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Ordem Budista Sarvastivada

Budismo Humanista

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SARVASTIVADA

As Treze Deidades do Budismo Esotérico


Por Aoi Kwuan

O Jusan Butsu, também chamados de os Treze Budas da Escola Shingon, consistem, na


verdade de cinco Budas, sete Boddhisattvas (ou Bosatsus) e um Myo-o. No Budismo
Shingon, as Treze Deidades ajudam as pessoas durante as suas vidas e continuam a ajudá-
las após a morte. guiando-as ao reino da iluminação.

As Treze Deidades do Budismo Shingon são representações simbólicas que, através de


personificações, sintetizam com gestos e objetos de ação as diversas atitudes essenciais à
realização da Mente Búdica.

Cada um deles reúne atributos específicos, convergindo para a compreensão de que todas
as coisas devem ser observadas como possuidoras da mesma natureza dos Budas e
Bosatsus, merecendo reverência e respeito. São eles:

– Fudô Myo-o

– Monju Bosatsu

– Fugen Bosatsu

– Jizô Bosatsu

– Miroku Bosatsu

– Kannon Bosatsu

– Seishi Bosatsu

– Kokuzo Bosatsu

– Dainichi Nyorai

– Yakushi Nyorai

– Amida Nyorai

– Ashuku Nyorai

– Shaka Nyorai

A Escola Shingon reserva a cada um desses Budas, Bosatsus e Myo-o um mantra próprio,
cuja recitação repetida, aliada a uma atitude mental correta, gera uma vibração sonora
capaz de despertar as potencialidades latentes em todo ser humano, como meio para a
manifestação da Natureza Búdica.
Nos próximos posts, serão apresentadas individualmente cada uma das treze deidades,
bem como uma análise de sua imagem simbólica e de seu mantra.

Fudô Myo-o é uma das deidades mais conhecidas do Japão e a principal do grupo
dos Myo-o, sendo retratado sempre ao centro nos agrupamentos de mandala. Em sânscrito,
ele é chamado de Acala. É representado como um ser terrível e de grande ira, de tonalidade
azul ou negra.

Porta em sua mão direita uma espada, com a qual corta as mentes iludidas e ignorantes, os
desejos egoístas, a cólera e a preguiça. Na mão esquerda, traz um cordão com o qual
subjuga a indisciplina da mente, conduzindo-a ao auto-entendimento e a sabedoria; e as
paixões e emoções violentas, conduzindo-nos ao auto-controle e ao caminho correto. O
fogo que envolve Fudô Myo-o representa as chamas que consomem o mal e as impurezas
deste mundo. Ele se senta em uma pedra plana que simboliza a paz e felicidade inabalável
que ele dá para as mentes e os corpos de seus devotos.

Fudô Myo-o é a personificação de Dainichi Nyorai e transmite os ensinamentos deste


Buda a todos os seres vivos. Apesar de sua aparência temida, que simboliza a força de sua
vontade em chamar todos os seres vivos a seguir os ensinamentos de Buda, sua natureza é
de compaixão. Seu voto é de batalhar contra o mal com uma poderosa mente de
compaixão, e de trabalhar para a proteção da verdadeira felicidade.

Mantra: Noumaku sanmanda bazaradan senda makaroshada sowataya un tarata kanman


(jpn)

Namah samanta-vajrânâm canda mahârosana sphotaya hûm trat hâm mâm (skt)

Bija: Kan (jpn)

Ham (skt)
Shaka Nyorai

Escola Shingon. Ao contrário do guardião Fudô Myo-o, segunda deidade é muito conhecida
por estas bandas ocidentais: trata-se de Shaka Nyorai, o Buda Shakyamuni, também
chamado de Buda Histórico, ou simplesmente Siddharta Gautama.

Há mais de 2500 anos atrás, um jovem príncipe nasceu ao norte da Índia e seu nome era
Siddharta Gautama. Sua família pertencia ao clã Shakya e, quando ele alcançou a
Iluminação após anos de busca religiosa, ele foi chamado de Sábio (Muni) do clã Shakya,
ou Shakyamuni, sendo este o título dado ao Buda Histórico Shaka Nyorai, que se tornou o
fundador do Budismo.

Desde muito cedo, Siddharta ficou impressionado com o sofrimento deste mundo e com o
sofrimento que sentimos por causa da velhice, da doença e da morte. Ele abandonou sua
vida confortável no palácio e passou a procurar por professores religiosos que pudessem
lhe ensinar o sentido da vida. Por seis anos, Siddharta praticou dolorosas austeridades, mas
sem nenhum resultado religioso. Ele descobriu que a tortura e abnegação eram inúteis na
busca do entendimento. Ao invés de tentar controlar o seu corpo, ele passou a controlar sua
mente. Um dia, enquanto estava sentado debaixo de uma árvore Bodhi, ele atingiu a
suprema sabedoria e compreensão, e se tornou um ser desperto, ou Budda. Depois de sua
experiência de iluminação, ele dedicou o resto de sua vida a vagar de lugar para lugar,
pregando a todos que quisessem ouvi-lo. O Buda morreu aos oitenta anos.

Em sua retratação mais tradicional, a mão direita de Shaka Nyorai está levantada,
representando seu chamado para que o encontremos na nossa busca pela salvação. Sua
mão esquerda repousa em seu colo, com a palma aberta para cima, tocando o polegar com
os quatro dedos. Este mudra significa que Buda está apoiando firmemente aqueles que o
procuram em busca de proteção. Ele os mantém próximos a si, evitando, assim, que se
percam em erros e perigos.

Por vezes, nos primeiros séculos do budismo, na maior parte da Ásia, mas pouco no Japão,
ele aparecia sentado sobre uma flor de lótus de quatro pétalas, representando os quatro
grandes países da região: Índia, China, Ásia Central e Irã. Hoje, é mais comum sua
retratação sobre uma flor de lótus devido ao seu significado de pureza. Assim como a flor,
Buda é belo e puro mesmo tendo existido no mundo material.

Mantra: Noumaku sammanda bodanan baku (jpn.)

Namah samanta-buddhânâm bhah (skt.)

Bija: Baku (jpn)

Bhah (skt)

Tradução: Homenagem a todos os Budas! Bhah

Monju Bosatsu

Monju Bosatsu já foi uma das deidades mais conhecidas do Japão, tendo hoje perdido
bastante a sua popularidade dentre o povo comum. Ele é o Bosatsu da Sabedoria, sendo a
ele dirigidas as homenagens dos estudantes japoneses para passar nos exames escolares.
O bosatsu Monju foi um discípulo de Shaka Nyorai, o Buda Histórico, e representa a
sabedoria, a inteligência e a força de vontade. Na tradição mahayana, Monju é, portanto, a
personificação dos ensinamentos de Buda, uma vez que ele simboliza a sabedoria e a
mente iluminada. Monju é considerado o mais sábio dos bodhisattvas, e, assim, atua como
a Voz da Lei Budista.

Também chamado de Manjusri, em sânscrito, ele é representado segurando em sua mão


esquerda um sutra pelo qual distribui a sabedoria para as pessoas, e, em sua mão direita,
segura ele uma espada para dispersar a ilusão. Por vezes ele também é retratado sentado
em cima de um leão ou de um shishi (um youkai com a aparência de leão), que simboliza a
voz da Lei Budista e o poder do budismo para superar todos os obstáculos.

O bosatsu Monju atua eliminando as ideias equivocadas do mundo, bem como os maus
pensamentos e as ações negativas; corrigindo a ignorância e as ilusões das pessoas,
promovendo a verdadeira sabedoria, e proporcionando alegria para todos.

Mantra:
On a rahashano (jpn.)
Om ara pa ca na (skt.)

Bija:
Man (jpn.)
Mam (skt.)

Tradução:
Om a ra pa ca na

Fugen Bosatsu
Fugen Bosatsu. Chamado Samantabhadra em sânscrito, ele é conhecido como o bosatsu
da compaixão, da beleza universal e da prática da meditação.

Em sua mão esquerda, Fugen carrega uma flor de lótus. O lótus representa a natureza
básica subjacente da humanidade, que é pura e imaculada. Às vezes, ele é representado
sobre um elefante (tradicionalmente um elefante branco com seis presas), um dos maiores
animais. Enquanto ele é gentil, o elefante tem uma força que excede até mesmo a de um
leão, e, portanto, expressa a compaixão de Fugen e o poder para superar todos os
obstáculos. Suas seis presas representam os primeiros Seis Reinos da Existência.

Fugen representa a meditação e a prática no budismo Mahayana, e é a contraparte


do Bosatsu Monju, que representa a sabedoria e a mente iluminada (realização). Ele é
conhecido também como o Bosatsu da Grande Conduta, pois ele ensina que a ação e a
conduta/comportamento são igualmente importantes como o pensamento e a meditação.

Fugen incentiva as pessoas a praticar diligentemente os preceitos budistas da caridade,


conduta moral, paciência e devoção. Este Bosatsu criou dez votos para a prática do
budismo, e é protetor de todos aqueles que ensinam o Dharma. Seus dez votos estão
abaixo listados:

respeitar todos os Budas;


louvar a benevolência dos Budas;
abster-se de fazer o mal;
oferecer ajuda a todos sem discriminação;
celiciar-se com as virtudes dos Budas;
Buscar os ensinamentos dos Budas;
Aspirar pelo mundo eterno dos Budas;
Aprender com os Budas;
Compartilhar o benefício com todos os seres vivos, e
Transferir o mérito para o mundo dos Budas

Mantra:

On sanmaya satoban (jpn.)


Om sammaya sat tvam (Om samayas tvam) (skt.)

Bija:
An (jpn.)

Am (skt.)

Tradução:

Om, eu sou/você é a personificação das promessas.

Jizô Bosatsu

Um dos bosatsus mais queridos e venerados do Japão: Jizô, o Bosatsu das Crianças.

Jizô, o Salvador dos Sofrimentos do Submundo, é o Mestre dos Seis Reinos da Existência e
do Renascimento. Protetor dos Viajantes, o bosatsu Jizô é o encarregado de conduzir
aqueles que escapam do Submundo ao paraíso de Amida Nyorai.

Patrono das crianças, especialmente daquelas que ainda estão por nascer, das abortadas
e das desencarnadas – e, por conseguinte, patrono também das grávidas e das mulheres
em trabalho de parto –, ele é o responsável por guiá-las no seu limbo, o Sai no Kawara, um
rio localizado no Outro Mundo. Conta a lenda de Sai no Kawara que os espíritos das
crianças, por terem feito seus pais sofrerem, devem construir torres de pedras retiradas do
leito do rio. Por isso, pais que perderam os seus filhos costumam depositar aos pés das
estátuas de Jizo montes de pedras empilhadas, para ajudar os seus filhos em sua tarefa.

Ele se apresenta em seis diferentes formas para aliviar o sofrimento dos vivos e dos mortos,
cada uma associada a um dos Seis Reinos da Existência, sendo frequente encontrarmos
seis estátuas deste bosatsu enfileiradas, uma do lado da outra, nas beiras das estradas,
cruzamentos, nos caminhos para as montanhas e nas entradas dos cemitérios, devido aos
seus atributos às crianças e aos viajantes.

O bosatsu Jizô é representado como um monge de cabeça raspada. Preocupado com o


esclarecimento dos homens que continuam a não perceber o mundo de sofrimento a que
estão presos, ele os desperta de suas ilusões com o shakujou de seis anéis que carrega em
sua mão direita.

Mantra:

On kakaka bisanmaei sowaka (jpn.)

Om ha-ha-ha vismaye svaha (skt.)

Bija:

Ka (jpn.)

Ha (skt.)

Tradução:

Om. Oh, Maravilhoso. Assim seja.

Miroku Bosatsu
O Bosatsu Miroku, também chamado de Maitreya, em sâncscrito, é o Buda do Futuro, que
irá salvar a todos nós, o Salvador, o Iluminado.

Qualquer que seja a escola, em seu último momento, o Budismo irá enfraquecer e
desaparecer, mas um novo Buda deverá surgir mais uma vez para fazer girar a roda da lei e
trazer a salvação universal a todos os seres. Esse Buda do Futuro é Miroku.
Tecnicamente, Miroku é um Bosatsu que reside no Céu de Tusita, o lugar onde habitam os
bosatsus antes de encarnarem, mas ele é considerado um Buda ante a sua chegada
iminente. Por isso é comum a sua representação tanto como Buda como Bosatsu.

Assim, Miroku é o próximo Buda que deverá retornar à Terra para salvar o mundo. Há mais
ou menos 2.500 anos atrás, Shaka Nyorai – também chamado de Buda Sakyamuni ou
Buda Histórico – veio a este mundo para disseminar os ensinamentos de salvação para toda
a humanidade. Depois de sua morte, após transcorridos 5.670.000.000 (cinco bilhões e
seiscentos e setenta milhões) de anos, o Bosatsu Miroku deverá vir a este mundo para
salvar todos os seres que se perderam em seu caminho. Quando chegar a hora, uma planta
chamada Flor do Dragão (dracunculus vulgaris) irá florescer, e o Bosatsu Miroku irá reunir
uma multidão por três vezes para proclamar seus ensinamentos e salvar o mundo. Essa
passagem é conhecida como as Três Reuniões da Flor do Dragão.

Miroku é representado de diversas maneiras. É comum ser retratado usando uma coroa
contendo uma estupa, ou segurando uma estupa em suas mãos, que representa Dainichi
Nyorai, sobre o qual veremos mais adiante. Às vezes, encontramos imagens suas
executando os mesmos mudras de Shaka Nyorai. Exatamente pelo fato de que Miroku
retornará como o Buda do Futuro, herdeiro de Shaka Nyorai, ele geralmente não é
retratado portando joias ou usando vestimentas pomposas, como costumamos ver em
outros bosatsus.

Mantra:

On. Maitareiya sowaka. (jpn.)


Om Maitreya svaha.(skt.)

Bija:

Yu (jpn.)

Yu (skt.)

Tradução:

Om. Compassivo, assim seja.

Yakushi Nyorai

Conhecido como o Buda da Medicina no Japão, Yakushi Nyorai é o Buda que cura as
doenças e o sofrimento, e que garante o alimento para o corpo. Quando era um bosatsu,
realizou 12 votos, que estão descritos no Sutra do Mestre da Cura.

Yakushi Nyorai é representado segurando um recipiente próprio para medicamentos em


sua mão esquerda, feito de esmeralda, que expressa o seu voto de curar as doenças tanto
físicas quanto mentais. Com sua mão direita, ele realiza o mudra que concede desejos,
simbolizando a sua função de conceder alimento para a mente e o corpo, e que expressa a
sua virtude de ser capaz de aperfeiçoar os votos feitos pelas pessoas.

Ele é protegido por uma guarnição composta de doze yashas, conhecida como Juuni
Shinshou, ou os Doze Generais Celestes do Buda Yakushi. Os yashas são seres originários
do hinduísmo que foram incorporados no budismo como estes guerreiros protetores.
Sempre representados em círculo ao redor de Yakushi Nyorai, protegendo-o, raramente
são retratados separadamente.
Mantra:

On koro koro sendari matogi sowaka (jpn.)

Om huru huru candali matangi svaha (skt.)

Bija:

Bai (jpn.)

Bhai (skt.)

Tradução:
Om. Cure, cure, Candali Matangi. Assim seja.

Kannon Bosatsu

Kannon Bosatsu, mais conhecida por estas bandas ocidentais como Kwan Yin, como é
chamada esta bodhisattva na China. Deidade da Compaixão e da Misericórdia, Kannon é
uma das entidades mais cultuadas no oriente.
Antes de falarmos mais sobre essa bosatsu, convém ressaltar um fato
curioso: Kannon possui representações tanto masculinas como femininas. Nas tradições
budistas da Índia, do Tibet e do Sudeste da Ásia, Kannon é retratada como sendo uma
deidade do sexo masculino. Já na China e no Japão, suas representações são femininas.
Embora não haja uma explicação conhecida para esse fato, o nome sânscrito
de Kannon/Kuan Yin é Avalokitesvara, uma palavra masculina.

No Budismo Shingon, Kannon aparece nesses dois aspectos. O mais tradicional, no


entanto, é o masculino, chamado de Kanzeon Bosatsu. Nesta forma, Kanzeon é retratado
com o corpo envolto em chamas, vestindo o tradicional robe de bosatsu na cor vermelha,
segurando uma flor de lótus com a mão esquerda na frente de seu corpo.

Ela é a Bosatsu da Compaixão, da Misericórdia e da Benevolência. Seu nome por vezes é


traduzido como “Aquela que Vê e Ouve tudo”, simbolizando seu voto de ouvir as vozes das
pessoas e conceder a salvação aos sofredores e aflitos, dissipando o mal e as calamidades
que os acometem. Assim como Jizô, Kannon também possui seis formas de
apresentação, cada uma associada a um dos Seis Reinos da Existência, auxiliando os vivos
no caminho da reencarnação.

De forma geral, quando manifestada em sua forma feminina, Kannon assume a proteção
dos seres vivos com amorosa compaixão, sendo protetora da maternidade. Como já
mencionado, ela possui diversas representações, as quais recebem também diferentes
nomes. Uma delas, particularmente, a Jibo Kannon, a mãe compassiva, que é retratada
segurando um bebê, é sincretizada com a Virgem Maria.

Mantra:

On arorikya sowaka (jpn.)

Om arolik svaha (skt.)

Bija:

Sa (jpn.)

Sa (skt.)

Tradução:
Om. Imaculada. Assim seja.
Seishi Bosatsu

Seishi Bosatsu, o Bosatsu da Força e do Vigor.

De origem indiana, Seishi não possui muita popularidade no território de onde veio. Na
China e no Japão, tornou-se mais conhecido por fazer par com Kannoncomo um dos dois
principais atendentes de Amida Nyorai. De fato, ele é mais conhecido pelo Budismo da
Terra Pura, uma escola voltada aos ensinamentos de Amida, que habita o Paraíso chamado
Terra da Perfeita Felicidade, ou simplesmente Terra Pura. A verdade é que Seishi foi
eclipsado pela popularidade de Kannon, mesmo na China e no Japão, sendo, dentre as
Treze Deidades da Escola Shingon, a menos conhecida.

Chamado Mahasthamaprapta Bodhisattva em sânscrito, suas atribuições estão mais


voltadas à sabedoria, em contraste com a compaixão de Kannon. Seishi Bosatsu usa seu
grande vigor de sabedoria para despertar a natureza búdica e a sabedoria de Buda que é
imanente a cada um de nós, afastando-nos dos mundos do sofrimento e da ilusão,
destruindo-os com sua poderosa força de sabedoria de modo que possamos trilhar o
caminho de Buda para finalmente alcançar a iluminação.

Seishi possui várias representações, sendo as mais comuns acompanhado de Amida,


estando à sua direita, e de Kannon que permanece à esquerda deste Buda.
Mahasthamaprapta é tipicamente retratado com as mãos unidas na frente do corpo em
oração, em mudra gasshou, ou segurando uma flor de lótus. A flor de lótus está em sua mão
direita, e sua mão esquerda, em mudra yogan, representa a energia vigorosa que faz com
que a flor floresça.

Mantra:

On san zan zan saku sowaka (jpn.)

Om sam jam jam sah svaha (skt.)

Bija:

Saku (jpn.)

Sah (skt.)

Tradução:
Om. Permita que as impurezas sejam removidas. Assim seja.

Amida Nyorai

o Buda da Luz Infinita e da Vida, Senhor do Além e do Pós-Vida, Senhor de Gokurau, a


Terra da Perfeita Felicitade, Amida Nyorai.

Amida, chamado Amitabha em sânscrito, é uma das figuras mais elevadas do budismo
japonês. Ele é descrito no Sutra Amitabha, o Sutra da Vida Infinita, e em vários outros textos
mahayana, tendo eclipsado Shaka Nyorai, o Buda Histórico, em muitas tradições budistas,
sendo a principal deidade das Escolas Terra Pura (Jodoshu) e Verdadeira Terra Pura (Jodo
Shinshu).

Ele tornou-se conhecido pela prática do mudra “Namu Amida Butsu”, as seis sílabas de seu
nome sagrado, que significa “Glória ao Buda Amida”, nas Escolas Jodoshu e Jodo Shinshu
já mencionadas. No Sutra Amitabha, lê-se que o esplendor de Buda é infinito e ilumina
todos os países nas dez direções sem obstáculos. Por isso que ele é chamado de Buda da
Luz Infinita. O nome em sânscrito de Amida significa “vida infinita” porque a compaixão
de Amida é infinita e sem limites.

Amida Nyorai governa aTerra Pura do Paraíso Ocidental. Quando um devoto morre,
acredita-se queAmida desce do seu paraíso para conduzir o fiel de volta à Terra Pura. Em
pinturas e pergaminhos, Amida aparece montado em uma nuvem, muitas vezes
acompanhado de dois bosatsus, Seishi e Kannon, que são seus assistentes. Outras
pinturas o retratam acompanhado de vinte e cinco bosatsus, dentre eles Seishi e Kannon,
descendo do céu para guiar as almas de volta ao paraíso.

Quando sozinho, Amida Nyorai é representado sentado em posição de lótus sobre uma flor
de lótus. Ele veste uma túnica vermelha com os ombros cobertos. Suas mãos estão
descansando sobre o seu colo, a mão direita sobre a esquerda, tocando as pontas dos
dedões com seus dedos indicadores, de maneira a formar o mudra Samadhi, também
conhecido como Dhyana, o mudra da meditação.

Mantra:

On amirita teizei kara un (jpn.)

Om amrta-teje hara hûm (skt.)

Bija:

Taraku (jpn.)

Trah (skt.)

Tradução:
Om. Salve-nos na glória do Imortal. Hum.

Ashuku Nyorai
De origem indiana, Ashuku Nyorai é mencionado em vários sutras Mahayana e é uma das
mais importantes deidades do Budismo Vajrayana, figurando em várias mandalas budistas.
Seu nome significa “Inamovível”, “Inabalável”, e por vezes é retratado na cor azul, sendo por
isso confundido com Fudô Myo-o, cujo nome possui o mesmo significado e também é
retratado com a mesma cor.

Ele é o Buda chefe da Terra de Zenke, Abhirati em sânscrito, o Reino da Extrema


Felicidade, localizado no Oriente. É no leste, onde nasce o sol, e em todas as manhãs,
quando o sol nasce, que ele decida seus esforços para proteger e fazer com que as
pessoas tenham uma mente inamovível, uma fé inabalável, e a aspiração pela iluminação
(bodaishin*). Este Buda fez o voto de manter o bodaishin, de conceder essa mente a muitas
pessoas, para transformar esse mundo no mundo dos budas.

Ashuku Nyorai é representado com sua mão esquerda fechada em punho, descansando-a
em sua cintura. Isso expressa a força e a firmeza do verdadeiro bodaishin. Outras vezes,
pode aparecer segurando uma ponta de suas vestes.

Sua mão direita pende perto de seu joelho, e a ponta do seu dedo indicador pressiona a
terra. É o mudra shokuchi, que expressa a sua capacidade de derrubar todas as
contaminações da mente. Ele também pode aparecer montado ou sobre sobre um elefante,
simbolizando a grande força ao superar os obstáculos.

*Bodaishin – “Aspiração pela iluminação” é a mente ou o estado de espírito para perseguir


o bodhi, ou a iluminação, ou buscar a sabedoria dos Budas. Em sânscrito, bodhi-chitta.

Mantra:

On akishobiya un (jpn.)

Om aksobhya hum (skt.)


Bija:

Un (jpn.)

Hum (skt.)

Tradução:
Om. Inabalável. Hum.

Dainichi Nyorai

Dainichi Nyorai, o Grande Buda da Iluminação Universal, o Grande Sol que a todos
ilumina.

Também chamado de Mahavairocana em sânscrito, ou simplesmente Vairocana, Dainichi


Nyorai é a deidade central as escolas de budismo esotérico japonês (mikkyou). Desde o
início do Período Heian (794-1192 A.D), os devotos do budismo esotérico passaram a
adorar Dainichi como o Buda Central do Universo, o Buda Cósmico, a deidade suprema
do mikkyou, tendo suplantado o Buda Histórico, Shaka Nyorai, como objeto de veneração.

Nas mandalas do budismo esotérico, ele é retratado no centro, indicando que todas as
coisas emergem e são nutridas pela força vital de Dainichi Nyorai, que mantém a poderosa
criação e operação do universo. Um dos principais ensinamentos do budismo Shingon é que
todos os seres humanos possuem a natureza de Buda e a força vital de Dainichi Nyorai.

Ele é cercado pelos demais Budas (Nyorai), Bodhisattvas (Bosatsu), e reis radiantes (Myo-
o). Os Myo-o, especialmente, representam a ira de Dainichicontra o mal e o servem como
seus mensageiros, mas todos trabalham, cada um a sua maneira, para manter o voto de
distribuir as virtudes de Dainichi Nyorai a todas as pessoas neste mundo.

As virtudes de Dainichi Nyorai são explicadas como sendo as quatro virtudes da luz que
dissipa a escuridão do mundo, espalhando a luz a todo lugar, dando a vida e nutrindo todas
as coisas vivas, perpetuando a vida através do passado, do presente e do futuro com uma
luz radiante que não é nem criada, nem destruída, mas que conduz todos os seres vivos ao
estado de iluminação.

Dainichi Nyorai é comumente retratado sentado em posição de lótus, com uma coroa de
joias sobre a cabeça, fazendo o mudra da suprema iluminação, que é realizado erguendo-se
o indicador da mão esquerda, agarrando-o com a mão direita e tocando sua ponta com o
polegar. Esse mudra simboliza a unidade dos cinco elementos que formam o mundo (a
terra, a água, o fogo, o ar, e o vazio).

Mantra:

On abiraunken bazaradato ban (jpn.)

Om a-vi-ra-hum-kham vajradatu vam (skt.)

Bija:

A (jpn.)

A (skt.)

Tradução:
Om. Aquele que tudo permeia; Imortal.

Kokuzo Bosatsu
Kokuzo Bosatsu, Akasagarbha Bodhisattva, em sânscrito, o Bosatsu da Sabedoria e da
Memória.

De origem indiana, este bosatsu simboliza a vasta e ilimitada sabedoria de Buda que
permeia todo o Universo. É ele que concede a sabedoria que irá nos guiar no caminho à
iluminação, e também boa sorte. No Japão, as pessoas pedem a Kokuzo em orações pela
melhora de sua memória, de suas habilidades técnicas e de seus talentos artísticos.

Kobo Daishi, o Mestre Kukai, fundador do Budismo Shingon, encontrou a doutrina


do mikkyou (budismo esotérico), recitando o mantra de Kokuzo um milhão de vezes. De
fato, recitar o mantra deste bostasu um milhão de vezes faz parte de um antigo ritual
Shingon para melhorar a memória, tendo sido este o ritual realizado por Kobo Daishi. Em
seus ensinamentos, ele dizia que aquele que recitasse o mantra por todas essas vezes
ganharia a habilidade de se lembrar e de compreender qualquer texto budista.

Uma vez que Kokuzo é a Grande Sabedoria que permeia o Universo, ele tem a virtude de
permitir que aqueles que recitam o seu mantra e que fazem os seus mudras adquiram uma
disciplina rígida. Por sua vez, para aqueles que realizem o seu ritual, ele permite que
obtenham a sua sabedoria e que se tornem iluminados.

O Mestre Kukai incorporou a sabedoria de Kokuzo em si mesmo, e assim se tornou o


Bosatsu dos Três Reinos.

O Bosatsu Kokuzo é retratado portando, em sua mão esquerda, uma pedra preciosa que
concede desejos (chamada cintamani em sânscrito, e nyoihoshu em japonês), através da
qual ele concede as bênçãos do mundo para todos os seres. Em sua mão direita, ele segura
uma espada afiada. A pedra representa a alegria e a virtude, enquanto a espada representa
a sua imensa sabedoria.

Mantra:

Nobo akyasha kyarabaya on arikya mari bori sowaka (jpn.)


Namo Âkasagarbhaya om arya kamari mauli svaha (skt.)

Bija:

Taraku (jpn.)

Trah (skt.)

Tradução:

Homenagem ao grande Protetor do Espaço que segura uma flor e usa um colar e uma
coroa de joias. Assim seja.

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Bosatsu, budismo, sarvastivada, Shingon, Vajrayana

2 comentários em “As Treze Deidades do Budismo Esotérico ”

Vira Avalokita 23 de novembro de 2018 — 06:48

The 13 Buddhas are a late practice to Shingon Buddhism (these are not related to
Kukai ) and are now related the funeral and memorial rites. However,when we look at

them these are in relation to ourselves and not to any gods. The progression in the
story is that to our own innate Buddha Nature in the present life. (Os 13 Budas são
uma prática tardia para o Budismo Shingon (estes não estão relacionados com

Kukai) e estão agora relacionados com os rituais fúnebres e memoriais. No entanto,


quando olhamos para eles, estes são em relação a nós mesmos e não a quaisquer

deuses. A progressão na história é essa para a nossa própria Natureza de Buda


inata na vida presente.)

RESPONDER

sarvastivada 25 de novembro de 2018 — 21:19

Obriagado pelo esclarecimento Venerável Vira Avalokita.

Thank you for the clarification Venerable Vira Avalokita.

Namu Daishi Henjo Kongo

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