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Disponibilizo abaixo 50 dicas de Direito Constitucional para concursos públicos e

Exames de Ordem.

1. A ação civil pública não pode ser ajuizada como sucedâneo de ação direta de
inconstitucionalidade (ADI), porquanto, em caso de produção de efeito “erga omnes”,
estaria provocando verdadeiro controle de constitucionalidade, usurpando competência
da Corte Suprema (STF, Rcl 633-6/SP, Min. Francisco Rezek, DJ de 23.09.1996).

2. As associações constituídas há, pelo menos, um ano, e que tenham por fim
institucional a proteção de interesses difusos ou coletivos (ex.: defesa do meio ambiente,
do consumidor etc.), têm legitimidade para ajuizar ação civil pública. ATENÇÃO: a
expressão “associação”, prevista no art. 5º da Lei de Ação Civil Pública, deve ser
considerada em sentido amplo para abranger os sindicatos, as cooperativas e as demais
formas de associativismo, segundo Luís Roberto Barroso, atual Ministro do STF.

3. O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública cujo
fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares (Súmula 643 do
STF). Não esqueça: a ação civil pública tem sido reputada importante instrumento de
controle de implementação de políticas públicas, consoante jurisprudência da Corte
Suprema (Informativos n.s 345, 407, 520 e 632). Não obstante, há doutrinadores que
refutam tal entendimento, tendo em conta o princípio da separação dos Poderes (que,
inclusive, é cláusula pétrea expressa!).

4. Natureza jurídica do prazo para impetração de mandado de segurança (repressivo):


DECADENCIAL! Natureza jurídica do prazo para propositura da ação popular:
PRESCRICIONAL (art. 21 da Lei 4.717/1965)! Fique atento (a): o mandado de
segurança PREVENTIVO não tem prazo!!! Não tropece: o prazo prescricional na ação
popular é de cinco anos, ressalvada a hipótese de ressarcimento ao erário, considerada
IMPRESCRITÍVEL nos termos do art. 37, § 5º, da Constituição Federal vigente. E a
ação civil pública (ACP)? Tem prazo? Qual a natureza do prazo? A Lei 7.347/85 é
silente em relação ao prazo da ACP. Nesse caso, deve-se aplicar o prazo
PRESCRICIONAL de cinco anos (quinquenal), tendo por base a aplicação analógica do
art. 21 da Lei da Ação Popular (Informativo do STJ nº 430).

5. Pessoas jurídicas (de direito público ou de direito privado), estrangeiros, o Ministério


Público (Estadual ou Federal) e os indivíduos com direitos políticos perdidos ou
suspensos NÃO SÃO legitimados para propor ação popular. Somente o CIDADÃO tem
legitimidade ativa (CF, art. 5º, LXXIII). Não perca o foco: se o cidadão (autor) desistir
da ação, o Ministério Público, em havendo interesse público, poderá dar prosseguimento
ao feito. ATENTE-SE: o MP não tem legitimidade para ajuizar ação popular, mas terá
legitimidade para propor ação rescisória referente ao decidido na ação popular
(respeitando-se, obviamente, os requisitos do art. 485 do CPC).

6. A ação popular contra o Presidente da República NÃO DEVE ser proposta no


Supremo Tribunal Federal. Não tropece: a ação em comento é de natureza CÍVEL,
razão pela qual não é alcançada pelas regras de competência de foro especial por
prerrogativa de função perante a Corte Suprema. Em ações populares, mesmo o chefe
do Poder Executivo federal será julgado pelo juízo de primeiro grau. ATENÇÃO!
Também não existe foro especial por prerrogativa de função nas ações civis públicas,
como há, para certas autoridades, nas ações penais ou criminais.
7. No polo passivo da ação popular ajuizada pelo cidadão DEVEM figurar todas as
pessoas jurídicas, públicas ou privadas, em nome das quais foi praticado o ato ou
contrato a ser anulado; todas as autoridades, os funcionários e administradores que
houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado pessoalmente o ato ou firmado
o contrato a ser anulado, ou que, por omissos, permitiram a lesão; todos os beneficiários
diretos do ato ou contrato ilegal. ATENÇÃO! A Lei 4.717/1965 impõe, portanto,
litisconsórcio passivo necessário (art. 6º).

8. O autor da ação popular deve instruir a petição inicial com o título de eleitor,
instrumento comprobatório da condição de cidadão (art. 1º, § 3º, da Lei 4.717/1965).
ATENÇÃO! Antes da CF/88, a ação popular, conforme entendimento legal (Lei
4.717/1965) visava unicamente à anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao
patrimônio público (em sentido amplo!). Com a CF/88, ampliou-se o objeto, cabendo a
ação popular para a defesa, também, da moralidade administrativa e do meio ambiente.

9. O cidadão possui legitimidade (ativa) para ajuizar ação popular (CF, art. 5º, LXXIII),
porém não detém capacidade postulatória, motivo pelo qual deverá ser representado
judicialmente por advogado, salvo na hipótese em que o próprio cidadão for advogado
regularmente inscrito na OAB. Fique atento (a): qualquer cidadão pode habilitar-se
como litisconsorte ou assistente do autor da ação popular (Lei 4.717/1965, art. 6º, § 5º).

10. “Não é da competência originária do STF conhecer de ações populares, ainda que o
réu seja autoridade que tenha na Corte o seu foro por prerrogativa e função para os
processos previstos na Constituição” (Pet. 3.152 AgR/PA, rel. Min. Sepúlveda Pertence,
Tribunal Pleno, DJ 20.08.2004). Mas, atenção: toda regra tem exceção! A Corte
Suprema já fixou a sua competência para o julgamento da ação popular no caso de
conflito federativo baseado em causas e confrontos entre a União e os Estados, a União
e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da
Administração Indireta (ACO 622 QO/RJ, rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 15.02.2008).

11. No tocante à legitimidade recursal, além das partes e do Ministério Público, a Lei de
Ação Popular reconhece legitimidade para qualquer cidadão recorrer das decisões
proferidas CONTRA o autor da ação. Não esqueça: a sentença de IMPROCEDÊNCIA é
meramente declaratória, inexistindo, em regra, condenação do autor (cidadão) ao
pagamento de custas judiciais e do ônus da sucumbência, salvo comprovada má-fé (CF,
art. 5º, LXXIII). Nesse caso de improcedência do pedido, permite-se o ajuizamento de
outra ação popular com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova (Lei 4.717/65,
art. 18).

12. A concessão de liminar no mandado de segurança COLETIVO depende da oitiva do


representante judicial da pessoa jurídica de direito PÚBLICO, que deverá se pronunciar
no prazo de 72 horas.

13. A ação popular protege os denominados DIREITOS DIFUSOS; já o mandado de


segurança coletivo defende DIREITOS COLETIVOS “STRICTO SENSU” e
INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS (Lei 12.016/09, art. 21, parágrafo único).
ATENÇÃO! Parte da doutrina entende que o art. 21, parágrafo único, da Lei
12.016/2009, seria inconstitucional, visto que não colocou, sob a tutela do MS coletivo,
os “direitos difusos”. Entretanto, o STF parece concordar com o afastamento dos
“direitos difusos” (do âmbito de proteção do MS coletivo), vez que afirma, na Súmula
101, que “O mandado de segurança não substitui a ação popular”.

14. Os partidos políticos com representação no Congresso Nacional têm legitimidade


para impetrar mandado de segurança COLETIVO (CF, art. 5º, LXX, e art. 21 da Lei
12.016/2009). ATENÇÃO! A doutrina majoritária entende que os referidos partidos
políticos, por meio do MS coletivo, podem defender não apenas os seus filiados, mas
também toda a sociedade, visto que o art. 21 da Lei 12/016/2009 menciona a proteção
de interesses “relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária”.

15. As entidades de classe têm legitimidade para impetrar mandado de segurança


COLETIVO (CF, art. 5º, LXX, e art. 21 da Lei 12.016/2009). ATENÇÃO! “A
impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe da autorização destes” (Súmula 629 do STF). Ainda, “A entidade
de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria” (Súmula 630 do STF).

16. “Habeas data” e “habeas corpus” não têm prazo para impetração. São ações
gratuitas! Mas, ATENÇÃO! Embora o “habeas corpus” não seja um remédio privativo
de advogado, o “habeas data” exige impetração por meio de um advogado regularmente
inscrito na OAB.

17. Na CF/88, temos três instrumentos para suprir a OMISSÃO dos Poderes Legislativo
e Executivo: i) mandado de injunção; ii) ação direta de inconstitucionalidade por
omissão; e iii) arguição de descumprimento de preceito fundamental.

18. A Mesa Diretora do Senado Federal e a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados
têm legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade (CF, art. 103, II e III).
ATENÇÃO!!! A Mesa do Congresso Nacional (CF, art. 57, § 5º) NÃO TEM
legitimidade para o ajuizamento da referida ação (ADI).
19. Partido político com representação no Congresso Nacional pode impetrar mandado
de segurança coletivo, mandado de injunção coletivo, ação direta de
inconstitucionalidade (ADI), ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO),
ação declaratória de constitucionalidade (ADC) e arguição de descumprimento de
preceito fundamental (ADPF). ATENÇÃO! Basta o partido político possuir UM
representante em qualquer das Casas Legislativas do Congresso Nacional (na Câmara
dos Deputados ou no Senado Federal).

20. A ação declaratória de constitucionalidade (ADC) não surgiu originariamente na


Constituição Federal vigente. Ela é fruto do poder constituinte derivado de emenda (EC
03/93). ATENÇÃO!!! Só podem ser objeto de ADC as normas produzidas
posteriormente à emenda constitucional supracitada (ou seja, normas produzidas após
17 de março de 1993).

21. A ação declaratória de constitucionalidade visa à declaração de constitucionalidade


de leis ou atos normativos FEDERAIS (objeto da ação). Lembre-se: toda lei “pronta e
acabada” é presumidamente constitucional, presunção, porém, juris tantum (relativa).
NÃO TROPECE: o objetivo da ADC é transformar a presunção de constitucionalidade
relativa em presunção de constitucionalidade absoluta (iure et iure), pondo fim à
insegurança jurídica.
22. Quanto à legitimidade ativa da ADC, é a mesma da ADI. Todos os legitimados do
art. 103, I a IX, da CF/88, podem propor ação declaratória de constitucionalidade e ação
direta de inconstitucionalidade. Mas, atenção: somente a partir de 2004 (EC nº 45) que
foi ampliada a legitimidade para todos os legitimados da ADI. De 1993 a 2004, a
legitimidade ativa da ADC era somente do Presidente da República, do Procurador-
Geral da República e das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Tem-
se, pois, que até 2004, não havia a necessidade de verificar o requisito “pertinência
temática”. Questão interessante!!!

23. Tanto na ADI quanto na ADC, a representação por meio de advogado é obrigatória
somente para partido político com representação no Congresso Nacional, confederação
sindical e entidade de classe de âmbito nacional.

24. Não cabe em sede de ADC: i) as modalidades de intervenção de terceiros; ii)


recurso, salvo embargos declaratórios; iii) ação rescisória.

25. Para que a ADC seja conhecida pelo STF, é imprescindível que o autor da ação
comprove a existência de controvérsia JUDICIAL relevante atinente à aplicação da
disposição objeto da ação declaratória. ATENÇÃO! Divergência entre estudiosos do
Direito, entre doutrinadores, não é suficiente para que a ADC seja conhecida pela Corte
Suprema.

26. Em sede de ADC não há participação do Advogado-Geral da União; não se aplica o


disposto no art. 103, § 3º, da Carta Magna (tal dispositivo se aplica para a ADI!).

27. Assim como na ADI, na ADC permite-se concessão de medida cautelar. Mas,
atenção: na ADC, com a concessão da medida cautelar, não há que se falar na suspensão
da eficácia da norma (federal), objeto da ação (como ocorre na ADI!).

28. A ação direta de inconstitucionalidade por omissão foi contemplada pela


Constituição Federal de 1988 (as Constituições anteriores não tinham a ADO).
ATENÇÃO! A referida ação só é cabível em relação a um tipo de norma constitucional:
de eficácia LIMITADA (normas constitucionais de eficácia limitada de princípio
institutivo e de princípio programático).

29. Por meio da Lei nº 12.063/2009, que a ação direta de inconstitucionalidade por
omissão passou a ter uma regulamentação específica acerca do seu procedimento e
peculiaridades. Não esqueça: a ADO tem previsão no texto magno, em seu art. 103, §
2º.

30. Conforme a jurisprudência da Corte Suprema, a legitimidade da ADO é a mesma da


ADI, aplicando-se, também, o requisito da “pertinência temática”. Fique atento (a): nos
termos da Lei 12.063/09, “podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por
omissão os legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação
declaratória de constitucionalidade” (art. 12-A). Lembre-se; instituto da “pertinência
temática” não está previsto na Constituição, tampouco nas leis, todavia está consagrado
na jurisprudência do STF.

31. Há duas espécies de ADO: i) ADO total (não há lei ou ato normativo); e ii) ADO
parcial (existe a lei, mas é insatisfatória para viabilizar o exercício de direitos previstos
na CF). Esta (a parcial) se divide em: i) propriamente dita (existe a lei, mas não é
suficiente para viabilizar o exercício de direitos previstos na CF; e ii) relativa (existe a
lei, e esta é suficiente para viabilizar o direito, mas ela não contempla todos que deveria
atingir, que se encontram na mesma situação).

32. Os legitimados do art. 103 da CF/88 não poderão ajuizar uma ADO na hipótese de
terem dado causa à omissão. Isto é, em sendo o órgão inerte ou omisso, não terá
legitimidade para propor uma ADO. Exemplo: o Presidente da República é parte
legítima para ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade por omissão; até hoje ele
não enviou ao Congresso Nacional o projeto de lei ORDINÁRIA ESPECÍFICA para
disciplinar o direito de greve dos servidores públicos civis (CF, art. 37, VII); à vista
disso, não poderá o chefe do Executivo federal impugnar a omissão ou inércia (própria)
em ADO perante a Corte Suprema.

33. Na ADO são impugnáveis OMISSÕES (e não normas jurídicas!). ATENÇÃO!!!


São impugnáveis as omissões de órgãos e autoridades federais, estaduais e distritais (no
que concerne ao exercício de atribuição estadual). Não tropece: as omissões de órgãos
ou autoridades municipais NÃO poderão ser atacadas em ADO perante o STF.

34. Em sede de ADO, o relator PODERÁ solicitar a manifestação do Advogado-Geral


da União (na ADI, diferentemente, o AGU deverá ser ouvido!). Digno de nota: de
acordo com o § 2º da Lei 12.063/2009, o relator poderá solicitar a manifestação do
AGU, que deverá ser encaminhada no prazo de 15 dias.

35. Diante de excepcional urgência e relevância da matéria, o STF, em ADO, por


decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá conceder medida cautelar (a Lei
12.063/2009, art. 12-F, prevê expressamente a concessão de medida cautelar em ADO).

36. Se a omissão ou inércia for de um Poder, o STF, após decidir (decisão de mérito),
dará ciência ao Poder omisso ou inerte, para a adoção das providências cabíveis.
Contrariamente, se a omissão for de um órgão administrativo, as providências deverão
ser adotadas no prazo de 30 dias (CF, art. 103, § 2º), ou em prazo razoável a ser fixado
excepcionalmente pela Corte Suprema.

37. Fazendo um comparativo: i) qualquer pessoa física, jurídica ou até mesmo


associações ou coletividades (em se tratando de MI coletivo, por exemplo) pode ajuizar
mandado de injunção (demonstrando, obviamente, o nexo de causalidade); ii)
diferentemente, somente os legitimados do art. 103 da CF/88 podem ajuizar ação direta
de inconstitucionalidade por omissão (ADO). Ainda: i) o procedimento do MI está
previsto na Lei 12.016/2009; ii) já o procedimento da ADO tem previsão na Lei
12.069/2009. Por fim: i) os efeitos da decisão em sede de MI são “inter partes”, visto
que se trata de caso concreto, processo subjetivo (mas, atenção: nos Mis nºs 670, 708 e
712 foi conferido, a princípio, efeito “erga omnes”); já os efeitos da decisão do STF, em
sede de ADO (processo objetivo), são “erga omnes”.

38. Segundo a CF/88, a arguição de descumprimento de preceito fundamental oriundo


da Constituição será apreciada pelo STF (art. 102, § 1º). ATENÇÃO! Tal ação faz parte
do controle concentrado (abstrato) de constitucionalidade, e visa a evitar (ADPF
preventiva ) ou reparar lesão (ADPF repressiva) a preceito fundamental da CF em razão
de ato do Poder Público ou de controvérsia constitucional relativa à lei ou ato normativo
federal, estadual ou municipal, inclusive ANTERIORES à Carta Magna.

39. ADPF só foi regulamentada em 1999, por meio da Lei nº 9.882. Fique atento (a): o
STF já assentou que o § 1º do art. 102 da CF/88 (que trata da ADPF) é uma norma
constitucional de eficácia LIMITADA (a regulamentação legal surgiu, como já
ressaltado, somente em 1999).

40. A lei regulamentadora da ADPF não estabeleceu os ‘preceitos fundamentais’ cuja


afronta permitiria o ajuizamento desta ação. Importante: o STF firmou entendimento
que compete à própria Corte o juízo acerca do que se há de compreender como ‘preceito
fundamental’.

41. Natureza subsidiária (um dos pontos mais cobrados em provas concursais a respeito
da arguição de descumprimento de preceito fundamental): não cabe ADPF quando há
outro meio eficaz de sanar a lesividade (portanto, se for cabível as demais ações do
controle abstrato de constitucionalidade, como ADI, ADC e ADO, não se admite a
propositura da ADPF). Atente-se ao disposto no art. 4º, § 1º, da Lei 9.882/1999!

42. Tendo em vista o princípio da fungibilidade, é permitido conhecer de ADI como


ADPF (as ações são fungíveis!). Em caso de inadmissibilidade da ADI e satisfeitos os
pertinentes requisitos, é possível conhecer como ADPF uma ação proposta como ADI.
Lembre-se: o STF também admite que a ADPF venha a ser conhecida como ADI (pelo
princípio da subsidiariedade, é incabível ADPF se há razão para ajuizamento de ADI).

43. Por decisão da maioria absoluta de seus membros, a Corte Suprema (STF) poderá
deferir pleito de medida liminar na ADPF. Também já foi questão de prova!!! Vejamos:
(FCC/2010/TCE-RO/Auditor) A arguição de descumprimento de preceito fundamental,
conforme lei que a regula, não admite concessão de liminar ad referendum do Pleno do
Supremo Tribunal Federal. CERTO ou ERRADO?! Errado! Em caso de extrema
urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator
conceder a liminar, ad referendum do Pleno da Corte Suprema.

44. Efeitos da decisão em sede de ADFP: i) em regra, “ex tunc” e “erga omnes”; ii)
exceção: “ex nunc” (prospectivos) ou modulação de efeitos (são as mesmas exceções da
ADI!). Observar atentamente o disposto no art. 11 da Lei 9882/99.

45. Na ADFP: i) não cabe intervenção de terceiros; ii) não cabe recurso, salvo embargos
de declaração (segundo o STF, visto que não há previsão deste recurso na Lei 9.882/99);
iii) também não cabe ajuizamento de ação rescisória.

46. A ação direta de inconstitucionalidade INTERVENTIVA é uma espécie de controle


concentrado (e não difuso) no Supremo Tribunal Federal. Visa a fiscalizar o processo de
intervenção federal na hipótese de afronta aos princípios constitucionais SENSÍVEIS
(CF, art. 34, VII). ATENÇÃO! A legitimação é exclusiva do Procurador-Geral da
República (PGR), chefe do Ministério Público da União (MPU). Se o STF der
provimento à representação interventiva do PGR, o Presidente da República será
comunicado para editar o decreto de intervenção suspendendo a execução do ato
atacado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade (CF, art. 36, § 3º).
Caso a normalidade não seja restabelecida, deverá a União intervir no Estado-membro
infrator ou no DF. Renovo: no período de intervenção federal, não cabe emenda à
Constituição (CF, art. 60, § 1º).

47. Controle abstrato de constitucionalidade ESTADUAL: cabe aos Estados-membros a


instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos
estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, VEDADA a atribuição da
legitimação para agir a UM ÚNICO órgão (CF, art. 125, § 2º). ATENÇÃO! É vedada a
atribuição da legitimação a UM ÚNICO órgão!!! Conforme entendimento do STF, o
Estado-membro não está obrigado a atender à simetria com o art. 103 da CF/88,
podendo estabelecer legitimados estaduais diferentes (a ampliação do rol é cabível!). A
propósito, no precitado art. 103 da Carta Magna não consta deputado federal como parte
legítima para propositura de ADI perante o STF; nada impede, porém, que se dê
legitimação ativa para qualquer deputado estadual visando ao ajuizamento de uma ação
direta de inconstitucionalidade perante o respectivo Tribunal de Justiça (anote: o art.
111, VII, da Constituição do Estado do Paraná, por exemplo, considera o deputado
estadual parte legítima para a propositura de ADI de lei ou ato normativo estadual ou
municipal, em face da CE).

48. A decisão proferida pelo Tribunal de Justiça no controle abstrato (concentrado) de


constitucionalidade NÃO É passível de recurso, nem mesmo perante a Corte Suprema.
ATENÇÃO! Toda regra tem exceção: caberá recurso quando a lei, estadual ou
municipal, for atacada perante o TJ local por ofensa a dispositivo da Constituição
ESTADUAL que reproduza norma da Constituição FEDERAL de observância
obrigatória pelo Estado-membro da Federação. Qual recurso?! Será cabível a
interposição de recurso extraordinário perante o STF (a decisão, nesse recurso, é dotada
de eficácia “erga omnes”).

49. O controle de constitucionalidade difuso (INCIDENTAL) não dispõe de efeitos


“erga omnes” (contra todos), tampouco efeito vinculante. Alerta: os Tribunais de Justiça
(TJs) podem efetivar tanto controle incidental como controle pela via direta (abstrato),
neste caso, em face da Constituição Estadual respectiva. Fique atento (a): as decisões do
controle abstrato exercido pelo TJ em face da CE são vinculantes e têm efeito “erga
omnes” na seara do próprio Estado-membro.

50. Os legitimados do art. 103 da CF/88 (incs. I a IX) podem propor, perante o STF,
todas as ações do controle de constitucionalidade concentrado-abstrato (ADI, ADO,
ADC e ADPF). ATENÇÃO! A ação declaratória de constitucionalidade (ADC) não
surgiu com o texto originário da CF/88 (é fruto de emenda!). A EC 03/1993 trouxe a
ADC – e somente o Presidente da República, o Procurador-Geral da República e as
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal podiam propô-la. NÃO
TROPECE: com a EC 45/2004 foi ampliado o rol de legitimados para ajuizar a ADC
(hoje, todos do art. 103, I a IX, da CF/88, podem propô-la perante a Corte Suprema).

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