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UNIVERSIDADE UNOPAR

LICENCIATURA PEDAGOGIA

FLÁVIA NABUCO DOS SANTOS TEIXEIRA

O PAPEL DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA PARA A


DEMOCRATIZAÇÃO SOCIAL

São Pedro da Aldeia


2020
FLÁVIA NABUCO DOS SANTOS TEIXEIRA

O PAPEL DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA PARA A


DEMOCRATIZAÇÃO SOCIAL

Trabalho apresentado à Faculdade Unopar, como


requisito parcial à aprovação no 1º semestre do curso de
Pedagogia.

São Pedro da Aldeia


2020
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................4
DESENVOLVIMENTO..................................................................................................5
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................10
REFERÊNCIAS...........................................................................................................11
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INTRODUÇÃO

Quando falamos em Brasil, nos referimos a uma nação heterogênea


(multicultural e pluriétnica), diferente de outras nações, temos uma variedade de
culturas e costumes pelo território brasileiro, sendo assim, é dever da escola
promover no espaço educativo a valorização da diversidade étnico-racial. Com isso,
é de extrema importância, a efetiva inserção da história e cultura africana, afro--
brasileira e indígena no currículo.
Sabemos que as leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que obrigam o ensino de
História e Cultura das populações africanas, afro-brasileiras e indígenas nas escolas
de Educação Básica no Brasil trouxeram muitos avanços no que se trata de
igualdade racial e da diversidade como um todo. Visando a circulação e a
valorização de saberes até então pouco presentes no cotidiano escolar, essa
legislação veio somar e consolidar uma luta de décadas dos movimentos negros e
indígenas brasileiros.
Para que essa legislação se torne válida, depende da formação dos
profissionais da educação. Muitos professores que estão atuando no país não
tiveram, em sua formação inicial, temas afro-indígenas em profundidade e nem
sempre a formação continuada prioriza essa temática, apesar da sua enorme
importância.
Quando se trata de democracia, concluímos que, para que exista respeito no
âmbito educacional, os alunos devem ter acesso a cultura afro-brasileira e indígena,
com a finalidade de ampliar seu conhecimento histórico, tendo em vista que a cultura
afro e indígena são pilares de estruturação de povoamento do Brasil, país de
dimensões continentais e vasta diversidade populacional.
O objetivo do presente documento é apresentar sugestões de conteúdos
didáticos para utilização prática em sala de aula, abordando as relações
etnicorraciais, a cultura e a história de negros e índios como um todo.
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DESENVOLVIMENTO

1.1 - MARCOS LEGAIS PARA A OBRIGATORIEDADE DO TRABALHO COM


A TEMÁTICA CULTURA AFRO E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO

O Brasil passou por um intenso processo de transformação em 1850,


na metade do século XIX. Nesse período era um país pré-capitalista,
monarquista e desindustrializado.
Economicamente dependente da escravidão possuindo uma
sociedade de mentalidade escravocrata. Formado por grandes latifúndios,
produzindo no sistema de monocultura e exportando produtos primários.
Despovoado, com um poder político descentralizado.
A população, que era, em sua maioria analfabeta sofria com
saneamento e sistema de transportes precários. Havia ausência efetiva de
cidadania. Tinha uma burocracia ineficiente e um Estado clientelista. Enfim, esse
era o quadro que nos prendia ao atraso (BERLATTO et al., 2013).
Durante o século XIX, a expansão ferroviária foi a alavanca do
processo de modernização capitalista e ainda sobre a ótica de BERLATTO et al.
(2013), a expansão das ferrovias, no Brasil, representava um melhor
escoamento da produção industrial e agrícola tanto nacionalmente quanto em
direção aos portos para exportação. Estes elementos estimulavam o aumento e
a distribuição da produção e a criação de empregos.
O processo de modernização ocorrido no Brasil se deu de forma
incompleta, isto é, ocorreram mudanças de ordem econômica e material, porém
mantiveram-se antigas estruturas políticas e sociais, repetindo, assim, padrões
de desigualdade como, por exemplo, a exclusão socioeconômica da população
negra (FLORESTAN, 1976 apud BERLATTO et al., 2013). Desse modo, é
comum no pensamento sociológico a ideia de que o Brasil sofreu um processo
de modernização conservadora.
No entanto, em meio a esse impulso de modernidade, havia um fator
que ainda colocava o Brasil numa desconfortável situação de atraso - a
escravidão.
A escravidão não era apenas uma questão econômica, ela gerava uma
mentalidade escravocrata, o que ocorreu em vários países, inclusive no Brasil.
Essa mentalidade percorreu o século XX e perdura até a atualidade. O
escravizado era considerado uma mercadoria. Uma sociedade marcada pela
inexistência de cidadania plena e mesmo as pessoas consideradas livres não
eram iguais entre si, uma vez que sua liberdade consistia na necessidade de
possuir capital suficiente para a aquisição de escravos que trabalhassem por
elas (BERLATTO et al., 2013).
Havia no Brasil a ideia de democracia racial, ou seja, que as três raças aqui
existentes: branco, negro e índio, viviam em harmonia. Segundo essa teoria, as
relações raciais no Brasil seriam harmônicas. Diferentemente de outros países,
como os Estados Unidos, em que há uma hostilidade explícita entre raças, o
Brasil teria se livrado do racismo e da discriminação racial e, assim sendo, aqui
não haveria qualquer tipo de preterimento baseado na “raça” (NOVAK, 2014).

Aqui, a constitucionalidade da discriminação racial


com relação aos negros foi abolida juntamente
com a escravidão. Desde então, todos os indivíduos
tiveram garantida a igualdade perante a lei. A
libertação dos escravos criou o discurso de uma
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sociedade igualitária, mas que não visava à


integração dos negros recém-libertos, os quais,
depois de abolidos, sem acesso à terra e a nenhum
meio de produção, foram forçados a vender sua
mão de obra, submetendo-se à condições de
trabalho que pouco se diferenciavam daquelas do
período da escravidão (NOVAK, 2014, p. 106).

Em um país capitalista, as desigualdades se acentuam e a pobreza é


naturalizada. A classe excluída, ou seja, a maioria não tem acesso à educação,
embora haja dispositivo legal (Constituição Federal art. 205) que lhe garante
esse direito.

Indígenas, favelados, migrantes, sem-terra,


quilombolas, faxinalenses e outros sem número de
pobres, em todo o mundo, figuram na mídia em
documentários, filmes, propagandas, como uma
estratégia do capitalismo para naturalizar a pobreza,
ou seja, para mostrar que a miséria de muitos e a
abundância de outros é normal, faz parte da vida,
podendo ser conhecida e aceita por todos
(FAUSTINO et al., 2008, p. 21).

Em 23 de dezembro de 1996 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional (LDBEN) nº 9394/96 – que trata no seu artigo 26 (alterado) –
da obrigatoriedade do Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena nos
estabelecimentos de ensino fundamental e ensino médio tanto público, quanto
privado, determinando em seus parágrafos 1º e 2º:

§ 1º O conteúdo programático a que se refere este


artigo incluirá diversos aspectos da história e da
cultura que caracterizam a formação da população
brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais
como o estudo da história da África e dos africanos,
a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a
cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio
na formação da sociedade nacional, resgatando as
suas contribuições nas áreas social, econômica e
política, pertinentes à história do Brasil. § 2º Os
conteúdos referentes à história e cultura afro-
brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão
ministrados no âmbito de todo o currículo escolar,
em especial nas áreas de educação artística e de
literatura e história brasileira (BRASIL, 1996, p. 56).

Essa conquista legal foi resultante de lutas sociais e de estratégias do sistema


para sua manutenção. No entanto, estar normatizado não significa que se
efetivarão os direitos, tendo em vista que uma série de situações estão
envolvidas, como a capacitação dos professores acerca das temáticas, materiais
didáticos, estrutura das escolas, assessoria pedagógica, entre outros fatores.
A LDB nº 9394/96 (BRASIL, 1996) foi sancionada em 1996, porém em 2003
ela sofreu alteração com a Lei nº 10.639 (BRASIL, 2003) promulgada em 09 de
janeiro de 2003, que propõe novas Diretrizes Curriculares para o estudo da
História e Cultura Afro-brasileira e Africana. A esse respeito, a referida lei
pressupõe que sejam dados aos negros os direitos históricos na constituição das
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matrizes brasileiras, que há muito foram negadas.


Com a promulgação da Lei nº 10.639/03, “fica instituído o dia 20 de Novembro
como o Dia Nacional da Consciência Negra” - data histórica que marca o dia da
morte de Zumbi dos Palmares, líder negro que foi brutalmente assassinado por
Domingos Jorge Velho, além de fazer referência à luta dos negros contra o
preconceito racial no Brasil.
Vale ressaltar que a Lei nº 10.639/03 fez-se necessária para garantir a
valorização cultural das matrizes africanas que formam a diversidade cultural
brasileira e justifica-se pela necessidade comprovada de desigualdades sociais
e históricas, que indicam adequações efetivas dessas ações em todo o sistema
educacional.
Em 10 de março de 2008, a Lei de Diretrizes e Bases – LDB nº 9394/96 sofre
a sua segunda alteração, por meio da Lei nº 11.645 (BRASIL, 2008) que trata da
inclusão da temática indígena. Portanto, a partir daí passa a obrigatoriedade da
temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, com os grupos étnicos
que compõe a formação da sociedade nacional.
Considera-se que as Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08 são leis afirmativas que
reconhecem a escola como lugar de mudança, pois ela é o lugar onde se
formam cidadãos e promove a valorização das matrizes culturais brasileiras.

1.2 - O TRABALHO COM A CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA


ESCOLA

O tema diversidade étnico-racial e suas implicações baseados na Lei nº


10.639/03 (BRASIL, 2003) e Lei nº 11.645/08 (BRASIL, 2008), introduz no
espaço escolar da educação básica, a inclusão dos conteúdos que propiciam a
discussão do tema, gerando uma educação multicultural.
Apesar da formação histórico-social brasileira ser multirracial e pluriétnica, a
maioria das escolas ainda não aprenderam a lidar com as desigualdades que
possuem as crianças e jovens, provenientes de extratos sociais mais pobres,
advindo da miscigenação entre negros e índios, o que torna o Brasil, um país
multicultural (FAUSTINO et al., 2008).
Cabe à escola, priorizar e valorizar os conhecimentos produzidos pelas
diversas culturas, para intervir na realidade de forma que as diferenças entre os
povos sejam vistas como riquezas. Para que isso ocorra, é fundamental que os
professores tornem o trabalho educativo, desafiador, mobilizando e
sensibilizando os alunos, para que esses percebam a relação entre os
conteúdos escolares e sua vida cotidiana. “Quando se trata de abordar a cultura
dessas minorias, ela é vista de forma folclorizada e pitoresca, como mero legado
deixado por índios e negros, mas dando-se ao europeu a condição de portador
de uma cultura superior e civilizada” (FERNANDES, 2005, p. 380).
Nas escolas se vê muito uma preocupação estereotipada com o trabalho com
as culturas afro-brasileira e indígena, sem desnaturalizar a situação de
inferioridade construída pela cultura europeia, apenas para cumprimento de um
calendário de datas comemorativas.
Denota-se que o planejamento não é mera questão técnica, burocrática, mas
uma questão política, na medida em que envolve posição de poder,
compromisso e reprodução ou como transformação (VASCONCELLOS, 2006).
O sistema hegemônico disponibiliza leituras da realidade, fins e meios, que
não são neutros e se não tivermos direção, seremos guiados, pois um professor
sem “projeto” é alguém que está sendo dirigido por outrem. Neste sentido, exige-
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se uma nova postura do professor para o trabalho com os conteúdos e que este
seja realizado de forma sistematizada (GASPARIN, 2003, p. 02).
Dessa forma o professor oportunizará aos alunos a ação– reflexão–ação tão
importante na realização da práxis do conhecimento, mas para que isso ocorra,
torna-se primordial que o professor tenha domínio teórico do conteúdo que
ministra e conheça cada etapa dessa prática docente (GASPARIN, 2003).
São os professores que possuem a autonomia de elaborar os seus Planos de
Trabalho Docente, não apenas para cumprir o seu papel burocrático, mas para
tornar o conhecimento acumulado pelas gerações passadas, acessível a todos
os alunos. O PTD tem que ser viável, ou seja, o que nele posto, deve ser
executável.

1.3 - A IMPLEMENTAÇÃO: DA TEORIA À PRÁTICA PEDAGÓGICA

Trabalhar com a temática “Cultura afro-brasileira e indígena” em todo âmbito


do currículo escolar, é fundamental para a escola, tendo em vista que a
diversidade existente na sociedade, se encontra e se manifesta também no
espaço escolar, por isso este ambiente deve buscar meios de aproveitar os
valores, riquezas e potencialidades desta diversidade e planejar como
desenvolver este trabalho.
Não podemos deixar de lado a importância da legislação na promoção da
valorização e o reconhecimento da diversidade étnico-racial na educação
brasileira, por meio dos conteúdos escolares e desenvolvidas no ambiente
escolar em prol da garantia do direito à educação de qualidade para todos e
todas. Para tanto, ainda faz-se necessário que se viabilizem mais condições e
subsídios para que o corpo docente aprofunde o conhecimento e a
compreensão do campo relacionado às relações étnicos-raciais, abordando
temática nos conteúdos, com ações sistemáticas e cotidianas, bem como
lidando com situações cotidianas decorrentes das práticas preconceituosas e
utilizando-as como instrumento da prática pedagógica.
A maioria das escolas tem dificuldades em abordar esse assunto em sala de
aula, principalmente nas disciplinas que abordam essa temática de forma mais
acentuada, fazer o enfrentamento ao pensamento instituído por uma sociedade
preconceituosa e construir os ideais de justiça e solidariedade, contribuindo de
forma efetiva para a superação de práticas preconceituosas seguidas de
racismo e discriminação no espaço escolar.
Não podemos ignorar que ainda vivemos em uma sociedade racista,
discriminatória e preconceituosa, uma herança cultural e histórica, cabendo à
escola, como formadora social e transformadora, mudar este cenário com ações
educativas voltadas a discutir e refletir nossa sociedade contemporânea, e as
problemáticas que assolam comunidades e cidadãos, principalmente no que
tange a questão das Relações Etnicorraciais e Diversidade em geral.
A escola tem papel fundamental na formação e transformação do educando,
que promova o desenvolvimento humana voltada para a atuação, mas também a
compreensão do mundo do trabalho.

1.4 – RELAÇÕES ETNICORRACIAIS NO ESPAÇO ESCOLAR: UMA ANÁLISE DO


FILME "VISTA MINHA PELE"
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Sob direção de Joel Zito Araújo, esse filme traz uma inversão da realidade
das relações raciais brasileiras, ou seja, a história mostra os negros como a
classe dominante e os brancos com um histórico de escravização. Os países
pobres são, por exemplo, Alemanha e Inglaterra, e os países ricos são, por
exemplo, África do Sul e Moçambique. A protagonista é Maria, uma menina
branca pobre, que estuda num colégio particular graças à bolsa de estudos que
tem pelo fato de sua mãe ser faxineira na escola. A garota é constantemente
hostilizada por sua cor e por sua condição social. Maria quer ser Miss Festa
Junina da escola e, por isso, enfrenta todo preconceito dos colegas por conta de
sua estética fora do padrão socialmente aceito. Desta forma, a menina, junto
com sua melhor amiga, vai passar por um processo de enfretamento à
discriminação racial que é evidente na escola. Durante a estória, seu pai fala
que não adianta ela tentar, pois o poder está nas mãos dos negros. Mas Maria
não desiste. O foco do filme é a força que Maria deve possuir para conseguir
vencer as barreiras do preconceito. Não se mostra quem venceu o concurso,
deixando evidente a vontade de mostrar que mais importante do que vencer foi a
atitude de Maria de lutar contra os padrões impostos.
Tão ou mais grave do que a distinção de sexo (menino e menina) é a
educação racista. A criança negra muito cedo percebe que ser negro é fonte de
experiências dolorosas. Sente desconforto com a cor da sua pele, mas como não
pode mudá-la entra em conflito consigo e com o meio social.
A rejeição que a criança sente fora do contexto social da família, fora do meio
negro, acaba tendo como consequência a baixa autoestima e na socialização da
criança com os outros, causando uma não aceitação de si mesma.
Cada experiência de racismo vivenciada, reforça a ideia de que ser negro não
é bom, ser negro é estar em situação de desvantagem nas relações sociais. As
famílias negras, sob a pressão das carências sociais, econômica, culturais,
educacionais tendem a ter suas formas organizacionais profundamente afetados e
muitas vezes destroçados, deixando as crianças em graves carências institucionais.
Nós como educadores infantis, devemos assumir uma postura de vigília
contra o racismo, porque como o próprio autor diz se tivermos essa postura,
garantimos a nós mesmos um avanço na sua formação como ser humano,
garantindo a si próprio uma visão mais generosa de si e dos outros. Os professores
que superam pré-conceitos, ensinam tolerância, respeito ao outro, o reconhecimento
da diferença e, sobretudo, alinha-se ao esforço da construção de uma sociedade
mais justa. Esse filme gera em nosso coração, o compromisso que devemos ter com
as crianças que nos forem confiadas para ensinar.
Os conhecimentos adquiridos no filme “Vista minha pele”, são de fundamental
importância para a formação do educador, principalmente no que tange as relações
etnicorraciais. Esse filme deveria ser utilizado em sala de aula, pois traz à tona uma
reflexão muito grande sobre preconceito e racismo, faz com que tenhamos atitude
de empatia.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de implementação da Lei nº 10.639/03 e Lei nº 11.645/08 e outros


dispositivos legais tornou obrigatório o ensino da História e Cultura afro-brasileiras e
indígenas, como conteúdo a ser inserido em todas as disciplinas do currículo
escolar, bem como discussões sobre as relações etnicorraciais. A inclusão desse
tema nos currículos escolares se dá no sentido de ampliar, de maneira ética, a
discussão da diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira com vistas ao
“fim do preconceito”. Há necessidade de se concretizar no currículo e na prática
docente um planejamento de forma metodológica interdisciplinar no qual os
conteúdos devem estar no Plano de trabalho Docente não só de História, Geografia,
Língua Portuguesa, Ensino Religioso, mas sim nas diversas disciplinas da
organização curricular. Sendo assim, surge a necessidade de estarmos abordando a
História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena, motivando e envolvendo a
equipe de educadores para que os conteúdos dos diversos saberes estejam
trabalhando esse tema de forma contextualizada. Conforme os documentos que
buscam subsidiar as ações, a temática precisa estar contemplada no Projeto Político
Pedagógico da Escola, uma vez que o mesmo reflete a identidade de escola com
qualidade, democrática e voltada para a valorização do ser humano e a diversidade
étnico racial. A partir desta reflexão, há um campo produtivo de pesquisa para se
descobrir como se dá a concretização das Diretrizes Curriculares nas práticas
escolares.
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REFERÊNCIAS

BERLATTO, Fábia; TRINDADE, Alexandro Dantas; LACERDA, Gustavo Biscaia de.


Ensino Médio: modular: sociedade brasileira e educação. Curitiba: Positivo, 2013.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 19
set. 2020.

Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da


educação nacional. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 21 set. 2020

Lei nº 10639, de 9 de Janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de


1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm.
Acesso em: 19 set. 2020.

Lei nº 11.645, de 10 de Março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de


1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2008/Lei/L11645.htm. Acesso em: 19 set. 2020.

FAUSTINO, Rosângela Célia; CHAVES, Marta; BARROCO, Sonia Mari Shima.


Intervenções Pedagógicas na educação escolar indígena: contribuições da Teoria
Histórico-Cultural. Maringá: Eduem, 2008.

GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 2. ed.


Campinas, SP: Autores Associados, 2003.

FAUSTINO, Rosângela Célia; CHAVES, Marta; BARROCO, Sonia Mari Shima.


Intervenções Pedagógicas na educação escolar indígena: contribuições da Teoria
Histórico-Cultural. Maringá: Eduem, 2008.

MOTA, Lúcio Tadeu; ASSIS, Valéria Soares. Populações indígenas no Brasil:


histórias, culturas e relações interculturais. Maringá: Eduem, 2008.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto de Ensino


Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico. São Paulo: Libertad, 2006.

NOVAK, Maria Simone Jacomini. Política de Ação Afirmativa: A Inserção dos


Indígenas nas Universidades Públicas Paranaenses. Dissertação de Mestrado em
Educação – Universidade Estadual de Maringá. Orientador: Prof. Dr. Mário Luiz
Neves de Azevedo. Maringá, 2007

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