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INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO CABEÇA DE VELHO

CHIMOIO

Nível I – Curso: ESMI11

Tema:
Bioética, Erros Dos Profissionais Da Saúde

Tema:
O Direito E Deveres Dos Funcionários Da Saúde
(Os Profissionais)
Discentes
2° Grupo
Carla Olivio Chacanha
Delcidia Feliciano Macule
Vânia Manuel
Verónica Tomas Fernando
Docente
Abreu Pereira Biasse
Chimoio, Abril 202

2° GRUPO
Carla Olivio Chacanha
Delcidia Feliciano Macule
Vânia Manuel
Verónica Tomas Fernando

Tema:
Bioética, Erros Dos Profissionais Da Saúde

O Trabalho De Ciência Humana A Ser


Apresentado Ao Departamento De
Enfermagem De Saúde Materna Infantil
Sub. Requisito De Avaliação Orientado
Por Docente: Abreu Pereira Biassa

Chimoio, Abril 202

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Resumo
E o que poderia o médico fazer para minimizar as chances de dano efetivo ao paciente e
demandas judiciais? Acima de tudo, o profissional deve sempre agir de acordo com o
código de ética, pautado, dentre outros, nos seguintes deveres de conduta: dever de
informação ao paciente (informar sobre a necessidade de determinados procedimentos,
seus riscos e consequências); dever de informar sobre condições precárias de trabalho
(profissional deve denunciar as condições precárias de trabalho); dever de registrar
informações no prontuário (todas as informações e ocorrências devem ser registradas no
prontuário); dever de informação aos outros profissionais (os médicos devem trocar
informações sobre seus pacientes, para melhor atendê‐los); dever de atualização
(médico deve sempre buscar a atualização profissional); dever de vigilância e cuidados
(o médico não pode abandonar o paciente); dever de abstenção de abuso (o médico deve
abster‐se de condutas arriscadas, deve agir com cautela).

Além dos deveres de conduta, o médico deve sempre buscar com o seu paciente uma
relação de confiança e cumplicidade. A relação deve ser a mais transparente possível,
cabendo ao profissional expor ao paciente todos os procedimentos e riscos a que poderá
vir a ser submetido, devendo este último fazer a sua opção, mediante termo a ser
firmado com antecedência e no exercício da plena capacidade civil. De outro lado, a
sociedade também precisa entender que a medicina não é uma ciência exata. O sucesso
de cada procedimento depende muito das características peculiares de cada organismo.
Esse entendimento de forma nenhuma exime os médicos de suas responsabilidades,
porém evita a criação de falsas expectativas.

Palavras-chave; Saúde; Erro Médico; Bioética, Distanásia; Eutanásia. Ortotanásia.


Conteúdo
Resumo........................................................................................................................................3
1. Introdução................................................................................................................................5
2. Objectivos................................................................................................................................6
2.1.1.Geral................................................................................................................................6
2.1.2.Específicos:..................................................................................................................6
3. Metodologia.............................................................................................................................7
4. BIOÉTICA...............................................................................................................................8
4.1.1.CONCEITUALIZAÇÃO................................................................................................8
5.Os Principais Parâmetros Que Norteiam A Bioética.................................................................8
5.1.1.Distanásia E Eutanásia....................................................................................................8
5.1.2.Definição De Eutanásia, Distanásia, Ortotanásia E Distanásia........................................9
5.1.3.Eutanásia.....................................................................................................................9
5.1.4.O aborto.........................................................................................................................10
5.1.5.Distanásia......................................................................................................................10
A distanásia diferentemente da eutanásia.........................................................................11
5.1.6.Ortotanásia....................................................................................................................11
5.1.7.Mistanásia.....................................................................................................................12
6.ERRO MÉDICO5...................................................................................................................13
6.1.1.As formas possíveis do erro médico..............................................................................13
7.Negligência, Imprudência e Imperícia.....................................................................................14
7.1.1.A imprudência...............................................................................................................14
7.1.2.A negligência.................................................................................................................14
7.1.3.Imperícia.......................................................................................................................14
8.Tipos de erro médico...............................................................................................................15
8.1.1.Erro de diagnóstico........................................................................................................15
8.1.2.O erro de tratamento......................................................................................................16
8.1.3.Erros na dosagem de medicamentos..............................................................................16
9. Características do erro médico...............................................................................................16
10. Conclusão.............................................................................................................................17
11. Referências Bibliográficas....................................................................................................18

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1. Introdução
O presente trabalho de ciências humanas baseia se na bioética, erros dos profissionais de
saúde ou médicos portanto, A bioética traz a responsabilidade de haver respeito e
tratamento digno ao paciente, que possui autonomia sobre o próprio corpo. A prática de
actos que visassem trazer a cura para os males é antiga, datada desde a origem dos
tempos.

A saúde já foi tema de actuação de curandeiros, feiticeiros, religiosos, monarcas, entre


outros, e hoje é dever daqueles que estudaram para tanto, ressaltando que, embora os
anos de estudo sejam muitos, garantir a cura é algo ainda fora das possibilidades
humanas, sendo possível apenas orientar o tratamento.

Quando se está analisando a conduta do médico, temos que, em virtude da vida estar
sempre em prevalência, havendo risco de vida, mesmo sem autorização do paciente, o
profissional deve agir e tomar todas as medidas suficientes a fim de tentar amenizar o
problema. Certo é que, salvo caso de cirurgias estéticas, o profissional da saúde possui
responsabilidade para com seu paciente apenas quanto a obrigação de meio, ou seja, é
impossível prever e apontar certezas com relação a intervenção, tratamento, entre
outros.

A actuação dos profissionais da saúde, para que seja satisfatória, é essencial que exista
estrutura, caso contrário, não adianta boa vontade, formação condizente e pacientes
necessitados de atendimento, que ao voltarem para casa sem auxílio acabam por ter seus
direitos fundamentais violados, dentre os quais, o direito à saúde.

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2. Objectivos

2.1.1.Geral
Analisar Bioética, Erro Dos Profissionais Da Saúde Ou Medico.

2.1.2.Específicos:

Conceituar bioética e erros médicos.


Identificar e descrever bioética, erro dos profissionais da saúde ou médico;
Caracterizar erro dos profissionais da saúde ou médico

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3. Metodologia
Para efectivação do presente trabalho o grupo usou técnicas de análise bibliográfica,
com tudo o grupo consultou, manuais de ciências humanas bioéticas, brochuras
manuais, internet, e fez se a compilação do conteúdo, a finalidade de concluir o tema a
ser apresentado.

Este estudo qualitativo-descritivo, foi realizado por meio do levantamento bibliográfico


manual de livros e publicações indexadas e pelo acesso ao banco de dados LILACS
(Literatura Latino Americana de Ciências de Saúde) e Scielo, utilizando os descritores
"bioética, cuidados paliativos e assistência à saúde". A maioria das referências nacionais
citadas datam a partir de 2000, com excepção de alguns livros clássicos. Para inclusão
no estudo foram mencionados os seguintes critérios: meio de publicação: periódicos e
livros; idioma de publicação: português; referências que enfocam como objecto de
estudo questões sobre a morte e o morrer no juízo (a)bioético para os profissionais da
saúde; modalidade de produção científica: trabalhos empíricos, artigos teóricos e de
revisão. De posse dos textos, foi realizada uma leitura geral, a fim de se obter um
panorama das publicações científicas envolvendo os temas sobre a morte, o morrer,
bioética e

profissionais de saúde. Após esse contacto inicial, as leituras foram direccionadas ao


objectivo do trabalho e embaçadas em uma análise compreensiva dos dados. As
releituras se deram quantas vezes se fizeram necessárias e visaram à detecção de temas
relacionados à proposta do estudo. Desse trabalho emergiram duas grandes temáticas,
que serão desenvolvidas a seguir: bioética: conceitualização e principais discussões; e
profissionais de saúde: principais dilemas enfrentados.

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4. BIOÉTICA

4.1.1.CONCEITUALIZAÇÃO

Segundo Alves (2001, p. 57), o O termo bioética foi apresentado pela primeira vez pelo

oncologista Potter, em 1971, em sua obra Bioética - Bridge to the Future. É definida

como "o ramo da ética que enfoca questões relativas à vida e à morte, propondo

discussões sobre alguns temas, entre os quais: prolongamento da vida, morrer com

dignidade, eutanásia e suicídio assistido". Iniciando-se com uma grande preocupação,

dentro da teologia, com valores humanos, a bioética estendeu-se pela filosofia, adquiriu

um carácter multidisciplinar (direito, antropologia, ciências sociais, psicologia e outras).

Nas ciências da saúde, especificamente, preocupou-se com as condutas médicas e a

relação médico-paciente.

A bioética tem princípios pelos quais norteiam suas preocupações. Observar esses

princípios para se guiar em torno nas diversas questões é condição para que a bioética

não se perca em seus objectivos

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5.Os Principais Parâmetros Que Norteiam A Bioética
São esses conceitos e princípios que nortearão todas as discussões, quando a questão em
pauta seja discutir temas que envolvam a existência, a vida e a morte; questões que
incomodam o homem, no decorrer dos anos.

5.1.1.Distanásia E Eutanásia

O que é distanásia? E ortotanásia? Ao fazer essas perguntas à algumas pessoas que não
têm contacto com a medicina, provavelmente alegariam desconhecer esses termos.
Normalmente as pessoas conhecem apenas a tão famigerada (por ser um termo mais
popular), eutanásia.

Nos próximos subtítulos passar-se-á diferenciar as técnicas de eutanásia, distanásia,


eutanásia e mistanásia, comumente reputadas apenas na medicina, mas que suas
definições são de suma importância para todos.

5.1.2.Definição De Eutanásia, Distanásia, Ortotanásia E Distanásia

5.1.3.Eutanásia

Segundo Diniz (2007, p. 298)

Como o procedimento que proporciona ao paciente uma morte tranquila

O termo eutanásia foi utilizado pela primeira vez, no século xvii pelo filósofo francis
bacon. Este vocábulo derivou do grego eu (boa) e thanatos (morte), que pode ser
traduzido como “o direito de morrer”. Neste período a eutanásia foi taxada como boa
morte, morte tranquila, morte benéfica.
É nas palavras de rego, palácios e batista que aclararemos a eutanásia em um termo
hodierno:

 Em termos mais contemporâneos, é entendida como a antecipação voluntária do


passamento, imbuída de uma finalidade humanitária;
 Sobretudo para a pessoa, mas também para a colectividade à qual pertence o
moribundo;
 Dirigida à suspensão de um sofrimento insuportável.

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A eutanásia seria, assim, melhor entendida como a abreviação do processo de morrer de
um enfermo, por acção ou não acção, com o objectivo último de alviar um grande e
insuportável sofrimento.

Entende-se como eutanásia, um método para aliviar o sofrimento do enfermo, e é


seguindo esta linha de raciocínio que consolida que “Eutanásia converte-se em um ato
de cuidado e de respeito a direitos fundamentais, em especial a autonomia, à dignidade e
ao direito de estar livre da tortura.”. A eutanásia ocorre quando o paciente – aqui
salienta-se que normalmente trata-se de pacientes em estado terminal - , ciente de sua
doença incurável ou quando este contra-se diante de uma situação irreversível, da qual
não terá condições mínimas de uma vida digna, requer do médico uma morte
antecipada, visando evitar os futuros constrangimentos que sobrevierem.

A eutanásia se subdivide em:

 Eutanásia activa que nada mais é do que a acção, ou seja, a prática deliberada
de provocar a morte sem dor do paciente;
 Eutanásia passiva que se trata da omissão, isto é, a não aplicação de uma
medida médica necessária ou a interrupção de uma providência excepcional,
com o objectivo de minorar o sofrimento do paciente.

Vale ressaltar que a prática da eutanásia era conceituado como ato realizado por
qualquer pessoa, hoje a expressão baseia-se forçosamente na actividade do médico.

É de suma importância destacar-se que a população brasileira é estruturada na fé cristã,


onde a vida é considerada uma dádiva criada por Deus e consequentemente só retirada
por ele, ou seja, somente ele pode determinar o fim da vida humana. Na mesma linha de
raciocínio, segue partes do texto .
A vida humana é o fundamento de todos os bens, a fonte e a condição necessária de toda
a actividade humana e de toda a convivência social. Se a maior parte dos homens
considera que a vida tem um carácter sagrado e admite que ninguém pode dispor dela.

5.1.4.O aborto

De acordo com Diniz (2006a), de todos os temas da bioética, as situações relacionadas


ao início e ao fim da vida são as que mais intensamente mobilizam posicionamentos da

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saúde pública – seja em relação ao aborto como causa de mortalidade materna, seja na
assistência ao último período de vida. Para Duarte (no prelo), uma activa frente de
preocupação quanto ao estatuto da pessoa nas sociedades contemporâneas concerne à
condição do embrião e do feto humanos. A questão do aborto é particularmente
exemplar, ao contrapor diferentes níveis de actualização da pessoa, conforme se
privilegie o nascituro isolado de seu contexto materno ou se defenda o direito da mulher
de gerir seu corpo. Outra questão importante, que impõe novas abordagens, é o
crescente envelhecimento populacional, exigindo uma redefinição do conceito de morte:
de um tabu moral para uma questão emergente de saúde pública e de direitos
individuais.

5.1.5.Distanásia

Surgiu nos anos 50 através do professor J. R. Debray na investida de classificar a


tentativa de reanimação sem sucesso no doente em estado vegetativo. A distanásia
difere-se da eutanásia uma vez que aquela trata-se do prolongamento da vida, também
conhecida como obstinação terapêutica, enquanto esta, é a chamada “morte boa”, como
já explanado em subtítulo anterior. Pessini assim define a distanásia: Trata-se de um
neologismo de origem grega, em que o prefixo dys tem o significado de “ato
defeituoso”. Portanto, distanásia, etimologicamente, significa prolongamento exagerado
da agonia, do sofrimento e da morte de um paciente. O termo também pode ser
empregado como sinónimo de tratamento fútil e inútil, que tem como consequência uma
morte medicamente lenta e prolongada, acompanhada de sofrimento. Com essa conduta
não se prolonga a vida propriamente dita, mas o processo de morrer. Diniz dessa forma
entende por distanásia:

Pela distanásia, também designada obstinação terapêutica (L’acharnement terapêuticos)


ou futilidade médica (medical futility), tudo deve ser feito mesmo que cause sofrimento
atroz ao paciente. Isso porque a distanásia é morte lenta e com muito sofrimento. Trata-
se do prolongamento exagerado da morte de um paciente terminal ou tratamento inútil.
Não visa a prolongar a vida, mas sim o processo de morte.

A distanásia tornou-se um dos assuntos éticos mais discutidos advindo do progresso


tecnocientífico, pelo fato de se tratar de um ato médico indevido que, passou a interferir
drasticamente e de forma decisiva nas fases finais da vida humana.

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A distanásia diferentemente da eutanásia

Segundo DAHEINZELIN, 2014, Ainda é pouco discutida, e talvez venha daí as


opiniões contraditórias referentes a este método. “A terapêutica da distanásia é
conversar” pois a família só tem a expectativa de que o parente enfermo viva e se
possível da maneira que vivia antes de ficar doente, porém quem sabe o tratamento
adequado, e se há ou não a possibilidade da plena cura, é o médico. Vê-se aí a grande
importância do contacto, médico x paciente ou quando este estiver impossibilitado, a
relação médico x família.

5.1.6.Ortotanásia
Segundo CHAVES, et al., 2012. O termo ortotanásia ganhou visibilidade pública na
Espanha, e paulatinamente vem se tornando conhecido no A palavra deriva do latim
orto, que traduzido para o português significa certo, e thanos, que significa morte.
Nas palavras de Araújo, conceituamos ortotanásia:
 Oposto ao conceito de distanásia;
 que consiste no retardamento ao máximo da morte inevitável, por emprego de
técnicas médicas, mesmo que o ato provoque dores e sofrimentos;
 a ortotanásia considera a morte em seu tempo adequado. Não se retarda a morte,
nem se apressa a morte, como na eutanásia.
No caso da ortotanásia apenas se aceita a morte. Ortotanásia nada mais é do que a
morte natural sem interferências externas. Aqui o paciente já se encontra em processo
natural de morte. A contribuição do médico é tão somente, deixar que o paciente morra
naturalmente. O médico deverá exercer a omissão.
A ortotanásia é a cessação do uso de tratamentos inúteis. Em texto intitulado
“Distanásia: percepção dos profissionais da enfermagem”, confeccionado por Menezes,,
bem explana sobre o significado de ortotanásia:
Quando o tratamento não atinge mais os objetivos, quando não existem possibilidades
reais de sucesso ou de melhor qualidade de vida, tratar se torna fútil. Então, deve-se
parar com as medidas inúteis e agregar os esforços para amenzar a dor, o sofrimento, o
desconforto de morrer, proporcionando morte natural. Não tem cura a morte. É nobre
assumir que ela faz parte da vida. (2009)
Diversamente da eutanásia, a ortotanásia não configura qualquer tipo penal. A
finalidade aqui é meramente reduzir o sofrimento do doente sem chances de cura.
Métodos já citados, a ortotanásia não ofende o princípio da dignidade da pessoa
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humana, tornando-se elemento subjectivo de quem o pratica. Actualmente para a
aplicação da ortotanásia, usa-se da autonomia do paciente em estado de morte
iminente, e na sua impossibilidade, a do seu representante.

5.1.7.Mistanásia
O termo mistanásia, do grego mis, que significa miserável, e tantos, que significa morte,
surgiu pela primeira vez através de Leonard M. Martin. Este acredita na derivação do
termo eutanásia, e o classificava como eutanásia social ou mistanásia.
A mistanásia é a morte miserável antes da hora, provocada ou por erro médico ou má
prática, de um lado, ou, mais frequentemente, por omissão de soccoro estrutural, de
outro. A mistanásia dos que morrem cedo por causa da má nutrição e/ou porque não
tiveram acesso a um diagnóstico precoce e a tratamento em tempo é o prelúdio à
mistanásia que acontece dentro do hospital por falta de estrutura, de recursos e de
pessoal para atender de maneira adequada todos os que precisam de assistência médica.

Pode-se classificar à mistanásia, os doentes e deficientes que por motivos políticos,


sociais e económicos não chegam a ser pacientes; aqueles que tornarem-se pacientes, e
converteram-se vítimas de erros médicos; pacientes que tornam-se vítimas da má-
prática por motivos económicos, científicos ou sociopolíticos.
A mistanásia não respeita o ciclo natural da vida, qual seja, nascer, viver e morrer, assim
como a eutanásia e a distanásia. Porém não se confunde com os termos aqui já citados. A
distanásia está longe de ser um tratamento humanitário, pois o que á define é, o
desamparo, abandono e descaso, adjetivos estes que não se aplicam a eutanásia,
distanásia e tão pouco a ortotanásia.

6.ERRO MÉDICO5

Erro médico é o mau resultado ou resultado adverso decorrente de acção ou da omissão


do médico.

6.1.1.As formas possíveis do erro médico

Segundo Genival Veloso de França,

O erro médico pode se verificar por três formas principais que são:

 A primeira delas é o caminho da imperícia decorrente da "falta de observação


das normas técnicas", "por despreparo prático" ou "insuficiência de

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conhecimento, É mais frequente na iniciativa privada por motivação
mercantilista.
 O segundo caminho é o da imprudência e daí nasce o erro quando o médico por
acção ou omissão assume procedimentos de risco para o paciente sem respaldo
científico ou, sobretudo, sem esclarecimentos à parte interessados.
 O terceiro caminho é o da negligência, a forma mais frequente de erro médico
no serviço público, quando o profissional negligencia, trata com descaso ou
pouco interesse os deveres e compromissos éticos com o paciente e até com a
instituição.

O erro médico pode também se realizar por vias esconsas quando decorre do resultado
adverso da acção médica, do conjunto de acções colectivas de planejamento para
prevenção ou combate às doenças. Cabe ao médico lidar com o bem mais precioso para
a espécie humana: a vida, com as múltiplas funções de órgãos vitais, com a honra do ser
humano e seus valores mais caros e íntimos e ainda com o património afectivo das
pessoas, incluídos seus entes mais queridos. Isso somente bastaria para conceder à
medicina um incómodo privilégio entre as ciências humanas e criar sobre ela uma
extraordinária expectativa, sem lhe oferecer, por outro lado, recursos operacionais
adequados. Tudo lhe é cobrado. Para o leigo e para a sociedade mal-formada a medicina
pode tudo e a todo momento. A começar pela origem comum entre médico e sacerdote,
que leva à presunção de ser o médico legítimo herdeiro de poderes excepcionais sobre a
vida e a morte, uma espécie de representante não autorizado do criador. Tudo isto
agravado pela trajectória declinante da Igreja, abrindo espaços na

Expectativa da sociedade leiga.

7.Negligência, Imprudência e Imperícia

7.1.1.A imprudência
como leciona Fernando Capez, “é a culpa de quem age, ou seja, aquela que surge
durante a realização de um fato sem o cuidado necessário”. Há culpa comissiva. Age
com imprudência o profissional que tem atitudes não justificadas, açodadas,
precipitadas, sem ter cautela. É resultado da irreflexão, pois o médico imprudente, tendo
perfeito conhecimento do risco e também ignorando a ciência médica, toma a decisão de

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agir, assim mesmo. Exemplo de imprudência seria o caso da alta prematura, ou a
realização de uma operação cesariana sem a equipe cirúrgica mínima necessária.

7.1.2.A negligência
ao contrário da imprudência, é a forma omissiva da culpa. A negligência é a mais fácil
de se notar no diaadia, é a omissão no dever de cuidado. Evidencia-se pela falta de
cuidado ou de precaução com que se executam certos atos.

7.1.3.Imperícia
consiste na execução errada de um ato técnico de determinada profissão ou atividade.
Ocorre quando o médico revela, em sua atitude, falta ou deficiência de conhecimentos
técnicos da profissão. É a falta de observação das normas, deficiência de conhecimentos
técnicos da profissão, o despreparo prático. A imperícia deverá ser avaliada à luz dos
progressos científicos que sejam de domínio público e que, em todo caso, um
profissional medianamente diligente deveria conhecer, por exemplo, a utilização de
técnica não indicada para o caso. Vale ressaltar que, se quem na inaptidão técnica de
uma profissão praticar um crime, mas não exerce a referida profissão, não está sendo
imperito, mas sim imprudente.

O mal provocado pelo médico no exercício da sua profissão, quando involuntário, é


considerado culposo, posto não ter havido a intenção de cometê-lo. Diverso, por
natureza, dos delitos praticados contra a pessoa humana, se a intenção é ferir, provocar
o sofrimento com dano psicológico e/ou físico para negociar a supressão do mal pela
maldade pretendida.

A Medicina presume um compromisso de meios, portanto o erro médico deve ser


separado do resultado adverso quando o médico empregou todos os recursos disponíveis
sem obter o sucesso pretendido ou, ainda, diferenciá-lo do acidente imprevisível. O que
assusta no chamado erro médico é a dramática inversão de expectativa de quem vai à
procura de um bem e alcança o mal. O resultado danoso por sua vez é visível, imediato
na maioria dos casos, irreparável quase sempre e revestido de sofrimento singular para a
natureza humana. Muitos outros erros, de outras profissões, passam despercebidos.
Menos os erros dos médicos.

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8.Tipos de erro médico
Segundo O professor Óscar Freire, estudioso de medicina legal no início do século, e
um dos fundadores da deontologia, em nosso meio, considerava três tipos de erro
médico:

 Erro de tratamento
 Erro de diagnóstico;
 Erro na dosagem de medicamentos.

8.1.1.Erro de diagnóstico

O erro médico de diagnóstico segundo aquele autor divide-se em inevitável e evitável.


O inevitável é estranho à competência do médico, decorre da falta de recursos, de
condições técnicas ou "insuficiência da própria medicina" e diminui com o progresso.
Hoje temos uma variável deste conceito de "erro" benefício adverso/dano que é o
conhecimento de um grande número de doenças diagnosticadas apenas por recursos
extraordinários, como ressonância magnética. O rigor não constitui erro médico, mas
insuficiência de meios.

Os erros inevitáveis não seriam punidos, segundo o autor. Os evitáveis, por sua vez,
segundo ainda Óscar Freire são da responsabilidade directa do médico. Não deixa de ser
interessante o conceito de habitabilidade porque coloca o médico como a medida
essencial do certo e do errado, a diferença entre o bem e o mal na medicina. Cita um
erro de diagnóstico de Billroth, que submeteu à extensão forçada um membro inferior
com fractura ignorada do fêmur o que resultou em gangrena e amputação. Ao constatar
o erro, comentou com muita propriedade que o caso fora proveitoso porque lhe ensinou
"o que não devia ter feito". A propósito, acertar sempre é um atributo sobre-humano,
errar é quase humano, mas não aprender com o próprio erro é desumano.

8.1.2.O erro de tratamento

Segundo Flamínio Fávero, autor do livro "Deontologia Médica e Medicina


Profissional, publicação que abre a literatura ética em nosso país com rara maestria e,
impregnada do saber filosófico com toques românticos ao sabor da época, anos 30, o
erro se configura por exemplo "na aplicação de aparelhos de fractura, se realizada de
modo inconveniente, podem sobrevir sérias complicações como a gangrena e até a

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morte"; aqui o autor reporta-se mais exactamente aos erros de acção por imperícia,
inabilidade na execução de tarefas técnicas ou falta de adestramento no ato curativo.
São erros cirúrgicos na actualidade, e a imperícia é a tónica prevalente neste tipo de
erro.

8.1.3.Erros na dosagem de medicamentos

É natural que na época, Flamínio Fávero tivesse como preocupação dominante na


actividade curativa o controle da arte de formulação, tendo em vista que cabia ao
médico prescrever por meio de fórmulas magistrais. Isso exigia farto conhecimento de
terapêutica além de memória pródiga para recordar nomes exóticos de substâncias
naturais e sua dosagem personalizada. Vale citar que na época prevalecia o nome
"genérico" dos medicamentos.

9. Características do erro médico

No erro médico não se pode perder de vista sua gravidade social quase sempre em
desacordo com conceito de gravidade médica e que representa maior ou menor perda de
órgão ou função. Ou, senão, a frustração do doente em não alcançar o resultado
pretendido; claro, aqui o erro se esvai na falta de compromisso com resultados. Por fim,
alguns caracteres do erro médico como subsídios para sua avaliação epidemiológica:

 A irreversibilidade do dano;
 O imediatismo do resultado adverso;
 A reversão pura e simples da expectativa que motivou o ato médico (falso erro);
 A falha persistente na acção do médico contraposta ao percentual quase
desprezível de falha no equipamento, instrumentos ou drogas aplicadas;
 A penúria ou escassez institucional de recursos como factor de indução do erro
médico; O erro institucional médico-hospitalar (erro médico sem culpa).

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10. Conclusão

Com o presente trabalho o grupo foi concluir dizer que, É essencial que a actuação dos
profissionais da área da saúde, não apenas humana actuem de forma responsável, de
forma a garantir que todos os meios disponíveis de tratamento serão utilizados.

Entretanto, é salutar destacar que não cabe apenas aos médicos a responsabilidade para
com a efectivação do direito à saúde, posto que estarão os profissionais impedidos de
agir se não contarem com meios suficientes que possam garantir uma prestação de
serviços de qualidade.

Os médicos, desde tempos remotos, possuem a responsabilidade de promover a cura,


entretanto, é importante que fique bem claro que são incapazes de realizarem milagres,
embora a medicina já conte com inimagináveis avanços, o que se tem disponível na

Com as manipulações genéticas, hoje é possível tornar real as cenas mais inusitadas dos
filmes, entretanto, ainda não se sabe ao certo quais as consequências a médio e longo
prazo disso.

Enfim, hoje é latente a necessidade de se ter responsabilidade não apenas com o


presente, mas sim com o futuro, a fim de que possa de fato existir. Caso o profissional
venha a causar algum dano ao paciente, desde que haja imprudência, imperícia ou
negligência, deverá responder pelo dano, salvo em caso de relação celetista com
empresas, como no caso de hospitais, posto que a responsabilidade objectiva destes
últimos prevalece sobre a responsabilidade do profissional.

11. Referências Bibliográficas

1. França GV. Direito médico. 1. 6ed. São Paulo: Fundação BYK, 1995.

19
2. Morais IN. Erro médico. São Paulo: Maltese, 1991.

3. Freire O. Pareceres. São Paulo: Saraiva, 1935.

4. Fávero F. Deontologia médica e medicina profissional. São Paulo: Livraria Martins


Editora, 1945.

5. Selma L. Erro médico: uma ferida social. Goiânia: Cartográfica, 1991.

AGENTINA. Lei 29.529 de 21 de Outubro de 2009. Disponível em:


<http://www.infoleg.gov.ar/infolegInternet/anexos/160000 164999/160432/norma.htm>
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BRASIL.

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