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Cerca de 5000 anos antes de Cristo, viviam, em lugar ainda desconhecido, uns povos a que se
tem chamado INDO-EUROPEUS. Povos pré-históricos como eram, não possuíam literatura, nem nos
legaram obras em pedra.
Sem comunicações entre si foram-se estes povos diferenciando cada vez mais entre si: nos usos
e nos costumes, na cultura, na língua. Esses povos e respetivas culturas e línguas evoluíram em sentido
divergente, enriqueceram-se de novos termos, formas e expressões e deram origem a 12 grupos de
idiomas, tão distintos uns dos outros que só há um século se descobriu o parentesco que existe entre
alguns deles.
Desses doze grupos destacamos o Grupo Itálico: que se dividiu em três idiomas principais e
depois em três línguas independentes: o sabélico, o Osco-úmbrio e o LATIM.
Ora o Latim era a língua falada pelos romanos e passou a ser também a língua oficial de todos
os povos que eles foram conquistando. Os Romanos na sua expansão militar, na Hispânia, na Gália, na
Europa Oriental e nas províncias de África e da Ásia espalharam também a sua cultura e civilização que
os povos conquistados assimilaram. Deu-se o fenómeno da romanização e com ele o aparecimento das
línguas românicas.
A língua vulgar dos soldados invasores, dos comerciantes, isto é, o sermo vulgaris (rusticus ou
plebeius) foi o ramo do latim que deu origem às línguas românicas ou novilatinas.
No quadro que se segue veremos influências na nossa língua de línguas anteriores ao latim
(substractos) e de línguas posteriores ao latim (superstractos)
SUBSTRACTOS SUPERSTRACTOS
Celtas Gregos Germânicos Árabes
varanda, vasca, Cleptomania, antropófago, Guerra, guisa, bode, Alface, oxalá, guelra,
barra, canga,... hipopótamo, quiromante, casa, feltro, blenda, enxovia, alraia, arroz,
filosofia, abúlico, leucemia, guardar, valquíria, bolota, açorda,
androceu, ... Afonso,... arrabalde, adufe, arratel,
azeitona, regueifa,...
No decurso dos tempos entraram na nossa língua elementos de outras origens: provençais, espanhóis,
franceses, italianos, brasileiros, ingleses...
Outra forma de enriquecimento vocabular deu-se nos séculos XV e XVI, com o estudo dos
textos latinos. Os príncipes de Avis são os grandes pioneiros desta significativa viragem na nossa língua,
nos fins da Idade Média. Mas é no Renascimento e, principalmente, com Camões, que os clássicos
latinos possibilitam a entrada abundante de neologismos.
Como já sabes o Português é uma língua que deriva do latim, portanto uma língua românica. Na
passagem do latim para português e depois ao longo dos tempos, verificaram-se algumas
transformações nos sons (fonemas). A estas modificações damos o nome de fenómenos fonéticos.
Estas transformações sofreram uma evolução lenta (através dos séculos) e inconsciente (os falantes
não têm consciência imediata das transformações ocorridas) e resultaram de dois princípios
fundamentais:
a) o princípio do menor esforço (tendência para reduzir o esforço necessário na articulação de certos
fonemas);
b) o princípio da evolução (evolução natural de qualquer língua).
a) regressiva: quando o fonema assimilador está depois do fonema assimilado (a assimilação exerce-
se para trás):
ipsu > isso
b) progressiva: quando o fonema assimilador está antes do fonema assimilado (a assimilação exerce-
se para a frente):
amam-lo > amam-no
- ego > eu
- mi > mim