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O biênio 2019-2020 é paradigmático, no que se refere a política ambiental e de povos e

comunidades tradicionais no país. É o marco zero, de uma política sistemática de desmonte,


do ordenamento institucional construído a partir da constituições de 1986,. Acompanha-se
neste período um aumento expressivo no número de queimadas florestais, incêndios a
exemplo do Pantanal, ampliação significativa d desmatamento da região amazônica, aumento
das atividades extrativistas de mineração, na bahia em especial nas regiões de serras e
nascentes, aumento e expansão do agronegócio, nos gerais e cerrado brasileiro, a exemplo da
expansão do MATOPIBA, o litoral brasileiro não fiou de fora desta onda destrutiva, o
derramamento de óleo em boa parte do litoral nordestino. Aliados a estes eventos
destrutivos, é marcante a paralisia do governo federal e a desarticulação as agências
fiscalizadoras, no exercício da investigação e contenção de atividades danosas ao meio
ambiente e que colocam em põem em risco os povos e comunidades tradicionais. O que fica
marcado neste período é ação sistemática de intimidação, cerceamento e perseguição dos
indígenas, comunidades tradicionais, movimentos ambientalistas e organizações não-
governamentais, engajadas na defesa da questão ambiental. O produto desta combinação é
uma deliberada por parte do governo brasileiro, em desmontar o conjunto de leis e regras
institucionais construídas em defesa do meio ambiente, ao passo que acelera o desmonte das
agências públicas responsáveis pela implementação das políticas ambientais do país.

A crise nos órgãos federais (MMA, IBAMA, ICMBio e SFB) responsáveis pela implementação
das políticas ambientais no brasil é de proporções nunca vista na repúblicas em dossiê
publicado em 2020, são expostas situações de assédio institucional e perseguição por parte
destes servidores, aliado a esta situação soma-se a desarticulação e esvaziamento destas
agências.

Mesmo reconhecendo os riscos de incorrer em uma assertiva generalista, é importante


reforçar que desde a constituição da colônia em 1500, ate os dias atuais as florestas, matas e
cerrado brasileiros, foram entendidos como um campo de fronteira em constante expansão a
serviçoo do grande empreendimento extrativista, da plantation a mineração do século XXI, as
reservas de recursos naturais brasileiros, foram tomados como um grande celeiro à serviço do
lucro de poucos, O governo atual reforça o entendimento dos recursos naturais do país, com
grande fonte de lucros e um ativo econômico subutilizado é com base nesta premissa que se
orienta a quetão ambiental no atual governo.

Apresentaremos a seguir a base metodológica utilizada para chegarmos a esta avaliação, o


trabalho se vale de uma uma análise de algumas entrevistas com membros de comunidades
tradicionais, no interior da bahia afetadas diretamente pela mineração, e na análise das
declarações e incidentes ambientais no qual estão envolvidos membros e ex membros do atual
governo, além das declarações do atual presidente, além da análise dos dados empíricos sobre
o quadro de desmatamento no brasil.

Aparentemente as elites locais sempre estiveram seduzidas por um vínculo forte com a europa
e a demais países do norte global, e para tato nunca mediu esforços para devastar e saqueas
as riquezas naturais em favor do lucro de pouquíssimos.

Os últimos anos vêm assistindo, por exemplo, à


elaboração de novos e sofisticados argumentos
conceituais, que se propõem a “acabar com o mundo a
seu modo: seja acabar com o mundo enquanto
inescapavelmente munod-para-o-homem, de forma a
justificar o acesso epistêmico pleno a um “mundo-sem-
nós”, que se articularia absolutamente antes da
jurisdição do Entendimento, seja acabar com o mundo-
enquanto-sentido, de forma a determinar o Ser como
pura exterioridade indiferente; como se o mundo “real”,
em suas radicais contingência e insigificânncia, devesse
ser “realizado” contra a Razão e o Sentido.
A achatamento da relação tempo e espaço é sem dúvida o fenômeno mais marcante deste período, tornou-
se impossível acompanhar as fatos e acontecimentos que constituem o mundo cotidiano, de maneira que
este entendimento de acelaração do tempo e redução das distância, trás impactos diretos na relação do
homem com o meio ambiente, e a degradação produzida pela ação humana
A crise ecológica é com frequência apresentada com a
descoberta eternamente retomada de que “o homem pertence à
natureza”. Uma expressão que parece simples, mas que, de
fato, é muito obscura (e não apenas porque "o homem” é
obviamente também “a mulher”). A ideia é que os humanos
enfim compreenderam que fazem parte de um “mundo natural”
ao qual devem aprender a se conformar? Com efeito, na
tradição ocidental, a maior parte das definições do humano
enfatiza até que ponto ele se distingue da natureza. Isso é o que
se quer exprimir, mais frequentemente, com as noções de
“cultura”, de “sociedade” ou de “civilização”. Por conseguinte,
toda vez que se quer “aproximar os seres humanos da
natureza”, somos impedidos de fazê-lo por meio da objeção de
que o humano é, acima de tudo, ou que ele é também, um ser
cultural que deve escapar ou, de qualquer modo se distinguir da
natureza.
“ A dificuldade reside na própria expressão “relação com o mundo”,, que supõe dois tipos de domínio, o
da natureza e o da cultura, que são ao mesmo tempo distintos e impossíveis de separar por completo. Não
tente definir apenas a natureza, porque você terá que definir também o termo “cultura” (o humano é o que
escapa à natureza: um pouco, muito, apaixonadamente); não tente definir apenas “cultura”, porque de
imediato terá que definir também “natureza” (o humano é o que não pode “escapar totalmente” das
restrições da natureza). O que significa que não estamos lidando com domínios, mas com um e o mesmo
conceito separado em duas partes que se encontram ligadas, por assim dizer, por um forte elástico.

Em 2020 de acordo com os dados fornecidos pela comissão pastoral da terra, os conflitos
atingiram mais de 1 milhão de pessoas, retomando um patamar que não era visto desde 1985.
“ Gomez-Pompa (1982), num artigo seminal, mostra que a noção da natureza selvagem com
um lugar “onde o ser humano é apenas um visitante”³ contém algumas implicações básicas, e
equivocadas. Uma é a de que estas áreas são ou deverão ser ambientes originais, tais como
aqueles que teriam existido antes da interferência humana, em perfeito e delicado equilíbrio
ecossistêmico, que devem ser preservados para recreação e uso da nossa e das futuras
gerações. A natureza selvagem é valorizada pelo seu valor intrínseco, como lugar reverência,
essencialmente sagrado para a preservação da imagem da natureza selvagem.
Outra é a de que nós, como membros desta civilização industrial, assumimos que temso a
visão correta, baseada no pensamento racional e na análise científica. Até mesmo visualizamos
a preservação da natureza selvage, como parte da solução para o futuro da espaçonave terra.
Em suma, temos a presunção de saber o que deve ser ´reservado e como isso deve ser feito.
Esa visão de preservação se apóia em algumas noções sobre a natureza e a espécie humana
tidas como definitivas no campo das idéias hegemônicas no meio ambientalista.
A primeira delas é a percepção da natureza com algo exterior ao ser humano e este como um
ser exterior à natureza. Mais do exteriore um ao outro, eles são vistos em grande medida com
excludentes. Nessa dicotomia a açã antrópica é definida sempre como destrutiva e a natureza,
para ter preservada suas características intrínsecas e exclusivas de equilíbrio e auto-
sustentaçao, deve ser isolada da ação maléfica dos seres humanos.

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