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FAESA

LORENA FERREIRA SANTOS

TRANSTORNO BIPOLAR

C 1.1

Vitoria ES

2020

O transtorno bipolar (TB) é um problema mental que causa mudanças


anormais no cérebro, interferindo na forma de lidar com tarefas do dia a
dia.
Essa condição psiquiátrica causa alterações patológicas do humor e é
dividida em mania/hipomania (elevação do humor) e depressão
(redução do humor).

O TB apresenta dois subtipos principais: Tipo I, no qual ocorrem um ou


mais episódios maníacos (ou mistos), sendo a depressão uma
manifestação muito frequente. E tipo II, no qual ocorrem um ou mais
episódios de hipomania (elevação menos pronunciada do humor) em
pacientes com histórico de, pelo menos, um episódio de depressão ao
longo da vida.

Normalmente, o TB começa a apresentar sintomas no final da


adolescência e começo da fase adulta. No entanto, tem sido percebido
ocorrências de alterações na fase da infância. Junto a isso um estudo
longitudinal, com mais de 10 anos de duração, realizado com pacientes
sob tratamento, referiu que sintomas de humor estiveram presentes
durante metade do período de observação da adolescência e inicio da
fase adulta (Judd et al., 2002).

Pacientes bipolares apresentam muita impulsividade acarretando


frequentemente tentativas de suicídio e muitos consumados.

Outro detalhe que foi percebido é que pacientes bipolares com


históricos de tentativa de suicídio tendem a apresentar desempenho
deficitário em testes que os avaliam em tomadas de decisões, pois
apresentam decisões inconsequentes, focadas no presente com
consequências nefastas no futuro.

Existem algumas mudanças especificas que ocorrem no cérebro frente


ao transtorno bipolar (TB). Podemos citar algumas características,
dentre elas, as modificações que ocorrem em áreas ligadas à inibição e
à motivação.

Os indivíduos bipolares tendem a ter uma anormalidade na estrutura


das regiões cerebrais frontais envolvidas no autocontrole. Isso pode
explicar alguns sintomas maníacos.
O sistema límbico que é responsável pelo centro das emoções
cerebrais também sofre alterações. A redução no tecido cerebral nessa
área do cérebro está ligada a sentimentos de tristeza e impotência.

No transtorno bipolar os pensamentos ficam acelerados, há fugas das


ideias, desorganização, alucinações e ideias delirantes.

A doença está relacionada com disfunções em diferentes mecanismos


ligados ao estresse em células neurais, gerando perda de
neuroplasticidade.

As flutuações no humor estão associadas a anomalias na atividade


cerebral.

Um dos maiores desafios do portador de transtorno bipolar é a falta de


tratamento e diagnóstico, o que faz com que esses pacientes tenham
um prognóstico ruim.

A doença pode ter episódios assíncronos na infância. Em geral tem


início no final da adolescência e no começo da fase adulta. Dentre as
perdas cognitivas de pacientes o mais percebido é a evolução de
declínio da atividade funcional.

Estudos recentes demonstram que o estresse pode ser desencadeador


de episódios de TB além de aumentar a vulnerabilidade a novos
episódios - o que compromete diferentes estágios da cognição.

Dentro das diferentes faixas etárias de pacientes acometidos pelo


transtorno bipolar os idosos são o grupo mais sensível ao estresse e
que pode desenvolver perda cognitiva grave o suficiente para afetar o
funcionamento cognitivo psicossocial.

Sempre se acreditou que as alterações cognitivas em pacientes com


TB estivessem atreladas a outras complicações clínicas; como
alterações do humor ou sintomas psicóticos, apenas nas últimas
décadas do século XX, com o advento das pesquisas epistemológicas
e com o desenvolvimento da neuropsicologia, foi possível definir que a
dano cognitivo/afetivo não era relativo à esquizofrenia.

Com os estudos epistemológicos, vieram os testes de psicometria


como o referido DSM-5 que menciona a “distraibilidade” e o aumento
da tendência de buscar prazer sem ponderar sobre as consequências
da TB como as principais alterações cognitivas. Conforme esse manual
o transtorno bipolar seria um transtorno de humor.

Com foco em classificar de maneira mais adequada as perdas


cognitivas de pacientes com TB vários estudos tem sido desenvolvidos
nos últimos tempos e chegado a recentes metanálise. Dentre os
achados: os pacientes de transtorno bipolar apresentam memoria
episódica (verbal e visual), as funções executivas e a atenção
sustentada (Bora, Yucel, & Pantelis, 2009; Robinson et al.,2006). Já
outros estudos sugerem déficits cognitivos mais globais e complexas –
incluindo além das já citadas perdas o processamento visuoespacial,
cognição social, déficit no reconhecimento de faces e tomada de
decisão.

Referências bibliográficas

MALLOY-DINIZ, Leandro F., et al. Neuropsicologia: aplicações clínicas.


Cáp.2 Método de estudo da relação cérebro, comportamento e
cognição. Artmed Editora, 2015.

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