aos últimos cinco
livros, porquanto,' excetuado o Cântico dos Cânticos, todos êles têm o fim
principal de ensinar a Sabedoria.
Não é fácil, porém, explicar o que realmente entendiam os Israelitas por
Sabedoria. Talvez entendiâm-na como uma virtude moral e intelectual, que
nos faz conhecer e cumprir a vontade de Deus. Mas a Sabedoria, objeto dês-
tes livros, é uma outra, bem mais sublime: a Sabedoria eterna. Com efei
to, os livros Sapienciais, elevando-se paulatinamente no conceito da sabedo
ria, passam da humana à divina, e a personificam, preparando em tal mo
do dogma cristão da Sabedoria encarnada.
Falando sôbre livros Poéticos convém lembrar que a poesia hebraica é
essencialmente religiosa, ao menos aquela que chegou até nós. O seu estilo
é elevado, imaginoso, elegante e musical.
LIVRO DE JÓ
Êste livro pode justamente considerar-se um dos poemas mais belos do
mundo. A sua ação é simples: Um homem, chamado Jó, de proceder irre
preensível, é afligido por muitas desgraças, chegando suas carnes a corrompe
rem-se quase por completo sôbre os ossos. Alguns amigos seus, tendo ido pa
ra o consolar, viram em tantos e tão grandes sofrimentos uma prova clara
de pecados gravíssimos que os mereceram. O paciente Jó protesta sua ino
cência, mas não consegue convencer os amigos. O próprio Deus parece sur
do aos lamentos do infeliz, que sofre com isso as maiores torturas. A sua
confiança na justiça de Deus não diminui, apesar de tudo; até que, vencida
a prova, o próprio Deus aparece a defendê-lo e a restituir-lhe a felicidade
primitiva.
A conclusão moral é que, por uma misteriosa e sábia disposição de
Deus, os justos sofrem algumas vêzes sem nenhuma culpa e recebem por
fim a recompensa não só das virtudes que já praticaram, mas também dos
sofrimentos que suportaram com resignação.
O livro se divide em três partes: prólogo, poema e epílogo.
PRÓLOGO (1 - 2) — Jó, um piissimo patriarca de Hus, é atribulado
pelo demônio (com a permissão de Deus) com males terríveis, os quais, po
rém, êle suporta com notável resignação. Três amigos vêm para consolá-lo.
A narração é em prosa e descreve a verdadeira causa dos males de Jó e oca
sião da discussão.
POEMA (3 - 42,6), que pode ser dividido em três seções: As três
disputas — Os quatro discursos de Eliú — Os dois discursos de Deus.
1. As três disputas de Jó com os amigos, sôbre o sofrimento. Monólo
gos: Jó lamenta-se da vida e pergunta-se porque deve sofrer. — Prim eira
disputa (5 - 14): Elifaz afirma que só o ímpio é castigado; Jó então lhe res
ponde que o seu castigo é bem maior que seus pecados. Baldad diz que Deus
é justo; Jó lhe contesta que Deus é justo mas não aflige somente os maus.
Sofar esclarece que Deus é um sábio descobridor da iniqüidade; Jó torna
a repetir que não há proporção entre seus pecados e o castigo que está re
cebendo. — Segunda disputa (15 - 21): Elifaz acusa Jó de arrogância e de mui
tos pecados, mas êste apela para o testemunho de Deus e se diz inocente;
Baldad faz uma longa descrição da sorte infeliz do ímpio, mas Jó novamen
te afirma sua inocência; Sofar toma a palavra e revela que a felicidade do
ímpio é de breve e incerta duração. Jó, entretanto, invoca a atenção dos ami
gos sôbre as prosperidades dos ímpios. — Terceira disputa (22 - 26): Jó res
ponde às novas acusações de Elifaz e de Baldad, enquanto Sofar cala-se. —
1 LIVRO DE J o 575
Monólogos (27 - 31): Então Jó relembra a felicidade passada e a compara
à miséria atual. Por fim, apela a Deus, juiz supremo.
2. Os discursos de Eliú (31 - 37). — Eliú, um dos presentes, entra em
cena, expondo os motivos que o obrigam a falar. Reprova algumas palavras
de Jó explica porque Deus manda tribulações. O sofrimento purifica e
instrui o justo, releva a pequenez do homem e a grandeza de Deus.
3. Os discursos de Deus (38 - 42,6). — Deus intervém e interroga Jó
sobre os mistérios da criação, exigindo dêle uma resposta. Jó confessa
a sua ignorância, retrata suas palavras e pede perdão a Deus.
EPtLOGO (42). — Deus repreende os amigos de Jó, proclama a ino
cência dêste e restitui-lhe em duplicado a sua primitiva felicidade. Como
o prólogo, o epílogo é em prosa.
Êste maravilhoso poema, pelo seu estilo e perfeição, demonstra ter sido
escrito no período áureo da literatura hebráica, e alguns críticos afirmam
tenha vindo à luz no tempo de Salomão. A pessoa de Jó, porém, tem to
das as características da época patriarcal, e parece ter vivido entre o tempo
de Esaú e o de Moisés.
Jó é uma personagem histórica. ( Ezequ. 14, 14; Tobias 2. 15; S. Tiago.
5,11) e a Igreja celebra a sua festa no dia 10 de Maio. Entretanto, nem tudo
aquilo que o livro trata pode ser histórico. O prólogo e o epílogo são real
mente históricos, mas o poema é uma história poeticamente ampliada e ador
nada.
Nem tudo o que está escrito no livro de Jó deve ser considerado como
verdadeiro. Ê preciso reputar-se como tal somente aquilo que o autor dá a
entender: isto é, os discursos de Eliú e o de Deus. Porque há muitas
coisas, nos diálogos entre Jó e seus amigos, que o próprio autor explicou
não serem verdadeiras. (P or exemplo: quando os amigos de Jó afirmam
que o sofrimento é sempre castigo de pecados pessoais).
Com tais precauções devemos ponderar algumas palavras do grande so
fredor, que no mais é notável modelo de virtudes e viva figura de Jesus
Cristo.
10 - B íb lia Sagrada
578 LIVRO DE JÓ 3 - 5
número; 10que derrama a chuva sô- los quais mereci a ira, e a calami
bre a face da terra, e tudo rega com dade que padeço, se pesassem numa
as águas; “ que exalta os humildes, e balança; 3esta aparecería mais pesa
aos tristes alenta com prosperida- da que a areia do mar; por isso as
des; “ que dissipa os pensamentos dos minhas palavras são também cheias
malignos, para que as suas mãos não de dor; 4porque as setas do Senhor
possam acabar o que tinham come estão cravadas em mim, e o veneno
çado; 13que apanha os sábios na sua delas devora o meu espírito, e os ter
própria astúcia, e que dissipa o de rores do Senhor combatem contra
sígnio dos maus. 14De dia se verão mim. 8Porventura orneja o asno mon-
em trevas, e ao meio-dia andarão às tês, quando tem erva? ou muge o
apalpadelas como de noite. “ Porém, boi, quando tem diante a manjedou
êle salvará o desvalido da espada da ra bem cheia? 6ou pode comer-se u-
sua bôca, e o pobre, da mão do (h o ma coisa insípida que não fo i tem
m em ) violento. perada de sal? ou pode alguém gos
tar daquilo que mata quem o come?
E em Deus que está a felicidade 7As coisas, que antes a minha alma
16E haverá esperança para o indi não queria tocar, agora pela aflição
gente, e a iniqüidade fechará a sua são o meu sustento. 8Quem dera que
boca. 17Bem-aventurado o homem, a se cumprisse a minha petição, e que
quem Deus corrige. Não desprezes, Deus me concedesse o que espero!
pois, a correção do Senhor, “ por 9E que o que começou (a fe rir-m e ),
que êle fere e sara; dá o golpe, e êsse mesmo me fizesse em pó, e
as suas mãos curam. 10De seis tri- estendesse a mão, e me cortasse
bulaçoes êle te livrará, e à sétima a vida! 10E a minha consolação se
o mal não te tocará. “ N o tempo da ria que, afligindo-me com dor, não
fome êle te salvará da morte, e no me perdoasse, nem eu me opusesse
tempo da guerra, do poder da es às palavras do Santo. “ Pois, que
pada. fortaleza é a minha para poder so
21Estarás a coberto do açoite da frer? ou qual o meu fim para me
(m á ) língua, e não temerás a cala portar com paciência? 13A minha for
midade quando chegar. 1 *22*N a deso taleza não é como a das pedras, nem
9
lação e na fome te rirás, e não te a minha carne é de bronze. 13Bem
merás as feras da terra. “ Até farás vêdes que eu não encontro socorro
aliança com as pedras dos campos, e em mim, e que até os meus mais
as feras da terra te serão pacificas. íntimos me abandonaram.
24E verás reinar a paz na tua casa, “ Aquêle que não tem compaixão
e, visitando a tua bela casa, não pe do seu amigo, abandona o tem or do
carás. 25Verás também multiplicar- Senhor.
se a tua descendência, e a tua poste Amigos infiéis
ridade (crescerá) como a erva dos
campos. “ Entrarás com abundância 15Meus irmãos passaram ao lon
no sepulcro, como se recolhe um ge de mim, como a torrente, que
monte de trigo a seu tempo. 27Olha atravessa ràpidamente os vales. 16Os
que assim é o que acabamos de te que temem a geada, cairá sôbre êles
expor; o que tens ouvido, medita-o a neve. 17Quando começarem a dis
na tua mente.. sipar-se, perecerão, e, logo que vier
Intensidade do sofrimento calor, desaparecerão do seu lugar.
“ Tortuosas são as veredas dos seus
£ 1Jó, porém, respondendo, disse: passos: andarão sôbre o vácuo, e
w 2Oxalá que os meus pecados, pe perecerão. "Considerai as veredas
19. D e s e i s . . . à s é t i m a . . . Graduaç&o usada para indicar um grande número.
Cap. V I — 3. E s t a a p a r e c e r í a m a i s p e s a d a . . . e dêste modo se veria que as minhas
queixas n ? ) s&o excessivas.
11. Q u a l o m e u f i m , isto é, quanto d urará a minha vida.
16. O s q u e t e m e m a g e a d a . . . A fastando-se de mim, julgam fu gir das minhas dores,
mas, em castigo da sua dureza, Deus fa r á cair sôbre êles males muito maiores.
580 LIVRO DE JÓ 6 - 8
a sua mão contra Deus, e se fêz for por isso se aplacará a minha dor; e
te contra o Onipotente. ^Correu se me calar, nem por isso ela se a-
contra êle com o pescoço levantado, fastará de mim. 8Mas agora a mi
e armou-se duma soberba inflexível. nha dor me oprime, e todos os meus
^A gordura cobriu o seu rosto, e a membros estão reduzidos a nada. °As
enxúndia pende-lhe das ilhargas. minhas rugas dão testemunho con
“ Habitará em cidades assoladas, e em tra mim, um falso raciocinador levan-
casas desertas, que estão reduzidas ta-se diante da minha face para me
a montões de ruínas. contradizer. 10Juntou o seu furor
O irnpio caminha para a ruína contra mim e com olhos terríveis me
olhou o meu inimigo, e, ameaçan-
“ Não se enriquecerá, nem os seus do-me, rangeu seus dentes contra
bens persistirão, nem lançarão as mim. u (Os meus amigos) abriram
suas raízes pela terra. 30Não sairá as suas bôcas contra mim, e, ultra
das trevas; uma chama secará os jando-me, feriram a minha face, far
seus ramos, e com o sôpro da sua bô- taram-se das minhas penas. 12Deus
ca será arrebatado. “ Enganado por encerrou-me debaixo do poder do
êrro não acreditará que possa ser injusto, e entregou-me nas mãos dos
resgatado por algum preço. “ Antes ímpios. 13Eu, aquêle em outro tem
dos seus dias se completarem perece po tão opulento, de repente fui redu
rá, e as suas mãos se secarão.^O seu zido a pó; tomou-me pelo pescoço,
cacho será cortado como a vinha na quebrantou-me, e pôs-me como alvo
primeira flor, e como a oliveira que ( dos sem tiro s ). 14Cercou-me com
deixa cair a Sua flor. “ Porque a suas lanças, atravessou-me os rins,
fam ília do hipócrita será estéril, e não me perdoou, e espalhou pela ter
0 fogo devorará as casas dos que gos ra as minhas entranhas. "Despeda-
tam de receber presentes. "E le con çou-me com feridas sôbre feridas,
cebeu dor, e deu à luz a iniqüidade, lançou-se a mim como um gigante.
e o seu coração prepara enganos. "L e v o um cilício cosido sôbre a mi
Pretendidos consoladores nha pele, e cobri de cinza a minha
carne. 17O meu rosto inchou à fôr-
2Mas Jó, respondendo, disse: ça de chorar, e as minhas pálpebras
1u 2Tenho ouvido muitas vêzes escureceram-se. 18Sofri isto sem que
êsses discursos; todos vós sois uns houvesse maldade nas minhas mãos,
consoladores importunos. 3Quando quando eu oferecia a Deus orações
terão fim êsses discursos de vento? ou puras.
que coisa te constrange a falar as
sim? 4Eu também podia falar co Deus é testemunha da inocência de jó
mo vós; e oxalá que vós estivésseis
no meu lugar. 5Eu também vos con 19õ terra, não cubras o meu san
solaria com discursos, e (compassivo)gue, nem o meu clamor ache em ti
moveria a minha cabeça sôbre vós; lugar no qual seja sufocado. “ Porque
6eu vos fortalecería com as minhas a minha testemunha está no céu, e
palavras, e moveria os meus lábios, está nas alturas o que me conhece
como compadecendo-me de vós. intimamente. “ Os meus amigos são
Deus e os homens atormentam Jó
verbosos; mas os meus olhos recor
rem a Deus desfeitos em lágrimas.
7Mas que farei? Se eu falar, nem 7
2 22E oxalá se fizesse o juízo entre
27. O ímpio só pensa em nutrir a sua carne.
28-32. Prediz o castigo que o ímpio sofrerá, depois da breve prosperidade, am argura
da pelos remorsos.
33. o s e u c a c h o , isto é, a sua descendência. — N a p r i m e i r a f l o r , isto é, antes de dai
frutos, e de os conservar à maturaçáo. Com estas duas comparações da vinha e da oli
veira, é descrito o fim infeliz da posteridade do ímpio.
34. D o s q u e g o s t a m d e r e c e b e r p r e s e n t e s , isto é, dos que vendem a justiça.
Cap. X v l — 19. N ã o c u b r a s o m e u s a n g u e . . . Jó exprime aqui o seu desejo de que se con
serve sempre viva a lem brança dos seus sofrimentos até que será reconhecida a sua ino
cência.
20. A m i n h a t e s t e m u n h a , isto é, a testemunha da minha inocência.
588 LIVRO DE JÓ 16 - 18
sei que o meu Redentor vive, e que -lo-á e não o deixará, e o rete
no último dia ressurgirei da terra, “ e rá no seu paladar. wO seu pão (da
serei novamente revestido da minha iniquidade) nas suas entranhas se
pele, e na minha própria carne ve converterá interiormente em fe l de
rei o meu Deus. 27Eu mesmo o ve áspides. “ Vomitará as riquezas, que
rei, e os meus olhos o hão de con devorou, e Deus lhas fará sair aas
templar, e não outro; esta é a espe entranhas. “ Chupará a cabeça de
rança que está depositada no meu áspides, e a língua da víbora o mata
eito. &Por que dizeis, pois, agora: rá. 17Jamais veja êle as correntes de
g ersigamo-lo, e achemos a raiz das um rio, e as torrentes de mel e de
palavras contra êle? “ Fugi, pois, de manteiga.
diante da espada (de Deus), porque O ímpio oprimido por muitos males
a espada é vingadora das iniqüiaa-
des; e sabei que há um juízo. “ Pagará tudo o que fêz, mas nem
por isso será consumido; segundo a
A felicidade do ímpio é de breve multidão de seus embustes, assim se
e incerta duração rá a sua pena. 10Porque oprimiu e
despojou os pobres, roubou casas, e
2 (| 2E, respondendo Sofar de Na- não as edificou. “ O seu apetite foi
amat, disse: insaciável; e quando tiver o que co
2P or isso me vêm pensamentos sô- biçava, não o poderá gozar. “ Nada
bre pensamentos, e o meu espírito é sobrou da sua comida (para os po
arrebatado para diversas reflexões. bres), e por isso nada permanecerá
30uvirei a doutrina com que me ar- dos seus bens. “ Depois que estiver
gües, e o espírito da minha inteli saciado, padecerá ânsias, e se abra-
gência responderá por mim. 4Uma sará, e tôda a sorte de dores virá sô
coisa sei, e é que desde o princípio, bre êle. “ Oxalá se encha o seu ven
desde que o homem foi pôsto sôbre tre, para que Deus envie contra êle
a terra, 5é breve a glória dos ím a ira do seu furor, e faça chover sô
pios, e a alegria do hipócrita dura bre êle a sua vingança. “ Fugirá
um momento. (p o r um lado) das armas de ferro, e
O ímpio caminhará p ara a ruína cairá (p o r o u tro ) no arco de bronze.
“ A espada é tirada e sai da sua bai
°Se a sua soberba subir até ao céu, nha, e rutila (contra ele) como o re
e a sua cabeça tocar nas nuvens, lâmpago em sua amargura. Irão e
7por fim perecerá como o estéreo; e virão sôbre êle os terrores. ^Tôdas
aquêles que o tinham visto dirão: as trevas estão escondidas nos seus
Onde esta êle? 8Como um sonho que segredos, devorá-lo-á um fogo, que
voa não será achado, desaparecerá não se acende, e, deixado só na sua
como uma visão noturna. tenda, estará na aflição. "Os céus re
BOs olhos, que o tinham visto, não velarão a sua iniquidade, e a terra se
o verão mais, nem o verá mais a levantará contra êle. “ Os rebentos
sua morada. 10Os seus filhos serão da sua casa ficarão ao desamparo,
consumidos pela miséria, e as suas serão arrancados no dia do furor de
mãos lhe darão a dor merecida. Deus. “ Esta é a sorte reservada por
A culpa e o castigo intimamente unidos
Deus ao homem ímpio, e esta é a he
rança fixada pelo Senhor às suas pa
11Os seus ossos se encherão dos vícios lavras.
da sua mocidade, os quais com êle jó invoca a atenção dos amigos
dormirão no pó.
12Porque, quando o mal fôr do 21 JE Jó, respondendo, disse:
ce na sua bôca, escondê-lo-á de 2Ouvi, vos peço, as minhas pa
baixo da sua língua. 13Conservá- lavras, e fazei penitência. *Sofrei-
Cap. X X — 10. E as suas mãos, isto é, as ações m ás que praticou.
12-16. O pecado (o m a l), à semelhança dum bocado doce m as envenenado, deleita os
sentidos na ocasião em que se comete, m as depois produz as m ais funestas consequências.
26. Tôdas as trevas, isto é, males de todo o gênero estão escondidos nos seus segre
dos, nos seus pecados ocultos.
21 - 22 LIVRO )E J ó 591
-ão por um pouco de tempo, mas não e espalha sôbre êle as suas nuvens.
subsistirão, e serão humilhados e ar 10Pôs em roda limites às águas, até
rebatados como todos os outros, e co que se acabem a luz e as trevas.
mo cabeças de espigas serão corta uAs colunas do céu estremecem, e
dos. “ Se isto não é assim, quem me tremem ao seu aceno. “ Com a sua
poderá convencer de mentira, e acusar fortaleza de repente se congregaram
as minhas palavras diante de Deus? os mares, e sua sabedoria feriu o
soberbo. lsO seu espírito adornou os
Majestade e poder de Deus céus, e a habilidade da sua mão pro
duziu a cobra tortuosa. 14Eis que
OC 2E, respondendo Baldad Suíta, tudo isto não é senão uma (pequena)
disse: parte das suas obras, e, se apenas
20 poder e o terror estão naqueletemos ouvido uma pequena gôta do
que mantém a concórdia (e a har que dêle se pode dizer, quem pode
monia) nos seus altos (céus). '‘Por rá compreender o trovão da sua
ventura têm número as suas (celes grandeza?
tiais) milicias? E sobre quem é que
não se levanta a sua luz? 4Porventura JÓ proclama novamente a sua
pode justificar-se o homem, compa inocência
rado com Deus, ou aparecer puro 0 7 1Em seguida Jó, continuando a
o que nasceu da mulher? 5Eis que “ 1 sua parábola, acrescentou e
a mesma lua não tem resplendor, e disse: 2V iva Deus, (o qual parece)
as mesmas estréias não são puras que abandonou a minha causa (ao
na sua presença; 6quanto menos o juízo dos homens), e o Onipotente,
homem, que é podridão, e o filho do que submergiu a minha alma na a-
homem, que é um verm e! margura. 8Forque, enquanto em mim
houver alento, e Deus me conservar
Jó escarnece do seu interlocutor a respiração, 4os meus lábios não di
2 f i *E, respondendo Jó, disse: rão nada de injusto, nem a minha
2A quem queres tu auxiliar? língua proferirá mentira. *Longe de
Porventura a um fraco? Sustentas mim o eu ter-vos por justos; enquan
tu o braço de quem não tem for to eu viver, não me. apartarei da
ça? 8A quem deste tu conselho? T a l minha inocência. 6Não abandonarei
vez àquele que não tem sabedoria? a justificação que comecei a fazer,
E fizeste alarde da tua grande pru porque o meu coração nada me re
dência. 4A quem quiseste tu ensi prova em tôda a minha vida. ''Se
nar? Não fol àquele (Deus) que fêz ja como ímpio o meu inimigo, e o
a respiração? meu adversário seja como o inícjuo.
8Pois, qual é a esperança do hipó
Jó descreve por sua vez o poder de Deus crita, se rouba por avareza, e Deus
não livra a sua alma? “Porventura
5Eis que os gigantes gemem de ouvirá Deus o seu clamor, quando
baixo das águas, e os que habitam lhe sobrevier a tribulação? 10Ou po
com êles. 6Aberto está o inferno di derá êle deleitar-se no Onipotente, e
ante dêle, e o abismo da perdição invocar a Deus em todo o tempo?
não tem nenhum véu. 7Êle é que MEu vos ensinarei, com o auxílio de
estende o setentrião sôbre o vácuo Deus, o que faz o Onipotente, não vo-
e o que suspende a terra sôbre o na lo esconderei. 12Mas todos vós já o
da. 8Êle é o que prende as águas sabeis, e por que proferis inütilmen-
nas suas nuvens, para que tôdas à te palavras vãs? 13Esta é a sorte do
uma se não precipitem para baixo. homem ímpio diante de Deus, e a
9Êle esconde a vista do seu trono, herança que os violentos receberão
Cap. X X V I — 6. 0 inferno, isto é, a habitação dos mortos.
9. Éle esconde com a brilhante cortina do firmamento.
10. A s leis postas por Deus às águas durarão enquanto d urar o giro do dia e da noite.
13, A cobra tortuosa. Segundo os modernos comentadores, trata-se aqui da constelaç&o
do dragão.
Cap. X X V I I — 5. o eu ter-vos por justos, isto é, o eu pensar que dizeis a verdade.
27 - 28 LivR O DE J ó 595
pobre que não tinha com que cobrir- silêncio, sem sair da minha porta,
se, "se os seus membros me não (Deus me castigue).
abençoaram; e não se aqueceu com "Quem me dera um que ( desapai-
a lã das minhas ovelhas; 21se levan xonadamente) me ouvisse, e que o
tei a minha mão contra o órfão, ain Onipotente escutasse os meus dese
da quando me via superior, (adm i jos, e que descrevesse o processo
nistrando justiça) à porta (da cida aquêle mesmo que julga, ,6para o le
d e ); "caia o meu ombro da sua jun var sôbre os meus ombros e cingir-
tura, e quebre-se o meu braço com me com êle qual diadema! " A cada
os seus ossos. "Porque eu sempre um dos meus passos o publicaria, e
temi a Deus como a ondas suspensas o apresentaria (a Deus) como a um
sôbre mim, e nunca pude suportar príncipe. 98( Finalm ente) se a terra
o pêso da sua majestade. que eu possuo clama contra mim, e
se os seus sulcos choram com ela;
Não foi arrogante nem para com Deus "se comi seus frutos sem pagamento,
nem para com o próximo e se afligi o coração dos que a cul
tivaram; "e la me produza abrolhos
24Se eu julguei que o ouro era a em lugar de trigo, e espinhos em
minha fôrça, e se eu disse ao ouro lugar de cevada.
mais puro: Tu és minha confiança; TPindaram as palavras de Jô.
"se me alegrei com as minhas gran
des riquezas, e com os grandes bens Intervenção de Eliú
que juntei pela minha mão; "se olhei
para o sol quando brilhava, e para OO 'P o r fim êstes três homens ces-
a lua quando caminhava na sua cla saram de responder a Jó, por
ridade (considerando-os como deu que se tinha por justo. 2Mas Eliú,
ses), 27e o meu coração sentiu algum filho de Baraquel de Buz, da fam í
oculto contentamento, e beijei a mi lia de Ram, irou-se e encheu-se de
nha mão com a minha bôca (em si indignação, e irritou-se contra Jó,
nal de adoração), "o que é uma gran porque êste dizia que era justo dian
díssima iniqüidade, e um renunciar te de Deus. 3Irritou-se também con
ao Deus altíssimo; "se me alegrei tra os seus amigos, por não terem
com a ruína daquele que me odiava, achado resposta conveniente, senão
e se exultei com o mal que lhe so que sòmente tinham condenado Jó.
breveio (castigue-me Deus). 30( Mas 4Eliú, pois, esperou que Jó falasse;
não fo i assim), pois não permiti que porquanto eram mais velhos os que
a minha língua pecasse, demandan tinham falado antes. 5Mas quando
do com imprecações a sua morte. viu que os três não lhe puderam res
31E as pessoas da minha casa não ponder, indignou-se fortemente. 6E,
disseram: Quem nos dera da sua car tomando a palavra Eliú, filho de Ba
ne para nos fartarmos dela? 3 12*3
0 pe
4 raquel de Buz, disse:
regrino não ficou de fora, a minha
porta esteve sempre aberta para o Diz os motivos que o levam a
tomar a palavra
viandante. "S e encobri como homem
o meu pecado, e ocultei no meu co Sou o mais novo em idade, e vós,
ração a minha iniqüidade; "se a gran mais velhos; portanto, abaixando a
de multidão me aterrou, ou se fiquei minha cabeça, não me atrevi a ex-
atemorizado pelo desprêzo que de por-vos o meu parecer. 7Porque eu
mim faziam os meus parentes; e se, esperava que falasse (com argumen
pelo contrário, não me conservei em tos sólidos) a idade mais madura, e
31. Quem nos d e r a ... Com estas palavras j ó mostra o am or que os seus domésticos
lhe consagravam , os quais desejariam escondê-lo nas suas entranhas. A Ig re ja serve-se
destas palavras de Jó para exprim ir o desejo ardente que sentem seus verdadeiros
filhos de se alimentarem da carne do salvad o r na sa g ra d a Eucaristia.
34. ...m e aterrou, impedindo-me de fazer justiça.
36. Sôbre os meus ombros, como um triunfo.
38. Se os seus sulcos choram, porque oprimi os trabalhadores, ou não lhes pague!
o devido salário.
32 - 33 LIVRO DE J o 599
ra que leves cada coisa aos seus lu Depois interroga-o acêrca da leoa e do
gares, e saibas as veredas da sua ca corvo
sa. 21Sabias tu então que havias de “ Porventura caçarás tu prêsa para
nascer? Conhecias o número dos a leoa, e saciarás a fome dos seus
teus dias? 22Entraste porventura
nos depósitos da neve, ou viste os de cachorros, 40quando êstes estão dei
pósitos da saraiva, 23*que eu preparei tados nos seus covis, e à espreita nas
para usar contra o inimigo, no dia suas cavernas? "Quem prepara ao
da guerra e da batalha? “ P or que corvo o seu sustento, quando os seus
caminho se difunde a luz, e se espa filhinhos gritam para Deus, indo dum
lha o calor sobre a terra? 25Quem lado para o outro (do ninho) por
marcou o curso à tempestade impe não terem que comer?
tuosa, e a passagem ao estampido do Deus interroga Jó sôbre as cabras
trovão, 26*p ara fazer chover sobre u- monteses, os veados, o asno montês, o
ma terra sem habitantes, sôbre um rinoceronte e o avestruz
deserto, onde nenhum mortal mora,
27para inundar uma terra inacessí 9 0 P orven tu ra conheces o tempo
vel e desolada, e fazer germinar a **U em que as cabras monteses
erva verde? “ Quem é o pai da chu dão à luz nos rochedos, ou observas
va, e quem produziu as gotas do or te o parto das corças? 2Contaste os
valho? 29De que seio saiu a gea meses da sua gravidez, e sabes o tem
da, e quem gerou o gêlo do céu? po do seu parto? 3Encurvam-se pa
30As águas endurecem-se como pedra, ra darem a luz a sua cria, e dão à
e a superfície do abismo (do m a r) luz soltando gemidos. 4Apartam-se
torna-se sólida. delas os seus filhos, e vão pastar,
Pergunta se conhece as leis dos astros
saem, e não voltam a elas. 5Quem
pôs o asno montês em liberdade, e
“ Porventura poderás tu juntar as quem soltou as suas prisões? ‘D ei-
brilhantes estréias Plêiades, ou im lhe uma casa no deserto, e lugar on
pedir a revolução do Arcturo? 32Es de albergar-se em terra estéril. 7Ê-
tu porventura que fazes aparecer a le despreza a multidão da cidade, e
seu tempo a estréia da manhã, e não ouve os gritos de um patrão du
fazes nascer o Véspero sôbre os f i ro. 8Estende a vista ao redor pelos
lhos da terra? “ Conheces porven montes onde pasta, e anda buscando
tura a ordem do céu, e darás a ra tudo o que está verde.
zão (da sua influência) sôbre a ter 9Porventura quererá o rinoceronte
ra? “ Levantarás porventura a tua servir-te, ou ficará êle na tua cava
voz até às nuvens, e virá sôbre ti lariça? 10Prenderás tu porventura o
um dilúvio de água? rinoceronte ao teu arado para lavrar
“ Porventura mandarás os relâmpa ou será êle que atrás de ti quebra
gos e êles irão, e te dirão, quando os torrões dos teus vales? “ Porven
voltarem : Aqui estamos? 80Quem pôs tura terás confiança na sua grande
a sabedoria no coração do homem, fôrça, e lhe deixarás o cuidado da
ou quem deu o instinto ao galo? tua lavoura? 12Porventura fiarás
“ Quem poderá explicar a disposição dêle que te^ torne o que semeaste,
dos céus, e fará cessar a sua harmo e que te encha a tua eira? 13A pe
nia? “ Quando se funde o pó em na do avestruz é semelhante às pe
massa de terra e se endurecem os nas da cegonha e do falcão. 14Quan-
seus torrões? do êle abandona por terra os seus
21. Sabias tu e n tã o ... Ironia destinada a reprimir tôda a presunção de Jó.
26. SÕbre urna terra sem h a bita n tes... Nisto se m anifesta um a providência e
bondade especial de Deus, o qual não pensa só no homem, m as também na erva mais
humilde que cresce ignorada no deserto.
36. o instinto para, com seus cantos, anunciar o d ia a horas certas.
38. Quando se funde o p ó . . . Alusão ao efeito das ch uvas: o pó sêco une-se e torna-
Be como um metal fundido.
41. Gritam para Deus, não porque o conheçam, m as porque desejam um bem, que
vem de Deus, como todos os outros bens.
39 - 40 L iv R o DE J o 605
25. Tudo o que é elevado, todos os outros animais, ainda os m ais fortes. — D e todos
os filhos da soberba, isto é, de todos os animais ferozes.
Cap. X L I I — 5. M as agora conheço-te muito m ais perfeitamente, como se te visse
com os meus próprios olhos.
S A L MO S
O povo de Israel superou na lírica todos os outros povos. Cantou desde
Moisés até Cristo. Os salmos são hinos sagrados por meio dos quais o povo
de Deus costumava louvar o Altíssimo, implorar a Sua misericórdia, agra
decer os benefícios recebidos e recordar os prodígios de Sua paternal pro
vidência em favor de Israel. Foram compostos por vários escritores sa
grados, sendo Davi o autor de sua maior parte.
Os hebreus denominavam êstes cantos Thehillim (hinos). Na versão dos
Setenta, passaram a denominar-se Salmos, por serem cantados ao som de
um instrumento que os gregos chamavam Saltério. Em tal modo, a cole
ção dos 150 hinos que formavam o livro de orações da Sinagoga, que os
legou à Igreja, chamou-se Saltério.
Divide-se em cinco livros. O primeiro, parece dos tempos de Davi, de
1 a 40; o segundo, de 41 a 71; o terceiro, de 72 a 88; o quarto, de 89 a 105;
o quinto, de 106 a 150. O segundo e o terceiro parece que foram coordenados
nos tempos de Ezequias, o quarto e o quinto depois do exílio.
Atualmente, acham-se reunidos num único livro, mas fàcilmente se re
conhece a antiga divisão dos cinco livros graças à doxologia: “ Seja bendito
o Senhor Deus de Isra el.. . ” que se lê no fim dos Salmos 40, 71, 88 e 105.
A colecão dos salmos não teiú uma ordem especial; tôdas as cinco foram
indiscriminadamente organizadas por cada colecionador com os salmos que
lhe vinham às mãos. Pertencem êsses hinos a todos os gêneros da lírica
hebraica: são hinos, ações de graças, orações, pias meditações, poemas his
tóricos, didáticos, penitênciais. Tornaram-se célebres os salmos messiânicos,
isto é, aquêles que tratam da vinda de Cristo; realmente, são considerados
como grandiosas profecias.
Quem ler os salmos, freqüentemente encontrará longos títulos. Embo
ra já se encontrem insertos desde tempos imemoriais, todavia não gozam da
mesma autoridade do texto, e é necessário distinguí-los bem dos salmos.
Unidas aos títulos, encontram-se muitas informações sôbre o modo de can
tar e acompanhar os salmos. Hoje em dia, tais informações tornam-se in
compreensíveis para nós, e servem para indicar o uso coral dos salmos no
templo.
LIVRO PRIMEIRO DOS SALMOS
Felicidade dos justos e desgraça 7Promulgarei o decreto do Senhor:
dos fmpios O Senhor disse-me: “Tu és meu fi
lho, eu gerei-te hoje.
1 1Bem-aventurado o homem que 8Pede-me, e eu te darei as nações
1 não se deixa levar pelo conse em herança, e em teu domínio as
lho dos ímpios e não anda pelo ca extremidades da terra.
minho dos pecadores, e não se sen 9Tu as governarás com vara de
ta na reunião (dos m aus); ferro, e quebrá-las-ás qual vaso do
2antes põe as suas complacências oleiro” .
na lei do Senhor, e na sua lei medita 10E agora, ó reis, atendei; instruí-
de dia e de noite. vos, vós que governais a terra.
3Êle é como a árvore, que está “ Servi ao Senhor com temor, e
plantada junto às correntes das á- louvai-o com alegria; com tremor
guas, que a seu tempo dá fruto, e 12prestai-lhe vassalagem para que
cujas folhas não murcham e todas as não se ire e não apareçais fora do
coisas que faz têm bom êxito. caminho (da justiça.) ,
4Não assim os ímpios, não assim; 13quando daqui a pouco se incen
mas são como a palheira que o ven diar a sua indignação. Bem-aventu
to leva. rados todos os que se acolhem a êle.
5Por isso os ímpios não se susten
tarão no (dia do) juízo, nem os pe Oração de quem confia em Deus no
cadores (estarão) na congregação dos meio dos seus inimigos
justos; O 1Salmo. De Davi, quando fugia
°porque o Senhor cuida do cami
nho dos justos, e o caminho dos ím ° diante de Absalão, seu filho.
pios perecerá. 2Senhor,quão numerosos são os
que me atormentam, muitos se le
O Messias rei de Sião e de tôda a terra vantam contra mim!
3Muitos dizem a meu respeito:
O 2Por que razão se amotinam as “ Não há salvação para êle em Deus” .
“ nações, e os povos maquinam 4Porém tu, Senhor, és o meu es
planos vãos? cudo, a minha glória, e o que exalta
2Os reis da terra sublevam-se, e os a minha cabeça.
príncipes coligam-se contra o Senhor 5Com a minha voz clamei ao Se
e contra o seu Messias. nhor, êle ouviu-me (benigno) do seu
3“ Quebremos (disseram) as suas santo monte.
cadeias, e sacudamos de nós os seus 6Deitei-me, e estive sepultado no
laços!” sono; levantei-me, porque o Senhor
4Aquêle que habita nos céus ri-se, me ampara.
o Senhor zomba dêles. 7Não temerei êsse povo que, aos
6Êle lhes fala então na sua ira, e milhares, acampa em cêrco contra
os aterroriza no seu furor. mim.
6“ Eu, porém, constitui o meu rei 8Levanta-te Senhor! Salva-me, Deus
sôbre Sião, meu monte santo!” meu! Porque tu feriste na cara to-
salm o I — 5. N o (d ia do) juízo, quando Deus cham ar cada um a d ar conta de
si, os Ímpios n&o ressuscitarão para a glória celeste, nem far&o parte da congregação
dos justos.
salm o I I — 9. Com vara de ferro. O cetro do Messias, doce p ara os bons, será uma
arm a terrivel contra os maus.
salm o I I I — 6. E u dormi, apesar de ter tantos inimigos.2
0
20 - B ib lia s a g ra d a
610 OS SALMOS 3 - 6
mas todas as noites, umedeço com “ O meu escudo é Deus, que sal
elas o lugar do meu descanso. va os retos de coração.
8Os meus olhos anuviam-se de tris 12Deus é um juiz justo, e um Deus
teza, envelhecem por causa de todos que ameaça todos os dias.
os meus inimigos. 13Se não se converterem, afiará a
9Afastai-vos de mim todos os que sua espada, retesará o seu arco e
praticais a iniqüidade, porque o Se apontará;
nhor ouviu a voz do meu pranto; 14e preparará para êles dardos de
10o Senhor ouviu a minha súplica, morte, abrasadoras tornará as suas
o Senhor acolheu a minha oração. setas.
“ Sejam confundidos, e em extre 15Eis que o (ím p io) concebeu ini-
mo conturbados todos os meus ini qüidade e está grávido de malícia, e
migos; retirem-se, e sejam num mo dá à luz a fraude.
mento cobertos de ignomínia. 10Abriu e cavou uma cova, e caiu
nessa (mesma) cova, que fêz.
Apêlo à justiça de Deus de um “ Sobre a sua própria cabeça recai
homem oprimido de calúnias rá a sua maldade, e sôbre a sua fron
7 1Lamentação de Davi, cantada por te voltará a sua violência.
• êle ao Senhor, a propósito das 18Eu glorificarei o Senhor pela sua
palavras de Chus, Benjaminita. justiça, e cantarei salmos ao nome
do Senhor altíssimo.
2Senhor, Deus meu, a ti recorro;
salva-me de todos os que me perse Majestade de Deus e dignidade
guem, e livra-me, do homem
3para que ninguém, como um leão,
arrebate a minha alma, me despeda Q *Ao mestre do côro. Segundo a
ce, sem que haja quem me livre. ° melodia do cântico “ Os Laga-
“Senhor Deus meu, se eu fiz isso, res” ... Salmo. De Davi.
se há iniqüidade nas minhas mãos, 2Senhor, nosso Dominador sobera
5se fiz algum mal ao meu amigo, no, quão admirável é o teu nome em
eu, que salvei os meus injustos ad tôda a terra, porque elevaste a tua
versários: majestade acima dos céus.
°Persiga o inimigo a minha alma e 3Da bôca das crianças e meninos
apodere-se dela, e calque contra a de peito fizeste sair um louvor per
terra a minha vida, e arraste pelo feito contra os teus adversários, para
pó a minha honra. reprimir o inimigo e o agressor.
7Levanta-te, Senhor, na tua ira (pa 4Quando contemplo os teus céus,
ra me socorrer), ergue-te contra o obra dos teus dedos, a lua e as estré
furor dos meus opressores, e toma a ias, que tu criaste,
minha defesa no juízo que me inti S(excla m o): Que é o homem, para
maste. te lembrares dêle? ou que é o Iilho
8A multidão dos povos esteja ao do homem, para cuidares dêle?
redor de ti, e senta-te nò alto so *Tu o fizeste pouco inferior aos an
branceiro a ela. jos, de glória e de honra o coroaste,
90 juiz dos povos é o Senhor. Jul 7e lhe deste o mando sôbre as obras
ga-me, Senhor, segundo a minha jus das tuas mãos,
tiça, e segundo a inocência que há 8sujeitaste tôdas as coisas debai
em mim. xo de seus pés; tôdas as ovelhas e
10Cesse a maldade dos ímpios, e sus todos os bois e, além dêstes, os ou
tenta os justos, tu, ó Deus justo, que tros animais do campo,
sondas os corações e as entranhas. 9as aves do céu, e os peixes do mar:
Salmo v i l — 4. Se eu fiz isso, se cometi os crimes de que me acusa Chus.
8. A multidão. . . O Salm ista quer que a sua causa seja ju lgad a püblicamente. e que
a sua inocência seja reconhecida ante numerosas testemunhas.
Salmo V I I I — 3. O nome do Senhor tem um brilho t&o intenso que até as próprias
crianças o glorificam : e suas vozes fracas, mas eloqUentes, reduzem ao silêncio os
maiores inimigos de Deus.
612 oS SALMOS 8-10
tudo o que percorre as veredas dos “ para aue publique todos os teus
oceanos. louvores as portas da filha de Sião,
“ Senhor, nosso Dominador sobera e exulte com o teu auxílio.
no, quão admirável é o teu nome em l6As gentes (que me perseguiam)
toda a terra! caíram na fossa que cavaram, no mes
mo laço, que esconderam (para me
Ação do graças pelos triunfos sôbre prenderem) ficou prêso o seu pé.
os pagãos l1(Déste modo) o Senhor manifes-
tí 1Ao mestre do côro. Segundo a tou-se, fêz justiça; nas obras das suas
(próprias) mãos ficou enredado o pe
" melodia do cântico “ M u t lab- cador.
òen” . Salmo. De Davi.
2Eu te louvarei, Senhor, com todo “ Retirem-se para o túmulo os peca
o meu coração, contarei todas as tuas dores, tôdas as gentes que se esque
maravilhas; ceram de Deus.
3alegrar-me-ei e regozijar-me-ei em “ Porque não estará para sempre
ti, cantarei salmos ao teu nome, ó esquecido o pobre, nem a confiança
(Deus) Altíssimo, dos infelizes será para sempre frus
4porque os meus inimigos retroce trada.
deram, à tua vista caíram e perece “ Levanta-te, Senhor, não prevale
ram. ça o homem (malvado), sejam jul
5Porque defendeste o meu direito gadas as gentes em tua presença.
e a minha causa, sentaste-te sôbre o 21ó Senhor, incute-lhes terror, para
trono, como justo juiz. que as gentes saibam que são ho
8Repreendeste as nações, e exter mens (miseráveis).
minaste o ímpio; apagaste o seu no
me para sempre. Petição de auxilio contra os
7Os inimigos desfaleceram, arrui opressores iníquos
nados para sempre, e destruíste as S I n \ R orque te conservas afasta
suas cidades; a memória dêles pere v a ''' do, ó Senhor, e te escondes
ceu. nas horas de angústia,
8Mas o Senhor permanece eterna- 2enquanto o ímpio se ensoberbece,
mente; preparou o seu trono para o miserável é maltratado e colhido
exercer o juízo; nos embustes que aquêle lhe armou?
9êle mesmo julgará o mundo com
justiça, e dará leis aos povos com 3Porque o pecador gloria-se da sua
eqüidade. cobiça, e, salteador, blasfema, des
10E o Senhor será refúgio do opri preza o Senhor.
mido, refúgio oportuno nas. horas de 4Diz o ímpio na arrogância do seu
angústia. espírito: “Não castigará; Deus não
llE em ti esperarão os que conhe existe” : eis todos os seus pensamen
cem o teu nome, porque tu, Senhor, tos.
não desamparaste os que te buscam. 5Prósperos são os seus caminhos a
12Cantai ao Senhor, que habita em tôda a hora; muito afastados estão
Sião, divulgai entre os povos as suas os teus juízos do seu pensamento; es
obras, carnece de todos os seus contrários.
“ porque, vingando o sangue (dos •Diz no seu coração: “ Não serei
seus servos, mostrou que) se lembrou abalado, de geração em geração, não
dêles, não se esqueceu do clamor dos serei infeliz” .
pobres. 7A sua boca está cheia de maldi
14Tem compaixão de mim, Senhor; ção, de fraude e de dolo; debaixo da
vê a aflição que sofro da parte dos sua língua estão a opressão e o ve
meus inimigos; arranca-me das por xame (para o próxim o).
tas da morte. 8Poe-se de emboscada junto dos po-
rãs totalmente? Até quando escon Quem & digno de comparecer diante
derás de mim a tua face? de Deus
3A té quando revolverei ansiedades 1 Ã xSalmo. D e Davi:
em minha alma, e todos os dias tris Senhor, quem terá a sua mo
tezas em meu coração? rada no teu tabernáculo? Quem ha
4A té quando prevalecerá o meu i- bitará no teu santo monte?
nimigo contra mim? Olha para mim, 20 que anda sem mancha e prati
ouve-me, Senhor Deus meu! ca a justiça,
5Alumia os meus olhos para que eu 3e pensa o que é reto no seu co
nunca durma na morte; para que ração, e não calunia com a sua lín
nunca o meu inimigo possa dizer: gua; o que ao seu próximo não faz
“ Venci-o” ; não exultem os meus ini mal, nem dirige opróbrio ao seu v i
migos por eu ter caído, zinho;
6depois de ter confiado na tua mi 4o que tem o malvado por despre
sericórdia! Antes exulte o meu co zível, e honra os que temem o Se
ração com o teu auxilio; e eu can nhor,
te ao Senhor que me cumulou de 6o que, embora tenha um juramen
bens. to com dano próprio, não o muda,
não empresta o seu dinheiro com u-
Corrupção geral e o seu castigo sura, nem aceita dádivas (para pro
1 O xA o mestre do côro. D e Davi, ceder) contra o inocente. Quem faz
O insensato diz no seu cora estas coisas não será jamais como
ção: “ Não há Deus” . (Os homens) vido.
corromperam-se, praticaram açôes a- Deus, sumo bem, fonte de ressurreição
bomináveis; não há quem faça o bem. e de vida eterna
20 Senhor olha do céu para os
filhos dos homens, para ver se há 1 Ç lMiktãm. D e Davi. Guarda-
quem tenha prudência e busque a me, ó Deus, porque a ti re
Deus. corro;
3Todos à uma se extraviaram, e se 3Eu digo ao Senhor: “ Tu és o meu
perverteram; não há quem faça o Senhor, fora de ti não tenho ne
bem, não há sequer um. nhum bem” .
3Para com os santos, que estão na
4Não se emendarão todos os que sua terra, quão admirável tornou to
praticam a iniqüidade, os que devo do o meu afeto!
ram o meu povo, como quem come 4Multiplicam as suas dores, os que
pão? Não invocaram o Senhor; - seguem deuses estranhos. Não liba-
5tempo virá em que tremerão de te rel o sangue das suas libaçôes nem
mor, porque Deus está com a estir pronunciarei os seus nomes com os
pe dos justos. meus lábios.
6Quereis confundir o intento do “O Senhor é a porção da minha
desvalido: mas o Senhor é o seu re herança e do meu cálice; és tu que
fúgio. tens na mão a minha parte.
7Oh, venha de Sião a salvação (ou 6As cordas caírãm-me em lugares
o Salvador de) Israel! Quando o Se amenos; e comprazo-me plenamen-
nhor mudar a sorte do seu povo, e- te com a minha herança.
Xultará Jacó, alegrar-se-á Israel. 7Bendigo o Senhor porque me a-
salm o X I I I — 1. A Escritura cham a insensato àquele que com a sua m á vida, rene
g a pràticamente a Deus.
Salmo X v — 3. Quão adrnirdvel. . . D a v i designa com estas palavras todo o am or
de que Deus inflamou o seu coração p ara com os santos3 isto ê, as pessoas virtuosas, da
sua pátria.
5. Que tens na mão . . . solene renúncia de tudo o que n&o é Deus.
6. A s cordas . . . o s Hebreus serviam -se de cordas para medir as terras que deviam
ser repartidas entre vários. A m etáfora significa: “A herança que me tocou é a mais
form osa” .
7. Aconselhou-me a desprezar os bens da terra e a escolher sòmente Deus por herança.
15 - 17 OS SALMOS 615
nosso Deus; satisfaça o Senhor to ti, se maquinarem algum engano não
das as tuas petições. prevalecerão.
7Agora conheci que o Senhor con “ Porque os porás em fuga, apon
cedeu a vitória ao seu ungido, e o tarás o teu arco contra o seu ros
ouviu do seu santo céu, com o poder to.
da sua dextra vitoriosa. t4Levanta-te, Senhor, com o teu
8Êstes (confiam ) nas suas carro poder! nós cantaremos e celebrare
ças, e aquêles nos seus cavalos; nós, mos a tua fortaleza.
porém, somos fortes no nome do Se
nhor, nosso Deus. Sofrimentos extremos do Messias e seus
°Êles vacilaram e caíram, mas nós frutos
conservamo-nos de pé, e permanece
mos firmes. 21 xAo mestre do côro. Segundo
10Senhor, concedei a vitória ao rei, a melodia do cântico: “ A cor
e ouve-nos no dia em que te invoca ça ao rom per da aurora...” Salmo.
mos. De Davi.
2ó Deus, Deus meu, por que me
Ação de graças, e preces pelo rei desamparaste? Estás longe das pre
ces e das palavras do meu clamor.
O II 1A o mestre do côro. Salmo. D e 3Meu Deus, clamo durante o dia, e
Davi. não me ouves; de noite, e não me
2ó Senhor, o rei alegra-se com o prestas atenção.
teu poder, e quanto se regozija com 4Mas tu moras no lugar santo, 6
o teu auxílio! louvor de Israel.
8Tu lhe satisfizeste o desejo do seu 5Em ti esperaram nossos pais, es
coração, e não lhe recusaste o pedido peraram, e tu os livraste;
dos seus lábios. 6a ti clamaram, foram salvos, em
4Porque o preveniste com bênçãos ti esperaram, e não foram confundi
de felicidade, e puseste sôbre a sua dos.
cabeça uma coroa de ouro puro. 7Eu, porém, sou um verme e não
5Pediu-te vida, e concedeste-lhe lar um homem, o opróbrio dos homens
gos dias, pelos séculos dos séculos. e a abjeção da plebe.
°Grande é a sua glória, devido ao “Todos os que me vêem, escarne
teu auxilio, glória e esplendor puses cem de mim, franzem os lábios, e me-
te sôbre êle. neam a cabeça (dizendo):
7Abençoaste-o com uma bênção e- °“ Esperou no Senhor: livre-o, sal
terna, de alegria o inebriaste na tua ve-o, se é que o ama” .
presença. 10Sim, tu tens sido o meu guia des
8Porque o rei confia no Senhor, e de o ventrè ( m a tern o), tornaste-me
pela graça do Altíssimo será inabalá- seguro aos peitos de minha mãe.
vel. “ Fui-te consagrado, logo desde o
9Caia a tua mão sobre todos os nascimento, tu és o meu Deus desde
seus inimigos, alcance a tua direita o ventre de minha mãe.
aquêles que te aborrecem. 12Não estejas longe de mim, porque
10Tu os pões como um forno ace estou atribulado; aproxima-te, por
so, ao mostrar-lhes teu rosto (irrita que não há quem me ajude.
do). O Senhor os consuma com a 13Numerosos novilhos (indôm itos)
sua ira, e o fogo os devore. me cercam; estou sitiado de touros
“ Extermina de sobre a terra a sua (ferozes) de Basan.
prole, e a sua descendência de entre 14Abrem contra mim a sua bôca,
os filhos dos homens. como um leão arrebatador e que dâ
12Se projetarem algum mal contra rugidos.
Salm o X X — 5. Pelos séculos dos séculos, graças ao Messias, Último descendente di
reto de D avi.
salm o X X I — 7. E u , p o r é m . . . E stas palavras, que tam bém se encontram em Isa ía s,
referem-se aos Messias sofredor.
10-11. o Messias 6 verdadeiramente filbo de Deus.
21 - 23 OS SALMOS 6 l9
louvor, e narrar tôdas as tuas ma °Não escondas de mim a tua face,
ravilhas. não repilas com ira o teu servo. T u
8Senhor, eu amo o acolhimento da és a minha ajuda; não me deixes,
tua casa, e o lugar do tabernáculo nem me abandones, ó Deus, meu sal
da tua glória. vador.
°Não arrebates a minha alma jun 10Se meu pai e minha mãe me a-
tamente com os pecadores, nem a bandonaram, o Senhor me acolherá.
minha vida com os homens sangui “ Ensina-me, Senhor, o teu cami
nários. nho, e guia-me pela vereda direita,
10em cujas mãos está o crime, e por causa dos meus adversários.
cuja dextra está cheia de subornos. “ Não me entregues à mercê dos
11Eu, porém, ando na minha ino meus inimigos, porque se levantaram
cência: salva-me, e tem compaixão contra mim testemunhas falsas, e ho
de mim. mens que respiram violência.
120 meu pé está no caminho reto; “ Espero que hei de ver os bens do
nas reuniões bendirei o Senhor. Senhor na terra dos vivéntes.
Confiança inabalável em Deus
“ Espera no Senhor, sê forte, forti
fique-se o teu coração, e espera no
*De Davi. O Senhor é a mi- Senhor.
nha luz e a minha salvação: Súplica e ação de graças
a quem temerei? O Senhor é o ba
luarte da minha vida, diante de quem 9 7 1De Davi. A ti clamo, Senhor;
tremerei ? “ 9 minha rocha, não sejas surdo
2Quando os malvados me assaltam para mim, não suceda que, não me
para devorar a minha carne, os meus ouvindo tu, eu seja semelhante àque
adversários e os meus inimigos res les que descem à sepultura.
valam e caem. 2Ouve, Senhor, a voz da minha sú-
3Ainda que acampem exércitos con dica, quando chamo por ti, quando
tra mim, o meu coração não teme {evanto as minhas mãos para o teu
rá; ainda que se levante uma guerra santo templo.
contra mim, mesmo então confiarei. 3Não me arrebates juntamente com
4Uma só coisa peço ao Senhor, es os pecadores, e com os que praticam
ta solicito: é que eu habite na casa a iniqüidade, os quais falam de paz
do Senhor todos os dias da minha com o seu próximo, mas no seu co
vida, para gozar da suavidade do Se ração têm a maldade.
nhor, e contemplar o seu templo. 4Dá-lhes segundo as suas obras, e
5Pois êle há de esconder-me na sua segundo a malícia dos seus delitos.
tenda no dia mau, há-de ocultar-me Dá-lhes segundo as obras das suas
no retiro do seu pavilhão, há de le mãos; dá-lhe a recompensa que me
var-me para cima duma rocha. recem.
°E agora a minha cabeça ergue-se 5Porque não atendem aos feitos do
por cima dos inimigos que me cer Senhor, nem à obra das suas mãos,
cam, e imolarei em seu tabernáculo êle os destrua, e não os restabeleça.
vítimas de júbilo. Dei voltas (ao al 6Bendito seja o Senhor, porque ou
tar), e sacrifiquei no seu tabernáculo viu a voz da minha súplica,
uma hóstia com clamores de júbilo; 7o Senhor, minha fôrça e meu es
cantarei e entoarei salmos ao Senhor. cudo! nêle confiou o meu coração, e
7Ouve, Senhor, a minha voz com fui ajudado; por isso o meu coração
que clamo (a t i ) : tem compaixão de exulta, e o louvo com o meu cântico.
mim, e ouve-me. 80 Senhor é a fôrça do seu povo,
80 meu coração fala-te, a minha e uma fortaleza de salvação para o
face busca-te; procuro, Senhor, a tua seu ungido.
face. 9Salva, Senhor, o teu povo, e aben-
nhor e êle é o seu refúgio no tempo desditas, e todo o dia maquinam en
da tribulação. ganos.
40E o Senhor os ajuda, e os livra; 14Mas eu, corno um surdo, não ou
livra-os dos ímpios e os protege, por ço, e sou corno um mudo que não
que recorrem a êle. abre a boca.
18E tornei-me como um homem
Súplica do pecador castigado por Deus que não ouve, e que não tem ré
plica na sua bôca.
97 1Salmo. De Davi. Para rnemó- 18Porque em ti, Senhor, confio, tu
** * ria. me ouvirás, Senhor Deus meu.
2Senhor, não rne repreendas na tua 17Porque digo: “ Não se gozem de
ira, nem me castigues no teu furor. mim; não se ensoberbeçam .contra
sPorque as tuas setas se me crava mim quando o meu pé resvalar” .
ram, e descarregou sobre mim a tua 18Porque eu estou prestes a cair, e
mão. a minha dor está sempre diante de
4Nada há são na minha carne por mim.
causa da tua indignação, nada há 19Porque eu confesso a minha cul
intato nos meus ossos, por causa do pa, e estou aflito por causa do meu
meu pecado. pecado.
5Porque as minhas culpas se eleva ^Entretanto os que sem razão me
ram acima da minha cabeça, e co atacam são poderosos e os que me o-
mo uma carga pesada, me oprimem deiam injustamente são muitos.
demasiadamente. 21E os que tornam mal por bem
°As minhas chagas estão infectas e hostilizam-me, porque eu sigo o hem.
purulentas, por causa da minha lou “ Não me desampares, Senhor! Deus
cura. meu, não te apartes de mim!
7Deprimido, extremamente encur- “ Acode prontamente em meu so
vado, todo o dia ando oprimido de corro, Senhor, salvação minha!
tristeza.
8Porque as minhas entranhas estão Lamentos e súplicas dum homem
cheias de inflamação, e não há parte gravemente enfêrmo
alguma sã na minha carne. OG *Ao mestre do côro. Idithun.
9Estou esgotado e grandemente a- 0 ,0 Salmo. D e Davi.
batido, o gemido do meu coração ar- 2Eu disse: “ Velarei sôbre o meu
ranca-me rugidos. proceder, para não pecar com a mi
10ó Senhor, bem vês todos os meus nha língua; porei um freio à minha
desejos, e o meu gemido não te é bôca enquanto o ímpio estiver diante
oculto. de mim” .
170 meu coração palpita, a minha 3Fiquei mudo, em silêncio, privado
íôrça abandona-me, e a própria luz da felicidade, mas (com isto) a mi
dos meus olhos me falta. nha dor exacerbou-se.
12Os meus amigos e os meus com 40 meu coração inflamou-se den
panheiros conservam-se afastados das tro de mim; no decorrer da minha re
minhas chagas, e os meus parentes flexão, um fogo se ateou:
põem-se ao longe. 5falei com a minha língua. Faze-
13E armam laços os que atentam me conhecer, Senhor, o meu fim, e
contra a minha vida, e os que pro qual é o número dos meus dias, pa
curam a minha desgraça ameaçam ra que eu saiba quanto sou caduco.
Salmo X X X V II — 6. O pecado é um a loucura, porque um breve e doentio prazer,
atrai tantos castigos da justiça divina.
11. A própria lu z ... Quase ceguei de tanto «chorar.
18. Estou prestes. . . E sta perdido, se Deus não se apressa a socorrê-lo.
Salmo X X X V III — 1. Idithun era um dos três grandes mestres de música no tempo
de D avi, com A s a f e Heman.
4. U m fogo se ateou. Foi abrasado pelo fogo da cólera quando refletia sôbre a
sorte próspera dos maus. Êste incêndio interior acabou por se exteriorizar em p ala
vras. A s palavras que então pronuncia são a expressão, dolorida primeiro, resignada
a seguir, de um coração ferido.
38 - 39 OS SALMOS 629
°Eis que fixastes aos meus dias a Muitos (o ) verão e temerão, e espe
medida de poucos palmos, e a mi rarão no Senhor.
nha vida é como nada diante de ti; 5Bem-aventurado o homem que pôs
sim, todo o homem não é mais que a sua esperança no Senhor e que
um sôpro. não anda após os que adoram ídolos
70 homem passa como uma simples e se desviam para a mentira.
sombra, é em vão que se afadiga; en- ^Senhor, Deus meu, tens feito mui
tesoura, e não sabe quem desfruta tas obras maravilhosas, e não há
rá. uem te seja semelhante nos teus
8E agora, Senhor, posso eu espe esígnios para conosco. Eu querería
rar? A minha confiança está em narrá-los e proclamá-los, mas são de
ti. masiadamente numerosos para que se
9Livra-m e de todas as minhas ini- possam contar.
qüidades, não me entregues ao opró- 7Não quiseste sacrifício nem oferen
brio do insensato. da, mas abriste-me os ouvidos. (Ta m
10Emudeci e não abri a minha bô- bém) não pediste holocausto e víti
ca, porque tu assim determinaste. ma pelo pecado:
“ Afasta de mim o teu flagelo; de 8então eu disse: “ Eis que venho;
baixo da fôrça da tua mão eu desfa- no rôlo do livro está escrito de mim:
leço. 9em fazer a tua vontade, ó meu
12Em punição da culpa castigas o Deus, me deleito, e a tua lei está no
homem, desfazes, como faz a traça, íntimo do meu coração.
os seus bens mais apreciados; todo “ Anunciei a (tu a ) justiça na gran
o homem é apenas um sôpro. de assembléia; não contive os meus
13Ouve, Senhor, a minha oração e lábios; Senhor, tu o sabes.
atende ao meu clamor; diante das “ Não escondi a tua justiça no meu
minhas lágrimas não sejas surdo. P or coração; publiquei a tua fidelidade
que eu sou diante de ti um hóspede, e o teu socorro. Não ocultei a tua
um peregrino, como todos os meus graça e a tua fidelidade à grande as
Pais. sembléia.
“ Afasta de mim o olhar, para que 12Tu, Senhor, não afastes de mim
respire, antes que parta e deixe de as tuas misericórdias; a tua graça e
existir. a tua fidelidade sempre me ampara
Ação de graças e pedido de novo ram.
auxilio “ Porquanto me cercaram males
sem conta, surpreenderam-me as mi
OQ 1Ao mestre do côro. Salmo. nhas culpas, e já não pude ver. São
D e Davi. mais do que os cabelos da minha
2Esperei, esperei no Senhor, e êle cabeça, e o meu ânimo desfaleceu.
inclinou-se para mim, e ouviu o meu “ Seja do teu agrado, Senhor, o li-
clamor. . vrar-me; Senhor, apressa-te em me
3E tirou-me da fossa da perdição, socorrer.
do pântano lodoso, e assentou os “ Sejam confundidos e envergonha
meus pés sôbre a pedra, deu firmeza dos todos aquêles que buscam a mi
aos meus passos. nha vida para ma tirar. Retrocedam
4E pôs um novo cântico na mi e sejam cobertos de opróbrio, os que
nha bôca, um hino ao nosso Deus. se comprazem com os meus males.
10. Em udecí. . . Resignei-rne a sofrer e a caiar, porque assim ordenaste que eu so
fresse {tu o fizeste).
Salmo X X X I X * — 3. F o s s a ... pântano são símbolos de perigo gravíssim o de que
e difícil sair. Pelo contrário pedra firm e simboliza o bem estar, sem perigo.
4. U m novo cântico é o bino contido nos versículos 6-11 — Muitos levados pelas
minhas palavras, temerão a Deus e esperarão nêle.
7. N ã o quiseste. . . Deus tinha exigido êsse sacrifício, porém, neste texto e noutros
análogos, encontra-se um modo enérgico de a firm ar que as ofertas m ateriais nao têm
nenhum valor por si mesmas, e que Deus as rejeita com horror, se sáo apresentadas
•com disposições imperfeitas. — M as a briste-m e. .. deste-me a g raça de te obedecer
Prontamente.
630 OS SALMOS 39 - 41
16Fiquem atônitos, cheios de vergo °Os meus inimigos dizem mal de
nha, aquêles que me dizem: “ Bem! mim: “ Quando morrerá e perecerá o
bem !” seu nome?”
17Regozijem-se e alegrem-se em ti 7E o que vem visitar-me fala de
todos os que te buscam, e os que coisas vãs, o seu coração acumula ini-
desejam o teu auxílio digam sem qüidades, e, saindo fala (contra m im ).
pre: “ Seja glorificado o Senhor” . 8Todos os meus inimigos à uma co
18Quanto a mim sou desvalido e po chicham contra mim, têm contra mim
bre; o Senhor, porém tem cuidado funestos pensamentos.
de mim. Tu és (6 Senhor) o meu
auxílio e o meu libertador; Deus °“ Uma peste maligna penetrou nê-
meu, não tardes! le” e “ caiu de cama e nunca mais se
levantará” .
Confiança e súplica dum enfêrmo
10Até o meu amigo, em quem eu
 ft M.0 mestre do côro. Salmo. confiava, e que comia o meu pão,
De Davi. levantou contra mim o seu calcanhar.
2Bem-aventurado o que cuida do nTu pois, Senhor, tem compaixão
necessitado e do pobre; o Senhor o de mim e levanta-me, e eu lhes darei
salvará no dia mau. (o que merecem ).
30 Senhor o guardará e lhe con 12Nisto conhecerei eu que tu me fa
servará a vida, e o fará feliz na ter voreces, se o meu inimigo se não ale
ra, e não o entregará ao desejo dos grar à minha custa.
seus inimigos.
40 Senhor lhe dará auxílio no lei 13Antes, ao contrário, me conserva
to da dor; na sua enfermidade, ali- rás incólume, e me porás na tua pre
viá-lo-á de todo o incômodo. sença para sempre.
5Eu disse: Senhor, compadece-te de USeja bendito o Senhor, Deus de
mim; sara-me, porque pequei contra Israel pelos séculos dos séculos. As
ti. sim seja! Assim seja!
LIVRO SEGUNDO
Desejo de Deus e do seu santo templo de dia e de noite, enquanto me di
zem todos os dias: “ Onde está o teu
A1 xA o mestre do Côro. D e Maskil, Deus?”
dos filhos de Coré. 5Lembro-me destas coisas, e der-
2Assim corno o cervo suspira pelas ramo a minha alma dentro de mim
fontes das águas, Assim a minha al mesmo: como avançava entre a mul
ma suspira por ti, ó Deus. tidão, como os precedia para a casa
*A minha alma tem sêde de Deus, de Deus, entre cânticos de alegria e
de Deus vjvo: Quando irei e contem de louvor, em côro festivo.
plarei a face de Deus? *Por que te deprimes, minha alma
4As minhas lágrimas são o meu pão e por que te conturbas dentro de
salm o X L — 7-8. Descrição viva da piedade hipócrita dos inimigos.
14. Doxologia distinta do salm o, e que serve de conclusão ao primeiro livro.
salm o X L I — 1. Êste titulo indica a natureza e o autor do salmo. Ê um c&ntico
didático composto pelos filhos ou membros da fam ília de Coré, que também compu
seram os salmos X L III, X L V I I I , L X X X III, L X X X Iv , L X X X V I e L X X X v II.
5. Lem bro-m e do tempo passado, em que ia ao templo tom ar parte nas cerimônias
públicas do culto divino. Derram o a minha a lm a ... penso tristemente no meu interior.
6. O hei de louvar no templo de Jerusalém, como outrora.
41 - 43 OS SALMOS 631
m im t Espera em Deus, porque no- de m im ? Espera em Deus, porque
vam ente o hei de louvar, (a ele que novamente o hei de louvar, (a ele que
é a) salvação do meu rosto 7e o meu é) a salvação do meu rosto, e o meu
Deus. Dentro de mim mesmo se de Deus.
prime a minha alma: pelo que me O povo, outrora protegido por Deus e
lembro de ti, desde a terra do Jor agora repudiado, pede auxilio
dão e do Hermon, desde o monte Mi-
sar. 40 *Ao mestre do côro. Dos filhos
8Um abismo chama outro abismo, de Coré. Maskil.
ao ruído das tuas cataratas: todas 2Nós, ó Deus, ouvimos com os nos
as tuas vagas e as tuas torrentes pas sos próprios ouvidos, nossos pais con
saram sobre mim. taram-nos a obra que fizeste nos seus
°Durante o dia o Senhor me con dias, nos tempos antigos.
ceda a sua graça, e de noite eu can 3Tu, com a tua mão, expulsas as
tarei, louvarei ao Deus da minha gentes, os estabeleceste a êles (em
vida. seu lu g a r); destruídas as nações, os
10Digo a Deus: “ Meu Rochedo, por dilataste.
ue te esqueces de mim? E por que 4Porque não foi com a sua espada
ei de andar triste, sob a opressão de que conquistaram êste país, nem foi
inim igos?” o seu braço que os salvou, mas a tua
"Fraturam-se os meus ossos, quan dextra e o teu braço, e a serenidade
do os meus adversários me ultrajam, do teu rosto, porque os amaste.
uando todos os dias me dizem “ on- ®Tu és o meu rei e o meu Deus,
e está o teu Deus?” tu que deste as vitórias a Jacó.
12P o r que te deprimes, minha al °Por ti rechaçamos os nossos ad
ma f e por que te conturbas dentro versários, e em teu nome calcamos
de mim ? Espera em Deus, porque os nossos agressores.
novamente o hei de louvar, (a êle 7Porque não foi no meu arco que
que é) a salvação do meu rosto, e puz confiança, nem foi a minha es
D meu Deus. pada que me salvou.
8Mas fôste tu que nos salvaste dos
Desejo de habitar na casa de Deus nossos adversários, e confundiste os
que nos tinham ódio.
A O ‘Faze-me justiça, ó Deus, e de- °Ern Deus nos gloriávamos sem
fende a minha causa contra cessar, e o teu nome celebrávamos
uma gente não santa, livra-me do sempre.
homem enganador e iníquo. 10Mas tu agora repeliste-nos e co
2Porque tu és, ó Deus, a minha briste-nos de confusão, já não sais,
fortaleza; por que me repeliste? P o r ó Deus, à frente dos nossos exérci
■que hei de eu andar triste sob a o- tos.
pressão do meu inimigo? “ Fizeste-nos ceder diante dos nos
3Envia a tua luz e a tua fidelida sos adversários, encheram-se de des-
de: elas me guiem, me conduzam ao pojos.
teu monte e aos teus tabernáculos. 12Entregaste-nos como ovelhas para
4E subirei ao altar de Deus, ao o matadouro, e dispersaste-nos entre
Deus do meu júbilo e da minha ale- as nações.
gria, e te louvarei ao som da cita 13Vendeste o teu povo por preço vil
ra, ó Deus, Deus meu! e pouco lucraste em o ter vendido.
SP o r que te deprimes, minha al 14Tornaste-nos o opróbrio dos nos
ma? e por que te conturbas dentro *1 8 sos vizinhos, e um objeto de escárnio
8. XJm abismo. A s vagas do oceano e as ondas das correntes de águ a sucedem-se
regularmente, como que chamando-se umas às outras; assim acontecia com as desventu
ras, precipitando-se sôbre D avi.
11. F raturam -se. . . M etáfora que designa um a dor suprema. Encontra-se várias vê-
:zes no saltério.
Salmo X L I I — 2. P o r que me repeliste. Tendo a certeza de que am a a Deus e de
que é am ado por êle, o poeta estranha que o trate como um inimigo.
Salmo X L I I I — 1. v e r nota, Salmo X L I, 1.
632 OS SALMOS 43 - 44
e zombaria para aquêles que estão 2Saiu do meu coração uma palavra
ao redor de nós. sublime: é que eu dedico ao rei êste
15Fizeste de nós a fábula das na meu poema: a minha língua é (co
ções, os povos abanam a cabeça, es m o) pena de ágil escriba.
carnecendo de nós. 3Ultrapassas em formosura os filhos
10A minha ignomínia está todo o dos homens, e graça derramou-se
dia diante de mim,, e o meu rosto nos teus lábios; por isso te abençoou
cobre-se de confusão, Deus para sempre.
17à voz do que me afronta e vitu- 4Cinge a tua espada ao teu lado,
pera, por causa do inimigo e do o- ó (re i) poderosíssimo! (ela é) tua
pressor. formosura e teu ornato!
18Tôdas estas coisas vieram sôbre “Avança triunfante em prol da fé
nós, e, ainda assim, não nos temos e da justiça, e a tua dextra te ensi
esquecido de ti, nem violamos o teu ne gloriosas façanhas.
pacto. °As tuas setas são agudas; os po-
“ nem o nosso coração tornou atrás vos submetem-se a ti, os inimigos do
(para seguir os falsos deuses), nem rei perdem o ânimo.
se desviaram os nossos passos do teu 70 teu trono, ó Deus, subsistirá
caminho. por todos os séculos; o cetro do teu
“ quando nos humilhaste no lugar reino é um cetro de eqüidade.
da aflição, e nos cobriste de trevas. 8Amas a justiça, e aborreces a ini-
21Se tivéssemos esquecido o nome qüidade: por isso te ungiu Deus, o
do nosso Deus, e tivéssemos estendi teu Deus, com óleo de alegria, de pre
do as mãos para algum deus estra ferência aos teus companheiros.
nho, 9 (P erfu m e de) mirra, de aloés
“ porventura Deus não teria averi de cássia (exalam ) os teus vestidos;
guado tudo isto? êle que conhece os desde os palácios de m arfim o som das
segredos do coração. citaras te alegra.
23Mas, por amor de ti, somos entre “ Filhas de reis saem ao teu en
gues à morte todos os dias, somos contro, a rainha está à tua dex-
considerados como ovelhas para o tra, ataviada com ouro de Ofir.
matadouro. “ Escuta, ó filha, e vê, e inclina
“ Desperta! Por que dormes, Se o teu ouvido, e esquece-te do teu
nhor? Acorda! Não nos rejeites para povo e da casa de teu pai.
sempre! 12E o rei cobiçará a tua beleza: êle
“ Porque escondes o teu rosto? é o teu Senhor, presta-lhe homena
(p or que) te esqueces da nossa m i gem.
séria e da nossa opressão? lsO povo de T iro vem com presen
“ Porquanto a nossa alma está hu tes; o teu favor imploram os grandes
milhada até ao pó, e o nosso peito do povo.
está como que pegado à terra. 14A filha do rei entra tôda formo
27Levanta-te, Senhor, em nosso au sa; tecidos de ouro são os seus ves-
xílio, e livra-nos pela tua miseri tidos.
córdia. 15Ê apresentada ao rei coberta de
Epitalârnio ao Rei Messias
recamadas telas; as virgens que for
mam o seu séquito, suas companhei
AA mestre do côro. Segundo ras, são-te conduzidas (6 re i).
’ ’ a melodia de “ Os lírios” . Dos 16São conduzidas com alegria e com
filhos de Coré. Maskil. Canção de regozijo, e entram no palácio do rei.
amor.32 17Aos teus pais sucederão os teus
23. P o r amor de ti, p a ra defender, a tua causa sagrada, ó Senhor, sujeitamo-nos,
todos os dias, a perigos de morte.
Salmo X L I v — 2. A o rei; ao Messias, rei do céu e da terra.
8. o teu D eus, isto é, Deus, Pai, 6 Deus, ó Messias. Nestas palavras encontra-se um
argumento para demonstrar a pluralidade das pessoas divinas.
10. Filhas de reis simbolizam, segundo os santos Padres, as nações pag&s que se
converteram a Jesus Cristo. — A rainha é a Igreja.
17. Teus filhos dignos de ti, nos quais reavivem as virtudes dos antepassados. Êstes
44 - 47 OS SALMOS 633
filhos: estabelecê-los-ás príncipes sô- sporque o Senhor é excelso e terrí
bre toda a terra. vel, rei supremo sobre tôda a terra.
18Recordarão o teu nome por tôdas 4Submeteu os povos a nós, e (pôs)
as gerações; por isso os povos te lou as nações debaixo dos nossos pés.
varão pelos séculos dos séculos. 5Escolhe para nós a nossa herança,
a glória de Jacó seu predileto.
Deus nossa defesa e nossa fôrça 6Sobe Deus entre (vozes de) júbi
lo, o Senhor ao som da trombeta.
4 ÍÍ *Ao mestre do côro. Dos fi- 7Cantai salmos a Deus, cantai; can
lhos de Coré. Segundo a me tai salmos ao nosso rei, cantai.
lodia “ As Virgens...” Cântico. 8Porque Deus é o rei de tôda a
2Deus é nosso refúgio e nossa fôr- terra, cantai um hino.
ça; em extremo se tem mostrado 9Deus reina sôbre as nações, Deus
(nosso) auxílio nas angústias. está sentado sôbre o seu santo tro
3P or isso não tememos, ainda que no.
a terra se subverta, e caiam os mon 10Os príncipes dos povos reuniram-
tes para o meio do mar. se com o povo do Deus de Abraão.
4Bramem e increspem-se as suas Porque de Deus são os grandes da
águas; estremeçam os montes ao seu terra, êle imensamente excelso.
embate: O Senhor dos exércitos está
conosco, é uma cidadela para nós o A glória de Deus manifestada na
Deus de Jacó. libertação da cidade (de Jerusalém)
*As correntes dum rio (de graças) A l 1Cântico. Dos filhos de Coré.
alegram a cidade de Deus, o taber- ’ • Salmo.
nâculo mais santo do Altíssimo. 2Grande é o Senhor e muito digno
°Deus está no meio dela, não será de louvor, na cidade do nosso Deus.
comovido; Deus a ajudará desde o Seu monte santo, 3colina insigne, é
raiar da manhã. a alegria de toda a terra; o monte
7As nações se amotinaram, os rei de Sião, nos confins do aquilão, é a
nos se agitaram; (D eus) fêz ouvir a cidade do grande rei.
sua voz e a terra estremeceu. 4Deus nas suas cidadelas mostrou-
80 Senhor dos exércitos está conos se seguro baluarte.
co; o Deus de Jacó é a nossa cidadela. "Porque eis que os reis se coliga
9Vinde, e vêde as obras do Senhor, ram, acometeram juntos (contra ela).
as maravilhas que operou sôbre a 6Logo que a viram ficaram atôni
terra. tos, ficaram conturbados, fugiram.
10É êle quem reprime as guerras 70 terror apoderou-se dêles ali mes
até à extremidade do mundo, que mo, (sentiram ) dores como da mu
bra os arcos e faz em pedaços as lher que está de parto.
lanças, e queima ao fogo os escudos. 8como quando o vento do levante
“ ^Desisti e reconhecei que eu sou destroça as naus de Tarsis.
Deus, excelso entre as gentes, e excel- 9Como o ouvimos (de nossos pais),
so sôbre (tôda) a terra. assim o vimos, na cidade do Senhor
120 Senhor dos exércitos está co dos exércitos, na cidade do nosso
nosco; o Deus de Jacó é a nossa ci Deus: Deus a consolida para sem
dadela. pre.
Deus, rei vitorioso, sobe ao trono 10Comemoramos, ó Deus, a tua mi
sericórdia, dentro do teu templo.
4U 2A o mestre do côro. Dos filhos “ Como o teu nome, ó D^us, assim
de Coré. Salmo. também o teu louvor se estende até
2Povos, dai todos palmas em aplau aos confins da terra. A tua dextra
so; aclamai Deus com vozes de rego está cheia de justiça:
zijo, 12alegre-se o monte de Sião, rego-
11. E virão a ser presa. . . o s seus corpos ficar&o insepultos como pasto de feras.
12. Que jura por êle, isto é, que lhe guarda fidelidade.
salm o L X I I I — 9. Abanam a cabeça, em sinal de espanto e de desprezo,
salm o L X I V — 10. o rio de D e u s . . . Expressão poética para dizer que caiu muita
chuva, trazendo à terra a fertilidade. 2
1
21 - B íb lia Sagrada
642 OS SALMOS 65 - 67
°Êle é o pai dos órfãos, e o tutor anjos) que se alegram; o Senhor vem
das viúvas. É Deus em sua santa do Sinai ao Santuário.
morada. 19Subiste (6 Senhor) ao alto, levas
7Deus prepara a casa para os de te contigo cativos, recebeste homens
samparados, leva os cativos à pros em tributo, mesmo aqueles que não
peridade: só os rebeldes ficam na querem habitar com o Senhor Deus.
terra ardente. 20Bendito seja o Senhor em tôda a
8Ó Deus, quando saíste à frente do série dos dias; Deus, nossa salvação,
teu povo, quando avançaste pelo de leva as nossas cargas!
serto, 210 nosso Deus é um Deus que sal-
9a terra tremeu e até os céus va; e o Senhor Deus concede esca
dissolveram perante Deus, tremeu o par da morte.
Sinai diante de Deus, o Deus de Is 22Sim, Deus quebra a cabeça dos
rael. seus inimigos, e o crãneo cabeludo
10ó Deus, tu enviaste uma chuva do que caminha nos seus delitos.
abundante sôbre a tua herança; e, 230 Senhor diz: “ De Basan os fa
estando ela extenuada, a reanimaste. rei voltar, eu os reconduzirei do fun
uN ela habitou a tua gr ei, na tua do do mar,
bondade, ó Deus, preparaste-a para 24para que possas banhar o teu pé
o pobre. no sangue (dos teus inim igos), e a
120 Senhor pronuncia uma palavra língua dos cães tenha também a sua
(de grande eficácia), é grande a mul parte dos inimigos” .
tidão dos mensageiros de novas ale 25Êles contemplam a tua entrada
gres: (triu n fa l), o Deus, a entrada do meu
13“ Os reis dos exércitos fogem, fo Deus, do meu rei, no santuário.
gem; e as (mulheres) que estão em 20Vão adiante os cantores, atrás os
casa repartem os despojos. tocadores de citara, no meio as don
14Quando descansáveis nos apriscos, zelas tocam tímbales.
as asas da pomba brilhavam como 27“ Bendizei Deus nas assembléias
prata, e como um amarelo de ouro festivas, bendizei o Senhor, (os que
as suas penas. sois da) estirpe de Israel” .
15Enquanto o Onipotente dispersa “ Ah está (a tribo de) Benjamim,
va os reis da terra, caiam as neves o mais novo, que as precede, os prín
sôbre o Salmon” . cipes de Judá, com numeroso séqui
10Os montes de Basan são elevados, to, os príncipes de Zabulon, os prín
os montes de Basan são escarpados: cipes de Neftali.
17ó montes escarpados, por que o- “ ó Deus, mostra o teu poder, o teu
lhais com inveja o monte, no qual poder, Ó Deus, que operas por nós!
aprouve a Deus morar e no qual o 30Por causa do teu templo que es
Senhor habitará perpètuamente. tá em Jerusalém, te ofereçam dons
18Os carros de Deus são miríades, os reis.
milhares e milhares; são milhares (de “ Reprime a fera do canavial, a ma-
Salmo L X v l I — 13. Repartem os despojos. Depois da vitória os soldados reentra-
ram no la r .carregados de despojos. E então as mães de fam ília repartem ésses despojos
entre todos os seus.
14. Êste versículo é muito obscuro, e tem sido explicado de vários modos. — P a
rece tratar-se das tribos que tinham tomado parte na guerra ( quando descansáveis),
ocupados em apascentar os rebanhos, enquanto Israel (p o m b a ) brilhava com a prata
e o ouro que, como vencedor, tinha arrebatado ao inimigo, enquanto combatiam com
arm as reluzentes. Outros explicam que a pom ba significa a arca coberta de ouro.
15. Caíam as n e v e s ... os soldados inimigos caiam táo numerosos como flocos de neve.
16-17. A s montanhas de Basan, situadas a nordeste da Palestina, form am um a
cordilheira considerável. O Salm ista im agina-as a contemplar invejosas a pequena co
lina de Siáo, na qual Deus estabeleceu a sua residência.
29. M o stra . . . D a v i pede a Deus que redobre de vigor para consolidar a obra do seu
triunfo.
31. A fera do canavial, isto ê, o crocodilo ou o hipopótamo, emblemas célebres do
Egito, que era uma das nações m ais perigosas p ara Israel.
Touros, os fortes, os chefes, os quais os povos seguem como novilhos.
644 OS SALMOS 67 - 68
nada dos touros com os novilhos dos 8Pois por ti sofri afronta, foi co
povos, prostrem-se com lingotes de berto de confusão o meu rosto.
prata (com o trib u to ): disssipa as na •Tornei-me um estranho para os
ções que querem guerras. meus irmãos, e um desconhecido pa
“ Venham os magnatas do Egito, ra os filhos de minha mãe.
estenda a Etiópia as suas mãos pa 10Porque o zêlo da tua casa me de
ra Deus. vorou, e os opróbrios dos que te in
“ Reinos da terra, cantai a Deus, sultavam, recaíram sôbre mim.
entoai salmos ao Senhor, llMortifiquei pelo jejum a minha al
84que sobe pelos céus, pelos céus ma, e isto tornou-se-me em opróbrio.
antigos! Eis que faz ressoar a sua 12Tomei por vestido um saco, e fui
voz potente: para êles objeto de escárnio.
“ “ Reconhecei o poder de Deus” . 13Falam contra mim os que se sen
Sôbre Israel está a sua majestade, e tam à porta (da cidade) , e escarne
sôbre as nuvens, o seu poder. cem-me os que bebem vinho.
“ Tem ível é Deus desde o seu san 14Porém, ó Senhor, a minha oração
tuário, o Deus de Israel; êle mesmo eleva-se a ti, no tempo da graça, ó
dá ao seu povo poder e fôrça. Ben Deus; ouve-me segundo a tua grande
dito seja Deus! bondade, segundo o teu auxilio fiel.
“ Tira-me do lôdo, para que não se
Prece dum homem muito aflito pela ja submergido, livra-me daqueles que
causa de .Deus me odeiam, e da profundidade aas
águas (da tribulaçao).
£ Q 'A o mestre do côro. Segundo “ Não me afoguem as ondas das
wo a melodia de “ Os lírios” . D e águas nem me absorva o abismo, nem
Davi. a bôca do poço (de tantas misérias)
2Salva-me, ó Deus, porque as águas se feche sôbre mim.
(da tribulaçao) chegaram-me ao pes 17Ouve-me, Senhor, porque é benig
coço. na a tua graça; segundo a multidão
3Estou atolado num lôdo profundo, das tuas comiserações olha para mim,
e não encontro onde pôr pé; cheguei 18e não escondas o teu rosto do teu
a um sítio de águas profundas, e já servo; ouve-me prontamente, porque
as ondas me cobrem. estou angustiado.
4Estou cansado de gritar, enrouque- 19Aproxlma-te da minha alma, res-
ceram as minhas fauces; desfalece gata-a; por causa dos meus inimi-
ram os meus olhos à espera do meu gos, livra-me.
Deus. “ Tu conheces o meu opróbrio e a
5São mais que os cabelos da m i minha confusão e a minha vergo
nha cabeça, aquêles que me aborre nha; à tua vista estão todos os que
cem sem razão, são mais fortes que me afligem.
os meus ossos, os que me perseguem aO opróbrio despedaçou o meu co
injustamente: porventura hei de res ração e desfaleci, esperei que alguém
tituir o que não roubei? se condoesse de mim, e não houve,
•Ó Deus, tu conheces a minha insi- ninguém; esperei que alguém me con
piência, e os meus delitos não te são solasse, e não achei.
ocultos. 22E misturaram fel na minha co
7Não sejam confundidos por minha mida e na minha sêde apresentaram-
causa os que esperam em ti, Senhor, me vinagre.
Senhor dos exércitos. Não se enver- 23 (E m castigo) torne-se a sua me
onhem por minha causa, os que te um laço para êles, e uma rêde para
f uscam, ó Deus de Israel.3 2 os seus amigos.
32. A estender as suas mãos em atitude de adoração.
salm o L X v I I I — salm o messiânico em que D a v i prediz os sofrimentos de Jesus na
sua paixão.
5. H ei de restituir, expiar fa lta s que não cometi?
6. Tu conheces.. Jesus não tinha pecados pessoais, m as tomou sôbre si os pecados
d e todos os homens.
23-29. o paciente pede que os seus perseguidores sejam punidos com a lei de talião,
68 - 70 OS SALMOS 645
ção e a minha herança é Deus para ra, êle que opera a salvação no meio
sempre. da terra.
27Pois os que se apartam de ti pe 13Tu com o teu poder abriste o mar
recerão, aniquilas todos os que te são (V erm elh o), pisaste as cabeças dos
infiéis. dragões nas águas.
“ Mas para mim é bom estar junto 14Tu quebraste as cabeças do Levia-
de Deus, e pôr no Senhor Deus o meu tã, deste-o por comida aos monstros
refúgio. Publicarei todas as tuas o» marinhos.
bras às portas das filhas de Sião. 16Tu fizeste brotar fontes e torren
tes; tu secaste os rios caudalosos.
Lamentação ao ver o santuário 16Teu é o dia; e tua é a noite; tu fi
destruído, e preces xaste a lua e o sol.
7 9 xMasJcil. D e Asaf. Por que ra- 17Tu estabeleceste todos os limites
•° zão, ó Deus, nos desamparaste da terra, o estio e o inverno, tu os
para sempre? (P o r que razão) se a- formaste.
cende a tua ira contra as ovelhas do 18Lembra-te disto: o inimigo ultra-
teu pasto? jou-te, Senhor, e um povo insensato
2Lembra-te da tua família, que fun blasfemou o teu nome.
daste desde a antigüidade, da tribo 19Não abandones ao abutre a vida
que para propriedade tua resgataste, da tua rola, e não esqueças para sem-
do monte de Sião, em que estabele pre as vidas dos teus pobres.
ceste a tua morada. “ Olha para a tua aliança, porque
3Dirige os teus passos para essas todos os escondèrijos do pais e os
ruínas irreparáveis: o inimigo tudo campos estão cheios de violência.
devastou no santuário. 21Não se volte confundido o hu
4Rugiram os teus adversários no milde: o pobre e o desvalido louvam
lugar da tua assembléia, arvoraram teu nome.
os seus estandartes como troféu. 22Levanta-te, ó Deus, defende a tua
5Pareciam-se com os que no bosque causa; lembra-te do ultraje que o nés
vibram o machado, cio te dirige contlnuamente.
6e com o machado e o martelo des 23Não te esqueças dos gritos dos
pedaçam as suas portas. teus adversários: o tumulto dos que
7Puseram fogo ao teu santuário; na se insurgem contra ti aumenta con-
terra profanaram o tabernáculo do tinuamente.
teu nome.
8Disseram no seu coração: “ Des O Senhor é justo juiz dos povos
truamo-los todos juntamente: incen-
diai todos os santuários de Deus na 7 4 xAo mestre do côro. Segundo
terra” . 1^ a melodia de “Não destruas...”
°Não vemos mais os nossos estan- Salmo. De Asaf. Cântico.
dartes, já não há um profeta (que 2Nós te exaltamos, Senhor, nós te
nos g u ie ); nem há entre nós quem exaltamos, e louvamos o teu nome,
saiba até quando. narramos as tuas maravilhas.
10A té guando, ó Deus, nos insulta 3“ Quando eu tiver fixado o tempo,
rá o inimigo? O adversário há de julgarei com justiça (tôdas as coisas).
blasfemar sempre o teu nome? 4Embora a terra trema, e todos os
“ P or que retrais a tua mão? por que a habitam, fui eu quem deu fir
que reténs a tua direita no teu seio? meza às suas colunas.
12Mas Deus é meu rei desde outro- 5Digo aos insolentes: “ Não sejais in-
5Não sabem nem entendem (os seus 14ó meu Deus, torna-os semelhantes
deveres), andam nas trevas; são aba às folhas levadas pelo torvelinho, se
lados todos os fundamentos da terra. melhantes à pequena palha diante
°Eu disse: “ Sois deuses, e todos f i do vento.
lhos do Altíssimo. 15Como fogo que queima uma sel
7Mas vós como homens morrereis, va, e como chama que incendeia os
e caireis como um príncipe qualquer” . montes,
8Levanta-te, ó Deus, julga a ter 16assim os persegue com a tua tem
ra, pois de direito são tuas tôdas as pestade, e com a tua procela os aterra.
gentes. 17Cobre os seus rostos de ignomí
Oração contra os inimigos coligados nia, para que busquem o teu nome,
contra o povo Senhor.
18Sejarn envergonhados e perturba
O O 1Cântico. Salmo. De Asaf. dos para sempre, sejam confundidos
Oi* «Não emudeças Senhor; não e pereçam.
estejas calado, ó Deus, nem inativo! 19E saibam que tu, cujo nome é
3Pois que os teus inimigos se amo “ Senhor” , és o único excelso sôbre tô-
tinam, e os que te odeiam levantam da a terra.
a cabeça.
4Formam desígnios maus contra o Desejo do templo do Senhor
teu povo, e conspiraram contra os
teus protegidos. O O xAo mestre do côro. Segundo
'Dizem: <TVinde, e exterminemo-los, 0 0 a melodia de “ Os lagares...”
para que não formem um povo, e Dos filhos de Coré. Salmo.
não haja mais memória do nome de 2Quão amável é a tua morada, Se
Israel” . nhor dos exércitos!
‘Sim, tomam decisões unânimes, e 3A minha alma suspira, desfalece
fazem aliança contra ti: desejando os átrios do Senhor; o meu
7as tendas de Edom e os Ismaeli- coração e a minha carne exultam
tas, Moab e os Agarenos, em Deus vivo.
8Gebal e Amon e Amalec, a Filis- 4Até o pássaro encontra uma ca
téia e os habitantes de Tiro; sa, e a andorinha, um ninho onde
•também os Assírios se coligaram possa pôr os seus filhinhos: (sejam
com êles; prestaram o auxílio dos minha casa) os teus altares, Senhor
seus braços aos filhos de Lot. dos exércitos, rei meu, e Deus meu!
10Faze-lhes como a Madiah, como ®Bem-aventurados, Senhor, os que
a Sisara e a Jabin, na torrente de moram na tua casa: êles te louvam
Cisson. sem cessar.
uForam exterminados em Endor, e °Bem-aventurado o homem que de
se tornaram como o estéreo da terra. ti recebe auxílio, quando decide em
12Trata os seus príncipes como (tra preender viagens santas:
taste) Oreb e Zeb, com Zebee, e Sal- 7ao passar por um árido vale, con-
mana, todos seus capitães, vertê-lo-ão em manancial, e o reves
18os quais tinham dito: “Apodere- tirá de bênção a primeira chuva.
mo-nos das terras de Deus” . 8Avançarão com vigor sempre cres-
5. Todos os fundam entos... Sendo a justiça o fundamento da ordem entre os povos,
quando ela desaparece, tudo cai em ruínas.
Salmos L X X X II — 17. Para que busquem o teu nome. Resultado final da derrota,
o s inimigos que sobreviveram, impressionados com a vitória miraculosa do Senhor, sub-
meter-se-ao humildemente a êle. E sta consoladora profecia explica o verdadeiro caráter
das imprecaçôes contidas em alguns salmos, as quais, à prim eira vista, parecem pedi
dos de vingança, mas são na realidade um a eloqliente manifestação do desejo que o
Salmista tinha de ver os seus inimigos encontrar a salvação eterna no meio da ruína
temporal.
Salmo L X X X I I I — 6. Viagens santas, v ê -s e pelo contexto, que se trata de pere
grinações santas.
7. Os peregrinos, movidos por uma alegre expectativa, atravessavam áridos vales,
como se êles abundassem em água e verdura, de que se revestem depois das primei
ras chuvas.
83 - 85 OS SALMOS 655
cente, verão o Deus dos deuses em a nossa terra produzirá o seu fruto.
Sião. 14A justiça irá adiante dêle, e a
9Senhor, Deus dos exércitos, ouve salvação (irá ) pelo caminho dos seus
a minha oração; presta ouvidos, ó passos.
Deus de Jacó.
10ó Deus, nosso escudo, olha para Súplica dum piedoso servo de Deus
nós, e põe os olhos no rosto do teu nas adversidades
ungido (D a vi).
“ Em verdade, é melhor um só dia QC 1Súplica. De Davi. Inclina, Se-
nos teus átrios, que milhares fora nhor, o teu ouvido, e ouve-me,
dêles; prefiro deter-me no limiar da porque eu sou desvalido e pobre.
casa de Deus a morar nas tendas 2Guarda a minha alma, porque te
dos pecadores. sou dedicado; salva o teu servo, que
12Porque sol e escudo é o Senhor espera em ti. Tu és o meu Deus:
Deus: graça e glória dá o Senhor, 3tem misericórdia de mim, porque
não nega bens aos que andam na a ti clamo sem cessar.
inocência. 4Alegra a alma do teu servo, por
13Senhor dos exércitos, bem-aven que a ti, Senhor, elevo a minha alma.
turado o homem que em ti confia. 5Porque tu, Senhor, és bom e cle
mente, cheio de misericórdia para to
A nossa salvação está perto dos os que te invocam.
°Presta ouvidos, Senhor, à minha
Q4 M.0 mestre do côro. Dos filhos oração, e atende à voz da minha
de Coré. Salmo. súplica.
2Fôste propício, Senhor, à tua ter 7N o dia da minha tribulação cla
ra; mudaste em bem a sorte de Jacó. mo a ti, porque me ouvirás.
3Perdoaste a culpa do teu povo; 8Não há semelhante a ti entre os
cobriste todos os seus pecados. deuses, ó Senhor; nem há obra que
4Reprimiste tôda a tua ira; desis à tua obra se compare.
tiste do furor da tua indignação. 9Tôdas as nações que fizeste, virão
5Restaura-nos, ó Deus, salvador e te adorarão, Senhor, e glorificarão
nosso, e depôe a tua indignação con o teu nome.
tra nós. 10P'orque tu és grande e operas ma
°Porventura estarás sempre irado ravilhas: só tu és Deus.
contra nós, ou estenderás a tua ira ^Ensina-me, Senhor, o teu cami
a todas as gerações? nho, para que eu ande na tua verda
7Porventura não nos tornarás a dar de; dirige o meu coração para que
a vida, e o teu povo não se alegrará tema o teu nome.
em ti? 12Louvar-te-ei, Senhor Deus meu,
8Mostra-nos, Senhor, a tua miseri com todo o meu coração, e glorifica-
córdia, e dá-nos a tua salvação. rei o teu nome eternamente,
9Ouvirei o que o Senhor diz: sem 13porque a tua misericórdia foi gran
dúvida fala de paz ao seu povo e de para comigo, e livraste a minha
aos seus santos, e àqueles que de co alma do profundo dos infernos.
ração se voltam. 14ó Deus, levantaram-se contra mim
10Sim, a sua salvação está perto homens soberbos, e um tropel de po
dos que o temem, a fim de que a derosos atenta contra a minha vida,
glória habite na nossa terra. sem que te tenham presente diante
" A misericórdia e a fidelidade se dos seus olhos.
encontraram juntas, a justiça e a 15Mas tu és, Senhor, Deus miseri
paz Re oscularam. cordioso e benigno, lento para a ira,
12A fidelidade germinará da terra, cheio de clemência e de fidelidade.
e a justiça olhará do alto do céu. 16Põe os olhos em mim, e tem pie
13Também o Senhor dará o bem, e dade de mim, dá o teu poder ao teu
Salmo L X X X I v — 12. Harm onia completa entre o céu e a terra, entre as virtudes
morais e os bens materiais.
Salmo L X X X v — Esta súplica parece ter sido composta por Davi por ocasião da
revolta de seu filho Absalão.
656 OS SALMOS 85 - 87
servo, e salva o filho da tua escrava. °Entre os defuntos está o meu gra-
17Dá-me um sinal do teu favor, pa bato, como os dos que foram mortos,
ra que vejam aquêles que me odeiam, e jazem no sepulcro, de quem já te
para sua confusão, que tu, Senhor, não lembras, e que estão excluídos
tens-me socorrido e consolado. do teu cuidado.
7Puseste-me num fôsso profundo,
Sião, mãe de todos os povos em lugares tenebrosos, em obscuro
O g 'Dos filhos de Coré. Salmo. abismo.
OÜ Cântico. O Senhor ama a sua 8Sôbre mim pesa a tua indignação,
fundação sôbre os montes santos; e com tôdas as tuas ondas me su
%(am a) as portas de Sião mais que focas.
todos os tabernâculos de Jacó. °Afastaste de mim os meus conhe
3Coisas gloriosas se dizem de ti, ó cidos, tornaste-me abominável para
cidade de Deus! êles, estou prisioneiro, sem poder sair.
4Incluirei Raab e Babel entre os 10Os meus olhos desfalecem de mi
que me veneram; eis a Filistéia e séria; a ti, Senhor, clamo todo o dia;
T iro e o povo da Etiópia, todos êstes para ti estendo as minhas mãos.
nasceram lá. “ Porventura fazes milagres em fa
5E de Sião se dirá: “ Um por um vor dos mortos? Porventura os de
todos nasceram nela, e foi o próprio funtos levantar-se-ão para te louva
Altíssimo que a consolidou” . rem ?
“ Acaso publicam na sepultura a
•O Senhor escreverá no livro dos tua bondade, e a tua fidelidade nos
povos: “ Êstes nasceram lá” . infernos?
7E, formando um côro, cantarão: “ Porventura manifestam-se nas tre
“ Todas as minhas fontes estão em ti” . vas as tuas maravilhas, e a tua graça
na terra do esquecimento?
Pranto e súplica dum homem santo
14Mas eu, Senhor, a ti clamo, e
1Cântico. Salmo. Dos filhos de logo de manhã vai diante de ti a
° * Coré. A o mestre do côro. minha oração.
Segundo a melodia de "M ahalat” . “ P or que repeles, Senhor, a minha
Para canto. Maskil. D e Hema E z- oração, e escondes de mim a tua
rahita. face?
2Senhor, Deus meu, clamo durante “ Sou miserável e moribundo desde
o dia, de nbite lamento-me na tua menino, suportei os teus terrores, e
presença. fiquei extenuado.
*Chegue a ti a minha oração, in “ Por cima de mim passaram as
clina o teu ouvido ao meu clamor, tuas iras, e os teus terrores me con-
4porque a minha alma está satura sumiram.
da de males, e a minha vida apro 18Cercam-me sem cessar como água,
xima-se dos infernos. envolvem-me todos à uma.
5Sou contado entre os que descem “ Afastaste de mim o amigo e o
à cova, tornei-me como um homem cohipanheiro; os meus familiares são
sem vigor. as trevas.
salm o L X X X v l — 2. Portas de Sião. F igu ra em pregada pelo Salm ista para repre
sentar tôda a cidade.
4. In clu irei... Ê o próprio Deus que toma a p alavra para anunciar a conversão dos
povos pagãos — Raab é um nome simbólico que significa o Egito. — Nasceram lá.
Jerusalém é considerada como o lugar em que os povos pagãos nascerão p ara a g ra
ça, visto ser o centro e o bêrço religioso de todo o mundo.
5. U m por u m . . . Jerusalém tornar-se-á mãe de muitos filhos, à medida que os
pagãos se forem convertendo.
7. o s próprios povos reconhecerão, cheios de gôzo, com cânticos e danças, que a fon
te, donde m anam todos os bens, éstá em Jerusalém.
salm o L X X X v l I — 8. A s tuas ondas . . . Im agem de grandes desgraças.
11. P o rv e n tu ra . . . E r a em fa v o r dos vivos e não dos mortos que Deus operava m a -
ravilhas.
88 OS SALMOS 657
LIVRO QUARTO
Deus eterno, refúgio do homem nho ao amanhecer, como a erva ver-
durante a sua breve vida dejante:
QQ 1Oração. De Moisés, homem de °de manhã floresce e verdeja, à
Deus. Senhor, tu tens sido tarde é cortada e seca.
o nosso refúgio, de geração em ge 7N a verdade, somos consumidos pe
ração. la tua ira, e perturbados pela tua
2Antes que os montes fôssem for indignação.
mados e nascesse a terra e o mundo, 8Puseste as nossas culpas à tua vis
e desde a eternidade e para sempre, ta, os nossos pecados ocultos a luz
tu exististe, ó Deus. do teu rosto.
3Mandas que ao pó voltem os mor “Todos os nossos dias transcorreram
tais, e dizes: “ Regressai, filhos dos na tua ira; acabamos os nossos anos
homens” . como um suspiro.
“Porque mil anos, aos teus olhos, 10A soma dos nossos anos é setenta
são como o dia de ontem, que passou anos, e, se somos robustos, oitenta;
e como uma vigília da noite (que e a maior parte dêles são trabalho e
sòmente dura três horas). vaidade: pois passam depressa e voa
5Tu os arrebatas: são como um so-9 4 mos.
49. Infernos. E sta p a la v ra tem aqui, como na m aior parte dos casos, em que è
empregada, o significado de habitação dos mortos.
Salmo L X X X IX — Êste salmo pode dividir-se em três partes: 1* (1 -6 ) lamenta
a brevidade da vida; 2» (7-12 a morte, causa de tanto mal, é a ira de Deus excitada
pelo pecado; 3* (13-17) oração a Deus pedindo os seus favores. — H á algum as analo
gias de pensamento e de linguagem com o Deuteronômio X X X III, 1, e isto explica
a atribuição a Moisés, homem de Deus, no título.
89 - 91 OS SALMOS 659
nQuem compreende o poder da tua teu favor, que te guardem em todos
ira, e a tua indignação, conforme o os teus caminhos.
temor que te é devido? 12Êles te levarão nas suas mãos, pa
12Ensina-nos a contar os nossos dias, ra que o teu pé não tropece em algu
para que alcancemos a sabedoria do ma pedra.
coração. 13Sobre o áspide e o basilisco anda
13Volta (para nós), Senhor, — até rás, e calcarás aos pés o leão e o
quando (te mostrarás irado) ? Sê pro dragão.
pício para com os teus servos. “ Porque se agarrou a mim, livrá-lo-
14Sacia-nos depressa com a tua m i -ei; protegê-lo-ei, porque conheceu o
sericórdia, para que exultemos e nos meu nome.
alegremos durante todos os nossos 15Invocar-me-á, e eu o ouvirei; com
dias. êle estarei na tribulação, livrá-lo-ei e
15Alegra-nos pelos dias em que nos o honrarei.
afligiste, pelos anos em que vimos 16Saciá-lo-ei de dilatados dias, e
males. mostrar-lhe-ei a minha salvação.
10Manifeste-se aos teus servos a
tua obra, e a tua glória aos seus f i Douvor a Deus, que governa o destino
lhos, dos homens com sabedoria e justiça
17e a bondade do Senhor, nosso
Deus, esteja sobre nós; favorece a o- Q l 1Salmo. Cântico. Para o dia de
bra das nossas mãos, sim, a obra das * 1 sábado.
nossas mãos favorece. 2Bom é louvar o Senhor, e cantar
salmos ao teu nome, ó Altíssimo:
Deus Altíssimo protetor dos justos 3anunciar pela manhã a tua mise
ricórdia, e a tua fidelidade durante
QA xTu que vives sob a proteção do a noite,
Altíssimo, que moras à som 4com o saltério de dez cordas e a
bra do Onipotente, lira, com cântico ao som da citara.
2dize ao Senhor: “ Meu refúgio e 5Porque me alegras, Senhor, com as
meu baluarte, meu Deus, em quem tuas obras, e eu exulto com as obras
confio” . das tuas mãos.
3Porque êle me livrará do laço dos ®Quão magníficas são, Senhor, as
caçadores, e da peste perniciosa. tuas obras! Quão profundos são os
4Proteger-te-á com as suas penas, teus pensamentos!
e te acolherá debaixo das suas asas, 70 homem insensato não conhece,
escudo e broquel é a sua fidelidade. e o néscio não compreende estas coi
6Não terás mêdo do terror noturno, sas.
nem da seta que voa de dia, 8Embora os ímpios floresçam como
°nem da peste que vagueia nas tre a erva, e brilhem todos os que fa
vas, nem da calamidade que devasta zem o mal, estão destinados a eter
em pleno meio-dia. no extermínio;
7Caiam mil ao teu lado, e dez m il 9mas tu, Senhor, és eternamente
à tua direita, mas (a calamidade) não excelso.
se aproximará de ti. “ Pois eis que os teus inimigos, Se
8E tu com os teus olhos contempla nhor, eis que os teus inimigos pere
rás e verás a paga dos pecadores. cerão, e serão dispersados todos os
°Porque o teu refúgio é o Senhor, que praticam o mal.
puseste o Altíssimo por tua defesa. “ Exaltaste a minha fôrça como a
10O mal não virá sôbre ti, e o fla de um búfalo; ungiste-me com azeite
gelo não se aproximará da tua ten puríssimo.
da. 12E os meus olhos olharam com des-
“ Porque mandou aos seus anjos em prêzo para os meus inimigos, e os
Salmo X C — 3. D o laço dos caçadores. Im agem usada muitas vêzes na B íb lia para
significar um perigo oculto.
11-12. Aos seus anjos . . . Texto clássico para demonstrar a existência dos anjos
da guarda, é célebre também por ter sido utilizado por Satanás para tentar Jesus
(M at. IV , 6).
660 OS SALMOS 91 - 93
forja vexames sob o pretexto da lei? Louvai o Senhor, rei de tôda a terra
21Atentem, muito embora, contra a
vida do justo, e condenem o sangue QC C antai ao Senhor um cântico
inocente: novo; cantai ao Senhor, todas
22o Senhor há de ser a minha de as terras.
fesa, e o meu Deus, a rocha do meu 2Cantai ao Senhor, bendizei o seu
refúgio. nome. anunciai todos os dias a sua
23Devolver-lhes-á em paga a sua salvação.
própria iniqüidade, e por sua própria 3Anunciai entre as gentes a sua
maldade os exterminará, destruí-los- glória, entre todos os povos as suas
-á o Senhor nosso Deus. maravilhas.
4Porque o Senhor é grande e muito
Convite a louvar a Deus e a obedecer digno de louvor, é mais tem ível que
aos seus mandamentos todos os deuses.
5Porque todos os deuses das gen
<)4 ^ in d e, regozijemo-nos no Se- tes são ficções; porém o Senhor é que
nhor, aclamemos a Rocha da fêz os céus.
nossa salvação: °Majestade e magnificência prece
2apresentemo-rios diante dêle com dem-no; poder e esplendor estão na
louvores, com cânticos regozijemo-nos sua morada santa.
diante dêle. 7Tributai ao Senhor, ó famílias dos
3Porque o Senhor é Deus grande, e povos, tributai ao Senhor glória e po
rei grande sôbre todos os deuses: der;
4na sua mão estão tôdas as pro 8tributai ao Senhor a glória devi
fundezas da terra, e as alturas dos da ao seu nome. Oferecei um sacri
montes são suas. fício e entrai nos seus átrios;
5Seu é o mar, pois êle o fêz, e a °adorai o Senhor em ornamentos
terra firme, que as suas mãos forma sagrados. Trem a tôda a terra na sua
ram. presença;
10dizei entre as gentes: Reina o Se
°Vinde, adoremos e prostremo-nos, nhor. Consolidou o orbe para que
e dobremos os joelhos diante do Se não vacile; rege os povos com eqüi-
nhor, que nos criou. dade.
7Porque êle é o nosso Deus, e nós “ Alegrem-se os céus, e regozije-se
somos o povo do seu pasto, e as ove a terra, ressoe o mar e $ /que êle
lhas da sua manada. Oxalá que ou contém;
ças hoje a sua voz: “ rejubile o campo e tôdas as coi
8<<não endureçais os vossos corações, sas que nêle há. Então se regozija
como em Meriba, como no dia de rão tôdas as árvores da selva,
Massa no deserto, 13à vista do Senhor, porque vem, .
9onde vossos pais me tentaram, me porque vem governar a terra. Go
provaram, embora tivessem visto as vernará o mundo com justiça, e os
minhas obras. povos com fidelidade.
10Quarenta anos tive tédio dessa
geração, e disse: São um povo de co O Senhor, rei que confunde os falsos
ração desencaminhado, e não conhe deuses e exalta os homens justos
ceram os meus caminhos. Q£ jO Senhor reina: regozije-se a
“ Por isso jurei na minha ira: Não terra, alegrem-se as numero
entrarão no meu repouso” . sas ilhas.
Salmo X C IV — 8. Não endureçais . . . O Salmista recomenda-nos a necessidade que
temos de não perder a graça no momento em que Deus a oferece, pois pode ser que
não volte a oferecê-la.
Salmo X C V — 11-13. A s criaturas inanimadas são também convidadas a louvar o
Senhor, quando chegar o Messias, que vem governar, a fim de restabelecer a justiça
e iniciar a feliz era messiânica.
Salmo X C V I — Neste salmo é descrito o grandioso aparato com que será iniciado o
julgam ento a que se referem os últimos versículos do salmo anterior.
2-5. Aparição de Deus com um cortejo conveniente à sua majestade. Todo 0 uni
verso se comoveu.
662 OS SALMOS 96 - 99
2Nuvens e escuridão estão ao re 7Ressoe o mar e tudo o que há nê-
dor dêle, a justiça e o direito são a le, o mundo e os que habitam nêle.
base do seu trono. 8Dêem palmas os rios, ao mesmo
30 fogo avança diante dêle, e a- tempo os montes se alegrem
brasa ao redor os seus inimigos. 9à vista do Senhor, porque, vem,
40s seus relâmpagos iluminam o porque vem governar a terra. Gover
mundo; a terra vê e treme. nara o mundo com justiça e os povos
50s montes fundem-se como cêra com eqüidade.
diante do Senhor, diante do domina
dor de tôda a terra. O Senhor, rei santo
°Os céus proclamam a sua justi QQ 70 Senhor reina: tremem os po-
ça, e todos os povos vêem a sua gló vos; está sentado sôbre queru
ria. bins: agita-se a terra.
7Confundidos sejam todos os que a- 20 Senhor é grande em Sião, e ex-
doram estátuas, e os que se gloriam celso sôbre todos os povos.
nos ídolos; perante êle se prostram 3Celebram o teu nome grande e
todos os deuses. tremendo: êle é santo.
8Sião ouve e alegra-se, e as cida 4Reina o poderoso que ama a jus
des de Judá regozijam-se, por cau tiça: tu estabeleceste as normas da
sa dos teus juízos, Senhor. retidão, tu exerces em Jacó a jus
9Poraue tu, Senhor, és excelso sô- tiça e o direito.
bre tôda a terra, sumamente elevado 5Exaltai o Senhor, nosso Deus, e
acima de todos os deuses. prostrai-vos ante o escabelo de seus
10O Senhor ama os que odeiam o pés: êle é santo.
mal, guarda as almas dos seus san °Moisés e Arão contam-se entre os
tos, livra-os da mão dos ímpios. seus sacerdotes, e Samuel, entre aquê-
“ Nasce a luz para os justos, e a ale les que invocavam o seu nome: in
gria para os retos de coração. vocavam o Senhor e êle os atendia.
12Alegrai-vos, justos, no Senhor, e 7Falava-lhes na coluna de nuvem:
celebrai o seu santo nome. ouviam os seus mandamentos, e o pre
Deus vencedor, rei e juiz justo ceito que lhes tinha dado.
8Senhor, Deus nosso, tu os ouviste,
Q 7 lSalmo. Cantai ao Senhor um ó Deus, tu lhes foste propício, porém,
j 1 cântico novo, porque operou castigaste os seus delitos.
maravilhas. Vitoria lhe preparou a 9Exaltai o Senhor, nosso Deus, e
sua direita, e o seu santo braço. prostrai-vos ante o escabelo dos seus
20 Senhor manifestou a sua sal pés: porque é santo, o Senhor, nosso
vação; revelou a sua justiça aos olhos Deus.
das gentes. Hino para a entrada no templo
3Lembrou-se da sua bondade e da
sua fidelidade em favor da casa de QQ 1Salmo. Para ação de graças.
Israel. Todos os confins da terra v i Aclamai o Senhor, povos de
ram a salvação do nosso Deus. tôda a terra;
4Aclamai o Senhor, povos de tôda 2servi o Senhor^com alegria; vin
a terra, alegrai-vos, gozai e cantai de à sua presença, com alvorôço.
salmos. 3Sabei que o Senhor é Deus: êle
BCantai salmos ao Senhor com cita nos fêz, e somos seus, seu povo e ove
ra, com citara e ao som do saltério, lhas do seu pasto.
6com trombetas e ao som de corne 4Transponde as suas portas com
ta: regozijai-vos na presença do ( vos- louvor, os seus átrios com hinos; exal
so) rei, (que é o) Senhor. tai-o, bendizei o seu nome.
7. o triunfo de Deus m ostrará que os deuses sâo nada.
Salmo X C v I I I — A o aplauso pela inauguração do reino de Deus, reino em que im
peram o direito e a justiça (1-5, o poeta junta a m em ória dos tempos heróicos do po
vo hebreu (6 -8 ). Em tudo resplandece como soberana a santidade de Deus, aclam a
da três vêzes (3, 5, 9).
1. T re m e m . . . O Salm ista refere-se à impressão causada entre os pagãos pela inau
guração do reino de Deus.
9 9 - 101 OS SALMOS 663
ras, e quebrou as árvores que havia goze com o gôzo do teu povo, para
nos seus limites. que me glorie com a tua herança.
34Falou, e vieram gafanhotos e la 6Pecamos com os nossos pais, co
gartos sem número; metemos a iniqüidade, procedemos
35e devoraram toda a erva na sua impiamente.
terra, e devoraram os frutos dos seus 7Nossos pais no Egito não conside
campos. raram as tuas maravilhas, não se
ME feriu todos os primogênitos lembraram da multidão das tuas gra
da sua terra, as primícias de todo ças, antes se revoltaram contra o
o seu vigor. Altíssimo junto do Mar Vermelho.
37E fê-los sair (os Israelitas) com 8Mas (o Senhor) salvou-os, por a-
prata e com ouro, e não houve um mor do seu nome, para mostrar o
enfêrmo nas suas tribos. seu poder.
“ Alegraram-se os egípcios com a °E ameaçou o mar Vermelho, e êle
sua saída, porque o temor de Israel secou-se; e condjuziu-os por entre
tinha-se apoderado dêles. as ondas, como por um deserto.
“ Estendeu uma nuvem que os co 10E salvou-os da mão do que os o-
brisse, e um fogo para que os alu- diava, e livrou-os da mão do inimi
miasse de noite. go.
“ Pediram, e mandou codornizes, e “ E as águas cobriram os seus ad
de pão do céu os saciou. versários, não escapou um só dêles.
"Fendeu a rocha e brotou água, 12E deram crédito às suas palavras,
correu pelo deserto como um rio. e cantaram os seus louvores.
"Porque se lembrou da sua santa 13Porém, depressa esqueceram as
palavra, que tinha dado a Abraão, suas obras, não esperaram a realiza
seu servo. ção do seu desígnio.
43E tirou o seu povo com regozijo, 14E no deserto, entregaram-se à
os seus escolhidos com alvoroço. concuspicência, e tentaram a Deus na
44E deu-lhes as terras das nações, solidão.
e apoderaram-se das riquezas dos po 15E concedeu-lhes o que pediam,
vos, mas mandou-lhes o esgotamento.
“ para que guardem os seus pre 16E tiveram inveja de Moisés nos
ceitos, e observem as suas leis. A le acampamentos, e de Arão, o santo do
luia. Senhor.
Culpas © castigos do povo ingrato 17Abriu-se a terra e tragou Datan,
e sepultou o bando de Abiron.
1 A C 1Aleluia. Louvai o Senhor, 18E ateou-se fogo contra o bando
1 porque é bom, porque a sua de ambos: a chama consumiu os iní
misericórdia é eterna. quos.
2Quem poderá referir as obras do “ Fizeram um bezerro em Horeb, e
poder do Senhor, contar todos os seus adoraram um ídolo de ouro fundido.
louvores? “ E trocaram a sua glória pelo si-
3Bem-aventurados os que obser mulacro dum touro que como feno.
vam os seus preceitos, que praticam 21Esqueceram-se de Deus, que os ti
a justiça em todo o tempo. nha salvado, que tinha operado pro
4Lembra-te de nós, Senhor, segun dígios no Egito,
do a tua benevolência para com o “ maravilhas na terra de Cam, coi
teu povo; visita-me com o teu auxílio, sas terríveis no mar Vermelho.
5para que me deleite com a felici 23E pensava exterminá-los, se M oi
dade dos teus escolhidos, para que eu sés, seu escolhido, não tivesse inter-
Salmo C v — Retoma a história de Israel quase no ponto em que a deixou no salmo
anterior, mas com um fim diferente, que é fazer sobressair, especialmente nas vicissitu-
des dos quarenta anos do deserto (13-33), dum lado a infidelidade do povo escolhido, do
outro a inesgotável bondade de Deus, que o castigava para imediatamente lhe perdoar e
conceder benefícios. O vers. 6 dá a êste salmo o valor duma confissão pública.
13. N âo esperaram que Deus os provesse de comida e bebida no momento oportuno, m as
começaram a murmurar.
16-18. Revolta de D atan e Abiron, que queriam ser iguais a IVJoisés e A rão (N um . X V I ).
668 OS SALMOS 10 5 - 10 6 '
43Quem é sábio para considerar es 14Em Deus faremos proezas, e êle
tas coisas, e ponderar bem as mise calcará os nossos inimigos.
ricórdias do Senhor? Contra inimigos injustos e pérfidos
Xouvor a Deus e pedido de auxilio na
guerra
108
1u o
*A o mestre do Côro- D e Davi.
Salmo, ó Deus, meu lou
1A? 1Cântico. Salmo. D e Davi. vor, não cales,
20 meu coração, ó Deus, es 2porque a boca ímpia e a engana-
tá firme, o meu coração está firm e; dora abriram-se contra mim. Fala-
vou cantar e entoar salmos. ram-me com língua aleivosa,
3e com palavras de ódio me cerca-
3Desperta, Ó minha alma, despertai ram e sem causa me fizeram guerra.
saltério e citara! eu despertarei ao 4Em paga do meu amor, acusa-
romper de alva. vam-me, eu porém orava.
4Louvar-te-ei no meio dos povos, 8Deram-me males em troca de bens,
Senhor, e entoar-te-ei salmos entre e Ódio em troca do amor que eu lhes
as nações, tinha.
5porque a tua misericórdia é grande 6Suscita um ímpio contra êle, e
até ao céu, e a tua fidelidade até às esteja um acusador à sua direita.
nuvens. 7Quando for julgado, seja condena
6Mostra-te excelso, Ó Deus, sobre os do, e seja vã a sua súplica.
céus, brilhe sôbre a terra a tua gló 8Sejam abreviados os seus dias, e
ria. receba outro o seu ministério.
7Para que sejam livres os teus di 9Fiquem seus filhos órfãos, e sua
letos, socorre-nos com a tua direita, esposa viúva.
e ouve-nos. 10Andem vagabundos dum lugar pa
8Deus falou no seu santuário: “E - ra outro os seus filhos, e mendiguem,
xultarei e repartirei (à minha vonta e sejam lançados fora das suas ha-
d e ) Siquém, e medirei o vale de Su- bitaçôes devastadas.
cot; “ O usurário dê caça a todos os seus
9minha é a terra de Galaad, e mi- bens, e os estranhos roubem o fruto
nha a terra de Manassés, e Efraim do seu trabalho.
é o elmo da minha cabeça, Judá o “ Ninguém tenha compaixão dêle,
meu cetro. nem haja quem se compadeça dos
10Moah é bacia para me lavar; pou seus Órfãos.
sarei o ’ meu calçado sôbre Edom, 13Seja exterminada tôda a sua pos
triunfarei da Filistéia” . teridade; e na segunda geração fique
nQuem me conduzirá à cidade for apagado o seu nome.
tificada? Quem me conduzirá até “ R eviva a lembrança da culpa de
Edom? seus pais na presença do Senhor, e o
“ Porventura não és tu, Ó Deus, que pecado de sua mãe não seja apaga-
nos repeliste, e que já não sais, 6
Deus, à frente dos nossos exércitos? “ estejam sempre (os seus crimes)
,3Dá-nos auxilio contra o inimigo, diante do Senhor e extirpe da terra
porque é vão o socorro do homem.4 3 a sua memória,
43. Quem 6 sábio. . . Qual é o homem sábio, que não conservará na m em ória estas
coisas, e não procurará, por isso, orientar bem a sua vida?
Cap. C v l l — Êste cântico é composto de dois fragmentos, tirados de dois outros salmos,
o s versículos 2-6 provêm do salm o L v l , 8-12; os versículos 7-14, do salm o L IX , 7-14.
Salmo C v l l l — Cruelmente afligido por negras calúnias, o Salm ista pede o castigo do
pérfido acusador (1 -2 0 ); e, depois de fazer um a breve descrição dos seus sofrimentos, pede
a Deus que o auxilie (21-31).
1. Não ca le s ... N áo deixes de m anifestar a minha inocência contra as calúnias de que
sou vitima.
6. Depois de ter empregado o plural para designar os seus inimigos, D a v i em prega agora
o singular, porque tinha particularmente em vista o chefe dêsses inimigos, verdadeiro ins
tigador de todos os seus males, a Pedro, aplicando o salmo, vê neste chefe ju d a s traidor
(A t. I, 20). — Suscita. .. Deve notar-se que, neste salmo, D a v i fa la como profeta, e,
em nome de Deus, anuncia o que havia de acontecer aos inimigos obstinados do Senhor.
108 - 110 OS SALMOS 671
22 - B íb lia Sagrada
674 OS SALMOS 115 - 117
^Vi que tôda a prescrição tem um minha herança para sempre, porque
lim ite; o teu mandamento porém é são a alegria do meu coração.
ilimitado. 112Inclinei o meu coração a prati
M EM car sempre os teus estatutos: per-
A lei divina é fonte de sabedoria; dã pètuamente e com perfeição.
melhor instrução que os mestres do
mundo SAM ECH
Faz repousar a sua esperança na lei,
97Quanto eu amo a tua lei, Senhor! da qual não será afastado pelos
Ela é (o objeto da) minha meditação pecadores
todo o dia.
98Mais sábio que os meus inimigos n3Aborreço os dúplices de coração,
me tornou o teu mandamento, por e amo a tua lei.
que êle está sempre comigo. n4Tu és o meu protetor e o meu
"Sou mais prudente que todos os escudo: espero na tua palavra.
meus mestres, porque os teus man 115Retirai-vos de mim, malignos, e
damentos são a minha meditação. eu observarei os mandamentos do
100Sou mais sensato que os anciãos, meu Deus.
porque observo os teus preceitos. 116Ampara-me (Senhor) segundo a
101Retiro os meus pés de todo o tua promessa, e viverei, e não per
mau caminho pãra agradar as tuas mitas que eu seja confundido no que
palavras. espero.
102Não me desviei dos teus decre 117Ajuda-me, e serei salvo, e aten
tos, porque tu me instruíste. derei sempre aos teus estatutos.
103Quão doces são as tuas palavras
ao meu paladar! São-no mais que o 118Desprezas todos os qUe se des
mel à minha boca. viam dos teus estatutos, porque são
104Com os teus mandamentos tor mentira os seus pensamentos.
no-me inteligente, por isso odeio to 119Consideras como escória todos os
do o caminho da miqüidade. pecadores da terra, por isso amo as
tuas prescrições.
NUN 120Estremece a minha carne com
temor de ti, e temo os teus decretos.
A palavra, isto é, a lei de Deus, é um
farol, pelo qual a Salmista se quer A IN
guiar sempre
Oração, pedindo a Deus que o ajude
105Lãmpada para os meus passos a observar a sua lei, que é abandonada
é a tua palavra, e luz para, os meus por muitos
caminhos.
100Juro e determino guardar os teus 121Tenho praticado o direito e a jus
justos decretos. tiça: Não me entregues aos meus
lü7Tenho sido afligidor Senhor, em opressores.
extremo: conserva-me a vida segun 122Sê fiador do teu servo para o
do a tua palavra. bem, para que não me oprimam os
108Aceita, ó Senhor, as oferendas da soberbos.
minha boca, e ensina-me os teus de 1230s meus olhos desfalecem an
cretos. siando o teu auxílio e as promessas
109A minha vida está sempre em da tua justiça.
perigo, porém não me esqueço da 124Trata o teu servo segundo a tua
tua lei. bondade, e ensina-me os teus esta
110Os pecadores armaram-me um la tutos.
ço; não me afástei, porém, dos teus 125Eu sou teu servo, instrue-me, pa
preceitos. ra que eu conheça os preceitos.
niAs tuas prescrições constituem a9 *
6 126E ’ tempo, Senhor, de procederes
96. Tudo o que o Salm ista viu de perfeito sôbre a terra teve fim, somente a lei de
Deus possui uma duração interminável, visto que nada limita a süa perfeição.
108. oferendas. . . Os louvores, as orações e promessas que oferece ao Senhor, como
quem oferece um sacrifício.
118 OS SALMOS 679
me disseram: “ Iremos à casa do Se 2se o Senhor não tivesse estado por
nhor” . nós, quando os homens se levantaram
2Já os nossos pés param às tuas contra nós,
portas, ó Jerusalém. 8de certo nos teriam engulido v i
3Jerusalém que está edificada co vos. Quando se acendia o seu furor
mo uma cidade, tôda em si compacta. contra nós,
4L a sobem as tribos, as tribos do 4então a água (da desgraçaJ nos
Senhor, segundo a lei de Israel, pa teria submergido; a torrente teria
ra louvar o nome do Senhor. passado sobre nós;
5Lá se estabeleceram os tribunais 5então teriam passado sôbre nós as
da justiça, os tribunais da casa de águas entumecidas.
Davi. 6Bendito o Senhor, que não nos
•Pedi (a Deus) graças de paz pa deu aos seus dentes por prêsa.
ra Jerusaléiq, aqueles que te amam 7A nossa alma (ou vida), como o
(o .cidade santa) vivam em seguran pássaro, escapou do laço dos caçado
ça! res: o laço foi quebrado, e nós fica
7Reine a paz dentro dos teus mu mos livres.
ros, segurança nos teus palácios! sO nosso socorro está no nome do
8Por causa dos meus irmãos e dos Senhor, que fêz o céu e a terra.
meus companheiros, direi: H aja paz
em ti! O Senhor auxilia o povo contra os
9Por amor da casa do Senhor, nos inimigos iníquos
so Deus, pedirei todo o bem para ti.
Confiança em Deus do povo desprezado
124 1t7dníico das subidas. O s que
3 confiam no Senhor são (f ir
1 2 2 1Cântico das subidas. -Levanto mes) como o monte de Sião, que não
os meus olhos para ti (6 é abalado, que permanece para sem
Deus) que habitas nos céus. pre.
2Montes circundam Jerusalém: As
2Vêde que, assim como os olhos dos sim o Senhor circunda o seu povo, a-
servos estão fixos nas mãos dos seus gora e para sempre.
senhores, como os olhos da escrava
nas mãos de sua senhora, assim os SPorque não permanecerá o cetro
nossos olhos estão fixos no Senhor dos ímpios sôbre a herança dos jus
nosso Deus, até que tenha misericór tos, para que os justos não estendam
dia de nós. à iniqüidade as suas mãos.
3Tem misericórdia de nós, Senhor, 4Faze bem, Senhor, aos bons e aos
tem misericórdia de nós, porque retos de coração.
estamos, em extremo, fartos de des- 5Mas aos que se desviam para ca
prêzo; minhos tortuosos, expulse-os o Senhor
4a nossa alma está muito farta de com os malfeitores. A paz seja sô
ser o objeto de escárnio dos ricos, bre Israel!
de desprêzo dos soberbos.
Oração por um completo restabeleci
O Senhor livra dum perigo gravíssimo mento do povo
1Cântico das subidas. Quan
1 1Cântico das subidas. De Da-
vi. Se o Senhor não tives 125 do o Senhor fêz voltar os
se estado por nós, diga-o agora Is cativos de Sião, nós ficamos como que
rael, a sonhar.
3. A s casas e os palácios de Jerusalém, coroados pelo templo, e encerrados num
espaço limitado pelas suas muralhas, form ava um a massa compacta, cujo aspecto m a
ravilhava os peregrinos.
Salmo C X X III — 8. O nosso s o co rro ... estas palavras são um ato de fé, repetido
muitas vêzes pela Ig re ja nas suas orações.
Salmo C X X IV — 3. O domínio dos pagãos (o c e t r o . . . ) exercia-se então sôbre a
Palestina, que era a herança de Israel ( a herança dos ju stos). M as o Salmista tem
esperança de que Deus n&o perm itirá por muito tempo êste domínio, para que os
justos não percam a coragem, que os a fasta da iniqüidade.
682 OS SALMOS 124 - 129
12para fazerem conhecer aos filhos 7faz justiça aos oprimidos, dá pão
dos homens o teu poder e a glória do aos famintos. O (m esm o) Senhor
teu reino esplendoroso. dá liberdade aos cativos,
130 teu remo é um reino que se 8o Senhor abre os olhos aos cegos.
estende a todos os séculos, e o teu O Senhor endireita os encurvados, o
império subsiste por tôdas as gera Senhor ama os justos.
ções. O Senhor e fiel em tôdas as 90 Senhor protege os peregrinos,
suas palavras, e santo em tôdas as ampara o órfão e a viúva, mas em
suas obras. baraça os caminhos do pecador.
,40 Senhor sustém todos os que 10O Senhor reinará para sempre, o
caem, e levanta todos os prostrados. teu Deus, ó Sião, (reinará) de gera
15Os olhos de todos esperam em ção em geração. Aleluia.
ti, Senhor, e tu lhes dás o sustento
em tempo oportuno. Louvores a Deus, protetor e sábio,
16Tu abres a tua mão, e sacias com restaurador de Israel
benevolência todos os viventes.
17Justo é o Senhor em todos os seus 1 4 f í 'Aleluia. Louvai o Senhor,
caminhos, e santo em tôdas as suas porque é bom, cantai salmos
obras. ao nosso Deus, porque é suave; êle
tóO Senhor está perto de todos os é digno de louvor.
que o invocam, de todos os que o in 20 Senhor edifica Jerusalém, con
vocam com sinceridade. grega os dispersos de Israel;
19Êle fará a vontade dos que o 3êle sara os atribulados de coração,
temem, e ouvirá o seu clamor, e os e liga as suas chagas.
salvará. 4F ixa o número das estréias, e cha
20O Senhor guarda todos os que ma cada uma pelo seu nome.
o amam, e exterminará todos os ím 5Grande é o nosso Senhor, e fo r
pios. te o seu poder; a sua sabedoria não
“ Cante a minha bôca o louvor tem limites.
do Senhor, e tôda a carne bendiga 60 Senhor eleva os humildes, abate
o seu santo nome, pelos séculos dos os ímpios até à terra.
séculos. 7Cantai ao Senhor um cântico de
ação de graças, cantai salmos ao som
Louvor a Deus criador, auxilio de todos, da citara ao nosso Deus,
rei eterno 8que cobre o céu de nuvens, que
prepara (assim) chuva para a terra;
14C 1Aleluia. Louva, ó minha al- que produz erva nos montes, e plan
ma, o Senhor; tas para uso dos homens;
2eu louvarei o Senhor, durante a °que dá o seu alimento próprio aos
minha vida; cantarei salmos ao meu animais e aos filhinhos dos côrvos,
Deus enquanto existir. que clamam a êle.
3Não confieis nos príncipes, nem 10Não se deleita com a fôrça do ca
no homem que não pode salvar. valo, nem se compraz nos pés (v e
4Quando se fôr o seu espírito vol lozes) do homem.
tará ao seu pó; então se desvanece “ Agradam ao Senhor os que o te
rão (com o fu m o) todos os seus pro mem, os que confiam na sua bonda
jetos. de.
8Ditoso aquêle de quem é protetor (Continuação do anterior)
o Deus de Jacó, cuja esperança está
no Senhor, seu Deus, 147 12Louva, ó Jerusalém, o Se-
eque fêz o céu e a terra, o már, e nhor, ó Sião, o teu Deus.
tôdas as coisas que nêles há, que 13porque reforçou os ferrolhos das
conserva eternamente a fidelidade tuas portas, abençoou os teus filhos
(das suas promessas), (que habitam) dentro de ti;
salm o C X L v I e C X L V I I — Êstes dois salmos, no hebreu, constituem um só cân
tico. Nêles se convida o povo a louvar a Deus pelos seus infinitos atributos (1 -6 ),
pela sua providência (7-11), e pelos benefícios especiais feitos a Jerusalém (12-20).
10. Deus não atende à fô rç a física, m as sim & bondade moral.
690 OS SALMOS 147 150
18. Faltando ao dever conjugal, a mulher esquece, transgride a aliança, a lei do seu
Deus, .que a obriga a ser fiel ao seu marido. — A sua casa conduz quem a freqüenta à ruína
e & morte.
19. O sábio refere-se & dificuldade que h á de cortar os laços infames.
Cap. I I I — 7-8. A prática da religião e da moral contribui muito para a saúde do corpo.
16. A sabedoria, isto é, a virtude traz, a quem a possui, uma vida longa e honrada.
18. N a prática da sabedoria o homem encontrará vantagens análogas às da árvore da
v id a (G ên., II, 9).
19-20. A sabedoria tem a sua origem em Deus, que a manifestou na criação do mundo,
e ainda agora a m anifesta na ordem física do universo.
694 LIVRO DOS PROVÉRBIOS 3 - 4
lho; 22êles serão a vida da tua al °Não abandones a sabedoria, e ela te
ma, e (com o que) um belo adorno guardará; ama-a, e ela te conserva
para o teu pescoço. 23Então andarás rá. 70 princípio da sabedoria é (tra
com confiança pelo teu caminho, e o balhar por) adquirí-la, e adquire a
teu pé não tropeçará. 24Quando dor prudência, custe o que custar. “A r
mires, não temerás; descansarás, e o rebata-a, e ela te exaltará; glorifi-
teu sono será tranqüilo. 23Não re cado serás por ela, se a abraçares.
ceies nenhum susto imprevisto, nem 9Ela fará sôbre a tua cabeça ador
os assaltos da tirania dos ímpios. nos graciosos, e te cobrirá com uma
26Por que o Senhor estará ao teu la corôa brilhante.
do, e guardará o teu pé para não se Caminho do justo e caminho do ímpio
res apanhado (no laço).
10Ouve, filho meu, e recebe as mi
Máxim as relativas à caridade e à nhas palavras, para que se multipli
Justiça para com o próximo quem os anos da tua vida. “ Eu te
27Não impeças que faça bem aquê- mostrarei o caminho da sabedoria,
le que pode; se podes, faze-o tu tam guiar-te-ei pelas veredas da eqüida-
bém. 28Não digas ao teu amigo: Vai de. ‘-Depois que tiveres entrado ne
e volta, amanhã te darei (o que pe las, os teus passos não serão dificul
des), quando tu lhes podes dar logo. tados, e, correndo, não encontrarás
29Não maquines nenhum mal contra tropêço. 13Pega-te bem à disciplina,
o teu amigo, tendo êle confiança em não a largues; guarda-a, porque ela é
ti. 30Não litigues contra um homem a tua vida. 14Não tenhas afeição às
sem motivo, quando êle te não fêz veredas dos ímpios, nem te agrade o
mal nenhum. 31Não tenhas inveja a caminho dos maus. 15Foge dêle, e
homem injusto, nem imites os seus não passes por êle; desvia-te, e dei
caminhos, 3-porque o Senhor abomi xa-o. 16Porque (os maus) não dor
na todo o enganador, e a sua intimi mem, sem terem feito mal; e não
dade é com os simples. 33Haverá in- podem conciliar o sono, se não tive
digência na casa do ímpio enviada pe rem feito cair alguém (nos seus la
lo Senhor, porém as habitações dos ços). 17Êles comem o pão da impie
justos serão abençoadas. 34Êle escar dade, e bebem o vinho da iniqüida-
necerá dos escarnecedores, e dará a de. 18Mas a vereda dos justos, como
sua graça aos humildes. 35Os sábios luz que resplandece, vai adiante, e
possuirão a glória; a exaltação dos cresce até ao dia pleno. 10O cami
insensatos converter-se-á em ignomí nho dos ímpios é tenebroso; não sa
nia. bem aonde vão cair.
M áxim as relativas à caridade e à Guarda do coração, da bôca, dos olho»
justiça p ara com o próximo e dos passos
A ^ u v i, filhos, as instruções de um 20Filho meu, ouve os meus discur
^ pai, e estai atentos para conhe sos, e inclina o teu ouvido às minhas
cerdes a prudência. 2Quero dar-vos palavras. 21Nunca as percas de vis
um belo dom, não abandoneis a mi ta; conserva-as no íntimo do teu co
nha lei. 3Porque eu fui também f i ração, 22porque são vida para os que
lho (querido) de meu pai, e amado as acham, e saúde para tôda a car
ternamente como filho único de m i ne. 23Aplica-te com todo o cuidado
nha mãe; 4e êle me ensinava e di possível à guarda do teu coração, por
zia: O teu coração receba as minhas que dêle é que procede a vida. 24A-
palavras, guarda os meus preceitos, e fasta de ti a malignidade da bôca, e
viverás. 5Possui a sabedoria, possui estejam longe de ti os lábios que
a prudência; não te esqueças nem te detraem. 25Os teus olhos olhem di
desvies das palavras da minha boca. reitos, e a tua vista preceda os teus
Cap. I v — 9. A virtude é p a ra o homem como um diadem a de grande valor e beleza.
12. Com a virtude vencem-se sem custo as dificuldades da vida, e quase não se sentem.
20-27. Tôdas as potências do homem devem concorrer para a vida moral, auxilian
do assim a prosperidade material.
4 - 6 LIVRO DOS PROVÉRBIOS 695
O bem, aquêle porém que anda bus nho, deixa a vergonha nas suas for
cando como fazer o mal, será por ê- tificações. 120 desejo do ímpio é a-
le oprimido. ^O que confia nas suas poiar-se na fôrça dos piores de to
riquezas, cairá; mas os justos germ i dos, mas a raiz dos justos há de pros
narão como uma folhagem verde. ^O perar.
que perturba a sua casa não possuirá Uso da língua
senão ventos; e o que é insensato ser
virá o sábio. "O fruto do justo é 13Pelos pecados da sua língua o
árvore de vida; e o que ganha as mau atrai a ruína sôbre sf, porém o
almas (para Deus) é sábio. "S e o justo escapará da angústia. 14Cada
justo é punido sobre a terra, quanto um será cheio de bens, conforme fô r
mais será o ímpio e o pecador? o fruto da sua bôca, e ser-lhe-á da
da a retribuição, conforme forem as
Os bons e os maus caracteres obras de suas mãos. 15Ao insensato
parece reto o seu proceder; o que po
1 0 *Aquêle que ama a correção, rém é sábio ouve os conselhos. 16Ò
ama a ciência, mas o que O- louco mostra logo a sua ira; porém
deia a repreensão é um insensato. o homem circunspecto dissimula a in
2Aquêle que é bom terá do Senhor júria. “ Aquêle que (sé) afirm a o que
graça; mas o que põe a confiança nos sabe, é uma testemunha fiel, mas o
seus próprios pensamentos, procede que mente é uma testemunha enga
como ímpio. 3Õ homem não se fir nadora. l8Há quem promete, e (logo
mará pela impiedade, mas a raiz dos em seguida), como ferido por uma
justos não será abalada. 4A mulher espada, é estimulado pela consciên
diligente é a coroa do seu marido, cia; porém, a língua dos sábios é
porém a que faz coisas dignas de (um a fonte de saúde). 19A bôca ver
confusão é (com o) a cárie nos seus dadeira será sempre constante, mas
ossos. 5Os pensamentos dos justos são a testemunha que é inconsiderada ur
cheios de justiça, mas os conselhos de uma linguagem de mentira. “ N o
dos ímpios, são cheios de fraude. 6As coração dos que pensam males há en
palavras dos ímpios são ciladas à v i gano, porém aquêles que têm conse
da do próximo; a bôca dos justos lhos de paz estarão na alegria. " N e
será a que o salva. V Deus) transtor nhum acontecimento pode contristar
na os ímpios, e não subsistirão; mas o justo, mas os ímpios estarão cheios
a casa dos justos permanecerá fir-, de mal. 22Os lábios mentirosos são
me. sO homem será conhecido pela abominação para o Senhor, mas os
sua doutrina, mas o que é vão e não que procedem fielmente agradam-lhe.
tem senso estará exposto ao desprê- 230 homem hábil encobre a ciência,
zo. 9Mais vale o pobre que tem o porém, o coração dos insensatos pro
preciso para viver, do que o jactan- clama a sua loucura.
cioso que não tem pão. 10O justo Operosidade
olha (a té) pela vida dos seus ani
mais, porém as entranhas dos ímpios 24A mão dos fortes dominará, po
são cruéis. “ Aquêle que lavra a sua rém, a que é preguiçosa será sujeita
terra será saciado de pão, porém o a pagar tributos. “ A melancolia no
que se entrega ao ócio é muito insen coração do homem abate-o,- porém,
sato. Aquêle que põe as suas deli uma boa palavra o alegrará- 26Aquêle
cias nas reuniões em que se bebe v i31 que por amor do seu amigo não repa
31. Se o justo 6 punido por suas fa lta s le v e s ...
Cap. X I I — 9. D o que o jactancioso.. .Ê o que vemos naqueles que, caídos d a sua.
nobreza, vivem na ociosidade e na miséria, e por consequência, cheios de vícios.
10. o virtuoso usa de caridade até com os anim ais; pelo contrário o perverso é cruel
mesmo com os seus semelhantes.
11. Deixa a verg o n h a ... Modo figurado de dizer que perderá tudo.
14. 0 homem colhe do que semeia; e, por isso, assim como tratar os outros, assim será
tratado.
18. Há quem p ro m e te ... H á pessoas que falam inconsideradamente, ferindo muitas
vêzes os corações. P a r a chagas assim abertas ê suave bálsam o a p alavra dum sábio,
dum virtuoso (p orém a língua dos s á b i o s ...).
702 LIVRO DOS PROVÉRBIOS 12 - 14
ra em sofrer alguma perda, é justo; doutrina produz a graça; porém no
porém o caminho dos ímpios os des caminho dos desprezadores há preci
viará. 270 fraudulento não achará pício. 10O homem prudente tudo faz
proveito; porém o cabedal do homem com conselho; mas o insensato des
(de bem) será ouro precioso. 28A v i cobre a sua loucura. 170 mensagei
da está na vereda da justiça, porém o ro do ímpio cairá na desgraça; mas
caminho extraviado conduz à morte. o embaixador fiel é saúde. 18Aquê-
le que abandona a disciplina, experi
P o b r e z a e r iq u e z a
mentará indigência e ignomínia; mas
1 O 70 filho sábio é (atento à) dou- o que se sujeita a quem o repreende,
ÃO trina do seu pai; o que porém será glorifiçado. 10O desejo (b o m ),
é mofador, não faz caso, quando é quando se cumpre, deleita a alma;
repreendido. 20 homem (ju sto) se os insensatos detestam os que fogem
rá saciado de bens pelo fruto da sua do mal. 20Aquêle que anda com os
bôca; porém a alma dos prevarica sábios, será sábio; o amigo dos insen
dores é (cheia de) iniqüidade. 3A- satos tornar-se-á semelhante a êles.
quêle que guarda a sua bôca guarda P r ê m io d o s ju s t o s
a sua alma, porém o que é inconside
rado no falar sentirá males. 21A desgraça persegue os pecado
40 preguiçoso quer e não quer; mas res; e os bens serão a recompensa dos
a alma dos que trabalham engordará. justos. 220 homem virtuoso deixa por
50 justo detestará a palavra menti herdeiro os seus filhos e netos; po
rosa, porém o ímpio confunde, e se rém a riqueza do pecador está reser
rá confundido. °A justiça guarda o vada para o justo. 23Há muito ali
caminho do inocente; porém, a impie mento nos campos paternos; mas os
dade causa a ruína do pecador. 7Há bens (amontoados) sem justiça são
quem pareça rico, não tendo nada, para outros. 24Aquêle que poupa a
e há quem pareça pobre, achando-se vara quer mal ao seu filho; mas o
no melo de muitas riquezas. sO res que o -ama corrige-o contlnuamente.
gate da vida do homem são as suas “ O justo come e sacia a sua alma;
riquezas; porém o que é jlobre está mas o ventre dos maus é insaciável.
livre de ameaças. 9A luz (ou prospe A s a b e d o r i a e a in s e n s a t e z e
ridade) dos justos alegra; porém, a s e u s e fe it o s
candeia dos ímpios apagar-se-á. “ En
tre os soberbos há sempre contendas; 1 A JA mulher prudente edifica a
porém aquêles que fazem tudo com sua casa; a insensata destrui
conselho regem-se pela sabedoria. “ Os rá com as suas próprias mãos a que
bens que se ajuntam muito depressa está já feita. 2Aquele que anda pe
diminuirão, mas os que se colhem à lo caminho direito, e que teme a Deus,
mão, pouco a pouco, multiplicar-se-ão. é desprezado por aquele que anda
12A esperança, que se retarda, afli pelo caminho infame. 3N a bôca do
ge a alma; porém (o bom) desejo insensato está a vara (ou castigo) da
que se cumpre, é uma árvore da v i sua soberba; mas os lábios dos sá
da. 13Aquêle que vitupera uma coi bios são a sua guarda. 4Onde não
sa (que a lei manda) torna-se réu há bois, a manjedoura está vazia; mas
para o futuro; porém o que teme o onde há muitíssimas searas, aí se ma
preceito, andara em paz. As almas nifesta a força do boi. 5A testemu
dolosas andam perdidas de pecado em nha fiel não mente; mas a testemu
pecado: mas os justos são compassi nha dolosa profere a mentira. ®0
vos e usam de misericórdia. 14A lei mofador busca a sabedoria, e não a
do sábio é uma fonte de vida, para encontra; para os hòmens pruden
evitar a ruína da morte. 15A boa tes a sabedoria é (coisa) fácil. 7Ca-
Cap. X I I I — 8. O resgate... Ê certo que o rico, com seu dinheiro, consegue vencer gran
des dificuldades, todavia o pobre tem a vantagem de estar livre de ameaças, que tiram
muitas vêzes o sossêgo ao rico.
15. Produz a graça, isto é, o favo r de Deus e dos homens.
Cap. X I V — 4. Onde não há bois, n&o h á cuidados com encher a m anjedoura de pasto
p a ra êles, m as é impossível cultivar os campos.
1 4 - 15 LIVRO DOS PROVÉRBIOS 70J
23 - B íblia Sagrada
706 LIVRO DOS PROVÉRBIOS 17 - 1$
casa cheia de vítimas com discórdia. e o que recusa aprender cairá nos
20 servo prudente dominará os filhos males. 17Aquêle que é amigo (v e r-
insensatos (do seu am o), e reparti dadeiro) é-o em todo o tempo; e o
rá a herança entre os irmãos. 3As- irmão conhece-se nas aflições. 180
sim como a prata se prova no fogo, homem insensato baterá com as mãos
e o ouro no crisol, assim o Senhor (fazendo gala) de ter ficado por fia-
rova os corações. 40 mau obedece dor do seu amigo. 19Aquêle que me
língua iníqua, e o enganador dá dita discórdias ama as rixas, e o que
ouvidos aos lábios mentirosos. 5A- levanta a sua porta busca a sua ruí
quêle que despreza o pobre, insulta na. 20O que é de coração perverso
o seu Criador, e o que se alegra com não achará o bem; e o que tem a
a ruína de outrem, não ficará im língua dôbre cairá no mal. mO in
pune. 6Os filhos dos filhos são a sensato nasceu para sua ignomínia,
coroa dos velhos; e a glória dos fi pois nem mesmo o pai se alegrará
lhos são os seus pais (virtuosos). 7As com um filho louco. 220 espírito ale
palavras graves não convêm ao insen gre torna a idade florida; o espírito
sato; nem a um príncipe o lábio men triste seca os ossos. 230 ímpio re
tiroso. 8A expectação de quem espe cebe presentes ocultamente, para
ra é uma pérola belíssima; para qual perverter as veredas da justiça. 24A
quer parte que êle se volta procederá sabedoria reluz no rosto do pruden
com prudência. 9Aquêle que encobre te; os olhos dos insensatos (andam
as faltas (alheias) busca amizades; vagueando) pelas extremidades da
o que as conta e repete, separa os que terra. “ O filho insensato é a indig
estão unidos. 10Ao homem prudente nação do pai, e a dor da mãe que
é mais util uma repreensão, do que 0 gerou. 26Não é bom fazer mal ao
ao insensato um cento de golpes. “ O justo, nem ferir o príncipe que jul
mau anda sempre armando pendên ga segundo a justiça.
cias, mas um anjo cruel será enviado 27Aquêle que é moderado nas suas
contra êle. 12É melhor encontrar u- palavras é douto e prudente; e o ho
ma ursa à qual foram roubados os mem erudito é de espírito calmo.
seus filhinhos, do que um insensa ^Até o insensato passará por sábio,
to que se fia na sua loucura. 13Quem se estiver calado, e por inteligente,
dá mal por bem jamais verá a des se conservar os seus lábios fechados.
ventura sair da sua casa. 140 que
começa contendas é como o que abre O verdadeiro amigo
(um dique de) águas, e (se é pru
dente) retira-se do litígio antes de ser 18 (l ue Q1101* separar-se do seu
apontado. 1° amigo busca ocasiões (para is-
s o ); será coberto de opróbrio em to
Justiça e tino prático do o tempo. 20 insensato não rece
be as palavras da prudência, a não
15Aquêle que absolve o réu, e o que ser que se lhe fale segundo o gosto
condena o justo, ambos são abominá do seu coração. sO ímpio, depois de
veis diante de Deus. 16De que serve ter caído no abismo dos pecados, tu
ao insensato ter grandes riquezas, do despreza; porém a ignomínia e o
não podendo comprar com elas a sa opróbrio o vão seguindo. 4As palavras
bedoria? Aquêle que levanta muito que saem da bôca do homem são co
alto a sua casa busca a sua ruína, mo uma água profunda; e a fonte
Cap. X V I I — 8. A expectação... Segundo o hebreu: Urna dádiva é urna pedra
preciosa aos olhos de quem a receoe.
11. A s revoltas contra a autoridade são perigosas, porque ela, com todos os poderes
na mão, m anda castigar os revoltosos por meio de mensageiros cruéis (a n jos cruéis).
14. Assim como a á gu a represada, abrindo-se-lhe um a pequena passagem, irrompe, sem
ser possível detê-la, assim também, provocada a contenda, as paixões irrompem b ru tal
mente.
19. O que levanta a sua porta. M etáfora p ara indicar um a ostentação arrogante, que
leva a gastar m ais do que se tem.
Cap. X V I I I — 4. A s pdlavras do homem virtuoso saem do íntimo do seu coração e
transfundem -se no espírito dos ouvintes como águas benéficas.
1 8 - 19 LIVRO DOS PROVÉRBIOS 707
da sabedoria é como a torrente que quêle que achou a uma mulher boa
transborda. 5Não é bom ter consi achou o bem, e receberá do Senhor
derações com a pessoa do ímpio, pa um manancial de alegria. Aquêle
ra te desviares da verdade do julga que expulsa (da casa) uma mulher
mento. virtuosa, expulsa o bem; mas o que
O fa la r insensato retém a adúltera, é um insensato e
6Os lábios do insensato metem-se um ímpio. ^O pobre fala suplican
em disputas, e a sua boca provoca do, e o rico responde com aspereza.
contendas. 7A boca do insensato fe- 240 homem amável no trato será mais
re-o a êle próprio, e os seus lábios estimado do que um irmão.
são a ruína da sua alma. 8As pala Elogio da humildade, da mansidão
vras do homem de língua dôbre pa e da paciência
recem simples, mas penetram até ao
intimo das entranhas. 90 tem or a- 1 Q ^ a i s vale o pobre que anda na
bate o preguiçoso; e as almas dos 1J sua simplicidade, do que o ri
efeminados terão fome. 10*O nome do co de lábios perversos e insensato.
Senhor é uma tôrre fortíssima; a êle 2Onde não há (prudência que é a)
se acolhe o justo, e encontra um re sabedoria da alma, não há bem; e
fúgio elevado. nA riqueza do rico é quem anda precipitado, tropeçará.
a sua cidade forte, e como que uma 3A estulticia do homem perverte os
forte muralha que o cerca. 120 co seus passos, e ferve no seu coração
ração do homem exalta-se antes de (de cólera) contra Deus. 4As rique
ser abatido, e humilha-se antes de zas multiplicam muito os amigos; mas
ser glorificado. 13Aquêle que respon do pobre separam-se mesmo aquêles
de antes de ouvir, mostra ser um in que teve. 5A testemunha falsa não
sensato e digno de confusão. 140 es ficará impune; e o que diz mentiras,
pirito (ou v ig o r) do homem sustenta não escapará. °São muitos os que
a sua fraqueza, mas quem poderá honram a pessoa do poderoso, e os
suster um espírito que iàcilmente se que são amigos do que reparte dá
deixa levar aa ira? 15*0 coração pru divas. 7Os irmãos do homem pobre
dente possuirá a ciência; e o ouvido aborreceram-no; e, além disso, os seus
dos sábios busca a doutrina. próprios amigos se retiraram para
Tribunais e litígios
longe dêle.
Aquêle que só busca palavras, não
16Os presentes que um homem dá, terá nada; 8mas o que é possuidor
abrem-lhe um dilatado caminho, e do seu coração ama a sua alma; e
dão-lhe lugar diante dos príncipes. o conservador da prudência encon
170 justo é o primeiro que a si mes trará bens. 9A testemunha falsa não
mo se acusa; vem depois o seu ami ficará impune, e o que diz mentiras,
go que o sondará. 18A sorte apazigua perecerá. 10Ao insensato não estão
as contendas, e decide entre os pró bem as delícias, nem ao escravo o
prios poderosos. 190 irmão, que é dominar os príncipes. “ A doutrina
ajudado por seu irmão, é como uma do homem conhece-se pela paciência,
cidade forte, e os seus juízos são co e a sua glória é passar por cima das
mo os ferrolhos das cidades. “ Do injúrias a êle feitas. 12Assim como
fruto da bôca do homem se encherá é terrível o bram ido. do leão, assim
o seu ventre, e o produto dos seus também o é a ira do rei, e do mes
lábios o saciará. 21A morte e a vida mo modo que o orvalho cai sobre a
estão em poder da língua; os que a erva, assim anima igualmente o seu
amam comerão dos seus frutos. 22A- ar prasenteiro. 130 filho insensato é
10. U m refúgio elevado, onde os inimigos n&o podem chegar.
16. U m dilatado caminho p ara conseguir o que quer. — E dão-lhe lu g a r ... Alusão
ao costume dos orientais de levar presentes, principalmente quando visitavam os príncipes.
19. Os seus ju iz e s ... isto é, as demandas, as discórdias, principalmente entre irmãos»
fecham tanto os corações como os ferrolhos fecham as portas das cidades.
20. C ada um sofre as consequências das suas palavras.
21. A língua influi poderosamente tanto para o bem como p ara o mal.
Cap. X IX . — 8 . Possuidor do seu coração, isto é, sensato.
708 LIVRO DOS PROVÉRBIOS 19 - 2 0
lão, não separarias dêle a sua estul- caminho, cairá no fôsso que êle mes
tícia. mo abriu; e os inocentes possuirão os
Felicidade dos que trabalham na seus bens. “ O homem rico julga que
agricultura é sábio; mas o pobre que é prudente
sondá-lo-á. 12N a prosperidade dos
23Conhece diligentemente o aspecto justos há muita gloria; mas, quan
do teu gado, e considera os teus re do reinam os ímpios, acontecem as
banhos, 24porque nem sempre terás ruínas dos homens. 13Aquêle que es
poder sôbre êles; mas a tua coroa conde as suas maldades não será bem
passará de geração em geração. 25*A - sucedido; aquêle porém que as con
briram-se os prados, e brotaram as fessar e se retirar delas, alcançará
verdes ervas, e recolheu-se o feno misericórdia. 14Bem-aventurado o ho
dos montes. ^Os cordeiros são para mem que está sempre com temor;
te vestires, e os cabritos são para mas o que é de coração duro cairá
comprar um campo. 27Basta-te o lei no mal. “ Como um leão que ruge,
te das cabras para o teu sustento, e e um urso faminto, assim é um prín
para o sustento da tua fam ília e pa cipe ímpio sôbre um povo pobre.
ra manter as tuas escravas.
16Um príncipe falto de prudência
Contra os ricos injustos, os tiranos, oprimirá muitos pelas suas calúnias;
os avaros e os violentos porém os dias do que aborrece a ava
2J2 ímpio foge, sem que nin- reza serão prolongados. 17Um homem
guém o persiga; o justo, po que derramou sangue inocente, se fu
rém, como leão afouto, estará sem gir para uma fossa, ninguém acudirá
terror, 2P or causa dos pecados dum a detê-lo. 18Aquêle que anda em sim
país são muitos os seus príncipes; plicidade será salvo; porém o que an
mas, se o homem possui a sabedoria da por caminhos perversos cairá por
e a ciência do que se diz, será mais uma vez. 19Aquêle que lavra a sua
dilatada a vida do príncipe. 30 ho terra, terá fartura de pão; mas o que
mem perverso, que oprime os pobres, ama a ociosidade estará cheio de m i
é semelhante a uma chuva impetuo séria. “ O homem fie l será muito lou
sa que prepara a fome. 4Aquêles que vado; porém o que tem pressa de se
abandonam a lei louvam o ímpio; os enriquecer não será inocente. “ Aquê
que a guardam irritam-se contra êle. le que, quando julga, faz distinção
5Os homens maus não cuidam do que de pessoas, não procede bem; um tal
é justo; mas os que buscam o Senhor homem abandona a verdade por um
atendem a tudo. 6Melhor é o pobre simples bocado de pão. 220 homem
que anda na sua simplicidade, do que gue se apressa por enriquecer, e tem
o rico que anda por caminhos per inveja aos outros, não sabe que há
versos. 7Aquêle que guarda a lei é de vir sôbre êle a pobreza.
filho sábio; mas o que sustenta co “ Quem corrige uma pessoa, por fim
milões envergonha seu pai. 8Aquêle ser-lhe-á agradável, mais do que a-’
que amontoa riquezas por meio de uêle que a engana com as lisonjas
usuras e interêsses injustos, ajunta- a língua. 24Aquêle que tira alguma
as para o que há de ser liberal com coisa a seu pai e â sua mãe, e diz
os pobres. 9Quem desvia os seus ou que isto não é pecado, é semelhante
vidos para não ouvir a lei, até a sua no crime ao homicida. 25Aquêle que
oração será execrável. 10Aquêle que se vangloria e se incha de soberba,
seduz os justos, levando-os a um mau1 excita contendas; mas o que espera
24. M as a tua coroa. . . Coroa sim boliza aqui a prosperidade agrícola, o hebreu, com
m ais propriedade, diz negativam ente: N e m a tua coroa. . .
Cap. X X V I I I — 1. Agitado pelos remorsos, o perverso treme com o mover duma fôlha.
Feio contrário, a boa consciência nada teme.
2. o s crimes dum país são muitas vêzes castigados com revoluções, que dão origem
a multiplicidade dos governantes. A sabedoria, porém, dos cidadãos dâ a paz ao pais,
permitindo aos reis estar muito tempo sôbre o trono.
9. A oração, feita com afeto ao pecado, não é agradável a Deus.
14. Com temor de ofender a Deus.
17. D o homem sanguinário ninguém tem compaixão.
28 - 30 LIVRO DOS PROvERBIOS 717
no Senhor, será curado. “ Aquêle que contraram-se; o Senhor é que alumia
confia no seu coração, é um insensa um e outro. “ Quando o rei julga
to; porém o que anda sàbiamente os pobres conforme a verdade, o seu
será salvo. 27Aquêle que dá ao po trono se firm ará para sempre. 15A
bre, não terá necessidade; aquêle que vara e a correção dão -sabedoria; o
o despreza quando lhe pede, cairá menino, porém, que é abandonado à
na penúria. “ Quando os ímpios fo sua vontade, é a vergonha de sua
rem elevados, enconder-se-ão os ho mãe. 16Com a multiplicação dos ím
mens (de bem ); quando êles perece pios se multiplicarão as maldades; e
rem, multiplicar-se-ão os justos. os justos verão a sua ruína.
17Educa bem o teu filho, e êle con-
R egras de bom govêmo, de educação solar-te-á, e será as delícias da tua
e de virtude alma. “ Quando faltar a profecia, dis-
7 0 *0 homem que despreza com sipar-se-á o povo; aquêle porém que
cerviz dura a quem o repreen guarda a lei é bem-aventurado. “ Não
de, cairá de repente em total ruína, bastam as palavras para corrigir um
e não terá mais remédio. 2Sob o go- escravo, porque êle compreende o que
vêrno dos justos está alegre o povo; tu dizes, mas despreza obedecer.
quando os ímpios tomam o govêrno, “ Viste um homem precipitado no fa
o povo geme. aO homem que ama lar? Mais se devem dêle esperar lou
a sabedoria alegra seu pai; o que po curas do que a emenda. “ Aquêle que
rém sustenta prostitutas perderá os cria delicadamente o seu criado desde
seus bens. 40 rei justo faz florescer a infância, depois experimentá-lo-á
o seu país; o homem avarento des contumaz. 220 homem colérico exci
truí-lo-á. ta rixas; e o que fàcilmente se indig
na será mais propenso a pecar. “ A
50 homem que, quando fala ao seu humilhação segue o soberbo; porém
amigo, usa de uma linguagem lison- o humilde de espírito será glorifica-
jeira e fingida, arma uma rêde aos do. 24Aquêle que se associa com o
seus passos. 6Ô homem pecador e ladrão, aborrece a sua própria alma;
iníquo cairá no (seu mesmo) laço; e ouve o juramento, e nada denuncia.
o justo louvará (a Deus) e regozijar- “ Aquêle que teme o homem, depres
se-á. 70 justo informa-se da causa sa cairá; o que espera no Senhor se
dos pobres; porém o ímpio ignora a rá levantado. “ São muitos os que
ciência. *Os homens corrompidos des- buscam a face (o favor) do príncipe;
troem a cidade; os sábios porém acal orém do Senhor depende a verda-
mam o furor. °Se o homem sábio eira sentença de cada um. “ Os jus
disputar com o insensato, quer êle se tos abominam o homem ímpio, e os
agaste, quer se ria, não achará des ímpios, abominam aquêles que estão
canso. 10Os homens sanguinários a- no caminho reto. O filho que guar
borrecem o simples; mas os justos da a palavra (de Derts) será isento
procuram conservar-lhe a vida. uO da perdição.
insensato diz logo tudo o que tem no
espírito; o sábio não se apressa, mas Sentenças de A g u r
reserva-se para depois. 120 príncipe
que ouve de bom grado as palavras OA ‘ Palavras (ou sentenças) do que
da mentira, só os ímpios tem por congrega, filho do que espalha
ministros. 130 pobre e o credor en as verdades. Visão, que expôs um
Cap. X X IX — 4. O homem avarento, o rei que se deixa vendèr por presentes.
7. A ciência que se refere aos direitos dos pobres.
9. N ão achará descanso, isto é, em bora se canse, nenhum resultado tira rá d a sua
discussão com o insensato.
13. o rico e o pobre são iguais diante de Deus, que lhes concede os mesmos favores.
18. Sem a doutrina e as ações dos homens enviados e inspirados por Deus, a cor
rupção invade a sociedade. A salvação dos povos e dos indivíduos está na observância
d a lei divina. , ,
25. Quem teme os homens como que está prêso por um laço, que na prim eira ocasião
o fa z cair no pecado ou na desventura.
Cap. X X X __ 1. Sentenças do que con g reg a ... Segundo o hebreu: Sentenças de A gur,
718 LIVRO DOS PROVÉRBIOS 30
homem, com quem Deus está, e que, tre os homens. 15A sanguessuga tem
tendo sido confortado pela assistên duas filhas que dizem: Traze, traze.
cia de Deus que reside nêle, disse: Há três coisas que são insaciáveis; e
2Eu sou o mais insensato dos ho uma quarta que nunca diz: Basta.
mens, e a sabedoria dos homens não 10O inferno, a mulher (e sté ril), a ter
está em mim. 3Eu não aprendi a ra que nunca se farta de água, e
sabedoria, e não conheci (p or m im o fogo que nunca diz: Basta.
p róprio) a ciência dos santos. 4Quem "Quanto ao ôlho do que escarnece
subiu ao céu, e desceu dêle? Quem de seu pai, e do que despreza a mãe
reteve o vento nas suas mãos? Quem que o deu à luz, arranquem-no os
envolveu as águas como num vesti corvos que andam à borda das tor
do? Quem firmou tôda a extensão da rentes, e comam-no os filhos da á-
terra? Qual é o seu nome, e qual é guia. 18Três coisas me são dificul
o nome de seu filho, se é que o sabes? tosas (de entender), e uma quarta
“Tôda a palavra de Deus é purifi eu a ignoro inteiramente: 10O cami
cada pelo fogo; êle é um escudo pa nho da águia, pelo ar, o caminho da
ra os que esperam nêle. 6Não acres cobra sôbre a pedra, o caminho da
centes nada às suas palavras, para nau no meio do mar, e o caminho
não sêres por isso repreendido e fi do homem na sua mocidade. 20T al
chado mentiroso. é também o caminho da mulher adúl
7Duas coisas (6 Senhor) são as que tera, a qual come, e, limpando a bô-
te pedi; não mas negues antes que ca, diz: Eu não fiz mal nenhum.
morra: 8Afasta de mim a vaidade e Pessoas insuportáveis
as palavras mentirosas; nào me dês
nem a pobreza, nem as riquezas; dá- 21A terra estremece com três coi
me somente o que for necessário pa sas e uma quarta não a pode supor
ra viver; °para que não suceda que, tar: “ Com um escravo que chega a
estando eu saciado, seja tentado a reinar; com um insensato que chega
renunciar-te, e a dizer (com arrogân à abundância; “ com uma mulher odio
cia ): Quem é o Senhor? ou que, cons sa, que um homem desposou, e com
trangido pela indigência, me ponha uma escrava que ficou a herdeira da
a furtar, e perjure o nome do meu sua senhora. “ Quatro coisas há sô
Deus. 10Não calunies o servo diante bre a terra, que são muito pequenas,
do seu senhor, para que não suceda e que são mais sábias do que os mes
êle amaldiçoar-te, e caíres. mos sábios: 25As formigas, êsse fraco
"H á uma casta de gente que amal povo, que faz o seu provimento du
diçoa o seu pai, e que não abençoa rante a messe; 26os coelhos, êsse povo
a sua mãe. 12Há uma casta de gente tímido, que faz a sua habitação nos
que se julga pura, e contudo não es rochedos; ^os gafanhotos, que não
tá limpa das suas manchas. 13Há têm rei, e que todavia saem todos
uma casta de gente cujos olhos são ordenados em seus esquadrões; “ a sa-
altivos, e as suas pálpebras levanta ramantiga, que trepa com suas mãos,
das para cima. 14Há uma casta de e que habita no palácio dos reis. £9H á
gente que, em lugar de dentes, tem três coisas que andam com muito
espadas, e mastiga com os seus quei garbo, e uma quarta que anda mag-
xais, para devorar os que não têm nificamente: 30O leão, o mais forte
nada na terra, e que são pobres en dos animais, de nada que encontre
filho de Jake, de Massa. S. Jerônimo, na vu lg a ta , deu a êstes nomes próprios u m a
significação simbólica.
4. A natureza divina excede as fôrças d a inteligência humana. Provam -no as m aravi
lhas da criaç&o. •
5. Tôda a palavra de Deus é sincera e perfeita como o metal passado pelo cadinho.
9. P e r ju r e ... isto é, blasfem e dêle, considerando-o causador do meu roubo.
11-14. Quatro espécies de vícios: Ingratidão dos filhos, hipocrisia, orgulho, rapacidade.
16. A mulher (estéril), no sentido de mulher entregue aos prazeres sensuais.
19. o sábio adm ira como a á gu a se pode sustentar a tão grande altura, como a ser
pente sem pés pode subir a um rochedo, corno um a pesada nau se sustenta sôbre a s
águas, e o caminho do jovem tão inconstante nas suas coisas.
30 - 31 LIVRO DOS PROVÉRBIOS 719
terá mêdo; 31o galo, que anda muito lhe dará o bem, e não o mal, em
senhor de si; o carneiro; e um rei, todos os dias da sua vida. 13Buscou
a quem nada resiste. 32T al homem lã e linho, e fêz labores com a in
que foi elevado a um alto pôsto; por dústria de suas mãos. 14Ela é como
que, se tivesse tido inteligência, teria a nau do negociante, que traz de lon
posto a mão sôbre a sua bôca. 33Quem ge o seu pão. 15Ela levanta-se ainda
aperta muito o úbere para tirar leite de noite, e distribui alimento pelos
faz sair dêle um suco espêsso; quem seus domésticos, e o sustento pelas
se assoa violentamente tira sangue; suas criadas. 16Pôs a mira em um
assim aquêle que excita a ira produz campo, e comprou-o; plantou uma
discórdias. vinha com o ganho das suas mãos.
Sentenças do rei Lam uel 17Cingiu os seus rins de fortaleza, e
fortaleceu o seu braço. 18Tomou-íhe
J1 p ala vra s do rei Lamuel. Visão o gosto, e viu que o seu trabalho for
(ou doutrina inspirada) com tifica; a sua candeia não se apagará
que o instruiu sua mãe. 2Que te de noite. 19Aplicou a sua mão a coi
direi eu), meu amado filho? (Que te sas fortes, e os seus dedos pegaram
direi eu), amado fruto das minhas no fuso. “ Abriu a sua mão para o
entranhas? Que (te direi eu), terno necessitado, e estendeu os seus bra
objeto dos meus desejos? 8Não dês ços para o pobre. “ Não temerá que
os teus bens a mulheres, nem empre venham sôbre a sua fam ília os rigo
gues as tuas riquezas em destruir res da neve, porque todos os seus
reis. domésticos trazem vestidos forrados.
4Não dês aos reis, ó Lamuel, não “ Ela fêz para si um vestido acolchoa
dês vinho aos reis, porque não há do; vestiu-se de linho finíssimo e de
segrêdo onde reina a embriaguez. 5E púrpura. ^Seu marido será ilustre
para que não suceda que êles bebam na assembléia dos juizes, quando es
e se esqueçam da justiça, e atrai- tiver assentado com os anciãos da
çoem a causa dos filhos do pobre. terra. 24Fêz uma túnica de linho e
°Dâ aos que estão aflitos um licor vendeu-a, e entregou um cinto ao
forte, e vinho aos que estão em amar (negociante) Cananeu. 25A fortaleza
gura de coração; 7para que êles be- e o decôro são os seus atavios; e ela
bam e se esqueçam da sua pobreza, rirá no último dia. 26Abriu a sua
e não se lembrem mais da sua dor. boca com sabedoria, e a lei da cle
8Abre a tua boca a favor do mudo, mência está na sua língua. 27Consi-
e para defenderes as causas de todos derou as veredas da sua casa, e não
os filhos abandonados. 9Abre a tua comeu o pão ociosa. “ Levantaram-
boca, ordena o que é justo, e faze se seus filhos, e aclamaram-na dito-
justiça ao necessitado e ao pobre. síssima; (levantou-se) seu marido, e
louvou-a. 29Muitas filhas ajuntaram
A mulher forte
riquezas; tu excedeste a tôdas. 30A
10Quem achará uma mulher forte? graça é enganadora, e a formosura
O seu valor excede tudo o que vem é vã; a mulher que teme ao Senhor,
de longe, e dos últimos confins da manifestou-se um insensato, depois
terra. nO coração de seu marido põé essa é a que será louvada. 31Dai-lhe o
nela a sua confiança, e êle não neces fruto das suas mãos; e as suas obras
sitará de despojos (para v ive r). 12Ela a louvem na assembléia dos juizes.
Cap. X X X I — 3. N e m em pregu es... segundo o hebreu, que é mais conforme com o
contexto: N e m dês os teus caminhos às (m ulheres) que corrompem os reis.
17. Cingiu os seus rins. Alusão ao costume de levantar um pouco os vestidos, atando-os
à cintura, a fim de ficarem mais desembaraçados para o trabalho.
18. A candeia acesa de noite é indício de trabalho incessante, é símbolo de prosperidade.
25. E ela rirá . . . segundo o hebreu: Ela ri-se do futuro, não se preocupa com êle,
porque tem tudo prevenido.
27. Considerou.. . atendeu às menores particularidades d a vida doméstica.
29. Muitas filhas, isto é, muitas m ulheres. . . s ã o estas as p alavras com que o m arido
■e filhos fazem o elogio da mulher forte.
31. D ai-lhe do fruto . . ., isto é, dai-lhe o elogio que ela merece pelos seus trabalhos.
LIVRO DO ECLESIASTES
Eclesiastes (hebr. Cohelet) significa: aquêle que fala à Assembléia, o
pregador. Ê pois uma coleção de pensamentos filosóficos, colocados em or
dem (nem sempre perceptível) e expostos ao povo, ora em prosa, ora em
poesia.
Nêste livro a Sabedoria Divina prega, mostrando a vaidade .e fragilidade
das coisas humanas, para que os homens aprendam a orientar-se sàbiamen-
te, enquanto vivem nêste mundo, dirigindo sempre seus passos para a eterna
bem-aventurança.
Abatidos os ídolos da ciência, do prazer e da riqueza, demonstra que
tudo depende de Deus (1 - 3,15). Em seguida, examina as misérias da
vida e mostra o homem impotente para se livrar do sofrimento e alcançar a
felicidade (3,16 - 5,19). Examinadas outras misérias, dá algumas regras
práticas para a felicidade (6 - 8). Sempre examinando misérias, coloca a
filosofia da vida no comer, beber e viver alegremente no santo temor de
Deus e no cumprimento dos deveres religiosos, pensando que Deus pedirá
razão de tudo aquilo que tivermos feito em vida (9 - 12,7).
O autor sagrado, para demonstrar as vaidades das coisas terrenas, toma
como exemplo Salomão, que de vez em quando fala diretamente. O livro
parece ter sido escrito entre o século III e ll antes de Cristo.
sato anda nas trevas; todavia reco- seus trabalhos? Mas isto vem da
nheci que ambos êles morrem igual mão de Deus. “ Quem poderá rega
mente. 15E disse dentro no meu co lar-se e abundar em delícias tanto
ração: Se eu e o insensato devemos como eu? (E todavia sou infeliz).
morrer igualmente, de que me serve 26Deus, ao homem que lhe é agradá
ter-me eu aplicado com maior des- vel, dá sabedoria, e ciência, e alegria;
vêlo à sabedoria? E, tendo discor mas ao pecador dá aflição e cuidado
rido sôbre isto comigo mesmo, adver supérfluo para que ajunte e acumu
ti que também isto era vaidade. 16Por- le bens e os deixe a quem Deus qui
que a memória do sábio, do mesmo ser. E também isto é vaidade, e um
modo que a do insensato, não será e- inútil tormento do espírito.
terna, e os tempos futuros sepultarão
tudo igualmente no esquecimento; Tudo tem o seu tempo
tanto morre o sábio como o ignoran
te. 17E por isso a minha vida se me O 7Tôdas as coisas têm o seu tem-
tornou fastidiosa, vendo que tudo é ** po. e tôdas elas passam debai
mau debaixo do sol, e que tudo é vai xo do céu segundo o tempo que a
dade de espírito. cada uma foi prescrito. 2Há tempo
de nascer, e tempo de morrer. Há
Todos hão de deixar a outros o fruto tempo de plantar, e tempo de arran
do seu trabalho car o que se plantou. • 3Há tempo
de matar, e tempo de sarar. Há tem
16Em conseqüência disto detestei po de destruir, e tempo de edificar.
tôda aquela aplicação, com que eu ti 4Há tempo de chorar, e tempo de rir.
nha trabalhado tanto debaixo do sol, Há tempo de se afligir, e tempo de
tendo de deixar depois de mim um dançar. °Há tempo de espalhar pe
herdeiro, 19que ignoro se será sábio dras, e tempo de as ajuntar. Há
ou insensato, mas que será senhor dos tempo de dar abraços, e tempo de
meus trabalhos, em que eu suei e me se afastar dêles. °Há tempo de ad
afadiguei; é há coisa que seja tão quirir, e tempo de perder. Hã tem
vã? 20Por êste motivo dei de mão po de guardar, e tempo de lançar
a tôdas estas coisas e o meu cora fora. 7Há tempo de rasgar, e tem
ção renunciou a afadigar-se mais por po de coser. Há tempo de calar, e
nada dêste mundo. 21Porque, depois tempo de falar. 8Há tempo de a-
de um homem ter trabalhado com sa mor, e tempo de ódio. Há tempo
bedoria, e doutrina, e diligência, vem de guerra, e tempo de paz.
a deixar tudo o que adquiriu a um
homem ocioso. E isto é também vai Incerteza do futuro
dade e um grande mal. “ Porquanto,
que proveito tirará o homem de to 9Que proveito tira o homem de to
do o seu trabalho, e da aflição de do o seu trabalho (realizado sem
espírito, com que é atormentado de Deus) ? 10Eu vi o trabalho penoso
que Deus deu aos filhos dos homens
baixo do sol? “ Todos os seus dias são
cheios de dores e de amarguras, nem e para que sejam atormentados por
de noite descansa com o pensamen êle. “ Tudo êle fêz bem a seu tem
to. E náo é isto uma vaidade (ou po, e entregou o mundo às suas
miséria) ? disputas, sem que o homem possa co
C o n c lu s ã o 2
4
nhecer as obras que Deus fêz des
de o princípio até ao fim. 12E eu re
24Não é melhor comer e beber e fa conhecí qúe não havia nada melhor,
zer bem à sua alma, com o fruto dos do que alegrar-se o homem, e fazer
usar dos olhos para ver o que se passa em volta dêle, e orientar dêste modo a sua vida.
O insensato não procede assim, e por isso a n d a n a s t r e v a s .
17. E p o r i s s o a m i n h a v i d a neste mundo s e t o r n o u f a s t i d i o s a , e desejei o céu, onde
há recompensa para tôdas as ações.
24-25. Para ser fe liz nâo basta gozar de todo o prazer honesto. A felicidade ê um dom
que só Deus pode comunicar.
Cap. I I I — 7. R a s g a r os vestidos em sinal de dor.
11. T u d o ê l e f ê z b e m . Alusão à h istó ria da criação.
3 - 4 LIVRO DO ECLESIASTES 723
que lhe serve logo ter trabalhado é im orta l) não ficará saciada com is
para o vento? 18Todos os dias de so. 8Qual é a vantagem do sábio sô-
sua vida comeu nas trevas (do in for bre o insensato? Qual é a do pobre,
tú n io ), no meio de muitos cuidados, senão que caminha para o lugar on
e em miséria e tristeza. de está (aquilo de que precisa para
sustentar) a vida? °Melhor é ver o
O b e m -e sta r que se deseja, do que desejar o que
17Pareceu-me, pois, bem que o ho se ignora. Mas também isto é vai
mem coma e beba (sobriam ente), e dade e presunção do espírito. 10Aquê-
colha com alegria o fruto do seu tra le que há de ser, é já chamado pe
balho com que se afadigou debaixo lo seu nome; e sabe-se que êle é ho
do sol durante o número dos dias mem, e que não pode disputar em
da sua vida, os quais Deus lhe deu; juízo contra quem é mais forte do
e esta é a sua parte. 18E quando que êle. 11Fala-se muito nas dis
Deus deu a um homem riquezas e cussões, e em tôdas elas há muita
bens, e a possibilidade de comer de vaidade.
las e desfrutar a sua parte, e viver O q u e é m e lh or
alegre do seu trabalho, isto é um dom •7 *Que necessidade tem o homem
de Deus. 19Porque não se lembrara
muito dos dias da sua vida, visto que 9 de inquirir coisas superiores à
Deus ocupa de delícias o seu coração. sua capacidade, quando ignora o que
lhe é vantajoso na sua vida, enquan
In fe lic id a d e do qu e m orre sem ter to dura o (pequeno) número dos dias
go z ad o dos seu s ben s da sua peregrinação, e o tempo dêle
que passa como sombra? Ou quem
£ 2Há ainda outro mal, que eu te- lhe poderá mostrar o que está para
v nho visto debaixo do sol, e que suceder depois dêle debaixo do sol?
é freqüente entre os homens: 2Úm 2É melhor o bom nome do que os
homem, a quem Deus deu riquezas, bálsamos preciosos, e o dia da morte
e bens, e honra, e nada falta à sua (do justo) do que o dia do nasci
alma de quantas coisas deseja; e Deus mento. 3É melhor ir a uma casa que
não lhe concedeu faculdade para co está de luto, do que a uma casa de
mer delas, mas virá um estranho que banquete, porque naquela recorda-se
há de devorar tudo; isto é uma vai (com proveito) o fim de todos os ho
dade e uma grande miséria. 3Se um mens, e o que está vivo considera
homem tiver um cento de filhos, e (indo lá) no que (u m dia) lhe há
viver muitos anos, e contar nume de acontecer. 4É melhor a ira do
rosos dias de vida, e a sua alma se que o riso, porque, pela tristeza que
não utilizar dos bens que possui, e aparece no rosto, se.corrige o cora
se vier a ser privado ae sepultura, ção do delinquente/ *(E assim) o
dêste homem não duvido afirmar que coração dos sábios está onde se en
um aborto vale mais do que êle. contra a tristeza (salutar), e o co
4Porque êste veio ao mundo debalde, ração dos insensatos onde se encon
e vai para as trevas (do sepulcro), e tra a alegria (frív o la ). melhor
o seu nome ficará sepultado no es ser repreendido pelo sábio do que
quecimento, 5sem ter visto o sol, nem ser enganado pela adulação dos in
ter conhecido a diferença entre o sensatos; 7porque, como o ruído dos
bem e o mal. 6(P orém , o avarento) espinhos ardendo debaixo de uma
ainda que tivesse vivido dois mil anos, panela, assim é o riso do insensato;
se não gozou dos seus bens, porven mas também isto é vaidade. 8A ca
tura não vai tudo (com e le) para o lúnia turba o sábio, e ela abaterá a
mesmo lugar (que é o túm ulo) ? firmeza do seu coração.
7Todo o trabalho do homem é pa 9É melhor o fim dum discurso (ou
ra a sua bôca; mas a sua alma (que negócio), do que o princípio. É me-
Cap. V I — 10. Êste versículo, bastante obscuro, parece sig n ifica r que o homem é obri
gado a submeter-se ao seu destino, v isto não lhe poder re sistir.
Cap. V I I — 4. É m e lh o r a ira , a austeridade que repreende Um culpado, do que o riso
que aprova.
726 LIVRO DO ECLESIASTES 7
lhor o homem paciente, do que o ar te do que dez príncipes de uma ci
rogante. 10Não sejas fãcil em te ira dade. 21Porque não há homem justo
res, porque a ira repousa no coração sôbre a terra, que faça o bem, e que
do insensato. não peque. 22*N ão inclines o teu co
Sentenças relativas à sabedoria
ração a ouvir tôdas as palavras que
se dizem, para que não ouças talvez
nNão digas: Donde vem que os o teu servo dizer mal de ti; ^porque
tempos passados foram melhores que a tua consciência sabe que também
os de agora? porque semelhante per tu muitas vêzes tens dito mal dos
gunta é indiscreta. 12A sabedoria com outros.
riquezas é mais útil, e aproveita mais 24Tudo tentei por adquirir a sabe
aos que vêem o sol. 131 P orque, as
4 doria. Eu disse: Far-me-ei sábio, e
sim como a sabedoria protege, assim a sabedoria retirou-se para longe de
também protege o dinheiro; mas a mim, “ muito mais do que dantes es
erudição e a sabedoria têm a vanta tava. A sua profundidade é grande,
gem de darem a vida (sobrenatural) quem a poderá sondar?
ao seu possuidor.
A mulher
A sabedoria consiste em ocupar o têrmo
médio, evitando todos os excessos “ Eu discorrí no meu espírito por
tôdas as coisas, para saber e consi
14Considera as obras de Deus, e que derar e buscar a sabedoria e a razão
ninguém pode corrigir a quem êle de tudo, e para conhecer a impiedade
desprezou. 151 Goza dos bens no dia do insensato, e o êrro dos impruden
7
6
bom, e prepara-te para o mau dia, tes; " e achei que é mais amargosa
porque Deus, assim como fêz êste, do que a morte a mulher (co rro m
assim também fêz aguêle, sem que pida), a qual é um laço de caçado
o homem tenha motivo justo de se res, e o seu coração uma rêde, e as
(jueixar contra êle. 18Eu também vi suas mãos umas cadeias. Aquêle que
isto nos dias da minha vaidade: O agrada a Deus fugirá dela; o que
justo perece na sua justiça, e o ím porém é pecador, será apanhado por
pio vive muito tempo na sua malí
cia. 17*N ão sejas muito justo, nem se ela. ^Eis o que eu achei, diz o Ecle-
jas mais sábio do que é necessário, siastes, depois de ter conferido uma
para que não percas a razão. 18Não coisa com outra, para encontrar a
te obstines nas ações criminosas, e razão, ^que a minha alma ainda bus
não sejas insensato, para que não ca sem a ter encontrado. Entre m il
venhas a morrer antes do tempo. homens achei um (digno dêste no
19Bom é que sustentes o justo, mas m e), e entre tôdas as mulheres nem
também não retires a tua mão da uma só achei. 30O que eu únicamen
quele que o não é, porque o que te te achei foi que Deus criou o homem
me a Deus nada despreza. reto, e que êle mesmo se meteu em
V alor da sabedoria
infinitas questões (e perigos). Quem
é como o sábio? e quem conhece a
*°A sabedoria fêz o sábio mais fo r explicação das coisas?
11. N ã o d i g a s . . . A ssim procedem os espíritos melancólicos, que olham para o passado
como para um tempo heróico, que ficam indolentes e triste s a respeito do presente, e
desesperam do futuro.
14. A sabedoria consiste principalmente na conformidade com a vontade de Deus, em
bora n&o conheçamos o motivo - do seu proceder.
16. o j u s t o p e r e c e . . . Os desígnios de Deus são insondáveis. M uita s vêzes permite
que os justos sofram neste mundo, e que os ímpios prosperem. A sua justiça porém há.
de exercer-se.
17. N ã o s e j a s m u i t o j u s t o . . . nfto te consideres demasiado justo, paia. que o teu amor
próprio n&o te leve a considerar como ju sto sômente o que estiver conforme com a tu a
severidade. O mesmo se diz do saber.
22. Seriamos constantemente infelizes se ligássemos demasiada importância ao que se
diíi a favor ou contra nós.
29. N e m u m a s ó . . . Hipérbole evidente, empregada para dar relêvo à idéia que Salom&o
quer exprim ir.
8 - 9 LIVRO DO ECLESIASTES 727
sua vida, mas também, depois disto, será o seu, mas, como os peixes são
serão conduzidos à habitação dos mor apanhados no anzol, e as aves caem
tos. 4Não há ninguém que viva sem no laço, assim os homens são sur
pre, nem que tenha a esperança dis preendidos pela adversidade, quando
to. Mais vale um cão vivo, do que ela der sobre êles de improviso.
um leão morto. 5Porque os que es 13Um outro fato observei sob o sol,
tão vivos sabem que hão de morrer, e foi para mim uma grande lição:
porém os mortos não sabem mais 14Havia uma pequena cidade, e nela
nada; nem dali por diante êles têm se achavam poucos homens; foi con
alguma recompensa, porque a sua tra ela um grande rei, e bloqueou-a
memória ficou entregue ao esqueci e levantou ao redor fortificações, e
mento. °Também o amor, e o ódio, ficou assim completo o cêrco. 15Ora
e a inveja pereceram juntamente encontrava-se nela um homem pobre
com êles, e não têm mais parte nes e sábio, e livrou a cidade pela sua
te século, nem tão pouco em obra sabedoria, e ninguém depois disto se
alguma que se faz debaixo do sol. lembrou mais daquele homem pobre.
^ a i, pois, e come o teu pão com 16E dizia eu que a sabedoria vale mais
alegria, e bebe com gôsto o teu v i do que a fortaleza; como foi, pois,
nho, porque a Deus agradam as tuas (n o fu tu ro ) desprezada a sabedoria
obras. do pobre, e como não foram ouvidas
8Os teus vestidos sejam em todo as suas palavras?
o tempo brancos, e não falte o óleo 17As palavras dos sábios são ouvi
que unja a tua cabeça. °Goza da v i das em silêncio (p o r ocasião das di
da em companhia da tua amada es ficuldades), mais do que o clamor
posa durante todos os dias da tua do príncipe entre os insensatos. “ Va
vida passageira, os quais te foram le mais a sabedoria do que as ar
dados debaixo do sol durante todo o mas da guerra; e aquêle que peca
tempo da tua vaidade (vida frá g il), numa só coisa, perderá muitos bens.
porque esta é a tua parte da vida A sabedoria e a loucura
e do trabalho com que te afadigas
debaixo do sol. 10Faze com pres 1 A 1As moscas que morrem no bál-
teza tudo quanto pode fazer a tua samo fazem-lhe perder a sua
mão, porque na sepultura, para onde vidade do cheiro. Uma imprudência
te precipitas, não haverá nem obra, ainda que pequena e de pouca dura,
nem razão, nem sabedoria, nem ciên diminui a sabedoria e a glória (mais
cia. brilhante). 20 coração do sábio está
O trabalho e o seu bom resultado na sua mão direita, e o coração do
insensato na sua esquerda. 30 in
uVoltei-me para outra coisa, e vi sensato que Vai seguindo seu (m a u )
que debaixo do sol não é o prêmio caminho, julga que todos os outros
para os que melhor correm, nem a são insensatos como êle. 4Se o espí
guerra para os que são mais fortes, rito daquele que tem o poder se ele
nem o pão para os que são mais sá var contra ti, não abandones o teu
bios, nem as riquezas para os que posto, porque esta precaução evita
são mais hábeis, nem o crédito para rá grandes pecados.
os melhores artistas; mas que tudo 5Há um mal, que eu vi debaixo do
depende do tempo e das circunstân sol, e que parece derivar do engano
cias. 120 homem não sabe que fim do príncipe: 0O insensato elevado a
Deus dispôs p a ra santificação dos justos e conversão dos pecadores. Dos castigos com
que Deus purifica nesta vida os seus servos das suas faltas leves, se deduz claramente
a severidade dos castigos eternos reservados aos pecadores impenitentes.
8. O branco dos vestidos era a côr da alegria, das festas, como o negro era a côr
do luto.
16. Como /oi desprezada. .. A inconseqüência dos homens leva-os muitas v êze»
a utilizarem os bons conselhos para vantagem própria, e a desprezá-los noutros casos.
18. Aquêle que p e c a ... Segundo o hebreu: Um só pecador pode destruir muito bem.
M uitas vêzes um só homem, por uma só falta, pode causar um a grande ruína.
Cap. X — 2. Está na sua mão direita, é reto. — N a sua esquerda, é injusto.
10 - 11 LIVRO DO ECLESIASTES 72£
uma sublime dignidade, e os ricos to, e pela incúria das mãos virá a
(em prudência) postos em baixo. 7Eu chover em toda a casa. 19Os homens
v i escravos a cavalo, e príncipes an empregam o pão e o vinho para se
dando a pé sôbre a terra, como es divertirem e banquetearem, pois tu
cravos. do obedece ao dinheiro. ^Não digas
8Aquêle que abriu uma cova (para mal do rei, ainda no teu pensamen
outro lá ca ir) cairá nela; e o que to, e não fales mal do rico, ainda
desfaz (p o r maldade) a sebe, mor no retiro da tua câmara; porque até
dê-lo-á a cobra. as aves do céu levarão a tua voz,
9Aquêle que transporta pedras será e os pássaros publicarão as tuas pa
maltratado por elas, e o que racha lavras.
lenha será ferido pelas lascas. 10Se Atividade prudente
o ferro estiver embotado, e não fôr
a amolar para ficar como dantes, só 11 JLança o teu pão sôbre as águas
com muito trabalho se afiará; assim 11 que passam, porque depois de
a sabedoria só à custa de muito tra muito tempo o acharás. 2Reparte
balho se adquire. “ Aquêle que de- dêle com sete e mesmo com oito (ou
trai ocultamente doutrem, é seme mais pessoas), porque não sabes os
lhante à serpente que morde pela males que te podem v ir sôbre a ter
calada. ra. 3Quando as nuvens estiverem
l2As palavras que sáem da boca do carregadas, derramarão chuva sôbre
sábio são cheias de graça; os lábios, a terra. Se a árvore cair para a
porém, do insensato prepicita-lo-ão. parte do meio-dia, ou para a do nor
13As suas primeiras palavras são uma te, em qualquer lugar onde cair, ai
loucura, e as últimas que lhe saem ficará. 4Q que observa o vento não
da boca, são um êrro péssimo. 140 semeia, e o que considera as nuvens
insensato multiplica as palavras. O nunca segará. 5Do modo que tu ig
homem ignora o que houve antes dê- noras qual é o caminho do espírito, e
le; e quem lhe poderá indicar o que de que sorte se ligam os ossos no ven
será depois? 15*0 trabalho dos insen tre da mulher grávida, assim tam
satos os afligirá a êles, que nem se bém não conheces as obras de Deus,
quer sabem (o caminho para ir ) à que é o Criador de todas as coisas.
cidade. °Semeia de manhã a tua semente, e
16Desgraçada de ti, terra, cujo rei de tarde não cesse a tua mão de fa
é um menino (que nao sabe gover zer o mesmo, porque não sabes qual
nar), e cujos príncipes comem desde das duas nascerá primeiro, se esta,
manhã (em orgias). 17*D itosa a ter se aquela; e, se ambas nascerem a
ra, cujo rei é de uma fam ília ilus um tempo, melhor será.
tre, e cujos príncipes comem a seu Uso da vidá
tempo para se nutrirem, e não para
se entregarem 'à devassidão. 7A luz é doce, e é coisa deleitável
18Pela preguiça ( em retelhar) se aos olhos o ver o sol. 8Se um ho
irá abatendo o madeiramento do te mem viver muitos anos, e em todos
15. O insensato gosta m ais de fa la r do que de trabalhar, e é incapaz de resolver a
mais pequena dificuldade.
20. Porque até as a ves. . . Hipérbole que equivale ao nosso provérbio: Até as pare
des têm ouvidos.
Cap. I X — 1. Lança o teu pão. . . sê generoso e hospitaleiro, ainda que te pareça que
não lucras com isso.
2. Porque não s a b e s ... Praticando atos de generosidade, adquirem -se am igos que nos
poderão socorrer, se sobreviverem os revezes.
3. o mal, quando já aconteceu ou está iminente, é quase sempre irreparável. Deve-se
preveni-lo.
4. Quem pesar cuidadosamente os resultados bons ou m aus dos seus atos, nunca
chega a proceder.
5. O caminho do espírito vital, que anim a o feto. A geração anim al é um dos segredos
m ais maravilhosos da natureza.
6. A proveitar tôdas as ocasiões de praticar o bem, porque náo sabemos em qu al
delas v irá a recompensa.
730 LIVRO DO ECLESIASTES 11 - 12
que os teus amores são melhores do beleza da rôla; o teu pescoço, a dos
que o vinho, os (corações) retos a- mais ricos colares. 102
N
1 ós te faremos
mam-te. umas cadeias de ouro, marchetadas
de prata.
A espôsa às jovens de Jerusalém 11— Estando o rei no seu divã, o
4Eu sou trigueira, mas formosa, ó meu nardo exalou o seu perfume.
filhas de Jerusalém, sou (trigu e ira ) 120 meu amado é para mim como um
como as tendas de Cedar, (mas fo r ramalhete de mirra, colocado sôbre o
mosa) como os pavilhões de Salomão. meu peito. 13*0 meu amado é para
5N ão repareis em eu ser morena, por mim como um cacho de cipre, (colh i
que o sol me mudou a côr; os filhos do) nas vinhas de Engadi.
de minha mãe levantaram-se contra 14— Como és formosa, amiga m i
mim, puseram-me de guarda às v i nha! Como és bela! Os teus olhos
nhas; e não guardei a minha (p ró são (vivos como os) das pombas.
pria ) vinha. 15— Como és formoso, amado meu!
Como és gentil! O nosso leito é de
Colóquio entre os esposos flôres; 16as traves das nossas casas
são de cedro, os nossos tetos, de ci
°Dize-me, ó amado da minha al preste.
ma, onde é que apascentas o teu ga
do, onde repousas ao meio-dia, para Outro diálogo dos esposos
que eu não ande vagueando atrás dos O 1— Eu sou a flor do campo e a
rebanhos dos teus companheiros. “ açucena dos vales.
7— Se tu não te conheces, ó form o 2— Como a açucena entre os espi
síssima entre as mulheres, sai, e vai nhos, assim é a minha amiga entre
seguindo as pisadas dos rebanhos, e as donzelas.
apascenta os teus cabritos junto das 6— Como a macieira entre as ár
cabanas dos pastôres. vores (estéreis) dos bosques, assim é
D iálogo entre o espôso e a espôsa o meu amado entre os jovens. Sen-
tei-me à sombra daquele a quem
8 — À minha cavalaria atrelada aostanto tinha desejado; e o seu fruto ê
carros de Faraó eu te comparei, a- doce a minha bôca. 4Êle introdu-
m iga minha. 4 *9As tuas faces têm a ziu-me na dispensa do vinho, orde-
6
5
4. E u sou trig u eira ... Retrato d a Ig re ja nascente enegrecida pelo fogo da persegui
ção e dos sofrimentos. Tendas de Cedar. Os Cedarenos, povo nômade, tinham &a suas
tendas cobertas de peles, enegrecidas pela intempérie e pelo uso.
5. o s filhos de minha m ã e ... Confiss&o d a Sinagoga,' convertida na Ig re ja de Cr
O s seus irm&os, os homens da mesma naçfto, tinham -na muitas vêzes afastado do seu
Principal dever, e a sua beleza, os seus méritos tinham sofrido com isso.
6. A Ig re ja anseia unir-se só a Cristo, e o m ais breve possível.
8. Ã. minha cavalaria. . . Com paração própria do Oriente, onde os cavalos eram ordi
nariamente adornados com magnificência.
8-10. Jesus Cristo aum enta constantemente a beleza d a Ig re ja por meio de graças
especiais.
11. O meu nardo. Êste nardo, cheio de suavidade, sim boliza as virtudes da espôsa,
que é a Igreja.
12. A mirra sim boliza os sofrimentos de Cristo e da Igreja, sua espôsa.
13. O nosso leito. .. Nfto se fa la aqui de um leito ordinário, mas dum a cam ada de
v a verde sôbre a qual os esposos estavam sentados em pleno campo.
16. A s traves. . . Os ramos dos cedros e dos ciprestes, que cresciam no campo junto
•do lu gar em que os esposos se encontravam, serviam-lhes de teto. O universo inteiro
ó a m orada m agnífica de Jesus Cristo e da Igreja.
Cap. I I — 1. Am abilidade de Cristo e d a Igreja, su a espôsa. Louvores que ela lhe
dá. Favores que êle lhe faz. Cuidado que tem para que nada perturbe a alegria e sossôgo,
■que ela tem nele.
2. santo Agostinho aplica êste texto â. Igreja, que é como a açucena entre os es*
pinhos da perseguição.
3. Sentei-me ã som bra . . . M aneira de dizer que se tornou sua espôsa, e que goza
d o seu am or celeste.
4. N a dispensa do vinho. O vinho é tomado aqui como símbolo do am or divino e
d a veemência com que êste am or arrebata as alm as, elevando-as à contemplação dos
2 -3 CÂ NTICO DOS CÂNTICOS 733
nou em mim o amor. 5Confortai-me as raposas pequenas que destroem as
com flôres, fortalecei-me com fru vinhas, porque a nossa vinha está já
tos, porque desfaleço de amor. 6A em flor.
sua mão esquerda está debaixo da 16— O meu amado é para mim e
minha cabeça, e a sua direita abra- eu para êle, apascenta (o seu reba
ça-me. nho) entre os lírios, 17até que chegue
7— Eu vos conjuro, filhas de Je o fresco do dia e declinem as som
rusalém, pelas gazelas e veados do bras. Volta; sê semelhante, amado
campo, que não perturbeis nem acor meu, à gazela e ao veadinho, (q u e
deis a minha amada, até que ela corre) sobre os montes de Beter.
queira.
A espôsa, de noite, vai à procura
A espôsa espera o esposo do espôso
que vai visitá-la
O d u ra n te a noite no meu leito
8— °
Ouço a voz do meu amado, ei-lo busquei aquêle a quem ama a
aí vem, saltando sobre os montes, a- minha alma; busquei-o e não o achei.
travessando os outeiros. 0O meu a- 2Levantar-me-ei, e rodearei a cidade;
mado é semelhante a uma gazela e buscarei pelas ruas e praças públicas
a um veadinho. Ei-lo que está por aquêle a quem ama a minha alma;
detrás da nossa parede, olhando pe busquei-o, e não o achei. 3Os guar
las janelas, espreitando através das das que rondam a cidade encontra
gelosias. 10Eis o meu amado, que ram-me, e eu disse-lhes: Vistes por
rne diz: Levanta-te, apressa-te, a- ventura aquêle a quem ama minha
miga minha, pomba minha, form o alma?
sa minha, e vem (ao campo). «P o r 4 (Mas eis que) tendo-os ultrapas
que já passou o inverno, já se fo sado um pouco, encontrei aquêle a
ram e cessaram de todo as chuvas. quem ama a minha alma, agarrei-
«Apareceram as flores na nossa ter me a êle, e não o largarei mais, até
ra, chegou o tempo da poda; ouviu- o introduzir em casa de minha mãe,
se na nossa terra a voz da rôla; 18a e levar à câmara daquela que me ge
figueira começou a dar os seus (p ri- rou.
m eiros) figos; as vinhas em flor es 5— Eu vos conjuro, filhas de Je
palharam o seu perfume. Levanta- rusalém, pelas gazelas e veados do
te, amiga minha, formosa minha, e campo, que não perturbeis nem fa
vem; «pomba minha, tu (que te re çais a minha amada despertar até
colhes) nas aberturas da pedra, na que ela o queira
concavidade do muro, mostra-me a Esponsais de Salomão
tua face, ressoe a tua voz aos meus
ouvidos, porque a tua voz é doce, e 6— Quem é esta que sobe do deserto
a tua face graciosa. 15Apanhai-nos como uma leve coluna de fumo, com-
mais divinos mistérios. — Ordenou em m im o amor, fazendo-o progredir. Cristo faz.
m archar a Ig re ja sob a bandeira do amor.
5. A espôsa, sentindo-se desfalecer de am or divino, suplica fts suas companheiras qua
a auxiliem a voltar a si, fazendo-lhe aspirar o perfume estimulante das flôres e dos frutos.
6. A s mãos de Jesus Cristo sustentam a Igreja.
7. Pede que a espôsa, a Igreja, nfto seja perturbada no seu êxtase de am or divino.
8. O uço. . . A Ig re ja m anifesta a sua alegria pela chegada de Cristo, impacientemen
te esperado. — Saltando pelos m ontes. . . São muitos os obstáculos que se opôem A
vinda do Salvador, mas a sua caridade vence-os.
9. É semelhante, é gracioso e ágil como uma gazela. . .
14. N as aberturas da p e d ra ... Alusfto ao costume freqüente que têm as pombas do
fazer os seus ninhos nas fendas dos rochedos.
15. A s raposas simbolizam aqui os herejes, que sfto astutos como elas. Ê preciso
detê-los, logo no principio, quando ainda são pequenos ( raposas pequenas), do contrário,
serão mais tarde a desolação da Igreja.
Cap. I I I — 2. Desassossêgo da alm a que busca Jesus Cristo. E sforços que ela deve
fazer p ara o achar. Cuidado que deve ter em conservá-lo. Atenção de Cristo em im pedir
que ninguém a perturbe.
6. Quem é e s t a ... A Igreja, diz sfto B eda venerável, saiu d a gentilidade como dum
734 CÂ N T IC O DOS CÂNTICOS 3-4
posta de aromas de m irra e de incen que está escondido dentro. 40 teu
so, e de tôda a sorte de aromas? pescoço é (d ire ito ) como a tôrre de
7Eis o palanquim de Salomão, ao qual Davi, que foi edificada com seus ba
rodeiam sessenta valentes dos mais luartes; dela estão pendentes m il es
fortes de Israel, 8todos armados de cudos, tôda a armadura dos heróis.
espadas, e mui peritos para a guer 5Os teus dois peitos são como dois fi-
ra; cada um dêles leva a espada ao lhinhos gêmeos duma gazela, que pas
lado; por causa dos temores notur tam entre os lírios. °Até que chegue
nos. 0O rei Salomão fêz uma liteira o fresco do dia, e declinem as som
de madeira do Líbano. 10Fêz-lhe as bras, eu irei ao monte da mirra, e
colunas de prata, o reclinatório de ao outeiro do incenso. 7Tôda és fo r
ouro, os degraus de púrpura; no meio mosa, amiga minha, e em ti não há
estendeu tapetes preciosos, em aten mácula. 8Vem do Líbano, espôsa m i
ção às filhas de Jerusalém. "Saí, f i nha, vem do Líbano, vem, e serás co
lhas de Sião, e vêde o rei Salomão roada; (vem ) do alto do monte A -
com o diadema de que sua mãe o co maná, do cume do Sanir e de H er-
roou no dia do seu casamento e no mon, das cavernas dos leões, dos mon
dia do júbilo do seu coração. tes dos leopardos. 9Tú feriste o meu
O esposo descreve a beleza da espôsa
coração, irmã minha espôsa, tu fe
riste o meu coração com um só dos
A 5Oh, como és formosa, amiga m i- teus olhares, e com um cabelo do teu
^ nha, como és formosa! Os teus pescoço. 10Que deliciosas são as tuas
olhos são como os das pombas, sem carícias, irmã minha espôsa! As tuas
falar no que está escondido dentro. carícias são mais suaves do que o v i
Os teus cabelos são como os reba nho e o odor dos teus bálsamos exce
nhos das cabras, que subiram do mon de o de todos os aromas. “ Os teus
te de Galaad. 2Os teus dentes são lábios, ó espôsa, são como um favo,
como os rebanhos das ovelhas tosquia- que distila mel; o mel e o leite estão
das, ao subir do lavatório, tôdas com debaixo da tua língua, e o odor dos
dois cordeirinhos gêmeos, e nenhu teus vestidos é como o odor (suave)
ma há estéril entre elas. 3Os teus do incenso. 12Jardim fechado, és, ir
lábios são como uma fita de escar mã minha espôsa, jardim fechado,
late; e o teu falar é doce. Assim fonte selada. 13As tuas plantas fo r
como é o vermelho da romã partida, mam um jardim de delícias (ch eio)
assim são as tuas faces, sem falar no de tôda a qualidade de romãs, de fru-
deserto; e assim como os perfumes, quando s&o queimados, se transform am numa nuvem
de fum o odorífero, assim a Ig re ja é form ada, na sua unidade, de tôdas as virtudes, de
tôda a santidade e de todos os méritos de cada um dos seus membros.
7. Eis o palanquim. . . o côro continua a descrever as coisas belas que contempla. —
Sessenta v a len tes... sím bolo dos santos doutores que defendem a Igreja, que é objeto
dum a constante e terna solicitude de Cristo.
11. Com o diadema. . . N o oriente os esposos levavam um a corôa no dia do seu ca
samento.
Cap. I V — 1-16. Cristo louva e adm ira as belezas que Sle mesmo depositou na sua Ig re
j a e nas alm as santas, que êle escolheu p ara si, louva e adm ira as virtudes exteriores que
nela aparecem, mas dá a prim azia à caridade, que está escondida no coração.
1. Bem f a la r ... o s atrativos exteriores da Ig re ja são incomparàvelmente ultrapassados
pelas suas graças interiores. — Os teus cabelos. . . o s pelos negros e finos das cabras que
.pastavam nas encostas das colinas, são um a bela imagem da abundante e fin a cabeleira
d a espôsa.
2. Série de comparaçôes para dizer que os dentes da espôsa são brancos e dum a per
feita regularidade.
5. Os teus dois p eito s .:, E sta im agem simboliza o am or m aternal da Ig re ja p a ra
com os seus filhos, a quem ela nutre com o leite m ais puro da doutrina e da moraL
6. A o monte da m irra .. A qualquer lu gar embalsam ado por estas substâncias.
10. o odor dos teus bálsamos. O odor moral das virtudes da Igreja.
12. A Ig re ja tem o coração fechado a todo o am or profano; é impenetrável a outro afeto
que não seja o de Jesus Cristo.
13. o s frutos significam as virtudes e as boas obras da espôsa, que constituem a
felicidade doméstica.
4-5 CÂNTICO DOS CÂNTICOS 735
tos de cipre e de nardo. 140 nar- bri a minha porta ao meu amado, ti
do e a açafrão, a cana (aromática) rando-lhe o ferrôlho; mas êle já se
e o cinamomo, e tôdas as árvores do tinha ido, e tinha passado a outra
Líbano, (a li se encontram com ) a parte. A minha alma tinha ficado
mirra e os aloés, e todos os perfu fora de si ao som da sua voz; bus-
mes mais exquisitos. 1S(T u ) a fonte quei-o, mas não o achei; chamei-o, e
dos jardins, o poço das águas vivas, êle não me respondeu. E ncontra
que com ímpeto correm do Líbano. ram-me os guardas que rondam a ci
16Levanta-te, aquilão, e vem tu, dade, deram-me, e feriram-me. T i
vento do Meio-dia, assopra de todos raram-me o meu manto os guardas
os lados no meu jardim, e espalhem- das muralhas.
se os seus aromas. 8Eu vos conjuro, filhas de Jerusa
lém, que, se encontrardes o meu a-
No jardim mado, lhe façais saber que desfaleço
de amor.
C 1Venha o meu amado para o seu 9— Que tem o teu amado a mais
** jardim, e coma o fruto das suas que os outros amados, ó formosíssima
macieiras. — Eu vim para o meu jar entre tôdas as mulheres? Que tem o
dim, irmã minha esposa; colhi a mi teu amado a mais çiue os outros, para
nha mirra com os meus perfumes; que assim nos conjure (a que o pro
comi o favo com o meu mel; bebi curem os)?
o meu vinho com o meu leite. Co 10— O meu amado é cândido e rubi-
mei, amigos, e bebei, e embriagai- cundo, escolhido entre milhares. 11A
vos, caríssimos. sua cabeça é o ouro mais puro; os
A esposa à procura do esposo seus cabelos são como os ramos no
vos das palmeiras, negros como um
2Eu durmo, mas o meu coração ve corvo. 12Os seus olhos são como as
la; eis a voz do meu amado, que ba pombas (que repousam) junto dos re
te, dizendo: Abre-me, irmã minha, gatos, que foram lavadas em leite,
amiga minha, pomba minha, imacu e que se conservam junto das gran
lada minha, porque a minha cabeça des correntes de água. 13As suas fa
está cheia de orvalho, e os meus a- ces são como uns canteiros de plan
néis do cabelo (estão cheios) de gô- tações aromáticas, plantadas pelos
tas da noite. 6(E u respondi-lhe): des que confeccionam os perfumes. Os
pojei-me da minha túnica, e hei de seus lábios são lírios, que distilam a
vestí-la novamente? Lavei os meus mirra mais preciosa. 14As suas mãos
pés, e hei de tornar a sujá-los? 40 são de ouro, feitas ao tôrno, cheias
meu amado meteu a sua mão pela a- de jacintos. O seu ventre é de mar
bertura (da porta ), e as minhas en fim, guarnecido de safiras. 15As suas
tranhas estremeceram com o ruído pernas são colunas de mármore, que
que êle fêz. estão sustentadas sôbre bases de ou
5Levantei-me para abrir ao meu ro. O seu aspecto (majestoso) é co
amado; as minhas mãos distilaram mo o do Líbano, é elegante como os
mirra, e os meus dedos estavam cedros. 16A sua garganta é suavís
cheios da mirra mais preciosa. °A sima, e todo êle é para se desejar;
Cap. v — 1-17. Â nsia que a Ig re ja tem de receber a Cristo, e de o ver recolher os fru
tos que êle produziu nela. Bcndade com que Cristo responde aos desejos d a Ig re ja e cham a
as almas. Infelicidade dos que recusam abrir-lhe a porta do seu coração, quando êle
bate. Perfeiçôes de Cristo.
1. Para o seu ja r d im ... A Ig re ja é inteiramente de Cristo, que encontra nela sem
cessar as suas delicias. — C om ei. . . o espôso insta com os seus amigos para tomarem
parte no festim nupcial, que póe termo às núpcias místicas de Cristo com a Ig re ja . H A
nestas palavras um símbolo manifesto da divina Eucaristia.
2-4. v is ita noturna. Deus bate a tôdas as horas & porta dos nossos corações, e ê
preciso responder prontamente à sua chamada.
6-8. Se não respondermos a Deus quando nos chama, êle retira-se de nós, e. temos de
vencer obstáculos para o encontrar.
10-16. Segundo os Santos Padres, êstes versículos descrevem o retrato do v e rb o E ncar
nado, depois da sua ressurreição gloriosa.
736 CÂ NT ICO DOS CÂNTICOS 6-7
tal é o meu amado, tal é o meu a- bem-aventurada; viram-na as rainhas
migo, ó filhas de Jerusalém. e as esposas de segunda ordem, e de
17— Para onde foi o teu amado, ó ram-lhe muitos louvores. 9Quem é
tu
que és a mais formosa de tôdas as esta, que vai caminhando como a au
mulheres? Para onde se retirou o rora quando se levanta formosa co
teu amado? e nós o buscaremos con mo a lua, brilhante como o sol, terrí
tigo. vel como um exército formado em
batalha?
A espôsa entrega-se ao espôso 10— Eu desci ao jardim das noguei
£ 1— O meu amado desceu ao seu ras, para ver os frutos dos vales, e pa
U jardim, ao canteiro das plantas a- ra examinar se a vinha tinha lançado
romáticas, para se apascentar nos jar flor, e se as romãs tinham brotado.
dins, e para colher lírios. 2Eu sou do “ Eu não soube (onde estava); a mi
meu amado, e o meu amado é todo nha alma ficou tôda perturbada, por
meu, êle, que se apascenta entre os causa dos carros de Aminadab.
lírios. 12— Volta, volta, ó Sulamites; volta,
volta, para que nós te contemplemos.
O espôso exalta a espôsa
O espôso tom a a exaltar a espôsa
3— Formosa és, amiga minha, suave,
e engraçada como Jerusalém; terrível ■7 1— Que verás tu na Sulamites se-
como um exército em ordem de ba 1 não coros de dança dum acam-
talha. 4Aparta os teus olhos de mim, pamento? — Quão belos são os teus
porque êles me fizeram sair fora de pés, no calçado que trazes, ó filha
mim. Os teus cabelos são como o re do príncipe! As juntas dos teus mús
banho das cabras, que apareceram de culos são como colares, fabricados por
Galaad. 5Os teus dentes são como mão de mestre. 20 teu umbigo é u-
rebanho de ovelhas, ao subir do la ma taça feita ao tôrno, que nunca
vatório, tôdas com dois cordeirinhos está desprovida de licores. O teu
gêmeos, e nenhuma entre elas é es ventre é como um monte de trigo
téril. °Como a casca da romã, assim cercado de lírios. 3Os teus dois seios
são as tuas faces, não falando no que são como dois cabritinhos, filhos gê
está escondido dentro de ti. 7São meos duma gazela. 40 teu pesco
sessenta as rainhas, e oitenta as es ço é como uma torre de marfim. Os
posas de segunda ordem, e inumerá teus olhos são como as piscinas de
veis as donzelas. 8Porém uma só Hesebon, que estão situadas junto da
é a minha pomba, a minha perfeita, porta onde se reune a multidão. O
ela é a única para sua mãe, escolhi- teu nariz é como a torre do Líbano,
da pela que lhe deu o ser. As don que olha para Damasco. 5A tua ca
zelas viram-na, e proclamaram-na beça é como o monte Carmelo; e os
Cap. V I — 1-12. A Ig re ja 6 como o jardim de Cristo, e o objeto das suas delicias.
Belezas d a Igreja. A sua felicidade fa z a adm iração dos anjos. E la é a alegria do
céu e o terror do inferno.
5-6. Repetição de parte dos versículos 2 e 3 do capitulo I v .
7. A s numerosas espôsas representam as naçôes pagãs, que um dia se deveríam con
verter a Cristo, entrando na Igreja, sua única espôsa.
12. Segundo a opinião m ais seguida, Sulamites é o feminino do nome bebreu de sa io -
mão, sendo por isso um a denominação alegórica, que exprime a união intim a entre os
dois esposos.
Cap. V I I — 1-13. A Ig re ja sôbre a terra compôe-se de bons e maus, experimenta urnas
vêzes alegria, outras, tristeza, outras, esperanças, e outras temor. N o céu é tôda pura
e tôda formosa. A sua alegria e a sua felicidade são ali perfeitas, e ela é as delicias
<lo Rei Celestial. Todo o desejo da Ig re ja neste mundo ô unir-se com Cristo, seu espôso, e
d ar-lh e as provas m ais sensíveis da sua gratidão e do seu amor.
1-8. Dança dum acampamento, segundo o hebreu: Dança a dois campos, a dois co-
ros. A lusão provável & qualquer uso da côrte. — Quão belos. . . o espôso contemplando
em espirito a sua espôsa unida aos coros dos anjos, descreve, por meio de símbolos,
a sua beleza. Tôdas as comparações que se seguem são segundo o estilo dos orientais, e
a ó nos parecerão inconvenientes se atendermos apenas aos nossos usos e modo de falar.
2. U m monte de trigo cercado de lirios. sím bolo da fecundidade unida à castidade.
7 - 8 CÂ NTICO DOS CÂNTICOS 737
cabelos da tua cabeça são como a deis a minha amada até que ela
púrpura do rei atada (e tingida) nos queira.
canais (dos tintureiros). 6Quão fo r 5— Quem é esta, que sobe do deserto
mosa e encantadora és, ó caríssima enebriada de delícias, apoiada sôbre
entre as delicias! 7A tua (nobre) o seu amado?
estatura é semelhante a uma pal Promessa de perpétuo amor
meira, e os teus seios, a dois cachos
de uvas. 8Eu disse: Subirei à pal — Eu te despertei debaixo da ma
meira, e colherei os seus frutos, e os cieira; foi ali que tua mãe te conce
teus seios serão como dois cachos beu, foi ali que te concebeu, te deu
de uvas, e o perfume da tua bôca, à luz. 6— Põe-me como um sêlo sô
como o das maçãs. bre o teu coração, como um sêlo sô
bre o teu braço, porque o amor é for
A espôsa exalta o esposo te como a morte; o zêlo do amor é
9— A tua garganta é como um vi tenaz como o inferno; as suas lâm
nho excelente, digno de ser bebido padas são lâmpadas de fogo e de
pelo meu amado, e saboreado entre chamas. 7As muitas águas não pu
os seus lábios e os seus dentes. 10Eu deram extinguir o amor, nem os rios
sou para o meu amado, e o seu co terão fôrça para o submergir. A in
ração volta-se para mim. da que um homem dê tôdas as rique
“Vem, amado meu, saiamos ao zas de sua casa pelo amor, êle as des
campo, moremos nas quintas. 12L e - prezará como um nada.
vantemo-nos de manhã para ir às vi Conclusão
nhas, vejamos se a vinha lançou flor, 8— A nossa irmã é pequena, e não
se as flores produzem frutos, se as tem seios. Que faremos nós à nossa
romãs estão já em flor; ali te abri irmã no dia que se lhe tenha de fa
rei (com mais liberdade) o meu co lar? 9Se ela é um muro, edifiquemos
ração. 13As mandrágoras espalham o sôbre ela baluartes de prata; se é u-
seu cheiro. Nós temos às nossas por ma porta, guarneçamo-la com tábuas
tas tôda a qualidade de frutos; eu de cedro.
guardei para ti, amado meu, os no 10— E u sou um muro, e os meus
vos e os velhos. seios são como uma tôrre, desde que
trnpeto de amor da espôsa apareci diante dêle como quem en
controu a paz.
O JQuem me dera ter-te por irmão, “ O pacífico teve uma vinha em
° amamentado aos seios de minha Baal-Aam on; entregou-a aos guar
mãe, para que, encontrando-te fora, das; cada homem dá mil siclos de
eu te pudesse beijar, sem que ninguém prata pelo fruto que dela tira. 12A
me desprezasse! 2Eu te tomaria, e minha vinha está diante de mim. Tu,
te levaria à casa de minha mãe; tu ó pacífico, terás da tua vinha mil si-
lá me ensinarias, e eu te daria um clos, e os que a guardam e lhe co
copo de vinho perfumado, e um li lhem os frutos, duzentos. 13— ó tu,
cor novo das minhas romãs. 3A sua que habitas nos jardins, os nossos ami
mão esquerda está debaixo da minha gos estão atentos; faze-m e ouvir a
cabeça, e a sua mão direita abraça- tua voz. 14— Foge (com igo), amado
me. meu, e sê semelhante a uma gazela
4— Eu vos conjuro, filhas de Jerue ao veadinho sôbre os montes dos
salém, que não perturbeis nem acor aromas.
24 - B íb lia Sagrada
LIVRO DA SABEDORIA
O fim principal deste livro foi expor aos Judeus e pagãos contemporâ
neos a perfeição da fé e da vida que é recomendada pela verdadeira sabedo
ria, em contraste com os falsos princípios e maus costumes, que a sabedoria
humana sugere.
Em belíssimo grego, com um estilo variado, mas quase sempre sublime,
o autor sagrado pinta dois grandes quadros: no primeiro apresenta a sabedo
ria, sob o ponto de vista intelectual e moral; no segundo, no-la apresenta
pelo lado histórico.
O livro, pois, pode dividir-se em duas partes:
Prim eira parte ( l - 9). — Exorta à prática da justiça e da religião,
fontes de felicidade e de imortalidade, e mostra a diferente sorte do justo
e do ímpio, nesta vida e na outra (1 - 5). — Termina, concitando a to
mar-se a sabedoria como norma de vida (6 - 9).
Segunda parte (10 - 19). — Antes, trata das maravilhas operadas pela
sabedoria nos patriarcas desde Adão até Moisés (10 - 12). — Em seguida
passa a falar da origem e estúpida imoralidade da idolatria nos seus diferen
tes aspectos (13 - 15). — Finalmente estabelece o contraste entre o justo e
o ímpio, pondo em paralelo Judeus e Egípcios, particularmente nas pragas
do Egito (1 6 - 1 9 ).
O livro da Sabedoria, embora faça algumas vêzes falar Salomão, para
dar ao trecho vivacidade e eficácia, todavia foi escrito no Egito (talvez em
Alexandria) entre os anos 150 e 50 a. C.
Cap. V I — 15. S en ta d a ... Deus está sempre à porta do nosso coração, esperando ser
recebido.
18-21. H á nestes versículos um incitamento a desejar a sabedoria, por pieip dum a a rgu
mentação cham ada sorites, que é composta dum a série de proposições, das quais a segunda
deve explicar o atributo da primeira, a terceira o atributo da segunda, e assim por dian
te até chegar ã. conclusão que se procura.
Cap. V I I — 2. N o espaço de dez meses. Os meses, entre os Hebreus, contavam 29 a
30 dias. O nascimento da criança dava-se no décimo mês, contando o mês começado como
ainda hoje contam os povos orientais.
3. C a í. . . Locução que designa o nascimento, aludido à. completa impossibilidade do
recém-nascido.
744 LIVRO DA SABEDORIA 7
nascido, respirei o ar comum (a to- disciplina. 17Foi êle que me deu a
dos), e caí sôbre a mesma terra (que verdadeira ciência das coisas que
os outros), e soltei a primeira Voz, existem, para que eu conheça a cons
como todos, chorando. 4Envôlto em tituição do universo, e as proprieda
faixas fui criado, e com grandes cui des dos elementos, 18o princípio, o fim
dados. 5Nenhum rei teve outro gê e o meio dos tempos, as mudanças
nero de nascimento. 6Logo, não há dos solstícios e as vicissitudes das
para todos senão um modo de en estações, 19*os cursos do ano, e as dis
trar na Vida e de sair dela. posições das estrelas, "a natureza dos
7Por isso desejei a inteligência, e animais, e os instintos dos brutos, a
ela me foi dada; invoquei o Senhor, fôrça dos ventos, e os pensamentos
e veio a mim o espírito da sabedo dos homens, a Variedade das plantas,
ria; 78e preferi-a aos reinos e aos tro e as Virtudes das raizes. 21(E m su
nos, e julguei que as riquezas nada m a) aprendi tudo que há escondido
Valiam em sua comparação. 9Nem e não descoberto, porque a sabedoria
pus em paralelo com elas as pedras que tudo criou mo ensinou.
preciosas, porque todo o ouro em sua Natureza e dotes da sabedoria
comparação é um pouco de areia, e
a prata será considerada como lôdo “ Efetivamente há nela um espiri
à sua Vista. 10*Eu amei-a mais do to de inteligência, santo,'único, mul-
que a saúde e que a formosura, e re- típlice, sutil, discreto, ágil, imacula
solvi-me tê-la por luz, porque a do, claro, suave, amigo do bem, pe
sua claridade é inextinguível. “ T o netrante, a quem nada pode impe
dos os bens me vieram juntamente dir, benéfico, “ amante dos homens,
com ela, e inumeráveis riquezas por benigno, estável, constante, seguro,
suas mãos; 12e regozijei-me em tôdas que tudo pode, tudo Vê, e que en
as coisas, porque ia adiante de mim cerra em si todos os espíritos, inte
esta sabedoria, e eu ignorava que ela ligente, puro, sutil. 24Porque a sa
é a mãe de todos êstes bens. 13*E u a bedoria é mais ativa do que tôdas as
aprendi sem intenções reservadas, e coisas ágeis, e atinge tudo por cau
a reparto com os outros sem inveja, sa da sua pureza. “ Ela é uma exa
e não escondo as suas riquezas; “ por lação do poder de Deus, e uma co-
que ela é um tesouro infinito para os mo pura emanação da claridade de
homens; os que usaram dela foram Deus onipotente, e por isso não se
feitos participantes da amizade de pode encontrar nela a menor impu
Deus, e recomendáveis pelos dons da reza, ^porque ela é o clarão da luz
doutrina. 15*Deus concedeu-me a gra- eterna, e o espêlho sem mácula da
a de falar segundo o que sinto, e majestade de Deus, e a imagem da
S e ter pensamentos dignos dos dons sua bondade. ” E, sendo uma só,
que recebi, porque êle é o guia da pode tudo; e, permanecendo em si
sabedoria; e o que corrige os sábios; mesma, renova tôdas as coisas, e, a-
“ porque estamos nas mãos dêle, nós través das gerações, transfunde-se
e os nossos discursos, e tôda a sabe nas almas santas, e forma os amigos
doria, e a ciência de proceder, e a de Deus e os profetas. “ Porque Deus
7. P o r i s s o , sabendo eu que, apesar de rei, era semelhante aos outros, d e s e j e i . . .
8-11. A s a b e d o r i a , isto ê, a virtude ê o bem m ais precioso do homem.
12-13. E u i g n o r a v a , quando pedia a Deus a sabedoria, que ela é mfte nfto só dos bens
espirituais, mas também dos temporais. A sua oração tinha, pois, sido feita sem egoísmo
(s e m in te n ç õ e s re s e rv a d a s ),
14. D a d o u t r i n a que ensinaram.
15. Sem o auxilio de Deus o homem nem sequer pode exprimir o seu conceito.
18. o p r i n c i p i o . . . o modo de organizar o calendário por meio d a astronomia, que
era urna ciência muito importante na antiguidade.
23. Q u e e n c e r r a e m s i , que penetra.
25-30. .A sabedoria é descrita nestes versículos como procedendo de Deus, e irradian
do desta fonte infinita de luz. A a expressões empregadas dão-nos a idéia da procedência
duma pessoa divina, da fonte mesma da divindade. P o r isso São Pau lo (H ebr., I, 3)
definiu a pessoa do v e rb o quase com as mesmas expressôes.
7 - 8 LIVRO DA SABEDORIA 745
sòmente am a aquêle que habita com confôrto nos meus cuidados e dissa
a sabedoria. ^E la é mais formosa bores. “ Graças a ela, terei glória
do que o sol, e do que tôdàs as cons entre os povos, e, pôsto que jo
telações das estréias: comparada com vem, (te re i) honra entre os velhos;
a luz, ela vence. “ Porque à luz su ne reconhecer-se-á a minha penetra
cede a noite, mas a malícia nada po ção nos julgamentos, e aparecerei ad
de contra a sabedoria. mirável na presença dos poderosos,
e os príncipes manifestarão em seus
Bens e vantagens da sabedoria semblantes a admiração que lhes cau
so.
Q X(A sabedoria) atinge, pois, fo r- 12Quando eu estiver calado, espera
° temente desde uma extremida rão que eu fale, e, quando falar, o-
de à outra, e dispõe tôdas as coisas lharão para mim com atenção, e,
com suavidade. 2Eu a amei e bus- quando me alargar nos discursos, po
quei desde a minha juventude, e pro rão a mão sôbre a bôca. 13P or ela
curei tomá-la para mim como espô- terei, além disto, a imortalidade e
sa, e fiquei enamorado da sua form o deixarei eterna memória de mim aos
sura. 3E la realça a sua nobreza na vindouros. 14Governarei os povos, e
convivência que tem com Deus, e no as nações que me serão sujeitas. 10Os
amor que lhe tem o Senhor de tôdas reis ferozes temerão, quando ouvi
as coisas. 4Porque é ela que ensina rem fa lar de mim; com o povo me
a ciência de Deus, e que é a diretriz mostrarei benigno, e na guerra, for
das Ruas obras. 5E, se as riquezas te. 10Entrando em minha casa, en
se apetecem na vida, que coisa há contrarei nela o meu descanso; por-
mais rica, do que a sabedoria, que faz ue a sua conversação não tem na-
tôdas as coisas? a de desagradável, nem a sua com
6E, se é a perícia que obra, quem panhia nada de fastidioso, mas tudo
é melhor artífice que a sabedoria em nela é satisfação e alegria.
tudo o que se faz? 7E se alguém a-
m a a justiça, são obra sua as gran A sabedoria é um dom de Deus
des virtudes, porque ela ensina a
temperança e a prudência, a justi 17Considerando estas coisas comigo
ça e a fortaleza, que é o mais útil mesmo, e meditando sôbre elas den
que há na vida para os homens. 8E, tro do meu coração, (refletindo) que
se alguém deseja a profundidade da a imortalidade (feliz) se acha na sa
ciência, ela é que sabe o passado, e bedoria, 18e na sua amizade um san
que ju lga do futuro; penetra as sub to prazer, e nas obras das suas mãos
tilezas dos discursos, e as soluções riquezas inexauríveis, e no exercício
dos argumentos; conhece os sinais e da sua conversação, inteligência, e u-
os prodígios, antes que êles apare m a grande glória na comunicação
çam, e o que tem de acontecer no dos seus discursos, eu procurava-a
decurso dos tempos e dos séculos. por todos os lados para a tomar por
•Eu, pois, resolvi-me tomá-la co minha companheira. 19Eu, porém, e-
migo por companheira da minha vi ra um menino de bom natural, e cou
da, sabendo que ela repartirá comi be-me por sorte uma boa alma. "O u
go dos seus bens, e que será o meu antes, como eu era bom, entrei num
injustos sangue humano. 8E, en fogo, ou que exalassem um fumo in-
quanto o seu número diminuía em feto, ou despedissem dos olhos hor
castigo de terem feito m orrer os me rendas faíscas, “ capazes não só de
ninos, deste ao teu povo água abun os exterminar com as suas mordedu
dante sem êle o esperar, 9*m ostran- ras, mas até de os fazer morrer de
do por esta sêde, que então houve, pavor com o seu aspecto. 21Mas, ain
de que modo exaltavas os teus, e da sem nada disto, podiam ser mor
fazias perecer os seus adversários. tos só com um assôpro, perseguidos
10Porque, quando foram provados, e pelos seus próprios crimes, e dissi
recebendo ainda assim um castigo pados por um assôpro do teu poder;
com misericórdia, reconheceram ae mas tôdas as coisas dispuseste com
que maneira padeciam tormentos os medida, conta e pêso. 22Porque só
ímpios, quando vós os julgais còrn i- tu tens sempre à mão o supremo
ra. “ A uns provaste como pai que poder; e quem poderá resistir a for-
admoesta; porém, aos outros conde a do teu braço? “ Todo o mundo
naste, pedindo-lhes contas como rei §iante de ti é como um pequeno grão
duro. 12Quer ausentes quer presentes, na balança, e como uma gôta de or
eram igualmente atormentados. 13Por- valho que cai sôbre a terra antes da
que se tinha apoderado dêles uma du aurora. 24Tu tens compaixão de to
pla mágua e pranto, com a lembrança dos, porque tudo podes, e dissimulas
das coisas passadas. 14P * ois, quando os pecados dos homens para que fa
ouviam dizer que fôra um bem para çam penitência. “ Porque tu amas
os outros o que para êles tinha sido tudo o que existe, e não aborreces
tormento, logo se lembraram do Se nada do que fizeste; porque, se tives
nhor, admirando o êxito do sucesso. ses odiado alguma coisa, não a terias
15Porque aquêle de quem tinham es estabelecido nem criado. 26E como
carnecido, abandonado na cruel ex podería subsistir uma coisa, se tu o
posição (dos meninos), foi no fim não quisesses? Ou de que modo se
do sucesso m otivo da sua admiração, conservaria o que por ti não fôsse
uando a sua sêde foi tão diferente chamado? “ Porém tu perdoas a tô
a sêde dos justos. 16Mas em casti das as criaturas, porque são tuas, ó
go dos pensamentos loucos da sua Senhor, que amas as almas.
lniqüidade, em virtude dos quais al Os Cananeus, como os Egípcios, são
guns, errando, adoravam serpentes castigados com clemência
mudas e animais despreziveis, envias
tes contra êles em vingança uma mul 12 JOh, quão bom e suave é, Se-
tidão de animais mudos, 17para que nhor, em tudo, o teu espírito!
soubessem que cada um é punido com 2E por isso é que castigas pouco a
o instrumento do seu próprio pe pouco os que se desencaminham, e
cado. 18Porque não era difícil à tua os advertes das faltas que cometem,
mão onipotente, que criou o mundo e os exortas, para gue, deixada a ma
de uma matéria informe, mandar lícia, creiam em ti, Senhor. 3Tinhas
contra êles uma multidão de ursos, horror aos antigos habitantes da tua
ou ferozes leões, 19*ou animais duma terra santa, 4porque praticavam o-
nova e desconhecida espécie, cheios bras, que te eram abomináveis por
de furor, que respirassem chamas de malefícios e sacrifícios ímpios, 5ma
8. Os meninos hebreus.
11. A uns, os Hebreus. — A os outros, os Egípcios.
12. Os Egípcios tiveram muito que sofrer, quer quando os Israelitas estavam (presentes)
no Egito, quer quando se ausentaram de lá.
13. A s p ragas do Egito e os acontecimentos do m ar verm elho redundaram sempre em
vantagens p ara os Hebreus.
15. Porque a q u ê le ... Moisés, antes exposto sôbre as águas do Nilo, triunfou mais ta r
de de tôdas as oposições dos Egípcios. — Diferente da sêde dos justos, que foi logo
saciada, o s justos, isto é, os Hebreus.
18. M atéria informe, qual era o orbe terráqueo na ocasião em que foi criado Dor Deus.
21. M as tôdas as c o is a s ... Deus n&o recorre a meios extraordinários quando os o r
dinários são suficientes p a ra a execução dos seus desígnios.
27. P e r d o a s ... A m isericórdia de Deus estende-se a tôdas as suas obras.
12 LIVRO DA SABEDORIA 749
tando sem piedade os seus próprios de tudo, te fazes indulgente com to
filhos, chegando a comer entranhas dos. “ Todavia mostras o teu poder,
humanas, e a beber o sangue, ape quando te não crêem soberanamente
sar da tua ordem sagrada. 6A êsses, poderoso, e confundes a audácia dos
que eram (ao mesmo tem po) pais e que te não reconhecem.
parricidas de almas indefesas, tu qui “ Dominador da tua fôrça, tu ju l
seste destruir pelas mãos dos nossos gas com calma, e nos governas com
pais, 7a fim de que esta terra, que é indulgência, tendo sempre em tua mão
de ti a mais querida de tôdas, rece o usar do poder quando quiseres.
besse uma digna colônia de filhos “ Ensinaste ao teu povo por meio dês-
de Deus. 8Mas ainda a êsses (p e r te teu proceder, que importa ser jus
versos) perdoaste como a homens, to e humano, e deste a teus filhos
e lhes enviaste as vespas como guar- boas esperanças, porque, quando ju l
cias avançadas do teu exército, para gas, dás tempo de fazer penitência,
que elas os exterminassem pouco a depois do pecado. “ Porque, se os i-
pouco. °Não porque não pudesses su nimigos dos teus servos, e dignos de
jeita r pela guerra os ímpios aos jus morte, puniste com tanta circunspec
tos, ou destruí-los duma vez pelos ção, dando-lhes tempo e ocasião de
animais cruéis, ou com uma (só) pa se poderem converter da sua malí
lavra severa; 10mas, castigando-os cia, 21com quanto resguardo não jul
pouco a pouco, davas-lhes lugar de gaste tu os teus filhos, a cujos pais
fazer penitência, embora não igno fizeste boas promessas com juramen
rasses que a sua raça é má, e que a tos e alianças? “ Quando, pois, nos
malícia lhes é natural, e que os seus infliges algum castigo, açoitas os nos
sentimentos (perversos) jamais mu sos inimigos de mil maneiras, para
dariam. “ Porque a sua raça era ue atentos pensemos na tua bon-
maldita desde o princípio; nem era ade, e, quando nos mesmos somos
por temor de alguém que te mostra julgados, esperemos na tua miseri
vas indulgente com os seus pecados. córdia. 23É por isso que àqueles que
“ Porquanto quem te dirá a ti: Que na sua vida se portaram como insen
fizeste tu? Ou quem ousará opor- satos e injustos, fizeste sofrer horrí
se às tuas sentenças? Ou quem se veis tormentos por meio daquelas
apresentará diante de ti para defen mesmas coisas que adoraram. 24Por-
der homens iníquos? Ou quem te a- ue andaram largo tempo vagabun-
cusará de ter feito perecer as nações os, no caminho do êrro, tendo por
que criaste? “ Porque não há outro deuses os mais vis dentre os animais,
Deus senão tu, que de tôdas as coi vivendo à maneira de meninos sem
sas tens cuidado, para mostrares que razão. 25Por isso como a crianças in
não há injustiça nos teus juízos. sensatas lhes deste um castigo que
“ Não há rei nem tirano que possa era uma zombaria. 26Mas os que se
levantar-se contra ti e pedir contas não emendaram com êstes ludíbrios
daqueles que destruíste. “ Entretan e repreensões, experimentaram um
to, como és justo, tôdas as coisas go castigo digno de Deus. 27Porque, ir
vernas justamente, e condenar quem ritados pelo que sofriam, vendo-se
não merece castigo é uma coisa que atormentados pelas mesmas coisas que
consideras indigna do teu poder. “ P or julgavam deuses, reconheceram co
que o teu poder é o princípio da jus mo verdadeiro Deus aquêle que an
tiça, e, por isso mesmo que és Senhor tes recusavam reconhecer; por isso
Cap. X I I — 8. Como a homens frágçis, inclinados ao mal.
11. Era maldita. A raça dos Cananeus tinha sido am aldiçoada por Noé no seu primei
ro progenitor (G êm , IX , 25).
16. o supremo domínio de Deus, sendo a raiz de todo o direito, é por isso mesmo o
princípio e o fundamento da justiça, que tem por missão defender os direitos.
23. Os Egípcios, que viviam na loucura da idolatria, foram punidos por meio daqueles
anim ais que adoravam como deuses.
25. A s prim eiras nove pragas foram como que um a zombaria.
27. Reconheceram o verdadeiro Deus, enquanto antes o negavam, m as não se submeteram
A sua divina vontade.
750 LIVRO DA SABEDORIA 13 - 1 4
caiu sobre êles o extremo da conde para uso da vida, 12e os restos da
nação. quela obra emprega-os para cozi
É urna grande loucura a idolatria
nhar a comida, 13e, quanto ao resto
de tudo isto, que para nenhum uso
1 O 7São vaidades todos os homens é útil, por ser um madeiro torto e
em que se não acha a ciên cheio de nós, vai-o esculpindo cuida
cia de Deus, e que pelos bens visíveis dosamente nas horas livres, e pela
não chegaram a conhecer Aquêle que perícia da sua arte dá-lhe uma figu
é, nem, considerando as suas obras, ra, e configura-o à semelhança dum
reconheceram quem era o A rtífice; homem, 14ou faz dêle a imagem de
2mas o fogo, o vento, o ar sutil, ou algum animal, dando-lhe vermelhão,
o giro das estréias', ou a imensidade e pintando-o de uma côr encarnada,
das águas, ou o sol e a lua, toma e encobrindo tôdas as manchas que
ram por deuses governadores do nêle há; “ depois prepara-lhe um ni
mundo. 3Se êles, encantados com a cho conveniente, pondo-o numa pare
beleza de tais coisas, as julgaram deu de, e segurando-o com algum ferro,
ses, reconheçam quanto é mais fo r 10usando com êle desta precaução, pa
moso do que elas o que é seu Senhor; ra que não caia, reconhecendo que
porque foi o autor da formosura que ( o deus) se não pode ajudar a si mes
criou tôdas estas coisas. 4Ou, se êles mo, porque é uma estátua e tem ne
se maravilharam do seu poder e in cessidade de auxílio. 17E, fazendo-lhe
fluências, entendam por elas, que o votos, consulta-o a respeito dos seus
que as fêz é mais forte do que elas; bens, e dos seus filhos, ou dum casa
Bporque pela grandeza e formosura da mento. Não se envergonha de falar
criatura se pode visivelmente chegar com aquêle madeiro, que está sem al
ao conhecimento do seu criador. 6To- ma; 18e roga pela saúde a um inváli
davia êstes homens são menos repre do, e pede a vida a um morto, e in
ensíveis, porque, se caem no êrro, é voca em seu socorro um inútil; 10e,
talvez buscando a Deus e desejando para o bom sucesso duma jornada,
encontrá-lo. 7Porquanto êles buscam- recorre àquele que não pode andar;
no pelo exame das suas obras e não e para as suas compras, suas empré-
seduzidos pela beleza das coisas que sas, e para o bom êxito de tôdas as
vêem. 8Mas, por outra parte, nem suas coisas, implora a quem é inca
êstes merecem perdão. 9Porque. se paz de tudo.
chegaram a ter luz bastante para po Loucura dos navegantes que se reco
derem fazer uma idéia do universo, mendam aos ídolos de seus navios
como não descobriram mais fácil-
mente o Senhor dêle? 1 A ^ m outro ainda, fazendo ten-
Loucura de quem adora os ídolos ção de se fazer ao mar, e, co
meçando a viajar sôbre as impetuo
10Porém são desgraçados, e fundam sas ondas, invoca um madeiro mais
em coisa morta as suas esperanças, frágil do que o lenho que o leva.
aquêles que chamaram deuses às o- 2Com efeito a cobiça de ganhar inven
bras das mãos dos homens, ao ouro tou o navio, e o artista pela sua ha
e à prata, às invenções da arte, às bilidade o fabricou. 8Mas, a tua pro
figuras de animais, ou á uma pedra vidência, ó Pai, é que governa; por
inútil, obra de mão antiga. UEis que que tu até no mar abriste caminho,
um artista hábil corta do bosque um e uma derrota seguríssima por entre
tronco direito, e dextramente lhe ti as ondas, 4mostrando que és poderoso
ra tôda a casca, e, valendo-se da sua para salvai* de todos (os perigos),
arte, faz com esmêro uma peça útil ainda que alguém se meta no m ar
Gap. X I I I — 6. São menos repreensíveis em com paração dos outros que, em assunto do
tanta importância, nem ao menos investigam.
9. Apresenta-se mais fàcilmente ao espírito a idéia de Deus do que o conhecimento-
das leis naturais.
16-19. N a idolatria o homem auxilia mais o deus do que êste auxilia o homem.
Cap. X l v — 2. Êstes versículos são um a espécie de digressão sôbre a providência do
Deus para com os marinheiros, e contribuem p ara provar a inutilidade dos ídolos.
14 LIVRO DA SABEDORIA 751
sem arte. 5Mas, para que as obras ordem dos príncipes eram adorados
da tua sabedoria não fôssem vãs, os os simulacros. 17E, quando os ho
homens confiam a um pequeno le mens não podiam honrar em presen
nho as suas vidas, e, atravessando o ça aqueles que estavam distantes,
mar sôbre uma embarcação, chegam mandavam trazer de longe o seu re
a salvamento. 6*Desta sorte nos pri trato, ou então mandavam fazer a
meiros tempos, quando pereceram os imagem visível do Rei, a quem que
soberbos gigantes, refugiando-se a riam honrar, a fim de prestar àque
esperança de toda a terra numa bar le que estava ausente um culto tão
ca, esta conservou para o mundo a zeloso como se estivesse presente.
semente das novas gerações, graças 1SA habilidade admirável do artista
à tua mão que a governava. excitou êste culto no espírito dos pró
Maldição de Déus contra os ídolos
prios ignorantes. 19Porque, desejan
do o artista agradar àquele que lhe
70 madeiro, do qual se faz bom dava que fazer, esmerou-se com a
uso, é bendito; 8*mas o ídolo, obra das sua arte para dar à semelhança do
mãos (do hom em ), é maldito, êle e retrato a maior beleza, 20e o vulgo
o seu autor; êste porque de fato o fa dos homens, seduzido pela beleza da
bricou, e aquêle porque, sendo uma obra, tomou por um Deus aquêle que
coisa frágil, foi chamado deus. ‘•Por até ali tinha sido honrado como ho
que Deus aborrece igualmente o ím mem.
pio e a sua impiedade. 10*E a obra 21Tal foi a ilusão da vida humana,
será castigada juntamente com o seu (proveniente) de que os homens, ou
autor. “ Por esta causa não serão para satisfazer um seu particular a-
poupados os ídolos das nações, porque feto, ou para obsequiar os reis, deram
as criaturas de Deus tornaram-se um às pedras e ao pau o nome incomu
objeto de abominação, e um motivo nicável.
de tentação para as almas dos ho Efeitos deploráveis da idolatria
mens, e um laço para os pés dos in
sensatos. “ Porgue a idéia de fazer 22E não bastou aos homens terem
ídolos foi o principio da fornicação, errado acêrca do conhecimento de
e a sua invenção foi a corrupção da Deus, mas 'ainda, vivendo em grande
vida; 13porque êles não existiam no guerra de ignorância, dão o nome de
princípio, nem durarão sempre. “ Foi paz a tantos e tão grandes males.
a vaidade dos homens que os intro ^Porque, ou sacrificando os seus pró
duziu no mundo; e por isso em bre prios filhos, ou fazendo sacrifícios o-
v e se verá o seu fim. cultos, ou celebrando vigílias cheias
de loucura, 24não conservam puros
Origens da idolatria nem o seu proceder, nem os seus ma
15Penetrado um pai de dor amarga, trimônios, mas um mata o outro por
fêz a imagem de seu filho, que pre inveja ou o ultraja com o adultério.
maturamente lhe tinha sido arreba 25E todos os crimes se acham’ de mis
tado; e àquele, que tinha falecido co tura, o sangue, o homicídio, o furto
mo um homem, começou a adorar e o engano, a corrupção e a infide
como deus, e estabelece-lhe entre os lidade, a turbação e o perjúrio, a per
seus servos cerimônias e sacrifícios. seguição dos bons, 26o esquecimento
16Depois, com o andar do tempo, fir de Deus, a contaminação das almas,
mando-se o mau costume, foi obser os crimes contra a natureza, a in
vado êste êrro como uma lei, e por constância dos matrimônios, as desor
5. N ão fôssem vãs. A navegação serve p ara fazer conhecer melhor as obras divinas,
isto é, os vários produtos de cada região, e para os espalhar por tôda a parte por meio
do comércio.
6. A esperança de tôda a terra. Noé com sua fam ília, depois do dilúvio, foram os
únicos que ficaram para repovoar a terra.
11. D e abominação, de culto execrando.
12. D a fornicação, isto é, da idolatria.
21. O nome de Deus incomunicável a qualquer outro ser.
22. E m grande guerra interior, em grande corrupção de costumes, causada pela igno-
rância de Deus.
75 2 LIvR O DA SABEDORIA 14 - lã
mãos iníquas uma obra morta: e ê- o referido sinal, não era curado, por
le mesmo vale mais do que aquêles a que o via, mas sim por ti, que és
quem adora, porque êle vive, pôsto o Salvador de todos os homens.
que seja mortal, mas aquêles nunca Lição para os Egípcios
viveram. “ Adoram até os mais vis
animais, que comparados com os ou 8E com isto mostraste aos nossos
tros irracionais, são de pior condi inimigos, que és tu o que livras de
ção do que êles. 19A própria vista todo o mal. °Porquanto aquêles fo
dêstes animais não mostra nada de ram mortos pelas mordeauras dos
bom nêles, porque foram excluídos gafanhotos e das môscas, e não se
da aprovação e bênção de Deus. encontrou remédio para a sua vida,
Os Egípcios castigados com os animais porque eram dignos de ser assim ex
e os Israelitas beneficiados por êles terminados. 10Porém, quanto aos
teus filhos, nem os dentes envenena
1 £ 2P or isso foram justamente a- dos dos dragões os puderam vencer,
tormentados porsêres (v is ) se porque, sobrevindo a tua miseri
melhantes àqueles, e foram exter córdia, os curou. nPois (sòm ente)
minados por uma multidão de ani eram provados a fim de que se lem
mais. 2Em lugar destas penas, fizes brassem dos teus preceitos, e logo
te favores ao teu povo, e deste-lhe o ficavam salvos, para que não suce
alimento delicioso que êle desejava, desse que, caindo êles num profun
proporcionando-lhe como iguaria ex- do esquecimento, não pudessem uti-
uisita gordas cordonizes. 8De mo- lizar-se do teu auxílio. “ Porquanto
o que, estando aquêles com vontade nem foi erva que os sarou, nem le-
de comer, por causa das pragas que nitivo algum, mas sim a tua pala
lhes mostraste e enviaste, viram vra, Senhor, que sara todas as coi
transformar-se em aversão o apetite sas. 13Porque tu, Senhor, és o que
do necessário, enquanto que êstes, tens o poder da vida e da morte, e
postos em necessidade por pouco tem o que nos levas às portas da mor
po, saborearam depois um delicioso te, e o que de lá nos tiras. 14Um
manjar. 4Porque importava que so homem pode bem matar outro por
breviesse uma ruína inevitável aos malícia, porém, tendo saído o espí
opressores, e que a êstes sòmente se rito, não o poderá fazer voltar, nem
mostrasse de que modo eram exter fará voltar a alma que já foi rece
minados os seus inimigos. 5Com e- bida.
feito, quando veio sôbre êles o furor Outro paralelo entre os Israelitas e
dos anlmais cruéis, eram mortos pe Egípcios: saraivadas e manás
las mordeduras de cobras astuciosas.
°Porém a tua ira não durou sempre, 15À tua mão é impossível escapar.
êles só por pouco tempo estiveram 16Por isso os ímpios que negavam co
nesta turbação, para ela lhes ser nhecer-te, pela fortaleza do teu bra
vir de advertência, e tiveram logo ço foram açoitados, sendo atormen
um sinal de salvação para os fazeres tados por chuvas extraordinárias, e
lembrar dos mandamentos da tua lei. saraivas, e tempestades, e consumi
7Porque aquêle que se voltava para dos pelo fogo. 17E o que nisto havia
18-19. Os mais (v is ) animais, como crocodilos, serpentes, répteis em geral, amaldiçoados
por Deus na serpente que seduziu E v a (G ên., III, 14).
Gap. X v l — 1. Semelhantes àqueles que adoravam .
3. Aquêles, os Egípcios, estando famintos, perdiam o apetite de comer, por causa do
nojo que lhes causavam os anim ais vis que se lhes punham diante dos olhos, durante
as p ragas; enquanto que êstes, os H e b re u s ...
4. E que a êstes, aos Hebreus, se fizesse compreender melhor, por meio duma fome mo
mentânea, quanto tinham sofrido os inimigos.
5. De cobras m andadas no deserto contra os Hebreus que m urm uravam (Núm eros,
X X L 4-9).
6. Um sinal de salvação, que era a serpente de bronze.
11. Esquecimento da tua lei, que os tornaria indignos dos teus benefícios.
14. Que jd foi recebida na habitação dos mortos.
17. É o vingador.. . A natureza combatia a favo r dos justos contra os maus.
754 LIVRO DA SABEDORIA 16 - 17
de mais admirável era que, na água que conserva aquêles que crêem em
que tudo extingue, o fogo se ateava ti. 27*P orque o que pelo fogo não po
ainda mais, porque o universo é o dia ser devorado, aquecido por um
vingador dos justos. 18Umas vêzes escasso raio do sol, imediatamente
amansava-se o fogo, para não quei se desfazia, “ para que a todos fôsse
mar os animais, que tinham sido en notório que importa prevenir o nas
viados contra os ímpios; e isto para cer do sol para te bendizer, e adorar-
que, vendo êles uma tal maravilha, te desde o raiar da manhã. 29Porque
reconhecessem que, por um juízo de a esperança do ingrato fundirá co
Deus, é que padeciam êstes males. mo o gêlo do inverno, e se perderá
19Outras vêzes o fogo, contra a sua como água inútil.
virtude natural, ardia na água, para N ova comparação entre Israelitas e
consumir as produções daquela ter Egípcios: a praga das trevas e a
ra iníqua. 20*E m contraposição de coluna de fogo
tudo isto alimentaste o teu povo com
o alimento dos anjos, e deste-lhe o 1 7 brandes são, pois, Senhor, os
pão, vindo do céu, preparado sem 1 • teus juízos, e inefáveis as
trabalho, que tinha em si tôda a de tuas palavras; por isso as almas in
lícia e a suavidade de todo o sabor. dóceis se desgarraram. 2Porque os
“ Porque êste alimento mostrava a maus, julgando poder dominar um
doçura que tens para com teus f i povo santo, ligados com as prisões
lhos, porque, acomodando-se à von das trevas e duma longa noite, en
tade de cada um, transformava-se cerrados em suas casas, jaziam ex
no que cada um queria. 22*A neve e cluídos da perpétua providência. 3E,
o gêlo aturavam a violência do fogo quando êles julgavam estar escondi
sem se fundirem, para que soubes dos na escuridão dos seus pecados,
sem que destruía os frutos dos ini foram dispersos sob o véu tenebroso
migos um fogo, que ardia no meio do esquecimento, horrendamente es-
da saraiva, e que cintilava por entre pavoridos, e com assombro excessivo
a chuva. perturbados. 4Pois nem a caverna
23Mas êste fogo, para que fôssem em que se tinham metido os guarda
sustentados os justos, como que es va sem temor; porquanto, baixando
queceu a sua própria força. “ P or sôbre êles um (h o rríve l) estrondo, os
que a criatura, servindo-te a ti, seu perturbava, e viam aparecer espec
Criador, torna-se violenta para ator tros medonhos gue os enchiam de pa
mentar os injustos, e torna-se mais vor. 5Não havia fogo, por mais ar
benigna para fazer bem àqueles que dente que fôsse, capaz de lhes dar
em ti confiam. 25Por isto ela, trans luz, nem as brilhantes chamas das
formando-se em tôda a sorte de gos estréias, podiam iluminar aquela hor
tos, obedecia à tua generosidade que rorosa noite. 6Mas só lhes aparecia
tudo sustenta, acomodando-se ao de um clarão repentino, que infundia
sejo daqueles que a ti recorriam; 26a temor; e, sobressaltados com o mêdo
fim de que soubessem os teus filhos, daqueles fantasmas que viam con
a quem amaste, Senhor, que não são fusamente, julgavam ser mais fo r
os frutos naturais que sustentam os midáveis (do que eram) as coisas que
homens, mas que é a tua palavra viam. 7Então ficaram impotentes as
20. Com o alimento dos anjos. Assim chama o sábio ao maná, tanto por ser um man
timento em certo modo celestial, caido do céu como orvalho, como pelo seu delicioso sabor,
que bem se podia dizer que era feito por ministério dos anjos.
22-23. A neve e o gêlo, isto é, o m aná que é comparado a esta substância. O maná,
que fundia com os primeiros raios solares, resiçtia miraculosamente ao fogo ordinário
(esqueceu a sua fô rç a ), o qual não poupava os frutos dos inimigos.
25. P o r isto o maná, tua c ria tu ra ...
Cap. X V I I — 1. Almas indóceis, os Egípcios que, depois de tantos avisos e prodígios,
não creram em Deus nem lhe obedeceram.
2. A s trevas, nona p raga do Egito.
3. A escuridão, de que os Egípcios tinham abusado para o crime (X IV , 23) serviu-
lhes de justo castigo.
7. Ficaram impotentes p ara frustrar as pragas infligidas por Deus contra os Egípcios.
17 - 18 LIVRO DA SABEDORIA 755
sos pais, para que, sabendo êles com vertiam isto antes, para não suceder
verdade a que promessas deram cré morrerem sem saber a causa dos ma
dito, ficassem os seus ânimos mais les que sofriam.
tranqüilos. 7E assim o teu povo
contemplou a conservação dos justos Flagelo passageiro para os Israelitas
e o extermínio dos injustos. 8Por-
que, assim como tu castigaste os nos verdade que também feriu os
sos adversários, assim também, unin justos uma prova de morte, e no de
do-nos a ti, nos engrandeceste. °Por- serto houve um levantamento da
que os justos, filhos dos bons, te ofe multidão; mas a tua ira não durou
reciam em segrêdo o sacrifício, e es muito tempo, ^porque, apressando-se
tabeleceram de comum acôrdo esta um homem irrepreensível a interce
lei de justiça: Que (no mundo) re der pelo povo, opôs-te o escudo do
ceberíam igualmente assim os bens seu ministério, e, dirigindo-te a sua
como os males, cantando já os hinos oração e a sua súplica com o incen
de seus pais. 9 10Mas (ao mesmo tem so, atalhou os progressos da tua ira,
po) ouviam-se as vozes confusas dos e pôs fim ao flagelo, mostrando que
seus inimigos, e os lamentáveis pran era teu servo. 22Não dominou a per
tos dos que choravam a morte dos turbação com a fôrça do corpo, nem
meninos. 11E com a mesma pena com o poder das armas, mas sim com
foi afligido o servo e o senhor, e o a sua palavra deteve o (a n jo) exter-
homem plebeu padeceu o mesmo que minador, recordando os juramentos
o rei. 12Todos, pois, com o mesmo feitos aos patriarcas e a aliança.
gênero de morte, tinham inumerá ^Quando já os mortos jaziam uns sô-
veis mortos. Nem já os vivos bas bre os outros, êle meteu-se de per
tavam para os enterrar, porque, num meio, e deteve a cólera, e cortou-lhe
instante, foi exterminada a parte 0 caminho qiUe ia ter aos vivos. “ Por-
mais nobre da nação. 13Então os que na vestldura talar que trazia es
que tinham sido incrédulos por cau tava simbolizado todo o mundo, e os
sa dos encantos, logo Que sucedeu o nomes gloriosos dos antepassados es
extermínio dos primogênitos, confes tavam gravados nas quatro ordens
saram que aquêle era o povo de de pedras, e a tua soberania estava
Deus. 14Porque, quando tudo repou gravada no diadema da sua cabeça,
sava num profundo silêncio, e a noi d ia n t e destas coisas, pois, cedeu o
te estava no meio do seu curso, 15a exterminador, e respeitou-as; porque
tua palavra onipotente, (baixando) bastava esta simples amostra da ira
do céu do teu trono real, saltou de divina.
improviso no meio da terra conde A passagem do m ar Vermelho
nada ao extermínio, como um infle
xível guerreiro; “ como uma aguda 1 Q 1Mas sôbre os ímpios desceu até
espada, ela levava o teu irrevogável 1 ** ao fim a ira de Deus sem mi
decreto, e, chegando lá, tudo encheu sericórdia, porque Deus previa o seu
de morte, e, estando em pé sobre a futuro modo de proceder, 2isto é, que
terra, chegava até ao céu. 17Então êles, depois de terem permitido (aos
foram imediatamente perturbados Israelitas) que se fôssem, tendo-os já
por visões horríveis, e temores ines despedido com grande pressa, arre
perados os assaltaram. 18E, arroja pendidos disto, iriam em seu alcance.
dos para um lado e para outro meio 3Tendo êles ainda o luto (por assim
mortos, mostravam a causa da mor dizer) entre as mãos, e chorando ain
te de que morriam. 19Porque as v i da junto dos sepulcros dos seus mor
sões, que os perturbavam, lhes ad tos, tomaram loucamente outra re
9. os justos, os Israelitas im olavam o cordeiro pascal no segrêdo das suas casas (Ê x .,
X II, 1-28), e em seguida cantavam hinos sagrados.
16. A té ao céu. Hipérbole para descrever o aspecto terrível do anjo exterminador.
18. Por meio de tôdas as circunstâncias que acompanhavam êste flagelo, Deus quis mos
tra r que era o seu autor.
20-21. A mortandade infligida por causa da sediç&o de Coré (N ú m ., X V I, 46-50) termi
nou depressa, devido à intercessâo de Arfto.
19 LIVRO DA SABEDORIA 757
P R Ó LO G O D E JESUS, F IL H O D E S IR AC , SÔBRE O E C L E S IÁ S T IC O
Muitos e excelentes ensinamentos tiveram de ser instruídos, mas tam
nos foram transmitidos pela le i, pe bém os próprios estrangeiros se po
los profetas, e por outros escritores dem tornar (por meio dêles) m uito
que vieram depois deles, o que torna hábeis tanto para falar como para
Israel digno de louvor por sua dou escrever.
trina e sua sabedoria,, visto que não P o r isso, Jesus, meu avô, depois
sòmente os autores déstes discursos de se te r aplicado com grande cui
1 ECLESIÁSTICO 759
dado à leitura da lei, e dos profetas, só êste livro, mas a própria lei e os
e dos outros livros que nossos pais profetas, e o contexto dos outros li
nos legaram, quis também escrever vros são m uito diferentes, quando se
alguma coisa acerca da doutrina e compara a versão com o original.
da sabedoria a fim de que aquêles Tendo eu chegado ao E g ito no ano
que desejam aprender, tendo-se ins trigésimo oitavo do reinado de P to -
truído por meio dêste livro, façam lomeu Evergetes, e tendo-me lá con
reflexões cada vez mais sérias, e servado durante m uito tempo, encon
se conservem constantes em viver se trei êste livro que lá tinha sido dei
gundo a lei. xado, e cuja doutrina não era pouca,
nem, para desprezar. P o r isso ju l-
E u vos exorto, pois, a v ir com bene guei u til e necessário empregar al
volência, e a empreender esta leitu gum cuidado e trabalho em traduzir
ra com uma atenção particular e a este liv ro ; e assim, com muitas v ig í
perdoar-nos, se algumas vezes pare lias, durante um cu rto tempo, em-
ce r que, ao reproduzir êste retrato preguei o meu estudo em concluir
da sabedoria, somos incapazes de dar e oferecer êste livro aos que querem
o sentido (claro) das expressões; aplicar o seu espírito, e aprender co
porque as palavras hebraicas perdem mo se devem regular os costumes,
m uito da sua fôrça quando trasla quando se tomou a resolução de v i
dadas para outra língua. E não é ver segundo a lei do Senhor.
tifica o coração, dá-lhe gôzo e ale "T em cuidado com êles para que não
gria. 19Quem teme o Senhor, será caias, e não desonres a tua alma,
ditoso, e no dia da sua morte será " e Deus não descubra os teus se
abençoado. temor de Deus é a gredos, e não te humilhe no meio
plenitude da sabedoria, e os seus da assembléia, "p or te teres apro
frutos saciam (os que a possuem). ximado do Senhor com disposição
“ Êle encherá tôda a casa do sábio maligna, e por teres tido o teu co
com os seus produtos, e os celeiros ração cheio de dolo e de engano.
com os seus tesouros. “ O temor do Paciência na tribulação
Senhor é a coroa da sabedoria: êle
dá a plenitude da paz, e frutos de O 2Meu filho, quando entrares no
salvação. “ Êle vê a sabedoria, e a “ serviço de Deus, persevera fir
conta; e uma e outra coisa é um me na justiça e no temor, e prepa
dom de Deus. “ A sabedoria espalha ra a tua alma para a tentação, h u
a ciência e a luz da prudência, e milha o teu coração, e tem paciên
exalta a glória dos que a possuem. cia: inclina o teu ouvido, e recebe as
“ A raiz da sabedoria é ò temor palavras da sabedoria, e não te apres
do Senhor, e os seus ramos são de ses no tempo da prova. 3Sofre as de
muita dura. “ Nos tesouros da sa moras de Deus; conserva-te unido a
bedoria acham-se a inteligência e a Deus, e espera pacientemente, para
piedade da ciência; mas para os pe teres vantagem na tua sorte final.
cadores a sabedoria é uma coisa exe 4Aceita (de boamente) tudo o que te
crável. “ O temor do Senhor expul suceder, e permanece em paz na tua
sa o pecado; “ quem não tem êste te dor, e no tempo da humilhação tem
mor não poderá ser justo, porque a paciência; 5porque no fogo se prova
sua cólera exaltada será a sua rui- o ouro e a prata, e os homens ama
na. “ O homem paciente sofrerá até dos (de Deus provam-se) no cadi
ao tempo marcado, e depois ser-lhe- nho da humilhação. °Confia em Deus,
-á dada a alegria. "O homem de e êle te protegerá; endireita o teu
bom senso reterá em si mesmo as caminho e espera nêle; conserva o
suas palavras até um certo tempo, seu temor, e envelhece nêle.
e os lábios de muitos publicarão a
Os frutos do temor de Deus
sua prudência. "A s regras do bom
proceder estão encerradas nos tesou 'Vós os que temeis o Senhor, espe
ros da sabedoria; 32o pecador, porém, rai a sua misericórdia, e não vos des
detesta o culto de Deus. "Filho, se vieis dêle, para que vos não suceda
desejas a sabedoria, observa os man cairdes. 8Vós, os que temeis o Se
damentos, e Deus ta dará. "Porque nhor, tende fé nêle, e não perdereis
o temor do Senhor é a sabedoria e a vossa recompensa. °Vós os que te
a disciplina, *5e o que lhe agrada meis o Senhor, esperai nêle, e para
é a fé e a mansidão, e êle enche vossa consolação virá sôbre vós a sua
rá os tesouros daquele que as pos misericórdia. 10Vós os que temeis o
sui. Senhor, amai-o, e os vossos coracôes
Aproxirnerno-nos de Deus com simpli serão alumiados. “ Considerai, filhos,
cidade de coração as gerações humanas, e sabei que
ninguém esperou no Senhor, e fos
"N ã o sejas rebelde ao temor do Se se confundido. 12Quem permaneceu
nhor, e não te aproximes dêle com firm e nos seus mandamentos, e foi
um coração dobre. "N ã o sejas hipó desamparado? ou quem o invocou, e
crita diante dos homens, e não te foi dêle desprezado? 13Porque Deus
sejam os teus lábios motivo de queda.52 é bom e misericordioso, e perdoará
25. D o temor de Deus nasce a ciência prática que traz consigo a virtude e a santidade;
e os ramos, que são as boas obras, produzem um a recompensa eterna.
28. A cólera, não sendo dominada pelo temor de Deus, levará prontamente ao pecado.
39-40. Deus costuma castigar nesta vida os hipócritas, permitindo que se tornem públi
cas as suas iniqüidades, e que fiquem cobertos de ignomínia.
Cap. I I — 2. N ão te apresses a tom ar ou a m udar as tuas resoluções, porque, no tem
po da tribulação, o abatimento pode levar-nos a dar um passo falso ou prejudicial.
2 - 3 ECLESIÁSTICO 761
os pecados no dia da tribulação; êle sua oração. 70 que honra seu pai
ê o protetor de todos os que o bus viverá uma vida larga; e consola
cam em verdade. l4A i do coração sua mãe quem obedece a seu pai.
dobre, e dos lábios criminosos, e das 60 que teme o Senhor honra seus pais;
mãos que fazem o mal, e do pecador e servirá, como a seus senhores, aos
que anda sôbre a terra por dois que o geraram.
caminhos! 15A i dos fracos de cora •Honra teu pai por ações, por pa
ção, que não confiam em Deus, e lavras e com tôda a paciência, “ pa
que por isso não serão protegidos por ra que venha sôbre ti a sua bênção,
êle! lflA i dos que perderam a pa e esta bênção permaneça contigo
ciência, e que deixaram os caminhos até ao fim. MA bênção do pai forti-
retos, e se extraviaram por veredas fica as casas dos filhos, e a maldi
corrompidas! 17Que farão êles, quan ção da mãe as destrói pelos alicerces.
do o Senhor começar a examinar •12Não te glories com aquilo ^ue de-
tudo? 18Os que temem o Senhor sonra teu pai, porque a sua ignomí
não serão desobedientes à sua pala nia não é glória para ti; 13pois a
vra, e os que o amam seguirão o seu lória do homem provém da honra
caminho. 10*Os que temem o Senhor f
o seu pai, e um pai sem honra ê
inquirirão o que lhe é agradável, a vergonha de seu filho.
e os que o amam serão cheios da 14Filho, ampara a velhice de teu
sua lei. ^Os que temem o Senhor pai, e não o entristeças durante a sua
prepararão os seus corações, e santi- vida. ,5Se a inteligência lhe for fa l
Iicarão as suas almas na sua presen tando, suporta-o, e não o desprezes,
ça. 21Os que temem o Senhor guar por teres mais vigor do que êle; por
darão os seus mandamentos, e terão que a caridade exercida com teu pai,
aciência até à sua visita, “ dizen- não ficará no esquecimento. 16Porque
o: Se não fizermos penitência, cai serás recompensado por teres supor
remos nas mãos do Senhor, e não tado os defeitos da tua mãe; 17e a
nas mãos dos homens. “ Porque, se justiça será o fundamento da tua ca
gundo é elevada a sua grandeza, as sa, e no dia da tribulação (D eus) se
sim também é grande a sua miseri lembrará de ti; e os teus pecados se
córdia. desfarão como o gêlo num dia sereno.
Deveres dos filhos para com os pais 18Como é infame aquêle que desam
para o seu pai! E como é amaldi
O 2Os filhos da sabedoria formam çoado de Deus o que exaspera sua
J uma congregação de justos, e a mãe!
sua índole é tôda obediência e amor Mansidão e humildade
(de Deus). 2Ouvi, filhos, os precei 19Filho, leva a cabo as tuas obras
tos do vosso pai, e procedei de sor com mansidão, e atrairás não só a
te que sejais salvos. 3Porque Deus estima, mas também o amor dos ho
quer honrar o pai nos filhos, e fir mens. £0Quanto maior és, mais te
mou cuidadosamente a autoridade da deves humilhar em todas as coisas,
mãe sobre os filhos. 40 que ama a e acharás graça diante de Deus;
Deus implorará o perdão dos seus 21porque só o poder de Deus é que
pecados, e se absterá de tornar a é grande, e é pelos humildes que êle
cair nêles, e será ouvido na sua o- é honrado.
ração de todos os dias. 5Como quem Contra a v ã curiosidade
acumula tesouros, assim é aquêle
que honra sua mãe. eO que honra 22Não procures saber o que excede
seu pai encontrará alegria nos seus a tua capacidade, e não especules o
filhos, e será atendido no dia da que ultrapassa as tuas fôrças (in te-
14. Ninguém pode servir a dois senhores, a Deus e ao mundo. Deus quer possuir só e
por completo o nosso coração.
20. Prepararão os seus corações para se tornarem dignos das graças divinas.
Cap. I I I — 9. Com tôda a paciência, ainda que tenham gênio irascível.
22-25. Ê um dever imposto à nossa lim itada inteligência não ter a pretençâo de com
preender tudo, principalmente em assuntos religiosos. Ê grande ventura termos conheci
mento dêles, ainda que os não saibam os explicar.
762 ECLESIÁSTICO 3 4
lectuais), mas pensa sempre no que tribulado, nem voltes a tua cara ao
Deus te mandou, e nas muitas obras obre. 5Não afastes os teus olhos
suas não sejas curioso. ^Porque não o indigente, irritando-o, nem dês
te é necessário ver com os teus olhos ocasião aos que te pedem de te amal
o que está escondido. 24Não te apli diçoar por trás; °porque aquêle que
ques a esquadrinhar com ânsia as te amaldiçoa na amargura da sua
coisas supérfluas, e não indagues com alma, será ouvido na impreca-
curiosidade as diversas coisas de Deus. ção, e o seu Criador o ouvirá, ^ o r
25Porque muitas coisas te foram re na-te afável ao ajuntamento dos po
veladas, que excedem a inteligência bres, e humilha a tua alma diante
humana. 28A muitos enganou a falsa dos anciãos, e abaixa a tua cabeça
opinião que formavam delas, e as diante dos grandes. 8Aplica o teu
suas conjecturas sobre tais coisas ouvido ao pobre sem desdém, e pa
conservaram-nos no êrro. ga-lhe a tua dívida (de caridade),
Coração m au e coração bom
e responde-lhe pacificamente e com
doçura. °Livra da mão do soberbo
270 coração duro será oprimido de o que padece injúria, e não te seja
males no fim ( da vida) ; e aquêle que isto penoso. 10No julgar sê misericor
ama o perigo perecerá nêle. “ O co dioso com os órfãos como um pai,
ração que anda por dois caminhos, e sê como um marido para com a
não sera bem sucedido, e o depravado sua (pobre) mãe; X1e serás como um
de coração achará nêles a sua ruí filho obediente do Altíssimo, e êle
na. 290 coração rebelde será oprimi se compadecerá de ti, mais do que
do de dores, e o pecador amontoará uma mãe.
pecados sôbre pecados. 30A assem Vantagens da sabedoria
bléia dos soberbos é incorrigível, por
que o tronco do pecado se arraiga 12A sabedoria infunde vida a seus
rá nêles, sem que o notem. slO co filhos, e toma debaixo da sua prote
ração do sábio manifesta-se pela sa ção os que a buscam, e irá adiante
bedoria, e o ouvido virtuoso ouvirá dêles no caminho da justiça. lsO que
a sabedoria com grande ardor. “ O a ama, ama a vida, e os que solíci
coração sábio e inteligente abs- tos, a buscarem, gozarão da sua doçu
ter-se-á do pecado, e será bem su ra. 14Aquêles que a possuírem, te
cedido nas obras de justiça. rão a vida (eterna) por herança,
33A água apaga o fogo ardente, e e onde ela entrar, Deus abençoará
a esmola resiste aos pecados. 34Deus tudo. 15Os que a servem, serão o-
contempla aquêle que exerce a cari bedientes ao Santo, e Deus ama os
dade, e lembra-se dêle para o futu que a amam. 16Aquêle que a ouve,
ro, e no tempo da desgraça encon julgará as nações, e o que tem os o-
trará um apoio. lhos fixos nela permanecerá seguro.
Exortação às obras de misericórdia 17Se tiver confiança nela, herdá-la-
-á, e a sua posse será confirmada
A ^ ilh o , não prives o pobre da em seus filhos. 18Porque ela anda
^ sua esmola, e não apartes dê- com êle na prova, e o escolhe en
le os teus olhos. 2Não desprezes a- tre os primeiros. 19Ela fará v ir sô-
quêle que tem fome, nem exaspe bre êle o temor, o mêdo e a prova; e o
res o pobre na sua necessidade. 8Não exercitará nas penas que acompa
aflijas o coração do pobre, e não nham as suas instruções, até que o
difiras dar ao que está em angús sonde em seus pensamentos, e se
tia. 4Não rejeites a petição do a fie da sua alma. “ E ela o porá fir -
Cap. I V — 6. Se o pobre é virtuoso e sofre com paciência, isto mesmo é uma tácita
im precação contra o rico que o despreza. Se o pobre é mau, apesar de Deus condenar a
su a impaciência, ouve todavia as suas imprecaçôes contra o rico desumano.
15. A o Santo por essência.
18-22. Proceder habitual d a Sabedoria divina para com aquêles que se entregam a ela.
Sofrem v árias tribulaçôes p ara se purificarem , tornando-se assim cada vez mais dignos de
Deus.
20. o porá firm e na virtude.
4 - 5 ECLESIÁSTICO 763
róximo; se não, poe a tua mão s ô - tribulação. MSe o teu amigo perse-
re a tua bôca, para que te não su verar firme, será para ti como um
ceda sêres surpreendido numa pala igual, e nas tuas coisas domésticas
vra indiscreta, e caíres em confusão. intervirá com confiança. 12Se êle se
15A honra e a glória acompanham o humilhar diante de ti, e se esconder
discurso do homem sensato, mas a da tua presença, terás uma amizade
língua do imprudente é a sua ruína. boa e sincera. 18Separa-te dos teus
16Foge de passares por mexeriqueiro, inimigos, e está alerta com os teus
e não te venha a tua língua a ser amigos.
um laço e um motivo de confusão.
17Porque sobre o ladrão está a con O verdadeiro amigo é um tesouro
fusão e o arrependimento, mas so 140 amigo fiel é uma forte prote
bre a língua dobre cai uma nota pés ção; quem o encontrou, encontrou um
sima de infâmia, e o mexeriqueiro ad tesouro. 15Nada se pode comparar
quire o ódio, a inimizade e afron com um amigo fiel, e o ouro e a
ta. 18Faze igualmente justiça aos pe prata não merecem ser postos em
quenos e aos grandes. balança com a sinceridade da sua
fé. 10O amigo fie l é um bálsamo
Perigos do orgulho de vida e de imortalidade, e os que
£ 2De amigo não te tornes o ini- temem o Senhor acharão um tal a-
u migo do teu próximo; porque o migo. 170 que teme a Deus terá i-
mau terá por sorte a vergonha e a gualmente bons amigos, porque êstes
ignomínia, como todo o pecador in serão semelhantes a êle.
vejoso e de duas línguas. 2Não te Exortação para adquirir a sabedoria
eleves como um touro no pensamen
to do teu coração, para não suceder 18Filho, desde a tua mocidade rece
que a tua loucura quebre a tua for be a instrução, e adquirirás uma sa
ça, 3e consuma as tuas folhas, e per bedoria que te dure até à velhice.
ca os teus frutos, e tu venhas a ficar 10Aproxima-te da sabedoria, corno o
como uma árvore sêca no deserto. que lavra e semeia, e espera os seus
4Porque a alma maligna perderá a- bons frutos. ^Trabalharás um pou
quêle que a tem, e torná-lo-á a ale co na sua cultura, mas depressa co
gria dos seus inimigos, e o conduzirá merás dos seus frutos. "Quão exces-
à sorte dos ímpios. sivamente áspera é a sabedoria para
A verdadeira amizade os néscios! Não permanecerá nela
o insensato. “ Será para êles como
5A palavra doce multiplica os ami uma pedra pesada que serve para
gos, e mitiga os inimigos; ,e a lín provar, e não tardarão em se descar
gua amável no homem bom produz regarem dela. "Porque a sabedoria
abundantes frutos. °Vive em ami que instrui é (coisa oculta) segundo
zade com muitos, mas seja teu con (indica) o nome que tem, e não se
selheiro um entre mil. 7Se queres manifesta a muitos; mas, naqueles
ter um amigo, toma-o depois de o que a conhecem, permanece até (os
teres provado, e não te fies fàcilmen- levar) à presença de Deus. 24Ouve,
te nêle. 8Porque há amigo que sô- filho, e recebe uma sábia advertên
mente o é quando nisso acha a sua cia, e não rejeites o meu conselho.
conveniência, e deixará de o ser no 25Mete os teus pés nos seus grilhões,
dia da tribulação. 9E há amigo que e o teu pescoço nas suas cadeias.
se muda em inimigo; e há amigo que “ Baixa o teu ombro, e leva-a às
descobrirá o seu ódio e as suas rixas costas, e não te desgostes com as
e injúrias. suas prisões. 27Aproxim a-te dela de
10E há amigo que só o é para a todo o teu coração, e guarda os seus
mesa, e que o não será no dia da caminhos com todas as tuas forças.
Cap. V I — 12. O verdadeiro am igo desaparece na ocasião oportuna para deixar o pri
meiro lugar aquele a que consagra mais am or que a si próprio.
22. Para provar as fôrças do homem.
25. M ete os teus pés. . . Faze-te escravo submisso da sabedoria.
6 - 7 ECLESIÁSTICO 765
mem mais poderoso do que tu; por mosura alheia. °Por causa da for
que, se lhe emprestares, faze de con mosura da mulher pereceram muitos,
ta que o perdeste. 10Não fiques por e por ela se acende a concupiscência
fiador em mais do que podem as tuas como o fogo. 10Tôda a mulher que
forças; porque, se ficares, pensa que é prostituta, será pisada como ester
é necessário restituir. 17Não há ra co no caminho. “ Muitos, por terem
zões contra um juiz, porque êle julga admirado a formosura da mulher a-
o que supõe ser justo. 18Não te me lheia, se tornaram réprobos; porque
tas a uma viagem com homem atre a sua conversação queima como o
vido, para que não suceda que êle fogo. “ Não te assentes jamais com
faça recair sôbre ti os seus males; a mulher alheia, nem te recostes com
porque êle anda segundo a sua (ca ela à mesa sôbre o cotovêlo; 13e não
prichosa) vontade, e tu perecerás disputes com ela, bebendo vinho, pa
com êle pela sua loucura. 19Não te ra que não suceda que o teu coração
nhas rixas com o homem colérico, se converta para ela, e que a tua
e com o atrevido não vás a um lugar paixão te faça cair na perdição.
solitário, porque para êle nada vale
o sangue, e, longe de todo o socorro, Corno comportar-se com os amigos, com
te esmagará. “ Não te aconselhes os pecadores, com os poderosos e com
com loucos, porque êles não poderão os sábios
amar senão o que lhes apraz. 21Não
consultes diante dum estranho, por 14Não deixes o amigo antigo; por
que não sabes o que êle maquina que o novo não será semelhante a
dentro de si. “ Não descubras o teu êle. lsO amigo novo é um vinho no
coração a qualquer homem, para que vo; êle se fará velho, e tu (então)
não suceda que te mostre uma falsa o beberás com gôsto. 16Não invejes
amizade, e que depois diga mal de a gloria nem as riquezas do pecador;
ti. porque não sabes qual será a sua
ruína. 17Não aproves a violência dos
Prudência nas relações com as injustos, sabendo que até à sepultu
mulheres ra não agradará o ímpio (a Deus).
18Conserva-te longe daquele homem
Q 1Não sejas cioso da tua espôsa, que tem poder de mandar matar, e
u para que não empregue con assim não saberás o que é temer a
tra ti a malícia que lhe ensinaste. morte. 19E, se te aproximares dêle,
2Não dês à mulher poder sôbre a tua vê, não cometas algum mal, donde
alma, para que se não levante con possa resultar tirar-te a vida. “ Sa
tra a tua autoridade, e fiques enver^ be que comunicas com a morte; por
gonhado. 8Não olhes para a mulher que caminhas no meio de laços, e an
volúvel, para que não suceda caíres das sôbre as armas de homens res
nos seus laços. 4Não freqüentes o sentidos. "Segundo as tuas fôrças a-
trato com a bailarina, nem a ouças, cautela-te do teu próximo, e trata
para que não suceda pereceres à com os sábios e prudentes. 22Os teus
fôrça dos seus atrativos. 5Não dete convivas sejam os homens justos,, e
nhas os teus olhos sôbre uma don no temor de Deus esteja pôsto o mo
zela, para que a sua beleza não te tivo da tua glória, “ e ocupe o teu
seja ocasião de queda. °Nunca entre espirito o pensamento de Deus, e
gues a tua alma às prostitutas, para tôda a tua conversação verse sôbre
que te não percas a ti e aos teus os preceitos do Altíssimo. 24Os artis
bens. 7Não deixes errar os olhos pe tas são louvados pelas obras das suas
las ruas da cidade, nem andes va mãos, e o príncipe do povo pela sa
gueando pelas suas praças. 8Afasta bedoria dos seus discursos, e os ve
os teus olhos da mulher enfeitada, e lhos pela prudência das suas pala
não olhes com curiosidade para a for vras. 25É terrível na sua cidade o
Cap. IX — 1. E v itar os ciúmes conjugais, desde que não sejam completamente Justifi
cados. A s censuras injustas desgostam a espôsa fiel, e podem excitá-la a cometer faltas
de que é injustamente acusada.
20. Com unicas. . . Com tal compannia estas em perigo contínuo de perder a vid&
768 ECLESIÁSTICO 10
homem linguareiro, e o temerário nas trega a ela, será cheio de maldições,
suas palavras será aborrecido. e ela por fim será a sua ruína. 16P or
isso é que o Senhor cobriu de oprú-
Deus g u ia as nações e detesta os brios as assembléias dos maus, e os
soberbos destruiu para sempre. 17Deus des
truiu os tronos dos príncipes sober
1 41 20 juiz sábio fará justiça ao seu bos, e em seu lugar colocou os hu
povo, e o govêrno do homem mildes. 18Deus fêz secar as raizes das
sensato será estável. 2Qual é o juiz naçôes soberbas, e plantou os que e-
do povo, tais são os seus ministros; ram humildes dentre as mesmas na-
e qual é o governador da cidade, tais ôes. 10O Senhor destruiu as terras
são os seus habitantes. *0 rei pou S as naçôes, e as arruinou atéao sali-
co sensato perderá o seu povo, e cerces. "Desolou muitas delas, e
as cidades povoar-se-ão pelo bom destruiu-as, e fêz apagar a sua memó
senso dos poderosos. 40 domínio sô- ria de cima da terra. “ Deus aboliu
bre um pais está na mão de Deus, a memória dos soberbos, e conservou
e é êle que, a seu tempo, suscitará a dos humildes de coração. “ A so
um governador útil. 5A prosperida berba não foi criada com o homem,
de do homem está na mão de Deus, nem a ira com a posteridade das mu
e é êle que pôe o sinal da sua ma lheres.
jestade sobre a fronte do escriba.
A verdadeira glória está no temor
M ales e danos da soberba de Deus
6Esquece-te de tôdas as injúrias ^A descendência do homem, que
?ue recebeste do teu próximo, e não
aças nada por via de violência. 7A
teme a Deus, será honrada; porém
aquela que transgride os mandamen
soberba é aborrecida por Deus e pe tos do Senhor, será desonrada. “ En
los homens, e toda a iniqüidade das tre os irmãos a honra é pára o que
nações é execrável. 8Um reino é governa, assim sucederá na presen
transferido duma nação para outra, ça do Senhor aqueles que o temem.
por causa das injustiças, e das violên “ A glória dos ricos, dos nobres e dos
cias, e dos ultrajes, e de toda a sor pobres, é o temor de Deus. "N ã o
te de enganos. °Não há coisa mais desprezes o homem justo, ainda que
detestável do que o avarento. Por pobre, e não glorifiques o pecador
que se ensoberbece a terra e a cinza? porque é rico. wO grande, o juiz e
10Não há coisa mais injusta do que o poderoso gozam de honra; porém
acjjêle que ama o dinheiro, porque nenhum há tão grande como aquê-
venderia até a sua mesma alma, visto le que teme a Deus.
que se despojou em sua vida das
próprias entranhas. MA vida de to Sóbre a glória do pobre e do rico
do o potentado é breve. A doença
prolongada fatiga o médico. 120 mé “ Os homens livres sujeitar-se-ão a
dico atalha a doença de pouca dura; um servo prudente; e o homem pru
assim o que hoje é rei, amanhã mor dente e educado não murmurará
rerá. 13Quando morrer o homem, te quando fôr repreendido, e o ignoran
rá por herança as serpentes, e as te não será honrado. “ Não te orgu
sevandijas, e os vermes. lhes quando te sair bem a tua obra,
140 princípio da soberba do homem e não te abandones à preguiça no
é afastar-se de Deus; “ porque o seu tempo da aflição. 30Vale mais o que
coração afasta-se daquele que o criou; trabalha e que tudo tem em abundân
assim pois o principio de todo o pe cia, do que o jactancioso que não tem
cado é a soberba. Aquêle que se en pão. 31Filho, conserva a tua alma na
Cap. X — 3. Dos poderosos que as governam.
9. Porque se ensoberbece. .. o orgulho é um contra-senso no homem, o qual não é m ais
que pó e cinza.
10. . ..s e d esp ojou ..., isto é, não sente compaixão por ninguém, dominado como está por
um feroz egoismo.
22. N ão foi c r ia d a ... N ã o foi Deus, m as sim o homem que criou o vicio da soberba.
10 - 11 ECLESIÁSTICO 769
mansidão, e dá-lhe a honra que ela “ Há homem, que trabalha, e se dá
merece. 32Quem justificará o que pe pressa, e se atormenta, mas, como
ca contra a sua alma? E quem hon é ímpio, quanto mais faz, menos en
rará o que desonra a sua alma? 330 riquece. 12Há outro sem vigor, que
pobre encontra a sua glória na sua necessita de amparo, falta de fôrças
instrução e no seu temor (de D eu s); e vivendo na miséria; 13mas Deus pôs
e o rico é respeitado por causa das a sua vista benignamente sôbre ele,
suas riquezas. 840 ra o que é glorifi- e levantou-o da sua humilhação, e
cado na pobreza, quanto mais o se exaltou a sua cabeça; e maravilham-
ria nas riquezas? Mas o que baseia se dêle muitos, e glorificam a Deus.
a sua glória nas riquezas, tema a po
breza. A pobreza e a riqueza vêm de Deus
25 - B íb lia Sagrada
770 ECLESIÁSTICO 11 - 13
trata com outro mais poderoso que tu as suas palavras, toma-as por
êle; e (p o r isso) não te associes com um sonho, e vigiarás. “ Am a a Deus
o que é mais rico do que tu. 3Que durante toda a tua vida, e invoca-o
resultado tirará uma panela de estar para tua salvação.
junto do caldeirão? Quando êstes
vasos derem um no outro, ela se que Simpatias e antipatias
brará. 40 rico fêz uma injustiça, e 19Todo o animal ama o seu seme
bramará; o pobre, porém, maltrata lhante; assim também todo o homem
do, terá que se calar. 5Se lhe deres ama o seu próximo. 20Tôda a carne
com largueza, êle te admitirá (a sua se une à que se lhe assemelha, e todo
amizade), mas, se não tiveres nada, o homem se une com o seu semelhan
abandonar-te-á. °Se tens, fará con te. 21Quando o lôbò tiver amizade
vivência contigo, e te esgotará sem
nenhuma pena ter de ti. 7Se lhe fo com o cordeiro, então a terá o pe
res necessário, êle te enganará, e, sor cador com o justo. 22Que relações
rindo-se, te dará boas esperanças, fa- tem um homem santo com um cão?
lando-te com boas palavras, e te di Ou que sociedade tem um homem
rá: De que necessitas tu? 8Seduzir- rico com um pobre ? 2sO asno mon-
-te-á com os seus banquetes, até que tês é a prêsa do leão no deserto;
te esgote em duas ou três vêzes (que assim também os pobres são a prê-
o convides); e por último zombará sa dos ricos. 24E, assim como a hu
de ti; e depois, vendo-te te abando mildade é a abominação do soberbo,
nará, e abanará a cabeça, escarne assim também o pobre é a execra
cendo de ti. 9Humilha-te diante de ção do rico. 250 rico se for abalado,
Deus, e espera (que) a sua mão é sustido pelos seus amigos; mas
(obre). 10Vê, não te humilhes indis- o pobre, quando cai, será empurra
cretamente (ante o ric o ), deixando- do até pelos seus amigos. 26Se o
te seduzir. nNão te humilhes na tua rico se engana, tem muitos defenso
sabedoria, não suceda que, sendo hu res; falou com arrogância, e justi
milhado, te deixes seduzir para a lou ficam-no. 27Enganou-se o pobre, e
cura. 12Se fores chamado por algum ainda em cima é repreendido; falou
grande, retira-te; porque isso o ex avisadamente, e não lhe dão ouvi
citará mais a chamar-te. 13Não lhe dos. ^Fala o rico, e todos se calam,
sejas importuno, para que êle se não e exaltam até às nuvens as suas pa
desgoste de ti; e não te afastes (m u i lavras. ^Fala o pobre, e dizem: Quem
to ) dêle, para que te não esqueça. é êste? E, se puser um pó em
14Não o detenhas em conversação, falso, acabá-lo-ão de, derrubar.
como se fôsses seu igual, nem te fies Bom uso das riquezas
nas suas muitas palavras; porque êle
te experimentará, fazendo-te falar 30As riquezas são boas para o que
muito, e, sorrindo, te interrogará so não tem pecado na sua consciência;
bre os teus segredos. 150 seu coração e a pobreza é péssima no dizer do
desapiedado conservará todas as tuas ímpio. 310 coração do homem mu
palavras, e não te poupará nem aos da-lhe o rosto quer para o bem, quer
maus tratos, nem às prisões. 16Tem para o mal. 320 sinal dum bom
cuidado contigo, e ouve com atenção coração, que é um rosto sereno, en
o que êle te disser, pois, andas em contra-se dificilmente e com traba
risco de te perder. 17Mas, ouvindo lho.
Cap. X I I I — 3. Urna panela de barro.
4. E bramará, e ainda se indignará, corno se fôsse o ofendido.
8. Excitado pelos banquetes do seu am igo rico, o pobre procura im itar a sua prodiga
lidade; mas, depois que se arruinou, sòmente encontra sarcasmos no meio d a sua dor.
12. Regeitar os convites perigosos. Dêste modo ganha-se a estima daquele que os faz
(porque isso o e x c it a r á ...).
17. Tom a-as . . . N ã o lhes dês mais crédito que a um sonho, e continua a ter cuidado.
22. Que rela çõ es... Segundo o grego: Como pode haver amizade entre a hiena e o
cão?
772 ECLESIÁSTICO 14 - 15
12Porque a misericórdia e a ira estão lar bem o teu espírito, e está atento
sempre com êle; é poderoso para per em teu coração às minhas palavras;
doar, e também o é para derramar a 25e eu te darei instruções muito acer
sua ira. 130s seus castigos igualam tadas, e te manifestarei os arcanos
a sua misericórdia; julga o homem da sabedoria. Está atento em teu
segundo as suas obras. 14Não esca coração às minhas palavras, e te di
pará (ao castigo) o pecador com as rei com retidão de espírito as ma
suas rapinas, e a paciência do que ravilhas que desde o princípio Deus
usa de misericórdia não tardará em fêz brilhar nas suas obras, e te mos
ser recompensada. 15Tôda a obra de trarei com verdade a sua ciência.
misericórdia preparará a cada um 26Deus formou com sabedoria des
o seu lugar, segundo o merecimento de o princípio as suas obras e des
das suas obras, e segundo a prudên de a sua mesma criação as distinguiu
cia (com que tiver vivido) neste lu em partes, e (colocou) as principais
gar de exilio. delas segundo a sua natureza. 27A-
Ninguém se pode esconder de Deus . domou para sempre as suas opera-
ões; elas não sentiram fome, nem
16Não digas: Esconder-me-ei de adiga, e nunca interromperam o seu
Deus, e quem pensará em mim lá trabalho. “ Nunca nenhuma delas
nos altos céus? 17Eu não serei co embaraçará a outra. ^Não sejas de
nhecido entre um tão grande povo; sobediente à sua palavra. "Depois
pois, que coisa é a minha alma en disto, olhou Deus para a terra, e a
tre tanta infinidade de criaturas? encheu dos seus bens. 81Mostrou à
18Eis que o céu, e o céu dos céus, o sua superfície animais de todas as
abismo, e tôda a extensão da terra, espécies, e é a ela que êles voltam.
e tudo o que nêles se contém, tre
merão à sua vista. 19Os montes i- Criação do homem
gualmente, e os outeiros, e os funda e dons que lhe foram concedidos
mentos da terra, quando Deus lhes
puser os olhos, todos serão abalados I 7 ^ e u s criou o homem de terra,
de terror. 20E no meio de tudo isto, II e formou-o à sua imagem. 2E
ainda permanece insensato o cora êle o fêz de novo voltar à terra, e
ção (do h om em ); porém, todo o co o revestiu de fôrça segundo a sua
ração é visto por Deus. 21E quem natureza. 3Assinalou-lhe determina
é o que compreende os seus cami do tempo e número de dias, e deu-lhe
nhos, e aquela tempestade que a vis poder sôbre tudo o que há na terra.
ta do homem nunca verá? 22Porque 4Êle o fêz ser temido de tôda a car
a maior parte das suas obras são o- ne, e deu-lhe o império sôbre os ani
cultas; mas quem poderá explicar as mais e sôbre as aves. 5Criou da sua
obras da sua justiça? Ou quem as mesma substância uma auxiliar seme
poderá suportar? Porquanto os seus lhante a êle; deu-lhes discernimento,
decretos estão longe de alguns, e o e língua, e olhos, e ouvidos, e espíri
exame de todas as coisas é no últi to para pensar, e encheu-os das lu
mo dia. 23*0 imprudente pensa em coi zes da inteligência. 6Criou nêles a
sas vãs, e o homem indiscreto e extra ciência do espírito, encheu de censo
viado pensa (sòm ente) em loucuras. os seus corações, e mostrou-lhes os
Criação e disposição do universo males e os bens. 7Pôs o seu olhar
sôbre os seus corações para lhes fazer
240uve-me, filho, e aprende a regu ver as maravilhas das suas obras; 8a
21. E aquela tem pestade... M etáfora p a ra exprimir o que h á de grandioso e terrivel
no proceder de Deus.
22. Estão longe de alguns . . . M uitas vêzes os ímpios pensam que o julgamento divino
está longe dêles.
26. A s d istin g u iu . .. M arcou o lugar e o papel próprio a cada criatura individual.
31. Que êles voltam pela morte.
Cap. X V I I — 4. De tôda a carne, de todos os animais.
27. A dornou . . . Ê provável que se fale aqui dos astros, ornamentos do céu.
30. Depois de ter organizado os céus, Deus olhou p ara a terra, que ia aperfeiçoar.
17 - 18 ECLESIÁSTICO 775
uma espada de dois fios; a sua fe ri te a viagem, mas nos lábios do sábio
da não tem cura. 50 ultraje e as achar-se-á a graça. “ A bôca do ho
violências aniquilarão a riqueza; e a mem prudente é buscada na assem
mais opulenta casa será destruída pela bléia e os outros pensarão nas suas
soberba; do mesmo modo os bens do palavras dentro dos seus corações. 21A
soberbo serão arrancados pela raiz. sabedoria é para o insensato como u-
6A súplica do pobre chegará desde ma casa arruinada; e a ciência do
a sua bôca até aos ouvidos de Deus, insensato reduz-se a palavras mal
e prontamente lhe será feita justi digeridas.
ça. 7Aquêle que aborrece a repreen 22A doutrina é para o insensato co
são caminha por cima das pegadas mo grilhões aos pés, e como cadeias
do pecador; e aquêle que teme a que lhe carregam a mão direita. “ O
Deus converter-se-á do íntimo do seu insensato, quando se ri, levanta a sua
coração. sO homem poderoso dá-se voz; mas o varão sãbio apenas se sor
a conhecer ao longe pela sua língua rirá em silêncio. 24A ciência é para
atrevida; e o sábio sabe escapar-se o homem prudente um ornamento de
dêle. °Aquêle que edifica a sua ca ouro, e como um bracelete no seu bra
sa à custa alheia, é como o que a- ço direito. “ O pé do insensato é fá
junta as suas pedras no inverno. 9 10*A cil em se meter em casa do vizinho;
assembléia dos pecadores é como um mas o homem que sabe viver é re
montão de estopa, e o seu fim será servado diante duma pessoa podero
o serem consumidos pelo fogo. "O sa. 20O insensato olhará pela janela
caminho dos pecadores é calcetado para dentro duma casa; mas o homem
de pedras unidas entre si, mas vai educado conserva-se à porta. 27É má
dar ao inferno, às trevas e aos tor educação escutar a uma porta; e ao
mentos. prudente será insuportável esta bai
xeza. “ Os lábios dos imprudentes di
O sábio e o insensato rão fatuidades; mas as palavras dos
12Aquêle que guarda a justiça pe homens prudentes serão pesadas na
netrará o espírito dela. 13A sabedo balança. “ O coração dos insensatos
ria e o bom senso são o fruto do per está na sua bôca, e a bôca dos sábios
feito temor de Deus. 14*A quêle que está no seu coração. “ Quando o ím
não é sábio no bem, nunca será pio amaldiçoa o demônio, amaldiçoa-
(bem ) instruído. “ Há uma sabedo se a si mesmo. "O mexeriqueiro
ria que é fecunda no mal, e não contaminará a sua alma, e será abor
há bom senso onde há amargura. recido de todos; e o que mora com
18A ciência do sábio transbordará co êle será odioso; o homem calado, po
mo uma inundação, e o seu conselho rém, e prudente, será honrado.
permanece como uma fonte de vida. Corno proceder com o insensato
170 coração do insensato é como um
vaso quebrado; nada pode reter da 0 9 jO preguiçoso foi apedrejado
sabedoria. “ “ com lodo, e todos falarão dê
180 sábio, ouvindo qualquer pala le com desprêzo. 20 preguiçoso foi
vra judiciosa, louvá-la-á e aplicá-la-á apedrejado com excremento de bois,
a si; se, porém, a ouve o voluptuoso, e todo o que £> tocar sacudirá as
não lhe agradará, e a deitará para mãos. 30 filho ínal educado é a ver
trás das costas. 19A conversação do gonha do pai; e a filha ( imodesta)
insensato é corno urna carga duran será pouco estimada. 4A filha pru
9. N o inverno, em que não é ocasião própria p ara construir.
15. Am argura do pecado.
19. Ê aborrecida como uma carga.
2L Como uma casa arruinada, que nenhuma utilidade tem.
22. A doutrina, a instrução sôbre a virtude é p ara o insensato um a coisa desagradável,
que lhe tira a liberdade dos movimentos.
30. Quem peca não acuse o demônio, m as sim a sua própria malícia.
Cap. X X I I — 1-2. Com lô d o ... M ostra o sábio que, no conceito do povo, é tão vil o
homem preguiçoso, que todos o insultam, atirando-lhe lôdo, ou mancheias de estéreo, e ou
tras imundícies.
780 ECLESIÁSTICO 22
dente será uma herança para seu ma uma paliçada posta em lugares eleva
rido, mas aquela cujo procedimento dos, e uma parede de pedra sêca não
envergonha, será a desonra de seu pai. podem resistir à violência do vento,
5A mulher atrevida cobre de confusão 22assim também o coração do insen
seu pai e seu marido, e não será infe sato, tímido nos seus pensamentos,
rior aos ímpios, e dum e doutro an não resistirá à violência do temor.
dará desestimada. 6*U m discurso fo 23Assim como o coração do insensato,
ra de propósito é como a música no medroso nos seus pensamentos, não
luto; mas o castigo e a doutrina em temerá em tempo algum, assim tam
todo o tempo são sabedoria. bém o que está sempre firm e nos
7Aquêle que ensina o insensato, é preceitos de Deus.
como o que quer tornar a unir os Como proceder com os amigos
cacos de um vaso quebrado. 80 ho
mem que se põe a contar alguma coi 24Aquêle que pica o olho, faz sair
sa ao que o não ouve, é como o que dêle lágrimas; e o que pica o coração
desperta um dorminhoco dum pesado excita o sentimento. “ Aquêle que
sono. 9Aquêle que fala da sabedoria atira com uma pedra aos pássaros,
a um insensato, é como o p ie fala fá-los fugir; assim também aquêle
com um homem adormecido, o qual, que diz injúrias ao seu amigo, des
ao fim do discurso, dirá: Quem é ês- faz a amizade. 26Ainda que tenhas
te? 10*C hora sôbre o morto, porque arrancado a espada contra o teu a-
lhe faltou a luz, e chora sôbre o in migo, não desesperes; porque o re
sensato, porque lhe falta o siso. “ Cho gresso é possível. 27Ainda que tenhas
ra pouco sôbre o morto, porque êle dito ao teu amigo palavras duras, não
entrou no descanso; 12*mas a vida cri temas, porque a reconciliação é possí
minosa do insensato é pior do que a vel, exceto quando se chegou a rom
morte. lsO pranto sôbre o morto du per em afrontas e impropérios, e or
ra sete dias, mas sôbre o insensato e gulhoso desdém, e revelação de segrê-
o ímpio dura tôda a sua vida. 14Não do, e golpes à traição; em todos ês-
fales muito com o imprudente, e não tes casos fugirá de ti o amigo. ^Per
acompanhes com o insensato. 15Guar- manece fiel ao teu amigo na sua po
da-te dêle, para que não tenhas in breza, para que também te alegres
quietações e para que não sejas con com êle nas suas prosperidades.
taminado com o seu pecado. 18Des- 29Conserva-te sempre fiel a êle no
via-te dêle, e acharás descanso, e tempo da sua tribulação, para que
não te enfastiarás com a sua estultí- tenhas parte com êle na sua herança.
cia. “ Que coisa haverá mais pe 30O vapor e o fumo elevam-se da for
sada do que o chumbo? E que ou nalha antes do fogo; assim também
tro nome pode quadrar melhor do que as injúrias, e ultrajes, e ameaças
êste ao insensato? 18A areia, o sal precedem a efusão de sangue. 31Eu
e qualquer massa de ferro, são mais não me envergonharei de saudar o
fáceis de levar do que o imprudente, meu amigo e nem me esconderei da
o insensato e o ímpio. 19A travação sua presença; e, se me vierem ma
de madeira bem ligada e disposta no les por causa dêle, sofrê-los-ei. 32Mas
alicerce do edifício, não se desunirá; toda a pessoa que souber isto se acau-
assim também o coração firmado so telará dêle.
bre um sólido conselho. “ A resolu 33Quem porá uma guarda à minha
ção do homem sensato nunca enfra bôca, e um sêlo inviolável sôbre os
quecerá com o mêdo. “ Assim como meus lábios, para que eu não caia
6. A quem está de luto aborrece a música mais bela; assim aborrece a mais curios%
conversa, sendo fora do tempo oportuno.
10-13. Ê mais digno de compaixão o que está privado da gra ç a de Deus, do que um
morto para a vida do corpo.
23. N ã o te m e rá ... N em o pecado, nem o castigo futuro causa horror ou espanto a o
insensato.
26. Porque o regresso, isto é, a reconciliação.
31-32. Se me vierem m a le s ... Se êle íô r ingrato comigo, sofrerei com paciência, m a s
todos os que souberem que êle foi ingrato acautel&r-se-ão dêle.
23 ECLESIÁSTICO 781
por sua causa, e para que a minha to, o seu pecado será sôbre êle; e, se
língua não me perca? não fizer caso, peca duplamente. 14E,
Oração contra os pecados da língua se jurar em vão, não terá nenhuma
e da concupiscência desculpa, e a sua casa será cheia de
castigos. 15Há uma outra palavra que
OQ Penhor, que és meu pai e dono merece a morte, e nunca ela se ouça
da minha vida, não me aban entre os descendentes de Jacó. “ Por
dones à indiscrição dos meus lábios, que tudo isso será retirado dos homens
nem permitas que eu caia por causa pios, e êles não serão envoltos em
dêles. 2Quem porá sôbre o meu pen tais pecados. 17Não se acostume a
samento o freio das correções, e no tua bôca a palavras indiscretas; por
meu coração a doutrina da sabedo que nelas há sempre pecado. “ Lem
ria, para que não me poupem nas suas bra-te do teu pai e da tua mãe, quan
faltas, a fim de que dêles não brotem do te sentares no meio dos grandes;
pecados, 3e a fim de que não suceda 10para que Deus se não esqueça de ti
que aumentem as minhas ignorâncias, diante dêsses mesmos grandes, e pa
e se multipliquem os meus delitos, e ra que, enfatuado com a sua fam ilia
abundem os meus pecados, e eu caia ridade, não sofras algum impropério,
diante dos meus adversários 4e fol e não chegues a desejar antes não ter
gue de me ver arruinado o meu ini nascido, e amaldiçoes o dia do teu
migo? Senhor, que és meu pai, e nascimento. 20O homem acostumado
Deus da minha vida, não me abando a dizer impropérios nunca se corri
nes às suas sugestões. 5Não permi girá em tôda a sua vida.
tas a imodéstia dos meus olhares, e Contra a fornicação e o adultério
afasta de mim tôda a cobiça. 6Afasta
de mim a intemperança da carne, e 21Duas sortes de pessoas pecam
não se apodere de mim a paixão da muitas vêzes, e a terceira provoca a
impureza, e não me entregues a uma ira e a perdição. 22A alma ardente
alma sem vergonha e sem recato. como um fogo aceso não se acalma
7Ouvi, filhos, as regras que vos dou sem ter devorado alguma coisa, 23e
sôbre a moderação da língua: aquê- o homem que abusa do seu corpo
le que as guardar, não perecerá pe não terá sossêgo enquanto não acen
los lábios, nem cairá em ações crimi der o fogo. 24Tôdo o pão é doce pa
nosas. sO pecador será colhido na sua ra o homem formcário; não se can
vaidade, e o soberbo e o maldizen- sará de pecar até ao fim da vida.
te encontrarão nela motivos de que 25Todo o homem que desonra o seu
da. 9A tua boca não se acostume tálamo conjugal, despreza a sua alma,
ao juramento, porque isto é causa dizendo: Quem me vê? 20As trevas
de muitas quedas. 10O nome de Deus cercam-me, e as paredes cobrem-me,
não esteja sempre na tua bôca (para e ninguém de parte alguma olha pa
ju ra r), e não mistures nas tuas con ra mim; de quem tenho eu receio? O
versas os nomes dos santos, porque Altíssimo não se lembrará, dos meus
nisto não serás isento de falta. “ Pois, pecados. 27E não considera que a vis
assim como o escravo, posto conti- ta do Senhor vê tôdas as coisas, por
nuamente ã tortura, nunca está sem que um semelhante temor humano
pisaduras, assim todo o homem que expele de si o temor de Deus, e os
jura e que repete a cada passo o no olhos dos homens são unicamente os
me de Deus, não será de todo isen que o fazem temer. 28E não sabe
to de pecado. 120 homem que jura que os olhos do Senhor são mais lu
muito será cheio de iniquidade, e a minosos do que o sol, e que em tôrno
desgraça não se apartara de sua ca estão vendo todos os caminhos dos ho
sa. 13E, se não cumprir o juramen mens, e que penetram o profundo do
Cap. X X I I I — 15. Um a outra palavra, que é a blasfêm ia.
18. Quanto te sentares.. Quando suceda estares sentado entre os grandes, tendo sido
sublimado às dignidades, não faças que não conheces teu pai ou tua mãe, ainda que
sejam pobres.
21. Três espécies de pecados contra o pudor, de gravidade crescente: Pecado solitário,
com mulher livre, com mulher casada.
782 ECLESIÁSTICO 20 - 21
abismo e os corações dos mesmos ho te dos seus exércitos, 3e será exaltada
mens, até aos mais ocultos esconderi no meio do seu povo, e admirada
jos. ^Porque o Senhor Deus, assim na assembléia dos santos. 4E, entre a
como conhecia todas as coisas antes multidão dos escolhidos, receberá lou
de as ter criado, assim também agora, vores, e entre os benditos será ben
depois que as criou, as vê tôdas. 30Ês- dita e dirá:
te tal será punido nas praças da ci 5Eu saí da bôca do Altíssimo, a
dade, e fugirá como um potro de é- primogênita antes de tôdas as criatu
gua; e, onde êle menos o espera, se ras. °Eu fiz com que nascesse nos
rá apanhado. 31*E será desonrado céus uma luz inextlnguível, e como
diante de todos, por isso mesmo que uma névoa cobri tôda a terra. 7Eu
não compreendeu o temor do Senhor. habitei nos lugares mais altos, e o
32Assim (perecerá) também tôda a meu trono é sôbre uma coluna de
mulher que deixa o seu marido, e nuvem. 8Eu só fiz todo o giro do
que lhe dá por herdeiro o fruto du céu, e penetrei a profundidade do a-
ma aliança adúltera. ^Porque pri- bismo, andei sôbre as ondas do mar,
meiramente ela foi desobediente à 9e percorri tôda a terra; e em todos
lei do* Altíssimo; em segundo lugar os povos, 10e entre tôdas as nações ti
pecou contra o seu marido; em ter ve a primazia. 21E sujeitei com o
ceiro lugar cometeu um adultério, e meu poder os corações de todos os
deu-se a si filhos doutro, que não grandes e pequenos; e entre todos ês-
era seu esposo. 34Esta mulher será tes povos busquei um lugar de repou
levada à assembléia pública, e ali se so, e uma morada na herança do Se
fará uma exata inquirição sobre seus nhor. 12Então o Criador de tudo deu-
filhos. 35Os seus filhos não lançarão me os seus preceitos, e falou-me; e
raízes, e os ramos dela não darão aquêle que me criou descansou no
fruto. 36Deixará uma memória mal meu tabernáculo, 13e disse-me: Habi
dita, e nunca mais se apagará a sua ta em Jaco, e possui a tua herança em
infâmia. 37E os que vierem depois Israel, e lança raízes entre os meus
dela conhecerão que não há coisa escolhidos.
melhor do que o temor de Deus e 14Eu fui criada desde o princípio,
que nada há mais doce do que ob e antes dos séculos, e não deixarei
servar os mandamentos do Senhor. de existir em tôda a sucessão das
38Ê uma grande glória seguir o Se idades, e exerci diante dêle o meu
nhor; porque é dele que se receberá ministério na morada santa. 16Eu fui
larga. vida. assim firmada em Sião, e repousei
Origem e importância da sabedoria
na cidade santa, e em Jerusalém
está o meu poder. 16Tomei raízes
24 *A sabedoria fará o seu pró- no meio dum povo glorioso, e nes-
prio elogio, e se honrará em ta porção do meu Deus, que é a sua
Deus, e se gloriará no meio do seu herança, e na assembléia dos santos,
povo, 2e abrirá a sua boca na assem estabeleci a minha assistência.
bléia do Altíssimo, e se gloriará dian 17Elevei-me como o cedro do Líba
30. N as praças da cidade, para exemplo de todos.
Cap. X X I V — 1. A sabedoria. . . P o r meio dum a prosopopéia introduz aqui o sábio a
mesma Sabedoria, tecendo-se o digno elogio da própria excelência. Pinta e descreve a sua
origem,- e a m agnificência das suas obras. Representa-se como um a rainha form osíssim a
e dotada de todo o gênero de virtudes, convidando os homens, e principalmente os Israelitas,
a que a busquem.
3-4. Assembléia dos santos, multidão dos escolhidos e benditos são expressões que se
referem aos Israelitas.
6. E como uma névoa. A lusão à m assa de vapor que envolveu a princípio todo o
mundo.
8. E u s ó . . . O mundo era um a vasta solidão, mas a sabedoria enchia tudo com a sua
presença.
11. N a herança do Senhor, isto é, entre os Israelitas.
14. Antes dos séculos, desde tôda a eternidade.
17-23. P a ra significar a sua intensa vida e m aravilhosa fecundidade, a sabedoria com
para-se ao que há de mais viçoso no reino vegetal.
24 ECLESIÁSTICO 783
no. e como o cipreste do monte Sião. Jacó, com as promessas feitas a Is
18Cresci como a palmeira de Cades, rael. 9i(0 Senhor) prometeu a Da
e como as plantas das rosas de Jeri- vi, seu servo, que faria sair dêle um
có. 19Elevel-me como uma formosa rei fortíssimo, o qual se sentaria so
oliveira nos campos, e como o pláta bre um trono de glória para sempre.
no nas praças junto da água. ^Di 35É êle que espalha a sabedoria co
fundi um perfume como o cinamomo mo o Fison (as suas águas), e como
e o bálsamo aromático, e como mir- o Tigre no tempo dos frutos novos.
ra escolhida exalei suave cheiro. 36É êle que faz transbordar a inteli
21Perfumei a minha habitação, como gência como o Eufrates, e que a mul
tiplica como o Jordão no tempo da
de estoraque, e gálbano, e ônix, e mir-
ra, e como de gôta de incenso caída ceifa. 37É êle que derrama a ciên
or si própria, e a minha fragrãncia cia como a luz, e que aumenta as
como a dum bálsamo sem mistura. suas águas como o Geão na estação
22Estendi os meus ramos como o tere- da vindima. “ Foi êle que primeiro
binto, e os meus ramos são ramos de conheceu perfeitamente a sabedoria,
honra e de graça. 23Como a vide lan a qual é impenetrável às almas fra
cei flores dum agradável cheiro; e as cas. “ Porque os seus pensamentos
minhas flores dão frutos de honra e são mais vastos do que o mar, e os
de honestidade. seus conselhos mais profundos do que
o grande abismo. “ Eu sou a sabe
Frutos e dons da sabedoria doria que fiz correr os rios. “ Eu sou
como o canal de água imensa deriva
24Eu sou a mãe do amor formoso, da dum rio, como o canal duma ri
e do temor, e da ciência, e da santa beira, e como um aqueduto saí do pa
esperança. “ Em mim há tôda a gra raíso. “ Eu disse: Regarei as plantas
ça do caminho e da verdade, em mim do meu jardim, saciarei de água os
tôda a esperança da vida e da virtu- frutos do meu prado. 43E eis que o
de. “ Vinde a mim todos os que me meu regato se tornou um caudaloso
desejais, e enchei-vos dos meus fru rio, e o meu rio tornou-se como um
tos; 4*7porque o meu espírito é mais grande mar; “ porque a luz da dou
5
2
doce do que o mel, e a minha he trina com que a todos ilustro é co
rança mais suave que o favo de mel. mo a luz da aurora, e eu a manifes
“ A minha memória durará por tôda tarei por tôda a sucessão dos sé
a série dos séculos. 20*A quêles que culos. “ Penetrarei tôdas as partes
me comem terão mais fome; e os que inferiores da terra, lançarei os olhos
me bebem terão mais sêde. 30Aquê- por todos os que dormem, e ilumina
le que me ouve não será confundido; rei todos os que esperam no Se
e os que se guiam por mim não peca nhor. 46Eu continuarei a espalhar a
rão. 31*A quêles que me tornam co minha doutrina como uma profecia,
nhecida terão a vida eterna. e deixá-la-ei aos que andam em bus
32Tudo isto é o livro da vida, e a ca de sabedoria, e não cessarei de a
aliança do Altíssimo, e o conheci anunciar a tôda a sua descendência
mento da verdade. 33*Moisés deu a até o século santo. 47Vêde que eu
lei com os preceitos da justiça, e não trabalhei só para mim, mas pa
( deixou-a) em herança à casa de ra todos os que buscam a verdade.
24. D o amor formoso, da caridade.
25. Caminho, modo prático de proceder. Verdade, teoria da virtude.
29. A sabedoria, isto é, a prática da virtude é tão gostosa que nunca aborrece.
32. Tudo is t o ... Tudo o que a sabedoria acaba de dizer está contido na lei de Moisés.
35-39. Fison, Tigre, os maiores rios da terra então conhecidos. Deus fa z correr a sa
bedoria em abundância, como as águas dos grandes rios.
37. Geão, isto é, o Nilo.
40-47. A sabedoria anuncia soienemente que n&o cessará de espalhar a s suas graças
sôbre o mundo.
46- Como uma profecia, como um a p alavra inspirada. — E não cessarei, segundo o
grego: E a legarei às gerações dos séculos.
784 ECLESIÁSTICO 25 - 26
29. Assim corno êle converteu. . . O sentido é o seguinte: Assim como a passagem, ou
caminho, que Deus franqueou aos Israelitas pelo m ar vermelho, foi p a ra êles uma estrada
de salvação, e para os Egipcios a sua sepultura, do mesmo modo a lei do Senhor p ara os
justos ê fonte de vida e de justiça, m as p ara os impios ê motivo de queda, de ruín a e
de perdição.
40. A ignorância e a soberba do homem são a causa de que não pareçam boas certas
coisas que a infinita sabedoria de Deus ordena para grandes fins.
Cap. X L — 14. o impio, o injusto tem um momento de alegria ao abrir as suas mãos
para receber presentes. A sua alegria, porém, é passageira.
800 ECLESIÁSTICO 40 - 41
ve. 14Alegrar-se-á, ao abrir as suas dará disto. 32N a boca do insensato se
mãos; mas por fim os prevarica rá doce a mendicidade, mas em seu
dores perecerão. 150s netos dos ím ventre arderá o fogo (da fom e).
pios não multiplicarão os ramos;
serão como as raízes viciadas que A morte
se agitam no alto dum rochedo.
16A verdura que cresce sobre as ã- 2ó morte, quão amarga é tua
guas, e à borda dum rio, será ar ’ 1 memória 2para um homem
rancada antes que tôda a outra erva. que tem paz no meio das suas ri
17Mas a bondade é como um paraíso quezas; para um homem tranqüi-
de bênçãos, e a misericórdia per lo e afortunado em tudo, e que ain
manece para sempre. da se encontra em estado de tomar
Fm busca do melhor o alimento! 3ó morte, que doce
é a tua sentença para um homem
18A vida do operário que se basta necessitado, e que se acha falto de
a si próprio será doce, e tu acharás
nela um tesouro. 19Os filhos e a forças, 4para o de idade já decrépi
fundação duma cidade dão fam a du ta, e para o que está cheio de cui
radoura; mas será preferida a tudo dados, e para o que se vê sem es
isto uma mulher irrepreensível. ^O perança (de melhoras), e a quem fa l
vinho e a música alegram o coração; ta a paciência! 5Não temas o de
mas o amor da sabedoria excede am creto da morte. Lembra-te do que
bas estas coisas. 21A flauta e a har existiu.antes de ti, e do que virá de
pa produzem uma suave melodia; pois de ti: é um decreto que o Se
mas a língua doce sobrepuja ambas nhor pronunciou para todos os mor
estas coisas. 22A graça e a beleza de tais. 6E que coisa te sobrevirá, se
leitam a tua vista; mas a verdura dos não o que fô r do beneplácito do A l
campos leva vantagem a ambas estas tíssimo? V iva um homem dez, cem
coisas. 230 amigo e o companheiro ou mil anos; 7no outro mundo não
auxiliam-se mütuamente na ocasião; se pedem contas do tempo que al
mas, mais do que êstes dois, a mu guém viveu.
lher e o marido. 24Os irmãos são Castigo dos ímpios
um auxílio no tempo da tribulação;
porém a misericórdia livrará mais 8Os filhos dos pecadores tornam-se
do que êles. 250 ouro e a prata são (ordinariam ente) filhos de abomina-
a firm eza dos pés; mas um bom ção, assim como os que frequentam
conselho excede ambas estas coisas. as casas dos ímpios. 9A herança dos
28As riquezas e a força exaltam o co filhos dos pecadores perecerá, e com
ração; mas o temor do Senhor a- a sua linhagem andará continuamen
vantaja-se a estas duas coisas. ^Na te o opróbrio. 10Os filhos dum pai
da falta ao que tem o temor do Se ímpio queixam-se dêle, pois se acham
nhor, e com êle não há necessida por causa dêle vivendo no opróbrio.
de de outro auxílio. 280 temor do “ Desgraçados de vós, homens ímpios,
Senhor é como um paraíso bendito, que deixastes a lei do Senhor Altís
e acha-se revestido duma glória su simo! 12Quando nascestes, na maldi
perior a tôda a glória. ção nascestes; e, quando morrerdes, a
2£>Filho, não leves vida de mendi- maldição será a vossa herança. 13Tu-
cante, porque é melhor morrer do do o que é da terra tornar-se-á em
que mendigar. “ A vida do homem, terra; assim os ímpios (cairão) da
que se atém à mesa alheia não é maldição na perdição. 140 pranto dos
realmente vida, porque se alimenta homens é sôbre o seu cadáver, mas
com manjares alheios. 31Mas o va o nome dos ímpios será apagado do
rão bem educado e instruído se guar mundo.
31. Se guardará dêste estado humilhante.
Cap. X L I — 7. N ão se pedem contas dos anos que vivemos, m as do modo corno os vi-
vemos.
14. H á certas homenagens, que a ninguén
í se negam. A s lágrim as derram am -se até
sôbre os ímpios quando morrem, mas a sua mem ória logo acaba.
41 - 42 ECLESIÁSTICO 801
Bom nome ■— Verdadeira Do que não nos devemos envergonhar
e fa lsa versronha
A O "Não repitas o que tiveres ouvi-
15Tem cuidado da tua boa reputa do da revelação dum segrêdo, e
ção; porque esta será para ti um serás verdadeiramente isento de con
bem mais estável do que mil tesou fusão, e acharás graça diante de to
ros grandes e preciosos. 16A boa v i dos os homens. Não te envergonhes
da tem sòmente um certo número de de coisa alguma das que te vou di
dias; mas o bom nome permanecerá zer, e não faltes a elas levado pelo
para sempre. respeito humano: 2Da lei do Altís
17Conservai, filhos, em paz a mi simo e da sua aliança, da senten
nha instrução; porque, se a sabedoria ça que absolve o ímpio, 3de falar
está escondida e o tesouro invisível, com companheiros e peregrinos, de
que utilidade pode haver em ambas legar os bens aos amigos, 4da fide
estas coisas? 18Melhor é o homem lidade da balança e dos pesos, da
que esconde a sua ignorância, do que aquisição do muito e do pouco, 5de
o homem que esconde a sua sabedo impedir a fraude da compra e dos
ria. 19Tende, pois, vergonha do que negociantes, da correção freqüente
vos vou indicar; 20porque não é bom dos filhos, nem de açoitar o escra
ter vergonha de tudo, e nem todas vo péssimo até que salte o sangue.
as coisas bem feitas agradam a todos. °Sôbre a mulher má, bom é pôr-se
21Envergonhai-vos da fornicação dian o sêlo. 7Onde há muitas mãos, guar
te do vosso pai e da vossa mãe, e da (tu do) fechado, e tudo quanto
da mentira diante do que governa e entregares, dá-o por conta e por pê-
do poderoso; 22de um delito diante so; e aponta tudo o que deres e
do príncipe e do juiz; da iniqüidade receberes. 8(N ão te envergonhes) de
diante da assembléia e do povo; 23da corrigir o insensato e o néscio, nem
injustiça diante do companheiro e do (de defender) os velhos, que são con
amigo; e, no lugar em que habitas, denados pelos jovens; e assim te
24de cometer algum furto, por causa mostrarás sábio em tudo, e serás
da verdade de Deus e da sua alian bem visto diante de todos os vivos.
ça; de fincar o cotovêlo sobre os pães,
e da sonegação do que se dá e rece Solicitude do pai por sua filha
be; 25de não responder aos que te
saúdam; de fixar os olhos na mulher 9Uma filha 'é para seu pai um
prostituta; e de voltar o rosto a um tesouro a vigiar, e o cuidado dela
parente. 26Não voltes o rosto paia tira-lhe o sono, para que não suce
não veres o teu próximo, e envergo- da que passe a flor da sua idade
nha-te de lhe tirar a parte que lhe sem se casar, e, quando enfim es
toca, e de lha não restituir es. 27Não tiver com seu marido, lhe não seja
olhes para a mulher de outro, e não odiosa; 10não aconteça que na sua
te entretenhas com a sua criada, nem virgindade seja corrompida e se
te ponhas junto do seu leito. 2%(E n ache pejada na casa de seu pai;
vergonha-te) de dizer palavras inju ou que, habitando com seu marido,
riosas aos teus amigos; e, quando ti falte à fé conjugal, ou pelo menos
veres dado alguma coisa não a lan saia estéril. “ Sôbre a filha desen
ces em rosto. volta vigia com dobrado resguardo,
20. Porque não ô b o m ... F a la aqui da vergonha repreensível, como é a que muitos
têm de praticar mesmo o que é bom, honesto e virtuoso, por um a covardia nada des
culpável. A vergonha, que muito se recomenda, é a de nao fazer coisa algum a que seja
pecado.
26. N ão voltes o rosto, como fazendo pouco caso dêle, ou dissimulando o parentesco
que tens com êle, e isto por ser humilde ou pobre.
Cap. X L I I — 2. D a sentença. .. Eqüidade absoluta nas sentenças judiciais, ainda mes
mo que se trate de ímpios.
4. D a a qu isiçã o... Aproveitar tôdas as ocasiões de adquirir um a honesta abastan ça.
6. Se a mulher fô r leviana, ou pouco honesta, deve estar fechada em casa, p ara nao
se pôr em perigo de desonra; e ê bom ter tudo debaixo de chave, quando ela, sôbre não
ser fiel, é estragada.
26 - B ib lia Sagrada
802 ECLESIÁSTICO 42 - 43
para que não faça de ti o opróbrio das lhe obedecem. ^Tôdas as coi
dos teus inimigos, e o objeto de sas se acham aos pares, e uma opos
detração da cidade, e do ludibrio ta à outra, e nada fêz que fôsse in
da plebe, e te envergonhe diante da completo. 20Confirmou os bens (ou
multidão do povo. as propriedades) de cada uma. E
Cuidado com as mulheres quem se saciará de contemplar a
sua glória?
12Não fixes os olhos sobre a bele As grandezas de Deus nos céus,
za de ninguém; e não faças assen nos fenômenos atmosféricos e no m ar
to no meio de mulheres; 13porque
dos vestidos sai a polilha, e da mu AO
*0 firmamento é a formosura
lher a maldade do homem. 14É do céu, e a abóbada celeste
melhor a malvadez do homem que é um espetáculo de majestade. *0
a bondade da mulher, quando es sol, ao sair, difunde o calor; é um va
ta é um motivo de confusão e de so admirável, uma obra do Excelso.
vergonha. 3Ao meio-dia queima a terra, e quem
Hino aos atributos e obras do Deus
pode suportar o seu ardor? Como
quem conserva o calor da fornalha
15Lembrar-me-ei, pois, das obras para as obras que requerem um fo
do Senhor, e anunciarei o que tenho go intenso, 4o sol abrasa três vêzes
visto. Pelas palavras do Senhor exis mais os montes, despedindo raios de
tem as suas obras. 16Assim como fogo, com cujo resplendor deslumbra
o sol resplandescente ilumina tôdas os olhos. 5Grande é o Senhor que
as coisas, assim da glória do Senhor o criou, e êle apressa a sua carreira
estão cheias as suas obras. 17Por- para lhe obedecer.
ventura não fêz o Senhor que os san °A lua, em tôdas as suas revolu
tos publicassem tôdas as suas mara ções, é a marca dos tempos e o si
vilhas, as quais o mesmo Senhor nal das épocas. 7Os dias de festa são
onipotente perpetuou para monu determinados pela lua, êste corpo
mento estável da sua glória? 18Êle luminoso que diminui até desapare
sonda o abismo e o coração dos ho cer. 80 mês toma dela o nome, ela
mens, e penetra os seus pensamen cresce dum modo admirável, até f i
tos mais subtis. 19Porque o Senhor car cheia. °Ê o farol das milícias ce
conhece toda a ciência, e contempla lestes; brilha gloriosamente no fir
o mais remoto futuro; manifesta o- mamento dos céus. 10O brilho das
passado e o futuro, descobre os estréias é a beleza do céu, (p or elas)
rastos das coisas ocultas. 20Não lhe o Senhor ilumina o mundo nas al
escapa nenhum pensamento, e não turas. 11À (uma só) palavra do San
se esconde dêle palavra alguma. to estão prontas a executar as suas
21Adornou de beleza as maravilhas ordens, e nunca se cansam de fa
da sua sabedoria. Existe antes dos zer sentinela.
séculos e para sempre, e nada lhe 12Contempla o arco-íris, e bendizes
pode acrescentar 22nem diminuir, aquêle que o fêz; é muito formoso
nem necesita do conselho de nin no seu resplendor. 13Êle cerca o céu
guém. com um circulo de glória, são as
23Quão amáveis são todas as suas mãos do Excelso que o estenderam.
obras! E todavia não podemos ver 140 Senhor com o seu império faz
delas mais que uma faísca. 24Todas acelerar a neve, e despede os raios
estas coisas vivem e permanecem pa (para a execução) dos seus juízos.
ra sempre, e em tôda a ocasião tô 15Por esta causa se abrem os seus te-
Cap. X L I I I — 2. Vaso adrniravel, isto é, obra-prim a de beleza.
9. É o farol que parece iluminar os outros astros ( milícias celestes).
11. E nunca se cansam. . . C ada estréia é corno urna sentinela que se conserva fielmen
te no seu pôsto.
14. Despede os raios, que sao muitas vêzes instrumentos dos castigos de Deus (dos seus
Juízos).
15. Os seus tesouros, nos quais, segundo a linguagem figu rad a dos poetas bíblicos, se
encontram acumulados os ventos, a neve, etc.
44 - 45 ECLESIÁSTICO 803
tes; 10*tu, de quem está escrito que os entregou aos seus inimigos, mas
no tempo dos julgamentos (virás) purificou-os por mão do santo pro
para abrandar a ira do Senhor, pa feta Isaías. “ Dissipou o acampa
ra reconciliar o coração dos pais com mento dos Assírios, e o anjo do Se
os filhos, e para restabelecer as tri nhor os exterminou; 25porque Eze
bos de Jaco. “ Bem-aventurados os quias fêz o que era do agrado de
que te viram, e que foram honrados Deus, e andou com fortaleza pelo ca
com a tua amizade. “ Porque nós minho de Davi, seu pai, como lhe
vivemos só durante esta vida, mas de tinha recomendado Isaías, profeta
pois da morte não teremos um nome grande, e fiel diante de Deus. 28Em
como o teu. seus dias o sol voltou para trás, e
13Elias foi envolto num redemoi êle prolongou a vida do rei. 27Com
nho, mas o seu espírito ficou todo em o seu grande espírito (p rofético)
Eliseu; o qual não temeu príncipe al viu os últimos tempos, e consolou os
gum em seus dias, e, em poder, nin ue choravam em Sião. A té ao fim
guém o venceu. 14*N ada houve que os séculos “ mostrou o que devia a-
o pudesse dominar, e, ainda depois contecer, .e as coisas ocultas antes
de morto, o seu corpo profetizou. que acontecessem.
“ Em sua vida fêz prodígios, e na m or Josias e Jeremias
te operou maravilhas.
4 0 2A memória de Josias é como
Ezequias e Isaías uma composição de aromas,
16Com todas estas maravilhas o po feita por um perito perfumista. 2Em
vo não fêz penitência, nem se afas tôda a bôca será doce a sua lem
taram dos seus pecados, até que fo brança como o mel, e como um con-
ram expulsos da sua terra, e espa cêrto de música em banquete de v i
lhados por tôda a terra. 17E ficou nhos. 3Foi destinado por Deus para
muito pouca gente (na Palestina), excitar a nação à penitência, e exter
e (som ente) um príncipe da casa de minou as abominações da impiedade.
Davi. 18Alguns dêles fizeram o que 4Dirigiu o seu coração para o Senhor,
era do agrado de Deus, outros co e nos dias dos pecadores fortificou a
meteram muitos pecados. piedade. “Exceto Davi, Ezequias e
Josias, todos cometeram o pecado;
“ Ezequias fortificou a sua cidade, e °porque os reis de Judá deixaram a
conduziu água para o centro dela, e lei do Altíssimo, e desprezaram o te
abriu com ferro um rochedo, e fêz mor de Deus. 7Por isso tiveram de
nêle uma cisterna para conservar á- entregar a outros o seu reino, e a
gua. “ Durante o seu reinado veio sua glória a uma nação estrangeira.
Senaquerib, e enviou Rabsaces, o qual 8Incendiaram a cidade escolhida, a ci
levantou a sua mão contra êles, e dade santa, e reduziram a um deser
estendeu a sua mão contra Sião, e to as suas ruas, conforme a predi-
tornou-se soberbo com o seu poder. ção de Jeremias. 9Porque maltrata-
“ Então (os Israelitas) ficaram so- ram aquêle que foi consagrado pro
bressaltados nos seus corações, e nas feta desde o ventre de sua mãe, pa
suas mãos, e sentiram dores como ra transtornar, arrancar e destruir,
as mulheres que estão de parto. 22E e depois reedificar e renovar.
invocaram o Senhor misericordioso,
e, estendendo as mãos, levantaram- Ezequiel e os profetas menores
nas ao céu, e o Santo, o Senhor Deus,
ouviu logo a sua voz. “ Não mais 10Ezequiel teve uma visão de glória,
se lembrou dos seus pecados, nem que o Senhor lhe mostrou na carro
10. T u , d e q u e m e s t á e s c r i t o n o profeta M alaquias, IV , 5-6.
14. P r o f e t i z o u , ou fêz milagres. Referencia & ressurreição que se deu no sepulcro de
Eliseu ( I V Reis, X IV , 20-21).
26. o sol v o l t o u p a r a t r á s . v e r I V Reis, X X , 8-11.
Cap. X L I X — 9. P o r q u e m a l t r a t a r a m , .. Todo êste versículo é alusivo aos lugares de
J e r e m i a s , X X X V III, 4 e segs.; T r e n ., I, 5,10.
10. T e v e u m a v i s ã o . . . E sta visão foi descrita pelo próprio Ezequiel, caps. I, V I I I e X.
49 - 50 ECLESIÁSTICO 809
oração. “ Diante do templo eu a pe em busca dela; por isso que eu pos
dia e buscá-la-ei até o fim de minha suirei êste bem excelente. 30O Se
vida. E ela floresceu (em m im ) co nhor deu-me em recompensa uma
mo uva temporã; 20o meu coração língua (eloquente) e com ela o lou
alegrou-se nela; os meus pés anda varei. 31Aproximai-vos de mim, ó
ram por caminho direito, desde a ignorantes, e reuni-vos na casa da
minha mocidade tenho ido em segui instrução. “ P or que tardais vós ain
mento dela. 21Apliquei um pouco o da? E que dizeis a isto? As vossas
meu ouvido, e logo a percebi. “ En almas estão sequiosas em extremo.
contrei muita sabedoria em mim mes 33Eu abri a minha boca, e disse: Vin
mo, e fiz nela grandes progressos. de comprá-la sem dinheiro, 34e sub
23Ao que me dá a sabedoria dar-lhe- metei o vosso pescoço ao seu jugo, e
-ei glória. 24Resolvi-me pois, a pô-la receba a vossa alma a instrução, por
em prática; tive zêlo do bem, e não que vos é fácil encontrá-la. 85Vê de
me envergonharei. 25Lutou a minha com os vossos olhos o pouco que tra
alma por ela, e conservei-me cons balhei, e como adquiri muito descan
tante em a praticar. “ Levantei as so. “ Recebei a instrução, como uma
minhas mãos ao alto, e chorei a lou grande soma de dinheiro, e possui
cura (e as trevas) da minha alma. reis com ela grande abundância de
27Dirigi para ela a minha alma, e no ouro. 37Alegre-se a vossa alma na
conhecimento de mim mesmo a a- misericórdia do Senhor, e nunca fi
chei. “ Possuí, graças a ela, o meu careis confundidos, quando o louvar
coração desde o princípio; e por isso des. “ Fazei o que deveis antes que
não serei desamparado (p or Deus). passe o tempo, e êle vos dará a seu
29As minhas entranhas comoveram-se tempo a ‘ vossa recompensa.
26. E chorei as trevas, isto é, a ignorância da minha alm a, póy não ter nela ainda
em intensidade suficiente a luz da sabedoria.
OS P R O F E T A S
Profeta, conforme a etimologia do vocábulo, chamava-se aquêle que fa
lava em nome de outro, como seu intérprete. Foram denominados profetas os
homens extraordinários que falavam em nome de Deus como intérpretes de
Deus, bôca de Deus. O que mais impressionava, na atitude dos profetas,
era o dom de predizer o futuro que lhes era revelado por especial iluminação
divina. Eis porque na linguagem popular passou a ser chamado profeta aquêle
que predizia o futuro.
A missão dos profetas era bem mais vasta: mensageiros extraordinários
de Deus, elevados a mestres supremos, como guias religiosos de Israel,
clamavam contra a idolatria e imoralidade, conservavam e explicavam as
antigas leis, defendendo-as estrênuamente, anunciavam e preparavam a nova
lei, consolando o povo com a esperança do Messias. O centro da pregação e
dos vatícinios dos profetas é Cristo Redentor.
Recebido de Deus, por meio dos anjos, ou imediatamente no êxtase, em
sonho ou em arroubo profético, aquilo que devem revelar, manifestam-no
como se lhes apresenta, sem prospetiva, isto é, sem distinguir claramente
os acontecimentos recentes daqueles remotos, passando bruscamente do
presente para o futuro, por vêzes apresentando fatos futuros como já real
mente acontecidos. Tudo isso porque presenciavam os acontecimentos em
visão, sem a relação do tempo, que distigue uns dos outros.
Todos os profetas falaram a Israel em nome de Deus mas nem todos
escreveram as próprias profecias. Aliás, até o oitavo século, não deixaram
nenhum escritor, porquanto tinham sido enviados somente para os seus con
temporâneos. Dessa época em diante começaram a escrever, para que se
testemunhasse aos pósteros a veracidade de seus vaticínios. Mas também êstes
profetas não deixaram escrito tudo aquilo que expuseram ao povo de Israel
inúmeras vêzes fizeram apenas o resumo de seus discursos, acrescentando
algumas notas históricas e documentárias.
Aquêles que deixaram escritos foram divididos em maiores e menores,
conforme a quantidade de documentos que nos legaram. Os maiores são qua
tro: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel; os menores são doze: Oséias, Joel,
Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Ma-
laquias.
Pertencem todos ao reino de Judá, exceto Jonas, Amós e Oséias que
pertencem ao reino de Israel. /
A maior parte dêles viveu nos últimos séculos /dos Reis; Ezequiel e Da
niel viveram na época do exilio de Babilônia; Ageu, Zacarias e Malaquias
viveram depois do exilio.
PROFECIA DE ISAÍAS 813
Embora tenham vivido em tempo e lugar diferentes, os profetas apre
sentam todos uma certa semelhança no ciclo de suas profecias. Com efeito,
desenvolvem mais ou menos amplamente e com a mesma ordem os seguintes
temas; o pecado de Israel; o castigo de Israel; a conversão de Israel; o castigo
dos inimigos de Israel; a restauração de Israel; o reino messiânico.
Geralmente, as profecias são obscuras. Isso depende da própria natureza
das profecias, que são altíssimos mistérios. Se a dificuldade não está no
conceito, está no modo com o qual são expostas, de tal sorte que se percebe
a sua veracidade só depois do fato realizado. Além disso, as profecias são
expostas com símbolos audazes e com alta poesia, o que exige uma profunda
preparação para serem bem compreendidas. Quem lograr, porém, compreender
os profetas, sentirá nêles a mais potente e magnífica arte que jamais o gê
nero humano chegou a produzir.
ISAÍAS
Isaías é o maior dos profetas. Embora não seja o primeiro em ordem
de tempo, foi assim colocado nas Escrituras, porque é digno de tal distinção
pela sublimidade de suas revelações e de seu estilo.
Nascido e educado em Jerusalém, talvez de fam ília aristocrática e ligada
por parentesco à casa real, Isaías começou a profetizar muito jovem ainda,
provàvelmente entre os vinte e trinta anos. O seu ministério profético durou
cêrca de 50 anos. Começou com a morte de Ozias e continuou no reinado
de Joatan, contra a corrução de Israel. No reinado do ímpio Acaz, a in
fluência de Isaías toma vulto, particularmente quando o reino da Síria e
de Israel ameaçam a existência do reino de Judá, e o rei Acaz conclue aliança
com o potente rei da Assíria, Teglat-Falasar. No reinado do santo rei Eze-
quias a influência de Isaías tem importância capital. Amigo e conselheiro
do rei, profetizou na sua doença, na embaixada babilônica e na invasão de
Senaquerib, rei da Assíria. Depois da invasão, Isaías desaparece do cenário
político, passando a viver na obscuridade. Segundo a tradição dos judeus,
admitida por muitos Padres da Igreja, foi morto pelo ímpio rei Manassés,
que o mandou serrar pelo meio do corpo com uma serra de madeira, quando
o profeta já tinha cem anos.
Reza a tradição que êle tenha sido sepultado em Paneas de onde, no ano
442 d. C., seus restos mortais tenham sido transladados para Constantinopla.
Isaías viveu em tempos dificílim os: o reino do Norte caíra em poder
dos Assírios; o reino de Judá por um triz não acabou sendo destruído,
política e religiosamente, sob o reinado de Acaz, que o fizera satélite da
Assíria. No reinado de Ezequias houve uma recuperação religiosa, mas apenas
exterior e superficial do povo, enquanto a Assíria completava sua conquista
em Judá. Ezequias, constrangido pela nobreza, aliou-se com o Egito, mas
logo foi punido com a terrível invasão assíria, que cessou com a milagrosa
destruição do exército do soberano Senaquerib.
Foi nesse período, tão calamitoso para o reino de Judá, que Isaías
cumpriu o seu ministério profético.
814 PROFECIA DE ISAÍAS
A sua atividade profética foi bem mais vasta do que contém a obra
escrita por êle, porquanto lsaías somente em casos particulares escreveu
aquilo que pregou ao povo. A segunda parte de seu livro, escrita para os
exilados de Babilônia e para a posteridade, não foi pregada ao povo, e mui
provavelmente foi escrita depois que o profeta abandonou a vida política.
lsaías é o mais eloqüente de todos os profetas. A sua linguagem é nobre,
as suas expressões fortes e vivas. E’ o profeta mais citado no Novo Tes
tamento.
O fim principal de suas profecias é lançar em rosto aos Israelitas as
suas infidelidades e anunciar-lhes os castigos de Deus, com a final redenção,
consumada pelo Messias. Fala com tanta clareza de Jesus Cristo e da sua
Igreja, que, conforme diz São Jerônimo, mais parece Evangelista que Profeta.
O próprio Salvador aplicou a si muitas profecias de lsaías, e os Evangelistas
e os Apóstolos citam várias vezes o cumprimento delas em Jesus Cristo.
O livro pode ser dividido em duas partes:
Primeira parte (1 - 37): abrange os oráculos feitos sob o reinado de
Ozias, Joatan, Acaz e Ezequias, com uma certa ordem cronológica, e pode-se
subdividir em quatro seções:
I* (1 - 6 ): é uma espécie de introdução.
II* (7 - 12): livro do Emanuel. Contém as profecias do tempo de Acaz
e de Ezequias, sobre o Messias (chamado Emanuel), e seu reino.
III» (13 - 27): contém os oráculos contra as nações inimigas: Babilônia,
Assíria, Filisteus, Moabitas, Damasco, Israel, Etiópia, Egito, Arábia, Tiro e
outras. Êsses vaticlnios se realizaram todos literalmente.
IV* (28 - 37): contém as profecias feitas no reinado de Ezequias, rela
tivamente a Sião, castigada e salva. Anuncia antes a invasão assíria, a
inutilidade da aliança com o Egito, a libertação obtida somente por obra
de Deus, e finalmente, num epílogo histórico, mostra a realização dos
vaticlnios, relatando a invasão assíria e a libertação milagrosa.
Segunda parte (38 - 66); pode também ser subdividida em quatro seções:
I» (38 - 40): introdução. Tendo falado sôbre a doença de Ezequias, e
a embaixada babilônica, profetiza o exílio de Babilônia. Logo em seguida
começa a enumerar as consolações dos exilados, profetizando que seriam
libertados da escravidão de Babilônia e do pecado, anunciando os libertadores.
II* (40 - 48): anuncia o fim da escravidão temporal e espiritual, pro
fetizando que Ciro os libertará da primeira e o Messias da segunda.
III» (49 - 57): anuncia que os pecados serão expiados pelo “ servo do
Senhor” , o Messias sofredor, que pela sua paixão e morte há de remir o povo.
IV* (58 - 66): canta as glórias do reino messiânico, a glória da nova
Jerusalém e a condenação dos ímpios.
Esta segunda parte descreve o exílio de Babilônia, e sucessiva libertação,
com tantos pormenores, que os racionalistas aventaram a idéia da existência
de um outro lsaías vivido entre os desterrados. Para quem admite que os
profetas são a bôca de Deus, não é preciso recorrer a êsse mesquinho artifício
que não só repugna à tradição hebráica e cristã, mas até à própria história,
porquanto as profecias de lsaías foram mostradas a Ciro, que reconheceu
nelas a antevisão de suas façanhas e foi porisso induzido a libertar o povo
Judeu,
PROFECIA DE ISAÍAS
A ingratidão do povo escolhido tivesse conservado alguns da nossa
linhagem, teríamos sido como Sodo-
1 7Visão de Isaias, filho de Amós, ma, e ter-nos-íamos tornado seme
1 a qual êle teve acêrca de Judá lhantes a Gomorra.
e de Jerusalém nos dias de Ozias,
de Joatan, de Acaz e de Ezequias, Ê vão o culto externo se não estiver
reis de Judá. acompanhado do culto Interno
-Ouvi, céus, e tu, ó terra, escuta,
porque o Senhor é quem falou. Criei I0Ouvi a palavra do Senhor, ó prín
filhos (diz ele), e engrandeci-os, po cipes (que imitais os reis) de Sodo-
rém êles desprezaram-me. aO boi co ma, escuta a lei do nosso Deus, ó
nhece o seu possuidor, e o jumento povo (semelhante ao) de Gomorra.
o presépio do seu dono, mas Israel nDe que me serve a mim a mul
não me conheceu, e o meu povo não tidão das vossas vítimas? diz o Se
teve inteligência. 4A i da nação pe- nhor. Já estou farto delas. Não
cadora, do povo carregado de ini- quero mais holocaustos de carnei
qüidades, da raça corrompida, dos ros, nem gordura de animais nédios,
filhos malvados! Abandonaram o nem sangue de bezerros, nem de cor
Senhor, blasfemaram o Santo de Is deiros, nem de bodes. 12Quando vi-
rael, voltaram para trás. nheis à minha presença, quem pediu
5De que servirá que eu vos fira de tais ofertas às vossas mãos, para
novo se vós (obstinados) acumulais ue andásseis a passear nos meus
prevaricações sôbre prevaricações? trios (tão ufanos)? 13Não ofereçais
Toda a cabeça está enfêrma, e todo mais sacrifícios em vão; o incenso é
o coração abatido. °Desde a plan para mim abominação. A neomênia
ta do pé até ao alto da cabeça, não e os sábados, e as outras festivida
há nêle nada são; tudo é uma feri des não as posso já sofrer; os vossos
da, e uma confusão, e uma chaga ajuntamentos são iníquos. 14A mi
entumecida, que não está ligada, nem nha alma aborrece as vossas calen-
se lhe aplicou remédio para a sua das e as vossas solenidades; elas tor-
cura, nem foi suavizada com óleo. naram-se-me molestas, estou cansa
7A vossa terra está deserta, as vos do de as suportar. 15E, quando es
sas cidades abrasadas pelo fogo; os tenderdes as vossas mãos, apartarei
estranhos devoram à vossa vista o de vós os meus olhos; e, quando mul
vosso país, e êle será devastado co tiplicardes as vossas orações, não as
mo numa assolação de inimigos. 8E atenderei, porque as vossas mãos es
a filha de Sião (ou Jerusalém) fica tão cheias de sangue.
rá desamparada como a cabana du 16Lavai-vos, purificai-vos, tirai de
ma vinha, e como a choça dum pe- diante dos meus olhos a malícia dos
pinai, e como uma cidade entregue vossos pensamentos, cessai de fazer
à pilhagem. o mal, 17aprendei a fazer o bem, pro
°Se o Senhor dos exércitos nos não curai o que é justo, socorrei o opri-
Cap. I — 1. Visão. E sta palavra, num sentido lato, designa tôdas as comunicações di
vinas feitas ao homem, ainda que não sejam acompanhadas de imagens sensíveis.
4. Voltaram para trás, a fim de se entregarem novamente à idolatria abominável.
9. Senhor dos exércitos. Locução em pregada muitas vêzes p ara significar o poder e a
majestade de Deus.
13. o incenso oferecido com um coração corrompido. Neom ênia io primeiro dia do mês
em que se ofereciam sacrifícios.
816 PROFECIA DE ISAIAS 1 - 2
está para julgar os povos. 140 Se briremos; basta que nos comuniques
nhor entrará em juízo com os an o teu nome (ou sejas o nosso espô-
ciãos do seu povo, e com os seus soJ, tira o nosso opróbrio.
príncipes; porque vós devorastes a Promessas messiânicas
minha vinha, e as rapinas feitas ao
pobre encontram-se em vossa ca 2Naquele dia se achará o germe do
sa. 15Por que razão calcais aos pés Senhor em magnificência e glória, e
0 meu povo, e moeis à pancadas os o fruto da terra será exaltado, e se
rostos dos pobres? diz o Senhor Deus rá uma f causa de) alegria para a-
dos exércitos. quêles de Israel que forem salvos.
Contra o luxo das mulheres de Judá 3E acontecerá que todos aquêles que
forem deixados em Sião, e ficarem
16Ainda disse mais o Senhor: Pois em Jerusalém, serão chamados san
que as filhas de Sião se elevaram, e tos, todos os que tiverem sido ins
andaram com o pescoço emproado, critos para a vida em Jerusalém.
fazendo acenos com os olhos, e ges 4(Isto acontecerá) quando o Senhor
tos com as mãos, e ruídos com os pés, tiver limpado as manchas das filhas
e caminham com passo afetado, 17o de Sião, e lavado o sangue do meio
Senhor tornará calva a cabeça das de Jerusalém com espírito de justi
filhas de Sião, e despojá-las-á o mes ça, e com espírito de ardor. 5E o Se
mo Senhor do seu cabelo. nhor estabelecerá sôbre tôda a exten
18Naquele dia lhes tirará o Senhor são do monte de Sião, e no lugar
o adorno dos calçados, e as lúnulas, em que êle tiver sido invocado, uma
19e os colares, e as gargantilhas, e nuvem obscura durante o dia, e o
os braceletes, e os gavarins, 20e as resplendor duma chama ardente du
barrieras, e as ligas dos pés, e as ca rante a noite, porque tudo o que
deias de ouro, e as caixas de perfu é glorioso será protegido. 6E have
me, e as arrecadas, 21e os anéis, e os rá um tabernáculo para fazer som
pinjentes de pedras preciosas que bra de dia contra a calma, e para
lhes pendem sôbre a fronte, 22e os segurança e guarida contra a tempes
vestidos de festa, e os mantos, e as tade e a chuva.
gazes (ou véus), e os (ricos) alfine
tes, 23e os espelhos, e os lenços de Apólogo da vinha
licados, e os listões, e as roupas de C 7Cantarei ao meu amado o cãn-
verão. 24E, em lugar de cheiro sua ^ tico do meu parente sôbre a sua
ve, terão a hediondez, e por cinta u- vinha. O meu amado adquiriu uma
ma corda, e por cabelo encrespado a vinha, plantada numa coiina fertilís-
calva, e por faixa do peito um cilício. sima.
23Também os teus mais belos ho 2E cercou-a duma sebe, e tirou de
mens cairão mortos à espada, e os la as pedras, e plantou-a de bacelo
teus valentes (cairão) no combate. escolhido, e edificou uma torre no
26As portas de Jerusalém estarão na meio, e construiu na mesma torre
tristeza e no luto, è ela, desolada, um lagar; e esperava que desse boas
sentar-se-á por terra. uvas, mas produziu labruscas.
Os castigos reduzirão o número Aplicação e explicação do apólogo
de homens
3Agora, pois, habitantes de Jerusa
A 1E naquele dia lançarão mão lém, e homens de Judá, sêde vós os
“ dum só homem sete mulheres, juizes entre mim e a minha vinha.
dizendo: Nós comeremos o nosso 4Que coisa há que eu devesse fazer
pão, e dos nossos vestidos nos co mais à minha vinha, que lhe não te-
Cap. I V — 1. Êste versículo pinta a miséria m oral e a despovoação do país.
2. Germe do Senhor. . . . fruto da terra. Nomes que se referem ao Messias, referindo-se
o primeiro à sua natureza divina, e o segundo à sua natureza humana.
5-6. A proteção dada pelo M essias será tâo maravilhosa, que há de fazer lem brar o que
o Senhor tinha feito em favo r dos Israelitas quando saíram do Egito.
Cap. V — 1-7. - Êste canto, atribuído ao próprio Deus, m anifesta as süas intenções acêr-
ca do seu povo, o qual é a vinha que êle plantou.
5 PROFECIA DE ISAIAS 819
nha feito? Far-lhe-ia acaso injúria róis, e o seu çovo, e os seus homens
em esperar que ela desse boas uvas, ilustres e gloriosos. 1BE o plebeu te
em lugar das labruscas que produziu? rá de se curvar, e os grandes serão
5Pois agora vos mostrarei o que hei humilhados, e os olhos dos altivos se
de fazer à minha vinha: arrancar-lhe- rão abatidos. l6E o Senhor dos e-
-ei a sebe, e ficará exposta ao rou xércitos será exaltado (pela retidão
bo; derrubar-lhe-ei o muro, e ficará do) seu juízo, e o santo Deus será
sujeita a ser pisada. °E farei com santificado pela (administração da
que fique deserta; não será podada sua) justiça. ,7E serão apascentados
nem cavada; e crescerão nela os es os cordeiros segundo o seu costume, e
pinhos e os abrolhos; e mandarei às dos campos desertos, convertidos em
nuvens que não derramem sôbre ela fertilidade, comerão os estranhos.
chuva. 7A vinha do Senhor dos exér ,8Ai de vos os que arrastais a ini
citos é a casa de Israel, e os ho qüidade com cordas de vaidade, e o
mens de Judá, a planta na qual êle pecado com os tirantes dum carro (à
tinha as suas delícias; e esperei que semelhança de anim ais)! 1 89*Vós que
7
raticassem a retidão, e eis que só dizeis: A vie já com isso, e sem de
ã iniqüidade, e que praticassem a mora venha a sua obra, para que a
justiça, e eis que sòmente se ouvem vejamos; e aproxime-se, e cumpra-
clamores (dos oprimidos). se o decreto do santo de Israel, a
Aplicação particularizada do apólogo fim de que nós o conheçamos.
" A i de vos os que ao mal chamais
8A i de vós que ajuntais casa com bem, e ao bem mal, que tomais as
casa, e ides acrescentando campo a trevas por luz, e a luz por trevas, que
campo, até chegar ao fim de todo o tendes o amargo por doce, e o doce
terreno! Porventura haveis de ha por amargo!
bitar sós no meio da terra? °Aos 21Ai de vos, os que sois sábios a
meus ouvidos chegam estas coisas, diz vossos olhos, e, segundo vós mesmos,
o Senhor dos exércitos. Verdadeira prudentes!
mente muitas casas grandes e belas 22Ai de vós os que sois poderosos
virão a ficar desertas, sem habitan para beber vinho, e fortes para fazer
te. 10Porque dez jeiras de vinhas misturas inebriantes (e não o sois
produzirão apenas um pequeno fras para administrar a ju s tiça )! 23Vós
co (de vinho), e trinta alqueires de os que justificais o ímpio pelas dádi-
semente não darão mais que três. vas, e ao justo tirais o seu direito!
«A i de vós os que vos levantais Castigo de Deus
pela manhã para vos entregardes à
embriaguez, e para beberdes até à tar 24P or esta causa, assim como a lín
de com tal excesso, que venhais a gua do fogo devora a palha, e a
ficar de todo esquentados pelo v i brasa, o ardor da chama, assim a raiz
nho! 12A citara, e a lira, e o pan dêles será como a faísca, e o seu re
deiro, e a flauta, e o vinho encon- novo se dissipará como o pó; porque
tram-se nos vossos banquetes; e vós rejeitaram a lei do Senhor dos e-
não olhais para a obra do Senhor, xércitos, e blasfemaram da palavra
nem considerais as obras das suas do santo de Israel. "P o r isso o fu
mãos. «P o r isso é que o meu povo ror do Senhor se acendeu contra o
foi levado cativo, porque não teve seu povo, e estendeu a sua mão sô-
ciência, e os seus nobres morreram bre êle, e o feriu; e os montes se
de fome, e a sua multidão mirrou- abalaram, e os seus cadáveres fo
se de sêde. 14Por isso é que a habi ram lançados como estéreo ao meio
tação dos mortos alargou o seu seio, das praças. Com todos êstes castigos
e desmesuradamente abriu a sua bô- não se aplacou o seu furor, mas ain
ca; e desceram a ela os seus he da está levantada a sua mão. “ E
17. E serão apascentados. . . o país, quase sem habitantes, será convertido num grande
campo de pastagens.
18. H á neste versículo um a referência & escravidão que o pecado causa.
26. M etáfora expressiva, o Senhor utilizou duas espécies de sinais para cham ar os povos
pag&os que, de longe, viriam castigar Isra e l: Vrn estandarte levantado e um assobio.
820 PROFECIA DE ISAÍAS 5 -7
Põe-lhe um nome ( que sign ifiqu e): lhe êste oráculo, sela esta revelação
Toma depressa os despojos, faze ve para os meus discípulos.
lozmente a prêsa. 4Porque, antes Deve-se observar a lei e
que o menino saiba chamar por seu evitar a superstição
pai e por sua mãe, já o rei dos Assí
rios terá destruído o poder de Da 17Eu (apesar de tudo) esperarei no
masco, e saqueado a Samaria. Senhor, que esconde a sua face à ca
5E continuou o Senhor a falar-me sa de Jacó, e aguardá-lo-ei. 18Eis a-
ainda, dizendo: °Porque êste povo re qui estou eu e os meus filhos, que
jeitou as águas de Siloé, que correm o Senhor me deu para servirem de
docemente, e preferiu apoiar-se em sinal e de portento a Israel, da par
Rasin, e no filho de Romélia, 7por te do Senhor dos exércitos, que ha
êste motivo eis que o Senhor fará bita no monte Sião.
vir sôbre êle as águas impetuosas e 19E, quando vos disserem: Consul
abundantes do rio (E ufrates), o rei tai os magos e os adivinhos, que mur
dos Assírios com todo o seu poder; muram em segrêdo nos seus encanta
e subirá sôbre todos os seus ribeiros, mentos, (respondei): Porventura o
e correrá por cima de tôdas as suas povo não há de consultar o seu Deus?
margens, 8e se espraiará por Judá, i- Há de ir falar com os mortos acêroa
nundando-a, e indo assim passando, dos vivos? "Antes à lei e ao teste
lhe chegará até ao pescoço. E a munho (é que se deve recorrer). P o
extensão de suas asas encherá todo rém, se êles não falarem segundo esta
o espaço da tua ferra, ó Emanuel. linguagem, não raiará para êles a luz
da manhã. 21E andarão errantes,
O Emanuel será libertador e cairão e terão fome; e, quando pa
escândalo de Israel decerem esta fome, se agastarão, e
9Ajuntai-vos, povos, e sereis ven amaldiçoarão o seu rei e o seu Deus,
cidos, e vós, tôdas as terras de lon e levantarão os olhos para o alto,
ge, ouvi, reuni as vossas forças, e se 22e olharão para a terra, e eis que
reis vencidas, tomai as vossas armas, tudo será tribulação e trevas, abati
e sereis vencidas; 10formai planos, e mento e angústia, e nuvem sombria
êles sairão frustrados; proferi algu que os persiga, e não poderão esca
ma palavra de mando, e ela não será par do apêrto em que se encon
executada, porque Deus é conosco. tram.
“ Porque o Senhor me falou assim, Profecia acêrca do nascimento e
(tom ando-m e) com a sua mão pode império do Messias
rosa, e avisando-me para não seguir
pelo caminho dêste povo, dizendo: Q 2N o tempo passado foi levemen-
12Não digais: Conspiração; porque te combatida a terra de Zabu-
tudo o que êste povo diz é*uma cons lão, e a terra de Neftali, e no tem
piração; e não temais o que êle teme, po futuro serão cobertas de glória a
nem vos assusteis. 13Dai glória ao costa do mar, além do Jordão, a Ga-
Senhor dós exércitos; seja êle (só) liléia das nações. 2Êste povo, que
o vosso temor e o vosso terror, 14e andava nas trevas, viu uma grande
será para vós um motivo de santi luz; aos que habitavam na região
ficação, ao passo que servirá de pe da sombra da morte nasceu-lhes o
dra de tropêço, e de pedra de escân dia. 3Multiplicaste a gente, e não au
dalo às duas casas de Israel; de laço mentaste a alegria. Êles se alegra
e de ruína aos habitantes de Jerusa rão quando tu lhes apareceres, como
lém. 15E tropeçarão muitos de entre ê- os que se alegram no tempo da mes-
les, e cairão, e serão feitos em peda se, e como exultam os vencedores
ços, e enredados, e presos. 10Recó- com a prêsa que tomaram, quando
Cap. V I I I — 6. A s águas de Siloé. Êste ribeiro, que corre docemente, junto do tem-
pio, simboliza a proteção divina.
8. Õ Emanuel. O profeta dirigi-se ao Redentor prometido, p ara obter, sem demora, o
seu auxílio. Considera-o senhor do pais (a tua terra).
Cap, I X — 3. Segundo o hebreu: Multiplicaste o povo e deste-lhe urna grande alegria.
9 - 1 0 PROFECIA DE ISAÍAS 823
repartem os despojos. “Porque tu nhor não porá a sua alegria nos jo
quebraste o pesado jugo que o opri vens de Israel; e não se compadece
mia, e a vara que lhe rasgava as es- rá dos seus órfãos, nem das suas
páduas, e o cetro do seu exactor. co viúvas, porque todos êles são uns
mo o fizeste-na jornada de Madian. hipócritas e uns maus, e tôdas as
5Porque todo o despojo feito com suas bôcas só proferem loucuras.
violência e tumulto, e a vestidura Apesar de tudo isto, não se aplacou
manchada de sangue serão queima 0 seu furor, mas ainda está levanta
dos, e ficarão sendo o pasto do fo da a sua mão.
go. 18Porque a impiedade se acendeu
6Porquanto um menino nasceu pa como um fogo, ela devorará os abro
ra nós, e um filho nos foi dado e lhos e os espinhos, e se ateará na
foi pôsto o principado sôbre o seu espessura do bosque, e subirão ao
ombro; e será chamado Admirável, alto turbilhões de fumo. 19Turbou-
Conselheiro, Deus Forte, Pai do século se a terra pela ira do Senhor dos
futuro, Príncipe da paz. 70 seu império exércitos, e virá a ser o povo como
se estenderá cada vez mais, e a paz pasto do fogo; o irmão não perdoa
não terá fim; sentar-se-á sôbre o rá ao seu irmão. 20E voltar-se-á pa
trono de Davi e sôbre o seu reino, ra a direita, e terá fome; e comerá
para o firm ar e fortalecer pelo di (tudo o que encontrar) à esquerda,
reito e pela justiça, desde agora e e não se fartará; cada um devorará
para sempre; fará isto o zêlo do Se a carne do seu braço: Manassés a
nhor dos exércitos. Efraim, e Efraim a Manassés, os
mesmos juntos se levantarão contra
O c a stigo da S a m a ria e do reino de Judá. 21Apesar de tudo isto, não se
Is r a e l
aplacou o seu furor, mas ainda está
sO Senhor dirigiu a sua palavra a levantada a sya mão.
Jacó, e ela caiu em Israel. 9E sabê- O s bon s se rão p u rific a d o s e os
-lo-á todo o povo de Efraim e os ha m a u s c a stig a d o s
bitantes da Samaria, os quais, cheios
de soberba e arrogância de coração, 1 Q 7A i dos que decretam leis iní-
dizem: 10Os ladrilhos (isto é, os edifí 1 u quas, e escrevem continua
cios) caíram, mas nós edificaremes mente (sentenças de) injustiça, 2pa-
com pedras de silharia; cortaram os ra oprimirem os pobres em juízo, e
sicômoros, porém, nós poremos ce fazerem violência à causa dos fra
dros em seu lugar. nE o Senhor sus cos do meu povo, para as viúvas se
citará contra êles os adversários de rem a sua prêsa, e roubarem os bens
Rasin, e fará entrar em tumulto os dos órfãos! 3Que fareis vós no dia
seus inimigos, 12os Sírios da parte do da visita (divina) e da calamidade
oriente, e os Filisteus da banda do que vem de longe? Para quem fu
ocidente; e êles devorarão Israel com gireis, a fim de ter auxílio, e onde
tôda a bôca. Apesar de tudo isto, deixareis (ou de que vos servirá)
não se aplacou o seu furor, mas ain a vossa grandeza, 4para não ficar
da está levantada a sua mão. des encurvados debaixo do pêso das
130 povo não se voltou para quem cadeias, e para não cairdes entre os
o feria, e não buscaram o Senhor dos mortos? Apesar de tudo isto, não
exércitos. 14E o Senhor destruirá se aplacou o seu furor, mas ainda
num só dia a cabeça e a cauda a está levantada a sua mão.
Israel, os que obedecem e os que go 5A i de Assur! Èle é a vara e o
vernam. 150 ancião e o homem res bastão do meu furor, na sua mão
peitável são a cabeça, e o profeta que está a minha indignação. °Eu o en
ensina a mentira é a cauda. 16E os viarei a uma nação pérfida, e lhe
que chamam ditoso a êste novo, en ordenarei que marche contra ym
ganando-o, como os próprios que são povo que eu olho com furor, para
chamados ditosos, serão pricipitadcs que leve dêle os despojos, o ponha
(na ruma). 17P or esta causa o Se a saque, e o calque aos pés como a
4. N a jornada de Madian, em que Gedeão derrotou os M adianitas dum modo miraculoso.
824 PROFECIA DE ISAÍAS 10
lama das ruas. 7Mas êle não o jul ria. 17E a luz de Israel estará na
gará desta maneira, nem o seu co quele fogo, e o seu Santo na cha
ração pensará assim; o seu coração ma, que abrasará e devorará os
somente pensará em destruir e ex seus espinhos, e os seus abrolhos em
terminar numerosas nações. 8Por- um só dia. 18E a glória do seu bos
que dirá: Não é assim que os meus que e dos seus campos deliciosos se
príncipes são simultâneamente reis? rá consumida desde a alma até o
°Acaso não me está do mesmo mo corpo, e ela fugirá de puro mêdo.
do sujeita Calano como Carcames, 19E as árvores que ficaram do seu
Emat como Arfad, Samaria como bosque poderão ser contadas em con-
Damasco? 10Assim como a minha seqüência do seu pequeno número, e
mão atingiu os reinos dos ídolos, as um menino poderá escrever a lista
sim também destruirei os simula delas.
cros dos de Jerusalém e de Sama Conversão dos restos de Israel
ria. “ Porventura o que eu fiz à
Samaria e aos seus ídolos, não o 20E acontecerá isto naquele dia:
farei também a Jerusalém e aos seus Os que tiverem ficado de Israel, e
simulacros? os da casa de Jacó, que se tiverem
salvado, não se apoiarão mais sôbre
Castigo do orgulho dos Assírios aquêle que os fere, mas apoiar-se-ão
sinceramente sôbre o Senhor, o San
12Mas, quando o Senhor tiver cum to de Israel. “ Converter-se-ão as re
prido tôdas as suas obras no mon líquias, as relíquias digo, de Jacó, ao
te Sião e em Jerusalém: Eu visita Deus forte. 22Porque, ainda que o
rei (diz êle) o fruto do orgulhoso teu povo, ó Israel, fôsse tão numero
coração do rei Assur, e a arro so como a areia do mar, só algumas
gância dos seus olhos altivos. “ Por relíquias dêle se converterão; a des
quanto êle disse: Pelo esfôrço da truição que está resolvida fará trans
minha mão fiz isto, e com a minha bordar a justiça. “ Porque esta des
sabedoria o entendi; e mudei os li truição que fol decretada, o Senhor,
mites dos povos, e despojei os seus o Deus dos exércitos, a cumprirá no
príncipes, e como poderoso derru meio de tôda a terra.
bei os qu e. residiam em altos pos ^Portanto, isto diz o Senhor Deus
tos. UE a minha mão tomou co dos exércitos: Povo meu que ha
mo a um ninho a riqueza dos po bitas em Sião, não temas Assur;
vos; e, assim como se recolhem os êle te ferirá com a sua vara, e le
ovos, que foram deixados, assim vantará o seu bastão para o descar
juntei eu tôda a terra, e não hou regar sôbre ti, como (ou trora ) o
ve quem movesse a asa, nem abris Egito. “ Porém, espera um pouco,
se a bôca, nem soltasse o menor gri em breve espaço, e eu punirei o seu
to. “ Acaso gloriar-se-á o macha crime com tôda a minha indigna
do contra o que corta com êle? Ou ção e furor. 26E o Senhor dos exér
levantar-se-ã a serra contra aquêle citos levantará o flagelo contra êle,
por quem é posta em movimento? e o ferirá como (fe riu ) Madian no
( T udo isto é) como se a vara se le penhasco de Oreb, e, como levantou
vantasse contra o que a maneja, e a sua vara sôbre o mar (Verm elho) ,
como se o bastão se orgulhasse, êle, levantá-la-á, (de novo) como no E-
que não é mais que um pau. “ Por gito.
isso o Dominador, o Senhor dos e-
O exército Assírio derrotado
xércitos, enviará a fraqueza sôbre
os (guerreiros) robustos dos Assí diante de Jerusalém
rios; e ela arderá como o fogo dum 27Também acontecerá isto naquele
incêndio, ateado debaixo da sua gló dia: Será tirado o seu pêso do teu
Cap. X — 12. Quando o Senhor tiver castigado Judâ por meio dos Assírios, êstes mesmos
serão aniquilados, por causa do seu orgulho.
27. D o azeite, isto é, d a misericórdia divina, segundo o entendeu S. Jerônimo. A liber
tação do jugo dos Assírios sim bolizava a nossa libertação do jugo do demônio pelos méritos
de Jesus Cristo.
10 - 11 PROFECIA DE ISAIAS 825
lha de Sião. 2E então (se os Moabi- com grandes gritos sôbre as tuas v i
tas assim não fizerem ) acontecerá nhas e sôbre as tuas messes, e cal
que, como uma ave que foge, e co cou-as aos pés. 10A alegria e o rego
mo os passarinhos que voam do seu zijo desaparecerão dos campos, e nas
ninho, assim, serão as filhas de Moab vinhas ninguém exultará, nem mos
na passagem do Arnon. “Toma con trará júbilo. Não mais pisarão v i
selho, convoca uma assembléia; pôe nho no lagar os que tinham costume
como noite a tua sombra ao meio- de o pisar; fiz calar a voz dos pisa-
-dia; esconde os fugitivos, e não en dores. nPor isto o meu coração es
tregues os que andam errantes, h a tremece acêrca de Moab como uma
bitarão junto de ti os meus fugiti harpa, e as minhas entranhas (ge
vos; para, Moab, sê um refúgio con m em ) acêrca da muralha de ladri
tra o devastador; porquanto feneceu lho cozido. 12E acontecerá que Moab,
o pó, consumido ficou êste miserá depois de se ter cansado de recorrer
vel, desapareceu já o que calcava o aos seus lugares altos, entrará nos
país. seus santuários para orar, e nada
alcançará.
C onsum ação da ru ín a de M o a b 13Esta é a palavra que o Senhor
pronunciou sôbre Moab desde há
5E sei*á estabelecido um trono so muito tempo. 14E agora eis que o
bre a misericórdia, e sôbre êle se Senhor diz: Em três anos, como os
sentará em verdade no tabernáculo anos dum mercenário, será tirada a
de Davi um juiz reto e zeloso da jus glória de Moab com todo o seu nu
tiça, o qual dará prontamente a cada meroso povo e o que ficar será pe-
um o que é justo. °Temos ouvido ueno e diminuído, de nenhum mo-
falar da soberba de Moab, êle é so o grande.
berbo em extremo; a sua soberba, a
sua arrogância e o seu furor são O rác u lo s c on tra D a m as co e S a m a ria
maiores que a sua fortaleza. 7Por
isso Moab gritará para Moab, todo 1 7 Oráculo contra Damasco. Eis
êle universalmente dará gritos; àque 1• que Damasco deixará de ser
les que se vangloriam das suas mu cidade, e será como um montão de
ralhas de ladrilho cozido, anunciai pedras numa ruína. 2As cidades de
as calamidades que os ameaçam. Aroer serão abandonadas aos reba
8Porque os arrabaldes de Hesebon nhos, e êstes repousarão alí, e não
estão desertos, e os príncipes das na haverá quem os espante. 3Será tira
ções talaram a vinha (ou região) de do todo o auxílio a Efraim, e o rei
Sabama, cujas varas tinham chega no a Damasco; e os restos da Síria
do até Jazer; elas andaram vagabun serão como a glória dos filhos de
das pelo deserto, os seus rebentos, Israel, diz o Senhor dos exércitos.
que foram deixados, passaram à ou 4E acontecerá naquele dia que fi
tra banda do mar. 9Por esta causa cará atenuada a glória de Jacó; e a
chorarei com o pranto de Jazer a gordura da sua carne desaparecerá.
vinha de Sabama; banhar-vos-ei com ®E será como o que na ceifa junta o
as minhas lágrimas. Hesebon e Elea- que ficou por segar, e a sua mão co
le; porque (o inim igo) lançou-se lherá as espigas; e será como o que
O profeta excita os M oabitas a conciliarem as boas graças do rei de Jerusalém, enviando-lhe
espontâneamente um tributo de cordeiros, como prova de sua submissão.
3. Toma conselho. . . E sta linguagem é posta pelo profeta na bôca dos embaixadores
Moabitas, que êle supôe terem sido enviados ao rei de Judã, em virtude do seu conselho.
— PÕe como noite.. . o s em baixadores suplicam ao monarca que torne a sua som bra
protetora tão espêssa como as som bras da noite, a fim de que êles se possam esconder nela.
4. Porquanto fe n eceu ... Segundo o hebreu: Porque, se tu nos auxiliares, o opressor
deixará de existir, a devastação cessará, os que nos esmagam desaparecerão do país.
6. Temos ouvido fa la r . .. O profeta prevê que o seu conselho será inútil, porque os
M oabitas orgulhosos não quererão aceitá-lo.
9. Com o pranto de Jazer, isto é, corno chora esta cidade, privada de tôda a grandeza.
Gap. X V I I — 3. E os restos da Síria . . . P alav ras irônicas, pois duma e outra parte
ficarão sômente fracos restos da prim itiva glória.
830 PROFECIA DE ISAÍAS 17 - 19
busca as mesmas espigas no vale de dos rios da Etiópia, 2a qual envia em
Rafaim. 60 que ficar de Israel será baixadores por mar e em barcos de
como um raclmo de rabisco, e como junco sôbre as águas. Ide. mensa
uma oliveira quando se vareja e da geiros velozes, a uma nação dividida
qual somente ficam na ponta dum e despedaçada; a um povo terrível, o
ramo duas ou três azeitonas, ou qua mais terrível de todos; a uma nação
tro ou cinco no alto da árvore, diz que está esperando, e que é calcada
o Senhor Deus de Israel. 7Naquele aos pés, cuja terra é cortada pelos
dia se humilhará o homem ao seu rios. 3Vós todos, habitantes do mun
Criador, e os seus olhos olharão pa do. que morais sôbre a terra, quan
ra o santo de Israel; 8e não se incli do for levantado o estandarte sôbre
nará diante dos altares que tinham os montes, vós todos o vereis, e ou
feito as suas mãos, nem tornará a v ir e i o som da trombeta.
olhar para os bosques e templos (dos ’Porque o Senhor me diz isto: R e
ídolos), obras que os seus dedos fa pousarei e o contemplarei do meu
bricaram. “Naquele dia as suas ci lugar, como (se vê) a clara luz do
dades fortes serão desamparadas, co meio-dia e como uma nuvem de or
mo os arados e as searas que foram valho no tempo da messe. 5Porque
abandonadas à chegada dos filhos de fa vinha) florescerá tôda antes da
Israel; do mesmo modo serás tu (Ó messe. e tudo brotará antes do tem
Samaria) desamparada. 9 10*P orque te po. e os seus talos serão cortados
esqueceste de Deus, teu Salvador, e com a foice; e o que fôr deixado se
não te lembraste do teu poderoso rá cortado e lançando fora. 6E (os ca
defensor, por isso plantarás uma boa dáveres dos Assírios) serão abando
planta, e semearás grão estrangeiro; nados às aves dos montes, e aos ani
“ e o que tiveres plantado somente mais da terra; e estarão sôbre êles
produzirá labruscas; de manhã flo os pássaros durante todo o est< j, e
rescerá a tua semente, porém a mes- sôbre êles invernarão todos os ani
se foi-te arrebatada quando devia ser mais da terra.
colhida, o que te causará uma gran 7Naquele tempo serão levadas ofe
de pena. rendas ao Senhor dos exércitos por
12A i desta multidão de povos nu um povo dividido e despedaçado, por
merosos, que ressoa como o ruído do um povo terrível, o mais terrível de
mar; tumulto de muita gente, seme todos, por uma nação que está espe
lhante ao barulho de impetuosas rando, e que é calcada aos pés cuja
águas. 13Os povos farão um ruído terra é cortada pelos rios; (essas ofe
como as águas duma inundação, po rendas serão levadas) ao lugar do
rém (Deus) os ameaçará, e fugirão nome do Senhor dos exércitos, ao
para longe; e serão dispersos como monte de Sião.
o pó dos montes pelo impulso do
Oráculo contra o Egito
vento, e como um turbilhão diante
da tempestade. 14À tarde eis a cons 1 Q o rá cu lo contra o Egito. Eis
ternação, e de manhã já não existi 1U que o Senhor subirá sôbre
rão. Esta é a paga daqueles que uma nuvem leve, e entrará no E gi
nos destruíram, e a sorte dos que to, e os ídolos do Egito se comove
nos saqueiam. rão diante da sua face, e o coração
Oráculo contra a Etiópia do Egito se mirrará em seu peito.
2E farei com que os Egípcios se le
1Q 2A i da terra em que ressoa o vantem contra os Egípcios; e pele
10 ruído de asas, que está além jará cada um contra o seu irmão, e
9. Corno os arados. . . Alusão ao que tinha acontecido quando os Israelitas se apoderaram
d a Palestina: o s antigos habitantes tinham desaparecido, as suas fortalezas foram arrui
nadas, etc.
14. Ã tarde. . . o s Assírios serão exterminados em uma só noite.
Cap. X V I I I — 1. o ruído de asas dos insetos que abundam na Etiópia.
4-5. Deus deixará crescer Assur, figurado por uma vinha, a fim de melhor m anifestar
a sua glória, quando, na ocasião em que a vinha apresentar os seus frutos já maduros,
êle lhe cortar os ramos a golpes de loice
19 - 20 PROFECIA DE ISAÍAS 831
assim, indo nu (isto é, so com a rou rita os que comem e bebem. Le-
pa in terio r) e descalço. vantai-vos, príncipes, tomai o escudo.
3E o Senhor disse: Assim como o 6Porque o Senhor me disse estas coi
meu servo Isaías andou nu e descal sas: Vai, e põe uma sentinela, que
ço, para ser um sinal e um prognós te anuncie tudo o que vir. 7E ela
tico de três anos (de guerra) contra viu um carro de guerra guiado por
o Egito e contra a Etiópia, 4assim o dois cavaleiros, viu homens monta
rei dos Assírios levará do Egito e dos sobre asnos, e homens montados
da Etiópia moços e velhos, nus e des sôbre camelos; e pôs-se a contemplar
calços, com os dorsos descobertos, pa cuidadosamente isto com grande a-
ra ignomínia do Egito. 5E os Israe tenção. 8Depois gritou (corno) um
litas temerão e se envergonharão leão: Eu estou no pôsto em que o
de ter pôsto a sua esperança na Etió Senhor me colocou, e nêle permaneço
pia, e a sua glória no Egito. 6E os todo o dia, estou passando na minha
habitantes desta ilha dirão naquele guarda noites inteiras. 9Eis que che
dia: Eis qual era a nossa esperan gou o homem que conduzia o carro,
ça; a que homens recorremos nós, e tomou a palavra, e disse: Caiu,
implorando socorro, para nos livra caiu Babilônia, e todos os simulacros
rem do rei dos Assírios! E como dos seus deuses se fizeram em peda
poderemos nós escapar? ços, arremessados contra a terra.
10ó vós, debulha minha, e filhos
Oráculo contra Babilônia da minha eira, o que eu ouvi do Se
21 Oráculo contra o deserto do nhor dos exércitos, do Deus de Is
“ 1 mar. Como vêm os tufões da rael, isso vos anunciei.
parte do meio-dia, assim vem (o in i Oráculo contra a Iduméia
m igo) do deserto, de uma terra hor
rível. 2Anunciada me foi uma terrí “ Oráculo sôbre Duma. Clamam pa
vel visão: O pérfido obra com per ra mim de Seir: Sentinela, que hou
fídia, e o assolador devasta. M ar ve esta noite? Sentinela, que hou
cha, ó Elam, sitia, ó Medo; eu vou ve esta noite? 12A sentinela respon
dar descanso a todos os que ela faz deu: Chegou a manhã e a noite; se
gemer. 3Por esta causa se encheram buscais, buscai; convertei-vos, vin
de dor as minhas entranhas, a angús de.
tia apoderou-se de mim, como a an Oráculo contra as tribos árabes
gústia duma mulher na hora do par
to; fiquei atemorizado quando tal 13Oráculo sôbre a Arábia. Vós pas
ouvi, fiquei de todo perturbado quan sareis a noite no bosque, sôbre o ca
do o vi. 40 meu coração desfale minho de Dedanim. “ Vós os que ha
ceu, as trevas fizeram-me pasmar; a bitais a terra do meio-dia, saindo ao
minha amada Babilônia tornou-se pa encontro do sequioso, trazei-lhe água,
ra mim um motivo de assombro. socorrei com pão o que foge; 15porque
5Põe a mesa, contempla de uma gua êles fugiram diante das espadas,
Cap. X X — 6. Desta ilha. A Palestina é assim cham ada pelo fato de ser um a costa
m arítim a.
1. oráculo contra o deserto do mar. Titulo misterioso. N a s inscrições A ssíria, B a b i
lônia é cham ada muitas vêzes o pais do m ar, quer porque estava próxim a do golfo Pérsico,
quer porque o E ufrates, com as suas freqüentes inundações, apresentava o aspecto dum mar.
Cap. X X I — 2. Elam. Província da Pérsia, tom ada aqui por tôda a Pérsia.
5. A descrição da noite em que Babilônia foi tomada. Os seus habitantes sitiados, en-
tregarn-se à orgia, julgando-se suficientemente defendidos pelas sentinelas. A orgia, po
rém, é bruscamente interrompida por gritos de alarm e: Levantai-vos.
10. P a la v ra s consoladoras dirigidas a Israel. S airá de B abilônia batido, é certo, m as pu
rificado, como o bom grâo separado da palha.
12. Se bu sca is... O s Idum eus têm um meio de salvação: B uscar a verdade, o verda
deiro Deus, e converter-se a êle.
13-15. V ó s passareis a noite. .. A tribo árabe dos Dedanitas é representada num dia
de derrota, fugindo diante do inimigo, e acampando nos áridos desertos, longe dos caminhos
seguidos ordinàriamente pelas caravanas.
21 - 22 PROFECIA DE ISAIAS 833
diante da espada iminente, diante do (Deus) que fêz isto, nem olhareis
arco armado, diante do rude comba para aquele que o preparou de lon
te. ge. 12E o Senhor Deus dos exérci
16Porque o Senhor me diz estas coi tos convidar-vos-á naquele dia ao ge
sas: Ainda um ano (contado) como mido e ao pranto, e a rapar a cabe
os anos do mercenário, e depois de ça, e a vestir-vos de saco; 13mas (em
saparecerá tôda a glória de Cedar. vez disso, sòmente pensareis) em
17E o número que ficar dos fortes ire- prazer e alegria, em matar novilhos
cheiros dos filhos de Cedar será pe e degolar carneiros, em comer carne
queno, porque o Senhor Deus de Is e beber vinho, (dizendo): Comamos
rael (assim) o disse. e bebamos, porque amanhã morrere
Oráculo contra Jerusalém
mos. 14E foi revelada esta voz do
Senhor dos exércitos aos meus ou
0 9 ^Oráculo acêrca do vale da Vi- vidos: Não, não vos será perdoada
“ “ são (ou Jerusalém). Que é o esta iniqüidade até que morrais, diz
que tu também tens, pois tôda a tua o Senhor Deus dos exércitos.
gente sobe aos telhados, 2cidade tu Oráculo contra Sobna,
multuosa, cheia de povo, cidade de prefeito do templo
prazer? Os teus mortos não foram
mortos à espada, nem mortos em 15Estas coisas diz o Senhor Deus
guerra. 3Os teus príncipes fugiram dos exércitos: Vai ter com aquêle
todos juntos, e foram duramente en que habita no tabernáculo, com Sob-
cadeados; todos os que (o inim igo) na prefeito do templo, e dir-lhe-ás:
encontrou foram presos juntamen 10Que fazes tu aqui? ou quem repre
te, sem embargo de terem fugido sentas tu aqui ? tu que te preparas
para longe. 4Por isso eu disse: A- te aqui um sepulcro, que mandaste
fastai-vos de mim, eu amargamente lavrar com grande esmêro em lugar
chorarei; não insistais em me conso elevado um monumento, um domicí
lar sôbre a ruína da filha do meu lio para ti na rocha. 17Eis que o Se
povo; 5porque êste é um dia de mor nhor te fará transportar (tão fácil-
tandade, e esmagamento, e de pran m ente) como se transporta um galo,
tos, enviado ao vale da Visão pe e como um vestido assim te levará.
lo Senhor Deus dos exércitos; êle a- 18Êle te coroará com uma coroa de
bre a muralha, e manifesta a sua tribulação, atirará contigo como péla
glória sobre o monte. °E o Elami- a um campo largo e espaçoso; ali
ta tomou a aljava, o carro para o morrerás, e a isto se reduzirá o carro
soldado de cavalo e desprendeu o da tua glória, ó desonra da casa do
escudo da parede. 7E ficarão os teus teu Senhor. 19Eu te deitarei fora do
mais belos vales cheios de carros de teu pôsto, e te deporei do teu minis
guerra, e a cavalaria acampará às tério. “ E naquele dia chamarei o
tuas portas. 8E será tirado o véu meu servo Eliacim, filho de Helcias,
de JUdá, e recorrerás naquele dia ao (para te substituir); 21vestí-lo-ei com
arsenal do palácio do bosque. °E exa a tua túnica, e cingí-lo-ei com o teu
minareis as numerosas brechas da ci cinto, e porei na sua mão o teu poder;
dade de Davi, e recolhereis as águas e será como pai para os habitantes
da piscina inferior; ,ücontareis as de Jerusalém, e para a casa de Ju-
casas de Jerusalém e demolireis as dá. 22E porei a chave da casa de
casas para fortificar a muralha. UE Davi sôbre os seus ombros; e êle
fareis um reservatório entre dols mu abrirá, e não haverá quem feche; e
ros para a água da piscina velha; e fechará, e não haverá quem abra.
não levantareis os olhos para aquêle 23E fincá-lo-ei como estaca em lugar
Cap. X X I I — 1-3. Que 4 o que tu também te n s ... Isaías interpela a população de Je
rusalém, que se entrega loucamente ao prazer, devendo antes estar triste. — os teus mortos
não cairão no campo da honra, mas m orrerão de fome e outras calamidades dentro da ci
dade sitiada.
11. Que o preparou de Tange. H á aqui um a alusão ao plano divino, form ado desde tôda
a eternidade.
22. A chave é o sinal do poder. 27
27 - B ib lia Sagrada
834 PROFECIA DE ISAIAS 22 - 24
firme, e êle será como um trono de 10Percorre a tua terra como um
glória para a casa de seu pai. 24E rio, filha do mar, já daqui por dian
estará pendente dêle tôda a glória te não tens cintura (ou amparo).
da casa de seu pai, diversos gêneros uO Senhor estendeu a sua mão so
de vasos, tôda a sorte de pequenos bre o mar, abalou os reinos; o Se
instrumentos, desde os vasos de beber nhor deu as suas ordens contra Ca-
até aos instrumentos de música. 75Na- naã, para destruir os seus valentes;
quele dia, diz o Senhor dos exércitos, 12e disse: Não continuarás a gloriar-
será arrancada a estaca que tinha si te daqui por diante, virgem desonra
do fincada num lugar firm e; e será da, filha de Sidônia; levanta-te, pas
quebrada, e cairá, e perecerá o que sa a Cetim, mesmo aí não terás des
estava pendurado nela, porque o S e canso. “ Considera a terra dos Cal-
nhor assim o disse. deus; nunca houve povo assim. Os
Oráculo contra Tiro Assírios fundaram-no (apesar disso
agora) foram levados para o cativei
OQ Oráculo sobre Tiro. Uivai, naus ro os seus robustos, derrubadas as
do mar; porque foi devastada suas casas; fizeram dela uma ruína.
a casa (ou cidade) donde tinham “ Uivai, naus do mar, porque foi des
por costume vir; da terra de Cetim truída a vossa fortaleza.
lhes chegou a nova. 2Calai-vos, ha
bitantes da ilha; os negociantes de Restauração e conversão de Tiro
Sidônia, passando o mar, te enchiam. 15E acontecerá isto naquele dia:
8A sementeira, que cresce pelas abun Ficarás em esquecimento, ó Tiro, du
dantes águas do Nilo e as messes rante setenta anos, que costumam
dêste rio eram para ela; e tinha che ser os dias de um rei; mas, depois
gado a ser o empório das nações. dêstes setenta anos, Tiro será como
4Envergonha-te, Sidônia, porque o uma meretriz que canta (para sedu
mar, a fortaleza do mar assim está z ir). 16Toma a citara, percorre a ci
dizendo: Não concebi, nem dei à luz, dade, ó meretriz entregue ao esque
nem criei jovens, nem eduquei donze cimento; canta bem, repete a tua á-
las até à idade adulta. 5Quando se ria, para que se pense em ti. 17E,
ouvir esta notícia no Egito, doer-se- depois dos setenta anos, o Senhor v i
-ão (os homens), ao ter conhecimen sitará Tiro, e a reconduzirá ao seu
to (da ruína) de Tiro. tráfico, e de novo terá comércio com
•Atravessai os mares, soltai gritos, todos os reinos da terra, sôbre a fa
habitantes da ilha. Porventura não ce do globo. 18Mas (agora) os seus
é esta açtuela vossa cidade que des negócios e os seus lucros serão con
de os primeiros dias se gloriava da sagrados ao Senhor; não serão guar
sua antiguidade? Os seus moradores dados, nem entesourados, porque o
andarão peregrinando por cerras re seu negócio será para aquêles que as
motas. 8Quem formou êste desígnio sistirem diante do Senhor, a fim de
contra Tiro, outrora coroada, cujos que tenham alimentos em abundân
comerciantes eram príncipes, cujos cia, e se vistam até à velhice.
negociantes eram os nobres da terra?
9Foi o Senhor dos exércitos que for Profecias relativas ao fim do mundo
mou êste desígnio, para derribar a
soberba de tôda a glória, e para re O A *Eis que o Senhor devastará a
duzir à ignomínia todos os nobres terra, e a despojará, e afli
do país. girá a sua face, e dispersará os seus
24. Os diversos gêneros de vasos representam os membros da fam ília de Eliacim, os quais
lhe deverão as suas riquezas, honras, etc.
Cap. X X I I I — 1. Cetim era a ilha de Chipre, onde a frota ideal, à qual se dirige
o profeta, teve conhecimento da desgraça de Tiro.
2. Habitantes da ilha. Tiro foi fundada primeiro numa ilha.
4. o mar e rochedos do mar, no meio dos quais Tiro estava edificada, falam aqui em
nome da cidade destruída.
15-16. Tiro s e r á ... A cidade humilhada será semelhante a essas infelizes criaturas que,
quando se vêem esquecidas, procuram cham ar a atenção por meio dos seus artifícios.
24 - 25 PROFECIA d e is a ía s 635
habitantes. 2E, assim como for (tra tremidades da terra nós ouvimos os
tado) o povo, assim será o sacerdo louvores, a glória do justo.
te; e como o criado, assim o seu amo; E eu disse: O meu segrêdo para
como a serva, assim a sua senhora; mim, o meu segrêdo para mim. Ai
como o que compra, assim aquêle de mim! Os prevaricadores prevari
que vende; como o que dá a juro, caram e prevaricaram com prevari
assim o que toma emprestado; como cação própria de contumazes. "P a
o credor, assim o devedor. 3A ter ra ti, que és habitante da terra, está
ra será inteiramente devastada e en reservado o susto, e a cova, e o la
tregue ao saque; porque o Senhor ço. 18E acontecerá que o que fugir
assim o decretou. 4A terra desfaz- da voz espantosa cairá na cova; e o
se em lágrimas, consome-se e desfa que se desembaraçar da cova ficará
lece; perece o mundo, e é abatida a prêso no laço, porque as cataratas do
grandeza do povo da terra. 5A ter alto serão abertas, e serão abalados
ra ficou infeccionada pelos seus ha os fundamentos da terra. 19A terra
bitantes, porque transgrediram as será despedaçada com grandes aber
leis, mudaram o direito, romperam a turas, com o seu abalo será descon-
aliança eterna. juntada; 20será agitada e cambaleará
6Por esta causa a maldição devora como um embriagado, e será tirada
rá a terra, e pecarão os seus habi como a tenda que sòmente se arma
tantes, e por isso serão insensatos os para passar a noite; e carregará
que a cultivam, e serão deixados sôbre ela a sua própria iniqüidade,
poucos homens. 7Chora a vindima, e cairá, e não tornará a levantar-se.
enfraquece a vida, gemem todos os 21E acontecerá que naquele dia o Se
que se alegram de coração. 8Ces- nhor visitará a milícia do céu lá no
sou o regozijo dos tambores, acaba alto, e os reis do mundo que estão
ram os gritos de alegria, calou-se a sôbre a terra. 22E serão atados to
doçura da citara. °Não beberão vi dos juntos como num feixe, ( e lan
nho cantando árias; a bebida será a- çados) no lago, e ficarão ali encerra
marga para os que a beberem. 10A dos no cárcere, e depois de muitos
cidade da confusão está demolida, dias (continuarão a sofrer, e eterna
fechadas se encontram tôdas as suas mente) serão visitados (ou castiga
casas, não entrando nelas pessoa al dos). ME a lua se tornará vermelha,
guma. J1Nas ruas haverá clamor e o sol se obscurecerá, quando o Se
por causa (da falta) do vinho; tôda nhor dos exércitos reinar no monte
a alegria cessou; o prazer da terra Sião e em Jerusalém, e quando fôr
foi banido. 12Ficou na cidade a so glorificado na presença dos seus an
lidão, e a calamidade oprimirá as ciãos.
suas portas. C&ntico dos justos
13E estas coisas verificar-se-ão no
meio da terra, no meio dos povos, 9Ç Penhor, tu és o meu Deus; eu
como quando, varejada a oliveira, fi te exaltarei, e apregoarei teu
cam umas poucas azeitonas na ár nome; porque fizeste maravilhas rea
vore e alguns rabiscos, depois de a- lizando os teus antigos e fiéis desíg
cabada a vindima. 14Êstes (poucos nios. Amém.
que ficarem ) levantarão a sua voz, e 2Porque tu reduziste a cidade (do
cantarão louvores; soltarão gritos de mal) a um montão, a cidade forte
alegria do lado do mar, quando o Se a uma ruína, a casa dos estranhos,
nhor fôr glorificado. 18Por esta cau para que deixe de ser cidade, e nun
sa, com as verdadeiras máximas de ca jamais seja reedificada.
doutrina, glorificai ao Senhor; nas 3Por isso te louvará um povo for
ilhas do mar (celebrai) o nome do Se te, a cidade das nações robustas te
nhor Deus de Israel. 16Desde as ex temerá; 4porque te tornaste fortale-
Cap. X X IV — 2. Tôdas as classes da sociedade serão atingidas pelos castigos de Deus.
18. A s desgraças suceder-se-So umas às outras.
21. Visitará no sentido de castigará. M ilícia do céu significa aqui os anjos maus, que,
apesar de já estarem condenados, serào püblicamente julgados por Cristo, no fim do mundo.
836 PROFECIA DE ISAÍAS 25 - 26
lhes não pôde ser útil, e que, longe entre os seus fragmentos um caco,
de os socorrer, e de lhes prestar qual em que se leve uma brasinha de um
quer serviço, se tornou a sua vergo fogão, ou se tire um pouco de água
nha e o seu opróbrio. de uma poça.
6Orãculo contra os jumentos do
meio-dia. Ei-los aí vão por uma ter Deus perdoará ao povo arrependido
ra de tribulação e angústia, donde 15Porque o Senhor Deus, o Santo
saem a leoa e o leão, a víbora e o de Israel diz assim: Se vos voltardes
basilisco voador, levando sôbre os e vos deixardes estar em paz, sereis
ombros de jumentos as suas rique salvos; a vossa fortaleza estará no
zas, e sôbre o dorso dós camelos os silêncio e na esperança. E vós não
seus tesouros, a um povo que lhes quisestes; 16antes dissestes: De ne
não poderá prestar para coisa algu nhuma sorte, mas fugiremos sôbre
ma. 7Porque o Egito debalde e em cavalos; por isso mesmo (digo eu) é
vão dará socorro; por isso eu cla que vós fugireis (dos vossos in im i
mei sôbre isto, (dizendo): Ali só há gos). E montaremos em cavalos li
soberba; descansa. geiros; por isso mesmo serão mais
ligeiros aquêles que vos hão de per
Obstinação do povo em recusar a luz seguir. 17Mil (dos vossos) homens
8Agora pois vai gravar isto (esta fugirão da vista do terror de um só;
profecia) sôbre o buxo em sua pre e, à vista do terror de cinco, deita
sença, e regista-o com cuidado num reis a fugir, até que fiqueis como o
livro, para que seja no futuro um mastro dum navio no cume de um
testemunho eterno. 9Porque êste monte, e como um estandarte sôbre
povo está provocando a minha ira, um outeiro.
e são filhos mentirosos, filhos que 18P or isso o Senhor espera o mo
não querem ouvir a lei de Deus; mento em que terá misericórdia de
,0que dizem aos que vêem: Não ve- vós, e êle exaltará a sua glória, per
jals; e aos que olham: Não olheis doando-vos, porque o Senhor é um
(não vaticineis) para nós coisas re Deus de eqüidade; ditosos todos os
tas; falai-nos de coisas agradáveis, que esperam nêle. 10O povo de Sião
profetizai-nos coisas alegres, posto habitará em Jerusalém; tu (6 povo
que sejam erros. "Afastai de nós o fie l) deixarás de chorar; o Senhor,
caminho (da le i); afastai de nós tal compadecendo-se de ti, usará conti
vereda; desapareça de diante da nos go de misericórdia; logo que ouvir a
sa face o Santo de Israel. 12Por ês- voz do teu clamcr, te responderá (be
se motivo diz o Santo de Israel: Vis nignamente). 20E (antes désse tempo
to que vós rejeitastes esta palavra, e feliz) o Senhor vos dará o pão da
pusestes a vossa confiança na calúnia angústia e a água da tribulação; po
e na perversidade, e nestas coisas rém, (depois) fará com que nunca se
vos apoiastes, 13por isso esta iniqüida- afaste de ti o teu doutor; e os teus
de será para vós como uma abertu olhos estarão vendo sempre o teu
ra, ameaçando ruína, que se torna mestre. 21E os teus ouvidos ouvirão
saliente sobre uma elevada muralha, a sua palavra, quando clamar atrás
e que subitamente se desmorona de ti (dizendo): Êste é o caminho,
uando menos se espera. 14E será andai por êle; e não declineis nem
? eita em pedaços, como se quebra para a direita nem para a esquerda.
com uma fortíssima pancada uma 22Então considerarás como coisas pro
vasilha de barro; e não se achará fanas essas lâminas de prata que co-
Cap. X X X — 6. O titulo dêste vaticinio ê um a alusão aos animais m alfazejos que in
festam o deserto, situado entre a Palestina e o Egito. Segundo alguns comentadores, po
rém, refere-se aos anim ais de carga, que levavam os presentes destinados a Faraó.
8. Para que seja. .. para que, depois do acontecimento que estava profetizado, fôsse
bem constatado que o profeta fa la v a em nome de Deus.
13. Im agem para m ostrar os terríveis efeitos desta revolta contra Deus.
17. Corno o m a s tr o ... como um estandarte. Dois símbolos para indicarem o aniquila
mento quase completo.
842 PROFECIA DE ISAIAS 30 - 31
brem os teus ídolos, e os vestidos das bores e citaras; e num assinalado com
tuas estátuas de ouro; e os arrojarás bate o vencerá. 33Porque há muito
para longe de ti como um pano su tempo está preparado o lugar de To-
jo. Fora daqui, lhes dirás tu. 23E fet, preparado pelo (grande) rei, pro
será dada chuva para o teu grão, on fundo e espaçoso. As suas acenda-
de quer que o semeares na terra; e lhas são o fogo e muita lenha; e o
o fruto que a terra produzir será sôpro do Senhor, como uma torrente
abundantíssimo e excelente; naquele de enxofre, é o que o acende.
dia será o cordeiro apascentado em
espaçosa extensão na tua herdade; Novamente contra a aliança
24e os teus touros e jumentinhos, que com o Egito
lavram a terra, comerão uma mistu 0 “í JA i dos que descem ao Egito a
ra de grãos, tais como foram pade-
jados na eira. “ E sôbre todo o mon 8,4 buscar socorro, esperando nos
te alto, sôbre todo o outeiro elevado (seus) cavalos, e tendo confiança nos
haverá arroios de águas correntes no seus carros de guerra, porque são
dia da mortandade d e ‘ muitos (de muitos, e nos cavaleiros, porque são
teus inimigos) , quando caírem as tor muito valentes, e que não confiaram
res (que os defendiam). 26E a luz da no Santo de Israel, nem buscaram o
lua será como a luz do sol, e a luz do Senhor! ‘ (Infelizes!) pois o mesmo
sol será sete vêzes maior, como seria (Senhor), o sábio (por excelência),
a luz de sete dias juntos, no dia em enviou-lhes calamidades, e não dei
que o Senhor atar a ferida do seu xou de cumprir as suas palavras; e
povo, e curar o golpe da sua chaga. levantar-se-á contra a casa dos maus,
e contra o auxílio dos que cometem
Castigo da Assíria a iniqüidade. sO Egito é um homem,
e não um Deus: e os seus cavalos são
27Eis que o nome do Senhor vem carne, e não espírito; e o Senhor es
de longe, o seu furor é ardente e in tenderá a sua mão, e precipitará o
suportável; os seus lábios estão cheios auxiliador, e cairá o auxiliado, e to
de indignação, e a sua língua é como dos juntamente perecerão.
um fogo devorador. 280 seu sopro é A salvação de Israel vem sòmente
como uma torrente que, inundando, de Deus
chega até ao meio do pescoço, para
erder e aniquilar as nações, e (que- 4Porque isto me diz o Senhor: As
ra r) o freio do êrro, que estava nos sim como o leão e o cachorro do leão
queixos dos povos. 29Vós (porém ) en ruge sôbre a sua prêsa, e, ainda que
toareis um cântico, como na noite da se apresente diante um tropel de pas
santa solenidade (da Páscoa); e a tores, não se aterrará ao seu alarido,
alegria do vosso coração será como a nem se espantará da sua multidão,
do que vai caminhando ao som da assim descerá o Senhor dos exércitos
flauta, para entrar no monte do Se para pelejar sôbre o monte Sião, e
nhor, do forte de Israel. 30E o Senhor sôbre a sua colina. 5Como as aves
fará ouvir a sua voz majestosa, e que voam (em volta do seu ninho),
mostrará o terror do seu braço nas assim protegerá Jerusalém o Senhor
ameaças do seu furor, e com as cha dos exércitos; protegerá e livrará,
mas de um fogo devorador; quebrará passará e salvará. 6Convertei-vos (ao
tudo com tempestade e pedras de sa Senhor), filhos de Israel tanto quan
raiva. to vos tínheis. profundamente afasta
31Porque à voz do Senhor, ficará do (dêle). 7Porque naquele dia cada
cheio de pavor Assur, ferido com um lançará fora os seus ídolos de
sua vara. 32E será perdurável a pas prata, e os seus ídolos de ouro, que
sagem desta vara, que o Senhor des vós fabricastes corri as vossas mãos
carregará sôbre êle ao som de tam para pecardes. 8E Assur cairá ao fio
33. O lugar, em que os cadáveres do rei dos Assírios e dos seus guerreiros devem ser
queimados, está preparado de antemão. Cham a-se Tofet, e está situado no vale de H i-
non, no mesmo lu gar em que, sob o reinado de Acaz, tinham sido oferecidos sacrifícios
humanos a Moloc ( I V Reis, X X III, 10).
3 1 - 32 PROFECIA DE ISAÍAS 843
dos Assírios» e partiu, e voltou, e ha Não verei mais homem algum, nem
bitou em Nínive. “ E aconteceu que, habitante do repouso.
enquanto êle adorava no templo o seu 12Foi-me tirado o tempo da minha
deus Nesroc, Adramelec e Sarasar, vida; e ela se me enrolou como uma
seus filhos, feriram-no com as suas tenda de pastores. A minha vida foi
espadas, e fugiram para a terra de cortada como por um tecelão; quan
Ararat; e reinou seu filho Asara- do eu ainda a estava urdindo, êle
don em seu lugar. ma cortou; desde manhã até à tar
Doença e cura miraculosa de
de tu acabarás comigo (6 D e m ).
Ezequias 13Eu esperava até à manhã; êle, co
mo um leão, quebrou todos os meus
OQ ‘Naqueles dias adoeceu Ezequias ossos. Desde manhã até à tarde tu
4,0 de uma enfermidade mortal; acabarás comigo.
e Isaías, profeta, filho de Amós, foi 14Eu gritava como o filho da an
ter com ele, e disse-lhe: Eis o que dorinha, gemia como a pomba. Os
diz o Senhor: Pôe em ordem as coi meus olhos cansaram-se a olhar para
sas da tua casa, porque vais mor o alto. Senhor, eu sofro violência,
rer, e não viverás. 2E Ezequias vol responde tu por mim.
tou o seu rosto para a parede, e orou 15Que direi eu, ou que me respon
ao Senhor, 3e disse: Peço-te, Senhor, derá êle, quando êle mesmo é que
ue te lembres de como tenho anda- fêz isto? Repassarei diante de ti pe
o diante de ti em verdade e com la memória todos os meus anos na
um coração perfeito, e tenho feito o amargura da mi lha alma.
que é bom aos teus olhos. E Eze
quias derramou lágrimas abundantes. 16Senhor, se é assim que se vive,
‘ Então o Senhor falou a Isaías di e se a vida do meu espírito consiste
zendo: 'Vai, e dize a Ezequias: Eis em tais coisas, tu me castigarás, e
o que diz o Senhor Deus de Davi, me darás a vida.
teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as "Encontrarei paz na minha amar-
tuas lágrimas; acrescentarei aos teus gosíssima aflição. E tu livraste a
dias quinze anos, °e livrar-te-ei da minha alma para ela não perecer,
mão ao rei dos Assírios, a ti, e a lançaste para trás das tuas costas to
esta cidade, e a protegerei. 7E eis dos os meus pecados.
o sinal que o Senhor te dará, para “ Porque o sepulcro não te bendi
te assegurar que cumprirá o que rá, nem a morte te louvará; os que
disse: 8Eu farei com que a sombra descem à cova não esperarão mais
das linhas, pelas quais ela tinha pas a tua verdade-
sado no relógio de Acaz, em razão 1#0 que vive, o que vive, êsse é o
do giro do sol, volte dez linhas para que te louvará, como eu o faço hoje;
trás. E o sol retrocedeu dez linhas o pai fará conhecer aos filhos a tua
elos graus, por onde tinha desci- verdade.
o. "Senhor, salva-me, e nós cantare
Cântico de Ezequias
mos os nossos salmos, todos os dias
•Cântico de Ezequias, rei de Judá, da nossa vida, na casa do Senhor.
quando, depois de ter estado doente, 21Ora, Isaías mandou que tomassem
foi curado da sua enfermidade. uma massa de figos, e que, feita com
10Eu disse: N a metade de meus ela uma cataplasma, a pusessem so
dias irei às portas do sepulcro. Bus bre a chaga (de Ezequias), e sararia.
quei o resto de meus anos. 22E Ezequias disse: Que sinal terei
uEu disse: Não verei mais o meu eu de que ainda hei de subir à casa
Senhor Deus na terra dos viventes. do Senhor?
Cap. xxxvni — 10. Busquei... Ezequias, no momento em que a vida lhe fugia, teria
querido retê-la.
12. Como urna tenda de pastôres, quando est&o p a ra partir.
14. A olhar para o dito, invocando a Deus.
10. Tu me castigarás. A s am arguras que me envias terão como resultado o meu aper
feiçoamento (e me darás a vida).
850 PROFECIA DE ISAIAS 39 - 40
olhos para ver. 19Quem é cego, se bá. 4Depois que tu te tornaste pre
não o meu servo ( Israel) f E quem cioso e glorioso a meus olhos, eu te
é surdo, senão aquêle a quem enviei amei, e entregarei homens por ti,
os meus profetas? Quem é cego, se e povos pela tua vida. 5*N ão temas,
não o que foi vendido (ao in im igo)? porque eu sou contigo; eu trarei do
E quem é cego, senão (Israel) o ser oriente a tua posteridade, e te con
vo do Senhor? 20Tu que vês tantas gregarei do ocidente. °Eu direi ao
coisas (que foram reveladas para tua aquilão: Dá-mos cá; e ao meio-dia:
santificação), não as observarás? Tu Não os retenhas; traze os meus filhos
que tens os ouvidos abertos, não ou de países remotos, e as minhas fi
virás? lhas das extremidades da terra, 7por-
21E o Senhor tinha querido santi que todos aqueles que invocam o
ficar o seu povo, engrandecer e exal meu nome, eu os criei, os formei e
tar a sua lei. 22E êste mesmo povo os fiz para minha glória. 8*T ira
foi saqueado e devastado; foram pre (todavia) para fora o povo cego, a-
sos todos os seus jovens, e encerra pesar de ter olhos; (o povo) surdo,
dos nos cárceres; foram entregues à apesar de ter ouvidos.
pilhagem sem haver ninguém que os 9Juntem-se tôdas as nações, e reu
livre; expostos ao saque, sem que nin nam-se as tribos. Quem dentre vós
guém diga: Restitui. 23Quem há en anunciará isto, e nos contará o que
tre vós que ouça isto, que atenda e aconteceu outrora? Apresentem as
escute as coisas futuras? 24Quem en suas testemunhas, justifiquem-se de
tregou Jacó à pilhagem, e Israel aos modo que os ouvintes possam dizer:
devastadores? Porventura não foi o É verdade. 10*Vós sois as minhas tes
mesmo Senhor, contra o qual peca temunhas, diz o Senhor, (vos) e o
mos, não querendo seguir os seus ca meu servo a quem escolhi; para que
minhos, nem obedecer à sua lei? saibais, e me acrediteis, e entendais
25Por isso (o Senhor descarregou sô- ue eu sou o mesmo (Deus). Antes
bre êste pavo) a indignação do seu e mim não foi formado nenhum
furor, e uma guerra atroz, e lan Deus, nem o será depois de mim.
çou o fogo em volta dêle, sem que nSou eu, sou eu o Senhor, e fora de
êle o compreendesse, e queimou-o, mim não há salvador. 12*Eu é que vos
sem que êle notasse ( que era um anunciei (o futu ro) e que vos sal
castigo). vei; eu vos fiz ouvir (o fu tu ro), e
Todavia Deus promete auxiliar não houve entre vós ( deus) estra
o seu povo nho; vós sois as minhas testemu
nhas, diz o Senhor, e eu sou o Deus
40 Entretanto eis o que diz o Se- (único e verdadeiro). 18E eu sou o
nhor que te criou, ó Jacó, e mesmo desde o princípio, e não há
que te formou, ó Israel: Não temas, nada que possa subtrair-se à minha
porque eu te remi, e te chamei pelo mão. Procederei, e quem mo impe
teu nome; tu és meu. 2Quando tu dirá?
passares por entre as águas (dos pe Babilônia será castigada
rigos), eu serei contigo, e os rios não
te submergirão; quando andares por “ Eis o que diz o Senhor, vosso Re
entre o fogo, não serás queimado, e dentor, o Santo de Israel: Por a-
a chama não arderá em ti. 3Porque mor de vós mandei contra Babilônia,
eu sou o Senhor teu Deus, o Santo e deitei por terra tôdas as suas de
de Israel, teu Salvador; eu dei por fesas, e destruí os Caldeus, que se
teu resgate o Egito, a Etiópia e Sa gloriavam das suas naus. 15*2 Eu sou
5
25. Sem que êle compreendesse... sem que êle nota sse... O castigo resultou inútil.
Cap. X L I I I — 3. Por teu resgate. . . Por ter dado a liberdade a Israel, Deus dará a
Ciro, como compensação, o Egito e a Etiópia.
8. Tira para fo ra . . . Deus recusará reconhecer como membros do seu povo os Israelitas
voluntàriamente endurecidos no mal.
9-10. Escolham os falsos deuses as suas testemunhas entre os povos, p ara pleitear com
o Senhor, cuja testemunha ê Israel. Êste povo, apesar de cego e surdo, atestará a reali
zação das prediçôes.
43 - 44 PROFECIA DE ISAIAS 855
mos são testemunhas, para sua con prostrar-me diante de uma árvore?
fusão, de que os seus ídolos não vêem, “ Uma parte dêste pau está já fe i
nem entendem. l0Quem (a não ser um ta em cinza; sem embargo disso, o
insensato) forma um deus, e funde seu coração insensato adorou a ou
uma estátua que para nada serve? tra (p a rte), e êle não salvará a sua
“ O certo é que todos os que têm alma, dizendo: É sem dúvida uma
parte nesta obra, serão confundidos, mentira o que está na minha mão.
porque êstes artistas não são mais Deus perdoará Israel e salvá-lo-á
ue homens; que êles se juntem to-
os e se apresentem (para defender 21Lembra-te destas coisas, Jacó e Is
os seus ídolos), e ficarão todos espa- rael, porque tu és meu servo; eu
voridos, e serão confundidos. 12*0 o- formel-te; tu és meu servo, Israel,
ficial de ferreiro trabalha (no ídolo) não te esqueças de mim. 22Eu apa-
com a lima; com brasas, e a gol guei as tuas iniqüidades como uma
pes de martelo o forma; e lavra-o nuvem, e os teus pecados como uma
com a fôrça do seu braço; êle terá névoa; volta para mim, porque eu
fome e desfalecerá, não beberá água te resgatei. “ Louvai o Senhor, ó
e enfraquecerá. ,30 escultor esten céus, porque êle usou de miseri
de a sua régua sobre o pau, alisa-o córdia; exultai de júbilo ó extremi
com a plaina, põe-no com esquadria, dades da terra; fazei ressoar os seus
e dá-lhe com o compasso as devidas louvores, vós, montes, bosques e tô-
proporções; e faz dêle a imagem dum das as suas árvores, porque o Se-
homem como um homem bem pareci nhor resgatou Jacó, e Israel ficará
do que habita numa casa. U(U m ho sendo um povo glorioso.
m em ) corta cedros, toma uma azi- Ciro cumpre a vontade do Senhor
nheira e um carvalho que estava de
pé entre as árvores da floresta; plan 24Eis o que te diz o Senhor, que te
ta um pinheiro que a chuva faz cres remiu e que te formou no ventre da
cer. ,5E estas árvores servem ao ho tua mãe: Eu sou o Senhor, que fa
mem para queimar; toma parte de ço tôdas as coisas, que só por mim
las, e aquece-se, e queima-as tam estendi os céus, e firm ei a terra, sem
bém para cozer pão; e do resto faz que ninguém me ajudasse. “ Eu fa
um deus, e adora-o; faz urna está ço baldar os prognósticos dos adivi
tua e prostra-se diante dela. 10Quei- nhos, e torno furiosos os agoureiros.
ma no fogo metade dêste pau, e com Eu faço recuar os sábios, e converto
a outra metade cozinha a carne pa a sua ciência em loucura. “ Eu con
ra comer; prepara os alimentos e sa firm o a palavra do meu servo i l -
cia-se, aquece-se, e diz: Bom! estou saias), e cumpro os oráculos dos meus
quênte, sinto a chama. 17E do resto profetas; eu digo a Jerusalém: Tu
(do mesmo pau) fêz para si um serás habitada; e às cidades de Ju-
deus e um ídolo, diante do qual se dá: Vós sereis edificadas, e levanta
prostra, e o adora, e lhe roga, di rei as suas ruínas. ^Eu digo ao a-
zendo: Livra-me, porque tu és o bismo: Esgota-te, e secarei os teus
meu deus. 18Não sabem nem com rios. “ Eu digo a Ciro: Tu és o
preendem, porque os seus olhos estão pastor do meu rebanho, e tu cum
cobertos para não verem, e os seus prirás em tudo a minha vontade.
corações não compreendem. 19Não Eu digo a Jerusalém: Tu. serás ree-
refletem nem consideram, nem têm dificada; e ao templo: Tu serás
o bom senso de dizer: Eu queimei fundado.
no fogo metade desta madeira, e co- Deus promete a vitória a Ciro
zi pães sôbre as suas brasas; cozi car
nes e as comi e então do seu res 4C JEis o que diz o Senhor a Ci-
to hei de fazer um ídolo? Hei de ro, meu ungido, a quem eu
12. Terá fo m e . . . A intenção do profeta, ao pintar a necessidade e angústias do ferrei-
ro, é pôr em contraste a impotência do ídolo para o socorrer com a grandeza do senhor,
que fêz chover o maná, brotar águas das rochas, etc.
Cap. X L V — 1. M eu ungido. A sua missão é libertar Israel, e por isso tem necessidade
duma fôrça divina p ara a cumprir.
45 PROFECIA DE ISAIAS 857
tomei pela mão, para lhe sujeitar e da obra de minhas mãos. 12Eu é
ante a sua face as nações, e fazer que fiz a terra, e quem sobre ela
voltar costas aos reis, e abrir diante criou o homem fui eu; as minhas
dêle as portas, sem que nenhuma lhe mãos estenderam os céus, e a tôda
seja fechada. 2Eu irei diante de ti, a sua milícia dei as minhas ordens.
e humilharei os grandes da terra; ar 13Fui eu que o suscitei (a ele C iro)
rombarei as portas de bronze, e que para fazer justiça, e aplanarei todos
brarei as trancas de ferro. 3E dar- os seus caminhos; êle reedificará a
-te-ei tesouros escondidos, e rique minha cidade, e libertará os meus
zas aferrolhadas a fim de que sai cativos, sem resgate nem presentes,
bas que eu sou o Senhor, o Deus de diz o Senhor Deus dos exércitos.
Israel, que te chamo pelo teu no “ Eis o que diz o Senhor: O tra
me. 4Por amor de meu servo Jacó, balho do Egito, e o tráfico da Etió
e de Israel meu escolhido, te chamei pia, e ós de Sabaim, homens de gran
pelo teu nome; tracei o teu retrato, de estatura, passarão para ti, e se
e tu não me conheceste. 5*Eu sou o rão teus. Caminharão atrás de ti,
Senhor, e não há outro; fora de irão com algemas nas mãos, e te a-
mim não ha Deus. Eu te cingi a dorarão, e far-te-ão as suas súplicas
espada, e tu não me conheceste; dizendo: Só em ti está Deus, e fo
9(a rm ei-te) para que saibam (todos), ra de ti não há Deus.
desde o oriente ao poente, que não 15Tu verdadeiramente és um Deus
ha (Detts) fora de mim. Eu sou o escondido, ó Deus de Israel, ó Sal
Senhor, e não há outro. 7*Eu formo vador. 16Todos ficaram confundidos
a luz, e crio as trevas, faço a paz, e envergonhados, todos cobertos de
e mando o castigo (aos povos) eu opróbrio. os fabricantes de erros (ou
sou o Senhor que faço todas estas ídolos). "Israel recebeu do Senhor
coisas. uma salvação eterna: Vós (6 filhos
Exclamação de Isaías de Jaco) não sereis confundidos nem
coráreis de vergonha pelos séculos
8Derramai, ô céus, lá dessas altu dos séculos.
ras o vosso orvalho, e as nuvens fa 18Ponjue eis o que diz o Senhor,
çam chover o justo; abra-se a terra, que criou os céus, o mesmo Deus
e brote o Salvador, e ao mesmo tem que formou a terra, e a fêz, que
po nasça a justiça. Eu sou o Senhor a dispôs e que não a criou em vão,
que o criei. mas que a formou para que fôsse
habitada: Eu sou o Senhor, e não
For meio de Ciro salvará Deus Israel há outro. 19Não tenho falado às o-
9A i daquele que disputa contra o cultas nalgum lugar tenebroso da
seu criador (não sendo mais que u- terra; não disse em vão à linhagem
m a) vasilha de terra de Samos. Por de Jacó: Buscai-me. Eu sou o Se
ventura dirá o barro ao oficial que nhor, que falo a justiça, que anun
o maneja: Que fazes? A tua obra cio o que é reto.
não é duma (h á bil) mão. 10*A i do que Os pagãos são convidados
diz ao seu pai: Por que me geraste? a converterem-se ao verdadeiro Deus
e a sua mãe: Por que me deste à
luz? nEis o que diz o Senhor, o “ Congregai-vos, e vinde, aproxi
Santo de Israel, aquêle que o fo r mai-vos todos juntos, vós os que
mou: perguntai-me as coisas futuras, fôstes salvos dentre as nações; in
demandai-me acêrca dos meus filhos sensatos se têm mostrado os que
4. Tracei o teu retrato. Segundo o hebreu: Designei-te p ara esta a lta missão, antes
de tu me conheceres.
9-10. A i de Israel incrédulo, que levanta objeçôes contra Deus, quer por causa do seu
longo cativeiro e da sua libertação por um rei estrangeiro, quer por causa do designio que
Deus formou de adotar as naçôes pagâs, a fim de form ar com o seu povo um novo Israel.
11-13. Tende confiança naquele que impera sôbre o universo, e que, neste momento, dispôe
tudo para a salvação de Israel.
19. Não tenho falado às ocultas. . . como faziam os oráculos do paganismo, que davam
as suas respostas em sombrias cavernas.
858 PROFECIA DE ISAÍAS 45 - 47
levam um lenho esculpido por êles tes parecido? °Vós que tirais o ou
próprios, e dirigem a suas preces ro do vosso saquitel, e pesais a pra
a um deus que não salva. 21Falai ta na balança, que justais com um
(com todos eles) e vinde, e tomai ourives para que faça um deus,
conselho todos juntos. Quem anun diante do qual se prostre o povo e
ciou estas coisas desde o principio? o adore. 7Levam-no às costas, e co-
Quem as predisse, há muito tem locam-no no seu nicho, e êle ali fi
po? Porventura não fui eu o Se ca sem se mover do seu lugar; e,
nhor? E há outro Deus além de ainda quando clamarem para êle,
mim? Deus justo e salvador não não ouvirá, nem os salvará da tri-
o há fora de mim. 22Convertei-vos bulação.
a mim, e sereis salvos, vós todos 8Lembrai-vos disto, e envergonhai-
os povos da terra, porque eu sou vos, e entrai em vós mesmos, ó pre
Deus, e não há outro. 23Eu jurei varicadores. 9Lembrai-vos do tempo
por mim mesmo; da minha bôca passado, porque eu sou Deus, e não
sairá uma palavra de justiça, e ela há outro Deus, nem há nenhum se
não será revogada: 24Todo o joe melhante a mim. 10Eu anuncio des
lho se dobrará diante de mim, e to de o princípio o que há de acontecer
da a língua jurará (pelo meu no- no fim, e muito tempò antes as coi
rne). 25Dir-se-á: A minha justiça e sas que ainda não existem, e digo:
a minha fôrça residem no Senhor. A minha resolução será imutável, e
A êle virão e serão confundidos to tôda a minha vontade se executará.
dos os que se lhe opõem. 26No Se nEu chamo do oriente uma ave, e
nhor será justificada e louvada tô- de uma afastada terra o varão da
da a descendência de Israel. minha vontade. Eu disse-o, e cum
pri-lo-ei; decidi-o, e executá-lo-ei.
C o n traste e n t r e os f a l s o s d euses 12Ouvi-me, homens de coração du
e o v e r d a d e ir o ro, que estais longe da justiça. “ A-
celerei a vinda da minha justiça, ela
AC JBel foi quebrado, Nabo foi fei- não tardará, e a minha salvação não
to pedaços; os seus simula se demorará. Eu estabelecerei em
cros foram postos sôbre animais de Sião a salvação, e em Israel a minha
carga e jumentos, carga que os fati- glória.
gavam por causa do seu grande pê-
so. 2Apodreceram, e todos se fize Q ueda da soberba e c ru el B a b ilô n ia
ram em pedaços; não puderam sal
var o que os levava; antes êles pró 4 7 ^esce, senta-te no pó, virgem
prios foram para o cativeiro. ’ 1 filha de Babilônia, senta-te
3Ouvi-me, casa de Jacó, e vós to na terra; não há mais trono para a
dos, restos da casa de Israel, vós, filha dos Caldeus, porque daqui em
com quem ando no meu seio, a quem diante não serás chamada mimosa e
trago nas minhas entranhas. 4Eu delicada. 2Anda (como a escrava)
mesmo vos trarei até à velhice, e com a mó, e moi a farinha, põe à
até vos virem as cãs; eu vos criei, vista a tua vergonha, descobre o om
e vos susterei; eu vos trarei, e vos bro, levanta os vestidos para passar
salvarei. os rios (a fim de ires para o cati-
5A quem me assemelhastes vós, e veiro). 3A tua ignomínia será des
igualastes, e comparastes, e fizes coberta, e ver-se-á o teu opróbrio;
23-24. O versículo 23 serve de introdução ao oráculo do versículo 24, segundo o qual Deus
receberá um dia homenagens universais. H á aqui uma alusão à catolicídade da Igreja de
Cristo, pela qual sòmente se realizarão as profecias dêste gênero.
Cap. X L V I — 1. Bel era o deus supremo dos Caldeus.
5. Série de interrogações para pôr em relêvo a afronta feita pelos Israelitas ao seu Deus,
abandonando-o para adorar os ídolos.
13. A. vinda da minha justiça, isto é, o cumprimento das minhas promessas.
Cap. X L V I I — 1. Deus dirige-se a Babilônia, representada sob a imagem duma r a i
nha destronada e cativa.
2. Põe à v is ta ... Segundo o hebreu: Tira o véu. Ê uma grande ignomínia para as
mulheres orientais serem obrigadas a tirar em público o véu que lhes cobre o rosto.
47 - 4 8 PROFECIA DE ISAIAS 859
nhor que foi fiel (em cum prir as vida, diz o Senhor, que de todos
suas promessas) , e do Santo de Is êstes serás revestida, como dum or
rael que te escolheu. namento, e pô-los-ás por enfeite à
8Eis o que diz o Senhor: Eu te roda de ti como esposa; “ porque os
ouvi no tempo favorável, e auxiliei-te teus desertos, as tuas solidões, e o
no dia da salvação; e conservei-te, e teu pais arruinado, tudo isto será
te constituí por aliança do povo, pa agora estreito para os teus muitos
ra restaurares a terra, e possuíres as habitantes, e serão afugentados para
heranças devastadas; 9para dizeres longe os que te devoravam. ^Então
aos que estão em cadeias: Sai; e aos hão de dizer aos teus ouvidos os fi
que estão nas trevas: Vêde a luz. lhos de que estavas privada: É a-
Ao longo dos caminhos encontrarão pertado para mim êste lugar, dá-me
com que se alimentar, e em todas espaço para que eu habite. 21E tu
as planícies haverá que comer pa dirás no teu coração: Quem me gerou
ra êles. l0Não padecerão fome, nem êstes filhos? Porque eu era estéril
terão sêde, e não os molestará o ca e não dava à luz, estava exilada e
lor nem o sol, porque o que tem com cativa. Quem os criou, estando eu
paixão dêles os governará, e os leva desamparada e só? E êstes onde es
rá a beber às fontes das águas. UE tavam?
reduzirei a caminho todos os meus Sião será honrada e redimida
montes, e as minhas veredas serão
alteadas. “ Eis, êstes virão de longe, 22Isto diz o Senhor Deus: Eis que
e aquêles do setentrião e do mar levantarei para as nações a minha
(ou poente) , e aquêles outros da termão, e arvorarei entre os povos o
ra do meio-dia. meu estandarte. E trarão os teus
13Louvm, céus e regozija-te, terra;filhos nos braços, e levarão as tuas
fazei retinir, ó montes, louvores fesfilhas sôbre os ombros. “ E os reis
tivos, porque o Senhor consolou o seu serão os que te alimentam, e as rai
povo, e êle se compadecerá dos seus nhas as tuas amas; com o rosto in
pobres. clinado até à terra te adorarão, e
lamberão o pó dos teus pés. E sa
Sião será reedificada e habitada berás (então) que eu sou o Senhor,
e que não serão confundidos os que
“ Entretanto disse Sião: O Senhor esperam em mim. 24Acaso tirar-se-
desamparou-me, e o Senhor esque -á a prêsa ao forte? Ou o que fô r
ceu-se de mim. “ Porventura (res tomado por um homem valente pode
pondeu o Senhor) pode uma mulher rá ser-lhe tirado?
esquecer-se do seu menino de pei w(S im ), porque o Senhor diz isto:
to, de sorte que não tenha compai Certamente que serão tirados ao ho
xão do filho das suas entranhas? P o mem forte os que êle tiver feito ca
rém, ainda que ela se esquecesse tivos, e serão tirados ao valente os
dêle, eu não me esquecerei de ti. que êle tiver tomado. Quanto àque
10Eis que eu te gravei nas minhas les que te julgaram (6 SiãD), eu os
mãos; as tuas muralhas estão sem julgarei, e pelo que toca aos teus fi
pre diante dos meus olhos. “ Che lhos, eu os salvarei. *E farei comer
garam os que te hão de reedificar; aos teus inimigos as suas próprias
os que te destruíram e devastaram, carnes; e êles se embriagarão, como
sairão para fora de ti. um rnosto, do seu próprio sangue; e
“ Levanta os teus olhos em volta, toda a carne saberá que eu sou o
e vê como todos êstes se reuniram Senhor que te salva, e que o teu re
e vieram a ti; eu juro pela minha8 dentor é o forte de Jacó.
8. Para p ossuíres... Segundo o hebreu: Para distribuíres entre as fam ílias de Israel o®
bens que tinham perdido, por causa do cativeiro.
11. Serão alteadas como os bons caminhos, que se elevam um pouco acim a do solo.
16. E u te g r a v e i... F igu ra p ara indicar que Deus contempla sempre a sua cidade que
rida, como se ela estivesse gravada nas suas rn&os.
26. TÔda a carne. isto é, todos os mortais.
862 PROFECIA DE ISAÍAS 50 - 51
Sião abandonada será recebida dene? Eis que serão todos consumi
dos como um vestido; a polilha os
CA ^ i s o que diz o Senhor: Que comerá.
libelo de divórcio é êste de 10Qual de vós teme o Senhor, qual
vossa mãe, pelo qual eu a repudiei? ouve a voz do seu servo? O que an
Ou quem é êste meu credor, a quem dou nas trevas (do exílio), e não tem
eu vos vendi? Foi por causa das vos luz, espere no nome do Senhor, e
sas iniqüidades que fôstes vendidos, firme-se sôbre o seu Deus. nMas vós
e por causa dos vossos crimes repu todos, que estais acendendo o fogo,
diei a vossa mãe. 2Porque eu vim, que vos achais rodeados de chamas,
e não havia ninguém; chamei, e não caminhai à luz do vosso fogo, e por
havia quem ouvisse. Encurtou-se por entre as labaredas que ateastes; da
ventura, e tornou-se pequenina a mi minha mão é que vos veio isto; vós
nha mão, para que vos não possa dormireis nas dores.
resgatar? Ou não tenho eu poder
bastante para vos livrar? Eis que, à O Senhor salvará com certeza Israel
minha ameaça, tornarei deserto o
mar, porei em sêco os rios, apodrece IJ1 ^uvi-m e, vós todos os que se-
rão os peixes sem água, e morrerão guis a justiça, e buscais o Se
à sêde. 3Envolverei os céus de tre nhor; considerai a rocha donde fôs
vas, pôr-lhe-ei um saco (de lu to) tes cortados, e o manancial donde
por cobertura. saístes. 2Lançai os olhos para A -
braão, vosso pai, e para Sara, que
O Messias não será vencido pelos seus vos deu à luz; porque eu o chamei
sofrimentos quando êle estava só (sem esperança
de ter filhos), e o abençoei, e o rnul-
40 Senhor deu-me uma língua eru tipliquei. *0 Senhor consolará, pois,
dita, para eu saber sustentar com a Sião, e consolará todas as suas ruí
palavra o que está cansado; êle me nas; e transformará o seu deserto
chama pela manhã, pela manhã cha num lugar de delícias, e a sua soli
ma aos meus ouvidos, para que eu dão num jardim do Senhor. Nela
o ouça como a um mestre. 50 Se se achará o gôzo e a alegria, a ação
nhor Deus abriu-me o ouvido, e eu de graças e a voz do louvor, a t e n
não o contradigo; não me retirei pa de-me, povo meu, e ouve-me, nação
ra trás. minha; porque de mim sairá a lei, e
°Eu entreguei o meu corpo aos que a minha justiça estabelecer-se-â en
me feriam, e a minha face aos que tre os povos, a fim de os iluminar.
m e'arrancavam a barba; não desviei 50 meu justo está perto, o Salvador
a minha face dos que me injuria vai aparecer, e os meus braços jul
vam e cuspiam. garão os povos; as ilhas estarão à es
70 Senhor Deus é o meu protetor, pera de mim, e elas esperarão o meu
por isso não fui confundido; por is braço. °Levantai os vossos olhos ao
so ofereci a minha face como uma céu, e olhai (depois) para baixo, para
pedra duríssima, e sei que não fica a terra; porque os céus se desfarão
rei envergonhado. 8Ao pé de mim como o fumo, e a terra se gastará
está quem me justifica; quem me como um vestido, e os seus habitantes
contradirá? Apresentemo-nos juntos, como estas coisas, perecerão. Mas a
quem é o meu adversário? Aproxi- salvação (ou o Salvador) que envio
me-se de mim. 0O Senhor Deus é o durará para sempre, e a minha jus
meu protetor; quem há que me con tiça não faltará. 7Ouvi-me, vós os que
Cap. L — 1. Condenando Sião, sua espôsa mística, ao exílio, Deus sòmente se separou
dela por algum tempo; nâo lhe deu sentença de divórcio que anulasse o casamento. Do mes
mo modo, se êle entregou os seus filhos aos pagãos, nfto foi porque tivesse necessidade de os
vender p ara p agar aos credores.
2. E u vim ter convosco por meio dos meus profetas, e ninguém me recebeu, nem ouviu
com docilidade os meus oráculos.
11. Vda todos, impios e rebeldes, que acendeis o fogo da perseguição contra o senhor,
contra o Messias e os seus fiéis.
Cap. L I — 5. o meu ju s t o ... o meu S a lva d or... isto é, o Messias.
51 - 52 PROFECIA DE ISAIAS 863
tes vendidos por nada, e sereis res 14Assirn como pasmaram muitos à vis
gatados sem dinheiro. 4Porque eis ta de ti, assim será sem glória o seu
o que diz o Senhor Deus: O meu po aspecto entre os homens, e a sua fi
vo desceu outrora ao Egito, para ha gura desprezível entre os filhos dos
bitar ali como estrangeiro; depois As- homens. 1SÊle borrifará (ou purifica
sur o oprimiu sem causa alguma. 5E rá com o seu sangue) muitas nações,
agora, que tenho eu que fazer aqui, diante dêle os reis taparão a bôca;
diz o Senhor, visto o meu povo ter porque o viram naquêles a quem nada
sido levado (como escravo) sem ne tinha sido anunciado a seu respei
nhuma razão? Os seus dominadores to; e os que não tinham ouvido falar
procedem iniquamente, diz o Senhor, dêle o contemplarão.
e o meu nome é blasfemado incessan-
temente todo o dia. 6Por esta cau Profecias sôbre a Paixão de Cristo
sa o meu povo conhecerá o meu no
me nesse dia, porque eu mesmo que CO 7Quem deu crédito ao que nós
lhe falava (p or meio dos profetas>, ouvimos? E a quem foi reve
eis que estou já presente. lado o braço do Senhor? 2E êle su
birá como arbusto diante dêle, e co
7Que formosos são sôbre os mon mo raiz que sai de urna terra sequio
tes os pés do que anuncia e prega a sa; êle não tem beleza, nem formo
paz, do que anuncia o bem, do que sura, e vimo-lo, e não tinha aparên
prega a salvação, do que diz a Sião: cia do que era, e por isso não fi
O teu Deus está para reinar! 8*Ou- zemos caso dêle. 3Êle era despreza
vir-se-á a voz das tuas sentinelas; do, e o último dos homens, um ho
elas levantarão a voz, e juntamente mem de dores; e experimentado nos
cantarão louvores, porque verão com sofrimentos; e o seu rosto estava en
os seus próprios olhos como o Se coberto; era desprezado, e por isso
nhor faz voltar Sião (do cativeiro). nenhum caso fizeram dêle.
9Alegrai-vos, e louvai à uma, desertos
de Jerusalém, porque o Senhor con “Verdadeiramente êle foi o que to
solou o seu povo, resgatou Jerusalém. mou sôbre si as nossas fraquezas (e
10O Senhor fêz ver o seu santo braço pecados) , e êle mesmo carregou com
aos olhos de tôdas as nações, e to as nossas dores; e nós o reputamos
dos os confins da terra verão o Sal como um leproso, e como um homem
vador que o nosso Deus nos há de ferido por Deus e humilhado. “Mas
enviar. “ Retirai-vos, retirai-vos, saí foi ferido por causa das nossas iniqüi-
daí, não toqueis coisa impura; saí do dades, foi despedaçado por causa dos
meio dela, purificai-vos, vós os que nossos crimes; o castigo que nos de
levais os vasos do Senhor. 12*P orque via trazer a paz, caiu sobre êle, e
vós não saireis tumultuàriamente, nós fomos sarados com as suas pisa-
nem em fuga precipitada; porque o duras.
Senhor irá adiante de vós, e o Deus “Todos nós andamos desgarrados
de Israel vos juntará. como ovelhas, cada um se extra
viou por seu caminho; e o Senhor
Sofrimentos e glória de Cristo carregou sôbre êle a iniqüidade de
todos nós.
13Eis que o meu servo procederá 7Foi oferecido (em sacrifício) por
com inteligência, será exaltado e ele que êle mesmo quis, e não abriu a
vado, e chegará ao cúmulo da glória. sua bôca; como uma ovelha que é le-
5. Que tenho eu que fazer aqui em Babilônia, onde tenho estado com o meu povo cativo,
v o u deixar esta terra idólatra, e levar comigo o meu povo p a ra Sião.
11. D o meio dela, de Babilônia, da Caldéia.
12. Não saíreis tumultuàriamente, a vossa volta será um a viagem triunfal.
Cap. L I I I — 1. Quem deu crédito. .. Isaías pôe estas palavras na bôca doa Israelitas do
futuro, os quais, insensíveis a principio aos sofrimentos de Cristo, por causa da sua incredu
lidade, confessarão mais tarde amargamente a sua cegueira, arrependidos de não terem re
cebido nem reconhecido o seu Salvador. — A quem foi revelado. .. Quem é que reconheceu
entre nós a ação onipotente do Senhor, em tudo o que êle fêz sofrer, ao Messias?
2. Motivo da incredulidade dos Judeus: Esperavam que o Messias fôsse um rei cheio
de glórias humanas, e êle apareceu na terra cercado da m aior hunftldade.
53 - 54 PROFECIA DE ISAÍAS 865
fabricada contra ti, não terá prés- ra, assim se acham elevados os meus
timo; e tu condenarás tôda a lín caminhos acima dos vossos cami
gua que se apresente em juízo con nhos, e os meus pensamentos acima
tra ti. Esta é a herança dos ser dos vossos pensamentos. 10E, assim
vos do Senhor, e a justiça dêles es como desce do céu a chuva e a neve,
tá em mim, diz o Senhor. e não voltam mais para lá, mas em
bebem a terra, e fecundam-na e fa-
A salvação é oferecida gratuitamente zem-na germinar, a fim de que dê
a todos semente ao que semeia, e pão ao que
come; “ assim será a minha palavra,
tj C ^odos vós os que tendes sê- que sair da minha bôca; não torna
de, vinde às águas; e os que rá para mim vazia, mas fará tudo o
não tendes dinheiro, apressai-vos, que eu quero, e produzirá os efei
comprai e comei; vinde, comprai sem tos para os quais a enviei.
dinheiro e sem nenhuma troca, v i 13Portanto, vós saireis com alegria,
nho e leite. 2Por que motivo empre e sereis conduzidos em paz; os mon
gais o dinheiro em coisas que não tes e os outeiros cantarão diante de
são (bom ) alimento, e o vosso traba vós cânticos de louvor, e tôdas as ár
lho no que não pode saciar-vos? vores do país baterão palmas. 13Em
Ouvi-me com atenção, e comei do lugar do espigue subirá a faia, e em
bom alimento (que eu vos apresen vez da urtiga crescerá a murta; e
to) , e a vossa alma se deleitará com o Senhor será nomeado como um si
manjares substanciosos. 3Inclinai o nal eterno, que não será tirado.
vosso ouvido, e vinde a mim; ouvi,
e a vossa alma viverá, e farei con- O reino de Deus aberto aos que fazem
vosco um pacto eterno (concedendo- a sua vontade
vos) as misericórdias que prometi a
Davi. 4Eis que o dei por testemu CC *Eis o que diz o Senhor: Guar-
nha aos povos, por capitão e por dai a eqüidade, e praticai a
mestre às nações. 5Tu chamarás um justiça, porque a salvação que eu en
povo, que não conhecias, e as gen vio não tardará a vir, e a minha jus
tes, que te não conheciam, corre tiça, a . manifestar-se. 2Bem-aventu-
rão a ti por amor do Senhor teu rado o homem que assim procede,
Deus, e do Santo de Israel, que te e o filho do homem que a isto se
glorificou. aplicar, que guarda o sábado para
não o profanar, que guarda as suas
Aproveitar a ocasião de se converter mãos para não fazer nenhum mal.
3E não diga o filho do estrangeiro
°Buscai o Senhor, enquanto se pode (ou pagão) que está unido (pela fé )
encontrar; invocai-o, enquanto está ao Senhor: O Senhor com uma divi
perto. 7Deixe o ímpio o seu cami são me separará do seu povo. E não
nho, e o homem iníquo os seus pen diga o eunuco: Eis que eu sou um
samentos, e volte-se para o Senhor, lenho sêco ( e estéril) .
o qual terá piedade dêle; e para o
nosso Deus, porque êle é muito ge Também aos eunucos e aos
neroso para perdoar. estrangeiros
falar o que não aproveita; 10se abri daquele que se chocar, sairá um ba-
res a tua alma para (socorrer) o fa silisco. 6As suas teias não servirão
minto, e saciares a sua alma aflita, para vestido, nem êles se cobrirão
nascerá nas trevas a tua luz, e as das suas obras; as suas obras são o-
tuas trevas tornar-se-ão como o bras inúteis, e nas suas mãos está
meio-dia. “ E o Senhor te dará sem sempre uma obra de iniqüidade. 7Os
pre descanso, e encherá a tua alma seus pés correm para fazer o mal, e
de resplendores, e livrará os teus os apressam-se para derramar o san
sos, e serás como um jardim bem re gue inocente; os seus pensamentos
gado, e como uma fonte cujas águas são pensamentos inúteis; e a desola
nunca faltarão. 12E serão por ti e- ção e a ruína encontram-se nos seus
difiçados os desertos de muitos sé caminhos. 8Não conhecem o caminho
culos; tu levantarás os fundamentos da paz, nem há justiça nos seus pas
das gerações antigas, e serás chama sos; as suas veredas são tortuosas,
do reparador de muros, e o que tor todo o que anda por elas ignora a paz.
na seguros os caminhos. 13Se afas 9Por esta causa se afastou de nós
tares o teu pé do sábado, para não o juízo (re to ), e não nos abraçará a
íazeres a tua vontade no meu san justiça; esperávamos a luz, e eis que
to dia, e chamares ao sábado as tuas não houve mais do que trevas, esperá
delícias, e o dia santo e glorioso do vamos a claridade, e andamos às escu
Senhor, e o solenizares, não seguindo ras. 10Andamos como cegos apalpando
os teus caminhos, não fazendo a tua as paredes, e como se não tivéssemos o-
vontade, não dizendo palavras (vãs), ihos, fomos pelo tacto; tropeçamos
14então te deleitarás no Senhor, e eu em pleno meio-dia como (se esti-
te elevarei acima das alturas da ter véssemos) nas trevas; estamos na es
ra, e alimentar-te-ei com a herança curidão corno os mortos. “ Todos nós
de Jacó, teu pai; porque a bôca do rugimos como ursos, e, meditando
Senhor falou. (em nossos pecados), gememos como
pombas; esperamos a justiça, e não
O arrependimento de Israel obterá a aparece; a salvação, e ela afastou-
sua salvação se de nós. 12Porque as nossas ini
qüidades (6 Senhor) multiplicaram-
ÇQ *Eis que a mão do Senhor não se diante de ti, e os* nossos pecados
** se encolheu para não poder dão testemunho contra nós, porque
salvar; nem o seu ouvido ensurdeceu os nossos crimes nos são presentes,
Para não poder ouvir (as nossas su e conhecemos bem as nossas ini
plicas). 2Mas são as vossas iniqüida- qüidades. 13Pecamos e mentimos con
des que puseram uma separação en tra o Senhor; voltamos as costas
tre vós e o vosso Deus, e os vossos para não irmos após o nosso Deus,
pecados são os que lhe fizeram es para proferirmos a calúnia e a vio
conder de vós a sua face, para não lência; concebemos e fizemos sair do
vos ouvir. sPorque as vossas mãos nosso coração palavras de mentira.
estão manchadas de sangue, e os vos 14E retirou-se o juízo (re to ), e pos
sos dedos, de iniqüidades; os vossos lá se longe a justiça, porque a verda
bios falaram a mentira, e a vossa lín de caiu por terra sobre a praça pú
gua profere a iniqüidade. 4Não há blica, e não pode ali entrar a eqüi-
quem invoque a justiça, nem há quem dade. “ E a verdade foi posta no es
julgue segundo a verdade; mas con quecimento; e o que se retirou do
fiam no nada, e dizem vaidades; ê- mal, ficou exposto à prêsa (dos
les conceberam o trabalho (ou dano maus).
do próxim o), e deram à luz a inl- Os ímpios serão castigados e os
qüidade. 5Fizeram abrir ovos de ás- arrependidos serão salvos
pide, e teceram teias de aranha; o
que comer dêstes ovos morrerá; e O Senhor viu isto e desagradou aos
Cap. LIX — 5. F iz e r a m a b r i r . . . Segundo o hebreu: É le s c h oca m o v o s d e basilisco,
Isto é, form am projetos pérfidos e maus. — T e c e ra m teias d e aranha. A obra doa maus
será completamente estéril.
11. R u g im o s c o m o u rso s , ao vermo-nos abandonados por Deus.
870 PROFECIA DE ISAIAS 59 - 60
seus olhos que já não houvesse jus riquezas do mar, e a fortaleza, das
tiça. 16E viu que não havia homem nações vier ter contigo. 6Ver-te-ás
(de bem ), e ficou admirado de não inundada duma multidão de camelos,
haver quem intervisse (em favor de de dromedários de Madian e de Efa;
Is ra e l); então o seu braço o salvou, todos virão de Sabá, trazendo-te ou
e a sua própria justiça o susteve. ro e incenso, e publicando os louvo
,7Vestiu-se da justiça como de uma res do Senhor. 7Todo o gado de Ce-
couraça, e pôs sôbre a cabeça o ca dar se juntará em ti, os carneiros de
pacete da salvação; revestiu-se da Nabaiot estarão ao teu serviço; ê-
vingança como dum vestido, e co les me serão oferecidos sôbre o meu
briu-se de zêlo como dum manto. altar de propiciação, e eu encherei
lsÊle vingará e punirá na sua cólera de glória a casa da minha majestade.
os seus inimigos, e dará aos seus ad 8Quem são êstes, que voam como nu
versários o que eles merecem; êle vens, e como pombas para os seus
pagará às ilhas ( ou nações) na mes pombais? 9Porque as ilhas (ou na-
ma moeda.* ,9E os (povos) que estão çoes) me estão esperando, e as naus
da parte do ocidente temerão o no do mar estão há muito tempo prepa
me do Senhor; e os que ficam da radas para trazer de longe os teus
banda do oriente (reverenciarão) a filhos, e com êles a sua prata e o
sua glória, quando êle vier como um seu ouro, para ser consagrado ao no
rio impetuoso, impelido pelo espí me do, Senhor teu Deus, e ao Santo
rito do Senhor; “ e quando vier um de Israel, que te glorificou.
redentor a Sião, e àqueles (filh os) de
Jacó que se converterem do pecado, Jerusalém será magnlficamente
diz o Senhor. 21Eis a (nova) aliança reedificada pelos estrangeiros
que eu farei com êles, diz o Senhor: 10E os filhos dos estrangeiros edi-
O meu espírito, que está em ti, e as fiearão os teus muros, e os seus reis
minhas palavras, que pus na tua bô- te servirão; porque eu te feri na m i
ca. não se apartarão da sua bôca, nha indignação, porém, na minha be
nem da bôca de teus filhos, nem da nevolência, tive misericórdia de ti. nE
bôca dos filhos de teus filhos, diz o estarão sempre abertas as tuas por
Senhor, desde agora e para sempre. tas; elas não se fecharão nem de dia
Glória da nova Jerusalém, a Ig reja nem de noite, a fim de que te seja
trazida a riqueza das nações, e te se
le v a n ta -te , recebe a luz, Je- jam conduzidos os seus reis. 12Porque
rusalém, porque chegou a tua a nação e o reino que te não servir,
luz, e a glória do Senhor nasceu sôbre perecerá, e tais nações serão devasta
ti. “Porque eis que as trevas cobri das até ficarem numa solidão. 18A
rão a terra, e a escuridão os povos; glória do Líbano virá a ti, a faia e
mas sôbre ti nascerá o Senhor, e a o buxo, e juntamente o pinheiro ser
sua glória se verá em ti. virão para adornar o lugar do meu
3E as nações caminharão à tua luz, santuário, e eu glorificarei o lugar
e os reis ao resplendor da tua auro onde repousam os meus pés (ou arca
ra. “Levanta em roda os olhos, e vê; da aliança).
todos êsses se congregaram, vieram 14E virão a ti com a fronte curva
a ti; teus filhos virão de longe, e da os filhos daqueles que te humi
tuas filhas surgirão de todos os la lharam, e beijarão os vestígios dos
dos. 6Então tu verás, e estarás na teus passos todos os que detraíam de
abundância, e o teu coração se es ti, e chamar-te-ão a cidade do Se
pantará, e se dilatará fora de si mes nhor, a Sião do Santo de Israel. 15Por-
mo, quando se voltarem para ti as que tu fôste abandonada e aborreci-
16. o seu braço o salvou, ou lhe bastou, Deus encarregou-se de realizar só por si a
obra que tinha em vista.
19. Feliz efeito do castigo: D e tôdas as partes os pagãos se converterão ao verdadeiro
Deus.
Cap. L X — 6. o s camelos representam as caravanas, que eram sempre acompanhadas
por êstes animais. — Madian e E fa eram dois povos descendentes de Abraão. — Sabá,
capital da A rá b ia Petréia, onde h avia muito ouro e perfumes.
60 - 61 PROFECIA DE ISAIAS 871
da, e não havia quem por ti passas solar todos os que choram; 8para
se, eu te elevarei a ser a glória imor conceder e dar aos de Sião, que cho
tal dos séculos, e a alegria de todas ram, uma coroa em vez de cinza, óleo
as gerações; 16e tu te alimentarás de gôzo em vez de pranto, um vesti
com o leite das nações e serás cria do de glória em troca do seu espíri
da ao peito dos reis; e saberás que to de aflição; e os que habitarem ne
eu sou o Senhor que te salvo, e o la serão chamados fortes na justiça,
teu redentor, o forte de Jacó. 17*E m
lugar de cobre trarei ouro, e em vez plantas do Senhor para lhe darem
de ferro trarei prata; e em vez de glória.
madeira, cobre, e em lugar de pedras 4E repovoarão os lugares há mui
ferro; e porei no teu govêrno a paz, to tempo desertos, e levantarão as an
e nos teus magistrados a justiça. tigas ruínas, e restaurarão as cidades
abandonadas, devastadas há muitos
A Jerusalém celeste
séculos. 6Os estrangeiros estarão lá
18Não se ouvirá mais falar de ini- para apascentar os vossos gados; e os
qüidade na tua terra, nem haverá filhos dos estrangeiros serão vossos
assolação nem ruína dentro das tuas lavradores e vinheiros. 6Vós, porém,
ironteiras; e a salvação reinará den sereis chamados sacerdotes do Se
tro dos teus muros, e o louvor den nhor; ser-vos-á dado o nome de mi
tro das tuas portas. 19Tu não terás nistros do nosso Deus; comereis as
mais (necessidade do) sol para lu riquezas das nações, e sereis glorifi-
zir de dia, nem do resplendor da cados com a glória delas. 7Em lugar
lua para te alumiar; mas o Senhor da vossa dupla confusão e vergonha,
te servirá de luz eterna, e o teu Deus dareis graças pela parte que vos to
será a tua glória. 20Não mais se po- cará, e por isso possuireis na nossa
rá o teu sol, e a tua lua não mingua
rá: porque o Senhor te servirá de terra dupla porção, e tereis uma ale
luz eterna, e terão acabado os dias gria eterna.
do teu pranto. 21Todo o teu povo se 8Porque eu sou o Senhor que amo
rá um povo de justos; êles possuirão a justiça, e que aborreço ,os holo-
a terra para sempre, como vergôn- caustos que vêem de rapinas; e re
teas que eu plantei, é como obras compensarei fielmente as suas obras,
que a minha mão fêz para me glori e farei com êles uma aliança perpé-
ficarem. 220 menor dêles valerá por tua. °E a sua posteridade será conhe
mil, e o mais pequeno, por uma nação cida entre as nações, e a sua descen
poderosa. Eu o Senhor, a seu tem dência no meio dos povos; todos os
po farei (tudo) isto subitamente. que os virem, os conhecerão (lo g o ),
A missão de Cristo e a glória da por serem a linhagem que o Senhor
Igreja abençoou.
Ação de graças
£1 70 espírito do Senhor repou-
sou sôbre mim, porque o Se 10Eu me regozijarei sobremaneira
nhor me ungiu; êle me enviou para no Senhor, e a minha alma exultará
evangelizar os mansos, para curar os no meu Deus; porque êle me reves
contritos de coração, e pregar a re tiu com a roupagem da salvação, e
denção aos cativos, e a liberdade aos me cobriu com o manto da justiça,
encarcerados; 2para publicar o ano como o espôso aformoseado com uma
da reconciliação do Senhor, e o dia coroa, e como a esposa ornada com
da vingança do nosso Deus, para con as suas jóias.
16. Os povos e os seus reis porão ao serviço da nova Jerusalém o que tiverem de melhor.
Cap. L X I — 1. M e ungiu, me encheu de graças para cumprir a minha missão. Esta
passagem foi aplicada por Jesus a si próprio (L u c., I v , 16 e segs.).
5. o s estrangeiros, isto é, os pagãos. H ão de converter-se e form ar com Israel um só
Povo.
6. Israel, no meio dos pagãos convertidos, será um a ra ç a sacerdotal, mais santa e mais
honrada.
872 PROFECIA DE ISAÍAS 61 - 63
“ Porque, assim como a terra lan o caminho, escolhei as pedras, e ar
ça o seu germe, e assim como o vorai o estandarte aos povos. nEis
jardim faz brotar a semente que lhe o que o Senhor fêz ouvir nas extre
lançaram, assim o Senhor Deus fa midades da terra: Dizei à filha de
rá brotar a justiça e o louvor dian Sião: Eis aí vem o teu Salvador; eis
te de tôdas as nações. que a sua recompensa vem com êle,
e as suas retribuições o precedem.
A redenção tornará Jerusalém 12Então (os teus filhos) serão chama
gloriosa dos povo santo, resgatados do Senhor;
e tu serás chamada cidade buscada
g o 7Por amor de Sião eu não me (de todos), e não a desamparada.
calarei, e por amor de Jerusa O Messias dominará os inimigos
lém não descansarei, até que apa do seu reino
reça o seu justo como uma luz (b ri
lhante). e resplandeça o seu salvador CO 5Quem é êste, que vem de E-
como uma lâmpada. 2E as nações (ó dom, de Bosra, com as ves-
Jerusalém) verão o teu justo, e to tiduras tingidas? Èle é formoso em
dos os reis, o teu glorioso (salvador); seu trajo, e avança com muita forta
e chamar-te-ão por um nome novo, leza. Eu sou (responderá éle) o que
que o Senhor designará pela sua (p ró falo a justiça, e venho para defender
pria) boca. 3E serás uma coroa de e salvar (os homens). 2P or que é,
glória na mão do Senhor, e um dia pois, vermelho o teu vestido, e as
dema real na mão do teu Deus. 4Não tuas roupas como as dos que pisam
serás chamada dali em diante a De num lagar? 3Eu pisei sozinho no la-
samparada, e a tua terra não será gar, e nenhum homem dentre os po
mais chamadà a Deserta, mas serás vos estava comigo; eu os pisei no
chamada Querida minha, e a tua meu furor, e os pisei aos pés da mi
terra a Habitada. 5Porquanto, as nha ira; e o seu sangue salpicou os
sim como o jovem habita com a don meus vestidos, e manchei tôdas as mi
zela (que escolheu para espôsa), as nhas roupas. 4Porque o dia da vin
sim habitarão em ti os teus filhos; gança está no meu coração, é chega
e, assim como a espôsa é a alegria do o ano da minha redenção. 5Eu o-
do esposo, assim tu serás a alegria lhei em roda, e não houve quem me
do teu Deus. acudisse; busquei, e não houve quem
,!Sôbre os teus muros, ó Jerusalém, me ajudasse; mas o meu braço sal-
pus guardas, êles não se calarão ja vou-me, e a minha mesma indigna
mais, nem de dia nem de noite. Vós, ção me auxiliou. 6E pisei aos pés os
os que vos lembrais do Senhor, não povos no meu furor, e os embria-
vos caleis, 7e não estejais em silên guei na minha indignação, e derri-
cio diante dêle, (pedi-lhe) até que bei por terra as suas forças.
restabeleça Jerusalém, e a ponha por Prece do profeta em favor e
objeto de louvor na terra. sO Senhor em nome de Israel
jurou pela sua dextra, e pelo seu bra-
ç'o forte, (dizendo): Eu não darei 7Eu me lembrarei das misericór
mais o teu trigo por comida aos teus dias do Senhor, cantarei o louvor do
inimigos, nem os filhos alheios be- Senhor por todos os bens que o mes
berão o teu vinho, fruto do teu tra mo Senhor nos deu, e pela multidão
balho; ymas os que recolherem o tri dos seus benefícios para com a casa
go, o comerão, e louvarão o Senhor; de Israel, benefícios que êle lhe fêz
e os que acarretarem o vinho, bebê- segundo a sua clemência, e segundo
-lo-ão nos átrios do meu santuário. a multidão das suas misericórdias.
A salvação aproxima-se 8Porque êle disse: Êste é verdadeira
mente o meu povo, são filhos que não
,0Passai, passai pelas portas, pre me tornarão a negar; e tornou-se seu
parai a estrada ao povo, fazei plano salvador. 9Em tôdas as suas tribu-
Cap. L X I I I — 1-6. Quem é êste. . . O profeta representa aqui Cristo triunfante cer
cado de pagãos que conquistou para a fé, os quais introduz na Igreja, a nova Si&o.
63 - 66 PROFECIA DE ISAÍAS 873
lações não se cansou (de os socorrer) , derreteríam diante da tua face; 2des-
e o anjo (que está diante) da sua fa fazer-se-iam como queimados pelo
ce os salvou; com o seu amor e com fogo, as águas arderiam em fogo,
a sua clemência êle mesmo os remiu para que o teu nome se tornasse co
e os levou sôbre si, e os sustentou nhecido dos teus inimigos, e ficassem
em todos os dias do tempo passado. turbadas as nações diante da tua face.
10Mas êles o provocaram a ira, e 3Quando tu fizeres (estas) tuas ma
afligiram o espírito do seu Santo; e ravilhas, não poderemos suportá-las;
converteu-se para êles em inimigo, e tu desceste (do céu) e os montes
êle mesmo os combateu. “ Porém, derreteram-se diante da tua face.
lembrou-se dos antigos dias de Moi 4Nunca ninguém ouviu, nem nenhum
sés e do seu povo. Onde está o que ouvido percebeu, nem nenhum olho
os tirou do mar (verm elho) com os viu, exceto tu, ó Deus, o que tens
pastores do seu rebanho? Onde está preparado para os que te esperam.
o que pôs no meio dêles o espírito 5Saíste ao encontro daqueles que
do seu Santo? 12Quem tomou Moisés se alegram (em ti), e praticam a jus
pela direita (e o susteve) com o bra tiça; êles se lembrarão de ti nos teus
ço da sua majestade; quem dividiu caminhos; agora, porém, tu te iraste,
as águas (do m ar) diante dêles, para porque nós pecamos; em pecados es
adquirir para si um nome eterno; tivemos sempre, mas seremos salvos
“ quem os conduziu pelos abismos, ( pela tua misericórdia). *E todos nós
como a um cavalo por um descam nos tornamos como um homem imun
pado, sem tropeçar? 14Como a um do, e tôdas as nossas justiças são co
animal, que vai descendo por uma mo um pano sujo; e caímos todos
campina, assim o espirito do Senhor como a folha, e as nossas iniqüida-
os conduziu. Foi assim (o Senhor) des, como um vento, nos arrebata
que guiaste o teu povo, para gran- ram. 7Não há quem invoque o teu no
geares para ti um noipe glorioso. 15A- me, quem se levante para se unir a
tende-nos lá do céu, e põe os olhos ti; escondeste de nós a tua face, e
em nós lá da tua santa morada e do esmagaste-nos sob o pêso da nossa
(tron o ) da tua glória. Onde está (a* iniqüidade. 8Agora, Senhor, tu és o
gora) o teu zêlo e a tua fortaleza, nosso pai, e nós não somos senão
a ternura das tuas entranhas e das barro; fôste tu que nos formaste, e
tuas misericórdias? Estancaram pa todos nós somos obra das tuas mãos.
ra mim. 9Não te irrites muito, Senhor, e não
Humilde pedido da misericórdia divina
te lembres mais da nossa iniqüidade;
eis-nos aqui, olha para nós, todos nós
16Porque tu é que és o nosso pai, e somos o teu povo. 10A cidade do teu
Abraão não nos conheceu, e Israel não Santo tornou-se deserta. Sião ficou
soube de nós; tu, Senhor, és o nosso erma, Jerusalém está desolada. 11A
pai, o nosso redentor, o teu nome é casa da nossa santificação e da nossa
eterno. "P o r que nos deixaste, Se glória, onde nossos pais te louvaram,
nhor, extraviar dos teus caminhos? está reduzida a um montão de cin
Por que permitiste que se endureces zas, e tôdas as nossas grandezas con-
se o nosso coração, para te não te verteram-se em ruínas. ,2Porventura
mermos? Volta-te para nós por amor conter-te-ás ainda, Senhor, à vista
dos teus servos e das tribos da tua destas desgraças? Ficarás calado, e
herança. 18Os nossos inimigos torna afligir-nos-ás até às últimas?
ram-se senhores do teu povo santo, R e s p o s ta do S e n h o r à oração de
como se êle não fôsse nada; pisaram
Is r a e l
aos pés o teu santuário. luNós fica
mos como no princípio, quando ain g C buscaram-me os que. antes
da não nos dominavas, nem o teu não perguntavam por mim, a-
nome era invocado sôbre nós. charam-me os que não me buscaram.
Prece a Deus para o resgate do povo Eu disse a uma nação que não invo
cava o meu nome: Eis-me aqui, eis-
sOxalá romperas tu os céus e -me aqui! 2Estendi as minhas mãos
desceras de lá! Os montes se todo o dia para ( Israel) um povo
874 PROFECIA DE ISAIAS 65
incrédulo, que anda por um caminho destes; falei, e não ouvistes; fizestes
que não é bom, após os seus pensa o mal diante de meus olhos, e esco
mentos. 3É um povo que, cara a ca lhestes o que eu não queria. “ Por es
ra, sempre me está provocando à ira, ta causa o Senhor Deus diz isto: Eis
que imola vítimas nos jardins, e sa que os meus servos comerão, e vós
crifica sôbre ladrilhos; 4que habita tereis fome; eis que os meus servos
nos sepulcros, e dorme nos templos beberão, e vós tereis sêde; 141*eis que
5
dos ídolos; que come carne de porco, os meus servos se alegrarão, e vós
e pôs um caldo profano em suas ta sereis confundidos; eis que os meus
ças; Bque diz: Afasta-te de mim, não servos cantarão louvores na alegria
te aproximes de mim, porque estás do seu coração, e vós dareis gritos
imundo; todos êstes serão um fumo na dor do vosso mesmo coração, e
no meu furor, um fogo que arderá uiváreis na aflição do vosso espírito;
sempre. °Eis que isto está escrito 15e deixareis o vosso nome para ju
diante de mim; Eu não me calarei, ramento aos meus escolhidas; e o
mas hei de dar-lhes a paga, e a me Senhor Deus vos matará, e aos seus
terei no seu seio. 7(E u castigarei) as servos chamará por outro nome, 10no
vossas iniqüidades, e dos vossos pais, qual o que é abençoado sôbre a ter
diz o Senhor, os quais sacrificaram ra, será abençoado pelo Deus da ver
sobre os montes, e sôbre os outeiros dade; e o que jura sôbre a terra (p o r
me ultrajaram; eu lançarei no seu este nom e) jurará pelo Deus da ver
seio um castigo proporcionado às dade; porque foram postas em esque
suas obras. cimento as antigas angústias, e desa
pareceram dos meus olhos.
Recompensa dos bons
e castigo dos ímpios Descrição da idade de ouro
messiânica
8Eis o que diz o Senhor: Como
quando se acha um formoso bago "Porque eu vou criar céus novos,
num cacho de uvas, e se diz: Não o e uma terra nova, e não persistirão
desperdices, porque é uma bênção; na memória as antigas calamidades,
assim farei eu por amor de meus nem voltarão mais ao espírito. 18Mas
servos, de sorte que não destrua de vós folgareis e exultareis para sem
todo (Israel). 9E farei sair de Jacó pre naquelas coisas que vou criar,
uma posteridade, e de Judá um des porque vou fazer de Jerusalém uma
cendente, que possua os meus mon cidade de júbilo, e do seu povo, um
tes; e os meus escolhidos herdarão povo de alegria. 19E terei as minhas
esta terra, e os meus servos habita delícias em Jerusalém, e a minha a-
rão nela. 10*E as campinas servirão legria no meu povo; e não se ouvi
de tapada de rebanhos, e o vale de A- rá mais nêle a voz de chôro, nem a
cor, de redil aos gados, para aquêles voz de lamento. 20Não haverá ali mais
do meu povo que me buscaram. menino que viva poucos dias, nem ve
nE, quanto a vós, que abandonas lho que não encha os seus dias; por
tes o Senhor, que vos esquecestes do que o menino morrerá de cem anos,
meu santo monte, que pondes uma e o pecador somente aos cem anos
mesa à (deusa) Fortuna, e derramais será amaldiçoado. 21E edificarão ca
libações sôbre elâ; 12*eu vos farei pas sas, e habitarão nelas; e plantarão v i
sar um por um ao fio da espada, e nhas, e comerão o seu fruto. 22Não
todos perecereis nesta mortandade; lhes sucederá edificarem êles casas, e
porque eu chamei, e vós não respon ser outro quem as habite; nem plan
10. D o seu Santo. Segundo o hebreu: Da sua santidade.
16. Abraão e Israel (J a c ó ), mortos há muito tempo, não podem salvar.
Cap. L X V — 3-5. Alusão a diversas práticas idolátricaa e supersticiosas.
4. Caldo profano de animais impuros.
8. Uma bênção ou dom de Deus.
15. P o r outro nome, por um nome mais glorioso ainda que o de Israel.
17. Vou criar céus novos . . . A natureza será transform ada e regenerada.
20. Sòmente. aos cem a n o s ... Se, por impossível, houvesse na Jerusalém nova algu m
pecador, êle também viveria cem anos, antes que a maldição divina cortasse os seus dias.
65 - 66 PROFECIA DE ISAÍAS 875
tarem para que outro coma (o fr u to ); desse; falei, e não me deram ouvidos,
porque os dias do meu povo serão co e fizeram o mal diante dos meus
mo os dias das árvores (que duram olhos, e escolheram o que eu não
m u ito), e as obras das suas mãos queria. 5Ouvi a palavra do Senhor,
envelhecerão. 23Os meus escolhidos vós que a ouvis com (respeitoso) ter
não trabalharão debalde, nem gera mor: Os vossos irmãos, que vos a-
rão filhos para a turbação; porque borrecem, e que vos rejeitam por
serão uma estirpe de benditos do causa do meu nome, disseram: Mos
Senhor, êles e os seus netos com êles. tre o Senhor a sua glória, e nós o re
24E acontecerá que, antes que êles conheceremos na vossa alegria; mas
clamem, eu os ouvirei; estando êles (não temais) êles serão confundidos.
ainda a falar, eu os atenderei. 250 6(Já ouço a) voz do povo vinda da
lôbo e o cordeiro pastarão juntos cidade, a voz vinda do templo, a voz
o leão e o boi comerão palha; e o do Senhor, que dá o pago aos seus
pó será para a serpente o seu ali inimigos.
mento. Não haverá quem faça mal,
nem cause mortes em todo o meu Nascimento duma nova Jerusalém
santo monte, diz o Senhor.
7Antes que tivesse dor de parto,
Natureza do reino messiânico; deu à luz; antes que chegasse o tem
os ímpios excluídos da salvação po do parto, deu à luz um filho va
gg ‘Eis o que diz o Senhor: O céu rão. 8Quem jamais ouviu tal? Quem
viu coisa semelhante a esta? Produ
é o meu trono, e a terra é zirá, porventura, a terra o seu fruto
o escabêlo de meus pés. Que casa, num só dia? Ou nasce ao mesmo
pois, é essa que vós edificareis para tempo uma nação inteira? Porque
mim, e que lugar é êsse do meu des Sião, logo que esteve no parto, deu
canso? 2Tôdas estas coisas fêz a mi à luz (todos) os seus filhos. 9Eu, pois,
nha mão, e tôdas elas foram criadas, que faço dar à luz (ou torno fecun
diz o Senhor. Para quem olharei eu, dos) os outros, não darei à luz eu
pòis, senão para o pobrezinho e con mesmo? diz o Senhor. Eu que dou
trito do coração, e que teme as mi aos outros sucessão, ficarei acaso
nhas palavras? 30 que imola um boi, estéril? diz o Senhor teu Deus.
é como o que mata um homem; o que
sacrifica um cordeiro, é como o que 10Alegrai-vos com (a nova) Jeru
degola um cão; o que faz uma ofe salém, e exaltai nela todos vós que a
renda, é como o que oferece sangue amais; regozijai-vos com ela todos os
de porco; o que se lembra de queimar que chorais por ela; na fim de que
incenso, é como o que bendiz um í- sugueis dos seus peitos, até ficar
dolo. Tôdas estas coisas (proibidas des saciados, (o leite) das suas con
pela lei) gostaram êles de fazer, an solações (celestiais), e saboreeis com
dando nos seus caminhos, e a sua delícias a plenitude da sua glória.
alma se deleitou nas suas abomina- 12Porque o Senhor diz isto: Eis
ções. 4Por isso também eu terei gos que eu farei correr sôbre ela co
to de zombar dêles, e farei vir sôbre mo que um rio de paz, e a glória das
êles o que temiam; porque eu cha nações (contidas) como uma tor
mei, e não houve quem me respon rente que inunda; sugareis o seu lei
25. M etáforas para indicar que homens, de costumes e climas diferentes, viverão como
irmãos, depois de transformados pela graça do Evangelho.
Cap. L X V I — 1. Deus, que criou o céu e a terra, não tem necessidade de morada, e não
é habitação digna dêle o templo material em que os Judeus tinham uma confiança excessi
va, fazendo pouco caso de cumprir os mandamentos.
3. Os sacrifícios dos Judeus, sendo puramente externos, não eram agradáveis a Deus.
O profeta compara-os a homicídios e a ofertas proibidas pela lei.
7. Enquanto que os ímpios são castigados, a nova Sião verá multiplicar-se a sua popu
lação com uma rapidez maravilhosa. — O filho varão simboliza o novo povo, os pagãos
convertidos, que se juntarão a Israel.
9. Esta obra foi preparada por Deus. N ão poderá ou não quererá êle concluir a sua
realização?
876 PROFECIA DE ISAIAS 66
te, aos seus peitos sereis levados, e enviarei às nações dalém mar, à Â-
acariciados sôbre o seu regaço. frica, e à Lídia, cujos povos atiram
“ Como uma mãe acaricia o seu com setas, à Itália e à Grécia, às
filhinho, assim eu vos consolarei, e ilhas longínquas, àqueles que nunca
em Jerusalém sereis consolados. 14Vós ouviram falar de mim, nem viram a
o vereis, e folgará o vosso coração, minha glória. E êles anunciarão a
e os vossos ossos retomarão vigor co minha glória às gentes; 20e farão vir
mo a erva; e conhecer-se-á a mão todos os vossos irmãos convocados
do Senhor a favor dos seus servos, de tôdas as nações, como um pre
e êle se indignará contra os seus sente para o Senhor, (conduzindo-os)
inimigos. em cavalos, e em carros, e em litei-
O fim dos ímpios ras, e em machos, e em carrêtas, ao
meu santo monte de Jerusalém, diz
15Porque o Senhor virá no meio o Senhor, como quando os filhos de
de fogo, o seu carro será como um Israel levam uma oferta num vaso
torvelinho, para espalhar a sua in puro à casa do Senhor. 21E eu es
dignação, o seu furor e as suas amea colherei dentre êles para sacerdotes
ças, em labaredas de fogo; 16porque o e levitas, diz o Senhor. 22*2 Porque,
4
Senhor, rodeado de fogo e armado como os novos céus, e a nova terra
da sua espada, julgará todos os mor que vou criar, subsistirão sempre
tais, e serão muitos os que o Se diante de mim, diz o Senhor, assim
nhor matará. 17Aquêles que se san subsistirá a vossa posteridade e o
tificavam, e que julgavam purificar- vosso nome.
se nos jardins, à porta fechada, que
comiam carne de porco, e coisas a- G ló ria e ign om ín ia eternas
bomináveis, e ratos, serão consumi
dos todos juntos, diz o Senhor. 18Mas ME de mês em mês, e de sábado
eu virei recolher as suas obras e os em sábado, tôda a carne (toda a hu
seus pensamentos, e reuni-los com manidade) virá prostrar-se diante
tôdas as gentes e línguas; e êles de mim, e me adorará, diz o Senhor.
comparecerão todos, e verão a mi 24E êles sairão, e verão os cadáveres
nha glória. dos homens que prevaricaram con
União dos gentios e dos Judeus tra mim; o seu bicho não morrerá, e
o seu fogo não se extinguirá; e a
i0E porei entre êles um sinal, e os sua vista será um objeto de horror
que dentre êles forem salvos, eu os para tôda a carne.
21. N o Antigo Testamento as cerimônias do culto eram sòmente celebradas por membros
da tribo de Levi. Mas, depois da vinda do Messias, também oa Gentios convertidos serão
chamados ao sacerdócio.
24. E êles, oa adoradores do verdadeiro Deus, sairão da nova Jerusalém, e verão o cas
tigo dos inimigos de Deus.
PROFECIA DE JEREMIAS
Jeremias é o profeta que melhor nos dá a conhecer, através de seus
escritos, sua personalidade e sua época.
Viveu em tempos calamitosos. Nascido em Anatot, cidade sacerdotal
situada ao norte de Jerusalém, nos fins do reinado de Manassés, desde
criança Jeremias sentiu horror pelas abominações de Amon (643-642). Em
bora santificado no seio materno para ser profeta, começou o seu minis
tério somente aos vinte anos, décimo terceino do reinado do pio Josias (628).
Deixando Anatot para ir a Jerusalém exercitar seu ministério profético e
sacerdotal (era sacerdote da família de Itamar), viveu na obscuridade por
quase 18 anos, até à morte de Josias, ocasião em que fêz um esplêndido
canto fúnebre (2 Par. 35, 25). Jeremias então adquire importância no ce
nário político op.ondo-se à aliança com o Egito, cujo Faraó Necao II dis
putava com os Babilônios o império da Ásia, como já antes o havia dis
putado com os Assírios. Necao derrotara Josias em Magedo e fizera pri
sioneiro o filho dêste, Joacaz, depondo-o do trono e colocando em seu
lugar Joaquim, outro filho de Josias, mas favorável à política egípcia.
Durante o reinado de Joaquim, o ministério profético de Jeremias ad
quire importância capital. Na corte, naturalmente, dominava o partido egíp
cio, mas Jeremias, no primeiro ano do novo rei, vaticinou ó triunfo dos
Caldeus e a destruição de Jerusalém. Por milagre, escapou de ser assassinado.
Quatro anos depois, o rei Necao foi derrotado em Carcamis e fugiu
para o Egito, perseguido por Nabucodonosor, filho de Nabopolassar, rei de
Babilônia. Nabucodonosor, marchando sobre seu rival ocupou Jerusalém
e fêz a primeira deportação de Judeus (609), entre os quais se achava Da
niel. Dêsse modo se realizavam os vaticínios de Jeremias, o qual novamen
te foi ameaçado de morte por ter mandado publicar, pelo seu discípulo
Baruc, as suas profecias recolhidas num volume que Joaquim mandou quei
mar. Jeremias ditou novamente a Baruc as suas profecias, e acrescentou
o grande vaticínio dos setenta anos de exílio, exatamente quando (em 609)
Nabucodonosor tomava de assalto Jerusalém e iniciava a primeira depor
tação em massa.
Nabucodonosor não pôde, então, conquistar o Egito, porque em Pelusio
teve notícia do falecimento do pai, o que o obrigou a voltar apressada
mente a Babilônia para ocupar o trono.
Longe Nabucodonosor, Joaquim teve a ousadia de se rebelar, três anos
depois. O novo rei de Babilônia, para sufocar a rebelião, enviou tropas de
Amonitas, Moabitas e Caldeus, e por fim desceu êle mesmo para comandar
o cêrco de Jerusalém. Joaquim já havia falecido. Reinava seu filho, Jc-
878 PROFECIA DE JEREMIAS
conias, o qual após três meses de assédio rendeu-se e acabou sendo depor
tado para Babilônia com cerca de dez mil Judeus, pertencentes às fam í
lias mais distintas. Entre êstes se achava também Ezequiel (segunda de
portação, 601 ou 599). Nabucodonosor colocou no trono de Judá o último
filho de Josias, Sedecias, tio de Jeconias e irmão de Joaquim.
Sedecias estimava muito Jeremias e chegava até a pedir-lhe conselhos,
mas não podia pô-los em prática, porquanto dependia da nobreza, cujos
representantes eram favoráveis ao Egito. Instigado por êstes, Sedecias re-
belou-se contra o rei de Babilônia, na esperança de encontrar um forte
aliado no Faraó Apries. Jeremias, que havia escrito uma carta aos de
gredados de Babilônia exortando-os a suportar o cativeiro por setenta anos
pois que depois Babilônia seria destruída, aconselhou submissão aos Cal
deus também aos que estavam em Jerusalém, e por isso foi perseguido pelo
partido egípcio. Entretanto, os Caldeus assediaram Jerusalém, e embora afas
tados temporâneamente pelo exército de Faraó, voltaram com tropas fres
cas e aguerridas. '
Durante o assédio, Jeremias foi lançado num calabouço e depois ati
rado num poço de areia movediça, mas um eunuco salvou-o de morte hor
rível por ordem secreta de Sedecias, que desejava ardentemente libertá-lo
e não o fazia por mêdo dos nobres da côrte, os quais almejavam a morte
do profeta. Jeremias, entretanto, não cessava de pregar a submissão aos
Caldeus e anunciar a destruição da cidade, o exílio, a libertação e o advento
do reino messiânico.
Depois de 18 meses de assédio, em julho de (589-586), Jerusalém foi to
mada de assalto e inteiramente destruída pelo fogo. O rei e o povo fo
ram deportados para Babilônia (terceira deportação). Jeremias foi tra
tado benèvolamente pelos vencedores. Saindo do cárcere, teve permissão
para ficar em Jerusalém, se não quisesse ir para Babilônia. Depois de
haver chorado amàrgamente sôbre as ruínas da cidade e do templo, voltou
para Masfa, onde foi bem acolhido pelo seu amigo Godolias, nomeado go
vernador da Judéia pelos Babilônios. Tombando Godolias, vítima de uma
conjuração, Jeremias dissuadia os Judeus de fugir para o Egito por mêdo
que os Caldeus se vingassem, mas por fim também êle foi constrangido a
escapar com seu discípulo Baruc, por ter sido acusado de alta traição.
Segundo a tradição judaica, seguida pelos Padres da Igreja, Jeremias
morreu em Táfnis, cidade do Egito, apedrejado pelos próprios Judeus, ten
do sempre dado provas da mais terna caridade para com o seu próximo.
Assim desapareceu aquêle que foi uma profecia vivente dos sofrimen
tos de Jesus Cristo e de sua Igreja; aquêle que chorou sôbre as ruínas do
povo eleito e acendeu nêle as esperanças com a profecia do fim do exílio
e dos triunfos do Messias; aquêle que deu o verdadeiro nome ao Cristia
nismo, chamando-o “ a nova aliança” , Novo Testamento; aquêle que se tor
nou para o povo eleito o maior dos profetas, chegando a eclipsar a fama
de lsaias ( Mat.} 16, 14).
O livro das profecias de Jbremias alterna os vaticínios de seus quaren
ta anos de ministério com numerosas noticias históricas que ilustram e
confirmam os vaticínios. Não segue uma ordem cronológica, mas lógica,
que vai gradualmente explanando as ameaças e a execuções da justiça divi
na contra o povo eleito e contra os Gentios.
l PROFECIA DE JEREM IAS 879
PROFECIA DE J E R E M I A S
Vocação profética de Jeremias falar, porque sou um menino. 7E o
Senhor disse: Não digas: Sou um me
1 P alavras de Jeremias, filho de nino; porquanto a tudo o que eu te
1 Helcias, (u m ) dos sacerdotes enviar irás; e dirás tudo o que eu te
que viviam em Anatot, na terra de mandar. 8Não os temas, porque eu
Benjamim. 2A palavra do Senhor foi- sou contigo para te livrar, diz o Se
lhe dirigida no tempo de Josias, f i nhor. 9Em seguida o Senhor esten
lho de Amon, rei de Judá, no déci deu a sua mão, e toeou-me na boca,
mo terceiro ano do seu reinado, t a m e disse-me o Senhor: Eis que eu pus
bém lhe foi dirigida nos dias de Joa as minhas palavras na tua boca; 10eis
quim, filho de Josias, rei de Judá, que te constituí hoje sôbre as na
continuando até ao fim do ano un- ções, e sôbre os reinos, para arran
dédmo de Sedecias, filho de Josias, cares e destruíres, e para arruina
rei de Judá, (isto é) atè ao tempo da res e dissipares, e para edificares e
transmigração de Jerusalém, no quin plantares.
to mês.
Jeremias é instruído por meio
Jeremias é delegado por Deus de duas visões
palavra do Senhor, a qual dizia: Que de Israel. “Isto diz o Senhor: Que
vês tu? E respondi: Vejo uma pa injustiça encontraram em mim v o s
nela a ferver, que vem da banda do sos pais, quando se afastaram de
aquilão. 14E o Senhor disse-me: Do mim, e foram após a vaidade (dos
aquilão se espalhará o mal sobre to ídolos), e se tornaram vãos? 6E não
dos os habitantes desta terra. 15Porque disseram: Onde está o Senhor, que
eis que eu convocarei todos os povos nos fêz sair da terra do Egito, que
dos reinos do aquilão, diz o Senhor; nos conduziu pelo deserto, por uma
e virão, e porá cada um a sua ca terra despovoada e sem caminho, por
deira à entrada das portas de Jeru uma terra de sêde, e imagem da mor
salém, e sôbre todos os seus muros te, por uma terra por onde não pas
em roda, e sôbre tôdas as cidades de sou nenhum homem, nem habitou
Judá. 16E eu pronunciarei contra ê- homem algum? 7E eu vos introdu-
les os meus juízos, por causa de tô- zi numa terra fértil para que co
da a malícia daqueles, que me dei mésseis os seus frutos, e o melhor
xaram, e que ofereceram libações aos dela; e, depois de terdes lá entrado
deuses estranhos, e adoraram a obra profanastes a minha terra (entre-
das suas mãos. gando-vos à idolatria), e fizestes da
Jeremias recebe forças para cumprir
minha herança um objeto de abomi-
nação. 8Os sacerdotes não disseram:
a sua missão Onde está o Senhor? Os depositá
17Tu, pois, cinge os teus rins, e le rios da lei não me conheceram, e
vanta-te, e dize-lhes tudo o que eu os pastores prevaricaram contra mim,
te mando. Não temas diante dêles, e os profetas profetizaram em nome
porque eu farei que tu não temas a de Baal, e seguiram os ídolos.
sua presença. 18Porque eu te estabele- 9Portanto eu entrarei em juízo con
ci hoje como uma cidade fo rtifi tra vós, diz o Senhor, e argumenta
cada, e como uma coluna de ferro, rei com vossos filhos. 10Passai às i-
e como um muro de bronze, sôbre lhas de Cetim, e vêde; e mandai a
tôda esta terra, a respeito dos reis Cedar, e considerai bem (o que lá se
de Judá, dos seus príncipes, dos seus passa); e vêde se aconteceu coisa se
sacerdotes e do seu povo. 19E pele melhante. nSe trocou algum povo
jarão contra ti, mas não prevalece os seus deuses, apesar de não serem
rão, porque eu sou contigo para te deuses; mas o meu povo trocou a
livrar, diz o Senhor. sua glória por um ídolo. 12Pasmai,
céus, sôbre isto; e vós, ó portas ce
Fidelidade de Deus; infidelidade e lestes, ficai inconsoláveis, diz o Se
ingratidão dos Judeus nhor. “ Porque o meu povo fêz dois
O *E foi-me dirigida a mim a pa- males: abandonaram-me a mim, que
sou fonte de água viva, e cavaram
“ lavra do Senhor, nos têrmos se para si cisternas, cisternas rôtas, que
guintes : não podem reter as águas.
2Vai, e grita aos ouvidos de Jeru
salém, dizendo: Isto diz o Senhor: Eu Males que se seguiram
lembrei-me de ti, compadecendo-me
da tua mocidade, e lembrei-me do “ Porventura é Israel algum escra
amor dos teus desposórios, quando tu vo, ou filho de escrava? Por que
me seguiste no deserto, naquela ter razão; pois, se tornou uma prêsa (dos
ra, que não se semeia. 3Israel con in im ig o s)! 15Contra êle rugiram os
sagrado ao Senhor, é como as pri- leões, e levantaram a sua voz; redu
mícias dos seus frutos; todos os que ziram a sua terra a um deserto; as
o devoram são culpados; sôbre êles suas cidades foram queimadas, e não
virão males, diz o Senhor. há quem habite nelas. 16Também os
“Ouvi a palavra do Senhor, casa filhos de Mênfis e dje Tafnis te a-
de Jacó, e tôdas as famílias da casa frontaram (desde os pés) até ao alto
Cap. I I — 2. A mocidade da nação Israelita ê o tempo da sua estada no Egito, donde
ela saiu como a espôsa do Senhor, que a separou dos outros povos.
11. A sua glória, que era o senhor.
2 PROFECIA DE JEREM IAS 88 1
Cap. I I I — 14. Um de cada cidade... Ainda mesmo que as doze tribos se não convertessem
em massa, todos aquêles que implorassem isoladamente o perdão, obtê-lo-iam, gozando dos
favores de Deus, mencionados a seguir.
16. N ão se falará m ais. . . porque o novo povo terá Jesus Cristo residindo pessoalmente
no meio da sua Igreja, e cessarão as figuras da antiga lei, que o representavam.
3-4 PROFECIA DÊ JEREMIAS 883
lhos, e te darei a terra desejável, a por causa da maldade dos vossos pen
excelente herança dos exércitos das samentos.
nações? E acrescentei: Chamar- 5Anunciai em Judá, e fazei ouvir
-me-ás pai, e não cessarás de andar em Jerusalém; falai e publicai ao som
após mim. “ Mas, do modo que uma de trombeta por (todo) o país; gritai
mulher despreza o seu amante, as em alta voz, e dizei: Juntai-vos todos,
sim me desprezou a mim a casa de e entremos nas cidades fortificadas;
Israel, diz o Senhor. 21Uma voz se 6levantai o estandarte em Sião; esfor
ouviu nos caminhos, um pranto e ala çai-vos, não estejais parados, porque
rido dos filhos de Israel; porque fi eu farei vir do aquilão uma desgra
zeram mau o seu caminho, esquece ça e uma grande desolação.
ram-se do Senhor, seu Deus. ^Con 7Saiu o leão do seu covil, e le-
vertei-vos, filhos rebeldes, e eu sara vantou-se o destruidor das gentes;
rei os vossos extravios. Aqui esta saiu do seu país, para reduzir a tua
mos (ó Senhor), que vimos a ti, por terra a um deserto; as tuas cidades
que tu és o Senhor nosso Deus. 23Na serão destruídas, sem que nelas fi
verdade eram mentira os (ídolos dos) que habitante algum. 8Por isso co
outeiros e a multidão dos montes; brí-vos de cilício, chorai e pranteai,
em verdade no Senhor nosso Deus é porqúe não se apartou de nós a ira
que está a salvação de Israel. 24Os do furor do Senhor. °E acontecerá
ídolos devoraram o trabalho de nos isto naquele dia, diz o Senhor: Des
sos pais desde a nossa mocidade, os falecerá o coração do rei, e o cora
seus rebanhos e as suas vacadas, os ção dos príncipes; e pasmarão os sa
seus filhos e as suas filhas. “ Dormi cerdotes, e os profetas serão cons
remos na nossa confusão, e vivere ternados. 10E eu disse (ao ouvir is
mos cobertos da nossa ignomínia, toJ: Ai, ai, ai, Senhor Deus! É pos
porque pecamos contra o Senhor nos sível que tenhas permitido que (os
so Deus, nós e nossos pais, desde a falsos profetas) enganem êste povo
nossa mocidade até êste dia; e por e Jerusalém, dizendo-lhes: Vós tereis
que não ouvimos a voz do Senhor paz; e eis agora que chega a espa
nosso Deus. da (do inimigo) até ao coração.
“ Naquele tempo dir-se-á a êste po
Se Jerusalém não se voltar a Deus, vo e a Jerusalém: Um vento abra
será invadida pelos Caldeus sador sopra nos caminhos que do
deserto conduzem à filha do meu
A *Se tu, Israel, voltares, diz o Se- povo, não para aventar ou limpar
^ nhor, converter-te-ás a mim; se (o grao, mas para queimar as plan
tu tirares de diante da minha face tas). 12Daquele lado me virá um
os teus tropeços (ou ídolos), não vento impetuoso; e então pronuncia
experimentarás abalo. 2E jurarás: rei os meus juízos contra êles. 13Eis
Viva o Senhor em verdade, e em que (o exército inim igo) virá como
juízo, e em justiça; e o bendirão as uma nuvem, e como tempestade os
nações, e lhe darão louvor. seus carros; mais velozes eple águias
3Porque isto diz o Senhor aos ho os seus cavalos. A i de nós (dirao),
mens de Judá e de Jerusalém: Prepa porque somos destruídos.
rai o vosso pousio, e não semeeis so 14Lava, ó Jerusalém, o teu coração
bre espinhos. 4Circuncidai-vos para o de tôda a maldade, para que sejas
Senhor, e tirai os prepúcios de vos salva. Até quando permanecerão em
sos corações, varões de Judá, e ha ti pensamentos pecaminosos? 15(A ten
bitantes de Jerusalém, para que não de) que já se ouve uma voz vinda
suceda que, de repente, saia como fo de Dan, a qual nos anuncia e faz sa
go a minha indignação, e se acen ber que é chegado o ídolo, que vem
da, e não haja quem a apague, tudo do monte de Efraim. 16Dizei às na-
Cap. I v — 4. os prepúcios, isto é, as disposições más, os sentimentos carnais, tudo o que
a fasta de Deus e da sua lei.
7. o destruidor, Nabucodonosor.
15. D an estava na fronteira norte da Palestina, pela qual o exército inimigo devia a tra
vessar as montanhas de E fraim , para chegar a Jerusalém.
884 PROFECIA DE JEREMIAS 4 -5
ções: Eis que se ouviu dizer em Je escarpados, e subiram pelos roche
rusalém que vem gente de guerra dos; tôdas as cidades foram desam
de uma terra remota, que fará ouvir paradas sem que ficasse nelas um
os seus gritos contra as cidades de só habitante.
Judá. 17Estarão (dia e noite) ao re 30E tu, devastada, que farás (ó
dor dela, como guardas de campos, Jerusalém) ? Por mais que te vistas
porque ela me provocou à ira, diz o de púrpura, te adornes de colares de
Senhor. 18Os teus caminhos e os teus ouro, e pintes os teus olhos com an-
pensamentos te trouxeram (6 Jerusa timônio, em vão te enfeitarás; os
lém ) estas coisas: eis (o fruto da) teus amantes desprezam-te, querem
tua malícia, porque é amarga, e che acabar contigo. 3ÍPorque ouvi uma
gou até ao teu coração. como voz de mulher que está de par
to, angústias como de puérpera; é a
O profeta lamenta a ruina de
voz da filha de Sião, que está mo
sua pátria
ribunda, estendendo as suas mãos (e
19Em minhas entranhas, em minhas dizendo): A i de mim que desmaiou
entranhas sinto dor; os afetos do a minha alma ao ver a mortanda
meu coração perturbaram-se dentro de (dos meus filhos).
de mim; não me calarei, porque a
minha alma ouviu a voz da trombe- Corrupção universal de Judá
ta, um alarido de batalha. ^Anuncia- C P ercorrei as ruas de Jerusa-
se desastre sôbre desastre, e foi asso lém, vêde e considerai, e pro
lada tôda a terra; de improviso fo curai nas suas praças a ver se a-
ram derrubadas as minhas tendas, e chais um homem que faça justiça, e
os meus pavilhões abatidos. 21Até busque a verdade; e eu perdoarei a
quando verei fugitivos (os do meu po cidade. 2Mesmo quando dizem: Vive
v o ), e ouvirei a voz da trombeta (in i o Senhor, ainda assim juram falso.
m iga )? 220 meu povo néscio (diz o 3Senhor, os teus olhos olham para a
Senhor) não me conheceu; filhos fidelidade; tu os feriste, e êles não o
insensatos são, e sem prudência; sentiram; moeste-os a golpes, e êles
são sábios para fazer o mal, mas recusaram aceitar a correção; endu
não souberam fazer o bem. co receram as suas frontes mais que
lhei para a terra, e eis que estava uma pedra, e não quiseram voltar (a
vazia e sem nada; e para os céus, t i). “Então eu disse: Talvez sejam
e não havia nêles luz. 24Vi os mon sòmente os pobres e insensatos que
tes, e eis que tremiam, e todos os ignoram o caminho do Senhor, a
outeiros estremeciam. 2501hei, e não lei do seu Deus. 5Irei, pois, ter com
havia homens, e tôdas as aves do céu os grandes, e falar-lhes-ei: porque
se tinham retirado. 20Olhei, e eis êstes conhecem o caminho do Se
que estava deserto o Carmelo; e tô nhor e a lei do seu Deus. V i po
das as suas cidades foram destruí rém que êstes, ainda mais que os
das na presença do Senhor, e ao sô- outros, quebraram a uma o jugo (do
pro da sua cólera. Senhor), romperam os laços (da lei
divina). °Por isso o leão do bosque
F uga dos Judeus os feriu, o lôbo à noite os destruiu, o
27Porque eis o que diz o Senhor: leopardo andou vigilante sôbre as
Deserta ficará toda a terra (de Judá), suas cidades; todo aquêle que dêles
porém não a destruirei de todo. sair será prêso, porque se multipli
28Chorará a terra e entristecer-se-ão caram as suas prevaricações, e se
os céus lá em cima; porque decretei, acumularam as suas desobediências.
resolvi e não me arrependi, nem de 7Por que título poderei eu ser-te
sisti. voz do cavaleiro, e do que propício (6 povo de Israel) ? Teus f i
despede a seta fugiu tôda a cidade; lhos abandonaram-me, e juram por
correram a esconder-se nos lugares aquêles que não são deuses; cumu-
Cap. V — 2. M esm o quando dizem, para assegurar ou dar fé de algum a coisa.
6. Leão, lôbo, leopardo são símbolos de Nabucodonosor.
5 PROFECIA DE JEREM IAS 885
-ão ao sol e à lua, e a tôda a milícia lhes tinha dado escapou-se-lhes das
(ou astros) do céu, que êles ama mãos.
ram, e a que serviram, e após de “ Por que estamos nós quietos? (d i
quem andaram, e a quem buscaram rão os Judeus). Juntai-vos, e entre
e adoraram; não serão recolhidos nem mos na cidade fortificada, e guarde
sepultados; ficarão sôbre a face da mos aí silêncio, porque o Senhor nos
terra como estéreo. 3E escolherão an so Deus nos fêz calar, e nos deu a
tes a morte que a vida todos os que beber água de fel, porque pecamos
ficarem desta raça depravadíssima em contra o Senhor. 15Esperávamos a
todos os lugares, que foram desam paz, e êste bem não chegou; o re
parados, para onde eu os arrojei, diz médio, e eis que só há terror. 10O es-
o Senhor dos exércitos. trépito da cavalaria inimiga ouve-se
já desde Dan, à voz dos relinchos
4E tu lhes dirás: Isto diz o Senhor: dos
Porventura o que cai não se levan ceu seus cavalos guerreiros estreme
tará? E o que se desviou não vol ram todo o pais; chegaram e devora
a terra, e quanto havia nela, a
tará? 3Pois por que se desviou (de cidade e os seus habitantes. ,7Por-
m im ) êste povo em Jerusalém com
uma obstinada apostasia? Abraçaram que enviarei contra vós (os Cal-
a mentira e não quiseram voltar. deus, corno) serpentes e basiliscos,
°Atendi e escutei; ninguém fala o contra os quais nada podem os en
cantamentos; e êles vos morderão,
que é bom; não há quem faça peni
tência do seu pecado, dizendo: Que diz o Senhor.
fiz eu? (P e lo contrário) todos se vol Dor de Jeremias
tam para onde a sua paixão os leva,
como um cavalo que corre a tôda 18A minha dor é sôbre tôda a dor,
a brida para o combate. 70 milhafre o meu coração está angustiado dentro
conhece no céu a sua estação; a rô- de mim. 19Eis a voz fd e Jerusalém)
la, e a andorinha, e a cegonha obser da filha do meu povo, que clama
vam o tempo da sua arribação; mas desde uma terra longínqua: Porven
o meu povo não conheceu o juízo tura não está o Senhor em Sião, ou
(ou a le i) do Senhor. 8Como dizeis não está o seu rei no meio dela? Por
vós: Somos sábios, e a lei do Senhor que razão (responde o Senhor) me ir
está conosco? (Enganai-vos); verda- ritaram os seus habitantes com os
deiramente o ponteiro mentiroso dos seus ídolos, e com os seus deuses?
escribas gravou a mentira. 9Os (vos- ^O tempo da ceifa passou (dizem os
sos) sábios estão confundidos, ater Israelitas) , e o estio findou, e nós
rados e presos, porque rejeitaram a não fomos salvos. 21Estou desfalecido
alavra do Senhor, e nenhuma sa- e entristecido (continua Jeremias) por
edoria há nêles. 10Pelo que darei causa da aflição da filha do meu po
as suas mulheres a estranhos, os seus vo; o espanto apoderou-se de mim.
campos a outros herdeiros; porque, “ Porventura não há bálsamo em Ga-
desde o mais pequeno até ao maior, laad? Ou não se acha lá nenhum
todos seguem a avareza; desde o pro médico? Por que não foi, pois, pen
feta até ao sacerdote, todos forjam sada a ferida da filha do meu povo?
a mentira. nE pretendiam curar as
chagas da filha do meu povo, para Lamentos do profeta sobre a triste
sua ignomínia, dizendo: Paz, paz, sorte de Judã
quando não havia paz. 12Estão con
fundidos, porque cometeram coisas Q 7Quem dará água à minha ca-
abomináveis, ou antes, nem a pró * beça, e uma fonte de lágrimas
pria confusão os pôde confundir, nem aos meus olhos? E eu chorarei de
souberam o que era envergonhar-se; dia e de noite os mortos da filha
portanto cairão entre os mortos, no do meu povo?
tempo do seu castigo cairão, diz o 2Quem me dará no deserto um al
Senhor. 13Eu os juntarei todos (para bergue de passageiros, e eu deixarei
os perder) diz o Senhor; não há uva o meu povo, e me apartarei dêles?
nas vides, nem há figos na figueira, Pois todos são adúlteros, um ban
(até) as folhas cairam, e o que eu do de prevaricadores. 3Servem-se
890 PROFECIA DE JEREMIAS 9
da sua língua como dum arco para como tinham aprendido de seus pais.
atirar mentiras e não verdades; tor 15Portanto isto diz o Senhor dos e-
naram-se fortes na terra, porque pas xércitos, o Deus de Israel: Eis que
saram dum crime a outro, e não me alimentarei êste povo com absinto,
conheceram, diz o Senhor. 4Cada um e dar-lhe-ei por bebida água de fel.
guarde-se do seu próximo, e não se 16Eu os dispersarei entre nações
fie de nenhum de seus irmãos, por que nem êle nem seus pais conhece
que o irmão só pensa em perder o ram; e enviarei atrás dêles a espada,
seu irmão, e todo o amigo anda com até serem exterminados.
falsidade. 5Cada um dêles ri-se do 17Isto diz o Senhor dos exércitos, o
seu irmão, e não dizem a verdade; Deus de Israel: Procurai e chamai
porque habituaram a sua língua a carpideiras, e que venham; e mandai
dizer a mentira; estudaram como ha procurar aquelas que são hábeis e
viam de fazer o mal. °A tua habi que se apressem; 18apressem-se e
tação (6 Jeremias) é no meio do en principiem o lamento sôbre nós; der
gano; por amor do engano recusa ramem lágrimas os nossos olhos, e
ram conhecer-me, diz o Senhor. P o r as nossas pálpebras desfaçam-se em
tanto, isto diz o Senhor dos exérci água; 19porque de Sião já se ouvem
tos: Eis que os fundirei e provarei gritos lúgubres ( que dizem) : Como
ao fogo; porque, que outra coisa fomos destruídos e cobertos de con
posso fazer a respeito da filha do fusão? Abandonamos a nossa terra,
meu povo (senão castigá-la)? 8A lin- e foram derribadas as nossas casas.
gua dêles é uma seta que fere, fala 20Ouvi, pois, mulheres, a palavra do
(sempre) para enganar, com os seus Senhor, e recebam os vossos ouvidos
lábios anunciam a paz ao seu ami os discursos da sua bôca, e ensinai
go, e ocultamente armam-lhe cila à vossas filhas cantos lúgubres, e ca
das. Porven tura não hei de punir da uma à sua vizinha, lamentações,
eu êstes excessos? diz o Senhor. Ou 21porque a morte subiu pelas nossas
hei de deixar de me vingar duma janelas, e entrou nas nossas casas,
tal gente? para exterminar as nossas crianças
l0Sôbre os montes romperei em nas ruas, e os nossos jovens nas
chôro e lamento, e sôbre os lugares praças.
amenos do deserto desafogarei em A verdadeira glória
pranto, porque foram incendiados, de
maneira que não há homem que pas 22Dize: Assim fala o Senhor: Cairão
se por ali, e não se ouve já aí a voz os cadáveres dos homens como estér
de quem os possuía; desde a ave do eo sôbre um campo, e como feno pa
céu até aos animais, tudo emigrou ra trás do segador, e não haverá
e se retirou. nEu reduzirei Jerusa quem os recolha. 23Isto diz o Senhor:
lém a montões de areia (diz o Se Não se glorie o sábio no seu saber,
nhor), e a covis de dragões; e en nem se glorie o forte na sua fôrça,
tregarei as cidades de Judá à desola nem se glorie o rico nas suas ri
ção, sem que fique nelas um só mo quezas; 24porém aquêle que se glo
rador. 12Quem é o homem sábio que ria, glorie-se em me conhecer e em
entenda isto, e a quem se dirija a saber que eu sou o Senhor que exerço
palavra da bôca do Senhor, a fim a misericórdia e a eqüidade e a jus
de que anuncie por que causa foi tiça sôbre a terra; porque são estas
destruído êste país, e foi abrasado coisas que me agradam, diz o Senhor.
como um deserto, de maneira que 25Eis que vêm dias, diz o Senhor,
não há quem passe por êle? 13E o em que visitarei (para os castigar),
Senhor disse: É porque êles aban todos os que são circuncidados (e os
donaram a lei que lhes dei, e não que não são), Egito, e Judá, e
ouviram a minha voz, nem a segui Edom, e os filhos de Amom, e Moab,
ram, 14mas foram atrás do seu de e todos os que trazem o cabelo cor
pravado coração, e atrás dos ídolos, tado (em redondo), e que habitam
Cap. IX — 26. Trazem o cabelo. . . Êste costume, seguido por diversos povos gentios,
era proibido aos Hebreus.
9 - 1 0 PROFECIA DE JEREM IAS 891
não pode andar nem dirigir os seus salérn. 10Tornararn às antigas mal-
passos. 24Castiga-me, Senhor, porém dades de seus pais, que não quiseram
seja isto segundo a justiça, e não no ouvir as minhas palavras; e êstes
teu furor, para que não suceda que também foram após deuses estranhos
me reduzas a nada. 25Derrama a tua para os servir; a casa de Israel e a
indignação sôbre as nações que te casa de Judá romperam a aliança,
não conhecem, e sôbre as províncias que eu fiz com seus pais. “ Por isso,
que não invocam o teu nome, por isto diz o Senhor: Eis que farei vir
que devoraram Jacó, e consumiram- sôbre êles calamidades, das quais
no inteiramente, e dissiparam a não poderão sair, e clamarão a mim,
sua glória. e eu não os ouvirei. 12E as cidades
de Judá e os moradores de Jerusa
Os violadores da aliança lém irão e clamarão aos deuses, a
serão irrevogàvelmente punidos quem oferecem libações, e êstes não
os salvarão no tempo da sua aflição.
I 1 P a la v ra que foi dirigida pelo 13Porque os teus deuses, ó Judá, eram
II Senhor a Jeremias nos têrmos tantos como as tuas cidades; e em
seguintes: 2Ouvi as palavras desta cada uma das tuas ruas, ó Jerusa
aliança, e falai aos homens de Ju- lém, puseste altares de ignomínia, al
dá e aos habitantes de Jerusalém; tares para ofereceres libações a Baal.
3e (tu, 6 Jeremias) lhes dirás: Isto 14Tu, pois, não intercedas por êste
diz o Senhor Deus de Israel: Maldi povo, e não empreendas por êle lou
to o homem que não ouvir as pala vor algum nem oração; porque eu
vras desta aliança, 4a qual eu fiz não os ouvirei no tempo em que êles
com vossos pais no dia em que os ti clamarem a mim, no tempo da sua
rei da terra do Egito, uaquela fo r aflição. 15Como é que êsse (p ovo)
nalha de ferro, dizendo: Ouvi a mi ue eu amo, cometeu tantas malda-
nha voz, e fazei tôdas as coisas que es na minha casa? Porventura as
vos mando, e sereis o meu povo, e carnes sacrificadas (das vítimas, 6
eu serei o vosso Deus; 6para que eu povo insensato) apartarão de ti as
renove (e cumpra) o juramento que tuas malícias, em que te gloriaste?
fiz a vossos pais, de que lhes daria 10O Senhor pôs-te o nome de oliveira
uma terra que manasse leite e mel, fecunda, formosa, fértil, vistosa; (mas
como se vê (cum prido) no dia de depois), à voz da sua palavra, acen-
hoje. E respondi e disse: assim se deu-se nela um grande fogo, e quei
ja, Senhor. 6E o Senhor me disse: maram-se as suas ramas. 17E o Se
Prega em alta voz tôdas estas pala nhor dos exércitos, que te plantou,
vras nas cidades de Judá e fora de pronunciou calamidades contra ti,
Jerusalém, dizendo: Ouvi as palavras por causa das maldades da casa de
desta aliança, e observai-as, 7porque Israel e da casa de Judá, que come
eu conjurei com instância os vossos teram para me irritar, oferecendo
pais desde o dia em que os tirei da libações a Baal.
terra do Egito até hoje, admoestan-
do-os e dizendo-lhes continuàmente: Conspiração contra Jeremias
Ouvi a minha voz. 8E não a ouvi
ram, nem prestaram ouvidos, mas 18Mas tu, Senhor, assim mo mos
cada um seguiu a depravação do seu traste, e eu o conheci; tu então me
coração maligno; e descarreguei sô descobriste os seus (depravados) in-
bre êles todo o castigo que estava tentos. lbE eu era como um manso
escrito naquela aliança, que lhes cordeiro, que é levado a ser vítima;
mandei observar, e que não obser e não soube que êles formavam de
varam. sígnios contra mim, dizendo: Ponha
°E o Senhor disse-me: Uma conju mos pau no seu pão, e extermine
ração se descobriu entre os varões de mo-lo da terra dos vivos, e não haja
Judá, e entre os moradores de Jeru- mais memória no seu nome.
Cap. X I — 9. Urna conjuração, isto é, um abandono premeditado d a lei do Senhor.
19. Ponhamos pau. . . Segundo o hebreu: Destruamos a árvore com o seu pão, isto 6,
com o seu fruto. Locução proverbial para significar uma destruição completa.
11 - 12 PROFECIA DE JEREMIAS 893
Deus o vingará mãos e os da casa de teu pai com
batem contra ti, e clamam após de
20Mas tu, Senhor dos exércitos, que ti a grandes vozes: Não te fies nêles,
julgas segundo a eqüidade, e que (mesmo) quando te falarem com
sondas os afetos e os corações, faze doçura.
que eu veja as vinganças que toma
rás dêles, pois a ti confiei a minha Israel será entregue aos seus
causa. “ Portanto assim fala o Se inimigos
nhor aos habitantes de Anatot, que 7(Para os castigar, diz o Senhor)
atentam contra a minha vida e di deixei a minha casa (ou tem plo), a-
zem: Não profetizarás em nome do bandonei a minha herança; entreguei
Senhor, se não queres morrer às a que era as delícias da minha alma
nossas mãos. 22Portanto isto diz o nas mãos dos seus inimigos. 8A mi
Senhor dos exércitos: Eis que os nha herança (o meu povo) tornou-
castigarei; os jovens morrerão à es se para mim como um leão entre
pada, os seus filhos e as suas filhas selvas; levantou a voz (blasfeman
morrerão de fome. 23E não ficarão do) contra mim; por isso eu a abor-
relíquias dêles, porque enviarei des reci. “Porventura é para mim a mi
ditas sôbre os habitantes de Anatot, nha herança como uma ave de vá
guando chegar o tempo do seu cas rias cores? Porventura é como a ave
tigo. pintada por todo o corpo? Vinde,
Por que os ímpios prosperam? congregai-vos todos vos animais da
terra, apressai-vos a devorá-la. “ Nu
10 lTu és muito justo, ó Senhor, merosos pastores destruíram a mi
para que eu dispute contigo; nha vinha, pisaram a minha proprie
todavia eu te direi coisas justas. Por dade, trocaram a minha deliciosa he
que motivo é próspero o caminho rança em deserto de, solidão. “ Devas-
dos ímpios, e sucede bem a todos os taram-na, e ela está de luto diante
que prevaricam e fazem mal? P la n de mim; foi inteiramente desolada
taste-os (no mundo), e lançaram raí toda a terra (de Judá), porque não
zes; medram e dão fruto; estás per há ninguém que considere no seu
to dos seus lábios, porém longe do coração. 12Por todos os caminhos do
seu coração. 3E tu, Senhor, me co deserto chegam devastadores, porque
nheces, e me viste, e tens experi a espada do Senhor devorará o país,
mentado que o meu coração está desde um extremo ao outro, não há
contigo. Junta-os como rebanho pa paz para nenhum vivente. “ Semea
ra o degoladouro, e destina-os para ram trigo, e colheram espinhos; re
o dia da matança. 4A té quando há ceberam a herança, mas não lhes
de chorar a terra, e secar-se a erva aproveitará; envergonhados sereis de
de todo o campo por causa da mal vossos frutos, por causa da grande
dade dos seus habitantes? Pereceram cólera do Senhor.
(para êles) os animais e as aves, Sorte futura dos vizinhos de Israel
porque disseram: Êle não verá o
nosso fim. 14Mas isto diz o Senhor contra to
5Se te fatigaste em seguir, corren dos os meus vizinhos péssimos, que
do, os que iam a pé, como poderás tocam (ou usurpam) a herança que
competir com os que vão a cavalo? reparti pelo meu povo de Israel: Eis
E, se (nao) estiveste em sossêgo nu que os arrancarei da sua terra, e ar
ma terra de paz, que farás no meio rancarei a casa de Judá do meio dê
da soberba do Jordão (povoado de les. 15E, quando os tiver arrancado,
feras)? °Porque os teus próprios ir voltar-me-ei, e terei piedade dêles;
Cap. X I I — 4. N ão v e r á ... Os pecadores, aos quais tudo corria bem, diziam irônica-
mente que Jeremias não havia de ver o fim, a ruína dêles, porque as suas am eaças não se
realizariam.
5. Frases proverbiais: se não podes suportar males de pouca importância, como poderás
suportar males grandes,
10. Numerosos pastores, isto é, os reis pagãos.
15. Ê aqui anunciada a conversão futura dos pagãos, por meio de Cristo e da sua Igreja.
894 PROFECIA DE JEREMIAS 12 - 13
e os farei voltar cada um à sua he casa de Israel, e tôda a casa de Judá,
rança, e cada um à sua terra. 16E diz o Senhor, para que fossem o meu
se eles, escarmentados, aprenderem povo, e o meu nome, e o meu louvor,
os caminhos do meu povo, de manei e a minha glória; e (apesar disso)
ra que jurem em meu nome (dizen não me ouviram.
d o): Vive o Senhor, assim como en Os Judeus serão quebrados
sinaram o meu povo a jurar por como vasilhas
Baal, (então) serão estabelecidos no
meio do meu povo. 17Porém, se não 12Por isso lhes dirás estas pala
ouvirem, arrancarei pela raiz e ex vras: Isto diz o Senhor Deus de Is
terminarei aquela gente, diz o Senhor. rael: Tôdas as vasilhas se encherão
Ação simbólica relativa ao cinto
de vinho. E êles te dirão: Acaso
de Jeremias
ignoramos que (em anos abundan
tes) tôdas as vasilhas se encherão
13 2Eis o que o Senhor me disse: de vinho? 13E tu lhes dirás: Isto
Vai, e compra para ti um cin diz o Senhor: Eis que encherei de
to de linho, e cinge-te com êle, e embriaguez todos os habitantes des
não o metas na água. 2E comprei um ta terra, e os reis da estirpe de Da
cinto conforme a palavra do Senhor, vi, que se sentam sôbre o seu tro
e o pus à roda dos meus rins. 3E no, e os sacerdotes, e os profetas, e
foi-m e dirigida segunda vez a pala todos os habitantes de Jerusalém;
vra do Senhor, a qual dizia: 4Toma 14e dispersá-los-ei (separando) o ir
o cinto que compraste, que tens à mão do seu irmão, e igualmente os
roda dos teus rins, e, levantando-te, pais dos filhos, diz o Senhor. Não
vai ao Eufrates, e esconde-o ali no perdoarei, e não me aplacarei, nem
buraco duma pedra. 5Fui, e escondi-o usarei de clemência para deixar de
no Eufrates, como o Senhor mo ha os destruir.
via mandado. °E sucedeu que, pas Exortação à penitência
sados muitos dias, me disse o Se
nhor: Levanta-te, vai ao Eufrates, 15Ouvi e escutai com atenção:
e toma dali o cinto, que te mandei Não vos ensoberbeçais, porque o
esconder lã. 7E fui ao Eufrates, e Senhor falou. 16Dai glória ao Se
cavei, e tomei o cinto do lugar onde nhor vosso Deus, ( arrependei-vos)
o tinha escondido; e vi que o cinto antes que sobrevenham as trevas
já tinha apodrecido, de tal sorte que ida tribulaçao), e antes que trope
não servia para uso algum. 8E foi- cem vossos pés nos montes tenebro
me dirigida a palavra do Senhor, sos; (então) esperareis luz, e (o Se
nos têrmos seguintes: nhor) mudá-la-á em sombra de
9Eis o que diz o Senhor: Assim morte e em escuridão. 17Se não ou
farei apodrecer a soberba de Judá, virdes isto, chorará a minha alma
e o grande orgulho de Jerusalém. em segrêdo, ao ver a vossa sober
10Êste povo perversíssimo, que não ba; chorará amargamente, e os
quer ouvir as minhas palavras, e an meus olhos derramarão rios de lá
da na maldade do seu coração, e vai grimas, porque foi cativo o rebanho
após os deuses estranhos, para os do Senhor.
servir e os adorar, virá a ser como Fredição dos castigos de’ Deus
êsse cinto, que para nenhum uso é
bom. “ Porque, assim como um cin 18Dize ao rei e à rainha: Humi-
to se une aos rins do homem, assim lhai-vos, sentai-vos no chão, porque
eu uni estreitamente comigo tôda a a coroa da vossa glória caiu da vos-
Cap. X I I I — 1. O cinto de linho, da mesma matéria que os vestidos sacerdotais, repre
senta Israel, reino santo e sacerdotal. — Cinge-te com êle. E sta ação simboliza a aliança
íntima que existia entre Deus e o seu povo. — N ão o metas na água, a fim de que permane
ça fresco e novo.
4. A o Eufrates. Anúncio do exilio de Judá em Babilônia.
7. o cinto apodrecido simboliza a m assa impia dos Judeus deportados, ou a corrupção
m oral produzida em Israel pela invasão da idolatria.
13. Encherei de embriaguez com o vinho de minha cólera.
13 - 14 PROFECIA DE JEREMIAS 895
29 - B íblia Sagrada
898 PROFECIA DE JEREMIAS 16 - 17
P r o f e t iz a o c a tiv e iro p o r c a usa dos não aproveitou. 20É possível que um
fa ls o s deuses homem faça deuses para si, quando
êles não são deuses? 21Pelo que eu
1C'E, quando anunciares a êste povo lhes mostrarei, esta vez, mostrar-
tôdas estas coisas, e te disserem: Por -lhes-ei a minha mão e o meu poder,
que pronunciou o Senhor contra nós e saberão que o meu nome é Senhor.
todo êste grande mal? Que iniqüi-
dade é a nossa? E que pecado é o O s o b stin a d o s J u d e u s se rã o p u n id o s.
que nós cometemos contra o Senhor B ênç ão s e m a ld iç õe s
nosso Deus? nTu lhes dirás: É por
que vossos pais me abandonaram, diz 1 7 xO pecado de Judá está escri-
o Senhor, e foram após os deuses es * 6 to com um ponteiro de fe r
tranhos, e os serviram, e os adora ro numa ponta de diamante; está
ram; e a mim abandonaram-me, e gravado sôbre a tábua do seu cora
não guardaram a minha lei. 12E vós ção, e sôbre ângulos (sacrílegos) das
mesmos ainda fizestes pior do que suas aras. 2Visto que os seus fi
vossos pais; porque cada um vai atrás lhos se lembram das suas armas, e
da corrupção do seu mau coração, dos seus bosques, e das árvores fron
para me nãò dar ouvidos. 13Eu vos dosas nos montes altos (dedicados
expulsarei desta terra para uma ter aos ídolos), 3e dos sacrifícios que o-
ra que não conheceis, nem vós, nem ferecem nos campos, entregarei ao
v o s s o s pais; e servireis ali a deuses saque a tua fortaleza, e todos os teus
estranhos de dia e de noite, os quais tesouros, os teus lugares altos (em
vos não darão descanso. “ Portan que adoras os ídolos), por causa dos
to virão dias, diz o Senhor, em que pecados cometidos por ti em tôdas
não se dirá mais: Vive o Senhor, que as tuas terras. 4E ficarás só, despo
tirou os filhos de Israel da terra do jada da herança que te dei; e te farei
Egito, 15mas sim: Vive o Senhoç, que servir aos teus inimigos na terra, que
tirou os filhos de Israel do aqui- não conheces, porquanto ateaste o
lão, e de tôdas as terras, para on fogo da minha cólera, que arderá
de os expulsei, e fá-los-ei voltar a sempre.
esta sua terra, que dei a seus pais. M á x im a s d iv e rs a s
16Eis que mandarei muitos pesca
dores, diz o Senhor, e êles os pesca Tsto diz o Senhor: Maldito o ho
rão; e, depois disto, lhes enviarei mem que confia no homem (e não
muitos caçadores, e caçá-los-ão de to em Deus), e se apoia num braço de
do o monte, e de todo o outeiro, e carne, e cujo coração se retira do
das cavernas dos penhascos. 17P or- Senhor. 6Porque será (infruUioso)
que os meus olhos estão postos so como as tamargueiras no deserto, e
bre todos os seus caminhos; não se não verá chegar o bem, mas habita
me esconde da minha presença, e rá em secura no deserto, numa ter
não se encobriu aos meus olhos a sua ra salobra e inabitável. 7Bern-aven-
iniquidade. 18E primeiramente pa turado o homem que confia no Se
garei em dôbro as suas maldades e nhor, e de quem o Senhor é a es
pecados; porque contaminaram a perança. 8Será como a árvore, que
minha terra com os corpos mortos é transplantada sôbre as águas, a qual
sacrificados aos seus ídolos e enche estende as suas raízes para a umi
ram a minha herança com as suas dade, e não temerá (a secura), quan
abominações. do vier o calor. Será (sempre) ver
10Senhor, fortaleza minha, e meu de a sua fôlha, e em tempo de se
amparo, e meu refúgio no dia da tri- ca não terá míngua, nem jamais dei
bulação, a ti virão as gentes desde xará de dar fruto.
as extremidades da terra, e dirão: 9Depravado é o coração de todos
Verdadeiramente nossos pais possuí (os homens), e impenetrável; quem
ram a mentira, a vaidade, que lhes o poderá conhecer? 10Eu sou o Se-
Cap. X V I — 14-15. Depois das ameaças anteriores, Deus promete que voltarão do cati
veiro de Babilônia, fato que será mais maravilhoso do que a saída do Egito.
16. Pescadores, caçadores, isto é, os Caldeus.
17 - 18 PROFECIA DE JEREMIAS 899
nhor que esquadrinho o coração, e ordenei a vossos pais. J3Porém não
que sondo os afetos; eu dou a cada ouviram, nem inclinaram o seu ouvi
um segundo o seu proceder, e se do, mas endureceram a sua cerviz,
gundo o mérito das suas obras. “ Co para não me ouvirem nem recebe
mo a perdiz que choca os ovos que rem a instrução.
não pôs, assim o que junta riquezas ■’4Apesar disso, se me ouvirdes, diz
por meios injustos, no meio de seus o Senhor, de sorte que não metais
dias terá que as deixar, e no seu cargas pelas portas desta cidade no
fim será um insensato. dia do sábado, e, se santificardes o
dia do sábado, sem fazer nêle obra
O ração de J e re m ia s
alguma servil, 23entrarão pelas portas
120 trono da glória do altíssimo é desta cidade reis e príncipes, que se
desde o princípio o lugar da nossa sentarão sôbre o trono de Davi, e su
santificação. i:iSenhor, tu és a es birão sôbre coches e cavalos, êles e
perança de Israel; todos os que te os seus príncipes, os varões de Judá,
abandonam serão confundidos; os que e os moradores de Jerusalém, e se
se afastam de ti, serão inscritos so rá para sempre povoada esta cidade.
bre a terra, porque deixaram o Se -6E virão das cidades de Judá, e dos
nhor, que é a fonte das águas vivas. contornos de Jerusalém, e da terra
14Cura-me, Senhor, e eu serei cura de Benjamim, e das planícies, e dois
do; salva-me, e serei salvo; porque montes, e do meio-dia. trazendo ho-
tu és a minha glória. 15Eis me es locaustos, e vítimas, e sacrifícios, e
tão êles dizendo (ironicamente): incenso, e os oferecerão na casa do
Onde está a palavra do Senhor? Que Senhor. -7Mas, se não me ouvirdes
se cumpra. lfiMas eu não me turbei, em santificar o dia do sábado, e em
seguindo-te como meu pastor; nem não transportar cargas, nem em não
desejei dia (ou favor) de homem as meter pelas portas de Jerusalém
(algum)\ tu bem o sabes. O que saiu no dia do sábado, pegarei fogo às
dos meus lábios foi reto na tua pre portas, e êle devorará as casas de
sença. nNão me sejas motivo de Jerusalém, e não se apagará.
mêdo, tu, (o Senhor) esperança mi
J u d á n a m ão de D e u s é como u m va
nha no dia da aflição. lsSejam con so n a mão do o le iro
fundidos os que me perseguem, e não
seja eu confundido; temam êles, e 10 'P alavra que foi dirigida pelo
não tema eu; faze vir sôbre êles o Senhor a Jeremias, nos ter
dia da aflição, e castiga-os com du mos seguintes:
plo açoite. 2Levanta-te, e vai à casa do oleiro,
S a n tific a ç ã o do sábado e lá ouvirás as minhas palavras. 3É
fui à casa do oleiro, e eis que êle es
19Isto me disse o Senhor: Vai, e tava trabalhando sôbre a roda. 4E
põe-te à porta dos filhos do povo, pe quebrou-se a vasilha, que êle esta
la qual entram e saem os reis de va fazendo de barro com as suas
Judá, e vai a tôdas as portas de Je mãos; e, tornando de novo fêz dêle
rusalém; 10e dir-lhes-ás: Ouvi a pa outra vasilha, como bqm lhe aprou-
lavra do Senhor, reis de Judá, e tu, ve fazê-la.
(povo) todo Judá, e todos os mora 5E foi-me dirigida a palavra do Se
dores de Jerusalém, que entrais por nhor, nos têrmos seguintes: 'Porven
estas portas. 21Isto diz o Senhor: Cui tura não poderei eu fazer de vós, ca
dai das vossas almas, e não queirais sa de Israel, como êste oleiro? diz
transportar cargas no dia do sába o Senhor. Vêde que, como o bar
do, nem as introduzais pelas portas ro está na mão do oleiro, assim vós
de Jerusalém; 22e não façais tirar estais na minha mão, casa de Israel.
cargas de vossas casas no dia do sá 7De repente falarei contra um povo
bado, nem façais obra servil alguma; e contra um reino, para o desarrai-
santifieai o dia do sábado, como eu gar, e destruir, e arruinar. 8(Porém )
Cap. X IX — 12. Tornarei esta cidade. .. Tôda a cidade será m anchada pelos cadáve
res, como Tofet o foi pelas práticas idolátricas.
Cap. X X — 7. Tu me seduziste, oferecendo-me o ministério profético, e náo me anun
ciando claramente as perseguições que me esperavam.
902 PROFECIA DE JEREMIAS 20 - 21
Cap. X X II — 6. Galaad era uma região situada a este do Jordão, célebre pelas suas
belas florestas, Alusão ao grandioso palácio real edificado sôbre o monte Sião, e cercado de
bosques magníficos.
904 PROFECIA DE JEREM IAS 22 - 23
cidade, porque não ouviste a minha rei para castigar a malícia dos vos
voz. 22Todos os téus pastores (ó po sos desígnios, diz o Senhor.
v o ) se alimentarão de vento, e os 3E juntarei o resto das minhas o-
teus amigos irão para o cativeiro, e velhas, de tôdas as terras, para on
então serás confundido, e te envergo de eu as tiver lançado, e as farei
nharás de toda a tua malícia. 23*T u voltar aos seus campos, e elas cres
que tens o teu assento no Líbano, e cerão e se multiplicarão. 4E estabe
fazes o teu ninho nos seus cedros, lecerei sôbre elas pastores, que as a-
como gemerás quando te vierem as pascentarão; não terão mais mêdo
dores, como dores da mulher que es nem se atemorizarão, e do seu nú
tá de parto! mero não faltará nenhuma, diz o Se
H(J u ro ) pela minha vida, diz o Se nhor.
nhor, que, ainda que Jeconias, filho Rei Messiânico
de Joaquim, rei de Judá, fôsse um a- 5Eis vêm os dias, diz o Senhor, em
nel na minha mão direita, eu o ar que eu suscitarei a Davi um germe
rancaria dela. 25Eu te entregarei na justo, e reinará um rei, que será sá
mão dos que procuram a tua vida, bio, e praticará a eqiiidade e a justi
e na mão daqueles, cuja vista te cau ça na terra. “Nesses dias Judá será
sa espanto, e na mão de Nabucodo- salvo, e Israel habitará sem temor,
nosor, rei de Babilônia, e na mão e eis o nome por que o chamarão:
dos Caldeus. 26E enviar-te-ei a ti, Senhor nosso justo. 7Por esta causa
e a tua máe ( Noesta), que te deu à eis que vêm os dias, diz o Senhor,
luz, a uma terra estranha, em que em que já não dirão: Vive o Senhor,
não nascestes, e ali morrereis. 27E â que tirou os filhos de Israel da ter
terra (da Judéia), para a qual êles ra do Egito; 8mas sim: Vive o Senhor,
levantam o seu coração, desejosos ,de que tirou e trouxe a linhagem da ca
lá voltarem, não tornarão. 28Acaso sa de Israel da terra do aquilão, e
Jeconias, êste homem tão distinto, é de tôdas as terras, para onde eu os
algum vaso de terra já quebrado? tinha lançado, e habitarão na sua
Acaso é êle um vaso que a ninguém terra.
agrada? Por gue foram rejeitados, Contra os falsos profetas
êle e a sua linhagem, e arrojados
para uma terra, que não conheciam? 9Quanto aos (falsos) profetas, o
^Terra, terra, terra, ouve as pala meu coração (diz Jeremias) está fe i
vras. do Senhor! 30Eis o que aiz o to em pedaços dentro de mim mes
Senhor: Escreve que êste homem se mo, todos os meus ossos se abala
rá estéril, e que nos seus dias nada ram, tornei-me como um homem é-
lhe sucederá bem, pois não sairá da brio, e como um homem cheio de vi
sua linhagem, varão que se sente so nho, contemplando a face do Senhor,
bre o trono de Davi, e que daqui em e à vista das suas santas palavras
diante tenha poder soberano em Ju- (tão desprezadas pelo seu povo).
dá. 10Porque a terra esta cheia de adúlte
Promessa de bons pastores ros, porque a terra chora à vista da
maldição; secaram-se os campos do
JO 'A i dos pastores, que perdem e deserto; a sua carreira tornou-se má,
que despedaçam o rebanho e a sua fortaleza ja não é à mes
da minha pastagem! diz o Senhor. ma. “ Porque o profeta e o sacer
2Portanto, eis o que diz o Senhor Deus dote se corromperam, e na minha
de Israel aos pastores, que apascen casa encontrei os males que eles lá
tam o meu povo: Vós dispersastes as cometeram, diz o Senhor. 12Por is
minhas ovelhas e as afugentastes, e so o seu caminho será como um ca
não as visitastes; eis que vos visita minho escorregadio nas trevas; se
22. os teus pastôres, isto é, os teus príncipes e sacerdotes se alimentarão de vas espe
ranças (d e ven to).
28. Sentimento de dor e de sim patia por um descendente real de Davi.
30. Éste homem, Jeconias, s erá e stéril, isto é, teve filhos, mas será como se os nao ti
vesse, porque nenhum dôles reinará, sôbre Judá.
23 PROFECIA DE JEREM IAS 905
rão impelidos, e cairão nêle; porque viado do seu mau caminho e dos
farei vir sôbre êles males no tem seus tão depravados pensamentos.
po em que eu os visitar, diz o Se
nhor. Os falsos profetas atribuem um
Suas faltas e castigos falso valor aos seus sonhos
13E nos profetas da Samaria vi ex ^Porventura cuidas que eu sou (sò-
travagância; profetizavam em nome mente) Deus de perto, diz o Senhor,
de Baal, e seduziam o meu povo de e não Deus de longe? 24Poderá a l
Israel. 14E aos profetas de Jerusa guém ocultar-se em lugares ocul
lém vi imitar os adúlteros (ou idó tos, sem que eu o veja? diz o Se
latras), e ir após a mentira; e forti nhor. Porventura não encho eu o
ficaram as mãos dos malvados, para céu e a terra? diz o Senhor. “ Eu.
que nenhum se convertesse da sua ouvi o que disseram os profetas, que
malícia; tornaram-se todos fcara mim em meu nome profetizam a menti
como Sodoma, e os moradores de ra, e dizem: Tive Um sonho, tive um
Jerusalém como Gomorra. 15Portan- sonho. “Até quando há de durar
to, isto diz o Senhor dos exércitos esta ( imaginação) no coração dos
aos profetas: Eis que os alimenta profetas que vaticinam a mentira, e
rei com absinto, e lhes darei a be que profetizam as ilusões do seu co
ber fel; porque dos profetas de Je ração? ^Os quais querem fazer que
rusalém é que se derramou a cor o meu povo se esqueça do meu no
rupção sôbre tôda a terra. me pelos sonhos que cada um con
18Isto diz o Senhor dos exércitos: ta ao seu vizinho, assim como os
N ão queirais ouvir as palavras dos seus pais se esqueceram do meu
profetas, que vos profetizam e vos nome, por causa de Baal. ^O pro
enganam: contam as visões do seu feta que tem um sonho, conte o seu
coração, e não (o que sai) da bôca sonho; e o que tem a minha pala
do Senhor. 17Dizem àqueles que me vra anuncie a minha palavra com
blasfemam: O Senhor disse: Vós te tôda a verdade (e ver-se-á) a dife
reis a paz; e a todos aquêles que se rença). Que comparação há entre
guem a perversidade ao seu c o ra a palha e o trigo? diz o Senhor.
ção disseram: Não virá sôbre vós raN ão são as minhas palavras como
mal algum. 18Mas qual dêles assis um fogo, diz o Senhor, e como um
tiu ao conselho do Senhor, e viu e martelo que quebra a pedra?
ouviu a sua palavra? Quem consi “ P or esta causa eis que venho con
derou a sua palavra e a ouviu? 19Eis tra êsses profetas, diz o Senhor, que
que se levantará o redemoinho da roubam as minhas palavras cada um
indignação do Senhor, e a tempes ao seu vizinho. 31Eis que venho con
tade desencadeada cairá sôbre a ca tra êsses profetas, diz o Senhor, que
beça dos ímpios. “ O furor do Se tomam em suas línguas estas pala
nhor não retrocederá até que efetue, vras: Diz o Senhor (não lhes tendo
e cumpra o desígnio do seu coração; ele dito nada). 32Eis que venho con
nos últimos dias entendereis o seu tra os profetas que sonham mentiras,
desígnio (sôbre vós). 21Eu não en diz o Senhor, que as contam e en
viava êstes (falsos) profetas e êles ganam o meu povo com as suas men
corriam; não lhes dizia nada, e êles tiras e os seus milagres, não os ten
profetizavam. 22Se tivessem assisti do eu enviado, nem dado ordem al
do ao meu conselho, e tivessem fei guma a êsses (homens) que nenhum
to saber as minhas palavras ao meu bem têm feito a êsse povo, diz o Se
povo, eu os teria certamente des nhor.
Cap. X X I I I — 23. A ciência de Deus n&o é lim itada como a dos homens, v ê ao longe,
conhecendo tudo o que faziam os falsos profetas.
29. Enquanto que a palavra dos falsos profetas é va, a palavra de Deus é eficaz e oni
potente para cumprir a sua obra.
30. Que roubam. Cometiam um verdadeiro roubo sacrílego, imitando a linguagem dos
profetas verdadeiros.
906 PROFECIA DE JEREMIAS 23 - 25
rás: Isto diz O Senhor dos exércitos: Judá, falou-me o Senhor nos têrmos
Certamente o bebereis; 29porque eis seguintes:
que na cidade, onde o meu nome tem 2Isto diz o Senhor: Põe-te no átrio
sido invocado, vou começar a casti da casa do Senhor, e falarás a tôdas
gar; à vista disso ficareis vós sem as cidades de Judá, donde vem gente
castigo, como se fôsseis inocentes? para adorar na casa do Senhor, a -
N ão escapareis, porque eu desembai- nunciarás tôdas as palavras que eu
nho já a minha espada contra todos te tenho mandado que lhes anuncies;
os habitantes da terra, diz o Senhor não omitas uma só palavra; 3para ver
dos exércitos. se acaso êles te ouvem e se conver
30E tu lhes profetizarás tôdas estas tem cada um do seu mau caminho, e
coisas, e lhes dirás: O Senhor rugi- a fim de que eu me arrependa (ou
rá (como um leão) do alto, e da sua desista) do mal que tenho tenção de
santa morada fará ouvir a sua voz, lhes fazer, por causa da malícia das
rugirá fortemente contra o lugar da suas paixões. 4E lhes dirás: Isto diz
sua glória; um canto semelhante ao o Senhor: Se não me ouvirdes, e se
dos pisadores de uvas será cantado não andardes segundo a lei que eu
contra todos os habitantes da terra. vos dei, 5ouvindo as palavras dos
31Chegou o estrondo até às extremida meus profetas, os servos que eu com
des da terra, porque o Senhor entra tanta solicitude vos enviei e dirigi a
em juízo com as gentes, êle mesmo vós, e os quais não ouvistes, °eu farei
é o que julga toda a carne. Entre- a esta casa o que fiz a Silo, e farei
güei os ímpios à espada, diz o Senhor. que esta cidade seja objeto da m al
82Isto diz ( também) o Senhor dos dição de tôdas as nações da terra.
exércitos: Eis que passará a aflição Os sacerdotes e os profetas
dum povo a outro, e uma grande tem querem que êle morra
pestade sairá das extremidades da ter
ra. 33E aquêles que o Senhor entre 7E os sacerdotes, e os profetas, e
ga r à morte naquele dia ficarão es-' todo o povo ouviram Jeremias profe
tendidos desde um polo da terra até rindo estas palavras na casa do Se
ao outro polo, não serão chorados, nhor. 8E, tendo Jeremias acabado de
nem recolhidos, nem enterrados; como dizer tudo o que o Senhor lhe tinha
estéreo jazerão sôbre a face da terra. ordenado que dissesse a todo o povo,
34Uivai, pastores, e gritai, e cobri- os sacerdotes, os (falsos) profetas e
vos de cinza, vós que sois os chefes todo o povo pegaram nêle, dizendo:
do rebanho; porque estão cumpridos É necessário que morra. 9Por que pro
os vossos dias, em que haveis de ser fetizou êle em nome do Senhor, di
mortos, e ficareis dispersos, e caireis zendo: Esta casa será tratada como
como vasos preciosos. 3 45E os pasto Silo, e esta cidade será destruida, sem
res não poderão escapar nem salvar- que fique ninguém que a habite? E
se os chefes do rebanho. 36Ouvir-se-ão todo o povo se juntou contra Jere
gritos dos pastores e os alaridos dos mias na casa do Senhor.
chefes do rebanho, porque o Senhor
destruiu os seus pastos. 37E nas a- £ absolvido pelos príncipes
menas campinas reinará um triste si e pelo povo
lêncio, à vista da ira do furor do Se 10E os príncipes de Judá ouviram
nhor. 38(O Senhor) deixou como leão estas palavras, e subiram da casa do
o seu retiro; em êrmo foi convertida rei, à casa do Senhor, e sentaram-se
a terra dêles, diante da ira da pom à entrada da porta nova da casa do
ba, e diante da indignação do Senhor. Senhor. “ Então falaram os sacerdo
Jeremias profetiza a ruína de tes e os profetas aos príncipes e a
Jerusalém todo o povo, dizendo: Este homem é
réu de morte, porque profetizou con
2(5 JN o princípio do reinado de Joa- tra esta cidade, como vós ouvistes
quim, filho de Josias, rei de com os vossos ouvidos. 12E Jeremias
34. Palavras dirigidas aos príncipes, sacerdotes e a todos os que mandavam.
38. D a p o m b a , isto é, dos Babilônios, que tinham a pomba como insfgnia.
26 - 27 PROFECIA DE JEREM IAS 90b
Cap. X X IX — 15. Suscitou-nos profetas que nos fazem esperar o contrário do que dizes.
Jeremias, no vers. 16 e seguintes, vai d ar um sinal próximo da verdade dos seus oráculos.
912 PROFECIA DE JEREM IAS. 29 - 30
tranhos 9*m as servirão o senhor seu nas tendas de Jacó, e terei compaixão
Deus, e (o filho de) Davi, seu rei, das suas casas, e a cidade será edifi-
que eu lhes suscitarei. cada na sua colina, e o templo será
fundado segundo o seu estado (ante
Israel antes de ser restaurado será rior). 19E sairão dêles louvores e g ri
castigado por causa de seus tos de júbilo, e os multiplicarei, e
pecados não serão mais humilhados. “E os
seus filhos serão como eram no prin
10Tu, pois, servo meu Jacó, não te cipio, e a sua congregação permane-
mas, diz o Senhor, nem te espantes, cerá diante de mim; e castigarei to
Israel, porque eu hei de tirar-te des dos os seus opressores. 21E dêles nas
ta terra longínqua, e hei de tirar os cerá o seu capitão, e o seu príncipe
teus descendentes da terra do seu ca sairá do meio dêle; e o aplicarei e
tiveiro; e Jacó voltará (a terra que êle se aproximará de mim. Quem
lhe dei), e repousará e abundará em é, pois, aquêle que aplicará o seu co
todos os bens, e não terá ninguém a ração a aproximar-se de mim? diz o
temer; Uporque eu sou contigo pa Senhor. 22E vós sereis o meu povo,
ra te salvar, diz o Senhor. Eu destrui e eu serei o vosso Deus. i3(Porém ) eis
rei tôdas as nações, entre as quais que o redemoinho do Senhor, o seu
te dispersei; a ti, porém, não te des furor impetuoso, a sua tempestade
truirei inteiramente, mas castigar-te- iminente, tudo vai cair sôbre a cabe
-ei com eqüidade, para que te não te ça dos ímpios. 240 Senhor não apar
nhas por inocente. tará o furor da sua indignação, sem
.. 12Assim fala o Senhor: Incurável ter executado e cumprido os desígnios
é a tua fratura, maligníssima a tua de seu coração; no último dia enten
chàga. 13Não há quem forme um ju í dereis estas coisas.
zo 7exato) do teu mal para o curar;
os remédios que aplicam são inúteis. Fim do exílio para as dez tribos
,4Todos os que te amavam, esquece
ram-se de ti, e não te buscam, por ^1 7Naquele tempo, diz o Senhor,
que eu te feri "como inimigo, e casti- ■* eu serei o Deus de tôdas as
guei-te cruelmente, por causa da mul famílias de Israel, e êles serão o meu
tidão das tuas maldades, e do teu povo. 2Isto diz o Senhor: O povo,
endurecimento no pecado. 15Por que que tinha escapado da espada, achou
gritas sôbre o teu tormento? Incurá
graça no deserto; Israel irá para o
vel é a tua dor; por causa da mul
tidão das tuas maldades e do teu en seu descanso. 3De longe (responde
durecimento no pecado, é que eu te Israel) se me deixou ver o Senhor.
tratei assim. 16Mas todos os que te Eu amei-te (continua o Senhor) com
devoram serão devorados; e todos os amor eterno, por isso, compadecido
teus inimigos serão levados para o de ti, te atraí a mim. 4E de movo te
cativeiro; e os que te destroem, serão edificarei e serás edificada, ó virgem
destruídos, e entregarei ao saque to de Israel: ainda hás de ser adornada
dos os que te saqueiam. 17Porque eu dos teus atabales, e hás de sair no
fecharei a cicatriz da tua chaga, e meio de danças alegres. 5Ainda hás
curar-te-ei das tuas feridas, diz o Se de plantar vinhas nos montes da Sa-
nhor. Êles chamaram-te, ó Sião, a maria; plantarão os plantadores, e,
repudiada. Esta é (dizem) a que não enquanto não chegar o tempo não
tinha quem a buscasse. vindimarão. 6Porque há de vir um
dia em que os guardas (ou chefes do
Depois da volta do exílio virá o
Cristo
meu povo) gritarão sôbre o monte de
Efraim : Levantai-vos, e subamos a
ls(Por isso) diz o Senhor: Eis que Sião, ao (templo do) Senhor nosso
farei voltar os cativos que habitam Deus.
Cap. X X X I — 14. Em briagarei. .. Modo prático de dizer que o povo oferecerá uma tal
quantidade de sacrifícios, que a parte reservada aos sacerdotes será abundantíssima.
15. Raquel, mãe de José, representa aqui tôdas as ma.es Israelitas, chorando os seus f i
lhos exilados, que elas consideram como se tivessem morrido.
22. Uma mulher virgem conceberá no seu seio (cerca rá ), por obra do Espírito Santo,
um homem e Deus ao mesmo tempo, que será o Messias.
26. P or is s o ... São palavras de Jeremias.
31 - 32 PROFECIA DE JEREMIAS 915
tei como dum sono, e olhei, e o meu ra sempre. 37Isto diz o Senhor: Se
sono foi doce para mim. puderem ser medidos os céus para ci
27Eis vêm os dias, diz o Senhor, ma e sondados os fundamentos da
em que eu semearei a casa de Israel terra para baixo, então eu abando
e a casa de Judá de semente de ho narei tôda a linhagem de Israel por
mens e de semente de animais. 28E, tôdas as coisas que fizeram, diz o
assim como vigiei sôbre êles para de- Senhor.
sarraigar, e demolir, e dissipar, e ar N ova J e ru s a lé m
ruinar, e afligir, do mesmo modo vi
giarei sôbre êles para edificar e plan 38Eis que vêm os dias, diz o Se
tar, diz o Senhor. nhor, em que será edificada pelo Se
•“Naqueles dias não se ouvirá mais nhor esta cidade, desde a tôrre de
dizer: Os pais comeram uvas verdes, Hanameel até à porta do ângulo. 39E
e os dentes dos filhos são os que fi estender-se-á mais adiante o cordel
caram botos. 3üMas cada um morrerá de medir em frente dessa (porta) sô
na sua iniqüidade; todo o homem bre o outeiro de Gareb, e dará volta
que comer uvas verdes, a êste é que por Goata, 40e por todo o vale dos
ficarão botos os dentes. cadáveres e da cinza, e por tôda a re
gião da morte, até à torrente do Ce-
A v e lh a a lia n ç a suced erá a nova dron, e até ao ângulo da porta dos
cavalos, que está ao oriente; (êste lu
^Eis virão dias, diz o Senhor, em gar) será consagrado ao Senhor; não
que eu farei nova aliança com a ca será jamais devastado nem destruído.
sa de Israel e com a casa de Judá;
32não como a aliança que eu fiz com J e re m ia s co m p ra u m campo por
seus pais no dia em que os tomei pe o rd e m do S e n h o r
la mão, para os tirar da terra do E -
gito, aliança que êles violaram; e ->2 *Palavra que foi dirigida a Je-
(por isso) fiz sentir sôbre êles o meu remias pelo Senhor, no déci
poder, diz o Senhor. 33Mas eis a alian mo ano de Sedecias, rei de Judá, que
ça que farei com a casa de Israel, de corresponde ao ano décimo oitavo de
pois daqueles dias, diz o Senhor: Im Nabucodonosor. 2Cercava então o e-
primirei a minha lei nas suas entra xército do rei de Jerusalém, Babilô
nhas, e a escreverei nos seus cora nia, e o profeta Jeremias estava re
ções, e serei o seu Deus, e êles serão cluso no átrio do cárcere que havia
o meu povo. 34E ninguém ensinará na casa do rei de Judá. 3Porque Se
mais ao seu próximo, nem ao seu ir decias, rei de Judá, tinha-o mandado
mão, dizendo: Conhece o Senhor; por prender, dizendo: Por que vaticinas
que todos me conhecerão, desde o dizendo: Isto diz o Senhor: Eis que
mais pequeno até ao maior, diz o Se entregarei esta cidade nas mãos do
nhor; porque perdoarei a sua maldade, rei de Babilônia, e êle a tomará; 4e
e não me lembrarei mais do seu pe Sedecias, rei de Judá, não escapará
cado. da mão dos Caldeus, mas será entre
A n o v a a lia n ç a se rá e te rn a
gue nas mãos do rei de Babilônia,
e falará com êle bôca a bôca, e os
35Isto diz o Senhor, que dá o sol seus olhos verão os olhos dêle; 6e
para a luz do dia, e o curso da lua Sedecias será levado por êle para B a
e das estréias para a luz da noite; bilônia, e ali estará até que eu o vi
que agita o mar, e logo soam as suas site, diz o Senhor, e, se pelejardes
ondas; Senhor dos exércitos é o seu contra os Caldeus, não tereis bom su
nome. S6Se faltarem estas leis diante cesso?
de mim, diz o Senhor, então poderá 6Jeremias, pois, (estando preso) dis
também a linhagem de Israel deixar se: Foi-me dirigida a palavra do Se
de ser diante de mim uma nação pa7 2 nhor, a qual dizia: 7Eis que teu pri
mo Hanameel, filho de Selum, virá o teu nome. 19*G rande em teus conse
ter contigo, dizendo: Compra o meu lhos, e incompreensível nos teus de
campo que está em Anatot, porque sígnios; os teus olhos estão abertos
te compete a ti comprá-lo por sêres sôbre todas as obras dos filhos de
o parente mais próximo. 8E veio ter Adão, para retribuíres a cada um se
comigo Hanameel, filho de meu tio gundo as suas obras, e segundo o
paterno, conforme a palavra do Se mérito do seu proceder, ^ u fizes
nhor, ao pátio do cárcere, e disse-me: te milagres e prodígios na terra do
Compra-me o campo que tenho em A - Egito até o dia de hoje, e em Is
natot, na terra de Benjamim, porque rael, e entre os homens, e te fizeste
compete-te a ti por direito de heran um nome qual o que tens hoje. 21Tu
ça possuí-lo, visto sêres o parente tiraste o teu povo de Israel da terra
mais próximo. E eu reconheci que fi do Egito com milagres e com prodí
ra palavra do Senhor. 9E comprei o gios, e com u’a mão forte e um bra
campo a Hanameel, filho de meu tio ço estendido, e com grande terror. 22E
laterno, que está em Anatot, e pesei- lhes deste esta terra, como o tinhas
Í he por êle em dinheiro dezessete si jurado a seus pais que lhes darias
d o s de prata. 10*E fiz uma escritura uma terra, que mana leite e mel. 23ê-
de contrato, e assinei-a e chamei tes les entraram, e tomaram posse dela;
temunhas, e pesei o dinheiro numa mas não obedeceram à tua voz, nem
balança. UE tomei a escritura de com andaram na tua lei; não cumpriram
pra firmada, e as estipulaçoes do con nada do que lhes mandaste que fizes
trato, as cláusulas, e os selos exte sem; e aconteceram-lhes todos êstes
riores, 12e dei esta escritura de com males. 24Eis que estão levantadas as
pra a Baruc, filho de Neri, filho de máquinas de guerra contra a cidade
Maasias, em presença de Hanameel, para ser tomada e entregue nas mãos
meu primo, em presença das teste dos Caldeus, que combatem contra
munhas que tinham assinado a escri ela com espada, com a fome e com
tura de compra, e . em presença de a peste; e tôdas as coisas que dis
todos os Judeus, que estavam sen seste (6 Senhor) , tudo aconteceu, co
tados no átrio do cárcere. 13E dei mo tu mesmo o estás vendo. 25E tu,
ordem a Baruc diante dêles, di Senhor Deus, (não obstante) dizes-
zendo: 14Isto diz o Senhor dos exérci me: Compra um campo por dinhei
tos, o Deus de Israel: Toma estas es ro, e toma testemunhas, tendo sido
crituras, esta escritura de compra cer a cidade entregue nas mãos dos Cal-
rada e esta outra escritura que deus?
está aberta, e mete-as numa vasilha
de barro, para que se possam con D e u s re sp o n d e p ro fe tiz a n d o a
servar muito tempo. 15*P orque eis o d e stru iç ã o de J e ru s a lé m
que diz o Senhor dos exércitos, o Deus 28E foi dirigida a palavra do Se
de Israel: Ainda se hão de comprar nhor a Jeremias, nos têrmos seguin
casas, e campos, e vinhas nesta terra. tes: 27Eis que eu sou o Senhor Deus
J e re m ia s in te rro g a o S e n h o r de tôda a carne; haverá, pois, coisa
sô b re o m o tiv o d essa o rd e m alguma que seja difícil para mim?
28Portanto, isto diz o Senhor: eis que
10E roguei ao Senhor, depois que entregarei esta cidade nas mãos dos
entreguei a escritura de compra a Ba Caldeus, e nas mãos do rei da B abi
ruc, filho de Neri, dizendo: 17Ah, lônia, e êles a tomarão. 29E virão os
ah, ah, Senhor Deus! Foste tu que fi Caldeus pelejar contra esta cidade, e
zeste o céu e a terra com o teu gran lhe porão fogo, e a queimarão, com
de poder e com o teu braço estendi as casas em cujos terraços sacrifica
do; nada te é difícil, 18tu usas de mi vam a Baal, e ofereciam a deuses
sericórdia com milhares, e a iniqüi- estranhos libações, para me irritarem.
dade dos pais a castigas em seus fi 30Porque os filhos de Israel e os fi
lhos depois dêles; o fortíssimo, gran lhos de Judá têm feito incessante
de e poderoso, Senhor dos exércitos é mente o mal diante dos meus olhos
desde a sua mocidade; êstes filhos êste grande mal, assim farei vir sô
de Israel, que até agora me irritam bre êles todo o bem que lhes anuncio.
com as obras das suas mãos, diz o ^E de novo serão possuídos (por seus
Senhor. donos) os campos nesta terra, da
31Porque, esta cidade tornou-se ob qual vós dizeis que está tôda deser
jeto do meu furor e da minha indig ta, por não ter ficado nela nem ho
nação, desde o dia em que a edifica- mem, nem animal, e porque foi entre
ram até êste dia, em que será tirada gue nas mãos dos Caldeus. 44Os cam
de diante da minha presença, 32por pos serão comprados por dinheiro,
causa da maldade que os filhos de e registrados em escritura, e pôr-se-
Israel e os filhos de Judá comete -lhes-á o sêlo, tomar-se-ão teste
ram, provocando-me à ira, êles e os munhas, na terra de Benjamim, e
seus reis, os seus príncipes, e os seus nos arredores de Jerusalém, nas cida
sacerdotes, e os seus profetas, os va des de Judá, e nas cidades das mon
rões de Judá, e os habitantes de Je tanhas, e nas cidades das planícies,
rusalém. 33E voltararmme as costas e nas cidades que estão ao meio-dia;
e não o rosto, quando os ensinava de porque farei voltar os seus cativos,
madrugada e os corrigia, e não qui diz o Senhor.
seram ouvir nem receber a correção.
C o n firm a ç ã o d a s p ro m e ss a s de
34E puseram os seus ídolos na casa,
sa lv a ç ã o
em que o meu nome foi invocado, pa
ra a profanarem. 35E edificaram a 99 JE foi dirigida a palavra do
Baal os altares que estão no vale do Senhor a Jeremias segunda
filho de Enom, para fazerem sacrifí vez, quando ainda estava recluso
cios de seus filhos e de suas filhas no átrio do cárcere, a qual dizia:
a Moloc, coisa que eu nunca lhes 2Isto diz o Senhor, o qual há de fa
mandei, nem me passou pelo pensa zer, e efetivar, e dispor aquilo que
mento que fizessem esta abominação disse; Senhor é o seu nome: in v o c a -
e induzissem Judá a (um tão gran me, e eu te atenderei, e te anuncia
de) pecado. rei coisas grandes e certas quê tu ig
F u tu ra re sta u ra ç ã o dos Judeus
noras.
4Porque isto diz o Senhor Deus de
36E agora, por causà disto, assim Israel às casas do rei de Judá, que
diz o Senhor Deus de Israel a esta foram destruídas, e às fortificações, e
cidade, da qual vós dizeis que será à espada 5dos que vêm pelejar con
entregue nas mãos do rei de Babilô tra os Caldeus, e encher estas casas
nia pela espada, pela fome e pela pes de cadáveres de homens, que eu feri
te : 37Eis que os congregarei de tôdas no meu furor e na minha indigna
as terras, para onde os lancei no ção, escondendo a minha face desta
meu furor, e na minha ira, e na mi cidade, por causa de tôda a sua mal
nha grande indignação; e os trarei dade. 6Eis que fecharei a sua chaga,
a êste lugar, e farei que habitem nê- e lhes darei saúde, e os curarei e lhes
le sem temor. 38E serão o meu povo mostrarei a paz e a verdade que ê-
e eu serei o seu Deus. 39E dar-lhes-ei les me pedem. 7E farei voltar os cati
um mesmo coração e um só caminho, vos de Judá e os cativos de Jerusa
para que me temam todos os dias, lém, e os restabelecerei como (eram)
e lhes vá bem a êles e a seus filhos no princípio. 8E os purificarei d e tô
depois dêles. 40E farei com êles uma das as suas iniqüidades, com que
aliança eterna, e não deixarei de lhes pecaram contra mim; e perdoarei tô
fazer bem; e infundirei o meu temor das as suas maldades, com que me
no seu coração, para que se não a- ofenderam e desprezaram. 9E isto me
partem de mim. 41E a minha alegria servirá de crédito do meu nome, e
será fazer-lhes bem, e os estabelece de gôzo, e de* louvor, e de regozijo
rei nesta terra, em verdade, com to entre tôdas as nações da terra, que
do o meu coração, e com tôda a mi ouvirem falar de todos os bens que
nha alma. lhes hei de fazer; e ficarão pasma
42Porque isto diz o Senhor: Assim dos, e se assombrarão de todos os bens
como fiz vir sôbre êste povo todo e dè tôda a paz que lhes concederei.
918 PROFECIA DE JEREMIAS 33 - 34
14Eis vêm os dias, diz o Senhor, 04 7Palavra que foi dirigida pelo
em que eu cumprirei a palavra fa Senhor a Jeremias, quando
vorável que dei à casa de Israel e à Nabucodonosor, rei de Babilônia, e
casa de Judá. 35Naqueles dias e na todo o seu exército e todos os rei
quele tempo farei que saia de Davi nos da terra que estavam debaixo do
um germe de justiça (o Messias), domínio da sua mão, e todos os po
o qual praticará a igualdade e a justi vos, combatiam contra Jerusalém, e
ça na terra. 10Naqueles dias Judá se contra tôdas as suas cidades: 2Isto
rá salvo, e Jerusalém habitará sem diz o Senhor Deus de Israel: Vai e
temor; e eis o nome que lhe será fala a Sedecias, rei de Judá, e lhe
dado: Senhor nosso justo. 1 *7Porque
4 dirás: Isto diz o Senhor: Eis que en
isto diz o Senhor: Não faltará jamais tregarei esta cidade nas mãos do rei
um homem da linhagem de Davi que de Babilônia, e êle lhe lançará o fo
se sente sôbre o trono da casa de Is go. 3E tu não escaparás da sua mão.
rael. 181E da linhagem dos sacerdotes
9 mas serás infalivelmente prêso e en
e dos levitas não faltará jamais um tregue na sua mão, e os teus olhos
homem que ofereça holocaustos em verão os olhos do rei de Babilônia,
minha presença, e acenda o fogo pa e lhe falarás bôca a bôca, e entrarás
ra o sacrifício, e que imole vítimas em Babilônia. 4Não obstante isto, ou
todos os dias. ve a palavra do Senhor, ó Sedecias,
19E foi dirigida a palavra do Se rei de Judá: Isto te diz a ti o Se-
nhor: Não morrerás à espada, 5mas sos pais não me ouviram, nem incli
morrerás em paz, e, assim como fo naram o seu ouvido. ,5E vós hoje vos
ram queimados <perfumes) aos anti haveis convertido (a mim), e fizestes
gos reis, teus predecessores assim (os) o que é reto aos meus olhos, procla
queimarão a ti, e te chorarão, dizen mando a liberdade cada um para o
do: Ai, Senhor! Porque assim o de seu próximo; e fizestes êste pacto em
terminei, diz o Senhor. fiE o profeta minha presença, na casa sôbre a qual
Jeremias disse tôdas estas palavras é invocado o meu nome.
a Sedecias, rei de Judá, em Jeru 16Mas depois voltastes atrás e ma
salém. 7Entretanto o exército do rei culastes o meu nome, e tornastes a
de Babilônia combatia contra Jeru tomar cada um o seu escravo e a sua
salém, e contra tôdas as cidades de escrava, que tínheis deixado ir, para
Judá, que restavam, contra Laquis que fôssem livres e senhores de si; e
Azeca; porque estas eram as cida os obrigastes novamente a ser vossos
des fortificadas que tinham ficado escravos e vossas escravas.
entre as cidades de Judá. 17Por isso, isto diz o Senhor: Vós
In ju s tiç a p ra tic a d a com os e sc ra v o s não me ouvistes, publicando a liber
dade cada um para o seu irmão e pa
*Palavra que foi dirigida pelo Se ra o seu amigo; eis que vos intimo
nhor a Jeremias, depois que o rei eu a liberdade (para vos separar de
Sedecias fêz um pacto com todo o po mim), diz o Senhor, para ir à espa
vo em Jerusalém, ;’fazendo publicar da, à peste e à fome; e vos farei an
que cada um deixasse livres o seu dar errantes por todos os reinos da
escravo e a sua escrava que eram terra. lsEntregarei os homens que vio
do povo hebreu, e que de nenhum laram a minha aliança, e não guar
modo exercessem domínio sôbre êles, daram as palavras do pacto que fi
visto serem Judeus e seus irmãos. zeram na minha presença, cortando
10Todos os príncipes e todo o povo um bezerro em duas partes, e pas
ouviram, pois, (o rei), e obrigaram-se sando depois pelo meio das suas por
a deixar livres cada um o seu es ções. 19(Entregarei) os príncipes de
cravo e a sua escrava, e não mais Judá e os príncipes de Jerusalém, os
exercerem domínio sôbre êles. Obede eunucos, e os sacerdotes, e todo o po
ceram e deram-lhes liberdade. nMas vo da terra que passaram pelo meio
depois arrependeram-se e de novo das porções do bezerro, 20eu os entre-,
(pela força) tomaram os seus escra garei nas mãos de seus inimiges, e
vos e as suas escravas, que tinham nas mãos dos que procuram tirar-lhes
deixado livres, e obrigaram-nos a a vida; e os seus cadáveres servirão
tornar-se escravos e escravas. de pasto às aves do céu e aos animais
C a stig o d e sta in ju s tiç a da terra. 21E entregarei Sedecias, rei
de Judá, e os seus príncipes nas mãos
12E foi dirigida a palavra do Senhor de seus inimigos, e nas mãos dos que
a Jeremias, a qual dizia: 13Isto diz o procuram tirar-lhes a vida, e nas
Senhor Deus de Israel: Eu fiz um mãos dos exércitos do rei de Babilô
pacto com vossos pais no dia em que nia, que se retiraram de vós. 22Sou
os tirei da terra do Egito, da casa da eu que o ordeno, diz o Senhor, e os
escravidão, dizendo: 14Ao cabo de se farei voltar a esta cidade, e a comba
te anos, deixe cada um em liberdade terão, e a tomarão, e lhe lançarão o
o seu irmão hebreu, que se lhe ven fogo; e converterei num deserto as
deu; êle te servirá durante seis anos, cidades de Judá, de maneira que não
e ( depois) o enviarás livre, e os vos fique nelas nenhum habitante.
Cap. X X X IV — 14. A o cabo de sete anos. Modo de dizer que significa seis anos passa
dos, e o comêço do sétimo. (Conf. Êxodo, X X I, 2; Deut., X V , 12).
1T. Eis que vos intimo e u . . . Palavras irônicas. Sereis deixados em liberdade, sem a
minha proteção, para serdes entregues à espada.
18. Cortando um bezerro. . . Quando se fazia um pacto, imolava-se um bezerro, que era
•cortado em duas partes, e os contratantes passavam entre estas duas partes, colocadas em
.frente uma da outra.
920 PROFECIA DE JEREM IAS 35 - 36
dizendo: Tu foges para os Caldeus. que mandes matar êste homem, por
13E Jeremias respondeu: Isso é falso, que de propósito enerva as forças aos
eu não fujo para os Caldeus. Porém homens de guerra, que ficarám nesta
Jerias não lhe deu ouvidos, mas pren cidade, e as mãos de todo o povo, di
deu Jeremias, e levou-o aos prínci rigindo-lhes estas palavras; porquan
pes. 14Pelo que, irados os príncipes to êste homem não busca a paz para
contra Jeremias, depois de o açoita êste povo, mas o mal. 5E o rei Sede
rem, meteram-no no cárcere que ha cias disse: Aí o tendes nas vossas
via na casa de Jonatan, o secretário, mãos; pois não é possível que o rei
porque êle era o prefeito do cárce vos negue coisa alguma. Tom aram ,
re. 15E assim entrou Jeremias na pois, Jeremias e lançaram-no na cis
casa do fôsso, e num calabouço, on terna de Melquias, filho de Amelec,
de esteve durante muitos dias. que estava no vestíbulo do cárcere,
Sedecia s m a nd a s o lt a r o p ro fe ta
e desceram Jeremias com cordas à
cisterna onde não havia água, senão
16Mas o rei Sedecias mandou tirá-lo, lôdo; e assim se atolou Jeremias no
e interrogou-o em sua casa secreta lôdo.
mente, e disse: Crês porventura que J e re m ia s é tira d o da c is te rn a por
tens alguma palavra da parte do Se in te rv e n ç ã o de Abdem elee
nhor? E Jeremias disse: Sim, tenho.
E acrescentou: serás entregue nas 7E Abdemelee, eunuco etíope, que
mãos do rei de Babilônia. 17E Jere estava na casa do rei, ouviu dizer
mias disse ao rei Sedecias: Em que que tinham metido Jeremias na cis
tenho eu pecado contra ti, e contra terna. O rei estava então sentado à
os teus servos, e contra o teu povo, porta de Benjamim. 8E Abdemelee
para me mandares meter no cárcere? saiu da casa do rei, e foi falar ao rei,
18Onde estão os vossos profetas, que dizendo. 9ó rei, meu senhor, êstes ho
vos profetizavam, e diziam: Não virá mens procederam mal em tudo quan
o rei de Babilônia sôbre vós e sôbre to fizeram contra o profeta Jeremias,
esta terra? 19Agora, pois, oUve, eu te metendo-o na cisterna, para que ali
rogo, senhor, rei meu; ouve favorà- morra de fome, porque já não há
velmente a minha súplica, e não me mais pão na cidade. 10Mandou, pois,
remetas à casa de Jonatan, o secre o rei ao etíope Abdemelee, dizendo:
tário, para que eu não morra lá. “ O r Toma aqui contigo trinta homens, e
denou, pois, o rei Sedecias que Jere tira da cisterna o profeta Jeremias,
mias fôsse posto no vestíbulo do cár antes que morra. “Adbemelec, pois,
cere, e que se lhe desse uma torta de tomando consigo os homens, entrou
pão cada dia, além dos alimentos or numa dependência do palácio do rei,
dinários, até que todo o pão da cida que estava por debaixo do tesouro, e
de se consumisse; e Jeremias ficou tomou dali uns panos velhos, e rou
no vestíbulo do cárcere. pas antigas que tinham apodrecido,
J e re m ia s é lança d o n u m a c is te rn a
e por umas cordas os deitou abaixo à
cisterna a Jeremias. 12E o etíope A b
90 7Ora Safatias, filho de Matan, demelee disse a Jeremias: Mete êsses
e Gedelias, filho de Fassur, pedaços de pano velho, e êsses re
e Jucal, filho de Selemias, e Fas talhos rasgados e podres debaixo dos
sur, filho de Melquias, tinham ouvi teus sovacos, entre os braços e as
do as palavras que Jeremias dirigia cordas; e Jeremias o fêz assim, 13e
a todo o povo, dizendo: Tsto diz o puxaram Jeremias com as cordas, e
Senhor: Todo aquele que fiòar nes tiraram-no da cisterna; e Jeremias
ta cidade morrerá à espada, e de fo ficou no vestibulo do cárcere.
me, e de peste; mas ò que passar C o n v e rsa de J e re m ia s com Sedecias
aos Caldeus, viverá e ficará salva a
sua alma, e com vida. Tsto diz o Se 14E o rei Sedecias mandou procu
nhor: Certamente será entregue esta rar o profeta Jeremias, à terceira por
cidade na mão do exército do rei de ta, que estava na casa do Senhor; e
Babilônia, e êle a tomará. 4E os prín o rei disse a Jeremias: Eu tenho uma
cipes disseram ao rei: Suplicamos-te coisa a perguntar-te, não me encu
924 PROFECIA DE JEREM IAS 38 - 39
bras nada. 15E Jeremias disse a Se- ram-no; e êle respondeu-lhes confor
decias: Se eu ta anunciar, acaso tu me tudo o que o rei lhe tinha man
não me matarás? E se eu te der um dado, e não o inquietaram mais, por-
conselho, não me ouvirás. 16Jurou, pois, ue não se tinha divulgado nada. “ E
o rei Sedecias a Jeremias em segrê- eremias permaneceu no vestíbulo do
do, dizendo: Viva o Senhor, que nos cárcere até o dia em que Jerusalém
deu esta alma, que não te matarei, foi tomada; e de fato Jerusalém foi
nem te entregarei nas mãos dêsses tomada.
homens que buscam a tua vida.
17E Jeremias disse a Sedecias: Isto To m a d a de J e ru s a lé m
diz o Senhor dos exércitos, o Deus de ÔQ JN o ano nono de Sedecias, rei
Israel: Se, saindo (de Jerusalém), te **U de Judá, no décimo mês, veio
entregares aos príncipes do rei de Ba Nabucodonosor, rei de Babilônia, e
bilônia, viverá a tua alma, e nào ar todo o seu exército a Jerusalém, e
derá em fogo esta cidade, e serás sal sitiaram-na. 2E no ano undécimo de
vo, tu e a tua casa. 18Mas, se não te Sedecias, ao quinto dia do quarto
entregares aos príncipes do rei de Ba mês, fêz-se a brecha na cidade; 3e
bilônia, será entregue esta cidade nas todos os príncipes do rei de Babilônia
mãos dos Caldeus, e a farão arder entraram, e fizeram alto junto à por
no fogo, e tu não escaparás das suas ta do meio; a saber: Neregel, Sereser,
mãos. 19E o rei Sedecias disse a Jere Semegarnabu, Sarsaquim, Rabsares,
mias: Receio-me dos Judeus, que se Neregel, Sereser, Rebmag e todos os
passaram aos Caldeus; não suceda outros príncipes do rei de Babilônia.
que eu seja entregue nas suas mãos,
e me ultrajem. “ E Jeremias respon 4E Sedecias, rei de Judá, e tôda a
deu: Não te entregarão; rogo-te que gente de guerra, tendo-os visto, fugi
ouças a v o z do Senhor, que eu te a- ram; e saíram de noite da cidade pe
nuncio, e será bem para ti, e viverá lo caminho do jardim do rei, e pela
a tua alma. 21Mas, se não quiseres porta que estava entre os dois muros,
sair, eis a palavra que o Senhor me e tomaram o caminho do deserto.
revelou: 22Tôdas as mulheres que fi 5Mas o exército dos Caldeus foi em
caram no palácio do rei de Judá, se seu alcance e apanharam Sedecias
rão conduzidas aos príncipes do rei no campo do deserto de Jericó, e le-
de Babilônia; e elas dirão: Engana varam-no prêso a Nabucodonosor rei
ram-te, e puderam mais do que tu de Babilônia, a Reblata, que está na
os homens (que se diziam) teus ami terra de Emat; e êste pronunciou-lhe
gos; atolaram-te num lamaçal, e me a sua sentença. aE o rei de Babilônia
teram os teus pés num escorregadou matou em Reblata os filhos de Sede
ro, e depois apartaram-se de ti. 23E cias diante dos seus olhos; e o rei
tôdas as tuas mulheres e teus filhos de Babilônia mandou também matar
serão levados aos Caldeus; e tu não todos os nobres de Judá. 7Depois man
escaparás das suas mãos, mas serás dou arrancar os olhos a Sedecias, e
prêso pela mão do rei' de Babilônia, fê-lo carregar de ferros, para ser le
e êle fará arder em fogo esta cidade. vado a Babilônia. *Além disso os Cal
24Disse, pois, Sedecias a Jeremias: N in deus queimaram o palácio do rei, e
guém saiba estas palavras, e não as casas do povo, lançando-lhes fogo,
morrerás. “ E se os príncipes soube e derribaram o muro de Jerusalém.
rem que falei contigo, e vierem a ti, 9E os restos do povo que tinha ficado
e te disserem: Manifesta-nos o que na cidade, e os desertores que se ti
disseste ao rei, e o que o rei te disse nham ido entregar a êle, e o resto
a ti; não nos encubras nada, e nós do povo que tinha ficado, levou-os
não te mataremos; “ tu lhes respon à Babilônia Nabuzardan, general do
derás: Eu fiz ao rei as minhas súpli exército. 10E aos mais pobres da ple
cas para que não me mandasse nova- be que não tinham absolutamente coi
mente levar à casa de Jonatan, onde sa alguma, Nabuzardan, general do
eu seria morto. exército, deixou-os ficar na terra de
27Efetivamente todos os príncipes Judá, e deu-lhes vinhas e cisternas
foram ter com Jeremias, e interroga naquele dia.
39 - 40 PROFECIA DE JEREM IAS 925
30 - B íb lia Sagrada
930 PROFECIA DE JEREMIAS 44 - 46
vra do Senhor, vós todos os de Ju- Senhor acrescentou dor à minha dor;
dá, que estais na terra do Egito: estou cansado de gemer, e não a-
2Tsto diz o Senhor dos exércitos, o chei repouso. Tsto diz o Senhor:
Deus de Israel: Vós e vossas mu Assim lhe dirás a êle: Os que eu e-
lheres falastes por vossa bôca, e difiquei, vou destruí-los; e os que
cumpristes com vossas mãos o que plantei, vou arrancá-los com tôda esta
dizeis: Cumpramos os votos que fi terra; 5e tu buscas para ti coisas
zemos de sacrificar à rainha do céu, grandes? Não as busques, porque eu
e de lhe oferecer libações; cumpris vou enviar desastres sôbre todos os
tes os vossos votos, e os pusestes mortais, diz o Senhor; e te salvarei
por obra. 26Portanto ouvi a palavra a vida em qualquer lugar para on
do Senhor, vós todos os de Judá, de fôres.
que habitais na terra do Egito: Eis
que jurei pelo meu grande nome, O rá c u lo c o n tra a s nações p ag ãs
diz o Senhor, que de nenhum modo J fí 1P alavra do Senhor que foi di-
será pronunciado mais o meu nome rigida ao profeta Jeremias
pela bôca de nenhum homem ju contra as nações pagãs:
deu em tôda a terra do Egito, di
zendo: Vive o Senhor Deus. 27Eis P rim e ir o o rá c u lo c o n tra o E g it o
que vigiarei sôbre vós para mal, e
não para bem; e todos os varões de 2Contra o Egito, contra o exército
Judá, que há na terra do Egito, pe do Faraó Necao, rei do Egito, que es
recerão à espada e à fome, até que tava junto ao rio Eufrates, em Car-
de todo sejam consumidos. 2SE os camis, .a quem derrotou Nabucodono
homens que escaparem da espada, sor, rei de Babilônia, no ano quar
saindo da terra do Egito, voltarão à to de Joaquim, filho- de Josias, rei
terra de Judá em pequeno número, e de Judá.
todos os restos de Judá, que entra 3Preparai o escudo e o pavês, e
ram na terra do Egito, para morarem saí ao combate. 4Jungi os cavalos, e
nela, saberão qual é a palavra que montai, cavaleiros; ponde os elmos, a -
será cumprida, se a minha ou a dêles. çacalai as lanças, revesti-vos das vos
^E isto vos servirá de sinal, diz o sas couraças. 5Mas que aconteceu? Eu
Senhor, de que vos hei de castigar vi-os medrosos, e voltar as costas os
neste lugar, para que saibais que seus valentes derrotados; fogem pre
verdadeiramente se cumprirão con cipitados, nem para trás olham; o
tra vós as minhas palavras para vos terror cerca-os de tôdas as partes, diz
so castigo. 30Isto diz o Senhor: Eis o Senhor. 6Não fu ja o ágil nem es
que entregarei o Faraó Efrée, rei pere salvar-se o valente; para a
do Egito, nas mãos dos seus inimi parte do Aquilão, junto ao rio E u-
gos, e nas mãos dos que buscam a frates, foram vencidos, e caíram por
sua vida, assim como entreguei Se- terra.
decias, rei de Judá, nas mãos de 7Quem é êste (exército) que sobe
Nabucodonosor, rei da Babilônia, seu como um rio, e cujas ondas se en-
inimigo, e que procurava a sua vi capelam como as dos rios? sO E gi
da. to sobe à maneira de rio, e as suas
M e nsa g e m de J e re m ia s a B a ru c ondas encapelam-se como as dos
grandes rios, e diz: Subindo, cobri
JÇ P a la v r a que o profeta Je- rei a terra; destruirei a cidade e os
remias dirigiu a Baruc, filho seus habitantes. °Montai em cava
de Nérias, quando escreveu no li los, e correi precipitadamente nos
vro estas palavras que lhe ditou Je carros; e vão adiante os valentes, os
remias no ano quarto de Joaquim, da Etiópia, e os da Líbia, armados
filho de Josias, rei de Judá, a qual de escudos, e os Lídios lançando mão
dizia: 2Isto te diz o Senhor Deus das setas, e despedindo-as. 10Será o
de Israel, a ti, ó Baruc: 3Tu excla dia do Senhor Deus dos exércitos, dia
mastes: Ai de mim infeliz! porque o de vingança, em que se vingará dos
26. D e nenhum m odo. . . o nome do Senho não será m ais invocado no Egito pelos Judeus,
porque morrerão quase todos, e os poucos qi restarem voltarão p ara a Palestina.
46 - 47 PROFECIA DE JEREMIAS 931
seus inimigos; a espada devorará e sa com o exército, e virão sôbre ela
fartar-se-á, e embriagar-se-á com o com o machado, como os que cortam
sangue dêles; porque esta é a -víti lenha. 23Cortaram as árvores do seu
ma do Senhor Deus dos exércitos na bosque, diz o Senhor, as quais não
terra do aquilão, junto ao rio E u- podem contar-se; multiplicaram-se
frates. nSobe a Galaad, e toma bál como gafanhotos; são inumeráveis.
samo, ó virgem filha do Egito; é em “Confundida está a filha do Egito,
vão que multiplicas os remédios; não e entregue nas mãos do povo do A-
haverá cura para ti. 12As gentes ti quilão. 250 Senhor dos exércitos, o
veram conhecimento da tua ignomí Deus de Israel, disse: Eis que casti
nia, e o teu alarido encheu a terra, garei a multidão tumultuosa de Ale
porque o forte chocou com o for xandria, e Faraó, e o Egito, e os seus
te, e ambos caíram juntos. deuses, e os seus reis, e Faraó, e a-
Segundo oráculo contra o Egito quêles que confiam nêle. 26E os en
tregarei nas mãos dos que procuram
13P alavra que o Senhor dirigiu ao a sua vida, e nas mãos de Nabuco
profeta Jeremias sôbre a futura che donosor, rei de Babilônia, e nas mãos
gada de Nabucodonosor, rei de Babi dos seus servos; e, depois disto, será
lônia, para assolar a terra do Egito: povoada, como nos dias antigos, diz
“Anunciai no Egito, e çublicai em o Senhor.
Mágdalo, e ressoe em Mênfis, e em Consolação para Israel
Táfnis; dizei: Levanta-te, e prepa
ra-te, porque a espada vai devorar 27E tu não temas/servo meu Jacó,
o que está em volta de ti. “ Por e não te enchas de pavor, Israel, por
que apodreceu o teu valente? Não que eu te livrarei daqueles países
se pôde ter de pé, porque o Senhor remotos, tirarei os teus descenden
o derribou. “ Multiplicou os que tes da terra onde estão cativos, e Ja
caíam, e caíram uns sôbre os ou có voltará, e repousará, e será fe
tros, e disseram: Levantemo-nos, e liz, e não haverá quem o amedron
voltemos para o nosso povo e para te. 28Não temas, pois, servo meu Jacó,
a terra onde nascemos, fugindo da diz o Senhor, porque eu sou conti
espada da pomba. ,7A Faraó, rei do go, e hei de consumir tôdas as na
Egito, ponde êste nome: O tempo ções, para as quais te desterrei; a
trouxe o tumulto. 18Juro pela mi ti, porém, não te consumirei, mas cas-
nha vida, disse aquêle rei, cujo no tigar-te-ei com medida, sem te dei
me é Senhor dos exércitos, que, as xar impune como se fôsses inocente.
sim como o Tabor (se eleva) entre Oráculo contra os Filisteus
os montes, e o Carmelo sôbre o mar,
assim virá (sôbre o E gito o instru AH P a la v r a do Senhor que foi di-
mento do meu castigo). “ Prepara ^ 1 rigida ao profeta Jeremias
o que é preciso para transmigrar, ó contra os filisteus, antes que Faraó
moradora filha do Egito; porque tomasse Gaza.
Mênfis será convertida num deserto, 2Isto diz o Senhor: Eis que se le
e ficará deserta e despovoada. vantam as águas (os exércitos) do
20O Egito é uma novilha louçã e Aquilão, e serão como uma torrente
formosa; do Aquilão virá quem a a- que inunda, e cobrirão a terra e quan
grilhoe. 21Também os seus mercená to há nela, a cidade e os seus mora
rios que moravam no meio dela co dores; soltarão gritos os homens, e
mo bezerros cevados, voltaram as uivarão todos os habitantes da ter
costas, e deitaram a fugir, e não pu ra, 3por causa do estrondo pasmo-
deram fazer frente (ao inim igo), so das armas e dos seus combatentes,
porque chegou para êles o dia da por causa do movimento dos seus
sua ruína, o dia do seu castigo. 22A carros, e da multidão das suas ro
sua voz ressoará como bronze; por das. . Os pais não atendem aos fi
que (os Caldeus) avançarão depres lhos, perdido o vigor das mãos, 4por-
que chega o dia em que serão des (mesmo) florescente será transporta
truídos todos os Filisteus, e será ar do (para o cativeiro), e as suas ci
ruinada Tiro e. Sidônia com todos os dades ficarão desçrtas e despovoadas.
seus outros auxiliares; porque o Se l0Maldito o que faz a obra do Senhor
nhor entregou ao saque os Filisteus, com má fé; e maldito o que impede
restos da ilha de Capadócia. a sua espada de derram ar sangue.
5Gaza tornou-se calva (em sinal
C o n tra s te s e n tre a a n tig a p ro sp e rid a d e
de luto); Ascalon calou-se com o res de M oab e a m is é ria p re se n te
to dos seus vales. Até quando te fa
rás incisões? 56ó espada do Senhor, nMoab esteve em abundância des
não repousarás jamais? Entra na de a sua mocidade, e repousou sobre
tua bainha, mitiga êsse ardor em as suas fezes; nem foi trasfegado
silêncio. 7Mas como descansará ela duma vasilha para outra, nem foi
se o Senhor lhe deu as suas ordens para o cativeiro; por isso permane
contra Ascalon, e contra as suas re ceu o seu sabor nêle, e o seu cheiro
giões marítimas, e lhe prescreveu o não se mudou. 12Mas eis que chega
que lá deve fazer? o tempo, diz o Senhor, em que eu
O rá c u lo c o n tra M oab lhe enviarei homens práticos em dis
por tinas, e em trasfegar o vi
40 Tsto diz contra Moab o Senhor nho, e farão o trasfêgo, e esvazia
dos exércitos, o Deus de Is rão as tinas, e as quebrarão. 13E
rael: Ai de Nabo! porque foi devas Moab será envergonhado, por causa
tada e confundida; Cariataim foi to de Camos, como foi envergonhada a
mada; a (cidade) forte confundiu-se casa de Israel por causa (dos ídolos)
e tremeu. 2Moab não se gloriará mais de Betei, na qual tinha a sua con
de Hesebon; meditaram a sua perda: fiança.
Vinde, e exterminemo-la dentre as 14Como dizeis: Somos valentes e
nações. E tu fd Madmen) serás re homens fortes para pelejar? 15Des-
duzida ao silêncio, e a espada te irá truído ficou Moab, e talaram as suas
seguindo. 3Um a voz de tumulto se cidades; e os seus jovens escolhidos
levantou de Oronaim; é um estra foram degolados, diz o rei, cujo no
go e uma grande ruína. 4Moab foi me é Senhor dos exércitos. 16Está
abatida; anunciai esta nova aos seus iminente a ruína de Moab, e o seu
pequeninos. 5Pela encosta de Luit mal virá correndo com grandíssima
sobe-se chorando; e na descida de velocidade. nConsolai-o. todos os que
Oronaim ouviram os inimigos gritos estais em volta dêle, e todos os que
de angústia. sabeis o seu nome, dizei: Como se
°Fugi, salvai as vossas vidas, e sê- fêz em pedaços o cetro forte (de
de como tamargueiras no deserto; Moab), o báçulo glorioso?
7porque, por teres pôsto (6 Moab) 18Desce da tua glória, e senta-te
a confiança nas tuas fortificações e num lugar árido, ó filha moradora
nos teus tesouros, também tu serás de Dibon, porque o devastador de
tomada; e Camos irá para o cativei Moab subiu contra ti, destruiu as
ro, com seus sacerdotes e seus prín tuas fortificações. 19P ára no cami
cipes. 8*E o ladrão (Nabucodonosor) nho, e olha, ó habitante de Aroer;
virá a tôdas as cidades (de Moab), pergunta ao que foge, e dize ao que
e nenhuma cidade escapará; e serão escapou: Que aconteceu? ^Confun
assolados os vales, e serão taladas dido foi Moab, porque ficou vencido,
as campinas, porque o Senhor o dis uivai e gritai, e publicai em Arnon
se. r,Dai flores a Moab, porque que Moab foi destruído. 2)E o cas
5. A s incisões na carne eram feitas muitas vêzes como sinal de luto e de tristeza.
Cap. X L V I I I — 2. Madm en era um a cidade de Moab.
7. Camos era o deus nacional de Moab. — Irá para o cativeiro. Os A ssírios e os B a b i
lônios costumavam levai como troféus das suas vitórias os ídolos dos povos vencidos.
10. D e derramar sangue, quando Deus o m anda derram ar.
11. .E repousou. .. A tranqliilidade de M oab é com parada ao vinho que se deixa repousar
sôbre as suas fezes, no vaso que o contém, sem que ninguém o agite.
18. D ibon era um a cidade célebre pela abundância e boa qualidade das suas Aguas.
48 PROFECIA DE JEREM IAS 933
tigo (de Deus) veio sôbre a terra 34Os clamores (dos Moabitas) ouvi-
campestre; sôbre Helon, e sôbre Ja- ram-se desde Hesebon até Eleale e
sa, e sôbre Mefaat, 22e sôbre Dibon, Jasa; desde Segor até Oronaim, no
e sôbre Nabo, e sôbre a casa de vilha de três anos; as mesmas águas
Deblataim, 23e sôbre Cariataim, e de Nemrim, serão muito nocivas. 35E
sôbre Betgamul, e sôbre Betmaon, tirarei de Moab, diz o Senhor, o que
24e sôbre Cariot, e sôbre Bosra, e sô faz oferendas nos altos, e sacrifica
bre tôdas as cidades da terra de aos seus deuses.
Moab, as que estão longe e as que 3«p0r (tudo) isto o meu coração
estão perto. 23Cortado foi o poder por causa de Moab ressoará ( triste-
de Moab, e o seu braço foi quebran- mente) como flauta; e o meu coração
tado, diz o Senhor. imitará o som da flauta sôbre os
habitantes (da cidade) do muro de
O rg u lh o h u m ilh a d o ladrilhos; porque empreenderam mais
26Em briagai-o (com o cálice da ira do que podiam, por isso pereceram.
do Senhor), porque se levantou con 37Porque tôda a cabeça ficará calva
tra o Senhor; Moab quebrará a mão e tôda a barba será rapada (em si
(caindo) sôbre o que vomitou, e se nal de tristeza); em tôdas as mãos
rá também um objeto de escárnio. se acharão algemas, e sôbre todos
27Porque tu (o Moab) escarneceste os dorsos, um cilício. 3sSôbre tôdas
de Israel, como se o tivesse surpreen as casas de Moab e nas suas praças
dido entre ladrões; e assim tu serás somente se ouvirão lamentos, por
levado cativo, por causa das palavras quanto fiz Moab em pedaços, como
que proferiste contra êle. ^Desam o vaso inútil, diz o Senhor. 39Co-
parai as cidades, moradores de Moab, mo foi vencido, e deram uivos? Co
e vivei nos penhascos, sêde como a mo baixou Moab a cerviz, e ficou en
pomba que faz o ninho no mais alto vergonhado? E Moab será objeto
da abertura da gruta. ^Ouvimos fa de ludibrio e de escarmento a todos
lar da soberba de Moab, que é so os que o cercam.
berbo em extremo; da sua inchação, D e s a s tre u n iv e r s a l com p ro m e ssa de
da sua arrogância, da sua soberba, e re sta u ra ç ã o
da altivez, do seu coração. 30Eu co
nheço, diz o Senhor, a sua presunção, 40Isto diz o Senhor: Eis que (o
à qual não corresponde o seu valor, Caldeu) como águia voará, e esten
e sei que as suas tentativas ultra derá as suas asas sôbre Moab. ‘“Ca
passaram o seu poder. riot foi tomada, e as suas fortifica
La m e n ta ç ã o do p ro fe ta ções foram arrebatadas; e o cora
ção dos fortes de Moab será naque
31Portanto gemerei sôbre Moab, e le dia como o coração da mulher que
darei gritos por tôda Moab, aos ha está com dores de parto. 42E Moab
bitantes (da cidade) do muro de la deixará de ser uma nação, porque
drilhos, que se estão lamentando. se ensoberbeceu contra o Senhor.
32Como chorei por Jazer, assim cho 430 espanto, o fôsso e o laço está sô
rarei por ti, vinha de Sabama; as tuas bre ti, ó habitante de Moab, diz o
vides passaram o mar, chegaram até Senhor. 4íO que fugir do espanto,
ao mar de Jazer; o roubador lançou- cairá no fôsso, e o que sair do fôsso,
se sôbre as tuas searas e sôbre a será apanhado no laço, porque tra
tua vindima. 3 *3*A alegria e o regozijo
1 rei sôbre Moab o tempo do seu cas
desapareceram do Carmelo e da ter tigo, diz o Senhor. 45À sombra de
ra de Moab, e eu tirei o vinho dos Hesebon fizeram alto os que fugiam
lagares, o pisador da uva não can do laço; porque o fogo saiu de H e
tará já as suas costumadas canções. sebon, e uma chama, do meio de
31. M uro de ladrilhos. Segundo o hebreu: Qir-Heres, um a das cidades dos Moabitas.
34. Novilha de três anos. E sta imagem verdadeiramente orientai indica que Oronaim
era uma cidade muito forte.
36. A flauta era empregada, principalmente nas cerimônias fúnebres.
4õ. Filhas do tumulto sâo os M oabitas turbulentos e orgulhosos.
934 PROFECIA DE JEREMIAS 48 - 49
E aconteceu.. .Êste pequeno prólogo não se encontra no hebreu. Ê considerado n&o ca
nônico pelos melhores teólogos.
944 LAM ENTAÇÕ ES DE JEREMIAS l
18. O seu coração. O coração dos Judeus que tinham sobrevivido aos horrores da guerra.
2 - 3 LAM ENTAÇÕES DE JEREMIAS 947
TAU HE
“ Chamaste como a um dia de so 13Cravou nos meus rins as setas da
lenidade os que deviam aterrar-me sua aljava.
de todas as partes, e não houve no HE
dia do furor do Senhor, quem esca 14Tornei-me o escárnio de todo o
passe nem ficasse com vida; aquêles meu povo o assunto das suas canti
que criei e alimentei, o meu inimigo lenas diárias.
os exterminou. HE
15Encheu-me de amargura, embria-
Q u e ix a s, e spe ra nça s, consolação gou-me de absinto.
VAU
ALEF 16Quebrou todos os meus dentes,
O *Eu sou o homem que vejo a deu-me a comer cinza.
minha miséria, debaixo da vara VAU
da indignação do Senhor. 17Está desterrada da minha alma
ALEF a paz; já não sei o que é felicidade.
2Conduziu-me e levou-me às tre VAU
vas, e não à luz. 18E eu disse: Pereceu para mim o
fim (dos males), e a esperança que
ALEF eu tinha no Senhor.
3Não fêz senão virar e revirar con Z A IN
tra mim a sua mão durante todo o 19Lem bra-te da minha pobreza e
perseguição, do absinto e do fel (que
me fazem beber).
4Fêz envelhecer a minha pele e a Z A IN
minha carne, quebrantou os meus os “ Eu me lembrarei sem cessar dis
sos. to, e a minha alma definhará dentro
BET de mim.
5Edificou ao redor de mim, e me Z A IN
cercou de fel e de trabalho. 21Eu repassarei estas coisas no meu
BET coração, por isso esperarei.
°Pôs-me em lugares tenebrosos, co HET
mo os que estão mortos para sem “ Graças à misericórdia do Senhor
pre. é que não fomos consumidos ( intei-
G H IM E L ramente), porque as suas comisera
ções nunca faltaram.
7Cercou-me dum muro para que
não possa sair; tornou pesados os HET
“ Elas renovam-se tôdas as ma
meus grilhões.
nhãs; grande é (6 Senhor) a tua fi
G H IM E L delidade.
8E, ainda que eu clame e rogue, HET
êle rejeita a minha oração. 24A minha herança é o Senhor, dis
G H IM E L se a minha alma, portanto, eu espe
9Fechou os meus caminhos com pe rarei nêle.
TET
dras de silharia, subverteu as minhas
veredas. “O Senhor é bom para os que nêle
DALET esperam, para a alma que o busca.
TET
10Tornou-se para mim como um ur
so de emboscada, como um leão em “ É bom esperar em silêncio a sal
esconderijos. vação (que vem de) Deus:
DALET TET
27É bom para o homem ter levado
“ Subverteu as minhas veredas, e o jugo desde a sua mocidade.
quebrantou-me; pôs-me na desolação. JOD
DALET “Sentar-se-á solitário e ficará (re
12Armou o seu arco, e pôs-me co signado) em silêncio, porque tomou
mo alvo à seta. êste jugo sobre si.
948 LAM ENTAÇÕES DE JEREMIAS 3
JOD FE
29Porá a sua bôca no pó, a ver se "Abriram contra nós a sua bôca
há alguma esperança. todos os nossos inimigos.
JOD FE
30Oferecerá a face ao que o fere. 47A profecia converteu-se para nós
fartar-se-á de opróbrios. em terror, e em laço e ruína.
CA F FE
31Porque o Senhor não nos rejeitará 48Os meus olhos derramaram rios
para sempre. de lágrimas, vendo a ruína da filha
CA F do meu povo.
32Porque, se (nos) rejeitou, tam A IN
bém se compadecerá (de nos) segun 49Os meus olhos afligiram-se em
do a multidão das suas misericórdias. pranto contínuo, porque não há des
CAF canso,
33Porque êle não humilhou, nem A IN
rejeitou por seu gôsto os filhos dos "até que olhe e veja o Senhor des
homens. de os céus.
LAM ED A IN
34Pisar aos seus pés todos os cati 51Os meus olhos quase me rouba
vos da terra, ram a vida, chorando sôbre todas as
LAM ED filhas da minha cidade.
35recusar a justiça a um homem SADE
ante a presença do Altíssimo, 52Como a uma ave me deram ca
ça os meus inimigos sem causa.
LAM ED SADE
“ prejudicar um homem na sua cau 83A minha alma caiu na cova, e
sa; o Senhor nunca tal soube fazer. êles puseram sôbre mim uma pedra.
MEM
SADE
37Quem é que disse que se fizesse
uma coisa, sem que o Senhor o man S4Um dilúvio de águas (da tribu-
dasse? lctção) veio sôbre a minha cabeça; eu
disse então: Estou perdido.
MEM
COF
“ Não saem da bôca do Altíssimo “ Invoquei, Senhor, o teu nome des
os males e os bens?
de o profundo da cova.
MEM COF
39Por que se queixa (pois) o ho 56Tu ouviste a minha voz: não a-
mem vivente, o homem (que sofre) partes o teu ouvido dos meus solu
pelos seus pecados? ços e clamores.
NUN COF
40Examinemos e investiguemos os
nossos passos, e voltemos ao Senhor. 57Tu te aproximaste no dia em que
NUN te invoquei, e disseste: Não temas.
41Levantemos os corações e as mãos RE S
para o Senhor, nos céus. S8Tu, Senhor, julgaste a causa da
NUN minha alma, tu, que és o redentor da
"Procedemos injustamente, e pro minha vida.
vocamos a ira; por isso tu te mostras RES
inexorável. 59Viste, Senhor, a iniqüidade dêles
S AM EC contra mim; faze-me justiça.
43Tu te encobriste no teu furor e RES
nos feriste; mataste sem perdoar a 60Viste todo o seu furor, todos os
ninguém. seus pensamentos contra mim.
S AM EC S IN
"Puseste uma nuvem diante de ti, "Ouviste Senhor, os seus vitupé-
para que a nossa oração não passe. rios, todos os desígnios que formam
SAM EC contra mim.
"Como planta desarraigada e ab- S IN
jecta me puseste no meio dos povos. 62E as palavras dos que me fazem
:$ - 4 LAM ENTAÇÕES DE JEREM IAS 949
guerra e que maquinam contra mim Z A IN
todo o dia. 7Os seus Nazareus eram mais bran
S IN cos que a neve, mais puros que o lei
03Observa-os quando sentados, e te, mais vermelhos que o marfim a n
quando de pé; eu sou o objeto das tigo, mais formosos que a safira.
suas canções (burlescas). HET
TAU 8 (Porém agora) o seu rosto está
04Tu, Senhor, lhes darás o pago, mais negro que os carvões; e não são
como merecem as obras das suas conhecidos nas praças; a sua pele pe
mãos. gou-se aos ossos, secou-se e tornou-
TAU se como um pau.
63Dar-lhes-ás por escudo do seu co TET
ração o trabalho que lhes hás de 9Foram mais felizes os mortos à
enviar. espada, que os mortos de fome, pois
TAU êstes padeceram uma morte lenta pe
6CTu os perseguirás com furor e la esterilidade da terra.
os exterminarás de debaixo dos céus, JOD
ó Senhor. 10As mãos das mulheres compassi
vas cozeram seus filhos, os quais lhes
A g ra n d e za de a n te s e a h u m ilh a ç ã o serviram de mantimento na ruína da
p re se n te filha do meu povo.
ALEF CAF
nDeu o Senhor cumprimento ao
A 'Como se escureceu o ouro? (C o- seu furor, derramou a ira da sua in
~ mo) se mudou á sua bela côr? dignação, e ateou fogo em Sião, o
(Com o) foram espalhadas as pedras qual devorou os seus fundamentos.
do santuário pelos ângulos de tôdas LAM ED
as praças? 12Nunca acreditaram os reis da ter
BET4 *
5 ra, nem todos os moradores do mun
2Os ilustres filhos de Sião, vesti do, que entraria o inimigo e o adver
dos de fino ouro, como foram consi sário pelas portas de Jerusalém,
derados quais vasos de terra, obra MEM
de mãos de oleiro? "(M a s entrou) por causa dos pe
G H IM E L cados dos seus profetas, e por causa
3Até as lâmias descobriram os seus das iniqüidades dos seus sacerdotes,
peitos, deram leite às suas crias; po que derramaram no meio dela o san
rém a filha do meu povo tornou-se gue dos justos.
cruel, como a avestruz no deserto. NUN
DALET 14Erraram como cegos nas praças,
4A língua do menino de peito, por mancharam-se de sangue, e, não po
causa da sêde ficou pegada ao seu dendo (proceder doutro modo), levan
paladar; os pequeninos pediram pão, tavam as extremidades dos seus ves
e não havia quem lho desse. tidos.
HE SAM EC
5Os que comiam delicadamente, 13Apartai-vos, imundos, lhes grita
morreram (de fome) nos caminhos; vam; retirai-vos, ide-vos, não nos to
os que se nutriam entre púrpuras, queis; porque altercaram, e os que
abraçaram o estéreo. foram dispersos disseram entre as
VAU gentes: Não voltará to Senhor) a ha
°E a iniqüidade da filha do meu bitar entre êles.
povo foi maior que o pecado de So- FE
doma, a qual foi subvertida num mo 1GA face (irritada) do Senhor os
mento, sem que mãos algumas se le dispersou, não tornará a olhar para
vantassem contra ela. êles; não respeitaram a pessoa dos
Cap. I V — 14. E não pod en d o... Segundo o hebreu: D e sorte que não se podia tocar
nos seus vestidos.
950 LAM ENTAÇÕES DE JEREMIAS 4 -5
sacerdotes, nem se compadeceram dos 5Somos levados presos pelo pescoço,
anciãos. aos cansados não se dá descanso.
A IN °Estendemos a mão ao Egito e aos
17Quando nós ainda subsistíamos, Assírios para sermos fartos de pão.
cansaram-se os nossos olhos de es 7Nossos pais pecaram, e já não e-
perar para nós um vão socorro, o- xistem; e nós temos levado o castigo
lhando atentos para uma nação, que das suas iniqüidades.
não nos podia salvar. 8Os nossos escravos dominaram-
SADE nos; não hoúve quem nos resgatas
18Os nossos pés escorregaram, ao se da sua mão.
andar pelas nossas ruas; está chegado °Com perigo das nossas vidas ía
o nosso fim, os nossos dias estão cum mos buscar pão, diante da espada do
pridos, porque chegou o nosso têrmo. deserto.
COF 10A nossa pele queimou-se ( tornou-
1!'Os nossos perseguidores foram se negra) como um forno, por cau
mais velozes que as águias do céu; sa dos ardores da fome.
êles nos perseguiram sôbre os mon “ Desonraram as mulheres em Sião,
tes, armaram-nos ciladas no deserto. e as virgens nas cidades de Judá.
RES
20O sôpro da nossa bôca, o ungido, 12Foram pendurados pelas mãos os
o senhor, foi prêso, por causa dos príncipes; não respeitaram a pessoa
nossos pecados, êle a quem tinham dos velhos.
dito: À tua sombra viveremos entre 13Abusaram dos jovens com impu-
as nações. dicícia nefanda; e os meninos caíram
SIN sob (fardos de) lenha.
21Alegra-te e regozija-te, ó filha de 14Os anciãos retiraram-se das por
Edom, que habitas na terra de Hus! tas, os jovens dos coros de música.
a ti também chegará o cálice (da tri- 15Extinguiu-se a alegria do nosso
bulaçao), serás dêle embriagada e coração; converteu-se em luto o nos
serás despida (de todos os bens). so canto.
TAU 16Caiu a coroa da nossa cabeça; ai
22Chegou ao seu têrmo o castigo da de nós, porque pecamos!
tua maldade, ó filha de Sião; (o Se- 17Por isso o nosso coração tornou-se
n h or), não te tornará mais a desper triste, por isso se escureceram os
tar. Êle visitou a tua maldade, ó fi nossos olhos.
lha de Edom, descobriu os teus peca 18Porque o monte de Sião foi asso
dos. lado, as raposas passeiam por êle.
Oração de Jeremias profeta 19Mas tu, Senhor, permanecerás e-
ternamente; o teu trono subsistirá de
CJ le m b ra-te, Senhor, do que nos geração em geração.
** aconteceu; considera e olha pa 20Por que razão te hás de esquecer
ra o nosso opróbrio. de nós para sempre? Hás de nos de
2A nossa herança passou a estran samparar por (tã o) longos dias?
geiros; as nossas casas a estranhos. 21Converte-nos, Senhor, a ti, e nós
3Somos órfãos sem pai; nossas nos converteremos; renova os nossos
mães estão como viúvas. dias (felizes), como no princípio.
4A nossa água por dinhebro a temos 22Mas tu rejeitaste-nos inteiramen
bebido, a nossa lenha por preço a te; tu te iraste violentamente contra
temos comprado.1 *2
7 nós.
17. U m vão socorro do Egito, o qual foi assolado pelos Caldeus.
20. O s ô p r o ..., o rei Sedecias, descendente de D avi, do qual dependia a própria existên-.
cia da nação, sendo como que o sôpro da sua vida.
21. A le g r a -te .. . Ironia contra os Idumeus, então aliados dos Caldeus contra Jerusalém.
Passados uns cinco anos, foram destruídos pelos próprios Caldeus.
Cap. v — 9. Espada do deserto, os salteadores Ãrabes, os Beduinos, sempre prontos a
fazer incursões.
22. segundo o hebreu: P o r quê ter-nos-ias tu porventura rejeitado inteiramente, estarias
excessivamente irritado contra nôst
PROFECIA DE BARUC
Baruc, filho de Nérias, discípulo e secretário de Jeremias, pertencia à
nobre família da tribo de Judá ( Jerem., 51, 59). No quarto ano do reinado
de Joaquim escreveu os oráculos ditados por Jeremias e os tornou a es
crever depois que o rei os queimou. Sedecias lançou-o no cárcere, junto com
jeremias, onde permaneceram até à queda de Jerusalém. Seguiu Jeremias
até Masfa e mais tarde até o Egito. Cinco anos depois da destruição de
Jerusalém, encontramo-lo novamente em Babilônia, onde provàvelmente
residiu por mais oito anos, até a sua morte. De Baruc restou-nos um pe
queno livro, cujo original hebraico se perdeu, e que aparece na tradução
dos Setenta. A tradução latina do livro de Baruc foi feita muito antes de
S. Jerônimo, e assim mesmo foi introduzida na Vulgata.
O livro de Baruc pode-se dividir em duas partes e um apêndice.
A primeira parte, depois do prólogo (1, 1-14), faz a confissão dos pe
cados de Israel e pede misericórdia (1, 15-3, 8).
A segunda parte, (3, 9-5, 9), é uma advertência sobre as causas da
ruína nacional, e promete grandes consolações.
O apêndice transcreve uma carta de Jeremias aos exilados de Babilônia.
O livro de Baruc se integrou com o de Jeremias em modo tal que os
Padres da Igreja fizeram deles um único livro, e na Vulgata, ficou unido
com as lamentações, ao livro de Jeremias.
nhor vos fará voltar a mim com gô- segundo a promessa do Santo, lou
zo e alegria para sempre. 24Porque vando a Deus com alegria.
assim como as (cidades) vizinhas de Jerusalém depõe o luto, porque
Sião viram vir de Deus o vosso ca voltam os filhos
tiveiro, assim verão também pronta
mente baixar da parte de Deus a vos C lTira, ó Jerusalém, os vestidos
sa salvação, que vos sobrevirá, com do teu luto e da tua aflição,
grande honra e eterno esplendor. “ F i e enfeita-te de gala e da magnificên
lhos, suportai com paciência o casti cia daquela glória sempiterna, que te
go que veio sôbre vós; porque o teu vem de Deus. 2Deus revestir-te-á do
inimigo te perseguiu (6 Israel) mas manto duplo da justiça, e porá sôbre
em breve verás a sua perdição, e po a tua cabeça um diadema de eterna
rás o pé sôbre as suas cervizes. 26Os honra. 3Porque Deus mostrará em ti
meus delicados filhos andaram por o seu resplendor a todo aquêle que
ásperos caminhos, porque foram le está debaixo do céu. 4Porque o nome,
vados como um rebanho roubado por que Deus te imporá para sempre, se
inimigos. 27Tende bom ânimo, ó f i rá: Paz da justiça, e glória da pie
lhos, e clamai ao Senhor; porque se dade.
lembrará de vós aquêle que vos con 5Levanta-te, ó Jerusalém, e pôe-te
duziu. 28Porque, assim como a vos no alto e olha para o oriente, e vê
sa vontade vos levou a que vos des teus filhos congregados, desde o sol
viásseis de Deus, assim também com levante até o poente em virtude da
um ardor dez vêzes maior o busca palavra do Santo, cheios de alegria,
reis, quando de novo vos converter porque Deus se lembrou dêles. 'Saí
des; 2yporque aquêle que vos enviou ram de ti a pé levados pelos inimi
os males, êsse mesmo vos trará de no gos; mas o Senhor os trará a ti con
vo uma alegria eterna junto com a duzidos com honra, como filhos (ou
vossa salvação. príncipes) do reino. 7Porque Deus de
terminou aplanar todos os montes al
O profeta consola Jerusalém tos, e os rochedos eternos, e encher
30Tem bom ânimo, ó Jerusalém, por os vales para igualarem com a terra,
que te encoraja o que te deu o (seu) a fim de que Israel ande com diligên
nome. 31Os malvados que te vexaram cia para a glória de Deus. 8Assim os
perecerão; e os que se congratularam bosques, como tôdas as árvores de
na tua ruína, serão punidos. 32As ci suave fragrância, farão uma sombra
dades em que foram escravos os teus agradável a Israel por ordem de Deus.
filhos serão castigadas; e será casti "Porque Deus conduzirá Israel com
gada a que os deteve. 83Porque, assim júbilo à luz da sua majestade, com
como ela se regozijou na tua ruína, a misericórdia e a justiça que dêle
e se alegrou na tua queda, assim se vêm. A P Ê N D IC E
contristará na sua desolação. 34E se
rá cortada a algazarra da sua mul Carta de Jeremias aos exilados
tidão, e a sua jactância se conver £ Cópia da carta que Jeremias man-
terá em pranto. 35*P orque o fogo lhès u dou aos cativos, que pelo rei dos
sobrevirá -da parte do Eterno por lar Babilônios, iam ser deportados para
gos dias, e pelos demônios será habi Babilônia, a fim de lhes anunciar o
tada durante muito tempo. que Deus lhe tinha mandado (dizer-
3,!01ha, ó Jerusalém, para o orien lhes) .
te, e vê o regozijo que te vem de *Por causa dos pecados que come
Deus. 37Pois eis aí vem os teus filhos, testes diante de Deus, vós sereis leva
os que enviaste dispersos; vêm con dos cativos a Babilônia, por Nabuco-
gregados do oriente, até ao ocidente, donosor, rei dos Babilônios. 2Tendo
35. E pelos d em ôn ios... Alude ao qye d a mesma Babilônia tinham predito Isaías,
X X X IV , 14, e Jeremias, L, 39.
Cap. V I — 2. A té sete gerações. Como o cativeiro havia de durar setenta anos, segun
do o tinha predito o mesmo Jeremias, no capítulo X X V , vers. 11 e 12, parece que cada dez
anos considera aqui o profeta uma geração.
6 PROFECIA DE BARUC 957
pois entrado em Babilônia, estareis ali São como as vigas nas casas e
muitos anos e largo tempo, até se são tratados como mortos
te gerações e, depois disto, vos ti
rarei de lá em paz. 3Mas agora vereis 10Colocados numa casa, os seus o-
em Babilônia que são levados aos lhos enchem-se de pó levantado pe
ombros deuses de ouro, e de prata, los pés dos que entram. 17E, assim
e de pedra, e de madeira, metendo como se fecham as portas àquele que
mêdo às gentes. “Vêde, pois, não suce ofendeu o rei, ou a um morto que foi
da que vos torneis semelhantes no levado ao sepulcro, do mesmo modo
procedimento aos estrangeiros, de mo seguram os sacerdotes as portas com
do que temais êstes deuses, e vos fechaduras e ferrolhos, para que (os
deixeis possuir do seu temor. "Quan seus deuses) não sejam despojados
do virdes, pois, detrás e diante dêles pelos ladrões. 18Acendem-lhes as lâm
a multidão que os adora, dizei em padas, e, em grande número; mas não
vossos corações: Tu, Senhor, é que podem ver nenhuma, porque são co
deves ser adorado. 6Porque o meu an mo as vigas duma casa. 19E dizem
jo está convosco, e eu mesmo terei que as serpentes que saem da terra
cuidado das vossas almas. lhes lambem os corações, quando os
roem a êles e aos seus vestidos, sem
Vários argumentos para demonstrar a que o sintam. 20Negras se tornam as
vaidade dos fdolos: são imagens suas caras com o fumo que se eleva
mentirosas na sua casa. 21Sôbre o seu corpo e
7Porque a língua dêsses ídolos foi sôbre. a sua cabeca voam os mochos
polida pelo escultor; e êles, apesar de e as andorinhas, e outras aves, e
dourados e prateados, são um puro também os gatos andam sôbre êles.
engano, e não podem falar. 8E, assim 22Por isso sabei que não são deuses;
como se fazem adornos para uma e portanto não os temais.
donzela apaixonada por enfeites, as 23Também o ouro que êles têm, é
sim êles, depois de fabricados, se re (somente) para adômo. Se alguém
vestem com o ouro que recebem. 9Os lhes não limpar a ferrugem não re-
deuses dêles têm coroas de ouro so luzirão; pois, nem ainda quando os
bre as cabeças, mas os sacerdotes des fundiam, o sentiam. -4Por alto preço
pojam-nos de ouro e de prata, e gas são comprados, e não há nêles espíri
tam-no em seus próprios usos. 10E to de vida. ^Não tendo pés (capazes
ainda dão dêste ouro às prostitutas, de andar) , são levados sôbre os om-s
e enfeitam as meretrizes, e, depois bros, mostrando aos homens a sua vi-
de o terem tomado outra vez das leza. Sejam também confundidos
meretrizes, adornam com êles os seus os que os adoram. “ Por isso, se êles
deuses. “ Êstes não se defendem da caírem em terra, não se levantam
ferrugem, nem da traça. 12E, depois por si mesmos; mas pôr-lhes-ão dian
de os terem revestido de púrpura, te, como a mortos, as oferendas. 27Os
limpam-lhes o rosto por causa do seus sacerdotes vendem estas oferen
muitíssimo pó que se levanta no lu das, e fazem delas um mau uso; as
gar onde estão. 13(Eis um que) tem suas mulheres tomam também delas,
um cetro na mão como um homem, e não dão coisa alguma nem aos en
à maneira de juiz de província; mas fermos nem aos mendigos. 28As mu
não mata a quem o ofende. li(E is ou- lheres grávidas e no seu estado de
tro que) tem na mão uma espada e impureza tocam os sacrifícios dêles.
um cutelo, mas não se pode livrar a Sabendo vós, pois, por estas coisas,
si mesmo da guerra nem dos ladrões. que não são deuses, não os temais.
Ficai sabendo por isso que não são Os idolos recebem um culto louco
deuses; 15portanto não os temais. e torpe
Porque, assim como uma vasilha,
se se quebra, fica inútil para o ho 29Por que lhes chamam, pois, deu
mem, tais são também os seus deuses.2 9 ses? Porque as mulheres fazem ofe-
8
28. A lei judaica proibia a entrada no templo &s mulheres que se encontravam num dês-
ies dois estados.
29. Entre os Judeus as mulheres não tomavam parte no serviço do culto.
958 PROFECIA DE BARUC 6
rendas a êstes deuses de prata, e de São obra das mãos dos homens
ouro, e de madeira; 30e nas suas ca e nada podem fazer
sas (ou templos) estão assentados os
sacerdotes, tendo as túnicas rasgadas 45Por estatuários e ourives foram
e as cabeças e a barba rapada, e as feitos. Nenhuma outra coisa serão,
suas cabeças descobertas. 31E rugem, senão aquilo que querem que sejam
fazendo alaridos diante dos seus deu os sacerdotes. 46Os mesmos artífices
ses, como no festim dum morto. 32Os que os fazem, não são de muita dura
sacerdotes tiram-lhes os seus vesti ção. Como podem, pois, ser deuses a-
dos, e com êles vestem as suas mulhe quelas coisas que por êles mesmos
res e os seus filhos. 33E, ainda que foram fabricados? 47E não deixam
(aos ídolos) se lhes faça algum mal senão engano e opróbrio aos que
ou algum bem, não podem dar o pa hão de vir depois. ^Porque, quando
go. Nem podem pôr um rei, nem ti sobrevêm alguma guerra ou desastre,
rá-lo. 34Nem tão pouco podem dar consultam os sacerdotes entre si, on
riquezas, nem retribuir o mal. Se al de se hão de esconder com os seus
guém lhes fizer um voto, e não o deuses. 49Como se pode, pois, crer que
cumprir, nem disto se queixam. 35Não são deuses os que nem se podem li
livram ninguém da morte, nem de vrar da guerra, nem defender-se das
fendem o fraco do mais poderoso. calamidades? “ Porque, como êles são
36Não restituem a vista a um cego, de madeira, dourados e prateados,
nem livram o homem da sua necessi vir-se-á a saber um dia, por tôdas as
dade. 37Não se compadecerão da viú nações e reis, que são falsos; ver-se-
va, nem farão bem aos órfãos. 38Ês- -á claramente que não são deuses,
ses seus deuses são semelhantes às mas obra da mão dos homens, e não
pedras do monte, sendo feitos de ma há nêles operação alguma divina.
deira, e de pedra, e de ouro, e de 51Por onde se pode saber, pois, que não
prata; os que os adoram serão con são deuses; mas obras das mãos dos
fundidos. 39Como se pode, pois, pensar homens, e que não há nêles operação
ou dizer que êles são deuses? alguma divina?
40Porque os próprios Caldeus os de “ Não põem rei em país algum, ném
sonram; quando sabem que alguém dão chuva aos homens. “ Não decidi
não pode falar, porque é mudo, a- rão as contendas, nem livrarão as
presentam-no a Bel pedindo-lhe que províncias da opressão, porque nada
lhe dê fala; "como se os que não podem, como as gralhas que voam
têm movimento pudessem sentir; e entre o céu e a terra. “ Pois, se o fo
êles mesmos, quando se desenganam, go se atear na casa dêsses deuses de
os abandonam; porque os seus deu madeira, de prata e de ouro, os seus
ses são insensíveis. 42Mulheres, cin- sacerdotes fugirão e se livrarão; mas
gidas de corda, estão assentadas nos êles, como as vigas no meio das cha
caminhos queimando caroços de a- mas, serão queimados. “ Não resisti
zeitonas. 43E, quando alguma delas, rão a um rei em tempo de guerra. Co
atraída por algum passageiro, dor mo se pode, pois, pensar ou admitir
que são deuses?
miu com êle, lança em rosto à sua
vizinha que ela não fôra julgada dig São inúteis a si e aos homens
na de honra como ela, nem a sua cor
da se quebrara. 44E tôdas as coisas “ Não se poderão defender dos la
que se fazem em honra dêstes deuses drões, nem dos salteadores êstes deu
são falsas. Como se pode, pois, pen ses de madeira e de pedra dourados
sar ou dizer que êles são deuses? e prateados, porque aquêles podem
30. Manifestações de luto proibidas aos sacerdotes judeus.
31. Festim, dum morto. São conhecidos êstes fúnebres banquetes, preparados nas sepul-
turas dos povos da mais alta antiguidade.
40. os desonram, pedindo-lhes coisas que nào podem fazer, o que mostra a sua impo-
tência.
42-43. Alusão às prostituições em honra dos falsos deuses.
<) PROFECIA DE BARUC 959
mais do que êles; 57e os despojarão aos homens, 64Por isso, sabendo vós
do ouro, e da prata, e dos vestidos que não são deuses, não os temais.
de que estão cobertos, e se irão com 65Porque êles não amaldiçoarão,
êles; e êstes deuses não se poderão nem abençoarão os reis; 66nem tão
valer a si mesmos. 58Vale, pois, mais pouco mostram no céu aos povos os
ser um rei que ostenta as suas fôr- sinais dos tempos, nem brilham co
ças, ou uma vasilha útil em uma ca mo o sol, nem alumiam com a lua.
sa, com a qual se contente o que a 67Mais do que êles valem os animais,
possui, ou uma porta em qualquer que podem refugiar-se debaixo dum
casa, que guarda o que há dentro de coberto, e ser úteis a si próprios.
la, do que ser um dêstes falsos deu 68É-nos, pois, manifesto que de nenhu
ses. 5S,0 sol por certo, a lua e as estré ma maneira são deuses; portanto não
ias, sendo resplandescentes, e destina os temais.
das por vários usos, obedecem a Deus. 69Porque, assim como um espanta
“ P a mesma sorte o relâmpago, lho em um meloal o não guarda, as
quando fuzila, deixa-se ver, e o vento sim são os seus deuses de madeira,
sopra por tôdas as regiões. 61E as de prata e de ouro. 70São como o es-
nuvens, quando por Deus lhes fôr pinheiro branco em um jardim, so
mandado que corram todo o mundo, bre o qual vêm pousar tôdas as aves;
cumprem o que lhes é mandado. 02O assemelham-se até a um morto lan
fogo, também enviado de cima para çado nas trevas os seüs deuses de
que consuma os montes e os bosques, madeira, de ouro e de prata. 71Pela
faz o que lhe foi ordenado. Mas êstes púrpura e escarlate, que a traça rói
(deuses) não se assemelham a ne em cima dêles, sabereis claramente
nhuma coisa destas, nem em beleza, que não são deuses. Êles mesmos por
nem em poder. 63Por onde não se de fim serão comidos, e tornar-se-ão o
ve pensar em dizer que êles são deu opróbrio dum país. 720 homem justo
ses, visto que não podem nem fazer que não tem ídolos vale mais do que
justiça, nem valer em coisa alguma êles, porque estará longe de opróbrios.
PROFECIA DE EZEQUIEL
Ezequiel é o terceiro dos quatro profetas chamados “ maiores*4. Era f i
lho de Buzi e pertencia à estirpe sacerdotal. F'oi levado cativo para Ba
bilônia, onde profetizou durante vinte anos, ao mesmo tempo que Jeremias
profetizava em Jerusalém. Teve a glória de morrer mártir da justiça, co
mo se lê no Martirologio Romano, a 10 de abril.
Durante todo o seu exílio, o profeta foi o guia moral do seu povo,
que fora levado para o desterro. Os anciãos reuniam-se com frequência
na casa de Ezequiel que, como sacerdote e profeta, especialmente pelo
seu grande espírito, gozava da máxima autoridade entre eles. O profeta
sempre se ocupou em lembrar, aos judeus deportados, como Deus é fiel
em cumprir não só as promessas, mas também os castigos.
Parece ter sido êle mesmo quem coordenou, em forma de livrò, as
profecias; é por isso que, as profecias de Ezequial se nos apresentam em
ordem lógica e cronológica.
Depois de se ter referido à sua vocação, o profeta descreve a tomada
de Jerusalém pelos Caldeus, com tôdas as circunstâncias horrorosas que a
acompanharam, o cativeiro das dez tribos e da tribo de Judá, e todos os
ritíxjres da justiça de Deus contra o seu povo infiel. Em seguida, apresen
ta aos judeus motivos de consolação, prometendo-lhes que Deus os havia
de tirar d»o cativeiro, e havia de restabelecer Jerusalém, o seu templo e o
Keino de Israel, figura do Reino do Messias. Prediz a vocação dos gentios
e o estabelecimento da Igreja e o reino do supremo pastor, Jesus Cristo
de cujo batismo e ressurreição fala de um modo misterioso.
Pelo argumento, o livro pode ser dividido em duas partes:
Na primeira parte (1-32) io profeta anuncia tremendos castigos de
Deus contra o povo eleito (3-24), contra as nações idólatras (25-32).
Depois no prólogo (1-3), no qual o profeta narra a sua vocação, anuncia
com símbolos e com palavras a queda irreparável de Jerusalém e suas con-
seqüências. Finalmente, prediz a destruição de outras nações pagãs (Am o-
nitas, Moabitas, Idumeus, Filisteus e Egícios).
Na segunda parte (33-48) há também um prólogo (33), no qual se
narra como foi renovada a consagração do profeta, e publicada a noticia
da queda de Jerusalém. Passa, depois, imediatamente às profecias de con
solação para lsrael. Aparecem antes as profecias da restauração e da futu
ra glória de lsrael (34-39); finalmente é feita a descrição do reino mes
siânico, o novo reino de lsrael (40-48).
PROFECIA DE E Z E Q U I E L
Vocação do profeta todos os quatro, e rosto de boi à es
querda em todos os quatro, e rosto de
1 7No ano trigésimo, no quarto águia no alto nos mesmos quatro.
1 mês, a cinco do mês, aconteceu nOs seus rostos e as suas asas esten
que, estando no meio dos cativos, jun diam-se para o alto; duas asas de ca
to ao rio Cobar, abriram-se os céus, e da um juntavam-se, e duas cobriam
tive visões divinas. 2A cinco do mês, os seus corpos. 12E cada um dêles ca
no quinto ano da deportação do rei minhava segundo a direção do seu
Joaquim, 3foi dirigida a palavra do rosto para onde os impelia o ímpeto
Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, sa do espírito, para ali caminhavam
cerdote, na terra dos Caldeus, junto nem se voltavam quando iam an
ao rio Cobar, e lá a mão do Senhor dando.
fêz-se sentir sôbre êle. K!E o aspecto dêstes animais pare-
cia-se com carvões ardentes, e com
A visão dos quatro animais. lâmpadas (acesas). Via-se discorrer
A teoíania pelo meio dos animais um resplen
4E vi, e eis que vinha da banda do dor de fogo, e sair relâmpagos de fo
aquilão um torvelinho de vento, e go. 14E os animais iam e voltavam,
uma grande nuvem, e um globo de à semelhança de relâmpagos corus-
fogo, e à roda dela um resplendor; e cantes.
A s quatro rodas
no meio dêle, isto é, no meio do fo
go, (via-se) uma espécie de metal bri 15E, enquanto eu estava olhando
lhante. para êstes animais, apareceu junto
5E, no meio dêste mesmo fogo, apa de cada um dêles uma roda sôbre a
recia uma semelhança de quatro ani terra, a qual tinha quatro faces. 10O
mais, cujo aspecto tinha a semelhan aspecto das rodas e a sua estrutura
ça do homem. 6Cada um tinha quatro era como a côr do mar; e tôdas qua
rostos, e cada um quatro asas. 7Os tro eram semelhantes; e o seu aspec
seus pés eram pés direitos, e a planta to e estrutura eram como de uma ro
dos (seus) pés era como a planta do da que está no meio doutra roda. 17A -
pé dum novilho, e cintilavam como vançando, iam pelos seus quatro la
cobre incandescente. 8E tinham mãos dos e não se voltavam quando iam
de homem debaixo das suas asas aos rodando. 18Tinham também estas ro
quatro lados; e também tinham ros das uma grandeza, uma altura e um
tos e asas pelos quatro lados. 8E as a- aspecto horrível; e todo o corpo das
sas dum estavam juntas às do outro; quatro rodas estava cheio de olhos ao
não se voltavam quando iam cami redor. 19E, quando os animais an
nhando, mas cada um caminhava se davam, andavam também as rodas
gundo a direção do seu rosto. 10e a se junto dêles; e, quando os animais
melhança do seu rosto era rosto de se elevavam da terra, também as
homem, e rosto de leão à direita em rodas se elevavam juntamente.
31 - B íblia Sagrada
962 PROFECIA DE EZEQ UIEL l - 3
20P ara onde o espírito ia, e para on uma voz de alguém que falava. E
de o espírito se elevava, as rodas, disse-me: Filho do homem, põe-te de
seguindo-o, também igualmente se pé e eu falarei contigo. 2E entrou
elevavam. Porque o espírito de vi em mim o espírito, depois que me
da estava nas rodas. 21Andando os falou e me firmou sôbre os meus pés;
animais andavam as rodas, e paran e ouvi o que me falava, 3e que me
do êles paravam elas; e, quando êles dizia: Filho do homem, eu te envio
se elevavam da terra, também as aos filhos de Israel, aos povos, após
rodas, seguindo-os, juntamente se tatas, que se apartaram de mim; ê-
elevavam, porque o espírito de vi les e seus pais têm violado o meu
da estava nas rodas. pacto até ao dia de hoje. 4E aquê-
21’E por cima das cabeças dos ani les a quem eu te envio são filhos
mais via-se uma semelhança de fir de semblante duro e de coração indo
mamento, como um aspecto de cris mável; e tu lhes dirás: Isto diz o Se
tal estupendo, estendido pela parte nhor Deus. 6A ver se porventura êles
superior por cima de suas cabeças. 28E ouvem e cessam (de pecar), porque é
debaixo dêste firmamento (viam-se) uma casa rebelde; e (ao menos) sa
as suas asas estendidas, tocando a berão que esteve no meio dêles um
asa dum na do outro; cada um cobria profeta.
o seu corpo com duas asas, e todos °Tu, pois, filho do homem, não te
do mesmo modo o cobriam. 24E eu nhas rnêdo dêles, nem temas as suas
ouvia o ruído das suas asas, comc o palavras, porque estás com incrédulos
ruído de muitas águas, como a voz e pervertedores, e habitas com escor
do Deus altíssimo. Quando andavam, piões. Não temas as suas palavras,
o ruído era como o de uma multidão, nem te assustes com os seus semblan
como o ruído dum exército; e, quan tes, porque é uma casa rebelde. 7Tu,
do paravam, baixavam as suas asas. pois, lhes intimarás as minhas pala
“ Porque, quando sala uma voz de vras, a ver se porventura êles ouvem
sobre o firmamento que ficava por e cessam (de pecar), porque são re
cima das suas cabeças, paravam e beldes.
baixavam as suas asas. 8Mas tu, filho do homem, ouve tu
O trono e a glória de Deus do o que te digo, e não sejas rebelde
como esta casa; abre a tua bôca, e
26E sobre êste firmamento, que fi come tudo o que eu te dou. °E olhei,
cava iminente às suas cabeças, havia e eis que uma mão estava estendida
uma semelhança de trono de safira, e para mim, na qual se achava um li
sôbre esta semelhança do trono havia vro enrolado; e o abriu diante de mim,
uma semelhança de homem assentado. e estava escrito por dentro e por fo
27E vi (o seu aspecto) como uma es ra, e viam-se escritas nêle lamenta
pécie dum metal brilhante, como o as ções e canções lúgubres e maldições.
pecto do fogo, no interior e em volta
dêie. D a sua cintura para cima, e da Ezequiel é fortificado para cumprir
sua cintura para baixo vi como um a sua missão
fogo que resplandecia ao redor, 28qual
arco-iris que aparece numa nuvem 7E (o Senhor) disse-me: Filho
em dia de chuva, tal era o aspecto J do homem, come tudo o que a-
do reLplendor em roda. chares; come êsse livro, e vai fa lar
aos filhos de Israel. 2Então abri a mi
Missão de Ezequiel nha bôca, e êle deu-me a comer a-
quêle livro; 3e disse-me: Filho do ho
O ^ s t a foi a visão da semelhança mem, o teu ventre se alimentará, e
“ da glória do Senhor. E vi, e caí encher-se-ão as tuas entranhas dês-
com o meu rosto em terra, e ouvi te livro que te dou. E eu comi-o, e
Gap, I I — 1. Filho do homem. E sta expressão, muito usada por Ezequiel, tem por fim
fazer sobressair a fraqueza do profeta em presença de Deus.
Cap I I I — 1. Come esse livro, isto é, abre o teu coração à palavra de Deus, medita r e la
continuamente, para poderes anunciá-la ao povo com mais fruto.
3. Tornou-se doce. A s revelações celestes s5o sempre doces, porque vêm de Deus.
3 PROFECIA DE EZEQ UIEL 963
14. Cheio de am argura. . . causada pela lem brança do povo ingrato e endurecido, ao qual
va i levar a p alavra de Deus.
18. Requererei. .. Pedir-te-ei contas da sua perdição.
26. Deus exigirá de Ezequiel o silêncio durante todo êste tempo, não lhe permitindo que
d irija mesmo repreensões ao povo culpado.
964 PROFECIA DE EZEQ UIEL 3 - ô
çá-la-ás ao fogo no meio da cidade, 12Um têrço dos teus m orrerá de pes
à medida que os dias do cêrco se te, e será consumido de fome no meio
forem cumprindo; tomarás a outra de ti; e outro têrço dos teus cairá
têrea parte, e cortá-las-ás com a na morto ao fio da espada ao redor de
valha ao redor da cidade; deitarás ti; quanto, porém, ao outro têrço que
ao vento a outra têrça parte, e em te restar, eu o espalharei a todo o
seguida eu irei atrás dêles com a vento, e irei atrás dêles com a espa
espada nua. 3Desta têrça parte, po da nua. 13E satisfarei assim o meu
rém, tirarás um pequeno número, que furor, e nêles farei descansar a mi
atarás numa ponta da tua capa. 4E nha indignação, e ficarei satisfeito; e
ainda dêstes tirarás alguns, e lança- saberão que eu, o Senhor, falei no
-los-ás no meio do fogo, e queimá- meu zêlo (pela minha glória) depois
lo-ás; e daqui sairá um fogo contra que eu tiver satisfeito sôbre êles a mi
tôda a casa de Israel. nha indignação. 14Eu te reduzirei (6
Jerusalém) a um deserto, e a ser o
Explicação dos símbolos opróbrio das nações que estão ao re
dor de ti, à vista de todos os que
5Isto diz o Senhor Deus: Esta é a- forem passando. 15E serás o opróbrio
quela Jerusalém que eu fundei no e a maldição, o escarmento e o as
meio das nações, e que está cercada sombro entre os povos que te cercam,
das suas terras. °Ela desprezou os quando eu tiver exercido contra ti
meus juízos, até ao ponto de se tor os meus juízos com furor, e com in
nar mais ímpia que as gentes; e (vio- dignação, e com a minha ira vinga
lou) os meus preceitos ainda mais dora. 16E (saberão que) eu, o Senhor,
que todos os países que estão ao re falei, quando despedir as perniciosas
dor dela; porque (os Israelitas) des setas da fome contra êles, gue serão
prezaram as minhas leis e não an mortais, e que eu despedirei para
daram nos meus preceitos, p o r ta n vos perder; e juntarei fome contra
to isto diz o Senhor Deus: Porque vós, e quebrarei entre vós o báculo
excedestes (em impiedade) as nações do pão. ,7E enviarei contra vós a fo
que estão ao redor de vós, e não an me e as mais cruéis feras até vos
dastes nos meus preceitos, e não ob exterminarem; a peste e o sangue
servastes as minhas leis, e nem se passarão por meio de ti (ó povo in
quer procedestes segundo as leis das fiel), e farei vir a espada sôbre ti.
gentes que vivem à roda de vós; 8por Fui eu, o Senhor, que o disse.
isso, isto diz o Senhor Deus: Aqui
estou eu (6 Jerusalém) contra ti, e Israel será castigado por sua idolatria
eu mesmo exercerei no meio de ti os
meus castigos à vista das nações. 9E C 4E foi-me dirigida a palavra do
farei contra ti o que nunca fiz, e que u Senhor, a qual dizia: 2Filho do
nunca mais farei, por causa de tôdas homem, vira o teu rosto para os
as tuas abominações. 10Por isso, os montes de Israel, e profetiza con
pais comerão os seus filhos no meio tra êles, 8e dize: Montes de Israel,
de ti, e os filhos comerão os seus ouvi a palavra do Senhor Deus: Isto
pais, e eu exercerei contra ti os meus diz o Senhor Deus aos montes e aos
juízos, e dispersarei a todo o vento outeiros, aos rochedos e aos vales:
tudo o que restar de ti. Eis que mandarei sôbre vós a espa
“ Portanto, (juro) por minha vida, da, e destruirei os vossos (santuários
diz o Senhor Deus, que, assim como construídos nos) lugares altos: 4e de
violaste o meu santuário com tôdas molirei os vossos altares, e serão que
as tuas infâmias e com tôdas as tuas brados os vossos simulacros; e farei
abominações, eu também te extermi cair os vossos (homens) mortos diam
narei, e não te olharei com olhos be te dos vossos ídolos; 5e estenderei os
nignos, nem terei compaixão (de ti). cadáveres dos filhos de Israel diante
mente o último têrço, disperso no exílio, perecerá em parte, exposto a muitos perigos figu
rados pela espada nua, U m pequeno número sòmente, um resto fiel, será conservado e re
conduzido a Canaã (vers. 3 ); e ainda êste pequeno número será sujeito a uma última puri-
ficaçâo (v e ra 4).
966 PROFECIA DE EZEQ UIEL 6 - 7
os viventes; porque a visão (que ti casas; e farei cessar a soberba dos
ve) relativa a tôda a sua multidão poderosos, e outros possuirão os seus
não ficará sem efeito, e ninguém santuários. 25Ao sobrevir-lhes de re
encontrará apôio na iniqüidade da pente a angústia, êles buscarão a
sua vida. paz, e não a haverá. 26A um susto
sucederá outro susto, e a um es
Será inútil resistir trondo, outro estrondo; e buscarão
visões junto dos profetas, e a lei
14Tocai a trombeta, preparem-se não existirá na bôea do sacerdote,
todos; mas não há ninguém que vá e o conselho na bôea dos anciãos.
à batalha, porque a minha ira está 270 rei chorará, e o príncipe cobrir-
sôbre todo o povo. 1 45*F ora a espa -se-á de tristeza, e as mãos do po
da, e dentro a peste e a fome; o vo da terra tremerão de mêdo. Eu
ue está no campo, morrerá à espa- os tratarei segundo as suas obras, e
a; e os que estão na cidade, serão os julgarei conforme êles julgaram
devorados pela peste e pela fome. os outros; e saberão que eu sou o
16E os que dentre êles fugirem, sal- Senhor.
var-se-ão, mas estarão sôbre os mon
tes como pombas dos vales, todos Deus mostra a Ezequiel, por meio de
tremendo, cada um por causa da visões, os crimes e os castigos
sua iniqüidade. 17Tôdas as mãos se de Jerusalém
enfraquecerão, e todos os joelhos
se fundirão em água. ^E cingir-se-ão O 2E aconteceu no ano sexto, no
de cilícios, e o mêdo os cobrirá, e ° sexto mês, aos cinco do mês.
em todo o rosto haverá confusão e quando eu estava sentado em minha
tôdas as suas cabeças aparecerão ra casa, e estavam sentados diante de
padas (em sinal de dor). 19A sua mim os anciãos de Judá, que caiu
prata será lançada fora, e o seu sôbre mim a mão do Senhor Deus.
ouro será reputado como estéreo. 2E tive uma visão; era uma figura
A sua prata e o seu ouro não os que tinha o aspecto de fogo; dos
poderão livrar no dia do furor do seus rins para baixo era de fogo;
Senhor; não saciarão a sua alma, e dos rins para cima era como uma
e os seus ventres não se encherão, luz resplandecente, como um metal
porque a sua iniqüidade fêz disso um brilhante. 8E estendeu uma seme
motivo de queda. 20E converteram lhança de mão, tomou-me por uma
em soberba o adorno de seus cola guedelha da minha cabeça; e o es
res, e dêle fizeram imagens das suas pírito levantou-me entre a terra e
abominações e simulacros; e por is o céu; e levou-me a Jerusalém numa
so farei que seja para êles uma i- visão divina, pondo-me junto da por
mundície; 21pô-lo-ei nas mãos dos ta interior que olhava para a ban
estranhos para ser* saqueado, e ser da do aquilão, onde tinha sido colo
virá de prêsa aos ímpios da terra, cado o idolo do ciúme, para provo
e êles o contaminarão. 22E aparta car a emulação (ou cólera de D em ),
rei dêles o meu rosto, e violarão o 4E eis que aparecia ali a glória do
meu santuário; e entrarão nêle sa Deus de Israel, conforme a visão
queadores, e o profanarão. que eu tinha tido no campo.
Consumação da calamidade 5E êle disse-me: Filho do homem,
levanta os teus olhos para o cami
2,,Faze a conclusão (desta dura nho do aquilão; e eis que vi ao nor
profecia), porque a terra está cheia te da porta do altar aquêle ídolo
de delitos sangüinários, e a cidade do ciúme, pôsto bem à entrada. °E
está cheia de iniqüidade. 24Eu fa êle disse-me: Filho do homem, vês
rei vir os mais perversos dentre as o que fazem êstes, as grandes a-
gentes, e êles se apoderarão das suas bominações que a casa de Israel co
14. Tocai a trombeta em Jerusalém para cham ar os guerreiros, preparem-se todos p ara
a defesa; os habitantes, porém, daquela cidade estão na impossibilidade de opôr uma séria
resistência ao inimigo.
17. Se fundirão em água. Símbolo de fraqueza extrema e de decomposição.
968 PROFECIA DE EZEQ UIEL 8 - 9
mete aqui, para que me retire pa uns vinte e cinco homens, que ti
ra longe do meu santuário? Pois, nham as costas voltadas para o tem
quando te voltares, verás abomina- plo do Senhor, e as caras viradas
ções ainda maiores. para o oriente, e adoravam o sol
7E conduziu-me à entrada do á- que nascia.
trio, e olhei, e eis que havia ali um Êstes crimes serão vingados
buraco na parede. 8E disse-me: F i
lho do homem, escava a parede. E, 17E êle disse-me: P or certo, filho
tendo eu escavado a parede, apare do homem, tu viste; porventura é
ceu uma porta. 9E êle disse-me: isto coisa de pouca importância pa
Entra, e vê as péssimas abomina- ra a casa de Judá, o fazerem êles estas
çõeg que êstes aqui cometem. 10E, abominações que têm feito aqui, o te
tendo entrado, olhei, e eis que ha rem enchido a terra de iniqüidade,
via ali imagens de tôda a sorte de o terem-se empenhado em me irri
répteis e de animais, a abominação tar? E eis que chegam aos seus na
e todos os ídolos da casa de Israel rizes um ramo. 18Logo também eu
estavam pintados na parede por tô os tratarei com rigor, o meu ôlho
da a roda. nE setenta homens dos não os poupará, nem me compade
anciãos da casa de Israel estavam cerei dêles; e, quando me gritarem
em pé diante destas pinturas, e Je- aos ouvidos em alta voz, não os a-
zonias, filho de Safan, também em tenderei.
pé no meio dêles; e cada um tinha
na sua mão um turíbulo; e o fumo Serão mortos todos os que não esti
do incenso, que dêle saía como uma verem marcados com o sinal Tau
névoa, elevava-se para o alto. 12E Q 7E com uma grande voz gritou
êle disse-me: Vês bem, filho do ho aos meus ouvidos, dizendo: Os
mem, o que os anciãos da casa de visitadores da cidade estão a che
Israel fazem nas trevas, o que cada gar, e cada um tem na sua mão um
um dêles pratica no segrêdo da sua instrumento de morte. 2E eis que
câmara; porque êles dizem: O Se vinham seis homens pelo caminho
nhor não nos vê, o Senhor desampa da porta superior que olha para o
rou a terra. aquilão, e cada um trazia na sua mão
13Então disse-me êle: Quando te um instrumento de morte; via-se
voltares para outra parte, verás abo- também no meio dêles um homem
minações ainda maiores que as que vestido de roupas de linho e um tin
êstes fazem. 14E levou-me à entra teiro de escriba à cinta; e entraram,
da da porta da casa do Senhor que e puseram-se junto do altar de bron
olhava para a banda do aquilão; e ze.
eis que estavam ali umas mulheres 3E a glória do Senhor de Israel e-
sentadas, chorando Adonis. levou-se de cima do querubim, sô-
15E êle disse-me: Por certo, filho bre o qual estava, indo-se pôr à en
do homem, tu o viste; e, quando te trada da casa (do Senhor); e cha
voltares para outra parte, verás mou o homem que estava vestido de
maiores abominações do que estas. roupas de linho e que tinha o tin
16E introduziu-me no átrio interior teiro de escriba à cinta. 4E o Senhor
da casa do Senhor; e eis que se a- disse-lhe: Passa pelo meio da cida
chavam à porta do templo do Se de, pelo meio de Jerusalém, e com
nhor, entre o vestíbulo e o altar, um tau marca a fronte dos homens
Cap. v l l l — 14. Chorando o deus Adonis. U m dos principais ritos do culto dêste
deus consistia em lamentações, p ara celebrar a sua morte.
16. Os Judeus adoravam a Deus, olhando para o ocidente, a fim de fugirem de adorar
o sol como os Gentios. O lugar em que estavam indica que eram sacerdotes.
17. Chegam aos seus narizes. . . Segundo S. Jerônimo, êste modo de proceder era um rito
idolátrico.
Cap. IX — 2. Seis hornens, seis espíritos celestes, que o profeta via revestidos de form a
humana.
4. D os homens que gemem, dos Israelitas fiéis que gemem por causa destas abominaçôes.
M arcados com êste sinal, ficavam sob a proteção especial de Deus.
9 - 10 PROFECIA DE EZEQ UIEL 969
Cap. X I — 3. Não estão as nossas ca sa s... Defendidos por sólidas fortificações, nada
temos a temer dos exércitos de Babilônia. — É a caldeira... Dito popular: assim corno a
caldeira em que se coze a carne, a conserva e impede de arder, pôsto que esteja cercada de
chamas, assim Jerusalém conservará, os seus habitantes ao abrigo de todo o mal.
7. O dito popular volta-se contra os que o invocaram (vers. 3). A carne, isto ê, os ino
centes que vós massacrastes repousarão em paz nos seus sepulcros; vós, porém, nâo sereis
guardados por Jerusalém, mas levados para o exílio.
10. Nos co n fin s... Foi no país de Em at, na fronteira norte da Palestina, que Nabuco-
donosor condenou e mandou m atar os .principais de Judá.
13. Ê sòrnente em espirito, em visão, que Ezequiel se encontrava em Jerusalém; é igual
mente em espírito que Deus lhe fêz ver a morte súbita de Feltias, prognóstico da realização
de outras ameaças.
11 - 12 PROFECIA DE EZEQ UIEL 971
seu mau caminho, e vivesse, 23por is proferir um (falso) oráculo, fui eu, o
to não tornareis mais a ter visões Senhor, que permiti que se enganasse
vãs, nem a vender adivinhações, por êsse profeta; eu estenderei à minha
que eu livrarei o meu povo das vos mão sôbre êle, e o exterminarei do
sas mãos, e vós sabereis que eu sou meio do meu povo de Israel. 10E le
o Senhor. varão sôbre si (o castigo da) sua ini
O s q u e se entregam à iniquidade, é qüidade; à proporção (do castigo) da
em vão que consultam o Senhor iniqüidade do que consultar, assim
será ( o castigo da) iniqüidade do pro
14 *E vieram ter comigo alguns dos feta que responder; na fim de que a
1' anciãos de Israel, e sentaram- casa de Israel não se torne mais a
se diante de mim. 2E foi-me diri extraviar para longe de mim, e a fim
gida a palavra do Senhor, a qual di de que ela não se corrompa por tô
zia: 3Filho do homem, êsses varões das as suas prevaricações, mas sejam
colocaram as suas imundícies nos seus êles o meu povo, e seja eu o seu
corações, e puseram (os ídolos) o Deus, diz o Senhor Deus dos exércitos.
escândalo da sua iniqüidade diante
As preces das almas justas já não
da sua face; porventura responder-
conseguirão salvar o povo culpado
-lhes-ei quando me interrogarem?
4P or isso fala-lhes e dize-lhes: Isto 12E foi-me dirigida a palavra do
diz o Senhor Deus: Qualquer homem Senhor, a qual dizia: 13Filho do ho
da casa de Israel que tiver pôsto as mem, se algum país pecar contra
suas imundícies no seu coração, e mim, cometendo grandes prevarica
tiver colocado o escândalo da sua ini ções, eu estenderei a minha mão sô
qüidade diante de seus olhos, e fôr bre êle, e quebrarei a vara do seu
ter com algum profeta, para me in pão, e enviarei contra êle a fome, e
terrogar por meio dêle, eu, o Senhor, matar-lhe-ei os homens e os animais.
lhe responderei segundo a multidão 14E, ainda que no meio dêle se achem
das suas imundícies, 5a fim de que êstes três homens, Noé, Daniel e Jó,
a casa de Israel seja apanhada pelo ( somente) êles livrarão as suas. al
seu próprio coração, pelo qual se re mas pela sua própria justiça, diz o
tiraram de mim para seguirem todos Senhor dos exércitos. 15E, se eu enviar
os seus ídolos. °Por isso dize à casa a essa terra animais ferocíssimos pa
de Israel: Isto diz o Senhor Deus: ra a destruírem, e ela se tornar ina
Convertei-vos, e retirai-vos dos vos cessível, sem que ninguém possa pas
sos ídolos, e afastai os vossos rostos sar por ela por causa das feras, ^ain
de tôdas as vossas contaminações. da que êstes três homens estejam
7Porque, se um homem da casa de Is nela, juro, diz o Senhor Deus, que
rael. e um estrangeiro dentre os pro- êles não livrarão nem os seus filhos,
sélitos que estiver em Israel, se afas nem as suas filhas, mas só êles serão
tar de mim, e puser os seus ídolos livres, e a terra será destruída. 17Ou
no seu coração, e colocar o escândalo se eu fizer vir a espada sôbre esta
da suá iniqüidade diante dos seus terra, e disser à espada: Passa pelo
olhos, e fôr ter com algum profeta meio desta terra, e lhe matar os ho
para me interrogar por meio dêle, eu mens e os animais, 18e êstes três ho
o Senhor, lhe responderei por mim mens se acharem no meio dela, juro,
mesmo (castigando-oj; 8voltarei o diz o Senhor Deus, que êles não li
meu rosto contra tal homem, e farei vrarão nem os seus filhos, nem as
dêle um exemplo e um provérbio, e o suas filhas, mas só êles serão livres.
exterminarei do meio do meu povo; e 19E se eu enviar a peste contra essa
vós sabereis que eu sou o Senhor, terra, e derram ar a minha indignação
‘E, quando algum profeta errar e sôbre ela por um decreto de sangue,
para exterminar dela os homens è Assim como, entre as árvores das sel
os animais, 20e Noé, Daniel e Jó se vas, é o pau da vide aq^êle que eu
acharem no meio dela, juro, diz o particularmente destinei para ser con
Senhor Deus, que não livrarão nem sumido pelo fogo, assim entregarei
os seus filhos, nem as suas filhas, (ao fogo) os habitantes de Jerusalém.
mas só êles livrarão as sua almas 7E voltarei o meu rosto (irado) con
pela sua própria justiça. tra êles; sairão dum fogo, e outro
I s r a e l se rá ca stig a d o,
fogo os consumirá; e vós sabereis
m a s não se rá d e stru íd o
que eu sou o Senhor, depois que eu
tiver voltado o meu rosto contra êles,
21Porquanto isto diz o Senhor Deus: 8e tiver tornado a sua terra inaces
Se eu enviar contra Jerusalém os sível e deserta, por êles terem sido
meus quatro flagelos perniciosíssimos, prevaricadores, diz o Senhor Deus.
a espada e a fome, os animais ferozes
e a peste, para lhe matar os homens O s b e n e fíc io s que D e u s fê z
e o gado, 22ficarão nela todavia al a J e ru s a lé m
guns que se salvarão, e que farãó sair
os seus filhos e filhas; eis que êstes 1 íjlE foi-me dirigida a palavra do
virão ter eonvosco (aqui à Babilônia) Senhor, a qual dizia: 1
2Filho do
e vós vereis o seu (m au) proceder homem, faze conhecer a Jerusalém
e as suas obras, e consolar-vos-eis do as suas abominações; 3e dir-lhe-ás:
mal que fiz vir sôbre Jerusalém, e Isto diz o Senhor Deus a Jerusalém:
de tôdas as calamidades que sôbre A tua origem e a tua raça vêm da
ela descarreguei. 23E êles vos conso terra de Canaã; teu pai era Amorreu,
larão, quando virdes o seu (m au) e tua mãe Cetéia. 4E, quando tu
proceder e as suas obras, e vós conhe viestè ao mundo no dia do teu nas
cereis que não foi sem um justo cimento, não te foi cortado o umbi
motivo que eu fiz nela tudo o que go, nem fôste lavada em água sau
fiz, diz o Senhor Deus. dável, nem usaram contigo de sal,
J e ru s a lé m , como u m p au de vid e , nem fôste envolta em mantilhas. 5Não
se rá la nça d a ao fog o houve ôlho que olhasse para ti com
piedade, com o intúito de te prestar
1 C 7E foi-me dirigida a palavra do algum dêstes serviços, compadecido
*** Senhor, a qual dizia: 2Filho de ti; mas fôste arrojada sôbre a fa
do homem, que se há de fazer do ce da terra, com desprêzo da tua v i
pau da vide, com preferência a tôdas da, no dia em que nasceste.
as árvores dos bosques e das selvas? 6E, passando junto de ti, eu te vi
3Porventura tomar-se-á dela um pau debatendo-te no teu sangue, e disse-
que sirva para se fazer alguma obra, te, estando tu coberta do teu sangue:
ou fabricar-se-á dela uma estaca pa Vive; sim, eu te disse: Ainda que co
ra que se lhe pendure algum objeto? berta do teu sangue, vive. 7Fiz-te
4Eis que se lança ao fogo para lhe crescer como a erva do campo; e cres
servir de pasto; ambas as suas ex ceste, e te tornaste grande, e te de
tremidades consome a chama, e o senvolveste, e atingiste uma beleza
meio dêle reduz-se a cinza; acaso se perfeita no tempo da puberdade; po
rá útil para alguma obra? 5Mesmo rém estavas nua e cheia de confusão
quando estava inteiro, não servia pa (na terra do E g ito ). 8E passei junto
ra obra alguma; quanto menós, de de ti, e te vi e-eis que o tempo em
pois que o fogo o devorar e queimar, que estavas, era o tempo dos amores
poderá fazer-se dêle alguma obra? (ou da puberdade); e estendi sôbre ti
°Portanto isto diz o Senhor Deus: o meu manto, e cobri a tua ignomí
23. Éles vos consolarão, pois vereis, pelo seu mau proceder, que foi com razão que os
castiguei.
Cap X V I — 3-5. Êstes versículos recordam a origem humilde e miserável de Israel, para
fazerem realçar a bondade de Deus, que o escolheu para seu povo.
8. E sten d i... A çâo simbólica, significando que um homem toma um a mulher p ara sua
•espôsa. — Fiz aliança contigo, a aliança do Sinai, considerada muitas vêzes como um casa
mento entre Deus e o seu povo.
976 PROFECIA DE EZEQ UIEL 16
asas e de muitas penas; e eis que es 17E o Faraó com seu grande exérci
ta vinha como que voltou as suas to, e com o seu muito povo, não com
raízes, e estendeu os seus sarmentos baterá contra êle, quando levantar
para ela, a fim de ser regada com terraplenos, e abrir trincheiras, para
os seus fecundos canais. matar muitas pessoas* 18Porque des
8Foi esta vinha plantada numa boa prezou o juramento, e violou a alian
terra, junto de copiosas águas, a fim ça, apesar de ter dado a sua mão;
de lançar folhas, e dar fruto, e tor- tendo feito tôdas estas coisas, não es
nar-se uma grande vinha. uDize: Isto, capará. 19Portanto isto diz o Senhor
diz o Senhor Deus: Será possível que Deus: Juro que farei recair sôbre a
ela venha a ser bem sucedida? CA sua cabeça o juramento que despre
primeira águia) não lhe arrancará as zou, e a aliança que violou. “ Esten-
suas raízes, e não deitará abaixo os derei a minha rêde sôbre êle, e será
seus frutos, e não secará todos os sar apanhado na minha rêde varredoura;
mentos que tiver brotado, e não f i e levá-lo-ei a Babilônia, e lá o julga
cará ela árida, e isto sem necessidade rei pela prevaricação com que me
de grande fôrça, nem de muita gente desprezou. 21E todos os seus deserto
para a arrancar pela raiz? 10Ei-la, aí res com todos os seus esquadrões
está plantada; mas prosperará ela? cairão mortos à espada; e os que fi
Ou, quando a tocar um vento abrasa carem serão espalhados a todo o ven
dor, não se secará, e não ficará ári to; e sabereis que eu, o Senhor, é
da, apesar dos canais que a fecundam? que falei.
P ro m e s s a m e ssiâ n ic a
Aplicação da parábola a Sedecias
” E foi-me dirigida a palavra do Se 22Isto diz o Senhor Deus: Tomarei
nhor, a qual dizia: 12Dize a esta casa do mais escolhido do elevado cedro,
que me irrita: Não sabeis o que sig e o plantarei, cortarei do mais alto
nificam estas coisas? Dize: Eis que de seus ramos um tenro garfo, e
vem o rei de Babilônia sôbre Jerusa plantá-lo-ei sôbre um alto e eleva
lém, e tomará o rei e os seus prínci do monte. “ Eu o plantarei no alto
pes, e os levará para o seu reino, pa monte de Israel, e êle deitará reben
ra Babilônia. 13E tomará um (m em - tos, e dará fruto, e tornar-se-á um
b ro) da estirpe real, e fará aliança grande cedro; e tôdas as aves habi
com êle, e receberá dêle juramento: tarão debaixo dêle, e tôdas as espé
e até os fortes do país êle tirará, ^pa cies de voláteis farão o seu ninho à
ra que o reino fique abatido, e não sombra das suas folhas. 24E saberão
se levante, mas guarde a sua aliança, tôdas as árvores desta região que eu.
e a observe. 15Porém êste (príncipe), o Senhor, é que humilhei a árvore
apartando-se dêle, enviou mansagei- alta, e exaltei a árvore humilde, e
ros ao Egito, para que lhe desse ca sequei a árvore verde, e fiz rever
valos e muita gente. Porventura pros decer a árvore sêca. Eu, o Senhor,
perará, ou encontrará salvação quem 0 disse e o fiz.
isto fêz? E o que violou a aliança J u s tiç a dos ju iz o s d iv in o s
escapará? 16Juro, diz o Senhor Deus,
que no país do monarca que o fêz rei, 1 Q *E foi-m e dirigida a palavra do
cujo juramento quebràntou, e cuja a- 10 Senhor, a qual dizia: 2Por que
liança, que tinha com êle, violou, é que convertestes em provérbio es
(lá ) no meio de Babilônia, morrerá. ta parábola na terra de Israel, di-
8. A pesar de tudo, Judá podia prosperar sob o domínio de Babilônia, voltando-se para
o Egito, Sedeclas era imprudente, e la contra a vontade de Deus. Com tal proceder a traía
sôbre si a vingança dos Caldeus.
17. Contra €le. Contra Nabucodonosor.
18. D e ter dado a sua mão. Gesto que acompanhava os juramentos.
22-23. Profecia relativa ao Messias e ao seu reino universal.
24. Tôdas as árvores, isto é, os pag&os que mais tarde deviam reconhecer o Messias. —
Arvore dita, a orgulhosa casa real de Judá. — Árvore humilde, Jesus Cristo.
Gap. X v l I I — 2. os p a is ... Modo de dizer que os filhos sofríarn as conseqüencias dos
pecados dos pais que tinham ficado impunes.
980 PROFECIA DE EZEQ UIEL 18
zendo: Os pais comeram as uvas em vendo todos os pecados que seu pai
agraço, e os dentes dos filhos é que cometeu, temer e não fizer coisa se
se acham botos? 3Juro, diz o Senhor melhante às que êle fêz; 35que não
Deus, que esta parábola não passará comer sôbre os montes, e não levan
mais entre vós por um provérbio tar os seus olhos para os ídolos da
em Israel. 4*6
Eis que todas as almas casa de Israel, e não violar a mulher
são minhas; como é minha a alma do seu próximo; 36que não entristecer
do pai, assim o é também a alma pessoa alguma, que não retiver o pe
do filho; a alma que pecar, essa mor nhor, nem tirar nada por violência,
rerá. que der do seu pão ao faminto, e ao
O ju s t o v i v e r á nu cobrir com vestido; 17que apartar
r>Se um homem fôr justo e proce a sua mão de tôda a injustiça contra
der conforme a eqüidade e a justiça; o pobre, que não receber usura, nem
6se não comer nos montes, e não le mais do que emprestou, que observar
vantar os seus olhos para os ídolos as minhas leis, que andar nos meus
da casa de Israel; se não ofender a preceitos; êste não morrerá por cau
mulher do seu próximo, e não se jun sa da iniqüidade de seu pai, mas cer
tar com a menstruada; 7se não en tissimamente viverá. 18Seu pai, porque
tristecer ninguém, se der o penhor ao caluniou e fêz violência a seu irmão,
seu devedor, se não tirar nada do e praticou o mal no meio do seu po
alheio por violência, se der do seu vo, morreu em castigo da sua ini
pão ao que tem fome, e ao nu cobrir qüidade.
com vestido; 8se não emprestar com
Cada u m se rá julgrado se gundo
usura, e não receber mais do que o a s s u a s o b ra s
que emprestou; se afastar a sua mão
da iniqüidade, e sentenciar com jus 19E vós dizeis: Por que razão não
tiça entre homem e homem; 9se an levou o filho a iniqüidade de seu pai?
dar nos meus preceitos, e guardar os É porque o filho procedeu conforme
meus mandamentos, para proceder a eqüidade e conforme a justiça, por
segundo a verdade; êste tal é justo, que guardou todos os meus preceitos
viverá certissimamente, diz o Senhor e os praticou, por isso viverá (feliz)
Deus. certissimamente. 20A alma que pecar,
O f ilh o m a u d um p ai bom m o rre rá essa morrerá; o filho não levará a
iniqüidade do pai, e o pai não levará
“ Porém se. gerar filho ladrão, que a iniqüidade do filho; á justiça do
derrame sangue, e que cometa qual justo será sôbre êle, e a impiedade
quer destas faltas, 13ainda quando do ímpio será sôbre êle.
não as cometa tôdas, que coma so
bre os montes e que manche a mu 21Mas, se o ímpio fizer penitência
lher do seu próximo, 12que entristeça de todos os pecados que cometeu, e
o necessitado e o pobre, que tire por se guardar todos os meus preceitos,
violência os bens de outro, que não e proceder conforme a eqüidade e
dê o penhor ao seu devedor, e que a justiça, certissimamente viverá, e
levante os seus olhos para os ídolos, não morrerá. 22Eu não me lembra
que cometa abominações, 13que em rei mais de nenhuma das iniqüida-
preste com usura, e receba mais do des que praticou; êle viverá por cau
que o que emprestou; porventura v i sa da justiça que praticou. 23Por-
verá (ta l fillw )? Não viverá; porque ventura é da minha vontade a m or
praticou tôdas estas ações detestáveis te do ímpio, diz o Senhor Deus, e
infalivelmente morrerá, e o seu san não quero eu antes que êle se reti
gue será contra êle mesmo. re dos seus (maus) caminhos e v i
va?
O f ilh o bom d um p a i m a u v iv e rá
24Mas, se o justo se apartar da sua
1JPorém, se êle tiver um filho que, justiça e vier a cometer a iniqüida-
4. Deus castigará cada um por suas próprias faltas, sem levar em conta o que fizeram
os seus antepassados.
6. Se não comer carne das vitim as imoladas aos ídolos, nos montes que lhes são consa
grados.
18 - 19 PROFECIA DE E Z EQ U IEL 981
de, segundo tôdas as abominações 3E criou um dos seus leõezinhos,
que o ímpio costuma praticar, por e êle se fêz leão, e aprendeu a apa*
ventura viverá êle? Serão esqueci nhar a prêsa e a devorar os homens
das tôdas as obras de justiça que ti 4E as gentes ouviram falar dêle, e
ver feito; por causa da prevarica o tomaram, não sem receber dêle
ção em que caiu e do pecado que muitas feridas; e levaram-no prêso
cometeu, por causa disto morrerá. com cadeias para a terra do Egito.
Ê s t e modo de ju lg a r é ju s t o 5Porém a mãe, vendo que estava
sem fôrça, e que as suas esperanças
25E vós dissestes: O caminho do se tinham malogrado, pegou noutro
Senhor não é justo! Ouvi, pois, casa dos seus leõezinhos, e fêz dêle um
de Israel: Porventura o meu cami (n ovo) leão. °Andava entre os leões,
nho não é justo, e não são antes os e tornou-se leão; e aprendeu a a-
vossos que são corrompidos? 26Por- panhar a prêsa e a devorar os ho
que, quando o justo se apartar da mens; 7aprendeu a fazer viúvas e a
sua justiça, e cometer a iniqüidade, converter em deserto as cidades; e
morrerá nesse estado; morrerá nas todo o país ficou desolado com tu
obras injustas que cometeu. 27E, do o que nêle havia, ao ouvir os
quando o ímpio se apartar da impie seus rugidos. 8E juntaram-se con
dade que cometeu, e proceder se tra êle as gentes de tôdas as pro
gundo a eqüidade e a justiça, fará víncias, e estenderam sôbre êle a sua
viver a sua alma; 28porque, conside rêde, e foi apanhado, não sem elas
rando o estado em que se acha, e receberem feridas. °E meteram-no
apartando-se de tôdas as iniqüida- numa jaula, e levaram-no ao rei de
des que praticou, viverá certamen Babilônia carregado de cadeias, e fe
te, e não morrerá. 29E dizem ainda charam-no num cárcere, para que
os filhos de Israel: O caminho do se não tornasse mais a ouvir o seu
Senhor não é justo. Porventura os rugido sôbre os montes de Israel.
meus caminhos não são justos, ca
sa de Israel, e hão são antes os vos S ím b o lo da v in h a : Sedecia s
sos que são corrompidos? ^Por is
so, casa de Israel, eu julgarei cada 10Tua mãe, sendo como uma vinha,
um conforme os seus caminhos, diz foi plantada no teu sangue junto das
0 Senhor Deus. águas; os seus frutos e as suas fo
Convertei-vos e fazei penitência de lhas cresceram por causa das mui
tôdas as vossas iniqüidades; e a ini tas águas.
qüidade não causará a vossa ruína. 17E os seus ramos vigorosos vieram
31Lançai para longe de vós tôdas as a ser cetros de soberanos, e o seu
prevaricações de que vos tornastes tronco elevou-se no meio dos seus
culpados, e fazei-vos um coração no ramos; e viu-se a sua altura na mul
vo e um espírito novo. E por que tidão dos seus sarmentos. 12Mas de
hás de morrer, ó casa de Israel? pois foi arrancada com ira, e lança
32Porque eu não quero a morte do da por terra, e um vento abrasador
que morre, diz o Senhor Deus; con secou o seu fruto; murcharam-se e
vertei-vos e vivei. secaram-se as suas robustas varas; o
La m e n ta ç ã o sô b re os ú ltim o s r e is
fogo a devorou. 13E agora ela foi
de I s r a e l: Joacaz e J o a q u im 1
transplantada para um deserto, pa
ra uma terra sem caminho e sem
1 Q VE tu pronuncia uma lainenta- água. 14E da vara dos seus ramos
ção sôbre os príncipes de Is saiu uma chama que devorou o seu
rael, 2e dirás: Por que é que tua fruto; e não mais houve nela vara
mãe, como uma leoa, repousou entre vigorosa, cetro de soberanos. Cânti
os leões, e criou os seus cachorros co lúgubre é êste, para pranto servi
no meio dos leõezinhos? rá.
Cap. X IX — 2. Tua mãe, a nação Israelita. — Um a leoa, símbolo da violência. —
Entre os leões, entre as nações pagãs. — Leõezinhos, os filhos dos soberanos. Judá, rnistu-
rando-se com as nações pagãs, tornou-se semelhante a elas.
982 PROFECIA DE EZEQ UIEL 20
preceitos, e, violado os meus sábados, a efusão do meu furor. 35E vos le
e terem-se-lhes ido os olhos após os varei para um deserto despovoado, e
ídolos de seus pais. “ Por isso (em lá entrarei em juízo convosco cara
•castigo) dei-lhes preceitos não bons, a cara. 30Assim corno entrei em juí
e leis nas quais não acharão a vida. zo com vossos pais no deserto da ter
26E permiti que se manchassem as ra do Egito, assim vos julgarei a vós,
suas oblações, quando, para expiação diz o Senhor Deus. 37E vos submete
dos seus pecados ofereciam os seus rei ao meu cetro, e vos farei entrar
primogênitos (a M o lo c); e êles sabe nos laços da minha aliança. S8E se
rão que eu sou o Senhor. pararei dentre vós os transgresso
res da minha lei e os ímpios, e os
In fid e lid a d e n a te r r a da p ro m iss ã o farei sair da terra em que habitam;
e se u c a stig o porém não entrarão na terra de Is
rael; e vós sabereis que eu é que
27Portanto fala à casa de Israel, fi sou o Senhor.
lho do homem, e dize-lhes: Isto diz
o Senhor Deus: Ainda depois disto R e s ta u ra ç ã o e a rre p e n d im e n to
me blasfemaram os vossos pais, de Is r a e l
desonrando-me e vilipendiando-me, 39A vós, casa de Israel, isto diz o
28quando os introduzi na terra, que eu Senhor Deus: Cada um de vós vá a-
com juramento tinha prometido dar- pós os vossos ídolos, e servi-os. Po
lhes; olharam para todos os outeiros rém, se ainda nisto não me ouvirdes,
elevados e para tôdas as árvores fron e profanardes mais o meu santo no
dosas, e ali imolaram as suas vítimas, me com as vossas oferendas e com
e ali queimaram suaves perfumes, e os vossos ídolos, 1,0(eu sei que) so
ofereceram as suas libações. 29Eu bre o meu santo monte, sôbre o
disse-lhes então: Que alto é êste aon alto monte de Israel, diz o Senhor
de vós ides? E até ao dia de hoje lhe Deus, ali me servirá tôda a casa de
ficou o nome de Alto. Israel; todos, digo, me servirão na
30Portanto dize à casa de Israel: terra em que me serão agradáveis;
Isto diz o Senhor Deus: Vós certa- e ali requererei as vossas primícias
mente vos contaminais, seguindo os e a oferenda dos vossos dízimos, em
caminhos de vossos pais, e vos entre tudo o que me consagrardes. "E n
gais à mesma fornicação (ou ido tão vos receberei como um perfume
latria) que êles. 31E na oblação dos de agradável cheiro, quando vos ti
vossos dons (a M oloc) , quando fazeis ver tirado do meio dos povos, e vos
passar os vossos filhos pelo fogo, vós tiver juntado dos países por onde tí-
vos contaminais em todos os vossos nheis sido espalhados; e tornar-se-
ídolos até hoje. E (depois disto) res- -á manifesta entre vós a minha santi
ponder-vos-ei ainda, casa de Israel? dade aos olhos das nações. 42E sabe
Juro, diz o Senhor Deus, que não reis que eu é que sou o Senhor,
vos responderei. quando eu vos tiver introduzido
32Nem se efetuará o que pensais no na terra de Israel, na terra que ju
vosso coração, quando dizeis: Sere rei dar a vossos pais. ^E ali vos
mos (felizes) como as nações e co lembrareis dos vossos caminhos e de
mo os povos da terra, adorando os todas as vossas maldades, com as
paus e as pedras. 33Juro, diz o Senhor quais vos manchastes; e vos desa
Deus, que reinarei sôbre vós com mão gradareis de vós mesmos, à vista
forte e com braço estendido, e na de tôdas as maldades que cometes
efusão do meu furor. 34E vos tirarei tes. 44E sabereis, casa de Israel, que
do meio dos povos, e vos juntarei dos eu é que sou o Senhor, quando eu
países, para onde tínheis sido disper vos tiver enchido de bens por amor
sos, e reinarei sôbre vós com m ã u for do meu nome, em vez de vos tratar
te e com braço estendido, e com tôda2 5 conforme os vossos maus caminhos,
25. Dei-lhes preceitos não bons. . abandonei-os a files próprios, deixando-os entregar-se
à idolatria, que havia de ser para files origem de muitos males.
39. Cada um de v ó s . . . Recomendação irônica para fazer notar o fim desgraçado da
queles que não fizeram caso dos avisos dados acima.
984 PROFECIA DE EZEQ UIEL 20 - 21
46. Caminho do meio-dia, áfrico, bosque do c a m p o ... Três locuções que representam a
Palestina meridional.
Cap. X X I — 3. O justo e o ímpio. Deus envia muitas vêzes os males temporais sem dis
tinção a justos e a pecadores. A os primeiros p ara os purificar mais, e dar-lhes ocasião de
merecer; e aos segundoa para os castigar e cham ar à penitência.
12. D á pancadas... Gesto que exprime urna grande tristeza.
21 - 22 PROFECIA DE EZEQ UIEL 985
que depressa chegue o dia (da sua Jerusalém será abrasada como escória
destruição) , e a que fêz ídolos con
tra si mesma, para se manchar. 4Tu 17E foi-me dirigida a palavra do Se
pecaste pelo sangue que por ti foi nhor, a qual dizia: 18Filho do homem,
derramado; e te manchaste pelos ído a casa de Israel tornou-se para mim
los que fabricaste; e fizeste avançar em escória; todos êles são como o co
os teus dias (de castigo) , e fizeste bre, e o estanho, e o ferro, e o chum
chegar o têrmo dos teus anos; por bo no meio da fornalha; êles se tor
isso eu fiz de ti o opróbrio das na naram como a escória da prata. 19P o r
ções e o ludibrio de tôda a terra. 5Os cuja causa isto diz o Senhor Deus:
povos vizinhos e os povos distantes Porque vos tornastes todos em escó
triunfarão de ti; manchada, famosa ria, por isso eis que vou juntar-vos
e grande pela tua ruína. no meio de Jerusalém, “ como quando
se juntam a prata, e. o cobre, e o es
°Eis que os príncipes de Israel se tanho, e o ferro, e o chumbo, no
firmaram cada um na fôrça do seu meio da fornalha, e se acende nela o
braço, para derramarem o sangue no fogo para os fundir. Assim é que eu
meio de ti. 7Encheram de afrontas vos juntarei no meu furor e na mi
no meio de ti o seu pai e a sua mãe, nha ira; e eu me satisfarei, e vos
caluniaram o estrangeiro no meio de fundirei. 21Juntar-vos-ei, e vos abra-
ti, e entristeceram no teu recinto o sarei nas chamas do meu furor, e
órfão e a viúva. 8Desprezaste o meu vós sereis fundidos no meio de Jeru
santuário, e profanaste os meus sá salém. “ Assim como a prata se fun
bados. 9No meio de ti houve homens de no meio da fornalha, assim o se
caluniadores para derramarem san reis vós no meio desta cidade; e sa
gue, e entre ti celebraram banquetes bereis que eu sou o Senhor, quando
(idolátricos) sôbre os montes, come eu tiver derramado a minha indigna
teram a maldade no meio de ti. ção sôbre vós.
10Dentro de ti cometeram-se inces
tos com a mulher de seu próprio pai; Crimes dos chefes e dos guias
dentro de ti ultrajou-se a mulher na que arrastam o povo
ocasião do seu mênstruo; "cada um
cometeu abominações com a mulher 23E foi-me dirigida a palavra do Se
do seu próximo, e o sogro corrompeu nhor, a qual dizia: 24Filho do homem,
com um horrível incesto a sua nora; dize a Jerusalém: Tu és uma terra
dentro de ti o irmão fêz violência à imunda, que não foi r e g r ia pelas
própria irmã, à filha de seu pai. ^Re chuvas no dia do furor. 25Os (falsos)
ceberam presentes no meio de ti pa profetas conjuraram no meio dela,
ra derramarem o sangue; recebeste devoraram as almas, como um leão
uma usura exorbitante, e, levado da que ruge e que arrebata a sua prê-
avareza, caluniavas os teus próximos sa, receberam grandes bens e gran
e te esqueceste de mim, diz o Senhor des recompensas, multiplicaram as
Deus. viúvas no meio dela. 26Os seus sacer
13Por isso bati as mãos (em sinal dotes desprezaram a minha lei, e
de horror), ao ver a tua avareza e o mancharam o meu santuário; não
sangue derramado no meio de ti. distinguiram entre o santo e o pro
“ Porventura estará firm e o teu co fano; e não distinguiram entre o que
ração, ou prevalecerão as tuas mãos é puro e o que é impuro; e aparta
contra mim, nos calamitosos dias que ram os seus olhos dos meus sábados,
eu farei vir sôbre ti? Eu, o Senhor, e eu era profanado no meio dêles.
o disse e o farei. 15E te espalharei 27Os seus príncipes, no meio dela, eram
por entre as nações, e te deitarei como lobos que arrebatam a sua
ao vento para diversas terras, e farei prêsa, para derramar o sangue, .e
cessar em ti a tua impureza. 16E te para perder as almas, e para correr
possuirei à vista das gentes; e tu sa atrás do ganho, a fim de satisfazer
berás que eu sou o Senhor. a sua avareza. 28E os seus profetas
Cap. X X I I — 18. A casa de Israel. .. Êste povo, tão ilustre por sua origem e por mi
nha predileção, perdeu todo o seu brilho, por causa da sua idolatria e maus costumes.
22 - 23 PROFECIA D E -E ZE Q U IE L 987
punham o reboco nas paredes, sem suas fornicações (ou modos de ido
lhe misturar nada que o segurasse, latrar) .
quando tinham visões falsas, e lhes 9Por isso entreguei-a nas mãos dos
profetizavam a mentira, dizendo: Isto seus amantes, nas mãos dos filhos de
diz o Senhor Deus, sendo que o Se Assur, de cuja paixão ela ficou lou
nhor lhes não tinha falado. “ Os po camente possuída. 10Êles descobriram
vos do país entregavam-se à calúnia, a sua ignomínia, levaram seus filhos
e roubavam por violência; afligiam e filhas, e mataram-na a ela própria
o pobre e o necessitado, e oprimiam com a espada; e tornaram-se mulhe
o estrangeiro com calúnias e injus res famosas pelo castigo que exerci
tiças. “ Busquei entre êles um ho contra elas.
mem (ju sto) que se interpusesse (en “ Tendo visto isto, sua irmã Ooli
tre mim e eles) como uma sebe, e ba enlouqueceu de paixão ainda
que pugnasse contra mim em favor mais do que ela; e, aumentando a
desta terra, para eu a não destruir; sua fornicação sôbre a fornicação de
e não o encontrei. 31Por isso derra sua irmã, “ descaradamente se pros
mei a minha indignação sôbre êles, tituiu aos filhos dos Assírios, aos ca
consumi-os no fogo da minha ira, fiz pitães e magistrados que concorriam
que o seu ( mau) proceder recaísse sô a ela, trajados com vestidos de vá
bre as suas cabeças, diz o Senhor rias côres, aos cavaleiros que vinham
Deus. montados nos seus. cavalos, e a to
dos os jovens de lindo parecer. 13E
Infidelidade das duas Irmãs crimino vi que o caminho de ambas estava
sas: Samaria e Jerusalém igualmente manchado.
23 JE foi-me dirigida a palavra “ Mas Ooliba foi aumentando sem
do Senhor, a qual dizia: 2Fi- pre a sua fornicação; porque tendo
lho do homem, houve duas mulhe visto uns homens pintados na pare
res, filhas de uma mesma mãe, 3as de, umas imagens dos Caldeus deli
quais se prostituíram no Egito; pros neadas com côres, 15os quais tinham
tituíram-se na sua mocidade (como os rins cingidos de talabartes, e tia
p ovo); lá perderam a sua honra, e ras de várias côres em suas cabeças,
foram desfio radas ao entrar na pu parecendo todos oficiais de guerra,
berdade. 4A mais velha chamava-se dando ares de filhos de Babilônia e
Oola, e a sua irmã mais nova Ooliba. do país dos Caldeus, onde tinham
Desposei-me com elas, e deram à luz nascido, 16pela concupiscência dos
filhos ;e filhas. No tocante a seus no seus olhos concebeu por êles uma
mes, Oola é a Samaria, e Ooliba é paixão louca, e mandou-lhes embai
Jerusalém. xadores à Caldeia. 17E, tendo vindo
5Oola, pois, foi-me infiel, e apaixo ter com ela os filhos de Babilônia,
nou-se loucamente pelos seus aman e, tendo sido admitidos no camarim
tes, os Assírios, seus vizinhos, Vesti das suas prostituições, mancharam-
dos de jacinto, príncipes e magistra na com as suas infâmias, e ela foi
dos, jovens amáveis, todos cavaleiros, por êles corrompida, e a sua alma
montados a cavalo. 7Ela entregou-se ficou farta dêles. 18Ela patenteou as.
na sua fornicação a êstes homens es suas fornicações, e descobriu a sua
colhidos, filhos todos dos Assírios; e ignomínia; e a minha alma retirou-
manchou-se pelas suas infâmias com se dela, assim como se tinha reti
todos aquêles de quem loucamente rado de sua irmã.
estava enamorada. 8Além disto, não 19Porque multiplicou as suas fo r
abandonou as prostituições que ti nicações, lembrando-se dos dias da
nha tido no Egito; pois também os sua mocidade, durante os quais se ti
Egípcios dormiram com ela na sua nha prostituído na terra do Egito.
adolescência, e desonraram a sua pu 20E ardeu em amor infame para com
berdade, e comunicaram-lhe todas as3 0 aquêles, cujas carnes são como as
30. Pugnasse contra mim com as suas craçôes.
Cap. X X I I I — 2. D uas mulheres, os reinos de Judâ e de Israel, depois da separação das
dez tribos.
988 PROFECIA DE EZEQ UIEL 23
carnes dos jumentos e cujo furor, co insultos e de irrisões, porque êsse
mo o furor dos cavalos. 21E renovas cálice é duma Vastíssima capacidade.
te as maldades da tua mocidade, 33Serás cheia de embriaguez e de dor,
quando no Egito perdeste a tua hon com êste cálice de aflição e de tris
ra, e foi violada a tua puberdade. teza, com êste cálice de tua irmã Sa-
maria. 34E tu o beberás e o esgota
Castigo de Jerusalém rás até às fezes, e lhe dovorarás os
“ Por isso, ó Ooliba, isto diz o Se seus mesmos pedaços, e te rasgarás
nhor Deus: Eis que vou suscitar con os próprios peitos, porque eu sou o
tra ti todos os teus amantes, de cuie que falei, diz o Senhor Deus. ^Por
a tua alma se fartou; e os congrega tanto isto diz o Senhor Deus: Visto
rei contra ti de tôdas as partes, “ os que te esqueceste de mim, e me lan
filhos de Babilônia, e todos os Cal- çaste para trás das costas, carrega
deus, nobres, e soberanos, e prínci tu também com a tua maldade e com
pes, todos os filhos dos Assírios, os as tuas fornicações.
jovens de lindo parecer, todos os ca N ova descrição dos crimes das
pitães e magistrados, os príncipes dos duas irmãs
príncipes, e os ginetes de grande no
meada. 24E virão contra ti petrecha- 30E o Senhor me falou, dizendo: F i
dos de carros e de rodas, com uma lho do homem, não julgarás tu Oola
multidão de povos; êles se armarão e Ooliba, e não lhes declararás as
de tôdas as partes contra ti de coura suas maldades? 37Porque adultera
ças, e de escudos, e de capacetes; e ram, e se acha sangue nas. suas mãos
lhes darei o poder de te julgar, e êles e se prostituiram aos seus ídolos; a-
te julgarão segundo as suas leis. 25E lém disto, ofereceram-lhes para se
desafogarei contra ti o meu zêlo, que rem devorados (pelo fogo em honra
êles exercerão em ti com furor; cor- de M oloc) até os filhos que para mim
tar-te-ão (ignominiosamente) o nariz geraram. 38E ainda fizeram mais
e as orelhas; e o que restar, o reta contra mim: Mancharam o meu san
lharão à espada; cativarão os teus tuário naquele dia, e profanaram os
filhos e as tuas filhas, e o que restar meus sábados. 39E quando sacrifica
de ti será devorado pelo fogo. 26Êles vam os seus filhos aos seus ídolos, e
te despojarão dos teus vestidos, e te entravam no meu santuário nesse
roubarão os adornos da tua vaidade. mesmo dia para o profanarem; eis o
“ Farei cessar as tuas maldades e as que fizeram no meio de minha ( pró-
fornicações que tinhas aprendido na pria) casa. 40Mandaram buscar homens
terra do Egito; não levantarás os o- que vinham de longe, a quem tinham
lhos para êles, nem te lembrarás mais mandado embaixadores; e eis que
do Egito. chegaram; para os receber te lavas
28Porque isto diz o Senhor Deus: te, e untaste à roda os teus olhos
Eis que vou entregar-te nas mãos da com antimônio, e te adornaste com
queles que tu aborreces, nas mãos as tuas galas. 41Tu te recostaste so
daqueles de que a tua alma ficou bre um leito magnífico, e diante de
farta. 29Êlès‘ te. tratarão com ódio, e ti se preparou uma mesa magnifica-
te levarão todos os teus trabalhos e mente ornada; puseste em cima dela
te deixarão nua, e cheia de ignomí o meu incenso e o meu perfume; 42e
nia, e descobrir-se-á a ignomínia das à roda dela se ouvia a voz de muita
tuas fornicações, a tua maldade e os gente que folgava; e àqueles varões
teus adultérios. 30Êles te tratarão as que dentre a multidão dos homens
sim, porque te prostituíste às nações, eram conduzidos e vinham do deser
entre as quais te mânchaste pelo to, puseram elas nas mãos dêles os
culto dos. seus ídolos. 31Tu andaste seus braceletes, e formosas coroas
pelo mesmo caminho de tua irmã, e sôbre as suas cabeças. 43Então disse
eu te meterei na mão o cálice (de eu àquela que envelheceu no adul
amargura) que ela bebeu. tério : Continuará agora esta ( pros-
32Isto diz o Senhor Deus: Beberás tituta) a entregar-se às suas forni
o cálice que tua irmã bebeu, cálice cações? 44E êles entraram em sua
profundo e largo; serás objeto de casa, como em casa duma mulher
23 - 24 PROFECIA DE EZEQ UIEL 989
lhes entregarei Moab em herança, to diz o Senhor Deus: Eis que vou
a fim de que não haja mais memória contra ti, ó Tiro, e farei subir con
dos filhos de Amon entre as nações. tra ti muitas nações, como o mar
"E sôbre Moab exercerei os meus faz subir as suas ondas, quando se
juízos; e êles saberão que eu sou o encrespa. 4E elas destruirão os mu
Senhor. ros de Tiro, e deitarão abaixo as
Contra os Moabitas suas tórres; e lhe rasparei até o pó,
e a tornarei como uma pedra mui
12Isto diz o Senhor Deus: Porque to lisa. 5Ela virá a ser no meio do
a Iduméia exerceu sempre o seu ó mar como um enxugadouro das rê-
dio inveterado para se vingar dos des, porque eu sou o que falei, diz
filhos de Judá, e pecou, desafogando o Senhor Deus; e ela será prêsa das
sem medida o seu desejo de se vin nações. 6As suas filhas (ou aldeias),
gar dêles, 13por causa disso, isto diz que estão no campo, serão também
o Senhor Deus: Estenderei a m i passadas ao fio da espada; e saberão
nha mao sobre a Iduméia, e tirarei que eu sou o Senhor.
dela os homens e os animais, e farei
dela um deserto do lado do meio-dia, Tiro será destruída pelo exército
e os que estão em Dedan cairão mor de Nabucodonosor
tos à espada. 14E exercerei a minha
vingança sôbre a Iduméia, pela mão 7Porque isto diz o Senhor Deus:
do meu povo de Israel; e êles tra Eis que vou fazer vir das partes do
tarão Edom segundo a minha ira e setentrião para Tiro a Nabucodono
o meu furor; e os Idumeus reconhe sor, rei de Babilônia, êsse rei dos
cerão a minha vingança, diz o Se reis, com cavalos, e carroças de guer
nhor Deus. ra, e cavalaria, e grande multidão
de tropa. 8Êle fará cair a golpes da
Contra os Filisteus espada as tuas filhas, que estão no
campo, e te cercará de fortes, e fará
15Isto diz o Senhor Deus: Porque trincheiras ao redor, e levantará o
os Filisteus se entregaram à vingan escudo contra ti. 9E disporá contra
ça, e se vingaram de todo o seu co os teus muros as suas mantas de
ração, matando e satisfazendo às guerra e os seus aríetes, e destruirá
suas antigas inimizades, 16por êsse as tuas torres com as suas máqui
motivo, isto diz o Senhor Deus: Eis nas de guerra. 10A multidão dos seus
que vou estender a minha mão sô cavalos te cobrirá de pó; ao estron
bre os Filisteus, e matarei êstes ma do da sua cavalaria e das rodas e
tadores, e exterminarei o que res das carroças, tremerão as tuas mu
ta na costa do mar; 17e tomarei dê ralhas, quando êle entrar pelas tuas
les grandes vinganças, castigando-os portas, como quem entra pela bre
no meu furor; e êles saberão que cha duma cidade destruída. “ Com
eu sou o Senhor, quando eu tiver as unhas dos seus cavalos calcará
exercido a minha vingança sôbre ê- tôdas as tuas praças; passará o teu
les. povo à espada, e cairão por terra as
Primeiro vaticínio contra Tiro tuas famosas estátuas. “ Saquearão,
tôdas as tuas riquezas, pilharão
2 fi *E aconteceu que, no ano undé- as tuas mercadorias, e destruirão
cimo (do cativeiro), no pri as tuas magníficas casas, e lan
meiro mês, me foi dirigida a pala çarão ao meio das águas as tuas ma
vra do Senhor, a qual dizia: 2Filho deiras e o teu pó. 13E farei cessar a
do homem, porque Tiro disse de Je variedade dos teus concertos músicos,
rusalém : É bem feito, foram que e não se ouvirá mais em ti o som
bradas as portas dos povos; os seus das tuas citaras. 14E te deixarei tão
povos vieram a mim; eu me engran arrasada como uma pedra muito li
decerei (com o que ela perdeu/, pois sa, e virás a ser um enxugadouro de
Jerusalém está deserta; 3portanto, is rêdes, e não tornarás a ser edifica-
Cap. X X V I — 2. • Portas dos povos, portas de Jerusalém, por onde passavam muitos po
vos, vistb esta cidade ser um grande centro comercial.
1192 PROFECIA DE EZEQ UIEL 26 - 27
da, porque eu sou o que falei, diz o pois, filho do homem, faze uma la
Senhor Deus. mentação sôbre Tiro; 3e dirás a T i
Terror produzido por esta calamidade ro, que habita à entrada do mar, a
êste empório do comércio dos povos
15Isto diz o Senhor Deus a Tiro. de numerosas ilhas: Isto diz o Se
Porventura não tremerão as "ilhas ao nhor Deus: ó Tiro, tu disseste: Eu
estrondo da tua ruína, e ao gemido sou duma formosura extrema, 4e es
dos teus mortos, quando no meio de tou situada no coração do mar. Os
ti forem massacrados? 16E todos os teus vizinhos que te edificaram, tor
príncipes do mar descerão dos seus naram-te perfeita em formosura; ®de
tronos, e deporão as insígnias da sua faia de Sanir te construíram com to
grandeza, e arrojarão de si os seus das as cobertas dos teus vasos do
vestidos bordados, e ficarão cheios de mar; tomaram um cedro do Líbano
espanto; êles se sentarão na terra e, para te fazer um mastro. ‘Aplaina
atônitos com a tua repentina queda, ram os carvalhos de Basan para os
pasmarão. 17E, fazendo uma lamen teus remos; e de marfim da índia
tação sôbre ti, te dirão: Como pere te fizeram os teus bancos e de ma
ceste, tu que habitas no mar, ó ci deiras das ilhas de Itália as tuas câ
dade célebre, que tens sido poderosa maras de popa. 7Do fino linho do E-
no mar com os teus habitantes, a gito, tecido em bordadura, foi teci
quem todos temiam? 18Agora pasma da a vela para se pôr no teu mastro;
rão as naus no dia da tua espantosa o jacinto e a púrpura das ilhas de
ruína, e ficarão turbadas as ilhas no Elisa formaram o teu pavilhão. 8Os
mar, vendo que ninguém sai dos teus habitantes de Sidônia e de Arada f o
portos. ram os teus remadores; os tens sá
bios, ó Tiro, foram os teus pilotos.
Tiro será destruída para sempre 9Os velhos de Gebal, e os mais hábeis
19Porque isto diz o Senhor Deus: dentre êles, deram os seus mari
quando eu te tiver reduzido a uma nheiros para o serviço de todo o teu
cidade deserta, como as cidades que material; todos os navios do mar e
nãc são habitadas; e, quando tiver os seus marinheiros foram emprega
feito vir sôbre ti o abismo (as on dos no teu comércio. 10Os Persas, os
das do m ar), e te tiver coberto um Lídios e os Líbios eram os teus guer
dilúvio de águas; 20quando te tiver reiros no teu exército; êles suspen
precipitado com aquêles que descem deram em ti os seus escudos 3 capa
cetes, para te servirem de ornamen
ao sepulcro, para te juntar à multi to. 1JOs filhos de Arada com o teu
dão dos mortos eternos, e te tiver co exército estavam sôbre as tuas mu
locado no fundo da terra com os ralhas em circuito; e até os Pigmeus,
que foram conduzidos ao túmulo, pa que estavam nas tuas torres, pendu
ra ficares sempre desabitada, como raram as suas aljavas à roda dos teu^
as solidões antigas; quando eu tiver muros; êles completaram a tua fo r
estabelecido a minha glória na ter mosura.
ra dos viventes, 21eu te reduz>rei a
nada e tu não existirás mais, e, ain 12Os Cartagineses, que traficavam
da que te busquem, não te acharão contigo, trazendo-te tôda a casta de
jamais, diz o Senhor Deus. riquezas, encheram os teus mercados
de prata, de ferro, de estanho e de
Lamentações sôbre Tiro chumbo. J3A Grécia, Tubal e Mosoc
também negociavam contigo, trazen
97 ’E foi-m e dirigida a palavra do do ao teu povo escravos e artefatos
^ 6 Senhor, a qual dizia: 2Tu, de cobre. 14Da terra de Togorma trou-
15. A s ilhas, as colônias de Tiro, e as terras da costa do Mediterrâneo, que faziam co-
mércio com ela.
16. Os príncipes do mar, os m agistrados e os ricos negociantes das ilhas tornarão luto.
Cap. X X V I I — 3. Numerosas ilhas, tôdaa as costas do Mediterrâneo.
5-9. F a la de Tiro com a m etáfora dum navio.
11. A palavra Pigm eus, segundo São Jerônimo, tem aqui a significação de homens guer-
reiros.
27 - 28 PROFECIA DE EZEQUIEL 993
xeram ao teu mercado cavalos, cava tesouros e a tua equipagem tão gran
leiros e machos. 15Os filhos de De- de, os teus marinheiros e os teus pi
dan negociavam contigo; o comércio lotos, que dispunham de tudo c que
das tuas manufaturas estendeu-se a servia à tua grandeza, e que gover
muitas ilhas; em troca das tuas mer nam a tua tripulação; também os
cadorias davam-te dentes de marfim teus guerreiros que estavam contigo,
e ébano. 10O Siro negociava contigo, tôda a multidão do povo que estava
por causa da multidão dos teus pro no meio de ti, caíram todos no fundo
dutos; expunha à venda nos teus do mar, no dia da tua ruína. ™Ao
mercados pérolas, e púrpura, e esto estrondo da gritaria dos teus pilo
fos bordados, e linho fino, e seda, e tos se turbarão as frotas; ^e todos
tôda a casta de mercadorias precio os remadores descerão dos seus na
sas. 17Judá e a terra de Israel nego vios; os marinheiros e todos os pilo
ciavam contigo, levando aos teus tos do mar ficarão em terra; 30e fa
mercados o melhor trigo, o bálsamo, rão sôbre ti um grande pranto em a l
o mel, o azeite e a resina. 18merca- tas vozes, e gritarão com amargura,
dor de Damasco traficava contigo pe e deitarão pó sôbre as suas cabeças
la abundante variedade dos teus gê e se cobrirão de cinzas, 33e raparão
neros, pela multidão de riquezas vá por tua causa os cabelos, e se vesti
rias, trazendo-te vinho excelente e rão de cilícios; e, na amargura do seu
lãs da mais alva côr. 19Os da tribo de coração, derramarão lágrimas sôbre
Dan, os da Grécia, e os de Mosel ex ti, com um pranto amargosíssimo. 32E
puseram à venda nos teus mercados entoarão sôbre ti cânticos lúgubres,
obras de ferro polido; a mirra destila e chorarão a tua desgraça, dizendo:
da e a cana aromática entravam no Que cidade há como Tiro, que emu
teu comércio. “ Os de Dedan trafica deceu no meio do mar? 33Tu, ó Tiro,
vam contigo em tapetes para assen que com o teu grande comércio ma
tos. 21A Arábia e todos os príncipes rítimo enriqueceste muitos povos; tu,
de Cedar compravam as tuas merca que, pela multidão das tuas riquezas
dorias, dando-te em troca os cordei e da tua gente, enriqueceste os reis
ros, carneiros e cabritos que te tra da terra, 34agora fôste quebrada pelo
ziam. 22Os mercadores de Sabá e de mar; as tuas riquezas estão no fundo
Reema comerciavam também conti das suas águas, e essa tua multidão
go; expunham nos teus mercados to de gente, que vivia no meio de ti,
dos os seus melhores aromas, e pe pereceu tôda. 35Todos os habitantes
dras preciosas, e ouro. 23Haran, Que- das ilhas estão cheios de espanto com
ne e Eden negociavam igualmente a tua ruína; e todos os seus reis, fe
contigo; Sabá, Assur e Quelmad v i ridos com esta tempestade, mudaram
nham vender-te as suas mercadorias. de rosto. 36Os negociantes dos povos
24Faziam comércio contigo de diversos assobiaram-te ( escarnecendo); tu
gêneros, trazendo-te fardos (de roupa fôste reduzida a nada, e não serás
côr) de jacinto, e de bordados de vá jamais restabelecida.
rias côres, e de várias preciosidades,
que vinham embrulhadas e atadas Soberba do rei de Tiro
com cordas; também juntavam a is 9Q 7E foi-me dirigida a palavra do
to madeira de cedro para negociar £â° Senhor, a qual dizia: 2Filho
contigo. 25Os navios ocupavam o pri do homem, dize ao príncipe de Tiro:
meiro lugar no teu comércio; fôste Isto diz o Senhor Deus: Porque o
cheia de bens e elevada à mais su teu coração se elevou, e tu disseste:
blime glória no coração do mar. Eu sou Deus, e estou sentado sôbre
26Os teus remadores conduziram-te a cadeira de Deus no meio d ^ mar,
sobre grandes águas, (porém ) o v e n sendo homem e não Deus, e c side
to do meio-dia quebrou-te no coração raste o teu coração como o cc ação
do mar. 27As tuas riquezas, os teus de um Deus; 3porque és mais sábio
26. O vento do meio-dia, Nabucodonosor.
Cap. X X V I I I — 3. É s mais s á b io .. . P a la v ra s irônicas, pois Daniel era então célebre
pela sua sabedoria.
32 - B íb lia sa g ra d a
994 PROFECIA DE EZEQUIEL 2£
que Daniel, nenhum segrêdo há ocul dia da tua criação, até que a iniqüi-
to para ti; 4pela tua sabedoria e pela dade se achou em t i : 16Com a multipli
tua prudência, adquiriste fôrça, e cação do teu comércio encheram-se
juntaste ouro e prata nos teus te as tuas entranhas de iniqüidade e caís
souros; 5pela extensão da tua sabedo te no pecado; e eu lancei-te fora do
ria e pela multiplicação do teu co monte de Deus, e te exterminei, ó
mércio, aumentaste o teu podei; e o querubim, que cobrias (o trono) do
teu coração se elevou na tua forta meio das pedras (brilhantes) como
leza. o fogo. 170 teu coração se elevou no
Seu castigo teu esplendor; perdeste a tua sabe
doria por causa do teu brilho; por
6Portanto isto diz o Senhor Deus: isso te lancei por terra, e te expus
Porque o teu coração se elevou, como diante da face dos reis, para que êles
se fosse, o coração de um Deus, 7por te contemplassem. 18Profanaste os
isso, eis que vou fazer vir contra ti teus santuários com a multidão das
estrangeiros, os mais poderosos den tuas iniqüidades, e com as injustiças
tre os povos; e desembainharão as do teu comércio; farei, pois, sair do
suas espadas contra o brilho da tua meio de ti um fogo que te devore, e
sabedoria, e afeiarão a tua beleza. te reduzirei a cinzas sôbre a terra,
8Êles te matarão e te precipitarão do aos olhos de todos os que te virem.
trono; e tu morrerás com a morte 10Todos os que te virem entre as na
daqueles que morrem no seio dos ma ções ficarão espantados de ti; tu fôs
res. 9Porventura falarás tu diante te aniquilado, e não tornarás mais a
dos tens matadores, dizendo: Eu sou existir.
Deus, sendo tu um homem sujeito Vaticínio contra Sidon
ao poder dos que te matam, o não
um Deus? 10*T u morrerás da morte 20E foi-me dirigida a palavra do
dos incircuncidados, à mão de es Senhor, a qual dizia: 21Filho do ho
trangeiros; porque sou eu que falei, mem, volta o teu rosto para Sidônia,
diz o Senhor Deus. e profetiza sôbre ela, 22e dirás: Isto
diz o Senhor Deus: Eis que venho
Lamentações sôbre o rei de Tiro contra ti, ó Sidônia, e serei glorifi-
cado no meio de ti; e saber-se-á que
” E foi-me dirigida a palavra do eu sou o Senhor, quando eu tiver
Senhor, a qual dizia: Filho do ho exercido os meus juízos contra ela, e
mem, entoa uma lamentação sôbre o nela tiver feito resplandecer a mi
rei de Tiro, 12e dir-lhe-ás: Isto diz nha santidade. 23Enviarei contra ela
o Senhor Deus: Tu, (considerado) o a peste, e inundarei de sangue as
sêlo da semelhança (de Deus), cheio suas ruas, e por todos os lados cairão
de sabedoria e perfeito na beleza, 13tu no meio dela mortos à espada; e sa
vivias nas delícias do paraíso de berão que eu s o u o Senhor. 24E (S i
Deus; o teu vestido estava ornado de dônia) não será mais para a casa
tôda a casta de pedras preciosas: o de Israel um amargo motivo de que
sárdio, o topázio, o jaspe, a orisólita, da, nem uma espinha que cause dor
a cornelina, o berilo, a safira, o de todas as partes àqueles que lhe
carbúnculo, a esmeralda e o ouro, tu são contrários; e saberão que eu sou
do foi empregado em realçar a tua o Senhor Deus.
formosura; e os teus instrumentos
músicos foram preparados no dia em Promessas de restauração a Israel
que fôste criado. 14Tu eras um que
rubim que estendia as suas asas e 25Isto diz o Senhor Deus: Quando
cobria (o trono de Deus), eu colo- eu tiver juntado a casa de Israel de
quei-te sôbre o monte santo de Deus; entre os povos, entre os quais têm
tu caminhavas no meio das pedras andado dispersos, eu serei santificado
(brilhantes) como o fogo. 15Tu eras entre êles aos olhos das gentes, e
perfeito nos teus caminhos desde o êles habitarão na sua terra, que eu
10. M orte dos incircuncidados, isto é, morte ignominiosa. P a r a os Judeus os incircun
cidados eram homens vis.
28 - 29 PROFECIA DE EZEQUIEL 995
dei a meu servo Jacó. 26E habitarão meu, e eu é que o fiz. ,0Por isso eis-
nela sem temor algum, e edificarão me aqui contra ti e contra os teus
casas, e plantarão vinhas, e viverão rios; e transformarei a terra do Egi
numa inteira segurança, quando eu to em solidão, depois que a guerra a
tiver exercido os meus juízos sôbre tiver assolado, desde a tôrre de Sie-
todos os que são seus adversários em ne até aos confins da Etiópia. “ Não
contorno; e saberão que eu sou o Se passará por ela pé de homem, nem
nhor seu Deus. andará nela pé de animal; e não se
rá habitada durante quarenta anos.
Primeiro oráculo contra o Egito: 12Eu farei do pais do Egito um
o crocodilo deserto no meio de outros países
desertos, e as suas cidades ficarão
2 Q 2No ano décimo, no décimo mês, destruídas no meio de outras cida
aos onze dias do mês, foi-m e des destruídas, e elas estarão deso
dirigida a palavra do Senhor, a qual ladas durante quarenta anos; e es
dizia: 2Filho do homem, volta o teu palharei para diversas nações os e-
rosto contra Faraó, rei do Egito, e gípcios, e os disseminarei por várias
profetiza tudo o que está para acon terras.
tecer contra êle e contra o Egito. 13Porque isto diz o Senhor Deus:
3Fala e dize: Isto diz o Senhor Deus: Ao fim de quarenta anos, juntarei
Eis que venho contra ti, ó Faraó, os Egípcios do meio dos povos, entre
rei do Egito, dra,;ão enorme, que te os quais tinham sido espalhados;
deitas no meio dos teus rios, e que “ tornarei a trazer os cativos do Egi
dizes: O rio (Nilo) é meu, e eu sou to, e os estabelecerei na terra de
o que a mim mesmo me criei. 4Eu Faturés, na terra da sua nascença;
te porei um freio nos queixos, e pren e êles formarão ali um reino humil
derei os peixes dos teus rios às tuas de. 15(O E g ito ) será o mais humil
escamas, e te tirarei do meio des teus de de todos os reinos, e não se tor
rios, e todos os teus peixes estarão nará mais a levantar sôbre as ou
pegados às tuas escamas. 5Eu te lan tras nações, e os diminuirei, para
çarei para o deserto com todos os que não dominem sôbre elas. 16E não
eixes do teu rio; cairás sôbre a face serão mais motivo de confiança da
a terra; não te levantarão, nem te casa de Israel, ensinando-lhes a ini-
sepultarão; eu te darei por pasto aos qüidade, para que fujam de mim, e
animais da terra e às aves do céu; os sigam; e saberão que eu sou o
°e todos os habitantes do Egito sabe Senhor Deus.
rão que eu sou o Senhor, porque tu
fôste para a casa de Israel um bor Segundo oráculo contra o Egito:
dão de cana. 7Quando êles te toma recompensa de Nabucodonosor
ram na mão, tu te quebraste e lhes
rasgaste todo o ombro; e, quando êles 17E no ano vinte e sete, no primei
se apoiaram sôbre ti, tu te fizeste em ro dia do primeiro mês, foi-me diri
pedaços, e quebraste todos os seus gida a palavra do Senhor, a qual di
rins. zia: 18Filho do homem, Nabucodo
O Egito ficará deserto durante qua nosor, rei de Babilônia, fatigou mui
renta anos e depois será restaurado to o seu exército na guerra contra
Tiro; tôdas as cabeças ficaram cal
8Portanto isto diz o Senhor Deus: vas, e todos os ombros ficaram pe
Eis que vou fazer cair a espada sô lados; e contudo, nem a êles, nem ao
bre ti; e matarei dentre vós os ho seu exército foi dada recompensa al
mens e os animais. 8 9*E a terra do guma pelo serviço que me presta
Egito será reduzida a um deserto e ram contra Tiro. 19Portanto isto diz
a uma solidão; e saberão que eu sou o Senhor Deus: Eis que vou dar
o Senhor; porque tu disseste: O rio é a Nabucodonosor, rei de Babilônia,
Cap. X X IX — 1. N o ano décimo da deportação de Jeconias.
6-7. O profeta censura o Egito por ter excitado Israel à revolta contra os Assírios, Pro-
metendo-lhe auxílio, e por o ter abandonado na ocasi&o do perigo.
14. Terra de Faturés, O alto Egito, ou Tebaida, que tinha sido o bÔrÇo do povo Egípcio.
996 PROFECIA DE EZEQUIEL 29 - 30
quem quer que fôr, que ouvir o som justiça, cometer a iniqüidade, tôdas
da trombeta não se puser a salvo, e as suas obras de justiça serão pos
sobrevier a espada e o matar, o seu tas no esquecimento, e êle morre
sangue cairá sôbre a sua cabeça. 5Ou- rá na iniqüidade que cometer. 14Se,
viu o som da trombeta, e não se porém, eu tiver dito ao ímpio: Tu
pôs a salvo, somente êle é que tem certissimamente morrerás, e êle fi
a culpa; mas, se se puser em lugar zer penitência do seu pecado, e pra
seguro, salvará a sua vida. 6Mas, se ticar obras boas e justas, 15se êsse
a sentinela vir que vem a espada ímpio restituir o penhor que lhe foi
e não tocar a trombeta, e o pòvo confiado, e se tornar ao dono o que
se não puser a salvo, e vier a espa roubou, se andar nos mandamentos
da, e tirar a vida a um deles; êste da vida e não fizer nada de injus
tal foi por certo surpreendido na sua to; êle viverá certissimamente, e
miqüidade, mas eu pedirei contas do não morrerá; 16nenhum dos pecados
seu sangue à sentinela. que cometeu lhe será imputado; pra
7Ora tu, filho do homem, és aquê- ticou o que era reto e justo, e assim
le a quem eu constituí por senti certissimamente viverá.
nela na casa de Israel; tu, pois, ou 17Mas os filhos do teu povo repli
vindo as palavras da minha bôca, caram: O caminho do Senhor não é
lhas anunciarás a êles da minha par justo; e o proceder dêles é que é
te. sSe, dizendo eu ao ímpio: fmpio, injusto. 18Porque, quando o justo se
tu infalivelmente morrerás, se tu não apartar da sua justiça e cometer
falares ao ímpio, para êle se afas obras de iniqüidade, encontrará ne
tar do seu (m au) caminho, morrerá la a morte. 19Pelo contrário, quan
êsse ímpio na sua iniqüidade, mas eu do o ímpio deixar a sua impieda
pedir-te-ei contas do seu sangue. de, e praticar obras de retidão e
9Mas se, admoestando tu o ímpio justiça, encontrará nelas a vida. “ Ain
para que se converta dos seus cami da assim vós dizeis: O caminho do
nhos, êle não se converter, morrerá Senhor não é reto. O’ casa de Is
na sua iniqüidade, e tu livraste a rael, eu hei de julgar cada um de
tua alma. vós segundo as suas obras.
Convida o povo à penitência Notícia da tomada de Jerusalém
10Tu, pois, filho do homem, dize à 21E aconteceu que, no ano duodé-
casa de Israel: Assim falastes vós, cimo da nossa transmigração, no dé
dizendo: As nossas iniqüidades e os cimo mês, aos cinco do mês, um ho
nossos pecados estão sôbre nós, e mem, que tinha fugido de Jerusa
por causa dêles nos vamos consu lém, veio ter comigo, e me disse: A
mindo; como poderemos nós, pois, cidade foi devastada. 22Ora a mão do
(ainda) viver? “ Dize-lhes: Juro, diz Senhor tinha-se-me dado a sentir
o Senhor Deus, que não quero a mor na tarde anterior à chegada do fu
te do ímpio, mas sim que se con gitivo; e o Senhor tinha-me aber
verta do seu mau proceder, e viva; to a bôca antes que êsse homem
Convertei-vos, convertei-vos, deixan viesse ter comigo pela manhã, e, ten-
do os vossos péssimos caminhos; e do-me sido aberta a bôca, não fi-
por que haveis de morrer, ó vós quei em silêncio.
da casa de Israel? N ão serão salvos os que ficaram
12Tu, pois, filho do homem, dize na Palestina
aos filhos do teu povo: Em qual
quer dia em que o justo pecar, a 23E foi-me dirigida a palavra do
sua justiça não o livrará; e em qual Senhor, a qual dizia: 24Filho do ho
quer dia em que o ímpio se conver mem, os que habitam entre essas
ter da sua impiedade, a impiedade ruínas da terra de Israel, falam dês-
não lhe fará mal; e em qualquer te modo: Abraão era um só homem,
dia em que o justo venha a pecar, e êle possuiu esta terra por herança;
êle não poderá viver na sua justiça. nós, porém, somos muitos, a nós é
13Ainda quando eu disser ao justo que foi dada esta terra para a pos-‘
que terá vida, se êle, confiado na sua suirmos. 25Dir-lhes-ás portanto: Isto
33 - 34 PROFECIA DE EZEQUIEL 1001
diz o Senhor Deus: Vós que comeis de acontecer), então saberão que hou
(carnes) com sangue, e levantais os ve um profeta entre êles.
olhos para os vossos ídolos, e que
derramais o sangue (humano), por O m a u s p a s to re s de I s r a e l
ventura haveis de possuir esta ter
ra como herança vossa? 26Vós esti 2E foi-me dirigida a palavra
vestes sempre apoiados sôbre as vos **’ do Senhor, a qual dizia: 2Fi-
sas espadas, cometestes abominações, lho do homem, profetiza acêrca dos
e cada um de vós violou a mulher do pastores de Israel; profetiza, e dize
seu próximo; e então haveis de pos aos pastôres: Isto diz o Senhor Deus:
suir esta terra como herança? 27Tu A i dos pastôres de Israel, que se
lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus: apascentam a si próprios! Porventu
Juro que aquêles que habitam entre ra não são os rebanhos os que de
as ruínas (de Jerusalém), perecerão vem ser apascentados pelos pastôres?
à espada; e os que estão nos cam 3Vós lhes comeis o leite, e vos ves
pos, serão entregues às feras para tis das suas lãs, e matais as reses
que os devorem; e os que se aco mais gordas, mas não apascentais o
lheram aos lugares fortes e às caver meu rebanho. “Não fortalecestes as
nas, morrerão de peste. ^E redu ovelhas débeis, e não curastes as
zirei esta terra a uma solidão e enfêrmas, não ligastes os membros
a um deserto, e terminará a sua al às que tinham algum quebrado, e
tiva fortaleza; e os montes de Is não fizestes voltar- as desgarradas,
rael serão desolados, sem que haja nem buscastes as que se tinham per
pessoa alguma que passe por êles. dido; mas domináveis sôbre elas com
^E saberão que eu sou o Senhor, aspereza e com prepotência. 5Assim
quando eu tiver reduzido o seu país as minhas ovelhas se dispersaram,
a uma solidão e a um deserto, em por não terem pastor, e tornaram-se
castigo de tôdas as abominações que a prêsa de tôdas as feras do campo,
cometeram. e desgarraram-se. °Õs meus rebanhos
erraram por todos os montes e por
Atitude dos ouvintes do profeta todos os outeiros elevados; os meus
rebanhos dispersaram-se por tôda
30Quanto a ti, filho do homem, os a face da terra, e sem haver nin
filhos do teu povo, que falam de ti guém que as buscasse; sem haver
junto dos muros e às portas de suas ninguém, digo, que as buscasse.
casas, dizem uns para os outros, ca Deus os destituirá
da um falando com o seu vizinho:
Vinde, e ouçamos qual é a palavra 7Por isso, ó pastôres, ouvi a pala
que sai da boca do Senhor ( por vra do Senhor: 8Juro, diz o Senhor
meio do profeta). 31Vêm ter conti Deus, que, porque os meus rebanhos
go, como um povo que se junta em foram entregues à rapina, e as mi
bandos, e sentam-se diante de ti os nhas ovelhas expostas a serem de
do meu povo; ouvem as tuas pala voradas por tôdas as feras do cam
vras, mas não as põem em prática, po, por falta de pastor; porque os
porque as convertem em assunto das meus pastôres não buscaram o meu
suas canções, enquanto que o seu rebanho, mas só cuidavam em se
coração segue a sua avareza. 32E tu apascentar a si mesmos, e não em
para êles és como uma ária de mú apascentar os meus rebanhos; 9ou-
sica, que se canta por um modo doce vi portanto, ó pastôres, a palavra
e agradável; ouvem as tuas palavras do Senhor: 10Isto diz o Senhor Deus:
(com gôsto), mas não as põem em Eis eu mesmo vou pedir contas a
prática. 33Mas, quando suceder o que êsses pastôres do meu rebanho, e a-
foi predito, (e eis que está a ponto cabarei com êles para que nunca
Cap. X X X I v — 2. Pastôres de Is ra e l os depositários da autoridade civil e religiosa,
reis, magistrados, sacerdotes e profetas. — Que se apascentam. .. que usam do poder em seu
próprio interêsse, que exploram para si as riquezas do próximo.
5. Se dispersaram. Alusão às diversas deportações que Israel sofreu, por fa lta dos seus
chefes.
1002 PROFECIA DE EZEQUIEL 34
gonhai-vos dos excessos da vossa v i nhor Deus a êstes ossos: Eis $ue vou
da, casa de Israel. infundir em vós espírito, e vos vive
3iTsto diz o Senhor Deus; N o dia reis. 6Porei sôbre vós nervos, e fa
em que eu vos tiver purificado de rei crescer carnes sôbre vós, e sôbre
tôdas as vossas iniqüidades e tiver vós estenderei pele, e dar-vos-ei espí
feito povoar as vossas cidades, e res rito, e vós vivereis, e sabereis que
tabelecer os lugares arruinados, 34e eu sou o Senhor.
quando a terra deserta, que outrora 7Eu, pois, profetizei como o Senhor
estava desolada aos olhos do vian- me tinha mandado, e, enquanto eu
dante, fôr cultivada, 35dir-se-á: Esta profetizava, ouviu-se um ruído, e de
terra, que estava inculta, tornou-se pois fêz-se um reboliço; e os ossos
um como jardim de delícias; e as ci aproximaram-se uns dos outros, pon
dades que estavam desertas e aban do-se cada um na sua juntura. 8E
donadas e arruinadas, encontram-se olhei, e eis que se formaram sôbre
já restauradas e fortificadas. 3eE tô êles nervos e carnes para os revestir,
das as nações que tiverem ficado à e a pele se estendeu por cima; mas
roda de vós saberão que eu, o Senhor, êles não tinham o espírito (ou vida).
restabeleci os lugares arruinados, e 9Então disse-me o Senhor: Profetiza
cultivei os incultos, e que eu, o Se ao espírito; profetiza, filho do ho
nhor, o disse e o executei. mem, e dize ao espírito: Isto diz o
Senhor Deus: Espírito, vem dos qua
Os Israelitas serão multiplicados tro ventos, e sopra sôbre êstes mor
37Isto diz o Senhor Deus: Ainda tos, e revivam. 10Profetizei, pois, co
nisto me acharão favorável os da ca mo o Senhor me tinha ordenado, e
sa de Israel, e eu lhes farei esta mer o espírito entrou nêles, e viveram; e
cê: Multiplicá-los-ei como um reba levantaram-se sôbre seus pés; era
nho de homens, 38como um rebanho um exército numeroso em extremo.
santo, como o rebanho de Jerusa 11E disse-me o Senhor: Filho do ho
lém nas suas festas; assim é que as mem, todos êstes ossos são a casa de
cidades que estavam desertas serão Israel. Êles dizem: Os nossos ossos
cheias de rebanhos de homens, e êles tornaram-se secos, e a nossa espe
saberão que eu sou o Senhor. rança perdeu-se, e nós somos (já ra
mos) cortados. “ Profetiza, pois, e di
Visão dos ossos ressequidos, ze-lhes: Isto diz o Senhor Deus: P o
símbolo da ressurreição vo meu, eis que vou abrir os vossos
túmulos, e tirar-vos-ei dos vossos se
0*7 7A mão do Senhor veio sobre pulcros, e vos introduzirei na terra
j 1 mim, e me tirou para fora de Israel. 13E vós sabereis, povo meu,
em espírito do Senhor, e deixou-me que eu sou o Senhor, quando eu tiver
no meio dum campo que estava cheio aberto os vossos sepulcros, e vos tiver
de ossos, 2e fêz-me dar uma volta em tirado dos vossos túmulos, 14e tiver
roda dêies; eram muito numerosos, infundido o meu espírito em vós, e
estendidos sobre a superfície do cam vós tiverdes recobrado a vida, e vos
po, e todos extremamente secos. 3En- fizer repousar sobre a vossa terra; e
tão disse-me (o Senhor): Filho do vós sabereis que eu, o Senhor, é que
homem, porventura julgas que êstes falei e o executei, diz o Senhor
ossos possam reviver? E eu respon- Deus.
di-lhe: Senhor Deus, tu o sabes. 4E Reunião das tribos
êle me disse: Profetiza acêrca dêstes Promessas messiânicas
ossos, e dir-lhes-ás: Ossos secos, ouvi a
palavra do Senhor. 5Isto diz o Se 15E foi-me dirigida a palavra do
Gap. X X X V I I — 1-14. v is ã o destinada a reconfortar muitos Judeus que, estando con
vencidos de que Israel tinha terminado p ara sempre, punham em dúvida a veracidade das
palavras do profeta.
1. A m ã o , . . Fórm ula solene, que indica a influência irresistível exercida por Deus sô
bre o profeta. — E m espirito. . . em êxtase.
7. U m ruído. . . que os ossos fizeram , quando se agitaram para se aproxim ar uns doa
outros.
1006 PROFECIA DE EZEQUIEL 37 - 3 »
Senhor, a qual dizia: 16E tu, ó filho farei com êles uma aliança de paz;
do homem, toma um pedaço de tá- a minha aliança com êles será eter-
bua, e escreve sobre ela: A favor de na; e os estabelecerei solidamente, e
Judá e a favor dos filhos de Israel, os multiplicarei, e porei para sempre
seus companheiros; e toma outro pe- o meu santuário no meio dêles. 27E
daço de tábua, e escreve nela: Por o meu tabernáculo estará entre êles;
José, lenho de Efraim, e por tôda a e eu serei o seu Deus, e êles serão o
casa de Israel e dos seus companhei- meu povo. 28E as nações saberão que
ros. 17Depois junta êstes dois peda- eu sou o Senhor, o santificador de
ços de tábua um ao outro para os Israel, quando o meu santuário esti-
unir; e êles ficarão sendo na tua ver para sempre no meio dêles.
mão um só pedaço de tábua.
18E, quando os filhos do teu povo Gog: prepara-se para a guerra
te falarem, dizendo: Não nos expli- contra Israel
carás tu o que queres dizer com isto?
19tu lhes responderás: Isto diz o Se- foi-m e dirigida a palavra do
nhor Deus: Eis que vou tomar a vara Senhor, a qual dizia: 2Filho
de José, que esta na mão de Efraim, do homem, volta o teu rosto para
e as tribos de Israel, que lhe estão Gog, para a terra de Magog, para o
unidas, e pô-las-ei juntas com a vara príncipe e chefe de Mosoc e de Tu-
de Judá, e fá-las-ei juntar numa só bal; e profetiza acêrca dêle; 3e lhe
vara (ou c e tr o ); e serão uma só vara dirás: Isto diz o Senhor Deus: Eis
na sua mão. "E terás na tua mão <lue venho contra ti, Gog, príncipe e
diante de seus olhos êstes dois peda- chefe de Mosoc e de Tubal; 4eu te
ços de tábua, sôbre que escreveres, levarei para onde quiser, e te porei
21E lhes dirás: Isto diz o Senhor um freio nos queixos, e te tirarei
Deus: Eis que vou tomar os filhos Para fora, a ti e a todo o teu exér-
de Israel do meio das nações, para cito, aos cavalos e aos cavaleiros, to-
onde foram, e os juntarei de tôdas dos cobertos de couraças, uma gran
as partes, e os tornarei a trazer para de multidão de homens, brandindo
a sua terra; 22e formarei dêles uma lanças, e embraçando escudos, e em-
só nação na terra, sôbre os montes punhando espadas. 5Os Persas, os
de Israel, e será um só o rei que os Etíopes e os Líbios estarão com êles,
comande a todos, e nunca mais for- todos cobertos de escudos e de ca
marão duas nações, nem se dividirão pacetes. °Gomer e tôdas as suas tro-
para o futuro em dois reinos. pas, a casa de Togorma, os habitan-
“ Não se mancharão mais com os f esdo lado do aquilão com tôdas as
seus ídolos, nem com as suas abomi- suas forças, e muitos (outros) povos
nações, nem com tôdas as suas ini- estarão contigo. 7Prepara-te e dis-
qüidades; tirá-los-ei salvos de todos» põe-te com toda essa numerosa mul
os lugares em que pecaram, e os pu- tidão que se juntou ao redor de ti,
rificarei; e serão o meu povo, e eu € da-lhes as tuas ordens,
serei o seu Deus. 24E o meu servo 8Depois, ao cabo de muitos dias,
Davi reinará sôbre êles, e será um só serás visitado (e castigado); no fim
o pastor de todos êles, observarão as dos anos irás a uma terra que foi
minhas leis, e guardarão os meus pre- salva da espada, e que, sendo tirada
ceitos, e praticá-los-ão. 25E habitarão (a sua população) dentre muitos po-
sôbre a terra que eu dei ao meu ser- vos, foi congregada nos montes de
vo Jacó, na qual vossos pais habi- Israel, que estiveram muito tempo
taram; e habitarão nela, êles e os desertos; terra, cujos habitantes fo-
seus filhos, e os filhos de seus filhos, ram tirados dentre os povos, e todos
para sempre; e o.meu servo Davi se- habitarão nela sem receio. °E, avan-
rá para sempre o seu príncipe. 26E çando, irás a ela como uma tempes-
Cap. X X X v i n — 2. Gog, terra de Magog. N o Gênesis (X , 2) o nome de M agog é cita
do como sendo um dos sete filhos de Jafet; aqui ê o nome de um a região setentrional, h a
bitada pelos Citas, os quais, na sua crueldade, s&g tomados como símbolo da violência con
tra o povo de Deus, e» na total derrota que spfreram , s&o um sinal profético da derrota d a
iodos os inimigos do nome do Senhor.
3 8 - 39 PROFECIA DE EZEQUIEL 1007
tade e como uma nuvem, para co és aquele de quem eu falei nos sécu
brir a terra, tu e todos os teus es los passados, por meio de meus ser
quadrões e muitos povos contigo. vos, os profetas de Israel, que profe
10Isto diz o Senhor Deus: Naquele tizaram naqueles tempos que eu te
dia formarás em teu coração altivos faria vir contra êles. 18E naquele
projetos, e maquinarás péssimos de dia, no dia da chegada de Gog à ter
sígnios. ra de Israel, diz o Senhor Deus, a
Orffulho de Goff minha indignação e o meu furor su
birão. 19E falei no meu zêlo e no
nE dirás: Eu irei contra uma terra fogo da minha ira. Porque naquele
que está sem muros; atacarei homens dia haverá uma grande comoção sô
em paz e que habitam com seguran bre a terra de Israel; 20e os peixes
ça; todos êles têm habitações sem do mar, e as aves do céu, e os ani
muros, sem ferrolhos nem portas. mais do campo, e todos os répteis que
12(T u irás) para saquear os despojos se movem sôbre a terra, e todos os
e te lançares sôbre a prêsa, para des homens que há sôbre a face da ter
carregares a tua mão sôbre aquêles ra tremerão diante da minha face;
ue tinham sido abandonados, e que e os montes serão deitados abaixo,
epois foram restabelecidos, sôbre e cairão os vaiados (ou baluartes),
um povo que foi congregado do meio e tôdas as muralhas cairão por terra.
das nações, o qual começou a possuir 21E chamarei contra êle a espada
e a habitar (o pais que era conside em todos os meus montes, diz o Se
rado com o) o centro (das nações) da nhor Deus; a espada de cada um se
terra. 13Sabá,. Dedan, os negocian voltará contra seu irmão. 22E exer
tes de Tarsis, e todos os seus leões cerei os meus juízos contra êle pela
(ou príncipes) te dirão: Porventura peste, pelo sangue, pelas chuvas ve
vens tu tomar os despojos? Eis que ementes e pelas pedras enormes; der
juntaste essa tua multidão para ar ramarei chuvas de fogo e de enxofre
rebatar a prêsa, para levares a pra sôbre êle, e sôbre o seu exército, e
ta e o ouro, e para tirares os mó sôbre os numerosos povos que estão
veis e fazenda, e para saqueares ri com êle. 23Com isto manifestarei a
quezas sem número. minha grandeza e a minha santida
Invasão de Goff de, e far-me-ei conhecer aos olhos
de muitas nações, e saberão que eu
14Por isso tu, filho do homem, pro sou o Senhor.
fetiza e dize a Gog: Isto diz o Se
nhor Deus: Porventura não saberás O Senhor aniquilará o exército de Gog
tu bem o dia em que o meu povo de
Israel viverá com tôda a segurança? OQ 7Tu, pois, filho do homem, pro-
15Virás então do teu país, lá dos con ***' fetiza contra Gog, e dize: Isto
fins do aquilão, tu e muitos povos diz o Senhor Deus: Eis-me aqui
contigo, montados todos á cavalo, contra ti, ó Gog, príncipe e chefe de
multidão imensa, exército poderoso. Mosoc e de Tubal; 2eu te levarei
16E dirigir-te-ás contra o meu povo para onde quiser, e te tirarei para
de Israel, corno uma nuvem, de sorte fora, e te farei vir das bandas do
que cubras a terra. Tu serás sôbre aquilão, e te conduzirei sôbre os mon
êles nos últimos dias, e eu te farei tes de Israel.
v ir sôbre a minha terra, para que 3E quebrarei o teu arco na tua
as nações me conheçam quando eu mão esquerda, e farei que te caiam
fôr santificado em ti a seus olhos, ó da mão direita as tuas flechas. “Cai
Gog. rás sôbre os montes de Israel, tu e
Cólera divina e castigo de Goff1
7 todos os teus esquadrões, e os povos
que estão contigo; eu te entregarei
17Isto diz o Senhor Deus: Tu, pois, às feras, às aves, e a todo o animal
12. o centro. . . A Palestina era antigamente considerada como o centro do mundo.
16. Quando eu fôr santificado. . . o s pagãos reconhecerão a santidade e a divindade do
Senhor, quando êle tiver manifestado os seus atributos infinitos, destruindo Gog e o seu
■exército.
1008 PROFECIA DE EZEQUIEL 39*
volátil, e aos animais da terra, para sinal, até que os enterradores dos
que te devorem. 6Cairás sôbre a su mortos o sepultem no vale da mul
perfície do campo, porque eu o decre tidão de Gog. 16E o nome da cidade
tei, diz o Senhor Deus. 6E enviarei será Amona, e êles purificarão a
fogo sobre Magog e sôbre os que ha terra.
bitam confiadamente nas ilhas; e Os animais na carnificina
saberão que eu sou o Senhor. 7E
tornarei conhecido o meu santo no 17A ti, pois, filho do homem, isto diz:
me no meio do meu povo de Israel, o Senhor Deus: Dize a todo o animal
e não deixarei profanar mais o meu volátil, e a tôdas as aves, e a todos os
santo nome; e as nações saberão que animais do campo: Juntai-vos, apres
eu sou o Senhor, o santo de Israel. sai-vos, concorrei de tôdas as partes
8Eis que chegou o tempo, e assim à minha vítima que eu vos sacrifico,
sucedeu, diz o Senhor Deus; êste é a esta grande vítima degolada sôbre
o dia de que falei. os montes de Israel, para que lhe
9E os habitantes das cidades de Is comais a carne e bebais o sangue.
rael sairão delas, e queimarão e re 18Comereis as carnes dos fortes, e be-
duzirão a cinzas as armas, os escu bereis o sangue dos príncipes da ter
dos e as lanças, e os arcos, e as ra, dos carneiros, dos cordeiros, dos
flechas, e os bastões que traziam nas bodes, dos touros, das aves domésti
mãos, e os piques, e tudo isto consu cas, e de tudo o que é gordo. 19E
mirão no fogo durante sete (duran comereis da gordura da vítima que
te muitos) anos. l0E não trarão le eu vos sacrificarei, até vos fartar
nha dos campos, nem a cortarão das des, e bebereis do seu sangue até que
matas, porque farão fogo com estas fiqueis embriagados; 20e fartar-vos-eis
armas, e despojarão aquêles que os à minha mesa da carne dos cavalos,
tinham despojado, e pilharão aquê- e da carne dos cavaleiros valentes, e
les que os tinham pilhado, diz o Se de todos os homens de guerra, diz o
nhor Deus. Senhor Deus.
nE acontecerá naquele dia que eu Destino final de Israel
darei a Gog em Israel um lugar céle
bre por sepulcro, o vale dos passa 21E eu estabelecerei a minha glória
geiros, ao oriente do mar, que fará entre as nações; e tôdas as nações ve
asmar os que por êle passarem; e rão o juízo que eu tiver exercido, e
Ê i sepultarão Gog com tôda a sua como descarreguei sôbre êles a minha
multidão de tropas, e êste vale se mão. 22E os da casa de Israel saberão
chamará o vale da multidão (ou dos que eu sou o Senhor seu Deus desde
exércitos) de Gog. 12E os da casa de aquêle dia, e dali em diante. 23E as
Israel os sepultarão durante sete me nações saberão que a casa de Israel
ses, para purificarem a terra. 13E todo foi levada cativa por causa da sua
o povo da terra os sepultará; e será iniqüidade, porque me abandonaram,
para êles célebre o dia em que eu fui e eu escondi dêles a minha face, e os
glorificado, diz o Senhor Deus. 14E entreguei nas mãos de seus inimi
constituirão homens que incessante gos, e todos caíram mortos ao fio
mente percorram o país, para sepul da espada. 24Tratei-os segundo a sua
tarem e buscarem aquêles que tinham impureza e maldade, e escondi dê
ficado sôbre a face da terra, a fim de les a minha face.
a purificarem; êles, porém, começa 25Por isso, isto diz o Senhor Deus:
rão a fazer esta busca depois de sete Agora tornarei a trazer os cativos de
meses. 15E, girando, percorrerão todo Jacó, e compadecer-me-ei de tôda, a
o país; e, quando tiverem achado um casa de Israel, e me revestirei de zê-
osso humano, pôr-lhe-ão ao pé um lo pela honra do meu santo nome.
Cap. X X X IX — 9. Durante sete anos. Hipêrbole para d a r a entender o grandíssim o nú
mero de guerreiros Ímpios que serão mortos com o seu chefe, o Anti-Cristo. A s suas arm as,
escudos, etc. chegariam p ara alim entar o fogo em todo o Israel durante sete, durante mui
tos anos.
16. o nome da cidade que se deverá construir em m em ória dêste triunfo, será Am ona+
isto é, multidão.
39 - 40 PROFECIA DE EZEQUIEL 1009
nos vestíbulos janelas à roda, dando dia, e mediu a porta, a qual tinha
ara o interior, e diante das facha- as medidas precedentes. 29A sua câ
as, pinturas de palmas. mara, e a sua fachada, e o seu ves
Átrio exterior e suas portas tíbulo tinham as mesmas medidas;
as suas janelas, e o seu vestíbulo ao
17E conduziu-me ao átrio exterior, redor, cinqüenta côvados de compri
e vi ali câmaras, e o pavimento do mento e vinte e cinco côvados de
átrio estava calcetado de pedra por largura. 30O vestíbulo que a cercava
todos os lados; e ao redor do pavi tinha vinte e cinco côvados de com
mento havia trinta câmaras. 18E o primento, e cinco côvados de largo;
pavimento do frontispício das portas 31e o seu vestíbulo chegava ao átrio
era mais baixo, segundo o compri exterior; e havia palmas no fron
mento das portas. 19E mediu a lar tispício, e oito degraus por onde se
gura desde a fachada da porta in subia a esta porta. 32Depois introdu
terior até ao frontispício do átrio ziu-me no (mesmo) átrio interior,
interior pelo lado de fora, e tinha pelo lado do oriente, e mediu a por
cem côvados ao oriente e (outros ta, que tinha as medidas preceden
tantos) ao norte. tes. 33(Mediu também) a sua câmara
20Mediu também a porta do átrio e o seu frontispício e o seu vestíbu
exterior, que olhava para o aquilão, lo como acima; as suas janelas e
tanto no comprimento como na lar os seus vestíbulos em roda, cinqüen
gura, 21e as suas câmaras, que eram ta côvados de comprido e vinte e
três dum lado e três do outro, e o cinco côvados de largo. 34E (m ediu)
seu frontispício e o seu vestíbulo, o seu vestíbulo, isto é, o do átrio
que eram, segundo a medida da pri exterior, e no seu frontispício havia
meira porta, de cingüenta côvados palmas entalhadas dum lado e do
de comprimento, e vinte e cinco de outro, e subia-se a esta porta por
largura. 22E as suas janelas, o ves oito degraus. 35E conduziu-me em
tíbulo e as esculturas tinham a mes seguida à porta que olhava para o
ma medida que a porta que olhava aquilão, e mediu-a segundo as me
para o oriente; e subia-se a ela por didas precedentes. 36(Mediu também)
sete degraus, e diante dela havia a sua câmara, e o seu fron
um vestíbulo. 23E a porta do átrio tispício, e o seu vestíbulo, e as suas
interior estava defronte da porta do janelas em roda, cinqüenta côvados
aquilão e da oriental; e duma por de comprido e vinte e cinco côvados
ta à outra mediu cem côvados. 24E de largo. 37E o seu vestíbulo olhava
levou-me em seguida na direção do para o átrio exterior, e no seu fron
meio-dia, onde havia uma porta que tispício havia palmas entalhadas dum
olhava para o meio-dia; e mediu o lado e do outro, e subia-se a esta
seu frontispício e o seu vestíbulo, porta por oito degraus.
que tinham as medidas anteceden Seus lavatórios, mesas para os sacri-
tes. 25As suas janelas e os vestíbulos fícios e câmaras para os ministros
ao redor eram, como as outras ja 38E em cada câmara havia uma
nelas, de cinqüenta côvados de com entrada em frente das portas; era lá
prido e vinte e cinco côvados de que lavavam o holocausto. 39E no ves
largo. 26E subia-se a esta porta por tíbulo da porta havia duas mesas
sete degraus, e diante dela estava dum lado, e duas mesas'do outro, pa
um vestíbulo, e no seu frontispício ra nelas se imolarem (as vítimas pa-
havia palmas entalhadas, uma dum va) os holocaustos pelo pecado e
lado e outra do outro. 27E a porta pelo delito. 40E no lado de fora, que
do átrio interior estava do lado do sobe à entrada da porta que olha
meio-dia; e mediu duma porta até para o aquilão, havia duas mesas,
à outra porta, do lado do meio-dia, e do outro lado, diante do vestíbu
cem côvados. lo da porta, havia também duas me
Átrio interior. — Suas portas sas; 41quatro mesas dum lado e qua
tro mesas do outro; aos lados da
28E introduziu-me no átrio interior porta havia oito mesas, sôbre as
que estava junto da porta do meio- quais imolavam (as vítimas). 42As
4 0 - 41 PROFECIA DE E ZEQ UIEL 1011
quatro mesas para o holocausto eram tinha cinco côvados dum lado e cin
feitas de pedras de silharia, de cô- co côvados do outro. Mediu também
vado e melo de comprido, e de côva- o comprimento (do Santo), que era
do e meio de largo, e dum côvado de quarenta côvados, e sua largura
de altura, para porem sôbre elas os de vinte côvados.
instrumentos que se empregavam na 3Depois, tendo entrado no mais in
imolaçâo do holocausto e da vítima. terior, mediu os pilares da porta,
43E tinham umas bordas dum pal que tinham dois côvados, e a porta
mo, reviradas para dentro em tôda (no seu com prim ento) , que tinha seis
a roda; e sôbre as mesas punham-se côvados, e a largura da porta, que
as carnes dos sacrifícios. 44E fora era de sete côvados. 4Depois mediu
da porta interior estavam as câma (no in terior do santuário) diante da
ras dos cantores, no átrio interior, face do templo um comprimento de
que estava ao lado da porta que o- vinte côvados e uma largura também
lhava para o aquilão; e as suas fa de vinte côvados; e disse-me: Êste
chadas estavam voltadas para o é o Santo dos Santos.
meio-dia; uma delas estava ao lado
da porta oriental que olhava para o Câmaras laterais
aquilão. 45E o homem disse-me: Esta
é a câmara que olha para o meio-dia, 5Depois mediu a parede do templo,
ela será para os sacerdotes que vigiam que tinha seis côvados, e a largura
na guarda do templo. 46E a câmara das câmaras postas de tôdas as partes
que olha para o aquilão será para os à roda do templo, a qual era de qua
sacerdotes que vigiam sôbre o minis tro côvados. 6E estas câmaras late
tério do altar; êstes são os filhos de rais estavam uma junto da outra, for
Sadoc, os quais dentre os filhos de mando duas séries de trinta e frês;
Levi se aproximam do Senhor para e havia uns cachorros que sobres
ministrarem diante dêle. saíam e que entravam na parede da
casa pelos lados ao redor, para sus-
47Mediu também o átrio, que tinha terem (as câmaras) sem que estas to
cem côvados de comprimento e cem cassem na parede do templo. 7Havia
côvados de largo em quadro, e o al também um espaço feito em redon
tar que estava diante da fachada do do, com uma escada de caracol por
templo. onde se subia ao alto, e que levava
Vestibulo do templo à câmara mais alta do templo, indo
48E introduziu-me no vestibulo do sempre rodeando; por isso o templo
templo, e mediu o vestibulo, que ti era mais largo em cima; e assim do
nha cinco côvados dum lado e cinco andar mais baixo se subia pêlo do
côvados do outro; e a largura da meio até ao mais alto. 8E observei
porta, que tinha três côvados dum neste edifício a altura ao redor dê
lado e três côvados do outro. 49E o le, e as câmaras laterais tinham a
comprimento do vestibulo era de vin medida duma cana de seis. côvados;
te côvados, e a largura era de onze 9e a espessura da parede do lado de
côvados, e subia-se a êle por oito fora (era ) de cinco côvados; e a casa
degraus. E no frontispício havia duas interior estava encerrada nestas câ
colunas, uma dum lado e outra do maras laterais. 10E entre as câmaras
outro. havia um espaço de vinte côvados ao
redor do edifício, por todos os lados.
Visão do Santo e do Santo dos Santos nE as portas de tôdas estas câmaras
estavam voltadas para o lugar da
4Depois introduziu-me no tem- oração; uma porta para o aquilão, e
plô, e mediu os pilares (da en outra porta para o meio-dia; e a lar
trada), (que tinham ) seis côvados gura do lugar destinado à oração era
de largura dum lado, e seis côvados de cinco côvados em circuito. 12E o
do outro, largura do tabernáculo. 2A edifício que estava separado e volta
largura da porta era de dez côva do para o caminho que olha para
dos; e as paredes laterais da porta o mar, tinha setenta côvados de lar-
Cap. XLI 3. No m a is in te r io r , ao Santo dos Santos.
1012 PROFECIA DE EZEQUIEL 41 - 42
gura; e a muralha do edifício tinha via outras duas pequenas portas, que
cinco côvados de espessura ao redor, se fechavam uma sôbre a outra, por
e um comprimento de noventa cô que eram duas as folhas duma e ou
vados. tra parte das portas. “ E sôbre as
referidas portas do templo havia uns
Medida externa do santuário e os querubins e palmas entalhadasT as
principais ornatos sim como se viam também em relêvo
13E mediu o comprimento da casa, sôbre as paredes; pela qual razão
que era de cem côvados; e o edifício eram mais grossas as vigas no fron-
que estava dela separado, e as suas tispício do vestíbulo por fora, 26sôbre
paredes tinham também cem côvados as quais estavam janelas oblíquas, e
de comprido. 14E a praça que estava figuras de palmas dum e outro lado
diante da face do templo, e diante sôbre os capitéis do vestíbulo, sôbre
do edifício que estava separado dêle, as câmaras laterais, e em tôda a ex
para o oriente, era de cem côvados. tensão das paredes.
15Mediu também o comprimento do
edifício que se achava defronte da Câmaras dos sacerdotes
quele, que estava separado por de Â2 JDepois fêz-me sair para o átrio
trás, e as galerias dos dois lados, que exterior, pelo caminho que
tinham cem côvados. conduz ao aquilão, e introduziu-me
(M ediu também) o templo interior nas câmaras, que estavam em frente
e os vestíbulos do átrio. 16(M ediu) do edifício separado, e em frente da
as portas, e as janelas oblíquas, e os casa que olhava para o norte. *(Êste
pórticos que estavam ao redor (do edifício) tinha na fachada cem côva
tem plo) por três lados, defronte do dos de comprimento desde a porta
lim iar de cada porta, e o lambril de setentrional, e cinqüenta côvados de
madeira que cercava tudo; a terra largura. 3Tinha vista para o átrio
chegava até às janelas, e as janelas interior, que era de vinte côvados, e
estavam fechadas por cima das por para o pavimento calçado de pedra
tas. 17E (m ediu) até à casa (ou tem do átrio exterior, onde estava a ga
p lo) interior, e pela parte de fora to leria unida a três outras. 4E diante
da a parede em roda, por dentro e das câmaras havia um passeio de dez
por fora, tudo em proporção. 18E ha côvados de largo, e çara ir ao interior
via uns querubins feitos de escultu um caminho dum côvado. E as suas
ra, e umas palmeiras; e entre queru portas estavam ao norte. 5Estas câ
bim e querubim estava uma palmei maras eram mais baixas no plano su
ra, e cada querubim tinha duas faces; perior, porque estavam sustentadas
19a face do homem junto duma pal pelas galerias que saíam mais fora
meira dum lado, e a face de leão na parte ínfima e média do edifício.
junto de outra palmeira do outro °Porque havia três andares, e as colu
lado, esculpidas em relêvo em tôda a nas que tinham não eram como as
volta do templo. 20Estas esculturas colunas do átrio; porque se eleva
dos querubins e das palmeiras esta vam desde a terra cinqüenta côvados,
vam na parede do templo, desde o passando pelo andar inferior e pelo
pavimento até ao cimo da porta. 21A do meio do edifício. 7E o recinto ex
porta do templo era quadrada, e a terior ao longo das câmaras, as quais
fachada do santuário correspondia à ficavam no caminho do átrio exterior
do templo, olhando uma para a ou por diante das outras câmaras, tinha
tra. 22A altura do altar de madeira cinqüenta côvados de comprido. 8Por-
era de três côvados, e o seu compri que o comprimento das câmaras do
mento de dois côvados, e os seus can átrio exterior era de cinqüenta côva
tos, e a sua superfície, e os seus lar dos, e a largura, defronte da face do
dos eram de madeira. E o homem templo, era de cem côvados. 9E por
disse-me: Esta é a mesa que está baixo destas câmaras havia uma en
diante do Senhor. trada ao oriente, para os que entra
23Tanto o templo como o santuá vam nelas do átrio exterior.
rio tinham duas portas. 24E nestas 10Na largura do recinto do átrio,
duas portas, duma e doutra parte, ha que estava defronte da parte orien
42 - 43 PROFECIA DE EZEQUIEL 1013
tal da fachada do edifício separado, eis que entrava a glória do Deus de
havia também câmaras defronte dês- Israel pelo lado do oriente, e o ruí
te edifício. “ Havia também um pas- do que ela fazia era semelhante ao
sadiço ao longo destas câmaras, co ruído das grandes águas, e a terra
mo havia um ao longo das câmaras estava resplandecente pela presença
que estavam ao norte; o seu compri da sua majestade. 3E a visão que
mento e a sua largura eram os mes eu tive era semelhante à que eu ti
mos, assim como a entrada, a sua fi nha tido, quando (o Senhor) veio pa
gura e as suas portas, 12as quais eram ra destruir a cidade; e o seu aspecto
como as portas das câmaras, que es era o mesmo que eu tinha visto jun
tavam ao meio-dia; havia também to do rio Cobar; e prostrei-me sobre
uma porta no topo do passadiço, o o meu rosto. 4E a majestade do Se
qual estava diante do vestíbulo se nhor entrou no templo pela porta
parado, para servir aos que entravam que olhava para o oriente. 5E o es
pela parte do oriente. pírito arrebatou-me e introduziu-me
13E disse-me: As câmaras que fi no átrio interior; e eis que a casa
cam ao setentrião e as que ficam ao estava cheia da gloria do Senhor.
meio-dia, que estão diante do edifí °Então ouvi alguém que me falava
cio separado, são câmaras santas; de dentro da casa, e o homem que
aqui é onde comem os sacerdotes estava junto de mim 7disse-me: F i
que se aproximam do Senhor no san lho do homem, êste é o lugar do meu
tuário; aqui é que êles porão as coisas trono, e o lugar onde assentarei os
sacrossantas e a oblação que se faz meus pés, e onde habitarei para sem
pelo pecado e pelo delito; porque pre entre os filhos de Israel; e os da
êste lugar é santo. “ Quando os sa casa de Israel não profanarão mais
cerdotes tiverem entrado, não sairão para o futuro o meu santo nome, nem
do lugar santo para o átrio exterior, êles, nem os seus reis, com as suas
mas deixarão ali as vestimentas com fornicações (ou idolatrias), e com os
que exercem o seu ministério, por cadáveres dos seus reis, e com os seus
que são santas; e tomarão outros (oratórios idolátricos nos lugares) al
vestidos, e assim irão ter com o povo. tos. 8Êles edificaram a sua porta
Dimensões de todo o templo junto da minha porta (ou tem plo), e
os postes da entrada da sua casa ao
15E, tendo (o anjo) acabado de to pé dos meus postes; e havia um mu
mar as medidas da casa interior, fêz- ro entre mim e êles; e profanaram
me sair pela porta que olhava para o meu santo nome pelas abominações
o oriente; e mediu a casa por todos que cometeram; por isso eu os consu
os lados em circuito. 16Mediu pelo la mi na minha ira. 9Agora, pois, deitem
do do oriente com a cana de medir, êles para longe de si a sua fornica-
e tinha quinhentas medidas de cana ção, e para longe de mim os cadáve
ao redor. 17E mediu pelo lado do se res dos seus reis; e eu habitarei sem
tentrião quinhentas medidas da mes pre no meio dêles. 10Tu, porém, filho
ma cana ao redor. 18E mediu pelo do homem, mostra o templo à casa
lado do meio-dia quinhentas medidas de Israel, para que êles se confundam
da mesma cana ao redor. 10E mediu das suas iniqüidades, e meçam tôda a
pela banda do ocidente quinhentas sua fábrica, ue se envergonhem de
medidas da mesma cana (ao redor). tudo o que fizeram. Mostra-lhes a
20Mediu a sua parede por tôdas as figura da casa (ou do tem plo), e da
partes, segundo os quatro ventos, an sua fábrica, e as saídas e entradas do
dando à roda, achando ter o com edifício, e tôda a sua traça, e todos
primento de quinhentos côvados, e a os preceitos acêrca dela, e tôda a
largura de quinhentos côvados, que sua ordem e tôdas as suas leis, e tu
era o espaço que havia entre o san do isto escreverás diante dos seus o-
tuário e o lugar ( ou á trio) do povo. lhos, a fim de que observem a descri
O Senhor entra no templo novo ção que fizeste, e os seus preceitos, e
os cumpram. 12Tal é a lei (ou norm a)
d ep o is conduziu-me à porta que se deve guardar na edificação
que olhava para o oriente. 2E da casa sôbre o cume do monte: T o
1014 PROFECIA DE EZEQUIEL 43 - 4 4
cadáver, para que se não manchem, destinado para suas casas e para o
exceto se fôr pai ou mãe, filho ou fi santuário da santidade. 5Haverá
lha, irmão ou irmã, que não tivesse também outros vinte e cinco mil cô
tido segundo marido; porque doutra vados de comprimento e dez mil de
sorte ficarão manchados. 26E, de largura para os levitas que servem no
pois que qualquer dêles tiver sido templo, os quais terão vinte câmaras
purificado, contar-se-lhe-ão ainda se (destinadas aos que estiverem de ser-
te dias. viço).
27E, no dia em que entrar no san 6E dareis cinco mil medidas de lar
tuário, no átrio interior, para exer gura e vinte e cinco mil de compri
cer o meu ministério no santuário, mento, paralelamente ao que está se
fará uma oblação pelo seu pecado, parado para o santuário, para domí
diz o Senhor Deus. nio da cidade; isto pertencerá à casa
“ (Os sacerdotes) não terão heran de Israel.
ça, porque eu é que sou a sua heran 7Também ao príncipe (dareis a sua
ça; e vós não lhes dareis quinhão em porção) duma e outra parte junto ao
Israel, porque eu é que sou o seu qui que foi separado para o santuário, e
nhão. 29Êles comerão as vitimas que junto à possessão da cidade, em fren
forem oferecidas tanto pelo pecado te do que foi apartado para o san
como pelo delito; e todo o voto que tuário, e em frente da possessão da
Israel oferecer será dêles. 30E as pri- cidade, desde um lado do mar (ou do
mícias de todos os primogênitos, e to ocidente) até ao outro, e desde um
das as libações de tudo quanto se lado do oriente até ao outro. O com
oferece, pertencerão aos sacerdotes; primento das porções será igual em
dareis também ao sacerdote as primi- cada um dos dois lados, desde o ex
cias dos vossos alimentos, para que tremo ocidental até ao oriental. 8(O
êle atraia a bênção sôbre a vossa ca príncipe) terá uma porção de terra
sa. 81Os sacerdotes não comerão na em Israel; e os príncipes não tornarão
da de ave, nem de rês que de si mes mais a roubar o meu povo, mas dis
ma tenha morrido, ou que tenha sido tribuirão a terra pela casa de Israel,
apanhada por outro animal. segundo as suas tribos.
9Isto diz o Senhor Deus: Baste-vos,
D iv isã o d a te rra e das prim icias ó príncipes de Israel, (o que tendes
7E, quando começardes a divi- fe ito ), cessai de cometer a inigüi-
dir a terra por sortes (entre dade e as rapinas, praticai a eqüida-
as famílias) , separai as primicias pa de e a justiça, e separai os vossos
ra o Senhor, escolhendo um lugar têrmos dos do meu povo, diz o Se
santificado da terra, que tenha vinte nhor Deus. 10Seja justa a vossa ba
e cinco mil medidas (ou côvados) de lança, e justo o efi, e justo o bato.
comprimento, e dez mil de largura; uO efi e o bato serão iguais, e du
êle será santificado em tôda a sua ma mesma medida; de sorte que o
extensão ao redor. 2De todo êste es bato (para os líquidos) tenha a dé
paço separareis, para ser consagrado cima parte do côro, e o efi (para os
ao Senhor, um lugar quadrado de sólidos) tenha a mesma décima parte
quinhentas medidas de cada lado ao do côro; o seu pêso será igual, con-
redor, e cinqüenta côvados de espaço parado com a medida do côro. 120
vazio em roda. SE com esta medida si cio tem vinte óbulos; e vinte si
medireis um comprimento de vinte dos, com vinte e cinco siclos e ou
e cinco mil (côvados), e uma largura tros quinze ciclos fazem uma mina.
de dez mil; e neste espaço estará o 13Eis as primicias que vós ofere
templo e o Santo dos Santos. 4Esta cereis: a sexta parte dum efi de cada
porção de terra consagrada (a Deus) côro de trigo, e a sexta parte dum efi
será para os sacerdotes, ministros do de cada côro de cevada. 14Quanto à
santuário, que se aproximam para medida do azeite, um bato de azeite
servir o Senhor; e êste lugar será é a décima parte do côro; dez batos
Cap. X L v — 9. os vossos têrmos, os limites das vossas possessôes.
12. O siclo tinha o pêso de catorze a dezesseis gram as.
45 - 46 PROFECIA DE EZEQUIEL 1017
fazem um côro, porque dez batos en S a c r ifíc io s dos sábados e das c a le n d a s
chem um côro. 16(Oferecerèis) um car
neiro de cada rebanho de duzentas JIsto diz o Senhor Deus: A
cabeças que se criam em Israel, para porta do átrio interior, que
os sacrifícios, para os holocaustos e olha para o oriente, estará fechada
para as oblações pacíficas, a fim de durante os seis dias que são de tra
fazer expiação por meio dêles, diz o balho; mas abrir-se-á no dia de sá
Senhor Deus. 16Todo o povo da terra bado, e também se abrirá no primeiro
será obrigado a pagar estas primí- dia de cada mês. 2E o príncipe entra
cias ao que fôr príncipe em Israel. rá pelo caminho do vestibulo da
17E estarão a cargo do príncipe os porta exterior, e parará no limiar
holocaustos, os sacrifícios e as liba- da porta, e os sacerdotes oferecerão
ções nos dias solenes, e nos primei por êle o holocausto e as hóstias pa
ros dias de cada mês, e nos dias cíficas; e êle fará adoração sôbre o
de sábado, e em tôdas as solenidades limiar desta porta, e depois sairá;
da casa de Israel; êle oferecerá pelo e a porta não se fechará até à tar
pecado o sacrifício, e o holocausto, e de. 3E o povo do país fará sua ado
as vítimas pacíficas para a expiação ração à entrada daquela porta nos
da casa de Israel. dias de sábado e nos primeiros dias
de cada mês, diante do Senhor.
R itu a l das fe sta s 4Ora o príncipe oferecerá ao Se
18Isto diz o Senhor Deus: No pri nhor êste holocausto: no dia de sá
meiro mês, no primeiro dia do mês, bado seis cordeiros sem mancha, e
tomarás um novilho da manada, que um carneiro também sem mancha; 5e
não tenha mancha, e purificarás o a oblação dum efi (de farinha) com
santuário. 19E o sacerdote tomará do o carneiro; e com os cordeiros o que
sangue da vítima oferecida pelo pe a sua mão oferecer (voluntariamen
cado, e aspergirá com êle os postos te) em sacrifício; e um hin de azei
do templo, e os quatro cantos do re te por cada efi. 6E no primeiro dia
bordo do altar, e os postes da porta de cada mês (oferecerá) um novilho
do átrio interior. 20E o mesmo farás sem mancha da manada, e seis cor
no sétimo dia do mês, por cada um deiros, e seis carneiros igualmente
que pecou por ignorância e foi enga sem mancha. 7E oferecerá em sa
nado por algum êrro, e (assim) puri crifício um efi )d e farinha) com ca
ficarás o templo. da novilho, e outro efi com cada car
21No primero mês, a catorze do neiro; e dará por cada cordeiro a
mês, celebrareis a solenidade da pás quantidade que quiser; e um hin de
coa, e comer-se-ão pães ázImos du azeite por cada efi.
rante sete dias. 22E o príncipe ofe- 8Quando o príncipe houver de en
cerá nesse dia por si e por todo o trar, entre pelo caminho do vestíbulo
povo da terra um novilho pelo peca da porta oriental, e saia pelo mesmo
do. 23E oferecerá em holocausto ao caminho. 9E, quando o povo da ter
Senhor, durante a solenidade dos se ra entrar, para se pôr na presença
te dias sete novilhos e sete carnei do Senhor nos dias solenes, aquêle
ros sem mancha, cada dia, durante que entra pela porta do Aquilão pa
os sete dias; e oferecerá também ca ra adorar, sai pela porta do meio-
da dia um bode novo pelo pecado. dia; e aquêle que entrar pela porta
24E juntará no seu sacrifício um efi do meio-dia, saia pela porta do Aqui
(de farinha) a cada novilho, e um lão. Ninguém voltará pela porta por
efi a cada carneiro e juntará um hin ue entrou, mas sairá pela que lhe
de azeite a cada efi. oposta. 10O príncipe, porém, estan
®No sétimo mês, aos quinze do mês, do no meio dêles, entrará com os que
em que se celebra a solenidade dos entram e sairá com os que saem,
(tabernáculos) fará durante sete dias ” e nos dias de festa e nas solenida
contínuos as mesmas coisas que se des, oferecer-se-á em sacrifício um
disseram acima, tanto pela expiação efi (de farinha) com cada novilho,
do pecado como pelo holocausto, e a e um efi com cada carneiro; com
oblação (da farinha) e do azeite. os cordeiros, porém, oferecerá cada
1018 PROFECIA DE EZEQUIEL 46 - 47
um o que quiser; e juntará um hin de que as não levem ao átrio exte
de azeite a cada efi. rior, e fique o povo consagrado. 21E
12E, quando o príncipe oferecer ao fêz-me sair para o átrio exterior, e
Senhor um holocausto voluntário, ou levou-me à roda pelos quatro cantos
alguns sacrifícios pacíficos voluntá do átrio; e eis que em cada um dos
rios, abrir-se-lhe-á a porta que olha quatro cantos dêste átrio havia um
para o oriente, e êle oferecerá o seu pequeno terreiro. 22Êstes pequenos
holocausto e as suas vítimas pacífi terreiros, assim dispostos pelos qua
cas, como se costuma fazer no dia de tro cantos do átrio, tinham quaren
sábado; em seguida, sairá, e fechar- ta côvados de comprido e trinta de
-se-á a porta, depois que tiver saído. largo; todos os quatro tinham a mes
13E oferecerá todos os dias em ho ma medida. 23E uma parede ao redor
locausto ao Senhor um cordeiro do cercava êstes quatro pequenos terrei
mesmo ano, sem mancha; oferecê-lo- ros; e viam-se também as cozinhas
-á sempre de manhã. 14E oferecerá edificadas por baixo dos pórticos à
.tôdas as manhãs em sacrifício com roda. 24E (o anjo) disse-me: Esta é
êste cordeiro a sexta parte dum efi a casa das cozinhas, na qual os mi
( de farinh a ), e a têrça parte dum efi nistros da casa do Senhor cozerão
de azeite, para ser misturado com as vítimas destinadas para o povo.
a farinha; êste é o sacrifício que
A s á g u a s m a ra v ilh o sa s qu e b ro ta m de
êle está obrigado, segundo a lei, a
sob a p o rta do tem plo
oferecer ao Senhor, o qual deve sèr
perpétuo e diário. 15Oferecerá o cor AH 7Depois fêz-me voltar para a
deiro, e a oblação (da farinha), e o porta da casa (do Senhor), e
azeite tôdas as manhãs; êste holo eis que brotavam águas debaixo do
causto será perpétuo. limiar da porta, do lado do oriente
16Isto diz o Senhor Deus: Se o prín porque a face da casa olhava para o
cipe fizer qualquer doação a algum oriente; e as águas desciam ao lado
de seus filhos, a herança dêste pas direito do templo, ao meio-dia do al
sará para seus filhos, os quais a pos tar. 2E fêz-me sair pela porta do se-
suirão por direito de sucessão. 17Po- tentrião, e fêz-me dar a volta por
rém, se êle fizer um legado da sua fora até à porta exterior, que olha
própria fazenda a um dos seus ser va para o oriente; e vi que as águas
vos, êle lhe pertencerá até o ano do jorravam do lado direito. 3Saindo pa
jubileu, e então voltar para o prín ra a banda do oriente, o homem
cipe; e a sua herança pertencerá a que tinha um cordel na mão, me
seus filhos. 180 príncipe não tomará diu mil côvados, e fêz-me atravessar
nada por violência da herança do po a água, que me dava pelos tornoze
vo, nem dos seus bens; mas dará da los. 4Mediu outros mil côvados, e
sua fazenda própria uma herança a ( ali) fêz-me atravessar a água que me
seus filhos, a fim de que ninguém dava pelos joelhos; 5mediu outros
do meu povo seja esbulhado da sua mil côvados, e fêz-me atravessar a
propriedade. água que me dava pelos rins; e me
19Depois (o anjo) introduziu-me por diu outros mil côvados, e era já uma
um entrada, que estava ao lado da torrente que eu não pude atravessar,
porta, nas câmaras do santuário, des porque se tinham empolado as águas
tinadas aos sacerdotes, as quais o- daquela profunda torrente, de modo
lhavam para o norte; e ali havia um que não se podia passar a vau. 6En-
lugar voltado para o ocidente. “ En tão disse-me: Bem o viste, filho do
tão disse-me êle: Êste é o lugar em homem. E fêz-me sair, e recondu-
que os sacerdotes cozerão as vítimas ziu-me à borda da torrente.
pelo pecado e pelo delito; onde coze 7Tendo eu, pois, tornado para trás,
rão as oblações do sacrifício, a fim eis que se viam sôbre a borda da tor-
Cap. X L V I — 20. E f iq u e ... v e r nota, X L I v , 19.
Gap. X L v I I — 1. Brotavam águas, símbolo das bênçãos divinas. E stas águas saíam
debaixo do limiar da porta do santuário, em que Deus residia, como um a em anação da sua
vida.
47 - 48 PROFECIA DE EZEQUIEL 1019
33 - B íblia Sagrada
1026 PROFECIA DE DANIEL 2 - $
-decreto para que todo o homem que raremos os teus deuses, nem adora
ouvisse o soul da trombeta, da flau remos a estátua de ouro que erigiste.
ta, da citara, da harpa, do saltério, 10Então encheu-se Nabucodonosor
da sinfonia, e de todo o gênero de de furor, e mudou-se o aspecto do
instrumentos músicos, se prostrasse seu semblante contra Sidrac, Misac
em terra e adorasse a estátua de e Abdênago, e mandou que se acen
ouro; ne que, se alguém não a ado desse a fornalha com um fogo sete
rasse prostrado, seria lançado numa vêzes mais ardente do que se cos
fornalha de fogo ardente. 12Não obs tumava acender. 20E deu ordem aos
tante isto, há (três) homens Judeus, mais valentes soldados do seu exér
que tu constituíste superintendentes cito para que, ligados os pés a Si-
dos negócios da província de Babi drac, Misac e Abdênago, os lançassem
lônia, que são Sidrac, Misac e Ab na fornalha de fogo ardente. 21E
dênago; êstes homens desprezaram, imediatamente foram aquêles (três)
ô rei, o teu decreto; não honram homens ligados e lançados no meio
os teus deuses, nem adoram a es da fornalha de fogo ardente, com
tátua de ouro que levantaste. as suas roupas, tiaras, sapatos e ves
tidos, 22porque o mandado do rei era
E por recusarem adorar a estátua urgente, e a fornalha estava extraor-
são lançados numa fornalha dinàriamente aquecida. E as chamas
13Então Nabucodonosor, cheio de do fogo mataram aquêles homens
furor e de ira, ordenou que trouxes-, que tinham lançado nelas a Sidrac,
sem à sua presença Sidrac, Misac e Misac e Abdênago. 23Entretanto ês
Abdênago, os quais foram logo con tes três homens, Sidrac, Misac e Ab
duzidos à presença do rei. 14E o rei dênago, caíram ligados no meio da
Nabucodonosor, tomando a palavra, fornalha de fogo ardente.
disse-lhes: É verdade, Sidrac, Misac (O que se segue não se encontra
e Abdênago, que vós não honrais nos livros hebreus). (* ).
os meus deuses, e não adorais á es 24E êles passeavam pelo meio das
tátua de ouro que eu erigi? 15Ago- chamas, louvando a Deus, e bendi
ra, pois, se estais prontos a obede- zendo ao Senhor.
cer-me, no momento em que ouvir Oração de Azarias
des o som da trombeta, da flauta,
da citara, da harpa, do saltério, da 25E Azarias, pondo-se de pé, fêz es
smfonia e de todo o gênero de ins- ta oração, e, abrindo a sua bôca no
1: .cntos músicos, prostrai-vos em meio do fogo, disse: 26Bendito és, Se
terra e adorai a estátua que eu fiz; nhor Deus de nossos pais, e o teu
se, porém, a não adorardes, no mes nome seja louvado e glorifiçado por
mo instante sereis lançados numa todos os séculos; 27porque tu és jus
fornalha de fogo ardente. E qual é to em tôdas as côisas que nos fizeste'
o Deus que vos poderá livrar da mi e tôdas as tuas obras são verdadeiras,
nha mão? “ Respondendo Sidrac, M i e os teus caminhos retos, e todos os
sac e Abdênago, disseram ao rei N a teus juízos verdadeiros. 28Porque e-
bucodonosor: Não há necessidade al xerceste justos juízos em todos os
guma que nós te respondamos sôbre males que fizeste vir sôbre nós e
isto; 17porque deves saber que o nos sôbre Jerusalém, cidade santa de nos
so Deus, a quem adoramos, pode ti sos pais; porque nos mandaste todos
rar-nos da fornalha de fogo ardente, êstes castigos em verdade e justiça,
e livrar-nos, ó rei, das tuas mãos. por causa dos nossos pecados. ^Por
18E, se êle o não quiser fazer assim, que pecamos e procedemos iniqua-
fica sabendo, ó rei, que nós não hon mente, retirando-nos de ti, e em tô-
Cap. I I I — 12. Daniel não é acusado, talvez por causa da grande estima que o rei lhe
consagrava, ou por estar ausente na ocasião.
(* ) E sta nota é de São Jerônirno, na sua versão de Daniel. Refere-se até ao versículo
90 inclusive. São Jerônirno não encontrou êste fragm ento no texto original, que é Caldeu,
e traduziu sôbre a versão grega de Teodocião, corno êle próprio diz (v. 9 0 ). Êste fra g
mento inserto na v u lgata, foi reconhecido pela Ig re ja como fazendo parte das Sagradas E s
crituras.
1028 PROFECIA DE DANIEL
Cap. IV — 22. A doença, com que Nab ucodonosor foi castigado, era um a espécie de
demência, em virtude da qual êle se Julgava transform ado em boi, procurando im itá-lo em
tudo. mesmo no modo de se alimentar.
1032 PROFECIA DE DANIEL 4 - 5
quem lhe apraz. S0N a mesma hora biam o vinho, e louvavam os seus
foi cumprida esta palavra na pes deuses de ouro e de prata, de me
soa de Nabucodonosor, e foi expul tal, de ferro, de pau e de pedra.
so do meio dos homens, e comeu 5Na mesma hora apareceram uns
feno como boi, e o seu corpo foi dedos, como de mão de homem, que
molhado com o orvalho do céu; de escrevia defronte do candelabro, na
sorte que lhe cresceram os cabelos superfície da parede da sala real, e
como as (plumas das) águias, e as o rei via os dedos da mão que es
suas unhas tornaram-se como as crevia. °Então o semblante do rei
das aves. mudou-se, e os seus pensamentos
31Mas, depois que se passou o tem perturbavam-no; e as juntas dos
po, eu, Nabucodonosor, levantei os seus rins se relaxaram e os seus
meus olhos ao céu, e voltou o uso joelhos batiam um no outro.
da razão, e eu bendisse o Altíssimo, 70 rei, pois, clamou em alta voz
e louvei e glorifiquei o que vive e- ue fizessem vir os magos, os Cal-
ternamente, porque o seu poder é um eus e os agoureiros.' E o rei, to
poder eterno, e o seu reino estende-se mando a palavra, disse aos sábios
de geração em geração. 32E todos os de Babilônia: Todo o que ler esta
habitantes da terra são diante dêle escritura, e me der a sua interpre
como um nada; porque êle faz tu tação, será vestido de púrpura, e
do o que quer, tanto das potestades trará um colar de ouro ao pescoço,
do céu como dos habitantes da ter e será o terceiro no meu reino. ‘ En
ra; e não há quem resista à sua tão, tendo entrado todos os sábios
mão, e lhe diga: Por que fizeste do rei à sua presença, não pude
tu assim? 33Ao mesmo tempo vol- ram nem ler esta escritura, nem
tou-me o uso da minha razão, e re dar ao rei a sua interpretação. °Por
cobrei o esplendor e tôda a glória cujo motivo ficou o rei Baltasar
do meu reino, e foi-me restituído o muito perturbado, e o seu rosto mu
meu primeiro aspecto; e os grandes dou-se, e os grandes da sua côrte
da minha côrte e os meus magis ficaram também sobressaltados.
trados vieram buscar-me, e eu fui
restabelecido no meu reino, e fiquei Daniel é chamado para interpretar
sendo maior do que nunca. a inscrição
34Agora, pois, eu, Nabucodonosor, 10Mas a rainha (m ãe), movida do
louvo, exalto e glorifico o rei do céu, que tinha acontecido ao rei e aos
porque tôdas as suas obras são ver grandes que estavam junto dêle, en
dadeiras, e os seus caminhos cheios trou na sala do banquete, e, falan
de justiça, e êle pode humilhar os do, disse: ó rei, vive eternamente!
que andam na soberba. Não te. turbem os teus pensamen
O festim de Baltasar tos, nem se altere o teu rosto. nN o
teu reino há um homem que tem
Ç 70 rei Baltasar deu um gran- em si o espírito dos deuses santos;
. de banquete a (mais de) mil e no tempo de teu pai manifesta
grandes da sua côrte, e cada um ram-se nêle a ciência e a sabedo
bebia conforme a sua idade. E s ria; por isso até o rei Nabucodo
tando, pois, já cheio de vinho, man nosor, teu pai, o constituiu chefe
dou que lhe trouxessem os vasos dos magos, e dos encantadores, dos
de ouro e de prata que Nabucodo Caldeus e dos agoureiros; teu pai,
nosor, seu pai, tinha transportado digo, ó rei; 12porque um espírito
do templo de Jerusalém, para be- superior ao dos outros, e prudên
berem por êles, o rei, e os seus cia, e inteligência, e interpretação
grandes, e as suas mulheres e con de sonhos, e declaração de segre
cubinas. 3Foram, pois, trazidos os dos, e solução de dificuldades, tudo
vasos de ouro e de prata, que ti se achou nêle, isto é, em Daniel, a
nham sido transportados do templo quem o rei pôs o nome de Balta
de Jerusalém; e por êles beberam sar. Agora, pois, chame-se Daniel,
o rei, os grandes da sua côrte, as e êle interpretará esta escritura.
suas mulheres e concubinas. 4Be- “ Daniel, pois, foi apresentado dian
5 - 6 PROFECIA DE DANIEL 1033
Cap. v i — 17. Para que se não fizesse. . . O rei tinha esperança de que o Deus de
Daniel o havia de livrar, e, além disso, receava qualquer ardil dos cortesãos.
6 - 7 PROFECIA DE DANIEL 1035
“ Então o rei Dârio escreveu a to ordens de dentes na sua bôca, e di-
dos os povos, a tôdas as tribos e na ziam-lhe assim: Levanta-te, come
ções e línguas, que habitavam sobre carne em abundância. 6Depois disto
tôda terra: A paz se multiplique en estava eu olhando, e vi outro (ani
tre vós. 2cFoi decretado por mim m a l), que era como um leopardo, e
que em todo o meu império e reino tinha em cima de si quatro asas, co
se respeite e tema o Deus de Daniel; mo asas dum pássaro; e êste animal
porque êle é o Deus vivo e eterno tinha quatro cabeças, e foi-lhe dado
por todos os séculos; e o seu reino o poder. 7Depois disto, eu contem
não será destruído, e o seu poder é plava esta visão noturna, e eis qué
eterno. 27Êle é o libertador e o sal vi um quarto animal, terrível e espan
vador, que faz prodígios e maravi toso e extraordinàriamente forte; ti
lhas no céu e na terra; êle é o que nha uns grandes dentes de ferro; de
livrou Daniel da cova dos leões. vorava e despedaçava, e calcava aos
28E Daniel permaneceu sempre (em pés o que sobejava; era diferente dos
dignidade) durante o reinado de Da- outros animais que eu tinha visto an
rio, e o reinado de Ciro Persa. tes dêle, e tinha dez hastes. 8Estava
eu contemplando as hastes, e eis que
A visão dos quatro animais e do reino vi uma outra haste pequena, que nas
do Filho do Homem cia do meio delas; e três das primei
ras hastes foram arrancadas de dian
7 aN o primeiro ano de Baltasar, rei te dela; e reparei que nesta haste ha
1 de Babilônia, teve Daniel uma via uns olhos como olhos de homem, e
visão em sonhos, e esta visão teve-a uma bota que falava com insolência.
o seu espírito, estando na sua cama; 9Estava eu atento ao que via, até
e, escrevendo o seu sonho, resumiu-o que foram postos uns tronos, e o
em poucas palavras, e, apontando-o Ancião dos (m uitos) dias sentou-se;
em suma, disse: 2Eu estava vendo o seu vestido era branco como a ne
na minha visão noturna, e eis que ve, e os cabelos da sua cabeça como
os quatro ventos do céu pelejavam a pura lã; o seu trono era de chamas
uns* contra os outros no mar grande. de fogo, e as rodas dêste trono um
3E quatro grandes animais, diferen fogo ardente. 10De diante dêle saía
tes uns dos outros, saíam do mar. um impetuoso rio de fogo; eram mi
40 primeiro era como uma leoa, e lhares de milhares os que o serviam,
tinha asas de águia; quando eu esta e mil milhões (ou inumeráveis) os
va olhando para ela, foram-lhe ar que assistiam diante dêle. Assentou-
rancadas as asas, e foi levantada da se para julgar, e fo ra m . abertos os
terra, e pôs-se sôbre os seus pés, co livros. ” Eu olhava atentamente por
rno um homem, e foi-lhe dado um causa do ruído das palavras arrogan
coração de homem. ‘5E vi outro ani tes que esta haste proferia; e vi que
mal semelhante a um urso, que se o animal tinha sido morto, e que o
pôs ao seu lado, o qual tinha três seu corpo perecera e fora entregue
Cap. v i l — 2. O s q u a t r o v e n t o s . . . símbolo das paixôes humanas em luta constante
umas com as outras. — o m a r g r a n d e simboliza aqui o mundo pagão.
3. Q u a t r o a n i m a i s . . . A s nações são muitas vêzes representadas pelos profetas sob o em
blema de animais.
4. U m a l e o a , que simboliza, com a sua fôrça, o império de Babilônia. — F o r a m - l h e a r -
r a n ç a d a s ... Alusão aos últimos anos do império de Babilônia, enfraquecido pelos Persas em
que já. náo era um a leoa forte nem uma águia agil, mas u m h o m e m fraco, incapaz de se
defender.
5. U m u r s o , que simboliza o império Medo-Persa. — T r ê s o r d e n s . . . emblema das três
principais conquistas de Ciro: Babilônia, L íd ia e Egito.
6. U m l e o p a r d o , o império da Macedônia e as rápidas conquistas de Alexandre Magno. —
A s q u a t r o c a b e ç a s são as quatro monarquias em que se dividiu êste império.
7. U m q u a r t o a n i m a l , que representa o império Romano. — A s d e z h a s t e s significam os
numerosos estados a que deu origem a dissolução dêste império.
8. H a s t e p e q u e n a , o Anti-Cristo.
9. o A n c i ã o . . . O Deus eterno.
10. os l i v r o s em que estáo escritas tôdas as açôes dos homens. Modo figurado de dizer.
1036 PROFECIA DE DANIEL 7 -8
ao fogo para ser queimado; " (v i ) tava eu observando, e eis que aquela
também que tinha sido tirado o po haste fazia guerra contra os santos,
der aos outros animais, e que a du e prevalecia sôbre êles, 22até que veio
ração da sua vida lhes tinha sido o Ancião dos (m uitos) dias, e sen
assinalada até um tempo e um tempo. tenciou a favor dos santos do Ex-
13Eu estava, pois, observando estas celso, e chegou o tempo, e os santos
coisas durante a visão noturna, e eis obtiveram o reino. 23E êle falou as
que vi um (personagem) que pare sim: O quarto animal será na terra
cia o Filho do homem, que vinha còm o quarto reino, que será maior do
as nuvens do céu, e que chegou até que todos os outros reinos, e devora
ao Ancião dos (m uitos) dias; e o a- rá tôda a terra, e a calcará aos pés,
presentaram diante dêle. 14E êle deu- e a despedaçará. 24As dez hastes dês-
lhe o poder, a honra e o reino; e te reino serão dez reis; e depois dê-
todos os povos, tribos e línguas o ser les se levantará outro, e será mais
viram; o seu poder é um poder eter poderoso do que os primeiros, e hu
no que lhe não será tirado; e o seu milhará três reis. “ E falará insolen
reino não será jamais destruído. temente contra o Excelso, e atrope
lará os santos do Altissimo, e ima
Interpretação da visão ginará que pode mudar os tempos e
as leis; e os santos serão entregues
150 meu espírito encheu-se de hor nas suas mãos até um (ano ou) tem
ror; eu, Daniel, fiquei atemorizado po, e dois (anos o u )- tempos, e meta
com estas coisas, e as visões da m i de dum (ano ou) tempo. 26E (d e
nha cabeça perturbaram-me. 16Apro- pois) se realizará o juízo, a fim de
ximei-me dum dos assistentes, e per que lhe seja tirado o poder, e _êle
guntei-lhe a verdadeira significação seja destruído e pereça para sempre,
de tôdas estas coisas. Êle deu-me a 27e seja dado o reino, o poder e a
interpretação destas visões, e ensi grandeza do reino, que está debaixo
nou-me: 17Êstes quatro grandes ani de todo o céu, ao povo dos santos
mais são quatro reinos, que se levan do Altíssimo, cujo reino é um reino
tarão da terra. lsMas os santos do eterno, e ao qual servirão e obedece
Deus altíssimo receberão o reino, e rão todos os reis.
entrarão na posse do mesmo reino
até ao fim dos séculos, e por todos 28Aqui terminou o que me foi dito.
os séculos dos séculos. Eu, Daniel, fiquei muito perturbado
com êstes meus pensamentos, e todo
19Depois disto, quis eu diligente o meu semblante se mudou; mas con
mente informar-me do quarto ani servei no meu coração esta visão
mai, que era muito diferente úe to (admirável).
dos os outros, e sobremaneira teme
roso, cujos dentes e unhas eram de Visão do carneiro, do bode
ferro, e que devorava, despedaçava e e do rei profanador
calcava aos pés o que sobejava. ME
(quis também informar-rne) das dez O *No terceiro ano do reinado do
hastes que tinha na cabeça, e da ou ° rei Baltasar, tive uma visão.
tra que lhe viera de novo, na pre Eu, Daniel, depois do que tinha visto
sença da qual tinham caído três das no princípio, 2vi numa visão que ti
outras hastes, e desta haste, que ti ve, encontrando-me no castelo de Su-
nha olhos e tinha uma bôca que fa sa, que está no país de Elam; vi,
lava com insolência, e que se tinha pois, nesta visão que eu estava à por
tornado maior do que as outras. 21Es ta de Ulai.
12. A té um te m p o ... A té ao prazo m arcado por Deus a cada um a delas.
13. Filho do homem, o Messias.
18. os santos, isto é, o povo teocrático.
25. A té um te m p o ... Segundo a opinião, incerta m as plausível, de muitos comentadores,
o profeta quer significar que o domínio do Anti-Cristo durará três anos e meio.
28. o que me foi dito, a explicação do anjo.
V I I I — A visão contada neste capítulo está intimamente ligada com a do capítulo ante
rior, a qual desenvolve e esclarece.
PROFECIA DE DANIEL 1037
3E levantei os meus olhos, e olhei; tuo, por causa dos pecados (do po
c eis que estava em pé diante duma vo) ; e a verdade será abatida sôbre
lagoa um carneiro, que tinha umas a terra, e êle compreenderá tudo e,
hastes elevadas, e uma era mais alta tudo lhe sucederá conforme o seu de
do que a outra, e crescia pouco a sejo.
pouco. Depois 4vi que o carneiro 13Então ouvi um dos santos que fa
dava marradas contra o ocidente, lava; e um santo perguntou a outro,
contra o aquilão e contra o meio-dia, não sei qual, que lhe falava: Até
e nenhuma besta lhe podia resistir, quando durará (o que) a visão (anun
nem livrar-se do seu poder; e fêz cia) quanto ao sacrifício perpétuo e
«juanto quis, e tornou-se poderoso. ao pecado (causa) da desolação que
5Estava eu considerando isto, e eis foi feita; e até quando será calcado
que um bode vinha do ocidente sôbre aos pés o santuário e a fortaleza (de
a face de tôda a terra, e (tão rápida- Israel) f 14E êle respondeu-lhe: Até
mente que) não tocava na terra; e dois mil e trezentos dias ( completos,
êste bode tinha uma grande haste en isto é) compostos da tarde e ma
tre os seus olhos. 6E dirigiu-se con nhã; e (depois) o santuário será pu
tr a aquêle carneiro que tinha hastes, rificado.
-o qual eu tinha visto em pé diante Gabriel aparece a Daniel e interpreta
da porta; e correu para êle com todo a visão
o ímpeto da sua fôrça. 7E, tendo
chegado perto do carneiro, atacou-o 15Ora, enquanto eu, Daniel, tinha
com fúria, e feriu-o, e quebrou-lhe esta visão, e procurava a sua inteli
as duas hastes, sem que o carneiro gência, eis que se apresentou diante
lhe pudesse resistir; e, tendo-o lan de mim uma como figura de homem.
çado por terra, pisou-o aos pés, e não 16E ouvi a voz dum homem no meio
houve quem pudesse livrar o carnei de Ulai, o qual gritou e disse: Ga
ro do seu poder. briel, explica-lhe esta visão. 17E veio,
8E o bode tornou-se extraordinària- e parou junto do lugar onde eu esta
mente grande; e, tendo crescido, va; e, quando êle chegou, cai espa-
quebrou-se a sua grande haste, e for vorido com o rosto por terra, e êle
maram-se por baixo dela quatro has disse-me: Entende, filho do homem,
tes para os quatro ventos do céu. porque esta visão se cumprirá no
*Porém duma destas saiu uma haste tempo fixado. 18E, enquanto me es
pequena, que se tornou grande con tava falando, tornei a cair com o
tra o meio-dia, contra o oriente e rosto por terra; êle, porém, tocou-
contra a terra forte (de Israel). 10E me e fêz-me pôr em pé, 19e depois
elevou-se até contra a fortaleza do disse-me: Eu te mostrarei o que há
céu; e deitou abaixo (muitos dos) de suceder no fim da maldição (ou
fortes e (muitas das) estréias, e pi- castigo de Israel), porque o tempo
sou-as aos pés. ME elevou-se até tem o seu fim. 20O carneiro que tu
contra o príncipe da fôrça, e tirou- viste, e que tinha hastes, é o rei dos
lhe o sacrifício perpétuo, e destruiu Medos e dos Persas. 210 bode é o
o lugar do seu santuário. 12E foi-lhe ‘ rei dos Gregos; e a grande haste, que
•dado poder contra o sacrifício perpé êle tinha entre os seus dois olhos, é
Cap. v l l l — 3. 17m c a r n e i r o , o poder Medo-Persa.
5. Ü m b o d e , o poder grego representado por Alexandre Magno.
8. Alusão à morte de Alexandre, e à divisão do seu império em quatro estados.
9. U m a h a s t e p e q u e n a , isto é, Àntíoco Epifanes, o primeiro rei pagão que empreendeu
conquistar a Palestina e abolir o culto do verdadeiro Deus.
10. E d e i t o u a b a i x o . . . Parece haver aqui um a alusão aos personagens ilustres do povo
judaico que, para não sofrer tormentos, violaram a lei do senhor, a fim de obedecerem ao
tirano.
11. C o n t r a o p r í n c i p e d a f ô r ç a , contra Deus.
13. U m d o s s a n t o s , um anjo.
14. A t é se completarem d o i s m i l . . . isto é, seis anos e meio lunares, que são seis anos
solares, três meses e dezoito dias.
16. N o m e i o de U l a i , entre as duas margens do rio.
2 1. o p r im e iro . . . Alexandre Magno.
1038 PROFECIA DE DANIEL 8-9-
o primeiro dos seus reis. 22E, quan te ouvir-rne, ó Senhor Deus grande
to às quatro hastes, que, depois de e terrível, que guardas a tua aliança
quebrado aquêle primeiro, se levan e a tua misericórdia para com os
taram em seu lugar, são os quatro que te amam e que observam os teus
reis, que se levantarão da sua na mandamentos. 5Nós pecamos, come
ção, mas sem terem a sua fôrça. 23E, temos a iniqüidade, procedemos im-
depois do seu reinado, quando tive piamente, apostatamos e afastamo-
rem crescido as iniqüidades, levan- nos dos teus preceitos e das tuas leis.
tar-se-á um rei descarado e compre- 6Não temos obedecido aos profetas,
endedor de enigmas; 24e o seu poder teus servos, que falaram em teu no
se firmará, mas não pelas suas pró me aos nossos reis, aos nossos prín
prias forças; e devastará tudo, além cipes, aos nossos pais e a todo o povo
de quanto se pode imaginar, e tudo do país. 7Tua é, ó Senhor, (da tua
lhe correrá bem, e fará tudo o que parte está) a justiça; a nós, porém,
quiser; e matará os robustos e o po não nos resta senão a confusão de
vo dos santos, “ segundo a sua von nosso rosto, como sucede hoje a todo
tade, e terão bom êxito os dolos que o homem de Judá, e aos habitantes
urdir, e (com isto) tornar-se-á ar de Jerusalém, e à todo o Israel, aos
rogante o seu coração, e, vendo-se que estão perto e aos que estão lon
na abundância de tôdas as coisas, ge em todos os países, para onde tu
matará muitíssimos, e levantar-se-á os lançaste, por causa das iniqüida-
contra (Deus) o príncipe dos prínci des que cometeram contra ti. 8Pa-
pes, porém será aniquilado sem in ra nós, Senhor, a confusão do rosto,
tervir mão de homem. 20E aquela para os nossos reis, para os nossos
visão da tarde e da manhã, que te príncipes, e para os nossos pais, que
foi representada, é verdadeira. Sela pecaram. 9Mas de ti, ó Senhor nosso
esta visão porque ela não sucederá Deus, é própria a misericórdia e a pro-
senão depois de muitos dias. piciação; porquê nos retiramos de ti,
27Depois disto, eu, Daniel, perdi as 10e não ouvimos a voz do Senhor
forças, e fiquei doente alguns dias; e nosso Deus, para andarmos segundo
tendo-me levantado, trabalhava nos a sua lei, que nos prescreveu por
negócios do réi, e estava pasmado meio dos seus servos, os profetas. ME
da visão, sem haver ninguém que a todos os de Israel violaram a tua lei,
pudesse interpretar (dum modo cla e desviaram-se para não ouvirem a
ro ). tua voz, e choveu sôbre nós a maldi
Profecia das setenta semanas ção e a execração que está escrita
no livro de Moisés, servo de Deus,
Q 7No primeiro ano de Dario, filho porque pecamos contra Deus. 12E
" de Assuero, da estirpe dos Me cumpriu a sentença que proferiu con
dos, que reinou no império dos Cal- tra nós e contra os nossos príncipes
deus; 2no primeiro ano do seu reina que nos julgaram, para fazer vir sô
do, eu, Daniel, pela lição dos livros bre nós esta calamidade grande, qual
(santos), compreendi, segundo o nú nunca se viu debaixo de todo o céu,
mero dos anos de que o Senhor tinha como o que aconteceu a Jerusalém.
falado ao profeta Jeremias, que a de 13Todo êste mal caiu sôbre nós, se
solação de Jerusalém devia durar se gundo está escrito na lei de Moisés,
tenta anos. 3E voltei o meu rosto e nós não recorremos a ti, ó Senhor
para o Senhor meu Deus, para lhe nosso Deus, de maneira a nos afas
rogar e suplicar com jejuns, saco e tarmos das nossas iniqüidades e a
cinza. nos aplicarmos ao conhecimento da
4E orei ao Senhor meu Deus, e fiz tua verdade. 14Assim o Senhor vi
confissão das faltas, e disse: Digna- giou sôbre a malícia, e fêz cair sô-
23. Urnr rei descarado . . . Antíoco.
24. Não pelas suas próprias Jôrças, mas por permissão de Deus, a fim de realizar os
seus desígnios.
Gap. IX — 3. Com jejuns. .. A penitên< :ia faz com que a oração tenha grande fôrça
junto de Deus.
11. Que está escrita ... Lev., X X V I L 14 e sega D eut., X X v I I I , 15 e sega
PROFECIA DE DANIEL 1039
bre nós o castigo dela; o Senhor nos quando prostrado apresentava as mi
so Deus é justo em tôdas as obras nhas súplicas na presença do meu
que fêz, porque nós não ouvimos a Deus* a favor do santo monte do meu
sua voz. Deus; 21quando eu, digo, ainda não
Prece pelo perdão tinha bem acabado as palavras da
minha súplica, eis que Gabriel, aquê-
15E agora, Senhor nosso Deus, que le varão que eu tinha visto no prin
tiraste o teu povo da terra do Egito cípio da visão, voando ràpidamente,
com mão poderosa, e que adquiriste me tocou no tempo do sacrifício da
então um nome que dura até ao dia tarde; 22e instruiu-me e falou-me e
de hoje, (confessamos que) temos pe disse: Daniel, eu vim agora para te
cado, que temos cometido a iniqui ensinar e para que tu entendas (os
dade. 16Senhor, por tôda a tua jus desígnios de Deus). 23Desde o prin
tiça (ou misericórdia), suplico-te que cípio das tuas preces, foi dada esta
aplaques a tua ira e o teu furor con ordem, e eu vim para ta descobrir,
tra a cidade de Jerusalém e contra porque tu és um varão de (ardentes)
o teu santo monte (de Sido); porque desejos; toma, pois, bem sentido no
Jerusalém e o teu povo são hoje o que vou dizer-te, e compreende a v i
escárnio de todos os que nos cercam, são.
por causa dos nossos pecados e das 2‘Setenta semanas (de anos) foram
iniqüidades de nossos pais. 17Atende, decretadas sôbre o teu povo e sôbre
pois, agora, Deus nosso, à oração do a tua cidade santa, a fim de que a
teu servo, e às suas preces; e sôbre prevaricação se consuma, e o pecado
o teu santuário, que está deserto, fa- tenha o seu fim, e a iniqüidade se
ze brilhar a tua face, por amor de apague, e a justiça eterna seja tra
ti mesmo. 18Inclina, Deus meu, o teu zida, e as visões e profecias se cum
ouvido, e ouve; abre os teus olhos e pram, e o Santo dos santos seja un
vê a nossa desolação, e a da cidade, gido. 25Sabe, pois, isto, e adverte-o
na qual se invocava o teu nome; bem: Desde a saída da ordem (ou edi
porque nós, prostrando-nos em ter to) para Jerusalém ser reedifiçada
ra diante da tua face, não fazemos até ao Cristo chefe, passarão sete se
estas súplicas (humildes) fundados manas e sessenta e duas semanas; e
em alguns merecimentos da nossa serão reedificadas as praças e os mu
justiça, mas sim na multidão das ros nos tempos de angústia. 26E, de
tuas misericórdias. 19Ouve, Senhor, pois das sessenta e duas semanas, se
aplaca-te, Senhor; atende-nos e põe rá morto o Cristo, e o povo que o há
mãos à obra; não dilates mais, Deus de negar, não será mais seu. E um
meu, por amor de ti mesmo, porque povo com o seu capitão, que há de
esta cidade e êste teu povo têm a vir, destruirá a cidade e o santuário;
glória de se chamarem do teu nome. e o seu fim será uma ruina total, e,
“ E, quando eu ainda falava, e.ora depois do fim da guerra, virá a deso
va, e confessava os meus pecados e lação decretada. 27E (o Cristo) con
os pecados do meu povo de Israel, e, firmará com muitos a sua ( nova)
24-27. Todos os comentadores antigos e modernos concordam em que se fa la aqui de
semanas de anos. o anjo divide em três partes estas setenta semanas; uma de sete sema
nas, outra de sessenta e duas, e outra de um a semana sòmente, no meio da qual será morto
o Messias. A cidade será reedificada durante as sete semanas, ou quarenta e nove anos,
que começarão quando sair o edito do rei da Pérsia, no qual dará a permissão de reedificar
Jerusalém. Passarão depois sessenta e duas semanas (ou quatrocentos e trinta e quatro
anos), até que o M essias será ungido pelo Espírito de Deus (L u c., I v , 18). O edito foi pu
blicado por Artaxerxes Longimano no vigésimo ano do seu reinado. Depois da reedificação
de Jerusalém, segue-se o período das sessenta e duas semanas, que vai até ao ano quinze
do império de Tibério, no qual Jesus Cristo foi batizado; e, depois de ter pregado três anos
e meio, foi morto no meio da última semana.
26. U m p o v o . . . o exército romano comandado por Tito.
27. Com m uitos. . . Com todos os homens em geral o Messias estabelecerá a nova alian
ça, o reino messiânico. — E no meio da última semana, isto é, depois de três anos e meio
de pregação, fará cessar, tornará inúteis todos os sacrifícios da antiga aliança, oferecendo-
se êle próprio como sacrifício sôbre o Calvário.
1040 PROFECIA DE DANIEL 9 - 10
porque assim é que foi decretado. 37E e virá um tempo, qual não houve
não terá respeito algum ao Deus de desde que os povos começaram a e-
seus pais, e mostrar-se-á apaixonado xistir até àquele tempo. E naquele
por mulheres; e nenhum caso fará tempo o teu povo será salvo; (sê-lo-
dos deuses, pois se julgará superior a -á) todo aquêle que estiver inscrito
tudo. 38Mas venerará o deus Maozim no livro (da vida). 2E a multidão
no seu templo, e enfeitará com ouro, dos que dormem no pó da terra, a-
e prata, e pedras preciosas, e com cordarão uns para a vida eterna, e
tudo o que há de custo a êste deus, outros para o opróbrio, que terão
que seus pais desconheceram. 39*E sempre diante dos olhos. 3Mas aquê-
fortificará as suas praças com um les que tiverem sido doutos resplan
deus estranho, pondo nelas Maozim, decerão como a luz do firmamento;
que êle reconheceu, e levará a uma e os que tiverem ensinado a muitos
grande glória os seus adoradores, e o caminho da justiça (ou da virtude,
lhes repartirá a terra gratuitamente. luzirão) como as estrelas por tôda
40E o rei do meio-dia pelejará con a eternidade. 4Tu, porém, Daniel, con
tra êle no tempo assinalado, e o rei serva guardadas estas palavras, e se
do aquilão marchará também contra la o livro até ao tempo determinado;
êle no tempo assinalado, e o rei do muitos o passarão pelos olhos, e ti
aquilão marchará contra êle como rarão dêle muita ciência.
uma tempestade, com grande multi 5Então, eu, Daniel, olhei, e eis que
dão de carroças e de gente a cava estava em pé contra outros dos ho
lo, e com uma grande armada, e en mens; um duma parte sôbre a mar
trará nas suas terras, e assolá-las-á, gem do rio, e outro da outra parte
e passará adiante. 41*Depois entrará sôbre a outra margem do mesmo rio.
na terra gloriosa (ou da Judéia), e °E eu disse ao homem que estava
serão taladas muitas províncias; e vestido de roupas de linho, o qual se
somente se salvarão das suas mãos sustinha em pé sôbre as águas do rio:
estas: Edom e Moab, e as frontei Quando se cumprirão estas maravi
ras dos filhos de Edom e Moab, lhas? 7E ouvi o homem que estava
e as fronteiras dos filhos de Amon. vestido de roupas de linho, o qual se
42E estenderá a sua mão contra as sustinha em pé sôbre as águas do rio:
outras províncias, e a terra do Egito tendo levantado ao céu a sua mão
não escapará. 43E tornar-se-á senhor direita e a mão esquerda, jurou por
dos tesouros de ouro e de prata, e de aquêle (senhor) que vive eternamen
tudo o que há de precioso no E gi te, que isso seria depois dum tempo
to, e passará também pela Líbia (ou ano), e dois tempos, e metade
e pela Etiópia. 44E turbá-lo-ão no dum tempo, e que tôdas estas coi
tícias vindas do oriente e do aqui sas se cumpririam quando acabasse
lão, e partirá com grandes tropas a dispersão do ajuntamento do po
para destruir e matar muitos. 45E vo santo. 8E eu ouvi (o que êle di-
fixará a sua tenda entre os mares, zia), mas não o entendi. E disse: Meu
sobre o ínclito e santo monte; e subirá Senhor, que sucederá depois disto?
até ao cimo dêste monte, e ninguém 9E êle disse-me: Vai, Daniel, porque
lhe dará auxílio. estas palavras estão fechadas e sela
Os últimos dias do mundo das até ao tempo determinado. 10Mui-
tos serão escolhidos, e branqueados,
12 xNaquele tempo se levantará o e provados como pelo fogo; os ím
grande príncipe Miguel, que pios procederão impiamente, e ne
é o protetor dos filhos do teu povo; nhum ímpio compreenderá, mas os
38. O deus M aozim ou da fortaleza, Júpiter Capitolino, cujo culto Antíoco quis impor na
Siria e na Judéia.
45. Entre os mares Morto e Mediterrâneo. -
Cap. X I I — 1-4. Êstes versículos anunciam a libertação de Israel, e, ao mesmo tempo,
a ressurreição e glória dos santos.
7. Depois dum tem po. . . três anos e meio, que foi quanto durou a perseguição de Antioco.
10. Serão escolhidos. . . o tempo do fim será um tempo de prova. Nenhum ímpio com
preenderá os desígnios de Deus; esta compreensão é reservada aos justos, aos sábios.
1044 PROFECIA DE DANIEL 12 - 13
52Tendo sido, pois, separados um do pais (no sepulcro); e Ciro Persa su
outro, chamou Daniel um dêles, e cedeu-lhe no reino.
disse-lhe: Homem inveterado no mal, Daniel recusa adorar o ídolo de Bel, o
os pecados que eometias noutro tem escarnece dêle
po caíram agora sôbre ti, 53que pro
nunciavas juízos injustos, que opri- 1 A -'Ora Daniel comia à mesa do
mias os inocentes, e que absolvias os rei, que o tinha elevado em
culpados, apesar de o Senhor ter di honra acima de todos os seus amigos.
to: _Não farás morrer o inocente e o 2Entre os Babilônios havia um ídolo
jlisto. 54Agora, pois, se tu a viste (pe chamado Bel; e gastavam-se com êle
ca r), dize debaixo de que árvore os todos os dias doze artabes de flor de
viste falar um com o outro. Êle res farinha, e quarenta ovelhas, e seis
pondeu: Debaixo dum lentisco. “ E ãnforas de vinho. 30 rei também hon
Daniel disse-lhe: Verdadeiramente rava êste ídolo, e todos os dias o ia
mentiste contra a tua cabeça; porque adorar. Daniel, porém, adorava o seu
eis que o anjo de Deus, tendo rece Deus. E o rei disse-lhe: Por que não
bido dêle (o poder de executar) a adoras Bel? “Daniel respondeu-lhe,
sentença (proferida contra ti), te par dizendo: Porque eu não adoro os
tirá pelo meio. ídolos, que são feitos por mãos de
56E, tendo feito retirar êste, man homens, mas sim o Deus vivo, que
dou que viesse outro, e disse-lhe: criou o céu e a terra, e que tem de
Raça de Canaã, e não de Judá, a for baixo do seu poder todo o ser vivo.
mosura seduziu-te, e a concupiscên- 5E o rei disse-lhe: Não te parece a
cia perverteu-te o coração. 57Era as ti que Bel é um deus vivo? Tu não
sim que tu fazias às filhas de Is vês como êle come e bebe todos os
rael, e elas, com mêdo, condescen- dias? °E Daniel respondeu-lhe, sor
diam convosco; porém esta filha de rindo: ó rei, não te enganes; êsse
Judá não sofreu a vossa iniqüidade. ídolo é de lôdo por dentro e de me
58Dize-me, pois, agora, debaixo de que tal por fora, e nunca comeu.
árvore os surpreendeste quando esta 7Então o rei, todo irado, chamou
vam falando? Êle respondeu: Debai os sacerdotes de Bel, e disse-lhes: Se
xo dum carvalho. 59E Daniel disse- vós me não disserdes quem é que co
lhe: Verdadeiramente que também me tudo o que se gasta (com Bel)>
tu mentiste contra a tua cabeça; por morrereis. 8Mas, se mostrardes que
que o anjo do Senhor está esperando Bel é quem come tudo isso, morrerá
com a espada na mão, para te cortar Daniel, porque blasfemou contra Bel.
pelo meio, e para te matar. E Daniel disse ao rei: Faça-se se
°°Então tôda a assembléia gritou gundo a tua palavra.
em alta voz, e bendisseram a Deus, 9Ora os sacerdotes de Bel eram se
que salva os que esperam nêle. 61E tenta, sem contar as suas mulheres,
levantaram-se contra os dois velhos, as suas crianças, e os seus filhos. O
os quais Daniel tinha convencido por rei, pois, foi com Daniel ao templo
sua própria bôca de terem dado um de Bel; 10e os sacerdotes de Bel dis-
testemunho falso, e fizeram-lhes so seram-lhe: Eis que nós vamos sair; e
frer o mesmo mal que êles tinham tu, ó rei, manda, pôr as viandas e dar
intentado contra o seu próximo, ^pa o vinho, e fecha a porta do templo,
ra cumprirem com a lei de Moisés; e sela-o com o teu anel; Me, quando
e mataram-nos, sendo salvo o sangue entrares pela manhã, se não achares
inocente naquele dia. que Bel comeu tudo, sem recurso
(13Então Heleias e sua mulher lou morreremos, ou morrerá Daniel que
varam a Deus por (te r salvado) Su- mentiu contra nós. “ Falavam assim
sana, sua filha, com Joaquim, seu com desprêzo, porque tinham feito
marido, e com todos os parentes, por da debaixo da mesa do altar uma entra
se não ter achado nela coisa que o- secreta, e entravam, sempre por
fendesse a honestidade. G4E Daniel, ali, e comiam tudo.
desde aquêle dia em diante, tornou- O s s a c e r d o t e s d e B e l s ã o d e s m a s c a
se grande diante do povo. r a d o s p o r D a n ie l
03O rei Asliages foi juntar-se a seus 13Logo, pois, quê os sacerdotes saí
14 •PROFECIA DE DANIEL 1047
ram, mandou o rei pôr as viandas juntado contra o rei, disseram: O rei
diante de Bel; Daniel, porém, mandou tornou-se Judeu; destruiu Bel, matou
aos seus criados que lhe trouxessem o dragão, e mandou matar os sacer
cinza, e espalhou-a por todo o tem dotes. 28Êles, pois, indo ter com o rei,
plo na presença do rei, fazendo-a disseram-lhe: Entrega-nos Daniel, se
passar por um crivo; e, ao sair, fe não nós te mataremos a ti e a tôda a
charam a porta do templo; e, tendo- tua casa.
a selado com © anel do rei, retira- “ Viu, pois, o rei que apertavam
ram-se. 14Os sacerdotes entraram du com êle fortemente; e, constrangido
rante a noite, segundo o seu costu da necessidade, entregou-lhes Daniel.
me com suas mulheres e filhos, e 30Êles lançaram-no na cova dos leões,
comeram e beberam tudo. 13E o rei onde esteve seis dias. 31Havia no la
levantou-se ao romper da manhã, e go sete leões, e todos os dias lhes
Daniel com êle. lfiE o rei disse: Está davam dois cadáveres e duas ovelhas;
intacto o sêlo? Êle respondeu: Está mas por então não lhos deram, a
intacto, ó rei. 1TImediatamente o rei, fim de que devorassem Daniel.
tendo aberto a porta e vendo a me
sa sem nada, exclamou em alta voz, D e u s p ro te g e D a n ie l
dizendo: Tu és grande, ó Bel, e não 32Estava então o Profeta Habacuc
há em ti engano algum. 18E Daniel na Judeia, e tinha cozido um caldo,
começou a rir, e deteve o rei para e migado uns pães dentro duma vasi
não passar mais adiante, e disse: O- lha, e ia levá-los ao campo aos cei
Iha para êste pavimento, e considera feiros que lá trazia. 3aE o anjo do
de quem são estas pegadas. iaE o rei Senhor disse a Habacuc: Leva a Ba
disse: Vejo pegadas de homens, e de bilônia essa refeição, que tens, para
mulheres, e de crianças. E o rei ir- a dares a Daniel, que está na cova
ritou-se. dos leões. 34E Habacuc respondeu:
20Então mandou prender os sacerdo Senhor, eu nunca vi Babilônia, e
tes, suas mulheres e filhos; e êles não sei onde é a cova. 35Então o an
mostraram-lhe as portinhas secre jo do Senhor tomou-o pelo alto da
tas, por onde entravam para comer cabeça, e, tendo-o pelos cabelos, le-
tudo o que estava sôbre a mesa. 210 vou-o com a impetuosidade do seu
rei, pois, mandou-os matar, e entregou espírito até Babilônia, sôbre a cova.
o ídolo de Bel ao arbítrio de Daniel, 3,iE Habacuc levantou a voz, dizen
que o destruiu, a êle e ao seu tem- do: Servo de Deus, toma a refeição
pio. que Deus te mandou. 37E Daniel dis
D a n ie l m a ta o d ra g ã o se: Tu, ó Deus, té lembraste de mim,
"H avia também naquele lugar um e não desamparaste os que te amam.
grande dragão, e os Babilônios adora- 3SE, levantando-se, Daniel comeu. E
vam-no. 2:,E o rei disse a Daniel: Eis o anjo do Senhor reconduziu logo
que agora não podes dizer que êste Habacuc ao seu lugar.
não seja um deus vivo; adora-o, pois. mAo sétimo dia veio o rei para
2,E Daniel respondeu-lhe: Eu adoro chorar Daniel; aproximou-se da co
o Senhor meu Deus; porque êle é va, e olhou para dentro, e eis, que
que é o Deus vivo; êste não é um viu Daniel assentado no meio dos
Deus vivo. -r,E tu, ó rei, dá-me licen leões. 40Então o rei deu um grande
ça, e eu matarei êste dragão, sem grito, dizendo: Tu és grande, ó Se
espada, nem vara. E o rei disse-lhe: nhor Deus de Daniel. E mandou-o
Eu ta dou. ^Daniel, pois, tomou pez, tirar da cova dos leões. 41Depois man
gordura e pelos; cozeu tudo junto, e dou lançar na mesma cova os que
hêz umas bolas, e meteu-as pela bô- tinham maquinado a sua perdição, e
cá do dragão, e o dragão arrebentou. foram devorados diante dêle num mo
E Daniel disse: Eis o que adoráveis. mento. 4-Então o rei disse: Todos os
que habitam em tôda a terra temam
D a n ie l na cova dos le õ e s o Deus de Daniel, porque êle é o Sal
vador, que faz prodígios e maravilhas
^Os Babilônios, tendo sabido isto, sôbre a terra, e que livrou Daniel
indignaram-se fortemente, e, tendo-se da cova dos leões.
OS PROFETAS MENORES
São apelidados de “ menores” os autores de doze livros proféticos que
seguem ao livro de Daniel, por serem seus livros de tamanho bem redu
zido, em comparação dos quatro precedentes cujos autores têm o nome
de “ profetas maiores” .
A fim de que o conteúdo dêsses doze livros proféticos não sofressem
algum prejuízo, — perdendo-se ou caindo no esquecimento — foram reu
nidos num único volume, ainda no tempo de Neemias (I I Mac. ll, 13).
Quanto ao número, é fora de dúvida que são doze os autores dessas pro
fecias mebores; quanto à ordem cronológica dos primeiros seis profetas»
não é incontestável; Joel e Abdias parecem mais antigos; Oséias, Amós e
Jonas são contemporâneos; Miquéias é o último dos primeiros seis cro
nologicamente.
terarem, porque êles mesmos (os pais precipitar-se-ão por causa da sua ini-
e esposos) tinham trato com as me- qüidade, e Judá também cairá com
retrizes, e sacrificavam com os efe êles. °Irão buscar o Senhor com os
minados. E o povo (insensato e) sem sacrifícios dos seus rebanhos e das
entendimento será castigado. suas manadas, e não o encontrarão;
retirou-se dêles. 7Prevaricaram con
N ão imite Judá os exemplos de tra o Senhor, porque geraram filhos
Israel bastardos; agora serão consumidos
dentro dum mês, êles e tudo o que
15Se tu, ó Israel, te entregas à pros possuem.
tituição (à idolatria), ao menos não Derrota e ruina
peque Judá; e não vades a Gálgala,
nem subais a Betavém (para idola 8Tocai a buzina em Gabaá, (to ca i)
tra r), nem jureis dizendo: Vive o Se a trombeta em Ramá; levantai gri
nhor. 16Porque Israel desencaminhou- tos em Betavém; acautela-te, Benja
se como uma vaca indomável; ago mim. 9Efraim será desolado no dia do
ra o apascentará o Senhor como a castigo; eu mostrei nas tribos de Is
um cordeiro numa espaçosa campina. rael a fidelidade da minha palavra.
17Efraim (ou Israel) está ligada aos 10Os príncipes de Judá procederam
ídolos; afasta-te dêle (ó Judá). 18Os como aquêles que mudam os marcos
seus banquetes (idolátricos) são se (e roubam a terra dos vizinhos); der
parados dos vossos, êles se engolfa ramarei sôbre êles a minha ira como
ram na fornicação (ou id ola tria ); uma torrente.
os que o deviam proteger, compra- “ Efraim vê-se tiranizado e opri
zem-se em o cobrir de ignomínia. mido em juízo, porque quis ir após as
10O vento da (cólera divina) o levou imundícies (dos ídolos). 12E eu serei
atado nas suas asas, e êles serão con para Efraim como a traça (que tu
fundidos por causa dos seus sacri do d estrói); e para a casa de Judá
fícios. como a podridão. 13Efraim viu a sua
Crimes dos chefes fraqueza, e Judá as suas cadeias; e
Efraim recorreu a Assur, e (Judá)
C ‘Ouvi isto, ó sacerdotes, e tu, ó buscou um rei que fôsse o seu vin
casa de Israel, ouve com aten gador; mas êle não poderá curar-vos,
ção; escuta, ó casa real, porque so nem poderá desatar as vossas cadeias.
bre vós se vai exercer o juízo, pois “ Porque eu serei para Efraim como
devendo ser sentinela (do povo), lhe uma leoa, e para a casa de Judá co
tendes armado laços, e sido para êle mo um leãozinho; eu, eu mesmo to
como uma rêde estendida (pelos ca marei a minha prêsa, e ir-me-ei com
çadores) sôbre o monte Tabor. 2Vós ela; eu a levarei, e ninguém ma ar
afastastes para longe as vítimas; eu, rancará das mãos. 15Irei e voltarei
porém, ( por meio dos profetas) sou o para a minha habitação, até que vós
mestre de todos êles. 3Eu conheço E- caiais na última miséria, e busqueis
fraim, e Israel não me foi encober a minha face.
to; sei que agora Efraim fornicou,
Israel contaminou-se. “Êles, não apli F alsa conversão e esperança vã
carão os seus cuidados a voltar para de Israel
o seu Deus, porque o espírito da fo r
nicação (ou idolatria) está no meio C ^les, vendo-se na sua tribula-
dêles, e porque não conheceram o Se u ção, dar-se-ão pressa a recorrer
nhor. 5E a arrogância de Israel se a mim: Vinde (d irã o), e voltemos
verá no seu rosto, Israel e Efraim 1 5
4 para o Senhor; 2porque êle nos cati
14. N ão castigarei... não serei pelos pais e esposos assim ultrajados, porque foram êles,
com os seus m aus exemplos, a causa de quedas t&o graves.
15. N em ju r e is ... pois misturais assim sacrilegamente o culto do verdadeiro Deus com
o culto dos ídolos, os quais seguis.
Cap. V — 7. Filhos bastardos, isto é, adoradores dos ídolos, que o senhor não reco
nhece como seus.
15. V o lta re i.. . Deus voltará p ara a sua m orada do céu, dpnde tinha descido para
castigar.
6 - 7 PROFECIA DE OSEIAS 1053
vou, e êle nos livrará, êle nos feriu, pelas obras de mentira que fizeram;
e êle nos curará. 3Êle nos dará a vi por isso o ladrão entrará ( em sua
da em dois dias; ao terceiro dia nos casa) para os despojar por dentro,
ressuscitará, e nós viveremos na sua e por fora o fará o salteador. 2E
presença. Entraremos na ciência do porque talvez não digam nos seus
Senhor, e o seguiremos, a fim de o co corações que eu me lembro de tôda
nhecer. A sua vinda está preparada a sua malícia, atualmente estão ro
como a da aurora, e êle descerá deados das suas impiedades; estão-nas
sôbre nós corno a chuva temporã e cometendo diante da minha face.
serôdia costuma vir sôbre a terra. 3Com a sua malícia alegram o rei,
4Que te farei eu, ó Efraim ? Que te e os príncipes com as suas mentiras.
farei eu, ó Judá? A vossa piedade 4São todos uns adúlteros semelhan
é como uma nuvem de manhã, e co tes a um fôrno aceso pelo forneiro;
mo o orvalho transitório da manhã. repousou um pouco a cidade, depois
5Por isso é que eu os tratei duramen da mistura do fermento, até que a
te pelos meus profetas, eu os matei massa se levedou tôda. 5Êste é o dia
pelas palavras da minha bôca; e os do nosso rei; os príncipes começaram
juízos que eu exercerei sôbre ti, sai a enfurecer-se com o vinho; (o rei)
rão tão claros como a luz. "Porque estendeu a sua mão aos bobos. ‘Quan
o que eu quero é a misericórdia e do êle, pois, lhes armava um laço, lhe
não o sacrifício, e o conhecimento descobriram êles o seu coração como
de Deus mais que os holocaustos. um fôrno; tôda a noite dormiu o que
7Mas êles, como Adão, violaram a os cozia, pela manhã êle mesmo a-
aliança (que tinham feito comigo) ; pareceu todo esbraseado como um fo
lá mesmo prevaricaram contra mim. go ardente. 7Todos êles aqueceram
*Galaad é (agora) uma cidade de fa como um fôrno, e devoraram os seus
bricantes de ídolos, tôda inundada de juizes; todos os seus reis caíram; não
sangue. 9E, como as fauces de ladrões, há entre êles quem levante a voz pa-
ela se acha cúmplice com os sacer ra mim.
dotes que matam' no caminho os Alianças nefastas
que vão de Siquém; verdadeiramen
te são horrendas as coisas que fize 8Efraim misturava-se com os povos
ram. 10Eu vi na casa de Israel coi (idolatras); Efraim tornou-se corno
sas horríveis; ali se acham as forni- um pão que se coze debaixo da cin
cações de Efraim ; Israel contaminou- za, e que não se volta. °Os estrangei
se. nMas para ti também, ó Judá, es ros devoraram a sua força, e êle não
tá preparada uma ceifa (de castigos) , o sentiu; os seus cabelos tornaram-se
até que eu torne a trazer o meu po brancos, e êle não o percebeu. 10E
vo do cativeiro. a soberba de Israel será humilhada
Fogo intenso das paixões sob os seus próprios olhos, e êles não
se voltaram para o Senhor seu Deus,
Y gu and o eu queria curar Israel, nem o buscaram em todos êstes males.
• tornou-se patente a iniqüidade 1XE Efraim tornou-se como uma pom
de Efraim e a malícia de Samaria, ba imbecil, sem inteligência. Cha-
Cap. V I — 3. Neste versículo hâ um a alus&o à ressurreição gloriosa de Jesus.
6. O que eu quero. . . O exercício d a caridade tem mais valor diante de Deus do que
os próprios sacrifícios.
7. L á mesmo, na T erra Santa; circunstância agravante.
Cap. V I I — 3. Alegram o rei. o s reis e os grandes, longe de castigar os crimes do
povo, divertem-se com êles.
4. Um fôrno aceso, figura das paixões do povo, — Depois da m istura. . . Espalhado o
fermento da impiedade entre o povo, a massa popular leveda por si própria, isto 6, torna-
se ímpia.
5. o s aniversários reais eram pretextos p ara grandes orgias.
6-7. o s reis e os grandes, tendo excitado as paixôes populares,’ foram vitim as delas.
8. Como um pão. .. que não se volta, e que, por isso, para nada serve, pois fica
queimado dum lado, e cru do outro.
9. Os estrangeiros, cuja aliança comprou, fizeram -lhe p agar grandes tributos, que o a r
ruinaram. — os seus cabelos. . . envelheceu prematuramente.
1054 PROFECIA DE OSEIAS 7 - 9
maram o Egito, foram buscar os As latria) ? °Porque de Israel é que veio
sírios. 123
M
1 as, depois que tiverem ido, êst^ novilho: um artífice o fabricou,
eu estenderei sôbre êles a minha rê- e êle não é Deus; porque o bezerro
de, e os farei cair como uma ave do de Samaria será (frá g il com o) teias
céu; castigá-los-ei segundo foi dito de arannas. ‘Semearam ventos e co
nas suas assembléias. lherão tempestades; não há ali uma
espiga direita, o seu grão não dará
Não recorreram a Deus farinha; e, se der alguma, comê-la-ão
os estrangeiros.
13Ai dêles, porque se retiraram de 8Israel foi devorado; agora é êle
mim! Serão destruídos, porque pre tratado entre as nações como um va
varicaram contra mim; resgatei-os, e so imundo. 9Porque recorreram a As-
êles proferiram mentiras contra mim. sur, que é como um asno silvestre,
14E não clamaram a mim do fundo que anda só. Efraim deu presentes
do seu coração, mas uivavam (deses aos seus amantes (os Assírios). 10Mas,
perados) nos seus leitos; somente depois que tiverem comprado bem ca
pensavam no trigo e no vinho; afas- ro o socorro das nações, eu os ajun-
taram-se de mim. 15E eu instrui-os e tarei (na Assíria), e êles (estando ca
dei vigor aos seus braços; mas êles tivos) serão isentos por algum tem
meditaram o mal contra mim. 16Qui- po dos tributos que pagavam ao rei
seram de novo sacudir o jugo (da e aos príncipes.
minha le i); tornaram-se como um “ Porque Efraim multiplicou os al
arco doloso; cairão mortos à espada tares para pecar, as aras converte-
os seus príncipes, por causa do furor ram-se para êle em delito. 12Eu ti
(ou insolência) da sua língua. E is nha-lhe prescrito um grande número
so fará com que riam dêles na ter de leis, as quais consideraram como
ra do Egito. se não fôssem para êle. “ Ofereeer-
Oséias prediz o castigo -me-ão hóstias, imolar-me-ão vítimas,
de tantos crimes e lhes comerão a carne, mas o Se
nhor não as aceitará, antes se lem
O 7Seja a tua garganta como uma brará da sua iniqüidade, e castigará
° trombeta (e anuncia que o in i os seus pecados; e (então) hão de
migo virá ) como águia sôbre a ca voltar para o Egito. 14Israel esque
sa do Senhor, porque transgrediram ceu-se do seu Criador, e edificou tem
a minha aliança e violaram a minha plos (para os ídolos); Judá multi
lei. 2Êles me invocarão, dizendo: Meu plicou as suas cidades fortificadas;
Deus, nós, o povo de Israel, te reco mas eu enviarei fogo sôbre as suas
nhecemos. 3(Mas, continua Deus) Is cidades, e ele devorará (todos) os
rael rejeitou o bem; o inimigo o per seus edifícios.
seguirá. 4Êles reinaram por si mes Predição da fome e do cativeiro
mos, e não por mim; foram príncipes
mas eu não os reconheci; fabrica O 7Não te alegres, Israel, não e-
ram para si ídolos da sua prata e do u xultes como os povos (pagãos),
seu ouro para sua perdição. sO bezer porque tu abandonaste o teu Deus,
ro que tu adoravas, ó Samaria, foi amaste a recompensa sôbre tôdas as
lançado por terra. O meu furor acen eiras de trigo. 2A eira e o lagar não
deu-se contra êles. Até quando se não os sustentarão, e o vinho iludirá a
poderão êles purificar (da sua ido sua expectativa. 3Não habitarão na
12. Segundo foi d it o ... A lusão aos avisos feitos pelos profetas.
16. Corno um arco doloso, cujas flechas não atingem o alvo.
Cap. V I I I — 5. Samaria representa aqui o reino de Israel, de que ela era a capital.
7. N a d a de próspero p ara Israel; e, se algum bem lhe acontecer, é o inimigo que
tirará proveito dêle.
10. Serão isen tos... P alavras irônicas.
13. Hão de vo lta r. . . Tornarão a ser cativos, como outrora o tinham sido no Egito.
Cap. IX — 1. Sôbre tôdas. Contemplando as suas eiras cheias de colheitas, os Isra e
litas atribuíam êstes bens às divindades pagãs.
2. Não os sustentarão... o s Israelitas nâo se poderão aproveitar das suas colheitas.
9 - 10 PROFECIA DE OSEIAS 10 5Ô
terra do Senhor. Efraim voltará para (ric a ) como Tiro, situada em formoso
o Egito, e comerá viandas imundas país; mas Efraim levará seus filhos
entre os Assírios. 4Não farão libações ao que lhes há de tirar a vida. 14Dá-
de vinho ao Senhor, nem elas lhe se lhes, Senhor... porém, que lhes da
rão agradáveis; os seus sacrifícios se rás? Dá-lhes um ventre estéril e pei
rão como o pão que se come nos fu tos secos. 15Tôda a sua malícia (apa
nerais; todos os que comerem dêle receu) em Galgai; foi lá que lhes
ficarão contaminados; porque o seu concebi aversão; lançá-los-ei fora da
pão será só para êles mesmos, não minha casa, por causa da malícia das
entrará na casa do Senhor. 6Que fa suas obras; não tornarei mais a ter-
reis vós no dia solene, no dia da fes lhes amor; todos os seus príncipes
ta do Senhor? °Porque êles partem são uns apóstatas. “ Efraim foi fe ri
por causa da desolação. O Egito os do (de m o rte ); a sua raiz secou, não
recolherá, Mênfis os sepultará; a pra darão mais fruto. E, se tiverem fi
ta que êles tanto cobiçaram será prê- lhos, matarei os mais queridos de
sa das urtigas, e crescerão os abrolhos Suas entranhas. 170 meu Deus os re
nas suas casas. 7Chegaram os dias jeitará, porque não o ouviram; e an
do castigo, chegaram os dias da re darão errantes entre as nações.
tribuição. Salve, Israel, que os teus
Israel perdeu tudo por causa
profetas são uns loucos, que êsses da idolatria
(que se julgam ) varões espirituais são
uns insensatos, por causa da multidão 1A Tsrael era uma vinha frondo-
da tua iniqüidade e do excesso da tua sa, que dava os frutos corres
loucura. 8A sentinela de Efraim está pondentes; quanto mais abundou em
com Deus; o profeta tornou-se um frutos tanto mais multiplicou os seus
laço de ruína sôbre todos os seus altares, à proporção da fertilidade da
caminhos; a loucura está na casa do sua terra abundou em simulacros.
seu Deus. 9*P ecaram gravemente, co 2Está dividido o seu coração, agora
mo nos dias de Gabaá. O Senhor perecerão; êle mesmo (o Senhor)
se lembrará da sua iniqüidade e cas quebrará os seus simulacros, e deita
tigará os seus pecados. rá abaixo os seus altares. 3Dentro
Anátem a contra a raça de Israel em breve êles dirão: Nós não temos
rei (que possa salvar-nos), porque
10Encontrei Israel como cachos de não tememos o Senhor; e que faria
uvas no deserto; vi os seus pais co por nós o rei (querendo Deus casti
mo os primeiros frutos da figueira, gar-nos) ? 4Repeti agora as palavras
que aparecem no cimo dela; mas êles das falsas visões (dos vossos profe
foram ao templo de Beelfegor, e a- tas), fazei aliança (com os Assírios)
fastaram-se de mim para se cobri que (apesar disso) o castigo (de Deus)
rem de confusão, e tornaram-se abo brotará como ervas amargas sôbre os
mináveis como as coisas que amaram. sulcos dum campo (semeado). 5Os
nA glória de Efraim voou como habitantes da Samaria adoravam as
uma ave; seus filhos morreram à nas vacas de Betavém; mas o povo (que
cença, ou no ventre de suas mães, ou adorava este ídolo) chorou sôbre êle,
no momento em que foram concebi como também os guardas (do seu
dos. 12Mas, ainda mesmo que êles te tem plo), que tinham exultado na sua
nham criado alguns filhos, eu farei glória, porque esta foi transferida pa
com que fiquem sem filhos entre os ra longe dêle. °Portanto, êle também
homens; e ai dêles quando eu os a- foi levado para a Assíria, como um
bandonar! 13Efraim, pelo que ví, era presente ao rei vingador; a confusão
4. O seu pão; as refeições das pessoas que est&o de luto s&o sòmente p ara ela e nada
de tais refeições se deve levar ao templo como oferta.
9. Corno nos dias de Gabaá. Alus&o ao crime praticado pela tribo de Benjamim, puni
do com o extermínio da mesma tribo (Juizes, X I X ). U m a sorte igual está reservada a
Israel.
Cap. X — 2. Está dividido entre o Senhor e os falsos deuses.
5-6. Nestes dois versículos é vaticinada a ruína dos bezerros de ouro. — Rei vingador,
ministro da justiça divina.
1056 PROFECIA DE oSEIAS 10 - 11
34 - B íb lia S a g ra d a
1058 PROFECIA DE OSEIAS 14
possuísseis a terra dos Amorreus. nE, não faz nada sem ter revelado -antes
entre os vossos filhos, suscitei pro o seu segrêdo aos profetas seus ser
fetas, e, entre os vossos jovens, sus vos. sO leão ruge, quem não temerá?
citei nazarenos. Não é assim, filhos O Senhor Deus falou, quem não pro
de Israel? diz o Senhor. 12E, depois fetizará?
disto, vós fizestes com que os naza 9Fazei ouvir isto nas casas (dos F i-
renos bebessem vinho ( o que lhes era listeus) de Azoto e nas casas da
proibido) e mandastes aos profetas terra do Egito, e dizei: Juntai-vos
dizendo: Não profetizeis. sôbre os montes de Samaria, e vêde
irEis que vou calcar-vos, como cal as loucuras sem número que se fazem
ca (a terra) um carro carregado de no meio dela, e os que no seu inte
feno. 14E o homem ágil não poderá rior padecem calúnias. 10E não sou
fugir, e o forte debalde fará os seus beram o que é fazer justiça, diz o
esforços, e o valente não salvará a Senhor, êles que amontoam em suas
sua vida; 15e o que maneja o arco casas tesouros de iniqüidades e de
não resistirá, nem se salvará o ligei rapinas. “ Portanto isto diz o Senhor
ro de pés, nem o cavaleiro salvará Deus. A terra será atribulada e cer
a sua vida; 16e o mais corajoso en cada; e a tua fôrça (o Samaria) ser-
tre os valentes fugirá nu naquele -te-á tirada, e as tuas casas serão
dia, diz o Senhor. saqueadas.
TTsto diz o Senhor: Como acontece
Israel será de tal sorte castigado quando um pastor chega a arrancar
por suas iniqüidades, que poucos da bôca do leão as duas pernas, ou
serão salvos a ponta de uma orelha (da res que
O 7Ouvi a palavra que o Senhor devora), assim serão livrados (dos
Assírios) os filhos de Israel que ha
° pronunciou a respeito de vós, bitam em Samaria descansados no
filhos de Israel, a respeito de tôda a ângulo do seu leito, na cama de
linhagem que eu tirei da terra do Damasco.
Egito, dizendo: 2De tôdas as linha
gens da terra, só a vós reconheci Os altares e os palácios
(como meu povo), por isso vos casti serão destruídos
garei por tôdas as vossas iniqüidades.
3Porventura andarão dois homens 13Ouvi isto, e declarai-o à casa de
juntos, sem que estejam de acordo? Jacó, diz o Senhor Deus dos exérci
4Porventura rugirá o íeão no bosque, tos: 14No dia em que eu começar a
sem que tenha achado alguma prê- punir as prevaricações de Israel, pu
sa? Porventura fará o leãozinho soar nirei também os altares de Betei, e
a sua voz no seu covil, sem que os ângulos do altar serão cortados
tenha lançado a garra a alguma coi e cairão por terra. 15E deitarei abaixo
sa? 5Porventura cairá uma ave no la o palácio de inverno com o palá
ço pôsto na terra, sem que haja cio de verão; e as casas ornadas de
quem lho arme? Porventura tirar-se- marfim perecerão, e uma grande
-á da terra o laço, antes que tenha multidão de edifícios serão destruí
apanhado alguma coisa? °Soará a dos, diz o Senhor.
trombeta (de guerra) numa cidade, Israel, não obstante ser atingido pelos
sem que o povo se assuste? Acon castigos, não se converteu a Deus
tecerá alguma calamidade numa ci
dade, que não seja por disposição A 7Ouvi estas palavras, vacas gor-
do Senhor? 7Porque o Senhor Deus ^ das que estais sôbre o monte
Cap. I I I — 8. Quem não profetizará, tendo recebido, como eu, a missão p ara isso? Os
Judeus não queriam que Arnós profetizasse.
3-8. Antes de anunciar detalhadamente o castigo de Israel, o profeta emprega sete im a
gens, tiradas da vida comum, as quais têm por fim demonstrar que os seus oráculos vêm
de Deus, de acôrdo com o qual procede a fala.
14. o s altares de Betei, isto é, os pecados de que foi causa o culto de Betei..
15. Os grandes tinham diferentes residências segundo as estações.
Cap. I V — 1. A vossos amos, a vossos maridos, que excitais ao roubo para vos entre
gardes à orgia (e beberem os).
1066 PROFECIA DE AMÓS 4 - 5
de Samaria, vós que oprimis os ne voltastes para mim, diz o Senhor.
cessitados e deixais os pobres; vós nDestruí-vos, como Deus destruiu So-
que dizeis a vossos amos: Trazei, e doma e Gomorra, e ficastes como
beberemos. 20 Senhor Deus jurou pe um tição que se tira dum incêndio;
lo seu santo (nom e) que brevemen- e (apesar disso) não voltastes para
te virão dias mais infelizes para vós, mim, diz o Senhor.
em que vos levantarão nas lanças 12Portanto executarei contra ti es
e meterão os restos do vosso corpo tas coisas (que eu predisse), ó Israel;
em caldeiras a ferver. 3E vós saireis e, depois que eu assim te tiver tra
pelas brechas (abertas) uma defron tado, prepara-te, ó Israel, para sair
te da outra, e sereis lançadas para ao encontro do teu Deus. “ Porque
Armon, diz o Senhor. eis aí (que vem ) quem forma os
“Ide á Betei, e cometei impieda montes e cria o vento e quem anun
des; (ide) a Gálgala, e amontoai pre cia a sua palavra ao homem, quem
varicações; e levai lá as vossas v í produz a névoa da manhã e quem
timas (para os ídolos) desde a ma anda por cima das alturas da ter
nhã, e os vossos dízimos todos os ra; o seu nome é Senhor Deus dos
três dias. 5E oferecei (aos ídolos), exércitos.
com pão lêvedo, sacrifícios de ação
de graças, proclamai e publicai obla- Amós argui Israel e anuncia
ções voluntárias; porque assim o o cativeiro Assírio
quisestes, filhos de Israel, diz o Se Ç 3Ouvi esta palavra com que eu
nhor Deus. 61 levanto sôbre vós o meu pranto:
°Por esta causa eu vos dei o des- A casa de Israel caiu, e não tornará
botamento de dentes em tôdas as vos mais a levantar-se. 2A virgem de Is
sas cidades, e a falta de pão em tô rael foi deitada sôbre a sua terra,
das as vossas localidades; e (contu- não há quem a levante. 3Porque isto
do) não vos voltastes para mim, diz diz o Senhor Deus: A cidade donde
o Senhor. saiam mil homens ficará reduzida
7Também vos suspendi a chuva, a cem, e aquela da qual saíam cem,
quando ainda faltavam três meses ficará reduzida a dez; (isto sucede
para a colheita; e fiz que chovesse rá ) na casa de Israel.
sôbre uma cidade, e sôbre outra ci *Porquanto isto diz o Senhor à casa
dade não chovesse; uma parte ficou de Israel. Buscai-me, e vivereis. 5E
regada com a chuva, e a outra parte, não busqueis a Betei, nem entreis
sôbre a qual não dei chuva, secou. em Gálgala, nem passeis por Bersa-
8E duas e três (e mais) cidades fo bé; porque Gálgala será levada ca
ram a uma outra cidade para bebe- tiva, e Betei ficará reduzida a nada.
rem água, e não se saciaram; e ( a- 6Buscai o Senhor, e vivereis; não su
pesar disso) não voltastes para mim, ceda que arda a casa de José como
diz o Senhor. 9Eu vos feri com um um fogo, e que abrase Betei sem
vento abrasador e com ferrugem; a haver quem o apague. 7Vós, que con
lagarta devorou a multidão das vos verteis o direito em absinto, e aban
sas hortas e das vossas vinhas, dos donais a justiça sôbre a terra, “(bus
vossos olivais e dos vossos figueirais, cai) aquêle que criou o Arcturo e o
e (apesar disso), não voltastes para Orião, que transforma as trevas em
mim, diz o Senhor. 10Enviei a mor luz da aurora, e muda o dia em
tandade, contra vós na jornada do E- noite, que chama as águas do mar,
gito, feri com a espada os vossos e as derrama sôbre a face da terra;
jovens e deixei tomar os vossos ca seu nome é Senhor. 9Êle, sorrindo-
valos; e fiz chegar aos vossos na se, derriba os fortes, e entrega os
rizes a infecção dos cadáveres do poderosos à ruína.
vosso exército; e (apesar disso) não 10Êles aborreceram os que os re-
4-5. O profeta, falando com ironia, convida os Israelitas a m ultiplicar os seus atos
idolátricos.
Cap. v — 7. Absinto, símbolo da am argura da injustiça.
8. Arcturo, ou grupo das sete estréias.
5 -6 PROFECIA DE AMOS 1067
preendiam à porta (da cidade, nos tes eu não os aceitarei; e não po
julgam entos); e abominaram o que rei os olhos nas vítimas gordas, que
falava com integridade. "Portanto, me oferecerdes, em cumprimento
já que vós despojáveis o pobre e lhe dos vossos votos. 23Aparta de mim
tiráveis o melhor que tinha, edifi- o ruído dos teus cânticos; eu não
careis casas de pedra de silharia, po ouvirei as árias que cantares ao som
rém não habitareis nelas; plantareis da tua lira. 24E os meus juízos se
as mais excelentes vinhas, porém não manifestarão (contra vos) como á-
bebereis do seu vinho. "Porque eu gua (que trayisborda), e a minha jus
conheço as vossas muitas maldades, tiça como uma impetuosa torrente.
e os vossos graves pecados; sois ini -'Porventura, ó casa de Israel, ofe-
migos do justo, aceitais dádivas, e recestes-me vós algumas hóstias e
oprimis os pobres à porta (da cida sacrifícios no deserto, onde estives
de, nos julgamentos). "P o r isso o tes quarenta anos? 20Vós, sim, le
prudente se calará naquele tempo, vastes o tabernáculo do vosso (Deus)
porque é tempo mau. Moloc, e a imagem dos vossos ído
"Buscai o bem, e não o mal, para los, a estréia do vosso deus (Satur-
que vivais, e o Senhor Deus dos exér no) coisas que fizestes por vossas
citos estará convosco, como vós dizeis mãos. 27Eu, pois, vos farei transpor
(que está), 15Aborrecei o mal, e a- tar para além de Damasco (para a
mai o bem, e restabelecei na porta Assíria) diz o Senhor, cujo nome é
a justiça, e talvez o Senhor Deus Deus dos exércitos.
dos exércitos se compadecerá dos
restos de José. Os grandes de Israel e de Judá
serão levados para o cativeiro
16Por cuja causa isto diz o Senhor
Deus dos exércitos, o soberano do C 7A i de vós os que viveis em
minador: Por tôdas as praças soarão u Sião na abundância de tôdas
gritos; e em todos Os lugares de fora as coisas, e os que viveis sem ne
(da cidade) se ouvirá dizer: Ai, ai! nhum receio no monte de Samaria;
E serão convidados para êste luto de vós, ó grandes, chefes do povo,
os lavradores, e para êste pranto os que entrais com fausto na casa de
que sabem carpir. 17*E em tôdas as Israel! “Passai a Calane, e contem
vinhas haverá pranto, porque eu hei plai; e ide de lá à grande Emat, e
de passar pelo meio de ti, diz o descei a Get dos Filisteus, e aos
Senhor. mais formosos reinos que dependem
18Ai dos que desejam o dia do Se destas cidades; yêde se o seu terri
nhor! Para que o desejais vós? Êste tório, é mais extenso que o vosso.
dia do Senhor será para vós um dia
de trevas, e não de luz. 19Como se 3Vós, todavia, estais reservados para
um homem fugisse de diante dum o dia mau, e vos estais a aproximar
leão, e lhe saísse ao encontro um do sólio (ou im pério) da iniqüida-
urso, ou como se, tendo entrado em de. “Vós que dormis em leitos de
casa e segurando-se com a sua mão marfim, e vos entregais à moleza
à parede, o mordesse uma cobra ( as nos vossos leitos; que comeis os me
sim será inevitável o castigo de lhores cordeiros do rebanho, e os
Deus). 20Que será, pois, o dia do Se mais escolhidos novilhos da mana
nhor senão um dia de trevas, e não da; 5que cantais ao som do salté-
de claridade, e que haverá nêle se rio; e julgais imitar Davi, usando
não escuridão, e não luz? 21Eu a- instrumentos músicos (para vosso de
borreço e rejeito as vossas festas; le ite ); °que bebeis vinho por (gran-
não me é agradável o cheiro dos des) copos, que vos perfumais com
(sacrifícios nos) vossos ajuntamen óleos preciosos, sem vos compade
tos. 22Se vós me oferecerdes os vos cerdes da aflição de José. 7Por isso
sos holocaustos e os vossos presen ireis na frente dos que forem cati
17. Haverá pranto, em vez de alegres canções.
25. Hipérbole para indicar que os Israelitas tinham sido negligentes em certas práticas
do culto.
1068 PROFECIA DE AMÓS 6 - 7
da, e Israel será levado cativo para nos fazermos senhores dos necessita
fora de seu pais. 12E Amasias disse a dos por dinheiro, e dos pobres por
Amós: Sai daqui, homem de visões, um par de sandálias, e para lhes
foge para a terra de Judá, e come vendermos (por bom preço) até as
lá o teu pão, e lá profetizarás. 13Mas cascas do nosso trigo?
não continues a profetizar em Betei,
porque aqui é o santuário do rei, e Amós profetiza calamidades iminentes
a côrte do reino. 14E Amós respondeu 70 Senhor fêz êste juramento con
e disse a Amasias: Eu não sou pro tra a soberba de Jacó: Eu juro que
feta (de profissão) , nem filho de pro não me esquecerei jamais de tôdas
feta; mas sou um pastor de gado, as suas obras. 8E, depois disto, não
que cultivo sicômoros. 15E o Senhor estremecerá a terra (de Israel), e
pegou em mim, quando eu andava a- não chorará todo o seu habitante?
trás do meu rebanho, e o Senhor dis Inundá-la-á um rio (de calamida
se-me: Vai, profetiza ao meu povo des); e ficará assolada, e desapare
de Israel. 16Ouve, pois, agora (o Ama cerá como as águas do rio do Egito
sias) a palavra do Senhor: Tu di (ao chegar ao m ar). 9E naquele dia
zes-me: Não profetizes contra Israel, acontecerá, diz o Senhor Deus, que
nem profiras oráculos contra a casa o sol se porá ao meio-dia, e farei cor
do ídolo. 17Por esta causa isto diz o brir a terra de trevas na maior háiz
Senhor: Tua mulher será desonrada do dia. 10E converterei as vossas fes
na cidade, e os teus filhos e as tuas tas em luto, e todos os vossos cân
filhas cairão mortos à espada, e a ticos em pranto; e porei sôbre tô
tua terra será repartida a cordel ( en das as vossas costas saco, e tornarei
tre os vencedores); e tu morrerás calvas tôdas as vossas cabeças; e po
numa terra impura (ou idólatra) e rei o país num pranto desfeito, co
Israel será levado cativo para fora mo o que se faz por um filho úni
do seu país. co, e farei que o seu fim seja um
dia de amargura. 71Eis que vem o
A visão do cambo de apanhar frutas tempo, diz o Senhor, em que eu en
O 70 Senhor Deus mostrou-me ain- viarei fome sôbre a terra; não fome
° da outra visão: Vi um cambo de de pão, nem sêde de água, mas de
alcançar os frutos das árvores. 2E ouvir a palavra do Senhor. 12E êles
o Senhor disse: Que vês tu, Amós? se comoverão desde um mar até ou
E eu respondi: Um cambo de alcan tro mar, e desde ó aquilão até o
çar os frutos das árvores. E o Se oriente; andarão por tôda a parte
nhor disse: Chegou o fim do meu buscando a palavra do Senhor, e não
povo de Israel, não o deixarei im a encontrarão. 13Naquele dia desfa
pune por mais tempo. 8Naquele dia, lecerão à sêde as formosas donzelas,
diz o Senhor Deus, rangerão tam e os jovens, 14os que juram pelo pe
bém as couceiras do templo; muitos cado (ou ídolo) de Samaria, e que
morrerão; em tôda a parte reinará dizem: ó Dan, viva o teu deus! e
um horroroso silêncio. viva o caminho (ou idolatria) de
Bersabée! e êles cairão e nunca mais
Amós censura a opressão dos pobres se levantarão.
4Ouvi isto, vós, que pisais os po O Senhor, estando sôbre o altar,
bres e fazeis perecer os indigentes prediz os seus castigos
da terra, 5dizendo: Quando passará
o mês para vendermos as nossas mer q *Eu vi o Senhor que estava em
cadorias, e o sábado para abrirmos pé sôbre o altar (idolátrico de
os celeiros, para diminuirmos a me B etel), e que disse: Fere a coucei-
dida, e aumentarmos o siclo, e ser- ra, e abale-se a verga da porta; por
virmo-nos de balanças falsas, 6para que a avareza se acha na cabeça de
Cap. V I I I — 1-3. o cambo serve p a ra apanhar frutos maduros. Israel está m aduro
p a r a o castigo; o seu fim não tardará a chegar.
14. O teu deus. E ra um bezerro de ouro, ao qual se prestava culto em Dan.
Cap. IX — 1. Fere a couceira, destrói êste templo idolátrico.
1070 PROFECIA DE AMOS £
todos, e eu matarei à espada até o da terra; todavia não destruirei in
último dêles, nenhum escapará. Fu teiramente a casa de Jacó, diz o Se
girão, e nenhum dos que fugir se nhor. 9Porque vou dar ordens, e fa
salvará. 2Ainda que êles desçam até rei que a casa de Israel seja agitada
ao inferno, a minha mão os tirará entre tôdas as nações, como o trigo
de lá; e ainda que subam até ao céu, se sacode no crivo, e não cairá por
eu os arrancarei de lá. 3E se êles se terra um só grão. 10Todos os peca
esconderem no cume do Carmelo, eu dores do meu povo morrerão à es
os irei buscar, e de lá os tirarei; e pada, êles que dizem: Não se apro
se se esconderem de meus olhos no ximará, nem virá sôbre nós o mal.
profundo do mar, eu ordenarei à ser T o d a v ia são prom etidos tem pos fe lize s
pente que os morda. 4E se êles fo
rem para o cativeiro diante dos seus “ Naquele dia levantarei o taberná-
inimigos, aí ordenarei à espada que culo (ou reino) de Davi, que caiu,
os mate; e porei os meus olhos sô- e repararei as brechas dos seus mu
bre êles para seu mal, e não para ros e restaurarei o que se tinha ar
seu bem. 5E (assim o disse) o Se ruinado, e reedificarei tudo como nos
nhor Deus dos exércitos, aquêle que, dias antigos; 12para que êles possuam
com o tocar a terra, a faz secar; e os restos da Iduméia e tôdas as na
todos os habitantes dela chorarão, e ções, porque o meu nome foi invo
ela mesma subirá como um rio, e cado sôbre êles, diz o Senhor, que ê
desaparecerá como o rio do Egito o que faz estas coisas. 13Eis que vêm
(ao chegar ao m ar). 6Êle construiu os dias, diz o Senhor, em que o que
o seu trono no céu, e fundou a sua lavra seguirá de perto o que sega,
abóbada sôbre a terra; êle chama e o que pisa as uvas (seguirá de
as águas do mar, e as derrama sô perto) o que semeia o grão; os mon
bre a face da terra; seu nome é Se tes destilarão doçura, e todos os ou
nhor. 7*P orventura vós, ó filhos de teiros serão cultivados. 14E tirarei
Israel, diz o Senhor, não sois para do cativeiro o meu povo de Israel;
comigo como os filhos dos Etíopes? e reedificarão as cidades desertas, e
Porventura não fiz eu sair Israel as habitarão; e plantarão vinhas, e
da terra do Egito; e os Palestinos lhes beberão o vinho, e farão jardins
da Capadócia, e os Sírios de Cirene? e comer-lhes-ão o fruto. 15E plantá-
8Eis que os olhos do Senhor Deus -los-ei no seu país e não os tornarei
estão abertos sôbre êste reino que mais a arrancar da terra que lhes
peca; e eu o exterminarei da face dei, diz o Senhor teu Deus.
estrangeiros (os Caldeus) faziam pri (do cálice da cólera divina) tôdas
sioneiros o seu exército e entravam as (outras) nações (idolatras); be
pelas suas portas, e deitavam sorte berão, e sorverão, e virão a ser co
sobre Jerusalém, tu também eras co mo se nunca tivessem sido.
mo um dêles. 12Mas não zombarás Os Isra e lita s serão sa lv o s
mais (para o futu ro) de teu irmão,
no dia (da sua aflição, no dia) em 17Mas sôbre o monte de Sião a-
que êle fôr levado para fora do seu char-se-á a salvação, e êle será (u m
país; nem te tornarás a alegrar so lugar) santo; e a casa de Jacó pos
bre os filhos de Judá no dia da sua suirá os que a tinham possuído. 18A
perdição; nem os insultarás com in casa de Jacó será um fogo, a ca
solência no dia da sua angústia. sa de José uma chama, e a casa de
13Nem entrarás pelas portas (ou ci- Esaú uma palha sêca, a qual será a-
dades) do meu povo no dia da sua brasada e devorada por aquela, sem
ruína (para recolher despojos); nem ficar resto algum da casa de Esaú,.
tão pouco zombarás dos seus males porque o Senhor assim o disse. 19E
no dia da sua desolação; nem serás os que habitam ao meio-dia herdarão
enviado contra o seu exército no dia o monte (ou país) de Esaú, e os que
da sua derrota; 14nem te postarás habitam na planície (herdarão o pais
nas saídas para matar os ( Hebreus} dos) Filisteus; e serão senhores do
que fugirem; nem envolverás os res país de Efraim e do território de Sa-
tos dos seus habitantes no dia da maria; e Benjamim possuirá Galaad.
tribulação. 15Porque o dia (do cas 20E os cativos dêste exército dos f i
tigo ) do Senhor está perto para to lhos de Israel (possuirão) tôdas as
das as nações, far-se-á contigo, co terras dos Cananeus até Sarepta; e
mo tu fizeste (contra o meu p o vo ); os deportados de Jerusalém, que es
(Deus) fará cair sôbre a tua cabeça tão no Bósforo, possuirão as cida
o castigo que mereces. 16Porque, as des do meio-dia.
sim como vós bebestes (sacrilega 21E subirão salvadores ao monte de
mente) sôbre o meu santo monte, Sião para julgar o monte de Esaú;
assim também beberão de contínuo e o reino pertencerá ao Senhor.
PROFECIA DE JONAS
O profeta Jonas era natural de Get de Zabulão, ao norte de Nazaré;
pertencia, pois, ao reino de Israel. Devorava-o o amor à pátria e o ódio
aos Gentios, especialmente aos Assírios, nos quais via uma ameaça contí
nua à sua nação. E o próprio Deus lhe deu a incumbência de fazer pre
gação em Nínive, para que se convertesse de suas impiedades. O ardoroso
patriota tenta evadir-se às ordens divinas, tomando uma embarcação que
havia de levá-lo bem longe do lugar para o qual Deus o tinha destinado.
Mas, levantando-se furiosa tempestade, Jonas é lançado ao mar, e um ce
táceo, em cujo ventre ficou durante três dias, o leva para perto da grande
cidade em que Deus queria que exercesse a missão de profeta. A conversão
dos Ninivitas foi um sinal e uma lição para os Judeus de todos os tempos
(Lc., 11, 29-32). A estada de Jonas no ventre de um peixe foi um símbolo
de Jesus que ressuscitou após ter permanecido três dias sepultado no seio
da terra.
Porque êles tinham sabido que êle cobriu-me a cabeça. 7Desci até às
ia fugindo da face do Senhor, pois raízes dos montes; os ferrolhos da
já lho havia declarado. “ Êles pois, terra encerraram-me para sempre;
disseram-lhe: Que te havemos de tu, contudo, Senhor Deus meu, pre
fazer, para que o mar cesse de se le servarás a minha vida da corrupção.
vantar contra nós? Porque o mar se 8Quando em mim se angustiava a mi
elevava e embravecia cada vez mais. nha alma, lembrei-me do Senhor, pa
12E (Jonas) respondeu-lhes: Pegai ra cjue a minha oração chegue a ti,
em mim e lançai-me no mar, e o mar subindo até ao teu santo templo.
se vos aplacará; porque eu sei que 9Os que se entregam inutilmente às
por minha causa é que vos sobreveio vaidades, abandonam a misericórdia
esta grande tempestade. daquele que os teria livrado. 10Eu,
“ Entretanto remavam os marinhei porém, te oferecerei sacrifícios com
ros para ver se conseguiam ganhar cânticos de louvor; cumprirei todos
terra; mas não podiam, porque o mar os votos que fiz ao Senhor pela mi
cada vez se empolava mais, e se em nha salvação.
bravecia contra êles. “ Então clama “ Então o Senhor mandou ao peixe,
ram ao Senhor, e disseram: Roga- e êste vomitou Jonas na praia.
mos-te, Senhor, que a morte dêste
homem não seja a causa da nossa Sob a pre g aç ã o de Jonas, N ín iv e fa z
perdição, e que não façais cair sôbre penitência
nós um sangue inocente; porque tu
és Senhor, que isto fizeste como qui O JE foi dirigida segunda vez a Jo-
seste. “ Depois pegaram em Jonas, e ° nas a palavra do Senhor, a
lançaram-no ao mar, e ao mesmo qual dizia: 2Levanta-te, e vai à
ponto cessou a fúria do mar. “ En grande cidade de Nínive, e prega nela
tão conceberam êstes homens um a pregação que eu te ordeno. 3Jonas
grande temor ao Senhor, e imolaram levantou-se, e foi a Nínive, segundo
vítimas ao mesmo Senhor, e fizeram- a ordem do Senhor. Ora Nínive era
lhe votos. uma cidade grande, que tinha três
dias de caminho. 4E Jonas começou
Jonas no ventre dum peixe a entrar na cidade, andando por ela
clama ao Senhor um dia; e clamou e disse: Daqui a
quarenta dias será Nínive destruída.
O *Ao mesmo tempo o Senhor pre- 5E os Ninivitas creram em Deus,
“ parou um grande peixe que e ordenaram um jejum em público, e
enguliu Jonas; e Jonas esteve no ven vestiram-se de saco, desde o maior
tre do peixe três dias e três noites. até o menor. 6E chegou esta nova
2E Jonas fêz oração ao Senhor seu ao rei de Nínive; e êle levantou-se
Deus do ventre do peixe, 3e disse: do seu trono, e tirou os seus vestidos
Eu clamei ao Senhor no meio da (reais), e cobriu-se de saco, e sen
minha tribulação, e êle ouviu-me; tou-se sôbre a cinza. 7Depois fêz cla
clamei desde o ventre do sepulcro, e mar por tôda a parte e publicar em
tu ouviste a minha voz. Nínive esta ordem, como vinda da
4Tu me atiraste ao mais profundo boca do rei e da dos seus príncipes,
do mar, e a corrente das águas me dizendo: Os homens e os animais, os
cercou; todos os teus pegos e todas bois e as ovelhas não comam nada,
as tuas ondas passaram por cima de não sejam levados a pastar, nem be-
mim. 5E eu disse: Fui rejeitado de bam água. 8E os homens e os ani
diante dos teus olhos; todavia verei mais cubram-se de saco, e clamem
ainda novamente o teu santo templo. aquêles ao Senhor com tôda a sua
°As águas me cercaram até à vida; fôrça, e cada um se converta do seu
o abismo encerrou-me em si, o mar mau caminho, e da iniqüidade que
Cap. I I — 1. O milagre da conservação de Jonas no ventre do peixe, donde sa iu ileso
ao cabo de t r ê s d i a s e t r ê s n o i t e s , 6 um simbolo da ressurreição de Jesus Cristo.
6. A t é ã v i d a , até ao ponto de me tirare m a vida.
Cap. I I I — 3. T i n h a t r ê s d i a s d e c a m i n h o , isto é, precisou de trê s dias para percorrer
os seus diferentes bairros, no exercício da sua missfto.
3 - 4 PROFECIA DE JONAS 1075
há nas suas mãos. 9Quem sabe se 6E o Senhor Deus fêz nascer uma he
Deus se voltará para nos perdoar, e ra, que se levantou por cima da ca
se aplacará o furor da sua ira, de beça de Jonas, para fazer sombra à
sorte que não pereçamos? sua cabeça, e para o defender (do
10E Deus viu as suas obras (de pe ca lor), porque estava muito incomo
nitencia), e como se converteram do dado; e Jonas, por aquela hera, fi
seu mau caminho; e compadeceu-se cou cheio de grande alegria. 7Ao ou
dêles, e não lhes fêz o mal que tinha tro dia, porém, ao romper da manhã,
resolvido fazer-lhes, e com efeito não enviou Deus um bicho, que roeu as
lho fêz. raízes à hera, e ela secou. 8E, quan
do o sol apareceu, o Senhor mandou
D escontentam ento de Jonas um vento quente e abrasador; e de
ram os raios do sol na cabeça de
A *E Jonas angustiou-se com uma Jonas, e abrasava-se, e desejou a
’ grande aflição, e irritou-se. 2E morte, e disse: Melhor me é morrer
orou ao Senhor, e disse: Rogo-te, Se do que viver.
nhor, (que me digas) se porventura D e u s repreende Jonas
não é isto o de que eu me receava,
quando ainda estava na minha terra? 9Então o Senhor disse a Jonas: Jul
Por isto é que eu me preveni com o gas tu que tens razão para te enfa
expediente de fugir para Tarsis; por dares por causa da hera? E Jonas
que sei que és um Deus clemente e respondeu-lhe: Tenho razão de me
misericordioso, paciente e cheio de enfadar até o ponto de desejar a
compaixão, e que perdoas os pecados. morte. 10Disse, pois, o Senhor: Tu en
3Eu, pois, te rogo, Senhor, que tires fadas-te por causa duma hera, que
agora a minha alma do meu corpo, não te custou trabalho algum, nem
porque me é melhor a morte do que a fizeste crescer; que nasceu numa
a vida. 4E o Senhor disse-lhe: Jul noite, e numa noite feneceu. nE en
gas que tens razão para te afligires? tão eu não hei de perdoar à grande,
5Então Jonas saiu da cidade, e sen cidade de Nínive, onde há mais de
tou-se ao oriente da mesma cidade; cento e vinte mil pessoas, que não
e ali fêz para si uma cabana, e de sabem discernir entre a sua mão di
baixo dela repousava à sombra, até reita e a sua mão esquerda, e um
que visse o que aconteceria na cidade. grande número de animais?
terás azeite com que te ungir; (p i Senhor, porque tenho pecado contra
sarás) os cachos, e não lhes beberás êle, até que êle julgue a minha cau
o vinho. 16Tu observaste os preceitos sa, e me faça justiça. Êle me con
( idolátricos) de Amri e todos os u- duzirá para a luz, eu verei a sua
sos da casa de Acab, e seguiste os justiça. 10A minha inimiga verá is
seus (maus) conselhos, para que eu to, e ficará coberta de confusão, ela
te entregasse à perdição e ao escár que me diz agora: Onde está o Se
nio, os teus moradores (o Jerusalém) , nhor teu Deus? Os meus olhos o-
e vós (o poderosos) levareis o opró- lharão para ela; agora será pisa
brio do meu povo. da aos pés, como a lama das ruas.
•Queixa-se o p ro fe ta porque a iniqüidade 11(Chega) o dia em que os teus mu
está g e n e ra liza d a ros serão reedifiçados; nesse dia se
rá retirada de ti a lei (tirânica que
H JA i de mim, porque me tornei te impôs o vencedor). 12Nesse dia
■ como aquêle que anda ao ra virão (os teus filhos) da Assíria a
bisco de algum cacho no outono, de ti, e até às tuas cidades fortificadas,
pois de feita a vindima! Não achei e das tuas cidades fortificadas até
nem sequer um cacho para comer; ao rio, e^dum mar até outro mar, e
em vão desejou a minha alma al dum monte até outro monte. 18E
guns figos temporãos. 2Não há um a terra será desolada por causa dos
santo sobre a terra, e entre os ho seus habitantes e por causa do fru
mens não há um justo; todos ar to dos seus (perversos) pensamentos.
mam traições para derramarem san “ Apascenta (6 Senhor) com a tua
gue, cada um anda à procura do vara o teu povo, o rebanho da tua
seu irmão para lhe dar a morte. herança, os que habitam sós no bos
3Chamam bem ao mal que fazem as que no meio do Carmelo. (U m dia)
suas mãos; o príncipe exige, e o juiz se apascentarão em (territórios fé r
torna como lhe fazem, e o grande teis, com o) Basan e Galaad, como
manifesta (descaradamente) o dese nos dias antigos. 15(Sim, diz o Se
jo da sua alma, e perturbam o país. nhor) como no dia da tua saída da
40 melhor dentre êles é como um terra do Egito, eu te farei ver ma
tojo; e o mais justo, como o espi ravilhas. 16As nações as verão, e se
nho duma sebe. (Mas eis) o dia que rão confundidas com a sua fortale
viram os teus (profetas), o teu cas za; porão a mão sôbre a sua bôca,
tigo chega; agora será a destruição os seus ouvidos ficarão surdos. "L a m
dêles. 5Não acrediteis no amigo, e berão o pó como as serpentes, fica
não confieis no que governa, fecha rão aterradas nas suas casas, como
as portas da tua bôca mesmo àque os répteis da terra; tremerão dian
le que dorme no teu seio. 6Porque te do Senhor nosso Deus, e terão
o filho ultraja o seu pai, e a filha mêdo diante de ti (6 Israel).
levanta-se contra a sua mãe, a no
ra contra a sua sogra, e o homem 18ó Deus, quem é semelhante a ti,
tem por inimigo os seus próprios que apagas a iniqüidade e que te
domésticos. esqueces dos pecados dos restos da
tua herança? Êle não derramará
A s esperanças de Is ra e l em seu
mais o seu furor contra os seus, por
S a lv a d o r
que é amante da misericórdia. ,9Vol-
7Eu, porém, olharei para o Senhor, tará, e terá compaixão de nós; se
esperarei em Deus, meu salvador; o pultará (no esquecimento) as nos
meu Deus me ouvirá. 8Não te ale sas iniqüidades, e lançará todos os
gres, inimiga minha, a meu respei nossos pecados ao fundo do mar. ^Tu
to, por eu ter caído; eu hei de tor (o Senhor) mostrarás a verdade da
nar a levantar-me, depois de ter tua promessa a Jacó, farás misericór
estado sentada nas trevas; o Senhor dia a Abraão, como juraste a nos
é a minha luz. 9Sofri o castigo do sos pais desde os dias antigos.
Cap. V I I — 1. O profeta fala em nome da parte sã da nação. Proc urar justos em
Isra el era proceder como aquêle que procura fru to s depois de estar feita a sua colheita.
17. L a m b e r ã o o p ó . Imagem da mais completa sujeição.
PROFECIA DE NAUM
Naum, o sétimo dos profetas menores, segundo a Vulgata, era natural
de Elcesa, pequena aldeia da Galiléia. Com estilo perfeito e lindo, com
vivacidade e originalidade, Naum profetiza a destruição de Nínive e da
Assíria. Pode-se calcular o tempo de seu vaticínio pelo trecho em que
descreve a destruição de Tebas (hebraico: No-Amon; Vulgata; Alexandria)
feita pelo rei da Assíria, Assurbanipal em 665 a.C. A profecia, portanto,
é posterior a 665, e anterior à destruição de Nínive, que — pelas recentes
descobertas — se deu no verão de 612, e talvez foi escrita durante o cati
veiro do rei Manassés, quando Nínive atingia o apogeu da glória.
A profecia de Naum se limita a anunciar a destruição de Nínive e da
Assíria (figura de Satã), e se divide em três partes:
Prim eira parte (1, 1-4): Revela que Deus decidiu a ruína total de
Nínive, inimiga do povo eleito.
Segunda parte (1, 15 — 2 ): Descreve, com tintas vivazes, a tomada, o
saque e a destruição de Nínive, após renhida, mas inútil resistência.
Terceira parte (3 ): Expõe as causas da ruína de Nínive: porque é ini
miga do povo eleito, é a cidade do sangue, da mentira e da rapina. A
profecia se realizou plenamente, e até 1842 se desconhecia o lugar ocupado
por Nínive.
Cap. I I I — 4. Nínive exercia uma espécie de fascinação sôbre os povos vizinhos, atraín -
<lo-os a ela pelo prestígio cio seu poder e pela sua politica astuciosa, sujeitando-os depois
sem piedade, e tratando-os como escravos.
10. Deitaram sortes para os repartir como escravos.
11. Serás embriagada com o cálice da ira do Senhor.
14. Para fazeres ladrilhos, a fim de reparares os teus muros. Tudo, porém, será em vão.
PROFECIA DE HABACUC
Habacuc, oitavo dos profetas menores e um dos maiores poetas judeus,
não deixou nenhuma notícia sua, além da profecia. Pelo que parece, per
tencia à tribo de Levi e viveu nos primeiros anos do reinado de Josias,
quando Babilônia era ainda província de Nínive.
A profecia de Habacuc trata da invasão dos Caldeus (609), e se divide
em duas partes:
A primeira parte (1 - 2) é um diálogo entre Deus e o profeta sôbre
a destruição de Judá por mãos dos Caldeus, os quais logo depois serão
destruídos por terem atribuído a vitória ao poder dos seus ídolos, e tam
bém pelos próprios delitos.
A segunda parte (3) contém a oração de Habacuc em favor de Judá.
Esta prece é um poema maravilhoso e sublime, no qual Habacuc, depois
de analisar a majestade divina que o aterra, canta a justiça e a misericór
dia de Deus.
morreremos. Tu, Senhor, destinaste 6Mas porventura não virá êle a ser
êste povo para êle exercer os teus a fábula de todos êstes, e o objeto
castigos; e (tu o fizeste) forte para dos seus (satíricos) provérbios? E
nos castigares. 13Os teus olhos são dir-se-á: Ai daquele que acumula
limpos para não veres (ou aprova o que não é seu! A té quando amon
res) o mal, e não poderás olhar para toará êle contra si o denso lôdo (das
a iniqüidade. Por que razão olhas tu riquezas)? 7Porventura (o mau) não
para os que cometem injustiças, e se levantarão de repente os que te
te conservas em silêncio, enquanto o hão de morder, e não despertarão os
tmpio devora os que são mais justos que te hão de despedaçar, e não se
que êle? 14E (p or que) tratas os ho rás prêsa dêles? 8Visto que despo
mens como os peixes do mar e como jaste muitas nações, despojar-te-ão
os répteis que não têm chefe? 15Tu- todos os que restarem dos povos,
do levantou com o anzol, arrastou por causa do sangue humano (que
com a sua rêde varredora, e recolheu derramaste), e das injustiças come
com a sua rêde. Por isto êle se ale tidas contra a terra, contra a cidade,
grará e exultará; 10por isso ofere e contra todos os seus habitantes.
cerá hóstias à sua varredoura, e sa 9A i daquele que ajunta bens com
crificará à sua rêde; porque por elas uma avareza criminosa para ( estabe-
é que foi engrossada a sua porção, e o lecer a) sua casa, a fim de colocar
seu manjar é escolhido. 17Por isto é em lugar alto o seu ninho, pensando
que êle tem estendida a sua rêde var livrar-se da mão do mal. 10Tu medi
redoura, e não cessa jamais de de taste a vergonha para tua casa, ar
vastar as nações. ruinaste muitos povos, e a tua alma
pecou. "Porque a pedra clamará da
Deus responde à pergunta do profeta parede (contra ti), e o madeiramen-
O 7Eu estarei alerta (entretanto), to, que serve de travação ao edifí
fazendo a minha sentinela (co cio, lhe responderá.
m o profeta de Israel), e permane 12Ai daquele que edifica uma cida
cerei firm e sôbre as fortificações, e de com sangue de muitos, e que fun
olharei atentamente para ver o que da as suas bases na iniqüidade! 13Por-
me será dito, e o que hei de respon ventura o Senhor dos exércitos não
der ao que me repreende. fará (com o castigo) isto (que se ser
2Então respondeu-me o Senhor, e gu e)? Os povos trabalharão para o
disse-me: Escreve o que vês, e no fogo, e as nações em vão, e assim
ta-o sôbre tabuinhas (de escrever), desfalecerão. 14Porque a terra se en
para que se possa ler correntemente. cherá do conhecimento da glória do
3Porque a visão ainda está longe, Senhor, como o mar está coberto das
mas enfim ela se cumprirá, e não suas águas. 15A i daquele que dá de
faltará; se tardar, espera-o, porque beber ao seu amigo, misturando fel
infalivelmente virá, e não faltará. (na bebida) e o embriaga para ver a
“Eis que o que é incrédulo não tem sua nudez! 16Tu (que assim proce
a alma reta em si mesmo; mas o des) serás cheio de ignomínia, em lu
justo viverá na sua fé. gar de glória; beberás também e fica
5E, assim como o vinho engana rás entorpecido; cercar-te-á o cálice
quem o bebe com excesso, assim se da direita do Senhor, e um vômito de
rá o homem soberbo, que ficará sem ignomínia cairá sôbre a tua glória.
honra; o qual dilatou como o infer 17Porque a iniqüidade executada con
no a sua alma, e é insaciável corno tra o Líbano recairá sôbre ti, e os
a morte, e quererá reunir sob o seu estragos dos animais ferozes espan
domínio tôdas as nações, e amontoar tarão os teua povos, por causa do
junto de si todos os povos. sangue humano (que derramaste), e
Cap. I I — 5. Corno o inferno, isto é, como a habitação dos mortos, que nunca se
sacia.
13. Os povos, vencidos e condenados pelos Caldeus ao trabalho das suas grandiosas cons
truções, fatÍgar-se-&o inütilrnente, porque há de vir um dia em que o fogo devorará êstes
edifícios.
2 - 3 PROFECIA DE HABACUC 1087
das injustiças cometidas contra a ter 9Tu tomarás com denôdo o teu arco,
ra, contra a cidade, e contra todos conforme os juramentos que fizeste
os seus habitantes. às tribos. Tu dividirás os rios da ter
18De que serve a estátua que um ra.
escultor fêz ou a imagem falsa (jue 10Os montes viram-te, e ficaram
fundiu de bronze? Todavia o artista trespassados de dor; uma tromba de
põe a sua esperança na sua obra e água passou. O abismo fêz ouvir a sua
nos ídolos mudos que formou. 19A i voz, e levantou as suas mãos ao alto.
daquele que diz ao pau: Desper nO sol e a lua pararam na sua
ta; e à pedra muda: Levanta-te! P or morada, êles marcharão à luz das
ventura poder-lhe-á ela ensinar al tuas setas, ao resplendor da tua ful
guma coisa? Vê que ela está coberta gurante lança.
de ouro e de prata, mas nas suas en 12N a tua cólera pisarás aos pés a ter
tranhas não há espírito algum. 20Po- ra; no teu furor espantarás as nações.
rém o Senhor está no seu santo tem 13Tu saíste para salvação do teu
plo; cale-se tôda a terra diante dêle! povo, para salvar com o teu Cristo.
Tu feriste o chefe da família do ím
Oração do profeta Habacuc pio; descobriste os seus alicerces de
O fr a ç ã o do profeta Habacuc pe- cima até baixo.
61 las ignorãncias. HTu amaldiçoaste o seu cetro, o
2Senhor, eu ouvi a tua palavra, e chefe dos seus guerreiros, que vinham
temi. Senhor, faze viver a tua obra como um torvelinho para me destruí
no meio dos anos. No meio dos anos rem. Êles ( j á ) estavam alegres, como
tu a farás notória; quando estive o que devora o pobre em segrêdo.
res irado, tu te lembrarás da (tu a) 15Tu abriste caminho aos teus ca
misericórdia. valos através do mar, através do lô-
3Deus virá do meio-dia, e o Santo do das águas profundas.
do Monte de Faran; a sua glória co ,6Eu ouvi (a tua voz), e as minhas
briu os céus; e a terra está cheia entranhas comoveram-se; os meus
do seu louvor. lábios tremeram a essa voz. Penetre
40 seu resplendor será como a luz; a podridão até aos meus ossos, e ela
das suas mãos sairão raios de glória; me consuma por dentro, para que eu
é lá que está escondida a sua fortale descance no dia da tribulação, para
za. que me junte ao nosso povo prestes
5A morte irá adiante da sua face, a marchar cónvosco.
e o demônio irá adiante de seus pés. 17Porque a figueira não florescerá,
sParou, e mediu a terra. Olhou, e e as vinhas não deitarão os seus go-
acabou com as nações; e foram re mos. Faltará o fruto da oliveira, e
duzidas a pó as montanhas seculares. os campos não darão de comer. As
Os outeiros do mundo curvaram-se ovelhas serão arrebatadas do aprisco,
sob os passos da sua eternidade. e não haverá bois nos estábulos.
7Eu vi na aflição as tendas da E- 18Eu porém me regozijarei no Se
tiópia; os pavilhões da terra de Ma- nhor, e exultarei no Deus meu Sal
dian foram turbados. vador.
8Porventura é contra os rios, Se 190 Senhor Deus é a minha forta
nhor, que tu estás irado? É contra leza, e êle tornará os meus pés (ve
os rios o teu furor? Ou é contra o lozes) como os dos veados. E êle
mar a tua indignação? Tu, que mon me conduzirá sôbre as minhas mon
tas sôbre os teus cavalos, e levas em tanhas, vencedor, cantando eu sal
tuas carroças a salvação. mos (em seu louvor).
Cap. I I I — 1. Pelas ignorãncias ou pecados do povo.
2. Faze viver, executa a tua obra de libertar Israel em tôdas as épocas criticas da sua
história (n o meio dos anos).
19. Literalmente o profeta fa la do cativeiro de Babilônia; porém a liberdade que Ciro
deu aos Judeus era um a figura da que nos trouxe o Messias, a qual se completará quando
chegarmos à celeste Jerusalém, à montanha sôbre a qual estaremos livres da tribulaçfto
(sôbre as minhas montanhas), e onde cantaremos salmos.
PROFECIA DE SOFONIAS
Sofonias, nono dos profetas menores, era descendente de uma fam ília
ilusre; segundo alguns, de Ezequias. Começou a profetizar sob o reinado
de Josias. Exorta os Judeus à penitência, prediz a ruina de Ninive, amea
ça Jerusalém, e conclui com a promessa da libertação, da conversão dos
Gentios, e dos progressos da Igreja de Jesus.
Divide-se em três partes:
Prim eira parte ( l - 2, 3 ): Anuncia a Judá e a Jerusalém o castigo
de Deus, e exorta o povo à penitência.
Segunda parte (2, 3-15): Anuncia o julgamento das nações.
Terceira parte (3 ): Coloca em contraposição ao presente estado de
imoralidade, que provoca a ira de Deus, o reino messiânico, que será o
sinal da volta do povo eleito a Deus e da destruição das nações pagãs.
“ Uivai, habitantes do Gral; todo o po Senhor. 3Buscai o Senhor todos vós
vo de Canaã foi reduzido ao silêncio, os que sois humildes nesta terra, vós
todos os que estavam cobertos de di os que guardastes os seus preceitos;
nheiro pereceram. buscai a justiça, buscai a mansidão,
para ver se podeis achar um abrigo
. O dia do Senhor no dia do furor do Senhor.
12E naquele tempo acontecerá isto: Juizo de Deus contra os Filisteus
Eu esquadrinharei Jerusalém com
lanternas, e castigarei os homens que 4Porque Gaza será destruída, e As-
estão mergulhados nas suas fezes, que calon virá a ser um deserto, Azot se
dizem nos seus corações: O Senhor rá assolada em pleno meio-dia, e A -
não faz bem nem mal (a ninguém). caron será arrancada pela raiz. 5A i
13As suas riquezas serão saqueadas, de vós, os que habitais a costa do
e ás suas casas converter-se-ão num mar, povo de homens perdidos! Ca
deserto; e edificarão casas, e não as naã, terra dos Filisteus, a palavra do
habitarão; e plantarão vinhas, e não Senhor está para cair sôbre vós; eu
lhes beberão o vinho. te exterminarei, sem que fique um
“ O dia grande do Senhor está pró só dos teus habitantes. °E a costa do
ximo; está próximo, e vai chegando mar será então lugar de repouso pa
com velocidade; amargo é o ruído do ra os pastores, e aprisco para as o-
dia do Senhor; o forte se verá nêle velhas; 7e ela será daqueles que tive
em grande apêrto. 15Êsse dia será um rem ficado da casa de Judá; êles en
dia de ira, um dia de tribulação e contrarão pastagens, e descansarão
angústia, um dia de calamidade e durante a noite nas casas de Ascalon;
miséria, um dia de nuvens e tempes porque o Senhor seu Deus os visitará,
tades, 16um dia de trombeta e de gri e os fará voltar do seu cativeiro.
tos guerreiros contra as cidades for
tificadas e contra as torres elevadas. Contra os Moabitas e os Amonitas
17Eu atribularei os homens, e êles an 8Eu ouvi os insultos de Moab e as
darão como cegos, porque pecaram blasfêmias dos filhos de Amon, que
contra o Senhor; e o seu sangue será ultrajaram o meu povo, e se levan
derramado como a poeira, e os seus taram arrogantemente contra as suas
corpos serão (tratados) como o estér fronteiras. 9Por isso, juro por minha
eo. 18Mas nem a sua prata, nem o vida, diz o Senhor dos exércitos, o
seu ouro os poderá livrar no dia da Deus de Israel, que Moab virá a ser
ira do Senhor; no fogo do seu zêlo como Sodoma, e os filhos de Amon
será devorada tôda a terra, porque como Gomorra, um lugar de espinhos
êle se apressará a exterminar todos secos, e montões de sal, e um deser
os habitantes da mesma terra. to eterno; os restos do meu povo os
Exortação à penitência saquearão, e os que restarem da mi
nha gente serão os seus donos. 10Isto
O 2Vinde todos, juntai-vos (Ô Is- lhes há de acontecer por causa da
“ raelitas), nação indigna de sér a- sua soberba, porque blasfemaram e
mada, 2antes que o decreto (do trataram com arrogância o povo do
Senhor) produza êsse dia que pas Senhor dos exércitos. ” 0 Senhor se
sará como (um turbilhão de) pó, mostrará terrível contra êles, e ani
antes que venha sôbre vós a ira do quilará todos os deuses da terra; e
furor do Senhor, antes que venha adorá-lo-ão todos, cada um no seu
sôbre vós o dia da indignação do país, tôdas as ilhas das nações.
11. Oral era um bairro da cidade ocupado principalmente por comerciantes.
12. Que estão mergulhados. . . Locução proverbial que significa um profundo entorpe
cimento moral e religioso.
16. D e trombeta e de gritos. O ruído das trornbetas do exército inimigo, e os gritos
dos soldados, quando assaltarem as praças fortes de Judâ.
Cap. I I — 7. Ela será daqueles. . . Assim se verificou quando os M acabeus se apode
raram da Palestina, e a destinaram para o gado lá pastar.
11. TÔdas as ilh a s... isto é, os habitantes da costa do Mediterrâneo. 3
5
35 - B íblia Sagrada
1090 PROFECIA DE SOFONIAS 2 - 3
17. C a la r-s e -á ... O am or intenso muitas vêzes guarda silêncio junto do objeto am ado.
PROFECIA DE AGEU
Ageu é o profeta dos repatriados que, favorecidos pelo edito de Ciro, vol
taram para a pátria e, guiados por Zorobabel e pelo sacerdote Josedec, resta
beleceram em Jerusalém o culto e reedificaram o templo, que havia de se
tornar célebre com a presença do Messias, do “Desejado das nações”.
O livro de Ageu é composto de quatro oráculos.
os que ficaram de vós, que visse esta palavra, e disse: Assim é êste povo,
casa na sua primeira glória? E em e assim é esta gente diante da minha
que estado a vêdes vós agora? Não face, diz o Senhor, e assim são tam
parece ela aos vossos olhos como u- bém tôdas as obras das suas mãos; e
ma coisa de nada (comparada com o tudo o que me oferecem neste lugar
que fo i)? está manchado.
'Mas agora, ó Zorobabel, cobra for 16E agora refleti nos vossos cora
ça, diz o Senhor; e cobra fôrça, ó Je ções sôbre o que tem acontecido des
sus, sumo sacerdote, filho de Josedec; de êste dia para trás, antes que se
e cobra fôrça, povo inteiro do país, lançasse pedra sôbre pedra no tem
diz o Senhor dos exércitos; e cumpri plo do Senhor. “ Quando vos aproxi-
(porque eu sou convosco, diz o Senhor máveis dum montão de trigo ( que
dos exércitos) 6o pacto que fiz con parecia) de vinte alqueires, reduzia-
vosco, quando saíeis da terra do E gi se a dez; e quando entráveis no la-
to; e o meu espírito estará no meio gar para tirardes cinqüenta talhas,
de vós; não temais. não tiráveis mais de vinte. 18Eu vos
7Porque isto diz o Senhor dos exér feri com um vento abrasador, e (fe ri)
citos: Ainda falta um pouco, e eu com ferrugem e saraiva tôdas as
comoverei o céu e a terra, o mar e obras das vossas mãos; e não houve
todo o universo. 8E abalarei tôdas entre vós quem se voltasse para
as nações, e virá (o Messias) o dese mim, diz o Senhor.
jado de tôdas as gentes; e encherei 19Gravai nos vossos corações o
de glória esta casa, diz o Senhor dos que há de suceder desde êste dia, e
exércitos. °Minha é a prata, e meu para o futuro, desde êste dia vinte
é o ouro, diz o Senhor dos exércitos. e quatro do nono mês; desde êste
,0A glória desta última casa será dia em que foram lançados os ali
maior do que a da primeira, diz o cerces do templo do Senhor; gra-
Senhor dos exércitos; e eu darei a vai-o no vosso coração. 20Não vêdes
paz neste lugar, diz o Senhor dos vós que a semente ainda não brotou, e
exércitos. que a vinha, e a figueira, e a romazei-
Os trabalhos do templo aumentarão ra, e a árvore da azeitona ainda não
as bênçãos de Deus floresceram? (P o is ) a partir dêste
dia eu abençoarei tudo.
“ Aos vinte e quatro dias do nono
mês, no segundo ano do reinado de Zorobabel, símbolo do Messias
Dario, foi dirigida ao profeta Ageu
a palavra do Senhor, a qual dizia: 21E, aos vinte e quatro dias do
12Isto diz o Senhor dos exércitos: mês, foi dirigida pela segunda vez
Propõe aos sacerdotes esta questão a palavra do Senhor a Ageu, a qual
sôbre a lei, nos têrmos seguintes: dizia: 22Fala a Zorobabel, chefe de
13Se um homem trouxer na orla do Judá, dizendo-lhe: Eu abalarei jun-
seu vestido um pedaço de carne san tamente o céu e a terra; 23e farei cair
tificada, e tocar com a aba dêle no o trono dos reinos, e quebrarei a for
Pão, ou nas iguarias, ou no vinho, taleza do reino das gentes, e destrui
ou no azeite, ou em qualquer outra rei os carros de guerra e os que vão
coisa de comer, porventura, ficará sôbre êles; e os cavalos e os seus
santificada tal coisa? E, responden cavaleiros cairão (m o rto s ); cada um
do os sacerdotes, disseram: Não. será passado pela espada do seu ir
14E Ageu prosseguiu: Se um homem, mão. 24Naquele dia, diz o Senhor
manchado por ter tocado num ca dos exércitos, eu te tomarei debai
dáver, tocar alguma de tôdas estas xo da minha proteção, ó Zorobabel,
coisas, porventura ficará ela por isso meu servo, filho de Salatiel, diz o
contaminada? E os sacerdotes res Senhor; e eu te guardarei como um
ponderam, e disseram: Ficará con sinete, porque te escolhi, diz o Se
taminada. 15Então, Ageu retomou a nhor dos exércitos.
Cap. I I — 9. Ê meu tudo o que me podeis oferecer, diz o Senhor.
10. A glória. . . Jesus Cristo honrou o segundo templo com a sua presença, pregou
fêz milagres dentro dêle.
PROFECIA DE ZACARIAS
Zacarias era filho de Baraquias e neto de Ado. Começou a profeti
zar dois meses depois de Ageu. Como este, exorta os Judeus a apressar
a restauração do templo. Fala tão claro sôbre o Messias, que até parece
um Evangelista. Prediz a conversão dos Judeus no fim do mundo.
O livro de Zacarias se divide em Proêmio (1, 1-6) e três partes:
A Prim eira parte (1, 7 — 6, 15) contém oito visões e uma ação sim
bólica, tôdas acontecidas no dia 24 do décimo primeiro mês do segundo
ano de Dario. Prediz a instauração e a glória do reino messiânico. Unin
do os fatos presentes aos futuros, passa da restauração material à moral.
A Segunda parte (7 — 8) toma motivo de uma pergunta do povo acêr-
ca do jejum que devia ser feito em memória da destruição de Jerusalém.
Declara que o jejum não há mais razão de ser, mas que Deus deseja a
observância da Lei. Tal pergunta e resposta sôbre o jejum foi feita no
dia 4 do nono mês do quarto ano do reinado de Dario.
A Terceira parte (9 — 14) anuncia o julgamento de Deus contra as
nações vizinhas de Israel, prediz vitória e prosperidade ao povo eleito en
quanto for fiel, mas aos que não quiserem Deus como pastor vaticina o
advento de um lobo feroz que devastará o rebanho. Por fim, pressagia
as grandes batalhas dos inimigos de Israel, o qual logrará fragorosas v i
tórias e alcançará felicidade no reino messiânico.
O livro de Zacarias não obstante as objeções dos racionalistas apre
senta uma admirável unidade. O véu de obscuridade que envolve todo o
livro depende dos numerosos símbolos e mistérios, e por muitas profecias
que deverão se concretizar somente no fim do mundo.
varei com o cinzel, diz o Senhor dias pequenos? Pois êles se alegra
dos exércitos; e eu num dia trarei rão quando virem o fio de prumo
a iniqüidade desta terra. “ Naque na mão de Zorobabel. Estas (sete
le dia diz o Senhor dos exércitos, lâmpadas) são os sete olhos do Se
cada um chamará o seu amigo para nhor, que discorrem por tôda a terra.
debaixo da sua figueira. “ Então retomei a palavra, e disse-
lhe: Que significam estas duas oli
V is ã o do c a n d e la b r o e d a s duas
veiras, uma à direita do candeeiro,
o liv e ir a s
e outra à sua esquerda? 12E de no
4 2E o anjo que falava em mim vo o interroguei, e disse-lhe: Que
^ voltou, e despertou-me, como a significam êstes dois ramos de oli
um homem a quem despertam do veira que estão junto dos dois bicos
seu sono. 2E disse-me: Que vês tu? de ouro, nos quais estão os canais de
E eu respondí: Vejo um candeeiro ouro (p or onde corre o azeite)? 13E
todo de ouro, que tem uma lâmpa êle respondeu-me, dizendo: Não sa
da no alto do seu tronco principal, bes o que isto significa? E eU respon
e sete lâmpadas sôbre os seus braços, di: Não, meu Senhor. 14E êle disse:
e sete canais para (fazer correr o Estas duas oliveiras são os dois un
azeite para) as lâmpadas que es gidos que assistem diante do Domina
tavam no alto do candeeiro. 3Há dor de tôda a terra (com o seus m i
também por cima dêle duas olivei nistros) .
ras: uma à direita da lâmpada, e Visão do livro volante
outra à sua esquerda. C l (E m seguida) voltei-me, e le-
4Então retomei a palavra, e disse ° vantei os olhos, e pus-me a o-
ao anjo que falava em mim: Meu lhar, e eis que vi um livro que voa
Senhor, que quer isto dizer? 5E o va. 2E o anjo disse-me: Que vês
anjo que falava em mim, respondeu tu? E eu disse: Vejo um livro que voa,
e disse: Não sabes o que isto é? E o qual tem vinte côvados de compri
eu respondi: Não, meu Senhor. 6En- do, e dez côvados de largo. 8Então
tão êle respondeu e falou-me, di disse-me (o anjo) : Esta é a maldição
zendo: Esta é a palavra que o Se que vai difundir-se sôbre a face de
nhor dirige a Zorobabel: nem por tôda a terra; porque todo o ladrão
meio dum exército, nem pela fo r será julgado pelo que está escrito
ça, mas sim pelo meu espírito, diz nesse livro; e todo o que jura (fa l
o Senhor dos exércitos. 7Quem és so) será da, mesma sorte julgado pelo
tu, ó grande monte (de dificulda que nesse livro se contém. 4Eu o ti
des), diante de Zorobabel? Tu serás rarei para fora, diz o Senhor dos e-
reduzido a uma planície; e êle porá xércitos; êle irá à casa do ladrão, e
a pedra principal, e igualará a graça à casa do que jura falsamente em
deste segundo (tem plo) à graça do meu nome; e ficará no meio dessas
primeiro. 8E foi-me dirigida a pa casas, e as consumirá a elas, a sua
lavra do Senhor, a qual dizia: 9As madeira e às suas pedras.
mãos de Zorobabel fundaram esta
casa, e as suas mãos a hão de aca Visão da ânfora
bar; e vós sabereis que o Senhor
dos exércitos é quem me enviou a 5Então o anjo que falava em mim
vós. “ Porque, quem desprezou os saiu e disse-me: Levanta os olhos, e
Cap. I V — 6. N e m por meio dum exército. . . Zorobabel conseguirá reconstruir o tem
plo, apesar de todos os obstáculos, graças sõmente ao auxílio divino. H á também nestas
palavras uma indicação clara de que a prosperidade prometida ao povo de Deus p ara o
futuro é de caráter completamente espiritual.
10. Os que tiverem visto os dias pequenos, isto é, a situação angustiosa de Israel, ale-
grar-se-ão ao verem nas máos de Zorobabel o fio de prumo p ara reedificar o templo.
14. Os dois ungidos sáo os dois representantes, do sacerdócio e do poder civil, Jesus e
Zorobabel.
Cap. V — 3. Esta é a maldição .. O pergaminho sim bolizava as maldições de Deus
contra os pecadores, e as suas consideráveis dimensões tinham por fim mostrar quanto
estas maldições eram numerosas e terríveis.
1098 PROFECIA DE ZACARIAS 5 - 7
cá-los^ei, como antes se tinham mul 8E fiz morrer três pastôres num
tiplicado. 9E os semearei por entre mês, e por causa dêles se angustiou
os povos, e êles de longe se recor a minha alma, porque também a sua
darão de mim; e viverão com seus alma me tinha sido infiel. °E eu dis
filhos e tornarão a vir. 10Reconduzí- se: Não vos apascentarei; o que mor
-los-ei da terra do Egito, e os con re, morra, e o que se corta, corte-se;
gregarei da Assíria, e os trarei para e os que escaparam da matança, que
a terra de Galaad e do Líbano, e não se devorem uns aos outros. l0Eu en
se achará lá lugar (bastante) para tão tomei o cajado que se chama
êles (p or serem numerosos). nE Is va Formosura, e quebrei-o para assim
rael passará o estreito do mar, e (o desfazer a aliança que tinha feito com
Senhor) ferirá as ondas do mar, e todos dos povos. nE ficou anulada
tôdas as profundidades do rio fica naquele dia, e os pobres do rebanho,
rão descobertas, e a soberba de Assur que me guardam (fidelidade), reco
será humilhada, e o cetro do Egito nheceram assim que isto é a palavra
se retirará. 12Eu os fortificarei no do Senhor.
Senhor, e êles andarão no seu nome,
diz o Senhor. O rebanho, tendo abandonado o bom
pastor, será entregue ao mau pastor
O país será devastado porque o 12E eu disse-lhes: Se vos parece
rebanho não obedeceu ao bom pastor bem, dai-me a recompensa que me é
I 1 *Abre, ô Líbano, as tuas portas, devida (já que não me quereis por
II e devore o fogo os teus ce pa stor); e, se não, deixai-vos disso.
dros. 2Uiva, ó faia, porque os cedros Então pagaram-me pelo meu salário
caíram, porque as (árvores) magní trinta moedas de prata. 13E o Senhor
ficas foram destruídas; uivai, ó car dissé-me: Arroja ao oleiro êsse di
valhos de Basan, porque o espêsso nheiro, essa bela soma pela qual me
bosque foi cortado. 3Ouve-se a lamen apreciaram. E tomei as trinta moe
tação dos pastores (ou chefes), por das de prata, e lancei-as na casa do
que a sua grandeza foi destruída; Senhor para o oleiro. 14Depois que
ouvem-se os rugidos dos leões, por brei o meu segundo cajado que se
que a soberba do Jordão foi aniqui chamava Corda, para dissolver a fra
lada. ternidade entre Judá e Israel.
4Isto diz o Senhor meu Deus: A- 15E o Senhor disse-me: Toma a-
pascenta estas ovelhas destinadas pa gora os sinais de um pastor insensa
ra o matadouro, 6as quais os seus to. 16Porque eis que vou suscitar na
donos matavam sem se compadece terra um pastor que não visitará as
rem delas, e as vendiam, dizendo: ovelhas abandonadas, que não bus
Bendito seja o Senhor, nós nos tor cará as que se desgarraram, e que
namos ricos; e assim os seus pró não curará as doentes, e que não
prios pastores, não tinham compai sustentará as que estão sãs, mas que
xão delas. 6Eu, pois, não perdoarei comerá a carne das gordas, e que
mais aos habHantes desta terra, diz brará suas unhas. 1:ó pastor, ó í-
o Senhor; eis que entregarei os ho dolo, (ou fantasma de pastor) que
mens cada um nas mãos do seu vizi abandonas o rebanho! A espada cai
nho, e nas mãos do seu rei; e arrui rá sobre o seu braço e sôbre o seu
narão o país, e não os livrarei da ôlho direito; o seu braço secar-se-á
mão dêles. 7E por isso, ó pobres do inteiramente, e o seu ôlho direito
rebanho, eu apascentarei estas ove será coberto de trevas.
lhas destinadas para o matadouro. O Senhor defenderá Israel
Então (diz o profeta) tomei dois ca
jados, a um dos quais chamei F or 1 0 ‘Duro oráculo do Senhor con-
mosura, e a outro chamei Corda (ou tra Israel. O Senhor, que es
la ço ); e levei o rebanho a pastar. tendeu o céu, e que fundou a terra, e
Cap. X I — 7. Tornei dois cajados. . . A dupla missão do profeta, que procedia corno
representante do bom e supremo pastor, ê indicada pelos nomes que deu a03 dois cajados:
conservar a form osura e a unidade do rebanho.
12 - 1.3 PROFECIA DE ZACARIAS 1103
que formou o espírito que o homem chorá-lo-ão com pranto, como se cho
tem dentro de si, diz: 2Eis que farei ra um filho único, e terão dêle um
de Jerusalém um lugar de embria sentimento, como se costuma ter na
guez (ou de banquetes) para todos morte de um primogênito. “ Naque
os povos circunvizinhos; e até Judá le dia haverá um grande pranto em
se acuará no cêrco contra Jerusa Jerusalém, como o pranto da cida
lém. 3Naquele dia farei de Jerusalém de de Adadremon no campo de Ma-
uma pedra pesada para todos os po gedon. 9 *12E a terra chorará, cada fa
vos; todos aquêles que a levantarem, mília à parte; as famílias da casa
ficarão magoados; e coligar-se-ão con de Davi a parte, e suas mulheres à
tra ela todos os reinos da terra. ‘ N a parte; 13as famílias da casa de Na-
quele dia, diz o Sehor, ferirei de tan à parte, e suas mulheres à par
pasmo todos os cavalos, e de delí te; as famílias da casa de Levi à par
rio os que montam nêles; e abrirei te, e suas mulheres à parte; as fam í
os meus olhos sobre a casa de Judá, lias de Semei à parte, e as suas mu
e ferirei de cegueira os cavalos de to lheres à parte; 14e tôdas as outras
dos os povos. famílias, cada família à parte, e suas
5Então dirão os chefes de Judá no mulheres à parte.
seu coração: Ponham os habitantes
de Jerusalém a sua confiança no Se N o reino de Deus haverá a graça
nhor dos exércitos, que é o seu Deus. e não mais ídolos nem falsos profetas
°Naquêle dia farei que os chefes de
Judá sejam como um tição de fogo, 1 O 7Naquele dia haverá uma fon-
que se mete debaixo da lenha, e co 1 ** te aberta para a casa de Davi
mo um facho aceso entre a palha; e e para os habitantes de Jerusalém,
êles devorarão à direita e à esquer para se lavarem as manchas do pe
da todos os povos circunvizinhos; e cador e da mulher impura.
Jerusalém será outra vez habitada no 2N aquele dia, diz o Senhor dos e-
seu mesmo lugar, em (que foi fun xércitos, exterminarei do país (até)
dada) Jerusalém. 7E o Senhor sal os nomes dos ídolos, e dêles não ha
vará as tendas de Judá, como o fêz verá mais memória; e tirarei dela os
no princípio, para que a casa de Da falsos profetas e o espírito imundo.
vi não se glorie com soberba, e para 3E, se alguém intentar ainda incul-
que os habitantes de Jerusalém não car-se por profeta, seu pai e sua
se elevem contra Judá. 8Naquêle dia mãe, que o geraram, lhe dirão: Tu
o Senhor protegerá os habitantes de não viverás, pois que disseste men
Jerusalém, e o mais fraco dentre ê- tira em nome do Senhor; e seu pai
les será (tão valente) como Davi; e sua mãe, que o geraram, o trans-
e a casa de Davi parecerá aos olhos passarão, quando se tiver metido a
dêles como a de Deus, como um an profetizar. “Naquele dia serão con
jo do Senhor. fundidos os (falsos) profetas, cada
Os convertidos chorarão a morte um pela sua visão, quando profeti
do Messias zarem; nem êles se cobrirão (hipo-
critam ente) com o manto da penitên
9E naquele dia procurarei esmagar cia para mentirem; 5mas (cada um
tôdas as nações que vierem contra dêles) dirá: Eu não sou profeta, eu
Jerusalém. J0E derramarei sobre a sou um agricultor, emprêgo em que
casa de Davi e sôbre os habitantes me ocupo desde a minha mocidade,
de Jerusalém um espírito de graça a exemplo de Adão. °Então lhe se
e de preces; e êles porão os olhos rá dito: Que chagas são essas no
em mim, a quem transpassaram; e meio das tuas mãos? E êle respon-
Cap. X I I — 7. Tendo a salvação sido efetuada sòmente por Deus, nenhuma parte da
nação terá o direito de se elevar acim a da outra.
11. Alusão à morte e derrota do rei Joslas na batalha contra Necao, rei do Egito, na
planície de Esdrelon, perto de Magedon.
12. Cada fa m ília ... N ã o será um luto sòmente nacional, mas um luto de cada fa m í
lia.
Cap. X I I I — 6. Que chagas . . . Alusão às incisões que faziam sôbre o seu corpor os
1104 PROFECIA DE ZACARIAS 13 - 14
18. O Egito é nomeado por causa da sua velha inimizade contra o povo de Deus.
21. Não tornará mais a haver. .. N&o se oferecerão animais nem outras coisas das que
se vendiam no átrio do templo. A vítim a será Jesus Cristo, cordeiro imaculado que tira
os pecados do mundo.
PROFECIA DE MALAQUIAS
Malaquias, o último dos profetas, exerceu o seu ministério depois do
cativeiro de Babilônia, e quando o templo já estava restaurado. Refere-se
à ingratidão dos judeus para com o Senhor, que os castigará, mas, casti
gando-os purificá-los-á para receberem o Messias.
O livro de Malaquias emprega a forma de diálogo, e com língua castiça
e estilo claro e enérgico repreende os sacerdotes e o povo, e mostra que
Deus é pai amoroso e juiz implacável.
O livro divide-se em duas partes, além da introdução è do epílogo.
Introdução (1, 1-5); Compara os Judeus aos ldumeus, e mostra a pa
ternal providência de Deus para com Israel.
Primeira parte (1, 6 — 2, 9); Repreende os sacerdotes pelas suas torpes
negligências no culto divino e nos sacrifícios, anuncia que Deus rejeitará
e fará cessar os sacrifícios levíticos, e em seu lugar designará uma vitima
imaculada que será oferecida em qualquer parte da terra.
Segunda parte (2, 10 — 4, 3 ): Censura o povo pela negligência nos
dízimos, pelos escandalosos casamentos com mulheres estrangeiras, e anun
cia o julgamento de Deus e o Precursor do Messias.
Epílogo (4, 4-6): Exige o retorno à observância da Lei, e promete que
cedo haverá de aparecer o Precursor do Messias.
E assim o último profeta do Antigo Testamento deixa a dignidade
profética a João Batista.
Am or de Deus para com o seu povo xei a sua herança aos dragões do de
serto. 4E se a Iduméia disser: Nós
1 7Duro oráculo do Senhor contra fomos destruídos, mas voltaremos pa
1 Israel, por intermédio de Mala ra edificar o que foi destruído, isto
quias. diz o Senhor dos exércitos: Êles edi-
2Eu vos amei, diz o Senhor, e vós ficarão, e eu destruirei; e serão cha
dissestes: Em que nos amaste tu? mados país de impiedade, povo con
Porventura não era Esaú irmão de tra o qual se irou o Senhor para sem
Jaeó? diz o Senhor. E contudo eu a- pre. 5E os vossos olhos o verão, e
mei Jacó, se aborrecí Esaú, e reduzi vós direis: Glorificado seja o Senhor
os seus montes a uma solidão, e dei sôbre a terra de Israel.
Cap. I — 2. A m ei J a c ó ... O povo de Israel, ingrato a tantos benefícios recebidos de
Deus, n ã « se lem bra que foi desde o princípio preferido ao povo descendente de Esaú. S.
Paulo aplica êste texto no sentido espiritual ao mistério da predestinação (Rorn., X,
6- 16).
l - 2 PROFECIA DE MALAQUIAS ll0 7
Pecados dos sacerdotes que oferecem cima dela, é desprezível como o fo
coisas impuras go que o devora. 1 23E dissestes: Eis
que te oferecemos o fruto do nosso
60 filho honra seu pai, e o servo trabalho, e com isto tornastes des
reverencia o seu senhor. Se eu, pois, prezível o que oferecestes, diz o Se
sou vosso pai, onde está a minha nhor dos exércitos, e trouxestes-me
honra? E se eu sou o vosso Senhor, reses mancas e doentes, que eram o
onde está o temor que se me deve? fruto das vossas rapinas, e mas ofe
diz o Senhor dos exércitos. Convosco recestes de presente. Julgais vós,
falo, ó sacerdotes, que desprezais o pois, que eu receberei um tal presen
meu nome, e que dizeis: em que des te da vossa mão? diz o Senhor. “ Mal
prezamos nós o teu nome? 7Vós o- dito seja o homem enganador, que
fereceis sôbre o meu altar um pão tem no seu rebanho um animal são, e
imundo, e dizeis: Em que te profa fêz voto dêle ao Senhor, e lhe sacri
namos nós? Nisso que dizeis: Á me fica um doente; porque eu sou o
sa do Senhor está desprezada. 8Se grande Rei, diz o Senhor dos exérci
vós ofereceis uma (hóstia) cega pa tos, e o meu nome é temido entre as
ra ser imolada, não é isto mau? nações.
E se ofereceis uma que é coxa e doen
te, não é isto mau? Oferecei êstes a- Exprobações e ameaças aos sacerdotes
nimais ao vosso governador, e vereis que faltam a seus deveres
se êles lhe agradarão, ou se êle vos
receberá com agrado, diz o Senhor O *E agora esta é, ó sacerdotes, a
dos exércitos. 9Agora, pois, fazei as “ ordem que se vos intima. 2Se
vossas orações diante de Deus para me não quiserdes ouvir, e se não
que êle se compadeça de vós (por quiserdes aplicar o vosso coração a
que tudo isto foi feito por vossas dar glória ao meu nome, diz o Se
mãos), a ver se vos recebe favorà- nhor dos exércitos, eu vos mandarei
velrnente, diz o Senhor dos exércitos. a indigência, e amaldiçoarei as vos
sas bênçãos; sim, eu as amaldiçoa-
Deus quer oblações puras rei, porque não pusestes as minhas
10Quern há entre vós que feche as palavras sôbre o vosso coração. 3Eis
portas, e acenda o lume sôbre o meu que vos tirarei a espádua e atirar-
altar gratuitamente? O meu afeto -vos-ei à cara com o estéreo das. vos
não está em vós, diz o Senhor dos sas solenidades, e êle se pegará a vós.
exércitos, nem eu aceitarei oferen 4Então sabereis que fui eu qué vos
da alguma da vossa mão. “ Porque, mandei esta ordem, para que a mi
desde o nascer do sol até ao poente, nha aliança com Levi subsistisse, diz
o meu nome é grande entre as na o Senhor dos exércitos'. 5A minha
ções, e em todo o lugar se sacrifica aliança com êle foi de vida e de paz;
e se oferece ao meu nome uma o- e eu dei-lhe o meu temor, e êle te
blação pura; porque o meu nome é meu-me, e tremia de mêdo diante da
grande entre as nações, diz o Senhor face do meu nome. °A lei da verda
dos exércitos. de esteve na sua bôea, e a iniqüida-
de não se achou nos seus lábios; an
Os sacerdotes profanam o nome dou comigo em paz e em eqüidade,
do Senhor e afastou muitos da iniqüidade. f o r
que os lábios dos sacerdotes serão
12E vós o tendes profanado, dizen os guardas da ciência, e da sua bô
do: A mesa do Senhor está conta ea se há de aprender a lei, porque
minada; e aquilo que se oferece em êle é o anjo do Senhor dos exér-
7. Um p ã o. . . E sta expressão designa aqui todo o gênero de ofertas.
10. Quem há. . . Deus censura os sacerdotes por se deixarem levar pelo lucro; até nas
mais sagradas funções.
11. Êste versículo é aplicado pela tradição católica ao sacrifício da lei nova, ao sacri
fício eucarístico.
Cap. I I — 3. A espádua das vítim as era a parte reservada aos sacerdotes em certos
sacrifícios.
5. Com êle, com Levi.
1108 PROFECIA DE MALAQUIAS 2 - 3
8Reinou Alexandre doze anos, e mor 21E, depois de ter assolado o E gi
reu. to, no ano cento e quarenta e tres,
°E os grandes da sua côrte se fi Antíoco voltou, e marchou contra Is
zeram reis cada um na sua respec rael. 22E chegou a Jerusalém com
tiva província. 10E, depois da mor um formidável exército, 23e entrou
te de Alexandre, puseram todos o cheio de soberba no santuário, e to
diadema, e depois dêles, seus filhos mou o altar de ouro, e o candeeiro
durante muitos anos, e os males se dos lumes com todos os seus vasos,
multiplicaram sôbre a terra. e a mesa da proposição, e as bacias,
e os copos, e os grais de ouro, e o
Sob Antíoco Epifanes, o helenismo véu, e as coroas, e o ornamento de
invade Israel ouro que estava na fachada do tem
plo; e quebrou tudo. 24E tomou a
uE dêstes é que saiu aquela raiz prata e o ouro, e os vasos preciosos,
do pecado, Antíoco, o ilustre, filho e os tesouros escondidos, que encon
do rei Antíoco, o qual em Roma ti trou; e, tendo saqueado tudo, foi-se
nha já estado refém; e começou a para o seu país. 25E fêz grande ma
reinar no ano cento e trinta e sete tança de homens, e falou com gran
do reino dos Gregos. de soberba.
VNaqueles dias saíram de Israel
uns filhos iníquos, e seduziram muitos Luto de Israel
dizendo: Vamos, e façamos aliança 26Então houve um grande pranto
com as nações circunvizinhas; por em Israel, e em todo o país; 27e os
que, desde que nos separamos delas, príncipes e os anciãos gemeram; as
vieram sôbre nós muitos males. 13E virgens e os jovens ficaram sem for
pareceu bem êste conselho a seus o- ças; e a formosura das mulheres de
lhos. 14E alguns do povo resolveram- sapareceu. “ Todos os maridos se en
-se e foram ter com o rei; e êste tregaram ao pranto, e as mulheres,
deu-lhes poder de viverem segundo
os costumes dos gentios. 15Em segui que estavam assentadas sôbre o seu
da edificaram em Jerusalém um g i leito nupcial, derramavam lágrimas;
násio conforme o *uso das nações; "e o país como que se comoveu com
16e dissimularam os sinais da circun a desolação dos Seus habitantes, e
cisão e separaram-se da santa alian tôda a casa de Jacó se cobriu de con
ça, e juntaram-se com as nações, e fusão.
venderam-se para fazerem o mal. Antioco investe de novo
contra Jerusalém
Antíoco inicia a perseguição
aos Judeus ME depois, ao cabo de dois anos,
o rei enviou por todas as cidades de
1TE Antíoco estabeleceu-se no seu Judá um superintendente dos tribu
reino (da Síria), e começou a querer tos, o qual chegou a Jerusalém com
reinar no país do Egito, para ficar grande comitiva. 31E dirigiu-lhes as-
sendo o rei dos dois reinos. 18(Com tuciosamente palavras de paz; e êles
este desígnio) entrou no Egito, à acreditaram-no. 32Porém êle deu de
frente dum poderoso exército, com repente sôbre a cidade, e fêz nela
carroças e elefantes, e cavalaria, e grande estrago, e matou grande nú
grande número de navios; 19e fêz mero de povo de Israel. 33E tomou
guerras a Ptolomeu, rei do Egito, e os despojos da cidade, e pôs-lhe fogo;
Ptolomeu teve mêdo diante dêle, e e destruiu as suas casas e os muros
fugiu, e caíram feridos muitos (dos que a cercavam; 34e (os inimigos) le
seus). 20E Antíoco tomou as cidades varam cativas as mulheres, e apode-
fortes da terra do Egito e saqueou raram-se dos seus filhos e dos seus
a terra do Egito. gados. 35E fortificaram a cidade de
Cap. I — 11. o ilustre, ou Epifanes.
15. Ginásio era o lugar destinado aos jogos atléticos, muitas vêzes realizados em honra
dos deuses. O ginásio contribuiu para a paganização da juventude judaica.
16. Venderam -se. .. Frase usada em vários lugares da Escritura para m ostrar que a
verdadeira liberdade está em servir a Deus.
l PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 11 13
Davi com um grande e solido muro, imundos, 51e que deixassem os seus
e com firmes torres e fizeram dela filhos por circuncidar, e que conta
uma fortaleza, 36e guarneceram-na minassem suas almas com tôda cas
com uma raça de pecado, com homens ta de comeres imundos, e com tô
perversos, que nela se tornaram fo r das as abominações, de sorte que se
tes, e meteram lá armas e vitualhas, esquecessem da lei de Deus, e trans
e também os despojos de Jerusalém, tornassem tôdas as suas prescrições,
37que êles puseram ali de reserva; e 52e (ordenou) que todos aquêles que
dêste modo vieram a ser um perni não procedessem conforme a ordem
cioso laço. 38E isto serviu para arma do rei Antíoco, morressem.
rem traições a todos aquêles que iam 53Por êste mesmo teor escreveu êle
ao santuário, e foram uns inimigos a todo o seu reino, e nomeou o fi
mortais de Israel; 39e derramaram ciais, que obrigassem o povo a cum
o sangue inocente ao redor do san prir isto. 54Êles, pois, ordenaram às
tuário, e profanaram o santuário. cidades de Judá que sacrificassem aos
40E os habitantes de Jerusalém fu ídolos.
giram por causa dêles, e a cidade tor Muitos Israelitas apostataram
nou-se morada dos estrangeiros, e
tornou-se estranha aos seus natu “ E muitos do povo juntaram-se com
rais, e seus próprios filhos a abando aquêles que tinham abandonado a
naram. 410 seu santuário ficou deso lei do Senhor; e fizeram muito mal
lado como Um êrmo; os seus dias no país; “ e obrigaram o povo (fie l)
de festa transformaram-se em pran de Israel a fugir para lugares afas
to, e os seus sábados em opróbrio, as tados, e a buscar retiros, onde pu
suas honras em nada. 42À proporção dessem esconder-se na sua fuga.
da sua glória se multiplicou a sua ig
nomínia; e a sua alta elevação trans Execução do edito
formou-se em luto.
57N o dia quinze do mês de Casleu,
Antíoco impõe o culto dos ídolos no ano cento e quarenta e cinco, o
rei Antíoco colocou o abominável ído-
43Então o rei Antíoco escreveu a do da desolação sôbre o altar de
todo o seu reino, a fim de que todo Deus; por tôda a parte se edifica-
o povo não fôsse mais que um, e que ram altares taos ídolos) em tôdas as
cada qual abandonasse a sua lei (par cidades de Judá. ME ofereciam in
ticular). 44E todas as nações se con censo (aos ídolos), e sacrificavam
formaram com esta ordem do rei (a té) diante das portas das casas,
Antíoco; 45e. muitos de Israel subme e no meio das ruas. 59E, rasgando os
teram-se a esta escravidão, e sacri livros da lei de Deus, os deitaram
ficaram aos ídolos, e violaram o sá no fogo; "e a todo aquêle, em po
bado. 40E o rei enviou cartas, por der de quem se achavam os livros
meio de mensageiros, a Jerusalém e do testamento do Senhor, e qual
a tôdas as cidades de Judá, ordenan quer que observava a lei do Senhor,
do que seguissem (todas) as leis das cruelmente o matavam conforme o
nações (pagas) da terra; 47e que fôs edito do rei. 61Com êste poder que
se proibido que no templo de Deus tinham (do re i) tratavam assim o
se fizessem holocaustos, sacrifícios, e povo de Israel, que cada mês se en
ofertas em expiação dos pecados, ^e contrava nas cidades. 6-E no dia vin
fôsse impedida a celebração do sába te e cinco de cada mês sacrifica
do e das solenidades. 49E mandou vam sôbre o altar (idolátrico) que
(além disto) que se profanassem os estava oposto ao altar (do Senhor).
lugares santos, e o santo povo de 63E as mulheres que circuncidavam
Israel. 5nOrdenou que se erigissem seus filhos eram cruelmente mortas,
altares e templos e que se levantas segundo a ordem do rei Antíoco, 04e
sem ídolos, e que se sacrificassem penduravam os meninos pelo pescoço
carnes de porco, e (outros) animais em tôdas as casas onde os achavam,
61. Frase de construção um pouco obscura, mas cujo sentido é o seguinte: cada mês
um inspetor real percorria as cidades submetidas, e m andava executar todos os culpados.
1114 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 1 - 2
36 - B íblia Sagrada
1122 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 5
eu disse no meu coração: A quanta 25E êles estenderam as suas mãos não
tribulação rne não acho reduzido, e sòmente sôbre nós, mas ainda sôbre
em que onda de tristeza me não ve todo o nosso país, 26e agora eis que se
jo agora, eu, que era feliz e querido aproximaram da fortaleza de Jerusa
no auge do meu poder! 12Agora, po lém, para se fazerem senhores dela,
rém, lembro-me dos males que fiz em e fortificaram Betsura; 27e se tu não
Jerusalém, donde não só tirei todos deres pressa a prevení-los, êles farão
os despojos de ouro e prata, que ha ainda maiores males, do que os que
via nela, mas ainda enviei (um exér têm feito até agora, e não poderás
cito ) a exterminar sem motivo os que sujeitá-los mais.
habitavam na Judeia. “ Reconheço,
pois, que por isso é que vieram so A n tío c o in v a d e a J u d é ia
bre mim todos êstes males; e eis que
vou morrer de grande melancolia nu 2sO rei, quando ouviu isto, ficou
ma terra estrangeira. 14Então cha irritado, e convocou todos os seus a-
mou Filipe, um dos seus amigos, e migos, e os príncipes do seu exército,
constituiu-o regente sobre todo o seu e os comandantes da cavalaria; 29e
reino; 15e entregou-lhe o seu diadema, também doutros reinos, e das ilhas
e o seu manto real, e o seu anel, marítimas, lhe vieram tropas mer
para que fôsse buscar o seu filho An- cenárias. 30O seu exército era de
tíoco, e cuidasse da sua educação, e cem mil infantes, e de vinte mil ca
o fizesse reinar depois dêle. valeiros, e de trinta e dois elefantes,
16E o rei Antíoco morreu ali, no adestrados para a batalha.
ano cento e quarenta e nove. 17E sou 31E marcharam para Iduméia, e fo
be Lísias que o rei tinha morrido, e ram sitiar Betsura, e atacaram-na
aclamou rei a Antíoco, seu filho, a durante muitos dias, e fizeram várias
quem tinha criado desde menino; e máquinas (de g u e rra ); porém os si
pôs-lhe o nome de Eupator. tiados saíram contra êles, e queima-
ram-nos, e pelejaram com grande va
J u d a s atac a a cidadela de Siã o lor.
18Ora os que estavam na fortaleza C om bate m e m o rá v e l em B e tz a c a ra
tinham fechado a Israel todos os ar
redores do templo, e procuravam 32E Judas afastou-se da fortaleza,
sempre fazer-lhes mal, e fortificar os e marchou com o seu exército para
gentios. 19E Judas resolveu destruí- Betzacara, para defronte do acampa
los; e convocou todo o povo, para os mento do rei. 33E o rei levantou-se
cercarem. 2üConcorreram, pois, todos, antes de amanhecer, e fêz marchar
e cercaram-nos no ano cento e cin- impetuosamente tôdas as suas tropas
qüenta, e fizeram instrumentos de a caminho de Betzacara; e prepara
despedir pedras, e outras máquinas ram-se os dois exércitos para o com
de guerra. bate, e tocaram as trombetas. 34E
mostraram aos elefantes sumo de u-
A n tío c o E u p a to r é cham ado p elo s vas e de amoras, para os incitarem
s itia d o s à peleja; 35e distribuíram êstes ani
mais pelas legiões pondo em volta
2JEntão saíram alguns dos que es de cada elefante mil homens arma
tavam cercados; e agregaram-se a ê- dos de cotas de malha e de capace
les alguns ímpios do povo de Israel; tes de bronze; e quinhentos de cava
22e foram ter com o rei, e disseram- los escolhidos tinham ordem de se
lhe: Até quando diferes tu fazer-nos conservar sempre junto de cada ani
justiça, e vingar nossos irmãos? 23Nós mal. 3,iÊstes precediam o animal para
resolvemos-nos a servir o teu pai, e a onde quer que êle fôsse, e para tôda
conduzir-nos pelas suas ordens, e a a parte para onde êle ia, iam êles,
obedecer aos seus editos, 24e por es e nunca se afastavam dêle. 37Havia
ta causa os filhos do nosso povo nos também sôbre cada animal uma for
ganharam aversão, e mataram de en te tôrre de madeira, destinada a pro
tre nós todos aquêles que encontra tegê-lo; e por cima desta tôrre má
vam, e roubaram as nossas heranças. quinas de guerra, e em cada tôrre
6 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 1125
trinta e dois homens valentes, que sim o rei tomou Betsura, e pôs nela
pelejavam, e um índio que conduzia uma guarnição que a guardasse.
o animal. 38E ordenou o resto da ca
valaria dum e doutro flanco, em dois Cêrco de J e ru s a lé m
troços, para animar o exército com o
som das trombetas, e para estreitar 51Depois fêz marchar as suas tro
nas suas filas os batalhões. 39Quan- pas para o lugar santo, onde se de
do o sol brilhou sôbre o escudo de teve muitos dias; e pôs ali balistas,
ouro e de tíronze, com o seu reflexo e máquinas, e engenhos para lançar
resplandesceram os montes, e resplan fogo, e trabucos para atirar pedras,
deceram como fachos de fogo. 40E u- e arremessar dardos, e escorpiões pa
ma parte do exército do rei avan ra despedir setas, e pôs fundas. 52E
çou pelo alto dos montes, e outra pe (os sitiados) fizeram também máqui
las planícies; e marchavam com pre nas contra as máquinas dos inimigos
caução e ordem. 41E todos os habi e pelejaram durante muitos dias.
tantes daquela terra estavam espan 53Mas não havia víveres na cidade,
tados da grita que fazia esta multi por ser o ano sétimo (ou sabático), e
dão de soldados, e da marcha de tan porque os das nações que tinham fi
ta gente, e da colisão das suas ar cado na Judéia, tinham consumido o
mas; porque era um exército muito resto dos que tinham ficado de re
grande e forte. 42E Judas aproximou- serva. 5,E ficaram poucos homens de
se com o seu exército para dar a guarda aos lugares santos, porque os
batalha; e morreram do exército do tinha apertado a fome; e dispersa
rei seiscentos homens. ram cada um para a sua terra.
55Entretanto Lísias ouviu dizer que
H e ro is m o de E le á z a r Filipe, a quem o rei Antíoco, viven
43Então Eleázar, filho de Saura, viu do ainda, tinha feito aio do seu f i
um dos elefantes todo encouraçado lho Antíoco, para o fazer reinar de
com as armaduras reais, e era mais pois dêle, 5Gtinha chegado da Pérsia
alto que todos os outros; e pareceu- e da Média com o exército que lá o
lhe que o rei iria sôbre êle; we sa tinha acompanhado, e que se prepa
crificou a sua vida para livrar o seu rava para tomar o govêrno dos ne
povo e adquirir para si um nome gócios do reino.
imortal. 4SE correu a êle animosa- E u p a to r fa z a paz com os J u d e u s e
mente pelo meio da legião, matando logo em se g u id a a v io la
à direita e à esquerda, e caíam, du
ma e doutra parte, à fôrça dos seus 67Êle, pois, apressou-se a ir dizer ao
golpes, todos os que se lhe punham rei e aos generais do seu exército:
diante. 46E chegou até aos pés do e- Nós vamo-nos consumindo aqui todos
lefante, e meteu-se debaixo dêle, e os dias e os víveres que temos são
matou-o; e (o elefante) caiu em ter poucos, e a praça que sitiamos es
ra sôbre êle, e (Eleázar) morreu ali. tá bem fortificada, e incumbe-nos
47Mas (os Judeus), vendo a fôrça pôr em ordem os negócios do reino.
do rei, e o ímpeto do seu exército 58Demos, pois, agora a mão a êstes ho
retiraram-se do combate. mens, e façamos paz com êles, e com
To m a d a de B e ts u ra tôda a sua nação, 59e permitamos-lhes
que vivam segundo as suas leis, co
48Então o exército do rei marchou mo dantes; porque, por causa das
contra êles para a banda de Jerusa suas leis, que nós ternos desprezado,
lém, e penetrou na Judéia o referido é que êles se irritaram e fizeram to
exército do rei, e acampou junto do das estas façanhas. °°E esta proposta
monte Sião. 49E o rei fêz paz com agradou ao rei e aos seus príncipes;
os que estavam em Betsura; e êles pelo que mandou tratar de paz com
saíram da cidade, porque não tinham os Judeus, e êstes a aceitaram. 61E o
já que comer, estando ali encerrados, rei e os seus príncipes lha confirma
5 ram com juramento; e êles saíram
pois era o ano sabático da terra. ^As-8
58. Demos a m ã o ... isto é, façam os aliança com êstes homens.
1126 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 6 - 7
rias pelo país. 25Mas Alcimo viu que escolheste esta casa a fim de que
Judas e sua gente eram mais fortes; nela fôsse invocado o teu nome, e
e reconheceu que não podia resistir- fôsse uma casa de oração e de sú
lhes, e voltou para junto do rei, e plica para o teu povo. 38Tira vingan
acusou-os de muitos crimes. ça dêste homem e do seu exército, e
pereçam ao fio da espada. Lem
N ic a n o r procede d o lo sa m e nte bra-te das suas blasfêmias, e não per
mitas que êles subsistam (sobre a
26Então o rei mandou Nicanor, um terra) .
dos mais ilustres senhores da sua
M o rte de N ic a n o r
côrte, e inimigo, declarado de Israel
e deu-lhe ordem de acabar com êste 31,E Nicanor saiu de Jerusalém, e
povo. 27Foi, pois, Nicanor a Jerusalém foi acampar junto de Betoron; e ali
com um grande exército, e deputou se juntou com êle o exército da Síria.
quem fôsse ter com Judas e com seus 4ÜE Judas acampou junto de Adarsa
irmãos, para tratar de paz com enga com três mil homens; e fêz oração,
no, 28dizendo: Não haja guerra entre dizendo: 41Senhor, quando os que o
mim e vós; eu virei com poucos ho rei Senaquerib tinha enviado blas
mens a ver-vos pessoalmente, e a fa femaram contra ti, veio um anjo, e
lar-vos de paz. 29Depois foi êle ter matou dêles cento e oitenta e cinco
com Judas, e uns e outros se sauda mil homens. 4-Extermina hoje da
ram amigàvelmente; mas os inimigos mesma sorte êste exército diante de
estavam preparados para prenderem nós, a fim de que saibam todos os
Judas. outros que (N ica n or) falou mal con
N ic a n o r é p o sto em fu g a p o r J u d a s tra o teu santuário; e julga-o segun
do a sua malícia. 43D e ra m o s exér
30Judas, logo que percebeu que N i citos a batalha no dia treze do mês
canor tinha ido falar-lhe com dolo de Adar; e o exército de Nicanor
sa tenção, logo se temeu dêle, e não foi derrotado, sendo êle o primeiro
quis mais ver-lhe o rosto. 31E Nica que morreu no combate. 44Vendo o
nor reconheceu que estava descoberto exército de Nicanor que êste tinha
o seu desígnio; e marchou contra Ju morrido, largaram as suas armas, e
das, para lhe dar batalha junto de deitaram a fugir. 43E (os Judeus)
Cafarsalama. 32E dos exércitos de N i foram no seu alcance durante um
canor ficaram mortos cêrca de cinco dia, desde Adazer até à entrada de
mil homens, e os outros fugiram pa Gazara, e tocaram as trombetas atrás
ra a cidade de Davi. 33E, depois dis dêles para todos o saberem. 46E saí
to, Nicanor subiu ao monte Sião; e ram de tôdas as aldeias da Judéia
saíram alguns dos sacerdotes do po ao redor, e fustigavam-nos rijamente,
vo para o saudarem em espírito de e faziam-nos retroceder para os ven
paz, e mostrar-lhe os holocaustos, cedores, que os mataram a todos à
que se ofereciam pelo rei. 34Mas êle espada, e nenhum só dêles escapou.
desprezou-os, fazendo zombaria dê- 47Apoderaram-se em seguida dos
les, e tratou-os como a profanos; e seus despojos, e cortaram a cabeça a
falou-lhes com arrogância; 35e jurou, Nicanor, e a sua mão direita, que
cheio de cólera, dizendo: Se Judas êle tinha estendido insolentemente
não se entregar às minhas mãos com (con tra o tem plo), e levaram-nas, e
o seu exército, logo que eu sair vito penduraram-nas à vista de Jerusa
rioso, queimarei êste templo. E saiu lém. 4SE alegrou-se muito o povo, e
todo enfurecido. 36Então os sacerdo passaram aquêle dia num grande re
tes entraram, e se apresentaram dian gozijo. 49E ordenou-se que êste mesmo
te da face do altar e do templo, e, dia seria celebrado todos os anos, co
chorando, disseram: 37Tu, Senhor, mo festivo, a treze do mês de Adar.
Cap. V II — 33. Que se ofereciam pelo rei, ao qual Deus permitia que estivessem sujei-
tos. Tam bém os cristãos oravam a Deus, desde o princípio, Pela felicidade dos imperado-
res pagãos, apesar de serem seus perseguidores, Ê esta a doutrina que ainda hoje devemos
seguir.
43. O mês de Adar corresponde ao fim de fevereiro e começo de março.
1128 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 7 - 8
ram muitos feridos, e os que tinham que tinha começado; perdeu a fala,
escapado fugiram para os montes; e ficou tolhido duma paralizia, sem po
tomaram todos os seus despojos. 41As der mais pronunciar uma palavra,
bôdas converteram-se, pois, em luto, nem fazer disposição alguma relati
e os seus concertos musicais em la vamente à sua casa. SS(Desta sorte)
mentos. 42E desta maneira vingaram morreu Alcino naquele tempo, ator
o sangue de seu irmão; e voltaram mentado de grandes dores.
para a margem do Jordão. 57Vendo Báquides que Àlcimo tinha
morrido voltou para o rei, e o país
J ô n a ta s m a ta m il h o m e ns de B á q u id e s ficou em repouso durante dois anos.
43E Báquides soube disto, e foi com J ô n a ta s d e rro ta B á q u id e s
um poderoso exército, em dia de sá
bado, até à margem do Jordão. 44E 58Ao cabo dêste tempo, todos os
Jônatas disse aos seus: Vamos pele maus formaram entre si êste desíg
jar contra os nossos inimigos, porque nio, dizendo: Reparai, Jônatas e os
hoje não é como ontem e ante-ontem; que estão com êle, vivem em paz e
45vêde que temos o inimigo por dian descuidados; façamos, pois, agora vir
te; e as correntes do Jordão duma e Báquides, e êle os surpreenderá a to
outra parte, e as suas margens, e dos numa noite. 59Foram, pois, ter
pântanos, e bosques e não há meio com êle, e propuseram-lhe êste desíg
de escapar. 46Agora, pois, clamai ao nio. 6ÜE Báquides pôs-se logo a cami
céu, para que sejais livres da mão dos nho com um grande exército, e man
vossos inimigos. E travou-se a bata dou em segrêdo cartas aos do seu
lha. 47E Jônatas estendeu a sua mão partido, que estavam na Judéia, a
para ferir Báquides, mas êle evitou fim de que prendessem Jônatas, e
o golpe, retirando-se para trás. 48Por os que estavam com êle; mas êles não
fim Jônatas e os que estavam com êle o puderam fazer, porque chegou ao
deitaram-se ao Jordão e passaram- conhecimento dêstes o seu desígnio.
no a nado, à vista dos seus inimigos. 61E dentre as pessoas do país pren
49E do lado de Báquides ficaram mor deu Jônatas cinqüenta homens, que
tos naquele dia mil homens, e os (ou eram os chefes daquela conspiração,
tros) voltaram para Jerusalém (com e mandou-os matar. 62Em seguida re
êle). 50E edificaram cidades fortes na tirou-se Jônatas e Simão e os que
Judéia, e fortificaram com altos mu estavam com êle para Betbessem, que
ros, e com portas, e com fechaduras, está no deserto; e reparou as suas
as cidadelas que havia em Jerico, e ruínas, e fizeram dela uma forte pra
em Amaús, e em Betoron, e em Be ça.
tei e em Tarnnata, e em Fara, e em 63E, quando Báquides o soube, jun
Topo. 51E nelas pôs (Báquides) guar tou logo tôdas as suas tropas; e do
nições, para que fizessem correrias que passava avisou os (seus parti
contra Israel. “ Fortificou também as dários) que estavam na Judéia, 64e
cidades de Betsura, e Gazara, e a for foi acampar acima de Betbessem; e
taleza; e pôs nelas tropas e provisão sitiou-a durante muitos dias, e man
de mantimentos. 53E tomou para re dou construir diversas máquinas de
féns os filhos das principais fam í guerra. 65Porém Jônatas deixou Si
lias do país, e pô-los em custódia na mão, seu irmão, na cidade, e saiu
fortaleza de Jerusalém. à campanha, e marchou com um
bom corpo de tropas, 6,1e derrotou
M o rte de A lc im o Odarén, e seus irmãos, e os filhos
de Faseron, dentro das suas mesmas
5,E no ano cento e cinqüenta e três tendas, e começou a fazer destro
no segundo' mês, mandou Alcimo de ço (nos inimigos), e a dar grandes
molir as paredes da parte interior provas de coragem. 67Entretanto Si
do templo, e destruir as obras dos mão e os que com êle estavam saí
profetas (Ageu e Zacarias). E come ram da cidade, e queimaram as má
çou a deitá-las abaixo. 53Naquele tem quinas de guerra; 6Sdepois atacaram
po, porém, Alcimo foi ferido (pela Báquides e desbarataram-no, e cau
mão de Deus) e não pôde acabar o saram-lhe grande pesar, vendo que
1132 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 9 - 10
tinham sido frustrados os seus desíg mados dum grande mêdo, depois que
nios e a sua empresa. ouviram que o rei lhe tinha dado po
der de juntar um exército. 9Foram,
Paz e n tre J ô n a ta s e B á q u id e s pois, entregues a Jônatas os reféns,
e êle os restituiu a seus pais. 10E
6UE, irritado contra aquêles homens Jônatas ficou habitando em Jerusa
iníquos, que lhe tinham dado o con lém, e começou a edificar e a re
selho de vir para a sua terra, matou novar a cidade. llE mandou aos ar
muitos dêles, e resolveu voltar para quitetos que levantassem os muros,
0 seu país com o resto (do exérci e cercassem de pedras de silharia o
to). 7ÜE Jônatas soube isto, e man- monte de Sião todo em volta para
dou-lhe embaixadores para fazer pa sua fortificação; e êles assim o fize
zes com êle e oferecer-lhe que res- ram. r-Então os estrangeiros, que
tituiria os prisioneiros. nE Báquides estavam nas fortalezas que Báquides
recebeu-os favoràvèlmente, e consen tinha edifiçado, fugiram; 13e cada um
tiu no que Jônatas queria, e jurou deixou o seu lugar, e foi para a sua
que em todos os dias da sua vida terra. ‘ ‘Ficaram somente em Betsura
não lhe faria mal algum. 72E res- alguns daqueles que tinham abando
tituiu-lhe os prisioneiros que antes nado a lei e os preceitos de Deus;
tinha feito cativos na terra de Judá; porque esta cidade era a que lhes
depois voltou para o seu país, e não servia de refúgio.
quis mais voltar à terra de Judá.
73Assim cessou a guerra em Israel; C a rta de A le x a n d re a J ô n a ta s
e Jônatas fixou residência em Mac-
mas, e alí começou a julgar o povo, 15Entretanto o rei Alexandre soube
e exterminou os ímpios do meio de das promessas que Demétrio tinha
Israel. feito a Jônatas; contaram-lhe tam
bém as batalhas e provas de valor,
R iv a lid a d e e n tre D e m é trio e A le x a n d re que êle e seus irmãos tinham dado,
e os trabalhos que tinham passado.
1A *No ano cento e sessenta, Ale- 10E disse: Porventura poderemos nós
xandre, filho de Antíoco, cog- encontrar um homem como êste?
nominado o ilustre, subiu e ocupou pensemos, pois, em fazê-lo nosso ami
a Ptolomaida; e foi bem recebido, e go e aliado. 17E escreveu uma carta,
reinou ali. 2E o rei Demétrio soube e enviou-lha, concebida nestes têr-
isto, e levantou um exército muito mos: lsO rei Alexandre, ao seu ir
numeroso, e marchou a encontrar-se mão Jônatas, saúde. 19Nós temos
com êle para lhe dar batalha. ouvido dizer de ti, que és um ho
C a rta de D e m é trio a J ô n a ta s mem poderoso em forças e apto pa
ra seres nosso amigo; “ portanto, te
3Então Demétrio enviou a Jônatas constituímos hoje sumo pontífice da
uma carta cheia de expressões de tua nação, e queremos que sejas cha
paz, prometendo-lhe elevá-lo em dig mado amigo do rei (e mandou-lhe
nidade. “Porque, dizia (D em étrio aos uma púrpura, e uma coroa de ouro)
seus) : Antecipemo-nos a fazer a paz e que te conformes conosco em tôdas
com êle, antes que êle a faça com as coisas que são dos nossos interês-
Alexandre com prejuízo nosso, f o r ses e nos conserves amizade.
que êle (Jônatas) se lembrará de 21E no ano cento e sessenta, no sé
todos os males que nós lhe fizemos timo mês, vestiu-se Jônatas da tú
a êle e a seu irmão, e à sua nação. nica santa, no dia da solene festa
°( D em étrio) deu-lhe, pois, poder de dos Tabernáculos; e levantou um e-
levantar um exército, e de mandar xército e mandou fazer grande quan
fazer armas, e quis que êle fôsse tidade de armas.
seu aliado; e mandou que se lhe
entregassem os reféns, que estavam Decepção de D e m é trio ,
na fortaleza (de Jerusalém). 7E foi que e n v ia n o v a c a rta
Jônatas a Jerusalém, e leu as cartas,
ouvindo-o todo o povo, e os que es 22E, quando Demétrio teve conhe
tavam na fortaleza. 8E ficaram to cimento destas coisas contristou-se
10 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 1133
em extremo e disse: 23Como temos os Judeus que estão no meu reino;
nós dado lugar a que Alexandre nos 35e (nesses dias) ninguém terá poder
haja precedido em conciliar a ami de andar em litígio, nem mover de
zade dos Judeus para fortificar o seu manda contra algum dêles, em qual
partido? 24Eu, pois, lhe escreverei quer negócio que fôr.
também palavras persuasivas, (o fe 3eTambém (ordeno) que dos Judeus
recendo-lhe) dignidades e dádivas, se alistem nas tropas do rei até trin
para êles serem comigo em minha ta mil homens, aos quais se sub-
ajuda. ministrará o necessário, como con
-5Escreveu-lhes, pois, nestes têrmos: vém a tôdas as tropas do rei, e dê
O rei Demétrio, à nação dos Judeus, les se escolherão os que tiverem de
saúde. -'Ouvimos dizer que vós ten ser postos nas fortalezas do grande
des guardado a aliança que fizestes rei; :r,e dêstes se escolherão alguns
conosco, e que perseverastes firmes para se encarregarem dos negócios
na nossa amizade, e que vos não co do reino, que exigem grande confian
ligastes com os nossos inimigos, e ça; e sejam dêles mesmos tirados os
disto nos alegramos. -7Perseverai, chefes; e vivam conforme as suas leis,
pois, agora, como até aqui, em nos como o rei ordenou para o país de
conservar a mesma fidelidade, e nós Judá. 38E que as três cidades do país
vos pagaremos avantaj adamente o da Samaria, que foram anexadas à
que fizestes por nós; 28e vos perdoa Judéia, sejam consideradas como a
remos muitos impostos, e vos fare própria Judéia, para que não depen
mos doações. dam senão dum governador, nem o-
2yE desde agora eu vos remeto a bedeçam a nenhum outro poder, que
vós, e a todos os Judeus, os tributos não seja o do sumo pontífice. ^Quan
que costumáveis pagar, e vos perdoo to à Ptolomaida e a todo o seu ter
os impostos do sal, e vos dou por ritório, faço doação dela ao santuá
isentos das coroas, e da têrça da rio de Jerusalém, para as despesas
semente, 30e do que eu tinha direi necessárias ao santuário. 40Afora is
to de levar pela metade dos frutos to, darei todos os anos quinze mil
das árvores, eu vos alivio de tudo siclos de prata, que se tomarão dos
isso desde o dia de hoje em diante; direitos reais, que me pertencem. 41E
não querendo que se cobre mais (es- tudo aquilo que ficou atrazado, e dei
tes impostos) do país de Judá, nem xaram de pagar os meus administra
das três cidades que lhe foram ane dores nos anos precedentes, será en
xadas, da Samaria e da Galiléia, co tregue desde hoje para a reparação
meçando de hoje e para sempre; do templo. 42E, além disto, os cinco
31(quero) também que Jerusalém se mil siclos de prata, que todos os anos
ja santa e livre com todo o seu ter cobravam das rendas do santuário,
ritório, e que os dízimos e os tribu também êsies pertencerão aos sacer
tos sejam para ela. 32Também renun dotes, que exercem as funções do seu
cio à posse da fortaleza, que está em ministério. •‘“Também {quero) que
Jerusalém; e dou-a ao sumo sacer todos aquêles que, sendo devedores
dote, a fim de que ponha nela os ao rei por qualquer negócio que se
homens que êle mesmo escolher, pa ja, se se refugiarem no templo de
ra que a guardem. 33Dou mais, sem Jerusalém, e em todo o seu territó
resgate algum, a liberdade a todos os rio, fiquem imunes, e gozem livre
Judeus, que vieram cativos do país mente de tudo o que têm no meu
de Judá, e se encontrarem em todo reino. 44As despesas para edificar e
meu reino, isentando-os a todos de reparar as obras do santuário serão
pagarem tributos, por si, e também feitas por conta do rei, 45como tam
pelos seus gados. 3i( Quero da mesma bém o que se gastar para reedifi-
sorte) que tôdas as festas solenes, e car os muros de Jerusalém, e para
os dias de sábado, e as luas novas, os fortificar ao redor, e para fazer
e as festas decretadas, e os três dias muros por tôda a Judéia.
antes de cada festa solene, e os três 46Mas Jônatas e o povo, quando ou
depois dela, sejam todos dias de imu viram estas propostas (de D em étrio)
nidade e de franqueza para todos não as tiveram por sinceras, nem as
1134 PRIMEIRO LIVRo DOS MACABEUS 10
ra, 73como poderás tu, pois, agora tinham refugiado. ®E foram perto de
resistir ao ímpeto da cavalaria e dum oito mil homens os que morreram,
tão grande exército, num campo, on entre os passados à espada e os que
de não há nem pedra nem penedo foram consumidos do fogo. R0E Jôna
nem lugar para fugir? tas levantou dali o seu acampamen
74E Jônatas, quando ouviu estas to, e marchou contra Ascalon, cujos
palavras de Ápolônio, alterou-se no cidadãos saíram a recebê-lo com
fundo do seu coração; e escolheu grandes honras. 87Depois Jônatas re
dez mil homens, e partiu de Jeru gressou a Jerusalém com a sua gen
salém, e Simão, seu irmão, se foi in te carregada de muitos despojos.
corporar com êle para o socorrer; 88E aconteceu que, quando o rei
75e foram acampar junto de Jope, e Alexandre soube dêstes felizes suces
os da cidade fecharam-lhes as por sos, elevou ainda Jônatas a maior
tas; porque dentro de Jope havia u- glória. 89E mandou-lhes uma fivela de
ma guarnição de Ápolônio, e Jôna ouro, daquelas que se costumam dar
tas combateu-a. 76E, espantados, os aos parentes do rei; e deu-lhe o do
que estavam dentro da cidade abri mínio de Acaron com todo o seu ter
ram-lhe as portas, e Jônatas apode- ritório.
rou-se de Jope.
L u ta en tre F t o lo m e u e A le x a n d r e
D erro ta d e Á p o lô n io 1 1 d ep o is disto, o rei do Egito
nE, quando ouviu isto, Ápolônio * 1 ajuntou um exército inume
fêz logo avançar consigo três mil ca rável como a areia que está sôbre a
valeiros e um exército numeroso. 78E, praia do mar, e um grande número
marchando como quem ia para A- de naus; e procurava apoderar-se do
zot, logo de improviso se lançou na reino de Alexandre por surprêsa, e,
campina; porque tinha muita cavala ajuntá-lo a seu reino. 2Marchou, pois,
ria, e nela se fiava. Seguiu-o Jôna para a Síria com palavras de paz e
tas para Azot, e ali deram batalha os habitantes das cidades abriram-
um ao outro. 79Mas Apolônio tinha -lhe as portas, e vinham-no receber,
deixado de emboscada no seu arraial porque o rei Alexandre tinha man
mil cavaleiros por detrás dos inimi dado que saíssem a recebê-lo porqUe
gos. 80E Jônatas teve notícia de que era seu sogro. 3Mas Ptolomeu, logo
ficava por detrás dêle uma embos que entrava numa cidade, punha
cada; e os inimigos rodearam o seu guarnição militar em cada uma de
arraial, e desde manhã até à tar las.
de não cessaram de atirar dardos 4E, quando chegou perto de Azot,
contra a sua gente. 81Mas o povo mostraram-lhe o templo de Dagon
permaneceu firme, conforme a ordem queimado, e Azot e os seus subúr
que Jônatas lhe tinha dado; (en tre bios demolidos, e os cadáveres por
tanto) os cavalos dos inimigos - fati- terra, e construídos ao longo do ca
garam-se muito. 82Então Simão fêz minho os túmulos daqueles que ti
a> ançar as suas tropas, e atacou nham sido mortos na batalha. SE
a infantaria, porque a cavalaria es disseram ao rei que Jônatas era quem
tava já cansada; de sorte que foram tinha feito todos êstes estragos, que
derrotados por êle, e fugiram. 83E rendo assim torná-lo odioso; mas o
os que se tinham espalhado pela pla rei a tudo isto se calou.
nície, refugiaram-se em Azot, e en 6E- Jônatas foi com grande pom
traram no templo de Dagon, seu ído pa encontrar-se com o rei em Jope,
lo, para ali se porem em seguran e cumprimentaram-se um ao outro,
ça. 8‘Porém Jônatas queimou Azot, e passaram ali a noite. 7E Jônatas
as cidades, que estavam nos seus con acompanhou o rei até ao rio, que se
tornos, e tomou os seus despojos, e chama Eleutero; e voltou para Je
pôs fogo no templo de Dagon, quei rusalém.
mando-o com todos os que nêle se *0 Rei Ptolomeu apoderou-se de tô-
Cap. X — 89. Uma fivela ou alfinete de ouro, que traziam sôbre o ombro, como sinal
de honra especial.
1136 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 11
das as cidades até Selêucia, que está o rei Demétrio, e contaram-lhe que
sobre o mar, e forjava maus desíg Jônatas tinha sitiado a fortaleza
nios contra Alexandre. °E enviou em 22E Demétrio, quando tal ouviu, fi*
baixadores a Demétrio, dizendo: Vem, cou irritado; e foi logo para Ptole-
façamos aliança um com outro, e eu maida, e escreveu a Jônatas que não
te darei minha filha que Alexandre sitiasse a fortaleza, e que fôsse sem
tem por mulher, e tu reinarás no demora ter com êle, para terem uma
reino de teu pai; 10porque eu estou conferência.
arrependido de lhe ter dado minha 2:1Mas Jônatas, logo que recebeu es
filha em casamento, visto que êle ta carta, ordenou que se continuas
procurou matar-me. ME acusava-o se o cêrco; e escolheu alguns dos
dêste modo, pelo desejo que tinha do anciãos de Israel, e dos sacerdotes, e
seu reino. 12E tirou-lhe sua filha, e foi (com eles) expôr-se ao perigo.
deu-a a Demétrio, e separou-se intei- 24E levou consigo (m u ito) ouro, e
ramente de Alexandre, e então tor- prata, e vestidos, e outros presen
nou-se manifesta a sua inimizade. tes, e foi a Ptolemaida, a encontrar-
13E Ptolomeu entrou depois em An- se com o rei, e achou graça diante
tioquia, e pôs na sua cabeça dois dêle. -'Apesar disto, ainda alguns ho
diademas, um do Egito, outro da Á- mens iníquos da sua nação forma
sia. vam queixas contra êle. 20Mas o rei
tratou-o como o tinham tratado os
M orto de A le x a n d r e e P t o lo m e u
príncipes seus predecessores; e ele
14E o rei Alexandre, naquele tem vou-o a grande honra, à vista de to
po encontrava-se na Cilícia, porque dos os seus amigos; 27e confirmou-o
os que estavam naquelas províncias no sumo sacerdócio, e em tôdas as
tinham-se revoltado contra êle. I5E, honras, que antes tinha, e fê-lo o
quando Alexandre ouviu esta notícia, primeiro dos seus amigos. 28E Jô
foi logo contra êle para o combater, natas suplicou ao, rei que concedes
e o rei Ptolomeu fêz sair ao campo se imunidade de tributos à Judéia, e
o seu exército, e saiu-lhe ao encon às três toparquias, e à Samaria, e
tro com grandes forças, e pô-lo em ao seu território; e prometeu-lhe tre
fuga. 16Alexandre fugiu para a Ará zentos talentos. “ E o rei concordou;
bia, a ver se achava ali alguma pro e mandou expedir a Jônatas, sôbre
teção; e o rei Ptolomeu foi exalta tôdas estas coisas, cartas, concebidas
do a grande glória. 17Mas Zabdiel, nestes têrmos:
(príncipe) Árabe mandou cortar a 30O rei Demétrio, ao seu irmão Jô
cabeça de Alexandre; e enviou-a a natas, e à nação dos Judeus, saúde.
Ptolomeu. 18Três dias depois morreu 31Nós vos enviamos uma cópia da car
o rei Ptolomeu; e os (da sua gente) ta, que a vosso respeito escrevemos a
que estavam nas fortalezas, foram Lastenes, nosso pai, para serdes in
mortos pelos que se achavam no a- formados de tudo. (D iz ela assim ):
campamento. 19Entrou, pois, Demé- 32O rei Demétrio, a Lastenes, seu pai,
trio a reinar no ano cento e sessen saúde. 33Resolvemos fazer bem à na
ta e sete. ção dos Judeus, que são nossos ami
gos, e nos conservam a fidelidade que
J ô n a ta s é e x a lt a d o por D e m é t r io nos devem, por causa da sua boa von
tade, que têm para conosco.
^Naqueles dias Jônatas juntou os 34Decretamos, pois, em benefício dê-
que estavam na Judeia, para comba les que todo o território da Judéia,
terem a fortaleza que havia em Je e as três cidades, (A fere m a ), Lida e
rusalém; e levantaram muitas má Ramata, as quais foram anexadas
quinas de guerra para a tomarem. da província da Samaria à Judéia,
21Mas alguns homens iníquos, que a- e todos os seus territórios, sejam des
borreciam a sua gente, foram ter com tinados para todos os sacerdotes de
Cap. XI — 28. E às três toparquias; eram as três cidades, de que se fala no capítulo
X, 30 e 38, cujos nomes expressamente se declaram adiante neste mesmo capitulo, vers. 34.
31. A Lastenes, nosso pai. Era costume dos príncipes antigos honrar com o titulo de
pais os seus primeiros ministros e conselheiros.
11 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 1137
Jerusalém, em lugar dos impostos mil homens esforçados, que foram
que o rei cobrava já dêles cada ano, ter com o rei, e o rei alegrou-se
e em lugar do que lhe rendiam os muito com a sua chegada.
frutos da terra e das árvores. 35Re- •5Ao mesmo tempo reuniram-se dos
metemos-lhe também desde agora as habitantes da cidade cento e vinte
outras coisas, que nos pertenciam mil homnes, que queriam matar o
de dízimos e de tributos; da mesma rei. 46E o rei rugiu para o seu palá
sorte os impostos das salinas, e as cio; e os da cidade tornaram-se se
coroas (de ouro) que se nos costu nhores de tôdas as ruas dela, e co
mavam trazer. 36Tôdas estas coisas meçaram a atacá-lo. 47E o rei cha
lhes damos; e nada disto será anu mou os Judeus em seu socorro, e ê-
lado desde agora para sempre. "C ui les juntaram-se todos ao pé dêle,
dai, pois, de tirar agora uma cópia e fizeram correria pela cidade, 4Se
dêste decreto e ela se entregue a mataram naquêle dia cem mil ho
Jônatas, e seja posta no monte san mens, e puseram fogo à cidade, e to
to (de Sião) em lugar público. maram naquele mesmo dia muitos
despojos, e livraram o rei. 49Quan-
Jônatas auxilia Demétrio contra do os da cidade viram que os Judeus
Trifão se tinham apoderado dela, como de
38E o rei Demétrio, vendo que a sejavam, perderam logo a coragem,
terra estava sossegada diante dêle, e e com deprecações suplicaram mise-
que nada lhe resistia, licenciou todo córdia ao rei, dizendo: 50Dá-nos
o seu exército, mandando cada um a tua dextra, e cessem os Judeus
para sua casa, exceto as tropas es de nos atacar, a nós e à cidade. #1Ao
trangeiras, que tinha levantado nas mesmo tempo largaram as suas ar
ilhas das nações; e isto excitou con mas, e fizeram a paz e os Judeus ad
tra êle o ódio de tôdas as tropas, quiriram grande glória no conceito
que tinham servido a seus pais. 39Ha- do rei, e no conceito de todos os que
via então um certo Trifão, que antes se achavam no seu reino; e ficaram
tinha sido do partido de Alexandre: célebres em todo o reino; e voltaram
quando viu que todo o exército mur para Jerusalém carregados de mui
murava contra Demétrio, foi logo ter tos despojos.
com Emacuel, Árabe, que educava Ingratidão de Demétrio
Antíoco, filho de Alexandre. WE fêz-
lhe muitas e grandes instâncias pa 52E o rei Demétrio sentou-se no
ra que Iho entregasse, a fim de o trono do seu reino; e o país ficou
fazer reinar em lugar de seu pai; em paz diante dêle. “ Mas (êste prín
e contou-lhe tudo o que Demétrio ti cipe) faltou a tudo o que tinha pro
nha feito, e o ódio que todo o exér metido, e separou-se de Jônatas e
cito havia concebido contra êle. E não lhe correspondeu segundo os be
lá se demorou muitos dias. ^Entre nefícios que lhe tinha feito, antes o
tanto Jônatas enviou embaixadores molestava muito.
ao rei Demétrio, suplicando-lhe que Antíoco IV reina em lugar de
deitasse fora os que estavam na for Demétrio, e faz aliança com Jônatas
taleza de Jerusalém, e os que havia
nos outros presídios; porque causa 54E, depois disto, voltou Trifão, e
vam muitos dados a Israel. 42E De com êle Antíoco, jovem ainda, que
métrio mandou dizer a Jônatas: Não reinou e se pôs o diadema na cabe
só farei por ti e pela tua gente o que ça. 55E tôdas as tropas, que Demé
me pedes, mas elevar-te-ei em gló trio tinha despedido, juntaram-se lo
ria a ti e ao teu povo, logo que o go a Antíoco, e combateram contra
tempo mo permita. 40Agora, pois, Demétrio, o qual fugiu e voltou as
farás bem, se mandares tropas em costas. 3,;Trifão apoderou-se então dos
meu socorro, porque todo o meu e- elefantes, e tornou-se senhor de An
xército me abandonou. 44Então man tioquia.
dou-lhe Jônatas para Antioquia três5 7 5;E o jovem Antíoco escreveu a Jôr
57. Sôbre as quatro cidades, Lida, Ram ata, Aferem a e Ptolem aida.
1138 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 11 - 12
do para nossa consolação os santos li voltado com um exército muito maior
vros que estão entre nossas mãos, que o anterior, para pelejar contra
10quisemos, contudo, enviar-vos men êle; 23e partiu de Jerusalém, e foi
sageiros para renovarmos esta fra sair-lhe ao encontro, no país de A-
ternidade e amizade, temendo não matis, para não lhes dar tempo de
viéssemos a ficar como estranhos a entrarem pelas suas terras. *,6e man
vosso respeito, visto ter já passado dou espias ao acampamento dos ini
muito tempo, desde que vós nos man migos e, depois de voltarem, avisa
dastes (aquela embaixada) . nNós, ram que êles tinham resolvido sur-
pois, em todo o tempo sem interrup preendê-lo de noite. -7Logo, pois, que,
ção, nos dias solenes, e nos outros se pôs o sol, mandou Jônatas aos
em que convém, nos lembramos de seus que vigiassem e estivessem tôda
vós nos sacrifícios, que oferecemos, a noite sôbre as armas, prontos pa
e nas nossas cerimônias, pois é jus ra a peleja, e pôs guardas em volta
to e devido que nos lembremos dos do acampamento. -'E os inimigos sou
irmãos. 12Nós, portanto, nos regozija beram que Jônatas com os seus se
remos da vossa glória. 13Mas a nós conservavam prestes para o combate;
nos têm cercado grandes tribulações e tiveram mêdo, e perderam o alen
e várias guerras, e têm-nos invadi to sobressaltados de pavor; e acende
do os reis circunvizinhos. “ Entretan ram fogos no seu acampamento. sMas
to não quisemos ser pesados nem a Jônatas e os que com êle estavam,
vós. nem aos outros aliados, e nossos não deram fé da sua retirada até
amigos, em todos êstes combates; pela manhã, porque viam as foguei
15porque temos tido o socorro do céu, ras acesas. 3"E Jônatas foi atrás dê-
e fomos livres, e os nossos inimigos les, mas não os pôde apanhar; por
foram humilhados. 16Portanto, esco que já tinham passado o rio Eleu-
lhemos Numênio, filho de Antíoco, tero.
e Antípatro, filho de Jasão, e os en 3,Dali marchou Jônatas contra os
viamos aos Romanos a renovar a a- Árabes, chamados Zabadeus, e desba
tiga aliança e amizade, que temos ratou-os, e tomou os seus despojos.
com êles; 17nós lhe demos também “-Depois reuniu a sua gente, e foi a
ordem de ir ter convosco, e saudar- Damasco, e fazia correrías por tôdá
vos da nossa parte, e levar-vos as aquela província.
nossas cartas sôbre a renovação da :i;,Ao mesmo tempo saiu Simão, e
nossa confraternidade. 18E agora far- foi até Ascalon, e até às fortalezas
-nos-eis um favor respondendo-nos a vizinhas; e de lá partiu para Jope, e
isto. tomou-a, 3tporque tinha sabido que
Carta de Ario a Onias l êles queriam entregar a praça aos do
partido de Demétrio; e pôs ali uma
ll'Eis a cópia da carta que (Á rio ) guarnição que guardasse a cidade.
tinha enviado a Onias: 20Ário, rei dos
Espartanos, ao sumo sacerdote Onias, Construção de fortificações
saúde. 21Achou-se aqui, num escrito
sôbre os Espartanos e os Judeus, que 3r,E Jônatas voltou, e convocou os
êles são irmãos, e que todos vêm da anciãos do povo, e resolveu com êles
linhagem de Abraão. 22Agora, pois, levantar fortalezas na Judéia, “ e edi-
desde que nós soubemos isto, fazeis ficar muros em Jerusalém, e levan
bem em nos escrever acêrca da vos tar um muro de grande altura en
sa prosperidade. 23E também nós vos tre a fortaleza è a cidade para a se
respondemos: Os nossos gados e to parar da cidade, de sorte que ficas
dos os nossos bens são vossos; e os se ela sem comunicação, e os de den
vossos são nossos; e isto é o que or tro não pudessem comprar nem ven
denamos que vos seja declarado da der. 37Eles, pois, juntaram-se para
nossa parte. edificarem a cidade; e tinha caído
o muro, que estava sôbre a torren
Jônatas protege o seu povo te Uio Cedrmi) da banda do nascen
te; e {Jônatas) reparou-o, o qual
^Entretanto Jônatas ouviu dizer se chamava Cafeteta. asSimüo tam
que os generais de Demétrio tinham bém edificou Adiada em Sefela, e
1140 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 12 - 13
fortificou-a, e pôs-lhe portas e fecha ram dispostos a combater. 51Os que
duras. os tinham perseguido, porém, vendo-
os resolvidos a vender bem caro as
Jônatas é prêso por Trifão suas vidas, tornaram para trás; 52e
assim êles voltaram todos em paz
39Mas Trifão, tendo resolvido fa para a terra de Judá; e choraram
zer-se rei da Ásia, e tomar o diade muito a Jônatas, e aos que o tinham
ma, e matar o rei Antíoco, 40temendo acompanhado, e Israel tomou pesa
que Jônatas lho impedisse e lhe de do luto. 53Então todos os povos, que
clarasse guerra, buscava meios de se estavam ao redor dêles, procuraram
apoderar dêle, e de o matar. E, le perdê-los; porque diziam: 51Não têm
vantando o seu acampamento, foi pa chefe, nem pessoa que os auxilie; a-
ra Betsan. 41E Jônatas marchou ao taquemô-los, pois. agora, e apague
seu encontro com quarenta mil ho mos o seu nome da memória dos ho
mens escolhidos para lhe dar bata mens.
lha e avançou até Betsan. 42E quan
do Trifão viu que Jônatas tinha che Simão sucede a seu irmão Jônatas
gado com um grande exército para o
combater, ficou cheio de mêdo; 43e 1 O 3Entretanto Simão ouviu dizer
recebeu-o com grande honra, e re- 1 J que Trifão tinha levantado
comendou-o a todos os seus amigos, um grande exército, para vir à ter
e fêz-lhe presentes, e mandou a to ra de Judá, e assolá-la. 2Vendo que o
do o seu exército que lhe obedeces povo estava todo amedrontado e es-
se, como a êle mesmo. 44Depois dis pavorido, subiu a Jerusalém, e man
se a Jônatas: Por que fatigaste tu dou juntar o povo, 3e, para os animar
inutilmente todo êste povo, quando disse-lhes: Vós sabeis quanto temos
nós não temos guerra um com outro? pelejado, eu e meus irmãos, e a ca
45Manda-os, pois, agora para suas ca sa de meu pai, pelas nossas leis, e
sas, e escolhe entre êles alguns que pelo santo templo, e em que angús
fiquem contigo, e vem comigo para tias nos temos visto; 4por esta cau
Ptolemaida, que eu ta entregarei sa morreram todos os meus irmãos,
com as outras fortalezas, e com as por quererem salvar Israel, e fiquei
tropas, e com todos os que têm a eu só. 5Mas não permita Deus ago
intendência dos negócios, e depois eu ra que queira eu poupar a minha
me retirarei; porque para isto é que vida, enquanto durarem as nossas tri-
eu vim. 46E Jônatas acreditou nêle, bulações; porque eu não sou melhor
e fêz o que lhe disse; e despediu as do que meus irmãos. 6Vingarei, pois,
suas tropas, as quais voltaram para a a minha nação e o santuário, os
terra de Judá. nossos filhos e as nossas mulheres;
47E deteve consigo (somente) três porque tôdas as nações se juntaram
mil homens, dos quais mandou (ain para nos oprimirem pelo ódio que
da) dois mil para a Galiléia, e mil nos têm.
acompanharam-no. 48Mas, logo que 7E o espírito do povo, assim que
Jônatas entrou em Ptolemaida, os ouviu estas palavras, ficou todo in
Ptolomenses fecharam as portas da flamado; 8e responderam em alta
cidade e prenderam-no, e passaram voz, dizendo: Tu és o nosso capi
ao fio da espada todos os que tinham tão em lugar de Judas e de Jôna
entrado com êle. tas, teu irmão; edirige as nossas ba
talhas e nós faremos tudo o que nos
Luto dos Judeus disseres.
4üE Trifão enviou as suas tropas e Simão resiste a Trifão
a cavalaria para a Galiléia e para a
grande planície, a fim de matarem 1(,E, reunindo todos os homens de
todos os companheiros de Jônatas. guerra, fêz acabar com presteza to
^Mas êstes, tendo sabido que Jôna dos os muros de Jerusalém, e fortifi-
tas tinha sido prêso, e tinha perecido cou-a tôda em roda. 31E enviou Jô
com todos os que com êle estavam, natas, filho de Absalomi, e com êle
uns aos outros se animaram, e saí um novo exército, a Jope, e, tendo
13 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 1141
deitado fora os que estavam den tou-os em Modin, que era a cida
tro dela, deixou-se lá ficar (com suas de de seus pais. 26E todo o Israel
tropas). tomou grande dó pela sua morte, e
pranteou-o durante muitos dias. 27E
Jônatas é morto com seus filhos Simão levantou sôbre o sepulcro de
seu pai e de seus irmãos um alto
12Trifão, entretanto, partiu de Pto- monumento, que se via de longe, cu
lemaida com um grande exército, jas pedras eram polidas por detrás
para vir para a terra de Judá, e e por diante. 28E levantou sete pi
trazia consigo Jônatas, que tinha re râmides, uma em frente da outra,
tido prisioneiro. 13E Simão acampou a seu pai, a sua mãe, e a seus quatro
perto de Adus, defronte da planí irmãos. 29E à roda delas colocou
cie. 14E Trifão, logo que soube que grandes colunas, e sôbre estas colu
Simão tinha tomado o comando em nas, armas, e ao pé das armas na
lugar de seu irmão Jônatas, e que vios de escultura, que fôssem vistos
se dispunha a dar-lhe batalha, man de longe por todos os que navega
dou-lhe embaixadores, 15dizendo: P e vam pelo mar. 30Tal é o sepulcro
lo dinheiro que teu irmão Jônatas que êle levantou em Modin, o qual
devia à fazenda real, por causa dos ainda dura até ao presente.
negócios que estavam ao seu cuida
do, nós o temos retido. 16Mas envia- Simão aproxima-se de Demétrio II
me tu agora cem talentos de prata,
e os seus dois filhos em reféns, pa 31Ora Trifão, indo em viagem com
ra que êle, sendo posto em liberda o jovem rei Antíoco, matou-o à trai
de, não fuja do nosso jpartido, e nósção. 32E reinou em lugar dêle, e
to remeteremos. ” Simao, ainda que pôs sôbre a cabeça o diadema da
conheceu que Trifão lhe falava as Ásia, e fêz grandes males em todo
sim para o enganar, mandou toda o pais.
via que se lhe levasse o dinheiro com a3Simão, entretanto, reparou as pra
os meninos, para não atrair contra ças da Judéia, fortificando-as de al
si o ódio do povo de Israel, que po tas torres, e de grandes muros, e
dería, dizer: 18Porque não lhe envioude portas, e fechaduras; e meteu v í
o dinheiro e os meninos, por isso veres nas praças fortes.
é que Jônatas pereceu. 10Mandou-lhe, 34Escolheu também Simão certos
pois, os meninos e os cem talentos; homens, e enviou-os ao rei Demé
e Trifão faltou à palavra, e não re^ trio, pedindo-lhe que restabelecesse
meteu Jônatas. a Judéia nas suas liberdades; por
que todo o procedimento de Trifão
20E, depois disto, veio Trifão à ter
ra (de Judá) para a assolar; e deram não tinha sido mais do que uma ra
volta pelo caminho que vai a Ador; pina. ^E o rei Demétrio respondeu
mas Simão e seu exército seguiam- a êste pedido, e escreveu-lhe a car
nos por tôda a parte, para onde ta seguinte: 30O rei Demétrio, a Si
êles iam. 21Então os que estavam na mão, sumo sacerdote, e amigo dos
fortaleza mandaram por uns mensa reis, e aos anciãos, e ao povo dos
geiros dizer a T rifão que se apres Judeus, saúde. 37Nós recebemos a
sasse em vir pelo deserto, e que lhescoroa de ouro e a palma que nos
enviasse víveres. mandastes; e estamos prontos a fazer
22E Trifão dispôs
tôda a cavalaria para partir aque convosco uma paz sólida, e a escre
la mesma noite; mas tinha caído mui ver aos governadores do rei que vos
ta neve, e não pôde ir ao territórioremetam o que vos temos concedi
de Galaad. 23E, estando perto de Bas-do. 3SPorque tudo o que nós temos
caman, matou ali Jônatas e os seus ordenado em vosso favor, fica vá
filhos. 24Depois Trifão voltou, e foilido. As fortalezas que edificastes, se
para a sua terra. jam vossas. 30Também vos perdoa
mos as faltas e erros em que podeis
Sepultura de Jônatas ter caído até ao dia de hoje, e a co
roa que devíeis; e se qualquer outro
25Então Simão mandou buscar os imposto nos era pago em Jerusalém,
ossos de seu irmão Jônatas, e sepul não se torne êle mais a pagar. "E
1142 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 13 - 14
se entre vós há alguns que sejam terminado de Israel um grande ini
capazes de se alistarem nas nossas migo. 52E Simão ordenou que todos
tropas, alistem-se, e haja entre nós os anos se celebrassem êstes dias com
paz. alegria. “ Fortificou também o mon
te do templo, que era perto da forta
Sirnão alcança a independência leza, e habitou ali com aqueles que
de Israel estavam com êle. 54Em seguida viu
4,Com isto, no ano cento e setenta, Simão que João seu filho, era um
foi tirado o jugo dos gentios a Is homem guerreiro valente; e fê-lo ge
rael. 42E o povo de Israel começou neral de tôdas as tropas, e (João) ha
a escrever nas tábuas e registros pú bitou em Gazara.
blicos a era desde o primeiro ano sob Demétrio prisioneiro na Pérsia
Simão, sumo pontífice, grande capi
tão, e príncipe dos Judeus. 1A lNo ano cento e setenta e dois
43Naqueles dias Simão foi sitiar Ga juntou o rei Demétrio o seu
za, e bloqueou-a com o seu exérci exército, e foi à Média, para procu
to, e levantou máquinas, e aproxi rar ali socorros, a fim de fazer guer
mou-se da cidade, e atacou uma das ra a Trifão. 2Ora Arsaces, rei da
suas torres, e apoderou-se dela. 44E Pérsia e da Média, quando soube que
os que estavam numa destas máqui Demétrio tinha entrado nas suas ter
nas entraram a galope na cidade, e ras, enviou um dos seus generais pa
levantou-se um grande motim na ci ra que o tomasse vivo, e lho levasse.
dade. 45E os que estavam na cida 3Marchou êle, pois, e desbaratou o e-
de subiram às muralhas com suas mu xército de Demétrio; e apanhou-o, e
lheres e filhos, rasgados os seus ves levou-o a Arsaces, o qual o mandou
tidos, e clamaram em altos gritos, meter numa prisão.
pedindo a Simão que lhes desse a sua Conquistas de Simão
mão direita. 46E disseram: Não nos
trates segundo a nossa muita malícia, 4E todo o país de Judá esteve sos
mas segundo a tua grande clemência. segado durante todo o tempo que Si
47E ainda que movido Simão de pieda mão governou; e êste procurou fazer
de, não lhes fêz sentir o rigor da guer bem à sua nação; e o seu poder e a
ra, contudo, lançou-o fora da cidade, sua glória foram do agrado dos Ju
e purificou as casas, em que tinham deus, enquanto êle viveu. 5E, além
estado os ídolos, e então é que en de tôdas as outras ações gloriosas que
trou nela, bendizendo com hinos ao fêz, tomou Jope para lhe servir
Senhor. 48E, depois de tiradas da ci de pôrto; e fêz que ela fôsse uma
dade tôdas as imundícies (id olátri- passagem para as ilhas do mar. °E
cas) , pôs nela homens que observas estendeu os limites da sua nação, e
sem a lei; e fortificou-a, e fêz nela tornou-se senhor de todo o pais. 7E
habitação para si. juntou um gran d e. número de pri
49Os que, porém, estavam na forta sioneiros, e apoderou-se de Gazara,
leza de Jerusalém, não podiam nem e de Betsura, e da fortaleza; e tirou
sair dela, nem entrar pçlo país, nem dela tôdas as imundícies, e não ha
comprar nada ou vender; e viram-se via que lhe resistisse.
reduzidos a uma grande fome, e mui 8E cada um cultivava a sua terra
tos dêles morreram à míngua. “ E em paz; e a terra de Judá produzia
gritaram a Simão, pedindo-lhe capi as suas novidades, e a.s árvores do
tulação, e êle lha concedeu; e lan campo os seus frutos. 9Os velhos es
çou-os fora da fortaleza, e purificou- tavam todos assentados pelas praças,
a de tôdas as contaminações. 5,E e entretinham-se da abundância dos
(os Judeus) entraram depois nela no bens da terra, e os jovens enfeitavam-
dia vinte e três do segundo mês, no se com vestidos magníficos, e com
ano cento e setenta e um, entoan hábitos de guerra. 10E (Sim ão) dis
do louvores, e levando ramos de pal tribuía mantimentos às cidades, e pu-
mas na mãos, e ao toque de harpas nha-as em estado de que ficassem
e de tímbales,. e de liras, e cantan sendo praças de armas, e de manei
do hinos e cânticos, por ter sido ex ra que a nomeada da sua glória tor
14 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 1143
nou-se célebre até às extremidades lembrança aos povos dos Lacedemô
da terra. “ Firmou a paz nos seus nios. Ora nós mandamos uma cópia
estados, e Israel regozijou-se com de tudo isto a Simão, sumo pontífice,
grande alegria. 12E cada um estava 24E depois disto Simão enviou a Ro
sentado debaixo da sua parreira, e ma Numênio com um grande escudo
debaixo da sua figueira, e não ha de ouro, que pesava mil minas, a
via quem lhes fizesse ó menor mê- fim de renovar a aliança com êles.
do. 13Não se achou sôbre a terra
quem os atacasse; os reis (vizinhos) O s J u d e u s re c o n h e c e m s o le n e m e n te
ficaram abatidos por aquêles dias. a a u t o r id a d e d e S im ã o
14E protegeu todos os pobres do seu
povo, e zelou a observância da lei, Ora, quando o povo romano ouviu
e exterminou todos os iníquos, e to estas palavras, “‘disse: Que ação de
dos os maus. “ Restabeleceu a gló graças renderemos nós a Simão e a
ria do santuário, e multiplicou os va seus filhos? 2,iPorque êle restabeleceu
sos sagrados. seus irmãos e exterminou do meio
de Israel os seus inimigos. E êles con-
R e n o v a ç ã o d a a li a n ç a c o m o s
firmaram-lhe a sua independência, e
E s p a rta n o s e os R o m a n o s
gravaram isto numas tábuas de me
16Ora soube-se em Roma que Jô- tal, e puseram-no numa inscrição pú
natas tinha falecido; e soube-se tam blica sôbre o monte Sião.
bém entre os Espartanos; e todos o 27E isto é o que continha a ins
sentiram em extremo. 17Mas quando crição: Aos dezoito dias do mês de
ouviram dizer que Simão seu irmão, Elul, no ano cento e setenta e dois, o
tinha sido feito sumo pontífice em terceiro ano do sumo pontificado de
seu lugar, e que estava senhor de to Simão em Asaramel, 28foi feita a se
do o país e de tôdas as suas cidades. guinte declaração num grande ajun
18escreveram-lhe em tábuas de metal, tamento dos sacerdotes, e do povo, e
para renovarem a amizade e a alian dos príncipes da nação, e dos anciãos
ça que tinham feito com Judas e com do país:
Jônatas, seus irmãos. 19Estas cartas (Todos sabem que) no nosso país
foram lidas em Jerusalém diante de tem havido freqüentes guerras; 29e
todo o povo. Simão, filho de Matatias, da prosápia
E êste é o teor das cartas que man de Jarib, e seus irmãos expuseram-se
daram os Lacedemônios: 20Os prínci ao perigo, e resistiram aos inimigos
pes, e as cidades dos Lacedemônios, da sua nação, para susterem o seu
a Simão, sumo sacerdote, e aos an santo templo, e a sua lei; e levaram
ciãos, e aos sacerdotes, e a todo o po o seu povo a uma grande glória. 30E
vo dos Judeus, seus irmãos, saúde. 21Os Jônatas congregou os da sua nação,
embaixadores, que foram enviados ao e foi feito seu sumo sacerdote; e foi-
nosso povo, informaram-nos da gló se unir ao seu povo. 31E os inimigos
ria, e da honra, e da alegria, em que dos Judeus quiseram espezinhar, e
vós presentemente vos achais; e nós destruir o seu santo templo. 32Então
nos regozijamos com a sua chegada. Simão resistiu-lhes, e pelejou pelo
22E o que êles nos disseram nas as seu povo, e distribuiu muito dinhei
sembléias do povo o escrevemos nos ro, e armou os mais valentes da sua
registros públicos, pelo teor seguinte: nação, e deu-lhes sôldo; 33fortificou
Numênio, filho de Antíoco e Antípa- as cidades da Judéia, e a de Betsura,
tro, filho de Jasão, deputados dos Ju que estava na fronteira da Judéia, on
deus, vieram ter conosco, para reno de os seus inimigos tinham feito an
var a nossa antiga amizade. 23E pare tes a sua praça de armas; e pôs nela
ceu bem ao povo receber êstes ho uma guarnição de Judeus. 34E forti
mens honorificamente, e pôr o trasla ficou Jope, que estava sôbre a costa
do de suas palavras nos livros reser do mar, e Gazara, que está na fron
vados do povo, para que ficasse em teira de Azot, onde antes habitavam
Cap. XIV — 24. Povo romano. A palavra romano não se encontra no original, e é
nesta frase uma incorreção da vulgata, pois, segundo o contexto, trata-se aqui do povo
judeu e não do povo romano.
114 4 PRIMEIRO LIVRO DOS MACABEUS 14 - 15
grega todos os nossos irmãos disper dem particular que tinha recebido de
sos, livra os que estão debaixo da es Deus, mandou que levassem com êle
cravidão dos gentios, e olha favoràvel- o tabernáculo e a arca, até que che
mente para os que estão feitos um gasse ao monte a que Moisés tinha
objeto de desprêzo e de abominação, subido, do qual êle viu a herança de
a fim de que as nações conheçam que Deus. 3*E, tendo ali chegado Jere
és o nosso Deus. -sA flige os que nos mias, achou naquele lugar uma ca
oprimem, e os que nos ultrajam com verna; e meteu nela o tabernáculo e
soberba. -‘'Estabelece o teu povo no a arca, e o altar dos perfumes, e
teu santo lugar, como o disse Moisés. tapou a entrada. °Ora, alguns dos
- ‘"Entretanto os sacerdotes canta que o seguiam, aproximaram-se jun
vam hinos até que o sacrifício foi tos para notarem êste lugar; e não
consumido. 31E, acabado o sacrifício, puderam encontrá-lo. 7E, quando Je
ordenou Neemias que o que restava remias soube isto, repreendendo-os,
daquela água fôsse espalhado pelas disse: Sabei que êste lugar ficará
pedras maiores (da base do altar). incógnito, até que Deus reúna o seu
“-Depois de feito isto, acendeu-se de povo disperso, e use com êle de mi
las uma grande chama, a qual foi sericórdia; 8*e então descobrirá o Se
absorvida pela luz que resplandecéu nhor estas coisas, e aparecerá a ma
do altar. 33E, logo que isto se divul jestade do Senhor, e ver-se-á uma nu
gou, contaram ao rei dos Persas, como vem, como também se manifestava a
no lugar onde os sacerdotes, que ti Moisés, e assim como apareceu a Sa
nham sido levados cativos, haviam lomão, quando êste pediu que o tem
escondido o fogo, se tinha achado plo fôsse santificado pelo grande
uma água, com a qual Neemias, e os Deus.
que estavam com êle, tinham puri '•'Porque então (êste re i) fazia res
ficado os sacrifcios. 34E consideran plandecer magnificamente a sua sa
do nisto o rei, e examinando com di bedoria; e ofereceu o sacrifício da
ligência o caso, fêz ali um templo, dedicação e da consumação do tem
para memória do que tinha aconte plo, como quem estava cheio de sa
cido. 35E, tendo-se assegurado dêste bedoria. 10E, assim como Moisés,
prodígio, deu aos sacerdotes muitos orou ao Senhor, e desceu fogo do céu,
bens, e fêz-lhes muitos e diversos pre e consumiu o holocausto, por seme
sentes, que lhes distribuía por sua lhante modo também orou Salomão,
própria mão. 3,1E Neemias chamou a e desceu fogo do céu, que consumiu
êste lugar Neftar, que quer dizer o holocausto. 11E Moisés disse: Por
Purificação; porém há muitos que não ter sido comida a hóstia ofere
lhe chamam Nefi. cida pelo pecado, foi ela consumida
(pelo fog o). 12*T ambém Salomão ce
Como Jeremias escondeu lebrou durante oito dias a dedicação
o tabernáculo, a arca e o altar (do tem plo).
dos perfumes 13E estas mesmas coisas se achavam
nos escritos e memórias de Neemias,
2 ’ Ora nos escritos do profeta Je- onde se lê que êle formou uma bi
** remias lê-se que êle ordenou blioteca, tendo recolhido de diversos
aos que eram levados para o cativei países, os livros dos profetas, os de
ro (de Babilônia) que tomassem o Davi, e as cartas dos reis, e o que
fogo, como já foi referido, e como dizia respeito aos seus dons. 14E do
êle o prescreveu aos emigrados. 2E mesmo modo também Judas Maca-
(o mesmo profetaJ deu-lhes a lei, beu recolheu tudo o que se tinha per
para que êles não se esquecessem dos dido durante a guerra que nos so
preceitos do Senhor, nem se extra breviera; e (esta coleção) está nas
viassem nos seus espíritos, vendo os nossas mãos. 15Se vós desejais êstes
ídolos de ouro e de prata, e os seus escritos, mandai pessoas que vo-los
adornos. 3E, dando-lhes outros avisos possam levar.
semelhantes, exortava-os a que não
apartassem do seu coração a lei (de Convite a celebrar a festa
Deus). 'Lia-se também no mesmo es da purificação do templo
crito que êste profeta, por uma or 16Nós, pois, vos escrevemos, estando
2 - 3 SEGUNDO LIVRO DOS MACABEUS 1151
para celebrar a purificação (do tem - empreendemos de boa vontade êste
p lo ); e vós fareis bem se celebrardes trabalho. 29E, deixando correr a afir
esta festa. 17Entretanto esperamos mação da verdade de cada um dos
que Deus, que livrou o seu povo,! e fatos por conta dos autores (que os
que restituiu a todos a herança, e o referem ), nós somente nos aplicamos
reino, e o sacerdócio, e o lugar santo, em resumí-los, segundo foi nossa ten-
l8conforme o tinha prometido na lei, ção. 30Porque, assim como um ar
( esperamos) que cedo usará conosco quiteto, que empreende edificar uma
de misericórdia, e nos tornará a ajun- casa nova, deve pôr o cuidado em re
tar de todos os países, que estão de gular tôda a sua fábrica, e o que es
baixo do céu, no seu santo lugar. tá encarregado de a pintar, há de
19Pois êle nos livrou de grandes pe inquirir o que é acomodado para o
rigos, e purificou o seu templo. seu ornato, da mesma sorte se deve
julgar também de nós. 31Porquanto,
P r e f á c i o do liv r o : re s u m o d o s o autor duma história deve recolher
c in c o l iv r o s d e J a s ã o d e C ir e n e as matérias e ordenar a narração, in
quirindo cuidadosamente as circuns
*°(Nos, pois, propusemo-nos a escre tâncias particulares do que conta;
v er) o que diz respeito a Judas Ma- 32mas ao que faz um resumo, deve-se
cabeu, e a seus irmãos, e à purifica permitir que siga a brevidade no que
ção do grande templo, e à dedicação escreve, e evite dilatar-se em longos
do altar; 21e também acêrca das ba discursos. 33Nós, pois, começaremos
talhas que se deram sob Antíoco, o aqui a nossa narração; para exórdio
ilustre, e sob seu filho Eupator; 22e basta o que temos dito; porque seria
sôbre as manifestas aparições que ti uma loucura sermos difusos no exór
veram do céu aquêles que pelejaram dio da história, e sucintos no corpo
pelos Judeus com tanto valor, os dela.
quais, sendo poucos, se tornaram se
nhores de todo o país, e puseram em I le lio d o r o é m a n d a d o r o u b a r
fuga um grande número de bárbaros, o s t e s o u r o s d o te m p lo
23e recobraram o mais famoso templo
que há em todo o mundo, e livraram O ‘Gozando, pois, a cidade santa, de
a cidade da escravidão, e restabele uma paz perfeita, e observando-
ceram a observância das leis, que ti se exatissimamente as leis, por cau
nham sido abolidas, tendo-se-lhes o sa da piedade do pontífice Onias, e
Senhor mostrado propício com evi do ódio que êle tinha no coração con
dentes provas da sua bondade; 24e, tra todo o mal, 2acontecia que tam
além disto, o que Jasão de Cirene es bém os mesmos reis e príncipes con
creveu em cinco livros, procuramos sideravam o (santo) lugar como dig
nós resumir num só volume. no de grande veneração, e enrique
25Porquanto, considerando a multi ciam o templo com grandíssimos do
dão de livros, e a dificuldade que en nativos; 3de sorte que Seleuco, rei
contram os que querem aplicar-se às da Ásia, subministrava das suas ren
narrações das histórias, por causa da das tôda a despesa que pertencia ao
multidão dos sucessos, 26procuramos ministério dos sacrifícios. 4Porém, Si-
(escrever esta) de modo que agrade mão, da tribo de Benjamin, que es
aos que a queiram ler; e que os estu tava constituído prefeito do templo,
diosos possam mais fàcilmente retê- trabalhava por fazer alguma má obra
la na memória, e seja geralmente útil na cidade, não obstante a resistên
a todos os que a lerem. 27Mas, na cia que achava no príncipe dos sacer
verdade, pelo que diz respeito a nós, dotes. 5E, vendo que não podia ven
que empreendemos fazer o resumo cer Onias, foi ter com Apolônio, filho
desta obra, não é pequeno o trabalho de Tarséias, que naquele tempo era
que tomamos, antes, porém, uma em- governador da Celesíria, e da Fení-
prêsa cheia de vigílias e de suores. cia; 6e declarou-lhe que o erário de
“ Como aquêles que preparam um Jerusalém estava cheio de imensas
banquete e procuram satisfazer o gos somas de dinheiro, e que nêle se acha
to dos outros, assim nós, pelo provei vam imensas riquezas do comum que
to que daqui muitos podem tirar, não eram reservadas para os gastos
1152 SEGUNDO LIVRO DOS MACABEUS 3
dos sacrifícios; e que se poderia des positado.- 1*6*Mas ninguém podia olhar
4
cobrir meio de tudo isto cair em po para o semblante do sumo sacerdote,
der do rei. 7Tendo, pois, Apolônio, sem ficar com o coração traspassa-
avisado o rei desta grande soma de do; porque a mudança do seu sem
dinheiro, que lhe tinha sido declara blante e da sua côr mostrava bem a
do, o rei, tendo mandado chamar He- dor interna da sua alma. “ Uma cer
liodoro, que era seu primeiro minis ta tristeza espalhada por todo seu ros
tro, enviou-o com ordem de fazer to, e um tremor que se tinha apode
transportar o dinheiro referido. 8E rado de todo o seu corpo, mostra
Heliodoro pôs-se logo a caminho com vam bem, aos que olhavam para êle,
o pretêxto de quem tinha de visitar a dor do seu coração. 18Outros tam
as cidades da Celesíria e da Fenícia, bém corriam em bandos de suas casas,
mas na realidade, para executar a in conjurando (a Deus) com preces,
tenção do rei. que não permitisse que aquêle lu
gar (santo) fôsse exposto ao des-
P ro testo do su m o sa c erd o te
prêzo. 19E as mulheres, cingidas
9E, tendo chegado a Jerusalém, e pelo peito com cilícios, iam em grupos
sendo recebido na cidade com ama- pelas ruas; e até as donzelas, que an
bilidade pelo sumo sacerdote, H elio tes se conservavam encerradas em
doro declarou-lhe a informação que suas casas, corriam umas para Onias,
tinha sido dada ao rei sôbre êste di e outras para os muros, e algumas o-
nheiro e manifestou-lhe que era es lhavam pelas janelas; 20tôdas, porém,
ta a verdadeira causa da sua vinda; levantando as mãos para o céu, diri
depois perguntou-lhe se era verdade giam a Deus as suas súplicas. 21*E ra
o que tinha sido dito. 10Então o su na verdade um espetáculo digno de
mo sacerdote representou-lhe que êste compaixão, ver tôda esta confusa
dinheiro estava em depósito, e que multidão de povo, e o sumo sacerdo
era subsistência das viúvas e dos ór te reduzido a uma tal angústia.
fãos; 31e que nestas somas, que o ím "Invocavam sinceramente a Deus
pio Simão tinha denunciado, havia todo-poderoso, para que conservasse
uma parte que pertencia a Hircano inviolável o depósito daqueles que lho
Tobias, varão muito eminente; e que tinham confiado. 23M * as Heliodoro
tôda esta soma consistia em quatro executava no mesmo lugar o que ti
centos talentos de prata, e duzentos nha determinado, achando-se presen
de ouro; v-e que por outro lado de te êle com os seus guardas junto à
nenhum modo se podia defraudar os porta do erário.
que tinham segurado o seu dinheiro,, C a s t ig o d e H e lio d o r o
depositando-o num lugar e num tem
plo, que por todo o mundo era hon 24Porém o espírito de Deus todo-po
rado pela sua majestade e santidade. deroso manifestou-se com sinais bem
K,Mas Heliodoro, em cumprimento das sensíveis, de sorte que todos os que
ordens que tinha recebido do rei, in tinham ousado obedecer a Heliodoro,
sistia que, em todo o caso, devia lançados em terra pelo poder de
aquêle dinheiro ser levado ao rei. Deus, ficaram num total desfaleci-
H e lio d o r o q u e r e n t r a r no te s o u ro . mento, e em grande terror. 25Porque
O ra ç õ e s do sac e rd o te e do p o v o lhes apareceu um cavalo, sôbre o qual
estava montado um homem terrível,
14No dia, pois, que tinha marcado ajaezado com os melhores arreios; o
para isso, entrou no templo para exe qual, investindo contra Heliodoro, lhe
cutar o seu desígnio. Entretanto deu muitas patadas com os dois pés
havia uma grande consternação por da frente; e o que vinha montado
tôda a cidade. ir,Os sacerdotes, porém, sôbre êle, parecia ter armas de ouro.
prostraram-se diante do altar, com as -'Ao mesmo tempo apareceram ou
suas vestes sacerdotais, e invocavam tros dois jovens, cheios de fôrça, bri
aquêle que está no céu dominando lhantes de glória, e ricamente atavia
tudo, que fêz uma lei sôbre os depó dos, os quais rodearam Heliodoro, e
sitos, rogando-lhe que os conservasse o açoitavam nas costas, cada um da
salvos para aquêles que os tinham de sua banda, descarregando sôbre êle
3 - 4 SEGUNDO LIVRO D O S M ACABEUS 1153