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Historicamente, as grandes potências têm investido no desenvolvimento de novas
tecnologias militares para obter vantagens estratégicas em relação aos seus rivais. Assim,
Strelets), entre uma diversidade de tecnologias mais ou menos signi cativas militarmente.
Na ordem global atual, essas inovações têm sido lideradas, principalmente, pelos Estados
Unidos e pela Rússia que apresentam níveis semelhantes de poderio militar, tal qual a
China, que tem se destacado nos últimos anos nos setores espacial e aeroespacial. Todavia,
o Estado russo está desenvolvendo uma tecnologia que poderia lhe dar uma relativa
vantagem em relação ao seu principal rival, os Estados Unidos, pelo menos no que condiz à
infantaria, já que por meio de seu projeto Rátnik (“Guerreiro” em português) está
Para seu criador, Manfred Clynes, o termo ciborgue foi cunhado em 1960 e é uma
um organismo biológico, sem que ele sofra modi cações da sua hereditariedade. Clynes
modi cado, parte máquina e parte humana, que potencializasse as chances de exploração
do espaço sideral. O ciborgue seria a solução das limitações humanas, já que sofreria
assim, o homem estaria “livre” de suas limitações e uma nova era evolucionista começaria.
Por outro lado, Donna Haraway, lósofa e teórica do “ciberfeminisno”, discorda do conceito
defendido por Clynes , porém dá uma de nição crucial do termo ciborgue em seu ensaio
organismo, uma criatura de realidade social e também uma criatura de cção” (Haraway,
1991, p. 36). Para ela, a ideia de ciborgue alude a um corpo-máquina de alta performance,
no qual habita um humano, sendo toda a sociedade ciborgue, pois a vida atual provoca
uma tênue relação entre tecnologia e pessoas, tornando-se impossível diferenciar onde
termina o humano e começa o arti cial. Já as de nições mais modernas de Chris Gray e
humana. O homem se torna capaz de dar grandes saltos evolutivos em um curto prazo de
meados de 2011. O audacioso projeto é dividido em três etapas: Rátnik-1, Ratnik-2 e Rátnik-
um moderno sistema de comunicação via voz e vídeo (Strelets), muito inspirado no sistema
de combate francês FELIN, dentre outros equipamentos. Vale destacar que o Rátnik-2
combate do soldado, além do traje que suporta temperaturas entre -30ºC e 50ºC. Os trajes
Rátnik começaram a ser entregues às Forças Armadas Russas ainda em 2015, e vestem as
tropas das forças especiais (Spetsnaz), os fuzileiros da Frota do Pací co e os snipers da base
civil da Síria. Segundo o governo, até 2020 todos os combatentes estarão equipados com o
traje. O Tenente General Andrey Grigoriev, chefe da Advanced Research Foundation (ARF)
responsável pelo projeto Rátnik, disse em uma entrevista em 2018 à rede de televisão
estatal russa, RIA Novosti, como seria o campo de batalha do futuro: “Eu vejo uma grande
O principal avanço que a Rússia vem dando para a concretização de seu exército ciborgue,
se dá pela terceira etapa do projeto Rátnik, no qual o traje será composto por dois
camu agem inteligente e um capacete com HUD (head up display) exibindo informações
ç
Enquanto os russos pretendem equipar suas Forças Armadas até 2027 com a etapa mais
trajes similares, como é o caso do projeto TALOS (Tactical Assault Light Opeartor Suit) ou
“iron man”, que tinha a mesma proposta do Rátnik -3, porém foi descartado pela
Estados Unidos junto com a empresa estadunidense Lockheed Martin vêm desenvolvendo
Porém, segundo o próprio Pentágono, ainda está muito longe de ser empregado em
campo de batalha.
Tais situações sinalizam, por enquanto, vantagem estratégica para a Rússia em combate
armamentista, com destaque para as ogivas nucleares de ambos os lados. Os dois países
tiveram um acirramento militar muito forte, quase equiparáveis, todavia, a introdução dos
ciborgues nas forças armadas russas demonstra uma clara vantagem russa sobre o seu
rival estratégico, o que se torna bené co para o país, pois apesar de ter uma defasagem
marítima em comparação aos Estados Unidos consegue se lançar como propulsor de uma
guerra terrestre.
capaz de bene ciá-lo do ponto de vista econômico, já que ele pode vender os trajes
uma grande especialista em guerra híbrida, assim como os Estados Unidos, porém com a
concretização da última etapa de seu projeto, ela poderia obter vantagens substanciais no
irregulares, já que poderá aplicar todo o seu conhecimento adquirido em táticas de guerra
combate que caracteriza o século XXI. No qual, vem como uma resposta ao árduo processo
encolhimento e defasagem no pós-Guerra Fria. Assim, o ciborgue pode ser uma das
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Créditos da Imagem: The Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory (JHU/APL)/
Public Domain