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[1ª Era] Gênesis


No começo, havia a Consciência. A Consciência era Zao e Zao era a
Consciência em si. A partir dela, todas as coisas foram feitas. Zao teve uma
ideia e a sua Consciência se materializou em uma Semente. Mas antes de
germiná-la, Zao fez Cosmus, à sua semelhança, para ajudá-lo com sua ideia.
Cosmus era detentor do tempo e do espaço, e essas duas coisas nasceram
com ele e eram ele. O Universo agora existia e o Tempo passava. E agora a
Semente tinha onde brotar.

Cosmus tinha capacidade de criação, vinda de seu pai Zao, porém ainda não
sabia usá-la muito bem e deveria ser obediente ao seu criador. Ele ficou
maravilhado com a ideia de Zao e se dispôs a ajudá-lo. Mas Cosmus sentiu
solidão em sua imensidão escura e vazia, e Zao fez Eä, àquela que brilha. Eä
era a própria luz, e ela povoou cada canto do Universo com seu brilho e suas
estrelas. Ela se tornou esposa de Cosmus. Ela não existia sem ele, e ele
era totalmente vazio sem ela. Ela também abraçou a Semente e sua luz a fez
germinar.
A Semente germinou em Sete Ramos, ou Sete Planos, e estes se tornariam a
morada de todas as criaturas. Eram eles:

Aether, ou Reino Superior

Livheim, ou Reinos da Vida

Mussheim, ou Reinos da Lava

Ardatoril, Terra, ou Plano Terreno

Jouheim, ou Reinos do Gelo

Helheim, ou Reinos da Morte

Nether, ou Reino Inferior

Nessa época, existiam três consciências vivas. Zao, Eä e Cosmus. A Semente e


Zao compartilham da mesma consciência, como se fossem um só. Zao passou
a assumir uma personificação, como de um ser bípede material e foi viver em
Aether. Os outros fizeram como ele e o seguiram. De lá, eles poderiam ver tudo

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que aconteceria nos planos abaixo e admirar o que lá viveria. Os três então se
sentaram e planejaram toda a criação, e Zao criou mais deuses como eles para
que pudessem cada um ser responsável por um aspecto da criação, de forma a
dividir tarefas. E assim surgiu tantos e tantos como eles, e Aether foi povoado
e a Criação crescia e desenvolvia. Eram eles:

Zao - Deus supremo, pai e criador

Cosmus - deus do tempo e do espaço

Eä - deusa da luz e dos astros

Vizir-caelis - deus dos ventos e da justiça

Driggamor - deus das rochas e da forja

Uwë - deus dos mares e da navegação

Güina - deusa da natureza e dos animais

Selëne - deusa da lua e das pedras preciosas

Vanyan - deusa da agricultura e das práticas manuais

Otton - deus da caça e das batalhas

Drakonidas - deus da magia e da sabedoria

Orchrith - deus das feras e do poder

Thanatos - deus da morte e da passagem

Taaf - deusa dos elementos e das emoções

Chaor - deus do caos e das improbabilidades infinitas

Mais tarde, os 14 abaixo de Zao ficariam sendo chamados de Aonir, que


significa deus-menor Aoniri no plural), enquanto Zao seria chamado de Aovizir,
que significa Senhor de todos os deuses. Tudo isso em idioma élfico ou élfico
antigo.

Além dos Aoniri, Zao também deu vida a diversos seres chamados de
Celestiais, ou Potestades Aocekiri). Esses seres são uma categoria abaixo dos
deuses menores (duas categorias abaixo de Zao) e tinham a missão de ajudá-
los em sua criação, como servos, e também eram um exército para possíveis
guerras que aconteceriam. Entre as Potestades haviam o que hoje se
conhecem como anjos.

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Antes de começarem a povoar e construir em cada um dos planos, os 15
fizeram um pacto e se comprometeram a cumprir dois acordos. Sabe-se que
um pacto é algo que persiste até que uma das partes o quebre, já um acordo é
um compromisso que todos assumem para sempre. O Pacto da Hierarquia
Invertida foi proposto por Zao e consistia em que quanto maior a hierarquia
entre as consciências vivas, menos se deve interferir naquilo que está abaixo.
Logo, Zao não poderia interferir (de forma cruel) diretamente naqueles abaixo
de si, nem em sua criação, da mesma forma que um deus menor ou potestade
não poderia matar uma criatura, por exemplo.

Os acordos eram dois: o Acordo do Distanciamento Progressivo e  o Acordo da


Encarnação Necessária. O primeiro foi um compromisso que todos eles
assumiram de que, aos poucos, deveriam se afastar da criação e interferir o
mínimo possível, para que essa se desenvolvesse sozinha, tomando suas
próprias decisões. O segundo acordo afirmava que, futuramente, após
passassem a viver apenas no Aether, longe da criação, só poderiam voltar a
Terra encarnados, e apenas se fosse extremamente necessário, após
cumprimento de alguns requisitos. Vale ressaltar que os requisitos eram mais
numerosos e mais difíceis de acontecer conforme se sobe na hierarquia. Logo,
para uma potestade encarnar é bem mais fácil de acontecer do que o próprio
Zao.

Após essa reunião entre os 15, que ficou conhecida como a "Concílio da
Criação", eles desceram em Ardatoril e começaram a construir e dar vida.

Os ramos da Semente se ramificaram, exceto o Aether e o Nether, que


permaneceram como foram criados até os dias de hoje. Os outros se dividiram
e se fundiram em tantos outros que, hoje em dia, dizem que apenas pensar em
um plano novo, já faz da sua existência verdadeira.

Nessa época foram criados os filhos de Zao e a parte principal da ideia inicial,
os Homens. Eles foram moldados em forma e personalidade, mas
permaneceram dormindo por muitos anos, e somente Zao sabia o dia que eles
iriam despertar. Apesar de ter muitos deuses na época, apenas Cosmus e Eä
viram a criação de Zao antes de seu despertar. O casal ficou encantado com
tamanha beleza, ficando ansiosos pelo seu despertar e pensando apenas nisso
noite e dia. Instigado por seu fascínio, Zao falou a eles algo que eles nunca
conseguiram compreender: "A perfeição dos Homens está em sua
imperfeição".
Foi inspirados por essa ideia que Cosmus e Eä conseguiram enfim se unir, de
forma tão singela, a ponto de conceber, de seu amor, seres vivos, seus filhos, a

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partir de suas essências. Aqueles que se assemelharam a Cosmus foram
chamado Seres de Escuridão, enquanto aqueles que se assemelhavam à Eä
foram chamados de Seres de Luz. Eram consciências vagantes pelos planos,
sem forma.
No entanto, para a tristeza de seus genitores, os Seres de Luz e os Seres de
Escuridão não se uniam. Pelo contrário, eles não se toleravam e muitas vezes
quando se encontravam, acabavam por causar intrigas e brigas entre si. Eä era
a que mais sofria com tudo isso. Nessa época de seu sofrimento, o Multiverso
nunca esteve tão escuro desde que ela foi concebida por Zao. E o ápice do
sofrimento de Eä foi quando os Seres de Escuridão se uniram para "matar" um
Ser de Luz. A primeira vez que algo deixou de existir desde que o tempo foi
criado. Eä não resistiu a esse episódio e também deixou de existir, desgostosa,
trazendo de volta as trevas ao multiverso.
A morte de uma Consciência é diferente da morte que conhecemos hoje. Uma
Consciência não morre como um corpo, quando há a passagem para o pós-
vida. Diferente do corpo, uma Consciência só deixa de existir quando não tem
mais gosto para a vida. Ou seja, quando a tristeza consome o seu existir e ela
abdica dessa dádiva, "dormindo" para a eternidade.

Após a morte de Eä, Cosmus ficou bastante triste, ficando recluso nos confins
dos seus domínios por muito tempo. Os Seres de Luz mais poderosos da
época, vendo sua mãe morrer e o Multiverso sucumbir em trevas, assumiram
formas grandes e brilhantes no céu, e ficaram conhecidos como estrelas. Eles
fizeram isso em homenagem à sua mãe, e pensando no futuro da criação. Já os
outros, menores, começaram a se unir aos Seres de Trevas, arrependidos das
brigas e do que causaram, e tornando-se pacíficos uns com os outros. Parte
dos Seres de Trevas, também arrependidos, abraçaram seus irmãos.

Era tarde demais para Eä, mas vendo essa mudança no comportamento de
seus filhos, Cosmus chamou-os e conversou com eles. Cosmus amava seus
filhos, e vendo-os arrependidos, solicitou uma mudança. Eles iriam adquirir
forma e morar em Ardatoril, onde seriam imortais mas sofreriam as dificuldades
da vida na Terra e voltariam para o céu estrelado se viessem a morrer. Esses
seres adquiriram tais formas, e assim nasceram os Elfos, as primeiras criaturas,
que tinham consciência mesmo antes de tomarem forma. Os Seres de Luz,
exceto aqueles que brilhavam no céu, se tornaram Elfos Luminosos, e os Seres
de Escuridão se tornaram Elfos Escuros, ou Drows. Na época, todos eram bons
e viviam juntos, arrependidos pela morte de sua mãe amada.

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Cosmus fez isso, principalmente, porque invejava a humanidade, de Zao, além
de ver defeitos nela. Os Elfos foram a primeira raça a povoar a Terra, após
muitos anos sendo consciências vagantes no multiverso. Eles eram mais
perfeitos que os Homens, segundo Cosmus, pois eram imortais e sábios, pois
haviam despertado há muito tempo. Eles povoaram a Terra, e Cosmus os
visitava sempre, ensinando-os muitas coisas.

Os outros deuses da época, quando viram quão belos os filhos de Cosmus e Eä


haviam se tornado, passaram a entender um pouco como seriam os filhos de
Zao, e sentiram também inveja. Então, muitos deles decidiram criar sua própria
versão da humanidade, baseando-se nos elfos de Cosmus. Foi então que
surgiram os Gigantes, Dragões, Orcs, Anões, Falconianos, Tritões, Selvagerinos
e etc. Todos eles receberam forma antes de ganhar consciência, e eram
reflexos dos seus criadores (exemplo de Driggamor e dos Gigantes, segunda
raça a existir). Essas novas raças, exceto os elfos, mesmo após despertarem,
eram reflexos do seu criador, pois não tinham o livre arbítrio, ou seja, não
tinham consciência própria.

A verdade é que muitas criaturas foram feitas naquela época, inspirados


principalmente pelos Elfos, mas também pela criatividade de seus criadores.
Ao ver aquilo, Zao chamou-os e repreendeu-os. Tudo que fizeram tinha sido
devido à inveja relacionada a ideia inicial. Muitos se arrependeram, e Zao os
perdoou. Além disso, sentindo compaixão pela criação de seus filhos, Zao os
acolheu como seus filhos também e soprou neles, dando-os o livre arbítrio.
Mas não para todos. As raças que receberam o livre arbítrio de Zao foram, em
ordem que despertaram: Gigantes e Anões, Fadas e Falconianos, Gnomos e
Pequeninos, Arboríneos e Selvagerinos, Reptilianos e Tritões. A algumas delas
foi negado o livre arbítrio, pois tinham uma pretensão maligna. Era o caso:
Dragões, Orcs, Outros (essa raça nem chegou a despertar até meandros da 3ª
Era), dentre outros que permaneceram como bestas.

Em resumo, a diferença entre os povos livres e as criaturas, ou monstros, é que


os povos livres têm autonomia de decisão, fazendo suas próprias escolhas e
assumindo uma índole própria, enquanto que as criaturas que não receberam o
livre arbítrio agem de acordo com a personalidade herdada de seus criadores.
Então Ardatoril foi povoada com inúmeras raças que tentavam reproduzir a
ideia de Zao, ao modo de seus criadores. Todos eles se encheram de orgulho e
caminhavam na Terra com seus filhos, enquanto todos louvavam seu pai Zao,
que vivia no Aether. Algo que Zao havia falado, porém, afetou o coração de
alguns deles. Zao avisou que chegaria o dia em que apenas os homens

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povoariam a Terra, assim como havia sido decidido no início de tudo. Essas
palavras ecoaram provocando diferentes sentimentos em alguns deles

Cosmus sentiu raiva. Ele amava sua criação acima de tudo, e sua criação era
tudo que povoava a Terra até então. Ele questionou tal decisão, e ao ver que
seu pai não voltaria atrás, a raiva se transformou em ódio. Para eles, os Elfos
são os mais perfeitos dentre os filhos de Zao, e eles que deveriam herdar
Ardatoril. Portanto, ele jurou em silêncio lutar contra Zao e seus exércitos, e
com o coração já corrompido, recorreu a outros deuses que tinham conflitos
com Zao: Orcrith e Drakonidas. Orcrith comprou de imediato a luta e se tornou
o mais fiel aliado de Cosmus. Drakonidas também o ajudou, no início, mas
vendo que seus dragões começaram a agir com violência perante as outras
raças, se arrependeu.

Outra ameaça havia surgido no multiverso. Os Seres de Escuridão que não se


arrependeram após a morte de Eä, continuaram vagando pelos planos
causando discórdia. Eles se alimentavam de estrelas brilhantes Seres de Luz)
e cresciam em poder e ódio. Ficaram sendo chamados de Discórdias desde
aquele tempo, e coincidentemente, quando foram para a Terra, na 2ª Era, os
homens que não conheciam as escrituras, deram-lhes o mesmo nome.
Cosmus reuniu e liderou as Discórdias, que eram seus filhos. Elas eram seu
exército e tinham se tornado muito poderosas. Nessa época, Cosmus morava
em Tol-Impetus, no Castelo de Cronolitos, onde planejou, silenciosamente,
cada passo de sua traição, que irá desencadear a Guerra da Alvorada
Ragnarök).
Dois mil anos depois da criação das raças, os homens finalmente despertaram.
Eles acordaram em uma noite de lua crescente, às margens do lago Praesëpe,
nos territórios de Vanyan, que logo depois disso ficou conhecido como Vale do
Despertar. O primeiro a dar as boas vindas aos homens foi ninguém menos do
que Cosmus. Cosmus tem o dom do tempo, e ao prever o despertar, se
preparou para ir. Quando eles acordaram, ele estava lá e conseguiu convencer
parte deles a seguí-lo. A linhagem desses homens que o seguiram tornou-se
má e mesquinha. Se tornaram mercenários, charlatões e falsos profetas.
Os homens que permaneceram no Vale tiveram a honra de conhecer Vanyan,
que os educou bem antes de se dispersarem. Eles aprenderam a cultivar,
colher, criar animais, fazer práticas manuais e viver com simplicidade. Depois
disso, os homens se espalharam.

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