Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 21 24/06/2021
Alguns exemplos, como um cabo ou tensor submetido a um alongamento, dilatado por forças que atuam
sobre as extremidades. Uma barra de direção sob cisalhamento, entortada por forças em suas extremidades
que produzem torques em torno do seu eixo, um torquímetro, instrumento usado por mecânicos. Um
submarino sob compressão, comprimido por todos os lados pela força de pressão da água.
Forças aplicadas a um carro com pneus com diferente enchimento, deformação de vigas, portanto das forças
de apoio, alongamento de cordas no calculo das tensões, deflexão dos cabos; etc.
Nosso foco agora será estudar tensão e deformação, que são grandezas associadas a forma, materiais
constituintes e demais características dos objetos reais.
TENSÃO E DEFORMAÇÃO
A denominação “corpo rígido” é uma abstração matemática conveniente, pois toda substância real em maior ou
menor medida sofre deformações sob os efeitos de forças que forem aplicadas a ela. A mudança de forma,
volume, comprimento, etc de um corpo sob a ação de forças externas é determinada pelas forças entre as
moléculas que o formam. Não entraremos no detalhe de estudar forças moleculares, que é tema de uma área da
física que estuda as propriedades dos átomos de um elemento, inferindo o comportamento de sólidos a partir
dessas propriedades.
Se um corpo sólido está sujeito a forças que tendem a esticá-lo, cortá-lo ou comprimi-lo, sua forma se altera. Se
depois de removidas as forças o corpo volta à forma original, diz-se que ele é elástico. Em geral, os corpos são
elásticos se as forças estiverem abaixo de um certo máximo, ou limite elástico. Se as forças excederem esse
limite, o corpo não retorna a forma original e fica permanentemente deformado.
Para cada tipo de deformação se define uma grandeza chamada tensão, que caracteriza a intensidade das forças
que produzem a dilatação, a compressão ou a torção, usualmente descrita como força por unidade de área. A
deformação, é a outra grandeza utilizada neste tipo de analises.
Tensão e deformação na dilatação e na compressão.
Seja uma barra sólida de comprimento L, sujeita a uma força tensil F (ou a uma tensão de dilatação) que atua
por igual à esquerda e à direita. Neste caso a força atua em uma direção perpendicular à secção reta.
Supõe-se que as forças em cada secção reta estejam uniformemente distribuídas
sobre a secção. A barra está em equilíbrio, mas as forças tendem a aumentar o
comprimento.
A variação relativa do comprimento da barra, L/L é a deformação ou deformação por dilatação.
A razão entre a força F e a área da secção reta A é chamada de tensão de tração ou tensão de dilatação:
Tensão = F/A Essa grandeza é escalar, F é o módulo da força. A unidade no SI da Tensão é o Pascal, Pa.
1 Pa= 1 N/m2.
As unidades de tensão são as mesmas que as de pressão, que utilizaremos em breve, quando abordemos
fluídos.
A razão entre a tensão e a deformação, para alguns materiais possui um comportamento linear, cuja inclinação
é uma constante é chamado “Módulo de Young” Y:
𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝐹/𝐴
𝑌= = N/m2.
𝑑𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 𝛥𝐿/𝐿
Se uma barra sólida estiver sujeita a forças que tendem a
comprimi-la em vez de alongá-la, a tensão é a tensão de
compressão e a deformação ocasionada por essa compres-
são é a deformação de compressão. Para muitos materiais a
tensão de compressão e a tensão de tração são iguais.
No caso da compressão, o L analisado como deformação, e
a diminuição do comprimento da barra e não o alongamento.
Se a tensão de tração ou de compressão for muito grande,
haverá fratura da barra.
A tensão de tração que provoca a ruptura da barra é
No caso da compressão, resistência à compressão. denominada resistência à tração.
O módulo de cisalhamento também é conhecido como módulo de torção. É praticamente constante para pequenas
tensões de onde a deformação de cisalhamento é uma função linear da tensão de cisalhamento. Esta é a lei de Hooke para
a tensão de torção. Vocês vão achar tabelas de valores para o Módulo de cisalhamento.
No caso de borracha, por exemplo, sendo elástica, quando a carga é retirada, volta
ao seu comprimento original, mas as curvas para aumento e diminuição da carga
não coincidem. Este fenômeno é conhecido como histerese.
deformação
A área limitada pelas duas curvas é a área dentro do anel de histerese igual à energia dissipada dentro do
material elástico. Um fenômeno análogo é observado nos materiais magnéticos e o fenômeno é chamado
histerese magnética.
A grande histerese elástica de alguns materiais tipo borracha os tornam muito valiosos como absorvedores de
vibrações. A tensão necessária para causar ruptura de no material é chamada tensão de ruptura ou força
máxima.
hUm material frágil rompe-se facilmente, ainda na fase elástica. Para estes materiais o domínio plástico é
praticamente inexistente, indicando sua pouca capacidade de absorver deformações permanentes. Na curva
tensão deformação, a ruptura se situa na fase elástica ou imediatamente ao fim desta, não havendo fase plástica
identificável.
Em a) vê-se um material dúctil típico, como um aço de baixo carbono
recozido. Entre os materiais dúcteis existem aqueles que não mostram
claramente o patamar de escoamento, como em b). As figuras c) e d)
mostram possíveis curvas de comportamento para materiais frágeis.
No caso c) aparece um comportamento não linear em baixos níveis de
tensão, que é característica dos ferros fundidos. Já em d) o
comportamento é elástico e linear até próximo da ruptura,
característica de materiais cerâmicos e ligas fundidas de elevada
dureza.
OBSERVAÇÃO: a classificação de materiais dúcteis e frágeis não é rígida, pois um material pode mudar suas
características de comportamento, por influência de vários fatores como por exemplo, a temperatura de trabalho.
Altas temperaturas tendem a promover o comportamento dúctil. Baixas temperaturas tendem a promover o
comportamento frágil. Então um material de comportamento frágil em temperatura ambiente poderá se tornar
dúctil em altas temperaturas, ou um material dúctil se tornar frágil em baixas temperaturas.
Os parâmetros de comportamento do material do corpo de prova são as tensões e deformações típicas de cada
fase do teste de tração. As tensões obtidas no teste de tração são dados importantes tanto para o projeto de
componentes e estruturas que trabalharão na fase elástica como para os que trabalharão na fase plástica.
Elasticidade e Plasticidade
A proporcionalidade entre a tensão e a deformação em deformações elásticas possui um limite de validade.
Quando abordamos os conceitos de tensão e deformação sempre devemos considerar que as “forças sejam
suficientemente pequenas para que a lei de Hooke seja válida”.
8. (Tipler Cap 12 E 54) A tensão de fratura de cobre é cerca de 3x108 N/m2. a) Qual a carga máxima que um
fio de cobre de 0,42 mm de diâmetro pode suportar? b) Se o fio estiver suportando a metade da carga máxima,
qual a variação relativa do seu comprimento? Ycobre = 110 GN/m2=110.109 N/m2
a) Podemos calcular a carga máxima que um fio pode suportar, com a expressão: Tensão = F/A,
onde a carga máxima vai ser dada como a força máxima:
∴ 𝐹 = 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜. 𝐴 = 3 ⋅ 108⋅ 𝜋 0,21−3 2
≈ 41,5 𝑁
𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝐹/𝐴
b) Da expressão do módulo de Young, 𝑌 = = .
𝑑𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 𝛥𝐿/𝐿
Para o cobre, o valor de Y = 110 GN/m2=110.109 N/m2.
Sabemos o valor da tensão de deformação, assim:
𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 1.5⋅108
𝑌= ⇒ 𝑑𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 = = = 0,0014
𝑑𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 𝑌 110⋅109
número adimensional que representa a variação relativa do seu comprimento.
9. (Tipler Cap 12 E 56) A força de cisalhamento que atua sobre a sola do tênis de um corredor,
quando o pé está apoiado no solo, está esquematizada na figura ao lado. A espessura da sola é
de 8 mm e a força de 25 N está distribuída sobre uma área de 15 cm2. Calcular o ângulo θ
assinalado, sendo de 1,9 x 105 N/m2 o módulo de cisalhamento do material da sola. Qual a
deformação x?
𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑠𝑎𝑙ℎ𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝐹𝑠 /𝐴 𝐹𝑠 /𝐴
8 mm Da expressão: 𝑀𝑠 = = =
𝑑𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑠𝑎𝑙ℎ𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝛥𝑋/𝐿 𝑡𝑔𝜃
𝐹𝑠 Τ𝐴 𝐹𝑠 Τ𝐴 25Τ15 ⋅ 10−4
𝑡𝑔𝜃 = ⇒ 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 5
= 𝑎𝑟𝑐 tg 0,0877 = 5∘
𝑀𝑠 𝑀𝑠 1,9 ⋅ 10
𝛥𝑥
Como 𝑡𝑔 𝜃 =
𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑎
A energia retida no fio tensionado é equivalente ao trabalho realizado para levar o fio da
posição relaxada a tensionado,
1 1 1
𝐸 = 𝑘𝑥 2 = 𝑘𝛥𝐿 ⋅ 𝛥𝐿 = 𝐹 ⋅ 𝛥𝐿.
2 2 2
11. (Tipler Cap 12 E 63) Dois corpos, de massa M1 e M2, estão pendurados cada qual em fios de igual
comprimento quando não tensionados. O fio que suporta M1 é alumínio, com 0,7 mm de diâmetro, e o que
suporta M2 é de aço com 0,5 mm de diâmetro. Qual a razão M1/M2 se os alongamentos dos dois fios forem
iguais?
A razão entre a tensão e a deformação, na região linear do
gráfico, é uma constante cujo módulo é chamado
“Módulo de Young” Y:
𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝐹/𝐴
𝑌= = para cada elemento. Assim, se
𝑑𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 𝛥𝐿/𝐿
para a deformação de ambos os fios forem iguais,
𝐹 /𝐴 𝐹 /𝐴
𝛥𝐿/𝐿 1 = 1 1 𝑒 𝛥𝐿/𝐿 2 = 2 2 (1)
𝑌1 𝑌2
Tensão e deformação