O documento descreve a atuação do Parlamento brasileiro entre 1959 e 1964, marcada pela polarização entre grupos pró e contra as reformas de base e a Política Externa Independente. Dois projetos de país antagonizavam-se e formaram-se bancadas suprapartidárias como a Frente Parlamentar Nacionalista e a Aliança Democrática Parlamentar. O debate intelectual sobre a ação internacional do Brasil também gerou disputas no Legislativo.
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Resposta 37 – Parlamento brasileiro entre 1959 e 1964; Atores; Partidos; Debates
O documento descreve a atuação do Parlamento brasileiro entre 1959 e 1964, marcada pela polarização entre grupos pró e contra as reformas de base e a Política Externa Independente. Dois projetos de país antagonizavam-se e formaram-se bancadas suprapartidárias como a Frente Parlamentar Nacionalista e a Aliança Democrática Parlamentar. O debate intelectual sobre a ação internacional do Brasil também gerou disputas no Legislativo.
O documento descreve a atuação do Parlamento brasileiro entre 1959 e 1964, marcada pela polarização entre grupos pró e contra as reformas de base e a Política Externa Independente. Dois projetos de país antagonizavam-se e formaram-se bancadas suprapartidárias como a Frente Parlamentar Nacionalista e a Aliança Democrática Parlamentar. O debate intelectual sobre a ação internacional do Brasil também gerou disputas no Legislativo.
Resposta 37 – Parlamento brasileiro entre 1959 e 1964; Atores; Partidos; Debates
=> “Quanto a Getúlio, o seu documento de despedida é de extremo interesse histórico.
Nele se revelam as qualidades e os defeitos de sua estranha natureza humana. Trata-se de uma despedida que é, ao mesmo tempo, um apelo para o futuro. Naquela página esquecida, figuram todas as razões que o fariam voltar ao poder. Em poucas linhas, Getúlio toca em todos os pontos que constituíam os trunfos mais fortes do seu renomado êxito” => Considerando que o fragmento de texto apresentado tem caráter meramente motivador, redija um texto dissertativo acerca da atuação do Parlamento nos últimos cinco anos da República Liberal * A – A influência do crescente processo de urbanização no cenário eleitoral * B – O protagonismo do PSD, do PTB e da UDN no Legislativo Nacional * C – O papel do Itamaraty nos rumos políticos internos => Na década de 1960 - resultou na POLARIZAÇÃO do Parlamento e a FORMAÇÃO de bancadas suprapartidárias * I - Frente Parlamentar Nacionalista - DEFENDIA o APROFUNDAMENTO DA PEI e o ESTRUTURALISMO REFORMISTA de Goulart § contava com apoio do PTB, das Ligas Camponesas e do ISEB - a "ala moça" do PSD e o grupo "bossa nova" da UDN concordava com esse projeto * II - Aliança Democrática Parlamentar - CONTRÁRIA ao APROFUNDAMENTO DA PEI => o AUGE dessa polarização ocorreu com a questão cubana => A posição de San Tiago Dantas, na POLEX, refletiu-se na realidade interna - com efeito, após a QUEDA de Tancredo Neves - Dantas NÃO LOGROU ser o primeiro- ministro => Parlamento foi tomado pela discussão acerca das RI's - a PEI inclusive foi um dos fatores que contribuiu para a RADICALIZAÇÃO de 1964 - que culminou no golpe civil militar * PEI - defendeu diversificação de parcerias, desenvolvimento, autonomia => Durante todo o período da experiência democrática - os EUA foram os PRINCIPAIS PARCEIROS COMERCIAIS e INVESTIDORES NO BRASIL => Convém analisar o contexto interno nacional para se entender a RELAÇÃO BILATERAL do Brasil com os EUA * O país estava em PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO por substituição de importações, o qual era amplamente influenciado pelos DIAGNÓSTICOS da CEPAL e de Raul Prebisch § Além disso, havia um grande debate interno que dividia a sociedade civil e os militares: os entreguistas (que ficou mais marcante na campanha pelo petróleo durante o Governo Vargas), que imaginavam que o Brasil deveria ALINHAR-SE AOS EUA para angariar mais capitais; os nacionalistas, que pensavam que o Brasil deveria ter um DESENVOLVIMENTO MAIS AUTÔNOMO § Linguagem de Jaguaribe: tratam-se dos AMERICANISTAS e dos NEUTRALISTAS => Entreguistas: eram influenciados pelas ideias advindas do IBAD e do IPES, bem como da UDN * Americanistas => Nacionalistas: eram influenciados pelo NACIONALISMO de Hélio Jaguaribe, do ISEB e de parte do PTB * Neutralistas => Obs: é importante destacar, no entanto, que nenhuma dessas vertentes menosprezava a importância da relação bilateral com os EUA
MINHA RESPOSTA 14/20
=> O autor Fernando Novaes define o Brasil como um “país em movimento” durante grande parte do século XX: o país URBANIZAVA-SE de maneira intensa e sua INDUSTRIALIZAÇÃO também progredia vertiginosamente * Principalmente após os esforços ocorridos a PARTIR DA ERA VARGAS – com isso, observa-se a política foi uma das PLATAFORMAS na qual a sociedade manifestava suas reivindicações § Partidos como PSD, UDN e PTB eram provenientes de DIFERENTES SEGMENTOS, mas que tinham interesse em fazer valer suas agendas => Nesse sentido, os CINCO ÚLTIMOS ANOS da República Liberal foram marcados pela polarização no Congresso Nacional e, em certo grau, no Itamaraty, tendo como pano de fundo questões internas e internacionais, típicas de período de Guerra Fria => A dupla urbanização-industrialização é responsável pelas GRANDES MUDANÇAS ESTRUTURAIS na sociedade brasileira * A urbanização periférica, o intenso êxodo rural e o inchaço urbano fizeram que houvesse modificação também na política nacional § Apesar do FIM DA ERA VARGAS, o legado getulista ainda se fazia sentir – a “invenção do trabalhismo” e a formação de um OPERARIADO URBANO mais robusto eram elementos-chave * Após a lei Agamenon Magalhães (1945), estabeleceu-se como REGRAS que partidos deveriam ter abrangência nacional para terem sua LEGENDA apta a concorrer a cargos § Comentário do Daniel: pode melhorar aqui – a relação entre urbanização e trabalhismo ficou meio “solta” – eu acho que entendi o que quis dizer, mas não funcionou muito § Com isso, TRÊS PARTIDOS angariaram destaque no cenário da República Liberal – PSD, PTB e UDN => O PSD era um partido de BASE RURAL muito forte, principalmente composto pelos interventores de Getúlio Vargas – ainda que se orientasse por alguns ideais relativamente conservadores, isso NÃO OS TOLHEU de estabelecer algumas alianças com o PTB, como na presidência de JK * O PTB também era ligado a OUTRA FACETA de Vargas – o trabalhismo – o partido REUNIA parte expressiva do operariado urbano, com POSICIONAMENTO de reivindicações por garantias ao trabalhador * Por sua vez, a UDN era composta por SETORES URBANOS e MAIS LIBERAIS, com ideais conservadores e que defendiam MAIOR LIBERDADE ECONÔMICA para o desenvolvimento do país => O desenrolar dos FATOS INTERNOS e EXTERNOS fez que houvesse uma polarização progressiva no Parlamento Nacional * Dois GRANDES PROJETOS de país antagonizavam-se – o liberal-conservador, de inspiração UDENISTA, o qual buscava maior associação com o CAPITAL INTERNACIONAL para crescer economicamente; o nacional-desenvolvimentista, o qual visava ao DESENVOLVIMENTO AUTÔNOMO do país § A partir da ascensão de Jango, formaram-se GRUPOS SUPRAPARTIDÁRIOS, como a Frente Parlamentar Nacionalista (defendia as reformas de base) e como a Aliança Democrática Parlamentar (contrárias às reformas e à PEI) * Instituições como o IBAD e o IPES eram mais INSTRUMENTOS do projeto conservador, enquanto o ISEB era mais propenso a um projeto nacionalista, bem como o ESTRUTURALISMO também foi importante na formulação da opinião pública => Vale destacar também que o DEBATE INTELECTUAL da defesa da ação internacional do Brasil no parlamento, com IDEAIS DIVERGENTES entre si * A Política Externa Independente ensejara uma DISPUTA INTENSA, tendo San Tiago Dantas (Afonso Arinos como PAI DA PEI) um GRANDE DEFENSOR de suas ações para maior autonomia internacional § Porém, parlamentares como Carlos Lacerda CRITICAVAM as ações de Jânio, propondo MAIOR ALINHAMENTO aos EUA para obter ganhos em um cenário de guerra fria * Hélio Jaguaribe: afirmava que havia uma DIVISÃO entre americanistas e neutralistas – diferentes episódios possibilitam DISPUTAS FERRENHAS no parlamento § Revolução Cubana (com a posterior invasão da Baia dos Porcos e os “outer six” da OEA), Lançamento da OPA e a ida de Jango (a título pessoal) à China => O Itamaraty NÃO PASSOU INCÓLUME dessa polarização ocorrida ao fim da República Liberal – a já citada DISCORDÂNCIA ocorrida durante a Guerra Fria já havia sido manifestada com o temor de João Neves da Fontoura de que o Brasil de Vargas se aproximasse demasiadamente de Perón * O medo era transformar o país em uma REPÚBLICA SINDICALISTA * Ademais, o chanceler Macedo Soares DEMITIU-SE do governo de JK por NÃO CONCORDAR com uma postura que postulasse pela multilateralização do desenvolvimento § Tendo a OPA sido feita à margem do MRE * Além disso, a QUESTÃO CUBANA dividiu muito as opiniões, bem como a AMEAÇA DO COMUNISMO vista por alguns como iminente, principalmente pela visita de Jango a Mao Zedong § Não por acaso, a política externa de Castello Branco será denominada por Amado Cervo como um “passo fora da cadência”, por lançar-se em um NOVO ALINHAMENTO aos EUA § Comentário do Daniel: tratou de um tema bem complexo com simplicidade – cuidado => Portanto, pode-se compreender que as VICISSITUDES pelas quais o Brasil passou entre 1951 e 1964 se fizeram sentir pela polarização do parlamento, pela mudança do eleitorado, pelo crescimento das cidades e pela própria Guerra Fria * O ÁPICE da polarização ser fará sentir em 1964, com aquilo que Daniel Aarão Reis chama de a tentativa de colocar fim ao projeto varguista