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A origem lendária de Roma data de 754/753 a.C., tendo sido seus criadores os
gêmeos Remo e Rômulo. Conta alenda que em Alba Longa, localizada no Latium,
reinava Numitor, destronado e morto por seu irmão Amúlio. Rhea Sylvia, filha de
Numitor é então encerrada num convento de vestais onde deveria permanecer
virgem.
Contudo, de sua união ilícita com o deus Marte, nascem os gêmeos Remo e
Rômulo, que para não ser mortos são abandonados numa floresta e são recolhidos
e amamentados por uma loba. Mais tarde os dois voltam a Alba Longa e vingam o
avô Numitor, destronando Amúlio.
Em função deste episódio, Remo e Rômulo recebem como prêmio uma colina à
beira do Tibre, o Padino, onde edificam Roma. Os irmãos, porém, disputam o
privilégio divino de ser o fundador da cidade e Rômulo mata Remo, traçando em
seguida os limites da cidade.
PERÍODOS
A lex rogata eram leis propostas pelos magistrados e votadas pelo povo por
iniciativa de uma magistrado (imperador). Dividiam-se em:
Index: Parte da lei contendo a indicação sumária;
Praescriptio: Parte da lei contendo o nome do magistrado que a propôs, a
referência dos títulos, dia e lugar em que foi votada;
Rogatio: Parte da lei que descreve o conteúdo total da lei;
Sanctio: Parte que comina penas aos infratores da lei.
A lex data eram medidas tomadas em nome do povo, mas por um magistrado, a
favor de pessoas ou de cidades das províncias. (correspondem aos atuais
regulamentos administrativos).
Hoje em dia, as principais legislações são classificadas como leis mais que
perfeitas, que prevêem nulidade e punição concomitantemente.
DIREITO OBJETIVO: O vocábulo utilizado pelos romanos era jus (ordenar, jurar).
Dividia-se em:
Aplicação Jus Cogens: Regra absoluta cuja aplicação não depende da vontade
das partes interessadas. As partes não podem excluir nem modificar os efeitos. É
“erga omnes”.
Jus Dispositivum: Regra que admite a vontade das partes, por acordo expresso. É
a “inter partis”.
Quanto a literalidade
Autêntica: O juiz utiliza-se de uma lei para interpretar outra;
Doutrinal: O juiz utiliza-se dos trabalhos dos estudiosos (jurisconsultos) para
interpretar o texto legal;
Gramatical: O juiz utiliza-se da gramática para a perfeita interpretação;
Lógica: O juiz se vale da lógica para encontrar o verdadeiro sentido do texto legal;
Histórica: O juiz utiliza-se dos ensinamentos históricos para a busca do verdadeiro
sentido do texto da lei.
Quanto ao resultado
Declarativa: A interpretação confirma o sentido originário da lei. “interpretatio
declarativa”;
Extensiva: A interpretação estender o sentido originário da lei. “interpretatio
extensiva”. Ex.: lei do inquilinato que faculta o proprietário pedir o imóvel para uso
próprio. Este direito também é estendido ao usufrutuário;
Restritiva: A interpretação restringe o sentido originário da lei. “interpretatio
restrictiva”. Ex.: lei do inquilinato, o nú-proprietário não pode requerer o bem para
uso próprio.
ANALOGIA: Na falta de lei própria para julgar o caso concreto, o juiz utiliza-se no
julgamento, de casos concretos semelhantes. Na analogia, presume-se a vontade
do legislador, em razão de outras leis semelhantes. A analogia subdivide-se em:
Analogia Legis: Quando existe determinada lei, porém o fato ocorrido não está
previsto nela. O juiz estenderá a aplicação da lei à fatos nela não previstos. É a
analogia atualmente utilizada. Ex.: Dano moral não encontra na lei a quantificação
do valor a ser pago. O juiz se vale de outros códigos. Todavia, não se pode
confundir Analogia Legis com Interpretação Extensiva, pois:
Analogia Legis: Não há texto legal que regulamente a matéria;
Interpretação Extensiva: Há texto de lei, só que foi insuficiente.
Analogia Iuris: Na falta de lei que regulamente o assunto, cria–se nova norma
para ser aplicada naquele caso concreto, utilizando-se dos princípios gerais do
direito (justiça).
Ex.: A pessoa é condenada a reparar danos morais. O juiz, por analogia à lei que
trata de pensão alimentícia, e entendendo ser justo, determina que o pagamento
seja descontado diretamente do salário da pessoa condenada.
A analogia só será aplicada no Direito Penal se for em benefício do réu, em razão
do que dispõe o princípio da legalidade, que determina que não há crime ou pena
sem lei penal que previamente estabeleça.
a) Pela revogação da lei por regra contrária. A norma jurídica anterior perde efeito
porque a posterior é contrária a ela;
b) Pela revogação da lei pelo costume ou pelo desuso. Ocorre quando o costume
introduz uma regra contrária à norma jurídica anterior, ou ainda quando a norma
deixa de ser aplicada com freqüência (desuetudo);
c) Pela data fixada na lei. A própria lei informa quando a mesma terá sua eficácia
cessada.
Costumes
a) Externo – Usus;
b) Interno – Opinio Necessitatis.
Constituições Imperiais
a) Edicta;
b) Mandata;
c) Decreta;
d) Rescripta.
SUJEITOS DE DIREITO: São todas as pessoas, quer físicas, quer jurídicas, que
exerçam relação jurídica, atuando no mundo do direito. As pessoas poderão ocupar
posições de autor (pólo ativo - exige o comportamento de outrem) ou réu ( pólo
passivo - tem obrigação de ter um determinado comportamento) em uma relação
jurídica.
Pessoa é todo sujeito de direito a quem a lei confere capacidade jurídica. A pessoa
natural é a pessoa humana. Quando o direito empresta personalidade jurídica à
entidades artificiais, estas serão as pessoas jurídicas.
No direito romano, não bastava só ser homem para ser pessoa. Era preciso ser
homem, ter forma humana e não estar na condição de escravo.
O escravo era ser, mas não era homem, não era sujeito de direito. Era considerado,
na sociedade romana, como "res" (coisa).
PESSOA FÍSICA — REQUISITOS: São dois requisitos para que um homem seja
considerado pessoa física, no Direito Romano:
a) que ele exista para o ordenamento jurídico: tem início para o ordenamento
jurídico com o nascimento com vida e perfeição;
b) que ele tenha personalidade jurídica : aptidão para adquirir direitos e contrair
obrigações.
STATUS LIBERTATIS: Está relacionado com a liberdade, que era o maior bem
para o cidadão romano. Os homens poderiam ser livres ou escravos dentro daquela
sociedade. A grande diferença é que o homem livre é um ser, enquanto que o
escravo era considerado como coisa, não tinham direitos ou obrigações, nem
relações familiares reconhecidas pelo Direito. Gaio, jurisconsulto romano, divide as
pessoas em quatro grupos:
Com o passar do tempo, foi permitido aos escravos a representação de seus donos
em determinados atos jurídicos, desde que o objetivo fosse aumentar o patrimônio.
Escravo somente teria direito à liberdade de três formas:
Manumissio Vindicta: O escravo era levado até o pretor por seu dono e um
cidadão romano tinha a função de defender a liberdade do escravo;
Manumissio Testamento: Também conhecida como alforria testamentária,
introduzida pela (Lei das XII Tábuas. Era o procedimento no qual o senhor dos
escravos dispunha em seu testamento a intenção de tomar livre o escravo;
Manumissio Censu: Procedimento através do qual o dono do escravo o autorizava
a se inscrever na lista dos cidadãos livres, elaborada pelos censores de cinco em
cinco anos.
STATUS FAMILIAE: O terceiro dos status, juntamente com os outros dois, dava
ao cidadão romano a completa capacidade de direito. Além de ser livre e de ter
cidadania romana, o cidadão teria que ser independente do pátrio poder. Chamava-
se de paterfamilia o homem que era responsável pela família, e que não estava
subordinado a nenhum ascendente masculino vivo. A organização romana
distinguia as pessoas entre:
Sui Iuris: Independentes do pátrio poder. A dependência do pátrio poder não tinha
relação com a idade. Um recém-nascido poderia ser considerado sui iuris por não
ter ascendente masculino, enquanto que um senhor de 80 anos poderia ser alieni
iuris por ter ascendente masculino.
Alieni Iuris: Dependentes do pátrio poder. O alieni iuris, apesar de dependente do
pátrio poder, poderia se utilizar de grande parte dos direitos da sociedade romana,
sendo que alguns deles, somente com a autorização do paterfamilia (ius conubii).
CAPITIS DEMINUTIO: Qualquer mudança existente em um dos status (libertatis,
civitatis e familiae), mudava a situação jurídica da pessoa. Esta mudança ou
alteração recebia o nome de “capitis deminutio’ .O “capitis deminutio” não
significava necessariamente a perda ou extinção de algum direito. Muitas vezes era
uma mudança para melhor, como no exemplo da passagem de alieni iuris para sui
iuris.
O capítis deminutio se classificada em três:
“ius utendi”: Direito de uso (direito do proprietário construir sobre o seu terreno);
“ius fruendi”: Direito de fruir da coisa, usando os frutos e os produtos da mesma.
(locação de um terreno);
“ius abutendi”: direito de dispor da coisa da como melhor lhe convir.
(desmatamento de um terreno).
PERPÉTUO: Significa que após a morte do titular, seus herdeiros terão direito a
propriedade. Só se transfere a propriedade por um ato de vontade.
POSSE: Posse é o poder de fato, poder físico sobre uma coisa corpórea, exercido
pelo proprietário ou não. Possuidor é aquele que tem o poder de segurar, deter e
conservar a coisa em seu poder, ainda que por instantes ou perpetuamente.
ELEMENTOS DAS POSSE: Entendiam os juristas romanos que a posse, para que
fosse reconhecida pelo direito, teria que contar com dois elementos indispensáveis.
Ocupação (Ocupatio): Aquisição sobre uma coisa que não tinha dono “res nullius”
– mediante a tomada de posse, acrescida da vontade (intenção) de tornar-se dono
da coisa;
(animus domini): Ex. Caça e pesca de animais selvagens, apoderamento de ilhas
e de coisas abandonadas;
Invenção (Tesouro): Aquisição sobre uma coisa preciosa, desaparecida por
bastante tempo, tendo seu dono tornado desconhecido. Inventor é o nome dado ao
sujeito que encontra o tesouro. Ex. Localização de um tesouro;
UNIÃO DE COISAS
MODO DERIVADO: Neste modo a propriedade surge sobre a coisa que antes era
da propriedade de alguém, que a transferiu. Três são as formas de aquisição
derivadas:
CONTRA A TURBAÇÃO
CONTRA O ESBULHO
Interdictum Unde Vi: Era concedido a quem foi retirado do imóvel de modo
violento, tendo o possuidor o prazo de um ano para rever a sua posse;
Interdictum de Precario: Era concedido a quem cedeu a coisa, por livre e
espontânea vontade e ainda por cento intervalo de tempo, e pretende que lhe seja
devolvida;
Interdictum de Vi Armata: Pouco difundido, este interdito era concedido a
qualquer possuidor que tivera perdido a posse por esbulho violento a mão armada.
OBJETO DA OBRIGAÇÃO
QUANTO A FONTE
Obrigação Conjunta: Cada devedor deve uma quota parte igual da prestação. Ex.
Dívida de herança;
Obrigação Solidária: Cada devedor é responsável integralmente pela prestação, e
quando um deles cumprir a totalidade da prestação, a obrigação está extinta.
QUANTO AO OBJETO
CULPA
Culpa Lata: É quando o devedor age com extrema negligência, ou seja, deixa de
agir com o cuidado que todos deveriam ter;
Culpa Levis: É quando faltou ao devedor o cuidado do homem médio (bonus
paterfamilia);
Culpa Levissima: É quando, para não incorrer nela, é necessário que o homem se
comporte com cuidado excessivo.
Culpa in Omittendo: É quando um indivíduo deixa de fazer uma coisa que poderia
Ter feito, omitindo-se Ex. Devedor que não tira da chuva o objeto que poderá ser
danificado;
Culpa in Faciendo: É quando o indivíduo age de forma culposa, sem intenção de
provocar algo. Ex. Dirige em alta velocidade em via pública e causa danos a
outrem;
Culpa in Eligendo: É quando o indivíduo tem o dever de escolher, eleger, e o faz
de forma incorreta ou mau feita. Ex. Contrata um engenheiro, sem certificar-se de
suas qualidades, e ele causa danos a terceiros;
Culpa in Vigilando: É quando o indivíduo deveria tomar conta de determinado
objeto ou coisa, e não o faz, provocando danos. Ex. Deixa um animal de sua
propriedade causar prejuízos ao vizinho.
http://br.geocities.com/jrvedovato/direito_romano.htm