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CIRCUITOS ELÉTRICOS II

Unidade 2
CIRCUITOS ACOPLADOS
2.1 - Terminologia

Circuitos:
• Único ramo de uma rede;
• Dois ou mais ramos interligados elétrica ou magneticamente;
• Qualquer laço elétrico completo no qual pode-se aplicar a lei de Kirchhoff das tensões.

Circuito Acoplado – quando pode ocorrer troca de energia entre eles.


Tipos de acoplamento:
• Condutivamente;
• Eletromagneticamente;
• Eletrostaticamente.

2.2 - Circuitos Acoplados Condutivamente


Para a figura abaixo, dados E& , e as impedâncias do circuito ( Z&1 , Z& 2 e Z& M ), determinar, as
correntes, tensões e potências.
Considerando-se as correntes de laço &I1 e &I 2 tem-se
as equações:
Z&1 I&1 + Z& M (I&1 − I&2 ) = E& ;
& & ⇒
Z 2 I 2 + Z& M (I&2 − I&1 ) = 0;

∆& 1 E& (Z& 2 + Z& M )


I&1 = =
(Z&1 + Z& M ) − Z& M   I&1   E&  ∆& (Z&1 + Z& M )(Z& 2 + Z& M ) − Z& M2 ;
  &  =   ⇒
− Z M (Z& + Z&
2 M )
  I 2  0  ∆& 2 E& (Z& M )
I&2 = =
∆& (Z&1 + Z& M )(Z& 2 + Z& M ) − Z& M2 .
Na solução acima consideramos a solução do sistema de equações na forma matricial. Se
consideramos Z & o termo genérico da matriz Z& como sendo o elemento de i-ésima linha e da j-ésima
ij
coluna, tem-se que:
Z&11 = (Z&1 + Z& M ); Z&12 = − Z& M ; Z& 21 = − Z& M e ( )
Z& 22 = Z& 2 + Z& M .

Exemplo 2.1 - Para a figura acima, com:


E&1 = 100 ∠0 o V ;
Z&1 = 3 + j 4 Ω ;
Z& M = 10 Ω e
Z& 2 = 4 − j8 Ω ,

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Obtém-se:
• I&1 = ∆& 1 ∆& = 13,03 ∠ − 6,91° A;
• I&2 = ∆& 2 ∆& = 8,08 ∠22,83° A;
• I&ab = (I&1 − I&2 ) = 5,49 − j 4,71 = 7,23 ∠ − 40,63o A ;
( ) ( )
• Potência gerada = E I1 cos θ E& − θ I&1 = 100 × 13,03 × cos 6,91o = 1.293,5 watts ;
• Potência consumida = 3 × 13,03 2 + 4 × 8,08 2 + 10 × 7,23 2 = 1.293,2 watts .

Problema 2.1 – Resolver o circuito da figura anterior, transformando o circuito acoplado em


impedâncias séries equivalentes.

Dados:
E&1 = 100 ∠0 o V ;
Z& = 3 + j 4 Ω = 5 ∠ 53,130° Ω;
1

Z& M = 10 Ω = 10 ∠ 0° Ω ;
Z& = 4 − j8 Ω = 8,944 ∠ − 63,435° Ω. .
2
Tem-se:

Z& Z& 8,944 ∠63,43o ⋅ 10 ∠0 o


Z& 2 // M = 2 M = = 5,548 ∠ − 33,69 o Ω;
Z2 + ZM
& & (1
14 − j8)
424 3
16 ,125 ∠− 29 , 745o

Z& eq = Z&1 + Z& 2 // M = (3 + j 4 ) + (4,616 − j 3,077 ) = 7,616 + j 0,923 = 7,672∠6,91o Ω;

&I = E = 100 ∠0
& o
= 13,035 ∠ − 6,91o A;
Z eq 7,672 ∠6,91
&
1 o

V&ab = Z& 2 // M I&1 = 5,548 ∠ − 33,61o × 13,035 ∠ − 6,91o = 72,318 ∠ − 40,60 o volts;

V& 72,315 ∠ − 40,6 o


I&2 = ab = = 8,085 ∠22,83o A;
Z 2 8,944 ∠ − 63,43
& o

V&
I&ab = ab = 7,2315 ∠ − 40,6 o A;
Z&
M

V&1 = I&1 Z&1 = 65,175 ∠46,22 o volts;


V&ab = E& − I&1 Z&1 = 100 ∠0 o − 65,175 ∠46,22° = (100 + j 0 ) − (45,09 + j 47,06 ) =
54,91 − j 47,06 = 72,32 ∠ − 40,60 o volts;
Pgerada = E I1 cosθ ]EI&1 = 100 × 13,035 × cos 6,91o = 1.294 watts;
&

Pconsumida = R I12 = 7,616 × 13,0352 = 1.294 watts;


ou
Pconsumida = 3 × 13,0352 + 4 × 8,0852 + 10 × 7,23152 = 1.294 watts.

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2.3 - Impedância Mútua

A impedância mútua entre os circuitos 1 e 2 de uma rede geral é definida como sendo a tensão
originada no circuito 2 por unidade de corrente no circuito 1, com todos os circuitos abertos, exceto o
circuito 1.

V&
Z& 21 = 22' e
I&1
V&
Z&12 = 11' .
2I&

& e Z& .
Ex.: Para a figura seguinte, determine Z 21 12

.
Ra
Rb I/&1 ⋅
V& R I& Ra + Rb + Rc
Z& 21 = 22 ' = b bd = ⇒
I&1 I&1 I/&1
Ra Rb
Z& 21 = ;
Ra + Rb + Rc
Rb
Ra I/&2 ⋅
V& R I& Ra + Rb + Rc Ra Rb
Z&12 = 11' = a ac = = .
I&2 I&2 I/&2 Ra + Rb + Rc

2.4 - Coeficiente de Acoplamento: K

Z&12
K& = onde:
Z&11' Z& 22'

• Z&12 = Z& 21 , impedância mútua no caso de circuitos bilaterais;


• Z
& , impedância vista a partir de 11’ com os terminais 22’ abertos;
11'
• Z , similarmente, a impedância vista de 22’.
&
22'

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Problema 2.2 - Para o mesmo exemplo do item 2.3, tem-se:


R (R + Rc ) R (R + Rc )
Z&11' = a b ; Z& 22 ' = b a ; chamando R a + R b + R c = R s ⇒
Ra + Rb + Rc Ra + Rb + Rc
RaRb
& = R/ s RaRb
K = .
R a (R b + R c ) R b (R a + R c ) R a ⋅ R b (R b + R c ) (R a + R c )

R/ s R/ s

Exercícios: Qual a impedância mútua entre os circuitos 11’ e 22’ e o coeficiente de acoplamento?
a)
V&
Z& 21 = 2 = 10 ∠30o Ω;
I&1
Z& 21 10∠30o 10∠30o 10∠30o
K& = = = ⇒ K& 1 = = 1 ∠0o ;
& &
Z11' Z 22' 10∠30 × 10∠30
o o
100∠60 o 10∠30o

10∠30o
K& 2 = = 1 ∠ − 180° .
10∠210o

b)

Z& 21 = 5 ∠0 o Ω;
1∠0 o ;
K& = 
− 1∠0 o.

c)

Z& 21 = 2,5 ∠0 o Ω;
2,5∠0 o 1 ∠0 o ;
K= 
2,5∠0 o × 2,5∠0 o 1 ∠ − 180 .
o

d)

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e) Qual a impedância mútua entre os circuitos 11’ e 22’, abaixo?

20∠80 o
a) Com I&1 = 5∠30 o A e V&22 ' = 20∠80 o V⇒ Z& 21 = = 4∠50 o Ω;
5∠30 o

b) Com I 2 = 5∠30 A e V11' = 20∠80 V ⇒ Z 12 = 4∠50 o Ω.


& o & o &

2.5 - Acoplamento Magnético

Para os circuitos indicados acima considere os fluxos:


φ11 – Fluxo produzido pela bobina 1 que envolve apenas a bobina 1;
φ12 – Fluxo produzido pela bobina 1 que envolve a bobina 1 e a bobina 2;
φ22 – Produzido pela bobina 2 e que envolve apenas a bobina 2;
φ21 – Produzido pela bobina 2 e que envolve as bobinas 1 e 2.

Observe que:
φ1 = φ11 + φ12 é o fluxo total produzido pela bobina 1;
φ2 = φ22 + φ21 é o fluxo total produzido pela bobina 2;
φM = φ12 + φ21 é o fluxo mútuo – comum às duas bobinas;
φT1 = φ11 + φ12 + φ21 = φ1 + φ21 = φ11 + φM – fluxo total que envolve a bobina 1;
φT2 = φ22 + φ21 + φ12 = φ2 + φ12 = φ22 + φM – fluxo total que envolve a bobina 2.

2.6 - Indutância Mútua (M)


É similar as auto-indutâncias das bobinas 1 e 2, só que no caso das auto-indutâncias (L1, L2),
temos o efeito de fluxos e correntes nas mesmas bobinas, e no caso da indutância mútua é o efeito do
fluxo e corrente produzido em uma bobina afetando uma segunda bobina. Têm-se as expressões:

L1 = 1 1 – vinculação de fluxo da bobina 1 por unidade de corrente na mesma;
i1
N φ
L 2 = 2 2 – vinculação de fluxo da bobina 2 por unidade de corrente na mesma;
i2
φ12
M 12 = N 2 – vinculação de fluxo na bobina 2, fluxo este produzido na bobina 1, por unidade de
i1
corrente da bobina 1;
φ 21
M 21 = N 1 – vinculação de fluxo na bobina 1, fluxo este produzido na bobina 2, por unidade de
i2
corrente da bobina 2.

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Se a relação do fluxo por corrente não for constante teremos as expressões:

d (φ1 ) d (φ 2 ) d (φ12 ) d (φ 21 )
L1 = N 1 ; L2 = N 2 M 12 = N 2 ; M 21 = N 1 .
d i1 d i2 d i1 d i2

Observação: Na maioria das aplicações práticas consideramos que a relação φ/i é constante, em outras
palavras, consideramos que a relutância do meio magnético que associa os dois circuitos é constante,
e desta forma M12 = M21 = M. A unidade M é evidente, considerando as expressões anteriores, que é
Henry (H), a mesma unidade das auto-indutâncias.

Problema 2.4
Para os circuitos 1 e 2 indicados ao lado, onde:
N1 = 50 espiras;
N2 = 500 espiras;
φT1 = 30.000 maxwells;
φT = 27.500 maxwells
2
(1 Maxwell = 10-8 Webber)
I1 = 5A;
Pede-se:

a) M = ?
φ12 27.500 × 10 −8
M = M 12 = N2 × = 500 × = 27,5 mH .
i1 5
b) L1?
φ1 30.000 × 10 −8
L1 = N 1 × = 50 × = 3 mH .
i1 5

c) K? – coeficiente de acoplamento magnético. (Veja definição de K na seção 2.8).


φ φ φ 27.500
K = 12 × 21 = 12 = = 0,9167 .
φ1 φ 2 φ1 30.000

d) L2 = ?
M M2 27,5 2
K= ⇒ L2 = = = 300 mH .
L1 L2 K 2 ⋅ L1 (0,9167 )2 × 3,0

2.7 - Reatância Mútua (XM).

Relembrando-se a lei de Faraday tem-se:

d (φ 21 )
e12 = − N 1
dt
d (φ 21 )
v12 = N 1
dt
onde

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e12 é a tensão induzida (elevação) no circuito 1 devido ao fluxo (φ21) produzido no circuito 2 e que
enlaça o circuito 1; e v12 , similarmente, a queda de tensão no circuito 1 provocada pelo fluxo do
circuito 2.

• Tem-se as equações básicas de tensões:


dφ dφ
R1 i1 + N 1 1 + N 1 21 = e1 ;
dt dt
dφ dφ
R2 i2 + N 2 2 + N 2 12 = e2 .
dt dt
• Considerando que a permeabilidade magnética (µ) do meio condutor do fluxo magnético seja
constante, tem-se que:
φ di dφ
L1 = N 1 1 ⇒ L1 i1 = N 1 φ1 ⇒ L1 1 = N 1 1 ;
i1 dt dt
φ 21 d i2 dφ
M 21 = N 1 ⇒ M 21 i2 = N 1 φ 21 ⇒ M 21 = N 1 21 ;
i2 dt dt
φ2 d i2 dφ
L2 = N 2 ⇒ L2 i 2 = N 2 φ 2 ⇒ L2 = N2 2 ;
i2 dt dt
φ12 d i1 dφ
M 12 = N 2 ⇒ M 12 i1 = N 2 φ12 ⇒ M 12 = N 2 12 .
i1 dt dt

Substituindo os valores acima nas equações básicas de tensões tem-se:


di di
R1 i1 + L1 1 + M 21 2 = e1;
dt dt
di di
R2 i2 + L2 2 + M 12 1 = e2 .
dt dt

Considerando tensões e correntes com a forma de onda senoidal


i1 = I m1 sen (ωt + ϕ1 ) ⇒ I&1 = I1 ∠ϕ1 ;
i = I sen (ωt + ϕ ) ⇒ I& = I ∠ϕ ;
2 m2 2 2 2 2

e1 = Em1 sen (ωt + θ1 ) ⇒ E&1 = E1 ∠θ1 ;


e2 = Em 2 sen (ωt + θ 2 ) ⇒ E& 2 = E2 ∠θ 2 ;
e substituindo estes valores instantâneos nas equações acima, derivando, considerando que
(
cos α = sen α + 90o = jsenα , e fazendo: )
j ωL = j X = X ∠90o = X& ;
1 1 1 L1

j ωL2 = j X 2 = X 2 ∠90 = X& L 2 ; o

j ωM 21 = j X M = X M ∠90o = X& M ;
j ωM = j X = X ∠90o = X& ;
12 M M M
têm-se as equações de tensões na forma fasorial:
R1 I&1 + X& 1 I&1 + X& M I&2 = E& 1 ;
R I& + X& I& + X& I& = E& .
2 2 2 2 M 1 2

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& , o valor de tensão


Problema 2.5 – Para o circuito abaixo determine o valor da reatância mútua X M
V& que aparece nos terminais do secundário aberto, e faça um diagrama fasorial para o primário e
22'
secundário. Sabendo-se que:
R1 = 10 Ω;
50
e1 = 50 sen 377t volts ⇒ ω = 377 rd / s e E&1 = ∠0o volts;
2
1
L1 = H ⇒ X& L1 = jωL1 = 10∠90o Ω;
37,7
M = M = M = 0,02 H ⇒ X& = jωM = 7,54∠90o Ω.
12 21 M

Para o primário (circuito 1, indutor):


R1 I&1 + X& 1 I&1 − X& M I&2 = E&1 ; como &I 2 = 0 (circuito 2 aberto) ⇒
&I = E&1 50 / 2 ∠0o
= = 2,5 ∠ − 45o ampères.
R1 + jX 1 10 + j10
1

Para o secundário (circuito 2, induzido):


R2 I&2 + X& 2 I&2 − X& M I&1 + V&22 ' = 0 ⇒ V&22' = X& M I&1 já que &I 2 = 0 ⇒
V& = 7,54 ∠90o × 2,5 ∠ − 45o = 18,85 ∠45o volts.
22 '

Observe que X& M I&1 é a força eletromotriz E& 2'2 induzida no secundário.

Atenção: Observe que nas equações de tensões desenvolvidas no item 2.7 usou-se sinal positivo (+)
para a queda de tensão do fluxo mútuo e nas equações deste problema usou-se o sinal negativo (-).
Isto se justifica já que no primeiro caso os fluxos φ12 e φ21 tinham mesmo sentido dos fluxos das
bobinas φ1 e φ2 e conseqüentemente estes fluxos provocarão quedas de tensões de mesmos sinais, e
neste exemplo o circuito 2 é induzido do circuito 1, conseqüentemente de sinal contrário pela lei de
Lenz. Com isto ficou claro que para escrever as equações de tensões com segurança e corretamente
é necessário conhecer a polaridade instantânea dos fluxos, se tem mesmos sentidos (fluxos aditivos)
ou contrários (fluxos subtrativos).

Tem-se, para este problema, os diagramas fasoriais:

Circuito 1

Circuito 2

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2.8 - Coeficiente de Acoplamento Magnético (KM)


φ   φ 21 
K M =  12    .
 φ1   φ2 
φ12 φ 21 φ φ
Na maioria das aplicações práticas = ⇒ K M = 12 = 21 .
φ1 φ2 φ1 φ2
Lembrando-se que:
φ1 L1 i1 φ2 L2 i2
L1 = N1 ⇒ φ1 = ; L2 = N 2 ⇒ φ2 = ;
i1 N1 i2 N2
φ12 M 12 i1 N φ M i
M 12 = N 2 ⇒ φ12 = e M 21 = 1 21 ⇒ φ21 = 21 2 .
i1 N2 i2 N1
Substituindo estes valores na expressão de KM obtém-se:
M 12 i/1 M 21 i/2
×
N/ 2 N/ 1 M 12 × M 21 M2 M M
KM = = = = ⇒ KM =
L1 i/1 L2 i/2 L1 L2 L1 L2 L L L1 L2
× 1 2
N/ 1 N/ 2

Exemplo 2.3 – Para duas bobinas B1 e B2 com acoplamento magnético e sabendo-se que:
N1 = 50 espiras;
N 2 = 500 espiras;
φ1 = 6.000 maxwells/A de i1;
φ12 = 5.500 maxwells/A de i1;
φ2 = 60.000 maxwells/A de i2;
φ21 = 55.000 maxwells/A de i2.
Pede-se L1, L2, M12, M21 e KM.
φ1 −8 M 27,5
L1 = N 1 = 50 × 6.000 × 10 = 3 mH ; KM = = = 0,917 ;
i1 L1 L2 3 × 300
φ2
L2 = N 2 = 500 × 60.000 × 10 −8 = 300 mH ;
i2
φ12 φ12 5.500
M 12 = N 2 = 500 × 5.500 × 10 −8 = 27,5 mH ; KM = = = 0,917 ;
i1 φ1 6.000
φ 21 φ 55.000
M 21 = N 1 = 50 × 55.000 × 10 −8 = 27,5 mH ; KM = 21 = = 0,917 .
i2 φ 2 60.000
Problema 2.8 – Dados N 1 = 1.000 espiras; N 2 = 338 espiras; K M = 0,805 e φ1 i1 = 9.400
Maxwells. Pede-se: L1, L2 e M.
φ1 φ12
L1 = N1 = 1.000 × 9.400 × 10 −8 = 94 mH . Observe que K M = ⇒ φ12 = K M φ1 .
i1 φ1
φ12 φ1
M = M 12 = N 2 = N2 KM = 338 × 0,805 × 9.400 × 10 −8 = 25,58 mH ;
i1 i1
2
M  M  1 25,58 2 1
KM = ⇒ L2 =   ⋅ = 2
× = 10,74 mH .
L1 L2  KM  L1 0,805 94
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2.9 - Sinal de M
Num dado circuito a tensão da indutância mútua M di pode somar-se ou opor-se à tensão da
dt
auto-indutância L di , dependendo dos sentidos dos fluxos envolvidos:
dt
• M(+) se as tensões induzidas (fluxos) tem o mesmo sentido e
• M (-) se as tensões induzidas (fluxos) tem sentidos contrários.

Ex. Escrever as equações para os circuitos 1 e 2 da figura abaixo:

d i1 di
Circuito 1: R1 i1 + L1 − M 2 = e1 ;
dt dt
d i2 di
Circuito 2: R2 i2 + L2 − M 1 = e1 .
dt dt

Marcação de Polaridade (magnética) de Bobinas


A marcação deve ser efetuada de modo que ao escrevermos as equações de tensões para a
corrente i1 na bobina 1 (B1) e para a corrente i2 na bobina 2 (B2) teremos para o sinal de M as regras:
• M é (+) se i1 entra na bobina B1 pelo terminal marcado e, ao mesmo tempo, i2 entra na bobina
B2, também, pelo terminal marcado;
• M é (+) se i1 sai na bobina B1 pelo terminal marcado e, ao mesmo tempo, i2 sai na bobina B2,
também, pelo terminal marcado;
• M é (-) nos casos contrários, ou melhor, se a corrente i1 entra pelo terminal marcado e i2 sai pelo
terminal marcado e, também, se i1 sai pelo terminal marcado e i2 entra pelo terminal marcado.

Processo de Marcação de Polaridades em duas bobinas


Para o circuito de corrente contínua, indicado
ao lado, com a chave ch aberta, marcaremos na
bobina 1 o terminal 1, ou seja, aquele por onde
entrará a corrente i1 no momento do fechamento da
chave (ch). Ao fechar a chave ch, a corrente i1, será
crescente, circuito RL, e induzirá uma força
eletromotriz na bobina 2, e que por sua vez provocará
uma deflexão no amperímetro de corrente contínua (Acc) ligada a seus terminais 22’. Pela deflexão do
amperímetro descobrimos por onde a corrente i2 saiu da bobina 2 e marcamos este terminal. No
exemplo acima, o terminal 2. Sabemos pela lei de Lenz que o circuito acima, nas condições descritas é
um circuito com características de fluxos subtrativos, já que i2 é induzida de i1 onde i1 é crescente.
Observe que este critério de marcação de polaridade de bobinas está em concordância com a regra do
sinal de M acima, já que i1 entra pelo ponto e i2 sai pelo ponto ⇒ M (-) ⇒ fluxos subtrativos ou em
sentidos contrários.

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2.10 - Indutância Mútua entre porções do mesmo circuito


Tem-se a equação para o circuito acima na
forma instantânea:
di di di di
R1 i + L1 + M 21 + R 2 i + L2 + M 12 ⇒
dt dt dt dt
(R1 + R2 )i + (1
L1 + L2 + 2 M ) = e .
442443 dt
di
Laditivot

onde Laditivo é a indutância equivalente para a ligação aditiva (fluxos φ12 e φ21 no mesmo sentido). Se
invertermos o sentido da entrada de corrente em uma das bobinas, teremos então fluxos φ12 e φ21 em
sentidos contrários (subtrativos) e teremos a equação:
(R1 + R2 ) i + (1
L1 + L2 − 2 M ) = e ; onde Lsubrativo é a indutância equivalente para a ligação subtrativa.
44244
di
3 dt
L subtrativo

Observe que:
Laditivo − Lsubtrativo
Laditivo – Lsubrativo = (L1+L2+2M) – (L1+L2-2M) = 4M ⇒ M = .
4

Problema 2.10 – Para a figura acima, com fluxos subtrativos, onde:


R1 = 1 Ω; M = 3,0 mH ⇒ X& M = j 3 Ω;
L1 = 4,0 mH ⇒ X& 1 = j 4 Ω; w = 1.000 rd / s;
R2 = 6,0 Ω; E = 40,5 volts eficazes.
L2 = 9,0 mH ⇒ X& 2 = j 9 Ω; Pede-se:
& , &I , V
Z & (tensão nos terminais da bobina 1); V & (tensão nos terminais da bobina 2) e diagrama
sub 1 2
fasorial do circuito.
Z& subtrativo = (R1 + R2 ) + j ( X 1 + X 2 − 2 X M ) = 7 + j 7 = 7 2 ∠45o Ω;
E& 40,5 ∠0o
I& = = = 4,09 ∠ − 45o Ampère;
Z&
subtrativo 7 2 ∠45 o

V&1 = [R1 + j ( X 1 − X M )] I&1 = (1 + j1) × 4,09 ∠ − 45o = 5,79 ∠0o volts;


V&2 = [R2 + j ( X 2 − X M )] I&1 = (6 + j 6 ) × 4,09 ∠ − 45o = 34,71 ∠0o volts.

Observe que neste exemplo V & e V & estão em


1 2
fase com E& . Será que este fato ocorrerá, sempre, em
situações similares ou foi meramente uma combinação
particular das impedâncias que provocou tal fato?

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2.11 - Indutância Mútua entre ramos em paralelo

Para o circuito ao lado onde a corrente de laço I&1


abrange a fonte de tensão E& e o ramo ab, e a corrente de laço
I&2 , a fonte de tensão E& e o ramo cd tem-se as equações já na
forma matricial:
(R 1 + jX1 ) −X&   I&1  E& 
 × &  =  &  . Dessa forma
M

 − &
X M (R 2 + jX )
2  I 2  E 

∆& 1
I&1 = , corrente na bobina 1;
∆&
∆& 2
I&2 = , corrente na bobina 2 e
∆&
&I = &I + &I , corrente fornecida pela fonte de tensão E& .
1 2

Problema 2.11 – Para a figura acima, com fluxos φ12 e φ21 aditivos e onde:
E& = 50∠0 o Volts; L1 = 0,094 H ⇒ X& 1 = j 35,4 Ω;
w = 377 rd / s; L = 0,0108 H ⇒ X& = j 4,07 Ω;
2 2
R1 = 3,3 Ω; M = 0,0256 H ⇒ X& M = j 9,65 Ω.
R2 = 0,775 Ω; Pede-se:

a) &I1 , &I 2 , &I e o diagrama fasorial do circuito.


Observe que o sinal de X & , neste caso, na matriz de impedâncias Z
& é positivo, ou seja, X
&
M M
em vez de − X . Resolvendo numericamente tem-se:
M
&
∆& 1
I&1 = = 4,44 ∠138,0 o A;
&∆

∆& 2
I&2 = = 20,48 ∠ − 57,2 o A;
&∆

I&1 = I&1 + I&2 = 16,23 ∠ − 61,33o A.

b) Uma análise sobre o consumo de potência real em cada bobina, bem como as potências transmitidas
ou recebidas pelas mesmas, condutivamente e eletromagneticamente.
Define-se:
• Consumo de potência real – potência consumida na parte resistiva da bobina: PR = R I 2 watts ;
• Potência condutiva real – se entre dois pontos de um circuito tem uma tensão V& = V ∠θ v e flui
neste trecho uma corrente I& = I ∠θ então a potência recebida (+) condutivamente será
I

Pcond = V I cos (θ v − θ I ) watts ;


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• Potência eletromagnética real – é a potência real recebida (+) ou transmitida (-) por uma bobina
através do fluxo magnético de acoplamento entre duas ou mais bobinas. Neste exemplo, estes
fluxos são φ12 e φ21 e designaremos esta potência por Pmag1 e Pmag2.

Tem-se para a Bobina 1:


• PR1 = R1 × I 12 = 3,3 × 4,44 2 = 65,055 watts ;
( ) ( )
• Pcond 1 = V1 I1 cos θV&1 − θ I&1 = 50 × 4,44 × cos 0 − 138o = −164,98 watts .

Para a bobina 2, tem-se:


• PR 2 = R2 × I 22 = 0,775 × 20,48 2 = 325,06 watts ;
( ) ( )
• Pcond 2 = V2 I 2 cos θV&2 − θ I&2 = 50 × 20,48 × cos 0 + 57,2o = 554,71 watts .

Para a fonte de tensão, tem-se:


• PcondF = E × I × cos (θ E& − θ I& ) = 50 × 16,23 × cos (0 + 61,33o ) = 389,33 watts .

Observe que:
• Pcond 1 + Pcond 2 = −164,98 + 554,71 = 389,73 ≅ PcondF = 389,33 watts ;
• Pcond 1 = −164,98 watts ⇒ que esta bobina está operando condutivamente como um gerador,
fornecendo potência real para a outra bobina ou para a fonte;
• Pcond 2 = 554,71 watts ⇒ que esta bobina está operando condutivamente como uma carga,
recebendo potência;
• A bobina 2 recebeu 554,71 watts (Pcond2) e consumiu em sua resistência 325,06 watts (PR2), tendo
portanto um saldo de 554,71 – 325,06 = 229,65 watts. O que ocorreu com esta potência se
estamos num regime estacionário? Esta potência deve ter sido transferida para a bobina 1 através
do fluxo mútuo. Tem-se então que PM 2 = −229,65 watts .
• A bobina 1 forneceu 164,98 watts (Pcond1) à bobina 2 e consumiu na sua resistência 65,055 watts
(PR1), tendo portanto um déficit de 164,98 + 65,055 = 230,035 watts, que é praticamente igual
aquele valor (229,65 watts) que sobrou na bobina 2. É claro que este déficit da bobina 1 foi
suprido pelo superávit da bobina 2. Concluímos então que PM 1 = 230,035 watts .
• Observa-se, então, perfeito equilíbrio de potências reais para as bobinas 1 e 2, ou seja:
Bobina 1  Pcond1 + Pmag1 − PR1 = −164,98 + 230,035 − 65,055 = 0
Bobina 2  Pcond 2 + Pmag 2 − PR 2 = 554,71 − 229,65 − 325,06 = 0

c) Um enfoque alternativo e interessante para as potências condutivas e eletromagnéticas, transmitidas


ou recebidas, por um determinado ramo de um circuito, como nos ramos ab e cd deste exemplo.
Usaremos nesta análise a decomposição das tensões V & e V & em duas componentes, a
ab cd
primeira a tensão que a própria corrente do ramo provoca na impedância da bobina e, a segunda,
aquela proveniente do acoplamento magnético, ou seja, a tensão induzida nesta bobina pelo fluxo da
outra acoplada. Observe que V&ab = V&cd = E&12 = 50∠0°volts . Para a equação de laço 1 obtivemos a
equação: (R + jX ) I& + X& I& = E& onde:
1 1 1 M 2

• (R1 + jX 1 ) I&1 = (3,3 + j 35,4 ) × 4,44 ∠138,0 o = 157,857 ∠ − 137,326 o volts = V&ab1 ;
• X& M I&2 = j 9,65 × 20,48 ∠ − 57,2 o = 197,632 ∠32,8 o volts = V&ab 2 ;
• Z& I& + X& I& = 157,857 ∠ − 137,326 o + 197,632 ∠32,8° = 50,06 ∠0,068 o volts .
1 1 M 2

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&
Observando que estas duas tensões V & &
ab1 e Vab 2 interagem com a corrente I1 do ramo ab
teremos as potências condutivas:

• ( ) ( )
Pcond 1 = Vab1 ⋅ I1 ⋅ cos θV&ab1 − θ I&1 = 157,857 × 4,44 × cos − 137,326o − 138o = 65,058 watts ;
• Pcond 2 = Vab 2 ⋅ I ⋅ cos (θ
1 V&ab 2
− θ I&1 ) = 197,632 × 4,44 × cos (32,8 − 138 ) = −230,07 watts .
o o

Observou-se que Pcond1 = +65,058watts , significa que este ramo recebeu condutivamente esta
potência e que, coincidentemente, é o valor consumista em R1 que é
PR1 = R1 × I 1 = 3,3 × 4,44 = 65,055 watts. Por outro lado, Pcond 2 = −230,07 watts , valor negativo,
2 2

significa que a tensão V& está provocando um fornecimento de potência, ou seja, operando como
ab 2
gerador. Mas de onde veio esta potência? É claro que o ramo ab recebeu esta potência do ramo cd
através do fluxo magnético. Observe que este valor é igual a − PM 1 = −230,035 watts , recebida
magneticamente pela bobina 1, da análise do item (b). Sabe-se que o fluxo da bobina 2 (parte dele,
80,39%) envolve a bobina 1, e em conseqüência provoca uma queda de tensão ou induz uma força
eletromotriz na mesma. Na equação acima foi considerado como queda de tensão já que fizemos

∑V& = E& , e obtivemos V&ab 2 = 197,632 ∠32,8o volts . Sabe-se que pela lei de Faraday que e = − N dt e

que v = N , ou seja, e=-v, e desta forma a força eletromotriz induzida
dt
E& ab 2 = −V&ab 2 = 197,632 ∠ − 147,2 o volts. Esta força eletromotriz está interagindo com a corrente I1 e,
portanto, está fornecendo a potência Pgerada = Eab 2 × I1 × cos (θ E& ab 2 − θ I&1 ) ⇒
( )
Pgerada = 197,632 × 4,44 × cos − 147,2o − 138o = 230,07 watts , que é o mesmo valor encontrado acima.
Reforçamos aqui que se um fluxo variável envolve uma bobina, este fluxo irá provocar uma
queda de tensão nesta bobina ou irá induzir uma força eletromotriz, e que podemos tratar esta tensão
indistintamente como sendo a queda provocada (V & ) , ou como a tensão induzida (E& ) , desde que
consideremos os sentidos e sinais corretamente, tanto para as tensões, correntes e potências geradas ou
consumidas. Resumindo-se:
• Para um gerador: Pgerada = E × I × cos (θ E& − θ I& ) . Se
 Pgerada > 0 ⇒ gerador fornecendo potência ao circuito;
 Pgerada < 0 ⇒ gerador absorvendo potência do circuito.
• Para uma carga (ramo ab de um circuito)
Pab = Vab I ab cos (θV&ab − θ I&ab ). Se
 Pab > 0 ⇒ ramo ab está consumindo potência, absorvida da fonte;
 Pab < 0 ⇒ ramo ab está gerando potência, fornecendo para a fonte.
Similarmente para o ramo cd tem-se:
• V&cd 1 = (0,775 + j 4,07 ) × 20,48 ∠ − 57,2 o = 84,851 ∠22,019 o volts ;
• V& = j 9,65 × 4,44 ∠138,0 o = 42,846 ∠ − 132 o volts ;
cd 2

• V&cd 1 + V&cd 2 = 49,99 ∠ − 0,03o volts ;


( )
• Pcond 1 = 84,851 × 20,48 × cos 22,019o + 57,2o = 325,06 watts = PR 2 = R2 × I 22 ;
• Pcond 2 = 42,846 × 20,48 × cos (− 132 o
)
+ 57,2 = 230,07 watts = − PM 2 ;
o

• E& cd 2 = 42,846 ∠48 o volts ;


(
• Pgerada = 42,846 × 20,48 × cos 48o + 57,2o = −230,07 watts . )
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Exemplo: Para o circuito abaixo, escreva as equações para as correntes &I1 e &I 2 indicadas e apresente-
as na forma matricial.

Fazendo-se
Z&1 = R1 + j X 1 - Impedância da bobina 1;
Z& 2 = R2 + j X 2 - Impedância da bobina 2;
Z& = R + j X - Impedância da bobina 3.
3 3 3
Teremos as equações:

Para a corrente &I1 :


Z&1 I&1 + X& M 21 (I&1 − I&2 ) − X& M 31 I&2 + Z& 2 (I&1 − I&2 ) + X M 12 I&1 − X& M 32 I&2 = E&1 .
Para a corrente &I 2 :
Z& I& − X&
3 2 I& + X&
M 13 1 (I& − I& ) + Z (I& − I& ) − X& I& + X&
M 23 2 1 2 2 1 M 12 1 M 32 I&2 = E& 2 .
Temos as equações na forma matricial:
 Z&11 Z&12   I&1   E&1 
&   =  onde :
 Z 21 Z& 22   I&2   E& 2 

Z&11 = Z&1 + X& M 21 + Z& 2 + X& M 12 ;


Z& = − X&
12 M 21−X M 31− Z& − X&
2 M 32 ;
Z&21 = − X& M 13 − X M 23 − Z&2 − X& M 12 ;
Z&22 = Z&3 + X& M 23 + Z&2 + X& M 32 .
Com os valores numéricos para as impedâncias, reatâncias mútuas e tensões:
Z&1 = 1 + j 6 Ω; X& M 12 = X& M 21 = j 7 Ω;
E&1 = 50 ∠0 o volts;
Z& 2 = 2 + j10 Ω; X& M 13 = X& M 31 = j8 Ω;
E& 2 = 40 ∠90 o volts.
Z& 3 = 3 + j14 Ω; X& M 23 = X& M 32 = j 9 Ω;
Tem-se:
Z&11 = (1 + j 6 ) + j 7 + (2 + j10 ) + j 7 = 3 + j 30 Ω;
Z&12 = Z& 21 = − j 7 − j8 − (2 + j10 ) − j 9 = −2 − j 34 Ω;
Z& = (3 + j14 ) + j 9 + (2 + j10 ) + j 9 = 5 + j 42 Ω;
22

 (3 + j 30 ) (− 2 − j 34)  I&1   50 ∠0 o 
(− 2 − j 34 ) &  =  o

 (5 + j 42)  I
 2  40 ∠ 90 

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∆& 1 − 1.110 + j 2180
I&1 = = = 14,458 − j1,6758 = 14,555 ∠ − 6,611o A;
&∆ − 93 + j140

∆& 2 − 1.110 + j1.820


I&2 = = = 12,641 − j 0,5402 = 12,653 ∠ − 2,447 o A;
&∆ − 93 + j140
I&ab = I&1 − I&2 = 1,817 − j1,356 = 2,1427 ∠ − 32,005 o A.

b) Determine a tensão V & (nos terminais da bobina 2) por três caminhos alternativos:
ab
1- Através da bobina 2;
2- Através da fonte de tensão E&1 ;
3- Através da fonte de tensão E& . 2

b.1) Tensão V& através da bobina 2


ab
& & & ( )
Vab = Z 2 I 1 − I&2 + X& M 12 I&1 − X& M 32 I&2 = (14,990 + j15,897 ) + (11,731 + j101,206 ) −
(4,862 + j113,769) = 21,859 + j 3,334 = 22,112 ∠8,67 o volts.

b.2) Tensão V& através da fonte de tensão E&


ab 1

(
& & & & ( & )
Vab = − Z1 I1 + X M 21 I1 − I 2 − X M 31 I 2 + E1 =
& & & & )
− (24,513 + j85,072 ) − (7,949 + j12,719 ) + (4,322 + j101,128) + 50 ∠0° =
21,86 + j 3,337 = 22,113 ∠8,680° volts.

b.3) Tensão V& através da fonte de tensão E&


ab 2

V& = Z& I& − X&


ab 3 I& + X&
2 I& − I& − E& =
M 13 1 M 23 ( 2 1 ) 2

(45,486 + j175,353) − (13,406 + j115,664) + (− 10,220 − j16,353) − j 40 =


21,86 + j 3,336 = 22,113 ∠8,68o volts.

2.12 - O Transformador com núcleo de ar


Para o transformador da figura ao lado
têm-se as equações:
Z&1 I&1 − j X M I&2 = V&1;

Z& I& − j X I& + Z& I& = 0.
2 2 M 1 C 2

 Z&1 − X& M   I&1  V&1 


&  =   ⇒
 &
− X M (Z& 2 + Z& C ) I 2   0 

∆& 1 V&1 (Z& 2 + Z& C ) ∆&


& = 2 = V&1 X& M
I&1 = = ; V&2 = V&22' = Z& C I&2 .
Z 1 (Z 2 + Z C ) − X M Z 1 (Z 2 + Z C ) − X M
; I 2
&∆ & & & & 2
∆& & & & & 2

Impedância equivalente ( Z& e1 ) vista do lado do primário

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Ao aplicar-se a tensão V & aos terminais 11’ do transformador com núcleo de ar obtém-se a
1
corrente &I1 .Designa-se a impedância Z& e1 = V&1 I&1 como sendo a impedância equivalente do
transformador para os terminais 11’, ou seja,
V&1 V&1 Z&1 (Z& 2 + Z& C ) − X& M2 X& M2
Z e1 =
& = = = Z1 −
&
I&1 V&1 (Z& 2 + Z& C ) Z& 2 + Z& C (Z& 2 + Z& C )
Z (Z& + Z& ) − X& 2
1 2 c M

Fazendo Z& 2 + Z& C = Z& 2T (impedância total do secundário); e Z& 2T


*
o conjugado de Z&
2T ou seja,
& = R + jX ⇒ Z
Z & * = R − jX ; e observando que X& M = jX M ⇒ X& M2 =
2T 2T 2T 2T 2T 2T
( jX M )( jX M ) = j 2 X M2 = − X M2 , teremos para a expressão da impedância equivalente,
X2  &*
Z& e1 = Z&1 +  2M  Z 2T , ou seja, Z& e1 é a soma da impedância Z& 1 (do primário) com o conjugado da
 Z 2T 

( )
2
X 
impedância total do secundário multiplicada pelo escalar  M  .
Z*2T
 Z 2T 
Observe que se a impedância total (Z& 2T ) do secundário tiver como característica carga reativa
& for resistência pura, teremos X2 como reativo indutivo) aparecerá
indutiva (como por exemplo, se Z c
no primário com sinal trocado (conjugado de Z 2T ), ou seja, como se fosse capacitor, contrária à
reatância X1 do primário.

Nota: Observa-se que as equações de tensões para o primário e para o secundário desenvolvidas acima
correspondem aos fluxos subtrativos e que no caso de fluxos aditivos os elementos Z&12 e Z& 21 da
matriz de impedância Z& alternariam de sinal, ou melhor, Z&12 = Z& 21 = − X& M para acoplamento
& =Z
subtrativo e Z & =X &
12 21 M para acoplamento aditivo. Observe que esta alteração de sinal não
provocará nenhuma alteração em ∆& e em ∆& , conseqüentemente, a solução para &I será a mesma
1 1

nos dois casos. Mas por outro lado, o valor de ∆& 2 inverterá de sinal, provocando o mesmo efeito
em &I 2 , ou seja, &I '2 = −&I 2 onde &I 2 é a corrente encontrada para o secundário no primeiro caso, e &I '2
para o segundo.
Observe também que Z & é idêntica em ambos casos, já que Z& = V& I& e como V& e &I não
e1 e1 1 1 1 1
sofreram nenhuma alteração, Z & , evidentemente, ficará inalterado.
e1
Vamos agora analisar estes resultados imaginando a figura do início desta seção como sendo
um transformador físico imutável, ou seja, não conseguiremos alterar nenhuma de suas características
sem danificá-lo, sem desmontá-lo. Assim seus terminais 1, 1’, 2 e 2’, bem como, a marcação de
polaridades são inalteráveis. Observe que se para a primeira solução (fluxos subtrativos) encontramos
a corrente I&2 = 5 ∠30 o A, significa que a corrente que percorre a carga Z
& no sentido 22’ é o fasor
c
5 ∠30 o A . Se desejássemos escrever as equações de tensões com acoplamento aditivo, teríamos então
que trabalhar no secundário com a corrente &I ' saindo do terminal 2’ da bobina e entrando no terminal
2
2 da mesma. Pela discussão anterior, é claro que encontraríamos como solução para
I&2' = − I&2 = −5 ∠30 o = 5∠ − 150 o A . É claro que esta corrente percorre a carga Z
& no sentido 2’2, e se
c

desejássemos a corrente em Z& no sentido contrário, 22’, seria seu negativo, ou seja, 5∠30 o A , que
c
fasorialmente é a mesma solução de primeiro caso.
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Conclusão: A solução para &I 2 é idêntica se consideramos o acoplamento positivo ou negativo. Seus
valores fasoriais serão iguais em módulo e de sinais contrários, mas também com sentidos contrários
na carga, e, por conseguinte, se consideramos a corrente na carga no mesmo sentido, a solução
fasorial será idêntica.

Problema 2.12 - Para o transformador abaixo, sabendo-se que:

w = 377 rad / s;
R1 = 3,3 Ω;
L1 = 0,094 H ⇒ X& 1 = j 35,4 Ω;
R2 = 0,775 Ω;
L2 = 0,0108 H ⇒ X& 2 = j 4,07 Ω;
M = 0,0256 H ⇒ X& = j 9,65 Ω;
M

E& = 50 ∠0 volts.
o

Pede-se:
a) Com Z& c = ∞ Ω , terminais do secundário aberto, determine I&1 , I&2, V&22' , PE , PS , µ (rendimento)
e Psec undário .
Como o secundário está aberto, &I 2 = 0 e as equações de tensões tornam-se:
E& 50 ∠0o
R1 I&1 − X& 1 I&1 = E&1 ⇒ I&1 = 1 = = 0,1305 − j1,400 = 1,406 ∠ − 84,675o A;
Z& 3,3 + j 35,4
1

− X& M I&1 + V&22 ' = 0 ⇒ V&22' = X& M I&1 = E& 2' 2 = f.e.m. induzida no secundário.

Temos então:
PE = 6,52 watts;
I&1 = 1,406 ∠ − 84,675o A;
PS = 0 watts;
I&2 = 0 A;
µ = 0 %;
V& = 13,571 ∠5,326 o V ;
22 '
Psec undário = 0 watts.

b) Com Z& c = 28,15 Ω (resistor puro) pede-se: I&1 , I&2, V&22' , PE , PS , µ (rendimento) e Psec undário .
Resolvendo-se as equações:
R1 I&1 + X& 1 I&1 − X& M I&2 = E&1 ;
R I& + X& I& − X& I& + Z& I& = 0.
2 2 2 2 M 1 C 2

na forma matricial Z& [ ] [&I] = [V& ] obtém-se:


( )
PE = E × I 1 × cos θ E& − θ I&1 = 12,8 watts;
I&1 = 1,409 ∠ − 79,5o A;
I&2 = 0,465 ∠2,46 o A;
( )
PS = Z c I 22 = V22' × I 2 × cos θ V&22 ' − θ I&2 = 6,08 watts;
µ = PS PE × 100 = 47,5 %;
V& = Z& I& = 13,09 ∠2,4 o V ;
Psec undário = (R2 + Rc ) × I 22 = (0,775 + 28,15) × 0,465 2 = 6,25 watts.
22 ' c 2

Observe que a força eletromotriz induzida no secundário é E& 2'2 = X& M I&1 .

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c) similar ao item (a) com Z& c = 1,0181 − j1,4621 Ω, carga na qual ocorre a máxima transferência de
potência da fonte de tensão, pede-se I&1 , I&2, V&22' , PE , PS , µ (rendimento) e Psec undário .
[ ] [] [ ]
Resolvendo-se as equações de tensões na forma matricial Z& &I = V
& , obtém-se:
I& = 2,1858 ∠ − 29,18o A;
1
PE = 95,42 watts;
I&2 = 6,6649 ∠5,3255o A; PS = 45,22 watts;
V&22' = 11,875∠ − 49,8225° V ; µ = 47,39 %;
Psec undário = (0,775 + 1,0181) × 6,6649 2 = 79,65 watts;

d) similar ao item (a) com Z & = 0 , terminais do secundário em curto circuito, pede-se:
c
&I , I& V& , P , P , µ (rendimento) e P
1 2 , 22 ' E S sec undário ..

[ ] [] [ ]
Resolvendo-se as equações de tensões na forma matricial Z& I& = V& , obtém-se:
I& = 3,28 ∠ − 60,55o A;
1
PE = 80,6 watts;
I&2 = 7,616 ∠ − 49,832 o A; PS = 0 watts;
Psec undário = 0,775 × 7,62 2 = 45,0 watts; µ = 0 %;

d) Análise do comportamento do transformador


Vamos efetuar uma análise do comportamento deste transformador para os quatro casos
anteriores: (a) Secundário aberto (Z& c = ∞ ) ; (b) carga Z& c = 28,15 Ω ; (c) Carga de máxima transferência
de potência e (d) Secundário em curto-circuito (Z& = 0 ) . Para facilitar esta análise vamos resumir os
c
resultados anteriores na tabela abaixo, aproximados.

Tabela 1 – Transformador com núcleo de ar com acoplamento subtrativo.


Ca- &
Z c E& 1 V&22' &I
1
&I
2 PE PS η Psec
so (V) (V) (A) (A) (W) (W) (%) (W)
(Ω)
(a) ∞ 50 ∠0 o 13,6∠5,32 o 1,406∠ − 84,7 o 0 6,52 0 0 0
(b) 28,15 50 ∠0 o 13,09 ∠2,4 o 1,409 ∠ − 79,5o 0,465∠2,46 o 12,8 6,08 47,5 6,25
(c) 1,78∠ − 55,15° 50 ∠0 o 11,88∠ − 49,82° 2,186 ∠ − 29,2 o 6,665 ∠5,33o 95,4 45,2 47,4 79,7
(d) 0 50 ∠0 o 0 3,28 ∠ − 60,6 o 7,62 ∠ − 49,8o 80,6 0 0 45,0

Considerações sobre as variações dos parâmetros do transformador de núcleo de ar com


& :
acoplamento subtrativo do Problema 2.12, ao variar-se sua carga Z c

• Tensão de saída do transformador (V22’): Variou muito pouco nos casos (a), (b) e (c),
mostrando uma boa regulação do transformador, isto é, pequena variação da tensão de saída,
função da carga ZC. Exceção para o caso (d), já que temos os terminais em curto, e evidentemente
V22’ = 0;
• Corrente no primário (I1): Observe aqui alguns fatos interessantes: o primeiro, que a corrente I1
para os dois primeiros casos permaneceu praticamente constante, mesmo com I2 = 0,465 (caso b).
Nota-se que a potência adicional transferida para o secundário (6,25 W no caso b) foi
equacionada com a mudança de fase entre V&1 e I&1 , de 84,7° para 79,5°. O segundo fato é que para
o caso (c) a corrente I1 cresceu pouco mais 55% para um acréscimo de potência de entrada de
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645% e, também, a corrente do secundário (I2) tenha crescido da ordem de 1.333%. Novamente,
o equacionamento desta situação ocorreu-se com a mudança de fase entre V&1 e I&1 , de 79,5°° para
29,2°°. Finalmente, no caso (d), secundário em curto, a corrente do primário cresceu 50% e
potência de entrada recuou para 84,5% do valor anterior e a corrente do secundário (I2) tenha
crescido da ordem de 14 %. Para solucionar esta última situação ocorreu-se mudança de fase
entre V&1 e I&1 , de 29,2°° para 60,6°°;
• Corrente no secundário (I2): Para o caso de máxima transferência de potência (c) esta corrente
cresceu na ordem de 14 vezes com relação à corrente da carga Z C = 28,15 Ω (caso b). Com
secundário em curto (caso d) ocorreu um acréscimo adicional de 14%, possivelmente provocando
um sobreaquecimento no secundário;
• Potência de Entrada (PE):. No caso (a) toda a potência de entrada (6,52 W) foi consumida na
resistência do enrolamento primário. Já no caso (b), embora esta potência (12,8 W) tenha
praticamente dobrado, este incremento foi, praticamente, devido a potência transferida para a
carga ZC (6,08 W) com consumo muito pequeno (0,17 W) no enrolamento do secundário. No caso
(c), embora esta potência tenha crescido 7,45 vezes (para 95,4 W), este incremento foi devido à
potência consumida no primário (15,7 W - um aumento bastante significativo do caso anterior,
203 vezes mais), bem como, aquela transferida para o secundário (79,7 W). Da potência
transferida para o secundário, parte foi consumida na carga ZC (45,2 W) e o restante, no seu
enrolamento (34,5 W). Nota-se, neste caso, um consumo bastante significativo nos enrolamentos
do transformador. Por último, no caso (d), ocorreu um pequeno decréscimo (15,5%) na potência
de entrada, embora, tenham-se ocorrido acréscimos de consumos nos enrolamentos do primário
(127%) e do secundário (30,4%), nos alertando para um grave risco de aquecimento dos mesmos.
• Rendimento do Transformador (η η): Observe que o rendimento do transformador manteve-se
praticamente constante nos casos (b) e (c) mesmo com uma potência transferida para a última
carga mais de sete vezes maior.

Problema 2.12.(b) – Resolva o Problema 2.12 com acoplamento aditivo. Para o item (d) trace os
diagramas fasoriais do Primário e do Secundário. Com os valores calculados, monte a Tabela 2,
similar a Tabela 1.
Resp.:
a) V&22 ' = 13,571 ∠ − 174,674 o V ;
b) I& = 0,465 ∠ − 177,6 o A; V& = 13,09 ∠ − 177,6 o V ;
2 22 '

c) I&2 = 6,665 ∠ − 174,45o A; V&22' = 11,875 ∠130,18o V ;


d) I&2 = 7,66 ∠130,2 o A;
OBS.: Os demais resultados dos itens (a), (b), (c) e (d)
são os mesmos do Problema 2.12.

Tabela 2 – Transformador com núcleo de ar com acoplamento aditivo.


Ca- &
Z c E& 1 V&22' &I
1
&I
2 PE PS η Psec
so (%)
(Ω) (V) (V) (A) (A) (W) (W) (W)
(a) ∞ 50 ∠0 o 13,6∠ − 174,7 o 1,41∠ − 84,7 o 0 6,51 0 0 0
(b) 28,15 50 ∠0 o 13,1 ∠ − 177,6 o 1,41 ∠ − 79,5o 0,47∠ − 177,6 o 12,8 6,08 47,5 6,25
(c) 1,78∠ − 55,15° 50 ∠0 o 11,9∠130,2° 2,2 ∠ − 29,2 o 6,67 ∠ − 174,7 o 95,4 45,2 47,4 79,65
(d) 0 50 ∠0 o 0 3,3 ∠ − 60,6 o 7,62 ∠130,2 o 80,6 0 0 45,0

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2.12.1 - Circuito acoplado condutivamente equivalente a um transformador com núcleo de ar


1 - Acoplamento subtrativo – Considere o circuito abaixo, condutivo, como sendo equivalente ao
transformador do início desta seção (2.12), com acoplamento subtrativo, onde 11’ são os terminais
do primário do transformador e 22’ os terminais do
secundário. Para este circuito temos as equações já
na forma matricial:
(Z& P + Z& M ) − Z& M   I&1  V&1 
    =  .
 − ZM
& ( Z& S + Z& C + Z& M )  I&2   0 
Igualando-se termo a termo, os coeficientes desta
matriz impedância com os coeficientes da anterior, matriz impedância do transformador com núcleo de
ar, acoplamento subtrativo, obtém-se:
Z& M = X& M ; Z& P = Z&1 − X& M ; Z& S = Z& 2 − X& M .

2 - Acoplamento aditivo - É evidente que o circuito condutivo acima, assim como a matriz de
impedância correspondente é a mesma. Mas por outro lado, os elementos Z& = Z& da matriz da
12 21
impedância do transformador inverte seu sinal, ou seja Z = Z = X , em vez de Z = Z& = − X&
& & &
12 21
&
M 12 21 M
do caso subtrativo. Novamente, igualando termo a termo obtém-se:
Z& M = − X& M ; Z& P = Z&1 + X& M ; Z& S = Z& 2 + X& M .

Exemplo 1 – Determine as impedâncias Z& P , Z& S e Z& M do circuito condutivo equivalente ao


transformador do problema 2.12.
Z& M = X& M = j 9,65 Ω;
Z& = Z& − X& = (3,3 + j 35,4 ) − j 9,65 = 3,3 + j 25,75 Ω;
P 1 M

Z& S = Z& 2 − X& M = (0,775 + j 4,07 ) − j 9,65 = 0,775 − j 5,58 Ω.

Exemplo 1.(b) – Similar ao Exemplo 1 com acoplamento aditivo.


Resp.: Z& M = − j 9,65 Ω; Z& P = 3,3 + j 45,05 Ω; Z& S = 0,775 + j13,72 Ω.

Exemplo 2 – Considerando os valores encontrados para Z& P , Z& S e Z& M no Exemplo 1, pede-se:
a) Com V& = 50 ∠0 o volts , determine o circuito de Thévenin equivalente para os terminais 22’.
1

V&1
V&22' = Z& M I&1 = Z& M ⇒
Z& P + Z& M
V&22' = V&Thev. = 13,5125 + j1,2596 = 13,571 ∠5,3255o V ;
Z& 22' = Z& S + (Z& P // Z& M ) = Z& S + 7,0463∠88,02° ⇒
Z& = Z&
22 ' Thev . = 1,0181 + j1,4621 = 1,7816∠55,148o Ω;
Observe que E& 2'2 = V&22' = V&Thev. = 13,571 ∠5,326 o volts.
& com Z& = 0 Ω e
b) Usando o circuito equivalente do item anterior, calcule a corrente &I 2 na carga Z c C

Z = 28,15 Ω .
&
C

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E& 2'2
Observe que &I 2 = ⇒
Z& 22' + Z& c
Para Z& = 28,15 Ω ⇒ I& = 0,4647 ∠2,456 o A;
C 2

Para Z& C = 0 Ω ⇒ I&2 = 7,617 ∠ − 49,823o A.


& , para que ocorresse a máxima transferência de potência nesta
c) Qual seria o valor da impedância Z c
impedância e determine o valor correspondente para &I e Pconsumida nela.
2
Z& C = Z& 22
*
' = 1,0181 − j1, 4621 Ω ⇒ I 2 = 6,6361 − j 0,6186 = 6,6649 ∠5,3255 A;
& o

PZ&C = Ps = 1,0181 × 6,6649 2 = 45,225 watts.

Exemplo 2.(b) – Similar ao Exemplo 2 com acoplamento aditivo.


Resp.: a) V&Thev. = 13,571 ∠ − 174,6745o V ; Z&Thev. = 1,0181+ j1,4621 = 1,7816∠55,148o Ω;
b) Z& = 28,15 Ω ⇒ I& = 0,4647 ∠ − 177,544 o A;
C 2

Z& C = 0 Ω ⇒ I&2 = 7,617 ∠130,177 o A.


c) Z& C = 1,0181 − j1,4621 Ω; I&2 = 6,6649 ∠ − 174,6745o A; Pconsumida = 45,225 W .

2.13 - Impedância Transferida

Uma das principais considerações em circuitos de comunicação é


a transferência de máxima potência de um gerador de pequena potência
para um receptor. Para isto:

Z& g + Z& L = R + jX ⇒ Z& C = R − jX

Em audiofreqüências podemos usar com sucesso transformadores com núcleo de ferro para
variar tensões e associar impedâncias. Em radiofreqüências são usados geralmente transformadores
com núcleo de ar ou núcleo de cerâmica. Em transformador com núcleo de ferro onde o coeficiente de
acoplamento é relativamente alto (K ≅ 1) e o quadrado da reatância da bobina do secundário é muito
maior que o quadrado da resistência total do secundário, uma resistência RC colocada no secundário
2
 N1 
com N2 espiras pode aparecer refletido nos terminais do primário com N1 espiras como   RC ,
 N2 
conforme ilustrado na figura abaixo.

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Para transformador com núcleo de ar, em geral, RC aparece no primário em forma modificada.
Para o transformador com núcleo de ar tem-se que:
X 2 (R − jX )
Z& e1 = 1 = Z&1 − M = (R1 + jX& 1 ) +
V& Z& 2 X M2
= (R1 + jX 1 ) + M 2T 2 2T
I&1 Z& 2T R2T + jX 2T Z 2T
Considerando as hipóteses:
• H1 : R2T << wL2T ⇒ Z 2T ≅ X 2T ;
2 2

N φ
• H 2 : L2T está concentrada na Bobina 2 ⇒ Lc arg a ≅ 0 ⇒ L2T = L2 = 2 2 ;
i2
• H 3 : K ≅ 1 ⇒ M = L1 ⋅ L2 .
X M2
e aplicando-as sobre a relação 2
abaixo, obteremos:
Z 2T
H1 H2 H3
64447 4448 64447 4448 647 48
X M2 2
XM XM 2 2
w M 2
M 2
M 2
L1 L2 L1
= ≅ = ≅ = ≅ = ⇒
R2T + X 2T w 2 (L2 + LC )
2 2 2 2 2
Z 2T X 2T L22 L22 L22 L2

φ1N1 fmm1 N1
N1 × ⋅ N1 ⋅ i/1
X M2 i1 i1 ℜ1 i/1 N12
⇒ = = = 2.
2
φ2 N 2 fmm 2 N 2
Z 2T N2 × ⋅ N 2 ⋅ i/2 N 2
i2 i2 ℜ2 i/2
2
N 
Esta relação,  1  , é aquela apresentada para transformadores de núcleo de ferro responsável pela
 N2 
transferência de uma carga no secundário de um transformador para seu primário.
Observe que um valor R2T do secundário, grande, pode aparecer pequeno no primário desde
que N1 << N2. Note, também, que para as mesmas condições acima, a indutância eficaz nos terminais
do primário aproxima-se de zero:
X2
X& e1 = X 1 − M2 ⋅ X 2T = X 1 − 1 ⋅ w(L2 + LC ) = X 1 − 1 ⋅ wL2 ≅ 0 .
L L
Z 2T L2 L/ 2

Problema 2.13 – Um gerador fornece 10 volts eficazes ( E& g ) em 265,5 Hz e tem uma impedância
interna Z& g = 2 ∠0 o Ω e será usado para energizar uma carga resistiva Z& C = 90 Ω . Determine a
potência entregue à carga para os três casos de acoplamento da carga ao gerador:
(a) diretamente, isto é, os terminais do gerados diretamente ligados aos terminais da carga;
(b) através de um transformador com Z&1 = 1 + j 50 Ω (impedância do primário), Z& 2 = 10 + j 5.000 Ω
(impedância do secundário), X& M = j 458,26 Ω e um capacitor em série com seu primário, onde
X& = − j8 Ω . Determinar a potência entregue à carga para os dois casos;
C

(c) através de um transformador com mesmas reatâncias do item (b), ideal e sem o capacitor, ou
melhor: Z&1 = j 50 Ω (impedância do primário), Z& 2 = j 5.000 Ω (impedância do secundário),
X& M = j 500 Ω .
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a) Gerador ligado diretamente à carga

Z& g = 2 ∠0 o Ω; E& g 10 ∠0 o
I& = = = 0,1087 A;
Z& C = 90 ∠0 o Ω; Z& g + Z& C 92 ∠0 o
E& g = 10 ∠0 o volts; PZ&C = RC I 2 = 90 × 0,1087 2 = 1,063 watts.

b) Gerador ligado à carga através de um transformador real e um capacitor em série


Z& 2T = Z& 2 + Z& C = (10 + j 5.000 ) + 90 = 100 + j 5.000 Ω;
Z 2*T = 100 − j 5.000 Ω;
X M2 458,26 2
= = 8,3967 × 10 −3 = K ;
Z 2T 100 + 5.000
2 2 2

Z& = Z& + K Z * = 1,8397 + j8,0164 Ω;


e1 1 2T

E& g 10 ∠0 o
I&1 = = = 2,6044 ∠ − 0,244 o A;
Z g + X C + Z e1 3,8397 + j 0,0164
& &
Z& C1 = Z& transferida para o primário = K ⋅ Z = K × 90 = 0,7557 Ω;
C C

PZ C = Z C1 × I = 0,7557 × 2,6044 = 5,126 watts. (expressão válida para Z C1 resistência pura)


1
2 2

c) Gerador ligado à carga através de um transformador ideal


Z& 2T = Z& 2 + Z& C = ( j 5.000 ) + 90 = 90 + j 5.000 Ω;
Z 2*T = 90 − j 5.000 Ω;
X M2 500 2
= = 9,9968 × 10 −3 = K ;
Z 22T 90 2 + 5.000 2
Z& = Z& + K Z * = 0,8997 + j 0,01619 Ω;
e1 1 2T

E& g 10 ∠0 o
I&1 = = = 3,4486 ∠ − 0,3194o A;
Z g + Z& e1 2,8997 + j 0,01619
Z& C1 = Z& C transferida para o primário = K ⋅ Z C = K × 90 = 0,8997 Ω;
PZC = Z C1 × I12 = 0,8997 × 3,4486 2 = 10,09 watts. (expressão válida para Z C1 resistência pura)

Como referência o caso (a), ligação direta Gerador-Carga, observou-se que o gerador
conseguiu transferir uma potência quase cinco vezes maior, para a mesma carga, quando acoplamos a
carga e o gerador através de um transformador real (caso b), e quase dez vezes no caso do
transformador ideal (caso c).

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2.14 - Ressonância no primário com fator de potência unitário


Já foi visto a impedância (Z& e1 ) equivalente, do lado primário, para um transformador com
núcleo de ar é: Z& e1 = Z&1 + K Z 2*T onde Z *2T é o conjugado da impedância total do secundário
2
(Z& 2T = Z& 2 + Z& C ) e K é um escalar onde K = X2M . Temos então as possibilidades:
Z 2T

a) Capacitor em série com o primário

1
Z& e1 = Re1 + j X e1 ⇒ X C = = X e1 ⇒
wC
1
C= .
wX e1

b) Capacitor em paralelo com o primário

1 1 R − jX
Υ& T = + = e1 2 e1 + j wC = R + j 0 ⇒
Z e1 − j X C
& Z e1
X e1 X
bC = w C − 2
= 0 ⇒ C = e12 .
Z e1 w Z e1

c) Capacitor no secundário (C1 ou C2)

Lembre-se que & = R + jX


Z e1 e1 e1
2
XM
onde X e1 = X 1 − × X 2T
R2T + X 2T
2 2

É claro que ao inserirmos um capacitor (C1 ) em série com Z & , ou um capacitor (C ) em


C 2
&
paralelo com Z C estaremos diminuindo em módulo X 2T , desde que admitamos que X 2T tem
originalmente característica indutiva.
Sob a hipótese de que R 2T é suficientemente pequeno em relação a X 2T , então, a inserção de
C1 ou C2, provocará uma diminuição de X 2T (parcela do numerador), e numa proporção ainda maior o
2
XM
termo R2T + X 2T (termo do denominador) e, desta forma, crescemos a parcela × X 2T ,
2 2

R2T + X 2T
2 2

2
XM
viabilizando dessa forma a anulação de Xe1 que é igual a X 1 − × X 2T .
R2T + X 2T
2 2

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d) Ajuste da Indutância Mútua M


Desde que L1 e L2 sejam fixos podemos alterar o valor de M alterando o coeficiente de
acoplamento (KM) magnético entre as bobinas 1 e 2. Isto pode ser feito aproximando-as ou afastando-
as, ou mesmo alterando-se as posições relativas de seus eixos.
2
XM
Lembrando-se que X e1 = X 1 − × X 2T , e assumindo-se a hipótese de que para a
R2T + X 2T
2 2

posição de acoplamento máximo, Xe1 seja ligeiramente capacitivo, isto é X e1 < 0 , então ao
diminuímos M, diminuímos a parcela negativa de X e1 , viabilizando dessa forma a anulação de Xe1 que
2
XM
é igual a X 1 − × X 2T .
R2T + X 2T
2 2

Problema 2.15 – Para ressonância no primário com fator de potência unitário, através de inserção de C
no secundário, desenvolva a expressão para X 2T .
Para isto deve-se ter que:
2
XM
X e1 = X 1 − × X 2T = 0 ⇒
R2T + X 2T
2 2

X ⋅X − X M X 2T + X 1 R2T = 0 (equação do 2º grau) ⇒


2 2 2
{1 2T { 1
424 3
a b c

X M ± X M − 4 X 1 R2T
2 4 2 2 2 4
X XM
X 2T = = M ± − R2T
2
2
2 X1 2 X1 4 X1
4
XM
< R2T o determinante da equação de segundo grau acima é negativo
2
Nota: Observe que se 2
4 X1
e, conseqüentemente, não teremos solução para X 2T .

Problema 2.16 – Podemos usar um capacitor em série com o secundário para produzir fator de
potência unitário no primário para um transformador onde:
Z&1 = 3,3 + j 35,4 Ω; Z& 2 = 0,775 + j 4,07 Ω; Z& C = 14,5 + j 21,2 Ω e
X& = j 9,65 Ω .
M

Observe que Z& 2T = Z& 2 + Z& C = 15,275 + j 25,27 Ω = R2T + jX 2T .


4
XM 9,65 4
∆= − = − 15,27 2 = − 231,44 ⇒ ∆ < 0 , ou seja, não temos
2
Neste caso R
×
2 2T 2
4 X1 4 35, 4
solução para X2T, ou ainda, R2T não é suficientemente pequeno. Neste caso, não é possível conseguir o
fator de potência unitário no primário, com a inserção de capacitor no secundário.

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2.15 – Fluxos e tensões componentes no transformados com núcleo de ar


Para o transformador abaixo, com acoplamento subtrativo, onde:
φM = φ12 − φ21 ; φ M 2 = φ21 − φ12 ;
1

φT = φ M + φ11 ; φT = φ M + φ22 ;
1 1 2 2

Têm-se os diagramas com fluxos e


tensões para o primário e para o
secundário abaixo. Observa-se que
como está lidando-se com sinais
alternados senoidais, dessa forma, os
fluxos, também, serão alternados
senoidais e pela lei de Faraday tem-se as tensões provocadas ou induzidas nos elementos dos circuitos:
dφ dφ
e = −N ; v=N ;
dt dt
onde φ = φmáximo sen (wt ) . Dessa forma, a fem (E& ) gerada por um fluxo senoidal estará atrasada
de 90º do fluxo gerador, assim como a queda de tensão (V & ) provocada por um fluxo senoidal estará

(V& ), (V& ), (V& ), (E& ), (E& ) e (E& )


adiantada de 90º deste fluxo. Observe estas quadraturas no diagrama fasorial abaixo entre os pares de
tensões e fluxos: φ M1 , φM 1 φ11 , φ11 φT1 , φT1 φM2 , φM 2 φ 22 , φ22 φ T2 , φT2 . .
Considerando-se as equações de tensões para o primário e para o secundário, abaixo, obtêm-se os
diagramas fasoriais indicados logo a seguir.
dφ11 dφ
• Primário: R1 i1 + N1 + N1 M 1 = v1 ;
dt dt
dφ dφM
• Secundário: v2 + R2 i2 + N 2 22 = e2 = − N 2 2

dt dt

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No caso de acoplamento positivo,


tem-se que: φ M = φ12 + φ21 ;
φT = φM + φ11 ; φT = φM + φ22
1 2
e
dado as equações:
Primário:
dφ11 dφ
R1 i1 + N1 + N1 M = v1 ;
dt dt
Secundário:
dφ22 dφ
v2 + R2 i2 + N 2 = e2 = − N 2 M ;
dt dt
obtém-se o diagrama fasorial ao lado:

2.16 - Reatância de fuga ou Indutância de fuga


Considerando o fluxo de dispersão da bobina 1, φ11 , e da bobina 2, φ 22 , definiremos como
N φ N φ
indutâncias de dispersões L S1 e L S2 como sendo: LS 1 = 1 11 e LS 2 = 2 22 . Para sinais senoidais
i1 i2
⇒ X& = j wL e X& = j wL . Teremos assim o diagrama fasorial para o transformador com
LS 1 S1 LS 2 S2

acoplamento positivo da seção anterior:


Observe que:
d (φ M )
vφM = N 1 ;
dt
d (φ M )
eφM = − N 2
dt
onde:
N1 é o número de espiras da bobina 1;
N 2 é o número de espiras da bobina 2;
φ M = φ M máximo sen (wt + φ ) .

2.17 - O autotransformador com núcleo de ar

O autotransformador consiste de um
equipamento onde a tensão de entrada e a tensão de
saída compartilham a mesma bobina com a tensão de
entrada envolvendo apenas uma parte e a de saída toda
ela ou vice-versa, conforme ilustrado na figura ao lado.

Problema 2.35 - Escrever as equações. diferenciais gerais relativas ao equilíbrio de tensões nos dois
circuitos acima em função de Rab, Lab, Rbc, Lbc, M, R, L, i1 e i2.
d (i1 ) d (i2 ) d (i ) d (i2 ) d (i1 )
Rab i1 + Lab −M = v; R i2 + L 2 + Rbc i2 + Lbc −M = v.
dt dt dt dt dt

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Problemas - Capítulo 7 - Corcoran

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RESPOSTAS DOS PROBLEMAS


CAPÍTULO 7 - CORCORAN
7.18) I&1 = 3,65 /-34,94° A (sentido de E& 1 ); I&2 = 0,917 /24,42° A (sentido de E& 2 );
I&12 = I&1 − I&2 = 3,28 /-48,9° A;

7.19) a) Z&12 = Z& 21 = 4 /-90° Ω; 7.20) K = 0. 7.21) Prova. 7.22) Prova.

b) K = 0,816; 7.23) a) 60 mH; b) 0,3536. 7.24) 4,995 mH.

7.25) a) L1 = 8,74 mH; L2 = 23,24 mH; 64,82 V; b) 0,350. 7.26) 105,6 V; 266,6 V.
7.27) a) I&ba = 1,37 /-51,5° A; c) R1 I&1 = 68,5 /-51,5°;
I&cd = 0,373 /-88,12° A; X& 1 I&1 = 86,8 /38,5°;
b) Pba = 85,2 W; - X& M I&2 = 10,6 /-178,1°;
Pco = 18,6 W; R2 I&2 = 26,9 /-88,1°;
X& 2 I&2 = 29,5 /1,9°;
- X& M I&1 = 38,8 /-141,5°;

7.28) I&1 = 22,4 /-39,17°; I&2 = 6,88 /-136,35°; P2 cond = 497,6 W; P2 mag = 734,3 W;
Vl2 = 127,8 /10,76° V; I&2 atrasa de Vl2 de 147,1°.
7.29) 21,5 /-36,25° A. 7.30) I2 = 1,968 A; Vc2 = 236,2 V.
7.31) Z&e1 = 54 + j100 Ω; Z2 refletido = 11,8 Ω; X2 refletido = 100 Ω indutivo.
7.32) 29,1 mH. 7.33) Prova. 7.34) a) 12,36 V; b) 83,3 V; c) 11,8 V.
di1 di di di
7.35) v1 = Rab i1 + Lab - M 2 ; v1 = (R + Rbc) i2 + (L + Lbc) 2 - M 1 .
dt dt dt dt
V& ( Z&bc + Z& + Z& M & = V1 ( Zab + Z M
& & &
7.36) I&1 = 1 ; I ; Circuito da figura 14.
( Z&bc + Z& ) − Z& M2 Z&ab ( Z&bc + Z& ) − Z& M2
2
Z& ab

7.37) I&1 = 5,28 /-43° A; I&2 = 11,69 /-6,85° A; I&1 + I&2 = 16,26 /-17,89° A;
P1 = 111,5 W; P2 = 1434,9 W; Pt = 1546,4 W.
7.37) R I& = 21,1 /-43°;
ab 1

X ab I&1 = 139,3 /47°;


&
− X& M I&2 = 88,1 /-96,9°;
R I&2 = 116,9 /-6,9°;
Rbc I&2 = 5,8 /-6,9°;
X& bc I&2 = 44,1 /-83,2°;
− X& M I&1 = 39,8 /-133°.

7.38) a) 13,92 Ω; b) 100,01; c) 86,21; d) Sim.


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. KERCHNER, R. M.; CORCORAN, G. F. Circuitos de Corrente Alternada. Tradução de
Reynaldo Resende e Ruy Pinto da Silva Sieczkowski. Porto Alegre: Globo, 1968. 644 p. (Tradução
de: Alternating Current Circuits. 4. ed. John Wiley & Sons). cap. 7, p. 256-306.
2. BOYLESTAD, R. L. Introdução à análise de circuitos. Tradução: José Lucimar do Nascimento;
revisão técnica: Antonio Pertence Junior. 10. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. 828 p. 3.
reimpressão, fev. 2008. Tradução de Introductory circuit analysis, tenth edition. cap. 21,
p. 636-662.
3. IRWIN, J. D. Análise de Circuitos em Engenharia. Tradução: Luis Antônio Aguirre, Janete
Furtado Ribeiro Aguirre; revisão técnica: Antônio Pertence Júnior. 4. ed. São Paulo: Pearson
Makron Books, 2000. 848 p. Tradução de: Basic Engineering Circuit Analysis – 4 th edition. cap
13. p. 513-563.
4. JOHNSON, D. E.; HILBURN, J. L.; JOHNSON, J. R. Fundamentos de Análise de Circuitos
Elétricos. Tradução: Onofre de Andrade Martins, Marco Antonio Moreira de Santis. 4. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 1994. 539 p. Reimpressão 2000. Tradução de Basic electric circuit analysis, John
Wiley & Sons, 1990. cap 16. p. 411-438.

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