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Livro

Língua portuguesa essencial


para concursos
por Sidney Martins

321 páginas
com tudo o que
você precisa
estudar

BÔNUS

E XC L U S I VO

Licensed to Mateus Roberto Melo Alves - mateusroberto_tkd@hotmail.co


Sidney Martins

Língua portuguesa essencial


para concursos
por Sidney Martins

1ºEdição

Licensed to Mateus Roberto Melo Alves - mateusroberto_tkd@hotmail.co


“Paixão de ler. Ler a paixão.
Como ler a paixão se a paixão é quem nos lê? Sim, a
paixão é quando nossos inconscientes pergaminhos
sofrem um desletrado terremoto. Na paixão somos lidos
à nossa revelia.
O corpo é um texto. Há que saber interpretá-lo. Alguns
corpos, no entanto, vêm em forma de hieróglifo,
dificílimos. Ou, a incompetência é nossa, iletrados diante
deles?”

(Affonso Romano de Sant’anna)

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Apresentação
Olá, futuro funcionário público!

É com enorme satisfação que desenvolvi este material que


irá prepará-lo para ingressar no concurso público. É um
prazer ter você aqui lendo o meu livro, agradeço pela
confiança! Minha função é ajudá-lo, da melhor maneira
possível, a alcançar o seu objetivo, pois o seu sucesso é
também o meu! Confie em mim, mas acredite
principalmente em você e na conquista do seu objetivo!

O segredo do sucesso no concurso público é a persistência.


Portanto, estude sempre! Agora, vamos ao que interessa!
Bom apetite!

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Sobre o Autor
Sidney Martins é titular nos maiores cursos preparatórios do
Brasil. Possui mais de 15 anos de experiência em preparação em
Concursos Públicos. É um verdadeiro Expert em aprovações.
Com formação de Bacharel e Licenciatura em Letras e
especialidade em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual
do Rio de Janeiro, o professor “Sidoka” já ajudou centenas de
concurseiros a conquistar a tão sonhada aprovação em concursos
públicos. Não é à toa que já soma mais de 20 mil alunos por onde
disponibiliza suas aulas.

Sidney Martins tem fama de gabaritar dezenas de provas e


concursos de todo Brasil através de suas técnicas e aulas
irreverentes. A prova disso? Seus alunos!

Site: https://www.portuguescomsidoka.com.br

Instragram: https://www.instagram.com/professorsidneymartins/

Canal Youtube: https://www.youtube.com/portuguescomsidoka

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Sumário
1 | Conceitos de Língua e Linguagem 17

Linguagem e Comunicação 18

Exercícios 18

Gabarito 19

2 | Variação Linguística 21

Variedades Geográficas 21

Variedades Socioculturais 21

Exercícios 22

Gabarito 30

3 | Funções da Linguagem 33

Elementos da Comunicação 33

Exercícios 35

Gabarito 40

4 | Letra e Fonema 41

Fonema 41

Letra 42

Tipos de Fonemas 43

Encontros Vocálicos (orais e nasais) 44

Encontros Consonantais 45

Dígrafo 45

Separação Silábica 45

Exercícios 46

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Gabarito 49

5 | Ortofonia e Acentuação 51

Acentuação Gráfica 51

Casos específicos de Acentuação 51

Exercícios 55

Gabarito 58

6 | Escrita e Ortografia 59

Novas Normas Ortográficas 59

Uso do Hífen com Compostos 59

Uso do Hífen com Prefixos 61

Casos Gerais 61

Casos Particulares 62

Outros casos do uso do Hífen 63

7 | Estrutura e Formação de Palavras 65

Processos de Formação de Palavras 67

Exercícios 73

Gabarito 77

8 | Classes Gramaticais 79

Visão Geral: os critérios semântico, morfológico e


sintático de classificação 79

As Relações entre as Classes de Palavras 81

Diferença entre Locução Adjetiva e Locução Adverbial


83

Os Pronomes 83

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Pronomes Pessoais 83
Pronomes Pessoais Retos e Oblíquos 85

Pronome Oblíquo com Valor Possessivo 87

Pronomes Pessoais de Tratamento 88

Pronomes Demonstrativos 88

Pronomes Possessivos 94

O Verbo 94

Semântica dos Tempos e Modos Verbais 96


Os Modos Verbais 96

Os Tempos Verbais 97

Semântica dos Conectores 99


Valores Semânticos das Preposições 100

Valores Semânticos das Conjunções 102

Exercícios 108

Gabarito 119

9 | Período Simples 121

Sintaxe 121

Sujeito 121

Predicado 124

Predicativo 125

Complementos Verbais 126


Objeto Direto (substantivo ou pronome substantivo) 126

Objeto Direto Preposicionado 126

Objeto Direto Interno ou Cognato 127

Objeto Direto Pleonástico 127

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Objeto Indireto (substantivo ou pronome substantivo) 128

Complemento Nominal 128

Agente da Passiva 128

Adjunto Adverbial 129

Adjunto Adnominal 129

Aposto 130

Vocativo 131

Exercícios 131

Gabarito 137

10 | Período Composto 139

Período Simples 139

Período Composto 139

Orações Coordenadas 140

Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas 141

O Papel das Conjunções 143

Orações Subordinadas 144

Orações Subordinadas Substantivas 145

Orações Subordinadas Reduzidas 156

Exercícios 158

Gabarito 163

11 | Pontuação 165

Uso da Vírgula 165

É recomendável o uso da Vírgula 165

É proibido o uso da Vírgula 167

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Uso do Ponto e Vírgula 168

Uso dos Dois-Pontos 169

Exercícios 169

Gabarito 175

12 | Sintaxe de Concordância 177

Concordância Nominal 177

Concordância Verbal 180

Exercícios 182

Gabarito 190

13 | Sintaxe de Regência e Crase 191

Regência Verbal 191

Regência Nominal 194

Crase 194

Exercícios 198

Gabarito 209

14 | Colocação Pronominal 211

Ênclise 212

Próclise 212

Mesóclise 214

Exercícios 218

Gabarito 221

15 | Principais Aspectos Semânticos 223

Acepções de uma Palavra 223

Campo Semântico 224

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Relações de significação entre as palavras 224
Sinônimos 224

Antônimos 224

Relações gráficas e sonoras entre as palavras 225


Homônimos 225

Parônimos 226

Exercícios 226

Gabarito 230

16 | Textualidade, coesão e coerência 231

Coesão Textual 231

Coesão Referencial 231

Coesão Lexical 232

Coesão Elíptica 233

Coesão transfrástica com famílias etimológicas 233

Coerência Textual 233

Fatores de Incoerência 234


Fatores lógico-linguísticos 234

Fatores Culturais 235

Fatores Textuais 236

Exercícios 236

Gabarito 245

17 | Figuras de linguagem 247

Tipos de Figura 248

Figuras de Construção 248

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Figuras de Pensamento 250

Figuras de Palavras 252

Figuras de Harmonia ou Sonoras 254

Exercícios 255

Gabarito 265

18 | Tipos e Gêneros Textuais 269

Narração 269

Descrição 269

Dissertação 270

Dissertação-Exposição 270

Dissertação-Argumentação 270

Injunção / Instrucional 271

Predição 271

Dialogal / Conversacional 272

Gêneros Textuais 272

Gêneros Literários 275

Gênero Narrativo: 275

Gênero Dramático: 276

Gênero Lírico: 276

Exercícios 276

Gabarito 280

Questões de Simulado 281

Simulado 01 281

Simulado 02 289

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Simulado 03 301

Simulado 04 309

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CAPÍTULO

|01
Conceitos de Língua e Linguagem
Numa comunicação, as pessoas fazem uso de palavras,
gestos, expressões corporais e faciais, etc. Tudo isso é
linguagem.

Linguagem é um processo comunicativo pelo


qual as pessoas interagem entre si.

Se a linguagem tiver como unidade básica a palavra


(falada ou escrita), ela será verbal. A linguagem, no
entanto, pode possuir outros tipos de unidade, como o
gesto, o movimento, a imagem, etc. Nesse caso, ela será não
verbal. Há, ainda, as linguagens mistas, como as histórias
em quadrinhos, o cinema, o teatro, em que se fundem a
palavra e outros tipos de unidade.

Quando as pessoas interagem por meio da linguagem


verbal, elas fazem uso de um sistema de representação
socialmente construído, conhecido como língua.

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1 | Conceitos de Língua e Linguagem

Língua é um conjunto de sinais (palavras) e de


leis combinatórias por meio do qual as pessoas
de uma comunidade se comunicam e
interagem.

Pode-se dizer, portanto, que a língua é um tipo de


linguagem.

Linguagem e Comunicação
Exercícios
Nós todos usamos a linguagem, a maior parte do
tempo, para pedir ou transmitir informações. Esse uso,
mesmo quando é utilitário, não deixa de ser legítimo.
Precisamos nos comunicar. Sinto uma necessidade dupla:
quero que o outro (o interlocutor) me entenda e quero
também entendê-lo.

A linguagem, contudo, não se limita a informar, não se


reduz à função de comunicar dados e fatos, conhecimentos
constituídos. Há uma dimensão constituinte na atividade
humana. Os seres humanos estão constantemente
modificando o mundo; eles inventam coisas novas, eles se
inventam a si mesmos.

A linguagem deve dar conta não só das necessidades


objetivas, mas também das necessidades subjetivas, que
expressam nas palavras, nas imagens, nos sentimentos, nas
sensações, nas emoções, nas intuições — em tudo o que os
seres humanos podem sentir diante do novo — a
capacidade da humanidade de enriquecer sua linguagem.

Indo um pouco mais fundo: expressam a capacidade


da humanidade de se enriquecer através da linguagem.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Dizer melhor alguma coisa, senti-la melhor e pensá-la


melhor são desafios interligados. Se o sujeito falha ao
enfrentar um deles, ficará prejudicado em seu esforço de
enfrentar os outros dois. Quem se exprime mal, em geral,
está confuso tanto no plano do pensamento quanto no da
sensibilidade. [...]

(Konder, Leandro. A dialética radical do poeta Ivan


Junqueira. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 3 jan. 2004.
Disponível em: <http://jbonline.terra.com.br>.)

01. Leandro Konder afirma que a linguagem humana é


utilizada com duas “funções”. Explique quais são elas.

02. É possível afirmar que as explicações de Leandro


Konder sobre essas funções exemplificam o fato de que “é
por meio da linguagem que o ser humano organiza e dá
forma às suas experiências”? Por quê?

03. Releia: “[...] Precisamos nos comunicar. Sinto uma


necessidade dupla: quero que o outro (o interlocutor) me
entenda e quero também entendê-lo”. Nesse trecho,
Leandro Konder faz referência a um aspecto importante da
atividade da linguagem. Explique.

04. Considerando o que você estudou sobre a linguagem,


analise a última afirmação feita no texto. Na sua opinião, é
possível afirmar que “quem se exprime mal, em geral, está
confuso tanto no plano do pensamento quanto no da
sensibilidade”?

Gabarito
01) Leandro Konder afirma que a primeira “função” da
linguagem é a utilitária: utilizamos a linguagem, a maior

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1 | Conceitos de Língua e Linguagem

parte do tempo, para pedir ou transmitir informações,


“comunicar dados e fatos, conhecimentos constituídos”. Nesse
sentido, a linguagem é usada para atender a necessidades
objetivas. Uma segunda função atende às necessidades
subjetivas do ser humano; tais necessidades expressam
(“nas palavras, nas imagens, nos sentimentos, nas sensações, nas
emoções, nas intuições – em tudo que os seres humanos podem
sentir do novo”) “a capacidade da humanidade de enriquecer sua
linguagem”.

02) Sim. Por ser utilizada pelos seres humanos em suas


interações com o mundo e com outros indivíduos, a
linguagem acaba por estar, na verdade, na base de todas as
nossas experiências. Segundo Konder, os seres humanos
estão constantemente reinventando o mundo e a si mesmos
por meio da linguagem.

03) Leandro Konder, nesse trecho, faz referência ao fato de


que a linguagem é sempre uma atividade que pressupõe
interlocução, um diálogo com um outro (o interlocutor). Ao
afirmar que sente uma dupla necessidade ao se comunicar,
o autor evidencia que o uso da linguagem se dá,
necessariamente na interação social e pressupõe a
existência de interlocutores.

04) Resposta pessoal.

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CAPÍTULO

|02
Variação Linguística
A língua, por ser uma criação social, possui vários
falantes com características distintas, variando à proporção
que se transformam as culturas.

A variação pode ser vista como uma manifestação da


variabilidade das línguas, observada na diversidade de
usos linguísticos de uma comunidade e explicada por
fatores políticos, geográficos ou culturais. Sob esse ponto
de vista, a variação é manifestada por um conjunto de
marcas realizadas no terreno prosódico, fonológico,
morfológico, sintático, léxico-semântico e discursivo.

Dino Preti subordina o estudo das variedades


linguísticas a dois amplos campos:

Variedades Geográficas
 falares regionais ou dialetos
 linguagem urbana x linguagem rural

Variedades Socioculturais
 variedades devidas ao falante
 variedades devidas á situação

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2 | Variação Linguística

Exercícios
01. “Você pode dar um rolê de bike, lapidar o estilo a bordo de um
skate, curtir o sol tropical, levar sua gata para surfar.”

Considerando-se a variedade linguística que se pretendeu


reproduzir nesta frase, é correto afirmar que a expressão
proveniente de variedade diversa é

(A) “dar um rolê de bike”.

(B) “lapidar o estilo”.

(C) “a bordo de um skate”.

(D) “curtir o sol tropical”.

(E) “levar sua gata para surfar”.

02. “As pessoas ficam zoando, falando que a gente não


conseguiria entrar em mais nada, por isso vamos prestar
Letras”, diz a candidata ao vestibular. Entre os motivos que
a ligaram à carreira estão o gosto por literatura e inglês, que
estuda há oito anos.

(Adaptado da Folha de S. Paulo)

(A) As aspas assinalam, no texto acima, a fala de uma


pessoa entrevistada pelo jornal. Identifique duas
marcas de coloquialidade presentes nessa fala.

(B) No trecho que não está entre aspas ocorre um


desvio em relação à norma culta. Reescreva o trecho,
fazendo a correção necessária.

03. “O que dói nem é a frase (Quem paga seu salário sou
eu), mas a postura arrogante. Você fala e o aluno nem

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presta atenção, como se você fosse uma empregada.”

(Adaptado de entrevista dada por uma professora. Folha


de S. Paulo)

(A) A quem se refere o pronome você, tal como foi


usado pela professora? Esse uso é próprio de que
variedade linguística?

(B) No trecho como se você fosse uma empregada, fica


pressuposto algum tipo de discriminação social?
Justifique sua resposta.

04.

Eu te amo

Ah, se já perdemos a noção da hora,

Se juntos já jogamos tudo fora,

Me conta agora como hei de partir...

Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios,

Rompi com o mundo, queimei meus navios,

Me diz pra onde é que inda posso ir...

(...)

Se entornaste a nossa sorte pelo chão,

Se na bagunça do teu coração

Meu sangue errou de veia e se perdeu...

(...)

Como, se nos amamos como dois pagãos,

Teus seios inda estão nas minhas mãos,


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2 | Variação Linguística

Me explica com que cara eu vou sair...

Não, acho que estás só fazendo de conta,

Te dei meus olhos pra tomares conta,

Agora conta como hei de partir...

(Tom Jobim – Chico Buarque)

Neste texto, em que predomina a linguagem culta,


ocorre também a seguinte marca da linguagem coloquial:

(A) emprego de hei no lugar de tenho.

(B) falta de concordância quanto à pessoa nas formas


verbais estás, tomares e conta.

(C) emprego de verbos predominantemente na


segunda pessoa do singular.

(D) redundância semântica, pelo emprego repetido da


palavra conta na última estrofe.

(E) emprego das palavras bagunça e cara.

05. Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca


em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso, inventivo
e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A
mãe, viúva, com alguma cousa de seu, adorava o filho e trazia-o
amimado, asseado, enfeitado, com um vistoso pajem atrás, um
pajem que nos deixava gazear a escola, ir caçar ninhos de
pássaros, ou perseguir lagartixas nos morros do Livramento e da
Conceição, ou simplesmente arruar, à toa, como dous peraltas sem
emprego. E de imperador! Era um gosto ver o Quincas Borba
fazer de imperador nas festas do Espírito Santo. De resto, nos
nossos jogos pueris, ele escolhia sempre um papel de rei, ministro,
general, uma supremacia, qualquer que fosse. Tinha garbo o
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

traquinas, e gravidade, certa magnificência nas atitudes, nos


meneios. Quem diria que... Suspendamos a pena; não adiantemos
os sucessos. Vamos de um salto a 1822, data da nossa
independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal.

(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)

Embora pertença à modalidade escrita da língua, este


texto apresenta marcas de oralidade, que têm finalidades
estilísticas. Dos procedimentos verificados no texto e
indicados abaixo, o único que constitui marca típica da
modalidade escrita é:

(A) uso de frase elíptica em “Uma flor, o Quincas


Borba”.

(B) repetição de palavras como “nunca” e “pajem”.

(C) interrupção da frase em “Quem diria que...”.

(D) emprego de frase nominal, como em “E de


imperador!”

(E) uso das formas imperativas “suspendamos” e


“não adiantemos”.

06.

Belo Horizonte, 28 de julho de 1942.

Meu caro Mário,

Estou te escrevendo rapidamente, se bem que haja muitíssima


coisa que eu quero te falar (a respeito da Conferência, que acabei
de ler agora). Vem-me uma vontade imensa de desabafar com você
tudo o que ela me fez sentir. Mas é longo, não tenho o direito de
tomar seu tempo e te chatear.

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2 | Variação Linguística

Fernando Sabino.

Neste trecho de uma carta de Fernando Sabino a Mário


de Andrade, o emprego de linguagem informal é bem
evidente em:

(A) “se bem que haja”.

(B) “que acabei de ler agora”.

(C) “Vem-me uma vontade”.

(D) “tudo o que ela me fez sentir”.

(E) “tomar seu tempo e te chatear”.

07. Texto

A Ema

O surgimento da figura da Ema no céu, ao leste, no anoitecer,


na segunda quinzena de junho, indica o início do inverno para os
índios do sul do Brasil e o começo da estação seca para os do
norte. É limitada pelas constelações de Escorpião e do Cruzeiro do
Sul, ou Cut’uxu. Segundo o mito guarani, o Cut’uxu segura a
cabeça da ave para garantir a vida na Terra, porque, se ela se
soltar, beberá toda a água do nosso planeta. Os tupis-guaranis
utilizam o Cut’uxu para se orientar e determinar a duração das
noites e as estações do ano.

Assinale a opção correta a respeito da linguagem


empregada no texto A Ema.

(A) A palavra Cut’uxu é um regionalismo utilizado


pelas populações próximas às aldeias indígenas.

(B) O autor se expressa em linguagem formal em


todos os períodos do texto.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(C) A ausência da palavra Ema no início do período


“É limitada (...)” caracteriza registro oral.

(D) A palavra Cut’uxu está destacada em itálico


porque integra o vocabulário da linguagem informal.

(E) No texto, predomina a linguagem coloquial


porque ele consta de um almanaque.

08. É sabido que as histórias de Chico Bento são situadas no


universo rural brasileiro.

(A) Explique o recurso utilizado para caracterizar o


modo de falar das personagens na tira.

(B) É possível afirmar que esse modo de falar


caracterizado na tira é exclusivo do universo rural
brasileiro? Justifique.

09. A frase de um possível comprador de escravos libertos,


numa crônica de Machado de Assis – O senhor quer
vender-mos? – poderia ser reescrita, segundo uma
perspectiva contemporânea e coloquial, da seguinte
maneira:

(A) O senhor quer me vender esses libertos?

(B) O senhor quer-me os vender?

(C) O senhor quer me vender-lhes?


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2 | Variação Linguística

(D) O senhor mos quer vender os libertos?

(E) Quer o senhor me os vender?

10.

“Minha impressão é que a cultura popular já ganhou a


parada... Há 30 ou 40 anos, quando a gente discutia sobre a
música popular brasileira, sobre os novos baianos velhos, sobre a
questão da técnica, a bossa nova, dizia-se que a cultura de massa
ia invadir e tomar conta de tudo”.

Nesse trecho de uma entrevista, Milton Santos faz uso


de uma linguagem coloquial. Comprove essa afirmativa
com marcas do texto.

11. Leia o poema abaixo, de Mário de Andrade.

Máquina-de-escrever

B D G Z, Remintom.

Pra todas as cartas da gente.

Eco mecânico.

De sentimentos rápidos batidos.

Pressa, muita pressa.

Duma feita surrupiaram a máquina-de-escrever do meu


mano.

Isso também entra na poesia

Porque ele não tinha dinheiro para comprar outra.

(....)

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Destaque o verso que possui palavras pertencentes ao


registro coloquial e reescreva-o, substituindo essas palavras
por outras pertencentes ao padrão culto da língua.

12. “Se eu não tivesse atento e olhado o rótulo, o paciente


teria morrido”, declarou o médico. Reescreva essa frase,
corrigindo a impropriedade gramatical que nela ocorre.

13. Leia com atenção o texto:

[Em Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se entrar


numa loja de roupas desconhecendo certas sutilezas da língua.
Por exemplo, não adianta pedir para ver os ternos – peça para ver
os fatos. Paletó é casaco. Meias são peúgas. Suéter é camisola –
mas não se assuste porque calcinhas femininas são cuecas. (Não é
uma delícia?)

O texto destaca a diferença entre o português do Brasil e


o de Portugal quanto:

(A) ao vocabulário

(B) à derivação

(C) à pronúncia

(D) ao gênero

(E) à sintaxe

14. “Tem gente que junta os trapos, outros juntam os


pedaços”; nesta frase a marca de coloquialidade apresenta-
se como transgressão gramatical.

Assinale a alternativa que corresponde ao fato:

(A) ausência de conectivos


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2 | Variação Linguística

(B) escolha das palavras

(C) emprego do verbo “ter”

(D) repetição do verbo “juntar”

(E) emprego da vírgula

Gabarito
1) (B) variação formal, ao contrário da variação coloquial
dos demais.

2) (A) O verbo “zoar” e o uso da expressão “a gente” são


duas marcas da coloquialidade presentes na fala em
destaque no texto.

(B) Entre os motivos que a ligaram à carreira está o gosto


por literatura e inglês, que estuda há oito anos.

3) (A) O pronome de tratamento você refere-se a qualquer


professor, inclusive à emissora da mensagem. O uso
impessoal do pronome você é próprio da linguagem
coloquial.

(B) Sim, trata-se de discriminação em relação a empregadas


domésticas, consideradas como pessoas que não merecem o
mesmo tratamento que se dá às pessoas a quem se ouve
com atenção.

4) E

5) E

6) E

7) B

8) (A) O recurso utilizado é a transgressão da ortografia ou,


dito de outra forma, o uso da grafia como transcrição da
fala; ou seja, a tira apresenta uma forma de escrita que tenta
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

reproduzir a fala das personagens. Esse recurso pode ser


exemplificado de três maneiras: pela troca da consoante l
por r (como em prantando); pela supressão da vogal na
proparoxítona (como em árv[o]re), processo muito comum
na fala; e pela troca da vogal e por i (como em di e
isperança).

(B) Não. Os fenômenos representados na tira encontram-se


também em regiões urbanas e não refletem,
necessariamente, escolaridade ou classe social do falante.
Por exemplo, a troca da consoante l por r é um processo
bastante recorrente nas regiões urbanas. A supressão da
vogal em palavras proparoxítonas (xícara, abóbora, etc.) faz
parte de um processo fonológico amplamente presente no
português brasileiro de forma geral. Finalmente, a elevação
da vogal átona (e_i) é uma marca de diferenciação regional
e não de oposição rural/urbano. Não se cobrará o uso de
metalinguagem na referência aos fenômenos aqui
mencionados.

9) (A) Na linguagem coloquial evita-se o uso de pronomes


oblíquos em sua forma de complemento; jamais se usa a
junção de dois pronomes oblíquos (mos).

10) As marcas que comprovam a afirmativa são a expressão


de gíria “ganhar a parada” e a utilização da expressão “a
gente” em lugar de “nós”.

11) verso 2 – para todas as nossas cartas; verso 6: em uma


vez roubaram a máquina de escrever de meu irmão.

12) Se eu não estivesse atento e não tivesse olhado o rótulo,


o paciente teria morrido.

13) A

14) C

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2 | Variação Linguística

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CAPÍTULO

|03
Funções da Linguagem
A palavra linguagem é aqui empregada como o
conjunto de características comuns às diversas línguas.
Tomaremos, aqui, para estudar suas funções, a análise
tradicional estabelecida por Jakobson, que se fundamenta
no esquema da comunicação, explicitado no esquema a
seguir:

CÓDIGO


EMISSOR → MENSAGEM → RECEPTOR


CANAL

CONTEXTO (referente)

Elementos da Comunicação
 Emissor - emite, codifica a mensagem
 Receptor - recebe, decodifica a mensagem
 Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor

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3 | Funções da Linguagem

 Código - conjunto de signos usado na transmissão e


recepção da mensagem
 Referente - contexto relacionado a emissor e
receptor
 Canal - meio pelo qual circula a mensagem

A cada um desses elementos presente no esquema da


comunicação se relaciona uma função específica da
linguagem:

a) A FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA,


centralizada no emissor, numa expressão pessoal sobre o
que é enunciado. Suas marcas típicas no discurso são a
presença da primeira pessoa (pronomes pessoais, verbos e
pronomes possessivos), exclamações, interjeições e
modalizações;

b) A FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA,


centralizada no receptor, com a finalidade de obter da
pessoa a quem se dirige o texto um comportamento
adequado ao que lhe é dito. Suas marcas linguísticas são a
presença da segunda pessoa (pronomes pessoais,
possessivos e verbos), o imperativo e o vocativo;

c) A FUNÇÃO REFERENCIAL, centralizada no


contexto ou referente, que permite falar-se dos objetos do
mundo, dos objetos perceptíveis ou imaginários. Suas
marcas são a terceira pessoa e os dados relacionados ao
mundo real;

d) A FUNÇÃO POÉTICA, centralizada na mensagem,


referindo-se a um mundo novo, criado pela linguagem: é a
função predominante nas obras literárias, ainda que não
seja exclusivo delas;

e) A FUNÇÃO FÁTICA, centralizada no canal ou no


contato entre o emissor e o receptor, cuja finalidade é
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verificar a eficiência do canal de comunicação. Suas marcas


são os sinais de interrupção do contato como Não é?
Entendeu? Alô? Também são exemplos de função fática as
falas da exigência social, em que de fato nada se comunica,
além de estabelecer-se uma relação social transitória entre
falantes;

f) A FUNÇÃO METALINGUÍSTICA, centralizada no


código, que permite esclarecer significados do código
utilizado e, além disso, também caracteriza os textos que
falam de si mesmos, o que nos permite falar de metatexto,
metateatro, etc.

Dificilmente, porém, um texto se utiliza de uma só


função e, frequentemente, um texto mostra várias dela
simultaneamente. Assim, por exemplo, no slogan eleitoral
É Lula de novo! Podemos encontrar uma função referencial
(o elemento Lula é do mundo real), uma função emotiva, o
que é expressado pela exclamação ao final da frase, e uma
função conativa, já que seu interesse é convencer o eleitor a
repetir o voto em Lula.

Além dessas funções, poderíamos falar de outras, tais


com a função lúdica, que se relaciona às brincadeiras com
palavras, tomadas como significantes (repetições, refrãos
etc.) ou como signos (trocadilhos, ambiguidades
propositais etc.), mas, pela presença marcante da
classificação de Jakobson, é nela que nos apoiaremos nos
exercícios a seguir.

Exercícios
01. Leia com atenção o seguinte texto e, a seguir, marque a
alternativa que melhor identifica as funções da linguagem
que nele ocorrem.

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3 | Funções da Linguagem

Navegar os menus

O menu é uma lista das seleções disponíveis. Este celular


possui 9 menus principais. Cada um contém vários sub-menus
que lhe permitem usar a agenda, trocar o tom de toque, e assim
por diante. Use os menus e sub-menus de duas maneiras:
percorra a lista ou utilize atalhos.

(Extraído de um Manual do Usuário de celular)

(A) referencial / conativa

(B) metalinguística / conativa

(C) referencial / metalinguística / fática

(D) emotiva / conativa /

(E) metalinguística / referencial / conativa

02. Leia com atenção o texto abaixo e assinale, a seguir, a


alternativa que identifica corretamente a função da
linguagem que nele predomina.

(A) referencial

(B) poética

(C) fática

(D) metalinguística

(E) conativa

03.

Vexames

Muita gente não sabe usar um celular. Veja o que você não
deve fazer com ele.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

* Não ande com o celular pendurado na calça. Fica feio.


Guarde-o na mochila. Dá para escutá-lo do mesmo jeito.

* Desligue o celular durante as aulas – ou em lugares


públicos, como o cinema. Depois você acessa a caixa postal e pega
a mensagem.

* Nunca telefone durante a aula. Não adianta se abaixar, nem


cobrir o celular com o cabelo. As pessoas vão perceber que você
está no telefone.

* Quando estiver com apenas uma amiga, não fique horas


falando no celular.

* Não fique oferecendo o seu telefone só para ser simpática.


Lembre-se da conta que vai chegar.

“Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as


mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor
sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas;...”

O trecho sublinhado é um exemplo de função:

(A) fática

(B) referencial

(C) metalinguística

(D) conativa

(E) emotiva

04. Assinale o item que identifica a função da linguagem


predominante no seguinte trecho:

“Hipótese é uma coisa que não é, mas a gente diz que é para
ver como seria se fosse”.

(Millôr Fernandes)

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3 | Funções da Linguagem

(A) poética

(B) referencial

(C) metalinguística

(D) conativa

(E) fática

05. Como na questão anterior, assinale o item que identifica


a função da linguagem predominante no seguinte texto:

A lâmpada de tungstênio é a mais comum de todas. É


constituída de um globo de vidro transparente ou opaco soldado a
um soquete de latão. Dentro dele, uma haste também de vidro
sustenta uma armação de arame com um filamento (fio dobrado
em ziguezague) de tungstênio. Quando a eletricidade passa
através do filamento, ele esquenta; ele fica tão aquecido que passa
do vermelho ao branco. Isto é chamado incandescência e com esta
luz assim produzida podemos ler, escrever e trabalhar.

(A) referencial

(B) fática

(C) conativa

(D) metalinguística

(E) emotiva

06. A linguagem poética, de fácil memorização, costuma ser


utilizada, na publicidade, como mero recurso para atrair o
consumidor: Tomou Doril, a dor sumiu... Outrora
divulgavam-se nos bondes do Rio de Janeiro as virtudes do
Rum Creosotado nestes versos:

Veja, ilustre passageiro,


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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

o belo tipo faceiro

que o senhor tem a seu lado.

E, no entanto, acredite,

quase morreu de bronquite,

salvou-a o Rum Creosotado!

Nos textos publicitários acima, predomina, portanto, a


seguinte função da linguagem:

(A) conativa

(B) referencial

(C) emotiva

(D) fática

(E) metalingüística

07. Assinale a opção em que a linguagem, por se destinar a


transmitir a informação direta e objetivamente, tem a
função referencial:

(A) Museu do Homem do Norte

Aberto de 2ª. a 6ª., das 8 às 16 h

(B) Licença, doutor!/ Entre, José, você é de casa.

(C) Dona Margarida, como vai sua vida?

(D) Sou bem nascido. Menino/ fui como os demais,


feliz./ Depois veio o mau Destino/ E fez de mim o que
quis. (Manuel Bandeira)

(E) Muito bem, minha gente. Vamos todos para casa,


vamos circular que a passeata está suspensa. Estão me
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3 | Funções da Linguagem

ouvindo? Acabou a passeata. (Chico Buarque de


Hollanda)

Gabarito
1) E

2) E

3) C

4) C – Trata-se de uma definição, ou seja, uma explicação


do que seja uma definição, daí que a função seja a
metalinguística, encarregada do código empregado na
situação comunicativa.

5) A – Trata-se de uma informação sobre um elemento da


realidade exterior ao texto, ou seja, uma lâmpada de
tungstênio.

6) A – Trata-se da finalidade de convencer ou persuadir.

7) A

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CAPÍTULO

|04
4 | Letra e Fonema
Fonética e Fonologia são termos que não devem ser
confundidos. Embora a NGB (Nomenclatura Gramatical
Brasileira) chame de Fonética toda a parte da gramática que
diz respeito aos sons, fonética e Fonologia são estudos
distintos.

A Fonética estuda os sons da linguagem, ou seja,


quaisquer sons produzidos pelo homem durante a fonação.
A Fonologia, por sua vez, estuda os sons, na medida em
que estes são capazes de alterar o significado dos
vocábulos.

Pode-se dizer, pois, que a Fonética estuda os sons da


fala, ao passo que a Fonologia estuda os sons da língua.
Cabe à Fonética analisar apenas o aspecto material dos
sons. Já à Fonologia, cabe analisar como os sons alteram a
significação dos vocábulos, interferindo na comunicação.

Fonema
Vamos ler o poema abaixo, em que o escritor Augusto
de Campos narra, de forma pouco comum, uma pequena
história:

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4 | Letra e Fonema

Comparando as seguintes palavras do texto: fala, bala,


vala, percebe-se que elas diferenciam-se entre si
unicamente pela presença dos sons f, b e v.

Compare novamente: vez e voz. Agora, os significados


se diferenciam devido à substituição do som e por o.

Essas mínimas unidades sonoras (f, b, v, e, o etc.)


recebem o nome de fonemas.

Fonema é a menor unidade sonora que entra


na constituição das palavras com o poder de
distinguir o seu significado em relação a
outras.

Letra
O Fonema é uma unidade sonora da língua. A letra, por
sua vez, é uma tentativa de representação gráfica do
fonema. Dessa maneira, pode-se dizer que o fonema diz
respeito à língua oral, ao passo que a letra diz respeito à
língua escrita.
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Fonema é som, letra é representação escrita do


som!

Fonema /s/ - cessão (ceder); Seção (parte de um todo,


segmento); Sessão (espaço de tempo)

Letra x – xícara /x/; Próximo /s/; Exame /z/; Táxi /ks/

Número de fonemas x Número de Letras


Em uma palavra, o número de fonemas nem
sempre corresponde ao número de letras.
Árvore  6 letras (á-r-v-o-r-e) e 6 fonemas
(/a//r//v//o//r//e/)
Táxi  4 letras (t-á-x-i) e 5 fonemas
(/t//a//k//s//i/)
Assumir  7 letras (A-s-s-u-m-i-r) e 6 fonemas
(/a//s//u//m//i//r/)

Tipos de Fonemas
Vogais - são a base da sílaba na língua portuguesa (não
existe sílaba sem vogal).

Na sua pronúncia não se encontram obstruções


significativas à passagem do ar.

Na escrita, as cinco letras a, e, i, o, u


representam doze vogais da língua falada.
 7 Vogais orais: /a/, /é/, /ê/, /i/, /ó/, /ô/, /u/
 5 Vogais nasais: /ã/, /ẽ/ , /~i/, /õ/, /ũ/
Vogal nasal: til: mãe, põe; com m: sempre,
compra; com n: ente, junto, conto.

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4 | Letra e Fonema

Exemplo:

 Ele havia lido um lindo artigo.


 Ela não foi boba, percebeu que era uma bomba.
 Lá se fabrica lã de primeira.
 Já leste as notícias do leste europeu?

Semivogais - são os fonemas i e u, quando apoiados em


uma vogal.

As semivogais i e u também podem ser


representadas pelas letras E e O (mãe e pão)

Consoantes - são fonemas produzidos através da


obstrução do ar proveniente do pulmão, precisando de
uma vogal para ser emitidos.

Exemplo: /p/, /b/, /f/...

Encontros Vocálicos (orais e nasais)


1. Ditongo Crescente – SV + V (na mesma sílaba)

Série  SÉ – RIE; História  HIS – TÓ – RIA; Quanto


 QUAN – TO; Sério  SÉ – RIO

2. Ditongo Decrescente – V + SV (na mesma sílaba)

Mau  MAU; Pai  PAI; Botão  BO-TÃO; Bem 


BEM (Bẽim)

3. Tritongo – SV + V + SV (na mesma silaba)

Quão, enxáguem, Uruguai, Quais, Iguais.

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4. Hiato – É a sequência de duas vogais, que são bases


das suas respectivas sílabas, dentro de um mesmo
vocábulo.

HI-A-TO, PA-DA-RI-A, SA-Ú-DE, BA-ÚS

Encontros Consonantais
1. Descontínuos ou separáveis – Cada consoante numa
sílaba.

Exemplo: Poste (pos-te), carpa (car-pa)

2. Contínuos, reais ou inseparáveis – Consoantes juntas


na mesma sílaba.

Exemplo: plebe (ple-be), Atlas (a-tlas).

Dígrafo
É o encontro de duas letras representadas por um único
som.

Exemplo: chapéu (=x), jarra (=r), crescer (=s), guiso (=g),


manga (=ã), onde (= õ)

Nos dois últimos exemplos, os dígrafos são


chamados de dígrafos vocálicos.

Separação Silábica
Não se separam:

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4 | Letra e Fonema

a) Ditongos e tritongos;

b) Os dígrafos lh – nh – ch – gu – qu – am – na – em –
em – im – in – om – on – um – um;

c) Encontros consonantais no início das palavras: gno-


mo, psi-co-lo-gi-a, gno-se, pneu.

Separam-se:

a) As vogais dos hiatos: co-o-pe-ra-ção, sa-ú-de

b) As letras dos dígrafos rr – ss- sc – sç – xc: car-ro, as-


sal-to, as-cen-der, cres-ça, ex-ce-to.

c) Os encontros consonantais descontínuos (antes da


última consoante): subs-tra-to, trans-li-ne-a-ção.

Exercícios
01. Ambivalência possui:

(A) 11 fonemas e 12 letras

(B) 12 fonemas e 12 letras.

(C) 9 fonemas e 11 letras.

(D) 10 fonemas e 12 letras.

(E) 10 fonemas e 10 letras.

02. Assinale a alternativa em que o x nunca é pronunciado


como /ks/:

(A) tóxico, máximo, prolixo.

(B) êxtase, exímio, léxico.

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(C) exportar, nexo, tóxico

(D) máximo, êxodo, exportar.

(E) exímio, prolixo, êxodo.

03. Foneticamente, o vocábulo passo contém:

(A) um dígrafo

(B) um ditongo

(C) uma vogal e uma semivogal.

(D) um encontro consonantal.

(E) um hiato.

04. Assinale a alternativa que apresenta tritongo, hiato,


ditongo crescente e dígrafo:

(A) quais, saúde, perdoe, álcool.

(B) cruéis, mauzinho, quais, psique.

(C) quão, mais, mandiú, quieto.

(D) aguei, caos, mágoa, chato.

(E) n.d.a

05. No vocábulo brasileiríssimo há:

(A) 13 fonemas; nenhum encontro consonantal; 1


hiato; 2 dígrafos; 7 vogas; nenhuma semivogal;

(B) 14 fonemas; 1 encontro consonantal; 14 ditongo


decrescente oral; 1 dígrafo; 7 vogais; nenhuma
semivogal;

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4 | Letra e Fonema

(C) 14 fonemas; 1 encontro consonantal; 1 ditongo


decrescente oral; 1 dígrafo; 6 vogais; 1 semivogal.

(D) 15 fonemas; 1 encontro consonantal; 1 ditongo


crescente oral; 1 dígrafo; 3 vogais; 4 semivogais.

06. Os convidados estavam no saguão aguardando a saída


dos noivos. As palavras destacadas apresentam,
respectivamente:

(A) tritongo – ditongo decrescente.

(B) ditongo nasal – ditongo decrescente.

(C) tritongo – ditongo crescente.

(D) ditongo nasal – hiato.

(E) tritongo – hiato.

07. Qual o substantivo em que a vogal tônica NÃO é


pronunciada, no plural, com o som aberto como no
substantivo corpos?

(A) Poço.

(B) Bolso.

(C) Socorro.

(D) Imposto.

(E) Esforço.

08. Assinale a alternativa em que os segmentos destacados


representam o mesmo fonema (som).

(A) desperdício - desperdiçamos

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(B) júbilo - gargalo

(C) produção - doses

(D) reservamos - burocracia

(E) excessos - xampu

09. Há inúmeras palavras na língua portuguesa em que é


indiferente considerar-se o encontro vocálico como ditongo
crescente ou hiato. Assinale o item em que tal fato não
ocorre, isto é, em ambas só podemos ter ditongo:

(A) ofício, cuidou

(B) matrimônio, melancolia.

(C) Ribião, Sofia.

(D) riquezas, oblíquos

(E) frequentes, quase.

Gabarito
1) D 6) A

2) D 7) B

3) A 8) A

4) D 9) E

5) C

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4 | Letra e Fonema

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CAPÍTULO

|05
Ortofonia e Acentuação
Acentuação Gráfica
Quanto à acentuação tônica (sílaba mais forte), as
palavras recebem as seguintes classificações:

1. Oxítonas: A última sílaba é a tônica.

Exemplo: urubu, motel, marajá...

2. Paroxítonas: A penúltima sílaba é a tônica.

Exemplo: cigarro, janela, lápis...

3. Proparoxítonas: a antepenúltima sílaba é a tônica.

Exemplo: gramática, tóxico, semântica...

Casos específicos de Acentuação


a) Monossílabos tônicos: acentuam-se os terminados
em: a(s), e(s), o(s)

Exemplo: má(s), ré(s), pó(s).

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5 | Ortofonia e Acentuação

b) Oxítonos: acentuam-se os terminados em: a(s),


e(s),o(s), em, ens

Exemplo: está(s), prevê(s), amém, reféns.

c) Paroxítonos: acentuam-se os terminados em:

1. i(s), us: júri(s), vírus.

2. um, uns: álbum, álbuns.

3. on, ons: íon(s), prótons.

4. ôo, ôos: vôo(s). * Foi modificado com o novo


acordo ortográfico.

5. r, x, n ou l: ímpar, látex, hífen, túnel.

6. ditongo: água, mágoa, série, ciência, órgão.

7. ps, ã(s): bíceps, ímã(s).

d) Proparoxítona: acentuam-se todas.

Exemplo: fósforo, partícula, álibi...

e) Hiatos: as vogais “i”, “u” receberão acento agudo


quando forem segunda vogal tônica de hiato e estiverem
constituindo sílaba sozinhas ou acompanhadas de “s”.

Exemplo: baía, faísca, baú, balaústre...

Regras modificadas pela Reforma Ortográfica

1. Cai o acento dos ditongos abertos EI e OI nas palavras


paroxítonas (sílaba tônica = penúltima).

COMO ERA COMO FICOU


Idéia Ideia
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Platéia Plateia
Jibóia Jiboia
Bóia Boia
Heróico Heroico

a) Lembre-se que a mudança só vale para as


palavras paroxítonas (e não para as oxítonas
ou monossílabos tônicos).
Exemplo: Contrói, Destrói, Dói, Fiéis.

b) Quando a palavra paroxítona termina em R,


o acento nos ditongos ei e oi se mantém.
Exemplo: Méier, Destróier.

2. Cai o acento circunflexo nos hiatos com vogal repetida


(OO; EE).

COMO ERA COMO FICOU


Vôo Voo
Enjôo Enjoo
Lêem Leem
Crêem Creem
Vêem Veem

3. Cai o acento nas vogais i e u antecedidas de ditongo


crescente nas palavras paroxítonas.

COMO ERA COMO FICOU


Feiúra Feiura
Sauípe Sauipe

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5 | Ortofonia e Acentuação

a) A regra de acentuação diz que I e U são


acentuados em HIATO (sozinhos na sílaba ou
seguidos de S).

Hiato é V + V. Nas palavras acima, o que temos


é SV + V. Por isso, a regra do hiato não deve
mesmo se aplicar.

Note que a regra ainda se aplica em “Guaíba”


ou “Guaíra” porque aqui temos V + V, uma
vez que os ditongos são decrescentes.

b) Lembre-se de que a mudança só vale para as


palavras paroxítonas (e não para as oxítonas
ou proparoxítonas).
Exemplo: Tuiuiú, Piauí e Maiúscula.

4. Com relação ao U, caem o acento agudo e o trema nos


ambientes QUE/QUII, GUE/GUII

COMO ERA COMO FICOU


Apazigúe Apazigue
Argúi Argui
Averigúe Averigue
Conseqüência Consequência
Lingüiça Linguiça

5. Acento Diferencial - deixa de existir a maioria dos casos


de acento diferencial; três casos ainda se mantêm.

COMO ERA COMO FICOU, NOS DOIS


CASOS
Para (preposição) X Pára Para

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(verbo “parar”)
Pêlo (do corpo) X Pelo (por Pelo
+ o)
Pólo (Ex: Pólo Sul) X Polo Polo
(preposição arcaica)
Pêra (fruta) X Pera Pera
(preposição arcaica)
Côa/Côas (verbo “coar”) X Coa (e Coas)
Coa
(com + a)

Casos em que o acento diferencial se mantém

CASOS COM ACENTO EXEMPLOS


DIFERENCIAL
Pôr (verbo) X Por Quis pôr o seu envelope por
(preposição) cima do outro.
Pôde (passado) X Pode Um dia ele pôde; hoje não
(presente) pode mais.
Vem / Tem (singular) X Ele sempre vem. X Eles
Vêm / Têm (plural) sempre vêm.
O rapaz tem sorte. X Os
rapazes têm sorte.

Exercícios
01. A palavra que deve ser acentuada pela mesma razão de
pássaro é:

(A) cafe

(B) benção

(C) automovel

(D) raízes

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5 | Ortofonia e Acentuação

(E) lâmpada

02. As palavras três, literário e autônomo são assinaladas com


acento gráfico em face das mesmas regras que justificam o
acento, respectivamente em:

(A) mês, contrário, caído

(B) pá, íeis, átimo

(C) lês, temerário, pôquer

(D) só, mútuo, ímpar

(E) véu, início, cômodo

03. Quando à acentuação, assinale a alternativa em que as


palavras seguem, respectivamente, as mesmas regras das
palavras ônibus, Itália e caju.

(A) várzea – cerâmica – tabu

(B) corrói – zebu – pânico

(C) avô – tórax – caracóis

(D) pássaro – róseo – guri

(E) juízes – Bauru – ímpar

04. Assinale a alternativa em que não há erros quanto à


acentuação das palavras:

(A) Itália – rubrica – vintém – júri – hífens

(B) Hamburger – saíram – mártir – tórax – guianês

(C) Índigo – jurisprudência – júbilo – juá – ludríbrio

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(D) Lotus – maieutica – pequenez – periélio – pitéu

(E) Preá – urgência – umero – viés – xérox

05. Segue a mesma acentuação de país a palavra:

(A) saúde

(B) grêmios

(C) aliás

(D) heróis

(E) táxi

06. Assinale o item a seguir em que as palavras destacadas


são acentuadas em função da mesma regra ortográfica.

(A) é – céu

(B) maniqueísta – rígida

(C) alguém – céu

(D) territórios – coincidência

(E) maniqueísta – crédito

07. Grécia é a palavra que leva acento gráfico pelo mesmo


motivo de uma outra palavra a seguir, qual?

(A) oráculo

(B) morrerás

(C) ambíguas

(D) intérpretes

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5 | Ortofonia e Acentuação

(E) português

Gabarito
1) E 5) A

2) B 6) D

3) D 7) C

4) C

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CAPÍTULO

|06
Escrita e Ortografia
Novas Normas Ortográficas
Uso do Hífen com Compostos
1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não
apresentam elementos de ligação.

Exemplo: guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-


feira, mesa-redonda, vaga-lume

Exceções: Não se usa o hífen em certas


palavras que perderam a noção de
composição, como girassol, madressilva,
mandachuva, pontapé.

2. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou


quase iguais, sem elementos de ligação.

Exemplo: reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico,


tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom.

3. Não se usa o hífen em compostos que apresentam


elementos de ligação.

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6 | Escrita e Ortografia

Exemplo: pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia


a dia, fim de semana, cor de vinho.

Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional.

Exemplo: maria vai com as outras, leva e traz, diz que


diz que, deus me livre, deus nos acuda, cor de burro
quando foge, bicho de sete cabeças, faz de conta.

Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-


de-rosa.

4. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o


emprego do apóstrofo.

Exemplo: gota-d’água, pé-d’água

5. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de


topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem
elementos de ligação.

Exemplo: Belo Horizonte — belo-horizontino; Porto


Alegre — porto-alegrense;

6. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies


animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes,
sementes), tenham ou não elementos de ligação.

Exemplo: bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso,


mico-leão-dourado.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Não se usa o hífen, quando os compostos que


designam espécies botânicas e zoológicas são
empregados fora de seu sentido original.

Exemplo: a) bico-de-papagaio (espécie de planta


ornamental) - bico de papagaio (deformação nas
vértebras); b) olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi
(espécie de selo postal).

Uso do Hífen com Prefixos


As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em
palavras formadas por prefixos (anti, super, ultra, sub etc.)
ou por elementos que podem funcionar como prefixos
(aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini,
multi, neo etc.).

Casos Gerais
1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.

Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, macro-


história, mini-hotel.

2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra


com que se inicia a outra palavra.

Exemplos: micro-ondas, anti-inflacionário, sub-


bibliotecário, inter-regional.

3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra


diferente daquela com que se inicia a outra palavra.

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6 | Escrita e Ortografia

Exemplos: autoescola, antiaéreo, intermunicipal,


supersônico,

Se o prefixo terminar por vogal e a outra


palavra começar por r ou s, dobram-se essas
letras.
Exemplos: minissaia, antirracismo, ultrassom,
semirreta.

Casos Particulares
1. Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante
de palavra iniciada por r.

Exemplos: sub-região, sub-reitor, sub-regional, sob-


roda.

2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de


palavra iniciada por m, n e vogal.

Exemplos: circum-murado, circum-navegação, pan-


americano.

3. Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém,


recém, pós, pré, pró, vice.

Exemplos: além-mar, além-túmulo, aquém-mar, ex-


aluno, ex-diretor.

4. O prefixo co junta-se ao segundo elemento, mesmo


quando este se inicia por o ou h. Neste último caso, corta-se
o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se
essas letras.

Exemplos: coobrigação, coedição, coeducar,


cofundador, coabitação.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

5. Com os prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo


diante de palavras começadas por e.

Exemplos: preexistente, preelaborar, reescrever,


reedição.

6. Na formação de palavras com ab, ob e ad, usa-se hífen


diante de palavra começada por b, d ou r.

Exemplos: ad-digital, ad-renal, ob-rogar, ab-rogar.

Outros casos do uso do Hífen


1. Não se usa o hífen na formação de palavras com não e
quase.

Exemplos: (acordo de) não agressão; (isto é um)


quase delito.

2. Com mal, usa-se o hífen quando a palavra seguinte


começar por vogal, h ou l.

Exemplos: mal-entendido, mal-estar, mal-humorado,


mal-limpo

3. Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que


representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim.

Exemplos: capim-açu, amoré-guaçu

4. Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que


ocasionalmente se combinam, formando não propriamente
vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.

Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo

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6 | Escrita e Ortografia

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CAPÍTULO

|07
Estrutura e Formação de Palavras
“O sociólogo Herbert de Sousa afirmou que ‘não basta
estancar’ o quadro de miséria do país, mas é preciso revertê-lo. ‘É
preciso reverter isso, senão aqui será um país invivível’, afirmou,
inventando uma palavra nova para descrever a situação.”

Folha de S. Paulo

O sociólogo criou um neologismo. Mas, apesar de ser


uma palavra inventada, é possível, a partir de elementos
significativos mínimos, compreender o termo.

Dizemos que essa palavra é formada por três elementos


significativos, ou morfemas, que, reunidos, dão-lhe forma e
significado: “país invivível” seria, então, segundo o
sociólogo, um país no qual não é possível viver.

Morfema é a menor unidade portadora de


sentido de uma palavra.

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7 | Estrutura e Formação de Palavras

Tipos de morfema:

a) Radical → é a parte principal da palavra, que


normalmente não muda com as flexões de gênero, número,
pessoa, tempo e modo.

Exemplo: O radical de cantar é cant, elemento comum a


canto, cantasse, cantávamos, etc.

b) Afixos → é o termo geral que abrange prefixo e


sufixo. Prefixo é o afixo que vem antes do radical e sufixo é
o que vem depois do radical.

Exemplo: Desfazer, infeliz, brasileiro, felizmente.

c) Desinências → são morfemas que se colocam após os


radicais. As desinências podem ser nominais (desinência de
gênero e desinência de número) ou podem ser verbais
(desinência número-pessoal e desinência modo-temporal).

Exemplo:

Meninas- Menin (Radical); a (Desinência de gênero); s


(Desinência de número).
Juntássemos – Junt (Rad); á (Vogal temática); sse
(DMT); mos (DNP)

d) Vogal temática → é a vogal que sucede o radical de


verbos ou nomes. Em verbos, indica a conjugação a que
pertencem.

Exemplo: Estrela, cantar, vender, partir.

e) Tema → é o radical somado à vogal temática.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Exemplo: Canta de “cantar”, vende de vender.

Processos de formação de palavras: São mecanismos


internos à própria língua que permitem criar novas
palavras a partir de palavras pré-existentes. Um exemplo é
a adição de determinados elementos – chamados, como
veremos, de sufixos – ao final das palavras.

Assim, com o acréscimo do sufixo –eba, formam-se


termos novos como natureba ou mistureba; com o acréscimo
de –eiro, formamos palavras como brahmeiro ou marqueteiro.

É claro que, depois de criadas, muitas palavras passam


a ser usadas regularmente e as pessoas se acostumam a
elas, deixando de senti-las como neologismos. Assim, a
grande maioria das palavras com –eiro está longe de
constituir neologismo – basta pensar em chaveiro, jardineiro,
pedreiro, cinzeiro etc.

Processos de Formação de Palavras


A língua portuguesa conta com uma série de processos
empregados para criar novas palavras a partir de palavras
pré-existentes. Dividiremos esses processos em três grupos:

Derivação

Processos de
Formação de Composição
Palavras

Outros

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7 | Estrutura e Formação de Palavras

É importante que você conheça a diferença fundamental


entre os dois processos principais de formação – a
derivação e a composição.

Na derivação, há apenas uma palavra envolvida. Por


exemplo, quando se forma a palavra chaveiro a partir de
chave, estamos diante de um processo de derivação. Na
composição, por outro lado, há duas ou mais palavras
envolvidas.

Por exemplo, para formar a palavra saca-rolha, juntamos


o verbo sacar (flexionado na terceira pessoa do singular)
com o substantivo rolha.

1. A Derivação - é o processo pelo qual a partir de uma


palavra se formam outras, por meio de acréscimo de
elementos (normalmente afixos) que lhe alteram o sentido
primitivo ou lhe acrescentam um sentido novo.

a) Derivação sufixal (ou sufixação) - consiste no


acréscimo de um sufixo à palavra-base (palavra primitiva).
Sufixos são elementos mórficos que, acrescentados ao final
da palavra, alteram seu significado e/ou sua classe.

Exemplos:

Acréscimo do sufixo –eiró

Acréscimo do sufixo –udo

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

b) Derivação prefixal (ou prefixação) - consiste no


acréscimo de um prefixo à palavra-base (palavra primitiva).
Prefixos são elementos significativos acrescentados no
início da palavra.

Exemplos:

Acréscimo do prefixo re–

Acréscimo do prefixo des–

É possível (e mesmo comum) formar uma


palavra por meio de sucessivas sufixações e/ou
prefixações.

Como exemplo, observe a série de processos


que acaba por gerar a palavra
inconstitucionalissimamente.

1. constituir + cão → constituição (derivação


sufixal)
2. constituição + al → constitucional (derivação
sufixal)
3. in + constitucional → inconstitucional
(derivação prefixal)
4. inconstitucional + íssima →
inconstitucionalíssima (derivação sufixal)
5.inconstitucionalíssima + mente →
inconstitucionalissimamente (derivação
sufixal)

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7 | Estrutura e Formação de Palavras

c) Derivação parassintética (ou parassíntese) - consiste


no acréscimo simultâneo de um prefixo e um sufixo à
palavra-base (palavra primitiva).

Exemplos:

A derivação parassintética forma apenas


verbos (exemplos 1, 2 e 3) e adjetivos (exemplo
4).

d) Derivação prefixal e sufixal (ou prefixação e


sufixação) – consiste no acréscimo não simultâneo de um
prefixo e de um sufixo a um radical.

Exemplos:

1. im + perdo + ável → imperdoável

2. des + leal + dade → deslealdade

e) Derivação regressiva - consiste na transformação de


um verbo em substantivo abstrato (que indica ação) por
meio da eliminação das marcas verbais e do acréscimo das
vogais átonas nominais –a, –e e –o. Essas vogais funcionam,
no português, como terminações típicas de substantivos.

Exemplos:

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

f) Derivação imprópria – é o processo pelo qual se


muda uma palavra de sua classe gramatical usual para uma
outra classe, sem alterar-lhe a forma.

Exemplo:

1. O Vasco venceu fácil o adversário.

2. A Composição - é um processo de formação de palavras


que envolve dois ou mais radicais.

a) Composição por justaposição - é a que não altera


foneticamente as palavras.

Exemplo

Não pense que todos os compostos por


justaposição devem ter hífen. Como mostram
os dois últimos exemplos, o hífen pode não
estar presente.
Além do mais, há palavras com hífen que são
formadas por derivação. É o caso, por
exemplo, de super-homem, criada por
derivação prefixal (“super” é um prefixo).

b) Composição por aglutinação - é a que altera


foneticamente as palavras.

Exemplos:

1. Plano + alto → planalto (perda do o)

2. Água + ardente → aguardente (perda do a)

3. Perna + alta → pernalta (perda do a)

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7 | Estrutura e Formação de Palavras

3. Outros Processos

a) Abreviação vocabular (ou Truncamento) - consiste


na redução fonética da palavra sem alteração da sua classe
gramatical. Atualmente, é um processo muito produtivo no
português coloquial. Frequentemente, ocorre também o
acréscimo de uma vogal a átona final. Trata-se de um
processo muito produtivo atualmente no português
coloquial.

Exemplos:

Não é possível confundir a abreviação


vocabular com a derivação regressiva. Na
segunda, sempre ocorre a passagem de um
verbo a substantivo abstrato; já na primeira, a
palavra não muda sua classe gramatical.

b) Hibridismo – consiste na formação de palavras a


partir de elementos (radicais e afixos) provindos de línguas
diferentes.

Exemplos:

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

c) Siglagem – consiste na formação de siglas, a partir


das letras ou sílabas iniciais que formam o nome de
instituições, associações, partidos políticos etc.

Exemplos:

1. Imposto Predial Territorial Urbano → IPTU


2. Partido dos Trabalhadores → PT
3. Universidade Federal do Rio de Janeiro → UFRJ
4. Pré-vestibular social → PVS

Repare que as siglas frequentemente servem


de base para outros processos. É o caso de
petista (de PT) ou celetista (ou CLT), em que
ocorre siglagem seguida de sufixação.

d) Onomatopeia – consiste na formação de palavras


que buscam reproduzir vozes de seres, sons ou ruídos da
natureza.

Exemplos:

Exercícios
01. Com relação aos processos de formação de palavras,
analise as afirmativas a seguir:

I. Na palavra jeitinho, o sufixo -inho significa "diminuição".

II. Denomina-se composição o processo de formação da


palavra utilitarista.

III. A palavra analfabetismo forma-se por derivação


prefixal e sufixal, a partir do radical alfabet-.

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7 | Estrutura e Formação de Palavras

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem


corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

02. Assinale a opção em que todas as palavras se formam


pelo mesmo processo:

(A) ajoelhar / antebraço / assinatura

(B) atraso / embarque / pesca

(C) o jota / o sim / o tropeço

(D) entrega / estupidez / sobreviver

(E) antepor / exportação / sanguessuga

03. A palavra "aguardente" formou-se por:

(A) hibridismo

(B) aglutinação

(C) justaposição

(D) parassíntese

(E) derivação regressiva

04. Indique a palavra que foge ao processo de formação de


chapechape:
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(A) zunzum

(B) reco-reco

(C) toque-toque

(D) tlim-tlim

(E) vivido

05. Quem possui inveja é:

(A) invejozo

(B) invejeiro

(C) invejado

(D) invejoso

(E) invejador

06. Assinalar a alternativa que indique corretamente o


processo de formação das palavras sem-terra, sertanista e
desconhecido:

(A) composição por justaposição, derivação por


sufixação, derivação por prefixação e sufixação

(B) composição por aglutinação, derivação por


sufixação e derivação por parassíntese

(C) composição por aglutinação, derivação por


sufixação e derivação por sufixação

(D) composição por justaposição, derivação por


sufixação e composição por aglutinação

(E) composição por aglutinação, derivação por


sufixação e derivação por prefixação

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7 | Estrutura e Formação de Palavras

07. Assinalar a alternativa em que as duas palavras são


formadas por parassíntese:

(A) indisciplinado - desperdiçar

(B) incineração - indescritível

(C) despedaçar - compostagem

(D) endeusado - envergonhar

(E) descamisado - desonestidade

08. Assinalar a alternativa correta quanto à formação das


seguintes palavras: girassol; destampado; vinagre; irreal.

(A) sufixação; parassíntese; aglutinação; prefixação

(B) justaposição; prefixação e sufixação; aglutinação;


prefixação

(C) justaposição; prefixação e sufixação; sufixação;


parassíntese

(D) sufixação; parassíntese; derivação regressiva;


sufixação

(E) aglutinação; prefixação; aglutinação; justaposição

09. As palavras esquartejar, desculpa e irreconhecível


foram formadas, respectivamente, pelos processos de:

(A) sufixação - prefixação - parassíntese

(B) sufixação - derivação regressiva - prefixação

(C) composição por aglutinação - prefixação -


sufixação

(D) parassíntese - derivação regressiva - prefixação

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(E) parassíntese - derivação imprópria – parassíntese

10. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo.

Substituindo-se as forma verbais de desejar, lutar e


obter pelos respectivos substantivos a elas correspondentes,
a frase correta é:

(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua


obtenção.

(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.

(C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua


obtenção.

(D) Desejoso do diploma, foi à luta pela sua obtenção.

(E) Desejoso do diploma, foi lutar por obtê-lo.

Gabarito
1) C 6) A

2) B 7) D

3) B 8) B

4) E 9) D

5) D 10) C

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7 | Estrutura e Formação de Palavras

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CAPÍTULO

|08
Classes Gramaticais
As palavras do português podem ser enquadradas em
dez classes gramaticais (ou classes de palavras). São elas:

1. Substantivo 6. Artigo
2. Adjetivo 7. Numeral
3. Verbo 8. Conjunção
4. Advérbio 9. Preposição
5. Pronome 10. Interjeição

Neste capítulo, apresentamos uma visão panorâmica da


maior parte dessas classes, focalizando as relações que elas
estabelecem entre si (por exemplo, o substantivo com o
adjetivo, o verbo com o advérbio, etc.) e os significados dos
conectores (conjunções e preposições).

Visão Geral: os critérios semântico,


morfológico e sintático de classificação
As classes gramaticais podem ser definidas segundo
três parâmetros: o critério semântico, o critério morfológico
e o critério sintático.

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8 | Classes Gramaticais

Para entender esses critérios, é preciso saber que eles


estão diretamente associados a três componentes, ou
subáreas, da gramática: Semântica, Morfologia e Sintaxe.

Área Definição Exemplo


Estuda o significado das Na frase Saí com
Semântica palavras e das frases. você, a palavra
“com” indica
companhia
Estuda a estrutura A palavra “mesa”
Morfologia interna da palavra. está no singular,
porque não tem o
elemento -s.
Estuda as relações entre Na frase Ele
Sintaxe os constituintes das comeu muito, a
sentenças. palavra muito
está ligada à
forma verbal
comeu.

Conhecendo essas três subáreas da gramática, você


poderá entender os três critérios usados para definir as
classes gramaticais. Vamos tomar como exemplo o
advérbio.

Critério Definição de advérbio Exemplo


Critério O advérbio exprime Circunstância de
semântico diferentes circunstâncias tempo (hoje, amanhã,
etc.); circunstância
de lugar (aqui, lá,
etc.); circunstância
de modo
(rapidamente,
tristemente, etc.),
dentre outras.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Critério O advérbio é invariável, O advérbio não tem


morfológico porque não sofre flexão plural ou
(gênero, número, tempo, feminino, mas tem
modo). Por outro lado, aumentativo
pode receber elementos e diminutivo, que
que indiquem grau aparecem no
(aumentativo, registro coloquial:
diminutivo). agorinha,
pertinho, lonjão...
Critério O advérbio se liga a Comeu muito →
sintático verbos, adjetivos e outros advérbio de
advérbios. intensidade ligado a
verbo;
Está muito bonita →
advérbio de
intensidade ligado a
adjetivo; Comeu
muito rapidamente →
advérbio de
intensidade ligado a
um advérbio de
modo.

As Relações entre as Classes de Palavras


1. O substantivo e seus satélites

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8 | Classes Gramaticais

Exemplos:

1. Aqueles meus três amigos chegaram

2. Um livro do Zé ficou comigo

3. Esses oito apartamentos serão vendidos

4. Alguns poucos meninos pobres viajaram.

2. O advérbio e seus núcleos

Exemplos:

1. Zé estudou demais.
2. Zé fez um plano de estudos árduo demais.
3. Zé estudou arduamente demais.

a) demais advérbios

Exemplos:

1. Francisco acordou tarde. (advérbio de tempo)

2. João apareceu aqui. (advérbio de lugar)

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Diferença entre Locução Adjetiva e Locução


Adverbial
A locução adjetiva e a locução adverbial têm a mesma
estrutura mínima:

preposição + substantivo

Por isso, a única maneira de diferenciá-las é através do


critério sintático.

Veja:

Ela fez cara de medo. (de medo é locução adjetiva, pois


está ligada ao substantivo cara)
Ela morreu de medo. (de medo é locução adverbial, pois
está ligada à forma verbal morreu)

Os Pronomes
Existem seis grandes grupos de pronomes:

 Pronomes pessoais
 Pronomes demonstrativos
 Pronomes possessivos
 Pronomes relativos
 Pronomes indefinidos
 Pronomes interrogativos

Aqui, estudaremos os três primeiros tipos. São eles os


mais cobrados em concursos, por estarem ligados às
pessoas do discurso.

Pronomes Pessoais
Os pronomes pessoais são aqueles que se referem
diretamente às pessoas do discurso.
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8 | Classes Gramaticais

Pense numa situação de conversa. Digamos que João


está relatando para Joana algo sobre a vida de Pedro. Nesse
diálogo, portanto, há três pessoas direta ou indiretamente
envolvidas – são elas as tais pessoas do discurso. João,
aquele que está falando, é a primeira pessoa. Joana, aquela
que está ouvindo, a interlocutora de João, é a segunda
pessoa. Por fim, Pedro, que é o assunto da conversa, será a
terceira pessoa. É claro que a terceira pessoa do discurso
não precisa ser, necessariamente, um ser humano. Se eu
estiver falando sobre o livro que acabei de comprar, a
terceira pessoa será esse livro (portanto, um objeto); se eu
estiver falando sobre o último jogo do Flamengo, a terceira
pessoa será esse jogo (portanto, um evento, um
acontecimento).

Em resumo
São três as pessoas do discurso:
1ª pessoa: aquele(a) que fala/escreve (falante
ou autor)
2ª pessoa: aquele(a) que ouve/lê (ouvinte ou
leitor)
3ª pessoa: aquele(a) ou aquilo de que se
fala/escreve (assunto)

Os pronomes pessoais se dividem em três tipos:


pronomes pessoais retos, pronomes pessoais oblíquos e
pronomes pessoais de tratamento. Por sua vez, os
pronomes oblíquos se dividem em pronomes oblíquos
átonos e pronomes oblíquos tônicos. Vamos começar pela
distinção entre retos e oblíquos (átonos e tônicos); em
seguida, passaremos aos pronomes de tratamento.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Pronomes Pessoais Retos e Oblíquos

Observe, na tabela abaixo, os pronomes retos e


oblíquos.

Pessoa Pronome Pronome Pronome


do Reto oblíquo átono oblíquo tônico
Discurso (sem (com
preposição) preposição)
1ª Eu Me Mim, comigo
2ª Tu Te Ti, contigo
3ª Ele Se, o/a, lhe Si, consigo,
ele/ela
1ª Nós Nos Nós, conosco
2ª Vós Vos Vós, convosco
3ª Eles Se, os/as, lhes Si, consigo,
eles/elas

Sobre essa tabela, fazemos as seguintes observações:


A diferença entre os pronomes retos, de um lado, e os
pronomes oblíquos, de outro, está relacionada à função
sintática: pronomes retos funcionam principalmente como
sujeito ou predicativo; pronomes oblíquos funcionam
principalmente como complemento. Isso pode ser
verificado no exemplo abaixo.

Para diferenciar os pronomes oblíquos átonos dos


pronomes oblíquos tônicos, podemos verificar a presença
ou ausência de preposição. Os oblíquos átonos não são

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8 | Classes Gramaticais

precedidos de preposição; por outro lado, os oblíquos


tônicos são precedidos de preposição.

Veja:

Observe, no exemplo abaixo, de que maneira


os pronomes pessoais retos e oblíquos (átonos
e tônicos) fazem referência às pessoas do
discurso.
Exemplo: Tu não confias no Bruno; por isso, não
lhe empresta o carro. Mas sei que poderias
emprestá-lo para mim.

Estão presentes nessa situação comunicativa os três


elementos que vimos acima: alguém que fala essa frase (1ª
pessoa), alguém que ouve (2ª pessoa) e assuntos sobre os
quais se fala (o Bruno, o carro).

O pronome reto “tu” refere-se ao ouvinte, ao


interlocutor; por isso, dizemos que é um pronome de 2ª
pessoa. O pronome oblíquo átono “lhe” faz referência ao
Bruno, que não está presente da cena – é apenas o assunto
da conversa. Por isso, dizemos que se trata de um pronome
de 3ª pessoa. O mesmo ocorre com o pronome oblíquo
átono “lo”, que se refere ao carro. Por fim, o pronome
oblíquo tônico “mim” faz referência à própria pessoa que
está proferindo o enunciado. Por isso, dizemos que é um
pronome de 1ª pessoa.

 As três pessoas do discurso aparecem tanto no


singular quanto no plural. Assim, por exemplo, as
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

formas “eu” e “nós” correspondem ambas à


primeira pessoa do discurso, ou seja, à pessoa que
fala. A diferença é que, ao usar “eu”, estou falando
apenas em meu nome; ao usar “nós”, estou falando
em nome de pelo menos mais uma pessoa (ou nós
dois estamos falando em coro).

 Na prática, você sabe bem, quase não usamos os


pronomes “tu” e “vós”. No lugar deles, usamos,
respectivamente, “você” e “vocês”. Estes, contudo,
são classificados tradicionalmente como pronomes
de tratamento, e não como pronomes retos. Falamos
dos pronomes de tratamento logo abaixo.

Pronome Oblíquo com Valor Possessivo

Observe a diferença de uso dos pronomes oblíquos


átonos nos exemplos abaixo:

Nos exemplos à esquerda, os pronomes oblíquos átonos


“lhe” e “me” estão empregados em seu uso mais comum
(com sentido, respectivamente, de “para ele” e “para
mim”). Já nos exemplos à direita, há um caso especial, em
que o oblíquo átono assume valor possessivo.

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8 | Classes Gramaticais

Pronomes Pessoais de Tratamento

Os pronomes pessoais de tratamento sempre fazem


referência à segunda pessoa do discurso, ou seja, ao
interlocutor, aquele que ouve.

Mas, afinal, por que é necessário ter vários pronomes


diferentes para nos dirigirmos a um interlocutor?
Simples: porque às vezes precisamos mudar o nosso
tratamento em relação a alguém a depender do cargo que
essa pessoa ocupa, do respeito que devemos a ela ou, mais
genericamente, da nossa posição social em relação a ela.

Exemplo:

Existe o pronome de tratamento “você”, mais informal,


mas também existe o pronome “senhor (a)”, mais
formal. Além desses dois, há diversos outros pronomes
indicados para pessoas que ocupam cargos específicos.
Assim, iremos nos dirigir ao reitor de uma
universidade, em situações formais ou solenes, como
“Vossa Magnificência”; deputados e senadores tratam-
se por “Vossa Excelência”; e, se um dia falarmos com o
papa, usaremos “Vossa Santidade”.

Veja alguns dos pronomes de tratamento e seus usos.

Pronome Emprego
Vossa Alteza Príncipes, princesas, duques
Vossa Eminência Cardeais
Vossa Majestade Reis, imperadores
Vossa Meritíssima Juízes de direito

Pronomes Demonstrativos
Os pronomes demonstrativos também fazem referência
às pessoas do discurso. Sua função é, basicamente, a de

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apontar e localizar entidades, seja (a) no espaço; (b) no


tempo ou (c) no interior do próprio texto. Observe:

Aquela caneta lá é minha. → NO ESPAÇO


Aquela época era muito boa. → NO TEMPO
Os EUA têm estreitado as relações com o Brasil e o
Chile, mas aquele país ainda sofre fortemente os
impactos da última crise econômica. → NO TEXTO

Vejamos separadamente cada um desses casos.

1. Localização no espaço

A função básica do pronome demonstrativo é apontar


entidades (como pessoas e objetos) no espaço, tomando
como referência a situação comunicativa e a localização do
falante.

Um exemplo deixará isso mais claro. Imagine que dois


professores, João e Pedro, estão na mesma sala corrigindo
provas:

JOÃO: Você pode me emprestar essa caneta que está do


seu lado? Esta aqui está falhando.
PEDRO: Ih, esta aqui já está quase sem tinta.
JOÃO: Então acho que vou pegar aquela que está no
fundo da sala.

As palavras sublinhadas são pronomes demonstrativos.


Em um primeiro momento, João corresponde à primeira
pessoa do discurso (note o uso do pronome oblíquo átono
“me”, de 1ª pessoa).

Veja que ele usou o pronome “essa” para se referir a


uma caneta que está perto do Pedro. Logo depois, João usa
o pronome “esta” para se referir à caneta que ele mesmo
tem em mãos.

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Quando Pedro toma a palavra – tornando-se, portanto,


a primeira pessoa do discurso –, a situação se inverte: a
caneta de Pedro, que havia sido referida por meio do
“essa”, agora é mencionada com “esta”: “esta aqui já está
quase sem tinta”.

Finalmente, na última fala, João usa o pronome


“aquela” para fazer referência a uma caneta que não está
nem perto dele nem perto do Pedro. Esta é exatamente a
distinção que a gramática recomenda: devemos usar “esta”
(ou “este”, “isto”) para aquilo que está perto de nós, “essa”
(ou “esse”, “isso”) para o que está perto do nosso ouvinte e
“aquela” (ou “aquele”, “aquilo”) para o que está longe dos
dois.

Outra maneira de dizer a mesma coisa, só que agora


mais tecnicamente, é a seguinte: os pronomes este(a) / isto
estão relacionados à 1ª pessoa do discurso; os pronomes
esse(a) / isso estão relacionados à 2ª pessoa do discurso; e
os pronomes aquele(a) / aquilo estão relacionados à 3ª
pessoa do discurso.

2. Localização no tempo

O pronome demonstrativo não serve apenas para


apontar entidades no espaço, mas também para indicar sua
localização na linha do tempo, tomando como referência a
situação comunicativa e a localização temporal do falante.

Um exemplo deixará isso mais claro. Imagine que dois


amigos, João e Pedro, estão conversando:

JOÃO: Eu acho que antigamente era bem melhor.


Naquela época, vivíamos com mais tranquilidade.
PEDRO: É verdade. Mas este ano as coisas começaram
a melhorar para mim.

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JOÃO: Eu não posso dizer o mesmo. Para mim, os


últimos três anos é que foram de felicidade.
PEDRO: Comigo foi o contrário. Nessa época, eu não
estava bem.

Na primeira fala, João se considera distante da época à


qual está se referindo. Por essa razão, ele usa o pronome
“aquela”. Na resposta, então, Pedro faz referência ao ano em
que ele está, o seu momento presente. Por isso, é usado o
pronome “este”. Por fim, no último caso, Pedro usa a forma
“essa” para fazer referência a uma época que já não é mais
presente, mas também não é sentida como muito remota.

3. Localização no texto

Para o concurso público, a função mais relevante dos


pronomes demonstrativos é a de apontar para outros
elementos no interior do próprio texto.

Veja:

Células tronco vão criar vidas (por Stevens Rehen)

A busca pela imortalidade, ou, em outras palavras, a


possibilidade de reparo infinito de órgãos e tecidos, é parte antiga
do imaginário coletivo. Foi no século 18 que o suíço Abraham
Trembley percebeu que a pequena hidra, com seus tentáculos ao
redor da boca, era capaz de se regenerar completamente mesmo
que picada em vários pedaços. Trembley influenciou gerações de
cientistas que buscavam compreender como alguns organismos –
mais do que outros – conseguem reconstituir partes do corpo.

O que todos esses cientistas descobriram é que a capacidade de


regeneração do corpo humano é limitada. Transplantar seria uma
solução – mas que não resolve a enorme demanda por órgãos de
reposição e o desgaste do organismo causado pelo envelhecimento.
Então surgiram as células-tronco, e com elas a esperança de

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chegar mais perto da eternidade. Aqui um parêntese: “célula-


tronco” é a tradução do inglês stem cell, o nome dado às células de
plantas que têm a capacidade de se regenerar. Hoje, esse termo é
usado para identificar qualquer célula que, ao se dividir, é capaz
de se autorrenovar ou formar novos tecidos e órgãos. [...]

(Revista Superinteressante)

Observe as duas expressões sublinhadas, ambas


formadas por um pronome demonstrativo seguido de um
substantivo (“esses cientistas”, “esse termo”). Essas
expressões retomam elementos referidos anteriormente no
próprio texto. No primeiro caso, “esses cientistas” refere-se
tanto a Abraham Trembley quanto às “gerações de
cientistas” que ele influenciou. No segundo caso, “esse
termo” refere-se à expressão “célula-tronco”. Lembre-se de
que, neste caso, temos uma anáfora, ou seja, a retomada de
termos mencionados anteriormente por meio de um
elemento de coesão.

Pode acontecer, no entanto, de o elemento de coesão


apontar não para trás, mas para frente, antecipando algum
segmento que ainda irá aparecer no texto.

Nesse caso, falaremos em catáfora.

Veja:

O problema era este: ele estava no lugar errado.

Na sentença acima, o pronome demonstrativo “este”


refere-se à oração que vem logo depois.

Referência Extra e Intratextual


Vamos trabalhar três conceitos: anáfora,
catáfora e dêixis.
Nos exemplos abaixo, compare os dois usos do
pronome “esse”.
Deixa esse casaco em cima da minha cama, por

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favor.

As crianças são vítimas mais atraentes para os


piolhos porque têm um contato físico muito
maior entre si, principalmente em creches e
escolas. [...] Como entre os adultos esse contato
entre várias pessoas é menor, os insetos não se
propagam com tanta facilidade.
(Revista Superinteressante)
No primeiro caso, é preciso que imaginemos
uma situação real, na qual uma pessoa está
(por exemplo) segurando um casaco e a outra
pede que o casaco seja deixado sobre a cama.
Aqui, o pronome “esse” faz referência ao
casaco, um objeto que está fisicamente
presente na situação comunicativa.
É diferente o caso do segundo exemplo. Nele, o
pronome “esse” (na expressão “esse contato”)
não aponta para qualquer elemento
concretamente presente no espaço ao redor.
Em vez disso, retoma um termo expresso
anteriormente no interior do próprio texto:
“contato físico”.

Moral da história: o pronome demonstrativo


pode fazer referência tanto a um elemento
externo ao texto (primeiro exemplo) quanto a
um elemento interno ao texto (segundo
exemplo). No primeiro caso, falaremos em
referência exofórica ou dêixis. No segundo
caso, falaremos em referência endofórica. Além
disso, como você acabou de ver, a referência
endofórica divide-se em dois tipos: anáfora
(anterior) e catáfora (posterior).

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Pronomes Possessivos
Assim como os pronomes pessoais e os demonstrativos,
também os pronomes possessivos fazem referência às
pessoas do discurso. Do ponto de vista semântico, eles
acrescentam ideia de posse.

Pessoa/Número Pronome possessivo


1ª pessoa do singular Meu(s), minha(s)
2ª pessoa do singular Teu(s), tua(s)
3ª pessoa do singular Seu(s), sua(s)
1ª pessoa do plural Nosso(s), nossa(s)
1ª pessoa do plural Vosso(s), vossa(s)
1ª pessoa do plural Seu(s), sua(s)

Observe o funcionamento dos possessivos no exemplo


abaixo:

Meu livro não está comigo; por acaso tu trouxeste o


teu?

Note que o possessivo “meu” faz referência à pessoa


que está falando – portanto, à primeira pessoa do discurso.
Já o pronome “teu” refere-se ao ouvinte – portanto, à
segunda pessoa do discurso.

O Verbo
O verbo é a única classe gramatical que pode sofrer
flexão de tempo, modo e pessoa.

Por exemplo:

Eu sou feliz.
Eu fui feliz.
Eu serei feliz.

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As três palavras sublinhadas acima são verbos. Repare


que a diferença entre elas diz respeito ao tempo: no
primeiro caso, eu sou feliz agora, no presente; no segundo,
eu fui feliz antes, no passado; no terceiro, eu serei feliz
depois, no futuro. O verbo tem esta propriedade: sua forma
pode variar a fim de expressar diferentes tempos.

Da mesma maneira, o verbo pode variar a fim de


exprimir diferentes modos.

Observe:

Eu sou feliz.
Talvez eu seja feliz.

Note que tanto “sou” como “seja” fazem referência ao


mesmo tempo: o presente. No entanto, há uma diferença. O
primeiro indica um fato certo, ao passo que o segundo
indica algo duvidoso, incerto. Por isso, dizemos que a
forma “sou” está no modo indicativo, ao passo que “seja”
está no modo subjuntivo.

Além disso, o verbo sofre flexão de pessoa:

Nós cantamos samba.


Vós cantais samba.

Ambas as formas verbais estão no mesmo tempo


(presente) e no mesmo modo (indicativo). Eis a diferença
entre elas: no primeiro caso, o verbo está na primeira
pessoa (do plural); no segundo caso, ele foi flexionado para
a segunda pessoa (também do plural).

Você já sabe que alguns pronomes também carregam


informação sobre a pessoa gramatical. Nas frases acima,
por exemplo, “Nós” é pronome de primeira pessoa,
enquanto “Vós” é de segunda pessoa.

A diferença do pronome para o verbo é que apenas este


último pode sofrer flexão de pessoa.
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Em resumo, o importante é observar que apenas o


verbo tem a propriedade de sofrer flexão a fim de expressar
diferentes tempos (como o presente, o pretérito e o futuro),
diferentes modos (como o indicativo e o subjuntivo, além
do imperativo, que ainda não mencionamos) e diferentes
pessoas gramaticais (primeira, segunda e terceira).

A definição que propusemos para a classe dos verbos


é diferente daquela que tradicionalmente aparece nas
gramáticas escolares.
Segundo a definição tradicional, o verbo seria a
palavra que exprime ação, estado e fenômeno da
natureza. Isso, porém, não procede – e por duas
razões. Em primeiro lugar, porque alguns verbos,
como “gostar”, parecem não se enquadrar em
nenhuma daquelas três categorias.
Em segundo lugar, porque muitos substantivos
(como “desmonte” ou “destruição”, por exemplo)
também expressam ação.

Semântica dos Tempos e Modos Verbais


Os Modos Verbais

Você viu acima que os verbos sofrem flexão de modo.


São três os modos em que um verbo pode aparecer:
indicativo, subjuntivo e imperativo.

Observe na tabela abaixo os valores semânticos


associados a cada modo:

Modo Valor semântico Exemplo


Indicativo Fato certo, real Eu vou à
reunião.
Subjuntivo Fato incerto, Quero que você
irreal, duvidoso, vá à reunião.

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hipotético. Se você for,


ficarei feliz.
Imperativo Ordem, pedido, Vá à reunião!
conselho, súplica,
etc.

Os Tempos Verbais

Dos três modos verbais, dois deles – o indicativo e o


subjuntivo – abrangem diferentes tempos verbais. Observe:

Perfeito
Pretérito Imperfeito
Mais-que-
Modo perfeito
Indicativo Presente
Do Presente
Futuro
Do Pretérito

Presente
Modo Subjuntivo Imperfeito
Futuro

a) Modo Indicativo

Tempo Valores semânticos Exemplos


- Ação rotineira, - Todo dia, ela faz
habitual tudo sempre igual.
- Fato futuro - Amanhã apareço
Presente - Fato passado na sua casa.
- Verdade absoluta - Em 58 a.C., César
- Fato que ocorre invade a Gália.
durante o momento - A Terra gira em
da fala torno do sol.

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- Diego chuta a
bola... gol!
Pretérito Fato pontual no Ontem eu joguei
perfeito passado futebol.
-Fato que se repete - Eu sempre jogava
ou se prolonga no futebol.
Pretérito passado - Se eu pudesse, eu
imperfeito -Em registro comprava isso.
informal, é usado no
lugar do futuro do
pretérito
-Fato passado - O pai chegou ao
Pretérito anterior a outro fato local onde o
mais-que- também acidente acontecera.
perfeito passado. - Quisera eu poder
-Desejo viajar com vocês!
-Fato futuro em -Eu vencerei.
relação ao momento -Será ele a pessoa
da fala. certa?
Futuro do -Dúvida, -Não cobiçarás a
presente questionamento. mulher do próximo.
-No lugar do
imperativo.
-Fato futuro em -Ela acreditou que
relação a um fato chegaria a tempo.
passado -Se eu ganhasse na
-Fato dependente de loteria, viajaria.
uma condição -Segundo alguns, o
Futuro do -Incerteza; ausência aquecimento global
pretérito de comprometimento resultaria de causas
com a informação ou naturais.
opinião expressas. -Seria ele a pessoa
-Dúvida, certa?
questionamento. -Você me
-Polidez emprestaria sua
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caneta?

b) Modo Subjuntivo

Tempo Valores Exemplos


semânticos
Presente Fato incerto Espero que você
volte logo.
Pretérito Condição Se eu ganhasse na
Imperfeito improvável loteria, daria a
volta ao mundo
sem mala.
Futuro Condição com Se eu ganhar na
maior grau de loteria, darei a
probabilidade volta ao mundo
sem mala.

Semântica dos Conectores


Os concursos costumam cobrar o valor semântico de
determinadas palavras ou expressões. Se você já sabe que a
semântica é a área que estuda o significado, é fácil entender
o que isso quer dizer: indicar o valor semântico é o mesmo
que apontar o significado. Aqui, vamos nos concentrar em
um tópico muito cobrado nos concursos: o valor semântico
dos conectores (ou conectivos). O grupo dos conectores
abrange duas classes gramaticais: a preposição e a
conjunção. Em comum, elas têm fato de serem usadas para
relacionar (ou, como o nome indica, para conectar) palavras
e orações.

Veja:

Mesa de madeira
Gosto de sorvete
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Eu terminei o trabalho, mas João está atrasado.


Ele só virá se você permitir.

No primeiro par, a preposição “de” está relacionando


duas palavras: respectivamente, “mesa” com “madeira” e
“gosto” com “sorvete”. No segundo par, as conjunções
“mas” e “se” estão relacionando duas orações:
respectivamente, “Eu terminei o trabalho” com “João está
atrasado” e “Ele só virá” com “você permitir”. A distinção
entre preposição e conjunção é complexa, e não é relevante
abordá-la aqui. O fundamental é compreendermos os
valores semânticos desses conectores.

Valores Semânticos das Preposições

Dissemos acima quer toda preposição é um conector, ou


seja, uma palavra que serve para ligar palavras ou orações.
Isso é verdade, mas aqui é preciso fazer uma distinção.
Existem aquelas preposições que são apenas conectores, na
medida em que são vazias de significado; mas há também
aquelas que, além de funcionarem como conectores,
também contribuem com alguma nuance semântica. Ao
primeiro grupo, chamamos preposições relacionais; ao
segundo, chamamos preposições nocionais (da palavra
noção, sinônimo de ideia, significado, sentido).

Em resumo:
Preposições relacionais → esvaziadas de
significado, servem apenas para ligar dois
termos.
Preposições nocionais → veiculam
significado, exprimem uma relação
semântica.

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Vejamos a seguir algumas preposições e seus possíveis


empregos relacionais e nocionais.

Lembramos que o foco aqui são os usos nocionais, já


que estamos interessados no valor semântico das
preposições.

Preposição DE
Uso nocional
Mesa de madeira. (matéria)
Escreveu de lápis.
Uso relacional (instrumento)
Gosto de sorvete. Gravata do chefe. (posse)
Vim de São Paulo. (origem /
afastamento)
Morreu de susto. (causa)
Falou de futebol. (assunto)

Preposição COM
Uso nocional
Um copo com água.
(conteúdo)
Uso relacional Sairei com a minha irmã.
Conto com a sua (companhia)
compreensão. Abriu a porta com a chave.
(instrumento)
Com a inflação, o poder de
compra do trabalhador
despenca. (causa)

Preposição POR
Uso relacional Uso nocional
Interesso-me por A medalha foi conquistada
novidades. por todos. (agente)
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O ônibus não passa por


Botafogo. (lugar)
Recebeu a notícia por
telefone. (meio)
Morreu por não querer
lutar. (causa)

Preposição A
Uso nocional
Uso relacional Não fui a Pequim.
Obedeci a meu pai. (aproximação, destino)
Emprestarei o livro a você.
(beneficiário)

Valores Semânticos das Conjunções

Apresentamos aqui alguns dos valores semânticos das


conjunções e locuções conjuntivas (sequências de duas ou
mais palavras com valor de conjunção).

Ao estudar as preposições, nós partimos de cada


palavra e verificamos seus diferentes valores semânticos.
Agora, recorreremos à estratégia contrária: vamos partir do
valor semântico para então verificar algumas conjunções
que poderão exprimi-lo.

1. Contraste, oposição

Eu terminei o trabalho, mas o João está atrasado.


Eu terminei o trabalho; o João, porém, está atrasado.
Os obstáculos são muitos; contudo, nenhum deles me
deterá.

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As conjunções que exprimem contraste são chamadas


de conjunções adversativas.

2. Conclusão

Ele é um ser humano; logo, está sujeito a falhas.


Você estudou muito; por isso, não tem razão para ficar
nervoso.
Você não fez nada de errado; não deve, portanto, ficar
receoso.

As conjunções que exprimem conclusão são chamadas


de conjunções conclusivas.

3. Adição

Ele lavou e passou a roupa.


Não lavou nem passou a roupa.
Ele não só lavou a roupa, como também passou.

As conjunções que exprimem adição são chamadas de


conjunções aditivas.

4. Alternância

Ora ele está eufórico, ora está cabisbaixo.


Você pode viajar ou investir o dinheiro.

Alternância e condição
Em alguns casos, o sentido de condição pode
se somar à ideia básica de alternância: Ou você
me ajuda com esse plano, ou eu conto tudo o
que sei sobre você.

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As conjunções que exprimem alternância são chamadas


de conjunções alternativas.

5. Explicação

Entre já em casa, porque está chovendo.


Entre já em casa, que está chovendo.
Entre já em casa, pois está chovendo.

As conjunções que exprimem explicação são chamadas


de conjunções explicativas.

6. Causa

O projeto foi um sucesso porque todos cooperaram


Como todos cooperaram, o projeto foi um sucesso.
Visto que todos cooperaram, o projeto foi um sucesso.

As conjunções que exprimem causa são chamadas de


conjunções causais.

Causa ou explicação?
A causa é um fato que gera ou produz outro; já
a explicação é uma justificativa dada por
alguém a fim de legitimar um comentário
anterior. Nem sempre é possível distinguir
esses dois valores, mas algumas situações são
bem claras.
Por exemplo: quando o verbo da primeira
oração está no imperativo, temos sempre uma
explicação. Isso acontece porque, nesses casos,
o imperativo será seguido de uma justificativa
que procura legitimar a ordem, pedido ou
conselho expressos anteriormente.
Exemplo: Venha agora, que preciso lhe contar
algo urgente.
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Além disso, é interessante comparar exemplos como


estes dois:
- Ele chorou porque apanhou do irmão.
- Ele chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
No primeiro, apanhar do irmão é a causa do choro;
no segundo, o enunciado “porque seus olhos estão
vermelhos” é a explicação (ou justificativa) apresentada
pelo enunciador para legitimar a afirmação feita
anteriormente (“Ele chorou”).

7. Consequência

Correu tanto que desmaiou.


A porta estava fechada, de maneira que ele teve que
entrar pela janela.

As conjunções que exprimem consequência são


chamadas de conjunções consecutivas.

8. Condição

Se eu ganhar na loteria, darei a volta ao mundo sem


mala.
Caso eu ganhe na loteria, darei a volta ao mundo sem
mala.
Você pode sair hoje, desde que trabalhe amanhã.
Você pode sair hoje, contanto que trabalhe amanhã.

As conjunções que exprimem condição são chamadas


de conjunções condicionais.

9. Concessão

Embora tenha estudado, ele não passou.

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Ainda que a situação seja preocupante, ela não é


desesperadora.
Mesmo que as promessas sejam cumpridas, a
temperatura do planeta seguirá aumentando.

As conjunções que exprimem concessão são chamadas


de conjunções concessivas.

Por que ‘conjunção concessiva’?


De onde vem o nome conjunção concessiva? O
que significa dizer que o “embora”, o “ainda
que” e o “mesmo que” exprimem concessão?
Imagine que duas pessoas estão debatendo
sobre a legalização do aborto. Então, uma
delas, aquela que defende a legalização,
afirma:
- [Embora o aborto possa ser visto como uma
espécie de assassinato], ele é a melhor opção
em muitas situações.
Por meio da oração entre colchetes, o falante
parece conceder a razão ao seu ouvinte. Por
isso, a conjunção que introduz esse tipo de
oração ganha o nome de conjunção concessiva.
É como se alguém dissesse: você está certo ao
afirmar que o aborto pode ser considerado
uma espécie de assassinato. No entanto, essa
concessão não é forte o suficiente para mudar a
opinião do falante, que logo depois afirma: “ele
[o aborto] é a melhor opção em muitas situações”.
Isso ajuda a entender também a diferença entre
as conjunções concessivas e as adversativas.
Compare.
- Quero correr, mas meus pés estão doendo.
- Quero correr, embora meus pés estejam
doendo.
No primeiro caso, entendemos que a pessoa

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não pretende correr. Ou seja, a dor nos pés


predomina sobre a vontade de correr. No
segundo, entendemos que ela correrá de
qualquer maneira. Ou seja, a vontade é mais
forte que a dor nos pés. Por isso, podemos
dizer que as conjunções adversativas
introduzem o enunciado mais forte, ao passo
que as conjunções concessivas introduzem o
enunciado mais fraco.

10. Finalidade

Falei alto para que todos me ouvissem.


A mídia favorece o Flamengo a fim de que se vendam
mais jornais.

As conjunções que exprimem finalidade são chamadas


de conjunções finais.

11. Comparação

Eu escrevo melhor do que desenho.


Você está falando como seu pai falaria.

As conjunções que exprimem comparação são


chamadas de conjunções comparativas.

12. Conformidade

Conforme havia sido anunciado, haverá demissões este


mês.
Fez tudo como o chefe mandou.

As conjunções que exprimem conformidade são


chamadas de conjunções conformativas.

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13. Proporção

À medida que cresce a terceirização dos processos de


negócios (TPN), cresce também a preocupação com a
métrica e com a medição. (www.wharton.universia.net)
Quanto mais cresce a terceirização dos processos de
negócios (TPN), mais cresce a preocupação com a
métrica e com a medição.

As conjunções que exprimem proporção são chamadas


de conjunções proporcionais.

14. Tempo

Quando cheguei, todos pararam de falar.


Assim que cheguei, todos pararam de falar.
Mal cheguei, todos pararam de falar.
Enquanto ela arrumava a casa, eu adiantava o almoço.

As conjunções que exprimem tempo são chamadas de


conjunções temporais.

Exercícios
01. O título "Silêncio, por favor" é estruturado
predominantemente por meio de

(A) nomes e verbos.

(B) nomes e conjunções.

(C) verbos.

(D) nomes.

(E) verbos dinâmicos.

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02. A opção cuja classe da palavra destacada difere da das


demais é:

(A) "O futuro é construído a cada instante da vida,"

(B) "Perguntas a que também quero responder,"

(C) "... os erros inerentes a minha condição,"

(D) "retirando a morte,"

(E) "pode ser perfeitamente aplicável daqui a um


tempo."

03. A flexão de todos os verbos está correta na frase:

(A) Caso não ajam a tempo, pediremos que seja


estendido o prazo de apresentação de seus
documentos.

(B) Assim que reavermos nossas malas, remarcaremos


as passagens.

(C) Os portões que se vêm nos casarões antigos detêm


nosso olhar, tantos são os detalhes que neles
surpreendemos.

(D) Quando eles reverem o caso, haverão de chegar a


novas conclusões.

(E) Os policiais que os deteram, na manhã de ontem,


há muito vêm agindo de modo arbitrário.

04. ...... seja promovida, ela dará uma festa, ...... ninguém
ponha em dúvida seu sincero e imediato reconhecimento.
A frase ganha sentido lógico e completo preenchendo-se as
lacunas, respectivamente, com as expressões:

(A) Mesmo que - para que


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(B) Embora - a fim de que

(C) Tão logo - mesmo que

(D) Ainda que não - tão logo

(E) Não obstante - a menos que

05.

Floresta nacional, floresta estadual e municipal: é uma


área com uma cobertura florestal de espécies
predominantemente nativas e tem como objetivo básico o
uso múltiplo sustentável dos recursos florestais de florestas
nativas. É de posse e domínio públicos. Glossário.
Secretaria de biodiversidade e florestas. Portal áreas
protegidas. Ministério do Meio Ambiente. Internet: (com
adaptações).

Com base no texto acima, julgue os itens a seguir. A


palavra "uso" (l.4) está empregada como adjetivo.

( ) Certo ( ) Errado

O seguinte texto se refere às questões 6 e 7

A era do sustentável

Provavelmente a única chance de salvar efetivamente as


florestas tropicais e aqueles que lá vivem é encontrar uma
forma para que elas possam coexistir com a lógica do
mundo moderno, inclusive no Brasil. Ambientalistas do
mundo inteiro reconhecem, no íntimo, que nesses países de
enormes desigualdades sociais, onde estão as últimas
florestas tropicais intactas, a pressão sobre os recursos
naturais é grande e as formas de fiscalização das eventuais
leis de proteção são muito frágeis.

110

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Esta lógica significa uma função econômica para a


floresta, explorando-a sem destruí-la e sem exaurir seus
recursos naturais. É nesta linha que o uso sustentado das
florestas ganhou grande força na consciência dos
formadores de opinião que defendem o meio ambiente.

É também neste caminho que várias experiências e


inúmeras pesquisas estão fervilhando no momento, pelo
Brasil e pelo mundo afora. Aqui, vemos o trabalho nas
reservas extrativistas, o fornecimento de matéria-prima
para a indústria de cosméticos e farmacêutica, a exploração
de madeira certificada.

O conceito de uso sustentado dos recursos naturais vai


muito além das florestas, para hoje estar incorporado a
todas as atividades da humanidade. O ressiclar, reutilizar,
substituir e otimizar deixaram de ser “moda” para se
tornarem obrigação de quem deseja garantir a qualidade
das futuras gerações.

(Peter Milko)

06. Assinale a alternativa que apresente o adjetivo que


indica uma opinião do enunciador do texto.

(A) Recursos naturais.

(B) Reservas extrativistas.

(C) Inúmeras pesquisas.

(D) Futuras gerações.

(E) Única chance.

07. No título do texto ocorre o seguinte fato gramatical:

(A) a modificação de classe gramatical do vocábulo


sustentável.

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8 | Classes Gramaticais

(B) o uso indevido de uma forma verbal como


substantivo.

(C) a utilização de um substantivo por outro.

(D) o emprego inadequado de um adjetivo.

(E) um erro de concordância nominal.

08. Na frase "Ao invés de termos cotas de candidatas, POR


QUE não criarmos cotas de cadeiras no Parlamento?" (6º
parágrafo), o termo em destaque foi escrito corretamente
com os elementos separados. Sabendo-se que esse termo
pode ser escrito com os elementos juntos ou com os
elementos separados, pode-se afirmar que está
INCORRETA a frase:

(A) A candidata desistiu de concorrer ao cargo de


deputada porque se sentiu traída pelo partido.

(B) Não se conhecia a razão por que a candidata


desistiu de concorrer ao cargo de deputada.

(C) Ainda não se sabia porque a candidata desistiu de


concorrer ao cargo de deputada.

(D) A candidata desistiu de concorrer ao cargo de


deputada por quê?

(E) A candidata só desistiu de concorrer ao cargo de


deputada porque lhe faltou apoio do partido.

09. Atente para as seguintes construções:

I. (confesso: antes mesmo de haver televisores nas casas).

II. Eu não entendia bem o motivo mesmo daqueles dias


agitados.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

III. meu pai provocava amistosamente o vizinho do outro


lado da rua, que tinha o mesmo hábito.

Preserva-se o sentido dessas construções caso se substituam


os elementos sublinhados, na ordem dada, por:

(A) até, ainda assim e próprio.

(B) até, exato e igual.

(C) ainda assim, próprio e inclusive.

(D) inclusive, ainda assim e próprio.

(E) propriamente, exato e inclusive.

10. Analisando morfologicamente cada uma das palavras


da frase "Muita gente acha que as pessoas nascem com
limitações inatas", temos, sequencialmente:

(A) advérbio de intensidade; substantivo próprio;


verbo; pronome relativo; artigo definido; substantivo
próprio; verbo; preposição; substantivo próprio;
adjetivo.

(B) pronome indefinido; substantivo comum; verbo;


conjunção subordinativa integrante; artigo definido;
substantivo comum; verbo; preposição; substantivo
comum; adjetivo.

(C) pronome indefinido; substantivo abstrato; verbo;


conjunção coordenativa aditiva; artigo definido;
substantivo coletivo; verbo; preposição; verbo
substantivado comum; advérbio.

(D) numeral cardinal; substantivo coletivo; verbo;


conjunção coordenativa explicativa; artigo definido;
substantivo abstrato; verbo; conjunção coordenativa
aditiva; substantivo comum; adjetivo.

113

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8 | Classes Gramaticais

(E) adjetivo; substantivo comum; verbo; conjunção


subordinativa consecutiva; contração da preposição a
com o artigo as; substantivo concreto; verbo;
preposição; substantivo concreto; adjetivo.

11. Assinale a alternativa em que o termo sublinhado tenha


função adjetiva.

(A) Característica da nação.

(B) Ameaça de colapso.

(C) Deterioração de valores.

(D) Instituição da escravidão.

(E) Uso de violência.

12. Marque a alternativa que completa corretamente as


lacunas:

Perguntou o professor: ________? Respondi: Já sei


__________ é importante sopesar os fatos na determinação
do procedimento administrativo; é _________ seu motivo -
a matéria de fato - vai fornecer subsídios à análise da
decisão tomada.

(A) Por que? / porque / porque

(B) Por quê? / por que / porque

(C) Porquê? / por que / porque

(D) Por quê? / porque / por que

(E) Por que? / por que / por que

114

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

13. Assinale a afirmativa correta em relação ao período:


"Criou-se recentemente um projeto voltado para a
população carente do município".

(A) "Carente" é um advérbio.

(B) São substantivos: projeto, população, município.

(C) O termo "recentemente" pertence à classe dos


adjetivos.

(D) São artigos: um, para, a.

(E) Na palavra "voltado" temos um pronome relativo.

14. ...algumas iniciativas inovadoras começam a apresentar


resultados, o que pode motivar a reprodução dessa
experiência pelo país inteiro. (L.31-33)

No trecho acima, há quantos artigos?

(A) Um.

(B) Nenhum.

(C) Quatro.

(D) Três.

(E) Dois.

15. As palavras destacadas na frase abaixo pertencem,


respectivamente, as seguintes classes de palavras:

O material didático mais barato que existe na praça é o


professor.

(A) adjetivo; advérbio; adjetivo; conjunção; advérbio;


e substantivo.

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8 | Classes Gramaticais

(B) adjetivo; advérbio; adjetivo; pronome relativo;


substantivo; e substantivo.

(C) substantivo; advérbio; adjetivo; conjunção;


substantivo; e substantivo.

(D) adjetivo; conjunção; substantivo; pronome


relativo; e advérbio.

(E) adjetivo; advérbio; adjetivo; conjunção;


substantivo e substantivo.

16. Isso não funcionou. Nos anos 20 e 30, o modelo entrou


em colapso, em termos políticos e econômicos.

A relação estabelecida no texto entre as duas frases


acima está corretamente expressa por:

(A) à proporção que.

(B) no entanto.

(C) por conseguinte.

(D) se bem que.

(E) uma vez que.

17.

Nana para Glaura

Dorme como quem

porque nunca nascida

dormisse no hiato

entre a morte e a vida.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Dorme como quem

nem os olhos abrisse

por saber desde sempre

quanto o mundo é triste.

Dorme como quem

cedo achasse abrigo

que nos meus desabrigos

dormirei contigo.

José Paulo Paes

(Prosas seguidas de Odes mínimas S.Paulo, Cia. das


Letras,1992, p.37)

O pronome contigo, na última estrofe do poema, está


empregado

(A) de acordo com a norma culta, pois o poeta dirige-


se a Glaura na segunda pessoa do singular - dorme.

(B) em desacordo com a norma culta, apenas para


rimar com a palavra abrigo, pois o correto seria "com
você".

(C) corretamente, por ser o único momento do texto


em que é possível assegurar em que pessoa o poeta se
dirige a Glaura.

(D) em desacordo com a norma culta, pois o correto


seria "consigo", já que o poeta se dirige a Glaura na
terceira pessoa do singular - dorme.

117

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8 | Classes Gramaticais

(E) corretamente, desde que considerado o uso


informal da língua; no uso formal, o mais adequado
seria "convosco".

18. Deus criou o mundo, mas logo considerou o mundo


desprovido de vida, e resolveu acrescentar ao mundo seres
vivos, que povoassem o mundo e imprimissem ao mundo a
marca do sopro divino.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima


substituindo- se os elementos sublinhados,
respectivamente, por

(A) considerou-o - acrescentá-lo - povoassem-no -


imprimissem- no

(B) considerou-lhe - acrescentar-lhe - povoassem-lhe -


imprimissem- lhe

(C) o considerou - acrescentar-lhe - o povoassem - lhe


imprimissem

(D) lhe considerou - acrescentá-lo - povoassem-no -


imprimissem- lhe

(E) considerou-o - o acrescentar - lhe povoassem - lhe


imprimissem

19. Considere as seguintes propostas de substituição de


segmentos do texto envolvendo emprego de pronomes.

I - interessa para ele (L. 17) - interessa-o

II - vão complicar você (L. 43) - vão lhe complicar

III - bisbilhotando você (L. 52) - bisbilhotando-o

118

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Quais são contextualmente adequadas e estão corretas


do ponto de vista da norma gramatical?

(A) Apenas I.

(B) Apenas II.

(C) Apenas III.

(D) Apenas II e III.

(E) I, II e III.

20. Na frase "Na esquina avistei o meu carro e o que estava


sendo procurado pela polícia", o termo o é classificado
como

(A) artigo definido.

(B) pronome pessoal do caso oblíquo.

(C) pronome demonstrativo.

(D) pronome relativo.

(E) pronome possessivo.

Gabarito
1) D 8) C

2) D 9) B

3) A 10) B

4) C 11) A

5) Errado 12) B

6) E 13) B

7) A 14) E
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8 | Classes Gramaticais

15) B 18) C

16) E 19) B

17) A 20) C

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CAPÍTULO

|09
Período Simples
Sintaxe
A análise dos termos da oração estabelece-se numa
nítida hierarquia entre os termos, classificados como:
essenciais, integrantes e acessórios.

Termos Essenciais

 Sujeito
 Predicado
 Predicativo (do sujeito ou do objeto)

Termos Integrantes

 Complementos verbais (objeto direto e indireto)


 Complemento nominal
 Agente da passiva

Termos Acessórios

 Adjunto Adnominal
 Adjunto Adverbial
 Aposto

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9 | Período Simples

Sujeito
É o termo a que o verbo faz referência e com o qual
concordará. Tem como núcleos o substantivo (ou palavra
substantivada) e os pronomes substantivos. Jamais se
separa do predicado por vírgula ou vem precedido de
preposição. Apresenta-se na ordem direta (antes do verbo)
ou indireta (após o verbo).

O sujeito classifica-se em:

a) Simples - o sintagma nominal apresenta apenas um


núcleo.

Exemplo: Os dias nublados entristecem as pessoas.

Exemplo: Na próxima semana, viajaremos com a nossa


família. (Simples Desinencial ou Elíptico)

b) Composto - o sintagma nominal apresenta mais de


um núcleo.

Exemplo: Pai e filho sempre foram amigos.

c) Indeterminado - é aquele que não está expresso na


oração e não pode ser reconhecido por elementos
fornecidos por nenhum outro termo. Nessas orações, em
que só o predicado está expresso, não se pode ou não se
quer determinar sobre quem recai a ação.

Casos de indeterminação do sujeito:

1) Emprego de verbo (intransitivo, transitivo indireto


ou de ligação) na 3ª pessoa do singular + partícula SE
(índice de indeterminação do sujeito).

Exemplo: Precisa-se de carpinteiros.

2) Emprego de verbo na 3ª pessoa do plural, sem


nenhuma referência dentro do texto.
122

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Exemplo: Atropelaram um cachorro na esquina.

Oração sem Sujeito (ou SUJEITO


INEXISTENTE)
É aquela que não possui nenhum ser ao qual o
predicado possa ser atribuído.
O que importa, nesse caso, é o processo verbal
em si. Os verbos das orações sem sujeito são
chamados de IMPESSOAIS.
Tais verbos serão sempre mantidos na 3ª
pessoa do singular, uma vez que não há sujeito
com o qual concordar. Quando acompanhados
de verbos auxiliares, transmitem a eles a sua
impessoalidade.
Exemplo:
Havia poucas flores naquele jardim.
Devia haver poucas flores naquele jardim.

Casos de Impessoalidade do Verbo

a) Verbo HAVER exprimindo EXISTÊNCIA ou


OCORRÊNCIA.

Exemplo:

No meio do caminho, sempre haverá uma pedra.

b) Verbos HAVER e FAZER indicando tempo


decorrido.

Exemplo:

Há três meses não o vejo.


Deve fazer dois anos que tudo começou.

c) Verbo SER nas indicações de tempo.

123

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9 | Período Simples

Exemplo:

Já são duas horas.


Hoje são 22 de abril.
Agora é tarde.

d) Verbos que exprimem fenômenos da natureza (No


sentido denotativo)

Exemplo: Choveu muito naquela cidade.

No sentido conotativo (linguagem figurada),


há sujeito.
Exemplo: Choveram broncas na aula.

Predicado
É a parte da oração que contém a informação, a
declaração a respeito do sujeito. Basicamente, pode-se
informar a respeito do sujeito uma ideia de ação, praticada
ou sofrida, ou uma ideia de estado.

A partir disso, pode-se dizer que o núcleo informativo


de um predicado pode ser um verbo ou um nome. Há
também predicados que têm um verbo e um nome como
núcleos ao mesmo tempo.

Os predicados classificam-se em:

a) Predicado Verbal - é aquele que contém um verbo


significativo (transitivo ou intransitivo). Tem como núcleo
o verbo e não há nele nenhum predicativo.

Exemplo: As luzes da cidade surgiram à frente de todos.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

b) Predicado Nominal - é aquele que contém um verbo


de ligação e, consequentemente, um predicativo do sujeito.
Tem como núcleo o predicativo.

Exemplo: As luzes da cidade estavam apagadas.

c) Predicado Verbo-Nominal - é aquele que contém um


verbo significativo e um predicativo (do sujeito ou do
objeto). Tem como núcleos o verbo e o predicativo.

Exemplo: O tribunal julgou culpado o réu.

Predicativo
É o termo da oração que indica uma característica que
se atribui ao sujeito ou ao objeto.

O predicativo classifica-se em:

a) Predicativo do Sujeito - é o termo que se liga ao


sujeito, atribuindo-lhe estado ou qualidade. Aparece em
predicados nominais (com verbos de ligação) ou verbo-
nominais (com verbos intransitivos ou transitivos).

Exemplo: Aqui eu não sou feliz.

Ela baixou os olhos, amuada.

b) Predicativo do Objeto - é o termo que se refere ao


objeto, atribuindo-lhe um estado ou qualidade. Concorda
com o objeto em gênero e número. Pode vir precedido das
preposições como, por, para, de. Ocorre, principalmente,
com verbos do tipo: declarar, nomear, julgar, chamar, ver,
eleger, consagrar, considerar, achar, ter, tomar, fazer,
deixar e dar.

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9 | Período Simples

Exemplo: Dr. Juca achou o negócio ótimo.

1) Segundo vários gramáticos, o predicativo do


objeto indireto só ocorre com o verbo chamar,
significando cognominar, atribuir um nome a.
Exemplo: Chamei-lhe de bobo.

2) Pode ocorrer predicativo do sujeito em


frases com voz passiva sintética ou analítica.
Nesse caso, o predicado será verbo-nominal e
o predicativo da voz passiva será analisado
como o da voz ativa correspondente.
Exemplo:
O jovem foi encontrado ferido pelo policial.
O policial encontrou o jovem ferido.

Complementos Verbais
Objeto Direto (substantivo ou pronome substantivo)

É o termo que completa o sentido de um verbo


transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio de
preposição obrigatória. É importante que só encontremos o
objeto direto depois de sabermos qual é o sujeito.

Exemplo:

Recebi o prêmio.
Recebi o quê? o prêmio.
O.D.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Objeto Direto Preposicionado


O objeto direto pode apresentar-se preposicionado em
alguns casos. Cuidado para não confundi-lo com o objeto
indireto.

Principais casos:

a) com pronome pessoal tônico:

Exemplo: Ele não auxilia a mim.

b) para evitar ambiguidade:

Exemplo: Ao guarda o ladrão matou.

c) com o pronome quem (interrogativo ou relativo):

Exemplo: A quem convidaste?

d) com a preposição de com sentido partitivo:

Exemplo: Ele bebeu do meu vinho.

e) com os pronomes referentes a pessoas (ninguém,


alguém, outros, todos)

Exemplo: A menina a todos encantava.

f) com os pronomes de tratamento:

Exemplo: Colocaram a Vossa Excelência em má


situação.

Objeto Direto Interno ou Cognato

Quando representado por palavra que repete a ideia já


expressa pelo verbo.

Exemplo: Ele viveu uma vida gloriosa.

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9 | Período Simples

Objeto Direto Pleonástico


Quando aparece repetido sob a forma de pronome
oblíquo.

Exemplo: Esta esperança jamais a terei

Objeto Indireto (substantivo ou pronome substantivo)

- é o termo que completa o sentido de um verbo


transitivo indireto, ligando-se a ele com o auxílio
obrigatório de uma preposição: A, COM, DE, EM, PARA,
POR, SOBRE.

Exemplo: O peixe depende da água.

Complemento Nominal
Termo que integra ou limita o sentido de um advérbio,
adjetivo ou substantivo abstrato; aparece sempre
preposicionado.

Exemplo:

Agiu favoravelmente a ambos.


O fumo é prejudicial à saúde.
Tenho confiança em ti.

Agente da Passiva
Termo que, na voz passiva, pratica a ação expressa pelo
verbo, a qual é sofrida pelo sujeito.

Exemplo:

As ruas foram lavadas pelas chuvas.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Mariana era apreciada por todos quantos iam a nossa


casa.

1 – A voz passiva é privativa dos verbos TD;


2 – O termo “agente da passiva” vem sempre
introduzido por preposição (por, per, de);
3 – A voz passiva sempre apresenta sujeito, o
qual é o paciente da ação expressa pelo verbo;
4 – A voz passiva analítica ou verbal pode
apresentar agente da passiva, mas a voz
passiva sintética ou pronominal nunca
apresentará agente da passiva.

Exemplo:
Cabral descobriu o Brasil. (VA)
O Brasil foi descoberto por Cabral. (VPA)

Vendem-se flores. (VPS)


Flores são vendidas. (VPA)

Adjunto Adverbial
É o termo da oração que se relaciona ao verbo, ao
advérbio ou ao adjetivo a fim de acrescentar a um desses
elementos uma circunstância qualquer. Os advérbios e as
locuções adverbiais desempenham a função de adjunto
adverbial

Exemplo: A prova de matemática foi muito fácil.

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9 | Período Simples

Adjunto Adnominal
Termo de valor adjetivo que serve para especificar ou
delimitar o significado do substantivo, podendo ser
expresso por:

(A) Adjetivo: Compareceram pessoas interessadas.

(B) Locução Adjetiva: Era um homem de consciência.

(C) Artigo: O mar era um lago sereno e azul.

(D) Pronome Adjetivo: Minha camisa é igual à sua.

(E) Numeral: Casara-se havia duas semanas.

(F) Oração Adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e


lisos, caíram-lhe pelo rosto.

(G) Pronome Oblíquo: "...te beijar a boca de um jeito


que te faça rir...”

Aposto
É o termo usado para explicar, enumerar, recapitular ou
especificar o seu antecedente. O núcleo do aposto é
representado por um substantivo ou palavra substantiva.

Classifica-se em:

a) Aposto Explicativo: explica um termo anterior.

Exemplo: Londrina, cidade paranaense, é muito linda.

b) Aposto Enumerativo: enumera um termo anterior.

Exemplo: Dois países não assinaram o acordo: Brasil e


Chile.

c) Aposto Recapitulativo: resume um termo anterior.

Exemplo: Os amigos, os parentes, os professores, todos


o ajudaram.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

d) Aposto Especificador: especifica um termo anterior.

Exemplo: A cidade de Fortaleza é muito visitada por


turistas.

Vocativo
É o termo da oração usado para chamar, pelo nome,
apelido ou característica, o ser com quem se fala. O
vocativo também é uma função substantiva. Ele, como
termo independente que é, não faz parte do sujeito nem do
predicado e aparece sempre isolado por pontuação,
geralmente a vírgula.

Exemplo:

Sossega, coração, não desesperes.


Pai, afasta de mim esse cálice.

Exercícios
01. Analise as frases abaixo e marque a alternativa cujo
sujeito é inexistente:

(A) Alguém insistia inutilmente.

(B) Anoitecia silenciosamente.

(C) Em nossa terra não se vive senão de políticos.

(D) Outros caminhos poderia haver.

(E) Estudamos para a vida.

02. Aponte a alternativa em que o se exerce a função de


sujeito do infinitivo

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9 | Período Simples

(A) A televisão deixou-se ficar como um veículo de


propagação cultural.

(B) Necessita-se de menos interferência crítica na


formação da personalidade.

(C) Discutiu-se, com veemência, sobre os valores


éticos a serem preservados pela sociedade.

(D) Os habitantes do território nacional reservaram-se


o direito da livre iniciativa e expressividade.

03. Em "Enfim, senhores, uma graça de alienado.", os


termos da oração grifados são respectivamente, do ponto
de vista sintático:

(A) adjunto adnominal, vocativo.

(B) adjunto adverbial, aposto.

(C) adjunto adverbial, sujeito.

(D) adjunto adverbial, vocativo.

(E) adjunto adnominal, aposto.

04. Assinale a frase cujo predicado é verbo-nominal:

(A) "Que segredos, amiga minha, também são gente


..."
(B) "... eles não se vexam dos cabelos brancos ..."

(C) "... boa vontade, curiosidade, chama-lhe o que


quiseres ..."

(D) "Fiquemos com este outro verbo."

(E) "... o assunto não teria nobreza nem interesse ..."

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

05. Das expressões sublinhadas abaixo, com as ideias de


tempo ou lugar, a única que tem a função sintática do
adjunto adverbial é:

(A) "Já ouvi os poetas de Aracaju"

(B) "atravessar os subúrbios escuros e sujos"

(C) "passar a noite de inverno debaixo da ponte"

(D) "Queria agora caminhar com os ladrões pela noite"

(E) "sentindo no coração as pancadas dos pés das


mulheres da noite"

06. "Ande ligeiro, Pedro". O termo destacado representa


um:

(A) sujeito

(B) objeto direto

(C) vocativo

(D) aposto

(E) adjunto

07. Aponte a alternativa em que ocorre o adjunto adverbial


de causa:

(A) Comprou livros com dinheiro.

(B) O poço secou com o calor.

(C) Estou sem amigos.

(D) Vou ao Rio.

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9 | Período Simples

(E) Pedro é efetivamente bom.

08. NÃO admite transposição para a voz passiva a seguinte


construção:

(A) a legislação é leniente nesses casos.

(B) o estatuto tem encontrado entraves.

(C) a legislação dificulta a aplicação de punições.

(D) o intuito de melhor detalhar as responsabilidades.

(E) para implementar esses procedimentos.

09. “alguns animais também foram domesticados”. (2º


parágrafo)

O verbo que admite transposição para a voz passiva, tal


como no exemplo grifado acima, está na frase:

(A) Somos a presença mais recente neste planeta.

(B) ... bandos de homens e mulheres corriam pelas


savanas ...

(C) ... os homens queriam cantar também.

(D) Se o vento assobiava ...

(E) Certamente o som das flautas e dos tambores


acompanhava os rituais ...

10. Transpondo-se o trecho "O futuro é construído a cada


instante da vida," (L.1) para a voz passiva sintética, tem-se
a forma verbal

(A) constrói-se.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(B) construiu-se.

(C) há de ser construído.

(D) pode ser construído.

(E) foi construído.

11. ... a ciência jamais será capaz de responder a todas as


perguntas.

Utilizou-se corretamente a voz passiva, preservando-se o


sentido original, nesta nova redação da frase acima:

(A) Jamais ocorrerá que todas as perguntas sejam


respondidas pela ciência.

(B) Nenhuma das perguntas jamais obterá resposta


pela ciência.

(C)A nem todas as perguntas será jamais a ciência


capaz de dar respostas.

(D) Todas as perguntas, em qualquer tempo, deixarão


de obter resposta pela ciência.

(E) A capacidade da ciência deixará de dar resposta a


todas as perguntas.

12. “...secavam as fibras num varal e (...) as carregavam


para a propriedade, onde eram prensadas e enfardadas...”

Invertendo-se as vozes passiva e ativa da frase acima, a


frase correta resultante será:

(A) As fibras eram secadas num varal e carregadas


para a propriedade, onde a prensava e enfardava.

135

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9 | Período Simples

(B) As fibras secavam num varal e eram carregadas


para a propriedade, onde lhes prensavam e
enfardavam.

(C) As fibras eram secas num varal e carregadas para


a propriedade, onde as prensavam e enfardavam.

(D) As fibras secaram num varal e foram carregadas


para a propriedade, onde lhes prensavam e
enfardavam.

(E) As fibras ficavam secando num varal e lhes


carregavam para a propriedade, onde as prensavam e
enfardavam.

13. A forma verbal da voz passiva correspondente


exatamente à construção:

(A) Se examinarmos as fábulas populares é: Se as


fábulas populares forem por nós examinadas.

(B) um jovem a conduza é: fosse por um jovem


conduzida.

(C) exprimem o desejo popular é: têm expressado o


desejo popular.

(D) representam apenas uma ilusão miraculosa é:


estão apenas representando uma ilusão miraculosa.

(E) deve reconquistar seu reino é: terá reconquistado


seu reino.

14. Na fala da charge, reproduzida abaixo, os termos


grifados exercem as seguintes funções sintáticas:

"...e como eu ia dizendo, é muito mais econômico você


andar devagar e ser assaltado por mim do que correr e ser
136

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assaltado pelo radar. E eu nem somo pontos em sua


habitação !"

(A) objeto direto - objeto indireto - adjunto adverbial.

(B) adjunto adnominal - sujeito - adjunto adverbial.

(C) predicativo - agente da passiva - adjunto


adverbial.

(D) objeto direto - objeto direto preposicionado -


objeto indireto.

(E) aposto - objeto indireto - objeto direto


preposicionado.

Gabarito
1) B 8) A

2) A 9) E

3) D 10) A

4) C 11) A

5) D 12) C

6) C 13) A

7) B 14) C

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9 | Período Simples

138

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CAPÍTULO

|10
Período Composto
Como já sabemos, período é a frase organizada em
orações. Dependendo do número de orações que o
compõem, o período pode ser simples ou composto.

Período Simples
É formado por uma única oração, organizada em torno
de um verbo ou uma locução verbal.

Exemplo: "Minha vida era um palco iluminado."

(Sílvio Caldas e Orestes Barbosa)

Exemplo: Amanhã poderá chover.

A oração que forma um período simples recebe o nome


de oração absoluta.

Período Composto
É formado por mais de uma oração. Dependendo de
como as orações se relacionam, pode ser:

139

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10 | Período Composto

Composto por Coordenação: é formado exclusivamente


por orações coordenadas.

Exemplo:

No outro dia tomei /, peguei no sono /e acordei na


o trem estação
oração coord. oração coord. oração coordenada
assindética assindética

Exemplo:

Cheguei cedo ao / , mas não arranjei um bom lugar.


teatro
oração coord. oração coordenada
assindética

Composto por Subordinação: é formado de oração


principal e oração (ões) subordinada(s) à principal.

Exemplo:

Um relance de olhos / que sua fisionomia não era


revelou-me estranha.
oração principal oração subordinada

Exemplo:

Não conheço a pessoa / que ela estava procurando.


oração principal oração subordinada

Orações Coordenadas
Orações coordenadas são aquelas que, no período, não
exercem função sintática umas em relação às outras. Uma

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oração coordenada, portanto, nunca será termo das outras


coordenadas com as quais se relaciona.

Exemplo:

Acordei / , tomei o / , paguei a / e deixei o


cedo café conta hotel.
oração oração oração oração
coordenada coordenada coordenada coordenada

Verifique que, no exemplo acima, temos quatro orações


sintaticamente independentes; cada oração é, do ponto de
vista sintático, uma unidade autônoma.

Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas


As orações coordenadas sindéticas classificam-se, de
acordo com a conjunção que as introduz, em: aditivas,
adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

a) aditivas: exprimem ideia de soma, adição. As


principais conjunções aditivas são: e, nem, mas também,
mas ainda.

Exemplo:

Pedro estuda / e trabalha.


oração coord. Oração coord. sind. aditiva
assindética

b) adversativas: exprimem ideia de adversidade,


oposição, contraste. As principais conjunções adversativas
são: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.

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10 | Período Composto

Exemplo:

Pedro trabalha / , mas ganha pouco.


muito
oração coord. oração coord. sind. adversativa
Assindética

c) alternativas: exprimem ideia de alternância, escolha.


Haverá alternância quando a ocorrência de um fato
implicar a não ocorrência de outro. As principais
conjunções alternativas são: ou, ou... ou, ora... ora, quer...
quer, já...já, seja... seja.

Exemplo:

Venha agora / ou perderá a vez.


oração coord. oração coord. sind. alternativa
assindética

d) conclusivas: exprimem ideia de conclusão. As


principais conjunções conclusivas são: logo, portanto,
então, pois (posposto ao verbo).

Exemplo:

As árvores balançam / , logo está ventando.


oração coord. Assindética oração coord. sind. Conclusiva

e) explicativas: exprimem ideia de explicação,


justificação, confirmação. As principais conjunções
explicativas são: pois (anteposto ao verbo), porque, que.

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Exemplo:

Venha / , pois sua presença é indispensável.


imediatamente
oração assindética oração coord. sind. Explicativa

O Papel das Conjunções


Como já foi dito no em Conjunção, é fundamental notar
que o contexto determina o tipo de relação estabelecido
pela conjunção, pois uma mesma conjunção pode
estabelecer relações diferentes entre orações.

a) Pedro trabalha de dia e estuda à noite.


b) Pedro queria viajar nas férias e não podia.
c) Siga este conselho e terá sucesso.

Observe que, em a, a conjunção e estabelece


relação de adição entre as duas orações. Já em
b e c essa mesma conjunção assume outros
matizes, indicando adversidade e explicação,
respectivamente.

As frases b e c equivalem, respectivamente, a:


Pedro queria viajar nas férias, mas não podia.
Siga este conselho, pois terá sucesso.

Orações Intercaladas

Orações intercaladas (também conhecidas como orações


interferentes) são orações independentes que não
pertencem à sequência do período.

As orações intercaladas são utilizadas para um


esclarecimento, um aparte, uma citação.

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10 | Período Composto

Exemplo:

Eu - retrucou o advogado - não concordo.

oração intercalada

Exemplo:

"- Tem razão, Capitu / , concordou o agregado. / Você


não imagina como a Bíblia é cheia de expressões cruas e
grosseiras." (Machado de Assis)

As orações intercaladas vêm separadas por vírgula ou


travessões.

Orações Subordinadas
No período composto, as orações se relacionam de tal
modo que umas podem exercer funções sintáticas em
relação a outras. Toda oração que exerce uma função
sintática em relação à outra denomina-se oração
subordinada. As orações subordinadas, conforme a função
sintática que exerçam, classificam-se em substantivas,
adjetivas ou adverbiais.

a) substantivas: exercem as funções próprias de um


substantivo (sujeito, objeto direto, objeto indireto,
predicativo, complemento nominal e aposto). As
subordinadas substantivas são introduzidas, em geral,
pelas conjunções integrantes que e se, as quais não
desempenham nenhuma função sintática.

b) adjetivas: exercem a função sintática de adjunto


adnominal, comumente exercida pelo adjetivo. As
subordinadas adjetivas são introduzidas por pronomes
relativos - que, quem, quanto, como, onde cujo (e flexões),

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o qual (e flexões). Os pronomes relativos desempenham


diferentes funções sintáticas na oração por eles introduzida.

c) adverbiais: exercem a função sintática de adjunto


adverbial, característica do advérbio. As subordinadas
adverbiais são introduzidas pelas conjunções
subordinativas (exceto as integrantes) e exprimem
circunstâncias de tempo, consequência, causa, comparação,
concessão, proporção, condição, conformidade e finalidade.
Tais conjunções não desempenham função sintática.

Orações Subordinadas Substantivas


As orações subordinadas substantivas, conforme a
função sintática que desempenham, classificam-se em
subjetivas, objetivas diretas, objetivas indiretas,
predicativas, completivas nominais ou apositivas.

a) subjetivas: exercem a função de sujeito do verbo da


oração principal.

I: Seu casamento / é urgente.

sujeito

II: Que você case / é urgente.

or. subord. subst. subjetiva or. principal

No exemplo I, em que temos um período simples, o


núcleo do sujeito é representado por um substantivo -
casamento. No exemplo II, um período composto formado
de duas orações, o sujeito da oração principal é
representado por uma oração - que você case - que exerce a
mesma função sintática do substantivo casamento no
exemplo I. A essa oração, que exerce a função sintática de

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10 | Período Composto

sujeito de outra oração, dá-se o nome de oração


subordinada substantiva subjetiva:

-oração subordinada, por quê?


Porque exerce uma função sintática subordina-se a
outra
- substantiva, por quê?
Porque exerce uma função própria do substantivo
- subjetiva, por quê?
Porque exerce a função sintática de sujeito da oração
principal

Note as ocorrências mais frequentes de orações


subordinadas substantivas subjetivas:

Exemplo:

É provável / que ele chegue ainda hoje.


Convém / que ele chegue ainda hoje.
Conta-se / que ele chegará ainda hoje.
Oração Oração Sub. Substantiva
Principal Subjetiva

Quando há oração subordinada substantiva


subjetiva, a oração principal apresenta o verbo
na terceira pessoa do singular e não possui
sujeito nela mesma.

b) objetivas diretas: exercem a função sintática de


objeto direto do verbo da oração principal:

Exemplo:

Espero / que você case.


Desejo / que ele volte.
oração or. subord. subst. objetiva direta
principal

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c) objetivas indiretas: exercem a função sintática de


objeto indireto do verbo da oração principal.

Exemplo:

Necessitávamos / de que nos ajudassem.


Gostaria / de que todos me apoiassem.
or. principal or. subord. subst. objetiva indireta

Nesses exemplos os verbos da oração principal exigem


uma preposição, a qual antecede a conjunção integrante.

d) predicativas: desempenham a função sintática de


predicativo do sujeito da oração principal.

Exemplo:

Meu maior desejo era / que todos voltassem.


Minha esperança é / que sejas feliz.
or. principal or. subord. subst. predicativa

Observe a presença do verbo de ligação na


oração principal.

e) completivas nominais: exercem a função sintática de


complemento de um nome da oração principal.

Exemplo:

Tenho medo / de que me traias.


Sou favorável / a que o condenem.
or. principal or. subord. subst. completiva nominal

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10 | Período Composto

Observe que as completivas nominais (assim


como o complemento nominal) se ligam ao
nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) por
meio de preposição.

f) apositivas: desempenham a função sintática de


aposto de um nome da oração principal.

Exemplo:

Desejo uma coisa: / que sejas feliz.


Espero sinceramente isto: / que vocês não faltem mais.
or. principal or. subord. subst. apositiva

Note que, assim como no caso do aposto, as orações


apositivas separam-se da principal por sinal de pontuação.

As orações subordinadas substantivas, como


vimos, começam geralmente pelas conjunções
subordinativas integrantes (que e se). Podem,
no entanto, vir introduzidas por outras
palavras:
Ex.: Não sei/ como ele se comportou.
Ex.: Perguntei/ quando era o exame.
Ex.: Não sei/ por que és tão vaidosa.
Ex.: Perguntamos/ quanto custava o produto.
Ex.: Não sabemos/ quem escondeu os
documentos.

Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas são, como já


definimos, aquelas que exercem a função sintática de
adjunto adnominal, própria do adjetivo. Estão relacionadas
a um nome da oração principal e vêm introduzidas por um
pronome relativo.
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

I. Admiramos os alunos estudiosos.

adjetivo

II. Admiramos os alunos /que estudam.

or. subord. adjetiva

No exemplo I, em que temos um período simples, o


adjetivo estudiosos exerce a função sintática de adjunto
adnominal. Já no exemplo II, um período composto, a
função sintática de adjunto adnominal não é mais exercida
por um adjetivo, mas por uma oração que equivale a um
adjetivo - que estudam - a qual funciona como adjunto
adnominal do núcleo do objeto direto alunos.

A essa oração dá-se o nome de oração subordinada


adjetiva:

- Oração subordinada?
Porque exerce uma função sintática, sendo
determinante de outro termo.
- Adjetiva?
Porque exerce a função de adjunto adnominal, própria
do adjetivo.

É muito fácil reconhecer uma oração subordinada


adjetiva, já que ela sempre virá introduzida por um
pronome relativo. A oração adjetiva pode vir depois da
oração principal ou estar nela intercalada:

Exemplo:

Serão premiados os / que conseguirem melhor nota.


alunos
or. principal pron. rel. or. subord. adjetiva

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10 | Período Composto

Exemplo:

Os alunos /que conseguirem /serão


melhor nota premiados.
or. principal pron. rel. or. subord. or. principal
adjetiva

Quanto ao sentido, as orações subordinadas adjetivas


classificam-se em restritivas ou explicativas.

a) restritivas: restringem a significação do nome a que


se referem.

O homem / que fuma / vive menos.


oração oração subord. adj. Oração Principal
principal restritiva

Verifique que a característica expressa pela oração


adjetiva que fuma não se aplica a todos os elementos da
espécie humana. Dizemos, então, que ela restringe a
significação do nome a que se refere: abrange não todos os
homens, apenas aqueles que fumam.

Outros exemplos:

Os jogadores / que foram /apresentaram-se


convocados ontem.
or. principal or. subord. adj. or. Principal
restritiva

O homem / que trabalha / vence na vida.


or. principal or. subord. adj. or. principal
restritiva

150

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Resolveram os / que faltavam.


exercícios
or. principal or. subord. adj.
restritiva

b) explicativas: não restringem a significação do nome;


pelo contrário, acrescentam uma característica que é
própria do elemento a que se referem.

O home /, que é um ser racional /, aprende com os erros.


oração or. subord. adj. explicativa oração Principal
principal

O Sol /, que é uma estrela /, é o centro do nosso


sistema planetário.
oração or. subord. adj. restritiva or. principal
principal

Capitu /, que é uma personagem /, tinha olhos de ressaca.


de Dom Casmurro
oração or. subord. adj. explicativa or. principal
principal

As orações subordinadas adjetivas explicativas são


obrigatoriamente separadas da principal por vírgula.

Orações Subordinadas Adverbiais

Orações subordinadas adverbiais são, conforme


definimos anteriormente, aquelas que exercem a função
sintática de adjunto adverbial, própria do advérbio.

Observe:

I. Saímos tarde.

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10 | Período Composto

advérbio

II. Saímos / quando era tarde.

or. subord. Adverbial

No exemplo I, em que temos período simples, o


advérbio tarde exerce a função sintática de adjunto
adverbial. Já no exemplo II, período composto, a função
sintática de adjunto adverbial não é mais exercida por um
advérbio, mas por uma oração equivalente - quando era
tarde.

A essa oração dá-se o nome de oração subordinada


adverbial:

- Oração subordinada?
Porque exerce uma função sintática sobre outro termo
- Adverbial?
Porque exerce a função de adjunto adverbial, própria do
advérbio

As orações subordinadas adverbiais iniciam-se pelas


conjunções subordinativas, exceto as integrantes (que,
como vimos, introduzem as orações subordinadas
substantivas).

a) causal: exprime uma circunstância de causa, aqui


entendida como motivo, ou seja, aquilo que determina ou
provoca um acontecimento.

As principais conjunções e locuções conjuntivas causais


são: porque, como (equivalendo a porque), visto que, já
que, uma vez que.

152

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Exemplo:

Não viajamos / porque estava chovendo.


or. principal or. sudord. adv. Causal

b) comparativa: exprime circunstância de comparação,


que é o ato de confrontar dois elementos a fim de
estabelecer semelhanças ou diferenças entre eles. As
principais conjunções comparativas são: como, que
(precedido de mais ou de menos):

Exemplo:

Choveu / como chove em Belém.


oração oração sudord. adv. comparativa
principal

Muitas vezes as orações comparativas vêm


com o verbo elíptico.
Exemplo: Choveu / como em Belém.
(= choveu como chove em Belém. Verbo
elíptico: chove)
Exemplo: Falava mais / que papagaio.
(= Falava mais que papagaio fala. Verbo
elíptico: fala)

c) consecutiva: exprime circunstância de consequência


(resultado ou efeito de uma ação qualquer). A principal
conjunção consecutiva QUE é precedida de um termo
intensificador: tão, tal, tanto, tamanho.

Exemplo:

Choveu tanto / que o jogo foi suspenso.


or. principal or. sudord. adv. Consecutiva
153

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10 | Período Composto

d) concessiva: exprime circunstância de concessão, que


é o ato de conceder, de permitir, de não negar, de admitir
uma ideia contrária.

As principais conjunções e locuções conjuntivas


concessivas são: embora, conquanto, se bem que, ainda
que, mesmo que, por mais que, por menos que.

Exemplo:

Choveu / embora a meteorologia previsse bom


tempo.
oração oração sudord. adv. Concessiva
principal

e) condicional: exprime circunstância de condição,


entendida como uma obrigação que se impõe ou se aceita
para que um determinado fato se realize. As principais
conjunções e locuções conjuntivas condicionais são: se,
caso, contanto que, desde que.

Exemplo:

Viajaremos / se não chover amanhã.


or. principal or. sudord. adv. Condicional

f) conformativa: exprime circunstância de


conformidade, isto é, de acordo, de adequação, de não-
contradição. As principais conjunções conformativas são:
conforme, segundo, consoante, como.

Exemplo:

Choveu, / conforme era previsto.


or. principal or. sudord. adv. Conformativa

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g) final: exprime circunstância de finalidade, entendida


como o objetivo, a destinação de um fato. As principais
conjunções e locuções conjuntivas finais são: a fim de que,
para que, que.

Exemplo:

Os lavradores / a fim de que não perdessem safra.


esperavam a chuva
or. principal or. sudord. adv.final

h) proporcional: exprime circunstância de proporção,


entendida como a relação entre duas coisas, de modo que
qualquer alteração em uma delas implique alteração na
outra.

As principais locuções conjuntivas proporcionais são: à


proporção que, à medida que.

Exemplo:

À proporção que a civilização / o romantismo se


progride, extingue.
or. sudord. adv.proporcional oração principal

i) temporal: exprime circunstância de tempo. As


principais conjunções e locuções conjuntivas temporais são:
quando, enquanto, logo que, desde que, assim que.

Exemplo:

Choveu / quando eram dez horas.


or. principal or. sudord. adv. temporal

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10 | Período Composto

Orações Subordinadas Reduzidas


Muitas vezes, as orações subordinadas (substantivas,
adjetivas, adverbiais) podem aparecer sob a forma de
orações reduzidas. As orações subordinadas reduzidas têm
duas características:

1. apresentam o verbo em uma das formas


nominais: gerúndio, particípio ou infinitivo;

2. não vêm introduzidas por conectivos


(conjunções e locuções conjuntivas subordinativas
ou pronomes relativos).

As orações subordinadas reduzidas classificam-se, de


acordo com a forma verbal que apresentam, em:

3. subordinada reduzida de gerúndio;

4. subordinada reduzida de particípio;

5. subordinada reduzida de infinitivo.

Para analisar uma oração subordinada reduzida, basta


fazer o seguinte:

a. desenvolvê-la, ou seja, tirá-la da forma


reduzida, fazendo aparecer o conectivo;

b. analisar a oração desenvolvida;

c. aplicar a análise da oração desenvolvida à


reduzida, acrescentando as palavras reduzida de
gerúndio, particípio ou infinitivo, conforme o caso.

Observe atentamente o exemplo que segue:

Exemplo: Penso / estar doente.

156

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Desenvolvendo:

Penso / que estou doente.


or. principal or. sudord. subst. obj. dir.

Analisando a oração desenvolvida, temos: oração


subordinada substantiva objetiva direta. Agora, basta
aplicar a classificação à oração reduzida e acrescentar as
palavras reduzida de infinitivo.

Portanto:

Penso / estar doente.


or. principal or. sudord. subst. obj. dir. reduzida de infinitivo

Vejamos outro exemplo:

Exemplo: Vi guardas / conduzindo presos.

Desenvolvendo:

Vi guardas / que conduziam presos.


or. principal or. sudord. subst. adj. restritiva

Aplicando a análise à oração reduzida, temos: oração


subordinada adjetiva restritiva, reduzida de gerúndio.

Examinemos agora uma terceira hipótese:

Exemplo:

Terminado o baile, / todos saíram.

Quando terminou o baile, / todos saíram.


oração sudord. adverbial temporal or. principal

157

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10 | Período Composto

Aplicando a análise da oração desenvolvida à reduzida,


temos: oração subordinada adverbial temporal reduzida de
particípio.

Exercícios
01. Assinale a alternativa em que a oração destacada
estabelece com a oração que a antecede ou que a sucede
uma relação de condição.

(A) "Souza tem um currículo de tipo incomum no


Brasil, mas que começa a ser usual nas melhores
polícias do mundo."

(B) "Não fosse pela farda, o comandante da Polícia


Militar de Minas Gerais, coronel Renato de Souza, 46
anos, em nada lembraria um policial."

(C) "... é impossível combater o crime porque ele é


fortemente relacionado com a pobreza ..."

(D) "... é necessário melhorar primeiro as condições de


vida das regiões onde se encontra a maioria dos
criminosos violentos para depois esperar baixar os
índices de banditismo."

(E) ""Não é preciso esperar uma geração para que


mudanças na educação e na moralidade tenham efeito
na atenuação do crime"."

02. Compare: " Nunca me esquecerei desse acontecimento"


e " Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha
uma pedra" .

Analise as afirmações abaixo sobre os dois enunciados


apresentados:

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I - Ambos são períodos compostos por coordenação.

II - Ambos são períodos compostos por coordenação e


subordinação.

III - O primeiro é um período simples e o segundo é


um período composto.

IV - " desse acontecimento" é apenas objeto do verbo,


ao passo que " que no meio do caminho tinha uma
pedra" constitui uma oração subordinada substantiva
objetiva que completa a oração principal.

V - Ambos têm apenas objetos.

Assinale a alternativa CORRETA:

(A) Apenas I e V estão corretas.

(B) Apenas III e IV estão corretas

(C) Apenas III e V estão corretas.

(D) Apenas II e V estão corretas.

03. A oração reduzida de gerúndio no período "Batendo de


quina pode até matar" exprime, em relação à oração
principal, a circunstância de:

(A) causa.

(B) comparação.

(C) condição.

(D) consequência.

(E) concessão.

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10 | Período Composto

04. A oração grifada em "é possível descumprir algumas


outras delas, pagando-se uma taxa à prefeitura" tem o
mesmo valor sintático e semântico que a grifada em:

(A) "o projeto de lei está sendo empurrado, para


passar logo"

(B) "há regras para construir, como costuma ser em


cidades civilizadas"

(C) "se a construtora pagar à prefeitura uma taxa,


pode construir até 4 vezes"

(D) "O projeto de lei tramitando na Câmara é uma


confusão"

(E) "As construtoras ganham porque podem construir


mais e vender mais"

05. No período

"É muito comum que um único esquema de incentivos


inclua as três variedades.", a segunda oração, que está
sublinhada, exerce a função de:

(A) sujeito da oração principal.

(B) adjunto adnominal de "comum".

(C) objeto direto da oração principal.

(D) complemento nominal de "comum".

(E) predicativo do sujeito da oração principal.

06.

I. Perdeu-se a fórmula da receita do sucesso.

II. Não se repetiu o sucesso.


160

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III. É verdade.

As orações acima estão corretamente organizadas em


um só período, composto por subordinação, em

(A) A fórmula da receita do sucesso perdeu-se e ele


não se repetiu, onde isso é verdade.

(B) É verdade que não se repetiu o sucesso cuja a


fórmula da receita se perdeu.

(C) O sucesso, perdeu-se a fórmula, e é verdade que


ele não se repetiu.

(D) É verdade que não se repetiu o sucesso, de cuja


receita se perdeu a fórmula.

(E) A receita, a fórmula do sucesso se perdeu e, é


verdade, não se repetiu.

07. No período "O essencial é o seguinte: //nunca antes


neste país houve um governo tão imbuído da ideia // de
que veio // para recomeçar a história.", a oração sublinhada
é classificada como:

(A) coordenada assindética.

(B) subordinada substantiva completiva nominal.

(C) subordinada substantiva objetiva indireta.

(D) subordinada substantiva apositiva.

08. Como a economia dependia da agroexportação, o


problema consistia simplesmente em ligar as regiões
produtoras aos portos marítimos.

As duas afirmativas do período acima transcrito denotam


relação de
161

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10 | Período Composto

(A) conclusão e ressalva.

(B) condição e finalidade.

(C) causa e conseqüência.

(D) finalidade e conclusão.

(E) conseqüência e condição.

09. Assinale a alternativa em que não ocorre oração


subordinada substantiva:

(A) É preciso que todos façam os seus deveres.

(B) Desejo que sua palestra seja um sucesso.

(C) Tenho necessidade de que me elogiem.

(D) Perguntaram quando ele chegaria.

(E) Todos se retiraram embora não tivessem


terminado a prova.

10. Em "Conclui-se, então, que o gerenciamento do estresse


passa pelo desenvolvimento pessoal", o conectivo
destacado NÃO pode ser substituído, sem alteração de
sentido, por:

(A) pois.

(B) por conseguinte.

(C) assim.

(D) entretanto.

(E) portanto.

162

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

11. Ao afastar meninos e meninas da escola, ela impede que


as crianças e seus parentes e amigos tenham acesso a
informações que lhes darão uma vida melhor”.

A oração grifada acima, respeitando-se as


possibilidades de entendimento no texto, NÃO poderia ser
alterada por:

(A) À medida que afasta meninos e meninas da


escola.

(B) Como afasta meninos e meninas da escola.

(C) Visto que afasta meninos e meninas da escola.

(D) No momento em que afasta meninos e meninas da


escola.

(E) A fim de que afaste meninos e meninas da escola.

Gabarito
1) B 7) D

2) B 8) C

3) D 9) C

4) C 10) D

5) A 11) D

6) D

163

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10 | Período Composto

164

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CAPÍTULO

|11
Pontuação
Uso da Vírgula
Dentro de uma oração:

É recomendável o uso da Vírgula


a) Para separar termos de idêntica função
(coordenados)

Exemplo:

Escolheram um garoto-propaganda feio, atrapalhado,


desajeitado, carente.
Bois, cavalos, bezerros e vacas vivem em harmonia aqui.

Quando ligados por E, não se usa vírgula.


Exemplo: A Globo favorece o Flamengo e a
Beija-Flor.

b) Nas indicações de local e data

Exemplo: Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2017.

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11 | Pontuação

c) A vírgula separa o adjunto adverbial deslocado do


seu lugar normal

Exemplo: Na virada do século, a operária Luiza


trabalhava na fábrica têxtil Bangu.

Quanto maior a extensão, maior a


obrigatoriedade em isolar o adjunto adverbial
por vírgula para a gramática tradicional.

Contudo, para o CESPE o adjunto adverbial


deslocado com 3 ou mais palavras tem vírgula
obrigatória e para a FCC o tamanho do adjunto
adverbial deslocado não importa. A FCC
considera a vírgula facultativa sempre nesses
casos.
Exemplo: Ontem, (facultativa para qualquer
banca) estudei Direito Administrativo.

Na semana passada, (Facultativa para banca


FCC e obrigatória para banca CESPE) estudei
Direito Constitucional.

d) Para isolar o Objeto pleonástico (enfático)

Exemplo: Esse dinheiro, nunca vou voltar a vê-lo.

e) Para isolar o vocativo

Exemplo: Mãe, acabei!

f) Para isolar certos tipos de aposto (sobretudo o


explicativo)

Exemplo: A minha espingarda, a melhor do mundo, nunca falha.


166

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

g) Para indicar a elipse do verbo

Exemplo: Dizem que os homens decidem com o cérebro; as


mulheres, com o coração.

h) Para isolar palavras e expressões intercaladas que


servem para resumir, incluir, excluir, retificar, exemplificar.

Exemplo:

Esse caso, por exemplo, pode ser resolvido rapidamente.


Em suma, sua função era fazer comida.

i) Para separar, quando deslocadas, as conjunções


adversativas (mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no
entanto) e as conclusivas (logo, portanto, pois, por
conseguinte)

Exemplo:

Tenho certeza; não darei, portanto, o braço a torcer.


O trabalho é árduo; ele, porém, não pára

É proibido o uso da Vírgula


a) Entre o sujeito e o verbo e entre o verbo e seu objeto.

Exemplo: Os índios, acreditaram, nos invasores. (errado)

b) Entre o nome o seu adjunto adnominal.

Exemplo: A preocupação, do rapaz era enorme. (errado)

c) Entre o nome e seu complemento nominal.

Exemplo: A rua é paralela, ao rio (errado)

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11 | Pontuação

Entre orações:

Usa-se a vírgula para:

a) Para separar as orações coordenadas

Exemplo: Foi lá no porão, pegou três oitão, deu tiro na mão do


próprio irmão.

b) Para separar a oração subordinada adjetiva


explicativa

Exemplo: João, que não se sentia bem, caiu no chão.

c) Para separar as orações subordinadas adverbiais


deslocadas

Exemplo: Quando meu time voltar a ganhar, eu compro a


camisa.

Uso do Ponto e Vírgula


1 - Usa-se o ponto-e-vírgula para:

a) Separar orações que tenham vírgulas em seu interior.

Exemplo: Ela agia correto; ele, errado.

b) Separar os itens de uma enumeração:

Exemplo: O time estava escalado...

c) Para enfatizar ideias adversativas ou conclusivas

Exemplo: Estudou; portanto mereceu.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Uso dos Dois-Pontos


Usam-se dois pontos para:

a) Introduzir uma fala, uma citação

Exemplo: A manchete estampava: “a meninha morreu”

b) Anunciar uma enumeração

Exemplo: Três meninas elegantes: cobra, jacaré e elefante.

c) Introduzir um exemplo:

Exemplo: um monossílabo tônico: pé.

d) Anunciar um esclarecimento ou explicação de termo


anteriormente dito:

Exemplo: Ele é impaciente: não sabe ouvir.

Exercícios
A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa
polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões para
reafirmar a sua presença na Antártida na próxima década.
Segundo o blog Science Insider, da revista Science, um
documento do governo estabelece uma agenda de
prioridades para o continente gelado até 2020. A principal
delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na
Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas,
recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros.
A primeira expedição da extinta União Soviética à
Antártida aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes,

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11 | Pontuação

a potência comunista construiu sete estações de pesquisa


no continente. A Rússia herdou as estações em 1991, após o
colapso da União Soviética, mas pouco conseguiu investir
em pesquisa polar depois disso. O documento afirma que
Moscou deve trabalhar com outras nações para preservar a
"paz e a estabilidade" na Antártida, mas salienta que o país
tem de se posicionar para tirar vantagem dos recursos
naturais caso haja um desmembramento territorial do
continente. (Pesquisa Fapesp)

01. Em "paz e a estabilidade", na última frase do texto, o


emprego das aspas

(A) indica que esse segmento é transcrição literal do


documento do governo russo mencionado no início
do texto.

(B) sugere a desconfiança do autor do artigo com


relação aos supostos propósitos da Rússia de manter a
paz na Antártida.

(C) revela ser esse o principal objetivo do governo


russo ao reconstruir estações de pesquisa na Antártida
que datam do período soviético.

(D) aponta para o sentido figurado desses vocábulos,


que não devem ser entendidos em sentido literal,
como o constante dos dicionários.

(E) justifica-se pela sinonímia existente entre paz e


estabilidade, o que torna impensável a existência de
uma sem a outra.

02. Considere as afirmativas a respeito da pontuação nos


trechos transcritos abaixo:

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

I. Tudo indica que a variedade de espécies de plantas,


animais e insetos de uma determinada área começa a
ser uma preocupação geral? a ponto de a ONU
considerar 2010 o Ano Internacional da
Biodiversidade. O travessão introduz um argumento
que justifica o que acaba de ser afirmado.

II. Talvez seja um discurso um pouco vago devido à


urgência dos fatos: nunca, na história do planeta,
registrou-se um número tão grande de espécies
ameaçadas. Os dois pontos introduzem segmento
explicativo para a expressão anterior a eles, urgência
dos fatos.

III. Nessa contabilidade, o que entra é um valor


atribuído aos "serviços" ambientais que os biomas
oferecem ... O emprego das aspas busca chamar a
atenção para um sentido particular atribuído ao
vocábulo serviços.

Está correto o que se afirma em

(A) I e II, apenas.

(B) II, apenas.

(C) I e III, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.

03. É preciso suprimir a vírgula da seguinte frase:

(A) Ainda que não haja consenso, muitos acreditam


que a prática da meditação traz efeitos altamente
positivos.

(B) Normalmente, os rituais religiosos acabam


induzindo os crentes à prática da meditação.

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11 | Pontuação

(C) Não importa qual seja a crença, todas as práticas


religiosas estimulam a meditação.

(D) Todo aquele que se entrega à prática da


meditação, acaba atingindo um patamar de maior
serenidade espiritual.

(E) Segundo já se observou, as práticas religiosas


estimulam o bom convívio entre as pessoas.

04. O emprego das vírgulas no enunciado em negrito "As


atrações se concentrarão em sete pontos de cultura
escolhidos pelo Ministério da Cultura e pela Fundarpe
(Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de
Pernambuco), pelas escolas públicas, praças públicas,
engenhos, distritos e sedes dos grupos culturais." tem a
finalidade de:

(A) separar as intercalações adverbiais

(B) separar data e endereço

(C) separar termos de uma enumeração

(D) separar um enunciado explicativo

(E) separar uma expressão temporal

05. Desconsiderada a sua organização em versos, o período


que constitui a primeira estrofe do poema está
corretamente pontuado em:

(A) Dorme, como quem porque nunca nascida,


dormisse no hiato, entre a morte e a vida.

(B) Dorme como quem, porque nunca nascida


dormisse no hiato, entre a morte e a vida.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(C) Dorme como quem porque, nunca nascida,


dormisse no hiato entre a morte, e a vida.

(D) Dorme como quem, porque nunca nascida,


dormisse no hiato entre a morte e a vida.

(E) Dorme, como quem, porque nunca nascida


dormisse, no hiato entre a morte e a vida.

06. A pontuação está plenamente adequada na frase:

(A) Em 86% dos casos que foram analisados, por uma


pesquisa da Universidade Federal da Bahia, verificou-
se para a frustração de muitos, que as penas aplicadas
aos adolescentes tendiam quase sempre, a ser mais
severas que as aplicadas a adultos em ocorrências
semelhantes.

(B) Em 86% dos casos, que foram analisados por uma


pesquisa da Universidade Federal da Bahia, verificou-
se para a frustração de muitos que as penas aplicadas
aos adolescentes, tendiam quase sempre a ser mais
severas, que as aplicadas a adultos em ocorrências
semelhantes.

(C) Em 86% dos casos que foram analisados, por uma


pesquisa da Universidade Federal da Bahia, verificou-
se, para a frustração de muitos que as penas aplicadas
aos adolescentes, tendiam, quase sempre, a ser mais
severas que as aplicadas a adultos em ocorrências
semelhantes.

(D) Em 86% dos casos que foram analisados por uma


pesquisa da Universidade Federal da Bahia, verificou-
se, para a frustração de muitos, que as penas aplicadas
aos adolescentes tendiam, quase sempre, a ser mais

173

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11 | Pontuação

severas que as aplicadas a adultos, em ocorrências


semelhantes.

(E) Em 86% dos casos que foram analisados por uma


pesquisa, da Universidade Federal da Bahia,
verificou- se para a frustração de muitos, que, as
penas aplicadas aos adolescentes, tendiam, quase
sempre, a ser mais severas que as aplicadas a adultos,
em ocorrências semelhantes.

07. Nas alternativas abaixo, a vírgula foi incorretamente


empregada, EXCETO EM:

(A) Na verdade, seus amigos, não ajudaram em nada.

(B) Entregue esses documentos, ao secretário da


escola.

(C) Durante o jogo, aconteceram brigas e confusões.

(D) Felipe, professor do 6º ano vai levar os alunos ao


museu.

(E) Eu realmente, quero muito sua aprovação.

08. Assinale a opção que justifica a presença da vírgula no


trecho abaixo.

"Durante o teste, ela acabou batendo no carro da frente


quando mandava mensagem de texto."

(A) Intercalação de um aposto.

(B) Elipse do verbo.

(C) Deslocamento do adjunto adverbial.

(D) Separação de elementos que exercem a mesma


função sintática.
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(E) Intercalação de oração reduzida de infinitivo.

Gabarito
1) A 5) D

2) E 6) D

3) D 7) B

4) C 8) C

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11 | Pontuação

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CAPÍTULO

|12
Sintaxe de Concordância
Concordância Nominal
É o estudo das relações sintáticas existentes entre um
núcleo (de natureza substantiva) e seus determinantes.

Principais casos de Concordância Nominal:

1. Adjetivo após vários substantivos:

a) mesmo gênero – O adjetivo vai para o plural ou


concorda com o último substantivo

Exemplo:

Casa e igreja antigas (concordância gramatical)


Casa e igreja antiga (concordância atrativa)

b) gêneros diferentes – O adjetivo concorda com o


último ou vai para o plural

Exemplo:

Prédio e casa antiga


Prédio e casa antigos (o gênero masculino prevalece)

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12 | Sintaxe de Concordância

2. Adjetivo antes de vários substantivos

A concordância só poderá ser atrativa

Exemplo: Longa novela e filme.

3. Mesmo

a) Quando pronome, concorda com o substantivo (=


próprias)

Exemplo: Elas mesmas irão lá.

b) Quando advérbio, é invariável (= realmente; de fato)

Exemplo: Elas irão mesmo lá.

4. Anexo

É adjetivo. Logo, concorda com o substantivo ao qual se


refere.

Exemplo: As cartas estão anexas ao contrato.

A locução adverbial EM ANEXO é invariável.


Ela é repudiada pelos gramáticos, mas não
podemos ignorá-la.
As cartas estão em anexo.
Seguem em anexo os documentos.

5. Bastante

a) Quando pronome indefinido, variável (referindo-se a


substantivo)

Exemplo: Eles fizeram bastantes críticas ao projeto

178

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

b) Quando advérbio, invariável (referindo-se a verbo,


advérbio ou adjetivo)

Exemplo:

Eles estudaram bastante.


Eles chegaram bastante tarde.
Eles permanecem bastante irritados.

6. Meio

a) Quando numeral, concorda com a palavra à qual se


refere. (= metade)

Exemplo: O alcoólatra só bebeu meia garrafa

b) Quando advérbio, invariável. (=mais ou menos)

Exemplo: A criança ficou meio cansada.

7. É bom/ é proibido/ é necessário + substantivo

a) Se o substantivo está acompanhado de determinante


(artigo ou pronome)  bom, necessário, proibido e outros
adjetivos concordam com o substantivo.

Exemplo:

É permitida a entrada de crianças.


A cerveja é gostosa.

b) Se o substantivo NÃO está acompanhado de


determinante (artigo ou pronome)  bom, necessário,
proibido e outros adjetivos ficam no masculino e singular.

Exemplo:

É permitido entrada de crianças


Cerveja é gostoso.

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12 | Sintaxe de Concordância

Concordância Verbal
É o estudo das relações sintáticas existentes entre o
verbo e o seu sujeito.

1. Regra Geral – O verbo concorda com o núcleo do sujeito.

Exemplo:

A flor murchou. As flores murcharam.


Surgiu uma dúvida. Surgiram várias dúvidas.

2. Sujeito Composto

Antes do verbo  verbo no plural.

Exemplo: Céu e terra passarão

Depois do verbo  verbo no plural ou concorda com o


primeiro.

Exemplo: Sabes/Sabemos tu e eu. Cansei/Cansamos


eu e ela.

Com núcleos ligados por ou  verbo no plural (exceto


se houver exclusão)

Exemplo: Aída ou Eva estão em casa? Um ou outro


ficará na chefia.

3. Ser

a) hora, data, distância  verbo concorda com o


número seguinte.

Exemplo: É uma hora. São 3 de maio. Da porta à rua são


dez metros.

b) quantidade (muito pouco)  verbo no singular.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Exemplo: Dois minutos é pouco tempo. Dois quilos foi


demais.

4. Expressões Coletivas

Coletivo + plural  verbo no singular.

Exemplo: Um enxame de abelhas africanas aterrorizou a


cidade.

A maioria de, a maior parte de + plural  verbo no


sing./plural.

Exemplo: A maior parte das mulheres


protestou/protestaram.

5. Mais De, Menos De, Cerca De

Verbo concorda com número seguinte.

Exemplo: Mais de um bar fechou. Cerca de cem bares


fecharam.

6. Verbos Impessoais

a) Haver no sentido de existir, ocorrer e acontecer.

Exemplo: Haverá dúvidas em concordância.

b) Verbos que expressam fenômenos da natureza em


sentido denotativo (real).

Exemplo: Choverá muitos dias seguidos (sentido real)

Em sentido figurado, há sujeito.


Exemplo: Choverão muitos exercícios. (sentido
figurado)/ Choveram granizos no sul.
(Catacrese)
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12 | Sintaxe de Concordância

c) Fazer : indicando tempo transcorrido ou clima

Exemplo:

Faziam dez dias que eu não te via (erro!)


Fazia dez dias...(certo)
Fará dez dias de calor. (certo)

7. Pronome Apassivador “SE”

Vale a regra geral: verbo concorda com sujeito

Exemplo:

A lei é cumprida./ Cumpre-se a lei


As leis são cumpridas./ Cumprem-se as leis.

8. Quem e Que

Sou eu quem  verbo concorda com quem ou seu


antecedente.

Exemplo:

És tu quem faz/fazes. Fomos nós quem


venceu/vencemos.
Sou eu que  verbo concorda com antecedente de que.

Exemplo:

És tu que fazes. Fomos nós que vencemos.

Exercícios
01. Assinale a opção em que a concordância nominal
contraria a norma culta da língua:

(A) Uso louça e copo velhos.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(B) Uso louça e copo velho.

(C) Uso copo e louça velhos.

(D) Uso copo e louça velhas.

02. Todas as concordâncias nominais estão corretas, exceto


em:

(A) Seguem anexo as notas promissórias.

(B) Escolhemos má hora e lugar para a festa.

(C) A justiça declarou culpados o réu e a ré.

(D) A moça usava uma blusa verde-clara.

(E) Estou quite com meus compromissos.

03. Quanto à concordância nominal, a única frase certa é:

(A) Eles mesmo preencherão a declaração de


bagagem.

(B) Seguem anexo as provas do processo.

(C) Estamos quite com o fisco.

(D) A mercadoria estava meio escondida.

(E) É proibido a entrada .de frutas cítricas no país.

04. Não foi ________ a pesada suspensão que lhe deram,


porque você foi o que ________ falhas apresentou; podiam
ter pensado em outras penalidades mais ____________.

(A) justo - menas – cabível.

(B) justa - menos – cabível.

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12 | Sintaxe de Concordância

(C) justa - menos – cabíveis.

(D) justo - menos – cabível.

(E) justo - menos – cabíveis.

05. Informo a Vossa Senhoria que, __________ seguem a


carta, o relatório e a cópia que nos solicitaram, e que estão
inteiramente à __________ disposição para exame.

(A) incluso, vossa.

(B) inclusos, sua.

(C) incluso, sua.

(D) inclusa, vossa.

(E) inclusos, vossa.

06. A concordância verbal e nominal está inteiramente


correta em:

(A) O número de automóveis nos países


desenvolvidos costumam ser mais elevados, mas
nessas cidades existe bons sistemas de transporte
coletivo e as pessoas usam seus carros apenas para
viagens e passeios de fins de semana.

(B) No caso das regiões metropolitanas brasileiras, é


necessário os investimentos na expansão de sistemas
integrados de transporte coletivo, para desestimular o
uso de veículos particulares no dia a dia das cidades.

(C) A redução da emissão de partículas poluentes


pelo escapamento dos carros é uma das metas que
devem ser atingidas pelos órgãos responsáveis pela
organização do trânsito nas grandes cidades.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(D) Em cidades maiores, inúmeros moradores, para


fugir da violência e do estresse urbano, se mudou
para condomínios fechados próximos e passou a
depender de carro para seus deslocamentos.

(E) O planejamento urbano das grandes e médias


cidades nem sempre acompanharam os
deslocamentos de grandes contingentes da população,
que depende de transporte coletivo para ir e vir do
trabalho diariamente.

07. Tendo em vista as regras de concordância nominal,


assinale a opção em que a lacuna só pode ser preenchida
por um dos termos colocados entre parênteses:

(A) cabelo e pupila __________ (negros / negras);

(B) cabeça e corpo __________ (monstruoso /


monstruosos);

(C) calma e serenidade _______ (invejável /


invejáveis);

(D) dentes e garras __________ (afiados / afiadas);

(E) galhos e tronco ___________(seco / secos).

08. Assinale a opção em que ocorre erro de concordância


verbal.

(A) Em uma economia estatal ou centralmente


planejada, a responsabilidade pelas decisões
econômicas são centralizadas nas mãos do governo.

(B) Os meios de produção com exceção da mão de


obra são de propriedade coletiva.

185

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12 | Sintaxe de Concordância

(C) A burocracia governamental decida quais são os


produtos e em que quantidade serão produzidos de
acordo com um plano nacional centralizado.

(D) Os recursos são alocados entre unidades através


do sistema de cotas.

(E) Os defensores desse sistema enfatizam os


benefícios da sincronização e distribuição de recursos
em um todo unificado, evitando o desperdício da
duplicação inerente à competição.

09. Em “creio que tal qual aconteceu”, a expressão tal qual


não se flexiona. Assinale o exemplo em que há ERRO na
concordância de tal qual:

(A) Eram pessoas tais qual você.

(B) Era pessoa tal quais vocês.

(C) Eram pessoas tal qual vocês.

(D) As duas pessoas sentiram tal qual fascinação.

(E) Quais leões famintos, tais eram as pessoas na fila


da merenda.

10. Assinale a alternativa correta quanto à concordância.

(A) Artistas, escritores e desportistas, na Bahia,


promove manifestação em favor do candidato.

(B) Dona flor e seus dois maridos, sucesso de


bilheteria, voltam à tela depois de vinte e cinco anos.

(C) Companhias de cerveja deverão trocar amigos


sertanejos e baixinhos por loiras e morenas, as
chamadas musas etílicas.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(D) Com a queda do regime, as mulheres ficaram


meias perdidas com as novas regras.

(E) O roqueiro e a artista conseguiu transformar o


evento num grande espetáculo.

11. O caso de concordância nominal inaceitável aparece em:

(A) Nunca houve divergências entre mim e ti.

(B) Ele tinha o corpo e o rosto arranhados.

(C) Recebeu o cravo e a rosa perfumado.

(D) Tinha vãs esperanças e temores.

(E) É necessário certeza

12. Na oração "Há vinte meses que o Decreto foi revogado",


a forma verbal "Há" poderia ser corretamente substituída
por Faziam.

( ) Certo ( ) Errado

13. A concordância verbal e nominal está inteiramente


correta em:

(A) A ameaça de crise alimentar, ainda que os


estoques mundiais consigam suprir as necessidades
do mercado, conduz à alta de preços.

(B) Os países mais pobres, que dependem da


importação de produtos agrícolas para alimentar sua
população, é que sai mais prejudicada.

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12 | Sintaxe de Concordância

(C) Vários países que são grandes produtores de trigo,


como a Rússia e seus vizinhos, para evitar a escassez
desse alimento, suspendeu as exportações.

(D) A importação de alimentos, principalmente em


algumas regiões castigadas pelos fenômenos
climáticos, são essenciais para evitar escassez
prolongada.

(E) A instabilidade política gerada por conflitos


decorrentes da falta de alimentos básicos, levam
governos a manter grandes estoques de produtos
agrícolas.

14. Observam-se corretamente as regras de concordância


verbal e nominal em:

(A) Causam grande admiração, por parte de todos


aqueles que se dispõem a ouvir as criações
insuperáveis de João Gilberto, o rigor com que ele se
dedica à sua arte.

(B) Ainda que possam haver vozes discordantes, é


preciso reconhecer que a bossa nova tem sido o estilo
mais influente na música brasileira das últimas
décadas.

(C) Não é possível exagerar a importância de João


Gilberto para a música brasileira e a contribuição que
ele tem dado para a divulgação dessa música no
exterior.

(D) Há muitos artistas de destaque que, como João


Gilberto, parece tentar a todo custo manter uma vida
reservada e o mais distante possível dos holofotes.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(E) Não é exagero dizer que com frequência se ouve,


em países onde menos seria de se esperar, músicas
brasileiras que só contávamos ouvir em nosso país.

15. De acordo com a norma culta da língua, qual a única


frase correta, quanto à concordância?

(A) Gol, pênalti, chute, tudo foi importado da


Inglaterra.

(B) A importação de palavras, às vezes, são


necessárias.

(C) Bastante pessoas gostam de usar vocábulos


importados.

(D) Existe na língua expressões estrangeiras


desnecessárias.

(E) Por toda a parte há cartazes com expressões e


vocábulos estrangeiro.

16. Quanto à concordância verbal e nominal, todas as frases


estão corretas, exceto a:

(A) Na seleção dos informantes, serão selecionados


aqueles que apresentarem um leque maior de
conhecimentos sobre o tema.

(B) Finalmente, está sendo discutido os termos da


proposta de uso de nossas instalações por pessoas
estranhas à repartição.

(C) Para que a ação seja ajuizada, deve haver provas


materiais e testemunhais, além de argumentos
consistentes.

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12 | Sintaxe de Concordância

(D) Há mais ou menos trinta dias, houve aqui duas


festas sobre as quais muito ainda vai se falar.

(E) Assim, explicamos que nossa relação com as


entidades sindicais impõe certas condições e
demandas que dificultam a correta interpretação dos
fatos.

Gabarito
1) D 9) C

2) A 10) C

3) D 11) C

4) C 12) Errado

5) B 13) A

6) C 14) C

7) A 15) A

8) A 16) B

190

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CAPÍTULO

|13
Sintaxe de Regência e Crase
Regência Verbal
É a denominação que se dá à relação particular que se
estabelece entre verbos e seus respectivos complementos
(objetos diretos, indiretos, adjuntos adverbiais). Tal relação
pode ser marcada por preposição ou não.

Verbo Exige (rege) Ex: Eduardo


Transitivo complemento sem come pipocas.
Direto preposição
Verbo Exige (rege) Ex: Eduardo
Transitivo complemento com gosta de pipoca.
Indireto preposição
Verbo Exige (rege) um Ex: Mônica
Transitivo complemento sem ofereceu pipocas a
Direto e preposição e outro com Eduardo
Indireto
Verbo É o verbo que possui Ex: Eduardo
Intransitivo sentindo completo OU faleceu.
existe complemento Ex: Eduardo
adverbial estudou bastante.

191

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13 | Sintaxe de Regência e Crase

Regência de alguns verbos:

Verbo Transitividade Exemplo


1. Agradar  VTD = Acariciar -Com suas mãos,
 VTI = Satisfazer ela agradava a
*Para o CESPE no criança.
sentido de -A proposta não
satisfazer pode ser agradou ao
VTI(a) ou VTD. funcionário
2. Aspirar  VTD = Sorver, -Maradona
respirar aspirava o ar puro
 VTI = Almejar da montanha
-O aluno aspira ao
sucesso.
3. Assistir  VTD = Dar -O enfermeiro
assistência assistiu o paciente
 VTI = Dar -Assista aos jogos
assistência, do Botafogo.
presenciar -Não lhe o assiste o
 VTI = caber direito de me
direito xingar.
 VI = Morar -Assisto em São
Paulo
4. Chamar  VTD (alguém) = -Chamaram os
convocar professores muito
 VTI (por alguém) tarde.
= implorar presença -Hoje chamo por
 VTD/VTI + Deus
predicativo do -Chamei-o de tolo
objeto = apelidar -Chamei-o tolo
*Verbo -Chamei-lhe de
Transobjetivo covarde
-Chamei-lhe
covarde.
5. Chegar  VI (a algum -Chegarei a Maceió

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

lugar) = lugar em breve


*FCC em 2013 viu
como VTI. Visão de
Celso Pedro Luft.
6.Esquecer/  VTD = Não- -Esqueci os fatos
Lembrar pronominal marcantes
 VTI = -Esqueceram-se de
pronominal mim
7. Implicar  VTDI = -Lula implicou-se
Envolver-se em escândalos
 VTD = acarretar -Sua atitude
 VTI (com implicou punição
alguém) Ter -Minha irmã
implicância / implica comigo
Perturbar.
8.Informar/  VTDI = Algo a -Informei o assunto
Avisar/ alguém ao meu pai.
Cientificar/  VTDI = Alguém -Avisaram o
Comunicar/ de algo policial do
Prevenir problema
9. Namorar  VTD O Pedro namora
uma menina
10.Obedecer/  VTI = a algo/ a Nunca desobedeça
Desobecer alguém às leis.
11.Pagar/  VTD = coisa -É difícil pagar os
Perdoar  VTI = pessoa empréstimos
-Desta vez perdoo a
você
12. Preferir  VTDI = algo a Prefiro futebol a
alguma coisa vôlei.
13. Querer  VTD = desejar -Quero a risada
 VTI = querer bem mais gostosa.
-Quero a meu pai

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13 | Sintaxe de Regência e Crase

14. Responder  VTD = Dar como -O candidato


resposta respondeu que
 VTI = Dar uma sabia
resposta a -O aluno respondeu
ao professor.
15. Visar  VTD = Mirar, dar -O atirador visou o
visto alvo
 VTI = Almejar -O bancário visava
*Para o CESPE o os documentos.
verbo VISAR no -Sempre vise aos
sentido de almejar títulos.
pode ser VTI(a) ou
VTD.

Regência Nominal
1. Acessível a, por/ 2. Acesso a, de, em, para/ 3. Alheio a,
de/ 4. Ânsia de, por/ 5. Ansioso de, para, por/ 6 Assistência
a, em/ 7. Atento a, em/ 8. Confiança de, com, em, para/ 9.
Contrário a, de/ 10. Correspondente a, de/ 11. Desejoso de/
12. Junto a, de/ 13. Nocivo a/ 14. Preferência a, para, de/ 15.
Preferível a/ 16. Próximo a, de/ 17. Satisfeito com, de, em/
18. Último a, de, em

Crase
A palavra crase provém do grego Krasis e significa
“fusão”, “junção”. Em português, ocorre a crase com as
vogais idênticas a + a. Tal fusão é indicada por meio do
acento grave (à). Pode ocorrer a fusão da preposição a com:
artigo feminino (a / as), pronomes (aquele (s)/ aquelas (s)/
aquilo), pronome relativo (a qual/ as quais) ou com os
demonstrativos (a / as = aquela/ aquelas).

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Regra Geral

Haverá crase sempre que o termo anterior exigir a


preposição “a” e o termo posterior admitir o artigo “a” ou
“as”.

Alguns casos merecem destaque:

1. A crase obviamente “não” ocorre diante de palavras que


não podem ser precedidas de artigo feminino. É o caso:

a) dos substantivos masculinos:

Andamos a cavalo.
Íamos a pé.

b) dos verbos no infinitivo:

Não tenho nada a declarar.


Começamos a sofrer.

c) da maioria dos pronomes:

195

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13 | Sintaxe de Regência e Crase

Entreguei a Vossa Excelência.


Diga a ela.

Alguns pronomes admitem artigos, como:


senhora, dona, mesma, própria, senhorita e
madame (e também outra e outras). Com isso,
poderá ocorrer crase.
Exemplo: Estou-me referindo à mesma pessoa.
(ao mesmo homem)

d) de palavras femininas “no plural” precedidas de um


a:

Dirigi-me a pessoas desconhecidas.

Nesses casos, o a é preposição, e os


substantivos estão sendo usados em sentido
genérico. Quando são usados em sentido
específico, os substantivos passam a ser
precedidos do artigo as; ocorrerá então, a
crase:

Exemplo: Você está se referindo a vidas


humanas?
Você está se referindo às vidas de nossos
companheiros?

e) Não ocorre crase nas expressões formadas por


palavras repetidas femininas ou masculinas:

Cara a cara / Gota a gota / Dia a dia

2. Com as expressões adverbiais de lugar, deve-se fazer a


verificação da ocorrência por meio da troca do termo
regente:

196

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Merecem destaque as palavras casa (no sentido


de lar, moradia) e terra (no sentido de chão
firme) que só admitirão crase, se estiverem
especificadas.

Exemplo:
Cheguei a casa. / Cheguei à casa das minhas
primas.
A tripulação da GOL desceu a terra. / A
aeromoça da GOL chegou à terra de seus tios.

Cuidado com pegadinhas!


Exemplo:

Visitei a casa do Sidney. Na frase, o termo


destacado é apenas um artigo, pois o verbo
visitar é transitivo direto e não pede
preposição. Contudo, haveria crase se fosse:
Cheguei à casa do Sidney. Pois, agora o termo
anterior exigiria a preposição A e o posterior
admitiria o artigo A.

3. O acento grave, indicativo de crase, é usado nas


expressões adverbiais e nas locuções prepositivas e
conjuntivas de que participam palavras femininas.

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13 | Sintaxe de Regência e Crase

1º Incluem-se nessas expressões as indicações


de horas especificadas: à meia-noite, às duas
horas, às três e quarenta.
2º Merece destaque a expressão “à moda de”,
que pode estar subentendida:
Exemplo: Você fez um gol à (moda de) Pelé.

4. A crase é FACULTATIVA diante dos nomes próprios


femininos, e após a preposição “até” que antecede
substantivos femininos, e ainda, no caso dos pronomes
possessivos femininos adjetivos.

Exercícios
01. Assinale a frase que apresenta erro de regência verbal:

(A) Um baixo amor os fortes enfraquece.

(B) Sempre se esforçou por fugir ao vulgar.

(C) Lembra-vos ainda a minha teoria das edições


humanas?

(D) Deves lembrar-te de que foi assim mesmo.

(E) Prefiro sofrer injustiças do que praticá-las.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

02. Assinale a frase em que há erro no emprego do "o" ou


"lhe":

(A) Mandei-o visitar os pais em Petrópolis.

(B) Custou-me a entender esse assunto.

(C) Custou-me entender esse assunto.

(D) Não lhe assiste o direito de protestar.

(E) A minha irmã, quero-a muito bem.

03. “Não se afobe, não”

Observe as frases abaixo retiradas da canção Bom


Conselho, de Chico Buarque. Dentre elas, aquela cujo verbo
exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é:

(A) Que eu lhe dou de graça.

(B)...bebo a tempestade.

(C) Espere sentado...

(D) Aja duas vezes antes de...

(E) ... que a dor não passa.

04. Aclamado por crítica e público, "Bom Dia, Babilônia" é


um belíssimo filme sobre os bastidores do mundo do
cinema, com direção dos consagrados irmãos Taviani. Em
busca de uma vida melhor, os irmãos Nicola e Andrea
imigram para os Estados Unidos e, logo após chegarem,
acabam trabalhando em Hollywood na construção dos
cenários de D. W. Griffith, o genial criador da linguagem
cinematográfica. Quando tudo parece correr
tranquilamente, vem o início da Primeira Guerra e, com ela,
uma tragédia que marcará para sempre o destino dos
199

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13 | Sintaxe de Regência e Crase

irmãos, que lutam em lados opostos. Um filme sensacional,


que nos mostra até onde podemos chegar para conquistar
nossos objetivos.

(Adaptado do texto de apresentação do filme Bom Dia,


Babilônia constante do invólucro do DVD)

Dos verbos utilizados ao longo do texto, é correto


afirmar que possuem a mesma regência:

(A) imigram e lutam.

(B) lutam e mostra.

(C) marcará e conquistar.

(D) é e conquistar.

(E) imigram e mostra.

05.

No que se refere às regras de regência verbal, esse


trecho estaria igualmente correto se fosse alterado para:

(A) muitas das tecnologias a que dependemos hoje


nós sabemos usar, embora não saibamos como elas se
produziram nem saibamos explicá-las.

(B) muitas das tecnologias em que convivemos hoje


nós sabemos usar, embora não saibamos como elas se
produziram nem saibamos explicá-las.

(C) muitas das tecnologias com que lidamos hoje nós


sabemos usar, embora não saibamos como elas se
produziram nem saibamos explicá-las.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(D) muitas das tecnologias em que usufruímos hoje


nós sabemos usar, embora não saibamos como elas se
produziram nem saibamos explicá-las.

(E) muitas das tecnologias a que precisamos hoje nós


sabemos usar, embora não saibamos como elas se
produziram nem saibamos explicá-las.

06. O emprego da preposição "de" em "existe garantia de


que novos investimentos" (l.24) é exigido pela regência de
"existe".

( ) Certo ( ) Errado

07. ...que provocou conflitos em várias partes do mundo em 2008


... (1º parágrafo)

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento -


grifados ambos acima - está em:

(A)... e os estoques mundiais estão em nível bem mais


alto do que em 2008.

(B)... que não encontram atrativos no mercado


financeiro ...

(C) as cotações de alguns dos principais produtos (...)


subiram muito nos últimos meses

(D)... que foram às compras ...

(E) ... que este ano sua produção de grãos será 38%
menor do que a de 2009.

08. Observe atentamente o enunciado: " Nunca me


esquecerei que no meio do caminho" . De acordo com a

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13 | Sintaxe de Regência e Crase

norma culta, seguindo o rigor da gramática tradicional, a


regência correta do verbo destacado neste contexto seria:

(A) "Nunca me esquecerei que no meio do caminho",


como no texto.

(B) "Nunca esquecerei de que no meio do caminho",


diferentemente do texto.

(C) "Nunca me esquecerei no meio do caminho",


diferentemente do texto.

(D) "Nunca me esquecerei de que no meio do


caminho", diferentemente do texto.

09. Em relação à regência nominal ou verbal, qual a frase


em que NÃO se emprega o pronome relativo precedido de
preposição?

(A) O físico ______ frase sempre me recordo quebrou


paradigmas com sua nova forma de pensar.

(B) A conferência ______ assistimos marcou o início


de uma nova etapa em nossa vida.

(C) Era impossível aceitar as provocações ______


foram submetidos durante o discurso.

(D) As provações ________ estamos expostos são


importantes para descobrirmos novas oportunidades.

(E) Os obstáculos _______ transpusemos ao longo da


vida profissional nos ajudaram a atingirmos o
sucesso.

10. A alternativa em que a substituição do verbo em


destaque no trecho: "então sabemos exatamente do que

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

cada qual NECESSITA para curar-se" (1º parágrafo) dá


origem a ERRO de regência verbal é:

(A) então sabemos exatamente com o que cada qual


pode contar para curar-se;

(B) então sabemos exatamente no que cada qual pode


se apoiar para curar-se;

(C) então sabemos exatamente ao que cada qual deve


recorrer para curar-se;

(D) então sabemos exatamente pelo que cada qual


deve exigir para curar-se;

(E) então sabemos exatamente contra o que cada qual


deve espernear para curar-se.

11. É mais do que suficiente o vocabulário _____ dispomos.


O termo _______ o autor se refere é surfar. Tendo em vista
a regência verbal, completam-se corretamente as frases
com:

(A) de que - a que.

(B) com que - de que.

(C) que - de que

(D) a que - que.

(E) a que - com que.

12. Julgue os itens a seguir, com relação às ideias e aspectos


linguísticos do texto.

Hipermodernidade é o termo usado para denominar a


realidade contemporânea, caracterizada pela cultura do
excesso, do acréscimo sempre quantitativo de bens
203

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13 | Sintaxe de Regência e Crase

materiais, de coisas consumíveis e descartáveis. Dentro


desse contexto, todas as interações humanas, marcadas pela
doença crônica da falta de tempo disponível e da ausência
de autêntica integração existencial, se tornam intensas e
urgentes. O movimento da vida passa a ser uma
efervescência constante e as mudanças a ocorrer em ritmo
quase esquizofrênico, determinando os valores fugidios de
uma ordem temporal marcada pela efemeridade. Como
tentativas de acompanhar essa velocidade vertiginosa que
marca o processo de constituição da sociedade
hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho
e a fluidez das relações interpessoais. O indivíduo da
“cultura” tecnicista vivencia uma situação paradoxal: ao
mesmo tempo em que lhe são ofertados continuamente os
recursos para que possa gozar efetivamente as dádivas
materiais da vida, ocorre, no entanto, a impossibilidade de
se desfrutar plenamente desses recursos.

Renato Nunes Bittencourt. Consumo para o vazio


existencial.
In: Filosofia, ano V, n. 48, p. 46-8 (com adaptações).

O uso da preposição "em", na linha 16, é obrigatório para


marcar a relação estabelecida com a forma verbal "vivencia"
(L.15); por isso, a omissão dessa preposição provocaria erro
gramatical e impossibilitaria a retomada do referente do
pronome "que" (L.16).

( ) Certo ( ) Errado

13. Aponte a frase cuja regência verbal NÃO está de acordo


com a norma-padrão:

(A) Fui eleito para quatro anos e não cogito a hipótese


de renunciar, afirmou.

204

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(B) Preferiu desistir do plano do que pagar o novo


aumento estipulado.

(C) O programa atende às exigências ambientais.

(D) Ambos os países incorreram em enormes gastos


com armamentos.

(E) Para criar um jardim, procedeu a um


levantamento de todas as plantas existentes no
terreno.

14. Qual o trecho que pode ser substituído pela forma entre
parênteses, de acordo com o registro culto e formal da
língua?

(A) "...queremos ser felizes." (L. 1) (queremo-los)

(B) "traçamos planos," (L. 3) (traçamos-lhes)

(C) "...transformam a felicidade... (L. 27-28)


(transformam-na)

(D) "...jogamos a responsabilidade..."(L. 33-34)


(jogamos-lhe)

(E) "Comparando centenas de pesquisas," (L. 43)


(comparando- lhes)

15. A frase que não apresenta problema(s) de regência,


levando-se em consideração a língua escrita, é:

(A) Preferiu sair antes do que ficar até o fim da peça.

(B) O cargo a que todos visavam, já foi preenchido.

(C) Lembrou-lhe de que precisava voltar ao trabalho.

205

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13 | Sintaxe de Regência e Crase

(D) As informações que dispomos não são suficientes


para esclarecer o caso.

(E) Não tenho dúvidas que ele chegará breve.

16. Informando-... do resultado do concurso, abraçou....


com ternura e convidou-... a participar de sua equipe.

(A) lhe, o, lhe

(B) o, lhe, o

(C) lhe, o, o

(D) o, o, o

(E)o, lhe, lhe

17. Assinale a opção em que o verbo “chegar” apresenta


regência censurada pela gramática normativa:

(A) Ele chegou na hora do almoço.

(B) Ao chegar a casa, o filho pródigo foi bem recebido.

(C) Era muito tarde quando cheguei ao colégio.

(D) O noivo chegou atrasado na igreja.

18. O candidato, ... méritos não duvidamos, não se


apercebeu ... seria derrotado.

(A) de cujos - de que

(B) cujos os - em que

(C) dos quais – que

(D) cujos seus – que

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(E) que seus – em que

19. “Eu não ... informei ... o jogo foi cancelado.”

(A) o - que

(B) lhe - de que

(C) o - de que

(D) lhe – que

(E) “c” e ‘d” corretas

20. Está plenamente adequado o emprego do elemento


sublinhado na frase:

(A) Os dois tipos de transformação social com que o


autor se refere no texto correspondem a aspirações
populares.

(B) A convicção quanto a um direito subtraído é


tamanha que há pobres em cuja crença é a de
recuperarem o poder perdido.

(C) Acreditam os pobres que todos os direitos aos


quais lhes foram usurpados serão restabelecidos
numa ordem mais justa do futuro.

(D) Ao autor não interessaram tanto as fábulas em si


mesmas, mas os recados profundos, de que se
mostrou um sensível intérprete.

(E) Muita gente, depois de ler esse texto de Calvino,


verá nas fábulas alguma mensagem singular, cujo
significado não havíamos atentado.

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13 | Sintaxe de Regência e Crase

21. Assinale a alternativa onde não há erro:

(A) À medida que falava, à platéia ficava inquieta.

(B) Chegamos a tarde e saímos às pressas.

(C) Ele comprou um sapato à Luís XV.

(D) Todos começaram à falar alto.

(E) Os lutadores ficaram frente à frente.

22. Peço ... senhora que estude, uma ... uma, as questões
submetidas ... aprovação.

(A) à-a-a

(B) a-a-à

(C) a-à-à

(D) à-a-à

(E) à-à-a

23. Dê ciência ... todos de que não mais se atenderá ...


pedidos que não forem dirigidos ... diretoria.

(A) a-a-a

(B) a-à-a

(C) a-a-à

(D) à-à-a

(E) à-a-à

24. Indique o período em que a lacuna deve ser preenchida


com há.
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(A) Chegou ... tempo de receber o prêmio.

(B) A nova sessão será iniciada daqui ... duas horas.

(C) Você chegou tarde; as portas foram fechadas ...


dez minutos.

(D) ... custa de muito esforço, obteve a promoção.

(E) Evidenciem-se os erros; assim ... qualquer tempo


pode-rão ser evitados.

25. Assinale a alternativa em que não se deve usar HÁ:

(A) Moro ... quilômetros daqui.

(B) ... dias encontrei Paulo em Santos

(C) Não vejo João ... muito tempo.

(D) ... coisas em que não acreditamos.

(E) Os alunos saíram ... pouco.

26. Não me refiro....essa peça, mas ... a que assistimos


sábado ... noite.

(A) a – àquela - à

(B) a – aquela - a

(C) à - aquela – à

(D) à – àquela -a

(E) à - àquela - à

Gabarito
1) E 2) E
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13 | Sintaxe de Regência e Crase

3) B 15) B

4) C 16) D

5) C 17) D

6) Errado 18) A

7) B 19) E

8) D 20) D

9) E 21) A

10) D 22) D

11) A 23) C

12) Certo 24) C

13) B 25) B

14) C 26) A

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CAPÍTULO

|14
Colocação Pronominal
Os pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as, lhe, lhes, me,
te, se, nos, vos), como todos os outros monossílabos átonos,
apoiam-se na tonicidade de alguma palavra próxima.
Assim, esses pronomes podem ocupar três posições na
oração: antes do verbo; no meio do verbo; depois do verbo.

a) antes do verbo: nesse caso, ocorre a próclise, e


dizemos que o pronome está proclítico:

Exemplo: Nunca me revelaram os verdadeiros motivos.

b) no meio do verbo: nesse caso, ocorre a mesóclise, e


dizemos que o pronome está mesoclítico. A mesóclise só é
possível com o verbo no futuro do presente ou no futuro do
pretérito do indicativo:

Exemplo: Revelar-te-ei os verdadeiros motivos.

Revelar-me-iam os verdadeiros motivos.

c) depois do verbo: nesse caso, ocorre a ênclise, e


dizemos que o pronome está enclítico:

Exemplo: Revelaram-me os verdadeiros motivos.

Apresentamos, a seguir, algumas orientações acerca da


colocação dos pronomes oblíquos átonos.

211

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14 | Colocação Pronominal

Ênclise
A ênclise ocorre normalmente:

a) com o verbo no início da frase.

Exemplo: Comenta-se que ele deverá recebe o prêmio.

b) com o verbo no imperativo afirmativo.

Exemplo: Alunos, apresentem-se ao diretor.

c) com o verbo no gerúndio.

Exemplo: Modificou a frase, tornando-a ambígua.

Caso o gerúndio venha precedido pela


preposição em, ocorrerá a próclise.
Exemplo: Em se tratando de cinema, prefiro
filmes europeus.

d) com o verbo no infinitivo impessoal.

Exemplo: Leia atentamente as questões antes de resolvê-


las.

Próclise
A próclise ocorre geralmente em orações em que antes
do verbo haja:

a) palavra de sentido negativo (não, nada, nunca,


ninguém, etc.)

Exemplo: Nunca me convidam para festas.

b) conjunção subordinativa

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Exemplo: "Quando te encarei frente a frente não vi o


meu rosto." (Caetano Veloso)

c) advérbio

Exemplo: Assim se resolvem os problemas.

Caso haja pausa depois do advérbio (marcada


na escrita por vírgula), ocorrerá a ênclise.
Exemplo: Assim, resolvem-se os problemas.

d) pronome indefinido

Exemplo: Tudo se acaba na vida.

e) pronome relativo

Exemplo: Não encontrei o caminho que me indicaram.

f) Ocorre também a próclise nas orações iniciadas por


palavras interrogativas e exclamativas e nas orações
optativas (orações que exprimem um desejo).

Exemplo:

Quem te disse que ele não viria? (oração iniciada por


palavra interrogativa);

Quanto me custa dizer a verdade! (oração iniciada por


palavra exclamativa);

Deus te proteja. (oração optativa).

g) Com o infinitivo flexionado precedido de


preposição.

Exemplo: Foram ajudados por nos trazerem até aqui.

h) Com formas verbais proparoxítonas.

Exemplo: Nós lhes desobedecíamos sempre.

213

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14 | Colocação Pronominal

i) Com certas conjunções coordenativas aditivas e certas


alternativas antes do verbo*

Exemplo: Ora me ajuda, ora não me ajuda. / Não foi


nem se lembrou de mim. *nem, não
só/apenas/somente...mas/como (também/ainda/senão)...,
tanto... quanto/como..., que, ou... ou, ora...ora, quer...
quer..., já... já...

Mesóclise
A mesóclise só pode ocorrer quando o verbo estiver no
futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo.

Exemplo: Convidar-me-ão para a solenidade de posse


da nova diretoria.

Convidar-te-ia para viajar comigo, se pudesse.

Caso o verbo no futuro do presente ou no futuro do


pretérito do indicativo venha precedido de alguma palavra
que exija a próclise, esta será de rigor.

Exemplo: Não me convidarão para a solenidade de


posse da nova diretoria.

Casos Facultativos

1. Pronomes demonstrativos antes do verbo sem palavra


atrativa.*

Exemplo: Aquilo me deixou triste / Aquilo


deixou-me triste.*

*este (e variações), isto; esse (e variações), isso;


aquele (e variações), aquilo.

214

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

2. Conjunções coordenativas (exceto aquelas mencionadas


nos casos de próclise) antes do verbo sem palavra atrativa.

Exemplo:

Ele chegou e dirigiu-se a mim. / Ele chegou e se dirigiu


a mim.
Corri atrás da bola, mas me escapou. / Corri atrás da
bola, mas escapou-me.

3. Sujeito explícito com núcleo pronominal (pronome


pessoal reto e de tratamento) antes do verbo sem palavra
atrativa.

Exemplo:

Eu te amo. / Eu amo-te.
Sua Excelência se queixou de você. / Sua Excelência
queixou-se de você.

Com verbos monossilábicos, a eufonia ordena


que se use a próclise, segundo o Gramático
Manoel Pinto Ribeiro: “Eu a vi ontem, e não Eu
vi-a ontem.”

4. Sujeito explícito com núcleo substantivo (ou numeral)


antes do verbo sem palavra atrativa.

Exemplo: Camila te ama ou Camila ama-te. / Os três


se amam ou Os três amam-se.

Para banca IBFC nesse caso a ênclise é


obrigatória. Portanto, caberia apenas a frase:
Camila ama-te.

215

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14 | Colocação Pronominal

5. Infinitivo não flexionado precedido de “palavras


atrativas” ou das preposições “para, em, por, sem, de, até,
a”.

Exemplo:

Meu desejo era não o incomodar. / Meu desejo era


não incomodá-lo.

Calei-me para não o contrariar. / Calei-me para não o


contrariá-lo. Corri para o defender. / Corri
para defendê-lo.

Acabou de se quebrar o painel. / Acabou de quebrar-


se o painel. Sem lhe dar de comer, ele
passará mal. / Sem dar-lhe de comer, ele passará mal.

Até se formar, vai demorar muito. / Até formar-se, vai


demorar muito. Erro agora em lhe permitir
sair? / Erro agora em permitir-lhe sair? Por
se fazer de bobo. Enganou a muitos. / Por fazer-se de
bobo, enganou a muitos.

Colocação dos pronomes oblíquos átonos nas locuções


verbais e nos tempos compostos

Nas locuções verbais em que o verbo principal está no


infinitivo ou no gerúndio, o pronome oblíquo átono pode
ser colocado, indiferentemente, depois do verbo auxiliar
(com hífen), antes do principal (sem hífen) ou depois do
verbo principal (com hífen).

Exemplo:

Quero-lhe apresentar os meus primos que vieram do


interior.
Quero lhe apresentar os meus primos que vieram do
interior.

216

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Quero apresentar-lhe os meus primos que vieram do


interior.

Exemplo:

Ia-lhe dizendo as razões da minha desistência.


Ia lhe dizendo as razões da minha desistência.
Ia dizendo-lhe as razões d a minha desistência.

Caso haja antes da locução verbal palavra que exija a


próclise, o pronome oblíquo poderá ser colocado,
indiferentemente, antes do verbo auxiliar ou depois do
verbo principal.

Exemplo:

Não lhe quero apresentar os meus primos que vieram


do interior.
Não quero apresentar-lhe os meus primos que vieram
do interior.

Nos tempos compostos e nas locuções verbais em que o


verbo principal está no particípio, a colocação dos
pronomes oblíquos átonos será feita sempre em relação ao
verbo auxiliar e nunca em relação ao particípio, podendo
ocorrer a próclise, a mesóclise ou a ênclise, conforme as
orientações apresentadas anteriormente.

Exemplo:

Havia-lhe contado os verdadeiros motivos da minha


desistência.
Nunca o tinha visto antes.
Ter-lhe-ia procurado, se tivesse tempo.

Exemplo:

Ficou tímido, porque se sentiu rejeitado pelos colegas.


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14 | Colocação Pronominal

Se não o convidarem, sentir-se-á rejeitado pelos colegas.

Nas locuções verbais e nos tempos compostos, quando


se coloca o pronome oblíquo átono depois do verbo
auxiliar, pode-se usar o hífen ou não.

Exemplo:

Vou-te devolver o livro amanhã.


Vou te devolver o livro amanhã

Exercícios
01. Todas as religiões têm rituais, e os fiéis que seguem
esses rituais beneficiam-se não propriamente das práticas
que constituem os rituais, mas da meditação implicada
nesses rituais.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo- se os


segmentos sublinhados, respectivamente, por:

(A) lhes seguem - lhes constituem - neles implicada

(B) os seguem - os constituem - neles implicada

(C) os seguem - os constituem - lhes implicada

(D) os seguem - lhes constituem - implicada nos


mesmos

(E) seguem-nos - constituem-nos - a eles implicada

02. Deus criou o mundo, mas logo considerou o mundo


desprovido de vida, e resolveu acrescentar ao mundo seres
vivos, que povoassem o mundo e imprimissem ao mundo a
marca do sopro divino.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo- se os


elementos sublinhados, respectivamente, por

(A) considerou-o - acrescentá-lo - povoassem-no -


imprimissem- no

(B) considerou-lhe - acrescentar-lhe - povoassem-lhe -


imprimissem- lhe

(C) o considerou - acrescentar-lhe - o povoassem - lhe


imprimissem

(D) lhe considerou - acrescentá-lo - povoassem-no -


imprimissem- lhe

(E) considerou-o - o acrescentar - lhe povoassem - lhe


imprimissem

03. A ciência é indispensável: deve-se à ciência o


conhecimento de um sem-número de fenômenos que coube
à ciência explicar, razão pela qual deve-se conferir à ciência
a importância do que nos humaniza.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima


substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente,
por:

(A) deve-se à ela - coube-lhe - conferir-lhe

(B) deve-se-lhe - lhe coube - conferir-lhe

(C) deve-se à mesma - a coube - conferi-la

(D) deve-se-lhe - coube-lhe - conferi-la

(E) deve-se a esta - lhes coube - lhe conferir

04. “Ninguém a olhava duas vezes.” Nessa frase, a


colocação do pronome oblíquo está correta. Assinalar a
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14 | Colocação Pronominal

alternativa em que a colocação do pronome oblíquo átono


está incorreta, de acordo com a Norma Culta.

(A) O anti-herói leva uma vida de malandro e vadio,


envolvendo-se em vários amores.

(B) E, ademais, dever-se-ia envelhecer maciamente.

(C) Nem já sei qual fiquei sendo. Depois que os vi.

(D)Jamais dar-te-ia tantas explicações, se não fosses


pessoa de tanto merecimento.

05. Assinale a alternativa onde a posição do pronome


oblíquo átono, segundo a norma culta, está incorreta.

(A) Entendê-lo-ia se tivesse mais paciência.

(B) Pediu que eu me sentasse a seu lado.

(C) Far-lhe-ei uma blusa nova.

(D)Me diga o seu nome.

(E) Na carta que nos escreveu, mandou lembranças


para você.

06. Os mitos nos acompanham ao longo do tempo, por isso


é preciso dar aos mitos a atenção que requerem. Porque
haveremos de tratar os mitos como se fossem embustes, em
vez de reconhecer nos mitos a simbologia inspiradora?

Evitam-se as viciosas repetições do texto acima


substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente,
por:

(A) dar-lhes - os tratar - neles reconhecer

(B) dar-lhes - tratar-lhes - reconhecê-los

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(C) dá-los - os tratar - lhes reconhecer

(D) lhes dar - tratar a eles - os reconhecer

(E) dar a eles - lhes tratar - reconhecer neles

07. As crianças amam a água, têm a água como amiga,


aproveitam a água como um presente dos céus, extraem da
água todos os prazeres que ela oferece.

Evitam-se as repetições viciosas da palavra água da frase


acima substituindo-se os elementos sublinhados,
respectivamente, por

(A) têm-lhe - aproveitam-lhe - extraem-lhe.

(B) têm-na - lhe aproveitam - extraem dela.

(C) a têm - a aproveitam - extraem-na.

(D) lhe têm - aproveitam-na - extraem a ela.

(E) têm-na - aproveitam-na - extraem dela.

Gabarito
1) B 5) D

2) C 6) A

3) B 7) E

4) D

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14 | Colocação Pronominal

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CAPÍTULO

|15
Principais Aspectos Semânticos
Acepções de uma Palavra
Polissemia  é a propriedade que uma mesma palavra
tem de apresentar vários significados.

Exemplo:

Ele ocupa um alto posto na empresa.


Abasteci meu carro no posto da esquina.
Os convites eram de graça.
Os fiéis agradecem a graça recebida.

Conotação  é o uso da palavra com um significado diferente


do original, criado pelo contexto.

Exemplo: Você tem um coração de pedra.

Denotação  é o uso da palavra com o seu sentido original.

Exemplo: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das


rochas.

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15 | Principais Aspectos Semânticos

Campo Semântico
As palavras podem associar-se de várias maneiras.
Quando se relacionam pelo sentido, temos um campo
semântico. Não se trata de sinônimos ou antônimos, mas de
aproximação de sentido num dado contexto.

Exemplo:

 perna, braço, cabeça, olhos, cabelos, nariz -> partes


do corpo humano
 azul, verde, amarelo, cinza, marrom, lilás -> cores
 martelo, serrote, alicate, torno, enxada ->
ferramentas
 batata, abóbora, aipim, berinjela, beterraba –>
legumes

Relações de significação entre as palavras


Sinônimos

São palavras que apresentam, entre si, um significado


aproximado.

Exemplo:

Caía o crepúsculo, era como um triste sorriso de mártir


Nem sinto falta do que me completa e é quase sempre
um sorriso melancólico

Antônimos

São palavras que apresentam, entre si, significados


opostos.

Exemplo:

Buscou no amor o bálsamo da vida

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Não encontrou senão veneno e morte


bom x mau/ bem x mal/ condenar x absolver/ simplificar
x complicar/ economizar x gastar

Relações gráficas e sonoras entre as palavras


Homônimos

São palavras que apresentam a mesma grafia e/ou a


mesma pronúncia e significados distintos.

Dividem-se em:

1. Homônimos Homógrafos: são palavras que apresentam


a mesma GRAFIA, mas são diferentes na pronúncia e
também no significado.

Exemplo: No tempo de seca, o açude seca.

Almoço (subst) – almoço (verbo)/ Colher (subst) – colher


(verbo)/ Molho (subst) – molho (verbo)/ Gosto (subst) – gosto
(verbo)/ Sede (necessidade) – sede (lugar)

2. Homônimos Homófonos: são palavras que apresentam a


mesma PRONÚNCIA, mas são diferentes no significado e
na grafia.

Exemplo: Apreçar (dar preço) – apressar (pôr pressa)/ Caçar


(prender) – cassar (suspender direitos)/ Cela (lugar) – sela
(verbo/ arreio)/ Coser (costurar) – cozer (cozinhar)/ Espiar
(olhar) – expiar (pagar uma culpa)/ Cheque (de banco) –
Xeque (lance de xadrez)/ Censo (recenseamento) – senso
(sensatez)/ Seção (corte, segmento) – Cessão (ato de ceder) –
Sessão (com três “esses” - significa intervalo de tempo de uma
reunião)

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15 | Principais Aspectos Semânticos

3. Homônimos Perfeitos: são iguais na pronúncia, na


grafia, porém diferem no significado.

Exemplo: sela(verbo) – sela(arreio)/ Leve(adjetivo) –


leve(Verbo)/ Manga (fruta) – manga (parte da roupa)/ Verão
(Verbo) – verão (estação)/ Cedo (ceder) – cedo (advérbio de
tempo)

Parônimos

São palavras que apresentam, entre si, uma notável


semelhança tanto na pronúncia, quanto na escrita.

Exemplo: cavaleiro x cavalheiro/ Absolver x absorver/


Comprimento x cumprimento/ concertar = combinar x
consertar = remendar, reparar/ descriminar = inocentar x
absolver/ discriminar = diferençar, distinguir

Exercícios
01. ... afirma que dados da empresa foram cruciais para os
resultados do trabalho. (último parágrafo)

O único adjetivo que NÃO apresenta semelhança de


sentido com o de cruciais, entre aqueles que também
aparecem no texto, considerada a forma de masculino
singular, é:

(A) significativo.

(B) valioso.

(C) essencial.

(D) isolado.

(E) decisivo.

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02. O valor semântico atribuído ao verbo dar, apresentado


entre parênteses, está INCORRETO na frase

(A) Lamentavelmente, deu pouco tempo do seu dia


para uma reflexão. (dedicar)

(B) Embora tivesse magoado algumas pessoas, não se


deu conta. (percebeu)

(C) Daqui a um tempo, dará por terminado o seu


problema maior. (considerar)

(D) O seu primeiro erro se deu quando tentou ajudar


um amigo em apuros. (concedeu)

(E) No presente, a vida se dá tão pessimista.


(apresenta)

03. Está correto o emprego de seção, em seção eleitoral (1º


parágrafo), assim como está correto o do termo sublinhado
na frase:

(A) A secção em que se deveria homenageá-lo foi


adiada para a próxima semana.

(B) Ele se indispôs contra a seção de seus direitos em


favor de tantos parentes e contraparentes.

(C) Na sessão para a qual foi indicado para assumir


nova função, o chefe é reconhecidamente um
intolerante.

(D) Não houve como obter dele a cessão de seu posto


para um colega mais experiente.

(E) A sessão longitudinal dessa planta expôs os


vestígios do parasita que a fez definhar.

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15 | Principais Aspectos Semânticos

04. A expressão "outorga onerosa" (linha 17) está sendo


usada em sentido técnico. Os termos que a compõem
significam, respectivamente:

(A) "solicitação" - "difícil".

(B) "concessão" - "taxada".

(C) "permissão" - "danosa".

(D) "doação" - "sacrificada".

(E) "exceção" - "complicada".

05. Indique a alternativa que apresenta uma correlação


INCORRETA:

(A) foniatria - fala

(B) pediatria - crianças

(C) cardiologia - coração

(D) ginecologia - mulheres

(E) geriatria – genética

06. Complete as frases com uma das palavras, entre


parênteses.

1. O excesso de carga de energia elétrica fez com que o


.................... (fusil, fusível, fuzil) se interrompesse.

2. Aquele que ignora é ....................(incipiente,


insipiente); mas aquele que começa é ....................
(incipiente, insipiente).

3. Não estou de acordo com a .................... (cessão,


sessão, secção, seção) dos bens àquela instituição.

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4. Maria trabalhava na .................... (sessão, cessão,


secção, seção) de brinquedos.

5. Quando vou ao cinema, sempre assisto ao filme na


.................... (sessão, cessão, seção, secção) da meia-
noite.

6. Na visita que fizemos ao Palácio da Alvorada, os


alunos se portaram com muita .................... (discrição,
descrição).

7. Vês o objeto que acaba de .................... (emergir,


imergir)? Há pouco eslava no fundo do lago.

8. O perigo está .................... (iminente, eminente).


Fujamos.

9. A cabana do guarda-florestal estava na ....................


(eminência, iminência) de uma colina.

10. Recebe meus .................... (comprimentos,


cumprimentos) pela vitória conquistada.

11. De manhã .................... (ascendemos, acendemos) o


fogo e esquentamos a bóia.

12. Sua voz, ouvida à tarde, parecia-me ter um


....................(acento, assento) triste.

13. .................... (Apressando, Apreçando) o passo,


alcançou os colegas.

14. O diretor pediu que fôssemos .................... (apreçar,


apressar) um projetor de origem japonesa, anunciado
pelos jornais como excelente.

15. O governo .................... (cassou, caçou) os direitos


políticos daquele cidadão.

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15 | Principais Aspectos Semânticos

16. Recolhido em sua .................... (cela, sela) humilde,


o virtuoso monge passava os dias rezando e
estudando.

17. De acordo com o último .................... (censo, senso),


a população de São Paulo ultrapassou os quinze
milhões de habitantes.

18. Os ladrões foram apanhados em ....................


(flagrante, fragrante).

19. O distraído motorista .................... (infringiu,


infligiu) as leis do tráfego, por isso o guarda lhe
..................... (infringiu, infligiu) a pesada multa.

20. O inimigo passou .................... (despercebido,


desapercebido) e tomou a cidade que estava
.................... (despercebida, desapercebida).

Gabarito
1) C

2) D

3) D

4) C

5) E

6) 1. Fusível - 2. Insipiente/ Incipiente - 3. Cessão - 4. Seção -


5. Sessão – 6. Discrição – 7. Emergir - 8. Iminente - 9.
Iminência - 10. Cumprimentos - 11. Acendemos - 12.
Acento - 13. Apressando - 14. Apreçar - 15. Cassou - 16.
Cela - 17. Censo - 18. Flagrante - 19. Infringiu/ Infligiu - 20.
Despercebida/ Despercebida

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CAPÍTULO

|16
Textualidade, coesão e coerência
Textualidade é um conjunto de características que
fazem com que um texto possa ser considerado um texto, e
não um aglomerado de palavras. A textualidade conta com
dois ingredientes básicos: a coesão e a coerência.

Coesão Textual
Ligação existente entre as ideias, feita por meio de
conectivos apropriados, como conjunção, pronomes e
artigos. O texto não é um emaranhado de palavras e nem
uma colocação mecânica de sentenças – há uma interação
feita por meio de conectivos.

Exemplo:

Eu ajudei os trabalhadores. Deixei-os felizes.

Coesão Referencial
Quando há remissão a outros itens do discurso
(elemento do texto)

a) Anafórica (antes)

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16 | Textualidade, coesão e coerência

Exemplo:

Felicidade era o que ele desejava. Isso era o que nós


também desejávamos.
A vida é bela. Isso é verdade.
As autoridades chegaram a SP. Lá estava frio.
O gorila fugiu da jaula. No entanto, ele já foi
recuperado.

b) Catafórica (depois)

Exemplo:

Só te pergunto isto: quem vai ficar com Poly?


Falarei uma coisa com toda certeza: o Flamengo não vai
ser campeão.

c) Exofórica (dêixis)

Exemplo:

A vida é bela, mas há os que digam que não.

Coesão Lexical
a) Com hipônimos e hiperônimos.

Exemplo:

O gorila fugiu da jaula. No entanto, o animal já foi


recuperado.
O garfo estava bem na ponta da mesa. Mamãe gritou,
mas o talher caiu no meu pé

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

b) Com metonímia

Exemplo:

Adoro Dom Casmurro. Não deixo de ler Machado.

c) Com sinônimos

Exemplo:

O papa nunca desistiu da paz. Sua Santidade dedica-se


a essa causa.

Coesão Elíptica
Exemplo:

O Treinador do time reclamou bastante da arbitragem


após o jogo. Disse que ia recorrer à Justiça Desportiva.
O gorila fugiu da jaula. No entanto, foi recuperado.

Coesão transfrástica com famílias etimológicas


Exemplo:

Júlia e Marcelo se amavam. Esse amor era radiante.

Coerência Textual
A coerência é um dos fundamentos da textualidade. Ela
se refere às ligações de sentido construído no texto, que
podem estar relacionadas a diferentes fatores: lógico-
linguísticos, textuais ou culturais.

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16 | Textualidade, coesão e coerência

Fatores de Incoerência
Fatores lógico-linguísticos

 Um determinado conjunto de palavras que participa


da construção de uma frase tem que estar ligado
semanticamente de forma adequada: assim,
podemos dizer homem enérgico, árvore frondosa, rua
engarrafada, mas não faz qualquer sentido dizer-se
homem frondoso, rua enérgica ou árvore engarrafada. Na
história das palavras de uma língua, cada uma
delas, por sua origem e, principalmente, por seu
uso, adquire determinados significados, excluindo
qualquer significado diferente de suas
possibilidades de emprego; assim, é possível
construir-se incoerência a partir do mau emprego de
vocábulos. A linguagem figurada é uma
“permissão” oficial de incoerência, em muitos casos,
mas, para que seja aceita, deve ser vista como tal:
assim, ao dizer-se que Um homem é um touro, o leitor
compreende que tal homem é muito forte e, em
nenhum momento, que seja um animal.

 As relações lógicas estabelecidas entre palavras e


entre segmentos de palavras devem ser
estabelecidas de forma clara, não podendo chocar-se
com essas mesmas relações no mundo conhecido;
assim, é possível dizer-se Não fui à universidade
porque estava chovendo muito, estabelecendo-se uma
justa relação entre um fato e sua causa, mas não se
pode dizer Não fui à universidade embora estivesse
chovendo, pois a concessão não cabe nesse contexto.
Do mesmo modo, a frase Por falta de insegurança
deixei de visitar aquela cidade traz uma incoerência
lógica, já que se trata, logicamente, de falta de
segurança.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Fatores Culturais

 Informações: as informações presentes num texto


devem também estar adequadas ao nosso
conhecimento de mundo: assim, a frase Pedro
Álvares Cabral, depois de proclamar nossa independência,
voltou a Portugal não faria sentido para um leitor
sabedor de que Pedro Álvares Cabral foi nosso
descobridor e nada tem a ver com nossa
independência política. No entanto, certas
informações equivocadas podem ganhar coerência,
como sabemos, se modificamos as condições de
leitura do texto, gerando sua aceitabilidade. Nas
fábulas, por exemplo, os animais falam e pensam
como seres humanos, nas narrativas do realismo
mágico podem ocorrer ações impossíveis no mundo
real etc.

 Campo Semântico: caso interessante, nesse aspecto,


é a incoerência gerada pela intromissão de um
vocábulo inesperado em um grupo de que
semanticamente não faz parte: assim, numa frase
como O professor entrou em sala com os livros, o
apagador, o giz, o maiô e o cacho de banana, o que fazem
aí os dois últimos elementos citados?

 Esquemas Culturais: muitas ações apresentam


determinada organização estabelecida no meio
cultural em que estão presentes e, alterar essa
organização também pode provocar incoerência.
Assim, pode causar estranheza o fato de alguém
entrar em um restaurante e solicitar ao garçom,
inicialmente, que lhe sirva a sobremesa e, depois,
um prato salgado.

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16 | Textualidade, coesão e coerência

Fatores Textuais

Um outro fator de incoerência é a ruptura de esquemas


previamente estabelecidos e de conhecimento do leitor
como os esquemas textuais: cada um dos modos de
organização discursiva apresenta uma estrutura básica,
estabelecida em sua própria história, e perturbar essa
estruturação provoca incoerência. Assim, numa narrativa, a
sucessão de fatos cronologicamente apresentados sempre
parte do menos para o mais intenso; daí que uma narrativa
que faça o oposto, salvo situações especiais, provoca
estranhamento em sua leitura.

Do mesmo modo, os tipos textuais apresentam


características básicas que, se subvertidas, podem trazer
incoerência: um cartaz publicitário que, em lugar de elogiar
o produto a ser vendido, o deprecie, certamente trará
espanto ao leitor.

Assim também, certas estruturas frasais esquemáticas


podem, se modificadas, causar estranhamento: a frase Não
compre um apartamento barato, compre um apartamento bom,
provocou ruptura na oposição entre contrários (barato –
caro), causando estranhamento temporário.

Exercícios
01. As informações mais importantes contidas no texto
estão resumidas, com lógica, clareza e correção, em:

(A) A biodiversidade passou a ser um tema que tem


trazido preocupação maior em todas as áreas, tanto
que 2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade. A
razão dessa preocupação está no grande número de
espécies ameaçadas, principalmente em virtude da
intervenção humana. A biodiversidade tem sido bem

236

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mais valorizada pelos benefícios prestados ao


ambiente, do que por sua contribuição aos estudos
genéticos, sem se levar em conta que a degradação
desses biomas esteja ocorrendo em um ritmo mais
acentuado do que a possibilidade de sua recuperação.

(B) O Ano Internacional da Biodiversidade, que é este,


procura ser preocupação geral com os biomas que,
além de oferecer serviços ao ambiente, tem
possibilidades genéticas para os estudos que estão
principiando. A extinção de grande número de
espécies, por causa da ação indevida do ser humano,
eis por que tem muitas espécies ameaçadas, já que os
biomas, embora ofereçam os serviços da natureza, não
conseguem se recuperar mais depressa que a sua
degradação.

(C) O tema da biodiversidade que virou assunto


popular ultimamente, todos discutem, sem
conhecimento de que ele é importante para a vida de
todos no planeta, como banco genético, que os
estudos ainda estão começando. Somente os serviços
que os biomas estão prestando à natureza é que está
sendo considerado, no interesse da maioria, por sua
regulação climática e, mais ainda, a proteção a
desastres naturais.

(D) A biodiversidade, com a variedade de espécies de


plantas, animais e insetos de uma região, tem seu
valor reconhecido como benefício para as condições
gerais do globo, que se mantém com sua preservação.
E ainda, tem valor para pesquisas sobre genética, para
se descobrir as causas de muitas doenças, hoje
desconhecidas, apesar de que sua degradação esteja
mais rápida do que a regeneração desses biomas.

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16 | Textualidade, coesão e coerência

(E) A degeneração da biodiversidade hoje é bem


maior que a ampla recuperação dos biomas,
conquanto seja fornecedora de material genético,
capaz de descobrir a solução para problemas
humanos, principalmente na saúde. Vai se
desenvolver novo plano estratégico de conservação
dessa biodiversidade nos próximos 20 anos, que é
necessário para a proteção das várias espécies de
plantas e animais que aí vivem.

O Texto a seguir se refere às questões 2, 3 e 4.

"Arrumar o homem"

(Dom Lucas Moreira Neves Jornal do Brasil, Janeiro)

Não boto a mão no fogo pela autenticidade da estória


que estou para contar. Não posso, porém, duvidar da
veracidade da pessoa de quem a escutei e, por isso, tenho-a
como verdadeira. Salva-me, de qualquer modo, o provérbio
italiano: "Se não é verdadeira... é muito graciosa!"

Estava, pois, aquele pai carioca, engenheiro de


profissão, posto em sossego, admitido que, para um
engenheiro, é sossego andar mergulhado em cálculos de
estrutura. Ao lado, o filho, de 7 ou 8 anos, não cessava de
atormentá-lo com perguntas de todo jaez, tentando
conquistar um companheiro de lazer.

A ideia mais luminosa que ocorreu ao pai, depois de


dez a quinze convites a ficar quieto e a deixá-lo trabalhar,
foi a de pôr nas mãos do moleque um belo quebra-cabeça
trazido da última viagem à Europa. "Vá brincando
enquanto eu termino esta conta". sentencia entre dentes,
prelibando pelo menos uma hora, hora e meia de trégua. O
peralta não levará menos do que isso para armar o mapa do

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mundo com os cinco continentes, arquipélagos, mares e


oceanos, comemora o pai-engenheiro.

Quem foi que disse hora e meia? Dez minutos depois,


dez minutos cravados, e o menino já o puxava triunfante:
"Pai, vem ver!" No chão, completinho, sem defeito, o mapa
do mundo.

Como fez, como não fez? Em menos de uma hora era


impossível. O próprio herói deu a chave da proeza: "Pai,
vocë não percebeu que, atrás do mundo, o quebra-cabeça
tinha um homem? Era mais fácil. E quando eu arrumei o
homem, o mundo ficou arrumado!"

"Mas esse garoto é um sábio!", sobressaltei, ouvindo a


palavra final. Nunca ouvi verdade tão cristalina: "Basta
arrumar o homem (tão desarrumado quase sempre) e o
mundo fica arrumado!"

Arrumar o homem é a tarefa das tarefas, se é que se


quer arrumar o mundo.

02. Assinale o item cuja afirmativa está de acordo com o


primeiro parágrafo do texto:

(A) embora o autor do texto não confie na veracidade


da estória narrada, conta-a por seu valor moral;

(B) como o autor do texto confia na pessoa que lhe


narrou a estória, ele a transfere para o leitor, mesmo
sabendo que não é autêntica;

(C) A despeito de ser bastante graciosa a história


narrada, o autor do texto tem certeza de sua
inautenticidade;

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16 | Textualidade, coesão e coerência

(D) O autor do texto nos narra uma história de cuja


autenticidade não está certo, apesar de ter sido
contada por pessoas dignas de confiança ;

(E) a estória narrada possui autenticidade, veracidade


e , além disso, certa graça.

03. O título dado ao texto:

(A) representa a tarefa que deveria ser executada pelo


menino;

(B) indica a verdadeira finalidade do jogo de quebra-


cabeça;

(C) mostra a desorganização reinante na família


moderna;

(D) assinala a tarefa básica inicial para a organização


do mundo;

(E) demonstra a sabedoria precoce do menino da


estória narrada.

04. Na continuidade de um texto, algumas palavras


referem-se a outras anteriormente expressas; assinale o
item em que a palavra destacada tem sua referência
corretamente indicada:

(A) Não boto a mão no fogo pela autenticidade da


estória que estou para contar - refere-se à
autenticidade da estória narrada;

(B) Não posso, porém, duvidar da veracidade da


pessoa de quem a escutei... - refere-se à veracidade da
estória narrada;

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(C) ...e, por isso tenho-a como verdadeira. - refere-se a


não poder duvidar da veracidade da pessoa que lhe
narrou a estória;

(D) ...tenho-a como verdadeira. - refere-se à pessoa


que lhe narrou a estória do texto;

(E) Salva-me de qualquer modo, o provérbio italiano.


- refere-se à pessoa de cuja veracidade o autor do
texto não pode duvidar.

A questão a seguir toma por base o seguinte texto.

Tradicional defensor de instrumentos ortodoxos de


política econômica, o Fundo Monetário Internacional (FMI)
admitiu o uso de controles de capital para combater a
formação de bolhas financeiras e o fluxo exagerado de
investimentos estrangeiros que valorizam excessivamente
as moedas nacionais em relação ao dólar. Entre as opções,
está a tributação do ingresso de recursos, caminho
escolhido pelo Brasil, que elevou de 4% para 6% a alíquota
do imposto de operações financeiras (IOF) nas aplicações
de renda fixa. Outra possibilidade é a proibição de retirada
do dinheiro por um tempo determinado, como fez o Chile.
Por enquanto a equipe econômica brasileira resiste em
adotar este passo, pois, para o economista americano J. L., o
reforço no balanço orçamentário e as ações de caráter mais
estrutural são, muitas vezes, as respostas mais adequadas
para o aumento de fluxos. “Mas pode haver circunstâncias
em que os controles cambiais sejam úteis, numa medida
temporária, para lidar com esse crescimento de capital”,
afirma.

(Adaptado de Correio Braziliense)

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16 | Textualidade, coesão e coerência

05. Na organização das relações de coesão e coerência no


texto, a expressão

(A) “caminho escolhido pelo Brasil” retoma a ideia de


“tributação do ingresso de recursos”.

(B) “fluxo exagerado de investimentos estrangeiros”


retoma a ideia de “bolhas financeiras”.

(C) “ações de caráter mais estrutural” retoma a ideia


de “bolhas financeiras”.

(D) “controles cambiais” retoma a ideia de “ações de


caráter mais estrutural”.

(E) “esse crescimento de capital” retoma a ideia de


“aplicações de renda fixa”.

Leia o texto para responder às próximas 3 questões.

Sobre os perigos da leitura

Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui


designado presidente da comissão encarregada da seleção
dos candidatos ao doutoramento, o que é um sofrimento.
Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabilidade
dolorida da qual não se sai sem sentimentos de culpa.
Como, em 20 minutos de conversa, decidir sobre a vida de
uma pessoa amedrontada? Mas não havia alternativas. Essa
era a regra. Os candidatos amontoavam-se no corredor
recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja
leitura era exigida.

Aí tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com


os meus colegas que faríamos a todos os candidatos uma
única pergunta, a mesma pergunta. Assim, quando o
candidato entrava trêmulo e se esforçando por parecer

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confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de todas:


“Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de falar!”. [...]

A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada.


Aconteceu o oposto: pânico. Foi como se esse campo,
aquilo sobre o que eles gostariam de falar, lhes fosse
totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear os
pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam
sido treinados durante toda a sua carreira escolar, a partir
da infância. Mas falar sobre os próprios pensamentos – ah,
isso não lhes tinha sido ensinado!

Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que


alguém pudesse se interessar por aquilo que estavam
pensando. Nunca lhes havia passado pela cabeça que os
seus pensamentos pudessem ser importantes.

(Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado)

06. A palavra “a”, em – ...no entanto, não foi a esperada. (3.º


parágrafo), refere-se a

(A) candidatos.

(B) pergunta.

(C) reação.

(D) falar.

(E) gostaria.

07. A expressão “um vazio imenso” (3.º parágrafo) refere-se


a

(A) candidatos.

(B) pânico.

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16 | Textualidade, coesão e coerência

(C) eles.

(D) reação.

(E) esse campo.

08. As palavras que, no 3.º parágrafo, retomam o termo “os


candidatos”, são:

(A) eles, lhes, próprios.

(B) eles, isso, próprios.

(C) aquilo, eles, seus.

(D) eles, lhes, sua.

(E) aquilo, isso, próprios.

Leia o texto para responder à questão a seguir:

Zelosa com sua imagem, a empresa multinacional


Gillette retirou a bola da mão, em uma das suas
publicidades, do atacante francês Thierry Henry, garoto-
propaganda da marca com quem tem um contrato de 8,4
milhões de dólares anuais. A jogada previne os efeitos
desastrosos para vendas de seus produtos, depois que o
jogador trapaceou, tocando e controlando a bola com a
mão, para ajudar no gol que classificou a França para a
Copa do Mundo de 2010. (...)

Na França, onde 8 em cada dez franceses reprovam o


gesto irregular, Thierry aparece com a mão no bolso. Os
publicitários franceses acham que o gato subiu no telhado.
A Gillette prepara o rompimento do contrato. O serviço de
comunicação da gigante Procter & Gamble, proprietária da
Gillette, diz que não.

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Em todo caso, a empresa gostaria que o jogo fosse


refeito, que a trapaça não tivesse acontecido. Na
impossibilidade, refez o que está ao seu alcance, sua
publicidade.

Segundo lista da revista Forbes, Thierry Henry é o


terceiro jogador de futebol que mais lucra com a
publicidade – seus contratos somam 28 milhões de dólares
anuais. (...)

(Veja. Adaptado)

09. Assinale a alternativa em que todas as palavras ou


expressões recuperam, por coesão textual, o fato de Thierry
ter controlado a bola com a mão.

(A) jogada, gesto irregular.

(B) jogada, impossibilidade.

(C) impossibilidade, trapaça.

(D) gesto irregular, trapaça.

(E) gesto irregular, mão no bolso.

Gabarito
1) A 6) C

2) D 7) E

3) D 8) A

4) A 9) D

5) A

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16 | Textualidade, coesão e coerência

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CAPÍTULO

|17
Figuras de linguagem
Introdução

Observemos o vocábulo destacado nas frases abaixo:

– O touro pastava distante do resto da manada.

– Aquele lutador é um touro.

Se procurarmos o significado desses vocábulos no


dicionário, vamos encontrar que touro é “um boi não
castrado, usado como reprodutor” ou “um signo zodiacal”.
O primeiro desses significados dicionarizados é adequado
à primeira frase, mas não encontramos um significado
adequado à segunda frase, porque se trata de um sentido
não dicionarizado, criado pelo contexto em que a palavra
se insere, correspondente a “muito forte”, sentido também
atrelado ao valor cultural do animal touro. No primeiro
caso, o vocábulo designa uma realidade cuja designação
está historicamente estabelecida e dizemos que é
empregado em denotação; no segundo caso, do sentido
momentâneo de um referente, é empregado em conotação,
ou seja, em linguagem figurada.

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17 | Figuras de linguagem

Tipos de Figura
As figuras são tradicionalmente classificadas em:

Figuras de Construção
a) Elipse - figura caracterizada pela omissão de um
termo que é facilmente subentendido; quando a omissão
ocorre após esse mesmo termo já ter sido enunciado,
dizemos que há zeugma, que é uma espécie de elipse.

Como processo gramatical, a elipse provoca que um


referente passe a ser designado por um só dos termos de
sua designação, o que pode levar a casos de derivação
imprópria, como bem aponta: o (telefone) celular, o (dente)
canino, a (igreja) catedral, o micro (computador), o
(documento) abaixo-assinado, a (carta) circular, o (membro)
representante, a (caneta) esferográfica, um (filme)
documentário, etc. Além disso, em alguns casos, a elipse de
um termo pode provocar o aparecimento de um novo
gênero para o termo sobrevivente de uma expressão, como
é o caso de a rádio, (elipse de emissora de), o América
(elipse de time), a Rio-Niterói (elipse de ponte), o fila
(elipse de cão), o (funcionário da) caixa etc.

b) Pleonasmo - figura caracterizada pela repetição de


um termo na mesma função sintática:

- As bonecas, eu as dei para as meninas.

O termo as é pleonástico, pois repete, na mesma função


(objeto direto), o termo anterior bonecas.

Também é denominado pleonasmo no caso da repetição


do mesmo significado por dois significantes diferentes no
mesmo sintagma: descer para baixo, prever
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antecipadamente, entrar para dentro; nesse caso, a figura é


denominada pleonasmo vicioso.

Algumas dessas repetições, porém, podem ter valor


estilístico e não correspondem a problemas de construção:
assim, ao dizermos Eu vi com estes olhos, o autor do
enunciado pode estar tentando dar ênfase ao fato de ter
visto algo que pode testemunhar com certeza.

c) Anacoluto - figura caracterizada pela interrupção de


uma frase, de tal modo que um termo fica sem função
sintática:

- As meninas, é impossível entregar-lhes os prêmios.

Nesse caso, o termo sublinhado não se encaixa


sintaticamente na frase seguinte, daí ser considerado um
anacoluto. Se o termo sublinhado estivesse grafado com o
acento grave – às meninas – teríamos um pleonasmo no
elemento lhes.

d) Hipérbato - figura caracterizada pela inversão de


termos na ordem direta:

- Os bons que nos trazem boas novas ventos...

e) Assíndeto e polissíndeto - quando temos uma


enumeração, ela pode ser feita de três modos distintos:

- Ela comprou bananas, peras e abacates.

- Ela comprou, bananas, peras, abacates.

- Ela comprou bananas e peras e abacates...

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17 | Figuras de linguagem

A primeira frase nada tem de diferente segundo a


construção da frase portuguesa, mas a segunda omite a
conjunção E no último elemento, provocando, com isso,
uma valorização global do que foi comprado (assíndeto),
enquanto na terceira há a repetição da conjunção E
(polissíndeto), causando a valorização individual de cada
produto adquirido.

f) Silepse - esta figura corresponde à concordância


ideológica, ou seja, a concordância que é realizada com o
sentido da palavra ou com a ideia que expressam, em lugar
de ser feita com a sua forma gramatical. A silepse apresenta
três tipos distintos:

I. silepse de número

- O pessoal, ainda que tardiamente, chegaram bem.

II. silepse de gênero

- A criança apresentou-se muito bem vestido.

III. silepse de pessoa

- Os vestibulandos somos muito preocupados.

g) Anáfora - Figura que consiste na repetição inicial


numa frase ou verso do mesmo vocábulo:

- Deus é força, Deus é luz, Deus é poder.

Figuras de Pensamento
a) Antítese - figura caracterizada pelo emprego de
palavras de sentido oposto:

- Subiu aos céus, desceu aos infernos...


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b) Eufemismo - figura caracteriza pela atenuação de um


pensamento desagradável:

- Judas pensou em pôr termo à vida, arrependido do que


fizera.

- O aluno não era muito inteligente.

c) Gradação - figura que corresponde a uma sequência


de palavras de força crescente ou decrescente:

- Vai, corre, voa e nos vingue!

- Era somente um sopro, uma sombra um nada...

d) Hipérbole - figura caracterizada por um exagero


favorável ou desfavorável que destaca uma ideia, muito
comum na linguagem publicitária e na linguagem corrente,
onde algumas hipérboles são bastante frequentes: morrer
de rir, molhado até os ossos etc.

- Os rios eram formados do sangue dos heróis mortos na


batalha.

e) Prosopopéia ou personificação - figura caracterizada


pela atribuição de uma propriedade de um ser vivo, ser
humano ou animal, a um ser abstrato ou concreto
inanimado:

- O sentimento da universidade é de frustração.

- A chuva lamentava a morte do artista.

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17 | Figuras de linguagem

f) Paradoxo ou oximoro - Esta figura consiste na união


de dois vocábulos ou expressões cujo sentido se torna
incompatível:

- Esta claridade obscura que cai sobre a paisagem...

- A voz do silêncio.

g) Perífrase - figura que consiste em expressar por um


grupo de palavras o que poderia ser dito em uma só:

- a sétima arte (=o cinema)

- o quinto poder (=a imprensa)

h) Ironia - esta figura consiste em empregar


determinada palavra ou expressão em sentido oposto ao
seu sentido habitual:

- Esse menino que acaba de arranhar meu carro é muito bem-


educado!

- O lutador de sumô geralmente é bem magrinho.

Figuras de Palavras
a) Comparação - essa figura consiste em considerar um
conjunto de objetos para procurar suas semelhanças e
diferenças. Uma comparação completa compreende quatro
elementos:

 o termo real
 o termo figurado
 o conector
 o ponto de comparação

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Assim, na frase Heitor é forte como um touro, Heitor é o


termo real, touro é o termo figurado, como é o conector e
forte é o ponto de comparação.

b) Metáfora - é uma espécie de comparação abreviada


em que o conector não aparece expresso: Heitor é um touro,
com os mesmos elementos da comparação. A metáfora
aproxima duas realidades distintas. Trata-se da
substituição de um termo “normal” por um outro
pertencente a um campo semântico diferente, mas com
semelhanças possíveis. A metáfora pode apresentar
elementos implícitos e, algumas vezes, pode assumir a
forma de uma perífrase: A pérola das Antilhas (=Haiti).

c) Metonímia - é uma construção na qual se expressa


um conceito por meio de um termo que designa um outro
conceito que está unido a ele por uma relação necessária (a
causa pelo efeito, o continente pelo conteúdo, o signo pela
coisa significada, o autor pela obra, o local pelo produto
etc.). A metonímia consiste na substituição de um nome de
um objeto pelo nome de um outro, com o qual está em
relação; tais relações podem ser:

 o todo pela parte: O Brasil participará da Copa do


Mundo.
 a parte pelo todo: Todos procuram um teto onde morar.
 o efeito pela causa: Respeite ao menos meus cabelos
brancos.
 a causa pelo efeito: Tem uma boa mão para doces.
 o autor pela obra: Roubaram um Portinari do museu.
 o lugar pelo produto: Bebeu duas garrafas de parati.
 o continente pelo conteúdo: Comeu dois pratos de
feijoada.

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17 | Figuras de linguagem

 o símbolo pelo simbolizado: Ignácio sempre foi atraído


pela Cruz.

d) Sinestesia - essa figura consiste na utilização


simultânea de palavras que representam sensações
diferentes: um som da pesada, um perfume doce etc.

Figuras de Harmonia ou Sonoras


a) Aliteração - figura que consiste na utilização de
palavras que possuem o mesmo fonema consonantal:

- Já em torno a tarde se entorna / a atordoar o ar que arde

b) Assonância - figura que consiste na utilização de


palavras com o mesmo fonema vocálico:

- Ó formas brancas, alvas, formas claras

c) Paronomásia - ocorre quando se aproximam palavras


de sons parecidos:

- Quem vê um fruto / não vê um furto.

d) Onomatopeia - consiste no emprego de palavra ou


expressão que sugerem um som natural de algo:

- Passava com o chape-chape das sandálias.

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Exercícios
01.

Óbito do autor

Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo


princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu
nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar
pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar
diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um
autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi
outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e
mais novo.

(ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas.


Capítulo primeiro)

A metáfora presente em “a campa foi outro berço” baseia-


se

(A) na relação abstrato/concreto que há em


campa/berço.

(B) no sentido conotativo que assume a palavra


campa.

(C) na relação de similaridade estabelecida entre


campa e berço.

(D) no sentido denotativo que tem a palavra berço.

(E) na relação todo/parte que existe em campa/berço.

02. Leia com atenção os versos finais do poema “Jardim da


Praça da Liberdade”, de Carlos Drummond de Andrade:

De repente uma banda preta

vermelha retinta suando

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17 | Figuras de linguagem

bate um dobrado batuta

na doçura

do jardim.

Repuxos espavoridos fugindo.

(A) Identifique um dos recursos sonoros empregados


nestes versos, explicando qual é o efeito expressivo
obtido.

(B) Interprete o último verso do poema, indicando o


sentido da palavra “repuxos” e explicando por que os
repuxos estão “espavoridos fugindo”.

03. Considere este trecho de um diálogo entre pai e filho


(do romance Lavoura arcaica, de Raduan Nassar):

— Quero te entender, meu filho, mas já não entendo nada.

— Misturo coisas quando falo, não desconheço, são as


palavras que me empurram, mas estou lúcido, pai, sei onde me
contradigo, piso quem sabe em falso, pode até parecer que
exorbito, e se há farelo nisso tudo, posso assegurar, pai, que tem
muito grão inteiro. Mesmo confundindo, nunca me perco,
distingo para o meu uso os fios do que estou dizendo.

No trecho, ao qualificar o seu próprio discurso, o filho


se vale tanto de linguagem denotativa quanto de
linguagem conotativa.

(A) A frase “estou lúcido, pai, sei onde me contradigo” é


um exemplo de linguagem de sentido denotativo ou
conotativo? Justifique sua resposta.

(B) Traduza em linguagem de sentido denotativo o


que está dito de forma figurada na frase: se há farelo

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nisso tudo, posso assegurar, pai, que tem muito grão


inteiro.

04. Leia o trecho de uma canção de Cartola, tal como


registrado em gravação do autor:

(...)

Ouça-me bem, amor,

Preste atenção, o mundo é um moinho,

Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos,

Vai reduzir as ilusões a pó.

Preste atenção, querida,

De cada amor tu herdarás só o cinismo

Quando notares, estás à beira do abismo

Abismo que cavaste com teus pés.

Cartola, “O mundo é um moinho”.

(A) Na primeira estrofe, há uma metáfora que se


desdobra em outras duas. Explique o sentido dessas
metáforas.

(B) Caso o autor viesse a optar pelo uso sistemático da


segunda pessoa do singular, precisaria alterar
algumas formas verbais. Indique essas formas e as
respectivas alterações.

05.

Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não


vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse
para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é
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17 | Figuras de linguagem

partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos
parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não
porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas
porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o
sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a
própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma,
tudo varia – o amor, o ódio, o egoísmo. Hoje é mais amargo o riso,
mais dolorosa a ironia. Os séculos passam, deslizam, levando as
coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só persiste e fica,
legado das gerações cada vez maior, o amor da rua.

João do Rio. A alma encantadora das ruas.

Em “nas cidades, nas aldeias, nos povoados” (linha 6),


“hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia” (linhas
12 e 13) e “levando as coisas fúteis e os acontecimentos
notáveis” (linhas 13 e 14), ocorrem, respectivamente, os
seguintes recursos expressivos:

(A) eufemismo, antítese, metonímia.

(B) hipérbole, gradação, eufemismo.

(C) metáfora, hipérbole, inversão.

(D) gradação, inversão, antítese.

(E) metonímia, hipérbole, metáfora.

06. No trecho “ao doar Volkswagens para os campeões do


mundo de 1970” é possível perceber um exemplo de
metonímia. Dentre as alternativas abaixo, assinale a única
em que esse procedimento não está presente.

(A) “O bonde passa cheio de pernas: / pernas brancas


pretas amarelas. / Para que tanta perna, meu Deus,
pergunta meu coração. / Porém meus olhos / não
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perguntam nada.” (“Poema de Sete Faces”, Carlos


Drummond de Andrade)

(B) “É pau, é pedra, é o fim do caminho” (“Águas de


Março”, Tom Jobim)

(C) “Camisas verdes e calções negros corriam,


pulavam, chocavam-se, embaralhavam-se, caíam,
contorcionavam-se, esfalfavam-se, brigavam. Por
causa da bola de couro amarelo que não parava, que
não parava um minuto, um segundo. Não parava.”
(“Corínthians (2) vs. Palestra (1)”, Antônio de
Alcântara Machado).

(D) “Todo o lenho mortal, baixel humano / Se busca a


salvação, tome hoje terra, / Que a terra de hoje é porto
soberano.” (Gregório de Matos)

(E) “Beba Coca-Cola”.

07. O escritor Paulo Lins em seu romance “Cidade de


Deus” expressa o avanço da violência no Brasil, nas últimas
décadas, com a frase: “Falha a fala. Fala a bala.” Nas duas
frases só não se pode identificar a seguinte figura de
linguagem:

(A) Paronomásia, pelo trocadilho ou jogo de palavras


com apelo sonoro.

(B) Aliteração, pela repetição de fonemas


consonantais.

(C) Assonância, pela repetição da vogal “a”.

(D) Perífrase, pela substituição de “violência” por um


dos elementos que a compõe (bala).

(E) Personificação, pela característica humana


atribuída à “bala”.
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17 | Figuras de linguagem

08. Em todas as opções abaixo, está presente uma figura de


linguagem que trabalha a substituição de um vocábulo por
outro numa relação de contiguidade ou abrangência, exceto
em uma. Assinale-a:

(A) “Beba Brahma chopp” (propaganda)

(B) “Meu coração é um porta-aviões” (Humberto


Gessinger)

(C) “Você é forte / Dentes e músculos / Peitos e lábios”


(Caetano Veloso)

(D) “Muitos políticos não lutam pelos `sem-teto‘, mas


exigem o `auxíliopaletó‘”. (Folha de S. Paulo)

(E) “Planalto revê metas para expansão econômica”.


(Folha de S. Paulo)

09. O fragmento abaixo, extraído do conto “Tentação”, de


Clarice Lispector, é a base para a questão a seguir.

“Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade


das duas horas, ela era ruiva. Na rua vazia as pedras vibravam de
calor — a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de
sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa
esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse
seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento
a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão.
Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem
palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum
sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta
involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia
fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela
estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O
que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida.

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Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a


contra os joelhos.”

LISPECTOR, Clarice. A Legião Estrangeira.

O texto tem, notadamente, um caráter sinestésico.


Nomeie os dois aspectos sensoriais que se destacam e
explique como a autora conseguiu esse efeito linguístico.

10. Assinale a figura de linguagem predominante no


seguinte trecho:

A engenharia brasileira está agindo rápido para combater a


crise de energia.

(A) Metáfora.

(B) Metonímia.

(C) Eufemismo.

(D) Hipérbole.

(E) Pleonasmo.

11. Nos versos de Fernando Pessoa: “Ó mar salgado! Quanto


de teu sal / São lágrimas de Portugal!” ocorrem,
respectivamente, duas figuras de linguagem nomeadas:

(A) Metáfora e onomatopeia.

(B) Catacrese e ironia.

(C) Anacoluto e antítese.

(D) Sinédoque e aliteração.

(E) Pleonasmo e metáfora.

261

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17 | Figuras de linguagem

12.

O lado soft do metal

O canadense Sam Dunn estudava refugiados guatemaltecos,


mas resolveu voltar seu foco para outra “tribo”: fãs e músicos do
heavy metal. Depois de cinco anos de filmagens, o antropólogo, fã
do gênero, e o (co-diretor) Scot McFadyen lançaram o
documentário “Metal: a Headbanger’s Journey”, exibido em
algumas cidades do Canadá, EUA e Inglaterra e com DVD à
venda na internet. Dunn acredita que alcançou seu objetivo
principal: desmistificar a imagem dos “metaleiros” como
violentos e ignorantes. A maior polêmica abordada no filme diz
respeito aos incêndios em igrejas cristãs na Noruega, no começo
dos anos 90, provocados por pessoas envolvidas com o black
metal, como o músico Jorn Tunsberg. “O cristianismo norueguês
é uma força limitadora para muitos jovens, e o metal fornece
escape para eles se rebelarem. Os incêndios têm mais relação com
esse ressentimento do que com a música em si”, afirma.

Fonte: Adaptado da Revista Galileu. São Paulo, n.º 180,


Editora Globo

O estrangeirismo, no título do texto, é utilizado para captar


o contraditório. É correto afirmar que, usando o
estrangeirismo, o autor recorreu a um recurso denominado:

(A) Eufemismo

(B) Antítese.

(C) Aliteração

(D) Onomatopeia.

(E) Hipérbole.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

13. No retângulo que se segue, ocorrem pelo menos quatro


figuras de linguagem. Marque a alternativa na qual três
dessas figuras estão corretamente identificadas:

ELE LÁ, ELA ACOLÁ


É possível que dois pombinhos vivam em
cidades diferentes e permaneçam casados?
(Veja, 8 mar/2000 )

(A) antítese - elipse – eufemismo

(B) elipse - metáfora - silepse

(C) metáfora - antítese – hipérbole

(D) elipse - eufemismo - metáfora

(E) elipse - antítese – metáfora

14. Atente para a leitura do seguinte fragmento de texto:

“Genericamente falando, o sucesso é ingrato com o ídolo. Faca


afiada de dois gumes. Roda gigante que o leva ao topo, num
instante, e ao nível do chão, em outro. Aplausos, tapinhas nas
costas, sorrisos e rapapés, quando tudo anda bem. Narizes
torcidos, olhares enviesados, esquecimento, bagaço de laranja
jogado no saco do lixo, quando a onda passa.”

(DANDÃO, Francisco. Domingos Barbosa (quem?) in A


arte do chute na rede do improvável: crônicas esportivas.)

O trecho de Francisco Dandão vem enriquecido de


recursos estilísticos que o tornam bastante expressivo.
Dentre estes recursos, dois se destacam, caracterizando a
linguagem como:

(A) metafórica e eufemística

(B) metafórica e antitética

263

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17 | Figuras de linguagem

(C) hiperbólica e eufemística

(D) permeada de inversões e frases quebradas

(E) hiperbólica e sinestésica

15. O recurso poético da sinestesia (cruzamento de


sensações – táteis, visuais, olfativas, etc.) pode ser
verificado em:

(A) “entraremos na densa mata” e “resumo de todas


as vidas”

(B) “invisíveis cânticos” e “respiraremos a frescura


dos verdes reinos encantados”

(C) “E tão românticos seremos” e “magoado


romantismo”

(D) “Nas pedras, à sombra, sentados” e “em busca de


fl ores de prata”

(E) “e choraremos sua história” e “E tão românticos


seremos”

16. Leia o poema a seguir, de Nelson Sargento

Agoniza mas não morre

Samba, Agoniza mas não morre / Alguém sempre te socorre /


Antes do suspiro derradeiro / Samba, / Negro forte, destemido, /
Foi duramente perseguido / Na esquina, no botequim, no terreiro,
/ Samba, / Inocente pé no chão / A fidalguia do salão / Te abraçou,
te envolveu / Mudaram toda tua estrutura, / Te impuseram outra
cultura / E você nem percebeu.

O samba é personificado em todo este texto. As


características a ele atribuídas indicam uma transformação

264

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

ao longo do tempo. Com base no trecho que vai do verso 5


ao verso 12, compare duas características que revelem essa
transformação. Justifique sua resposta.

17. Na frase “(...) data de nossa independência política, e do meu


primeiro cativeiro pessoal”, ocorre o mesmo recurso
expressivo de natureza semântica que em:

(A) Meu coração / Não sei por quê / Bate feliz /


Quando te vê.

(B) Há tanta vida lá fora / Aqui dentro, sempre /


Como uma onda no mar.

(C) Brasil, meu Brasil brasileiro / Meu mulato


inzoneiro / Vou cantar-te nos meus versos.

(D) Se lembra da fogueira / Se lembra dos balões / Se


lembra dos luares. Dos sertões?

(E) Meu bem querer / É segredo é sagrado / Está


sacramentado / Em meu coração.

Gabarito
1) C

2) (A) O recurso sonoro empregado nos versos de Carlos


Drummond de Andrade é a aliteração, a repetição das
consoantes d, b, t e r, com a qual consegue reproduzir no
poema o som do dobrado, uma música de marcha militar.

(B) Os repuxos são chafarizes de jardim que, apavorados


pela invasão da banda preta e vermelha, fogem porque a
doçura daquele local não mais existe, roubada que foi pelo
dobrado da banda.

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17 | Figuras de linguagem

3) (A) A frase “estou lúcido, pai, sei onde me contradigo” é


um exemplo de linguagem denotativa, pois as palavras
foram empregadas em seu sentido primeiro, básico e
corrente. Estar lúcido significa discernir ou raciocinar com
clareza, e me contradigo denota que o emissor conhece as
incoerências do seu discurso.

(B) O sentido conotativo ou figurado da frase está na


antítese entre farelo e grão, ambas as palavras empregadas
como metáforas. Farelo, aqui, não significa “grão
fragmentado”, “resíduo”, mas, por relação de semelhança,
“algo ruim”. Em oposição, grão é o “bom”. No contexto em
que aparecem, farelo indica a parte objetável, criticável ou
errada do discurso do emissor; grão, por outro lado, seria o
que ele disse de verdadeiro e correto.

4) (A) Primeira metáfora: “... o mundo é um moinho”.


Desdobramentos: “[O mundo] Vai triturar teus sonhos...” e
“Vai reduzir as ilusões a pó.”. O autor utiliza uma gradação
(“triturar” / “reduzir a pó”) para falar das decepções,
frustrações e do aniquilamento dos sonhos e esperanças
dos indivíduos.

(B) _ “Ouça-me”: ouve-me; _ “Preste atenção”: presta


atenção.

5) D

6) B

7) D

8) B

9) Os aspectos são o visual e o tátil. O efeito se deu graças à


concentração de expressões que evocam os dois sentidos,
por exemplo: claridade, ruiva, calor, flamejava, deserto,
ruivo, faiscante; todas, diretamente ou por associação,
remetem a uma tonalidade amarela — aludindo ao sol —

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

que cria uma sensação de luminosidade intensa, visual, que


queima, tátil.

10) B – Metonímia é uma figura em que se estabelece uma


relação de pertinência entre dois termos, usando-se um
pelo outro, no caso, “engenharia” por engenheiros (a
profissão pelo profissional).

11) E

12) A

13) E

14) B

15) B

16) A comparação entre o samba popular e o samba já


assumido pela classe média (salão). Essa comparação pode
ser vista pelos versos 10 e 11.

17) B

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17 | Figuras de linguagem

268

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CAPÍTULO

|18
Tipos e Gêneros Textuais
Narração
Modalidade em que um narrador, participante ou não,
conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num
determinado tempo e lugar, envolvendo certos
personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma
relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal
predominante é o passado. Estamos cercados de narrações
desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do
cotidiano. É o tipo predominante nos gêneros: conto,
fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato,
etc.

Descrição
Um texto em que se faz um retrato por escrito de um
lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de
palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela
sua função caracterizadora. Numa abordagem mais
abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos.
Não há relação de anterioridade e posterioridade. Significa
"criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer
uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a
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18 | Tipos e gêneros textuais

que o texto se Pega. É um tipo textual que se agrega


facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais.
Tem predominância em gêneros como: cardápio, folheto
turístico, anúncio classificado, etc.

Dissertação
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um
assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do objetivo do
autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.

Dissertação-Exposição
Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um
saber teórico. Apresenta informações sobre assuntos, expõe,
reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto
expositivo apenas expõe ideias sobre um determinado
assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: aula,
resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos
de revistas e jornais, etc.

Dissertação-Argumentação
Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de
ideias ou um ponto de vista do autor. O texto, além de
explicar, também persuade o interlocutor, objetivando
convencê-lo de algo. Caracteriza-se pela progressão lógica
de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É tipo
predominante em: sermão, ensaio, monografia, dissertação,
tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de jornais e
revistas.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Injunção / Instrucional
Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem
objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o
uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo
indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e
instruções para montagem ou uso de aparelhos e
instrumentos; textos com regras de comportamento; textos
de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas,
cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.).

Muitos estudiosos do assunto listam apenas os


tipos acima. Alguns outros consideram que
existe também o tipo predição.

Predição
Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor
a crer em alguma coisa, a qual ainda está por ocorrer. É o
tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas,
previsões meteorológicas, previsões escatológicas/
apocalípticas.

Alguns estudiosos listam também o tipo


Dialogal, ou Conversacional. Entretanto, esse
nada mais é que o tipo narrativo aplicado em
certos contextos, pois toda conversação
envolve personagens, um momento temporal
(não necessariamente explícito), um espaço
(real ou virtual), um enredo (assunto da
conversa) e um narrador, aquele que relata a
conversa.

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18 | Tipos e gêneros textuais

Dialogal / Conversacional
Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o
tipo predominante nos gêneros: entrevista, conversa
telefônica, chat, etc.

Gêneros Textuais
Os Gêneros textuais são as estruturas com que se
compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. Essas
estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm
sempre muito parecidas, com características comuns,
procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e
ocorrem em situações específicas. Pode-se dizer que se
tratam das variadas formas de linguagem que circulam em
nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada
gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser
identificado e diferenciado dos demais através de suas
características. Exemplos:

 Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao


leitor", tende a ser do tipo dissertativo-
argumentativo com uma linguagem formal, em que
se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se trata
de "carta pessoal", a presença de aspectos narrativos
ou descritivos e uma linguagem pessoal é mais
comum. No caso da "carta denúncia", em que há o
relato de um fato que o autor sente necessidade de o
exporão seu público, os tipos narrativos e
dissertativo-expositivo são mais utilizados.
 Propaganda: é um gênero textual dissertativo-
expositivo onde há a o intuito de propagar
informações sobre algo, buscando sempre atingir e
influenciar o leitor apresentando, na maioria das

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

vezes, mensagens que despertam as emoções e a


sensibilidade do mesmo.
 Bula de remédio: trata-se de um gênero textual
descritivo, dissertativo-expositivo e injuntivo que
tem por obrigação fornecer as informações
necessárias para o correto uso do medicamento.
 Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo
que tem por objetivo informar a fórmula para
preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e
o preparo destes, além disso, com verbos no
imperativo, dado o sentido de ordem, para que o
leitor siga corretamente as instruções.
 Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num
guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo
a passo e de maneira simplificada, como fazer algo.
 Editorial: é um gênero textual dissertativo-
argumentativo que expressa o posicionamento da
empresa sobre determinado assunto, sem a
obrigação da presença da objetividade.
 Notícia: podemos perfeitamente identificar
características narrativas, o fato ocorrido que se deu
em um determinado momento e em um
determinado lugar, envolvendo determinadas
personagens. Características do lugar, bem como
dos personagens envolvidos são, muitas vezes,
minuciosamente descritos.
 Reportagem: é um gênero textual jornalístico de
caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem,
por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de
uma maneira clara, com linguagem direta.
 Entrevista: é um gênero textual fundamentalmente
dialogal, representado pela conversação de duas ou
mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s),
para obter informações sobre ou do entrevistado, ou
de algum outro assunto. Geralmente envolve

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18 | Tipos e gêneros textuais

também aspectos dissertativo-expositivos,


especialmente quando se trata de entrevista a
imprensa ou entrevista jornalística. Mas pode
também envolver aspectos narrativos, como na
entrevista de emprego, ou aspectos descritivos,
como na entrevista médica.
 História em quadrinhos: é um gênero narrativo que
consiste em enredos contados em pequenos quadros
através de diálogos diretos entre seus personagens,
gerando uma espécie de conversação.
 Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz
uma espécie de ilustração cômica, através de
caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira,
crítica ou comentário sobre algum acontecimento
atual, em sua grande maioria.
 Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos.
Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes.
Rimas e métrica também podem fazer parte de sua
composição. Pode ou não ser poético. Dependendo
de sua estrutura, pode receber classificações
específicas, como haicai, soneto, epopeia, poema
figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de
aspectos narrativos e descritivos são mais frequentes
neste gênero. Importante também é a distinção entre
poema e poesia. Poesia é o conteúdo capaz de
transmitir emoções por meio de uma linguagem, ou
seja, tudo o que toca e comove pode ser considerado
como poético. Assim, quando aplica-se a poesia ao
gênero <poema>, resulta-se em um poema poético,
quando aplicada à prosa, resulta-se na prosa poética
(até mesmo uma peça ou um filme podem ser assim
considerados).
 Canção: possui muitas semelhanças com o gênero
poema, como a estruturação em estrofes e as rimas.
Ao contrário do poema, costuma apresentar em sua

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

estrutura um refrão, parte da letra que se repete ao


longo do texto, e quase sempre tem uma interação
direta com os instrumentos musicais. A tipologia
narrativa tem prevalência neste caso.
 Adivinha: é um gênero cômico, o qual consiste em
perguntas cujas respostas exigem algum nível de
engenhosidade. Predominantemente dialogal.
 Anais: um registro da história resumido,
estruturado ano a ano. Atualmente, é utilizado para
publicações científicas ou artísticas que ocorram de
modo periódico, não necessariamente a cada ano.
Possui caráter fundamentalmente dissertativo.
 Anúncio publicitário: utiliza linguagem apelativa
para persuadir o público a desejar aquilo que é
oferecido pelo anúncio. Por meio do uso criativo das
imagens e da linguagem, consegue utilizar todas as
tipologias textuais com facilidade.
 Boletos, faturas, carnês: predomina o tipo descrição
nestes casos, relacionados a informações de um
indivíduo ou empresa. O tipo injuntivo também se
manifesta, através da orientação que cada um traz.
 Profecia: em geral, estão em um contexto religioso, e
tratam de eventos que podem ocorrer no futuro da
época do autor. A predominância é a do tipo
preditivo, havendo também características dos tipos
narrativo e descritivo.

Gêneros Literários
Gênero Narrativo
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários
reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático.
Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser
considerado apenas uma variante do gênero literário
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18 | Tipos e gêneros textuais

narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa


com características diferentes: o romance, a novela, o conto,
a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras
narrativas possuem elementos estruturais e estilísticos em
comum e devem responder a questionamentos, como:
quem? como? quando? onde?

Gênero Dramático
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro.
Nesse tipo de texto, não há um narrador contando a
história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada
por atores, que assumem os papéis das personagens nas
cenas.

Gênero Lírico
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala
no poema e que nem sempre corresponde à do autor)
exprime suas emoções, ideias e impressões em face do
mundo exterior. Normalmente os pronomes e os verbos
estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva
da linguagem.

Exercícios
01. Preencha os parênteses com os números
correspondentes; em seguida, assinale a alternativa que
indica a correspondência correta.

1. Narrar

2. Argumentar

3. Expor
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

4. Descrever

5. Prescrever

( ) Ato próprio de textos em que há a presença de


conselhos e indicações de como realizar ações, com
emprego abundante de verbos no modo imperativo.

( ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de


ideias sobre determinado assunto, assim como explicações,
avaliações e reflexões. Faz-se uso de linguagem clara,
objetiva e impessoal.

( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício


ou não, acontecido num determinado espaço e tempo,
envolvendo personagens e ações. A temporalidade é fator
importante nesse tipo de texto.

( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva


ou subjetiva, um lugar, uma pessoa, um objeto etc., com
abundância do uso de adjetivos. Não há relação de
temporalidade.

( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e


exposição de ideias, cuja preocupação é a defesa de um
ponto de vista. Sua estrutura básica é: apresentação de ideia
principal, argumentos e conclusão.

(A) 3, 5, 1, 2, 4

(B) 5, 3, 1, 4, 2

(C) 4, 2, 3, 1, 5

(D) 5, 3, 4, 1, 2

(E) 2, 3, 1, 4, 5

02. Sobre os tipos textuais, é correto afirmar, exceto:

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18 | Tipos e gêneros textuais

(A) Os tipos textuais são caracterizados por


propriedades linguísticas, como vocabulário, relações
lógicas, tempos verbais, construções frasais, etc.

(B) Os tipos textuais são: narração, argumentação,


descrição, injunção e exposição.

(C) Geralmente variam entre cinco e nove tipos.

(D) Possuem um conjunto ilimitado de características,


que são determinadas de acordo com o estilo do
autor, conteúdo, composição e função.

(E) Os tipos de textos apresentam características


intrínsecas e invariáveis, ou seja, não sofrem a
influência do contexto de nossas atividades
comunicativas. De maneira predeterminada,
apresentam vocabulário, relações lógicas, tempos
verbais e construções frasais que acolhem os diversos
gêneros.

03. Analise os fragmentos a seguir e assinale a alternativa


que indique as tipologias textuais às quais eles pertencem:

Texto I

“Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e,


assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar,
encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando,
sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra
o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se
não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se
ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia
sofrer de ataque (...)”. (Dalton Trevisan – Uma vela para Dario).

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Texto 2

“Era um homem alto, robusto, muito forte, que caminhava


lentamente, como se precisasse fazer esforço para movimentar seu
corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma cara de menino,
que a expressão alegre acentuava ainda mais.”

Texto 3

Novas tecnologias

Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das


novas tecnologias, principalmente aquelas ligadas às atividades de
telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já
chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o
mundo” “fetichizam” novos produtos, transformando-os em
objetos do desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo
carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” tão
festejado.

Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um


aparelho midiático perverso, ou de um aparelho capitalista
controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de
dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica de
dependência mútua com os veículos de comunicação, que se
estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal
transformado em objeto público de entretenimento.

Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão,


somos livres para nos aprisionar, por espontânea vontade, a esta
relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual
tanto controlamos quanto somos controlados.

SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo.

Texto 4

Modo de preparo:

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18 | Tipos e gêneros textuais

1. Bata no liquidificador primeiro a cenoura com os ovos e


o óleo, acrescente o açúcar e bata por 5 minutos;

2. Depois, numa tigela ou na batedeira, coloque o restante


dos ingredientes, misturando tudo, menos o fermento;

3. Esse é misturado lentamente com uma colher;

4. Asse em forno preaquecido (180° C) por 40 minutos.

(A) narração – descrição – dissertação – prescrição.

(B) descrição – narração – dissertação – prescrição.

(C) dissertação – prescrição – descrição – narração.

(D) prescrição – descrição – dissertação – narração

Gabarito
1) B

2) D (Os tipos textuais variam entre cinco e nove modelos,


apresentando um número limitado de características.
Diferentemente dos gêneros textuais, os tipos não sofrem a
influência do contexto das atividades comunicativas.)

3) A

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Questões de Simulado
Simulado 01
Ajuste fiscal esbarra na injusta carga tributária
brasileira

Recessão afetou consumo, fonte de mais da metade da


arrecadação nacional. Países desenvolvidos preferem taxar
renda e patrimônio.

O ajuste fiscal do governo produziu um resultado


oposto ao pretendido, como se vê no Orçamento proposto
para 2016, com um rombo de 30 bilhões de reais e
estimativas de que a dívida pública só cairá no último ano
da gestão Dilma Rousseff. Não era difícil imaginar o tiro no
pé. Ao contrário dos países desenvolvidos, a carga
tributária brasileira, principal fonte de dinheiro do poder
público, concentra-se no consumo. E este recuou junto com
o PIB, graças à recessão causada pelo ajuste.

Em 2013, último dado disponível na Receita Federal,


51,3% da arrecadação no País nasceu da taxação sobre o
comércio de bens e serviços. Entram na conta impostos
federais (Cofins, PIS e IPI), o ICMS estadual e o ISS
municipal. Nos países ricos, o peso da tributação do
consumo é bem menor. Na média dos filiados à
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico (OCDE), é de 34%, segundo dados de 2010. Na
OCDE, prefere-se taxar mais a renda e o patrimônio (38%
da carga total) do que no Brasil (22%).

O consumo é a base do maior imposto do País, o ICMS,


que em 2013 respondeu por 7,5 pontos percentuais da carga
tributária de 35,9%. No primeiro semestre, porém, o varejo
teve o pior resultado em 12 anos. Não podia ser diferente.
Graças ao ajuste fiscal, houve 500 mil demissões de janeiro
a julho, algo inédito desde 2002. A taxa oficial de
281

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Questões de Simulado

desemprego subiu de 4,3% para 7,5%, enquanto a renda


média estacionou em 2,1 mil reais mensais. Não surpreende
que a Cofins, quarto maior tributo do País, tenha, de janeiro
a julho, gerado 3% a menos do que na comparação com os
mesmos sete meses de 2014. Uma perda de 5 bilhões de
reais.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sabe da


importância do consumo para as finanças públicas. No
segundo semestre de 2014, antes de ser chamado para o
cargo, Levy publicou um artigo sobre “Robustez Fiscal”.
Escreveu ele: “A maior incidência dos tributos no Brasil se
dá sobre a cesta de consumo, onerada tanto pelos impostos
federais quanto estaduais e municipais (ICMS, IPI, ISS e
PISCOFINS). Essa incidência é muito maior do que na
maioria dos países, inclusive desenvolvidos, e tem efeitos
negativos sobre a distribuição de renda.”

Os “efeitos negativos sobre a distribuição de renda”


podem ser traduzidos em linguagem didática. “No ato do
consumo, o rico, o pobre e a classe média pagam o mesmo
imposto. Se o imposto é elevado, pior ainda, porque o
pobre pagará uma carga desproporcional à sua renda.
Portanto, melhor é que o imposto sobre o consumo seja
baixo”, diz o economista João Sicsú, ex-diretor de Estudos e
Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea).

Os alimentos são um exemplo ilustrativo dos efeitos


perversos da tributação sobre o consumo. A alimentação
tem um peso aproximado de 20% no orçamento das
famílias brasileiras. Segundo levantamento da Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a taxação
média nos alimentos é de 17%. Nos principais países da
União Europeia, diz Sicsú, é de 5%. Na Inglaterra, é zero.
Em 34 dos 50 estados norte-americanos, idem.

282

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Para Sicsú, a crise fiscal brasileira oferece uma


oportunidade para se discutir a reforma do sistema
tributário, de modo a reequilibrar o ônus entre os
segmentos da sociedade. Ao mesmo tempo em que
desoneraria o consumo, afirma, o Estado deveria carregar
mais na taxação da renda e do patrimônio, especialmente
sobre os mais ricos. Opções para a nova equação não
faltam.

Os lucros e dividendos recebidos por sócios e donos de


empresas são isentos de imposto de renda, jabuticaba
existente só no Brasil e na Estônia, segundo o economista
Rodrigo Orair, pesquisador do Ipea. Nas contas dele,
acabar com a mordomia poderia render uns 50 bilhões de
reais por ano.

O imposto de renda cobrado das pessoas físicas tem


alíquota máxima de 27,5% no Brasil. É a menor alíquota
máxima entre todos os 116 países que tiveram seus
sistemas tributários pesquisados por uma consultoria, a
KPMG. Nos Estados Unidos, o teto é de 39,6%. Japão e
Chile cobram 40%. Inglaterra, Austrália e França, 45%.

O IPTU dos fazendeiros, o ITR, rende 800 milhões de


reais por ano e deveria gerar bem mais, segundo o
economista José Roberto Afonso, incrédulo com uma
arrecadação “insignificante em um país de tais dimensões”.

Os impostos sobre herança e doações também oferecem


“um enorme espaço fiscal”, na opinião dele. A taxação das
heranças morde no máximo 8% e representa irrisórios
0,09% da carga tributária total, 4 bilhões de reais em 2013.
Na Inglaterra, diz Sicsú, a mordida chega a 40%. No Chile,
a 35%. No Japão, a 55%. Na França, a 60%.

Proposto pelo governo ao Congresso com previsão de


déficit, a lei orçamentária de 2016 deverá sofrer ajustes
durante sua votação pelos parlamentares até dezembro. Há
283

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Questões de Simulado

boas chances de vingar uma solução via aumento de


impostos. “A perda do grau de investimento”, diz o relator-
geral do orçamento, deputado Ricardo Barros (PP-PR), “é
mais cara do que algum aumento de carga tributária. O
setor produtivo sabe disso e vai apoiar.”

Será que o capital também toparia uma reformulação


mais profunda da tributação nacional? (Carta Capital, por
André Barrocal)

01. O único segmento do texto que não se enquadra no seu


próprio tema central é:

(A) “...acabar com a mordomia poderia render uns 50


bilhões de reais por ano.”

(B) “Nos países ricos, o peso da tributação do


consumo é bem menor.”

(C) “O consumo é a base do maior imposto do País, o


ICMS...”

(D) “...melhor é que o imposto sobre o consumo seja


baixo”

(E) “A alimentação tem um peso aproximado de 20%


no orçamento das famílias brasileiras.”

Gabarito: A

O tema central do texto gira em torno de


dois conceitos: consumo e imposto. Todas as
opções se referem direta ou indiretamente a
essas duas ideias, exceto a letra A

284

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02. O texto se vale de diversas estratégias argumentativas,


que têm por objetivo sustentar a ideia central do texto sobre
o fato de a recessão ter afetado o consumo.

A alternativa que NÃO apresenta uma forma de estratégia


é:

(A) Fato-exemplo

(B) Dados estatísticos

(C) Argumento de autoridade

(D) Comparação

(E) Contra-argumentação

Gabarito: E

Ocorre “fato-exemplo” quando se explicita


uma constatação a fim de exemplificar
determinado ponto. Isso ocorre em alguns
momentos do texto, como no primeiro
parágrafo. Os “dados estatísticos” são
usados como forte recurso retórico, devido
ao peso dos números sobre uma tese. Isso
ocorre em alguns momentos do texto; basta
ver o elemento “%”. O “argumento de
autoridade ou “testemunho de autoridade”
ocorre quando se cita alguém
importante/relevante ou aquilo que este
alguém disse dentro do assunto tratado. Isso
ocorre no texto quando se apresenta o nome
e o cargo de alguém. A “comparação” se
estabelece no texto quando se comparam
países e seus modos de tributação. A
“contra-argumentação” é uma estratégia
retórica que apresenta uma ideia diferente
285

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Questões de Simulado

da tese usada pelo autor do texto para em


seguida refutá-la, a fim de enfraquecer tese
alheia. Isso não ocorre no texto.

03. “A taxação das heranças morde no máximo 8% e


representa irrisórios 0,09% da carga tributária total, 4
bilhões de reais em 2013.”

O segmento acima tem dois elementos sublinhados, que


podem ser substituídos sem prejuízo do sentido, por duas
palavras de sentido não figurado.

(A) Come / insignificantes

(B) Devora / desimportantes

(C) Retira / diminutos

(D) Consome / significativos

(E) Suprime / relevantes

Gabarito: C

Os verbos “comer” e “devorar” têm sentido


figurado, por isso as opções A e B estão
excluídas. Os adjetivos “significativos” e
“relevantes” têm sentido diverso de
“irrisórios”. Logo, as opções D e E estão
excluídas. Sendo assim, por exclusão, a
melhor resposta é a letra C.

04. “E este recuou junto com o PIB, graças à recessão


causada pelo ajuste.”

286

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A expressão destacada têm papel coesivo semelhante a


determinada expressão abaixo. Aponte-a.

(A) A despeito de

(B) Em face de

(C) Em prol de

(D) À guisa de

(E) Com o escopo de

Gabarito: B

A primeira expressão indica concessão; a


segunda indica causa, por isso pode
substituir “graças a”; a terceira indica
favor/benefício; a quarta indica modo; a
última indica finalidade.

05. O efeito de sentido da charge é provocado pela


combinação de informações visuais e recursos linguísticos.
No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à:

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Questões de Simulado

(A) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da


expressão “rede social” para transmitir a ideia que
pretende veicular.

(B) ironia para conferir um novo significado ao termo


“outra coisa”.

(C) homonímia para opor, a partir do advérbio de


lugar, o espaço da população pobre e o espaço da
população rica.

(D) personificação para opor o mundo real pobre ao


mundo virtual rico.

(E) antonímia para comparar a rede mundial de


computadores com a rede caseira de descanso da
família.

Gabarito: A

A polissemia, propriedade que uma mesma


palavra tem de apresentar múltiplos
significados, está presente na expressão
“rede social”, que, graças aos recursos
visuais, não pode ser confundida com as
redes sociais virtuais, como Facebook,
Twitter etc. Portanto, é a melhor opção de
resposta; Ironia é uma figura que consiste
em empregar determinada palavra ou
expressão em sentido oposto ao seu sentido
habitual. Isso não se verifica na charge;
Homonímia ocorre quando as palavras
apresentam a mesma grafia e/ou a mesma
pronúncia e significados distintos. Isso não
se verifica na charge; Personificação é uma
figura caracterizada pela atribuição de uma
propriedade de um ser vivo, ser humano ou
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

animal, a um ser abstrato ou concreto


inanimado. Isso não se verifica na charge;
Antonímia ocorre quando as palavras
apresentam, entre si, significados opostos.
Isso não se verifica na charge.

Simulado 02
O jeitinho brasileiro e o homem cordial

O jeitinho caracteriza-se como ferramenta típica de


indivíduos de pouca influência social. Em nada se relaciona
com um sentimento revolucionário, pois aqui não há o
ânimo de se mudar o status quo. O que se busca é obter um
rápido favor para si, às escondidas e sem chamar a atenção;
por isso, o jeitinho pode ser também definido como
"molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar bem" em
uma situação "apertada".

Sérgio Buarque de Holanda, em O Homem Cordial, fala


sobre o brasileiro e uma característica presente no seu
modo de ser: a cordialidade. Porém, cordial, ao contrário
do que muitas pessoas pensam, vem da palavra latina cor,
cordis, que significa coração. Portanto, o homem cordial não
é uma pessoa gentil, mas aquele que age movido pela
emoção no lugar da razão, não vê distinção entre o privado
e o público, detesta formalidades, põe de lado a ética e a
civilidade.

Em termos antropológicos, o jeitinho pode ser atribuído


a um suposto caráter emocional do brasileiro, descrito
como “o homem cordial” pelo antropólogo. No livro Raízes
do Brasil, esse autor afirma que o indivíduo brasileiro teria
desenvolvido uma histórica propensão à informalidade.
Deve-se isso ao fato de as instituições brasileiras terem sido
concebidas de forma coercitiva e unilateral, não havendo

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Questões de Simulado

diálogo entre governantes e governados, mas apenas a


imposição de uma lei e de uma ordem consideradas
artificiais, quando não inconvenientes aos interesses das
elites políticas e econômicas de então. Daí a grande
tendência fratricida observada na época do Brasil Império,
que é bem ilustrada pelos episódios conhecidos como
Guerra dos Farrapos e Confederação do Equador.

Na vida cotidiana, tornava-se comum ignorar as leis em


favor das amizades. Desmoralizadas, incapazes de se
impor, as leis não tinham tanto valor quanto, por exemplo,
a palavra de um “bom” amigo. Além disso, o fato de
afastar as leis e seus castigos típicos era uma prova de boa-
vontade e um gesto de confiança, o que favorecia boas
relações de comércio e tráfico de influência. De acordo com
testemunhos de comerciantes holandeses, era impossível
fazer negócio com um brasileiro antes de fazer amizade
com ele. Um adágio da época dizia que “aos inimigos, as
leis; aos amigos, tudo”. A informalidade era – e ainda é –
uma forma de se preservar o indivíduo.

Sérgio Buarque avisa, no entanto, que esta


"cordialidade" não deve ser entendida como caráter
pacífico. O brasileiro é capaz de guerrear e até mesmo
destruir; no entanto, suas razões animosas serão sempre
cordiais, ou seja, emocionais.

(In: www.wikipedia.org - com adaptações.)

01. De acordo com o texto, é incorreto afirmar que:

(A) o jeitinho brasileiro é um comportamento típico


de indivíduos de pouca influência social e avessos a
formalidades.

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(B) a instituição do jeitinho tem origem, segundo os


antropólogos, no comprovado caráter emocional do
brasileiro.

(C) a imposição de leis e de ordens tidas como


artificiais pode explicar a propensão do brasileiro para
driblar normas.

(D) na sociedade colonial, era comum observar que o


brasileiro tendia a valorizar a amizade em detrimento
da própria lei.

(E) o indivíduo que utiliza a ferramenta do jeitinho


age por emoção, ignorando os limites entre as esferas
pública e privada.

Gabarito: B

Na letra A, as afirmações podem ser


verificadas no texto: “o jeitinho brasileiro é
um comportamento típico de indivíduos de
pouca influência social” está literalmente
expresso na primeira linha do texto. E
“avessos a formalidades” está no fim do
segundo parágrafo “detesta formalidades”;
Na letra B, ocorre uma pegadinha muito
comum nas provas de concursos públicos.
Houve a troca de uma palavra do texto por
outra. Na alternativa aparece a palavra
COMPROVADO e no texto original a
palavra é SUPOSTO. Isso é o suficiente para
assinalar o erro na alternativa. Como
estamos procurando a opção incorreta, a
letra B é o nosso gabarito;
Na letra C, a afirmação está correta e pode
ser verificada no terceiro parágrafo: “No
livro Raízes do Brasil, esse autor afirma que
o indivíduo brasileiro teria desenvolvido
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Questões de Simulado

uma histórica propensão à informalidade.


Deve-se isso ao fato de as instituições
brasileiras terem sido concebidas de forma
coercitiva e unilateral, não havendo diálogo
entre governantes e governados, mas apenas
a imposição de uma lei e de uma ordem
consideradas artificiais, quando não
inconvenientes aos interesses das elites
políticas e econômicas de então.”;
Na letra D, a assertiva está perfeita e pode
ser observada no quarto parágrafo: “Na vida
cotidiana, tornava-se comum ignorar as leis
em favor das amizades. Desmoralizadas,
incapazes de se impor, as leis não tinham
tanto valor quanto, por exemplo, a palavra
de um “bom” amigo. Além disso, o fato de
afastar as leis e seus castigos típicos era uma
prova de boa-vontade e um gesto de
confiança, o que favorecia boas relações de
comércio e tráfico de influência. De acordo
com testemunhos de comerciantes
holandeses, era impossível fazer negócio
com um brasileiro antes de fazer amizade
com ele.”;
Na letra E, a afirmação está correta e pode
ser verificada no quinto parágrafo: “Sérgio
Buarque avisa, no entanto, que esta
"cordialidade" não deve ser entendida como
caráter pacífico. O brasileiro é capaz de
guerrear e até mesmo destruir; no entanto,
suas razões animosas serão sempre cordiais,
ou seja, emocionais.”.

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02. Com relação à estruturação do texto e dos parágrafos,


analise as afirmativas a seguir:

I. O segundo parágrafo introduz o tema, discorrendo


sobre a origem etimológica de jeitinho.

II. O quarto parágrafo apresenta um fato que busca


explicar a disposição para a informalidade nas
relações comerciais.

III. O quinto parágrafo esclarece as diferenças entre as


noções de cordialidade e passividade, que não são
sinônimas.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I está correta.

(B) se somente a afirmativa II está correta.

(C) se somente a afirmativa III está correta.

(D) se somente as afirmativas II e III estão corretas.

(E) se todas as afirmativas estão corretas.

Gabarito: D

Vamos analisar as proposições.


A primeira proposição afirma que o segundo
parágrafo introduz o tema do texto,
discorrendo sobre a origem etimológica de
jeitinho. Contudo, a afirmação não é válida,
pois o tema foi introduzido no PRIMEIRO
parágrafo: “O jeitinho caracteriza-se como
ferramenta típica de indivíduos de pouca
influência social.
Em nada se relaciona com um sentimento
revolucionário, pois aqui não há o ânimo de
se mudar o status quo. O que se busca é
obter um rápido favor para si, às escondidas
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Questões de Simulado

e sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho


pode ser também definido como "molejo",
"jogo de cintura", habilidade de se "dar bem"
em uma situação "apertada".”.
A segunda proposição está correta e pode
ser verificada no quarto parágrafo mesmo:
“Na vida cotidiana, tornava-se comum
ignorar as leis em favor das amizades.
Desmoralizadas, incapazes de se impor, as
leis não tinham tanto valor quanto, por
exemplo, a palavra de um “bom” amigo.
Além disso, o fato de afastar as leis e seus
castigos típicos era uma prova de boa-
vontade e um gesto de confiança, o que
favorecia boas relações de comércio e tráfico
de influência. De acordo com testemunhos
de comerciantes holandeses, era impossível
fazer negócio com um brasileiro antes de
fazer amizade com ele. Um adágio da época
dizia que “aos inimigos, as leis; aos amigos,
tudo”. A informalidade era – e ainda é –
uma forma de se preservar o indivíduo.”.
A terceira proposição também está correta e
pode ser verificada no quinto parágrafo do
texto: “Sérgio Buarque avisa, no entanto, que
está "cordialidade" não deve ser entendida
como caráter pacífico. O brasileiro é capaz
de guerrear e até mesmo destruir; no
entanto, suas razões animosas serão sempre
cordiais, ou seja, emocionais.”.
Dessa forma, apenas as afirmações II e III
estão corretas.

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03. No que se refere ao emprego do acento indicativo de


crase e à colocação do pronome, a alternativa que completa
corretamente a frase "O palestrante deu um conselho..." é:

(A) à alguns jovens que escutavam-no.

(B) à estes jovens que o escutavam.

(C) àqueles jovens que o escutavam.

(D) à juventude que escutava-o.

(E) à uma porção de jovens que o escutava.

Gabarito: C

A) não podemos ter o acento indicativo da


crase porque o pronome indefinido
ALGUNS não admite artigo, portanto o
termo A seria apenas uma preposição
exigida pelo verbo DAR.
Outro erro ocorre em relação ao processo de
colocação pronominal, pois o pronome
relativo QUE é uma palavra atrativa e, por
isso, o pronome oblíquo átono deve ficar
antes do verbo, formando uma próclise.
B) o acento indicativo de crase está incorreto,
pois o pronome demonstrativo ESTES não
admite artigo. Portanto, o termo A é apenas
uma preposição exigida pelo verbo. A
colocação pronominal da frase está correta.
C) está tudo correto. O acento grave
indicativo de crase ocorre sempre que um
termo anterior exige a preposição A e o
posterior for um dos demonstrativos
AQUELE/AQUELES, AQUELA/AQUELAS,
AQUILO. Assim, a fusão se dá com o A dos
demonstrativos. O processo de colocação
pronominal está correto, já que a próclise se
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Questões de Simulado

dá pela presença do pronome relativo QUE.


D) a crase está correta, pois o verbo DAR
exige a preposição A e o substantivo
feminino JUVENTUDE admite o artigo A.
Porém, o processo de colocação pronominal
está inadequado porque o pronome relativo
QUE é uma palavra atrativa e no caso em
questão deveria ocorrer uma próclise.
E) não ocorre crase diante de artigo
indefinido UMA. O termo A na estrutura é
apenas uma preposição exigida pelo termo
anterior. O processo de colação pronominal
está adequado.

04. Está plenamente correta a pontuação do seguinte


segmento:

(A) Poder viver um homem sem acesso à civilização.


Não pode: embora haja muitos que pensem o
contrário. O que não é evidentemente, o caso do
cronista.

(B) O poeta Álvares de Azevedo, no século XIX,


parecia alimentar a mesma convicção do cronista.
Embora fosse um romântico, o poeta ridicularizava os
idealistas que, tendenciosamente, omitiam as agruras
da vida natural.

(C) O cronista é um dos maiores humoristas nossos,


sem receio de ofender pontos de vista alheios,
costuma atacar o senso comum; no que este tem de
vicioso e sobretudo, artificial.

(D) Provavelmente se sentirão hostilizados, aqueles


que defendem as delícias da vida natural. Em

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

compensação: os que relutam em aceitá-la, muito se


divertirão com essa crônica.

(E) Não se privaria o cronista, do conforto que


oferecem instalações sanitárias, em nome de uma vida
mais pura e mais rústica. Por que haveríamos de
renunciar aos ganhos da civilização, pergunta-se a
ele?

Gabarito: B

Vamos analisar as opções.


A) Resposta incorreta. O período estaria
corretamente pontuado da seguinte forma:
"Poder viver um homem sem acesso à
civilização? Não pode, embora haja muitos
que pensem o contrário. O que não é,
evidentemente, o caso do cronista." Em
outras palavras, o trecho "Poder viver um
homem sem acesso à civilização" é uma
interrogação direta, devendo, portanto, ser
finalizado por ponto de interrogação. O que
se sucede a esse trecho é a resposta "Não
pode", seguida de uma oração subordinada
adverbial concessiva, introduzida pelo
conectivo embora, razão por que se justifica
o emprego da vírgula. Por fim, o excerto
adverbial evidentemente deve ser isolado
por vírgulas, a fim de denotar a intercalação
entre a forma verbal é e o predicativo.
B) Resposta correta. Em "O poeta Álvares de
Azevedo, no século XIX, parecia alimentar a
mesma convicção do cronista", a expressão
adverbial no século XIX foi empregado entre
vírgulas para denotar a intercalação entre o
sujeito e o predicado. Continuando o trecho
contido na assertiva em análise, em "Embora
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Questões de Simulado

fosse um romântico, o poeta ridicularizada


os idealistas que, tendenciosamente,
omitiam as agruras da vida natural.", a
vírgula foi empregada após o adjetivo
romântico para denotar a antecipação da
oração subordinada adverbial "Embora fosse
um romântico". Por sua vez, as vírgulas
antes e depois de tendenciosamente
justificam-se pela intercalação da expressão
adverbial entre o sujeito e o predicado.
C) Resposta incorreta. A vírgula após o
vocábulo "nossos" deve ser substituída por
um ponto, para indicar o encerramento de
uma ideia, o término de um período: O
cronista é um dos maiores humoristas
nossos. Sem receio de ofender pontos de
vista alheios, costuma atacar (...). A vírgula
após alheios justifica-se pela presença do
termo explicativo "Sem receio de ofender
pontos de vista alheios". Por sua vez, o sinal
de ponto e vírgula foi inadequadamente
empregado, pois infringiu uma das
condições básicas: não podemos separar o a
forma verbal "atacar" do complemento "no
que este tem de vicioso". Por fim, o vocábulo
"sobretudo" deve ser isolado por vírgulas:
(...) e, sobretudo, artificial.
D) Resposta incorreta. A primeira vírgula,
após hostilizados, separa inadequadamente
o predicativo do sujeito "aqueles que
defendem das delícias da vida natural":
Aqueles que defendem as delícias da vida
natural se sentirão hostilizados(,)
provavelmente. Por sua vez, o sinal de dois-
pontos também foi empregado

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

inadequadamente após a expressão "Em


compensação". No lugar desse sinal de
pontuação dever-se-ia ter empregado a
vírgula: Em compensação, os que refutam
(...). Por fim, a vírgula antes de "muitos"
também foi empregada incorretamente.
Conforme vimos, não podemos separar o
sujeito do predicado. Logo, a reescritura
correta do excerto é: Provavelmente se
sentirão hostilizados aqueles que defendem
as delícias da vida natural. Em
compensação, os que relutam em aceitá-la
muito se divertirão com essa crônica.
E) Resposta incorreta. A primeira vírgula,
empregada após o vocábulo cronista, separa
inadequadamente o objeto indireto (do
conforto) da forma verbal privaria.
Observem como ficaria a construção do
trecho na ordem direta: O cronista não se
privaria do conforto (...).

05. A afirmativa escrita de modo inteiramente claro e


correto é:

(A) Com a navegabilidade do Oceano Ártico, vai ficar


esposto a quantidade de riquesas que existe nessa
região.

(B) A opção pela nova rota, conhecida como Passagem


Nordeste, que economizou distâncias, também
reduziu o consumo de combustível.

(C) Para se fazer com segurança a travessia de mares


gelados prescisa haver muito cuidado e precalção
contra os perigos que surgem.

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Questões de Simulado

(D) Não se deve extranhar a cobissa de alguns países


para explorar os recursos naturais que vão ser
encontrados no Ártico.

(E) Para percorrer a rota que é feita abitualmente as


embarcações estão sugeitas aos riscos permanentes
trazidos por placas de gelo.

Gabarito: B

A redação clara e correta é encontrada na


assertiva B. Sendo assim, vamos analisar os
erros das demais opções.
A) Resposta incorreta. O vocábulo
“esposto” foi grafado incorretamente. O
correto seria exposto. Além disso, essa
mesma palavra deve concordar com o
substantivo a que se refere: (...) vai ficar
exposta a quantidade. Por sua vez, o
vocábulo “riquesas” (substantivo abstrato
derivado de adjetivo) deveria ter sido
grafado com z: riquezas. Por fim, o verbo
existir deveria ter concordado com
substantivo riquezas, forma substituída pelo
pronome relativo que: (...) riquezas que
existem nessa região.
C) Resposta incorreta. Aqui, há alguns
erros. Primeiramente, temos uma oração
subordinada adverbial antecipada, ou seja,
antes da oração principal. Por essa razão,
dever-se-ia ter empregado a vírgula após o
adjetivo gelados: Para se fazer com
segurança a travessia de mares gelados,
prescisa haver (...). Notem que, nesse mesmo
trecho, o verbo precisar foi incorretamente
grafado com SC. No decorrer no período, o
substantivo precaução foi incorretamente
300

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

grafado com L.
D) Resposta incorreta. A forma verbal
extranhar estaria corretamente grafada se,
em lugar do x, fosse empregada a consoante
s: estanhar. Por sua vez, o vocábulo cobissa
também está errado, devendo ser corrigido
pela forma cobiça.
E) Resposta incorreta. Primeiramente, temos
uma oração subordinada adverbial
antecipada, ou seja, antes da oração
principal. Por essa razão, dever-se-ia ter
empregado a vírgula após o vocábulo
abitualmente: Para percorrer a rota que é
feita abitualmente, as embarcações (...).
Notem que a grafia correta seria
habitualmente (com H). Por fim, o adjetivo
sugeitas deve ser grafado com j: sujeitas.

Simulado 03
POR QUE O BRASILEIRO COMPRA LIVROS, MAS
NÃO LÊ!

Dos grandes autores, Saramago foi o mais comprado no


ano que termina. Mas não terá sido o mais lido – Faulkner,
Guimarães Rosa, Euclides da Cunha também tiveram mais
compradores que leitores. Por quê? São autores difíceis.
Difíceis em quê? Eles propõem problemas aos leitores, a
começar pelo problema da forma. O leitor médio brasileiro
só alcança o nível dos autores de entretenimento puro, de
autoajuda ou curiosidades. Não o constato para me
vangloriar, pois a cultura intelectual não confere em si
qualquer superioridade.

301

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Questões de Simulado

E por que a maioria dos brasileiros compradores de


livros não consegue ler autores “de proposta”, que nos
fazem estranhar a realidade, usando para isso alguma
criatividade formal? A primeira resposta é óbvia: o nível da
educação brasileira é baixo. Assim continuará nas próximas
décadas, se não reformarmos o ensino.

Uma segunda resposta é que a filosofia morreu.


Filosofia, como sabe o leitor, tem muitas acepções. A mais
elementar é a de sabedoria. Uma acepção mais elevada é a
disciplinar, sinônima de história da filosofia: sucessão de
escolas, grandes pensadores e sistemas de pensamento que
nos empurravam no antigo colegial. Nesses dois sentidos, a
filosofia continuará viva por muito tempo. Mas não é em
qualquer deles que falo ao dizer que a filosofia morreu; e
sua morte é uma razão de os leitores brasileiros não
conseguirem curtir autores como Saramago. É na acepção
seguinte.

A filosofia que morreu foi a arte de interpelar o mundo,


a começar por si mesmo, elaborando narrativas críticas da
vida. Uma crença das últimas gerações é a do presente
contínuo: passado e futuro, experiência e projeto,
fundamento e destino, não servem para nada. Não o
constato com saudade do tempo em que as humanidades
entupiam os currículos; não há nada no passado que deva
ser trazido de volta.

Saramago vendeu muito, mas foi pouco lido. O


português é um autor filosófico. Cada um dos seus
romances propõe, sem resolver, um problema, a começar
pela forma com que nos apresenta suas interpelações. É um
autor difícil. Nós é que de uns anos para cá ficamos fáceis.

(Joel Rufino dos Santos, Revista Época, com adaptações)

302

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

01. No segmento “Não o constato para me vangloriar...”


(parágrafo 1), o pronome empregado em terceira pessoa
refere-se:

(A) ao autor do texto em análise

(B) ao leitor médio brasileiro

(C) ao parágrafo seguinte àquele em que o pronome


se insere

(D) ao período que precede aquele em que o pronome


se insere

(E) ao problema da forma enfrentado pelos autores

Gabarito: D.

Nessa questão, trabalhou-se o conceito de


coesão, ou seja, quando um termo faz
referência a outro. Aqui, é importante que o
candidato volte ao texto. Quando o autor diz
“Não o constato”, quer dizer que constata
algo (representado pelo pronome oblíquo).
Deve-se identificar o que foi constatado pelo
autor. A constatação é de que “O leitor
médio brasileiro só alcança o nível dos
autores de entretenimento puro, de
autoajuda ou curiosidades.”. Isso está no
período anterior, portanto a resposta só
pode ser a letra D.

02. No trecho “Filosofia, como sabe o leitor, tem muitas


acepções. A mais elementar é a de sabedoria.”, na
afirmativa em destaque, faz-se uma referência:

(A) à fonologia do termo “sabedoria”

(B) à morfologia do vocábulo “sabedoria”


303

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Questões de Simulado

(C) à sintaxe da frase em destaque

(D) à grafia simples da palavra “filosofia”

(E) à etimologia da palavra “filosofia”

Gabarito: E

Quando o autor diz que a acepção mais


elementar é a sabedoria, quer dizer que é o
sentido mais simples ou essencial, no caso é
a sabedoria. Para isso, faz-se necessário o
conhecimento da palavra filosofia cuja
etimologia é philia que significa amizade e
amor fraterno; a segunda significa sabedoria
ou simplesmente saber. Filosofia significa,
portanto, amizade pela sabedoria, amor e
respeito pelo saber.

03. Dentre os segmentos abaixo, aquele cujo verbo pode ser


flexionado no singular ou no plural, sem prejuízo
semântico-gramatical, é:

(A) “E por que a maioria dos brasileiros compradores


de livros não consegue...” (l. 10/11)

(B) “Mas não terá sido o mais lido...” (l. 2)

(C) “Assim continuará nas próximas décadas...” (l.


13/14)

(D) “...não servem para nada...” (l. 27/28)

(E) “Cada um dos seus romances propõe...” (l. 32)

Gabarito: A

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Vamos às opções!
A) Em “a maioria dos brasileiros”
encontramos sujeito partitivo (ou seja, a
parte de um todo). Segundo a regra, quando
há esse tipo de sujeito, o verbo tem duas
possibilidades de concordância: concorda
com o núcleo do sujeito – a maioria (termo
no singular); ou concorda com o
especificador – dos brasileiros (termo no
plural).
B) “Mas não terá sido o mais lido” – o verbo
refere-se a Saramago (sujeito no singular).
C) o sujeito simples no singular está no
período anterior: o nível da educação
brasileira continuará. Só há possibilidade do
uso do verbo no singular.
D) o verbo está posposto ao sujeito
composto, portanto deve ficar apenas no
plural – “passado e futuro, experiência e
projeto, fundamento e destino, não servem
para nada”.
E) Em “Cada um dos seus romances
propõe...”, o verbo concorda com “um”, ou
seja, fica no singular.

04. Marque a frase gramaticalmente correta.

(A) As milhares de torcedoras lotaram a arena.

(B) Só havia 1,9 milhões na conta do político.

(C) Coitado dos policiais sem salário... É triste!

(D) Reprovaram-se as primeira e segunda série.

(E) Só elogiaremos um e outro aluno esforçado.

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Questões de Simulado

Gabarito: E

Vamos às opções!
(A) “Milhar” é substantivo masculino, logo o
artigo deve ficar no masculino: “Os milhares
de torcedoras...”.
(B) “1,9 milhão” é o certo, pois equivale a “1
milhão e novecentos mil”. Note que o
vocábulo “milhão” fica no singular, pois
concorda com o número inteiro, antes da
vírgula.
(C) Quando se usa um adjetivo anteposto a
um substantivo preposicionado, o adjetivo
concorda normalmente, logo o certo é
“Coitados dos policiais...”.
(D) Quando se usam dois ou mais numerais
ordinais, referindo-se a um substantivo, há
apenas essas possibilidades: “a primeira e
segunda série(s)”, “a primeira e a segunda
série(s)”, “as séries primeira e segunda”.
Olho vivo!
(E) Eis o gabarito!!! Com a expressão “um e
outro”, o substantivo fica no singular e o
adjetivo também, preferencialmente: “um e
outro aluno esforçado”. Por isso, a frase está
correta!

05. Marque a frase gramaticalmente incorreta.

(A) Por que ele é insensível a suas emoções?

(B) Ela ficou acordada até as duas da tarde.

(C) João – o aluno agressivo – foi advertido.

(D) Referiram-se a sua mãe, e não a nossa.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(E) A gente ajudou as polícias civil e militar.

Gabarito: D

Vamos às opções!
A) O emprego de “por que” está correto,
pois equivale a “por qual razão”,
introduzindo frase interrogativa. Sobre a
ausência de crase antes do pronome
possessivo, fique tranquilo(a) e aprenda de
uma vez por todas: o artigo definido é
facultativo antes de pronome possessivo
adjetivo, ou seja, de pronome possessivo que
vem antes de um substantivo. Logo, se o
artigo é facultativo, pode ou não haver crase.
Pense: o adjetivo “insensível” exige a
preposição “a”, mas o artigo antes do
pronome possessivo adjetivo é facultativo,
logo existem duas possibilidades de
construção: “Por que ele é insensível a suas
emoções?” (só preposição, sem artigo) ou
“Por que ele é insensível às suas emoções?”
(preposição + artigo). Enfim, a frase está
gramaticalmente correta, sem nenhum erro
gramatical.
B) A crase é facultativa depois da preposição
“até”, pois essa é a única preposição que
pode (ou não) ser seguida da preposição “a”.
Se não se usar a preposição “a” depois da
preposição “até”, não haverá possibilidade
de crase. Se se usar a preposição “a” depois
da preposição “até”, haverá possibilidade de
crase. Simples assim! Portanto, há dupla
possibilidade de construção: “Ela ficou
acordada até as duas da tarde” (preposição
“até” seguida de artigo definido “as”) ou

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Questões de Simulado

“Ela ficou acordada até às duas da tarde”


(preposição “até” seguida de preposição “a”,
que se junta com o artigo definido “as”,
implicando crase). preposição “até” seguida
de artigo definido “as”)
C) O aposto explicativo pode ser separado
por vírgulas, parênteses ou travessões.
Portanto, a frase está gramaticalmente
correta.
D) Lembra-se do que eu falei na letra A?
Então... O artigo é facultativo antes de
pronome possessivo ADJETIVO, ou seja, é
facultativo antes de pronome possessivo que
vem antes de substantivo. Portanto, se o
pronome possessivo não for adjetivo, e sim
substantivo (ou seja, um pronome
possessivo que não vem antes de um
substantivo, e sim o substitui), o artigo antes
dele será obrigatório, tornando a crase
obrigatória. Veja: “Referiram-se a sua mãe, e
não à nossa” (quem se refere se refere A + A
nossa = À nossa). Sim, faltou o bendito
acento grave antes do pronome possessivo
substantivo “nossa”, tornando a frase
gramaticalmente incorreta! “Mas, Pestana,
por que não há acento também em A SUA
MÃE?” Resposta: leia o comentário da letra
A.
E) A expressão “a gente” é coloquial, e não
culta, mas ela não torna a frase
gramaticalmente incorreta, pois dizer que
uma frase é gramaticalmente incorreta
significa que ela tem erro gramatical, isto é,
fere alguma regra gramatical (relativa a
emprego de classe gramatical, concordância,

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

regência, crase, pontuação, colocação


pronominal, ortografia, acentuação, etc.).
Portanto, se não há erro gramatical, a frase
está perfeita! Sobre a concordância em
“polícias civil e militar”, saiba que, quando
há um substantivo determinado por mais de
um adjetivo, há dupla possibilidade de
concordância: “as polícias civil e militar” ou
“a polícia civil e a militar” (só o Bechara e a
banca Cespe admitem outra possibilidade, a
saber: “a polícia civil e militar”).

Simulado 04
Nasce um escritor

“O primeiro dever passado pelo novo professor de


português foi uma descrição tendo o mar como tema. A
classe inspirou-se, toda ela, nos encapelados mares de
Camões, aqueles nunca dantes navegados; o episódio do
Adamastor foi reescrito pela meninada. Prisioneiro no
internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal onde
conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhéus foi o tema
de minha descrição. Padre Cabral levara os deveres para
corrigir em sua cela.

Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a


existência de uma vocação autêntica de escritor naquela
sala de aula. Pediu que escutassem com atenção o dever
que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela
página seria no futuro um escritor conhecido. Não regateou
elogios. Eu acabara de completar onze anos.

Passei a ser uma personalidade, segundo os cânones do


colégio, ao lado dos futebolistas, dos campeões de
matemática e de religião, dos que obtinham medalhas. Fui

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Questões de Simulado

admitido numa espécie de Círculo Literário onde


brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me
sentir prisioneiro, sensação permanente durante os dois
anos em que estudei no colégio dos jesuítas.

Houve, porém, sensível mudança na limitada vida do


aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteção e
colocou em minhas mãos livros de sua estante. Primeiro
"As Viagens de Gulliver", depois clássicos portugueses,
traduções de ficcionistas ingleses e franceses.

Data dessa época minha paixão por Charles Dickens.


Demoraria ainda a conhecer Mark Twain, o norte-
americano não figurava entre os prediletos do padre
Cabral. Recordo com carinho a figura do jesuíta português
erudito e amável.

Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo por


me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o
mundo da criação literária. Ajudou-me a suportar aqueles
dois anos de internato, a fazer mais leve a minha prisão,
minha primeira prisão”.

(Jorge Amado)

01. Conclui-se, da leitura do texto, que:

(A) O professor valorizou o trabalho dos alunos pelo


esforço com que o realizaram;

(B) O professor mostrou-se satisfeito porque um aluno


escreveu sobre o mar de Ilhéus;

(C) O professor ficou satisfeito ao ver que um de seus


alunos demonstrava gosto pela leitura dos clássicos
portugueses;

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

(D) A competência de saber escrever conferia, no


colégio, tanto destaque quanto a competência de ser
bom atleta ou bom em matemática;

(E) Graças à amizade que passou a ter com Padre


Cabral, o narrador do texto passou a ser uma
personalidade no colégio dos jesuítas.

Gabarito: D

Há de se ter cuidado nessa questão. Não foi


por causa da amizade que ele passou a ser
uma personalidade no colégio, mas sim por
saber escrever bem, fato que lhe conferia
tanto destaque quanto os atletas.

02. A supressão da(s) vírgula(s) implicará alteração de


sentido na frase:

(A) Ao longo das últimas décadas, as obras de


Umberto Eco vêm ganhando mais e mais
respeitabilidade.

(B) Umberto Eco homenageia os cientistas, que


combatem o obscurantismo fundamentalista.

(C) O grande pensador italiano, Umberto Eco,


homenageia em seu texto a atitude de um grande
cientista.

(D) Na atitude de Stephen Hawking, há uma


grandeza que todo cientista deveria imitar.

(E) Não há como deixar de reconhecer, no texto de


Humberto Eco, uma homenagem a Stephen Hawking.

Gabarito: B

Na assertiva B, temos uma oração

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Questões de Simulado

subordinada adjetiva explicativa em que


combatem o obscurantismo fundamentalista.
Nessa oração, Umberto Eco faz uma
homenagem a todos os cientistas. Com a
supressão da vírgula, entretanto, a oração
tornar-se-ia adjetiva restritiva, acarretando
alteração no sentido: agora, Umberto Eco
homenageia somente os cientistas que
combatem o obscurantismo fundamentalista,
e não mais a todos.

03. Há justificativa para esta seguinte alteração de


pontuação: "... o citadino diz que ela é caipira, querendo
dizer que é atrasada e portanto meio ridícula".

(A) o citadino diz que ela é caipira querendo dizer que


é atrasada; e portanto, meio ridícula.

(B) o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer,


que é atrasada, e, portanto, meio ridícula.

(C) o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer


que é atrasada e, portanto, meio ridícula.

(D) o citadino diz: que ela é caipira, querendo dizer:


que é atrasada, e portanto meio ridícula.

(E) o citadino diz que ela é caipira querendo dizer:


que é atrasada, e portanto, meio ridícula.

Gabarito: C

Notem que, no enunciado, a vírgula antes de


querendo foi empregada para separar a
oração principal da oração subordinada
adverbial reduzida de gerúndio. Como está
na ordem direta (or. principal + or.
subordinada), o emprego da vírgula é
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

facultativo. A conjunção coordenativa


conclusiva PORTANTO tem sua posição
natural no início da frase. Por isso, sempre
que vier intercalada, deverá ser isolada por
vírgulas. Foi o que ocorreu na assertiva C.

04. Em (...) as crianças, seres naturalmente carregados de


energia e vitalidade, estão vivendo longas horas diárias de
concentração solitária e de imobilidade.

Pode-se reconstruir com correção e coerência a frase acima,


começando por As crianças estão vivendo longas horas
diárias de concentração solitária e de imobilidade e
complementando com:

(A) em que pesem os seres naturais, imbuídos de


energia e de vitalidade.

(B) não obstante sejam naturalmente providas de


muita energia e vitalidade.

(C) porquanto constituem-se como seres de natural


energia e vitalidade.

(D) ainda quando seres incutidos de energia e


vitalidade em sua natureza.

(E) mesmo quando se mostram atreladas a muita


energia e força vital.

Gabarito: B

No enunciado, a expressão seres


naturalmente carregados de energia e
vitalidade, isolada entre vírgulas, apresenta
a noção de oposição, contraste, concessão.
Sendo assim, deveremos encontrar a mesma
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Questões de Simulado

ideia nas assertivas.


É o que ocorre na letra B: o conectivo não
obstante mantém a ideia do enunciado
original, ou seja, não há alteração da
informação original. Logo, o período pode
ser construído da seguinte forma: As
crianças estão vivendo longas horas diárias
de concentração solitária e de imobilidade
não obstante sejam naturalmente providas
de muita energia e vitalidade.

05. A frase redigida com correção e clareza é:

(A) Cada vez mais as pesquisas feitas com animais são


colocadas em cheque, principalmente no que se
referem a procedimentos que impliquem prejuízos à
sua saúde e ao seu bem-estar.

(B) A genética, um dos campos da ciência ao mesmo


tempo mais promissores e mais controversos,
dedicando-se eventualmente ao estudo de tópicos em
que não despertam qualquer polêmica.

(C) Embora pesquisas e mais pesquisas são feitas para


aprofundar o conhecimento da antiquíssima relação
entre o homem e o cão, algo de inalienável irá sempre
permanecer.

(D) O mesmo motivo porque muitas pessoas gostam


de cachorros pode ser invocado por quem deles
desgostam, isto é, a necessidade que sentem de estar o
tempo todo ao lado do dono.

(E) Há pessoas que pagam uma fortuna para ter um


cão de raça exótica, ao passo que outros, mesmo tendo
uma condição financeira privilegiada, optam por
adotar um vira-lata abandonado.
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Gabarito: E.

Vamos analisar opção por opção!


a) Errada - Cada vez mais as pesquisas feitas
com animais são colocadas em xeque,
principalmente no que se referem a
procedimentos que impliquem prejuízos à
sua saúde e ao seu bem-estar.
b) Errada - A genética, um dos campos da
ciência ao mesmo tempo mais promissores e
mais controversos, dedicando-se
eventualmente ao estudo de tópicos que não
despertam qualquer polêmica.
c) Errada - Embora pesquisas e mais
pesquisas sejam feitas para aprofundar o
conhecimento da antiquíssima relação entre
o homem e o cão, algo de inalienável irá
sempre permanecer.
d) Errada - O mesmo motivo por que muitas
pessoas gostam de cachorros pode ser
invocado por quem deles desgostam, isto é,
a necessidade que sentem de estar o tempo
todo ao lado do dono.
e) Certa - Há pessoas que pagam uma
fortuna para ter um cão de raça exótica, ao
passo que outros, mesmo tendo uma
condição financeira privilegiada, optam por
adotar um vira-lata abandonado.

06. “Essa dança tem duas partes: a primeira consiste em


caminhar rebolando em linha reta; a segunda, numa curva
sem rebolado, que faz com que a abelha volte para onde
iniciou seu rebolado” (l. 24-28).

A primeira ocorrência de vírgula no trecho acima se


justifica por ser caso de

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Questões de Simulado

(A) isolamento de termo deslocado no período.

(B) separação de aposto.

(C) assíndeto.

(D) zeugma

(E) separação de oração subordinada adjetiva


restritiva.

Gabarito: D

A vírgula, como sabemos, pode ser utilizada


para marcar a elipse (ou omissão) de um
termo. No trecho citado, a razão da primeira
vírgula é justamente esta: marcar que o
termo “consiste” foi omitido.

Vejamos:
Essa dança tem duas partes: a primeira
consiste em caminhar rebolando em linha
reta; a segunda consiste numa curva sem
rebolado…
Para evitarmos a repetição do verbo
“consiste”, o retiramos e colocamos uma
vírgula no lugar, do jeito que foi feito no
texto!
A dificuldade da questão, na verdade, é
saber que zeugma é uma omissão. Qual é a
diferença entre ZEUGMA e ELIPSE? A
ELIPSE é a omissão de um termo que ainda
não apareceu. Exemplo: (Nós) Comemos o
bolo. O ZEUGMA é a omissão de um termo
que já apareceu. Exemplo: Nós comemos o
bolo e (nós) bebemos o refrigerante.

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

07. “É verdade que muitas vezes ouvimos discursos nos


quais o candidato derrotado decreta que ‘decidido o pleito,
vamos trabalhar juntos pela proposta vencedora’, mas na
maioria das vezes isso não passa de retórica”. (L.91-96).

Tomando o trecho acima como discurso direto, assinale a


alternativa em que se tenha feito corretamente a passagem
para o indireto.

(A) O texto afirma que seria verdade que muitas vezes


ouviríamos discursos nos quais o candidato derrotado
decretaria que, decidido o pleito, iremos trabalhar
juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das
vezes isso não passará de retórica.

(B) O texto afirma que é verdade que muitas vezes


ouvimos discursos nos quais o candidato derrotado
decreta que, decidido o pleito, iríamos trabalhar
juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das
vezes isso não passaria de retórica.

(C) O texto afirma que era verdade que muitas vezes


ouvíamos discursos nos quais o candidato derrotado
decretava que, decidido o pleito, íamos trabalhar
juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das
vezes isso não passava de retórica.

(D) O texto afirma que é verdade que muitas vezes


ouvimos discursos nos quais o candidato derrotado
decretava que, decidido o pleito, íamos trabalhar
juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das
vezes isso não passava de retórica.

(E) O texto afirma que era verdade que muitas vezes


ouvíamos discursos nos quais o candidato derrotado
decreta que, decidido o pleito, iríamos trabalhar
juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das
vezes isso não passaria de retórica.

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Questões de Simulado

Gabarito: C

Para passarmos um trecho do discurso


direto para o indireto, temos que pensar no
seguinte: aquilo que vai ser reconstruído (no
discurso indireto) corresponderá a um
tempo posterior se comparado àquele em
que foi proferida uma fala do discurso direto
(afinal, se vamos repetir o que alguém já
disse, teremos que fazer isso depois da fala).
Vejamos um exemplo:
Discurso direto: “Estou com vontade de
tomar sorvete”, disse Maria.
Discurso indireto: Maria disse que estava
com vontade de tomar sorvete.
Na passagem do discurso direto para o
indireto, o verbo que está no presente do
indicativo vai para o pretérito imperfeito do
indicativo.
Discurso direto: “Tomarei sorvete hoje”,
disse Maria.
Discurso indireto: Maria disse que tomaria
sorvete naquele dia.
O verbo no futuro do presente deve ir para o
futuro do pretérito, pois este tempo indica
justamente um fato futuro tomado como
“por acontecer” tendo como referência um
momento passado.
Observe que advérbios como “hoje” e
“agora” também sofrem alterações. Deverão
ser trocados por “ontem”, “naquele
momento” etc.
No trecho da questão, temos que fazer as
seguintes transformações: É à era; ouvimos à
ouvíamos; decreta à decretava; vamos à
íamos; passa à passava.
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

08. “Pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e o


Data Popular revela que 54% das pessoas entrevistadas
disseram conhecer uma mulher que já foi agredida por um
parceiro, enquanto 56% afirmaram que conhecem um
homem que já agrediu uma companheira”.

Nesse segmento do texto, a mulher é vista como vítima e o


homem como agressor. O recurso linguístico para mostrar
esse fato foi o de

(A) colocar tanto a mulher quanto o homem como


sujeitos das formas verbais.

(B) situar homem e mulher como agentes das ações


verbais.

(C) empregar, respectivamente, a voz passiva e a


ativa.

(D) utilizar os verbos “dizer” (disseram) e “afirmar”


(afirmaram).

(E) indicar que as afirmações foram fruto de uma


pesquisa.

Gabarito: C

Nessa questão, pergunta-se como está


marcada, linguisticamente, os papéis de
vítima e de agressor. Neste caso, a resposta
correta é a alternativa c, pois o uso da voz
passiva quando se fala da mulher mostra
que ela é o paciente da ação, ou seja, é ela
que recebe a ação (agressão), enquanto o uso
da voz ativa quando se fala no homem
mostra que é ele que realiza a ação de
agredir.

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Questões de Simulado

09. Leia o texto seguinte para responder às questões.

Existe atualmente, uma série de leis que protegem o


trabalhador. O trabalhador cede o seu trabalho e quem
toma o trabalho do operário vê-se obrigado a cumprir um
conjunto de obrigações, que estão agrupadas na lei
denominada Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Sempre que houver a despedida de um trabalhador
motivada ou imotivadamente, e qualquer uma das partes,
principalmente o empregado, considerar que, aquilo que
foi tratado por ocasião de seu contrato de trabalho não foi
cumprido na sua demissão, ele vai ao seu sindicato e argui
perante as Juntas de Conciliação e Julgamento, os seus
direitos. Quando é arguida a insalubridade ou a
pericolosidade, o juíz requisitará perícias a cargo do
médico do trabalho ou engenheiro do trabalho. (Baseado
em João Alberto Maeso Montes e Dirceu Francisco Araújo
Rodrigues)

Com relação à ortografia, ocorre (m) no texto

(A) nenhum erro

(B) dois erros

(C) quatro erros

(D) três erros

(E) um erro

Gabarito: D

São três os erros de ortografia:


1) linha 7 - argúi - quando o U do dígrafo
“que”, “qui”, “gue” ou “gui” é pronunciado
intensamente, recebe o acento agudo;
2) linha 8 - periculosidade - do latim

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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

periculosus + o sufixo (i)dade;


3) linha 9 - juiz - sem acento por atender à
regra das oxítonas.

10. Marque o item em que uma das sentenças não está


gramaticalmente correta.

(A) A literatura depende muito de condições


subjetivas, raramente satisfaz apenas os sentidos,
exige colaboração, embora muitos acreditem que as
obras literárias possam brotar de cérebros insulados. /
A literatura depende muito de condições subjetivas,
raramente satisfaz apenas aos sentidos, exige
colaboração, embora muitos acreditem que as obras
literárias possam brotar de cérebros insulados.

(B) Um povo não perde os seus mais fortes


determinantes se recebe, aceita e pratica a pintura e a
música de outra origem, mas dificilmente adotará
literatura estranha sem perda de alguns de seus
valores. / Um povo não perderá os seus mais fortes
determinantes se receber, aceitar e praticar a pintura e
a música de outra origem, mas dificilmente adotará
literatura estranha sem perda de alguns de seus
valores.

(C) Já tive ocasião de mostrar quanto me parecem


precárias três afirmativas de Euclides da Cunha: a
questão do cruzamento; a fatalidade da luta das raças
e o autoctonismo do homem americano. / Já tive
ocasião de mostrar como me parecem precárias três
afirmativas de Euclides da Cunha: a questão do
cruzamento; a fatalidade da luta das raças e o
autoctonismo do homem americano.

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Questões de Simulado

(D) Quando surgiu Euclides da Cunha, nossa


literatura podia enumerar grandes nomes
pertencentes ao “sistema” de que falei há pouco. /
Quando surgiu Euclides da Cunha, nossa literatura
podia enumerar grandes nomes pertencentes ao
“sistema” de que faz pouco falei.

(E) No Brasil, a nacionalidade e a literatura formaram


um “sistema” interessantíssimo, que a cerca de
trezentos anos desenvolve-se. / No Brasil, a
nacionalidade e a literatura formaram um “sistema”
interessantíssimo, que há cerca de trezentos anos se
desenvolve.

Gabarito: E

Vamos estabelecer a diferença entre três


expressões muito parecidas: há cerca de / a
cerca de / acerca de, a partir do seguinte
exemplo: “Eles saíram de casa há cerca de
uma hora em direção à fazenda que fica a
cerca de 30 km de São Paulo. Tenho minhas
dúvidas acerca do tempo que levarão para
chegar lá, já que a estrada está em péssimas
condições.” “CERCA DE” significa
“aproximadamente”.
Ela consta das duas primeiras expressões,
sendo que, na primeira, percebe-se o
emprego do verbo impessoal “haver” na
indicação de tempo decorrido (há cerca de).
Com relação à segunda (a cerca de), a
preposição “a” precede a expressão por
indicar distância (“A fazenda fica a 30 km de
São Paulo.”). Já a expressão “acerca de”
equivale a “sobre”. Não se pode confundi-
las. Logo, um dos erros da opção E está na
construção “que a cerca de trezentos anos”.
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Língua Portuguesa Essencial para Concursos

Por indicar tempo decorrido, o correto é


o emprego do verbo haver (“que há cerca de
trezentos anos”), como na segunda
proposição do mesmo item. O outro erro
refere-se à colocação pronominal em
“desenvolve-se”, que será objeto de estudo
posteriormente.

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