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Geografia
Licenciatura em
CARTOGRAFIA 1
Almir Nabozny
Joseli Maria Silva
Marcio José Ornat
Colaboradores em EAD
Pró-Reitoria de Assuntos Administrativos Dênia Falcão de Bittencourt
Ariangelo Hauer Dias - Pró-Reitor Jucimara Roesler
CDD : 526
A História da Cartografia
■■ seção 1- GEOGRAFIA, CARTOGRAFIA E A HISTÓRIA DOS MAPAS
11
12
■■ seção 2- DAS ANTIGAS REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS À CARTOGRAFIA GREGA 15
■■ seção 3- DA CARTOGRAFIA GREGA AOS MAPAS PORTULANOS 19
■■ seção 4- DO DECLÍNIO DAS CARTAS PORTULANAS À REFORMA DA CARTOGRAFIA 20
A Cartografia Teórica
■■ seção 1- A GÊNESE DA CARTOGRAFIA TEÓRICA
27
28
■■ seção 2- TEORIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA 29
■■ seção 3- TEORIA DA MODELIZAÇÃO 31
■■ seção 4- TEORIA DA SEMIOLOGIA GRÁFICA 33
■■ seção 5- TEORIA DA COGNIÇÃO 36
Noções de topografia
■■ seção 1- DEFINIÇÕES INICIAIS
67
68
■■ seção 2- ALTIMETRIA E LEITURA DO TERRENO 72
■■ SEÇAO ESPECIAL 81
■■ PALAVRAS FINAIS 83
■■ REFERÊNCIAS 85
■■ NOTAS SOBRE OS AUTORES 87
PALAVRAS DOS PROFESSORES
Objetivos
Geográfica
Ementa
Almir Nabozny
Joseli Maria Silva
Marcio Jose Ornat
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Compreender a relação entre Geografia e Cartografia
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Geografia, cartografia e a história dos mapas
seção 1
GEOGRAFIA, CARTOGRAFIA E A HISTÓRIA DOS MAPAS
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unidade 1
Cartografia 1
Seus (futuros) alunos podem ter acesso a diversas tecnologias associadas ao
conhecimento geográfico, sem sair de sua casa ou da escola. E, o que é melhor, sem
custos! Convide seus alunos para acessar, no laboratório de informática da escola,
ou em casa, o site do instituto nacional de pesquisas espaciais (INPE) (veja o site
através da plataforma moodle). As informações contidas neste site podem auxiliar
imensamente na sua prática escolar.
1
Fonte: http://www.henry-davis.com/MAPS/Ancient%20Web%20Pages/AncientL.html
(Consulta em 6 de jan. de 2009).
13
unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
Figura 1 b:
Turin Papyrus, 1.300 a.C ²
2
Fonte: http://www.henry-davis.com/MAPS/Ancient%20Web%20Pages/AncientL.html
(Consulta em 6 de jan. de 2009).
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unidade 1
Cartografia 1
seção 2
DAS ANTIGAS REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS À
CARTOGRAFIA GREGA
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Universidade Aberta do Brasil
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unidade 1
Cartografia 1
as águas oceânicas. Tais representações buscavam descrever as terras
conhecidas até então, uma área que se estendia desde o atual Paquistão
ao Oceano Atlântico.
A FORMA PERFEITA
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Universidade Aberta do Brasil
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unidade 1
Cartografia 1
seção 3
DA CARTOGRAFIA GREGA AOS MAPAS PORTULANOS
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Universidade Aberta do Brasil
seção 4
DO DECLÍNIO DAS CARTAS PORTULANAS À REFORMA DA
CARTOGRAFIA
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unidade 1
Cartografia 1
do Planeta Terra com a maior aproximação possível, utilizando-se, por
exemplo, do método de triangulação e da projeção de Mercator.
A reforma da cartografia iniciou-se com as determinações de
longitude efetuadas pela escola francesa de cartografia, no final do século
XVII, mediante observações simultâneas, em vários lugares do mundo,
dos satélites de Júpiter. Tal trabalho resultou em um novo mapa-múndi
em 1682. Ao lado da França, a escola inglesa produziu diversos mapas,
haja vista sua posição no comércio internacional.
Para a consolidação de cada Estado foi necessário, durante o
séc. XVIII, que fossem feitos levantamentos precisos para atender
demandas político-militares. A partir de 1750, os países empreenderam
levantamentos detalhados, na maioria das vezes, a cargo do exército. O
principal passo para tais levantamentos era, inicialmente, a determinação
da posição geográfica de um gride de pontos com coordenadas conhecidas
para, em seguida, realizar a determinação da distância de uma linha que
seria a base para a triangulação do terreno. O primeiro levantamento
feito desta forma ocorreu na França. De 1784 a 1787, os observatórios
de Londres (Inglaterra) e Paris (França) foram ligados por triangulação,
aumentando a precisão dos levantamentos tanto em um, quanto em outro
país. No início do século XX já se tinha quase toda a superfície do planeta
mapeada, porém a partir de metodologias e referenciais distintos. Uma
solução para tal problema seria homogeneizar a produção cartográfica
mundial.(RAISZ, 1969)
Desta forma, como você pode ver na figura 4 a seguir, o plano de
um mapeamento mundial foi proposto por Albrecht Penck , no Congresso
Internacional de Londres, ocorrido em 1909. Esta proposta estabeleceu
padrões para confecção de folhas na escala 1: 1.000.000. O objetivo
da padronização do CIM (Carta Internacional ao Milionésimo) foi
fornecer uma carta de uso geral, permitindo a confecção de outras séries
cartográficas.
Suas principais características são:
• Cada folha cobre uma área de 4º de latitude e 6º de longitude;
• A divisão dos fusos compreende-se de 6° em 6° a partir do anti-
meridiano de Greenwich, para Oeste, totalizando 60 fusos;
• Por exemplo, o Brasil é coberto por 46 cartas na escala
1:1.000.000.
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unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
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unidade 1
Cartografia 1
Assim, como em diversos momentos da história do homem, o século
XX foi o período de grandes transformações na relação do homem com a
superfície da Terra, estando a Geografia incumbida, desde os primórdios,
da descrição e criação de uma imagem do mundo, cabia a este ramo do
conhecimento, a partir de sua ferramenta por excelência, a cartografia,
buscar novas formas de representação, não se preocupando apenas com
a construção dos documentos cartográficos, mas também com a sua
utilização. Este coloca-se como o assunto da próxima Unidade.
Caro futuro professor (a), nossa trajetória percorreu os caminhos da História da Cartografia. Você
acompanhou que o desenvolvimento da Cartografia não foi linear, composto por avanços e retrocessos.
Porém, analisando esta história a partir de um tempo longo, grandes avanços ocorreram desde a
produção cartográfica realizada pelos Nativos da Ilhas Marshall, ao mapeamento sistemático proposto
por Albrecht Penck em 1909. Percebemos que a Cartografia sempre foi de fato uma ferramenta, que
além de ser utilizada para e pela guerra, tinha e tem por finalidade a organização dos territórios e
de suas populações. Nunca se colocou como um saber neutro, mas um conhecimento utilizado na
estruturação de táticas e estratégias.
Leituras complementares:
1) GIRARDI, G. Leitura de Mitos em Mapas: Um caminho para pensar as relações entre Geografia e
cartografia. In: Geografares – Revista do Dep. de Geografia da UFES. Vitória, V. 01, nº 01, Jun. 2000.
p. 41-50.
2) KATUTA, Â.; SOUZA, J. G. de. Geografia e conhecimentos cartográficos. São Paulo: Editora UNESP,
2001. 146 p.
4) Consulte a instigante obra de ficção “Eram os deuses astronautas?” e observe nos anexos do texto um
rico material com antigas representações cartográficas. Por exemplo, os mapas registrados nos livros
do almirante turco Pire Reis (século XVI). Referência: DÄNIKEN, E.V. Eram os deuses astronautas? 49
ed. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 2000.180 p. (Tenha mais informações a partir da Plataforma
Moodle, no Link “Erich von Däniken”.
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unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
1) Faça uma experiência parecida com a de Erastóstenes. Instale, no prumo, uma haste de madeira no
solo com a mesma altura em dois locais diferentes, um ao norte e outro ao sul de sua casa. Registre o
tamanho da sombra (da haste) de preferência ao meio dia em um dos dois locais. No mesmo horário
peça a um colega fazer o mesmo registro no outro ponto. Você não conseguira medir a partir desta
experiência o tamanho do Planeta Terra, assim como fez Erastóstenes, mas poderá demonstrar a sua
curvatura local.
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unidade 1
Cartografia 1
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unidade 1
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Universidade Aberta do Brasil
unidade 1
UNIDADE II
Cartografia 1
A Cartografia
Teórica
Almir Nabozny
Joseli Maria Silva
Marcio Jose Ornat
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Identificar as principais correntes da Cartografia Teórica
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - A gênese da cartografia teórica
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unidade 2
1
Universidade Aberta do Brasil
seção 1
A GÊNESE DA CARTOGRAFIA TEÓRICA
28
unidade 2
Cartografia 1
e para a Inglaterra. Após este momento, a cartografia desenvolve-se de
forma acentuada.
As associações cartográficas de todo o mundo reúnem-se em 1959,
na Associação Cartográfica Internacional (ACI) (veja o link “International
Cartographic Association” através da Plataforma Moodle), constituindo-
se como um foro de trocas teórico-técnicas. A partir de 1966, a ACI definiu
a cartografia como sendo:
seção 2
TEORIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
CARTOGRÁFICA
29
unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
Figura 5 - Modelo do
Processo de Comunicação
Cartográfica - (KOLACNY
apud CASTRO, 2004)
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unidade 2
Cartografia 1
Observe que o modelo de comunicação ou processo de comunicação
proposto por Kolacny é composto por uma dinâmica de alimentação e
retroalimentação, é estruturado em duas fases: a primeira fase, (de 1 a 4)
caracteriza-se pela criação do mapa e a segunda fase (de 5 a 7) relaciona-
se ao consumo do mapa. Portanto, o processo de construção do documento
cartográfico não exclui a Realidade, formada pela percepção de mundo,
tanto do cartógrafo como do usuário da carta/mapa. Ambas compõem o
documento cartográfico.
seção 3
TEORIA DA MODELIZAÇÃO
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unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
32
unidade 2
Cartografia 1
O Sistema de Informação Geográfica (SIG) é um importante domínio para
investigação e intervenção espacial. Embora suas raízes sejam antigas, refere-se,
de forma simplificada, ao tratamento computacional de dados georreferenciados,
entendendo estes como as informações que contêm um componente espacial, um
atributo geométrico ou gráfico, descrevendo um local ou a distribuição espacial de
fenômenos geográficos. (Veja na Plataforma Moodle o link “ Servidor de mapas do
Núcleo Curucutu – SP”.
seção 4
TEORIA DA SEMIOLOGIA GRÁFICA
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unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
34
unidade 2
Cartografia 1
ser diversas, podem estar em ordem ou podem ser proporcionais. Os significantes são
as variáveis visuais que representam graficamente estas relações. Vejamos a figura
6 a seguir:
3
Elaborado por Castro, 2004.
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unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
seção 5
TEORIA DA cognição
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unidade 2
Cartografia 1
trabalho desenvolvido no Brasil sob esta corrente foi o desenvolvido por
Lívia de Oliveira (1978), baseado em Piaget.
Como visto por Gisele Girardi (2000), a partir dos anos 60, momento
em que a cartografia busca estabelecer-se como campo do conhecimento,
têm-se dois encaminhamentos à discussão cartográfica, a produção técnica
do mapa e a teoria. Nos anos 80 e 90 as várias teorias são reorganizadas
em três linhas de pesquisa atuais (ver figura 7): a linguagem cartográfica,
os sistemas de informação geográfica e a alfabetização geográfica.
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unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
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unidade 2
Cartografia 1
1) Construa uma representação de alguma espacialidade de seu cotidiano (croqui). Estabeleça alguns
símbolos padrões, crie legendas. Posteriormente, apresente a representação gráfica a um colega.
Se esse conseguir ler a representação construída, o objetivo foi atingido. Caso contrário, ela deve
ser repensada. Isso pode ser de grande auxílio para você no entendimento (construção) dos signos
cartográficos, o que facilitaria sua leitura de documentos prontos. Uma vez que essa é uma linguagem-
comunicação.
2) Através da Plataforma Moodle, acesse os sites do “INPE” e “Scielo”. Faça uma busca de artigos ou
textos tendo como chave de pesquisa a expressão “cartografia”. Depois elabore um resumo, relativo ao
um artigo de sua escolha.
DICA: Uma atividade possível de realizar com seus futuros alunos é a realização de “croquis mentais”.
Dividem-se os alunos em grupos, cada qual com uma prancheta e um lápis, os mesmos deverão sair ao
pátio da escola, por exemplo, e fazerem algumas representações desse espaço escolar. Pôr legendas
nas figuras representadas sem, entretanto, escrever o que está sendo representado. Depois os grupos
deverão trocar os desenhos e escrever nas legendas dos colegas o que cada símbolo representa, de
modo que os alunos percebam que a cartografia é uma linguagem, a qual para o seu aprendizado
perpassa pelo entendimento da construção de seus signos. Tal como quem aprende as letras, para
saber ler um texto.
Leituras Complementares
1) GOMES, M. do C. A. Velhos mapas, novas leituras: revisitando a história da cartografia. In: GEOUSP
– Espaço e Tempo, São Paulo, n° 16, p. 67 – 79, 2004.
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unidade 2
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Universidade Aberta do Brasil
unidade 2
UNIDADE III
Cartografia 1
Formas de
representação
cartográfica
Almir Nabozny
Joseli Maria Silva
Marcio Jose Ornat
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Apropriar-se das formas de representação cartográfica.
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Cartografia e representação gráfica
■■ SEÇÃO 2 - O Globo
■■ SEÇÃO 3 - O Mapa
■■ SEÇÃO 4 - A Carta
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unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
seção 1
CARTOGRAFIA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
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unidade 3
Cartografia 1
científicas-técnicas que intervêm na realidade, trabalhando com dados
primários ou secundários. Seu objetivo principal é a construção de
material gráfico, para representação da superfície da Terra.
Contudo, esta representação da superfície terrestre pode ser feita
de duas formas: por traço e por imagem. Nesta seção, trataremos com
você destas duas formas gerais de representação:
• O Globo, o Mapa e a Planta, representações por traço;
• O Mosaico, a Fotocarta, a Ortofotocarta, o Ortofotomapa, o
Fotoíndice e a Carta Imagem, representações por imagem.
seção 2
O GLOBO
43
unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
seção 3
O MAPA
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unidade 3
Cartografia 1
específica, como por exemplo, um mapa náutico, um mapa magnético,
etc. Como notado, estas formas de representação são destinadas à
demonstração de fenômenos específicos, fixados aos assuntos e atividades
aos quais estão ligadas na atividade de sala de aula, por exemplo.
Em relação aos mapas temáticos, esta representação ocorre sobre
um fundo geográfico básico, que busca representar fenômenos os
mais variados possíveis, como fenômenos geológicos, populacionais,
econômicos, etc.
Assim, devemos utilizar em sala de aula mapas adequados aos
nossos objetivos de ensino, não como um objeto ornamental de sala de
aula.
seção 4
A CARTA
A Carta é uma representação plana, com escala média a grande, cujos limites
são constituídos por coordenadas, relacionadas a séries cartográficas. Segundo
Cêurio de Oliveira (1987), a carta busca representar os aspectos naturais e artificiais
do planeta Terra, que permitem a quantificação precisa de distâncias, direções e
localizações.
A principal distinção do mapa em relação à carta é que esta é produzida em
folhas, de forma sistemática, que obedecem a um plano nacional ou internacional.
Um exemplo típico seriam as cartas ao milionésimo, do mapeamento sistemático
internacional que produziu cartas na escala 1: 1.000.000, já tratada em tópicos
acima.
As cartas, assim como os mapas, podem ser agrupadas ou classificadas, agora
não pelo objetivo a ser alcançado, mas em relação à escala em que foi produzida.
Podemos, desta forma, agrupar as cartas em três categorias: cartas em grande,
pequena e média escala.
Uma carta em escala grande, detalhada ao extremo e com grande precisão
métrica, pode ser denominada de Carta Cadastral. É um tipo de representação
consagrada ao cadastro urbano, mas também orientada à implantação de obras de
engenharia. Oliveira (1988) aponta que se incluem entre as cartas em grande escala
as cartas com escala 1: 500, 1: 1.000, 1: 2.000 e 1: 5.000.
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unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
Sempre quando falamos que uma carta ou um mapa está em escala grande,
primeiramente temos de levar em consideração de que este grande ou pequena é
sempre em relação a outra carta com escala distinta.
seção 5
AS REPRESENTAÇÕES POR IMAGEM
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unidade 3
Cartografia 1
todo o conjunto é uma única foto. Podem ser classificadas como:
• “Mosaico controlado”, quando as fotografias são montadas a
partir de correção, utilizando-se de coordenadas geográficas;
• “Mosaico não-controlado”, quando é preparado apenas a partir
do ajuste das fotografias;
• “Mosaico semi-controlado”, quando usa um controle de terreno
com fotos não corrigidas, ou fotos corrigidas, mas sem pontos de
controle.
A forma de representação por Fotocarta é um mosaico resultante de
um tratamento cartográfico planimétrico.
Já a Ortofotocarta é a transformação de uma fotografia, com
projeção central do terreno, para um documento com projeção ortogonal,
já contendo elementos de um mapa.
O Ortofotomapa é um conjunto de várias ortofocartas de uma
determinada região.
O Fotoíndice é uma montagem por sobreposição de fotografias
formando um índice cartográfico.
Por fim a Carta Imagem é uma imagem georreferenciada, contendo
as características de um mapa-carta.
Como você pode notar nessa unidade, a Cartografia, a partir de seu conjunto de operações
científicas e técnicas, intervém na realidade buscando construir uma representação da realidade.
Podemos escolher a forma de representação adequada, dependendo dos objetivos traçados, dos
resultados esperados na utilização do documento cartográfico e da infra-estrutura disponível. Portanto,
cada tipo de representação refere-se a propósitos específicos. Isso deve ser levado em consideração
na sua utilização em sala de aula.
Assim, a utilização de cada tipo de representação Cartográfica na atividade docente liga-se aos
objetivos esperados da utilização de cada artefato específico, referente a mensuração geográfica de
cada fenômeno. Tais formas de representação não são excludentes, podendo ser utilizadas de forma
simultânea, como por exemplo, na utilização do mapa do Brasil, com o mapa do Paraná, com uma carta
específica do local em questão, em conjunto com Cartas Imagem e Fotocartas.
O que cabe a você futuro (a) professor (a) de geografia é escolher a representação, ou o
conjunto de representações mais adequadas, maximizando o processo de ensino -aprendizagem do
conhecimento geográfico.
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unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
1) Em relação às formas de representação por Imagem, a relação entre o produto e as suas características
pode ser descrita da seguinte forma (COMPLETE A IDÉIA):
48
unidade 3
Cartografia 1
49
unidade 3
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Universidade Aberta do Brasil
unidade 4
3
UNIDADE IV
Cartografia 1
Formas de
representação do
Planeta Terra
Almir Nabozny
Joseli Maria Silva
Marcio Jose Ornat
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Apreender as formas de representação do Planeta Terra.
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Forma da Terra
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unidade 4
Universidade Aberta do Brasil
seção 1
FORMA DA TERRA
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unidade 4
Cartografia 1
seria derivado da força de atração da gravidade e da força centrífuga de
rotação da Terra. Devido ao fato de os diversos materiais que compõem
o planeta não serem homogêneos, estes se comportariam de diversas
formas frente à força gravitacional. As águas oceânicas buscariam um
equilíbrio, procurando ajustar-se a estas forças de gravidade e rotação.
Contudo, este modelo se mostrou muito complexo, nascendo à busca
de um modelo mais simples para a representação da Terra. Buscando
resolver o problema, lança-se mão de uma figura, a Elipse, que girando
sobre seu eixo produziria um sólido, um Elipsóide de Revolução (ver
figura 8 ).
Figura 8 - Elipsóide
53
unidade 4
Universidade Aberta do Brasil
(Datum Geodésico).
Como podemos
ver na figura 9,
três superfícies
devem ser levadas
em consideração
na construção de
representações da
superfície da Terra: o
Elipsóide, o Geóide
e a Superfície
Topográfica.
Figura 9 – Relação entre as três superfícies
seção 2
SISTEMA DE COORDENADAS
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unidade 4
Cartografia 1
coordenadas Cartesiano e Curvilíneo, composto por paralelos e meridianos
como por exemplo um Globo.
Para o Plano, no caso relacionado ao Mapa ou à Carta, empregamos
um Sistema de Coordenadas Cartesiano, composto pelas variáveis x e y.
Para podermos, de certa forma, amarrar os pontos a serem representados,
necessitamos de uma terceira coordenada, denominada de altitude.
Observação:
• Quando relacionada
ao Geóide de altitude
ortométrica,
• Quando relacionada ao
Elipsóide de altitude
geométrica, como pode
ser visto na figura 10:
Quando temos a
Esfera como referência,
temos latitude e longitude
geográfica, as quais você
pode observar na figura 11.
Figura 11 – Sistema de
Coordenadas Geográficas
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unidade 4
Universidade Aberta do Brasil
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unidade 4
Cartografia 1
Figura 13 – Sistema de Coordenadas
Planas
seção 3
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
57
unidade 4
Universidade Aberta do Brasil
• Conformidade de formas
• Equivalência de áreas
• Equidistância de pontos
Uma vez que, a proposta acima citada não tem possibilidade de
existência, o processo de representação de uma superfície curva em uma
superfície plana é compreendido pelas seguintes etapas:
1° - Adotar um modelo matemático da Terra: Esfera ou Elipsóide de
Revolução.
2° - Projetar os elementos da superfície da Terra sobre o modelo
escolhido.
3° - Relacionar os pontos do modelo matemático da Terra ao plano
de representação (carta).
Dessa forma todos os mapas são representações aproximadas
da superfície terrestre, porque a Terra, esférica, é desenhada em uma
superfície plana. Não podemos transformar uma superfície irregular
numa representação plana a não ser por meio de uma anamorfose de
acordo com André Libault (1975).
A elaboração de um mapa consiste em um método, segundo o qual
se faz corresponder a cada ponto da Terra, em coordenadas geográficas ou
geodésicas, um ponto no mapa, em coordenadas planas, estando sujeitos
a limitações e distorções.
De acordo com Nadal (1997) a física utiliza-se para tal transformação
de um sistema óptico de lentes reproduzindo em detalhes uma área
esférica sobre uma tela e, por esse motivo, em quase todos os idiomas foi
adotada a palavra projeção, o que torna esta palavra pouco precisa, pois,
na maioria das vezes, o que se tem é uma correspondência matemática e
não física.
As representações cartográficas podem ressaltar ou omitir
determinadas informações, de acordo com o objetivo de quem as propõe.
Para se obter essas correspondências, utilizam-se os sistemas de projeções
cartográficas, que em linhas gerais são:
“Uma correspondência matemática entre coordenadas plano-
retangulares da carta e as coordenadas esféricas da Terra” (LIBAULT,
1975, p.105).
58
unidade 4
Cartografia 1
Trabalhamos sempre com aproximações, não existindo soluções perfeitas para tais
transformações. Ainda que estejamos incorrendo numa simplificação, tomemos de
empréstimo o exemplo proposto em “Noções Básicas de Cartografia” (IBGE, 1999)
em que é sugerido tentar coincidir a casca de uma laranja com a superfície plana
de uma mesa. Façamos isso e poderemos ter uma noção das distorções a que
submeteríamos a casca. Ela expressa a impossibilidade de uma solução perfeita –
livre de deformações. A superfície da Terra é uma superfície curva irregular, porém
aproxima-se de um elipsóide.
59
unidade 4
Universidade Aberta do Brasil
a) Geométrica
1) Quanto Ao Método
b) Analítica
a) Planas (Azimutais)
b) Cônicas
2) Quanto à Superfície de Contato
c) Cilíndricas
d) Poli-superficiais
a) Eqüidistantes
b) Conformes ou isogonais
3) ) Quanto às Propriedades
c) Equivalentes ou isométricas
d) Afiláticas
4) Quanto ao tipo de tontato
a)Tangentes
entre as Superfícies de Projeção e
b)Secantes
Referências
1) Quanto ao Método
a) Geométricas: como o próprio nome sugere, baseiam-se em
princípios geométricos projetivos, existindo uma significação física para
a projeção. Partindo de um centro o feixe de retas passa por pontos de
uma superfície de referência, sendo obtida pela intersecção dessas retas
na superfície de projeção.
b) Analíticas: baseiam-se em leis matemáticas, para atender a um
objetivo prévio. É o caso da maioria das projeções existentes.
2 ) Superfície de Projeção
a) Planas (Azimutais): podem assumir três posições básicas em
relação à superfície de referência: polar, transversal (equatorial) e oblíqua
(horizontal).
b) Cônicas: podem ser desenvolvidas em um plano sem que
haja distorções. Sua posição pode ser: normal, transversa e oblíqua
(horizontal).
c) Cilíndricas: podem ser desenvolvidas em um plano. Suas posições
em relação à superfície a ser projetada podem ser: equatorial, transversa
e oblíqua (horizontal).
d) Poli-superficiais: quando é utilizada mais de uma projeção
(mesma projeção) o que aumenta a superfície de contato, diminuindo as
deformações.
Vejamos abaixo o quadro que demonstra toda a classificação
sugerida a seguir:
60
unidade 4
Cartografia 1
3) Propriedade
a) Equidistantes: não apresentam distorções lineares para algumas linhas
em especial. Os comprimentos são representados em escala uniforme. Conservam
a proporção entre as distâncias, em determinadas direções, na superfície
representada.
b) Conformes ou isogonais: os ângulos apresentam-se sem deformação.
61
unidade 4
Universidade Aberta do Brasil
4) Tipos de contato
a) Tangentes: a superfície de projeção é tangente à referência. No
plano é um ponto, no cone ou cilindro uma linha.
b) Secantes: a superfície de projeção secciona a de referência. No
plano é uma linha, no cone duas linhas desiguais, no cilindro duas linhas
iguais. Vejamos a figura 15.
62
unidade 4
Cartografia 1
Leituras Complementares
2)OLIVEIRA, C. de. Dicionário Cartográfico. 3 Ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1987, 645 p.
1) De que formas podem ser classificadas as Projeções Cartográficas? Quais são as projeções mais
utilizadas hodiernamente?
2) De quais formas a humanidade, através da sua história, representou a forma do planeta Terra?
63
unidade 4
Universidade Aberta do Brasil
Cartas náuticas.
Cilíndrica
Mercator Cartas geológicas e magnéticas.
Conforme Preserva ângulos.
Mapas Mundi.
64
unidade 4
Cartografia 1
65
unidade 4
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Universidade Aberta do Brasil
unidade 4
UNIDADE V
Cartografia 1
Noções de
topografia
Almir Nabozny
Joseli Maria Silva
Marcio Jose Ornat
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Apropriar-se das noções de Topografia na leitura do terreno.
ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1 - Definições iniciais
67
unidade 4
Universidade Aberta do Brasil
seção 1
DEFINIÇÕES INICIAIS
68
unidade 5
Cartografia 1
prática como professor(a), relacionada a um ramo específico
do conhecimento, entendendo topografia como “a ciência da
representação dos aspectos naturais e artificiais de um lugar ou
de uma região, especialmente no modo de apresentar as suas
posições e altitudes” (OLIVEIRA, 1987, p. 538). Este termo
inclui, segundo o autor, outros ramos do conhecimento, como
a Geodésia, a Geografia, a Geofísica, a Fotogrametria, as Artes
Gráficas, tendo em seu conjunto o objetivo de construir uma
forma de informação geográfica.
Para Domingues (1979) a palavra topografia é derivada das palavras
gregas topos (lugar) e graphen (descrever), significando a descrição exata
e minuciosa de um lugar. Segundo o autor, este ramo do conhecimento
tem por objetivo a determinação do contorno, da dimensão e da posição
de uma porção determinada da superfície do Planeta Terra, fundo de
mares e interior de minas, além da locação de projetos de Engenharia.
Suas áreas de atuação relacionam-se a:
a) Engenharia Civil:
• Edificação: levantamento plani-altimétrico do terreno para
execução de projeto; locação de projeto.
• Estradas (rodovias e ferrovias): reconhecimento do terreno;
levantamento plani-altimétrico; locação da linha básica;
terraplenagem (volume de corte ou aterro); controle e execução
e pavimentação; implantação de sinalização horizontal.
• Barragem: levantamento plani-altimétrico; determinação das
áreas submersas; controle e execução de prumadas, níveis e
alinhamentos.
b) Engenharia Mecânica: locação de base de máquinas e nas montagens
mecânicas de alta precisão.
c) Engenharia Eletrotécnica: utilizada nas hidrelétricas, subestações e
linhas de transmissão.
d) Engenharia de Minas: levantamentos de galerias de mineração.
e) Agricultura: definição das curvas de nível e desnível para as
plantações e irrigações.
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Universidade Aberta do Brasil
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Cartografia 1
Figura 17 – Levantamento Altimétrico do Perímetro Urbano do Município de Ponta Grossa
– Paraná Bloco 3 Dimensões - OpenJUMP – Vivid Solutions Inc.
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Universidade Aberta do Brasil
• 1 Hectare = 10.000 m²
• 1 Alqueire (mineiro) = 48.400 m²
• 1 Alqueire (paulista) = 24.200 m²
• 1 Alqueire (norte do Brasil) = 27.255 m²
seção 2
ALTIMETRIA E LEITURA DO TERRENO
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Cartografia 1
Cores Hipsométricas
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Universidade Aberta do Brasil
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Cartografia 1
Outros elementos são de fundamental importância: duas linhas ou
curvas de nível jamais se cruzam; duas linhas jamais convergem para
formar apenas uma; uma linha não pode surgir ou desaparecer no nada;
e uma curva de nível sempre se fecha em si mesma.
Tendo posse destas informações, podemos realizar a leitura de uma
carta topográfica, inferindo as feições do relevo representado. Quando
temos a situação de curvas de nível com cotas maiores envolvendo curvas
de nível com cotas menores, temos no relevo a situação de uma depressão,
visto à direita na figura 22. Quando temos a situação inversa, temos uma
elevação, visto à esquerda na mesma figura.
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Universidade Aberta do Brasil
Cores Hipsométricas
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Cartografia 1
BRANCO ACIMA DE 6.000 m
AZUL DE 4.000 ATÉ 6.000 m
MARROM DE 2.000 ATÉ 4.000 m
VERMELHO DE 1.000 ATÉ 2.000 m
LARANJA DE 500 ATÉ 1.000 m
AMARELO DE 200 ATÉ 500 m
VERDE NÍVEL DO MAR ATÉ 200 m
Quadro 02 - Cores Hipsométricas
1) Construa uma pequena maquete de curvas de nível. Sugerimos a figura 25 anteriormente visualizada.
Transforme cada curva de nível localizada na representação abaixo em um plano de isopor e cole na
seqüência das curvas de nível.
Complementar a esta atividade, pinte cada curva de nível segundo a seqüência de cores propostas no
quadro Cores Hipsométricas. Isso é uma excelente demonstração como o terreno é representado em
uma carta com duas dimensões, e como esta representação poder ser transformada novamente em
uma maquete com 3 dimensões.
2) A partir da Plataforma Moodle, faça o download do software googleearth. Depois conectado à internet
você poderá ver em 3 dimensões a superfície terrestre.
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LEITURAS COMPLEMENTARES
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Cartografia 1
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Cartografia 1
SEÇAO ESPECIAL
1) Dicas para o(a) futuro(a) professor(a):
1) Uma sugestão para você futuro docente é pedir para seus alunos que construam
uma representação de seu trajeto, da casa até a escola, com os locais mais representativos.
Isso será muito importante, no desenvolvimento das atividades, para demonstrar que os
vida.
todavia especial. E que para leitura dessa linguagem um mecanismo básico consiste em
conhecer seus códigos. Uma das grandes dificuldades dos alunos no ensino básico reside
cabeças:
Com uma bússola localize o norte e o sul. Promova uma gincana de montagem do
quebra-cabeça. Tendo como objetivo que os alunos se apropriem das formas, bem como
mapa quebra-cabeça estará no chão à diferença entre norte e sul, (e não para cima e para
ALMEIDA, R.D; PASSINI, E.Y. O espaço geográfico: Ensino e representação. São Paulo:
Contexto, 1994.
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Universidade Aberta do Brasil
SAMPAIO, A.C.F; MENEZES, P.M.L de; MELO, A.A. O Ensino de cartografia no curso de
licenciatura em Geografia uma discussão para a formação do professor. In: CAMINHOS
DE GEOGRAFIA - revista on line, disponível: http://www.ig.ufu.br/revista/caminhos.html
ISSN 1678-6343. visitado em 25/08/2008. Caminhos de Geografia 3 (16) 14 - 22, out /
2005
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Cartografia 1
PALAVRAS FINAIS
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unidade
PALAVRAS 5
FINAIS
Cartografia 1
REFERÊNCIAS
ARCHELA, R S., ARCHELA, E. Correntes da cartografia teórica e seus reflexos
na pesquisa. In: Geografia – Revista do Dep. de Geociências da UEL, v. 11, nº
2, jul./dez. 2002.
__________. Atlas Geográfico Escolar. 2 ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2004. 204 p.
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REFERÊNCIAS
Universidade Aberta do Brasil
LACOSTE, Y. Geografia: isso serve, antes de mais nada, para fazer a guerra. 2
ed. Campinas: Papirus, 1989.
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REFERÊNCIAS
Cartografia 1
NOTAS SOBRE OS AUTORES
Almir NABOZNY
(almirnabozny@yahoo.com.br)
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