Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Beira
2021
JOÃO JOSÉ FILIMONE
Beira
2021
ÍNDICE
Lista de ilustração........................................................................................................................VI
Lista de abreviatura e siglas........................................................................................................VI
Lista de figuras.............................................................................................................................VI
Lista de tabelas.............................................................................................................................VI
Lista de gráficos...........................................................................................................................VI
Declaração de Honra..................................................................................................................VII
Dedicatória.................................................................................................................................VIII
Agradecimento.............................................................................................................................IX
Resumo...........................................................................................................................................X
Abstract..........................................................................................................................................X
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO DA PESQUISA.................................11
1.1. Introdução........................................................................................................................11
1.2. Enquadramento do tema..................................................................................................13
1.3. Justificativa da Escolha do tema......................................................................................13
1.4. Problematização...............................................................................................................13
1.5. Relevância da pesquisa....................................................................................................14
1.6. Objectivos da pesquisa.....................................................................................................16
1.6.1. Objectivo geral.............................................................................................................16
1.6.2. Objectivos específicos..................................................................................................16
1.7. Hipótese da pesquisa........................................................................................................16
CAPÍTULO II: MARCO TEÓRICO.........................................................................................17
2.1. Revisão de Literatura.......................................................................................................17
2.1.1. Evolução histórica da raiz quadrada............................................................................17
2.1.2. Vida e obra de Herão....................................................................................................18
2.1.3. Método de Tentativa e erro..........................................................................................19
2.1.4. Método da factoração...................................................................................................21
2.1.5. Método Chinês.............................................................................................................24
2.1.6. Algoritmo da raiz quadrada..........................................................................................27
2.1.7. Método de Herão..........................................................................................................28
2.2. Algumas pesquisas sobre o cálculo da raiz quadrada......................................................30
2.3. Fundamentação teórica....................................................................................................31
CAPÍTULO III: METODOLOGIA DA PESQUISA................................................................34
3.1. Introdução........................................................................................................................34
3.2. Quanto a abordagem do problema...................................................................................34
3.2.1. Pesquisa quantitativa....................................................................................................34
3.2.2. Pesquisa qualitativa......................................................................................................34
3.3. Quanto aos procedimentos técnicos.................................................................................35
3.3.1. Pesquisa experimental..................................................................................................35
3.3.2. Pesquisa descritiva.......................................................................................................36
3.3.3. Pesquisa comparativa...................................................................................................37
3.4. Tamanho da amostra........................................................................................................37
3.5. Técnica de recolha de amostra ou amostragem...............................................................37
3.6. Técnicas de recolha de dados...........................................................................................37
3.6.1. Teste diagnostica..........................................................................................................37
3.6.2. Intervenção didáctica...................................................................................................38
3.6.3. Questionário final.........................................................................................................38
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS.....................39
4.1. Resultados dos alunos no teste diagnóstico.....................................................................40
4.1.1. Análise a prior da alínea a do teste diagnóstico...........................................................40
4.1.2. Análise a posterior da alínea a do teste diagnóstico.....................................................40
4.1.3. Conclusão da aplicação da actividade a.......................................................................41
4.1.4. Análise a prior da alínea b e c do teste diagnóstico.....................................................41
4.1.5. Análise a posterior da alínea b e c do teste diagnóstico...............................................42
4.1.6. Conclusão da aplicação da actividade b e c.................................................................43
4.2. Resultados nas Intervenções didácticas...........................................................................43
4.2.1. Primeira intervenção didáctica.....................................................................................44
4.2.2. Segunda intervenção didáctica.....................................................................................44
4.3. Resultados dos alunos no inquérito final.........................................................................44
4.3.1. Análise a prior da alínea a e b do grupo controlo........................................................44
4.3.2. Análise a posterior da alínea a e b do grupo controlo..................................................45
4.3.3. Conclusão da aplicação da actividade a e b no Gr-Co.................................................46
4.3.4. Análise a prior da alínea a e b do Gr-Ex......................................................................46
4.3.5. Análise a posterior da alínea a e b do Gr-Ex................................................................46
4.3.6. Conclusão da aplicação da actividade a e b no Gr-Ex.................................................48
4.4. Análise comparativa dos resultados.................................................................................48
CAPÍTULO V: CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................50
5.1. Conclusões.......................................................................................................................50
5.2. Recomendações...............................................................................................................52
5.3. Referências Bibliográficas...............................................................................................53
Apêndices.......................................................................................................................................55
Apêndice A: pedido de autorização inqueridos..............................................................................56
Apêndice B: Apresentação do teste diagnóstico............................................................................57
Apêndice C: Intervenção didáctica com o grupo experimento......................................................58
Apêndice D: Intervenção didáctica com o grupo de controlo........................................................59
Apêndice E: Apresentação do teste final........................................................................................60
Apêndice F: Fotos de capo.............................................................................................................61
VI
LISTA DE ILUSTRAÇÃO
Lista de abreviatura e siglas
Ai – Aluno i onde o i∈ z :1 ≤i ≤20.
ESP – Escola Secundaria da Ponta-gêa
F – Feminino
fr% - Frequência relativa percentual
Gr-Co – Grupo de Controle
Gr-Ex – Grupo Experimento
Id – Idade
M- Masculino
PIM – Princípio da Indução Matemática
TFA – Teorema Fundamental de Aritmética
Lista de figuras
Figura 1: Cálculo da raiz quadrada de 1024..................................................................................27
Figura 2: Cálculo da raiz quadrada de 728....................................................................................28
Figura 4: Resposta de A11 no teste diagnóstico...........................................................................41
Figura 5: Resposta de A7 no teste diagnóstico.............................................................................41
Figura 6: Resposta de A8 no teste diagnóstico.............................................................................42
Figura 7: Resposta de A5 no teste diagnóstico.............................................................................43
Figura 8: Resposta de A3 no teste final do Gr-Co........................................................................45
Figura 9: Resposta de A17 para alínea a do teste final do Gr-Ex.................................................47
Figura 10: Resposta de A13 para alínea b do teste final do Gr-Ex...............................................47
Lista de tabelas
Tabela 1: Raiz quadrada de 169 pelo método de tentativa e erro..................................................21
Tabela 2: Raiz quadrada de 36 pelo método chinês......................................................................25
Tabela 3: Raiz quadrada de 28 pelo método chinês......................................................................26
Lista de gráficos
Gráfico 1: Análise da alínea a do teste diagnóstico.......................................................................40
Gráfico 2: Análise da alínea b e c do teste diagnóstico.................................................................42
Gráfico 3: Análise da alínea a e b do teste final do Gr-Co............................................................45
Gráfico 4: Análise da alínea a e b do teste final do Gr-Ex............................................................47
Gráfico 5: Análise comparativa dos resultados dos dois grupos...................................................49
VII
Declaração de Honra
Eu João José Filimone Declaro que está Monografia é resultado da minha investigação pessoal e
das orientações do meu supervisor, seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. Declaro ainda que este
trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau
académico.
Beira
_____ de __________ de________
_________________________________________
VIII
Dedicatória
Agradecimento
A Deus pela minha vida, por ter-me ajudado a perseverar nos momentos de fraqueza e pela minha
saúde.
Aos meus pais José Filimone e Maria Jossias por todo o apoio e confiança em mim depositados
em todos esses anos e pela educação que me foi proporcionada, vocês são os principais
responsáveis por esse momento.
A minha esposa Laurinda Lucas Macaene e meus filhos Josildo José João e Agnessy João
José, pela compreensão durante este trabalho
Ao meu supervisor Professor doutor Paulo Diniz Bene, por ter aceitado o convite de
supervisionar-me e ter-me proporcionado uma excelente condução do trabalho. Sem as
observações do PhD. Bene, eu não teria terminado o trabalho neste ano e não teria chegado a esse
momento de felicidade. Obrigado pelo seu carinho, críticas, dedicação e paciência. PhD. Bene,
soube muito bem transmitir os seus conhecimentos para a minha formação académica.
À Escola Secundaria da Ponta-Gêa, por ter-nos autorizado para recolha de dados, e aos alunos
que participaram na pesquisa.
Aos meus colegas do curso de Licenciatura em Ensino de Matemática, que encorajaram-me nos
momentos de desânimos e dificuldades. E em especial ao chefe da nossa turma Adelson Quehá.
E por último, mas não menos importante, agradeço ao dr. Paulo Sitoe, pela ajuda na formatação
do trabalho. A todos aqueles que de um jeito ou de outro contribuíram positivamente na minha
vida.
X
Resumo
O presente trabalho tem como objectivo analisar até que medida o método de Herão pode auxiliar os
alunos na aproximação da raiz quadrada de um número natural “n”, sendo que n não é um quadrado
perfeito. Quanto a abordagem do problema trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa e quantitativa,
realizada por meio de levantamento bibliográfico, estudo de campo e por uma experimentação. Os dados
foram colectados por meio de questionário e intervenção de ensino em que foi proposta uma sequência de
actividades que envolvia aproximações de raiz quadrada de um número natural, para tal optou-se por
dividir a parte da amostra em dois grupos: um grupo chamado grupo de controlo, onde o pesquisador
ministrou uma aula usando o algoritmo da raiz quadrada e o segundo grupo chamado grupo experimento,
onde o pesquisador ministrou uma aula usando o método de Herão. A análise dos resultados foi feita
através da comparação dos resultados dois grupos, a fim de analisar a eficiência do método de Herão. Os
resultados obtidos na pesquisa mostram-nos que o uso do método de Herão na sala de aula é um grande
catalisador no PEA de aproximações da raiz quadrada.
Abstract
This work aims to analyze how measured the method of Herão can help students to approximate the
square root of a natural number “n”, where n is not a perfect square. As for the approach to the problem, it
is a qualitative and quantitative research, carried out through a bibliographic survey, field study and an
experimentation. Data were collected through a questionnaire and teaching intervention in which a
sequence of activities was proposed that involved square root approximations of a natural number. control,
where the researcher taught a lesson using the square root algorithm and the second group called the
experimental group, where the researcher taught a lesson using the method of Herão. The analysis of the
results was made by comparing the results of the two groups, in order to analyze the efficiency of Herão's
method. The results obtained in the research show us that the use of the Herão method in the classroom is
a great catalyst in the PEA of square root approximations.
1. Introdução
Quando se quer a raiz quadrada de um número natural n, temos que levar em consideração a
seguinte relação x=√ n ⟺ x 2=n. Mesmo, essa relação, sendo muito simples de ser explicada e
até de certo modo bem entendida pela maioria de alunos, há em muitos casos uma grande
dificuldade de se encontrar um número real que a satisfaça. Provavelmente, isso se deva ao facto
de que nem sempre a raiz quadrada é exacta, sendo na maioria das vezes necessária uma
aproximação (De Campos, 2014, p. 1).
Normalmente, o ensino da raiz quadrada começa na 8a classe, com números simples, para que o
aluno possa entender o processo, entretanto é a partir da 9 a classe que os alunos se deparam com a
necessidade de realizar aproximações para encontrar uma raiz quadrada de um número natural,
devido ao facto de que é nesta classe que se inicia o estudo das equações quadráticas. Cuja
solução, devido à Bháskara, envolve a raiz do discriminante ∆=√ b2 −4 ac.
Este trabalho tem como finalidade analisar o contributo da fórmula de Herão1 para aproximação
de √ n, sendo n ∈∈¿ e não quadrado perfeito, para propormos como uma sugestão de ensino na
aproximação da raiz quadrada de um numero natural.
É claro que podem surgir muitas inquietações do género “se já temos as máquinas calculadoras
porquê ainda termos que sofrer mentalmente com as interacções do método Herão?” Bom que
fique bem claro que o objectivo deste trabalho não é de inibir o aluno a usar a máquina
1
Herão de Alexandria foi um matemático que se destacou na matemática aplicada ficou bastante conhecido
pela sua famosa fórmula At =√ s ( s−a)(s−b)(s−c ).
12
calculadora, não é não, isso esta fora da nossa cogitação, mas sim de mostrar aos alunos
“apaixonados” pela matemática que existe um método capaz de aproximar (com uma boa
precisão), a raiz quadrada de um número que não seja quadrado perfeito. É claro que a máquina
pode ajudar o aluno até um certo ponto, depois disso o aluno tem que fazer por conta própria
(estamos falando nos exames de admissão, pois é inibido a entrada na sala de exame com a
máquina calculadora). Agora mesmo que você seja expert com a forma de Bháskara, no caso de
−3 ± √ 13
se deparar com uma questão do género x= , não terá como sem máquina. Entre tanto se
2
conhece o método de Herão facilmente resolve o problema com uma boa aproximação.
2. Enquadramento do tema
13
No contexto escolar, o estudo das raízes quadradas de um número natural, começa no ensino
básico, concretamente na 8ª classe, no I trimestre, na Unidade temática I: Números Racionais,
continuando tanto no Ensino Médio Geral assim como no Ensino Técnico
Profissional, e depois no Nível Superior.
O que motivou o autor a escolher esse tema é que o cálculo de raiz quadrada traz certo
desconforto para os alunos. Porém, sendo uma operação extremamente comum, ela se apresenta
em vários problemas matemáticos, por exemplo: Como determinar o lado de um quadrado dada
sua área? Quais são as raízes da equação x 2=n, n ∈∈¿? Qual é o comprimento da diagonal de um
rectângulo de lados a e b ou da diagonal de um cubo de aresta a? O certo é que se pode encontrar
várias formas de responder a estas perguntas, porém, independente dos processos utilizados para
alcançar o objectivo da pergunta, todas elas passarão pela necessidade da extracção de raízes
quadradas. Logicamente a falta do conhecimento das aproximações de raiz quadrada de um
número natural impossibilitará a resolução dos problemas, já que nem sempre a raiz quadrada de
um número natural é exacta, necessitando assim do conhecimento de aproximações. Isso levou o
autor em pesquisar as fórmulas de aproximações de raiz quadrada de um número natural, não
sendo quadrado perfeito, e porque a fórmula de Herão é bastante simples e possivelmente é
acessível para os alunos da 9ª classe.
4. Problematização
Com o surgimento das máquinas calculadoras, o cálculo da raiz quadrada de um número real não
negativo tornou-se muito fácil. Hoje em dia, quase todas as calculadoras estão munidas de uma
tecla para o efeito. Assim, para calcular a raiz quadrada de um número real não negativo, basta
escrevê-lo numa calculadora e carregar a tecla que possui um símbolo semelhante a V. O mau
uso dessas máquinas motivou o cálculo de raízes, sejam elas quadradas, cúbicas ou de qualquer
índice. Revela-se um grande problema não só para os alunos que estão aprendendo, mas também
para grande parte dos professores, que, ao ensinarem o cálculo de raízes, contam com um
método, que talvez não seja muito eficiente, tanto para raízes não exactas, quanto para aquelas
onde o radicando é um número grande. Nota-se que em vez do aluno perceber o processo de
14
extracção de raiz quadrada, ele se contenta com resultados finais que aparecem na máquina.
Entretanto, o maior propósito dos inventores das máquinas calculadoras é de facilitar operações
com números grandes. Assistimos, actualmente, nas salas de aulas, situações em que mesmo para
contas tão pequenas (como por exemplo raiz quadrada de 25) os alunos recorrem às máquinas
calculadoras.
Dado isso, buscamos com este trabalho resgatar métodos baseados em aproximações para o
cálculo de raízes quadradas que, embora seja muito antigo, pode ser desconhecido para uma parte
dos professores de Matemática. É um método que, se chegasse à nossas salas de aula, permitiriam
ao aluno encontrar raízes exactas ou não, de modo claro e prático, utilizando conceitos já
conhecidos, e podendo melhorar sempre o resultado final com novas aproximações.
Em que medida o método de Herão poderá servir como uma alternativa eficiente na
aproximação da raiz quadrada de um número natural?
5. Relevância da pesquisa
O entendimento dos métodos de cálculos para encontrar o valor das raízes quadradas possui
muita importância, pois vários problemas em linguagem algébrica actual conduzem a soluções
onde precisam ser encontrados os valores de raízes, ressaltando, ainda, a sua aplicação na
geometria, devido ao efectivo cálculo do lado de um quadrado cuja área é conhecida (Da Silva,
2013, p-11).
Essa importância no cálculo da raiz quadrada é verificada através dos tempos a partir da análise
de documentos históricos que nos mostram a preocupação em realizar o procedimento de
extracção de raízes nas mais diversas épocas do desenvolvimento humano (Da Silva, 2013, p.
11).
modelados por equações do segundo grau do tipo a x 2+ bx+ c=0, com a ≠ 0; cuja solução, devido
à Bháskara, envolve a raiz do discriminante ∆=√ b2 −4 ac.
Em contra partida, o problema da quadratura do círculo de cerca de 2:000 a.C. que consiste em
construir, com régua e compasso, um quadrado que tenha exactamente a
mesma área do círculo dado, revela a necessidade de se obter a raiz quadrada de π: Ora, sendo
este um número irracional, a obtenção de √ π por um procedimento finito é impossível, uma
vez que √ π também é um número irracional, portanto possui uma representação decimal infinita
e não periódica, assim como as raízes quadradas de números primos. Naquela época, já
estava clara a necessidade de se trabalhar com aproximações, ou pelo menos os matemáticos
daquele período se contentavam em obter estimativas aproximadas das raízes n-ésimas.
Com o passar do tempo, vários métodos para obtenção das raízes quadradas exactas ou
aproximadas foram surgindo. Actualmente, é possível encontrar a raiz n-ésima de quase todo
número usando uma calculadora, um computador ou até mesmo um celular. Isso por que não
se pode determinar exactamente as raízes quadradas de números irracionais.
Por outro lado, Barroso et al, (2013), afirmam que tanto as calculadoras quanto os computadores
mais modernos podem apresentar erros de arredondamento ou truncamento que surgem ao se
tentar representar números decimais que não possuem representação binária finita.
Ao efectuar o cálculo
√1+10−12−1 , em uma calculadora convencional ou mesmo em
10−8
calculadora científica CASIO HP fx-82MS por exemplo obtemos como resultado o valor igual a
zero. O que é obviamente um absurdo, uma vez que 1+10−12 >1.
Neste sentido, o professor não deve utilizar uma tecnologia como recurso didáctico
sem que tenha explorado as potencialidades e as limitações dos vários recursos que esta
tecnologia oferece. Borba e Penteado (2012), lembram que a opção por utilizar ou não uma
tecnologia deve ser feita pelo professor com base no seu próprio conhecimento. Isto é, o
professor deve estar aberto à experimentação e, principalmente, buscar e trocar informações
que maximizem o aproveitamento das novas tecnologias no ensino.
16
6. Objectivos da pesquisa
1. Objectivo geral
Analisar até que medida o método de Herão pode auxiliar à alunos na aproximação da raiz
quadrada de um número natural “n”, sendo que n não é um quadrado perfeito.
2. Objectivos específicos
Mostrar as etapas do método de Herão na aproximação de raiz quadrada de um
número natural “n”, sendo que n não é um quadrado perfeito;
Fazer uma análise comparativa entre o método de Herão e o algoritmo da raiz
quadrada na aproximação da raiz quadrada dum número;
Sugerir o método de Herão como uma fórmula de achar aproximação da raiz
quadrada de um número natural, nas aulas de matemática.
7. Hipótese da pesquisa
Deste modo o método de Herão para aproximação da raiz quadrada de um número natural,
pode ser uma técnica muito eficiente, para os alunos na aproximação da raiz quadrada
quando os professores proporem esse método na sala de aula, na resolução de actividades
que requerem aproximação da raiz quadrada.
17
Não sabemos ao certo a origem deste símbolo do radical. Alguns historiadores especulam que o
símbolo tenha sido usado pela primeira vez pelos árabes, sendo o matemático Al-Qalasady (1412
– 1486) quem primeiro o usou. Esse símbolo é também utilizado para a raiz cúbica, a raiz quarta,
etc., e nesses casos é munido de um índice colocado na parte superior esquerda do radical e que
indica qual a respectiva raiz, sendo o índice 3 para a raiz cúbica, o índice 4 para a raiz quarta e
assim por diante. Segundo Samsó J., no seu livro Las ciencias de los antiguos en al-Andalus de
1992, Al-Qalasady é referido como um especialista na introdução de símbolos algébricos, em que
utilizava palavras curtas em árabe, ou apenas as letras iniciais, como símbolos matemáticos. No
caso da radiciação, utilizou “j” a inicial da palavra “jadhr” que significa “raiz” (Melo, 2016).
Alguns matemáticos, como o matemático suíço Leonard Euler (1707 – 1783), acreditavam que o
símbolo tivesse origem na primeira letra da palavra em latim “radix”, que se refere a operação de
radiciação, escrita em minúscula. O símbolo do radical, segundo o historiador Howard Eves, foi
visto pela primeira vez impresso no livro de álgebra, em 1525, do matemático alemão Christoff
Rudolff (1499 – 1543) intit ulado Die Coss (a palavra Coss foi utilizada com o significado de
18
“desconhecido”). Nessa altura, o símbolo foi impresso sem a linha horizontal que fica sobre o
radicando (Melo, 2016). O comando Sqrt também é adoptado para referenciar a operação de raiz
quadrada. Sqrt é a abreviação de “square root”, expressão que significa “raiz quadrada”.
Eves (2011), afirma que dos trabalhos geométricos de Herão, o mais importante é sua A Métrica,
em três livros, e só descoberta em 1896 — em constantinopla, por R. Schöne. O Livro I ocupa-se
da medida da área de quadrados, rectângulos, triângulos, trapézios, vários outros quadriláteros
particulares, polígonos regulares desde o triângulo equilátero até o dodecágono regular, círculos e
seus segmentos, elipses, segmentos parabólicos e da superfície de cilindros, cones, esferas e
zonas esféricas. É nesse livro que se encontra a brilhante dedução da famosa fórmula da área de
um triângulo em função dos três lados. Também tem interesse particular no livro o método de
Herão de aproximar a raiz quadrada de um inteiro que não é quadrado perfeito. Esse processo é
hoje usado com frequência pelos computadores a saber, se d=ab, então (a+ b)/2 é uma
aproximação de √ d , aproximação essa que melhora com a proximidade de a e b. O método
permite sucessivas aproximações. Assim, se x 1 é a primeira aproximação de √ d , então:
x21 +d
x 2= (1)
2 x1
19
A relação (1) é aproximação melhor, e a relação (2) é melhor ainda, e assim por diante.
Generalizando temos a relação (3).
x22 + d
x 3= (2)
2 x2
x 2n +d
x n+1= ( 3)
2 xn
Danilo (2014, p. 19) diz que, Herão, também conhecido por Heirão, matemático e físico de
destaque, ficou bastante conhecido pela sua famosa fórmula At =√ s ( s−a)(s−b)(s−c ) para o
a+ b+c
calculo da area de um triangulo qualquer quando é conhecido seus lados, sendo s= o
2
semi-perimetro e a, b e c são os lados do triangulo.
Este método é menos comum nos livros. Porém É simples e prático, embora seu uso se limita a
números que tenham raízes exactas e números não muito grande, pois assim seu uso tornaria
cansativo e desinteressante.
Suponha que queremos calcular a raiz quadrada de um número real não negativo n. Pela
definição de raiz quadrada, √ d é número real não negativo b para o qual (Gabriel, 2016, p. 21).
Em outras palavras, calcular a raiz quadrada do número real não negativo d significa encontrar
um número real não negativo b tal que o quadrado de b seja d.
20
Conforme Gabriel (2016) Este método para o cálculo da raiz quadrada de um número d consiste
em procurar números cujos quadrados se aproximem cada vez mais de d.
Ou seja, procedemos da mesma maneira, procurando número tais que a potência K-ésima dele se
aproxime cada vez mais de d (Gabriel, 2016, p. 21).
Vamos supor que, inicialmente, tenhamos pensado no número 7. Neste caso, quando elevamos 7
ao quadrado, vemos que 72 <169 , o que nos permite concluir que a raiz quadrada de 169 é maior
que 7 , por outro lado, 72 =49, geometricamente falando o 49 encontra-se muito distante de 169.
Assim, podemos procurar outros números maiores do que 7, calcular o respectivo quadrado e ver
se é igual a 169. Na tabela 1, mostramos nossas diversas tentativas de encontrar um número cujo
quadrado é igual a 169, que no caso é o número 13.
21
Nota importante: Este método se limita a números que tenham raiz exactas e ainda números não
muito grande, pois assim seu uso tornaria cansativo e desinteressante. Para as raízes não exacta
este método apenas nos diz em que intervalo a nossa solução se encontra, por exemplo com este
método podemos inferir que √ 120∈ ¿ 10 ; 11¿.
Este método é um dos preferidos dos livros didácticos. Ele é simples, prático e divertido, pois
envolve a factoração, radiciação, divisão e multiplicação.
Da Silva (2013, p. 20), afirma que o método da factoração baseia-se no TFA (Teorema
Fundamental da Aritmética), dado a seguir.
Teorema 1 "Todo número natural maior do que 1 ou é primo ou se escreve de modo único (a
menos da ordem dos factores) como um produto de números primos.
Demonstração. A demonstração deste Teorema pode ser encontrada no livro de Santos (1998, p.
9). No que segue, apresentamos a sua demonstração incluindo os detalhes.
Se n é primo não há nada a ser demostrado. Suponhamos, pois, n composto. Seja p1 ( p1 >1) o
menor dos divisores positivos de n. Afirmamos que p1 é primo. Isto é verdade, pois, caso
contrario existiria p, 1< p< p1 com p∨n, contradizendo a escolha de p1. Logo, n= p1 ∙ n1. Se n1
for primo a prova está completa. Caso contrario, tomamos p2 é primo e temos que n= p1 ∙ p2 ∙ n2.
22
n= pα1 ∙ p α2 ∙ , … ,∙ pαk
1 2 k
Para mostrarmos a unicidade usamos PIM (Princípio da Indução Matemática) em n. Para n=2 a
afirmação é verdadeira. Assumimos, então, que ela se verifica para todos os inteiros maiores do
que 1 e menores do que n. Vamos provar que ela também é verdadeira para n. Se n é primo, não
há nada a provar. Vamos supor, então, que n seja composto e que tenha duas factorações, isto é,
n= p1 ∙ p2 ∙ ⋯ ∙ ps=q1 ∙q 2 ∙ ⋯ ∙ q r
Vamos provar que s=r e que cada pi é igual a algum q j. Como p1 divide o produto q 1 ∙ q2 ∙ ⋯ ∙ qs
ele divide pelo menos um dos factores q j. Sem perda de generalidade podemos supor que p1∨q 1.
n n
Logo = p2 ∙ ⋯ ∙ p s=q 2 ∙ ⋯ ∙ q r. Como 1< <n, a hipótese da indução nos diz que as duas
p1 p1
factorações são idênticas, isto é, s=r e, a menos da ordem. As factorações p1 ∙ p2 ∙⋯ ∙ ps e
q 1 ∙ q2 ∙ ⋯ ∙ qr são iguais.
Esse método é utilizado no cálculo de raízes exactas de números inteiros ou decimais, seja ela
uma raiz quadrada, cúbica ou de índice superior a três.
4 2
2
√ 144=√ 2 4 × 32=2 2 × 3 2 =22 × 31=4 ×3=12
Da Silva (2013, p. 22), diz que no caso dos números racionais com representação decimal finita,
podemos proceder de duas formas distintas:
i) Escrever o número real a como uma fracção irredutível de dois números reais inteiros, e
decompor separadamente o numerador e o denominador dessa fracção.
Para encontrar a raiz quadrada de 2,25, escreva-o como uma fração irredutível,
255 9
2,25= =
100 4
9
Isso significa que calcular a raiz quadrada de 2,25 é equivalente a calcular a raiz quadrada de :
4
Assim, temos:
2
32 32 3
√ 2,25= = √ = √ 2 = 2 =
9 9
√
4 √4 √ 2
22
2
Reescrevendo 1,5876 como um produto de um número inteiro por uma potência de 10, temos
1,5876=15876× ( 10 )−4 ; e decompondo os seus factores, obtemos:
−4 2 4 2 −4 −4
1,5876=15876× ( 10 ) =2 · 3 · 7 ·2 ·5
24
2 4 2 −4 −4
√ 1,5876=2 2 ∙3 2 ∙ 7 2 ∙2 2
∙ 5 2 =21 ∙3 2 ∙7 1 ∙ 2−2 ∙5−2
126
√ 1,5876=126 ∙ ( 2∙ 5 )−2 =126 ∙10−2=
100
√ 1,5876=1,26
De acordo com Gabriel (2016, p. 43) este método foi publicado pela Revista de Ensino de
Ciências, de 1985, pelo professor Luciano Rampazzo. É conhecido por Método chinês, e traz a
ideia que um número quadrado perfeito é a soma de n números ímpares.
Para Da Silva (2013, p. 24) O método Chinês é utilizado apenas para obtenção da raiz quadrada
de um número natural quadrado perfeito e baseia-se no fato de que todo número quadrado
perfeito pode ser escrito como soma de n inteiros ímpares. Mais precisamente, para cada número
natural n, temos:
A igualdade (1), válida para todo número inteiro positivo, pode ser demonstrada pelo Princípio de
Indução.
Demostração: Podemos encontrar uma demonstração dessa igualdade no livro de Hefez (2005,
p. 10), no que segue, apresentamos a sua demonstração incluindo os detalhes.
Os casos particulares acima nos conduzem a conjecturar que Sn=n2. Mas, como ter certeza de
que não estamos cometendo o engano da galinha de Bertrand Russel? Bom, o único jeito é usar o
PIM.
Definimos p ( n ) :S n=n 2.
Temos que p ( 1 ) : S1=1=12, portanto verdade. Para provar que p(n) ⇒ p(n+1) é verdade para
todo n ∈∈¿, basta mostrar que, se supusermos p(n) verdade, entao p(n+ 1) é verdade, qualquer,
qualquer que seja n ∈∈¿.
De facto, supondo p ( n )verdade, ou seja, Sn=n2, e somando 2n+1 a ambos os lados desta
igualdade, obtemos:
Sn +1=S n +2 n+1=n 2+ 2n+1=( n+1 )2
O que nos diz que p(n+ 1) é verdade.
Da igualdade (2), para verificar se um número é ou não quadrado perfeito, subtrai-se dele a
sucessão de números ímpares (1;3;5;7;9;···). Se uma das diferenças for zero ou um número
negativo, o algoritmo para. Caso em uma dessas subtracções obtém-se o zero como resultado,
conclui-se que o número em questão é um quadrado perfeito e o número de subtracções
realizadas é a sua raiz quadrada. Caso não se obtenha zero em nenhuma dessas subtracções, e sim
um número negativo, conclui-se que o número não possui raiz quadrada exacta, inviabilizando o
uso do método para o cálculo de sua raiz quadrada.
Como na sexta subtracção já obtivemos zero como resultado, então o algoritmo chinês cessa, com
isso podemos concluir que 36 tem raiz quadrada exacta. Agora como foram efectuadas 6
subtracções, então de acordo com o método chinês a raiz quadrada de 36 é igual a 6. Assim:
√ 36=6
Como na sexta subtracção obtivemos o primeiro número negativo (neste caso −7) como
resultado, então o algoritmo chinês cessa, logo 28 não tem raiz quadrada exacta. Como foram
efetuadas 6 subtracções, logo, a sua raiz quadrada aproximada está entre 5 e 6.
De acordo com Martins (2017, p. 13) um algoritmo é uma sequência de passos que nos permite
obter uma solução para um problema.
27
Martins (2017) comenta que existe um processo, não tão simples, mas que permite calcular a raiz
quadrada de um número qualquer não negativo, com a aproximação desejada.
Vamos apresentar nas figuras 1 e 2, este método através de alguns exemplos retirados do livro de
Matemática 9 classe, Zeferino Martins.
Figura 1: Cálculo da raiz quadrada de 1024
de Alexandria (cerca de 100 d.C.), e por vezes é também denominado de algoritmo de Newton
(Melo, 2016, p. 17).
O método de Herão fornece aproximações muito boas para a raiz quadrada de um número. Este
método de Herão calcula, a partir de um “chute inicial” x 0 sucessivas aproximações melhores x n,
até que se atinja a precisão desejada. Para percebermos melhor o funcionamento deste método
vejamos o exemplo 7. Entretanto, a fórmula para o método de Herão já estabelecemos na relação
(3) quando falávamos da vida e obra de Herão. Que é a seguida.
x 2n +d
x n+1=
2 xn
x 2n+ d
Com isso podemos afirmar que √ d ≅ x n+1=
2 xn
Resolução: aqui temos d=3, quanto ao “chute” inicial é opcional, nós começaremos com x 0=1.
Pelo simples facto da raiz quadrada de três estiver entre 1 e 2. Da relação (3) temos:
x 2n +d
x n+1=
2 xn
x20 + d 12 +3
x 1= = =2
2 x0 2∙1
x21 +d 22 +3 7
x 2= = = =1.75
2 x1 2∙2 4
7 2
x 3=
2
x2 + d
=
4 ()
+3
97
= ≅ 1.7321428 571427
2 x2 7 56
2∙
4
30
97 2
x4 =
2
x 3 +d ( )
=
56
3
=
18817
≅ 1.732050810014728
2 x3 97 10864
2∙
56
18817 2
x 5=
2
x 4 +d (
=
10864) 3
=
708158977
≅ 1.732050807568877
2 x4 18817 408855776
2∙
10864
Note que √ 3 ≅ 1.732050807568877 e equiparando esse resultado da raiz quadrada de três, com o
que obtemos na quinta interacção ( x 5) do método de Herão, observa-se que é uma aproximação
de até décima quinta casa decimal, obtido com apenas cinco iterações!
Nesse trabalho De Campos (2014), estava interessado em mostrar três algoritmos de aproximação
racional de raízes quadradas por métodos pouco utilizados ou desconhecidos pelos professores do
ensino fundamental e médio.
Como conclusão De Campos (2014) conclui que Estudar aproximação racional de Raízes
quadradas é um tema de relativa importância pelo grande número de estudantes que não
compreendem de forma adequada a ampliação do conceito de número racional ao número
irracional e da necessidade em certos cálculos de se obter uma “boa aproximação” para a raiz
quadrada na resolução de problemas.
Outra pesquisa sobre o calculo da raiz quadrada foi realizada por Da Salva (2013) que foi a sua
dissertação de mestrado (Mestre em Matemática) intitulada por “O calculo da Raiz Quadrada
Através dos Séculos” que tinha como objectivo principal descrever de forma histórica os
métodos para encontrar os valores de raízes quadradas, com o intuito de subsidiar estudiosos e
professores da Educação Básica, a fim de passar informações que os levem a correta manipulação
dos algoritmos de extracção de raízes e, consequentemente, melhorar o aprendizado dos alunos,
oportunizando assim uma ampliação do conhecimento.
O desenvolvimento desse trabalho foi realizado a partir de uma pesquisa bibliográfica, que
define-se como a modalidade de estudo que se propõe a realizar análises históricas de estudos ou
processos tendo como material de análises documentos escritos e/ou produções culturais
garimpados a partir de arquivos e acervos Fiorentini (2006, p.71). Dessa forma a pesquisa
bibliográfica tem como objectivo o de conhecer e analisar as principais contribuições teóricas
existentes sobre um tema em específico.
Nesse trabalho Da Silva (2013) buscou relatar, através de uma pesquisa bibliográfica, a história
dos métodos para o cálculo da raiz quadrada durante os séculos e civilizações. Após uma
apresentação do algoritmo fundamental e do método geométrico para extracção de raízes foram
expostos resultados e métodos antigos que datam de antes do nascimento de Cristo, do século X e
do XVI, este último sendo o Algoritmo de Newton-Raphson que pode ser direccionado para
encontrar raízes quadradas. O desenvolvimento histórico do símbolo da raiz quadrada também foi
abordado e, como fechamento apresentou um procedimento novo que promete facilitar o
algoritmo para encontrar raízes quadradas utilizando a sequencia de números ímpares negativos.
Neste subcapítulo apresentaremos a teoria que servirá de base para o desenvolvimento desta
pesquisa, onde falaremos da teoria de aprendizagem: Zona de Desenvolvimento Proximal de
Vygotsky (ZDP), a Teoria de desenvolvimento próxima de Vygotky é usada na medida em que o
autor explora o que os alunos sabem no caso a raiz quadrada de números que são quadrados
perfeitos, a fim de os ensinar um método capaz de fazer aproximações de raiz quadrada de
números que não são quadrados perfeitos.
Lev Vygotsky nasceu em 1896 na Bielorrússia, de família judia. No ano de 1918 formou-se em
Direito pela Universidade de Moscou. Casou-se aos 28 anos e teve duas filhas. Faleceu em 1934,
vítima de tuberculose, doença com que conviveu durante catorze anos. Enquanto cursava Direito
também participava dos cursos de História e Filosofia. A partir de suas experiências através da
formação de professores na escola local do estado, dedicou-se ao estudo dos distúrbios de
aprendizagem e de linguagem, das diversas formas de deficiências congénitas e adquiridas, e
assim graduou-se em Medicina, fundou o laboratório de psicologia da Escola de Professores de
Gomel, dando várias palestras que posteriormente foram publicadas no livro Psicologia
Pedagógica no ano de 1926. Após ter participado do II Congresso de Psiconeurologia (estudo das
intenções entre cérebro e mente) em Leningrado, foi convidado a trabalhar no Instituto de
Psicologia de Moscou devido a sua actuação (Coelho & Pisoni, 2012 p. 145).
actividade sozinha. Por isso Vigotsky afirma que “aquilo que é zona de desenvolvimento
proximal hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã – ou seja, aquilo que uma criança
pode fazer com assistência hoje, ela será capaz de fazer sozinha amanhã” (Vigotsky, 1984, p. 98).
O conceito de zona de desenvolvimento proximal é muito importante para pesquisar o
desenvolvimento e o plano educacional, porque este permite avaliar o desenvolvimento
individual. Esta é a zona cooperativa do conhecimento. O mediador ajuda a criança a
concretizar o desenvolvimento que está próximo, ou seja, ajuda a transformar o desenvolvimento
potencial em desenvolvimento real (Coelho & Pisoni, 2012 p. 148).
Segundo Vygotsky, (1995) citado por Lourenço (2018) o conceito de zona desenvolvimento
proximal trata se de uma espécie de desenvolvimento intelectual avançada dentro do qual uma
criança com ajuda directa ou indirecta de um adulto, pode desempenhar tarefas que ela, sozinha,
não faria por estarem acima do seu nível de desenvolvimento. De acordo com essa teoria pode se
afirmar que, na aprendizagem de qualquer conteúdo matemático é de extrema importância o
professor considerar os conhecimentos prévios do aluno na introdução de novos conteúdos de
modo que as novas informações a serem assimiladas tenham significado na estrutura cognitiva do
aluno, e para que isso aconteça, passa necessariamente pela consideração que o professor vai
fazendo pela ZDP na aprendizagem do aluno.
3.1. Introdução
Neste capítulo, apresentamos as opções metodológicas que foram usadas para o encaminhamento
da investigação. Faz-se referência ao tipo de pesquisa, aos procedimentos e instrumentos para a
recolha de dados e sua análise.
Antes, salientar que a pesquisa será feita na Escola Secundária da Ponta-Gêa (ESP), com a
participação de alunos da 9a classe.
Pesquisa quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em
números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de
técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de
correlação, análise de regressão etc.) (Prodanov, 2013, p. 69).
Pesquisa qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto
é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não pode
ser traduzido em números. Na abordagem qualitativa, a pesquisa tem o ambiente como fonte
directa dos dados. O pesquisador mantém contacto directo com o ambiente e o objecto de estudo
em questão, necessitando de um trabalho mais intensivo de campo. Nesse caso, as questões são
estudadas no ambiente em que elas se apresentam sem qualquer manipulação intencional do
pesquisador (Prodanov, 2013, p. 70).
35
A pesquisa é classificada como pesquisa qualitativa, pois descreve em que medida o método de
Herão poderá servir como uma alternativa eficiente na aproximação da raiz quadrada de um
número natural não quadrado perfeito. É também considerada quantitativa, pois os dados
colectados no campo são submetidos às técnicas estatísticas. Os dados que foram quantificados
tiveram como objectivo “propor uma explicação de uma conceituação da realidade percebida
acerca da aplicação do método de Herão na aproximação da raiz quadrada de um número que não
seja quadrado perfeito.
Experimental
Descritiva
Comparativa
3.3.1. Pesquisa experimental
Pesquisa descritiva: quando o pesquisador apenas regista e descreve os fatos observados sem
interferir neles. Visa a descrever as características de determinada população ou fenómeno ou o
estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de colecta de
dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento
(Prodanov, 2013, p. 52).
Amostra é parte da população ou do universo, seleccionada de acordo com uma regra ou plano
(Lakatos & Marconi, 2007, P. 77). Para realização da presente pesquisa extrairemos uma amostra
de 20 alunos. Ressaltar que a restrição do tamanho da amostra é devida as condições impostas
pela pandemia no nosso país.
Para a extracção da amostra usou-se uma técnica de amostragem não probabilística, na qual
entramos em 5 turmas da 9a classe e pedimos aos alunos dessas turmas que se voluntariem (no
máximo 4 alunos) para participarem na pesquisa.
Segundo Lakatos e Marconi (2001, apud, Oliveira, 2011, p. 35) as técnicas de colecta de dados
são um conjunto de regras ou processos utilizados por uma ciência na prática de colecta de dados.
A colecta de dados, ou seja, a busca das informações necessárias para a presente pesquisa, foi
feita através de um questionário respondido pelos alunos da amostra.
Determine a raiz quadrada aproximada até uma casa decimal dos seguintes números:
a ¿ √ 4=b ¿ √ 3=¿
O teste diagnóstico ajudou o pesquisador a verificar a existência das dificuldades nos alunos
sobretudo na aproximação da raiz quadrada, assim como para verificar se os alunos dos dois
38
As intervenções didácticas serão introduzidas após detectar as dificuldades dos alunos no teste
diagnóstico, os alunos terão aulas sobre os métodos de aproximação de raízes quadradas. Um
grupo (o de controlo) usando os métodos habituais, neste caso o algoritmo da raiz quadrada
apresentado no livro de matemática 9 classe por Martins nas páginas: 13-14 e o outro grupo (o
experimental), com recurso ao método de Herão.
Determine a raiz quadrada aproximada dos seguintes números até duas casas decimais usando o
método de Herão:
√ 5= √ 6=¿
Determine a raiz quadrada aproximada dos seguintes números até duas casas decimais usando o
algoritmo da raiz quadrada:
√ 5= √ 6=¿
O questionário final será resolvido pelos dois grupos, entretanto usando métodos diferentes. O
uso do questionário final como uma das técnicas para a recolha de dados será para permitir
avaliar o nível de assimilação dos conteúdos. Os resultados deste teste permitirá fazer uma
comparação do grau de assimilação dos conteúdos pelos alunos ao usar o método de Herão para
aproximar raízes, assim como avaliar a eficiência do método de Herão para aproximar as raízes
quadradas.
39
Neste capítulo apresentaremos as actividades que foram submetidas aos alunos da pesquisa com a
respectiva análise, neste caso faremos análise do teste diagnóstico, análise do teste final para o
grupo de controlo e o grupo experimento e no final faremos uma análise comparativa dos
resultados do grupo controle e experimento. As actividades apresentadas no trabalho foram
adaptadas pelo pesquisador a partir da teoria usada no trabalho e de literaturas revisadas.
Acredita-se que estas actividades podem fornecer dados necessários para responder-se a pergunta
principal da presente pesquisa e bem como alcançar objectivos da pesquisa. É de salientar que os
dados fornecidos neste capítulo são originários da produção escrita do aluno quando da resolução
das actividades apresentadas no questionário. Para cada actividade escolheremos aleatoriamente
dois alunos para fazer uma análise específica.
Por questão de sigilo profissional decidiu-se não apresentar os nomes dos alunos que
participaram na pesquisa, sendo assim denominamos os alunos por; ( Ai), onde o i∈ z :1 ≤i ≤20.
Durante análise das respostas dos alunos usaremos as seguintes abreviaturas:
(CE) Significa que o aluno acertou completamente a questão; ou seja, quando tanto os passos
assim como a solução estiverem correctos.
(ACP) Significa que o aluno acerto parcialmente a questão, ou seja, pode ter chegado a uma
solução plausível, entretanto tendo “atropelado” algumas manipulações algébricas, ou vice-versa.
(ER) Significa que o aluno erro completamente a questão, ou seja, quando tanto os passos assim
como a solução estiverem incorrectos.
(RB) Significa que o aluno não resolveu a questão, tendo deixado o papel em branco.
Alínea (a) do teste diagnóstico pedia aos alunos para acharem a raiz quadrada de 4 ( √ 4 ) sem
recurso a maquina calculadora, nesta actividade o aluno podia usar qualquer um dos metodos
apresentados no capitulo II ou outro. Essa actividade tinha como objectivo avaliar o nível de
compreensão sobre a noção da raiz quadrada de um número natural n, sendo que n é um
quadrado perfeito, a fim de encaminhar o aluno para situações onde o n não é um quadrado
perfeito. Esperva-se que o aluno achasse como resultado √ 4=2.
Da análise feita na alínea a, percebeu-se que dos 20 alunos que participaram na pesquisa, apenas
11 alunos acertaram alínea a do teste diagnostico, que corresponde a uma maior percentagem de
aproximadamente igual a 55 %, desses mesmos 100% dos alunos, 25% acertaram parcialmente a
pergunta, esse que corresponde (5 alunos), 0 % dos alunos inqueridos deixaram em branco, ou
seja, todos alunos resolveram essa alínea (veja o gráfico 1) e 20 % dos alunos inqueridos erraram
completamente alínea a que corresponde a 4 alunos.
Análise da alínea a
60% 55%
50%
40%
fr%
30% 25%
20%
20%
10%
0%
0%
CE ACP ER RB
Observando na resposta de A11, facilmente podemos concluir que o aluno acertou a questão. Pois
alcançou o objectivo da pergunta.
Feitas análises da resposta de A7, concluímos que A7 respondeu erradamente a pergunta, essa
maneira de raciocinar é demostrada por diversos alunos, quando ainda estão se familiarizando
com a noção de raiz quadrada. Pois, no início os alunos confundam raiz quadrada de um número
com o quadrado de um número. Além disso observando para a resposta nota-se que o aluno
forçou o resultado 16, ou seja, pois 4 × 4 × 4 × 4 ≠16.
Alínea b e c do teste diagnóstico pedia aos alunos para acharem a raiz quadrada aproximada até
uma casa decimal de 2 e 3 ( √ 2=? e √ 3=? ) sem recurso a maquina calculadora, nesta actividade o
aluno podia usar qualquer um dos métodos (de aproximação) apresentados no capitulo II ou
outro. Essa actividade tinha como objectivo avaliar o nível de compreensão sobre a aproximação
da raiz quadrada de um número natural n, sendo que n não é um quadrado perfeito, esperava-se
que o aluno achasse como resultado √ 2=1.4 e √ 3=1.7 .
42
Da análise feita na alínea b e c, percebeu-se que dos 20 alunos que participaram na pesquisa,
apenas 1 alunos acertou as alíneas b e c do teste diagnostico, que corresponde a uma percentagem
de aproximadamente igual a 5 %, desses mesmos 100% dos alunos, 0% acertaram parcialmente
as alíneas b e c, ou seja, nenhum aluno acertou parcialmente a pergunta, 90 % dos alunos
inqueridos erraram completamente a questão da alínea b que corresponde a parte majoritária dos
alunos em relação a pergunta da alínea b (com cerca de 18 alunos), em paralelo 85% dos alunos
inqueridos erraram completamente a questão da alínea c que corresponde a parte majoritária dos
alunos em relação a pergunta da alínea c (com cerca de 17 alunos), (veja o gráfico 2). Apenas um
aluno deixou em branco a questão da alínea b que corresponde uma percentagem de 5% em
paralelo na alínea c dois alunos deixaram em branco a questão, que corresponde a uma
percentagem de 10%.
Análise da alínea b e c
100% 90%
90% 85%
80%
70% Alínea b
60%
50% Alínea c
40%
30%
20% 10%
10% 5% 5% 5%
0% 0%
0%
CE ACP ER RB
Abaixo seguem as respostas dos alunos escolhidos aleatoriamente e os respectivos comentários
do pesquisador.
Observando na resposta de A8, facilmente podemos concluir que A8 acertou a questão. Pois
alcançou o objectivo da pergunta. Entretanto a questão que não quer calar é como é que o A8
43
achou essas aproximações, pois, em nenhum passou ele demostra os seus cálculos. Acredita-se
que a culpa talvez seja do pesquisador pois o pesquisador não deixou claro sobre a demostração
dos passos.
Feitas análises da resposta de A5, concluímos que A5 respondeu erradamente as perguntas, essa
maneira de raciocinar é demostrada por diversos alunos, quando ainda estão se familiarizando
com a noção de raiz quadrada. Pois, no início os alunos confundam raiz quadrada de um número
com o quadrado de um número. Eix a razão que fez o A5 a concluir que √ 2=4 e √ 3=9.
Após o pesquisador ter notado a “fraqueza” dos alunos (veja os resultados no gráfico 2) no que
diz respeito aproximação da raiz quadrada de um número que não seja um quadrado perfeito, o
pesquisador dividiu a turma em dois grupos (neste caso 10 alunos por cada grupo) a fim de
avaliar a eficiência do método de Herão na aproximação da raiz quadrada de um número que não
seja quadrado perfeito. O pesquisador ministrou uma aula com o grupo de controlo usando o
algoritmo da raiz quadrada apresentado nos livros didácticos actuais e em paralelo ministrou uma
aula com o grupo experimento usando o método de Herão.
A primeira intervenção aconteceu no dia 12 de Julho de 2021, com o grupo de controlo (veja o
Apêndice D) onde o pesquisador tinha como objectivo ensinar os alunos achar a aproximações da
raiz quadrada usando o algoritmo da raiz quadrada, ou seja, usando o ensino tradicional, de modo
a fazer uma comparação com o método de Herão.
A segunda intervenção aconteceu no dia 13 de Julho de 2021, com o grupo experimento (veja o
Apêndice D) onde o pesquisador tinha como objectivo ensinar os alunos do grupo experimento
achar a aproximações da raiz quadrada usando o método de Herão. De modo avaliar a eficiência
deste método no ensino das aproximações de raiz quadrada.
Nesta secção apresentaremos os resultados dos alunos no inquérito final, para facilitar a leitura
dos dados dividiremos em duas secções, tratará sobre os resultados apresentados do grupo de
controlo e a segunda secção tratará sobre os resultados do grupo experimento.
Alínea a e b do teste final pedia aos alunos do grupo de controlo para acharem a raiz quadrada
aproximada até duas casas decimais de 5 e 6 ( √ 5=? e √ 6=? ) sem recurso a maquina calculadora,
entretanto usando o algoritmo da raiz quadrada que foi apresentado aos alunos do grupo de
controlo no dia da intervenção. Essa actividade tinha como objectivo avaliar eficiência do
algoritmo da aproximação da raiz quadrada de um número natural n, sendo que n não é um
quadrado perfeito, esperava-se que o aluno achasse como resultado √ 5=2.23 e √ 6=2.44.
Da análise feita na alínea a e b, percebeu-se que dos 10 alunos do grupo de controlo que
participaram na pesquisa, apenas 4 alunos acertaram as alíneas a e b do teste final, que
corresponde a uma percentagem de aproximadamente igual a 40 %, desses mesmos 100% dos
alunos, 10% acertaram parcialmente as alíneas a e b, ou seja, apenas um aluno acertou
45
Análise da alínea a e b
60% 50%50%
50% 40%40% alínea a
40%
30% alínea b
20% 10%10%
10% 0% 0%
0%
CE ACP ER RB
Abaixo seguem as respostas dos alunos escolhidos aleatoriamente e os respectivos comentários
do pesquisador.
Observando na resposta de A3, facilmente podemos concluir que A8 acertou a questão. Pois
alcançou o objectivo da pergunta. Durante a resolução foram demostradas premissas todas elas
verdadeiras incluindo a conclusão baseada nessas premissas é verdadeira.
Alínea a e b do teste final pedia aos alunos do grupo experimento para acharem a raiz quadrada
aproximada até duas casas decimais de 5 e 6 ( √ 5=? e √ 6=? ) sem recurso a maquina calculadora,
entretanto usando o método de Herão que foi apresentado aos alunos do grupo experimento no
dia da intervenção didáctica. Essa actividade tinha como objectivo avaliar eficiência do método
de Herão da raiz quadrada de um número natural n, sendo que n não é um quadrado perfeito,
esperava-se que o aluno achasse como resultado √ 5=2.23 e √ 6=2.44.
Da análise feita na alínea a e b, percebeu-se que dos 10 alunos do grupo experimento que
participaram na pesquisa, 6 alunos acertaram as alíneas a e b do teste final, que corresponde a
uma maior percentagem de aproximadamente igual a 60 %, desses mesmos 100% dos alunos,
30% acertaram parcialmente as alíneas a e b, ou seja, dos 10 alunos 3 alunos acertaram
parcialmente a pergunta, 10 % dos alunos inqueridos erraram completamente a questão das
alíneas a e b que corresponde a 1 aluno do grupo experimento. Nessas alíneas nenhum aluno
deixou em branco as perguntas.
Análise da alínea a e b
80%
60% 60%
60% Alínea a
Alínea b
40% 30% 30%
20% 10% 10%
0%0%
0%
CE ACP ER RB
Abaixo seguem as respostas dos alunos escolhidos aleatoriamente e os respectivos comentários
do pesquisador.
Observando na resposta de A17, facilmente podemos concluir que A17 acertou parcialmente a
questão. Pois, o A17 na x 3 esquece de colocar elevar a dois o número 2.25, Mas, o A17 alcançou
o objectivo da pergunta. Tendo como obtido o valor na segunda iteração. Entretanto o aluno faz
confusão com os índices do x, pois em vez de escrever x 2, o aluno pula para x 3. Porém o mais
importante nesta actividade é aplicação do método de Herão.
Após feitas análises da resposta de A13, notou-se que o A13 acertou a questão. Pois alcançou o
objectivo da pergunta. Tendo como obtido o valor na terceira iteração. Na verdade isso foi
influenciado pelo chute inicial, pois o A13 “abusou” a escolha do valor inicial (ou talvez ele
propositou para se divertir com o método), pois sabendo que √ 6, está entre 2 e 3. No máximo o
aluno podia pegar como “chute” inicial o valor 3.
Nesta secção apresentaremos um estudo comparativo dos dois métodos apresentados, para
facilitar o processo de comparação faremos apresentação dos resultados do grupo controlo e do
grupo experimento num único gráfico, neste caso no gráfico 5.
Feitas análises observa-se que, nas alíneas a e b o grupo controle apresenta 40% de acertos ou
seja, dos 10 alunos, apenas 4 alunos acertam usando o algoritmo da raiz quadrada em
contrapartida na mesma alíneas a e b mais que a metade dos alunos do grupo experimento
acertou usando o método de Herão, que corresponde aproximadamente 60% de acertos ou seja,
49
dos 10 alunos, 6 alunos acertam. Quanto aos erros podemos ver no gráfico 5 que a metade dos
alunos do grupo controlo errou, e apenas um aluno do grupo experimento errou as alíneas a e b.
5.1. Conclusões
Antes de findar o presente trabalho, torna-se muito essencial tocar sobre os pontos fortes desse
trabalho, o presente trabalho tinha como finalidade analisar até que medida o método de Herão
pode auxiliar os alunos na aproximação da raiz quadrada de um número natural “n”, sendo que n
não é um quadrado perfeito e também procurou responder a seguinte questão “Em que medida o
método de Herão poderá servir como uma alternativa eficiente na aproximação da raiz quadrada
de um número natural?”
Durante abordagem, o que se notou nos quatro métodos é que tanto o método de tentativa e erro
assim como o método chinês, o uso desses dois métodos se limita a números que tenham raízes
exactas (ou seja, quadrado perfeito) e números não muito grande, pois se fossem números
grandes bastante o seu uso tornaria cansativo e desinteressante. Claro que os dois métodos se
limitam a números que tenham raízes exactas. Para os casos de números que não são quadrados
perfeito, os métodos apenas podem nos dar o intervalo, onde a nossa raiz quadrada pertence, veja
o exemplo 6 do capítulo II.
Quanto ao método de factoração esse método mesmo para os números grandes bastante o método
é eficaz, até para os números decimais (veja o exemplo 4 do capítulo II). E além disso é o método
que é mais apostado pelos autores dos livros didácticos.
De acordo com a pesquisa feita, sobre os métodos de extrair a raiz quadrada, é que tanto o
método de tentativa e erro, método de chinês e método de factoração. Só são viáveis para os
casos onde o nosso radicando é um quadrado perfeito, é onde entram os métodos de Herão e
algoritmo da raiz quadrada para responder a nossa pergunta de pesquisa, pois os dois métodos
resolvem o problema da raiz quadrada aproximada ou exacta, entretanto os resultados da pesquisa
mostram-nos que em comparação com o algoritmo da raiz quadrada o método de Herão é eficaz e
aproxima a raiz quadrada de um número não negativo com a precisão que desejamos, como
vimos no exemplo 7, apenas com cinco interacções o método foi capaz de nos aproximar a raiz
51
quadrada de três, até a décima quinta casa decimal. Veja o quão isso excitante, só com cinco
interacções. Imagine o que teríamos com 100 interacções!
5.2. Recomendações
Barroso, Magali Maria de Araújo. (1987). Cálculo Numérico. 2a ed. São Paulo: Harbas.
Bosco, J. Pitombeira de Carvalho. (2010). A raiz quadrada ao longo dos séculos. SBM.
Universidade Brasileira de Paraíba.
Coelho, Luana & Pisoni, Silene. (2012). Vygotsky: sua teoria e a influência na educação. Revista
e – Ped – FACOS/CNEC Osorio Vol. 2 – No 1- ISSN 2237 – 7077.
Da Silva, A. Oliveira. (2013). O Cálculo da Raiz Quadrada Através dos Séculos. Dissertação de
mestrado, curso de Ensino de Matemática, Universidade Federal da Paraíba.
Gabriel, Ferreira da Silva. (2016). Algoritmo da raiz quadrada: uma contribuição a somar ao seu
aprendizado. Monografia. Curso de Ensino de Matemática para o Ensino Médio.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
GIL, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas.
54
Lourenço, L. J. (2018). Análise das dificuldades encaradas pelos alunos da 11ª Classe na
resolução de Inequações. Monografia. Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática.
Universidade Pedagogica. Beira.
Melo, Helena Sousa. (2016, 25 de Agosto). Raízes quadradas sem calculador. Oficinas sobre
projectos de digitação. Pp. 1-20.
Santos, J. Plino De Oliveira. (1998). Introdução à Teoria dos Números. SBM. Rio de Janeiro.
Vygotsky, Lev S. (1984). A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes.
APÊNDICES
56
Assim convida-se a participar na pesquisa sob o título: Método de Herão para Aproximação de
Raiz Quadrada de um Numero Natural.
Desta forma, antecipadamente informa que não tem a obrigação de participar do estudo e pode se
sentir à vontade para desistir a qualquer momento e esta conversa poderá ser gravada para
posterior análise.
________________________________________________________
O questionário que se segue faz parte de uma pesquisa sobre a eficiência do método de Herão
para aproximação de raiz quadrada de um número natural, que não seja quadrado perfeito, a
pesquisa enquadra-se no âmbito de Licenciatura em Ensino de Matemática pela Universidade
Licungo Faculdade de Faculdade de Ciência e Tecnologia. A sua colaboração nesta pesquisa é
essencial para a concretização do estudo.
Sem recurso a máquina calculadora, determine a raiz quadrada aproximada dos seguintes
números até uma casa decimal:
a) √ 4=¿
b) √ 2=¿
c) √ 3=¿
Achar aproximações da raiz quadrada de um número natural que não seja um quadrado perfeito usando o
método de Herão.
O método de Herão fornece aproximações muito boas para a raiz quadrada de um número. Este método de Herão
calcula, a partir de um “chute inicial” x 0 sucessivas aproximações melhoras x n, até que se atinja a precisão desejada.
Para percebermos melhor o funcionamento deste método vejamos o exemplo 1. Entretanto, a fórmula para o método
de Herão Que é a seguida.
x 2n +d
x n+1=
2 xn
x 2n+ d
Com isso podemos afirmar que √ d ≅ x n+1=
2 xn
{
Onde:⟺ x n é aproximaçãoda √ d ,( podendo ser o chuteinicial)
x n +1 é aproximação melhor que xn da √ d
Resolução: aqui temos d=3, quanto ao “chute” inicial é opcional, nós começaremos com x 0=1. Pelo simples facto
da raiz quadrada de três estiver entre 1 e 2. Da relação (3) temos:
x 2n +d
x n+1=
2 xn
x20 + d 12 +3
x 1= = =2
2 x0 2∙1
x21 +d 22 +3 7
x 2= = = =1.75
2 x1 2∙2 4
7 2
x 3=
2
x2 + d
=
4 ()
+3
97
= ≅ 1.7321428571427
2 x2 7 56
2∙
4
Logo √ 3=1.73
59
Achar aproximações da raiz quadrada de um número natural que não seja um quadrado perfeito usando o
algoritmo da raiz quadrada.
Nesta aula usaremos o algoritmo para calcular a raiz quadrada de 3, com valore aproximados por defeito a menos de
0.01.
Assim sendo, para que a aproximação seja a menos de uma centésima (0.01) o radicando terá de ter quatro casas
√ 3,00.00 1 .7 3
−1 2 7 34 3
2 00 ×7 ×3
−189 189 1029
1100
1029
0.071
Logo √ 3=1.73
60
√ 5= √ 6=¿