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UNOPAR - UNIÃO NORTE DO PARANÁ DE ENSINO

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL (PTI)

Juliana Jackeline Teodoro

OS DESAFIOS E AS POSSIBILIDADES DO USO DAS FERRAMENTAS


TECNOLÓGICAS NO CONTEXTO DA PANDEMIA EM INSTITUIÇÕES
ESCOLARES

PORTO VELHO - RO
2021
JULIANA JACKELINE TEODORO

OS DESAFIOS E AS POSSIBILIDADES DO USO DAS FERRAMENTAS


TECNOLÓGICAS NO CONTEXTO DA PANDEMIA EM INSTITUIÇÕES
ESCOLARES

Trabalho de produção textual


interdisciplinar individual (PTI)
apresentado ao Curso de licenciatura em
Pedagogia da União Norte Do Paraná De
Ensino - UNOPAR, como requisito para
obtenção de nota.

Tutor eletrônico: Ana Paula Primon da


Silva

PORTO VELHO - RO
2021
1. INTRODUÇÃO

A atual pandemia do novo coronavírus, o Covid-19, fechou as portas de


muitas escolas de ensino regular e profissionalizante em todo o Brasil. Com esse
cenário, muitos gestores escolares tiveram que buscar saídas emergenciais para
continuar as atividades. Principalmente, com o auxílio de suportes remotos de
ensino e a introdução de novas metodologias, apoiadas em tecnologias digitais.
Normalmente, as pessoas associam o ensino a distância com a necessidade de uma
alta tecnologia, intermediada por plataformas digitais com acesso à internet
(BORSTEL, 2020).
Afinal, de uma hora para outra, as aulas presenciais foram substituídas para a
modalidade de ensino a distância (EAD). Obrigando professores e alunos a um
aprendizado rápido de novas tecnologias de comunicação e informação (TICs). A
preocupação soma-se, ainda, com a participação dos estudantes.  Além das
questões de infraestrutura e conectividade, a implementação de novas modalidades
de ensino de forma rápida, devido à pandemia, evidenciou a necessidade de
preparação dos professores e gestores de escola. Nesse sentido, percebeu-se que
há um déficit de formação de professores em TICs e metodologias ativas, algo que
torna difícil o engajamento (SARAIVA, 2020).
Os professores compartilham de várias inseguranças. Em relação às
questões mais técnicas, como por exemplo, dar a aula online, gravar vídeos,
preparar materiais que possam ser compartilhados com os alunos, entre outros.
Além do mais, esse preparo exige tempo, não ocorre do dia para a noite. Entretanto,
a pandemia do novo coronavírus não deixou espaço para especialização dos
educadores.
Por isso, há a tendência dos professores em reproduzir o modelo presencial,
utilizando o mesmo calendário e grade curricular. Segundo os especialistas, esse é
o principal problema, pois a postura pedagógica em ensino EAD é diferente. Basta
olhar ao redor para perceber se há o engajamento dos alunos, se a classe está
compreendendo o que está sendo ensino, etc. No ensino a distância, não há esse
controle. Daí a necessidade de pensar em soluções e repensar as práticas
É importante colocar que o ensino nunca mais voltará a ser o que era antes. Abre
precedentes para novas formas de aprender e reaprender, nos libertamos das paredes da sala
de aula e descobrimos um mundo de oportunidades nas mãos de crianças, jovens e adultos.
2. DESENVOLVIMENTO

2.1 O ATUAL CONTEXTO E O IMPACTO NA EDUCAÇÃO

No início de 2020 iniciou uma pandemia que se espalhou para o mundo


inteiro de uma doença chamada de novo corona vírus, levando a população ao
isolamento social para conter a contaminação em massa das pessoas. Devido
ao isolamento, vários setores foram afetados inclusive o educacional. Nesse sentido,
as adaptações ao mundo digital ocorreram nas redes públicas e nas redes
particulares de ensino, através da utilização de aplicativos de videoconferência,
redes sociais e até mesmo a adaptação para a modalidade de Educação a Distância
(EAD) através da criação de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) (SARAIVA,
2020).
É importante afirmar que os desafios são imensos, dentre eles, podemos
destacar que as ferramentas remotas precisam ter parâmetros de qualidade,
para que tenham maior eficácia, e que as desigualdades de acesso às
tecnologias, são enormes, haja vista que nem todas as crianças têm computador
ou tablet conectados à internet. Contudo, o ensino remoto ainda é a melhor saída
para minimizar o atraso no retorno às aulas presenciais (MARTINS, 2020).
Neste processo, muitos educadores adaptaram suas aulas para recursos
que pudessem ser utilizados em meios digitais e neste aspecto melhor se
familiarizarem com a tecnologia para conseguir dar aulas a distância através do
ensino remoto. Observamos no desenrolar dos acontecimentos, uma parceria entre
escola e família, que mesmo diante das dificuldades de acesso, os pais não ficaram
parados e colaboraram para que as crianças pudessem participar das atividades
(BACICH, 2015).
Os métodos de comunicação e acompanhamento são realizados através de
aplicativos de comunicação, aplicativos de videoconferência, fotos das
atividades, envio de atividades. Muitos professores estão trabalhando a mais
para planejar suas aulas em formatos digitais e adotar metodologias ativas
(SARAIVA, 2020).
2.2 O PAPEL DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL

Já há algum tempo as tecnologias educacionais começaram a despertar a


atenção do mercado. As plataformas de ensino on-line surgiram como uma
possibilidade inovadora e, aos poucos, as instituições foram experimentando as
ferramentas que permitiam o aprendizado virtual (MARTINS, 2020). Não por acaso,
a educação a distância mais conhecida hoje como EAD conquistou milhões de
estudantes em todos os cantos do mundo (MARCOM, 2020).
Mesmo as escolas que mantiveram o sistema presencial começaram a
implementar algumas mudanças, sobretudo para facilitar a comunicação com os
alunos nos períodos em que eles não estavam no ambiente escolar. A verdade é
que estamos cada vez mais acostumados com as facilidades tecnológicas, e seria
até um desperdício não aproveitar nenhuma das vantagens oferecidas por elas
(BORSTEL, 2020).
O avanço das tecnologias digitais de informação possibilitou a criação de
ferramentas que podem ser utilizadas pelos professores em sala de aula, o que
permite maior disponibilidade de informação e recursos para o educando,
tornando o processo educativo mais dinâmico, eficiente e inovador (BACICH, 2015).
Nesse sentido, o uso das ferramentas tecnológicas na educação deve ser visto sob
a ótica de uma nova metodologia de ensino, possibilitando a interação digital dos
educandos com os conteúdos, isto é, o aluno passa a interagir com diversas
ferramentas que o possibilitam a utilizar os seus esquemas mentais a partir do uso
racional e mediado da informação (SARAIVA, 2020).
Considerando os acontecimentos provocados pelo novo coronavírus, a
relevância da tecnologia educacional ficou ainda maior. Se a pandemia tivesse
ocorrido 20 anos atrás, quando o setor não era tão evoluído, professores e
estudantes estariam em suas casas, de mãos atadas. Os prejuízos seriam muito
maiores e possivelmente 2020 seria um ano riscado no calendário acadêmico
(MARTINS, 2020).
No entanto, muitos professores ainda veem a tecnologia em sala de aula
como mais uma ferramenta de ensino onde por muitas vezes, aplicam a mesma
metodologia tradicional de ensino o que pode significar um retrocesso diante dos
avanços tecnológicos no qual vivemos (BACICH, 2015). Por outro lado, é claro que a
imprevisibilidade desse evento também evidenciou problemas, como a desigualdade
social e de acesso às tecnologias. Ou seja, nem todos conseguem desfrutar dos
benefícios oferecidos, e isso acaba privilegiando alguns grupos em detrimento de
outros (COSTA, 2020).
A utilização das tecnologias embasadas em metodologias ativas pode
favorecer o processo de ensino e aprendizagem de forma mais eficaz e
autônoma, com foco no desenvolvimento humano em todas as suas vertentes e
voltadas principalmente para a realidade na qual vivenciamos (MARCOM, 2020).
As metodologias utilizadas em sala de aula foram adaptadas para utilização
das tecnologias de forma ativa, assim como a curadoria de recursos midiáticos
que pudessem ser inseridos em suas aulas que fossem de fácil entendimento
para os educandos assim como a linguagem utilizada para a comunicação a
distância (MARTINS, 2020).
Além da utilização de diferentes recursos, muitos professores
confrontaram-se com a dificuldade de acesso, por parte de muitas famílias onde
não possuíam uma alternativa a não ser um telefone com o aplicativo de
mensagens instantâneas (BORSTEL, 2020).
Uma revolução educacional sobre o quanto a tecnologia tem se mostrado
eficiente e o quanto as pessoas precisam estar aptas a esse avanço tecnológico.
Não se trata aqui de utilizar as tecnologias a qualquer custo, mas sim de
acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de civilização que
questiona profundamente as formas institucionais, as mentalidades e a cultura
dos sistemas educacionais tradicionais e, sobretudo, os papéis de professor e
de aluno (SARAIVA, 2020).

2.3 A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NAS INSTITUIÇÕES

A educação é um processo histórico e transitório que sofre alterações no


decorrer do tempo e de acordo com o contexto socioeconômico, do local ao
global, sendo necessário muitas vezes adequar-se às reais necessidades do
aluno e do processo de aprendizagem. Nesse momento de pandemia onde há um
isolamento social em que os alunos estão impedidos de ir até a escola, a educação
a distância torna-se um fator essencial nesse contexto (MARCOM, 2020).
Neste sentido, observa-se que nesta modalidade mesmo quando
professores e alunos estão em lugares diferentes a educação acontece através
dos meios de tecnologias de informação e comunicação, o diferencial é que na
educação a distância o conteúdo é assíncrono e autoinstrucional, com a
flexibilidade do tempo, com autonomia para o aluno estudar em qualquer horário
(MARTINS, 2020).
As videoaulas são gravadas e sempre há a figura do tutor para acompanhar
as
atividades e tirar as dúvidas dos alunos. Além de possuir uma padronização no
material didático, calendário e atividades. O Ensino remoto utilizado atualmente em
caráter emergencial no Brasil, assemelha-se a EAD apenas no que se refere a uma
educação mediada pela tecnologia. Mas os princípios seguem sendo os mesmos da
educação presencial (SARAIVA, 2020).
Nas aulas remotas as aulas são em tempo real e no mesmo horário que as
presenciais, com as mesmas disciplinas a interação é diária com o professor,
calendário próprio de acordo com o Plano de ensino adaptado para a situação
emergencial (SARAIVA, 2020). Por exemplo, é importante entender que a adoção do
ensino remoto (o que aconteceu com frequência na quarentena) é diferente da EAD.
O primeiro consiste basicamente em transmitir as aulas ao vivo pela internet para
que os alunos não deixem de acompanhar o conteúdo programado. Para isso,
aplicativos como o Zoom e o Google Meet são capazes de facilitar a interação em
tempo real (BORSTEL, 2020).
Já o ensino a distância envolve todo um planejamento para que um curso
EAD completo seja disponibilizado em um ambiente virtual de aprendizagem. Nesse
caso, as aulas costumam ser gravadas, assim como a maioria das atividades são
realizadas a distância – em tempos de pandemia ou não. Inclusive, a plataforma
pode ser customizada para oferecer diferentes funcionalidades, conectando cada
vez mais a escola com os estudantes e contribuindo para a gestão escolar
(MARCOM, 2020).
Logo, cada instituição precisa avaliar quais são as suas necessidades e
possibilidades para buscar a melhor solução. O que não pode passar despercebido
é que o sucesso da proposta não está no investimento ou funcionamento dos
recursos tecnológicos em si, mas sim no preparo dos usuários para desfrutar dessa
oportunidade (MARTINS, 2020).

2.4 IMPACTOS NA EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA

Em janeiro de 2020 a OMS declarou que o surto constitui uma Emergência


de Saúde Pública de Importância Internacional. Em 11 de março de 2020 a
Covid-19 foi caracterizada como uma pandemia, visto que a mesma já se
alastrava por vários países do mundo, não apenas na China (BORSTEL, 2020).
De acordo com o relatório do Banco Mundial, mais de 1,5 bilhões de alunos
ficaram sem estudos presenciais em 160 países. Diante desse cenário, as escolas
tiveram que se adaptar a nova realidade repentinamente e a tecnologia foi crucial
nesse momento. O ensino à distância é fantástico e extremamente vantajoso no
mundo atual, porém mudar abruptamente do ensino presencial para o ensino online,
sem nenhum tipo de planejamento, trouxe inúmeros desafios e consequências.
Em um cenário de medo e instabilidade foram tomadas várias medidas
para conter o avanço da pandemia, era preciso reunir forças de toda a sociedade
para enfrentar o surto. Nesse sentido, as autoridades de saúde de todos os
países afetados, recomendaram o isolamento social como estratégia para conter
o contágio para mais pessoas, causando a propagação do vírus (COSTA, 2020).
O isolamento social involuntário ou forçado, pode trazer inúmeros
prejuízos ao ser humano, ocasionando quadros psicológicos de ansiedade e
depressão, uma possível crise financeira devido ao alto índice de desemprego
em virtude das indústrias, comércios e serviços deixaram de funcionar e ocorrer
a queda das vendas dos produtos, haja vista que as pessoas em isolamento
consomem bem menos (MARCOM, 2020).
Não houve nenhum tipo de planejamento para o ensino à distância que está
sendo feito atualmente, justamente porque ninguém iria imaginar que passaríamos
por algo assim, logo adaptar-se a essa nova realidade não tem sido nada fácil. Por
isso, professores e gestores escolares tiveram que se virar nos 30 para adaptar o
currículo escolar presencial para o ensino online de uma hora para outra (COSTA,
2020).
Em segundo lugar, grande parte dos alunos brasileiros de escola pública não
têm acesso à internet, o que prejudicou ainda mais seu aprendizado. Segundo
dados da UNICEF, cerca de 4,8 milhões de crianças e adolescentes, de 9 a 17 anos
não têm acesso à internet em casa. Isso, corresponde a cerca de 17% de todos os
brasileiros nessa faixa etária. Se já era difícil antes, imagine agora. Não houve
tempo hábil para criar um planejamento para essa nova forma de ensino em que nos
vimos obrigados a criar, por isso tanto alunos, quanto pais e professores têm sofrido
muito durante esse período de adaptação (SARAIVA, 2020).
Segundo o periódico científico The New England Journal of Medicine, o
número de pacientes com depressão e ansiedade deve aumentar globalmente após
a quarentena devido à pandemia de Covid-19 (COSTA, 2020).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pandemia da Covid-19 fez com que o ensino a distância tivesse que ser
implantado às pressas nas escolas. Especialmente, por conta do fechamento das
instituições de ensino regular e profissionalizante para conter o avanço da doença.
Além do próprio desafio referente ao uso das TICs, também se percebe a
necessidade de formação dos pais, professores e gestores de escola. Algo que não
foi possível devido às iniciativas apressadas para garantir a permanência do ano
letivo.
Neste sentido, é importante o entendimento de que a utilização da
tecnologia como aliada contínua, sem a substituição ao protagonismo do ensino
presencial, vai muito além de dar sequência ao uso de soluções temporárias de
ensino remoto, ou de simplesmente “digitalizar a sala de aula”. No entanto, com algumas
ações e planejamentos, é possível garantir a qualidade da educação regular e
profissionalizante. Ainda como o preparo dos professores, que “aprendem fazendo”
junto com os alunos, familiares e gestores escolares.
Os desafios, sem dúvida, são grandes. Mas, diante de um possível novo
impulso para a utilização de tecnologias na Educação, espera-se que essas
questões possam, finalmente, receber a devida atenção do poder público
educacional.
REFERÊNCIAS

BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. M. (Org.). Ensino híbrido:


personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015.

BORSTEL, V. V; FIORENTIN, M. J; MAYER, L. Educação em tempos de pandemia:


Constatações da coordenadoria Regional de Educação em Itapiranga. Desafios da
Educação em tempos de pandemia. Cruz Alta: Ilustração, 2020.

COSTA, R. Lições do Corona vírus: Ensino remoto emergencial não


são EAD. Desafios da Educação. 02.04.2020. Disponível em:
https://desafiosdaeducacao.grupoa.com.br/coronavirus-ensino-remoto> Acesso
em: 02 maio 2021.

MARCOM, J. L. R; VALLE, P. D. Desafios da prática pedagógica e as competências


para ensinar em tempos de pandemia. Desafios da Educação em tempos de
pandemia. Cruz Alta: Ilustração, 2020.

MARTINS, V; ALMEIDA, J. Educação em tempos de pandemia no brasil: saberes


fazeres escolares em exposição nas redes. Revista Docência e Cibercultura, v. 4,
n. 2, p. 215-224, 2020.

SARAIVA, K; TRAVERSINI, C; LOCKMANN, K. A educação em tempos de COVID-


19: ensino remoto e exaustão docente. Práxis Educativa, v. 15, p. 1-24, 2020.

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