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FUNÇÕES DE
UMA E MAIS
VARIÁVEIS
∫
Medianeira - PR - Brasil
iii
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998.
O autor e titular dos direitos autorais desta obra, permite a reprodução e distribuição
da mesma, total ou parcial, exclusivamente para fins não comerciais desde que a autoria
seja citada.
Inclui Bibliografia
ISBN:
iv
Sumário
1 Introdução ao Cálculo 1
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2.3 Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.3.4 Modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Exercı́cios 64
v
3.6 Limites no Infinito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
3.7 Assı́ntotas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Exercı́cios 114
Exercı́cios 176
vi
5.1 Antidiferenciação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184
Exercı́cios 245
Exercı́cios 266
vii
7 Sequências e Séries de Funções Reais 269
Exercı́cios 307
Exercı́cios 340
viii
10 Funções de n Variáveis Reais 351
Exercı́cios 361
Exercı́cios 371
ix
12.9.1 Máximos e Mı́nimos, Funções com mais de duas Variáveis . . . . 419
Exercı́cios 439
Exercı́cios 479
14 Demonstrações 483
Bibliografia 515
x
Capı́tulo 1
Introdução ao Cálculo
1.1 Motivação
1
denominada reta de eixo vertical e, nomeada de eixo y. Com um pouquinho de filosofia
matemática construı́mos dois elementos matemáticos. Um sistema com dois eixos e uma
circunferência.
2
com medidas iguais)), é possı́vel observar isso por exemplo no triângulo dados pelos
vértices (vértices são os pontos de encontro entre os lados de um polı́gono) A, B e C.
Este triângulo é chamado triângulo obtusângulo (um triângulo é obtusângulo quando
o arco interno formado por um de seus vértices e dois de seus lados for maior que um
ângulo de 90◦ , isto é observado com o vértice B e com os lados correspondente ao raio
da circunferência e o lado do dodecágono.
3
2π
essa divisão é representada simbolicamente por 12
. Se a divisão das partes iguais forem
maiores, pensando uma divisão qualquer, se pode representar por θ essa divisão conforme
mostra a figura 1.6.
Figura 1.8: Medidas dos lados medida de um dos lados é a medida b adicionada (soma)
a medida χ que é representado simbolicamente por b + χ = c e o lado menor tem com-
primento da medida o valor b. Estes dois lados menores no triângulo retângulo são
denominados catetos, vejas as figuras 1.7 e 1.8.
4
área do quadrado menor EF GH é simbolicamente representado por AQm = χ.χ = χ2 .
Voltando a figura 1.7 observamos que a área do quadrado maior é igual a área
dos quatro triângulos retângulos adicionado a área do quadrado menor, simbolicamente
representado por AQM = 4AT + AQm . Ou seja,
bc bc
a2 = AQM = 4AT + AQm = 4 + χ2 = 4 + (c − b)2 = b2 + c2 ⋆⋆
2 2
a2 = b2 + c2 . (1.1)
5
△ABC, portanto o resultado do quociente entre seus lados serão sempre iguais, desde
que o ângulo entre seus lados seja sempre o mesmo. Denota-se esse quociente por:
b c c
cos(θ) = ; sen(θ) = e tan(θ) =
a a b
a 2 = h2 + n 2 (1.3)
b−n=m (1.4)
Portanto,
Figura 1.11: Resolvendo o Problema
c2 = h2 + m2 = h2 + (b − n)2
= h2 + b2 − 2bn + n2 (1.7)
= a2 + b2 − 2bn = a2 + b2 − 2ba cos(θ)
6
O comprimento da circunferência é aproximadamente calculado em função do
número de partições p da circunferência, isto é,
π
C(p) = 2prsen (1.8)
p
Estes são um dos mais simples problemas que o Cálculo Diferencial e Inte-
gral busca resolver. Não obstante, percebemos que muitos conceitos matemáticos são
necessários para que possamos compreender melhor esta ciência. Quando afirmamos
que o comprimento da circunferência e a área estão em função do número de partições,
queremos dizer que quanto maior o número de partições mais próximo do valor exato
estaremos.
Durante nosso curso iremos aprender como resolver as esquações 1.8 e 1.9.
7
Capı́tulo 2
(S2) x + y = y + x (M 2) xy = yx (Comutativa)
(S4) Para todo x real existe um único número real y tal que x+y = 0. Tal y denomina-se
oposto de x e indica-se por −x. Assim, x + (−x) = 0. (Existência do oposto)
(M 4) Para todo x ̸= 0 real existe um único número real y tal que xy = 1. Tal y
denomina-se inverso de x e indica-se por x−1 ou x1 . Assim, xx−1 = 1. (Existência do
inverso)
x(y + z) = xy + xz.
8
Os subconjuntos dos números reais (R) são:
N := {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, · · · }.
Os números racionais podem ser escritos sob a forma decimal, bastando para
isso dividirmos p por q, podendo então ocorrer dois casos. A representação decimal é
3
finita, por exemplo, 4
= 0, 75 = 86 , note que a fração 3
4
é irredutı́vel e equivalente a fração
6
8
redutı́vel a primeira. A representação decimal infinita e periódica (dı́zima periódica),
1 4 1
por exemplo 7
= 0, 142857142857... = 28
. Note também que 7
é uma fração irretutı́vel
4
equivalente a fração 28
. Todo número escrito na forma decimal infinita periódica pode
ser reescrito na forma de fração.
√
O número 2 é um número irracional e para
localizarmos tal número na reta basta considerarmos
um triângulo retângulo com catetos iguais a 1. Pelo
√
teorema de Pitágoras temos que sua hipotenusa é 2.
A medida da hipotenusa localizada na reta indica a
√
posição de abscissa 2 conforme mostra a figura 2.1.
Figura 2.1: √
2 é Irracional
√
Para mostrarmos que 2 é um número ir-
√
racional, supomos que tal número seja racional, ou seja, que 2 = ab , onde a, b ∈ Z+
9
a
primos entre si, em outras palavras, a fração b
é irredutı́vel. Então 2b2 = a2 , isto é, a2
é um número par, então a é um número par (Mostre isso), portanto, existe um número
inteiro p positivo tal que a = 2p. Sendo assim, temos
a = 2p e 2b2 = a2 .
Isso implica que 4p2 = 2b2 , ou ainda, 2p2 = b2 , indicando que b é também um
a
número par, logo a fração b
seria redutı́vel, o que contrária nossa suposição.
No conjunto dos números reais está estabelecida uma ordem que denotamos
pelos sı́mbolos (> maior) e/ou (< menor), de sorte que dados dois números a e b ∈ R
somente uma das três possibilidades podem ocorrer
a > b, a<b ou a = b.
Como já vimos, o conjunto dos números reais pode ser identificado com pontos
sobre uma reta, com esta identificação dizemos que tal reta é a reta real ou reta dos
números reais, onde é escolhido um ponto de origem denominado zero, à direita da
origem estão localizado os números positivos e à esquerda os números negativos de modo
que satisfaçam a ordem estabelecida e uma medida como unidade. Se um ponto P da
reta for representado pelo número real x, dizemos que x é a abscissa de P .
10
No conjunto dos números reais, destacaremos ainda alguns subconjuntos im-
portantes, que chamaremos de intervalo, conforme mostra a figura 2.2. Sejam a, b ∈ R
tais que a < b.
11
x ≤ b denotado por (−∞, b] é um intervalo ilimitado à esquerda e fechado à
direita.
12
existe, denomina-se máximo de A e denota-se por max(A). O menor elemento de A,
quando existe denomina-se mı́nimo de A e indica-se por min(A).
Note ainda que para todo p ≤ 1, p é uma cota inferior e para todo 2 ≤ q, q é
uma cota superior.
13
Uma propriedade fundamental da análise matemática. Pode-se provar com
tal propriedade que entre dois números reais quaisquer x < y existe pelo menos um
número racional e um número irracional. Ou seja, dado um intervalo (x, y) então existe
r ∈ (x, y) e j ∈ (x, y), tais que r é racional e j é irracional.
A = {x ∈ R; x ≥ 0 e xn < a}
(x + ϵ)n < a.
De fato, dado 0 < ϵ < 1 e x > 0 temos (x + ϵ)n < xn + An xϵ para algum
número real An , que dependerá de x.
1
Se n = 1, tome A1 de modo que < A1 .
x
Suponha que a desigualdade se verifica para n = k. Logo,
a − xn
0<ϵ<1 e 0 < xϵ < .
An
14
O elemento 0 ∈ A e 0n = 0 < a. Assim 0 = min(A)
Não é nosso interesse construir toda a estrutura dos números reais, portanto,
as propriedades de potenciação e radiciação serão consideradas familiares. Sejam a e b
números reais e n e m números inteiros, então
i) an .am = an+m ii) (an )m = an.m iii) (ab)n = an .bn (Produto)
n n n
a b b
iv) m = an−m ; a ̸= 0 v) = n ; a ̸= 0 (Quociente)
a a a
vi) Se a > 1 e n < m então an < am vii) Se 0 < a < 1 e n < m então an > am .
15
√
√ √ √ √ √ È√ √ √ n
b
a) n a. n b = n a.b b) n ap = m.n
ap.m c) n m
a = n.m a d) n b
a
√
= n ; a ̸= 0
√ √ a
e) Se a < b n a < n b.
m m √
Note que se r = , n > 0, m ∈ Z e a > 0 um real, então ar = a n = n am .
n
Definição 2.3. O valor absoluto (e/ou módulo) de x, denotando por |x|, é definido por
¨
x se x ≥ 0
|x| =
−x se x < 0.
Exemplo 6. Seja a > 0 um número real, então |x| < a se, e somente se −a < x < a.
Resolução: Se 0 ≤ x, então x = |x| < a, portanto, 0 ≤ x < a.
Se x < 0, então −x = |x| < a, ou seja, x > −a, portanto, −a < x < 0.
Exemplo 7. Seja a ∈ R tal que a > 0, então |x| > a se, e somente se x > a ou x < −a.
Resolução: Se 0 ≤ x, então x = |x| > a, portanto, x > a.
16
√
quadrada negativa é definida como − y e y ≥ 0. Se tal número x é negativo como posto
√
acima, x2 = −x > 0, então
√ ¨
x se x ≥ 0
x = |x| =
2
−x se x < 0.
a
=
|a|
Concluı́mos que, |a.b| = |a|.|b| e .
b |b|
Exemplo 8. (Desigualdade triangular). Sejam a, b ∈ R, então |a + b| ≤ |a| + |b|.
Resolução: De fato, note que −|a| ≤ a ≤ |a| e −|b| ≤ b ≤ |b|, somando membro a
membro essas duas desigualdades temos,
−(|a| + |b|) = −|a| − |b| ≤ a + b ≤ |a| + |b| = (|a| + |b|), ou seja, |a + b| ≤ |a| + |b|.
Note os exemplos,
|8 + (−2)| = |6| = 6 < 10 = |10| = |8| + | − 2|, |8 + 2| = |10| = 10 ≤ 10 = |10| = |8| + |2|.
17
Fatores
−2x−3
intervalo −2x − 3 x + 2 x+3 (x+2)(x+3)
x < −3 + - - +
−3 < x < −2 + - + -
−2 < x ≤ − 23 + + + +
− 23 ≤ x - + + -
Portanto, o conjunto solução é dado por (−∞, −3) ∪ −2, − 32 .
d) Para este item, iremos faze-lo de duas formas distintas.
È È
1a ) |3x + 2| ≤ |2x − 6| então (3x + 2)2 ≤ (2x − 6)2 , logo (3x + 2)2 ≤ (2x − 6)2 .
Assim,
0 ≤ (2x − 6)2 − (3x + 2)2 = 4x2 − 24x + 36 − 9x2 − 12x − 4 = −5x2 − 36x + 32,
Temos assim,
Fatores
intervalo −5x + 4 x + 8 (−5x + 4)(x + 8)
x < −8 + - -
−8 ≤ x ≤ 54 + + +
4
5
<x - + -
Portanto, o conjunto solução é −8 ≤ x ≤ 45 , ou seja, −8, 4
5
.
2a ) Note que,
3x + 2 se 3x + 2 ≥ 0; x ≥ − 32
|3x + 2| =
−3x − 2 se 3x + 2 < 0; x < − 23 e
2x − 6
se 2x − 6 ≥ 0; x≥3
|2x − 6| =
−2x + 6 se 2x − 6 < 0; x < 3.
Logo,
intervalo. Módulos
Se |3x + 2| |2x − 6| |3x + 2| ≤ |2x − 6|
x < − 23 −3x − 2 −2x + 6 −3x − 2 ≤ −2x + 6
− 23 ≤ x < 3 3x + 2 −2x + 6 3x + 2 ≤ −2x + 6
3≤x 3x + 2 2x − 6 3x + 2 ≤ 2x − 6
18
Temos três condições a serem analisadas.
−8 = −6 − 2 ≤ −2x + 3x = x.
Portanto,
2
−8 ≤ x < − .
3
5x = 2x + 3x ≤ 6 − 2 = 4,
ou seja, x ≤ 54 . Portanto,
2 4
− ≤ x ≤ < 3.
3 5
x = 3x − 2x ≤ −6 − 2 = −8,
temos que 3 ≤ x e x ≤ −8, portanto, não existe x que satisfaz as duas condições
simultaneamente.
19
vertical a qual chamamos de eixo y. O ponto de intersecção entre os eixos x e y é
chamado origem, denotado por O e o par ordenado dado por (0, 0). A direita da ori-
gem no eixo x e acima da origem no eixo y ficam identificados os números positivos,
respectivamente para o outro lado os números negativos.
20
O valor m calculado acima é independente da escolha dos dois pontos P1
e P2 na reta. Essa independência decorre da semelhança de triângulos, onde os lados
correspondentes são proporcionais.
[(∆x1 )2 + (∆y1 )2 ] . [(∆x2 )2 + (∆y2 )2 ] = (d1 )2 (d2 )2 = (d1 d2 )2 = (∆x1 ∆x2 + ∆y1 ∆y2 )2
0 = (∆x1 )2 (∆y2 )2 − 2∆x1 ∆x2 ∆y1 ∆y2 + (∆y1 )2 (∆x2 )2 = (∆x1 ∆y2 − ∆y1 ∆x2 )2
Definição 2.4. Se P1 (x1 , y1 ) e P2 (x2 , y2 ) forem dois pontos distintos sobre uma reta r,
não paralela ao eixo y, então a inclinação de r, denotada por m, será dada por
y2 − y1
m= .
x2 − x1
21
Exemplo 11. Encontre a equação da reta por dois pontos P1 (6, 2) e P2 (4, 6).
Resolução: O coeficiente angular da reta é dado por:
y2 − y1 6−2 4
m= = = = −2.
x2 − x1 4−6 −2
Seja P (x, y) um ponto genérico (um ponto qualquer) na reta, como o coefi-
y−6
ciente independe dos pontos, temos −2 = .
x−4
Logo, −2(x − 4) = y − 6 e, ainda y = −2x + 14.
y−b
m= , assim y = mx + b.
x−0
seja m a inclinação de uma reta e (x, y), (x0 , y0 ) pontos sobre a reta. Logo,
uma equação dessa reta é dada por:
y − y0
m= , assim y − y0 = m(x − x0 ) = mx − mx0 .
x − x0
Proposição 2.5. Se l1 e l2 forem duas retas distintas não verticais, tendo inclinação
m1 e m2 respectivamente. Então
i) l1 e l2 serão paralelas se, e somente se m1 = m2
ii) l1 e l2 serão perpendiculares se, e somente se m1 .m2 = −1.
l1 := y = m1 x + b e l2 := y = m2 x + c.
22
Como l1 e l2 são perpendiculares, logo existe um ponto P0 (x0 , y0 ) pertencente
a l1 e l2 simultaneamente, ou seja, m1 x0 + b = y0 = m2 x0 + c.
Considere a reta vertical x = x0 +1, tal reta determina um ponto P1 (x0 +1, y1 )
em l1 e um ponto P2 (x0 + 1, y2 ) em l2 , onde
y1 = m1 (x0 + 1) + b = m1 x0 + m1 + b = y0 + m1 e
y2 = m2 (x0 + 1) + b = m2 x0 + m2 + c = y0 + m2 .
y − y1 = m(x − x1 ) ⇒ y − 3 = 3(x − 2) ⇒ y = 3x − 6 + 3 = 3x − 3.
23
A equação da reta normal a reta anterior é
1 1 5 1 22
y − y2 = n(x − x2 ) ⇒ y − 9 = − (x + 5) ⇒ y = − x − + 9 = − x + .
3 3 3 3 3
y2 −y3 9−3 6
Por fim, m = x2 −x3
= −5+7
= 2
=3
As retas y = 3x − 3 e y = − 13 x + 22
3
, assim como as retas y = − 13 x + 22
3
1 22 1 22 10 31 31
3x − 3 = − x + ⇒ 3x + x = +3⇒ x= ⇒x= .
3 3 3 3 3 3 10
1 22 1 22 10 50 50
3x + 24 = − x + ⇒ 3x + x = − 24 ⇒ x = − ⇒ x = − = −5.
3 3 3 3 3 3 10
Ainda,
31 93 − 30 63
y = 3x − 3 = 3. −3= =
10 10 10
e
y = 3x + 24 = 3.(−5) + 24 = −15 + 24 = 9
Portanto, o ponto 31 63
,
10 10
é o ponto de intersecção entre as retas y = 3x − 3
e y = − 13 x + 22
3
.
24
2.3 Funções
Suponhamos por exemplo que o conjunto A seja os alunos que compõem uma
classe de 30 alunos, e denotamos tal conjunto como
A := {a1 , a2 , a3 , · · · , a30 },
consideramos ainda o conjunto B formado pelas notas obtidas por esses alunos na disci-
plina de cálculo, duas a duas distintas, e representamos esse conjunto por
B := {N1 , N2 , N3 , · · · , N30 }.
É claro que essa não é a única relação possı́vel entre os conjuntos A e B. Para
clarear as ideias consideramos os conjuntos
R := {( Ari , 80), ( João , 90), ( Maria , 70), ( Paulo , 50), ( Tais , 50)}.
25
Tal formação é dada pela relação
Assim, para que uma função fique bem definida é necessário conhecermos os
conjuntos A e B e um processo e/ou regra que permite associar de modo bem determinado
cada elemento x ∈ A um único elemento y ∈ B.
A relação dos casais no baile não é uma função, pois naquela relação Paulo
está associado a duas moças, Maria e Ângela, ou seja, para Paulo existe ambiguidade.
f : A −→ B
x 7−→ f (x) = y
A natureza da regra que ensina como obter a saı́da f (x) ∈ B quando é dado
x ∈ A é inteiramente arbitrária.
26
A imagem de f denotada por Imf é um subconjunto do contra-domı́nio, ou
seja, é também um subconjunto dos reais. Para cada x ∈ Df então f (x) ∈ Imf .
Gf := {(x, f (x)); x ∈ A}
corre o domı́nio de f .
Figura 2.8: Não é gráfico de uma função de R para o qual faz sentido o regra em questão.
Funções algébricas são funções que podem ser escritas como uma combinação
de operações básica de adição, subtração, multiplicação e divisão de polinômios. Além
das operações de radiciação e potenciação. Vamos iniciar nossos estudos com funções
algébricas, antes porém, definamos o que segue.
Definição 2.7. Uma função f definida num intervalo será dita crescente neste intervalo
se, e somente se
f (x1 ) < f (x2 ) sempre que x1 < x2 .
27
E será dita decrescente se, e somente se
Definição 2.8. Uma função f definida num intervalo I, será dita de sinal positivo neste
intervalo se, e somente se
f : R −→ R
x 7−→ f (x) = ax.
28
Se a > 0 e x > 0, então f (x) = ax > 0, portanto, f é positiva para todo
x ∈ (0, ∞) e negativa para todo x ∈ (−∞, 0).
29
f (x) = ax2 + bx + c, onde a, ∈ R∗ e b, c ∈ R fixos.
Resolução: A relação f está definida de modo único para cada x real. Logo, f é função
para todo número real x.
f : R −→ B ⊂ R
x 7−→ f (x) = ax2 + bx + c.
−b −b2 + 4ac
xv = e yv = .
2a 4a
De fato,
2
b b2 b2 b b2
2
y = ax + bx + c = a x + x +2
− +c=a x+ − + c.
a 4a 4a 2a 4a
30
a) b)
c) d)
31
(xv , +∞), f é decrescente.
Observe as figuras 2.11 de a-d quanto a sua concavidade, suas raı́zes e o ponto
do vértice.
f : R −→ R+ ¨
x se x ≥ 0
x 7−→ f (x) = |x| =
−x se x < 0
√
f (x) = x. Tal função é chamada função raiz quadrada
f : R+ −→ R+ √
x 7−→ f (x) = x.
Figura 2.13: Função raı́z quadrada
32
O gráfico é uma curva crescente partindo da origem (0, 0) e passando pelo ponto (1, 1).
De fato, sejam x1 < x2 positivos, então y12 = x1 < x2 = y22 . Logo, 0 = y12 − y22 =
(y1 − y2 )(y1 + y2 ), segue daı́ que y1 < y2 . Portanto, f é uma função crescente e positiva
em seu domı́nio, conforme mostra a figura 2.13.
k
f (x) = , onde k ∈ R∗ . Tal função é chamada função recı́proca de ordem k.
x
Exemplo 20. Uma função polinomial é dada por polinômio de grau n, ou seja,
33
Dado um polinômio
Os números s
q
= 23 , s
q
= − 38 e s
q
= 1
3
são frações
compostas pelos números acima e são raı́zes para p(x).
p(x) = x5 + 13
3
x4 + 8
3
x3 − 7x2 − 7x + 6 Exemplo 22. Verifique se existem raı́zes racionais para
os polinômios
13 4 8 3
p(x) = x5 + x + x − 7x2 − 7x + 6 e
3 3
34
f (x) = x4 + 5x3 + 6x2 − 3x − 9.
1 5
p(x) = 3x + 13x + 8x − 21x − 21x + 18
4 3 2
3
ou
p(x) = x5 + 13 4
3
x + 83 x3 − 7x2 − 7x + 6
= (x2 + 3x + 3) (x2 + 2x − 3) x − 2
3
= (x4 + 5x3 + 6x2 − 3x − 9) x − 2
3
.
p(x)
g(x) = onde p(x) e q(x) são duas funções polinomiais.
q(x)
35
Definição 2.9. Sejam f e g duas funções tais que Df ∩ Dg seja não vazio. Definimos
a) A função f ± g dada por
Df /g = {x ∈ Df ∩ Dg ; g(x) ̸= 0}.
Exemplo 23. Determine o domı́nio das funções. Tais funções são denominadas funções
algébricas. √ √
√ √ −x2 − 2x + 3 x3 + 8 − x2 + 3
a) h(x) = x2 − 4+ 3 x + 2 b) h(x) = c) h(x) = 3
x2 − 9 x + x2 + x + 1
36
Note ainda que g(x) = 0 para x = −3 e x = 3,
portanto,
Dh = {x ∈ Df ∩ Dg ; g(x) ̸= 0}
Df = {x ∈ R; x3 + 8 ≥ 0} =
{x ∈ R; (x + 2)(x2 − 2x + 4) ≥ 0} = {x ∈ R; x ∈ [−2, ∞)}
Definição 2.10. Sejam f e g duas funções tais que Imf ⊂ Dg . A função dada por
Exemplo 24. Considere as funções f e g. Determine o maior conjunto para o qual faz
sentido a composição (f ◦ g) e (g ◦ f ).
√ √
a) f (x) = x, g(x) = x2 − 4 b) f (x) = x, g(x) = −x2 − 2x + 3
1
c) f (x) = , g(x) = x3 + x2 + x + 1 d) f (x) = x2 , g(x) = x3 + x2 .
x
Resolução:
√
a) (f ◦ g)(x) = f (g(x)) = f (x2 − 4) = x2 − 4. Assim, se
37
A composição faz sentido, pois Img ⊂ Df = {x ∈ R; x ≥ 0}, e
√
(f ◦ g)(x) = f (g(x)) = x2 − 4; x ∈ Dg .
√ √
(g ◦ f )(x) = g(f (x)) = g( x) = ( x)2 − 4. Como
Df = {x ∈ R; x ≥ 0}.
√ √ √ √
(g ◦ f )(x) = g(f (x)) = g( x) = −( x)2 − 2 x + 3 = −x − 2 x + 3. Como
Df = {x ∈ R; x ≥ 0}.
1
c) (f ◦ g)(x) = f (g(x)) = f (x3 + x2 + x + 1) = . Assim, se
x3 + x2+x+1
Dg = {x ∈ R; x3 + x2 + x + 1 ̸= 0} = {x ∈ R; x ̸= −1}.
1
(f ◦ g)(x) = f (g(x)) = f (x3 + x2 + x + 1) = ; x ∈ Dg .
x3 + x2 + x + 1
3 2
(g ◦ f )(x) = g(f (x)) = g( x1 ) = 1
x
+ 1
x
+ 1
x
+ 1. Como
Df = {x ∈ R; x ̸= 0}.
38
A composição faz sentido, pois Imf ⊂ Dg = R, e
3 2
1 1 1 x3 + x2 + x + 1
(g ◦ f )(x) = g(f (x)) = + + +1= ; x ∈ Df .
x x x x3
g ◦ f = IdA : A → A,
Exemplo 25. Determine uma função g que seja uma inversa à esquerda de f : R+ → R,
dada por f (x) = x2 .
Resolução: Se g é uma inversa à esquerda de f então o domı́nio de g deve ser R e o
contra-domı́nio R+ , ou seja, g : R → R+ . Seja k ∈ R+ fixo, definamos
¨ √
y se y ≥ 0
g(y) =
k se y < 0
√
Logo, (g ◦ f )(x) = g(f (x)) = g(x2 ) = x2 = x para todo x ∈ R+ .
Note que, para cada número k0 ∈ R+ , temos uma inversa à esquerda, portanto
existem uma infinidade de funções satisfazendo a definição de inversa à esquerda.
Exemplo 26. Determine uma função g que seja uma inversa à esquerda de f : (−∞, 0] →
R, dada por f (x) = x2 − 4.
Resolução: Se g é uma inversa à esquerda de f então o domı́nio de g deve ser R e o
contra-domı́nio (−∞, 0], ou seja, g : R → (−∞, 0]. Seja k ∈ (−∞, 0] fixo, definamos
¨ √
− y+4 se y ≥ −4
g(y) =
k se y < −4
√ √
Logo, (g ◦ f )(x) = g(f (x)) = g(x2 − 4) = − x2 − 4 + 4 = − x2 = −|x| = x
para todo x ∈ (−∞, 0].
39
Definição 2.12. Dadas duas funções f : A → B e g : B → A diremos que g é uma
inversa à direita de f quando
f ◦ g = IdB : B → B,
Exemplo 27. Determine uma função g que seja uma inversa à direta de f : R → R+ ,
dada por f (x) = x2 .
Resolução: Se g é uma inversa à direita de f então o domı́nio de g deve ser R+ e o
contra-domı́nio R, ou seja, g : R+ → R. Definamos
√ √
g(y) = y ou g(y) = − y
√ √ √
Logo, (f ◦ g)(y) = f (g(y)) = f (± y) = (± y)2 = ( y)2 = y ∀ y ∈ R+ .
40
Se toda reta perpendicular ao contra-domı́nio tocar em um único ponto do
gráfico, então a função é bijetora.
41
k
a) f : R∗ → R∗ , f (x) = e k ∈ R∗ b) f : R+ → [−4, +∞), f (x) = x2 − 4
x √
c) f : [1, +∞) → R+ , f (x) = x2 + x − 2 d) f : R → R, f (x) = x3 + 1.
Resolução:
k k
a) Injetividade, se = f (x1 ) = f (x2 ) = então x1 = x2 .
x1 x2
Sobrejetividade, tome y ∈ R∗ , devemos mostrar que existe x ∈ R∗ tal que f (x) = y, ou
k ( ) k
seja, = y. Basta tomar x = ky , consequentemente, f (x) = f ky = k = y.
x y
∗ ∗ −1 ∗ ∗ −1
Como f : R → R devemos ter f : R → R , com f (x) = x . De fato, k
−1 −1 k k
(f ◦ f )(x) = f (f (x)) = f = k = x ou
x x
−1 −1 −1 k k
(f ◦ f )(x) = f (f (x)) = f = k = x.
x x
b) Injetividade, se x21 − 4 = f (x1 ) = f (x2 ) = x22 − 4, então x21 = x22 , donde 0 = x22 − x21 =
(x2 + x1 )(x2 − x1 ), mas, x1 + x2 > 0 pois x1 e x2 são ambos positivos segue que x2 = x1 .
Sobrejetividade, tome y ∈ [−4, +∞), devemos mostrar que existe x ∈ R+ tal que f (x) =
√ √
y, ou seja, x2 −4 = y. Basta tomar x = y + 4, consequentemente, f (x) = f ( y + 4) =
√
( y + 4)2 − 4 = y.
Como f : R+ → [−4, +∞) devemos ter f −1 : [−4, +∞) → R+ .
x21 + x1 − 2 = x22 + x2 − 2,
donde
0 = x22 + x2 − x21 − x1 = x2 (x2 + x1 ) − x1 (x2 + x1 ) + x2 − x1
= (x2 + x1 )(x2 − x1 ) + (x2 − x1 ) = (x2 − x1 )(x2 + x1 + 1),
como x1 e x2 são ambos positivos segue que x2 + x1 + 1 > 0, portanto x1 = x2 .
Sobrejetividade, tome y ∈ R+ , devemos mostrar que existe x ∈ [1, +∞) tal que f (x) = y,
√
ou seja, x2 + x − 2 = y.
42
√
Note que x2 + x − 2 = y então x2 + x − 2 = y 2 . Usando Bhaskara em
x2 + x − (2 + y 2 ) = 0, temos
È √
−1 ± 1 − 4.1(−(2 + y 2 )) −1 ± 9 + 4y 2
x= = .
2.1 2
√
−1 +
9 + 4y 2
Basta tomar x = , consequentemente, f (x) = y.
2
Como f : [1, +∞) → R+ devemos ter f −1 : R+ → [1, +∞).
√
Note que x2 + x − 2 = y, trocando x por y e y por x na igualdade temos,
√ 2
y + y − 2 = x, resolvendo a equação em função de x, temos
√ √
−1 + 9 + 4x2 −1 − 9 + 4x2
y= ou y = ,
2 2
d) Exercı́cio.
√
3 + 2x − x2
Exemplo 30. Determine o domı́nio e a imagem da função f (x) = .
x−2
y 2 (x2 − 4x + 4) = 3 + 2x − x2 ⇒ y 2 x2 − 4xy 2 + 4y 2 = 3 + 2x − x2
43
È
2 + 4y 2 ± (2 + 4y 2 )2 − 4(y 2 + 1)(4y 2 − 3)
x =
2(y 2 + 1)
√ √
2 + 4y 2 ± 12y 2 + 16 2 + 4y 2 ± 2 3y 2 + 4
= =
2(y 2 + 1) 2(y 2 + 1)
√
1 + 2y 2 ± 3y 2 + 4
=
y2 + 1
Figura
√
2.16: f (x) = Note que para qualquer valor de y ≥ 0 podemos
3+2x−x2
podemos determinar um x ∈ [−1, 2). Assim a imagem de f (x) são todos os números
reais. Um esboço do gráfico está na figura 2.16. Logo,
√ 2
1 + 2y 2
+ 3y + 4
se y ≥ 0
y2 + 1
x= √
1 + 2y 2 − 3y 2 + 4
se y ≤ 0
y2 + 1
A função f (x) é, portanto sobrejetora. Note ainda que f (x) não é injetora,
pois para x = −1 e x = 3 temos que f (−1) = 0 = f (3). Se restringirmos o domı́nio,
isto é, tirar o extremo x = −1 ou x = 3, passamos para uma função bijetora. Nestas
condições qual função é a inversa de f (x)?
Vamos iniciar nossos estudos com as funções trigonométricas, para isso vamos
reportar alguns conceitos da trigonometria.
44
Funções Trigonométricas
x2 + y 2 = 1.
Tracemos uma reta t paralela ao eixo y passando pelo ponto B = (1, 0), a
intersecção das retas r e t determina um ponto E. Tracemos uma reta s paralela ao eixo
x passando pelo ponto F = (0, 1), a intersecção das retas r e s determina um ponto G.
45
Seja uma reta r passando pela origem e formando um ângulo θ com o eixo
x positivo no sentido anti-horário. A reta r intercepta a circunferência no ponto B.
Tracemos uma reta n ortogonal a reta r passando pelo ponto B, a intersecção da reta n
com os eixos coordenados determinam os pontos D e E nos eixos x e y, respectivamente.
1 Hipo Hipo
sec(θ) = = = = Hipo = OD.
cos(θ) Cat. Adjc 1
1 Hipo Hipo
csc(θ) = = = = Hipo = OE.
sen(θ) Cat. Opos 1
Definição 2.15. Dados dois pontos A e B sobre uma circunferência, então cada uma
das partes em que a circunferência fica dividida por esses dois pontos é denominado arco.
x
Usamos a notação AB, para denotar o arco com ponto inicial A e ponto final
B no sentido anti-horário.
1
Definição 2.16. Grau é um arco unitário igual a 360
da circunferência que contém o
arco a ser medido.
Uma circunferência unitária completa tem 360 graus e mede 2π. Veremos
mais adiante como determinar o valor de π = 3, 14159265... (com oito casas decimais
exata). Para cada argumento θ podemos usar regra de três simples e achar o comprimento
do arco relativo a θ. Vamos definir aqui as funções trigonométricas como segue.
cos : R −→ R e sen : R −→ R
46
π
ii) Denotamos por 2
o menor dos números reais positivo tal que
π π
= 0 = cos −
cos ,
2 2
π π
sen = 1 e sen − = −1
2 2
iii) Dados t0 , t1 ∈ R então cos(t0 − t1 ) = cos(t0 ) cos(t1 ) + sen(t0 )sen(t1 )
iv) Para todo t ∈ 0, π
2
temos
sen(t)
0 < sen(t) < t < = tan(t).
cos(t)
Exemplo 31. Para cada t ∈ R mostre que as seguintes identidades são verificadas.
a) cos2 (t) + sen2 (t) = 1 b) cos(t) = cos(−t)
c) sen t + π
2
= cos(t) d) cos t − π
2
= sen(t) e) sen(−t) = −sen(t).
Tome agora t0 = π
2
e t1 = −t e use o item iii)
cos π
2
+t = cos π
2
− (−t)
π π
= cos 2
cos(−t) + sen 2
sen(−t) = sen(−t).
Logo, sen(−t) = cos π
2
+ t = cos t + π
2
= −sen(t).
47
Observação, em uma função ı́mpar os pontos
(x, f (x)) e (−x, f (−x)) são simétricos em relação a origem e
em uma função par a simetria está em relação ao eixo y.
c) exercı́cio.
48
Definição 2.19. Seja f : A → B uma função, dizemos que f é periódica se existe um
número p tal que
Exemplo 35. Mostre que as funções cos e sen são periódicas e seu perı́odo é p = 2π.
Resolução: A periodicidade já foi mostrada.
sen(γ0 )
0 < sen(γ0 ) < γ0 < = sen(γ0 ).
cos(γ0 )
O que contrária a definição, portanto cos(γ) ̸= 1 para todo γ ∈ 0, π
2
.
Logo γ não pode ser perı́odo de cos. Caso contrário devemos ter para todo
t∈R
cos(t) = cos(t + γ) = cos(t) cos(γ) − sen(γ)sen(t).
Assim,
não são perı́odo de cos. Se fosse, terı́amos para cada um dos casos o que segue
49
1 = cos(0) = cos(0 + α0 ) = cos(0) cos(γ) + sen(γ)sen(0) = cos(γ).
cos(t) = cos(t + α1 ) = cos t + π
2
+ γ = cos t + π
2
cos(γ) − sen t + π
2
sen(γ)
E, por fim,
3π
Falta ainda verificar que π e 2
não são perı́odo, mas isso é tarefa fácil.
= cos2 (t) − sen2 (t) = 1 − sen2 (t) − sen2 (t) = 1 − 2sen2 (t),
1 − cos(2t)
ou seja, sen2 (t) =
2
b) cos(2t) = cos(t) cos(t) − sen(t)sen(t)
= cos2 (t) − sen2 (t) = cos2 (t) + cos2 (t) − 1 = 2 cos2 (t) − 1,
1 + cos(2t)
ou seja, cos2 (t) =
2
Exemplo 37. Determine a imagem das funções cos e sen.
Resolução: Notemos que cos2 (t) + sen2 (t) = 1, segue daı́ que
De fato, suponha que |sen(t)| > 1 para algum t ∈ R, então sen2 (t) > 1, assim
50
o que é absurdo. De modo análogo mostra-se para cos
π π π π
Resolução: Como 0 < e 0 < π6 < π2 , pelo item iv) da
4
< 2
, 0< 3
< 2
sen(t)
definição das funções trigonométricas 0 < sen(t) < t < . Segue daı́ que
cos(t)
2 π 1 + cos 2 π4 1 + cos π
2 1
cos = = =
4 2 2 2
√
π √1 2
se, e somente se cos 4
= 2
= 2
.
= 2sen π
3
cos π
3
cos π
3
+ sen π
3
cos2 π
3
− sen2 π
3
= sen π
3
2 cos 2 π
3
+ cos 2 π
3
− 1 + cos 2 π
3
= sen π
3
4 cos2 π
3
−1
= sen π
3
−4sen2 π
3
+3
Logo,
π π
4 cos2 −1=0 ou − 4sen2 + 3 = 0,
3 3
podemos, assim concluir que
√ √
π 1 1 π 3 3
cos =√ = ou sen =√ =
3 4 2 3 4 2
Para π6 , temos
π 1 + cos 2 π6 1 + cos π
1+ 1
3
cos2 = = 3
= 2
=
6 2 2 2 4
51
√ √
π √3 3
se, e somente se cos 6
= 4
= 2
.
π
Exemplo 39. Calcule sen(t) e cos(t) para t = 5
π π π π
Resolução: Como 0 < 5
< 2
tanto cos 5
como sen 5
são positivos pelo
1+cos(2t)
item iv) da definição. Lembre-se que cos2 (t) = 2
ou equivalentemente
Notemos que,
sen π
5
= sen π − 4π
5
= sen(π) cos 4π
5
− cos(π)sen 4π
5
4π 2π 2π π π 2π
= sen 5
= 2sen 5
cos 5
= 4sen 5
cos 5
cos 5
= 4sen π
5
cos π
5
2 cos2 π
5
−1
Isto é,
0 = sen π
5
−1 + 4 cos π
5
2 cos2 π
5
−1
= sen π
5
−1 + 8 cos3 π
5
− 4 cos π
5
= sen π
5
cos π
5
+ 1
2
8 cos2 π
5
− 4 cos π
5
−2
[ ( √ )] [ ( √ )]
= sen π
5
cos π
5
+ 1
2
cos π
5
− 1+ 5
4
cos π5 − 1− 5
4
√
π 1+ 5
Portanto, cos 5
= 4
, verificando a equação acima e a definição. Para o
sen(t) temos Ì
√ )2 È
( √
π 1+ 5 10 − 2 5
sen = 1− =
5 4 4
Definição 2.20. Definimos por
sen(t) cos(t) 1 1
a) tan(t) = b) cot(t) = c) sec(t) = d) csc(t) = .
cos(t) sen(t) cos(t) sen(t)
52
As funções cos e sen tem todas as propriedades das funções trigonométricas
que você aprendeu no ensino de formação básica. O resultado que enunciaremos agora,
cuja justificativa pode ser verificada a partir do estudo de derivadas, afirma que são de
fato as mesmas.
Teorema 2.21. Se existirem cos⋆ e sen⋆ funções que satisfazem as cinco propriedades
das funções cos e sen. Então
• • .....
−π
2
−π
4
π
4
π
2
x
Figura 2.23: gráfico da função seno esses pontos e valores funcionais não são, neces-
sariamente racionais. Procure descreve-los sobre o plano de maneira aproximada. Use
53
Figura 2.19: função tan(x) Figura 2.20: função cot(x)
posteriormente um software de plotar gráfico e compare seu gráfico com o gráfico feito
pelo computador.
Curiosidade: Cálculo do π
(α) È
1+cos(α)
Mostre que cos 2 = 2 .
Disso, com algumas operações algébricas, obtemos
Ê ( ) É
1 cos 360 4R2 − ln2 √
2
l2n = 2R − 2R
2 2
+ n
= 2R − 2R
2 2
2
= 2R2 − R 4R2 − ln2 ,
2 2 4R
54
√
ou seja, 2
l2n = 2R2 − R 4R2 − ln2 . “A fórmula pode ser feita sem o uso da trigonometria, fazendo
uso do teorema de Pitágoras para triângulo retângulo”.
Num hexágono temos que cada lado do polı́gono quando inscrito em uma circunferência
tem medida R, portanto l62 = R2 . Com um polı́gono de 1536 lados teremos uma boa aproximação de π.
l62 = R2
È √ √
2
l12 = 2R2 − R 4R2 − l62 = 2R2 − R 4R2 − R2 = 2R2 − R2 3
È È √ È √
2
l24 = 2R2 − R 4R2 − l12
2 = 2R2 − R 4R2 − 2R2 + R2 3 = 2R2 − R2 2 + 3
√ È √ √
2
l48 = 2R2 − R 4R2 − l24
2 = 2R2 − R 4R2 − 2R2 + R2 2 + 3
È √ √
= 2R2 − R2 2 + 2 + 3
√ È √
√ √
2
l96 = 2R2 − R 4R2 − l48
2 = 2R2 − R 4R2 − 2R2 + R2 2 + 2 + 3
√ È √ √
= 2R2 − R2 2 + 2 + 2 + 3.
Para 1536 nossa aproximação para π é π ≈ 3, 14159046... com 5 casas decimais exatas.
Você pode agora calcular o valor de π com aproximações cada vez melhor.
Funções Exponenciais
Lema 2.22. Seja a > 1 um números real dado. Então, para todo δ > 0, existe um
número natural n tal que
1
a n − 1 < δ.
55
a−1
Demonstração: Escolhemos o primeiro número natural n tal que n > .
δ
Da fórmula do binômio de Newton, ou seja,
( )
n
∑
n
n
(c + b) = cn−i bi
i=0 i
pondo c = 1 e b = δ, temos
(1 + δ)n ≥ 1 + nδ.
Lema 2.23. Sejam a > 1 e x dois números reais dados. Então, para todo ϵ > 0 existem
números racionais r e s com r < x < s tais que
as − ar < ϵ.
Demonstração: Seja t > x um número racional, pelo lema 2.22 existe n tal que
( )
a n − 1 < δ = a−t ϵ,
1 1
ou seja, at a n − 1 < ϵ.
Assim,
( 1
)
as − ar = ar as−r − 1 < at as−r − 1 < at a n − 1 < ϵ.
Lema 2.24. Seja a > 1 um real dado. Então, para todo x real dado, existe um único
real λ tal que
ar < λ < as
56
Demonstração: Seja A := {ar ; r racional, r < x}.
ar ≤ λ ≤ as .
Se λ1 for tal que ar < λ1 < as , quaisquer que sejam os racionais r e s, com
r < x < s, teremos para todo ϵ > 0 pelo lema 2.23 que
|λ − λ1 | < as − ar < ϵ
|λ − λ1 |
assim λ = λ1 , pois caso contrário, tomando 0 < = ϵ terı́amos uma contradição
2
com a desigualdade anterior. 2
De fato, seja x1 < x2 , então existem racionais r, s tais que r < x1 < s < x2 ,
portanto,
ar < ax1 = f (x1 ) < as < ax2 = f (x2 ),
Seja p um real qualquer. Pelo lema 2.23, dado ϵ > 0, existem r e s racionais,
com r < p < s tais que
as − ar < ϵ.
57
−x
1 1
Se 0 < a < 1, então 0 < 1 < a
e podemos definir f (x) = a
e coincide
com ar nos racionais.
Definamos h(x) = f (x) − g(x) então h(r) = f (r) − g(r) = 0 para todo r
racional.
Seja p um número real qualquer, e suponhamos que h(p) > 0. Ainda existem
r e s racionais, com r < p < s tais que para todo x ∈ (r, s) e para todo ϵ > 0
ϵ ϵ
|f (x) − f (p)| < as − ar < e |g(x) − g(p)| < as − ar < .
2 2
h(p) h(p)
|h(x)−h(p)| = |f (x)−g(x)−f (p)+g(p)| ≤ |f (x)−f (p)|+|g(x)−g(p)| < + = h(p)
2 2
ou seja, 0 < h(x) < 2h(p) para todo x ∈ (r, s). Por outro lado existe q ∈ (r, s), racional
tal que h(q) = 0.
Portanto, não pode existir um número real p tal que h(p) > 0. Assim
f (x) = ax .
As propriedades listadas abaixo são validas para todo expoente racional, con-
tudo pode-se mostrar que permanecem válidas para expoentes reais.
58
Proposição 2.26. Sejam a > 0 e b > 0, x e y reais quaisquer, então são válidas as
seguintes igualdades.
a) ax ay = ax+y b) (ax )y = axy c) (ab)x = ax bx
d) Se a > 1 e x < y, então ax < ay e) Se 0 < a < 1 e x < y, então ax > ay .
√ √
Exemplo 40. Avalie o valor funcional de f (x) = 3x para x ∈ { 2, 12}.
√
Resolução: Sabemos que existem racionais r e s tais que r < 2 < s. Ainda que
59
14142
√ 141422
10000
= 1, 4142 < 2 < 1, 41422 = 100000
. Logo,
14142 √ √ 141422
4, 72873 ≈ 3 10000 = 31,4142 < f ( 2) = 3 2 < 31,41422 = 3 100000 ≈ 4, 72883.
√ √ √
Agora para 12 = 2 3 temos 2.(1, 73205) < 2 3 < 2.(1, 732051). Logo,
173205 √ √ 1732051
44, 95683 ≈ 32 100000 = 91,73205 < f ( 12) = 3 12 < 91,732051 = 3 100000 ≈ 44, 95693.
√ √
Exemplo 41. Avalie o valor funcional de f (x) = 2.3x para x ∈ { 2, 12}.
Resolução: Basta fazer o múltiplo por 2 nos valores do exemplo anterior.
1 1
0< −x
= ax = f (x) = ax = −x < 1.
a a
32 = 9 = 3x ou 30 = 1 = 3x ,
portanto, x = 2 ou x = 0.
60
2.3.4 Modelos
Assim,
¨
CV custo variável
C(x) = CV + CF
CF custo fixo .
Exemplo 43. Uma padaria produz pães com um custo fixo de R$ 1000, 00 e cada pão é
fabricado com um custo de R$ 0, 02. Determine a função custo de produção.
Resolução: C(x) = 0, 02x + 1000
A função recita, R(x) fornece a renda obtida por uma empresa ao vender uma
determinada quantidade de produto. Assim,
¨
p é o preço por quantidade vendida
R(x) = px
x quantidade vendida .
61
Exemplo 44. Se a padaria do exemplo 43 vende cada pão a R$ 0, 10 qual é a função
receita. Determine ainda quantos pães serão necessário ser vendido para cubrir o custo.
Resolução: A recita é R(x) = px = 0, 10x
Portanto, se a padaria vender 12500 pães o custo será nulo. Se a venda for
maior que 12500 pães a padaria obtem lucro, caso contrário prejuizo.
Exemplo 45. Determine a função lucro da padaria em relação aos exemplos 43 e 44.
Resolução Como C(x) = 0, 02x + 1000 e R(x) = 0, 10x vem,
Exemplo 46. Suponha que o preço dos pães na padaria esteja agora relacionado pela
equação p = 0, 12 − 0, 002x. Determine a função receita.
Resolução: R(x) = px = (0, 12 − 0, 002x)x = 0, 12x − 0, 002x2
Exemplo 47. Considerando o custo dos pães dado pelo exemplo 43 e a receita dada pelo
exemplo 46. Determine a função lucro quadrático.
Resolução: L(x) = (0, 12x − 0, 002x2 ) − (0, 02x + 1000) = 0, 10x − 0, 002x2 − 1000.
62
Exemplo 48. Uma embalagem para presentes tem um volume de 20 cm3 . O compri-
mento da base tem 3 cm a menos que o dobro da largura. O material da base custa
R$ 5, 00 o centı́metro quadrado, ao passo que o material das laterais custa R$ 2, 00 o
centı́metro quadrado. A tampa tem um custo fixo de R$ 2, 00. Determine o custo total
para confecção desta caixa em função do comprimento.
Resolução: Pondo c = 2t + 3 o comprimento da caixa segue que a largura L = t + 3,
definamos por h a altura da caixa, medidas em centı́metros, portanto, a área da base é
Das quatro faces laterais duas tem a mesma área com arestas h e L e a outra
h e c, assim a área das faces laterais é
20 20
20 = V = hLc ⇐⇒ h = = .
Lc (t + 3)(2t + 3)
240(t + 2) 3
C(t) = 5(2t + 3)(t + 3) + + 2, ∀t > − ,
(t + 3)(2t + 3) 2
As funções podem ser divididas por partes, nosso próximo exemplo evidência
tal situação.
Exemplo 49. Uma pı́scina deve ser construida da seguinte forma, uma parte redonda
com um arco de 180 graus e a outra retangular. De uma ponta a outra terá 30 metros
de comprimento por 10 metros de largura, a parte redonda da pı́scina terá uma profun-
didade 50 centı́metros, que será a parte mais rasa da pı́scina. A outra ponta terá uma
63
profundidade de 1 metro por 7 metros de comprimento. A profundidade vai aumentando
até atingir 2 metros, esta parte mais funda está no centro da pı́scina, com 8 metros de
comprimento. Determine uma função que representa o volume da pı́scina em relação a
altura de água
Exemplo 50. Uma caixa sem tampa deve ser construı́da de um pedaço retangular de
papelão com dimensões 14 cm por 22 cm. Para isso, devem-se cortar quadrados de lados
x de cada canto e depois dobrar. Expresse o volume V da caixa como função de x.
Resolução: Como será cortados quadrados de lados x de cada canto, então as arestas
da base serão dadas por 14 − 2x e 22 − 2x e a altura x, portanto o volume em função de
x é
V (x) = x(14 − 2x)(22 − 2x) = 2x(7 − x)(11 − x).
64
Exercı́cios
√
Exercı́cio 1. Resolva as inequações: b) B := {x ∈ R; −6 ≤ x < 2}
a) 5x + 6 < 2x + 9 b) 2x − 8 > 4x + 2 c) C := {x ∈ R; x > 0 e x2 < 2}
d) D := {x ∈ Q; x > 0 e x2 ≤ 2}
c) 2x + 2 ≥ 6x + 3 d) 1 − 6x ≥ 3 − 8x
Exercı́cio 6. Qual é o coeficiente angular da retas
e) x + 7 ≤ 9x − 1 f ) 7x + 6 ≤ 9x − 2 a) 3y + 6x − 3 = 0 b) 7y − 14x = 28
2x + 3 3 − 2x c) y = 6x − 3 d) −9y + 3x = 6
g) >2 h) > 2x
x+1 x+3
3x + 6 6x + 2 (x − 2)(x + 2) Exercı́cio 7. Determine uma equação de reta nor-
i) < j) <1
2x − 1 3x + 1 x mal as retas do exercı́cio 6 num ponto (x0 , y0 ) qual-
quer.
Exercı́cio 2. Encontre todos os valores para x,
para
√ os quais os números,
√ sejam reais.
√ Exercı́cio 8. Ache o valor de k tal que as retas
a) 8x − 16 b) x2 − 25 c) x2 + 5x − 3 de equação
m) |x2 − 2| ≥ |6x − 3| n) |x2 + x + 1| < |8x + 1| Exercı́cio 11. Um retângulo tem um perı́metro de
30 metros. Expresse a área do retângulo como uma
o) |x − 3| + |x + 2| > 2 p) |x + 6| − |3x + 4| < 4 função do comprimento de um de seus lados.
65
tı́metros tem um volume V (r) = 34 πr3 . Encontre Exercı́cio 20. Determine o domı́nio e a imagem
uma função que represente a quantidade de ar ne- das funções. Verifique se f é injetora, sobrejetora
cessária para inflar o balão de um raio r até um sobre R e/ou uma bijeção. Em cada caso quando
raio de r + 3 centı́metros. possı́vel determine uma inversa para f : Df → R.
Faça um esboço do gráfico.
Exercı́cio 14. Uma caixa sem tampa deve ser 1 x+3
a) f (x) = b) f (x) = c) f (x) = x3
construı́da de um pedaço retangular de papelão com x x−2
dimensões de 18 cm por 26 cm. Para isso devem-se 2x
cortar quadrados de lados x de cada canto e depois d) f (x) = x2 − 2x e) f (x) = 6 +
x+8
dobrar. Expresse o volume V da caixa como uma x
função de x. f ) f (x) = 2 g) f (x) = 2x2 + 2x − 4
x −4
√ √
Exercı́cio 15. Um arame de 20 cm de compri- h) f (x) = x2 − 4 i) f (x) = x − 12
mento deve ser cortado em 2 pedaços, um dos quais √
será torcido de modo a formar um quadrado e ou- j) f (x) = |x2 + x − 2| l) f (x) = |x2 + x − 12|
tro a formar uma circunferência. De que modo
deverá ser cortado para que a soma das áreas m) f (x) = |x − 2| n) f (x) = −6x + 3
das regiões limitadas pelas figuras obtidas sejam
mı́nima. Exercı́cio 21. Verifique as seguintes identidades
trigonométricas.
Exercı́cio 16. Um cilindro circular reta está ins- a) tan2 (t) + 1 = sec2 (t) b) 1 + cot2 (t) = csc2 (t)
crito numa esfera de raio r dado. Expresse o vo-
tan(t1 ) + tan(t2 )
lume V do cilindro em função da altura h do ci- c) tan(t1 + t2 ) =
lindro. 1 − tan(t1 ). tan(t2 )
tan(t1 ) − tan(t2 )
d) tan(t1 − t2 ) =
Exercı́cio √17. Determine
√ o domı́nio das funções. 1 + tan(t1 ). tan(t2 )
x2 − 16 − x + 8 2 tan(t) ( ) sen(t)
a) f (x) = √ e) tan(2t) = f ) tan 2t =
2 x3 − 1 1 − tan (t)
2 1 + cos(t)
x2 + 3x − 2 ( ) 1 + cos(t) ( ) 1 − cos(t)
b) f (x) = g) cos2 2t = h) sen2 2t =
x2 − 4 2 2
√ √
c) f (x) = x2 − 9 + 3 3x − 8 1 − cos(2t) ( ) 1 − cos(t)
i) tan2 (t) = j) tan 2t =
1 + cos(2t) sen(t)
3x2 + 6 ( t+s ) ( t−s )
d) f (x) = − 2x + 1 l) sen(t) − sen(s) = 2 cos 2 sen 2
x2 − x − 2
√ ( t+s ) ( t−s )
x x 1
e) f (x) = f ) f (x) = √ + 2 m) cos(t) − cos(s) = −2sen 2 sen 2
x−2 3
3x − 27 x
2
e) f (x) = x2 + 6x + 9 f ) f (x) = −2x2 − 6x + 3, 5 Exercı́cio 23. Estude o sinal das funções sen e
cos no intervalo (−2π, 2π).
Exercı́cio 19. Determine o “maior” conjunto
A tal que Imf ⊂ Dg em seguida, construa a Exercı́cio 24. Faça uma estimativa com 3 casas
composta h(x) = g(f (x)). de aproximação para as funções. Esboce o gráfico
3 em cada caso. √
a) g(x) = e f : A → R, f (x) = x + 4
x+3 a) f (x) = 3x para x ∈ {−2, −1, 0, 1, 3, 2, π}
√
b) g(x) = x2 − 4 e f : A → R, f (x) = x2 √
b) f (x) = 2.3x para x ∈ {−2, −1, 0, 1, 3, 2, π}
6x 2x2 + 3 √
c) g(x) = e f : A → R, f (x) = c) f (x) = 2.3x + 2; x ∈ {−2, −1, 0, 1, 3, 2, π}
−9
x2 x−3
√ √
d) g(x) = x − x − 12 e f : A → R,
2
d) f (x) = −2.3x ; x ∈ {−2, −1, 0, 1, 3, 2, π}
f (x) = x2 − x − 6
66
Exercı́cio 25. Determine todas as possı́veis Exercı́cio 27. Determine as possı́veis raı́zes para
raı́zes para cada um dos polinômios. as funções.
i) p(x) = x5 + 17 4
4 x − 23 3
4 x − 74 2
4 x + 31x − 12 i) f (x) = 2 cos2 (x) + 3sen(x) − 3
v) p(x) = 2x3 − 32 x2 − 83
4 x + 63
2 v) g(x) = cos(2x) + 2 cos(x) + 1
√ √
Exercı́cio 26. Dada as funções vi) h(x) = 3sen(x) + cos(x) − 3
1 2 1
f (x) = n − x2 + (n2 − 1)x + (n + 5) vii) f (x) = sen(x) + cos(x) − 1
4 4
e viii) g(x) = sen(x) − cos(x) − 1
1 2 1 Exercı́cio 28. Determine as possı́veis raı́zes para
g(x) = (n + 5)x2 + (−n2 + 1)x + n −
4 4 cada uma das funções abaixo.
i) Determine quais os valores de n para que a i) f (x) = 22x + 2.2x − 3
função f (x) tenha concavidade voltada para cima.
E quais os valores de n para que f (x) tenha ii) g(x) = 4.32x − 44.3x + 112
concavidade voltada para baixo.
iii) h(x) = 2.53x + 6.52x − 6.5x − 10
ii)Determine quais os valores de n para que
a função g(x) tenha concavidade voltada para
cima. E quais os valores de n para que g(x) tenha
concavidade voltada para baixo.
67
Capı́tulo 3
2
x + 4x + 4 se x ∈ [−2, −1)
f (x) = x 2
− + se x ∈ (−1, 2].
3 3
Nesta situação a função f (x) está se aproximando de 1
Figura 3.2: Limite de Função
quando x se aproxima de −1 por ambos os lados do ponto
−1. Note que −1 em ambos os casos, não está sendo considerado ponto de domı́nio de
f , mas se pode aproximar f (x) de um valor quando x se aproxima de −1.
68
É de se esperar que o limite quando existir seja um único valor L quando
aproximamos x a um ponto x0 , por qualquer que seja a direção, ou seja, a esquerda ou
a direita de x0 .
lim f (x) = L.
x→x0
Assim, no gráfico apresentado na figura 3.2 a função f (x) tem limite, pois
f (x) está próximo de 1 com x próximo de −1 por ambos os lados, por outro lado no
gráfico da figura 3.1, f (x) não tem limite.
Definição 3.1. Seja f (x) definida em um intervalo aberto em torno de x0 , exceto talvez
em x0 . Dizemos que f (x) tem limite L quando x tende à x0 e escrevemos
lim f (x) = L
x→x0
se para cada ϵ > 0 existe um número δ > 0 tal que, para todos os valores de x satisfazendo
Vamos usar a definição para mostrar que o valor L das funções, nos exemplos
a seguir é o limite de f (x).
Exemplo 51. Mostre que o número L é o limite das funções f (x) dadas abaixo.
x2 − 4
a) lim (5x − 8) = −3, b) lim = 4, c) lim (x3 − x − 3) = 3.
x→1 x→2 x − 2 x→2
Resolução:
a) Devemos mostrar que dado ϵ > 0 existe δ > 0 tal que para todo x satisfazendo
69
|(5x − 8) + 3| = |5x − 5| = |5(x − 1)|
ϵ
Isso sugere que podemos tomar δ ≤ . Tomando
5
ϵ
δ = , segue para x ̸= 1 que
5
ϵ ϵ
0 < |x − 1| < δ = implica |(5x − 8) − (−3)| = 5|x − 1| < 5. = ϵ.
5 5
b) Devemos mostrar que dado ϵ > 0 existe δ > 0 tal que para todo x satisfazendo
x2 − 4
0 < |x − 2| < δ implica
x−2
− 4 < ϵ.
x2 − 4 (x − 2)(x + 2)
x−2
− 4 =
− 4
x−2
= |x + 2 − 4| = |x − 2| < δ ≤ ϵ.
c) Devemos mostrar que dado ϵ > 0 existe δ > 0 tal que para todo x satisfazendo
|x2 + 2x + 3| ≤ |9 + 6 + 3| = 18.
70
Logo,
ϵ
Isso sugere que podemos tomar δ ≤ . Notemos
18
ϵ
ainda que de δ = 1 e δ ≤ , segue que δ deve ser dado por
18
§
Majorar função quadrática ϵ ª
δ = min ,1 .
18
1
Exemplo 52. Mostre que o número dado é o limite da função. lim3 = −4
x→ 2 (x − 1)(x − 2)
Resolução: Devemos mostrar que dado ϵ > 0 existe δ > 0 tal que
3 1
0 < x − < δ implica − (−4) < ϵ
2 (x − 1)(x − 2)
2(2x − 3)
2(2x − 3) x − 32 3
= = x − ⋆
(x − 1)(x − 2)
(x − 1)(x − 2) 2
71
2(2x − 3)
Devemos majorar a função f (x) = ,
(x − 1)(x − 2)
num intervalo contendo o ponto x0 = 32 , note ainda que f (x0 ) =
0. Para isso escolhemos o intervalo aberto I = (1, 2) tal que
x0 ∈ I e determinemos os valores de x ∈ I para os quais
2(2x − 3)
f (x) = <3
(x − 1)(x − 2)
Majorar função f (x)
2(2x − 3)
ou seja, −3 < < 3, temos então que resolver as
(x − 1)(x − 2)
seguintes desigualdades
2(2x − 3) 2(2x − 3)
−3 < e <3
(x − 1)(x − 2) (x − 1)(x − 2)
2(2x − 3) 3x2 − 5x x(3x − 5)
0< +3= =
(x − 1)(x − 2) (x − 1)(x − 2) (x − 1)(x − 2)
e
Figura 3.4: Gráfico limite
2(2x − 3) −3x2 + 13x − 9 (x − 3)(4 − 3x)
0> −3= =
(x − 1)(x − 2) (x − 1)(x − 2) (x − 1)(x − 2)
A solução para primeira desigualdade é x ∈ (−∞, 0) ∪ 1, 5
3
∪ (2, ∞), a
segunda tem solução x ∈ (−∞, 1) ∪ 4
3
, 2 ∪ (3, ∞), ainda da condição de x ∈ I = (1, 2),
4 5
concluı́mos que o intervalo procurado é dado por ,
3 3
.
Consideramos inicialmente δ = 16 , como x − 32 < δ = 16 , isto é, 4
3
< x < 53 ,
e como vimos a função f (x) é menor que y = 3 para todo x neste intervalo. Voltemos
agora em ⋆.
1 2(2x − 3) 3 3
+ 4 = x − < 3 x − < 3δ ≤ ϵ
(x − 1)(x − 2) (x − 1)(x − 2) 2 2
¦ © ¦ ©
Portanto, δ = min 1 ϵ
,
6 3
, contudo qualquer δ ∈ 0, min 1 ϵ
,
6 3
comprova a
veracidade do limite.
72
3.1 existe uma ruptura no ponto −1, ou seja, uma quebra no desenho do gráfico de f (x).
Temos neste caso que a função não segue de maneira contı́nua, ou seja, ela dá um salto.
No gráfico 3.2, isso não ocorre, pois como vemos f (−1) = 1 e, portanto, a função segue
sem dar salto, ou seja, de maneira contı́nua. Caso no gráfico 3.2 definı́ssemos f (−1) = 2,
novamente terı́amos um salto, contudo, neste caso o salto pode ser removido definindo
f (−1) = 1.
Note que, x−x
2
0
< |x − x0 | < δ = π2 , temos
|sen(x) − sen(x0 )| = 2sen x−x
2
0
cos x+x0
2
= 2
sen x−x0
2
cos x+x0
2
≤ 2 sen x−x0
2
< 2 x−x
2
0
= |x − x0 | < δ ≤ ϵ.
¦ ©
π
Portanto, tomando δ = min ϵ, 2
, a continuidade está provada.
= 2 sen x−x0
2
cos x+x0 +π
2
≤ 2 sen x−x
2
0
< 2 x−x0
2
= |x − x0 | < δ ≤ ϵ.
73
¦ ©
π
Portanto, tomando δ = min ϵ, 2
, a continuidade está provada.
Portanto, para todo ϵ > 0 devemos mostrar que existe δ > 0 tal que para todo
x satisfazendo
< |(x − a)| 2n−1 an−1 + 2n−2 an−1 + 2n−3 an−1 + · · · + 22 an−1 + 2an−1 + an−1
Basta tomar
¨ «
ϵ
δ = min a, n
(2 − 1)an−1
para o caso em que a > 0 ou
¨ «
ϵ
δ = min −a, n
(2 − 1)|a|n−1
para o caso em que a < 0. O que mostra o desejado.
74
√
Exemplo 56. Mostre que a função f (x) = n
x é contı́nua para todo x ≥ 0
Resolução: Note que
( )( )
1
xn − an
1 n−1 n−2 1 n−3 2
an + · · · + xn a
2 n−3 1 n−2 n−1
√ √ x n +x n an + x n n + xn a n +a n
n
x− na = ( n−1 n−2 1 n−3 2 2 n−3 1 n−2 n−1
)
x n +x n an + x n an + · · · + xn a n + xn a n +a n
x−a
= ( n−1 n−2 1 n−3 2 2 n−3 1 n−2 n−1
)
x n +x n a +x n n a + · · · + xn a
n n + xn a n +a n .
Portanto, para todo ϵ > 0 devemos mostrar que existe δ > 0 tal que para todo
x satisfazendo
√ √
|x − a| < δ implica | n x − n a| < ϵ.
Portanto,
√ √ x−a
( )
| n x − n a| = n−1 n−1
x n + x n−2 1 n−3 2 2
a + ··· + x a
n−3 1 n−2
n a +x
n n n n n +x a
n n +a n
( 1
)
= |x − a| n−1 n−1
x n + x n an + x n an + · · · + xn a n + xn a n + a n
n−2 1 n−3 2 2 n−3 1 n−2
1
1 1
= |x − a| < |x − a| n−1 < δ n−1 ≤ ϵ.
ψ(x) a n a n
n−1 2 n1 − 1 n−1 1
n
+ 2 n + 2 n + · · · + 2 n + 2 n + 1 1
n−2 n−3 2 1 n−1
= 2 a n = 1 a n .
2n − 1 2 −1n
{ n−1
}
Basta tomar δ = min a, a n ϵ e a continuidade está provada.
√
Exercı́cio 29. Mostre que a função f (x) = n
x é contı́nua para todo x ∈ R se n é um
número natural ı́mpar.
75
Teorema 3.4. Se f e g forem funções contı́nuas em um número x0 , então
i) f + g será contı́nua em x0 ii) f − g será contı́nua em x0
iii) f.g será contı́nua em x0 iv) f /g = f
g
será contı́nua em x0 , desde que g(x0 ) ̸= 0.
O próximo resultado nos ensina uma maneira muito fácil para o cálculo do
limite.
Logo, se uma ou mais de uma das três condições não forem verificadas a
função é não contı́nua e, então dizemos que f é descontı́nua no ponto x0 .
ou, equivalentemente,
lim f (g(x)) = lim f (u) = f lim g(x) .
x→x0 u→b x→x0
76
Resolução: Pondo g(x) = x3 − 4x e f (x) = sen(x), temos
Portanto,
77
Portanto,
O teorema acima tem uma infinidade de aplicações, uma delas será vista no
exemplo a seguir.
p(x) = x3 + x − 9,
p(1) = 13 + 1 − 9 = 1 + 1 − 9 = −7 e p(2) = 23 + 2 − 9 = 8 + 2 − 9 = 1.
Pelo Teorema do valor intermediário para todo número k onde k ∈ (p(1), p(2)) =
(−7, 1) existe x1 ∈ (1, 2), de modo que p(x1 ) = k. Note ainda que 0 = k ∈ (−7, 1), logo
p(x1 ) = 0.
Pelo Teorema do valor intermediário para todo número k onde k ∈ (p(2), p(1)) =
(−4, 13) existe x1 ∈ (1, 2), de modo que p(x1 ) = k. Note ainda que 0 = k ∈ (−4, 13),
logo p(x1 ) = 0.
78
3.3 Cálculo do Limite
Vamos enunciar um teorema, o qual nos será útil para obtenção do limite de
funções.
então
a) lim[f (x) ± g(x)] = L ± M = lim f (x) ± lim g(x)
x→c x→c x→c
Resolução:
a) Devemos mostrar que dado ϵ > 0 existe δ > 0 tal que para todo x satisfazendo
O que era de se esperar uma vez que essas funções são contı́nuas.
79
Exemplo 63. Calcule os limites abaixo √
x5 − 3x + 8 √ x+2
a)lim (x3 − x + 3) b) lim c) lim x3 + 6x − 4 d) lim 2
x→2 x→3 x2 − 6 x→1 x→0 x − 1
Resolução Segue pelas regras de cálculo de limites que,
a) lim (x3 − x + 3) = 23 − 2 + 3 = 9.
x→2
b) Note que,
x5 − 3x + 8 242
e pela regra do quociente lim =
x→3 x −6
2 3 √ √
c) lim (x3 + 6x − 4) = 13 + 6.1 − 4 = 3, da regra do expoente lim x3 + 6x − 4 = 3
x→1 x→1
d) lim (x + 2) = 2, lim (x − 1) = −1, da regra do expoente seguida do quociente temos
2
√
x→0 x→0
x+2 √
lim = − 2.
x→0 x2 − 1
x2 + x − 2 (x − 1)(x + 2) x+2
a) lim = lim = lim = 3.
x→1 x −x
2 x→1 x(x − 1) x→1 x
b) √ √ √ √ √
√
2+x− 2 2+x− 2 2+x+ 2 x
lim = lim √ √ = lim √ √
x→0 x x→0 x 2+x+ 2 x→0 x 2+x+ 2
1 1
= lim √ √ = √
x→0 2+x+ 2 2 2
Teorema 3.9. Suponhamos que g(x) ≤ f (x) ≤ h(x) para qualquer x em um intervalo
80
aberto contendo x0 , exceto possivelmente em x = x0 . Suponha também que
então
lim f (x) = L.
x→x0
De fato, note que x4 é positivo para todo x ∈ (−1, 0) ∪ (0, 1), ainda x2 ln(x2 )
é negativo para todo x ∈ (−1, 0) ∪ (0, 1). Segue daı́ que x2 ln(x2 ) < 0 ≤ x4 para todo
x ∈ (−1, 0) ∪ (0, 1).
1
− < ln(x2 ) ∀ x ∈ (0, 1).
x
De fato, dado x0 ∈ 0, 1
2
então 2x0 − 1 < 0 e, consideremos as retas
2x x 2
r1 (x) = − 2 + ln(x20 ) e r2 (x) = − .
x0 x20 x0
81
A reta r1 (x) intercepta (na verdade tangencia) a curva ln(x2 ) e a reta r2 (x)
intercepta ( na verdade tangencia) a curva − x1 no ponto x0 (Verifique!).
As retas r1 (x) e r2 (x) interceptam num ponto x1 maior que x0 se, e somente
se − x10 < ln(x20 ).
Como 2x0 − 1 < 0 e x0 > 0 implica que −1 − x0 ln(x20 ) < 0 se, e somente se
1
− < ln(x20 ).
x0
lim x2 ln(x2 ) = 0.
x→0
82
Resolução: Vamos usar uma intuição geométrica, embora não seja ne-
cessário.
1
Seja o triângulo ∆OAP tem área AT1 = sen(θ)
2
π
com 0 < θ < .
2
⌢
Observe que a região circular de arco AP tem
θ π
área AC = com 0 < θ < .
2 2
Temos ainda que o triângulo ∆OAT tem área
1 π
AT2 = tg(θ) com 0 < θ < .
2 2
sen(θ) θ tg(θ)
Segue disso que < < , ou seja,
2 2 2
Figura 3.7: Limite Fundamental
Trigonométrico
θ 1 sen(θ)
1< < implicando em cos(θ) < < 1.
sen(θ) cos(θ) θ
Usando o Teorema do Confronto uma vez que lim cos(θ) = 1 segue que
θ→0
sen(θ)
= 1. lim+
θ→0 θ
π π
Se − < θ < 0 então 0 < −θ < , e do fato que sen(−θ) = −sen(θ) e
2 2
cos(−θ) = cos(θ), segue que
sen(−θ) sen(θ)
cos(−θ) < < 1 então cos(θ) < < 1.
−θ θ
sen(θ)
E do que já foi visto temos lim− = 1.
x→0 θ
Portanto, como os limites laterais existem e são iguais segue que
sen(θ)
= 1. lim
θ→0 θ
1 − cos(x)
Exemplo 67. Calcule o limite lim
x→0 x2
Resolução: Usaremos neste exemplo o limite trigonométrico fundamental.
1 − cos(x) 1 − cos(x) 1 + cos(x) 1 − cos2 (x)
lim = lim . = lim
x→0 x2 x→0 x2 1 + cos(x) x→0 x2 (1 + cos(x))
83
Teorema 3.10. Seja f uma função tal que
sen(2x)
Exemplo 68. Calcule o limite limπ
x→ 2 x −
π
2
Resolução: Iremos usar o limite trigonométrico fundamental, contudo x deve tender a
zero, usando o teorema acima, temos
sen(2x) sen 2 t + π2 sen 2 t + π
−sen(2t)
limπ = lim = lim 2
= lim
x→ 2 x − t + π2 − π2
π
2
t→0 t→0 t t→0 t
84
Definição 3.11. Seja f (x) definida em todos os números de algum intervalo aberto
(x1 , x2 ). Então, o limite de f (x) quando x tende a x1 pela direita é L e, escrevemos
lim f (x) = L
x→x+
1
Definição 3.12. Seja f (x) definida em todos os números de algum intervalo aberto
(x0 , x1 ). Então, o limite de f (x) quando x tende a x1 pela esquerda é L e, escrevemos
lim f (x) = L
x→x−
1
Vamos agora calcular o limite de F (x) quando x tende a 3, para isso calcu-
lamos os limites laterais de F (x).
portanto, lim F (x) = 0. Contudo a última condição do teorema não é verificada, posto
x→3
que
lim F (x) = 0 ̸= 2 = F (3).
x→3
85
Exemplo 71. Calcule os limites abaixo.
x x
a) lim+ e b) lim− .
x→0 |x| x→0 |x|
Resolução:
x
Se x → 0+ temos que x > 0 então |x| = x, consequentemente, = 1 e, portanto
|x|
x
lim+ = lim 1 = 1.
x→0 |x| x→0+
x
Se x → 0− temos que x < 0 então |x| = −x, consequentemente, = −1 e, portanto
|x|
x
lim− = lim −1 = −1.
x→0 |x| x→0+
Teorema 3.13. Se lim f (x) existe e é igual a L se, e somente se lim− f (x) e lim+ f (x)
x→x0 x→x0 x→x0
existirem e forem iguais a L
x
Segue do Teorema acima que lim não existe, posto que, os limites laterais
x→0 |x|
existem e são distintos.
= lim x + 3 = 3 + 3 = 6.
x→3−
86
Exemplo 73. Determine um intervalo [a, b] para o qual exista um ponto c ∈ (a, b), tais
que as funções f (x) e g(x) sejam iguais neste ponto.
sen(4x) sen(4x)
lim − tg(4x) = lim − = +∞ e lim tg(4x) = lim = −∞.
x→ 3π
8
x→ 3π
8
cos(4x) π+
x→ 8 π+
x→ 8 cos(4x)
Donde
π 3π
Como h(x) = tg(4x) − 4x é contı́nua no intervalo + ϵ, − ϵ , para ϵ > 0
8 8
suficientemente pequeno, então pelo Teorema do valor intermediário existe um número
π 3π
c∈ + ϵ, − ϵ tal que h(c) = 0. Por outro lado para x = 5π
16
, temos que
8 8
5π 5π 5π 5π
tg 4 = tg = 1, ou seja, h =1− < 0.
16 4 16 4
5π 3π
Portanto, para ϵ > 0 suficientemente pequeno, escolhemos o intervalo I = , −ϵ .
16 8
5π 3π
Donde existe c ∈ , − ϵ , tal que h(c) = 0, ou seja, tg(4c) = 4c.
16 8
6π 13π
Para maior precisão pode-se determinar um intervalo I = , , é fácil
20 36
6π 13π
ver que h 6π
26
= tg 4 6π
20
− ≈ −3 < 0 e que h 13π
36
= tg 4 13π
36
− ≈ 1, 13 > 0.
5 9
87
i) Existe limite para f se x aproxima-se de −1?
ii) A função f é contı́nua em x = −1? Em caso negativo a descontinuidade é removı́vel?
iii) Existe limite quando x se aproxima de 23 ? A função é contı́nua neste ponto?
5
Resolução: Para o item i) o limite existe, lim f (x) = . Para o item ii) A
x→−1 3
função não é contı́nua em x = −1, por outro lado tal descontinuidade é removı́vel, basta
para isso definir f (−1) = 35 . Para o item iii) existe limite quando x se aproxima de 32 ,
115
lim3 f (x) = − . A continuidade de f em x = 32 não pode ser analisada pois tal ponto
x→ 2 56
não pertence ao domı́nio de f .
Definição 3.14. Seja f (x) definida em todos os números de algum intervalo I contendo
x0 , exceto possivelmente no próprio x0 . Quando x tende a x0 , f (x) cresce indefinida-
mente, escrevemos
lim f (x) = +∞
x→x0
lim f (x) = −∞
x→x0
88
Exemplo 75. Calcular os limites abaixo.
1 1 1
a) lim+ b) lim− c) lim
x→0 x x→0 x x→0 x
Resolução
1 1
a) Este limite é infinito positivo, pois para todo N > 0 existe δ = , tal que 0 < x <
N N
então segue que
1
N< portanto f (x) > N.
x
1
b) Este limite é infinito negativo, pois para todo N > 0 existe δ = , tal que 0 < −x <
N
1
(note que x < 0) então segue que
N
1
−N > portanto f (x) < −N.
x
c) Este limite não existe, posto que os limites laterais são distintos.
Nosso próximo exemplo mostra que os limites laterais nem sempre existem.
Exemplo 76. Seja a função y = sen( x1 ). Então os limites laterais não existem quando
x se aproxima de zero.
1
Como vimos lim+ = +∞, mas sen(z) é
...y
. x→0 x
.... ..1
.... .. ... .. ....
.... . .. ................................
..... .........
uma função periódica, a qual fica oscilando entre −1
.. ... .. .......... .... ..... ... .........
... .. .............. .... ..
... .... ...................................... ........ .
.
..
.... .... .................................... ........ ...
.. ... ................................ ..... ... e 1, ou seja sen(z) repetem-se ciclicamente, segue daı́
.
.. .. .......................
.. .. .................................
.. ... ..............................
........... .. ..
..
...
.. .. ...................... ..
... .... ................................................ ....
..
... 1
.. . .......................... ..
.. ... ..................................... ...
... ... ............................ ..
..
..
..
que lim+ sen não existe. Argumentos análogo para
x
.. .. ................................ .. .. x→0
... .... ............................................................. .... ...
.
.. . ............................. .. .. ...
x
.. .... ............................................................ .... ...
−1 ...
..
... ............................... .. ..
... ............................................. ... ..
1 1
...
.
..
. ... .
.. . .
... ............................... ... ... . . .
... .......................................... ... ...
. lim− sen .
..
..
....
... ...................................... ... ..
.......................................... ... ...
......................................... ... ...
x→0 x
... ........................................ ... ..
... ..... ................................. ... ...
...... ................................. ... ...
......... .
.
.
...
. ..... .......................... ... ...
.... .................. .. ..
..... ................. .. ..
O resultado abaixo generaliza o primeiro exem-
......... ...
. ...... .... ........ ... ......
........... .
..
.. ... ... ...... ... ....
.
....................
−1 . ..
plo desta seção, ou seja, quando no quociente o numerador
tende a um número c ̸= 0 e o denominador tende a 0 zero.
89
onde c é uma constante não nula, então
i) Se c > 0 e se f (x) → 0 por valores positivos, então
g(x)
lim = +∞.
x→x0 f (x)
ii) Se c > 0 e se f (x) → 0 por valores negativos, então
g(x)
lim = −∞.
x→x0 f (x)
iii) Se c < 0 e se f (x) → 0 por valores positivos, então
g(x)
lim = −∞.
x→x0 f (x)
iv) Se c < 0 e se f (x) → 0 por valores negativos, então
g(x)
lim = +∞.
x→x0 f (x)
90
Exemplo 78. Calcule os limites abaixo:
x2 + x + 2 x2 + x + 2 x2 + x + 2
a) lim+ 2 b) lim− 2 c) lim
x→3 x − 2x − 3 x→3 x − 2x − 3 x→3 x2 − 2x − 3
Resolução:
x2 + x + 2
Se x → 3, segue que lim não existe, posto que os limites laterais
x→3 x2 − 2x − 3
existem e são distintos.
91
O teorema acima ainda permanece válido quando trocamos x0 por +∞ ou
−∞, o qual ainda iremos definir.
x2 + 8 x2 + 8
lim− = −∞ e lim− 3x = 6, do teorema anterior lim− + 3x = −∞ e
x→2 x−2 x→2 x→2 x−2
x2 + 8 x2 + 8
lim+ = +∞ e lim+ 3x = 6, do teorema anterior lim+ + 3x = +∞.
x→2 x−2 x→2 x→2 x−2
b) Este limite é mais infinito, Verifique!. Use o teorema anterior item iii) a).
x → +∞ ou x → −∞
respectivamente.
Definição 3.17. Seja f uma função definida em um intervalo (a, +∞) o limite de f (x)
quando x cresce indefinidamente é L e escrito como
lim f (x) = L
x→+∞
se para todo ϵ > 0, existir um número N > 0 tal que se x > N então |f (x) − L| < ϵ.
92
Definição 3.18. Seja f uma função definida em um intervalo (−∞, a) o limite de f (x)
quando x decresce indefinidamente é L e escrito como
lim f (x) = L
x→−∞
se para todo ϵ > 0, existir um número N > 0 tal que se x < −N então |f (x) − L| < ϵ.
Resolução:
1
a) Devemos mostrar que dado ϵ > 0 existe N > 0 tal que se x > N então n − 0 < ϵ.
x
1
1 n 1 1
De fato, tomando N = , assim se x > N então > , donde
ϵ N x
1 1 1
n
< n = 1 = ϵ.
x N ϵ
1
1 n 1
b) De modo análogo ao anterior, tomando N = , assim se x < −N então >
ϵ N
1
− , donde para n ı́mpar
x
1 1 1 1
=− < n = 1 = ϵ.
n n
x x N ϵ
93
Temos ainda o conceito de limite infinito no infinito, ou seja, f (x) cresce ou
decresce indefinidamente quando x cresce ou decresce indefinidamente. Por exemplo
lim f (x) = +∞ se a função f estiver definida no intervalo (a, +∞) e se para todo
x→+∞
“∞” “0”
“0.∞”, “∞ − ∞” “1∞ ”, , “∞0 ”, “00 ”.
∞ 0
lim g(x) = +∞, donde o limite no quociente f (x) por g(x) é uma expressão indeter-
x→+∞
94
|x|, temos:
3x+4 3x 4 3x 4 3x 4
3x + 4 |x| |x|
+ |x| |x|
+ |x| |x|
+|x|
lim √ 2 = lim √ = lim √ = lim √ = lim È .
x→+∞ 2x − 5 x→+∞ 2x2 −5
|x|
x→+∞ √ −5
2x 2 x→+∞ 2x2
− 5 x→+∞ 2 − x52
x2 x2 x2
3.7 Assı́ntotas
Definição 3.19. Dada uma reta r e uma função f , dizemos que a reta r e uma assı́ntota
do gráfico de f se, e somente se, a distância δ entre um ponto M do gráfico de f e a
reta r tende a zero a medida que o ponto M se afasta indefinidamente da origem.
95
cos(K 3 x)
Exemplo 83. Seja a curva y = ax + b + , onde K ≥ 2 e considere a reta
x
r : ax + b.
cos(K 3 x)
a) Calcule lim ax + b + − (ax + b) .
x→+∞ x
b) Mostre que a distância de um ponto M da curva y e a reta r é zero a medida que M
se afasta da origem.
cos(K 3 x)
c) A reta r : ax + b é uma assı́ntota da curva y = ax + b + .
x
b) Da afirmação do item a), temos que para todo ϵ > 0 existe um R ∈ R tal
que para todo x > R implica
cos(K 3 x)
ax + b +
− (ax + b)<ϵ
x
|ax0 + b + cy0 |
dpr = √ onde r : ax + b + cy = 0 e p = (x0 , y0 ),
a2 + c2
(2N − 1)π
por outro lado note que, para x0 = temos
2K 3
( )
K 3 (2N −1)π
(2N − 1)π cos 2K 3 (2N − 1)π
y0 = a +b+ (2N −1)π
=a + b,
2K 3 2K 3
2K 3
K 3 (2N − 1)π (2N − 1)π
pois, cos = cos = 0.
2K 3 2
96
Logo, a distância de um ponto M = (x0 , y0 ) da curva y e a reta r é zero a
medida que M se afasta da origem.
c) Não, pois não temos que a distância dM r = δ > 0 com δ → 0 a medida que M
se afasta da origem. Neste caso, existe δ = 0 quando M se afasta indefinidamente da
origem.
97
f (x) b f (x) b
Segue que lim −k− = 0, caso contrário, lim x −k−
x→+∞ x x x→+∞ x x
seria mais infinito ou menos infinito.
Assim,
f (x) b f (x)
lim −k− = 0 ⇐⇒ lim = k.
x→+∞ x x x→+∞ x
Exemplo 84. Determine as assı́ntotas, das funções y = f (x) apresentada nas figuras
3.10-3.12, através de limites.
5x2 + 8x − 3 11x + 2 2x2 − 3
a) y = b) y = + 1 c) y = .
3x2 + 2 2x3 − 1 8x + 4
Resolução: Os ı́tens a) e b) serão deixados como exercı́cios.
c) Primeiramente, notemos que 8x+4 = 0 se, e somente se x = − 21 e 2x2 −3 em x = − 12
é não nulo e negativo, verifique!. Assim
2x2 − 3 2x2 − 3
lim − = +∞ e lim + = −∞,
x→− 12 8x + 4 x→− 12 8x + 4
2x2 − 3
portanto, a reta x = − 12 é uma assı́ntota vertical de y = f (x) = .
8x + 4
Para assı́ntotas oblı́quas vamos usar os passos acima a fim de determinarmos
k e b componentes da reta r : kx + b, caso existam.
2x −3 2
f (x) 2x2 − 3 2 1
k = lim = lim 8x+4 = lim 2
= =
x→+∞ x x→+∞ x x→+∞ 8x + 4x 8 4
e
2x2 − 3 x −4x − 12 1
b = lim [f (x) − kx] = lim − = lim =− .
x→+∞ x→+∞ 8x + 4 4 x→+∞ 4(8x + 4) 8
2x2 − 3 x 1
Note ainda que a curva y = e a reta r : − , não possuem pontos
8x + 4 4 8
de intersecção, logo a reta r é uma assı́ntota oblı́qua da curva.
98
3x x
Exemplo 85. Determine as assı́ntotas da curva y = √ 2 + − 1.
x +1 5
Resolução: Note que a curva y está definida para todos os números reais, logo não
possui assı́ntota vertical. Para assı́ntota oblı́qua calculamos,
f (x) √ 3x + x
−1 3 1 1 1
k = lim = lim x2 +1 5 = lim √ + − =
x→+∞ x x→+∞ x x→+∞ x +1 5 x
2 5
e
3x x x 3x
b = lim [f (x) − kx] = lim √ + −1− = lim √ 2 − 1 = 2.
x→+∞ x→+∞ x +1 5
2 5 x→+∞ x +1
x
Logo, a reta r1 : + 2 é uma assı́ntota oblı́qua da curva y. Quando x → −∞,
5
x
temos que a reta r2 : − 4 é também uma assı́ntota oblı́qua de y, verifique! Note que as
5
retas e a curva não possuem pontos de intersecção.
Nosso estudo estará voltado para sequências infinitas, assim sempre que
usarmos a palavra sequência, fica entendido que se trata de uma sequência infinita.
Definição 3.22. Uma sequência de números reais é uma função x : N → R, que associa
a cada número natural n um número real xn , chamado de n-ésimo termo da sequência.
99
Duas sequências (an ) e (bn ) são iguais se e somente se ai = bi para todo i. Os
dois últimos exemplos, mostram que o conjunto dos elementos das sequências é {0, 1},
contudo, elas são distintas, pois an ̸= bn para todo n. Isso implica que não devemos
confundir o conjunto dos elementos da sequência {x1 , x2 , · · · , xn , · · · } com a sequência
(x1 , x2 , · · · , xn , · · · ). Podemos ver que o conjunto para as sequências an e bn é o mesmo,
no entanto, as sequências são distintas.
Definição 3.23. Uma sequência (xn ) tem um limite L se para qualquer ϵ > 0 existir um
número N > 0, tal que se n for um inteiro positivo e para todo n > N implica em
|xn − L| < ϵ
e escrevemos
lim xn = L.
n→+∞
1
Exemplo 86. A sequência xn = n
tem limite zero.
Resolução: Devemos mostrar que dado ϵ > 0 existe N > 0 tal que para todo n > N
implica n1 − 0 < ϵ.
100
Definição 3.24. Se a sequência (xn ) tiver um limite, dizemos que ela é convergente e,
converge para o limite. Caso contrário ela será dita divergente.
Teorema 3.25. Se lim f (x) = L e f estiver definida para todo inteiro positivo, então
x→+∞
( ) 1
A recı́proca do teorema não é verdadeira, pois an = cos (2n−1)π
2
+ , tem
( )
n
1
limite zero para n → +∞, contudo, f (x) = cos (2x−1)π
2
+ não tem limite quando
x
x → +∞. (O que dizer se n > x > N ).
¦ ©
π
Exemplo 87. Determine se a sequência nsen n
é convergente ou divergente
Resolução : Primeiramente, note que a função sequência é definida para todo número
real positivo, assim
π π π
π sen x π sen x
sen x
lim xsen = lim 1 = lim 1 = π lim π =π
x→+∞ x x→+∞
x
x→+∞ π
x
x→+∞
x
Exemplo 88. Mostre que a função exponencial é uma bijeção dos R (reais) com os R∗+
((0, +∞)).
Resolução: Já sabemos que a função exponencial é injetora e que sua imagem é positiva,
ou seja, f (x) > 0 para todo x real. Notemos ainda que, para a > 1, temos
lim ax = +∞ e lim ax = 0.
x→+∞ x→−∞
101
Note que, lim (1 + nm) = +∞, ou seja, dado ϵ > 0 existe n0 tal que para
n→+∞
1
Para isso, basta notar que se 0 < a < 1 então 1 + m = a
> 1. Então,
1
lim an = lim n .
n−→+∞ n−→+∞ 1
a
Observe que,
1 1 1 1
0 < a n = 1 n = = ( n) (n) ( n) (n) ≤ .
(1 + m)n 1 + 1 m + 2 m + 3 m + ··· + n m
2 3 n 1 + nm
a
1
ainda, lim = 0, pelo teorema do confronto, segue o desejado.
n→+∞ 1 + nm
Pense no caso em que x −→ −∞.
102
Segue da definição acima que aloga (y) = y e loga (ax ) = x.
f) Chame loga (y) = λ, logb (y) = γ e logb (a) = β se, e só se, aλ = y, bγ = y e bβ = a.
λ
Assim, bγ = y = aλ = bβ = bβ.λ e, pela injetividade, temos γ = β.λ
logb (y)
portanto, logb (y) = γ = β.λ = logb (a). loga (y) ou ainda, loga (y) = . 2
logb (a)
log2 (8) = y ⇔ 2y = 8 = 23 ⇔ y = 3.
103
2 −4 √
log4 (64) = y 2 − 4 ⇔ 4y = 64 = 43 ⇔ y 2 − 4 = 3 ⇔ y = ± 7
2 −y+1
log3 (27) = y 2 − y + 1 ⇔ 3y = 27 = 33 ⇔ y 2 − y + 1 = 3.
Logo,
n 3
5n + 3 5 1+ 5n
lim n = lim . 2 = 0.1 = 0,
n→+∞ 8 + 2 n→+∞ 8 1+ 8n
Exemplo 91. Seja a sequência {(−1)n + 1}, determine se a sequência converge ou di-
verge.
Resolução : Pondo xn = (−1)n + 1, temos
104
donde
¨
0 se n é ı́mpar
xn =
2 se n é par
Parece que a sequência é divergente. Vamos supor que ela seja convergente,
então para todo ϵ > 0 existe N > 0 tal que para todo n > N temos |xn − L| < ϵ.
Tomemos ϵ = 21 , então existe N > 0 tal que para todo n > N temos
1
|xn − L| < .
2
3.10 Subsequência
105
Ilustração: Consideremos a seguinte sequência xn = n1 , então
1 1 1 1
(xn ) = (x1 , x2 , x3 , x4 , · · · , xn , · · · ) = 1, , , , · · · , , · · · .
2 3 4 n
N′ = {n1 < n2 < n3 < · · · < nk < · · · } = {1 < 3 < 5 < · · · < 2n − 1 < · · · }
(x2n−1 ) = (0, 0, 0, 0, 0, 0, · · · , 0, · · · ) e
(x2n ) = (2, 2, 2, 2, 2, 2, · · · , 2, · · · )
Donde
são duas subsequências distintas com limites distintos, logo a sequência diverge.
106
3.11 Sequência Monótonas e Limitadas
Dada uma sequência (xn ) e supondo que o termo posterior seja sempre maior
(ou menor) que o anterior para todo n, e ainda que esta sequência não ultrapasse um
valor K real para todo n suficientemente grande, então é de esperar que essa sequência
possua um limite, esse é o tema nesta seção.
Definição 3.32. Uma sequência (xn ) é dita limitada se existe uma constante C > 0 tal
que
|xn | ≤ C para todo n.
xn ≤ D para todo n.
xn ≥ K para todo n.
1
As sequências, xn = n
é limitada e yn = n é limitada inferiormente. Note que
1
|xn | = ≤ 1 para todo n e yn = n ≥ 1 para todo n.
n
107
Teorema 3.33. Toda sequência monótona limitada é convergente.
¨ «
2n
Exemplo 93. Determine se a sequência é ou não convergente.
n!
Resolução: Notemos que lim 2n = +∞ e lim n! = +∞. Uma forma indetermi-
n→+∞ n→+∞
nada. Vamos mostrar que tal sequência converge, usando o teorema anterior. Primeira-
mente, note que
1 1 1 1 1
≤ 1+1+ + 2 + 3 + · · · + n−2 + n−1 = 3.
2 2 2 2 2
n−1
1 1
Lembre-se que 2 n−1
≤ n! e que an = é uma P.G de razão .
2 2
A terceira linha na igualdade acima, mostra que a sequência é formada por
parcelas positivas, assim an < an+1 para todo n. Note que
1 1 1 1 1 2 1
a1 = 2 < a 2 = 1 + 1 + 1 − <1+1+ 1− + 1− 1− = a3 .
n 2! n 2! n n 3!
108
No exemplo acima, temos que 2 < an < 3. Como tal sequência é convergente,
denotamos por e seu limite, ou seja,
n
1
lim 1+ = e.
n→+∞ n
Exercı́cio 31. Seja x > 0 e f uma função dada por
x x
1 1
f (x) = 1 + , mostre que lim 1+ = e.
x x→+∞ x
Exemplo 95. Seja x < −1 e f uma função dada por
x x
1 1
f (x) = 1 + , mostre que lim 1+ = e.
x x→−∞ x
Resolução: Pondo x = −t − 1, com t > 0, vem
x −t−1 −t −1 t
1 1 1 1 1 t+1
1+ = 1− = 1− 1− = 1+ .
x t+1 t+1 t+1 t t
109
Exemplo 97. Calcule os limites.
ln(x) x2
i) lim ii) lim x
x→+∞ x x→+∞ 2
= − lim y 2 ln(y 2 ) = 0
y→0
2 ln(x)
−ln(2)
= lim ex( x ) = e−∞ = 0
x→+∞
x−3
3
Exemplo 98. Calcule o limite lim+ 2 + .
x→3 x−3
Resolução: Vamos usar a função exponencial e logarı́tmica.
x−3 x−3
3 3
(2+ x−3 ) 3
= lim+ e(x−3) ln(2+ x−3 )
ln
lim+ 2+ = lim+ e
x→3 x−3 x→3 x→3
2x−3
= lim+ e(x−3) ln( x−3 ) = lim+ e(x−3) ln(2x−3)−(x−3) ln(x−3) = e0 = 1
x→3 x→3
ln(x)
Exemplo 99. Calcule lim .
x→1 x − 1
x < ln(x)
< 1
+ 1
∀ x ∈ (0, 1).
x−1 2x 2
110
Seja x0 ∈ (1, +∞) e consideramos as retas
x
r2 (x) = + ln(x0 ) − 1.
x0
(ln(x0 ) + 1 − x20 )x0 > (−2x20 + 3x0 − 1)x = −(x0 − 1)(2x0 − 1)x.
Tome x0 > x1 e x = x0 em r1 (x) e r2 (x) temos que ln(x0 ) = r2 (x0 ) > r1 (x0 ) =
−x20 + 3x0 − 2 = (x0 + 1)(−x0 + 2) se, se e somente se, −x0 + 2 < ln(x0 )
x0 −1
.
De fato,
Como, −(x0 − 1)(2x0 − 1) < 0 para todo x0 ∈ (1, +∞) devemos ter
ln(x0 ) + x20 − 3x0 + 2 > 0 se, e somente se ln(x0 ) > −x20 + 3x0 − 2.
x
r3 (x) = (2x0 − 1)x − x20 e r2 (x) = + ln(x0 ) − 1.
x0
111
Determinamos os valores de x para os quais r3 (x) > r2 (x), ou seja,
x
(2x0 −1)x−x20 > +ln(x0 )−1 ⇔ (x0 −1)(2x0 +1)x = (2x20 −x0 −1)x > x0 (ln(x0 )+x20 −1)
x0
Como (x0 − 1)(2x0 + 1) < 0 para todo 0 < x0 < 1 temos que
x0 (ln(x0 ) + x20 − 1)
x< = x2 .
(x0 − 1)(2x0 + 1)
É fácil ver que as retas r3 (x) e r2 (x) interceptam no ponto x2 maior que x0
se e somente se x0 (x0 − 1) > ln(x0 ).( Verifique!)
ln(x) 1
Resta-nos mostrar que x−1
< 2x
+ 12 .
x2 −1
Se x > 1 temos que x − 1 > 0, então tem-se ln(x) < 2x
.
x2 −1
Se x < 1 temos que x − 1 < 0, então tem-se ln(x) > 2x
.
x2 −1
Claramente, r4 (x0 ) = 2x 0
0
e r2 (x0 ) = ln(x0 ), determinaremos os valores de x
para os quais r2 (x) < r4 (x), isto é,
2
x x0 + 1 1
+ ln(x0 ) − 1 < 2 x− ⇔
x0 2x0 x0
2 2
x0 ln(x0 ) + 1 − x0 1 x0 + 1 1 x0 − 2x0 + 1 (x0 − 1)2
= ln(x0 )+ −1 < − x= x= x,
x0 x0 2x20 x0 2x20 2x20
isto é,
2x20 ln(x0 ) + 2x0 − 2x20
< x.
(x0 − 1)2
Afirmamos:
112
As retas r4 (x) e r2 (x) interceptam no ponto x4 maior que x0 ∈ (0, 1) (x4 > x0 )
se, e somente se
ln(x0 ) x0 + 1
< .
x0 − 1 2x0
ln[x2 + x + 1] ln[x2 + 1]
= lim + lim
{z x {z x
x→0 x→0
| } | }
limite1 limite2
1 √ ln(t) 1
= lim(1 + 4t − 3) = .(1 + 1).1 = 1
2 t→1 t−1 2
Agora o limite 2
√
ln[x2 + 1] ln(u) u − 1 ln(u)
lim = lim+ √ = lim+ √ √
x→0 x u→1 ± u − 1 u→1 ± u − 1 u − 1
√
u − 1 ln(u) √ ln(u)
= lim+ = ± lim+ u − 1 = ±.0.1 = 0
u→1 ±(u − 1) u→1 (u − 1)
113
portanto,
Assim, temos
x ( )7
7 7 1
lim 1+ = lim(1 + t) t = lim (1 + t) t = e7
x→+∞ x t→0 t→0
e
x ( )4
4 4 1
di lim 1+ = lim(1 + t) t = lim (1 + t) t = e4
x→+∞ x t→0 t→0
x
x+7 e7
Portanto, lim = = e3 .
x→+∞ x+4 e4
Para o último item,
2x + π 2(t + π) + π 2t + 3π
lim = lim ( ) = lim
x→π x + cos 2 − π
2 x t→0 (t + π) + cos2 (t+π)
2
− π t→0 t + cos2 t+π
2
2t + 3π 2t + 3π
= lim 1+cos(t+π)
= lim 1+cos(t) cos(π)−sen(t)sen(π)
t→0 t+ t→0 t+
2 2
2t + 3π 2t + 3π 3π
= lim 1−cos(t)
= lim ( ) =
±
t→0 t+ t→0 t 1 + 1 . 1−cos(t) 0 (1 + 0)
2 2 t
¨
+∞ quando t → 0+
=
−∞ quando t → 0−
114
Exercı́cios
Determine um δ > 0 para ϵ > 0, tal que lim f (x) = 3 e lim+ f (x) = 7.
x→1− x→1
115
( ) √ È √ √
1
cos 12 x4 + 1 x+ x+ x
g) lim 2x
h) lim l) lim m) lim √
x→0 1 x→−2 |x − 2| x→−∞ 2x2 − 3 x→∞ x+1
x2
x−2 x √ √
x3 + x − x3 + 1
3 3
1 x+2 n) lim
i) lim 1 + j) lim 1 + x→−∞
x→2 x−2 x→0 x2
Dica: Nos ı́tens i) e j) usar exponencial. o) lim x4 p) lim (x4 + x3 ).
x→−∞ x→−∞
x+2 1 2 se x ̸= 1
c) lim+ 2 d) lim 2x + 2 b) f (x) = x −1
x→2 x − 4 x→0 x
1 se x = 1
x−1 3 2
x + 9x + 20x 2
e) lim √ f ) lim cos(x) se x < 0
x→1 2x − x2 − 1 x→3 x2 + x − 12
c) f (x) = 0 se x = 0
x2 − 3 1 3
g) lim 3 h) lim − . 1 − x2 se x > 0
x→0 x + x2 x→2 x − 2 x2 − 4
2x2 − 5x − 3
se x ̸= 3
Exercı́cio 42. Calcule os limites se existirem.
d) f (x) = x−3
Caso contrário justifique sua resposta.
7 se x = 3
1
a) lim b) lim (2x4 − 3x3 + x + 6)
x→∞ x2 x→∞ Exercı́cio 46. Considere os polinômios
2x + 1 5x − 3x + 1 4 2
c) lim d) lim p(x) = x3 − 4x + x + 3 se x ∈ [−3, −2] e
x→−∞ x − 4 5x2 + 2x − 1
x→∞
x−1 1 − 2x q(x) = x3 + x + 3 se x ∈ [−2, −1].
e) lim 2 f ) lim
x→∞ x + 3 x→−∞ 3 − 4x
√ Mostre que existe pelo menos uma raiz para cada
x2 − 3x + 1 x2 + 4 um dos polinômios no intervalo dado.
g) lim h) lim
x→−∞ x − x + x − 1
3 2 x→−∞ x + 4
√ √
i) lim
3
x +1−x
3 j) lim x2 + x − x Exercı́cio 47. Suponha que f seja uma função
x→∞ x→∞ para a qual 0 ≤ f (x) ≤ 1 se 0 ≤ x ≤ 1.
116
Mostre que se f for contı́nua em [0, 1], existirá pelo Exercı́cio 54. Seja
menos um número c ∈ (0, 1) tal que f (c) = c 2
x se x<1
Exercı́cio 48. No exercı́cio 45. Diga quando 3 se x=1
g(x) =
possı́vel se a descontinuidade é removı́vel, e
2 − x3 se 1<x≤2
em caso afirmativo defina f de modo que seja x+4 se x>2
contı́nua. Em caso de f ser contı́nua diga se é
possı́vel definir f de modo que f seja descontı́nua. Calcule, se existirem os limites.
a) i) lim− g(x) ii) lim+ g(x) iii) lim g(x) iv) g(1)
x→1 x→1 x→1
Exercı́cio 49. Sejam f e g funções. Tais que
b) i) lim− g(x) ii) lim+ g(x) iii) lim g(x) iv) g(2)
x→2
lim f (x) = L e lim [f (x) − g(x)] = K. x→2 x→2
x→a x→a
Exercı́cio 55. os limites.
Calcule
Mostre que lim g(x) existe 3 5 x 3n + 6
x→a a) lim + b) lim
x→+∞ x 6 n→+∞ n + 1
Exercı́cio 50. Sejam f e g funções. Tais que (−1)n ax − 1
c) lim +6 d) lim
n→+∞ n x→0 x
lim f (x) = L e lim g(x) não existe. x+2
x→a x→a e3x − 1 5
e) lim f ) lim 1+
Mostre que lim [f (x) − g(x)] não existe.
x→0 2x x→+∞ x
x→a 6x x
1 x+6
g) lim 1+ h) lim
Exercı́cio 51. Calcule os limites √ x→+∞ 3x x→+∞ 2x + 1
x+2 16 + x2 2
a) lim+ b) lim 3x − 21 2n
x→1 1 − x x→0 x2 i) lim j) lim
x→0 x2 n→+∞ 5n
2
x +3 2x + 1
n2 (π) ln(n)
c) lim d) lim
x→1 (x − 1)2 x→−∞ x − 3 l) lim sen m) lim
n→+∞ 2n + 1 n n→+∞ n + 1
6 x3 − x5 6n 3n
e) lim − 3t f ) lim 1 n) lim 2n o) lim n
x→+∞ t2 x→+∞
x n→+∞ 6 +1 n→+∞ 3 + 1
Exercı́cio 52. Encontre todas as assı́ntotas caso ln(x − 2) 1
p) lim q) lim x ln
existam para as funções. x→3 (x − 3)2 x→0 x
x2 − 1
a) f (x) = tan(x) b) f (x) = 3 Exercı́cio 56. Mostre que as equações possui pelo
x +2
menos uma raiz real.
2x + 1 x +x−1
3
a) 10e− 10 = 0, 1x2
x
b) tan(x) = x2 − 4
c) f (x) = d) f (x) = 4
x−3 x +x−2 c) cos(x) = x d) ln(x) = e−x .
x 2x
e) f (x) = √ f ) f (x) = √ Exercı́cio 57. Calcule os limietes, se existirem.
2
x + 2x + 5 x2 − 4
√ Justifique sua resposta caso não exista.
2
3x x2 + 1 3
x + 3x √ (π )
g) f (x) = h) f (x) = 2 3π
x −4
2 x −9 a) lim x3 + x2 sen b) lim x4 cos
x→+∞ x x→0 x
x3 + 6x −1 √ sen( π ) x2
i) f (x) = 4 j) f (x) = √ c) lim+ xe d) lim x
x − 16 x2 + 5x + 6 x→0
x
x→+∞ 2
x
Exercı́cio 53. Dado 2 x + x3 + x5
e) lim 1 + f ) lim
lim f (x) = 5, lim g(x) = −3 e lim h(x) = 0 x→+∞ x x→+∞ 1 − x2 + x4
x→3 x→3 x→3 ( −2x )
Determine, se exitir o limite. Caso não exista, g) lim e cos(2x) h) lim + etan(2x)
x→+∞ x→( π
justifique sua resposta. 4)
√ √
a) lim [f (x) + 2g(x)] b) lim [f (x)]2 3
x+2− 2 3
x + 5x2 − 3
3
x→3 x→3 i) lim j) lim
È g(x)h(x)
x→0 x x→+∞ x2 + 6
c) lim f (x) + (g(x))2 d) lim
x→3 x→3 f (x) l) lim [5x + 5−x ] m) lim [5x + 5−x ]
x→+∞ x→−∞
f (x) + g(x) 3f (x)
e) lim f ) lim x −4
2
9
x→3 h(x) x→3 g(x) n) lim+ o) lim−
x→2 x2 − 4x − 4 x→0 x3 − x2
3f (x) + 5g(x)
e) lim
x→3 (h(x))2
117
Exercı́cio 58. Considere as funções f (x) e g(x) Exercı́cio 60. Uma nova forma de gripe foi des-
dadas abaixo. Calcule os seguintes limites. coberta, exigindo controle absoluto das autorida-
2 des. Verificou-se que o perı́odo de maior in-
x − 2x − 2 se x ∈ [−2, −1)
cidência ocorre em épocas mais frias do ano, num
2x + 6 se x ∈ [−1, 0] tempo estimado de 16 semanas. No perı́odo an-
( ) terior as autoridades fizeram forte campanha de
π
4sen − 3x + 3 se x ∈ (0, 1) vacinação e, após x semanas o número N de no-
f (x) = x+1
x.π vas casos de pessoas contaminadas (em milhares
2 cos + 2x se x ∈ [1, 2] de pessoas) é aproximadamente dada pela função:
2
360x2 + x
x2 x
− +2 se x ∈ (2, 3] N (x) = + sen(x).
2 2 25 + 12, 5x2 − 25e−x
e As autoridades ficaram entusiasmadas, pois ao fi-
π.x nal do ciclo o número de novos casos estavam
2sen se x ∈ [−2, −1]
2 caindo significativamente. Tal entusiasmo, levou
−xex+1 + 2x + 2 se x ∈ (−1, 0] as autoridades um leve descuido e, a campanha
de vacinação começou somente na quarta semana
g(x) = x3 + x + 1 se x ∈ (0, 1] após o ı́nı́cio do ciclo, gerando uma epidemia da
x.π doença.
+ x2 − 9x + 14 se x ∈ (1, 2]
cos
i) De acordo com esta estimativa é possı́vel deter-
2
minar o número de novos casos da gripe passados 4
2x − 6 se x ∈ [2, 3]
semanas do ı́nicio do ciclo. Determine tal número.
i) lim [f (x) + g(x)] ii) lim [f (x) − g(x)] ii) Determine o número de casos no ı́nicio do novo
x→2 x→−1 ciclo.
f (x) iii) Faça uma análise de como estará o controle da
iii) lim iv) lim [f (x).g(x)]
x→0 g(x) x→1 doença caso as autoridades mantenham sempre a
campanha de vacinação no ı́nicio e/ou até antes
v) lim [f (x) − g(x)] vi) lim [f (x) + g(x)]
x→2 x→−1 do inı́cio do ciclo.
f (x)
vii) lim [f (x).g(x)] viii) lim
x→0 x→1 g(x)
ix) lim [f (x) − g(x)] x) lim [f (x).g(x)]
x→0 x→2
f (x)
xi) lim [f (x) − g(x)] xii ) lim
x→1 x→−1 g(x)
xiii) lim5 [f (x) − g(x)] xiv) lim3 [f (x) + g(x)]
x→ 2 x→ 2
f (x)
xv) lim1 [f (x).g(x)] xvi) lim 1
x→ 2 x→− 2 g(x)
f (x) 1
xvii) lim5 xviii) lim3 [f (x).g(x)]
x→ 2 g(x) + 1 x→ 2 f (x)
f (x) − g(x) f (x)
xix) lim1 xx) lim 1
x→ 2 g(x) x→− 2 g(x) + f (x)
ln(x + 2x − 3)2
ln(x + 3) x2 ex
iv) lim v) lim iii) lim
x→+∞ x−2 x→−2 x−2 x→0 ex − 1
118
Exercı́cio 62. Considere as funções dadas pelos Exercı́cio 63. Determine o domı́nio para as
gráficos de f (x) e g(x) abaixo. funções:
f (x) f (x)
xiii) lim xiv) lim
x→0 g(x) x→1 g(x)
f (x) f (x)
xv) lim xvi) lim
x→−1 g(x) x→2 g(x)
119
Capı́tulo 4
f (x2 ) − f (x1 )
mP Q = ,
∆x
desde que a reta S não seja vertical. Como x2 = x1 + ∆x, a inclinação de S pode ser
escrita como
f (x1 + ∆x) − f (x1 )
mP Q = .
∆x
120
Vamos manter o ponto P fixo, e o ponto Q móvel. Então fazendo Q tender a
P ao longo da curva f (x) é equivalente dizer que ∆x tende a zero.
Se a reta secante S tiver uma posição limite, diremos que essa posição limite
é a reta tangente ao gráfico de f em P . Assim a inclinação da reta tangente ao gráfico
de f em P é o limite de mP Q quando ∆x → 0 se esse limite existir.
se o limite existir
ii) A reta x = x1 se
e
f (x1 + ∆x) − f (x1 )
lim − for + ∞ ou − ∞
∆x→0 ∆x
Exemplo 101. Ache a inclinação da reta tangente ao gráfico da função definida por:
f (x1 + ∆x) = (x1 + ∆x)2 + 2(x1 + ∆x) − 3 = x21 + 2x1 ∆x + ∆2 x + 2x1 + 2∆x − 3.
121
Pela definição acima, temos
f (x1 + ∆x) − f (x1 )
m(x1 ) = lim
∆x→0 ∆x
2x1 ∆x + ∆2 x + 2∆x
= lim = lim 2x1 + ∆x + 2 = 2x1 + 2
∆x→0 ∆x ∆x→0
1
m(x1 ).n(x1 ) = −1 ou, equivalentemente, n(x1 ) = − ,
m(x1 )
onde m(x1 ) denota o coeficiente angular da reta tangente e n(x1 ) denota o coeficiente
angular da reta normal.
Resolução:
Pela definição temos x1 = 2 e que
122
Assim,
f (2 + ∆x) − f (2)
m(2) = lim
∆x→0 ∆x
1
y = 9x − 12 e y = − (x − 56)
9
4.2 Derivada
Definição 4.4. A derivada de uma função f é a função denotada por f ′ , tal que seu
valor em qualquer número x do domı́nio de f seja dado por:
f (x + ∆x) − f (x)
f ′ (x) = lim
∆x→0 ∆x
123
Exemplo 103. Consideremos f (x) = C, onde C é uma constante real arbitrária. De-
termine f ′ .
Resolução: f é uma função constante, logo está definida para todo x ∈ R, pela definição
acima temos:
f (x + ∆x) − f (x)
f ′ (x) = lim
∆x→0 ∆x
c−c 0
= lim = lim = lim 0 = 0.
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x ∆x→0
y = f (x),
podemos expressar
∆y = f (x + ∆x) − f (x)
124
exista, devemos ter
Contudo,
e
f (0 + ∆x) − f (0) |∆x|
lim − = lim − = lim − −1 = −1.
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x ∆x→0
f (0 + ∆x) − f (0)
lim
∆x→0 ∆x
respectivamente, se os limites existirem. Segue daı́ que f é derivável num ponto x fixo
se, e somente se as derivadas à esquerda e à direita existirem e forem iguais.
Já vimos que a derivada de uma função constante é nula, prosseguimos nossos
estudos, primeiramente vendo os seguintes exemplos.
125
Exemplo 105. Seja f (x) = x. Determine a derivada de f num ponto qualquer do
domı́nio de f .
Resolução: Pela definição de derivada temos:
f (x + ∆x) − f (x) x + ∆x − x
f ′ (x) = lim = lim
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
∆x
= lim = lim 1 = 1.
∆x→0 ∆x ∆x→0
h(x) = f (x).g(x)
e a afirmação é verdadeira.
126
Suponhamos que n = k > 2 e que tenhamos feito o processo indutivo até
k − 1, ou seja, se f (x) = xk−1 então f ′ (x) = (k − 1)xk−2 , isso é possı́vel posto que, n
embora grande é finito. Logo se
h(x) = xk = xk−1 .x
temos,
Uma prova mais rigorosa do exemplo acima, é feita usando a expansão bino-
mial de Newton, onde
( )
∑
n
n
h(x + ∆x) = (x + ∆x) n
= (∆x)i xn−i
i=0 i
n n n n
= 0
xn + 1
∆xxn−1 + 2
(∆x)2 xn−2 + · · · + n
(∆x)n .
Donde,
n n n
(x + ∆x)n − xn 1
∆xxn−1 + 2
(∆x)2 xn−2 + · · · + n
(∆x)n
lim = lim
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
[( ) ( ) ( ) ]
n n−1 n n
= lim x + (∆x)xn−2 + · · · + (∆x)n−1
∆x→0 1 2 n
n n!
= xn−1 = xn−1 = nxn−1 .
1
1!(n − 1)!
Teorema 4.7. Se f e g são funções tais que f ′ (x) e g ′ (x) existam, se
i) h(x) = cf (x) então h′ (x) = cf ′ (x).
ii) h(x) = f (x) + g(x) então h′ (x) = f ′ (x) + g ′ (x).
iii) h(x) = f (x) − g(x) então h′ (x) = f ′ (x) − g ′ (x).
f (x) f ′ (x).g(x) − f (x).g ′ (x)
iv) h(x) = tal que g(x) ̸= 0 então h′ (x) =
g(x) [g(x)]2
Exemplo 108. Seja h(x) = x−n onde −n é um número inteiro negativo e x ̸= 0, então
h′ (x) = −nx−n−1 .
127
Resolução: Como −n é negativo, segue que n é positivo, assim
1
h(x) =
xn
Resolução: Se n = 2 então h(x) = [f (x)]2 = f (x).f (x), pela regra do produto temos
h′ (x) = f ′ (x).f (x) + f (x).f ′ (x) = 2.f (x).f ′ (x) = 2[f (x)]2−1 .f ′ (x).
Definamos g(x) = [f (x)]k , portanto, g(x) = [f (x)]k−1 .f (x) = h(x).f (x), pela
regra do produto vem,
g ′ (x) = h′ (x).f (x) + h(x).f ′ (x)
128
A prova mais rigorosa do exemplo acima leva em conta a seguinte igualdade
[f (x + ∆x)]n − [f (x)]n = f (x + ∆x) − f (x) . (f (x + ∆x))n−1 + (f (x + ∆x))n−2 f (x)+
+ (f (x + ∆x))n−3 (f (x))2 + · · · + f (x + ∆x)(f (x))n−2 + (f (x))n−1
Exemplo 115. Seja h(x) = (3x2 − 3)4 .(x2 + 3x)−2 . Determine a derivada de h.
Resolução: Pondo f (x) = 3x2 − 3 e g(x) = x2 + 3x, segue que h(x) = [f (x)]4 .[g(x)]−2
ainda, temos que
f ′ (x) = 6x e g ′ (x) = 2x + 3.
129
Então usando a regra do produto e os exemplos 110 e 113, vem
h′ (x) = ([f (x)]4 )′ .[g(x)]−2 + [f (x)]4 .([g(x)]−2 )′
(cos(∆x) − 1) sen(∆x)
= sen(x) lim + cos(x) lim = cos(x).
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
130
Exercı́cio 66. Determine a derivada das funções abaixo.
sen(x) cos(x) 1 1
a) tan(x) = b) cot(x) = c) sec(x) = d) csc(x) = .
cos(x) sen(x) cos(x) sen(x)
Resposta
a) (tan(x))′ = sec2 (x) b) (cot(x))′ = − csc2 (x) c) (sec(x))′ = sec(x). tan(x) d)
(csc(x))′ = − csc(x). cot(x).
1 1 1 1 1
= lim ln (1 + t) = lim ln (1 + t) t = ln(e) =
t→0 tx t→0 x x x
Portanto,
1
(ex )′ = ex e (ln(x))′ = .
x
(g ◦ f )′ = g ′ (f (x)).f ′ (x).
131
Ilustraremos este teorema, no seguinte exemplo.
Exemplo 119. Seja f (x) = x10 e g(x) = 2x3 − 5x2 + 4, a função composta f ◦ g é dada
por:
(f ◦ g)(x) = f (g(x)) = f (2x3 − 5x2 + 4) = (2x3 − 5x2 + 4)10 .
Determine a derivada de f ◦ g.
Resolução: Inicialmente calculemos f ′ (g(x)) e g ′ (x).
dy du dy
= 7, =3 e = 21,
du dx dx
dy dy du
contudo, 21 = 7.3, ou seja, = . .
dx du dx
Exemplo 120. Determine a derivadas de
132
x
Resolução: Notemos que ax = eln(a) = ex ln(a) . Pela regra da cadeia, temos
′
f ′ (x) = (ax )′ = ex ln(a) = ex ln(a) . ln(a) = ax . ln(a).
Para loga (x), fazendo uma mudança de base, para a base e. Assim,
′
′ ′ ln(x) 1
g (x) = (loga (x)) = = .
ln(a) x ln(a)
′ (x + ∆x) q − x q
f (x) = lim = .
∆x→0 ∆x
1 1
Definamos b = x q e a = (x + ∆x) q , então
temos,
(x + ∆x) − x
f ′ (x) = lim
∆x→0 ∆x(aq−1 + aq−2 b + aq−3 b2 + + · · · + a3 bq−4 + a2 bq−3 + abq−2 + bq−1 )
aq−4 b3
1
= lim
∆x→0 (aq−1 + aq−2 b + aq−3 b2 + aq−4 b3 + · · · + a3 bq−4 + a2 bq−3 + abq−2 + bq−1 )
133
1
Da mudança de variável tem-se que, a → x q sempre que ∆x → 0, assim
1
f ′ (x) = q−1 q−2 q−3 q−4 3 2 1
(x q +x q b+x q b2 + x q b3 + · · · + x q bq−4 + x q bq−3 + x q bq−2 + bq−1 )
1 1 1
= q−1 q−1 q−1 q−1 q−1 q−1 q−1 q−1 = x q −1 .
x q +x q +x q +x q + ··· + x q +x q +x q +x q q
1 1
Portanto, se f (x) = x q então f ′ (x) = x q −1 .
1
q
Se q acima for um número par, então a fórmula acima vale para x > 0. Se q
for um número ı́mpar a fórmula acima vale para todo x ̸= 0.
p
2o Caso: f (x) = x q onde p ∈ Z∗ e q ∈ Z∗+ .
1 1
g ′ (x) = pxp−1 e h′ (x) = x q −1
q
logo,
( )p−1 1 p p
. x q −1 = x q −1 .
1 1
f ′ (x) = g ′ (h(x)).h′ (x) = p x q
q q
Se q acima for um número par, então a fórmula acima vale para x > 0. Se q
for um número ı́mpar a fórmula acima vale para todo x ̸= 0.
1
f ′ (x) = (3x2 + 3) 3 −1 (6x) = 2x(3x2 + 3)− 3
1 2
f ′ (x) = nxn−1 .
134
Por outro lado, se n ∈ R \ Q e x > 0, então
f (x) = xn = en ln(x) ,
consequentemente,
n n ln(x) n n
f ′ (x) = e = x = nxn−1 .
x x
Resolução: Vamos usar a regra da cadeia várias vezes neste exemplo. Primeiramente
notemos que
√ È 1 −1 √ È ′
1 2
f ′ (x) = 3x2 + cos(tan(x)) + sen(x3 − 3) . 3x2 + cos(tan(x)) + sen(x3 − 3)
2
Definindo
√ È
g(x) = 3x + 2
cos(tan(x)) + sen(x3 − 3)
vem,
1[ È ] 1 −1 [ È ]′
g ′ (x) = 6x + cos(tan(x)) + sen(x3 − 3) 2 . cos(tan(x)) + sen(x3 − 3)
2
Pondo
[ È ] 1 −1
q(x) = 6x + cos(tan(x)) + sen(x3 − 3) 2
e
È
h(x) = cos(tan(x)) + sen(x3 − 3),
derivando h(x) e observando que a regra da cadeia foi usada quantas vezes for necessária,
obtemos
′ 3x2 − 1
h (x) = −sen(tan(x)). sec (x) + 2
sen(x3 − 3) 2 . cos(x3 − 3).
2
135
Temos assim que
1 2 √ È − 1
2
f ′ (x) = 3x + cos(tan(x)) + sen(x3 − 3) .[6x + [q(x) − 6x].h′ (x)],
2
ou seja,
1 2 √ È − 1
2
f ′ (x) = 3x + cos(tan(x)) + sen(x3 − 3)
2
1[ È ]− 1
. 6x + cos(tan(x)) + sen(x3 − 3) 2
2
[ ]]
3x2 − 1
2
. −sen(tan(x)). sec (x) +
2
sen(x − 3)
3
. cos(x − 3)
3
2
1 −1
(ln(x))′ = = = (ln(−x))′ .
x −x
1
Assim, f ′ (x) = (ln(|x|))′ = .
x
u′ (x)
Do exemplo acima, pela regra da cadeia, tem-se f ′ (x) = (ln(|u(x)|))′ = .
u(x)
então
h(x).g(x).f ′ (x)
h′ (x) = h(x).g ′ (x). ln(f (x)) + .
f (x)
136
Resolução: Como h(x) = f (x)g(x) então
ln(h(x)) = ln f (x)g(x) = g(x). ln(f (x)).
h′ (x) f ′ (x)
= g ′ (x). ln(f (x)) + g(x).
h(x) f (x)
e, portanto,
h(x).g(x).f ′ (x)
h′ (x) = h(x).g ′ (x). ln(f (x)) +
f (x)
137
√
Exemplo 132. Calcule a derivada de f (x) = |3x2 + 6x − 5| 3 , onde f (x) ̸= 0.
Resolução: Notemos que
√ √
3 ln(|3x2 +6x−5|)
f (x) = |3x2 + 6x − 5| 3
=e
assim
′
( √
3 ln(|3x2 +6x−5|)
)′ √
3 ln(|3x2 +6x−5|)
√ 6x + 6
f (x) = e = e 3
3x + 6x − 5
2
√ 6x + 6 √
= 3 |3x2
+ 6x − 5| 3
.
3x2 + 6x − 5
Por outro lado, para todo x tal que 3x2 + 6x − 5 > 0, temos
√ √
f ′ (x) = 3(6x + 6)|3x2 + 6x − 5| 3−1
.
f ′ (x) = xx (ln(x) + 1) .
2
Exemplo 134. Calcule a derivada de f (x) = ln x + ex
Resolução:
( ( ))′ 1 + 2xex
2
f ′ (x) = ln x + ex
2
= .
x + ex2
2
x+ex
Exemplo 135. Calcule a derivada de f (x) = x
x+ex
2 2
Resolução: Note que ln(f (x)) = ln x = x + ex ln(x). Logo,
(( ) )′ [( ) 2 ]
x+ex
2
x + ex
f ′ (x) = f (x). x+e x2
ln(x) =x . 1 + 2xe x2
ln(x) + .
x
138
4.5 Derivação Implı́cita
x2 + y 2 = r2 onde r ∈ R+ .
√ √
y= r2 − x2 ou y = − r 2 − x2 .
√
y= r2 − x2 é a parte positiva da “circunferência”e
√
y = − r2 − x2 é a parte negativa da “circunferência”.
Essas duas funções podem ser deriváveis em respeito a variável x, ainda define
y explicitamente. Contudo, nem sempre é possı́vel resolver y em termos de x.
dy
y = f (x) então = f ′ (x) = y ′ .
dx
x2 + [f (x)]2 = r2
2x + 2f (x).f ′ (x) = 0.
139
Segue daı́ que
x dy x
f ′ (x) = − , ou seja, y′ = =− .
f (x) dx y
√ dy x
Se considerarmos y = r2 − x2 , temos y ′ = = −√ 2 .
dx r − x2
√ dy x
Se considerarmos y = − r2 − x2 , temos y ′ = =√ 2 .
dx r − x2
Como era de se esperar.
d(y n ) dy
= n[f (x)]n−1 f ′ (x) = ny n−1 . .
dx dx
Voltemos a equação x6 − 2x = 3y 6 + y 5 − y 2 ,
Figura 4.3: Derivada Implı́cita
derivando com respeito a x, temos
dy dy dy
(x6 − 2x)′ = (3y 6 + y 5 − y 2 )′ então 6x5 − 2 = 18y 5 . + 5y 4 . − 2y. .
dx dx dx
dy 6x5 − 2
Portanto, = e
dx 18y 5 + 5y 4 − 2y
dy 6.(−1)5 − 2 8
m(−1, 1) = = = − .
dx (−1, 1) 18(1)5 + 5(1)4 − 2.1 21
8 8x 13
Logo, a equação da reta tangente é dada por y = − (x+1)+1 = − + .
21 21 21
Exemplo 137. Seja xy 6 − 2x2 y = sen(xy 6 ). Determine a derivada de y com respeito
a x, onde y é definida implicitamente como função de x. E determine a derivada de x
com respeito a y, onde x é definida implicitamente como função de y.
140
dy
Resolução: Vamos determinar y ′ = .
dx
dy
′ y 6 − 4xy − y 6 cos(xy 6 )
Portanto, y = = .
dx 6xy 5 cos(xy 6 ) − 6xy 5 + 2x2
dx
Vamos determinar x′ = .
dy
π π
y = sen−1 (x) se, e somente se x = sen(y) e − ≤y≤ .
2 2
Figura 4.4: Gráfico arco seno.
Definição 4.10. A função inversa do coseno, denotada por
cos−1 , ou arccos, é assim definida
π π
y = tan−1 (x) se, e somente se x = tan(y) e − <y< .
2 2
141
Definamos ainda,
π
cot−1 (x) = − tan−1 (x)
Figura 4.6: Gráfico arco tan- 2
gente.
onde x é um número real qualquer, ou ainda
Figura 4.8: Gráfico arco se- por csc−1 , ou arccsc, é assim definida
cante.
π
csc−1 (x) = − sec−1 (x) para |x| ≥ 1
2
Teorema 4.16. Suponha que a função f seja contı́nua e decrescente no intervalo fechado
[a, b]. Então, se f −1 for sua inversa, que está definida em [f (b), f (a)].
i) f −1 é decrescente em [f (b), f (a)].
ii) f −1 é contı́nua em [f (b), f (a)].
142
Teorema 4.17. Suponha que a função f seja monótona e contı́nua no intervalo fechado
[a, b] e seja y = f (x). Se f for diferenciável em [a, b] e f ′ (x) ̸= 0 para todo x em [a, b],
então a derivada da função inversa f −1 , definida por x = f −1 (y) será dada por
dx 1
= dy .
dy dx
√
Exemplo 138. Seja f (x) = x com x ≥ 0. Determine a função inversa de f e sua
derivada.
Resolução: Como f é biunı́voca, f −1 existe, e
f −1 (y) = y 2 ,
onde f (x) = y.
√
Tomando x = f −1 (y), temos x = y 2 com y ≥ 0, x ≥ 0. Donde y = x, temos
assim que,
dy 1 dx
= √ e = 2y.
dx 2 x dy
Contudo,
dx √ 1 1
= 2y = 2 x = 1 = dy
dy √
2 x dx
para todo x ∈ (0, +∞).
Exemplo 139. Seja f (y) = sen(y). Determine a derivada da função inversa do sen(y).
Resolução: Seja f (y) = sen(y) então f é diferenciável em toda a reta R, ainda existem
intervalos I onde f ′ nunca é zero, logo a inversa de f existe e é diferenciável em I. Pela
definição
π π
y = sen−1 (x) ⇔ x = sen(y) e y∈ − , .
2 2
143
Lembremos ainda que,
È
cos2 (y) + sen2 (y) = 1 então cos(y) = 1 − sen2 (y),
posto que cos(y) > 0 para y ∈ − π2 , π2 . Ainda do fato que x = sen(y), vem
√
cos(y) = 1 − x2 .
dy 1
Assim se, y = sen−1 (x) então =√ .
dx 1 − x2
Exemplo 140. Seja f (y) = cos(y). Determine a derivada da função inversa do cos(y).
Resolução: Seja f (y) = cos(y) então f é diferenciável em toda a reta R, ainda existem
intervalos I onde f ′ nunca é zero, logo a inversa de f existe e é diferenciável em I. Pela
definição
y = cos−1 (x) ⇔ x = cos(y) e y ∈ [0, π] .
posto que sen(y) > 0 para y ∈ (0, π) . Ainda do fato que x = cos(y), vem
√
sen(y) = 1 − x2 .
dy 1
Assim se, y = cos−1 (x) então = −√ .
dx 1 − x2
144
Exercı́cio 67. Determine a derivada da função inversa das seguintes funções trigono-
métricas:
a) f (y) = tan(y) b) f (y) = cot(y) c) f (y) = sec(y) d) f (y) = csc(y).
Respostas:
d 1
a) (tan−1 (x)) = para todo x ∈ R
dx 1 + x2
d 1
b) (cot−1 (x)) = − para todox ∈ R
dx 1 + x2
d 1
c) (sec−1 (x)) = √ 2 para todo x ∈ (−∞, −1) ∪ (1, +∞)
dx x x −1
d 1
d) (csc−1 (x)) = − √ 2 para todo x ∈ (−∞, −1) ∪ (1, +∞).
dx x x −1
Definição 4.18. A função f terá um valor máximo local (ou relativo) em x0 se existir
um intervalo aberto contendo x0 , no qual f (x) esteja definida, tal que
f (x0 ) ≥ f (x)
145
para todo x nesse intervalo.
Definição 4.19. A função f terá um valor mı́nimo local (ou relativo) em x0 se existir
um intervalo aberto contendo x0 , no qual f (x) esteja definida, tal que
f (x0 ) ≤ f (x)
146
Consideremos a função f definida por
f (x) = (x − 2)3 .
Como as derivadas laterais existem e são distintas, segue que f ′ (−1) não
existe. Observe a figura 3.2
1
sen(2x) = 2sen(x) cos(x) então f (x) = sen(2x).
2
147
A função f é derivável e sua derivada existe em todos os pontos da reta R,
logo os pontos crı́ticos serão todos aqueles para os quais f ′ (x) = 0, ou seja,
0 = f ′ (x) = cos(2x),
π π kπ
portanto, 2x = + kπ para todo k ∈ Z, donde x = + para todo k ∈ Z.
2 4 2
Teorema 4.22. (Valor Extremo) Se a função f for contı́nua no intervalo fechado
[x0 , x3 ], então f terá um valor máximo absoluto e um valor mı́nimo absoluto em [x0 , x3 ].
Do exposto até agora temos que, o valor máximo absoluto e o valor mı́nimo
absoluto de uma função contı́nua f num intervalo fechado [x0 , x3 ] podem ser determina-
dos da seguinte forma:
a) Determinando os números crı́ticos de f em (x0 , x3 ).
b) Calculando os valores f (x0 ) e f (x3 ).
c) O maior dentre os valores funcionais das etapas “a”e “b”será o valor máximo e o
menor o valor mı́nimo absoluto.
Exemplo 143. Ache os extremos absolutos de f definida em [1, 5] onde f é dada por
2
f (x) = (x − 2) 3 .
Resolução: Temos que f é contı́nua em [1, 5], logo o teorema do valor extremo pode ser
aplicado. Temos
2
f ′ (x) = 1 .
3(x − 2) 3
148
Dentre tantas aplicações envolvendo extremos local e/ou absoluto vejamos o
seguinte caso.
Exemplo 144. Determine as dimensões do cilindro reto de maior volume que possa ser
inscrito num cone reto com um raio de 5cm e 12cm de altura.
V = πr2 h.
πr2 12π 2
Portanto, V (r) = (60 − 12r) = (5r − r3 ).
5 5
Como a função V (r) é contı́nua no intervalo fechado [0, 5], segue que V tem
um valor de máximo absoluto nesse intervalo. Assim
12π
V ′ (r) = (10r − 3r2 )
5
donde V ′ existe para todo r ∈ [0, 5], logo os números crı́ticos serão todos aqueles para os
quais V ′ (r) = 0, ou seja, r = 0 e r = 10
3
. Calculando os valores funcionais de V nos
extremos e nos pontos crı́ticos vem
10 400
V (0) = 0, V = π, V (5) = 0.
3 9
400 10
Do exposto, o valor máximo absoluto de V é 9
π, ocorrendo quando r = 3
,
disso temos que h = 4.
149
Exemplo 145. Num determinado pesque e pague um tanque pode suportar até 16.000
peixes. Supondo que esse tanque seja para a reprodução de peixes. A taxa de crescimento
populacional de peixes é conjuntamente proporcional ao número de peixes presentes e à
diferença entre os 16.000 e o número de peixes existentes. Qual deve ser o tamanho da
população de peixes para que a taxa de crescimento seja máxima.
150
O comprimento de uma circunferência é Cc = 2πr, assim 3x = 2πr, e,
portanto, r = 3x
2π
. Cada lado do triângulo equilátero tem a medida Lt = 5 − x.
9x 2 9x2
A área do circulo é AC = πr2 = π 4π 2 = 4π
.
√ √
h.b 3.(x−5).(5−x) 3.(x−5)2
A área do triângulo é At = 2
= 4
= 4
.
√
9x2 3.(x−5)2
A área combinada das duas figuras é, Acom (x) = 4π
+ 4
, uma parabóla
com concavidade voltada para cima, possuindo então um ponto de mı́nimo.
Ainda, a função Acom (x) é contı́nua para todo x ∈ [0, 5], possuindo pontos de
máximos que necessariamente deverão ser os pontos de extremo do intervalo, ou seja,
x = 0 ou x = 5. Calculando a área nesses pontos temos
√
25 3 25.9 225
Acom (0) = ≈ 10, 8253 e Acom (5) = = ≈ 17, 9049.
4 4π 4π
15
Para x = 5 a área combinada é máxima, assim r = 2π
e não se tem triângulo,
pois neste caso a medida de seus lados são nulos.
151
Como S = 2πr.h área da superfı́cie do cilindro,
segue S(θ) = 2π(10sen(θ)).(20 cos(θ)) = 200πsen(2θ).
Para todo θ ∈ 0, π
2
S é uma função contı́nua.
Derivando e igualando a zero obtemos:
π
0 = S ′ (θ) = 400π cos(2θ) ⇐⇒ θ = .
4
4.8 Aplicações
152
de funções.
Vamos supor que exista uma outra raiz, por exemplo um c0 < c2 ∈ R, tal que
f (c2 ) = 0, logo
a) f é contı́nua no intervalo fechado [c0 , c2 ]
b) f é derivável no intervalo aberto (c0 , c2 )
c) f (c0 ) = 0 = f (c2 ).
153
Teorema 4.24. Valor Médio: Seja f uma função que satisfaz.
a) f é contı́nua no intervalo fechado [a, b]
b) f é derivável no intervalo aberto (a, b).
f (b) − f (a)
Então existe um número c ∈ (a, b) tal que f ′ (c) = .
b−a
Exemplo 150. Seja s = f (t) uma função posição de uma partı́cula que se move em
uma linha reta, seja t ∈ [a, b]. Sabemos que a velocidade média em [a, b] é dada por
∆s f (b) − f (a)
Vm = = .
∆t b−a
Definição 4.25. Uma função f definida num intervalo será dita crescente neste inter-
valo se, e somente se
Se uma função é crescente e/ou decrescente num dado intervalo, dizemos que
ela é monótona.
Teorema 4.26. Seja f uma função contı́nua no intervalo fechado [x0 , x1 ] e derivável
no intervalo aberto (x0 , x1 ).
i) Se f ′ (x) > 0 para todo x ∈ (x0 , x1 ), então f será crescente em [x0 , x1 ].
ii) Se f ′ (x) < 0 para todo x ∈ (x0 , x1 ), então f será decrescente em [x0 , x1 ].
154
Exemplo 151. Encontre onde a função f (x) = 2x4 − 83 x3 − 8x2 + 4 é crescente e/ou
decrescente.
intervalo 8x x − 2 x + 1 f ′ (x)
x < −1 − − − −
−1 < x < 0 − − + +
0<x<2 + − + −
x>2 + + + +.
Temos:
155
Resolução: Do exercı́cio anterior, temos os pontos no qual f ′ muda de sinal e, ainda
tais pontos são pontos crı́ticos de f .
Logo,
f (x) tem um mı́nimo local em x = −1, pois f ′ (x) muda de negativo para positivo, num
intervalo contendo x = −1 como centro.
f (x) tem um máximo local em x = 0, pois f ′ (x) muda de positivo para negativo, num
intervalo contendo x = 0 como centro.
f (x) tem um mı́nimo local em x = 2, pois f ′ (x) muda de negativo para positivo, num
intervalo contendo x = 2 como centro.
156
Por outro lado,
Note ainda que para f (x) = x4 , podemos usar o teste da derivada primeira,
e observamos que f ′ (x) = 4x3 . Logo, f ′ (x) < 0 para x < 0 e f ′ (x) > 0 para x > 0, ou
157
seja, f ′ (x) muda de sinal de negativo para positivo em x = 0, segue então que x = 0 é
um ponto de mı́nimo local para f .
Definição 4.29. O ponto (c, f (c)) será um ponto de inflexão do gráfico da função f se
o gráfico tiver nele uma reta tangente e se existir um intervalo aberto I contendo c, tal
que se x estiver em I, então
i) f ′′ (x) < 0 se x < c e f ′′ (x) > 0 se x > c ou
ii) f ′′ (x) > 0 se x < c e f ′′ (x) < 0 se x > c.
Fatores
√ √
intervalo
√
12x + 4 − 4 7 x + 1
3
+ 3
7
f ′′ (x)
x < − 3√− 37 ≈ −1, 2152
1
√
- - +
−1, 2152 ≈ − 13 − 37 <√x < − 13 + 37 ≈ 0, 5485 - + -
x > − 31 + 37 ≈ 0, 5485 + + +
Exemplo 157. Determine os pontos de máximos locais, mı́nimos locais, pontos de in-
flexão, caso existam para a função f (x) = x2 ln(x) − x.
158
0 = f ′ (x) = 2x ln(x) + x − 1 ⇔ x=1
Definição 4.30. Dizemos que f tem concavidade voltada para cima num intervalo aberto
I se
f (x) > T (x)
Definição 4.31. Dizemos que f tem concavidade voltada para baixo num intervalo aberto
I se
f (x) < T (x)
159
De f (x) > T (x), devemos ter 2x2 − 4x0 x + 2x20 > 0. O discriminante da
função quadrática ao lado é nulo.
De fato,
para todo x tal que x ̸= x0 , portanto f tem concavidade voltada para cima. Como já era
sabido.
Teorema 4.32. Seja f uma função que admite derivada até segunda ordem num inter-
valo aberto I.
a) Se f ′′ (x) > 0 em I, então f terá concavidade voltada para cima em I.
b) Se f ′′ (x) < 0 em I, então f terá concavidade voltada para baixo em I.
4x − 3
Exercı́cio 69. Faça um esboço aproximado do gráfico da f (x) = − 2x + 3.
(x2 − 1)
160
Resolução: Primeiramente observe que o gráfico possui duas assı́ntotas ver-
ticais, x = −1, x = 1, tais valores de x não são pontos do domı́nio de f .
4x − 3 −7
lim − − 2x + 3 = + + 5 = −∞
x→−1 (x − 1)
2 0
4x − 3 1
lim− − 2x + 3 = − + 1 = −∞
x→1 (x − 1)
2 0
4x − 3 −7
lim + 2 − 2x + 3 = − + 5 = +∞
x→−1 (x − 1) 0
4x − 3 1
Figura 4.12: Gráfico da Função lim+ 2 − 2x + 3 = + + 1 = +∞
x→1 (x − 1) 0
Note também que o gráfico possui uma assı́ntota oblı́qua r(x) = −2x + 3.
4x − 3 4x − 3
lim − 2x + 3 = −∞ e lim − 2x + 3 = +∞.
x→+∞ (x2 − 1) x→−∞ (x2 − 1)
−4x2 + 6x − 4 −2x4 + 6x − 6
f ′ (x) = − 2 =
(x2 − 1)2 (x2 − 1)2
e observe que (x2 − 1)2 > 0 para todo x ∈ R e que −2x4 + 6x − 6 < 0 para todo x ∈ R
√
3
6
(basta observar que existe um único ponto de máximo em x = 2
), segue que a derivada
de f é negativa para todo x ∈ R, ou seja, a função é decrescente em todo seu domı́nio.
161
Determine os zeros de f e/ou escolhas alguns pontos do domı́nio e calcule sua
imagem.
−2x2 − 1
f ′′ (x) = ,
x2
a derivada segunda é negativa para todo x ∈ R, desta forma os pontos crı́ticos são pontos
de máximos e ainda f tem concavidade voltada para baixo em todo o seu domı́nio.
162
Escolha alguns pontos no domı́no de f e calcule sua imagem.
5x + 6 1
lim − = − = −∞
x→−1 (x − 1)
2 0
5x + 6 11
lim− = = −∞.
x→1 (x2 − 1) 0−
5x + 6 1 11 5x + 6
lim + 2 = + = +∞ = + = lim+ 2
x→−1 (x − 1) 0 0 x→1 (x − 1)
5x + 6 5x + 6
lim =0 e lim = 0.
x→+∞ (x2 − 1) x→−∞ (x2 − 1)
−5x2 − 12x − 5
f ′ (x) =
(x2 − 1)2
e observe que (x2 − 1)2 > 0 para todo x ∈ R e que −5x2 − 12x − 5 > 0 para todo
( √ √ )
x ∈ − 65 − 11
5
, − 65 + 11
5
e é negativa em seu complementar, isso determina o intervalo
onde f é crescente e decrescente, respectivamente.
163
(10x3 +36x2 +30x+12)
Determine os pontos de inflexão: Temos que f ′′ (x) = (x2 −1)3
, ainda
a derivada segunda possui somente um zero que é aproximadamente x = −2, 63401.
x2 −8
Exercı́cio 72. Faça um esboço aproximado do gráfico da f (x) = (2x2 −8)(x+1)
+ 2x.
∆x = x2 − x1
164
e a variação correspondente para y é
∆y = f (x2 ) − f (x1 ).
∆y f (x2 ) − f (x1 )
=
∆x x2 − x1
Este quociente, como já visto pode ser interpretado como a inclinação da reta
secaste, ver gráfico 4.1.
∆y f (x2 ) − f (x1 )
Taxa Instantânea de Variação = lim = lim .
∆x→0 ∆x x 2 →x 1 x2 − x1
Esse limite já é conhecido como a derivada f ′ (x1 ). Temos assim uma nova
interpretação para a derivada.
Suponhamos que, s = f (t) uma função posição de uma partı́cula que se move
ao longo de uma reta, então f ′ (a) será a taxa de variação do deslocamento s em relação
ao tempo t. Define-se assim, f ′ (a) como sendo a velocidade da partı́cula no instante
t = a.
Lembre-se que
∆s Variação do Espaço
Vm = =
∆t Variação do Tempo.
∆s f (a + h) − f (a)
Vm = = .
∆t h
165
Assim, a velocidade instantânea v(a) é dada por
∆s f (a + h) − f (a)
v(a) = f ′ (a) = lim = .
h→0 ∆t h
Exemplo 159. Seja A(x) m2 a área de um quadrado com x m de lado. Calcule a taxa
média de variação de A(x) em relação a x, quando x varia de
a) 3 m à 3, 2 m b) 3 m à 3, 1 m c) 3 m à 3, 01 m.
d) Qual será a taxa de variação instantânea de A(x) em relação a x quando x = 3 m.
Resolução: A taxa média de variação é dada por
a) ∆x = x2 − x1 = 3, 2 − 3 = 0, 2 então
b) ∆x = x2 − x1 = 3, 1 − 3 = 0, 1 então
c) ∆x = x2 − x1 = 3, 01 − 3 = 0, 01 então
166
Exemplo 160. Um fabricante produz chapas de metal com espessura fixa. O custo de
produção de x metros desse material é C = f (x) (Custo em reais).
a) Qual o significado da derivada f ′ (x)? Quais suas unidades?
b) O que significa dizer f ′ (100) = 9?
c) O que você acha ser maior f ′ (5) ou f ′ (50)? E o que pode dizer de f ′ (50000)?
Resolução: a) A derivada f ′ (x) é a taxa de variação instantânea de C em relação a x,
isto é, f ′ (x) significa que a taxa de variação do custo de produção em relação ao número
de metros produzidos.
∆C
Note que f ′ (x) = lim .
∆x→0 ∆x
Como já vimos a derivada de uma função posição diz com que velocidade está
variando s em relação a t. A aceleração com que está velocidade ocorre é a derivada
167
segunda, ou seja,
Exemplo 161. Uma partı́cula move-se sobre o eixo x de modo que no instante t a
posição x é dada por x(t) = 2t2 − 4t + 2, t ≥ 0, ainda x é dado em metros e t em
segundo.
a) Qual a posição da partı́cula nos instantes t = 0, t = 1 e t = 2.
b) Qual a velocidade no instante t?
c) Qual a aceleração no instante t?
d) O que acontece com a direção da partı́cula quando a velocidade no instante t0 é nula?
Resolução: a) x(t) é 2 , 0 e 2 nos pontos t = 0, t = 1 e t = 2 respectivamente.
b) v(t) = 4t − 4 (m/s) c) a(t) = 4 (m/s2 )
d) A partı́cula está mudando a sua direção, passa seu sentido da direita para a esquerda,
ou seja, podemos dizer que a partı́cula está fazendo o trajeto contrário a partir do instante
t0 .
Exemplo 162. O raio r de uma esfera está variando, com o tempo, a uma taxa constante
de 8 m/s. Com que taxa estará variando o volume da esfera no instante em que o raio
da esfera for 2 m?
dV
Resolução: Tome t0 o instante em que r = 2. Devemos calcular .
dt
t=t0
4πr3
Note que V = . Derivando V pela regra da cadeia e assumindo r = 2 tem-se:
3
dV dV dr
= = 4πr .8
2
= 128π(m3 /s).
dt dr dt
t=t0 t=t0 t=t0
168
4.9.2 Taxas Relacionadas
Exemplo 163. Uma escada com 20 m de comprimento esta apoiada num poste vertical.
Se o pé da escada é puxado horizontalmente, afastando-se da parede a 2 m por segundo.
Quão rápido o topo da escada está deslizando para baixo no poste quando seu pé está a
12 m de comprimento da parede.
dy dx dy x dx
2y = −2x ou ainda =− .
dt dt dt y dt
169
dx
contramos y = 16 e ainda temos a informação que = 2. Donde,
dt
dy x dy 12 3
=− = − .2 = − m/s.
dt y dt 16 2
dy
O fato que ser negativo indica que a distância do topo da escada ao solo
dt
3
está decrescendo a uma taxa de m/s. Ou seja, o topo está deslizando sob o poste para
2
3
baixo a uma taxa de m/s.
2
Exemplo 164. Um segurança anda ao longo de um caminho reto a uma velocidade de
2 m/s. Um holofote localizado no chão a 2, 4 m do caminho é mantido focalizado no
homem. A que taxa o holofote está girando quando o segurança está a 3, 2 m do ponto
do caminho mais proximo da luz.
170
Portanto, o holofote está girando a uma taxa de 0, 3 rad/s.
Exemplo 165. O raio de uma esfera está variando, com o tempo, a uma taxa constante
de 1, 5 (m/s). Com que taxa estará variando o volume da esfera no instante em que
r = 3 (m)?
4
Resolução: Sabemos que V = πr3 . Pela regra da cadeia
3
dV dV dr
= .
dt dr dt
dV dr
Como = 4πr2 e = 1, 5 resulta que
dr dt
dV dV dr
= = 4πr2 .1, 5 = 6πr2
dt dr dt
dV
Quando o raio r = 3 temos então, = 54π (m3 /s), o volume estará
dt
r=3
variando a uma taxa de 54π (m3 /s).
4.9.3 A Diferencial
dy
Lembremos que a notação informava que derivamos y com respeito a
dx
variável x, e de maneira alguma esta notação representava um quociente, o que iremos
fazer agora é representa-la como um quociente também, no sentido que segue.
Isso significa que para |∆x| suficientemente pequeno, ∆xf ′ (x) é uma boa
aproximação do valor de ∆y, e podemos escrever
∆y ≈ ∆xf ′ (x)
171
se |∆x| for suficientemente pequeno.
.....
y..... y.. ..
T
....
....
.. f (x)
.
..
.
....
...•
R ...
...
..
....
....
....
.......
..... S .. ......
.
..........
....
....
.......
.......
S ........
.......
f (x2 )•
..
.... ....... ......
....•Q
... ....
.. .
...
f (x2 )• ... ........................... = dy
............. ......•
....
.... ......... .......
.... ....... .......
...
Q ..............
.......
........
................. ..............
.....
........
..........
.
.. . . ..... ..
.
.......... .......... ..... ..
.....
= ∆y ..
. . .... ...
........ ..........
.....
. ..
..
..................
.....
..... ..... ...
..... ...
f (x1 )• •
.
.
....
.
.
..
..
......
.
•
.....
...... ..
...... ......
. T ...
.......
. ....
..
..
.......... P M ......
........
= ∆y ... ..
..... ...
..... .... } .......
.......
.......
.
....•
... ..............
.
.... ....... .... .......
...
... ∆x ..
.. ... .. .
..... ..........
..... .... .. R
..
. f (x) .......
..... .....
.
....... ....... .......
..... ..... ........
......
. .
..
...... ..... ..... ....... = dy
..
.......... ..
...............................
.... .. ..... ...........
.... .. ..............
.... .. f (x1 )• ...........................................................• •M
............. ...
..
..
.
.... ..
...... ....
. .... ...... P ∆x
.... .. .....
.. ....
.. .....
..
...
..
..
.. x•1 | {z } •
x
..
. • | {z }x•2
....
...
.
..
..
.. =∆x
x2 x1
=∆x
x..
∆y
≈ f ′ (x), ou seja, ∆y ≈ ∆xf ′ (x).
∆x
O coeficiente angular da reta tangente TP é, como já sabemos f ′ (x1 ), mas isto
dy
é, observando as figuras 4.13 e 4.14, dada por = f ′ (x1 ), com isso podemos definir o
∆x
que segue.
Definição 4.33. Se a função for definida por y = f (x), então a diferencial de y, deno-
tada por dy, será dada por
dy = ∆xf ′ (x)
Definição 4.34. Se a função for definida por y = f (x), então a diferencial de x, deno-
tada por dx, será dada por
dx = ∆x
172
onde x está no domı́nio da f ′ (x) e ∆x é um incremento arbitrário de x.
dy
dy = f ′ (x)dx, e então, = f ′ (x) sempre que dx ̸= 0.
dx
E,
dy = f ′ (x)dx = (4x − 3)dx.
Assim,
x ∆x ∆y dy ∆y − dy
2 0, 1 0, 52 0, 5 0, 02
2 0, 01 0, 0502 0, 05 0, 0002
2 0, 001 0, 005002 0, 005 0, 000002.
Vimos que uma curva fica muito perto de sua reta tangente nas proximida-
des do ponto de tangência. Para ver isso, basta darmos um zoom em torno do ponto
(x1 , f (x1 )) sobre o gráfico de uma função derivável, notamos que o gráfico se assemelha
cada vez mais a sua reta tangente.
173
Muitas vezes é fácil calcular um valor f (x0 ) de uma função, mas difı́cil calcular
os valores de f em pontos próximos de x0 . Podemos usar o fato que f tem valores
funcionais muito próximo dos valores funcionais na reta tangente em pontos em torno de
x0 , e encontramos valores aproximados para f (x) onde x está próximo de x0 . Ver figura
4.13 e/ou 4.14
Usamos a reta tangente em (x0 , f (x0 )) como uma aproximação para a curva
y = f (x) quando x está próximo de x0 . Uma equação dessa reta tangente é
e a aproximação
f (x) ≈ f (x0 ) + f ′ (x0 )(x − x0 )
é chamada linearização de f em x0 .
√
Exemplo 167. Encontre uma linearização da função f (x) = 2x + 7 em x0 = 1. Use
√ √
essa linearização para aproximar os números 8, 98 e 9, 05.
1 1 8
T (x) = f (1) + f ′ (1)(x − 1) = 3 + (x − 1) = x + .
3 3 3
√ 1 8
2x + 7 ≈ x + ( quando x está próximo de 1).
3 3
174
Em particular, quando x = 0, 99 e x = 1, 025 temos
È È 1 8
2.0, 99 + 7 = 8, 98 ≈ .0, 99 + = 2, 99666 e
3 3
È È 1 8
2.1, 025 + 7 = 9, 05 ≈ 1, 025 + = 3, 008333.
3 3
Isso diz que a aproximação deve ficar entre as curvas obtidas deslocando a
√
curva y = 2x + 7 para cima e para baixo uma distância de 0, 01.
175
A diferencial de A = πr2 é dada por dA = 2πrdr.
176
Exercı́cios
177
Exercı́cio 81. Encontre uma equação de reta tan- g) f (x) = cos3 (x) ln(x)
gente à curva
h) f (x) = sec6 (x2 + x + 1).ex
y = 3x4 + 2x − 3
ln(x)
que é paralela à reta 6x − 2y + 4 = 0. i) f (x) =
ex cos(x)
sen(x) cos(x)
Encontre uma equação de reta tangente à curva j) f (x) =
ln(x)
y = 3x4 + 2x − 3 l) f (x) = ex ln2 (x) + tan3 (x)
que é perpendicular à reta 6x − 2y + 4 = 0. m) f (x) = sec(ex ) + tan(x).ex
2
deriváveis §
em x0 . d) f (x) = 2x + 3ex + (2x2 + 3x)x
x+2 se x ≤ −4 x
a) f (x) = 1
−x − 6 se x > −4, x0 = −4
x
e) f (x) = xx f ) f (x) = 1 +
§ x
3 − 2x se x ≤ 2
b) f (x) =
3x − 7 se x > 2, x0 = 2 g) f (x) = sec−1 (ln(x)) h) f (x) = cos−1 (x2 + x)
§ √ 2 √
x − 9 se 3 ≤ x < 2 √
c) f (x) = i) f (x) = 3
tan−1 (x2 + 2) j) f (x) = tan−1 ( x )
3x − 11 se x ≥ 5, x0 = 5
§ √
x2 + 1 se x < −1 l) f (x) = cos 3
(x2 + 2). lnπ (x2 + 6)
d) f (x) =
1 − x2 se x ≥ −1, x0 = −1
√ ex3
e) f (x) = |x − x − 6|,
2
x0 = −2 e x0 = 3 m) f (x) = cot−1 (x) + x2 + 3
(√ )
f ) f (x) = |(x − 1)(x2 + 4x + 3)|, x0 = −3, n) f (x) = tan−1 x + ln(x2 )
x0 = −1 e x0 = 1.
√
o) f (x) = x cot−1 ( x )
Exercı́cio 84. Calcule as derivadas.
a) f (x) = (3x3 + 6x2 )6 b) f (x) = (4x6 − 3x2 − x)21 Exercı́cio 87. Calcule por derivação implı́cita
dy
.
c) f (x) = (6x5 + 2x3 + 6x)5 (3x7 + x3 − x)5 dx
a) y 2 + 2x − log5 (x2 + 3y) = 2xy 2
(x3 + x2 − 2x)2 − x4
d) f (x) = 2
x2 + 2x b) 3y +x
+ 2x2 − log3 (xy) = xy
(8x6 − 7x2 )28
e) f (x) = c) ln(x + y).x + log2 (2x + y) = ln(2x − y)
(3x3 + x)36
(3x2 + 1)3 (2x + 2)2 d) cos(y 2 + x) = tan−1 (xy)
f ) f (x) =
x5 + 2x
+ cot−1 (x + y 3 ) = ln(x + y)
2
e) ex +3y
178
Exercı́cio 88. Ache uma equação de reta tangente Exercı́cio 95. Mostre que a função
à curva
√ f (x) = x101 + x51 + x + 1
3
xy = 14x + y
no ponto (2, −32). não tem nem máximos e nem mı́nimos locais.
179
a) Mostre que f não admite máximo local em
(0, r). y = 2x3 − 6x2 + 10x
b) Mostre que f não admite ponto de mı́nimo local
com inclinação mı́nima.
em (−r, 0).
c) Mostre que f é estritamente crescente em Intervalos de crescimento e decrescimento
(−r, r).
Exercı́cio 107. Determine os intervalos de
Exercı́cio 102. Suponha que f seja derivável até crescimento e/ou decrescimento para as funções.
2a ordem em R e tal que para todo x ex+1
a) f (x) = b) f (x) = x ln(x + 1)
xf ′′ (x) + f ′ (x) = 2 (x + 1)2
x2 − 3x
c) f (x) = d) f (x) = x3 − ex
a) Mostre que se x0 for um ponto de máximo local, 4 ln(x2 )
então x0 < 0. ex
b) Mostre que se x0 for um ponto de mı́nimo local, e) f (x) = 2 f ) f (x) = x − ln(x2 )
x
então x0 > 0.
c) Mostre que f ′ (x) > 0 para todo x em R g) f (x) = x2 − ln(x3 + x)
Exercı́cio 111. Ache os pontos de inflexão, se Exercı́cio 116. Sejam I um intervalo, f uma
existir e determine onde o gráfico é concavo para função contı́nua em I e tal que |f ′ (x)| < K para
cima ou para
§ baixo. todo x no interior de I, onde K é um real fixo.
x2 − 3 se x < 2 Mostre que quaisquer que sejam x e y em I.
a) f (x) =
9 − 2x2 se x ≥ 2
§ |f (x) − f (y)| < K|x − y|.
x3 se x < 0
b) f (x) =
x4 se x ≥ 0
§ Exercı́cio 117. Mostre que quaisquer que sejam
3 + 2x2 se x < 1 x0 e x1 em [1, +∞) tem-se
c) f (x) =
8 − 3x2 se x ≥ 1
ln(x + 1) | ln(x0 ) − ln(x1 )| < |x0 − x1 |.
d) f (x) = x3 − 6x2 + 12x − 8 e) f (x) =
x+1
√ Exercı́cio 118. Suponha que f seja derivável até
f ) f (x) = x ln(x) g) f (x) = 3
4x2 − 8x3 2a ordem em R e tal que
h) f (x) = x2 e x2
1
i) f (x) = x2 − x ln(x) f ′′ (x) + xf ′ (x) = f (x) para todo x ∈ R
f (a) = f (b) = 0 a < b dados.
Exercı́cio 112. Seja f (x) = ax3 + bx2 + cx + d.
Determine a, b, c e d de forma que f tenha um Mostre que f (x) = 0 em [a, b].
ponto de inflexão em (2, 4) e a inclinação da reta
tangente no ponto de inflexão seja −4. Exercı́cio 119. Suponha que f é contı́nua em
[a, b], derivável em (a, b) e tal que f (a) = f (b) =
Se x0 for um ponto de inflexão de f e se 0. Suponha ainda, que 0 < a. Mostre que existe
f ′ (x0 ) = 0. Dizemos que x0 é um ponto de inflexão c ∈ (a, b) tal que
horizontal.
f (c)
f ′ (x) = .
Exercı́cio 113. Seja f derivável até 2 ordem ema c
R e tal que para todo x Exercı́cio 120. Considere a equação
xf ′′ (x) + f ′ (x) = 4 [ ]
f ′′ (x) = ln 2 + (f (x))2
a) Mostre que f ′′ é contı́nua em todo x ̸= 0.
b) Mostre que f não admite ponto de inflexão ho- para x ∈ (0, 1) sujeita as seguintes condições
rizontal. f (0) = f (1) = 0.
Suponha que exista uma solução ψ da equação
Exercı́cio 114. Seja f definida no intervalo acima pelo menos duas vezes continuamente dife-
(−r, r), r > 0. Suponha que renciável.
a) Mostre que ψ possui um único ponto crı́tico no
f (0) = 0 intervalo (0, 1).
f (x) = ′
f (x) = x2 + f 2 (x) para todo x ∈ (−r, r) b) Classifique esse ponto crı́tico.
c) Esboce o gráfico da solução ψ.
a) Mostre que 0 é ponto de inflexão horizontal.
b) Mostre que f ′ (x) > 0 para x ̸= 0. Exercı́cio 121. Seja g definida e positiva num in-
c) Estude f com relação à concavidade. tervalo I e x0 ∈ I. Mostre que√ x0 será de máximo
(ou de mı́nimo) de h(x) = g(x) em I, se, e so-
Exercı́cio 115. Seja f definida e derivável no in- mente se x0 for de máximo (ou de mı́nimo) de g
tervalo aberto I, com 1 ∈ I, tal que em I.
f (1) = 1
f (x) = Taxas de Variação e Relacionadas
f ′ (x) = x2 + f 2 (x) para todo x ∈ I
a) Mostre que para todo x em I, f ′′ (x) existe e que Exercı́cio 122. O volume V e o raio r da base
f ′′ é contı́nua em I. de um cone circular reto estão variando a taxas
b) Mostre que existe r > 0 tal que f ′ (x) > 0 e constantes de 0, 1π (m3 /s) e 0, 2 (m/s) respecti-
f ′′ (x) > 0 em (1 − r, 1 + r). vamente. Expresse
dh
em termos de r e h onde h
dt
é a altura do cone.
181
Exercı́cio 123. O comprimento de um retângulo ção a x quando os nı́veis de produção estiverem
é de 4 cm a mais do que sua largura e essa di- variando:
ferença de 4 cm mantém-se quando o retângulo a) 100 à 107 b) 100 à 105 c) 100 à 103 d)
aumenta o tamanho. Se A(t) cm for a área do 100 à 101
retângulo e t cm or a largura, ache a taxa média b) Encontre a taxa instantânea de variação de C
de variação de A(t) com respeito a t, quando t va- em relação a x quando x = 100.
riar.
a) 3 à 3, 2 b) 3, 2 à 3, 3 c) 3, 3 à 3, 33 d) Exercı́cio 129. Uma escada de 8 m de compri-
3, 33 à 3, 35 mento está apoiada em uma parede vertical. Seja
θ o ângulo entre o topo da escada e a parede, e
Exercı́cio 124. Suponha que o número de pessoas x a distância da base da escada até a parede. Se
da população de uma cidade t anos após o dia 1o a base da escada escorregar para longe da parede,
de janeiro de 1988 será 40t2 + 200t + 10000. com que rapidez x variará em relação a θ quando
a) Ache a taxa segundo a qual a população terá π
θ= .
crescido em 1o de janeiro de 1997. 4
b) Ache a taxa de crescimento relativo da popula- Exercı́cio 130. está sendo bombeado ar para den-
ção estimada em 1o de janeiro de 1997 com apro- tro de um balão climático esférico. Em qualquer
ximação de 0, 1%. instante t, o volume do balão é v(t) e seu raio é
c) Ache a taxa segundo a qual a população estará r(t).
crescendo em 1o de janeiro de 2003. dV dV
d) Ache a taxa de crescimento relativo da popula- a) O que as derivadas e representam?
dr dt
ção estimada em 2003 com aproximação de 0, 1%. dV dr
b) Expresse em termos de .
dt dt
Exercı́cio 125. Se a água de uma piscina esti-
ver sendo drenada e V litros for o volume de água Exercı́cio 131. Enche-se um reservatório, cuja
na piscina após t minutos após começar o escoa- forma é a de um cone circular reto, de água a uma
mento, onde V = 250(1600 − 80t + t2 ). taxa de 0, 3 (m3 /s). O vértice está a 18 m do topo
a) Ache a taxa média segundo a qual a água deixa e o raio do topo é de 12 m. Com que velocidade
a piscina durante os primeiros 5 minutos. o nı́vel h da água está subindo no instante em que
b) Quão rápido a água está fluindo da piscina 5 h = 6 m.
minutos após o inı́cio do escoamento.
Exercı́cio 132. Uma escada de 12 m está encos-
Exercı́cio 126. Se uma pedra pedra lançada para tada em uma parede. Se a extremidade inferior da
cima em Marte com uma velocidade de 10 (m/s), escada for afastada do pé da parede a uma veloci-
sua altura em metros após t segundos é dada por dade constantes de 3 (m/s), com que velocidade a
h(t) = 10t − 1, 86t2 . extremidade superior estará descendo no instante
a) Encontre a velocidade da pedra após um se- em que a inferior estiver a 2 m da parede.
gundo.
Exercı́cio 133. Um ponto P move-se sobre a
b) A velocidade da pedra quando t = a.
parábola y = 3x2 − 2x. Suponha que as coordena-
c) Quando a pedra atinge a superfı́cie? dx
d) Com que velocidade a pedra atinge a superfı́cie? das x(t) e y(t) de P são deriváveis e que ̸= 0.
dt
Em que ponto da parábola a velocidade da orde-
Exercı́cio 127. O custo de produção de t quilo- nada y de P é o triplo da velocidade da abscissa
gramas de café é dada por C = f (t) reais. de x de P .
a) O que significa a derivada f ′ (t)? Quais são suas
unidades? Exercı́cio 134. Uma luz de rua é colocada no topo
b) O que significa f ′ (500) = 360? de um poste de 5 m de altura. Um homem com 2
c) Você acha que os valores vão crescer ou decres- m de altura anda, afastando-se do poste com ve-
cer a curto prazo? E a longo prazo.? locidade de 1, 5 (m/s) ao longo de uma trajetória
reta. Com que velocidade se move a ponta de sua
Exercı́cio 128. O custo em reais de produzir x sombra quando ele está a 10 m do poste.
unidades de certa mercadoria é
Exercı́cio 135. Um holofote sobre o chão ilumina
C(x) = 8000 + 15x + 0, 1x2 . uma parede de 15 m distante dele. Se um homem
de 1, 8 m de altura anda do holofote em direção à
Encontre a taxa média da variação de C em rela-
parede a uma velocidade de 2 (m/s),
182
quão rápido decresce o comprimento de sua sombra ximado do tumor quando o raio passa de 1, 6 cm
sobre a parede quando ele está a 3 m dela. para 1, 7 cm.
Exercı́cio 136. Um ponto P move-se ao longo Exercı́cio 144. Um tanque cilı́ndrico aberto, deve
1 ser revestido externamente com 2 cm de espessura.
do gráfico de y = 2 de tal modo que a sua
x +1 Se o raio interno for de 6 cm e a altura for 10 m,
abscissa x varia a uma velocidade constante de 3 encontre, por diferenciais, a quantidade de mate-
(m/s). Qual a velocidade de y no instante em que rial necessária para o revestimento.
x = 12 m?
Exercı́cio 145. A medida da aresta de um cubo
Exercı́cio 137. A medida de um ângulo agudo de 18 cm, com um erro possı́vel de 0, 02 cm. Use
de um triângulo retângulo está decrescendo a uma diferenciais para encontrar o erro aproximado no
π
taxa de (rad/s). Se o comprimento da hipote- cálculo.
36
nusa for constante e igual a 40 m ache a velocidade a) Do volume. b) Da área de uma das faces.
com que a área está variando, quando a medida do
π Exercı́cio 146. A medida da resistência elétrica
ângulo for .
6 de um fio é proporcional à medida de seu compri-
mento e inversamente proporcional ao quadrado
Exercı́cio 138. Dois carros aproximam-se de um
da medida do seu diâmetro. Suponha que a re-
cruzamento, um deles vindo do oeste e outro vindo
sistência de um fio de um determinado compri-
do sul. Se ambos estão com uma velocidade de 80
mento seja calculada a partir da medida de seu
(km/h), mostre que √ um se aproxima do outro a
diâmetro, com erro possı́vel de 2%. Ache o erro
uma velocidade de 80 2 (km/h), quando cada um
percentual possı́vel no cálculo do valor da re-
está a 10 km do cruzamento.
sistência.
Exercı́cio 139. Uma pedra cai livremente num
Exercı́cio 147. Calcule ∆y e dy para os valores
lago parado. Ondas circulares se espalham e o
dados de x e dx = ∆x.
raio da região afetada aumenta a uma taxa de 20
a) y = 8x − 2x2 , x = 2 e ∆x = −0, 4.
(cm/s). Qual a taxa segundo a qual a região está
aumentando quando o raio for 5 cm. √
b) y = x, x = 4 e ∆x = 0, 04.
Exercı́cio 140. Dentro de um tanque na forma de 3
um cone está fluindo água à razão de 8 (m3 /min). c) y = , x = 6 e ∆x = 1.
x
O cone tem 6 m de profundidade 3 m de diâmetro
no topo. Se houver um vazamento na base e se d) y = ex , x = 1 e ∆x = 0, 01.
o nı́vel da água estiver subindo a uma razão de 1
(cm/min), quando a profundidade for 4, 8 m como Exercı́cio 148. Se uma corrente I passa por um
estará escoando o vazamento? resistor com resistência R, a Lei de Ohm afirma
que a queda de voltage é V = RI. Se V for
Diferenciais constante e R for a medida com um certo erro,
use diferenciais para mostrar que o erro relativo
no cálculo de I é aproximadamente o mesmo (em
Exercı́cio 141. Calcule a diferenciais.
x2 módulo) que o erro relativo em R.
a) y = x4 b) y = 3x2 − 6x c) y =
x2 + 1 Exercı́cio 149. Suponha que não tenhamos uma
√ ln(x2 ) fórmula √
para h(x), mas sabemos que h(3) = 8 e
e) y = 3x − x
3 6
d) y = x7 f) y = 2
x +4 h′ (x) = x2 + 16 para todo x.
a) Use uma aproximação linear para estimar
Exercı́cio 142. Seja A = (x + 2)2 , x > 0. h(2, 98) e h(3, 03).
a) Calcule a diferencial. b) Suas estimativas na parte a) são grandes ou pe-
b) Interprete geometricamente o erro que se co- quenas.
mete na aproximação de ∆A por dA.
Exercı́cio 150. Seja f : [a, b] → B uma função
Exercı́cio 143. Um tumor no corpo de uma pes- contı́nua tal que f ′ (x) = 0 para todo x ∈ (a, b).
soa tem a forma esférica, tal que se r cm for o raio Então f (x) = k (k=constante) para todo x ∈ [a, b].
4
e V (cm)3 o volume do tumor, então V = πr3 .
3 Exercı́cio 151. Prove a afirmação feita no teo-
Use a diferencial para encontrar o aumento apro-
rema 2.21.
183
Capı́tulo 5
5.1 Antidiferenciação
Definição 5.1. Uma função F será chamada de antiderivada de uma função f num
intervalo I se F ′ (x) = f (x) para todo x em I. O conjunto de todas as antiderivadas
(e/ou primitivas) de f é a integral indefinida de f em relação a x, denotada por
∫
f (x)dx
∫
A função f é o integrando de uma integral, x é a variável e é o sı́mbolo de
uma integral.
F (x) = 5x3 + x2 + 5.
184
Resolução: Da definição temos que F é uma antiderivada de f se F ′ (x) = f (x). Então
5x3 + x2 + c
Teorema 5.2. Se f e g forem duas funções, tais que f ′ (x) = g ′ (x) para todo x no
intervalo I, então haverá uma constante k, tal que
185
Da teoria de derivação temos, que se g(x) = x então g ′ (x) = 1. Então definamos
F (x) = x, portanto,
∫
1dx = x + c.
xn+1
Da teoria de derivação temos, que se g(x) = então g ′ (x) = xn . Então definamos
n+1
xn+1
F (x) = ,
n+1
portanto,
∫
xn+1
xn dx = + c.
n+1
186
∫
Exemplo 173. Calcule (5x4 − 8x3 + 9x2 + 7)dx
Resolução: Pelo teorema acima e do exemplo 171 temos,
∫ ∫ ∫ ∫ ∫
(5x4 − 8x3 + 9x2 + 7)dx = 5 x4 dx − 8 x3 dx − 9 x2 dx + 7 dx
x5 x4 x3
= 5 − 8 − 9 + 7x + c
5 4 3
= x5 − 2x4 − 3x3 + 7x + c
Teorema 5.5. (Regra da Cadeia para Antiderivadas) Seja g uma função diferenciável e
seja o intervalo I a imagem de g. Suponha que f seja uma função definida em I e que
F seja uma antiderivada de f em I, então
∫
f (g(x))[g ′ (x)dx] = F (g(x)) + c.
Teorema 5.6. Se g for uma função diferenciável e se n for um número racional tal que
n ̸= −1 , então
∫
[g(x)]n+1
[g(x)]n [g ′ (x)dx] = + c.
n+1
∫ √
Exemplo 174. Calcule 3 3x + 4dx.
Resolução: Para aplicarmos o teorema acima, escrevemos
∫ √ ∫
1
3 3x + 4dx = 3(3x + 4) 2 dx,
187
∫ √
Exemplo 175. Calcule 3x + 4dx.
Resolução: Para aplicarmos o teorema acima, escrevemos
∫ √ ∫
1
3x + 4dx = (3x + 4) 2 dx,
logo
∫ ∫
1 1 1 [g(x)]8+1 1
(5 + 2x3 )8 (6x2 dx) = [g(x)]8 [g ′ (x)dx] = + c = (5 + 2x3 )9 + c
6 6 6 8+1 54
∫
Exemplo 177. Calcule x cos(x2 )dx.
Resolução: Observe que se
assim
∫ ∫
1 1 1 1
f (g(x))[g ′ (x)dx] = F (g(x)) + c = sen(x2 ) + c.
cos(x2 )(2xdx)dx =
2 2 2 2
∫ √
Exemplo 178. Calcule x2 1 + xdx.
Resolução: Inicialmente notemos que se
contudo, a função h(x) = x2 não aparece no diferencial de g, para resolver este problema,
devemos fazer uma mudança de variável apropriada, tal como segue:
188
Chamemos u = 1 + x, portanto, du = dx e u − 1 = x. Temos assim
∫ √ ∫ ∫
1 1
x2 1 + xdx = (u − 1)2 u 2 du = (u2 − 2u + 1)u 2 du
∫ ∫ ∫
5 3 1
= u du − 2
2 u du +
2 u 2 du
7 5 3
u2 u2 u2
= 7 − 2. 5 + 3 +c
2 2 2
2 7 4 5 2 3
= (1 + x) 2 − (1 + x) 2 + (1 + x) 2 + c
7 5 3
∫
Exemplo 179. Calcule tan(x) sec2 (x)dx.
Resolução: Para resolver este problema, pomos
[g(x)]1+1 [sec(x)]2 1
= +c= + c = sec2 (x) + c
1+1 2 2
Seja f a função definida no intervalo fechado [a, b]. Dividindo esse intervalo
em n subintervalos, e escolhendo qualquer dos (n − 1) pontos intermediários entre a e b.
Sejam x0 = a e xn = b e x1 , x2 , · · · , xn os pontos intermediários de tal forma que
189
não necessariamente equidistantes. Denotemos por ∆i x o comprimento dos n subinter-
valos com i = 1, 2, 3, · · · , n, onde
∆i x = xi − xi−1 .
xi−1 ≤ ξi ≤ xi .
Figura 5.1.
Suponhamos que exista um número L tal que para todo ϵ > 0 se tenha
n
∑
f (ξi )∆i x − L < ϵ
i=1
190
para toda partição ∆ de [a, b] e qualquer ξi ∈ [xi−1 , xi ], e então f é chamada de integrável
em [a, b].
Definição 5.7. Seja f uma função cujo domı́nio inclui o intervalo fechado [a, b]. Então,
f será integrável em [a, b] se existir um número L satisfazendo a seguinte condição, para
todo ϵ > 0, existe δ > 0 tal que toda partição ∆ para a qual ∥∆∥ < δ e com ξi ∈ [xi−1 , xi ],
i = 1, 2, · · · , n, temos n
∑
f (ξi )∆ i x − L < ϵ.
i=1
∑
n
lim f (ξi )∆i x = L.
∥∆∥→0
i=1
b−a b−a
∆x = e n= .
n ∆x
Assim,
lim ∆x = 0 e lim n = +∞.
n→+∞ ∆x→0
Teorema 5.8. Se f é uma função contı́nua no intervalo fechado [a, b], então ela será
integrável em [a, b].
191
Exemplo 180. Encontre o valor exato da integral definida
∫ 3
x2 dx.
1
3−1 2
∆x = = .
n n
Logo
∫
3
2
∑
n ∑
n
n2 + 4ni + 4i2 2
x dx = lim f (ξi )∆x = lim
1 n→+∞
i=1
n→+∞
i=1 n2 n
∑
n
2n2 + 8ni + 8i2
= lim
n→+∞
i=1 n3
2 ∑n
= lim 3 (n2 + 4ni + 4i2 )
n→+∞ n
i=1
[ ]
2 ∑n ∑n ∑n
= lim 3 n2 1 + 4n i+4 i2
n→+∞ n
i=1 i=1 i=1
2 n(n + 1) n(n + 1)(2n + 1)
= lim 3 n2 n + 4n +4
n→+∞ n 2 6
2 2
= lim 3 n3 + 2n2 (n + 1) + (n2 + n)(2n + 1)
n→+∞ n 3
2 4 2 2
= lim 2 1 + 2 + + + + 2
n→+∞ n 3 n 3n
4 13 2 13 26
= lim 2 + + 2 =2 = .
n→+∞ n 3 3n 3 3
192
Definição 5.9. Se a > b, então
∫ b ∫ a
f (x)dx = − f (x)dx
a b
∫ a
se f (x)dx existir.
b
Definição 5.11. Seja f uma função contı́nua em [a, b] e f (x) ≥ 0 para todo x ∈ [a, b].
Seja R a região limitada pela curva y = f (x), pelo eixo x e pelas retas x = a e x = b.
Então a medida A da região R é dada por
∑
n ∫ b
A = lim f (ξi )∆i x ⇐⇒ A = f (x)dx.
∥∆∥→0 a
i=1
Essa definição estabelece que se f (x) ≥ 0 a integral definida poderá ser in-
terpretada geometricamente como a medida da área da região R indicada na definição.
A figura ao lado, mostra a região R do nosso exemplo,
y
.....
• ..
..
...
ainda do fato que x2 ≥ 0 no intervalo [1, 3], temos que a
...
..
. 26
..
..
..
medida da área da região R é unidades quadrada de com-
..
...
.
3
..
..
...
primento.
...
...
y = f (x) = x2....
.
..
.
..
..
Exemplo 181. Se k for qualquer constante, então
..
...
.
...
..
x=3 ∫ b
...
.
...
...
.
R kdx = k(b − a).
....
....
..•
..... a
...
..
....... x=1
............... ...
x..
b−a
1 3
Figura 5.2. De fato, seja ∆x = , para qualquer partição, f (ξi ) = k.
n
Assim,
∫ b ∑
n ∑
n
b−a
kdx = lim f (ξi )∆x = lim k = k(b − a).
a n→+∞
i=1
n→+∞
i=1 n
193
Teorema 5.12. Se as funções f e g forem integráveis em [a, b], sejam ainda α e β
constantes, então a soma (e/ou diferença) αf ± βg será integrável em [a, b] e
∫ b ∫ b ∫ b
[αf (x) ± βg(x)]dx = α f (x)dx ± β g(x)dx.
a a a
então
F ′ (x) = f (x) (5.1)
194
Notemos ainda que a equação (5.1) do teorema pode ser escrita da seguinte
forma
∫ x
d
f (t)dt = f (x).
dx a
∫ ∫ x2 È ∫
d x 1 d d 4 1
a) dt b) cos(t)dt c) dt.
dx 1 t3 + 1 dx 3 dx 1+3x2 t2 +1
Resolução
a) Pelo primeiro teorema fundamental do cálculo temos,
∫ x
1 d 1 1
f (t) = 3 , então dt = 3 .
t +1 dx 1 t3 +1 x +1
b) Para podermos usar o primeiro teorema fundamental do cálculo, é necessário que
o limitante superior seja a variável x, no entanto, neste caso o limitante superior é a
função f (x) = x2 . Para sanar isso, usamos a regra da cadeia, com
∫ x È
2
u(x) = x e F (x) = cos(t)dt.
3
Assim
d d du
(F (u(x))) = (F (u(x))). ,
dx du dx
portanto,
∫ È ∫ È
d x2 d u du È du È
cos(t)dt = cos(t)dt. = cos(u). = 2x. cos(x2 ).
dx 3 du 3 dx dx
c) Vamos usar a definição, onde a ordem dos limitantes são invertidas e a integral muda
o sinal, ou seja,
∫ 4
∫ 1+3x2
∫ 1+3x2
d 1 d 1 d 1
2
dt = − 2
dt = − dt.
dx 1+3x2 t +1 dx 4 t +1 dx 4 t2 +1
195
O segundo teorema estabelece a relação entre a integral indefinida e a integral
definida.
Este teorema diz, em sua equação (5.3) que qualquer integral definida de
qualquer função contı́nua f pode ser calculada sem tomar os limites, ou seja, sem cal-
cular somas de Riemann e geralmente sem muito esforço, desde que seja conhecida uma
primitiva de f .
196
Devido a conexão entre integrais definida e antiderivadas (ou integral inde-
finida), diremos então que o processo de cálculo de uma dessas integrais é chamado de
integração.
Nos exemplos que seguem daqui em diante não faremos referências aos teo-
remas utilizados. Convencionaremos ainda a seguinte notação
b
∫
b
f (x)dx = F (x) = F (b) − F (a).
a
a
então,
∫ 4 ∫ −2 ∫ 4
|x + 2|dx = (−x − 2)dx + (x + 2)dx
−3 −3 −2
−2 2 4
x2 x
=− + 2x + + 2x
2 2
−3 −2
2
(−2)2 (−3)2 4 (−2)2
=− + 2(−2) + + 2(−3) + + 2.4 − + 2(−2)
2 2 2 2
37
=
2
197
5.5 A Função Logarı́tmica e a Função Exponencial
Essa definição para ln(x) tem todas as propriedades das funções logarı́tmicas
conhecidas da Álgebra, que são baseadas nas propriedades de potências, ou seja,
a) ln(1) = 0.
b) ln(a.b) = ln(a) + ln(b).
a
c) ln = ln(a) − ln(b).
b
d) ln(ar ) = r ln(a) para todo r número racional.
Verifiquemos as afirmações:
∫ 1 1
ln(1) = dt = 0 por definição.
1 t
∫ a.b ∫ a ∫ a.b
1 1 1
ln(a.b) = dt = dt + dt.
1 t 1 t a t
198
Quando s varia de 1 a b, o produto as varia de a a ab. Logo a mudança de variável
t = as implica que dt = ads e
∫ a.b ∫ b ∫ b
1 1 1
dt = ads = ds = ln(b)
a t 1 as 1 s
e, portanto,
ln(a.b) = ln(a) + ln(b).
a
Pondo = r então a = br e então
b
∫ a ∫ b.r ∫ b ∫ r
1 1 1 1 a
ln(a) = dt = dt = dt + dt = ln(b) + ln(r) = ln(b) + ln
1 t 1 t 1 t 1 t b
e, portanto,
a
ln = ln(a) − ln(b).
b
ln(x−r ) = −r ln(x).
p p
Pondo r = onde p ∈ Z e q ∈ Z∗ , então (x q )q = xp , assim
q
p p
q ln(x q ) = ln((x q )q ) = ln(xp ) = p ln(x)
e, portanto
p p
ln(xr ) = ln(x q ) = ln(x) = r ln(x)
q
199
e pela regra da cadeia temos,
1
(ln |u(x)|)′ = (u(x))′ .
u(x)
assim
∫ ∫
1 3x2 1 1 1 1
3
dx = du = ln(|u|) + c = ln(|x3 + 1|) + c.
3 x +1 3 u 3 3
∫
x2 + 2 2
Exemplo 187. Calcule dx.
0 x+1
Resolução: Inicialmente notamos que
x2 + 2 (x − 1)(x + 1) + 3 3
x + 2 = (x − 1)(x + 1) + 3,
2
logo = = (x − 1) + ,
x+1 x+1 x+1
portanto,
∫ ∫
2 x2 + 2 2 3
dx = x−1+ dx
0 x+1 0 x+1
∫ 2 ∫ 2
3
= (x − 1)dx + dx
0 0 x+1
2 2
x2
= −x + 3 ln(|x + 1|)
2
0 0
200
∫
Exemplo 188. Calcule tan(x)dx.
sen(x)
Resolução: Notamos que tan(x) = . Chamamos
cos(x)
assim
∫ ∫ ∫
sen(x) 1
tan(x)dx = − − dx = − du = − ln(|u|)+c = ln(| cos(x)|)−1 +c = ln(| sec(x)|)+c.
cos(x) u
∫
Exemplo 189. Calcule sec(x)dx.
Resolução: Inicialmente, notamos que
d
(sec(x) + tan(x)) = sec(x). tan(x) + sec2 (x)
dx
então
∫ ∫
(sec(x) + tan(x))
sec(x)dx = sec(x) dx.
(sec(x) + tan(x))
ln(exp(x)) = x e exp(ln(x)) = x.
201
Definição 5.19. Seja a > 0 e x um número real qualquer, definamos
ax = exp(x ln(a)).
Note que a definição acima faz sentido uma vez que o domı́nio da função
exponencial é todos os números reais.
ln(ax ) = x ln(a).
De fato,
e = exp(1).
exp(x) = ex .
y = f (x) = ex ⇐⇒ x = ln(y).
202
Derivando implicitamente, temos
1 dy dy
1= . então = y,
y dx dx
ou seja,
d x
f ′ (x) = (e ) = ex .
dx
d u(x)
e = eu(x) .u′ (x).
dx
203
Temos ainda que
1 1
(1 + x) x = eln(1+x) x .
1 1 lim ln(1 + x) x
ln(1+x) x x→0
lim (1 + x) = lim e
x =e = e1 = e.
x→0 x→0
Destaquemos então
1 1
lim ln(1 + x) x = 1 e lim (1 + x) x = e.
x→0 x→0
204
implica também na mudança dos limitantes de integração, ou seja,
b
∫
b
f (g(x))g ′ (x)dx = F (g(x)) = F (g(b)) − F (g(a))
a
a
g(b)
∫
g(b)
= F (u) = f (u)du
g(a)
g(a)
2 √
2 3 2[ 3 3
] 4 2
= u2 = 22 − 02 = .
3 3 3
0
Assim 1 √
∫ √
1 2 3 4 2
3x2 x3 + 1dx = (x3 + 1) 2 = .
−1 3 3
−1
Nesta seção serão desenvolvidas outras técnicas que nos auxiliarão para o
processo de integração.
d d
(f (x)g(x)) = f (x).g ′ (x) + f ′ (x)g(x) ⇐⇒ f (x).g ′ (x) = (f (x)g(x)) − f ′ (x)g(x).
dx dx
205
Integrando ambos os lados da equação acima, temos
∫ ∫ ∫
′ d
f (x)g (x)dx = (f (x)g(x))dx − f (x)′ g(x)dx
dx
∫
(5.4)
= f (x)g(x) − f (x)′ g(x)dx.
Considerando
u = f (x) e v = g(x)
então
du = f ′ (x)dx e dv = g ′ (x)dx,
Portanto, pondo u = ln(x) devemos ter dv = xdx, para que a igualdade das
duas primeiras integrais ocorram. Logo,
1 x2
du = dx e v= + c0
x 2
assim
∫ ∫
x c0
∫
x2 x2 1 x2
x ln(x)dx = ln(x) + c0 − + c0 dx = ln(x) + c0 − + dx.
2 2 x 2 2 x
Contudo,
∫
x c0 x2
+ dx = + c0 ln(x) + c1 ,
2 x 4
deste modo temos
∫
x2 x2 x2 x2
x ln(x)dx = ln(x) + c0 ln(x) − − c0 ln(x) − c1 = ln(x) − − c1 .
2 4 2 4
Ou seja,
∫
x2 x2
x ln(x)dx = ln(x) − + c.
2 4
206
Observe que no exemplo acima a constante c0 proveniente da integração de
dv é indiferente no resultado final, ou seja, podemos omitir a constante, e isso pode ser
justificado como segue
∫ ∫ ∫ ∫
udv = u(v + c0 ) − (v + c0 )du = uv + uc0 − vdu − c0 du
∫ ∫
= uv + uc0 − vdu − c0 u = uv − vdu
∫
2
Exemplo 197. Calcule x3 ex dx.
Resolução: Inicialmente, note que pondo g(x) = x2 então g ′ (x)dx = 2xdx e a integral
∫
2 2
2xex dx = ex + c0
2
u = x2 e dv = xex dx,
logo
∫ ∫ 2
x2 1 x2 ex
du = 2xdx e v= xe dx = e 2xdx = + c0
2 2
portanto,
∫ ∫ ∫ ∫ x2 ∫ 2 2 2
3 x2 2 x2 2e ex ex ex
x e dx = x e xdx = udv = u.v − vdu = x − 2xdx = x2 − +c
2 2 2 2
A integração por partes ainda se divide numa integração cı́clica, veremos isso
no exemplo a seguir.
∫
Exemplo 198. Calcule ex sen(x)dx.
Resolução: Seja u = ex e dv = sen(x)dx. Então
du = ex dx e v = − cos(x).
Logo,
∫ ∫
ex sen(x)dx = −ex cos(x) + ex cos(x)dx. (⋆)
207
Agora devemos calcular
∫
ex cos(x)dx
u = ex e dv = cos(x)dx
e, consequentemente,
du = ex dx e v = sen(x).
Portanto,
∫ ∫
ex cos(x)dx = ex sen(x) − ex sen(x)dx + 2c. (⋆⋆)
ou seja,
∫
2 ex sen(x)dx = −ex cos(x) + ex sen(x) + 2c.
Assim
ex
∫
ex sen(x)dx = sen(x) − cos(x) + c.
2
∫
Exemplo 199. Calcule tan−1 (x)dx.
Resolução: Seja u = tan−1 (x) e dv = dx. Então
dx
du = e v = x.
1 + x2
Assim
∫ ∫
x 1
tan−1 (x)dx = x tan−1 (x) − dx = x tan −1
(x) − ln(1 + x2 ) + c.
1 + x2 2
Inicialmente, lembremos
( ) ( )
k k! k
∑
k
k
= e (a + b) = bi ak−i
i i!(k − i)! i=0 i
208
e as seguintes identidades trigonométricas,
1 − cos(2x)
sen2 (x) + cos2 (x) = 1, sen2 (x) = ,
2
1 + cos(2x) 1
cos2 (x) = e sen(x) cos(x) = sen(2x).
2 2
Seja
∫
senn (x)dx, n ∈ N,
∫ ∑ ( )
k
k i
= − cos2 (x) sen(x)dx
i=0 i
∫ ∑ ( )
k
k
= (−1)i cos2i (x) sen(x)dx
i=0 i
∫ [ ( ) ]
k 2i
∑
k
i
= 1 + (−1) cos (x) sen(x)dx
i=1 i
∫ ( )∫
∑
k
k
i
= sen(x)dx + (−1) cos2i (x) sen(x)dx
i=1 i
( )
∑
k
k 1
= − cos(x) + (−1) i+1
cos2i+1 (x) + C.
i=1 i 2i + 1
De modo análogo,
∫
cosn (x)dx, n ∈ N,
209
Se n é ı́mpar, então n = 2k + 1 para todo k ∈ N ∪ {0}, assim
∫ ∫
n
cos (x)dx = cos2k+1 (x)dx
( )
∑
k
i k 1
= sen(x) + (−1) sen2i+1 (x) + C.
i=1 i 2i + 1
( )
∑
2
i 2 1
= sen(x) + (−1) sen2i+1 (x) + C
i=1 i 2i + 1
2 sen5 (x)
= sen(x) − sen3 (x) + +C
3 5
b) ∫ ∫
sen3 (x)dx = sen2.1+1 (x)dx
( )
∑
1
1 1
= − cos(x) + (−1) i+1
cos2i+1 (x) + C
i=1 i 2i + 1
cos3 (x)
= − cos(x) + + C.
3
∫ k ∫
1 − cos(2x) (1 − cos(2x))k
= dx = dx
2 2k
∫ ∑
k
( )
k 1
= (− cos(2x))i dx
i=0 i 2k
∫ ∑
k
( )
k 1
= (−1)i cosi (2x)dx
i=0 i 2k
210
∫ [ ( ) ]
1 1 ∑
k
k
= k
+ k (−1)i cosi (2x) dx
2 2 i=1 i
∫ ( )∫
1 1 ∑
k
i k
= k dx + k (−1) cosi (2x)dx
2 2 i=1 i
( )∫
x 1 ∑
k
i k
= k+ k (−1) cosi (2x)dx + C
2 2 i=1 i
Observe que a potência que aparece em cos(2x), hora é ı́mpar hora é par,
quando n for ı́mpar aplicar a fórmula já calculada, pondo u = 2x e, consequentemente
du = 2dx. Quando n for par repetir o processo com a função cosn (x) que veremos a
seguir. ∫ ∫ ∫
cosn (x)dx = cos2k (x)dx = (cos2 (x))k dx
∫ k ∫
1 + cos(2x) (1 + cos(2x))k
= dx = dx
2 2k
∫ ( )∫
1 1 ∑
k
k
= k dx + k cosi (2x)dx
2 2 i=1 i
( )∫
x 1 ∑
k
k
= k+ k cosi (2x)dx + C.
2 2 i=1 i
∫
Exemplo 201. Calcule sen4 (x)dx.
Resolução: Temos que n = 4, logo é par, e assim 4 = 2k = 2.2, ou seja, k = 2 assim
∫ ∫ ∫
4 2.2
sen (x)dx = sen (x)dx = (sen2 (x))2 dx
∫ 2
1 − cos(2x)
= dx
2
( )∫
x 1 ∑
2
i 2
= 2+ 2 (−1) cosi (2x)dx + C0
2 2 i=1 i
x 1
∫ ∫
= + −2 cos(2x)dx + cos2 (2x)dx + C0
4 4
∫
x 1 1
= − sen(2x) + cos2 (2x)dx + C0 .
4 4 4
211
Agora a integral
∫
cos2 (2x)dx
( )∫
x 1 ∑
1
1
= 1+ 1 cosi (4x)dx + C1
2 2 i=1 i
∫
x 1
= + cos(4x)dx + C1
2 2
x 1
= + sen(4x) + C1 .
2 8
donde,
∫
1 x 1
cos2 (2x)dx = + sen(4x) + C1
4 8 32
e, assim
∫
3x 1 1
sen4 (x)dx = − sen(2x) + sen(4x) + C.
8 4 32
Temos as seguintes situações, ambas as potências são pares, ambas são ı́mpares
ou uma par e a outra ı́mpar. Veremos o caso em que uma delas é ı́mpar, portanto, quando
as duas forem ı́mpares, basta considerar apenas uma delas.
212
∫ ( )
n
∑
k
i k
= cos (x) (−1) cos2i (x)sen(x)dx
i=0 i
∫ ( ( ) )
n k∑
k
i
= cos (x) 1 + (−1) cos2i (x) sen(x)dx
i=1 i
∫ ( )∫
n
∑
k
i k
= cos (x)sen(x)dx + (−1) cos2i+n (x)sen(x)dx
i=1 i
( )
cosn+1 (x) ∑k
k 1
= − + (−1)i+1 cos2i+n+1 (x) + C.
n+1 i=1 i 2i + n + 1
∫
Exemplo 202. Calcule cos4 (x)sen3 (x)dx.
Resolução: Temos que 3 = m = 2k + 1 = 2.1 + 1 e n = 4
∫ ( )
cos4+1 (x) ∑1
1 1
cos (x)sen (x)dx = −
4 3
+ (−1)i+1 cos2i+4+1 (x) + C.
4+1 i=1 i 2i + 4 + 1
213
para utilizarmos um dos casos anteriores.
assim
∫ ∫ ∫
cosn (x)senm (x)dx = sen2p (x) cos2k (x)dx = (sen2 (x))p (cos2 (x))k dx
∫ p k
1 − cos(2x) 1 + cos(2x)
= dx
2 2
∫ p k
1
= 1 − cos(2x) 1 + cos(2x) dx.
2p+k
∫
Exemplo 204. Calcule cos4 (x)sen4 (x)dx.
Resolução: Note que ambas as potências são pares e, ainda que 4 = 2.2, donde segue
que p = 2 = k, assim
∫ ∫ ∫
cos4 (x)sen4 (x)dx = sen2.2 (x) cos2.2 (x)dx = (sen2 (x))2 (cos2 (x))2 dx
∫ 2 2
1 − cos(2x) 1 + cos(2x)
= dx
2 2
∫ 2
1
= 1 − cos(2x) 1 + cos(2x) dx
22+2
∫ 2 ∫ 2
1 1 1 − cos(4x)
= 4 1 − cos (2x)
2
dx = dx
2 16 2
∫ ∫ ∫
1 1 1
= dx − cos(4x)dx + cos2 (4x)dx
64 32 64
∫
x sen(4x) 1 1 + cos(8x)
= − + dx + C
64 128 64 2
3x sen(4x) sen(8x)
= − + + C.
128 128 1024
214
Neste caso usamos a seguinte identidade trigonométrica
1
sen(mx) cos(nx) = sen[(m − n)x] + sen[(m + n)x] .
2
Se m ̸= n então
∫ ∫
1
sen(mx) cos(nx)dx = sen[(m − n)x] + sen[(m + n)x] dx
2
∫ ∫
1 1
= sen[(m − n)x]dx + sen[(m + n)x]dx
2 2
1 cos[(m − n)x] 1 cos[(m + n)x]
= − −
2 (m − n) 2 (m + n)
1
sen(mx)sen(nx) = cos[(m − n)x] − cos[(m + n)x] .
2
1
cos(mx) cos(nx) = cos[(m − n)x] + cos[(m + n)x] .
2
portanto, se m ̸= n temos
∫
1 sen[(m − n)x] 1 sen[(m + n)x]
sen(mx)sen(nx)dx = −
2 (m − n) 2 (m + n)
e
∫
1 sen[(m − n)x] 1 sen[(m + n)x]
cos(mx) cos(nx)dx = + .
2 (m − n) 2 (m + n)
Vamos agora ver técnicas para integração das potências das funções tangente,
cotangente, secaste e cossecante. Para isso lembremos que
215
Primeiramente veremos integração para as potências da função tangente, ou
seja,
∫
tann (x)dx para todo n > 2, n ∈ N.
tann (x) = tann−2 (x) tan2 (x) = tann−2 (x)(sec2 −1) = tann−2 (x) sec2 (x) − tann−2 (x)
assim ∫ ∫ ∫
tann (x)dx = tann−2 (x) sec2 (x)dx − tann−2 (x)dx
∫
tann−1 (x)
= − tann−2 (x)dx
n−1
Se n é par então n − 2 é também par, repete-se o processo, caso n − 2 > 2.
Lembre-se ainda que
∫ ∫
tan (x)dx = tan(x) − x + C
2
e tan(x)dx = ln(| sec(x)|) + C.
∫ ∑
k
( )
k
= (−1)k−i sec2i (x) tan(x)dx
i=0 i
∫ ( ) ∫
∑
k
k
= (−1) k
tan(x)dx + (−1)k−i sec2i (x) tan(x)dx
i=1 i
∫ ( ) ∫
∑
k
k k−i
= (−1) k
tan(x)dx + (−1) sec2i−1 (x) sec(x) tan(x)dx
i=1 i
( )
∑
k
k k−i sec
2i
(x)
k
= (−1) ln(| sec(x)|) + (−1) +C
i=1 i 2i
216
∫
Exemplo 205. Calcule tan4 (x)dx.
Resolução: Temos que
tan4 (x) = tan2 (x) tan2 (x) = tan2 (x)(sec2 (x) − 1) = tan2 (x) sec2 (x) − tan2 (x)
portanto, ∫ ∫ ∫
4
tan (x)dx = tan (x) sec (x)dx −
2 2
tan2 (x)dx
tan3 (x)
= − tan(x) + x + C
3
cotn (x) = cotn−2 (x) cot2 (x) = cotn−2 (x)(csc2 −1) = cotn−2 (x) csc2 (x) − cotn−2 (x)
assim, ∫ ∫ ∫
n
cot (x)dx = cot n−2
(x) csc (x)dx −
2
cotn−2 (x)dx
∫
cotn−1 (x)
= − cotn−2 (x)dx
n−1
Processo de recorrência, contudo para n ı́mpar também é possı́vel desenvolver
uma fórmula. Lembre-se ainda que
∫ ∫
cot (x)dx = − cot(x) − x + C
2
e cot(x)dx = ln(|sen(x)|) + C.
Para a função secaste quando a potência é ı́mpar usar integração por partes.
Quando é par usar a seguinte relação:
n−2 n−2
secn (x) = secn−2 (x) sec2 (x) = sec2 2 (x) sec2 (x) = (tan2 (x) + 1) 2 sec2 (x).
217
∫ ∫ ∫
secn (x)dx = sec2k+2 (x)dx = sec2k (x) sec2 (x)dx
∫ ∫ k
= (sec2 (x))k sec2 (x)dx = 1 + tan2 (x) sec2 (x)dx
∫ ∑
k
( )
k
= tan2i (x) sec2 (x)dx
i=0 i
( )∫ ( )
∑
k
k 2i 2
∑
k
k tan2i+1 (x)
= tan (x) sec (x)dx = +C
i=0 i i=0 i 2i + 1
∫
Exemplo 206. Calcular sec4 (x)dx.
Resolução: Temos a seguinte igualdade
4−2
sec4 (x) = (tan2 (x) + 1) 2 sec2 (x) = (tan2 (x) + 1) sec2 (x) = tan2 (x) sec2 (x) + sec2 (x).
assim ∫ ∫ ∫
4 2 2
sec (x)dx = tan (x) sec (x)dx + sec2 (x)dx
tan3 (x)
= + tan(x) + C.
3
Ou usando a fórmula direta, 4 = 2.1 + 2, ou seja, k = 1
∫ ( )
4
∑
1
1 tan2i+1 (x) tan3 (x)
sec (x)dx = + C = tan(x) + + C.
i=0 i 2i + 1 3
∫ ∑ ( ) ( )
k
k ∑
k
k cot2i+1 (x)
= cot (x) csc (x)dx = −
2i 2
+C
i=0 i i=0 i 2i + 1
218
∫
Exemplo 207. Calcular csc6 (x)dx.
Resolução: Temos a seguinte igualdade
6−2
csc6 (x) = (cot2 (x) + 1) 2 csc2 (x) = (cot2 (x) + 1)2 csc2 (x)
= cot4 (x) csc2 (x) + 2 cot2 (x) csc2 (x) + csc2 (x).
Assim
∫ ∫ ∫ ∫
6 4 2 2 2
csc (x)dx = cot (x) csc (x)dx + 2 cot (x) csc (x))dx + csc2 (x))dx
1 2
= − cot5 (x) − cot3 (x) − cot(x) + C.
5 3
Quando o integrando envolve produto dessas funções em todas as suas formas,
deixaremos a cargo do interesse do leitor, ou seja, quando a integral envolve um desses
tipos:
∫ ∫
tann (x) secm (x)dx, tan(nx) sec(mx)dx
ou
∫ ∫
n m
cot (x) csc (x)dx, cot(nx) csc(mx)dx.
∫
Vamos mostrar tann (x) secm (x)dx, a tı́tulo de curiosidade. Veremos os
casos em que n é ı́mpar com n > 1 e m par com m > 2. Quando (n, m) é (par, ı́mpar)
o processo é via recorrência.
∫ ∑
k
( )
k
= (−1)k−i sec2i (x) secm (x) tan(x)dx
i=0 i
( ) ∫
∑
k
k
= (−1)k−i sec2i+m−1 (x) sec(x) tan(x)dx
i=0 i
( )
∑
k
k sec2i+m (x)
= (−1)k−i + C.
i=0 i 2i + m
219
Vamos supor m par m > 2 e n um natural qualquer.
∫ ( )
2 n
∑
k
k
= sec (x) tan (x) tan2i (x)dx
i=0 i
( )∫ ( )
∑
k
k 2i+n 2
∑
k
k tan(x)2i+n+1
= tan(x) sec (x)dx = + C.
i=0 i i=0 i 2i + n + 1
......
......
.
......
.
..
.......
.
√ ......
.
......
......
.
..
.......
. .
......
......
......
.
..
.......
.
√
a ......
...... a2 + x2 ......
......
x x ......
...... x2 − a2
......
......
.
......
.
..
..
x ......
......
.
......
.
..
.. .
......
......
......
.
..
..
a2 − x 2 a a
Figura 5.3.
√
1o Caso: O integrando contém uma expressão do tipo a2 − x2 .
Então
√ È È
dx = a cos(θ)dθ e a2 − x2 = a2 − a2 sen2 (θ) = a cos2 (θ) = a cos(θ)
220
posto que, cos(θ) ≥ 0 quando θ ∈ − π2 , π2 .
x −1 x
Como sen(θ) = então θ = sen .
a a
∫ √
5 − x2
Exemplo 208. Calcule dx.
x2 √ È √
Resolução: Primeiramente, note que 5 − x2 = ( 5)2 − x2 .
√ √
Seja x = 5sen(θ) então dx = 5 cos(θ)dθ.
Logo,
∫ √ ∫
È ∫
È
5 − x2 5 − 5sen2 (θ) √ 1 − sen2 (θ) cos(θ)
dx = 5 cos(θ)dθ = dθ
x2 5sen2 (θ) sen2 (θ)
∫ ∫
cos2 (θ)
= dθ = cot2 (θ)dθ
sen2 (θ)
∫
= (csc2 (θ) − 1)dθ = − cot(θ) − θ + C.
Contudo, √
cos(θ) 5 − x2 −1 x
cot(θ) = = e θ = sen = √ .
sen(θ) x 5
Portanto,
∫ √ √
5 − x2 5 − x2 −1 x
dx = − − sen √ + C.
x2 x 5
√
2o Caso: A expressão a2 + x2 , onde a > 0 aparece no integrando.
0 ≤ θ < π2 se x ≥ 0
x = a tan(θ), onde
− π2 < θ < 0 se x < 0.
Então
√ È È
dx = a sec2 (θ)dθ e a2 + x2 = a2 − a2 tan2 (θ) = a sec2 (θ) = a sec(θ)
posto que, sec(θ) ≥ 1 quando θ ∈ − π2 , π2 .
x x
Como tan(θ) = então θ = tan−1 .
a a
221
∫
1
Exemplo 209. Calcule √ dx.
9 + x2 √ √
Resolução: Primeiramente, note que 9 + x2 = 32 + x2 .
Logo,
∫ ∫ ∫
1 1 sec2 (θ)
√ dx = È 2
3 sec (θ)dθ = dθ
9 + x2 9 + 9 tan2 (θ) sec(θ)
∫
= sec(θ)dθ = ln(| sec(θ) + tan(θ)|) + C.
Contudo, √
1 9 + x2 x
sec(θ) = = e tan(θ) = .
cos(θ) 3 3
Portanto,
∫ ( √ )
1 9 + x2
x √
√ dx = ln + + C = ln(| 9 + x2 + x|) + k
9 + x2 3 3
onde k = C − ln(3).
∫ √
Exemplo 210. Calcule 3 + 5x2 dx.
√ È
3
√ ÉÈ 3 2
2 2
Resolução: Primeiramente, note que 3 + 5x = 5( 5 + x ) = 5 + x2 .
5
È È
3 3
Seja x = 5
tan(θ) então dx = 5
sec2 (θ)dθ.
Logo,
∫ √ ∫ √ Ê Ê ∫
3 3 3 3
3+ 5x2 dx = 5 + tan2 (θ) sec2 (θ)dθ = √ sec(θ) sec2 (θ)dθ
5 5 5 5
∫
3
= √ sec3 (θ)dθ.
5
Para integrarmos a sec3 (θ) usamos integração por partes cı́clicas. Considere-
mos
u = sec(θ) e dv = sec2 (θ)dθ
222
assim,
∫ ∫
sec (θ)dθ = u.v −
3
vdu
∫
= sec(θ) tan(θ) − tan(θ) sec(θ) tan(θ)dθ
∫
= sec(θ) tan(θ) − (sec2 (θ) − 1) sec(θ)dθ
∫ ∫
= sec(θ) tan(θ) − 3
sec (θ)dθ + sec(θ)dθ
∫
= sec(θ) tan(θ) + ln(| sec(θ) + tan(θ)|) − sec3 (θ)dθ + C,
portanto,
1
∫
sec3 (θ)dθ = sec(θ) tan(θ) + ln(| sec(θ) + tan(θ)|) + C .
2
Contudo,
√ √
1 3 + 5x2 5x
sec(θ) = = √ e tan(θ) = √ .
cos(θ) 3 3
Logo,
∫ √ (√ √ ( √ √ ) )
3 3 + 5x2 5x 3 + 5x2 5x
3 + 5x2 dx = √ √ √ + ln √
+ √ + C
2 5 3 3 3 3
1 √ 3 (√ √ )
= x 3 + 5x2 + √ ln 3 + 5x2 + 5x + k
2 2 5
√
3o Caso: Se aparece no integrando uma expressão da forma x2 − a2 , onde
a > 0.
Então
√ È È
dx = a sec(θ) tan(θ)dθ e x2 − a2 = a2 sec2 (θ) − a2 = a tan2 (θ) = a tan(θ)
posto que, tan(θ) ≥ 0 quando θ ∈ 0, π2 ∪ π, 3π
2
.
x x
Como sec(θ) = então θ = sec−1 .
a a
223
∫
x3
Exemplo 211. Calcule √ dx.
x2 − 16 √ √
Resolução: Primeiramente, note que x2 − 16 = x2 − 42 .
Logo,
∫ ∫ ∫
x3 64 sec3 (θ)
√ dx = 4 sec(θ) tan(θ)dθ = 64 sec4 (θ)dθ
x2 − 16 4 tan(θ)
∫ ∫
2 2
= 64 sec (θ) sec (θ)dθ = 64 sec2 (θ)(tan2 (θ) + 1)dθ
∫ ∫
2 2
= 64 tan (θ) sec (θ)dθ + 64 sec2 (θ)dθ
64
= tan3 (θ) + 64 tan(θ) + C.
3
Contudo, √
sen(θ) x2 − 16
tan(θ) = = .
cos(θ) 4
Logo,
∫ (√ )3 √
x3 64 x2 − 16 x2 − 16
√ dx = + 64 +C
x2 − 16 3 4 4
√ 3
x2 − 16 √
= + 16 x2 − 16 + C.
3
Sejam P (x) e Q(x) polinômios de modo que o grau de P (x) seja menor que
o grau de Q(x). Estaremos interessados em calcular integrais do tipo
∫
P (x)
dx.
Q(x)
1o Caso: Os fatores de Q(x) são todos lineares e nenhum é repetido. Isto é,
224
onde não existem dois fatores idênticos. Nesse caso escrevemos
P (x) A1 A2 An
= + + ··· +
Q(x) a1 x + b1 a2 x + b2 an x + bn
x = −1, 0, 2, .
225
1
= 3 ln(|x|) + ln(|x − 2|) − 4 ln(|x + 1|) + ln(|C|)
6
Cx (x − 2)
3
1
= ln .
6 (x + 1)4
A1 A2 Ak−1 Ak
k
+ k−1
+ ··· + 2
+
(ai x + bi ) (ai x + bi ) (ai x + bi ) ai x + bi
x = −3, 0.
226
Da igualdade de polinômios vem,
A5 + A3 = 0
3A5 + 6A3 + A2 − 11
27
= 0
2
9A3 + 6A2 + 9
= 1
4
9A2 + 3
= 0.
O sistema acima é facilmente resolvido, disso segue que
4 5 5
A2 = − , , A3 = , A5 = − .
27 27 27
Donde
x2 + 2 2 1 4 1 5 1 11 1 5 1
3 2
= 3
− 2
+ − 2
− .
x (x + 3) 9x 27 x 27 x 27 (x + 3) 27 x + 3
Logo,
∫ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫
x2 + 2 2 4 5 11 5
dx = dx − dx + dx − dx − dx
x3 (x + 3)2 9x3 27x2 27x 27(x + 3)2 27(x + 3)
1 1 4 1 5 11 1 5
= − + + ln(|x|) + − ln(|x + 3|) + C
9 x2 27 x 27 27 x + 3 27
4 1 1 1 11 1 5 x
= − + + ln +C
27 x 9 x2 27 x + 3 27 x + 3
227
ou seja,
x2 − 2x − 3 = (A1 x + B1 )(x − 1) + A2 (x2 + 2x + 2). (⋆)
B 1 − A1 − 8
5
= −2
8
B1 + 5
= 3.
9 7
A1 = , B1 = .
5 5
Donde
x2 − 2x − 3 1 9x + 7 4 1
= − .
(x − 1)(x + 2x + 2)
2 5 x + 2x + 2 5 x − 1
2
Logo,
∫ ∫ ∫
x2 − 2x − 3 1 9x + 7 4 1
dx = dx − dx
(x − 1)(x2 + 2x + 2) 5 x2 + 2x + 2 5 x−1
∫ ∫
9 x 7 1 4
= 2
dx + dx − ln(|x − 1|) + C
5 x + 2x + 2 5 x2 + 2x + 2 5
∫ ∫ ∫
9 x+1 9 1 7 1
= 2
dx − 2
dx + dx
5 x + 2x + 2 5 x + 2x + 2 5 x2 + 2x + 2
4
− ln(|x − 1|) + C
5
∫
9 2 1 8
= ln(|x2 + 2x + 2|) − dx − ln(|x − 1|) + C
10 5 x2 + 2x + 2 10
228
2
9 ∫
1 (x + 2x + 2) 2 1
= ln
− dx + C
10 (x − 1)8 5 (x + 1)2 + 1
2
9
1 (x + 2x + 2) 2
= ln − tan−1 (x + 1) + K
10 (x − 1) 8 5
A1 x + B1 A2 x + B2 Ak x + Bk
2 k
+ 2 k−1
+ ··· + 2 .
(ax + bx + c) (ax + bx + c) ax + bx + c
∫
x−2
Exemplo 215. Calcule dx
x(x2 − 4x + 5)2
Resolução:Primeiramente, note que
∫ ∫ ∫
x−2 x 1
dx = dx − 2 dx
x(x2 − 4x + 5)2 x(x2 − 4x + 5)2 x(x2 − 4x + 5)2
∫ ∫
(⋆)
1 1
= dx − 2 dx
((x − 2)2 + 1)2 x(x − 4x + 5)2
2
0 ≤ θ < π2 se x ≥ 2
x − 2 = tan(θ), onde assim dx = sec2 (θ)dθ.
− π2 ≤ θ < 0 se x < 2,
Logo,
∫ ∫ ∫
1 1 sec2 (θ)
dx = sec2 (θ)dθ = dθ
((x − 2)2 + 1)2 2
(tan (θ) + 1) 2 sec4 (θ)
∫ ∫
1
= dθ = cos2 (θ)dθ
sec2 (θ)
∫
1 + cos(2θ) θ 1
= dθ = + sen(2θ) + C1
2 2 4
θ 1
= + sen(θ) cos(θ) + C1
2 2
1 1 x−2
= tan−1 (x − 2) + + C1 .
2 2 x − 4x + 5
2
229
Para a segunda integral do lado direito de (⋆) usamos frações parciais, donde
1 A1 A2 x + B2 A3 x + B3
= + +
x(x2 − 4x + 5)2 x (x2 − 4x + 5)2 x2 − 4x + 5
B3 − 8
25
− 4A3 = 0
26
25
+ A2 + 5A3 − 4B3 = 0
− 40
25
+ B2 + 5B3 = 0.
Logo,
∫ ∫ ∫ ∫
1 2 1 2 x−4 2 x−4
−2 dx = − dx + dx + dx
x(x − 4x + 5)
2 2 25 x 5 (x − 4x + 5)
2 2 25 x2 − 4x + 5
∫ ∫
2 1 2x − 4 4 1
= − ln(|x|) + dx − dx
25 5 (x2 − 4x + 5)2 5 (x2 − 4x + 5)2
∫ ∫
1 2x − 4 4 1
+ dx − dx + C
25 x − 4x + 5
2 25 x2 − 4x + 5
230
2 1 1 2 2 x−2
= − ln(|x|) − − tan−1 (x − 2) −
25 5 x2 − 4x + 5 5 5 x2 − 4x + 5
1 4
+ ln(|x2 − 4x + 5|) − tan−1 (x − 2) + C
25 25
2 1 1 14 2 x−2
= − ln(|x|) − − tan−1 (x − 2) −
25 5 x2 − 4x + 5 25 5 x2 − 4x + 5
1
+ ln(|x2 − 4x + 5|) + C,
25
portanto,
∫ ∫ ∫
x−2 1 1
dx = dx − 2 dx
x(x2 − 4x + 5)2 ((x − 2)2 + 1)2 x(x2 − 4x + 5)2
x − 4x + 5 x−4
1 2 1 3
= ln + . 2 − tan−1 (x − 2) + K
25 x 2 10 x − 4x + 5 50
Agora supondo f (x) < 0 para todo x ∈ [α, β], temos que f (ξi ) é um número
negativo, e então definimos a área da região S limitada por y = f (x), pelo eixo x e pelas
retas x = α e x = β como
∑
n ∫ β
AS = lim −f (ξi )∆i x = − f (x)dx.
∥∆∥→0 α
i=1
Como já dispomos de técnicas para o cálculo da integral definida, sem fazer
uso da soma de Riemann, determinaremos áreas de regiões planas geralmente sem muito
esforço.
(x − x0 )2 + (y − y0 )2 = r2 .
231
Em nosso caso o centro é (0, 0) = (x0 , y0 ), disso x2 + y 2 = r2 , donde
√ √
y= r2 − x2 se y ≥ 0 e y = − r2 − x2 se y ≤ 0.
Logo,
∫ r √ ∫ r √ ∫ r √
AC = r − x dx −
2 2 − r − x dx = 2
2 2 r2 − x2 dx
−r −r −r
∫ π ∫ π
2 2 1 + cos(2θ)
= 2 r2 cos2 (θ)dθ = 2r2 dθ
− π2 − π2 2
π2
θ sen(2θ)
= 2r2 + = πr2 (u.m)2 .
2 4
− π2
Exemplo 217. Determine a área da região limitada pela curva y = x3 − 4x e pela retas
x = 0 e x = 2.
Resolução: Note que no intervalo (0, 2) a curva y = f (x) é negativa para todo x. Como
área é uma medida devemos ter nesse intervalo o sinal oposto ao da integral, ou seja,
∫ ∫ 2
2 2 x4
AR = − f (x)dx = − (x − 4x)dx = −
3
− 2x2
0 0 4 0
24 04
= − − 2.22 − − 8.02 = −[4 − 8] = 4 (u.m)2
4 4
diferença, ou seja,
Figura 5.1:
∑
n ∫ b
AR = lim [f (ξi ) − g(ξi )]∆i x = [f (x) − g(x)]dx.
∥∆∥→0 a
i=1
232
Exemplo 218. Determine a área da região limitada pelas curvas y 2 = 3x+4 e y = x−2.
Resolução: Note que
√
y = 3x + 4 se y ≥ 0
2
y = 3x + 4 então √
y = − 3x + 4 se y ≤ 0.
y = x − 2,
ou seja, (x1 , y1 ) = (0, −2) e (x2 , y2 ) = (7, 5). Observe o gráfico abaixo.
y...... ..
....
.... .
....................•
.
... ........
.... ................
............... y 2 = 3x + 4
.
....
.
..........
...........
....
...
............ .......
....
.
(7, 5)
.......... ....
....
............ ......
.
... ..
......... ....
........ ....
........ ....
....... ....
.
........... .......
..... .
..... ....
..... ....
....
...
.
. .....
.... R2 ....
....
....
.. ....
....
..
..
... R1 .....
....
....
....
•...
. ...
− 43
...
...
....
....
....
....
x..
...
... .......
.... ...
.... ....
..... .......
....
...
........
. (0, −2)
..•........
.......
.......
.... ........
.... ........
.... .........
.. ..... .........
..
.... .
y =x−2
..
....
√ √
Pondo f1 (x) = 3x + 4, f2 (x) = − 3x + 4 e g(x) = x − 2. Note que
4
f1 (x) ≥ f2 (x) ∀ x ∈ [− , 0] e f1 (x) ≥ g(x) ∀ x ∈ [0, 7].
3
Logo,
∫ 0 ∫ 7
AR = AR1 ∪R2 = [f1 (x) − f2 (x)]dx + [f1 (x) − g(x)]dx
−3 4
0
∫ 0 √ √ ∫ 7√
= [ 3x + 4 − [− 3x + 4]]dx + [ 3x + 4 − [x − 2]]dx
−3 4
0
∫ 0 √ ∫ 7 √ ∫ 7
= 2 3x + 4dx + 3x + 4dx − (x − 2)dx
− 43 0 0
0 7 7
4 √
3 2 √ x2
= ( 3x + 4) + ( 3x + 4)3 − − 2x
9 9 2
− 43 0 0
= 4
9
(2)3 + 29 (5)3 − 29 (2)3 − 49
2
+ 14 = 266
9
+ 28−49
2
= 532−189
18
= 343
18
(u.m)2
233
5.8 Comprimento de Gráfico de Função
Logo,
n È
∑
L(P ) = (xi − xi−1 )2 + (f (xi ) − f (xi−1 ))2 .
i=1
Assim,
n È
∑ n È
∑
L(P ) = (∆xi )2 + (f ′ (ci )∆xi )2 = 1 + (f ′ (ci ))2 ∆xi .
i=1 i=1
234
√ dy −x
y= 1 − x2 e =√ .
dx 1 − x2
Então
√ √
∫ ∫
1 x2 1 1
Comp. Gr = 1+ dx = dx.
−1 1 − x2 −1 1 − x2
235
supusemos que a função f fosse definida e contı́nua no intervalo fechado [a, b]. Contudo,
podemos estender este conceito para um intervalo de integração infinita ou até mesmo
quando f tem ponto de descontinuidade infinita no intervalo, quando estivermos neste
caso, chamaremos de integral imprópria.
b
−x
= lim −e = lim (1 − e−b ) = 1
b→+∞ b→+∞
0
Definição 5.26. Se f for contı́nua para todos valores de x e c for um número real
qualquer, então
∫ +∞ ∫ c ∫ b
f (x)dx = lim f (x)dx + lim f (x)dx
−∞ a→−∞ a b→+∞ c
Nas definições acima, quando os limites existem dizemos que a integral imprópria
é convergente, caso contrário divergente.
∫ +∞
1
Exemplo 222. Calcule dx.
−∞ x2 + 2x + 5
1
Resolução: Note que f (x) = 2 é contı́nua para todos os valores de x em R,
x + 2x + 5
236
logo
∫ +∞ ∫ 0 ∫ b
1 1 1
2
dx = lim 2
dx + lim dx
−∞ x + 2x + 5 a→−∞ a x + 2x + 5 b→+∞ 0 x2 + 2x + 5
∫ 0 ∫ b
1 1
= lim dx + lim [ ] dx
a→−∞ a (x + 1)2 + 4 b→+∞ x+1 2
0 4 2
+1
0 b
1 x+1 1 x+1
= lim tan−1 + lim
tan−1
a→−∞ 2 2 b→+∞ 2 2
a 0
1 a+1 1 b+1 π
= − lim tan−1 + lim tan−1 =
2 a→−∞ 2 2 b→+∞ 2 2
∫ +∞
Exemplo 223. Calcule cos(x)dx.
0
Resolução:
b
∫ ∫
+∞ b
cos(x)dx = lim cos(x)dx = lim sen(x)
0 b→+∞ 0 b→+∞
0
= lim sen(b).
b→+∞
( ) ( )
Para todo n ∈ N temos que sen (4n−3)π
2
= 1 e sen (4n−1)π
2
= −1. Então o limite
acima não existe, logo a integral imprópria é divergente.
Definição 5.27. Se f for contı́nua para todo x no intervalo semi-aberto à esquerda (a, b],
e se
lim f (x) = ±∞,
x→a+
então
∫ b ∫ b
f (x)dx = lim+ f (x)dx
a t→a t
Definição 5.28. Se f for contı́nua para todo x no intervalo semi-aberto à direita [a, b),
e se
lim f (x) = ±∞,
x→b−
237
então
∫ b ∫ t
f (x)dx = lim− f (x)dx
a t→b a
Definição 5.29. Se f for contı́nua para todo x no intervalo [a, b] exceto em c ∈ (a, b) e
se
lim |f (x)| = ∞,
x→c
então
∫ b ∫ t ∫ b
f (x)dx = lim− f (x)dx + lim+ f (x)dx
a t→c a s→c s
Logo,
∫ 4 ∫ t ∫ 4
1 1 1
dx = lim− dx + lim+ dx
0 (x − 2)2 t→2 0 (x − 2)2 s→2 s (x − 2)2
t 4
1 1
= lim− − + lim+ −
t→2 x−2 0 s→2 x−2 s
1 1 1 1
= − lim− − − + lim+
t→2 t − 2 2 2 s→2 s − 2
1 1
= −1 + lim+ − lim− = +∞
s→2 s − 2 t→2 t − 2
∫ +∞
1
Exemplo 225. Calcule √ dx.
1 x x2 − 1
Resolução : Primeiramente, note que o integrando possui um ponto de descontinuidade
infinita em x = 1 e ainda o extremo superior infinito. Usamos então ambos os conceitos
de integral imprópria.
238
Logo,
∫ +∞ ∫ 2 ∫ b
1 1 1
√ dx = lim+ √ dx + lim √ dx
1 x x2 − 1 t→1 t x x2 − 1 b→+∞ 2 x x2 − 1
2 b
= lim+ sec−1 (x) t + lim sec−1 (x) 2
t→1 b→+∞
π π
= lim+ sec−1 (t) + lim sec−1 (b) = 0 + = .
t→1 b→+∞ 2 2
Teorema 5.31. Sejam f e g funções diferenciáveis num intervalo aberto I, exceto pos-
sivelmente em um número a ∈ I. Suponha que para todo x ̸= a em I, g ′ (x) ̸= 0. Então
se
lim f (x) = 0
x→a
e lim g(x) = 0
x→a
e se
f ′ (x) f (x)
lim =L segue que lim = L.
x→a g ′ (x) x→a g(x)
239
1 − x + ln(x)
Exemplo 226. Calcule o limite, se existir lim .
x→1 x3 − 3x + 2
Resolução: Pondo f (x) = 1 − x + ln(x) e g(x) = x3 − 3x + 2, assim
Assim,
1
f ′ (x) −1 +
lim = lim 2 x
x→1 g ′ (x) x→1 3x − 3
1 1
f ′′ (x) = − , g ′′ (x) = 6x e lim − = −1, lim 6x = 6.
x2 x→1 x2 x→1
Então,
f ′′ (x) − x12 1
lim = lim = − .
x→1 g ′′ (x) x→1 6x 6
Logo,
Teorema 5.32. Sejam f e g funções diferenciáveis para todo x > N , onde N é uma
constante positiva, e suponha que para todo x > N g ′ (x) ̸= 0. Então se
e se
f ′ (x) f (x)
lim =L segue que lim = L.
x→+∞ g ′ (x) x→+∞ g(x)
240
1
sen
Exemplo 227. Calcule o limite, se existir lim x .
x→+∞ tan−1 1
x
Resolução: Pondo f (x) = sen 1
x
e g(x) = tan−1 1
x
, assim
1 −1 1
lim sen =0 e lim tan = 0.
x→+∞ x x→+∞ x
Mas,
cos( 1 )
f ′ (x) − x2x cos x1
lim = lim = lim =1
x→+∞ g ′ (x) x→+∞ − 1 2 x→+∞ 1
1
1+x 1+
x2
portanto,
1
sen
lim x = 1
−1 1
x→+∞ tan x
Teorema 5.33. Sejam f e g funções diferenciáveis num intervalo aberto I, exceto pos-
sivelmente em um número a ∈ I. Suponha que para todo x ̸= a em I, g ′ (x) ̸= 0. Então
se
lim f (x) = ±∞ e lim g(x) = ±∞
x→a x→a
e se
f ′ (x) f (x)
lim =L segue que lim = L.
x→a g ′ (x) x→a g(x)
241
Assim,
1
−2e
f ′ (x)
x2
3 1
lim = lim x 2 = lim e x2 = +∞.
x→0 g ′ (x) x→0 − 3 x→0
x
Portanto,
1
e x2
lim 1 = +∞.
x→0
x2
Teorema 5.34. Sejam f e g funções diferenciáveis para todo x > N , onde N é uma
constante positiva, e suponha que para todo x > N g ′ (x) ̸= 0. Então se
e se
f ′ (x) f (x)
lim =L segue que lim = L.
x→+∞ g ′ (x) x→+∞ g(x)
e− x2
1
lim e− x2 = 0
1
e lim (x) = 0.
x→0 x→0
2e− x2
1
′
f (x) = , g ′ (x) = 1 e lim 1 = 1.
x3 x→0
Contudo,
2e− x2
1
lim
x→0 x3
tem a forma indeterminada 00 . Se aplicarmos novamente L’Hôpital vamos obter uma
0
nova forma indeterminada do tipo 0
e, assim sucessivamente.
e− x2
1
1
Notemos que lim = lim 1 . Fazendo uma mudança de variável, ou
x→0 x x→0
xe x2
seja,
1
u= assim, quando x→0 implica u → +∞.
x2
242
Logo,
√
e− x2
1
1 u
lim = lim 1 = lim u
.
x→0 x x→0 u→+∞ e
xe x2
∞
Esse último limite tem a forma indeterminada do tipo ∞
, aplicando L’Hôpital,
vem
1
lim √ =0
u→+∞ ueu
ln(x)
Exemplo 230. Calcule o limite se existir lim .
x x→+∞
1
f ′ (x) = , g ′ (x) = 1.
x
Então,
f ′ (x) 1
x 1 ln(x)
lim = lim = lim = 0, segue que lim = 0.
x→+∞ g ′ (x) x→+∞ 1 x→+∞ x x→+∞ x
Outras formas indeterminadas, podem ser reescrita numa das formas apre-
sentadas nos teoremas anteriores. Vejamos
x
1
Exemplo 231. Calcule o limite lim 1+ .
x→+∞ x
1
Resolução: Pondo h(x) = 1 + e q(x) = x, assim
x
1
lim 1+ =1 e lim x = +∞.
x→+∞ x x→+∞
Temos neste caso a forma indeterminada 1+∞ . Para que posemos utilizar
a regra de L’Hôpital temos que reescrever o limite numa das formas apresentadas nos
teoremas. Notemos
x
1 1
y = 1+ ⇔ ln(y) = x ln 1 + .
x x
243
Então
1
1 ln 1 + x
lim ln(y) = lim x ln 1 + = lim 1 ,
x→+∞ x→+∞ x x→+∞
x
Disso,
f ′ (x) − x2 1+ 1 1
1
( x)
lim ′ = lim = lim = 1.
x→+∞ g (x) x→+∞ − x2
1 x→+∞ 1 + 1
x
Consequentemente,
lim ln(y)
lim eln(y) = ex→+∞ = e1 = e,
x→+∞
ou seja,
x
1
lim 1+ = e.
x→+∞ x
1
Exemplo 232. Calcule lim x2 + 3 ln(x2 )
.
x→+∞
1 ln (x2 + 3) +∞
2
Note que lim . ln x + 3 = lim = .
x→+∞ ln(x2 ) x→+∞ ln(x2 ) +∞
′ 2x ′ 2x 2
Ainda, (ln (x2 + 3)) = 2 e (ln(x2 )) = 2 = .
x +3 x x
Portanto,
2x
ln (x2 + 3) x2 +3 2x2 4x
lim = lim 2 = lim = lim = 1.
x→+∞ ln(x2 ) x→+∞
x
x→+∞ 2x2 + 6 x→+∞ 4x
Logo,
1
lim x2 + 3 ln(x2 )
= e.
x→+∞
244
1 1
Exemplo 233. Calcule lim+ +
x→0 x ln(x)
Resolução: O limite é da forma [+∞ − ∞], uma forma indeterminada. Fazendo reor-
ganização, vem
1 1 ln(x) + x
+ = .
x ln(x) x ln(x)
Por L’Hôpital,
1
ln(x)
lim+ x ln(x) = lim+ = lim+ x
= lim+ −x = 0− .
x→0 x→0
1
x
x→0 − x12 x→0
Logo,
1 1 ln(x) + x 1
lim+ + = lim+ = lim+ (ln(x) + 1) = (−∞).(−∞) = +∞.
x→0 x ln(x) x→0 x ln(x) x→0 x ln(x)
245
Exercı́cios
∫ 2 ∫ 3
x2 + 3
Exercı́cio
∫ 152. Calcule
∫ as integrais indefinidas.
∫ c) dx d) (x3 + 2x2 − x + 2)dx
1 1 x2 1
a) 3
2x dx b) 7x8 dx c) dx ∫ π ∫ π
x4 4
∫ ∫ √ ∫ e) cos(x)sen(x)dx f) sec2 (x) tan(x)dx
3 5 √ 0 0
d) dx e) x2 dx f) 2x2 xdx ∫
x 6
3x3 − 24x2 + 48x + 5
2
∫ ∫ g) dx
√ 1 √ −3 x2 − 8x + 16
2
g) (3x + 6x)dx h) x+ 3 √ − x dx
3
∫ 4 5 ∫ π4
∫ 4
x2
∫ x −x
x + 2x2 − 1 cos(x) h) dx i) sec2 (x) tan(x)dx
i) √ dx j) dx 1 3x3 0
x sen2 (x) ∫ 4 4 ∫ π4
∫ ∫ l)
x +x
dx l) sec2 (x)dx
l) sec2 (x)dx m) (2 cos(x) + sen(x)) dx 2 x3 0
∫ 2 4 ∫ π3
∫ ∫ 5x + 3x2
tan(x) − cos2 (x) m) dx n) tan2 (x)dx
n) csc2 (x)dx o) dx 1 x5 + x3 π
cos(x) 4
∫ 3 ∫
x −1 ∫ x √155. Calcule as derivadas.∫ x
Exercı́cio
p) √ dx q) (x3 − x)dx d d 1
3
x a) 2 + t3 dt b) dt
dx 0 dx 4 8 + t5
Exercı́cio
∫ 153. Calcule as integrais∫indefinidas. ∫ 8È ∫ x2 √
√ √3 c)
d 3
sen(t )dt d)
d
1 + t2 dt
a) 2 + 4xdx b) 8x + 2dx dx 2x dx x
∫ √ ∫ ∫ 2 ∫ π
x3 d d 1
c) x 8 − 4x2 dx
3
d) e) cos(2 + t2 )dt f) dt
3 dx dx x dx sen(x) 8 + t2
∫ ∫ (1 + 6x4 )
x √
e) dx f) x + 6(x + 1)2 dx Exercı́cio
∫ 12 156.
∫ x Calcule.
(4 + 6x)8 d √
∫ ∫ a) ( t + 2)dt dx
x dx 3
g) √ dx h) 8x2 cos(x3 )dx 8
∫ 2 ∫ x
x+6
∫ ∫ b)
d 2
(t + 2t)dt dx
i) x5 sec2 (x6 )dx j) sen2 (x) cos(x)dx 0 dx 1
∫ ∫ Exercı́cio 157. Calcule as integrais definidas.
x3 + 2x x3 ∫ 10 ∫ 3
l) √ dx m) dx π
sen(4x) √
4 2 6 + 2x2 3
∫ x + 4x ∫ a)
cos 2 (4x)
dx b) 2x x2 + 6dx
0 −3
n) cos(5x)dx o) tan(5x)dx ∫ 5 ∫ 3
x2
∫ c) √ dx d) (x4 − 3x3 )dx
( )6 −1 x + 6 0
p) (x + cos(x)) x2 + 2sen(x) dx
Exercı́cio
∫ 158. Calcule as integrais
∫ indefinidas.
Exercı́cio 154. Calcule as∫ integrais definidas. 2x3 + x x+1
∫ 3 2 3
a) 4 2
dx b) dx
x + 2x2 + x + 2 x +x +3 (x + 2x)2
2
a) (x2 + 4x − 3)dx b) dx ∫ ∫
(x + 1)2 x2 + 2 4
0 1
c) dx d) x3 ex dx
x3 + 6x
246
∫ ∫ ∫ ∫
2 2xex + x2 ex 3
e) ex xdx f) dx p) sen(ln(x))dx q) x8 ex dx
x2 ex
∫ ∫ ∫ ∫
sen(x) 1
g) dx h) dx r) x2 ln(x)dx s) x3x dx
cos(x) 3x + 8
∫ ∫
1 + e2x e5x
i) dx j) dx Exercı́cio 162. Calcule as integrais como se
e x (2 + 3e5x )3
∫ ∫ pede.
∫ ∫
ex 1 4
l) x
dx m) dx a) sen (x)dx b) cos3 (x)sen(x)dx
6+e x(ln(x))3
∫ ∫ ∫ ∫ ∫
ln(x) 2 1 6
n) dx o) e6+x xdx p) dx c) sen (x)dx d) cos4 (4x)sen2 (4x)dx
x x
∫ ∫ ∫ ∫
ex + e−x ex − e−x
q) dx r) dx e) cos4 (x)dx f) cos(3x)sen(2x)dx
2 2 ∫ ∫
Trigonométricas Inversas g) cos6 (x)dx h) sen(x)sen(3x)sen(5x)dx
∫ ∫
Exercı́cio
∫ 159. Calcule as integrais∫ indefinidas. i) 8
sen (3x)dx j) cos(x)sen7 (x)dx
1 −1
a) dx b) √ dx ∫ ∫
∫ 1−x
1+x 2 2
∫ l) sen5 (x)dx m) cos3 (3x)sen3 (3x)dx
1 −1
c) √ dx d) dx ∫ ∫
∫ 1 − x2
∫
1 + x2 7
n) sen (x)dx o) cos(4x)sen(6x)dx
1 −1
e) √ dx f) √ dx ∫ ∫
x x −1
2 x x2 − 1
p) cos5 (x)dx q) sen(2x)sen(4x)dx
Exercı́cio
∫ 160. Encontre uma primitiva.
∫ ∫ ∫ π
1 −1 7
2
248
∫ π ∫ 5
2 1
Exercı́cio 175. Ache o comprimento do arco da g) sec(x)dx h) 2 − 2x − 3
dx
π x
parábola y = x2 de (0, 0) à (2, 2) ∫ 4
π
0
∫ +∞
2 1
i) dx j) xe−x dx
Exercı́cio 176. Ache o comprimento do arco da 0 1 − sen(x) −∞
curva y = ln(x) entre x = 2 e x = 5. ∫ +∞ ∫ +∞ 1
1 ex
l) dx m) dx
Exercı́cio 177. Calcule o comprimento do arco −∞ x2 − 6x + 5 −2 x3
∫ √ ∫
no intervalo dado. +∞
e− x +∞
x
2 5 n) √ dx o) dx
a) y = x 2 em [1, 2] b) y = ln(x) em [1, e] 1 x −∞ (x2 − 9)2
5
ex + e−x Formas Indeterminadas e Outros
c) y = em [0, 2] d) y = ex em [1, ln(2)]
2
Exercı́cio 181. Calcule os limites caso existam.1
4
Exercı́cio 178. Um gavião voando a 20 (m/s) a 1 x sen(2x) 2x
uma altitude de 240, 10 m acidentalmente derruba a) lim 1 + b) lim
x→+∞ 4x x→0 2x
sua presa. A trajetória parabólica de sua presa 1
(xn ) = (x1 , x2 , x3 , · · · , xn , · · · )
S1 = x1 , S2 = x1 + x2 , S3 = x1 + x2 + x3 , · · · , Sn = x1 + x2 + x3 + · · · + xn
Sn = x1 + x2 + x3 + · · · + xn
então a sequência (Sn ) será chamada de série infinita, a qual é denotada por
∑
+∞
xn = x1 + x2 + x3 + · · · + xn + · · · .
n=1
250
Assim
1 2 3 4 n n
(Sn ) = (S1 , S2 , S3 , · · · , Sn , · · · ) = , , , , ··· , , ··· = .
2 3 4 5 n+1 n+1
∑
n ∑
n
1 ∑n
1 1
xi = = −
i=1 i=1 i(i + 1) i=1 i i+1
1 1 1 1 1 1 1 1 1
= 1− + − + − + ··· + − + −
2 2 3 3 4 n−1 n n n+1
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
= 1− + − + − + − + ··· + − + −
2 2 3 3 4 4 5 n−1 n n n+1
1 n
= 1− = = Sn
n+1 n+1
∑
n
1 n
Assim, Sn = = . Pode-se provar por indução a afirmação.
i=1 i(i + 1) n+1
Note que
∑
n+1
1 ∑n
1 1 n 1
Sn+1 = = + = +
i=1 i(i + 1) i=1 i(i + 1) (n + 2)(n + 1) n + 1 (n + 2)(n + 1)
n(n + 2) + 1 (n + 1)2 (n + 1)
= = =
(n + 2)(n + 1) (n + 2)(n + 1) (n + 2)
Uma série, nada mais é que uma sequência, sendo assim podemos falar no
limite de uma série, para isso definamos.
∑
+∞
Definição 6.2. Seja xn uma série infinita, e seja (Sn ) a sequência das somas parciais
n=1
que definem a série. Então, se lim Sn existir e for igual a S, dizemos que a série dada
n→+∞
251
n
é dada por: Sn = .
n+1
Logo, o lim Sn = 1, e a série é convergente.
n→+∞
∑
+∞
1
Exemplo 236. Calcule o limite da série se existir.
n=1 2n−1
Resolução: Primeiramente, notemos que
∑
n
1 1 1 1 1
Sn = = =1+ + + + · · · + n−1 .
i=1 2i−1 2 4 8 2
Lembremos que
1
Aplicando a igualdade acima com a = 1 e b = 2
e, assim
1 1 1 1 1 1
1− n = 1− 1 + + + + · · · + n−1 .
2 2 2 4 8 2
E, portanto,
1 − 21n 1 1 1 1
1 = 1+ + + + · · · + n−1 ,
1− 2 2 4 8 2
ou seja,
1 1 1 1 1 − 21n 1
Sn = 1 + + + + · · · + n−1 = 1 = 2 1− n .
2 4 8 2 1− 2 2
e
1
lim Sn = lim 2 1 − n =2
n→+∞ n→+∞ 2
e, a série é convergente.
∑
+∞
Ou seja, dada uma série xn e, se ao calcularmos o lim xn obtermos um
n→+∞
n=1
∑
+∞
número diferente de zero ou não existir, então a série xn diverge.
n=1
252
∑
+∞
Teorema 6.4. Seja (Sn ) a sequência das somas parciais de uma série convergente xn .
n=1
Então, para todo ϵ > 0, existe um número N > 0 tal que para todo n > N e m > N
implica
|Sn − Sm | < ϵ.
1 ∑
+∞
1
Exemplo 237. Mostre que a série é divergente e que lim = 0.
n=1 n n
n→+∞
Logo,
1
S2n − Sn > (⋆)
2
|S2n − Sn | < ϵ.
1
Tomando ϵ = , segue que
2
1
S2n − Sn = |S2n − Sn | < ϵ = . (⋆⋆)
2
253
O exemplo acima é um exemplo clássico de uma série divergente cujo limite
dos termos da série é zero. A série acima é conhecida como série harmônica.
∑
+∞
Exemplo 238. Seja |r| < 1 então a série arn−1 é convergente e sua soma S é dada
n=1
a
por S = . Esta é a Série Geométrica.
1−r
Resolução:
∑
n
Sn = ari−1 = a + a.r + a.r2 + a.r3 + a.r4 + · · · + a.rn−1
i=1 (⋆)
= a(1 + r + r2 + r3 + r4 + · · · + rn−1 )
Lembremos que
1 − rn = (1 − r)(1 + r + r2 + r3 + r4 + · · · + rn−1 )
então
∑
n
(1 − rn )
Sn = ari−1 = a .
i=1 1−r
Assim,
(1 − rn ) a
lim Sn = lim a = lim (1 − rn ).
n→+∞ n→+∞ 1−r 1−r n→+∞
De fato, para todo ϵ > 0 existe N > 0 tal que para todo
254
se, e somente se
ln(ϵ)
n>N implica n ln |r| < ln(ϵ) ⇔ n > N implica n > .
ln |r|
ln(ϵ)
Tomando N = a definição é satisfeita. Note que ln(|r|) < 0 para
ln(|r|)
|r| < 1.
(1 − rn ) a a
lim Sn = lim a = lim (1 − rn ) = .
n→+∞ n→+∞ 1−r 1−r n→+∞ 1−r
∑
+∞ ∑
+∞
Teorema 6.6. Se un e vn são séries convergentes com somas R e S respectiva-
n=1 n=1
mente, então
∑
+∞ ∑
+∞ ∑
+∞
(un ± vn ) = un ± vn = R ± S
n=1 n=1 n=1
255
1 ∑
+∞
Exemplo 239. Determine se a série é convergente ou não.
n=1 n!
Resolução: O primeiro passo é observar se o limite dos termos da série é zero, caso
não seja, já sabemos que a série é divergente, contudo,
1
lim = 0,
n→+∞ n!
assim não podemos afirmar nada quanto a divergência ou não da série. Escrevemos
∑
n
1 1 1 1 1 1 1
Sn = =1+ + + + + + ··· + .
i=1 i! 1.2 1.2.3 1.2.3.4 1.2.3.4.5 1.2.3.4.6 1.2.3.4. · · · .n
2i 1 1
≤2 para todo i ∈ N ⇔ ≤ i−1 para todo i ∈ N.
i! i! 2
Temos
∑
n
1 ∑
n
1
Sn = ≤ = Sn′
i=1 i! i=1 2i−1
256
∑
+∞
b) Se wn for uma série de termos positivos divergente e se un ≥ wn para todo n,
n=1
então
∑
+∞
un é divergente .
n=1
∑
+∞
4
Exemplo 240. Seja , determine se a série é ou não convergente.
n=1 +1 3n
1 1
Resolução: Para todo n > 1 temos que 3n + 1 > 3n , assim n < n . Donde
3 +1 3
∑n
4 ∑n
4
Sn = i
≤ i
= Sn′ para todo n ∈ N.
i=1 3 + 1 i=1 3
∑
+∞
4
Como a série geométrica é convergente para |r| < 1, temos n
é uma série
n=1 3
1 4
geométrica com razão 3
ea= 3
cuja soma é 2.
Pelo teste da comparação, uma vez que são séries de termos positivos, vem
que a
∑
+∞
4
é convergente .
n=1 3n +1
1∑
+∞
Exemplo 241. Seja √ , determine se a série é ou não convergente.
n=1 n
√ 1 1
Resolução: Para todo n > 1 temos que n < n, assim < √ . Donde
n n
∑
n
1 ∑
n
1
Sn = √ ≥ = Sn′ para todo n ∈ N.
i=1 i i=1 i
∑
+∞
un é convergente .
n=1
257
un ∑
+∞
c) Se lim = +∞ e se vn diverge então
n→+∞ vn
n=1
∑
+∞
un é divergente .
n=1
∑
+∞
n3
Exemplo 242. Seja a série , determine se a série é ou não convergente.
n=1 n!
∑ 1
+∞
Resolução: No inı́cio desta seção, vimos que é convergente.
n=1 n!
n3 1
Pondo un = e vn = , temos
n! n!
n3
un
lim = lim n!
1 = lim n3 = +∞.
n→+∞ vn n→+∞ n→+∞
n!
∑
+∞
1
Pelo calculo do limite, devemos usar o item c) do teorema, contudo, é
n=1 n!
convergente, e o teorema não é aplicável. Para contornar isso, fazemos
∑
+∞
n3 ∑ n3
9 +∞ ∑ (n + 3)3
19 +∞ ∑ ′
19 +∞ (n + 3)3
=1+4+ + = + = + un onde u′n = .
n=1 n! 2 n=4 n! 2 n=1 (n + 3)! 2 n=1 (n + 3)!
∑
+∞
Vamos agora, estudar a série u′n , pois sua convergência (e/ou divergência)
n=1
∑
+∞
n3
implica na convergência (e/ou divergência) . Assim
n=1 n!
(n+3)3
u′ (n+3)! (n + 3)3 n! (n + 3)2
lim n = lim 1 = lim = lim = 1.
n→+∞ vn n→+∞ n→+∞ (n + 3)! n→+∞ (n + 2)(n + 1)
n!
Pelo item a) do teorema de comparação com limites temos que ambas as séries
convergem. Logo,
∑
+∞
n3
é convergente .
n=1 n!
∑
+∞
1
Exemplo 243. Determine se a série p
é ou não convergente, onde p é uma cons-
n=1 n
tante fixa.
Resolução: Vamos analisar três situações para p.
1o Caso: Se p = 1, então
∑
+∞
1 ∑ 1
+∞
p
=
n=1 n n=1 n
258
é a série harmônica, e assim divergente.
1 1
2o Caso: Se p < 1, então np < n para todo n ∈ N se, e somente se > para todo
np n
n ∈ N. Logo,
∑
+∞
1 ∑ 1
+∞
p
≥ .
n=1 n n=1 n
∑
+∞
1
p
é divergente, onde p ≤ 1.
n=1 n
3o Caso: Se p > 1
∑
n
1 1 1 1 1 1 1 1 1
Sn = = + p + p + p + p + ··· + + + p
i=1 ip 1p 2 3 4 5 (n − 2)p (n − 1) p n
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
= p+ p+ p + p+ p+ p+ p + p + p + ··· + p +
1 2 3 4 5 6 7 8 9 15
1 1 1 1
+··· + n−1 p
+ n−1 p
+ n−1 p
+ ··· + p
(2 ) (2 + 1) (2 + 2) n
1 1 1 1 1 1 1 1 1
< 1+ p + p + p+ p+ p+ p + p + p + ··· + p +
2 2 4 4 4 4 8 8 8
1 1
+··· + + ··· +
(2n−1 )p (2n−1 )p
i i−1
2 4 8 2n−1 ∑ 2
n−1 ∑
n
2
= 1 + p + p + p + · · · + n−1 p = = = Sn′ .
2 4 8 (2 ) i=0 2p i=1 2p
2
Como p > 1, então 2p > 2 se, e somente se p < 1. Logo, a série Sn′ é uma
2
2
série geométrica, cuja razão r = p < 1, a qual sabemos ser convergente.
2
Pelo teste da comparação a série
∑
+∞
1
p
é convergente, onde p > 1.
n=1 n
259
∑
+∞
1
Exemplo 244. Determine se a série 1 é convergente ou divergente.
n=1 (n2 + 2) 3
Resolução: Consideremos a série
∑
+∞
1
2
n=1 n3
2
uma p-série, com p = 3
< 1 e, assim divergente.
1 1
Pondo un = 1 e vn = 2 , temos
(n2 + 2) 3 n3
1 13
un (n2 +2) 3
1
n2
lim = lim 1 = lim = 1.
n→+∞ vn n→+∞ 2
n→+∞ n2 + 2
n3
∑
+∞
1
Pelo teste da comparação com limite, posto que 2 diverge, segue que
n=1 n3
∑
+∞
1
1 divege
n=1 (n2 + 2) 3
Teorema 6.9. (Teste da Integral): Seja f uma função contı́nua, decrescente e com
valores positivos para todo x ≥ 1. Então, a série infinita
∑
+∞
f (n) = f (1) + f (2) + f (3) + · · · + f (n) + · · ·
n=1
∑
+∞
Exemplo 245. Determine se a série ne−n converge ou diverge.
n=1
Resolução: Seja f (x) = xe−x , temos
i) f é contı́nua para todo x > 1,
ii) f é positiva para todos os valores de x > 1,
iii) f é decrescente para x > 1.
260
para todo x > 1. Portanto, o teste da integral é aplicável. Temos
∫
xe−x dx = −xe−x − e−x + C.
Logo,
b
∫
b 2
lim xe−x dx = lim [−e−x (x + 1)] = lim [−e−b (b + 1) + 2e−1 ] = .
b→+∞ 1 b→+∞ b→+∞ e
1
Logo,
b
∫ È È È
b 2
lim È dx = lim [2 ln(x)] = lim [2 ln(b) − 2 ln(2)] = +∞.
b→+∞ 1 n ln(n) b→+∞ b→+∞
2
261
Definição 6.10. Se an > 0 para todo n inteiro positivo, então a série
∑
+∞
(−1)n+1 an = a1 − a2 + a3 − a4 + · · · + (−1)n+1 an + · · · e
n=1
∑
+∞
(−1)n an = −a1 + a2 − a3 + a4 − a5 + · · · + (−1)n an + · · ·
n=1
são chamadas séries alternadas.
As séries
∑
+∞
1 1 1 1 1 1 1
(−1)n+1 = 1 − + − + − + · · · + (−1)n+1 + · · · e
n=1 n 2 3 4 5 6 n
∑
+∞
1 1 1 1 1 1
(−1)n = −1 + − + − + · · · + (−1)n + · · ·
n=1 n 2 3 4 5 n
são exemplos de séries alternadas.
Teorema 6.11. (Teste de Leibniz para Séries Alternadas): Seja uma série alter-
nada, onde
an > 0 e an+1 < an
262
Então
n+4
an+1 (n+1)(n+3) n(n + 4)(n + 2) n3 + 6n2 + 8n
= n+3 = = < 1.
an n(n+2)
(n + 1)(n + 3)2 n3 + 7n2 + 15n + 9
Logo,
n+3
an+1 < an e lim an = lim = 0.
n→+∞ n→+∞ n(n + 2)
∑
+∞
|un | for convergente.
n=1
∑
+∞
2
Exemplo 249. Determine se a série (−1)n+1 é ou não absolutamente convergente.
n=1 3n
Resolução: Devemos mostrar que
∑
+∞
2
(−1)n+1 é convergente.
n
n=1 3
Note que
∑
+∞ ∑ 2
2 +∞
(−1)n+1 =
n n
.
n=1 3 n=1 3
1
A última série na igualdade acima é uma série geométrica com razão r = 3
<
1 e, portanto, sabemos ser convergente. E, por definição, segue que
∑
+∞
2
(−1)n+1 é absolutamente convergente.
n=1 3n
Definição 6.13. Uma série que é convergente, mas não é absolutamente convergente é
denominada condicionalmente convergente.
263
∑
+∞
1
Exemplo 250. Determine se a série (−1)n+1 é ou não condicionalmente conver-
n=1 n
gente.
Resolução: Devemos mostrar que
∑
+∞ ∑
+∞
1 1
(−1)n+1 é convergente e (−1)n+1 é divegente.
n=1 n n=1 n
∑
+∞
1
(−1)n+1 é convergente .
n=1 n
E, ainda temos
∑
+∞ ∑ 1
1 +∞
(−1)n+1 =
é divegente.
n=1 n n=1 n
Portanto, a série
∑
+∞
1
(−1)n+1 é condicionalmente convergente .
n=1 n
264
Logo,
∑
+∞ cos nπ
3
∑
+∞
1
≤ .
n=1 n2 n=1 n
2
E, portanto, convergente.
∑
+∞
Teorema 6.15. (Teste da Razão): Seja un uma série infinita dada, para a qual
n=1
un é não nulo.
Então
u
n+1
i) Se lim = L < 1, a série dada é absolutamente convergente.
n→+∞ un
u u
n+1 n+1
ii) Se lim = L > 1 ou se lim = +∞, a série dada é divergente.
n→+∞ un n→+∞ un
u
ii) Se lim
n+1
= 1 o teste é inconcludente
n→+∞ un
n ∑
+∞
Exemplo 252. Determine se a série (−1)n+1
é convergente ou divergente.
n=1 2n
n n+1
Resolução: Pondo un = (−1)n+1 n segue que un+1 = (−1)n+2 n+1 . Logo,
2 2
u (−1)n+2 (n+1) (−1)n+2 (n + 1)(2n )
n+1
n+1 2n+1
= (−1)n+1 n = = .
un n+1
(−1) n.2 n 2n
2n
Assim,
u n+1 1
n+1
lim = lim = < 1.
n→+∞ un n→+∞ 2n 2
265
1 ∑
+∞
Exemplo 253. Determine se a série n
é convergente ou divergente.
n=1 n
Resolução: Observe que no termo da série aparece o expoente n.
1
Pondo un = vem,
nn
Ê 1
È 1 1 n 1
n
|un | = n
n = n
=
n n n
Logo,
È 1
lim n
|un | = lim = 0 < 1.
n→+∞ n→+∞ n
Segue, pelo teste da raiz, que a série dada é absolutamente convergente. Por-
tanto, convergente.
83n+1 ∑
+∞
Exemplo 254. Determine se a série (−1)n
é convergente ou divergente.
n=1 nn
Resolução: Observe que no termo da série aparece o expoente n.
3n+1
n8
Pondo un = (−1) vem,
nn
Ì
È 3n+1 3n+1 n1 3n+1 1
8 8 8 n 83+ n
n
|un | = n
(−1)n
= = = .
nn nn n n
Logo,
È 83+ n
1
lim n
|un | = lim = 0 < 1.
n→+∞ n→+∞ n
Segue, pelo teste da raiz, que a série dada é absolutamente convergente. Por-
tanto, convergente.
266
Exercı́cios
∑
+∞ +∞
∑ Exercı́cio 191. Uma bola cai de uma altura de
5 1 1
c) d) e n − e n+1 120 m. Cada vez que ela bate no chão, sobe uma
(n + 1)(n + 4)
n=1 n=1 altura de 54 da sua altura anterior. Determine a
distância percorrida pela bola até seu repouso.
Exercı́cio 188. Mostre que a série
∑
+∞ Exercı́cio 192. Classifique quanto convergente ou
1 divergente.
ln 1 +
n=1
n ∑
+∞
(n + 1)! ∑
+∞
3n + 6
a) b)
(n + 3)! 2n2 + 5
satisfaz as mesmas propriedades da série n=2 n=1
harmônica.
267
∑
+∞
1 ∑
+∞
1
c) √ d)
n=1
n3n n=1
4n − cos(n) Exercı́cio 197. Mostre que se lim an = L
n→+∞
∑
+∞
1 ∑
+∞
1 então lim |an | = |L|.
e) f) √ n→+∞
n=1
(n + 2)(n + 4) n=1
n4 + 2n
Exercı́cio 198. Dê um exemplo de uma sequência
Exercı́cio 193. Use o teste da integral para divergente de modo que em valor absoluto seja con-
determinar se a série é convergente ou divergente. vergente. Conclua daı́ que a recı́proca do exercı́cio
∑
+∞
1 ∑
+∞
1 197 não é verdadeira.
a) 5
b) √3 ∑
n 3
n=1 n=1 Exercı́cio 199. Seja an ≥ 0 e an convergente.
∑
+∞ ∑
+∞ ∑
1 1 Mostre que 2
an também é convergente.
c) d)
n=2
n ln(n) n=1
n2 − 4n + 5
∑
+∞ ∑
+∞
1
Exercı́cio
∑ 200.∑Dê um exemplo de um par de
e) cot−1 (n) f) √ séries an e bn com termos positivos para
n=1 n=1
(n + 4)3
as quais
∑
+∞ ∑
+∞
n
ne−n
2
g) h) an ∑
n=1 n=2
ln2 (n) lim =0 e bn diverge,
n→+∞ bn
Exercı́cio 194. Verifique se a série alternada ∑
converge ou diverge. mas an converge.
∑
+∞
1 ∑
+∞
1 ∑
a) (−1)n 3 b) (−1)n 2 Exercı́cio 201. Mostre que se an for absoluta-
n=1
n n=2
ln (n) ∑
2
∑
+∞
1 ∑
+∞ (π) mente convergente então an será convergente.
c) (−1)n+1 d) (−1)n cos
n=1
3n + 1 n=1
n Exercı́cio 202. Teste a convergência ou di-
∑
+∞
n ∑
+∞
1 vergência das séries.
e) (−1)n+1 n f) (−1)n+1 ∑
+∞
1 ∑
+∞
(2n + 2)n
n=1
2 n=1
3n a) b)
2
n=1
n2 + 4 n n=1
n3n
Exercı́cio 195. Determine se a série é absoluta- ∑
+∞ ∑
+∞
n (n!)n
mente convergente, condicionalmente convergente c) (−1)n 3
d)
ou divergente. n=1
n +3 n=1
n4n
+∞
∑ ∑ +∞ n2
4 n
+∞
2n .n! ∑ n ∑
+∞
n2 e−n
4
a) − b) (−1)n e) f)
n=1
5 n=2
5.8.11. · · · .(3n + 2) n+1
n=1 n=1
∑
+∞
en
1
∑
+∞
cos(n) ∑
+∞
1 ∑
+∞
sen(4n)
c) (−1)n n d) g) (−1)n h)
n=1
e n=1
n2 n ln(n) 2 + 3n
n=2 n=1
( )
∑ 1 + 2n
+∞ 1 ∑
+∞
1.3.5. · · · .(2n − 1) ∑
+∞
√ ∑
+∞
n ln(n)
n
( 3 − 1)
n
e) f) i) j)
n=1
en n=1
1.4.7. · · · .(3n + 2) (n + 2)4
n=1 n=1
∑
+∞
n! ∑
+∞
2n ∑
+∞
5n3 + n2 + 1 ∑
+∞
1
g) (−1)n h) (−1)n 3 l) m) (−1)n 2 n
n=1
2n+1 n=2
n 3n3 + n + 1254
n=1 n=1
+∞ 2
∑ n ∑
+∞
n +1 (−3)n
i) j)
n=1
2n2 + 1 n=1
nn
( )
∑
+∞
sen(4n) ∑
+∞
cos π3 n
l) m)
n=1
4n n=1
n!
∑
+∞
tan−1 (n) ∑
+∞ 1
en
n) (−1)n o) (−1)n
n=1
n3 n=1
n3
268
Capı́tulo 7
Definição 7.1. Dizemos que uma sequência (fn ) é uma sequência de funções quando os
elementos fn são funções de uma variável real.
Definição 7.2. Seja x ∈ I. Uma sequência (fn (x)) converge ponto à ponto (ou simples-
mente) para um número f (x) quando
Neste caso, dizemos que o limite é ponto à ponto (ou simples). Ou ainda.
Dado ϵ > 0 e x ∈ I, existe n0 ∈ N tal que n > n0 implica |fn (x) − f (x)| < ϵ.
269
Exemplo 256. Consideremos fn : R → R definida por fn (x) = xn . Então fn converge
ponto a ponto em (−1, 1] à função
¨
1 se x = 1
f (x) =
0 se − 1 < x < 1.
De fato, devemos mostrar que para todo ϵ > 0 existe n0 > 0 tal que para
todo n > n0 implica |xn − 0| < ϵ.
Seja 0 < ϵ < 1 então ln(ϵ) < 0 bem como ln(|x|) < 0. Segue daı́ que
ln(ϵ)
n > n0 ≥ logo, n ln(|x|) < ln(ϵ) ⇐⇒ |x|n < ϵ
ln(|x|)
Note que para cada n as funções fn são contı́nuas, contudo a função limite,
ou seja, f (x) não é.
Exemplo 257. Consideremos fn : R → R definida por fn (x) = nsen x
n
. Determine os
pontos de convergência de
x
f (x) = lim nsen
n→+∞ n
270
y...... Resolução: Os pontos de convergência
f (x) ..
....
.........
.........f
.. (x)
.
.
. . 3
......... .......
......... ........
para a função fn são todos os números reais. De
.................f (x)
...
..................... 2
.. ..
..............
...
.
.............
..........
...................................................
fato, precisamos mostrar que para x0 ∈ R
... ... .......
........... ....
..........
........ f1 (x)
..
.....
.
....
....
.... .. lim fn (x0 ) existe
.... ...
.....
.
.
....
..
x n→+∞
....
......
.......
.........
......
....... .
..
................
............. .............. .........
............ .......
.
........
............
Para x = 0
..............
.....................
.
.... ......
...... .......
....... .......
....... ...............
.... .. .....
..........
0
....
.. lim fn (0) = lim nsen = lim 0 = 0.
n→+∞ n→+∞ n n→+∞
Para x ̸= 0, temos
sen x
x n
lim nsen = lim x x = x.
n→+∞ n n→+∞
n
x
Portanto, f (x) = lim nsen = x para todo x real.
n→+∞ n
a) Esboçe o gráfico de fn
b) Mostre que, para todo x ∈ [0, 1] tem-se lim fn (x) = 0
n→+∞
∫ 1
c) Calcule lim fn (x)dx
n→+∞ 0
∫ 1
d) Calcule lim fn (x)dx
0 n→+∞
271
(√ ]
Para x ∈ (0, 1], existe n ∈ N de modo que x ∈ 2
3n
, 1 , para n suficientemente grande
e, assim
lim fn (x) = lim 0 = 0.
n→+∞ n→+∞
c)
∫ 1 ∫ 1 ∫
√
2 ∫ 1
3n 3n 2n
fn (x)dx = 3 2
3n x dx + − 3n3 x2 dx + √ 0dx
0 0 1
3n
3 2
3n
√
1 3n2
3n 2nx
= n3 x3 + − n3 x3
0 3 1
3n
( √ √ ) √
1 2 2 2 2 2 1 2+4 2−6
= + − − + = .
27 9 27 9 27 27
∫ 1 √
2+4 2−6
Portanto, lim fn (x)dx =
n→+∞ 0 27
∫ 1 ∫ 1
d) lim fn (x)dx = [f (x)dx] = 0.
0 n→+∞ 0
a) Esboce o gráfico de fn
0 se − 1 ≤ x ≤ 0
b) Mostre que, para todo x ∈ [−1, 1] tem-se lim fn (x) = f (x) =
n→+∞
1 se 0 < x ≤ 1
∫ 1
c) Calcule lim fn (x)dx
n→+∞ −1
∫ 1
d) Calcule lim fn (x)dx
−1 n→+∞
272
Resolução: Os ı́tens a) e b) são deixados como exercı́cios
c) Integrando fn (x) para cada n, temos
∫ 1 ∫ 0 ∫ 1 ∫ 1
n
fn (x)dx = 0dx + (nx)dx + 1dx
−1 −1 0 1
n
1 1
x2 n 1 1 1
= n + (x) = + 1− =1− .
2 0 1 2n n 2n
n
∫ 1
1
Portanto, lim fn (x)dx = lim 1− = 1.
n→+∞ 0 n→+∞ 2n
∫ 1 ∫ 1 ∫ 0 ∫ 1
d) lim fn (x)dx = [f (x)dx] = 0dx + 1dx = 1.
−1 n→+∞ −1 −1 0
. .....
.......
........
.............
.
}
......................•.
.................................
........................ demos garantir que a operação lim e
. .. ... .
. ....
. .............. ............ =ϵ n→+∞
.....
... ..
.... . .....
........... .............................................
... a
..... .......... .......... .............................................
..... ...................................................
....
....
....
.
.. . ..
............ ..... ...
........ ...... .....
......... ...... .......
podem ser permutadas bem como lim e
.... ..............
...................... ....... ..................
........................................ n→+∞
. ...... .
... . •f (x) − ϵ
.
. . ....
....
.
...
.........
...........
..
..
.
............
........... d•
.....
...
....
. .
...............
. ...
............ ........
... ...... ...
. , vimos nos exemplos anteriores casos que
.... ........
.
.....
. .
.. .. ..
.
.............
........................ ............
. .
........ x dx
fn0 +1 (x).............................................................. ......... .....
. . .
......... ... .... ..
..... .... ... ... ...
..... ..... ... .... ...
é possı́vel e não possı́vel permutar. Vamos
.
.. ................. ...... ........ .....
... ... . .. ..
................. ..............
f (x) ...
fn0 +p (x) . ... ....
...
...
.........
...
.......
..............
.. . . ... estabelecer um sentido de convergência de
fn (x) ........ ...
...
...
.....
...
...
... sequência de função, denominada convergência
fn0 (x) ........
. ..
....
uniforme.
273
ϵ > 0 existe n0 ∈ N tal que n > n0 implica que |fn (x) − f (x)| < ϵ para todo x ∈ I.
274
Suponhamos que fn converge uniformemente a f em I e para cada n, fn é contı́nua em
x0 ∈ I. Então f será, também, contı́nua em x0 .
Para uma série de funções da mesma forma, podemos definir a soma parcial.
∑
+∞
Se gn (x) é uma série de funções, a soma parcial é uma função Sm (x)
n=0
∑
m
definida por Sm (x) = gn (x) quando existe.
n=0
∑
+∞
Então para um dado x, a série gn (x) converge se, e somente se a sequência
n=0
(Sm (x)) de somas parciais converge.
∑
+∞
Definição 7.5. A série de funções gn (x) converge ponto à ponto se para um dado x
n=0
a sequência (Sm (x)) converge.
∑
+∞ ∑
+∞
A série gn (x) converge absolutamente se a série |gn (x)| converge ponto
n=0 n=0
à ponto.
∑
+∞
A série gn (x) converge uniformemente se, e somente se (Sm (x)) converge
n=0
uniformemente.
Teorema 7.6. Uma sequência (fn ) das funções definidas num conjunto I ⊂ R converge
uniformemente se, e somente se para todo
ϵ > 0 existe n0 tal que m, n > n0 implica |fm (x) − fn (x)| < ϵ para todo x ∈ I.
Teorema 7.7. (M Weierstrass) Seja (fn ) uma sequência de funções definidas num
conjunto I ⊂ R. Suponha que existe uma sequência de números reais Mk ≥ 0 tal que
1) |fk (x)| ≤ Mk para todo x ∈ I.
∑
+∞
2) Mk converge. Então
k=1
∑
+∞
fk (x) converge absolutamente uniformemente no conjunto I.
k=1
Exemplo 262. Seja D um intervalo aberto com centro x0 = 0 e raio r < 1. Então as
funções fn (x) = xn satisfaz as seguintes propriedades
275
∑
+∞
Portanto, se chamarmos Mn := rn , temos que a série rn converge (série
n=0
Geométrica). Pelo teorema anterior temos que {xn } converge absolutamente e unifor-
memente no intervalo D.
Teorema 7.8. Seja (fn ) uma sequência de funções diferenciáveis, tais que (fn′ ) sejam
contı́nuas no intervalo fechado [a, b]. Se, para c ∈ [a, b] a sequência numérica fn (c)
converge e se as derivadas fn′ convergem uniformemente a uma função g em [a, b]. Então
(fn ) converge uniformemente à uma função f diferenciável cuja f ′ é contı́nua em [a, b],
tal que f ′ = g.
Note que o teorema acima não exige que fn convirja uniformemente e sim fn′ .
Teorema 7.9. Seja fn : [a, b] → R uma sequência de funções contı́nuas (ou integráveis)
que converge uniformemente a uma função f : [a, b] → R. Então f é integrável e
∫ b ∫ b ∫ b
lim fn (x)dx = f (x)dx = lim fn (x) dx.
n→+∞ a a a n→+∞
276
Teorema 7.10. (Derivação Termo a Termo) Seja S : I → R, dada por
∑
+∞
S(x) = gn (x).
n=0
∑
+∞
Se cada gn for diferenciável tais que gn′ são contı́nuas em I e se a série gn′ (x) converge
n=0
uniformemente em I. Então para todo x ∈ I,
( +∞ )′
∑ ∑
+∞
gn (x) = S ′ (x) = gn′ (x)
n=0 n=0
∑
+∞
S(x) = gn (x).
n=0
∑
+∞
Se cada gn for contı́nua em I e se a série gn (x) converge uniformemente à S sobre
n=0
I. Então ( +∞ )
∫ b ∑ ∫ b ∑
+∞ ∫ b
gn (x) dx = S(x)dx = fn (x)dx.
a n=0 a n=0 a
∑
m
1
Sm (x) = 2 2
n=1 x + n
∑
+∞
1
a) Mostre que Sm converge uniformemente a função S(x) = 2 2
.
∫ n=1 x + k
1
b) Calcule S(x)dx.
0
Resolução: Para todo x ∈ R e para todo n ≥ 1, temos
1 1
2 2 ≤ 2.
x +n n
1 ∑
+∞ ∑
+∞
1
Como a série 2
é convergente, segue de M Weierstrass que a série 2 2
n=1 n n=1 x + k
converge uniformemente, em R a função S(x).
b) Note que para cada m Sm (x) são contı́nuas em [0, 1] e da convergência uniforme em R
tem-se a convergência uniforme em [0, 1], segue do teorema de integração termo a termo
que
277
∫ ∫ ∫ ( )
1 1 1 ∑
m
1
S(x)dx = lim Sm (x) dx = lim 2 2
dx
n=1 x + n
0 0 m→+∞ m→+∞ 0
m ∫
∑ 1 1 ∑ 1
+∞
1
= lim 2 2
dx = arctan
m→+∞
n=1 0 x +n n=1 n n
Exemplo 264. Seja Sm : R → R, definida por
∑
m
sen(nx)
Sm (x) =
n=1 n3
∑
+∞
sen(nx)
a) Mostre que Sm converge uniformemente a função S(x) = .
n=1 n3
d
b) Calcule S(x).
dx
Resolução: Para todo x ∈ R e para todo n ≥ 1, temos
sen(nx) 1
≤ .
n3 n3
1 ∑
+∞ ∑ sen(nx)
+∞
Como a série 3
é convergente, segue de M Weierstrass que a série
n=1 n n=1 n3
converge uniformemente, em R a função S(x).
b) Note que para cada m temos
′
′
∑
m
sen(nx) ∑
m
cos(nx)
Sm (x) = = .
n=1 n3 n=1 n2
Ainda
cos(nx) 1
n2
≤
n2
cos(nx) ∑
+∞
e, novamente por M Weierstrass série converge uniformemente em R. Te-
n=1 n2
sen(nx)
mos assim, para cada n gn (x) = são contı́nuas com derivada contı́nuas.
n3
Logo,
( +∞ )′ ′
∑ sen(nx) ∑
+∞
sen(nx) ∑
+∞
cos(nx)
= = .
n=1 n3 n=1 n3 n=1 n2
Iremos limitar nosso estudo de séries de funções, nos casos mais simples.
Iniciaremos com o estudo de séries de potências.
278
Definição 7.12. Uma série de potências em x − a é uma série da forma
Usaremos a notação
∑
+∞
cn (x − a)n
n=0
Se tal limite existir e for um número real menor que 1, então a série converge.
Definição 7.13. Seja I o conjunto dos valores de x para a qual a série de potências seja
convergente. Então definamos a função f : I → R dada por
f :I → R
∑
+∞
x 7→ f (x) = cn (x − a)n
n=0
Assim se
279
|x|
< 1, ou seja |x| < 3
3
n
= (−1)n n ou = (−1)2n
n = n
n=0 3 n=0 n=0 3n n=0 n=0
respectivamente.
As quais são divergente, pois a série numérica do termo geral não converge
para zero (0) ou não existe.
∑
+∞
Teorema 7.14. Se cn (x−a)n for convergente para x = x0 , com x0 ̸= a, então a série
n=0
convergirá absolutamente para todo x no intervalo aberto (a − |x0 − a|, a + |x0 − a|).
∑
+∞
(−1)n+1 2n xn
Exemplo 266. Consideremos a série . Determine para quais valores
n=0 n3n
de x a série converge.
Resolução: Vamos calcular o seguinte limite:
(−1)n+2 2n+1 n+1
x (−1)n+2 2n+1 n3n xn+1 2n 2|x|
(n+1)3n+1
lim (−1)n+1 2n = lim = lim |x| = .
n→+∞ n
x n→+∞ n+1 n
(−1) 2 (n + 1)3 x n+1 n n→+∞ 3(n + 1) 3
n3n
Assim se
2|x| 3
< 1, ou seja |x| <
3 2
n
= (−1) = −
n=0 n3 n=0 n n=0 n
respectivamente.
280
∑
+∞
Teorema 7.15. Seja cn (x − a)n uma série de potência. Então uma, e somente uma
n=0
das seguintes afirmações é verdadeira.
i) A série converge somente para x = a.
ii) A série é absolutamente convergente para todos os valores de x.
iii) Existe um número R > 0 tal que a série é absolutamente convergente para todos os
valores de x para os quais |x − a| < R e é divergente para todos os valores de x para os
quais |x − a| > R.
∑
+∞
Seja an (x − x0 )n uma série de potência com raio de convergência R. Se
n=0
a
n+1
lim ≥ L ≥ 0,
n→+∞ an
Logo,
u 3 + n3
n+1
lim = lim |x| = |x|.
n→+∞ un n→+∞ 3 + (n + 1)3
281
Assim se |x| < 1, a série converge.
∑
+∞
(1)n ∑
+∞
1 ∑
+∞
(−1)n
3
= 3
ou 3
n=0 3 + n n=0 3 + n n=0 3 + n
respectivamente.
1 1
Como 3 + n3 > n3 para todo n ∈ N, então 3
< 3 e
3+n n
∑
+∞
1 ∑ 1
+∞
3
< 3
.
n=0 3 + n n=0 n
Teorema 7.17. Seja f uma função tal que f e suas n primeiras derivadas são contı́nuas
no intervalo fechado [a, b]. Além disso, f (n+1) (x) para todo x ∈ (a, b). Então, existe um
número ξ ∈ (a, b) tal que
Quando n = 0, então
282
Esse resultado é o teorema do valor médio.
Se substituirmos b por x na fórmula (7.1) temos
f ′ (a) f ′′ (a) f ′′′ (a) f (n) (a) f (n+1) (ξ)
f (x) = f (a)+ (x−a)+ (x−a)2 + (x−a)3 +· · ·+ (x−a)n + (x−a)n+1
1! 2! 3! n! (n + 1)!
(7.2)
Onde
f ′ (a) f ′′ (a) f ′′′ (a) f (n) (a)
Pn (x) = f (a) + (x − a) + (x − a)2 + (x − a)3 + · · · + (x − a)n
1! 2! 3! n!
e
f (n+1) (ξ)
Rn (x) = (x − a)n+1 .
(n + 1)!
Definimos:
π
Exemplo 268. Ache o polinômio de Taylor de terceiro grau da função cos(x) em 4
eo
resto na forma de Lagrange.
Resolução: Seja f (x) = cos(x). Então
π f ′ π4 π f ′′ π4 π 2 f ′′′ π4 π 3
P3 (x) = f + x− + x− + x−
4 1! 4 2! 4 3! 4
π π 1√
f (x) = cos(x) ⇒ f = cos = 2
4 4 2
π π 1√
f ′ (x) = −sen(x) ⇒ f ′ = −sen =− 2
4 4 2
π π 1√
f ′′ (x) = − cos(x) ⇒ f ′′ = − cos =− 2
4 4 2
′′′ ′′′ π π 1√
f (x) = sen(x) ⇒ f = sen = 2.
4 4 2
Logo,
1√ 1√ π 1√ π 2 1√ π 3
P3 (x) = 2− 2 x− − 2 x− + 2 x− .
2 2 4 4 4 12 4
283
Para o resto, temos f (iv) (x) = cos(x), então existe ξ ∈ ( π4 , x) e, assim
cos(ξ) π 4
R3 (x) = x− .
24 4
o
Do exemplo acima, podemos calcular aproximadamente cos(47 ). Temos
47o ∼ 47
180
π. Do exemplo, pondo x = 47
180
π então x − π
4
= 1
90
π e
1√ π 1 π 2 1 π 3 47
o
cos(47 ) = 2 1− − + + R3 π .
2 90 2 90 6 90 180
Onde
47 cos(ξ) π 4 π 47
R3 π = onde <ξ< π.
180 24 90 4 180
Logo,
47 1 π 4
R3 π < < 0, 000000062 e
180 24 90
1√ π 1 π 2 1 π 3
o
cos(47 ) = 2 1− − + = 0, 6819983.
2 90 2 90 6 90
que é exato até a sétima casa decimal.
Uma série de potência defini uma função cujo domı́nio é o intervalo de con-
vergência. Consideremos a série
∑
+∞
xn .
n=0
Para |x| < 1 a série é convergente e, além disso, para cada x ∈ (−1, 1) a série
1
de potência é uma série geométrica, cuja soma sabemos ser . Logo,
1−x
∑
+∞
1
xn = 1 + x + x2 + x3 + x4 + · · · + xn + xn+1 + · · · = = f (x) se |x| < 1.
n=0 1−x
284
∑
+∞
Seja a série de potências cn (x − x0 )n , com raio de convergência R, onde
n=0
R > 0 ou R = +∞, então tal série converge uniformemente em todo intervalo fechado
[−r, r], r > 0, contido no intervalo de convergência (x0 − R, x0 + R).
|cn (x − x0 )n | ≤ |cn (r − x0 )n |.
∑
+∞
f (x) = cn (x − x0 )n
n=0
f ′ (x) existirá para todo x no intervalo aberto (x0 − R, x0 + R), sendo dada por
∑
+∞
f ′ (x) = ncn (x − x0 )n−1 .
n=1
De modo geral f (i) (x) existirá para todo x no intervalo aberto (x0 −R, x0 +R),
sendo dada por
∑
+∞ ∏
i
f (i) (x) = cn (x − x0 )n−i (n + 1 − j) .
n=i j=1
285
Suponha i = 3, então
∑
+∞ ∏
3
f (3) (x) = cn (x − x0 )n−3 (n + 1 − j)
n=3 j=1
∑
+∞
= cn (x − x0 )n−3 (n + 1 − 1)(n + 1 − 2)(n + 1 − 3)
n=3
∑
+∞ ∑
+∞
= cn (x − x0 ) n−3
(n)(n − 1)(n − 2) = n(n − 1)(n − 2)cn (x − x0 )n−3
n=3 n=3
consequentemente,
u (n + 1)2
n+1
lim = lim |x| = 1.
n→+∞ un n→+∞ (n + 2)2
286
e existe para todo x ∈ (−1, 1). Todavia, se x = −1 e x = 1 temos que a série da derivada
é reescrita como
∑
+∞
(−1)n ∑
+∞
(1)n ∑
+∞
1
e = .
n=0 (n + 1) n=0 (n + 1) n=0 (n + 1)
∑
+∞
Consideremos a série (x2 )n . Uma série geométrica, e será convergente se
n=0
|x2 | < 1, então
∑
+∞
1
(x2 )n = 1 + x2 + x4 + x6 + x8 + · · · + x2n + x2n+2 + · · · = = f (x) se |x| < 1.
n=0 1 − x2
∑
+∞
Seja a série (−x)n . Uma série geométrica, e será convergente se | − x| < 1,
n=0
então
∑
+∞
1
(−x)n = 1−x+x2 −x3 +x4 −x5 +x6 +· · ·+(−1)n xn +· · · = = f (x) se |x| < 1.
n=0 1+x
∑
+∞
(n + 1)xn = 1 + 2x + 3x2 + 4x3 + 5x4 + · · · + (n + 1)xn + · · ·
n=0
∑
+∞
1
xn = 1 + x + x2 + x3 + x4 + · · · + xn + xn+1 + · · · = = f (x) se |x| < 1.
n=0 1−x
∑
+∞
1
nxn−1 = 1 + 2x + 3x2 + 4x3 + 5x4 + · · · + nxn−1 + · · · = = f (x) se |x| < 1.
n=1 (1 − x)2
287
Nada além de uma mudança de variável, ou seja,
∑
+∞
1
(k+1)xk = 1+2x+3x2 +4x3 +5x4 +· · ·+(k+1)xk +· · · = = f (x) se |x| < 1.
k=0 (1 − x)2
Pondo
xn xn+1
un = e un+1 = ,
n! (n + 1)!
assim
u xn+1 n! 1
n+1
lim = lim
. n = lim |x| = +∞
n→+∞ un n→+∞ (n + 1)! x n→+∞ n + 1
para todo x. Donde o domı́nio de f será todos os números reais. Consideremos f como
∑
+∞
xn
f (x) = para todo número real.
n=0 n!
Por outro lado, sendo g(x) = Cex , segue que g ′ (x) = Cex . Ainda a função
exponencial, a menos da constante é a única função cuja a derivada é a própria função.
Isso posto, concluı́mos que
∑
+∞
xn
Cex = f (x) = .
n=0 n!
Para x = 0 temos
∑
+∞
0n 02 03 0n
C = Ce0 = f (0) = =1+0+ + + ··· + + · · · = 1.
n=0 n! 2! 3! n!
Portanto,
xn ∑
+∞
x
e = f (x) = para todo número real.
n=0 n!
288
O nosso próximo teorema estabelece a relação de integração termo a termo
de uma série de potências.
∑
+∞
Teorema 7.21. Seja cn (x − x0 )n uma série de potências de raio de convergência
n=0
R > 0. Então se f for uma função definida por
∑
+∞
f (x) = cn (x − x0 )n
n=0
2 ∑ 2n
+∞
t
et = .
n=0 n!
Exemplo 273. Obtenha uma representação em série de potências para ln(1 + x).
Resolução: Por definição temos
∫ x 1
ln(x) = dt para todo x > 0.
1 t
289
Donde
∫ x 1
ln(1 + x) = dt para todo x > −1.
0 1+t
∑
+∞ ∑
+∞
(−t)n = (−1)n tn = 1 − t + t2 − t3 + · · · + (−1)n tn se |t| < 1
n=0 n=0
1 ∑
+∞
f (t) = = (−1)n tn se |t| < 1.
1 + t n=0
∑
+∞
(−1)n−1
n=1 n
Lembremos que
a − arn a arn
a + ar + ar2 + ar3 + ar4 + · · · + arn−2 + arn−1 = = − .
1−r 1−r 1−r
290
Integrando de 0 a 1, obtemos
∫ 1∑
n ∫ ∫ ∫
1 1 1 tn 1 tn
(−1)i−1 ti−1 dt = dt + (−1)n+1 dt = ln(2) + (−1)n+1 dt.
0 i=1 0 1−t 0 1+t 0 1+t
Portanto,
∑
n ∫
(−1)i−1 n+1
1 tn
Sn = = ln(2) + (−1) dt = ln(2) + Rn .
i=1 i 0 1+t
De fato,
tn
≤ tn para todo t ∈ [0, 1].
1+t
Consequentemente,
∫ ∫
1 tn 1 1
≤ tn = .
0 1+t 0 n+1
∫ ∫
1 tn 1 1
0 ≤ |Rn | = ≤ tn = → 0 quando n → +∞ .
0 1+t 0 n+1
Portanto,
∑
+∞
(−1)n−1
= ln(2).
n=1 n
291
7.2 Séries de Taylor
Na seção anterior, vimos que dada uma série de potência, tem-se a existência
de um intervalo e/ou na pior das hipótese um ponto de convergência da série, onde é
definida uma função. Foi possı́vel ainda em alguns casos exibir a expressão de f em
termos de x.
A questão agora é, dada uma função f , será que podemos representa-la em
série de potência, ou seja, encontrada uma série de potência, será que esta série realmente
representa f para todos os valores de x no domı́nio de f . Vamos considerar a seguinte
função
f :R\1 → R
x → f (x)
1
dada por f (x) = .
1−x
Então para |x| < 1, vimos que existe uma série de potência que converge para
f , contudo, para |x| ≥ 1 tal série não representa f . Veremos a partir de agora em que
condições isso ocorre.
292
De modo geral
f (n) (a)
cn = (7.3)
n!
Dessa forma podemos representar f como segue:
∑
+∞
f (n) (a) f ′′ (a) f ′′′ (a) f (n) (a)
(x−a)n = f (a)+f ′ (a)(x−a)+ (x−a)2 + (x−a)3 +· · ·+ (x−a)n +· · ·
n=0
n! 2! 3! n!
(7.4)
Calculando em x = 0 temos
0 1 0 1 0 1 0 1
0 + 1(x) + (x)2 − (x)3 + (x)4 + x5 + x6 − x7 + x8 + x9 + · · ·
2! 3! 4! 5! 6! 7! 8! 9!
1 3 1 5 1 7 (−1)n ∑ (−1)n
+∞
x− x + x − x + ··· + (x)2n+1 + · · · = (x)2n+1
3! 5! 7! (2n + 1)! n=0 (2n + 1)!
293
O raio de convergência da série é dado por
(−1)n+1 (x)2n+3 (2n + 1)!
(2n + 1)! 1
lim . = lim |x|2 = lim |x|2 .
n→+∞ (2n + 3)! n
(−1) (x)2n+1 n→+∞ (2n + 3)! n→+∞ (2n + 3)(2n + 2)
Calculando o limite, temos que o raio é infinito. Logo, a série converge para todos os
valores de x. Assim
∑
+∞
(−1)n 2n+1
f (x) = sen(x) = x .
n=0 (2n + 1)!
Teorema 7.22. Seja f uma função tal que f e todas as suas derivadas existam em
algum intervalo (a − R, a + R). Então, a função é representada por sua série de Taylor
∑
+∞
f (n) (a)
(x − a)n
n=0 n!
f (n+1) (ξn )
lim Rn (x) = lim (x − a)n+1 = 0
n→+∞ n→+∞ (n + 1)!
Exemplo 275. Mostre que a função f (x) = sen(x) está representada em série de Taylor.
Resolução: Devemos mostrar que
1 cos(ξn ) 2n+1
0 = − lim x2n+1 < lim x = lim Rn (x).
n→+∞ (2n + 1)! n→+∞ (2n + 1)! n→+∞
e
cos(ξn ) 2n+1 1
lim Rn (x) = lim x < lim x2n+1 = 0.
n→+∞ n→+∞ (2n + 1)! n→+∞ (2n + 1)!
lim Rn (x) = 0.
n→+∞
294
Exemplo 276. Determine a série de Maclaurin da função f (x) = cos(x).
Resolução: A série é em torno de a = 0. Calculemos as derivadas de f (x) = cos(x).
Então
Calculando em x = 0 temos
1 0 1 0 1 0 1 0
1 + 0(x) − (x)2 + (x)3 + (x)4 + x5 − x6 + x7 + x8 + x9 + · · ·
2! 3! 4! 5! 6! 7! 8! 9!
1 2 1 4 1 6 (−1)n 2n ∑ (−1)n
+∞
1 − x + x − x + ··· + (x) + · · · = (x)2n
2! 4! 6! (2n)! n=0 (2n)!
Calculando o limite, temos que o raio é infinito. Logo, a série converge para todos os
valores de x. Assim
∑
+∞
(−1)n 2n
f (x) = cos(x) = (x) .
n=0 (2n)!
Que o Rn (x) tende a zero quando n tende ao infinito é fato. Usa o mesmo
raciocı́nio feito para a função seno.
295
7.3 Séries de Fourier
As séries de Fourier são crucial em muitas aplicações das mais diversas enge-
nharias. As séries de Fourier são séries em senos e co-senos e usam-se para representar
funções periódicas. É uma ferramenta importante na resolução de E.D.O e E.D.P. Fa-
remos aqui uma breve introdução sobre série de Fourier, os aspectos teóricos vão muito
além dessas notas.
{1, cos x, sin x, cos 2x, sin 2x, · · · , cos nx, sin nx, · · · }
296
As séries de Fourier são séries trigonométricas cujos coeficientes são determi-
nados a partir da função f (x) periódica.
Se f (x) é uma função periódica de perı́odo 2π que pode ser representada por
uma série trigonométrica, isto é, a série converge e f (x) é a soma da série
∞
∑
f (x) = a0 + (an cos nx + bn sin nx) .
n=1
Temos
∫ π
f (x)dx = 2π.a0
−π
297
Usando o fato de podermos integrar termo a termo e a ortogonalidade do
sistema trigonométrico, temos
∫ π ∞ ∫
∑ π
f (x) cos(mx)dx = an cos nx cos(mx)dx = am π.
−π n=1 −π
Definição 7.25. Dada uma função f (x) periódica de perı́odo 2π chamamos série de
Fourier de f (x) e escrevemos SF (f (x)) a série
∞
∑
SF (f (x)) = a0 + (an cos nx + bn sin nx) ,
n=1
298
para todo n = 1, 2,(· · · )
∞
∑ n+1 sin nx
b - SF (f (x)) = 2 (−1) , pois
n=1 n
π
∫
1 π 1 2
a0 = xdx = x =0
2π −π 4π
−π
∫ π ∫ nπ
1 1
an = x cos nxdx = u cos udu = 0
π −π n2 π −nπ
∫ π ∫ nπ
1 1
bn = x sin nxdx = 2 u sin udu
π −π nπ −nπ
nπ
∫
1 nπ
= −u cos u + cos udu
n2 π −nπ
−nπ
2 cos nπ 2(−1)n+1
= − =
n n
Definição 7.26. Uma função f (x) diz-se seccionalmente contı́nua num intervalo [a, b]
se existir um número finito de pontos x1 < x2 < · · · xn tais que f é contı́nua em cada
subintervalo aberto, (a, x1 ), (x1 , x2 ), · · · , (xn−1 , xn ), (xn , b) e tem limites laterais finitos
nos extremos de cada intervalo.
299
−
onde lim+ f (x) = f (x+
0 ) e lim− f (x) = f (x0 ).
x→x0 x→x0
nπ
∫
1 L
an = f (x) cos x dx n = 1, 2, · · · (7.9)
L −L L
nπ
∫
1 L
bn = f (x) sin x dx n = 1, 2, · · · (7.10)
L −L L
300
Exercı́cio 204. As condições do teorema são satisfeitas para série de Fourier da função
3x
3− se 0 < x ≤ 2π
2π
f (x) =
3x
−3 − se − 2π ≤ x < 0?
2π
Pelo teorema, temos que a série de Fourier converge para f nos pontos onde
f é contı́nua, e onde é descontı́nua, para a média dos limites laterais.
e
nπ
∫ 2π
1
an = f (x) cos x dx
2π −2π 2π
n
n
∫ 0 ∫ 2π
1 3x 1 3x
= −3 − cos x dx + 3− cos x dx = 0
2π −2π 2π 2 2π 0 2π 2
301
Use integração por partes para
n
∫ n ∫
1 3x 3 2x cos x 2 cos n2 x
− sen x dx = 2
− dx
2π 2π 2 4π 2 n n
n
3 2x cos x 4sen n2 x
= 2
−
4π 2 n n2
Logo,
0 2π
n
3 2x cos x 4sen n2 x 3 cos(nπ) 3 2x cos n
x 4sen n2 x
2
− = = 2 2
− .
4π 2 n n2 nπ 4π n n2
−2π 0
6 6 cos(nπ)
= − .
nπ nπ
6
Portanto, para todo n temos que bn = . E a série de Fourier de f (x) é
nπ
dada por
∞
∑ 6 n 6∑ ∞
1
n
f (x) = sin x = sin x .
n=1 nπ 2 π n=1 n 2
Exemplo 278. Considerando as funções. Determine quais são pares e quais são ı́mpares.
a) f (x) = x2 b) f (x) = x3 c) f (x) = cos(x) d) f (x) = sen(x).
Resolução: a) e c) são funções pares, b) e d) são funções ı́mpares. Verifique!
302
Se uma função f (x) é par e periódica de perı́odo 2L, admite desenvolvimento
em série de Fourier então
∞
∑ nπ
f (x) = a0 + an cos x
n=1 L
303
A função é par, logo
nπ
∫ 2 ∫ nπ
2 4 2
an = x2 cos x dx = 2 2 u2 cos(u) du
2 0 2 nπ 0 nπ
nπ
16 nπ
∫ ∫
8 2 nπ
= u sen(u) −2 u sen(u)du = − u sen(u)du
3
nπ 3 0 n3 π 3 0
0
nπ
∫
16 nπ 16 16
= − 3 3 −u cos(u) + cos(u)du = cos(nπ) = (−1)n 2 2
nπ 0 2
nπ 2 nπ
0
( ∞ )
∑ (−1)n 3
b - SF (f (x)) = 2 −1 + 2 2 sin(nπ x) , pois
n=1 nπ nπ
A função é ı́mpar, logo
nπ
∫ 1 ∫ nπ
2 3 2 1
bn = x sen x dx = 3 3 u3 sin(u) du
1 0 1 nπ 0 nπ
nπ
∫
2 3 nπ
= −u cos(u) +3 u cos(u)du
2
n4 π 4 0
0
∫ nπ
2 6 2 6
= − cos(nπ) + 4 4 u2 cos(u)du = − cos(nπ) + 4 4 (nπ) cos(nπ)
nπ nπ 0 nπ nπ
2 6(−1)n 2 3
= (−1)n+1 + 3 3 = (−1)n −1 + 2 2
nπ nπ nπ nπ
Use o Teorema da convergência das séries de Fourier para justificar, quais das
séries apresentadas em nossos exemplos converge para função f dada.
304
Se f (x) é uma função periódica de perı́odo 2π que admite desenvolvimento
em série de Fourier então
∑
+∞
f (x) = cn einx
n=−∞
∑
+∞
nπ
f (x) = cn e L ix
n=−∞
∫ L
1
f (x)e− L ix dx n = 0, ±1, ±2, · · · .
nπ
cn = (7.15)
2L −L
y ′ + ay = f (x), (7.16)
onde a é uma constantes arbitrária. Suponhamos que f (x) seja uma função periódica,
para efeito de cálculos com perı́odo 2π.
Vamos supor que uma solução particular de (7.16) tenha a seguinte forma
∑
+∞
y(x) = yn einx
n=−∞
∑
+∞
f (x) = fn einx
n=−∞
∑
+∞
inx
∑
+∞
(in + a)yn e = fn einx (7.17)
n=−∞ n=−∞
305
Igualando os coeficientes em (7.17) temos
fn
yn = .
in + a
∑
+∞
fn inx
y(x) = e .
n=−∞ in + a
y ′′ + ay ′ + by = f (x), (7.18)
Escrevendo y(x) e f (x) em forma de séries, como já apresentada acima, segue
de (7.18) que
∑
+∞ ∑
+∞
(in)2 + ian + b yn einx = fn einx . (7.19)
n=−∞ n=−∞
fn
yn = .
b + ian − n2
y ′′ + 4y = f (x)
suponhamos, por enquanto f (x) periódica com L = 1 e, ainda que f seja ı́mpar, então
∑
+∞
f (x) = fn sin nπx,
n=1
306
seja a solução particular da equação dada por,
∑
+∞
yp (x) = yn sin nπx.
n=1
De (7.13), temos
∫ 1
fn = 2 f (x) sin nπxdx n = 1, 2, · · ·
0
Nesta altura, vamos impor que f seja dada por f (x) = πx com 0 < x < 1
(embora não comentamos aqui) f pode ser estendida a toda a reta como uma função
ı́mpar, periódica. Assim do exemplo 277 item b, temos
∫ 1 (−1)n+1 2
fn = 2 πx sin nπxdx = .
0 n
2(−1)n+1
yn = .
n(4 − n2 π 2 )
portanto,
∑
+∞
2(−1)n+1
yp (x) = sin nπx.
n=1 n(4 − n π )
2 2
307
Exercı́cios
b) fn (x) = nxe−nx
2
a) fn (x) = enx 1
Exercı́cio 208. Seja fn (x) = sen(nx). Veri-
n
1 + nx2 n fique que a convergência é uniforme, em R. É
c) fn (x) = d) fn (x) =
4 + nx2
Ê
n + x2 verdade que para todo x, f ′ (x) = lim fn′ (x)?
n→+∞
1 nx 1 + nx2 Isto está em contradição com o teorema 7.8 de de-
e) fn (x) = 1 f ) fn (x) =
n n+4 rivação ? Explique.
xn
g) fn (x) = h) fn (x) = nx(1 − x)n Exercı́cio 209. Verifique se a série de funções
1 + xn
converge uniformente no intervalo dado.
Exercı́cio 206. Considere as sequências de ∑
+∞
x
funções. a) 2 + i2
em [−r, r], r > 0.
x
1 i=1
a) fn (x) = . ∑
+∞ i
nx2 x
i) Determine o domı́nio de f (x) = lim fn (x). b) em [−r, r], r > 0.
n→+∞
i=1
i!
ii) A convergência em ]0, +∞[ é uniforme? E em ∑
+∞
]1, +∞[? xi
c) em [−r, r], 0 < r < 1.
i=1
2i + 1
x + xn
b) fn (x) = .
n Exercı́cio 210. Mostre que a função é contı́nua
i) Determine o domı́nio de f (x) = lim fn (x). no intervalo dado.
n→+∞
ii) A convergência em [0, 1] é uniforme? ∑
+∞
cos(nx5 )
a) f (x) = em R.
nx i=1
n6
c) fn (x) = . ∑
+∞ n n
1 + n2 x4 2 x
i) Determine o domı́nio de f (x) = lim fn (x). b) f (x) = em R.
n→+∞
i=0
n!
ii) A convergência em [0, 1] é uniforme?
iii) Verifique que Exercı́cio 211. Considere a função dada por
∫ ∫
1 1
∑
+∞ n−1
x
lim fn (x) dx ̸= lim fn (x). f (x) =
0 n→+∞ n→+∞ 0
i=1
n3
d) fn (x) = nxe−nx .
2
Encontre o domı́nio de f , mostre que f é contı́nua
i) Determine o domı́nio de f (x) = lim fn (x). e também que
n→+∞
ii) A convergência em [0, 1] é uniforme? ∫ 1 ∑
+∞
2
Faça também o subitem iii) do item c). f (x)dx = .
−1 i=0
(2i + 1)4
308
Exercı́cio 212. Encontre o raio e o intervalo de Exercı́cio 216. Sabe-se que as séries são conver-
convergência da série. gente. Use os ı́tens i) e j) do exercı́cio 215 e calcule
∑
+∞
1 ∑
+∞
(−1)n+1 n seu valor limite.
a) √ .x b) .x ∑
+∞
n ∑
+∞
n+2
n=1
3
n n=2
n(ln(n))2 a) b) (−2)n+1
(n + 1)! n!
∑
+∞
1 ∑
+∞ n+1
5 n=1 n=1
c) 2
.(x + 6)n−1 d) .x2n
n=1
n n=1
n + 4 Exercı́cio 217. Suponha que uma função f te-
∑
+∞ ∑
+∞ nha a representação dada pela série de potências
1 n n+1
e) .x f) .(x + 2)n ∑
+∞
n=1
nn n=1
4n+1
cn xn . Se f for uma função par. Mostre que
∑
+∞
(−1)n+1 ∑
+∞
ln(n)
n=0
g) .(x − 2)n h) .(x − 8)n cn = 0 quando n for ı́mpar.
n=1
n + 1 n=1
n + 2
∑
+∞ ∑
+∞ Exercı́cio 218. Expresse a função como uma
n! n n!
i) .x j) .xn soma de uma série de potências. Encontre o inter-
n=1
nn n=1
1.3.5. · · · .(2n − 1) valo de convergência. (Dica: Use frações parciais)
∑
+∞ ∑
+∞ 3 x+2
(−1)n+1 2n−1 1 a) f (x) = b) f (x) = 2
l) .x m) √ .x2n+1 2+x−x 2 2x − 3x − 2
n=1
(2n − 1)! n=1
2n+1 n
∑
+∞ Exercı́cio 219. Encontre uma representação em
(−1)n 1.3.5.7. · · · .(2n − 1) 2n+1 1
n) .x série de potências para f (x) = . Qual o
n=1
2.4.6.8. · · · (2n) (1 + x)2
raio de convergência.
Exercı́cio 213. Mostre que se o raio de con-
∑
+∞
Exercı́cio 220. Encontre uma série de potências
vergência da série de potências cn xn for r, que represente a integral dada e determine seu
i=0
raio de convergência. 2
∑
+∞
e − 1 se t ̸= 0
t
então o raio de convergência da série cn x2n ∫ x
√ i=0 a) f (t)dt, onde f (t) = t2
será r.
0
1 se t = 0
Exercı́cio 214. Determine o raio de convergência
de f ′ onde f é dada pela série.
∫ ln(1 + t)
∑
+∞ ∑
+∞ x se t ̸= 0
1 n (−1)n−1 n b) f (t)dt, se f (t) = t
a) .x b) .x
n=1
n2 n=2
n! 0
1 se t = 0
∑
+∞
(−1) n ∑
+∞
1
c) .(x − 5)n d) √ .(x − 2)n Exercı́cio 221. Ache a representação em série
n=2
n(n − 1) n=3
n − 2
de potências para a integral dada e determine o
∑
+∞
(−1)n−1 2n−1 ∑
+∞
1 seu∫raio de convergência.
e) .x f) .x2n x ∫ x
(2n − 1)! (n!)2 1
e−t dt
3
n=1 n=1 a) b) 2
dt
0 0 t +9
Exercı́cio 215. Encontre uma representação em ∫ x ∫ x
t2
série de potências para a função e determine seu c) ln(1 + t)dt d) 4
dt
0 0 t +9
intervalo e raio de convergência.
4 3 Exercı́cio 222. Ache a série de potências para
a) f (x) = b) f (x) =
1 − x4 4−x xex . Mostre que
1 x2
c) f (x) =
12 + x
d) f (x) = 4
2x + 1 ∑
+∞
1 1
= .
1+x x2 n=0
n!(n + 2) 2
e) f (x) = f ) f (x) = 3
1−x a + x3
Exercı́cio 223. Integre termo a termo de 0 a
1 −3x2 x uma representação em série de potências para
g) f (x) = h) f (x) =
1 + x3 (1 + x3 )2 ln(1 + t). Mostre que
ex − 1
i) f (x) = j) f (x) = x2 e−x
x ∑
+∞
(−1)n
= 2 ln(2) − 1
n=0
(n + 1)(n + 2)
309
Exercı́cio 224. Ache a série de Taylor de f (x) = Exercı́cio 231. Determine a série de Fourier
ex em torno de ln(2). para
Exercı́cio 225. Ache a série de Tayor de f (x) = −k −π < x < 0
ln(x) em torno de e3 . f (x) =
k 0<x<π
Exercı́cio 226. Ache a série de Maclaurin para
onde k é uma constante real não nula.
f (x) = 3x .
Exercı́cio 232. Determine para que valor está
Exercı́cio 227. Ache a série de Maclaurin para
ex + e−x ex − e−x convergindo a soma
f (x) = e f (x) = .
2 2 1 1 1 1 1
1− + − + − + ···
Exercı́cio 228. Encontre a série de Maclaurin 3 5 7 9 11
de f (x). [Não mostre que Rn (x) → 0]. Também Exercı́cio 233. Seja f : [π, π] → R uma função
encontre o raio de convergência. duas vezes diferenciável, e f ′′ é contı́nua tal que
1
a) f (x) = b) f (x) = ln(e4 + x) f (−π) = f (π). Mostre que sua série de Fourier
(1 − x)3 converge uniformemente, em R para a função F :
( )
c) f (x) = cos π2 + x d) f (x) = sen(3x) R → R dada por
a0 ∑
+∞
e) f (x) = e6x f ) f (x) = xe2x
F (x) = + [an cos(nx) + bn sen(nx)]
2 n=1
Exercı́cio 229. Encontre uma representação em
série de potências para f (x) = tan−1 (x). Lembre- onde an e bn são os coeficientes de Fourier de f .
1
se que f ′ (x) = , use integração para encon- Note que a convergência não é para
1 + x2 a própria função f .
trar a série. Mostre que
Exercı́cio 234. Encontre a série de Fourier da
√ ∑+∞
(−1)n
2 3 =π função dada. K ∈ R∗ .
n=0
3n .(2n + 1)
1 − π2 ≤ x < π2
Isso, sugere uma maneira de calcular o va- a) f (x) =
lor de π como uma série infinita. −1 π2 ≤ x ≤ 3π2
x = f (t) e y = g(t)
Figura 8.1: Curva parametrizada chamadas equações paramétricas. Cada valor de t de-
termina um ponto (x, y). Quando t varia, o ponto (x, y) = (f (t), g(t)) varia e traça a
curva C que chamamos de curva parametrizada.
311
Resolução: Vamos variar t, e marcar alguns pontos
no plano xy de modo que possamos identificar a curva.
t x y t √x √y
−2π
0 −2
√
π
4
2 √2
− 3 √1 −√3
π π
3
1 3
− π4 √2 − 2 π
2
0 √2
− π6 3 −1 2π
3
−1
√ √3
0 √2 0 3π
4
−√2 2
π
6
3 1 5π
6
− 3 1
π 2 0
Figura 8.2: Gráfico de uma cir- A curva representada pelas equações pa-
cunferência
ramétricas parece ser uma circunferência de raio 2 cen-
trada na origem, observe a figura 8.2. De fato, elevando ao quadrado ambas equações
temos
x2 = 4 cos2 (t) e y 2 = 4sen2 (t).
312
Resolução: A curva representa uma parábola no eixo dos x e está apresen-
tada na figura 8.3. De fato,
x = t2 − t = (y − 2)2 − (y − 2) = y 2 − 4y + 4 − y + 2 = y 2 − 5y + 6
Exemplo 282. Determine e esboce a curva com equações paramétricas x = cos2 (t) e
y = cos(t).
313
Exemplo 284. Determine as equações paramétricas para a equação x3 + y 3 − 3axy = 0,
onde a ̸= 0. Tal curva é denominada Folium de Descartes.
x3 + t3 x3 − 3atx2 = 0 ⇔ x2 (x + t3 x − 3at) = 0
portanto,
3at
x = 0 ou x = .
1 + t3
Note que quando t = 0 satisfaz a condição de x = 0.
Logo,
3at2
y= .
1 + t3
Observe também que a condição t = 0 satisfaz y = 0.
Observe a figura 8.6 em que temos dois Folium de Descarte, com valor a = 1
o laço é no terceiro quandrante e com valor a = −1 o laço é no primeiro quadrante.
Exemplo 285. Considere dois cı́rculos de centro C1 e C2 , tais que o raio do cı́rculo de
centro C1 é maior do que o raio do cı́rculo de centro C2 . Suponha que os dois cı́rculos
se toquem somente em um ponto P . Os pontos do cı́rculo de centro C2 diferentes de
P são pontos interiores ao cı́rculo de centro C1 . Denominamos por hipocicloide o lugar
geométrico descrito pelo ponto P , quando o cı́rculo de centro C2 rola sobre o cı́rculo de
centro C1 , sem deslizar, mantendo todos os seus pontos na região limitada pelo cı́rculo
de centro C1 . Determine as equações paramétricas para o hipocicloide.
314
Resolução: Para obtermos as equações paramétricas da hipocicloide, vamos
admitir que o cı́rculo de centro C1 esteja centrado na origem. O cı́rculo com centro C2
iniciando o movimento com centro no ponto (R − r; 0) e P com posição inicial P (R; 0),
onde R é o raio maior e r o raio menor como mostra a figura 8.7.
π π π
C1 C2 P = π − t, C1 C2 N = π − θ − = − θ e N C2 P = C1 C2 N − C1 C2 P = t − − θ.
2 2 2
315
Considerando o triângulo N C2 P como mostra a figura 8.7, assim temos
π
π
π
∥QC2 ∥ = rsen t − θ − = r cos sen(t − θ) − sen cos(t − θ) = −r cos(t−θ).
2 2 2
π
π
π
∥N C2 ∥ = r cos t − θ − = r cos cos(t − θ) + sen sen(t − θ) = rsen(t − θ).
2 2 2
Logo,
x = ∥C1 M ∥ − ∥QC2 ∥ = (R − r) cos(θ) + r cos(t − θ)
y = ∥C1 A∥ − ∥N C2 ∥ = (R − r)sen(θ) − rsen(t − θ).
Como o comprimento de arco é dado por rθ, tem-se que rt = Rθ, ou seja,
Rθ
t= r
. Portanto, as equações paramétricas para o hipocicloide é dado em função de θ
por:
R−r
x = ∥C1 M ∥ − ∥QC2 ∥ = (R − r) cos(θ) + r cos θ
r
R−r
y = ∥C1 A∥ − ∥N C2 ∥ = (R − r)sen(θ) − rsen θ θ∈R
r
Exemplo 286. Determine as equações paramétricas da equação (x2 +y 2 )2 −a2 (x2 −y 2 ) =
0, onde a ̸= 0. Tal curva é denominada Lemniscata de Bernoulli.
316
Substituindo o valor de x, temos
a cos(t)
x =
1 + sen2 (t)
a cos(t)sen(t)
t ∈ [0, 2π].
y =
1 + sen2 (t)
g ′ (t)
Se f ′ (t) ̸= 0, podemos isolar F ′ (x), isto é, F ′ (x) = . Pela regra de
f ′ (t)
Leibniz, podemos escrever
dy
dy dx
= dt
dx se ̸= 0
dx dt
dt
Exemplo 287. Seja C uma curva definida pelas equações x = t3 e y = t2 − 2t.
i) Determine a equação da reta tangente a curva C no ponto P (8, 0).
ii) Encontre os pontos onde a reta tangente é horizontal ou vertical.
iii) Determine onde a curva é crescente ou decrescente, onde sua concavidade é para
cima ou para baixo.
317
b) A curva tem retas horizontais quando dy
dx
= 0, isto é, dy
dt
=0e dx
dt
̸= 0,
dy dx
0= = 2t − 2 ⇐⇒ t = 1 e 0 ̸= = 3t2
dt dt
logo, curva tem reta tangente horizontal em Q(1, −1).
dx
A curva tem reta tangente vertical quando dt
= 0, ou seja, quando t = 0, daı́
a curva tem reta tangente vertical em S(0, 0).
dy ′
d2 y d dy dy ′ dt
iii) Concavidade. Como = = = dx .
dx2 dx dx dx dt
Portanto,
dy
d2 y d
dt dx
d
dt
2t−2
3t2
d
dt
2
3t
− 2
3t2 6(2 − t)
= dx = = = .
dx2 dt
3t2 3t2 27t5
d2 y
Como, > 0 para todo t ∈ (0 , 2) a con-
dx2
cavidade é voltada para cima. A concavidade é voltada
para baixo para todo t ∈ (−∞, 0) ∪ (2, +∞) .
dy 2t − 2
Figura 8.9: Análise da Curva Ainda,
= > 0 para todo t ∈
dx 3t2
(1, +∞), neste intervalo a curva é crescente, imediatamente em t ∈ (−∞, 1) a curva é
decrescente. Observe esses resultados na figura 8.9.
318
dy dx
ii) A curva tem reta tangente horizontal em 0 = = 4t(t2 −2) e 0 ̸= = 2t,
√ √ dt dt
portanto, t = − 2 ou t = 2, isto é, no ponto P (0, −4). Note que em t = 0 temos
dx
= 0, mas o gráfico não possui necessariamente reta tangente vertical. Por quê?
dt
Quando uma curva é escrita sob a forma y = F (x), sabemos que o compri-
mento do arco no intervalo [a, b] é dado por
Ì
∫ b È ∫ b
2
dy
L= 1+ (f ′ (x))2 dx = 1+ dx.
a a dx
Suponha que a curva C possa ser escrita por equações paramétricas x = f (t)
dx
e y = g(t), α ≤ t ≤ β e que = f ′ (t) > 0 para todo α < t < β. Isso implica que C é
dt
percorrida uma vez, da esquerda para a direita, quando t aumenta de α para β, ainda
f (α) = a e f (β) = b. Assim,
Ì Í Ì
∫ 2 ∫ ( dy )2 ∫ 2 2
b dy β β dx dy
dt
L= 1+ dx = 1+ dx dx = + dt.
a dx α
dt
α dt dt
Resolução: i) Temos, dy
dθ
= rsen(θ) e dx
dθ
= r(1 − cos(θ)) > 0 para todo
0 < θ < 2π , portanto,
∫ 2π √
L = r2 sen2 (θ) + r2 (1 − cos(θ))2 dθ
0
319
∫ 2π È ∫ 2π È
= r2 (sen2 (θ) + 1 − 2 cos(θ) + cos2 (θ))dθ =r 2(1 − cos(θ))dθ
0 0
∫ √ ∫ ∫
2π θ 2π θ π
= r 2 2sen2 dθ = 2r sen dθ = 4r sen (α) dα
0 2 0 2 0
π
= −4r cos(α) = −4r(−1 − (1)) = 8r.
0
Isto é, o comprimento de um arco de uma cicloide é oito vezes o raio do cı́rculo
gerador.
ii) Temos, dy
dt
= 4t3 − 8t e dx
dt
= 2t > 0 para todo 0 < t < 2 , portanto,
∫ 2 È ∫ 2 √
L = (2t)2 + (4t3 − 8t)2 dt = 4t2 + 16t6 − 64t4 + 64t2 dt
0 0
∫ 2 È ∫ 2 È ∫ 4 √
1
= 4t2 (4t4 − 16t2 + 17)dt = 2t (2t2 − 4)2 + 1dt = u2 + 1du
0 0 2 −4
arctan (4)
1
= ln | sec(θ) + tan(θ)| + tan(θ) sec(θ)
4 arctan (−4)
1 √ √ 4
= ln | u + 1 + u| + u u + 1
2 2
4 −4
1 √ √ 1 √ √ √ √
= ln | 17 + 4| + 4 17 − ln | 17 − 4| − 4 17 = 2 17 + 12 ln( 17 + 4)
4 4
O gráfico das duas curvas estão expressos nos exemplos 283 e 288.
320
para α ≤ t ≤ β, podemos obter uma fórmula para área por substituição. Se a = f (α) e
b = f (β), temos
∫ b ∫ β
A= ydx = g(t)f ′ (t)dt.
a α
Exemplo 290. Seja C a curva x = r(θ − sen(θ)) e y = r(1 − cos(θ)). Determine a área
de um arco do cicloide. Note que a cicloide é grafico de uma função y = F (x).
∫ 2π
= r 2
(1 − 2 cos(θ) + cos2 (θ))dθ
0
2π
θ sen(2θ)
= r 2
θ − 2sen(θ) + + = r2 [2π + π] = 3πr2 .
2 4 0
321
∫ 6 ∫ 6 ∫ 6
A = F (x)dx = − f (x)dx + g(x)dx
2 2 2
∫ −2 ∫ 2
= − (t − 1)2tdt + (t − 1)2tdt
0 0
∫ 0 ∫ 2 ∫ 2
= (2t − 2t)dt +
2
(2t − 2t)dt =
2
(2t2 − 2t)dt
−2 0 −2
2
2t3
= 3
− t2 −2
= 16
3
− 4 − − 16
3
−4 = 32
3
(u m)2 .
Exemplo 292. Calcule a área limitada pelo eixo x e pela curva x = t2 − 2 e y = t4 − 4t2 .
Resolução: Como a área é limitada pelo eixo x, temos que 0 = t4 − 4t2 , isto
é, t = −2, t = 0 e t = 2. Para t ∈ (−2, 0), x percorre de 2 até −2 e, neste caso y < 0.
Se t ∈ (0, 2), x percorre de −2 até 2 e, neste caso também y < 0. Portanto, x ∈ (−2, 2).
∫ 2
2 t6
= − (2t − 8t )dt = −
5 3
− 2t4
0 3 0
322
para todo t ∈ [0, +∞) veja a figura 8.13. Logo,
∫ 8 ∫ 8 ∫ 8
A = F (x)dx = − f (x)dx + g(x)dx
2 2 2
∫ √ ∫ √
− 2 2
= − (t + t − 2)6tdt +
2
(t2 + t − 2)6tdt
0 0
∫ √ √2
2 3t4
= √ (6t 3
+ 6t 2
− 12t)dt = + 2t3 − 6t2 √
− 2 2 − 2
√ √ √
= 3
2
( 2)4 + 2( 2)3 − 6( 2)2 +
√ √ √ √
− 3
2
(− 2)4 + 2(− 2)3 − 6(− 2)2 = 8 2(u m)2 .
323
No sistema polar podemos considerar
r negativo. Neste caso, o ponto estará no pro-
longamento do lado terminal do ângulo, que é a
semi-reta que parte da origem estendendo-se no
sentido oposto do lado terminal. Se P estiver so-
bre o prolongamento do lado terminal do ângulo
de medida θ rad o conjunto de coordenadas po-
lares será (r, θ), onde r = −|OP |. Seja r > 0
Seja a origem O coincidente para os dois sistemas, o eixo polar como o semi-
π
eixo x positivo e a semi-reta para a qual θ = 2
como o semi-eixo y positivo.
Suponha que P seja o ponto que tenha (x, y) como representação num sistema
de coordenadas cartesianas retangulares e (r, θ) em coordenadas polares.
324
Se as coordenadas cartesianas retangulares (x, y) são conhecidas, então das
equações em (⋆) obtemos para x ̸= 0
y rsen(θ)
= = tan(θ)
x r cos(θ)
e ainda,
x2 + y 2 = r2 cos2 (θ) + r2 sen2 (θ) = r2 (cos2 (θ) + sen2 (θ)) = r2 .
325
Exemplo 295. Esboçe a curva com equação r = 4 cos(θ).
π π π
Resolução: Atribuı́mos valores θ = 2
, θ = 3
, θ = 4
,
θ = π6 , θ = 0, θ = 5π
θ = 2π
63
, θ= 3π
4
,
, para determinarmos
√ √
os raios r = 0, r = 2, r = 2 2, r = 2 3, r = 4, r =
√ √
−2 3, r = −2 2, r = −2, respectivamente. Localizamos
tais pontos no plano no sistema de coordenadas polares, se
atribuı́rmos mais uma quantidade suficientemente grande
de pontos somos capazes de inferir que tal gráfico é uma
326
1
para 2π o raio aumenta de 2
até 32 . Podemos ir traçando o lugar geométrico suavemete
de modo a obtermos um esboço do gráfico. Note ainda que para qualquer valor de θ o
raio é positivo como verifica-se no gráfico dado no sistema cartesiano rθ.
327
Usando o método para equações paramétricas e a regra do produto temos
dy dr dr
dy dθ dθ
sen(θ) + r cos(θ) dθ
sen(θ) + f (θ) cos(θ)
= = =
dx dx
dθ
dr
dθ
cos(θ) − rsen(θ) dr
dθ
cos(θ) − f (θ)sen(θ)
3
Exemplo 298. Seja a curva C dada por r = 2
+ sen(3θ).
1 π 5 π
i) Determine a equação da reta tangente a curva nos pontos P1 ,
2 2
, P2 ,
2 6
(Coor-
3
denadas Polares) e em P3 2
, 0 (Coordenadas Cartesianas).
dr
dy dθ
sen(θ) + r cos(θ) 3 cos(3θ)sen(θ) + r cos(θ)
= = .
dx dr
dθ
cos(θ) − rsen(θ) 3 cos(3θ) cos(θ) − rsen(θ)
√
5 π 5 3 5 π 5
Ainda, x = r cos(θ) = 2
cos 6
= 4
e y = rsen(θ) = 2
sen 6
= 4
,
portanto, a equação da reta tangente passando por P2 é dada por
( √ )
√ 5 3 5 √
y =− 3 x− + = − 3x + 5.
4 4
328
3 1
quando r = 2
e θ = 0. O coeficiente angular da reta tangente passando por P3 é 2
ea
equação da reta tangente é
1 3 x 3
y= x− = −
2 2 2 4
√
0≤θ≤ 2
π 1
quando r=
3 y 2
= = tan(θ) ⇔
3 x
π ≤ θ ≤ 3π
2
quando r = − 21 .
329
A equação da reta tangente é dada por
√ ( √ )
3 3 1
y= x− + .
7 4 4
dy
0 = = dr
dθ
sen(θ) + r cos(θ) = −2sen(2θ)sen(θ) + cos(2θ) cos(θ)
dθ
= −4sen2 (θ) cos(θ) + cos(θ)[cos2 (θ) − sen2 (θ)] = cos(θ)[1 − 6sen2 (θ)].
√ √
Figura 8.26: Raı́zes para o problema da função sen(x) = − 6
6
e sen(x) = 6
6
no intervalo [0, 2π]
dx
0 = = dr
dθ
cos(θ) − r sin(θ) = −2sen(2θ) cos(θ) − cos(2θ) sin(θ)
dθ
= −4sen(θ) cos2 (θ) − sin(θ)[cos2 (θ) − sen2 (θ)] = sin(θ)[1 − 6 cos2 (θ)].
√ √
Figura 8.27: Raı́zes para o problema da função cos(x) = − 6
6
e cos(x) = 6
6
no intervalo [0, 2π]
Observe que os valores que anulam um dos diferenciais não anulam o outro,
dy
desta forma os valores que anulam , correspondem aos pontos onde a curva tem reta
dθ
330
dx
tangente horizontal e os valores que anulam , correspondem aos pontos onde a curva
dθ
tem reta tangente vertical.
Exemplo 300. Para a curva C dada por r = 1 − sen(θ), determine os valores de θ para
os quais a curva tenha retas tangentes verticais.
dx
0 = = dr
dθ
cos(θ) − r sin(θ) = − cos(θ) cos(θ) − (1 − sen(θ)) sin(θ)
dθ
cos(θ)[1 − 2sen(θ)]
= lim = +∞
θ→ 2 π+ (2sen(θ) + 1)(sen(θ) − 1)
O limite pela esquerda fica de exercı́cio. Desta forma existe reta tangente
π
vertical a curva para θ = .
2
331
8.2.4 Área de Regiões em Coordenadas Polares
r2 θ
Sabemos que a área de uma região cı́rcular é A = 2
. Então a partir desta
equação podemos deduzir uma fórmula para o cálculo de áreas de regiões em coordenadas
polares. Seja r = f (θ) uma curva em coordenadas polares, então a área compreendida
por um raio em rotação que passa por O (pólo) com um ângulo inicial α e um ângulo
final β, veja a figura 8.29 é determinada pela integral.
∫ ∫
β r2 β [f (θ)]2
A= dθ = dθ.
α 2 α 2
Figura 8.29: Área de veja a figura 8.30 neste caso a equação para o cálculo da área
região polar é dado por
∫
β [f (θ)]2 [g(θ)]2
A= − dθ
α 2 2
Figura 8.30: Área entre Resolução: Primeiramente notemos que as curvas se inter-
duas curvas polares ceptam em θ = 0, θ = π
, θ = π
, θ = 3π
, θ = π, θ = 5π
,
4 2 4 4
3π 7π
θ= 2
, θ= 4
, veja a figura 8.31. Determinar tais pontos não
é uma tarefa das mais simples, igualar os raios chegarı́amos
a uma equação da forma sin(5θ) + sen(3θ) = 0, ou ainda,
sin(5θ) = −sen(3θ) = sen(−3θ), obiviamente para θ = 0 e
θ = π a igualdade é verificada.
logo,
∫ 2
A1 = cos(2θ) − sen(3θ) + 2 dθ
∫
= cos2 (2θ) + 4 cos(2θ) − 2 cos(2θ)sen(3θ) − 4sen(3θ) + sen2 (3θ) + 4 dθ
∫ ∫ ∫ ∫
1 + cos(4θ)
= dθ + 4 cos(2θ)dθ − (sen(5θ) + sen(θ))dθ − 4 sen(3θ)dθ
2
∫ ∫
1 − cos(6θ)
+ dθ + 4 dθ
2
θ sen(4θ) cos(5θ) 4 cos(3θ) θ sen(6θ)
= + + 2sen(2θ) + + cos(θ) + + − + 4θ
2 8 5 3 2 12
sen(4θ) cos(5θ) 4 cos(3θ) sen(6θ)
= + 2sen(2θ) + + cos(θ) + − + 5θ + C1
8 5 3 12
Segundo,
2
cos(2θ) + sen(5θ) + 2 = cos2 (2θ)+4 cos(2θ)+2 cos(2θ)sen(5θ)+4sen(5θ)+sen2 (5θ)+4.
Assim,
∫ 2
A2 = cos(2θ) + sen(5θ) + 2 dθ
∫
2 2
= cos (2θ) + 4 cos(2θ) + 2 cos(2θ)sen(5θ) + 4sen(5θ) + sen (5θ) + 4 dθ
333
∫ ∫ ∫ ∫
1 + cos(4θ)
= dθ + 4 cos(2θ)dθ + (sen(7θ) + sen(3θ))dθ + 4 sen(5θ)dθ
2
∫ ∫
1 − cos(10θ)
+ dθ + 4 dθ
2
θ sen(4θ) cos(7θ) cos(3θ) 4 cos(5θ) θ sen(10θ)
= + + 2sen(2θ) − − − + − + 4θ
2 8 7 3 5 2 20
sen(4θ) cos(7θ) cos(3θ) 4 cos(5θ) sen(10θ)
= + 2sen(2θ) − − − − + 5θ + C2
8 7 3 5 20
Portanto,
∫
1
A = [f (θ)]2 − [g(θ)]2 dθ
2
1 cos(7θ) 5 cos(3θ) sen(10θ) sen(6θ)
= cos(5θ) + + + cos(θ) + − +K .
2 7 3 20 12
Logo,
∫ 2π ∫ π
2
AT = 2A1 + 2A2 = 7π
(f (θ)) − (g(θ)) dθ +
2 2
π
(f (θ))2 − (g(θ))2 dθ
4 4
2π
cos(7θ) 5 cos(3θ) sen(10θ) sen(6θ)
= cos(5θ) + + + cos(θ) + −
7 3 20 12 7π
4
π
cos(7θ) 5 cos(3θ) sen(10θ) sen(6θ) 2
+ cos(5θ) + + + cos(θ) + −
7 3 20 12 π
4
= complete os cálculos
334
O cálculo integral é o mesmo que o anterior contudo mudamos a ordem das
diferenças das áreas, isto é,
∫ β
1
A= ([g(θ)]2 − [f (θ)]2 )dθ.
2 α
π
cos(7θ) 5 cos(3θ) sen(10θ) sen(6θ) 4
= − cos(5θ) − − − cos(θ) − +
7 3 20 12 0
3π
cos(7θ) 5 cos(3θ) sen(10θ) sen(6θ) 2
+ − cos(5θ) − − − cos(θ) − +
7 3 20 12 5π
4
= complete os cálculos
335
Note na figura 8.34 que a área do laço não é con-
tabilizada duas vezes, isso ocorreria se o intervalo fosse de
0 ≤ θ ≤ 2π.
∫
(1 − cos(θ) + sen(θ))2
3π
2
A = dθ
0 2
∫ 3π
2
= (1 − cos(θ) + sen(θ) − sen(θ) cos(θ)) dθ
0
Portanto,
2 2 2 2
dx d dr dr
+ = cos(θ) − rsen(θ) + sen(θ) + r cos(θ)
dθ dθ dθ dθ
2
dr dr
= cos2 (θ) − 2r cos(θ)sen(θ) + r2 sen2 (θ)
dθ dθ
2
dr dr
+ sen2 (θ) + 2r sen(θ) cos(θ) + r2 cos2 (θ)
dθ dθ
2
dr
= + r2 .
dθ
336
Assumindo que f ′ é contı́nua, o comprimento da curva r = f (θ), α ≤ θ ≤ β é
Ì
∫ β
2
dr
C= r2 + dθ.
α dθ
Ì
∫ È ∫
2π 2π (2 − 2sen(θ))(2 + 2sen(θ))
= 2 − 2sen(θ)dθ = dθ
0 0 (2 + 2sen(θ))
∫
È ∫
È ∫
È
2π 4 − 4sen2 (θ) 2π 2 1 − 1sen2 (θ) 2π 2 cos2 (θ)
= È dθ = È dθ = È dθ
0 2 + 2sen(θ) 0 2 + 2sen(θ) 0 2 + 2sen(θ)
∫ π ∫ 3π ∫ 2π
2 2 cos(θ) 2 2 cos(θ) 2 cos(θ)
= È dθ − π
È dθ + 3π
È dθ
0 2 + 2sen(θ) 2 2 + 2sen(θ) 2 2 + 2sen(θ)
∫ 4 ∫ 0 ∫ 2
¨
du du du u = 2 + 2sen(θ)
= √ − √ + √
2 u 4 u 0 u du = 2 cos(θ)dθ
∫ ∫ ∫ ∫
4 du 2 du 4 du 4 du √ 4
= √ + √ + √ =2 √ = 4 u = 8
0 u 0 u 2 u 0 u
0
Resolução: Os valores θ = 5π
3
= − π3 e θ = π
3
são os pontos
Figura 8.35: Área entre as de intersecção entre as duas curvas. Considere A1 a área do
Curvas cı́rculo no intervalo dado e A2 a área do cardioide, conforme
337
mostra a figura 8.35. Logo a área é dada por:
∫ π ∫ π
1 3 3
A = A1 − A2 = (3 cos(θ)) dθ − 2
(1 + cos(θ)) dθ 2
2 − π3 − π3
∫ π ∫ π
1 3 3
= 9 cos (θ)dθ −
2
(1 + 2 cos(θ) + cos (θ))dθ 2
2 − π3 − π3
∫ π ∫ π
1 3 1 3
= (8 cos (θ) − 2 cos(θ) − 1)dθ =
2
(4 cos(2θ) − 2 cos(θ) + 3)dθ
2 −3
π 2 π
3
π
3
= [2sen(2θ) − 2sen(θ) + 3θ] = 2sen 2π
3
− 2sen π
3
+π =π
0
∫ π √
∫ ∫ π È
π π
È 3 2 sen2 (θ)
3 3 3
= 3dθ + 2 + 2 cos(θ)dθ = 3θ + π È dθ
− π3 − π3 −π −3 1 − cos(θ) 3
√ ∫ 0 −sen(θ)
∫ π
sen(θ)
= 2π + 2 dθ
3
È dθ + È
− π3 1 − cos(θ) 0 1 − cos(θ)
√ È √ È π
2 1 − cos(θ) 0 2 1 − cos(θ) 3
= 2π −
π
+ = 2π + 1
2 − 2 0 3
Exercı́cio 236. Respondam os item i) e ii) considerando as curvas polares dadas por
338
que é um absurdo. Logo, igualando r1 = −r2 temos, 2 cos(4θ) + 2sen(2θ) − 1 = 0. Como
cos(4t) = 1 − 2sen2 (2t) obtemos a seguinte equação −4sen2 (2θ) + 2sen(2θ) + 1 = 0.
Pondo X = sen(2t), devemos determinar as raı́zes para as
equações −4X 2 + 2X + 1 = 0, as raı́zes são dadas por X1 =
√ √
1− 5
4
≈ −0, 309017 e X2 = 1+ 5
4
≈ −0, 809017. Portanto,
√
sen(2t) = 1− 5
4
, existindo 4 valores distinto de t ∈ [0, 2π].
√ √
1− 5 1− 5
Figura 8.37: Raı́zes para a equação sen(γ) = − e sen(γ) = .
4 4
Vamos mostrar que as duas curvas são simétricas em relação a origem, isto
339
é, o valor funcional para θ e θ + π são iguais.
Portanto, cada uma das áreas possuem a mesma medida, ainda |r1 π
2
| =
| cos(2π) + sen(π) − 4| = 3 < |r2 π
2
| = | cos(2π) + sen(π) + 3| = 4. Logo o cálculo da
área total é dado por
∫ 11π
20
AT = 2 7π
(cos(4θ) + sen(2θ) + 3)2 − (4 − cos(4θ) − sen(2θ))2 dθ
20
340
Exercı́cios
Exercı́cio 237. Esboce a curva (use um software) Exercı́cio 239. Encontre as equações pa-
dada pelas equações paramétricas. Indique com ramétricas para as curvas dadas em equações
uma seta a orientação da curva no domı́nio dado. cartesianas.
√
i- x = 4 + 8t + 4, y = t2 − t; 0 ≤ t ≤ 4 i- 27ay 2 = 4x3 ; a ̸= 0
iii- x = e3t , y = et + 2; t ∈ R
3at 3a
iv- x = ,y= ; t ̸= −1
1 + t3 1 + t3
v- x = 3at2 , y = 2at3 ; t ∈ R
cos(t) cos(t)sen(t)
xi- x = ,y= ; 0 ≤ t ≤ 2π
1 + sen2 (t) 1 + sen2 (t)
xii- x = r cos3 (t), y = rsen3 (t); 0 ≤ t ≤ 2π
xiii- x = 2 + t, y = 3 − t2 ; t ∈ R
341
Exercı́cio 242. Sejam R e r números fixos, en- Exercı́cio 245. A epitrocóide é uma rolete des-
contre as equações paramétricas para a curva do crita por um ponto P para o qual ao rolar um
conjunto de todos os P , confomre a figura abaixo cı́rculo de raio r externamente ao redor de outro
ao girar o ângulo θ. Sempre com o segmento AB cı́rculo fixo de raio R, sem deslizar, o ponto P des-
tangente ao cı́rculo de raio R. Use um software creve o lugar geométrico da epitrócoide, O ponto P
para fazer um esboço do gráfico. está a uma distânica d do centro do cı́rculo de raio
r (externo). Observe a figura abaixo. Determine
as equações paramétricas epitrocóide.
342
Exercı́cio 248. Determine as equações das retas Exercı́cio 251. Determine o intervalo para o
tangentes, horizontais e verticais dado pelo par qual a curva possui concavidade para cima e/ou
ordenado de equações paramétricas. concavidade para baixo.
i- x = t2 − t, y = t2 + t; t ∈ R. i- x = 3 cos(t), y = 2sen(t).
t ∈ R. v- x = t3 + 2t, y = et − 1.
v- x = cos(t)sen(t), y = cos(t).
viii- x = t2 + 1, y = 2t2 .
343
Exercı́cio 254. As equações paramétricas do mo- Exercı́cio 259. Dada as equação polar. Calcule a
vimento de uma √ partı́cula no plano são dadas por área da região sombreada conforme a figura abaixo,
θ
x = 3t e y = 2 t3 . Qual será a distância per- onde r = e 6 .
corrida pela partı́cula entre os instantes t = 0 e
t = 2?
ii- x = 2 + et , y = 2t + t2 e pela y = 3.
Exercı́cio 256. Determine a equação da reta Exercı́cio 260. Dadas as equações polares. Cal-
tangente vertical e/ou horizontal, se existir para cule a área das região sombreada conforme a figura
cada uma das equações polares. Use um software abaixo, onde r = 3sen(3θ) e r = 2 + sin(3θ).
e plote as curvas.
i- r = 6 + 3 sec(θ); θ ∈ [0, π]
[ ]
ii- r = 3 + 2 csc(θ); θ ∈ − π2 , π
2
θ2
v- r = ; θ ∈ [0, 6π]
6
√ Exercı́cio 261. Dadas as equações polares. Cal-
vi- r = 25 θ; θ ∈ [0, 6π] cule a área das região sombreada conforme a figura
abaixo, onde r = sen(3θ) e r = cos(3θ).
Exercı́cio 257. Determine a equação da reta
tangente no ponto dado.
π
i- r = 6 + 3 sec(θ); θ ∈ [0, π] e θ =
3
[ π π] π
ii- r = 3 + 2 csc(θ); θ ∈ − 2 , 2 e θ =
8
π
iii- r = 8 cos(θ) cot(θ); θ ∈ [0, π] e θ =
4
[ π π] π
iv- r = 8sen(θ) tan(θ); θ ∈ − 2 , 2 e θ =
6
2
θ π
v- r = ; θ ∈ [0, 6π] e θ =
6 6
√ π2 Exercı́cio 262. Calcule a área da região situada
vi- r = 25 θ; θ ∈ [0, 6π] e θ = simultaneamente no interior dos seguintes pares
4
de curvas:
Exercı́cio 258. Dadas as equações polares. Cal- i- r = 3 cos(θ) e r = 1 + cos(θ).
cule a área das região sombreada conforme a figura
abaixo, onde r = 1 e r = 2 cos(2θ). ii- r = 1 + cos(θ) e r = 1.
344
Exercı́cio 263. Encontre a área da região interior Exercı́cio 267. Determine o comprimento da es-
à cardioide r = 2 + 2 cos(θ) e interior ao cı́rculo piral r = eθ , para θ ∈ [0, 2π].
r = 3.
Exercı́cio 268. Determine o comprimento para
Exercı́cio 264. Calcule o comprimento da curva do arco dado pela região determinada √ pela inter-
dada por r = sen(θ), para θ ∈ [0, π]. secção das curvas r = 2 cos(θ) e θ = 2.
Exercı́cio 265. Calcule o comprimento da curva Exercı́cio 269. Determine o comprimento para
dada por r = sec(θ), para θ ∈ [− π4 , π4 ]. do arco dado pela curva r = 4θ , 0 ≤ θ ≤ 2π.
Exercı́cio 266. Determine o comprimento para Exercı́cio 270. Calcule a área limitada pelo plano
do arco dado pela curva r = θ6 , 0 ≤ θ ≤ 2π. y ≥ 0 e pela curva x = t3 − 3t2 + 6t − 3 e y =
2t3 − 6t2 + 4.
345
Capı́tulo 9
O Espaço n-dimensional
Rn = {(x1 , x2 , x3 , · · · , xn ); xi ∈ R e i = 1, 2, · · · , n}.
R2 = {(x1 , x2 ); xi ∈ R e i = 1, 2, }
R3 = {(x1 , x2 , x3 ); xi ∈ R e i = 1, 2, 3}.
346
ao número real positivo dado por
È
∥p1 − p2 ∥ = (y1 − x1 )2 + (y2 − x2 )2 + (y3 − x3 )2 + · · · + (yn − xn )2 .
347
Definição 9.5. Seja E ⊂ Rn . Dizemos que p0 ∈ E é um ponto interior de E se existir
r > 0 tal que
Br (p0 ) ⊂ E
Definição 9.6. Um conjunto E ⊂ Rn é dito aberto quando todos os seus pontos são
interiores.
348
Definição 9.8. Seja E ⊂ Rn . Dizemos que p0 ∈ Rn é um ponto de acumulação de E se
para todo r > 0 tivermos
Br (p0 ) ∩ (E \ {p0 }) ̸= ∅.
Definição 9.10. Um conjunto E ⊂ Rn é dito ser fechado se possui todos os seus pontos
de acumulação.
Exemplo 310. Seja E = [1, 4]×]2, 4[∪{(5, 3), (5, 4)} um subconjunto do R2 .
Os pontos do conjunto
A = {(x, y) ∈ R2 ; y = 2, y = 4 e 1 ≤ x ≤ 4}
◦
B = {(x, y) ∈ R2 ; x = 1, x = 4 e 2 ≤ y ≤ 4}∪ E .
349
Ainda dizemos que p0 = p1 se, e somente se xi = yi , para cada i = 1, 2, · · · , n,
ou seja, cada componente de coordenada de um ponto deve ser igual a componente de
coordenada do outro.
ou simplesmente,
350
Capı́tulo 10
Definição 10.1. Uma função real f de duas variáveis reais x e y é uma função que a
cada ponto (x, y) do seu domı́nio, associa um único número real z = f (x, y).
f : Dom(f ) ⊂ R2 → R
(x, y) 7→ f (x, y)
Df = {(x, y) ∈ R2 , x − y 2 ≥ 0}
351
Resolução: Lembremos que a a função logaritmo para
números reais existe somente para números positivos. As-
sim devemos ter x + y > 0 para todo (x, y) ∈ R2 . Como f
é definida com um quociente temos a condição ainda de que
y − x2 ̸= 0.
A intersecção dos dois conjuntos formam o domı́nio para a função f (x, y),
isto é, Df (x, y) = {(x, y) ∈ R2 , x + y > 0 e y − x2 ̸= 0}. Veja veja a figura 10.2, cujo
domı́nio é a região em acherrada na representação geométrica.
352
O parabolóide circular f (x, y) = x2 + y 2 é o gráfico
de f , conforme a figura 10.7.
353
A intersecção da superfı́cie com planos paralelos ao plano yz (x = constante)
nos fornecem parábolas com concavidade voltada para cima (eixo dos z).
Dada uma superfı́cie z = f (x, y) e para cada z = z0 a função passa a ser uma
função de uma única variável ou fica definida implicitamente, a projeção desta curva no
plano xy determina o que chamaremos curva de nı́vel.
Definição 10.3. As curvas de nı́vel de uma função f de duas variáveis são os subcon-
juntos do plano xy sobre os quais f tem diferentes valores constantes.
354
Resolução: Fixado z = 0 então x2 −y 2 = 0 se, e somente
se y = ±x.
355
10.3 Funções de Várias Variáveis Reais
f : Dom(f ) ⊂ Rn → R
(x1 , x2 , x3 , · · · , xn ) 7→ f (x1 , x2 , x3 , · · · , xn )
Da mesma forma que estudamos curvas de nı́vel para função de duas variáveis,
podemos considerar as superfı́cies de nı́vel para funções de três variáveis.
Definição 10.5. As superfı́cies de nı́vel de uma função f de três variáveis são os sub-
conjuntos do espaço R3 onde f assume diferentes valores constantes.
356
Fixado w = 2 então x2 + y 2 + z 2 = 2, esfera centrada na origem de raio
√
r= 2.
f : Dom(f ) ⊂ Rn → Rm
p 7→ f (p) = (f1 (p), f2 (p), · · · , fm (p)).
357
E, q = f (p) = (f1 (p), f2 (p), · · · , fm (p)) ∈ Rm e cada fi (p) é uma coordenada
de Rm , dizemos ainda que fi (p) são funções coordenadas.
i) f : Dom(f ) ⊂ R2 → R2
(x, y) 7→ f (x, y) = (f1 (x, y), f2 (x, y)) = (x, −y)
ii) f : Dom(f ) ⊂ R2 → R3
(x, y) 7→ f (x, y) = (f1 (x, y), f2 (x, y), f2 (x, y)) = (x, y, x2 + y 2 )
Exemplo 324. Determine o domı́nio para as funções e quando possı́vel faça uma repre-
sentação geométrica. √ 2
√ x − y2
i) f (x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 − 4 ii) f (x, y, z) =
x+z
√
iii) f (x, y, z) = (x + y, ln(y − z), x+z −y)
= {(x, y, z) ∈ R3 , x2 + y 2 + z 2 ≥ 4}.
358
Para o último item devemos determinar o domı́nio de cada uma das funções
coordenadas e então a intersecção desses domı́nios determinam o domı́nio da função
vetorial f .
Df = {(x, y, z) ∈ R3 , y − z > 0 e x + z − y ≥ 0}
= {(x, y, z) ∈ R3 , y > z e x ≥ y − z}
10.4.1 Curvas no Rn
359
Resolução: Consideremos x = a cos(t) e y = b sen(t) então
x2 y 2 a2 cos2 (t) b2 sen2 (t)
+ = + =1
a2 b2 a2 b2
Logo, a imagem do caminho α é a elipse, como mostra a figura 10.18.
Quando y estiver definida por partes como função de x, pode-se definir α por
partes como função de t, de forma inteiramente análoga.
360
Resolução: Consideremos os intervalos I1 = [−3, −1],
I2 = (−1, 1) e I3 = [1, 2] e para cada t ∈ I = I1 ∪ I2 ∪ I3 ,
definimos α(t) como segue.
(t, t2 + 2) se − 3 ≤ t ≤ −1
α(t) = (t, 2t + 5) se − 1 < t < 1
(t, −t2 + 8) se 1 ≤ t ≤ 2
361
Exercı́cios
Exercı́cio 272. Seja f (x, y) = ln(x + y − 1). Exercı́cio 277. Você acha que possa existir uma
a) Calcule f (2, 1), f (1, 2), f (e, 1), f (1, e). bijeção do R2 em R? Justifique sua afirmação.
Então f é injetora?
b) Determine e esboce o domı́nio de f . Exercı́cio 278. Considere h(x, y) = f (g(x, y)).
c) Determine a imagem de f . Determine a composição e ache√o domı́nio de h.
√ a) f (t) = sen−1 (t) e g(x, y) = 1 − x2 − y 2
Exercı́cio 273. Seja f (x, y) = 1 + x − y 2 .
a) Calcule f (2, 1), f (5, 2). Então f não é inje- b) f (t) = et e g(x, y) = x2 ln(y + 1)
tora? √
b) Determine o domı́nio e a imagem de f . c) f (t) = t e g(x, y) = x + y
362
Capı́tulo 11
11.1 Limites
se dado ϵ > 0 existe δ > 0 tal que se p ∈ D e 0 < d(p, p0 ) < δ então |f (p) − L| < ϵ.
|(2x + 3y) − 11| = |2x − 2 + 3y − 9| = |2(x − 1) + 3(y − 3)| ≤ 2|x − 1| + 3|y − 3|.
363
Queremos encontrar δ > 0 tal que 0 < d((x, y), (1, 3)) < δ, isto é,
È
d((x, y), (1, 3)) = (x − 1)2 + (y − 3)2 < δ.
È È
|x − 1| = (x − 1)2 ≤ (x − 1)2 + (y − 3)2 < δ e
È È
|y − 3| = (y − 3)2 ≤ (x − 1)2 + (y − 3)2 < δ.
Assim,
ϵ
Tomando então δ ≤ , a definição é satisfeita.
5
Exemplo 330. Mostre que o lim (3x2 + y) = 5.
(x,y)→(1,2)
Resolução: Vamos mostrar que dado ϵ > 0 existe δ > 0 tal que se 0 < d((x, y), (1, 2)) <
δ então |(3x2 + y) − 5| < ϵ.
Queremos encontrar δ > 0 tal que 0 < d((x, y), (1, 2)) < δ, isto é,
È
d((x, y), (1, 2)) = (x − 1)2 + (y − 2)2 < δ.
È È
|x − 1| = (x − 1)2 ≤ (x − 1)2 + (y − 2)2 < δ e
È È
|y − 2| = (y − 2)2 ≤ (x − 1)2 + (y − 2)2 < δ.
364
Assim,
|(3x2 + y) − 5| ≤ 3|x − 1||x + 1| + |y − 2| < 3.δ.3 + δ = 10δ ≤ ϵ.
§
ϵª §
ϵ ª
Então, δ ≤ min 1, a definição é satisfeita. Logo, δ ∈ 0, min 1,
10 10
Exemplo 331. Seja f (x, y) uma função de duas variáveis cujo domı́nio seja todo o
plano R2 . Ainda que, p0 = (0, 0). Podemos nos “aproximar”de p0 utilizando vários
caminhos, donde podemos citar
..
...
..
..
... ..
..
.. S2
... ...
...
↙
... ...........................................
... .. ..........
... ...
. ...... .......
..... ... S
... .. .....
.... ... .... 3
... .
...
...
.... .... ...
↘ ↙ .... ...
.... ...
←− | S1 .....
..... .. ..
|
...... .
. ...
| | |
........... ...
.. .
......................
(0, 0) (1, 0) (−1, 0) (0, 0) (1, 0) (0, 0) (1, 0) (2, 0)
acumulação de S, então
lim f (p) = L.
p→p0
p∈S
365
através de dois conjuntos distintos de pontos contidos em D e que possuem p0 como
ponto de acumulação, então lim f (p) não existe.
p→p0
xy
Exemplo 332. Seja f (x, y) = tal que (x, y) ̸= (0, 0). Encontre o lim f (x, y),
x2 + y2 (x,y)→(0,0)
se tal limite existir.
Resolução: Observemos, que (0, 0) é ponto de acumulação do Dom(f ) e, portanto, faz
sentido pensarmos em tomar lim f (x, y). No entanto, consideremos
(x,y)→(0,0)
Assim,
x.0
lim f (x, y) = lim+ = lim 0 = 0
(x,y)→(0,0) x→0 x2 + 02 x→0+
(x,y)∈S1
e
x.x 1 1
lim f (x, y) = lim = lim = .
(x,y)→(0,0) x→0 x2 +x 2 x→0 2 2
(x,y)∈S2
não podemos afirmar que o limite exista e seja L contudo, seria um forte candidato a ser
limite. Quando isso ocorre deve-se mostrar via definição tal conjectura.
4x4 y 2
Exemplo 333. Seja f (x, y) = tal que (x, y) ̸= (0, 0). Encontre o lim f (x, y),
x4 + y 4 (x,y)→(0,0)
se tal limite existir.
Resolução: Observemos, que (0, 0) é ponto de acumulação do Dom(f ) e, portanto, faz
sentido pensarmos em tomar lim f (x, y). Consideremos m, n ∈ R∗ e sejam
(x,y)→(0,0)
366
Assim,
e
4x4 n2 x4 4n2 x4 x4 4n2 x4
lim f (x, y) = lim = lim = lim =0
(x,y)→(0,0) x→0 x4 + n4 x8 x→0 x4 (1 + n4 x4 ) x→0 1 + n4 x4
(x,y)∈Sn
De fato, devemos mostrar que para todo ϵ > 0 existe δ > 0 tal que
√ 4x4 y 2
0 < d((x, y), (0, 0)) = x2 + y 2 < δ implica 4 − 0
< ϵ.
x + y4
√
Note que, x4 ≤ x4 + y 4 e |y 2 | = |y|2 ≤ ( x2 + y 2 )2 , assim,
4x4 y 2
√ È
4|x4 ||y 2 | 4|x4 + y 4 |( x2 + y 2 )2
4
x + y4
= ≤ = 4( x2 + y 2 )2 < 4δ 2 ≤ ϵ
|x4 + y 4 | |x4 + y 4 |
√
ϵ
Tal δ existe, basta tomar δ ≤ e a afirmação é verificada.
2
x6 + y 5
Exemplo 334. Mostre que o limite para f (x, y) = quando (x, y) → (0, 0) não
x3 y
existe.
Sq = {(x, y) ∈ R2 , y = qx2 + x; q ̸= 0}
e os caminhos
Logo,
x6 + y 5 x6 + n5 x5 x2 + n5 x
lim = lim = lim =0
(x,y)→(0,0) x3 y (x,y)→(0,0) nx4 (x,y)→(0,0) n
(x,y)∈Sn (x,y)∈Sn (x,y)∈Sn
367
x6 + y 5 x6 + m5 x10 x + m5 x5
lim = lim = lim =0
(x,y)→(0,0) x3 y (x,y)→(0,0) mx5 (x,y)→(0,0) m
(x,y)∈Sm (x,y)∈Sm (x,y)∈Sm
6 5 6 5 5
x +y x + x (qx + 1) x2 + x(qx + 1)5
lim = lim = lim =0
(x,y)→(0,0) x3 y (x,y)→(0,0) x4 (qx + 1) (x,y)→(0,0) qx + 1
(x,y)∈Sq (x,y)∈Sq (x,y)∈Sq
Nesta altura, poderı́amos conjecturar que tal limite existe e seja zero (0).
Mas, o cálculo do limite para os outros caminhos não são zero.
x6 + y 5 s6 y 12 + y 5 s6 y 7 + 1
lim = lim = lim = +∞
(x,y)→(0,0) x3 y (x,y)→(0,0) s3 y 7 (x,y)→(0,0) s3 y 2
(x,y)∈Ss (x,y)∈Ss (x,y)∈Ss
x6 + y 5 x6 + t5 x15 1 + t5 x9 1
lim 3
= lim 6
= lim = .
(x,y)→(0,0) xy (x,y)→(0,0) tx (x,y)→(0,0) t t
(x,y)∈St (x,y)∈St (x,y)∈St
m3 x3q−1 1
= lim = 0, q ̸
=
(x,y)→(0,0) 8m12 x12q−4 − 6 3
(x,y)∈S
Ê
n3 y 3(t−3) n3 4
se t = 3 e n ̸=
4
= lim = ,
(x,y)→(0,0) 8 − 6n4 y 4(t−3) 8 − 6n4 3
(x,y)∈Snt
368
11.2 Funções Contı́nuas de Várias Variáveis Reais
ϵ > 0 existe δ > 0 tal que se d(p, p0 ) < δ e p ∈ D então |f (p) − f (p0 )| < ϵ.
Já vimos que lim f (x, y) não existe e, portanto, f não é contı́nua em
(x,y)→(0,0)
(0, 0)
Mas,
È È
x2 + y 2 = (x − 0)2 + (y − 0)2 = d((x, y), (0, 0)) < δ então x2 + y 2 < δ 2 ,
√
donde |x2 + y 2 − 0| < δ 2 < ϵ se, e somente se δ < ϵ.
√
Basta então tomarmos δ < ϵ.
369
Teorema 11.5. Se f e g forem funções contı́nuas em p0 ∈ D, onde f, g : D ⊂ Rn → R.
Então
i) kf será contı́nua em p0 para toda constante k ∈ R
ii) f ± g será contı́nua em p0 iii) f.g será contı́nua em p0
iv) f /g = f
g
será contı́nua em p0 , desde que g(p0 ) ̸= 0.
função composta (f ◦ g) em p0 é
370
Note que (x, y) = (2, 1) está no domı́nio de g e g(2, 1) = 2.1 − 1 = 1, além
disso f é contı́nua em 1, assim
lim (f ◦ g)((x, y)) = f lim g((x, y)) = ln(2.1 − 1) = ln(1) = 0.
(x,y)→(2,1) (x,y)→(2,1)
371
Exercı́cios
xy + xz 2 + yz 2
Exercı́cio 280. Para cada função f é dado m) lim √
(x, y, z)→(0, 0, 0) x2 + y 2 + z 4
lim f (x, y) = L e/ou x6 + yz 5
(x, y)→(x0 , y0 ) n) lim
(x, y, z)→(0, 0, 0) x8 + y 2 + z 8
lim f (x, y, z) = K.
(x, y, z)→(x0 , y0 , z0 ) x4 + y 4 − z 4
o) lim
(x, y, z)→(0, 0, 0) x4 + y 4 + z 4
Determine δ > 0 de modo que para todo ϵ > 0 tal
que ∥X − X0 ∥ < δ então |f (X) − L| < ϵ. x4 + yx3 + x2 z 2
p) lim
a) lim (3x + 4y) = 17 (x, y, z)→(0, 0, 0) x4 + y 4 + z 4
(x, y)→(3, 2)
f) lim (x2 + y 2 + z 2 ) = 3
(x, y, z)→(1, 1, 1) Exercı́cio 283. A função f (x, y) não está
definida no ponto (0, 0). Se possı́vel defina f em
Exercı́cio 281. Determine o limite se existir, (0, 0) de modo que seja contı́nua, quando possı́vel.
caso contrário mostre que não existe. 1 x2
1 + y2 a) f (x, y) = 2 b) f (x, y) =
a) lim 5
(x + y) b) lim ln x −y y−x
(x, y)→(5, −2) (x, y)→(1, 0) x2 + y 2 3 2 2
x y x y
y 4
x + sen2 (y)
2 c) F (x, y) = 2 d) f (x, y) = 3
c) lim d) lim 2x + y 2 |x | + |y 3 |
(x, y)→(0, 0) x4 + y 4 (x, y)→(0, 0) 2x2 + y 2 √
x2 + y 2 ln(xy 2 )
6x y2
x6 − y 6 e) f (x, y) = f ) f (x, y) =
e) lim f ) lim x+y xy
(x, y)→(0, 0) 2x3 + y 3 (x, y)→(0, 0) 2x3 + 2y 3
2 2
xy x3 y 2
x sen (y) g) f (x, y) = 2 h) f (x, y) = 6
g) lim x + xy + y 2 x + y4
(x, y)→(0, 0) x2 + 2y 2
x
x2 + y 2 i) f (x, y) = (x + y)sen x2 +y 2
h) lim √ √
(x, y)→(0, 0) x2 + y 2 + 2 − 2 Exercı́cio 284. Calcule os limites.
x2 + 2xy x2 y + xy 2 cos2 (2x) + sen2 (3y)
i) lim j) lim √ a) lim
(x, y)→(0, 0) x2 + 2y 2 (x, y)→(0, 0) x2 + y 2 (x, y)→(0, 0) e3x + e2y
4 4
3
y + xz 2
(x − 1) 3 − (y − 1) 3
l) lim b) lim
(x, y, z)→(0, 0, 0) x2 + y 2 + z 2
2 2
(x, y)→(1, 1) (x − 1) − (y − 1) 3
3
372
Capı́tulo 12
373
p0 = (x0 , y0 ), ou seja,
.
.. .
......
...
..
..
..
..
..
.
.
..
.
..
.
........ (x..0
. .
.
...........
......,...y0 , f (x0 ,.... y0 ))
• .
...
.....
..
...
....
....
...
assim, temos uma função de uma única variável, a saber,
...
. .
. .. . ...
.
...
........ . ......
.
.
... ...
.
..
..
.
.
........................ .
. ...
.
... ...
.... ........ . ... .
.. ...
..... ..
. ... . ..
.... .
.
. ... ... ..
.... .. ... .. ..
... .. ...... ... .. . ..
... ..
... ...
....
....
....... .. ..
. .. .
...... .. ...
.
. . .. .
......... ...................................................
.
... ..... .................................. ....
..... ...........
f (x, y)
ψ(x) = f (x, y0 ).
...... ... . .
.. ....... .......
.. . . .
.. ........... ........................x
.. .............. . 0
y0.............................. ..............................................
. .. .
..... ................... .... .......................... ......
......
.. ...... ................. ......
..........
.
. . . ....
..........p . •......
... . .. ......
.......... ........... 0 ........ ......
...........
y ........... ......
......
......
......
......
......
......
...... Logo, é possı́vel que exista a derivada de ψ
...... ......
...... ....
. x
(com relação ao parâmetro x) no ponto x0 . Se esta deri-
Figura 12.2: vada existir, seu valor será chamado de derivada parcial
374
da f (x, y) com relação à x no ponto p0 = (x0 , y0 ), ou seja,
Exemplo 340. Determine as derivadas parciais para cada uma das funções.
x2 + y 2
(a) f (x, y) = x2 + y 2 (b) f (x, y) = 3
(c) f (x, y) = ecos(x y) .
x
Resolução
∂f ∂f
(a) = 2x e = 2y
∂x ∂y
375
∂f
= ecos(x y) .(− sin(x2 y))2xy = −2xy. sin(x2 y)ecos(x y)
2 2
(c) e
∂x
∂f
= ecos(x y) .(− sin(x2 y))x2 = −x2 . sin(x2 y)ecos(x y) .
2 2
∂y
Exemplo 341. Determine as derivadas parciais de segunda ordem para a função f dada
por: f (x, y) = x2 + y 2 .
Exemplo 342. Seja a função f (x, y) = sen(yx2 +xy 2 ). Determine as derivadas parciais
até segunda ordem.
376
Então,
∂f ∂f
= (2xy + y 2 ) cos(yx2 + xy 2 ) e = (2xy + x2 ) cos(yx2 + xy 2 ),
∂x ∂y
assim,
∂ 2f ∂ ∂f
2
= = 2y cos(yx2 + xy 2 ) − (2xy + y 2 )2 sen(yx2 + xy 2 ).
∂x ∂x ∂x
e
∂ 2f ∂ ∂f
= = (2y + 2x) cos(yx2 + xy 2 ) − (2xy + y 2 )(2yx + x2 )sen(yx2 + xy 2 )
∂y∂x ∂y ∂x
377
Definição 12.4. Seja f : D ⊂ Rn → R onde D é um aberto do Rn . Dado p0 =
(x1 , x2 , · · · , xn ) ∈ D, a derivada parcial da f com respeito à i-ésima variável no ponto
p0 é o limite
f (p0 + hei ) − f (p0 )
lim ,
h→0 h
quando tal limite existir.
∂f
Neste caso, denotamos o limite acima por fxi (p0 ), Di f (p0 ) ou (p0 ).
∂xi
Da mesma forma que no caso de funções de 2 variáveis, podemos obter de-
rivadas parciais de ordem superior para funções de n variáveis. Além disso, o teorema
acima permanece válido para i, j = 1, 2, · · · , n.
Então,
∂f ∂f ∂f
= 1 − (y)zsen(xyz), = 1 − (xz)sen(xyz) e = 1 − (xy)sen(xyz),
∂x ∂y ∂z
assim,
∂ 2f ∂ ∂f
2
= = −(yz)2 cos(xyz).
∂x ∂x ∂x
para a variável y,
∂ 2f ∂ ∂f
2
= = −(xz)2 cos(xyz).
∂y ∂y ∂y
378
observemos que,
∂ 2f ∂ 2f
= .
∂x∂y ∂y∂x
∂ 2f ∂ 2f
O que podemos esperar de e .
∂z∂x ∂z∂y
Usando o teorema 12.3, temos
O limite de f (x, y) quando (x, y) tende à (0, 0) não existe e, portanto f não
é contı́nua em (0, 0). No entanto, temos que f possui derivadas parciais em todos os
pontos e, em particular, na origem. Com efeito, se (x, y) ̸= (0, 0) temos,
∂f y 3 − x2 y ∂f x3 − y 2 x
= 2 e = 2 .
∂x (x + y 2 )2 ∂y (y + x2 )2
∂f
de maneira análoga para .
∂y
Observemos então que as derivadas parciais, desacompanhadas de hipóteses
adicionais, apenas fornecem informações sobre a função ao longo de retas paralelas aos
eixos coordenados, tentamos estender a noção de derivada a outras direções além dessas.
Isto nos leva ao importante conceito de derivada direcional.
379
Definição 12.5. Sejam D ⊂ Rn um conjunto aberto e f : D ⊂ Rn → R. Dado p0 ∈ D
e v ∈ Rn . A derivada direcional de f no ponto p0 , segundo o vetor v, é o limite
f (p0 + hv) − f (p0 )
lim ,
h→0 h
quando tal limite existir.
. .... ...... .
............0..•.....
p .....
............ .... ...........
.. ... .
......
......
......
......
......
............ ......
Quando consideramos D ⊂ R2 e u ∈ R2 tal
..
. ...... ......
.. ...... ......
...
. ..
. ......
...... y
que ∥u∥ = 1 e f : D ⊂ R2 → R. A interpretação
geométrica da derivada direcional de uma função f : D ⊂ R2 → R em um ponto po ∈ D
na direção do vetor ⃗u onde ∥⃗u∥ = 1 . Ela nos fornece a inclinação da reta tangente à
curva obtida pela intersecção da superfı́cie z = f (x, y) com o plano paralelo à direção
definida por u que passa por p0 e no ponto (x0 , y0 , f (x0 , y0 )).
380
∂f
Exemplo 344. Considere a função f (x, y) = x2 − 5xy + 3y 2 . Calcule (p0 ), onde
∂v
p0 = (3, −1), segundo o vetor unitário ⃗v que faz um ângulo θ = π/4 com o eixo do x.
( )
Resolução: Notemos que o vetor ⃗v é dado por v = √1 , √1 , para θ dado.
2 2
( )2 ( )( ) ( )2
= 3+ √h
2
−5 3+ √h
2
−1 + √h
2
+ 3 −1 + √h
2
( )( ) ( )
h2 h2
= 9+ 6h
√
2
+ 2
− 15 + 5h
√
2
−1 + √h
2
+3 1+ 2h
√
2
+ 2
h2
= 27 − 10h
√
2
+ √
2
Assim,
( ( ))
h2
∂f f (3, −1) + h √1 , √1 − f (3, −1) 27 − 10h
√ − √ − 27 −10
(3, −1) = lim 2 2
= lim 2 2
= √ .
∂v h→0 h h→0 h 2
Portanto,
∂f 10 √
(3, −1) = − √ = −5 2.
∂v 2
Assim
g(3, −1) = (2.3 − 5(−1), 6.(−1) − 5.3) = (11, −21).
381
1 1
Então, o produto interno dado por (11, −21) e √ ,√ é a derivada dire-
2 2
cional de f (x, y) na direção do vetor v. De fato,
® ¸
1 1 1 1 10 √
⟨u, v⟩ = (11, −21), √ , √ = 11. √ + (−21). √ = − √ = −5 2.
2 2 2 2 2
Exemplo 345. Determine a equação da reta tangente a curva dada pela intersecção da
superfı́cie f (x, y) = 12 − 2x2 − 4y 2 com o plano y + x
2
− 5
8
= 0 no ponto P 1 1 87
, ,
4 2 8
.
então
12h2
∂f 1 1
87
+ 2h
√ − − 87
2 12h 2
= lim √ − =√ .
8 5 5 8
, = lim
∂u 4 2 h→0 h h→0 5 5 5
A equação da reta tangente passando pelo ponto é dada pela equação de reta
paramétrica
x = t
y = − 2t + 5
8
z = α(t − t0 ) + z0
382
∂f 1 1
onde α = , , t0 = 41 e z0 = 87 , os quais verificam a condição do ponto estar na
∂u 4 2 8
383
De fato,
g(u + v) = g((x1 , y1 ) + (x2 , y2 )) = g((x1 + x2 , y1 + y2 ))
f (x0 + h) − f (x0 )
f ′ (x0 ) = lim ,
h→0 h
ou equivalentemente,
f (x0 + h) − f (x0 ) − f ′ (x0 )h
lim = 0.
h→0 h
r(h)
Assim T é uma transformação linear e lim = 0.
h→0 h
384
Denotamos: T = f ′ (p0 ).
∥r(h)∥
então temos lim = 0.
h→0 ∥h∥
e denotamos T = f ′ (p0 ).
385
f1x (x, y, z) = 1, f1y (x, y, z) = 1 e f1z (x, y, z) = 6z e
f (x, y) = (f1 (x, y), f2 (x, y), f3 (x, y)) = (x2 + yx, 2xy, x2 y + 2y).
f2x (x, y) = 2y, f2y (x, y) = 2x e f3x (x, y) = 2xy f3y (x, y) = x2 + 2.
Vamos mostrar que T (x, y) é de fato a derivada para f (x, y). Note que
386
∥f ((1 + x, y)) − (1, 0, 0) − (2x + y, 2y, 3y)∥
= lim √
(x, y)→(0, 0) x2 + y 2
∥((1 + x)2 + (1 + x)y, 2y(1 + x), y(2 + (1 + x)2 )) − (2x + y + 1, 2y, 3y)∥
= lim √
(x, y)→(0, 0) x2 + y 2
Por definição de limite devemos mostrar que dado ϵ > 0 existe δ > 0 tal que
È
È
x2 (x + y)2 + x2 y 2 .(4 + (x + 2)2 )
0 < ∥(x, y) − (0, 0)∥ = x2 + y 2 < δ ⇒ √ 2 − 0<ϵ
x + y2
De fato,
È √ È √ √ È
x2 (x + y)2 + x2 y 2 .(4 + (x + 2)2 ) x2 (x + y)2 + x2 y 2 . (4 + (x + 2)2 )
√ ≤ √
x2 + y 2 x2 + y 2
√ √ √ È
x2 + y 2 |x + y| + x2 + y 2 y 2 . 22 + (x + 2)2
≤ √
x2 + y 2
√ È
≤ |x + y| + y 2 .(2 + (x + 2)2 )
√
≤ |x| + |y| + x2 + y 2 .(2 + |x + 2|)
√ √
≤ 6 x2 + y 2 + ( x2 + y 2 )2 = 6δ + δ 2 ≤ ϵ
√
Segue da desigualdade acima que δ ≤ −3 + 9 + ϵ satisfaz a condição para o
limite.
387
As funções vistas nos exemplos anteriores, possuem derivadas parciais todas
contı́nuas. Logo, o teorema acima garante que as funções são diferenciáveis e a ma-
triz Jacobiana associada a transformação em um ponto p0 é a matriz encontrada nos
exemplos.
388
∂f
Faremos para , pois o outro caso é análogo.
∂x
(i) Se (x, y) ̸= (0, 0), então
então
2xy 4
para (x, y) ̸= (0, 0)
∂f (x2 + y 2 )2
(x, y) =
∂x
0 para (x, y) = (0, 0).
∂f
Basta verificarmos que é contı́nua no ponto (0, 0), ou seja,
∂x
∂f ∂f
lim (x, y) = (0, 0) = 0.
(x,y)→(0,0) ∂x ∂x
389
Donde, suas derivadas parciais são contı́nuas em R3 e, portanto, f é dife-
renciável em R3 .
f (x, y) =
0 se (x, y) = (0, 0)
∂f ∂f
a) Encontre e .
∂x ∂y
∂f ∂f
b) Mostre que e não são contı́nuas em (0, 0).
∂x ∂y
c) Mostre que f é diferenciável em (0, 0).
Resolução: Faremos a derivada parcial para x. Para y é análogo, bastando trocar x por
y e y por x no que for feito para a derivada parcial em x.
390
Se (x, y) = (0, 0), temos
∂f f ((0, 0) + h(1, 0)) − f (0, 0) f ((h, 0))
(0, 0) = lim = lim
∂x h→0 h h→0 h
( )
√1
h2 sen 1
= lim h2
= lim hsen √ = 0.
h→0 h h→0 h2
Portanto,
x
2xsen √x2 +y2 − √ cos √ 21 2
1
se (x, y) ̸= (0, 0)
∂f x2 + y 2 x +y
(x, y) =
∂x
0 se (x, y) = (0, 0)
∂f
De modo análogo para .
∂y
∂f
b) Vamos mostrar que lim (x, y) não existe.
(x, y)→(0, 0) ∂x
não existe.
1 1
Pois lim+ 2xsen = 0 e lim+ cos não existe.
x→0 x x→0 x
c) Para mostrarmos que f é diferenciável em (0, 0), devemos exibir uma transformação
linear T , tal que
391
Teorema 12.11. Regra da Cadeia Sejam U ⊂ Rn , V ⊂ Rm conjuntos abertos, f :
U → Rm diferenciável em p0 ∈ U com f (U ) ⊂ V e g : V → Rq diferenciável em f (p0 ).
Então g ◦ f : U ⊂ Rn → Rq é diferenciável em p0 e,
onde
f1x (x, y) f1y (x, y) 1 0
′
f (x, y) =
f2x (x, y) f2y (x, y) = 0 1
f3x (x, y) f3y (x, y) 1 1
e
g1x (x, y, z) g1y (x, y, z) g1z (x, y, z) 2x 0 0
g ′ (x, y, z) =
g2x (x, y, z) g2y (x, y, z) g2z (x, y, z)
= 1
1 0
.
g3x (x, y, z) g3y (x, y, z) g3z (x, y, z) 0 0 2z
Portanto,
2x 0 0 1 0 2x 0
′ ′
g (f (x, y)).f (x, y) = 1 1 0 0 1 = 1 1 = (g ◦ f )′ (x, y)
0 0 2(x + y) 1 1 2(x + y) 2(x + y)
392
α(t) = (x(t), y(t)) e g(x, y) = sen(2x + 3y).
(g ◦ α)(t) = g(α(t)) = g(x(t), y(t)) = sen(2(2t2 + 1) + 3(t3 + t)) = sen(3t3 + 4t2 + 3t + 2).
Assim,
(g ◦ α)′ (t) = 2 cos(2(2t2 + 1) + 3(t3 + t)). 4t + 3 cos(2(2t2 + 1) + 3(t3 + t))(3t2 + 1)
393
12.6 Plano Tangente
Então α = β = γ = 0.
Três pontos linearmente independentes canônicos são (1, 0, 0), (0, 1, 0) e (0, 0, 1)
e seus múltiplos.
α(y) = (x0 , y, f (x0 , y)) então α′ (y) = (0, 1, fy (x0 , y)), consequentemente,
α′ (y0 ) = (0, 1, fy (x0 , y0 )) e
394
β ′ (x0 ) = (1, 0, fy (x0 , y0 )).
−
→
Então, N é um vetor normal ao plano em questão. Logo sua equação é dada
pelo seguinte produto interno
⟨→
− ⟩
N , (x − x0 , y − y0 , z − f (x0 , y0 )) = 0.
Assim,
∂f ∂f
(x − x0 ) (x0 , y0 ) + (y − y0 ) (x0 , y0 ) − 1(z − f (x0 , y0 )) = 0.
∂x ∂y
z = (x − x0 ) ∂f
∂x
(x0 , y0 ) + (y − y0 ) ∂f
∂y
(x0 , y0 ) + f (x0 , y0 )
∂f ∂f
= 2x e = 2y.
∂x ∂y
∂f ∂f
(0, 0) = 2.0 = 0 = 2.0 = (0, 0) e f (0, 0) = 0.
∂x ∂y
395
Logo, o plano tangente é dado por z = 0, ou seja, o plano xy.
ii) No ponto (3, 1), vem
∂f ∂f
(3, 1) = 2.3 = 6, (3, 1) = 2.1 = 2 e f (3, 1) = 32 + 1= 9 + 1 = 10.
∂x ∂y
Seja α uma curva contida na superfı́cie, passando por p0 , cuja equação para-
métrica é dada por
396
0 = (x − x0 ) ∂F
∂x
(p0 ) + (y − y0 ) ∂F
∂y
(p0 ) + (z − z0 ) ∂F
∂z
(p0 )
∂F ∂F ∂F ∂F
= 2x, = 2y, = 2z e calculando em p0 = (0, 0, 1), vem (0, 0, 1) = 2.
∂x ∂y ∂z ∂z
Dada uma equação do tipo F (x, y) = 0, que é uma curva de nı́vel da função
z = F (x, y) para z = 0,
ela pode definir qualquer uma das variáveis x e y como função da outra ou não. No
último caso temos que esta relação estabelece uma interdependência não explicitamente
funcional entre x e y.
√
y = f (x) = 1 − x2 onde −1 ≤ x ≤ 1 ou
√
y = f (x) = − 1 − x2 onde −1 ≤ x ≤ 1,
397
ou ainda, √
1 − x2 se − 1 ≤ x ≤ 0
y = f (x) = √
− 1 − x2 se 0 ≤ x ≤ 1.
1
y= .
x
F : D ⊂ R2 → R
(x, y) 7→ F (x, y)
ou ainda, se definirmos
g : S ⊂ R → D ⊂ R2
x 7→ g(x) = (x, f (x))
segue que,
Mas,
′ 1 ′ ′ ∂F ∂F
g (x) = ′ e F (x, f (x)) = F (g(x)) = (g(x)) (g(x)) .
f (x) ∂x ∂y
Logo,
∂F ∂F 1 ∂F ∂F
0= (g(x)) (g(x)) . ′ = (g(x)) + (g(x)).f ′ (x),
∂x ∂y f (x) ∂x ∂y
ou ainda,
∂F
(g(x)) ∂F
f ′ (x) = − ∂F
∂x
se (g(x)) ̸= 0.
∂y
(g(x)) ∂y
398
dy
Exemplo 358. Seja F (x, y) = ln(y) − x2 . Determine , quando F (x, y) = 0.
dx
2
Resolução: Temos que 0 = ln(y)−x2 então x2 = ln(y) se, e somente se f (x) = y = ex .
Assim,
∂F
dy (−2x)
= f ′ (x) = − ∂F
∂x
= − 1 = 2xy.
dx ∂y y
dy
Observe que podemos encontrar sem que para isso tenhamos que encontrar
dx
a expressão que define y.
Vale ressaltar que a fórmula de derivação implı́cita só vale desde que exista
y = f (x) e f seja uma função diferenciável. A existência de tal função é garantida sob
certas condições, aqui admitiremos sempre a existência da função implı́cita.
F : D ⊂ R3 → R
(x, y, z) 7→ F (x, y, z)
ou ainda, se definirmos
g : S ⊂ R2 → D ⊂ R3
(x, y) 7→ g(x, y) = (x, y, f (x, y)).
Portanto,
Contudo,
1 0
′
g (x, y) = 0 1 e
∂f ∂f
∂x
(x, y) ∂y
(x, y)
399
′ ′ ∂F ∂F ∂F
F (x, y, f (x, y)) = F (g(x, y)) = (g(x, y)) (g(x, y)) (g(x, y)) .
∂x ∂y ∂z
Assim,
1 0
∂F ∂F ∂F
0= (g(x, y)) (g(x, y)) (g(x, y)) . 0 1
∂x ∂y ∂z ∂f
(x, y) ∂f
(x, y)
∂x ∂y
isto é,
∂F ∂F ∂f ∂F ∂F ∂f
+ . =0 e + . = 0.
∂x ∂z ∂x ∂y ∂z ∂y
Donde,
∂F ∂F
∂f (g(x, y)) ∂f ∂y
(g(x, y)) ∂F
= − ∂F
∂x
e = − ∂F quando (g(x, y)) ̸= 0
∂x ∂z
(g(x, y)) ∂y ∂z
(g(x, y)) ∂z
dy
Exemplo 359. Calcule sendo y = f (x) dada implicitamente por:
dx
F (x, y) = x2 y 2 − x cos(y) − 1 = 0.
∂F ∂F
= 2xy 2 − cos(y) e = 2yx2 + xsen(y) .
∂x ∂y
Então,
dy 2xy 2 − cos(y) cos(y) − 2xy 2
=− = .
dx 2yx2 + xsen(y) 2yx2 + xsen(y)
∂z ∂z
Exemplo 360. Calcule e sendo z = f (x, y) dada implicitamente por:
∂x ∂y
F (x, y, z) = x2 y 2 − xz cos(yz) = 0.
∂F ∂F ∂F
= 2xy 2 − z cos(yz), = 2yx2 + xz 2 sen(yz) e = −x cos(yz) + xzysen(yz) .
∂x ∂y ∂z
Então,
∂z ∂F
2xy 2 − z cos(yz) z cos(yz) − 2xy 2
= − ∂F = −
∂x
= .
∂x ∂z
−x cos(yz) + xzysen(yz) xzysen(yz) − x cos(yz)
e
∂F
∂z ∂y 2yx2 + xz 2 sen(yz) 2yx2 + xz 2 sen(yz)
= − ∂F = − = .
∂y ∂z
−x cos(yz) + xzysen(yz) x cos(yz) − xzysen(yz)
400
12.8 O Gradiente de Uma Função Real Diferenciável
∂f 1 ∂f 1
= ysen(xy) + xy 2 cos(xy) + e = xsen(xy) + yx2 cos(xy) + .
∂x x ∂y y
Portanto,
∂f ∂f
∇f ((x, y)) = (x, y), (x, y)
∂x ∂y
1 1
= ysen(xy) + xy cos(xy) + , xsen(xy) + yx2 cos(xy) +
2
.
x y
Exemplo 362. Determine o gradiente da função f (x, y, z) = xy + ez + (x + zy)2 .
Resolução: Primeiramente, calculemos as derivadas parciais de f , assim
∂f ∂f ∂f
= y + 2(x + zy), = x + 2z(x + zy) e = ez + 2y(x + zy).
∂x ∂y ∂z
Portanto,
∂f ∂f ∂f
∇f ((x, y, z)) = (x, y, z), (x, y, z), (x, y, z)
∂x ∂y ∂z
401
Propriedades do gradiente (∇f (p0 ))
Assim,
∂f
(x, y) = ⟨∇f (x, y), v⟩ = ∥v∥∥∇f (x, y)∥ = ∥∇f (x, y)∥.
∂v
∇f (x, y) = (4x + 3, −2y − 1) no ponto (x, y) = (1, −2), vem ∇f (1, −2) = (7, 3).
∂f √ √ √
(1, −2) = ∥(7, 3)∥ = 72 + 32 = 49 + 9 = 58
∂v
402
Exemplo 364. A temperatura T em cada ponto (x, y) de uma placa retangular situada
no plano xy, e determinada por
( √ )
π π 1 3
v = cos 3
, sen 3
= 2
, 2
.
Assim,
∂T ⟨ ( √ )⟩
(x, y) = ⟨∇T ((x, y)), v⟩ = (Tx ((x, y)), Ty ((x, y))), 21 , 2
3
∂v
⟨ ( √ )⟩
= (cos(y) − ysen(x), −xsen(y) + cos(x)), 1
2
, 2
3
√
= 1
2
.[cos(y) − ysen(x)] + 2
3
[cos(x) − xsen(y)]
e
∂T π π [√ √ ] √ [√ √ ]
−4, 4 = 1
2
. 2
2
+ π 2
4 2
+ 2
3
2
2
+ π 2
4 2
∂v
√ [√ √ ] √ √
= (1 + 3). 4
2
+ π 2
4 4
= 4
2
(1 + 3) 1 + π4 u 1, 724562196
2) Basta determinarmos a direção e o sentido do vetor gradiente em − π6 , π6 , ou seja,
∇T − π6 , π6 = Tx − π6 , π6 ), Ty − π6 , π6
(√ √ )
= cos π
6
− π6 sen − π6 , π6 sen π
6
+ cos − π6 = 2
3
+ π
12
, 2
3
+ π
12
.
403
Como o vetor está no primeiro quadrante, temos que a taxa de variação da
temperatura no ponto − π6 , π6 é máxima quando tomada na direção e sentido que fazem
um ângulo de 45o (45 graus) com o eixo x positivo.
√
y= x3 − 2x2 + 10.
α : R → R3
t 7→ α(t) = (x(t), y(t), z(t))
√
deste modo, fazendo x(t) = t, y(t) = t3 − 2t2 + 10, substituindo esses valores de x e y
√
na primeira equação da superfı́cie temos, z(t) = 3t3 − 2t2 + t t3 − 2t2 + 10 + 19, isto é,
√ √
α(t) = (t, t3 − 2t2 + 10, 3t3 − 2t2 + t t3 − 2t2 + 10 + 19)
404
A projeção da curva no plano é
√
β(t) = (t, t3 − 2t2 + 10)
Para o item iii) temos que a curva projeção nas variáveis x e y é dada por
√
y = x3 − 2x2 + 10, queremos determinar a equação da reta tangente a curva passando
pelo ponto P (1, 3). Como
dy 3x2 − 4x dy 1
= √ 3 ⇒ m = =−
dx 2 x − 2x2 + 10 dx 6
(1, 3)
x = t
r := y = − 6t + 19
6
z = 0
( )
= (9, 7). √6 ,
37
− √137 = √47
37
405
Portanto,
x = t
y = − 6t + 19
⋆
6
z = α(t − t0 ) + z0 = √47 (t − 1) + 23
37
−
→
Se α′ (t0 ) ̸= 0 então α′ (t0 ) é um vetor ortogonal aos vetores F ′ (α(t0 )) =
F ′ (P0 ) e G′ (α(t0 )) = G′ (P0 ). Claramente o vetor α′ (t0 ) é tangente a curva passando pelo
ponto P0 . Desta forma podemos encontrar a equação da reta tangente passando por P0
referente a curva intersecção entre as duas superfı́cies.
i j k
( )→
−
−
→
v =
∂F
(P0 ) ∂F
(P0 ) ∂F
(P 0 )
= ∂F
(P0 ). ∂G (P0 ) − ∂F
(P0 ). ∂G (P0 ) i
∂x ∂y ∂z ∂y ∂z ∂z ∂y
∂G ∂G ∂G
∂x
(P0 ) ∂y
(P0 ) ∂z
(P 0
)
−
→ ( )−
→
+ ∂F
∂z
(P0 ). ∂G
∂x
(P0 ) − ∂F
∂x
(P0 ). ∂G
∂z
(P0 ) j + ∂F
∂x
(P0 ). ∂G
∂y
(P0 ) − ∂F
∂y
(P0 ). ∂G
∂x
(P0 ) k
Portanto,
i j k
−
→
v = 6x0 + y0 2y0 + x0 −1
8x0 + y0 6y0 + x0 −1
[ −
→ →
− −]
→ →
− →
− →
−
= (4y0 ) i + (−2x0 ) j + (20x0 y0 − 2x20 + 4y02 ) k = 12 i − 2 j + 94 k
(1, 3, 23)
406
É um vetor paralelo a α′ (t0 ), isto é, podemos escolher através de −
→
v o ve-
tor diretor da reta tangente a curva intesecção entre as duas superfı́cies passando por
P (1, 3, 23). Donde,
(x, y, z) = (1, 3, 23) + γ(6, −1, 47)
Note que,
xy 2
|x||y 2 | |x||x2 + y 2 | È 2
2
x + y2
= ≤ ≤ x + y 2 < δ ≤ ϵ.
|x2 + y 2 | |x2 + y 2 |
407
As derivadas parciais existem. De fato, para (x, y) ̸= (0, 0) temos
∂f y 2 (y 2 − x2 ) ∂f 2x3 y
= e = 2 .
∂x (x2 + y 2 )2 ∂y (x + y 2 )2
e
∂f f ((0, 0) + h(0, 1)) − f (0, 0) f (0, h) 0.h2
(0, 0) = lim = lim = lim 3 = 0
∂y h→0 h h→0 h h→0 h
Portanto,
2 2
y (y − x2 )
2x3 y
se (x, y) ̸= (0, 0)
se (x, y) ̸= (0, 0)
∂f (x2 + y 2 )2 ∂f (x2 + y 2 )2
= e =
∂x ∂y
0 se (x, y) = (0, 0) 0 se (x, y) = (0, 0)
∂f
Vamos mostrar que não é contı́nua em (0, 0). Sejam S1 = {(x, y) ∈
∂x
R2 ; y = 0} e S2 = {(x, y) ∈ R2 ; x = 0}
y 2 (y 2 − x2 )
lim = lim 0 = 0
(x, y)→(0, 0) (x2 + y 2 )2 (x, y)→(0, 0)
S1 S1
∂f
lim ⇒
(x, y)→(0, 0) ∂x
y 2 (y 2 − x2 )
lim = lim 1 = 1
(x, y)→(0, 0) (x2 + y 2 )2 (x, y)→(0, 0)
S2 S2
∂f
Ainda, não é contı́nua em (0, 0). Sejam D1 = {(x, y) ∈ R2 ; y = 0} e
∂y
D2 = {(x, y) ∈ R2 ; y = x}
2x3 y
lim = lim 0 =0
(x, y)→(0, 0) (x2 + y 2 )2 (x, y)→(0, 0)
D1 D1
∂f
lim ⇒
(x, y)→(0, 0) ∂y
2x3 y 2x4
1
lim = lim =
2
(x, y)→(0, 0) (x + y )2 2 2
(x, y)→(0, 0) (x + x )2 2 2
D2 D2
408
Vamos conjecturar que f seja diferenciável, então deve existir uma transfomação linear
T (h) = T (h1 , h2 ) = ah1 + bh2 tal que
Consequentemente,
−ah31 −bh32
0 = lim = −a e 0 = lim = −b
h→0 h31 h→0 h32
C1 C2
Se tal transformação existir, deve ser a transformação nula, isto é, T (h) = 0.
Seja Cm = {(h1 , h2 ) ∈ R2 ; h1 = mh2 ; e h2 > 0}
f (h1 , h2 ) − T (h1 , h2 ) h1 h22
lim È = lim È
h→0 h21 + h22 h→0 (h21 + h22 ) h21 + h22
mh32 m
= lim È = √
h→0
Cm
(m2 h22 + h22 ) m2 h22 + h22 (m2 + 1) m2 + 1
Note que o limite não é nulo, portanto a tansformação linear nula não verifica
a definição de diferenciabilidade, segue dai que a função não é diferenciável em (0, 0).
409
Dizemos que f tem um máximo local estrito em p0 ∈ D se existir r > 0 tal
que se p ∈ Br (p0 ) ∩ D então f (p) < f (p0 ).
Consideremos.
a) f (x, y) = x2 + y 2 + 1. Então o ponto (0, 0) é um ponto de mı́nimo global.
b) f (x, y) = −x2 − y 2 + 1. Então o ponto (0, 0) é um ponto de máximo global.
De fato, fx (x, y) = 2x e fy (x, y) = 2y. Logo, ∇f (0, 0) = (2.0, 2.0) = (0, 0).
De fato, fx (x, y) = −2x e fy (x, y) = −2y. Logo, ∇f (0, 0) = (−2.0, −2.0) = (0, 0).
410
Definição 12.16. Seja D um subconjunto aberto do R2 e f : D ⊂ R2 → R uma função
−
→
diferenciável em p0 ∈ D. Se ∇f (p0 ) = 0 , p0 é denominado um ponto crı́tico de f .
−
→
Quando ∇f (p0 ) = 0 mas, no entanto, p0 não é ponto nem de máximo e nem
de mı́nimo local, dizemos que p0 é um ponto de sela.
Logo,
Contudo, ver gráfico do exemplo 315, (0, 0) não é ponto nem de máximo e
nem de mı́nimo de f , portanto, (0, 0) é um ponto de sela.
Assim, como tı́nhamos testes úteis para classificar os pontos crı́ticos, desen-
volveremos agora testes para funções de duas variáveis.
Logo, existe um ponto crı́tico em (0, 0). Evidentemente, f (x, y) > 0 = f (0, 0)
para todo (x, y) ∈ R2 \ {(0, 0)}.
Exemplo 371. Seja f (x, y) = 3x2 − 2xy + 3y 2 . Determine os pontos crı́ticos se existir
e classifique-os se possı́vel.
411
Resolução: Como, fx = 6x − 2y e fy = 6y − 2x.
Façamos uma rotação de 45o dos eixos x e y. Então obtemos novas coorde-
nadas x′ e y ′ com segue:
Então,
√
′ 2
x = r cos(α) cos(θ) − rsen(α)sen(θ) = x cos(θ) − ysen(θ) = (x − y)
2
e √
′ 2
y = rsen(α) cos(θ) − r cos(α)sen(θ) = y cos(θ) + xsen(θ) = (x + y).
2
(x′ + y ′ ) (y ′ − x′ )
Donde x = √ e y= √ .
2 2
Em função das novas coordenadas, f é dada por
f (x′ , y ′ ) = 4x′2 + 2y ′2 .
De modo geral, podemos concluir que para uma função quadrática geral
para as quais as curvas de nı́vel correspondentes são elipses, a função f tem um máximo
ou um mı́nimo local (na realidade global) em (0, 0).
412
Consideremos o seguinte resultado, que para maiores detalhes recomenda-se
o estudo de cônicas em livros de Geometria Analı́tica ou Álgebra Linear.
Para afirmarmos que f (x, y) possui máximo ou mı́nimo local em (0, 0), con-
sideremos um ponto P (x0 , y0 ) pertencente a uma vizinhaça de (0, 0), isto é, existe r > 0
tal que (x0 , y0 ) ∈ Br (0, 0), para r suficientemente pequeno.
413
Se A > 0 e C > 0 então
ambas são parábolas com concavidade voltadas para cima. Nesta situação (x, y) = (0, 0)
é um ponto de mı́nimo local.
ambas são parábolas com concavidade voltadas para baixo. Nesta situação (x, y) = (0, 0)
é um ponto de máximo local.
Vamos enunciar um teste útil para a classificação dos pontos crı́ticos para
funções com duas variáveis.
1 1
A = fxx (x0 , y0 ), B = fxy (x0 , y0 ) e C = fyy (x0 , y0 ).
2 2
Então,
a) Se B 2 − 4AC < 0, f tem máximo local em (x0 , y0 ) se A < 0 .
b) Se B 2 − 4AC < 0, f tem mı́nimo local em (x0 , y0 ) se A > 0 .
c) Se B 2 − 4AC > 0, f tem um ponto de sela em (x0 , y0 ).
d) Se B 2 − 4AC = 0, nada podemos concluir.
414
Para fixar o teorema, pense na equação
Ax2 + Bx + C = 0.
x2
−2x2 − 4y = 0 =⇒ x2 + 2y = 0 =⇒ y = −
2
isto é,
x2
3x − 4x −
2
− 2x − 3 = 0 =⇒ 2x3 + 3x2 − 2x − 3 = 0.
2
3
donde x = − é também raiz.
2
1 3 9
Se x = ±1 então y = − e, se x = − temos y = − . E, portanto, os pontos
2 2 8
crı́ticos são
1 1 3 9
1, − , −1, − e − ,− .
2 2 2 8
415
Para classificarmos, façamos,
1
Para o ponto, 1, − , temos
2
1 1 1
A = fxx 1, − = (6 + 2 − 2) = 3
2 2 2
1
B = fxy 1, − = −4.1 = −4
2
1 1 1
C = fyy 1, − = (−4) = −2.
2 2 2
Assim,
B 2 − 4AC = 16 − 4.3.(−2) = 16 + 24 = 40 > 0,
1
então 1, − é ponto de sela.
2
1
Para o ponto, −1, − , temos
2
1 1 1
A = fxx −1, − = (−6 + 2 − 2) = −3 < 0
2 2 2
1
B = fxy −1, − = −4.(−1) = 4
2
1 1 1
C = fyy −1, − = (−4) = −2.
2 2 2
Logo,
416
1 3 9 1
C = fyy − , − = (−4) = −2.
2 2 8 2
Assim,
13
B − 4AC = 36 − 4. −
2
.(−2) = 36 − 26 = 10 > 0,
4
3 9
então − , − é ponto de sela.
2 8
O teste anterior vale para classificar máximos e mı́nimos relativos de uma
função f definida num conjunto aberto do R2 . O resultado que veremos a seguir nos
garante a existência de máximos e mı́nimos absolutos quando f está definida numa região
fechada, limitada e não vazia do R2 .
417
e, portanto, g(t) = (f ◦ α)(t) com t ∈ [0, 2π] representa a restrição da função f à curva
α, que é o conjunto desejado.
π 5π
Consequentemente, 4
é um ponto de máximo absoluto de g e 4
é um ponto
de mı́nimo absoluto de g.
Sendo assim,
(√ √ )
π π 2 2
(x, y) = cos 4
, sen 4
= 2
, 2
é um ponto de máximo absoluto para f e
( √ √ )
(x, y) = cos 5π
4
, sen 5π
4
= − 2
2
, − 2
2
é um ponto de mı́nimo absoluto para f .
418
A curva α(t) = (2 cos(t), 3sen(t)) para todo t ∈
[0, 2π] que representa a elipse.
= −13sen(2t) + 12 cos(2t)
12
logo, tan(2t) = , portanto, t = 0, 372709738, t = 1, 943506065, t =
13
3, 514302392 e t = 5, 085098719, são os valores crı́ticos da curva α(t). Calculando o
ponto do plano na curva α(t) para os valores de t acima, determinamos os pontos crı́ticos
de f (x, y) restrita a curva α(t).
Portanto, (0; 0), (1, 8627; 1, 0924), (−1, 8627; −1, 0924), (−0, 7283; 2, 7940)
e (0, 7283; −2, 7940) são os pontos crı́ticos de f (x, y) na região da elipse dada.
419
função f : D ⊂ Rn → R é obtido igualando o vetor gradiente ao vetor nulo, isto é,
∂f ∂f
∇f = ,··· , = 0.
∂x1 ∂xn
xT Ax ≥ 0 ∀x ∈ Rn .
420
Exemplo 375. Determine e classifique os pontos crı́ticos de f se possı́vel.
i) f (x, y, z) = x3 − 3xy 2 + zx2 − z ii) f (x, y, z) = (x − 2)2 + (y − 3)2 + (z + 3)2
Resolução: Como, ∇f (p) = (3x2 − 3y 2 + 2xz, −6xy, x2 − 1) = 0. Devemos então
resolver o sistema não linear dado por
∂f
0 = = 3x2 − 3y 2 + 2xz
∂x
∂f
0 = = −6xy
∂y
∂f
0 = = x2 − 1
∂z
Os pontos crı́ticos são dados por P1 1, 0, − 23 e P2 −1, 0, 3
2
. Vamos deter-
minar a matriz Hessiana num ponto qualquer.
6x + 2z −6y 2x
Hf (p) = −6y −6x 0
2x 0 0
A matriz é indefinida pois para Q1 (0, 1, 0) seu valor é negativo e para Q2 (1, 0, 1)
seu valor é positivo, portanto P1 não é ponto extremo. Para P2 ,
T
T
x x x −3 0 −2 x
y Hf (p1 ) y = y 0 6 0 . y
z z z −2 0 0 z
A matriz é indefinida pois para Q1 (0, 1, 0) seu valor é positivo e para Q2 (1, 0, 1)
seu valor é negativo, portanto, P2 não é ponto extremo.
421
Vamos resolver o item b. Os pontos crı́ticos são dados pela resolução do
sistema,
∂f
0 = = 2(x − 2) =⇒ x = 2
∂x
∂f
0 = = 2(y − 3) =⇒ y = 3
∂y
∂f
= 2(z + 3) =⇒ z = −3
0 =
∂z
Vamos verificar se a matriz é definida positiva ou negativa em P3 (2, 3, −3),
T
T
x x x 2 0 0 x
y Hf (p3 ) y = y 0 2 0 . y
z z z 0 0 2 z
Observe que a matriz é definida positiva, portanto, P3 (2, 3, −3) é um ponto de mı́nimo
local.
Seja,
∂ 2 f (p) ∂ 2 f (p) ∂ 2 f (p)
···
∂x21 ∂x2 ∂x1 ∂xn ∂x1
H1
∂ 2 f (p) ∂ 2 f (p) ∂ f (p)
2
H2
Hf (p) =
∂x1 ∂x2
··· =
∂x22 ∂xn ∂x2
...
.. .. .. ..
. . . . Hn
2
∂ f (p) ∂ 2 f (p) ∂ f (p)
2
···
∂x1 ∂xn ∂x2 ∂xn ∂x2n
Teorema 12.22. Se A(n,n) (R) é uma matriz simétrica. Então seus autovalores são
positivos, se e somente se A(n,n) (R) é definida positiva.
422
Demonstração: De fato, suponha que {λ1 , λ2 , · · · , λn } sejam os autovalores posi-
tivos de A(n,n) (R), portanto existe uma base ortonormal de autovetores assiciado aos
autovalores, isto é, {x1 , x2 , · · · , xn }, tal que
1 para todo i ̸= j
⟨xj , xi ⟩ =
0 sempre que i = j
e dado x ∈ Rn um vetor não nulo qualquer, então existem escalares reais {α1 , α2 , · · · , αn }
tal que
x = α1 x1 + α2 x2 + · · · + αn xn .
Assim,
xT .A.x = (α1 x1 + α2 x2 + · · · + αn xn )T .((α1 Ax1 + α2 Ax2 + · · · + αn Axn ))
∑
n
= (αi )2 λi > 0
i=1
Reciprocamente, suponha que A(n,n) (R) seja definida positiva, então para
todo x ∈ Rn não nulo qualquer, temos
xT Ax
Donde, λ = > 0, isto é, todos seus autovalores são positivos. 2
∥x∥2
423
Se os sinais acima seguem a ordem, mas alguns são nulos Hf (p) é semi-definida
de modo que o teste é inconclusivo.
Teorema 12.23. Se a matriz A(n,n) (R) é simétrica definida positiva se, e somente se as
submatrizes principais A1 ; A2 ; · · · ; An de A(n,n) (R) têm determinante positivo.
Para r = 1 temos uma matriz A(1, 1) (R), obviamente seu autovalor é positivo.
−1
∏
n
0 < det(A) = det(M AM ) = det(D) = λi = λn (−1)2n det(D(n,n) ) = λn det(D(n,n) ).
i=1
Como todos os λ1 , · · · , λn−1 são positivos por hipótese de indução, resta que
λn > 0. 2
424
Exercı́cio 285. Determine os pontos crı́ticos e classifique-os se possı́vel.
i) f (x, y, z) = 2xy − zx2 + yz 2 + x + y − z ii) f (x, y, z, t) = 3xt + 2t3 + z 2 − x − y 2
iii)f (x, y, z, t) = 3t2 + 2ytz + z 2 − x3 − ty iv) f (x, y, z) = 3x2 + 2yz + z 2 − x − y
v)f (x, y, z) = x3 + y 3 + z 3 − 3x − 3y − 3z + 2 vi) f (x, y) = sen(x) cosh(y)
vii) f (x, y, z) = x2 + 5y 2 + 2z 2 + 4xy − 4y − 2x − 8z + 2
viii)f (x, y, z) = x3 + 2xy + y 2 + z 2 − 5x − 4z
ix) f (x, y, z) = x2 − y 2 + 4z 2 + 2xz − 4yz − 2x − 6z
x) f (x, y, z) = −x3 − y 3 − z 3 + 4x + z + 2 xi) f (x, y) = 2(x2 + y 2 )e−(x
2 +y 2 )
(x2 +y 2 ) √
4
xii) f (x, y) = (x2 − y 2 )e− 2 xiii) f (x, y, z) = 3xyz
3+x+y+z
Seja então −
→
v ∈ R2 , se p ∈ D é um ponto crı́tico de f temos:
425
restrição f se para todo vetor v tangente à M em p0 tivermos
M
⟨∇f (p0 ), v⟩ = 0
dois pontos crı́ticos enquanto que f (x, y) = 2x + 2y definida em R2 é tal que ∇f = (2, 2)
e, portanto, f não possui pontos crı́ticos em R2 .
∇f (p0 ) = λ∇g(p0 ).
2 = λ2x ⇒ 1 = λx
3 = λ2y ⇒ 3
2
= λy.
426
Logo, das igualdade acima implicam se λ ̸= 0, que
√
1 9 4+9 13 13
2 2
1=x +y = 2 + 2 = = então λ=±
λ 4λ 4λ2 4λ2 2
1 3
Portanto, os pontos crı́ticos são, (x, y) = ,
λ 2λ
, ou seja,
( √ √ ) (√ √ )
2 13 3 13 2 13 3 13
(x, y) = , e (x, y) = − , − .
13 13 13 13
427
Da condição do vı́nculo y = − 29 e y = 2. Portanto,
os pontos crı́ticos são dados por P1 = 1
3
, − 29 e P2 = (−1, 2).
Calculando o valor de f (x, y) em cada ponto crı́tico temos,
f 1
3
, − 29 = − 27
5
e f (−1, 2) = 1. O primeiro é ponto de
mı́nimo e o segundo um ponto de máximo local.
428
Contudo,
ou seja,
2z = −2λ =⇒ z = −λ.
2 = 16 − x2 − y 2 =⇒ x2 + y 2 = 14
4 = x+y =⇒ x = 4−y
Então,
√ √ √ √
(2 − 3, 2 + 3, 1) e (2 + 3, 2 − 3, 1) são pontos crı́ticos de f .
µ2 µ2 µ2
−2λ = 16 − − =⇒ −2λ = 16 −
4(1 + λ)2 4(1 + λ)2 2(1 + λ)2
µ µ µ µ
4= + =⇒ 4= =⇒ (1 + λ) =
2(1 + λ) 2(1 + λ) 1+λ 4
Então
µ2
−2λ = 16 − 16 = 16 − 8 = 8 =⇒ λ = −4
2µ2
429
E, assim µ = −12.
−12 −12
Portanto, z = 4, x= 2(1−4)
=2ey= 2(1−4)
= 2. Donde (2, 2, 4) é ponto
crı́tico de f .
√ √ √ √
(2 − 3, 2 + 3, 1) , (2 + 3, 2 − 3, 1) e (2, 2, 4) são os pontos crı́ticos de f .
430
( √ √ )
13 3 13 3 x 2y
2x + y, x − 2y = λ , .
6 6 2 9
√
13 3
6
x − 2y = 2λy
9
√ √
Substituindo o valar de x na equação (2), vem − 136 3 3(4−λ)
13 3y
− 2y = 2λy
9
, então
obtemos
( )
9.169 + 2.6.9(4 − λ) + 2.6λ(4 − λ)
0 = −y 169
+2+ 2λ
= −y
6(4−λ) 9
6.9(4 − λ)
507 + 36(4 − λ) + 4.λ(4 − λ) 651 − 20λ − 4.λ2
= −3y = −3y
6.9(4 − λ) 6.9(4 − λ)
√
Segue que λ1 = − 31
2
e λ2 = 21
2
. Como x = − 3(4−λ)
13 3y
, substituindo os valores
√ √ √
de λ e deixando x em função de y, temos, x1 = − 3(4−λ
13 3y
= − 3 134+ 3y
31 = − 261173y e
√ √ √
1) ( 2 )
x2 = − 3(4−λ
13 3y
= − 13 3y
3(4− 21
= 2 3y
.
2 )
2) 3
Obtemos, y21 = 3
2
ou y22 = − 23 .
431
Substituindo
√ esses valores de y√em x2 , determinamos dois novos valores para
2 3y21 √ 2 3y21 √
x2 , isto é, x21 = = 3 ou x22 = =− 3
3 3
( √ )
3 3
Os pontos crı́ticos são dados por (0, 0), (x11 , y11 ) = −1, , (x12 , y12 ) =
√ ) 2
(
3 3 √ 3 √ 3
1, − , (x21 , y21 ) = 3, e (x22 , y22 ) = − 3, − .
2 2 2
432
Portanto, y = 3a − 2x = 3a − 2a = a.
Os pontos crı́ticos são P1 (0, 0), P2 (3a, 0), P3 (0, 3a) e P4 (a, a). Da condição
de z = 3a − x − y, segue que z = 3a, z = 0 ou z = a. Segue dai que o volume mı́nimo é
V (0, 0, 3a) = V (3a, 0, 0) = V (0, 3a, 0) = 0.0.3a = 0 (Valor da Fronteira - Parametrização
da Fronteira) e o volume máximo é V (a, a, a) = a3 .
isto é,
yz = λ (1) ¨
z(y − x) = 0 (1 − 2)
xz = λ (2) ⇐⇒
x(z − y) = 0 (2 − 3)
xy = λ (3)
Exemplo 383. Seja o plano dado por z = 2x+2y+2 e o ponto P0 (1, 1, 1) não pertencente
ao plano. Determine um ponto P1 (x, y, z) pertencente ao plano cuja a distância entre
P0 e P1 seja mı́nima.
433
Portanto, a função a ser minimizada é dada por
È
f (x, y) = (x − 1)2 + (y − 1)2 + (2x + 2y + 1)2 .
2(x − 1) + 4(2x + 2y + 1)
0 = fx (x, y) = È
2 (x − 1)2 + (y − 1)2 + (2x + 2y + 1)2
2(y − 1) + 4(2x + 2y + 1)
0 = fy (x, y) = È
2 (x − 1)2 + (y − 1)2 + (2x + 2y + 1)2
Isto é,
5x + 4y + 1 = 0
⇐⇒ x = y.
4x + 5y + 1 = 0
O ponto crı́tico é dado por P − 19 , − 91 , 14
9
. Tal
ponto é o ponto do plano cuja distância à P0 (1, 1, 1) é mı́nima.
È
Como d(x, y, z) = (x − 1)2 + (z − 1)2 + (z − 1)2 ,
via Multiplicadores de Lagrange sujeito ao vı́nculo g(x, y, z) = 2x + 2y − z + 2, temos:
È
min d(x, y, z) = (x − 1)2 + (z − 1)2 + (z − 1)2
2x + 2y − z = −2
434
Resolução: Sejam x, y e z os ângulos internos do triângulo.
Como x + y + z = π então z = π − x − y. Portanto, a soma
é dada por: S(x, y, z) = sen(x) + sen(y) + sen(z) e pode ser
reescrita como:
f (x, y) = sen(x) + sen(y) + sen(π − x − y)
Df {(x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ x ≤ π e 0 ≤ y ≤ π e x + y ≤ π} é o
domı́nio da função a ser otimizada. Determinando o gradiente e igualando a zero temos:
0 = fx (x, y) = cos(x) + cos(x + y)
⇐⇒ cos(x) = (y)
0 = fy (x, y) = cos(y) + cos(x + y)
0 = cos(x) + cos(x + x) = cos(x) + cos2 (x) − sen2 (x) = 2 cos2 (x) + cos(x) − 1.
√
−1± 1−8
Isto é, cos(x) = 4
= − 1±3
4
, ou seja, cos(x) = −1 ou cos(x) = 12 . Portanto, x = π,
ou x = π3 . Assim, os pontos crı́ticos são P1 (π, π) ou P2 π π
,
3 3
. Note que P1 (π, π) ̸∈ Df .
435
ponto o triângulo é degenerado. (Uma degeneração é um estado limite, onde o objeto
altera sua natureza para aproximar-se muito de um objeto de outra classe, isto é, afastam
das propriedades genéricas mais ampla).
Como as funções cos(x) e cos(y) são injetoras em [0, π], segue que x = y = z.
π π
Da equação de vı́nculo 3x = π, segue que x = 3
. Portanto, y = 3
= z. E o ponto é
π π π
P , ,
3 3 3
.
Exemplo 385. Consideremos todos os triângulo cujo perı́metro esteja fixado, determine
o de maior área.
436
Determinando gradiente e igualando a zero.
−p(p − y)(x + y − p) + p(p − x)(p − y)
0 = fx (x, y) = È
2 p(p − x)(p − y)(x + y − p)
p(p − y)[−2x − y + 2p]
È
=
2 p(p − x)(p − y)(x + y − p)
−p(p − x)(x + y − p) + p(p − x)(p − y)
0 = fy (x, y) = È
2 p(p − x)(p − y)(x + y − p)
p(p − x)[−x − 2y + 2p]
= È
2 p(p − x)(p − y)(x + y − p)
isto é,
0 = p(p − y)(p − x)[−2x − y + 2p]
0 = p(p − x)(p − x)[−x − 2y + 2p]
437
Isto é, equivalente
−p(p − y)(p − z)
= λ (1) −p(p − z)(x − y) = 0 (1 − 2)
−p(p − x)(p − z) = λ (2) ⇐⇒
−p(p − x)(p − y) = λ (3) −p(p − x)(y − z) = 0 (2 − 3)
É fácil ver que P1 (x, p, p), P2 (p, p, z) e x = y = z são soluções para o problema.
2p
Se x = y = z da condição de vı́nculo 3x = 2p, isto é, x = 3
e o ponto é dado por
2p
P 3
, 2p
3
, 2p
3
. O triângulo de maior área é um triângulo equilátero cuja medidas são
√
2p 2p 2p p2 3
x= 3
, y= 3
ez= 3
de área A = 9
.
Exemplo 386. Determine as dimensões relativas de uma caixa retangular, sem tampa e
com volume fixo V , de modo que seja utilizado a menor quantidade de material possı́vel
em sua fabricação.
V
Dado que o volume é fixo V = xyz, então z = xy
. A função
a ser minimizada é dada por
2V x 2V y 2V 2V
f (x, y) = xy + + = xy + +
xy xy y x
Como Df = {(x, y) ∈ R2 ; x > 0 e y > 0}. Determinando o gradiente e igualando a zero,
temos
0 = fx (x, y) = y− 2V
x2
⇐⇒ y = 2V
x2
0 = f (x, y)
y = x− 2V
y2
438
√
3
√
3
Logo, o ponto P 2V , 2V é o único ponto crı́tico. Pelo teste da derivada segunda,
concluı́mos que é ponto de mı́nimo local. Note ainda que para quaisquer outros pontos
√ √ √ √ √3
f (x, y) > f 3 2V , 3 2V . As dimensões são x = 3 2V , y = 3 2V e z = 22V . E a
√6V
quantidade de material utilizado será S = 3
2V
.
4z 2xz
2x + = ⇐⇒ x = 2z
λz − 1 λz − 1
2
2z + 2z = λ2λz 2 ⇐⇒ λ =
z
439
Exercı́cios
440
∫ x
e) f (x, y, z) = xy + z f ) f (x, y) = cos2 (t)dt Exercı́cio 300. Dada
∫ y−x
y
xyz 2
2 se (x, y, z) ̸= (0, 0, 0)
g) f (x, y) = ln(t + t )dt f (x, y, z) = x4 + y 4 + z 4
∫ y
y+x
0 se (x, y, z) = (0, 0, 0).
h) f (x, y) = ln(sen(t))dt
x
∫ x Mostre
xy 2 a) D1 f (0, 0, 0), D2 f (0, 0, 0) e D3 f (0, 0, 0)
i) f (x, y) = ecos(t) dt j) f (x, y, z, t) = 3
y t + 2z existem.
cos(xy)sen(xz)
g) f (x, y, z) = b) f não é diferenciável em (0, 0, 0).
cos(yz)sen(yx)
h) f (x, y, z, t) = x2 + y 2 + ln(t2 z) − tan(xt) Exercı́cio 301. Seja
Exercı́cio 296. Seja ω = x2 y +y 2 z +z 2 x. Mostre yx2
2 se (x, y) ̸= (0, 0)
que x + y2
∂ω ∂ω ∂ω f (x, y) =
+ + = (x + y + z)2
∂x ∂y ∂z
0 se (x, y) = (0, 0).
x y
Exercı́cio 297. Seja z = ln(e + e ). Mostre que Mostre
a) f é contı́nua em (0, 0).
∂z ∂z
+ =1 b) D1 f (x, y) e D2 f (x, y) existem, mas não são
∂x ∂y
contı́nuas em (0, 0).
Exercı́cio 298. Seja f (p) onde p ∈ Rn . Deter- Então f não é diferenciável em (0, 0)?
mine onde f é diferenciável em Rn e /ou mostre Justifique sua resposta.
que ela é diferenciável em todos os pontos do seu
Exercı́cio 302. Suponha que z = f (x, y) seja
domı́nio. Encontre a matriz Jacobiana nesses
uma função diferenciável de x e y, onde
pontos e a transformação linear T associada a
ela. x = g(s, t) e y = h(s, t)
a) f (x, y, z) = ln(xyz) + xyz
funções diferenciáveis de s e de t. Mostre que
b) f (x, y) = cos(xy) − sen(xy) + xy
∂z
=
∂z ∂x ∂z ∂y
. + . e
xy 2 ∂s ∂x ∂s ∂y ∂s
2 se (x, y) ̸= (0, 0)
c) f (x, y) = x + y4
∂z ∂z ∂x ∂z ∂y
= . + .
0 se (x, y) = (0, 0) ∂t ∂x ∂t ∂y ∂t
( 3
)
d) f (x, y, z) = xy, z x, sen(yz), xyz Sugestão: Use a Regra da Cadeia para
( ) composta de função (f ◦ g)′ (p) = f ′ (g(p)).g ′ (p).
e) f (x, y, z) = x2 + yz, z 2 + yx, 3x + yz
Exercı́cio 303. Se z = f (x, y), onde x = r cos(θ)
( ) ∂z ∂z
f ) f (x, y) = x2 + cos(y), sen(y) + xy, xy e y = rsen(θ). Determine e . Mostre
∂r ∂θ
x que
g) f (x, y) = y ln(x) −
y 2 2 2 2
∂z ∂z ∂z 1 ∂z
2x
h) f (x, y) = e sen(y) + e −3y
cos(x) + = + .
∂x ∂y ∂r r2 ∂θ
sen(x + y)
c) f (x, y) = (ln(x) + y, cos(x), xy) f ) cos(x) + sen(y) = 2 g) =π
cos(x − y)
d) f (x, y) = (ex cos(y), ex sen(y)) h) cos(x − y) = sen(x) + y + z
443
f ) f (x, y) = cos(x) + cos(y) em [0, 0] × [π, π] Exercı́cio 329. Use o método dos multiplicado-
res de Lagrange para achar um valor funcional
g) f (x, y) = cos(x + y) + cos(x) + cos(y) máximo relativo de f , se f (x, y, z) = xyz com
em [0, 0] × [2π, 2π] dois vı́culos
444
Capı́tulo 13
445
∑
n
Para o volume total V = Vi , podemos escrever:
i=1
∑
n ∑
n
mi Ai ≤ V ≤ Mi Ai .
i=1 i=1
onde o supremo e o ı́nfimo se referem à todos os valores das somas obtidas de todas as
subdivisões possı́veis de R.
No que segue, veremos que para uma função contı́nua f (x, y) e uma região R
que satisfaça à hipóteses razoáveis, o supremo e o ı́nfimo existem e são iguais. O valor
comum é a integral dupla de f sobre R e escrevemos:
∫ ∫ ∫ ∫
f (x, y)dA ou f (x, y)dxdy.
R R
.. ......... ...
.
...
.
.
.
.
...........
..•
.........
......
..........
. .
. .
x xy.[caminho suave é aquele que admite derivadas em
... ..
... ..
...
... ...
... ...
... ...
...
.
•.......................
...
...
...
cada um de seus pontos.]
............. ...
................
•
446
Considere somente os retângulos Ri que estão totalmente contidos em R,
numerando-os de 1 à n e para cada retângulo Rk tome um ponto Pk (xk , yk ) e forme a
soma de Reimann.
∑
n
Sn = f (xk , yk )∆Ak
k=1
onde ∆Ak = ∆xk .∆yk é a área do retângulo Rk
Assim, traçando mais retas paralelas aos eixos x e y os retângulos ficam cada
vez menores. Tomando mais retas tal que a diagonal máxima dos retângulos Rk tende a
zero quando n tende ao infinito. Então se
∑
n
lim Sn = lim f (xk , yk )∆Ak
n→+∞ n→+∞
k=1
447
Teorema 13.1. (Existência da Integral Dupla) Seja R uma região fechada e limitada
encerrada por um caminho simples, fechado e suave por partes C. Seja f contı́nua em
R. Então
∫ ∫ ∫ ∫
f (x, y)dA ou f (x, y)dxdy,
R R
existe.
(iii) Sejam R1 , R2 regiões fechadas, limitadas e encerradas por caminhos simples, fecha-
dos e suaves por partes. Se R = R1 ∪ R2 e f é contı́nua em R, então
∫ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫
f (x, y)dA = f (x, y)dA + f (x, y)dA.
R R1 R2
448
Teorema 13.3. (Inversão de Ordem nas Integrais Repetidas) Para toda função contı́nua
f : [a, b] × [c, d] → R vale:
∫ b ∫ d ∫ d ∫ b
f (x, y)dydx = f (x, y)dxdy.
a c c a
Teorema 13.4. (Avaliação da integral Dupla por meio de uma Integral Iterada). Seja
R dada pelas desigualdades a ≤ x ≤ b e φ1 (x) ≤ y ≤ φ2 (x), onde φ1 e φ2 são contı́nuas
em [a, b] e seja f contı́nua em R. Então
∫ ∫ ∫ b ∫ φ2
f (x, y)dA = f (x, y)dydx.
R a φ1
∫ b ∫ φ2 ∫ b ∫ ψ2
As integrais f (x, y)dydx e f (x, y)dxdy são denominadas inte-
a φ1 a ψ1
grais iteradas de f .
449
Exemplo 389. Seja f (x, y) = 2 e a região R a circunferência de raio 1 centrada em
(1, 2). Então o volume V abaixo da superfı́cie z = f (x, y) é dado por
∫ ∫
V = f (x, y)dA
R
√
∫ ∫ ∫ ∫ √ ∫
2+ 1−(x−1)2
2 2+ 1−(x−1)2 2
f (x, y)dA = √ 2dydx = (2y) dx
R 0 2− 1−(x−1)2 0 √ 2
2− 1−(x−1)
∫ 2 È ∫ π
È
2
= 4 1 − (x − 1)2 dx =4 1 − (sen(t))2 cos(t)dt
0 − π2
∫ π ∫ π π2
2 2 1 + cos(2t) sen(2t)
= 4 cos2 (t)dt = 4 dt = 2 t + = 2π
− π2 − π2 2 2
− π2
Exemplo 390. Determine por integração dupla, a área da região no plano xy, limitada
pelas curvas y = x2 e y = 4x − x2 .
y = x2 ⇒ x2 = 4x − x2 ⇒ 0 = 2x(2 − x).
450
Então, para 0 ≤ x ≤ 2 temos que x2 ≤ y ≤ 4x − x2 . Integrando
4x−x2
∫ ∫ ∫ ∫ ∫
2 4x−x2 2
f (x, y)dA = dydx = y dx
R 0 x2 0 2
x
∫ 2
= (4x − x2 − x2 )dx
0
2
x3 23 8
= 2x2 − 2 = 2.22 − 2 =
3 3 3
0
Exemplo 391. Calcule a integral dupla da função f (x, y) = xy. Limitadas pelas curvas
y = x − 3 e (y + 2)2 = 1 + x.
⇒ y = ((y + 2)2 − 1) − 3.
451
∫ ∫ ∫ ∫
f (x, y)dA = f (x, y)dA
R R1 ∪R2
∫ ∫ ∫ ∫
= f (x, y)dA + f (x, y)dA
R1 R2
Vamos resolver este problema na região S pois, nesta região calculamos uma
única integral dupla. Assim, um estudo prévio da região de integração, pode-nos conduzir
a cálculos menos laboriosos e/ou evitar que tenhamos mais cálculos a fazer.
y+3
∫ ∫ ∫ ∫ ∫
0 y+3 x2 0
f (x, y)dA = xydxdy = y dy
S −3 (y+2)2 −1 −3 2
(y+2)2 −1
∫ 0
1
= y(y + 3)2 − y((y + 2)2 − 1)2 dy
2 −3
∫ 0
1
= y(y 2 + 6y + 9) − y(y 2 + 4y + 3)2 dy
2 −3
∫ 0
1
= y 3 + 6y 2 + 9y − y 5 − 8y 4 − 22y 3 − 24y 2 − 9y dy
2 −3
∫ 0
1
= − y 5 − 8y 4 − 21y 3 − 18y 2 dy
2 −3
0
1 y 6 8y 5 21y 4 18y 3
= − + + +
2 6 5 4 3
−3
452
1 (−3)6 8(−3)5 21(−3)4
= + + + 6(−3)3
2 6 5 4
1 729 1944 1701 81
= − + − 162 = −
2 6 5 4 40
∫ ∫ ∫ ∫ ∫ 1 ∫
2 1 1 x3 1 1
f (x, y)dA = 2 2
(x + y )dxdy = 2
y x+ dx = 2
y + dx
R 0 0 0 3 0 3
2
0
y3 y 8 2 10
= + = + = .
3 3 3 3 3
0
453
de variável implica em uma modificação na região de integração, basta lembrar que a
mudança de variável na integral simples implicava numa eventual mudança nos limitantes
de integração. Essa mudança na região de integração deve ocorrer de forma bijetiva. Em
muitos casos uma mudança (ou transformação) na região de integração facilita muito os
cálculos.
onde
∂h1 ∂h1
∂u ∂v
det[h′ (u, v)] =
para h = (h1 , h2 ).
∂h2 ∂h2
∂u ∂v
Denominado Jacobiano de h.
h : R ⊂ U ⊂ R2 → V ⊂ R2
u+v v−u
pondo h(u, v) = 2
, 2 . Logo, a função h transforma R em h(R) = S.
454
A inversa h−1 é tal que (h ◦ h−1 )(x, y) = (x, y).
Pondo h−1 (x, y) = (u, v), segue que
(x, y) = (h ◦ h−1 )(x, y) = h(h−1 (x, y)) = h(u, v)
u + v v − u
= , .
2 2
Portanto,
h−1 (x, y) = (x − y, x + y) .
Região S no plano xy
1
1 u 1 ln(2)
= e ln(2) = (e1 ln(2) − e0 ln(2)) = (e − 1)
2 2 2
0
455
Assim, com essa mudança temos que:
x2 + y 2 = r2 .
h : ]0, r0 [×] − π, π[ → R2
(r, θ) 7→ h(r, θ),
Região S, Circular no Plano xy
onde h(r, θ) = (r cos(θ), r sin(θ)). Temos assim, que
h1 (r, θ) = r cos(θ) e h2 (r, θ) = rsen(θ). Então o Jacobi-
ano de h é
∂h1 ∂h1
cos(θ) −rsen(θ)
∂r ∂θ
det[h′ (r, θ)] =
=
∂h2 ∂h2 sen(θ) r cos(θ)
∂r ∂θ
Região R, Retângular no Plano rθ
= r cos2 (θ) + rsen2 (θ) = r.
(f ◦ h)(r, θ) = f (h(r, θ)) = f (r cos(θ), r sin(θ)) = 3 − r2 cos2 (θ) − 2r2 sin2 (θ),
3 − r2 cos2 (θ) − 2r2 sin2 (θ) = 3 − r2 (cos2 (θ) + sin2 (θ)) − r2 sin2 (θ) = 3 − r2 (1 + sin2 (θ)).
456
Então,
∫ ∫ ∫ ∫ √
1 1−x2
f (x, y)dA = √ (3 − x2 − 2y 2 )dydx
h(R)=S −1 − 1−x2
∫ ∫
= f (r cos(θ), r sin(θ))rdA′
R
∫ π ∫ 1
= (3 − r2 cos2 (θ) − 2r2 sin2 (θ))rdrdθ
−π 0
∫ π ∫ 1
= (3 − r2 (1 + sin2 (θ)))rdrdθ
−π 0
∫ π ∫ 1 ∫ π ∫ 1
= 3rdrdθ − r3 (1 + sin2 (θ))drdθ
−π 0 −π 0
∫ π ∫ π ∫ π
3 1 1
= dθ − dθ − sin2 (θ)dθ
−π 2 4 −π 4 −π
π π ∫
3 1 1 π 1 − cos(2θ)
= θ − θ − dθ
2 −π 4 −π 4 −π 2
π π ∫ ∫
3 1 1 π 1 π
= θ − θ − dθ + cos(2θ)dθ
2 −π 4 −π 8 −π 8 −π
π π
π 1 sen(2θ) π π 9π
= 3π − − θ + = 3π − − =
Região R, Retângular no Plano rθ
2 8 −π 16 −π 2 4 4
f: M → R
(r, θ) 7→ f (r, θ).
457
Considere agora r = ri−1 e o ângulo α = θi e r = ri−1 e o
ângulo α = θi−1 , temos
Portanto,
1
∆i A = (∆i A)′ − (∆i A)′′ = (ri + ri−1 )(ri − ri−1 )(θi − θi−1 ).
Região Polar
2
1
Contudo, ∆i r = ri −ri−1 , ∆i θ = θi −θi−1 ainda ri−1 ≤ ri = (ri +ri−1 ) ≤ ri .
2
Logo, tomando o ponto (ri , θi ) na subregião θi−1 ≤ θi ≤ θi e ri−1 ≤ ri ≤ ri , e formamos
a soma
∑
n ∑
n
f ((ri , θi ))∆i A = f ((ri , θi ))ri ∆i r∆i θ.
i=1 i=1
se, e somente se
∑
n ∫ ∫
lim f ((ri , θi ))ri ∆i r∆i θ = f (r, θ)rdrdθ.
∥∆∥→0 R
i=1
π π
3 cos(2θ) = 3 cos(2 ) = 3 cos( ) = 3.0 = 0 = r e
4 2
458
3 cos(2θ) = 3 cos(2.0) = 3 cos(0) = 3.1 = 3 = r.
∫ π ∫ 3 cos(2θ) ∫ 0 ∫ 3 cos(2γ)
4
= hrdrdθ − π
hrdrdγ
0 0 4
0
∫ π ∫ 3 cos(2θ) ∫ π ∫ 3 cos(2θ)
4 4
= hrdrdθ + hrdrdθ
0 0 0 0
∫ ∫ ∫ 3 cos(2θ)
π
3 cos(2θ) π
4 4 2
= 2 hrdrdθ = h r dθ
0 0 0 0
∫ π ∫ π
4
2 4 1 + cos(4θ)
= 9h cos (2θ)dθ = 9h dθ
0 0 2
∫ π ∫ π
9h 4 9h 4
= dθ + cos(4θ)dθ
2 0 2 0
π π
9h 4 9h 4 9hπ
= θ + sen(4θ) =
2 0 8 0 8
∫ ∫ È
Exemplo 396. Calcule x2 + y 2 dA, onde R é o triângulo de vértices (0, 0), (1, 0)
√ R
e (1, 3).
459
segue do exposto que
π
0≤θ≤ e 0 ≤ r ≤ sec(θ).
3
Assim,
∫ ∫ √ ∫ ∫ ∫ sec(θ)
1 3x È π
3
sec(θ) π
3 r3
2
x2 + y 2 dydx = r drdθ = dθ
0 0 0 0 0 3 0
∫ π
3 sec3 (θ)
= dθ
0 3
π
1 3
= sec(θ) tan(θ) + ln(sec(θ) + tan(θ))
6 0
1
= sec π3 tan π3 + ln sec π3 + tan π3
6
1 √ √
= 2 3 + ln(2 + 3)
6
∫ ∫ È
Exemplo 397. Calcule x2 + y 2 dA, onde R é o conjunto de todos os pares (x, y)
R
tais que x2 ≤ y ≤ x.
π sen(θ)
0≤θ≤ e 0≤r≤ .
4 cos2 (θ)
Assim,
460
∫ ∫ ∫ ∫ ∫ sen(θ)
1 x È π
4
sen(θ)
cos2 (θ)
π
4 r3 cos2 (θ)
2
x2 + y 2 dydx = r drdθ = dθ
0 x2 0 0 0 3 0
∫ π ∫ π
1 4 sen3 (θ) 1 4
= dθ = tan3 (θ) sec3 (θ)dθ
3 0 cos6 (θ) 3 0
∫ π
1 4
= tan2 (θ) sec2 (θ) sec(θ) tan(θ)dθ
3 0
∫ π
1 4
= sec4 (θ) sec(θ) tan(θ) − sec2 (θ) sec(θ) tan(θ) dθ
3 0
π4 π
1 sec5 (θ) sec3 (θ) sec3 (θ) 4
= −
= 3 sec (θ) − 5
2
3 5 3 0 45 0
sec3 π4
sec3 (0)
= 3 sec2 π4 − 5 − 3 sec2 (0) − 5
45 45
√
2 2
1
2 √
= 3.2 − 5 − 3 − 5 = [ 2 + 1]
45 45 45
∫ ∫ È
Exemplo 398. Calcule x2 + y 2 dA. Onde a região R consiste no quadrilátero
√ √R
√ √
determinado pelos pontos (2, 2 3), (5, 3), (6, 0) e 2( 6 − 3 + 1, 0).
Região Cartesiana
cartesianas.
√ √ √ √
2 3− 3 3 3
m2 = = =−
2−5 −3 3
√ √ √
3 √ 3 8 3
r2 = y = − (x − 2) + 2 3 = − x+
3 3 3
461
Vamos determinar a equação da reta r3 em coordenadas cartesianas.
√
3−0 √
m3 = =− 3
5−6
√ √ √
r3 = y = − 3(x − 6) + 0 = − 3x + 6 3
∫ 6 ∫ r3 È
+ x2 + y 2 dydx
5 0
462
−−→ −−→ √
vetor OP2 , isto é, λ2 = ∥OP2 ∥ = 4 + 12 = 4. Em seguida determine o ângulo da reta
√
normal a reta r2 em relação ao eixo dos x, isto é, θ2 = arctan( 3) = π3 . Logo, a equação
da reta em coordenadas polares é r2 = λ2 sec(θ − θ2 ) = 4 sec θ − π
3
.
∫ r3 ∫ r2
r3 r3
π
θ4 3
= dθ + dθ
0 3 r θ4 3 r
1 1
∫
1 θ4
= λ33 sec3 (θ − θ3 ) − λ31 sec3 (θ − θ1 ) dθ
3 0
∫ π
3
+ λ32 sec3 (θ − θ2 ) − λ31 sec3 (θ − θ1 ) dθ
θ4
§
1
= λ33 (sec(θ − θ3 ) tan(θ − θ3 ) + ln | sec(θ − θ3 ) + tan(θ − θ3 )|)
6
ª θ4
−λ31 (sec(θ − θ1 ) tan(θ − θ1 ) + ln | sec(θ − θ1 ) + tan(θ − θ1 )|)
0
§
+ λ32 (sec(θ − θ2 ) tan(θ − θ2 ) + ln | sec(θ − θ2 ) + tan(θ − θ2 )|)
ª π3
−λ31 (sec(θ − θ1 ) tan(θ − θ1 ) + ln | sec(θ − θ1 ) + tan(θ − θ1 )|)
θ4
463
se R for a região constituı́da pelos pontos (x, y), tais que −1 ≤ x ≤ 2 e 1 ≤ y ≤ 3.
∫ ∫
b) (3y 2 − 2x2 )dA.
R
se R for a região limitada pelas retas y = x + 1, y = 1 e y = −x + 3.
∫ ∫
c) cos(2y 2 + 2x2 )dA.
R
se R for a região no primeiro quadrante e é limitada pela circunferência x2 + y 2 = 4.
∫ ∫
ln(3y + 2x)
d) dA.
R 2y − x
se R for a região dada por 1 ≤ 2x + 3y ≤ 4 e 2 ≤ 2y − x ≤ 3.
Resolução: Idéia de resolução. Complete os cálculos.
∫ ∫ ∫ 2 ∫ 3
a) (3y − 2x2 )dA = (3y − 2x2 )dydx ou
∫ ∫ ∫ −1
3∫ 2
R 1
(3y − 2x )dA = 2
(3y − 2x2 )dxdy
∫R ∫ 1 ∫−11 ∫ x+1 ∫ 2 ∫ −x+3
b) (3y 2 − 2x2 )dA = (3y 2 − 2x2 )dydx + (3y 2 − 2x2 )dydx ou
∫ ∫ R ∫ 2 ∫0 3−y
1 1 1
(3y − 2x )dA =
2 2
(3y − 2x )dxdy
2 2
R 1 y−1
c)
∫ ∫ ∫ π ∫ 2
2
2 2
cos(2y + 2x )dA = cos(2(rsen(θ))2 + 2(r cos(θ))2 )rdrdθ
R 0 0
∫ π ∫ 2
2
= cos(2r2 )rdrdθ
0 0
d) Chame u = 2x+3y e v = 2y−x assim 1 ≤ u ≤ 4 e 2 ≤ v ≤ 3. h(u, v) = 2u−3v u+2v
7
, 7 .
∂h1 ∂h1
2 −3
∂u ∂v 7 7 4 −3 1
det[h (u, v)] =
′
=
=
− = . E,
∂h2 ∂h2 1 2 49 49 7
7 7
∂u ∂v
∫ ∫ ∫ ∫
f (x, y)dxdy = (f ◦ h)(u, v)| det[h′ (u, v)]|dvdu
h(R) R
∫ 4 ∫ 3
1 ln(u)
= 7
dvdu.
1 2 v
464
Neste caso as regiões de integração são regiões do R3 (o espaço tridimensional).
Portanto,
∫ ∫ ∫ ∫ ∫ 2 ∫ 2∫ 1
2 1 2 2 1
1dzdydx = z dydx = 2dydx
0 0 0 0 0 0 0 0
∫ 1 ∫ 2 2
2
= 2y dx = 2dx = 2x = 4
0 0
0 0
∫ 1 ∫ 2
2
−1
= 2 y
x e tan (2) dx = tan−1 (2)x2 (e − 1)dx
0 0
0
2
x3 8
= tan (2) (e − 1) = tan−1 (2)(e − 1)
−1
3 0 3
Exemplo 402. Seja R o tetraedro de vértices (0, 0, 0), (1, 0, 0) (0, 2, 0) e (0, 0, 3) e
f (x, y, z) = x + z. Calcule a integral de f sobre R.
465
Resolução: Note que os vetores v1 e v2 pertencem ao plano
que limita a região R juntamente com os eixos coordenados,
onde
−
→
v1 = (0, 0, 3) − (0, 2, 0) = (0, −2, 3) e
−
→
v2 = (0, 0, 3) − (1, 0, 0) = (−1, 0, 3).
Logo,
∫
1 1 (2 − 2x)2 3
= 18 − 30x + 6x + 6x − 92
+ (2 − 2x)3 dx
3
2 0 2 4
∫ ∫
1 1 1 3 (2 − 2x)2
= 3 3 − 5x + x + x 2 3
dx + (2 − 2x)3 − 9 dx
0 2 0 4 2
466
1 1
5x2 x3 x4 1 3 3
= 3 3x − + + +
(2 − 2x)3 − (2 − 2x)4
2 3 4 0 2 4 32 0
5 1 1 1 3 3 3 13 1 9
= 3 3− + + − (2) − (2)4 = 3. − . = 1
2 3 4 2 4 32 12 2 2
h : R ⊂ U ⊂ R3 → V ⊂ R3
u + v v − u + 2w
pondo h(u, v, w) = , ,w .
2 2
467
Calculando as derivadas parciais de h em cada
uma das suas funções coordenadas, onde h1 (u, v, w) =
v+u v−u+2w
2
, h2 (u, v, w) = 2
e h3 (u, v, w) = w, obtemos,
1
1
0
2 2
′ 1
det[h (u, v, w)] = − 12 1
2
1 = . Logo,
2
0 0 1
∫ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫
f (x, y, z)dA = (f ◦ h)(u, v, w)| det[h′ (u, v, w)]|dvdudw
h(R)=S R
1
∫ ∫ ∫ ∫ ∫
2 3 1 eu 1 1 2 3 eu
= dwdvdu = w dvdu
0 1 0 v 2 2 0 1 v
0
3
∫ ∫ ∫
1 2 3 eu 1 2
= dvdu = eu ln(v) du
2 0 1 v 2 0
1
2
∫
1 2 1 u ln(3) 2
= (e ln(3)) du = e ln(3) =
u
(e − 1)
2 0 2 2
0
∫ ∫ ∫
Exemplo 404. Calcule a integral tripla z(x + y)ex−y dydxdz, onde S é dado por
S
x ≥ 0, y ≥ 0, 0 ≤ z ≤ 1 e 2 − x ≤ y ≤ 4 − x.
468
Calculando o determinante do Jacobiano em
módulo, temos:
√ √
22
2
2
0
√ √
det[h (u, v, w)] = − 22
′
2
2
0 = 1.
0 0 1
√ v
∫ ∫ √
2 2 1
= √ wve 2u dwdv
2 0
−v
∫ √ ∫
2 2 1 ( √ √ )
= √ wv e 2v
− e− 2v
dwdv
2 0
√ 1
1
∫ 2 2 ( √ √ )
− 2v
= √ w2 v e 2v
−e dv
2 2
0
∫ √
1 2 2 ( √ √ )
= √ v e 2v
− e− 2v
dv
2 2
2√2
1 ve√2v √
2v
− 2v
√ √
e− 2v
= √
2
− e
2
− − ve√2 − 2 √
2 2
1 4
e−4
e−2
= 2e − e4
2
+ 2
+ 2e−4 − e2 − e2
2
− 2
+ e−2
2
3e4 5e−4 e2 3e−2 3e4
= 4
+ 4
− 4
− 4
= 4
x2 y2
Exemplo 405. Seja S a região limitada pelo cilı́ndro elı́ptico 1 = 8
+ 18
e pelo para-
2 2
bolóide z = 4 − x4 − y9 e pelo plano xy. Calcule a integral de f (x, y, z) = 2x + yz sobre
S.
Resolução: Para resolver o problema de uma forma menos laboriosa podemos formular
o seguinte difeomorfismo:
469
√
x= 8.sen(θ), y = y e z = z. É facil ver que
√
8 cos(θ) 0 0
h′ (θ, y, z) = 0 1 0 e que
0 0 1
√ π π
|h′ | = 8 cos(θ) ∀ − ≤ θ ≤
2 2
Logo,
Região de integração
∫ ∫ ∫ ∫ √ ∫ √ ∫ 2 2
2 2 3
2
8−x2 4− x4 − y9
(2x + yz)dV = √ √ (2x + yz)dzdydx
S −2 2 − 23 8−x2 0
∫ ∫ √ ∫ 2
π
2
3 2 cos(θ) 4−2sen2 (θ)− y9 √ √
= √ (4 2sen(θ) + yz) 8 cos(θ)dzdydθ
− π2 −3 2 cos(θ) 0
√ 4−2sen2 (θ)− y2
√ ∫ π ∫ 3 2 cos(θ) √ yz 2
9
= 8
2
4 2sen(θ) z +
cos(θ) dydθ
√
− π2 −3 2 cos(θ) 2
0
√
√ ∫ π
2
∫ 3 2 cos(θ) √ √
= 8 √ 16 2sen(θ) cos(θ) − 8 2sen3 (θ) cos(θ)
− π2 −3 2 cos(θ)
√
4 2 y cos(θ) ( )
y2 2
− sen(θ) cos(θ)y 2 + 4 − 2sen2 (θ) − 9 dydθ
9 2
√
√ ∫ π
2 √ √ 4 2
= 8 16 2sen(θ) cos(θ) − 8 2sen (θ) cos(θ) y −
3
cos(θ)sen(θ)y 3
− π2 27
√
( ) 3 2 cos(θ)
3 2 3
− cos(θ) 4 − 2sen2 (θ) − y9 dθ
4 √
−3 2 cos(θ)
√ ∫ π
2 √ √ √
= 8 6 2 16 2sen(θ) cos2 (θ) − 8 2sen3 (θ) cos2 (θ) − 32 cos4 (θ)sen(θ) dθ
− π2
π2
√ 3 5
cos (θ) cos (θ) 32
= 8 −64 cos3 (θ) − 96 − + + cos5 (θ) = 0.
3 5 5 π
−2
470
Consideremos a seguinte mudança de variável x =
r cos θ, y = r sin θ e z = z com 0 < r < r0 , z1 < z < z2 e
−π < θ < π.
f (x, y, z) = 4xy.
Resolução: A região C é uma região cilı́ndrica, logo podemos aplicar uma mudança de
variável em coordenadas cilı́ndricas.
Logo,
∫ ∫ ∫ ∫ ∫ √ ∫
1 1−x2 1
4xydxdydz = √ 4xydzdydx
h(R)=C −1 − 1−x2 0
∫ 1 ∫ 1 ∫ π
= 4r2 cos(θ)sen(θ)rdθdzdr
0 0 −π
∫ 1 ∫ 1 ∫ π sen(2θ)
= 4r3 dθdzdr
0 0 −π 2
471
π
∫ ∫
1 1
= r (− cos(2θ)) dzdr
3
0 0
−π
∫ 1 ∫ 1
= r3 (− cos(2π) + cos(−2π))dzdr
0 0
∫ 1 ∫ 1
= r3 (0)dzdr = 0
0 0
∫ 5 ∫ π ∫ 8−r cos(θ)−rsen(θ)
= rdzdθdr
0 −π 0
8−r cos(θ)−rsen(θ)
∫ ∫
5 π
= rz dθdr
0 −π
0
∫ 5 ∫ π
= r(8 − r cos(θ) − rsen(θ))dθdr
0 −π
π
∫
5
= r(8θ + rsen(θ) − r cos(θ)) dr
0
−π
5
∫
5
= 16.π.rdr = 8.π.r2 = 8.π.52 = 8.π.25 = 200π
0
0
Exemplo 408. Consideremos uma região S limitada pelas equações, elipse x2 +4y 2 = 4,
pelo plano xy e pela superfı́cie z = x2 + 4y 2 .
x2
Calcule a integral de f sobre S, para f (x, y, z) = .
2
472
Resolução: A região S é cilı́ndrica limitada pela
elipse x2 + 4y 2 = 4, pelo plano xy e pelo parabolóide elı́ptico
z = x2 + 4y 2 , como mostrado na figura ao lado.
√ √
4 − x2 4 − x2
Então, −2 ≤ x ≤ 2, − ≤y≤
2 2
e 0 ≤ z ≤ x + 4y . Definido, h(θ, u, v) = (−2 cos(θ), u, v),
2 2
∫ ∫
π sen(θ) 8 cos2 (θ)
= sen(θ) 4 cos2 (θ) + 4u2 dudθ
0 −sen(θ) 2
∫ π ∫ sen(θ) cos2 (θ)
2 2
= 32 cos (θ) + u sen(θ)dudθ
0 −sen(θ) 2
∫ sen(θ)
π u3 cos2 (θ)
= 32 2
cos (θ)u + sen(θ) dθ
0 3 2 −sen(θ)
∫
π
2 sen3 (θ) cos2 (θ)
= 32 2 cos (θ)sen(θ) + 2 sen(θ)dθ
0 3 2
∫
π
2 sen2 (θ) cos2 (θ) 2
= 32 2 cos (θ) + 2 sen (θ)dθ
0 3 2
∫
π sen2 (θ) cos2 (θ) 2
= 64 cos (θ) + sen (θ) − 2
2 2
sen (θ)dθ
0 3 2
473
∫
4 π sen2 (2θ)
= 32 2 − sen (θ)
2
dθ
0 3 8
∫ π
4 1 − cos(2θ) 1 − cos(4θ)
= 32 2− dθ
0 3 2 8.2
∫ π ∫ π
4
= 4 (1 − cos(4θ))dθ − 1 − cos(2θ) 1 − cos(4θ) dθ
0 3 0
∫ π ∫ π
4
= 4 (1 − cos(4θ))dθ − 1 − cos(2θ) − cos(4θ) + cos(2θ) cos(4θ) dθ
0 3 0
∫ π ∫ π
4 cos(6θ) + cos(2θ)
= 4 (1 − cos(4θ))dθ − 1 − cos(2θ) − cos(4θ) + dθ
0 3 0 2
π π
sen(4θ) 4 sen(4θ) sen(4θ) sen(6θ) sen(2θ)
= 4 θ− − θ− − + −
4 3 2 4 12 4
0 0
4 12 4 12 − 4 8
= 4π − π = π − π = π= π
3 3 3 3 3
Exemplo 409. Seja S a região limitada pelo cilı́ndro circular reto x2 + y 2 = 2x, pelo
parabolóide z = x2 + y 2 e pela parte superior da esfera (z − 4)2 + (x − 1)2 + y 2 = 1.
Calcule o volume do sólido determinado por S.
−2 cos(θ)sen(θ)(sen(ψ) + 1) cos(ψ) cos2 (θ) 0
′ cos(ψ)sen(2θ)
h (θ, ψ, z) = cos(2θ)(sen(ψ) + 1) 0
2
0 0 1
474
portanto, Jh′ (θ, ψ, z) = − cos2 (θ) cos(ψ)(sen(ψ) + 1) para − π2 ≤ θ ≤ π
2
e − π2 ≤ ψ ≤ π2 ,
posto que o ponto inicial é P (0, 0, 4). Segue que |Jh′ (θ, ψ, z)| = cos2 (θ) cos(ψ)(sen(ψ) +
1).
r − cos(θ)
Então, = sen(ψ), concluı́mos que r = cos(θ)(sen(ψ) + 1). E,
cos(θ)
∫ π ∫ π ∫ cos(θ) cos(ψ)+4
2 2
V = cos2 (θ) cos(ψ)(sen(ψ) + 1)dzdψdθ
− π2 − π2 cos2 (θ)(sen(ψ)+1)2
∫ ∫ cos(θ) cos(ψ)+4
π π
2 2
2
= cos (θ) cos(ψ)(sen(ψ) + 1)z dψdθ
− π2 − π2 2
cos (θ)(sen(ψ)+1)2
∫ π ∫ π
2 2
= cos3 (θ) cos2 (ψ)sen(ψ) + cos3 (θ) cos2 (ψ) + 4 cos2 (θ) cos(ψ)(sen(ψ) + 1)
− π2 − π2
]
− cos4 (θ) cos(ψ)(sen(ψ) + 1)3 dψdθ
∫ π
2 cos3 (θ) cos3 (ψ) 3 ψ sen(2ψ)
= + cos (θ) + + 2 cos2 (θ)(sen(ψ) + 1)2
− π2 3 2 4
π2
cos4 (θ)(sen(ψ) + 1)4
− dθ
4
− π2
∫ π
2 π
= cos3 (θ) + 8 cos2 (θ) − 4 cos4 (θ) dθ
− π2 2
∫ π
2 π 1 cos(2θ)
= cos(θ) − sen (θ) cos(θ) + 8
2
+
− π2 2 2 2
3 cos(2θ) cos(4θ)
−4 + + dθ
8 4 8
π
π sen3 (θ) θ sen(2θ) 3θ sen(2θ) sen(4θ) 2
= sen(θ) − +8 + −4 + +
2 3 2 4 8 8 32 π
− 2
2π 3π 19π
= + 4π − =
3 2 6
475
Outra forma é fazer uma mudança em coordenadas cilı́ndricas com translação,
x − 1 = r cos(θ) e y = rsen(θ) e z = z, é fácil ver que Jacobiano é r e −π ≤ θ ≤ π e
0≤r≤1
√ √1−r2 +4
∫ ∫ ∫ ∫ ∫
π 1 1−r2 +4 π 1
V = rdzdrdθ = rz drdθ
−π 0 r2 +2r cos(θ)+1 −π 0 2
r +2r cos(θ)+1
∫ π ∫ 1 √
= r( 1 − r2 + 4) − r(r2 + 2r cos(θ) + 1) drdθ
−π 0
1
∫ 3
π (1 − r2 ) 2 r4 2 3 r2
= − + 2r2 − − r cos(θ) − dθ
−π 3 4 3 2
0
∫ π
∫ π
1 2 1 1 19 2
= 2 − − cos(θ) − + dθ = − cos(θ) dθ
−π 4 3 2 3 −π 12 3
π
19 2 19π
= θ − sen(θ) =
12 3 6
−π
476
sin(φ) cos(θ) −ρ sin(φ) sin(θ) ρ cos(φ) cos(θ)
det[h′ (ρ, θ, φ)] = sin(φ) sin(θ) ρ sin(φ) cos(θ) vρ cos(φ)sen(θ)
cos(φ) 0 −ρ sin(φ)
Logo,
det[h′ (ρ, θ, φ)] = | − ρ2 sin(φ)|
Concluı́mos, pelo teorema anterior que com essa mudança de variáveis que
∫ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫
f (x, y, z)dV = (f ◦ h) ρ, θ, φ ρ2 sin(φ)dρdθdφ.
h(R) R
∫ 1 ∫ 2π ∫ π
= r4 cos2 (φ) sin(φ)dφdθdr
0 0 0
∫ 1 ∫ 2π
3 π
4 cos (φ)
= −r dθdr
0 0 3 0
∫ 1 ∫ 2π
∫ 1
2π
2 4 2 4
= r dθdr = r θ dr
0 0 3 0 3
0
∫ 1
1
4π 4 4π 5 4π
= r dr = r =
0 3 15 15
0
Exemplo 411. Seja a região S limitada pelo cone x2 + y 2 = z 2 , pelo plano xy e pela
esfera x2 + y 2 + z 2 = 4. Calcule o volume da região S.
477
Resolução: Da intersecção do cone x2 +y 2 = z 2 com a esfera
4
x2 + y 2 + z 2 = 4 obtemos a circunferência x2 + y 2 = 2
= 2,
cuja projeção pode ser observada na figura 13.8.
√ √
Se x = 0, temos que y = 2 e z = 2.
√
Como z = 2 cos(φ), assim, 2 = 2 cos(φ), temos
π
que 0 ≤ φ ≤ .
4
Figura 13.8: π
Portanto, 0 ≤ r ≤ 2, 0 ≤ θ ≤ 2π e 0 ≤ φ ≤ .
4
∫ ∫ ∫ ∫ 2 ∫ 2π ∫ π
4
1dxdydz = r2 sen(φ)dφdθdr
h(R) 0 0 0
∫ π ∫ 2 ∫ 2π √
2 ∫ 2π 4
2
= −r cos(φ) dθdr =
2
r 1−
2
dθdr
0 0 0 0 2
0
∫ √ 2π ∫ 2
2 2 √
= r 2
1− θ dr = r2 π 2 − 2 dr
0 2 0
0
r3 √ 2 23 √ 8 √
= π 2− 2 = π 2− 2 = π 2− 2 .
3 3 3
0
∫ ∫ ∫
2 ln(2y 2 + 2x2 + 2z 2 )
Exemplo 412. Calcule dA.
R z3
Onde R é a região do primeiro octante e limitada pelas esferas
1 ≤ x2 + y 2 + z 2 ≤ 4 e pelo cone z 2 = x2 + y 2 .
∫ ∫ ∫ ∫ 2∫ π ∫ π
2 ln(2y 2 + 2x2 + 2z 2 ) 4 2 2 ln(2ρ2 ) 2
dA = ρ sen(ψ)dθdψdρ
R z3 1 0 0 ρ3 cos3 (ψ)
π
∫ 2∫ π 2
2 ln(2ρ2 )
=
4
ρ 2
sen(ψ)θ dψdρ
ρ3 cos3 (ψ)
1 0
0
478
∫ ∫ π
π 2 4 2 ln(2ρ2 )
= tan(ψ) sec2 (ψ)dψdρ
2 1 0 ρ
π
∫ 4 ∫
π 2 2 ln(2ρ2 ) π 2 2 ln(2ρ2 )
= tan2 (ψ) dρ = dρ
4 1 ρ 4 1 ρ
0
2
π π π(ln(2))2
= [ln(2ρ2 )]2 = (3 ln(2) − ln(2))2 = .
8 8 2
1
∫ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫ 2
1 4 4
zex−y 1 8 2
wev 1 8
wev
dydxdz = dvdudw = dudw
0 0 2 x+y 0 2 −4 u 0 2 u
−4
∫ ∫ ∫ 8
1 8 1
w
= (e − e 2 −4
) dudw = (e2 − e−4 ) w ln(|u|) dw
0 2 u 0
2
∫ 1
= (e2 − e−4 )(ln(8) − ln(2)) wdw = (e2 − e−4 ) ln(2).
0
479
Exercı́cios
Exercı́cio
∫ 1 ∫ 1 337. Calcule as integrais
∫ 2 ∫ 3 dupla. ∫ ∫
Exercı́cio 340. Calcule.
a) (x + y)dydx b) (x2 + y 2 )dxdy a) xy 2 dA; onde R é a região retangular
R
∫
0
1 ∫
0
1
0
∫ 0
0
∫ 1
[−1, 1] × [0, 2].
c) (ex + y)dydx d) (x2 + y)dxdy
0 0 −1 0 b) O volume do conjunto de todos os (x, y, z) tais
∫ ∫ ∫ ∫
1 1 2 2
ex que 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1 e 0 ≤ z ≤ x2 + y 2 .
e) (xy + x2 + y 2 )dxdy f) dxdy
−1 y
∫0
π∫ π
1 1
c) O volume do conjunto de todos os (x, y, z) tais
g) (sen(x) + y)dydx que x ≥ 0, y ≥ 0, x + y ≤ 1 e 0 ≤ z ≤ 1 − x2 .
π π
∫ 2π ∫ 22π ∫ ∫
xyex −y dA; onde R é o retângulo
2 2
h) (sen(x) + cos(y))dydx d)
π π R
2 2
0 ≤ x ≤ 2 1 ≤ y ≤ 2.
Exercı́cio ∫ ∫
∫ 2 ∫ 2x 338. Calcule as integrais
∫ 3 ∫ dupla.
x xysen(x)
e) dA; onde R é o retângulo
a) x3 y 2 dydx b) x2 exy dydx R 1 + 4y
2
∫
1
∫
0
∫ ∫
2 1 0 ≤ x ≤ π2 0 ≤ y ≤ 1.
2 y π x
c) xdxdy d) sen(4x − y)dydx ∫ ∫
π
cos(x − y)
0 1 0 e) dA; onde R é o trapézio
∫ 3 ∫ y √
2
∫ 1 ∫ ey R sen(x + y)
y 1 ≤ x + y ≤ 2 x ≥ 0 e y ≥ 0.
e) 9 + y 2 dxdy f) dxdy
1 2 −1 1 x
Utilize Coordenadas Polares
∫ ∫
Exercı́cio 339. Calcule.
a) sen(x)dA; onde R é a região limitada
R
∫ ∫
Exercı́cio 341. Calcule.
1 a) sen(x2 + y 2 )dA, onde R é o semicı́rculo
pelas retas y = 3x, y = x e x = π.
∫ ∫ √
3 R
π
b) x2 4 − y 2 dA; onde R é a região limitada x2 + y 2 ≤ e y ≤ 0.
2
R ∫ ∫ √
circunferência
∫ ∫ x2 + y 2 = 4. b) x2 + y 2 dA, onde R é o triângulo
2
x R
c) 2
dA; onde R é a região limitada pelas de vértices (0, 3), (1, 1) e (2, 2).
R y
retas y = x, x = 2 e pela hipérbole xy = 1. ∫ ∫ √
∫ ∫ 2
ey−x c) x2 + y 2 dA, onde
d) dA; onde R é o conjunto de todos
R y−x
2 R
480
∫ ∫ ∫ √
3 2 √ 9−x2
Exercı́cio 342. Calcule
∫ 1 ∫ √2−x a) y 2 + x2 dydxdz
2
√
∫ 1 ∫ √1−x2 ∫ √1−x2 −y2
2 1 0
a) y 2 + x2 dydx
z
∫
0
∫
x2
√ b) √ dzdydx
1 x−x2 0 0 0 x + y2
2
b) xdydx ∫ 2 ∫ √9−x2 ∫ 9−x2 −y2 √
0 0
∫ ∫ √ c) y 2 + x2 dzdydx
a a2 −x2 √ −2 0
∫ 3 ∫ √9−y2 ∫ √9−x2 −y2
0
c) a2 − y 2 − x2 dydx; (a > 0)
1
∫0 ∫ 0 d) dzdxdy
x x 2 + y2 + z2
d) √ dA; R é a região no pri- 0 0
√
0
R y + x2
2 ∫ 2 ∫ 9−x2 ∫ 2
meiro quadrante, limitada pela circunferência e) √ √ yzdzdydx
x2 + y 2 = 2 e pelos eixos coordenados. −2 − 9−x2 x2 +y 2
481
onde R é dado pelas desigualdades x2 +y 2 +z 2 ≤ 2,
x ≥ 0, y ≥ 0 e z ≥ 0.
482
Capı́tulo 14
Demonstrações
Este capı́tulo foi construı́do por completude. Os resultados que por ventura
venham ser considerados mais sofisticados, que envolvam conceitos mais avançados da
matemática, eventualmente não serão demonstrados, bem como resultados que remetem
a idéias já utilizadas. Nossas demonstrações tem o objetivo é inserir na mente do leitor,
como deve-se proceder na busca do que ele realmente precisa para mostrar o que deseja,
feito isso, consideramos que o desejado foi alcançado.
483
Logo, supor L1 ̸= L2 chegamos a um absurdo, portanto, L1 = L2 . 2
iv) Como g(x0 ) ̸= 0, seja 0 < ϵ0 < |g(x0 )|. Como g é contı́nua em x0 , existe
δ1 > 0 tal que
se |x − x0 | < δ1 então |g(x) − g(x0 )| < ϵ0 .
484
Como veremos no próximo teorema, vem da continuidade de f e g que o
limite do lado direito tende a zero quando x → x0 , segue que
f (x) f (x0 )
lim = .
x→x0 g(x) g(x0 )
f (x)
O que mostra a continuidade de em x0 . 2
g(x)
(⇒) Suponhamos que f seja uma função contı́nua em x0 . Logo f (x0 ) existe
e, ainda para todo ϵ > 0 existe δ > 0 tal que
(⇐) É imediata, pois f (x0 ) existe e, para todo ϵ > 0 existe δ > 0, tal que se
Da continuidade de f em b, temos para todo ϵ > 0 que existe δ1 > 0 tal que
Do fato que lim g(x) = b. Temos para esse δ1 > 0 que existe δ2 > 0 tal que
x→x0
485
Portanto, lim f (g(x)) = f (b) 2
x→x0
Nestas condições existe um único número real β que pertence a todos os in-
tervalos da sequência, ou seja, para todo n natural, an ≤ β ≤ bn .
a0 ≤ a1 ≤ a2 ≤ a3 ≤ · · · ≤ an−1 ≤ an ≤ bn ≤ bn−1 ≤ · · · ≤ b3 ≤ b2 ≤ b1 ≤ b0 .
an ≤ β ≤ bn .
Suponhamos que exista λ outro número real tal que para todo n
an ≤ λ ≤ bn .
486
Suponhamos que f (x0 ) < k < f (x2 ), vamos mostrar que existe x1 ∈ (x0 , x2 )
tal que f (x1 ) = k.
x2 + x0
Seja c0 = , o ponto médio do intervalo [x0 , x2 ], assim [x0 , c0 ] e [c0 , x2 ]
2
e, para esse c0 devemos ter f (c0 ) < k ou f (c0 ) ≥ k.
x2 + c0
Suponhamos f (c0 ) < k < f (x2 ). Tome c1 = , o ponto médio do
2
intervalo [c0 , x2 ], assim [c0 , c1 ] e [c1 , x2 ], devemos ter f (c1 ) < k ou f (c1 ) ≥ k.
c1 + c0
Suponhamos f (c0 ) < k < f (c1 ). Tome c2 = , o ponto médio do
2
intervalo [c0 , c1 ], assim [c0 , c2 ] e [c2 , c1 ] e, para esse c2 devemos ter f (c2 ) < k ou f (c2 ) ≥ k
e suponha que f (c2 ) < k < f (c1 ).
Temos que g(x) ≤ f (x) ≤ h(x) e que lim g(x) = L = lim h(x). Portanto,
x→x0 x→x0
487
se 0 < |x − x0 | < δ2 então |h(x) − L| < ϵ.
(⇒) Suponhamos que lim f (x) = L, então para todo ϵ > 0 existe δ > 0 tal
x→x0
que
se 0 < |x − x0 | < δ então |f (x) − L| < ϵ.
Ou seja, lim f (t + x0 ) = L.
t→0
(⇐) Suponhamos que lim f (t + x0 ) = L, então para todo ϵ > 0 existe δ > 0
t→0
tal que
se 0 < |t| < δ então |f (t + x0 ) − L| < ϵ.
488
g(x)
Queremos mostrar que lim = +∞, ou seja, para todo N > 0 existe
x→x0 f (x)
δ > 0 tal que se
g(x)
0 < |x − x0 | < δ então > N.
f (x)
c
lim g(x) = c < 0, temos para todo − = ϵ > 0 existe δ1 > 0 tal que se
De x→x
0 2
c
0 < |x − x0 | < δ1 então |g(x) − c| < ϵ = − .
2
c
Logo, existe δ2 > 0 tal que g(x) < < 0.
2
De lim f (x) = 0− , temos para todo ϵ > 0 existe δ1 > 0 tal que se
x→x0
Logo, existe δ1 > 0 tal que −ϵ < f (x) < 0, lembre-se que f (x) → 0− , assim
0 < −f (x) < ϵ.
c
g(x) < <0 e 0 < −f (x) < ϵ.
2
c c
g(x) g(x)
Portanto, 2
< <0 ou, equivalentemente, > − > 0.
2
−f (x) ϵ f (x) ϵ
ϵc
Basta, tomarmos N = − > 0 e, a afirmação será satisfeita. 2
2
Temos lim f (x) = +∞ e lim g(x) = c > 0 então lim f (x)g(x) = +∞.
x→x0 x→x0 x→x0
Queremos mostrar que para todo N > 0 existe δ > 0 tal que se
De x→x
lim f (x) = +∞. Então para todo M > 0 existe δ1 > 0 tal que se
0
489
De lim g(x) = c > 0. Então para todo 0 < ϵ < c existe δ2 tal que se
x→x0
Como lim f (x) = L, então para todo ϵ > 0 existe um número N > 0 e para
x→+∞
Como f está definida para todo inteiro positivo, logo para todo n tal que
Seja (xn ) uma sequência convergente, ou seja, xn → L. Então para todo ϵ > 0
existe N > e para todo n natural tal que
Tome (xnk ) uma subsequência de (xn ), em particular, para todo ı́ndice nk >
n > N , temos |xnk − L| < ϵ.
490
Ou seja, a subsequência (xnk ) é convergente e seu limite é L. 2
Para todo ϵ > 0 temos que L − ϵ não é cota superior de A, pois L − ϵ < L.
Então existe um número natural N tal que L − ϵ < xN ≤ L.
Como (xn ) é crescente (estamos admitindo isto), para todo n > N devemos
ter xn > xN . Assim
L − ϵ < xN < xn ≤ L < L + ϵ
Ou seja, para todo ϵ > 0 existe um número N > 0 tal que para todo n > N
implica |xn − L| < ϵ. Portanto (xn ) é convergente.
f (x) − f (x1 )
lim = f ′ (x1 ).
x→x1 x − x1
491
De fato,
f (x) − f (x1 )
lim [f (x) − f (x1 )] = lim (x − x1 )
x→x1 x→x1 x − x1
f (x) − f (x1 )
= lim (x − x1 ) lim = 0.f ′ (x1 ) = 0.
x→x1 x→x1 x − x1
Ainda,
Segue a continuidade de f em x1 . 2
q(x + h) − q(x)
Vamos mostrar que lim existe e, representa a derivada do
h→0 h
produto de f por g.
Assim,
q(x + h) − q(x) f (x + h)g(x + h) − f (x)g(x)
lim = lim
h→0 h h→0 h
492
Demonstração: Teorema 4.7.
h(x + h) − h(x)
Vamos mostrar que lim existe e, representa a derivada do
h→0 h
quociente de f por g.
Assim,
h(x + h) − h(x)
f (x+h)
g(x+h)
− f (x)
g(x) f (x + h)g(x) − g(x + h)f (x)
lim = lim = lim
h→0 h h→0 h h→0 g(x)g(x + h)h
493
De fato, para todo t ̸= t0 , temos
g(t) − g(t0 )
ψ(t) = − g ′ (t0 ).
t − t0
Donde
g(t) − g(t0 )
lim ψ(t) = lim − g ′ (t0 ) = 0.
t→t0 t→t0 t − t0
E(t) = ψ(t)(t − t0 ).
Assim,
g(t) − g(t0 ) = g ′ (t0 )(t − t0 ) + E(t).
g(f (x)) − g(f (x0 )) = g ′ (f (x0 ))(f (x) − f (x0 )) + E(f (x)).
g(f (x)) − g(f (x0 )) g ′ (f (x0 ))(f (x) − f (x0 )) E(f (x))
= +
x − x0 x − x0 x − x0
Portanto,
E(f (x)) f (x) − f (x0 )
lim
x→x0 x − x
= lim ψ(f (x)) = 0.f ′ (x0 ) = 0
0
x→x0 x − x0
494
pois, ψ(f (x0 )) = ψ(t0 ) = 0.
Então,
′ g(f (x)) − g(f (x0 ))
[g(f (x0 ))] = x→x
lim
0 x − x0
g ′ (f (x0 ))(f (x) − f (x0 )) E(f (x))
= x→x
lim + = g ′ (f (x0 )).f ′ (x0 ).
0 x − x0 x − x0
Se α > β, como f é crescente em [a, b], segue que f (α) < f (β), ou equi-
valentemente y2 < y1 . Contudo, tomamos y1 < y2 , assim β não pode ser menor que
α.
Das asserções acima, segue que α < β, ou seja, f −1 (y1 ) < f −1 (y2 ). Provando
assim, que f −1 é crescente em [f (a), f (b)].
495
Seja f −1 (z) = p. Então f (p) = z, do fato que f −1 ser crescente em [f (a), f (b)],
concluı́mos que a < p < b. Logo
a ≤ p − ϵ < p < p + ϵ ≤ b.
δ + z ≤ f (p + ϵ) e f (p − ϵ) ≤ z − δ.
Como f é contı́nua e monótona em [a, b], então f possui inversa em [f (a), f (b)]
(ou [f (b), f (a)] se f (b) < f (a)). Prove essa afirmação.
496
Para todo y ̸= y0 temos
f −1 (y) − f −1 (y0 ) 1
lim = lim ,
y→y0 y − y0 u→x0 f (u)−f (x0 )
u−x0
mas
f (u) − f (x0 )
lim = f ′ (x0 ) = f ′ (f −1 (y0 ))
u→x0 u − x0
e, portanto,
f −1 (y) − f −1 (y0 ) 1 1
(f −1 (y0 ))′ = y→y
lim = ′ −1 = ′ ,
0 y − y0 f (f (y0 )) f (x0 )
ou seja,
dx 1 1 1
= (f −1 (y))′ = ′ −1 = ′ = dy .
dy f (f (y)) f (x) dx
Da hipótese que f ′ (x0 ) existe, então as derivadas laterais existem e são iguais
à f ′ (x0 ), assim,
0 ≤ f+′ (x0 ) = f ′ (x0 ) = f−′ (x0 ) ≤ 0
e, portanto, f ′ (x0 ) = 0.
497
Disso segue o desejado. 2
Sejam,
De fato, suponha que m < f (x) < M para todo x ∈ [x0 , x3 ] e consideremos
as funções
1 1
h(x) = e g(x) = ∀ x ∈ [x0 , x3 ].
M − f (x) f (x) − m
498
Se f for uma função constante em [a, b], então f ′ (x) = 0 em (a, b) e, portanto
existirá um c ∈ (a, b) tal que f ′ (c) = 0.
Suponhamos que f não seja constante em [a, b]. Como f é contı́nua em [a, b]
segue do teorema 4.22 que f assume valores de máximo é mı́nimo em [a, b], sejam f (x1 ) e
f (x2 ) respectivamente tais valores, onde x1 , x2 ∈ [a, b]. Note ainda que f (x1 ) ̸= f (x2 ),
pois nesta situação f é não constante em [a, b] e da hipótese de que f (a) = f (b),
concluı́mos que x1 , x2 ∈ (a, b). Donde x1 , x2 são extremo de f e, portanto, f ′ (x1 ) = 0
e f ′ (x2 ) = 0.
Seja f uma função definida em [a, b]. Definamos a função T dada por
f (b) − f (a)
T (x) = f (a) + (x − a).
b−a
Pondo g(x) = f (x) − T (x) para todo x ∈ [a, b], então g satisfaz as condições
do Teorema 4.23 de Rolle. De fato,
a) g é contı́nua em [a, b], pois é soma de funções contı́nuas em [a, b].
b) g é derivável em (a, b), pois é soma de funções deriváveis em (a, b).
c) g(a) = 0 = g(b). Note que
f (b) − f (a)
g(a) = f (a) − T (a) = f (a) − f (a) − (a − a) = 0 e
b−a
f (b) − f (a)
g(b) = f (b) − T (b) = f (b) − f (a) − (b − a) = f (b) − f (a) − f (b) + f (a) = 0.
b−a
f (b) − f (a)
g ′ (x) = f ′ (x) − T ′ (x) = f ′ (x) − ,
b−a
f (b) − f (a)
portanto, f ′ (c) = 2
b−a
499
Provaremos o item i). Seja x0 < x1 . Como f é contı́nua em [x0 , x1 ] e
derivável em (x0 , x1 ), então pelo teorema 4.24 existe c ∈ (x0 , x1 ) tal que
f (x1 ) − f (x0 )
f ′ (c) = .
x1 − x0
f (x1 ) − f (x0 )
Como c ∈ (x0 , x1 ) vem por hipótese que f ′ (c) > 0 assim, > 0,
x1 − x0
e de 0 < x1 − x0 implica que f (x1 ) − f (x0 ) > 0, ou seja, f (x0 ) < f (x1 ), portanto f é
crescente em [x0 , x1 ] .
Logo, para todo x1 ∈ (c−δ, c) e x2 ∈ (c, c+δ) vem que f (x1 ) < f (c) < f (x2 ),
portanto f tem um máximo local em c.
500
Tomemos (x0 − δ, x0 ) = I1 e (x0 , x0 + δ) = I2 .
501
Definamos h(x) = f (x) − g(x) para todo x em I.
Como por hipótese f ′ (x) = g ′ (x) para todo x em I. Segue que h′ (x) = 0 para
todo x em I. Afirmamos que h(x) é constante em I.
h(x2 ) − h(x0 )
h′ (x1 ) = .
x2 − x0
Segue daı́ que F ′ (x) = G′ (x) para todo x em I. Do teorema 5.2 devemos ter
G(x) = F (x) + c, para alguma constante c, para todo x em I. 2
502
Logo,
∫ ∫ ∫
(f (x) + g(x))dx = F (x) + G(x) + c + k = F (x) + c + G(x) + k = f (x)dx + g(x)dx.
Demonstração: Teorema 5.8. Este resultado exige conceitos mais avançados dos a-
presentados aqui. O interessado pode consultar a bibliografia [5] paginas 305 à 319. 2
Como f e g são integráveis em [a, b], para todo ϵ > 0 existe δ > 0 tal que
n ∫ b n ∫ b
∑ ϵ ∑ ϵ
f (ξi )∆ i x − f (x)dx<
e
g(ξ i )∆i x − g(x)dx<
i=1 a 2 i=1 a 2
sempre que ∥∆∥ < δ.
Assim,
n ∫ b ∫ b
∑
f (ξi ) ± g(ξi ) ∆i x − f (x)dx ± g(x)dx < ϵ
i=1 a a
ou seja,
n
∑ ∫ b ∫ b
lim f (ξi ) ± g(ξi ) ∆i x = f (x)dx + g(x)dx
∥∆∥→0 a a
i=1
503
Ainda,
∑
n ∑
n ∫ b
lim αf (ξi )∆i x = α. lim f (ξi )∆i x = α f (x)dx.
∥∆∥→0 ∥∆∥→0 a
i=1 i=1
Portanto,
n
∑ ∑
n ∑
n
lim αf (ξi ) ± βg(ξi ) ∆i x = lim αf (ξi )∆i x ± lim βg(ξi )∆i x
∥∆∥→0 ∥∆∥→0 ∥∆∥→0
i=1 i=1 i=1
∫ b ∫ b
= α f (x)dx ± β g(x)dx
a a
Assim,
∫ x0 +∆x ∫ x0
F (x0 + ∆x) − F (x0 ) = f (t)dt − f (t)dt.
a a
504
Pelo teorema 5.15 temos que
∫ x0 ∫ x0 +∆x ∫ x0 +∆x
f (t)dt + f (t)dt = f (t)dt
a x0 a
isto é,
∫ x0 +∆x ∫ x0 ∫ x0 +∆x
f (t)dt − f (t)dt = f (t)dt.
a a x0
Portanto,
∫ x0 +∆x
F (x0 + ∆x) − F (x0 ) = f (t)dt. (14.1)
x0
e
∫ x0 +∆x
∆xf (x0 ) = f (x0 )dt. (14.2)
x0
∫ x0 +∆x
1
= f (t) − f (x0 ) dt.
∆x x0
Dado ϵ > 0, pela continuidade de f no ponto x0 , existe δ > 0 tal que tal
que t ∈ [a, b], |t − x0 | < δ implicam |f (t) − f (x0 )| < ϵ. Então 0 < |∆x| < δ ainda, de
x0 + ∆x ∈ [a, b] implicam
∫
F (x + ∆x) − F (x ) 1 x0 +∆x
0 0 dt
− f (x0 )
≤ f (t) − f (x0 )
∆x ∆x x0
∫
1 x0 +∆x 1
< ϵ dt = ϵ|∆x| = ϵ.
∆x x0 |∆x|
505
De fato, como f (x) é contı́nua no intervalo [x0 , x0 + ∆x], o teorema do valor
extremo, assegura que f tem valores máximos e mı́nimos absolutos em [x0 , x0 + ∆x].
∫ x0 +∆x
m∆x ≤ f (x)dx ≤ M ∆x,
x0
ou seja, ∫ x0 +∆x
f (x)dx
f (xm ) = m ≤ x0
≤ M = f (xM ).
∆x
506
Como x0 foi escolhido de modo arbitrário no intervalo [a, b] segue o desejado
pelo teorema. 2
Como f é contı́nua em todos os pontos do intervalo [a, b], já vimos pelo
teorema 5.13 que a integral definida
∫ x
f (t)dt
a
Assim
∫ b ∫ b
F (b) − F (a) = f (t)dt + C − C = f (t)dt.
a a
507
Afirmamos que G(b) ̸= G(a). De fato, suponha que G(b) = G(a). Como G
satisfaz as condições do Teorema do valor médio. Logo, existe um número d ∈ (a, b) tal
G(b) − G(a) 0
que G′ (d) = = = 0, mas isto é absurdo posto que G′ (x) ̸= 0 para
b−a b−a
todo x ∈ (a, b).
Definamos
F (b) − F (a)
T (x) = F (x) − F (a) − (G(x) − G(a))
G(b) − G(a)
cuja derivada é
′ ′ F (b) − F (a)
T (x) = F (x) − G′ (x).
G(b) − G(a)
lim F (x) = lim+ f (x) = 0 = F (a) e lim G(x) = lim+ g(x) = 0 = G(a).
x→a+ x→a x→a+ x→a
lim F (x) = lim− f (x) = 0 = F (a) e lim G(x) = lim− g(x) = 0 = G(a).
x→a− x→a x→a− x→a
508
Assim, as condições da afirmação acima são verificadas para as funções F e
G, no intervalo [a, x] e/ou [x, a]. Assim
e/ou
f (x) f ′ (c) f ′ (c)
lim− = lim− ′ = lim− ′ = L.
x→a g(x) x→a g (x) c→a g (c)
f (x)
Conluı́mos assim que lim = L.
x→a g(x)
A demonstração continua válida se L for trocado por +∞ ou −∞. 2
1
Então f (x) = F (t) e g(x) = G(t) onde x > N e 0 < t < N
. Como lim f (x)
x→+∞
é equivalente lim+ F (t), segue que lim f (x) = 0 = lim+ F (t) o mesmo ocorrendo com
t→0 x→+∞ t→0
as funções G e g.
F ′ (t)
Ainda, da Regra da Cadeia considerando o quociente G′ (t)
, temos
F ′ (t) − t12 f ′ 1t f ′ 1t f ′ (x)
= 1 ′ 1 = ′ 1 = ′ .
G′ (t) − t2 g t g t g (x)
F ′ (t)
Segue que lim+ = L.
t→0 G′ (t)
509
Como para todo x > N , g ′ (x) ̸= 0, temos que G′ (t) ̸= 0 para todo 0 < t < 1
N
.
Podemos aplicar o teorema 5.31, para as funções F e G, concluindo que
F (t)
lim+ = L.
t→0 G(t)
f (x) F (t)
Portanto, lim = lim+ = L.
x→+∞ g(x) t→0 G(t)
Como lim f (x) = +∞, para todo N > 0 existe δ > 0 tal que
x→a
Seja y ∈ (a − δ, a) tal que f ′ (y) = 0 e f (x) > f (y) para todo x ∈ (a − δ, a).
Note que isso é possı́vel pois se y0 , y1 ∈ (a − δ, a) são pontos tais que f ′ (y0 ) = 0 = f ′ (y1 )
e f (y0 ) = f (y1 ) > N . Então pondo M = f (y0 ) existe δ1 > 0 de modo que δ1 < δ e
Assim, a − δ < y < x < a, pelo Teorema do valor médio de Cauchy, temos
f (y) − f (x) f ′ (z)
= ′ , y < z < x.
g(y) − g(x) g (z)
510
A equação acima pode ser reescrita
[ ]
f (x)
g(y)
g(x)
− 1 f ′ (z) f ′ (z)
= [ f (y) ]. = r(x, y). .
g(x) − 1 g ′ (z) g ′ (z)
f (x)
Note que
g(y) f (y)
lim − 1 = −1 = lim− −1
x→a− g(x) x→a f (x)
Para cada y > a − δ fixo tomamos x tal que |r(x, y) − 1| < δ o que é possı́vel
pelo que acabamos de mostrar.
Logo,
′
f (x) f (z)
g(x) − L = g′ (z) r(x, y) − Lr(x, y) + Lr(x, y) − L
′
≤ fg′ (z)
(z)
r(x, y) − Lr(x, y) + |L| |r(x, y) − 1|
= |r(x, y)| fg′ (z) − L + |L| |r(x, y) − 1|
′
(z)
f ′ (z) f ′ (z)
> M, ou < −M para todo M > 0.
g ′ (z) g ′ (z)
511
Para a−δ < y fixo em I, da convergencia de r(x, y) tomamos |r(x, y)−1| < 1
2
e, assim
f (x) f ′ (z) M
= r(x, y) ′ > r(x, y)M >
g(x) g (z) 2
ou
f (x) f ′ (z) 3M
= r(x, y) ′ < −r(x, y)M < −
g(x) g (z) 2
Segue que Sn+1 − Sn = xn+1 . Da convergência da série, temos que para todo
ϵ > 0 existe N > 0 um número real tal que para todo n > N implica que |Sn − L| < ϵ
2
ϵ ϵ
|xn+1 | = |Sn+1 − Sn | = |Sn+1 − L − Sn + L| ≤ |Sn+1 − L| + |Sn − L| < + = ϵ.
2 2
Seja Sn a sequência das somas parciais de uma série convergente. Então para
todo ϵ > 0 existe N > 0 tal que para todo n > N implica que
ϵ
|Sn − L| < .
2
512
ϵ ϵ
Sejam n, m > N então |Sn − L| < e |Sm − L| < . Segue daı́ que
2 2
ϵ ϵ
|Sn − Sm | = |Sn − L − Sm + L| ≤ |Sn − L| + |Sm − L| < + = ϵ.
2 2
Seja c um número real não nulo e Sn a sequência das somas parciais de uma
∑
+∞
série convergente dada por un .
n=1
n
Temos que para todo ϵ > 0 existe N > 0 tal que para todo n > N implica
∑ ϵ
que ui − S = |Sn − S| < .
i=1 |c|
Assim,
n n
∑ ∑ ϵ
cun − cS
=
c un − cS = |cSn − cS| = |c||Sn − S| < |c|
< ϵ.
i=1 i=1 |c|
∑
+∞
Portanto, cun converge para cS.
n=1
513
Demonstração: Teorema 6.8
∑
+∞ ∑
+∞
Sejam un e vn duas séries de temos positivos.
n=1 n=1
un
a) Como lim = c > 0, então existe N > 0 tal que se
n→+∞ vn
u c
n
n>N implica
vn
− c<ϵ< .
2
un c
Segue dai que < 3c
2
<
. Como as séries são de termos positivos do
2
vn
segundo membro da desigualdade obtemos
3c
un < vn .
2
∑
n
3c
Pondo Wn = vn , Wn é uma série de temos positivos, supondo Wn con-
i=1 2
∑
+∞
vergente, segue que un é convergente, pelo teorema 6.7.
n=1
¨ «
u1 u2 un
Pondo A o maior e B o menor elemento do conjunto , , · · · , 0 , −1, 1 .
v1 v2 vn 0
un
Então todos os elementos da sequência estão contidos no intervalo [B, A]. Portanto,
vn
a sequência é limitada.
un
Assim, −C < < C, onde C é um limitante. Como as séries são de termos
vn
positivos do segundo membro da desigualdade obtemos
un < Cvn .
∑
+∞
Segue que un é convergente, pelo teorema 6.7.
n=1
un
c) Como lim = +∞. Para todo N > 0 existe um número real R tal que se n > N
n→+∞ vn
514
un
implica que > R, ou seja, un > Rvn , basta agora aplicar o teorema 6.7 para concluir
vn
o resultado. 2
∑
n n ∫
∑ p ∑
n ∑
n−1 ∫ n ∑
n
f (p − 1) ≥ f (x)dx ≥ f (p) ⇔ f (p) ≥ f (x)dx ≥ f (p) − f (1).
p=2 p=2 p−1 p=2 p=1 1 p=1
∫ n
Se a integral imprópria existir, pomos L o seu valor. Então f (x)dx ≤ L,
1
assim
∫ n ∑
n ∑
n ∫ n
f (x)dx ≥ f (p) − f (1) ⇐⇒ f (p) ≤ f (1) + f (x)dx ≤ f (1) + L.
1 p=1 p=1 1
∑
+∞
Considerando agora a série infinita f (n). Seja {Sn } a sequência das somas
n=1
∑
n
parciais dessa série, ou seja, Sn = f (p). Como vimos Sn é limitada superiormente
p=1
por f (1) + L. Como se trata de uma sequência monótona limitada, segue que Sn é
convergente.
∫ b ∑
n−1 ∫ n
Suponha que lim f (x)dx = +∞, ainda do fato que f (p) ≥ f (x)dx,
b→+∞ 1 1
p=1
para todo n inteiro positivo. Segue que
∑
n
lim Sn = lim f (p) = +∞.
n→+∞ n→+∞
p=1
515
Bibliografia
[1] GUIDORIZZI, LUIZ HAMILTON.: Um Curso de Cálculo. 5a edição, volume 1, Editora LTC,
Rio de Janeiro, 2008.
[2] GUIDORIZZI, LUIZ HAMILTON.: Um Curso de Cálculo. 5a edição, volume 2, Editora LTC,
Rio de Janeiro, 2008.
[3] GUIDORIZZI, LUIZ HAMILTON.: Um Curso de Cálculo. 5a edição, volume 3, Editora LTC,
Rio de Janeiro, 2008.
[4] GUIDORIZZI, LUIZ HAMILTON.: Um Curso de Cálculo. 5a edição, volume 4, Editora LTC,
Rio de Janeiro, 2008.
[5] LIMA, ELON LAGES.: Curso de Análise. 11a edição, volume 1, Editora IMPA (Projeto Eucli-
des), Rio de Janeiro, 2004.
[6] LIMA, ELON LAGES.: Curso de Análise. 9a edição, volume 2, Editora IMPA (Projeto Eucli-
des), Rio de Janeiro, 2006.
[7] LEITHOLD, LOUIS.: O Cálculo com Geometria Analı́tica. 3a edição, volume 1, Editora
Harbra, São Paulo, 1994.
[8] LEITHOLD, LOUIS.: O Cálculo com Geometria Analı́tica. 3a edição, volume 2, Editora
Harbra, São Paulo, 1994.
[9] STEWAR, JAMES.: Cálculo. 6a edição, volume 1, Editora Cengage Learning, São Paulo, 2009.
[10] STEWAR, JAMES.: Cálculo. 6a edição, volume 2, Editora Cengage Learning, São Paulo, 2009.
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