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FRENTE 1 Química Geral e Inorgânica

MÓDULO 1 Estrutura do Átomo: Conceitos Básicos


1. DIMENSÕES DO ÁTOMO Exemplo elétron faz parte deste grupo) e ou-
O átomo de sódio tem 11 prótons, tras seis chamadas quarks.
Diâmetro do átomo ≅ 12 nêutrons e 11 elétrons.
≅ 10–8 cm = 1 angström = 1Å Quarks e Léptons
O número atômico é 11 e o nú-
Diâmetro do átomo ≅ mero de massa é 23.
≅ 10.000 x diâmetro do núcleo + 2/3 Quark
Up Charm top
(600) (3.000) (360.000)
5. ELEMENTO QUÍMICO

É um conjunto de átomos de neutrino neutrino neutrino


0 Lépton do elétron do múon do táuon
mesmo número atômico. O elemento (~0) (~0) (~0)
hidrogênio é o conjunto de átomos
de número atômico igual a 1.
down strange bottom
–1/3 Quark
(600) (1.000) (10.000)
Os átomos de um mesmo ele-
mento podem apresentar número de
nêutrons diferente. Os átomos: elétron múon táuon
–1 Lépton
(1) (200) (3.600)

A : 1 próton, 0 nêutron, 1 elétron


B : 1 próton, 1 nêutron, 1 elétron Na primeira coluna encontra-se a
2. MASSAS DAS C: 1 próton, 2 nêutrons, 1 elétron carga elétrica da partícula e entre
PARTÍCULAS são todos do elemento hidrogênio. parênteses a massa da partícula em
FUNDAMENTAIS função da massa do elétron.
Os elementos de Z = 1 a Z = 92
Massa do próton ≅ massa do são encontrados na natureza, com Dois tipos de quarks, o up (para
nêutron exceção do tecnécio (Z = 43) e pro- cima) e o down (para baixo), formam
mécio (Z = 61), que são produzidos os prótons e os nêutrons.
Massa do próton ≅ 1.840 x mas- artificialmente. Os elementos de
sa do elétron Z = 93 em diante são artificiais. O quark up tem carga + 2/3, en-
quanto o down tem carga – 1/3. O
3. NÚMERO ATÔMICO (Z) 6. REPRESENTAÇÃO próton é um agregado de dois up e
DE UM ÁTOMO um down, enquanto o nêutron é
É o número de prótons existentes constituído por um up e dois down.
no núcleo. Utiliza-se o símbolo do elemento
com um índice inferior (n.o atômico) e
Em um átomo, o número de pró- um índice superior (n.o de massa).
tons é igual ao número de elétrons.
Como a carga elétrica do próton é Exemplo
igual à carga elétrica do elétron, mas
de sinal contrário, o átomo é um

冦 AZ == 23
sistema eletricamente neutro (a soma 11
23
de todas as cargas é zero). 11
Na

4. NÚMERO DE MASSA (A)

É a soma do número de prótons 7. TEORIA DOS QUARKS


com o número de nêutrons.
A teoria mais moderna afirma
A= Z+N que há apenas 12 partículas elemen-
tares, seis chamadas léptons (o

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MÓDULO 2 Estudo da Eletrosfera e Configuração Eletrônica

1. CONFIGURAÇÃO q Experimental
ELETRÔNICA O elemento de número atômico
112 foi fabricado no início de 1996,
Os modelos da matéria, construí- em Darmstad – Alemanha. Em 1999,
dos até o momento, postulam que ela foi sintetizado na Califórnia o elemen-
é constituída por partículas. to de número atômico 114, pulando o
Consideremos, primeiramente, o elemento de número atômico 113.
modelo atômico de Dalton, no qual se Em 2004, foram sintetizados os ele-
julga como a menor porção de maté- mentos de números atômicos 113 e 115
ria uma partícula indivisível, impene- e em 2008, foi fabricado o elemento de
trável e esférica: o átomo. Sucessivas Z = 116.
investigações experimentais, aliadas O átomo de lítio: 3 prótons, Até o elemento de número atô-
4 nêutrons e 3 elétrons. O núcleo é
a novas concepções teóricas, leva- mico 118 (fabricado em 2005), tere-
positivo, a eletrosfera é negativa, mas o
ram aos modelos de Thomson, Ru- átomo é um sistema eletricamente neutro. mos o seguinte número de elétrons nas
therford, Bohr, modelo orbital. camadas:
Neles, o átomo não é mais a me- K L M N O P Q
A coroa ou eletrosfera está divi-
nor porção da matéria, mas já se 2 8 18 32 32 18 8
dida em 7 camadas designadas K, L,
admitem partículas subatômicas: elé-
M, N, O, P, Q ou pelos números n = 1,
trons, prótons, nêutrons etc. 3. SUBNÍVEIS
2, 3, 4, 5, 6, 7.
DE ENERGIA
O número da camada é cha-
OU SUBCAMADAS
mado número quântico principal (n).
Modelo
Os níveis de energia subdividem-
de Dalton ❑ Número máximo de elétrons se em subníveis de energia que são
o átomo seria uma em cada nível de energia designados pelas letras s, p, d, f. Es-
bolinha indivisível. Abaixo mostramos o cálculo do creve-se o número quântico principal
número máximo de elétrons em cada antes da letra indicativa do subnível.
camada eletrônica.
Modelo de q Número máximo de
Thomson
q Teórico elétrons em cada subnível
uma esfera
Equação de Rydberg: x = 2n2 s p d f
positiva com elé-
2 6 10 14
trons incrustados. K L M N O P Q
Um sistema com baixa energia é
2 8 18 32 50 72 98 estável.
Modelo de Todo sistema tem tendência para
Rutherford ficar mais estável.
modelo pla ne tá rio Os elétrons colocados nos subní-
do átomo. Os elé - veis de menor energia acarretam um
trons giram ao re- estado de maior estabilidade para o
dor de um núcleo átomo. Diz-se que o átomo está no
positivo. estado fundamental.
Nos átomos dos elementos co-
nhecidos, os subníveis 5g, 6f, 6g, 6h,
2. CAMADAS ELETRÔNICAS 7d, 7f, 7g, 7h, 7i estão vazios.
OU NÍVEIS DE ENERGIA
4. DISTRIBUIÇÃO DOS
O volume do átomo é determina-
ELÉTRONS NOS SUBNÍVEIS
do pelos elétrons. Como alguns des-
ses elétrons são mais facilmente re-
movíveis que os outros, isso nos leva a À medida que se aproxima do nú-
concluir que alguns elétrons estão mais Modelo de Bohr –
cleo, a energia potencial do elétron,
próximos do núcleo do que outros. órbitas permitidas e órbitas proibidas. graças à atração pelo núcleo, dimi-

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nui, enquanto sua velocidade e, con- A ordem crescente de energia Exemplo


sequentemente, sua energia cinética dos subníveis coincide com as diago- Arsênio (As): Z = 33
aumentam (tal como a velocidade de nais no diagrama abaixo. Cada linha
um satélite aumenta, ao se aproximar horizontal representa uma camada I. Ordem energética
da Terra). De um modo geral, a eletrônica com os seus subníveis. À (ordem de preenchimento)
energia total do elétron aumenta à me- medida que se desce pelas diago-
dida que o elétron se afasta do núcleo. nais, a energia vai aumentando. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p3

Energia potencial aumenta


Energia cinética diminui II.Ordem geométrica
Núcleo
(ordem de camada)
Energia total aumenta 1s2 2s2 2p6 3s2 3p63d10 4s24p3
Como esses elétrons estão distri-
buídos? K L M N

q O diagrama de Linus Pauling 2 8 18 5


O químico norte-americano Linus
Pauling descobriu em que ordem a A camada de valência do As é a
energia dos subníveis cresce. camada N.

MÓDULO 3 Configuração Eletrônica de Íons


1. DISTRIBUIÇÃO Para obter o íon Fe3+, retiramos 4. DISTRIBUIÇÃO DO ÍON O2–
ELETRÔNICA EM ÍONS os 3 elétrons mais externos: 2 elé-
POSITIVOS (CÁTIONS) trons do subnível 4s e 1 elétron do A configuração do átomo de oxi-
subnível 3d. gênio (8 prótons e 8 elétrons) é a se-
Os elétrons cedidos por um áto- guinte:
mo de um metal são os mais exter- A configuração do íon Fe 3+
O (Z = 8)
nos. Para fazer a distribuição eletrô- (26 prótons e 23 elétrons) é a se-
nica de um cátion, fazemos primeiro guinte:
1s2 2s2 2p4
a distribuição do átomo neutro e em
seguida repetimos a distribuição, ti- K L
rando os elétrons mais externos. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p63d5
2 6
K L M
2. DISTRIBUIÇÃO
ELETRÔNICA DO ÍON Fe3+ 2 8 13 Para obter o íon O2–, adiciona-
mos 2 elétrons no subnível 2p.
O Fe (Z = 26) tem 26 prótons e 26
elétrons. A configuração do íon O2– (8 pró-
3. DISTRIBUIÇÃO
O Fe3+ (Z = 26) tem 26 prótons e tons e 10 elétrons) é a seguinte:
ELETRÔNICA EM ÍONS
23 elétrons. NEGATIVOS (ÂNIONS) 1s2 2s2 2p6
A configuração do átomo de ferro
(26 prótons e 26 elétrons) é a seguinte: Os elétrons recebidos por um K L
átomo de um ametal entram nos sub-
Fe (Z = 26) níveis incompletos. 2 8

1s2 2s2 2p6 3s2 3p63d6 4s2 Para fazer a distribuição eletrôni-
ca de um ânion, fazemos primeiro a Note que assim o oxigênio fica
K L M N distribuição do átomo neutro e em estável, com a camada de valência
seguida repetimos a distribuição, completa.
2 8 14 2
acrescentando os elétrons.

q Óxido de alumínio
1.o passo – Configuração eletrônica
K L M
O Z=8 2 6 ⇒ ametal, tendência para receber 2 elétrons
Al Z = 13 2 8 3 ⇒ metal, tendência para ceder 3 elétrons

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2 o. passo – Escrever as tendências e inverter


Oxigênio – 1 átomo de O ganha 2 e– Al3+ 2–
2 O3
3O
⇒ A fórmula indica 2
3 e– 2 Al ( íons Al3+ e 3 íons O2– )
MÓDULO 4 Isótopos, Isóbaros e Isótonos
1. ISÓTOPOS Isótopos do hidrogênio: Os isótopos 11H e 21H apresentam
– hidrogênio leve (prótio) – não núcleo estável. O isótopo 31H é ra-
São átomos de mesmo número dioativo, isto é, o seu núcleo se de-
tem nêutron: 11H
atômico Z (mesmo elemento quí- sintegra. Os isótopos ocorrem na na-
mico), com número de massa dife- – deutério (1 nêutron): 12H tureza em quantidades diferentes. O
rente (o número de nêutrons é dife- – trítio, trício ou tritério (2 nêu- hidrogênio natural é uma mistura de
rente). Apresentam as mesmas pro- 99,985% de 11H, 0,015% de 12H e uma
trons): 13H
priedades químicas. quantidade muito pequena de 31H.

Nota
Os três isótopos do hidrogênio e os três isótopos do oxigênio podem formar 18 tipos de moléculas de água, que
diferem na massa:
1
1
H (H), 2 H(D), 3 H(T), 16
O, 17
8
O, 188O
1 1 8

2. ISÓBAROS

Átomos de número atômico Z diferente e número de massa A igual.


40 40
Exemplo: 18
Ar e 20
Ca

3. ISÓTONOS

Átomos de número atômico Z diferente, número de massa A diferente e mesmo número de nêutrons.
11 12
Exemplo: 5
B e 6
C
Ambos apresentam 6 nêutrons.

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MÓDULO 5 Ligações Químicas: A Ligação Iônica

1. INTRODUÇÃO Metais – menos de 4 elétrons 2. LIGAÇÃO IÔNICA


na camada de valência. Tendência OU ELETROVALENTE
Os átomos ligam-se para adquirir para ceder elétrons.
maior estabilidade. K L M Regra
Gases Nobres – únicos ele- Exemplo: Mg(Z = 12)
mentos que aparecem na natureza 2 8 2 Metal (1 a 3 elétrons na camada
na forma de átomos isolados. O hélio de valência) com não metal (5 a 7
tem 2 elétrons na camada K. O Não metais – mais de 4 elé- elétrons na camada de valência) ou
neônio, argônio, criptônio, xenônio e trons na camada de valência. Ten- hidrogênio.
radônio apresentam 8 elétrons na dência para receber elétrons.
camada de valência. Mecanismo
Teoria do Octeto – os átomos K L M
ligam-se, procurando adquirir a con- Exemplo: P(Z = 15) Transferência de elétrons do me-
figuração eletrônica de gás nobre. 2 8 5 tal para o não metal ou hidrogênio.

No cristal de cloreto de sódio, Os compostos iônicos são Um composto iônico é sólido No cristal de cloreto de
cada íon é rodeado por íons com sólidos nas condições am- cristalino. sódio, os íons positivos
carga de sinal contrário. bientais. e negativos alternam-se.

O cloreto de sódio é formado por cristais com a forma de cubo. À direita temos o arranjo dos íons. Observe que
o íon cloreto (com três camadas eletrônicas) é maior que o íon sódio (com duas camadas eletrônicas).
•• –
••
[Na]+ [ Cl ]
••

••

Na • + • Cl
••

•• ••
KLM KLM K L KLM
28 1 2 8 7 2 8 2 8 8

Determinação da fórmula Todo composto iônico é só- Exemplos de


de um composto iônico. lido nas condições ambientais. compostos iônicos:
Exemplo • Sais
A(Z = 12): 2, 8, 2; B (Z = 7): 2, 5. Os compostos iônicos apresen-
+ – 2+ 1–
tam-se na forma de cristais, que são KCl, BaI2
1 átomo A perde 2 ε 3 átomos A perdem 6 ε
aglomerados de um grande número
• Óxidos metálicos
de íons. 1+ 2– 2+ 2–
1 átomo B recebe 3 ε 2 átomos B recebem 6 ε
2+ 3– Exemplo Li2O, Ca O
[A] [B]
3 2 xx xx • Hidretos metálicos
Na • + x Cl xx [Na]+ [ •x Cl xx ]– 1+ 1– 2+ 1–
xx xx
cloreto de sódio KH, BaH2

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MÓDULO 6 A Ligação Covalente


1. A LIGAÇÃO Nas condições ambientais, o clo- Exemplo
COVALENTE COMUM reto de hidrogênio é um gás formado
CO • x
xx
de moléculas HCl, partículas que •C• x O x
• x
Todas as ligações químicas re- existem individualmente.
C ••x xxO xx C=O
x
sultam de elétrons que são atraídos

••
por dois ou mais núcleos. fórmula fórmula
Na ligação covalente, os átomos eletrônica estrutural
compartilham um ou mais pares de (Lewis) plana
elétrons. A ligação covalente aparece
quando não metal (mais de 4 elétrons a) Na fórmula eletrônica do CO,
na camada de valência) se combina indicamos os elétrons provenientes
com hidrogênio ou com outro não do carbono e do oxigênio por sím-
metal. Os átomos emparelham elé- bolos diferentes, puramente por
trons, formando uma partícula deno- questões didáticas. No entanto, é
minada molécula. A fórmula eletrônica (estrutura de bom lembrar que todos os elétrons
Exemplos Lewis) mostra os elétrons da camada são iguais. A UNICAMP não aceita
1) Gás hidrogênio de valência dos átomos. essa representação dos elétrons por
Na fórmula estrutural plana, o par símbolos diferentes. A melhor
H (Z = 1) 1s1 eletrônico de união é representado representação é a seguinte:
H• •H
H2 por um tracinho.

•••
•••
• •
C O

••
••
H (Z = 1) 1s1
H — Cl b) Um composto molecular pode
Na ligação entre dois átomos, há ser sólido, líquido ou gasoso nas
diminuição da energia potencial. 2. A LIGAÇÃO COVALENTE condições ambientais.
DATIVA OU COORDENADA Exemplos
2) Cloreto de hidrogênio (HCl) Iodo (I2) é sólido; água (H2O) é lí-
•• •• Apenas um átomo fornece os quida; oxigênio (O2) é gasoso.
••

••

H•+ • Cl H • • Cl
•• •• dois elétrons do par.

•• •• • ••
••

H• O•
••

N• C• S•

• • • •

Fórmula Fórmula Eletrônica


(Estrutura de Lewis) Fórmula Estrutural
Molecular
•• O—H
••

••

O H

Iodo (I2) Água H2O ••


sólido H H
•• H—N—H
••

••

H N H

Amônia NH3 ••
H H
H H

••
••

••

Metano CH4 H C H H—C—H


••

H
H
Iodo (I2) Gás oxigênio O2
•• • •
O= O
••

••
••
••

líquido O O
Gás
•••
•••
••

••

N2 N N N N
nitrogênio
Gás •• ••
O= C= O
••

••

CO2
••
••
••
••

O C O
carbônico
S= O
••
••
••
••

Dióxido de S O
SO2 •• ••
••
••

enxofre O
•• O
•• O= O
••
••
••
••

Gás O O
Iodo (I2) O3 ••
••
••

gasoso ozônio O O
••

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MÓDULO 7 Fórmulas Eletrônicas e Estruturais

1. EMPARELHAMENTO II) Pentóxido de IV) Ácido sulfúrico (H2SO4)


DE ELÉTRONS dicloro (Cl2O5)
H—O O H—O O
Na ligação covalente, os átomos O O ∖ ∖
  S ou S
emparelham elétrons, adquirindo
Cl — O — Cl
∖  ∖ O
configuração eletrônica de gás no- H—O O H—O
 
bre. O O
A ligação dativa ocorre quando
um dos átomos já está com o octeto 5. FÓRMULA ESTRUTURAL
III) Heptóxido de
e o outro está com seis elétrons na DAS BASES [M(OH)X]
dicloro (Cl2O7)
camada de valência.
O O a) A ligação entre oxigênio e
2. VALÊNCIA DE ↑ ↑ hidrogênio é covalente.
ALGUNS ELEMENTOS O ← Cl — O — Cl → O
↓ ↓ b) A ligação entre oxigênio e o
•• ↑ •• ↑ •• ↑ O O metal é iônica.
• Cl • ← Cl— • S • ← S — • N • —N— Exemplos
• • 4. FÓRMULA ESTRUTURAL
•• ↓ • I • I –

   
DE ÁCIDOS OXIGENADOS •• • ••
Na x •O • x H 씮 Na+ xO• x H
•• • I •• ••
H• H— •O • O— • C • —C— HmX On

• I • I Na+ [O — H]–, Ba2+ [O — H]1–
a) O hidrogênio ionizável está li- 2
gado ao oxigênio. Al3+ [O — H]1–
O átomo de cloro é monovalente, 3
pois estabelece um par de elétrons e b) Os átomos de oxigênio não
adquire o octeto. Ele pode ainda for- formam cadeias. 6. FÓRMULA
necer até três pares de elétrons, for- Exemplos ESTRUTURAL DOS SAIS
mando três ligações dativas. Na fór-
•• •• ••
mula estrutural, a ligação covalente H• •S • •O • •N• A estrutura do ânion é obtida
• •
é representada por um tracinho, e a • • • retirando-se H+ do ácido corres-
ligação dativa, por uma flechinha. pondente.
Exemplos
3. FÓRMULA ESTRUTURAL I) Ácido nitroso (HNO2)
I) Nitrato de sódio (NaNO3)
DE ÓXIDOS (EXOY)
O 䊞

 
a) Geralmente a molécula de um O O



xx

xx – H+ x
óxido é simétrica. H—O—N H • x O x • N씮 • O x • N씮
xx xx
b) Os átomos de oxigênio não O O
formam cadeia, salvo poucas exce- II) Ácido nítrico (HNO3) 䊞

 
O
ções.


Exemplos O [Na] O — N씮
•• •• H—O—N O
• Cl • •O•
• • 
•• ••
O
II) Sulfato de potássio (K2SO4)
I) Monóxido de
III) Ácido sulfuroso (H2SO3)
dicloro (Cl2O) 2–

冤 冥
O O
H—O H—O ∖
•• ••
• O • Cl • O — Cl ∖ ∖ [K]1+ S
• •
•• ••

|

S → O ou S=O 2
∖
• Cl •
• • Cl ∖ O O
•• H—O H—O

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MÓDULO 8 Teoria da Repulsão dos Pares de Elétrons da Camada de Valência


1. INTRODUÇÃO • Seis pares de
elétrons: octaédrico
A teoria da repulsão dos pares
de elétrons da camada de valência
(RPECV) afirma que o arranjo geomé-
trico dos átomos ou grupos de áto-
mos (ligantes), em torno de um áto-
mo central, é determinado pela repul-
❑ Moléculas angulares
são entre os pares de elétrons ••

••
••
presentes na camada de valência do a) A X

••
••
••
b) A X
•• ••
átomo central. X
3. GEOMETRIA MOLECULAR X
Os pares de elétrons arranjar-
Exemplos
se-ão de modo a ficarem o mais afas- A forma de uma molécula é dada a) H2O
tados um do outro para que a repul- pelo arranjo dos átomos, e não pelo ••
são entre eles seja mínima.

••
••
arranjo dos elétrons. O H
••
H
2. ARRANJOS DOS
❑ Moléculas lineares
PARES DE ELÉTRONS
A molécula será linear quando o
O arranjo geométrico dos pares átomo central (A) for do tipo:
de elétrons em torno de um átomo A a) • • A • • b) •• •• c) • • A ••• •••
•• A ••
é o seguinte:
A repulsão entre os pares de elé-
• Dois pares de trons será mínima quando estes es-
elétrons: linear tiverem localizados em lados opostos
com relação ao núcleo.
Na teoria da RPECV, o mesmo ra-
ciocínio deve ser feito com relação a
dupla e tripla-ligações.
• Três pares de Exemplos
elétrons: triangular x xx
xx
x
b) SO2
a) x Cl x • Be • x Cl x ••
xx xx S
••
••
x xx x x xx x
• •• •

O
••

O
••
••

b) xO x C xO x
••
••
••

•x x
c) H x• C •• xx N x

• Quatro pares de
elétrons: tetraédrico

❑ Moléculas
planas triangulares
X X
•• ••
a) A b) A
❑ Moléculas
••
••

• •• •
••

• Cinco pares de X X X X piramidais trigonais


elétrons: bipirâmide trigonal
••
••

••

Exemplos X A X
•• •• ••
X
••
••
••

••

Cl O
•• ••
a) B b) S Exemplo: NH3
• •• •
••

••
••
••
••

••

O
••

Cl Cl O ••
••
••

••
••

••

••
••

H N H
••
••

BCl3 SO3 ••
H

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b) NH4+ (íon amônio) ❑ Moléculas octaédricas


+

 
H X X
•• X

••••
••

••
H N H

••
•• A

••
••
••
H X X X

❑ Moléculas com forma Exemplo


de bipirâmide trigonal SF6 (hexafluoreto de enxofre)
X ••
X

••

•• ••
F

••
••

••
••

••

••
A F ••
❑ Moléculas tetraédricas F

••
••
S ••

••
••

••
X X X X
•• ••

••

••
•• F F

••
Exemplo
••

••

••
••
X A X

••
••
••
••
•• PCl5 (pentacloreto de fósforo) F
X ••
••

••

••
••
Exemplos Cl Cl

••

••
a) CH4 (metano)

••
••
H P
••

••

••
••
••
•• Cl • Cl
••

••

H C H

••
••

••
Cl

••

••
•• ••
H

MÓDULO 9 Polaridade da Ligação Covalente


1. LIGAÇÃO ❑ Escala de 2. DIPOLO ELÉTRICO
COVALENTE POLAR E APOLAR Eletronegatividades
(Linus Pauling) Consideremos as moléculas F2 e HF.
Dada uma ligação covalente A —B, F 4,0 Sn 1,8
podemos ter dois casos: O 3,5 Pb 1,8
N 3,0 Fe 1,8
• A e B apresentam a mesma Cl 3,0 Co 1,8
eletronegatividade. A ligação é cha- Br 2,8 Ni 1,8
mada covalente apolar. I 2,5 Cr 1,6
Exemplos S 2,5 Zn 1,6
C 2,5 Mn 1,5
I I
Au 2,4 Al 1,5
F—F, O=O, —C—C— Se 2,4 Be 1,5
I I Na molécula F2, o par de elétrons
Pt 2,2 Mg 1,2
Te 2,1 Ca 1,0 é compartilhado igualmente pelos
• A e B têm eletronegatividades P 2,1 Sr 1,0 dois átomos. Na molécula HF, o par é
diferentes. A ligação é covalente H 2,1 Li 1,0 compartilhado desigualmente, apa-
polar. As 2,0 Na 0,9 recendo no lado do flúor uma pe-
Exemplos B 2,0 Ba 0,9 quena carga negativa, δ-, enquanto
Cu 1,9 K 0,8 no lado do hidrogênio aparece uma
I Sb 1,9 Rb 0,8
H—F,H—O—,—C=O Si 1,8 Cs 0,7 carga positiva, δ+. A molécula HF é
Ge 1,8 Fr 0,7 um dipolo elétrico.
– 313
CO_C13A_QUI_TEO_ALICE.qpx 08/07/11 08:44 Página 314

3. MOMENTO DIPOLAR 5. EXEMPLOS DE MOLÉCULAS ❑ Moléculas tetraédricas


POLARES E NÃO POLARES • Quatro ligantes
Define-se momento dipolar a
não todos iguais: polar
grandeza µ = δ . d, sendo d a distân- ❑ Moléculas lineares
cia entre os dois centros de cargas. H H
Associa-se ao momento dipolar
µ µ µ µ C C
um vetor dirigido para o polo negativo. ←⎯ ⎯→ ⎯→ ⎯→
µ Cl — Be — Cl H—C⬅N Cl Cl H Cl
δ+ ⎯→ δ– µtotal = 0 µtotal ≠ 0 Cl Cl
H••F Colocando-se o tetraedro dentro
(não polar) (polar)
de um cubo, o átomo de carbono fica
no centro, enquanto os quatro ligan-
4. MOLÉCULA ❑ Moléculas angulares tes ocupam vértices alternados. Per-
POLAR E NÃO POLAR
cebe-se que a resultante é nula
Para uma molécula com mais de µ S µ S µ quando os quatro vetores do momen-
µ
uma ligação, define-se o momento to dipolar são iguais.
dipolar total (soma vetorial do mo- H H O O
mento dipolar de cada ligação). µtotal  0 µtotal  0
• Se µtotal ≠ 0 ⇒ molécula polar (polar) (polar)

µ O µ
❑ Moléculas planas
H H
µtotal
F H H
• Se µtotal = 0 ⇒ molécula não
polar F B C C
µ µ F Cl
δ– ←⎯ δ+ δ+ ⎯→ δ– Cl
µtotal = 0 µtotal ⬆ 0
O = C = O (não polar) (polar) ❑ Moléculas
µtotal = 0 cis-1,2-dicloroeteno bipiramidais trigonais
Verifica-se que as moléculas po- H Cl
• Cinco ligantes
lares se orientam quando colocadas
C C iguais: não polar
em um campo elétrico.

Cl H
µtotal = 0
(não polar)
trans-1,2-dicloroeteno

❑ Moléculas piramidais

H H
H
µtotal  0 ❑ Moléculas octaédricas
(polar) • Seis ligantes
iguais: não polar
❑ Moléculas tetraédricas

• Quatro ligantes
iguais: não polar

Cl H
Ocorre um desvio no filete de
água quando esta é escoada C Si
através de um tubo capilar. O Cl Cl H H
fenômeno é devido à propriedade Cl H
da água de possuir moléculas polares.
314 –
CO_C13A_QUI_TEO_ALICE.qpx 08/11/10 16:01 Página 315

MÓDULO 10 Forças Intermoleculares


1. LIGAÇÕES ATÔMICAS E
FORÇAS INTERMOLECULARES O H O

As ligações atômicas (iônica, H3 C — C C — CH3


covalente e metálica) são mais fortes
que as forças intermoleculares.
A ligação que prende os átomos O H O
dentro de uma molécula é a ligação Existem substâncias que apre-
covalente. Vamos, agora, analisar as sentam ponte de hidrogênio dentro
forças que existem entre as moléculas. – Indução da própria molécula (ponte de hi-
drogênio intramolecular). Para isso é
necessário haver dois grupos de
átomos bem próximos.
Exemplo

O
Essas forças podem ser dividi- – Colisões moleculares H ponte de
das em dois tipos: forças de van der hidrogênio
O intramolecular
Waals e ponte de hidrogênio. 3. PONTE DE HIDROGÊNIO
N
ortonitrofenol
2. FORÇAS DE A ponte ou ligação de hidrogênio O
VAN DER WAALS é uma força entre dipolos perma-
nentes anormalmente elevada. Na molécula do DNA, uma base
Existem vários tipos de forças in- púrica liga-se a uma base pirimídica
cluídos neste grupo. Condições: por ponte de hidrogênio.
Vamos estudar os dois tipos prin- • átomo pequeno e bastante
cipais:
• Força entre dipolos
permanentes (FDP)
eletronegativo (F, O, N);

• par de elétrons não compar-


 O
N
H
H
N
N 
Dipolo permanente é o dipolo de- tilhado;
vido à diferença de eletronegatividade. • H ligado a esse átomo.
Esta força existe, portanto, entre Exemplos
moléculas polares (µtotal ≠ 0). HF, H2O, ROH, RCOOH, ArOH,
Exemplo NH3, RNH2, DNA etc.
Exemplo
+q –q +q –q
•• ••
••

••

H—O H —O
P.H.

No gelo, as moléculas de água (H2O)


H H
estão presas por forças intermoleculares.
• Forças de dispersão A ligação de hidrogênio é esta-
ou Forças de London belecida entre o átomo de hidrogênio
Este tipo de força existe entre de uma molécula e o par de elétrons
dipolos temporários ou induzidos, de outra molécula.
que não são devidos à diferença de Substâncias que formam ponte
eletronegatividade. de hidrogênio apresentam valores
O dipolo temporário aparece em elevados para a sua tensão super-
razão de: ficial, solubilidade em água e ponto
– Movimento natural dos de ebulição.
elétrons Um ácido carboxílico constitui
Assim, na molécula de iodo, os ponte de hidrogênio de modo sui
dois elétrons, em um certo instante, generis. As moléculas associam-se
podem aparecer mais perto de um duas a duas, formando dímeros. As forças intermoleculares na água
átomo do que do outro. (representadas por linhas tracejadas).

– 315
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FRENTE 2 Química Geral e Inorgânica e Química Orgânica

MÓDULO 1 Estados de Agregação da Matéria


1. ESTADOS FÍSICOS • Líquidos apresentam a forma do recipiente e
(OU DE AGREGAÇÃO) DA MATÉRIA volume constante, porque as partículas de um líquido,
embora consigam movimentar-se umas em relação às
A matéria pode ser encontrada em três estados outras, ainda se atraem e adquirem a forma do
físicos: sólido, líquido e gasoso. Através de obser- recipiente, mas não o suficiente para se separarem
vações experimentais verificamos que: completamente uma das outras.

Observações
• Forma: configuração espacial de um material. • Vapores não possuem forma constante e ocupam
• Volume: espaço ocupado por um material. o volume do recipiente porque a força de atração entre
• Exemplos de sólidos: alumínio, cobre, ouro, sal, suas partículas é desprezível. Assim, as partículas
aço, enxofre. movimentam-se em todas as direções, ocupando todo o
• Exemplos de líquidos: álcool, mercúrio, petróleo, espaço disponível.
vinagre.
• Exemplos de gases: ar, hélio, cloro, oxigênio,
metano.
• Sólidos apresentam forma constante e volume
constante porque a força de atração entre suas partícu-
las é intensa e elas permanecem em posições
praticamente “fixas”, tendo pequeno movimento de
vibração em relação à posição que ocupam.

2. MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO

Ao fornecer ou retirar calor de uma amostra de um


material a pressão constante, irá ocorrer a mudança de
estado físico. Cada mudança de estado recebe um
nome particular.

316 –
CO_C13A_QUI_TEO_ALICE.qpx 08/11/10 16:01 Página 317

Observações: A vaporização
pode receber outros nomes, depen-
dendo das condições em que o
líquido se transforma em vapor.
• Evaporação: passagem len-
ta do estado líquido para o estado de
vapor, que ocorre predominante-
mente na superfície do líquido, sem
causar agitação ou surgimento de
bolhas no seu interior.
• Ebulição: passagem rápida
do estado líquido para o estado de
vapor, geralmente obtida pelo aque- • Ponto de Ebulição (PE) ou Substância no estado sólido:
cimento do líquido e percebida Temperatura de Ebulição (TE):
devido à ocorrência de bolhas. temperatura na qual determinada
• Calefação: passagem muito substância sofre ebulição (durante o
rápida do estado líquido para o es- aquecimento) ou condensação (du-
tado de vapor quando o líquido entra rante o resfriamento).
Água tem PE = 100°C a 1 atm Substância no estado líquido:
em contato com uma superfície muito
quente. (durante o aquecimento entra em
• Ponto de Fusão (PF) ou ebulição a 100°C ou durante o
Temperatura de Fusão (TF): resfriamento condensa a 100°C).
temperatura na qual determinada
substância sofre fusão (durante o 3. PREVISÃO DO ESTADO
aquecimento) ou solidificação (du- FÍSICO A PARTIR DOS Substância no estado gasoso:
rante o resfriamento). VALORES DE PF E PE
Água tem PF = 0°C (durante o
aquecimento a água sofre fusão a A letra T representa a tempera-
0°C ou durante o resfriamento a água tura em que se encontra uma deter-
solidifica a 0°C). minada substância.

MÓDULO 2 Aquecimento e Resfriamento de Materiais

1. DIFERENCIANDO SUBSTÂNCIAS
DE MISTURAS COM AUXÍLIO
DAS CURVAS DE AQUECIMENTO

❑ Classificação

Quando aquecemos uma amostra, podemos


medir durante o experimento a temperatura da
amostra e o tempo transcorrido. Com os dados,
pode-se elaborar um gráfico de temperatura da
amostra e o tempo transcorrido no aquecimento.
Tal gráfico é conhecido como curva de aque-
cimento.

Temos quatro tipos de curvas de aquecimento


diferentes. Acompanhe o quadro ao lado.

2. CURVA DE AQUECIMENTO
DE UMA SUBSTÂNCIA

Vamos exemplificar com a água (PF = 0°C e


PE = 100°C ao nível do mar).

– 317
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3. CURVA DE AQUECIMENTO 6. CURVA DE RESFRIAMENTO


DE UMA MISTURA HOMOGÊNEA
Outra experiência que pode ser realizada é
Vamos exemplificar com uma solução aquosa de acompanhar a temperatura e o tempo transcorrido
NaCl. durante o resfriamento de uma amostra de um
material.

Curva de resfriamento de uma substância.

4. CURVA DE AQUECIMENTO
DE UMA MISTURA EUTÉTICA

Algumas misturas de sólidos denominados


eutéticos fundem-se à temperatura constante.
Exemplo
Solda eletrônica é uma mistura eutética: chumbo Curva de resfriamento de uma mistura homogêna.
(37%) e estanho (63%).

5. CURVA DE AQUECIMENTO
DE UMA MISTURA AZEOTRÓPICA

Algumas misturas de líquidos denominadas azeo-


trópicas fervem à temperatura constante.
Exemplo
Álcool de supermercado é mistura azeotrópica:
álcool (96%) e água (4%).

318 –
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MÓDULO 3 A Tabela Periódica


1. HISTÓRICO q Dmitri Ivannovitch 2. A LEI PERIÓDICA
Mendeleev (1869)
q Dobereiner (1829) Apresentou uma classifica - Certas propriedades dos ele-
Reuniu os elementos semelhan- ção que é a base da classifica - mentos seguem um esquema repe-
tes em grupos de três. ção moderna. Adotou a seguinte titivo, periódico, quando os elemen-
Cada grupo recebeu o nome de lei periódica: “As propriedades tos são arranjados na ordem cres-
tríade. Observou que a massa atô- físi cas e químicas dos elementos cente de seus números atômicos.
mica de um elemento da tríade era, são funções periódicas de suas Isso se explica, porque as configu-
aproximadamente, a média aritmética massas atômicas”. rações eletrônicas dos elementos
das massas atômicas dos outros dois. I II III IV V VI VII VIII variam periodicamente com o au-
Exemplo 1 H mento do número atômico. Assim,
2 Li Be B C N O F
por exemplo, o lítio, o sódio e o po-

| |
3 Na Mg Al Si P S Cl
Li Na K 7 + 39 tássio são três metais muito se-
4 K Ca – Ti V Cr Mn Fe, Ni, Co
23 = –––––– melhantes.
7 23 39 2 5 Cu Zn – – As Se Br
6 Rb Sr Y Zr Nb Mo – Ru, Pd, Rh
7 Ag Cd In Sn Sb Te I Deste modo, aparece a Lei Pe-
q Chancourtois (1863)
Dispôs os elementos numa es-
8 Cs Ba – – – – riódica, a grande generalização da
9
piral traçada nas paredes de um ci- Química: "As propriedades físicas e
10 Ta
lindro, em ordem crescente de massa 11 Au Hg Tl Pb Bi
químicas dos elementos são funções
atômica. Tal classificação recebeu o 12 Th periódicas dos seus números atô-
nome de parafuso telúrico. Os micos".
Os elementos foram distribuídos
elementos semelhantes apareciam em oito faixas verticais (grupos homó-
3. CONSTRUÇÃO DA TABELA
numa mesma geratriz do cilindro. logos) e em 12 faixas horizontais (sé-
ries heterólogas), em ordem crescente Os elementos são colocados em
de suas massas atômicas. Os grupos faixas horizontais (períodos) e fai-
foram numerados de I a VIII e cada xas verticais (grupos ou famí-
grupo dividido em dois subgrupos. lias), em ordem crescente de
Na época de Mendeleev, eram número atômico.
conhecidos, aproximadamente, 60 ele-
mentos. Os gases nobres e as terras Em um grupo, os elementos têm
raras (com exceção do cério) eram propriedades semelhantes e, em um
desconhecidos. Mendeleev deixou período, as propriedades são dife-
lacunas na sua tabela, reservadas para rentes.
os elementos que viriam a ser des-
cobertos. Na tabela há sete períodos.
A classificação, no entanto, fun- Entre o cálcio e o titânio deixou Há ainda nove grupos numera-
cionou apenas até o cálcio. uma lacuna para o elemento eka-bo- dos de 0 a 8. Com exceção dos gru-
ro (abaixo do boro). Mendeleev dei- pos 0 e 8, cada grupo está sub-
q Newlands (1864) xou essa lacuna, porque o titânio não dividido em dois subgrupos, A e B. O
Dispôs os elementos em colunas apresenta propriedades semelhantes grupo 8 é chamado de 8B e é
verticais de sete elementos em or- às do boro. Mais tarde, o eka-boro foi constituído por três faixas verticais.
dem crescente de massas atômicas. descoberto e é o atual escândio.
Observou que, de sete em sete ele- Mendeleev previu também a Em 1985, a IUPAC determinou
mentos, havia repetição de proprie- existência do eka-alumínio (abaixo chamar cada coluna da tabela perió-
dades, fato que recebeu o nome de do alumínio; é o gálio) e do eka-silício dica de grupo. Os grupos são nume-
Lei das Oitavas. (abaixo do silício; é o germânio). O rados de 1 a 18 conforme o esquema:
H F Cl caso do eka-silício ficou famoso, pois
Li Na K todas as propriedades previstas por
Be Mg Ca Mendeleev foram mais tarde verifi-
B Al cadas pelo seu descobridor, Winkler.
C Si Na mesma época, Lothar Meyer,
N P trabalhando independentemente, ela-
O S borou uma tabela semelhante à de
Mendeleev, mas o trabalho deste úl-
A classificação funcionou até o timo foi mais completo.
cálcio.
– 319
320 –
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Classificação Periódica dos Elementos com alteração dos símbolos e nomes dos elementos de 104 a 111, recomendados pela IUPAC.
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4. POSIÇÃO DOS ELEMENTOS • Actinídeos: grupo 3B e 7.o


NA TABELA período. Elementos com Z de 89 a
103.
q Elementos representativos Alguns grupos famosos
ou típicos 1 ou 1A: metais alcalinos
(último elétron colocado em sub- 2 ou 2A: metais alcalinoterrosos
17 ou 7A: não metais halogênios
nível s ou p): grupos A (1, 2, 13 a 17), 16 ou 6A: calcogênios
estão nos extremos da tabela. A soma do número de elétrons 18 ou 0 ou VIIIA: gases nobres
dos subníveis nsx (n – 1) dy é o nú- Separando os metais dos não
mero do grupo. metais, aparecem os semimetais
SOMA GRUPO ou metaloides, de propriedades
3 3B (3) intermediárias às dos metais e não
4 4B (4) metais.
5 5B (5)
6 6B (6)
7 7B (7)
O número de elétrons na camada 8 8B 1.a coluna (8)
de valência é o número do grupo. 9 8B 2.a coluna (9)
10 8B 3.a coluna (10)
Exemplo: Oxigênio, O(Z = 8)
11 1B (11) O silício e o germânio são usa-
1s2 2s2 2p4 portanto,
12 2B (12) dos na fabricação de transistor.
K L grupo
2e– 6e– 6A ou 16 Exemplo: Vanádio, V(Z = 23)
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d3 4s2
q Gases nobres Soma x + y = 2 + 3 = 5 → grupo 5B
Oito elétrons na camada de va- ou 5.
lência. Grupo 0 ou 8A ou 18. q Elementos de transição
Exceção: 2He interna
1s2 (último elétron colocado em sub-
nível f). Estão divididos em duas
q Elementos de transição classes:
(último elétron colocado em sub- • Lantanídeos (metais ter- Alguns não metais: enxofre amarelo, iodo
cinzento, fósforo vermelho, carvão preto
nível d): grupos B (3 a 12), estão no ras raras): grupo 3B e 6.o período.
e fósforo branco (imerso em água).
centro da tabela. Elementos com Z de 57 a 71.

MÓDULO 4 Tamanho dos Átomos e Íons


1. PROPRIEDADES PERIÓDICAS E APERIÓDICAS

• Propriedades periódicas são aquelas cujos valores crescem e decrescem sucessivamente, à medida que
aumenta o número atômico.
Exemplos: valência, eletronegatividade, eletropositividade, energia de ionização etc.
Periodicidade dos números de combinação (valência) com os números atômicos.
Número de combinação ou valência do elemento é o número de átomos de hidrogênio que se combina com um
átomo do elemento. A figura a seguir dá os números de combinação em função do número atômico.

A valência é uma propriedade periódica.

– 321
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• Propriedades aperiódicas são aquelas cujos


valores sempre crescem ou sempre decrescem, à
medida que aumenta o número atômico.
Exemplos: massa atômica, calor específico.

2. PROPRIEDADES PERIÓDICAS E
SUAS VARIAÇÕES NA TABELA PERIÓDICA

q Tamanho dos átomos Outros exemplos


Depende: r: raio
– da carga nuclear (Z). Quanto maior a carga nu-
clear, menor o tamanho. Fator dominante em um período. Li > Li
+
– Número de camadas. Quanto maior o número 3 3

de camadas, maior o tamanho.


3p 3p
Fator dominante em um grupo.
Em um grupo, à medida que aumenta o Z, aumenta
3e– 2e–
o número de camadas e, portanto, aumenta o tamanho.
Conclusão: rátomo > rcátion

17
Cl < 17
Cl

17p 17p

17e– 18e–

Conclusão: rânion > rátomo

íons isoeletrônicos: menor Z → maior r


+ –
11
Na < 9
F

Em um período, como os átomos têm o mesmo nú- 11p 9p


mero de camadas, aumentando o Z, aumenta a carga
nuclear e, portanto, diminui o tamanho (os elétrons são 10e– 10e–
atraídos mais fortemente pelo núcleo).

MÓDULO 5 Energia de Ionização, Eletroafinidade e Eletronegatividade


1. POTENCIAL OU ENERGIA DE IONIZAÇÃO
Na+(g) + 2.a E.I. → Na++(g) + e–
Primeiro potencial de ionização de um átomo é a Quanto menor o átomo, maior a energia de
energia necessária (absorvida) para retirar o elétron de ionização.
ligação mais frouxa de um átomo no estado gasoso
isolado.
A energia necessária para arrancar o 2.o elétron é o
segundo potencial de ionização.
2.o potencial de ionização > 1.o potencial de io-
nização. Observe:
Na°(g) + 1.a E.I. → Na+(g) + e– Gás nobre → 1.a E.I. elevadíssima

322 –
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não metal → 1.a E.I. elevada


metal → 1.a E.I. baixa

Na figura abaixo, são mostradas da primeira à dé-


cima sexta energia de ionização para o enxofre (Z = 16).
O aumento sucessivo e pronunciado das energias de
ionização resulta do fato de que cada elétron deve
deixar um íon que é mais altamente carregado que o íon
deixado pelo elétron anterior. Uma vez que as forças
Os átomos que têm grande tendência a receber
atrativas entre o elétron que sai e o íon aumentam, a ener-
elétron (halogênios) possuem grande afinidade eletrô-
gia de ionização também aumenta.
nica, isto é, liberam grande quantidade de energia.
Os grandes degraus que aparecem na energia de
Geralmente, quando um átomo recebe elétron,
ionização do sétimo e de novo no décimo quinto são
ocorre liberação de energia. Em alguns casos, como nos
devidos à mudança de camadas.
alcalinoterrosos, a energia é absorvida e não libertada.

3. ELETRONEGATIVIDADE E
ELETROPOSITIVIDADE

Eletronegatividade: tendência do átomo para


receber elétron.

Eletropositividade ou caráter metálico: tendência do


átomo para ceder elétron.

4. DENSIDADE (d)

É a relação entre a massa e o volume de uma


amostra do elemento.
m
d = ––
V

2. AFINIDADE ELETRÔNICA
(OU ELETROAFINIDADE)

É a energia envolvida quando um elétron é


adicionado a um átomo neutro isolado.

Cl0(g) + e– Cl–(g) + A.E.

– 323
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5. VOLUME ATÔMICO (V.A.)

É o volume de 1 mol do elemento no estado sólido.


massa molar
V.A. = ––––––––––––––––––––––––––
densidade no estado sólido

Exemplo
56g/mol
V.A.Fe = –––––––– = 7cm3/mol Descendo pelo grupo, a massa atômica cresce
8g/cm3 muito e o volume atômico aumenta. No centro, a
densidade é grande e o volume atômico é pequeno.

MÓDULO 6 Introdução à Química Orgânica


1. DEFINIÇÃO de apenas 1 composto com fórmula a) Simples-ligação: dois áto-
CH3Cl, denominado monoclorome- mos de carbono ligam-se por uma
Química Orgânica é a parte da tano. Se as 4 valências não fossem unidade de valência. A representação
Química que estuda os compostos equivalentes, haveria 4 compostos simbólica é feita por um traço simples.
do elemento carbono. com fórmula CH3Cl.
—C—C—
2. HISTÓRICO H Cl

Os compostos orgânicos são Cl C H H C H b) Dupla-ligação: dois átomos


manipulados pelo homem desde a H H de carbono ligam-se por duas uni-
Antiguidade, porém somente em dades de valência. A representação
1828 (marco zero) o homem conse- H H simbólica é feita por dois traços.
guiu, por intermédio de Wohler,
fabricar um composto orgânico em H C Cl H C H O C
laboratório. Esse composto é co-
H Cl
nhecido pelo nome de ureia. c) Tripla-ligação: dois átomos
NH2 c) Os átomos de carbono podem de carbono ligam-se por três uni-
ligar-se entre si, formando cadeias. dades de valência. A representação
Δ
NH4CNO ⎯→ O C Outros elementos podem formar é feita por três tracinhos.
cadeias, mas não tão variadas como
NH2 as do elemento carbono. —O C—
cianato de ureia
amônio
—C—C—C—C—C—C—C—
6. TIPOS DE CARBONO
3. POSTULADOS Cadeia carbônica
DE KEKULÉ a) Primário
Carbono ligado no máximo a um
Kekulé elaborou no século XIX átomo de carbono.
4. ELEMENTOS
uma teoria estrutural que se fun- ORGANÓGENOS H3C — C — CH2
damenta em princípios (ou pos- E SUAS VALÊNCIAS  H2 
tulados gerais).
a) O carbono é tetravalente. H3C — O — CH3
Cl  
H
H — C — ; H ; — N — ; O ; — P — ; Cl
H—C—H C C O
b) Secundário
Cl Cl H Carbono ligado diretamente a
H Cl 5. LIGAÇÕES ENTRE dois outros átomos de carbono.
ÁTOMOS DE CARBONO
b) As quatro valências do car-
H3C — C — CH3
bono são iguais. Explica-se o fato de Entre átomos de carbono, pode-  H2
o carbono apresentar as 4 valências mos encontrar:
equivalentes por meio da existência

324 –
CO_C13A_QUI_TEO_ALICE.qpx 08/11/10 16:01 Página 325

c) Terciário d) Quaternário
Carbono ligado diretamente a três outros átomos de Carbono ligado diretamente a quatro outros átomos
carbono. de carbono.
H CH3
H3C — C — CH3 H3C — C — CH3

CH3 
CH3

Estrutura e Nomes de Compostos Orgânicos:


MÓDULO 7
Cadeias Carbônicas: Classificação
1. CADEIA O H
ACÍCLICA OU ABERTA H3C — C — C — C C
H2 H2 HC CH
❑ Quanto à OH
disposição dos átomos INSATURADA (pelo menos uma HC CH
NORMAL (apenas duas extremi- dupla ou tripla-ligação entre átomos
dades em relação ao C). C
de carbono).
H
Exemplos Exemplos
H3C — C — CH3 H—C ≡ C—H
H2
H2C = C — C — CH3 ou
CH3 H H2
|
CH2 ❑ Quanto à
| natureza dos átomos
HOMOGÊNEA (sem heteroáto- • ALICÍCLICA (fechada não aro-
H3C — CH2 — CH2 — CH2
mo). mática).
Exemplos Exemplos
RAMIFICADA (mais de duas ex-
tremidades em relação ao C). CH2
H3C — C — CH3
Exemplos H2
H ou
H2C CH2
| H3C — C — C — OH
H3C — C — C — CH3 H2 H2 H2C CH2
| H2
HETEROGÊNEA (com heteroáto- ou
CH3
mo).
H2C CH2
H CH3 CH3 Exemplos
| | | ❑ Heterocíclicas
H3C — C — C — C — C — CH3 H3C — N — CH2 — CH3
| | H2 | H
H2
CH3 H CH3 C
H3C — O — CH3
H2C O O
Nota ou
Existindo carbono terciário e/ou Observação
quaternário, a cadeia será ramifi- Heteroátomo é todo átomo H2C CH2
cada. diferente do carbono entre outros
átomos de carbono. Nota
❑ Quanto à ligação Existem autores que consideram
entre os átomos de carbono 2. CADEIA cadeia alifática como sinônimo de
SATURADA (apenas simples CÍCLICA OU FECHADA cadeia aberta. Outros autores usam
ligações entre átomos de carbono). o termo alifática com o significado de
Exemplos ❑ Homocíclicas cadeia não aromática. De acordo
H3C — C — CH3 • AROMÁTICA (fechada com com estes últimos, as cadeias alicícli-
H2 núcleo benzênico). cas também seriam alifáticas.

– 325
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MÓDULO 8 Hidrocarbonetos: Definição e Nomenclatura


1. HIDROCARBONETO • Alcinos (alquinos) Exemplos
Hidrocarbonetos de cadeia aber-
❑ Definição
ta, insaturada (tripla-ligação), que
Hidrocarboneto é todo composto
orgânico formado exclusivamente de obedecem à fórmula geral CnH2n – 2 .
carbono e hidrogênio. Exemplos ciclopenteno cicloexeno
Exemplos H — C ⬅ C — H (etino) (ciclo-hexeno)
CH4; C2H2; C8H18; C6H6... H • Aromáticos
| Hidrocarbonetos de cadeia fe-
❑ Fórmula geral: CxHy H — C ⬅ C — C — CH3 chada que apresentam pelo menos
| um núcleo benzênico.
❑ Terminação “o” H
1-butino (but-1-ino) Exemplos
❑ Tipos de hidrocarbonetos
• Alcanos
Hidrocarbonetos de cadeia aber-
ta, saturada, que obedecem à fór-

mula geral CnH2n + 2 .


• Alcadienos (dienos)
Exemplos Hidrocarbonetos de cadeia aberta,
H3C — C — CH3, H3C — CH3, CH4 etc. insaturada (duas duplas-ligações), que
H2
obedecem à fórmula geral C H .
propano etano metano n 2n – 2
Exemplos
H2C = C = CH2
propadieno

H2C = C — C = CH2
| |
H H benzeno naftaleno
1,3-butadieno (buta-1,3-dieno) ❑ Nomenclatura
de hidrocarbonetos
• Alcenos (alquenos) • Ciclanos (cicloalcanos) com cadeias normais.
Hidrocarbonetos de cadeia aber- Nomenclatura oficial (IUPAC)
Hidrocarbonetos de cadeia fe-
ta, insaturada (dupla-ligação), que
chada, saturada, que obedecem à
obedecem à fórmula geral CnH2n . N .o de Carbonos + Ligação + O
fórmula geral C H .
n 2n
Exemplos • Número de átomos de
H2C = CH2 (eteno) Exemplos carbono
H2C = C — C — CH3 etc. 1C MET 5C PENT
H2 2C ET 6C HEX
| H2 C
H 1-buteno (but-1-eno) 3C PROP 7C HEPT
4C BUT 8C OCT

Pela nomenclatura IUPAC (União H2C CH2 • Ligação entre


Internacional de Química Pura e ciclopropano ciclobutano átomos de carbono
Aplicada) de 1979, coloca-se o

número indicativo da posição da • Ciclenos


dupla-ligação antes do nome. Simples — C — C — AN

Exemplo: 2-penteno Hidrocarbonetos de cadeia fecha-



Pela nomenclatura IUPAC de da, insaturada (dupla-ligação), que Dupla C—


—C EN

1993, coloca-se o número antes da


partícula indicativa da dupla-ligação. obedecem à fórmula geral CnH2n – 2 . Tripla —CC— IN
Exemplo: pent-2-eno

326 –
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MÓDULO 9 Nomenclatura de Hidrocarbonetos com Cadeias Ramificadas

1. GRUPOS 5 4 3 2
SUBSTITUINTES H H H3C — CH — CH2 — CH2 — CH — CH3
OU ORGÂNICOS | I | |
H3C — C — C — CH3 6 CH2 H3C 1
| I |
H3C — METIL H3C CH3 7 CH3
H2
H3C — C — ETIL 2,3-dimetilbutano Nome: 2,5-dimetil-heptano (certo),
pois a soma 2 + 5 é menor que 3 + 6,
H3C — C — C — PROPIL
H2 H2 da numeração anterior.
CH3 H Outros exemplos
H | |

H3C — C — C — C — C — CH3
H3C — C — CH3 ISOPROPIL | | H2 H2 H CH3

H3C CH3 | |
H2C = C — C — C — C — CH3
2,2,3-trimetil-hexano | | | H2
H CH2 H
2. NOMENCLATURA
DE HIDROCARBONETOS
COM CADEIAS RAMIFICADAS CH3 CH3 3,4-dimetil-1-hexeno
| | (3,4-dimetil-hex-1-eno)
HC — C — C — CH
• Reconhecer a cadeia principal | H 2 H2 |
(maior número de átomos de carbo- H
CH3 CH3 |
no). H3C — C — C — C ⬅ C — CH3
2,5-dimetil-hexano
| H2
• Numerar a cadeia principal CH3
(dar os menores números). ❑ Escolha da cadeia principal
– a de maior número de áto- 5-metil-2-hexino
• Dar a localização das ramifi- mos de carbono: HEPTANO. (5-metil-hex-2-ino)
cações (substituintes).
Exemplos
C—C—C—C—C—C CH3 CH3
| |

H
| C H3C — C — CH2 — CH2
C |

H3C — C — C — CH3 HC — CH3


| H2 C |
H3C CH3

2-metilbutano ou metilbutano 2,3,3-trimetil-hexano


Numeração da cadeia principal –
primeira escolha: localizando as rami-
ficações nos átomos de carbono 3 e 6. H2C = C — C — C = C — CH3
| H2 H H
CH3
3 4 5 6
C—C—C—C—C—C 2-metil-1,4-hexadieno
| | (2-metil-hexa-1,4-dieno)
2C 7C
|
1C Observação
A dupla e a tripla-ligação têm
Nome: 3,6-dimetil-heptano (errado) preferência sobre o grupo substituinte
(ramificação) na escolha dos menores
Numeração da cadeia principal – números quando da numeração da
segunda escolha: localizando as rami- cadeia principal.
ficações nos átomos de carbono 2 e 5.

– 327
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MÓDULO 10 Nomenclatura de Hidrocarbonetos com Cadeias Cíclicas


Nos compostos de cadeia fecha- H H
da, dá-se o prenome ciclo e, em se-
guida, usam-se praticamente as C C CH3
mesmas regras. β β
β β
H C C CH3
Exemplos
H2
C C C β-metilnaftaleno
ou H H
H2C CH2 metilbenzeno (tolueno)
CH3
ciclopropano

ou CH3 CH3
H2
C CH3 CH3
ou
H2C CH
metilciclopropano
1,2-dimetilbenzeno
ortodimetilbenzeno
H2
C

H2C C CH3
H CH3
C CH3
CH3 1

1,1-dimetilciclopropano ou H2C 5 2 CH

ou
CH3 4 3
H2C C CH3 CH3
CH3 H
3-metilciclopenteno
1,3-dimetilbenzeno
metadimetilbenzeno

H
H2
C C CH3
CH3

H2C C CH3
naftaleno
C H
H2 CH3
1,2-dimetilciclopentano
CH3
α α
CH3
ou
1,4-dimetilbenzeno
CH3 paradimetilbenzeno
α α

α-metilnaftaleno

328 –
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FRENTE 3 Química Geral e Inorgânica e Físico-Química

Teoria Atômico-Molecular:
MÓDULO 1
Massa Atômica e Massa Molecular

1. u: UNIDADE CRIADA PARA uma balança hipotética, suscetível à 3. A MASSA MOLECULAR (MM)
MEDIR A MASSA DE massa de átomos. Com ela, “pesare-
ÁTOMOS E MOLÉCULAS mos” os átomos. É a massa de uma molécula
O átomo mais leve que existe é o expressa em u.
Para se medir a massa de áto- hidrogênio comum, constituído por É obtida somando-se as massas
mos e moléculas, foi criada uma uni- um próton e um elétron. Sua massa atômicas dos átomos que constituem
dade compatível com essa massa atômica vale 1,008u e é usada nos a molécula.
extremamente reduzida. É a unidade cálculos como aproximadamente 1u. Exemplo
unificada de massa atômica, u. Entre os mais pesados, está o urâ- H2O – água. A molécula da água
Ficou estabelecido que a u é nio. Sua massa atômica é de é formada por dois átomos de
1 238,03u, cerca de 238u. hidrogênio e um de oxigênio. A
–– da massa do isótopo 12 do car-
12 massa atômica do hidrogênio é 1u e
bono (átomo do carbono com 6 a do oxigênio, 16u. Assim, a massa
prótons, 6 nêutrons; portanto, número molecular da água é dada por:
de massa 12). MMH O= 2 . 1u + 1 . 16u = 18u.
2
A massa, em grama, da u é
1,66 x 10–24g.

2. A MASSA ATÔMICA (MA)


É a massa de um átomo expres-
sa em u.
Para poder entender o que é
massa atômica, vamos considerar

MÓDULO 2 Mol e Massa Molar


1. MOL 1 mol de moléculas = 6,02 . 1023 mo-
Mol é a unidade de quan-
tidade de matéria que léculas
Como átomos e moléculas são 1 mol de água = 6,02 . 1023 mo-
contém 6,02 . 1023 partí-
muitíssimo pequenos e sua quan- léculas de água
culas (átomos, moléculas,
tidade é extremamente grande numa
íons etc. ...). 1 mol de elétrons = 6,02 . 1023 elé-
dada porção de um material, um
sistema conveniente adotado pelos Exemplos trons
químicos é o de contá-los em grupos 1 mol de átomos = 6,02 . 1023 áto- 1 mol de nêutrons = 6,02 . 1023 nêu-
de 6,02 . 1023 (número de Avoga- mos trons
2–
dro). Assim, foi desenvolvida uma uni- 1 mol de átomos de urânio = 1 mol de íons SO4 =
2–
dade de contagem cujo nome é mol. = 6,02 . 1023 átomos de urânio = 6,02 . 1023 íons SO4

– 329
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2. MASSA MOLAR
DE UM ELEMENTO (M)

É a massa, em gramas, de 1 mol


de átomos (6,02 . 1023 átomos) do
elemento. Ela é numericamente igual
à sua massa atômica. Assim, sa-
bendo-se que a massa atômica do
urânio é 238u, a massa molar do
urânio é igual a 238 gramas/mol.

3. MASSA MOLAR
DE UMA SUBSTÂNCIA (M)

É a massa em gramas de 1 mol


de moléculas (6,02 . 1023 moléculas)
da substância. Ela é numericamen-
te igual à sua massa molecular. 4. RESUMO
Assim, se a massa molecular da
água é 18u, a sua massa molar é 1 mol de – 6,02 . 1023 átomos — MA(g)
átomos
igual a 18 gramas/mol.
1 mol de – 6,02 . 1023 moléculas — MM(g)
moléculas

MÓDULO 3 Quantidade de Matéria


1. QUANTIDADE DE MATÉRIA (n)
Indica a quantidade de partículas em mols numa
determinada massa do elemento ou da substância.
Pode ser determinada pela relação entre a massa
do elemento ou substância e a sua massa molar.
massa m
n = –––––––––––– ou n = ––––
massa molar M
Exemplos
1) Se temos 595g de urânio, e sabendo que a sua
massa molar é 238g/mol, calculamos:
595g Notas
n = –––––––– = 2,5 mol de átomos de urânio. 1) Ainda existem autores que usam a expressão
238g/mol
obsoleta número de mols como sinônimo de
quantidade de matéria.
2) No Brasil, o nome da unidade é mol (plural mols)
e o símbolo também é mol. Nos demais países, o nome
da unidade é mole (plural: moles) e o símbolo é mol.
Lembre-se de que o símbolo não admite plural.
Utilizando o Utilizando
nome da unidade o símbolo
3 gramas 3g

3 mols 3 mol

2) Se temos 27g de água, e sabendo que sua 2. MOL – COLEÇÃO DE PARTÍCULAS


massa molar é 18g/mol, calculamos:
O termo MOL significa uma coleção de 6,02 . 1023
27g
n = –––––––– = 1,5 mol (de moléculas de água). partículas, ou seja, o número de Avogadro de
18g/mol partículas.

330 –
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1 MOL DE ÁTOMOS = 6,02 .1023 ÁTOMOS Assim, dada a fórmula molecular, 1.o Passo
1 MOL DE NÊUTRONS = 6,02 . 1023 NÊUTRONS temos a quantidade, em mols, de Pela fórmula, C3H8O, sabemos
1 MOL DE ELÉTRONS = 6,02 . 1023 ELÉTRONS
cada elemento no mol da substância. que 1 mol do composto tem 3 mols
de átomos de carbono. Podemos
Uma 3 átomos de carbono
molécula 8 átomos de hidrogênio escrever:
3. MOLS DE ÁTOMOS tem 1 átomo de oxigênio
C3H8O C
NA MASSA MOLAR ––––––– ––––––––––––––––
C3H8O 3 mols de átomos
DA SUBSTÂNCIA Um mol de carbono 1 mol –––––––– 3 mols de átomos
de moléculas 8 mols de átomos
Vamos imaginar uma molécula tem de hidrogênio 2.o Passo
formada por 3 átomos de carbono, 8 1 mol de átomos
O problema pede o número de
de oxigênio
átomos de hidrogênio e 1 átomo de átomos de carbono em 6 gramas do
oxigênio. Sua fórmula molecular é O que se conclui é que em qual- composto. Vamos substituir o mol de
C3H8O1. quer massa de uma substância a re- moléculas pela massa molar e o mol
lação entre as quantidades, em mols, de átomos por 6,02 . 1023 átomos.
dos elementos é igual à relação entre MMC H O = 3 . 12u + 8 . 1u + 16u = 60u
3 8
os respectivos números de átomos
Massa molar = 60g/mol
na molécula.
Nos exercícios usaremos o se- C3H8O C
guinte esquema: ––––––– –––––––––––––––––
1 mol 3 mols de átomos
↓ ↓
60g ––––––– 3 . 6,02 . 1023
átomos de carbono

Admita agora que em um reci- 3.o Passo


piente haja 6,02 . 1023 moléculas de Finalizando, como a pergunta é
C3H8O, ou seja, 1 mol de moléculas. qual o número de átomos de car-
O número de átomos de cada Para entender como isso se bono (x) em 6g do composto, ob-
elemento será: aplica aos exercícios, vamos efetuar tém-se:
as operações passo a passo.
C : 3 . 6,02 . 1023 átomos = 3 mols de MODELO C3H8O C
–––––––– ––––––––––––––––
átomos de C. 1 mol 3 mols de átomos
Qual o número de átomos
H : 8 . 6,02 . 1023 átomos = 8 mols de ↓ ↓
de carbono em 6g de C3H8O?
átomos de H. 60g ––––– 3 . 6,02 . 1023 átomos de C
Dados: C = 12u, H = 1u, O = 16u,
O : 1 . 6,02 . 1023 átomos = 1 mol de 6g –––––– x
N o. de Avogadro = 6,02 x 1023.
átomos de O. x = 1,806 . 1023 átomos de carbono

MÓDULO 4 Porcentagem e Volume Molar

1. FÓRMULA PORCENTUAL der quantos gramas de cada ele- C3H8O C


OU CENTESIMAL mento há em 100g do composto. ⎯⎯⎯⎯ ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯
1 mol 3 mols de átomos
↓ ↓
A fórmula percentual de um com- MODELO 1 60g ⎯⎯⎯⎯ 3 . 12g
posto fornece as porcentagens em
massa de cada elemento no composto. Qual a fórmula percentual
A fórmula percentual da água do C3H8O? Finalmente, como queremos sa-
(fórmula molecular H2O) é: C = 12u, H = 1u, O = 16u. ber a fórmula percentual do C3H8O,
O : 88,89% H : 11,11% vamos calcular quantos gramas de
• Vamos começar lembrando carbono há em 100g do composto:
Isso significa, por exemplo, que C3H8O C
que em 1 mol de C3H8O há 3 mols de
em 100g de água há 88,89g de ⎯⎯⎯⎯ ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯
átomos de carbono. 1 mol 3 mols de átomos
oxigênio e 11,11g de hidrogênio.
A quantidade em mols de cada ↓ ↓
elemento no mol da substância per- Como a massa molar do C3H8O 60g ⎯⎯⎯⎯ 3 . 12g
mite calcular facilmente a fórmula é 60g/mol, e a massa molar do C 100g ⎯⎯⎯⎯ x
percentual. Na verdade, é só respon- é 12g/mol, temos: x = 60g ⇒ 60% de carbono

– 331
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O mesmo será feito para o 1 mol de ———— 2 mols Avogadro, baseado nas leis pon-
oxigênio e o hidrogênio. MgSO42H2O de H2O derais e volumétricas, sugeriu que,
C3H8O O ↓ ↓ nesses recipientes, o número de mo-
⎯⎯⎯⎯ ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ léculas fosse o mesmo. Esta afirma-
1 mol 1 mol de átomos 156g ———— 2 . 18g
↓ ↓ ção tornou-se conhecida como
100g ———— x
60g ⎯⎯⎯⎯ 1 . 16g HIPÓTESE DE AVOGADRO, hoje acei-
100g ⎯⎯⎯⎯ x x = 23,0g de H2O ⇒ 23,0% de ta como PRINCÍPIO DE AVOGADRO.
H2O
x = 26,66g ⇒ 26,66% de oxigênio “Volumes iguais de gases
MODELO 3 quaisquer, quando medidos
C3H8O H nas mesmas condições de
⎯⎯⎯⎯ ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ temperatura e pressão, encer-
1 mol 8 mols de átomos A vitamina A tem 5,6% de
oxigênio, além de carbono e ram o mesmo número de mo-
↓ ↓ léculas.”
60g ⎯⎯⎯ 8 . 1g hidrogênio, e possui um áto-
mo de oxigênio na molécu-
100g ⎯⎯⎯ x
la. Qual a massa molar da vi- 4. VOLUME MOLAR
tamina A, aproximadamen-
x = 13,33g ⇒ 13,33% de hidro- te? (O = 16u)
gênio É o volume ocupado pelo mol.
Nas condições normais de tempera-
C = 60,00%

{
Dizer que a porcentagem de oxi- tura e pressão, 1 mol de qualquer gás
Fórmula gênio na vitamina A é de 5,6% signi- perfeito ocupa o volume de 22,4 li-
H = 13,33%
Percentual fica que cada 100g de vitamina A tros.
O = 26,66% contêm 5,6g de oxigênio.
CNTP
P = 1 atm = 760mmHg = 101325Pa
2. PORCENTAGEM 1 mol de ———— 1 mol de O
vitamina A { T = 273K = 0°C
Muitos outros exercícios em Quí- ↓ ↓
mica envolvem o conceito de porcen- xg ———— 16g Assim:
tagem estudado em Matemática. 100g ———— 5,6g
CN
1 MOL –––––––––– 22,4L
MODELO 2 x = 285,7g
CN
M = 285,7g/mol M –––––––––– 22,4L
Qual a porcentagem de
água no sal de Epson CN
(MgSO4 . 2H2O) ? 3. HIPÓTESE DE AVOGADRO 6,02 . 1023 moléculas –––––– 22,4L

Dados: Massas molares em Sejam três recipientes de mesmo


g/mol: Nota
volume (1 litro, por exemplo) contendo,
Mg = 24, S = 32, O = 16, H = 1. respectivamente, gás carbônico (CO2), Recentemente a IUPAC mudou o
oxigênio (O2) e metano (CH4). Vamos valor da pressão normal para
supor também que esses gases se 100000Pa = 1 bar. O volume de 1 mol
• Cálculo da massa molar da H2O
encontrem à mesma temperatura e de gás a 0°C e 100000Pa é 22,7 litros.
Massa molar =
pressão.
= 2 . 1g/mol + 16g/mol = 18g/mol

• Cálculo da massa molar do


MgSO4 . 2H2O

Massa molar = 24g/mol + 32g/mol+


+ 4 . 16g/mol + 2 . 18g/mol = 156g/mol

• Como em 1 mol do sal de


Epson existem 2 mols de água,
temos:

332 –
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MÓDULO 5 Fórmulas
1. AS FÓRMULAS elemento. Na fórmula mínima essa q Determinação
proporção é expressa pelos menores da fórmula mínima
As substâncias puras têm com- números inteiros possíveis. A fór- O princípio para se determinar a
posição constante. Isso significa que mula mínima também é conhecida fórmula mínima de um composto é a
uma amostra de água pura, qualquer como fórmula empírica ou este- proporção em mols de cada elemento
que seja sua origem, tem sempre a quiométrica. A fórmula mínima é a existente em dada quantidade de
mesma composição. Isso permite fórmula molecular simplificada. substância. Como já sabemos que,
representar as substâncias Note que, a partir da fórmula mí- com a fórmula molecular, temos dire-
por fórmulas. nima, conhecendo-se a massa mole- tamente a quantidade em mols de ca-
Basicamente, vamos utilizar nos cular do composto, sabemos a fór- da elemento, vamos usar o raciocínio
nossos estudos os seguintes tipos de mula molecular. inverso. Conhecendo-se a quantidade
fórmulas: F. Mínima MM(u) F. Molecular em mols de cada elemento, sabemos
imediatamente a fór mula do com-
q Fórmula molecular CH2O 30 CH2O posto. Os problemas geralmente
É a fórmula que indica o número CH2O 60 C2H4O2 trazem os dados dos elementos que
de átomos de cada elemento na formam o composto em gramas,
molécula. CH2O 90 C3H6O3 porcentagem em massa, número de
A fórmula molecular da glicose é CH2O 180 C6H12O6 átomos ou mols de átomos. Para isso,
C6H12O6. Isso significa que na molé- você vai utilizar o esquema abaixo.
cula de glicose existem 6 átomos de q Fórmula percentual
carbono, 12 átomos de hidro- (em massa)
gênio e 6 átomos de oxigênio. É a fórmula que indica as por-
centagens em massa de cada ele-
q Fórmula mínima mento constituinte da substância.
ou empírica No caso da glicose, a fórmula
É a fórmula que indica a propor- percentual é:
ção mínima de átomos de cada C : 40%; H : 6,7%; O : 53,3%

Substâncias Fórmula Molecular Fórmula Mínima Fórmula Percentual

glicose C6H12O6 CH2O C: 40%; H: 6,7%; O: 53,3%

ácido sulfúrico H2SO4 H2SO4 H: 2,04%; S: 32,65%; O: 65,30%

água H2O H2O H: 11,11%; O: 88,89%

água oxigenada H2O2 HO H: 5,88%; O: 94,11%

eteno C2H4 CH2 C: 85,71%; H: 14,29%

buteno C4H8 CH2 C: 85,71%; H: 14,29%

benzeno C6H6 CH C: 92,30%; H: 7,70%

butano C4H10 C2H5 C: 82,75%; H: 17,25%

Na tabela acima, você encontra substâncias com suas fórmulas. Note que substâncias diferentes com a mesma fórmula mínima têm também
a mesma fórmula percentual.

– 333
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Cálculo Estequiométrico: Coeficientes:


MÓDULO 6
Proporção entre as Quantidades de Matéria
1. CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO • Utilizar regras de três para chegar à resposta.
Exemplos
É o cálculo das quantidades de reagentes e 1. Qual o volume de gás carbônico, nas
produtos que participam de uma reação química ou do CNTP, quando empregamos 16g de
preparo de qualquer produto. oxigênio na reação com monóxido de
Essas quantidades podem ser expressas de carbono?
diversas maneiras:
– massa Resolução
– volume massa volume
– quantidade em mols (CNTP)
– número de moléculas
O cálculo estequiométrico baseia-se na Lei de 2 CO(g) + 1O2(g) → 2CO2(g)
Proust, que permite a aplicação de proporções (regra
de três) para sabermos, previamente, a massa ou o 1.32g 2.22,4L
——– = ———–
volume necessário ou produzido numa reação química. 16g x
Os coeficientes mostram-nos a proporção, em mols,
dos participantes da reação química. 16g . 2 . 22,4L
Como sabemos, 1 mol está relacionado com x = ——————– = 22,4L
32g
diversas grandezas, como se segue:
massa: M.M. em gramas Resposta: 22,4L de gás carbônico ou 22,4dm3.

{volume
1 mol de gás
nas CNTP

: 22,4dm3

moléculas: 6.1023 moléculas


Vejamos, agora, o “quadro” abaixo, que mostra
2. Qual a quantidade em mols de
monóxido de carbono necessária para
formar 4,48L de gás carbônico, nas
quantidades envolvidas em uma reação química. São CNTP?
conhecidas as massas molares: CO(28g/mol); Resolução
O2(32g/mol); CO2(44g/mol). mol volume
2CO(g) + 1O2(g) → 2CO2(g) (CNTP)

mols 2 mols 1 mol 2 mols 2 CO(g) + 1O2(g) → 2 CO2(g)

massas 2 . 28g 1 . 32g 2 . 44g 2 mols 2.22,4L


—–—— = ——––––––
volumes 2 . 22,4L ou 1 . 22,4L ou 2 . 22,4L ou x 4,48L
nas CNTP 2 . 22,4dm3 1 . 22,4dm3 2 . 22,4dm3
2 . 6 . 1023 1 . 6 . 1023 2 . 6 . 1023 4,48L . 2 mols
moléculas x = ———————— = 0,2 mol
moléculas moléculas moléculas 2 . 22,4L
Resposta: 0,2 mol de monóxido de carbono.
2. REGRAS GERAIS PARA
O CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO
3. Qual é a quantidade em mols de
• Escrever a equação química do processo. oxigênio necessária para produzir 5 mols
Exemplo: Combustão do monóxido de carbono. de gás carbônico?
CO + O2 → CO2
Resolução
• Acertar os coeficientes estequiométricos da mols mols
equação.
Exemplo : 2 CO + O2 → 2CO2 2 CO(g) + 1O2(g) → 2CO2(g)
Assim, você terá a proporção em mols entre os
participantes. Esses coeficientes lhe darão uma ideia 1 mol 2 mols
––––––– = –––––––––
da relação segundo a qual as substâncias se x 5 mols
combinam. 5 mols . 1 mol
• Montar a proporção baseando-se nos dados e nas x = ——————— = 2,5 mols
perguntas do problema (massa-massa, massa-quan- 2 mols
tidade em mols, massa-volume etc.). Resposta: 2,5 mols de gás oxigênio.

334 –
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MÓDULO 7 Reagente em Excesso, Pureza e Rendimento

1. REAGENTE EM EXCESSO 2. PUREZA produto obtida é menor que a cal-


culada. Quando dizemos rendimento
Quando o problema fornece as Muitas vezes, a substância rea- de 90%, significa que na prática
quantidades de dois reagentes, gente está acompanhada de impu- obtém-se 90% da quantidade cal-
provavelmente um deles está em rezas. Surge então o conceito de culada de acordo com os coeficientes.
excesso, pois, caso contrário, bas- pureza. Por exemplo: O rendimento pode ser calculado
taria dar a quantidade de um deles e Fe2O3 com 80% de pureza signi- pelo quociente entre a quantidade
a quantidade do outro seria cal- fica que em 100g de Fe2O3 impuro real obtida e a quantidade teo-
culada. Para fazer o cálculo este- (Fe2O3 + areia + etc.) existem 80g de ricamente calculada.
quiométrico, baseamo-nos no rea- Fe2O3 puro e 20g de impurezas
gente que não está em ex- (areia etc.). Assim, se numa reação quantidade real
cesso (reagente limitante). Pa- estamos usando 150g de Fe2O3 com R = –––––––––––––––––– x 100
quantidade teórica
ra isso, o primeiro passo é deter- 80% de pureza, significa que a
minar o reagente em excesso. massa real de Fe2O3 é 120g, ou seja,
Exemplo 80 Exemplo
–––– . 150g = 120g.
Na reação: 100
2 H2 + O2 → 2 H2O Essa pureza pode ser deter- Qual a massa de CaCO3
colocando-se em presença minada pelo quociente entre a massa obtida na reação de 2 mol de
3g de hidrogênio e 30g de da substância pura e a massa total CaO com 2 mol de CO2, se o
oxigênio, qual a massa de da amostra. rendimento for 60%?
água formada? massa da subst. pura CaO + CO2 → CaCO3
P = –––––––––––––––––––– x 100
massa da amostra
Resolução
• Verificar qual a substância em Essa porcentagem de pureza Dados
excesso. indica qual a real quantidade de uma massa molar do CaCO3 = 100g/mol
2 mol de H2 reagem com 1 mol de O2. substância na amostra fornecida.
↓ ↓ Exemplo
4g de H2 –––––––––––—– 32g de O2 Resolução
3g de H2 –––––––––––—– x Qual a massa de CaCO3 1 mol de CaO – 1 mol de CO2 – 1 mol de
presente em uma amostra CaCO3
2 mol de CaO – 2 mol de CO2 – x
de 200g de calcário, cuja
3g x 32g pureza é de 80%?
x = ––––––––– = 24g de O2
4g x = 2 mol de CaCO3
Como 3g de H2 reagem com 24g Resolução
de O2, existindo no recipiente 30g 100g de calcário –– 80g de CaCO3 1 mol de CaCO3 ––––– 100g
de O 2 , conclui-se que sobram 200g de calcário –– x 2 mol de CaCO3 ––––– y
30g – 24g = 6g de O2 em excesso
(sem reagir). x = 160g de CaCO3
y = 200g de CaCO3
• Cálculo da quantidade de água. 3. RENDIMENTO
2 mol de H2 ––––– 2 mol de H2O
Quando o problema não faz refe-
↓ ↓ rência, considera-se rendimento de 200g de CaCO3 ––– 100% de rendimento
4g ––––––––––––––– 36g 100%, isto é, a quantidade de pro- z –––– 60% de rendimento
3g ––––––––––––––– y duto formada é aquela calculada de
acordo com os coeficientes este-
3g x 36g z = 120g de CaCO3
y = ––––––––– = 27g de H2O quiométricos. No entanto, em razão
4g de vários motivos, a quantidade de

– 335
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MÓDULO 8 Termoquímica: Reações Exotérmicas e Endotérmicas


1. PROCESSO EXOTÉRMICO E ENDOTÉRMICO O calor envolvido na reação faz aumentar ou diminuir
a temperatura da água, portanto, podemos concluir:
Todas as reações químicas e todas as mudanças Qreação = Qágua
de estado físico liberam ou absorvem calor. Qágua = m . c . Δt
Processos exotérmicos → liberam calor Q = quantidade de calor
Processos endotérmicos → absorvem calor m = massa em gramas

Exemplo: mudanças de estados físicos


c = calor específico da água
( cal
1 –––––
g. oC )
Δt = variação da temperatura

3. ENTALPIA (H)

A queima da grafita, representada pela equação


química a seguir, libera energia na forma de calor.
C(gr) + O2(g) → CO2(g) + calor
Exemplo: reações químicas De onde veio essa energia na forma de calor?
• A queima da grafita libera calor para o meio Resposta: a energia liberada na forma de calor
ambiente (reação exotérmica). estava contida nos reagentes (grafita e oxigênio), e
C(gr) + O2(g) → CO2(g) + calor quando eles se transformaram no produto (gás
• A decomposição térmica do óxido de mercúrio carbônico), essa energia foi liberada.
(II) necessita de calor do meio ambiente (reação en- É possível, então, concluir que cada substância
dotérmica). deve apresentar um certo conteúdo de energia,
denominado entalpia e representado pela letra H.
HgO(s) + calor → Hg(l) + ½ O2(g)

2. CALOR DE REAÇÃO C(gr) + O2(g) ⎯→ CO2(g) + calor

O calor liberado ou absorvido por uma reação quí- Hinicial Hfinal


mica recebe o nome de calor de reação, podendo
ser medido em joules, quilojoules, calorias ou
quilocalorias. O valor numérico do calor é proveniente da
O calor de reação pode ser determinado experi- diferença: Hfinal – Hinicial.
mentalmente (com um calorímetro) ou por meios teóricos
(serão vistos nas aulas seguintes). Calor = Hfinal – Hinicial
Esquema de um calorímetro a volume constante:

4. VARIAÇÃO DE ENTALPIA (ΔH)

Não é conhecida nenhuma maneira de determinar a


entalpia de uma substância. Na prática, o que
conseguimos medir é a variação de entalpia (ΔH)
de um processo, utilizando calorímetros.
O ΔH corresponde ao calor liberado ou absorvido
durante o processo, realizado a pressão constante. O
cálculo da variação da entalpia é dado pela expressão
genérica:

ΔH = Hfinal – Hinicial

ΔH = calor liberado ou absorvido em qualquer


processo físico e químico (pressão constante).

336 –
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5. ΔH NAS REAÇÕES QUÍMICAS 7. ΔH NAS REAÇÕES ENDOTÉRMICAS

Em uma reação química o estado inicial é dado O sistema ganha energia, pois calor é absorvido.
pelos reagentes e o estado final, pelos produtos. Veja o Hprodutos > Hreagentes
esquema: Hp > Hr
REAÇÃO QUÍMICA Hp – Hr > 0
ΔH > 0

Estado inicial Estado final ΔH ⇒ calor absorvido

⇓ ⇓ ΔH > 0 ⇒ indica reação endotérmica


Reagentes Produtos Exemplo
HgO(s) → Hg(l) + ½ O2(g) ΔH = + 91kJ
Hinicial = Hreagentes = Hr Hfinal = Hprodutos = Hp

CALOR DA REAÇÃO = ΔH = Hp – Hr Interpretação: quando 1 mol de HgO(s) se de-


compõe em um 1 mol de Hg(l) e 1/2 mol de O2(g), a
6. ΔH NAS REAÇÕES EXOTÉRMICAS reação absorve 91kJ das vizinhanças.
Outra maneira de representar uma equação
O sistema perde energia, pois calor é liberado. química de uma reação endotérmica:

Hprodutos < Hreagentes HgO(s) + 91kJ → Hg(l) + ½ O2(g)


Hp < Hr
Graficamente, temos:
Hp – H r < 0
ΔH < 0
ΔH ⇒ calor liberado

ΔH < 0 ⇒ indica reação exotérmica


Exemplo
Cr(gr) + O2(g) → CO2(g) ΔH = – 394kJ

Interpretação: quando 1 mol de Cgrafita reage


com 1 mol de O2(g) a fim de originar 1 mol de CO2(g),
a reação libera 94 kcal para as vizinhanças.
Outra maneira de representar uma equação ΔH depende
química de uma reação exotérmica:
• da quantidade das substâncias
Cgrafita + O2(g) → CO2(g)
Cr(gr) + O2(g) → CO2(g) + 394kJ
1mol 1mol 1mol
Graficamente, temos: ΔH = – 94kcal (25oC, 100 kPa)
libera 94kcal

2Cgrafita + 2O2(g) → 2CO2(g)


2mol 2 mol 2 mol

ΔH = –188kcal (25oC, 100 kPa)


libera 188kcal

A quantidade de calor de um processo (ΔH)


é diretamente proporcional à quantidade de
matéria (mols) de seus participantes.

– 337
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• do estado físico das substâncias • do estado alotrópico


Cgrafita + O2(g) → CO2(g)
H2O(g)
6H = – 58kcal ΔH = – 94kcal
1
H2(g) + ––– O2(g) H2O(l) Cdiamante+ O2(g) → CO2(g)
2
6H = – 68kcal
H2O(s) ΔH = – 94,5kcal
6H = – 70kcal
A substância simples diamante tem um conteúdo
energético maior que a substância simples grafita, pois
na sua combustão libera mais calor.
• da temperatura e da pressão (se houver gás na
reação)
A temperatura é fixada em 25°C.
A pressão é fixada em 100 kPa.

Nota
Quando a reação é realizada a 25°C e 100 kPa, o
ΔH é chamado de padrão e é simbolizado por ΔH0.

Assim, a síntese da água sólida libera mais calor Exemplo


que a síntese da água gasosa e água líquida. Cgrafita + O2(g) → CO2(g) ΔH0 = – 394kJ

MÓDULO 9 Lei de Hess: Cálculo de Calor de Reação

1. INTRODUÇÃO Não é fácil fazer a medida Representando em um diagrama:


experimental, pois não se consegue
Existem reações em que é muito impedir a combustão da grafita a
difícil medir o ΔH da reação. Há dióxido de carbono.
vários motivos para essa dificuldade;
algumas são explosivas, outras muito A segunda etapa é a oxidação
lentas e há também aquelas que do monóxido de carbono a dióxido
apresentam rendimento muito baixo de carbono:
ou que formam outros produtos além
dos desejados. CO(g) + 1/2O2(g) → CO2(g)

2. LEI DE HESS ΔH = – 283kJ

Hess descobriu um método de Somando as duas etapas, temos:


calcular o ΔH de uma reação sem
realizá-la, desde que se conheçam
alguns outros valores adequados de C(gr) + 1/2O2(g) → CO(g)
Concluímos que o enunciado da
ΔH.
ΔH1 = ? Lei de Hess é:
Vamos examinar a oxidação do
carbono, na forma de grafita, re- A variação de entalpia de
presentada por C(gr), a dióxido de CO(g) + 1/2O2(g) → CO2(g) uma reação é igual à soma das
carbono. variações de entalpia das eta-
ΔH2 = – 283kJ
C(gr) + O2(g) → CO2(g) pas intermediárias.
–––––––––––––––––––––––––––––
ΔH = – 393,5kJ C(gr) + O2(g) → CO2(g) ΔH = ΔH1 + ΔH2 + ...
Pode-se imaginar que essa rea- ΔH = – 393,5kJ
ção aconteça em duas etapas. A Vamos ver outro exemplo de
primeira é a oxidação do carbono a ΔH = ΔH1 + ΔH2 aplicação da Lei de Hess.
monóxido de carbono. Considere a equação:
– 393,5kJ = ΔH1 + (– 283,0kJ)
2C(gr) + 3H2(g) + 1/2O2(g) →
C(gr) + 1/2O2(g) → CO(g) ΔH1 = – 110,5kJ → C2H6O(l) ΔH = ?
ΔH1 = ?

338 –
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O valor do ΔH dessa reação Então, obtemos: 3. ENTALPIA-PADRÃO


pode ser calculado a partir de outras DE COMBUSTÃO: ΔH0C
três equações: 2C(gr) + 2O2(g) → 2CO2(g)
É a variação de entalpia (ΔH0C)
ΔH = – 788kJ
I. C(gr) + O2(g) → CO2(g) por mol de uma substância que é
3H2(g) + 3/2O2(g) → 3H2O(l) queimada em uma reação de com-
ΔH = – 394kJ bustão em condições-padrão (100
ΔH = – 858kJ kPa, 25°C).
II. H2(g) + 1/2O2(g) → H2O(l) 2CO2(g) + 3H2O(l) → Exemplos
Combustão da grafita
ΔH = – 286kJ → C2H6O(l) + 3O2(g)
C(gr) + O2(g) → CO2(g)
ΔH = + 1368kJ
––––––––––––––––––––––––––––– ΔH0C = – 393,5kJ
III. C2H6O(l) + 3O2(g) →
2C(gr) + 3H2(g) + 1/2O2(g) →
→ 2CO2(g) + 3H2O(l)
→ C2H6O(l) ΔH = – 278kJ Combustão do etanol
ΔH = – 1368kJ C2H6O(l) + 3O2(g) →
Observações
Vamos trabalhar com as equa- • Quando uma equação termo- → 2CO2(g) + 3H2O(l)
ções I, II e III, de modo que a soma química é multiplicada ou dividida ΔH0C = – 1368kJ
delas nos permita obter a equação por um determinado valor, seu ΔH
Observação
termoquímica desejada. Para isso, também será multiplicado ou dividido
As entalpias-padrão de reação,
devemos: pelo mesmo valor.
simbolizadas por ΔH0, indicam rea-
a) multiplicar a equação I por 2 • Quando uma equação termo- ções nas quais os reagentes e pro-
para obter 2C(gr); química for invertida, o sinal de seu dutos estão em seus estados-padrão
b) multiplicar a equação II por 3 ΔH também será invertido. (100 kPa e 25°C).
para obter 3H2(g); Nota
• A Lei de Hess aborda a varia-
c) inverter a equação III para ΔH0C = pode também ser cha-
ção de entalpia de combustão, as-
obter C2H6O(l) no produto. mado de calor de combustão
sunto que será estudado a seguir.

MÓDULO 10 Cálculo do ΔH a partir dos Calores de Formação


1. ENTALPIA-PADRÃO DE FORMAÇÃO: ΔH0f C (gr) = grafita → padrão

É a variação de entalpia (ΔH0f ) na reação de O3 (g) → não é padrão


formação de 1 mol de uma substância a partir de subs-
tâncias simples no estado-padrão (100 kPa, 25°C). C (d) = diamante → não é padrão

O estado-padrão de uma substância simples é a Srômbico → padrão


forma física e alotrópica mais abundante em que
ela se apresenta a 25°C e 1 atm. Smonoclínico → não é padrão
Exemplos
H2(g) → padrão
1
H2(g) + ––– O2(g) → H2O(l) ΔH0f = – 68kcal
Fe(s) → padrão
2
Br2(l) → padrão entalpia de formação
da água líquida
H2(l) → não é padrão

Fe(l) → não é padrão C(gr) + 2Sromb → CS2(l) ΔH0f = + 19kcal

Br2(v) → não é padrão Sromb: enxofre rômbico entalpia de formação


do sulfeto de
O2 (g) → padrão carbono líquido

– 339
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2. CÁLCULO DO ΔH PELO MÉTODO


3
––– O2(g) → O3(g) ΔH0f = + 34kcal DAS ENTALPIAS DE FORMAÇÃO
2
entalpia de formação As entalpias de formação das substâncias podem
do ozônio gasoso ser usadas para calcular o ΔH de uma reação. Para isto,
aplicamos a seguinte fórmula:
2C(gr) + 3H2(g)+ 1/2O2(g) → C2H6O(l) ΔH0f = – 278kJ

ΔH0 = ∑ ΔH0f produtos – ∑ ΔH0f reagentes


entalpia de formação
do etanol
ΔH0f : pode também ser chamado de calor de ∑: somatória
formação.
Seja uma equação genérica:
Importante
Substância simples no estado-padrão → ΔH0f = 0 aA + bB → cC + dD ΔH = ?

ΔH0f de H2(g) = 0 ΔH0f de H2(l) ≠ 0 a.ΔH0fA b.ΔH0fB c.ΔH0fC d.ΔH0fD

ΔH0f de N2(g) = 0 ΔH0f de N2(l) ≠ 0 ΔH0 = ∑ ΔH0f produtos – ∑ ΔH0f reagentes

ΔH0f de Br2(l) = 0 ΔH0f de Br2(g) ≠ 0 ΔH0 = [c . ΔH0fC + d . ΔH0fD] – [a . ΔH0fA + b . ΔH0fB]

ΔH0f de Na(s) = 0 ΔH0f de Na(l) ≠ 0 3. EXEMPLO

ΔH0f de O2(g) = 0 ΔH0f de O3(g) ≠ 0 Calcular o ΔH do processo:

ΔH0f de C(gr) = 0 ΔH0f de C(d) ≠ 0 CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(l)

Reação CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(l)

Tabela de ΔHf (kcal/mol) ΔH0f(kcal/mol) –17 0 – 94 2 (–68)

–17 – 94 – 136 = – 230

C(gr) zero CH3OH(l) –57,0 NaCl(s) –98,6 CH4(g) –17,0


ΔH0 = ∑ ΔH0fprodutos – ∑ ΔH0freagentes

C(d) +0,5 O2(g) zero N2(g) zero H2O(l) –68


ΔH0 = – 230 – (–17)

CO2(g) –94,0 O3(g) +34,0 NH3(g) –11,0 CS2(l) +19


ΔH0 = – 213kcal

340 –
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FRENTE 4 Química Geral e Inorgânica


Substância e Mistura: Substância Simples,
MÓDULO 1
Substância Composta e Mistura
1. CONCEITO DE QUÍMICA Elemento Símbolo Gás cloro: Cl2
Hidrogênio H
Química é a ciência que estuda a
constituição, as propriedades e as Carbono C
transformações das substâncias. Sódio Na (Natrium)
A Química é o ramo da ciência Cloro Cl
que procura responder às seguintes Simples: Cl2
questões: de que se compõem as Substância e
5. MOLÉCULA pura Composta: H2O
substâncias? Qual a relação entre as
suas propriedades e sua compo- Substância simples
Molécula é um agrupamento de
sição? Como reage uma substância É formada por um único ele-
átomos, iguais ou diferentes, ligados.
com outra? “É importante para o quí- mento químico.
mico saber a resposta a essas per- Exemplos: H2 (hidrogênio), O2
guntas, não porque precise desco- (oxigênio), I2 (iodo), Fen (ferro), O3
brir novos plásticos, novos remédios, (ozônio), S8 (enxofre) etc.
novas ligas, mas sim porque quer
entender o mundo que o rodeia.” Substância composta ou
2N ≠ N2
composto
2. TEORIA ATÔMICA CLÁSSICA Fórmula molecular É formada por mais de um
Fornece o número de átomos de elemento químico.
1803, John Dalton, em sua teo- cada elemento existente na molécula Exemplos: C6H12O6 (glicose),
ria, supôs: da substância. CO2 (gás carbônico), C10H8 (naf-
• toda matéria é fundamental- Substância Fórmula taleno), C6H6 (benzeno), H2SO4 (ácido
mente constituída de átomos; sulfúrico) etc.
água H2O
• átomos não podem ser subdi-
vididos nem transformados e são ma- açúcar 7. MISTURA
C12H22O11
ciços. (sacarose)
• Transformações químicas na- amônia NH3 É a reunião de duas ou mais
da mais são que união ou separação álcool C2H6O substâncias diferentes.
de átomos. Exemplos: ar (N2 + O2 + Ar + CO2),
fósforo P4
álcool hidratado (C2H6O + H2O), ga-
3. MATÉRIA ozônio O3
solina (mistura de hidrocarbonetos,
água oxigenada H2O2
É tudo o que ocupa lugar no CxHy), água do mar (água + sais),
espaço físico e tem massa. Índice: indica o número de áto-
ouro 18K (75% de Au e 25% de Ag ou
Exemplos: Água, madeira, fer- mos do elemento na molécula.
Cu), latão (Cu + Zn), aço (Fe + C) etc.
ro, petróleo, ar etc.
6. SUBSTÂNCIA PURA Observação
4. ELEMENTO QUÍMICO Mistura não tem fórmula.
É a espécie de matéria constituída Normalmente, é indicada a fór-
Elemento é o conjunto de átomos por moléculas quimicamente iguais. mula dos componentes.
iguais. Exemplos: Água: H2O

As moléculas de gás nitrogênio


(N2) e de cloreto de hidrogênio (HCl)
permanecem inalteradas, embora
estejam juntas.

– 341
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MÓDULO 2 Elemento e Substância Simples – Alotropia


1. ALOTROPIA deles apresenta maior estabilidade 2. FULERENOS
que o outro.
Um elemento químico pode dar ori- Observação: Outros elemen-
gem a diversas substâncias simples tos, além de carbono e oxigênio, po- Em 1985, foi divulgada em uma
diferentes, chamadas de alótropos. dem apresentar o fenômeno da alo- publicação científica a descoberta de
Exemplos: Carbono: tropia. Como exemplos, podemos uma molécula tridimensional de car-
Cn grafita (arranjo hexagonal dos citar: bono, na qual 60 átomos formam uma
átomos). fósforo branco → P4 esfera com 12 pentágonos e 20
Cn diamante (arranjo cúbico dos fósforo hexágonos, como uma bola de futebol.
fósforo vermelho → Pn
átomos). Em homenagem ao arquiteto e pen-
Diamante e grafita apresentam enxofre α (rômbico) → S8 sador norte-americano Buckminster
enxofre
estruturas cristalinas diferentes. enxofre β (monoclínico) → S8 Fuller, a molécula foi denominada
Oxigênio: buckminsterfullerene ou simplesmente
O2 oxigênio (atomicidade igual a Elemento Variedades Alotrópicas buckyball ou futeboleno.
2), incolor. Oxigênio (O) Oxigênio (O2) Ozônio (O3)
O3 ozônio (atomicidade igual a Outras moléculas de carbono
Carbono (C) Grafita (Cn) Diamante (Cn)
3), azul. foram descobertas (C90, C120 etc.), e
Os alótropos apresentam pro- Fósforo (P) Vermelho (Pn) Branco (P4) a elas deu-se o nome de fulerenos.
priedades químicas semelhantes e
Enxofre (S) Rômbico (S8) Monoclínico(S8)
propriedades físicas diferentes, e um

As formas alotrópicas do carbono.

MÓDULO 3 Materiais Homogêneos e Heterogêneos

1. FASE Exemplo
água + álcool: 1 fase, 2 componentes.
Fase é cada porção homogênea de um
material. • Uma fase não precisa ser contínua.

Exemplos

2. MATERIAL HOMOGÊNEO OU MATÉRIA


HOMOGÊNEA OU SISTEMA HOMOGÊNEO

Observações É qualquer material monofásico (1 fase), mesmo ao


• A fase pode ser uma substância pura (água) ou ser examinado ao ultramicroscópio. Pode ser uma
uma mistura (água + álcool). substância pura ou uma mistura homogênea
ou solução.
• O número de fases não é obrigatoriamente igual
ao número de componentes.

342 –
CO_C13A_QUI_TEO_ALICE.qpx 08/11/10 16:01 Página 343

material homogêneo (1 fase) / material homogêneo (1 fase) / material homogêneo (1 fase) / material homogêneo (1 fase) / mis-
substância pura mistura homogênea ou solução mistura homogênea ou solução tura homogênea ou solução
Nota
As propriedades físicas dos materiais homogêneos são iguais em toda a sua extensão.

Observações

• Mistura homogênea ou solução: toda


mistura que apresenta uma única fase.

• Líquidos miscíveis: líquidos que formam uma


solução.

3. MATERIAL HETEROGÊNEO OU MATÉRIA HETEROGÊNEA OU SISTEMA HETEROGÊNEO

É qualquer material polifásico (2 ou mais fases) a olho nu ou ao ultramicroscópio. Pode ser uma substância
pura em mudança de estado físico ou mistura heterogênea.

material heterogêneo (2 fa- material heterogêneo (2 fa- material heterogêneo (2 fa- material heterogêneo (2 fases) /
ses) / substância pura ses) / substância pura ses) / mistura heterogênea mistura heterogênea

• escuro: mica

• esbranquiçado: quartzo

• marrom: feldspato

Observações

• Mistura heterogênea: toda mistura que apre-


senta pelo menos 2 fases.

• Líquidos não miscíveis (imiscíveis): são lí-


material heterogêneo quidos que formam uma mistura heterogênea.
(3 fases) / mistura heterogênea

– 343
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• As misturas formadas por n sólidos apresentam n fases, desde que estes sólidos não formem uma solução
sólida.
Exemplos
Sal + açúcar = mistura heterogênea bifásica.
Sal + açúcar + areia = mistura heterogênea trifásica.

4 Resumo importante

344 –
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MÓDULO 4 Separação de Misturas Heterogêneas


1. ANÁLISE IMEDIATA

Processos físicos usados para separar os componentes de uma mistura heterogênea ou uma mistura homogênea
(solução).

substância A
análise
A+B
imediata
substância B

2. PRINCIPAIS PROCESSOS DE SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA MISTURA HETEROGÊNEA

Estados físicos dos componentes Método e procedimento Exemplos

Separação magnética
Sólidos com um componente magnético Separar a limalha de ferro do
Aproximando um ímã, o compo-
(Fe, Co, Ni). pó de enxofre.
nente magnético é atraído.

Sublimação
Sólidos com um componente que se iodo + areia
Aquecendo a mistura, um dos
sublima com facilidade. naftaleno + areia
componentes sublima-se.

água + areia
coar café (adicionamos
Filtração
Sólido + líquido água quente para fazermos
Usa-se um filtro que retém o
(2 fases) a extração de substâncias
componente sólido.
solúveis presentes no pó de
café).

Decantação com funil de


óleo + água
Líquidos não miscíveis bromo (funil de separação)
gasolina + água
(2 fases) Abrindo a torneira do funil, o líquido
éter + água
mais denso escoará.

Dissolução fracionada
A mistura é colocada num líquido
que dissolve um só componente; o Separar o sal da areia, utili-
Sólidos (solubilidades diferentes num certo
componente insolúvel é separado zando água.
líquido).
da solução por filtração; por aque-
cimento, separa-se o líquido do
componente dissolvido.

– 345
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Observações • Decantação com


• Separação magnética funil de bromo
(funil de separação)

• Filtração simples
• Às vezes a filtração simples é
muito lenta, como no caso da
mistura água e farinha. Para
acelerar esse tipo de filtração,
utiliza-se a filtração a vá-
cuo ou a pressão redu-
zida.

• A filtração também é utilizada


para separar os componentes
de uma mistura sólido–gás.

Exemplo
aspirador de pó.

• Dissolução fracionada

346 –
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3. OUTROS PROCESSOS ❑ Flotação


DE SEPARAÇÃO DOS Processo que também se baseia
COMPONENTES DE UMA na diferença de densidades. Utiliza
MISTURA HETEROGÊNEA um líquido que não dissolve os
sólidos e apresente densidade inter-
❑ Levigação mediária entre os valores das
Processo utilizado para separar densidades dos sólidos presentes na
sólidos de diferentes densidades, ge- mistura.
ralmente por meio de corrente de água. Exemplo: Adicionando água na
Exemplo: A levigação é apli- mistura serragem + areia, a ser-
cada para separar areia do ouro nos ragem flutua na água e a areia
garimpos: a areia é menos densa e, deposita no fundo do recipiente.
por isso, é arrastada pela água cor-
rente, o ouro, por ser mais denso,
permanece no fundo da bateia.
Na mistura água e barro, após
a decantação, utiliza-se o sifão
para transferência da fase líquida.

❑ Decantação ❑ Centrifugação
Processo usado para separar A decantação pode ser acele-
uma mistura heterogênea entre um rada usando aparelhos denominados
sólido e líquido. A mistura é deixada de centrífugas (a mistura gira a
em repouso para que o sólido de- uma grande velocidade, a fase mais
posite no fundo do recipiente. densa deposita no fundo do
Levigação. Exemplo: Água barrenta recipiente).

Exemplo: Separação da manteiga do leite.

❑ Cristalização fracionada
A mistura dos sólidos é dissolvida completamente em um solvente. Por evaporação do solvente, o sólido menos
solúvel se cristaliza deixando o outro sólido dissolvido no solvente.
Exemplo: NaNO3 + KIO3

❑ Fusão fracionada
A mistura dos sólidos é aquecida até a fusão do sólido de menor ponto de fusão.
Exemplo: areia (maior PF) + enxofre (menor PF)

– 347
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MÓDULO 5 Separação de Misturas homogêneas (Soluções)


1. PRINCIPAIS PROCESSOS DE SEPARAÇÃO
DOS COMPONENTES DE UMA MISTURA HOMOGÊNEA (SOLUÇÃO)

Estados
Método e procedimento Exemplos
físicos dos componentes

Destilação simples
Sólido dissolvido em um Por aquecimento da mistura em aparelhagem Separar a água do sal dissol-
líquido (1 fase). adequada, o líquido vaporiza-se e, a seguir, vido.
condensa-se.

Destilação fracionada
Líquidos miscíveis Separar água da acetona. Fra-
Os líquidos destilam à medida que seus pontos
(1 fase). ções do petróleo.
de ebulição vão sendo atingidos.

Liquefação fracionada
Gás e gás Resfriando-se a mistura, os gases vão-se lique-
O2 + Cl2
(1 fase). fazendo à medida que seus pontos de li-
quefação vão sendo atingidos.

Observações:

• Os componentes do ar são separados por destilação fracionada do ar liquefeito.

348 –
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• Quando só há interesse em se obter o sólido, a destilação simples é substituída pela vaporização do


líquido da mistura.

• Nas salinas (tanques onde temos a água do mar), o componente que o processo visa obter está no estado
sólido (NaCl).

• Destilação simples

– 349
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• Destilação fracionada

balão de destilação: o líquido vira vapor (vaporização).


condensador: o vapor vira líquido (condensação).

Nota: Duas situações em que a destilação fracionada não funciona.

• Mistura azeotrópica
Os vapores são destilados com a mesma composição da mistura. A mistura azeotrópica álcool + água, por
exemplo, é destilada a 78,1°C com a mesma composição original 96% de álcool e 4% de água.
• Mistura de líquidos com pontos de ebulição próximos.

MÓDULO 6 Fenômenos Físicos e Químicos

1. FENÔMENO OU TRANSFORMAÇÃO Exemplos


• Mudanças de estado físico.

2. FENÔMENO FÍSICO
É toda alteração (mudança) que ocorre em
um sistema (objeto de estudo).
É todo fenômeno em que não ocorre
formação de novas substâncias.

fenômeno material
material ⎯⎯⎯⎯→
X físico X

Nesses fenômenos, a forma, o tamanho, a


aparência e o estado físico podem mudar, porém a
constituição da substância não sofre alterações.

350 –
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Veja alguns exemplos: As substâncias iniciais envol- 2. SÍMBOLOS MAIS


vidas em uma reação química são COMUNS USADOS
denominadas de reagentes, en- NAS EQUAÇÕES QUÍMICAS
Mudanças Exemplos quanto as substâncias formadas
após a reação são denominadas Símbolo Significado
produtos.
Transformação produz (aponta para
⎯→
de barra de 4. EQUAÇÃO QUÍMICA os produtos)
Forma cobre em fios,
produção de colocado entre as
+
joias de ouro. É a representação gráfica substâncias
de uma reação química.
calor (escrito
Δ
sobre a seta)
Transformação aA + bB → cC + dD
de tecido em sólido (escrito
A, B = reagentes (s)
roupas, obtenção após a substância)
Tamanho C, D = produtos
de carvão ativo
(pó) por a, b, c, d = coeficientes líquido (escrito
trituração. (l)
após a substância)

2 H2 + O2 → 2 H2O
gasoso (escrito
(g)
Dissolução de após a substância)
Aparência
açúcar em água. H2, O2 = reagentes
substância
H2O = produto dissolvida em água
(aq)
2, 1, 2 = coeficientes (escrito após a
Congelamento
substância)
da água,
Estado
formação de Exemplo
Os átomos dos elementos
neblina. Δ
permanecem inalterados CaCO3(s) ⎯→ CaO(s) + CO2(g)
nas reações químicas; nes-
tas há apenas um rearranjo 6. NOMES PARTICULARES
3. FENÔMENO QUÍMICO dos átomos. DE ALGUMAS REAÇÕES
OU REAÇÃO QUÍMICA QUÍMICAS

❑ Reação de síntese
É todo fenômeno em que
Formação de um único produto.
ocorre a formação de uma
N2 + 3H2 → 2NH3 síntese de
ou mais substâncias.
amônia

❑ Reação de análise
fenômeno material
material ⎯⎯⎯⎯→ Um único reagente produzindo
X Y dois ou mais produtos.
químico
2KClO3 → 2KCl + 3O2

Exemplos ❑ Pirólise ou calcinação


Decomposição pelo calor
• A combustão (queima) dos Δ
materiais. CaCO3 ⎯→ CaO + CO2

• O azedamento do leite. ❑ Fotólise


Decomposição pela luz.
• A formação de ferrugem.
• A transformação do vinho em luz
vinagre. 2H2O2 ⎯⎯→ 2H2O + O2
antes da reação: 6 átomos.
depois da reação: 6 átomos.

– 351
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MÓDULO 7 Compostos Inorgânicos: Conceito de Ácido e Hidrogênio Ionizável


1. INTRODUÇÃO • Quando adicionados ao mármore e a outros
carbonatos, produzem uma efervescência com
Os ácidos são conhecidos há bastante tempo, liberação de gás carbônico.
como, por exemplo, o vinagre, que é uma mistura de
água e ácido acético. A seguir, apresentamos algumas
características importantes sobre os ácidos:

• Sabor azedo.
• Os ácidos avermelham o papel de tornassol azul.

Efervescência observada
após se adicionar uma solução
aquosa de HCl a outra de Na2CO3.

2. CONCEITO DE ÁCIDO
• São compostos hidrogenados, pois todos os áci- SEGUNDO A TEORIA DE ARRHENIUS
dos reagem com o metal zinco, liberando gás
hidrogênio. Fundamentado em experiências de condutividade
elétrica de soluções aquosas de ácidos, o químico
• Os ácidos conduzem a corrente elétrica em solu- Arrhenius propôs, em 1887, a seguinte definição:
ção aquosa, e no polo negativo há liberação de gás
hidrogênio.
Ácido é todo composto hidrogenado que,
dissolvido em água, libera H+ como único
tipo de cátion.
H2O
ácido ⎯⎯⎯→ +
←⎯⎯⎯ H + ânion

Exemplos de ácidos
HCl, HNO3, H2SO4, H3PO4

As moléculas dos ácidos são quebradas ao entrar


em contato com a água, originando íons. Esse evento é
chamado de ionização.

A ionização do HCl.
Os íons livres fecham o circuito e a lâmpada acende.

352 –
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4. IONIZAÇÃO EM ETAPAS
•• H2O •• –
H • • Cl •• ⎯→ + • • Quando um ácido libera mais de 1 H+, na verdade,
←⎯ H + • Cl •
•• •• ele o faz em etapas, liberando 1 por vez. Assim, pode-
quebra mos escrever uma equação química para cada etapa
da ionização.
Exemplos
H2O Por exemplo:
⎯→ H+ + Cl– ; HCl: monoácido (libera 1H+)
HCl ←⎯ ⎯→
H2SO4 ←⎯ H+ + HSO4– Primeira etapa
H2O
⎯→ H+ + NO– ; HNO : monoácido (libera 1H+)
HNO3 ←⎯ HSO4– ←⎯⎯→ H+ + SO 2–
Segunda etapa
3 3 4
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
H2O H2SO4 ←⎯ ⎯→ 2H+ + SO2– Soma das etapas
4
⎯→ 2H+ + SO2– ; H SO : diácido (libera 2H+)
H2SO4 ←⎯ 4 2 4

5. CÁTION HIDRÔNIO OU HIDROXÔNIO: H3O+


H2O
⎯→ 3H+ + PO3– ; H PO : triácido (libera 3H+)
H3PO4 ←⎯ 4 3 4
Pode-se afirmar que um íon H+ não é estável, uma
Assim, para Arrhenius, o íon H+ é o responsável vez que o hidrogênio necessita de dois elétrons para se
pelas propriedades dos ácidos. assemelhar ao gás nobre hélio e, na forma de H+, não
possui nenhum. Para se estabilizar, um íon H+ liberado
3. HIDROGÊNIO IONIZÁVEL pelo ácido liga-se à molécula de água (ligação dativa),
formando o íon H3O+.
O hidrogênio do ácido, que se transforma em H+, é
chamado hidrogênio ionizável.
Nos ácidos não oxigenados, todos os hidrogênios •• •• •• + –
 
••
 

••
••
••
••

••
••

••
••
são ionizáveis. H O + H Cl H O H + Cl
Exemplos •• •• •• ••
H H
•• H2O •• – H3O+ Cl–
••
••

H+ +
••

H • • Br Br cátion ânion
•• ••
•• H2O • • 2–
2H+ +
••
••
••

S S
•• •• ••
H H

Nos ácidos oxigenados, apenas o hidrogênio ligado


ao átomo de oxigênio é ionizável.
Assim, a maneira mais correta para representar a
Exemplos
ionização dos ácidos é:

1H ionizável 2H ionizáveis 3H ionizáveis


O—H ⎯→
HCl + H2O ←⎯ H3O+ + Cl–
O O—H
O=N—O—H S O P O—H
HNO3 + H2O ⎯→ H3O+ + NO3

O O—H O—H ←⎯
O
H2SO4 + 2H2O ⎯→ 2H O+ + SO2–
1H ionizável 2H ionizáveis ←⎯ 3 4
H O
O—H
H—C—C A definição de ácido pode ser reescrita assim:
O P O—H
H O—H
H Ácido é todo composto hidrogenado que,
(monoácido) (diácido) dissolvido em água, origina H3O+ como
H2O único tipo de cátion.
CH3COOH H+ + CH3COO–

– 353
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MÓDULO 8 Nomenclatura de Ácidos

1. INTRODUÇÃO
“acima” per (elemento) ico
Para facilitar a nomenclatura, os ácidos podem ser +O
divididos em dois grupos: os que não contêm oxigênio (elemento) ico
padrão
e os que contêm. –O
(elemento)
oso
–O
2. ÁCIDOS NÃO OXIGENADOS “abaixo” hipo (elemento) oso
OU HIDRÁCIDOS

As substâncias HF, HCl, HBr, HI, H2S e HCN são Exemplo


gases. Quando dissolvidos em água, são denominados
ácido HClO4 –– –– ––
ácidos, pois se ionizam liberando íons H+.
perclórico
Para denominar esse tipo de ácido, basta escrever
o nome do elemento, seguido da terminação ídrico: ácido HClO3 H2SO4 HNO3 H3PO4
clórico sulfúrico nítrico fosfórico
(elemento)
HxE ácido ..................... ídrico
ácido HClO2 H2SO3 HNO2 H3PO3
HCl: ácido clorídrico cloroso sulfuroso nitroso fosforoso

HF: ácido fluorídrico


ácido HClO –– –– H3PO2
HBr: ácido bromídrico hipocloroso hipofosforoso

HI: ácido iodídrico


4. PREFIXOS ORTO, META E PIRO
H2S: ácido sulfídrico

Há alguns ácidos que podem ser encarados como


HCN: ácido cianídrico
provenientes da desidratação (perda de água) de
3. ÁCIDOS OXIGENADOS OU OXOÁCIDOS outros ácidos. Nesse caso, utilizam-se os prefixos orto,
meta e piro para fazer a diferenciação.
Uma das maneiras mais simples de dar nome a
esses ácidos é a partir do nome e da fórmula dos Exemplos
ácidos-padrão de cada grupo da tabela periódica.
ácido ortofosfórico: H3PO4

ácido metafosfórico: HPO3


17 (Cl, 16 (S,
15 (N, P, As) 14 (C) 13 (B) H3PO4 – H2O = HPO3 Meta = orto – H2O
Br, I) Se)

ácido pirofosfórico: H4P2O7


HClO3 H2SO4 HNO3 H3PO4 H2CO3 H3BO3
ácido ácido ácido ácido ácido ácido
clórico sulfúrico nítrico fosfórico carbônico bórico 2(H3PO4) – H2O = H4P2O7 Piro = 2 (orto) – H2O

Nota
Perceba que todos os nomes terminam em ico. A A utilização do prefixo orto é facultativa:
partir deles, acrescentando ou retirando oxigênio,
conseguimos a fórmula de outros ácidos oxigenados. H3PO4 – ácido ortofosfórico ou ácido fosfórico

354 –
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5. OCORRÊNCIA, USO E PROPRIEDADES DOS PRINCIPAIS ÁCIDOS

PRINCIPAIS ÁCIDOS

Ácidos Características

principal ácido; usado na fabricação de fertilizantes; ácido da bateria; desidratante


H2SO4
(absorve água); responsável pela chuva ácida.

HNO3 usado na fabricação de explosivos e de fertilizantes; responsável pela chuva ácida.

componente do suco gástrico; usado na limpeza de pisos e metais; ácido muriático (co-
HCl
mercial).

H2CO3 água com gás, refrigerantes e certas bebidas.

H3PO4 acidulante e conservante.

H3CCOOH ácido acético, componente do vinagre.

HF gravação de vidros.

H2S tóxico, tem cheiro de ovo podre.

HCN tóxico, usado em câmaras de gás.

– 355
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MÓDULO 9 Conceito e Nomenclatura de Bases


1. INTRODUÇÃO a água separa os íons, destruindo o
retículo cristalino da base. Os íons
As bases, antigamente, eram
ficam rodeados pelas moléculas po-
chamadas de álcalis. Essa palavra
lares da água.
vem do árabe al-qalî, que significa
Esquema da dissociação iônica
“cinza”, pois encontramos bases
do NaOH:
(como KOH) nas cinzas da madeira.
Dessa palavra resulta também a
expressão “águas alcalinas”, empre-
gada para designar as águas mi-
nerais com características básicas. A
palavra base surgiu no século XVIII.
A seguir, mostraremos algumas des-
cobertas importantes sobre as
bases:
• Sabor adstringente, isto é, que
“prende a língua”, como acontece ao
se comer uma fruta verde.
2. CONCEITO DE
• As bases azulam o papel de
BASE SEGUNDO A
tornassol vermelho.
TEORIA DE ARRHENIUS Na forma de equação química:
H2O
Fundamentado em experiências ⎯⎯⎯→ Na+ + OH–
NaOH ←⎯⎯⎯
de condutividade elétrica de
soluções aquosas de bases, o Outros exemplos
químico Arrhenius propôs, em 1887, H2O
⎯⎯⎯→ Na+ + OH–
KOH ←⎯⎯⎯
a seguinte definição:
H2O
Base é toda substância que, ⎯⎯⎯→ Ca2+ + 2OH–
Ca(OH)2 ←⎯⎯⎯
dissolvida em água, libera
Assim, para Arrhenius, o íon OH–
OH– (ânion hidróxido) como
é o responsável pelas propriedades
o único tipo de ânion. das bases.
H2O
⎯⎯⎯→ cátion + OH–
Base ←⎯⎯⎯ 3. UMA BASE
DIFERENTE: NH4OH
• Tornam a pele lisa e escor- Exemplos de bases
regadia. NaOH, Ca(OH)2, Al(OH)3, NH4OH O hidróxido de amônio (NH4OH),
• As bases conduzem a corren- As bases dos metais são com- que não é uma base de metal, resulta
te elétrica em solução aquosa, e no postos iônicos e, em solução aquosa, da ionização em água da amônia
polo positivo liberam gás oxigênio. sofrem dissociação iônica, isto é, (NH3), que é um composto molecular.

+
→ NH OH(aq) → NH (aq) + OH–(aq)
NH3(g) + H2O(l) ← 4 ← 4
hidróxido
de amônio
• Essa solução aquosa recebe o nome comercial de amoníaco.
• NH4OH só existe em solução aquosa.

356 –
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O íon NH4+ é denominado amô- Tabela dos principais cátions M com Nox fixo: hidróxido
nio. Você não deve confundir amônia de nome de M.
Alcalinos, prata
(NH3), que é uma molécula, com Nox = + 1
e amônio
amônio (NH4+), que é um cátion. M com Nox variável: hidró-
Alcalinoterrosos, xido de nome de M. Nox em
Nox = + 2
zinco e cádmio algarismo romano e entre
Alumínio e parênteses.
4. NOMENCLATURA Nox = + 3
bismuto
DAS BASES OU HIDRÓXIDOS Cobre e Exemplos
Nox = + 1 ou + 2
mercúrio NaOH – Hidróxido de sódio
Para escrever ou dar o nome de Nox = + 1 ou + 3 Ouro Mg(OH)2 – Hidróxido de magnésio
uma base, é necessário que o leitor
Ferro, cobalto e Al(OH)3 – Hidróxido de alumínio
familiarize-se com a tabela dos Nox = + 2 ou + 3
níquel
principais cátions. Chumbo e Fe(OH)2 – Hidróxido de ferro (II)
Nox = + 2 ou + 4
estanho Fe(OH)3 – Hidróxido de ferro (III)

5. USOS E PROPRIEDADES DAS PRINCIPAIS BASES

Bases Aplicações

soda cáustica, principal base; produção de sabão e


NaOH
papel; limpa-forno (desentupir pias e ralos).

Mg(OH)2 leite de magnésia, antiácido estomacal.

cal hidratada, pintura a cal, preparação de argamas-


Ca(OH)2
sa; adição aos solos para diminuir a acidez.

NH4OH produtos de limpeza, como Ajax, Fúria; produção de


(NH3 + H2O) fertilizantes e HNO3.

– 357
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MÓDULO 10 Reação de Neutralização e Sais

Foto Objetivo Mídia


O indicador azul de bromotimol fica amarelo em meio ácido e azul em meio básico.
Em meio neutro (pH = 7), esse indicador é verde. Na figura da direita, ocorreu a neutralização do HCl pelo NaOH.

1. REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO Unindo-se o OH– da base e o H+ do ácido, obtém-


se a água.
É a reação entre uma base e um ácido, a qual Exemplo
origina um sal e água. Reação entre NaOH(aq) e HCl(aq):

Base + ácido → sal + água


NaOH + HCl → NaCl + HOH (H2O)
Unindo-se o cátion da base e o ânion do ácido,
obtém-se o sal.

Esquematicamente, temos:

Quando misturamos as duas soluções conforme Exemplos


esquema acima, ocorre uma reação entre os íons OH– e
H+, formando água. Essa reação é chamada de 1Mg(OH)2 + 2HNO3 → Mg(NO3)2 + 2HOH
neutralização.
2OH– 2H+ sal normal

2. REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO TOTAL Ba(OH)2 + H2SO4 → BaSO4 + 2HOH


2OH– 2H+ sal normal
A proporção em mols da base e do ácido é de tal
forma que a quantidade em mols de íons OH– é igual à 3NaOH + 1H3PO4 → Na3PO4 + 3HOH
quantidade em mols de íons H+. O sal formado é
classificado como sal normal. 3OH– 3H+ sal normal

358 –
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3. REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO PARCIAL DO ÁCIDO

A proporção em mols da base e do ácido é de tal forma que nem todos os H+ serão neutralizados. O sal formado
é classificado como hidrogenossal.
Exemplo.
Reação entre hidróxido de sódio e ácido sulfúrico na propoção 1 : 1.

NaOH + H2SO4 ⎯
⎯→ NaHSO4 + HOH
hidrogenossal

4. REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO PARCIAL DA BASE

A proporção em mols da base e do ácido é de tal foma que nem todos os OH– serão neutralizados. O sal formado
é classificado como hidroxissal.
Exemplo
Reação entre hidróxido de cálcio e ácido clorídrico na propoção 1 : 1.

Ca(OH)2 + HCl → CaOHCl + HOH


hidroxissal
Conclusão
Podemos definir sal como um composto iônico que contém cátion proveniente de uma base e ânion
proveniente de um ácido.

5. REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO COM NH3


Ácido Ânion
NH3 + ácido → sal de amônio (NH4+)
Exemplos

NH3 + HCl → NH4Cl ídrico eto

2NH3 + H2SO4 → (NH4)2SO4


ico ato
6. NOMENCLATURA DOS ÂNIONS

A nomenclatura dos ânions é feita substituindo-se a


terminação do nome do ácido pela terminação do nome oso ito
do ânion, conforme a seguinte regra:

– 359
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Exemplos 7. NOMENCLATURA DOS SAIS

A nomenclatura dos sais é feita escrevendo-se o


Ácido Ânion Ácido Ânion Ácido Ânion
nome do ânion, a palavra “de” e o nome do cátion.

ídrico eto ico ato oso ito


(nome do ânion) (nome do cátion)
HCl Cl– H2SO4 SO42– H2SO3 SO2–
3 ............................. de .................................
clorídrico cloreto sulfúrico sulfato sulfuroso sulfito
NaCl: cloreto de sódio
HBr Br– HNO3 NO–3 HNO2 NO2–
bromídrico brometo nítrico nitrato nitroso nitrito CaCO3: carbonato de cálcio
HF F– HClO3 ClO–3 HClO2 ClO–2
NaHCO3: hidrogenocarbonato de sódio ou bicarbo-
fluorídrico fluoreto clórico clorato cloroso clorito
HI I– HClO4 ClO–4 HClO ClO– nato de sódio
iodídrico iodeto perclórico perclorato hipocloroso hipoclorito Ca3(PO4)2: fosfato de cálcio
H2S S2– H3PO4 PO3–
4 H3PO3 HPO2–
3
Fe2(SO4)3: sulfato de ferro (III)
sulfídrico sulfeto fosfórico fosfato fosforoso fosfito
HCN CN– H2CO3 CO2–
3 H3PO2H2PO–2
cianídrico cianeto carbônico carbonato hipofosforoso hipofosfito

Outros ânions importantes:

MnO–4: ânion permanganato

CrO2–
4 : ânion cromato
Ni(NO3)2: nitrato de níquel (II) (verde)
BO3–
3
: ânion borato

HCO3– : ânion hidrogenocarbonato K2Cr2O7: dicromato de potássio (laranja)

Cr2O2–
7
: ânion dicromato CuSO4 . 5H2O: sulfato de cobre (II) penta-hidratado (azul)

8. PRINCIPAIS SAIS E SUAS APLICAÇÕES

Sais Aplicações

NaCl alimentação; soro fisiológico (0,9% de NaCl); conservação de carnes e peixes.

calcário, mármore; obtenção da cal (CaO); adição aos solos para diminuir acidez;
CaCO3
fabricação de vidro e cimento; formação de cavernas.

NaNO3 salitre do Chile; fertilizante e componente da pólvora (NaNO3 + C + S).

bicarbonato de sódio, antiácido estomacal (Sonrisal, Eno etc.); extintor de incêndio tipo
NaHCO3
espuma; fermento de bolos, pães etc.; componente dos talcos desodorantes.

Na2CO3 barrilha ou soda, fabricação de vidro; tratamento da água.

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