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EXERCÍCIOS DE TAXA DE CÂMBIO

Professor Dr. Daltro Cella


Nome: Reginaldo Trassi

Enviar as respostas no e-mail da disciplina

Ler o texto abaixo e depois responder aos exercícios e encaminhar as respostas para o
professor.

Texto adaptado do Professor Geraldo Sant'Ana de Camargo Barros (Coordenador do Centro de


Estudos Avançados em Economia Aplicada - Cepea da ESALQ/USP).

Segundo o Professor Dr. Geraldo Sant'Ana de Camargo Barros, a política cambial afeta o PIB
através dos efeitos sobre a Balança Comercial. Para isso o governo tem de ser capaz de apreciar
(valorizar) ou depreciar (desvalorizar) a sua moeda em relação às moedas estrangeiras.
 
O valor da moeda brasileira - o real - é quantidade de reais necessária para adquirir um dólar ou
outra moeda estrangeira relevante comercialmente para o Brasil. Esse valor, R$ 5,76 por US$ 1,00,
por exemplo, é referido como a taxa de câmbio. Como se determina o valor da taxa de câmbio no
Brasil? Há duas situações extremas para fixação do valor do câmbio: sistema fixo e sistema flexível.
Este segundo sistema, o flexível, é o que vigora no Brasil atualmente. No sistema fixo, o governo
estabelece o valor da taxa, comprando e vendendo moeda estrangeira a partir de suas reservas.
Quando há um ingresso de dólares no país (por causa de aumento nas exportações, por exemplo) a
taxa de câmbio tende a se valorizar: passar de R$ 5,76 por US$ 1,00 para R$ 3,80 por US$ 1,00,
por exemplo. Agora se precisam de menos reais para comprar um dólar. Como o governo tem, no
sistema fixo, compromisso de manter o câmbio inalterado, ele deve comprar os dólares adicionais
até que a taxa de câmbio volte ao nível original, aumentando suas reservas. Apesar de tratar-se de
sistema de câmbio fixo, o governo com frequência altera seu valor para acompanhar a inflação ou,
então, para influenciar o comércio exterior.
 
Se o governo pretende aumentar as exportações e reduzir as importações, ele pode desvalorizar a
taxa de câmbio, elevando seu valor, de R$ 3,80 por US$ 1,00 para R$ 5,76 por US$ 1,00, por
exemplo. Para isso, ele tem de passar a comprar, quando o dólar estiver em excesso, e vender,
quando estiver em falta, pela nova taxa pretendida. Manter o câmbio valorizado pode proteger
alguns setores econômicos da concorrência das importações. Isso só é possível se o país contar
com reservas para atender as compras em excesso às vendas que ocorrerão no mercado. No
sistema flexível, o valor da taxa de câmbio é determinado no mercado cambial. Desse mercado
participam, de um lado, os vendedores de moeda estrangeira (como exportadores, tomadores de
empréstimos em dólares e investidores estrangeiros) e, de outro, os compradores (como
importadores, investidores brasileiros no exterior, devedores em dólar que precisam pagar juros ou
amortizar as dívidas). Nesse caso, o governo abstém-se totalmente de intervir no mercado, não
podendo, portanto, fazer política cambial. Entretanto, na prática, o regime flexível tem comportado
atuações do BC visando evitar oscilações demasiadas da taxa.

Estudos do Cepea/USP mostram que uma elevação do dólar tende a favorecer o agronegócio, setor
que exporta bastante e importa pouco, mantendo-se superavitário pelo menos nos últimos 25 anos.
Para o produtor agrícola, uma alta do dólar atua via dois canais: eleva os custos por causa do
aumento dos preços dos insumos importados e incrementa a renda bruta porque aumenta a receita
das exportações convertida em reais. Mas, como regra, sabe-se que o aumento da renda supera a
elevação de custos.
Qual a tendência do dólar daqui para a frente?
Prever ou explicar o comportamento do dólar é um dos maiores desafios para os economistas.
Sabe-se que a queda da taxa de juros no Brasil tende a reduzir o ingresso de dólares no País e
favorecer aumento do seu preço. Ou seja, se o cenário for de juros menores no Brasil, o equilíbrio da
taxa de câmbio vai se mover para valores mais altos. Um resultado a comemorar!

Incertezas políticas, institucionais e econômicas também podem induzir taxas mais altas, algo a
lamentar. Assim, por boas ou más razões, os diversos setores econômicos brasileiros podem se
beneficiar duplamente: juros mais baixos no crédito e dólar mais alto que favorece as exportações e
desestimula as importações. Isso é bom para o agronegócio e ótimo para a indústria – e para a
economia, em geral.
 
Há um temor justificado de que a alta do dólar tire a inflação de sua rota de estabilização em níveis
historicamente baixos. Provavelmente isso não aconteça em razão do baixo crescimento econômico
e da alta taxa de desemprego. O primeiro coíbe o repasse das altas do dólar para os preços ao
consumidor. O segundo faz com que altas salariais e, portanto, de custo, sejam muito improváveis.
Por último, o Banco Central tem munição e instrumentos para conter um descontrole cambial. Em
síntese, uma alta do dólar que não escape ao controle pode contribuir para a recuperação
econômica do Brasil. O agronegócio, em particular, não tem o que temer no tocante ao dólar. Sua
preocupação maior deve se concentrar, assim, nos conflitos comerciais e na imagem do País no que
se refere a questões ambientais e sanitárias.
EXERCÍCIOS DE TAXA DE CÂMBIO

1) Defina quais são os principais agentes econômicos que demandam e ofertam moeda estrangeira no
mercado de câmbio.
R - Há duas situações extremas para fixação do valor do câmbio: sistema fixo e sistema flexível. Este
segundo sistema, o flexível, é o que vigora no Brasil atualmente. No sistema fixo, o governo estabelece o
valor da taxa, comprando e vendendo moeda estrangeira a partir de suas reservas. Quando há um ingresso
de dólares no país (por causa de aumento nas exportações, por exemplo) a taxa de câmbio tende a se
valorizar: passar de R$ 5,76 por US$ 1,00 para R$ 3,80 por US$ 1,00, por exemplo. Agora se precisam de
menos reais para comprar um dólar. Como o governo tem, no sistema fixo, compromisso de manter o
câmbio inalterado, ele deve comprar os dólares adicionais até que a taxa de câmbio volte ao nível original,
aumentando suas reservas. Apesar de tratar-se de sistema de câmbio fixo, o governo com frequência altera
seu valor para acompanhar a inflação ou, então, para influenciar o comércio exterior

2) Uma empresa de processamento de frutas adquiriu um equipamento no valor de US$ 100 mil em
09/06/2019, com dólar cotado a R$ 3,85, para ser pago em 28/04/2021, com dólar cotado a R$ 5,40. Calcule
o valor a ser pago em reais no dia 09/06/2019 e em 27/10/2020. Houve ganhos ou perdas cambiais? Qual foi
o percentual do aumento do preço em reais?
R - Houve um aumento de 40,25%. Seguindo o valor do dólar cotado no momento da negociação, então
houve ganhos cambiais. Já com o dólar cotado a 5,40 haverá perdas cambiais.

3) As cotações acima (exercício 2) indicam que a relação dólar/real está se alterando ao longo do tempo.
Qual é o termo econômico utilizado para esta variação (valorização ou desvalorização cambial)?
R - É a diferença que ocorre no valor do produto, comparando a data de compra e o dia de pagamento.
Essa variação acontece graças ao fluxo cambial, ou seja, a desvalorização ou a valorização de
determinada moeda em relação a outra.

4) Preencha a tabela e faça a análise da situação quando ocorrer uma desvalorização e uma valorização
cambial.
Produto Produto
Importado Nacional Análise
Taxa de
Situação da
Câmbio
Situação
US$ R$ US$ R$
US$ 1,00 = R$
Situação Inicial
1,00 1.000,00 1.000,00 1.000,00 1.000,00 XXXXXX
Situação (0)

QM1<QM0
Desvalorização US$ 1,00 = R$
1.000,00 5500,00 181,81 1.000,00 QX1>QX0
Situação (1) 5,50
X↑ M↓

QM1>QM0
Valorização US$ 1,00 = R$
1.000,00 2800,00 357,14 1.000,00 QX1<QX0
Situação (2) 2,80
X↓ M↑
Em que situação os exportadores são beneficiados e em que situação os consumidores são beneficiados?
5) Considerando que a taxa de câmbio é uma variável fundamental em uma economia aberta, e que sua
determinação pode-se dar de formas distintas:
a) Explique a determinação da taxa de câmbio em regimes de câmbio fixo e flutuantes.
O regime cambial flexível ou flutuante é aquele em que o preço da moeda estrangeira ou a taxa de câmbio é
definida no mercado cambial, ou seja, pela oferta e demanda de moeda estrangeira, que se dá pelas operações
de importação, exportação, financiamentos, empréstimos, pagamentos de serviços e outras que requerem o
pagamento ou recebimento de moeda estrangeira. É comumente chamado de regime cambial flexível sujo pois
há alguma intervenção do governo, conforme os patamares de preço da divisa possam se elevar ou baixar de
determinados níveis. Estes níveis não são claramente informados ao mercado.
No regime de câmbio fixo, o governo determina o preço da divisa estrangeira, ou seja, a taxa de câmbio.

b) Comente o papel das reservas internacionais nos dois regimes.


As reservas permitem que o banco central compre a moeda local emitida, negociando os seus ativos em moeda
estrangeira.

6) Descreva o possível efeito da desvalorização do real em relação ao dólar sobre:


a) as exportações; aumenta as exportações
b) as importações; diminui as Importações
c) o nível de preços internos. - O aumento do preço dos produtos importados tenderá a elevar os índices de
preços internos, numa proporção que depende da ponderação daqueles produtos no cálculo desses índices.
Além disso, a diminuição das importações fará com que aumente a procura de bens nacionais substitutos dos
importados.

7) Se a taxa de câmbio estiver num patamar muito baixo, por exemplo, R$ 3,00 por dólar americano, e o Banco
Central desejar realizar uma intervenção para aproximar a taxa de R$ 4,00, é preciso que a instituição:
(a) venda dólares no mercado de câmbio à vista;
(b) venda dólares no mercado de câmbio futuro;
(c) fique comprada num swap cambial reverso;
(d) fique comprada num swap cambial tradicional;
(e) realize a emissão de títulos cambiais no mercado.

8) São identificados diferentes regimes no mercado cambial, que sofrem influências singulares de origem, em
que se despontam a oferta e a demanda, além da política econômica usada como instrumento pela autoridade
monetária, a exemplo do Banco Central do Brasil. Com base nesses regimes, marque V para as afirmativas
verdadeiras e F para as falsas.

(V) No regime de câmbio flutuante, a oferta de moeda estrangeira tem suporte nas divisas recebidas pelos
exportadores.
(F) No regime de câmbio fixo ou misto, a política de intervenção da autoridade monetária, mediante adoção de
“banda cambial”, por exemplo, independe de suporte de reservas cambiais.
(F) No regime de câmbio flutuante, quanto maior a taxa real de câmbio, maior a demanda por moeda
estrangeira.
(V) No regime de câmbio flutuante, quanto menor a taxa real de câmbio, maior a motivação para a demanda
por moeda estrangeira.

Assinale a sequência correta.

(a) V, F, F, V
(b) V, V, F, F
(c) F, V, F, V
(d) F, F, V, V
9) Elabore uma série histórica anual da taxa de câmbio do real frente ao dólar nos últimos dez anos. Faça uma
demonstração gráfica. A taxa de câmbio impactou as exportações ou as importações? Faça uma análise
reflexiva com base na taxa de câmbio anual dos últimos dez anos.
(http://www.ipeadata.gov.br/ExibeSerie.aspx?serid=31924)

Preço do
Ano dolar
2010 1,76

Preço do dolar
6.00
5.00
4.00
3.00
U$
2011 1,68 2.00
1.00
0.00
2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Ano

2012 1,95
2013 2,16
2014 2,35
2015 3,33
2016 3,49
2017 3,19
2018 3,65
2019 3,95
2020 5,16
Até 2014 se importou mais produtos estrangeiros de 2015 para frente ou mais exportações no Brasil devido ao
aumento da moeda estrangeira dólar no caso

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