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Comida ritualística

Comida ritual são alimentos específicos ofertados a cada orixá, e cujo preparo requer o
uso de ritual.
Comidas rituais
Acaçá/Acarajé/Amalá/Amió /Arroz de hauçá/Axoxô /Bobó/Carurú/Deburu ou
doburu/Ebô

Eboiá/Efó/Erã peterê/Farofa/Fubá/Ipeté/Ixé/Mukunza/Omolocum

A comida tem um importante papel dentro do Candomblé. Os grãos, carnes e temperos


compartilhados fazem parte de um ciclo de nutrir e deixar-se nutrir que extrapola o
plano material. A culinária africana (e afro-descendente) provirá ao orixá as forças
necessárias para que ele atue no mundo dos homens. Essa conexão entre alimentação e
divindade é uma faceta que está presente em muitas religiões do mundo e, não diferente,
tem um papel central no Candomblé.

Yalorixá Aline de Oxum-Ifá


Existem três grupos de alimentos responsáveis pela manutenção da energia dos orixás: o
azeite de dendê (sangue vermelho), o álcool (sangue branco) e o fumo das folhas
(sangue preto).

Entre os pratos desta edição estão um Efó para a orixá Oxum (à base de repolho,
camarão, ovos); um Amalá para Nanã (frango e camarão); um Axé Yá para Iemanjá
(pato, milho de munguzá e manjericão); e um Isú Dogum para Ogum (inhame e
camarão).

Yalorixá Aline de Oxum-Ifá


“A cozinha do terreiro é parte do seu espaço sagrado, e as cozinheiras adquirem um
conhecimento ancestral, passado de geração em geração”

“A prática do Candomblé é toda baseada em comidas”, Nos templos e terreiros de


Candomblé existe uma rica gama de receitas, muito relacionadas à gastronomia
brasileira, como o prato Acarajé, que nos rituais é uma oferenda para Iansã. alimento é
uma forma material que contém axé, então nos cultos come-se para transmitir o axé das
entidades às quais se reza – “A palavra axé significa tanto força vital, a que te mantem
nesse plano, como comida, alimento”. Assim, os ingredientes são o principal elemento
do culto, responsáveis por reforçar o axé do praticante tanto como o da entidade, para
que aumente seu poder e sua vontade.

Contudo, o fator mais importante é o modo de preparo, e o preceito. Cada entidade tem
o seu gosto. “Tudo se relaciona com a intenção da sua reza e à entidade que você vai
fazer a oferta”, ou seja, específicos pratos com específicos ingredientes para cada
divindade. “A comida para Exu é feita com farinha que vem da terra e com alimentos
quentes, porque Exu mexe com materialidade, sexualidade, uma energia quente. Para
Oxalá, que é um extremo oposto, é um orixá de serenidade, então você serve canjica
fria, já que ele mexe com calma, paz, plenitude”.

Na umbanda pouco se faz em relação a comida ritualística. Geralmente se oferta aos


orixás apenas no seu dia de comemoração. Não ha pessoa especifica e preparada para tal
prática.

Yalorixá Aline de Oxum-Ifá


As oferendas aos Orixás são no intuito de súplica ou agradecimento. Cada Orixá tem
sua oferenda predileta. Aqui estão relacionadas às mais tradicionais:

Exu: mia ìyèfun: farofa de dendê.

Ogum: isu oyin: inhame assado regado com mel.

Oxóssi: asoso (axoxô): milho vermelho com coco.

Logum Edé: àbàrà: massa de feijão fradinho na folha de bananeira.

Ossaim: ànàmó àyangbe: aipim assado com lascas de fumo de rolo.

Oxumarê: ògèdè àiyé epo: banana da terra frita no dendê.

Omolu: èwà dúdú epo: feijão preto no dendê.

Obaluaiyê: gúgúrú: pipoca na areia de praia ou dendê.

Nanã: efó: feijão roxinho com taioba.

Yemanjá: ìrésì pèlú eja: arroz com peixe por cima.

Oxum: omolókun (omolucum): feijão fradinho com camarão seco, cebola, enfeitado
com ovos.

Yansã: àkàrà (acarajé): massa de feijão fradinho feito bolinho, frito no dendê.

Xangô: àmàlà: quiabo em miúdos com camarão, cebola e dendê.

Euá: èbegiri: feijão fradinho com taioba.

Obá: ilá eranle abo epo: quiabo com carne de cabra no dendê.

Ibeji: ilá omo adiye (caruru): quiabo com pedaços de frango.

Oxaguian: isu folú bóólù: inhame amassado feito em bolas.

Oxalufan: ègbo owú: canjica coberta com algodão.

Axé .

Yalorixá Aline de Oxum-Ifá

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