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Disciplina: História da computação e das tecnologias da informação e comunicação (1945-

2000) - PPGCI UFPA


Docente: Prof. Roberto Lopes dos Santos jr
Discente: Murilo Fonseca Baía - Turma de 2022

1. Fichamento do texto

How to be Universal: Some Cybernetic Strategies do autor BOWKER, G.

O texto disserta a respeito da cibernética como uma nova disciplina que teve sua expansão como
tal no período de 1943 a 1970, conceitua como uma disciplina de caráter universal apoiada por
uma nova era ou leitura da história humana, surge nesse contexto segundo ele o
desenvolvimento de uma nova linguagem universal (a linguagem cibernética) e
consequentemente a validação dessa linguagem dentro das ciências bem como a divisão do
trabalho dentro desse campo.
O autor afirma que seu ápice de crescimento como disciplina universal, se deu na América pós
25 anos da segunda guerra mundial, afirmado pelo que diz o artigo “cibernética” escrito por
Wierner em 1948, obra essa que foi propulsora de novos trabalhos nesse novo campo cientifico,
corroborando com Michael Apter que disse as produções cientificas tiveram um aumento
exponencial em suas publicações entre os anos de 1943 e 1970, ou seja, a cibernética surgiu
enquanto campo de estudo científico para analisar como humanos, animais e máquinas
controlam e se comunicam, no entanto, discutiremos o seu uso partir da ótica computacional
que faz parte do escopo principal dessa disciplina. O uso da cibernética em seu uso no
computador aplicou elementos da teoria matemática da comunicação de Shannon, seu
desenvolvimento se deu primeiramente durante a segunda guerra mundial no que diz respeito a
precisão de cálculos, em prol de auxiliar os arsenais bélicos- armamentistas tanto em sistemas
de ataques como de defesas, aliados a necessidades de reações de respostas rápidas serem
cruciais nesse contexto, essas maquinas foram utilizadas primeiramente pelos norte-americanos
contra os inimigos, nesse primeiro momento a relação homem maquina atou como importante
ferramenta na área militar.
Mais à frente no texto Bowkler mostra como outros autores tentar mostrar as possíveis relações
entre homens e maquinas, suas diferenças e similaridades no que diz respeito ao comportamento
informacional, pensando até que ponto seria possível construir modelos mecânicos elétricos
com comportamentos similares aos organismos vivos, de fato essa ideia remeteria a um
pensamento de uma projeção futurística da inteligência computacional, e como isso poderia ser
usada tanto para meios benéficos para os seres humanos, como também poderia ter a sua
utilização de forma maléfica ou negativa.
Já nessa época esses autores já demonstravam a preocupação com a implementação de uma
inteligência artificial, conceito de inteligência artificial abordado pelo jornal americano The
New York times em 28 de novembro de 1958 que na época chamavam de “cérebros mecânicos”
que fariam todo o trabalho do homem pra ele, relatando também a preocupação com uma
possível dominação das maquinas inteligentes em relação ao seu criador o ser humano, coisas
que já vimos em muitos filmes de ficção cientifica. Ulrich Neisser (1966) afirma que os
computadores modernos podem ser programados para agir de forma imprevisível e adaptativa
em situações complexas. Ou seja, eles são inteligentes. Alguns Cibernéticos afirmam que as
maquinas estão se tornando suficientemente complexas em relação ao ser humano.
O texto também discute e relaciona o discurso cibernético com o teólogo-religioso, e sua
possível relação com o “fim dos tempos”, afirmando que assim como Deus criou os homens,
os homens criaram maquinas inteligentes capazes de dominar o mundo.
E para finalizar o autor fala da importância da cibernética para o desenvolvimento tecnológico
mundial, sua utilização nas forças armadas dos EUA, e sua relevância enquanto ciência
interdisciplinar passando por campos da (física, química, política e etc.)

2. Fichamento do filme
O homem bicentenário (Direção Chris Columbus. Columbia Pictures/ Touchstone Pictures,
1999).
Filme que remete a algumas ideias discutidas por Bowker, G e outros autores no artigo How
to be Universal: Some Cybernetic Strategies, a produção se passa no ano de 2005, no qual
mostra a inserção do robô Andrew na casa da família Martin, a princípio ele foi pensando para
realizar trabalhos inerente as tarefas domesticas, mas com o passar do tempo a família nota
outras habilidades, entre as principais delas a de sentir emoções e de aprendizado, claramente
vemos o conceito de inteligência artificial abordado pelo jornal americano The New York times
em 28 de novembro de 1958, corroborando com as afirmações de Ulrich Neisser (1966) afirma
que os computadores modernos podem ser programados para agir de forma imprevisível e
adaptativa em situações complexas. Ou seja, eles são inteligentes. Claramente vemos esses
conceitos abordados por Ulrich Neisser no qual ao longo do filme vemos o robô Andrew agindo
de forma imprevisível para uma máquina que foi programada somente para realizar um tipo de
função (serviços domésticos), mostrando outras habilidades fora do proposito inicial para qual
ele foi programado, e também se adaptando a situações mais distintas e complexas, como no
acaso se acabou se adaptando a condição semelhante a humana tanto em aparência, quanto em
sentir emoções e no desenvolvimento da inteligência.
Na obra de Bowker, G, já no século passado autores dissertavam sobre a inteligência
computacional e suas projeções de como eles se aplicariam no contexto da evolução das
tecnologias da informação, o filme aborda muito bem esse conceito, e nos faz pensar e refletir
sobre os possíveis limites ou não do desenvolvimento da inteligência artificial.

REFERÊNCIAS

BOWKER, G. How to be Universal: Some Cybernetic Strategies 1943-1970, Social Studies


of Science, v.23, n. 1, p.107-127, 1993.

APTER, Michael J. “Cybernetics: A case study of a scientific subject-complex", in: Paul


Halmos (ed), the sociology of science, sociological review monograph No. 18 (Kelle, Staffs.:
Kelle univesity, 1972), 93-115.
WIERNER, Norbert. Cybernetics: or, control and communication in the animal and machine
(Cambridge, MA: MIT press, 1984).
NEISSER, Ulrich.“Computers as tools and methapors”, in: C.R. Dechert (ed),the social
importance of cybernetics (New York; Simon & Schuster, 1996), 71-94, at 74-75. For a
general account of machines and biology in this period, see Steve J. Heims, “Encounter of
behavioral sciences with new machine-organism analogies in the 1940s”, journal of the
history of the behavioral sciences, vol. 11 (1975). 368-73. For an account of various resultant
technologies, see Corine Jacker, Man, Memory and machines: introduction to cybernetics
(New York: Macmillan, 1964).

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