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DE NOVO HAMBURGO/RS
CONTRA
1. DOS FATOS
Ocorre que o primeiro indeferimento deu-se pelo parecer da perícia médica do INSS
“Não enquadramento no Anexo III do Decreto 3.048/99”.
ANEXO III
QUADRO Nº 1
Aparelho visual
Situações:
b) acuidade visual, após correção, igual ou inferior a 0,5 em ambos os olhos, quando
ambos tiverem sido acidentados;
c) acuidade visual, após correção, igual ou inferior a 0,5 no olho acidentado, quando a
do outro olho for igual a 0,5 ou menos, após correção;
e) lesão bilateral das vias lacrimais, com ou sem fístulas, ou unilateral com fístula.
NOTA 1 - A acuidade visual restante é avaliada pela escala de Wecker, em décimos, e
após a correção por lentes.
QUADRO Nº 2
Aparelho auditivo
TRAUMA ACÚSTICO
NOTA 2 - A redução da audição, em cada ouvido, é avaliada pela média aritmética dos
valores, em decibéis, encontrados nas freqüências de 500, 1.000, 2.000 e 3.000 Hertz,
segundo adaptação da classsificação de Davis & Silvermann, 1970. Audição normal -
até vinte e cinco decibéis. Redução em grau mínimo - vinte e seis a quarenta decibéis;
Redução em grau médio - quarenta e um a setenta decibéis; Redução em grau máximo -
setenta e um a noventa decibéis; Perda de audição - mais de noventa decibéis.
QUADRO Nº 3
Aparelho da fonação
Situação:
Perturbação da palavra em grau médio ou máximo, desde que comprovada por métodos
clínicos objetivos.
QUADRO Nº 4
Prejuízo estético
Situações:
Prejuízo estético, em grau médio ou máximo, quando atingidos crânios, e/ou face, e/ou
pescoço ou perda de dentes quando há também deformação da arcada dentária que
impede o uso de prótese.
NOTA 1 - Só é considerada como prejuízo estético a lesão que determina apreciável
modificação estética do segmento corpóreo atingido, acarretando aspecto desagradável,
tendo-se em conta sexo, idade e profissão do acidentado.
QUADRO Nº 5
Situações:
c) perda de segmentos de dois quirodáctilos, desde que atingida a falange distal em pelo
menos um deles;
QUADRO Nº 6
Alterações articulares
Situações:
QUADRO Nº 7
Situação:
Situações:
Desempenho muscular
Grau 4 - Bom - setenta e cinco por cento - Amplitude completa de movimento contra a
gravidade e contra alguma resistência.
Grau 2 - Pobre - vinte e cinco por cento - Amplitude completa de movimento quando
eliminada a gravidade.
Grau 1 - Traços - dez por cento - Evidência de leve contração. Nenhum movimento
articular.
QUADRO Nº 9
Situações:
Excelência!
Ora, pois, o pedido do autor refere-se unicamente a isenção de imposto de renda não
tendo absolutamente nenhuma relação com o auxílio-acidente que é regulado pelo
DECRETO 3048/99 em seu ANEXO III.
Dessa forma, para bem corroborar com o pedido de isenção do autor o mesmo acosta
aos autos os Laudo Médicos emitidos em 21.03.2013 e 08.08.2014, pelo Médico
Cardiologista Doutor MARCELO AMARAL PIVA/CRM 22.697 com CID 10: I25, I
48, comprovando que o recorrente é sim portador de CARDIOPATIA ISQUÊMICA
GRAVE E DE Fribilação Atrial Crônica, ratificando assim os atestados médicos
emitidos em 26.05.11 e 13.09.2011 pelo médico cardiologista Renato Rodrigues
Machado. Veja-se que os laudos médicos e a conclusão dos exames todos apontam
para um único diagnóstico, isto é para CARDIOPATIA GRAVE!
Cumpre registrar ainda que, o diagnóstico do paciente ora recorrente foi de Cardiopatia
Isquêmica Grave e de Fribilação Atrial Crônica, justamente em virtude do resultado
dos exames complementares, que atestaram dentre outras a existência de Isquemia
Miocárdica Grave em território da ADA.
Por fim, é de mister registrar que em 2011 o autor foi submetido a uma cirurgia de
coração com implantação de stents farmacológicos, pois estava com 99% de
obstrução nas artérias coronárias e por isso sofreu um AVC.
2. DO DIREITO
4.6. O quadro clínico, bem como os recursos complementares, com os sinais e sintomas
que permitem estabelecer o diagnóstico de cardiopatia grave estão relacionados para
as seguintes cardiopatias:
“c) miocardiopatia;
“g) valvopatia.
Assim, pode-se dizer pela redação dos artigos 5º, inciso XII da Instrução Normativa
SRF nº 15/2001 e 6º, inciso XIV alterado pelo artigo 1º da Lei 11.052/2004, acima
mencionados, que o recorrente faz jus a isenção do imposto de renda, haja vista ser
portador de cardiopatia grave, e, portanto, está sim, devidamente enquadrado no
que dispõe a legislação competente acerca do assunto, ao contrário do parecer médico
recursal emitido pelo perito do INSS.
Excelência!
Logo, como pode o referido decreto vir a embasar o indeferimento do pedido de isenção
do imposto de renda?! Tendo em vista que, a legislação em vigor que regula a matéria é
a Lei 7.713/1988 alterada pelo art. 1º da Lei 11.052/2004 e Decreto 3.000/99, acima
transcritos e na qual o autor se enquadra perfeitamente!
E, portanto, é essa a LEGISLAÇÃO que deve ser observada e adotada pela Autarquia
Federal, na qual o autor se enquadra perfeitamente aos requisitos dos referidos
dispositivos legais. Ao contrário do que foi alegado no segundo indeferimento, pelo
parecer médico recursal. O que se comprova pela documentação acostada aos autos
e, sobretudo pela Perícia Médica presencial do INSS realizada em 2012!
Até porque, tanto a Lei nº 7.713/88 como o Decreto nº 3.000/99 em nenhum momento
condicionam ou impõem o reconhecimento de isenção do imposto de renda por
cardiopatia grave ao enquadramento no anexo III, do Decreto 3048/99, que trata
especificamente do Auxílio-Acidente.
Ao contrário, oartigo 6º, XIV, da Lei 7.713/88 deixa claro que “ficam isentos do
imposto de renda os proventos de aposentadoria percebidos por pessoa física,
portadores de cardiopatia grave, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da
aposentadoria (...)". (Grifou-se).
Bem como o artigo 39, inciso XXXIII do Decreto 3000/99 garante a isenção do
imposto de renda para “os proventos de aposentadoriaou reforma, desde que
motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelosportadores de
moléstiaprofissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia
maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia
grave”...(...).
Ou seja, todos os diplomas legais citados e que dispõem sobre o assunto, não fazem
qualquer referência ou relação ao Auxílio-Acidente regulado pelo Anexo III do Decreto
3048/99 e que embasou o primeiro indeferimento em 2013 do pedido de Isenção do
requerente.
Bem como o segundo indeferimento em 2014 “que foi por falta de enquadramento na
legislação pertinente, conforme parecer médico recursal”. Também é manifestamente
tendencioso e contraditório. Uma vez que o próprio médico oficial previdenciário, em
Janeiro de 2012 reconheceuque o requerente é sim portador de Cardiopatia
Isquêmica Crônica do Coração (Cardiopatia Grave) – CID 10: 125, mediante
Laudo Pericial emitido pelo próprio Perito Oficial do INSS, o Médico Previdenciário
Doutor Carlos Chaves. Que também constatou que o requerente é portador de
moléstia que o isenta do imposto de renda, e, portanto se enquadra na legislação
vigente que regula o assunto, veja-se:
O artigo 151 da Lei 8.213/91 que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência
Social, apresenta uma lista de doenças consideradas graves, a saber:
· tuberculose ativa;
· hanseníase;
· alienação mental;
· cegueira;
· cardiopatia grave;
· doença de Parkinson;
· espondiloartrose anquilosante;
· nefropatia grave;
· hepatopatia grave.
· Alienação mental;
· Cardiopatia grave;
· Cegueira;
· Doença de Parkinson;
· Esclerose múltipla;
· Espondiloartrose anquilosante;
· Hanseníase;
· Nefropatia grave;
Hepatopatia grave (observação: nos casos de hepatopatia grave somente serão isentos os
rendimentos auferidos a partir de 01/01/2005);
· Neoplasia maligna;
· Tuberculose ativa.
Além do que, em Janeiro de 2012 o Laudo Pericial emitido pelo Perito Oficial do
INSS, o Médico Previdenciário Doutor Carlos Chaves, reconheceuque o requerente é
portador de Cardiopatia Isquêmica Crônica do Coração (Cardiopatia Grave) –
CID 10: 125. E, ainda, constatou que o requerente é portador de moléstia que o
isenta do imposto de renda, bem como se enquadra na legislação vigente que regula
o assunto, veja-se:
Deste modo, merece a ação ser julgada totalmente procedente! E, neste sentido vale
apena transcrever a decisao do Tribunal de Justiça do RS, conforme ementa abaixo:
Por fim, requer desde já, seja declarado o direito do autor a ISENÇÃO do desconto
do imposto de renda retido na fonte.
3. DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA
Desse modo, tendo em vista que já foi explicitado na síntese fática que o autor é
portador de Cardiopatia Grave, em 2011 sofreu um AVC e foi submetido a uma
cirurgia de coração para implantação de stents farmacológicos, salta aos olhos o
“periculum in mora” e o “fummus boni iuris” contido em seu direito, haja vista que o
mesmo corre risco iminente de morte!
Ora, pois, o “fummus boni iuris” nada mais é que a aparência do bom direito. É a
plausibilidade do direito invocado e, havendo esta aparência, como no caso dos autos, é
mais do que suficiente para a concessão da tutela antecipada “inaudita altera pars”. Até
porque, o juízo que se faz é sumário e não exauriente. Assim, a plausibilidade do direito
invocado, está consubstanciada no diagnóstico médico do paciente, através dos laudos e
exames médicos. Tais documentos comprovam, de forma inequívoca, que autor
necessita de tratamento com os medicamentos prescritos. Da mesma forma, o
“periculum in mora” é a simples possibilidade de dano, objetivamente considerado que,
contudo, deve ser grave e de difícil reparação. Isto é, o “periculum in mora” nada mais
é do que a urgência. No presente caso ele é notório e decorre do fato de o autor ter
apresentado diagnóstico de CARDIOPATIA GRAVE e em decorrência da gravidade
desta doença, há iminência da morte do autor enquanto aguarda a decisão
definitiva da lide!
Excelência!
A doença do autor é muito grave, assim, a urgência resta clarividente, sob o risco de o
mesmo vir a óbito antes do término da ação!
Bem explica o artigo 461 do Código de Processo Civil, que o juiz concederá a tutela
específica da obrigação nas ações que tenham por objeto o cumprimento de obrigação
de fazer, consoante texto a seguir: "Art. 461. Na ação que tenha por objeto o
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica
da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o
resultado prático equivalente ao adimplemento."(Grifou-se).
Poderá ainda a obrigação se converter em perdas e danos e sem prejuízo da multa, pela
prerrogativa ditada pelos §§ 1º e 2º do mesmo artigo e 287, veja-se: § 1º A obrigação
somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a
tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente." (Grifou-se). "§
2º A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287)."
(Grifou-se).
Por fim, requer que no mérito a liminar seja reconhecida definitivamente por sentença,
para bem declarar o direito do autor a ISENÇÃO do desconto do imposto de renda
retido na fonte.
4 – DA TRAMITAÇÃO DE URGÊNCIA
Título V
Do Acesso à Justiça
Capítulo I
Disposições Gerais
5. DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO
O autor faz jus à repetição do indébito com a devida correção monetária, eis que desde
Abril de 2013 até a presente data foram recolhidos indevidamente o imposto de renda de
seus proventos, conforme planilha de cálculo anexa. Haja vista que, a Lei nº 7.713/88
instituiu a isenção, ao portador de doença grave, do imposto de renda retido na fonte
sobre as parcelas recebidas a título de aposentadoria.
A mens legis da isenção é justamente para não sacrificar o contribuinte que padece
de moléstia grave e que gasta demasiadamente com o tratamento, sendo exatamente
este o caso do autor que sofre de cardiopatia grave e gasta grande parte do seu salário
com exames, remédios, consultas médicas, cirurgia.
É imperioso atentar para a finalidade social da norma que previu a isenção do imposto
de renda, destinada a possibilitar ao enfermo o custeio das despesas com o tratamento
da patologia, consistentes na aquisição de remédios, consultas médicas e realização
periódica de exames, providências que demandam, com absoluta urgência, maiores
recursos financeiros do que os exigidos da pessoa sadia na mesma faixa etária.
Por fim, cabe lembrar que o prazo para postular a restituição do indébito é de cinco
anos, a contar da data do pagamento antecipado do tributo, na forma do art. 150, § 1º e
168, inciso I, ambos do CTN, c/c art. 3º da LC n.º 118/05. Assim, tendo em vista a data
do ajuizamento da ação e o período postulado pelo autor (Abril de 2013 até a data de
suspensão do desconto do imposto de renda), não há o que se falar em prescrição.
Os documentos acostados aos autos comprovam que o autor tem uma doença grave e
em razão disso tem uma ENORME despesa mensal com o tratamento para
CARDIOPATIA GRAVE, só com medicação o autor gasta por mês a quantia de R$
398,12 (Trezentos e Noventa e Oito Reais e Doze Centavos), sendo que além dos
remédios, também tem os gastos com consultas médicas e exames de rotina a que é
submetido periodicamente. Além disso, o autor também arca com o pagamento de
pensão alimentícia para sua ex-esposa e para seu filho no percentual de 30% (trinta
por cento) sobre os seus rendimentos brutos, que corresponde ao montante de R$
1.944,52 (Hum Mil Novecentos e Quarenta e Quatro Reais e Cinqüenta e Dois
Centavos).
Excelência!
Ora, pois, a mens legis da isenção é justamente para não sacrificar o contribuinte que
padece de moléstia grave e que gasta demasiadamente com o tratamento, sendo
exatamente este o caso do autor que sofre de cardiopatia grave e gasta grande parte do
seu salário com exames, remédios, consultas médicas. Em 2011 o autor gastou R$
19.748,61 em umacirurgia de coração com implantação de stents farmacológicos,
pois estava com 99% de obstrução nas artérias coronárias e por isso sofreu um
AVC.
7. DO DANO MORAL
A conduta das requeridas no caso em tela infringe todas as regras básicas e princípios de
direito, que regem não somente a Legislação Federal, mas todo o Ordenamento Jurídico
Pátrio, demonstrando claramente, seu desrespeito e descaso para com os portadores de
moléstia e/ou doença grave “in casu” o autor e as normas legais que os protegem.
Determina a Lei 7.713/1988 alterada pelo art. 1º da Lei 11.052/2004 “Art. 6º - Ficam
isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas
físicas:“XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em
serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa,
alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase,
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados
da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da
imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo
que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma”...
Sendo, portanto, direito básico do autor a isenção do imposto de renda. Assim, pelo
evidente dano moral que estão provocando as requeridas, é de se impor a devida e
necessária condenação, data venia, com arbitramento de indenização ao autor, que vem
sofrendo injustamente abalo emocional com os abusos e desmandos da requerida,
tendo que se submeter a diversas pericias médicas a dor, a humilhação e o sofrimento
de ter o seu direito negado injustamente!
Como bem define Clayton Reis, em seu livro Avaliação do Dano Moral, cuida-se de
uma "lesão que atinge valores físicos e espirituais, a honra, nossa ideologias, a paz
íntima, a vida nos seus múltiplos aspectos, a personalidade da pessoa, enfim, aquela
que afeta de forma profunda não os bens patrimoniais, mas que causa fissuras no
âmago do ser, perturbando-lhe a paz de que todos nós necessitamos para nos
conduzir de forma equilibrada nos tortuosos caminhos da existência." (1998, ed.
Forense). (Grifou-se).
A consagrada autora Maria Helena Diniz, em sua obra Curso de Direito Civil
Brasileiro, 7º vol., ao tratar do dano moral, ressalva que a reparação tem sua dupla
função: a) penal "constituindo uma sanção imposta ao ofensor, visando a diminuição
de seu patrimônio, pela indenização paga ao ofendido, visto que o bem jurídico da
pessoa (integridade física, moral e intelectual) não poderá ser violado
impunemente"; b) satisfatória ou compensatória "como o dano moral constitui um
menoscabo a interesses jurídicos extra- patrimoniais, provocando sentimentos que
não têm preço, a reparação pecuniária visa proporcionar ao prejudicado uma
satisfação que atenue a ofensa causada”.(9ªed., Saraiva). (Grifou-se).
Disso resulta que a toda injusta ofensa à moral deve existir a devida reparação!
d) A citação das requeridas para audiência de conciliação; bem como para, querendo,
no prazo legal apresentem sua contestação sob pena de revelia e confissão ficta;
Nestes Termos,
Pede Deferimento.