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 Traumatismo Dento Alveolar na Dentição Decídua (Ana Paula)

Origem:acidental ou intencional
Tamanho do trauma depende:
Duração Intensidade

Tipo de
direção

É uma lesão de extensão, intensidade e gravidade variáveis, de origem


acidental ou intencional, causada por forças que atuam no órgão dentário
superando a resistência encontrada nos tecidos ósseo, muscular e dentário
decorrentes de acidentes, espancamentos, brigas.

“Das emergências odontológicas são as que causam mais impacto emocional e


psicológico nos pais e na criança”.

 Função do odontopediatra
 Apoio psicológico á criança e a família;
 Preparo para prestar os primeiros socorros;
 Estabelecer diagnóstico/proagnóstico
 Planejar e executar o tratamento.

 Exame do paciente

Informações transferidas ao
profissional verbalmente
(anamnese)

Inspeção visual e Exames


palpação (exame complementares
físico)

Exame do
paciente

Determinar a extensão do
Exame dano causado ao paciente

Imediato

Detectar alterações clínicas e/ou


Exame radiográficas que possam
determinar correções de rumo
Mediato
 Abordagem Anamnética
 Acalmar e orientar os pais e/ou responsável;
 Explicar o que ocorreu;
 Apresentar atitudes seguras e objetivas;
 Fazer uma anamnese ágil e objetiva;
 Limpeza do rosto e cavidade bucal do paciente;
 Verificar a situação da criança;
 Pode ocorrer contaminação intensa (extra e intrabucal);
 Avaliar a extensão do traumatismo;
 Realizar trat imediato
 Aconselhar e conscientizar os pais sobre as implicações do
traumatismo
 Realizar exames de controle
 Registrar tudo no prontuário

O cirurgião dentista deve ter em mente que o prognóstico dos diferentes tipos
de traumatismo alvéolo-dentário está diretamente relacionado á conduta clínica
inicial, para o que concorrem conhecimentos de adaptação comportamental,
anamnese, exames físicos e complementares.

 História Médica
 Cardiopatias;
 Distúrbios sanguineos;
 Distúrbios convulsivos;
 Alergia a medicamentos;
 Situação vacinal contra o tétano.

 Vacina Tríplice
 2, 4 e 6 meses de idade;
 Reforço aos 15 e 18 anos de idade;
 Outro aos 5 ou 6 anos de idade;
 Depois a cada 10 anos.

 Exame físico-clinico
Exame extrabucal -> extra intrabucal -> tecidos moles e duros
 Verificar se em outras regiões do corpo há presença de
ferimentos;
 Iniciar pelos tecidos moles extrabucais verificando: laceração,
hematomas, sangramento, perda de líquor pelo nariz e/ou
ouvido, hemorragia subconjuntival, lábios edemaciados, lesões
sugestivas de abuso físico;
 Lesões no mento podem estar associadas a frat. Óssea;
 Ossos e ATM;
 No exame intrabucal verificar nos tecidos moles a presença de
lesões, hemorrágicas, edemas ou presença de corpos estranhos
 Laceração gengival- desl. Dentário;
 Hemorragia gengival não lacerada – lesão
 Todos os dentes devem ser examinados e analisados
cuidadosamente verificando a presença de mobilidade,
exposição pulpar, deslocamento dentário, fratura coronária,
alteração na cor da coroa dentária, testes de vitalidade;
 Tecido ósseo verificar hematoma submucoso ou anormalidades
na oclusão.

 Exame Radiográfico
 Auxilia no diagnóstico;
 Controle posterior;
 Verificar nos dentes decíduos; exposição pulpar, fraturas
radiculares e/ou ósseas, grau de rizogênise ou rizólose dos
dentes, grau de intrusão, presença de problemas periodontais
preexistentes, presença e localização de corpos estranhos.
 Verificar nos dentes permanentes: posição do germe em relação
aos dentes adjacentes; grau de rizogênise; alterações
recorrentes de traumatismos anteriores (hipoplasias,
dilacerações coronárias e radiculares e outras alterações).
 O exame radiográfico imediato deve ser arquivado com muito
cuidado afim de comparação com evidências radiográficas
subseqüentes;
 O exame radiográfico mediato e funcional no acompanhamento
do paciente traumatizado.
 Fotografias pré e pós operatórias

“Toda documentação deve ser mantida para possíveis reinvidicações de


seguros e atos judiciais.”
Quando: Tempo poderá influir na escolha do tratamento

Onde: Local avaliar a possibilidade de contaminação dos ferimentos, podendo


determinar a necessidade de profilaxia contra o tétano.

Como: indicará o local das possíveis zonas de lesão. Pode-se suspeitar de maus tratos.

Período de inconsciência associado á cefaléia, náusea, vômito e amnésia=


Concussão cerebral
“Devem ser pesquisados a severidade do acidente, observando-se
manifestações neurológicas ocorridas em 48 a 72 horas tais como perda da
consciência, irritabilidade, vômitos, letargia.”

“Nos casos de acidentes mais graves, deve-se encaminhar a criança para um


pronto-socorro, passando por avaliação médica, colaborando assim com a
abordagem multidisciplinar da lesão.”

 Prognóstico
Estágio do desenvolvimento dentário no momento do traumatismo

Comprometimento do sucessor permanente

Severidade

 Uso de Medicação
 Antiinflamatório: trauma do tecido periodontal e edema de tecido
mole
 Antibiótico: se o risco de infecção for iminente e presença de
febre
 Clorexidina a 0,12%: para limpeza local

 Atenção...
O cirurgião dentista deve estar atento para patplogias que representam
risco do paciente contrair endocardite bacteriana. Se houver indicação
de procedimentos invasivos, como endodontia ou exodontia, é
recomendado o uso de antibioticoterapia profilática.
 Região mais afetadas: mento, ponta do nariz, regiões laterais da
face.
 Lavar a região afetada com sabonete antiséptico; irrigar bem com
soro fisiológico e remoção de corpos estranhos quando
presentes.
 Durante a mastigação pode-se usar a Cepacaína ou Gingllone.

 Lesões de Tecidos Moles


Laceração:
 Caracterizada por corte no tecido em que se verifica solução de
continuidade. Depende da força empregada, a laceração pode
ser provocada por golpe ou superfície com bordo cortante.
 Anestesia da região;
 Limpeza;
 Remoção de todo o tecido desvitalizado;
 Hemostasia e sutura.

Contusão:
Injúria mecânica, geralmente causada por impacto, que resulta em
hemorragia e edema sob a pele ou mucosa não lacerada.

 Abrasão:
escoriação ou remoção circunscrita de uma camada
superficial da pele ou mucosa (neste caso denominada
ulceração, provocada por grande atrição tecidual.
 regiões mais afetadas: mento, ponta do nariz, regiões laterais
da face.
 lavar a região afetada com sabonete antisséptico; irrigar bem
com soro fisiológico e remoção de corpos estranhos quando
presentes.
 durante a mastigação pode – se usar a Cepacaína ou
Gingilone.

 Uso profilático de antibióticos em lesões de tec. Moles:


 Quando o ferimento esta contaminado e o debridamento da lesão
não é favorável;
 Debridamento da lesão foi retardado;
 Quando redução de fraturas mandibulares faz parte do
tratamento;
 Quando sist. Imunológico do paciente esta comprometido;
 Lesões de mordida humana ou animal

 Lesões de Tecidos periodontais e/ou Dentários


Concusão (Comoção)
Hemorragia Impacto agudo Sensível á percussão e
mastigação
Edema no int. do
Lig.periodontal - As fibras não se rompem;
- dente firme no alvéolo;
- não apresenta sangramento no sulco;
- RX sem sinais de patologia;
- sem comprometimento pulpar de imediato.
Tratamento
 Alivio oclusal e manter o dente em “repouso” durante duas
semanas;
 Dieta de alimentos líquidos e pastosos;
 Temperatura normal;
 Limpeza com clorexidina a 0,12%
 Sequelas
 De difícil predição;
 Acompanhamento RX durante 24 meses (reabsorção radicular
patológica ou degeneração cálcica); 30 a 120 dias;
 Alteração de cor

 Subluxação
Ruptura das fibras impacto de >int. sang no do lig. Periodontal sulco
gengival
Mobilidade leve do dente sem deslocamento
Lesão da polpa
- degeneração cálcica;
- reabsorção externa ou int.
- mortificação pulpar;
- alteração na cor do dente.

 Luxação Extrusiva
 Pouco comum na dd;
 Observada em casos de rizólise avançada
Tratamento:
 Reposicionamento do dente e contenção por 15 a 21 dias;
 Exodontia;
 Quando houver risco de lesão do germe do DP durante o
reposicionamento;
 Acentuado grau de reposição do dd com risco de
aspiração deste.
 A decisão da escolha do tratamento deverá levar em
consideração “o ciclo biológico” do dente e possíveis
danos ao germe do dente permanente sucessor.

 Luxação Lateral
 Deslocamento dental na direção V,L,M ou D acompanhada de
compressão ou fratura do processo alveolar ou fratura radicular.
 Dor e alteração na oclusão
Tratamento:
 Dependerá do tempo que o dente permanecerá em
oclusão;
 Tempo decorrido após o acidente e mobilidade;
 Interferência na oclusão;
 Integridade da tábua óssea V e L.

 Fraturas Coronárias
 Resultantes de impacto frontais;
 Geralmente sofrem fraturas horizontais;
 Trincas no esmalte ate exposição pulpar.
Fraturas coronárias sem comp. Pulpar:
 Na perda pequena de estrutura – desgaste e polimento
das bordas cortantes com disco de lixa e ATF;
 Quando há comp. De esmalte e dentina- recomposição
anatômica com resina composta ou colagem de
fragmentos.
Conduta:
 Quando não houver comprometimento do sucessor permanente e
atendimento logo após o trauma recolocar o dente em posição normal e
imobilizar (contenção semi-rígida) por 15 a 21 dias; dieta leve e
higienização da região.
Fratura coronária com comp. Pulpar
Exposição pulpar imp. Frontal> int Tratamento pulpar prévio
Diagnóstico pulpar
Ciclo biológico do dente decíduo Tempo decorrido do trauma e at.
Condições clínicas da exposição pulpar

 Fraturas Radiculares
Tec.conj.pulpar
Tec.periodontais Imp. Horizontais Fratura Radicular
Cemento
Dentina
Tratamento
Conduta:
 Quando não houver comprometimento do sucessor permanente e
atendimento logo após o trauma recolocar o dente em posição normal e
imobilizar (contenção semi-rígida) por 15 a 21 dias; dieta leve e
higienização da região.
 Na possibilidade de lesão do sucessor permanente; mais de 3 horas
decorridas após o trauma; mais de 2/3 de reabsorção radicular e
deslocamento muito acentuado – exodontia.
Rizogênese Incompleta
 Capiamento pulpar direto
 Pulpotomia
 Pulpctomia

Rizogênese Completa

 Pulpectomia

Tratamento: depende do tipo e localização

 Fratura Transversais apical e média


 Imobilização semi-rígida precedida de redução;
 Não se indica tratamento endodôntico imediato;
 Acompanhamento clínico e radiográfico.

 Deslocamentos dentários
 Implantação vertical dos dd no tecido ósseo;
 Plasticidade do osso alveolar;
 Pequeno comprimento das raízes dentárias decíduas.
 Deslocamento parcial ou total do dd avulsão intrusão
 Implantação vertical do dente dd no tecido ósseo;
 Plasticidade do osso alveolar;
Fraturas verticais obliquas
- prognóstico desfavorável;
- exodontia.
Fraturas corono-radiculares
- exodontia quando a linha de fratura se estende e 4 a 5mm
abaixo da margem gengival.

 Limitações
 Processo de reabsorção do dd;
 Presença de lesão de cárie extensa no dente decíduo;
 Doenças periodontais;
 Rompimento da lamina dura;

 Sequelas
 Crianças < de 2 anos ou com mais de 5 anos tendem a
apresentar menos seqüelas no incisivo decíduo lesado;
 Distúrbios de desenvolvomento- hipoplasia, hipomineralização do
esmalte; má formação radicular e ausência de erupção do dente
afetado;
 Descoloração dental e degeneração pulpar (hemorragia pulpar;
necrose pulpar; calcificação pulpar; reabsorção externa e
interna);

 Técnica de Reimplante
 Anestesia infiltrativa;
 Irrigar a loja alveolar suavemente com soro fisiológico;
 Reposicionar o dente com mínima pressão;
 Imobiliz´s-lo com contenção semi-rígida de 7 a 14 dias;
 Tratamento endodôntico no 2 ou 3 dia após o reimplante;
 Acompanhamento radiográfico.

Fund. Básicos para reimplante de DD


 Tempo decorrido do tratamento até o momento do
atendimento;
 Meio de manutenção ou transporte;
 Manutenção da viabilidade da membrana periodontal ligada á
sup. Radicular;
 Presença ou não de fraturas radiculares externas;
 Criança jovem.

 Semi-rígida
 Ind: também para lesões em tecidos de sustentação.
 Tempo: - 10 a 14 dias
- 30 a 45 dias em casos de fratura de parede ou do
processo alveolar.
 Mat: fio de aço de 0,2 a 0,4mm ou fio twist e resina composta
foto.

 Flexível
 Ind. Lesões de tecido de sustentação ( subluxações, luxações e
avulsão)
 Tempo: 10 a 14 dias;
 Mat: fio de nylon numero 70 ou 80 e resina composta
fotopolimerizável;
 Obs: sempre dois dentes de suporte de cada lado do dente
traumatizado.

 Rígida
 Ind: fraturas radiculares;
 Tempo: 90 a 120 dias;
 Mat: fio de aço de 0,5mm e resina foto.

 Requisitos para a contenção


 Aplicação direta e servir para fixar o dente em sua posição
original durante o período de imobilização;
 Não lesar tecidos periodontais;
 Não contribuir para retenção de placa bacteriana;
 Não aumentar o risco de cárie;
 Ser de fácil remoção e estético;
 Não interferir na oclusão e no tratamento endodôntico.

 Materiais Utilizados
 Fio de náilon ou metálico fixado com resina composta;
 Resina composta inserida apenas na região interproximal;
 Splint removível;
 Cordão de resina composta;
 Dispositivos pré- fabricados.

 Métodos mais eficientes e simples


 Resina composta fotopolimerizável e fio ortodôntico 0,2 a 0,5mm
( contenção rígida ou semi-rígida de acordo com a espessura do
fio);
 Fio de náilon n. 70 ou 80 (contenção flexível)
 Propiciam suporte lateral para o dente traumatizado, além de
permitir flexibilidade vertical, o que experimentalmente tem sido
demonstrado facilitar o reparo tecidual necessário ás áreas
traumatizadas.

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