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1E2
COMPETÊNCIA: 5 HABILIDADE: 17
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CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Para a aplicação da noção de vetores, algumas ideias matemáticas são necessárias, utilizamos praticamente concei-
tos de geometria espacial e geometria analítica. Noções de ponto, reta, espaço, segmento orientado e as operações
entre os vetores são conceitos puramente matemáticos. É sempre importante lembrar que existe diferença nas
operações entre grandezas escalares e operações entre grandezas vetoriais.
Da matemática de Euclides ficaram definidos os conceitos de ponto, reta, plano e segmento de reta. O ponto, “o
que não tem partes”, sendo um elemento desprovido de tamanho, sem dimensões, sem forma. A reta é definida
como um ente geométrico de apenas uma dimensão, de maneira simplista podemos dizer que uma reta é formada
por infinitos pontos “alinhados”; duas retas podem ser classificadas como paralelas, concorrentes, perpendiculares,
coincidentes ou ainda como reta tangente ou reta secante.
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Física I - Aula 5 - Grandezas escalares e vetoriais
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___›
Observações Observando
__
›
om desenho, concluímos que os vetores A e
F são iguais, pois compartilham de um___›módulo
___› 2u, dire-
Vetores paralelos: diz-se que dois ou mais vetores ção vertical e sentido norte. Os__vetores C e D também são
são paralelos entre si, quando suas direções (inclina- iguais por terem módulo 2 √2 u, uma direção oblíqua e
ções) forem idênticas, não importando os sentidos sentido nordeste.
dos mesmos.
O módulo de um vetor, graficamente, é proporcional ao seu
Vetor nulo: denomina-se vetor nulo a todo vetor cujo comprimento. Suponha, por exemplo, que um automóvel
representante é um segmento de reta orientado, nulo, esteja se deslocando com velocidade escalar de 80 km/h
isto é, o início e o fim deste segmento de reta coinci- em sentido norte. Na figura, a flecha __(apontando para o
dem. A representação do vetor nulo é um ponto ( . ). ›
norte) representa o vetor__velocidade v do automóvel; o
Também pode ser representado___› pelo número zero com módulo desse vetor será u v u = 80 km/h. É importante des-
›
uma flecha acima do mesmo ( 0 ). tacar que todo vetor que possuir mesma direção, mesmo
sentido e mesma intensidade, representando, portanto, a
mesma grandeza, representa uma classe de equipotência.
A intensidade, módulo ou norma de uma grandeza veto-
rial, é o módulo do valor numérico do vetor.
__›
v N
O L
Vetores simétricos ou opostos: quando dois ve-
tores possuem o mesmo módulo, a mesma direção, S
__›
porém sentidos opostos, diz-se que os mesmos são |v | = 80 km/h
simétricos ou opostos entre si. Se um objeto estiver em repouso, por exemplo, sua veloci-
___›
Vetores iguais: dois vetores são iguais se, e somen- dade será nula. Desse modo, o vetor nulo, denotado por 0 ,
te se, tiverem o mesmo módulo, a mesma direção e o pode ser utilizado para representar essa grandeza. A dire-
mesmo sentido. ção e o sentido não são definidos para o vetor nulo. Uma
grandeza pode ter valor numérico igual a zero.
Aplicação do conteúdo O exemplo mais elementar de grandeza vetorial, é o des-
locamento vetorial.
1.Ao olhar a figura, você consegue definir os vetores que:
(UFB adaptado) Suponha que uma partícula desloca-se do ponto P até o
ponto Q, seguindo a trajetória descrita pela figura.
P
Q
a) têm a mesma direção.
b) têm o mesmo sentido.
c) são iguais.
Resolução: ___›
d
___› ___›
a)Os vetores C e D estão
___› ___› em
__› uma direção oblíqua (in-
clinada), os vetores P
___ ___ E , A e F estão na direção vertical,
› ›
e os vetores B e G estão na horizontal.
___› ___›
O deslocamento vetorial
___› realizado pela partícula é repre-
b) Os vetores___C e__D estão no sentido nordeste
› › sentado pelo vetor d .
e os vetores A e F estão no sentido norte.
c) Para que um vetor seja igual ao outro, as três carac- Que une o ponto inicial P (chamado origem do vetor) ao
terísticas (módulo, direção e sentido) devem ser iguais. ponto final Q (chamado extremidade do vetor).
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VIVENCIANDO
Apesar de algumas pessoas pensarem que a utilização de conceitos vetoriais está restrita aos campos da Física e da
Matemática, elas o fazem sem perceber. Atualmente, muitas pessoas utilizam GPS para se localizar ou localizar um
destino. Só no fato de localizar um ponto em relação a um referencial já temos um vetor, mas quando localizamos um
destino e seguimos os passos designados pelo GPS, cada passo trata-se de um vetor, e, a cada instrução realizada,
estamos compondo uma soma vetorial pela regra do polígono.
Se nos dias atuais pequenos deslocamentos nas cidades se dão através da utilização de aplicativos de localização
como o WAZE, é possível imaginar a necessidade e a importância da localização em mapas cartográficos, cartas de
navegação e a revolução que foi a organização utilizando latitude e longitude.
O puxão da corda efetuado pelo trabalhador pode ser des- O conceito formal de vetores, é trabalho de alguns ma-
crito como uma força que: temáticos e físicos que estudavam os números comple-
a) possui somente magnitude. xos, entre eles podemos destacar Willian Rowan Ha-
b) possui somente direção. milton (1805-1865), Josian Willard Gibbs (1839-1903)
c) possui direção e magnitude. e Carl Friedrich Gauss (1777-1855). Porém, conceitos
d) não possui nem direção nem magnitude. mais intuitivos remontam a a Herão de Alexandria (sé-
e) realiza um torque. culo I). e Aristóteles (385-322 a.C.)
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___› ___› __› ___›
A soma de a e b , o___› vetor s , é obtida ligando a origem de a
à extremidade de b .
P
___›
a
M
___›
___› b ___›
a b
N
___› ___›
P a
___› b
s
M
___›
___› b
a
N
___› ___›
a
O deslocamento final da partícula, que se moveu do ponto b
__›
M ao ponto P, é indicada na figura pelo vetor s . Desse modo,
os dois deslocamentos anteriores__podem ser substituídos por __›
› s
um deslocamento___› único,
___› o vetor s . Esse vetor é a soma (ou
resultante) de a e b , e indicamos:
___›
a
___›
b
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Módulo do vetor soma
___›
2.3.1. Polígono e sua regra b
___› ___› ___›
Para somar dois vetores quaisquer (não nulos), a e b : a
___›
Desenhamos um vetor igual a b (mesmo módulo, mesma
direção
___› e mesmo sentido) a partir da extremidade do
vetor a .
10
__
u s› u2 = 32 + 42 = 9 + 16 = 25
__› __ ___ __
u s u2 = 25 ä u s› u = √25 ä u s› u = 5 unidades
__›
s Para fazer a soma de três ou mais vetores, basta aplicar
este mesmo processo.
___› ___› __›
A seguir, estão representados os vetores a__, b e c . Para ob-
___› ___› ›
b a ter a soma dos três vetores, isto é, o vetor s , tal que:
Preste atenção:
__ ___ ___›
u s› u < u a› u + u b u
__› ___› ___›
O módulo de s é menor que a soma dos módulos de a e b .
__›
Portanto, o módulo de___ s ___será
›
obrigatoriamente igual à
›
soma dos módulos
___› ___› de a e b , somente no caso em que os
vetores a e b tenham direção e sentido iguais.
Aplicação do conteúdo
__› __›
1. Determinar o módulo da resultante dos vetores x e y
. Cada quadradinho mede uma unidade.
__›
x
__›
y
__›
x __› __›
__› x y
__› y
s
3
__› __›
4 Desenhe vetores iguais a x e y a partir de uma mesma
origem P.
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XXX paralelo a PN
A seguir, __o segmento MQ XXX a partir da extremi- b) Os módulos dos vetores são:
›
XXX paralelo a PM
XXX, de ___›
dade de x (ponto M), e o segmento NQ módulo de ___a : a = 2 N
modo a obter o paralelogramo PMQN. ›
__› __› __› módulo de b : b² = 2² + 3²
___
Assim temos o vetor s , que é a soma de x e y , unindo P a Q: b² = 13 b = √13 N
M M M
__›
x
__›
x
__›
x __›
Aplicando a regra do paralelogramo, temos:
s
R² = a² + b² + 2 · a · b · cosa
P P Q P Q
__› __› ___ ___
3² = 2² + (√13 )² + 2 · 2 · (√13 ) cosa
y y
N N N
___
9 = 4 + 13 + 4(√13 ) cosa
A seguinte relação pode ser usada para calcular o módulo ___
cosa = (9 – 4 – 13)/4 (√13 )
da soma de dois vetores quaisquer. –2
cosa = ____
___
___› ___› √13
a a
__› 2. Sobre uma superfície lisa (atrito desprezível), um cor-
T T s po está sendo tracionado por duas cordas. Qual a inten-
sidade da força resultante Fr? (UEM)
___› ___›
b b
___
A regra do paralelogramo é uma prática comum na soma
a) Fr = √19 N
de vetores. __
b) Fr = √8 N
___
Aplicação do conteúdo c) Fr = √34 N
___› ___
1. d) Fr = √49 N
___ (Unesp adaptado) Em escala, temos duas forças a e
› __
b , atuando num mesmo ponto material P. e) Fr = √2 N
Resolução:
Alternativa A
a
P
O ângulo de 120° está no segundo quadrante, onde o cos-
seno é negativo. O valor de cos(120°) é –0,5.
b
1N Aplicando a regra do paralelogramo, temos
1N (Fr)² = (3)² + (5)² + 2 · 3 · 5 · cos(120°)
___›
a) Represente
_____› na
_____› figura reproduzida a força R , resultante (Fr)² = 9 + 25 + 30(–0,5)
___
das forças a e b , e determine o valor de seu módulo, em (Fr)² = 34 –15 (Fr)² = 19 Fr = √19 N.
newtons.
___› ___›
b) Determine o cosa formado entre os vetores a e b . 2.4. Oposto de um vetor
___›
Resolução: Um vetor a ___com a mesma direção, não nulo, e o mesmo
___› ›
a) Pela regra do paralelogramo, temos que |R | = 3 N. módulo de a___, mas com sentido contrário, é denominado
›
oposto de a .
___› ___›
O vetor oposto de a é indicado por –a .
s
r
___›
a
___›
–a
12
_____› _____› _____›
2.5. Subtração de vetores a) F_____1 +_____F4 +_____F 2
› › ›
De modo semelhante ao que ___se faz com os números reais, b) _____F 1– F_____4+ F_____3
› › ›
___› ›
c) F_____1+ F_____2+ F _____3
diferença de dois vetores a e b é obtida: › › ›
___› ___› ___› ___› d) F_____1 – F_____4 +_____
F2
a – b = a + (–b ) › › ›
___› ___› e) F 1 – F 2+ F3
Isto
___ é, o vetor a – b ___›é obtido efetuando a adição do vetor
› Resolução:
a com o oposto de b .
Alternativa A
Por exemplo ___› ___›
Dados___› os vetores
___› a___ e b___› da figura, determinaremos o Montar o seguinte diagrama vetorial, de acordo com a re-
›
vetor d tal que d = a – b . Utilizando a relação apresen- gra do polígono:
tada acima, temos:
___› ___› ___› ___› ___›
d = a – b = a + (–b )
___› _____›
Então, fazemos a adição de a com –b :
13
2.6. Multiplicando e dividindo b)
__›
um vetor por um número x
___› __›
Sendo a um vetor ___não nulo e k um número real não___›nulo. y
›
Multiplicar o vetor a pelo número k, e obter o vetor b :
___› ___›
b =k·a Resolução:
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___›
A projeção
___› de a, no eixo (x) pode ser representada
___› pelo
vetor a x, bem como a projeção
___› do vetor a no eixo (y) pode
ser representado pelo vetor a y.
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Cursos Unicamp: Física Geral | I - Aula 4 www.respondeai.com.br/resumos/1/capitu-
los/1
pt.khanacademyorg/math/precalculus/vec-
tors-precalc
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Hablidade
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas
17 ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou
linguagem simbólica.
A matemática entra como ferramenta fundamental para a interpretação e/ou construção de fenômenos no contexto
da física, dessa forma se faz necessário saber o manuseio, aplicabilidade além da capacidade interpretativa dessa
linguagem simbólica. Tal qual o terceiro eixo cognitivo da matriz de referência do ensino médio diz: “selecionar,
organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e
enfrentar situações-problema.”
A utilização de vetores é inerente à física, dada a grande quantidade de grandezas vetoriais, sendo vital para a
compreensão a fixação deste assunto, mais básico e, como dito anteriormente uma ferramenta, fundamental para
a física.
Modelo
(Enem) Um foguete foi lançado do marco zero de uma estação e após alguns segundos atingiu a posição (6, 6, 7) no
espaço, conforme mostra a figura. As distâncias são medidas em quilômetros.
16
Considerando que o foguete continuou sua trajetória, mas se deslocou 2 km para frente na direção do eixo-x, 3 km
para trás na direção do eixo-y, e 11 km para frente, na direção do eixo-z, então o foguete atingiu a posição:
a) (17, 3, 9).
b) (8, 3, 18).
c) (6, 18, 3).
d) (4, 9, –4).
e) (3, 8, 18).
Análise expositiva - Habilidade 17: No ensino médio o contato inicial que se tem em física com vetores é em
B cinemática. A ideia de representar a posição de um objeto no espaço é o exemplo mais clássico da utilização de
vetores, além de ser um dos motivadores de sua criação.
Adotando como referência “para trás” como sendo no sentido negativo e “para frente” como um deslocamento no sentido positi-
vo de cada eixo, devemos somar o número inteiro correspondente ao deslocamento em cada coordenada, sendo assim temos que:
(6 + 2,6 – 3,7 + 11) = (8, 3, 18).
Alternativa B
DIAGRAMA DE IDEIAS
PROCESSO
MÓDULO
GEOMÉTRICO
VETOR
PROCESSO
DIREÇÃO
ANALÍTICO
SENTIDO
17
AULAS INTRODUÇÃO AO ESTUDO
3E4 DOS MOVIMENTOS
COMPETÊNCIAS: 1e6 HABILIDADES: 2 e 20
A cinemática é o ramo da mecânica que descreve os movi- Chamado origem dos espaços, o marco zero, foi esco-
mentos, que tem por objeto o estudo do movimento dos cor- lhido arbitrariamente. A partir dessa posição, são medidos
pos sem levar em conta os agentes que o produzem. Os con- os comprimentos que indicam a posição do corpo. O marco
ceitos de posição, velocidade e aceleração ao longo do tempo zero é o referencial.
são tópicos estudados por esse ramo. As dimensões dos corpos
não interferem no estudo de determinado fenômeno, sendo
assim tais corpos serão considerados pontos materiais.
1. A POSIÇÃO DENTRO
O CORPO A ENCONTRA-SE A 10 KM DO MARCO ZERO, E O CORPO B, A 20 KM.
DE UMA TRAJETÓRIA
Determinar a posição de um corpo em cada instante, é o
principal objetivo da cinemática. O conceito de posição
pode ser exemplificado pelas marcações quilométricas de
uma rodovia, ou seja, posição é o lugar geométrico que o
corpo está no instante da observação. Esses marcos podem
ser utilizados para localizar os veículos que nela trafegam.
Na figura abaixo, a posição do carro é determinada pelo
marco km 80.
Chamamos de trajetória o conjunto de diferentes posi-
ções ocupadas, visto que ao longo do tempo, um corpo
pode ter diferentes posições. O deslocamento é a varia-
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ção da posição apresentada pelo corpo durante um inter- FONTE: YOUTUBE
valo de tempo. Como exemplo, um carro que ocupava a Frames of Reference (1960)
posição do marco de km 60 em um instante, e num ins-
tante posterior, a posição do marco km 80, dizemos que o
carro percorreu a distância de 20 km.
Ainda na figura abaixo, existem dois carros, um na posi-
2. GRANDEZA ESCALAR (DISTÂNCIA
ção km 80 e outro na posição km 60, mas se deslocando PERCORRIDA) E GRANDEZA
VETORIAL (DESLOCAMENTO)
em sentidos contrários. Analisando apenas o marco
quilométrico, não é possível determinar o sentido
do movimento. A diferença entre as posições final e inicial ocupadas numa
determinada trajetória, é chamada de deslocamento
escalar.
80 + ΔS = S - S0
Km
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Observação: o deslocamento escalar nem sempre é igual à distância percorrida. Isso só é verdade quando o movi-
mento é sempre no mesmo sentido e a favor da trajetória.
”Nada me produz tanta perplexidade como o tempo e o espaço. E, entretanto, nada me preocupa menos que o
tempo e o espaço, já que nunca penso neles.”
Charles Lamb
Muitos filósofos já discutiram sobre o tempo e para alguns é um conceito indefinível em palavras. Zenão de Eleia
(490-430 a.C.) foi um filósofo que se opôs à ideia de movimento, para ele o movimento era uma ideia que não pode-
ria existir: “Um móvel que está no ponto A e tenta atingir o ponto B. Isso é impossível, pois antes de atingir o ponto
B, o móvel tem que atingir o meio do caminho entre A e B, isto é, um ponto C. Mas para atingir C, terá que primeiro
atingir o meio do caminho entre A e C, isto é, um ponto D. E assim, infinitamente”.
Ou seja, antes de atingir o destino final, o móvel teria que passar por sucessivos pontos intermediários infinitamente,
jamais chegando ao seu destino. Seu paradoxo mais famoso trata de Aquiles, o velocista, e a tartaruga: “Imagine
uma corrida entre Aquiles e uma tartaruga. Por questões de justiça, é dada para a tartaruga uma vantagem inicial,
já que ela é mais lenta, a tartaruga irá começar a disputa na metade do caminho. Aquiles jamais a alcançará, porque
quando ele chegar ao ponto de onde a tartaruga partiu, ela já terá percorrido uma nova distância; e quando ele
atingir essa nova distância, a tartaruga já terá percorrido uma outra nova distância, e assim, infinitamente.”
Desse modo, a ideia de encontro entre dois móveis é impossível.
Platão (427-348 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.) disseram que o tempo tem origem cosmológica. Devido a inú-
meros eventos periódicos na Natureza, a ideia de tempo cíclico foi sendo desenvolvida pela Humanidade (gregos,
egípcios, maias etc. tinham a ideia de ciclos). A cultura ocidental-cristã incorporou a ideia de tempo linear, sendo esse
uma grandeza absoluta. Para o filósofo Santo Agostinho (345-430), não seria correto definir o tempo em termos do
movimento periódico dos astros, pois na hipótese da ausência de movimento dos astros, automaticamente o tempo
desapareceria, o que seria um absurdo. Para filósofos mais modernos, como Immanuel Kant (1724-1804), o tempo
é uma criação da mente humana, assim como para Baruch Spinoza (1632-1677).
Resolução:
Aplicação do conteúdo
a) A distância percorrida corresponde efetivamente ao que
1. Saindo de um ponto X de uma trajetória, um indiví-
duo caminha até uma posição Y e, em seguida, retorna o indivíduo percorreu, ou seja, 120 m, pois ele se desloca
para o ponto Z. Observe a figura e responda: da posição –30 m e vai até a posição 90 m. Perceba que,
t0 t2 t1
como é um movimento no mesmo sentido e com a mesma
direção da trajetória, a distância percorrida pode ser calcu-
lada através da expressão:
-50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 S (m)
19
d) O deslocamento é calculado pela expressão:
DS = S – S0 'S = 50 – (–30) DS = 80 m
3. REFERENCIAL
Se a posição de um corpo é alterada ao longo do tempo em
Observe que, quando o deslocamento se dá em um só relação a um referencial, este está em movimento. Pode-se
sentido, a distância percorrida é numericamente igual ao analisar o movimento de um corpo comparando sua posição
deslocamento (vide itens a e b). em relação a outro corpo, que, nesse caso, será o referen-
2. Partindo de X, uma pessoa efetua voltas em tor- cial. Assim, o estado de movimento ou repouso de um corpo
no de uma praça retangular. Do instante da partida, depende do referencial escolhido. Um mesmo corpo pode
calcule o deslocamento e a distância percorrida, nas estar em repouso em relação a um referencial e em movi-
seguintes situações: mento em relação a outro. A trajetória do corpo também é
dependente do referencial. Os corpos, por sua vez, também
X 400m Y
possuem uma classificação. Se a dimensão do corpo, compa-
rada com a dimensão da trajetória for desprezível, esse será
chamado de ponto material; se ele não puder ser despreza-
do, será chamado de corpo extenso. Existem muitos casos
300m
em que o tamanho do corpo deverá ser considerado.
Resolução:
a) De X até Y, a pessoa percorreu 400 m; de Y até W, per-
correu 300 m; então: O PASSAGEIRO DENTRO DO ÔNIBUS ESTÁ EM MOVIMENTO EM RELAÇÃO À PESSOA EM
— —
d = XY + YW PÉ NO PONTO (OBSERVADOR).
DS2 = 250.000
DENTRO DO ÔNIBUS, O PASSAGEIRO ESTÁ EM REPOUSO EM RELAÇÃO AO MOTORISTA.
DS = 500 m
c) A distância percorrida em uma volta completa é: A forma da trajetória de um ponto material depende
— — — — do referencial adotado.
d = XY + YW + WZ + ZX
d = 400 + 300 + 400 + 300
A trajetória descrita por um móvel também depende do
d = 1.400 m referencial adotado.
e o deslocamento é 'S = 0, pois a posição inicial e final são A imagem abaixo exemplifica as trajetórias diferentes de
o mesmo lugar (X). uma lâmpada em queda livre, em relação a dois referenciais.
20
I. Cascão encontra-se em movimento em relação ao skate
(S)
e também em relação ao amigo Cebolinha.
(T) (T) (T) (T)
S2 – S 1
vm = DS
___ = _____
Dt t2 – t1
21
As unidades de velocidades podem ser convertidas 2. (Cefet) Uma escada rolante de 6 m de altura e 8
umas nas outras, por exemplo, de km/h para m/s e m de base transporta uma pessoa entre dois andares
vice-versa. consecutivos num intervalo de tempo de 20 s. A velo-
cidade média desta pessoa, em m/s, é:
1 km = 1.000 m
a) 0,2.
Sabemos que: 1 h = 60 min e 1 min = 60 s b) 0,5.
1 h = 60 · 60 s = 3.600 s c) 0,9.
d) 0,8.
Então: 1 ___ 1.000 m= ____
km = _______ 1m
h 3.600 s 3,6 s e) 1,5.
1 __
km = ___ m e 1 m/s = 3,6 km/h Resolução:
Portanto: 1 ___
h 3,6 s
Alternativa B
× 3,6
km
___ : 3,6 m
__ Em um desenho ilustrativo do problema, percebemos:
h s
Aplicação do conteúdo
1. Combinando tradição e modernidade, o edifício
Taipei 101 é um ícone de Taiwan. O edifício possui 61
elevadores, sendo dois de ultravelocidade. Suas carac-
terísticas de segurança permitem-lhe suportar tufões e
terremotos, que são frequentes nessa região. O espaço percorrido por uma pessoa na escada rolante é
a hipotenusa do triângulo pitagórico. Aplicando o teorema
de Pitágoras, temos:
DS2 = 62 + 82 DS2 = 100
____
DS = √100 DS = 10 m
Assim, a velocidade média da escada rolante será:
DS v = ___
vm= ___ 10 v = 0,5 m/s
Dt m 20 m
22
O intervalo de tempo do primeiro trecho será:
v1= 'S1 v1= (S1 – S0) 80 = (100 – 0) 't1 = ___
100 't = 1,25 h.
't1 't1 't1 80 1
VIVENCIANDO
O conceito de velocidade média tem importantes aplicações cotidianas, entre elas podemos citar o custo no transpor-
te de mercadorias, aplicações no cálculo da vazão de reservatórios, o cálculo do custo da energia elétrica no sistema
metroviário. Na indústria, seu conceito é utilizado na produção. Atualmente, com a introdução da matemática e
estatística nos esportes, o conceito de velocidade média é amplamente utilizado na estratégia dos esportistas, seja
desde um maratonista, nadador ou mesmo um jogador de futebol (é possível analisar a velocidade média do jogador
durante uma partida, a distância efetivamente percorrida por ele, sua aceleração média e muito mais). No filme ”Mo-
neyball”, que foi baseado em fatos reais, Billy Beane emprega conceitos estatísticos para a elaboração do seu time.
multimídia: sites
interatividade: vídeo pt.khanacademyorg/science/physics/one-di-
FONTE: YOUTUBE mensional-motion/displacement-velocity-ti-
me/a/what-is-displacement
Física - Velocidade Média (Khan Academy)
efisica.if.usp.br/mecanica/basico/referenciais/
intro/
www.estudopratico.com.br/referencial-movi-
mento-espaco-e-repouso/
23
v>0 v<0
dades são as do SI. Nesse caso, a unidade da velocidade v
será m/s. Se S estiver em quilômetros (km) e t em horas (h),
a unidade de v será km/h.
Aplicação do conteúdo
Aplicação do conteúdo
1. Um móvel realiza um movimento uniforme e seu espaço
varia com o tempo segundo a tabela:
t(s) 0 1 2 3 4 5
S(m) 20 17 14 11 8 5
5. FUNÇÃO HORÁRIA
A função que relaciona o espaço S com os instantes de
tempo t correspondentes é a Função horária da posição,
e é representada genericamente por S = f(t). Essa expres-
são é lida: S é uma função de t.
Para fornecer uma função horária, deve-se indicar as uni-
dades do espaço e do tempo: caso S esteja em metros (m)
e t em segundos (s), podemos apenas informar que as uni-
24
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente
2 desenvolvimento científico e tecnológico.
A compreensão do mundo visto de forma racional, mecânica e cartesiana se faz necessária no universo acadêmi-
co-científico, sendo cada vez mais importante no mundo atual, aonde novas tecnologias são desenvolvidas em
altíssima velocidade.
Dentro dos eixos cognitivos, a habilidade 2 impõe ao aluno a compreensão, dentro das várias áreas do conhecimen-
to, de fenômenos físicos com a intenção de conceber os fenômenos naturais implicando na produção tecnológica. A
compreensão do mundo ao nosso redor é cada vez mais vital para a sobrevivência dentro uma sociedade altamente
desenvolvida e competitiva.
Pertence também a outro eixo cognitivo, enfrentando situações-problema em que o aluno deve saber organizar,
relacionar e interpretar as informações. Problemas relacionados ao transporte, ou mesmo saúde, para e dentro do
desenvolvimento científico são objeto de estudo das ciências naturais. Além, é claro, de cobrar do aluno a construção
de argumentação ao relacionar diferentes informações.
Modelo 1
(Enem) Um pesquisador avaliou o efeito da temperatura do motor (em velocidade constante) e da velocidade mé-
dia de um veículo (com temperatura do motor constante) sobre a emissão de monóxido de carbono (CO) em dois
tipos de percurso, aclive e declive, com iguais distâncias percorridas em linha reta. Os resultados são apresentados
nas duas figuras.
A partir dos resultados, a situação em que ocorre maior emissão de poluentes é aquela na qual o percurso é feito
com o motor:
25
Análise expositiva 1 - Habilidade 2: Esse é um excelente exercício pertencente ao modelo Enem, exemplo típico
D do que é exigido no exame. Além de solicitar que o aluno faça a leitura e compreensão correta dos gráficos individu-
almente, permite ao aluno analisar dois diferentes gráficos da mesma situação-problema. Desse modo requer que o
aluno saiba ligar problemas cotidianos, relacionados ao transporte e saúde, ao mundo técnico-científico relacionado
ao movimento do móvel.
A primeira figura permite concluir que para menores temperaturas (motor frio) e em pista em aclive a emissão de CO é maior ao
compararmos o gráfico de aclive (mais escuro) com o gráfico de declive (claro e tracejado). Desse modo é interessante perceber
que a emissão é maior para a temperatura mais baixa nos dois casos do movimento do veículo, diminuindo conforme aumenta
a temperatura (funcionamento) do motor.
A segunda figura mostra que a emissão de CO é maior para baixas velocidades médias e em pista em aclive. A análise acontece do
mesmo modo que no primeiro gráfico, sendo que é interessante notar que o veículo emite menos CO quanto maior é a velocidade
média, fato interessante nas grandes cidades, onde o congestionamento de veículos nas grandes vias, e consequentemente a
baixa velocidade média, aumenta a emissão de poluentes.
Alternativa D
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
O estudo do movimento é objeto essencial da física e das ciências naturais. Ele pertence ao cerne da construção do
pensamento físico e filosófico. Fator importante no desenvolvimento da física e do pensamento científico.
Para caracterizar a causa ou efeitos do movimento, é necessário que o aluno domine a linguagem matemática e
científica, primeiro eixo cognitivo para que ele possa enfrentar situações-problema. Também é importante que o
aluno saiba construir sua argumentação baseado no pensamento lógico e dedutivo.
Compreender as causas e efeitos dos movimentos dos corpos pertencentes ao Universo é importante, não só dentro
do mundo acadêmico-científico mas também no cotidiano das pessoas, afinal os indivíduos estão em constante
movimento e cercados por objetos também em movimento. Saber compreender, prever ou antecipar o movimento
dos diferentes objetos é fundamental na produção técnico-científica.
Modelo 2
(Enem) Uma empresa de transportes precisa efetuar a entrega de uma encomenda o mais breve possível. Para tanto,
a equipe de logística analisa o trajeto desde a empresa até o local da entrega. Ela verifica que o trajeto apresenta
dois trechos de distâncias diferentes e velocidades máximas permitidas diferentes. No primeiro trecho, a velocidade
máxima permitida é de 80 km/h e a distância a ser percorrida é de 80 km. No segundo trecho, cujo comprimento vale
60 km, a velocidade máxima permitida é 120 km/h.
Supondo que as condições de trânsito sejam favoráveis para que o veículo da empresa ande continuamente na veloci-
dade máxima permitida, qual será o tempo necessário, em horas, para a realização da entrega?
a) 0,7
b) 1,4
c) 1,5
d) 2,0
e) 3,0
Análise expositiva 2 - Habilidade 20: Esse exercício é um exemplo de que o aluno deve saber de antemão conceitos
C básicos de movimento, além de dominar a manipulação matemática em equações e fórmulas.
O exercício produz uma situação-problema pertencente ao cotidiano do aluno.
Primeiramente, temos os seguintes dados: o primeiro deslocamento ∆S1 = 80 km com a velocidade v1 = 80 km/h; já o segundo
deslocamento é de ∆S2 = 60 km com a velocidade média v1 = 120 km/h.
Lembrando que a velocidade média é dada pela razão entre o deslocamento do móvel pelo intervalo de tempo correspondente.
26
v = 'S
't
Uma vez que o tempo total é a soma dos dois tempos parciais, segue que:
DIAGRAMA DE IDEIAS
A A
DESLOCAMENTO
POSIÇÃO POSIÇÃO
ESPAÇO INICIAL FINAL
VELOCIDADE
MÉDIA
INTERVALO
TEMPO DE TEMPO RAPIDEZ
27
AULAS MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME
5E6
COMPETÊNCIAS: 1e6 HABILIDADES: 3 e 20
VIVENCIANDO
Assim como o conceito de velocidade média, a velocidade escalar média instantânea é aplicada em diversos casos,
afinal quando queremos uma maior precisão ao descrever o movimento de um móvel a função velocidade instantâ-
nea é muito mais reveladora. Um dos casos mais clássicos, de muito interesse, pois é aplicado em diversas situações,
é aquele em que a velocidade é constante.
A velocidade pode ser considerada constante em inúmeras situações, tal como a esteira de produção nas indústrias,
um carro que viaja numa estrada por um longo período de tempo sem mudar sua velocidade etc.
28
1.1. Função horária Sistema
Internacional
Como visto anteriormente, a função horária de um movi-
S0 o posição inicial
mento é a expressão matemática que fornece a posição metro (m)
para um determinado instante de tempo t. A velocidade S o posição final
escalar instantânea, no movimento uniforme, é constante v o velocidade escalar metro por
e coincide com a velocidade escalar média, qualquer que (constante e não nula) segundo (m/s)
seja o intervalo de tempo. Portanto:
t o tempo segundo (s)
DS ä v = ___
vm = ___ DS
Dt Dt Desse modo, o espaço S é composto por duas parcelas:
o espaço inicial S0 e o espaço percorrido após o início da
Fazendo DS = S – S0 e Dt = t – 0 = t, vem: contagem do tempo, cujo valor é v · t. Adotamos, neste
estudo, o instante inicial (t0 = 0) para que a função horária
S – S0
DS ä v = _____
v = ___ evidencie o comportamento do corpo como se o estudo do
Dt t
movimento se desse a partir daquele instante.
ä v · t = S – S0
Na expressão da função horária, S0 e v são constantes ao
S = S0 + v · t
longo do tempo; a velocidade escalar do movimento é v;
FUNÇÃO HORÁRIA DO MOVIMENTO UNIFORME se o movimento é progressivo, v > 0, e se o movimento é
retrógrado, v < 0, ou seja, quando v > 0, o movimento é a
favor da orientação da trajetória, e quando v < 0, o movi-
mento é contra a orientação da trajetória.
A função polinomial do primeiro grau com apenas uma variável independente e uma dependente chama-se função
afim, definida como f de \ em \ dada por uma lei da forma f(x) = ax + b, onde a e b são números reais dados e
a ≠ 0. Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado de coeficiente de x e o número b é chamado termo constante.
Nesse caso, a função posição é dada em termo dos coeficientes a, que será a velocidade do móvel, e b, que será
a posição inicial. Assim, teremos a posição S em função do tempo t.
29
A tabela ilustra alguns exemplos, sendo S em metros e t S = S0 + v · t S = 30 + (–5)t S = 30 – 5t
em segundos: Resposta: A função horária é S = 30 – 5t.
progressivo/ b) Para encontrar o instante em que o móvel passa pela
S = S0 + vt S0 v
retrógrado origem dos espaços, basta igualar a posição final a 0. As-
S = 50 + 20 t S0 = 50 m v = +20 m/s v > 0, progressivo sim, temos:
S = 30 – 5t 0 = 30 – 5t
S = 60 – 9 t S0 = 60 m v = –9 m/s v < 0, retrógrado 30 t = 6 s.
5t = 30 t = ___
5
S = –40 t S0 = 0 v = –40 m/s v < 0, retrógrado Resposta: O tempo será de 6 segundos.
S = 18 t S0 = 0 v = 18 m/s v > 0, progressivo 2. O espaço inicial de uma bicicleta que descreve um mo-
vimento retilíneo e uniforme é –5 m. Nesse movimento, a
Resumindo os conceitos de movimento uniforme: bicicleta percorre a cada intervalo de tempo de 10 s uma
distância de 50 m. Determine a função horária do espaço
DS
S = S0 + v · t, onde v = constante i 0 v = vm = ___
Dt para esse movimento, e considere-o progressivo.
Resolução:
Para qualquer tipo de trajetória, o MRU é definido por es-
sas funções. A bicicleta percorre 50 metros em 10 segundos, logo, a
velocidade dela será:
∆S v = ___
v = __ 50 v = 5 m/s
∆t 10
A posição inicial da bicicleta é –5 m e sua velocidade cons-
tante é de 5 m/s, logo, a função horária do movimento será:
S = S0 + v · t S = –5 + 5t.
3. (Ufgrs) Um caminhoneiro parte de São Paulo com velo-
cidade escalar constante de módulo igual a 74 km/h. No
mesmo instante, parte outro de Camaquã, no Rio Grande
do Sul, com velocidade escalar constante de 56 km/h.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
MRU - Esquema - Função - Tabelas - Gráficos
Resolução: SA = S0, A + vA t SA = 0 + 74 t SA = 74 t
a) A figura nos mostra que o móvel tem uma posição
O caminhão B tem posição inicial de 1.300 km e movimen-
inicial de 30 m e movimenta-se no sentido contrário da
ta-se contra a trajetória, logo sua velocidade será de –56
trajetória, logo, a sua velocidade constante é –5 m/s
km/h. A função horária do movimento do caminhão B será:
(movimento retrógrado).
Assim, a função horária do movimento será: SB = S0,B + vBt SB = 1300 + (–56)t SB = 1300 – 56 t.
30
No ponto de encontro, temos que as posições finais dos
caminhões são iguais, logo:
SA = SB 74 t = 1300 – 56 t 74 t + 56 t = (m)
1300 130 t = 1300 t = ____ 1300 t = 10 h 0 100
130
Determine:
Agora, basta aplicar o tempo igual a 10 horas em uma das
duas funções horárias para encontrar a posição final. a) o instante do encontro;
SA = 74 t SA = 74(10) SA = 740 km b) a posição do encontro.
(m)
0 200
Determine:
a) o instante do encontro;
b) a posição do encontro.
Resolução:
A resolução deste exercício é similar ao anterior.
a) Escreva as funções horárias da posição de A e B.
Aplicação do conteúdo SA = S0A + vA t e SB = S0B + vB t
31
0 + 22 t = 200 – 18 t As velocidades têm a mesma
22 t + 18 t = 200
40 t = 200
direção e sentidos contrários
t = 5 s Em casos de aproximação, como de afastamento, o mó-
dulo da velocidade relativa entre as partículas é dada pela
b) Para determinarmos a posição em que ocorre o encontro,
soma dos módulos das suas velocidades.
basta substituir o valor do tempo em uma das funções. Assim:
SA = 0 + 22 · 5 vREL = |vMAIOR| + |vMENOR|
SA = 110 m
Temos que a posição do encon-
tro é 110 m da origem.
Aplicação do conteúdo
1. Três móveis, A, B e C, encontram-se numa trajetória
retilínea descrevendo movimentos uniformes, de acor-
1.2. Velocidade relativa do com a figura a seguir:
Sejam duas partículas realizando movimentos uniformes, em
relação a um referencial qualquer, em uma mesma trajetória
ou em trajetórias paralelas. A velocidade relativa das duas par-
tículas pode ser calculada escolhendo uma das partículas como
um novo referencial. Como os módulos de suas velocidades Determine:
são constantes em função do tempo, o módulo da velocidade a) a velocidade de A em relação a B;
relativa é dado por: b) a velocidade de B em relação a C;
c) a velocidade de C em relação a A.
DSREL
vREL = ____ Resolução:
Dt
a) O móvel A está na mesma direção e sentido que o corpo
Onde: B, logo a velocidade relativa será:
vREL é a velocidade relativa de um cor-
po em relação a outro; vAB = |vA| – |vB| vAB = |5| – |8|
Dt é ointervalo de tempo; e vAB = –3 m/s.
DSREL é a distância relativa entre os corpos.
Dado que o movimento das partículas é realizado na mes- Temos que o móvel A nunca irá encontrar o móvel B, pois a
ma trajetória ou em trajetórias paralelas, as partículas po- sua velocidade relativa é de afastamento (vAB < 0).
dem se mover no mesmo sentido ou em sentidos opostos, b) O móvel B está na mesma direção porém em um sentido
como ilustrado na figura abaixo. contrário do corpo C, logo a velocidade relativa será:
vBC = |vB| + |vC| vBC = |8| + |–4|
vBC = 8 + 4 vBC = 12 m/s.
32
a) 120. A composição de movimento de um barco se movimen-
b) 150. tando em um rio é um problema clássico. Abaixo, está sua
c) 200. descrição, onde:
d) 240.
vRES é velocidade resultante (velocidade do barco em
e) 250.
relação à margem);
Resolução:
vREL é velocidade relativa (velocidade do barco em re-
lação à água);
vARR é velocidade de arrastamento (velocidade da
água em relação à margem).
1. Barco se move no mesmo sentido que as águas do rio
(θ = 0º).
Temos que o móvel P está a favor do movimento e o móvel
Q está contrário. A velocidade de P será +30 km/h e a de Q
será –50 km/h. Como os móveis estão em sentidos opos-
tos, a velocidade relativa entre eles será:
vPQ = |vP| + |vQ| vPQ = |30| + |–50|
vPQ = 80 km/h. vRES = vREL + vARR
33
Aplicação do conteúdo
1. (Unesp) Entre duas cidades X e Y, sopra um vento de
50 km/h na direção indicada na figura. Um avião, que
desenvolve 250 km/h em relação ao ar, faz em linha reta
a trajetória XY. Qual das retas abaixo melhor indica (no
plano horizontal de voo), a inclinação do avião em rela-
ção à trajetória XY?
A velocidade do barco em relação à correnteza, em km/h,
é de:
a) 4,0.
b) 6,0.
c) 8,0.
d) 10.
e) 12.
Resolução:
a) b) o
o
c) d) e) o
diagrama vetorial:
Aplicando o teorema de Pitágoras nas velocidades, temos:
Alternativa D
3. (UFBA) Um pássaro parte em voo retilíneo e horizon-
tal do seu ninho para uma árvore distante 75 m e volta,
sem interromper o voo, sobre a mesma trajetória.
50 = 0,2 b = 11,5°
senb = ___
250
Alternativa D
2. (PUC) Um barco sai de um ponto P para atravessar um
Sabendo-se que sopra um vento de 5 m/s na direção e sentido
rio de 4,0 km de largura. A velocidade da correnteza,
em relação às margens do rio, é de 6,0 km/h. A travessia da árvore para o ninho e que o pássaro mantém, em relação à
é feita segundo a menor distância PQ, como mostra o massa de ar, uma velocidade constante de 10 m/s, determine,
esquema representado a seguir, e dura 30 minutos. em segundos, o tempo gasto na trajetória de ida e volta.
34
Resolução: Resposta: O tempo total será 20 segundos.
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Como foi visto anteriormente, o movimento é objeto essencial da física e das ciências naturais. Ele pertence ao cerne
do pensamento físico e filosófico. Trata-se de um fator importante no desenvolvimento da física e do pensamento
científico. Após o domínio dos conceitos básicos como tempo, espaço, deslocamento, intervalo de tempo e veloci-
dade, partimos para uma nova empreitada: a classificação dos diferentes tipos de movimento. O primeiro e mais
básico é aquele em que o móvel possui velocidade constante durante todo o movimento numa trajetória retilínea,
situação essa que é explorada em inúmeras situações-problema em diferentes contextos dentro das ciências natu-
rais: como um automóvel que se desloca com a mesma velocidade numa trajetória retilínea ou o movimento de uma
onda sonora que trafega com velocidade constante.
Desse modo, sua aplicabilidade percorre todos os eixos cognitivos, como compreender fenômenos naturais e enfrentar
situações-problema relevantes ao cotidiano, sendo cobrado do estudante a capacidade de construir argumentação con-
sistente com a realidade das informações apresentadas e elaborar propostas através do conhecimento obtido.
35
Modelo 1
(Enem) Em apresentações musicais realizadas em espaços onde o público fica longe do palco, é necessária a
instalação de alto-falantes adicionais a grandes distâncias, além daqueles localizados no palco. Como a velocidade
com que o som se propaga no ar (vsom = 3,4 × 102 m/s) é muito menor do que a velocidade com que o sinal elétrico
se propaga nos cabos (vsinal = 2,6 × 108 m/s), é necessário atrasar o sinal elétrico de modo que este chegue pelo
cabo ao alto-falante no mesmo instante em que o som vindo do palco chega pelo ar. Para tentar contornar esse
problema, um técnico de som pensou em simplesmente instalar um cabo elétrico com comprimento suficiente para
o sinal elétrico chegar ao mesmo tempo que o som, em um alto-falante que está a uma distância de 680 metros
do palco.
A solução é inviável, pois seria necessário um cabo elétrico de comprimento mais próximo de:
Alternativa D
Habilidade
Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em
3 diferentes culturas.
Não é raro encontrarmos verdades ditas com tanta certeza, frases feitas muito populares, textos publicados
em veículos de comunicações ou em mídias sociais que veiculam fatos, fenômenos, explicações cientifica-
mente inverídicas. Além disso, não é raro quando o senso comum acaba levando a uma conclusão equivocada.
Nesse contexto, exercícios de cinemática levam o estudante ao confronto entre interpretações baseadas no
senso comum, em situações-problema contextualizadas, com a interpretação técnico-científica. Problemas
que envolvam referencial, movimento, velocidade relativa são ótimos nesse quesito.
Modelo 2
(Enem) Conta-se que um curioso incidente aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial. Quando voava a uma alti-
tude de dois mil metros, um piloto francês viu o que acreditava ser uma mosca parada perto de sua face. Apanhando-a
rapidamente, ficou surpreso ao verificar que se tratava de um projétil alemão.
PERELMAN, J. APRENDA FÍSICA BRINCANDO. SÃO PAULO: HEMUS, 1970.
a) Ele foi disparado em direção ao avião francês, freado pelo ar e parou justamente na frente do piloto.
b) O avião se movia no mesmo sentido que o dele, com velocidade visivelmente superior.
c) Ele foi disparado para cima com velocidade constante, no instante em que o avião francês passou.
d) O avião se movia no sentido oposto ao dele, com velocidade de mesmo valor.
e) O avião se movia no mesmo sentido que o dele, com velocidade de mesmo valor.
36
Análise expositiva 2 - Habilidade 3: Excelente aplicação da habilidade 3, colocando em xeque o senso co-
E mum que muitas vezes nos leva a respostas incorretas. Apesar de conceitualmente simples, a adoção de um
referencial traz conclusões corretas mais facilmente. Ao perceber que o projétil estava parado em relação ao
piloto, o estudante compreende que o movimento depende do referencial adotado, pois, se estava parado
em relação ao piloto, estava em movimento em relação ao solo, por exemplo.
Uma vez que o projétil se encontra com velocidade nula em relação ao piloto, temos que o projétil se encontra parado
em relação ao mesmo. Logo, concluímos que ambos possuíam a mesma velocidade, com o mesmo módulo, mesma
direção e mesmo sentido.
Alternativa E
DIAGRAMA DE IDEIAS
KM/H
POSIÇÃO
INICIAL MOVIMENTO
FUNÇÃO
VELOCIDADE HORÁRIA
REFERENCIAL CONSTANTE DA POSIÇÃO
POSIÇÃO MOVIMENTOS
INICIAL SIMULTÂNEOS
MOVIMENTO
REFERENCIAL
RELATIVO
37
AULAS GRÁFICOS DO MRU
7E8
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17, 19 e 20
Uma determinada função do primeiro grau pode ser representada por um gráfico, sendo este uma reta. Existem duas possibili-
dades para esse gráfico: crescente (o valor da variável dependente cresce com os valores da variável independente) ou decrescente
(os valores da variável dependente diminuem quando os valores da variável independente crescem). De maneira fácil, relacionamos
a função crescente ao sinal positivo do coeficiente da variável e a função decrescente ao sinal negativo do coeficiente da variável.
38
2. GRÁFICO DA VELOCIDADE DO Pontos
P1
t
t1
S
S1
MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME P2 t2 S2
v> 0
Exemplo de gráficos horário e de velocidade
para movimento progressivo
Retrógrado
∆S SB – S0B
vB =NtgE vB = ___B vB = ______
∆t tB – t0
20 – 8 v = 4 m/s
vB = ______
5–2 B
39
Assim, o gráfico da velocidade do corpo A e B em função Corpo A Corpo B
do tempo será: t(s) S(m) t(s) S(m)
0 12 0 6
4 0 1 0
5 -3 2 -6
∆S SB – S0B
vB =NtgE vB = ___B vB = ______
∆tB tB – t0B
(-6) – 0
vB = ______ vB= –6 m/s
2–1
Assim, o gráfico da velocidade do corpo A e B em função
do tempo será:
VA
VB
VIVENCIANDO
Aplicação do conteúdo
1. (UFSC) Dois trens partem, em horários diferentes, de
duas cidades situadas nas extremidades de uma ferro-
via, deslocando-se em sentidos contrários. O trem azul
parte da cidade A com destino à cidade B, e o trem ver-
melho da cidade B com destino à cidade A. O gráfico
representa as posições dos dois trens em função do ho-
rário, tendo como origem a cidade A (d = 0).
40
Considerando a situação descrita e as informações do grá- Analisando o gráfico, é correto afirmar:
fico, assinale a(s) proposição(ões) correta(s) e sua soma:
a) É nulo o deslocamento da partícula de 0 a 15 s.
01) O tempo de percurso do trem vermelho é de 18 horas.
b) A velocidade da partícula é negativa entre 0 e 10 se-
02) Os dois trens gastam o mesmo tempo no percurso: gundos.
12 horas.
c) A aceleração da partícula vale 20 m/s2.
04) O módulo da velocidade média dos trens é de 60 km/h.
d) A velocidade da partícula é nula no instante 10 s.
08) O trem azul partiu às 4 horas da cidade A.
e) A velocidade da partícula é constante e vale 20 m/s.
16) A distância entre as duas cidades é de 720 km.
Resolução:
32) Os dois trens se encontram às 11 horas.
Resolução:
01) Incorreto. O trem vermelho parte às 6 horas da cidade
B e chega à cidade A às 18 horas; assim, o intervalo de
tempo será:
∆tvermelho = tf – t0 ∆tvermelho = 18 – 6
∆tvermelho = 12 h.
02) Correto. O trem azul parte às 4 horas da cidade A e
chega à cidade B às 16 horas, tendo um intervalo de tempo No gráfico de espaço em função do tempo de MRU, temos
igual ao do trem vermelho. sempre uma reta e, quando ela é crescente, a velocidade
será constante e positiva. A velocidade da partícula será:
∆tazul = tf – t0 ∆tazul = 16 – 4 (200 – 0)
∆S v =_______ 200
∆tazul = 12 h v = tgx v = ___ v = ___
∆t (20 – 10) 10
v = 20 m/s.
04) Correto. O módulo da velocidade média dos trens será:
∆S |v | = ___
720 |v | = 60 km/h. Alternativa E
|vm| = ___
∆t m 12 m
41
pelo gráfico da velocidade em função do tempo. Considere
o seguinte gráfico da velocidade do movimento.
Aplicação do conteúdo
O produto da base AB pela altura BC resulta na área do 1. (Fatec) Um objeto se desloca em uma trajetória retilí-
retângulo ABCD. No entanto, a base AB representa o in- nea. O gráfico a seguir descreve as posições do objeto
tervalo de tempo Dt = t2 – t1, e a altura BC do retângulo em função do tempo.
representa a velocidade v.
Assim:
AABCD = AB ∙ BC = v ∙ Dt ?AABCD =N DS = S2 – S1
Admita-se aqui, sem demonstração, que quando o dia-
grama de velocidade não é uma reta paralela ao eixo dos
tempos, o movimento não é uniforme.
Para qualquer movimento, é válida essa propriedade do
gráfico da função horária da velocidade no tempo. Sua
aplicação é geral e, em diversos casos, muito útil. Como é
possível observar nos exemplos abaixo: Analise as seguintes afirmações a respeito desse movimento:
I. Entre t = 0 s e t = 4 s, o objeto executou um movi-
mento retilíneo uniformemente acelerado.
II. Entre t = 4 s e t = 6 s, o objeto se deslocou 50 m.
III. Entre t = 4 s e t = 9 s, o objeto se deslocou com uma
velocidade média de 2 m/s.
Deve-se afirmar que apenas:
a) I é correta.
b) II é correta.
c) III é correta.
d) I e II são corretas.
e) II e III são corretas.
Resolução:
Alternativa C
42
2. (UFPR) Assinale a alternativa que apresenta a história Resolução:
que melhor se adapta ao gráfico.
a) Entre os instantes t = 0 s, e t = 10 s o homem está em
um MRU progressivo. Assim, a velocidade será calculada
pela tangente do gráfico.
(40 – 0)
∆S v = ______
v = tgx v= __
∆t (10 – 0)
40 v = 4 m/s
V = ___
10
Resposta: a velocidade será 4 m/s.
b) Como o homem do instante t = 10 s em diante não sai
a) Assim que saí de casa, lembrei que deveria ter
da posição de 40 metros; assim, sua velocidade no instante
enviado um documento para um cliente por e-mail.
Resolvi voltar e cumprir essa tarefa. Aproveitei para
t = 20 s é 0 m/s.
responder a mais algumas mensagens e, quando me 4. (Unesp) Considere o gráfico de velocidade em função do
dei conta, já havia passado mais de uma hora. Saí tempo de um objeto que se move em trajetória retilínea.
apressada e tomei um táxi para o escritório.
b) Saí de casa e quando vi o ônibus parado no pon-
to corri para pegá-lo. Infelizmente, o motorista não
me viu e partiu. Após esperar algum tempo no ponto,
resolvi voltar para casa e chamar um táxi. Passado
algum tempo, o táxi me pegou na porta de casa e
deixou-me no escritório.
c) Eu tinha acabado de sair de casa, quando tocou o
celular e parei para atendê-lo. Era meu chefe, dizendo
que eu estava atrasado para uma reunião. Minha sor-
te é que, nesse momento, estava passando um táxi.
Acenei para ele e poucos minutos depois, eu já estava No intervalo entre 0 a 4 h, o objeto percorre efetivamente
no escritório. qual distância, em relação ao ponto inicial?
d) Tinha acabado de sair de casa quando o pneu furou. a) 0 km
Desci do carro, troquei o pneu e finalmente pude ir para
b) 1 km
o trabalho.
c) 2 km
e) Saí de casa sem destino – estava apenas com von-
d) 4 km
tade de andar. Após ter dado umas dez voltas na qua-
dra, cansei e resolvi entrar novamente em casa. e) 8 km
Resolução: Resolução:
Pelo gráfico de posição em função do tempo, é preciso encon- O deslocamento de um objeto em um gráfico de veloci-
trar uma história na qual a pessoa saia de casa rapidamente dade em função do tempo será calculado pela área sob
por uma distância considerável, pare por um tempo, volte, a curva. Áreas acima do eixo do tempo serão positivas, e
pare de novo e vá diretamente ao seu destino sem parar. áreas abaixo do eixo serão negativas.
43
5. (CFT-MG) Ana (A), Beatriz (B) e Carla (C) combinam 6. O gráfico abaixo representa a velocidade do veículo
um encontro em uma praça próxima às suas casas. O numa viagem em função do tempo. Determine:
gráfico, a seguir, representa a posição (x) em função do
tempo (t), para cada uma, no intervalo de 0 a 200 s. Con-
sidere que a contagem do tempo se inicia no momento
em que elas saem de casa.
Resolução:
Referindo-se às informações, é correto afirmar que durante
o percurso: a)
Alternativa B
44
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
17 Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas
ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou
linguagem simbólica.
A habilidade 17 sempre será recorrente nas ciências da natureza, pois a matemática é a linguagem com a qual o
homem interpreta a Natureza. Para sintetizar uma série de informações, será recorrente a apresentação dos dados
em forma de gráficos ou tabelas. Se, na aula anterior, foi visto que a posição é uma função do tempo, agora é possível
traçar o gráfico que representa o movimento. Isso sintetiza muito a informação e aumenta a capacidade de análise.
Modelo 1
(Enem) Um sistema de radar é programado para registrar automaticamente a velocidade de todos os veículos
trafegando por uma avenida, onde passam em média 300 veículos por hora, sendo 55 km/h a máxima velocidade
permitida. Um levantamento estatístico dos registros do radar permitiu a elaboração da distribuição percentual de
veículos de acordo com sua velocidade aproximada.
a) 35 km/h.
b) 44 km/h.
c) 55 km/h.
d) 76 km/h.
e) 85 km/h.
Análise expositiva 1 - Habilidade 17: Nesse exercício, o aluno deve ser capaz de relacionar o conceito de velo-
B cidade média na interpretação estatística do gráfico fornecido, sendo necessário no final afirmar qual é a velocidade
média dos carros que trafegam na avenida cuja velocidade média é de 55 km/h. Típico exercício do Enem, contextuali-
zado com os problemas sociais, exige interpretação da tabela e noções de estatística.
Como o gráfico fornece a quantidade de carros que trafegam para cada velocidade média, basta calcular a média ponderada das
velocidades, na qual a quantidade de cada carro corresponde ao peso. Assim, obtém-se:
20 ∙ 5 + 30 ∙ 15 + 40 ∙ 30 + 50 ∙ 40 + 60 ∙ 6 + 70 ∙ 3 + 80 ∙ 1
Vm = ________________________________________________________
100
vm = 44 km/h
Alternativa B
45
Habilidade
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar
19 problemas de ordem social, econômica ou ambiental.
A habilidade 19 avalia a capacidade do estudante de analisar métodos em solucionar problemas. Como diz o
quarto eixo cognitivo: “Relacionar informações representadas em diferentes formas e conhecimentos disponíveis
em situações concretas para construir argumentação consistente”. Aqui, essa capacidade pode ser explorada fa-
zendo com que o estudante tenha de confrontar dados gráficos ou tabelas a fim de tomar uma decisão a respeito.
Modelo 2
(Enem) O gráfico a seguir modela a distância percorrida em km por uma pessoa em certo período de tempo. A escala
de tempo a ser adotada para o eixo das abscissas depende da maneira como essa pessoa se desloca.
Qual é a opção que apresenta a melhor associação entre meio ou forma de locomoção e unidade de tempo, quando
são percorridos 10 km?
a) carroça – semana
b) carro – dia
c) caminhada – hora
d) bicicleta – minuto
e) avião – segundo
Análise expositiva 2 - Habilidade 19: Nesse exercício, o estudante deve interpretar e analisar o gráfico em
C questão, sendo necessário que ele relacione qual forma de locomoção foi utilizada para percorrer o intervalo de tempo
para qual a unidade de tempo faria sentido. Além de interpretação, cobra-se do estudante poder dedutivo analítico.
Uma carroça pode se locomover como uma pessoa andando a 3 km/h ou 4 km/h. Nesse caso, 10 km são percorridos
em menos de 4 horas, e não em uma semana.
Um carro pode se locomover a 60 km/h ou mais. A 60 km/h, a distância de 10 km é realizada em 10 minutos, e não
em um dia.
Uma caminhada a 4 km/h precisa de 2 horas e meia para 10 km. E, dessa forma, o diagrama é compatível com essa situação.
Para uma bicicleta realizar 10 km em 2,5 minutos, sua velocidade deveria ser de 4 km/min = 240 km/h. Fórmula 1 tudo
bem, bicicleta não.
10 km em 2,5 segundos corresponde a 4 km/s = 14400 km/h. Um avião comercial viaja próximo de 1000 km/h.
Alternativa C
46
DIAGRAMA DE IDEIAS
ESPAÇO
RELAÇÕES
MATEMÁTICAS
RAPIDEZ VELOCIDADE
DESCRIÇÃO DO
MOVIMENTO
TEMPO
47
AULAS Movimento retilíneo
9 e 10 uniformemente variado
Competências: 5e6 Habilidades: 19 e 20
3. Unidades de aceleração
A razão entre uma unidade de velocidade e uma unidade de
tempo é denominada unidade de aceleração. Por exemplo:
km/h
1 ____
multimídia: vídeo s
Entretanto, essa unidade não pertence ao SI. O exemplo
Fonte: Youtube
seguinte ilustra a unidade de aceleração no SI e seu sig-
Física - Aceleração (Khan Academy)
nificado: uma pedra cai de uma determinada altura e sua
velocidade é de vi = 5 m/s logo depois de iniciar a queda.
2. Aceleração escalar média Após um intervalo de tempo ∆t = 2 s, sua velocidade é de
vf = 25 m/s. A aceleração da pedra é:
v – vi
a = _____
f 25 m/s –
= ____________
5 m/s 20 m/s
= ______
Dt 2 s 2 s
ou
10 sm/s
a = ______
6
Esse resultado demonstra que a velocidade de pedra au- Em geral, o resultado anterior é apresentado da forma a =
menta em 10 m/s a cada 1 s. Assim, no SI, a unidade de 10 m/s2. Dessa forma:
aceleração é 1 (m/s)/s, que se convencionou escrever da
seguinte maneira: No SI, a unidade de aceleração é 1 m/s2. A velocidade
m/s = 1 __
1 ___ m ∙ __
1 m
___ varia de 1 m/s a cada 1 s.
s s s = 1 s2
VIVENCIANDO
Mudanças na velocidade são comuns no nosso dia a dia: um carro que trafega numa avenida e desacelera, parando
devido a um semáforo vermelho, ou o mesmo um carro que acelera, quando o semáforo está verde; também na
queda dos corpos, que veremos nas próximas aulas.
No geral, os móveis alteram entre diversos movimentos, o que tornaria o estudo completo algo mais difícil, por isso
“quebramos” o movimento em partes, das quais conseguimos estudar com facilidade, MU e MUV, saber distinguir
entre esses dois tipos de movimento, conhecer suas funções horárias, é fundamental para a resolução de problemas.
v>0 v>0
Aplicação do conteúdo
a>0 a>0
7
A variação de velocidade escalar nesse intervalo de tempo foi:
aceleração constante ⇒ a = am = Dv
___
Dv = (72 km/h) – (54 km/h) ⇒ Dv = 18 km/h Dt
Determine o valor da aceleração média desse carro entre A tabela abaixo mostra as velocidades escalares de uma
t1 = 3 s e t2 = 9 s. partícula em intervalos de 1 segundo. A velocidade varia
Resolução: de modo regular, ou seja, a cada 1 segundo, o aumento da
velocidade é 2 m/s. Assim, a aceleração escalar é constante
Fazendo um desenho ilustrativo do problema, tem-se:
e dada por:
a = 2 m/s por segundo = 2 m/s2
t (s) v (m/s)
0 5
A variação de tempo e de velocidade entre os instantes t = 1 7
3 s e t = 9 s será: 2 9
Δt = 9 – 3 = 6 s 3 11
4 13
Δv = v3 – v1 = 60 – 20 = 40 m/s
Dessa forma, a aceleração média será: No caso em que a aceleração é constante e não nula, tem-
se um movimento uniforme.
40 = 6,67 m/s2
Δv = ___
am = ___
Δt 6 se a = 0 → v é constante → o movimento é uniforme
Resposta: A aceleração será de 6,67 m/s2.
Nota: Foi visto que a velocidade é a variação do espaço no
tempo; também foi vito que a aceleração é a variação da
velocidade no tempo. Não há nenhuma grandeza associa-
da à variação da aceleração no tempo. Todos os exercícios
de cinemática são resolvidos em função da posição, da ve-
locidade, da aceleração e do tempo.
5. Movimento retilíneo
uniformemente variado (MRUV) multimídia: sites
Além da aceleração escalar média (am), define-se também a pt.khanacademy.org/science/physics/one-
aceleração escalar instantânea (a), que é a aceleração esca- -dimensional-motion/acceleration-tutorial/a/
lar em um instante de tempo muito curto. Considere o caso acceleration-article
em que a aceleração escalar instantânea é constante. Assim, www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20042/Luciano/
em qualquer intervalo de tempo, a aceleração escalar média cinematica.html
possui o mesmo valor da aceleração escalar instantânea.
8
5.1. Funções horárias É possível demonstrar que a velocidade média no movi-
mento retilíneo uniformemente variado é dada por:
Considere uma partícula realizando um movimento uni-
v + v0
formemente variado em uma linha, como na figura se- vm = _____
guinte. No instante inicial (t = 0), a partícula passa pelo 2
ponto de posição S0 com velocidade escalar v0. Depois de A partir da definição de velocidade média:
algum tempo, em um instante qualquer t, a partícula pas-
S – S0
sa pelo ponto de posição S com velocidade escalar v. A vm = DS
___ = _____
aceleração escalar é constante ao longo de toda trajetória Dt t – t0
É possível combinar ambas as equações de modo que, para
t0 igual a zero, tem-se:
(v0 + v) (t – 0) ______
(v + v)t
DS = ___________
= 0
v 2 2
Utilizando a função horária da velocidade escalar v = v0 +
a ⋅ t e Ds = s – s0, obtém-se:
Pela definição da aceleração:
(v + v + at)t ________2v t + at2
at
2
v – v0 S – S0 = ___________
0 0 = 0 = v0t + ___
a = Dv
___ = _____
2 2 2
Dt t – t0
Assim:
Rearranjando a equação:
1 ∙ a ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t + __
v – v0 = a ∙ t 2
Função horária da posição.
Assim:
Nota: Para t0 diferente de zero, temos as equações:
v = v0 + a ∙ t v = v0 + a ∙ (t – t0)
Uma função polinomial do segundo grau em uma variável é do tipo f de em , onde f(x) = a ∙ x² + b ∙ x + c,
com a, b e c números reais e a ≠ 0.
Para determinar a solução de equação do segundo grau 0 = a ∙ x² + b ∙ x + c, utilizamos um algoritmo desenvolvi-
do por Bháskara, em que temos duas raízes dadas por:
∆
dXX
x = –b ± ___
2a
sendo:
∆ = b2 – 4ac
Onde se ∆ > 0 haverá duas soluções distintas, se ∆ = 0 haverá duas soluções idênticas e se ∆ < 0 não haverá raiz real.
Para um corpo em MRUV, a função horária da posição é uma função polinomial do 2º grau, em uma variável.
9
Nos mesmos 8 segundos, aplica-se a função horária da ve-
Aplicação do conteúdo locidade escalar para se obter a velocidade final do corpo:
1. (Ufal) A velocidade de um móvel aumenta, de ma- v = v0 + at = 0 + 6,875 ∙ 8 = 55 m/s
neira uniforme, 2,4 m/s a cada 3,0 s. Em certo instante,
a velocidade do móvel é de 12 m/s. A partir desse ins-
O enunciado afirma que essa velocidade permanece cons-
tante, nos próximos 5,0 s a distância percorrida pelo
móvel, em metros, é igual a: tante e ainda faltam 2.780 metros para o corpo percorrer.
Assim, o segundo intervalo de tempo será:
a) 10
v = __ ∆S
b) 30 ∆t
c) 60 55 = 2780
____
∆t
d) 70
e) 90 556 s
∆t = ___
11
Resolução: O tempo total será:
O enunciado afirma que a velocidade aumenta a uma taxa 556 = 58,54 ≈ 58 s.
ttotal = 8 + ___
11
de 2,4 m/s em 3 s. Assim, a aceleração do móvel será:
Altenativa D
2,4
Δv = ___
a = ___ = +0,8 m/s2
Δt 3 3. A figura abaixo ilustra uma partícula com mo-
vimento uniformemente variado, com aceleração
Admitindo o início da trajetória o móvel com velocidade de
a = 6 m/s2. A partícula passa pelo ponto de posição 10 m
12 m/s, após 5 s aplica-se a função horária da posição em e velocidade escalar 4 m/s no instante t0 = 0.
MRUV para encontrar a distância percorrida.
at
2
S = S0 + v0t + ___
2
0,8(5)2 s
S – S0 = 12 ∙ (5) + ______
= 60 + 0,4 ∙ (25) =
2
= 60 + 10 = 70 m a) No instante t = 5 s, qual é a posição e a velocidade
escalar da partícula?
Altenativa D b) Determine a velocidade escalar média da partícula
entre os instantes t0 = 0 e t = 5 s.
2. (UFBA) Um corpo que parte do repouso deve percor-
rer uma distância de 3.000 m. Os primeiros 220 m ele Resolução:
os percorre em 8 s, sendo que o movimento é uniforme- a) Sabendo que a partícula está em MUV, e sendo
mente acelerado. O restante é percorrido a velocidade a = 6 m/s2, v0 = 4 m/s e S0 = 10 m, tem-se:
constante igual à atingida quando ele alcançou aqueles
220 m. O tempo total aproximado para realizar todo o a ⋅
S = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2
percurso será de: 2
E para t = 5 s:
a) 20 s
6 ⋅ (5)2
b) 30 s S = 10 + 4 ⋅ (5) + ______
⇒ S = 105 m
2
c) 50 s
v = v0 + a ⋅ t
d) 58 s
E para t = 5 s:
Resolução:
v = 4 + 6 ⋅ (5) ⇒ v = 34 m/s
Nos primeiros 8 segundos, o corpo percorre 220 m partin- b) Foi visto que a velocidade média no MUV pode ser
do do repouso. Aplicando a função horária do movimento calculada como:
retilíneo uniformemente acelerado, tem-se:
V + V0
at
S = S0 + v0t + ___
2
vm = ______
f
2 2
(8)²
220 = 0 + 0 ∙ 8 + a ∙ ___ Assim, a velocidade média é:
2
64a
___
220 =
2 34 +
vm = ______ 4 38 ⇒
= ___
2 2
220
___
a = = 6,875 m/s2
32 vm = 19 m/s
10
4. Em uma autoestrada, um guarda (em uma motoci- esprezando a resposta negativa, tem-se t = 16 s, ou seja,
D
cleta) persegue um automóvel cujo motorista cometeu depois de 16 segundos do instante representado na figura,
uma infração e que se move com velocidade escalar
o guarda alcança o automóvel.
constante de 20 m/s. A figura a seguir ilustra a situação
em um determinado instante. b) Como o movimento do guarda é uniforme-
mente variado, substituindo t = 16 s na função
8,0 m/s 20 m/s
horária de sua velocidade escalar, obtém-se:
v = v0 + at ⇒ v = 8,0 + 2,0 t
64 m
t = 16 s ⇒ v = 8,0 + (2,0)(16) ⇒ v = 40 m/s
esse instante, o guarda tem velocidade escalar 8,0
N
m/s. Admitindo que ele se move com aceleração escalar A velocidade do guarda no instante do encontro é de 40 m/s.
constante de 2,0 m/s2 e desprezando os comprimentos
c) Substituindo t = 16 s na equação
dos veículos:
horária da posição do guarda, resulta:
a) A partir do instante representado
na figura, quanto tempo o guarda le- SG = 8,0 t + t²
vará para alcançar o automóvel? t = 16 s ⇒ SG = 8,0(16) + (16)² ⇒ SG = 384 m
b) Qual a velocidade do guar-
da ao alcançar o automóvel? Isto é, o guarda se moveu da posição inicial S0G = 0 até a
c) Determine a distância percorrida pelo
posição SG = 384 m, e, portanto, percorreu a distância de
guarda desde o instante representado na
figura até o instante de encontro. 384 metros.
Resolução:
5.2. Equação de Torricelli
a) Adotemos a posição inicial do guarda como a ori-
gem do eixo de coordenadas dos espaços (S0G = 0), e Os problemas de MRUV podem ser resolvidos com as fun-
64 m como a posição inicial do automóvel (S0A = 64 m). ções horárias da velocidade e da posição. Entretanto, será
G A mostrada a seguir uma equação que relaciona a velocida-
8,0 m/s 20 m/s de e a posição sem envolver o tempo. Essa equação será
0 64 s (m) útil na solução de problemas que não envolvam a variável
tempo no enunciado.
O movimento do guarda é uniformemente variado com S0
= 0, v0 = 8,0 m/s e a 2,0 m/s2, e o automóvel se movimen- Para obter essa equação, o tempo é isolado na função ho-
ta uniformemente com S0 = 64 m e v = 20 m/s. Assim, rária da velocidade:
as funções horárias das posições para o guarda e para o v – v0
automóvel são: v = v0 + at ⇒ at = v – v0 ⇒ t = _____
a
guarda (MUV) automóvel (MU) Esse valor de t é substituído na equação horária da posição.
Assim:
a t2
S = S0 + v0t + __ S = S0 + vt
2
2,0
SG = 0 + 8,0 t + ___ t 2 SA = 64 + 20 t
S = S0 + v0t + ___
2
v–v
at ⇒ S = S0 + v0 _____
2
( + __
a 0 )2 ( v – v0 2
a ⋅ _____ )
a
2 Efetuando os cálculos, obtém-se uma equação denomina-
SG = 8,0 t + t 2
da equação de Torricelli:
SG = SA
8,0 t + t² = 64 + 20 t Evangelista Torricelli (1608-1647) serviu como copista de
Galileu durante os últimos três meses de vida do mestre
t² – 12t – 64 = 0 renomado. A partir das equações de Galileu para o MUV,
Torricelli deduziu a equação que carrega seu nome. Além
Resolvendo esta equação (de 2.º grau), obtém-se:
disso, Torricelli Inventou o barômetro, instrumento que ser-
t = 16 ou t = –4 ve para medir a pressão atmosférica local.
11
3. (Unicamp) Um automóvel trafega com velocidade
Aplicação do conteúdo constante de 12 m/s por uma avenida e se aproxima de
um cruzamento onde há um semáforo com fiscalização
1. Em uma rodovia, um automóvel viaja com velocidade eletrônica. Quando o automóvel se encontra a uma dis-
escalar constante de 30 m/s. Em determinado instante, tância de 30 m do cruzamento, o sinal muda de verde
o motorista pisa no freio provocando uma desacelera- para amarelo. O motorista deve decidir entre parar o
ção constante de 3,0 m/s2 até o automóvel parar. Cal- carro antes de chegar ao cruzamento ou acelerar o car-
cule a distância percorrida durante a frenagem. ro e passar pelo cruzamento antes do sinal mudar para
vermelho. Esse sinal permanece amarelo por 2,2 s. O
Resolução: tempo de reação do motorista (tempo decorrido entre
o momento em que o motorista vê a mudança de sinal e
A figura a seguir ilustra a situação: o momento em que realiza alguma ação) é 0,5 s.
a) Determine a mínima aceleração constante que o
carro deve ter para parar antes de atingir o cruzamen-
to e não ser multado.
b) Calcule a menor aceleração constante que o carro
deve ter para passar pelo cruzamento sem ser multa-
Considerando a velocidade escalar positiva (mesmo sen- do. Aproxime (1,7)² ≈ 3,0.
tido que a orientação da trajetória) e sendo o movimento Resolução:
retardado, a aceleração escalar é negativa: a = –3,0 m/s2. a) O tempo de reação do motorista é 0,5 s e sua veloci-
dade constante é de 12 m/s. Assim, o deslocamento do
A velocidade inicial é v0 = 30 m/s, e a velocidade final é
motorista em MRUV será:
nula (v = 0). Pelas informações fornecidas e devido à falta
de informação sobre o intervalo de tempo, é possível sus- DS
v = ___
Dt
peitar que, provavelmente, a melhor equação a ser usada é
a equação de Torricelli. Assim: DS
12 = ___
0,5
v² = v0² + 2a (S – S0) ∆S = 6 m.
0 = (30)² + 2(–3) ⋅ DS A distância quando o semáforo muda de verde para amarelo
é 30 m, e a distância na reação é 6 m. Assim, a distância em
Dessa forma:
MRUV é 24 m. Aplicando a equação de Torricelli, tem-se:
DS = 150 m
v2 = v02 + 2 ∙ a ∙ DS
2. (PUC) Ao iniciar a travessia de um túnel retilíneo de
200 metros de comprimento, um automóvel de dimen- (0)2 = (12)2 + 2 ∙ a ∙ 24
sões desprezíveis movimenta-se com velocidade de 25 a = –3 m/s2
m/s. Durante a travessia, desacelera uniformemente,
saindo do túnel com velocidade de 5 m/s. O módulo de Resposta: A mínima desaceleração é de 3 m/s2.
sua aceleração escalar, nesse percurso, foi de:
b) O tempo total é 2,2 s, e o tempo de reação é
a) 0,5 m/s². 0,5 s. Assim, o tempo do carro em MRUV será:
b) 1,0 m/s².
c) 1,5 m/s². ttotal = treação + tMRUV
d) 2,0 m/s². 2,2 = 0,5 + tMRUV
e) 2,5 m/s².
tMRUV = 1,7 s.
Resolução:
Aplicando a função horária da posição em MRUV, desco-
A velocidade inicial é 25 m/s e a final é 5 m/s. A variação de bre-se a aceleração do carro.
at
2
espaço é de 200 m. Aplica-se a equação de Torricelli para S = S0 + v0 t + ___
2
encontrar a desaceleração do corpo. (1,7)2
24 = 0 + 12 ∙ (1,7) + a ∙ _____
2
v² = v0² + 2aDS
a = 2,4 m/s2.
(5)² = (25)² + 2 ∙ a ∙ 200 Resposta: A aceleração será de 2,4 m/s2.
a = –1,5 m/s². 4. (UEL) Um motorista está dirigindo um automóvel a
Assim, o módulo da aceleração é 1,5 m/s . 2 uma velocidade de 54 km/h. Ao ver o sinal vermelho,
pisa no freio. A aceleração máxima para que o automó-
Alternativa C vel não derrape tem módulo igual 5 m/s2. Qual a menor
12
distância que o automóvel irá percorrer, sem derrapar e é possível escrever a função horária da velocidade, que de
até parar, a partir do instante em que o motorista acio- maneira genérica é dada por:
na o freio?
a) 3,0 m v(t) = v0 + a · t
b) 10,8 m
c) 291,6 m
d) 22,5 m E, assim, temos que:
e) 5,4 m v(t) = –3 + 6 ∙ t
Resolução:
Do mesmo modo, pode-se inferir a velocidade inicial e
Aplicando a análise dimensional na velocidade inicial, tem-se: aceleração a partir da função da velocidade. Na fun-
ção da velocidade, o coeficiente independente trata-se
1000
v0 = 54 km/h ∙ ______ m 1 h
. ______
= 15 m/s
1 km 3600 s da velocidade inicial e o coeficiente que acompanha
Fazendo um desenho ilustrativo do problema: a variável t é a aceleração. Seja uma dada função da
velocidade v(t) = 5 + 8 ∙ t, temos que v0 = 5 m/s e
a = 8 m/s2. Porém não conseguimos escrever a função
da posição, pois ainda falta a posição inicial, neste caso
o enunciado irá fornecer a informação, por exemplo
S0 = –3 m . Assim, poderemos substituir na função gené-
rica da posição:
O vetor aceleração é contra a trajetória; dessa forma, tem-
-se uma desaceleração. Aplicando a equação de Torricelli, a ⋅
S(t) = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2
2
obtém-se:
Assim, teremos que:
v² = v0² + 2aDS
S(t) = –3 + 5 · t + 4 ∙ t2
0² = (15)² + 2 ∙ (–5) ∙ DS
0 = 225 – 10 DS
225 = 22,5 m
DS = ___
10
Alternativa D
a ⋅
S(t) = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2
2
13
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar
19 problemas de ordem social, econômica ou ambiental.
A habilidade 19 avalia a capacidade do estudante de avaliar métodos em solucionar problemas cotidianos, rela-
cionados também ao movimento de corpos acelerados. O exemplo mais comum disto são os exercícios que en-
volvem veículos de transporte (carros, motos, caminhões) que constantemente mudam sua velocidade ao trafegar
pelas vias públicas. Avaliar qual é a distância que um móvel percorre até frear em um semáforo, por exemplo, é
frequente nas avaliações do Enem, sendo esta uma situação-problema clássica.
Modelo 1
(Enem) O trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), que circula diariamente entre a cidade de
Cariacica, na Grande Vitória, e a capital mineira Belo Horizonte, está utilizando uma nova tecnologia de frenagem
eletrônica. Com a tecnologia anterior, era preciso iniciar a frenagem cerca de 400 metros antes da estação. Atual-
mente, essa distância caiu para 250 metros, o que proporciona redução no tempo de viagem.
Considerando uma velocidade de 72 km/h, qual o módulo da diferença entre as acelerações de frenagem depois e
antes da adoção dessa tecnologia?
a) 0,08 m/s2
b) 0,30 m/s2
c) 1,10 m/s2
d) 1,60 m/s2
e) 3,90 m/s2
Análise expositiva 1 - Habilidade 19: Neste exercício o aluno se depara na mesma situação com duas possibilida-
B des de sistema de frenagem e deve calcular o módulo da diferença entre elas, fazendo-se necessária a aplicação e ma-
nipulação das fórmulas que regem o MRUV, o estudante deve repetir o mesmo procedimento em ambas as situações.
Supondo essas acelerações constantes, aplicando a equação de Torricelli para o movimento uniformemente retardado, vem:
v2 = vO2 – 2 a ∆S ⇒ O2 = v02 – 2 a ∆S ⇒
( 20
)
2
v 2 a1 = _______ ⇒ a1 = 0,5 m /s2
a = 0 ⇒ 2 · 400
____________________________ ⇒ |a1 – a2| = |0,5 - 0,8| ⇒ |a1 – a2| = 0,3 m/s2.
2∆S a2 = 20 2
_______ ⇒ a1 = 0,8 m/s
2
2 · 250
Alternativa B
14
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A habilidade 20 mais uma vez aparece, já que mais um passo é acrescentado ao estudo do movimento dos corpos: agora
os corpos podem possuir aceleração não nula. No cotidiano mundano das pessoas, os móveis estão em constante alter-
ação do seu movimento, o exemplo mais clássico disto é um automóvel que após estar estacionado adquire movimento,
sendo freado posteriormente em algum semáforo e acelerado novamente inúmeras vezes até chegar em seu destino. A
mudança da velocidade é algo normal e se faz presente em inúmeras situações-problema que o estudante irá encontrar.
Modelo 2
(Enem) Um motorista que atende a uma chamada de celular é levado à desatenção, aumentando a possibilidade de
acidentes ocorrerem em razão do aumento de seu tempo de reação. Considere dois motoristas, o primeiro atento e o
segundo utilizando o celular enquanto dirige. Eles aceleram seus carros inicialmente a 1,00 m/s2. Em resposta a uma
emergência, freiam com uma desaceleração igual a 5,00 m/s2. O motorista atento aciona o freio à velocidade de 14,0
m/s enquanto o desatento, em situação análoga, leva 1,00 segundo a mais para iniciar a frenagem.
Que distância o motorista desatento percorre a mais do que o motorista atento, até a parada total dos carros?
a) 2,90 m
b) 14,0 m
c) 14,5 m
d) 15,0 m
e) 17,4 m
Análise expositiva 2 - Habilidade 20: Excelente exercício, traz para a realidade do estudante a aplicação direta das
E funções horárias do movimento uniformemente acelerado em uma situação-problema comum nos dias atuais: moto-
ristas imprudentes que utilizam celulares enquanto dirigem. Aplicando as funções e manipulando as equações o estu-
dante será capaz de perceber qual a real diferença entre dirigir com atenção e dirigir enquanto se manipula um celular.
Para o motorista atento, temos:
Tempo e distância percorrida até atingir 14 m/s a partir do repouso:
v = v0 + at
14 = 0 + 1 · t1 ⇒ t1 = 14 s
v2 = v02 + 2a∆S
142 = 02 + 2 · 1 · d1 ⇒ d1 = 98 m
Distância percorrida até parar:
02 = 142 + 2 · (–5) · d1’ ⇒ d1’ = 19,6 m
Distância total percorrida:
∆S1 = d1 + d1’ = 98 + 19,6 ⇒ ∆S1 = 117,6 m
Para o motorista que utiliza o celular, temos:
t2 = t1 + 1 ⇒ t2 = 15 s
Velocidade atingida e distância percorrida em 15 s a partir do repouso:
v2 = 0 + 1 · 15 ⇒ v2 = 15 m/s
152 = 02 + 2 · 1 · d2 ⇒ d2 = 112,5 m
Distância percorrida até parar:
02 = 152 + 2 · (–5) . d2’ ⇒ d2’ = 22,5 m
Distância total percorrida:
∆S2 = d2 + d2’ = 112,5 + 22,5 ⇒ ∆S2 = 135 m
Portanto, a distância percorrida a mais pelo motorista desatento é de:
∆S = ∆S2 – ∆S1 = 135 – 117,6
∴∆S = 17,4 m
Alternativa E
15
DIAGRAMA DE IDEIAS
MOVIMENTO
VELOCIDADE ALTERAÇÃO DA
REFERENCIAL
INICIAL VELOCIDADE
VELOCIDADE
FINAL
FUNÇÕES CONDIÇÕES
HORÁRIAS INICIAIS
ACELERAÇÃO
16
AULAS Gráficos do MRUV
11 e 12
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 20
1. Gráfico da aceleração
escalar em função do tempo
No Movimento Retilíneo Uniformemente Variado(M.R.U.V.),
a aceleração escalar a é uma constante e não nula. Em
consequência, o gráfico a x t, da aceleração (no eixo das
ordenadas) em função do tempo (no eixo das abscissas), é
uma reta paralela ao eixo dos tempos.
Existem duas possibilidades para o gráfico da aceleração.
Caso a aceleração seja favorável à orientação adotada, o
gráfico será uma reta paralela ao eixo horizontal e acima
dele. Entretanto, se a aceleração for contrária à orientação
adotada, o gráfico será uma reta paralela ao eixo horizon-
tal e abaixo do mesmo.
Nos gráficos acima foram assinalados dois triângulos
retângulos em que o cateto vertical corresponde à variação
da velocidade escalar (Dv), e o cateto horizontal representa
a variação do tempo (Dt). A aceleração escalar pode ser
obtida com base no gráfico. Calculando:
a = tg α = Dv
___
Dt
Gráficos da velocidade
escalar em função do tempo
A função horária da velocidade escalar v é uma função
do 1.° grau (v = v0 + at). Assim, o gráfico v × t, da velo-
cidade escalar em função do tempo, é uma reta incli-
nada. Quando a aceleração escalar for positiva (a > 0), a multimídia: vídeo
inclinação da reta será positiva, ou seja, o gráfico será
Fonte: Youtube
crescente; quando a aceleração escalar for negativa G1 - Saiba como interpretar gráficos de
(a < 0), a inclinação da reta será negativa, ou seja, o gráfico movimento
será decrescente. Observe as figuras a seguir.
17
Aplicação do conteúdo
1. Na figura a, está representado o gráfico da velocida-
de escalar em função do tempo de uma partícula. Como
o gráfico é retilíneo, o movimento é uniformemente va-
riado (MUV). A aceleração escalar do movimento, como
foi visto acima, pode ser calculada a partir de um triân-
gulo retângulo qualquer, cuja hipotenusa esteja sobre o Resolução:
gráfico, e os catetos horizontal e vertical, como o triân-
gulo retângulo sombreado na figura b. Para o cateto vertical desse triângulo, tem-se:
|Dv| = 27 – 9 = 18
Entretanto, é possível observar no gráfico que a velocidade
escalar diminui ao longo do tempo. Desse modo, a variação
da velocidade é negativa ∆v < 0, então:
Dv = –18 m/s
Calculando a aceleração:
a = Dv –18 m/s
___ = ______
= –3 m/s2
Dt 6 s
Ou seja, a aceleração escalar é negativa.
Do gráfico, obtém-se a velocidade inicial v0 = 27 m/s, e a
função horária da velocidade escalar é:
v = v0 + at ⇒ v = 27 – 3t
a = Dv 20 m/s
___ = ______
= 5 m/s2
Dt 4 s
Observando ainda a figura, no instante t = 0 a velocidade é
10 m/s, ou seja, a velocidade inicial é v0 = 10 m/s.
Assim, encontra-se a função horária da velocidade escalar:
1.1. Propriedade do gráfico a × t
v = v0 + at ⇒ v = 10 + 5t No gráfico da aceleração pelo tempo a = a(t), tem-se uma
propriedade de grande importância. A área compreendida
O gráfico da aceleração escalar em função do tempo para
entre a função e o eixo das abscissas é numericamente
esse movimento é representado na figura abaixo:
equivalente à variação da velocidade.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Gráficos do MRUV
18
Caso a função v(t) seja decrescente (a aceleração é negativa),
nos instantes em que a velocidade for negativa tem-se mov-
imento retrógrado acelerado, e nos instantes que a veloci-
dade for positiva tem-se movimento progressivo retardado.
19
VIVENCIANDO
As funções parabólicas são aplicadas de diversas maneiras na engenharia, como no uso para construção de antenas
parabólicas e faróis de carro. A construção dos gráficos possibilita a criação de modelos que ajudam a entender e a
prever os desenvolvimentos dos movimentos a serem estudados. Apesar de o universo possuir muitas dimensões,
é possível se deparar com movimentos unidimensionais ou que podem ser aproximados para esse modelo. A porta
automática que abre quando você avança ou o correr de uma cortina são exemplos disso.
O modelo matemático proporcionado pelos gráficos criados permite a compreensão de diversos movimentos acele-
rados, como um carro de Fórmula 1 acelerando em direção à linha de chegada na reta final de um Grand Prix.
Aplicação do conteúdo
1. Um automóvel se move com velocidade constante
de 20 m/s. Então o motorista pisa no freio de modo que
o automóvel adquire movimento uniformemente retar-
dado e para 4 segundos depois. Calcule a distância per-
corrida pelo automóvel durante a frenagem.
Resolução:
c) d)
(4,0)(20)
DS =_______
⇒ Ds = 40 m
2
Dessa forma, o automóvel percorreu 40 m durante a frenagem.
Resolução:
2. (UFLA) O diagrama abaixo, velocidade versus tempo,
representa o movimento de um corpo ao longo de uma Em um gráfico de velocidade em função do tempo no MRUV,
trajetória retilínea. a aceleração constante é o coeficiente angular (tg x).
20
Resolução:
Afirmativa I – Incorreta.
A distância percorrida pelo piloto nos primeiros 8 segundos
será:
(v – v ) ________
(–20 – (+ 20)
∆v = ______
a = tg x = ___ f 0
= =
– 20 m/s².
∆t (tf – t0) (2 – 0)
A velocidade inicial é 20 m/s, e a posição inicial é 10 m;
assim, a função horária do espaço será:
(80) ∙ (8)
DS0-8 = A1 =______
= 320 m
at
2
S(t)= S(0) + v(0) t + ___ 2
2
Afirmativa II – Correta.
S(t) = 10 + 20t –10t2
(80) ∙ (8)
Substituindo o tempo por 2 segundos, tem-se: DS0-9 =______
+ (80) ∙ (9 – 8) =
2
S(2) = 10 + 20 ∙ (2) – 10(2)² = 10 + 40 – 40 = 10 m. = 320 + 80 = 400 m.
A única resposta possível é a alternativa A. Afirmativa III – Correta.
Alternativa A A distância percorrida pelo piloto nos 14 segundos será:
2. (Unesp) No gráfico a seguir são apresentados os va- (80) ∙ (8)
lores da velocidade v, em m/s, alcançada por um dos DS0-14 = A1 + A2 + A3 + A4 = ______
+
2
pilotos em uma corrida em um circuito horizontal e fe- (80 + 20) ∙ (12 – 10)
chado, nos primeiros 14 segundos do seu movimento 80(10 – 8) + _____________
+
2
(20) ∙ (13 – 12)
_________
2
DS0-14 = 320 + 160 + 100 + 10
DS0,14 = 590 m.
Afirmativa IV – Incorreta, pois, como é possível observar no
gráfico, entre os instantes 8 e 10 s o movimento é uniforme,
e nos instantes 10 e 13 s o movimento é retardado (a < 0).
Alternativa A.
21
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Matemática e Física estão fundamentalmente relacionadas. O desenvolvimento das duas disciplinas tem diversas
conexões, e o uso de gráficos em experimentos científicos é um passo importante da construção do conhecimento
na Física, além de uma das formas de criar uma interpretação para os eventos e experimentos científicos. Gráficos
são uma técnica gráfica para representar um conjunto de dados, geralmente relacionando duas ou três variáveis.
A parábola, curva gráfica característica de funções polinomiais de equações do 2.º grau, aparece aqui como uma
forma de modelar matematicamente a relação entre espaço × tempo de um móvel em MRUV.
f(x) f(x)
x x
2. Gráfico da posição
em função do tempo
A função horária da posição do movimento retilíneo
uniformemente variado (M.R.U.V.) é uma equação do
segundo grau em t.
a ⋅
S = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2
Resolução: 2
22
Observe que, à esquerda do ponto A, a posição aumenta
com o tempo, fator que indica uma velocidade positiva (v
> 0); como a aceleração é negativa (a < 0), tem-se um
movimento progressivo retardado. No ponto A, o móvel
tem velocidade nula e nele ocorre a inversão do sentido
do movimento. Por fim, à direita do ponto A, a posição
diminui com o tempo, fator que indica uma velocidade
negativa (v < 0); como a aceleração é negativa (a < 0),
tem-se um movimento retrógrado acelerado.
Aplicação do conteúdo
1. (UFB) O espaço (posição) de um móvel varia com o
tempo conforme o gráfico abaixo.
23
S(0) = 8 t v(t)
a + b(0) + c(0)² = 8 0 –6
a=8 3 0
S(2) = 0 f) A aceleração é uma constante durante todo o
a + b(2) +c(2)² = 0 tempo. Assim a sua função e o seu gráfico serão:
8 + 2b + 4c = 0 a(t) = 2 m/s²
b + 2c = –4 (equação 1)
S(3) = –1
a + b(3) + c(3)² = –1
8 +3b + 9c = –1
–b – 3c = +3 (equação 2)
Ao realizar a soma das equações 1 e 2, tem-se:
(b + 2c) + (–b –3c) = –4 + 3
b + 2c – b – 3c = –1
c=1
É preciso voltar à equação 1 para encontrar b.
b + 2c = –4
b = –6
Dessa forma, a função horária do móvel será:
S(t) = 8 + (–6)t + (1)t²
S(t) = 8 – 6t + 1t²
multimídia: sites
e) Comparando a função horária do móvel com brasilescola.uol.com.br/fisica/graficos-
a função horária da posição em MRUV, tem-se:
movimento-uniformemente-variado.htm
S(t) = 8 – 6t + 1t²
efisica.if.usp.br/mecanica/basico/mruv/
at²
S(t) = S0 +v0t + ___
2 intro/physics.tutorvista.com/motion/
Assim, segue: S0 = 8 m; v0 = –6 m/s; a = 2 m/s2. motion-graphs.html
Aplicando a velocidade inicial e a aceleração na função ho-
rária da velocidade em MRUV, tem-se: 3. (Unifesp)
v(t) = v0 + at
v(t) = (–6) + (2) ∙ t = –6 +2t .
v(t) = 0
–6 + 2t = 0
t=3s
O gráfico da velocidade é uma reta crescente, pois a ace-
leração é positiva.
24
Em um teste, um automóvel é colocado em movimento Calcule, em cm/s, a velocidade do corpo imediatamente
retilíneo uniformemente acelerado a partir do repouso até após esses 16 s.
atingir a velocidade máxima. Um técnico constrói o gráfico
Resolução:
em que se registra a posição x do veículo em função de sua
velocidade v. Através desse gráfico, pode-se afirmar que a As acelerações são: a1 = 4 cm/s² ; a2 = –3 cm/s² ; a3 = 4 cm/s² ;
aceleração do veículo é:
a) 1,5 m/s2. Aplicando a função horária da velocidade acharemos a ve-
b) 2,0 m/s2. locidade final no instante t = 6 s.
c) 2,5 m/s2. v6 = v0 + a1t = 2 + 4(6 – 0) = 26 cm/s.
d) 3,0 m/s2.
e) 3,5 m/s2. Aplicando a função horária da velocidade acharemos a ve-
locidade final no instante t = 10 s.
Resolução:
v10 = v6 + a2t = 26 + (–3) ∙ (10 – 6) = 14 cm/s.
É preciso encontrar dois pontos no gráfico e aplicar a Equa- Aplicando a função horária da velocidade acharemos a ve-
ção de Torricelli para encontrar a aceleração. locidade final no instante t = 10 s.
v16 = v10 + a3t = 14 + (4) ∙ (16 – 10) = 38 cm/s.
v S(t)
0 0
Resposta: A velocidade final será 38 cm/s.
6 9 De maneira mais rápida poderíamos fazer:
v² = v0 + 2 ∙ a ∙ (Sf – S0) ∆v = v – vi
(6)² = (0)² + 2 ∙ a ∙ (9 – 0) onde ∆v é dado pelas áreas A1, A2 e A3:
a = 2 m/s²
∆v = (6 · 4) + (–3 · 4) + (6 · 4) = 36 cm/s
Alternativa B
Logo: v = ∆v + vi
4. (UERJ) Um trem de brinquedo, com velocidade inicial v = 36 + 2 = 38 cm/s
de 2 cm/s, é acelerado durante 16 s.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Telecurso 2000 - Aulas 04/50 - Física - MRUV
25
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
A habilidade 17 é constantemente acionada nas ciências exatas, e o aluno deverá ser capaz de interpretar fórmulas,
gráficos, tabelas e relações matemáticas traduzindo, interpretando ou colhendo informações conceituais de situações
contextualizadas.
Modelo 1
(Enem 2017) Em uma colisão frontal entre dois automóveis, a força que o cinto de segurança exerce sobre o tórax e
abdômen do motorista pode causar lesões graves nos órgãos internos. Pensando na segurança do seu produto, um
fabricante de automóveis realizou testes em cinco modelos diferentes de cinto. Os testes simularam uma colisão de
0,30 segundo de duração, e os bonecos que representavam os ocupantes foram equipados com acelerômetros. Esse
equipamento registra o módulo da desaceleração do boneco em função do tempo. Os parâmetros como massa dos
bonecos, dimensões dos cintos e velocidade imediatamente antes e após o impacto foram os mesmos para todos os
testes. O resultado final obtido está no gráfico de aceleração por tempo.
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
26
A habilidade 20 cobra do estudante que ele saiba compreender fenômenos mecânicos relacionados ao movimento
dos corpos: posição, velocidade e aceleração são conceitos fundamentais para essa compreensão.
Modelo 2
(Enem) Para melhorar a mobilidade urbana na rede metroviária é necessário minimizar o tempo entre estações. Para
isso a administração do metrô de uma grande cidade adotou o seguinte procedimento entre duas estações: a locomo-
tiva parte do repouso em aceleração constante por um terço do tempo de percurso, mantém a velocidade constante
por outro terço e reduz sua velocidade com desaceleração constante no trecho final, até parar.
Qual é o gráfico de posição (eixo vertical) em função do tempo (eixo horizontal) que representa o movimento desse trem?
a) d)
b) e)
c)
Análise expositiva: Em muitos casos, esse tipo de exercício é rápido e de fácil resolução. Apesar de cobrar concei-
C tos, a simplicidade do conteúdo facilita a interpretação da informação.
1.º trecho: movimento acelerado (a > 0)→o gráfico da posição em função do tempo é uma curva de concavidade
para cima.
2.º trecho: movimento uniforme (a = 0)→o gráfico da posição em função do tempo é um segmento de reta
crescente.
3.º trecho: movimento desacelerado (a < 0)→o gráfico da posição em função do tempo é uma curva de concavida-
de para baixo.
Alternativa C
27
DIAGRAMA DE IDEIAS
ACELERAÇÃO
GRÁFICOS MRUV
CONSTANTE
GRÁFICOS
POSIÇÃO VELOCIDADE
28
AULAS Queda livre e lançamento vertical
13 e 14
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 20
2. Queda livre
Ao serem soltas simultaneamente de uma mesma altura,
uma pedra e uma folha não atingem o solo ao mesmo
tempo: a pedra cairá com mais rapidez e atingirá o solo
primeiro. Galileu elaborou a hipótese de que o ar talvez
exercesse uma ação retardadora maior sobre a folha. Caso
isso acontecesse, a folha gastaria mais tempo do que a
pedra para cair.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Tempos depois, foi possível comprovar experimentalmente
que a hipótese de Galileu estava correta: retirando o ar de Experimento: queda livre
um tubo fechado, isto é, fazendo vácuo nesse tubo, e reali-
29
Galileu conseguiu observar que a queda livre é um movi- _____
mento uniformemente acelerado, isto é, a velocidade
de um objeto qualquer em queda livre aumenta sempre
√ 2∙DS
tqueda = ____
g
|g| ⋅ t² Resolução:
S = S0 + v0 ⋅ t + ____
a) Fazendo um desenho ilustrativo do problema, tem-se:
2
v=g·t
SS==99 m
m TÉRREO Vt = ?
|g| ∙ t
2
DS = _____
2
(+)
30
Aplicando a Equação de Torricelli do terceiro andar até o
térreo, tem-se: 3. Lançamento vertical
v² = v3² + 2 ∙ g ∙ DS O módulo da velocidade de um objeto com velocidade
vt² = (11)² +2 ∙ 10 ∙ 9 inicial v0, ao ser lançado para cima, diminui (movimento
_____ retardado) à medida que o objeto sobe. Ao atingir o ponto
Vt = √
301 = 17,3 m/s
mais alto de sua trajetória, sua velocidade é nula. Em se-
Resposta: A velocidade no térreo será aproximadamente guida, o objeto começa a cair e o módulo de sua velocida-
de 17,3 m/s. de aumenta (movimento acelerado). Entretanto, os sinais
b) Aplicando a Equação de Torricelli do andar inicial da velocidade e da aceleração dependem da orientação
até o térreo, tem-se: do sistema de coordenadas. Serão adotadas orientações
vt² = vx² + 2 ∙ g ∙ DS diferentes para ambas as situações.
(17,3)² = (0)² + 2 ∙ g ∙ (3x) 1.º caso – o objjeto é lançado para cima com velocidade
301 ≈ 5,0167
x = ___ inicial v0.
60
Resposta: O tênis caiu do 5.º andar da Vila Olímpica.
3. (PUC-RJ) Uma pedra, deixada cair de um edifício, leva
4 s para atingir o solo. Desprezando a resistência do ar
e considerando g = 10 m/s², escolha a opção que indica redução do
a altura do edifício em metros. módulo da
velocidade
a) 20.
b) 40.
c) 80.
d) 120.
e) 160.
Resolução: Nesse caso, será adotada orientação para cima, ou seja, os
A velocidade inicial é 0 m/s, a aceleração é a da gravidade valores de posição aumentam de baixo para cima. Assim, a
(g = 10 m/s²) e o tempo de queda é 4 segundos. Assim, a velocidade inicial será positiva (v0 > 0), e a aceleração será
altura do prédio será: negativa (a = –|g|). Tem-se um movimento progressivo re-
tardado. Adotando |g| = 10 m/s², tem-se:
at²
S= S0 + v0t + ___ v = v0 – |g| ∙ t
2
H = 5t² = 5 · (4)² = 80 m. 1 ∙ |g| ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t – __
2
Alternativa C v2 = v02 – 2 ∙ |g| ∙ DS
VIVENCIANDO
Bungee jumping e saltos com paraquedas não podem ser considerados movimentos de queda livre, nem mesmo
antes de o elástico começar a puxar a pessoa ou o paraquedas se abrir. Isso porque existe a influência causada pelo
ar, que não pode ser ignorada. Devido à tensão causada pelo tamanho da corda, a pessoa em busca de adrenalina
cai, durante a primeira etapa do bungee jumping, com uma aceleração maior que g.
Os eventos de queda livre só ocorrem se o movimento dos objetos acontece quando a resistência do ar pode ser
desconsiderada, como nos experimentos realizados na Space Power Facility, a maior câmara de vácuo do mundo,
construída em Ohio para testar espaçonaves e para resistir à pressão atmosférica. Ela possui 37 metros de altura e
30 metros de diâmetro. São necessárias 3 horas para bombear o ar todo para fora e formar o vácuo.
31
Quando o objeto atinge sua altura máxima, a sua velocida- Nesse caso, será adotada orientação para baixo, ou seja, os
de instantânea é nula valores de posição aumentam de baixo para cima. Assim,
a velocidade inicial será positiva (v0 > 0), e a aceleração
será positiva (a = +|g|). Tem-se um movimento progressi-
vo acelerado. Adotando |g| = 10 m/s², segue:
v = v0 + |g| ∙ t
1 ∙ |g| ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t + __
2
v2 = v02 + 2 ∙ |g| ∙ DS
Tanto no primeiro caso quanto no segundo caso, a escolha
da orientação é arbitrária; contudo, deve-se tomar cuida-
do com o sinal das variáveis envolvidas, evitando possíveis
confusões. Sempre teremos as equações do M.R.U.V. em
sua forma genérica:
v = v0 + a ∙ t
1 ∙ a ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t + __
Para encontrar o instante em que isso ocorre, é preciso 2
substituir v = 0 na equação da velocidade. Assim, tem-se: v2 = v02 + 2 ∙ a ∙ DS
v Se a orientação for para cima: a = – |g|
tsubida = __
0
|g| Se a orientação for para baixo: a = +|g|
É importante notar que, devido ao fato de a aceleração ser
constante, o tempo de subida e de descida são idênticos.
tsubida = tdescida
v>0
v<0
2
1 1 1
0 0 0
Figura
Figura a
a Figura
Figura b
b Figura
Figura c
c
32
Resolução: Observe que, ao se analisar um problema de queda livre ou
lançamento vertical para cima (livre da resistência do ar),
Como o módulo da aceleração da gravidade é |g| = 10
são utilizadas as equações do MUV fazendo a = + g ou a
m/s², conclui-se que, na subida, o módulo da velocidade
= – g, dependendo da orientação adotada para trajetória.
diminui 10 m/s a cada segundo, e, na descida, o módulo
Se a trajetória for orientada para baixo, tem-se a = + g,
da velocidade aumenta 10 m/s a cada segundo. Assim, é
e, se a trajetória for orientada para cima, tem-se a = – g.
possível construir a seguinte tabela da velocidade escalar
da bolinha em função do tempo.
t (s) v (m/s)
0 30
1 20
2 10
3 0
4 –10
5 –20
6 –30
multimídia: vídeo
Note que, algebricamente, a velocidade diminui 10 m/s a Fonte: Youtube
cada segundo, ou seja, tanto na subida quanto na descida Hammer X Feather - Física na Lua
a aceleração é a = g = –10 m/s².
Fonte: <http://spaceflight.nasa.gov/gallery/images/apollo/apollo15/html/s71-43788.html>
33
2. (PUC-MG) Um helicóptero está descendo vertical- v² = v0² + 2a(S – S0)
mente e, quando está a 100 m de altura, um pequeno
objeto se solta dele e cai em direção ao solo, levando 4 0 = (40)² + 2(–10)(S – 0)
s para atingi-lo. Assim:
Considerando-se g = 10 m/s², a velocidade de descida do S = 80 m
helicóptero, no momento em que o objeto se soltou, vale c) No instante em que o corpo retorna ao solo, sua
em km/h: posição é nula, ou seja, S = 0:
a) 25.
b) 144. s = 40t – (5,0)t²
c) 108.
0 = 40t – (5,0)t²
d) 18.
R esolvendo essa última equação, obtém-se dois valores
Resolução:
para t: t = 0 ou t = 8,0 s. O valor t = 0 corresponde ao ins-
A altura do objeto é 100 m, a sua aceleração é a gravidade
tante inicial (quando S = 0), e o valor t = 8,0 s, ao segundo
(g = 10 m/s²) e o seu tempo é 4 s. Assim, a velocidade
instante em que S = 0 novamente.
inicial será:
at²
S = S0 + v0t + ___ Assim, o intervalo de tempo total de subida e descida é
2
gt² 8,0 segundos. Como o tempo de subida foi 4,0 segundos,
H = v0t + ___
conclui-se que o tempo de descida é de 4,0 segundos, isto
2 (4)²
100 = v0 (4) + 10∙ ___ é, o tempo de subida foi igual ao tempo de descida.
2
100 = 4v0 + 80 É importante ressaltar que não se trata de uma coincidência.
v0= 5 m/s = 18 km/h. Em um lançamento vertical para cima, desprezada a resis-
Alternativa D tência do ar, o tempo de subida é sempre igual ao tempo que
3. Um corpo é lançado para cima a partir do solo, com a o corpo gasta na descida até atingir o ponto de lançamento.
velocidade de módulo 40 m/s. A resistência do ar pode d) Como foi visto acima, a equação horária da velo-
ser desprezada e o módulo da aceleração da gravidade cidade escalar é:
é |g| = 10 m/s². v = 40 – 10t
a) Qual o tempo gasto pelo corpo para atingir a altura
É sabido que o corpo retorna ao solo no instante t = 8,0 s.
máxima?
b) Qual o valor da altura máxima? Dessa forma, substituindo esse valor na equação, obtém-se:
c) Quanto tempo é gasto na descida, até o corpo v = 40 – 10(8,0)
atingir o solo?
v = –40 m/s
d) Qual a velocidade do corpo ao atingir o solo?
velocidade é negativa em decorrência da orientação da
A
Resolução:
a) Adotando uma trajetória orientada para cima com trajetória escolhida. Contudo, ao retornar ao ponto de lan-
origem no solo, tem-se: S0 = 0 e a = –|g| = –10 m/s². çamento, a velocidade do corpo, em módulo, é a mesma
A velocidade inicial tem o mesmo sentido da trajetó- que ele tinha ao ser lançado.
ria e, portanto, é positiva: v0 = 40 m/s.
4. (CFT) Da janela de um apartamento, uma pedra é lan-
A equação horária da velocidade escalar é:
çada verticalmente para cima, com velocidade de 20 m/s.
v = v0 + at
v = 40 – 10 ⋅ t
No ponto mais alto, a velocidade escalar é nula. Assim:
v=0
0 = 40 – 10t → t = 4,0 s
b) A equação horária da posição é:
S = s0 + v0t + __ a t²
2
10 t² = 40t – (5,0)t²
S = 0 + 40t – ___
2
Como calculado no item (a), a altura máxima ocorre quan-
do t = 4,0 s. Substituindo esse valor na equação acima: Após a ascensão máxima, a pedra cai até a rua, sem resis-
t = 4,0 s → S = 40(4,0) – (5,0)(4,0)² → S = 80 m tência do ar. A relação entre o tempo de subida e o tempo
Essa altura máxima também pode ser calculada pela Equa- 2 . Qual a altura dessa janela, em metros, em
de descida é __
3
ção de Torricelli: relação à rua? (g = 10 m/s2)
34
Resolução: Utilizando a razão entre os tempos de subida e descida,
Fazendo um desenho ilustrativo do problema, tem-se: temos:
t
Smáx = ? Vmáx = 0 m/s ____ 2
subida = __ tdescida = 3 s.
tdescida 3
V0
Assim o tempo total será:
S0 = 0 m V0 = 20 m/s
vmáxima = v0 + gtsubida
0 = –20 + (10)tsubida
tsubida = 2s.
Habilidade
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
É comum nas ciências exatas a aplicação da matemática como ferramenta básica para a tradução dos fenômenos
físicos. Por esse motivo ela está presente em inúmeras questões, sempre exigindo do aluno a compreensão de grá-
ficos, tabelas, fórmulas, etc.
Modelo 1
(Enem) Para medir o tempo de reação de uma pessoa, pode-se realizar a seguinte experiência:
I. Mantenha uma régua (com cerca de 30 cm) suspensa verticalmente, segurando-a pela extremidade superior, de modo
que o zero da régua esteja situado na extremidade inferior.
II. A pessoa deve colocar os dedos de sua mão, em forma de pinça, próximos do zero da régua, sem tocá-la.
III. Sem aviso prévio, a pessoa que estiver segurando a régua deve soltá-la. A outra pessoa deve procurar segurá-la o
mais rapidamente possível e observar a posição onde conseguiu segurar a régua, isto é, a distância que ela percorre
durante a queda.
O quadro seguinte mostra a posição em que três pessoas conseguiram segurar a régua e os respectivos tempos de reação.
Distância percorrida pela régua durante a queda (metro) Tempo de reação (segundo)
0,30 0,24
0,15 0,17
0,10 0,14
35
A distância percorrida pela régua aumenta mais rapidamente que o tempo de reação porque a:
a) energia mecânica da régua aumenta, o que a faz cair mais rápido;
b) resistência do ar aumenta, o que faz a régua cair com menor velocidade;
c) aceleração de queda da régua varia, o que provoca um movimento acelerado;
d) força peso da régua tem valor constante, o que gera um movimento acelerado;
e) velocidade da régua é constante, o que provoca uma passagem linear de tempo.
Análise expositiva 1 - Habilidades 17 e 20: Trata-se de um exercício de fácil compreensão para o aluno que
D estudou o conteúdo.
Desprezando a resistência do ar, ocorre uma queda livre, que é um movimento uniformemente acelerado,
com aceleração de módulo a = g.
A distância percorrida na queda (h) varia com o tempo conforme a expressão h = 1/2gt2.
Dessa expressão, conclui-se que a distância percorrida é diretamente proporcional ao quadrado do tempo
de queda, por isso ela aumenta mais rapidamente que o tempo de reação.
Alternativa D
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A habilidade 20 compreende o estudo dos movimentos dos corpos e abrange da cinemática à astronomia.
Modelo 2
(Enem) O Super-homem e as leis do movimento
Uma das razões para pensar sobre física dos super-heróis é, acima de tudo, uma forma divertida de explorar muitos
fenômenos físicos interessantes, desde fenômenos corriqueiros até eventos considerados fantásticos. A figura se-
guinte mostra o Super-homem lançando-se no espaço para chegar ao topo de um prédio de altura H. Seria possível
admitir que com seus superpoderes ele estaria voando com propulsão própria, mas considere que ele tenha dado um
forte salto. Nesse caso, sua velocidade final no ponto mais alto do salto deve ser zero, caso contrário, ele continuaria
subindo. Sendo g a aceleração da gravidade, a relação entre a velocidade inicial do Super-homem e a altura atingida
é dada por: v2 = 2gH.
A altura que o Super-homem alcança em seu salto depende do quadrado de sua velocidade inicial porque:
a) a altura do seu pulo é proporcional à sua velocidade média multiplicada pelo tempo que ele permanece no ar
ao quadrado;
b) o tempo que ele permanece no ar é diretamente proporcional à aceleração da gravidade e essa é diretamente propor-
cional à velocidade;
c) o tempo que ele permanece no ar é inversamente proporcional à aceleração da gravidade e essa é inversamente pro-
porcional à velocidade média;
d) a aceleração do movimento deve ser elevada ao quadrado, pois existem duas acelerações envolvidas: a aceleração da
gravidade e a aceleração do salto;
e) a altura do seu pulo é proporcional à sua velocidade média multiplicada pelo tempo que ele permanece no ar, e esse
tempo também depende da sua velocidade inicial.
36
Análise expositiva 2 - Habilidades 17 e 20: Trata-se de um exercício que cobra do aluno conceitos mais fun-
E damentais em um nível de exigência maior.
Desprezando os efeitos do ar e orientando a trajetória para cima, a aceleração do Super-homem é a = –g.
O gráfico da velocidade em função do tempo até o ponto mais alto está dado a seguir.
A área acinzentada é numericamente igual ao espaço percorrido pelo Super-homem, no caso, a altura H. Assim:
H = área = v/2t
Mas v/2 é a velocidade média vm.
Então, H = vmt.
A equação da velocidade na subida é: v’ = v – gt.
Como no ponto mais alto a velocidade se anula, tem-se:
0 = v – gt ⇒ t = v/g
Assim:
H = vm t ⇒ H = vm (v/g)
Ou seja, a altura atingida é proporcional à sua velocidade média multiplicada pelo tempo que ele permanece no ar, e
esse tempo também depende da sua velocidade inicial.
Finalizando:
H = (v/2) (v/g) ⇒ v2 = 2gH
Alternativa E
DIAGRAMA DE IDEIAS
ACELERAÇÃO DA MOVIMENTO
V0 0
GRAVIDADE VERTICAL
INDEPENDE LANÇAMENTO
V0 = 0
DA MASSA VERTICAL
VERTICAL
QUEDA LIVRE
PARA BAIXO
37
AULAS Lançamento oblíquo
15 e 16
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 20
Até o momento foram estudados os movimentos de corpos bolas estão sempre na mesma altura. Nota-se também que
que se deslocavam em apenas uma direção; agora serão a bola amarela se move para a direita com velocidade cons-
estudados os movimentos de corpos que variam em duas tante, como se esse movimento horizontal fosse indepen-
direções ao mesmo tempo. dente do movimento vertical.
Para simplificar a situação do lançamento horizontal, serão
utilizados os conteúdos vistos até aqui: em primeiro lugar,
é possível estudar separadamente o movimento em cada
direção, como Galileu observou; em segundo lugar, o mov-
imento na vertical se caracteriza como uma queda livre,
movimento que foi estudado anteriormente.
1. Lançamento horizontal
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Velocidade horizontal
38
Nessa situação, adota-se a orientação com sentido para
baixo. É importante ressaltar que os valores da posição au-
mentam de cima para baixo.
vy = |g| ∙ t
1 ∙ |g| ∙ t2
Sy = S0y + __
2
√
2 ∙ DSy
tqueda = ______
|g|
√
2 ∙ DSy
sendo o tempo de queda tqueda = ______
, pode-se
|g|
a distância horizontal percorrida pelo móvel.
calcular
Sx = S0x + vx ∙ t
______
√
2 ∙ DSy
DSx = vx ∙ ______
|g|
A velocidade em cada instante é dada pela soma vetorial Como foi visto, o movimento é uniforme (M.U.) na direção
da componente horizontal e vertical. horizontal. Dessa forma, tem-se:
S = S0 + vt → x = v0t → x = 8t
v2 = vx2 + vy2
Na direção vertical, o movimento é uniformemente variado
(M.U.V.). A velocidade vertical inicial é nula, uma vez que no
Exemplo instante inicial a velocidade não é nula somente na horizontal.
Na situação da figura a seguir, uma pedra é lançada hori- S = S0 + v0t + __ a t2
zontalmente do topo de um edifício com velocidade inicial 2
___› 10
___
v0 . Desprezando
___ a resistência do ar, adotando g = 10 m/s2 y = 0 + 0 ⋅ t + t ⇒ y = 5t2
2
› 2
e supondo |v0 | = 8 m/s, é possível analisar o movimento da
vy = v0y + at
pedra. A distância A, do ponto P ao ponto Q, é denominada
alcance horizontal. vy = 0 + 10t ⇒ vy = 10 t
39
Quando a pedra atinge o solo, sua posição é y = 45 m. É preciso encontrar uma equação que descreva a trajetória
Substituindo na equação horária da posição, tem-se: do movimento. Para isso, elimina-se o tempo na equação
anterior da posição horizontal e se faz a substituição na
45 = 5t² ⇒ t² = 9 ⇒ t = 3 s
equação da posição vertical:
Assim, a pedra demora 3 segundos para atingir o solo. x = 8t ⇒ t = __x
Usando esse intervalo de tempo na equação do movimen- 8
to horizontal, obtém-se o alcance A:
Substituindo:
x=8t
y = 5t² = 5 __x ² ⇒ y = ___
() 5 x²
A = (8)(3) ⇒ A = 24 m 8 64
As aulas de Matemática ensinam que uma equação desse
A velocidade horizontal se mantém constante e igual a
tipo corresponde a uma parábola. Dessa forma, entre os pon-
8,0 m/s durante todo o trajeto, mas a velocidade vertical
tos O e Q, a trajetória da pedra é um arco de parábola.
vy aumenta. Substituindo os valores de t nos instantes da-
dos por t = 1 s, t = 2 s e t = 3 s, nas equações anteriores,
determinam-se os valores de x, y e vy: Aplicação do conteúdo
1. (FEI) Em uma competição de tiro, o atirador posiciona
t(s) x(m) y(m) vy(m/s) seu rifle na horizontal e faz mira exatamente no centro
do alvo. Se a distância entre o alvo e a saída do cano é d
1 8 5 10 = 30 m, a velocidade de disparo do rifle é 600 m/s, qual
a distância do centro do alvo que o projétil atingirá?
2 16 20 20
Considere g = 10 m/s² e despreze a resistência do ar.
3 24 45 30 a) 0,25 cm.
b) 0,5 cm.
c) 0,75 cm.
d) 1,00 cm.
e) 1,25 cm.
Resolução:
gt²
ΔSy = Voy · t + ___
⇒
2
(10)(0,05)²
⇒ ΔSy = (0) · (0,05) +_________________
⇒
2
⇒ ΔSy = 0 + 0,0125 ⇒ ΔSy = 0,0125 m.
40
2. (Unesp) Uma pequena esfera, lançada com velocida- Resolução:
de horizontal vo do parapeito de uma janela a 5,0 me-
tros do solo, cai num ponto a 10 metros da parede. Con- Na vertical, tem-se um M.R.U.V., e, na horizontal, tem-se
siderando g = 10 m/s² e desprezando a resistência do ar, um M.R.U.
podemos afirmar que a velocidade vo, em m/s, é igual a:
A velocidade inicial vertical é zero e a aceleração é a favor da
5 .
a) ___ trajetória. Aplicando a função horária do MRUV na vertical,
10
tem-se:
b) 10 .
___
5 gt² (10)t²
c) 5.
ΔSy = voy · t + ___
⇒ H = (0) · t + _________
⇒
2 __ __2
d) 10. ⇒ H = 5t² ⇒ t = __
5 √
H ⇒ t = __
5 √
D .
e) 15. A velocidade constante na horizontal é 10m/s. Assim, a
distância D será:
Resolução:
ΔS
D ⇒
vx= ___ x ⇒ 10.t = D ⇒ t = ___
A altura vertical é 5 m, sua velocidade inicial é zero e Δt 10
__
a aceleração é a favor da trajetória. Aplicando a função
√
D = ___ ( )
D = 10
D ⇒ __
2
ΔS Assim, tem-se:
10 ⇒ v0 = 10 m/s
v0= ___ x ⇒ v0= ___
Δt 1 D = 0 m ou D = 20 m
Alternativa D
Como D = 0 m não convém, a distância horizontal será
3. (Fuvest) Um motociclista de MotoCross move-se com 20 metros.
velocidade v = 10 m/s, sobre uma superfície plana, até
atingir uma rampa (em A), inclinada de 45º com a hori- Alternativa A
zontal, como indicado na figura.
2. Lançamento oblíquo
41
todo o movimento (até___a bola atingir o solo). Entretanto,
V0 ›
a componente vertical vy da velocidade varia sob a ação
da aceleração da gravidade (como___no lançamento vertical):
P ›
θ durante a subida, o módulo de vy diminui até se anular
no ponto mais alto M (denominado vértice). Nesse____ ponto,
›
somente a componente horizontal da velocidade v0x não
é nula. Em ___
seguida, a bola começa a cair, de modo que o
›
módulo de v y aumenta.
Sx = S0x + v0x ∙ t
onde v0x = v0 ∙ cos θ
___
› Na direção vertical, o corpo possui aceleração constan-
Diz-se, então,____
que v 0 foi decomposto nas componentes per-
› ____ › te (igual a aceleração da gravidade), realizando um mo-
pendiculares v 0x e v 0y . Considerando o triângulo retângulo
vimento uniformemente variado (M.U.V.). Adotando
sombreado na imagem anterior, tem-se da Trigonometria:
orientação vertical para cima (durante todo o movimento),
cateto oposto __ v0y tem-se que a = –|g|:
sen q = ___________
= v ⇒ v0y = v0 ⋅ sen q
hipotenusa 0
cateto adjacente v0x vy = v0y – |g| ∙ t
cos q = _____________
= __
v0 ⇒ v0x = v0 ⋅ cos q
hipotenusa
1 ∙ |g| ∙ t2
Sy = S0y + v0y ∙ t – __
2
Assim, é possível fazer uma comparação: o movimento se-
ria o mesmo
____ se a bola fosse lançada para cima com veloci-
›
dade v 0y dentro de um vagão de trem que se desloca para vy2 = v20y – 2 ∙ |g| ∙ DSy
____›
a direita com velocidade v 0x . onde v0y = v0 ∙ sen θ
2 · v · senθ
2 · voy _________
A trajetória curva da bola____é mostrada na figura a seguir. A ttotal = tsubida + tdescida = ______ = 0
› |g| |g|
componente horizontal v0x se mantém constante durante
42
A velocidade em cada instante é dada pela soma vetorial v 2 ∙ sen(2θ)
da componente horizontal e vertical. A = _________
0
|g|
v2 = vx2 + vy2
Analisando a expressão do alcance horizontal, segue que
A será máximo quando θ = 45º. Nessa situação, tem-se a
Para se calcular a altura máxima atingida pelo móvel, po- seguinte relação:
de-se substituir o tempo total na equação da posição. No
entanto, substituindo vy = 0 na Equação de Torricelli, ob-
tém-se a altura máxima Hmáxima de maneira mais simples. A = 4 ∙ Hmáxima
Sx = S0x + vx ∙ t
2 ∙ v0y
Para o tempo total t = ttotal = _____
, tem-se
|g|
DSx = vx ∙ t
( 2 ∙ v0 ∙ senθ
A = (v0 ∙ cosθ)∙ _________
|g| )
VIVENCIANDO
O lançamento oblíquo é facilmente encontrado nos esportes. Nos saques de uma partida de tênis ou nos arremessos
para a cesta num jogo de basquete, estão presentes as trajetórias parabólicas, em que a altura máxima atingida
pela bola é o vértice da parábola, e a distância que separa o início e o final da jornada da bola é o alcance máximo.
Quando o jogador de futebol cobra uma falta próxima da grande área, é possível observar claramente a trajetória
parabólica da bola, caso a barreira ou o goleiro não atrapalhem o percurso até o gol. A trajetória parabólica também
pode ser identificada no salto em distância, como mostra a figura a seguir.
Fonte: <http://jornal.usp.br/ciencias/cientistas-desvendam-a-fisica-por-tras-da-performance-dos-atletas>
43
O ponto mais alto é atingindo no instante em que vy = 0:
vy = 0 ⇒ 60 – 10t = 0 ⇒ t = 6,0 s
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Física Total - Aula 10 - Lançamento
oblíquo no vácuo... t = 6,0 s ⇒ y = 60(6,0) – (5,0) ∙ (6,0)2
A figura ilustra uma bolinha lançada do ponto O, no solo, Portanto, a altura máxima é H = 180 m.
___
›
com velocidade inicial v0 , formando um ângulo θ com a Neste caso, como a bolinha foi lançada a partir do solo, o
horizontal. A bolinha atinge novamente o solo no ponto tempo de subida é igual ao tempo de descida, e, assim, a
P. Desprezando a resistência do ar e adotando o sistema bolinha atinge o ponto P no instante t = 12 s. Substituindo
de coordenadas mostrado na figura, serão determinados o esse valor na equação da posição horizontal, obtém-se o
alcance horizontal A e a altura máxima atingida pela bo- alcance máximo:
linha, supondo g = 10 m/s2, v0 = 100 m/s, sen θ = 0,60 e
cos θ = 0,80. t = 12 s ⇒ x = 80 (12) ⇒ x = 960 m ⇒A = 960 m
Como o eixo está orientado para cima, na vertical, a acele- v2y = v20y – 2(10) ∙ (H – 0)
ração escalar é a = – |g| = –10 m/s2.
0 = 602 – 2(10) ∙ (H – 0)
Inicialmente,
___ realiza-se a decomposição da velocidade ini-
›
cial v 0 , como mostrado na figura. Resolvendo essa equação, obtém-se H = 180 m.
§ A partir do gráfico da velocidade em função do tem-
po até o instante t = 6 s, que é o instante em que
a bolinha atinge a altura máxima. A área sombreada
na figura é numericamente igual à variação de posição
vertical entre t = 0 e t = 6,0 s, ou seja, à altura máxima:
Horizontal Vertical
S = S0 + vt a t2, vy = v0y + at
S = S0 + v0t + __
2
g
x = 0 + v0x ∙ t y = 0 + v0y t – __ t2, vy = v0y – gt
2
x = 80t y = 60t – 5,0t2, vy = 60 – 10 t
44
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
As guerras moldaram o mundo atual e foram decididas pelo poderio bélico. As primeiras catapultas apareceram na
Grécia, entre 400 e 300 a.C., e foram utilizadas por Alexandre, o Grande, em seus cercos e batalhas. Os romanos
aperfeiçoaram as catapultas, inventando o trabuco, que, em vez de usar energia elástica, utilizava energia potencial
gravitacional para lançar seus projéteis.
A utilização de canhões foi comum em guerras e, em certos momentos, foi fator decisivo. Durante a Segunda Guerra
Mundial, os obuseiros – canhões melhorados capazes de alcançar distâncias entre 11 km e 23 km – foram utilizados
em larga escala por ambos os lados. O obuseiro M-10,1, criado para a Segunda Guerra Mundial, foi utilizado pelos
norte-americanos contra os japoneses e por brasileiros contra os italianos.
O conhecimento a respeito do movimento balístico foi fundamental para a correta utilização de tal peça de artilha-
ria. Depois de ser fixado, é necessário ajustar a sua mira. Por meio de manivelas, o tubo pode ser movido tanto na
horizontal quanto na vertical. A posição correta é calculada a partir da distância do alvo.
Durante a Primeira Guerra Mundial, e principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, os aviões foram utilizados
para o lançamento de projéteis. Os pilotos lançavam seus projéteis sem a utilização dos modernos computadores,
que fazem todos os cálculos necessários para acertar o alvo. Nesse caso, tem-se um lançamento horizontal, e o
piloto deveria saber que não deveria abandonar o projétil quando estivesse exatamente acima do alvo, pois, se o
fizesse, o projétil não acertaria o alvo quando atingisse o solo.
45
04) Correto. O alcance (A) de um corpo será:
Aplicação do conteúdo
ΔSx = vx · Δttotal ⇒ A = v0 ∙ cosB ∙ t
1. (UEPG-PR) Um projétil quando é lançado obliqua-
mente, no vácuo, descreve uma trajetória parabólica. 08) Correto. Aplicam-se a função horária da velocidade
Essa trajetória é resultante de uma composição de dois
entre os instantes iniciais e o ponto de máximo para en-
movimentos independentes. Analisando a figura abai-
xo, que representa o movimento de um projétil lançado contrar o tempo de subida.
obliquamente, assinale o que for correto.
vy = v0 · senB – gtsubida ⇒
⇒ 0 = V0 ∙ senB – gtsubida ⇒
senB
⇒ tsubida = v0 ∙ _____g .
Sendo o tempo de subida igual ao tempo de descida, o
tempo total será:
Resolução: Resolução:
46
Sendo o tempo de subida igual ao tempo de descida, o
tempo total será:
( ) √ __
2 ⇒ ttotal = √
⇒ ttotal = 2 ∙ ___ 2 s.
2
Aplicando o tempo total na velocidade horizontal, temos:
ΔS __ ΔS
vx = ____x ⇒ 5 ∙ √
2 = ___
__x ⇒ ΔS = 5 ∙ 2 ⇒
Δttotal √
2 x
Habilidades
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A habilidade 20 concentra um tema fundamental no ramo das ciências exatas: saber descrever o movimento dos corpos. O
aluno deve ser capaz de descrever qualitativamente o movimento do móvel: saber sua posição, sua velocidade e sua aceleração.
Nesse quesito, o estudo de lançamento horizontal e oblíquo necessita da junção de conceitos estudados anterior-
mente, pois se trata de um assunto mais complexo e que exige mais do estudante.
Modelo 1
(Enem 2.ª aplicação) Para um salto no Grand Canyon usando motos, dois paraquedistas vão utilizar uma moto cada,
sendo que uma delas possui massa três vezes maior. Foram construídas duas pistas idênticas até a beira do precipício,
de forma que no momento do salto as motos deixem a pista horizontalmente e ao mesmo tempo. No instante em que
saltam, os paraquedistas abandonam suas motos e elas caem praticamente sem resistência do ar.
As motos atingem o solo simultaneamente porque:
a) possuem a mesma inércia;
b) estão sujeitas à mesma força resultante;
c) têm a mesma quantidade de movimento inicial;
d) adquirem a mesma aceleração durante a queda;
e) são lançadas com a mesma velocidade horizontal.
Análise expositiva 1 - Habilidade 20: Sendo desprezível a resistência do ar, durante a queda as duas motos
D adquirem a mesma aceleração, que é a aceleração da gravidade.
Alternativa D
47
Modelo 2
(Enem PPL) Na Antiguidade, algumas pessoas acreditavam que, no lançamento oblíquo de um objeto, a resultante das
forças que atuavam sobre ele tinha o mesmo sentido da velocidade em todos os instantes do movimento. Isso não
está de acordo com as interpretações científicas atualmente utilizadas para explicar esse fenômeno.
Desprezando a resistência do ar, qual é a direção e o sentido do vetor força resultante que atua sobre o objeto no
ponto mais alto da trajetória?
a) Indefinido, pois ele é nulo, assim como a velocidade vertical nesse ponto.
b) Vertical para baixo, pois somente o peso está presente durante o movimento.
c) Horizontal no sentido do movimento, pois devido à inércia o objeto mantém seu movimento.
d) Inclinado na direção do lançamento, pois a força inicial que atua sobre o objeto é constante.
e) Inclinado para baixo e no sentido do movimento, pois aponta para o ponto onde o objeto cairá.
Análise expositiva 2 - Habilidade 20: No ponto mais alto da trajetória, a força resultante sobre o objeto é seu
B próprio peso, de direção vertical e sentido para baixo.
Alternativa B
DIAGRAMA DE IDEIAS
LANÇAMENTO
OBLÍQUO
LANÇAMENTOS
MOVIMENTOS
SIMULTÂNEOS
LANÇAMENTO
V0Y = 0 HORIZONTAL
LANÇAMENTO
V0Y ≠ 0
OBLÍQUO
EM HMÁX ;
VY = 0
48
AULAS CINEMÁTICA VETORIAL
17 E 18
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17 e 20
1. VELOCIDADE VETORIAL
___
MÉDIA
›
Uma partícula tem velocidade vetorial constante se o módulo,
a direção e o sentido do vetor velocidade forem constantes.
O deslocamento vetorial d entre dois pontos ___› ___›quaisquer
(S1 e S2) é dado pela diferença dos vetores r1 e r2 :
___› ___› ___›
d = r2 – r1 Se uma partícula estiver realizando um movimento retilí-
neo uniforme variado e acelerado, apesar de a direção e o
sentido do vetor velocidade serem constantes, o módulo da
velocidade aumenta.
2. VELOCIDADE VETORIAL
INSTANTÂNEA
__›
A velocidade vetorial instantânea v é um vetor de
módulo igual à velocidade escalar instantânea, com dire-
ção tangente à trajetória no instante considerado. A figura
a seguir representa o deslocamento de uma partícula entre
os pontos A e B.__Na __posição X e Y, a velocidade vetorial
› ›
instantânea vale v x e v y, respectivamente.
6
O módulo da velocidade vetorial não se altera, isto é, a
velocidade escalar é constante: 4. ACELERAÇÃO VETORIAL MÉDIA
__ __ __
u v›1 u = u v›2 u = u v›3 u Considere
__› uma partícula que, no instante t1, tenha veloci-
__›
dade v 1, e, no instante t2, tenha velocidade vetorial v 2. A
A direção e o sentido da velocidade vetorial são__dife- aceleração vetorial ___média dessa partícula entre os instan-
› __› ›
rentes
__› ao longo do tempo e, portanto, os vetores v 1, v 2 tes t1 e t2 é o vetor a m, dado por:
e v 3 são diferentes: __› __›
__› __› __› ___› › __
v1 Þ v2 Þ v3 v2 – v1
Dv = ______
a m = ___
Dt t2 – t1
__ __ Resolução:
uv›1 u = u v›2 u
A velocidade escalar é constante, então, o módulo da velo-
Assim, a aceleração escalar é nula, mas: cidade vetorial é constante:
__› __› __ __
(direção de v 1) Þ (direção de v 2) u v›1 u = u v›2 u = 6 m/s
Assim: __›
__› __› A variação de velocidade Dv é dada pela soma vetorial:
v1 Þ v2 __› __› __› __› __›
Dv = v 2 – v 1 = v 2 + (–v 1)
Portanto, no movimento circular e uniforme a aceleração
vetorial não é nula.
7
__› ___›
Como Dt > 0, a direção e o sentido dos vetores Dv e a m aceleração centrípeta (acp). Como foi visto, o módulo
são iguais, como ilustrado pela figura a seguir: da velocidade não se altera, mas a aceleração centrípeta
modifica a direção e o sentido do vetor velocidade.
A direção da aceleração centrípeta é perpendicular ao vetor
velocidade e com sentido para o centro da circunferência.
O módulo da aceleração centrípeta é dado por:
__
ua m u = u D___
v u = ____
__› ›
6dXX
2 = 2dXX 2
2 m/s2 v
acp = __ ou acp = v2R
Dt 3 R
5. ACELERAÇÃO VETORIAL
TANGENCIAL E CENTRÍPETA
Há dois tipos de aceleração vetorial responsáveis por alter-
ar o vetor velocidade. A aceleração vetorial tangen-
cial altera o módulo e o sentido da velocidade vetorial. A
aceleração vetorial tangencial é sempre tangente ao vetor
velocidade. A outra aceleração vetorial altera a direção do __›
vetor velocidade e é denominada aceleração vetorial A velocidade v do ponto material é sempre tangente à tra-
centrípeta (ou normal). A aceleração vetorial centrípeta jetória descrita.
é sempre perpendicular (normal) ao vetor velocidade. Embora tenha módulo constante, varia em direção.
___›
Assim, o vetor aceleração ____
total a é dado pela soma vetorial
_____›
›
da aceleração tangencial at e a aceleração centrípeta acp :
___› ___› _____›
a = at + acp
a2 = at2 + acp2
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
t
Prova visual da fórmula da aceleração centrípeta
Aplicação do conteúdo
1. Em determinado instante, o módulo da aceleração
vetorial de um corpo é de 25 m/s². Se, nesse instante, o
6. A ACELERAÇÃO CENTRÍPETA módulo da aceleração tangencial é de 20 m/s², calcule:
a) A aceleração centrípeta.
No movimento circular uniforme, o módulo da velocidade b) O módulo da velocidade nesse instante,
linear de uma partícula é sempre o mesmo. Desse modo, sabendo que o raio da curva é de 60 m.
o deslocamento angular (arco) percorrido pela partícula é
Resolução:
sempre o mesmo para intervalos de tempo iguais. Contudo, a) Usando a equação da aceleração total:
por se tratar de uma grandeza vetorial, a velocidade não é
constante, pois sentido e direção variam ao longo do tempo. a2 = at2 + acp2
Devido à varição do vetor velocidade de uma partícula, (25)2 = (20)2 + acp2
existe uma aceleração agindo sobre ele. No movimento acp2 = 225
circunferencial uniforme, essa aceleração é denominada acp = 15 m/s2
8
b) Lembrando a relação entre a aceleração centrípeta uma circunferência de raio 5,00 m. Considerando S = 3,14
e o módulo da velocidade: a distância percorrida e o módulo do vetor deslocamento
v2
acp = __ são, respectivamente, iguais a:
R
2
a) 15,70 m e 10,00 m. c) 15,70 m e 15,70 m.
v
15 = ___ b) 31,40 m e 10,00 m. d) 10,00 m e 15,70 m.
60
v = 30 m/s Resolução:
VIVENCIANDO
A cinemática vetorial sintetiza a descrição de fenômenos cinéticos através de um espaço bidimensional. Velocidade e
aceleração são entidades geométricas, assim como qualquer grandeza vetorial. Sempre será possível criar um diagrama
vetorial para descrever adequadamente um evento cinemático. Os eventos cinemáticos estão presentes numa infinidade
de formas no cotidiano.
Centrípeto, do latim centripetus, é aquilo que atrai para o centro ou que se move em sua direção. A aceleração cen-
trípeta é a grandeza vetorial associada à mudança de direção da velocidade de um corpo que executa percurso de
tipo curvilíneo, seja ele uniforme ou não. Na máquina de lavar, na montanha-russa ou num brinquedo no parque de
diversão que executa um looping, a aceleração centrípeta está presente e pode ser descrita.
9
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Vetor era o nome dado pelos romanos para quem carregava algo. Trata-se da junção de duas palavras: veho (levar)
+ or (aquele que faz). Historicamente, o vetor sempre carrega algo, e nas ciências o vetor carrega informação. Entre-
tanto, os vetores que informam direção, sentido e valor de uma grandeza só surgiram no século XIX. Na forma visual
utilizada na Física, eles apareceram pela primeira vez no livro The Barycentric Calculus, escrito pelo matemático ale-
mão August Ferdinand Möbius (1790-1868), no qual são apresentados diretamente segmentos de reta, denotados
por letras do alfabeto.
Muitos matemáticos se dedicaram à tarefa de conceber números complexos como pontos no plano bidimensional,
ou seja, como vetores bidimensionais. Entre eles está Carl Friedrich Gauss (1777-1855), conhecido como “príncipe
da matemática”, que fez um uso crucial de números complexos representados como vetores para provar o teorema
fundamental da álgebra (1799).
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Finalizando o estudo do movimento dos móveis e sendo requisitada novamente a habilidade 20, o aluno terá que
descrever o movimento dos móveis compreendendo o caráter vetorial. Assim, a compreensão do estudo do movi-
mento é dada em sua forma plena, e o aluno deverá utilizar todo o conhecimento acumulado até então.
Modelo
(Enem PPL 2017) Um longo trecho retilíneo de um rio tem um afluente perpendicular em sua margem esquerda, con-
forme mostra a figura. Observando de cima, um barco trafega com velocidade constante pelo afluente para entrar no
rio. Sabe-se que a velocidade da correnteza desse rio varia uniformemente, sendo muito pequena junto à margem e
máxima no meio. O barco entra no rio e é arrastado lateralmente pela correnteza, mas o navegador procura mantê-lo
sempre na direção perpendicular à correnteza do rio e o motor acionado com a mesma potência.
Pelas condições descritas, a trajetória que representa o movimento seguido pelo barco é:
10
c) e)
a)
b) d)
Análise expositiva - Habilidades 20: A componente vertical da trajetória do barco se mantém com velocidade
D constante, enquanto a componente horizontal vai perdendo intensidade a uma taxa constante ao longo do caminho.
Alternativa D
DIAGRAMA DE IDEIAS
CINEMÁTICA VETORIAL
VETORES DECOMPOSIÇÃO
11
AULAS MOVIMENTO CIRCULAR
19 E 20
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 5 e 6 HABILIDADES: 1, 6,17 e 20
2. DESLOCAMENTO ANGULAR E
VELOCIDADE ANGULAR NO M.C.U.
Uma partícula semove sobre uma circunferência de raio R
e , durante o intervalo de tempo 't, percorre o arco PQ ,
p
DS = Du · R
p
arco AB = __S
T = ______ Aplicação do conteúdo
Raio R p
1. Uma partícula percorre um arco PQ , que corresponde
Na figura anterior, as distâncias OA e OB possuem a mes- a um ângulo central Du = 60°, sobre uma circunferência
p
ma medida R, e o arco que liga os pontos A e B tem valor de raio R = 30 cm. Calcule o comprimento do arco PQ .
12
A velocidade angular média (Zm) da partícula é calcu-
lada de modo similar. Contudo, em vez de usar a distância
'S percorrida, o cálculo é realizado com a distância an-
gular Du. Assim, a velocidade angular média da partícula
durante o intervalo de tempo Dt é:
Du
vm = ___
Dt
13
mento uniforme, ou seja, com a velocidade angular instan-
tânea constante, tem-se Zm = Z. Para os valores instantâ- 4. PERÍODO E FREQUÊNCIA
neos, vale uma equação semelhante à equação anterior: A seguir, serão estudados dois conceitos bastante impor-
tantes na Física e que estão relacionados a fenômenos que
v=v·R
se repetem com a mesma regularidade. Os exemplos a
seguir ilustram alguns desses fenômenos:
3. Um disco gira em torno de um eixo que passa por seu a alternância entre o dia e a noite devido à rotação da
centro O, com velocidade angular v = 1,5 rad/s. A figura
Terra em torno do seu eixo;
indica a posição dos pontos A e B sobre o disco.
a alternância das estações do ano decorrentes do mo-
vimento de translação da Terra em torno do Sol;
a alternância das fases da Lua durante as semanas.
Em todas essas situações, e também em outras, ocorre uma
alternância regular de eventos. O intervalo de tempo gasto
para que o evento volte a se repetir é o período T.
Observe:
Resolução:
a) O raio de trajetória do ponto A é a = 4,0 cm ILUSTRAÇÃO PRODUZIDA COM BASE EM ENCICLOPÉDIA DO ESTUDANTE:
CIÊNCIAS DA TERRA E DO UNIVERSO –
Assim: DA GEOLOGIA À EXPLORAÇÃO DO ESPAÇO. SÃO
PAULO: MODERNA, 2008. P. 241.
vA = v · R = v · a = (1,5 rad/s) (4,0 cm)
vA = 6,0 cm/s
b) O raio da trajetória do ponto B é b = 2,0 cm.
14
O período de rotação da Terra em torno do seu próprio
eixo é de 23,93 h. 5. MOVIMENTO
O período de translação da Terra ao redor do Sol é de CIRCULAR UNIFORME
365,25 dias.
Por motivos de segurança, o movimento de uma roda-gi-
O período de revolução da Lua é de 27,32 dias. gante ocorre sem trancos e sem solavancos. A roda-gi-
Uma segunda grandeza, intimamente relacionada com o gante gira de modo uniforme, sem aumentar ou diminuir
período, é a frequência f. A frequência é definida como a velocidade da rotação, com exceção do início e do final
o número n de vezes que um evento se repete em um in- do movimento.
tervalo de tempo (por exemplo, um segundo, um minuto,
uma semana, etc):
n
f = __
't
VIVENCIANDO
15
Depois de iniciarem seu funcionamento, os dispositivos Considerando o instante inicial como t0 = 0, a partir da
mencionados executam um movimento circunferen- fórmula da velocidade angular, segue que:
cial uniforme (M.C.U.). O estudo desse tipo de movi- Du
v = ___
mento é importante, pois é necessário nos projetos de di- Dt
versos equipamentos. Du = v · Dt
Uma partícula realiza movimento circunferencial unifor- u – u0 = v · (t – t0)
me se sua trajetória for uma circunferência e o movimen-
u = u0 + v · t
to for realizado com velocidade angular constante. Os
movimentos dos ponteiros de um relógio exemplificam
Dessa forma, a posição angular u pode ser calculada para
perfeitamente esse tipo de movimento. A velocidade an-
o instante de tempo t. Essa função horária angular do
gular do ponteiro dos minutos, por exemplo, pode ser cal-
M.C.U. pode ser obtida a partir da função horária do MRU,
culada a partir do comprimento percorrido em uma volta
dividindo-se todos os termos pelo raio R da circunferência:
completa igual a 2S radianos e o período T.
S = S0 + vt
S0 vt
__S = __ + __
R R R
u = u0 + v · t
6. ACELERAÇÃO DO M.C.U.
Como o movimento é circular e uniforme e possui velocida-
de tangencial constante (aT = 0), a aceleração resultante é
dada somente pela componente centrípeta.
v2 mas v = Z·R então a = a = Z2·R
a = aC = __
R C
16
Em que g representa a aceleração angular. 3p = pt t = 1,5 s
___
2
Fazendo t0 = 0
v = v0 + g · t 2. (Unicamp) Anemômetros são instrumentos usados
para medir a velocidade do vento. A sua construção
v + v0
Du = ______
Sendo vm = ___ , pode-se dizer que: mais conhecida é a proposta por Robinson em 1846,
Dt 2 que consiste em um rotor com quatro conchas hemisfé-
u = u0 + v0 · t + __1 · g · t2 ricas presas por hastes, conforme figura abaixo. Em um
2 anemômetro de Robinson ideal, a velocidade do vento
Assim como: é dada pela velocidade linear das conchas. Um anemô-
metro em que a distância entre as conchas e o centro
v2 = v02 + 2 · g · Du de rotação é r = 25 cm em um dia cuja velocidade do
vento é v = 18 km/h teria uma frequência de rotação de:
Aplicação do conteúdo
1. Uma moto percorre meia volta por segundo, em uma
trajetória circular com raio de 3 m. Sabendo que no
início da contagem dos tempos a moto se encontra na
origem dos arcos, determine:
a) a frequência e o período;
b) a velocidade angular do movimento;
c) a velocidade escalar linear;
d) o módulo da aceleração centrípeta;
e) as funções horárias do movimento sob as formas
linear e angular;
3p rad.
f) o tempo decorrido para descrever um ângulo de ___
2
Resolução:
a) Pela definição de frequência e período, tem-se:
1 volta
__
f= f=2
n
___ ______ 1 Hz
f = __ THE ROSINSON ANENOMETER
Dt 1s 2
1 T = __
1T=2s Se necessário, considere S|3.
T = __
f 1
__ a) 3 rpm.
2 b) 200 rpm.
b) A velocidade angular é dada por:
c) 720 rpm.
1 v = p rad/s
v = 2pf v = 2p · __ d) 1200 rpm.
2
c) A velocidade linear é: Resolução:
v = vR = p · 3 = 3p v = 3p m/s
Dados: v = 18 km/h = 5 m/s; r = 25 cm; S = 3
d) O módulo da aceleração centrípeta é dado por:
5
v = __________
v = 2 Srf f = ____ 5
= ___
(3p)2 ___
v2 = _____
acp = __
2
= 9p = 3p2 acp = 3p2 m/s2 2 Sr 2 ∙ 3 ∙ 0,25 1,5
R 3 3
5 ∙ 60 rmp f = 200 rpm
Hz = ___
e) 1,5
Forma linear: Forma angular:
Alternativa B
s = s0 + vt, u = u0 + Zt
como s0 = 0 e v como u0 = 0 rad e v = 3. (Uece) O ano de 2015 tem um segundo a mais. No
= 3S m/s = p rad/s dia 30 de junho de 2015, um segundo foi acrescido à
contagem de tempo de 2015. Isso ocorre porque a ve-
Substituindo-se: Substituindo-se:
locidade de rotação da Terra tem variações em relação
s = 0 + 3pt u = 0 + pt u = pt aos relógios atômicos que geram e mantêm a hora le-
s = 3pt gal. Assim, no dia 30 de junho, o relógio oficial registrou
a sequência: 23h 59min 59s - 23h 59min 60s para so-
3p rad
f) O tempo para descrever o ângulo Du = ___ mente então passar a 1º de julho. Como essa correção
2
será obtido pela função horária angular 'T = Z . t é feita no horário de Greenwich, no Brasil a correção
17
ocorreu às 21h, horário de Brasília. Isso significa que, centadas informações para algumas latitudes, sobre a
em média, a velocidade angular do planeta menor distância entre o eixo da Terra e um ponto P na
a) cresceu; superfície da Terra ao nível do mar, ou seja, R cos ) Con-
b) manteve-se constante e positiva; siderando que a Terra gira com uma velocidade angular
c) decresceu; ZT = S/12(rad/h), qual é, aproximadamente, a latitude de P
d) é sempre nula. quando a velocidade de P em relação ao centro da Terra se
aproxima numericamente da velocidade do som?
Resolução:
Dados: vsom = 340 m/s; S = 3.
Sabendo que as 24h contadas no relógio correspondem ao
tempo em que a terra completa uma volta em relação ao a) 0º.
sol e sabendo que: b) 20º.
Du c) 40º.
vm = ___
Dt d) 60º.
e) 80º.
Se foi acrescido 1 segundo no tempo total e o deslocamen-
to angular é o mesmo, logo a velocidade angular média Resolução:
decresceu. S rad/h. Para poder
Foi dado no enunciado que vT = ___
12
Alternativa C utilizar esse dado, é necessário fazer a conversão para uni-
dades do SI.
4. (Uece) Durante uma hora o ponteiro dos minutos de S rad/s
um relógio de parede executa um determinado deslo- vT = ________
12 · 3600
camento angular. Nesse intervalo de tempo, sua veloci-
dade angular, em graus/min é dada por: Para saber em qual latitude a Terra terá uma velocidade
igual a velocidade do som,
a) 360.
b) 36. v=v·R
340
v ________
R = __
Z=________
c) 6.
S
d) 1. 12 · 3600
Resolução:
R = 4896 km
Para uma volta completa, tem-se um deslocamento angu- Comparando com a ilustração fornecida no exercício, che-
lar de 2S radianos ou 360º. ga-se à conclusão de que esse fato será observado na La-
titude de 40º.
O tempo necessário para o ponteiro dar uma volta comple-
ta é de 60 minutos. Alternativa C
Assim:
Du = ___
v = ___ 360º
Dt 60 min
v = 6 graus/minuto.
Alternativa C
5. (Esc. Naval) Observe o gráfico a seguir.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Física Total - Aula 11 -
O gráfico da figura acima mostra a variação do raio da Introdução à cinemática angular
Terra (R) com a latitude ().Observe que foram acres-
18
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
O movimento circular é qualquer deslocamento que se desenvolve numa trajetória que não se configure como uma
reta, uma vez que, de forma abstrata, qualquer curva pode ser aproximada para um trecho de uma circunferência.
Em geral, os movimentos circulares são descritos em circunferências, que são o conjunto de pontos situados em
um plano e equidistantes de um ponto fixo, denominado centro da circunferência. A razão entre o perímetro de um
círculo e o seu diâmetro produz o número π (pi).
No caso do π, a principal curiosidade é a obtenção de um valor constante, não importando o tamanho do círculo analisa-
do. As civilizações antigas exigiam valores calculados precisos para π, por razões práticas de construções de veículos e es-
truturas arquitetônicas. Os chineses conseguiram descobrir 7 dígitos do π no século 5 a.C. A primeira fórmula exata para π,
baseada em séries infinitas, foi desenvolvida muito tempo depois, no século XVII, por meio da série de Madhava-Leibniz:
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A Habilidade 20 se faz presente na caracterização do movimento circular ou circunferencial. Relacionando com as gran-
dezas já definidas, como velocidade linear e aceleração tangencial, são apresentadas as grandezas velocidade angular e
aceleração centrípeta. O aluno passa a estudar os movimentos não retilíneos, sempre aplicados em situações cotidianas.
Modelo
(Enem) Um professor utiliza essa história em quadrinhos para discutir com os estudantes o movimento de satélites.
Nesse sentido, pede a eles que analisem o movimento do coelhinho, considerando o módulo da velocidade constante.
19
Desprezando a existência de forças dissipativas, o vetor aceleração tangencial do coelhinho, no terceiro quadrinho, é:
a) nulo.
b) paralelo a sua velocidade linear e no mesmo sentido.
c) paralelo a sua velocidade linear e no sentido oposto.
d) perpendicular a sua velocidade linear e dirigido para o centro da Terra.
e) perpendicular a sua velocidade linear e dirigido para fora da superfície da Terra.
Análise expositiva - Habilidades 20: Conceitualmente, o exercício possui alto nível de dificuldade. Apesar de
A trazer uma história em quadrinhos, o aluno deve conhecer e saber diferenciar as diferentes velocidades e
acelerações que o móvel possui.
Como o módulo da velocidade é constante, o movimento do coelhinho é circular uniforme, sendo nulo o
módulo da componente tangencial da aceleração no terceiro quadrinho.
Alternativa A
DIAGRAMA DE IDEIAS
DESLOCAMENTO
ANGULAR
VELOCIDADE
ANGULAR
CONSTANTE PERÍODO
VARIÁVEL
MCU FREQUÊNCIA
MCUV
20
AULAS TRANSMISSÃO DE MOVIMENTO CIRCULAR
21 E 22
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 5 e 6 HABILIDADES: 1, 6,17 e 20
1. TRANSMISSÃO DE MOVIMENTO
CIRCULAR UNIFORME
Em geral, os motores possuem uma frequência de rotação
fixa. Entretanto, diversos sistemas girantes acionados por
esses motores precisam de frequências de rotação dife-
rentes daquela do motor. Dessa forma, para modificar as
frequências de rotação, são utilizadas diversas polias co-
nectadas por correias ou engrenagens.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Transmissão de Movimento Circular -
Questão ENEM 2013
21
vãos Contudo, se as polias ou as engrenagens estiverem conecta-
dentes
das pelo mesmo eixo (polias coaxiais), ou seja, girarem fixa-
das em um mesmo eixo, a velocidade angular Z será igual.
POLIAS COAXIAIS.
ZA = ZB
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE Assim, a relação entre as frequências de rotação é:
Engrenagem, correia e eixo ZA = ZB
(Vídeo 8.4 - Volume 1)
2p = ___
___ 2p __
1 = __
1
TA TB TA TB
Aplicação do conteúdo fA = fB
1. Duas polias são ligadas por uma corrente. A menor 2. Duas polias são conectadas por um mesmo eixo. Uma
tem raio de 10 cm e a maior tem raio de 15 cm, girando das polias tem raio de 10 cm, a outra tem raio de 15 cm
com frequência de 30 rpm. e gira com frequência de 30 rpm.
a) Qual é a frequência da polia menor? a) Qual é a frequência da polia menor?
b) Qual é a velocidade linear da polia maior? E da b) Qual é a velocidade linear da polia maior? E da
polia menor? polia menor?
Resolução: Resolução:
a) Pela fórmula da relação entre raio e a) Ambas as polias estão conectadas por um mesmo
frequência apresentada, tem-se: eixo e, portanto, ambas possuem a mesma velocidade
angular e também a mesma frequência. Assim, a po-
R A · fA = RB · fB lia menor tem velocidade angular de 30 rpm.
10 · fA = 15 · 30 b) Para a polia menor segue que:
fA = 45 rpm
vA = 2p · fA · R A
b) Ambas as polias estão conectadas por uma vA = 2p · 0,5 Hz · 0,10 m
corrente, portanto, ambas possuem a mesma
velocidade linear (igual a velocidade da corren-
VA = 0,1p m/s
te). Desse modo, a velocidade pode ser calculada
usando qualquer uma das polias. Assim, usando Para a polia maior:
os dados da polia menor e lembrando-se de
vB = 2p · fB · RB
converter a frequência para o S.I., segue que:
vB = 2p · 0,5 Hz · 0,15 m
vA = 2p · fA · R A vB = 0,15p m/s
vA = 2p · 0,75 Hz · 0,10 m
vA = 0,15p m/s 3. A figura abaixo mostra um sistema de polias. Os raios das
polias estão relacionados de modo que Rw = Ry = Rz = 1 __ R ,
e 2 x
e a polia W gira com frequência de 2 Hz. Qual é a frequ-
vB = 0,15p m/s ência de rotação da polia Z?
22
Resolução: vyRy = vzRz
2pfyRy = 2pfzRz
Da figura, tem-se:
fy = fz = 1 Hz
Assim, a frequência da polia Z é fz = 1 Hz.
vw = vx vw Rw = vxRx
vx = vy (polias com o mesmo eixo) Nessas condições, quando o motor girar com frequência
2pfwRw = 2pfxRx fM as duas rodas do carrinho girarão com frequência fR.
Sabendo que as engrenagens A e C possuem 8 dentes,
2pfx = 2pfy
que as engrenagens B e D possuem 24 dentes, que não
2 · __1 Rx = fxRx há escorregamento entre elas e que fM = 13,5 Hz, é correto
2
fx = fy afirmar que fR em Hz é igual a
a) 1,5.
fx = 1 Hz b) 3,0.
se fx = 1 Hz fy = 1 Hz c) 2,0.
d) 1,0.
Como vy = vz e Ry = Rz, tem-se: e) 2,5.
VIVENCIANDO
23
Resolução: 5. (Uece) Em uma obra de construção civil, uma carga
de tijolos é elevada com uso de uma corda que passa
Os raios das engrenagens (R) e os números de dentes (n) com velocidade constante de 13,5 m/s e sem deslizar
por duas polias de raios 27 cm e 54 cm. A razão entre a
são diretamente proporcionais. velocidade angular da polia grande e da polia menor é:
Assim: a) 3. c) 2/3.
b) 2. d) 1/2.
R n 8 __1
RA __
__ = C = n___A= ___ = Resolução:
RB RD B 24 3
A velocidade linear é a mesma para as duas polias.
A e B estão acopladas tangencialmente: ZG __ R 27 ZG __1
vG = vM ZGRG = ZMRM Z ___ = M = ___ Z ___ =
M R 54 M 2
vA = vB 2 SfARA = 2 SfBRB fARA = fBRB G
Alternativa D
R f
Mas: fA = fM fMRA= fBRB FB = fM __A = fM __1 fB = __M
RB 3 3
f
fC = fB = __M
3
R f multimídia: sites
Mas: fD = fR fCRC = fRRD FR = fC __C = fR __M __1
RD 33
www.newtoncbraga.com.br/index.php/
f 110-mecatronica/robotica/12092-polias-e-
fR = __M
9 -engrenagens-mec189
osfundamentosdafisica.blogspot.com.
13,5
fR = ____ fR = 1,5 Hz br/2013/06/cursos-do-blog-mecanica_24.html
9
pt.wikihow.com/Mudar-a-Marcha-de-uma-
Alternativa A -Bicicleta
Parte importante de qualquer mecanismo que transfira movimento circular, a roda é uma das maiores invenções da
humanidade. A região de Ur, na Mesopotâmia, em 3500 a.C., é o local no tempo-espaço mais aceito como a primeira
representação de uma roda, que aparece como um artefato feito de madeira numa carroça. Com base em artefatos
encontrados por arqueólogos, aceita-se que os chineses teriam começado a usá-la em torno de 2000 a.C. Muitos sé-
culos depois, já na Idade Moderna, inovações no uso de materiais fizeram a invenção da roda adquirir novas funções
e ganhar eficiência, tornando-se um transporte mais acessível e veloz, contribuindo para transformar as primeiras
aglomerações humanas em cidades maiores, além de dinamizar as formas de geração de energia.
24
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos
1 em diferentes contextos.
A Habilidade 1 é trabalhada nessa aula, pois os movimentos são periódicos; grandezas como período e frequência
são fundamentais na caracterização da transmissão do movimento circular. Assim, é importante que o aluno saiba
como se dá a transmissão do movimento circular, quais são suas grandezas e como elas se relacionam.
Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos ou sistemas tecnológi-
6 cos de uso comum.
A Habilidade 6 se faz presente pois trata da leitura de manuais de instrução, fato necessário, por exemplo, para o
estudante relacionar as diferentes engrenagens numa bicicleta. O aluno deve ser capaz de identificar as informações
técnicas, a fim de compreender a situação-problema.
Modelo 1
(Enem) A invenção e o acoplamento entre engrenagens revolucionaram a ciência na época e propiciaram a invenção
de várias tecnologias, como os relógios. Ao construir um pequeno cronômetro, um relojoeiro usa o sistema de engre-
nagens mostrado. De acordo com a figura, um motor é ligado ao eixo e movimenta as engrenagens fazendo o pon-
teiro girar. A frequência do motor é de 18 rpm, e o número de dentes das engrenagens está apresentado no quadro.
engrenagem dentes
A 24
B 72
C 36
D 108
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Análise expositiva 1 - Habilidades 1: Excelente exercício do Enem, muito bem contextualizado. Cabe ao
B aluno interpretar a situação-problema e identificar as passagens matemáticas que o levarão à resposta
rapidamente.
No acoplamento coaxial, as frequências são iguais. No acoplamento tangencial, as frequências (f) são
inversamente proporcionais aos números (N) de dentes.
Assim:
Modelo 2
(Enem) Para serrar ossos e carnes congeladas, um açougueiro utiliza uma serra de fita que possui três polias e um
motor. O equipamento pode ser montado de duas formas diferentes, P e Q. Por questão de segurança, é necessário
que a serra possua menor velocidade linear.
Por qual montagem o açougueiro deve optar e qual a justificativa desta opção?
a) Q, pois as polias 1 e 3 giram com velocidades lineares iguais em pontos periféricos e a que tiver maior raio terá menor frequência.
b) Q, pois as polias 1 e 3 giram com frequências iguais e a que tiver maior raio terá menor velocidade linear em um ponto periférico.
c) P, pois as polias 2 e 3 giram com frequências diferentes e a que tiver maior raio terá menor velocidade linear em um
ponto periférico.
d) P, pois as polias 1 e 2 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver menor raio terá
maior frequência.
e) Q, pois as polias 2 e 3 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver maior raio terá
menor frequência.
Análise expositiva 2 - Habilidades 6: Desde a restruturação da prova do Enem, ano após ano a prova tem
N sido mais carregada conceitualmente e até mais carregada nas operações matemáticas. Esse exercício
exemplifica muito bem isso.
Para resolvê-lo, é preciso identificar que a velocidade linear da serra é igual à velocidade linear (v) de um
ponto periférico da polia à qual ela está acoplada.
No acoplamento tangencial, os pontos periféricos das polias têm mesma velocidade linear; já no acoplamento
coaxial (mesmo eixo), são iguais as velocidades angulares (Y), as frequências (f) e os períodos (T) de todos os
pontos das duas polias. Nesse caso, a velocidade linear é diretamente proporcional ao raio (v = Y R).
Na montagem P:
– Velocidade da polia do motor: v1.
– Velocidade linear da serra: v3P.
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Alternativa A
DIAGRAMA DE IDEIAS
TRANSMISSÃO
DE MCU
VELOCIDADE INVERSÃO DO
MESMO SENTIDO
ANGULARES IGUAIS MOVIMENTO
FREQUÊNCIAS
VELOCIDADES
IGUAIS
LINEARES DE
MESMO MÓDULO
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