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Editora Ilustração
Cruz Alta – Brasil
2022
Copyright © Editora Ilustração
CATALOGAÇÃO NA FONTE
ISBN 978-85-92890-74-2
DOI 10.46550/978-85-92890-74-2
1. Direito. 2. Propriedade intelectual. 3. Redes sociais. 4.
Tecnologias. I. Rehbein, Katiele Daiana da Silva (org.). II. Silva,
Raonny Canabarro Costa da (org.). III. Salla, Camila Fenalti
(org.).
CDU: 34:004
Responsável pela catalogação: Fernanda Ribeiro Paz - CRB 10/ 1720
2022
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora
Ilustração
Todos os direitos desta edição reservados pela Editora Ilustração
Rua Coronel Martins 194, Bairro São Miguel, Cruz Alta, CEP 98025-057
E-mail: eilustracao@gmail.com
www.editorailustracao.com.br
Conselho Editorial
Apresentação�����������������������������������������������������������������������������13
Katiele Daiana da Silva Rehbein
Raonny Canabarro Costa da Silva
Camila Fenalti Salla
sistêmica é autopoiético.
“O impacto da tecnologia no processo jurisdicional: uma análise
dos vieses algorítmicos e dos riscos da atribuição da função decisória às
máquinas”, das autoras Jackeline Prestes Maier, Carolina de Oliveira
Rohde e Pillar Cornelli Crestani, vem como o décimo quarto
capítulo da obra. O texto possui como objetivo geral verificar o uso
de algoritmos na tomada de decisões no processo jurisdicional e a
possibilidade de violação ao acesso à justiça, buscando responder
em que medida o uso de algoritmos na tomada de decisões no
processo jurisdicional pode contribuir para violação do direito ao
acesso à justiça.
Isabel Foletto Curvello, com o décimo quinto capítulo “Os
Alimentos que “Nós” Consumimos: um breve estudo sobre a Cooperação
Técnica e Científica do Brasil no Sul Global no campo da produção
de alimentos”, busca responder quais são os objetos e quem são os
atores que compõem a cooperação técnica do Brasil na temática
agrícola, mais especificamente no que concerne ao cultivo de
alimentos reconhecidos e bastante tradicionais no país. Ou seja, o
que se propõe investigar, por ora, são os alimentos que constituem
foco de ações de cooperação entre o Brasil e outros países e quem
são os seus parceiros.
Compondo o décimo sexto capítulo, intitulado de “Senso
comum teórico dos juristas: a semiologia do poder Waratiana aplicada
ao discurso docente nas escolas de direito”, Antônio Corrêa Cortes
Fortes busca elucidar as principais notas teóricas do denominado
senso comum teórico dos juristas, fenômeno observado e
desenvolvido por Luis Alberto Warat, o qual aponta em sua extensa
literatura algumas projeções da semiologia do poder, a ser aplicada
ao discurso jurídico predominante nas escolas de direito e pelos
juristas de forma geral.
Por fim, a obra se encerra com o décimo sétimo capítulo,
intitulado de “Uma análise das externalidades dos vieses de cognição
nos algoritmos de destruição em massa no âmbito do poder judiciário
sob a ótica de uma refundação da jurisdição”, dos autores Liégy Pereira
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Considerações iniciais
necessária.
A moda se constitui, portanto, como um meio de expressão,
uma ferramenta de consumo e um importante fator decisivo na
construção social da identidade do ser humano e da sociedade. O
vestuário reflete movimentos culturais e a imagem daqueles que a
utilizam, devido à proximidade que apresenta com o indivíduo e
seu corpo. Raros são os objetos que conseguem se contextualizar na
história como as roupas (BAPTISTA, 2017, p. 9).
A efemeridade das tendências e o crescimento da necessidade
de fazer com que o consumo rápido satisfaça as demandas impostas
pelo consumidor, no entanto, gerou uma crescente necessidade de
produção constante de novos artigos e coleções que são renovados
de forma indiscriminada, muitas vezes buscando a inspiração em
décadas passadas e tendências já superadas para renovar a sensação
de novidade que é constantemente exigida pelo mercado. Uma
das tendências que têm retornado com grande sucesso diante da
facilitação ao poder de compra do consumidor de moda é o setor
de artigos de luxo.
Apesar de muitas análises especularem o sucesso da
cultura do luxo, é a eclosão de novas classes com maior poder
aquisitivo (ou com maiores facilitações de consumo) que fazem
com que esse setor se desenvolva (LIPOVETSKY, 2005, p. 14). A
vantagem é esse modus operandi do consumo nadar contra a maré
do fast fashion, o sistema de produção de moda rápida baseada na
efemeridade das tendências e no incentivo ao consumo e descarte
rápido e desenfreado, na medida em que o luxo exige um tempo
útil e durabilidade que compensem o investimento despendido.
Nesse passo, desde o início dos anos 2000 a moda tem se
inspirado nas décadas anteriores, revisitando estilos e recriando
conceitos de uma forma que torna difícil acompanhar as tendências
que se renovam constantemente (CARVALHAL, 2016, p. 20),
enquanto a sociedade, que consome desenfreadamente segue
contribuindo para esse sistema do consumo e da produção da
moda rápida que incentiva a realização contínua da produção de
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Considerações finais
Referências
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Considerações iniciais
1 https://www.dw.com/en/bayer-wins-us-government-approval-for-monsanto-
takeover/a-43985636
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Considerações finais
Referências
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Considerações iniciais
line).
Para tanto se partirá da análise do que é o ativismo digital e
quais suas diferenças no que diz respeito ao ativismo propriamente
dito. Em um segundo momento se introduzirá, de modo
contextualizado, o ativismo social e suas conexões com o ativismo
ambiental.
Na sequência, será averiguado se as ações concretas
encabeçadas pela ativista são resultado do uso de uma rede específica
ou seriam passíveis de ocorrer independente do meio de divulgação
utilizado por ela, para, por fim, compreender como o ativismo
digital se transforma em ativismo concreto.
Considerações finais
Os questionamentos desse breve estudo viabilizaram
uma melhor compreensão de como se desenvolve o movimento
ciberativista, suas diferenças entre o ativismo propriamente dito e
como é utilizado para ações reais encabeçadas por Greta Thunberg
por meio de suas mobilizações digitais, que atraem vários adeptos e
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Sociobiodiversidade na Sociedade em Rede
Referências
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Considerações iniciais
social.
Dessa forma, sob o império da lei (BOBBIO, 2009), o
modelo democrático representativo rompe absolutamente com
os demais regimes vigentes até então. Não é absolutista, porque
inclusive o chefe de estado se submete ao regime jurídico, nem é
autocrático ou totalitário porque, se há referido chefe de estado,
esse necessariamente foi eleito legitimamente pela maioria do povo
soberano (SARTORI, 1994).
Considerações finais
Referências
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Considerações iniciais
2017).
Nesse sentido, surgem os “bots”, que nada mais são do
que uma contração da palavra Robot (em Inglês), ou robô (em
Português). Os Bots são programas de computador desenvolvidos
para automatizar determinadas tarefas, que podem ser de maneira
pré-programada ou autônoma com o uso de inteligência artificial
(NASCIMENTO; CUNHA, 2017). Estes robôs podem, entre
outras tarefas e habilidades, compartilhar links capazes de
roubar informações dos usuários, de forma que é possível ter um
controle maior sobre as informações que chegam até eles. Assim, é
possível identificar os assuntos que estão sendo tratados por perfis
amplamente conhecidos e gerar textos sobre os temas encontrados
para torná-los populares (DEODATO; SOUSA, 2018).
As campanhas políticas contemporâneas dependem
fundamentalmente das estratégias digitais, de forma que, com
o intuito de dar ampla visibilidade às propostas de candidatura,
promover debates e interagir com a sociedade, os candidatos e
partidos buscam ampliar suas redes de apoio on-line como uma
estratégia para escapar do controle editorial da mídia tradicional e
se aproximar de seu eleitorado (SANTINI et al., 2022).
É nesse contexto que, considerando a guerra de informações
típica de períodos eleitorais, os Bots são ferramentas preciosas para a
divulgação de notícias e são, especialmente em períodos relevantes
à política, que eles se tornam mais ativos nas redes sociais. Esses
Bots podem se passar por entidades confiáveis, como pessoas reais,
grupos de mídia, sindicatos e outros atores que exercem influência
partidária, muitas vezes com intuito de ludibriar para enganar os
usuários e os algoritmos criados para combatê-los (NASCIMENTO;
CUNHA, 2017).
Tais robôs simulam uma militância política de base e imitam
a lógica de comportamento comunitário, divulgando mensagens
e falsificando a popularidade e a espontaneidade de campanhas
eleitorais (SANTINI et al., 2022). Desta forma, os “bots políticos
ativistas” são contas que atuam da mesma forma que militantes de
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Sociobiodiversidade na Sociedade em Rede
Considerações finais
se dão virtualmente.
Conforme apontou a pesquisa, a título de considerações
finais, a problemática reside no fato de que a presença de usuários
não humanos nas redes, com vistas à promoção de interação de tais
contas com usuários reais é fenômeno que, ao passo em que vem se
tornando cada vez mais usual no ambiente digital, paulatinamente
influencia negativamente na tentativa de transformação social que
se dá por meio do ativismo digital.
Isso porque, como apontado, contas robôs deslegitimam
o movimento ativista à medida em que promovem discussões
que não necessariamente refletem anseios sociais, além de que,
frequentemente disseminam informações propositalmente
inverídicas, com vistas a sedimentar a polarização social e convencer
usuários menos informados sobre temáticas que não guardam
relação com a verdade.
Referências
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Considerações iniciais
Considerações finais
Referências
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Proíbe, no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul, a
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tratos a animal, tais como rodeios, touradas, rinhas de cães e
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Diálogos entre os Novos Direitos e a 125
Sociobiodiversidade na Sociedade em Rede
02 jul. 2022.
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registro-de-partido-politico-junto-a-justica-eleitoral. Acesso em:
17 ago. 2022.
Capítulo 7
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Considerações iniciais
é tido como universal por ser neutro, ao mesmo passo que uma
decisão que é considerada pura nada mais é do que o reflexo do
distanciamento que existe entre aquele que a enuncia e àqueles para
quem está sendo enunciado (MORAES-LIMA; SOUZA-LIMA,
2021).
Analisando-se epistemologicamente, de forma análoga
ao conhecimento concebido pelo colonizador e imposto aos
colonizados, a decisão estipulada pelo Estado-juiz é concebida
dentro do âmbito em que se encontra situado. Todavia, este núcleo
não mantém um diálogo com as periferias – onde se encontram as
partes da demanda –, de forma que o Estado-juiz simplesmente as
considera como um objeto de estudo, sem que seja por elas tocada
(MORAES-LIMA; SOUZA-LIMA, 2021).
Deste modo, a decisão é elaborada para as partes, a partir de
um locus de enunciação distante, superior e imune à impureza
do ponto de vista delas, para garantir que a justiça será revelada
naquela situação. Em outras palavras, enquanto o Estado-juiz
é considerado neutro diante da relação processual, as partes
são consideradas “não neutras” e “contaminadas” pelas suas
circunstâncias pessoais e interesse na causa. Assim, é atribuída ao
magistrado a qualidade de enunciador da decisão justa, aquele
que “exerce o poder, em benefício geral e no cumprimento da
sua função de pacificar pessoas em conflito e fazer justiça”. Essa
qualidade de exercer o poder em benefício geral assemelha-se
à missão civilizatória do colonizador, partindo-se da premissa
de que o Estado-juiz é o único detentor da melhor decisão
possível, do ápice do discernimento de justiça (CINTRA;
GRINOVER; DINAMARCO, 1998, p. 286 e 293; apud
MORAES-LIMA; SOUZA-LIMA, 2021, p. 26).
Sob essa perspectiva, tem-se que as partes estão subordinadas
às letras normativas e também à imparcialidade do Estado-juiz, assim
como em oposição entre si: o autor contra o réu vice-versa. Desta
maneira, igualmente como acontecia entre o povo colonizador e
povo colonizado, são aprofundados os distanciamentos entre as
partes, por efeito dos interesses em contraposição, e afastamento
entre o magistrado e as partes, em decorrência da diferença de
posições que ocupam nessa relação, em suma, posições desiguais e
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Sociobiodiversidade na Sociedade em Rede
Considerações finais
Referências
DOI: 10.46550/978-85-92890-74-2.145-163
Considerações iniciais
si.
As sociedades que não se adaptam ou não permitem
inovações conforme necessário, como no exemplo da Etiópia e
da China, são levadas, em situações críticas, ao colapso total do
sistema. A diferença está que enquanto a Etiópia se bloqueia perante
uma estagnação, a China apresenta uma capacidade de superação
do sistema, resolvendo suas contradições de novas formas. Essas
se dão graças a visão que os chineses têm do homem ser parte da
natureza, e não como o ocidente que vê o homem como dominador
da natureza (BIFANI, 1999).
Melhor exemplo ainda, da criação de um sistema social
em função do sistema natural é o império Inca, que em meio a
um território considerado inóspito e improdutivo, aproveitou as
condições adversas e aplicou adequada gestão dos recursos naturais.
O sistema administrativo e o culto religioso constituíam vínculos
de coesão, onde não tinha propriedade privada, e o sistema coletivo
organizado desenvolvia grandes obras para a expansão econômica.
Com a queda do império Inca para os espanhóis, a relação entre
meio ambiente e o sistema social mudou, o sistema social passa a ser
explorado em função de uma racionalidade estranha ao sistema de
origem e em benefício de uma formação social dominante diferente
e muito distante.
O meio ambiente natural desempenha um papel
fundamental na localização e distribuição da população no mundo
na forma como ela se organiza. E na medida em que diferentes
povos podem se adaptar a meios com características comuns, eles
podem adotar atitudes socioculturais e padrões similares. Sempre
que um sistema entra em contato com outro sofre um impacto, e
na medida que um sistema social afeta seu funcionamento devido
a ação externa, acaba alterando sua relação com seu meio ambiente
natural. Aconteceu a imposição de algumas sociedades sobre os
outros, e um tipo desse domínio é o colonialismo, que explora os
colonizados.
O centro colonizador exige grãos específicos para a sua
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Sociobiodiversidade na Sociedade em Rede
Considerações finais
Referências
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Considerações iniciais
Considerações finais
Referências
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Considerações iniciais
premissas:
(a) a educação primaria deverá ser obrigatória e acessível
gratuitamente a todos;
(b) a educação secundária em suas diferentes formas, inclusive a
técnica e profissional, deverá ser generalizada e torna-se acessível
a todos, por todos os meios apropriados, principalmente, pela
implementação progressiva do ensino gratuito;
(c) A educação de nível superior deverá igualmente torna-se
acessível a todos, com base na capacidade de cada um, por
todos os meios;
(d) deve-se fomentar e intensificar, na medida do possível,
a educação de base para aquelas pessoas que não receberam
educação primaria ou não concluíram o ciclo completo de
educação primária;
(e) é preciso investir ativamente no desenvolvimento de
uma rede escolar em todos os níveis de ensino, com a
implementação de um sistema adequado de bolsas de estudo
e melhorar continuamente as condições materiais do corpo
docente, sempre visando a implementação progressiva do
ensino gratuito (WERNER, 2022).
Tal direito também é previsto na Constituição Federal de
1988, no artigo 6°, que elenca o rol de direitos sociais e também
em seção própria, do artigo 205 a 214 da Carta Magna, da seguinte
maneira:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação,
o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da
família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho (BRASIL, 1988).
A Constituição, dessa maneira, determina que o direito à
educação fundamental para todos os cidadãos não deve ser apenas
limitado à garantia do acesso e permanência no ensino básico, mas
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Sociobiodiversidade na Sociedade em Rede
1 Linha do tempo realizada com base nos autores BEZERRA; LIMA, 2021, no Jornal
Nexo Políticas Públicas e no Portal do Ministério da Educação.
192 Diálogos entre os Novos Direitos e a
Sociobiodiversidade na Sociedade em Rede
Considerações finais
Referências
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que-aponta-pesquisa-do-cetic-br/#:~:text=do%20Cetic.br-
,Cresce%20o%20uso%20de%20Internet%20durante%20a%20
pandemia%20e%20n%C3%BAmero,aponta%20pesquisa%20
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204 Diálogos entre os Novos Direitos e a
Sociobiodiversidade na Sociedade em Rede
DOI: 10.46550/978-85-92890-74-2.209-224
Considerações iniciais
3 Nos dois modelos espaciais citados e que foram trabalhados por Milton Santos
penso que há uma equivalência semântica que permite a análise comparativa.
Portanto, ao que Santos denominou de espaços de racionalidade hegemônica e de
racionalidades paralelas, estes são, em certo modo, os espaços de fluxos e os de lugares,
respectivamente, trabalhados por Castells.
Diálogos entre os Novos Direitos e a 213
Sociobiodiversidade na Sociedade em Rede
Considerações finais
Referências
DOI: 10.46550/978-85-92890-74-2.225-245
Considerações iniciais
Considerações finais
Referências
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Capítulo 13
Kleyton Pereira
Liégy Pereira da Silva Meneghetti
DOI: 10.46550/978-85-92890-74-2.247-267
Considerações iniciais
Considerações finais
Referências
DOI: 10.46550/978-85-92890-74-2.269-281
Considerações iniciais
cientistas computacionais.
Dessa forma, verifica-se que além de influenciar as decisões
judicias por meio dos vieses algorítmicos, o uso da IA pode
interferir no direito ao acesso à justiça, prejudicando o acesso
formal à justiça, uma decisão justa e também adequada. Ademais, a
ausência na transparência nesse formato de decisões, para além de
prejudicar no acesso à justiça, viola o próprio exercício do direito
de ação e do contraditório.
Portanto, para mitigar esses riscos, é imprescindível a
necessidade de uma transparência e publicidade algorítmica, para
que os cidadãos tenham conhecimento da forma pela qual se deu
a tomada de decisão. Da mesma forma, os advogados precisam
compreender o padrão decisório, reconhecendo os dados e
elementos levados em consideração pela IA. Por fim, a submissão
das decisões a revisão humana, para evitar que tais erros de fato
aconteçam e violem direitos fundamentais como o acesso à justiça.
Considerações finais
Referências
DOI: 10.46550/978-85-92890-74-2.283-298
Considerações iniciais
CAJU 7 Honduras
Guiné-Bissau
El Salvador
Suriname
Guiana
Haiti
CAFÉ 5 República Democrática do Congo
Peru
Venezuela –
*Convênio Básico de Cooperação Técnica
Timor Leste
Bolívia
CANA-DE- 4 México
AÇÚCAR El Salvador
Panamá
Burkina Faso –
*Protocolo de intenções
MILHO 3 Cuba
Belize
Guiana
ARROZ 2 Guiana
Belize
FEIJÃO 1 Belize
AÇAÍ 1 Suriname
GERGELIM 1 Honduras
BATATA 1 Argentina
Considerações finais
Referências
DOI: 10.46550/978-85-92890-74-2.299-314
Considerações iniciais
1 Luis Alberto Warat foi um grande pensador que, a partir de um sólido conhecimento
do Direito, transitava livremente desde a filosofia, psicanálise, literatura até a teoria
do Direito, de modo que, influenciou e continua influenciando pesquisadores destas
áreas de investigações. Assim, o autor, com suas ideias contestadoras e radicais, vindas
de lugares inesperados marcou profundamente o universo jurídico. Warat sempre foi
Professor de Direito. A sua vida se confunde com a história da crítica do Direito que
caracterizou a pós-graduação brasileira dos anos oitenta, onde formou muitos juristas
que hoje são destaque no cenário nacional. Esse argentino mais baiano, que muitos
nascidos no nosso querido Estado da Bahia, por sua formação, foi um profundo
conhecedor, da filosofia analítica e do normativismo kelseniano, e, vivenciou seu
declínio, ao menos, do ponto de vista do realismo jurídico, que apontou a insuficiência
da teoria de Kelsen, para a explicação o Direito, uma vez que, aquela, deixava de lado
a sociedade, o que leva (entre outras causas) Warat a se interessar em temas como
a Semiótica Jurídica, a Literatura, e o ensino jurídico (ROCHA; CABALLERO;
MELEN; Cátedra Luis Alberto Warat. Organização CONPEDI/UFS, Aracaju/SE,
2015).
302 Diálogos entre os Novos Direitos e a
Sociobiodiversidade na Sociedade em Rede
Considerações finais
Referências
DOI: 10.46550/978-85-92890-74-2.315-334
Considerações iniciais
p. 189). Isso deixa claro que o enfoque deve ser os modeladores dos
sistemas, os programadores dos algoritmos, onde valores sólidos
devem ser embutidos nos algoritmos, devendo caminhar junto
com uma política de autoregulação à luz de Cathy O’Neil (2020,
p. 191-192):
Para as ADMs serem eliminadas, devemos avançar para além
de estabelecer boas práticas na nossa comunidade. Nossas leis
também precisam mudar. E, para que isso aconteça, devemos
reavaliar a métrica do sucesso. Hoje, o sucesso de um modelo
é muitas vezes medido em termos de lucros, eficiência ou taxas
de inadimplência. É quase sempre algo que pode ser contado.
[...] Um sistema de regulação de ADMs teria de medir tais
custos escondidos, e ao mesmo tempo incorporar uma série
de valores não numéricos (Grifos nossos).
Os sistemas de algoritmos não possuem senso de justiça e
valores éticos, já que estes “conceitos que residem apenas na mente
humana, e resistem à quantificação. E como os humanos estão
encarregados de criar os modelos, eles raramente se esforçam para
sequer tentar” (O’NEIL, 2020, p. 192). Para que seja alcançada a
justiça, equidade e o bem comum nos sistemas de algoritmos deve
haver essa inclusão e modificação. Neste mesmo sentido Vargas e
Salomão (2022, p. 05) destacam que:
O ambiente colaborativo imposto pelo estatuto processual em
vigor determina que as partes trabalhem conjuntamente com
o órgão judicial na construção da solução para o caso concreto.
Parece ser necessário ter acesso aos casos concretos que
serviram de dados originários para a formação do algoritmo,
esmiuçando as questões fáticas e jurídicas debatidas linearmente
e que formam sua ratiodecidendi, permitindo o debate e a
distinção. A utilização mecânica da inteligência artificial na
tomada de decisão, aliada à impossibilidade de acesso aos
algoritmos e de controle dos seus vieses dificulta, inclusive,
perquirir a linha de entendimento – posicionamento –
de determinado desembargador, ministro, colegiado ou
tribunal, transformando as determinações de coerência e
integridade constante do art. 926 do CPC em prospecções
de caráter exclusivamente nominal. A utilização da
inteligência artificial com a extração de conclusões
Diálogos entre os Novos Direitos e a 327
Sociobiodiversidade na Sociedade em Rede
Considerações finais
Referências
arthurtonetto@hotmail.com