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PROJETO REDIGIR • 2º semestre de 2007 • Turma 1 de sábado • Zé e Régener • Aula 11

Estudante cai do quarto andar de prédio da PUC e é internado em SP

Um aluno da PUC (Pontífice Universidade O estudante chegou ao Hospital das Clínicas


Católica) caiu do quarto andar do campus locali- com trauma crânio-encefálico grave, afundamento
zado na rua Monte Alegre, em Perdizes (zona oes- de crânio e lesão do membro superior esquerdo.
te de São Paulo), por volta das 6h40 desta quarta- A PUC não forneceu os dados pessoais do
feira. Ele sofreu ferimentos graves e foi levado pa- aluno. A Reitoria informa ainda que as aulas no
ra o Hospital da Clínicas. campus Perdizes foram suspensas no período da
A PUC-SP fala em tentativa de suicídio, manhã, com exceção da Faculdade de Comunica-
mas o caso ainda deverá ser investigado. ção e Filosofia e da pós-graduação.
O estudante foi socorrido pelo helicóptero Os setores administrativos funcionam nor-
Águia da Polícia Militar. Até as 12h, ele passava malmente. A universidade retoma as atividades
por cirurgia em função de trauma de crânio, infor- normais à partir da tarde.
mou a assessoria de imprensa do hospital. (Folha Online)

O chip e a privacidade

É LEGÍTIMA a preocupação com o direito Críticos da proposta, como a Ordem dos Ad-
à privacidade manifestada por aqueles que con- vogados do Brasil, afirmam que o dispositivo, ao
testam a constitucionalidade da placa eletrônica — permitir o rastreamento do caminho percorrido por
o novo chip de monitoramento que começará a ser um carro, infringe o princípio de proteção à pri-
instalado na frota paulistana. A multiplicação de vacidade. O risco é real, análogo ao de outras mo-
tecnologias de identificação eletrônica, apesar dos dalidades potencialmente violadoras da privaci-
efeitos benéficos para a produção e a segurança, dade hoje banais, como a conta bancária, o cartão
aumenta os riscos de violação a direitos funda- de crédito e o telefone celular.
mentais, como intimidade e privacidade. O perigo deveria ser combatido com a ado-
O novo chip, que deverá ser colocado em ção de normas destinadas a punir com rigor fun-
todos os carros (sem custo para o proprietário) a cionários que lidam com tais informações em caso
partir de maio, funciona com base na tecnologia de vazamento. É o caso, também, de implantar fil-
RFID (“radio-frequency identification”). A idéia é tros e controles eletrônicos no programa que Ge-
que uma rede de 2.500 antenas espalhadas pela renciará a rede.
cidade monitore cada veículo, acusando infrações Trata-se de precauções para deixar claro que
de trânsito e problemas no licenciamento. A uti- o objetivo da prefeitura com o novo sistema é ape-
lidade do sistema é patente. Estima-se que 30% da nas a aplicação das leis de trânsito, sem que isso
frota paulistana esteja irregular, sem recolher promova a bisbilhotice eletrônica.
IPVA e multas.
(Folha de S. Paulo, 07/10/2007)

Diego Alemão só quer saber de sombra e água fresca


Neste feriado, Diego Alemão dará um
tempinho em sua agenda de compromissos para
poder curtir sua família. O bonitão, que fixou
residência no Rio de Janeiro, estará em São
Paulo ao lado de seus familiares.
De acordo com a assessoria de imprensa
do vencedor da sétima edição do BBB7, da Glo-
bo, Alemão irá matar a saudade de seus pa-
rentes.
(Andreia Takano, O Fuxico)
O texto jornalístico

• O que é o texto jornalístico? Para que serve? • Elementos: chapéu, título, olho, iconografia,
• Onde está o jornalismo? Como ele aparece? legenda, intertítulos, créditos
• A indústria cultural e a produção da notícia • Leitura do texto jornalístico: caminhos prescritos
• Imparcialidade, objetividade e isenção (?) e caminhos possíveis
• Clareza e inteligibilidade
FERNANDO GABEIRA
Longe daqui na Birmânia

VESTIDOS COM mantos cor de açafrão, os entanto, o chanceler discordou de sanções contra o
monges budistas ocuparam as ruas de Yangon para regime. É compreensível pela experiência do blo-
protestar contra o governo militar num país que queio a Cuba e ao Iraque.
muitos conhecem como Birmânia, e foi renomeado Num dado momento, Amorim foi quem NE-
Myanmar. gociou na ONU um alívio para o bloqueio aos ira-
Os monges traziam seu único bem nas quianos, salvando, possivelmente, muitas vidas.
mãos: a tigela de pedir esmolas. A tigela estava Visitei o embaixador de Myanmar, general
voltada para baixo. Esse gesto significa que não Thein Win. Um dos textos que me deu fala em ma-
querem mais esmolas dos militares e seu regime. pa do caminho para se alcançar um duplo objetivo:
Em termos budistas, representa a excomunhão — sistema de mercado, regime democrático. Um si-
dramático, para um governo que sempre procurou nal, pelo menos.
se identificar com o budismo, construiu templos e O encarregado da ONU para Myanmar é
conhece a força dos religiosos no país. Paulo Sérgio Pinheiro, que, certamente, ao entrar
A fratura exposta entre o regime dominante no país, vai dar ao mundo um relatório completo e
e a religião onipresente na Birmânia pode ser vista preciso. Pedimos um visto ao general Win — ele
como uma semente da democracia. Há sempre re- disse sim. Outro sinal.
servas quando se vê religião associada com políti- Milhares de pessoas caminhando desarma-
ca. No entanto, no caso da Birmânia, merece um das pelas ruas pedindo democracia revelam como
exame especial. Os budistas só assumem a van- o mundo vive diferentes etapas de evolução poli-
guarda do movimento porque não existem organi- tica. Os que conquistaram suas liberdades essen-
zações sociais capazes de cumprir esta tarefa no ciais, ainda que desiludidos com o resultado, não
momento. Tudo indica que vão refluir para seus podem voltar às costas a essas tigelas voltadas para
conventos quando a democracia chegar. Os mon- o chão, indicando o choque da força moral contra
ges foram decisivos na luta contra a colonização as armas. De resto, num momento em que discute
inglesa. tanto o fisiologismo no Brasil, os monges deixam
Um deles, U Visara, fez 116 dias de greve uma clara lição: arriscam morrer de fome ou de
de fome e morreu na prisão em 1929. O que o Bra- bala, para não morrerem de vergonha.
sil tem a ver com isto? O governo, através de Cel-
so Amorim, já se declarou a favor da abertura. No (Folha de S. Paulo – 06/10/2007)

Proposta de redação

Seu bairro tem um jornal ou uma rádio comuni- creva um texto jornalístico sobre algo que tenha
tária? Há veículos de comunicação na sua escola, acontecido recentemente em sua vizinhança.
na sua igreja ou nos locais que você freqüenta? Decida que tipo de texto você quer fazer (editorial,
Como você fica sabendo das novidades e aconte- artigo, reportagem etc.) e acrescente elementos vi-
cimentos do lugar onde você mora? Seu bairro suais conforme julgar necessário. Lembre-se das
costuma aparecer nos noticiários da TV e dos jor- características do texto jornalístico, fique atento à
nais impressos? Reflita sobre esses fatores e es- clareza e exatidão das informações.
Aposentado é baleado em assalto no shopping
VÍTIMA LEVAVA R$ 2.000 EM DINHEIRO PARA DEPOSITAR foi acidental.” Mesmo ferido, Castro conseguiu
EM AGÊNCIA NO METRÔ SANTA CRUZ QUANDO LEVOU
O TIRO. LADRÕES FUGIRAM SEM A GRANA sair do banco. Havia cerca de 20 pessoas na agên-
cia, entre funcionários e clientes do banco.
Um aposentado de 70 anos foi baleado on- Os assaltantes fugiram a pé pelo acesso di-
tem, às 10h48, na agência do banco Real no shop- reto à avenida, sem passar por dentro do shopping.
ping Metrô Santa Cruz, durante uma tentativa de “Pelas imagens do circuito é possível identificar as
assalto. Assustado, ele deu um tapa na arma do feições dos criminosos”, diz Druziani. Ele deve
ladrão e levou um tiro no pescoço. Ontem, estava divulgar hoje imagens dos bandidos.
internado em estado grave. Foi a terceira pessoa O tiro, disparado de baixo para cima, entrou
baleada em shopping neste ano na capital paulista. pelo pescoço e atingiu a cabeça do aposentado.
Os dois assaltantes conseguiram fugir sem Castro foi socorrido pela PM em uma ambulância
levar o dinheiro. A agência reabriu às 14h45, antes do shopping. Foi levado ao hospital São Paulo, on-
de ser limpa. Para entrar no banco, os clientes tive- de passou por cirurgia ontem que durou quatro ho-
ram de pular uma grande poça de sangue. ras. Às 18h30, permanecia internado na UTI e seu
Bernardo de Castro, 70 anos, é oficial da estado era grave.
Aeronáutica aposentado e havia sacado R$ 2.000 Representantes do sindicato dos bancários
de uma agência da Caixa Econômica Federal, loca- tentaram impedir que a agência reabrisse ontem.
lizada do outro lado da avenida Domingos de Mo- No shopping, o movimento ontem foi normal.
raes, na Vila Clementino (zona sul). Apenas alguns lojistas perceberam a ação. “Ouvi
A polícia acredita que ele tenha sido seguido um barulho bem forte, pensei que fosse uma tábua
pela dupla de assaltantes por cerca de 100 metros caindo”, contou uma comerciante.
até atravessar a avenida e entrar na outra agência, Resignado, um dos filhos de Castro, de 30
onde depositaria o dinheiro para pagar contas. anos, disse não se surpreender com o que aconte-
Enquanto um dos bandidos ficou do lado de ceu. “Isso acontece todos os dias, com qualquer
fora, o outro entrou e apontou um revólver para o um. Não seria diferente com a minha família.”
peito de Castro. A ação foi registrada pelas câme- Segundo ele, o aposentado, não costumava
ras de vigilância do banco. Cerca de 70 mil pes- carregar grandes quantias em dinheiro. “Hoje em
soas costumam passar pelo local por dia. dia, ninguém está a salvo de assaltos em bancos.”
Segundo o delegado Marcel Druziani, res- A polícia recomenda nunca reagir a assaltos.
ponsável pela investigação, Castro esboçou reação.
“Ele se assustou e deu um tapa na arma. O tiro não (Agora São Paulo, Carla Bigatto e FSP)

Homem é baleado dentro de shopping em São Paulo

SÃO PAULO – Um homem foi baleado durante Ele teria reagido e acabou sendo baleado no
uma tentativa de assalto no Shopping Santa Cruz, peito por um dos criminosos. Ele foi encaminhado
por volta das 11 horas desta quinta-feira, 11. ao Hospital São Paulo.
Segundo as primeiras informações da polí-
cia militar, o homem estava no setor de caixas ele- (Solange Spigliatti, do estadao.com.br)
trônicos, no interior do shopping, quando foi abor-
dado por três homens armados.

Para refletir

• Três jornais hostis devem ser mais temidos que mil baionetas. (Napoleão Bonaparte)
• Todos os dias leio os jornais para saber o que penso. (Fernando Henrique Cardoso)
• Considero como uma das felicidades de minha vida não escrever nos jornais; isto faz mal a meu bolso, mas
faz bem à minha consciência. (Gustave Flaubert)
• Pelas notícias de ontem, o jornal de hoje faz temer as de amanhã. (Carlos Drummond de Andrade)
Paulo Autran morre aos 85
após luta contra o câncer
Ator estava internado desde ontem no Hospital
Sírio Libanês, em SP. Velório será hoje na
Assembléia Legislativa.

• Respeitado no teatro, Autran fez mais de 90 peças


• Repercussão: saiba o que Lula e outros disseram
• Em fotos, momentos marcantes da vida do ator Paulo Autran, em homenagem
• A cena de 'Guerra dos Sexos' e outros vídeos recebida no início do mês
(manchete do Globo.com)

Alunos divididos quanto à ocupação da reitoria


por Phydia de Athayde e Eliane Scardovelli No mesmo dia, a UNE (União Nacional dos
Estudantes) promoveu protestos em oito Estados e
Cresce número dos alunos da USP que acham que o no Distrito Federal. Reitorias de universidades fe-
movimento cumpriu seu papel após um mês de
manifestação derais como as de Pernambuco, Paraná, e Grande
Dourados (no Mato Grosso do Sul), invadidas há
Os estudantes que ocupam a reitoria da USP poucos dias, foram desocupadas por decisão dos
estão divididos. Em conversa com CartaCapital, alunos. Embora com desfechos diferentes, os atos
um dos participantes do movimento disse que a ci- têm em comum a reivindicação de melhorias nas
são entre os ligados a partidos políticos e os ditos universidades. As semelhanças param aí, já que a
independentes, grupo no qual se inclui, é cada vez ocupação da USP prossegue. Sem previsão de
maior. término.
De acordo com ele, estudantes e funcioná- No fim de maio, os invasores da reitoria
rios filiados ao PSTU e ao PCO se auto-intitulam conseguiram fazer com que José Serra recuasse.
Liga Estratégica Revolucionária Quarta Internacio- Os decretos assinados pelo governador, no início
nal. Eles estariam mais interessados em desgastar a do ano, causaram apreensão e críticas por suposta-
imagem do governador José Serra do que em dis- mente ferirem a autonomia universitária — além
cutir os problemas estruturais da universidade. de serem a principal base para o início das mani-
“Com a ocupação das reitorias, eles sonham repetir festações e greves. Coube ao Cruesp (Conselho de
um levante de estudantes semelhante ao de maio Reitores das Universidades Estaduais Paulistas)
de 1968 na França”, diz. conciliar a crise. Em carta ao governador, o Cruesp
Enquanto os da “Liga” querem continuar na solicitou um esclarecimento explícito sobre o al-
reitoria, a posição favorável à desocupação ganha cance dos decretos. A carta foi publicada no Diário
cada vez mais adeptos entre os demais alunos. Oficial de 30 de maio, junto a um novo decreto
“A ocupação já cumpriu o seu papel. Mas que “revisa” os anteriores e altera a redação dos
continuaremos lutando por um diálogo mais aberto pontos polêmicos. Não bastou para que os alunos
com a reitora Suely Vilela e por uma estrutura desocupem a reitoria.
mais democrática na USP. A escolha dos reitores e É verdade que há outras reivindicações dos
diretores não tem a nossa participação. É um jogo estudantes, legítimas, e que merecem atenção. É
de cartas marcadas”, conclui. positivo que a ocupação ter tornado públicos os
A ocupação da reitoria da USP completou problemas e desafios enfrentados pelas universida-
um mês no domingo 3, acompanhada de greves e des públicas. No entanto, a passagem do tempo e a
paralisações também na Unicamp e na Unesp. Dias impressão de que não há intenção, por parte dos
depois, na quarta-feira 6, uma passeata com cerca estudantes, de dialogar sem usar a reitoria ocupada
de 200 professores contrários à ocupação percor- para ter voz, começam a minar a força política do
reu o campus para tentar enfraquecer a ação dos movimento.
invasores da reitoria. Pelo visto, não mudou muita
coisa. (Carta Capital Online)
Brasil panhar o uso de seu dinheiro e, aos administra-
No caminho certo dores, avaliar a eficiência da gestão financeira. A
medida, mais que salutar, foi vista como um ata-
que à autonomia universitária pelos sindicatos de
O governador Serra enfrenta o atraso que professores e de funcionários da USP, as entidades
ainda reina na USP que estão por trás da manifestação. Trata-se de
uma desculpa esfarrapada. O Judiciário e o Legis-
Camila Pereira lativo, poderes independentes, também recebem
recursos do governo estadual. E também estão no
Siafem. Por que as universidades mereceriam tra-
tamento diferenciado? “Em nome da autonomia,
criou-se o mito no Brasil de que universidades es-
tão acima de qualquer fiscalização”, afirma o eco-
nomista Gustavo Ioschpe. “É preciso mostrar co-
mo se gasta cada centavo.”
No caso, não se trata de centavos: o orça-
mento executado da USP em 2005 foi de 1,9 bi-
lhão de reais. O gasto anual por aluno anda na casa
dos 12 000 dólares. Esse valor, em relação ao PIB
per capita do estado de São Paulo, é quatro vezes
Vandalismo na invasão à reitoria: ação corporativa maior do que o custo por estudante nas universi-
contra a transparência dades dos ricos países da OCDE. A produtividade
não acompanha esse gasto. Apesar da excelência
O obscurantismo abomina o conhecimento. nas áreas de pesquisa e pós-graduação, a USP ain-
A queima de livros durante a Inquisição, a depre- da tem desempenho fraco em critérios acadêmicos
dação, no ano passado, de um centro de pesquisas importantes (veja o quadro). O governador Serra
da companhia Aracruz por uma horda de 2 000 cumpre seu papel de administrador ao enfrentar es-
militantes teleguiada pelo Movimento dos Traba- ses problemas e resistir às pressões corporativas.
lhadores Rurais Sem Terra (MST). Os exemplos Age com a autoridade de quem foi presidente da
atravessam eras e continentes. O obscurantismo União Nacional dos Estudantes e teve longa carrei-
pode tornar-se pior quando combinado com a pra- ra como professor em instituições como a própria
ga do corporativismo. Foi o que ocorreu no último Unicamp e Princeton, nos EUA. Não é ele quem
dia 3 na Universidade de São Paulo, a maior ins- quer destruir a autonomia da USP.
tituição de ensino superior e pesquisa do país. Um
bando de 300 alunos invadiu o prédio da reitoria,
depredou suas dependências e ocupou o gabinete
da reitora Suely Vilela. Os manifestantes passaram
a usar internet e telefone livremente para divulgar
seu protesto, que, na última sexta-feira, já durava
uma semana. Qual é a razão para tanto vandalis-
mo? Entre reivindicações oportunistas, como a me-
lhor conservação dos prédios da universidade, os
depredadores de prédios públicos querem impedir
que o governador José Serra exija mais transparên-
cia dos gastos das três universidades estaduais —
além da USP, a Unesp e a Unicamp.
A queda-de-braço começou porque Serra re-
solveu incluir as contas das três universidades no
Sistema Integrado de Administração Financeira
para Estados e Municípios (Siafem). O sistema
monitora a movimentação do caixa de órgãos pú-
blicos — ou seja, permite aos contribuintes acom- (Veja Online, junho de 2007

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