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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Disciplina de Geografia Física de Moçambique

A importância sócio-económica e ambiental dos mangais - Necessidade de sua


conservação

Alima Gafar Abdala Mutumpua

amutumpua@isced.ac.mz

Quelimane, Agosto de 2021


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

A importância sócio-económica e ambiental dos mangais - Necessidade de sua


conservação

Trabalho de Campo a ser submetido na Coordenação do


Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia, na
disciplina de Geografia física de Moçambique

Tutor: MSC.

Alima Gafar Abdala Mutumpua

amutumpua@isced.ac.mz

Quelimane, Agosto de 2021


Índice
1. Introdução .................................................................................................................... 3
1.1. Objectivos................................................................................................................. 3
1.1.1. Geral ..................................................................................................................... 3
1.1.2. Específicos ............................................................................................................ 3
1.2. Metodologia ............................................................................................................. 3
2. Fundamentação teórica ................................................................................................ 4
2.1. Mangais .................................................................................................................... 4
2.2. Estrutura de um mangal............................................................................................ 4
2.3. Importância do mangal ............................................................................................. 4
2.4. Importância biológica, ecológica e económica. ....................................................... 5
2.5. Proctecção costeira ................................................................................................... 6
2.6. Necessidades de conservação do mangal ................................................................. 6
3. Conclusão..................................................................................................................... 8
4. Referências bibliográficas............................................................................................ 9
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1. Introdução

O mangal é um ecossistema costeiro, situado nas regiões tropicais e subtropicais, ocorrendo


junto a desembocadura de rios, estuários e lagunas costeiras, até onde houver influência de
marés. Os mangais são ecossistemas de transição entre os ambientes oceânico e terrestre.

A importância desses ecossistemas é visto como ecossistemas altamente produtivos, devido a


grande quantidade de matéria orgânica gerada neste ambiente e liberada para as águas
costeiras na forma de detritos, compondo a base alimentar de várias espécies de caranguejos,
camarões e peixes de valor comercial.

Entretanto, o presente trabalho pretende elucidar sobre a importância ambiental e sócia


econômica do mangal, incidindo-se sobre a vertente de conservação do mesmo.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Descrever a importância socioeconômica e ambiental dos mangais.

1.1.2. Específicos
 Caracterizar a estrutura do mangal;
 Realçar a importância da necessidade de conservação dos mangais.

1.2.Metodologia

O trabalho exposto foi desenvolvido a partir de uma análise bibliográfica, utilizando-se de


fins exploratórios de estudos que tratam da temática apresentada, onde se buscou
conhecimentos sobre a temática em alusão (Gil, 2002, p. 86).
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2. Fundamentação teórica
2.1. Mangais

Os mangais são comunidades vegetais que colonizam as lagoas costeiras, os estuários e as


depressões dos deltas. São comunidades adaptadas às condições de elevada salinidade e por
isso podem subsistir submersas em águas marinhas. “As árvores de mangal são apenas um
dos componentes do complexo ecossistema de mangal que inclui: corpos associados de água e
solos bem como uma variedade de outras plantas, animais e microorganismos” (Semesi &
Howell, 1992, p.7; Nonn, 1974, p.103; Couto, 1993, p. 3).

Segundo Kathiresan e Bingham (2001, p. 45) Os mangais são um grupo muito diverso de
árvores não relacionadas umas com as outras, como as palmeiras, arbustos, plantas trepadeiras
ou rastejantes de caule delgado e fetos, que partilham a capacidade de viverem em solos
alagadiços e salinos sujeitos a uma inundação regular. São plantas altamente especializadas
que desenvolveram adaptações excepcionais em relação às condições ambientais únicas, nas
quais podem ser encontradas. A estrutura de um mangal, sua importância e utilidade podem
ser definidas de várias maneiras, mas de acordo com Costa, et al., (2010, pp. 3-6) esta pode
definir-se do seguinte modo.

2.2. Estrutura de um mangal


 Árvores com raízes aéreas formando pilares com folhagem sempre emersa - zona
supra- e médio litoral;
 A parte inferior dos sedimentos pode ser considerada a infralitoral.

2.3. Importância do mangal

As florestas de mangal estão entre os ecossistemas mais produtivos e biologicamente


importantes do mundo, pois fornecem bens e serviços dos ecossistemas importantes para a
sociedade humana e os sistemas costeiros e marinhos.

De acordo com o relatório de síntese Avaliação Ecossistémica do Milénio (2006), existem


quatro categorias de serviços ambientais, sendo que os mangais realizam quase todas elas a
saber:
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1) Regular os serviços (processos naturais, como a protecção do litoral, a regulação da


atmosfera e clima, controle de doenças humanas, processamento de água, controle de
inundações e controlo de erosão);
2) Serviços de aprovisionamento (bens e produtos que incluem madeira e combustível
lenhoso, processamento de pescado, a produção de sal, carvão, construção);
3) Serviços culturais (benefícios não materiais, tais como valor estético, recreação /
turismo, áreas sagradas, pomadas e medicamentos tradicionais); e
4) Serviços de apoio (processos naturais que mantêm outros serviços dos ecossistemas,
tais como reciclagem de nutrientes, a prestação de habitats de viveiro de peixes,
sedimentos, armadilhas, a filtragem de água e tratamento de resíduos).

Os Mangais ajudam também a proteger os recifes de coral, tapetes de ervas marinhos e rotas
de navegação por aprisionamento de sedimentos transportados por erosão das terras altas. Esta
é uma função-chave na prevenção e redução da erosão costeira e fornece comunidades
próximas a protecção contra os efeitos do vento, ondas e correntes de água. Eles apoiam a
conservação da diversidade biológica, fornecendo habitats, áreas de desova, viveiros e
nutrientes para um número de espécies marinhas e espécies pelágicas (FAO, 2007 citado por
MITANDER, 2015, p. 41).

2.4. Importância biológica, ecológica e económica.

Os mangais estão entre os habitats mais importantes para a pesca marinha e costeira. Eles
servem como área de reprodução, viveiro e ainda como área de alimentação de muitas
espécies marinhas (MITANDER, 2015, p. 09).

Devido a sua complexidade arquitectónica, os mangais têm um papel importantíssimo no


equilíbrio ecológico. Através dos seus complexos enraizamentos conseguem quebrar e
abrandar os movimentos abruptos das marés, formando uma barreira natural que protege as
comunidades costeiras. E ainda as partículas suspensas na água, de reduzida granolumetria,
fixam-se e permitem o desenvolvimento e formação do solo. Estas florestas contribuem para a
proliferação da vida marinha pois são importantíssimos produtores de matéria orgânica. As
folhas e frutos que caem na água, degradam-se e servem de substrato às comunidades
marinhas. Assim, os manguezais são importantes fontes de adubação e filtração, e evitam a
erosão do solo. Eles também alimentam outros habitats marinhos como ervas marinhas e
recifes de coral (Ibidem)
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Os Mangais ajudam também a proteger os recifes de coral, tapetes de ervas marinhas e rotas
de navegação por aprisionamento de sedimentos transportados por erosão das terras altas. Esta
é uma função-chave na prevenção e redução da erosão costeira e fornece comunidades
próximas a protecção contra os efeitos do vento, ondas e correntes de água. Eles apoiam a
conservação da diversidade biológica, fornecendo habitats, áreas de desova, viveiros e
nutrientes para um número de espécies marinhas e espécies pelágicas (FAO, 2007 citado por
MITANDER, 2015, p. 23). Outros serviços associados ao mangal incluem a ciclagem de
nutrientes, produção de pescarias, regulação de sedimentos, produção de madeira, protecção
contra ciclones, habitat para numerosos organismos com importância económica e
combustível lenhoso. Uma diversidade de espécies de peixes, crustáceos e moluscos de
grande importância comercial e não comercial utilizam os mangais como viveiros (para
engorda e abrigo) durante as suas fases juvenis e adulta do seu ciclo de vida. A sua
capacidade de produção e retenção de matéria orgânica aliada a complexidade estrutural das
suas raízes permitem esta preferência por parte de muitos organismos aquáticos.

2.5. Proctecção costeira

Através dos seus complexos enraizamentos conseguem quebrar e abrandar os movimentos


abruptos das marés, formando uma barreira natural que protege as comunidades costeiras. Os
mangais também protegem áreas costeiras contra as catástrofes naturais, como tsunamis,
ciclones e erosão resultante da subida do nível do mar, especialmente em pequenas ilhas. Há
evidências de que os mangais reduziram o impacto do tsunami do Oceano Índico de 2004, em
muitos locais. Tendo em conta aumento esperado em eventos extremos devido à mudanças
climáticas, istes são particularmente importante do ponto de vista de gestão de risco de
desastres (MITANDER, 2015, p. 10).

2.6. Necessidades de conservação do mangal

No entanto, a preservação dos mangais é por vezes esquecida, em detrimento de ecossistemas


mais atrativos para o turismo, como as barreiras de coral. De tal forma que, entre 1980 e 2005,
cerca de 19% da área mundial de mangal se perdeu por ação de eventos naturais e
antropogénicos (Spalding, Kainuma, & Collins, 2010, p. 81).
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A contínua destruição dos ecossistemas de mangal tem severas consequências para a


produtividade, o que afeta gravemente as comunidades dependentes deste tipo de ecossistema.
Estas comunidades pertencem às zonas costeiras de países em desenvolvimento, onde as
populações tendem a ser mais pobres e são caraterizadas pelo relativo isolamento e
dependência significante da colheita de recursos marinhos e costeiros (Hussain & Badola,
2010, p. 34). Estes fatores dificultam a proteção dos mangais, ainda para mais quando é dada
relativa baixa importância a este tipo de ecossistema (Alongi, 2012, p. 142).

Entretanto, é importante manter a conservação do ecossistema no mangal visto que, ele


oferece condições para o sustento de uma grande diversidade de plantas, e área de
produção/viveiro/alimento de organismos que garantem a subsistência do homem assim como
redutor da erosão protector da linha de costa. Para os efeitos de marés e de situações extremas
como Tsunamis são muito atenuado (Condelaque, 2017, p. 12).
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3. Conclusão

O mangal é visto de tamanha importância no campo da biodiversidade, pois as suas funções


dos mangais que têm maior impacto na sociedade são o suporte de biodiversidade, melhoria
da qualidade da água, disponibilidade de alimento e sequestro de carbono. É imperioso a sua
conservação, pois Quando esse ecossistema é degradado todas as suas componentes sofrem
algum impacto, incluindo os seus Sistemas Ecossistêmicos e funções.

Actualmente é notório os graves impactos que a destruição do mangal tem demonstrado,


quando são provocados pela ação humana, referindo-se principalmente do corte desordenado
de espécies de avicennia marina, para as necessidades das populações urbanas. Estas acções
têm desencadeado erosões em grandes proporções da zona costeira. A intervenção imediata
do governo é apela pelas entidades reguladoras e de gestão desses ecossistemas, com vista a
reduzir a acção a humana, no corte dessas espécies.
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4. Referências bibliográficas
 Alongi, D. M. (2012). Carbon sequestration in mangrove forests. Carbon
Management.
 Condelaque, I (2017) Avaliação sobre a Consciência Ambiental no Uso e
Conservação do Mangal. Caso: Bairro Icídua – Cidade de Quelimane (2013-2017).
Quelimmane
 Costa, C., Segurelho, D., Ferreira, L., Cândido, M., Carneiro, M., & Moreira, N.
(2010). Mangais - Um ecossistema em Risco. Universidade de Porto, Porto;
 Couto, A., (1993). Efeitos de Mudanças Geomorfológicas numa Comunidade de
Mangal na Ilha dos Portugueses. Dissertação, Licenciatura, UEM, Maputo. 60pp;
 Gil. A. C. (2002). Como elaborar Projectos de Pesquisa. Atlas. 4ª Ed.
 Hussain, S. A., & Badola, R. (2010). Valuing mangrove benefits: contribution of
mangrove forests to local livelihoods in Bhitarkanika Conservation Area, East Coast
of India. Springer Science+Business, Wetlands Ecol Manage
 Kathiresan K. & Bingham B.L. (2001), Biology of Mangroves and Mangrove
Ecosystems, in: Advances In Marine Biology Vol 40: Bellingham.
 MITANDER (2015) Estratégia e plano de acção nacional para restauração de
mangal 2015-2020. IUCN.
 Spalding, M. D., Kainuma, M., & Collins, L. (2010). World Atlas of Mangroves.
Earthscan, with International Society for Mangrove Ecosystems, Food and Agriculture
Organization of the United Nations, The Nature Conservancy, UNEP World
Conservation Monitoring Centre, United Nations Scientific and Cultural Organization,
United Nations University (Eds). London, Washington DC.

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