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MÓDULO VII
DEGRADAÇÃO OXIDATIVA DE
CARBOIDRATOS II
PROFESSORAS RESPONSÁVEIS:
Profa. Dra. Joanne Moraes de Melo Souza
Profa. Dra. Marília Danyelle Nunes Rodrigues
Belém - PA
2021
Módulo VII - Degradação Oxidativa de Carboidratos II - Profs. Souza & Nunes-Rodrigues. 2021
Sumário
Apresentação ------------------------------------------------------------------------------------------- 3
Lista de elementos gráficos ---------------------------------------------------------------------------- 4
1. Módulo VII - Degradação Oxidativa de Carboidratos II ------------------------------------- 5
2. Respiração celular --------------------------------------------------------------------------------- 6
3. Produção de Acetil-CoA -------------------------------------------------------------------------- 7
4. Ciclo de Krebs --------------------------------------------------------------------------------------- 9
5. Regulação do Ciclo de Krebs ---------------------------------------------------------------------15
6. Cadeia Transportadora de Elétrons -------------------------------------------------------------- 16
7. Força Próton-Motriz ------------------------------------------------------------------------------- 21
8. Fosforilação Oxidativa ---------------------------------------------------------------------------- 22
9. Lançadeiras de NADH citossólico ---------------------------------------------------------------25
10. Vias Respiratórias Alternativas em Plantas ---------------------------------------------------- 27
11. Resumo --------------------------------------------------------------------------------------------- 30
12. Mapa mental ---------------------------------------------------------------------------------------- 31
13. Referências ---------------------------------------------------------------------------------------- 32
14. Referências das Figuras --------------------------------------------------------------------------- 32
15. Indicação de leitura -------------------------------------------------------------------------------- 33
16. Hora da atividade ----------------------------------------------------------------------------------34
APRESENTAÇÃO
Assim, o presente material de estudo tem como objetivo apresentar ideias, conceitos e
ferramentas que auxiliem nos estudos e gerem reflexões sobre a bioquímica.
Módulo IV - Lipídios
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MÓDULO VII -
DEGRADAÇÃO OXIDATIVA DE
CARBOIDRATOS II
Prezado (a) Aluno (a),
Seja bem-vindo (a) ao Módulo VII: Degradação Oxidativa de Carboidratos II
Este Módulo VII tem por objetivo geral apresentar a vocês as demais reações da respiração
celular na presença de oxigênio, levando a oxidação do piruvato através da etapa do ciclo de
Krebs, cadeia respiratória e fosforilação oxidativa, reforçando a importância desse processo
metabólico nas células dos organismos vivos aeróbicos.
Bons estudos!
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RESPIRAÇÃO CELULAR
Nos organismos aeróbicos, a glicose e outros açúcares, ácidos graxos e a maioria dos
aminoácidos são oxidados a CO2, H2O e ATP. Essa fase aeróbica do catabolismo das
biomoléculas é chamada de respiração. No sentido fisiológico ou macroscópico, a respiração
se refere apenas a inalação de O2 e expiração de CO2. Mas para bioquímicos esse termo se
restringe ao consumo do O2 pelas células como aceptor final do processo do catabolismo, e
que produz CO2 durante as oxidações chamado precisamente de respiração celular.
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PRODUÇÃO DE ACETIL-CoA
Nos organismos aeróbicos, a glicose e outros açúcares, ácidos graxos e a maioria dos
aminoácidos são no final oxidados a CO2 e H2O pelo ciclo de Krebs e pela cadeia
respiratória. Entretanto, para conseguir entrar no ciclo de Krebs, os esqueletos carbônicos
dessas moléculas precisam ser convertidos ao grupo acetil da acetil-CoA, a forma pela qual a
maioria dos combustíveis entra no ciclo.
Assim, no Catabolismo de Carboidratos, o piruvato produzido na glicólise é
transportado do citosol para a matriz mitocondrial (Figura 2) onde é oxidado a acetil-CoA e
CO2 pelo complexo da piruvato-desidrogenase (PDH) um grupo de 3 enzimas, localizado nas
mitocôndrias das células eucarióticas e no citosol de bactérias.
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CICLO DE KREBS
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Figura 4. Primeira reação do ciclo de Krebs de formação do citrato. Fonte: Nelson & Cox,
2011.
Figura 5. Formação do Isocitrato via cis-aconitato. Fonte: Nelson & Cox, 2011.
http://www.biomedicinaemacao.com.br/2013/03/ciclo-de-krebs-ciclo-do-acido-citrico.html
Figura 7. Oxidação do α-cetoglutarato a succinil-CoA e CO2. Fonte: Nelson & Cox, 2011.
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Figura 12. Reação de regeneração do oxaloaceato. Fonte: Nelson & Cox, 2011.
Agora vamos rever o Ciclo de Krebs inteiro na Figura 13 abaixo para fazer algumas
anotações importantes.
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Percebemos que de forma direta, o Ciclo de Krebs não produz muitos ATPs,
mas como veremos depois, na parte final de todo este processo de respiração celular quando
os elétrons carreados por NADH e FADH2 produzidos nessas oxidações são convergidos para
a cadeia transportadora de elétrons (cadeia respiratória) até o O2 produzindo H2O e
impulsionando a síntese de muitos ATPS. Apesar de ter algumas modificações em algumas
literaturas diferentes nessa parte do metabolismo, de forma geral, quando há a transferência
de elétrons do NADH ao O2, há a formação de aproximadamente 2,5 ATP; e quando há
transferência do FADH2 para o O2, há a formação de cerca de 1,5 ATPs.
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Figura 15. Representação da via dos elétrons proveneientes do NADH através do Complexo I
ou NADH Desidrogenase. Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/9229869/
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Figura 17. Estrutura da ubiquinona e sua conversão a Forma reduzida Ubiquinol. Fonte:
https://andreiatorres.com/blog/2018/11/18/0rl8fsluuclmrz5spldu6kqpdv8n3w
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Para cada par de elétrons que passam através deste complexo a enzima consome quatro
H+ na conversão de O2 a H2O. Ela também usa a energia redox gerada para bombear dois
próton da matriz mitocondrial (lado N) para fora em direção ao espaço intermembrana da
mitocôndria (lado P), gerando um potencial eletroquímico (Figura 19).
Vimos que os elétrons e H+ são transportados por carregadores que atuam como um
complexo multienzimático até o O2 molecular, reduzindo-o a H2O. Durante a Fosforilação
Oxidativa, Espécies Reativas de O2 (EROS) como radicais livres (⦁ OH), superóxido (⦁ O2-),
peróxido de hidrogênio (H2O2) são geradas. Os EROS são potencialmente danosas as células,
reagindo com enzimas, lipídios de membranas e ácidos nucleicos danificando-os. Para
impedir o dano oxidativo induzidos pelos EROs às células produzem enzimas com função
protetora que regem com os EROs e inativando-as. Tais enzimas protetoras são a superóxido
dismutase e a glutationa-peroxidase.
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FORÇA PRÓTON-MOTRIZ
Figura 20. Resumo do Fluxo de elétron e prótons através dos quatro complexos da cadeira
respiratória. Fonte: http://www.lbqp.unb.br/bioq/htm/textos_explic/cte.htm
Figura 21. Representação do gradiente eletroquímico com fluxo de Prótons da matriz (lado N)
para o espaço intermembrana (lado P). Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/10751660/
FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA
Assim, como foi demonstrado a C.T.E. não produz nenhum ATP, sendo responsável
apenas por gerar um potencial eletroquímico de prótons ou seja a Força próton-motriz.
Agora vamos entender como a força próton-motriz se transforma em ATP.
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A F0 é uma proteína integral à membrana interna mitocondrial que possui um poro para
prótons através do qual os prótons vazam rapidamente. O complexo F0 é composto de três
subunidades a, b e c. F1 é uma proteína periférica de membrana e responsável pela síntese de
ATP através da ligação de ADP e Pi. F1 possui nove subunidades de cinco diferentes tipos;
três subunidades α (alfa), e três subunidades β (beta) arranjadas como gomos de uma laranja,
alternadas em um eixo central, a subunidade γ (gama), além de subunidades δ (delta) e ε
(epsilon). Cada uma das três subunidades β tem um sítio catalítico para a síntese de ATP. As
duas subunidades b (b2) de F0 se associam firmemente com as subunidades α (alfa) e β (beta)
de F1, mantendo-as fixas à membrana. Em F0 o cilindro de subunidades c (c10) são embebidos
na membrana e estão ligadas ao eixo constituído pelas subunidades γ (gama) e ε (epsilon) de
F1.
A medida que os prótons fluem pela membrana interna mitocondrial do lado P
(intermembrana) para o lado N (matriz) através do F0, o cilindro e o eixo rotam e as
subunidades β de F1 mudam de conformação, à medida que a subunidade γ se associa com
uma delas de cada vez . A ATP-sintase estabiliza o ATP fortemente, e o gradiente de prótons
impulsiona a liberação do ATP a partir da superfície da enzima.
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(b)
Figura 23. Estrutura do complexo ATP-sintase (a) e diagrama do seu complexo F1F0
mostrando a o fluxo de H+ que impulsiona a síntese de ATP (b). Fonte:
https://slideplayer.com.br/slide/7305218/
Sabendo disso, quantos prótons (H+) são necessários para produzir 1 ATP ? A
medida de fluxo de prótons é tecnicamente complexa. Entretanto, o valor experimental mais
amplamente aceito são quatro prótons (H+), sendo que desses quatro, um H+ é gasto para
transportar Pi através da Membrana mitocondrial. Assim, cada NADH produz 2,5 ATP, pois a
entrega dos elétrons e prótons na C.T.E consegue bombear 10H+ para fora da matriz e
retornando pela ATP-sintase, a cada quatro são usados 4 para a síntese de 1 ATP . Já o
FADH2 produz 1,5 ATP pois consegue bombear apenas 6H+ para fora da matriz.
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Lançadeira Malato-Aspartato:
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Lançadeira do Glicerol-3-fosfato
O músculo esquelético e o encéfalo de animais utiliza um caminho diferente para
entrada dos elétrons na matriz mitocondrial é a lançadeira do glicerol-3-fosfato ou
fosfoglicerol. Neste caso, elétrons e prótons associados aos NADH, reduzidos na glicólise,
são transferidos para a dihidroxiacetona-fosfato (DHAP), formando o 3-fosfoglicerol no
citoplasma. A enzima que catalisa esta reação é a 3-fosfoglicerol desidrogenase.
A enzima flavoproteína desidrogenase catalisa a transferência deste hidrogênio para o
FADH2. A lançadeira do glicerolfosfato utiliza várias moléculas que também funcionam como
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A C.T.E pode ser interrompida por certos compostos químicos como cianeto,
monóxido de carbono e a rotenona. No entanto, essa inibição não é evidente em plantas. A
presença de grande número de caminhos não fosforilativos relacionados com o transporte de
elétrons em mitocôndrias de plantas permite supor que estes caminhos estariam relacionados
com o processo de adaptação das mesmas aos estresses ambientais. Assim, abordaremos
agora as vias respiratórias alternativas em plantas demonstradas resumidamente na figura 26.
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NADH-desidrogenases alternativas
As mitocôndrias de plantas utilizam uma NADH-desidrogenase externamente
orientada e uma outra na matriz, que pode transferir elétrons diretamente do NADH ou
NADPH citossólico ou da matriz para a cadeia respiratória no nível de ubiquinona, desviando
do Complexo I na C.T.E, o NADH citossólico ou da matriz só consegue bombear 6H+ para
fora, produzindo assim menos ATP (3 ATP por NADH glicolítico). Essa via é insensível à
rotenona que inibe o complexo I. E a energia do NADH é dissipada na forma de calor.
Sabe-se que a AOX é induzida pela elevação no nível de carboidratos, pela elevação
nos níveis de ácido salicílico, por lesões e ataque de patógenos, pelo abaixamento da
temperatura, pelo estresse oxidativo durante o amadurecimento de frutos e, em consequência,
pela elevação na produção de espécies reativas de oxigênio (EROs).
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MAPA MENTAL
REFERÊNCIAS
2. Em que local específico da célula ocorre, qual a função e os produtos dos seguintes
processos:
a) Glicólise
b) Ciclo de Krebs
c) Cadeia respiratória e Fosforilação oxidativa
3. Porque cada NADH (mitocondrial) produz 2,5 ATP e cada FADH2 fornece 1,5 ATP?
4. Caso o gradiente eletroquímico fosse desfeito, responda: O que aconteceria com a síntese
de ATP pela enzima ATPsintase?
5. Por que as lançadeiras são importantes no processo de respiração celular?
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