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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFES

CENTRO TECNOLÓGICO - CT
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA – PPGEM

RELATÓRIO 1 TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA


PGEM - 6607

CAMADA LIMITE HIDRODINÂMICA E TÉRMICA

TIAGO GUERZET SARDENBERG LIMA


MICHEL DE OLIVEIRA DOS SANTOS
SUELLEN FREIRE RIGATTO DA CRUZ
RODRIGO SIMÕES MACIEL

2021.1

VITÓRIA – ES
2021
SUMÁRIO

1 OBJETIVO...................................................................................................................................3
2 INTRODUÇÃO............................................................................................................................3
3 MODELAGEM DA CAMADA LIMITE HIDRODINÂMICA..................................................3
3.1. HIPÓTESES SIMPLIFICADORAS........................................................................................3
3.2 DESENVOLVIMENTO............................................................................................................4
4 MODELAGEM DA CAMADA LIMITE TÉRMICA.................................................................8
4.1. HIPÓTESES SIMPLIFICADORAS........................................................................................8
4.2 DESENVOLVIMENTO............................................................................................................9
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................................10
6 CONCLUSÃO............................................................................................................................10
7 REFERÊNCIAS.........................................................................................................................11
1 OBJETIVO

Os objetivos do presente relatório consistem em, a partir das equações de momentum completas,
elaborar hipóteses simplificadoras de forma a obter um equacionamento com solução exata para
camada limite hidrodinâmica e térmica.

2 INTRODUÇÃO

3 MODELAGEM DA CAMADA LIMITE HIDRODINÂMICA

3.1. HIPÓTESES SIMPLIFICADORAS

A partir de uma forma geral das equações de momentum:

∂ σ xx ∂ τ yx ∂ τ zx ∂u ∂u ∂u ∂u
ρ g x+ +
∂x ∂ y ∂z
+ (=ρ u
∂x
+v
∂y
+w +
∂ x ∂t ) (A1)

∂ σ yy ∂ τ xy ∂ τ zy ∂v ∂v ∂v ∂v
ρ gy +
∂y
+ +
∂x ∂ z (=ρ u
∂x
+v
∂y
+w +
∂ x ∂t ) (A2)

∂ σ zz ∂ τ xz ∂ τ yz ∂w ∂w ∂w ∂w
ρ g z+ +
∂z ∂x ∂ y
+ (=ρ u
∂x
+v
∂y
+w +
∂ x ∂t ) (A3)

Define-se hipóteses e, a partir destas, as Equações A1, A2 e A3 poderão ser simplificadas.

(a) Fluido Newtoniano (tensão viscosa é diretamente proporcional à taxa de deformação por
cisalhamento);
(b) Escoamento incompressível (ρ=constante);
(c) Viscosidade constante (μ=constante);
(d) Escoamento em regime permanente;
(e) Escoamento bidimensional (2D);
(f) Escoamento sobre placa plana.

Sendo assim, adotando a hipótese (a) (hipótese de Navier-Stokes), pode-se escrever as equações
de quantidade de movimento:

Du ∂P ∂ ∂u 2 ⃗ ∂ ∂u ∂ v ∂ ∂w ∂u
ρ
Dt
=ρ g x − +
∂x ∂x [(
μ 2 − ∇.V +
∂x 3 ∂y
μ )] +
∂ y ∂x [(
+
∂z
μ +
∂ x ∂z )] [( )] (A1.1)
Dv ∂P ∂ ∂v 2 ⃗ ∂ ∂u ∂ v ∂ ∂ v ∂w
ρ
Dt
=ρ g y − +
∂y ∂y [(
μ 2 − ∇.V +
∂y 3 ∂x
μ +)]
∂ y ∂x
+
∂z[(
μ +
∂z ∂ y )] [( )] (A2.1)

Dw ∂P ∂ ∂w 2 ⃗ ∂ ∂w ∂u ∂ ∂w ∂w
ρ
Dt
=ρ g z− +
∂z ∂ z [(
μ 2 − ∇ .V +
∂z 3 ∂x
μ +)]
∂x ∂ z
+
[(
∂y
μ +
∂z ∂y )] [( )] (A3.1)

Além disso, considerando também as hipóteses (b), (c), (d) e (e), (f) as equações de momentum
são bastante simplificadas e se resumem em:

∂u ∂ u −∂ P ∂2 u ∂2 u
ρ u ( ∂x
+v
∂y)=
∂x
+μ ( +
∂ x2 ∂ y2 ) (A1.2)

∂v ∂ v −∂ P ∂2 v ∂2 v
ρ u ( ∂x
+v
∂y)=
∂y
+μ ( +
∂ x2 ∂ y2 ) (A2.2)

3.2 DESENVOLVIMENTO

A partir de agora, será considerado um escoamento sobre uma placa plana (aplicadas todas as
hipóteses já mencionadas). Parte-se inicialmente das equações:

∂u ∂ v
+ =0 (massa – x,y) (A4)
∂x ∂ y

∂u ∂ u −1 ∂ P ∂2 u ∂2 u
u
∂x
+v
∂y
=
ρ ∂x
+υ ( +
∂ x2 ∂ y 2 ) (momentum - x) (A1.2)

∂v ∂ v −1 ∂ P ∂2 v ∂2 v
u
∂x
+v =
∂y ρ ∂ y
+υ ( +
∂ x2 ∂ y 2 ) (momentum - y) (A2.2)

A partir disso, é possível realizar uma análise de ordem de grandeza para que se chegue as
equações da camada limite. Considera-se analisar a região delimitada pela espessura da camada
limite δ e pelo comprimento da placa L, além de saber que δ ≪ L. Para a equação de momentum
na direção x:

x L, y δ, u U (I)

UU vU P υU υU
, , , (II)
L δ ρL L2 δ 2
Para a velocidade v, pela equação da conservação de massa:

U v
(III)
L δ


v (IV)
L
Como sabe-se que δ ≪ L, é possível identificar que v ≪ u. Sendo assim, entende-se que a
advecçao normal a placa é uma parcela pequena. Como consequência:

∂ u ∂u
u v (V)
∂x ∂ y

E, também, observa-se que:

υU υU
2
≪ 2 (VI)
L δ

∂2 u
Consequentemente, elimina-se o termo difusivo em x ( )
∂ x2
, da Equação A1.2. Além disso, para

que seja possível desconsiderar a Equação A2.2, o campo de pressão deve ser desacoplado. Para
∂P ∂P
tal, relaciona-se e com a difusão da respectiva equação de momentum.
∂x ∂ y

∂ P μU
(VII)
∂ x δ2

∂ P μv
(VIII)
∂ y δ2

Já com essas relações e considerando que:

∂P ∂P
dP= dx+ dy
∂x ∂y

dP ∂ P ∂ P dy
= + (IX)
dx ∂ x ∂ y dx

Sendo assim:
∂ P dy μv δ
∂ y dx δ 2 L

∂P μU μU
δ2 δ2 2
∂x δ
∂ P dy μv δ
μ(

)
()L OBS.:
δ 2
()
L
≪1 (X)
∂ y dx δ2 L L δ
δ2 L

Consequentemente, a relação IX se torna:

dP ∂ P ∂P
= e 0 (a variação de pressão em δ é muito pequena)
dx ∂ x ∂y

∂P
Como não há mais variação da pressão em y, chega-se ao entendimento de que será obtido
∂x
do escoamento externo, onde:

P U2
+ =cte .
ρ 2

Na forma diferencial:

1 ∂ P −UdU
= (XI)
ρ ∂x dx

Substituindo na Equação A1.2.

∂u ∂ u UdU ∂2 u
u
∂x
+v
∂y
=
dx
+υ ( )
∂ y2

Como U é uma constante, a derivada desse termo é igual a zero. Como consequência, a Equação
A1.2 se torna:

∂u ∂u ∂2 u
u +v =υ 2 (A1.3)
∂x ∂y ∂y
Duas observações podem ser realizadas: a velocidade u é da mesma ordem de grandeza da
velocidade de corrente livre U e a espessura da camada limite δ é da mesma ordem de grandeza
da dimensão y. Como consequência, é possível escrever a equação da continuidade como:

U v
+ ≈0 (XII)
x δ

Da mesma maneira, para a equação de momentum:

U U δ U υU
U + ≈
x x δ δ2

υx
δ2
U

υx
δ
√ U

Supõe-se que os perfis de velocidades possuem formas similares a diferentes distâncias da borda
y
da placa plana. Além disso, assume-se que a variável significativa é e que a velocidade pode
δ
ser escrita em função dessa variável.
u y y U
U
=g
δ ()
=g (η) onde η= = y
δ √υx
(A5)

Além disso, pela equação da continuidade podemos definir uma função corrente da seguinte
maneira:

∂ψ
u= (A6)
∂y

−∂ψ
v= (A7)
∂x

Além disso, escreve-se a Equação A1.3 em termos da função corrente.

∂ψ ∂2 ψ ∂ ψ ∂2 ψ ∂3 ψ
− =v (A8)
∂ y ∂ x ∂ y ∂ x ∂ y2 ∂ y3

Com as condições de contorno:


∂ψ
=0, ψ=0 em y=0
∂y

∂ψ
→U quando y → ∞
∂y

Inserindo a Equação A6 na A7:

υx
ψ=∫ Ug(¿ η)dy=∫ U
√ U
g (η)dη¿

e, também:

υx
ψ=U
√ U
f (η) onde f ( η )=∫ g(η) dη (A9)

Das Equações A6, A7 e A9, temos:

υx df U df
u=U
√ √ U dη υ x
=U

(A10)

υ x df U υx 1 υU df
v=−U
√ √U dη 2

U
f=
2 x √
η +f
dη ( ) (A11)

∂ u U d2 f
= η (A12)
∂ x 2 x d η2

∂u U d2 f
∂y
=U η

υx d η 2
(A13)

∂2 u U 2 d 3 f
= (A14)
∂ y 2 υx d η3

Substituindo todos os termos em A1.3:

d2 f d3 f
f +2 3 =0 (A15)
d η2 dη
Sendo assim, chega-se a uma equação diferencial ordinária que pode ser resolvida
numericamente para a função f (η). A Equação A15 é o resultado da solução de Blasius para
camada limite. Abaixo, seguem as condições de contorno.

Coordenadas físicas Coordenadas adimensionais

df
u=0 em y=0 =0 em η=0

v=0 em y=0 f =0 em η=0

∂u df
=0 em y=∞ =1 em η=∞
∂y dη

4 MODELAGEM DA CAMADA LIMITE TÉRMICA

4.1. HIPÓTESES SIMPLIFICADORAS

Para inicio da modelagem da camada limite térmica, deve-se considerar as seguintes hipóteses:

(g) Não há geração de calor;

(h) Temperatura da placa plana T w =constante ;

(i) Temperatura da corrente livre T ∞=constante.

4.2 DESENVOLVIMENTO

A equação de energia se desenvolve de maneira semelhante a utilizada para as equações de


momentum. Partindo inicialmente da equação de energia para o escoamento previamente
detalhado, já considerando as hipóteses (a-i):

∂T ∂T ∂2 T ∂2 T
(
ρcp u
∂x
+v
∂y ) (
=k +
∂ x2 ∂ y2 ) (B1)

Da mesma maneira em que foram consideradas premissas de ordem de grandeza para a camada
limite hidrodinâmica e sabendo que v ≪ u :

x L, y δ, T T ∞ (I)
∂T T∞
u U
∂x L

∂ T Uδ T ∞ T∞
v U (II)
∂y L δ L

∂T ∂T
Desse modo, conclui-se que u e possuem a mesma ordem de grandeza. Além disso, para
∂x ∂ y
a parcela difusiva da equação de energia, temos:

∂2 T T∞
k 2
k 2 (III)
∂x L

∂2 T T∞
k 2
k 2 (IV)
∂y δ

∂2 T ∂2 T α=
k
Sendo δ ≪ L, podemos dizer que k ≪ k 2 . Como consequência, e, sabendo que ,a
∂x 2
∂y ρ cp
Equação B1 se torna:

∂T ∂T ∂2 T
u +v =α (B2)
∂x ∂y ∂ y2

A partir disso, define-se primeiro a variável de temperatura adimensional como:

T ( η )−T w
θ ( η )= (B3)
T ∞ −T w

Em que supõe-se que θ e T podem ser expressas como funções de η. Com isso, e sabendo que T ∞
e T w são constantes, a Equação B2 pode ser escrita como:
∂θ ∂θ ∂2 θ
u +v =α (B4)
∂x ∂y ∂ y2

Utilizando agora a regra da cadeia e substituindo os valores de u e v (Equações A10 e A11) na


Equação B4.

df d θ ∂η 1 υU df dθ ∂ η d 2 θ ∂η 2
U +
dη dη ∂ x 2 x
η f
√ (
d η dη ∂ y
=α 2)
dη ∂y ( ) (B5)
Simplificando:

d 2 θ 1 υ dθ
+ f =0 (B6)
d η2 2 α dη

υ
Por fim, sabendo que Pr ¿ .
α

d2θ 1 dθ
2
+ Prf =0 (B4)
dη 2 dη

Com as devidas condições de contorno:

θ= 0 em y =0 , η=0
{
1 em y=∞ , η=∞

Dada a função f (η), a solução da Equação B4 se torna:

η η

∫ exp
0
θ ( η )= ∞
( −Pr
2 0 )
∫ fdη dη
(B5)
η
−Pr
(
∫ exp 2 ∫ fdη dη
0 0
)
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6 CONCLUSÃO

7 REFERÊNCIAS

CENGEL, Y. A.; GHAJAR, A. J. Heat and Mass Transfer: A Practical Approach. 3. ed. [s.l.]
McGraw-Hill Companies, 2006.

FOX, R. W. et al. Introdução à Mecânica dos Fluidos. 8. ed. [s.l.] LTC, [s.d.].

HOLMAN, J. P. Transferencia de Calor. 10. ed. [s.l.] McGraw-Hill Companies, 1999.

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