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5 Planodemanejocastanha 8 Jun 2016
5 Planodemanejocastanha 8 Jun 2016
avanços no conhecimento
das práticas amigáveis
à polinização
A castanheira-do-brasil:
avanços no conhecimento
das práticas amigáveis
à polinização
Abelha mamangava, Xylocopa aurulenta (Apidae), abelha solitária.
A castanheira-do-brasil:
avanços no conhecimento
das práticas amigáveis
à polinização
Autores
Márcia Motta Maués
Cristiane Krug
Lúcia Helena Oliveira Wadt
Patrícia Maria Drumond
Marcelo Casimiro Cavalcante
Andréa Cristina Silva dos Santos
Funbio
Rio de Janeiro, 2015
Equipe técnica
Pesquisadores Bolsistas
Cristiane Krug, Bióloga, Dra. em Andréa Cristina Silva dos Santos, Ligimara de Brito Ramos, graduanda
Entomologia Embrapa Amazônia Ocidental Engª Agrônoma, Embrapa Amazônia em Biologia, Uninorte (CNPq)
Oriental (CNPq e Funbio)
Favízia Freitas de Oliveira, Bióloga, Lilian Maria da Silva Lima, Bióloga,
Dra. em Zoologia – UFBa Fabrício da Silva Corrêa, Engº (CNPq/Embrapa Acre)
Agrônomo, Embrapa Amazônia Oriental
Francisco Plácido Magalhães, Eng. (CNPq e Funbio) Luena da Silva Muniz da Costa,
Agrônomo, Dr. em Ciências Biológicas Bióloga, Embrapa Acre (Funbio)
(Botânica) – UFPa Altamira Francisco Pacheco Júnior, Biólogo,
Embrapa Acre (CNPq) Ronaldo Pereira Chaves, estudante de
Lúcia Helena de Oliveira Wadt, Eng. Ensino Médio, Faz. Aruanã (Funbio)
Florestal Dra. em Genética e Melhoramento Igor Martins do Nascimento,
de Plantas – Embrapa Acre Graduando em Agronomia, UFPA Altamira Suzana Vielmont Sozar Pereira,
(CNPq) Bióloga, Embrapa Amazônia Oriental
Marcelo Casimiro Cavalcante, (Funbio)
Zootecnista, Dr. em Zootecnia – UFRPE Irael Seixas de Menezes, estudante de
Ensino Médio, Faz. Aruanã (Funbio) Talyanne do Socorro Araújo
Márcia Motta Maués, Bióloga, Dra. Moura, Bióloga, Embrapa Amazônia
em Ecologia – Embrapa Amazônia Oriental Jean Fonseca Serrão, estudante de Oriental (Funbio)
Ensino Médio, Faz. Aruanã (Funbio)
Patrícia Maria Drumond, Bióloga, Valéria Rigamonte Azevedo, Bióloga,
Dra. em Entomologia – Embrapa Acre Jhuly Themys Alves de Souza, M.S., Embrapa Acre (CNPq)
estudante de Ensino Médio, Embrapa
Amazônia Oriental (Funbio)
Técnicos GEF/UNEP/FAO/MMA
Instituições Parceiras
Fernanda Fonseca, Bióloga, (Itacoatiara/AM).
Embrapa Acre Embrapa Amazônia Ocidental www. agropecuariaaruana.wordpress.com
(CPAA, Manaus), Laboratório de Cooperativa Agrícola Mista de
Francisco Gomes da Silva Frota, Entomologia Tomé-Açu
Embrapa Amazônia Oriental www.cpaa.embrapa.br (C.A.M.T.A., Quatro-Bocas, Tomé-Açu/PA)
Embrapa Amazônia Oriental www.camta.com.br
João Batista Ferreira, Embrapa (CPATU, Belém/PA), instituição executora. Conselho Nacional de
Amazônia Oriental Laboratório de Entomologia Desenvolvimento Científico
www.cpatu.embrapa.br e Tecnológico
Embrapa Acre (CNPq)
Diretor Geral da Agropecuária Aruanã S/A; Universidade Federal da Bahia UNEP/GEF/FAO Global Pollinator
(UFBa, Salvador/BA). Project
Tomio Sasahara, produtor rural – SAF Laboratório de Bionomia, Biogeografia www.internationalpollinatorsinitiative.org/
com castanha-do-brasil em Tomé-Acu-PA; e Sistemática de Insetos jsp/globalpollproject.jsp
www.ufba.br
Agropecuária Aruanã S/A
Apoio financeiro
Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico
e Tecnológico – CNPq
EDITOR
Fundo Brasileiro para a Biodiversidade
– FUNBIO
Catalogação na Fonte
Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – Funbio
84 p. : il. color.
ISBN 978-85-89368-29-2
CDD 634.1
Introdução 8
Histórico e cenário da produção
de castanheira-do-brasil 14
Descrição da espécie 18
Plantio, manejo e tratos culturais 23
Fenologia 27
Cultivo: sistemas agroflorestais
e monocultivo 32
Biologia floral 43
O que é polinização? 46
Visitantes florais e polinizadores 52
É possível criar e manejar os polinizadores
da castanheira-do-brasil? 68
Práticas amigáveis aos polinizadores 70
Agradecimentos 76
Referências bibliográficas 77
Introdução
A castanheira-do-brasil (Bertholletia excelsa
Bonpl.), também conhecida como castanheira-
do-pará, é uma das mais exuberantes árvores da
Floresta Amazônica.
Castanheira-do-brasil
(Bertholletia excelsa Bonpl.
Lecythidaceae).
Foto: Márcia Maués.
da espécie
Árvore de castanheira-do-brasil
(Bertholletia excelsa) em área
cultivada com cacau (Theobroma
cacao). Foto: Márcia Maués.
A) Hábito
As árvores podem alcançar
altura de até 60 m, com diâme-
tro na base do tronco de até 4
m e diâmetro à altura do peito
(DAP) variando entre 1 m até
1,80 m. O tronco é reto, cilíndri-
co e desprovido de ramos (Fig.
1) (Mori & Prance 1990).
b) Arquitetura
Os galhos são encurvados nas
extremidades, compostos de
f olhas esparsas e alternadas
(Mori e Prance, 1990).
Figura 2
Flores e inflorescências da castanheira-
do-brasil (Bertholletia excelsa).
Foto: Márcia Maués.
c) G
rupo ecológico d) Folhas e) Flores e Inflorescência:
É uma planta clímax, natural- Estão unidas ao caule através As inflorescências estão
mente encontrada em áreas do pecíolo de 5-6 cm de compri- dispostas nos ramos terminais
preservadas (florestas primá- mento, apresentam coloração da planta (Fig. 2) em ramos
rias), onde ocupa o extrato verde-brilhosa na face superior eretos de 12 a 17 cm de
superior da floresta com melhor e verde-pálido na face inferior, comprimento. As flores
acesso à luz (heliófila) (Lorenzi medindo geralmente de 25-35 praticamente não têm
2000). Trata-se de uma planta cm de comprimento por 8-12 pedúnculo, e apresentam
demandante por luz na fase cm de largura. A forma é oval simetria bilateral. A corola
inicial de seu desenvolvimento. alongada com margens ondula- (parte mais vistosa da flor)
das; nervura central ressaltada tem coloração variando entre
na face inferior. Tem nervuras o branco e o amarelo, é
laterais abundantes, delicadas e suavemente perfumada, com
retas (adaptado de Cavalcante seis pétalas livres.
1976).
Figura 3
Flor da castanheira em corte
longitudinal, evidenciando os órgãos
Estigma
feminino (gineceu: estigma) e Néctar na base dos estaminódios
masculino (androceu: estaminódios,
estames e anteras), a corola e o capuz Anteras
ou elmo. Foto: Marcelo Cavalcante.
O capuz é único e
recobre os recursos
(néctar e pólen)
Figura 4
Detalhes do órgão feminino e órgão
masculino da flor da castanheira em
microscópio: (A) Corte transversal do
ovário exibindo quatro cavidades e
óvulos; (b) Estigma bem desenvolvido
e intumescido; (c) Estames exibindo os
filetes e anteras. Fotos: Andréa Santos.
a b c
iii) e
por último o elmo ou dos estaminódios, junto à face
capuz, que é resultante da interna da pétala modificada,
união de uma pétala modi- encontram-se os nectários. O
ficada e numerosos estami- órgão reprodutor feminino
nódios curvos e unidos, que é formado pelo estilete
recobrem o anel estaminal (estrutura semelhante à um
e bloqueiam a entrada da fio) e estigma, ovário com
flor (Nascimento et al. 2010) quatro lóculos, cada um com
(Fig. 3). 4 a 5 (ou raramente 6) óvulos
por lóculo, totalizando, em
Os estames são sustentados por média, 20 óvulos por flor
uma pequena haste. Na base (Fig. 4) (Cavalcante 1976).
a b c
Figura 5
(a) Fruto ou ouriço fechado; (b) ouriço
aberto mostrando as sementes; (c)
sementes (amêndoas) da castanheira-
do-brasil. Fotos: Márcia Maués.
Figura 6
A) Frutos Sementes (amêndoas) da castanheira-
São do tipo seco em forma de do-brasil. Foto: Ronaldo Rosa.
cápsula esférica, pesando entre
200 g a 1,5 kg; contendo de 12
a 25 sementes (Fig. 5) , as quais
pesam de 4 a 10 g cada (Tonini
& Arco-Verde 2004).
B) Sementes
Apresentam formato
triangular-anguloso, com super-
fície muito rígida e rugosa
(Fig. 6). O comprimento va-
ria entre 4 e 7 cm (Tonini &
Arco-Verde 2004).
A germinação da semente da A) G
erminação de sementes b) G
erminação de sementes
castanheira sempre foi um com casca com casca escarificada
grande entrave à formação
de mudas de castanheira, e, para este processo devem sementes com as quinas
consequentemente, para a ser usadas sementes intactas, (estrias) e polos germinativos
formação de cultivos racionais, semeadas a uma profundidade esmerilados são semeadas da
pois normalmente a germinação de 2 cm abaixo do nível mesma forma que foi descrita
ocorre entre doze a 18 meses superior do substrato, o qual acima. O uso de esmeril elétrico
após a semeadura. é composto da mistura de é recomendado, estimando-
uma parte de terra vegetal se que uma pessoa pode
Os processos mais com uma parte de serragem escarificar até 1.000 sementes
curtida. O início da germinação por dia. Cerca de 18 meses após
utilizados para deverá ocorrer por volta do a semeadura 41% das sementes
germinar as sementes sexto mês após a semeadura. estarão germinadas (Pereira et
podem ser divididos Estima-se que após 18 meses aI. 1980).
cerca de 25% das sementes
da seguinte forma
estarão germinadas (Figueiredo
[adaptado de Müller et aI. 1980). Entretanto, esse
(1981)]: método é muito vagaroso e a
germinação ocorre de forma
desuniforme, uma vez que
algumas sementes podem levar
até 700 dias para germinar
(Nascimento et al. 2010).
c) Germinação
através da semeadura de amêndoa
(sementes sem casca)
Este processo apresenta maior utiliza-se uma prensa para a secar à sombra, sendo em
eficácia, porém demanda rachar a casca (Fig. 7) , a qual seguida semeadas. O substrato
muito cuidado na remoção da em seguida deve ser retirada utilizado pode consistir em
casca da semente, para não totalmente com ajuda de um uma mescla de areia branca e
causar danos à amêndoa. A canivete ou alicate especial, serragem fina, na proporção
técnica estimula a emergência com uma ponta semelhante 1:1, evitando o uso de matéria
do caulículo das sementes, a um bico de papagaio. Após orgânica e tratando o substrato
o que acontece cerca de 20 a remoção do tegumento, com fungicida (Nascimento et
a 30 dias após a semeadura. Nascimento e colaboradores al. 2010). As caixas-sementeiras
Para facilitar a remoção do (2010) recomendam imergir as devem ser suspensas, havendo
tegumento das sementes, amêndoas durante 90 minutos ainda necessidade de proteção
estas devem ser imersas em em uma solução de fungicida. contra o ataque de roedores,
água por 24 até 72 horas, Entretanto, é importante principalmente ratos. Através
trocando a água diariamente destacar que ainda não há deste processo pode-se obter
(Nascimento et al. 2010). As produtos registrados pelo cerca de 78% de germinação,
sementes que flutuarem devem MAPA. Posteriormente as com apenas três a cinco meses
ser descartadas. Em seguida amêndoas devem ser postas da semeadura.
Figura 7
Prensa artesanal utilizada para rachar
a casca das amêndoas. Foto: Márcia
Maués.
A muda de castanha-do-brasil
está no ponto de plantio quan-
do atinge em torno de 25 cm de
altura e apresenta pelo menos
16 folhas abertas. Antes do
plantio, é importante fazer a
exposição gradativa das mu-
das ao sol devendo as mesmas
ficarem por um período de
quinze a 30 dias a “céu aberto”
para fase de adaptação (Müller
1981).
Os tratos culturais
aplicados na
castanheira-do-
por plantas de desenvolvimento (A) poda para formação do
brasil, de acordo com
semelhante, selecionando-se fuste — que consiste em eli-
as mudas de acordo com a sua Müller (1981), são os minar gradualmente os ramos
altura, para economizar tempo, seguintes: mais baixos, até dois metros de
evitando vistorias desnecessá- altura do solo, sendo efetuada
rias antes da enxertia (Müller Coroamento em plantas enxertadas há mais
1981). remoção das plantas que surgi- de dois anos;
rem ao redor da muda, feita de
As mudas de castanha-do-brasil, quatro em quatro meses. (b) poda de formação da copa
por se tratar de uma planta — somente é feita quando
heliófila ou demandante por Roçagem o enxerto apresenta poucas
luz (Lorenzi 2000), devem ser as entrelinhas de plantio devem r amificações, que tem como
plantadas e mantidas em área ser roçadas, manualmente ou objetivo aumentar o número
livre de vegetação circundante, com máquinas, no momento de ramos responsáveis pela
para não haver competição e da realização do coroamento. f rutificação. Os ramos devem
sombreamento. Essa vegetação removida pode ser podados a uma distân-
ser aproveitada como cobertura cia de 1,0 a 1,5m do tronco,
morta, prática importante em eliminando-se, em seguida,
regiões onde ocorrem longos quatro ou cinco folhas logo
períodos de estiagens. abaixo do corte, para estimular
a formação de novos ramos.
Poda A poda de formação da copa
para o adequado desenvolvi- é feita em brotações de ra-
mento da castanheira-do-brasil, mos com crescimento lateral
devem ser realizados dois tipos: (plagiotrópicos).
região de Belém (PA) a floração os frutos bem desenvolvidos ou firme são pobres em nutrientes,
de árvores c ultivadas ocorre um quase maduros (Moritz 1984), ácidos e com baixa capacidade
pouco mais cedo, de agosto a sendo comum encontrar frutos de troca de cátions (Vieira &
novembro e também entre os de diferentes estágios de de- Santos 1987).
meses de março a junho, como senvolvimento em uma mesma
observado no Amapá (Maués planta durante todo o ano
Figura 9
2002; Campos et al. 2013). (Maués 2002). Árvore adulta de castanheira-do-brasil
Observações feitas no Acre com folhas maduras. Foto: Márcia
indicam que, em área culti- A mudança foliar estende- Maués.
vada, a floração começa mais -se durante todos os meses
cedo que em florestas naturais. do ano, onde se observa o
Pode ser que em p opulações aparecimento de folhas no-
naturais de castanheiras na vas durante os meses que
região de B elém a floração antecedem o florescimento.
ocorra em época semelhante O desfolhamento parcial das
à das castanheiras do sudeste árvores da castanheira ocorre
da Amazônia. No sul do estado principalmente no período de
de Roraima a floração ocorre estiagem, assim como o apareci-
em época totalmente d istinta mento de uma nova folhagem,
do resto da Amazônia, de que precede o surgimento dos
janeiro a março (Tonini 2011). botões florais. Folhas madu-
As T abelas 1 e 2 sumari- ras são encontradas durante
zam resultados de estudos da quase todos os meses do ano
fenologia da castanheira em (FIG. 9). As folhas novas são
d iferentes locais da Amazônia. caracterizadas por uma colora-
ção marrom-avermelhada, que
Do início do desenvolvimen- quando maduras, t ornam-se
to dos frutos até a maturação verde-escuras. A queda dessas
decorrem aproximadamente 15 folhas promove a cobertura do
meses (Cymerys et al. 2005), ou solo, favorecendo a ciclagem de
seja, durante a floração e o de- nutrientes. Esse processo é de
senvolvimento dos frutos novos, grande importância, uma vez
a castanheira-do-brasil conserva que os solos de floresta de terra
Floração
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Os frutos verdes de castanheira-
do-brasil podem ser vistos
durante o ano inteiro,
podendo-se encontrar frutos
em diferentes fases de
desenvolvimento em uma
mesma planta. O fruto no
Mudança Foliar tamanho total alcançado após
o completo amadurecimento é
perceptível durante a estação
chuvosa (novembro a março)
“As folhas novas começam a surgir no início na maior parte da Amazônia
do período de estiagem, precedendo a (Maués 2002), porém no Amapá
a frutificação ocorre em dois
floração — de maio a novembro, início do
períodos, na estação chuvosa
período chuvoso. As folhas novas possuem (janeiro a março), quando
um tom avermelhado, diferindo-se do tom registra-se a maior parte
verde das folhas maduras”. da disseminação dos frutos
maduros, e no começo do
período de estiagem (junho a
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
agosto) (Campos et al. 2013).
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Figura 9b
Sementes (amêndoas) da castanheira-
do-brasil. Foto: Márcia Maués.
Disseminação de sementes
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
b
“A formação do fruto
de castanha-do-brasil
abrange um ano inteiro
(ou até 14 meses),
desde a fertilização até
a maturação”.
a “E o período de
queda dos frutos e
a disseminação das
sementes ocorrem
entre os meses de
janeiro a junho”.
Figura 10
Desenho esquemático de um sistema
agroflorestal (SAF)
Figura 11
Localização da área de estudo
em Tomé-Açu (PA), localidade de
Quatro-Bocas. Fonte: Laboratório de
Sensoriamento Remoto da Embrapa
Amazônia Oriental.
bservadas em árvores de
o 122 cooperados da Cooperativa tor com nacionalidade japone-
pimenta-do-reino, espalhando- Agrícola Mista de Tomé-Açu sa, que imigrou para o Brasil
se rapidamente, causando o (CAMTA), foram entrevista- há pouco mais de 50 anos. A
colapso da produção “diamante dos na Colônia Japonesa de fazenda Sasahara compreende
negro” na década de 1970 Tomé-Açu, sob a supervisão da uma área de 50 ha, dos quais 25
e forçando os produtores a Associação Cultural e Fomento ha são utilizados em um siste-
descobrir outros sistemas de Agrícola de Tomé-Açu (ACTA), ma de agricultura familiar com
cultivo para se sustentar e 29 produtores declararam o plantio consorciado (Sistema
(Barros 2009). possuir castanheiras plantadas Agroflorestal).
em suas propriedades. No total,
O cultivo da castanheira- foram registradas 21.414 cas- As principais culturas na
do-brasil foi trazido pelos tanheiras plantadas em 548,82 Fazenda Sasahara são o
colonos japoneses para hectares de consórcios diversos, cacau (Theobroma cacao),
Tomé-Açu a partir de uma perfazendo uma média de 39 castanha-do-brasil (Bertholletia
experiência realizada no pés/hectare (Barros et al. 2009). excelsa), cupuaçu (Theobroma
estado do Amazonas, para grandiflorum), pimenta-do-
uso da castanheira em sistema Dentre essas propriedades, reino (P iper nigrum) e o açaí
consorciado de cultivo com destaca-se a Fazenda Sasahara (E uterpe oleracea). Essências
essências florestais e culturas (FIG. 12), localizada no Km2 florestais como o mogno
alimentares. da “Estrada da Colônia Jamic”, (Swietenia macrophylla), cedro-
na localidade de Quatro-Bocas vermelho (Cedrella odorata),
Um estudo realizado em Tomé-Açu/PA. O principal andiroba (Carapa guianensis),
2006 nesse município para- acesso é através da Rodovia seringueira (Hevea brasiliensis)
ense, no qual 96 produtores PA-256. O dono da fazenda é o entre outros também são
n ipo-brasileiros, do universo de Sr. Tomio Sasahara, um agricul- cultivadas (Fig. 3) .
fazenda Aruanã
Na fazenda Aruanã (FIG. 13) a com cultivo de castanheira, para a autofecundação (cruzamento entre
paisagem está em conformidade manter populações de polinizadores. plantas irmãs), que não resultaria na
com a Lei n. 12651, de 25 de maio Neste caso, os esforços devem ser formação de frutos. A diversidade
de 2012) sobre a proteção da concentrados na compreensão de de polinizadores é alta, mas se as
vegetação nativa, preservando 80% como o sistema de acasalamento abelhas estiverem visitando árvores
da vegetação natural (floresta). Houve está acontecendo, uma vez que as “irmãs”, a frutificação será baixa, pois
uma preocupação de se manter faixas parcelas de castanha-do-brasil devem estaria aumentando as chances de
com 500 m de vegetação nativa ser compostas de clones ou variedades cruzamentos por geitonogamia (nas
(floresta) entre os blocos de 600 ha diferentes, para evitar que se favoreça flores de uma mesma planta).
Figura 13
Vista aérea do “mar de copas” de árvores
de castanheira-do-brasil na Fazenda Aruanã,
Itacoatiara (AM). Foto: Marcelo Cavalcante.
Figura 14
Xylocopa frontalis (mamangava) visitando flor de
castanheira-do-brasil: (A) ilustração da abelha entrando na
flor, em corte transversal, mostrando o seu posicionamento
no interior da corola; (B) abelha chegando na flor com o
dorso e cabeça cobertos de pólen. Foto: Márcia Maués.
a) Morfologia floral
A biologia floral inclui o estudo rísticas, que devem funcionar permitindo que apenas abelhas
de todas as manifestações de harmonicamente para o bom corpulentas como as mamanga-
vida da flor, inclusive a fertili- funcionamento da interação vas, com força suficiente para
zação. Neste sentido a biologia (Endress 1994). Como mencio- forçar a entrada, levantando
floral mescla-se com a ecologia nado anteriormente, a flor da esse capuz, consigam entrar na
da polinização, que engloba es- castanheira-do-brasil é herma- flor (Maués 2002).
tudos de interação entre flores frodita, ou seja, apresenta os
e seus visitantes/polinizadores. órgãos reprodutores masculinos As flores de castanheira-do-
e femininos. Possui ainda uma brasil são hermafroditas, reu-
A interação com polinizado- estrutura chamada capuz que nindo os dois sexos na mesma
res é influenciada por diversas protege o acesso aos recursos flor. Porém, não ocorre auto-
características florais como florais e restringe o acesso dos polinização, sendo necessária
antese (abertura das flores), visitantes florais (Fig. 14) . Estas a transferência de pólen entre
recurso ofertado, cor, forma, características restringem a duas ou mais árvores para que
tamanho, entre outras caracte- entrada dos visitantes florais, ocorra a formação de frutos.
Figura 15
Flor da castanheira-do-brasil desde o
início da abertura até a plena antese.
Fotos: Andréa Santos.
00h00 01h00
Polinização é a
transferência de grãos
de pólen (gametas
masculinos) da antera
de uma flor para o
estigma (parte do
órgão reprodutor
feminino) da mesma
flor, de outra flor
da mesma planta Figura 17
Desenho esquemático de uma abelha
(autopolinização) visitando a flor.
ou de flores de outra
planta da mesma É um serviço ambiental que De cada três alimentos que con-
espécie (polinização forma frutos e sementes sumimos, um depende direta
cruzada), mediada em maior quantidade, e ou indiretamente dos serviços
com melhor qualidade: de polinização prestados pelos
por agentes abióticos maiores, mais bonitos, mais animais (McGregor 1976; Klein
(vento e água) ou saborosos, mais atrativos aos et al. 2007).
bióticos (animais). consumidores, e, portanto, com
maior valor de mercado Destes alimentos, um terço
(FIG. 17)
(Free 1993). faz parte da nossa dieta e da
a b c
Figura 18
Abelhas polinizadoras da castanheira-do-brasil em visita às flores. (a) Xylocopa
frontalis abrindo uma flor em busca de recursos; (b) Casal de Centris denudans
em cópula; (c) Eulaema mocsaryi coletando pólen. Fotos: Marcelo Cavalcante.
c) A
utopolinização Espontânea:
as flores são isoladas com
sacos e não há interferência
de visitantes, nem polinização
manual.
Planta 1
d) A
utopolinização Induzida:
flores são polinizadas com
pólen da mesma flor.
Planta 1
Planta 1 Planta 2
a b c
Figura 19
Polinização manual das flores da castanheira-do-brasil. (a) Transferência manual
de pólen com pincel; (b) uso da acetona para limpar o pincel; (c) marcação da
flor polinizada. Fotos: Márcia Maués.
Figura 20
Abelhas-sem-ferrão (Trigona
chanchamayoensis) perfurando o
capuz da flor de castanheira-do-brasil.
Sítio São Vicente Altamira-PA. Fotos:
Igor Nascimento.
Figura 21
Visitantes florais de Bertholletia
excelsa que não contribuem à
polinização. (A) Hesperiidae:
Chrysoplectrum perniciosus; (b)
Hesperiidae: Pyrrhopyge sp.; (c)
abelha-africanizada (Apidae: Apis
mellifera); (d) Riodinidae: Synargis
mycone. Fotos: Márcia Maués.
a b
c d
Besouro Coleoptera X X X V
Beija-flor Trochilidae X X X V
a) Polinizadores
O comportamento de forragea- presentes nas flores cai vertigi-
mento dos visitantes e poliniza- nosamente, tanto em função da
dores nas flores da castanheira redução nas quantidades dos
mostra que as abelhas coletam recursos (néctar e pólen) como
tanto pólen quanto néctar das do aumento da temperatura e
flores de castanha-do-brasil. As redução da umidade relativa
abelhas iniciam suas atividades do ar. Entretanto, um pequeno
de coleta de néctar e pólen nas número de abelhas permanece
primeiras horas do dia, atin- forrageando no período da tar-
gindo o pico de forrageamento de, especialmente a espécie de
entre as 05h30 e 6h00. Após as mamangava-de-toco Xylocopa
10h00 a quantidade de abelhas frontalis (Fig. 22) .
Figura 22
Abelha mamangava Xylocopa
frontalis. Foto: Marcelo Cavalcante.
Figura 23
Abelha mamangava Xylocopa
aurulenta. Foto: Márcia Maués.
Figura 24
Abelha solitária Centris denudans.
Foto: Marcelo Cavalcante.
Figura 25
Abelha solitária Eulaema bombiformis.
Foto: Marcelo Cavalcante.
em tentativa de acasalamento
ou para afugentá-la da fonte
de alimento. Essa espécie pode
ser observada forrageando
no período da tarde, inclusi-
ve nas horas mais quentes do
dia. Seu comportamento de
abordagem à flor é diferente
de X. f rontalis. Sem apresen-
tar preferência de escolha de
flores, penetra imediatamente
nas mesmas ao chegar à copa,
e durante suas visitas coletava
néctar da base da lígula.
Figura 26
Abelha social Bombus transversalis.
Foto: Marcelo Cavalcante.
Figura 27
Abelha solitária Eulaema mocsaryi.
Foto: Marcelo Cavalcante.
Figura 28
Abelha solitária Epicharis conica.
Foto: Marcelo Cavalcante.
Figura 29
Abelha solitária Epicharis flava.
Foto: Marcelo Cavalcante.
Figura 30
Abelha solitária Epicharis zonata.
Foto: Marcelo Cavalcante.
Figura 31
Abelha solitária Epicharis flaviventris.
Foto: Marcelo Cavalcante.
Figura 32
Abelha solitária Centris ferruginea.
Foto: Marcelo Cavalcante.
Figura 33
Abelha solitária Megachile sp.
Foto: Marcelo Cavalcante.
Figura 34
Abelhas solitárias: (a) Eufriesea
purpurata; (b) Eulaema cingulata.
Fotos: Marcelo Cavalcante.
Figura 35
Abelha-melífera (Apis mellifera).
Foto: Márcia Maués.
Figura 36
Frieseomelitta longipes roubando
pólen de Eulaema mocsaryi. Foto:
Marcelo Cavalcante.
b) V
isitantes florais
e/ou pilhadores
Algumas abelhas se aproxima- Frieseomelitta longipes
vam das flores da castanheira (Fig. 36) encontrava-se nas
em busca dos recursos florais, árvores durante todo o período
porém não conseguiam realizar da manhã e em maiores
visitas legítimas, isto é, aque- quantidades que A. mellifera
las que podem efetivamente e, pelas mesmas razões que
contribuir para a polinização. aquela, não conseguia acessar
Os principais motivos dessa os recursos florais. Entretanto,
ilegitimidade nas visitas foi a F. longipes apresentou o
incapacidade de entrarem na comportamento de tentar
flor e fazerem contato com os coletar o pólen das corbículas
órgãos reprodutivos (anteras e das outras espécies maiores no
estigma), o que impossibilita a momento em que as mesmas
deposição adequada de pólen. estavam visitando as flores,
Dentre essas abelhas, a espécie fazendo com que, muitas
Apis mellifera (Fig. 35) estava vezes, essas abelhas maiores
presente nas árvores em peque- abandonassem a flor.
nas quantidades, sendo o início
da manhã o horário em que se Melipona laterallis e Euglossa
Sem a ação
encontrava mais frequente. Em sp. também se aproximaram das abelhas
função do seu porte pequeno das flores, mas o máximo que polinizadoras da
e pouco vigor físico limitava-se conseguiam fazer era recolher
castanheira não
a sobrevoar as flores e coletar o pólen caído sobre as pétalas
pequena quantidade de pólen após as visitas dos polinizadores
haverá produção
que, porventura, era deixado efetivos. de castanhas-do-
nas pétalas e/ou lígula pelas brasil.
outras abelhas visitantes.
Figura 38
Criação de abelhas solitárias e semi-
sociais. (a) Ninhos de Eulaema nigrita.
Foto: Marcelo Cavalcante; (b) e (c)
Ninhos de Xylocopa frontalis.
Fotos: Anderson Vieira.
1. Fragmentação do habitat
a remoção da vegetação natural
por práticas de desflorestamen-
to, conversão para agricultura
(Fig. 39), obras de infraestru-
tura e/ou habitação reduzem a
disponibilidade de alimentos e
locais de nidificação das abe-
lhas, e podem dificultar a sua
mobilidade pela falta de conec-
tividade entre os fragmentos
(Biesmeijer et al. 2006; Kremen
et al. 2007).
3. U
so indiscriminado
de agrotóxicos
a aplicação de agrotóxicos para produção de crias, entre outros)
controle químico de pragas e (Pinheiro & Freitas 2010; Freitas
patógenos, com alta toxicidade & Pinheiro 2010) (Fig. 41) . O
aos polinizadores e sem ob- emprego de agrotóxicos pode
servar o seu horário de visitas, suprimir ou reduzir a produção
pode levar à morte, atuar como de néctar e pólen em algumas
Figura 41
repelente e ainda provocar plantas, diminuindo a oferta Uso de agrotóxicos e seus impactos
efeitos tóxicos subletais (deso- de alimentos aos polinizadores nos polinizadores. Livro Polinizadores
rientação de voo, redução na (Johansen & Mayer 1990). e Pesticidas.
4. M
udanças climáticas
globais
mudanças bruscas na
temperatura do ar,
precipitação, nebulosidade
e outros fenômenos
meteorológicos (Fig. 42)
podem levar a alterações na
distribuição geográfica das
espécies de abelhas e plantas.
Além disso, podem mudar seus
ciclos reprodutivos, e, nos casos
mais drásticos, levar à ruptura
das interações abelha-planta
(Hegland et al. 2009).
5. Introdução de
espécies exóticas
polinizadores exóticos (Fig. 43)
podem competir por recursos
florais e locais de nidificação
com as espécies nativas, além
de possibilitar a entrada de
novos parasitas e patógenos
(Potts et al. 2010).
Figura 44
(a) Ninhos-armadilha com bambu.
Foto Anderson Vieira; (b e c) Rancho
entomológico ou hotel de abelhas
com ninhos artificiais de madeira
e bambu. Fotos: Márcia Maués; (d)
Detalhe de uma Xylocopa frontalis
usando o ninho artificial de madeira.
Foto: Cristiane Krug.
a b
Figura 45
Sistema agroflorestal com: (a)
castanheira-do-brasil (Bertholletia
excelsa); (b) açaí (Euterpe oleracea);
(c) banana (Musa sp.); (d) pimenta-
do-reino (Piper nigrum); (e) pupunha
(Bastris gasipaes).
e
b
c d
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