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I SÉRIE — NO 21 «B. O.

» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016 729


Artigo 21º Lei n.º 119/VIII/2016
Disposição transitória de 24 de março

Até estarem criadas as condições básicas de distribuição Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta,
pela sociedade de gestão colectiva aos seus representados nos termos da alínea b) do artigo 175.º da Constituição,
o montante a elas destinadas fica cativo no bureau dos o seguinte:
direitos autorais (BUDA) na conta do tesouro. Artigo 1.º
Artigo 22.º
Alteração da Lei n.º 27/VIII/2013, de 21 de Janeiro
Entrada em vigor
O presente diploma altera os artigos 1.º, 2.º, 4.º, 5.º, 6.º,
A presente lei entra em vigor trinta dias após a data 8.º, 9.º, 11.º, 13.º, 16.º e 19.º da Lei n.º 27/VIII/2013, de 21
da sua publicação. de Janeiro, que estabelece medidas de natureza preventiva
e repressiva contra o terrorismo e o seu financiamento,
Aprovada em 26 de janeiro de 2016.
que passam a ter a seguinte redação:
O Presidente da Assembleia Nacional, Basílio Mosso “Artigo 1.º
Ramos.
[…]
Promulgada em 11 de março de 2016
O presente diploma estabelece medidas de natureza
Publique-se. preventiva e repressiva contra o terrorismo e o seu
financiamento e a proliferação das armas de destruição
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE em massa e procede à primeira alteração ao Código
ALMEIDA FONSECA Penal, aprovado pelo Decreto-legislativo n.º 4/2003, de
Assinada em 17 de março de 2016. 18 de novembro.
Artigo 2.º
O Presidente da Assembleia Nacional, Basílio Mosso
Ramos. […]

ANEXO 1. Considera-se grupo, organização ou associação


(A que se refere o artigo 2.º) terrorista todo o agrupamento de duas ou mais pessoas que,
actuando concertadamente, pratiquem actos terroristas,
1. Máquinas e aparelhos de impressão por meio de nos termos definidos na alínea a) do artigo 1.º-A.
blocos, cilindros e outros elementos de impressão;
2. […]
2. Máquinas automáticas para processamento de
dados e suas unidades; 3. […]
3. Outras impressoras, aparelhos de copiar e 4. […]
aparelhos de telecopiar (fax), mesmo combinadas
entre si; partes e acessórios. 5. […]
4. Leitores magnéticos ou óticos;
6. A pena pode ser especialmente atenuada se o agente
5. Máquinas para registar dados em suporte sob a abandonar voluntariamente a sua atividade, afastar
forma codificada; ou fizer diminuir consideravelmente o perigo por ela
6. Máquinas para processamento desses dados, provocado, impedir que o resultado que a lei quer evitar
não especificados nem compreendidos em outras se verifique, ou auxiliar concretamente na recolha das
posições. provas decisivas para a identificação ou a captura de
7. Aparelhos de gravação de som; aparelhos de outros responsáveis.
reprodução de som;
Artigo 4.º
aparelhos de gravação e de reprodução de
som; aparelhos videofónicos de gravação ou de […]
reprodução.
1. Quem praticar atos terroristas, com a intenção referida
8. Discos, fitas, dispositivos de armazenamento de
dados, não volátil, à base de semicondutores. na alínea do artigo 1.º-A, é punido com pena de prisão de
dois a dez anos, ou com a pena correspondente ao crime
9. “Cartões inteligentes”. praticado, agravada de um terço nos seus limites mínimo
10. Outros suportes para gravação de som ou para e máximo, se for igual ou superior àquela, não podendo
gravações semelhantes, mesmo gravados. a pena aplicada exceder o limite referido no artigo 51.º
11. Memórias e discos rígidos integrados em telefones do Código Penal.
móveis que permitam armazenar, ouvir obras
musicais e ver obras audiovisuais 2. Quem praticar crime de furto qualificado, roubo,
extorsão, burla informática ou falsificação de documento
12. Memórias ou discos rígidos integrados em
aparelhos tabletes multimédia que disponham administrativo com vista ao cometimento de actos
de ecrãs táteis e permitam armazenar obras previstos na alínea a) do artigo 1.º-A, é punido com a
musicais e audiovisuais pena correspondente ao crime praticado, agravada de
um terço nos seus limites mínimo e máximo.
O Presidente da Assembleia Nacional, Basílio Mosso
Ramos 3. […]
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Artigo 5.º c) Uma infracção de financiamento do terrorismo
[…] for cometida por uma organização terrorista;

1. Quem praticar os actos terroristas previstos na alínea a) d) Uma pessoa ou organização terrorista cometer
do artigo 1.º-A, com a intenção referida no número 1 do vários actos terroristas.
artigo 3.º, é punido com a pena de prisão de dois a dez Artigo 8.º
anos, ou com a pena correspondente ao crime praticado,
agravada de um terço nos seu limites mínimos e máximo, […]
se for igual ou superior àquela.
1. As autoridades competentes em matéria de prevenção
2. […] do terrorismo e do seu financiamento e proliferação de
Artigo 6.º
armas de destruição em massa devem cooperar o mais
possível com as autoridades de outros Estados em matéria
[…] de troca de informações, investigações e de procedimentos
judiciais, de extradição e ao auxílio judiciário mútuo, bem
1. Quem, pessoa individual ou coletiva, por quaisquer
como em relação às medidas cautelares ou provisórias,
meios, direta ou indiretamente, fornecer, recolher ou detiver,
nomeadamente através da apreensão ou da perda de
gerir fundos ou bens de qualquer tipo, bem como produtos
bens ou de fundos associados ao terrorismo ou ao seu
ou direitos suscetíveis de ser transformados em fundos,
financiamento.
com a intenção de serem utilizados ou sabendo que podem
ser utilizados, total ou parcialmente, no planeamento, na 2. A cooperação deve ser prestada de modo célere,
preparação ou para a prática de atos terroristas referidos construtivo e efetivo, devendo ser assegurados os
na alínea a) do artigo 1.º-A, ou praticar estes fatos com mecanismos eficazes de troca de informação.
a intenção referida no número 1 do artigo 3.º ou número
1 do artigo 4.º ou número 1 do artigo 5.º, é punido com a 3. A troca de informação deve ser efectuada
pena de prisão de oito a quinze anos. espontaneamente ou a pedido do país que submete o pedido
de informação, podendo ser referente ao financiamento do
2. […]
terrorismo, bem como em relação aos fatos ilícitos típicos
3. Constitui igualmente crime de financiamento do de onde provêm as vantagens.
terrorismo, punido com pena de prisão de oito a quinze
4. A troca de informação não pode ser recusada ou
anos, a disponibilização ou recolha deliberada de fundos
sujeita a qualquer condição indevida, desproporcionada,
por cidadãos nacionais ou estrangeiros que estejam no
ou restritiva.
território caboverdiano com a intenção ou o conhecimento
de que os fundos são utilizados para financiar a viagem de 5. Em caso algum a cooperação internacional pode ser
indivíduos para um terceiro Estado que não o seu Estado de recusada com fundamento em questões fiscais.
residência ou nacionalidade com o objectivo de perpetrar,
planificar, preparar ou participar em actos terroristas, ou 6. A cooperação só pode ser recusada quando as
fornecer ou receber treinamento de terroristas. informações relevantes forem adquiridas em circunstâncias
que envolvam sigilo profissional.
4. Quem financiar com conhecimento de causa atos
terroristas, planeá-los ou incitar à sua prática é punido Artigo 9.º
com pena de prisão de oito a quinze anos.
Congelamento
5. Quem participar como cúmplice, organizar ou ordenar
1. [...]
a alguém a realização de financiamento do terrorismo, ou
contribuir para a prática de fatos típicos de financiamento 2. [...]
do terrorismo, é punido com pena de prisão de oito a
quinze anos. 3. A decisão de congelamento deve ainda ser comunicada
sem demora às instituições financeiras e às atividades e
6. A pena pode ser especialmente atenuada se o agente profissões não financeiras previstas na lei que estabelece
voluntariamente abandonar a sua atividade, afastar ou medidas destinadas a prevenir e reprimir o crime de
fizer diminuir consideravelmente o perigo por ele provocado lavagem de capitais, bens, direitos e valores, directamente
ou auxiliar concretamente na recolha de provas decisivas ou através das respectivas autoridades de supervisão, de
para a identificação ou a captura de outros responsáveis. fiscalização ou de inspeção.
7. A pena prevista no âmbito deste artigo pode ser
4. O período de congelamento pode ser renovado pela
agravada de 1/3 nos limites mínimo e máximo se:
autoridade referida no número 2, podendo cessar quando a
a) O financiamento do terrorismo é praticado de medida não se justificar ou existir algum erro em relação
forma habitual ou ocorre no exercício de uma à pessoa ou entidades cujos bens foram congelados ou
actividade profissional; em relação à identificação das contas ou bens a congelar.

b) O autor da infracção for reincidente, sendo que 5. O congelamento cessa sempre que não for confirmado
neste caso, as condenações havidas no exterior pelo Procurador-Geral da República, ou por Magistrado
são tomadas em conta para estabelecer a do Ministério Público por ele designado, no prazo de dois
reincidência; dias úteis.
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6. Se forem aplicadas as medidas restritivas às pessoas Artigo 16.º


ou entidades designadas, tendo sido os fundos ou recursos […]
económicos congelados erradamente em virtude de terem
nomes e identificação iguais ou semelhantes, as medidas 1. […]
restritivas devem ser retiradas com a maior brevidade
2. A responsabilidade das entidades referidas no número
possível, após confirmação da sua identidade.
anterior não excluiu a responsabilidade individual dos
Artigo 11.º respectivos agentes.

[…] 3. Pelos crimes previstos no número 1 são aplicáveis às


pessoas coletivas as seguintes penas principais:
1. Quem estabeleça ou mantenha relação jurídica de
natureza económica com quaisquer sujeitos ou entidades, a) Multa;
sabendo que são suspeitos de estar envolvidos em atividades b) Dissolução, somente decretada quando os sócios
de terrorismo ou no financiamento de grupos, associações, da pessoa colectiva tenham tido a intenção,
organizações ou de atos terroristas ou financiamento exclusiva ou predominante de, por meio dela,
da proliferação das armas de destruição em massa ou praticar os crimes previstos no número 1 ou
adquira ou aumente a participação de controlo relativo a quando a prática reiterada de tais crimes mostre
imóvel, empresa ou outro tipo de pessoa colectiva, ainda que a pessoa coletiva ou equiparada está a ser
que irregularmente constituída, situados, registados utilizada, exclusiva e predominantemente, para
ou constituídos em território nacional ou em qualquer esse efeito, quer pelos seus membros, quer por
outra jurisdição, é punido com pena de prisão de três a quem exerça a respetiva administração.
cinco anos, caso se trate de pessoa singular, ou de pena
de multa até quinhentos dias, caso se trate de pessoa 4. Se a multa for aplicada a uma entidade sem personalidade
coletiva ou entidade equiparada. jurídica responde por ela o património comum e, na sua falta
ou insuficiência, solidariamente, o património de cada um
2. […] dos associados ou beneficiário efetivo.
3. […] 5. Pelos crimes previstos no número 1 podem ser aplicadas
às pessoas coletivas as seguintes penas acessórias:
4. […]
a) Interdição temporária do exercício de uma
Artigo 13.º actividade;
Listas de pessoas e entidades nacionais e internacionais b) Privação do direito a subsídios ou a subvenções
outorgados por entidades ou serviços públicos;
1. A lista de pessoas e entidades a que se referem os
artigos 9.° a 11.° é tornada pública nos sítios da internet c) Publicidade da decisão condenatória.
do Governo e do Banco de Cabo Verde, a pedido do Artigo 19.º
Procurador-Geral da República, autoridade central.
[…]
2. [...]
1. Às infrações previstas nos artigos 2.º a 6.º da presente
3. [...] lei é aplicável, com as devidas adaptações, o regime de
prevenção e repressão da lavagem de capitais previsto
4. [...] na lei.

5. A notificação da designação conforme referido no 2. Em circunstância alguma as considerações de ordem


número 3 deve ocorrer no mais curto tempo possível e política, filosófica, ideológica, racial, étnica, religiosa ou
é efectuada através de correio electrónico, fax, correios, de outro tipo similar podem justificar actos criminosos
pessoalmente, ou por telefone, sendo que neste último previstos na presente lei.”
caso, deve ser posteriormente confirmada por escrito. Artigo 2.º

6. As instituições financeiras e as Atividades e Profissões Aditamento à Lei n.º 27/VIII/2013, de 21 de Janeiro


Não Financeiras Designadas devem congelar os fundos São aditados à Lei n.º 27/VIII/2013, de 21 de janeiro, os
em até vinte e quatro horas após a receção da notificação artigos 1.º-A, 6.º-A, 9.º-A, 9.º-B, 9.º-C, 11.º-A, 13.º-A, 13.º-B,
do Procurador-Geral da República ou Magistrado do 13.º-C, 13.º-D, 13.º-E, 13.º-F, 13.º-G, 13.º-H, 13.º-I, 13.º-J,
Ministério Público por ele designado. 13.º-K, 13.º-L, 13.º-M e 13.º-N, com a seguinte redacção:
7. Para a prossecução dos objetivos previstos nos números “Artigo 1.º-A
2 e 3, o Procurador-Geral da República pode solicitar Definições
informações a qualquer entidade pública ou privada.
Para os fins do presente diploma, entende-se por:
8. Nenhum cidadão nacional e as pessoas ou entidades
no território nacional devem disponibilizar fundos e a) «Ato terrorista»: qualquer ato destinado a
activos a pessoas ou entidades designadas, nos termos ofender ou pôr em perigo a independência ou a
dos números 2 e 3. integridade territorial de país, destruir, alterar
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ou subverter o Estado de direito democrático económicos pertencentes a indivíduos ou


constitucionalmente consagrado, ou, ainda, entidades de que se suspeite estarem envolvidos
criar um clima e agitação ou perturbação social no terrorismo ou no financiamento de atos
ou forçar a autoridade pública, a praticar um terroristas que resultar de decisão de uma
ato, a abster-se de o praticar ou a tolerar que se autoridade competente quando tal seja necessário
pratique, ou a intimidar certas pessoas, grupos para a prevenção dos referidos ilícitos criminais,
de pessoas ou a população em geral, mediante: por aplicação das Resoluções do Conselho de
Segurança das Nações Unidas;
i. Crime contra a vida, a integridade física ou a
liberdade das pessoas; f) «Entidades de regulação e supervisão»: são a
Agência Nacional de Aviação Civil, a Direcção
ii. Crime contra a segurança dos transportes e das Alfândegas, as autoridades policiais, as
respetivas infra-estruturas e das comunicações, entidades com competência própria ou delegada
incluindo as informáticas, telegráficas, telefónicas, para a concessão de autorização prévia para a
de rádio ou de televisão; realização de operações de comércio externo,
as que forem determinadas pela lei;
iii. Crime de produção dolosa de perigo comum,
através de incêndio, explosão, libertação de g) «Financiamento da proliferação das armas de
substâncias radio-ativas ou de gases tóxicos destruição em massa»: é o financiamento da
ou asfixiantes, de inundação ou avalanche, proliferação das armas de destruição em massa
desmoronamento de obra ou construção, por actos proscritos pelas resoluções do Conselho
contaminação de alimentos e águas destinadas de Segurança das Nações Unidas relativas
a consumo humano ou difusão de doença, praga, à prevenção, à repressão e à interrupção da
planta ou animal nocivo; proliferação das armas de destruição em massa
e do seu financiamento;
iv. Atos que destruam ou que impossibilitem
o funcionamento ou desviem dos seus fins h) «Fundos»: bens de qualquer tipo, corpóreos ou
normais, definitiva ou temporariamente, total incorpóreos, móveis ou imóveis, qualquer que
ou parcialmente, meios ou vias de comunicação, seja o seu modo de aquisição, e documentos
infraestruturas, instalações de serviços públicos legais ou instrumentos em qualquer forma,
ou destinadas ao abastecimento e satisfação de incluindo electrónica ou digital, evidenciando
necessidades vitais da população; titularidade de, ou interesse em, tais bens,
incluindo a créditos bancários, ordens de
v. Investigação e desenvolvimento de armas pagamento, acções, títulos de tesouro, obrigações,
biológicas ou químicas; letras de câmbio, cartas de crédito, sem que
esta enumeração seja limitativa;
vi. Crimes que impliquem o emprego de energia
nuclear, armas de fogo, biológicas ou químicas, i) «Lista»: elenco de Estados, indivíduos, grupos e
substâncias ou engenhos explosivos, meios entidades que cometam ou tentem cometer
incendiários de qualquer natureza, encomendas actos terroristas, designadas pela autoridade
ou cartas armadilhadas, sempre que pela competente, decorrentes de:
sua natureza ou pelo contexto em que são
i. Requerimento de acto internacional relativo
cometidos, estes crimes sejam suscetíveis de
à manutenção da paz e segurança, tais como
afetar gravemente o Estado ou a população
as Resoluções do Conselho de Segurança das
que se vise intimidar.
Nações Unidas, e
b) «Armas de destruição em massa»: inclui para ii. Ordem interna, quando necessário à proteção da
além das armas químicas e biológicas, todos os segurança nacional, designadas pela autoridade
sistemas capazes de as transportar a grandes competente;
distâncias, nomeadamente os mísseis de cruzeiro
e os mísseis balísticos; j) «Medidas restritivas»: as de natureza financeira,
comerciais, diplomáticas ou outras que visam
c) «Autoridade competente»: é o Procurador-Geral a modificação das actividades aplicáveis a
da República ou o Magistrado do Ministério jurisdições, pessoas ou entidades com o propósito
Público por ele designado, com competências de combater o terrorismo e manter ou restaurar
decisórias e executoras a si atribuídas pela a paz e a segurança nacional e internacional;
presente lei;
k) «Órgão internacional competente»: órgão de
d) «Autoridade de revisão»: é o tribunal judicial uma organização competente nos termos do
competente para exercer as competências respectivo tratado constitutivo para adoptar
de decisão de recursos a si atribuídas pela normas tendo como destinatários as partes
presente lei; desse tratado constitutivo ou um comité ou uma
comissão para efeitos de questões específicas,
e) «Congelamento»: proibição temporária da nomeadamente o Conselho de Segurança das
transferência, conversão, alienação ou Nações Unidas e os seus respectivos Comités
movimentação de fundos ou de outros ativos de Sanções;
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l) «Terrorista»: qualquer pessoa singular que: e) Interdição por um período de cinco a dez anos de
exercer a profissão ou a actividade que exercia
i. Cometa ou tente cometer atos terroristas, por quando o crime foi cometido e interdição de
quaisquer meios, directa ou indirectamente, exercer uma função pública;
ilegal e deliberadamente;
f) Interdição de deter ou de transportar uma arma
ii. Participe, como cúmplice, na prática de actos precedida de autorização durante cinco a dez anos.
terroristas ou no financiamento do terrorismo;
2. A confiscação dos bens ou dos objectos que serviram
iii. Organize ou induza outrem à prática de actos ou estavam destinados à praticar da infracção ou dos
terroristas; objectos que são seu produto, com a excepção dos objectos
susceptíveis de restituição.
iv. Contribua para a prática de actos terroristas
por duas ou mais pessoas agindo com um Artigo 9.º-A
propósito comum, quando esta contribuição Outras medidas restritivas
é intencional e visa realizar o acto terrorista,
ou com o conhecimento da intenção de duas 1. Adicionalmente às medidas de congelamento definidas
ou mais pessoas de cometer um ato terrorista. no artigo 9.º, às medidas restritivas podem incluir a
interrupção completa ou parcial das relações económicas,
m) «Pessoa ou entidade designada»: refere-se a: dos meios de comunicação marítimos, aéreos, postais,
i. Estados, indivíduos, grupos, empresas e telegráficos, radio-elétricos, ou de outra qualquer espécie,
entidades designadas pelo Comité do Conselho e o rompimento das relações diplomáticas, nomeadamente:
de Segurança instituído nos termos da Resolução a) Embargo relativo à venda, fornecimento ou
n.º 1267 (1999); exportações de armas de material relacionado
ou restrições no fornecimento de assistência ou
ii. Estados, indivíduos, grupos, empresas e
serviços relacionados com actividades militares,
entidades designadas pelo Comité do Conselho
apoio logístico-militar e serviços de natureza
de Segurança instituído nos termos da Resolução
militar;
n.º 1988 (2011);
b) Restrição de entrada, permanência ou trânsito de
iii. Qualquer pessoa singular ou colectiva ou
pessoas ou entidades em território nacional;
entidade designada pelo país ou por uma
jurisdição supranacional nos termos da Resolução c) Restrições de importação e exportação de
do Conselho de Segurança n.º 1373 (2001); equipamento potencialmente utilizado na
repressão interna ou agressão contra países
iv. Qualquer pessoa singular ou colectiva ou
estrangeiros;
entidade designada para aplicação de sanções
financeiras específicas nos termos da Resolução d) Restrições relativa ao transporte aéreo e à prestação
do Conselho de Segurança n.º 1718 (2006) e de serviços de engenharia e manutenção
suas resoluções subsequentes; relativamente a aeronaves que sejam propriedade
de pessoas ou entidades designadas, ou tenham
v. Qualquer pessoa singular ou colectiva ou sido alugadas ou utilizadas por estas ou em
entidade designada para a aplicação de sanções seu nome;
financeiras específicas nos termos da Resolução
n.º 1737 (2006) do Conselho de Segurança. e) Quaisquer outras medidas definidas em actos
internacionais aos quais a República de Cabo
Artigo 6.º-A
Verde se encontre vinculada.
Penas acessórias
2. A aplicação das medidas restritivas definidas a pessoas
1. As pessoas singulares condenadas pelas infracções ou entidades designadas deve ter lugar simultaneamente
tipificadas nos artigos 2.º a 6.º do presente diploma, podem com a publicação da decisão de designação pela autoridade
ser ainda condenadas às seguintes penas: competente.

a) Interdição de entrar no território nacional por Artigo 9.º-B


um período de cinco a dez anos, em caso de ser Regulação
cidadão estrangeiro;
1. As autoridades de regulação e supervisão devem
b) Interdição de sair do território nacional e retenção do promover a regulação adequada relativamente ao
passaporte por um período de dois a cinco anos; desenvolvimento de procedimentos e implementação
de mecanismos que permitam a aplicação imediata das
c) Interdição do exercício de direitos civis e políticos medidas restritivas previstas na presente lei.
por um período de dois a cinco anos;
2. Compete às entidades de regulação e supervisão,
d) Interdição de conduzir os engenhos a motor nomeadamente:
terrestres, marinhos e aéreos e a retenção de
autorização ou licença por um período de cinco a) Agencia Nacional da Aviação Civil: negar
a dez anos; ou cancelar a emissão de certificados de
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operador de transporte aéreo e certificados de d) Proibição de contactar determinadas pessoas, por


aeronavegabilidade, bem como emitir instruções um período de um a cinco anos;
para que seja negada a autorização a aeronaves
para descolarem ou aterragem no País ou e) Expulsão e interdição de entrar no País, quando
sobrevoarem o País ou para proibir a prestação estrangeiro, por um período de um a cinco anos;
de serviços de engenharia ou de manutenção
f) Encerramento temporário de estabelecimento,
a essas aeronaves, de acordo com as medidas
até cinco anos;
restritivas aplicadas nos termos da presente lei;
g) Encerramento definitivo de estabelecimento;
b) Direcção de Estrangeiros e Fronteiras: impedir
a realização de operações de comércio externo h) Dissolução judicial.
com pessoas ou entidades designadas grupo,
ou que os envolvam, de acordo com as medidas 2. As penas acessórias podem ser aplicadas
restritivas aplicadas nos termos da presente lei; cumulativamente.
c) Autoridades policiais: actuar de forma a impedir Artigo 13.º-A
a entrada, permanência ou transito através do Competência da autoridade competente para a designação
País das pessoas designadas, em relação as quais
tenham sido aplicadas medidas restritivas de Compete ao Procurador-Geral da República ou Magistrado
entrada, permanência ou trânsito de pessoas ou do Ministério Público por ele designado, no âmbito do
entidades em território nacional, com excepção processo de designação de pessoas ou entidades:
dos cidadãos nacionais;
a) Receber, analisar e decidir os pedidos de designação;
d) Entidades com competência própria ou delegada
para a concessão de autorização prévia para a b) Receber, analisar e decidir os pedidos de modificação
realização de operações de comércio externo: de identificação inclusa na lista;
negar, condicionar ou revogar licenças de
operação de comércio externo com pessoas ou c) Receber e encaminhar os pedidos de revisão;
entidades designadas, ou que envolvam, de d) Receber, analisar e decidir os pedidos de isenção;
acordo com as medidas restritivas aplicadas
nos termos da presente lei. e) Analisar e deliberar sobre a adopção das Listas de
Artigo 9.º-C Sanções internacionais, exaradas e mantidas
pelos Comités de Sanções das Nações Unidas ou
Deveres das entidades de regulação e supervisão
por outros Organismos Internacionais, através
As entidades de regulação e supervisão estão obrigadas a: da designação nacional dos Estados, pessoas,
grupos ou entidades, previamente designadas
a) Actuar imediatamente e a tomar as medidas por aquelas organizações, e respectiva inclusão
necessárias e adequadas ao cumprimento do na Lista Nacional, assim como promover os
acto internacional aplicável ou às medidas de processos de revisão e actualização;
execução ordenadas pela autoridade competente;
f) Deliberar sobre os pedidos de designação, respectiva
b) Emitir instruções e de as comunicar às entidades, verificação, modificação, relativamente a
publicas ou privadas, que estejam sob a sua designação para a Lista Nacional;
supervisão ou coordenação sempre que a
complexidade dos procedimentos a observar por g) Analisar e deliberar sobre os pedidos de remoção,
virtude do acto internacional aplicável o exija; respectiva verificação e solicitar recomendação
à autoridade competente pela revisão;
c) Comunicar à autoridade competente do
incumprimento, pelas entidades reguladas, das h) Promover a remoção periódica da lista;
obrigações previstas na presente lei.
i) Analisar e deliberar sobre os pedidos de isenções
Artigo 11.º-A
específicas e dos pedidos de isenção relativos
Penas acessórias as medidas restritivas aplicadas as pessoas ou
1. Quem for condenado por crimes previstos nos artigos 10.º entidades designadas;
e 11.º, atenta a concreta gravidade, pode ser sujeito às j) Efectuar a actualização e publicação da lista
seguintes penas acessórias: nacional de Estados, pessoas, grupos ou
a) Publicação da decisão condenatória em jornal de entidades designadas;
circulação nacional, a expensas do condenado;
k) Praticar os actos relativos ao congelamento de
b) Proibição do exercício de certas profissões ou fundos e recursos económicos, previstos na
actividades, por um período de um a dez anos; presente lei;

c) Privação do direito de participar em ajustes directos, l) Receber, analisar e disseminar informação que
consultas restritas ou concursos públicos, por possa facilitar o cumprimento da designação
um período de um a dez anos; de pessoas ou entidades;
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m) Apresentar relatório anual e dados estatísticos ii. Pessoas colectivas, grupos ou entidades que
relativos ao processo de designação de pessoas cometam ou tentem cometer qualquer acto
ou entidades designadas, remoção, modificação, terrorista, ou que nele participem ou facilitem
medidas restritivas e isenções; e a prática de tal acto;
n) Estabelecer protocolos de cooperação de troca de iii. Pessoas colectivas, grupos ou entidades na
informação com as demais instituições. posse ou sob o controlo de uma ou mais pessoas
Artigo 13.º-B singulares ou colectivas, entidades ou organismos
Início do processo de designação
referidos em subalíneas anteriores; ou

O processo de designação das pessoas e entidades, a iv. Pessoas singulares ou colectivas, grupos ou
aplicação de medidas restritivas e a respectiva inclusão entidades que actuem em nome ou sob as
na Lista Nacional, tem lugar nos seguintes casos: instruções de uma ou mais pessoas singulares
ou colectivas, grupos ou entidades referidos em
a) Designações efectuadas por organismos
subalíneas i. e ii.
internacionais competentes, designadamente
Comités de Sanções da Organização das Nações b) Quando tal seja requerido por acto internacional
Unidas, com base em actos internacionais relativo à manutenção da paz e segurança, tais
relativos à manutenção da paz e segurança como as Resoluções do Conselho de Segurança
internacional; das Nações Unidas; e
b) Pedidos de designação.
c) Quando for necessário à protecção da segurança
Artigo 13.º-C nacional.
Submissão dos pedidos
2. A informação de identificação referente à pessoa
1. Podem submeter os pedidos de designação as seguintes designada deve incluir:
entidades:
a) Autoridades nacionais competentes com atribuições a) Nome;
de manutenção da paz e segurança nacional e b) Nomes pelos quais é conhecido;
internacional e com o combate ao terrorismo;
b) A Unidade de Informação Financeira; c) Apelido;

c) Entidades de regulação e supervisão, nos termos d) Apelido de solteiro, caso aplicável;


da presente lei;
e) Sexo;
d) Autoridades competentes pela designação em
outras jurisdições; f) Data e local de nascimento;
e) Os Comités de Sanções do Conselho de Segurança g) Nacionalidade;
das Nações Unidas.
2. Os pedidos devem conter, no mínimo, as seguintes h) Endereço;
informações:
i) Número de documento de identidade, com foto e
a) O motivo detalhado da designação, conforme os assinatura;
números 1, 2 e 3 do artigo 13.º-D;
j) Número de Identificação Fiscal; e
b) A informação de identificação das pessoas e
entidades designadas; k) Outra informação tida como relevante.
c) A medida restritiva aplicável a pessoa ou entidade
3. A informação de identificação relativa ao grupo ou
designada; e
entidade designada deve incluir:
d) A documentação relevante necessária juntamente
com o pedido que a sustente. a) Denominação completa;
Artigo 13.º-D b) Principais actividades;
Processo de designação nacional
c) Local em que se encontra registada a sede;
1. O Procurador-Geral da República pode designar um
Estado, uma pessoa, grupo ou entidade nas seguintes d) Data e número do registo;
circunstâncias:
e) Motivo pelo qual o grupo ou a entidade é designada;
a) Quando estiverem envolvidos ou associadas a
crimes de terrorismo, sejam: f) Número de Identificação Fiscal;
i. Pessoas singulares que cometam ou tentem g) Natureza do negócio; e
cometer qualquer acto terrorista, ou que nele
participem ou facilitem a prática de tal acto; h) Outra informação tida como relevante.
736 I SÉRIE — NO 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016
Artigo 13.º-E Artigo 13.º-G

Inclusão na Lista e comunicação da designação Conteúdo do pedido de remoção

Decidida a designação de pessoas ou entidades, a O pedido deve conter:


autoridade competente deve:
a) Todos os elementos de identificação constantes da
a) Actualizar e republicar a Lista de pessoas ou lista em que o requerente se encontra designado;
entidades designadas no prazo de dois dias
úteis após a publicação no Boletim Oficial da b) O motivo da designação;
decisão que determinar a designação; c) As medidas restritivas que tenham sido aplicadas;
b) Notificar as pessoas ou entidades designadas d) As razões pelas quais a pessoa ou entidade
acerca da designação e dos motivos que a designada efectua o pedido de remoção da
fundamentaram; lista e a cessação da aplicação das respectivas
c) Informar as entidades de regulação e supervisão medidas restritivas, designadamente:
relativamente à designação. i. Por erro comprovado de identificação;
Artigo 13.º-F
ii. Posterior alteração significativa dos fatos;
Pedido de remoção da lista
iii. Surgimento de novas provas;
1. Qualquer pessoa ou entidade designada pode requerer
à autoridade competente nos termos da presente lei, por iv. Outros fatos em virtude dos quais os critérios
escrito e devidamente fundamentada, a sua remoção da lista. e condições de designação deixaram de estar
preenchidos;
2. A autoridade competente deve proceder à análise e
decidir o pedido de remoção, salvo nos casos em que um v. Quaisquer outras informações consideradas
acto internacional determine de forma contrária. relevantes para a apreciação do pedido de remoção.
Artigo 13º-H
3. Recebido o pedido, a autoridade competente envia-o
à autoridade de revisão para recomendação. Revisão da designação

4. A autoridade de revisão decide, no prazo de dez 1. A autoridade competente deve, no mínimo, proceder
dias, se existem motivos razoáveis para recomendar anualmente à revisão da lista das pessoas e entidades
ao Procurador-Geral da República ou o Magistrado do designadas, para determinar se existem indícios de que os
Ministério Publico por ele designado a manutenção na critérios de designação já não se encontram preenchidos
lista ou a sua remoção. pelas pessoas ou entidades designadas constantes da
lista por si elaborada.
5. A autoridade competente deve decidir o pedido, no
prazo de trinta dias, a contar da data de recepção da 2. As pessoas ou entidades designadas devem ser
recomendação da autoridade de revisão. removidas da lista, caso o acto internacional no qual se
baseou a decisão da designação deixar de ser aplicável.
6. Caso a autoridade competente não decidir no
prazo previsto, nem prorrogar o prazo de decisão por 3. Se a designação nacional for baseada numa designação
um período determinado, informando o requerente da efectuada pelo órgão competente das Nações Unidas, a
referida prorrogação, o pedido da remoção considera-se revisão da autoridade competente apenas se limita a
tacitamente deferido. verificar se a designação se mantém aplicável.

7. Se a autoridade competente não estiver autorizada 4. A autoridade competente deve verificar, caso a
a tomar a decisão de remoção do requerente da lista, caso, se os critérios e condições que ditaram a decisão
deve encaminhar o processo ao responsável nacional de designação e aplicação de medidas restritivas, ainda
pela submissão dos pedidos internacionais ao órgão se encontram preenchidos, justificando a remoção ou
internacional competente, no prazo de quinze dias após não das pessoas ou entidades designadas da lista ou a
a recepção do pedido. modificação das medidas restritivas impostas.

8. A autoridade competente deve informar tempestivamente 5. Para efeitos de revisão da lista, devem ser considerados,
ao requerente referido no número 1 de qualquer decisão designadamente, os seguintes fatos:
tomada de acordo com os números anteriores.
a) Erro comprovado de identificação;
9. A pessoa ou entidade designada não pode realizar
b) Posterior alteração significativa dos fatos;
um outro pedido de remoção da lista, salvo se existir uma
modificação material nas circunstâncias do caso, após a c) Surgimento de novas provas;
submissão do último pedido.
d) Morte da pessoa designada;
10. A decisão de remoção revogando a decisão de
designação e publicado no Boletim Oficial. e) Liquidação da entidade designadas;
I SÉRIE — NO 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016 737

f) O acto internacional no qual a designação se baseou e) Informação relativa a pessoas e entidades a quem
já não se encontra em vigor; deve ser concedida a isenção;

g) Outros factores em virtude dos quais os critérios f) Junto, toda a documentação relevante disponível
e condições de designação deixaram de estar que suporte o pedido de isenção.
preenchidos.
8. O pedido é analisado e, se faltar algum documento a
6. Uma vez decidida a remoção da lista, a autoridade autoridade competente pode pedir informações adicionais
competente deve proceder conforme as alíneas do ao requerente, ou às entidades públicas ou privadas.
artigo 13.º-E.
9. Quando se trata de acto internacional conforme
Artigo 13.º-I referido no número 2, a autoridade competente submete
o pedido ao organismo internacional competente.
Pedidos de isenção
Artigo 13.º-J
1. A autoridade competente pode conceder isenções
específicas de modo a garantir que as necessidades básicas Concessão do pedido de isenção
de pessoas ou entidades designada sejam satisfeitas, tais 1. Com vista à decisão relativa ao pedido de isenção
como as despesas básicas e necessárias para o pagamento devem ser tidas em consideração:
de certos tipos de comissões, encargos com serviços ou
para as despesas extraordinárias. a) As condições previstas no número do artigo 13.º-H;
2. As pessoas ou entidades designadas podem fundamentar b) Quando aplicável, qualquer condições constantes
o pedido de isenção quando um ato internacional aplicável ou estabelecidas em consequência do acto
admita excepções às medidas restritivas. internacional relativo à manutenção da paz
e segurança.
3. O pedido de isenção deve ser efectuado pela pessoa ou
entidade designada cujos fundos ou recursos económicos 2. A decisão de concessão da isenção a deve incluir:
foram congelados.
a) Identificação das pessoas ou entidades a quem a
4. A autoridade competente deve fundamentar a recusa isenção é concedida;
do pedido, por escrito, notificando o requerente.
b) Descrição dos actos permitidos de acordo com a
5. A concessão de isenções deve ser transparente, isenção concedida;
razoável e proporcional, de modo a garantir que:
c) Condições às quais a isenção se encontra sujeita;
a) A finalidade para a qual a isenção é requerida e
d) Período de duração e a data em que expira.
comprovada, seja para as despesas básicas,
extraordinárias, pagamentos contratuais ou 3. A isenção pode ser modificada ou revogada a qualquer
com base em outras razões fundamentadas; momento, caso existam razões para o efeito.
b) Os riscos de desvio dos pagamentos autorizados 4. A concessão, modificação ou revogação da isenção
para outras finalidades que não aquelas para deve ser informado:
as quais a isenção foi concedida, incluindo
finalidades terroristas, são reduzidos; e a) Às pessoas ou entidades a quem a isenção seja
concedida;
c) O ónus sobre o sector financeiro seja minimizado.
b) Ao requerente do pedido de isenção; e
6. Se o pedido para a isenção estiver relacionado com
uma pessoa ou entidade designada de acordo com actos c) Às entidades de regulação e supervisão.
internacionais, incluindo as Resoluções da Organização
5. O pedido deve ser processado no prazo de trinta dias,
das Nações Unidas, quaisquer condições previstas
devendo ser priorizados os pedidos com fundamento em
nos referidos atos internacionais devem ser tidas em
razões humanitárias com carácter urgente, em relação
consideração pela autoridade competente.
aos procedimentos em curso.
7. O pedido deve conter: Artigo 13.º-K

a) Lista das sanções mantidas pelo Comité de Sanções, Processo de designação internacional
criada pelo Conselho de Segurança das Nações
Unidas, através da resolução n.º 1267/1989; 1. As pessoas ou entidades designadas constante da
Lista do Comité de Sanções das Nações Unidas, conforme
b) Lista Nacional mantida pela autoridade competente, a Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas
em conformidade com a presente lei; n.º 1267/1989, são designadas pelo referido Comité de
Sanções.
c) Descrição do motivo do pedido de isenção;
2. A lista referida no número anterior é elaborada,
d) Âmbito e duração da isenção; revista, actualizada e publicada pelo Comité de Sanções
738 I SÉRIE — NO 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016

mencionado no número anterior, de acordo com os respectivos Artigo 4.º


critérios de designação e de revisão, não necessitando de Entrada em vigor
ser publicada em Boletim Oficial.
A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da
Artigo 13.º-L
sua publicação
Pedidos internacionais Aprovada em 29 de Janeiro de 2016.

A autoridade competente deve ter em consideração O Presidente da Assembleia Nacional, Basílio Mosso
acções e pedidos realizados por outros países relativamente Ramos.
a designação de pessoas e entidades designadas e
Promulgada em 14 de Março de 2016.
correspondente aplicação de medidas restritivas e decidir
se medidas semelhantes são aplicáveis na República de Publique-se.
Cabo Verde, no âmbito da presente lei.
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE
Artigo 13.º-M ALMEIDA FONSECA.
Cooperação Assinada em 17 de Março de 2016.

As pessoas singulares e colectivas, públicas ou privadas O Presidente da Assembleia Nacional, Basílio Mosso
devem cooperar com a autoridade competente e com as Ramos.
autoridades de regulação e supervisão no âmbito do ANEXO
cumprimento da presente lei.
Republicação da lei n.º 27/VIII/2013,
Artigo 13.º-N de 21 de janeiro
(a que se refere o artigo 4.º)
Fornecimento de informação
Lei n.º 27/VIII/2013
1. Sem prejuízo do disposto nas normas relativas à
confidencialidade e sigilo profissional, as pessoas singulares de 21 de Janeiro
e colectivas, publicas ou privadas, devem:
Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta,
nos termos da alínea b) do artigo 175.º da Constituição
a) Fornecer mediante solicitação da autoridade
o seguinte:
competente, qualquer informação que possa
suportar a decisão de designação; CAPITULO I

b) Facultar imediatamente a autoridade competente DISPOSIÇÕES GERAIS


e as entidades de regulação e supervisão Artigo 1.º
quaisquer informações que possam facilitar o
cumprimento da presente Lei; Objeto

O presente diploma estabelece medidas de natureza


c) Comunicar à autoridade competente e às entidades
preventiva e repressiva contra o terrorismo e o seu
de regulação e supervisão, sempre que detenham
financiamento, a proliferação das armas de destruição
ou controlem fundos ou recursos económicos
em massa e procede à primeira alteração ao Código
na posse ou detidos por pessoas ou entidades
Penal, aprovado pelo Decreto-legislativo n.º 4/2003, de
designadas, durante um período de seis meses
18 de novembro.
antes da entrada em vigor da presente lei.
Artigo 2.º
2. A informação recebida deve ser utilizada apenas Definições
para o fim para o qual se destina.
Para os fins do presente diploma, entende-se por:
3. A prestação de informação de boa-fé, no cumprimento
das obrigações previstas na presente lei, por pessoas a) «Ato terrorista»: qualquer ato destinado a ofender
singulares ou colectivas, publicas ou privadas, não ou pôr em perigo a independência ou a
consubstancia numa violação de qualquer obrigação integridade territorial de país, destruir, alterar
de sigilo, nem acarreta qualquer responsabilidade aos ou subverter o Estado de direito democrático
prestadores da referida informação.” constitucionalmente consagrado, ou, ainda,
criar um clima e agitação ou perturbação social
Artigo 3.º ou forçar a autoridade pública, a praticar um
ato, a abster-se de o praticar ou a tolerar que se
Republicação pratique, ou a intimidar certas pessoas, grupos
de pessoas ou a população em geral, mediante:
É republicada, em anexo à presente lei, a Lei n.º 27/
VII/2013, de 21 de Janeiro, com as modificações ora i. Crime contra a vida, a integridade física ou a
introduzidas, e procedendo à renumeração dos artigos. liberdade das pessoas;
I SÉRIE — NO 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016 739

ii. Crime contra a segurança dos transportes e das Alfândegas, as autoridades policiais, as
respetivas infraestruturas e das comunicações, entidades com competência própria ou delegada
incluindo as informáticas, telegráficas, telefónicas, para a concessão de autorização prévia para a
de rádio ou de televisão; realização de operações de comércio externo,
as que forem determinadas pela lei;
iii. Crime de produção dolosa de perigo comum,
através de incêndio, explosão, libertação de g) «Financiamento da proliferação das armas de
substâncias radioativas ou de gases tóxicos destruição em massa»: é o financiamento da
ou asfixiantes, de inundação ou avalanche, proliferação das armas de destruição em massa
desmoronamento de obra ou construção, por atos proscritos pelas resoluções do Conselho
contaminação de alimentos e águas destinadas de Segurança das Nações Unidas relativas
a consumo humano ou difusão de doença, praga, à prevenção, a repressão e à interrupção da
planta ou animal nocivo; proliferação das armas de destruição em massa
e do seu financiamento;
iv. Atos que destruam ou que impossibilitem
o funcionamento ou desviem dos seus fins h) «Fundos»: bens de qualquer tipo, corpóreos ou
normais, definitiva ou temporariamente, total incorpóreos, móveis ou imóveis, qualquer que
ou parcialmente, meios ou vias de comunicação, seja o seu modo de aquisição, e documentos
infraestruturas, instalações de serviços públicos legais ou instrumentos em qualquer forma,
ou destinadas ao abastecimento e satisfação de incluindo eletrónica ou digital, evidenciando
necessidades vitais da população; titularidade de, ou interesse em, tais bens,
incluindo a créditos bancários, ordens de
v. Investigação e desenvolvimento de armas pagamento, ações, títulos de tesouro, obrigações,
biológicas ou químicas; letras de câmbio, cartas de crédito, sem que
vi. Crimes que impliquem o emprego de energia esta enumeração seja limitativa;
nuclear, armas de fogo, biológicas ou químicas, i) «Lista»: elenco de Estados, indivíduos, grupos e
substâncias ou engenhos explosivos, meios entidades que cometam ou tentem cometer
incendiários de qualquer natureza, encomendas atos terroristas, designadas pela autoridade
ou cartas armadilhadas, sempre que pela competente, decorrentes de:
sua natureza ou pelo contexto em que são
cometidos, estes crimes sejam suscetíveis de i. Requerimento de ato internacional relativo
afetar gravemente o Estado ou a população à manutenção da paz e segurança, tais como
que se vise intimidar. as Resoluções do Conselho de Segurança das
Nações Unidas, e
b) «Armas de destruição em massa»: inclui para
além das armas químicas e biológicas, todos os ii. Ordem interna, quando necessário à proteção da
sistemas capazes de as transportar a grandes segurança nacional, designadas pela autoridade
distâncias, nomeadamente os mísseis de cruzeiro competente;
e os mísseis balísticos; j) «Medidas restritivas»: as de natureza financeira,
c) «Autoridade competente»: é o Procurador-geral comerciais, diplomáticas ou outras que visam
da República ou o Magistrado do Ministério a modificação das atividades aplicáveis a
Público por ele designado, com competências jurisdições, pessoas ou entidades com o propósito
decisórias e executoras a si atribuídas pela de combater o terrorismo e manter ou restaurar
presente Lei; a paz e a segurança nacional e internacional;

d) «Autoridade de revisão»: é o tribunal judicial k) «Órgão internacional competente»: órgão de uma


competente para exercer as competências organização competente nos termos do respetivo
de decisão de recursos a si atribuídas pela tratado constitutivo para adotar normas tendo
presente Lei; como destinatários as partes desse tratado
constitutivo ou um comitê ou uma comissão para
e) «Congelamento»: proibição temporária da efeitos de questões específicas, nomeadamente
transferência, conversão, alienação ou o Conselho de Segurança das Nações Unidas e
movimentação de fundos ou de outros ativos os seus respetivos Comités de Sanções;
económicos pertencentes a indivíduos ou
entidades de que se suspeite estarem envolvidos l) «Terrorista»: qualquer pessoa singular que:
no terrorismo ou no financiamento de atos i. Cometa ou tente cometer atos terroristas, por
terroristas que resultar de decisão de uma quaisquer meios, direta ou indiretamente, ilegal
autoridade competente quando tal seja necessário e deliberadamente;
para a prevenção dos referidos ilícitos criminais,
por aplicação das Resoluções do Conselho de ii. Participe, como cúmplice, na prática de atos
Segurança das Nações Unidas; terroristas ou no financiamento do terrorismo;

f) «Entidades de regulação e supervisão»: são a iii. Organize ou induza outrem à prática de atos
Agência Nacional de Aviação Civil, a Direção terroristas;
740 I SÉRIE — NO 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016

iv. Contribua para a prática de atos terroristas ou fizer diminuir consideravelmente o perigo por ela
por duas ou mais pessoas agindo com um provocado, impedir que o resultado que a lei quer evitar
propósito comum, quando esta contribuição se verifique, ou auxiliar concretamente na recolha das
é intencional e visa realizar o ato terrorista, provas decisivas para a identificação ou a captura de
ou com o conhecimento da intenção de duas outros responsáveis.
ou mais pessoas de cometer um ato terrorista. Artigo 4.º
m) «Pessoa ou entidade designada»: refere-se a: Outras organizações terroristas

i. Estados, indivíduos, grupos, empresas e 1. Aos grupos, organizações e associações previstas


entidades designadas pelo Comité do Conselho no número 1 do artigo anterior são equiparados os
de Segurança instituído nos termos da Resolução agrupamentos de duas ou mais pessoas que, atuando
n.º 1267 (1999); concertadamente, visem, mediante a prática dos fatos aí
descritos, prejudicar a integridade ou a independência de
ii. Estados, indivíduos, grupos, empresas e um Estado, impedir, alterar ou subverter o funcionamento
entidades designadas pelo Comité do Conselho das instituições desse Estado ou de uma organização
de Segurança instituído nos termos da Resolução pública internacional, forçar as respetivas autoridades
n.º 1988 (2011); a praticar um ato, a abster-se de o praticar ou a tolerar
que se pratique, ou ainda intimidar certos grupos de
iii. Qualquer pessoa singular ou coletiva ou entidade pessoas ou populações.
designada pelo país ou por uma jurisdição
supranacional nos termos da Resolução do 2. É correspondentemente aplicável o disposto nos
Conselho de Segurança n.º 1373 (2001); números 2 a 6 do artigo anterior.
Artigo 5.º
iv. Qualquer pessoa singular ou coletiva ou
Terrorismo
entidade designada para aplicação de sanções
financeiras específicas nos termos da Resolução 1. Quem praticar atos terroristas, com a intenção referida
do Conselho de Segurança n.º 1718 (2006) e na alínea do artigo 2.º, é punido com pena de prisão de
suas resoluções subsequentes; dois a dez anos, ou com a pena correspondente ao crime
praticado, agravada de um terço nos seus limites mínimo
v. Qualquer pessoa singular ou coletiva ou entidade e máximo, se for igual ou superior àquela, não podendo
designada para a aplicação de sanções financeiras a pena aplicada exceder o limite referido no artigo 51.º
específicas nos termos da Resolução n.º 1737 do Código Penal.
(2006) do Conselho de Segurança.
2. Quem praticar crime de furto qualificado, roubo,
CAPÍTULO II extorsão, burla informática ou falsificação de documento
administrativo com vista ao cometimento de atos
TERRORISMO E SEU FINANCIAMENTO previstos na alínea a) do artigo 2.º, é punido com a pena
Artigo 3.º correspondente ao crime praticado, agravada de um terço
nos seus limites mínimo e máximo.
Organizações terroristas
3. A pena pode ser especialmente atenuada, se o agente
1. Considera-se grupo, organização ou associação abandonar voluntariamente a sua atividade, afastar
terrorista todo o agrupamento de duas ou mais pessoas ou fizer diminuir consideravelmente o perigo por ela
que, atuando concertadamente, pratiquem atos terroristas, provocado, impedir que o resultado que a lei quer evitar
nos termos definidos na alínea a) do artigo 2.º. se verifique, ou auxiliar concretamente na recolha das
provas decisivas para a identificação ou a captura de
2. Quem promover ou fundar grupo, organização ou outros responsáveis.
associação terrorista, é punido com pena de prisão de
Artigo 6.º
oito a quinze anos.
Terrorismo internacional
3. Quem chefiar ou dirigir grupo, organização ou
associação terrorista é punido com pena de prisão de 1. Quem praticar os atos terroristas previstos na alínea a) do
dez a vinte anos. artigo 2.º, com a intenção referida no número 1 do artigo
4.º, é punido com a pena de prisão de dois a dez anos, ou
4. Quem aderir a grupo, organização ou associação com a pena correspondente ao crime praticado, agravada
terrorista, passando a ser seu membro, ou os apoiar, de um terço nos seu limites mínimos e máximo, se for
nomeadamente através do fornecimento de informações igual ou superior àquela.
ou meios materiais, é punido com pena de prisão de seis 2. É correspondentemente aplicável o disposto nos
a doze anos. números 2 a 3 do artigo anterior.
5. Quem praticar atos preparatórios da constituição Artigo 7.º
de grupo, organização ou associação terrorista é punido Financiamento do terrorismo
com pena de prisão de um a oito anos.
1. Quem, pessoa individual ou coletiva, por quaisquer
6. A pena pode ser especialmente atenuada se o agente meios, direta ou indiretamente, fornecer, recolher ou
abandonar voluntariamente a sua atividade, afastar detiver, gerir fundos ou bens de qualquer tipo, bem como
I SÉRIE — NO 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016 741

produtos ou direitos suscetíveis de ser transformados em b) Interdição de sair do território nacional e retenção do
fundos, com a intenção de serem utilizados ou sabendo passaporte por um período de dois a cinco anos;
que podem ser utilizados, total ou parcialmente, no
planeamento, na preparação ou para a prática de atos c) Interdição do exercício de direitos civis e políticos
terroristas referidos na alínea a) do artigo 2.º, ou praticar por um período de dois a cinco anos;
estes fatos com a intenção referida no número 1 do artigo d) Interdição de conduzir os engenhos a motor
4.º ou número 1 do artigo 5.º ou número 1 do artigo 6.º, é terrestres, marinhos e aéreos e a retenção de
punido com a pena de prisão de oito a quinze anos. autorização ou licença por um período de cinco
2. Para que um ato constitua a infração prevista no a dez anos;
número anterior, não é necessário que os fundos provenham
e) Interdição por um período de cinco a dez anos de
de terceiros, nem que tenham sido entregues a quem se
exercer a profissão ou a atividade que exercia
destinam, ou que tenham sido efetivamente utilizados
quando o crime foi cometido e interdição de
para cometer os fatos neles previstos.
exercer uma função pública;
3. Constitui igualmente crime de financiamento do
terrorismo, punido com pena de prisão de oito a quinze f) Interdição de deter ou de transportar uma arma
anos, a disponibilização ou recolha deliberada de fundos precedida de autorização durante cinco a dez anos.
por cidadãos nacionais ou estrangeiros que estejam no 2. A confiscação dos bens ou dos objetos que serviram
território cabo-verdiano com a intenção ou o conhecimento ou estavam destinados à praticar da infração ou dos
de que os fundos são utilizados para financiar a viagem de objetos que são seu produto, com a exceção dos objetos
indivíduos para um terceiro Estado que não o seu Estado suscetíveis de restituição.
de residência ou nacionalidade com o objetivo de perpetrar,
planificar, preparar ou participar em atos terroristas, ou Artigo 9.º
fornecer ou receber treinamento de terroristas. Proteção dos intervenientes
4. Quem financiar com conhecimento de causa atos É garantida a proteção a quem tiver colaborado
terroristas, planeá-los ou incitar à sua prática é punido concretamente na investigação dos crimes previstos no
com pena de prisão de oito a quinze anos. presente capítulo, nos termos da Lei n.º 81/VI/2005, de
5. Quem participar como cúmplice, organizar ou ordenar 12 de setembro, que estabelece medidas para proteção
a alguém a realização de financiamento do terrorismo, ou de testemunhas em processo penal.
contribuir para a prática de fatos típicos de financiamento Artigo 10.º
do terrorismo, é punido com pena de prisão de oito a
quinze anos. Cooperação Internacional

6. A pena pode ser especialmente atenuada se o agente 1. As autoridades competentes em matéria de prevenção
voluntariamente abandonar a sua atividade, afastar ou do terrorismo e do seu financiamento e proliferação de
fizer diminuir consideravelmente o perigo por ele provocado armas de destruição em massa devem cooperar o mais
ou auxiliar concretamente na recolha de provas decisivas possível com as autoridades de outros Estados em matéria
para a identificação ou a captura de outros responsáveis. de troca de informações, investigações e de procedimentos
judiciais, de extradição e ao auxílio judiciário mútuo, bem
7. A pena prevista no âmbito deste artigo pode ser como em relação às medidas cautelares ou provisórias,
agravada de 1/3 nos limites mínimo e máximo se: nomeadamente através da apreensão ou da perda de
a) O financiamento do terrorismo é praticado de bens ou de fundos associados ao terrorismo ou ao seu
forma habitual ou ocorre no exercício de uma financiamento.
atividade profissional;
2. A cooperação deve ser prestada de modo célere,
b) O autor da infração for reincidente, sendo que neste construtivo e efetivo, devendo ser assegurados os
caso, as condenações havidas no exterior são mecanismos eficazes de troca de informação.
tomadas em conta para estabelecer a reincidência;
3. A troca de informação deve ser efetuada espontaneamente
c) Uma infração de financiamento do terrorismo for ou a pedido do país que submete o pedido de informação,
cometida por uma organização terrorista; podendo ser referente ao financiamento do terrorismo,
d) Uma pessoa ou organização terrorista cometer bem como em relação aos fatos ilícitos típicos de onde
vários atos terroristas. provêm as vantagens.

Artigo 8.º 4. A troca de informação não pode ser recusada ou


Penas acessórias
sujeita a qualquer condição indevida, desproporcionada,
ou restritiva.
1. As pessoas singulares condenadas pelas infrações
tipificadas nos artigos 3.º a 7.º do presente lei, podem ser 5. Em caso algum a cooperação internacional pode ser
ainda condenadas às seguintes penas: recusada com fundamento em questões fiscais.

a) Interdição de entrar no território nacional por 6. A cooperação só pode ser recusada quando as
um período de cinco a dez anos, em caso de ser informações relevantes forem adquiridas em circunstâncias
cidadão estrangeiro; que envolvam sigilo profissional.
742 I SÉRIE — NO 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016

CAPÍTULO III c) Restrições de importação e exportação de equipamento


potencialmente utilizado na repressão interna ou
CONGELAMENTO agressão contra países estrangeiros;
Artigo 11.º
d) Restrições relativa ao transporte aéreo e à prestação
Congelamento de serviços de engenharia e manutenção
1. Para os fins previstos no presente Capítulo, entendesse relativamente a aeronaves que sejam propriedade
por «congelamento», a proibição temporária da transferência, de pessoas ou entidades designadas, ou tenham
conversão, alienação ou movimentação de fundos ou sido alugadas ou utilizadas por estas ou em
de outros ativos económicos pertencentes a indivíduos seu nome;
ou entidades de que se suspeite estarem envolvidos no
e) Quaisquer outras medidas definidas em atos
terrorismo ou no financiamento de atos terroristas que
internacionais aos quais a República de Cabo
resultar de decisão de uma autoridade competente quando
Verde se encontre vinculada.
tal seja necessário para a prevenção dos referidos ilícitos
criminais, por aplicação das Resoluções do Conselho de 2. A aplicação das medidas restritivas definidas a pessoas
Segurança das Nações Unidas. ou entidades designadas deve ter lugar simultaneamente
com a publicação da decisão de designação pela autoridade
2. É competente para o congelamento de fundos e de
competente.
outros ativos financeiros o Procurador-geral da República
ou o Magistrado do Ministério Público por ele designado. Artigo 13.º

3. A decisão de congelamento deve ainda ser comunicada Regulação


sem demora às instituições financeiras e às atividades e
profissões não financeiras previstas na Lei que estabelece 1. As autoridades de regulação e supervisão devem promover
medidas destinadas a prevenir e reprimir o crime de a regulação adequada relativamente ao desenvolvimento
lavagem de capitais, bens, direitos e valores, diretamente de procedimentos e implementação de mecanismos que
ou através das respetivas autoridades de supervisão, de permitam a aplicação imediata das medidas restritivas
fiscalização ou de inspeção. previstas na presente lei.

4. O período de congelamento pode ser renovado pela 2. Compete às entidades de regulação e supervisão,
autoridade referida no número 2, podendo cessar quando a nomeadamente:
medida não se justificar ou existir algum erro em relação
à pessoa ou entidades cujos bens foram congelados ou a) Agencia Nacional da Aviação Civil: negar
em relação à identificação das contas ou bens a congelar. ou cancelar a emissão de certificados de
operador de transporte aéreo e certificados de
5. O congelamento cessa sempre que não for confirmado aeronavegabilidade, bem como emitir instruções
pelo Procurador-geral da República, ou por Magistrado para que seja negada a autorização a aeronaves
do Ministério Público por ele designado, no prazo de dois para descolarem ou aterragem no País ou
dias úteis. sobrevoarem o País ou para proibir a prestação
de serviços de engenharia ou de manutenção
6. Se forem aplicadas as medidas restritivas às pessoas
a essas aeronaves, de acordo com as medidas
ou entidades designadas, tendo sido os fundos ou recursos
restritivas aplicadas nos termos da presente lei;
económicos congelados erradamente em virtude de terem
nomes e identificação iguais ou semelhantes, as medidas b) Direção de Estrangeiros e Fronteiras: impedir a
restritivas devem ser retiradas com a maior brevidade realização de operações de comércio externo
possível, após confirmação da sua identidade. com pessoas ou entidades designadas grupo,
Artigo 12.º ou que os envolvam, de acordo com as medidas
restritivas aplicadas nos termos da presente lei;
Outras medidas restritivas
c) Autoridades policiais: atuar de forma a impedir a
1. Adicionalmente às medidas de congelamento definidas
entrada, permanência ou transito através do
no artigo 9º, às medidas restritivas podem incluir a
País das pessoas designadas, em relação as quais
interrupção completa ou parcial das relações económicas,
tenham sido aplicadas medidas restritivas de
dos meios de comunicação marítimos, aéreos, postais,
entrada, permanência ou trânsito de pessoas ou
telegráficos, radioelétricos, ou de outra qualquer espécie, e
entidades em território nacional, com exceção
o rompimento das relações diplomáticas, nomeadamente:
dos cidadãos nacionais;
a) Embargo relativo à venda, fornecimento ou
exportações de armas de material relacionado d) Entidades com competência própria ou delegada
ou restrições no fornecimento de assistência ou para a concessão de autorização prévia para a
serviços relacionados com atividades militares, realização de operações de comércio externo:
apoio logístico-militar e serviços de natureza negar, condicionar ou revogar licenças de
militar; operação de comércio externo com pessoas ou
entidades designadas, ou que envolvam, de
b) Restrição de entrada, permanência ou trânsito de acordo com as medidas restritivas aplicadas
pessoas ou entidades em território nacional; nos termos da presente Lei.
I SÉRIE — NO 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016 743
Artigo 14.º 4. Havendo negligência, a pena é de prisão até um ano
Deveres das entidades de regulação e supervisão
ou de multa até quinhentos dias.

As entidades de regulação e supervisão estão obrigadas a: 5. A tentativa é punível.


Artigo 17.º
a) Atuar imediatamente e a tomar as medidas
necessárias e adequadas ao cumprimento do Penas acessórias
ato internacional aplicável ou às medidas de
execução ordenadas pela autoridade competente; 1. Quem for condenado por crimes previstos nos artigos
15.º e 16.º, atenta a concreta gravidade, pode ser sujeito
b) Emitir instruções e de as comunicar às entidades, às seguintes penas acessórias:
publicas ou privadas, que estejam sob a sua
supervisão ou coordenação sempre que a a) Publicação da decisão condenatória em jornal de
complexidade dos procedimentos a observar por circulação nacional, a expensas do condenado;
virtude do ato internacional aplicável o exija; b) Proibição do exercício de certas profissões ou
c) Comunicar à autoridade competente do incumprimento, atividades, por um período de um a dez anos;
pelas entidades reguladas, das obrigações c) Privação do direito de participar em ajustes diretos,
previstas na presente Lei. consultas restritas ou concursos públicos, por
Artigo 15.º um período de um a dez anos;

Violação do dever de congelamento de fundos ou de outros d) Proibição de contactar determinadas pessoas, por
ativos económicos um período de um a cinco anos;
1. Quem, violando o dever de congelamento, colocar, e) Expulsão e interdição de entrar no País, quando
direta ou indiretamente, à disposição das pessoas ou estrangeiro, por um período de um a cinco anos;
entidades de que se suspeita estarem envolvidas em
atividades de terrorismo ou no financiamento de grupos, f) Encerramento temporário de estabelecimento,
associações, organizações ou de atos terroristas, quaisquer até cinco anos;
fundos ou outros ativos económicos que aquelas possam
g) Encerramento definitivo de estabelecimento;
utilizar ou dos quais possam beneficiar é punido com
pena de prisão de três a cinco anos ou de pena de multa h) Dissolução judicial.
até quinhentos dias.
2. As penas acessórias podem ser aplicadas
2. Havendo negligência, a pena é de prisão até um ano cumulativamente.
ou de multa até quinhentos dias.
Artigo 18.º
3. A tentativa é punível.
Procedimentos cautelares de extensão do âmbito material
Artigo 16.º do presente capítulo

Violação de outros deveres Em processos-crime relativos aos fatos determinantes


da aplicação das sanções previstas nos artigos 15.º e 16.º,
1. Quem estabeleça ou mantenha relação jurídica de ou conexos com estes, ou em que o arguido esteja com
natureza económica com quaisquer sujeitos ou entidades, tais fatos relacionado, pode o Ministério Público requerer
sabendo que são suspeitos de estar envolvidos em atividades o arresto preventivo dos respetivos fundos e recursos
de terrorismo ou no financiamento de grupos, associações, financeiros.
organizações ou de atos terroristas ou financiamento
da proliferação das armas de destruição em massa ou Artigo 19.º
adquira ou aumente a participação de controlo relativo Listas de pessoas e entidades nacionais e internacionais
a imóvel, empresa ou outro tipo de pessoa coletiva, ainda
que irregularmente constituída, situados, registados 1. A lista de pessoas e entidades a que se referem os
ou constituídos em território nacional ou em qualquer artigos 11.º, 15.º e 16.º é tornada pública nos sítios da
outra jurisdição, é punido com pena de prisão de três a internet do Governo e do Banco de Cabo Verde, a pedido
cinco anos, caso se trate de pessoa singular, ou de pena do Procurador-geral da República, autoridade central.
de multa até quinhentos dias, caso se trate de pessoa
coletiva ou entidade equiparada. 2. Compete à autoridade referida no número 2 do
artigo 11.º proceder à atualização das referidas listas, em
2. A aplicação do número anterior não é prejudicada conformidade com as Resoluções do Conselho de Segurança
pelo fato de as aquisições ou aumentos de participação das Nações Unidas, nomeadamente ao aditamento,
em causa terem lugar, em troca do fornecimento de bens retirada ou modificação da identidade ou da identificação
corpóreos ou incorpóreos, de serviços ou de tecnologias, das pessoas ou das entidades constantes dessas listas.
incluindo patentes, de capitais, de remissão de dívidas
ou de outros recursos financeiros. 3. O aditamento, a retirada ou a modificação da
identidade ou da identificação das pessoas ou entidades
3. Os atos praticados em violação dos números anteriores das listas, a que se refere o número anterior, devem ser
são nulos. também sujeitos a publicidade.
744 I SÉRIE — NO 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016

4. As listas de pessoas e entidades, bem como qualquer j) Efetuar a atualização e publicação da lista nacional
alteração das mesmas, devem ser também enviadas às de Estados, pessoas, grupos ou entidades
instituições financeiras e às atividades e profissões não designadas;
financeiras previstas na Lei que estabelece medidas
destinadas a prevenir e reprimir o crime de lavagem k) Praticar os atos relativos ao congelamento de
decapitais, bens direitos e valores, diretamente ou através fundos e recursos económicos, previstos na
das respetivas autoridades de supervisão, de fiscalização presente lei;
ou de inspeção. l) Receber, analisar e disseminar informação que
5. A notificação da designação conforme referido no possa facilitar o cumprimento da designação
número 3 deve ocorrer no mais curto tempo possível e de pessoas ou entidades;
é efetuada através de correio eletrónico, fax, correios, m) Apresentar relatório anual e dados estatísticos
pessoalmente, ou por telefone, sendo que neste último relativos ao processo de designação de pessoas
caso, deve ser posteriormente confirmada por escrito. ou entidades designadas, remoção, modificação,
6. As instituições financeiras e as Atividades e Profissões medidas restritivas e isenções; e
Não Financeiras Designadas devem congelar os fundos n) Estabelecer protocolos de cooperação de troca de
em até vinte e quatro horas após a recepção da notificação informação com as demais instituições.
do Procurador-geral da República ou Magistrado do
Ministério Público por ele designado. Artigo 21.º

7. Para a prossecução dos objetivos previstos nos números Início do processo de designação
2 e 3, o Procurador-geral da República pode solicitar O processo de designação das pessoas e entidades, a
informações a qualquer entidade pública ou privada. aplicação de medidas restritivas e a respetiva inclusão
8. Nenhum cidadão nacional e as pessoas ou entidades na Lista Nacional, tem lugar nos seguintes casos:
no território nacional devem disponibilizar fundos e a) Designações efetuadas por organismos internacionais
ativos a pessoas ou entidades designadas, nos termos competentes, designadamente Comités de
dos números 2 e 3. Sanções da Organização das Nações Unidas,
Artigo 20.º com base em atos internacionais relativos a
Competência da autoridade competente para a designação manutenção da paz e segurança internacional;

Compete ao Procurador-geral da República ou Magistrado b) Pedidos de designação.


do Ministério Público por ele designado, no âmbito do Artigo 22.º
processo de designação de pessoas ou entidades:
Submissão dos pedidos
a) Receber, analisar e decidir os pedidos de designação;
1. Podem submeter os pedidos de designação as seguintes
b) Receber, analisar e decidir os pedidos de modificação entidades:
de identificação inclusa na lista;
a) Autoridades nacionais competentes com atribuições
c) Receber e encaminhar os pedidos de revisão; de manutenção da paz e segurança nacional e
d) Receber, analisar e decidir os pedidos de isenção; internacional e com o combate ao terrorismo;
e) Analisar e deliberar sobre a adoção das Listas de b) A Unidade de Informação Financeira;
Sanções internacionais, exaradas e mantidas
pelos Comités de Sanções das Nações Unidas ou c) Entidades de regulação e supervisão, nos termos
por outros Organismos Internacionais, através da presente lei;
da designação nacional dos Estados, pessoas, d) Autoridades competentes pela designação em
grupos ou entidades, previamente designadas outras jurisdições;
por aquelas organizações, e respetiva inclusa
na Lista Nacional, assim como promover os e) Os Comités de Sanções do Conselho de Segurança
processos de revisão e atualização; das Nações Unidas.

f) Deliberar sobre os pedidos de designação, respetiva 2. Os pedidos devem conter, no mínimo, as seguintes
verificação, modificação, relativamente a informações:
designação para a Lista Nacional;
a) O motivo detalhado da designação, conforme os
g) Analisar e deliberar sobre os pedidos de remoção, números 1, 2 e 3 e no artigo 23.º;
respetiva verificação e solicitar recomendação
à autoridade competente pela revisão; b) A informação de identificação das pessoas e
entidades designadas;
h) Promover a remoção periódica da lista;
c) A medida restritiva aplicável a pessoa ou entidade
i) Analisar e deliberar sobre os pedidos de isenções designada; e
específicas e dos pedidos de isenção relativos
as medidas restritivas aplicadas as pessoas ou d) A documentação relevante necessária juntamente
entidades designadas; com o pedido que a sustente.
I SÉRIE — NO 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016 745
Artigo 23.º c) Local em que se encontra registada a sede;
Processo de designação nacional d) Data e número do registo;
1. O Procurador-geral da República pode designar um e) Motivo pelo qual o grupo ou a entidade é designada;
Estado, uma pessoa, grupo ou entidade nas seguintes
circunstâncias: f) Número de Identificação Fiscal;

a) Quando estiverem envolvidos ou associadas a g) Natureza do negócio; e


crimes de terrorismo, sejam:
h) Outra informação tida como relevante.
i. Pessoas singulares que cometam ou tentem Artigo 24.º
cometer qualquer ato terrorista, ou que nele
Inclusão na Lista e comunicação da designação
participem ou facilitem a prática de tal ato;
Decidida a designação de pessoas ou entidades, a
ii. Pessoas coletivas, grupos ou entidades que
autoridade competente deve:
cometam ou tentem cometer qualquer ato
terrorista, ou que nele participem ou facilitem a) Atualizar e republicar a Lista de pessoas ou entidades
a prática de tal ato; designadas no prazo de dois dias úteis apos a
publicação no Boletim Oficial da decisão que
iii. Pessoas coletivas, grupos ou entidades na
determinar a designação;
posse ou sob o controlo de uma ou mais pessoas
singulares ou coletivas, entidades ou organismos b) Notificar as pessoas ou entidades designadas
referidos em subalíneas anteriores; ou acerca da designação e dos motivos que a
fundamentaram;
iv. Pessoas singulares ou coletivas, grupos ou
entidades que atuem em nome ou sob as instruções c) Informar as entidades de regulação e supervisão
de uma ou mais pessoas ou coletivas, grupos ou relativamente sobre a designação.
entidades referidos em subalíneas i. e ii.
Artigo 25.º
b) Quando tal seja requerido por ato internacional Pedido de remoção da lista
relativo à manutenção da paz e segurança, tais
como as Resoluções do Conselho de Segurança 1. Qualquer pessoa ou entidade designada pode requerer
das Nações Unidas; e à autoridade competente nos termos da presente lei, por
escrito e devidamente fundamentada, a sua remoção da lista.
c) Quando for necessário à proteção da segurança
nacional. 2. A autoridade competente deve proceder à análise e
decidir o pedido de remoção, salvo nos casos em que um
2. A informação de identificação referente à pessoa ato internacional determine de forma contrária.
designada deve incluir:
3. Recebido o pedido, a autoridade competente envia-o
a) Nome; à autoridade de revisão para recomendação.
b) Nomes pelos quais é conhecido; 4. A autoridade de revisão decide, no prazo de dez dias, se
existe motivos razoáveis para recomendar ao Procurador-
c) Apelido; geral da República ou o Magistrado do Ministério Publico
d) Apelido de solteiro, caso aplicável; por ele designado a manutenção na lista ou a sua remoção.
5. A autoridade competente deve decidir o pedido,
e) Sexo;
no prazo de trinta dias, a contar data de receção da
f) Data e local de nascimento; recomendação da autoridade de revisão.

g) Nacionalidade; 6. Caso a autoridade competente não decidir no


prazo previsto, nem prorrogar o prazo de decisão por
h) Endereço; um período determinado, informando o requerente da
referida prorrogação, o pedido da remoção considera-se
i) Número de documento de identidade, com foto e tacitamente deferido.
assinatura;
7. Se a autoridade competente não estiver autorizada
j) Número de Identificação Fiscal; e a tomar a decisão de remoção do requerente da lista,
deve encaminhar o processo ao responsável nacional
k) Outra informação tida como relevante.
pela submissão dos pedidos internacionais ao órgão
3. A informação de identificação relativa ao grupo ou internacional competente, no prazo de quinze dias após
entidade designada deve incluir: a receção do pedido.

a) Denominação completa; 8. A autoridade competente deve informar tempestivamente


ao requerente referido no número 1 de qualquer decisão
b) Principais atividades; tomada de acordo com os números anteriores.
746 I SÉRIE — NO 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016

9. A pessoa ou entidade designada não pode realizar b) Posterior alteração significativa dos fatos;
um outro pedido de remoção da lista, salvo se existir uma
modificação material nas circunstâncias do caso, após a c) Surgimento de novas provas;
submissão do último pedido. d) Morte da pessoa designada;
10. A decisão de remoção revogando a decisão de e) Liquidação da entidade designadas;
designação e publicado no Boletim Oficial.
f) O ato internacional no qual a designação se baseou
Artigo 26.º
já não se encontra em vigor;
Conteúdo do pedido de remoção
g) Outros fatores em virtude dos quais os critérios
O pedido deve conter: e condições de designação deixaram de estar
preenchidos.
a) Todos os elementos de identificação constantes da
lista em que o requerente se encontra designado; 6. Uma vez decidida a remoção da lista, a autoridade
competente deve proceder conforme alíneas do artigo 24.º.
b) O motivo da designação;
Artigo 28.º
c) As medidas restritivas que tenham sido aplicadas;
Pedidos de isenção
d) As razões pelas quais a pessoa ou entidade
designada efetua o pedido de remoção da lista e 1. A autoridade competente pode conceder isenções
a cessação da aplicação das respetivas medidas específicas de modo a garantir que as necessidades básicas
restritivas, designadamente: de pessoas ou entidades designada sejam satisfeitas, tais
como as despesas básicas e necessárias para o pagamento
i. Por erro comprovado de identificação; de certos tipos de comissões, encargos com serviços ou
para as despesas extraordinárias.
ii. Posterior alteração significativa dos fatos;
2. As pessoas ou entidades designadas podem fundamentar
iii. Surgimento de novas provas;
o pedido de isenção quando um ato internacional aplicável
iv. Outros fatos em virtude dos quais os critérios admita exceções às medidas restritivas.
e condições de designação deixaram de estar
3. O pedido de isenção deve ser efetuado pela pessoa ou
preenchidos;
entidade designada cujos fundos ou recursos económicos
v. Quaisquer outras informações consideradas foram congelados.
relevantes para a apreciação do pedido de
4. A autoridade competente deve fundamentar a recusa
remoção.
do pedido, por escrito, notificando o requerente.
Artigo 27.º
5. A concessão de isenções deve ser transparente,
Revisão da designação razoável e proporcional, de modo a garantir que:
1. A autoridade competente deve, no mínimo, proceder a) A finalidade para a qual a isenção é requerida e
anualmente à revisão da lista das pessoas e entidades comprovada, seja para as despesas básicas,
designadas, para determinar se existem indícios de que os extraordinárias, pagamentos contratuais ou
critérios de designação já não se encontram preenchidos com base em outras razoes fundamentadas;
pelas pessoas ou entidades designadas constantes da
lista por si elaborada. b) Os riscos de desvio dos pagamentos autorizados
para outras finalidades que não aquelas para
2. As pessoas ou entidades designadas devem ser as quais a isenção foi concedida, incluindo
removidas da lista, caso o ato internacional no qual se finalidades terroristas, são reduzidos; e
baseou a decisão da designação deixar de ser aplicável.
c) O ónus sobre o setor financeiro seja minimizado.
3. Se a designação nacional for baseada numa designação
efetuada pelo órgão competente das Nações Unidas, a 6. Se o pedido para a isenção estiver relacionado com
revisão da autoridade competente apenas se limita a uma pessoa ou entidade designada de acordo com atos
verificar se a designação se mantém aplicável. internacionais, incluindo as Resoluções da Organização
das Nações Unidas, quaisquer condições previstas
4. A autoridade competente deve verificar, caso a nos referidos atos internacionais devem ser tidas em
caso, se os critérios e condições que ditaram a decisão consideração pela autoridade competente.
de designação e aplicação de medidas restritivas, ainda
se encontram preenchidos, justificando a remoção ou 7. O pedido deve conter:
não das pessoas ou entidades designadas da lista ou a
modificação das medidas restritivas impostas. a) Lista das sanções, mantidas pelo Comité de Sanções,
criada pelo Conselho de Segurança das Nações
5. Para efeitos de revisão da lista, devem ser considerados, Unidas, através da Resoluções n.º 1267/1989;
designadamente, os seguintes fatos:
b) Lista Nacional mantida pela autoridade competente,
a) Erro comprovado de identificação; em conformidade com a presente lei;
I SÉRIE — NO 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016 747

c) Descrição do motivo do pedido de isenção; 2. A lista referida no número anterior é elaborada,


revista, atualizada e publicada pelo Comité de Sanções
d) Âmbito e duração da isenção; mencionado no número anterior, de acordo com os respetivos
e) Informação relativa as pessoas e entidades a quem critérios de designação e de revisão, não necessitando de
deve ser concedida a isenção; ser publicada em Boletim Oficial.
Artigo 31.º
f) Junto, toda a documentação relevante disponível
que suporte o pedido de isenção. Pedidos internacionais

8. O pedido é analisado e, se faltar algum documento a A autoridade competente deve ter em consideração
autoridade competente pode pedir informações adicionais ações e pedidos realizados por outros países relativamente
ao requerente, ou às entidades publicas ou privadas. a designação de pessoas e entidades designadas e
correspondente aplicação de medidas restritivas e decidir
9. Quando se trata de ato internacional conforme referido se medidas semelhantes são aplicáveis na República de
no número 2, a autoridade competente submete o pedido Cabo Verde, no âmbito da presente lei.
ao organismo internacional competente. Artigo 32.º
Artigo 29.º Cooperação
Concessão do pedido de isenção As pessoas singulares e coletivas, públicas ou particulares
devem cooperar com a autoridade competente e com as
1. Com vista à decisão relativa ao pedido de isenção
autoridades de regulação e supervisão no âmbito do
devem ser tidas em consideração:
cumprimento da presente lei.
a) As condições previstas no número 4 do artigo 27.º; Artigo 33.º

b) Quando aplicável, qualquer condições constantes Fornecimento de informação


ou estabelecidas em consequência do ato
1. Sem prejuízo do disposto nas normas relativas a
internacional relativo à manutenção da paz
confidencialidade e sigilo profissional, as pessoas singulares
e segurança.
e coletivas, publicas ou privadas, devem:
2. A decisão de concessão da isenção a deve incluir: a) Fornecer mediante solicitação da autoridade
a) Identificação das pessoas ou entidades a quem a competente, qualquer informação que possa
isenção é concedida; suportar a decisão de designação;
b) Facultar imediatamente a autoridade competente
b) Descrição dos atos permitidos de acordo com a
e as entidades de regulação e supervisão
isenção concedida;
quaisquer informações que possam facilitar o
c) Condições às quais a isenção se encontra sujeita; cumprimento da presente lei;

d) Período de duração e a data em que expira. c) Comunicar a autoridade competente e as entidades


de regulação e supervisão, sempre que detenham
3. A isenção pode ser modificada ou revogada a qualquer ou controlem fundos ou recursos económicos
momento, caso existam razões para o efeito. na posse ou detidas por pessoas ou entidades
designadas, durante um período de seis meses
4. A concessão, modificação ou revogação da isenção antes da entrada em vigor da presente lei.
deve ser informado:
2. A informação recebida deve ser utilizada apenas
a) Às pessoas ou entidades a quem a isenção seja para o fim para o qual se destina.
concedida;
3. A prestação de informação de boa-fé, no cumprimento das
b) Ao requerente do pedido de isenção; e obrigações previstas na presente Lei, por pessoas singulares
ou coletivas, publicas ou privadas, não consubstancia numa
c) Às entidades de regulação e supervisão. violação de qualquer obrigação de sigilo, nem acarreta
5. O pedido deve ser processado no prazo de 30 (trinta) qualquer responsabilidade aos prestadores da referida
dias, devendo ser priorizados os pedidos com fundamento informação.
em razões humanitárias com caráter urgente, em relação Artigo 34.º
aos procedimentos em curso.
Oposição às medidas de congelamento
Artigo 30.º
1. Qualquer pessoa singular ou coletiva cujos fundos ou
Processo de designação internacional ativos económicos foram congelados nos termos do artigo 11.º
pode impugnar aquela medida, através de reclamação,
1. As pessoas ou entidades designadas constante da devidamente fundamentada, para a autoridade competente,
Lista do Comité de Sanções das Nações Unidas, conforme que deve tomar uma decisão no prazo de dez dias.
a Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas
n.º 1267/1989, são designadas pelo referido Comité de 2. Da decisão referida no número anterior cabe recurso
Sanções. para os tribunais criminais a interpor nos termos gerais.
748 I SÉRIE — NO 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016
Artigo 35.º 2. Aos crimes previstos na alínea a) do número anterior
Acesso a fundos congelados não é aplicável o número 3 do artigo 4.º do Código Penal.

A autoridade competente para o congelamento dos Artigo 38.º


fundos ou de outros ativos económicos pode facultar o
Apreensão e perda
acesso aos mesmos, sempre que se revelem necessários
para o pagamento de despesas básicas ou de despesas Os bens, fundos ou outros ativos económicos utilizados
extraordinárias, em conformidade com a Resolução 1452 ou destinados a ser utilizados em atos de terrorismo ou
(2002), de 20 de dezembro de 2002 e depois de obtido o no financiamento de grupos, associações ou organizações
consentimento do Comité de Sanções, criado pela Resolução terroristas ou que foram congelados, podem ser apreendidos
1267 (1999), de 15 de outubro de 1999, das Nações Unidas. ou declarados perdidos por decisão transitada em julgado
CAPÍTULO III de um tribunal criminal, revertendo a perda a favor do
Estado.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Artigo 36.º Artigo 39.º

Responsabilidade criminal das pessoas coletivas e entidades Prevenção e repressão


equiparadas

1. As pessoas coletivas e as entidades equiparadas são 1. Às infrações previstas nos artigos 3.º a 7.º da presente
responsáveis, nos termos gerais pelos crimes previstos lei é aplicável, com as devidas adaptações, o regime de
na presente lei. prevenção e repressão da lavagem de capitais previsto
na lei.
2. A responsabilidade das entidades referidas no número
anterior não excluiu a responsabilidade individual dos 2. Em circunstância alguma as considerações de ordem
respetivos agentes. política, filosófica, ideológica, racial, étnica, religiosa ou
3. Pelos crimes previstos no número 1 são aplicáveis às de outro tipo similar podem justificar atos criminosos
pessoas coletivas as seguintes penas principais: previstos na presente lei.

a) Multa; Artigo 40.º

b) Dissolução, somente decretada quando os sócios Valor das multas


da pessoa coletiva tenham tido a intenção,
exclusiva ou predominante de, por meio dela, Para efeitos previstos na presente lei, o valor de cada
praticar os crimes previstos no n.º 1 ou quando dia de multa é fixado em 5.000$00 (cinco mil escudos)
a prática reiterada de tais crimes mostre que e em 20.000$00 (vinte mil escudos) quando se tratar,
a pessoa coletiva ou equiparada está a ser respetivamente, de pessoa singular ou de pessoa coletiva
utilizada, exclusiva e predominantemente, para ou entidade equiparada.
esse efeito, quer pelos seus membros, quer por
Artigo 41.º
quem exerça a respetiva administração.
4. Se a multa for aplicada a uma entidade sem Punição de Atos Preparatórios
personalidade jurídica responde por ela o património
São punidos os atos preparatórios dos crimes previstos
comum e, na sua falta ou insuficiência, solidariamente,
na presente lei.
o património de cada um dos associados ou beneficiário
efetivo. Artigo 42.º
5. Pelos crimes previstos no número 1 podem ser aplicadas Direito subsidiário
às pessoas coletivas as seguintes penas acessórias:
a) Interdição temporária do exercício de uma atividade; São aplicáveis subsidiariamente à matéria constante
da presente lei as disposições do Código Penal e do Código
b) Privação do direito a subsídios ou a subvenções de Processo Penal.
outorgados por entidades ou serviços públicos;
Artigo 43.º
c) Publicidade da decisão condenatória.
Artigo 37.º Alteração ao Código Penal

Aplicação no espaço
O artigo 373.º do Código Penal, aprovado pelo Decreto
1. Para efeitos da presente lei, e salvo tratado ou convenção Legislativo n.º 4/2003, de 18 de Novembro, passa a ter a
internacional em contrário, a lei penal de Cabo Verde é seguinte redação:
aplicável aos fatos cometidos fora do território nacional:
«Artigo 373.º
a) Quando constituírem os crimes previstos nos
artigos 3.º e 5.º; Atos preparatórios não tipificados

b) Quando constituírem os crimes previstos nos artigos São punidos os atos preparatórios dos crimes previstos
4.º, 6.º e 7.º, desde que o agente seja encontrado nos artigos 268.º, 306.º, 307.º, 308.º, número 1, 309.º,
em Cabo Verde e não possa ser extraditado. números 1 e 2 e 313.º.»
I SÉRIE — NO 21 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 24 DE MARÇO DE 2016 749
Artigo 44.º b) «Banca correspondente»: a prestação de serviços
Revogação
bancários por um banco a outro banco;

São revogados os artigos 315.º e 316.º do Código Penal. c) «Banco de fachada»: banco que não dispõe de
qualquer presença física no país no qual
Artigo 45.º esteja constituído e autorizado, e que não se
Entrada em vigor integra num grupo financeiro regulado sujeita
à supervisão consolidada e efetiva;
A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da
sua publicação. d) «Beneficiário»: pessoa singular ou coletiva ou
entidade sem personalidade jurídica identificadas
Aprovada em 28 de Novembro de 2012. pelo ordenante como recetoras da transferência
eletrónica solicitada;
O Presidente da Assembleia Nacional, em exercício,
Júlio Lopes Correia e) «Beneficiário efetivo»: pessoa singular proprietária
última ou que detém o controlo final de um
Promulgada em 16 de Janeiro de 2013.
cliente e/ou a pessoa singular por conta da qual
Publique-se. é efetuada uma operação. Inclui também as
pessoas que controlam efetivamente uma pessoa
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE coletiva ou uma entidade sem personalidade
ALMEIDA FONSECA. jurídica.
Assinada em 17 de Janeiro de 2013. f) «Bens»: ativos de qualquer tipo, designadamente:
O Presidente da Assembleia Nacional, em exercício, i. Corpóreos ou incorpóreos, móveis ou imóveis,
Júlio Lopes Correia. tangíveis ou intangíveis, adquiridos por qualquer
meio, de origem legítima ou ilegítima, e os
–––––– documentos ou instrumentos jurídicos que
Lei n.º 120/VIII/2016 atestam a propriedade ou outros direitos sobre
os referidos ativos;
de 24 de março
ii. Bens detidos pelo agente criminoso ou por
Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta, terceiro, transferidos pelo agente criminoso
nos termos da alínea b) do artigo 175º da Constituição, para terceiro, permanecendo o primeiro com
o seguinte: direitos, tais como o direito de posse, usufruto,
Artigo 1.º direito de natureza hereditária, entre outros
de natureza obrigacional e real sobre o bem
Alteração
transferido;
São alterados os artigos 2.º, 3.º, 4.º, 5.º, 7.º, 8.º, 9.º, 10.º,
iii. Bens ou direitos obtidos mediante transação
12.º, 13.º, 14.º, 15.º, 16.º, 17.º, 18.º, 19.º, 20.º, 21.º, 23.º, 24.º,
ou troca com os bens obtidos por meio da prática
28.º, 31.º, 42.º, 43.º, 44.º e 46.º da Lei n.º 38/VII/2009, de
do fato ilícito típico;
27 de Abril, que passam a ter a seguinte redação:
“Artigo 2.º
iv. Direitos, direta ou indiretamente, obtidos
por meio do fato ilícito típico ou direitos sobre
[…] os bens obtidos direta ou indiretamente pela
prática do fato ilícito típico;
1. Para efeitos da presente lei, entende-se por:
v. Bens transformados ou misturados com os bens
a) «Autoridade competente»: todas as autoridades
provenientes da prática do crime de lavagem
públicas a quem foram atribuídas responsabilidades
de capitais.
no combate à lavagem de capitais ou crimes
subjacentes associados, designadamente: g) «Boa-fé»: ignorância desculpável de que os bens,
i. A Unidade de Informação Financeira (UIF); direitos, valores ou vantagens do crime se
relacionavam com atividades ilícitas;
ii. Os órgãos de polícia criminal;
h) «Caráter inabitual da operação»: operação isolada
iii. As autoridades judiciárias; em que ainda assim se não justifique em
virtude de, no caso concreto, não ser habitual
iv. As que recebem declarações sobre o transporte a sua prática;
transfronteiriço de numerário e de instrumentos
negociáveis ao portador; i) «Confisco»: a perda definitiva de bens ou vantagens
do crime, por decisão de um tribunal;
v. As com responsabilidades de regulação e
supervisão, para garantir que as entidades j) «Congelamento» ou «apreensão»: a proibição
sujeitas cumprem as suas obrigações de prevenção temporária de transferir, converter, alienar,
à lavagem de capitais. dispor ou movimentar bens ou fundos ou outros

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