4 Sexta-feira, 01 de novembro de 2013 C OL UNA DE OPI NI ÃO
O VALOR DA VIDA
Lembro com carinho e muita saudade de Zilda Arns, médica notável pela simplici-
dade e exuberância de conhecimentos e formação ética.
Zilda sabia como ninguém simplificar a aplicação do conhecimento, sem nunca im-
provisar! Zilda, pediatra e sanitarista, não precisou rasgar a Constituição ou descumprir
a lei para alcançar os objetivos de levar saúde de qualidade para as populações mais
carentes.
Vencer a anemia ferropriva e prevenir suas consequências, esse foi o mote da cruza-
da brasileira contra a anemia, conduzida pelo grande médico hematologista Celso Guer-
ra. A principal estratégia da campanha era estimular o uso de panela de ferro, algo tão
simples quanto inovador e com resultados surpreendentes.
Grandes especialistas que fizeram diferença na saúde da população. Neste mês em
que a Constituição cidadã completa 25 anos, vale resgatar exemplos históricos, registros
de um passado que mostra a ação de grandes médicos no âmbito da saúde pública. E
avaliar os riscos e desafios que a universalidade da assistência ainda enfrenta no Brasil.
Vencemos barreiras importantes na atenção básica e nas ações de alta complexidade.
Alargamos os horizontes da humanização da área com o programa Saúde da Família,
incluindo este precioso colaborador que é o agente comunitário.
Vencemos barreiras, mas não superamos integralmente o problema pelo descaso das
nossas autoridades no âmbito do SUS.
Acompanhei a batalha de Dário Birolini e vi crescer a possibilidade de salvar vidas
com a implantação do sistema de atendimento pré-hospitalar. A ação do resgate influiu
na qualificação das UTIs, nos serviços de pronto-socorro e, por conseguinte, nos serviços
de reabilitação.
Na intrincada cadeia da urgência e emergência, a ação do policial militar, dos para-
médicos e de todos os profissionais da área da saúde espelha a sinergia em favor da vida.
Também estamos vencendo a batalha do câncer, da hipertensão e do diabetes, apenas
para lembrar alguns bons exemplos.
Em São Paulo, saúde se faz com qualidade, e qualidade significa investimento na
formação dos recursos humanos e na infraestrutura tecnológica e ambiental.
Nossos pacientes, assim como os principais dirigentes governamentais, em São Pau-
lo, podem usufruir de tratamentos de qualidade, comparáveis aos de países mais desen-
volvidos. Contam com um arcabouço legal capaz de garantir ao sistema público gratui-
dade e qualidade dentro das diretrizes constitucionais.
A saúde da nossa população merece respeito. São motivo de profunda preocupação
propostas marqueteiras que confundem nossos pacientes e oferecem soluções que não
atendem as premissas básicas de qualidade, acesso e resolutividade.
Nosso compromisso de salvar a vida e garantir sua qualidade se inicia na atenção
básica.
Vamos juntos, médicos e pacientes, lutar contra ideologias que escravizam e supri-
mem direitos. Vamos impedir a visão mercantilista e o interesse de grupos que aplaudem
as medidas que fortalecem as iniquidades, criando uma assistência de segunda classe,
rodeada de publicidade enganosa, desmerecendo o direito à vida.
LINAMARA RIZZO BATTISTELLA é médica fisiatra e professora
TRANSIÇÃO DE CARREIRA E O MEDO DA RECOLOCA-
ÇÃO NO MERCADO
Mudar de área, empresa ou carreira já deve ter passado pela cabeça de diversos
profissionais ao decorrer da vida corporativa. Com a ideia de mudança vem também o
medo de enfrentar novos desafios e sair do “porto seguro” em que vive na empresa atual.
Porém estamos na era da realização, onde o desejo de encontrar uma carreira gratificante
tem aumentado e também a busca por uma atividade que permita suprir as necessidades
financeiras, assim como a satisfação pessoal.
O que tem acontecido com diversos profissionais no mercado é que alguns não co-
nhecem o universo fora do ambiente da empresa atual, o que os deixa receosos e muitas
vezes com medo de buscar novas oportunidades.
O que temos percebido é que esse medo vem da falta de diferentes experiências
em outras empresas, o que acaba os deixando menos atrativos para o mercado. Hoje o
profissional que possui diferentes experiências, tende a encontrar soluções rápidas, isso
acontece por ele estar acostumado com diferentes cenários. Quem não vive diariamente
esta realidade acaba tento um medo constante de buscar novas oportunidades de recolo-
cação no mercado.
O receio de enfrentar um novo cenário em outra empresa os afasta de novas e pro-
missoras oportunidades; para ajudar neste período de transição existem empresas e pro-
fissionais preparados para dar o suporte necessário quando a decisão de buscar novos
rumos for concreta.
Por outro lado também não é legal mudar de empresa constantemente, assim como o
mercado não vê com bons olhos profissionais que passaram 20 anos na mesma empresa
e depois foram em busca de recolocação. O ideial é o profissional se “reciclar” a cada
4 ou 5 anos, com isso ele terá uma gama de experiências para a vida e para o mercado.
Por Gutemberg Macedo, empresário
ALTERAÇÕES AO PLANO DE PREVENÇÃO DE INCÊN-
DIOS
Preocupado com a situação dos ginásios de esportes municipais, comunitários e
escolares, assim como, dos CTGs, Centros comunitários, religiosos e salões paroquiais
existentes no interior e nas pequenas localidades, o deputado estadual Adolfo Brito enca-
minhou sugestão de emenda ao Projeto de Lei Complementar nº 155/13, que visa aperfei-
çoar a legislação existente, depois do acidente ocorrido na Boate Kiss, em Santa Maria.
A sugestão, recolhida após reuniões e contatos mantidos com entidades do interior,
foi entregue pelo deputado Brito ao colega Adão Villaverde, durante a sessão plenária
desta terça-feira (29).
Conforme o parlamentar, o referido projeto de lei estabelece normas sobre seguran-
Cidades do Vale - O Jornal da Quarta Colônia
ça, prevenção e proteção contra incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio
no Estado do Rio Grande do Sul e da forma que havia sido apresentada, originalmente,
inviabilizaria as promoções de escolas, igrejas, entidades assistenciais e esportivas.
“O custo das modificações nos prédios, para implantação das novas exigências e dos
novos equipamentos de prevenção e proteção contra incêndio, dificultaria a realização
de promoções e inviabilizaria aquelas entidades que fazem eventos praticamente para se
manter.”, disse o progressista.
Explica, ainda, que “a nossa sugestão indica apenas a prevenção básica como saída
de emergência, sinalização e extintores de incêndio, eliminando burocracias”. Além dis-
so, informa o deputado que “o cadastro simplificado poderá ser feito pela internet, com
posterior fiscalização e liberação pelo corpo de bombeiros.”
Adolfo Brito destaca que se trata da forma mais simples e menos onerosa para via-
bilizar a continuidade das promoções naquelas entidades, sem esquecer da prevenção e
segurança.
“Estamos sim, todos os parlamentares, trabalhando para encaminhar uma legislação
melhor, que evite situações como a tragédia da Boate Kiss, sem deixar de olhar, no en-
tanto, as peculiaridades existentes”, confirmou o deputado Brito.
Nos próximos dias, após as tratativas finais, o PLC 155/2013 será votado pelo Ple-
nário da Assembleia Legislativa Gaúcha.
Deputado Adolfo Brito (PP)
“FUGA” DE JOVENS DA REGIÃO DA QUARTA COLÔNIA
Presenciamos na Quarta Colônia um êxodo crescente de jovens. Estes, em quase
totalidade, vão para grandes centros urbanos na busca do que hipoteticamente nossa
região não disponibiliza: Oportunidades de expansão no trabalho, profissionalização
docente, lazer, independência pessoal e profissional. Com isso, a economia local está
decaindo gradualmente. Esses agravantes geram um déficit econômico, pois todo o
dinheiro investido no indivíduo, tanto pelos seus pais quanto pelo município, irá gerar
recursos em outro local. Cada cidadão que sai e não mais retorna é um consumidor,
trabalhador, estudante, empreendedor, um potencial a menos, que irá gerar frutos em
outras regiões.
Este assunto engloba diversas diretrizes que geram certo desconforto e, sabendo
desta problemática, fiz uma pesquisa com jovens, empresários e moradores da região
e não somente dela. A seguinte pergunta foi feita: Por que quase as totalidades dos
jovens migram da região da Quarta Colônia e não retornam? Quais seriam possíveis
soluções cabíveis para estes fatores? Uma pergunta aberta, onde poderiam abranger
qualquer conteúdo de seus interesses. De 100% das respostas, 95,17% objetivaram
os mesmos problemas: Déficit de cursos profissionalizantes, graduações diversas nas
faculdades aqui instaladas, oportunidades de trabalho bem remunerado, falta de locais
de lazer, carência de lugares culturais, esportivos, tais como teatro, biblioteca, museus,
centros de incentivo aos esportes e etc. Alguns ressaltaram também a falta de estrutura
e planejamento, tomo como exemplo para estes os bancos que não têm agências nas
cidades vinculadas. No entanto, sabemos que nossa região é propícia ao crescimen-
to, e estão sendo tomadas medidas gradativas para suprir as necessidades da mesma.
Muitos dos setores inexistem, não pela falta de demanda, porém ao fato de não haver
consumidores suficientes ou mão de obra qualificada. Temos faculdades (que estão se
delineando e ofertando cada vez mais cursos), empresários que estão se dispondo a
investir e gerar lucros, jovens empreendedores acreditando em nossa localidade; con-
forme aumentam as exigências da população, cresce junto a necessidade de serviços
e concomitantemente as oportunidades. Aos empresários utilizei a mesma pergunta e
simultaneamente apresentei o resultado da averiguação citada anteriormente. O em-
presário José Luiz Rodrigues Filho (Horizon IT) deu a seguinte opinião “Os Jovens
como todo o ser humano têm sede pelo ineditismo, aquilo que ele ainda não conhece
e que consequentemente o motiva a estudar e trabalhar, contudo esperam resultados
mais rápidos principalmente no quesito financeiro, fazendo com que gere frustração
no meio em que vive. Sendo que parte da economia da região é agricultura e unindo
a globalização, televisão, marketing, ele vê em outro local aquilo que não consegue
gerar nesta região. Neste ponto ele esquece o fator formação, maturidade e simples-
mente se une a uma massa movida pela globalização de desejos. Na questão de falta
de faculdades e cursos, discordo da maioria. Vejo que há cursos que podem sim mudar
a economia de uma região, a Antonio Meneghetti Faculdade, por exemplo, forma ad-
ministradores, gerentes, analistas, consultores, programadores, advogados, juízes, e
etc., mas principalmente líderes para que mudem o meio em que vivem.” Mais de 98%
dos empresários discordaram da falta de oportunidades, como a maioria dos analisa-
dos argumentou, citaram que falta mão de obra qualificada e falta de interesse. Visto
que, é necessária uma mudança profunda cultural e sociológica. Os gestores públicos
devem estar cientes que a região também deve moldar-se a sociedade, deixar de lado
os interesses individuais ou partidários e pensar como um todo. Devemos criar um
“ciclo vicioso” de crescimento, somando para o desenvolvimento local e futuramente
mantendo a economia em constante crescimento. O que tornará a região mais atrativa,
coincidentemente diminuirá essa debanda desgastante.
Em síntese, creio que a Quarta Colônia, seja hoje um lugar onde a diferença de ren-
da não seja extravagante, somos uma classe média com um razoável padrão de vida. A
pobreza não é um problema tão agregado em nossa sociedade quanto em outras cidades,
porém não inexistente. Não sofremos assiduamente com a violência, drogas, e outras
patologias que sofrem grandes e médios núcleos urbanos no país. É dever do poder pú-
blico, privado e individual o compromisso pela valorização da região, pelo respeito por
este lugar, e um pouco mais de visão positivista de futuro daqueles que acham que aqui é
um lugar perdido. Pensarmos mais em investir nesses aspectos deficientes supracitados,
criando estas oportunidades que tanto buscamos ao invés de criticarmos. Lembrando-se
constantemente que, as mudanças são gradativas e não do dia para a noite.
Katiele Rehbein - Agudo
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