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CURSO
Educação inclusiva
na escola inclusiva
Selene Maria Penaforte Silveira Rocha
3
FASCÍCULO
Copyright © 2016 by Fundação Demócrito Rocha
Direção Geral
Marcos Tardin
Coordenação de Conteúdo
Lucidalva Bacelar
Coordenação Pedagógica
Ana Paula Costa Salmin
Edição de Design
Amaurício Cortez
Editoração Eletrônica
Antônia Maria Coutinho e Welton Travassos
Revisão de Texto
Daniela Nogueira
Ilustrações
Rafael Limaverde
Catalogação na Fonte
Kelly Pereira
Este fascículo é parte integrante do Curso Gestão Escolar composto por 12 fascículos
oferecido pela Universidade Aberta do Nordeste (Uane), em decorrência do contrato
celebrado entre as prefeituras municipais de Camocim, Fortaleza, Itapipoca, São Gonçalo
do Amarante e Tauá e a Fundação Demócrito Rocha (FDR), sob no. 2016.05.10.001, 89/2016,
16.06.05/DP, 2016.05.20.001 e 1808.01/2016, respectivamente.
1. PPP – Projeto Político Pedagógico 2. Gestão Escolar 3. Pereira, Lucidalva Bacelar. Fundação Demócrito Rocha
4. Carmo, Lindalva Pereira. 5. Limaverde, Rafael. II. Título Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará
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OBJETIVOS
Refletir sobre o papel da ética e da diferença na escola inclusiva
Conhecer os marcos legais da educação inclusiva
Compreender o papel do gestor na organização da escola inclusiva
Refletir sobre a atuação do professor e o ensino de atenção às diferenças
Proporcionar aos cursistas informações referentes à formulação do planejamento
educacional nos distintos níveis dos Sistemas de Ensino;
Contextualizar os níveis estratégicos do planejamento institucional
e suas características;
Apresentar estratégias e instrumentos para elaboração, acompanhamento e avaliação
dos Planos, Programas e Projetos educacionais.
CURSO gestãoescolar 3
As pessoas são diferentes, como são
diferentes as suas culturas. As pessoas
vivem de modos diferentes e as civilizações
também diferem. As pessoas falam em
várias línguas. As pessoas são guiadas por
diferentes religiões. As pessoas nascem
com cores diferentes e muitas tradições
influenciam suas vidas, com cores e sombras
variadas. As pessoas vestem-se de modo
diferente e adaptam-se ao seu ambiente de
forma diferente. As pessoas exprimem-se de
formas diferentes. A música, a literatura e a
arte refletem estilos diferentes. Mas, apesar
dessas diferenças, todas as pessoas têm
em comum um atributo simples: são seres
humanos, nada mais nada menos.
Shirin Ebadi, Prêmio Nobel
da Paz em 2003.
1.
ÉTICA, DIFERENÇA
E INCLUSÃO
A ética pode ser entendida como um pensa-
mento crítico e reflexivo sobre os valores que
regem as condutas humanas. Pode significar
ainda o conjunto de princípios e normas que
um grupo elege para o seu exercício profis-
sional (MEC,1997).
Ao falarmos de ética e inclusão, é impe-
rativo questionar que ética fundamenta as
nossas ações no percurso da construção
de uma escola inclusiva e de que forma
podemos favorecer a criação de ambientes
éticos, no interior das instituições educacio-
nais. Essa é uma responsabilidade de todos
CURSO gestãoescolar 5
reconhecer que existem muitas formas ex- VI – da totalidade, numa concepção inte- O princípio fundamental da
plícitas ou implícitas de preconceitos gera- gradora da ação educativa. escola inclusiva é o de que todas
dores de exclusão. Negros, índios, mulheres, A busca por uma escola inclusiva é um as pessoas devem aprender
analfabetos e pessoas com deficiência ou movimento de dimensões planetárias e de juntas, onde quer que seja
necessidades de atenções especiais, (na sentido irreversível, pois, mais do que uma possível, não importam quais
maioria das vezes essas categorias associa- imposição legal, é uma necessidade vin- dificuldades ou diferenças
das) formam essa sociedade multicultural, culada à garantia dos direitos humanos. A elas possam ter.
na qual não deveria haver uma hierarquia ética na inclusão representa, fundamental- Declaração de Salamanca (1994).
dominante. Deveria, sim, haver um profun- mente, uma filosofia de respeito e atenção
do cuidado por tudo o que diz respeito ao às diferenças que deve se transformar em
outro e sua convivência com os demais. cultura, políticas e práticas inclusivas, por
As reflexões acima nos levam a reforçar meio de um modelo de atendimento edu-
o importante papel da ética no processo de cacional em que toda a comunidade esco-
constituição da escola inclusiva. Esses as- lar é igualmente valorizada, respeitada e nais pactuados ao longo das últimas décadas:
pectos estão postos, inclusive, em documen- tratada de forma equânime. a Convenção dos Direitos das Nações Unidas
tos legais e diretrizes nacionais de educação. (1989); a Conferência Mundial sobre a Educação
No Ceará, a Resolução 456/2016, do Con- para Todos (1998), a Declaração de Salamanca
selho Estadual de Educação (CEE), orienta (1994), a Convenção de Guatemala (1999) e, em
em seu art. 3º, que a Educação Especial na especial, a Convenção da ONU sobre os Di-
2.
perspectiva da educação inclusiva deverá ser reitos das Pessoas com Deficiência (2006).
fundamentada nos princípios: A ratificação pelo Brasil desse último
I – éticos, da autonomia, da responsabili- documento foi um marco fundamental na
dade, da solidariedade e do respeito ao trajetória da educação inclusiva no Brasil.
bem comum;
II – políticos, dos deveres de cidadania, do EDUCAÇÃO Reafirma o direito das pessoas com deficiên-
cia à educação inclusiva, em todos os níveis
exercício da criticidade e do respeito à or-
dem democrática; INCLUSIVA: de ensino e ao longo de toda a vida. Desta-
camos as orientações contidas no art. 24,
III – estéticos, da sensibilidade, da criatividade,
do lúdico, da qualidade e da diversidade de
DOS MARCOS que trata sobre educação e confirma a de-
terminação do País no desenvolvimento de
manifestações artísticas e culturais; INTERNACIONAIS políticas educacionais públicas inclusivas.
IV – da dignidade humana: identidade so- Esse documento foi o primeiro tratado sobre
cial, individualidade, autoestima, liber- À LEI BRASILEIRA direitos humanos do século XXI, tendo como
dade, respeito às diferenças, como base
para a constituição e o fortalecimento de DE INCLUSÃO foco a pessoa com deficiência, a sua inclu-
são social, com autonomia e independên-
valores, atitudes, conhecimentos, habili- No Brasil, assim como em inúmeros países, as cia, estabelecendo e consolidando direitos
dades e competências; políticas educacionais têm buscado atender como o da não discriminação, da educação,
V – da inclusão, voltados para o reconhe- aos desafios presentes nas orientações interna- da acessibilidade, do trabalho, entre outros.
cimento e a valorização das diferenças e cionais para a implantação de um sistema edu- No que diz respeito às leis brasileiras,
potencialidades do aluno, bem como de cacional inclusivo. A discussão sobre inclusão podemos afirmar que a educação especial
suas necessidades específicas de educa- escolar e a defesa da escola para todos estão nunca esteve tão contemplada com políti-
ção na ação pedagógica; explícitos em vários documentos internacio- cas e conquistas educacionais, muitas delas
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→ Resolução 456/2016 Conselho Estadual especificidades dos alunos público alvo da
do Ceará. Fixa normas para a Educação Educação Especial. Para isso, ela deixa ex-
Especial e para o Atendimento Educa- presso em seu texto as condições e adap-
cional Especializado (AEE) dos alunos tações necessárias a esse atendimento:
com deficiência, Transtornos Globais do → Garantir um sistema educacional inclu-
Desenvolvimento (TGD) e Altas Habilida- sivo em todos os níveis e modalidades,
des/Superdotação no âmbito do Siste- bem como o aprendizado ao longo de
ma de Ensino do Estado do Ceará. toda a vida.
→ Lei nº 13.005/2014, que institui o Plano → O aprimoramento dos sistemas educacio-
Nacional de Educação (PNE), com des- nais, visando garantir condições de acesso,
taque para a Meta 4, que propõe: univer- permanência, participação e aprendiza-
salizar, para a população de quatro a 17 gem, por meio da oferta de serviços e de
anos, o atendimento escolar aos alunos recursos de acessibilidade que eliminem as
com deficiência, transtornos globais do barreiras e promovam a inclusão plena.
desenvolvimento e altas habilidades → Construir um projeto pedagógico que
ou superdotação, preferencialmente institucionalize o atendimento educacio-
na rede regular de ensino, garantindo o nal especializado, assim como os demais
atendimento educacional especializado serviços e adaptações razoáveis, para
em salas de recursos multifuncionais, atender às características dos estudan-
classes, escolas ou serviços especiali- tes com deficiência e garantir o seu ple-
zados, públicos ou comunitários, nas no acesso ao currículo em condições de
formas complementar e suplementar, igualdade, promovendo a conquista e o
em escolas ou serviços especializados, exercício de sua autonomia.
públicos ou conveniados. → Promover a adoção de medidas indivi-
Faremos, a seguir, destaque para dois dualizadas e coletivas em ambientes que
dos documentos aqui mencionados: maximizem o desenvolvimento acadêmi-
a Lei Brasileira de Inclusão – LBI n° co e social dos estudantes com deficiên-
13.146/2016 e a Política Nacional de cia, favorecendo o acesso, a permanên-
Educação Especial na Perspectiva da cia, a participação e a aprendizagem em
Educação Inclusiva (MEC – SEESP 2008). instituições de ensino.
Deles decorrem as orientações gerais que → Promover o planejamento de estudo de
deverão orientar a organização dos siste- caso, de elaboração de plano de aten-
mas de ensino para a inclusão escolar. dimento educacional especializado, de
A Lei Brasileira de Inclusão é um im- organização de recursos e serviços de
portante documento legal que apoia e ga- acessibilidade e de disponibilização e
rante os direitos e conquistas das pessoas usabilidade pedagógica de recursos de
com deficiência no Brasil. Em seu texto, tecnologia assistiva.
ela determina que as escolas brasileiras, → Estimular a participação dos estudantes
além da garantia da matrícula como um com deficiência e de suas famílias nas di-
direito inquestionável, passem a funcio- versas instâncias de atuação da comuni-
nar com condições de atendimento às dade escolar.
3.
do com dados do censo do IBGE
(2010), esse número chega a 24%
da população nacional. Desse to-
tal, estima-se que 21% nunca fre-
quentaram a escola.
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PARA
ma educacional inclusivo. Reflete os marcos Direciona suas ações para o atendi-
legais, os diversos fóruns educacionais, as mento às especificidades dos alunos no
REFLETIR
conquistas e os movimentos organizados processo educacional e, no âmbito de uma
sobre inclusão no País. Essa peça foi publi- atuação mais ampla na escola, orienta a
cada em março de 2008 e se constitui como organização de redes de apoio, a formação
um instrumento de referência para a organi- continuada, a identificação de recursos,
zação dos sistemas de ensino na perspectiva serviços e práticas colaborativas.
1. As políticas educacionais para a edu- da educação inclusiva. Ela se justifica pela Dentro da perspectiva da educação in-
cação inclusiva interferem na sua ma- necessidade de atualização dos sistemas de clusiva, a educação especial é vista como
neira de trabalhar com os alunos? Elas ensino para novas proposições e referências uma política da escola, e não mais um ser-
chegam a ocasionar mudanças? O que pautadas no modelo inclusivo. viço ou um atendimento a parte, segregado
estimulou essas mudanças? Na perspectiva do documento, a Edu- ou fora da escola.
cação Especial passa a integrar a propos-
2. Como a sua escola vem se organizan- ta pedagógica da escola, promovendo o
do e enfrentando as políticas derivadas atendimento às necessidades educacio-
das novas diretrizes para a educação nais especiais de alunos com deficiência,
especial orientada pelos princípios transtornos globais de desenvolvimento e
3.2 PÚBLICO-ALVO DA
da educação inclusiva? altas habilidades/superdotação mediada EDUCAÇÃO ESPECIAL
pelo Atendimento Educacional Especiali- Conforme os documentos que regem a Edu-
zado (AEE). cação Especial no Brasil, considera-se públi-
Apresentamos, a seguir, algumas concei- co-alvo da Educação Especial e do AEE:
tuações e orientações a partir das orientações Alunos com deficiência: aqueles que têm im-
legais e dos princípios destacados no docu- pedimentos de longo prazo de natureza físi-
mento da Política Nacional de Educação Es- ca, intelectual, mental ou sensorial.
pecial na perspectiva da educação inclusiva. Alunos com transtornos globais do de-
senvolvimento: aqueles que apresentam um
quadro de alterações no desenvolvimento
neuropsicomotor, comprometimento nas
relações sociais, na comunicação ou estere-
otipias motoras. Incluem-se nessa definição
Participação da família e da comunidade.
3.1 EDUCAÇÃO ESPECIAL alunos com autismo clássico, síndrome de
→ Acessibilidade arquitetônica, nos trans-
Asperger, síndrome de Rett, transtorno de-
portes, nos mobiliários, nas comunica- A Educação Especial é entendida como uma
sintegrativo da infância (psicoses) e transtor-
ções e informação. modalidade de ensino que perpassa todos
nos invasivos sem outra especificação.
→ Articulação intersetorial na implementa- os níveis, etapas e demais modalidades;
Alunos com altas habilidades/superdota-
ção das políticas públicas. realiza o atendimento educacional especia-
ção: aqueles que apresentam um potencial
O documento configura-se como ação lizado; disponibiliza os recursos e serviços e
elevado e grande envolvimento com as áreas
política, cultural, social e pedagógica em orienta quanto à sua utilização no processo
do conhecimento humano, isoladas ou com-
defesa do direito de todos a uma educação de ensino e aprendizagem nas turmas co-
binadas: intelectual, liderança, psicomotora,
de qualidade e da organização de um siste- muns do ensino regular.
artes e criatividade.
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3.4 A SALA DE RECURSOS
PARA
VII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de
forma a ampliar habilidades funcionais
MULTIFUNCIONAIS (SRM)
REFLETIR
dos alunos, promovendo autonomia e
E A ATUAÇÃO DO participação;
VIII – estabelecer articulação com os profes-
PROFESSOR DO AEE sores da sala de aula comum, visando à
As Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) Todos os anos, milhões de disponibilização dos serviços, dos recursos
são espaços físicos localizados nas escolas pú- alunos são excluídos das esco- pedagógicos e de acessibilidade e das es-
blicas de educação básica; nelas se realiza o las porque eles apresentam um tratégias que promovem a participação dos
Atendimento Educacional Especializado. Esse comportamento diferente, ina- alunos nas atividades escolares.
atendimento é feito por um professor especia- ceitável (Mitlter, 2003). Para o desenvolvimento dessas ações,
lizado, que tenha como base da sua formação faz-se necessário que o professor estabe-
a atuação para a docência e ainda formação É possível trabalhar em dire- leça uma relação de proximidade com seu
específica na área da educação especial, com ção a um sistema educacional aluno, buscando conhecer suas particulari-
competências para o atendimento dos alunos mais inclusivo? dades, suas relações com o conhecimento,
com dificuldades de aprendizagem acentua- indo além das condições cognitivas. Além
das decorrentes de algum tipo de deficiência disso, é preciso que haja uma interlocução
(auditiva, visual, motora, intelectual), de trans- com o professor do ensino regular, facilitan-
tornos do espectro autista ou de altas habili- do o acompanhamento dos processos de
dades/superdotação. aprendizagem do aluno.
Essas salas atendem por esse nome por- É importante destacarmos que a Sala de
que são dotadas de mobiliário, materiais o Atendimento Educacional Especializado Recursos Multifuncionais é um espaço da
didáticos e pedagógicos, recursos de aces- na Educação Básica, estabelece as seguin- escola comum, sendo responsabilidade do
sibilidade e de tecnologia assistiva, e outros tes ações como principais atribuições des- diretor e da comunidade escolar sua conser-
tipos de equipamentos específicos para o se profissional: vação, organização e administração, além da
atendimento aos alunos público-alvo da I – identificar, elaborar, produzir e organizar divulgação desse trabalho à comunidade na
educação especial. Esses recursos deverão serviços, recursos pedagógicos, de acessibi- qual a escola está inserida.
estar a serviço das necessidades de aprendi- lidade e estratégias considerando as neces-
zagem desses alunos. sidades específicas dos alunos público-alvo
Cada sala deverá ter, no mínimo, um pro- da Educação Especial;
fessor responsável pelo desenvolvimento das II – elaborar e executar plano de Atendimento
atividades próprias do AEE. Essas atividades Educacional Especializado, avaliando a fun- 3.5 TECNOLOGIA ASSISTIVA
são de caráter eminentemente pedagógico, cionalidade e a aplicabilidade dos recursos Segundo o Comitê de Ajudas Técnicas, Tec-
diferenciando-se do trabalho do professor pedagógicos e de acessibilidade; nologia Assistiva “é uma área do conheci-
da sala de aula, devendo o professor propor III – organizar o tipo e o número de aten- mento, de característica interdisciplinar, que
situações que contribuam para a aprendi- dimentos aos alunos na sala de recursos engloba produtos, recursos, metodologias,
zagem de conceitos e ações vivenciais que multifuncionais; estratégias, práticas e serviços que objetivam
possibilitem a esse aluno organizar seus pen- IV – acompanhar a funcionalidade e a apli- promover a funcionalidade, relacionada à
samentos fundamentando seu atendimento cabilidade dos recursos pedagógicos e de atividade e participação de pessoas com de-
em situações-problema, exigindo do aluno acessibilidade na sala de aula comum do ficiência, incapacidades ou mobilidade re-
o uso do raciocínio para sua resolução. Além ensino regular, bem como em outros am- duzida, visando a sua autonomia, indepen-
disso, compete ao professor do AEE produzir bientes da escola; dência, qualidade de vida e inclusão social”1.
materiais didáticos e pedagógicos, utilizados V – estabelecer parcerias com as áreas in- A Tecnologia Assistiva (T.A.) é uma área do
como ferramentas de interação escolar social tersetoriais na elaboração de estratégias conhecimento e de atuação que desenvolve
ajudando o aluno a atuar no ambiente da es- e na disponibilização de recursos de serviços, recursos e estratégias que auxiliam
cola e fora dela. acessibilidade; na resolução de dificuldades funcionais das
Ainda sobre as competências do pro- VI – orientar professores e famílias sobre os pessoas com deficiência na realização de suas
fessor do AEE, a Resolução n° 04, de 2009, recursos pedagógicos e de acessibilidade tarefas (MEC, 2010). O profissional responsável
que Institui as Diretrizes Operacionais para utilizados pelo aluno; por favorecer o uso das T.A. é o professor do
CURSO gestãoescolar 13
4.
A GESTÃO DA
os segmentos da sociedade. Na unidade
escolar, é papel do gestor da instituição ge-
renciar de forma competente as ações e os
recursos humanos e materiais necessários
PARA
REFLETIR
ao bom desenvolvimento de um ensino de
ESCOLA E A qualidade e para todos. Portanto, a gestão
da escola é responsabilidade do diretor e
EDUCAÇÃO tem por objetivo estabelecer a unidade e a
integração de todas as ações da instituição
1. Quais os aspectos administrativos,
pedagógicos e relacionais necessários
INCLUSIVA de ensino, de modo que se concentrem na para a construção de uma gestão esco-
Toda mudança implica o desenvolvimento formação e aprendizagem dos alunos. lar de atenção às diferenças?
de sentimentos ambivalentes. É necessário Nesse sentido, os gestores devem ser
mudar? O que mudar? Como mudar? Essas
agentes promotores da inclusão, assumin- 2. Como a escola pode se organizar
do o papel de articuladores dos diversos para a gestão da aprendizagem, ten-
e muitas outras perguntas se aplicam às
segmentos da escola, proporcionando a do como ponto de partida o respeito
diversas situações de mudança visando à
cooperação, a flexibilização e diversificação às diferenças?
construção da escola inclusiva.
das ações, o remanejamento de recursos,
a formação pedagógica e outros elemen- 3. Quais as influências e o papel
tos imprescindíveis na organização da es- de cada segmento da escola no que
cola inclusiva. A formação diferenciada do concerne à gestão para a inclusão
profissional da gestão se constitui em uma escolar?
necessidade para que ele possa liderar as
4.1 O PAPEL DO GESTOR mudanças necessárias à criação da escola 4. Como se manifestam, na ação
inclusiva, juntamente com os demais profis- cotidiana da escola, no âmbito de
ESCOLAR NA CONSTRUÇÃO sionais da escola, pois a inclusão pressupõe um processo histórico de exclusão, a
E ORGANIZAÇÃO DA necessariamente mudanças e melhorias na interpretação e a aceitação do outro
organização da escola. nas suas diversas expressões?
ESCOLA INCLUSIVA Alguns entendimentos são fundamentais
São muitos os desafios impostos às para desencadear um processo de mudança
administrações dos sistemas de ensino institucional: (Fullan, 2006 e Carbonell, 2002)
para garantir a implementação de uma → A mudança é um processo político de com-
escola que atenda a todos indistintamen- promisso, crença e engajamento.
te. Nesse sentido, a gestão de uma escola → A comunidade escolar deve ter crença no
constitui elemento chave para o bom de- objetivo a ser perseguido.
senvolvimento de um projeto pedagógico → A mudança é uma construção social que
inclusivo e é inegável o papel do diretor é, ao mesmo tempo, individual, coletiva e
como principal articulador na viabilidade interativa.
desse processo. A responsabilidade pela → É um processo aberto, não existe modelo
promoção da educação básica nao é só da pré-estabelecido.
competência das esferas federal, estadual e → As mudanças educacionais devem ter como
municipal, mas do envolvimento de todos fim o processo de ensino e aprendizagem.
CURSO gestãoescolar 15
4.2 DIFICULDADES
NO PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
DE MUDANÇAS
PARA A INCLUSÃO
É comum os diretores e professores con-
cordarem com a filosofia da inclusão; no
entanto a maioria apresenta dificuldades
em desenvolver um trabalho que de fato
beneficie a todos. Sergiovanni (1998, in
BROWN & KENNEDY, 2006) reconheceu
que a influência e o poder da estru-
tura da escola tradicional dificultam
suas mudanças e contribuem para
manter o status quo.
Para ele, escolas inclusivas re-
querem diretores que possam efeti-
vamente levar a um caminho que promova
a cultura das mudanças necessárias, suge-
rindo uma nova cultura que substitua ve-
lhos paradigmas e implemente outra visão
de escola. No entanto, algumas dificulda-
des são percebidas durante o processo de
implementação de mudanças na escola e
PARA
REFLETIR
Como nos sentimos diante do desafio
das mudanças necessárias em nossa
prática cotidiana para o atendimento
às crianças e jovens, público alvo da
educação especial?
PARA
mas de educação inclusiva na sua escola. reduzidos se os administradores do nível da
Essas competências devem contemplar: política não lhes proporcionarem um apoio
REFLETIR
→ Gestão compartilhada e com ênfase no explícito. Os pronunciamentos desse apoio
enfoque pedagógico; devem ser reforçados por passos organiza-
→ Formas de atendimentos às necessida- cionais que demonstrem um sistema real-
des específicas dos alunos; mente unificado.
→ Aprendizagem cooperativa e cola- Silveira (2009), em pesquisa realizada em
uma instituição da rede municipal de Forta- O que deve ser acrescentado ou re-
borativa;
leza, analisou a escola, a gestão e sua organi- formulado no Projeto Político Peda-
Entendimento do conceito de inclusão,
zação para a educação em contexto de inclu- gógico da escola para o fortalecimen-
diretrizes, marcos legais e serviços im-
são, e pode concluir que alguns aspectos são to da escola inclusiva?
plicados na educação inclusiva;
→ Abertura a inovações pedagógicas determinantes no movimento de mudança
para todos os alunos, e não apenas da escola, os quais destacam-se a seguir:
para os que se encontram em situação → Constituição de uma política inclusiva
de aprendizagem diferenciada; clara e objetiva;
→ Criação de ambiente positivo nas rela- → Abertura para todos os alunos;
ções humanas; → Implicação e coordenação da direção na
→ Disciplina em sala de aula garantida pe- elaboração do projeto político-pedagógi-
los professores; co da escola;
CURSO gestãoescolar 17
um suporte interpessoal necessário para que
os professores se achem competentes nas
salas de aula inclusivas é outro importante
elemento, com a criação de condições que
possibilitem os professores boas circuns-
tâncias psicológicas para desempenhar sua
função. O fortalecimento de vínculos é outro
são, mas entender como fazer um trabalho aspecto importante destacado. O diretor e os diretor, se envolvem com a organização da
que garanta a aprendizagem de todos os professores devem desenvolver formas de escola de forma crítica e comprometida com
alunos levando em conta suas diferenças compartilhar valores e relações entre si, além todos os alunos, independentemente de
e especificidades. de ideias que assegurem o que eles querem suas condições de aprendizagem individual.
construir na escola inclusiva. Esse modelo toma para si o desafio de
Uma atmosfera positiva de grupo pode assegurar uma educação centrada no alu-
ser um importante fator motivador. Veri- no, garantindo o desenvolvimento de suas
potencialidades, respeitando seus ritmos
4.3 A GESTÃO E O APOIO fica-se que os professores que trabalham
de aprendizagem e suas diferentes formas
em escolas onde existe um clima escolar
AO PROFESSOR E AOS positivo estarão bem mais motivados que de ser e ver o mundo. Essa busca é estendi-
PROFISSIONAIS DA ESCOLA profissionais que trabalham em ambientes da a todos que fazem parte da escola, espe-
cujas relações são motivos de desarmonia cialmente ao professor, desde a criação de
PONTO PARA DISCUSSÃO e conflitos na convivência pessoal e gru- condições dignas e acolhedoras de trabalho,
É importante que a escola faça tudo o que pal. Se realmente se pretende mudar as conducentes a um movimento de renovação
estiver ao seu alcance a fim de oferecer con- práticas escolares, o processo de mudança da prática pedagógica que seja capaz de
dições para que cada aluno possa constituir deve cuidar prioritariamente da qualidade atender às demandas específicas de cada
sua identidade e sentir-se capaz de aprender. das relações interpessoais e das dinâmicas aluno matriculado na escola.
A educação inclusiva implica mudanças sig- de grupo, buscando melhorar a condição Quando há a crença de que a não apren-
nificativas na gestão escolar e nos papéis de- emocional da equipe e o baixo nível de in- dizagem decorre, na maioria das vezes, das
sempenhados por todos os que fazem a es- teração grupal (CORONEL, 2007). dificuldades do aluno, o professor parece
cola. No entanto, o professor desempenha Portanto, nos aspectos interativos e desobrigar-se de buscar novas formas para
um papel basilar e sua atuação necessita relacionais na escola, destacam-se como que a relação ensino-aprendizagem acon-
permanentemente da colaboração e apoio prioridade os itens que se seguem: teça de forma satisfatória. Entendemos que
dos profissionais da gestão, especialmente → Consideração e respeito a todos que fa- o grande desafio da maioria das escolas é
na definição das ações e resoluções de pro- zem a escola; conseguir mudar o foco dessa perspectiva
blemas de modo a pôr em prática estraté- → Planejamento, valorização e colaboração menos para o indivíduo e mais para a estru-
gias pedagógicas para o ensino inclusivo. Da entre professores; tura organizacional e pedagógica da escola.
mesma forma, a gestão tem como desafio → Acolhimento e informação aos recém- Nesse sentido, é necessária uma mu-
organizacional compartilhar o seu trabalho -chegados à escola; dança significativa e um investimento na
com os demais agentes da escola. Apesar da → Fortalecimento das relações entre os pro- formação dos professores. Para Marchesi e
relevância do papel do diretor, isso não mini- fissionais e as famílias; Martin (2003), o ofício de professor enfren-
miza a responsabilidade de todos os demais → Intervenções para diminuir a discriminação; ta dificuldades cada vez maiores devido às
componentes, especialmente os professores. → Divulgação ampla nos documentos da es- condições aceleradas de mudanças envol-
A cooperação e a participação de todos são cola de ações voltadas para a inclusão; vendo o ensino, submetendo a atuação pro-
fundamentais para o desenvolvimento desse → Incentivo permanente à adesão dos pro- fissional a exigências novas e amplas. Essa
novo espírito de trabalho. fissionais da escola para a inclusão. maior exigência, contudo, muitas vezes não
Na perspectiva da educação inclusiva, Esses aspectos, juntos, podem tornar a é acompanhada dos meios necessários para
os professores consideram que o suporte e escola numa instituição de líderes e aprendi- cumpri-la: equipamentos, materiais para o
a atenção do diretor são fundamentais zes, uma comunidade de verdadeiros com- ensino, espaços, formação, incentivos pro-
para o desenvolvimento e o êxito de qualquer panheiros de trabalho na qual os professores fissionais. Além disso, os professores devem
programa. O favorecimento de um clima e e demais profissionais, sob a liderança do ensinar a grupos de alunos cada vez mais
PARA
heterogêneos, o que exige novas habilidades plando informações, parcerias, interlocuções
de ensino e uma preparação específica. e condições de acompanhamento e estudos
REFLETIR
Destacamos alguns apoios e parcerias de casos, pode ajudar, sobremaneira, na atu-
fundamentais para o desenvolvimento do ação dos gestores e professores para que a
trabalho do professor. política de inclusão escolar se efetive.
Favorecer o desenvolvimento inclusivo é
apreciar a diversidade e a diferença e trans-
formá-la em uma vantagem, um valor, uma É possível otimizar e qualificar ainda
oportunidade e um direito. mais o tempo e o espaço sistemático
de formação com os colegas no lo-
cal de trabalho para estudar, refletir
4.4 FONTES DE APOIO AO
e discutir sobre essas mudanças e os
PROFESSOR E AO ENSINO sentimentos que delas decorrem?
→ Colegas da própria escola;
→ Outras escolas;
→ Professor do AEE/Educação Especial; 4.5 O PROFESSOR E O
→ Equipe multiprofissional; ENSINO DE ATENÇÃO
→ Pais e família;
→ Estudantes estagiários; ÀS DIFERENÇAS
→ Os próprios alunos. Os estudos e as práticas sobre aprendiza-
Em relação à formação dos educadores, gem em contexto de diferença ainda não
a escola inclusiva exige mudanças que prio- se encontram consolidados na escola,
rizem ações de formação e reflexão perma- pois, embora essa instituição tenha avan-
nente não só da gestão, mas também de to- çado no processo de inclusão, ainda se
dos os educadores que fazem a instituição. utiliza de práticas e mecanismos que re-
Uma liderança escolar competente floresce forçam a ideia de limitação do aluno, em Para atendermos aos princípios da in-
onde há condições positivas de trabalho, que o foco do problema reside na pessoa clusão escolar, é essencial atentar para pre-
motivação para mudanças, um ambiente co- trazendo como consequência, muitas ve- ocupações de ordem pedagógica. Poulin
operativo e parcerias fortes, especialmente zes, a reprovação. Nesse contexto, a escola (2006) propõe a valorização do papel social
com a comunidade. ao invés de dirigir seu olhar para as pos- do aluno na classe e na escola. Assim, o
Acredita-se que a escola é, sem sombra sibilidades, para o potencial, ela centra na ensino deverá estar relacionado à circuns-
de dúvidas, o principal espaço de formação deficiência ou na dificuldade do aluno, es- tância didática proposta em que a forma
dos educadores que dela fazem parte, regi- tando, assim, isenta da responsabilidade de ensino tradicional há de ser substituída
dos pela figura fundamental do diretor como sobre sua aprendizagem. por uma pedagogia de atenção às diferen-
elemento de articulação entre a escola e o Cabe primeiramente à escola propiciar um ças que propõe recuperar um novo sentido
sistema de ensino. Para Barroso (1996), a for- ambiente favorável à aprendizagem e se preo- para as atividades escolares, levando em
mação centrada na escola é uma formação cupar com um currículo e práticas pedagógi- conta os seguintes aspectos:
que faz do estabelecimento de ensino o lugar cas que tenham como ponto de partida o re- → A resposta educativa à diferença é respon-
onde emergem as atividades de formação conhecimento das diferentes situações sociais, sabilidade da escola toda;
dos seus profissionais, com o fim de identificar cognitivas e culturais existentes na sala de aula, → A diferença na sala de aula como um valor
problemas, construir soluções e definir pro- encorajando a autossuperação do aluno. pedagógico, e não como um problema,
CURSO gestãoescolar 19
→ Criação de diferentes formas de organiza- Qualquer política de inclusão
ção da classe, dos tempos, dos espaços di- precisa estar firmemente embasada
dáticos e das estratégias pedagógicas, na suposição inicial de que todas
→ Utilização de diversas estratégias didáticas, as crianças devem ser educadas
de forma que sejam respeitadas e atendidas em escolas regulares. Deve-se
as características individuais dos alunos, reconhecer que os obstáculos
→ Diferentes atividades se desenvolvem ao à inclusão estão na escola e na
mesmo tempo na sala de aula, o que im- sociedade, e não na criança
plica uma reorganização da classe; (MITTLER, 2003).
→ Possibilidade de maior cooperação entre
os professores no planejamento.
O professor deve estar atento a essas
premissas ao selecionar conteúdos e orga-
nizar sua prática educativa na sala de aula,
buscando a diversificação nas interações e Nesse contexto, a prática pedagógica
nas atividades, de modo que cada aluno seja considera o âmbito plural em que os alu-
confrontado constantemente com as situa- nos estão inseridos, o contexto social, as
ções didáticas mais significativas para ele. experiências e as suas mais diversas for-
Assim, o aluno terá acesso a uma cultura de mas de expressões.
base comum por meio de uma diferenciação Entende-se que o desenvolvimento inte-
no interior de situações didáticas abertas e lectual, social e afetivo é possível apenas na
variadas e poderá se confrontar com aquilo interação cooperativa e na reflexão comum
que é do seu interesse ou que é obstáculo na entre pessoas diferentes quanto à idade,
construção do conhecimento. aos interesses, às competências e ao con-
texto cultural. Para que isso seja possível, é
necessário que a escola e, em especial, os
professores estejam atentos para algumas
mudanças necessárias na sala de aula:
SAIBA
MAIS
Esse texto teve como referência a
tese de doutorado da autora intitu-
lada A gestão da escola para a inclu-
são: uma pesquisa ação colaborati-
va no meio escolar. Disponível em
http://www.repositorio.ufc.br/bits-
tream/riufc/6642/1/2009_TESE_
SMPSILVEIRA.pdf .
CURSO gestãoescolar 21
SÍNTESE DO FASCÍCULO
As demandas educacionais atuais apontam para da o desafio de gerir essas escolas. Os estudos sobre
a necessidade de mudanças na escola para o atendi- inclusão, educação e ensino de atenção às diferenças,
mento aos alunos, levando em conta suas singularida- além dos pressupostos implicados na teoria da mu-
des e necessidades individuais. Para essas mudanças, dança, fundamentam a gestão para a escola inclusiva.
é imperativo que a escola desenvolva valores e ações A interiorização da cultura de cooperação entre a ges-
éticas que atendam às especificidades dos alunos e tão da escola e os professores, a criação da cultura do
diferenças estabelecidas nas relações da instituição. acolhimento a todos os alunos por parte da gestão da
Outro importante aspecto é a apropriação por parte da escola; a organização das ações de planejamento e o in-
escola, dos marcos e diretrizes legais que orientam os vestimento na formação dos professores e membros da
sistemas de ensino no percurso de uma escola para to- equipe, dentre outros, são elementos imprescindíveis
dos. Nesse contexto, o papel do diretor é identificado para a consolidação da educação inclusiva e do movi-
como fundamental na constituição e na organização de mento efetivo de uma cultura e identidade inclusiva que
escolas inclusivas, requerendo desses profissionais no- resulte na melhoria dos padrões de ensino ao alcance
vas habilidades, conhecimentos e formação que aten- de todos os alunos.
PERFIL DA AUTORA
Selene Maria Penaforte
Silveira Rocha
Possui graduação em Pedagogia pela Universi-
dade Federal do Ceará (1983), especialização em
Psicomotricidade, mestrado em Educação pela Uni-
versidade Federal do Ceará (2000) e doutorado em
Educação pela Universidade Federal do Ceará (2008).
Atualmente é Conselheira de Educação do Conselho
de Educação do Ceará, assessora pedagógica da Co-
ordenadoria de Juventude da Prefeitura Municipal de
Fortaleza. Foi coordenadora do Curso de Pedagogia
da Faculdade 7 de Setembro e professora da Univer-
sidade Federal do Ceará. Tem experiência na área de
Educação, com ênfase em formação de professores e
educação especial atuando principalmente nos se-
guintes temas: inclusão escolar, gestão escolar, inclu-
são, aprendizagem, inovação pedagógica e educação
e formação de professores.
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