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Modalidade de Curso
Curso Livre de Capacitação Profissional
O aluno com deficiência mental tem uma maneira própria de lidar com o
conhecimento que não corresponde ao que a escola dinamiza. Presa ao
conservadorismo e à estrutura de gestão dos serviços públicos educacionais, a
escola, como instituição, continua norteada por mecanismos elitistas de promoção
dos melhores alunos em todos os seus níveis de ensino e contribui para aumentar
e/ou manter o preconceito e discriminação em relação aos alunos com deficiência
mental.
É importante saber que os limites entre deficiência mental propriamente dita e outras
categorias, como a de atraso evolutivo ou dificuldades gerais de aprendizagem, não
são marcantes, nítidos; são fronteiras móveis e mal definidas, de modo que apenas
o desenvolvimento da pessoa e sua resposta à intervenção educativa permite, com
o tempo, discernir a deficiência mental permanente de outros possíveis atrasos e/ou
dificuldades de caráter transitório ou menos generalizado. A deficiência mental
constitui uma condição permanente, embora não imutável. Por isso é correto incluir
a deficiência mental na seção das necessidades educativas especiais de caráter
permanente, ainda que o desafio do educador consista justamente em tratar de
mudar para melhor o grau da capacidade deficiente do educando.
seu comportamento e em suas relações como também em seus afetos, nos diversos
aspectos de sua vida e de sua conduta. Uma pessoa com déficit cognitivo tem uma
particular dificuldade para desenvolver comportamentos auto referidos, relativos a si
mesmo, e que implicam uma “reflexão” pelo menos física, corporal, mas sobretudo
mental: auto observar-se, autoconhecer-se e cultivar a autoconsciência. A pessoa
com deficiência mental tem dificuldades especiais em adquirir conhecimentos. Suas
dificuldades parecem ter a ver com todos os processos cognitivos e os parâmetros
de inteligência.
Fernandes apud Glat (2007) cita o sistema de apoio proposto pela AAMR
(Associação Americana de Retardo Mental) cuja principal função é criar recursos e
estratégias que possam promover o desenvolvimento, a educação, os interesses e o
bem-estar da pessoa com deficiência mental. Esses apoios são divididos em
naturais e de serviços.
De acordo com Glat (2007) os apoios naturais e de serviços podem ser classificados
em quatro níveis em função de sua necessidade e intensidade:
A PRÁTICA PEDAGÓGICA
Na verdade, não corresponder ao esperado pela escola pode acontecer com todo e
qualquer aluno, mas os alunos com deficiência mental denunciam a impossibilidade
de a escola atingir esse objetivo, de forma tácita. Eles não permitem que a escola
dissimule essa verdade. As outras deficiências não abalam tanto a escola comum,
pois não tocam no cerne e no motivo da sua urgente transformação: considerar a
aprendizagem e a construção do conhecimento acadêmico como uma conquista
individual e intransferível do aprendiz, que não cabe nos padrões e modelos
idealizados.
Stainback e Stainback apud Glat (2007) diz que, ao receber alunos com NEE em
suas classes as escolas deverão analisar algumas questões tais como:
SURDEZ
CARACTERÍSTICAS GERAIS
genética. Deve-se levar em conta que apenas 10% das pessoas surdas têm pais
surdos. Marchesi (2004) afirma que há menor probabilidade de encontrar um
transtorno associado à surdez, quando sua origem é hereditária.
Glat (2007) diz que diante dessa constatação, a inadequação do sistema de ensino
e o despreparo do professor para implementar ações apropriadas junto a esse
alunado passam a ser pontos a ser considerados. Pois, se os alunos surdos
apresentam capacidades cognitivas similares aos ouvintes, por que uns
desenvolvem menos habilidades acadêmicas? Será devido à sua dificuldade de
comunicação verbal? Ou o tipo de ensino que lhes têm sido oferecido? Como
atender os alunos surdos numa concepção de educação inclusiva? Trataremos
abaixo das abordagens comunicativas mais utilizadas no trabalho com surdos.
ABORDAGENS COMUNICATIVAS
Gestual: a língua de sinais tem sido cada vez mais reconhecida como um meio de
comunicação natural e primordial entre surdos. Cada grupo desenvolve sua língua
de sinais, a qual possui a sua própria estrutura e gramática através do canal de
comunicação visual. No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS foi
considerada a língua oficial da pessoa surda a partir da publicação da Lei nº 10.436
de 24 de abril de 2002.
Lacerda apud Glat (2007) apresenta o bilinguismo como uma outra tendência. De
acordo com Lacerda apud Glat (2007) o bilinguismo entende a língua de sinais como
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própria dos surdos, sendo essa, então, aprendida primeiro, mas propõe o contato,
também, com a língua falada, majoritária do seu grupo social.
Para contribuir com esta discussão o texto do MEC (2006) apresenta algumas
diretrizes para esse trabalho, com base no paradigma da educação inclusiva.
As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial (Res. CNE nº 02/2001) prevê que
a escola poderá contar com serviços de apoio pedagógico especializado, seja sob a
forma de salas de recursos, seja de professores intérpretes ou de apoio fixo nas
turmas que mantiverem alunos surdos, entre outras. Geralmente o apoio
especializado consiste em um trabalho de complementação curricular, que visa ao
enriquecimento das atividades já desenvolvidas em sala de aula, para as quais o
aluno surdo apresente maiores dificuldades e necessidades de um trabalho mais
aprofundado. Há alguns casos em que se pode dispor de um professor de apoio, fixo
em sala de aula, que poderá ser o mesmo da sala de recursos, desde que tenha
previsto em seu cronograma momentos de atendimento coletivo das turmas em que
alunos surdos estiverem incluídos.
Glat (2007) nos aponta algumas estratégias de ensino mediadoras para o processo
de alunos surdos incluídos em turmas comuns, as quais sintetizamos abaixo:
Quanto ao professor em relação ao aluno surdo:
É importante também atentar para o fato de que embora sabendo ler (ver o
significante, a letra). Os alunos surdos muitas vezes não entendem o significado
daquilo que leram, sendo necessário “traduzir”, trocar ou simplificar a forma da
mensagem (GLAT, 2006, p. 108). Quanto à interação entre alunos:
O trabalho com surdez deve ser desenvolvido em um espaço que utilize a Língua de
Sinais e a Língua Portuguesa. Neste tipo de atendimento destacam-se três
momentos distintos:
Para facilitar o trabalho com alunos com deficiência física, faz-se necessário que os
profissionais que atuam em seu processo pedagógico conheçam a diversidade e a
complexidade dos diferentes tipos de deficiência física. Esse conhecimento é
necessário ao docente para ajudá-lo a elaborar estratégias de ensino de forma a
desenvolver programas pedagógicos que focalizem o potencial dos alunos e não
suas limitações.
Neste contexto, atitudes de não aceitação dos grupos sociais e das famílias, muitas
vezes levam a pessoa com deficiência a assumir posturas indesejáveis e
excludentes como o isolamento, colaborando assim, para dificultar a sua inclusão no
ambiente escolar.
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Segundo texto do MEC (2006) grande parte das crianças que têm deficiências
físicas é beneficiada com somente algumas modificações no ambiente físico, nos
materiais e equipamentos utilizados para a atividade escolar.
Wilson (2006) sugere algumas adequações que são comumente mais necessárias,
as quais passaremos a descrever.
6. portas largas.
Como com qualquer outro aluno, o professor deverá estar atento ao processo de
ensino e aprendizagem, para identificar as necessidades peculiares do aluno com
deficiência física. Crianças com lesões cerebrais às vezes apresentam dificuldades
nas funções perceptuais, tais como discriminar cor, forma, número, tamanho,
natureza e semelhança de objetos. Neste caso, deve-se acrescentar objetivos
educacionais para esse aluno em particular, com os correspondentes conteúdos de
estimulação psicomotora.
Em relação à avaliação, Glat (2007) afirma que não existem fórmulas nem
programas preestabelecidos quando se deixa o paradigma da classificação por
deficiência para abraçar a abordagem da Educação Inclusiva e seus conceitos de
resposta educativa e necessidades educacionais especiais.
Estes recursos humanos possibilitam aos alunos com deficiência física a autonomia,
a segurança e a comunicação, para que eles possam ser inseridos em turmas do
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A deficiência visual inclui dois grupos de condições distintas: cegueira e baixa visão.
A baixa visão muitas vezes passa despercebida aos pais, manifestando-se com
frequência, no momento em que aumentam, na escola, os níveis de exigência
quanto ao desempenho visual da criança, para perto.
Canejo apud Glat (2007) afirma que com atendimento educacional adequado e
acesso a programas e serviços especializados de reabilitação, a falta, perda ou
diminuição acentuada da visão, não significa a impossibilidade de uma vida
independente, plena e produtiva.
Sintomas:
Condutas do Aluno:
purgações e terçóis;
estrabismo;
piscar excessivamente;
crosta presente na área de implante dos cílios;
franzimento da testa ou piscar contínuo, para fixar perto ou longe;
dificuldade para seguimento de objeto;
cautela excessiva ao andar;
tropeço e quedas frequentes;
desatenção e falta de interesse;
inquietação e irritabilidade;
dificuldade para leitura e escrita;
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Em relação à educação escolar do aluno de baixa visão, Glat (2007) nos diz que é
fundamental que o professor tenha conhecimento de como a criança vê, sendo
imprescindível a orientação por um oftalmologista especialista. A partir desta
avaliação é que se poderá traçar o planejamento da aprendizagem e definir as
ampliações necessárias, tipo de letra e corpo, os contrastes que podem ser feitos,
estabelecendo-se estratégias pedagógicas de estimulação da visão residual.
O resíduo visual precisa sempre ser estimulado e este é um processo que não se dá
apenas no âmbito dos serviços de estimulação e reabilitação, mas também por meio
das atividades de sala de aula. Quanto mais a criança for estimulada a ver, por meio
de materiais e recursos adequados, mais ela terá domínio de seu potencial de visão.
As informações que serão expostas abaixo foram retiradas do texto do MEC (2006).
Telessistemas;
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ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
Lupas de régua;
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ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
Lentes bifocais;
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
O professor deve ajudar o aluno a buscar a melhor posição e distância para facilitar
a cópia da lousa, além de organizar o campo gráfico da lousa em relação à
necessidade do aluno.
O aluno que teve a catarata operada precocemente e com boa correção óptica
dificilmente necessitará de ajudas adicionais. Nos casos de altas correções ópticas,
há necessidade de grande aproximação do material a ser lido, o que pode acarretar
cansaço e estresse na leitura.
O que deve ficar claro é que, no caso da educação de crianças cegas, independente
da concepção pedagógica ou linha metodológica adotada pela escola, não se pode
negligenciar o desenvolvimento integral, a utilização de técnicas e recursos
específicos fundamentais ao êxito e eficácia do processo de aprendizagem da leitura
e escrita, pelo sistema Braille.
É geralmente na fase pré-escolar, que vai dos 4 aos 6 anos, que se procura dar
grande ênfase ao desenvolvimento de um conjunto de habilidades que são
importantes para a leitura e a escrita no sistema Braille.
Glat (2007) salienta que, em grande parte dos sistemas de ensino no nosso país as
crianças cegas são alfabetizadas em escolas especiais ou classes especiais em
escolas regulares, com apoio ou não de salas de recursos e professores itinerantes,
entretanto, nas escolas onde o processo de inclusão já segue mais adiantado, esses
alunos são matriculados diretamente na classe comum, sendo alfabetizados,
paralelamente no sistema Braille, na sala de recursos.
Entretanto:
Após estar alfabetizada, a criança deve frequentar o ensino regular contando com o
apoio dos Centros de Atendimento Especializado e do professor itinerante cuja
função é fornecer material em Braille ou ampliado, material em alto relevo e
quaisquer outras adaptações que se fizerem necessárias. Desta forma o aluno,
dotado dos recursos necessários à sua aprendizagem deverá ser integrado
totalmente pelo professor nas atividades rotineiras de sala de aula.
CONCLUSÃO
significa que não é o aluno que se molda ou se adapta à escola, mas a escola
consciente de sua função, que coloca-se à disposição do aluno.
Carvalho (2005) nos diz que a inclusão educacional exige que expliquemos
dificuldades escolares não só tendo os alunos como foco, mas considerando-se as
limitações existentes em nossos sistemas de ensino e em nossas escolas.
Click e Assista
https://www.youtube.com/watch?v=w8EDNWyJKg0
https://www.youtube.com/watch?v=ZA3vVnvf_uM
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, Brasília, MEC -
2008.
FIERRO, A. in COLL, César; MARCHESI, Álvaro e PALACIOS, Jesus (orgs) Desenvolvimento psicológico e
educação - 2. ed. - Porto Alegre: Artmed, 2004
GLAT, Rosana (org) Educação Inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 7 letras, 2007.
MARTINS, José de Souza. Exclusão social e a nova desigualdade. São Paulo: Paulus, 1997.
PATTO, Maria Helena Souza, in MARTINS, José de Souza. Exclusão social e a nova desigualdade. São
Paulo: Paulus, 1997.
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RODRIGUES, Davi; KREBS, Ruy; FREITAS, Soraia (orgs) Educação Inclusiva e Necessidades Educacionais
Especiais. Santa Maria, Ed. UFSM, 2005. p. 277.
SILVA, Adilson Florentino da. A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais:
deficiência física. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2006.