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CITAÇÃO: ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para
integrarem a relação processual, em expressão do contraditório. Ou seja, ato que
convoca alguém para integrar o processo. As modalidades de citação são
classificadas em dois grupos: a pessoal e a ficta. A primeira é realizada na própria
pessoa da parte, como é o caso da citação por correio, por oficial de justiça e por meio
eletrônico, mas poderá ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador
(art. 242). Por sua vez, a segunda ocorre quando o citando não é encontrado
pessoalmente, mas há autorização legislativa para que se possa presumir que ele
tenha ou venha a tomar ciência do ato citatório.
O Art. 246 diz que será feita: pelo correio; por oficial de justiça; pelo escrivão ou chefe
de secretaria, se o citando comparecer em cartório; por edital; por meio eletrônico.
Também o artigo 252 do CPC estabelece a citação por hora certa que é quando o
oficial de justiça notifica um terceiro que vai intimar o individuo em hora e data
marcada. Este não estando presente, é citado na pessoa do sujeito presente.
A citação válida produz três efeitos, conforme previsto no artigo 240 do CPC. Além de
induzir litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor. Assim, são
efeitos processuais da citação: A prevenção (registro ou a distribuição da petição
inicial torna o juízo prevento), a litispendência (traz o réu ao processo, podendo
analisar os elementos identificadores da ação), tornar a coisa litigiosa (vincula o objeto
discutido no processo ao seu resultado).
INTIMAÇÕES: é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do
processo. Esse ato de comunicação processual, assim como a citação, é essencial
para que do transcurso do processo seja observado a ampla defesa e o contraditório.
Uma vez que, a cada ato processual praticado será intimada a outra parte para que se
manifeste. O artigo 272 apresenta os requisitos de validade das intimações, desde
aquelas feitas meio eletrônico, ao modo de citação dos nomes dos citados e seus
advogados até causa de nulidade que possam ter.
Para membros do tribunal, não se pode ter como presumida a citação da pessoa
quando a carta é simplesmente deixada em seu endereço com qualquer pessoa que
não efetivamente o citando. Nessa hipótese ônus da da validade da citação é do autor,
e não do réu. Para o colegiado, a citação de pessoa física pelo correio se dá com a
entrega da carta citatória diretamente à parte ré, cuja assinatura deverá constar do
respectivo aviso de recebimento, sob pena de nulidade do ato, nos termos dos artigos
248, parágrafo 1º, e 280 do Código de Processo Civil de 2015.
Um bom exemplo são os casos em que a intimação não pode ser feita de modo
presumido, como a intimação feita pelo Diário da Justiça eletrônico. O que obriga a
realização pessoalmente por correio de mandado a ser cumprido por oficial de justiça
ou edital. A razão é que os atos processuais por meio eletrônico não deve abstrair o
direito fundamental ao processo justo e democrático. O art. 194 do CPC/2015
(LGL\2015\1656) impõe regras para o uso da automação em processos judiciais. Eles
devem obediência ao princípio da publicidade que constitui garantia fundamental e
dever do Estado-Juiz (art. 93, IX, da CR), regra geral a ser observada nos processos.
Salvo as hipóteses de segredo de justiça.
O acesso aos autos e aos atos processuais eletrônicos deve ser público, cabendo ao
Poder Judiciário, as providências para que isso aconteça. Por tal razão, o CNJ
estabeleceu que a consulta aos dados básicos dos processos judiciais seria
disponibilizada na rede internet, com acesso a informações a qualquer pessoa,
independentemente de prévio cadastramento ou de demonstração de interesse.. Um
grande problema é que os sistemas de informática não devem exigir características
específicas de software ou hardware que possam dificultar a realização do ato por
qualquer pessoa habilitada. Vemos, com frequência, plataformas que impedem a
assinatura de petições ou de pronunciamentos judiciais.
No que diz respeito à citação por meio eletrônico, em especial o e-mail, caso se tente
fazê-la por esse protocolo de comunicação, a obrigação de uso da ferramenta para
pessoas físicas e não litigantes habituais ainda violaria a garantia constitucional do
acesso à justiça, pois grande parcela da população brasileira sequer possui acesso à
internet, sem contar aqueles que encerram contas de correio eletrônico ou deixam de
utilizá-las sem prévia comunicação.
É necessário reconhecer ainda que a partir da vigência do novo Código de Processo
Civil, mesmo com a tímida adaptação ocorrida quanto às formas de citação, as
disposições concernentes aos atos de comunicação por meio eletrônico mereciam
maior especificidade e análise por parte do legislador, sendo o texto legal omisso e
impreciso quanto às formas de citação e intimação por meio eletrônico, tendo em vista
as diversas ferramentas hoje existentes.
O ministro Paulo de Tarso Sanseverino lembrou que o STJ conta com alguns julgados
no sentido da prevalência da intimação via DJ-e, entendendo-se que prevaleceria a
regra do artigo 4º da Lei 11.419/06. Porém, ao reexaminar a questão, o ministro
propôs que fosse dada prevalência à intimação via portal eletrônico, pois essa
modalidade de intimação dispensa a publicação no DJe, conforme previsto no já
aludido artigo 5º da Lei 11.419/06 O ministro lembrou, ainda, que o novo Código de
Processo Civil consolidou a prevalência da intimação eletrônica, especialmente em
seus artigos 270 (intimações prioritariamente por meio eletrônico) e 272 (intimações
por órgão oficial quando não for possível a comunicação eletrônica), de modo que o
entendimento proposto se harmoniza com o novo diploma processual.