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Registros da língua

Norma culta

É um conjunto de padrões linguísticos rigorosos que definem o uso correto de uma língua. Geralmente esse padrão é usado por
pessoas com elevado nível de escolaridade.Para dominar perfeitamente uma língua, para falar e escrever de forma correta,
respeitando a norma culta, é essencial o estudo da gramática.
A norma culta é vista como uma linguagem erudita, utilizada por um grupo de pessoas de elite, que utilizam a língua portuguesa
de forma culta. Pode ser dividida em duas modalidades, a formal e a coloquial.

A modalidade formal é usada na escrita, e é fundamentada nas regras da gramática, com um elevado grau de rigor. A vertente
coloquial é relativa à parte oral de uma língua, onde a rigidez é menor, há uma maior liberdade em relação às regras da
gramática, no entanto, essas normas não podem ser transgredidas. Algumas alterações são permitidas somente no contexto
falado de uma língua.

Na norma culta, existem parâmetros essenciais, como a adequada escolha lexical, correta utilização da pontuação e capacidade
de organização das ideias.

♣ Registros: estão relacionados às variedades padrão e não padrão. O grau de formalidade em determinada situação
comunicacional definirá qual registro será adotado: a norma culta ou a norma popular. A melhor opção será aquela que cumprir
melhor sua função social, estabelecendo assim uma maior sintonia entre os interlocutores.

LINGUAGEM FORMALX LINGUAGEM INFORMAL

Com a família e os amigos usamos uma linguagem mais descontraída, ou seja, uma linguagem informal. Com superiores
hierárquicos usamos uma linguagem mais cuidada, ou seja, uma linguagem formal. Assim, podemos concluir que diferentes
contextos sociais e comunicativos exigem diferentes linguagens. É essencial que o falante saiba adequar o seu discurso aos
diferentes contextos comunicativos, principalmente para garantir uma adequação linguística em contextos profissionais e
acadêmicos.

Linguagem formal Em exames e concursos públicos;


Características da linguagem formal: Em reuniões de trabalho e entrevista de emprego;
Utilização rigorosa das normas gramaticais (norma culta); Em documentos oficiais, cartas, requerimentos,…;
Pronúncia clara e correta das palavras; …
Utilização de vocabulário rico e diversificado; Público-alvo da linguagem formal:
Registro cuidado, prestigiado, complexo e erudito. Superiores hierárquicos;
Situações de uso da linguagem formal: Autoridades religiosas, oficiais, políticas,…;
Em discursos públicos ou políticos; Público alargado;
Em salas de aula, conferências, palestras, seminários,…; Público desconhecido;

Linguagem informal Registro espontâneo e pouco prestigiado, por vezes
Características da linguagem informal: incorreto e desleixado.
Despreocupação relativamente ao uso de normas Situações de uso da linguagem informal:
gramaticais; Conversas cotidianas;
Utilização de vocabulário simples, expressões populares e Mensagens de celular;
coloquialismos; Chat na Internet;
Utilização de gírias, palavrões, palavras inventadas, …
onomatopeias, gestos,…; Público-alvo da linguagem informal:
Uso de palavras abreviadas ou contraídas: cê, pra, tá,…; Familiares;
Sujeita a variações regionais, culturais e sociais; Amigos;

Questão 1
(UERJ)
O medo é um evento poderoso que toma o nosso corpo, nos põe em xeque, paralisa alguns e atiça a criatividade de outros. Uma
pessoa em estado de pavor é dona de uma energia extra capaz de feitos incríveis.
Um amigo nosso, quando era adolescente, aproveitou a viagem dos pais da namorada para ficar na casa dela. Os pais voltaram
mais cedo e, pego em flagrante, nosso Romeu teve a brilhante ideia de pular, pelado, do segundo andar. Está vivo. Tem hoje
essa incrível história pra contar, mas deve se lembrar muito bem da vergonha.
Me lembrei dessa história por conta de outra completamente diferente, mas na qual também vi meu medo me deixar em maus
lençóis.
Estava caminhando pelo bairro quando resolvi explorar umas ruas mais desertas. De repente, vejo um menino encostado num
muro. Parecia um menino de rua, tinha seus 15, 16 anos e, quando me viu, fixou o olhar e apertou o passo na minha direção.
Não pestanejei. Saí correndo. Correndo mesmo, na mais alta performance de minhas pernas.
No meio da corrida, comecei a pensar se ele iria mesmo me assaltar. Uma onda de vergonha foi me invadindo. O rapaz estava
me vendo correr. E se eu tivesse me enganado? E se ele não fosse fazer nada? Mesmo que fosse. Ter sido flagrada no meu
medo e preconceito daquela forma já me deixava numa desvantagem fulminante.
Não sou uma pessoa medrosa por excelência, mas, naquele dia, o olhar, o gesto, alguma coisa no rapaz acionou imediatamente
o motor de minhas pernas e, quando me dei conta, já estava em disparada.
Fui chegando ofegante a uma esquina, os motoristas de um ponto de táxi me perguntaram o que tinha acontecido e eu, um
tanto constrangida, disse que tinha ficado com medo. Me contaram que ele vivia por ali, tomando conta dos carros. Fervi de
vergonha.
O menino passou do outro lado da rua e, percebendo que eu olhava, imitou minha corridinha, fazendo um gesto de desprezo.
Tive vontade de sentar na guia e chorar. Ele só tinha me olhado, e o resto tinha sido produto legítimo do meu preconceito.
Fui atrás dele. Não consegui carregar tamanha bigorna pra casa. "Ei!" Ele demorou a virar. Se eu pensava que ele assaltava, ele
também não podia imaginar que eu pedisse desculpas. Insisti: "Desculpa!" Ele virou. Seu olhar agora não era mais de ladrão, e
sim de professor. Me perdoou com um sinal de positivo ainda cheio de desprezo. Fui pra casa pelada, igual ao Romeu suicida.
Denise Fraga
A crônica é um gênero textual que frequentemente usa uma linguagem mais informal e próxima da oralidade, pouco
preocupada com a rigidez da chamada norma culta. Um exemplo claro dessa linguagem informal presente no texto está
em:
a) O medo é um evento poderoso que toma o nosso corpo, (l. 1)
b) Me lembrei dessa história por conta de outra completamente diferente, (l. 6)
c) De repente, vejo um menino encostado num muro. (l. 8-9)
d) ele também não podia imaginar que eu pedisse desculpas. (l. 23)

Questão 2
A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a um dos processos mais
característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à ampliação do domínio de ter na área
semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a
emergência de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e
cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos
estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado
como “novidade” no século XVIII por Said Ali. Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento
deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o
bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através
deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?
CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado. In: Cadernos de
Letras da UFF, n. 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).
Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que
a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica.
b) os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua.
c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma.
d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos.
e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística.

Questão 3
Vício da fala

Para dizerem milho dizem mio


Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade

Sobre o poema de Oswald de Andrade, um dos principais representantes da primeira geração do modernismo brasileiro, é
correto afirmar:
a) Oswald, como os demais modernistas da primeira fase, defendia o uso da coloquialidade nos textos escritos como maneira de
alcançar uma linguagem genuinamente brasileira, linguagem que levasse em consideração os diferentes registros da língua
portuguesa.
b) O poema de Oswald tece uma crítica sobre o emprego da coloquialidade nos textos da literatura brasileira. De acordo com o
poema, essa coloquialidade subverte a norma culta da língua, único registro capaz de representar adequadamente a linguagem
poética.
c) O título “Vício da fala” remete à falha dos brasileiros ao reproduzir erradamente fonemas complexos. Essa simplificação das
palavras é prejudicial para o idioma, já que pode vulgarizar a língua portuguesa.
d) Aqueles que subvertem a norma culta ao falar “mio”, em vez de milho, “mió” em vez demelhor, “pió” em vez de pior, “teiado”
em vez de telhado estão prejudicando o entendimento da mensagem, anulando a comunicação, sua principal finalidade.

Questão 4
"Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e subsistemas adequados às necessidades de
seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a
uma avaliação distinta das características das suas diversas modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por
exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo,
como norma, como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as outras
variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à variação."
                   Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado.
A partir da leitura do texto, podemos inferir que uma língua é:
a) o conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e passa a ser considerada exemplar.
b) sistema que não admite nenhum tipo de variação linguística, sob pena de empobrecimento do léxico.
c) a modalidade oral alcança maior prestígio social, pois é o resultado das adaptações linguísticas produzidas pelos falantes.
d) A língua padrão deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificação é prejudicial a um sistema
linguístico.
QUESTÃO 5

Ao longo da reportagem, observa-se o uso de uma linguagem informal, registro que estaria mais próximo do usado pelo leitor.
Um claro exemplo desse registro informal da linguagem está em:
(A) O verdadeiro Superman era um pacato contador passando férias num resort ao norte de Nova York. (l. 1-2)
(B) Lá mesmo, pediu para desenhar o moço que serviria de modelo para os quadrinhos dali em diante. (l. 5-6)
(C) Nos gibis, oscilou entre mais e menos sarado. (l. 9)
(D) Weiss cresceu comparando o rosto do pai ao desenho pendurado na sala de casa. (l. 13)

 
QUESTÃO 6
S.O.S Português 
Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito diferente da escrita? Pode-se refletir sobre esse aspecto da língua com base
em duas perspectivas. Na primeira delas, fala e escrita são dicotômicas, o que restringe o ensino da língua ao código. Daí vem o
entendimento de que a escrita é mais complexa que a fala, e seu ensino restringe-se ao conhecimento das regras gramaticais,
sem a preocupação com situações de uso. Outra abordagem permite encarar as diferenças como um produto distinto de duas
modalidades da língua: a oral e a escrita. A questão é que nem sempre nos damos conta disso. 
S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano XXV, nº- 231, abr. 2010 (fragmento adaptado).
O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portuguesa e foi publicado em uma revista destinada a professores. Entre as
características próprias desse tipo de texto, identificam-se marcas linguísticas próprias do uso
A) regional, pela presença de léxico de determinada região do Brasil.
B) literário, pela conformidade com as normas da gramática.
C) técnico, por meio de expressões próprias de textos científicos.
D) coloquial, por meio do registro de informalidade.
E )oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade.

QUESTÃO 7
A disposição dos manifestantes contrasta com a
atitude do homem de terno e gravata.
Essa atitude, no que diz respeito ao uso da linguagem,
caracteriza-se por:
(A) falsa indignação
(B) pouca formalidade
(C) clara agressividade
(D) muita subjetividade
 QUESTÃO 8

O trecho contido nas linhas 28 e 29 combina características da fala espontânea e da linguagem poética. Cite a expressão que dá
a esse trecho o tom da fala espontânea. Em seguida, reproduza o fragmento que apresenta uma característica da linguagem
poética e identifique o recurso empregado pelo cronista com essa finalidade.
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QUESTÃO 9
Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-se ao longo do
território, seja numa relação de oposição, seja de complementaridade, sem, contudo, anular a interseção de usos que
configuram uma norma nacional distinta da do português europeu. Ao focalizar essa ao longo do território, seja numa relação de
oposição, seja de complementaridade, sem, contudo, anular a interseção de usos que configuram uma norma nacional distinta
da do português europeu. Ao focalizar essa a pensar na bifurcação das variantes continentais, ora em consequência de
mudanças ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os territórios. 
CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de gramática: descrição e uso. São
Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).
O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação linguística é um fenômeno natural, ao qual todas as
línguas estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra que as normas podem ser
aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a atenção do leitor para
A) desconsideração da existência das normas populares pelos falantes da norma culta.
B) difusão do português de Portugal em todas as regiões do Brasil só a partir do século XVIII.
C) existência de usos da língua que caracterizam uma norma nacional do Brasil, distinta da de Portugal.
D)inexistência de normas cultas locais e populares ou vernáculas em um determinado país.
E) necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos frequentes de uma língua devem ser aceitos.

QUESTÃO 10
A crônica é um gênero textual que frequentemente
usa uma linguagem mais informal e próxima da
oralidade, pouco preocupada com a rigidez da
chamada norma culta.
Um exemplo claro dessa linguagem informal, presente
no texto, está em:
(A) O medo é um evento poderoso que toma o nosso corpo,
(l. 1)

(B) Me lembrei dessa história por conta de outra


completamente diferente, (l. 8)

(C) De repente, vejo um menino encostado num muro. (l.


10-11)

(D) ele também não podia imaginar que eu pedisse


desculpas. (l. 28)

 
QUESTÃO 11

Óia eu  aqui de  novo xaxando Vem cá morena linda


Óia eu aqui de novo pra xaxar Vestida de chita
Vou mostrar pr’esses cabras Você é a mais bonita
Que eu ainda dou no couro Desse meu lugar
Isso é um desaforo Vai, chama Maria, chama Luzia
Que eu não posso levar Vai, chama Zabé, chama Raque
Que eu aqui de novo cantando Diz que tou aqui com alegria.
Que eu aqui de novo xaxando (BARROS, A. Óia  eu  aqui de  novo. Disponível  em
Óia eu aqui de novo mostrando <www.luizluagonzaga.mus.br > Acesso em 5 mai  2013)
Como se deve xaxar.
A letra da canção de  Antônio Barros manifesta aspectos do repertório  linguístico e  cultural do Brasil. O  verso que singulariza
uma  forma do falar  popular  regional é
(A) “Isso é um desaforo”
(B) “Diz que  eu  tou aqui com alegria”
(C) “Vou  mostrar pr’esses cabras”
(D) “Vai, chama  Maria, chama  Luzia”
(E) “Vem  cá, morena linda, vestida de chita”

QUESTÃO 12
Só há  uma  saída para a escola se ela quiser ser  mais bem-sucedida: aceitar a  mudança da  língua como um fato. Isso deve
significar que a  escola deve aceitar qualquer forma de  língua em  suas  atividades escritas? Não deve mais  corrigir?  Não!
Há  outra dimensão a ser  considerada:  de fato, no  mundo real da escrita,  não existe  apenas  um português correto,  que 
valeria para todas  as  ocasiões: o estilo dos  contratos não  é  o  mesmo dos  manuais de  instrução; o dos  juízes do  Supremo
não  é  o  mesmo dos cordelistas; o dos editoriais dos  jornais  não  é  o mesmo dos dos cadernos de  cultura dos  mesmos 
jornais. Ou  do de  seus  colunistas.
(POSSENTI,  S.  Gramática  na cabeça. Língua  Portuguesa,  ano 5, n. 67,  maio 2011 – adaptado).
Sírio Possenti defende  a tese de que  não existe um único “português  correto”. Assim  sendo, o  domínio da  língua portuguesa 
implica,  entre outras coisas, saber
(A) descartar  as  marcas de informalidade do texto.
(B) reservar o  emprego da  norma  padrão aos textos de  circulação ampla.
(C) moldar  a  norma  padrão do português pela   linguagem do discurso jornalístico.
(D) adequar as  formas  da língua a diferentes tipos de  texto e contexto.
(E) desprezar as formas  da língua  previstas pelas  gramáticas e  manuais divulgados  pela escola.

QUESTÃO 13

Ao longo da reportagem, observa-se o uso de uma linguagem informal, registro que estaria mais próximo do usado pelo leitor.
Um claro exemplo desse registro informal da linguagem está em:
(A) O verdadeiro Superman era um pacato contador passando férias num resort ao norte de Nova York. (l. 1-2)
(B) Lá mesmo, pediu para desenhar o moço que serviria de modelo para os quadrinhos dali em diante. (l. 5-6)
(C) Nos gibis, oscilou entre mais e menos sarado. (l. 9)
(D) Weiss cresceu comparando o rosto do pai ao desenho pendurado na sala de casa. (l. 13)

QUESTÃO 14
Em bom  português
No  Brasil,  as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não  é  somente pela gíria que a gente  é apanhada (aliás, não
se  usa  mais a primeira  pessoa, tanto  do singular como  do plural: tudo  é “a gente”).  A própria   linguagem  corrente vai-se
renovando e a cada dia uma  parte do léxico cai em desuso.
Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou minha  atenção para os que  falam assim:
– Assisti a uma fita de  cinema com um artista que  representa muito bem.
Os que acharam  natural essa frase, cuidado! Não saber dizer que  viram  um  filme  que trabalha  muito bem. E irão ao banho 
de  mar  em vez de ir  à praia, vestido de roupa de  banho em  vez  de  biquíni, carregando guarda-sol em  vez de  barraca.
Comprarão um automóvel  em   vez de  comprar  um carro, pegarão  um defluxo em  vez  de  um resfriado,  vão andar  no 
passeio em vez de  passear na calçada. Viajarão de  trem de  ferro e  apresentarão sua  esposa ou sua  senhora  em vez  de 
apresentar  sua  mulher.
(SABINO, F. Folha de  S. Paulo, 13 abr. 1984)
A língua varia  no  tempo, no  espaço e  em  diferentes  classes socioculturais. O texto exemplifica  essa característica da língua,
evidenciando que
(A) o  uso de  palavras  novas deve ser  incentivado em detrimento das antigas.
(B) a utilização de inovações do léxico é  percebida na  comparação de  gerações.
(C) o emprego de  palavras com  sentidos  diferentes caracteriza  diversidade geográfica.
(D) a pronúncia e o vocabulário são aspectos  identificadores da classe social a  que  pertence o falante.
(E) o modo de  falar  específico de pessoas de  diferentes faixas  etárias é  frequente em todas  as regiões.

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