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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Nacionalidade
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NACIONALIDADE

Tipos de aquisição da nacionalidade

a) primária/originária: é estabelecida mediante o nascimento, seja por crité-


rios territoriais, sanguíneos ou ambos.
b) secundária, adquirida: é aquela adquirida voluntariamente após o nasci-
mento.

NACIONALIDADE ORIGINÁRIA

Critérios para aquisição da nacionalidade originária: ius solis e ius sanguinis.


• O ius solis: critério pelo qual se concede determinada nacionalidade à
pessoa nascida no território de um Estado, independentemente da
nacionalidade de seus progenitores.

Atenção!
É importante lembrar que o mar territorial de um país também pertence a ele,
logo, se um barco estiver trafegando no mar territorial de um país, nascer
uma criança e seus pais não estiverem a serviço de seu país, a criança é
considerada ius solis.

 Obs.: o casamento com brasileiro não concede cidadania ao estrangeiro, apenas


facilita.

• O ius sanguinis: critério mediante o qual se concede a nacionalidade aos


descendentes de nacionais, independentemente do local onde nasceram.
É, portanto, a nacionalidade originária obtida mediante o vínculo com os pro-
genitores.
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Hipóteses para a aquisição da nacionalidade originária brasileira: art. 12 da


CF/1988.

Art. 12. São brasileiros:


I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes NÃO estejam a serviço de seu país.

• critério: ius solis.

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qual-


quer deles ESTEJA a serviço da República Federativa do Brasil.

• critério: ius sanguinis + critério funcional.

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que


sejam registrados em repartição brasileira competente;

Atenção!
O art. 12, I, não diferencia o brasileiro nato com o naturalizado.

• critério: ius sanguinis + registro.

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira (...) que venham


a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

• critério: ius sanguinis + residência + opção.

Lei n. 13.445/2017
Art. 63. O filho de pai ou de mãe brasileiro nascido no exterior e que não tenha
sido registrado em repartição consular poderá, a qualquer tempo, promover ação
de opção de nacionalidade.
Parágrafo único. O órgão de registro deve informar periodicamente à autoridade com-
petente os dados relativos à opção de nacionalidade, conforme regulamento.
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Decreto n. 9.199/2017
Art. 213. A opção pela nacionalidade é o ato pelo qual o brasileiro nascido no exte-
rior e que não tenha sido registrado em repartição consular confirma, perante a au-
toridade judiciária competente, a sua intenção de manter a nacionalidade brasileira.
§ 1º A opção de nacionalidade não importará a renúncia de outras nacionalidades.
§ 2º A opção de nacionalidade é ato personalíssimo e deverá ocorrer por meio de
procedimento específico, de jurisdição voluntária, perante a Justiça Federal, a qual-
quer tempo, após atingida a maioridade civil.
§ 3º A União sempre será ouvida no processo de opção de nacionalidade por meio
de citação dirigida à Advocacia-Geral da União, observado o disposto no art. 721 da
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 – Código de Processo Civil.
Art. 214. O filho de pai ou de mãe brasileira nascido no exterior e que não tenha
sido registrado em repartição consular poderá, a qualquer tempo, desde que esteja
residindo no País, promover ação de opção de nacionalidade.
Art. 215. O filho de pai ou mãe brasileira nascido no exterior e cujo registro estran-
geiro de nascimento tenha sido transcrito diretamente em cartório competente no
País terá a confirmação da nacionalidade vinculada à opção pela nacionalidade
brasileira e pela residência no território nacional.
§ 1º Depois de atingida a maioridade e até que se faça a opção pela nacionalidade
brasileira, a condição de brasileiro nato ficará suspensa para todos os efeitos.
§ 2º Feita a opção pela nacionalidade brasileira, os efeitos da condição de brasileiro
nato retroagem à data de nascimento do interessado.

Atenção!
Trata-se de efeito ex tunc, pois não tem como ser nato aos 50 anos, por
exemplo. Quando o indivíduo adquire a maioridade até o período que solicita,
comprovando a maioridade, ele não será nato.

Art. 216. A comprovação da opção pela nacionalidade brasileira ocorrerá por meio
do registro da sentença no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, obser-
vado o disposto no art. 29, caput, inciso VII, da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de
1973.
Parágrafo único. O órgão de registro deverá informar, periodicamente, os dados
relativos à opção pela nacionalidade brasileira à Polícia Federal.
Art. 217. O registro consular de nascimento deverá ser trasladado em Cartório de
Registro Civil das Pessoas Naturais para gerar efeitos plenos no território nacional,
observado o disposto no art. 32 da Lei nº 6.015, de 1973.
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NACIONALIDADE ADQUIRIDA

Atenção!
No texto constitucional, só há duas hipóteses de nacionalidade: a ordinária e a
extraordinária; no entanto, a lei trouxe a especial e a provisória.

A nacionalidade adquirida pode ser:


• Ordinária;

Atenção!
A ordinária é comum e segue o fluxo.

• Extraordinária;
• Especial;
• Provisória.

NACIONALIDADE ORDINÁRIA

Há duas hipóteses de naturalização ordinária: uma decorre da própria CF e


outra da Lei n. 13.445/2017.

Naturalização ordinária na CF/1988

1. Nacionais de países de língua portuguesa:

Art. 12. São brasileiros:


II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos origi-
nários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
idoneidade moral;
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2. Nacionais de qualquer outro país de língua estrangeira:

Lei n. 13.445, de 2017


Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária àquele que preencher as seguin-
tes condições:
I – ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II – ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 (quatro) anos;
III – comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturali-
zando; e
IV – não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.

Atenção!
Antes a lei tinha 8 requisitos, atualmente caiu para 4.

O prazo de 4 anos será reduzido se o naturalizando preencher quaisquer das


seguintes condições:
• Ter filho brasileiro;
• Ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele separado legal-
mente ou de fato no momento da concessão da naturalização;
• Haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil; ou
• Recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística.

Atenção!
A avaliação sobre a relevância do serviço prestado ou a ser prestado ao País
e sobre a capacidade profissional, científica ou artística serão realizadas pelo
Ministério da Justiça e Segurança Pública, que poderá consultar outros órgãos
da Administração Pública.

 Obs.: o fato de o estrangeiro possuir os mencionados requisitos não lhe conce-


de o direito a nacionalidade, pois trata-se de ato discricionário do Poder
Executivo.
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NACIONALIDADE EXTRAORDINÁRIA

Naturalização extraordinária: art. 12, II, ”b”, CF

Art. 12. São brasileiros:


II – naturalizados:
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa
do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

Art. 67. A naturalização extraordinária será concedida a pessoa de qualquer naciona-


lidade fixada no Brasil há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeira a nacionalidade brasileira.

Atenção!
“Nesse caso, cumpridos os requisitos, o ato é VINCULADO, não podendo o
Estado nega-lhe nacionalidade”. (Dollinger e Moraes).

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Luciano Monti Favaro.
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