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RASGA MORTALHA

Aluno: Paulo André Carvalho de Melo


Matrícula: 20190120955
Disciplina: Cinema Paraibano
Professor: João de Lima

O curta metragem “Rasga Mortalha” dirigido por Patrícia


de Aquino, trata sobre fé, crenças e relações na nossa terra. O
filme trata de crenças que são passadas de geração em
geração por famílias e medos que assombram a todos, o medo
da morte é algo inerente ao ser humano e por isso criamos
contos e lendas para explicar situações.
Ao trabalhar com um sentimento tão comum e simples
como o medo da morte, a diretora traz uma abordagem mística
e social do tema. Utilizar um tema folclórico é fortalecer as
crenças da terra e assim passar nossas memorias para
posterioridade. A diretora representa o interior de uma forma
simples e comum, mas com detalhes que contribuem muito
para a história, entre esses detalhes a força da religiosidade
nas cidades do interior, podemos ver, a santa na parede, o
quadro d jesus, o enterro na igreja e as novenas das senhoras,
ou até mesmo nos gestuais dos atores, quando fazem o sinal
da cruz numa forma de proteção. Tudo isso fortalece o sentido
de místico e crenças que existe no interior, criando um vinculo
com o público que entra na obra e passa acreditar naquele
conto e recear pelos seus personagens.
A parte mais importante sobre a discussão da morte é
trazer o místico para o real, todos tem medo da morte, mas não
seria ela algo natural e inerente a vida, podemos nós, pequena
parte que compõe o vasto universo, fugir de algo tão trivial,
quando nem o sol, conseguirá escapar. A discussão que se
impõe no final do filme, mostra que não adianta você querer
fugir da morte, perdendo-a, ou fugindo, pois, a mesma é
consequência natural da vida e sendo assim necessária. A
forma com que a diretora coloca esse debate de forma natural
no filme e deixa o espectador, com esses pensamentos na
cabeça é o que fortalece o filme.
É muito comum no Brasil, a gente sempre pensar nas
lendas e contos de fora, pois estamos amplamente ingressados
e dominados pela cultura norte-americana. No máximo quando
pensamos nas nossas histórias, só pensamos nos principais
contos do folclore que aprendemos quando criança, Patricia de
Aquino, procura algo muito pouco explorado e consegue se
fazer entender e ainda trazer consigo o espectador nessa
jornada sobre o som de uma coruja e o temor que ela libera
nas pessoas, discutindo conceitos simples como o medo da
morte e a naturalidade dela.

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