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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA VARA DO

JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO


FEDERAL.

MARIA EUGÊNIA DE JESUS FERREIRA, brasileira, casada,


técnica domestica, portador da Carteira de Identidade nº.
0003129621.1194.912 SSP/ RS inscrito no CPF sob o nº 461.560.381-91,
filha de Miguel Jacinta Ferreira e Almerinda Peres Ferreira, residente e
domiciliada na Q. 03, CONJ. F, Lote 108, Recanto das Emas - DF, CEP 72.669-
000, email: uniplac@trf1.jus.br, vem, perante Vossa Excelência, por
intermédio dos advogados e estagiários do NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
- NPJ/UNICEPLAC, procuração anexa, propor;

AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE AUXÍLIO DE DOENÇA COM


PEDIDO DE CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ E
ADICIONAL DE 25% COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, a ser


citado na pessoa de seu representante legal, no Setor de Autarquias Sul,
Quadra 02, Bloco “O”, Brasília/DF, pelos fatos e fundamentos a seguir
aduzidos:

SEPN 510 – W3 Norte – Edifício Cidade de Cabo Frio – Térreo Brasília/DF, Telefone: 3521-3518.
I- DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Desde já, a Requerente afirma, de acordo com os artigos 98 e 99


do Código de Processo Civil, mediante declaração de hipossuficiência anexa,
que não dispõe de meios para que possa mover a presente ação sem prejuízo
do sustento próprio e de sua família, razão pela qual requer os benefícios da
justiça gratuita, em caso de recurso voluntário.

II. DOS FATOS


Inicialmente, cabe esclarecer que a requerente encontra-se em
convalescencia pós-peratória com quadro crônico de síndrome do túnel de
carpo, bilateral de envolvimento mielínico e axonal, comprovado por exames
clínicos e de eletroneuromiografia, CID-10: G56.0 / R52.2/ Z54.0, conforme
relatório médico emitido pelo Dr. Edilberto Assumpção de Araujo, CRM
0004578-DF, documento anexo, relata ainda que as referidas doenças que
acometem a requerente a torna incapaz de desenvolver as atividades
laborativa habitualmente desenvolvidas desde 26 de outubro de 2018 onde
houve o agravamento da doença.
Cabe destacar que o laudo citado supra é de 10/04/2019,
documento anexo, ou seja, a requerente ainda encontra-se incapaz de exercer
as atividades laborativas e habituais, diferente do que constou no comunicado
de decisão, NB. 6267973682, em anexo, onde a justificativa para o
indeferimento do pleito da requerente foi que o pedido realizado perante a
autarquia previdenciária fora em 16/02/2019 e a incapacidade da requerente
foi até 31/12/2018, desse modo, restou indeferido o benefício pelo fato de a
Data do Início do Benefício-DIB ser maior que Data da Cessação do Benefício-
DCB.
A fim de comprovar a qualidade de segurado bem como a carência
exigida pela lei previdenciária, colaciona-se a presente peça, o CNIS –

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Cadastro Nacional de Informações Sociais, onde constam diversas
contribuições, desde 1990 até a data do requerimento administrativo,
documento anexo.
Ressalta-se que a autora realiza tratamento médico, não tendo,
contudo, readquirido sua capacidade laborativa, em que pesem seus esforços
e dedicação para se recuperar.
Porém, conforme consta nos relatórios acrescidos a esta peça
inicial, resta comprovada a incapacidade laboral da requerente visto que não
tem condições de trabalho, e faz jus ao benefício por ela requerido.
Em vista disto, urge a apreciação do judiciário visto que a
negativa indevida e sem fundamentos da parte requerido gerou a pretensão
resistida para solução da presente celeuma.

III - DA TUTELA DE URGÊNCIA


Com fulcro no art. 300 do NCPC, a tutela de urgência será
concedida quando houver probabilidade do direito, perigo de dano ou o risco
ao resultado do processo, senão vejamos:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.

Excelência, verifica-se que a requerente tem a probabilidade do


direito estampada, pois nos termos do art. 59 da Lei 8.213/91, é requerido à
concessão do auxilio doença dois requisitos, quais sejam, carência,
incapacidade para o trabalho e atividade habitual, vejamos:

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que,


havendo cumprido, quando for o caso, o período de

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carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o
seu trabalho ou para a sua atividade habitual por
mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

Deste modo, verifica-se que os relatórios médicos emitido pelo Dr.


Edilberto Assumpção de Araujo, CRM 0004578-DF, revela a incapacidade da
requerente conforme narrado no fatos, documento anexo, de igual modo
quanto ao requisito carência, colaciona-se a presente peça, o CNIS – Cadastro
Nacional de Informações Sociais, onde constam diversas contribuições, desde
1990 até a data do requerimento administrativo, documento anexo.
O dano de difícil reparação a Requerente, in casu, decorre do fato
dela estar impossibilitada de exercer qualquer tipo de trabalho, e, assim, sem
condições de manter minimamente sua subsistência e de sua família, uma vez
que sem perceber qualquer tipo de remuneração sequer terá condições de
comprar alimentos básicos quem dirá manter sua moradia e de sua família,
isso afeta de forma significativa a sua dignidade. Assim como a dignidade da
pessoa humana consiste em um valor constante que deve acompanhar a
consciência e o sentimento de bem estar de todos, cabendo ao Estado
garantir aos seus administrados direitos que lhe sejam necessários para viver
com dignidade, garantindo assim a direito à honra, a vida, à liberdade, à
saúde, à moradia, à igualdade, entre outros, deste modo, observa-se a carta
magna:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana; Grifei.
Desse modo, ante a contemplação de todos os requisitos para a
concessão do auxílio doença ainda persiste a autarquia pelo indeferimento de

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forma injustificada.

O risco ao resultado útil do processo, ocorre a cada minuto, uma


vez que a demora ordinária do processo mesmo que na procedência que se
persegue não trará resultados benéficos à requerente, pois como dito alhures
o benefício é essencial para a vida da requerente, deste modo, não resta
alternativa senão a concessão da tutela provisória de urgência a fim de
implantar o benefício do auxílio doença até o término da presente demanda,
minimizando assim os danos que vem sendo suportados pela requerente.

IV - DO DIREITO
Assim dispõe o artigo 1º da Lei 8.213/91, no que tange as
obrigações da autarquia previdenciária para a prestação do beneficio ora
pleiteado, senão vejamos:
Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem
por fim assegurar aos seus beneficiários meios
indispensáveis de manutenção, por motivo de
incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada,
tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte
daqueles de quem dependiam economicamente.
Desse modo, conforme determina os artigos 42, 59 e 60 da lei
8.213/91 vêm estabelecer critérios para a concessão do benefício em pauta,
assim asseverando:

Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida,


quando for o caso, a carência exigida, será devida ao
segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença,
for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para

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o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e
ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que,


havendo cumprido, quando for o caso, o período de
carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15
(quinze) dias consecutivos.

Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao


segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência
Social já portador da doença ou da lesão invocada como
causa para o benefício, salvo quando a incapacidade
sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa
doença ou lesão.

Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado


empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento
da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da
data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer
incapaz. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

§ 1º Quando requerido por segurado afastado da atividade


por mais de 30 (trinta) dias, o auxílio-doença será devido a
contar da data da entrada do requerimento.

No caso em questão ocorre a perfeita subsunção dos fatos com os


referidos artigos colacionados, uma vez que conforme relatórios médicos em

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anexo a incapacidade advinda das doenças apresentadas não é pré existente
e a requerente possui a devida condição de segurada, conforme cópias de
documentos colacionados, razão pela qual a requerente vem procurar a tutela
jurisdicional para ter garantidos os direitos aos quais faz jus.

Nesse descortino, verifica-se a possibilidade da não reversibilidade


da doença que acomete a requerente, assim, temos o que preceitua o art. 79
do Decreto n. 3.048, de 6 de maio de 1999, que assim trata:

Art. 79. O segurado em gozo de auxílio-doença,


insuscetível de recuperação para sua atividade habitual,
deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional
para exercício de outra atividade, não cessando o benefício
até que seja dado como habilitado para o desempenho de
nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando
considerado não recuperável, seja aposentado por
invalidez.

Também, em caso da perícia constatar que a requerente venha a


precisar de um acompanhante, temos que observar o disposto no art. 45 da
8.213/91:

Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do


segurado que necessitar da assistência permanente de
outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por
cento).

Dessa forma, deve a requerente ter seu pleito atendido como


forma de se concretizar a mais perfeita justiça.

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V- DO VALOR DA CAUSA

Verifica-se o valor da causa com base no art. 291 e 292, §§ 1º e


2º do CPC/16, será auferido considerando-se o valor das prestações vencidas
e vincendas e, no caso de obrigação indeterminada, o valor das prestações
vincendas será igual a uma prestação anual, conforme se trata a presente
demanda.
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda
que não tenha conteúdo econômico imediatamente
aferível.
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou
da reconvenção e será:
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor
do pedido principal.
§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e
vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras.
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma
prestação anual, se a obrigação for por tempo
indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e,
se por tempo inferior, será igual à soma das prestações.
Dessa forma, no que tange às prestações vencidas deve ser
considerado o marco inicial a DER: 16/02/2019 até a presente data
31/05/2019 é devido o valor de R$ 2.999,40 (dois mil e novecentos e noventa
e nove e quarenta centavos) mais o valor referente ao décimo terceiro salário
proporcional 3/12 R$ 249,50, somados ao valor de uma prestação anual
vincenda e indeterminada, o que corresponde a R$ 998,00 X 12, totalizando
no montante de R$ 11.976,00 (onze mil novecentos e setenta e seis).
Dessa forma, atribui-se à causa o valor de R$ 15.224,90 (quinze
mil e duzentos e vinte e quatro e noventa centavos).

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VI - DO PEDIDO

Ante o exposto, requer:

1. A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita nos termos dos


artigos 98 e 99 do Código de Processo Civil, em caso de recurso voluntário;
2. A concessão de tutela de urgência, pelos motivos expostos,
determinando o INSS a implantar e manter o benefício de auxílio-doença,
garantindo-se o pagamento integral mensal, nos termos do art. 300 do CPC,
conforme fundamentação supra;

3. A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo,


contestar o presente pedido, nos termos do art. 335 do Código de Processo
Civil, sob pena de sofrer os efeitos decorrentes da revelia caso não apresente;
4. A designação de audiência de conciliação/mediação, nos termos do artigo
319 VII e 334 do CPC, ratificando pela realização das mesmas;

5. A condenação do INSS, a conceder o auxílio-doença, se for o caso,


converter em aposentadoria por invalidez com o respectivo adicional
de 25%, desde a data do requerimento administrativo: 16/02/2019,
garantindo-se o pagamento de todos os valores atrasados e diferenças que
porventura existam, ou seja, parcelas vencidas e vincendas;
6. A requerente renuncia expressamente ao valor excedente à alçada
de 60 (sessenta) salários mínimos, uma vez que o valor da causa nos
Juizados Especiais Federais é critério de competência absoluta nos termos do
art. 3º, caput e § 3º, da Lei 10.259/01, e que a teor da Súmula 17 da TNU
“Não há renúncia tácita no Juizado Especial Federal, para fins de
competência”.
7. Requer as publicações sejam realizadas em nome NPJ/UNICEPLAC, sob
pena de nulidade dos atos processuais;

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Provará o alegado por todos os meios de prova admitidos em
Direito, em especial, a perícia médica judicial.
Dá-se à causa o valor de R$ 15.224,90 (quinze mil
duzentos e vinte e quatro e noventa centavos).
Nestes termos, Pede e espera deferimento.
Brasília/DF, 31 de maio de 2019.
.
ROBSON DA PENHA ALVES LETICIA GOMES XAVIER
NPJ/FACIPLAC NPJ/FACIPLAC
OAB/DF n.º 34.647 MAT. 0001447

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