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Extracção de Fitocompostos nas Folhas de Plectranthus barbatus A.

Ancha da Gloria Cossa1, Chana Gustavo Sitoe1, Chauale Chame1 e Grácio António
Curia1
1
Faculdade de Ciências Naturais, Matemática e Estatística, Licenciatura em Ensino de
Química, Universidade Rovuma, Campus de Napipine, Nampula Moçambique.
Telefone: +258 821077947, Correio electrónico: quimicanampula2018@hayoo.com.br

Resumo
O Plectranthus barbatus A., popularmente conhecido como falso-boldo, é pertencente à
família Lamiaceae. É originária de regiões tropicais da África, Ásia e Austrália. Este
trabalho tem como objectivo obter extracto de droga vegetal Plectranthus barbatus A.
O material fresco colectado na província de Nampula. O extracto foi obtido a partir do
material seco por maceração hidroetanólica (42% Etanol) por dois dias, filtrado e seco
em estufa por 48h a 105º C., obtendo o rendimento (35,59%m/m). Suas análises
fitoquímicas em diferentes reagentes revelaram a presença de taninos e flavonóides em
concentrações de 10,789μg ∕ mLe 48,295 μg ∕ mL, respectivamente.

Palavras – chave: falso-boldo, extracto, droga vegetal, fitocompostos.

Introdução
Originário do continente africano, Plectranthus barbatus, o popular boldo-africano ou
falso-boldo, é uma espécie essencialmente medicinal. Utilizada há séculos em todo o
mundo, é uma das mais citadas em trabalhos etnobotânicos, sendo alvo de inúmeros
estudos químicos e farmacológicos devido ao seu amplo espectro de uso pela medicina
tradicional. Na medicina popular é indicada em cólica abdominal (DUBEY et al.,
1981); como purgativo, no tratamento de gastrites, espamos intestinais, doenças
hepáticas e dentárias (LUKHOBA et al., 2006); na asma, bronquites, pneumonias e
outras doenças respiratórias (LUKHOBA et al., 2006; YANG et al., 2006).
Material e Métodos
Matéria Vegetal
As folhas frescas de Plectranthus barbatus A. foram colectadas em
Nampula/Moçambique em 2021, pelos estudantes do segundo grupo. Posteriormente, a
matéria foi seca a luz solar por sete dias em em seguida, foram trituradas. A droga
vegetal produzida foi armazenada em sacos plásticos hermeticamente fechados até sua
utilização.

Preparação do Extracto
Quinze gramas de droga vegetal foram submetidos à maceração em 150 mL de solução
hidroetanólica (42% etanol) durante dois dias à temperatura ambiente. A mistura foi
filtrada usando o algodão. Para a determinação do resíduo seco, foi feita medição do
extracto fluido (0,5 mL) em cadinho de porcelana previamente tarado na balança
analítica, e foi seguidamente colocado na estufa a 105ºC durante 45 minutos, depois, foi
resfriado em dessecador e pesado. A percentagem do resíduo seco foi determinada de
acordo com a seguinte fórmula:
Massa do extracto seco
% Resíduo seco= x 100
Massa do extrato fluido

Secagem do Extracto
O extracto foi seco em estufa com circulação ar a 42 oC. O extracto seco obtido foi
conservado em recipiente opaco revestida com papel de alumínio, devidamente
identificado e selado, protegido da luz e da humidade, à temperatura ambiente, para
minimizar possíveis mudanças no material, como aglomeração causada pela absorção
de água e oxidação.

Análise fitoquímica
a) Qualitativa
Foi realizado um ensaio rápido e superficial através de reagentes de coloração ou
precipitação que revelam a presença ou não de metabólitos secundários (Alcalóides,
Flavonóides, Saponinas e Taninos).
b) Quantitativa
Foi usada a técnica de espectrofotometria UV-VIS para a quantificação de
fitocompostos no extracto vegetal.
Resultados e Discussão
Cálculos
Tabela 1. Dados
Massa da porcelana (Mp) Massa de extracto fluido (M Ext. Massa de extracto seco
)
Flui. (MExt. sec)
79,4956 79,9853 79,6699

Massa do extracto seco M −M p


% Resíduo seco= x 100 ⇔ %R= Ext . sec x 100
Massa do extrato fluido M Ext . flui . −M p
79,6699−79,4956
% Resíduo seco= x 100
79,9853−79,4956
%R=35,59%

Tabela 2. Resultado de análise fitoquímica qualitativa


Fitocomposto Resultado
Alcalóide -
Flavonóide +
Tanino +
Saponina +

O sinal (+) indica a presença do fitocomposto no extracto e o sinal (-) indica a ausência
do fitocomposto.

Conclusão
A marcha fotoquímica é um procedimento qualitativo que indica a presença ou não de
classes de compostos por formação de precipitados, mudança de cor ou fluorescência
mediante a incidência de radiação ultravioleta. Para Plectranthus barbatus foram
positivos para: Taninos: mudança de cor (verde-escuro para preto) e houve a formação
de precipitado. Compostos fenólicos: mudança de cor (verde-escuro para preto)
Flavonóides: formação de bolhas durante a reacção (reacção exotérmica) e mudança de
cor (verde escuro para laranja)
Agradecimentos
Ao Professor Dr, Cuinica por nos conceder a oportunidade de nos e ensinar e
acompanhar durante todo o processo de extracção da droga vegetal.

Bibliografia
DUBEY, M.P., SRIMAL, R.C., NITYANAND, S. et al. Pharmacological studies on
coleonol, a hypotensive diterpene from Coleus forskohlii. Journal of
Ethnopharmacology, v.3, n.1, p.1 – 13, 1981.
Galbiati, M.I. Estudo da anatomia, morfologia e perfil químico do óleo essencial de
Plectranthus neochilus Schltr. (Lamiaceae). 2019. Dissertação (Mestrado em Biologia
Vegetal). Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP.
LUKHOBA, C.W., SIMMONDS, M.S.J., PATON, A.J. Plectranthus: a review of
ethnobotanical uses. Journal of Ethnopharmacolgy, v.103, n.1, p.1 – 24, 2006.

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