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O crime tem vozes que só poderão ser ouvidas nos primeiros momentos.
Que ouça então quem tem capacidade para ouvir e esse será sempre o primeiro que
chega ao local.
Este curso é formado por duas Unidades, cada um com 60 horas aula. A Unidade I
abordará conteúdos teóricos da investigação criminal enquanto a Unidade II
abordará conhecimentos de natureza prática.
Soberania;
Cidadania;
Dignidade da pessoa humana;
Valores sociais do trabalho;
Livre iniciativa; e
Pluralismo político.
Para garantir esse modelo de sociedade, será preciso uma nova configuração da
idéia de segurança pública concebida como tutela de direitos e não de preservação
da ordem pública, pois são diferentes as concepções.
Uma polícia para a preservação da “ordem”, afinal, só pode ser concebida como
uma instituição a serviço da manutenção do status quo braço armado Estado
voltado, sempre que necessário, contra as “classes perigosas”. (ROLIM, 2000, p. 9)
Jaume Curbet (1983, p. 75) remete a reflexão sobre o tema com uma citação do
escritor francês Balzac que diz: “Os governos passam, as sociedades morrem, mas a
polícia é eterna.”
Seja qual for o modelo de sociedade, esta sempre precisará da tutela da organização
policial.
Conclusão
Neste módulo você viu uma abordagem sobre o papel da investigação criminal
como instrumento de defesa da cidadania.
Foi discutido o novo modelo de polícia proposto pela Constituição Federal de 1988,
onde é trocada a velha teoria de segurança pública de preservação da ordem pela
teoria de segurança pública de tutela de direitos.
A investigação criminal, como ferramenta dessa tutela, terá que se adequar à nova
concepção.
Resposta pessoal
Avalie suas práticas como profissional de segurança pública ressaltando no que elas
refletem ou contrariam esse princípio.
Resposta pessoal
Orientação
3. Exponha, a partir do que foi estudado e de sua vivência, que tipo de polícia a
sociedade atual precisa?
Resposta pessoal
Orientação
O que é investigar?
Veja que todas as definições são compatíveis com o contexto do processo de busca
da prova: seguir os vestígios; fazer diligências para achar; pesquisar; indagar;
inquirir; examinar com atenção; e esquadrinhar. São realidades que se
complementam num contexto interdisciplinar.
Tanto as definições do verbo que expressa o agir e o sentir dos executores, como as
do nome, que expressam o resultado daquelas ações, nos levam à percepção de que
a investigação é um conjunto de atos que se complementam.
A produção da prova penal ocorre no Brasil, em grande parte, na fase que antecede
o processo, por meio do inquérito policial. A finalidade da investigação criminal é
coincidente com a finalidade daquele procedimento, dividida em três eixos: remota,
mediata e imediata.
Conclusão
No segundo módulo foram discutidos os aspectos conceituais e a finalidade da
investigação criminal.
Resposta pessoal
Orientação
A polícia militar isola e preserva o local. Para a coleta de provas deixadas no cenário,
são chamados os investigadores da delegacia de polícia da área e os peritos
criminais.
Resposta pessoal
Orientação
Veja também, que a busca da prova é executada tanto pelos peritos criminais e
médico-legistas como pelos investigadores das delegacias.
Aula 1 - Princípios;
Aula 2 - Princípios constitucionais da investigação criminal; e
Aula 3 - Princípios operacionais da investigação criminal.
Aula 1 - Princípios
O procedimento investigatório para cumprir sua função tutelar dos direitos
fundamentais precisa moldar-se em princípios que possibilitem essa adequação.
Quanto maior o grau de lesividade do ato investigatório, maior deverá ser o cuidado
do investigador com as garantias protetoras do investigado.
Art. 37. A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)
Princípio da legalidade
É permitido ao cidadão fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. Não poderá ser
obrigado a fazer o que não lhe é determinado por lei. É uma relação de autonomia
que resulta no princípio da liberdade do ser humano, configurado, também, na
Constituição Federal com um dos princípios fundamentais:
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei. (CF, artigo 5º, inciso II)
Observe que a definição dada pela norma constitucional ao vocábulo lei não é
restrita, é abrangente, compreendendo a lei propriamente dita e todo o contexto
jurídico em que ela está contida. Significa que as normas que regulam a
investigação criminal, mesmo as administrativas (portarias, ordens de serviços,
protocolos de procedimentos, etc.) estão nesse contexto e deverão respeitar o
princípio da legalidade.
Princípio da impessoalidade
Princípio da moralidade
As práticas da investigação terão que estar de acordo com a opinião moral vigente
no grupo social, como honestidade, bondade, compaixão, equidade e justiça.
Princípio da publicidade
Como toda regra, o princípio não é absoluto. A própria Constituição impõe limite,
colocando como exceção ao direto à informação, as hipóteses de sigilo:
[...] Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado. (CF, artigo 5º, inciso XXXIII)
Princípio da eficiência
Saiba mais...
Segundo Pazzaglini (2000, pag. 32) , “o administrador público tem o dever jurídico
de, ao cuidar de uma situação concreta, escolher e aplicar, dentre as soluções
previstas e autorizadas pela lei, a medida eficiente para obter o resultado desejado
pela sociedade”.
O sigilo tem o fim de proteção dos dados que deverão ser submetidos à verificação
quanto à sua validade e credibilidade como prova.
Protocolo de compartimentação
Princípio do imediatismo
O plano inicial deve ser breve, pois provisório e necessário para formulação das
hipóteses preliminares.
Quanto mais tempo o investigador levar para iniciar a investigação, maior será o
risco de perda de informações. Os primeiros momentos depois do crime são
potencialmente mais promissores para a investigação. É o período em que os
vestígios estão mais evidentes.
Princípio da oportunidade
Conclusão
Você viu que a investigação criminal faz parte de um contexto de grande
importância para a manutenção do Estado Democrático de Direito. Portanto, está
submetida ao controle legal para que possa cumprir sua missão de apurar provas da
prática de um delito.
O ato de investigar a não é poder absoluto. Para que cumpra seu papel de tutela é
preciso que a investigação seja submetida ao controle de princípios que estão na
própria Constituição Federal.
Resposta pessoal
A impessoalidade nos atos de investigação significa que ela não deva ser executada
para satisfazer interesse pessoal do investigador, mas sim o interesse público na
busca da prova de um delito.
Resposta pessoal
Orientação
( ) Princípio da oportunidade.
( ) Princípio da publicidade.
Gabarito:
Você já deve ter ouvido o provérbio latino que diz: “Todo poder vem da lei”. A lei é a
sustentação de toda a arquitetura da investigação criminal. Para ter validade, é
preciso que cada parte do processo seja formatada de acordo com o modelo
definido em lei.
O modelo jurídico dos atos está expresso tanto na Constituição Federal como no
Código de Processo Penal e em outras leis especiais que regulamentam atividades
específicas de investigação criminal, como a “infiltração” de policiais em grupos
organizados.
O ato de investigar, por sua natureza, é invasivo, por isso, precisa de controle
absoluto para que o dano causado seja sempre o estritamente necessário para a
coleta da prova.
O texto do primeiro módulo do curso revela a inserção das polícias num contexto de
defesa de direitos fundamentais do cidadão, nos quais está contida a segurança
pública e, dentro dessa, as atividades de apuração das infrações penais.
[...] Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes. (CF, artigo 5º )
Dos direitos e deveres formatados nos incisos do artigo 5°, da CF, os que mais
tangenciam a operacionalidade da investigação criminal são estes:
Exigências ilegais;
[...] II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei.
Essa norma vem desconstruir, de uma vez por todas, o paradigma da força do poder
como ferramenta básica da investigação criminal.
[...]X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
São três princípios que resguardam uma das mais importantes condições de
sobrevivência do ser humano: a intimidade.
Provas ilegais.
[...] LVI - São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
[...] Art. 6°
Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial
deverá:
[...] II - Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos
peritos criminais;
III - Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV - Ouvir o ofendido;
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado tiver
sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nessa
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30
(trina) dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos
ao juiz competente.
A coleta e análise dos dados que irão possibilitar a verificação das hipóteses
formuladas estão regulamentas nos capítulos que tratam:
[...] Art. 1o Esta lei define e regula meios de prova e procedimentos investigatórios
que versem sobre ilícitos decorrentes de ações praticadas por quadrilha ou bando
ou organizações ou associações criminosas de qualquer tipo.
Art. 2o Em qualquer fase de persecução criminal são permitidos, sem prejuízo, dos já
previstos em lei, os seguintes procedimentos de investigação e formação de provas:
I - (Vetado).
II - A ação controlada, que consiste em retardar a interdição policial do que se supõe
ação praticada por organizações criminosas ou a ela vinculada, desde que mantida
sob observação e acompanhamento, para que a medida legal se concretize no
momento mais eficaz do ponto de vista da formação de provas e fornecimento de
informações;
III - O acesso a dados, documentos e informações fiscais, bancárias, financeiras e
eleitorais;
IV - A captação e a interceptação ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou
acústicos, e o seu registro e análise, mediante circunstanciada autorização judicial; e
V - Infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, em tarefas de investigação,
constituída pelos órgãos especializados pertinentes, mediante circunstanciada
autorização judicial.
Parágrafo único. A autorização judicial será estritamente sigilosa e permanecerá
nessa condição enquanto
perdurar a infiltração. (Lei nº 9.034, de 3 de maio de 1995)
[...] Art. 53 Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos
nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e
ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:
Na interceptação de comunicações
A lei permite, para eficácia do resultado final com relação ao tráfico, além da prática
da técnica de infiltração, regras de limitação da investigação no que diz respeito aos
usuários de drogas.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação
objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados,
salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial,
durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de
requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.
Importante!
Curso Investigação criminal 1– Módulo 4
SENASP/MJ - Última atualização em 22/11/2008
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Lembra do equilíbrio entre os atos da investigação e as liberdades
do investigado?
Conclusão
Este módulo abordou o conteúdo das regras constitucionais e as que são postas em
outras normas, para controle da investigação criminal.
Você viu que o foco maior das regras está voltado para o respeito à dignidade das
pessoas e à legalidade dos atos investigatórios. O legislador chega ao extremo
quando determina que o próprio juiz assuma, pessoalmente, algumas diligências.
Resposta pessoal
Orientação
Diz, ainda, a autora, que o emprego do método é que faz com que o conhecimento
seja considerado científico. Para ela, são três os elementos que formam a base da
investigação científica e caracterizam o conhecimento como ciência: a teoria, o
método e a técnica.
Formulação do problema
Para iniciar uma investigação não basta um fato que sugira a prática de um crime. É
preciso que o investigador, tal qual o cientista, de forma reflexiva, formule
indagações.
Segundo John Dewey, citado por Copi (1981, p. 392), “todo pensamento reflexivo –
termo que inclui tanto a investigação criminal quanto a pesquisa científica – é uma
atividade de resolução de problemas”. A conclusão de Copi (1981, p. 392 ) é de que,
“antes que o detetive ou o cientista metam ombros a uma tarefa, tem que sentir
primeiro a presença de um problema”.
Usando esse herói dos contos policiais, Copi (1981, p. 392), descreve uma visita que
o Dr. Watson fizera a Holmes numa época de Natal quando o viu utilizando uma
lente e pinças para examinar antiga cartola, sem brilho, rasgada em muitos lugares e
de uso impossível. Depois das saudações, Holmes disse ao intrigado Watson,
referindo-se à sua estranha tarefa: “Peço-lhe que não encare este objeto como uma
velha cartola, e sim, como um problema intelectual.”
O certo é que aquela cartola os levou a uma das suas mais interessantes aventuras
que não teria existido se o detetive Holmes não a tivesse visto, desde o princípio,
como um problema.
Problema
Leia o caso:
O cadáver de uma mulher jovem é encontrado no aterro sanitário que fica fora da
área urbana. Estava sem a cabeça e as duas mãos que tinham sido decepadas. Junto
ao corpo, também decepados, estavam os membros inferiores da vitíma.
Na prática...
Exemplo: Houve um homicídio. O crime não ocorreu no local onde foi encontrado o
cadáver.
Para se iniciar uma investigação séria, diz Copi (1981, p. 395) que a hipótese
preliminar é tão importante quanto a existência do próprio problema.
É certo que as informações iniciais quase sempre são insuficientes para a apuração
total do caso. Mesmo a situação em que há prisão em flagrante do autor, sempre
requer investigação complementar.
O investigador não poderá se deixar conduzir apenas pela obviedade dos fatos, mas
analisar com cuidado cada uma das informações.
A elaboração de uma hipótese envolve um processo criador que tem suporte tanto
na imaginação como no conhecimento do investigador. Esse processo poderá
receber estímulos da percepção e de observações feitas no contexto do fenômeno.
Na prática...
Volte ao caso.
O investigador, ao se deslocar, provavelmente, baseado nos conhecimentos
acumulados com estudos e fatos anteriores, irá formular suas primeiras hipóteses.
Por exemplo, poderá considerar que, em situação parecida, havia um crime
Curso Investigação criminal 1– Módulo 5
SENASP/MJ - Última atualização em 31/10/2008
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passional como explicação.
Fontes de hipóteses
Aplicando essa teoria das fontes de hipóteses à investigação criminal, certo é que
para formular uma possibilidade sobre a ocorrência do delito, o investigador deverá
considerar as informações conhecidas, suas experiências profissionais, o
conhecimento acadêmico adquirido, sua capacidade de intuir, dosando tudo isso
com uma visão global e crítica do contexto.
A boa hipótese permitirá que o investigador passe dos fatos iniciais para outros
novos fatos em que a existência só foi possível de verificar com a hipótese
preliminar.
A constatação é de que o suspeito fora visto, tarde da noite, colocando uma caixa
pesada no porta-malas de seu veículo. Fato comprovado pelo vídeo das câmeras do
circuito interno do prédio.
Que outra hipótese você formularia com base nessas variantes diante do fato em
questão?
Uma busca constatou que estava na lixeira do prédio onde reside o suspeito e
dentro dela uma faca suja de sangue.
Naturalmente, o investigador não quer apenas uma explicação dos fatos. Por uma
questão legal sua missão também é apontar o autor do delito. Toda a teoria
construída terá que ter uma aplicação prática para apontar o autor, dizer onde
poderá ser encontrado e submetido a julgamento.
Conclusão
Não há dúvida de que a investigação criminal busca um conhecimento que é a
prova de um delito, de sua autoria e de como aconteceu. Esse conhecimento tem
base em três elementos: a teoria, o método e a técnica que dão característica ao
conhecimento científico.
Como processo científico a investigação criminal merece ser respeitada como tal
sendo executada por profissionais com postura de verdadeiros cientistas.
No próximo módulo, será feita uma abordagem do perfil desse profissional cientista
da investigação criminal.
Resposta pessoal
Orientação
1. Método científico.
2. Fonte da hipótese.
3. O problema da investigação.
4. Hipótese.
Gabarito:
2. 2-1-4-3
3. Intuição, observação, teorias e resultado de outras pesquisas.
Segundo consta em uma das apostilas da Academia de Polícia Civil do DF, o escritor
inglês Frederick Forsyth, em seu livro “O dia do Chacal”, traçou o perfil de um
investigador quando se referiu ao inspetor Claude Lebel, que dizia saber ter sido
sempre um bom policial, lento, preciso, metódico, infatigável. Era conhecido na
polícia judiciária como esquisitão, um homem metódico que detestava publicidade
e se furtava a dar as entrevistas coletivas.
No que diz respeito à primeira pergunta, o primeiro módulo do curso o levou a essa
reflexão. Como diz Balestreri (2002), “o policial é um ator social envolvido
Curso Investigação criminal 1– Módulo 6
SENASP/MJ - Última atualização em 13/02/2009
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diretamente nas cenas de construção da realidade; é um protagonista de direitos e
de cidadania; o policial é um pedagogo; o policial é, antes de tudo, um cidadão.”
Citado por Cordeiro e Silva (2005, p. 42), o educador francês Perrenoud, diz que:
Conhecimento diz respeito aos saberes conceituais (se refere a conceitos, leis e
saberes historicamente sistematizados); as habilidades, aos conteúdos de
procedimentos, de como executar os atos da profissão; atitudes, a valores que irão
determinar a tomada de decisão, a ação e reação em diferentes contextos.
Imagine o policial que diante de uma situação crítica, um roubo com grave ameaça
à vítima, por exemplo, não sabe que decisão tomar para contenção e controle da
situação de crise.
Ser pró-ativo;
Ser flexível;
Estar propenso a mudanças;
Curso Investigação criminal 1– Módulo 6
SENASP/MJ - Última atualização em 13/02/2009
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Ter sentido de oportunidade;
Ser aberto à inovação e à criatividade;
Ter atitude de suspeição;
Ter versatilidade;
Ser amistoso;
Ser curioso;
Ser observador;
Ter bom senso,
Ser cauteloso;
Ter paciência; e
Ter persistência.
Estes deverão ser os atributos da postura adotada pelo investigador criminal como
sustentação de suas atitudes diante da situação problema em seu dia-a-dia
profissional.
Atributos fundamentais
Ter atitude de suspeição. O investigador não deve tomar nada como definitivo.
Sempre suspeitar que por trás da informação colhida há outra para ser analisada. Só
assim terá motivação para dinamizar a investigação com novas hipóteses.
Ter bom senso. Na avaliação das informações colhidas, é preciso saber discernir
entre o verdadeiro e o falso, para evitar abusos e injustiças.
Naturalmente que não se trata de uma relação que esgote as atitudes necessárias
do investigador nem poderia ser, pois, estando relacionadas com o saber
profissional, sua construção está vinculada também ao conhecimento adquirido.
Atividade
Conclusão
O caráter científico do processo investigatório exige profissionais com perfil que não
mais aquele que valoriza apenas a experiência baseada no erro-acerto desenvolvida
ao longo dos anos sem qualquer respaldo científico.
Resposta pessoal
Orientação
( ) Habilidades do investigador.
( ) Sentido de oportunidade.
( ) Atitudes do investigador.
Gabarito:
2. 4-1-2-3
De nada adianta a impressão digital colhida na cena do crime sem que esteja
contextualizada com os demais elementos para que deixe de ser apenas uma
evidência. O conhecimento da papiloscopia terá que interagir com os demais para
que possa transformar aquele fragmento em representação da situação investigada,
ou seja, em prova.
Esses pontos de vista são formados pelos saberes diversos operados pelos atores da
investigação, em ações interdisciplinares.
Cordeiro e Silva (2005) fazem clara abordagem sobre o tema de forma aplicável ao
processo da investigação.
A descrição do fato em si, feita no boletim de ocorrência, não oferece uma resposta
exata sobre o tipo de delito que fora praticado. Para consolidar essa percepção, os
mesmos autores remetem à seguinte reflexão:
Aula 3 - Interdisciplinaridade
Saiba mais...
Você pôde perceber que a produção da prova não é linear, mas uma rede complexa
de saberes que interagem e se complementam. Esse processo é incompatível com a
fragmentação tradicionalmente encontrada na apuração da prova. Aqui,
fragmentação é concebida como dissociação, falta de diálogo e falta de unidade
sistêmica dos conhecimentos.
Saiba mais...
Metodologias de interação
Para que haja diálogo entre os investigadores terão que ser adotados alguns
procedimentos metodológicos que concebam técnicas para romper os filtros que
impedem a conexão entre eles.
A investigação criminal é uma realidade que só pode ser entendida com uma
abordagem interdisciplinar.
Coordenação técnico-processual; e
Conclusão
Resposta pessoal
Orientação
Na prática, cada ator que participa da investigação criminal tem um ponto do delito
Curso Investigação criminal 1– Módulo 7
SENASP/MJ - Última atualização em 09/07/2009
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sob análise para ser explicado de acordo com a especialidade de seu conhecimento.
Os peritos buscam analisar as informações matérias (vestígios), enquanto os
investigadores cartorários buscam analisar as informações subjetivas (testemunhos).
Juntos, os resultados terão que explicar o mesmo fato de forma convergente e
complementar.
Gabarito:
Para outro processualista, Tourinho Filho (2003, p. 476), “provar é, antes de mais
nada, estabelecer a existência da verdade”.
Para Malatesta ([s.d.], p. 19), “a prova é o meio objetivo pelo qual o espírito humano
se apodera da verdade”.
O que é a verdade?
O citado autor, filósofo jurista da virada do século XIX para o século XX, aplica a
ideologia no sentido de pensamentos teóricos desenvolvidos a partir de fatos
sociais. Segundo ele, a verdade buscada na investigação dos delitos, adequando a
uma linguagem atual, seria a conformidade dos referenciais teóricos do
investigador com a realidade retratada pela ordenação lógica dos vestígios colhidos
pela investigação.
Objeto da prova
Não há uma hierarquia entre as provas. O valor da prova é determinado pela sua
harmonia com as demais, portanto não há método de investigação mais importante
que o outro. A investigação técnico-científica e a cartorária se complementam.
É como um jogo de quebra-cabeça onde cada peça da prova terá que ser
devidamente encaixada entre as demais, completando o todo. Isso significa que o
depoimento de uma testemunha que narra uma circunstância deverá se adequar ao
vestígio deixado como prova do fato descrito. Daí a importância da interação entre
os investigadores, conforme visto no módulo que aborda a interdisciplinaridade da
investigação criminal.
Provas complementares
Ocorre que aplicar a pena não é tarefa simples, pois requer metodologia que
possibilite sua adequação à medida certa da culpa do infrator. Ninguém pode pagar
além do que deve. Nesse contexto estão envolvidos preceitos constitucionais que
dão garantia ao exercício pleno da cidadania e à subsistência do processo
democrático.
Código Penal
Novamente a Carta Política Brasileira impõe princípio para a coleta da prova. Diz a
Constituição Federal:
[...] LVI - São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
Veja que o valor político dado à prova como elemento de convicção do juiz, dentro
do contexto de aplicação da pena na medida certa, é fator de séria reflexão para o
investigador da prova criminal.
Todas essas informações são fatores que contribuem para a dosimetria da pena pelo
juiz.
Mingardi (2005) ainda diz: qualquer que seja a prova, material, testemunhal ou uma
confissão, os responsáveis pela investigação têm de poder demonstrar que:
Os arquivos dos tribunais estão cheios de casos em que a polícia desenvolve todo o
processo de investigação, enchendo o inquérito com informações tidas como prova
da verdade do fato e o resultado é a absolvição do acusado, não por falta de provas,
mas por dúvidas na legitimidade de sua coleta.
Uma análise histórica dos casos que pautaram as colunas policiais dos jornais
mostrará algumas dezenas deles.
Nesse caso, a polícia encontrou uma cena de crime completa: sangue, peças de
vestuário, pegadas e uma trilha de sangue que revelava o caminho seguido pelo
criminoso.
É evidente que se ele fosse um “João Ninguém” teria sido condenado, mas isso não
altera o fato que a promotoria perdeu o caso porque não conseguiu estabelecer
uma sólida cadeia de evidências.
Conclusão
Neste módulo, você viu que não basta colher a prova, mas preservá-la de qualquer
contaminação.
A contaminação mais danosa é a da ilegalidade pois esta poderá ter reflexo em todo
o processo com prejuízos irreparáveis.
Aspecto importante nesse tema dez respeito à custódia dos vestígios. A cadeia
dessa guarda adequada, permitirá que o juiz ou as partes possam avaliar se as
provas foram colhidas de forma lícita e se elas são frutos da investigação,
eliminando a sensação de que tenha surgido do nada pondo em dúvida o caráter
científico do processo.
Conclusão do curso
A proposta desse curso foi colocá-lo diante dos elementos que fundamentam a
investigação criminal. Como você viu, a investigação da prática de um delito
obedece todo um processo com os mesmos fundamentos da investigação científica.
Não há mitos. Não há milagres. A apuração de um delito exige do investigador a
mesma postura do cientista. A mesma capacidade de percepção do problema,
formulação e verificação de hipóteses.
Foi visto que essa percepção depende da aplicação de princípios que implicam no
resultado da busca de comprovação das circunstâncias e autoria de uma prática
delituosa.
Também não basta adotar a postura do cientista para colher a prova da prática de
um crime, essa prova terá que se prestar para ser validada no processo como tal. Ela
precisa ser cuidada desde o primeiro momento de sua análise. Precisa ser valorizada
com a regularidade de sua coleta e guarda, para que possa ser demonstrada na
investigação dentro de uma cadeia lógica e lícita de informações sobre a ocorrência
do delito.
Curso Investigação criminal 1– Módulo 8
SENASP/MJ - Última atualização em 13/02/2009
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A segunda parte do curso “Investigação Criminal” abordará o aspecto prático da
investigação mostrando os métodos e técnicas básicas para a regular coleta de
provas do delito, das circunstâncias e autoria.
Também não basta adotar a postura do cientista para colher a prova da prática de
um crime, essa prova terá que se prestar para ser validada no processo como tal. Ela
precisa ser cuidada desde o primeiro momento de sua análise. Precisa ser valorizada
com a regularidade de sua coleta e guarda, para que possa ser demonstrada na
investigação dentro de uma cadeia lógica e lícita de informações sobre a ocorrência
do delito.
Filmes recomendados
“O NOME DA ROSA” (The Name of the Rose, ALE/FRA/ITA 1986), direção de Jean
Jacques Annaud. Elenco: Sean Conery, F. Murray Abraham, Cristian Slater. 130 min,
Globo Vídeo.
Textos recomendados
FERRO JR, Celso Moreira; DANTAS, George Felipe de Lima. A descoberta e a análise
de vínculos na complexidade da investigação criminal moderna.
Curso Investigação criminal 1– Módulo 8
SENASP/MJ - Última atualização em 13/02/2009
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http://www.mj.gov.br/main.asp?Team=%7B21F842C5%2DA1C3%2D4460%2D8A48
%2D83F441C4808C%7D
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Resposta pessoal
Curso Investigação criminal 1– Módulo 8
SENASP/MJ - Última atualização em 13/02/2009
Página 14
Orientação