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CAUSAS DA DEFICIÊNCIA

 
Durante a Gravidez No Nascimento Após o Nascimento

Síndromes; Hipotireoidismo
Congênito; Distrofia
Genéticas e Congênitas    
Muscular; outras más
formações.
Meningite; Sarampo;
Rubéola; Sífilis e
Infecciosas Infecção Hospitalar Paralisia Infantil;
Toxoplasmose
Caxumba e outros.
Amoxia; Traumas
Cranianos; Fórceps;
Acidentes de Trabalho,
Quedas; Traumatismos; Lesões Nervosas;
Automobilísticos,
Mecânicas Tentativa de Aborto; Partos Dificuldade de
Quedas, Agressões
prematuros; e Hemorragias. adequação do pulmão ao
físicas
nascer passando do meio
aquático ao aéreo.
Fogo, Soda,
Físicas Raio X; Radioterapia  
Instrumentos Cortantes
Medicamentos,
Medicamentos,
Medicamentos, Drogas, Alimentos
Tóxicas Oxigenaterapia (não
Álcool/Fumo contaminados, Produtos
controlada)
de limpeza
*Desnutrição; Anemia;
Má Alimentação *Desnutrição; Anemia  
Problemas metabólicos
Hipertensão; Fator RH, *Prematuridade, Erros
Outras Diabetes, Problemas metabólicos; Dificuldade
Cardíacos respiratória; Icterícia

ALGUMAS DEFICIÊNCIAS

Eritroblastose Fetal ou Doença Hemolítica do Recém Nascido

O que é?
Incompatibilidade sangüínea (fator Rh) entre o sangue materno e o sangue fetal.
Causas
A) Uma mulher Rh(-), casada com um homem Rh(+) poderá ter um filho Rh(+);
B) Durante o período de gestação há uma estreita comunicação entre a mãe e o filho através da
placenta; C) Acidentalmente podem ocorrer hemorragias na placenta e há passagem dos glóbulos
sangüíneos do sangue do filho para a circulação materna;
D) As hemácias do filho, portadores do fator Rh(+), irão sensibilizar a mãe e esta produzirá anticorpos
que passarão para a circulação do filho, onde destruirão sua hemácias, originando a doença.

Conseqüências
O casal cuja mãe possui Rh(-) terá probabilidade de gerar uma criança com Rh(+) a qual poderá ser
portadora de doença Hemolítica do recém nascido ou Eritroblastose Fetal com as seguintes
conseqüências:

O feto poderá falecer na gestação ou após o nascimento. Pode resultar, ainda, em recém nascido
gravemente ictério e que a deficiência mental é um acompanhante possível, além de surdez e de
paralisia cerebral (Resultado de Kernicterus).

Tratamento

A gravidade da enfermidade depende do grau de sensibilização da mãe. O primeiro e o segundo filho,


gerados nas condições especificadas anteriormente, podem ser pouco afetados, mas em gestações
seguintes, nas mesmas circunstâncias a mãe irá sendo sensibilizada gradualmente e isto terá aumento
do grau de danos causados ao filho. Em casos em que a criança nasce afetada pela doença pode-se
fazer uma transfusão total de seu sangue. Usa-se neste caso, sangue Rh(-), pois este tipo, não tendo o
antígeno, não é destruído pelos anticorpos presentes no recém nascido. Após um certo tempo, as
hemácias Rh(-) recebidas são totalmente substituídas por outras Rh(+) produzidas pela criança. Não
havendo mais o risco de sua destruição, pois agora a criança não terá mais os anticorpos que recebeu
de sua mãe.

Dispões-se agora de um recurso adicional para as mulheres Rh(-) cujos maridos tem sangue Rh(+).
Utilização de glamaglobulina anti Rh para bloquear o processo de sensibilização que produz anticorpos
contra o sangue Rh(+) incompatível do bebê. A sua administração imediatamente após o nascimento do
bebê Rh(+) fornece a mãe uma dose passiva temporária de anticorpos que destroem quaisquer células
sangüíneas Rh(+) que passam penetrar na corrente sangüínea materna e afetar o bebê na gestação. Isso
impede que a mãe produza anticorpos permanentes.
Outros métodos são os espectrofotométricos para o exame do líquido amniótico, que determina a
gravidade da condição, o uso de transfusão no nascimento. A instituição do parto prematuro nos casos
críticos ao uso da glamaglobulina, têm contribuído para reduzir o retardamento mental, a surdez e a
paralisia cerebral.

Nos casos em que o filho é Rh(-) e a mãe Rh(+) não há problema, porque a produção de anticorpos pela
criança só inicia cerca de seis meses após o nascimento. Devemos salientar que existem, ainda, outros
sistemas de grupos sangüíneos na espécie humana.

Incidência

Estima-se que a incompatibilidade do fator Rh seja a causa do retardamento mental de 3% à 4% dos


portadores de deficiência mental institucionalizados.
Calcula-se haver um caso em cada 150 à 200 nascimentos.

Fenilcetonúria

O que é?

É hereditária e se caracteriza pela falta de uma enzima em maiores ou memores proporções,


impedindo que o organismo metabolize e elimine o aminoácido fenilalanina. Este, em excesso no
sangue é tóxico, atacando principalmente o cérebro e causando deficiência mental.

Causas

Defeito Congênito de metabolismo. Alta taxa de fenilalanina.

Conseqüências

Deficiência mental irreversível.


Convulsões, Problemas de pele e cabelo.
Problemas de urina e até invalidez permanente.

Tratamento

Controle alimentar com dieta especial à base de leite e alimentos que não contenham fenilalanina, sob
rigorosa orientação médica, para que o bebê fique bom e leve uma vida normal.
Incidência

Estima-se que um em cada 10 mil recém-nascidos é portador de fenilcetonúria.

Hipotireoidismo Congênito

O que é?

É hereditário, causado pela falta de uma enzima, impossibilitando que o organismo forme o T4,
hormônio tireoidiano, impedindo o crescimento e desenvolvimento de todo o organismo inclusive do
cérebro, sendo a deficiência mental uma de suas manifestações mais importantes.

Causas

Defeito Congênito do metabolismo.


Falta de hormônio de tireóide.

Conseqüências

Deficiência mental, convulsões, problemas de pele, de cabelo e de urina e até invalidez permanente.

Tratamento

Administração de hormônios tireoidiano, sob rigoroso controle médico, para que o bebê fique bom e
tenha vida normal.

Incidência

Estima-se que um em cada 3 mil recém-nascidos é portador de hipotireoidismo congênito.

DOENÇAS QUE CAUSAM DEFICIÊNCIA

Algumas doenças que causam deficiências visuais, levando até a cegueira

- Tracoma.
- Oftalmia neonatorum (causado pela falta de cuidados no pós-parto).
- Xeroftalmia causada pela falta de vitamina A e agravada pela desnutrição.
- Fibroplasia retrolental: causada pela alta concentração de oxigênio nas incubadoras.

DOENÇAS QUE CAUSAM DEFICIÊNCIA


Doença Cilíaca

O que é?

A Doença Celíaca, também conhecida como capra ou enteropatia glúten-induzida, é uma doença na
qual a parte interna do intestino delgado (mucosa) é lesada após ingestão de glúten, proteína
encontrada no trigo, na cevada, na aveia e no centeio. Desconhece-se o mecanismo como o glúten, que
é inofensivo à maioria das pessoas, provoca lesão na mucosa intestinal de pessoas com esta doença.
Atualmente evidências indicam que as proteínas contidas no glúten desencadeiam uma reação
imunológica em lesão da mucosa intestinal. Sabe-se atualmente que 5-10 % dos parentes próximos do
paciente celíaco possuem chance de desenvolver esta doença. Este fato aliado ao do sistema
imunológico ser controlado parcialmente pela hereditariedade, fez com que se levante a hipótese de
que a doença celíaca é uma condição genética cuja expressão clínica depende de um fator ambiental
que é a presença do glúten na luz intestinal. Após exposição ao glúten, a lesão intestinal pode se
desenvolver dentro de poucos meses ou então anos. Esta lesão, com o tempo, acaba destruindo as
vilosidades da mucosa intestinal resultando numa mucosa conhecida como mucosa achatada.

Consequência

As enzimas digestivas se perdem e os alimentos são mal digeridos provocando diarréia e má-absorção
de nutrientes com conseqüente perda de peso, parada de crescimento. Anorexia, vômitos e
irritabilidade com freqüência acompanham o quadro. Nesta progressão ou por pioras em crises
recidivantes a criança alcança um estado clínico característico da doença celíaca ou seja desnutrição
importante com hipotrofia muscular sendo bastante chamativa a hipotrofia dos músculos glúteos
acompanhada de distensão abdominal e irritabilidade. Esta forma de apresentação da doença celíaca
ou florida representado 25 % dos casos das crianças celíacas atendidas no Ambulatório de
Gastroenterologia do Instituto da Criança. Existem ainda outras formas de apresentação da doença
celíaca, embora menos freqüentes: forma frusta ou oligossintomática (40 % ); atípica ou
monossintomática ( 8% ) e latente. A forma latente é a observada em familiares de pacientes mas
totalmente assintomáticos embora com lesão da mucosa intestinal. Os exames complementares para o
diagnóstico de doença celíaca são: pesquisa de gordura fecal, prova de absorção da axilose, anticorpos
antigliadina anti-endomísio e biópsia intestinal. Todos os exames, com exceção da biópsia intestinal
servem como de triagem da doença. Para o diagnóstico de doença celíaca, a biópsia intestinal é de
realização obrigatória, independente dos resultados dos outros exames. O diagnóstico só deve ser
firmado na presença de lesão histológicas específica da doença celíaca ou seja atrofia vilositária total e
hiperplasia das criptas. O tratamento da doença celíaca consiste basicamente na retirada total e por
toda a vida do glúten. O preparo da dieta não constitui problema culinário nem econômico, pois os
alimentos proibidos são poucos e são muitas as substituições possíveis. A adesão à dieta vai depender
da conscientização da criança e dos familiares, e esse papel cabe ao médico. Os familiares e o próprio
paciente, quando possível, devem ser estimulados a ler os rótulos dos alimentos na busca de alimentos
permitidos, assim como a entrar em constato com Centro de Informações ao Consumidor. A família
deve ainda ser orientada a permitir ou mesmo estimular a criança a participar das atividades sociais e
escolares conscientizando-a de que, apesar das restrições alimentares, a socialização não deve ser
prejudicada.

Um aspecto importante que deve ser enfatizada é a repercussão nutricional secundária à síndrome
disabsorvida apresentada pelas crianças afetadas. A desnutrição, secundária à má absorção intestinal,
pode comprometer não só o desenvolvimento pondo-estatural como o neuropsicomotor. Na nossa
casuística, 92% das crianças afetadas apresentaram desnutrição; 78 % baixa estatura e 56 % atraso do
desenvolvimento neuropsicomotor. Após a instituição da dieta isenta de glúten, observou-se
recuperação tanto do ponto de vista pondo-estatural como neuropsicomotor. Convém frisar que
enquanto o grau de comprometimento físico é diretamente proporcional à duração da doença, o da
recuperação é inversa. Dessa forma, é de extrema importância o conhecimento e o diagnóstico precoce
dessa doença para que o tratamento possa ser instituído sem retardo prevenindo assim as seqüelas
irreversíveis de uma desnutrição grave prolongada.

RISCOS NA GRAVIDEZ

Caxumba e Gravidez

O vírus da parotidite, excepcionalmente, pode ser responsabilizado por lesão cerebral fetal, através de
possíveis complicações, principalmente quando o agente viral em foco atinge o embrião, na fase de
organogênese - primeiras semanas de vida intra-uterina. Hidrocefalia é uma anomalia resultante, causa
de comprometimento cerebral, pela hipertensão que determina, com conseqüência compressão das
estruturas corticais, já in utero. Cardiopatias congênitas têm sido relacionadas com a caxumba
ocorrente durante o período gestacional. A fibroelastose é o defeito mais apontado; insuficiência
cardíaca e cianose são complicações habituais das cardiopatias congênitas, capazes de determinar
lesão cerebral no feto ou no neonato.

Prevenção

Através da vacina antiparotidite, na prática pouco utilizada na infância. Pouca coisa pode ser realizada
na prevenção de lesão cerebral fetal em tal situação; felizmente a caxumba é rara durante o período
gravídico e pouco comprometedora e integridade do concepto.

RISCOS NA GRAVIDEZ
Diabetes Mellitus e Gravidez

O que é

Quando a mulher diabética (diabetes pré-gestacional) engravida, ou quando uma gestante apresenta
hiperglicemia durante a prenhez (diabetes gestacional, estamos diante de uma gravidez de
elevadíssimo risco, tanto para a mãe quanto para o seu concepto.

Utilizando-se a classificação de Priscila White, distinguem-se dois tipos diametralmente opostos de


bebês, frutos de estado diabético inicidente na gestação:

Fetos macrossômicos, grandes para a idade gestacional, geralmente prematuros, de alto risco e
extrema fragilidade - "gigantes de pés de barro" - grandes vítimas de danos neurológicos determinados
por:

- Distúrbios metabólicos habituais e graves (hipoglicemia, hipocalcemia, hipomagnesemia,


hiperbilirrubinemias);

- SAR - síndrome de angústia respiratória, cursante com grave hipoxemia, acidose e disfunções
metabólicas;

- Anóxia intraparto (bebês gigantes - partos prolongados e distócicos); toxemia gravídica é outra causa
associada, fator de anóxia fetal;

- Tocotraumatismos comuns (exemplo: paralisia braquial por encravamento de ombro);


- Infecções freqüentes (elevadíssima predisposição às mesmas, habitualmente bebês prematuros);
- Cardiopatias congênitas, que cursam, muitas vezes, com insuficiência cardíaca e cianose;

Fetos Microssômicos, pequenos para a idade gestacional, de alto risco neurológico.

Os bebês macrossômicos são filhos de mães portadoras de diabetes gestacional, ou de estados


diabéticos dos tipos A, B, e C; os fetos microssômicos, desnutridos (raramente tal fato acontece) são
bebês de mães diabéticas mais idosas, dos tipos D e F, por exemplo.

Prevenção

Detecção precoce, no curso da gravidez, do estado diabético, e acompanhamento multidisciplinar por


clínicos, diabetólogos, obstetras e nutricionistas, com controle rigoroso dos níveis sangüíneos glicídios,
constituem instrumentos que permitem o nascimento de bebês com menores riscos à lesão cerebral.
Ademais, já na sala de parto e berçário, um bom atendimento neonatal complementa as ações
desenvolvidas pela equipe de atendimento gestacional acima referida.

Álcool e Gravidez

O que é

Droga utilizada por Fucs, em passado recente, na detenção do parto prematuro, é causa de
hipoglicemia materno-fetal e, por extensão, responsável por danos cerebrais do perinato, além de
predispô-lo a complicações bronco-aspirativas, por embotamento do seu estado de consciência e
diminuição dos seus reflexos de defesa; tosse e engasgo. Alguns autores têm referido maior
predisposição dos recém-nascidos de mães alcoólatras à síndrome de angústia respiratória, das
membranas hialinas, responsável também por comprometimento neurológico no período neonatal.

Prevenção

Evitar a ingestão de álcool ou pelo menos reduzir o seu uso a um mínimo possível, durante a gestação.
A grávida viciada deve ter seus níveis glicídicos controlados. O recém-nascido receberá do pediatra
cuidados, por quanto passível de apresentar hipoglicemia, síndrome das membranas hialinas e
processos pneumônicos aspirativos.

Anemia Gestacional

O que é

A anemia durante a prenhez é um evento muito freqüente, por deficiência de ferro e/ou ácido fólico.
Caso não seja devidamente combatida, a anemia gestacional privará o feto prolongadamente de
oxigênio - anóxia fetal crônica - com prejuízos físicos e neurológicos para ele; crescimento intra-
uterino retardado é a resultante do processo. A literatura especializada tem se referido a problemas de
fala, aprendizado e comportamentais naquelas crianças geradas em mulheres portadoras de acentuadas
anemias gravídicas.

A anemia aguda é determinada por múltiplas causas (descolamento prematuro de placenta, placenta
prévia etc.) através do próprio estado anêmico abrupto e das complicações maternas: hipotensão e
choque hipovolêmico podem determinar privação repentina de aporte de oxigênio - anóxia aguda,
responsável por casos de lesão cerebral.

Prevenção
A anemia de evolução crônica, gestacional, poderá ser prevenida ou corrigida através da administração
de ferro e ácido fólico, sob forma de medicamentos ou por intermédio de alimentos ricos em tais
elementos.

Drogas e Gravidez

O que é

Todo e qualquer fármaco ou substância química, eventualmente introduzido no organismo materno


durante a gravidez, pode comprometer neurologicamente o embrião feto e por extensão o recém-
nascido.

Ação teratogênica sobre o sistema nervoso é evento freqüente quando as drogas são utilizadas no início
da gravidez - fase de organogênese. O organismo do concepto, nos seus primórdios existenciais, em
momento biológico de multiplicação celular (hiperplasia) e de diferenciação (maturação), é susceptível
à ação teratogênica das substâncias introduzidas. A maioria delas atravessa com facilidade a membrana
de transferência placentária, em períodos posteriores gestacionais também determinando outros tipos
de acometimentos, em sistema nervoso em desenvolvimento. A tragédia desencadeada pelo uso de
Talidomida entre 1956 e 1961 serviu de exemplo doloroso ao mundo perinatal e advertiu toda a Ciência
Obstétrica para o grave risco que representa o uso de drogas durante a gravidez, particularmente no
primeiro trimestre gestacional.

A automedicação, condenável, tão comum no Brasil, sem prescrição médica, particularmente nos
primeiros dias após a ovulação (em momento ainda de desconhecimento do estado gravídico), no
instante mais crítico a nível teratogênico, é causa habitual de anomalias fetais nervosas.

O estudo no ser humano dos efeitos nocivos embrionários e fetais, das diversas substâncias utilizadas
por gestantes, é de dificílima realização, porquanto pesquisas no homo sapiens, por motivos óbvios,
não podem nem devem ser permitidos. Todo o conhecimento acumulado decorre das observações e de
estudos realizados em animais de experimentação, nem sempre passíveis de transposição
(extrapolação) para o ser humano - espécies animais distintas e idades gestacionais díspares às do bebê
constituem óbices, tantas vezes intransponíveis. Os conhecimentos de que dispõe são incompletos e
fragmentados; ademais, o excesso de medicamentos lançados anualmente pelos laboratórios no mundo
inteiro dificultam ainda mais o entendimento farmacocinético, além de gerarem mais preocupação ao
universo perinatal.

A seguir, apenas à guisa de informação, fornecemos a relação de algumas substâncias capazes de


determinar danos localizados no sistema nervoso central do perinato (feto e neonato):
- Estreptomicina - surdez;

- Outros aminoglicosídeos (gentamicina e amicacina) - surdez;

- Aminopterina - hidrocefalia e lesões do tubo neural; v Hidantoína - microcefalia e retardo mental;

- Hexaclorobenzeno - lesão do sistema nervoso central;

- Chumbo - atraso mental e epilepsia;

- Mercúrio - paralisia cerebral;

- Imipramina - anomalias do sistema nervoso central;

- Tiuracil - anomalias do sistema nervoso central;

- Quinina - surdez, etc.

Algumas drogas exercem seu efeito nocivo em outras fases da gravidez; algumas podem comprometer a
vitalidade do neonato, inclusive neurologicamente, em particular quando utilizadas no momento do
parto:

- Ergotamina - convulsões;

- Clorpropamina - hipoglicemia neonatal;

- Tolbutamida - hipoglicemia neonatal;

- Placidil - depressão neonatal e síndrome de privação;

- Anestésicos (bupivacaína, lidocaína e similares) - convulsões neonatais;

- Narcóticos e sedativos - depressão respiratória.

Prevenção

Evitar sempre que possível o uso de medicamentos e outras substâncias químicas durante a gravidez; se
indispensáveis, pelo menor tempo possível e na dose mínima recomendável; substituir sempre uma
droga comprovadamente tóxica ou danosa por outra menos perigosa. Assistência neonatal pronta e
correnta ao bebê deprimido, anômalo ou portador de convulsões, complementa as ações médicas
desejáveis à profilaxia de danos cerebrais neonatais.

Fumo e Gravidez

O que é
Mais de quatro mil químicas já foram detectadas no fumo; algumas já possuem seus efeitos tóxicos
muito bem estudados e conhecidos: nicotina, monóxido de carbono, cianetos e hidrocarbonetos
policíclicos aromáticos - todos extremamente prejudiciais ao feto a nível neurológico.

Em todas as fases do ciclo gestacional, os agentes veiculados ao organismo da criança, através da


fumaça inalada pela grávida fumante, prejudicam o seu desenvolvimento físico e neurológico.

Ao final da prenhez, a membrana de transferência placentária encontra-se mais adelgaçada e mais


permeável à passagem de tais substâncias nocivas.

Mesmo um cigarro apenas diário é capaz de exercer terrível tóxico. Basicamente, os efeitos deletérios
do fumo (cigarro, charuto ou cachimbo) decorrem de:

- Menor oferta de oxigênio ao feto - anóxia anóxica;


- Efeitos tóxicos sobre as células nervosas fetais, lesando-as (anóxia histotóxica) ou, indiretamente,
através de alterações sobre as estruturas placentárias (degeneração, calcificação e senilidade
precoce), causa de menor aporte de oxigênio ao concepto - anóxia anóxica.

Convém assinalar que filhos de mães não-fumantes que convivem com pessoas que possuem o hábito de
fumas pagam preço semelhante, porquanto as gestantes, em tais situações, inalam a fumaça liberada.

O risco neurológico fetal pode decorrer de:

- Crescimento intra-uterino retardado;


- Prematuridade;
- Descolamento prematuro de placenta e;
- Placenta prévia.

Problemas muito comuns na gestante fumante - passiva ou ativa, de poucos ou de muitos cigarros.

O cérebro do bebê vitimado costuma ser menor; distúrbios de comportamento futuros e déficits de
inteligência constituem aspectos graves já comprovados de tais crianças de mães fumantes. A agressão
neurológica costuma ser mais grave em bebês de classe menos favorecidas, decorrência das múltiplas
deficiências de que são "vítimas tais vítimas", principalmente as nutricionais.

A nicotina determina liberação acentuada de adrenalina e noradrenalina, responsáveis por


vasoconstricção útero-placentária (e funicular), baixa perfusão das câmaras intervilosas o sofrimento
fetal, causa de lesão cerebral conceptual.
O monóxido de carbono inalado com a fumaça do fumo possui uma extraordinária afinidade pela
hemoglobina, à qual se fixa firmemente, impedindo hipóxia fetal. A carboxi-hemoglobina forma-se no
sangue do binômio mãe/filho, bloqueando, em última análise, a indispensável oxigenação das células
nervosas fetais.

O cianeto, outra substância tóxica do fumo, através do comprometimento do metabolismo da vitamina


B12 (doze) e da atividade da enzima citocromoxidase, atinge a célula nervosa do feto. Hipertensão
constitui outro aspecto colateral a mencionar, que acomete a grávida, ação nociva do cianeto, causa
de lesão cerebral fetal.

Prevenção

Conscientização da gestante sobre os riscos fetais (e maternos) advindos do uso do fumo; campanhas
de esclarecimento; proibição de uso de cigarro (por exemplo) em locais fechados e outras medidas que
busquem evitar o fumo durante a gravidez, constituem alguns instrumentos necessários à profilaxia da
lesão cerebral do concepto neste caso.

Gravidez na Adolescência

O que é

População crescente em todo o mundo, a adolescência constitui, isoladamente, um fator preocupante


de risco neurológico para os bebês gerados na referida fase etária da vida.

Trata-se de uma grave problema de saúde pública, econômica, social, político e também médico.
Vários problemas incidentes na gravidez, ocorrentes durante a adolescência, colocam em risco cerebral
os bebês:

- Ilegitimidade - gestações não desejadas, ausência de pré-natal etc.;

- Doenças venéreas (sexualmente transmissíveis), causas de danos cerebrais (sífilis, por exemplo);

- Uso de tóxicos (crise da abstinência no período neonatal); v Maiores índices de prematuridade;

- Maiores índices de toxemia gravídica; v Maiores índices de descolamento prematuro da placenta;

- Trabalho de parto prolongado;

- Desproporção céfalo-pélvica - distócias freqüentes, causa de lesão cerebral, de tocotraumatismos


etc.
A anóxia fetal é a resultante indesejável e perigosa; os fidedignos índices de Apgar revelam contagens
mais baixas nos bebês de mães adolescentes, muitas vezes parceiras ou esposas de jovens
desempregados e imaturos.

Abandono, negligência, agressão (síndrome da criança mártir) colocam as crianças em um permanente


risco de sobrevivência e de agravos cerebrais.

Tudo isso é mais verdadeiro nas adolescentes de menos de 16 anos.

Prevenção

Evitar a gravidez na adolescência é tarefa ingente, de responsabilidade de todos nós; uma vez
ocorrida, resta prestar à grávida, ao feto e ao recém-nascido toda a assistência perinatal necessária, a
nível psicológico, médico, econômico e social, condições indispensáveis à profilaxia de lesão cerebral
perinatal.

Radiações Ionizantes e Gravidez

O que é

Raios X, raio grama e outras formas de irradiação podem ser incluídos no rol dos fatores de risco
neurológicos fetal.

Acidentalmente, vítima de maldade humana, das bombas atômicas - as populações de Hiroshima e


Nagasaki são exemplos muito tristes de irradiação - ou através de exposição profissional (funcionárias
que trabalham em serviços de rádio-diagnósticos ou radioterapia são bons exemplos de afirmado), ou
no curso de um exame pré-admissional (muitas firmas comerciais e industriais exigem abreugrafia),
mulheres grávidas podem ter sua prole comprometida pelos raios X nocivos, capazes de determinar:

- Microcefalia;

- Hidrocefalia;

- Anoftalmia;

- Catarata.

Tudo isso ocorre porque o ser humano, no início de sua formação, no período de organogênese,
embrionário, é extremamente susceptível à ação deletéria das radiações ionizantes, particularmente o
encéfalo, tecido nobre e sensível. Não olvidar de que tais irradiações são capazes de gerar mutações
genéticas e determinar anomalias cerebrais (e outras) nas futuras gerações.

Prevenção
Basicamente, evitar, de todas as formas, a exposição da gestante a qualquer tipo de radiação
ionizante. A maior dificuldade reside no fato de que muitas vezes o agente radiante (raio X, por
exemplo) é utilizado em um momento inicial gestacional, primeiros dias e semanas da gravidez, quando
a própria mulher não sabe ainda sobre seu estado gravídico. Diante de uma necessidade imperiosa do
uso de raios X, é de fundamental importância:

- Utilização de filmes de alta velocidade (aparelhos que operam em milésimos de segundos);

- Filtração dos raios, através de dispositivos técnicos adequados;

- Uso de avental de chumbo, inclusive para as profissionais que trabalham com raios X.

Ações de Prevenção

Antes do casamento ou antes de engravidar

- Vacine-se contra Rubéola (na gravidez ela afeta o bebê em formação, causando má formação, como
cegueira, deficiência auditiva etc.);

- Procure um serviço de aconselhamento genético (quando houver casos de deficiência na família


principalmente);

- Evite casamentos entre parentes;


- Faça exames de sangue para detectar sífilis e toxoplasmose. Essas doenças podem causar deficiências
severas;

- Faça exames de sangue para verificar o tipo de sangüíneo e o fator Rh. Durante a gravidez
- Consulte um médico obstetra mensalmente;
- Faça exames de controle, se não o fez antes de engravidar;
- Só tome remédios que o médico lhe aconselhar;
- Faça controle de pressão alta, diabetes, coração ou infecções;
- Faça uma alimentação saudável;
- Não se exponha ao raio X ou outros tipos de radiações;
- Não fume, não beba bebida alcoólica;
- Evite contato com portadores de doenças infecciosas.

No Nascimento

Faça questão de ter seu filho em um hospital, com a presença de um obstetra e um pediatra.
E depois do Nascimento

Exija que sejam feitos testes preventivos de seu bebê (previsto no art. 10 do Estatuto da Criança e do
Adolescente.

APGAR - É um teste feito no bebê ao nascer, por um médico ou enfermeira. O bebê receberá uma nota
para cada item de teste e dará ao médico indicações se o bebê está bem ou se é um bebê de médico
ou alto risco.

É o Diagnóstico de condição de vida do recém-nascido realizado após a desobstrução das vias aéreas
superiores (1º minuto de vida), e que será repetido aos 2 e 5 minutos após o nascimento.

Boletim de APGAR

Sinal/Nota 0 1 2
Freqüência cardíaca ausente menos que 100 maior que 100
Esforço respiratório ausente irregular bom, choro
Tono Muscular flácido alguma reflexão movimentos ativos
Irritabilidade reflexa ausente choro com algum movimento choro forte
(Cateter nasal ou estímulo
ausente movimento choro forte
plantar
Cor azul, pálido róseo, extremidades cianóticas róseo

Exija um Boletim de APGAR e verifique o que foi feito com o bebê. Se a nota for igual ou superior a 8 o
bebê é normal. Se estiver entre 4 e 7 será considerado de risco e precisa de estimulação imediata. Se
estiver entre 0 e 3 será considerado de alto risco e já precisará de uma intervenção médica mais
especializada.

Bibliografia

- Genética Médica - Bernardo Beiguelman.


- Você sabe o que é Síndrome de Down? Projeto Down.
- Centro de Informações e Pesquisa de Síndrome de Down - 1987.
- O indivíduo Excepcional
- Charles W. Telford. James M. Swarey - 5ª Edição.
- Lesão Cerebral - Causas e Prevenção - CORDE - José Américo Fontes - 2ª Edição - 1994.
- Texto Dr.ª Koda, L. Yukar
"Pelos que fizeram, se hão de condenar muitos.
Pelos que não fizeram, todos.
A omissão é o pecado que se faz não fazendo."
Pe. Antônio Vieira 1630

21 À 28 DE AGOSTO
SEMANA ESTADUAL DE PREVENÇÃO ÀS DEFICIÊNCIAS
LEI N.º 7.944 DE 8 DE JULHO DE 1.992
Institui a Semana de Prevenção às Deficiências e dá outras providências.

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