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21.08 Educ No Brasil
21.08 Educ No Brasil
Os ideais de uma educação humanista foram abandonados. Condorcet, no século XVIII, já pregava
uma instrução pública que tornasse os indivíduos críticos e defensores dos seus direitos, tornando-os
capazes de realizar a igualdade política e que também os ajudassem a desenvolver completamente seus
talentos. Pensando nisso, ele sugeriu ao Comitê de Instrução pública, em 1792, uma educação voltada à
formação integral do homem. Rousseau, tal como Condorcet, em seu pensamento sobre educação,
valorizava a dimensão humana e política, buscava não só formar o homem, mas também os cidadãos.
Kant considerava a educação como o grande segredo para o aperfeiçoamento da humanidade, pois ela
deveria preparar os indivíduos para a autonomia de pensamento, para a moralidade e a cidadania. Os
iluministas, de modo geral, acreditavam que o homem como construtor da cultura deveria ser capaz
discernir, avaliar e agir com autoconsciência para modificar sua própria vida e da existência social como
um todo. Para eles, promover a felicidade e a dignidade humana deveria ser o fim último da educação. A
educação é a única forma de criar indivíduos pensantes e autônomos, pois ela desenvolve a capacidade
de reflexão e julgamento da realidade, isto é, desenvolve a capacidade de informação e entendimento
para uma análise e avaliação da sociedade em que vivem. Ela prepara os indivíduos para a não
aceitação, a manifestação, o afrontamento e a revolta. Ensina-os a romper com as maneiras de ver, sentir
e compreender as coisas. A escola sempre foi considerada o espaço de exercício da liberdade e da
cidadania, pois ali se adquire atitudes, valores, orientações e espírito crítico. É um espaço
eminentemente político, que deveria fomentar a liberdade individual e coletiva, possibilitando as
mudanças sociais necessárias para a felicidade humana. Contudo, em nossa época, a escola reproduz os
valores, o imaginário e as condições sociais dominantes do sistema cultural. A educação tornou-se
apenas o meio pela qual o sistema de domínio social se constitui, se mantém e se perpetua. O objetivo
do presente texto é entender como a reestruturação produtiva ,aqui no Brasil, tem fortemente
influenciado os rumos do ensino. Trata-se de demonstrar que a influência do empresariado e do capital
nas políticas pedagógicas é perniciosa para a educação. Se há um culpado pela má qualidade do ensino,
isso se deve as políticas públicas de educação implantadas nos governos neoliberais.