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Pós-graduação – Dir. Const.

Aplicado

Constitucionalismo
e Pacote Anticrime
Lei nº 13.964, de 24.12.2019

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Origem da Lei nº 13.964/19

 O pacote é resultado da
reunião de propostas
elaboradas pelo ministro
da Justiça, Sergio Moro, e
por uma comissão de
juristas coordenada pelo Durante o seu trâmite na Câmara
ministro Alexandre de e no Senado, o projeto sofreu
Moraes, do Supremo sucessivas mudanças, por força
inclusive de emendas de iniciativa
Tribunal Federal (STF). parlamentar, que acabaram por
descaracterizá-lo.

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Vigência

 A Lei nº 13.964/19
entrou em vigor no
dia 23.01.2020.

Art. 20. Esta Lei entra em vigor


após decorridos 30 (trinta) dias
de sua publicação oficial.

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Juiz das Garantias

MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE


INCONSTITUCIONALIDADE
6.299 DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
REQTE.(S) :PARTIDO TRABALHISTA NACIONAL E OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) :GUILHERME RUIZ NETO E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) :CONGRESSO NACIONAL
PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
INTDO.(A/S) :PRESIDENTE DA REPÚBLICA
PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

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Medidas cautelares - resumo

Medidas cautelares concedidas para suspender sine die a eficácia:

(a) Da implantação do juiz das garantias e seus consectários (Artigos 3º-A,


3º-B, 3º-C, 3º-D, 3ª-E, 3º-F, do Código de Processo Penal);
(b) Da alteração do juiz sentenciante que conheceu de prova declarada
inadmissível (157, §5º, do Código de Processo Penal);
(c) Da alteração do procedimento de arquivamento do inquérito policial
(28, caput, Código de Processo Penal); e
(d) Da liberalização da prisão pela não realização da audiência de custodia
no prazo de 24 horas (Artigo 310, §4°, do Código de Processo Penal);

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Juiz das Garantias

Art. 3º-A. O processo penal terá


estrutura acusatória, vedadas a
iniciativa do juiz na fase de investigação
e a substituição da atuação probatória
do órgão de acusação.

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Sistemas processuais penais

Existem três sistemas


processuais penais (formas de
regulamentação dos
processos):

a) Sistema Inquisitivo ou inqusitorial: no qual cabe a um só


órgão acusar e julgar, ou seja, o juiz concentra as funções de
acusador e julgador.
 Nesse sistema, a imparcialidade do juiz está comprometida,
uma vez que ele acusa e ele mesmo julga.
 Não há contraditório.
 O juiz é dotado de ampla iniciativa probatória.

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Sistemas processuais penais

b) Sistema acusatório: no qual existe separação entre o órgão que


acusa e o órgão que julga.
 Esse sistema garante a imparcialidade do juiz, que não pode
determinar a produção de nenhuma prova, atividade que fica
reservada unicamente às partes.
 Defesa e acusação se contrapõem em igualdade de condições.
 Juiz equidistante e imparcial.
 A atividade probatória é reservada exclusivamente às partes.

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Sistemas processuais penais

c) Sistema misto: no qual há duas fases distintas, sendo uma


investigatória e outra acusatória.
 Na fase investigatória, preliminar, são conduzidas as investigações
preliminares no processo, colhendo elementos para posterior
acusação formal. Não há contraditório na primeira fase.
 Na segunda fase, acusatória, o órgão acusador apresenta a
acusação, o réu se defende e o juiz julga.

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Sistema brasileiro

 O Brasil adotou o sistema


acusatório, na Constituição
Federal de 1988, na medida
em que previu a iniciativa
exclusiva do Ministério
Público para a propositura
da ação penal pública (art.
129, I, da CF). No Brasil, há evidente separação
entre a função acusatória e a
função decisória. A acusação é
feita pelo MP (nas ações penais
públicas) ou pelo ofendido (nas
ações penais privadas), sendo o
julgamento do feito reservado
exclusivamente ao juiz imparcial.

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Sistema brasileiro

 Deve ser ressaltado, entretanto, que o sistema acusatório


brasileiro apresenta peculiaridades que o tornam sui generis.
 Tratava-se de um sistema acusatório mitigado, uma vez que
o juiz, sem comprometer sua imparcialidade, poderia determinar,
no curso da instrução, a realização de diligências para dirimir
dúvida sobre ponto relevante (art. 156, II, do CPP), ou determinar,
de ofício, a realização de diligências imprescindíveis (art. 404, do
CPP), ou ainda complementar a inquirição das testemunhas sobre
pontos não esclarecidos (art. 212, do CPP).
 Os arts. 156, 404, 212 etc não foram revogados expressamente
pela Lei nº 13.964/19.
 Teriam sido revogados tacitamente pelo novo art. 3º-A ???

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Atribuições do Juiz das Garantias
 Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da
investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia
tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe
especialmente:

 I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII


do caput do art. 5º da Constituição Federal;

 Art. 5º, LXII – “a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre


serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso
ou à pessoa por ele indicada;”

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Atribuições do Juiz das Garantias
II - receber o auto da prisão em flagrante para o
controle da legalidade da prisão, observado o
disposto no art. 310 deste Código;

 Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo


máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da
prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a
presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da
Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando
presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e
se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares
diversas da prisão; ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

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Atribuições do Juiz das Garantias

 III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que
este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo;
 IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal;
 V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida
cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo;

o §1º foi vetado

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Veto e razões do veto do §1º

 “§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de


prisão provisória será encaminhado à presença do juiz de
garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em
que se realizará audiência com a presença do Ministério
Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído,
vedado o emprego de videoconferência.”

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Veto e razões do veto do §1º
 Razões dos vetos
 “A propositura legislativa, ao suprimir a possibilidade da realização da audiência por
videconferência, gera insegurança jurídica ao ser incongruente com outros
dispositivos do mesmo código, a exemplo do art. 185 e 222 do Código de Processo
Penal, os quais permitem a adoção do sistema de videoconferência em atos
processuais de procedimentos e ações penais, além de dificultar a celeridade dos
atos processuais e do regular funcionamento da justiça, em ofensa à garantia da
razoável duração do processo, nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça (RHC 77580/RN, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
DJe de 10/02/2017). Ademais, o dispositivo pode acarretar em aumento de despesa,
notadamente nos casos de juiz em vara única, com apenas um magistrado, seja pela
necessidade de pagamento de diárias e passagens a outros magistrados para a
realização de uma única audiência, seja pela necessidade premente de realização de
concurso para a contratação de novos magistrados, violando as regras do art. 113
do ADCT, bem como dos arts. 16 e 17 LRF e ainda do art. 114 da Lei de Diretrizes
Orçamentárias para 2019 (Lei nº 13.707, de 2018).”

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Atribuições do Juiz das Garantias

 VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como


substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do
contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código
ou em legislação especial pertinente;

Em caso de necessidade de prorrogação de prisão provisória ou de


qualquer outra medida cautelar, o juiz deverá designar audiência pública
para esse fim, garantindo o contraditório (oral).

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Atribuições do Juiz das Garantias

 VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas


consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla
defesa em audiência pública e oral;

Neste caso também o juiz deverá designar audiência pública e oral, assegurados o
contraditório e a ampla defesa (autodefesa e defesa técnica).

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Atribuições do Juiz das Garantias

 VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso,


em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o
disposto no § 2º deste artigo;

§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante


representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar,
uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se
ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
relaxada.

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Atribuições do Juiz das Garantias

 IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não


houver fundamento razoável para sua instauração ou
prosseguimento;

 X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de


polícia sobre o andamento da investigação;

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Atribuições do Juiz das Garantias

 XI - decidir sobre os requerimentos de:


a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em
sistemas de informática e telemática ou de outras formas de
comunicação;
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e
telefônico;
c) busca e apreensão domiciliar;
d) acesso a informações sigilosas;
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos
fundamentais do investigado;

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Atribuições do Juiz das Garantias

 XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento


da denúncia;

 XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade


mental;

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Atribuições do Juiz das Garantias

 XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos


termos do art. 399 deste Código;

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Recebimento da denúncia ou queixa
 Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a
denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-
la-á e ordenará a citação do acusado para responder à
acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

Resposta à acusação

Análise sobre eventual absolvição sumária

Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para
a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério
Público e, se for o caso, do querelante e do assistente.

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Atribuições do Juiz das Garantias
 XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado
ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos
e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que
concerne, estritamente, às diligências em andamento;

SÚMULA VINCULANTE 14 – EAOAB - Art. 7º São direitos do


STF advogado:
É direito do defensor, no interesse do XIV - examinar, em qualquer
representado, ter acesso amplo aos instituição responsável por conduzir
elementos de prova que, já investigação, mesmo sem procuração,
documentados em procedimento autos de flagrante e de investigações
investigatório realizado por órgão de qualquer natureza, findos ou em
com competência de polícia judiciária, andamento, ainda que conclusos à
digam respeito ao exercício do autoridade, podendo copiar peças e
direito de defesa. tomar apontamentos, em meio físico
ou digital;

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Atribuições do Juiz das Garantias

 XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a


produção da perícia;

 XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os


de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação;

 XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste


artigo.

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Atribuições do Juiz das Garantias

 § 1º (VETADO).

 § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá,


mediante representação da autoridade policial e ouvido o
Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do
inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a
investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
relaxada.

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Competência do Juiz das Garantias
 Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as
infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa
com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399
deste Código.
 § 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes
serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento.
 § 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam
o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da
denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das
medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez)
dias.

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Competência do Juiz das Garantias
 § 3º Os autos que compõem as matérias de competência do
juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo,
à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão
apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e
julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas
irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação
de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em
apartado.
 § 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos
acautelados na secretaria do juízo das garantias.’

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Impedimento do Juiz das Garantias

 Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar


qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e
5º deste Código ficará impedido de funcionar no
processo.

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Atribuições dos arts. 4º e 5º do CPP
 Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades
policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá
por fim a apuração das infrações penais e da sua
autoria.
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não
excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja
cometida a mesma função.

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Atribuições dos arts. 4º e 5º do CPP
 Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de
presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para
o chefe de Polícia.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que
caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta,
verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá
sem ela ser iniciado.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

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“Rodízio de magistrados”

 Art. 3º-D - Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar


apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de
magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo.

Inconstitucionalidade

Art. 96. Compete privativamente:


II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça
propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

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Designação do Juiz das Garantias

 Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as


normas de organização judiciária da União, dos Estados e do
Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem
periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal.

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Regras de tratamento dos presos
 Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das
regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de
qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem
da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil,
administrativa e penal.
 Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão
disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as
informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso
serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa
aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a
efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade
da pessoa submetida à prisão.

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Assistência judiciária a servidores

 Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições


dispostas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como
investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e
demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a
investigação de fatos relacionados ao uso da força letal
praticados no exercício profissional, de forma consumada ou
tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o
indiciado poderá constituir defensor.

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Direito do advogado

 EAOAB - Art. 7º São direitos do advogado:

 XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de


infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo
interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os
elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou
derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso
da respectiva apuração:
a) apresentar razões e quesitos;
b) (VETADO).

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Órgãos da Segurança Pública
 Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.

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Assistência judiciária a servidores

 § 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado


deverá ser citado da instauração do procedimento
investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48
(quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação.

CITAÇÃO ou
INTIMAÇÃO ???

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Assistência judiciária a servidores

 § 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com


ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a
autoridade responsável pela investigação deverá intimar a
instituição a que estava vinculado o investigado à época da
ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, indique defensor para a representação do
investigado.
 § 3º (VETADO).
 § 4º (VETADO).

 § 5º (VETADO).

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Assistência judiciária a servidores
 § 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos
servidores militares vinculados às instituições dispostas no art.
142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados
digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.

Art. 142 CF. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo


Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais
permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na
disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e
destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais
e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

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Operações GLO
 Segundo o Ministério da Defesa (Portaria Normativa nº
186/MD, de 31 de janeiro de 2014), Operação de Garantia
da Lei e da Ordem (Op GLO) é uma operação militar
determinada pelo Presidente da República e conduzida
pelas Forças Armadas de forma episódica, em área
previamente estabelecida e por tempo limitado, que tem
por objetivo a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio em situações de
esgotamento dos instrumentos para isso previstos no art.
144 da Constituição ou em outras em que se presuma ser
possível a perturbação da ordem (Artigos 3º, 4º e 5º do
Decreto nº 3.897, de 24 de agosto de 2001).

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Decreto Estadual
64.765/27.01.2020
Decreto nº 64.765, de 27 de janeiro de 2020 de São
Paulo
Regulamenta o artigo 53 da Lei nº 207, de 5 de janeiro de 1979, que dispõe
sobre a assistência judiciária para a defesa dos policiais civis por atos
praticados em razão do exercício de suas funções
JOÃO DORIA, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no uso de
suas atribuições legais, Decreta:
Artigo 1º - O Estado de São Paulo prestará a assistência judiciária de que
trata o artigo 53 da Lei Complementar nº 207, de 5 de janeiro de 1979, por
meio de credenciados, remunerados com recursos do tesouro estadual, ao
policial civil, por atos praticados em razão do exercício de suas funções.

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Arquivamento do IP - atualmente

 Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de


apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o
juiz, no caso de considerar improcedentes as razões
invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de
informação ao procurador-geral, e este oferecerá a
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual
só então estará o juiz obrigado a atender.

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Arquivamento do Inquérito Policial

 Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou


de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o
órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao
investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos
para a instância de revisão ministerial para fins de
homologação, na forma da lei.

Art. 28, “caput” – vigência suspensa pela liminar do Ministro


FUX - STF

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Arquivamento do Inquérito Policial
1) O próprio órgão do MP ordenará o arquivamento do IP,
das peças de informação ou do procedimento de
investigação criminal.
2) Não há mais controle jurisdicional sobre o arquivamento.
3) O controle é feito pelo próprio MP, por meio da “instância
de revisão ministerial”.
4) Ordenado o arquivamento, o MP deverá comunicar:
a) a vítima.
b) o investigado.
c) a autoridade policial – no caso de IP.

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Arquivamento do Inquérito Policial

 § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar


com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo
de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação,
submeter a matéria à revisão da instância competente do
órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei
orgânica.
 § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em
detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do
arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada
pela chefia do órgão a quem couber a sua representação
judicial.

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Liminar do Ministro FUX

 Viola as cláusulas que exigem prévia dotação orçamentária para


a realização de despesas (Artigo 169, Constituição), além da
autonomia financeira dos Ministérios Públicos (Artigo 127,
Constituição), a alteração promovida no rito de arquivamento do
inquérito policial, máxime quando desconsidera os impactos
sistêmicos e financeiros ao funcionamento dos órgãos do
parquet;

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Liminar do Ministro FUX

 A previsão de o dispositivo ora impugnado entrar em vigor em


23.01.2020, sem que os Ministérios Públicos tivessem tido
tempo hábil para se adaptar estruturalmente à nova
competência estabelecida, revela a irrazoablidade da regra,
inquinando-a com o vício da inconstitucionalidade. A vacatio
legis da Lei n. 13.964/2019 transcorreu integralmente durante o
período de recesso parlamentar federal e estadual, o que
impediu qualquer tipo de mobilização dos Ministérios Públicos
para a propositura de eventuais projetos de lei que venham a
possibilitar a implementação adequada dessa nova sistemática;

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Acordo de Não Persecução Penal

 Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o


investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de
infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena
mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá
propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as
seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente:

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Maracir Ataídes da Silva - 00197813500
Acordo de Não Persecução Penal
 A Lei 13.964/19 introduziu no CPP o art. 28-A, criando
novo regime jurídico para o acordo de não persecução
penal, implicando em importantes alterações à vista daquilo
que dispunha a Resolução 181/2017 do CNMP.

É importante não confundir o procedimento do ANPP com a sistemática


do sursis processual (art. 89 da Lei 9.099/95), que pressupõe o
recebimento da denúncia.
O ANPP e a transação penal são formas de resolução penal pactuada
pré-processuais, ao passo que o sursis processual, como o próprio nome
sugere, é feito no curso do processo.

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Alienação de coisas apreendidas
• REDAÇÃO ANTERIOR:

Art. 122. Sem prejuízo do disposto  NOVA REDAÇÃO:


nos arts. 120 e 133, decorrido o
prazo de 90 dias, após transitar em
Art. 122. Sem prejuízo do
julgado a sentença condenatória, o disposto no art. 120, as
juiz decretará, se for caso, a perda, coisas apreendidas serão
em favor da União, das coisas
apreendidas (art. 74, II, “a” e “b” do alienadas nos termos do
Código Penal) e ordenará que disposto no art. 133 deste
sejam vendidas em leilão público.
Parágrafo único. Do dinheiro Código.
apurado será recolhido ao Tesouro
Nacional o que não couber ao
Parágrafo único.
lesado ou a terceiro de boa-fé. (Revogado).

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Obras de arte

 Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento de obras


de arte ou de outros bens de relevante valor cultural ou artístico,
se o crime não tiver vítima determinada, poderá haver
destinação dos bens a museus públicos.

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Perdimento de bens

 REDAÇÃO ANTERIOR: REDAÇÃO ATUAL:

Art. 133. Transitada em Art. 133.Transitada em julgado a sentença


julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a
condenatória, o juiz, de ofício requerimento do interessado ou do
ou a requerimento do Ministério Público, determinará a avaliação
interessado, determinará a e a venda dos bens em leilão público cujo
avaliação e a venda dos bens
perdimento tenha sido decretado.
em leilão público.
§ 1º Do dinheiro apurado, será recolhido
Parágrafo único. Do dinheiro aos cofres públicos o que não couber ao
apurado, será recolhido ao
Tesouro Nacional o que não lesado ou a terceiro de boa-fé.
couber ao lesado ou a § 2º O valor apurado deverá ser recolhido
terceiro de boa-fé. ao Fundo Penitenciário Nacional, exceto se
houver previsão diversa em lei especial.

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Utilização do bem - novidade
 Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a
utilização de bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer
medida assecuratória pelos órgãos de segurança pública previstos
no art. 144 da Constituição Federal, do sistema prisional, do sistema
socioeducativo, da Força Nacional de Segurança Pública e do
Instituto Geral de Perícia, para o desempenho de suas
atividades.
 § 1º O órgão de segurança pública participante das ações de
investigação ou repressão da infração penal que ensejou a
constrição do bem terá prioridade na sua utilização.
 § 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse público,
o juiz poderá autorizar o uso do bem pelos demais órgãos
públicos.

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Utilização do bem - novidade
 § 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo,
embarcação ou aeronave, o juiz ordenará à autoridade de trânsito
ou ao órgão de registro e controle a expedição de certificado
provisório de registro e licenciamento em favor do órgão público
beneficiário, o qual estará isento do pagamento de multas, encargos
e tributos anteriores à disponibilização do bem para a sua
utilização, que deverão ser cobrados de seu responsável.
 § 4º Transitada em julgado a sentença penal condenatória com a
decretação de perdimento dos bens, ressalvado o direito do lesado
ou terceiro de boa-fé, o juiz poderá determinar a transferência
definitiva da propriedade ao órgão público beneficiário ao qual foi
custodiado o bem.

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Teoria da Descontaminação do Julgado

 Art. 157.
.....................................................................................................
 ..........................................................................................................
............
 § 5º. O juiz que conhecer do conteúdo da prova
declarada inadmissível não poderá proferir a sentença
ou acórdão.

Dispositivo suspenso pela liminar do


Ministro FUX

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Redação anterior do art. 157 do CPP
 Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em
violação a normas constitucionais ou legais.
 § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas,
salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre
umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas
por uma fonte independente das primeiras.
 §2º (...)
 § 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova
declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial,
facultado às partes acompanhar o incidente.
 § 4o (VETADO)

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Dispositivo vetado em 2008

 § 4o do art. 157 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro


de 1941, alterado pelo art. 1o do projeto de lei:
 “Art. 157. ............................................................................
 ...................................................................................................
 § 4o O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada
inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão.”

Lei nº 11.690/08

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Razões do veto em 2008
 “O objetivo primordial da reforma processual penal
consubstanciada, dentre outros, no presente projeto de
lei, é imprimir celeridade e simplicidade ao desfecho do
processo e assegurar a prestação jurisdicional em
condições adequadas. O referido dispositivo vai de
encontro a tal movimento, uma vez que pode causar
transtornos razoáveis ao andamento processual, ao
obrigar que o juiz que fez toda a instrução processual
deva ser, eventualmente substituído por um outro que
nem sequer conhece o caso. ”

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Teoria da Descontaminação do Julgado
 Segundo a Teoria da Descontaminação do Julgado, o juiz que teve
contato com a prova ilícita não pode julgar o caso concreto

A ideia é a de que o juiz já estaria contaminado pelo conhecimento da


prova ilegal desfavorável ao réu, havendo a tendência de condená-lo
(buscando outros meios e argumentos), mesmo não podendo fundamentar
sua decisão naquela prova.

A nova lei procurou estabelecer um mecanismo processual que torne


possível o julgamento da demanda por outro juiz que não aquele que
conheceu da prova tida, posteriormente, como ilícita.

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Liminar do Ministro FUX - atual

 Segundo o Ministro FUX: “Os princípios da legalidade, do juiz


natural e da razoabilidade restam violados pela proibição de o
juiz que conheceu a prova declarada inadmissível proferir
sentença. A ausência de elementos claros e objetivos para a
seleção do juiz sentenciante permite eventual manipulação da
escolha do órgão julgador, conduzindo à inconstitucionalidade a
técnica eleita legislativamente;”

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Cadeia de custódia da prova

 Art. 158-A. Considera-se cadeia de


custódia o conjunto de todos os
procedimentos utilizados para manter e
documentar a história cronológica do vestígio
coletado em locais ou em vítimas de crimes,
para rastrear sua posse e manuseio a partir
de seu reconhecimento até o descarte.

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Maracir Ataídes da Silva - 00197813500
Cadeia de custódia da prova

§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do


local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos
quais seja detectada a existência de vestígio.

§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de


potencial interesse para a produção da prova pericial fica
responsável por sua preservação.

§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente,


constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal.

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Rastreamento dos vestígios
 Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas
seguintes etapas:
 I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a
produção da prova pericial;
 II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e
preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de
crime;
 III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime
ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por
fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial
produzido pelo perito responsável pelo atendimento;
 IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando
suas características e natureza;

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Rastreamento dos vestígios
 V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é
embalado de forma individualizada, de acordo com suas características físicas,
químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de
quem realizou a coleta e o acondicionamento;
 VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as
condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a
garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua
posse;
 VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser
documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e
unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou
o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo,
assinatura e identificação de quem o recebeu;

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Rastreamento dos vestígios
 VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo
com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e
químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado
em laudo produzido por perito;
 IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições
adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de
contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do
laudo correspondente;
 X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a
legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial

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Medidas cautelares alternativas
 Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título
deverão ser aplicadas observando-se a:
 I - necessidade para aplicação da lei penal, para a
investigação ou a instrução criminal e, nos casos
expressamente previstos, para evitar a prática de infrações
penais;
 II - adequação da medida à gravidade do crime,
circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou
acusado.
 § 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente.

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Medidas cautelares alternativas
 REDAÇÃO
ANTERIOR:
REDAÇÃO ATUAL:
 § 2o As medidas § 2º As medidas cautelares
cautelares serão
decretadas pelo juiz, de serão decretadas pelo juiz a
ofício ou a requerimento das partes ou,
requerimento das quando no curso da
partes ou, quando no investigação criminal, por
curso da investigação representação da autoridade
criminal, por policial ou mediante
representação da requerimento do Ministério
autoridade policial ou Público.
mediante requerimento
do Ministério Público.

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Medidas cautelares alternativas
REDAÇÃO ATUAL:
 REDAÇÃO
ANTERIOR: § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de
perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao
 § 3o Ressalvados os casos receber o pedido de medida cautelar,
de urgência ou de perigo determinará a intimação da parte contrária,
de ineficácia da medida, o
juiz, ao receber o pedido para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias,
de medida cautelar, acompanhada de cópia do requerimento e
determinará a intimação das peças necessárias, permanecendo os
da parte contrária, autos em juízo, e os casos de urgência ou de
acompanhada de cópia do
requerimento e das peças perigo deverão ser justificados e
necessárias, fundamentados em decisão que contenha
permanecendo os autos elementos do caso concreto que justifiquem
em juízo. essa medida excepcional.

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Medidas cautelares alternativas
 REDAÇÃO
ANTERIOR:
REDAÇÃO ATUAL:

 § 4o No caso de § 4º No caso de descumprimento de


descumprimento de
qualquer das obrigações qualquer das obrigações impostas, o juiz,
impostas, o juiz, de ofício mediante requerimento do Ministério Público,
ou mediante de seu assistente ou do querelante, poderá
requerimento do substituir a medida, impor outra em
Ministério Público, de seu
assistente ou do cumulação, ou, em último caso, decretar a
querelante, poderá prisão preventiva, nos termos do parágrafo
substituir a medida, impor único do art. 312 deste Código.
outra em cumulação, ou,
em último caso, decretar
a prisão preventiva (art.
312, parágrafo único).

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Medidas cautelares alternativas

 REDAÇÃO
REDAÇÃO ATUAL:
ANTERIOR:
§ 5º O juiz poderá, de ofício
 § 5o O juiz poderá ou a pedido das partes,
revogar a medida
cautelar ou substituí-la revogar a medida cautelar ou
quando verificar a falta substituí-la quando verificar a
de motivo para que falta de motivo para que
subsista, bem como subsista, bem como voltar a
voltar a decretá-la, se decretá-la, se sobrevierem
sobrevierem razões
que a justifiquem. razões que a justifiquem.

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Medidas cautelares alternativas

 REDAÇÃO REDAÇÃO ATUAL:


ANTERIOR:
§ 6º A prisão preventiva somente
 § 6o A prisão preventiva
será determinada quando será determinada quando não for
não for cabível a sua cabível a sua substituição por outra
substituição por outra
medida cautelar (art. medida cautelar, observado o art.
319). 319 deste Código, e o não
cabimento da substituição por outra
medida cautelar deverá ser
justificado de forma fundamentada
nos elementos presentes do caso
concreto, de forma individualizada.

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Hipóteses de prisão
 REDAÇÃO
ANTERIOR: REDAÇÃO ATUAL:

 Art. 283. Ninguém Art. 283. Ninguém poderá ser


poderá ser preso senão preso senão em flagrante delito ou
em flagrante delito ou por
ordem escrita e por ordem escrita e fundamentada
fundamentada da da autoridade judiciária competente,
autoridade judiciária
competente, em em decorrência de prisão cautelar
decorrência de sentença ou em virtude de condenação
condenatória transitada
em julgado ou, no curso criminal transitada em julgado.
da investigação ou do
processo, em virtude de
prisão temporária ou
prisão preventiva.

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Falta de exibição do mandado
 REDAÇÃO REDAÇÃO ATUAL:
ANTERIOR:
Art. 287. Se a infração for
 Art. 287. Se a infração
for inafiançável, a falta de inafiançável, a falta de exibição do
exibição do mandado não mandado não obstará a prisão, e o
obstará à prisão, e o
preso, em tal caso, será preso, em tal caso, será
imediatamente imediatamente apresentado ao juiz
apresentado ao juiz que
tiver expedido o que tiver expedido o mandado, para
mandado. a realização de audiência de
custódia.

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Audiência de custódia - atual
 Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo
máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da
prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a
presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da
Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
 I - relaxar a prisão ilegal; ou
 II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem
inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão;
ou
 III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

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Maracir Ataídes da Silva - 00197813500
Audiência de custódia
 Inicialmente, tratou-se de uma ação do Conselho
Nacional de Justiça mediante a qual o cidadão preso em
flagrante é levado à presença de um juiz no prazo de 24
horas.
 Acompanhado de seu advogado ou de um defensor
público, o autuado será ouvido, previamente, por um juiz,
que decidirá sobre o relaxamento da prisão ou sobre a
conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva.

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Audiência de custódia
 O juiz também avaliará se a prisão preventiva pode ser
substituída por liberdade provisória até o julgamento
definitivo do processo, e adotará, se for o caso, medidas
cautelares como monitoramento eletrônico e
apresentação periódica em juízo.
 Poderá determinar, ainda, a realização de exames médicos
para apurar se houve maus-tratos ou abuso policial
durante a execução do ato de prisão.

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Audiência de custódia
 A audiência de custódia tem por escopo assegurar o
respeito aos direitos fundamentais da pessoa submetida à
prisão, por meio de apreciação mais adequada e
apropriada da prisão antecipada pelas agências de
segurança pública do estado.
 Ela garante a presença física do autuado em flagrante
perante o juiz, bem como o seu direito ao contraditório
pleno e efetivo antes de ocorrer a deliberação pela
conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva.

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Audiência de custódia
 Com isso, evitam-se prisões desnecessárias, atenuando-se
a superlotação carcerária e os gastos que decorrem da
manutenção de presos provisórios indevidamente
intramuros.
 Finalmente, audiências de custódia permitem conhecer e
tomar providências diante de possíveis casos de maus-
tratos e de tortura.

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Audiência de custódia

 A audiência de custódia veio inicialmente tratada pela


RESOLUÇÃO 213, de 15 de dezembro de 2015, do CNJ,
que dispõe sobre a apresentação de toda pessoa presa à
autoridade judicial no prazo de 24 horas.

Atualmente, por força da Lei nº 13.964/19, a audiência de


custódia ganhou status de norma legal, passando a ser
obrigatória em todo o território nacional.

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Audiência de custódia

 § 2º Se o juiz verificar que o agente é


reincidente ou que integra organização
criminosa armada ou milícia, ou que porta
arma de fogo de uso restrito, deverá denegar
a liberdade provisória, com ou sem medidas
cautelares.

Novidade trazida pela Lei nº 13.964/19

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Maracir Ataídes da Silva - 00197813500
Audiência de custódia

 § 3º A autoridade que deu causa, sem motivação


idônea, à não realização da audiência de custódia
no prazo estabelecido no caput deste artigo
responderá administrativa, civil e
penalmente pela omissão.

Novidade trazida pela Lei nº 13.964/19

83
Maracir Ataídes da Silva - 00197813500
Audiência de custódia
 § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o
decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo,
a não realização de audiência de custódia sem
motivação idônea ensejará também a ilegalidade da
prisão, a ser relaxada pela autoridade competente,
sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação
de prisão preventiva. (vigência suspensa pela
liminar do Ministro FUX do STF)

Novidade trazida pela Lei nº 13.964/19

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Maracir Ataídes da Silva - 00197813500
Liminar do Ministro FUX

 “A ilegalidade da prisão como consequência jurídica para a


não realização da audiência de custódia no prazo de 24
horas fere a razoabilidade, uma vez que desconsidera
dificuldades práticas locais de várias regiões do país, bem
como dificuldades logísticas decorrentes de operações
policiais de considerável porte.
 A categoria aberta “motivação idônea”, que excepciona a
ilegalidade da prisão, é demasiadamente abstrata e não
fornece baliza interpretativa segura para aplicação do
dispositivo;”

Maracir Ataídes da Silva - 00197813500


Prisão
 Prisão é a supressão da Diz a CF, no art. 5º, LXI, que
liberdade individual, “ninguém será preso senão em
somente podendo flagrante delito ou por ordem escrita
ocorrer, no Brasil, por e fundamentada da autoridade
judiciária competente, salvo nos casos
ordem escrita e de transgressão militar ou crime
fundamentada da propriamente militar, definidos em
autoridade judiciária lei”.
competente ou em No mesmo sentido, o art. 283,
flagrante delito. caput, do CPP.

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Espécies de prisão
 a) prisão com pena (decorrente de sentença penal
condenatória irrecorrível);
 b) prisão sem pena (que não decorre de condenação).
A prisão sem pena é a que não decorre de sentença penal
condenatória irrecorrível, apresentando as seguintes
modalidades:
a) prisão cautelar, de natureza processual, que pode ser:
prisão em flagrante (arts. 301 a 310 do CPP);
prisão preventiva (arts. 311 a 316 do CPP);
prisão temporária (Lei n. 7.960/89);
b) prisão civil;
c) prisão administrativa; e
d) prisão disciplinar.

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Características da prisão cautelar
 A prisão cautelar de natureza processual apresenta
três características básicas, a saber:
 a) instrumentalidade: servindo de meio para garantir
a eficácia das providências pretendidas no
processo;
 b) provisoriedade: pois fica condicionada à definição
do processo;
 c) acessoriedade: ligando-se ao processo principal,
do qual assegura o resultado.

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Prisão preventiva

 A prisão preventiva é medida cautelar de constrição de


liberdade, de natureza processual, devendo ser
orientada também pelos requisitos genéricos do fumus
comissi delicti e do periculum libertatis.
 Como prisão cautelar de natureza processual, deverá
ser decretada pela autoridade judiciária
competente, que fará expedir o respectivo mandado.

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Prisão preventiva
 REDAÇÃO •REDAÇÃO ATUAL:
ANTERIOR: •Art. 311. Em qualquer fase da
 Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do
investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão
processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz,
preventiva decretada pelo juiz,
de ofício, se no curso da
a requerimento do Ministério
ação penal, ou a requerimento Público, do querelante ou do
do Ministério Público, do assistente, ou por
querelante ou do assistente, ou representação da autoridade
por representação da policial.
autoridade policial.

90
Maracir Ataídes da Silva - 00197813500
Prisão preventiva

 O Juiz não pode mais decretar prisão preventiva de


ofício, nem mesmo durante o curso da ação penal.
 Isso é decorrência direta do Sistema Acusatório,
adotado pelo art. 3º-A do CPP.
Art. 3º- A - O processo penal terá
estrutura acusatória, vedadas a
iniciativa do juiz na fase de
investigação e a substituição da
atuação probatória do órgão de
acusação.

91
Maracir Ataídes da Silva - 00197813500
Prisão preventiva
 REDAÇÃO •REDAÇÃO ATUAL:
ANTERIOR: •Art. 312. A prisão preventiva
 Art. 312. A prisão poderá ser decretada como
preventiva poderá ser garantia da ordem pública, da
decretada como garantia da ordem econômica, por conveniência
ordem pública, da ordem da instrução criminal ou para
econômica, por conveniência assegurar a aplicação da lei penal,
da instrução criminal, ou
para assegurar a aplicação da quando houver prova da existência
lei penal, quando houver do crime e indício suficiente de
prova da existência do crime autoria e de perigo gerado pelo
e indício suficiente de estado de liberdade do
autoria. imputado.

92
Maracir Ataídes da Silva - 00197813500
§2º acrescentado ao art. 312
 § 2º A decisão que decretar a
prisão preventiva deve ser
motivada e fundamentada em
receio de perigo e existência
concreta de fatos novos ou
contemporâneos que
justifiquem a aplicação da
medida adotada.

93
Maracir Ataídes da Silva - 00197813500
Art. 313, § 2º - acrescentado

 § 2º Não será admitida a decretação da


prisão preventiva com a finalidade de
antecipação de cumprimento de pena
ou como decorrência imediata de
investigação criminal ou da
apresentação ou recebimento de
denúncia.

94
Maracir Ataídes da Silva - 00197813500
Fundamentação da preventiva
 Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a
prisão preventiva será sempre motivada e
fundamentada.
 § 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva
ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar
concretamente a existência de fatos novos ou
contemporâneos que justifiquem a aplicação
da medida adotada.

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Maracir Ataídes da Silva - 00197813500
Carência de fundamentação
 § 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão
judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que:
 I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida;
 II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso;
 III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra
decisão;

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Maracir Ataídes da Silva - 00197813500
Carência de fundamentação
 IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo
julgador;
 V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que
o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
 VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de
distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.

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Revogação da preventiva
•REDAÇÃO  REDAÇÃO ATUAL
ANTERIOR  Art. 316. O juiz poderá, de
•Art. 316. O juiz poderá ofício ou a pedido das
revogar a prisão preventiva partes, revogar a prisão
se, no correr do processo, preventiva se, no correr da
verificar a falta de motivo investigação ou do processo,
para que subsista, bem verificar a falta de motivo para
como de novo decretá-la, que ela subsista, bem como
se sobrevierem razões que novamente decretá-la, se
a justifiquem. sobrevierem razões que a
justifiquem.

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§ único acrescentado ao art. 316
 Parágrafo único. Decretada a prisão
preventiva, deverá o órgão emissor da
decisão revisar a necessidade de sua
manutenção a cada 90 (noventa) dias,
mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão
ilegal.

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Tribunal do Júri – prisão em 1ª instância
 Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá
sentença que:
 I – no caso de condenação:
 a) fixará a pena-base;
 b) considerará as circunstâncias agravantes ou
atenuantes alegadas nos debates;
 c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em
atenção às causas admitidas pelo júri;

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Prisão em 1ª instância
 d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código;

 e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à


prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da
prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena
igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão,
determinará a execução provisória das penas, com
expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo
do conhecimento de recursos que vierem a ser
interpostos; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

 f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação;

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Execução provisória da pena

 § 3º O presidente poderá, excepcionalmente,


deixar de autorizar a execução provisória das
penas de que trata a alínea e do inciso I
do caput deste artigo, se houver questão
substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual
competir o julgamento possa plausivelmente
levar à revisão da condenação.

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Apelação sem efeito suspensivo

 § 4º A apelação interposta contra decisão


condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual
ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá
efeito suspensivo.

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Efeito suspensivo pelo Tribunal

 § 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito


suspensivo à apelação de que trata o § 4º deste artigo,
quando verificado cumulativamente que o recurso:
 I - não tem propósito meramente protelatório; e
 II - levanta questão substancial e que pode resultar em
absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou
redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze)
anos de reclusão.

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Forma do pedido de efeito suspensivo

 § 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo


poderá ser feito incidentemente na apelação ou por
meio de petição em separado dirigida diretamente ao
relator, instruída com cópias da sentença condenatória,
das razões da apelação e de prova da tempestividade,
das contrarrazões e das demais peças necessárias à
compreensão da controvérsia.

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