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FACULDADE CATÓLICA SANTA TERESINHA

BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ISABELA ARAÚJO DE FARIA

UM ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UM REGIME PRÓPRIO


DE PREVIDÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE SERRA NEGRA DO NORTE-RN.

CAICÓ-RN
2017
ISABELA ARAÚJO DE FARIA

UM ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UM REGIME PRÓPRIO


DE PREVIDÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE SERRA NEGRA DO NORTE-RN.

Monografia apresentada ao componente


curricular, do Curso Bacharelado em
Ciências Contábeis da Faculdade Católica
Santa Teresinha, para obtenção do título
de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Esp. Hebert Torquato


Silva

CAICÓ-RN
2017
ISABELA ARAÚJO DE FARIA

UM ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UM REGIME PRÓPRIO


DE PREVIDÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE SERRA NEGRA DO NORTE-RN.

Monografia apresentada como requisito


para obtenção do grau de Bacharel em
Ciências Contábeis pela Faculdade
Católica Santa Teresinha – Caicó RN.

Monografia aprovada em: 01/02/2018

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________
Profª. Esp. Suzana Lago Nobre.
PRESIDENTE DA BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________
Prof. Esp. Hebert Torquato Silva.
ORIENTADOR

________________________________________________________
Prof. Esp. Salmo Batista de Araújo
EXAMINADOR
AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser o meu guia quando estou sem direção, por sempre me dar
forças para seguir em frente, me mostrando que eu sou capaz e que desistir dos
obstáculos não é o melhor caminho a ser seguido, por sempre me perdoar e me amar,
mesmo sabendo dos meus erros. À minha mãe, Maria Santíssima, por todas as vezes
que intercedeu por mim.
À minha família, Heidenor (painho), Maria Lucimar (mainha), Terezinha
(voinha), por sempre estarem ao meu lado, aconselhando-me e me mostrando qual o
caminho certo a ser seguido, por toda educação que me deram e todo amor, paciência
e atenção durante toda minha vida.
Às minhas irmãs Anjelina, Natália e Eva, em especial a Anjelina que me deu
todo apoio de que precisei para construção deste trabalho, obrigada por todas as
vezes que foi trabalhar em meu lugar para eu ficar em casa estudando.
Aos meus professores da Faculdade Católica Santa Teresinha, fica o meu
muito obrigada por todos os ensinamentos e pelas amizades que conquistei durante
esses quatro anos de curso.
Ao meu namorado a quem agradeço por todo apoio, carinho e dedicação,
aquele que sempre procurou estar do meu lado, me dando forças nas horas em que
me deparei com os obstáculos, obrigada por toda confiança que depositou em mim e
pela paciência nas horas que eu estava estressada.
Ao meu orientador Hebert Torquato, uma pessoa admirável, de caráter e de
uma responsabilidade incomparável, além de professor eu ganhei um grande amigo,
a ele devo todos os meus votos de gratidão, obrigada por toda paciência que teve
comigo, você foi essencial na construção deste trabalho.
Aos meus grandes amigos que a faculdade me presenteou: Igor Charles,
Jefferson Medeiros, Maria Clara, Natália Diniz, Tázia Rochane e Vanuza Faria.
Obrigada pelos quatros anos de companheirismo; levarei cada um de vocês em um
lugarzinho especial no meu coração.
Ao meu ex-professor de Português, Aucênio, ao qual sou grata pelo suporte
nas horas em que precisei de sua ajuda, fica minha eterna gratidão.
“Se você quer um pedacinho do Paraíso, acredite em Deus. Mas
se você quer conquistar o mundo, acredite em você, porque
Deus já te deu tudo o que você precisa para você vencer.”

(Augusto Branco).
RESUMO

Esta pesquisa irá abordar um estudo de viabilidade de um Regime Próprio de


Previdência Social, no município de Serra Negra do Norte-RN, tema que foi escolhido
por se tratar de um assunto de grande importância para os servidores deste município,
os quais são filiados a outro regime por não ter no município o regime próprio que
cabe a eles. O estudo objetiva responder qual a viabilidade da implantação de um
Regime Próprio de Previdência Social no município de Serra Negra do Norte, tendo
como objetivo geral analisar a viabilidade de implantação de um Regime Próprio de
Previdência Social no município de Serra Negra do Norte e como objetivos específicos
conceituar os segurados da previdência social, classificando-os e comparando-os;
demonstrar e conceituar os benefícios oferecidos pela previdência social; descrever
os tipos de regimes da previdência social e mostrar as diferenças entre eles;
demonstrar a importância da Contabilidade para a implantação do RPPS; e
demonstrar a importância da avaliação atuarial. A pesquisa tem ainda sua importância
para a vida acadêmica, pois contribuirá para o desenvolvimento de outros estudos na
área, servindo como fonte para novos pesquisadores. Foi elaborada uma pesquisa de
natureza aplicada no município de Serra Negra do Norte, visando à viabilidade de
implantação de um Regime Próprio de Previdência Social neste município, onde foram
feitos cálculos atuariais através de um estudo para obtenção dos resultados. Para este
estudo, foram realizadas pesquisas baseadas em autores de grande importância
como Niyama e Silva (2013), Kertzman (2015) e Goes (2016).

Palavras chaves: Regime Próprio. Servidores. Previdência Social.


ABSTRACT

This research will address a feasibility study of a Social Welfare Regime in the city of
Serra Negra do Norte-RN, a topic that has been chosen because it is a matter of great
importance for the employees of this city, who are affiliated with another regime for not
having in the city the proper regime that is theirs. The objective of this study was to
determine the feasibility of implementing a Social Security System in Serra Negra do
Norte city, with the general objective of analyzing the feasibility of implementing a
Social Security System in Serra Negra do Norte city and as objectives to conceptualize
social security policyholders by classifying and comparing them; demonstrate and
conceptualize the benefits offered by social security; describe the types of social
security schemes and show the differences between them; demonstrate the
importance of Accounting for the implementation of RPPS; and demonstrate the
importance of actuarial valuation. The research also has its importance for the
academic life, as it will contribute to the development of other studies in the area,
serving as a source for new researchers. A research of an applied nature was carried
out in Serra Negra do Norte city, aiming at the feasibility of implantation of a Social
Welfare Regime in this municipality, where actuarial calculations were made through
a study to obtain the results. For this study, research was carried out based on authors
of great importance such as Niyama e Silva (2013), Kertzman (2015) and Goes (2016).

Keywords: Proper Regime. Servers. Social Security.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 8
2 REFERENCIAL TEÓRICO 10
2.1 SEGURIDADE SOCIAL 10
2.2 OS SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 13
2.3 OS BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 16
2.4 PREVIDÊNCIA SOCIAL 23
2.5 A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E O DESEQUILÍBRIO DO NOVO SISTEMA
PREVIDENCIÁRIO 26
3 REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL 28
3.1 REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL- RGPS 28
3.2 REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL- RPPS 29
3.3 REGIME COMPLEMENTAR DE PREVIDÊNCIA- RCP 33
4 A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NA IMPLANTAÇÃO DO RPPS35
4.1 A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO ATUARIAL 35
5 UNIVERSO E AMOSTRA 37
5.1 ANÁLISES DE DADOS 37
5.2 ASPECTOS DO MUNICÍPIO DE SERRA NEGRA DO NORTE-RN 37
6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 39
6.1 PLANOS DE BENEFÍCIOS, REGIMES FINANCEIROS E TÉCNICAS DE
FINANCIAMENTOS 42
6.2 HIPÓTESES FINANCEIRAS 42
6.3 HIPÓTESES BIOMÉTRICAS 42
6.4 OS VALORES DA AVALIAÇÃO ATUARIAL E ALÍQUOTAS DE
ESTABILIDADE 43
6.5 ECONOMIA, VANTAGEM E DESVANTAGEM 43
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 46
REFERÊNCIAS 48
8

1 INTRODUÇÃO

A Previdência Social possui dois Regimes básicos: O RGPS (Regime Geral


de Previdência Social) e o RPPS (Regime Próprio de Previdência Social), os quais
possuem características semelhantes que é a obrigação de filiações. O RGPS é um
tipo de regime direcionado àqueles que se filiam e contribuem com o INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social), por exemplo: os empregadores, empregados
assalariados, domésticos, autônomos, contribuintes individuais. Já o RPPS é um
regime direcionado aos servidores públicos e militares, no qual o ente público fica
sendo o responsável por receber as contribuições desses segurados. Além desses
dois regimes, ainda existe o RCP (Regime Complementar de Previdência), que se
caracteriza por ser optativo, conhecido como fundos de pensões, os quais, através de
contribuições dos participantes, tem o objetivo de proporcionar renda.
Existem diversos munícipios que já possuem um RPPS. Para implantar um
RPPS em um município é necessário fazer um estudo e cálculos atuariais, sendo
necessário saber quantos servidores possui o município, quantos dependentes, a
idade, o sexo, há quanto tempo estão efetivos naquele município, entre outras
informações necessárias. Diante do exposto, surge a seguinte indagação: Qual a
viabilidade de uma implantação de um regime próprio de Previdência Social no
município de Serra Negra do Norte-RN?
A presente pesquisa tem, como objetivo geral, analisar a viabilidade de
implantação de um Regime Próprio de Previdência Social no município de Serra
Negra do Norte-RN. Trazendo como objetivos específicos: Conceituar os segurados
da Previdência Social, classificando-os e comparando-os; demonstrar e conceituar os
benefícios oferecidos pela Previdência Social; descrever os tipos de regimes da
Previdência Social e mostrar as diferenças entre eles; demonstrar a importância da
Contabilidade para a implantação do RPPS; demonstrar a importância da avaliação
atuarial.
O presente estudo justifica-se por se tratar de um tema de grande importância
para os servidores públicos, principalmente os do município de Serra Negra do Norte,
já que o mesmo não possui um Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), sendo
necessário que os servidores se filiem ao Regime Geral de Previdência Social
(RGPS).
9

Faz-se necessário esta pesquisa, neste município, pois os seus servidores


fazem parte de um tipo de regime que não é ideal para os mesmos, e com este estudo
da viabilidade do RPPS, poderá ser exposto se é realmente viável ou não a
implantação deste regime.
A pesquisa tem ainda sua importância para a vida acadêmica, pois contribuirá
para o desenvolvimento de outros estudos na área, servindo como fonte para novos
pesquisadores. Para esta pesquisadora, o estudo trouxe grandes contribuições para
sua vida, enriquecendo seus conhecimentos e contribuindo para seu currículo
acadêmico, pois lhe proporcionou a oportunidade em desenvolver um estudo que
enriquece a sua atuação profissional.
Do ponto de vista da natureza das pesquisas, esta pode ser aplicada, pois
objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, destinada à solução de
problemas específicos. Contém verdades e interesses locais.
Tendo em vista a forma de abordagem do problema, esta pesquisa foi
quantitativa, pois pode ser quantificável. Traduz em números opiniões e informações
para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas
(percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação,
análise de regressão).
Haja vista os seus objetivos, a pesquisa foi descritiva, pois visa relatar as
características de determinadas pessoas ou fenômeno, ou o estabelecimento de
relações entre variantes, onde também contém o uso de técnicas padronizadas de
coleta de dados. Como também exploratória, pois envolve consulta bibliográfica,
diálogo com pessoas, e análise de exemplos que incentivem o entendimento.
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos (Gil, 2010), trata-se de uma
pesquisa bibliográfica uma vez que foi elaborada a partir de material já publicado,
constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e, atualmente, material
disponibilizado na internet.
10

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 SEGURIDADE SOCIAL

A Seguridade Social é uma expressão adquirida pela Constituição de 1988,


ano em que foi criada a segurança social como ação protetiva aos trabalhadores, em
que seu constituinte queria criar um sistema que amparasse essas pessoas, pois não
existia no país algo do tipo e o Estado seria o responsável por esta organização de
seguro para atender aos desejos e às dificuldades de todos, assim com contribuições
por parte desses segurados, os mesmos passariam a ter direitos à assistência social,
à saúde e à previdência.
Para reforçar, menciona-se o Art. 194 da Constituição Federal de 1988:

A seguridade social compreende em um conjunto integrado de ações


de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social.1

O surgimento da Seguridade Social teve uma grande relevância, pois, a saúde


tornou-se um direito de todos, independentemente de contribuição, sendo assim, um
dever do Estado também de prestar assistência social às pessoas desfavorecidas
como forma de proporcionar o mínimo de subsistência. A Previdência Social passou
a ser uma espécie de proteção social, no qual, através de contribuições por parte dos
segurados, eles pudessem ser amparados de futuros riscos sociais.
Qualquer pessoa está sujeita a um acontecimento futuro, em que pode ocorrer
mudanças na sua vida cotidiana, por exemplo: a maternidade, doença, velhice, entre
outras e com isso pode impedir ou dificultar que elas possam continuar exercendo
suas atividades do dia a dia.
A Seguridade Social é formada por três pilares: a saúde, a assistência social
e a previdência social que através dos mesmos podem amparar essas pessoas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica saúde como o estado de
completo bem-estar físico, social e mental, e não apenas a falta de dores ou
enfermidades.

1BRASIL. Presidência da Republica. Subchefia para assuntos jurídicos. Constituição da República


federativa do Brasil de 1988. 1998. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 17 Set. 2017.
11

Nos termos do art. 196 da Constituição Federal de 1988 é classificado como:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante


políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.2

Percebe-se diante do exposto que é dever do Estado amparar a população


oferecendo-lhes serviços básicos de saúde, assim, reduzindo os riscos de doenças e
de outros danos.
Procurando a evolução da saúde no País, a Constituição Federal de 1988
prenunciou a elaboração de um Sistema Único de Saúde, o SUS, com o que a saúde
seria solicitada através de ações conjuntas entre todos os entes federativos.
A assistência social trata-se de uma política da seguridade social não
contributiva, na qual protege gratuitamente os necessitados, oferecendo-lhes serviços
de proteção básica, onde é dever do Estado e direito de todo cidadão que se encontra
em vulnerabilidade social.
Conforme o art. 4º da constituição Federal de 1988:

A Assistência Social é a política social que provê o atendimento das


necessidades básicas, traduzidas em proteção à família, à
maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa
portadora de deficiência, independentemente de contribuição à
Seguridade Social.3

A saúde e a assistência social devem ser prestadas independentes de


qualquer contribuição direta, sendo dispensada ao beneficiado a necessidade de
recolhimento tributário para poder usufruir desses serviços. Embora sejam prestadas
independentemente de contribuição, a saúde e a assistência social dispõem de um
custeamento, que é proveniente das colaborações sociais da sociedade.
A Previdência Social é um seguro para as pessoas que contribuem, ou seja,
qualquer trabalhador que tem sua carteira assinada, como também os empresários,

2 BRASIL. Presidência da Republica. Subchefia para assuntos jurídicos. Constituição da República


federativa do Brasil de 1988. 1998. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 17 Set. 2017.

3 BRASIL. Presidência da Republica. Subchefia para assuntos jurídicos. Constituição da República


federativa do Brasil de 1988. 1998. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 17 Set. 2017.
12

estão automaticamente contribuindo, e assim, se encontram devidamente


acobertados pela Previdência Social. O seu objetivo é garantir renda ao trabalhador
quando ele perde a capacidade de trabalhar por um determinado tempo, seja por
doença, acidente ou mesmo para os casos de auxílio maternidade, como também os
casos em que proporciona tal segurança de maneira permanente, seja por morte,
invalidez ou velhice. É a Previdência Social a responsável pelos pagamentos de
diversos benefícios ao trabalhador, tais como auxílio-doença, auxílio-acidente, salário-
maternidade, salário-família, aposentadoria, pensão por morte, entre outros.
Conforme o site da previdência social:

No Brasil, a Previdência Social é um direito social, previsto no art. 6º


da Constituição Federal de 1988 entre os Direitos e Garantias
Fundamentais, que garante renda não inferior ao salário mínimo ao
trabalhador e a sua família nas seguintes situações, previstas no art.
nº 201 da Carta Magna:
I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade
avançada;
II – proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos
segurados de baixa renda;
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
companheiro e dependentes. (Brasil, 2015)4

Então, a Previdência Social é um sistema de proteção ao trabalhador, como


também aos seus dependentes, no qual diferente da saúde e da assistência social, a
mesma necessita de contribuições para que assim essas pessoas possam usufruir
dos benefícios que são oferecidos.
No artigo 3º da Constituição Federal dispõe que previdência social, calçada
no princípio da solidariedade, consiste em uma das metas fundamentais da República
Federativa do Brasil.
A Previdência Social, por meio de contribuição, tem por fim propiciar aos seus
beneficiários meios fundamentais de preservação, por motivo de inépcia, desemprego
forçado, tempo de serviço, idade avançada, encargos familiares e prisão ou morte
daqueles de quem dependiam economicamente, conforme dispõe o artigo 1º da Lei
8.213/91.

4
BRASIL. Ministério da Previdência Social. Previdência social. 2015. Disponível em:
<http://www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/previdencia-social/>. Acesso em: 03 out. 2017.
13

Logo, a previdência social é um seguro social, por meio de contribuições


previdenciárias, com o objetivo de prover sustento ao trabalhador ou seus
dependentes, em caso de perda de sua capacidade laborativa.

2.2 OS SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Todo trabalhador que contribui mensalmente com a Previdência Social é


chamado de segurado e possui direito a usufruir de benefícios oferecidos pelo INSS
(Instituto Nacional de Seguro Social). Os segurados estão divididos em obrigatórios e
facultativos, sendo que os obrigatórios são: os empregados, os empregados
domésticos, os trabalhadores avulsos, os contribuintes individuais, e os segurados
especiais, já os facultativos são pessoas que não possuem renda, mas contribuem
para se tornar um segurado e terem direito aos benefícios que a Previdência Social
oferece, em que se pode citar o estudante, a dona de casa, o bolsista ou um estagiário,
entre outros.
Assim como os que contribuem e são segurados da Previdência, os
dependentes desses trabalhadores também são considerados segurados, pois
existem benefícios que são somente para essas pessoas que possuem o direito de
usufruí-los, como por exemplo: a pensão por morte e o auxílio-reclusão. Os quais
serão citados e comentados mais à frente.
O empregado é toda pessoa física que presta serviço de forma não eventual
a um empregador, sob uma dependência e mediante salário. Sobre esta exposição,
observa-se o que está disposto na alínea a do inciso I, artigo 11 da Lei n° 8.213 de
1991: “aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter
não eventual, sob uma subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor
empregado”.
O empregado doméstico é aquele que presta serviço de forma contínua,
configurando uma dependência, mas não uma sobrecarga, sem finalidade lucrativa
por parte da pessoa ou família empregadora, no ambiente em que residem, por mais
de dois dias por semana. De acordo com o art. 11, II Lei 8.213 de 19915 o empregado

5BRASIL. Presidência da Republica. Subchefia para assuntos jurídicos. Lei nº 8.213 de 24 de julho
de 1991: Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências..
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213compilado.htm>. Acesso em: 06 out.
2017.
14

doméstico é “aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no


âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos”.
Nessa categoria estão inclusos o(a) empregado(a) doméstico, o cozinheiro(a),
o copeiro(a), a governanta, o jardineiro(a), o motorista particular e o caseiro (quando
o sítio ou local onde trabalha não exerce atividades com fins lucrativos), entre outros.
Em relação a esta figura de empregado vale ressaltar que poderá se filiar
como tal pessoas com no mínimo 16 anos de idade, vez que não há de se falar em
contrato de aprendizagem nesta atividade.
O trabalhador avulso é o que não possui vínculo empregatício, prestando seus
serviços a várias empresas, com contratos por intermédio do órgão gestor de mão-
de-obra ou através do sindicato desta categoria, como por exemplo: os ensacadores
de café, cacau e similares, o amarrador de embarcação, o guindasteiro, entre outros.
De acordo com o art. 9º, VI, da lei nº 8.630 de 25 de fevereiro de 1993, o trabalhador
avulso é:

Aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana


ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a
intermediação obrigatória do órgão gestor de mão-de-obra, nos termos
da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do sindicato da
categoria.6

Portanto, o trabalhador avulso é aquele que não tem vínculo empregatício


com nenhuma empresa, ou seja, um dia ele pode estar prestando serviços em uma
empresa A, por exemplo e em outro dia em uma empresa B, sem vínculo algum com
nenhuma das duas.
O contribuinte individual é aquela pessoa que trabalha por conta própria,
exercendo suas atividades de maneira autônoma e recebendo sua remuneração
através da prestação de seus serviços, sem nenhum vínculo empregatício. De acordo
com Santos (2011, p. 132) “essa classe de segurados não tem vínculo de natureza
trabalhista, como empregados, com outras pessoas físicas ou jurídicas. É o que no
senso comum se denomina ‘trabalhador autônomo’, ‘por conta própria’.” Ou seja,
aquele que não depende de outros para prestação de serviços.

6BRASIL. Presidência da República. Subchefia para assuntos jurídicos. Decreto nº 3018 de 06 de


maio de 1999: Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências. 1999.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm>. Acesso em: 21 set. 2017.
15

Para ser classificado contribuinte individual, o brasileiro deve trabalhar para o


próprio órgão oficial do qual o Brasil seja elemento efetivo. Caso represente as
preferências do governo, isto é, tenha sido convencionado pela União para
representar o país no organismo internacional, se enquadrará na categoria de
empregado.
O Segurado especial é aquele que exerce suas atividades em forma de regime
individual ou em economia familiar sem nenhum empregado permanente. Para
exemplificar, é mencionado através do Ministério da Previdência Social, esclarecendo
o segurado especial como sendo:

O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o pescador


artesanal e o assemelhado, que exerçam essas atividades
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com
auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou
companheiros e filhos maiores de 16 anos de idade ou a eles
equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo
familiar respectivo. (BRASIL7, 2017).

Sendo assim, o Segurado especial é o agricultor ou o pescador artesanal que


exercem juntamente com seus familiares, desde que maiores de 16 anos, suas
atividades rurais ou pesqueiras, podendo também exercê-la de forma individual tais
atividades.
Os segurados especiais são assim considerados, pela previdência social, os
produtores rurais que trabalhem em uma área de terra que tenham no máximo até
quatro módulos fiscais, ou os pescadores artesanais, onde ambos exerçam suas
atividades rurais ou pesqueiras em forma de regime individual (trabalhem sozinhos)
ou em regime de economia familiar (trabalham com os familiares, esposas e filhos
maiores de 16 anos), sem empregados permanentes.

O produtor rural que exerce atividade agropecuária (agricultura ou


pecuária) somente será considerado segurado especial se a área da
propriedade for de no máximo 4 módulos fiscais (o módulo fiscal varia
de um município para outro). Se superior a isso, o produtor rural torna-
se contribuinte individual. (GOES, 2016, p. 99).

7BRASIL. Ministério da Previdência Social. O que é previdência complementar. 2017. Disponível


em: <http://www.previdencia.gov.br/a-previdencia/previdencia-complementar/o-que-previdncia-
complementar/>. Acesso em: 21 set. 2017.
16

Portanto, o produtor rural para ser considerado um segurado especial tem que
exercer atividades na agricultura ou pecuária e não ultrapassar o total de módulos
fiscais exigidos, obedecendo de acordo com cada município em que residam.

2.3 OS BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

A Previdência Social beneficia os seus segurados com diversos tipos de


benefícios, tais como: aposentadorias por idade, por tempo de contribuição, por tempo
de contribuição do professor, por invalidez e especial por tempo de contribuição,
auxílio-doença, auxílio-acidente, salário-maternidade e salário família. Proporciona
também aos seus dependentes o auxílio-reclusão e a pensão por morte.
A aposentadoria por idade é um benefício devido ao segurado que comprove
no mínimo 180 contribuições mensais e possua a idade mínima para concessão do
mesmo. Para reforçar melhor, a Previdência Social classifica este benefício como
sendo8: “A aposentadoria por idade é um benefício devido ao trabalhador que
comprovar o mínimo de 180 meses de trabalho, além da idade mínima de 65 anos, se
homem, ou 60 anos, se mulher”.
A aposentadoria, por tempo de contribuição, é para aqueles que contribuem
por um determinado tempo, no qual, quando se atinge um número mínimo de
contribuições, eles possuem o direito de se aposentar, sem idade mínima para tal
benefício.
Sendo assim, Kertzman (2015, p. 377) conceitua este benefício como sendo:

A aposentadoria por tempo de contribuição é o benefício devido a


todos os segurados, exceto o especial que não contribua como
contribuinte individual, que tiver contribuído durante 35 anos, se
homem, ou 30 anos, se mulher.

Percebe-se diante o exposto, que essa aposentadoria beneficia aqueles que


tenham 35 anos (para os homens) e 30 anos (para as mulheres) de contribuições junto
à Previdência Social, em que chegando a este total de contribuições, eles estarão nos
seus direitos de adquirirem a sua aposentadoria, independentemente de suas idades.

8BRASIL. Instituto Nacional do Seguro Social. Aposentadoria por idade. 2017. Disponível
em:<http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao-cidadao/todos-os-servicos/aposentadoria-por-idade/>.
Acesso em: 03 out. 2017.
17

A aposentadoria por tempo de contribuição do professor possui uma pequena


característica, comparada à aposentadoria citada anteriormente, na qual as idades de
contribuições são reduzidas em cinco anos para os profissionais da educação infantil,
fundamental e médio.
Então, Kertzman (2015, p. 377) explica sobre essa redução de idades de
contribuições para os professores:

Essas idades serão reduzidas em cinco anos para o professor que


comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil e no ensino fundamental ou no ensino
médio, fazendo jus à aposentadoria após 30 anos de contribuição, se
homem, ou 25 anos, se mulher.

Portanto, os professores profissionais da educação também atingindo o total


de contribuições, poderão adquirir a sua aposentadoria, pois estarão em seus direitos
de usufruírem deste benefício oferecido pela Previdência Social.
A aposentadoria, por invalidez, é definida como a que o segurado é incapaz
de exercer qualquer atividade laboral, ou que não possa ser reabilitado a outra
profissão, sendo avaliado por uma perícia médica do INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social), em que o segurado fica recebendo este benefício permanentemente
até que se prove o contrário quanto a sua invalidez, podendo ser reavaliado
periodicamente através de perícia médica do INSS.
De acordo com o art. 42º Lei nº 8.213, de 24 de Julho de 1991:

A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso,


a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em
gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de
reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
(BRASIL, 2017)9
Portanto, essa aposentadoria é para os incapazes de trabalhar, ou seja, que
possuem uma invalidez permanente e não possam exercer algum tipo de trabalho
para que possam manter seu sustento de vida.
A aposentadoria especial, por tempo de contribuição, é aquela para as
pessoas que exercem suas atividades de forma contínua e ininterrupta expostas a

9BRASIL. Presidência da Republica. Subchefia para assuntos jurídicos. Lei nº 8.213 de 24 de julho
de 1991: Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências..
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213compilado.htm>. Acesso em: 03 out.
2017.
18

agentes nocivos à saúde, como: ruídos, calor, vibrações, eletricidade, entre outros, no
qual essas pessoas possuem o direito de adquirir sua aposentadoria após chegar a
25, 20 ou 15 anos de contribuições. Esse total de contribuições varia conforme o
agente nocivo, e eles precisam ter trabalhado no mínimo 180 meses.
Goes, (2016, p. 254) complementa sobre este benefício da seguinte forma:

Neste benefício, não existe distinção de tempo de trabalho entre


homens e mulheres: todos devem trabalhar durante quinze, vinte ou
vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeitos a condições especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

Portanto, vale ressaltar que, para este tipo de aposentadoria, não existe
variação no total de contribuições de homens ou mulheres, tendo como característica
o tipo de agentes nocivos à saúde, em que varia o tempo de contribuição de cada
trabalhador ou trabalhadora.
O auxílio-doença é um benefício oferecido aos segurados que estão
incapazes de trabalhar por motivo de doença ou por ter sofrido acidente que deixe a
pessoa temporariamente incapaz de exercer suas atividades. Para ter acesso a este
benefício, o segurado precisa apresentar a guia impressa e preenchida retirada do
sistema e carimbada pela empresa que trabalha, atestado médico, onde passará por
uma perícia médica no INSS, como também, é necessário ter feito no mínimo 12
contribuições para que possam fazer gozo do benefício.
De acordo com Gonçales (2005, p. 116) o auxílio-doença é:

Benefício de trato continuado devido mensal e sucessivamente, na


hipótese de incapacidade total e temporária para o trabalho, por mais
de 15 dias. Mencionada incapacidade deve ser comprovada por meio
de exame realizado por perícia médica do Instituto Nacional de
Seguridade Social-INSS.

Este benefício é relevante para os segurados, pois caso aconteça do


trabalhador adoecer ou sofrer algum acidente que o deixe temporariamente incapaz
de exercer suas atividades trabalhistas, poderá ficar amparado pela Previdência
Social.
O Auxílio-doença é um benefício oferecido aos segurados que estão
incapazes de trabalhar por motivo de doença ou por ter sofrido acidente que deixe a
pessoa temporariamente incapaz de exercer suas atividades
19

Além do auxílio-doença, a Previdência também oferece um benefício


chamado auxílio-acidente, às vezes confundido com o auxílio-doença. É um benefício
a que quase todos os segurados possuem o direito, com exceção dos contribuintes
individuais e os contribuintes facultativos. Ao sofrerem acidentes e restarem sequelas
que diminuam sua capacidade laborativa, recebem este benefício como forma de uma
indenização, mas não impede que eles continuem trabalhando.
Para Santos (2011, p. 265) “O auxílio-acidente tem por objetivo recompor,
“indenizar” o segurado pela perda parcial de sua capacidade de trabalho, com
consequente redução da remuneração”.
O auxílio-acidente será atribuído, como restituição, ao segurado empregado
(exceto os domésticos), trabalhador avulso e especial quando, após consolidação das
lesões consequente de acidente de qualquer natureza, ocasionarem sequelas que
provoquem diminuição da competência para o trabalho que frequentemente exercia.
Existem alguns benefícios da Previdência Social que os dependentes dos
segurados possuem direitos de usufruir, sendo um deles o auxílio-reclusão. Este
benefício ampara a esposa ou filhos menores de 21 anos que poderão ter o direito,
enquanto o segurado estiver preso.
Benefício devidos aos dependentes do segurado de baixa renda encarcerado
ou detido, desde que este não esteja recebendo aposentadoria, auxílio-doença ou
proventos por parte da empresa onde trabalhava.
Gonçales (2005, p.123) classifica este benefício sendo:

Benefício de trato continuado devido aos dependentes, mensal e


sucessivamente, enquanto durar a detenção ou reclusão do segurado.
O requerimento do benefício deverá ser instruído com certidão de
efetivo recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para manutenção do
benefício, a comprovação periódica da condição de presidiário.

Como dito anteriormente, este benefício ampara os familiares dependentes


do detento, enquanto ele estiver preso. Porém, para requerer e ter o direito de receber
este benefício terá que apresentar a certidão da prisão para realmente provar a
condição de presidiário. Outra condição imposta é que o segurado seja classificado
como de baixa renda.
Os dependentes do segurado que estiver cumprindo pena em regime aberto,
não terá direito a este benefício, bem como enquanto o período em que o segurado
20

estiver refugiado, caso venha a tentar fuga no decorrer do cumprimento da pena em


estabelecimento prisional.
Outro benefício que os dependentes do segurado possuem o direito de
recebê-lo é a pensão por morte. Este benefício é pago aos dependentes do segurado
que venha a óbito. Para ter direito, basta que o falecido seja um segurado da
Previdência. A esposa terá que provar a união através de certidão de casamento, e
se não for casado no civil terá que provar a união estável através de provas
documentais e testemunhais. No caso dos filhos, a prova se dá por meio das certidões
de nascimento.
De acordo com o art. 74 da Lei 8.213 de 24 de julho de 1991 10 a pensão por
morte é:

Devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer,


aposentado ou não, a contar da data: (Redação dada pela Lei nº
9.528, de 1997)
I - do óbito, quando requerida até noventa dias depois deste; (Incluído
pela Lei nº 13.183, de 2015)
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso
anterior; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. (Incluído pela Lei
nº 9.528, de 1997.

Sendo assim, a pensão por morte é devida aos dependentes do segurado que
venha a óbito, mesmo ele não sendo aposentado, mas é um direito que seus
dependentes possuem.
Hoje em dia a exigência da carência não é mais exigido, entretanto, a pessoa
que falecer deve apresentar a qualidade de segurado para que seus dependentes
tenham direito a este benefício.
Existem casos, todavia, mesmo que o segurado tenha perdido tal qualidade
de segurado quando de seu óbito, seus dependentes conseguirão fazer jus à pensão
por morte. Isso acontecerá quando o instituidor do benefício tenha elaborado todas as
exigências para consecução de uma aposentadoria até a data do óbito; ou quando
ficar identificada a existência de inépcia permanente ou temporária, dentro do período
de graça, através de parecer medido-pericial do INSS, de acordo com atestados ou

10BRASIL. Presidência da Republica. Subchefia para assuntos jurídicos. Lei nº 8.213 de 24 de julho
de 1991: Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências..
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213compilado.htm>. Acesso em: 03 out.
2017.
21

relatórios médicos, exames complementares, prontuários ou outros documentos


equivalentes, relacionados ao segurado falecido.
Vale ressaltar, todavia, que os dependentes de gênero superior eliminam os
dependes de gêneros inferiores, bem como que, existindo mais de um dependente do
mesmo gênero, esses irão ratear o valor arrecadado.
O salário-maternidade é um benefício oferecido às seguradas que tiverem
filho ou estejam grávidas a partir do 8° mês de gestação, como também para os
segurados que adotem uma criança.
De acordo com Gonçales (2005, p.121), o Salário-maternidade classifica-se
como sendo:

Benefício devido à segurada empregada, à trabalhadora avulsa, à


empregada doméstica, à contribuinte individual, à segurada facultativa
e à segurada especial, durante 28 (vinte e oito) dias antes e 92
(noventa e dois) dias depois do parto, que tem como objetivo manter
o salário da segurada empregada grávida, nos períodos pré e pós-
parto. A mãe adotiva ou que obtiver a guarda judicial para fins de
adoção tem direito ao salário maternidade pelo período de 120 (cento
e vinte) dias, se a criança tiver até 1 (um) ano de idade; o benefício
será de 60 (sessenta) dias se a criança tiver entre 1 (um) e 4 (quatro)
anos de idade; e será de 30 (trinta) dias se a criança tiver idade entre
4 (quatro) e 8 (oito) anos.

Em vista disso, este benefício não é somente oferecido às seguradas que


estão grávidas ou que já tiveram a criança, sendo oferecido também aqueles que
venham a adotar ou ter a guarda de uma criança conforme os critérios que foram
citados acima.
Para solicitar o benefício a mulher (segurada empregada, empregada
doméstica, trabalhadora avulsa, contribuinte individual, segurada especial, ou até
mesmo facultativa) tem que ter a condição de segurada.
No que refere-se à carência esta é isenta quando tratar-se de segurada
empregada, empregada doméstica e trabalhadora avulsa.
Tratando-se de segurada especial (enquanto contribuinte individual) e
segurada facultativa o período de carência é de dez contribuições mensais. Será
devido o salário-maternidade à segurada especial, desde que prove o exercício de
atividade rural nos últimos dez meses imediatamente anteriores à data do parto ou da
requisição do benefício, quando solicitado antes do parto, mesmo que de forma
descontínua.
22

Para a segurada empregada o valor do benefício equivalerá ao valor total de


seu salário mensal, ainda que este valor ultrapassar o teto superior do salário de
contribuição.
Para a empregada doméstica o valor do benefício será o do salário de
contribuição contínua em sua CTPS.
A trabalhadora avulsa terá o valor de seu benefício orçado com base na último
rendimento.
A segurada especial terá direito ao valor equivalente a um salário mínimo.
Além do salário maternidade, ainda existe o salário família que é um benefício
assistencial devido ao trabalhador de baixa renda, filiado na situação de segurado
empregado (além do doméstico) e de trabalhador avulso, sendo devido na proporção
do número de filhos ou equiparados de até 14 anos de idade, ou inválidos de qualquer
idade.
De acordo com Kertziman (2015, p.399), o Salário-família classifica-se como
sendo:

O salário-família é o benefício devido ao segurado empregado e ao


trabalhador avulso de baixa renda, na proporção do respectivo número
de filhos ou equiparados, menores de 14 anos, ou inválidos, de
qualquer idade. Ressaltamos que o empregado doméstico também
fará jus a este benefício, assim que a EC 72/2013 for regulamentada,
uma vez que tal diploma garantiu a extensão deste direito aos
trabalhadores domésticos.

Para possuir direito a este benefício o segurado deverá ter filhos menores de
14 anos ou inválido, além de se encaixar no conceito de segurado de baixa renda.
Desse modo, deverá apresentar a certidão de nascimento do filho ou a
sentença de adoção; caderno de vacinação ou correspondente para os menores de
07 anos; comprobação de invalidez, no caso dos filhos maiores de 14 anos; e
comprovação de assiduidade à escola quando o dependente for maior de 7 anos.
2.4 PREVIDÊNCIA SOCIAL

Atualmente, os regimes próprios de previdência social são prerrogativas


constitucionais concedidas a Estados e Municípios que podem instituir contribuições
de seus servidores para o custeio, em benefício destes, de sistemas de previdência
social.
23

Considera-se previdência social como sendo uma poupança forçada, imposta


ao cidadão para garantir no futuro, após perda da sua capacidade laboral, uma renda
que lhe condicione condições de viver em sociedade.
Conforme a Constituição de 1988, no seu art. 194:

“A seguridade social compreende um conjunto integrado de


ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade
destinado a assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social.”

Porém, devem-se diferenciar claramente os conceitos de previdência social,


a qual deve ser encarada como um seguro de contribuição mútua para que haja o
recebimento pelo segurado no futuro. Já o que não tem contribuição de forma
expressa é considerado “assistência social”, pois o governo financiará esses
benefícios por meio dos tributos pagos pela sociedade. As diferenças entre
previdência e assistência social são definidas pela Constituição:

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime


geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá,
nos termos da lei, a:
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade
avançada;
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção
ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV - salário-
família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de
baixa renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2o.
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por
objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à
velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da
integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência
e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios
de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família,
conforme dispuser a lei (BRASIL,1988).

Há uma diferença latente entre benefícios previdenciários e assistenciais. Os


previdenciários destinam-se a pagamentos dos segurados e seus dependentes
24

quando da perda da capacidade laboral do trabalhador, havendo a obrigação da


contribuição, ao passo que os benefícios assistenciais são desvinculados de qualquer
tipo de contribuição, sendo destinados a atender indivíduos que deles necessitem, em
geral os carentes.
O ente federado, quando toma o encargo de administrar a previdência social,
compromete-se em assegurar o desempenho da instituição, garantindo o pagamento
dos benefícios aos segurados. Ao certo, ano a ano, é previsto o montante dos
benefícios a pagar e fixadas as contribuições que, conjuntamente com os rendimentos
delas, terão de fazer frente à despesa originada para cada ano.
Posteriormente, após ter estruturado o plano previdenciário, isto é, ter definido
os benefícios que farão parte desse plano, deverá ser estabelecido o custo do plano
e a sua forma de conseguir os recursos indispensáveis para o seu suporte.
Segundo Póvoas (2015, p. 118), os cálculos atuariais são feitos sobre as
normas fixadas para cada plano de previdência. As características dos benefícios a
serem concedidos, benefício básico ou acessório, quando começam e quando
terminam, sua ligação com o fato gerador (morte natural ou acidental), qualquer
hipótese tem de ser prevista para ser quantificada em termos de custos para o plano.
Os regimes de previdência utilizam-se de três formas para financiar os seus
gastos: o regime de repartição simples, também chamado de “benefício definido”, o
regime de capitalização, ou modelo de contribuição definida, e o regime de repartição
de capitais de cobertura.
O regime de repartição simples, também conhecido como “sistema de custeio
de caixa”, como exposto em Rodrigues (2002, p.10), é um sistema pelo qual o que se
arrecada é imediatamente gasto, sem que haja, obrigatoriamente, um processo de
poupança ou acumulação. Esse modelo funciona como um processo de distribuição
entre contribuições e benefícios dentro de gerações diferentes – pacto entre gerações,
ou seja, as contribuições previdenciárias pagas pela população ativa (mais jovem)
destinam-se a cobrir os gastos com os benefícios dos inativos (mais velhos). Nessa
ótica, a relação entre beneficiários e contribuintes pode apresentar grandes
desequilíbrios em decorrência de fatores demográficos.
Tal sistema se demonstra equilibrado quando existe um expressivo grupo de
jovens trabalhando e ativos e poucos trabalhadores inativos ou aposentados. Ao longo
do tempo, a tendência natural é que se reduzam os valores dos benefícios e se gere
aumento de alíquotas devido ao envelhecimento da população e ao aumento do
25

número de benefícios. Não há vínculo entre o benefício recebido e o valor capitalizado


ao longo do período.
O outro regime é o de capitalização, que, segundo Rodrigues (2002, p. 11)
pressupõe a acumulação de valores (contribuições) durante a fase ativa do indivíduo
no mercado de trabalho para que essa poupança possa suportar os custos da sua
inativação no futuro. Ainda segundo o autor, esse processo pode se dar de maneira
individual ou coletiva, existindo mecanismos de solidariedade dentro do grupo, no qual
o regime de repartição é por capitais de cobertura. Nesse método determinados
eventos (falecimentos antes da aposentação, invalidez, ou queda de rentabilidade de
ativos) são cobertos pelo próprio grupo com aporte de recursos extras.
No regime de capitalização, o segurado irá receber seu benefício
condicionado a contribuições pessoais e próprias, à rentabilidade das aplicações e ao
tempo de contribuição e recebimento do benefício, evitando que o custo dos
benefícios seja postergado para a data de suas concessões.
É um sistema justo já que cada um receberá proporcionalmente ao que
contribuiu, sendo que esse método torna o valor presente das contribuições iguais ao
valor presente das aposentadorias que o indivíduo irá receber. Póvoas define o regime
de capitalização como:

Aquele em que as despesas com os benefícios, sob a forma de


pagamento continuado ou de pagamento único são estimados,
conjuntamente, com relação a todos aqueles que serão
concedidos nos exercícios futuros, cada qual tido como um
exercício inicial de concessão - considerada a manutenção do
compromisso nos respectivos exercícios subsequentes, no caso
de benefícios sob a forma de pagamento continuado e cujo
custeio é garantido pelos sucessivos capitais de cobertura que
serão constituídos, por meio de contribuições previamente
fixadas e nivelados, além das rendas geradas por investimentos
realizados com as disponibilidades desses capitais desde o
início de sua formação (PÓVOAS,2015, p. 124).

Esse regime é considerado o mais adequado para a elaboração de planos de


benefícios de qualquer tipo de aposentadoria.
Por fim, temos o regime financeiro de repartição de capitais de cobertura, o qual
descreve como aquele que possui uma estrutura técnica de forma que as
contribuições pagas por todos sejam suficientes para constituir integralmente as
26

reservas matemáticas de benefícios concedidos, decorrentes dos eventos ocorridos


nesse período.
Ainda segundo Póvoas (2015, p. 123), a expressão “capital de cobertura” significa
a parte do montante das contribuições cobradas no ano, o que, relativamente a cada
um dos benefícios nascidos nesse exercício, permitirá, no conjunto da respectiva
carteira de riscos, devidamente capitalizada, garantir o pagamento do benefício ao
longo do período que lhe respeita.
Os planos que envolvem pensões e auxílio-reclusão são os que utilizam este
regime, pois as contribuições a serem cobradas num exercício econômico deverão
ser suficientes para ocorrer ao montante de reservas matemáticas constituídas para
garantir o pagamento dos benefícios que ocorrerem nesse exercício econômico.

2.5 A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E O DESEQUILÍBRIO DO NOVO SISTEMA


PREVIDENCIÁRIO

A Constituição de 1988 introduziu o conceito de seguridade social na ordem


jurídica nacional, incluindo na sua estrutura as políticas de saúde, assistência e
previdência social, e atribuiu-lhe um orçamento específico, o da seguridade social,
distinto do orçamento fiscal.
Em termo de previdência, no ano de 1988, com a Constituição Federal, criou-
se outro marco na garantia de direitos ao cidadão. Giambiagi e Além (1999,)
descrevem bem o impacto da nova legislação sobre o equilíbrio fiscal da área de
previdência social, visto que se criou uma série de benefícios sem a consciência das
respectivas contrapartidas para que se pudesse arcar com os novos direitos. Foram
esses:
“a criação de regras generosas de aposentadorias, definição de
um piso de um salário mínimo para todos os benefícios,
extensão da aposentadoria proporcional às mulheres, redução
de cinco anos de idade para concessão de aposentadoria por
velhice aos trabalhadores rurais, além de outras alterações que
gerariam déficit na área previdenciária”( GIAMBIAGI ; ALÉM
(1999, p. 215-216).

Segundo a Brasil, (1988), as principais características, tanto para o regime


geral quanto para os servidores públicos, eram:
27

• aposentadoria por idade: 65 e 60 anos para homens e mulheres, respectivamente,


com redução de cinco anos para os trabalhadores rurais de ambos os sexos;
• aposentadoria por tempo de serviço: 35 e 30 anos de serviço para homens e
mulheres, respectivamente, com redução de cinco anos de idade para os professores
de ambos os sexos;
• aposentadoria proporcional ao tempo de serviço: 30 e 25 anos de serviços para
homens e mulheres, respectivamente;
• os riscos cobertos pela previdência, bem como os valores mínimos e máximos dos
benefícios concedidos, passaram a ser iguais para todos os contribuintes do sistema,
extinguindo-se as desigualdades entre população urbana e rural.

Percebe-se a fragilidade do novo regramento, ou se deve dizer a


“generosidade” das regras de aposentadoria, no qual se adota a figura da
aposentadoria por tempo de serviço e que permite um crescente contingente de
aposentados em virtude da aposentadoria proporcional, ou até integral, com idade
menor de cinquenta anos.
28

3 REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

3.1 REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL- RGPS

A Previdência Social contém dois regimes básicos: o Regime Geral de


Previdência Social (RGPS) e o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), que
são os de filiação obrigatória, e, além desses dois, existe ainda o Regime de
Previdência Complementar (RCP).
O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) esse regime é o principal
regime previdenciário. É o regime obrigatório utilizado por todos os que não estão no
regime próprio, ou seja, todos os trabalhadores da iniciativa privada que têm seus
contratos de trabalho chefiado pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
De acordo com o site da Previdência Social:

O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) tem suas políticas


elaboradas pelo Ministério da Previdência Social (MPS) e executadas
pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia federal a
ele vinculada. Este Regime possui caráter contributivo e de filiação
obrigatória. Dentre os contribuintes, encontram-se os empregadores,
empregados assalariados, domésticos, autônomos, contribuintes
individuais e trabalhadores rurais. (BRASIL11, 2015).

O Regime Geral é aquele em que o trabalhador realiza sua filiação junto à


Previdência Social, tendo que contribuir com o INSS, tornando-se um segurado que
possuirá direitos aos benefícios deste órgão, podendo assim fazer gozo dos mesmos
quando for necessário afastar-se temporariamente de seus serviços.
Segundo Santos (2012) possui o caráter contributivo, pois consiste no
pagamento dos subsídios para custeamento do sistema. Tanto aqueles que
contribuem, como também seus dependentes têm a condição de segurado da
Previdência Social, que cumprindo com as respectivas carências, terão direito aos
benefícios da Previdência Social. A filiação é indispensável, pois o constituinte quis
por um lado que todos fossem acobertados pela Previdência e por outro que todos
contribuíssem para o custeio.

11BRASIL. Ministério da Previdência Social. Previdência social. 2015. Disponível em:


<http://www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/previdencia-social/>. Acesso em: 06 out. 2017.
29

Os funcionários públicos não envolvidos por regime próprio também cabem a


este regime geral, bem como acontece com os titulares de cargo em comissão, sem
vínculo permanente com o Poder Público, previstos no inciso V do artigo 37 da
Constituição Federal.
O custeio do RGPS é fundamentado especialmente nas contribuições dos
empregados e empregadores, geralmente em um percentual de 8, 9 e 11% calculados
sobre os rendimentos do assalariado, e 20% sobre as folhas de pagamentos,
reconhecendo o seu caráter contributivo.
Além dessas contribuições dos segurados filiados, a União tem a obrigação
de cobrir os imprevistos de falhas financeiras, proporcionando o devido pagamento de
benefícios do RGPS. Ou seja, quando o pagamento de benefícios extrapolarem o
orçamento da Previdência Social, a mesma tem por obrigação cobrir essa diferença
com recursos de outras fontes, para assim garantir que esses pagamentos não
deixem de ser realizados.
Portanto, percebe-se que a União é um suporte para Previdência Social.
Quando acontecem esses eventos inesperados no equilíbrio financeiro nos
pagamentos dos benefícios previdenciários, em que estão fixados na Lei
Orçamentária Anual, a União tem de assumir o planejamento feito anualmente.

3.2 REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL- RPPS

O Regime Próprio é aquele que se enquadram os servidores públicos, o qual


é mantido pela União, pelos Estados e alguns Municípios que optam por implantar um
RPPS, e desse modo, eles seguem normas especiais. Este tipo de regime não existe
em todos os Municípios, e é por isso que muitas vezes um servidor público municipal
é filiado ao RGPS.

Os Regimes Próprios de Previdência são mantidos pela União, pelos


Estados e por alguns Municípios, em favor de seus servidores públicos
e militares. Nesses entes federativos, os servidores ocupantes de
cargos públicos efetivos não são vinculados ao RGPS, mas sim a
regime próprio de previdência, desde que existente. Somente com
relação a esses regimes próprios é que Estados e Municípios poderão
legislar. (IBRAHIM, 2006, p. 25).
30

As regras fundamentais elaboradas para uma boa organização e andamento


dos RPPS estão previstas no art. 40 da Constituição Federal que, por inúmeras vezes,
foi modificado, inclusive o caput sendo as últimas modificações através da Emenda
Constitucional 41/03. No qual, ressalta:

Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário.12

O § 1º do art. 149 da Constituição Federal define que os Estados, o Distrito


Federal e os Municípios estabelecerão contribuição, recolhidas de seus servidores,
em vantagens destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, de que a
percentagem não será menor à da contribuição dos servidores titulares de cargos
efetivos da União.
Este tipo de regime de previdência é de grande importância para os segurados
que se encaixam a ele, pois se todos os Municípios possuíssem um regime desta
natureza, os seus servidores passariam a ser segurados desse tipo de regime e não
precisariam se filiar ao RGPS. Também diminuiriam as despesas com INSS, com a
folha de pagamento de aposentados e pensionistas do município desses servidores,
entre várias outras vantagens.
Os segurados obrigatórios deste tipo de regime são os servidores públicos
efetivos dos poderes Executivo, Legislativo e das autarquias e fundações públicas.
São excluídos deste grupo os empregados das empresas públicas, servidores
temporários, agentes públicos, os de cargos de confiança, os quais todos estarão
obrigatoriamente filiados ao RGPS.
O RPPS deve ser estruturado com base em regras de contabilidade e atuária.
Desse modo, os municípios escolhem a Segregação de Massas para solucionar sua
deficiência atuarial, por compreender ser esse um modo efetivo de determinar um

12.BRASIL. Presidência da República. Subchefia para assuntos jurídicos. Emenda constitucional nº


41, de 19 de dezembro de 2003. Modifica os arts. 37, 40, 42, 48, 96, 149 e 201 da Constituição
Federal, revoga o inciso IX do § 3 do art. 142 da Constituição Federal e dispositivos da Emenda
Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, e dá outras providências. 2003. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc41.htm>. Acesso em: 30 out.
2017.
31

melhor funcionamento do sistema previdenciário, já que proporciona um melhor


domínio dos benefícios e competência de programar os investimentos.
Para melhor entendimento cita-se o art. 1º da Lei 9.717 de 1998:

Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares
dos Estados e do Distrito Federal deverão ser organizados, baseados
em normas gerais de contabilidade e atuária, de modo a garantir o seu
equilíbrio financeiro e atuarial13

Desse modo, para possuir uma boa implantação de RPPS é essencial


executar diversos passos como: a elaboração de probabilidade executada pela
avaliação atuarial; a outorga do plano de Lei pela Câmara Municipal e reconhecida
pelo prefeito; a seleção feita pelo prefeito para constituir o conselho de previdência;
efetuar os registros de todos os segurados para ter o domínio certo nos recolhimentos
e benefícios dos servidores e dependentes e, por fim, deve-se possuir uma
estruturação da composição e andamento do Regime Próprio de Previdência social
das obrigações contábil, jurídica, gestão previdenciária, investimento e atuarial.
A Lei 10.887 de 2004 elaborou várias formas e regras para os cálculos de
pagamento dos benefícios aos assegurados do regime. Conforme o art. 1º da lei
mencionada, quando se dão por idade, tempo de contribuição, por invalidez ou
compulsórias, os cálculos se darão através da média aritmética simples dos
rendimentos aplicados como base para as contribuições, sendo aplicadas os maiores
rendimentos de contribuição, equivalentes a 80% de todo o tempo dos últimos 15
anos, correspondente à norma do cálculo do RGPS.
Além disso, esta lei determina como teto de benefício, o último rendimento do
segurado de cargo efetivo, sendo solicitados que sejam cumpridos 10 (dez) anos no
serviço público e cinco anos no cargo efetivo.
A área dos gastos administrativos da unidade gestora do RPPS será
subsidiada por uma "Taxa de Administração" exclusiva, que precisará ser antecipada
na lei previdenciária do ente federativo.

13BRASIL. Presidência da República. Subchefia para assuntos jurídicos. Lei nº 9.717 de 27 de


novembro de 1998: Dispõe sobre regras gerais para a organização e o funcionamento dos regimes
próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal e dá outras providências. 1998.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9717.htm>. Acesso em: 30 Out. 2017.
32

Vale ressaltar que a despesa administrativa é aquela essencial para o


andamento do RPPS, seja com energia, água, aluguel, materiais de expediente,
vencimentos de servidores da unidade gestora, encargos tributários, trabalhistas etc.,
além dos serviços como o de contabilidade e de assessorias.
O RPPS é supervisionado por vários órgãos: Ministério da Previdência Social,
Sindicato dos Servidores e Conselho Fiscal do órgão gestor do RPPS, Tribunal de
Contas, Câmara Municipal, conforme o funcionamento do município, o mesmo
ganhará o certificado de regularidade previdenciária (CRP) bastante utilizado pelos
órgãos federais, oferecendo assim, autoconfiança e legalidade do andamento do
mesmo, caso aconteça do município ser reprovado, sofrerá punições em
conformidade com a Lei de responsabilidade Fiscal – Lei complementar n°. 9.717 de
1998 em seu art. 7º:

I- Suspensão do recebimento de transferências voluntárias de


recursos pela União;
II- Impedimento para celebrar acordos, contratos, convênios ou
ajustes, bem como receber empréstimos, financiamentos, avais e
subvenções em geral da União;
III- Suspensão de empréstimos e financiamentos por instituições
financeiras federais;
IV- Suspensão do pagamento dos valores devidos pelo Regime Geral
de Previdência Social.14

De acordo com Art. 10 da lei 9.717/98, quando acontece a extinção do RPPS,


a União, o Estado, o Distrito Federal e os Municípios, ficarão responsáveis por pagar
os benefícios aprovados no decorrer de sua vigência, tais como aqueles benefícios
que as exigências fundamentais para sua concessão foram elaboradas
antecipadamente ao desaparecimento do RPPS.
Portanto, caso aconteça a extinção do RPPS, os servidores serão destinados
automaticamente ao Regime Geral de Previdência Social- RGPS.

14
BRASIL. Presidência da República. Subchefia para assuntos jurídicos. Lei nº 9.717 de 27 de
novembro de 1998: Dispõe sobre regras gerais para a organização e o funcionamento dos regimes
próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal e dá outras providências. 1998.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9717.htm>. Acesso em: 30 Out. 2017.
33

3.3 REGIME COMPLEMENTAR DE PREVIDÊNCIA- RCP

O Regime Complementar - RCP é elaborado pelo Ministério da Previdência


Social e efetuado pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar
(Previc). É um regime optativo e organizado de forma independente ao RGPS,
podendo ocorrer de forma individual, sendo operado pelas entidades abertas ou por
meio de entidades fechadas de Previdência Complementar, conhecidas como fundos
de pensão, as quais, através de contribuições dos participantes, tem o objetivo de
proporcionar renda.
De acordo com o site da previdência social:

No Brasil, o Regime de Previdência Complementar – RPC, também


conhecido como previdência privada, surgiu para assegurar ao
trabalhador o recebimento de um recurso adicional, sendo assim um
mecanismo que permite ao trabalhador, facultativamente, acumular
reservas para que no futuro, possa desfrutar de uma complementação
na sua aposentadoria proporcionando uma qualidade de vida melhor.
Além disso, esse benefício poderá possibilitar cobertura em casos de
morte ou invalidez. (BRASIL15, 2013).

Por isso, compreende-se que o Regime Complementar é uma escolha que a


pessoa pode fazer para garantir um futuro mais cômodo, fazendo algumas reservas
para que mais na frente possa usufruir de uma aposentadoria melhor, garantindo uma
qualidade de vida mais satisfatória.
Este tipo de regime pode ser dividido em duas categorias: Previdência
Complementar aberta e Previdência Complementar fechada.
O Plano de Previdência Complementar aberta é aquele que os planos são
feitos por bancos e seguradoras e qualquer pessoa física ou jurídica pode adquiri-lo.
A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) é o órgão do governo responsável
pela fiscalização e regras deste tipo de plano.
Kertzman (2015, p. 42) Classifica esse plano como:

Os planos de previdência complementar aberta são os organizados


por instituições financeiras e disponibilizados para quem deles tiver

15BRASIL. Ministério da Previdência Social. O que é previdência complementar. 2017. Disponível


em: <http://www.previdencia.gov.br/a-previdencia/previdencia-complementar/o-que-previdncia-
complementar/>. Acesso em: 21 set. 2017.
34

interesse em participar, por exemplo, Brasilprev, Flexprev ltaú,


Bradesco Previdência, HSBC Previdência etc.

Já o Plano de Previdência Complementar fechada é aquele que é criado pelas


empresas e oferecido aos seus funcionários, conhecido como fundo de pensão, no
qual não pode ser comercializado com quem não é funcionário daquela empresa que
está oferecendo este plano. A PREVIC (A Superintendência Nacional de Previdência
Complementar) é a responsável por fiscalizar as entidades fechadas de previdência
complementar.
Novamente cita-se Kertzman (2015, p. 42) que expõe esse plano como:

Os planos de previdência fechada são os aplicáveis a grupos fechados


que contribuem para obter os respectivos benefícios. As empresas
costumam aderir a planos de previdência complementar fechada, em
benefício de seus empregados.

Portanto, a diferença básica entre a aberta e fechada é que o plano aberto é


aquele oferecido a qualquer pessoa física ou jurídica, sendo elaborado pelos bancos
ou seguradoras e o fechado tem um público específico, que são somente os
empregados daquela determinada empresa que ofereça esse tipo de plano.
35

4 A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NA IMPLANTAÇÃO DO RPPS

Neste procedimento tão complexo que é a implantação do RPPS, a


contabilidade vai entrar juntamente com a ciência atuarial como ferramenta
fundamental, no sentido de oferecer contribuições para a tomada de decisão aos
gestores do RPPS à procura de máxima eficácia, eficiência e economicidade.
De acordo com Iudícibus et al. (2010), o objetivo maior da contabilidade é de
oferecer o máximo de informações sobre o patrimônio de uma entidade e suas
modificações para seus usuários em geral. Então, a contabilidade bem organizada irá
ajudar bastante com as informações para a manutenção e desenvolvimento do RPPS.
Marion (2003) acrescenta dizendo que a contabilidade visa oferecer
informações para auxiliar na tomada de decisão dos seus usuários e tal objetivo é
conquistado a partir da contabilidade, a qual atua como um sistema de informação.
Em virtude de sua evolução, a contabilidade, quando bem aplicada, transforma dados
em informações relevantes para a tomada de decisão, o que deixa a tarefa dos
gestores mais estável e firme.
A contabilidade é a principal linguagem no que se refere a tomadas de
decisões e mudanças de planejamento, neste caso a mudança do RGPS para o
RPPS. Para Niyama e Silva (2013), a principal linguagem de comunicação dos
agentes econômicos em busca de viabilidade de aplicações e na ponderação do risco
de suas operações é a contabilidade.
Os municípios terão economias com a implantação do RPPS, com isso eles
poderão encaminhar fundos para realizar aplicações e em consequência possuirá
mais possibilidade de negócios e desenvolvimento.

4.1 A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO ATUARIAL

A avaliação atuarial é uma ferramenta de grande importância para o


planejamento de seguros e previdência. Ela abrange diversas áreas, nas quais pode-
se destacar duas: a administrativa e a financeira.
A avaliação atuarial é realizada por um especialista nominado “atuário” ao final
de cada ano, através da base de dados dos membros, nas regras do plano de
benefícios e nas hipóteses atuariais.
36

Tais informações constituem a base fundamental para calcular as reservas


matemáticas do fundo, nas quais são feitas pelo profissional, que constituem a soma
de prestações que o participante deverá criar durante sua vida ativa para proporcionar
seu acréscimo de aposentadoria ou pensão.
A princípio, são observados os benefícios que vão ser cobertos pela entidade,
conforme estabelecidos na ordem do fundo de pensão, conforme determinadas
particularidades dos participantes, tais como: remuneração, tempo de serviço, idade,
composição familiar e tempo de contribuição.
As possibilidades atuariais são compostas por: taxa de crescimento salarial
ao longo da profissão, tábuas biométricas que computam a viabilidade de
sobrevivência e mortalidade dos participantes, taxa de juros, taxa de rotatividade,
inflação e outras premissas que envolvem no custo do plano.
Com a avaliação atuarial, além do cálculo das reservas matemáticas de
benefícios concedidos e a conceder, são decididos os custos referentes a cada tipo
de benefício determinado pelo regulamento e sua compensação, isto é, o valor das
contribuições que vão permanecer a cargo dos patrocinadores e dos integrantes.
37

5 UNIVERSO E AMOSTRA

Para realização da pesquisa o universo adotado para os cálculos foi o total de


194 Servidores efetivos do Município de Serra Negra do Norte-RN. Sendo assim, o
pesquisador deve se preocupar com a qualidade e tamanho da amostra.

5.1 ASPECTOS DO MUNICÍPIO DE SERRA NEGRA DO NORTE-RN

Serra Negra do Norte é um município brasileiro, localizado no Rio Grande do


Norte, na região Nordeste, estando situada a 321 quilômetros da capital do Estado:
Natal-RN.
Segundo o IBGE (2010), este município possuía 7.770 habitantes de acordo
com o último censo realizado, sendo que hoje estima-se possuir 8.175 habitantes,
tendo uma densidade demográfica de 13,82 hab/Km².
De acordo com os dados do IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do município
de Serra Negra do Norte em 2014, era de R$ 7.945,48 per capita, ficando na posição
86 de 167 comparado aos demais municípios do Estado. Seu percentual das receitas
oriundas de fontes externas em 2015 era de 92,1%.
Serra Negra do Norte, de acordo com os dados do IBGE, possui uma área de
562,396 Km² da unidade territorial, com 73,3% de esgotamento sanitário adequado, a
arborização das vias públicas é de 89,7% e 2,8% de habitação urbana em vias
públicas com urbanização conveniente (como calçada, bueiro pavimentação e meio-
fio). Em 2015, ainda conforme o IBGE, este município possuía uma média 1,4% de
salários mínimos mensal dos trabalhadores formais. A proporção de população
ocupada em relação a total era de 11,2%, considerando domicílios com rendimentos
mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 46,3% da população nessas
condições.

5.2 ANÁLISES DE DADOS

A coleta de dados é a parte de grande relevância para o desenvolvimento da


pesquisa, pois com a aplicação desses dados chega-se ao objetivo do estudo previsto
pelo pesquisador.
38

Sendo assim, os documentos que foram fornecidos pela prefeitura do


município de Serra Negra do Norte-RN contêm dados atualizados dos seus servidores
efetivos, com informações relevantes para esta pesquisa, tais como: idade,
remuneração, total de dependentes, ocupação, sexo, entre outras. Com isso, foi
possível extrair informações importantes para realização deste estudo, suprindo a
necessidade atuarial para a definição da alíquota equilibrada de contribuição.
Com as informações atualizadas e fornecidas pela prefeitura do município,
chega o momento de transformar os dados em informações relevantes. Para tornar
realidade, colocam-se os dados coletados em planilha e programas computacionais
apresentados para este fim. Com a computação dos mesmos, foram alcançados
dados capazes para gerar o Demonstrativo de Resultados da Avaliação Atuarial
(DRAA), que com base nele é verificada a viabilidade ou não para a implantação do
RPPS no município, devido este processo ser o gerador da alíquota equilibrada de
contribuição.
39

6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Este ponto tem como objetivo apresentar o resultado da aplicação da


avaliação atuarial do RPPS no município de Serra Negra do Norte-RN.
Foram utilizados dados e informações verídicos para a utilização da
modelagem coligado a procedimentos computacionais, conseguindo assim os
resultados através da incorporação da base atuarial, base cadastral e base técnica.
Para apresentação desses resultados, foram aplicados os critérios
presumidos na portaria MPS 403/2008 que representa a DRAA, em que se expõe, de
forma sucinta, as características fundamentais do plano.

Município: Serra Negra do Norte


Universo: 194 servidores efetivos
DRAA:
Demonstrativo de Resultados da Avaliação Atuarial - 2017
RN - PREFEITURA MUNICIPAL DE SERRA NEGRA DO NORTE/RN
CNPJ: 8096372/0001-75
Nome do Plano: Regime Próprio de Previdência Social

Avaliação Atuarial

Data da Avaliação: 12/11/2017


Data-Base: 30/10/2017

Descrição da População Coberta: servidores ativos efetivos, servidores


aposentados e pensionistas.
Data-Base: data de extração das informações cadastrais

Planos de Benefícios e Regime Financeiro

Benefícios do Plano Regime


Financeiro
Sim Aposentadorias por Idade, Tempo de Contribuição e CAPITALIZAÇÃO
Compulsória.
Sim Aposentadoria por Invalidez CAPITALIZAÇÃO
Sim Pensão por Morte de segurado Ativo CAPITALIZAÇÃO
Sim Pensão por Morte de Aposentado por Idade, Tempo CAPITALIZAÇÃO
de Contribuição e Compulsória.
Sim Pensão por Morte de Aposentado por Invalidez CAPITALIZAÇÃO
40

Hipóteses Financeiras

Hipóteses Valores
Taxa de Juros Real 6,0 %
Taxa Real de Crescimento do Salário por Mérito 1,00 %
Projeção de Crescimento Real do Salário por Produtividade 0,00 %
Projeção de Crescimento Real dos Benefícios do Plano 0,00 %

Hipóteses Biométricas

Hipóteses Valores
Novas Entradas * Nula
Tábua de Entrada em Álvaro Vindas
Invalidez **
Composição Familiar Foi considerada constante a composição familiar
dos servidores municipais de Serra Negra do Norte
obtida pelas informações cadastrais desses.
* Descrever a hipótese de comportamento da contratação de novos servidores.
** Tábua de Entrada em Invalidez AV = Álvaro Vindas

Estatísticas

Situação da Quantidade Remuneração Média Idade Média


População (R$)*
Coberta Sexo Sexo Sexo Sexo Sexo Sexo
Feminin Masculin Feminin Masculin Feminin Masculin
o o o o o o
Ativos 131 63 R$ R$ 45 42
2.207,91 1.922,85
Aposentados 0 0 0,00 0,00 0 0
por
Tempo de
Contribuição
Aposentados 0 0 0,00 0,00 0 0
por
Idade
Aposentados 0 0 0,00 0,00 0 0
Compulsório
s
Aposentados 0 0 0,00 0,00 0 0
por
Invalidez
Pensionistas 0 0 0,00 0,00 0 0
41

Resultados 1

Campos Valores da avaliação atuarial


em R$
Benefícios - Regime de
Capitalização
Ativo do Plano. R$ 0,00
Valor Atualizado dos Salários Futuros R$ 55.360.944,00
Valor Atualizado dos Benefícios Futuros R$ 16.608.283,00
(Benefícios a conceder).
Valor Atualizado das Contribuições Futuras do R$ 11.044.508,00
Ente
(Benefícios a Conceder).
Valor Atualizado das Contribuições Futuras do R$ 6.089.703,00
Ativo,
Aposentado e Pensionista (Benefícios a
Conceder).
Valor Atual da Compensação Financeira a R$ 0,00
Receber.
Valor Atual da Compensação Financeira a R$ 0,00
Pagar.

Resultados 2
Planos de Custeio - Alíquotas de Equilíbrio Definidas na Avaliação Atuarial

Contribuinte Custo
Ente Público 19,95%
Servidor Ativo 11,00%
Servidor Aposentado 0,0% *
Pensionista 0,0% *
Base de Incidência das Contribuições do Ente Folha de remuneração dos
Público ativos
* Caso o valor do benefício ultrapasse o teto estipulado pelo RGPS, incidirá 11% apenas
sobre o excedente.

Comparativo – Mês de Outubro de 2017

Regimes Folha de Contribuição Total de Encargos


pagamento do Previdenciária do CPP
pessoal ativo Município - CPP
RGPS R$ 384.451,91 R$ 84.579,42 R$ 84.579,42
RPPS R$ 384.451,91 R$ 76.698,15 R$ 76.698,15
Economia para o ente municipal: R$ 7.881,27
Fonte: Dados da Pesquisa, 2017.
42

6.1 PLANOS DE BENEFÍCIOS, REGIMES FINANCEIROS E TÉCNICAS DE


FINANCIAMENTOS

A pesquisa expõe os tipos de benefícios para os servidores do município que


são: aposentadorias por idade, tempo de contribuição e compulsória, aposentadoria
por invalidez, pensão por morte de segurado ativo, pensão por morte de aposentado
por idade, tempo de contribuição e compulsória e a pensão por morte de aposentado
por invalidez.
Os benefícios de salário-maternidade, auxílio-doença e o auxílio-reclusão não
entram na análise dos resultados atuariais, pois são benefícios passageiros, ou seja,
são concedidos por um determinado tempo e depois são cessados.
Com a finalidade de assegurar a liquidez do plano, foi usado como regime
financeiro, o sistema de capitalização assim sendo, uma espécie de poupança, no
qual, os fundos recebidos e capitalizados precisam ser capazes de financiar os
benefícios em estudo e assegurar o seu equilíbrio atuarial.

6.2 HIPÓTESES FINANCEIRAS

Neste item, são estabelecidas em porcentagens as hipóteses financeiras


adotadas na avaliação atuarial.
A taxa de juros real foi de 6% a.a estabelecido o retorno dos investimentos
para o cálculo de todas as atualizações financeiras, esta taxa é a maior concedida nos
lançamentos atuariais, conforme o art. 9° da MPS 403/2008.
Para o reequilíbrio dos salários foi aplicada a taxa mínima, considerando o
reequilíbrio de 1% a.a (art. 8° MPS 403/2008), taxa essa com garantia máxima ao
plano, devido ao histórico de melhorias salariais essa quantia não foi antiquada.
A taxa de projeção de crescimento real dos benefícios do plano e a taxa de
projeção de crescimento real do salário por produtividade encontram-se zerada, pois
no município não tem a remuneração por essa hipótese.

6.3 HIPÓTESES BIOMÉTRICAS

Neste item, são estabelecidas as hipóteses biométricas que foram utilizadas


de base para a avaliação atuarial. Como o aguardo de reposição dos servidores ativos
43

se dá por concurso público, não tendo assim uma frequência segura deste evento, o
uso de qualquer valor se envolve de modo direto no cálculo atuarial gerando assim
uma instabilidade financeira.

6.4 OS VALORES DA AVALIAÇÃO ATUARIAL E ALÍQUOTAS DE ESTABILIDADE

Para alcançar os valores da avaliação atuarial é feito o cruzamento das


informações referentes às hipóteses atuariais, as biométricas e as de financiamento.
Desse modo, os atuais valores dos salários futuros, correspondem aos salários dos
servidores ativos que formam base para a incidência de contribuições e para o cálculo
dos benefícios compreendidos pelo servidor no decorrer do seu tempo laboral, desde
a hora da avaliação atuarial e implantação, até a chegada hora de se enquadrar em
alguns dos benefícios.
Como importância atual dos salários futuros que é a base de cálculo, foi
encontrado o valor de R$ 55.360.944,00.
As porcentagens incidentes estabelecidas para preservar o equilíbrio
financeiro e assegurar o pagamento dos benefícios futuros aos assegurados foram de
19,95% para o ente, e de 11% para os servidores.
Devido a estes fatores, os valores atualizados dos benefícios futuros
(benefícios a conceder) equivalem a R$ 16.608.283,00, o valor atualizado das
contribuições futuras do ente (benefícios a conceder) será de R$ 11.044.508,00 e o
valor atualizado das contribuições futuras dos servidores ativo, aposentado e
pensionista (benefícios a conceder) chegará a quantia de R$ 6.089.703,00.

6.5 ECONOMIA, VANTAGEM E DESVANTAGEM

Utilizando a metodologia publicada na Nota Técnica Atuarial, aplicando a Taxa


Real de Juros de 6%, o volume de participante a entrar no RPPS do município de
Serra Negra do Norte/RN e levando em consideração o Art. 26 da Orientação
Normativa SPS n° 02/2009, é recomendada a alíquota de 11% (onze por cento) para
os participantes, no caso os servidores, e 19,95% (dezenove vírgula noventa e cinco
por cento) para a Prefeitura de Serra Negra do Norte.
É relevante citar que ambas incidem sobre a remuneração de contribuição do
servidor de forma a assegurar a estabilidade financeira-atuarial do RPPS municipal.
44

Desta forma, a alíquota total de contribuição do plano é 30,75% (trinta vírgula setenta
de cinco por cento).
Haja vista que a alíquota para o ente no RGPS fica em 22%, enquanto na
avaliação atuarial essa alíquota apontou o valor de 19,95%, o município terá uma
economia de 2,05%.
O RPPS tem muitas vantagens, tanto para o servidor quanto para o município,
visto que, esse plano dispõe dos mesmos direitos comparados ao RGPS, e menos
trâmites, como por exemplo, a ausência do fator previdenciário que diminuiria o valor
a receber, contrapartida financeira, no qual o município passa a ser credor no INSS,
entre outros benefícios.
Outra vantagem é a redução de ações judiciais de pessoas buscando o poder
judiciário para poder conseguir um benefício previdenciário do RGPS.
Diferente do RGPS que possui o teto no valor de R$ 3.416,54, no RPPS os
seus benefícios não são submissos a nenhum teto que não ao do último salário do
cargo efetivo.

No RPPS não existe carência para a concessão de benefícios, pois, no


momento que eles tomam posse do cargo, eles já possuem o direito de, por exemplo,
ter um auxílio-doença, no qual no RGPS exige em regra a carência de 12
contribuições.
Diferente do RGPS, que é aplicado o fator previdenciário (FP) após os
cálculos dos rendimentos pela média aritmética, o qual leva em consideração a
expectativa de sobrevida, a idade e o tempo que o segurado irá contribuir ao se
aposentar, gerando assim uma redução dos valores de tais benefícios, o RPPS é
isento desse fator previdenciário.
No RPPS, as concessões de benefícios ocorrem com mais agilidade, pois o
número de beneficiários é bem menor comparados aos do RGPS, também pelo fato
do RH possuir praticamente todos os documentos necessários para a concessão
desses benefícios.
A única desvantagem que pode ser apontada é a alíquota fixa de 11% para
os servidores, prejudicando os que possuem uma remuneração menor, não sendo
proporcional (8%, 9% ou 11%) como acontece no RGPS.
O acompanhamento da gestão do RPPS pelos servidores é de grande
importância. Esse acompanhamento e a fiscalização se realizam através de
45

colegiados ou instâncias de decisão e é legalmente garantida a participação dos


segurados.
46

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa trouxe como tema a viabilidade de um Regime Próprio


para os servidores do município de Serra Negra do Norte, que se deu através um
estudo e cálculos atuariais no município mencionado.
A escolha desta temática se deu pela necessidade de apresentar se, seria
viável ou não, o Gestor do município implantar este regime, como também mostrar a
importância do regime correto aos seus servidores, que sempre estiveram filiados ao
Regime Geral de Previdência Social (RGPS) que não é o regime mais adequado para
os mesmos. Para a pesquisadora, o estudo enriqueceu seus conhecimentos e
contribuiu para seu currículo acadêmico, proporcionando a oportunidade em fortalecer
sua atuação profissional.
Com o objetivo de fazer um estudo sobre a viabilidade desta implantação, a
pesquisa se classifica como aplicada, pois gerou conhecimentos para aplicação
prática, destinada à solução de problemas específicos. Contém verdades e interesses
locais, é descritiva, pois possuiu uso de técnicas padronizadas e coleta de dados, e é
exploratória, pois envolveu o uso de bibliografias onde teve o intuito de analisar
através de um estudo e cálculos atuariais a viabilidade da implantação do Regime
Próprio para os servidores do município de Serra Negra do Norte. A pesquisadora
encontrou algumas dificuldades no decorrer do estudo, pois não conseguiu ter acesso
a muitos livros, sendo necessária a consulta a sites como o da Previdência Social e
do Planalto para ser possível conhecer algumas leis.
Os resultados alcançados através dos dados que foram emitidos pela
prefeitura de Serra Negra do Norte/RN, junto com a avaliação atuarial coligada com a
contabilidade, geraram informações fundamentais para o direcionamento que o
Gestor deverá aderir para alcançar uma melhor tomada de decisão e uma maior
economia, fazendo com que o mesmo utilize os recursos economizados com a
implantação do RPPS em áreas carentes do ente, como: educação, saúde,
infraestrutura, saneamento básico, entre outros. Deste modo, progredindo o município
e dando aos contribuintes e a população em geral uma qualidade de vida melhor.
No presente estudo, fica clara a relevância de uma boa organização e grupo
de trabalho para a implantação do RPPS coligada com a contabilidade para que
ambas modifiquem os resultados em informações tempestivas e fidedignas para uma
47

melhor tomada de decisão que o Gestor venha alcançar, ofertando assim cada vez
mais o desenvolvimento sustentável do plano e do município.
Após uma possível implantação do RPPS, sempre será necessária uma
reavaliação atuarial anual e verificação dos métodos contábeis, para notar se ambos
estão sendo empregados perfeitamente no Regime em evidência, com a finalidade de
omitir possíveis falhas para não interferir no funcionamento correto do plano.
Portanto, percebe-se que é viável a implantação do Regime Próprio de
Previdência Social no município de Serra Negra do Norte/RN, haja vista uma
economia de 2,05% para o ente.
No entanto, caso o Gestor venha fazer a implantação do RPPS, é de grande
importância para toda a sociedade manter sempre os recursos fiscalizados pelos
servidores, Câmara Municipal, Tribunal de Contas do Estado, Ministério da
Previdência e a Receita Federal.
Como concepções para futuros trabalhos levando em conta as limitações
desta pesquisa por causa da dificuldade de informação, sugere-se o estudo em outros
entes para incentivar o aumento de RPPS’s e acervos para pesquisa, aumentando
assim a fonte de informação e divulgação dos planos, por motivo do mesmo ser algo
ainda tão pouco explorado em nosso Estado do Rio Grande do Norte.
48

REFERÊNCIAS

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2010. Município de Serra


Negra do Norte- RN: Censo 2010. 2010. Disponível em:
<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rn/serra-negra-do-norte/panorama>. Acesso em:
29 nov. 2017.

________. Instituto Nacional do Seguro Social. Aposentadoria por idade. 2017.


Disponível em:<http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao-cidadao/todos-os-
servicos/aposentadoria-por-idade/>. Acesso em: 03 out. 2017.

________. Ministério da Previdência Social. O que é previdência complementar.


2017. Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/a-previdencia/previdencia-
complementar/o-que-previdncia-complementar/>. Acesso em: 21 set. 2017.

________. Ministério da Previdência Social. Orientação normativa sps nº 02, de 31


de março de 2009. 2009. Disponível em:
<http://www.previdencia.gov.br/arquivos/office/3_090505-171130-380.pdf>. Acesso
em: 02 dez 2017.

________. Ministério da Previdência Social. Previdência social. 2015. Disponível


em: <http://www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/previdencia-social/>.
Acesso em: 06 out. 2017.

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

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