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AULAS VETORES

1E2
COMPETÊNCIA: 5 HABILIDADE: 17

1. GRANDEZAS VETORIAIS 2. VETOR


As escalares e as vetoriais, são os dois tipos de grande- Representam-se algumas grandezas físicas (grandezas
zas físicas. Uma grandeza escalar é caracterizada apenas vetoriais) por meio de vetores. A notação de um vetor é
pela sua intensidade, ou seja, o valor numérico, acompa- dada por uma letra (maiúscula ou minúscula) com uma
nhado de sua unidade de medida. O tempo, a massa e pequena flecha para a direita acima da mesma. Vetor é
a temperatura de um corpo são exemplos de grandezas um ente matemático representado por um segmento de
escalares. Já as grandezas vetoriais necessitam, além da reta orientado (flecha).
intensidade, da informação quanto à sua direção e seu N
N
No Ne
sentido. Ao dizer, por exemplo, que um carro se move a NO NE
OO LL
40 km/h, a informação sobre sua velocidade está incom- So SO SE
Se

pleta. A velocidade é uma grandeza vetorial e, portanto, é SS


r (reta suporte)
necessário informar a direção e o sentido de deslocamen-

to do carro. Neste caso, poderia ser dito que o carro trafe- v ou v B (final ou extremidade: sentido)
ga na Rua da Consolação (direção) em sentido à Avenida “para onde”

Paulista (sentido). v (vetor v)
θ (direção) linha
Exemplos de grandezas escalares: horizontal
A (origem)
Grandezas escalares Grandezas vetoriais
tempo velocidade
Resumo:
massa aceleração ƒ sentido: é dado pela orientação do segmento.
temperatura deslocamento ƒ direção: é dada pelo ângulo formado entre o vetor e
trabalho posição o eixo horizontal.
energia força elétrica ƒ módulo ou intensidade: é dado pelo comprimento
pressão campo elétrico do segmento orientado (nº + unidade).

potência força magnética


potencial campo magnético
diferença de potencial força gravitacional
quantidade de mol campo gravitacional
carga elétrica força peso
intensidade da
força de reação normal
corrente elétrica
resistência elétrica força elástica
multimídia: livros
capacidade térmica força tensora
calor específico sensível força centrípeta Leonard Mlodonow - A janela de Euclides
calor latente empuxo Livro que aborda de maneira simples, diver-
fluxo magnético quantidade de movimento tida e curiosa a evolução de conceitos-chave
vazão momento de geometria e o modo que o Homem com-
preende o espaço.
capacitância impulso

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CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Para a aplicação da noção de vetores, algumas ideias matemáticas são necessárias, utilizamos praticamente concei-
tos de geometria espacial e geometria analítica. Noções de ponto, reta, espaço, segmento orientado e as operações
entre os vetores são conceitos puramente matemáticos. É sempre importante lembrar que existe diferença nas
operações entre grandezas escalares e operações entre grandezas vetoriais.
Da matemática de Euclides ficaram definidos os conceitos de ponto, reta, plano e segmento de reta. O ponto, “o
que não tem partes”, sendo um elemento desprovido de tamanho, sem dimensões, sem forma. A reta é definida
como um ente geométrico de apenas uma dimensão, de maneira simplista podemos dizer que uma reta é formada
por infinitos pontos “alinhados”; duas retas podem ser classificadas como paralelas, concorrentes, perpendiculares,
coincidentes ou ainda como reta tangente ou reta secante.

2.1. Vetor e suas características


O vetor pode ser representado por uma letra e um segmen-
to orientado (flecha) sobre a letra:
___›
a
___›
b
Lembrando que as três características de um vetor são: mó-
dulo (ou intensidade), direção e sentido.
Caso eles estejam sobre retas paralelas ou sobre a mesma multimídia: vídeo
reta (denominada reta suporte), a direção de dois vetores
são iguais. Como exemplo, suponha que as retas r e s, na FONTE: YOUTUBE
Física - Introdução a vetores e escalares - parte 1
__figura

___› a seguir, sejam paralelas. Desse modo, os os
____› vetores
___› __

c e d têm direções diferentes, mas os vetores a , b e c (Khan Academy)
possuem a mesma direção.
___› ___›
Os vetores a e b , na figura a seguir, estão orientados
___› __ em

sentidos opostos,___ assim como os vetores b e c . Entre-
› __›
tanto, os vetores a e c têm sentidos iguais. Os sentidos de
dois vetores são iguais quando possuem a mesma direção e
estiverem orientados para o mesmo lado.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Física I - Aula 5 - Grandezas escalares e vetoriais

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___›
Observações Observando
__

om desenho, concluímos que os vetores A e
F são iguais, pois compartilham de um___›módulo
___› 2u, dire-
ƒ Vetores paralelos: diz-se que dois ou mais vetores ção vertical e sentido norte. Os__vetores C e D também são
são paralelos entre si, quando suas direções (inclina- iguais por terem módulo 2 √2 u, uma direção oblíqua e
ções) forem idênticas, não importando os sentidos sentido nordeste.
dos mesmos.
O módulo de um vetor, graficamente, é proporcional ao seu
ƒ Vetor nulo: denomina-se vetor nulo a todo vetor cujo comprimento. Suponha, por exemplo, que um automóvel
representante é um segmento de reta orientado, nulo, esteja se deslocando com velocidade escalar de 80 km/h
isto é, o início e o fim deste segmento de reta coinci- em sentido norte. Na figura, a flecha __(apontando para o
dem. A representação do vetor nulo é um ponto ( . ). ›
norte) representa o vetor__velocidade v do automóvel; o
Também pode ser representado___› pelo número zero com módulo desse vetor será u v u = 80 km/h. É importante des-

uma flecha acima do mesmo ( 0 ). tacar que todo vetor que possuir mesma direção, mesmo
sentido e mesma intensidade, representando, portanto, a
mesma grandeza, representa uma classe de equipotência.
A intensidade, módulo ou norma de uma grandeza veto-
rial, é o módulo do valor numérico do vetor.
__›
v N
O L
ƒ Vetores simétricos ou opostos: quando dois ve-
tores possuem o mesmo módulo, a mesma direção, S
__›
porém sentidos opostos, diz-se que os mesmos são |v | = 80 km/h
simétricos ou opostos entre si. Se um objeto estiver em repouso, por exemplo, sua veloci-
___›
ƒ Vetores iguais: dois vetores são iguais se, e somen- dade será nula. Desse modo, o vetor nulo, denotado por 0 ,
te se, tiverem o mesmo módulo, a mesma direção e o pode ser utilizado para representar essa grandeza. A dire-
mesmo sentido. ção e o sentido não são definidos para o vetor nulo. Uma
grandeza pode ter valor numérico igual a zero.
Aplicação do conteúdo O exemplo mais elementar de grandeza vetorial, é o des-
locamento vetorial.
1.Ao olhar a figura, você consegue definir os vetores que:
(UFB adaptado) Suponha que uma partícula desloca-se do ponto P até o
ponto Q, seguindo a trajetória descrita pela figura.

P
Q
a) têm a mesma direção.
b) têm o mesmo sentido.
c) são iguais.
Resolução: ___›
d
___› ___›
a)Os vetores C e D estão
___› ___› em
__› uma direção oblíqua (in-
clinada), os vetores P
___ ___ E , A e F estão na direção vertical,
› ›
e os vetores B e G estão na horizontal.
___› ___›
O deslocamento vetorial
___› realizado pela partícula é repre-
b) Os vetores___C e__D estão no sentido nordeste
› › sentado pelo vetor d .
e os vetores A e F estão no sentido norte.
c) Para que um vetor seja igual ao outro, as três carac- Que une o ponto inicial P (chamado origem do vetor) ao
terísticas (módulo, direção e sentido) devem ser iguais. ponto final Q (chamado extremidade do vetor).

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VIVENCIANDO

Apesar de algumas pessoas pensarem que a utilização de conceitos vetoriais está restrita aos campos da Física e da
Matemática, elas o fazem sem perceber. Atualmente, muitas pessoas utilizam GPS para se localizar ou localizar um
destino. Só no fato de localizar um ponto em relação a um referencial já temos um vetor, mas quando localizamos um
destino e seguimos os passos designados pelo GPS, cada passo trata-se de um vetor, e, a cada instrução realizada,
estamos compondo uma soma vetorial pela regra do polígono.
Se nos dias atuais pequenos deslocamentos nas cidades se dão através da utilização de aplicativos de localização
como o WAZE, é possível imaginar a necessidade e a importância da localização em mapas cartográficos, cartas de
navegação e a revolução que foi a organização utilizando latitude e longitude.

direção é oblíqua (inclinada) e o sentido é nordeste, porém


Aplicação do conteúdo o sentido não é citado.
1. (UEM) Na ilustração abaixo, um trabalhador puxa por
uma corda um carrinho que se desloca em linha reta. Como surgiu o vetor

O puxão da corda efetuado pelo trabalhador pode ser des- O conceito formal de vetores, é trabalho de alguns ma-
crito como uma força que: temáticos e físicos que estudavam os números comple-
a) possui somente magnitude. xos, entre eles podemos destacar Willian Rowan Ha-
b) possui somente direção. milton (1805-1865), Josian Willard Gibbs (1839-1903)
c) possui direção e magnitude. e Carl Friedrich Gauss (1777-1855). Porém, conceitos
d) não possui nem direção nem magnitude. mais intuitivos remontam a a Herão de Alexandria (sé-
e) realiza um torque. culo I). e Aristóteles (385-322 a.C.)

2.3. Somando vetores


Diferente da soma de grandezas escalares, ainda assim
as grandezas vetoriais podem ser somadas (ou adiciona-
das).Por exemplo, ao efetuar a soma de 1 kg de tomates
com mais 2 kg de tomates, o resultado sempre será 3 kg
de tomates.
Resolução:
Para somarmos vetores, no entanto, outra abordagem é
Alternativa C necessária. Acompanhe abaixo, uma partícula efetua um
___›
Um vetor força com um módulo (magnitude), uma direção deslocamento a___› do ponto M ao ponto N e, em seguida, um
e um sentido, caracteriza o puxão da corda. Nesse caso, a deslocamento b do ponto N ao ponto P.

9
___› ___› __› ___›
A soma de a e b , o___› vetor s , é obtida ligando a origem de a
à extremidade de b .
P
___›
a
M
___›
___› b ___›
a b
N

___› ___›
P a
___› b
s
M
___›
___› b
a
N

___› ___›
a
O deslocamento final da partícula, que se moveu do ponto b
__›
M ao ponto P, é indicada na figura pelo vetor s . Desse modo,
os dois deslocamentos anteriores__podem ser substituídos por __›
› s
um deslocamento___› único,
___› o vetor s . Esse vetor é a soma (ou
resultante) de a e b , e indicamos:

__› ___› ___› __› ___› ___›


s =a +b s =a +b
___›
Ou: pode-se desenhar
___› um vetor igual a a , a partir da ex-
tremidade de b .
__› ___›
O vetor s é a soma
___› dos vetores, ligamos a origem de b à
extremidade de a .

___›
a

___›
b

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Módulo do vetor soma

___›
2.3.1. Polígono e sua regra b
___› ___› ___›
Para somar dois vetores quaisquer (não nulos), a e b : a
___›
Desenhamos um vetor igual a b (mesmo módulo, mesma
direção
___› e mesmo sentido) a partir da extremidade do
vetor a .

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__
u s› u2 = 32 + 42 = 9 + 16 = 25
__› __ ___ __
u s u2 = 25 ä u s› u = √25 ä u s› u = 5 unidades
__›
s Para fazer a soma de três ou mais vetores, basta aplicar
este mesmo processo.
___› ___› __›
A seguir, estão representados os vetores a__, b e c . Para ob-
___› ___› ›
b a ter a soma dos três vetores, isto é, o vetor s , tal que:

__› ___› ___› __›


s =a +b +c
A propriedade comutativa na adição de vetores apresenta:
___› ___› ___› ___› ___›
a +b =b +a Desenhamos um vetor igual ao vetor b a partir
___› da extre-
___›
midade de a, e a __partir da extremidade de b desenhamos___
Em caso de um dos vetores ser nulo: › ›
um vetor igual a c__, como na figura. Unindo
__› a origem de a
___› ___› ___› ___› ___› ›
a +0 =0 +a =a à extremidade de c , obtemos o vetor s .

Preste atenção:
__ ___ ___›
u s› u < u a› u + u b u
__› ___› ___›
O módulo de s é menor que a soma dos módulos de a e b .
__›
Portanto, o módulo de___ s ___será

obrigatoriamente igual à

soma dos módulos
___› ___› de a e b , somente no caso em que os
vetores a e b tenham direção e sentido iguais.

Aplicação do conteúdo
__› __›
1. Determinar o módulo da resultante dos vetores x e y
. Cada quadradinho mede uma unidade.

__›
x
__›
y

A regra do polígono pode ser aplicada para qualquer quanti-


dade de vetores, basta adicionar a origem de um vetor à extre-
midade do vetor anterior e, por fim, traçar o vetor resultante.
Resolução:
__›
O módulo de s é obtido aplicando o teorema de Pitágoras 2.3.2. Paralelogramo e sua regra
ao triângulo retângulo sombreado na figura: __› __›
Considere os vetores x e y representados na figura.

__›
x __› __›
__› x y
__› y
s
3

__› __›
4 Desenhe vetores iguais a x e y a partir de uma mesma
origem P.

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XXX paralelo a PN
A seguir, __o segmento MQ XXX a partir da extremi- b) Os módulos dos vetores são:

XXX paralelo a PM
XXX, de ___›
dade de x (ponto M), e o segmento NQ módulo de ___a : a = 2 N
modo a obter o paralelogramo PMQN. ›
__› __› __› módulo de b : b² = 2² + 3² œ
___
Assim temos o vetor s , que é a soma de x e y , unindo P a Q: œb² = 13 œ b = √13 N
M M M
__›
x
__›
x
__›
x __›
Aplicando a regra do paralelogramo, temos:
s
R² = a² + b² + 2 · a · b · cosa œ
P P Q P Q
__› __› ___ ___
œ 3² = 2² + (√13 )² + 2 · 2 · (√13 ) cosa œ
y y
N N N
___
œ9 = 4 + 13 + 4(√13 ) cosa œ
A seguinte relação pode ser usada para calcular o módulo ___
œcosa = (9 – 4 – 13)/4 (√13 ) œ
da soma de dois vetores quaisquer. –2
œ cosa = ____
___
___› ___› √13
a a
__› 2. Sobre uma superfície lisa (atrito desprezível), um cor-
T T s po está sendo tracionado por duas cordas. Qual a inten-
sidade da força resultante Fr? (UEM)
___› ___›
b b

__ ___ ___› ___ ___›


u s› u² = u a› u² + u b u² + 2 · u a› u · u b u · cos u

___
A regra do paralelogramo é uma prática comum na soma
a) Fr = √19 N
de vetores. __
b) Fr = √8 N
___
Aplicação do conteúdo c) Fr = √34 N
___› ___
1. d) Fr = √49 N
___ (Unesp adaptado) Em escala, temos duas forças a e
› __
b , atuando num mesmo ponto material P. e) Fr = √2 N

Resolução:
Alternativa A
a

P
O ângulo de 120° está no segundo quadrante, onde o cos-
seno é negativo. O valor de cos(120°) é –0,5.
b
1N Aplicando a regra do paralelogramo, temos
1N (Fr)² = (3)² + (5)² + 2 · 3 · 5 · cos(120°) œ
___›
a) Represente
_____› na
_____› figura reproduzida a força R , resultante œ (Fr)² = 9 + 25 + 30(–0,5) œ
___
das forças a e b , e determine o valor de seu módulo, em œ (Fr)² = 34 –15 œ (Fr)² = 19 œ Fr = √19 N.
newtons.
___› ___›
b) Determine o cosa formado entre os vetores a e b . 2.4. Oposto de um vetor
___›
Resolução: Um vetor a ___com a mesma direção, não nulo, e o mesmo
___› ›
a) Pela regra do paralelogramo, temos que |R | = 3 N. módulo de a___, mas com sentido contrário, é denominado

oposto de a .
___› ___›
O vetor oposto de a é indicado por –a .
s
r
___›
a
___›
–a

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_____› _____› _____›
2.5. Subtração de vetores a) F_____1 +_____F4 +_____F 2
› › ›
De modo semelhante ao que ___se faz com os números reais, b) _____F 1– F_____4+ F_____3
› › ›
___› ›
c) F_____1+ F_____2+ F _____3
diferença de dois vetores a e b é obtida: › › ›
___› ___› ___› ___› d) F_____1 – F_____4 +_____
F2
a – b = a + (–b ) › › ›
___› ___› e) F 1 – F 2+ F3
Isto
___ é, o vetor a – b ___›é obtido efetuando a adição do vetor
› Resolução:
a com o oposto de b .
Alternativa A
Por exemplo ___› ___›
ƒ Dados___› os vetores
___› a___ e b___› da figura, determinaremos o Montar o seguinte diagrama vetorial, de acordo com a re-

vetor d tal que d = a – b . Utilizando a relação apresen- gra do polígono:
tada acima, temos:
___› ___› ___› ___› ___›
d = a – b = a + (–b )
___› _____›
Então, fazemos a adição de a com –b :

Sendo qualquer um desses vetores ponto de partida, o


ponto inicial sempre coincide com o ponto final, tornando
a resultante nula.
___›
2.
___› Dados
___› os vetores representados na figura, obtenha D =
X – Y.

O módulo da diferença de dois vetores quaisquer pode ser


calculado usando a seguinte relação:
___ ___ ___ Resolução:
u d› u² = u ___a› u² + u b› u² – 2 · u ___a› u · u b› u cosu Para a subtração vetorial,soma-se o vetor X com o oposto
___›
___›
___› ___› do vetor Y .
Onde u é o ângulo formado entre os vetores a e b , quando ___› ___› ___› ___› ___› ___›
ambos estão partindo da mesma origem. D = X – Y œ D = X + (–1) Y
___› ___›
Para encontrar o vetor D , invertemos o sentido do vetor Y
Aplicação do conteúdo e aplicamos a regra da poligonal .
1. (UFPI) Os vetores representam quatro forças, todas
de mesmo módulo F. Qual alternativa representa uma
força resultante nula.

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2.6. Multiplicando e dividindo b)
__›
um vetor por um número x
___› __›
Sendo a um vetor ___não nulo e k um número real não___›nulo. y

Multiplicar o vetor a pelo número k, e obter o vetor b :
___› ___›
b =k·a Resolução:

___› a) Neste caso, temos:


b tem como característica: __› __›
___› ___› x y
ƒ ub u = u k u · ua u
___› ___›
ƒ b tem a mesma direção de a . __›
___› ___› s
ƒ ___
Se k > 0, b tem o mesmo sentido
___› de a , caso seja k < 0,
› __ __ __
b tem sentido oposto ao de a . u s› u = u x› u + u y› u = 3 + 2 = 5 unidades
Sendo assim, temos: __› __› __›
_____› ___› b) O vetor s é a soma de x e y , isto é:
a) F = m . a (m escalar positivo) __›
_____› _____›
x
b) F = |q| . E (q > 0 ou q < 0)
__› __›
Por exemplo s y
___› ___› ___› __› __› __›
ƒ Na figura, representamos
___› ___› os vetores a , 2a e –2a . Note s =x +y
que tanto 2a como ___› –2 a têm
___› módulos iguais ao dobro
do módulo de a . O___vetor 2a tem o mesmo sentido do No entanto, neste caso, temos:
___› › ___›
vetor a e o vetor –2a tem sentido oposto ao do vetor a . __ __ __
u s› u = u x› u – u y› u = 5 – 3 = 2 unidades
___›
___› 2a ___›
a –2a Observação
ƒ Versor é um vetor unitário que possui a mesma dire-
___› __› ção e mesmo sentido do eixo que o contém.
Podemos também dividir o vetor a por k, obtendo o vetor c :
___› y
__› y →
a
c = __ → 1

j →
1 j
i
k 0 1 x

j =1u →
j =1u


i

i k =1u x
0 1
i =1u 0 x
Sendo: →
1
1


i =1u
___› i =1u
z
k
__› |a |
u c u = __ u ... unidade de medida

Quanto à direção e ao sentido de c , valem as mesmas con-


__› 2.7. Projeções ortogonais
siderações feitas para a multiplicação.
___›
ou decomposição ou
Se k = 0, não podemos calcular . a
__ componentes de um vetor
k
O plano cartesiano é o sistema de referenciais que auxil-
2.6.1. Vamos à prática ia adequadamente
___› toda representação vetorial. Seja um
__› __› vetor a , conforme a representação abaixo:
1. Qual a soma dos vetores x e y , se cada quadradinho
tem lados iguais a uma unidade.
y
a)
__› __›
x a
__› θ
y
x

14
___›
A projeção
___› de a, no eixo (x) pode ser representada
___› pelo
vetor a x, bem como a projeção
___› do vetor a no eixo (y) pode
ser representado pelo vetor a y.

A resultante desse sistema de forças tem intensidade:


a) 10 N.
O vetor analisado pode ser representado como uma soma b) 8,0 N.
vetorial, ou seja:
___› ___› ___› c) zero.
a = ax + ay
d) 12 N.
Neste caso: e) 16 N.
___› ___›
ax = 3i Resolução:
___› ___›
ay = 3j Alternativa A
___› ___› __› __› __› __›
Sendo i e j os vetores unitários nas direções indicadas Vamos decompor os vetores F 2 e F 5 nos eixos i e j :
__› __› __› __› __› __›
pelos eixos (x) e (y) respectivamente, desta forma o vetor
O› vetor F 2 será:
__ __› F 2 = (|F 2|__cos

x) i + (|F 2
| senx) j œ
também pode ser representando por:
F 2 = (8cosx) i + (8senx) j (N)
___› ___› ___› __› __› __› __› __› __›
a = 3i + 3j O vetor F 5 será:
__
F =(–1)(|F 5|__cosx) i +(–1)(|F 5| senx) j œ
__ 5
› › ›
F 5 =(–8cosx) i + (–8senx) j (N)
Devemos lembrar que os módulos dos componentes tam- __› __› __› __› __› __›
bém podem ser representados por relações trigonométricas: O vetor F 1 será: F 1 = |F 1| i œ F 1= 12 i (N)
__› __› __› __› __› __›
ay
senθ = __ O vetor F 3 será: F 3 = |F 3| j œ F 3= 15 j (N)
a oay = a · senθ __› __› __› __› __› __›
O vetor F 4 será: F 4 = (–1) |F 4| i œ F 4= –6 i (N)
ax __› __› __› __› __› __›
cosθ = __
a oax = a · cosθ O vetor F 6 será: F 6 = (–1) |F 6| j œ F 6= –7 j (N)
Os vetores unitários, quando indicarem sentido oposto aos Como resultante das forças temos a soma vetorial de
eixos considerados, serão representados por: todas elas:
___› ___› __› __› __› __› __› __› __›
–i e–j Fr = F1 + F2 + F3 + F4 + F5 + F6 œ
__› ___› __› __› __› __›
œ F r = 12__› i + (8cosx) i__› + (8senx)
__› j + 15 j + (– 6) i +
Aplicação do conteúdo (– 8cosx) i + (– 8senx) j + (– 7) j œ
__› __›
1. Em um ponto
__› __› material
__› __› __›P, estão
__› aplicadas seis forças œ F r =__›(12 – 6 + 8cosx – 8cosx) i + ( 15 – 7 + 8senx –
coplanares F 1, F 2, F 3 ,F 4 , F 5 e F 6 , representadas confor- 8senx ) j œ
me figura a seguir, cujas intensidades são, respectiva- __› __› __›
mente, 12 N, 8,0 N, 15 N, 6,0 N, 8,0 N e 7,0 N. œ F r = (6) i + (8) j (N).
__›
Assim, o módulo do vetor F r será: (Fr )²= (6)² + (8)² œ
(Fr )² = 36 + 64 œ
__› ____ __›
œ (Fr )² = 100 œ |F r| = √100 N œ |F r| = 10 N.

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multimídia: vídeo multimídia: sites
FONTE: YOUTUBE
Cursos Unicamp: Física Geral | I - Aula 4 www.respondeai.com.br/resumos/1/capitu-
los/1
pt.khanacademyorg/math/precalculus/vec-
tors-precalc

CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Hablidade
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas
17 ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou
linguagem simbólica.

A matemática entra como ferramenta fundamental para a interpretação e/ou construção de fenômenos no contexto
da física, dessa forma se faz necessário saber o manuseio, aplicabilidade além da capacidade interpretativa dessa
linguagem simbólica. Tal qual o terceiro eixo cognitivo da matriz de referência do ensino médio diz: “selecionar,
organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e
enfrentar situações-problema.”
A utilização de vetores é inerente à física, dada a grande quantidade de grandezas vetoriais, sendo vital para a
compreensão a fixação deste assunto, mais básico e, como dito anteriormente uma ferramenta, fundamental para
a física.

Modelo
(Enem) Um foguete foi lançado do marco zero de uma estação e após alguns segundos atingiu a posição (6, 6, 7) no
espaço, conforme mostra a figura. As distâncias são medidas em quilômetros.

16
Considerando que o foguete continuou sua trajetória, mas se deslocou 2 km para frente na direção do eixo-x, 3 km
para trás na direção do eixo-y, e 11 km para frente, na direção do eixo-z, então o foguete atingiu a posição:
a) (17, 3, 9).
b) (8, 3, 18).
c) (6, 18, 3).
d) (4, 9, –4).
e) (3, 8, 18).

Análise expositiva - Habilidade 17: No ensino médio o contato inicial que se tem em física com vetores é em
B cinemática. A ideia de representar a posição de um objeto no espaço é o exemplo mais clássico da utilização de
vetores, além de ser um dos motivadores de sua criação.
Adotando como referência “para trás” como sendo no sentido negativo e “para frente” como um deslocamento no sentido positi-
vo de cada eixo, devemos somar o número inteiro correspondente ao deslocamento em cada coordenada, sendo assim temos que:
(6 + 2,6 – 3,7 + 11) = (8, 3, 18).
Alternativa B

DIAGRAMA DE IDEIAS

PROCESSO
MÓDULO
GEOMÉTRICO

VETOR

PROCESSO
DIREÇÃO
ANALÍTICO

SENTIDO

17
AULAS INTRODUÇÃO AO ESTUDO
3E4 DOS MOVIMENTOS
COMPETÊNCIAS: 1e6 HABILIDADES: 2 e 20

A cinemática é o ramo da mecânica que descreve os movi- Chamado origem dos espaços, o marco zero, foi esco-
mentos, que tem por objeto o estudo do movimento dos cor- lhido arbitrariamente. A partir dessa posição, são medidos
pos sem levar em conta os agentes que o produzem. Os con- os comprimentos que indicam a posição do corpo. O marco
ceitos de posição, velocidade e aceleração ao longo do tempo zero é o referencial.
são tópicos estudados por esse ramo. As dimensões dos corpos
não interferem no estudo de determinado fenômeno, sendo
assim tais corpos serão considerados pontos materiais.

1. A POSIÇÃO DENTRO
O CORPO A ENCONTRA-SE A 10 KM DO MARCO ZERO, E O CORPO B, A 20 KM.
DE UMA TRAJETÓRIA
Determinar a posição de um corpo em cada instante, é o
principal objetivo da cinemática. O conceito de posição
pode ser exemplificado pelas marcações quilométricas de
uma rodovia, ou seja, posição é o lugar geométrico que o
corpo está no instante da observação. Esses marcos podem
ser utilizados para localizar os veículos que nela trafegam.
Na figura abaixo, a posição do carro é determinada pelo
marco km 80.
Chamamos de trajetória o conjunto de diferentes posi-
ções ocupadas, visto que ao longo do tempo, um corpo
pode ter diferentes posições. O deslocamento é a varia-
multimídia: vídeo
ção da posição apresentada pelo corpo durante um inter- FONTE: YOUTUBE
valo de tempo. Como exemplo, um carro que ocupava a Frames of Reference (1960)
posição do marco de km 60 em um instante, e num ins-
tante posterior, a posição do marco km 80, dizemos que o
carro percorreu a distância de 20 km.
Ainda na figura abaixo, existem dois carros, um na posi-
2. GRANDEZA ESCALAR (DISTÂNCIA
ção km 80 e outro na posição km 60, mas se deslocando PERCORRIDA) E GRANDEZA
VETORIAL (DESLOCAMENTO)
em sentidos contrários. Analisando apenas o marco
quilométrico, não é possível determinar o sentido
do movimento. A diferença entre as posições final e inicial ocupadas numa
determinada trajetória, é chamada de deslocamento
escalar.
80 + ΔS = S - S0
Km

O marco quilométrico km 80 localiza o carro nessa estrada e fornece sua posição.


0 S0 S
S0 .... posição inicial
S0 ΔS S ...... posição final
ΔS ... variação de posição
S
ou deslocamento escalar
80
Km
60
Km
O total de movimento realizado por um móvel, é a Distân-
Representação esquemática de posições numa rodovia. cia percorrida.

18
Observação: o deslocamento escalar nem sempre é igual à distância percorrida. Isso só é verdade quando o movi-
mento é sempre no mesmo sentido e a favor da trajetória.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

”Nada me produz tanta perplexidade como o tempo e o espaço. E, entretanto, nada me preocupa menos que o
tempo e o espaço, já que nunca penso neles.”
Charles Lamb
Muitos filósofos já discutiram sobre o tempo e para alguns é um conceito indefinível em palavras. Zenão de Eleia
(490-430 a.C.) foi um filósofo que se opôs à ideia de movimento, para ele o movimento era uma ideia que não pode-
ria existir: “Um móvel que está no ponto A e tenta atingir o ponto B. Isso é impossível, pois antes de atingir o ponto
B, o móvel tem que atingir o meio do caminho entre A e B, isto é, um ponto C. Mas para atingir C, terá que primeiro
atingir o meio do caminho entre A e C, isto é, um ponto D. E assim, infinitamente”.
Ou seja, antes de atingir o destino final, o móvel teria que passar por sucessivos pontos intermediários infinitamente,
jamais chegando ao seu destino. Seu paradoxo mais famoso trata de Aquiles, o velocista, e a tartaruga: “Imagine
uma corrida entre Aquiles e uma tartaruga. Por questões de justiça, é dada para a tartaruga uma vantagem inicial,
já que ela é mais lenta, a tartaruga irá começar a disputa na metade do caminho. Aquiles jamais a alcançará, porque
quando ele chegar ao ponto de onde a tartaruga partiu, ela já terá percorrido uma nova distância; e quando ele
atingir essa nova distância, a tartaruga já terá percorrido uma outra nova distância, e assim, infinitamente.”
Desse modo, a ideia de encontro entre dois móveis é impossível.
Platão (427-348 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.) disseram que o tempo tem origem cosmológica. Devido a inú-
meros eventos periódicos na Natureza, a ideia de tempo cíclico foi sendo desenvolvida pela Humanidade (gregos,
egípcios, maias etc. tinham a ideia de ciclos). A cultura ocidental-cristã incorporou a ideia de tempo linear, sendo esse
uma grandeza absoluta. Para o filósofo Santo Agostinho (345-430), não seria correto definir o tempo em termos do
movimento periódico dos astros, pois na hipótese da ausência de movimento dos astros, automaticamente o tempo
desapareceria, o que seria um absurdo. Para filósofos mais modernos, como Immanuel Kant (1724-1804), o tempo
é uma criação da mente humana, assim como para Baruch Spinoza (1632-1677).

Resolução:
Aplicação do conteúdo
a) A distância percorrida corresponde efetivamente ao que
1. Saindo de um ponto X de uma trajetória, um indiví-
duo caminha até uma posição Y e, em seguida, retorna o indivíduo percorreu, ou seja, 120 m, pois ele se desloca
para o ponto Z. Observe a figura e responda: da posição –30 m e vai até a posição 90 m. Perceba que,
t0 t2 t1
como é um movimento no mesmo sentido e com a mesma
direção da trajetória, a distância percorrida pode ser calcu-
lada através da expressão:
-50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 S (m)

(X) (Z) (Y) d = DS = S – S0 œ d = 90 – (–30) œ d = 120 m


a) qual a distância percorrida de X até Y?
b) DS = S – S0 œ DS = 90 – (–30) œ DS = 120 m
b) qual o deslocamento efetuado pelo indivíduo de X até Y?
c) Desde o instante t0 até t2, o indivíduo se desloca de X
c) qual a distância percorrida pelo indivíduo do instante t0
para Y e de Y para Z; logo, a distância percorrida é a soma
até t2?
dos segmentos
d) qual o deslocamento total percorrido pelo indivíduo do
— —
instante t0 até o instante t2? d = XY + YZ œ d = 120 + 40 œ d = 160 m

19
d) O deslocamento é calculado pela expressão:
DS = S – S0 œ 'S = 50 – (–30) œ DS = 80 m
3. REFERENCIAL
Se a posição de um corpo é alterada ao longo do tempo em
Observe que, quando o deslocamento se dá em um só relação a um referencial, este está em movimento. Pode-se
sentido, a distância percorrida é numericamente igual ao analisar o movimento de um corpo comparando sua posição
deslocamento (vide itens a e b). em relação a outro corpo, que, nesse caso, será o referen-
2. Partindo de X, uma pessoa efetua voltas em tor- cial. Assim, o estado de movimento ou repouso de um corpo
no de uma praça retangular. Do instante da partida, depende do referencial escolhido. Um mesmo corpo pode
calcule o deslocamento e a distância percorrida, nas estar em repouso em relação a um referencial e em movi-
seguintes situações: mento em relação a outro. A trajetória do corpo também é
dependente do referencial. Os corpos, por sua vez, também
X 400m Y
possuem uma classificação. Se a dimensão do corpo, compa-
rada com a dimensão da trajetória for desprezível, esse será
chamado de ponto material; se ele não puder ser despreza-
do, será chamado de corpo extenso. Existem muitos casos
300m
em que o tamanho do corpo deverá ser considerado.

3.1. Repouso e movimento, definição.


Z W

Quando sua posição em relação a um referencial é


alterada durante o intervalo de tempo, consideramos
a) a distância percorrida por ela até chegar em W;
que um ponto material esta em movimento.
b) o deslocamento até W;
c) a distância percorrida e o deslocamento em uma volta Passageiro
completa. Observador

Resolução:
a) De X até Y, a pessoa percorreu 400 m; de Y até W, per-
correu 300 m; então: O PASSAGEIRO DENTRO DO ÔNIBUS ESTÁ EM MOVIMENTO EM RELAÇÃO À PESSOA EM
— —
d = XY + YW œ PÉ NO PONTO (OBSERVADOR).

œd = 400 + 300


Um ponto material é considerado em repouso quando
œd = 700 m sua posição em relação a um referencial não é altera-
b) O deslocamento de X até W é o valor da hipotenusa, que da durante o intervalo de tempo considerado.
pelo teorema de Pitágoras é:
— — — Motorista Passageiro
(XW)2 = (XY)2 + (YW)2 œ
œDS2 = (400)2 + (300)2 œ
œDS2 = 160.000 + 90.000 œ
Dentro do ônibus, o passageiro está em repouso em relação ao motorista.

œDS2 = 250.000
DENTRO DO ÔNIBUS, O PASSAGEIRO ESTÁ EM REPOUSO EM RELAÇÃO AO MOTORISTA.
œ DS = 500 m
c) A distância percorrida em uma volta completa é: A forma da trajetória de um ponto material depende
— — — — do referencial adotado.
d = XY + YW + WZ + ZX œ
œd = 400 + 300 + 400 + 300
A trajetória descrita por um móvel também depende do
œ d = 1.400 m referencial adotado.
e o deslocamento é 'S = 0, pois a posição inicial e final são A imagem abaixo exemplifica as trajetórias diferentes de
o mesmo lugar (X). uma lâmpada em queda livre, em relação a dois referenciais.

20
I. Cascão encontra-se em movimento em relação ao skate
(S)
e também em relação ao amigo Cebolinha.
(T) (T) (T) (T)

Posição 1 Posição 2 Posição 3


II. Cascão encontra-se em repouso em relação ao skate,
A LÂMPADA DESCREVE UMA TRAJETÓRIA RETILÍNEA VERTICAL EM RELAÇÃO AO OBSERVADOR (T).
mas em movimento em relação ao amigo Cebolinha.
EM RELAÇÃO AO OBSERVADOR (S), A TRAJETÓRIA DA LÂMPADA É PARABÓLICA.
III. Em relação a um referencial fixo fora da Terra, Cascão
A escolha do referencial é feita de modo a facilitar a reso-
jamais pode estar em repouso.
lução dos exercícios e totalmente arbitrária.
Estão corretas:
Aplicação do conteúdo a) apenas I.
b) I e II.
1. Um ônibus escolar está parado no ponto de ônibus e c) I e III.
um aluno está sentado em uma das poltronas. Quando d) II e III.
o ônibus entra em movimento, sua posição no espaço
se altera, afastando-se do ponto de ônibus. Nessa situ- e) I, II e III.
ação, podemos afirmar que a conclusão errada é que: Resolução:
a) o aluno sentado na poltrona acompanha o ônibus e, Alternativa D
portanto, também se afasta do ponto de ônibus.
I. Incorreta, pois Cascão está em repouso em relação ao ska-
b) podemos dizer que um corpo está em movimento em te, mas em relação ao Cebolinha ele está em movimento.
relação a um referencial quando a sua posição muda em
relação a esse referencial. II. Correta.
c) o aluno está parado em relação ao ônibus e em movi- III. Correta, pois a Terra gira constantemente em torno de
mento em relação ao ponto de ônibus, se o referencial for seu eixo e em torno do Sol; em relação a um referencial
o próprio ônibus. fixo fora da Terra, Cascão jamais poderia estar em repouso.
d) se o referencial for o ponto de ônibus, o aluno está em
movimento em relação ao ônibus.
e) para dizer se um corpo está parado ou em movimento,
4. VELOCIDADE ESCALAR MÉDIA
precisamos relacioná-lo a um ponto ou a um conjunto de Definida como a razão entre a variação da posição do cor-
pontos de referência. po e o intervalo de tempo decorrido durante essa variação
na posição. A velocidade escalar de um corpo determi-
Resolução:
na o quão rápido é o seu deslocamento.
Alternativa D
Um ponto material P descreve uma certa trajetória em rela-
Observamos que o aluno está em movimento se o referencial
ção a um determinado referencial. No instante t1 sua posi-
adotado for o ponto de ônibus ou a rua; pois, como vimos,
ção é S1 e no instante posterior t2 sua posição é S2. Durante
a escolha do referencial é arbitrária e é necessário escolher
o intervalo de tempo Dt = t2 – t1, a variação espacial do
apenas um único ponto como referencial. Porém, caso o re-
ferencial escolhido seja o próprio ônibus, ou o motorista do ponto material é DS = S2 – S1. A velocidade escalar média
ônibus, a posição do aluno não irá se alterar em relação ao vm no intervalo de tempo Dt é expressa pela relação:
motorista ou ao ônibus.
2. (PUC-SP) Analise a tirinha da Turma da Mônica consi-
derando os princípios da Mecânica Clássica e defina as
afirmativas mais adequadas.

S2 – S 1
vm = DS
___ = _____
Dt t2 – t1

Média ou instantânea, a unidade de velocidade escalar é


expressa em unidade de comprimento por unidade de tem-
po: km/h (quilômetros por hora), m/s (metros por segundo),
mi/h (milhas por hora), cm/s (centímetros por segundo) etc.

21
As unidades de velocidades podem ser convertidas 2. (Cefet) Uma escada rolante de 6 m de altura e 8
umas nas outras, por exemplo, de km/h para m/s e m de base transporta uma pessoa entre dois andares
vice-versa. consecutivos num intervalo de tempo de 20 s. A velo-
cidade média desta pessoa, em m/s, é:
1 km = 1.000 m
a) 0,2.
Sabemos que: 1 h = 60 min e 1 min = 60 s b) 0,5.
1 h = 60 · 60 s = 3.600 s c) 0,9.
d) 0,8.
Então: 1 ___ 1.000 m= ____
km = _______ 1m
h 3.600 s 3,6 s e) 1,5.

1 __
km = ___ m e 1 m/s = 3,6 km/h Resolução:
Portanto: 1 ___
h 3,6 s
Alternativa B
× 3,6
km
___ : 3,6 m
__ Em um desenho ilustrativo do problema, percebemos:
h s

Para converter km/h em m/s, divide-se o valor da veloci-


dade por 3,6; para converter m/s em km/h, multiplica-se o
valor da velocidade por 3,6.

Aplicação do conteúdo
1. Combinando tradição e modernidade, o edifício
Taipei 101 é um ícone de Taiwan. O edifício possui 61
elevadores, sendo dois de ultravelocidade. Suas carac-
terísticas de segurança permitem-lhe suportar tufões e
terremotos, que são frequentes nessa região. O espaço percorrido por uma pessoa na escada rolante é
a hipotenusa do triângulo pitagórico. Aplicando o teorema
de Pitágoras, temos:
DS2 = 62 + 82 œ DS2 = 100 œ
____
œ DS = √100 œ DS = 10 m
Assim, a velocidade média da escada rolante será:
DS œ v = ___
vm= ___ 10 œ v = 0,5 m/s
Dt m 20 m

3. (UFJF) Um caminhão em viagem de Juiz de Fora a Belo


Horizonte, pretende passar por Barbacena (cidade situa-
Se um desses elevadores de ultravelocidade sobe, do térreo
da a 100 km de Juiz de Fora e a 180 km de Belo Horizon-
até o 89º andar, percorrendo 380 metros em 40 segundos, te). A velocidade máxima no trecho que vai de Juiz de
conclui-se que a sua velocidade média vale, em m/s: Fora a Barbacena é de 80 km/h e de Barbacena a Belo
a) 4,7. Horizonte é de 90 km/h. Qual o tempo mínimo, em horas,
b) 7,2. de Juiz de Fora a Belo Horizonte, respeitando-se os limi-
c) 9,5. tes de velocidades.
d) 12,2. a) 4,25 h
e) 15,5. b) 3,25 h
c) 2,25 h
Resolução: d) 3,50 h
Alternativa C e) 4,50 h

De acordo com as informações fornecidas pelo enunciado, Resolução:


o deslocamento do elevador foi de DS = 380 m e o inter- Alternativa B
valo de tempo de Dt = 40 s.
No desenho ilustrativo do exercício, temos:
Assim, a velocidade média do elevador é calculada da se-
guinte forma:
DS = ___
vm = ___ 380 ä v = 9,5 m/s
Dt 40 m

22
O intervalo de tempo do primeiro trecho será:
v1= 'S1 œ v1= (S1 – S0) œ 80 = (100 – 0) œ 't1 = ___
100 œ 't = 1,25 h.
't1 't1 't1 80 1

O intervalo de tempo do segundo trecho será:


(280 – 100) 180 œ 't = 2 h
v2= 'S2 œ v2= (S2 – S1) œ 90 =_________ œ 't2 = ___
t2 90 1
't2 't2
Assim, o intervalo de tempo total será:
'ttotal = 't1 + 't2 œ 'ttotal = 1,25 + 2 œ 'ttotal = 3,25 horas.

VIVENCIANDO

O conceito de velocidade média tem importantes aplicações cotidianas, entre elas podemos citar o custo no transpor-
te de mercadorias, aplicações no cálculo da vazão de reservatórios, o cálculo do custo da energia elétrica no sistema
metroviário. Na indústria, seu conceito é utilizado na produção. Atualmente, com a introdução da matemática e
estatística nos esportes, o conceito de velocidade média é amplamente utilizado na estratégia dos esportistas, seja
desde um maratonista, nadador ou mesmo um jogador de futebol (é possível analisar a velocidade média do jogador
durante uma partida, a distância efetivamente percorrida por ele, sua aceleração média e muito mais). No filme ”Mo-
neyball”, que foi baseado em fatos reais, Billy Beane emprega conceitos estatísticos para a elaboração do seu time.

multimídia: sites
interatividade: vídeo pt.khanacademyorg/science/physics/one-di-
FONTE: YOUTUBE mensional-motion/displacement-velocity-ti-
me/a/what-is-displacement
Física - Velocidade Média (Khan Academy)
efisica.if.usp.br/mecanica/basico/referenciais/
intro/
www.estudopratico.com.br/referencial-movi-
mento-espaco-e-repouso/

4.1. Movimentos progressivo e retrógrado


Quando a posição de um material varia no sentido da orientação positiva da trajetória, o movimento é progressivo. Onde
os valores da sua posição aumentam ao longo do tempo e sua velocidade escalar é positiva.
Retrógrado é quando o ponto material se move no sentido oposto à orientação positiva da trajetória. Os valores da sua
posição decrescem ao longo do tempo e sua velocidade escalar é negativa.

23
v>0 v<0
dades são as do SI. Nesse caso, a unidade da velocidade v
será m/s. Se S estiver em quilômetros (km) e t em horas (h),
a unidade de v será km/h.

Aplicação do conteúdo

© Rafael Schaffer Gimenes/Schäffer Editorial


1. A partícula se desloca ao longo do eixo x. Calcule a ve-
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
locidade média da partícula no intervalo entre t = 2 s e
OBSERVE QUE O SINAL ATRIBUÍDO À VELOCIDADE t = 8 s, em m/s.
ESCALAR INDICA O SENTIDO DO MOVIMENTO.

Aplicação do conteúdo
1. Um móvel realiza um movimento uniforme e seu espaço
varia com o tempo segundo a tabela:

t(s) 0 1 2 3 4 5
S(m) 20 17 14 11 8 5

a) Classifique o movimento dizendo se é progressivo ou


Resolução:
retrógrado.
b) Calcule e velocidade escalar do móvel. Observando o gráfico, o corpo encontrava-se na posição
–40 m no instante de tempo t = 2 s e estava na posição
c) Qual é o espaço inicial do móvel?
+20 m no instante de tempo t = 8 s. Desse modo, a veloci-
Resolução: dade média é calculada da seguinte maneira:
a) Podemos perceber pela tabela que o móvel se locomove x – x0 ________
Dx = _____ 20 – (–40)
vm = ___ = = 10 m/s
no sentido contrário à trajetória, pois o espaço ao longo Dt Dt 6
do tempo diminui. Logo, temos um movimento retrógrado
(v < 0).
b) Vamos utilizar o tempo t = 0 s e o tempo
t = 4 s. No primeiro, temos a posição de 20 metros e, no
segundo, de 8 metros. Assim, a velocidade escalar será:
(Sf – So)
v = ∆S
__ œ v = _______ (8 –20)
œ v = _____ œ
∆t (tf – to) (4–0)
œ v = –12
___ œ v = –3 m/s
4
Resposta: –3 m/s
Observação: em um movimento uniforme retrógrado, a ve-
locidade só pode ser negativa, o que confirmamos na letra b.
c) A posição inicial será localizada no início do movimento
(t = 0 s). Temos que para t = 0 s a posição é de 20 metros.

5. FUNÇÃO HORÁRIA
A função que relaciona o espaço S com os instantes de
tempo t correspondentes é a Função horária da posição,
e é representada genericamente por S = f(t). Essa expres-
são é lida: S é uma função de t.
Para fornecer uma função horária, deve-se indicar as uni-
dades do espaço e do tempo: caso S esteja em metros (m)
e t em segundos (s), podemos apenas informar que as uni-

24
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente
2 desenvolvimento científico e tecnológico.

A compreensão do mundo visto de forma racional, mecânica e cartesiana se faz necessária no universo acadêmi-
co-científico, sendo cada vez mais importante no mundo atual, aonde novas tecnologias são desenvolvidas em
altíssima velocidade.
Dentro dos eixos cognitivos, a habilidade 2 impõe ao aluno a compreensão, dentro das várias áreas do conhecimen-
to, de fenômenos físicos com a intenção de conceber os fenômenos naturais implicando na produção tecnológica. A
compreensão do mundo ao nosso redor é cada vez mais vital para a sobrevivência dentro uma sociedade altamente
desenvolvida e competitiva.
Pertence também a outro eixo cognitivo, enfrentando situações-problema em que o aluno deve saber organizar,
relacionar e interpretar as informações. Problemas relacionados ao transporte, ou mesmo saúde, para e dentro do
desenvolvimento científico são objeto de estudo das ciências naturais. Além, é claro, de cobrar do aluno a construção
de argumentação ao relacionar diferentes informações.

Modelo 1
(Enem) Um pesquisador avaliou o efeito da temperatura do motor (em velocidade constante) e da velocidade mé-
dia de um veículo (com temperatura do motor constante) sobre a emissão de monóxido de carbono (CO) em dois
tipos de percurso, aclive e declive, com iguais distâncias percorridas em linha reta. Os resultados são apresentados
nas duas figuras.

A partir dos resultados, a situação em que ocorre maior emissão de poluentes é aquela na qual o percurso é feito
com o motor:

a) aquecido, em menores velocidades médias e em pista em declive;


b) aquecido, em maiores velocidades médias e em pista em aclive;
c) frio, em menores velocidades médias e em pista em declive;
d) frio, em menores velocidades médias e em pista em aclive;
e) frio, em maiores velocidades médias e em pista em aclive.

25
Análise expositiva 1 - Habilidade 2: Esse é um excelente exercício pertencente ao modelo Enem, exemplo típico
D do que é exigido no exame. Além de solicitar que o aluno faça a leitura e compreensão correta dos gráficos individu-
almente, permite ao aluno analisar dois diferentes gráficos da mesma situação-problema. Desse modo requer que o
aluno saiba ligar problemas cotidianos, relacionados ao transporte e saúde, ao mundo técnico-científico relacionado
ao movimento do móvel.
A primeira figura permite concluir que para menores temperaturas (motor frio) e em pista em aclive a emissão de CO é maior ao
compararmos o gráfico de aclive (mais escuro) com o gráfico de declive (claro e tracejado). Desse modo é interessante perceber
que a emissão é maior para a temperatura mais baixa nos dois casos do movimento do veículo, diminuindo conforme aumenta
a temperatura (funcionamento) do motor.
A segunda figura mostra que a emissão de CO é maior para baixas velocidades médias e em pista em aclive. A análise acontece do
mesmo modo que no primeiro gráfico, sendo que é interessante notar que o veículo emite menos CO quanto maior é a velocidade
média, fato interessante nas grandes cidades, onde o congestionamento de veículos nas grandes vias, e consequentemente a
baixa velocidade média, aumenta a emissão de poluentes.

Alternativa D

Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
O estudo do movimento é objeto essencial da física e das ciências naturais. Ele pertence ao cerne da construção do
pensamento físico e filosófico. Fator importante no desenvolvimento da física e do pensamento científico.
Para caracterizar a causa ou efeitos do movimento, é necessário que o aluno domine a linguagem matemática e
científica, primeiro eixo cognitivo para que ele possa enfrentar situações-problema. Também é importante que o
aluno saiba construir sua argumentação baseado no pensamento lógico e dedutivo.
Compreender as causas e efeitos dos movimentos dos corpos pertencentes ao Universo é importante, não só dentro
do mundo acadêmico-científico mas também no cotidiano das pessoas, afinal os indivíduos estão em constante
movimento e cercados por objetos também em movimento. Saber compreender, prever ou antecipar o movimento
dos diferentes objetos é fundamental na produção técnico-científica.

Modelo 2
(Enem) Uma empresa de transportes precisa efetuar a entrega de uma encomenda o mais breve possível. Para tanto,
a equipe de logística analisa o trajeto desde a empresa até o local da entrega. Ela verifica que o trajeto apresenta
dois trechos de distâncias diferentes e velocidades máximas permitidas diferentes. No primeiro trecho, a velocidade
máxima permitida é de 80 km/h e a distância a ser percorrida é de 80 km. No segundo trecho, cujo comprimento vale
60 km, a velocidade máxima permitida é 120 km/h.

Supondo que as condições de trânsito sejam favoráveis para que o veículo da empresa ande continuamente na veloci-
dade máxima permitida, qual será o tempo necessário, em horas, para a realização da entrega?
a) 0,7
b) 1,4
c) 1,5
d) 2,0
e) 3,0

Análise expositiva 2 - Habilidade 20: Esse exercício é um exemplo de que o aluno deve saber de antemão conceitos
C básicos de movimento, além de dominar a manipulação matemática em equações e fórmulas.
O exercício produz uma situação-problema pertencente ao cotidiano do aluno.
Primeiramente, temos os seguintes dados: o primeiro deslocamento ∆S1 = 80 km com a velocidade v1 = 80 km/h; já o segundo
deslocamento é de ∆S2 = 60 km com a velocidade média v1 = 120 km/h.
Lembrando que a velocidade média é dada pela razão entre o deslocamento do móvel pelo intervalo de tempo correspondente.

26
v = 'S
't
Uma vez que o tempo total é a soma dos dois tempos parciais, segue que:

' = 't1 + 't2 Ÿ't = 'S1 + 'S2 = ___


80 + ____
60 = 1 + 0,5 Ÿ 't = 1,5 h.
80 120
v1 v2
Alternativa C

DIAGRAMA DE IDEIAS

A A

DESLOCAMENTO

POSIÇÃO POSIÇÃO
ESPAÇO INICIAL FINAL

VELOCIDADE
MÉDIA

INTERVALO
TEMPO DE TEMPO RAPIDEZ

27
AULAS MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME
5E6
COMPETÊNCIAS: 1e6 HABILIDADES: 3 e 20

1. MRU - MOVIMENTO forma, em um estudo unidimensional, o módulo da veloci-


dade é constante, assim, em quaisquer instantes considera-
RETILÍNEO UNIFORME dos a velocidade instantânea será equivalente à velocidade
escalar média:
O conceito de velocidade média é muito importante, po-
rém, é pouco preciso. Por isso, a partir de agora, iremos DS = constante i 0
v = vm = ___
estudar alguns casos específicos de movimento. Dt
Movimentos retilíneos uniformes são todos os movi-
mentos nos quais o vetor velocidade não se altera, ou seja, Sendo assim, no movimento uniforme, o corpo percorre
direção, sentido e intensidade não são alterados. Dessa distâncias iguais em intervalos de tempo iguais.

VIVENCIANDO

Assim como o conceito de velocidade média, a velocidade escalar média instantânea é aplicada em diversos casos,
afinal quando queremos uma maior precisão ao descrever o movimento de um móvel a função velocidade instantâ-
nea é muito mais reveladora. Um dos casos mais clássicos, de muito interesse, pois é aplicado em diversas situações,
é aquele em que a velocidade é constante.
A velocidade pode ser considerada constante em inúmeras situações, tal como a esteira de produção nas indústrias,
um carro que viaja numa estrada por um longo período de tempo sem mudar sua velocidade etc.

multimídia: vídeo multimídia: vídeo


FONTE: YOUTUBE
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MRU (Movimento Retilíneo Uniforme) - Mundo
Física - Cinemática: MRU
Física - ENEM

28
1.1. Função horária Sistema
Internacional
Como visto anteriormente, a função horária de um movi-
S0 o posição inicial
mento é a expressão matemática que fornece a posição metro (m)
para um determinado instante de tempo t. A velocidade S o posição final
escalar instantânea, no movimento uniforme, é constante v o velocidade escalar metro por
e coincide com a velocidade escalar média, qualquer que (constante e não nula) segundo (m/s)
seja o intervalo de tempo. Portanto:
t o tempo segundo (s)

DS ä v = ___
vm = ___ DS
Dt Dt Desse modo, o espaço S é composto por duas parcelas:
o espaço inicial S0 e o espaço percorrido após o início da
Fazendo DS = S – S0 e Dt = t – 0 = t, vem: contagem do tempo, cujo valor é v · t. Adotamos, neste
estudo, o instante inicial (t0 = 0) para que a função horária
S – S0
DS ä v = _____
v = ___ evidencie o comportamento do corpo como se o estudo do
Dt t
movimento se desse a partir daquele instante.
ä v · t = S – S0
Na expressão da função horária, S0 e v são constantes ao
S = S0 + v · t
longo do tempo; a velocidade escalar do movimento é v;
FUNÇÃO HORÁRIA DO MOVIMENTO UNIFORME se o movimento é progressivo, v > 0, e se o movimento é
retrógrado, v < 0, ou seja, quando v > 0, o movimento é a
favor da orientação da trajetória, e quando v < 0, o movi-
mento é contra a orientação da trajetória.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A função polinomial do primeiro grau com apenas uma variável independente e uma dependente chama-se função
afim, definida como f de \ em \ dada por uma lei da forma f(x) = ax + b, onde a e b são números reais dados e
a ≠ 0. Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado de coeficiente de x e o número b é chamado termo constante.
Nesse caso, a função posição é dada em termo dos coeficientes a, que será a velocidade do móvel, e b, que será
a posição inicial. Assim, teremos a posição S em função do tempo t.

29
A tabela ilustra alguns exemplos, sendo S em metros e t S = S0 + v · t œ S = 30 + (–5)t œ S = 30 – 5t
em segundos: Resposta: A função horária é S = 30 – 5t.
progressivo/ b) Para encontrar o instante em que o móvel passa pela
S = S0 + vt S0 v
retrógrado origem dos espaços, basta igualar a posição final a 0. As-
S = 50 + 20 t S0 = 50 m v = +20 m/s v > 0, progressivo sim, temos:
S = 30 – 5t œ 0 = 30 – 5t œ
S = 60 – 9 t S0 = 60 m v = –9 m/s v < 0, retrógrado 30 œ t = 6 s.
5t = 30 œ t = ___
5
S = –40 t S0 = 0 v = –40 m/s v < 0, retrógrado Resposta: O tempo será de 6 segundos.
S = 18 t S0 = 0 v = 18 m/s v > 0, progressivo 2. O espaço inicial de uma bicicleta que descreve um mo-
vimento retilíneo e uniforme é –5 m. Nesse movimento, a
Resumindo os conceitos de movimento uniforme: bicicleta percorre a cada intervalo de tempo de 10 s uma
distância de 50 m. Determine a função horária do espaço
DS
S = S0 + v · t, onde v = constante i 0 v = vm = ___
Dt para esse movimento, e considere-o progressivo.

Resolução:
Para qualquer tipo de trajetória, o MRU é definido por es-
sas funções. A bicicleta percorre 50 metros em 10 segundos, logo, a
velocidade dela será:
∆S œ v = ___
v = __ 50 œ v = 5 m/s
∆t 10
A posição inicial da bicicleta é –5 m e sua velocidade cons-
tante é de 5 m/s, logo, a função horária do movimento será:
S = S0 + v · t œ S = –5 + 5t.
3. (Ufgrs) Um caminhoneiro parte de São Paulo com velo-
cidade escalar constante de módulo igual a 74 km/h. No
mesmo instante, parte outro de Camaquã, no Rio Grande
do Sul, com velocidade escalar constante de 56 km/h.
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MRU - Esquema - Função - Tabelas - Gráficos

Em que cidade eles vão se encontrar?


Aplicação do conteúdo a) Camboriú
b) Garopaba
1. (UC-GO) A figura mostra a posição de um móvel, em
movimento uniforme, no instante t = 0. c) Laguna
d) Araranguá
e) Torres
Resolução:
Sendo 5 m/s o módulo de sua velocidade escalar, pede-se: O caminhão A tem posição inicial igual a 0 km, velocidade
a) a função horária dos espaços;
constante de 74 km/h e o sentido é o mesmo da trajetória.
b) o instante em que o móvel pas-
sa pela origem dos espaços.
A função horária do movimento do caminhão A será:

Resolução: SA = S0, A + vA t œ SA = 0 + 74 t œ SA = 74 t
a) A figura nos mostra que o móvel tem uma posição
O caminhão B tem posição inicial de 1.300 km e movimen-
inicial de 30 m e movimenta-se no sentido contrário da
ta-se contra a trajetória, logo sua velocidade será de –56
trajetória, logo, a sua velocidade constante é –5 m/s
km/h. A função horária do movimento do caminhão B será:
(movimento retrógrado).
Assim, a função horária do movimento será: SB = S0,B + vBt œ SB = 1300 + (–56)t œ SB = 1300 – 56 t.

30
No ponto de encontro, temos que as posições finais dos
caminhões são iguais, logo:
SA = SB œ 74 t = 1300 – 56 t œ 74 t + 56 t = (m)
1300 œ 130 t = 1300 œ t = ____ 1300 œ t = 10 h 0 100
130
Determine:
Agora, basta aplicar o tempo igual a 10 horas em uma das
duas funções horárias para encontrar a posição final. a) o instante do encontro;
SA = 74 t œ SA = 74(10) œ SA = 740 km b) a posição do encontro.

Os caminhões vão se encontrar na cidade de Garopaba. Resolução:

Alternativa B a) Antes de iniciarmos a resolução, vamos escrever as fun-


ções horárias da posição de cada móvel. Assim:
Galileu Galilei (1564-1642) foi um dos fundadores do pen-
samento científico moderno baseado na experimentação, S1 = S01 + v1 t e S2 = S02 + v2 t
fazendo a transição da filosofia natural da antiguidade S1 = 0 + 20 t e S2 = 100 + 15 t
para a ciência moderna. Empregando a matemática às
Encontradas as funções horárias da posição, devemos
suas observações experimentais, Galileu deu importantes
igualar as mesmas para determinar o instante que 1
contribuições ao estudo do movimento uniforme, perce-
encontra 2.
bendo ser impossível distinguir entre dois objetos isolados,
qual está parado ou qual está em movimento, formulou o S1 = S2 œ
princípio da relatividade galineana. 0 + 20 t = 100 + 15 t œ
œ20 t – 15 t = 100 œ
Encontro – o encontro entre móveis significa que os
œ5 t = 100 œ
mesmos passam pela mesma posição na trajetória ao
œt = 20 s
mesmo tempo.
Considere 2 móveis (1 e 2) em MRU com funções horárias b) Para encontrarmos a posição do encontro, basta substi-
de posição S1 = S01 + v1 t e S2 = S02 + v2 t de modo que tuir o valor do tempo encontrado no item anterior em qual-
eles se encontrem e, se você quiser descobrir o tempo de quer uma das funções horárias. Assim:
encontro é só igualar as duas funções e isolar o tempo. Se S1 = 0 + 20 · 20 œ
desejar encontrar a posição do encontro basta substituir œS1 = 400 m
esse tempo numa das funções. Portanto, a posição do encontro fica a
400 m da origem.

2. Dois veículos movem-se em MRU, um de encontro ao


outro. Suas velocidades escalares têm módulos 22 m/s
e 18 m/s, respectivamente. No instante t = 0 os veículos
ocupam as posições sinalizadas na figura que se segue.

(m)
0 200

Determine:
a) o instante do encontro;
b) a posição do encontro.
Resolução:
A resolução deste exercício é similar ao anterior.
a) Escreva as funções horárias da posição de A e B.
Aplicação do conteúdo SA = S0A + vA t e SB = S0B + vB t

1. Dois móveis, 1 e 2, movem-se com movimento unifor- SA = 0 + 22 t e SB = 200 – 18 t


me e no mesmo sentido num certo trecho retilíneo. Suas
velocidades escalares possuem intensidades respectiva- Nesse exercício a velocidade de B é –18 porque o veículo
mente iguais a 20 m/s e 15 m/s. No tempo inicial zero, os move-se no sentido oposto ao da orientação da trajetória.
móveis encontram-se nas posições indicadas abaixo. Igualando as funções, temos:

31
0 + 22 t = 200 – 18 t œ As velocidades têm a mesma
œ22 t + 18 t = 200 œ
œ40 t = 200 œ
direção e sentidos contrários
œt = 5 s Em casos de aproximação, como de afastamento, o mó-
dulo da velocidade relativa entre as partículas é dada pela
b) Para determinarmos a posição em que ocorre o encontro,
soma dos módulos das suas velocidades.
basta substituir o valor do tempo em uma das funções. Assim:
SA = 0 + 22 · 5 œ vREL = |vMAIOR| + |vMENOR|
œSA = 110 m
Temos que a posição do encon-
tro é 110 m da origem.
Aplicação do conteúdo
1. Três móveis, A, B e C, encontram-se numa trajetória
retilínea descrevendo movimentos uniformes, de acor-
1.2. Velocidade relativa do com a figura a seguir:
Sejam duas partículas realizando movimentos uniformes, em
relação a um referencial qualquer, em uma mesma trajetória
ou em trajetórias paralelas. A velocidade relativa das duas par-
tículas pode ser calculada escolhendo uma das partículas como
um novo referencial. Como os módulos de suas velocidades Determine:
são constantes em função do tempo, o módulo da velocidade a) a velocidade de A em relação a B;
relativa é dado por: b) a velocidade de B em relação a C;
c) a velocidade de C em relação a A.
DSREL
vREL = ____ Resolução:
Dt
a) O móvel A está na mesma direção e sentido que o corpo
Onde: B, logo a velocidade relativa será:
vREL é a velocidade relativa de um cor-
po em relação a outro; vAB = |vA| – |vB| œ vAB = |5| – |8| œ
Dt é ointervalo de tempo; e œ vAB = –3 m/s.
DSREL é a distância relativa entre os corpos.
Dado que o movimento das partículas é realizado na mes- Temos que o móvel A nunca irá encontrar o móvel B, pois a
ma trajetória ou em trajetórias paralelas, as partículas po- sua velocidade relativa é de afastamento (vAB < 0).
dem se mover no mesmo sentido ou em sentidos opostos, b) O móvel B está na mesma direção porém em um sentido
como ilustrado na figura abaixo. contrário do corpo C, logo a velocidade relativa será:
vBC = |vB| + |vC| œ vBC = |8| + |–4| œ
œ vBC = 8 + 4 œ vBC = 12 m/s.

VA VA Temos que o móvel B irá encontrar o corpo C, pois a sua


velocidade relativa é de aproximação (vBC > 0).
VB VB c) O móvel C está na mesma direção, porém em um sentido
contrário do móvel A, logo, a velocidade relativa será:
vCA = |vC| + |vA| œ vCA =|–4| + |5| œ
œ vCA = 4 + 5 œ vCA = 9 m/s.
Vrelativa = | VB | – | VA | ; VB > VA Vrelativa = | VB | + | VA |
Temos que o móvel C irá encontrar o móvel A, pois a sua
1.2.1. As velocidades têm a mesma velocidade relativa é de aproximação (vCA > 0).
direção e mesmo sentido 2. Duas cidades, A e B, distam entre si 400 km. Da ci-
Em casos de aproximação, como de afastamento, o mó- dade A parte um móvel P dirigindo-se à cidade B; no
mesmo instante, parte do B outro móvel Q dirigindo-se
dulo da velocidade relativa entre as partículas é dada pela
a A. Os móveis P e Q executam movimentos uniformes
diferença entre os módulos das suas velocidades. e suas velocidades escalares são de 30 km/h e 50 km/h,
vREL = |vMAIOR| – |vMENOR| respectivamente. A distância da cidade A ao ponto de
encontro dos móveis P e Q, em km, vale:

32
a) 120. A composição de movimento de um barco se movimen-
b) 150. tando em um rio é um problema clássico. Abaixo, está sua
c) 200. descrição, onde:
d) 240.
ƒ vRES é velocidade resultante (velocidade do barco em
e) 250.
relação à margem);
Resolução:
ƒ vREL é velocidade relativa (velocidade do barco em re-
lação à água);
ƒ vARR é velocidade de arrastamento (velocidade da
água em relação à margem).
1. Barco se move no mesmo sentido que as águas do rio
(θ = 0º).
Temos que o móvel P está a favor do movimento e o móvel
Q está contrário. A velocidade de P será +30 km/h e a de Q
será –50 km/h. Como os móveis estão em sentidos opos-
tos, a velocidade relativa entre eles será:
vPQ = |vP| + |vQ| œ vPQ = |30| + |–50| œ
œvPQ = 80 km/h. vRES = vREL + vARR

O intervalo de tempo relativo será:


∆SR 2. Barco se move no sentido oposto que as águas do rio
400 œ ∆t = ___
vPQ = ___ œ 80 = ___ 400 œ
∆t ∆t 80 (θ = 180º).
œ ∆t = 5 h.

Agora, para definir a posição de encontro, basta aplicar o


tempo na função horária de um dos dois móveis.
SA= S0, A + vA t œ SA = 0 + 30(5) œ SA= 150 km vRES = vREL – vARR
Alternativa B
3. Barco atravessa o rio, mantendo a proa perpendicular à
1.3. Composição de movimentos margem (θ = 90º).
O movimento de uma partícula é definido apenas se for
conhecida, ao longo do tempo, a variação da sua posição
e em relação a um determinado referencial. De modo ge-
ral, o referencial não é especificado quando se fala em
velocidade. Nesse caso, adota-se, implicitamente, que o
referencial é a Terra.

v2RES = v2REL + v2ARR


1.3.1. Princípio de Galileu ou princípio
da independência dos movimentos
4. Barco atravessando o rio, sendo que a trajetória resul-
tante é perpendicular à margem.
Em um corpo que está sob ação de vários movimen-
tos simultâneos, cada movimento é realizado como se
os outros não existissem.

Galileu propôs que esses três movimentos ocorrem ao


mesmo tempo: o movimento relativo, o movimento de ar- v2RES = v2REL – v2ARR
rastamento e o movimento resultante.

33
Aplicação do conteúdo
1. (Unesp) Entre duas cidades X e Y, sopra um vento de
50 km/h na direção indicada na figura. Um avião, que
desenvolve 250 km/h em relação ao ar, faz em linha reta
a trajetória XY. Qual das retas abaixo melhor indica (no
plano horizontal de voo), a inclinação do avião em rela-
ção à trajetória XY?
A velocidade do barco em relação à correnteza, em km/h,
é de:
a) 4,0.
b) 6,0.
c) 8,0.
d) 10.
e) 12.
Resolução:
a) b) o

o
c) d) e) o

Resolução: O tempo é de 30 minutos (0,5 hora) e a distância percor-


rida pelo barco é a largura do rio; logo, a velocidade resul-
O avião segue na direção vertical e, para que isso ocorra,
tante será:
ele deve estar com sua velocidade aplicada para a direita,
∆s œ v
vresultante = __ 4 œv
= ___ = 8 km/h
pois o vento aplica uma velocidade no avião. Segue o ∆t resultante 0,5 resultante

diagrama vetorial:
Aplicando o teorema de Pitágoras nas velocidades, temos:

(vbarco)² = (vcorrenteza)² + (vresultante)² œ (vbarco)² = 62 + 82 œ


(vbarco)2 = 100 œvbarco = 10 km/h

Alternativa D
3. (UFBA) Um pássaro parte em voo retilíneo e horizon-
tal do seu ninho para uma árvore distante 75 m e volta,
sem interromper o voo, sobre a mesma trajetória.

50 = 0,2 œ b = 11,5°
senb = ___
250
Alternativa D
2. (PUC) Um barco sai de um ponto P para atravessar um
Sabendo-se que sopra um vento de 5 m/s na direção e sentido
rio de 4,0 km de largura. A velocidade da correnteza,
em relação às margens do rio, é de 6,0 km/h. A travessia da árvore para o ninho e que o pássaro mantém, em relação à
é feita segundo a menor distância PQ, como mostra o massa de ar, uma velocidade constante de 10 m/s, determine,
esquema representado a seguir, e dura 30 minutos. em segundos, o tempo gasto na trajetória de ida e volta.

34
Resolução: Resposta: O tempo total será 20 segundos.

Na ida, temos velocidades em mesma direção, porém em


sentidos contrários; logo, a velocidade relativa será:
vrel = |vpassaro| – |vvento| œ vrel = 10 – 5 œ vrel = 5 m/s.

Assim, o tempo de ida será:


vrel = ∆S 75 œ ∆t = ___
___ œ 5 = ___ 75 œ ∆t = 15 s. multimídia: vídeo
∆t1 ∆t1 1 5 1
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Na volta, temos velocidades em mesma direção e sentido;
Aceleração de Super Carros
logo, a velocidade relativa será:
vrel = |vpássaro| + |vvento| œ vrel = 10 + 5 œ vrel = 15 m/s.

Assim, o tempo de volta será:


vrel = ∆S 75 œ ∆t = ___
___ œ 15 = ___ 75 œ ∆t = 5 s.
∆t2 ∆t2 2 15 2

O tempo total será: ∆ttotal = ∆t1 + ∆t2 œ ∆ttotal = 15 + 5


œ ∆ttotal = 20 s.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Como foi visto anteriormente, o movimento é objeto essencial da física e das ciências naturais. Ele pertence ao cerne
do pensamento físico e filosófico. Trata-se de um fator importante no desenvolvimento da física e do pensamento
científico. Após o domínio dos conceitos básicos como tempo, espaço, deslocamento, intervalo de tempo e veloci-
dade, partimos para uma nova empreitada: a classificação dos diferentes tipos de movimento. O primeiro e mais
básico é aquele em que o móvel possui velocidade constante durante todo o movimento numa trajetória retilínea,
situação essa que é explorada em inúmeras situações-problema em diferentes contextos dentro das ciências natu-
rais: como um automóvel que se desloca com a mesma velocidade numa trajetória retilínea ou o movimento de uma
onda sonora que trafega com velocidade constante.
Desse modo, sua aplicabilidade percorre todos os eixos cognitivos, como compreender fenômenos naturais e enfrentar
situações-problema relevantes ao cotidiano, sendo cobrado do estudante a capacidade de construir argumentação con-
sistente com a realidade das informações apresentadas e elaborar propostas através do conhecimento obtido.

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Modelo 1
(Enem) Em apresentações musicais realizadas em espaços onde o público fica longe do palco, é necessária a
instalação de alto-falantes adicionais a grandes distâncias, além daqueles localizados no palco. Como a velocidade
com que o som se propaga no ar (vsom = 3,4 × 102 m/s) é muito menor do que a velocidade com que o sinal elétrico
se propaga nos cabos (vsinal = 2,6 × 108 m/s), é necessário atrasar o sinal elétrico de modo que este chegue pelo
cabo ao alto-falante no mesmo instante em que o som vindo do palco chega pelo ar. Para tentar contornar esse
problema, um técnico de som pensou em simplesmente instalar um cabo elétrico com comprimento suficiente para
o sinal elétrico chegar ao mesmo tempo que o som, em um alto-falante que está a uma distância de 680 metros
do palco.

A solução é inviável, pois seria necessário um cabo elétrico de comprimento mais próximo de:

a) 1,1 × 103 km.


b) 8,9 × 104 km.
c) 1,3 × 105 km.
d) 5,2 × 105 km.
e) 6,0 × 1013 km.
Análise expositiva 1 - Habilidade 20: Outro exercício onde há o contraste entre o senso comum e aplicação
D da física. Mesmo sem calcular a resposta, analisando somente as alternativas, já é possível notar que o
comprimento do fio seria quilométrico. Sabendo que as ondas se propagam com velocidade constante, é
possível facilmente calcular o comprimento do fio para que o som chegue no mesmo instante.

O intuito é que o aluno perceba quão absurda seria a ideia proposta.


Primeiramente, deve-se perceber que o intervalo de tempo deverá ser o mesmo, tanto para o sinal via cabo quanto
para o som. Assim sendo, basta igualar as equações:
Lcabo d Lcabo 680 Ÿ L = (2,6 3 108) Ÿ L = 5,2 3 108 m = 5,2 3 105 km.
'tsinal = 'tsom Ÿ ____
v = ____ _________
vsom Ÿ 2,6 3 108 = ____ cabo cabo
sinal 340

Alternativa D

Habilidade
Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em
3 diferentes culturas.

Não é raro encontrarmos verdades ditas com tanta certeza, frases feitas muito populares, textos publicados
em veículos de comunicações ou em mídias sociais que veiculam fatos, fenômenos, explicações cientifica-
mente inverídicas. Além disso, não é raro quando o senso comum acaba levando a uma conclusão equivocada.
Nesse contexto, exercícios de cinemática levam o estudante ao confronto entre interpretações baseadas no
senso comum, em situações-problema contextualizadas, com a interpretação técnico-científica. Problemas
que envolvam referencial, movimento, velocidade relativa são ótimos nesse quesito.

Modelo 2
(Enem) Conta-se que um curioso incidente aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial. Quando voava a uma alti-
tude de dois mil metros, um piloto francês viu o que acreditava ser uma mosca parada perto de sua face. Apanhando-a
rapidamente, ficou surpreso ao verificar que se tratava de um projétil alemão.
PERELMAN, J. APRENDA FÍSICA BRINCANDO. SÃO PAULO: HEMUS, 1970.

O piloto consegue apanhar o projétil, pois:

a) Ele foi disparado em direção ao avião francês, freado pelo ar e parou justamente na frente do piloto.
b) O avião se movia no mesmo sentido que o dele, com velocidade visivelmente superior.
c) Ele foi disparado para cima com velocidade constante, no instante em que o avião francês passou.
d) O avião se movia no sentido oposto ao dele, com velocidade de mesmo valor.
e) O avião se movia no mesmo sentido que o dele, com velocidade de mesmo valor.

36
Análise expositiva 2 - Habilidade 3: Excelente aplicação da habilidade 3, colocando em xeque o senso co-
E mum que muitas vezes nos leva a respostas incorretas. Apesar de conceitualmente simples, a adoção de um
referencial traz conclusões corretas mais facilmente. Ao perceber que o projétil estava parado em relação ao
piloto, o estudante compreende que o movimento depende do referencial adotado, pois, se estava parado
em relação ao piloto, estava em movimento em relação ao solo, por exemplo.

Uma vez que o projétil se encontra com velocidade nula em relação ao piloto, temos que o projétil se encontra parado
em relação ao mesmo. Logo, concluímos que ambos possuíam a mesma velocidade, com o mesmo módulo, mesma
direção e mesmo sentido.

Alternativa E

DIAGRAMA DE IDEIAS

KM/H
POSIÇÃO
INICIAL MOVIMENTO
FUNÇÃO
VELOCIDADE HORÁRIA
REFERENCIAL CONSTANTE DA POSIÇÃO

POSIÇÃO MOVIMENTOS
INICIAL SIMULTÂNEOS

MOVIMENTO
REFERENCIAL
RELATIVO

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AULAS GRÁFICOS DO MRU
7E8
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17, 19 e 20

1. GRÁFICO HORÁRIO DO ƒ Progressivo (v > 0): se o movimento é progressivo, a


velocidade é positiva (reta crescente) e a partícula mo-
MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME vimenta-se a favor da trajetória.

O gráfico horário do movimento é o gráfico da função


horária de um movimento em um sistema de coordenadas
cartesianas. No movimento retilíneo uniforme (MRU), S (eixo
das ordenadas) é uma função do 1.º grau em t (eixo das abs-
cissas), e, por isso, o gráfico é uma reta não paralela ao eixo t.
Lembre-se de que:
S = S0 + v ∙ t
v z ƒ Retrógrado (v < 0): se o movimento é retrógrado, a
velocidade é negativa (reta decrescente) e a partícula
S0 o posição inicial movimenta-se no sentido contrário da trajetória.
S o posição final
v o velocidade constante e não nula
t o tempo
Como foi visto anteriormente, em MRU existem dois tipos
V<0
de movimento:

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Uma determinada função do primeiro grau pode ser representada por um gráfico, sendo este uma reta. Existem duas possibili-
dades para esse gráfico: crescente (o valor da variável dependente cresce com os valores da variável independente) ou decrescente
(os valores da variável dependente diminuem quando os valores da variável independente crescem). De maneira fácil, relacionamos
a função crescente ao sinal positivo do coeficiente da variável e a função decrescente ao sinal negativo do coeficiente da variável.

38
2. GRÁFICO DA VELOCIDADE DO Pontos
P1
t
t1
S
S1
MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME P2 t2 S2

Assim, pela definição de tangente, tem-se:


v = constante
cateto oposto ∆S œ
tgD =________________œ tgD = __
cateto adjacente ∆t
O gráfico da velocidade (eixo das ordenadas) em função do œtgD = v.
tempo (eixo das abscissas) será sempre uma reta paralela
ao eixo t. Portanto, no gráfico S × t, a tangente do ângulo que a
função horária forma com o eixo 0 t é numericamente igual
Como no MRU a velocidade é constante ao longo do tem- à velocidade escalar da partícula. Trata-se de uma grande-
po, a ordenada terá o mesmo valor para todos os pontos za numérica, uma vez que a velocidade é uma grandeza
(instantes de tempo). vetorial dimensional e a tgD é adimensional.
Caso o movimento seja progressivo, a velocidade será po- Outra propriedade é que, quando o gráfico cruza o eixo 0S,
sitiva e estará acima do eixo. Já em um movimento retró- obtém-se a posição inicial (S0).
grado, a velocidade será negativa e estará abaixo do eixo.
Nota: quando o movimento é progressivo (v > 0), o ângulo
Progressivo
D formado será agudo (0º < D < 90º). Já em movimento
retrógrado, o ângulo será obtuso (90º < D < 180º).

v> 0
Exemplo de gráficos horário e de velocidade
para movimento progressivo

Retrógrado

v< 0 Corpo B Corpo A


t(s) S(m) t(s) S(m)
0 0 0 4

3. PROPRIEDADE DO GRÁFICO HORÁRIO 2


5 20
8 2
5
8
14
Observe novamente o gráfico horário do movimento S × t. É possível inferir que a velocidade do corpo B é maior do que a
velocidade do corpo A. Isso pode ser afirmado, pois a tangente
de ângulos agudos aumenta à medida que o ângulo aumenta.
Comprovando o que foi dito anteriormente, tem-se:
∆S SA – S0A
vA =NtgD œ vA = ___A œ vA = ______ œ
∆t tA – t0
14 – 4 œ v = 2 m/s
œ vA = _____
5–0 A

∆S SB – S0B
vB =NtgE œ vB = ___B œ vB = ______ œ
∆t tB – t0
20 – 8 œ v = 4 m/s
œvB = ______
5–2 B

39
Assim, o gráfico da velocidade do corpo A e B em função Corpo A Corpo B
do tempo será: t(s) S(m) t(s) S(m)
0 12 0 6
4 0 1 0
5 -3 2 -6

Podemos inferir que a velocidade do corpo B é maior em


módulo do que a velocidade do corpo A. Isso pode ser afir-
mado, uma vez que a tangente de ângulo obtuso diminui,
em módulo, à medida que o ângulo aumenta.
Exemplo de gráficos horário e de velocidade ∆S SA – S0A
para movimento retrógrado vA =NtgD œ vA = ___A œ vA = ______ œ
∆tA tA – t0A
0 – 12 – 0 œ v = –3 m/s
œ vA = _____
4 A

∆S SB – S0B
vB =NtgE œ vB = ___B œ vB = ______ œ
∆tB tB – t0B
(-6) – 0
œvB = ______ œ vB= –6 m/s
2–1
Assim, o gráfico da velocidade do corpo A e B em função
do tempo será:

VA

VB

VIVENCIANDO

A interpretação de gráficos é fundamental no nosso cotidiano, como em notícias jornalísticas ou em apresentações


empresariais.
De maneira rápida e eficaz, é possível sintetizar inúmeras informações e apresentá-las na forma gráfica. Saber com-
preender gráficos é uma poderosa habilidade para sintetizar o movimento dos corpos. De maneira prática e visual,
todas as informações ficam disponíveis ao leitor.

Aplicação do conteúdo
1. (UFSC) Dois trens partem, em horários diferentes, de
duas cidades situadas nas extremidades de uma ferro-
via, deslocando-se em sentidos contrários. O trem azul
parte da cidade A com destino à cidade B, e o trem ver-
melho da cidade B com destino à cidade A. O gráfico
representa as posições dos dois trens em função do ho-
rário, tendo como origem a cidade A (d = 0).

40
Considerando a situação descrita e as informações do grá- Analisando o gráfico, é correto afirmar:
fico, assinale a(s) proposição(ões) correta(s) e sua soma:
a) É nulo o deslocamento da partícula de 0 a 15 s.
01) O tempo de percurso do trem vermelho é de 18 horas.
b) A velocidade da partícula é negativa entre 0 e 10 se-
02) Os dois trens gastam o mesmo tempo no percurso: gundos.
12 horas.
c) A aceleração da partícula vale 20 m/s2.
04) O módulo da velocidade média dos trens é de 60 km/h.
d) A velocidade da partícula é nula no instante 10 s.
08) O trem azul partiu às 4 horas da cidade A.
e) A velocidade da partícula é constante e vale 20 m/s.
16) A distância entre as duas cidades é de 720 km.
Resolução:
32) Os dois trens se encontram às 11 horas.
Resolução:
01) Incorreto. O trem vermelho parte às 6 horas da cidade
B e chega à cidade A às 18 horas; assim, o intervalo de
tempo será:
∆tvermelho = tf – t0 œ ∆tvermelho = 18 – 6 œ
œ∆tvermelho = 12 h.
02) Correto. O trem azul parte às 4 horas da cidade A e
chega à cidade B às 16 horas, tendo um intervalo de tempo No gráfico de espaço em função do tempo de MRU, temos
igual ao do trem vermelho. sempre uma reta e, quando ela é crescente, a velocidade
será constante e positiva. A velocidade da partícula será:
∆tazul = tf – t0 œ ∆tazul = 16 – 4 œ (200 – 0)
∆S œ v =_______ 200 œ
œ∆tazul = 12 h v = tgx œ v = ___ œ v = ___
∆t (20 – 10) 10
v = 20 m/s.
04) Correto. O módulo da velocidade média dos trens será:
∆S œ |v | = ___
720 œ |v | = 60 km/h. Alternativa E
|vm| = ___
∆t m 12 m

08) Correto. Vemos pelo gráfico que o trem azul parte da


cidade azul às 4 horas. 4. PROPRIEDADE DO GRÁFICO V × T
16) Correto. Vemos pelo gráfico que o trem azul parte da A representação gráfica das funções horárias nos trazem
origem (0 km) e chega aos 720 km, e o contrário acontece muitas informações para o estudo do movimento de um
com o trem vermelho. corpo. Se considerarmos a função horária das velocidades,
no MRU teremos, graficamente, um retângulo composto
32) Correto. No ponto de encontro, as posições dos trens pelo valor da velocidade e pelo intervalo de tempo conside-
são iguais; assim, tem-se: rado para o estudo. A área sob a curva será numericamente
SA = SV œ S0, A + vA(tf – t0) = S0,V + vV(tf – t0) œ igual ao deslocamento do móvel.
0 + 60(t – 4) = 720 – 60(t – 6) œ Considere um ponto material em movimento retilíneo uni-
œ 60 t – 240 = 720 – 60 t + 360 œ forme, com velocidade v. O espaço percorrido até o instan-
1320 œ t = 11 h te de tempo t1 é S1, e o espaço percorrido até o instante de
œ 120 t = 1320 œ t = ____
120 tempo t2 é S2.
Resposta: A soma das corretas é 62.
Tem-se:
2. (PUC-PR) O gráfico mostra a variação da posição de
uma partícula em função do tempo. S2 = S0 + v(t2 – t0)
S1 = S0 + v(t1 – t0)

Para calcular o deslocamento S2 – S1, subtrai-se a segunda


equação da primeira, obtendo:
S2 – S1 = v t2 – v t1 ou S2 – S1 = v(t2 – t1)
É possível demonstrar que o deslocamento DS = S2 – S1
pode ser representado pela área de um retângulo, definido

41
pelo gráfico da velocidade em função do tempo. Considere
o seguinte gráfico da velocidade do movimento.

Aplicação do conteúdo
O produto da base AB pela altura BC resulta na área do 1. (Fatec) Um objeto se desloca em uma trajetória retilí-
retângulo ABCD. No entanto, a base AB representa o in- nea. O gráfico a seguir descreve as posições do objeto
tervalo de tempo Dt = t2 – t1, e a altura BC do retângulo em função do tempo.
representa a velocidade v.
Assim:
AABCD = AB ∙ BC = v ∙ Dt ?AABCD =N DS = S2 – S1
Admita-se aqui, sem demonstração, que quando o dia-
grama de velocidade não é uma reta paralela ao eixo dos
tempos, o movimento não é uniforme.
Para qualquer movimento, é válida essa propriedade do
gráfico da função horária da velocidade no tempo. Sua
aplicação é geral e, em diversos casos, muito útil. Como é
possível observar nos exemplos abaixo: Analise as seguintes afirmações a respeito desse movimento:
I. Entre t = 0 s e t = 4 s, o objeto executou um movi-
mento retilíneo uniformemente acelerado.
II. Entre t = 4 s e t = 6 s, o objeto se deslocou 50 m.
III. Entre t = 4 s e t = 9 s, o objeto se deslocou com uma
velocidade média de 2 m/s.
Deve-se afirmar que apenas:
a) I é correta.
b) II é correta.
c) III é correta.
d) I e II são corretas.
e) II e III são corretas.

Resolução:

I. Incorreta, pois o objeto se desloca em uma reta indicando um


Nota: É importante lembrar que o deslocamento será pos- movimento retilíneo e uniforme, no qual a aceleração é nula.
itivo quando a área calculada estiver acima do eixo x e será II. Incorreta, pois o objeto entre os instantes t = 4 s e t = 6 s
negativo quando a área estiver abaixo do eixo x. fica todo o tempo na posição de 50 metros.
III. Correta. A velocidade média do objeto entre os instan-
tes 4 s e 9 s será:
(60 – 50)
∆S œ v =_______ 10 œ
vm = __ œ vm = ___
∆t m
(9 – 4) 5
œ vm = 2 m/s.

Alternativa C

42
2. (UFPR) Assinale a alternativa que apresenta a história Resolução:
que melhor se adapta ao gráfico.
a) Entre os instantes t = 0 s, e t = 10 s o homem está em
um MRU progressivo. Assim, a velocidade será calculada
pela tangente do gráfico.
(40 – 0)
∆S œv = ______
v = tgx œ v= __
∆t (10 – 0)
40 œ v = 4 m/s
œ V = ___
10
Resposta: a velocidade será 4 m/s.
b) Como o homem do instante t = 10 s em diante não sai
a) Assim que saí de casa, lembrei que deveria ter
da posição de 40 metros; assim, sua velocidade no instante
enviado um documento para um cliente por e-mail.
Resolvi voltar e cumprir essa tarefa. Aproveitei para
t = 20 s é 0 m/s.
responder a mais algumas mensagens e, quando me 4. (Unesp) Considere o gráfico de velocidade em função do
dei conta, já havia passado mais de uma hora. Saí tempo de um objeto que se move em trajetória retilínea.
apressada e tomei um táxi para o escritório.
b) Saí de casa e quando vi o ônibus parado no pon-
to corri para pegá-lo. Infelizmente, o motorista não
me viu e partiu. Após esperar algum tempo no ponto,
resolvi voltar para casa e chamar um táxi. Passado
algum tempo, o táxi me pegou na porta de casa e
deixou-me no escritório.
c) Eu tinha acabado de sair de casa, quando tocou o
celular e parei para atendê-lo. Era meu chefe, dizendo
que eu estava atrasado para uma reunião. Minha sor-
te é que, nesse momento, estava passando um táxi.
Acenei para ele e poucos minutos depois, eu já estava No intervalo entre 0 a 4 h, o objeto percorre efetivamente
no escritório. qual distância, em relação ao ponto inicial?
d) Tinha acabado de sair de casa quando o pneu furou. a) 0 km
Desci do carro, troquei o pneu e finalmente pude ir para
b) 1 km
o trabalho.
c) 2 km
e) Saí de casa sem destino – estava apenas com von-
d) 4 km
tade de andar. Após ter dado umas dez voltas na qua-
dra, cansei e resolvi entrar novamente em casa. e) 8 km

Resolução: Resolução:
Pelo gráfico de posição em função do tempo, é preciso encon- O deslocamento de um objeto em um gráfico de veloci-
trar uma história na qual a pessoa saia de casa rapidamente dade em função do tempo será calculado pela área sob
por uma distância considerável, pare por um tempo, volte, a curva. Áreas acima do eixo do tempo serão positivas, e
pare de novo e vá diretamente ao seu destino sem parar. áreas abaixo do eixo serão negativas.

Alternativa B Entre os instantes t = 1 h e t = 2 h, temos:

3. (UFSCar) O gráfico da figura representa a distância ∆S1 = A1 œ ∆S1 = 1 ∙ 4 œ ∆S1 = 4 km.


percorrida por um homem em função do tempo. Qual é
o valor da velocidade do homem quando: Entre os instantes t = 2 h e t = 3 h temos:

∆S2 = A2 œ∆S2 = 1(–6) œ ∆S2 = –6 km.

Entre os instantes t = 3 h e t = 4 h, temos:

∆S3 = A3 œ ∆S3 = 6 ∙ 1 œ ∆S3 = 6 km.

Assim, o espaço total será:


∆Stotal = ∆S1 + ∆S2 + ∆S3 œ

a) t = 5 s; œ∆Stotal = 4 + (–6) + 6 œ ∆Stotal = 4 km.


b) t = 20 s. Alternativa D

43
5. (CFT-MG) Ana (A), Beatriz (B) e Carla (C) combinam 6. O gráfico abaixo representa a velocidade do veículo
um encontro em uma praça próxima às suas casas. O numa viagem em função do tempo. Determine:
gráfico, a seguir, representa a posição (x) em função do
tempo (t), para cada uma, no intervalo de 0 a 200 s. Con-
sidere que a contagem do tempo se inicia no momento
em que elas saem de casa.

a) o deslocamento do veículo na viagem;


b) a velocidade média do veículo em km/h.

Resolução:
Referindo-se às informações, é correto afirmar que durante
o percurso: a)

a) a distância percorrida por Beatriz é maior do que a per-


corrida por Ana.
b) o módulo da velocidade de Beatriz é cinco vezes menor
do que o de Ana.
c) o módulo da velocidade de Carla é duas vezes maior do
que o de Beatriz.
d) a distância percorrida por Carla é maior do que a percor-
Pelo gráfico, é possível observar que o veículo percorreu as
rida por suas amigas.
primeiras três horas com velocidade constante de 90 km/h
Resolução: e as duas últimas com velocidade de 60 km/h.
A variação de espaço de Ana será: O primeiro deslocamento será numericamente igual à área 1.
∆SA = 500 – 0 œ ∆SA = 500 m. ∆S1 = A1 œ ∆S1 = 90(3 – 0) œ ∆S1 = 90 · 3 œ ∆S1 =
270 km
A variação de espaço de Beatriz será:
O segundo deslocamento será numericamente igual à área
∆SB = 500 – 400 œ ∆SB = 100 m. 2.
A variação de espaço de Carla será: ∆S2 = A2 œ ∆S2 = 60(5 – 3) œ ∆S2 = 60 · 2 œ ∆S2 =
120 km
∆SC = 500 – 450 œ ∆SC = 50 m.
Assim, o deslocamento total será:
A velocidade de Ana será:
∆Stotal = ∆S1 + ∆S2 œ ∆Stotal = 270 + 120 œ
∆S 500 œ v = 2,5 m/s.
vA = ___A œ vA= ___ œ ∆Stotal = 390 km.
∆t 200 A

Resposta: O deslocamento será de 390 km.


A velocidade de Beatriz será:
b) A velocidade média do veículo será:
∆S 100 œ v = 0,5 m/s. ∆S œ v = ______
390 œ v = ___ 390 œ
vB = ___B œ vB= ___ vm = __
∆t 200 B
∆t m
(5 – 0) m 5
œ vm = 78 km/h.
A velocidade de Carla será:
Resposta: A velocidade média será de 78 km/h.
∆S 50 œ v = 0,25 m/s.
vC = ___C œ vC = ___
∆t 200 C

Alternativa B

44
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
17 Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas
ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou
linguagem simbólica.

A habilidade 17 sempre será recorrente nas ciências da natureza, pois a matemática é a linguagem com a qual o
homem interpreta a Natureza. Para sintetizar uma série de informações, será recorrente a apresentação dos dados
em forma de gráficos ou tabelas. Se, na aula anterior, foi visto que a posição é uma função do tempo, agora é possível
traçar o gráfico que representa o movimento. Isso sintetiza muito a informação e aumenta a capacidade de análise.

Modelo 1
(Enem) Um sistema de radar é programado para registrar automaticamente a velocidade de todos os veículos
trafegando por uma avenida, onde passam em média 300 veículos por hora, sendo 55 km/h a máxima velocidade
permitida. Um levantamento estatístico dos registros do radar permitiu a elaboração da distribuição percentual de
veículos de acordo com sua velocidade aproximada.

A velocidade média dos veículos que trafegam nessa avenida é de:

a) 35 km/h.
b) 44 km/h.
c) 55 km/h.
d) 76 km/h.
e) 85 km/h.
Análise expositiva 1 - Habilidade 17: Nesse exercício, o aluno deve ser capaz de relacionar o conceito de velo-
B cidade média na interpretação estatística do gráfico fornecido, sendo necessário no final afirmar qual é a velocidade
média dos carros que trafegam na avenida cuja velocidade média é de 55 km/h. Típico exercício do Enem, contextuali-
zado com os problemas sociais, exige interpretação da tabela e noções de estatística.
Como o gráfico fornece a quantidade de carros que trafegam para cada velocidade média, basta calcular a média ponderada das
velocidades, na qual a quantidade de cada carro corresponde ao peso. Assim, obtém-se:
20 ∙ 5 + 30 ∙ 15 + 40 ∙ 30 + 50 ∙ 40 + 60 ∙ 6 + 70 ∙ 3 + 80 ∙ 1
Vm = ________________________________________________________
100
vm = 44 km/h

Alternativa B

45
Habilidade
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar
19 problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

A habilidade 19 avalia a capacidade do estudante de analisar métodos em solucionar problemas. Como diz o
quarto eixo cognitivo: “Relacionar informações representadas em diferentes formas e conhecimentos disponíveis
em situações concretas para construir argumentação consistente”. Aqui, essa capacidade pode ser explorada fa-
zendo com que o estudante tenha de confrontar dados gráficos ou tabelas a fim de tomar uma decisão a respeito.

Modelo 2
(Enem) O gráfico a seguir modela a distância percorrida em km por uma pessoa em certo período de tempo. A escala
de tempo a ser adotada para o eixo das abscissas depende da maneira como essa pessoa se desloca.

Qual é a opção que apresenta a melhor associação entre meio ou forma de locomoção e unidade de tempo, quando
são percorridos 10 km?
a) carroça – semana
b) carro – dia
c) caminhada – hora
d) bicicleta – minuto
e) avião – segundo
Análise expositiva 2 - Habilidade 19: Nesse exercício, o estudante deve interpretar e analisar o gráfico em
C questão, sendo necessário que ele relacione qual forma de locomoção foi utilizada para percorrer o intervalo de tempo
para qual a unidade de tempo faria sentido. Além de interpretação, cobra-se do estudante poder dedutivo analítico.
Uma carroça pode se locomover como uma pessoa andando a 3 km/h ou 4 km/h. Nesse caso, 10 km são percorridos
em menos de 4 horas, e não em uma semana.
Um carro pode se locomover a 60 km/h ou mais. A 60 km/h, a distância de 10 km é realizada em 10 minutos, e não
em um dia.
Uma caminhada a 4 km/h precisa de 2 horas e meia para 10 km. E, dessa forma, o diagrama é compatível com essa situação.
Para uma bicicleta realizar 10 km em 2,5 minutos, sua velocidade deveria ser de 4 km/min = 240 km/h. Fórmula 1 tudo
bem, bicicleta não.
10 km em 2,5 segundos corresponde a 4 km/s = 14400 km/h. Um avião comercial viaja próximo de 1000 km/h.
Alternativa C

46
DIAGRAMA DE IDEIAS

ESPAÇO

RELAÇÕES
MATEMÁTICAS
RAPIDEZ VELOCIDADE

DESCRIÇÃO DO
MOVIMENTO

TEMPO

47
AULAS Movimento retilíneo
9 e 10 uniformemente variado
Competências: 5e6 Habilidades: 19 e 20

1. Conceito de aceleração Considere que a velocidade escalar de uma partícula, em


um instante t1 seja v1, e em um instante posterior, t2, a ve-
Inicialmente, foi analisado que a velocidade é a rapidez locidade escalar seja v2. A aceleração escalar média
com que um corpo muda sua posição ao longo do tem- (am) da partícula entre esses dois instantes de tempo é
po. Em seguida, foi estudado um caso especial em que a definida como sendo a variação da velocidade dividida
velocidade permanecia constante ao longo do tempo. Con- pelo tempo transcorrido:
tudo, no dia a dia é possível perceber que as pessoas e os
v –v
objetos não estão sempre com velocidade constante; pelo am = ​ Dv
___  ​= _____
​  2 1 ​ 
Dt t2 – t1
contrário, nota-se que os objetos possuem uma determina-
da velocidade em um instante e, em um instante posterior, Nessa definição, a unidade de aceleração é igual à razão
possuem outra velocidade. Esse é o caso, por exemplo, de entre a unidade de velocidade e a unidade de tempo. No
um carro inicialmente em repouso que adquire velocidade, SI, tem-se:
mas, ao se aproximar de um semáforo com o sinal vermel-
ho, reduz sua velocidade até o repouso. m ​ 
​ __
m/s
​  s ​  = ​  ss  ​ = __
___ __ ​ m ​ ⋅ __
​  1 ​ = __
​ m2 ​ = m ⋅ s–2
Assim, é preciso definir uma nova grandeza que esteja rela- ​ __  ​ s s s
cionada com essa variação da velocidade. A rapidez com que 1
um corpo varia sua velocidade é denominada aceleração. Como o intervalo de tempo ∆t é sempre positivo, o sinal
da aceleração escalar média é igual ao sinal da variação
A ideia de aceleração está sempre ligada à variação de velocidade ∆v.
da velocidade.
§ Se vf > vi, temos (vf – vi) > 0 e a > 0.
§ Se vf < vi, temos (vf – vi) < 0 e a < 0.
Note que, no caso de movimento retilíneo uniforme, vf = vi,
e, portanto, (vf – vi) = 0, ou seja, a = 0. Assim, a aceler-
ação é nula no movimento retilíneo uniforme.

3. Unidades de aceleração
A razão entre uma unidade de velocidade e uma unidade de
tempo é denominada unidade de aceleração. Por exemplo:
km/h
1​ ____
multimídia: vídeo s ​  
Entretanto, essa unidade não pertence ao SI. O exemplo
Fonte: Youtube
seguinte ilustra a unidade de aceleração no SI e seu sig-
Física - Aceleração (Khan Academy)
nificado: uma pedra cai de uma determinada altura e sua
velocidade é de vi = 5 m/s logo depois de iniciar a queda.
2. Aceleração escalar média Após um intervalo de tempo ∆t = 2 s, sua velocidade é de
vf = 25 m/s. A aceleração da pedra é:
v – vi
a = _____
​  f  ​  ​ 25 m/s –  ​
  = ____________
   5 m/s  ​  20 m/s
= ______  ​
  
Dt 2 s 2 s
ou
​ 10 sm/s
a = ______  ​  

6
Esse resultado demonstra que a velocidade de pedra au- Em geral, o resultado anterior é apresentado da forma a =
menta em 10 m/s a cada 1 s. Assim, no SI, a unidade de 10 m/s2. Dessa forma:
aceleração é 1 (m/s)/s, que se convencionou escrever da
seguinte maneira: No SI, a unidade de aceleração é 1 m/s2. A velocidade
m/s ​  = 1​ __
1​ ___ m ​  ∙ __
1 m
___ varia de 1 m/s a cada 1 s.
s s ​  s ​ = 1 ​ s2 ​ 

VIVENCIANDO

Mudanças na velocidade são comuns no nosso dia a dia: um carro que trafega numa avenida e desacelera, parando
devido a um semáforo vermelho, ou o mesmo um carro que acelera, quando o semáforo está verde; também na
queda dos corpos, que veremos nas próximas aulas.
No geral, os móveis alteram entre diversos movimentos, o que tornaria o estudo completo algo mais difícil, por isso
“quebramos” o movimento em partes, das quais conseguimos estudar com facilidade, MU e MUV, saber distinguir
entre esses dois tipos de movimento, conhecer suas funções horárias, é fundamental para a resolução de problemas.

4. Movimentos acelerado ade é de v2 = –30 m/s. Contudo, se em t1 sua velocidade é


de v1 = 30 m e, num instante seguinte t2, ela diminui para v2
e retardado = 20 m/s, seu movimento é denominado retardado.
§ O movimento é acelerado se o módulo da velocidade
O movimento pode ser classificado como progressivo ou
aumenta:
como retrógrado. Ainda assim, é possível caracterizar ainda
mais o movimento. Afirma-se que o movimento é acelerado movimento acelerado ⇒ |v| aumenta
quando, em módulo, a velocidade aumenta com o tempo, e § O movimento é retardado se o módulo da velocidade
que um movimento é retardado (freado) quando o módulo diminui:
da velocidade diminui com o tempo. Matematicamente,
nota-se que o sinal da aceleração e o sinal da velocidade movimento retardado ⇒ |v| diminui
no movimento acelerado são idênticos, e no movimento Agora, é possível classificar o movimento como sendo
retardado os sinais são opostos. progressivo acelerado, progressivo retardado, retrógrado
acelerado ou retrógrado retardado. Observe ainda que
§ a > 0 e v > 0 ou a < 0 e v < 0 o movimento é o fato de o movimento ser progressivo ou retrógrado se
acelerado (a e v têm o mesmo sinal). deve a uma escolha da orientação; entretanto, o movi-
§ a > 0 e v < 0 ou a < 0 e v > 0 o movimento é mento ser acelerado ou retardado não tem relação algu-
retardado (a e v têm sinais diferentes). ma com a escolha da orientação.

v>0 v>0
Aplicação do conteúdo
a>0 a>0

1. Um automóvel se desloca por uma estrada, e sua ve-


S S
locidade aumenta ao longo do tempo. Em um determi-
a>0
a>0 v>0 v>0 nado instante, o automóvel tem velocidade escalar de
S S
54 km/h e, após 2,0 segundos, sua velocidade passa a
ser 72 km/h. Determine a aceleração escalar média do
Por exemplo, se um carro tem velocidade v1 = 10 m/s em t1 automóvel nesse intervalo de tempo.
e, num instante posterior, t2 sua velocidade é de v2 = 30 m/s,
afirma-se que o movimento é acelerado. O mesmo ocorre se Resolução:
v1 = –10 m/s em t1 e, num instante posterior t2, sua velocid- O intervalo de tempo é Dt = 2,0 s.

7
A variação de velocidade escalar nesse intervalo de tempo foi:
aceleração constante ⇒ a = am = ​  Dv
___ ​ 
Dv = (72 km/h) – (54 km/h) ⇒ Dv = 18 km/h Dt

Como o intervalo de tempo foi dado em segundos, faça a


transformação da unidade de velocidade:
18  ​ m/s = 5 m/s
Dv = 18 km/h = ​ ___
3,6
Assim, calcule a aceleração:
5,0 m/s
am = ​ Dv
___ ​ = ______
​   ​ 
 = 2,5 m/s2
Dt 2,0 s
Esse resultado mostra que, em média, a velocidade aumentou
2,5 m/s a cada segundo.
2. Um carro de corrida é acelerado de forma que sua ve- multimídia: vídeo
locidade em função do tempo é dada conforme a tabela:
Fonte: Youtube
t(s) 3 6 9 Física Total - Aula 05 - Movimento Uniformemente
v(m/s) 20 30 60 Variado - MUV

Determine o valor da aceleração média desse carro entre A tabela abaixo mostra as velocidades escalares de uma
t1 = 3 s e t2 = 9 s. partícula em intervalos de 1 segundo. A velocidade varia
Resolução: de modo regular, ou seja, a cada 1 segundo, o aumento da
velocidade é 2 m/s. Assim, a aceleração escalar é constante
Fazendo um desenho ilustrativo do problema, tem-se:
e dada por:
a = 2 m/s por segundo = 2 m/s2
t (s) v (m/s)
0 5
A variação de tempo e de velocidade entre os instantes t = 1 7
3 s e t = 9 s será: 2 9
Δt = 9 – 3 = 6 s 3 11
4 13
Δv = v3 – v1 = 60 – 20 = 40 m/s
Dessa forma, a aceleração média será: No caso em que a aceleração é constante e não nula, tem-
se um movimento uniforme.
​ 40 ​ = 6,67 m/s2
Δv ​ = ___
am = ​ ___
Δt 6 se a = 0 → v é constante → o movimento é uniforme
Resposta: A aceleração será de 6,67 m/s2.
Nota: Foi visto que a velocidade é a variação do espaço no
tempo; também foi vito que a aceleração é a variação da
velocidade no tempo. Não há nenhuma grandeza associa-
da à variação da aceleração no tempo. Todos os exercícios
de cinemática são resolvidos em função da posição, da ve-
locidade, da aceleração e do tempo.

5. Movimento retilíneo
uniformemente variado (MRUV) multimídia: sites
Além da aceleração escalar média (am), define-se também a pt.khanacademy.org/science/physics/one-
aceleração escalar instantânea (a), que é a aceleração esca- -dimensional-motion/acceleration-tutorial/a/
lar em um instante de tempo muito curto. Considere o caso acceleration-article
em que a aceleração escalar instantânea é constante. Assim, www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20042/Luciano/
em qualquer intervalo de tempo, a aceleração escalar média cinematica.html
possui o mesmo valor da aceleração escalar instantânea.

8
5.1. Funções horárias É possível demonstrar que a velocidade média no movi-
mento retilíneo uniformemente variado é dada por:
Considere uma partícula realizando um movimento uni-
v + v0
formemente variado em uma linha, como na figura se- vm = _____
​   ​   
guinte. No instante inicial (t = 0), a partícula passa pelo 2
ponto de posição S0 com velocidade escalar v0. Depois de A partir da definição de velocidade média:
algum tempo, em um instante qualquer t, a partícula pas-
S – S0
sa pelo ponto de posição S com velocidade escalar v. A vm = ​ DS
___ ​ = _____
​   ​ 
aceleração escalar é constante ao longo de toda trajetória Dt t – t0
É possível combinar ambas as equações de modo que, para
t0 igual a zero, tem-se:
(v0 + v) (t – 0) ______
(v + v)t
DS = ​ ___________
 ​   = ​  0  ​   
v 2 2
Utilizando a função horária da velocidade escalar v = v0 +
a ⋅ t e Ds = s – s0, obtém-se:
Pela definição da aceleração:
(v + v + at)t ________2v t + at2
​ at ​ 
2
v – v0 S – S0 = ___________
​  0 0  ​   = ​  0  ​   = v0t + ___
a = ​ Dv
___ ​ = _____
​   ​   2 2 2
Dt t – t0
Assim:
Rearranjando a equação:
​ 1 ​ ∙ a ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t + __
v – v0 = a ∙ t 2
Função horária da posição.
Assim:
Nota: Para t0 diferente de zero, temos as equações:
v = v0 + a ∙ t v = v0 + a ∙ (t – t0)

Função horária da velocidade escalar.


​ 1 ​ · a · (t – t0)2
S = S0 + v0 ∙ (t – t0) + __
2

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Uma função polinomial do segundo grau em uma variável é do tipo f de  em , onde f(x) = a ∙ x² + b ∙ x + c,
com a, b e c números reais e a ≠ 0.
Para determinar a solução de equação do segundo grau 0 = a ∙ x² + b ∙ x + c, utilizamos um algoritmo desenvolvi-
do por Bháskara, em que temos duas raízes dadas por:

​ ​ ∆ ​ ​  
dXX
x = ​ –b ± ___
2a

sendo:

∆ = b2 – 4ac

Onde se ∆ > 0 haverá duas soluções distintas, se ∆ = 0 haverá duas soluções idênticas e se ∆ < 0 não haverá raiz real.
Para um corpo em MRUV, a função horária da posição é uma função polinomial do 2º grau, em uma variável.

9
Nos mesmos 8 segundos, aplica-se a função horária da ve-
Aplicação do conteúdo locidade escalar para se obter a velocidade final do corpo:
1. (Ufal) A velocidade de um móvel aumenta, de ma- v = v0 + at = 0 + 6,875 ∙ 8 = 55 m/s
neira uniforme, 2,4 m/s a cada 3,0 s. Em certo instante,
a velocidade do móvel é de 12 m/s. A partir desse ins-
O enunciado afirma que essa velocidade permanece cons-
tante, nos próximos 5,0 s a distância percorrida pelo
móvel, em metros, é igual a: tante e ainda faltam 2.780 metros para o corpo percorrer.
Assim, o segundo intervalo de tempo será:
a) 10
v = __​ ∆S ​  
b) 30 ∆t
c) 60 55 = ​ 2780 ​
____   
∆t
d) 70
e) 90 ​ 556 ​   s
∆t = ___
11
Resolução: O tempo total será:
O enunciado afirma que a velocidade aumenta a uma taxa ​ 556 ​  = 58,54 ≈ 58 s.
ttotal = 8 + ___
11
de 2,4 m/s em 3 s. Assim, a aceleração do móvel será:
Altenativa D
2,4
Δv ​ = ___
a = ​ ___ ​   ​  = +0,8 m/s2
Δt 3 3. A figura abaixo ilustra uma partícula com mo-
vimento uniformemente variado, com aceleração
Admitindo o início da trajetória o móvel com velocidade de
a = 6 m/s2. A partícula passa pelo ponto de posição 10 m
12 m/s, após 5 s aplica-se a função horária da posição em e velocidade escalar 4 m/s no instante t0 = 0.
MRUV para encontrar a distância percorrida.
​ at ​ 
2
S = S0 + v0t + ___
2
0,8(5)2 s
S – S0 = 12 ∙ (5) + ______
​   ​   = 60 + 0,4 ∙ (25) =
2
= 60 + 10 = 70 m a) No instante t = 5 s, qual é a posição e a velocidade
escalar da partícula?
Altenativa D b) Determine a velocidade escalar média da partícula
entre os instantes t0 = 0 e t = 5 s.
2. (UFBA) Um corpo que parte do repouso deve percor-
rer uma distância de 3.000 m. Os primeiros 220 m ele Resolução:
os percorre em 8 s, sendo que o movimento é uniforme- a) Sabendo que a partícula está em MUV, e sendo
mente acelerado. O restante é percorrido a velocidade a = 6 m/s2, v0 = 4 m/s e S0 = 10 m, tem-se:
constante igual à atingida quando ele alcançou aqueles
220 m. O tempo total aproximado para realizar todo o ​ a ⋅  ​
S = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2 

percurso será de: 2
E para t = 5 s:
a) 20 s
6 ⋅ (5)2
b) 30 s S = 10 + 4 ⋅ (5) + ______
​   ​   ⇒ S = 105 m
2
c) 50 s
v = v0 + a ⋅ t
d) 58 s
E para t = 5 s:
Resolução:
v = 4 + 6 ⋅ (5) ⇒ v = 34 m/s
Nos primeiros 8 segundos, o corpo percorre 220 m partin- b) Foi visto que a velocidade média no MUV pode ser
do do repouso. Aplicando a função horária do movimento calculada como:
retilíneo uniformemente acelerado, tem-se:
V + V0
​ at ​ 
S = S0 + v0t + ___
2
vm = ______
​  f  ​
  
2 2
(8)²
220 = 0 + 0 ∙ 8 + a ∙ ___ ​   ​   Assim, a velocidade média é:
2
64a
___
220 = ​   ​  
2 ​ 34 + ​
vm = ______ 4  ​  38 ​ ⇒
 = ___
2 2
220
___
a = ​   ​  = 6,875 m/s2
32 vm = 19 m/s

10
4. Em uma autoestrada, um guarda (em uma motoci-  esprezando a resposta negativa, tem-se t = 16 s, ou seja,
D
cleta) persegue um automóvel cujo motorista cometeu depois de 16 segundos do instante representado na figura,
uma infração e que se move com velocidade escalar
o guarda alcança o automóvel.
constante de 20 m/s. A figura a seguir ilustra a situação
em um determinado instante. b) Como o movimento do guarda é uniforme-
mente variado, substituindo t = 16 s na função
8,0 m/s 20 m/s
horária de sua velocidade escalar, obtém-se:

v = v0 + at ⇒ v = 8,0 + 2,0 t
64 m
t = 16 s ⇒ v = 8,0 + (2,0)(16) ⇒ v = 40 m/s
 esse instante, o guarda tem velocidade escalar 8,0
N
m/s. Admitindo que ele se move com aceleração escalar A velocidade do guarda no instante do encontro é de 40 m/s.
constante de 2,0 m/s2 e desprezando os comprimentos
c) Substituindo t = 16 s na equação
dos veículos:
horária da posição do guarda, resulta:
a) A partir do instante representado
na figura, quanto tempo o guarda le- SG = 8,0 t + t²
vará para alcançar o automóvel? t = 16 s ⇒ SG = 8,0(16) + (16)² ⇒ SG = 384 m
b) Qual a velocidade do guar-
da ao alcançar o automóvel? Isto é, o guarda se moveu da posição inicial S0G = 0 até a
c) Determine a distância percorrida pelo
posição SG = 384 m, e, portanto, percorreu a distância de
guarda desde o instante representado na
figura até o instante de encontro. 384 metros.

Resolução:
5.2. Equação de Torricelli
a) Adotemos a posição inicial do guarda como a ori-
gem do eixo de coordenadas dos espaços (S0G = 0), e Os problemas de MRUV podem ser resolvidos com as fun-
64 m como a posição inicial do automóvel (S0A = 64 m). ções horárias da velocidade e da posição. Entretanto, será
G A mostrada a seguir uma equação que relaciona a velocida-
8,0 m/s 20 m/s de e a posição sem envolver o tempo. Essa equação será
0 64 s (m) útil na solução de problemas que não envolvam a variável
tempo no enunciado.
O movimento do guarda é uniformemente variado com S0
= 0, v0 = 8,0 m/s e a 2,0 m/s2, e o automóvel se movimen- Para obter essa equação, o tempo é isolado na função ho-
ta uniformemente com S0 = 64 m e v = 20 m/s. Assim, rária da velocidade:
as funções horárias das posições para o guarda e para o v – v0
automóvel são: v = v0 + at ⇒ at = v – v0 ⇒ t = _____
​  a ​  

guarda (MUV) automóvel (MU) Esse valor de t é substituído na equação horária da posição.
Assim:
​ a  ​t2
S = S0 + v0t + __ S = S0 + vt
2
2,0
SG = 0 + 8,0 t + ​ ___ ​t 2 SA = 64 + 20 t
S = S0 + v0t + ___
2
v–v
​ at ​ ⇒ S = S0 + v0 ​ _____
2
(    ​+ __
​  a ​0  )2 (  v – v0 2
​  a  ​ ⋅ ​ ​ _____ )
a ​  
 ​
2 Efetuando os cálculos, obtém-se uma equação denomina-
SG = 8,0 t + t 2
da equação de Torricelli:

Para determinar o instante de encontro, devem ser igua-


ladas as posições do guarda e do automóvel dadas pelas v² = v0² + 2a(S – S0)
equações acima. Assim:

SG = SA
8,0 t + t² = 64 + 20 t Evangelista Torricelli (1608-1647) serviu como copista de
Galileu durante os últimos três meses de vida do mestre
t² – 12t – 64 = 0 renomado. A partir das equações de Galileu para o MUV,
Torricelli deduziu a equação que carrega seu nome. Além
Resolvendo esta equação (de 2.º grau), obtém-se:
disso, Torricelli Inventou o barômetro, instrumento que ser-
t = 16 ou t = –4 ve para medir a pressão atmosférica local.

11
3. (Unicamp) Um automóvel trafega com velocidade
Aplicação do conteúdo constante de 12 m/s por uma avenida e se aproxima de
um cruzamento onde há um semáforo com fiscalização
1. Em uma rodovia, um automóvel viaja com velocidade eletrônica. Quando o automóvel se encontra a uma dis-
escalar constante de 30 m/s. Em determinado instante, tância de 30 m do cruzamento, o sinal muda de verde
o motorista pisa no freio provocando uma desacelera- para amarelo. O motorista deve decidir entre parar o
ção constante de 3,0 m/s2 até o automóvel parar. Cal- carro antes de chegar ao cruzamento ou acelerar o car-
cule a distância percorrida durante a frenagem. ro e passar pelo cruzamento antes do sinal mudar para
vermelho. Esse sinal permanece amarelo por 2,2 s. O
Resolução: tempo de reação do motorista (tempo decorrido entre
o momento em que o motorista vê a mudança de sinal e
A figura a seguir ilustra a situação: o momento em que realiza alguma ação) é 0,5 s.
a) Determine a mínima aceleração constante que o
carro deve ter para parar antes de atingir o cruzamen-
to e não ser multado.
b) Calcule a menor aceleração constante que o carro
deve ter para passar pelo cruzamento sem ser multa-
Considerando a velocidade escalar positiva (mesmo sen- do. Aproxime (1,7)² ≈ 3,0.
tido que a orientação da trajetória) e sendo o movimento Resolução:
retardado, a aceleração escalar é negativa: a = –3,0 m/s2. a) O tempo de reação do motorista é 0,5 s e sua veloci-
dade constante é de 12 m/s. Assim, o deslocamento do
A velocidade inicial é v0 = 30 m/s, e a velocidade final é
motorista em MRUV será:
nula (v = 0). Pelas informações fornecidas e devido à falta
de informação sobre o intervalo de tempo, é possível sus- ​ DS ​  
v = ___
Dt
peitar que, provavelmente, a melhor equação a ser usada é
a equação de Torricelli. Assim: ​ DS ​ 
12 = ___
0,5
v² = v0² + 2a (S – S0) ∆S = 6 m.
0 = (30)² + 2(–3) ⋅ DS A distância quando o semáforo muda de verde para amarelo
é 30 m, e a distância na reação é 6 m. Assim, a distância em
Dessa forma:
MRUV é 24 m. Aplicando a equação de Torricelli, tem-se:
DS = 150 m
v2 = v02 + 2 ∙ a ∙ DS
2. (PUC) Ao iniciar a travessia de um túnel retilíneo de
200 metros de comprimento, um automóvel de dimen- (0)2 = (12)2 + 2 ∙ a ∙ 24
sões desprezíveis movimenta-se com velocidade de 25 a = –3 m/s2
m/s. Durante a travessia, desacelera uniformemente,
saindo do túnel com velocidade de 5 m/s. O módulo de Resposta: A mínima desaceleração é de 3 m/s2.
sua aceleração escalar, nesse percurso, foi de:
b) O tempo total é 2,2 s, e o tempo de reação é
a) 0,5 m/s². 0,5 s. Assim, o tempo do carro em MRUV será:
b) 1,0 m/s².
c) 1,5 m/s². ttotal = treação + tMRUV
d) 2,0 m/s². 2,2 = 0,5 + tMRUV
e) 2,5 m/s².
tMRUV = 1,7 s.
Resolução:
Aplicando a função horária da posição em MRUV, desco-
A velocidade inicial é 25 m/s e a final é 5 m/s. A variação de bre-se a aceleração do carro.
​ at ​ 
2
espaço é de 200 m. Aplica-se a equação de Torricelli para S = S0 + v0 t + ___
2
encontrar a desaceleração do corpo. (1,7)2
24 = 0 + 12 ∙ (1,7) + a ∙ ​ _____ ​  
2
v² = v0² + 2aDS
a = 2,4 m/s2.
(5)² = (25)² + 2 ∙ a ∙ 200 Resposta: A aceleração será de 2,4 m/s2.
a = –1,5 m/s². 4. (UEL) Um motorista está dirigindo um automóvel a
Assim, o módulo da aceleração é 1,5 m/s . 2 uma velocidade de 54 km/h. Ao ver o sinal vermelho,
pisa no freio. A aceleração máxima para que o automó-
Alternativa C vel não derrape tem módulo igual 5 m/s2. Qual a menor

12
distância que o automóvel irá percorrer, sem derrapar e é possível escrever a função horária da velocidade, que de
até parar, a partir do instante em que o motorista acio- maneira genérica é dada por:
na o freio?
a) 3,0 m v(t) = v0 + a · t
b) 10,8 m
c) 291,6 m
d) 22,5 m E, assim, temos que:
e) 5,4 m v(t) = –3 + 6 ∙ t
Resolução:
Do mesmo modo, pode-se inferir a velocidade inicial e
Aplicando a análise dimensional na velocidade inicial, tem-se: aceleração a partir da função da velocidade. Na fun-
ção da velocidade, o coeficiente independente trata-se
​ 1000  ​
v0 = 54 km/h ∙ ______ m  ​  1 h  ​ 
. ______
  = 15 m/s
1 km 3600 s da velocidade inicial e o coeficiente que acompanha
Fazendo um desenho ilustrativo do problema: a variável t é a aceleração. Seja uma dada função da
velocidade v(t) = 5 + 8 ∙ t, temos que v0 = 5 m/s e
a = 8 m/s2. Porém não conseguimos escrever a função
da posição, pois ainda falta a posição inicial, neste caso
o enunciado irá fornecer a informação, por exemplo
S0 = –3 m . Assim, poderemos substituir na função gené-
rica da posição:
O vetor aceleração é contra a trajetória; dessa forma, tem-
-se uma desaceleração. Aplicando a equação de Torricelli, ​ a ⋅ ​
S(t) = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2  
2
obtém-se:
Assim, teremos que:
v² = v0² + 2aDS
S(t) = –3 + 5 · t + 4 ∙ t2
0² = (15)² + 2 ∙ (–5) ∙ DS
0 = 225 – 10 DS
225 ​  = 22,5 m
DS = ​ ___
10
Alternativa D

5.3. Identificando as variáveis


Dada uma função horária de posição qualquer, é possível
descobrir por análise as variáveis de interesse S0, v0 e a afim
de construir a função horária da posição. Como é sabido,
todo movimento uniformemente variado tem a função da
posição do seguinte modo:

​ a ⋅  ​
S(t) = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2 

2

A posição inicial sempre será o coeficiente independente,


ou seja, aquele que não multiplica nenhuma potência da
variável t. Caso não exista, resulta que S0 = 0. A velocidade
inicial será o coeficiente que acompanha a potência de t
que tem o expoente 1. Por fim, a aceleração será o dobro
do coeficiente que acompanha a potência de t que está ao
quadrado. Caso falte alguma potência de t, isso se deve ao
fato de que o coeficiente é nulo.
Se, por exemplo, for fornecida uma função S(t)=5 – 3 ∙t + 3 ∙ t2,
é possível comparar com a função da posição genérica e
identificar S0 = 5 m, v0 = –3 m/s e a = 6 m/s2. Dessa forma,

13
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidades
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar
19 problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

A habilidade 19 avalia a capacidade do estudante de avaliar métodos em solucionar problemas cotidianos, rela-
cionados também ao movimento de corpos acelerados. O exemplo mais comum disto são os exercícios que en-
volvem veículos de transporte (carros, motos, caminhões) que constantemente mudam sua velocidade ao trafegar
pelas vias públicas. Avaliar qual é a distância que um móvel percorre até frear em um semáforo, por exemplo, é
frequente nas avaliações do Enem, sendo esta uma situação-problema clássica.

Modelo 1
(Enem) O trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), que circula diariamente entre a cidade de
Cariacica, na Grande Vitória, e a capital mineira Belo Horizonte, está utilizando uma nova tecnologia de frenagem
eletrônica. Com a tecnologia anterior, era preciso iniciar a frenagem cerca de 400 metros antes da estação. Atual-
mente, essa distância caiu para 250 metros, o que proporciona redução no tempo de viagem.
Considerando uma velocidade de 72 km/h, qual o módulo da diferença entre as acelerações de frenagem depois e
antes da adoção dessa tecnologia?
a) 0,08 m/s2
b) 0,30 m/s2
c) 1,10 m/s2
d) 1,60 m/s2
e) 3,90 m/s2

Análise expositiva 1 - Habilidade 19: Neste exercício o aluno se depara na mesma situação com duas possibilida-
B des de sistema de frenagem e deve calcular o módulo da diferença entre elas, fazendo-se necessária a aplicação e ma-
nipulação das fórmulas que regem o MRUV, o estudante deve repetir o mesmo procedimento em ambas as situações.
Supondo essas acelerações constantes, aplicando a equação de Torricelli para o movimento uniformemente retardado, vem:

v2 = vO2 – 2 a ∆S ⇒ O2 = v02 – 2 a ∆S ⇒

( ​  20   ​  
)
2
v 2 a1 = _______ ⇒ a1 = 0,5 m /s2
a =  0  ​ ⇒         2 · 400
​ ​  ____________________________  ​  ​ ⇒ |a1 – a2| = |0,5 - 0,8| ⇒ |a1 – a2| = 0,3 m/s2.
2∆S a2 = ​  20 2
_______ ⇒ a1 = 0,8 m/s
  ​   2
2 · 250

Alternativa B

14
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

A habilidade 20 mais uma vez aparece, já que mais um passo é acrescentado ao estudo do movimento dos corpos: agora
os corpos podem possuir aceleração não nula. No cotidiano mundano das pessoas, os móveis estão em constante alter-
ação do seu movimento, o exemplo mais clássico disto é um automóvel que após estar estacionado adquire movimento,
sendo freado posteriormente em algum semáforo e acelerado novamente inúmeras vezes até chegar em seu destino. A
mudança da velocidade é algo normal e se faz presente em inúmeras situações-problema que o estudante irá encontrar.

Modelo 2
(Enem) Um motorista que atende a uma chamada de celular é levado à desatenção, aumentando a possibilidade de
acidentes ocorrerem em razão do aumento de seu tempo de reação. Considere dois motoristas, o primeiro atento e o
segundo utilizando o celular enquanto dirige. Eles aceleram seus carros inicialmente a 1,00 m/s2. Em resposta a uma
emergência, freiam com uma desaceleração igual a 5,00 m/s2. O motorista atento aciona o freio à velocidade de 14,0
m/s enquanto o desatento, em situação análoga, leva 1,00 segundo a mais para iniciar a frenagem.
Que distância o motorista desatento percorre a mais do que o motorista atento, até a parada total dos carros?
a) 2,90 m
b) 14,0 m
c) 14,5 m
d) 15,0 m
e) 17,4 m
Análise expositiva 2 - Habilidade 20: Excelente exercício, traz para a realidade do estudante a aplicação direta das
E funções horárias do movimento uniformemente acelerado em uma situação-problema comum nos dias atuais: moto-
ristas imprudentes que utilizam celulares enquanto dirigem. Aplicando as funções e manipulando as equações o estu-
dante será capaz de perceber qual a real diferença entre dirigir com atenção e dirigir enquanto se manipula um celular.
Para o motorista atento, temos:
Tempo e distância percorrida até atingir 14 m/s a partir do repouso:
v = v0 + at
14 = 0 + 1 · t1 ⇒ t1 = 14 s
v2 = v02 + 2a∆S
142 = 02 + 2 · 1 · d1 ⇒ d1 = 98 m
Distância percorrida até parar:
02 = 142 + 2 · (–5) · d1’ ⇒ d1’ = 19,6 m
Distância total percorrida:
∆S1 = d1 + d1’ = 98 + 19,6 ⇒ ∆S1 = 117,6 m
Para o motorista que utiliza o celular, temos:
t2 = t1 + 1 ⇒ t2 = 15 s
Velocidade atingida e distância percorrida em 15 s a partir do repouso:
v2 = 0 + 1 · 15 ⇒ v2 = 15 m/s
152 = 02 + 2 · 1 · d2 ⇒ d2 = 112,5 m
Distância percorrida até parar:
02 = 152 + 2 · (–5) . d2’ ⇒ d2’ = 22,5 m
Distância total percorrida:
∆S2 = d2 + d2’ = 112,5 + 22,5 ⇒ ∆S2 = 135 m
Portanto, a distância percorrida a mais pelo motorista desatento é de:
∆S = ∆S2 – ∆S1 = 135 – 117,6
∴∆S = 17,4 m
Alternativa E

15
DIAGRAMA DE IDEIAS

MOVIMENTO

VELOCIDADE ALTERAÇÃO DA
REFERENCIAL
INICIAL VELOCIDADE

VELOCIDADE
FINAL

FUNÇÕES CONDIÇÕES
HORÁRIAS INICIAIS
ACELERAÇÃO

16
AULAS Gráficos do MRUV
11 e 12
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 20

1. Gráfico da aceleração
escalar em função do tempo
No Movimento Retilíneo Uniformemente Variado(M.R.U.V.),
a aceleração escalar a é uma constante e não nula. Em
consequência, o gráfico a x t, da aceleração (no eixo das
ordenadas) em função do tempo (no eixo das abscissas), é
uma reta paralela ao eixo dos tempos.
Existem duas possibilidades para o gráfico da aceleração.
Caso a aceleração seja favorável à orientação adotada, o
gráfico será uma reta paralela ao eixo horizontal e acima
dele. Entretanto, se a aceleração for contrária à orientação
adotada, o gráfico será uma reta paralela ao eixo horizon-
tal e abaixo do mesmo.
Nos gráficos acima foram assinalados dois triângulos
retângulos em que o cateto vertical corresponde à variação
da velocidade escalar (Dv), e o cateto horizontal representa
a variação do tempo (Dt). A aceleração escalar pode ser
obtida com base no gráfico. Calculando:

a = tg α = ​ Dv
___ ​ 
Dt

Observe que, se a função for crescente, o resultado será


uma aceleração positiva; se a função for decrescente, o re-
sultado será uma aceleração negativa.

Gráficos da velocidade
escalar em função do tempo
A função horária da velocidade escalar v é uma função
do 1.° grau (v = v0 + at). Assim, o gráfico v × t, da velo-
cidade escalar em função do tempo, é uma reta incli-
nada. Quando a aceleração escalar for positiva (a > 0), a multimídia: vídeo
inclinação da reta será positiva, ou seja, o gráfico será
Fonte: Youtube
crescente; quando a aceleração escalar for negativa G1 - Saiba como interpretar gráficos de
(a < 0), a inclinação da reta será negativa, ou seja, o gráfico movimento
será decrescente. Observe as figuras a seguir.

17
Aplicação do conteúdo
1. Na figura a, está representado o gráfico da velocida-
de escalar em função do tempo de uma partícula. Como
o gráfico é retilíneo, o movimento é uniformemente va-
riado (MUV). A aceleração escalar do movimento, como
foi visto acima, pode ser calculada a partir de um triân-
gulo retângulo qualquer, cuja hipotenusa esteja sobre o Resolução:
gráfico, e os catetos horizontal e vertical, como o triân-
gulo retângulo sombreado na figura b. Para o cateto vertical desse triângulo, tem-se:
|Dv| = 27 – 9 = 18
Entretanto, é possível observar no gráfico que a velocidade
escalar diminui ao longo do tempo. Desse modo, a variação
da velocidade é negativa ∆v < 0, então:
Dv = –18 m/s
Calculando a aceleração:
a = ​ Dv ​  –18 m/s
___ ​ = ______  ​ 
 = –3 m/s2
Dt 6 s
Ou seja, a aceleração escalar é negativa.
Do gráfico, obtém-se a velocidade inicial v0 = 27 m/s, e a
função horária da velocidade escalar é:
v = v0 + at ⇒ v = 27 – 3t

Observe a seguir o gráfico a × t para esse movimento:


Resolução:
Dos valores dos catetos do triângulo, calcula-se:

a = ​ Dv ​  20 m/s
___ ​ = ______  ​ 
 = 5 m/s2
Dt 4 s
Observando ainda a figura, no instante t = 0 a velocidade é
10 m/s, ou seja, a velocidade inicial é v0 = 10 m/s.
Assim, encontra-se a função horária da velocidade escalar:
1.1. Propriedade do gráfico a × t
v = v0 + at ⇒ v = 10 + 5t No gráfico da aceleração pelo tempo a = a(t), tem-se uma
propriedade de grande importância. A área compreendida
O gráfico da aceleração escalar em função do tempo para
entre a função e o eixo das abscissas é numericamente
esse movimento é representado na figura abaixo:
equivalente à variação da velocidade.

2. Na figura a, está representado um gráfico v × t. Nova-


mente o gráfico é uma reta e, portanto, representa um
MUV. Para calcular a aceleração, considere o triângulo
retângulo sombreado na figura b.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Gráficos do MRUV

18
Caso a função v(t) seja decrescente (a aceleração é negativa),
nos instantes em que a velocidade for negativa tem-se mov-
imento retrógrado acelerado, e nos instantes que a veloci-
dade for positiva tem-se movimento progressivo retardado.

Em ambos os casos, t’ é o instante em que ocorre a in-


versão do movimento, ou seja, quando o móvel para e
passa a deslocar-se em sentido contrário ao anterior.
No caso do movimento uniforme (MU), a área da figura
entre o gráfico da velocidade escalar e o eixo do tempo é
numericamente igual à variação de posição. Essa proprie-
dade também é válida para o movimento uniformemente
variável (MUV).
Por convenção, se a área estiver acima do eixo das ab-
scissas, a variação da velocidade será positiva. Se a área
estiver abaixo, a variação da velocidade será negativa.

1.2. Propriedade do gráfico v × t


Como foi visto anteriormente, a função da velocidade pelo
tempo é uma função do primeiro grau v = v(t) = v0 + a . t;
nesse sentido, existem dois pontos de extremo interesse. O
primeiro é o ponto no qual a função corta o eixo vertical.
Esse ponto é a velocidade inicial v0. O segundo é o ponto
no qual a função corta o eixo horizontal. Esse ponto marca
o instante em que a velocidade é nula e pode indicar o ins-
tante em que ocorreu a inversão do sentido de movimento.
A partir do gráfico v × t também é possível carac-
terizar o movimento. Se a função v(t) for crescente
(a aceleração é positiva), nos instantes em que a velocid-
ade for negativa tem-se movimento retrógrado retardado,
e nos instantes em que a velocidade for positiva tem-se
movimento progressivo acelerado.

Como é possível observar nos gráficos acima, as áreas dos


trapézios sombreados são numericamente iguais aos mód-
v<0 v>0 ulos das variações de posição (DS) entre os instantes t1 e
a>0 a>0 t2. Vale lembrar que, se a área está acima do eixo das ab-
movimento movimento scissas, o deslocamento é positivo; e se a área se encontra
retardado acelerado
abaixo do eixo, o deslocamento é negativo.

19
VIVENCIANDO

As funções parabólicas são aplicadas de diversas maneiras na engenharia, como no uso para construção de antenas
parabólicas e faróis de carro. A construção dos gráficos possibilita a criação de modelos que ajudam a entender e a
prever os desenvolvimentos dos movimentos a serem estudados. Apesar de o universo possuir muitas dimensões,
é possível se deparar com movimentos unidimensionais ou que podem ser aproximados para esse modelo. A porta
automática que abre quando você avança ou o correr de uma cortina são exemplos disso.
O modelo matemático proporcionado pelos gráficos criados permite a compreensão de diversos movimentos acele-
rados, como um carro de Fórmula 1 acelerando em direção à linha de chegada na reta final de um Grand Prix.

Aplicação do conteúdo
1. Um automóvel se move com velocidade constante
de 20 m/s. Então o motorista pisa no freio de modo que
o automóvel adquire movimento uniformemente retar-
dado e para 4 segundos depois. Calcule a distância per-
corrida pelo automóvel durante a frenagem.

Resolução:

É possível resolver o problema calculando a aceleração do


movimento usando a função horária da velocidade e subs-
tituindo o valor da aceleração na função horária da posição
(ou na equação de Torricelli). Entretanto, vamos calcular Considerando que o corpo parte da posição S0 = 10 m no
graficamente (trata-se um método mais rápido): esboce o instante t0 = 0 s, é CORRETO afirmar que o diagrama que
gráfico v × t, embora o problema não o tenha pedido. representa esse movimento é:
Na figura a seguir está representado o esboço do gráfico a) b)
a m/s2 a m/s2
v × t. A área do triângulo sombreado, como foi visto, é
numericamente igual a variação de posição:

c) d)

(4,0)(20)
DS =_______
​   ​   ⇒ Ds = 40 m
2
Dessa forma, o automóvel percorreu 40 m durante a frenagem.
Resolução:
2. (UFLA) O diagrama abaixo, velocidade versus tempo,
representa o movimento de um corpo ao longo de uma Em um gráfico de velocidade em função do tempo no MRUV,
trajetória retilínea. a aceleração constante é o coeficiente angular (tg x).

20
Resolução:
Afirmativa I – Incorreta.
A distância percorrida pelo piloto nos primeiros 8 segundos
será:

(v – v ) ________
(–20 – (+ 20)
​ ∆v ​ = ______
a = tg x = ___ ​  f 0 ​   
= ​   ​ =
  – 20 m/s².
∆t (tf – t0) (2 – 0)
A velocidade inicial é 20 m/s, e a posição inicial é 10 m;
assim, a função horária do espaço será:
(80) ∙ (8)
DS0-8 = A1 =______
​   ​   = 320 m
​ at ​ 
2
S(t)= S(0) + v(0) t + ___ 2
2
Afirmativa II – Correta.
S(t) = 10 + 20t –10t2
(80) ∙ (8)
Substituindo o tempo por 2 segundos, tem-se: DS0-9 =______
​   ​   + (80) ∙ (9 – 8) =
2
S(2) = 10 + 20 ∙ (2) – 10(2)² = 10 + 40 – 40 = 10 m. = 320 + 80 = 400 m.
A única resposta possível é a alternativa A. Afirmativa III – Correta.
Alternativa A A distância percorrida pelo piloto nos 14 segundos será:
2. (Unesp) No gráfico a seguir são apresentados os va- (80) ∙ (8)
lores da velocidade v, em m/s, alcançada por um dos DS0-14 = A1 + A2 + A3 + A4 = ______
​   ​   +
2
pilotos em uma corrida em um circuito horizontal e fe- (80 + 20) ∙ (12 – 10)
chado, nos primeiros 14 segundos do seu movimento 80(10 – 8) + ​ _____________
    ​  +
2
(20) ∙ (13 – 12)
_________
​ 
    ​ 
2
DS0-14 = 320 + 160 + 100 + 10
DS0,14 = 590 m.
Afirmativa IV – Incorreta, pois, como é possível observar no
gráfico, entre os instantes 8 e 10 s o movimento é uniforme,
e nos instantes 10 e 13 s o movimento é retardado (a < 0).
Alternativa A.

1.3. Propriedade da velocidade média


Sabe-se que de 8 a 10 segundos a trajetória era retilínea. O gráfico v × t pode ser utilizado para calcular a variação de
Considere g = 10 m/s2 e que para completar uma volta o posição e a velocidade escalar média entre os instantes t1 e t2:
piloto deve percorrer uma distância igual a 400 m.
A partir da análise do gráfico, são feitas as afirmações:
I. O piloto completou uma volta nos primeiros 8 segundos
de movimento.
II. O piloto demorou 9 segundos para completar uma volta.
III. A distância percorrida nos 14 segundos é menor que
600 metros.
IV. Em todo tempo o movimento é acelerado. A área sombreada representa o deslocamento entre os in-
São verdadeiras apenas as afirmações: stantes t1 e t2. Se a área estiver acima do eixo horizontal,
a velocidade média é positiva; se a área estiver abaixo do
a) II e III. d) I, III e IV.
eixo horizontal, a velocidade média é negativa. Para o cál-
b) II e IV. e) II, III e IV. culo da velocidade média, é preciso calcular a razão entre
c) III e IV. a área e a diferença entre intervalos de tempo.

21
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Matemática e Física estão fundamentalmente relacionadas. O desenvolvimento das duas disciplinas tem diversas
conexões, e o uso de gráficos em experimentos científicos é um passo importante da construção do conhecimento
na Física, além de uma das formas de criar uma interpretação para os eventos e experimentos científicos. Gráficos
são uma técnica gráfica para representar um conjunto de dados, geralmente relacionando duas ou três variáveis.
A parábola, curva gráfica característica de funções polinomiais de equações do 2.º grau, aparece aqui como uma
forma de modelar matematicamente a relação entre espaço × tempo de um móvel em MRUV.

f(x) f(x)

x x

Dessa forma, a velocidade escalar média é:


Aplicação do conteúdo
Dv ​ = ____
vm = ​ ___ ​ 75 m
 ​  = 25 m/s
1. Determine a velocidade escalar média entre os ins- Dt 3 s
tantes t = 3 s e t = 6 s para o movimento representado
no gráfico abaixo.

2. Gráfico da posição
em função do tempo
A função horária da posição do movimento retilíneo
uniformemente variado (M.R.U.V.) é uma equação do
segundo grau em t.

​ a ⋅  ​
S = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2  
Resolução: 2

 partir da área sombreada na figura abaixo, é possível cal-


A Assim, o gráfico da posição em função do tempo (s × t)
cular a variação de posição DS. Por ser um trapézio, tem-se: deve ser um arco de parábola. Ele pode ocorrer de dois
modos: a concavidade pode ser para cima ou para baixo.
Como na função do segundo grau, a concavidade é deter-
minada pelo sinal que acompanha o coeficiente da variável
de grau dois; no caso da função da posição, a concavidade
é determinada pela aceleração. É importante ressaltar que
o gráfico da posição pelo tempo não informa necessaria-
mente a trajetória descrita pelo móvel.

a > 0 ⇒ concavidade para cima


(20 + 30)(3) a < 0 ⇒ concavidade para baixo
DS =__________
​   ​   ⇒ DS = 75 m
2

22
Observe que, à esquerda do ponto A, a posição aumenta
com o tempo, fator que indica uma velocidade positiva (v
> 0); como a aceleração é negativa (a < 0), tem-se um
movimento progressivo retardado. No ponto A, o móvel
tem velocidade nula e nele ocorre a inversão do sentido
do movimento. Por fim, à direita do ponto A, a posição
diminui com o tempo, fator que indica uma velocidade
negativa (v < 0); como a aceleração é negativa (a < 0),
tem-se um movimento retrógrado acelerado.

Aplicação do conteúdo
1. (UFB) O espaço (posição) de um móvel varia com o
tempo conforme o gráfico abaixo.

Nem sempre o gráfico apresentará o aspecto dos gráficos


descritos acima; como não foram considerados os tempos
negativos, foi considerado apenas o trecho de linha con-
tínua da parábola, à direita do eixo vertical.
O ponto A assinalado em cada figura é o vértice da parábo-
la e corresponde ao instante em que a velocidade se anula,
isto é, v = 0 no instante t’. Será nesse instante que poderá Pede-se determinar:
ocorrer mudança no sentido do movimento. a) O espaço (posição) inicial S0, o instante ti em que
o móvel inverte o sentido de seu movimento e o(s)
O gráfico da posição pelo tempo também é útil para caracteri- instante(s) em que passa pela origem dos espaços
zar o movimento. No caso de a aceleração ser positiva, tem-se: (posições, marco zero).
b) O intervalo de tempo em que o movimento é pro-
gressivo e o intervalo de tempo em que o movimento
é retrógrado.
c) O intervalo de tempo em que o movimento é acele-
rado e em que é retardado.
S’
d) A função horária do espaço.
e) A função horária da velocidade e sua represen-
tação gráfica.
f) A função horária da aceleração e sua representação
Observe que, à esquerda do ponto A, a posição diminui
gráfica.
com o tempo, fator que indica uma velocidade negativa
(v < 0); como a aceleração é positiva (a > 0), tem-se um Resolução:
movimento retrógrado retardado. No ponto A, o móvel a) De acordo com o gráfico, a posição inicial é 8 metros,
tem velocidade nula e nele ocorre a inversão do sentido do o instante que o móvel inverte o sentido do seu movi-
movimento. Por fim, à direita do ponto A, a posição aumen- mento é 3 segundos, e os instantes em que o móvel
passa pela origem (S(t) = 0 m) são 2 e 4 segundos.
ta com o tempo, fator que indica uma velocidade positiva
b) O movimento é progressivo quando o móvel se des-
(v > 0); como a aceleração é positiva (a > 0), tem-se um
loca no sentido dos marcos crescentes (v > 0), o que
movimento progressivo acelerado. ocorre após t = 3 s, e retrógrado quando o móvel se
No caso de a aceleração ser negativa, tem-se: desloca no sentido dos marcos decrescentes (v < 0), o
que ocorre entre 0 e 3 s.
S’ c) O movimento é acelerado após 3 s, uma vez que
a aceleração e a velocidade têm mesmo sinal (a é
positiva, ou seja, “a concavidade da parábola é para
cima”, e v é positiva, isto é, “se desloca no sentido
dos marcos crescentes”). O movimento é retardado
entre 0 e 3 s, pois a aceleração é positiva e a veloci-
dade é negativa.
d) Sendo a função do espaço S(t) = a + bt + ct², bas-
ta substituir os pontos conhecidos para encontrar as
incógnitas da função.

23
S(0) = 8 t v(t)
a + b(0) + c(0)² = 8 0 –6
a=8 3 0
S(2) = 0 f) A aceleração é uma constante durante todo o
a + b(2) +c(2)² = 0 tempo. Assim a sua função e o seu gráfico serão:
8 + 2b + 4c = 0 a(t) = 2 m/s²
b + 2c = –4 (equação 1)
S(3) = –1
a + b(3) + c(3)² = –1
8 +3b + 9c = –1
–b – 3c = +3 (equação 2)
Ao realizar a soma das equações 1 e 2, tem-se:
(b + 2c) + (–b –3c) = –4 + 3
b + 2c – b – 3c = –1
c=1
É preciso voltar à equação 1 para encontrar b.
b + 2c = –4
b = –6
Dessa forma, a função horária do móvel será:
S(t) = 8 + (–6)t + (1)t²
S(t) = 8 – 6t + 1t²
multimídia: sites
e) Comparando a função horária do móvel com brasilescola.uol.com.br/fisica/graficos-
a função horária da posição em MRUV, tem-se:
movimento-uniformemente-variado.htm
S(t) = 8 – 6t + 1t²
efisica.if.usp.br/mecanica/basico/mruv/
​ at² ​  
S(t) = S0 +v0t + ___
2 intro/physics.tutorvista.com/motion/
Assim, segue: S0 = 8 m; v0 = –6 m/s; a = 2 m/s2. motion-graphs.html
Aplicando a velocidade inicial e a aceleração na função ho-
rária da velocidade em MRUV, tem-se: 3. (Unifesp)
v(t) = v0 + at
v(t) = (–6) + (2) ∙ t = –6 +2t .
v(t) = 0
–6 + 2t = 0
t=3s
O gráfico da velocidade é uma reta crescente, pois a ace-
leração é positiva.

24
Em um teste, um automóvel é colocado em movimento Calcule, em cm/s, a velocidade do corpo imediatamente
retilíneo uniformemente acelerado a partir do repouso até após esses 16 s.
atingir a velocidade máxima. Um técnico constrói o gráfico
Resolução:
em que se registra a posição x do veículo em função de sua
velocidade v. Através desse gráfico, pode-se afirmar que a As acelerações são: a1 = 4 cm/s² ; a2 = –3 cm/s² ; a3 = 4 cm/s² ;
aceleração do veículo é:
a) 1,5 m/s2. Aplicando a função horária da velocidade acharemos a ve-
b) 2,0 m/s2. locidade final no instante t = 6 s.
c) 2,5 m/s2. v6 = v0 + a1t = 2 + 4(6 – 0) = 26 cm/s.
d) 3,0 m/s2.
e) 3,5 m/s2. Aplicando a função horária da velocidade acharemos a ve-
locidade final no instante t = 10 s.
Resolução:
v10 = v6 + a2t = 26 + (–3) ∙ (10 – 6) = 14 cm/s.

É preciso encontrar dois pontos no gráfico e aplicar a Equa- Aplicando a função horária da velocidade acharemos a ve-
ção de Torricelli para encontrar a aceleração. locidade final no instante t = 10 s.
v16 = v10 + a3t = 14 + (4) ∙ (16 – 10) = 38 cm/s.
v S(t)
0 0
Resposta: A velocidade final será 38 cm/s.
6 9 De maneira mais rápida poderíamos fazer:
v² = v0 + 2 ∙ a ∙ (Sf – S0) ∆v = v – vi
(6)² = (0)² + 2 ∙ a ∙ (9 – 0) onde ∆v é dado pelas áreas A1, A2 e A3:
a = 2 m/s²
∆v = (6 · 4) + (–3 · 4) + (6 · 4) = 36 cm/s
Alternativa B
Logo: v = ∆v + vi
4. (UERJ) Um trem de brinquedo, com velocidade inicial v = 36 + 2 = 38 cm/s
de 2 cm/s, é acelerado durante 16 s.

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Telecurso 2000 - Aulas 04/50 - Física - MRUV

O comportamento da aceleração nesse intervalo de tempo


é mostrado no gráfico a seguir:

25
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidades
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

A habilidade 17 é constantemente acionada nas ciências exatas, e o aluno deverá ser capaz de interpretar fórmulas,
gráficos, tabelas e relações matemáticas traduzindo, interpretando ou colhendo informações conceituais de situações
contextualizadas.

Modelo 1
(Enem 2017) Em uma colisão frontal entre dois automóveis, a força que o cinto de segurança exerce sobre o tórax e
abdômen do motorista pode causar lesões graves nos órgãos internos. Pensando na segurança do seu produto, um
fabricante de automóveis realizou testes em cinco modelos diferentes de cinto. Os testes simularam uma colisão de
0,30 segundo de duração, e os bonecos que representavam os ocupantes foram equipados com acelerômetros. Esse
equipamento registra o módulo da desaceleração do boneco em função do tempo. Os parâmetros como massa dos
bonecos, dimensões dos cintos e velocidade imediatamente antes e após o impacto foram os mesmos para todos os
testes. O resultado final obtido está no gráfico de aceleração por tempo.

Qual modelo de cinto oferece menor risco de lesão interna ao motorista?


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Análise expositiva 1: O aluno deve ser capaz de ler o gráfico e, a partir dele, retirar as informações necessárias.
B De acordo com o gráfico, o cinto que apresenta o menor valor de amplitude para a aceleração é o 2, sendo, portanto,
o mais seguro.
Alternativa B

20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

26
A habilidade 20 cobra do estudante que ele saiba compreender fenômenos mecânicos relacionados ao movimento
dos corpos: posição, velocidade e aceleração são conceitos fundamentais para essa compreensão.

Modelo 2
(Enem) Para melhorar a mobilidade urbana na rede metroviária é necessário minimizar o tempo entre estações. Para
isso a administração do metrô de uma grande cidade adotou o seguinte procedimento entre duas estações: a locomo-
tiva parte do repouso em aceleração constante por um terço do tempo de percurso, mantém a velocidade constante
por outro terço e reduz sua velocidade com desaceleração constante no trecho final, até parar.

Qual é o gráfico de posição (eixo vertical) em função do tempo (eixo horizontal) que representa o movimento desse trem?

a) d)

b) e)

c)

Análise expositiva: Em muitos casos, esse tipo de exercício é rápido e de fácil resolução. Apesar de cobrar concei-
C tos, a simplicidade do conteúdo facilita a interpretação da informação.

1.º trecho: movimento acelerado (a > 0)→o gráfico da posição em função do tempo é uma curva de concavidade
para cima.

2.º trecho: movimento uniforme (a = 0)→o gráfico da posição em função do tempo é um segmento de reta
crescente.

3.º trecho: movimento desacelerado (a < 0)→o gráfico da posição em função do tempo é uma curva de concavida-
de para baixo.
Alternativa C

27
DIAGRAMA DE IDEIAS

ACELERAÇÃO
GRÁFICOS MRUV
CONSTANTE

GRÁFICOS

POSIÇÃO VELOCIDADE

CONCAVIDADE CONCAVIDADE RETA RETA


PARA CIMA PARA BAIXO CRESCENTE DECRESCENTE

a>0 a<0 a>0 a<0

28
AULAS Queda livre e lançamento vertical
13 e 14
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 20

1. De Aristóteles a Galileu zando a experiência de queda de uma folha e uma pedra,


constatou-se que os dois objetos atingiam a extremidade
Aristóteles, um dos grandes filósofos gregos, viveu por vol- inferior do tubo ao mesmo tempo, ou seja, o tempo gasto
ta de 300 a.C. Ele afirmou que, caso duas pedras, uma com na queda era o mesmo para os dois objetos. Galileu es-
massa menor e outra com massa maior, fossem abandona- tava certo ao afirmar que todos os objetos caem simulta-
das da mesma altura e ao mesmo tempo, a pedra de maior neamente quando a queda ocorre no vácuo ou quando a
massa cairia mais rapidamente e atingiria o solo antes da resistência do ar sobre os objetos pode ser desprezada por
pedra com menos massa. Durante muitos séculos, essa ser muito menor do que seus pesos (como a resistência do
afirmação foi aceita como verdadeira, e, ao que parece, ar sobre as pedras lançadas do alto da torre). Nessas duas
Aristóteles e seus seguidores não se preocuparam em veri- condições, os objetos estão em queda livre.
ficar, por meio de experiência, se isso realmente acontecia.
Galileu Galilei, famoso físico italiano do século XVII, acredi-
tava que deveriam ser realizadas experiências cuidadosas
para comprovar as afirmativas acerca do comportamento
da Natureza. Por esse motivo, ele é considerado um dos
introdutores do método experimental na Física. Conta-se
a seguinte lenda de um experimento realizado por Galileu
para testar as ideias de Aristóteles: do alto de uma tor-
re, Galileu teria abandonado simultaneamente algumas
esferas de massas diferentes. Ele verificou que todas elas
atingiam o solo ao mesmo tempo. Essa experiência contra-
dizia as ideias de Aristóteles. Contudo, muitos seguidores
do pensamento aristotélico não se deixaram convencer, e
Galileu chegou a ser alvo de perseguições por defender
ideias consideradas revolucionárias.
Ainda hoje é comum as pessoas serem guiadas pelo senso Ar Vácuo
comum e afirmarem que um corpo mais massivo atinge o
solo mais rapidamente. A seguir, essa questão será estuda-
da mais detalhadamente.

2. Queda livre
Ao serem soltas simultaneamente de uma mesma altura,
uma pedra e uma folha não atingem o solo ao mesmo
tempo: a pedra cairá com mais rapidez e atingirá o solo
primeiro. Galileu elaborou a hipótese de que o ar talvez
exercesse uma ação retardadora maior sobre a folha. Caso
isso acontecesse, a folha gastaria mais tempo do que a
pedra para cair.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Tempos depois, foi possível comprovar experimentalmente
que a hipótese de Galileu estava correta: retirando o ar de Experimento: queda livre
um tubo fechado, isto é, fazendo vácuo nesse tubo, e reali-

29
Galileu conseguiu observar que a queda livre é um movi- _____
mento uniformemente acelerado, isto é, a velocidade
de um objeto qualquer em queda livre aumenta sempre
√​ 2∙DS
tqueda = ​ ____
g ​ ​   

em quantidades iguais a cada intervalo de tempo de 1


s. Para chegar a essa conclusão, Galileu estudou o mo- Nessa situação, é adotada a orientação com sentido para
vimento de pequenos corpos que partiam do repouso baixo, e é importante ressaltar que os valores da posição
e desciam um plano inclinado. Assim, ele verificou que aumentam de cima para baixo.
o tempo de movimento não se alterava, assim como as
posições assumidas em instantes idênticos, desde que Aplicação do conteúdo
o ângulo do plano inclinado não fosse alterado. Com
1. (PUC) Dois corpos de pesos diferentes são abandona-
efeito, ele percebeu que o movimento de queda dos no mesmo instante de uma mesma altura.
dos corpos não dependia da massa dos corpos
envolvidos. Como todos os corpos partiam do repouso Desconsiderando-se a resistência do ar, é CORRETO
e ganhavam velocidade, Galileu supôs que se tratava de afirmar:
um movimento uniformemente acelerado, ou seja, que a a) Os dois corpos terão a mesma velocidade a
velocidade aumentava sempre nas mesmas proporções. cada instante, mas com acelerações diferentes.
b) Os corpos cairão com a mesma aceleração e suas
Ao alterar o ângulo do plano inclinado, Galileu observou que velocidades serão iguais entre si a cada instante.
havia alteração no tempo de movimento e nas posições as- c) O corpo de menor volume che-
sumidas em instantes idênticos, quando comparados a outro gará primeiro ao solo.
plano inclinado com ângulo distinto. Quanto maior fosse o d) O corpo de maior peso chegará primeiro ao solo.
ângulo do plano inclinado, menos tempo o móvel levava no Resolução:
seu movimento. Assim, Galileu afirmou que, se o ângulo do
plano inclinado fosse de 90°, em uma queda livre, a acelera- Como a resistência do ar é desprezada, eles caem com a
ção sofrida pelo mesmo seria igual a 9,8 m/s a cada 1 s. Essa mesma aceleração, que é a da gravidade. Em consequên-
aceleração é denominada aceleração da gravidade e repre- cia, suas velocidades, em cada instante, serão sempre as
sentada por g. Neste curso, sera adotado para a aceleração mesmas, independentemente de seus pesos.
da gravidade terrestre um valor aproximado: |g| = 10 m/s2. Alternativa B
Sempre será possível adotar esse valor para a aceleração da
gravidade, a não ser que o exercício forneça outro. 2. (FEI) Um atleta, na Vila Olímpica, deixa seu tênis
cair pela janela. Ao passar pela janela do 3.º andar,
Adotando a orientação dos espaços como sendo positiva verifica-se que a velocidade do tênis é de aproxima-
“para baixo”, uma vez que durante a queda livre os objetos damente v = 11 m/s. Sabendo-se que cada andar pos-
se movimentam em sentido ao solo, a aceleração é positiva sui, aproximadamente, altura h = 3 m, e consideran-
do o movimento do tênis uma queda livre, determine
(a = +|g|). Sendo a posição inicial S0 e a velocidade inicial
(considere g = 10 m/s²):
é v0, são escritas as seguintes equações para a queda livre:
a) a velocidade do tênis ao passar por uma janela
do térreo;
v = v0 + |g| ⋅ t
b) de que andar o tênis caiu.

|g| ⋅ t² Resolução:
S = S0 + v0 ⋅ t + ​  ____
 ​   a) Fazendo um desenho ilustrativo do problema, tem-se:
2

v² = v0² + 2 ⋅ |g| ⋅ DS SS00== 00 3.º ANDAR Vv33 == 11


11m/s
m/s

Sendo o deslocamento DS do móvel do ponto inicial até o


chão e lembrando que, como o móvel foi abandonado, v0
= 0, o tempo de queda pode ser calculado por: g = 1010m/s
m/s

v=g·t
SS==99 m
m TÉRREO Vt = ?
|g| ∙ t
2
DS = ​  _____    ​
2
(+)

30
Aplicando a Equação de Torricelli do terceiro andar até o
térreo, tem-se: 3. Lançamento vertical
v² = v3² + 2 ∙ g ∙ DS O módulo da velocidade de um objeto com velocidade
vt² = (11)² +2 ∙ 10 ∙ 9 inicial v0, ao ser lançado para cima, diminui (movimento
_____ retardado) à medida que o objeto sobe. Ao atingir o ponto
Vt = √
​ 301 ​ = 17,3 m/s
mais alto de sua trajetória, sua velocidade é nula. Em se-
Resposta: A velocidade no térreo será aproximadamente guida, o objeto começa a cair e o módulo de sua velocida-
de 17,3 m/s. de aumenta (movimento acelerado). Entretanto, os sinais
b) Aplicando a Equação de Torricelli do andar inicial da velocidade e da aceleração dependem da orientação
até o térreo, tem-se: do sistema de coordenadas. Serão adotadas orientações
vt² = vx² + 2 ∙ g ∙ DS diferentes para ambas as situações.
(17,3)² = (0)² + 2 ∙ g ∙ (3x) 1.º caso – o objjeto é lançado para cima com velocidade
​ 301 ​  ≈ 5,0167
x = ___ inicial v0.
60
Resposta: O tênis caiu do 5.º andar da Vila Olímpica.
3. (PUC-RJ) Uma pedra, deixada cair de um edifício, leva
4 s para atingir o solo. Desprezando a resistência do ar
e considerando g = 10 m/s², escolha a opção que indica redução do
a altura do edifício em metros. módulo da
velocidade
a) 20.
b) 40.
c) 80.
d) 120.
e) 160.
Resolução: Nesse caso, será adotada orientação para cima, ou seja, os
A velocidade inicial é 0 m/s, a aceleração é a da gravidade valores de posição aumentam de baixo para cima. Assim, a
(g = 10 m/s²) e o tempo de queda é 4 segundos. Assim, a velocidade inicial será positiva (v0 > 0), e a aceleração será
altura do prédio será: negativa (a = –|g|). Tem-se um movimento progressivo re-
tardado. Adotando |g| = 10 m/s², tem-se:
​ at² ​  
S= S0 + v0t + ___ v = v0 – |g| ∙ t
2
H = 5t² = 5 · (4)² = 80 m. ​ 1 ​ ∙ |g| ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t – __
2
Alternativa C v2 = v02 – 2 ∙ |g| ∙ DS

VIVENCIANDO

Bungee jumping e saltos com paraquedas não podem ser considerados movimentos de queda livre, nem mesmo
antes de o elástico começar a puxar a pessoa ou o paraquedas se abrir. Isso porque existe a influência causada pelo
ar, que não pode ser ignorada. Devido à tensão causada pelo tamanho da corda, a pessoa em busca de adrenalina
cai, durante a primeira etapa do bungee jumping, com uma aceleração maior que g.
Os eventos de queda livre só ocorrem se o movimento dos objetos acontece quando a resistência do ar pode ser
desconsiderada, como nos experimentos realizados na Space Power Facility, a maior câmara de vácuo do mundo,
construída em Ohio para testar espaçonaves e para resistir à pressão atmosférica. Ela possui 37 metros de altura e
30 metros de diâmetro. São necessárias 3 horas para bombear o ar todo para fora e formar o vácuo.

31
Quando o objeto atinge sua altura máxima, a sua velocida- Nesse caso, será adotada orientação para baixo, ou seja, os
de instantânea é nula valores de posição aumentam de baixo para cima. Assim,
a velocidade inicial será positiva (v0 > 0), e a aceleração
será positiva (a = +|g|). Tem-se um movimento progressi-
vo acelerado. Adotando |g| = 10 m/s², segue:
v = v0 + |g| ∙ t
​ 1 ​ ∙ |g| ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t + __
2
v2 = v02 + 2 ∙ |g| ∙ DS
Tanto no primeiro caso quanto no segundo caso, a escolha
da orientação é arbitrária; contudo, deve-se tomar cuida-
do com o sinal das variáveis envolvidas, evitando possíveis
confusões. Sempre teremos as equações do M.R.U.V. em
sua forma genérica:
v = v0 + a ∙ t
​ 1 ​ ∙ a ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t + __
Para encontrar o instante em que isso ocorre, é preciso 2
substituir v = 0 na equação da velocidade. Assim, tem-se: v2 = v02 + 2 ∙ a ∙ DS
v Se a orientação for para cima: a = – |g|
tsubida = __
​  0  ​  
|g| Se a orientação for para baixo: a = +|g|
É importante notar que, devido ao fato de a aceleração ser
constante, o tempo de subida e de descida são idênticos.

tsubida = tdescida

Conhecido o instante tsubida, é possível encontrar a altura má-


xima alcançada pelo móvel Hmáxima substituindo o tempo na
equação da posição. Uma maneira alternativa e mais simples
é substituir o valor da velocidade na Equação de Torricelli:
v2 = v02 – 2 ∙ |g| ∙ DS
0 = v02 – 2 ∙ |g| ∙ Hmáxima multimídia: sites
v2 www.juliantrubin.com/bigten/galileofallingbodies.
Hmáxima = _____
​  0   ​  
2 ∙ |g| html
2.º caso – o objeto é lançado para baixo com velocidade
inicial v0.
Aplicação do conteúdo
1. Considere que uma bolinha seja lançada verticalmen-
te para cima, a partir do solo (ver figuras abaixo), com
velocidade inicial v0, cujo módulo é 30 m/s. Adote uma
trajetória orientada para cima. Isso significa que, na su-
aumento do bida, o movimento será progressivo e terá velocidade
módulo da escalar positiva; na descida, porém, o movimento será
velocidade retrógrado e terá velocidade escalar negativa. Como a
velocidade varia entre t = 0 s até t = 6 s?

s (m) s (m) s (m)

v>0
v<0
2
1 1 1
0 0 0

Figura
Figura a
a Figura
Figura b
b Figura
Figura c
c

32
Resolução: Observe que, ao se analisar um problema de queda livre ou
lançamento vertical para cima (livre da resistência do ar),
Como o módulo da aceleração da gravidade é |g| = 10
são utilizadas as equações do MUV fazendo a = + g ou a
m/s², conclui-se que, na subida, o módulo da velocidade
= – g, dependendo da orientação adotada para trajetória.
diminui 10 m/s a cada segundo, e, na descida, o módulo
Se a trajetória for orientada para baixo, tem-se a = + g,
da velocidade aumenta 10 m/s a cada segundo. Assim, é
e, se a trajetória for orientada para cima, tem-se a = – g.
possível construir a seguinte tabela da velocidade escalar
da bolinha em função do tempo.

t (s) v (m/s)
0 30

1 20

2 10

3 0

4 –10

5 –20

6 –30
multimídia: vídeo
Note que, algebricamente, a velocidade diminui 10 m/s a Fonte: Youtube
cada segundo, ou seja, tanto na subida quanto na descida Hammer X Feather - Física na Lua
a aceleração é a = g = –10 m/s².

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Queda livre no espaço


Contrariando as ideias aristotélicas, Galileu Galilei foi o primeiro cientista a observar que o tempo de queda dos
corpos não é influenciado pela massa, isto é, que corpos com massas diferentes, ao serem abandonados de uma
mesma altura, atingem o solo ao mesmo tempo. Isso ocorre se a força de resistência do ar não for significativa em
qualquer um dos corpos.
Estudando a queda de corpos em um plano inclinado, Galileu concluiu que, quando os corpos caem na vertical, todos
ficam sujeitos à mesma aceleração de 9,8 m/s2. Robert Boyle (1627-1691) realizou experimentos dentro de uma
câmara de vácuo e comprovou as ideias de Galileu.
Em 1971, o astronauta David Scott, pertencente à missão Apollo 15, realizou na superfície lunar o seguinte experimento:
deixou cair no vácuo um martelo e uma pluma. Assim como Galileu afirmara séculos antes, os dois objetos (livres de
qualquer força de resistência) tocaram o solo simultaneamente. Na internet, é possível encontrar vídeos do ocorrido.

Fonte: <http://spaceflight.nasa.gov/gallery/images/apollo/apollo15/html/s71-43788.html>

33
2. (PUC-MG) Um helicóptero está descendo vertical- v² = v0² + 2a(S – S0)
mente e, quando está a 100 m de altura, um pequeno
objeto se solta dele e cai em direção ao solo, levando 4 0 = (40)² + 2(–10)(S – 0)
s para atingi-lo. Assim:
Considerando-se g = 10 m/s², a velocidade de descida do S = 80 m
helicóptero, no momento em que o objeto se soltou, vale c) No instante em que o corpo retorna ao solo, sua
em km/h: posição é nula, ou seja, S = 0:
a) 25.
b) 144. s = 40t – (5,0)t²
c) 108.
0 = 40t – (5,0)t²
d) 18.
R esolvendo essa última equação, obtém-se dois valores
Resolução:
para t: t = 0 ou t = 8,0 s. O valor t = 0 corresponde ao ins-
A altura do objeto é 100 m, a sua aceleração é a gravidade
tante inicial (quando S = 0), e o valor t = 8,0 s, ao segundo
(g = 10 m/s²) e o seu tempo é 4 s. Assim, a velocidade
instante em que S = 0 novamente.
inicial será:
​ at² ​  
S = S0 + v0t + ___ Assim, o intervalo de tempo total de subida e descida é
2
gt² 8,0 segundos. Como o tempo de subida foi 4,0 segundos,
H = v0t + ___
​   ​   conclui-se que o tempo de descida é de 4,0 segundos, isto
2 (4)²
100 = v0 (4) + 10∙​ ___ ​   é, o tempo de subida foi igual ao tempo de descida.
2
100 = 4v0 + 80 É importante ressaltar que não se trata de uma coincidência.
v0= 5 m/s = 18 km/h. Em um lançamento vertical para cima, desprezada a resis-
Alternativa D tência do ar, o tempo de subida é sempre igual ao tempo que
3. Um corpo é lançado para cima a partir do solo, com a o corpo gasta na descida até atingir o ponto de lançamento.
velocidade de módulo 40 m/s. A resistência do ar pode d) Como foi visto acima, a equação horária da velo-
ser desprezada e o módulo da aceleração da gravidade cidade escalar é:
é |g| = 10 m/s². v = 40 – 10t
a) Qual o tempo gasto pelo corpo para atingir a altura
É sabido que o corpo retorna ao solo no instante t = 8,0 s.
máxima?
b) Qual o valor da altura máxima? Dessa forma, substituindo esse valor na equação, obtém-se:
c) Quanto tempo é gasto na descida, até o corpo v = 40 – 10(8,0)
atingir o solo?
v = –40 m/s
d) Qual a velocidade do corpo ao atingir o solo?
 velocidade é negativa em decorrência da orientação da
A
Resolução:
a) Adotando uma trajetória orientada para cima com trajetória escolhida. Contudo, ao retornar ao ponto de lan-
origem no solo, tem-se: S0 = 0 e a = –|g| = –10 m/s². çamento, a velocidade do corpo, em módulo, é a mesma
A velocidade inicial tem o mesmo sentido da trajetó- que ele tinha ao ser lançado.
ria e, portanto, é positiva: v0 = 40 m/s.
4. (CFT) Da janela de um apartamento, uma pedra é lan-
A equação horária da velocidade escalar é:
çada verticalmente para cima, com velocidade de 20 m/s.
v = v0 + at
v = 40 – 10 ⋅ t
No ponto mais alto, a velocidade escalar é nula. Assim:
v=0
0 = 40 – 10t → t = 4,0 s
b) A equação horária da posição é:
S = s0 + v0t + __ ​ a ​ t²
2
​ 10 ​ t² = 40t – (5,0)t²
S = 0 + 40t – ___
2
Como calculado no item (a), a altura máxima ocorre quan-
do t = 4,0 s. Substituindo esse valor na equação acima: Após a ascensão máxima, a pedra cai até a rua, sem resis-
t = 4,0 s → S = 40(4,0) – (5,0)(4,0)² → S = 80 m tência do ar. A relação entre o tempo de subida e o tempo
Essa altura máxima também pode ser calculada pela Equa- ​ 2 ​.  Qual a altura dessa janela, em metros, em
de descida é __
3
ção de Torricelli: relação à rua? (g = 10 m/s2)

34
Resolução: Utilizando a razão entre os tempos de subida e descida,
Fazendo um desenho ilustrativo do problema, tem-se: temos:
t
Smáx = ? Vmáx = 0 m/s ____ ​  2 ​ 
​  subida ​ = __ tdescida = 3 s.
tdescida 3
V0
Assim o tempo total será:
S0 = 0 m V0 = 20 m/s

ttotal = tsubida + tdescida = 5 s.


g = 10 m/s2
Aplicando o tempo total na função horária do espaço em
Ssolo = H(m) SOLO Vsolo = ?
M.R.U.V., temos:
gt2
(+) Ssolo = S0 + v0t + ___
​   ​ 
2
(5)²
O vetor v0 é contrário à trajetória, assim o seu valor será H = 0 + (–20) ∙ (5) + (10) ∙ ___
​   ​  = 25 m.
–20 m/s. Aplicando a função horária da velocidade entre a 2
janela do apartamento e a ascensão máxima, temos: Reposta: A altura do prédio é 25 metros.

vmáxima = v0 + gtsubida

0 = –20 + (10)tsubida
tsubida = 2s.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

É comum nas ciências exatas a aplicação da matemática como ferramenta básica para a tradução dos fenômenos
físicos. Por esse motivo ela está presente em inúmeras questões, sempre exigindo do aluno a compreensão de grá-
ficos, tabelas, fórmulas, etc.

Modelo 1
(Enem) Para medir o tempo de reação de uma pessoa, pode-se realizar a seguinte experiência:
I. Mantenha uma régua (com cerca de 30 cm) suspensa verticalmente, segurando-a pela extremidade superior, de modo
que o zero da régua esteja situado na extremidade inferior.
II. A pessoa deve colocar os dedos de sua mão, em forma de pinça, próximos do zero da régua, sem tocá-la.
III. Sem aviso prévio, a pessoa que estiver segurando a régua deve soltá-la. A outra pessoa deve procurar segurá-la o
mais rapidamente possível e observar a posição onde conseguiu segurar a régua, isto é, a distância que ela percorre
durante a queda.
O quadro seguinte mostra a posição em que três pessoas conseguiram segurar a régua e os respectivos tempos de reação.

Distância percorrida pela régua durante a queda (metro) Tempo de reação (segundo)
0,30 0,24
0,15 0,17
0,10 0,14

Disponível em: <http://br.geocities.com>. Acesso em: 1 fev. 2009.

35
A distância percorrida pela régua aumenta mais rapidamente que o tempo de reação porque a:
a) energia mecânica da régua aumenta, o que a faz cair mais rápido;
b) resistência do ar aumenta, o que faz a régua cair com menor velocidade;
c) aceleração de queda da régua varia, o que provoca um movimento acelerado;
d) força peso da régua tem valor constante, o que gera um movimento acelerado;
e) velocidade da régua é constante, o que provoca uma passagem linear de tempo.

Análise expositiva 1 - Habilidades 17 e 20: Trata-se de um exercício de fácil compreensão para o aluno que
D estudou o conteúdo.
Desprezando a resistência do ar, ocorre uma queda livre, que é um movimento uniformemente acelerado,
com aceleração de módulo a = g.
A distância percorrida na queda (h) varia com o tempo conforme a expressão h = 1/2gt2.
Dessa expressão, conclui-se que a distância percorrida é diretamente proporcional ao quadrado do tempo
de queda, por isso ela aumenta mais rapidamente que o tempo de reação.
Alternativa D

Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

A habilidade 20 compreende o estudo dos movimentos dos corpos e abrange da cinemática à astronomia.

Modelo 2
(Enem) O Super-homem e as leis do movimento

Uma das razões para pensar sobre física dos super-heróis é, acima de tudo, uma forma divertida de explorar muitos
fenômenos físicos interessantes, desde fenômenos corriqueiros até eventos considerados fantásticos. A figura se-
guinte mostra o Super-homem lançando-se no espaço para chegar ao topo de um prédio de altura H. Seria possível
admitir que com seus superpoderes ele estaria voando com propulsão própria, mas considere que ele tenha dado um
forte salto. Nesse caso, sua velocidade final no ponto mais alto do salto deve ser zero, caso contrário, ele continuaria
subindo. Sendo g a aceleração da gravidade, a relação entre a velocidade inicial do Super-homem e a altura atingida
é dada por: v2 = 2gH.

A altura que o Super-homem alcança em seu salto depende do quadrado de sua velocidade inicial porque:
a) a altura do seu pulo é proporcional à sua velocidade média multiplicada pelo tempo que ele permanece no ar
ao quadrado;
b) o tempo que ele permanece no ar é diretamente proporcional à aceleração da gravidade e essa é diretamente propor-
cional à velocidade;
c) o tempo que ele permanece no ar é inversamente proporcional à aceleração da gravidade e essa é inversamente pro-
porcional à velocidade média;
d) a aceleração do movimento deve ser elevada ao quadrado, pois existem duas acelerações envolvidas: a aceleração da
gravidade e a aceleração do salto;
e) a altura do seu pulo é proporcional à sua velocidade média multiplicada pelo tempo que ele permanece no ar, e esse
tempo também depende da sua velocidade inicial.

36
Análise expositiva 2 - Habilidades 17 e 20: Trata-se de um exercício que cobra do aluno conceitos mais fun-
E damentais em um nível de exigência maior.
Desprezando os efeitos do ar e orientando a trajetória para cima, a aceleração do Super-homem é a = –g.
O gráfico da velocidade em função do tempo até o ponto mais alto está dado a seguir.

A área acinzentada é numericamente igual ao espaço percorrido pelo Super-homem, no caso, a altura H. Assim:
H = área = v/2t
Mas v/2 é a velocidade média vm.
Então, H = vmt.
A equação da velocidade na subida é: v’ = v – gt.
Como no ponto mais alto a velocidade se anula, tem-se:
0 = v – gt ⇒ t = v/g
Assim:
H = vm t ⇒ H = vm (v/g)
Ou seja, a altura atingida é proporcional à sua velocidade média multiplicada pelo tempo que ele permanece no ar, e
esse tempo também depende da sua velocidade inicial.
Finalizando:
H = (v/2) (v/g) ⇒ v2 = 2gH
Alternativa E

DIAGRAMA DE IDEIAS

QUEDA LIVRE E LANÇAMENTO VERTICAL

ACELERAÇÃO DA MOVIMENTO
V0 0
GRAVIDADE VERTICAL

INDEPENDE LANÇAMENTO
V0 = 0
DA MASSA VERTICAL

VERTICAL
QUEDA LIVRE
PARA BAIXO

37
AULAS Lançamento oblíquo
15 e 16
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 20

Até o momento foram estudados os movimentos de corpos bolas estão sempre na mesma altura. Nota-se também que
que se deslocavam em apenas uma direção; agora serão a bola amarela se move para a direita com velocidade cons-
estudados os movimentos de corpos que variam em duas tante, como se esse movimento horizontal fosse indepen-
direções ao mesmo tempo. dente do movimento vertical.
Para simplificar a situação do lançamento horizontal, serão
utilizados os conteúdos vistos até aqui: em primeiro lugar,
é possível estudar separadamente o movimento em cada
direção, como Galileu observou; em segundo lugar, o mov-
imento na vertical se caracteriza como uma queda livre,
movimento que foi estudado anteriormente.

1. Lançamento horizontal

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Velocidade horizontal

Anteriormente foi estudado o lançamento vertical. Nele o


objeto se desloca em apenas uma direção. Agora será ana-
lisado o movimento de lançamento horizontal. A figura a O corpo possui velocidade constante na direção hori-
seguir mostra ambas as situações. A bola vermelha é aban- zontal, realizando um movimento uniforme (M.U.).
donada e cai em queda livre, e a bola amarela é lançada Sx = S0x + vx ∙ t
horizontalmente, ou seja, sua velocidade inicial só possui
componente horizontal. Observando a foto de exposição Na direção vertical, o corpo possui aceleração constante
múltipla, é possível notar que a posição vertical das duas (igual a aceleração da gravidade), realizando, dessa forma,
bolas é sempre a mesma: a cada instante de tempo as duas um movimento uniformemente variado (M.U.V.).

38
Nessa situação, adota-se a orientação com sentido para
baixo. É importante ressaltar que os valores da posição au-
mentam de cima para baixo.

vy = |g| ∙ t

​ 1 ​ ∙ |g| ∙ t2
Sy = S0y + __
2

vy2 = 2|g| ∆Sy

Também é importante lembrar que o tempo de queda é


dado por:
______

√​ 
2 ∙ DSy
tqueda = ​ ______
|g|
 ​ ​ 
  

A combinação desses dois movimentos cria uma trajetória


com o formato de um arco de parábola.

O sistema de coordenadas adotado, eixo Ox e eixo Oy, está


ilustrado na figura a seguir. Como Oy está orientado para
baixo, a aceleração escalar é positiva: a = + g = 10 m/s2.

À medida que o corpo cai, ele desloca-se


______ na horizontal;


2 ∙ DSy
sendo o tempo de queda tqueda = ​ ______
​   ​ ​,  pode-se
|g|
a distância horizontal percorrida pelo móvel.
  calcular

Sx = S0x + vx ∙ t
______


​ 
2 ∙ DSy
DSx = vx ∙ ​ ______
|g|
 ​ ​ 
  

A velocidade em cada instante é dada pela soma vetorial Como foi visto, o movimento é uniforme (M.U.) na direção
da componente horizontal e vertical. horizontal. Dessa forma, tem-se:
S = S0 + vt → x = v0t → x = 8t
v2 = vx2 + vy2
Na direção vertical, o movimento é uniformemente variado
(M.U.V.). A velocidade vertical inicial é nula, uma vez que no
Exemplo instante inicial a velocidade não é nula somente na horizontal.
Na situação da figura a seguir, uma pedra é lançada hori- S = S0 + v0t + __ ​ a  ​t2

zontalmente do topo de um edifício com velocidade inicial​ 2
___› 10
___
v0 ​.  Desprezando
___ a resistência do ar, adotando g = 10 m/s2 y = 0 + 0 ⋅ t + ​   ​t  ⇒ y = 5t2
2
​› 2
e supondo |​v0 ​|  = 8 m/s, é possível analisar o movimento da
vy = v0y + at
pedra. A distância A, do ponto P ao ponto Q, é denominada
alcance horizontal. vy = 0 + 10t ⇒ vy = 10 t

39
Quando a pedra atinge o solo, sua posição é y = 45 m. É preciso encontrar uma equação que descreva a trajetória
Substituindo na equação horária da posição, tem-se: do movimento. Para isso, elimina-se o tempo na equação
anterior da posição horizontal e se faz a substituição na
45 = 5t² ⇒ t² = 9 ⇒ t = 3 s
equação da posição vertical:
Assim, a pedra demora 3 segundos para atingir o solo. x = 8t ⇒ t = ​ __x  ​
Usando esse intervalo de tempo na equação do movimen- 8
to horizontal, obtém-se o alcance A:
Substituindo:
x=8t
y = 5t² = 5​ ​ __x  ​  ²​ ⇒ y = ___
() ​  5  ​ x²
A = (8)(3) ⇒ A = 24 m 8 64
As aulas de Matemática ensinam que uma equação desse
A velocidade horizontal se mantém constante e igual a
tipo corresponde a uma parábola. Dessa forma, entre os pon-
8,0 m/s durante todo o trajeto, mas a velocidade vertical
tos O e Q, a trajetória da pedra é um arco de parábola.
vy aumenta. Substituindo os valores de t nos instantes da-
dos por t = 1 s, t = 2 s e t = 3 s, nas equações anteriores,
determinam-se os valores de x, y e vy: Aplicação do conteúdo
1. (FEI) Em uma competição de tiro, o atirador posiciona
t(s) x(m) y(m) vy(m/s) seu rifle na horizontal e faz mira exatamente no centro
do alvo. Se a distância entre o alvo e a saída do cano é d
1 8 5 10 = 30 m, a velocidade de disparo do rifle é 600 m/s, qual
a distância do centro do alvo que o projétil atingirá?
2 16 20 20
Considere g = 10 m/s² e despreze a resistência do ar.
3 24 45 30 a) 0,25 cm.
b) 0,5 cm.
c) 0,75 cm.
d) 1,00 cm.
e) 1,25 cm.

Resolução:

Na horizontal, tem-se um MRU, e, na vertical, tem-se um


MRUV acelerado. A distância horizontal é 30 m e sua ve-
locidade v é 600 m/s. Assim, o tempo que o projétil atinge
o alvo será:
ΔS
​ 30 ​ ⇒ Δt = ___
vx = ​ ___x ​ ⇒ 600 = ___ ​ 30  ​  ⇒
Δt Δt 600
⇒ Δt = 0,05 s

Na vertical, a velocidade inicial é zero e a aceleração é a


Para calcular a velocidade (total) no instante t = 2 s, por exem- favor de sua trajetória. Assim, aplicando o tempo na função
plo, considera-se a soma vetorial, como na figura abaixo: horária do MRUV vertical, tem-se:

gt²
ΔSy = Voy · t + ___
​   ​  ⇒
2
(10)(0,05)²
⇒ ΔSy = (0) · (0,05) +_________________
​   ​  ⇒

2
⇒ ΔSy = 0 + 0,0125 ⇒ ΔSy = 0,0125 m.

Aplicando análise dimensional na distância vertical, tem-se:

ΔSy = 0,0125 m · (​ 100 cm


______
 ​) 
 ⇒ ΔSy = 1,25 cm.
1 m
v² = (8)² + (20)² = 64 + 400 = 464
____
v=√ ​ 464 ​ v ≅ 21,5 m/s Alternativa E

40
2. (Unesp) Uma pequena esfera, lançada com velocida- Resolução:
de horizontal vo do parapeito de uma janela a 5,0 me-
tros do solo, cai num ponto a 10 metros da parede. Con- Na vertical, tem-se um M.R.U.V., e, na horizontal, tem-se
siderando g = 10 m/s² e desprezando a resistência do ar, um M.R.U.
podemos afirmar que a velocidade vo, em m/s, é igual a:
A velocidade inicial vertical é zero e a aceleração é a favor da
​  5  ​ .
a) ___ trajetória. Aplicando a função horária do MRUV na vertical,
10
tem-se:
b) ​ 10 ​. 
___
5 gt² (10)t²
c) 5.
ΔSy = voy · t + ___
​   ​  ⇒ H = (0) · t + _________
​   ​   ⇒
2 __ __2
d) 10. ⇒ H = 5t² ⇒ t = ​ __
5 √
​ H ​ ​  ⇒ t = ​ __
5 √
​ D ​ ​ . 
e) 15. A velocidade constante na horizontal é 10m/s. Assim, a
distância D será:
Resolução:
ΔS
​ D  ​  ⇒
vx= ​ ___ ​x ⇒ 10.t = D ⇒ t = ___
A altura vertical é 5 m, sua velocidade inicial é zero e Δt 10
__
a aceleração é a favor da trajetória. Aplicando a função

​ D ​ ​  = ___ (  )
​  D ​ = ​​ 10
​  D  ​  ⇒ __
2

horária do M.R.U.V. vertical, tem-se: ⇒ ​ __ D     ​​ ⇒


5 10 5
gt²
ΔSy = voy · t + ___
(10)t²
​   ​  ⇒ 5 = (0)t + _________
​   ​   ⇒
__ ​  D²  ​  ⇒ 100D = 5D2 ⇒ 20D = D² ⇒
​ D ​ = ___
2 2 5 100
__
​  ​1  ⇒ t = 1 s.
⇒ 5 = 5t² ⇒ t² = 1 ⇒ t = √ ⇒ D² – 20D = 0 ⇒
A distância horizontal é 10 e o tempo é 1 s. Assim, sua
velocidade constante será: (D – 0) · (D – 20) = 0

ΔS Assim, tem-se:
​ 10 ​ ⇒ v0 = 10 m/s
v0= ​ ___ ​x ⇒ v0= ___
Δt 1 D = 0 m ou D = 20 m
Alternativa D
Como D = 0 m não convém, a distância horizontal será
3. (Fuvest) Um motociclista de MotoCross move-se com 20 metros.
velocidade v = 10 m/s, sobre uma superfície plana, até
atingir uma rampa (em A), inclinada de 45º com a hori- Alternativa A
zontal, como indicado na figura.
2. Lançamento oblíquo

A trajetória do motociclista deverá atingir novamente a


rampa a uma distância horizontal D (D = H), do ponto A, multimídia: vídeo
aproximadamente igual a: Fonte: Youtube
(g = 10 m/s²) Lançamento oblíquo em um plano inclinado
a) 20 m.
b) 15 m. No lançamento
___ oblíquo, o objeto lançado tem velocidade
​›
c) 10 m. inicial v​0 ​  , inclinada em relação à horizontal e à vertical,
d) 7,5 m. formando ângulo θ com a horizontal, como mostra a figura
e) 5 m. a seguir.

41
todo o movimento (até___a bola atingir o solo). Entretanto,
V0 ​›
a componente vertical   v​y ​  da velocidade varia sob a ação
da aceleração da gravidade (como___no lançamento vertical):
P ​›
θ durante a subida, o módulo de   v​y ​  diminui até se anular
no ponto mais alto M (denominado vértice). Nesse____ ponto,
​ ›
somente a componente horizontal da velocidade v​0x ​  não
é nula. Em ___
seguida, a bola começa a cair, de modo que o
​›
módulo de  v​ y ​ aumenta.

Para estudar esse tipo de movimento, é preciso utilizar um


procedimento denominado decomposição vetorial; o in-
tuito é obter uma componente horizontal da velocidade,
​____›
vetor horizontal v​ 0x ​ ____
, e uma componente ___ vertical da veloci-
​ › ​›
dade, vetor vertical v​ 0y ​,  de modo que v​  ​ possa ser consider-
​____› 0 ​____›
ado como a resultante dos vetores v​ 0x ​ e v​ 0y ​.  A figura a seguir
demonstra que a velocidade inicial é dada pela soma vetorial Assim como no lançamento horizontal, o estudo do lan-
das componentes vertical e horizontal da velocidade. çamento oblíquo parte da independência do movimento;
observe como separar o movimento horizontal e o movi-
mento vertical.
Na direção horizontal, o corpo possui velocidade cons-
tante e, assim, realiza um movimento uniforme (M.U.).

Sx = S0x + v0x ∙ t
onde v0x = v0 ∙ cos θ

___
​› Na direção vertical, o corpo possui aceleração constan-
Diz-se, então,____
que v​ 0 ​ foi decomposto nas componentes per-
​ › ____ ​ › te (igual a aceleração da gravidade), realizando um mo-
pendiculares v​ 0x ​ e v​ 0y ​.  Considerando o triângulo retângulo
vimento uniformemente variado (M.U.V.). Adotando
sombreado na imagem anterior, tem-se da Trigonometria:
orientação vertical para cima (durante todo o movimento),
cateto oposto __ v0y tem-se que a = –|g|:
sen q = ___________
​  = ​  v  ​ ⇒ v0y = v0 ⋅ sen q
 ​ 

hipotenusa 0
cateto adjacente v0x vy = v0y – |g| ∙ t
cos q = _____________
  
​   ​  = ​ __
v0 ​ ⇒ v0x = v0 ⋅ cos q
hipotenusa
​ 1 ​ ∙ |g| ∙ t2
Sy = S0y + v0y ∙ t – __
2
Assim, é possível fazer uma comparação: o movimento se-
ria o mesmo
____ se a bola fosse lançada para cima com veloci-
​ ›
dade v​ 0y ​ dentro de um vagão de trem que se desloca para vy2 = v20y – 2 ∙ |g| ∙ DSy
​____›
a direita com velocidade v​ 0x ​.  onde v0y = v0 ∙ sen θ

Normalmente será adotado |g| = 10 m/s².


Assim como no lançamento vertical, tem-se que na altura
máxima vy = 0 e:
v0y
tsubida = tdescida = __
​   ​  
|g|
Sendo o tempo dado por:

2 · v · senθ
2 · voy _________
A trajetória curva da bola____é mostrada na figura a seguir. A ttotal = tsubida + tdescida = ​ ______ ​ = ​  0    
    ​ 
​ › |g| |g|
componente horizontal v​0x ​ se mantém constante durante

42
A velocidade em cada instante é dada pela soma vetorial v 2 ∙ sen(2θ)
da componente horizontal e vertical. A = _________
​  0  ​   
|g|
v2 = vx2 + vy2
Analisando a expressão do alcance horizontal, segue que
A será máximo quando θ = 45º. Nessa situação, tem-se a
Para se calcular a altura máxima atingida pelo móvel, po- seguinte relação:
de-se substituir o tempo total na equação da posição. No
entanto, substituindo vy = 0 na Equação de Torricelli, ob-
tém-se a altura máxima Hmáxima de maneira mais simples. A = 4 ∙ Hmáxima

vy2 = v0y2 – 2 ∙ |g| ∙ DSy


É importante ressaltar que, para a mesma velocidade ini-
v20y cial, o alcance A será o mesmo para ângulos complemen-
Hmáxima = _____
​    ​  
2 ∙ |g| tares, ou seja, tanto para 30° quanto para 60° o alcance
será o mesmo.
Para o cálculo da distância horizontal A percorrida, basta
substituir o tempo na equação do movimento horizontal:

Sx = S0x + vx ∙ t
2 ∙ v0y
Para o tempo total t = ttotal = _____
​   ​,  tem-se
|g|
DSx = vx ∙ t

( 2 ∙ v0 ∙ senθ
A = (v0 ∙ cosθ)∙ ​  ​ _________
|g| )
 ​    

VIVENCIANDO

O lançamento oblíquo é facilmente encontrado nos esportes. Nos saques de uma partida de tênis ou nos arremessos
para a cesta num jogo de basquete, estão presentes as trajetórias parabólicas, em que a altura máxima atingida
pela bola é o vértice da parábola, e a distância que separa o início e o final da jornada da bola é o alcance máximo.
Quando o jogador de futebol cobra uma falta próxima da grande área, é possível observar claramente a trajetória
parabólica da bola, caso a barreira ou o goleiro não atrapalhem o percurso até o gol. A trajetória parabólica também
pode ser identificada no salto em distância, como mostra a figura a seguir.

Fonte: <http://jornal.usp.br/ciencias/cientistas-desvendam-a-fisica-por-tras-da-performance-dos-atletas>

43
O ponto mais alto é atingindo no instante em que vy = 0:
vy = 0 ⇒ 60 – 10t = 0 ⇒ t = 6,0 s

Substituindo esse intervalo de tempo na equação da posi-


ção vertical, obtém-se a altura máxima H:

multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Física Total - Aula 10 - Lançamento
oblíquo no vácuo... t = 6,0 s ⇒ y = 60(6,0) – (5,0) ∙ (6,0)2

Exemplo y = 360 – 180 ⇒ y = 180 m

A figura ilustra uma bolinha lançada do ponto O, no solo, Portanto, a altura máxima é H = 180 m.
___
​›
com velocidade inicial v​0 ​ , formando um ângulo θ com a Neste caso, como a bolinha foi lançada a partir do solo, o
horizontal. A bolinha atinge novamente o solo no ponto tempo de subida é igual ao tempo de descida, e, assim, a
P. Desprezando a resistência do ar e adotando o sistema bolinha atinge o ponto P no instante t = 12 s. Substituindo
de coordenadas mostrado na figura, serão determinados o esse valor na equação da posição horizontal, obtém-se o
alcance horizontal A e a altura máxima atingida pela bo- alcance máximo:
linha, supondo g = 10 m/s2, v0 = 100 m/s, sen θ = 0,60 e
cos θ = 0,80. t = 12 s ⇒ x = 80 (12) ⇒ x = 960 m ⇒A = 960 m

É importante destacar que a altura máxima também pode


ser calculada das seguintes maneiras:
§ Usando a Equação de Torricelli, na direção vertical, fa-
zendo vy = 0:
v2 = v​  
0y​  + 2a(S – S0)
2

Como o eixo está orientado para cima, na vertical, a acele- v2y = v20y – 2(10) ∙ (H – 0)
ração escalar é a = – |g| = –10 m/s2.
0 = 602 – 2(10) ∙ (H – 0)
Inicialmente,
___ realiza-se a decomposição da velocidade ini-
​›
cial v​ 0 ​,  como mostrado na figura. Resolvendo essa equação, obtém-se H = 180 m.
§ A partir do gráfico da velocidade em função do tem-
po até o instante t = 6 s, que é o instante em que
a bolinha atinge a altura máxima. A área sombreada
na figura é numericamente igual à variação de posição
vertical entre t = 0 e t = 6,0 s, ou seja, à altura máxima:

Assim, obtém-se v0x = 80 m/s e v0y = 60 m/s. (6, 0)(60)


H = ​ _______
 ​   ⇒ H = 180 m
2
Escrevem-se, então, as principais equações do movimento
horizontal e do movimento vertical:

Horizontal Vertical
S = S0 + vt ​ a ​t2,  vy = v0y + at
S = S0 + v0t + __
2
g
x = 0 + v0x ∙ t y = 0 + v0y t – __​   ​t2,  vy = v0y – gt
2
x = 80t y = 60t – 5,0t2,   vy = 60 – 10 t

44
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

As guerras moldaram o mundo atual e foram decididas pelo poderio bélico. As primeiras catapultas apareceram na
Grécia, entre 400 e 300 a.C., e foram utilizadas por Alexandre, o Grande, em seus cercos e batalhas. Os romanos
aperfeiçoaram as catapultas, inventando o trabuco, que, em vez de usar energia elástica, utilizava energia potencial
gravitacional para lançar seus projéteis.
A utilização de canhões foi comum em guerras e, em certos momentos, foi fator decisivo. Durante a Segunda Guerra
Mundial, os obuseiros – canhões melhorados capazes de alcançar distâncias entre 11 km e 23 km – foram utilizados
em larga escala por ambos os lados. O obuseiro M-10,1, criado para a Segunda Guerra Mundial, foi utilizado pelos
norte-americanos contra os japoneses e por brasileiros contra os italianos.

O conhecimento a respeito do movimento balístico foi fundamental para a correta utilização de tal peça de artilha-
ria. Depois de ser fixado, é necessário ajustar a sua mira. Por meio de manivelas, o tubo pode ser movido tanto na
horizontal quanto na vertical. A posição correta é calculada a partir da distância do alvo.

Durante a Primeira Guerra Mundial, e principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, os aviões foram utilizados
para o lançamento de projéteis. Os pilotos lançavam seus projéteis sem a utilização dos modernos computadores,
que fazem todos os cálculos necessários para acertar o alvo. Nesse caso, tem-se um lançamento horizontal, e o
piloto deveria saber que não deveria abandonar o projétil quando estivesse exatamente acima do alvo, pois, se o
fizesse, o projétil não acertaria o alvo quando atingisse o solo.

45
04) Correto. O alcance (A) de um corpo será:
Aplicação do conteúdo
ΔSx = vx · Δttotal ⇒ A = v0 ∙ cosB ∙ t
1. (UEPG-PR) Um projétil quando é lançado obliqua-
mente, no vácuo, descreve uma trajetória parabólica. 08) Correto. Aplicam-se a função horária da velocidade
Essa trajetória é resultante de uma composição de dois
entre os instantes iniciais e o ponto de máximo para en-
movimentos independentes. Analisando a figura abai-
xo, que representa o movimento de um projétil lançado contrar o tempo de subida.
obliquamente, assinale o que for correto.
vy = v0 · senB – gtsubida ⇒

⇒ 0 = V0 ∙ senB – gtsubida ⇒

​​ senB
⇒ tsubida = v0 ∙ _____g ​​.  
Sendo o tempo de subida igual ao tempo de descida, o
tempo total será:

01) As componentes da velocidade do projétil, em ttotal = tsubida + tdescida ⇒ ttotal = 2 ∙ (tsubida) ⇔


qualquer instante nas direções x e y, são respectiva- (2v ∙ senB)
ttotal =_________
​​  0 g ​​.   
mente dadas por:
vx = v0 ∙ cosB e vy = v0 ∙ senB – gt. 16) Correto.
02) As componentes do vetor posição do projétil, em 2. (PUC-RJ) Um superatleta de salto em distância realiza
qualquer instante, são dadas por: o seu salto procurando atingir o maior alcance possível.
gt² Se ele se lança ao ar com uma velocidade cujo módulo
x = v0 ∙ cosB ∙ t e y = v0 ∙ senB – ___
​   ​  é 10 m/s, e fazendo um ângulo de 45º em relação a ho-
2
04) O alcance do projétil na direção horizontal de- rizontal, é correto afirmar que o alcance atingido pelo
pende da velocidade e do ângulo de lançamento. atleta no salto é de: (Considere g = 10 m/s²).

08) O tempo que o projétil permanece no ar é a) 2 m.


(2v0 ∙ senB) b) 4 m.
t = ​ _________
g  ​   
c) 6 m.
16) O projétil executa simultaneamente um movi- d) 8 m.
mento variado na direção vertical e um movimento
uniforme na direção horizontal. e) 10 m.

Resolução: Resolução:

01) Correto. Na horizontal, tem-se um MRU, e, na verti-


cal, um MRUV com a aceleração gravitacional contrária à
trajetória. Assim, as componentes da velocidade em função
do tempo serão:
vx = v0 ∙ cosB

vy = vo,y + (–g)t ⇒ vy = v0 ∙ senB – gt .


Assim as componentes da velocidade inicial serão:
02) Incorreto. Aplicam-se a função horária do MRU na __
__

horizontal e a função horária do MRUV na vertical. ​ ​ 2 ​  ​  ⇒ vx= 5 ∙ √
vx= v0 ∙ cos(45º) ⇒ vx = 10 ∙ ___ ​ 2 ​ m/s ;
2
__
Sx = S0 + vx · t ⇒ x = 0 + v0 vo,y = v0 ∙ sen(45º) ⇒ voy = 5 ∙ √
​ 2 ​ m/s;
∙ cosB ∙ t ⇒ x = v0 ∙ cosB ∙ t Aplicaremos a função horária da velocidade para encontrar
(–g)t² o tempo de subida.
Sy = S0,y + v0,y · t + ​ ____
 ​  ⇒
2 __
gt² vy = vo,y – gtsubida ⇒ 0 = 5 ∙ √
​ 2 ​ – 10tsubida ⇒
⇒ y = 0 + v0 ∙ senBt – ___ ​   ​  ⇒
2 __ __
√ √
⇒ y = v0 ∙ senBt – ___
gt²
​   ​   ​ ​ 2 ​ ​   ⇒ tsubida = ___
⇒ tsubida = 5 ∙ ___ ​ ​ 2 ​ ​   s.
2 10 2

46
Sendo o tempo de subida igual ao tempo de descida, o
tempo total será:

ttotal = tsubida + tdescida ⇒ ttotal = 2 ∙ (tsubida) ⇒


__

(  ) √ __
​ ​ 2 ​ ​    ​ ⇒ ttotal = √
⇒ ttotal = ​ 2 ∙ ___ ​ 2 ​ s.
2
Aplicando o tempo total na velocidade horizontal, temos:

ΔS __ ΔS
vx = ​ ____x  ​  ⇒ 5 ∙ √
​ 2 ​ = ​ ___
__x ​  ⇒ ΔS = 5 ∙ 2 ⇒
Δttotal √
​ 2 ​  x

⇒ ΔSx = 10 m. multimídia: sites


brasilescola.uol.com.br/fisica/lancamento-
Alternativa E
obliquo.htm
physics.tutorvista.com/motion/projectile-
motion.html
www.efeitojoule.com/2011/04/lancamento-
obliquo-lancamento-obliquo.html

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidades
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

A habilidade 20 concentra um tema fundamental no ramo das ciências exatas: saber descrever o movimento dos corpos. O
aluno deve ser capaz de descrever qualitativamente o movimento do móvel: saber sua posição, sua velocidade e sua aceleração.
Nesse quesito, o estudo de lançamento horizontal e oblíquo necessita da junção de conceitos estudados anterior-
mente, pois se trata de um assunto mais complexo e que exige mais do estudante.

Modelo 1
(Enem 2.ª aplicação) Para um salto no Grand Canyon usando motos, dois paraquedistas vão utilizar uma moto cada,
sendo que uma delas possui massa três vezes maior. Foram construídas duas pistas idênticas até a beira do precipício,
de forma que no momento do salto as motos deixem a pista horizontalmente e ao mesmo tempo. No instante em que
saltam, os paraquedistas abandonam suas motos e elas caem praticamente sem resistência do ar.
As motos atingem o solo simultaneamente porque:
a) possuem a mesma inércia;
b) estão sujeitas à mesma força resultante;
c) têm a mesma quantidade de movimento inicial;
d) adquirem a mesma aceleração durante a queda;
e) são lançadas com a mesma velocidade horizontal.
Análise expositiva 1 - Habilidade 20: Sendo desprezível a resistência do ar, durante a queda as duas motos
D adquirem a mesma aceleração, que é a aceleração da gravidade.
Alternativa D

47
Modelo 2
(Enem PPL) Na Antiguidade, algumas pessoas acreditavam que, no lançamento oblíquo de um objeto, a resultante das
forças que atuavam sobre ele tinha o mesmo sentido da velocidade em todos os instantes do movimento. Isso não
está de acordo com as interpretações científicas atualmente utilizadas para explicar esse fenômeno.
Desprezando a resistência do ar, qual é a direção e o sentido do vetor força resultante que atua sobre o objeto no
ponto mais alto da trajetória?
a) Indefinido, pois ele é nulo, assim como a velocidade vertical nesse ponto.
b) Vertical para baixo, pois somente o peso está presente durante o movimento.
c) Horizontal no sentido do movimento, pois devido à inércia o objeto mantém seu movimento.
d) Inclinado na direção do lançamento, pois a força inicial que atua sobre o objeto é constante.
e) Inclinado para baixo e no sentido do movimento, pois aponta para o ponto onde o objeto cairá.
Análise expositiva 2 - Habilidade 20: No ponto mais alto da trajetória, a força resultante sobre o objeto é seu
B próprio peso, de direção vertical e sentido para baixo.
Alternativa B

DIAGRAMA DE IDEIAS

LANÇAMENTO
OBLÍQUO

LANÇAMENTOS

MOVIMENTOS
SIMULTÂNEOS

VERTICAL M.R.U.V. HORIZONTAL M.R.U.

LANÇAMENTO
V0Y = 0 HORIZONTAL

LANÇAMENTO
V0Y ≠ 0
OBLÍQUO

EM HMÁX ;
VY = 0

48
AULAS CINEMÁTICA VETORIAL
17 E 18
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17 e 20

1. VELOCIDADE VETORIAL
___
MÉDIA

Uma partícula tem velocidade vetorial constante se o módulo,
a direção e o sentido do vetor velocidade forem constantes.
O deslocamento vetorial d entre dois pontos ___› ___›quaisquer
(S1 e S2) é dado pela diferença dos vetores r1 e r2 :
___› ___› ___›
d = r2 – r1 Se uma partícula estiver realizando um movimento retilí-
neo uniforme variado e acelerado, apesar de a direção e o
sentido do vetor velocidade serem constantes, o módulo da
velocidade aumenta.

Assim, a velocidade vetorial é variável:


__› __› __›
v1 Þ v2 Þ v3

Considere___› que uma partícula realiza um deslocamento Exemplo:


vetorial d em um intervalo de tempo 't. Então, a veloci-
Considere o movimento de um automóvel em uma trajetó-
dade vetorial média da partícula, no intervalo de tempo
ria circular, como na figura a seguir, realizado com velocida-
Dt , é:
___› de escalar constante. Nesse caso, diz-se que o automóvel
____› d tem movimento circular e uniforme. Entretanto, o vetor
vm = ___
Dt velocidade do automóvel é variável. No esquema da figura
está representada
__› __› __›
a velocidade vetorial em três pontos da
Pelo fato de o__ valor de Dt ser sempre positivo, a___›direção e trajetória: v 1, v 2 e v 3.

o sentido de v m são iguais ao do deslocamento d (para ___› os
deslocamentos que não sejam nulos, isto é, para d difer-
ente de zero).

2. VELOCIDADE VETORIAL
INSTANTÂNEA
__›
A velocidade vetorial instantânea v é um vetor de
módulo igual à velocidade escalar instantânea, com dire-
ção tangente à trajetória no instante considerado. A figura
a seguir representa o deslocamento de uma partícula entre
os pontos A e B.__Na __posição X e Y, a velocidade vetorial
› ›
instantânea vale v x e v y, respectivamente.

6
O módulo da velocidade vetorial não se altera, isto é, a
velocidade escalar é constante: 4. ACELERAÇÃO VETORIAL MÉDIA
__ __ __
u v›1 u = u v›2 u = u v›3 u Considere
__› uma partícula que, no instante t1, tenha veloci-
__›
dade v 1, e, no instante t2, tenha velocidade vetorial v 2. A
A direção e o sentido da velocidade vetorial são__dife- aceleração vetorial ___média dessa partícula entre os instan-
› __› ›
rentes
__› ao longo do tempo e, portanto, os vetores v 1, v 2 tes t1 e t2 é o vetor a m, dado por:
e v 3 são diferentes: __› __›
__› __› __› ___› › __
v1 Þ v2 Þ v3 v2 – v1
Dv = ______
a m = ___
Dt t2 – t1

3. ACELERAÇÃO VETORIAL Aplicação do conteúdo


Sempre que existir uma aceleração vetorial, a velocidade
vetorial de um corpo vai variar. É o que ocorre, por exem- 1. Uma partícula percorre um trajeto circular com ve-
plo, no caso do movimento circular e uniforme. Foi visto locidade escalar constante de 6 m/s. A velocidade veto-
rial da partícula, nos instantes t1 e t2, está indicada na
que, embora a velocidade escalar se mantenha constante, figura a seguir. Calcule o módulo da aceleração vetorial
o mesmo não ocorre com a direção da velocidade veto- média entre os instantes t1 e t2.
rial. Na figura a seguir, supondo que a partícula tenha
movimento circular e uniforme:

__ __ Resolução:
uv›1 u = u v›2 u
A velocidade escalar é constante, então, o módulo da velo-
Assim, a aceleração escalar é nula, mas: cidade vetorial é constante:
__› __› __ __
(direção de v 1) Þ (direção de v 2) u v›1 u = u v›2 u = 6 m/s
Assim: __›
__› __› A variação de velocidade Dv é dada pela soma vetorial:
v1 Þ v2 __› __› __› __› __›
Dv = v 2 – v 1 = v 2 + (–v 1)
Portanto, no movimento circular e uniforme a aceleração
vetorial não é nula.

O módulo da variação pode ser obtido pelo teorema


de Pitágoras:
__ __ __
u Dv› u2 = u v›2 u2 + u- v›1u2 = (6)2 + (–6)2 = 2 · 36 Ÿ
__›
Ÿ u Dv u = 6dXX 2 m/s

Assim, o módulo da aceleração vetorial média é calculado


usando a seguinte relação:
multimídia: vídeo __›
u a› u = u Dvu ___
___
FONTE: YOUTUBE m Dt
Física Total - Aula 07 - vetor - Vetores considerando o intervalo de tempo:
e operações vetoriais
Dt = (7 s) – (4 s) = 3 s

7
__› ___›
Como Dt > 0, a direção e o sentido dos vetores Dv e a m aceleração centrípeta (acp). Como foi visto, o módulo
são iguais, como ilustrado pela figura a seguir: da velocidade não se altera, mas a aceleração centrípeta
modifica a direção e o sentido do vetor velocidade.
A direção da aceleração centrípeta é perpendicular ao vetor
velocidade e com sentido para o centro da circunferência.
O módulo da aceleração centrípeta é dado por:
__
ua m u = u D___
v u = ____
__› ›
6dXX
2 = 2dXX 2
2 m/s2 v
acp = __ ou acp = v2R
Dt 3 R

5. ACELERAÇÃO VETORIAL
TANGENCIAL E CENTRÍPETA
Há dois tipos de aceleração vetorial responsáveis por alter-
ar o vetor velocidade. A aceleração vetorial tangen-
cial altera o módulo e o sentido da velocidade vetorial. A
aceleração vetorial tangencial é sempre tangente ao vetor
velocidade. A outra aceleração vetorial altera a direção do __›
vetor velocidade e é denominada aceleração vetorial A velocidade v do ponto material é sempre tangente à tra-
centrípeta (ou normal). A aceleração vetorial centrípeta jetória descrita.
é sempre perpendicular (normal) ao vetor velocidade. Embora tenha módulo constante, varia em direção.
___›
Assim, o vetor aceleração ____
total a é dado pela soma vetorial
_____›

da aceleração tangencial at e a aceleração centrípeta acp :
___› ___› _____›
a = at + acp

Devido ao fato de as duas componentes serem ortogonais,


isto é, são perpendiculares entre si, o módulo da aceleração
total pode ser calculado pelo teorema de Pitágoras:

a2 = at2 + acp2

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
t
Prova visual da fórmula da aceleração centrípeta

Aplicação do conteúdo
1. Em determinado instante, o módulo da aceleração
vetorial de um corpo é de 25 m/s². Se, nesse instante, o
6. A ACELERAÇÃO CENTRÍPETA módulo da aceleração tangencial é de 20 m/s², calcule:
a) A aceleração centrípeta.
No movimento circular uniforme, o módulo da velocidade b) O módulo da velocidade nesse instante,
linear de uma partícula é sempre o mesmo. Desse modo, sabendo que o raio da curva é de 60 m.
o deslocamento angular (arco) percorrido pela partícula é
Resolução:
sempre o mesmo para intervalos de tempo iguais. Contudo, a) Usando a equação da aceleração total:
por se tratar de uma grandeza vetorial, a velocidade não é
constante, pois sentido e direção variam ao longo do tempo. a2 = at2 + acp2
Devido à varição do vetor velocidade de uma partícula, (25)2 = (20)2 + acp2
existe uma aceleração agindo sobre ele. No movimento acp2 = 225
circunferencial uniforme, essa aceleração é denominada acp = 15 m/s2

8
b) Lembrando a relação entre a aceleração centrípeta uma circunferência de raio 5,00 m. Considerando S = 3,14
e o módulo da velocidade: a distância percorrida e o módulo do vetor deslocamento
v2
acp = __ são, respectivamente, iguais a:
R
2
a) 15,70 m e 10,00 m. c) 15,70 m e 15,70 m.
v
15 = ___ b) 31,40 m e 10,00 m. d) 10,00 m e 15,70 m.
60
v = 30 m/s Resolução:

2. A velocidade, em m/s, A distância percorrida corresponde ao comprimento de meia volta.


__› de uma__› partícula
__› puntiforme
__› no
instante t é dada por v 0 = 1,0 i – 2,0j __+ 5,0k . Após
› __› dois
__› d = SR = 3,14 · 5 Ÿ d = 15,70 m.
segundos,
__› sua velocidade é dada por v 2 = 4,0i – 2,0j + __›
1,0k . No intervalo de tempo considerado, o módulo da O módulo do vetor deslocamento (|r |) corresponde ao
aceleração média, em m/s2, é: comprimento da seta ligando os pontos inicial e final, ou
a) 25,0. c) 1,0. seja, o próprio diâmetro.
__› __›
b) 5,0. d) 2,5. |r | = D = 2R = 2 · 5 Ÿ |r | = 10,00 m
Resolução: Alternativa A
Deve-se obter a variação da velocidade e calcular a velo-
cidade média: ___› ___›
____› v f – v0
vm = _____
Dt
__› __› __› __› __› __›
____› (4,0i – 2,0j + 1,0k ) – (1,0i – 2,0j + 5,0k )
vm = ________________________________
2s
__› __›
____›(3,0i – 4,0k )
vm = __________
2s
Assim, calcula-se o módulo da velocidade vetorial média:
____ (32 + 42)
u vm› u2 = _______
2
Obtendo:
multimídia: sites
____
u vm› u = __52 = 2,5 m/s www.colegioweb.com.br/cinematica-
vetorial/o-que-e-cinematica-vetorial.html
Então, a alternativa correta é a letra D. www.grupoescolar.com/pesquisa/
cinematica-vetorial.html
Alternativa D
efisica.if.usp.br/mecanica/universitario/
3. (G1 – IFSul) Uma partícula de certa massa movimen- cinematica_v/
ta-se sobre um plano horizontal, realizando meia volta em

VIVENCIANDO

A cinemática vetorial sintetiza a descrição de fenômenos cinéticos através de um espaço bidimensional. Velocidade e
aceleração são entidades geométricas, assim como qualquer grandeza vetorial. Sempre será possível criar um diagrama
vetorial para descrever adequadamente um evento cinemático. Os eventos cinemáticos estão presentes numa infinidade
de formas no cotidiano.
Centrípeto, do latim centripetus, é aquilo que atrai para o centro ou que se move em sua direção. A aceleração cen-
trípeta é a grandeza vetorial associada à mudança de direção da velocidade de um corpo que executa percurso de
tipo curvilíneo, seja ele uniforme ou não. Na máquina de lavar, na montanha-russa ou num brinquedo no parque de
diversão que executa um looping, a aceleração centrípeta está presente e pode ser descrita.

9
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Vetor era o nome dado pelos romanos para quem carregava algo. Trata-se da junção de duas palavras: veho (levar)
+ or (aquele que faz). Historicamente, o vetor sempre carrega algo, e nas ciências o vetor carrega informação. Entre-
tanto, os vetores que informam direção, sentido e valor de uma grandeza só surgiram no século XIX. Na forma visual
utilizada na Física, eles apareceram pela primeira vez no livro The Barycentric Calculus, escrito pelo matemático ale-
mão August Ferdinand Möbius (1790-1868), no qual são apresentados diretamente segmentos de reta, denotados
por letras do alfabeto.
Muitos matemáticos se dedicaram à tarefa de conceber números complexos como pontos no plano bidimensional,
ou seja, como vetores bidimensionais. Entre eles está Carl Friedrich Gauss (1777-1855), conhecido como “príncipe
da matemática”, que fez um uso crucial de números complexos representados como vetores para provar o teorema
fundamental da álgebra (1799).

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

Finalizando o estudo do movimento dos móveis e sendo requisitada novamente a habilidade 20, o aluno terá que
descrever o movimento dos móveis compreendendo o caráter vetorial. Assim, a compreensão do estudo do movi-
mento é dada em sua forma plena, e o aluno deverá utilizar todo o conhecimento acumulado até então.

Modelo
(Enem PPL 2017) Um longo trecho retilíneo de um rio tem um afluente perpendicular em sua margem esquerda, con-
forme mostra a figura. Observando de cima, um barco trafega com velocidade constante pelo afluente para entrar no
rio. Sabe-se que a velocidade da correnteza desse rio varia uniformemente, sendo muito pequena junto à margem e
máxima no meio. O barco entra no rio e é arrastado lateralmente pela correnteza, mas o navegador procura mantê-lo
sempre na direção perpendicular à correnteza do rio e o motor acionado com a mesma potência.

Pelas condições descritas, a trajetória que representa o movimento seguido pelo barco é:

10
c) e)
a)

b) d)

Análise expositiva - Habilidades 20: A componente vertical da trajetória do barco se mantém com velocidade
D constante, enquanto a componente horizontal vai perdendo intensidade a uma taxa constante ao longo do caminho.
Alternativa D

DIAGRAMA DE IDEIAS

CINEMÁTICA VETORIAL

VETORES DECOMPOSIÇÃO

ACELERAÇÃO VELOCIDADE POSIÇÃO

PERPENDICULAR MESMA DIREÇÃO VELOCIDADE DESLOCAMENTO


À VELOCIDADE DA VELOCIDADE LINEAR VETORIAL

ACELERAÇÃO ACELERAÇÃO VELOCIDADE DESLOCAMENTO


CENTRÍPEDA TANGENCIAL ANGULAR ESCALAR

11
AULAS MOVIMENTO CIRCULAR
19 E 20
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 5 e 6 HABILIDADES: 1, 6,17 e 20

1. MEDIDAS DE ÂNGULOS igual a S. Se as medidas de S e R forem iguais, tem-se


u = 1 rad.
Durante uma corrida de automóveis em um autódromo, Assim, sendo u um ângulo expresso em radianos, vale a
a vibração toma conta dos espectadores ao observarem o relação: S = uR
carro de seu piloto preferido surgir no início da reta. Depois
de atravessar a reta, o carro desaparece e, momentos de- A partir da medida do arco de uma circunferência completa
pois, surge outra vez no início da reta. (S = 2pR), obtém-se a conversão de grau para radiano e
vice-versa:
Obviamente, os carros só reaparecem no início da reta
2pR = 2p rad, que equivale a 360°
u = ____
porque realizam algumas curvas durante seu trajeto. Des- R
sa maneira são conduzidos novamente para aquele ponto,
completando mais uma volta e iniciando a volta seguinte. Desse modo: 2p rad ; 360° e p rad ; 180°

2. DESLOCAMENTO ANGULAR E
VELOCIDADE ANGULAR NO M.C.U.
Uma partícula semove sobre uma circunferência de raio R
e , durante o intervalo de tempo 't, percorre o arco PQ ,
p

do ponto P ao ponto Q, de comprimento DS. O ângulo Du


é o deslocamento angular da partícula no intervalo de
tempo Dt.
ΔS
CORRIDA DA NASCAR, NA CALIFÓRNIA, EUA, 2010.

No estudo desses tipos de movimento, chamado de curvi-


líneo, as grandezas lineares não são suficientes. É necessá-
rio o tratamento matemático com grandezas angulares.
Para isso, será relembrada a relação entre arco e ângulo
medido em radianos (rad).

Assim, para Du expresso em radianos, o comprimento DS


S
e o deslocamento angular Du da partícula se relacionam
com o raio R da circunferência pela equação:

DS = Du · R

p
arco AB = __S
T = ______ Aplicação do conteúdo
Raio R p
1. Uma partícula percorre um arco PQ , que corresponde
Na figura anterior, as distâncias OA e OB possuem a mes- a um ângulo central Du = 60°, sobre uma circunferência
p
ma medida R, e o arco que liga os pontos A e B tem valor de raio R = 30 cm. Calcule o comprimento do arco PQ .

12
A velocidade angular média (Zm) da partícula é calcu-
lada de modo similar. Contudo, em vez de usar a distância
'S percorrida, o cálculo é realizado com a distância an-
gular Du. Assim, a velocidade angular média da partícula
durante o intervalo de tempo Dt é:
Du
vm = ___
Dt

2. Durante o intervalo de tempo Dt = 2 segundos, uma


partícula se desloca sobre uma circunferência, per-
p
correndo o arco PQ correspondente ao ângulo central
Du = 120°. Calcule a velocidade angular média da par-
Resolução: tícula nesse intervalo de tempo.

É preciso recordar a relação da geometria plana vista an-


teriormente:
180° ; p radianos ; p rad

Assim, calcula-se o deslocamento angular fazendo a se-


guinte regra de três:
180° p rad
60° x rad
p rad, isto é:
Ou seja: x = __
3 Resolução:
p rad
Du = 60º = __
3 Deve-se obter o valor do deslocamento angular em radianos:
Portanto, com 'T dado em radianos, calcula-se o compri-
180° p rad 2p rad
mento do arco: Ÿ x = ___
120° x rad 3
p (30 cm) = 10p cm
DS = (Du) · R = __
3 ( ) Assim:
Usando a aproximação p > 3,14, tem-se: 2p rad e Dt = 2 s
Du = ___
DS > 10(3,14) cm Ÿ DS > 31,4 cm 3
Portanto, a velocidade angular média é:
Na figura a seguir, uma partícula percorre o arco de circun-
p 2p rad
___
ferência PQ , de comprimento DS, no intervalo de tempo Du p rad/s
Dt. A velocidade escalar média da partícula é dada vm = ___ = 3
______ Ÿ vm = __
Dt 2s 3
pela razão entre o espaço percorrido e o intevalo de tempo:
Considerando Du dado em radianos, a velocidade média
linear e a velocidade média angular podem ser relaciona-
das por:
Ds = ______ = Du · R
(Du) · R ___
DS = (Du) · R Ÿ ___
Dt Dt ( )
Dt
Ou seja:
vm = v m · R

Da mesma forma que para a velocidade escalar média se


define a velocidade escalar instantânea, para a velocidade
angular média se define uma velocidade angular ins-
'S
vm = ___ tantânea (v). Em geral, as velocidades angulares média
't e instantânea são diferentes. Entretanto, no caso de movi-

13
mento uniforme, ou seja, com a velocidade angular instan-
tânea constante, tem-se Zm = Z. Para os valores instantâ- 4. PERÍODO E FREQUÊNCIA
neos, vale uma equação semelhante à equação anterior: A seguir, serão estudados dois conceitos bastante impor-
tantes na Física e que estão relacionados a fenômenos que
v=v·R
se repetem com a mesma regularidade. Os exemplos a
seguir ilustram alguns desses fenômenos:
3. Um disco gira em torno de um eixo que passa por seu ƒ a alternância entre o dia e a noite devido à rotação da
centro O, com velocidade angular v = 1,5 rad/s. A figura
Terra em torno do seu eixo;
indica a posição dos pontos A e B sobre o disco.
ƒ a alternância das estações do ano decorrentes do mo-
vimento de translação da Terra em torno do Sol;
ƒ a alternância das fases da Lua durante as semanas.
Em todas essas situações, e também em outras, ocorre uma
alternância regular de eventos. O intervalo de tempo gasto
para que o evento volte a se repetir é o período T.
Observe:

Sendo a = 4,0 cm, a distância do ponto O ao ponto A e b =


2,0 cm, a distância do ponto O ao ponto B, calcule:
a) A velocidade linear do ponto A.
b) A velocidade linear do ponto B.

Resolução:
a) O raio de trajetória do ponto A é a = 4,0 cm ILUSTRAÇÃO PRODUZIDA COM BASE EM ENCICLOPÉDIA DO ESTUDANTE:
CIÊNCIAS DA TERRA E DO UNIVERSO –
Assim: DA GEOLOGIA À EXPLORAÇÃO DO ESPAÇO. SÃO
PAULO: MODERNA, 2008. P. 241.
vA = v · R = v · a = (1,5 rad/s) (4,0 cm)
vA = 6,0 cm/s
b) O raio da trajetória do ponto B é b = 2,0 cm.

vB = v · R = v · b = (1,5 rad/s) (2,0 cm)


vB = 3,0 cm/s

A velocidade linear v também é denominada velocidade


escalar ou velocidade tangencial.

3. ACELERAÇÃO ANGULAR (Jm)


O quociente entre a variação da velocidade angular e o
intervalo de tempo gasto é a aceleração angular média. multimídia: sites
Jm = DZ
___(rad/s2) brasilescola.uol.com.br/fisica/movimento-
Dt
circular-uniforme-mcu.htm
Relação entre a e J: www.physicsclassroom.com/class/circles/
Dv = DZ.R (dividindo ambos os membros por Dt) Ÿ Lesson-1/Mathematics-of-Circular-
Motion
Ÿ Dv DZ· R Ÿ
___ = _____
Dt Dt a = J∙ R

14
ƒ O período de rotação da Terra em torno do seu próprio
eixo é de 23,93 h. 5. MOVIMENTO
ƒ O período de translação da Terra ao redor do Sol é de CIRCULAR UNIFORME
365,25 dias.
Por motivos de segurança, o movimento de uma roda-gi-
ƒ O período de revolução da Lua é de 27,32 dias. gante ocorre sem trancos e sem solavancos. A roda-gi-
Uma segunda grandeza, intimamente relacionada com o gante gira de modo uniforme, sem aumentar ou diminuir
período, é a frequência f. A frequência é definida como a velocidade da rotação, com exceção do início e do final
o número n de vezes que um evento se repete em um in- do movimento.
tervalo de tempo (por exemplo, um segundo, um minuto,
uma semana, etc):
n
f = __
't

Da definição de período, durante o intervalo corresponden-


te a um período, Dt = T, o evento se repete uma vez, isto é,
n = 1. Dessa forma, a frequência e o período são inversa-
mente proporcionais:
1 ou T = __
f = __ 1
T f

Qualquer unidade de tempo pode ser usada para o perío-


do. No SI, a unidade de tempo é o segundo. As unidades Esse movimento de giro constante também ocorre em di-
mais usuais de frequência são: rotações por segundo (rps), versas situações do cotidiado, como o movimento das pás
rotações por minuto (rpm) e rotações por hora (rph). No SI, de um ventilador, de um liquidificador ou de uma máquina
é usada a rps, que é denominada hertz (Hz). de lavar roupas.

VIVENCIANDO

Muitos objetos comuns no dia a dia executam


movimentos circulares uniformes. Na famosa vitro-
la ou toca-discos, os vinis giram com velocidades
constantes (33 ou 45 rotações por minuto), en-
quanto são tocados por uma agulha que percorre
as trilhas gravadas nos discos. O relógio de pon-
teiro também possui dois ponteiros que executam
movimentos com velocidades diferentes. Outros
diversos aparelhos realizam movimentos circulares
uniformes, como a máquina de lavar roupa e os
ventiladores. Os astros celestes e os satélites artifi-
ciais são outros exemplos, uma vez que percorrem
o espaço executando movimentos circulares.

15
Depois de iniciarem seu funcionamento, os dispositivos Considerando o instante inicial como t0 = 0, a partir da
mencionados executam um movimento circunferen- fórmula da velocidade angular, segue que:
cial uniforme (M.C.U.). O estudo desse tipo de movi- Du Ÿ
v = ___
mento é importante, pois é necessário nos projetos de di- Dt
versos equipamentos. Du = v · Dt Ÿ
Uma partícula realiza movimento circunferencial unifor- u – u0 = v · (t – t0) Ÿ
me se sua trajetória for uma circunferência e o movimen-
u = u0 + v · t
to for realizado com velocidade angular constante. Os
movimentos dos ponteiros de um relógio exemplificam
Dessa forma, a posição angular u pode ser calculada para
perfeitamente esse tipo de movimento. A velocidade an-
o instante de tempo t. Essa função horária angular do
gular do ponteiro dos minutos, por exemplo, pode ser cal-
M.C.U. pode ser obtida a partir da função horária do MRU,
culada a partir do comprimento percorrido em uma volta
dividindo-se todos os termos pelo raio R da circunferência:
completa igual a 2S radianos e o período T.
S = S0 + vt
S0 vt
__S = __ + __
R R R
u = u0 + v · t

6. ACELERAÇÃO DO M.C.U.
Como o movimento é circular e uniforme e possui velocida-
de tangencial constante (aT = 0), a aceleração resultante é
dada somente pela componente centrípeta.
v2 mas v = Z·R então a = a = Z2·R
a = aC = __
R C

O movimento dos ponteiros é periódico. O ponteiro dos


minutos passará novamente pela mesma indicação no re-
lógio depois de 60 minutos.
Du = 2p Du Ÿ v = ___
2p
v = ___
Dt = T Dt T

Sendo T = _1f Ÿ v = 2pf

A velocidade linear da extremidade do ponteiro pode ser cal-


culada se o valor do raio da trajetória circular for conhecido.
Sendo v = vR, tem-se: multimídia: vídeo
2pR ou v = 2pRf FONTE: YOUTUBE
v = ____
T Física - Relação entre a velocidade
angular e velocidade...
5.1. Função horária angular
A seguir, será determinada a função horária do movimento
circunferencial uniforme.
7. MOVIMENTO CIRCULAR
UNIFORMEMENTE VARIADO
Anteriormente foi analisado o caso em que um móvel des-
creve uma trajetória circular com velocidade angular cons-
tante. Entretanto, para o caso em que a velocidade varia
uniformemente, tem-se que:
v–v
Dv ______0
g = __Dt
=
t – t0

16
Em que g representa a aceleração angular. 3p = pt Ÿ t = 1,5 s
___
2
Fazendo t0 = 0
v = v0 + g · t 2. (Unicamp) Anemômetros são instrumentos usados
para medir a velocidade do vento. A sua construção
v + v0
Du = ______
Sendo vm = ___ , pode-se dizer que: mais conhecida é a proposta por Robinson em 1846,
Dt 2 que consiste em um rotor com quatro conchas hemisfé-
u = u0 + v0 · t + __1 · g · t2 ricas presas por hastes, conforme figura abaixo. Em um
2 anemômetro de Robinson ideal, a velocidade do vento
Assim como: é dada pela velocidade linear das conchas. Um anemô-
metro em que a distância entre as conchas e o centro
v2 = v02 + 2 · g · Du de rotação é r = 25 cm em um dia cuja velocidade do
vento é v = 18 km/h teria uma frequência de rotação de:
Aplicação do conteúdo
1. Uma moto percorre meia volta por segundo, em uma
trajetória circular com raio de 3 m. Sabendo que no
início da contagem dos tempos a moto se encontra na
origem dos arcos, determine:
a) a frequência e o período;
b) a velocidade angular do movimento;
c) a velocidade escalar linear;
d) o módulo da aceleração centrípeta;
e) as funções horárias do movimento sob as formas
linear e angular;
3p rad.
f) o tempo decorrido para descrever um ângulo de ___
2
Resolução:
a) Pela definição de frequência e período, tem-se:
1 volta
__
f= Ÿf=2
n
___ ______ 1 Hz
Ÿ f = __ THE ROSINSON ANENOMETER
Dt 1s 2
1 Ÿ T = __
1ŸT=2s Se necessário, considere S|3.
T = __
f 1
__ a) 3 rpm.
2 b) 200 rpm.
b) A velocidade angular é dada por:
c) 720 rpm.
1 Ÿ v = p rad/s
v = 2pf Ÿ v = 2p · __ d) 1200 rpm.
2
c) A velocidade linear é: Resolução:
v = vR = p · 3 = 3p Ÿ v = 3p m/s
Dados: v = 18 km/h = 5 m/s; r = 25 cm; S = 3
d) O módulo da aceleração centrípeta é dado por:
5
v = __________
v = 2 Srf Ÿ f = ____ 5
= ___
(3p)2 ___
v2 = _____
acp = __
2
= 9p = 3p2 Ÿ acp = 3p2 m/s2 2 Sr 2 ∙ 3 ∙ 0,25 1,5
R 3 3
5 ∙ 60 rmp Ÿf = 200 rpm
Hz = ___
e) 1,5
Forma linear: Forma angular:
Alternativa B
s = s0 + vt, u = u0 + Zt
como s0 = 0 e v como u0 = 0 rad e v = 3. (Uece) O ano de 2015 tem um segundo a mais. No
= 3S m/s = p rad/s dia 30 de junho de 2015, um segundo foi acrescido à
contagem de tempo de 2015. Isso ocorre porque a ve-
Substituindo-se: Substituindo-se:
locidade de rotação da Terra tem variações em relação
s = 0 + 3pt Ÿ u = 0 + pt Ÿ u = pt aos relógios atômicos que geram e mantêm a hora le-
s = 3pt gal. Assim, no dia 30 de junho, o relógio oficial registrou
a sequência: 23h 59min 59s - 23h 59min 60s para so-
3p rad
f) O tempo para descrever o ângulo Du = ___ mente então passar a 1º de julho. Como essa correção
2
será obtido pela função horária angular 'T = Z . t é feita no horário de Greenwich, no Brasil a correção

17
ocorreu às 21h, horário de Brasília. Isso significa que, centadas informações para algumas latitudes, sobre a
em média, a velocidade angular do planeta menor distância entre o eixo da Terra e um ponto P na
a) cresceu; superfície da Terra ao nível do mar, ou seja, R cos ) Con-
b) manteve-se constante e positiva; siderando que a Terra gira com uma velocidade angular
c) decresceu; ZT = S/12(rad/h), qual é, aproximadamente, a latitude de P
d) é sempre nula. quando a velocidade de P em relação ao centro da Terra se
aproxima numericamente da velocidade do som?
Resolução:
Dados: vsom = 340 m/s; S = 3.
Sabendo que as 24h contadas no relógio correspondem ao
tempo em que a terra completa uma volta em relação ao a) 0º.
sol e sabendo que: b) 20º.

Du c) 40º.
vm = ___
Dt d) 60º.
e) 80º.
Se foi acrescido 1 segundo no tempo total e o deslocamen-
to angular é o mesmo, logo a velocidade angular média Resolução:
decresceu. S rad/h. Para poder
Foi dado no enunciado que vT = ___
12
Alternativa C utilizar esse dado, é necessário fazer a conversão para uni-
dades do SI.
4. (Uece) Durante uma hora o ponteiro dos minutos de S rad/s
um relógio de parede executa um determinado deslo- vT = ________
12 · 3600
camento angular. Nesse intervalo de tempo, sua veloci-
dade angular, em graus/min é dada por: Para saber em qual latitude a Terra terá uma velocidade
igual a velocidade do som,
a) 360.
b) 36. v=v·R
340
v ________
R = __
Z=________
c) 6.
S
d) 1. 12 · 3600
Resolução:
R = 4896 km
Para uma volta completa, tem-se um deslocamento angu- Comparando com a ilustração fornecida no exercício, che-
lar de 2S radianos ou 360º. ga-se à conclusão de que esse fato será observado na La-
titude de 40º.
O tempo necessário para o ponteiro dar uma volta comple-
ta é de 60 minutos. Alternativa C
Assim:
Du = ___
v = ___ 360º
Dt 60 min

v = 6 graus/minuto.

Alternativa C
5. (Esc. Naval) Observe o gráfico a seguir.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Física Total - Aula 11 -
O gráfico da figura acima mostra a variação do raio da Introdução à cinemática angular
Terra (R) com a latitude () .Observe que foram acres-

18
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O movimento circular é qualquer deslocamento que se desenvolve numa trajetória que não se configure como uma
reta, uma vez que, de forma abstrata, qualquer curva pode ser aproximada para um trecho de uma circunferência.
Em geral, os movimentos circulares são descritos em circunferências, que são o conjunto de pontos situados em
um plano e equidistantes de um ponto fixo, denominado centro da circunferência. A razão entre o perímetro de um
círculo e o seu diâmetro produz o número π (pi).
No caso do π, a principal curiosidade é a obtenção de um valor constante, não importando o tamanho do círculo analisa-
do. As civilizações antigas exigiam valores calculados precisos para π, por razões práticas de construções de veículos e es-
truturas arquitetônicas. Os chineses conseguiram descobrir 7 dígitos do π no século 5 a.C. A primeira fórmula exata para π,
baseada em séries infinitas, foi desenvolvida muito tempo depois, no século XVII, por meio da série de Madhava-Leibniz:

π = __4 – __4 + __4 – __4 + __4 – ___


4 + ___
4 – ...
1 3 5 7 9 11 13

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

A Habilidade 20 se faz presente na caracterização do movimento circular ou circunferencial. Relacionando com as gran-
dezas já definidas, como velocidade linear e aceleração tangencial, são apresentadas as grandezas velocidade angular e
aceleração centrípeta. O aluno passa a estudar os movimentos não retilíneos, sempre aplicados em situações cotidianas.

Modelo
(Enem) Um professor utiliza essa história em quadrinhos para discutir com os estudantes o movimento de satélites.
Nesse sentido, pede a eles que analisem o movimento do coelhinho, considerando o módulo da velocidade constante.

19
Desprezando a existência de forças dissipativas, o vetor aceleração tangencial do coelhinho, no terceiro quadrinho, é:
a) nulo.
b) paralelo a sua velocidade linear e no mesmo sentido.
c) paralelo a sua velocidade linear e no sentido oposto.
d) perpendicular a sua velocidade linear e dirigido para o centro da Terra.
e) perpendicular a sua velocidade linear e dirigido para fora da superfície da Terra.

Análise expositiva - Habilidades 20: Conceitualmente, o exercício possui alto nível de dificuldade. Apesar de
A trazer uma história em quadrinhos, o aluno deve conhecer e saber diferenciar as diferentes velocidades e
acelerações que o móvel possui.
Como o módulo da velocidade é constante, o movimento do coelhinho é circular uniforme, sendo nulo o
módulo da componente tangencial da aceleração no terceiro quadrinho.
Alternativa A

DIAGRAMA DE IDEIAS

DESLOCAMENTO
ANGULAR

VELOCIDADE
ANGULAR

CONSTANTE PERÍODO

VARIÁVEL

MCU FREQUÊNCIA

MCUV

20
AULAS TRANSMISSÃO DE MOVIMENTO CIRCULAR
21 E 22
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 5 e 6 HABILIDADES: 1, 6,17 e 20

1. TRANSMISSÃO DE MOVIMENTO
CIRCULAR UNIFORME
Em geral, os motores possuem uma frequência de rotação
fixa. Entretanto, diversos sistemas girantes acionados por
esses motores precisam de frequências de rotação dife-
rentes daquela do motor. Dessa forma, para modificar as
frequências de rotação, são utilizadas diversas polias co-
nectadas por correias ou engrenagens.

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Transmissão de Movimento Circular -
Questão ENEM 2013

Nos dois tipos de ligações, se não houver escorregamento


das polias ou engrenagens, a velocidade escalar de qual-
quer um dos pontos externos (periféricos) será igual à velo-
cidade escalar da correia, ou seja:
Por meio de uma ligação com uma correia, ou através do
contato direto, o movimento circular de uma polia ou en- vA = vB
grenagem pode ser transmitido para outra.
Assim, a partir da relação entre as velocidades linear e an-
gular (v = vR) e da relação entre a velocidade angular e a
frequência (v = 2pf), pode-se escrever:
vA = vB Ÿ
vAR A = vBRB Ÿ
2pfAR A = 2pfBRB Ÿ
CONTATO ENTRE RODAS OU ENGRENAGENS. NESSE CASO,
HÁ INVERSÃO DO SENTIDO DO MOVIMENTO. fAR A = fBRB

Essa relação mostra que a frequência e o raio são inversa-


mente proporcionais. Dessa forma, em um sistema acopla-
do, a roda de maior raio tem frequência menor.
Nota: A engrenagem é um elemento mecânico que serve
para imprimir torque e rotação. A engrenagem é uma roda
dentada (polia + dentes). Para as engrenagem, tem-se as
seguintes relações:
N N
LIGAÇÃO POR CORREIA. POLIAS E CORREIA SE MOVIMENTAM NO MESMO SENTIDO.
fA·NA = fB·NB ou __A = __B onde (N ... número de dentes)
RA RB

21
vãos Contudo, se as polias ou as engrenagens estiverem conecta-
dentes
das pelo mesmo eixo (polias coaxiais), ou seja, girarem fixa-
das em um mesmo eixo, a velocidade angular Z será igual.

POLIAS COAXIAIS.

ZA = ZB
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE Assim, a relação entre as frequências de rotação é:
Engrenagem, correia e eixo ZA = ZB Ÿ
(Vídeo 8.4 - Volume 1)
2p = ___
___ 2p Ÿ __
1 = __

TA TB TA TB

Aplicação do conteúdo fA = fB

1. Duas polias são ligadas por uma corrente. A menor 2. Duas polias são conectadas por um mesmo eixo. Uma
tem raio de 10 cm e a maior tem raio de 15 cm, girando das polias tem raio de 10 cm, a outra tem raio de 15 cm
com frequência de 30 rpm. e gira com frequência de 30 rpm.
a) Qual é a frequência da polia menor? a) Qual é a frequência da polia menor?
b) Qual é a velocidade linear da polia maior? E da b) Qual é a velocidade linear da polia maior? E da
polia menor? polia menor?
Resolução: Resolução:
a) Pela fórmula da relação entre raio e a) Ambas as polias estão conectadas por um mesmo
frequência apresentada, tem-se: eixo e, portanto, ambas possuem a mesma velocidade
angular e também a mesma frequência. Assim, a po-
R A · fA = RB · fB Ÿ lia menor tem velocidade angular de 30 rpm.
10 · fA = 15 · 30 Ÿ b) Para a polia menor segue que:
fA = 45 rpm
vA = 2p · fA · R A Ÿ
b) Ambas as polias estão conectadas por uma vA = 2p · 0,5 Hz · 0,10 m Ÿ
corrente, portanto, ambas possuem a mesma
velocidade linear (igual a velocidade da corren-
VA = 0,1p m/s
te). Desse modo, a velocidade pode ser calculada
usando qualquer uma das polias. Assim, usando Para a polia maior:
os dados da polia menor e lembrando-se de
vB = 2p · fB · RB Ÿ
converter a frequência para o S.I., segue que:
vB = 2p · 0,5 Hz · 0,15 m Ÿ
vA = 2p · fA · R A Ÿ vB = 0,15p m/s
vA = 2p · 0,75 Hz · 0,10 m Ÿ
vA = 0,15p m/s 3. A figura abaixo mostra um sistema de polias. Os raios das
polias estão relacionados de modo que Rw = Ry = Rz = 1 __ R ,
e 2 x
e a polia W gira com frequência de 2 Hz. Qual é a frequ-
vB = 0,15p m/s ência de rotação da polia Z?

22
Resolução: vyRy = vzRz
2pfyRy = 2pfzRz
Da figura, tem-se:
fy = fz = 1 Hz
Assim, a frequência da polia Z é fz = 1 Hz.

4. (Unesp) Um pequeno motor a pilha é utilizado para


movimentar um carrinho de brinquedo. Um sistema
de engrenagens transforma a velocidade de rotação
desse motor na velocidade de rotação adequada às
rodas do carrinho. Esse sistema é formado por quatro
engrenagens, A,B, C e D, sendo que A está presa ao
eixo do motor, B e C estão presas a um segundo eixo e
a um terceiro eixo, no qual também estão presas duas
das quatro rodas do carrinho.

vw = vx Ÿ vw Rw = vxRx
vx = vy (polias com o mesmo eixo) Nessas condições, quando o motor girar com frequência
2pfwRw = 2pfxRx fM as duas rodas do carrinho girarão com frequência fR.
Sabendo que as engrenagens A e C possuem 8 dentes,
2pfx = 2pfy
que as engrenagens B e D possuem 24 dentes, que não
2 · __1 Rx = fxRx há escorregamento entre elas e que fM = 13,5 Hz, é correto
2
fx = fy afirmar que fR em Hz é igual a
a) 1,5.
fx = 1 Hz b) 3,0.
se fx = 1 Hz Ÿ fy = 1 Hz c) 2,0.
d) 1,0.
Como vy = vz e Ry = Rz, tem-se: e) 2,5.

VIVENCIANDO

A aplicação mais importante de transmissão de movimento no cotidiano está nas en-


grenagens e polias presente nos sistemas mecânicos, desde um simples relógio até mo-
tores e rotores de automóveis. As engrenagens operam aos pares, os dentes de uma se
intercalando com os espaços entre os dentes de outra. Caso o arranjo dos dentes não
seja circular, aparecerá uma variação entre as velocidades das engrenagens. A maioria
das engrenagens possui formato circular, o que permite o funcionamento preciso dos
mecanismos utilizados no dia a dia.
.

23
Resolução: 5. (Uece) Em uma obra de construção civil, uma carga
de tijolos é elevada com uso de uma corda que passa
Os raios das engrenagens (R) e os números de dentes (n) com velocidade constante de 13,5 m/s e sem deslizar
por duas polias de raios 27 cm e 54 cm. A razão entre a
são diretamente proporcionais. velocidade angular da polia grande e da polia menor é:
Assim: a) 3. c) 2/3.
b) 2. d) 1/2.
R n 8 __1
RA __
__ = C = n___A= ___ = Resolução:
RB RD B 24 3
A velocidade linear é a mesma para as duas polias.
A e B estão acopladas tangencialmente: ZG __ R 27 ZG __1
vG = vM Ÿ ZGRG = ZMRM Ÿ Z ___ = M = ___ Ÿ ŸZ ___ =
M R 54 M 2
vA = vB Ÿ 2 SfARA = 2 SfBRB Ÿ fARA = fBRB G

Alternativa D
R f
Mas: fA = fM Ÿ fMRA= fBRB Ÿ FB = fM __A = fM __1 Ÿ fB = __M
RB 3 3

B e C estão acopladas coaxialmente:

f
fC = fB = __M
3

C e D estão acopladas tangencialmente:

vC = vD Ÿ 2SfCRC = 2SfDRD Ÿ fCRC = fDRD

R f multimídia: sites
Mas: fD = fR Ÿ fCRC = fRRD Ÿ FR = fC __C = fR __M __1 Ÿ
RD 33
www.newtoncbraga.com.br/index.php/
f 110-mecatronica/robotica/12092-polias-e-
Ÿ fR = __M Ÿ
9 -engrenagens-mec189
osfundamentosdafisica.blogspot.com.
13,5
fR = ____ Ÿ fR = 1,5 Hz br/2013/06/cursos-do-blog-mecanica_24.html
9
pt.wikihow.com/Mudar-a-Marcha-de-uma-
Alternativa A -Bicicleta

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Parte importante de qualquer mecanismo que transfira movimento circular, a roda é uma das maiores invenções da
humanidade. A região de Ur, na Mesopotâmia, em 3500 a.C., é o local no tempo-espaço mais aceito como a primeira
representação de uma roda, que aparece como um artefato feito de madeira numa carroça. Com base em artefatos
encontrados por arqueólogos, aceita-se que os chineses teriam começado a usá-la em torno de 2000 a.C. Muitos sé-
culos depois, já na Idade Moderna, inovações no uso de materiais fizeram a invenção da roda adquirir novas funções
e ganhar eficiência, tornando-se um transporte mais acessível e veloz, contribuindo para transformar as primeiras
aglomerações humanas em cidades maiores, além de dinamizar as formas de geração de energia.

24
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidades
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos
1 em diferentes contextos.

A Habilidade 1 é trabalhada nessa aula, pois os movimentos são periódicos; grandezas como período e frequência
são fundamentais na caracterização da transmissão do movimento circular. Assim, é importante que o aluno saiba
como se dá a transmissão do movimento circular, quais são suas grandezas e como elas se relacionam.

Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos ou sistemas tecnológi-
6 cos de uso comum.

A Habilidade 6 se faz presente pois trata da leitura de manuais de instrução, fato necessário, por exemplo, para o
estudante relacionar as diferentes engrenagens numa bicicleta. O aluno deve ser capaz de identificar as informações
técnicas, a fim de compreender a situação-problema.

Modelo 1
(Enem) A invenção e o acoplamento entre engrenagens revolucionaram a ciência na época e propiciaram a invenção
de várias tecnologias, como os relógios. Ao construir um pequeno cronômetro, um relojoeiro usa o sistema de engre-
nagens mostrado. De acordo com a figura, um motor é ligado ao eixo e movimenta as engrenagens fazendo o pon-
teiro girar. A frequência do motor é de 18 rpm, e o número de dentes das engrenagens está apresentado no quadro.

engrenagem dentes
A 24
B 72
C 36
D 108

A frequência de giro do ponteiro, em rpm é:


a) 1.
b) 2.
c) 4.
d) 81.
e) 162.

25
Análise expositiva 1 - Habilidades 1: Excelente exercício do Enem, muito bem contextualizado. Cabe ao
B aluno interpretar a situação-problema e identificar as passagens matemáticas que o levarão à resposta
rapidamente.
No acoplamento coaxial, as frequências são iguais. No acoplamento tangencial, as frequências (f) são
inversamente proporcionais aos números (N) de dentes.
Assim:

A frequência do ponteiro é igual à da engrenagem D, ou seja, f = 2 rpm.


Alternativa B

Modelo 2
(Enem) Para serrar ossos e carnes congeladas, um açougueiro utiliza uma serra de fita que possui três polias e um
motor. O equipamento pode ser montado de duas formas diferentes, P e Q. Por questão de segurança, é necessário
que a serra possua menor velocidade linear.

Por qual montagem o açougueiro deve optar e qual a justificativa desta opção?
a) Q, pois as polias 1 e 3 giram com velocidades lineares iguais em pontos periféricos e a que tiver maior raio terá menor frequência.
b) Q, pois as polias 1 e 3 giram com frequências iguais e a que tiver maior raio terá menor velocidade linear em um ponto periférico.
c) P, pois as polias 2 e 3 giram com frequências diferentes e a que tiver maior raio terá menor velocidade linear em um
ponto periférico.
d) P, pois as polias 1 e 2 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver menor raio terá
maior frequência.
e) Q, pois as polias 2 e 3 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver maior raio terá
menor frequência.

Análise expositiva 2 - Habilidades 6: Desde a restruturação da prova do Enem, ano após ano a prova tem
N sido mais carregada conceitualmente e até mais carregada nas operações matemáticas. Esse exercício
exemplifica muito bem isso.
Para resolvê-lo, é preciso identificar que a velocidade linear da serra é igual à velocidade linear (v) de um
ponto periférico da polia à qual ela está acoplada.
No acoplamento tangencial, os pontos periféricos das polias têm mesma velocidade linear; já no acoplamento
coaxial (mesmo eixo), são iguais as velocidades angulares (Y), as frequências (f) e os períodos (T) de todos os
pontos das duas polias. Nesse caso, a velocidade linear é diretamente proporcional ao raio (v = Y R).

Na montagem P:
– Velocidade da polia do motor: v1.
– Velocidade linear da serra: v3P.

26
Alternativa A

DIAGRAMA DE IDEIAS

TRANSMISSÃO
DE MCU

EIXO CORREIA CONTATO

VELOCIDADE INVERSÃO DO
MESMO SENTIDO
ANGULARES IGUAIS MOVIMENTO

FREQUÊNCIAS
VELOCIDADES
IGUAIS
LINEARES DE
MESMO MÓDULO

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