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Para que o Contencioso seja verdadeiramente subjetivo, não faz sentido chamar a um litígio o

Ministro das Finanças por ato administrativo de funcionário de terrinha – regra subjetivista de
chamar a juízo os autores dos atos, que são os órgãos.
Atribuições são dos órgãos, que são aqueles que atuam no quadro da função administrativa.
Há uma série de entidades que são órgãos, tendo uma série de atribuições, mas que não se
enquadram no quadro de uma pessoa coletiva. Ex: PGDR
Princípio da legalidade assumiu amplitude que entra dentro da pessoa coletiva – relações entre
órgãos administrativos são relações jurídicas e é a lei que estabelece
• Não há o dogma da impermeabilidade da pessoa coletiva do Direito Privado.
o Superação do dogma da impermeabilidade da pessoa jurídica
• Esta é a lógica do princípio da legalidade: define relações entre os órgãos e quais as suas
atribuições.
Otto Mayer: dentro da Administração há relações especiais de poderes que não são permeáveis
nem pelo princípio da legalidade nem pelos direitos fundamentais – uma vez que não havia
relações jurídicas dentro da administração.
• Considerar a pessoa coletiva, sem ter em conta o princípio da legalidade, levava a esta
consequência.
• Deixando de existir as relações especiais de poder, há consequências para o CAT, que
tem de se abranger aos órgãos, devido à existência de relações administrativas.
o Afastamento da teoria das relações especiais de poder (pois tudo o que acontece
no interior de uma pessoa jurídica também está submetido à lei e aos direitos
fundamentais).
Direito Italiano fala em servizzi como realidade substitutiva da pessoa coletiva ou dos órgãos.
• VPS: falar em serviços, em Portugal, não é boa solução. Mas os pressupostos estão
certos, pois não faz sentido continuar a falar em pessoas coletivas de direito público.
o VPS: no direito público a personalidade jurídica é conceito artístico e não jurídico
– o que conta no Direito Publico é a capacidade de exercício, que cabe aos
órgãos.
o Deve considerar-se os órgãos, sendo essa a realidade essencial e só depois,
artisticamente, é que se decide se se imputa à pessoa coletiva.
o Na prática, quem é chamado são os órgãos – essa é a boa regra do CAT.
▪ Embora seja essa a boa regra (de serem chamados os órgãos), face às
relações administrativas, não há essa regra face à responsabilidade civil.
➢ Na responsabilidade civil quem responde é a pessoa coletiva.
➢ Realidade dual e esquizofrénica que o legislador não resolveu –
devia ter unificado as regras de legitimidade e estabelecer
sempre os órgãos.
Deve relativizar-se a ideia de personalidade jurídica das entidades públicas e dar-se primazia à
atuação dos órgãos, fazendo das autoridades administrativas sujeitos funcionais de relações
jurídicas, dotados de capacidade jurídica própria, admitindo-se assim a existência de relações
inter-orgânicas.
➢ Os sujeitos das relações administrativas, além das pessoas coletivas, também podem
ser os órgãos administrativos

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