Você está na página 1de 131

MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM

ENSINO DE GEOGRAFIA

2º Ano

Disciplina: FUNDAMENTOS DE GEOGRAFIA ECONÓMICA

Código: Nuclear/CFE

Total Horas/IIo Semestre:115


Créditos (SNATCA): 5
Número de Temas: VI
INSTITU
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED),


e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou
total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED).
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos
judiciais em vigor no País.

Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)


Direcção Académica
Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa
Beira - Moçambique
Telefone: +258 23 323501
Cel: +258 82 3055839
Fax: 23323501
E-mail: isced@isced.ac.mz
Website: www.isced.ac.mz

i
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Agradecimentos

O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos


seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Autor Luís Deixa Joaquim

Coordenação Direcção Académica do ISCED


Design Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)
Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia
(IAPED)
Revisão Científica
XXXXX
Revisão Linguística
2019
Ano de Publicação
ISCED – BEIRA
Local de Publicação
XXXXX

ii
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Índice

Visão geral 1
Benvindo à Disciplina/Módulo Fundamentos de Geografia Económica .......................... 1
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 1
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2
Ícones de actividade ......................................................................................................... 3
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 3
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 5
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 6
Avaliação ........................................................................................................................... 7

TEMA – I: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA ECONÓMICA 9


UNIDADE Temática 1.1: A As ciências geograficas e a geografia económica: evoluição dos
concietos e objecto de estudo. Erro! Marcador não definido.
Introdução .............................................................................. Erro! Marcador não definido.
Sumário .................................................................................. Erro! Marcador não definido.
Exercícios de Auto-avaliação .................................................. Erro! Marcador não definido.

Exercícios de Avalição Erro! Marcador não definido.


TEMA – II: TEORIAS ECONÓMICAS Erro! Marcador não definido.
UNIDADE Temática 2.1. Teorias Económicas Clássicas Erro! Marcador não definido.
Introdução........................................................................ Erro! Marcador não definido.
Sumário ............................................................................ Erro! Marcador não definido.
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................... Erro! Marcador não definido.
Excercício de
Avalição……………………………………………………………………………………………………………?

UNIDADE Temática 2.2: Teorias Económicas Neoclássicas Erro! Marcador não definido.
Introdução........................................................................ Erro! Marcador não definido.
Sumário ............................................................................ Erro! Marcador não definido.
Exercícios de Auto-AvaliaçãO .......................................... Erro! Marcador não definido.
Excercício de Avaliação ……………………………………………………………………………………………?

iii
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

UNIDADE Temática 2.3: Teorias Económicas Keynesianas Erro! Marcador não definido.
Introdução........................................................................ Erro! Marcador não definido.
Sumário ............................................................................ Erro! Marcador não definido.
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................... Erro! Marcador não definido.
Excicício de Avaliação
…………………………………………………………………………………………………………?

TEMA III: TEORIAS DA ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DA ECONOMIA 40


UNIDADE Temática 3.1: Teorias Clássicas de Localização das actividades económicas (indústria
e agricultura) Erro! Marcador não definido.
Introdução........................................................................ Erro! Marcador não definido.
Sumário ............................................................................ Erro! Marcador não definido.
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................... Erro! Marcador não definido.
Exercícios de
Avaliação………………………………………………………………………………………………………….?

UNIDADE Temática 3.2: Economia Regional e Urbana Erro! Marcador não definido.
Introdução........................................................................ Erro! Marcador não definido.
Sumário ............................................................................ Erro! Marcador não definido.
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................... Erro! Marcador não definido.
Execícios de
Avaliaçã………………………………………………………………………………………………………………?

TEMA IV: POLÍTICAS DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO 65


UNIDADE Temática 4.1: Crescimento e Desenvolvimento Económico Erro! Marcador não definido.
Introdução........................................................................ Erro! Marcador não definido.
Sumário ............................................................................ Erro! Marcador não definido.
Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 70
Exercícios de
Avaliação………………………………………………………………………………………………………..?

UNIDADE Temática 4.2: Políticas Públicas Voltadas ao Crescimento e Desenvolvimento


Económico Erro! Marcador não definido.
Introdução........................................................................ Erro! Marcador não definido.
Sumário ............................................................................ Erro! Marcador não definido.
Exercícios de Auto-Avaliação ......................................... Erro! Marcador não definido.
Exercícios de
Avaliaçã…………………………………………………………………………………………………………….?

iv
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

TEMA V: PADRÕES DE DISPERSÃO OU AGLOMERAÇÃO ESPECÍFICOS DAS ACTIVIDADES


ECONÓMICAS 79
UNIDADE Temática 5.1. Padrões de Dispersão ou Aglomeração Específicos das Actividades
Económicas Erro! Marcador não definido.
Introdução........................................................................ Erro! Marcador não definido.
Sumário ............................................................................ Erro! Marcador não definido.
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................... Erro! Marcador não definido.
Exercícios de
Avaliação…………………………………………………………………………………………………………?

UNIDADE Temática 5.2. Dispersão regional, concentração intra-regional e descentração urbana97


Introdução ……………………………………………………………………………………………………………
Sumário…………………………………………………………………………………………………………………………
Exercícios de Auto-Avalição……………………………………………………………………………………
Exercícios de Avalição……………………………………………………………………………………

TEMA VI: CAUSAS E EFEITOS DAS DISPARIDADES REGIONAIS E REDES GLOBAIS 79


UNIDADE Temática 6.1: Disparidades Regionais, causas e efeitosErro! Marcador não definido.
Introdução……………………………………………………………………………………………..
Sumário ............................................................................ Erro! Marcador não definido.
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................... Erro! Marcador não definido.
Exercícios de Avaliação ………………………………………………………………………………………………………….

UNIDADE Temática 6.2: O Processo de Globalização (Redes Globais de Tecnologia de


Informação) Erro! Marcador não definido.
Introdução........................................................................ Erro! Marcador não definido.
Sumário ............................................................................ Erro! Marcador não definido.

EXERCÍCIOS de Avaliação dos Temas deste Módulo Erro! Marcador não definido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Erro! Marcador não definido.

v
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Visão geral

Benvindo à Disciplina/Módulo Fundamentos de


Geografia Económica

Objectivos do Módulo

Ao terminar o estudo deste módulo de Fundamentos de Geografia


Económica deverá ser capaz de: conhecer as principais teórias da
localização das actividades económicas no espaço e os respectivos
pensadores, tanto como os principais factores que concorrem
para aglomeração ou dispersão das actividades económicas.

 Interpretar as teorias económicas


 Analisar as políticas económicas
 Identificar os factores das disparidades económicas
Objectivos  Caracterizar as fases da globalização
Específicos
 Diferenciar o Crescimento Económico do Desenvolvimento
Económico

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 2º ano do curso de


licenciatura em Ensino de Geografia. Poderá ocorrer, contudo, que
haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus
conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não
sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o
manual.

1
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Como está estruturado este módulo

Este módulo de Fundamentos de Geografia Económica, para


estudantes do 2º ano do curso de licenciatura em Ensino de
Geografia, à semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado
como se segue:
Páginas introdutórias

 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como
componente de habilidades de estudos.
Conteúdo desta Disciplina / módulo

Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes caracteristicas: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e
actividades práticas algunas incluindo estudo de caso.

Outros recursos

A equipa dos académicos e pedagógos do ISCED, pensando em si,


num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio e
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta
uma lista de recursos didáctilos adicionais ao seu módulo para
você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu
centro de recursos mais material de estudos relacionado com o
seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para
além deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca,
pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais
ainda as possibilidades dos seus estudos.

2
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final


de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características:
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,
exercícios que mostram apenas respostas.
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das terefas de avaliação será objecto dos trabalhos de
campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de
correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame
do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os
exercícios de avaliação é uma grande vantagem.
Comentários e sugestões

Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados


aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas.
Pode ser que graças as suas observações que, em goso de
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser
melhorado.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas


margens das folhas. Estes ícones servem para identificar
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa,
uma mudança de actividade, etc.

Habilidades de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a


aprender. Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para


facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando

3
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos


que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos
estudos, procedendo como se segue:

1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de


leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e


assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).

4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua


aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.

5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou


as de estudo de caso se existirem.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,


respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si:
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num
sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em
cada hora, etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido


estudado durante um determinado período de tempo; Deve
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao
seguinte quando achar que já domina bem o anterior.

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler


e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos
conteúdos de cada tema, no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por


tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos
das actividades obrigatórias.

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual


obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento

4
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado


volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo,
criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência
lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai
em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente
incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma


avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo,
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área
em que está a se formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que


matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será


uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar;

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas
trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR),
via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta
participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da

5
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se


torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,
estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff
do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED
indigetada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida
em que permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e


autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um
autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária,
propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

6
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a


realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: Como é possível avaliar estudantes à distância,


estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja
uma avaliação mais fiável e consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentada de
avaliação.
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da
cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)
trabalhos e 1 (um) (exame).
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de
Avaliação.

7
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

TEMA – I: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA ECONÓMICA

UNIDADE Temática 1.1. As ciências geografica e a Geografia


económica: evoluição do conceito, objecto de estudo.
UNIDADE Temática 1.2. A Evoluição do Pensamento da
Geografia económica e a produção de espaço económico.

Unidade Temática 1.1. As ciências geografica e a Geografia


económica: evoluição do conceito, objecto de estudo.

Introdução
Caro estudante, nesta unidade temática, serão apresentados
alguns conceitos sobre a geografia económica e também serão
discutidos aspectos como o objecto de estudo, e realçando
elementos que marcam a sua evolução no mundo, no sentido
epistemológica. Ainda, vamos nos aferir com maior detalhe o
campo teórico que explica e projecta o comportamento das
pessoas na produção do espaço económico.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

Objectivos específicos

 Conceituar as ciências geográficas e geografia económica


 Idenficar o objecto de estudo da Geografia da População e as
variáveis que estao implicado;
 Compreender a interdisciplinaridade das ciências com a
Geografia.

As ciências geografica e a geografia económica:

Diversos autores, como Andrade (1998); Torres (2004); Egler


(1994); Chorincas (2001); Moreira (1981), na tentativa de buscar
um conceito único da Geografia, se depararam com grandes
questionamentos. No entanto, não evitou que ela fosse
produzida. Para compreendermos a importância da Geografia
como Ciência e da Geografia Econômica, é necessário entender os

9
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

conceitos dessas duas importantes categorias de estudo. Existem


várias concepções que dão uma visão ampla do conhecimento da
Geografia. As relações sociais, econômicas, políticas, culturais,
enfim, os níveis de reprodução do espaço geográfico que
movimentam o desenvolvimento e as sociedades, podem definir a
evolução epistemológica da Ciência Geográfica e da Ciência
Econômica (Moreira, 1981).
.
No período de 1978 e 1979, o pensamento geográfico passou por
processos de reformulações. Existia ai uma dificuldade de aceitar
tais conceitos formulados sobre a Ciência Geográfica, gerando
uma dispersão de vários estudiosos. Autores como Ruy Moreira,
Milton Santos, Yves Lacoste, entre outros, sistematizaram a
Ciência Geográfica no âmbito socio-espacial (Moreira, 1981). Um
fenômeno recente, surgido na segunda metade do século XIX na
Alemanha, onde a sucessão de fatores do desenvolvimento sócio-
espacial fez da Geografia um importante sistema de estudo do
espaço. Ao longo desse processo, o Espaço-Tempo torna-se
relevantes na configuração da Ciência Geográfica (Rodrigues,
2008).
A Geografia Econômica, nascida da convergência entre a
Geografia e a Economia, também passa por mudanças
significativas. Essas mudanças são as subdivisões que se sobrepõe
de forma individual. A Geografia Econômica esta subdividida em
Geografia Agrária, Geografia Industrial, Geografia dos Transportas
e Geografia dos Serviços como aponta Andrade (1998).
Os processos econômicos impuseram à Ciência Geográfica uma
nova direção, uma nova visão dos aspectos espaciais. Para a
Geografia, essa nova categoria de análise espacial, provocou uma
reação nos objetivos da Geografia, impondo, portanto, uma
organização espacial focalizada no desenvolvimento econômico.

Conceito e objecto da Geografia econômica

Geografia Económica = é o ramo da geografia humana que estuda


os fenómenos económicos distribuídos espacialmente, com
repercussões no valor e preço dos produtos, na medida em que
estuda a dimensão espacial dos custos, lucros, perdas, etc, mas
também na organização, na produção e reprodução económica
desse espaço.

Diferente do estudo da economia de um país, que se utiliza de

10
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

cálculos matemáticos para entender o mercado de consumo, a


Geografia Econômica dedica-se exclusivamente ao estudo da
situação econômica do espaço geográfico. O foco da Geografia
Econômica é a indústria, em razão da produção, da distribuição e
da organização espacial das atividades econômicas na Terra
(Chorincas, 2001)
Segundo Chorincas (2001), a Geografia Econômica é, em poucas
palavras, a análise da superfície terrestre em todos os aspectos
que interessam do ponto de vista econômico. Os fenômenos
econômicos são resultados da dinâmica social, no interesse do
desenvolvimento. A esse respeito, notamos a singularidade que
compõe as diversas áreas científicas
As explicações das relações espaciais do mundo econômico,
segundo a autora, são de competência do geógrafo-econômico.
Para a ciência econômica, as questões de oferta, de procura e de
produção, são do seu interesse no estudo da economia do mundo.
Os economistas tinham como alvo os fatores de formação de
riqueza. Com o desenvolvimento e o crescimento das indústrias
no mundo, surge uma política de produção, tornando-se um
alimento para uma sociedade altamente consumista (Idem, 2001).

Figura 1: relações do meio e das atividades econômicas

Ainda, segundo Ayllon Torres (2004), a Geografia Econômica é o


estudo das relações do meio e das atividades econômicas.
Notamos aqui que para esses autores, os fatores econômicos, são
as principais causas para atribuir à Geografia Econômica, diversos
conceitos, mas, com o mesmo foco – o estudo da estrutura
econômica e espacial.
As relações socioeconômicas são responsáveis pelas modificações
no espaço geográfico, estruturando determinados lugares de
acordo com a atividade econômica desenvolvida, alterando o

11
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

meio, produzindo novos ambientes, criando espaços privilegiados,


influenciando os fluxos migratórios, interferindo na geopolítica
mundial, entre outros factores.
Diante desse contexto, a Geografia Econômica tem como objeto
de estudo as transformações espaciais desencadeadas pelas
relações econômicas, a localização e a organização dessas
atividades.

Outro ponto importante é a análise crítica dos motivos pelos quais


determinada atividade econômica é realizada em um local,
considerando os elementos da região como o clima, relevo,
disponibilidade de recursos naturais.

Sumário

Nesta unidade temática, concluímos que, o termo Geografia


Económica ganhou, todavia, cada vez maior número de
adeptos e manteve-se como a principal designação da
subdisciplina nascida da convergência científica entre as
duas áreas científicas, apesar de cada vez mais se ouvir falar
em Geoeconomia, vocábulo formado por analogia ao termo
Geopolítica. Porém, a Geografia Económica, ou a
Geoeconomia, teve de ultrapassar diversas contrariedade
até se afirmar no seio da comunidade científica e se
constituir como uma verdadeira subdisciplina da ciência
geográfica e da ciência económica.

Exercícios de Auto-Avaliação

1- Indique as várias concepções que dão uma visão ampla do


conhecimento da Geografia?
A. A convergência com a economia;
B. As relações sociais, econômicas, políticas e culturais;
C. A convergência com a geografia comercial;
D. Todas as opções estão certas.

2- o pensamento geográfico passou por processos de


reformulações.
A. No período de 1970
B. No período de 1978 e 1970
C. No período de 1978 e 1979

12
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

D. Todas as opções estão certas.

3- Autores como Ruy Moreira, Milton Santos, Yves Lacoste,


entre outros, sistematizaram a Ciência Geográfica no
âmbito:
A. socio-espacial
B. socioambiental
C. sociedade-Natureza
D. geoeconomia.

4- A Geografia Econômica, nascida da convergência entre a


Geografia e a Economia, estás subdivida em:
A. Geografia da natureza e da sociedade
B. Geografia Agrária, Geografia Industrial, Geografia dos
Transportas e Geografia dos Serviços;
C. Ciências das Geogragrafia e ciências das Geografia
humana.
D. Todas as opções estão certas.

5- Segundo Chorincas (2001), o foco da Geografia


Econômica:
A. A indústria em razão da produção
B. Das atividades econômicas na Terra
C. Da distribuição e da organização espacial
D. Todas as opções estão certas.
Correcção:
1 2 3 4 5
B C A B D

Exercícios de Avaliação
1- Indique uma reação nos objectivos da geografia para
uma nova categoria de análise espacial?
A. uma organização espacial focalizada no desenvolvimento
econômico.
B. uma organização espacial focalizada no IDH.
C. Uma organização espacial focalizada no crescimento
económico
D. Uma organização espacial focalizada n sociedade.

2- O que entende por Geografia económica?


A . Estuda a sociedade-natureza
B. Estuda os fenómenos socieconómico
C. Estuda os fenómenos económicos distribuídos
espacialmente;

13
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

D. Todas as opções estão certas.

3. Os fenômenos econômicos são resultados da:


A. Convergência entre os diferentes conflitos;
B. Da distribuição dos recursos naturais;
C. do crescimento económico do mundo;
D. Dinâmica social, no interesse do desenvolvimento.

4- As relações socioeconômicas são responsáveis pelas:


A. modificações no espaço geográfico;
B. estruturando determinados lugares de acordo com a
atividade econômica desenvolvida;
C. alterando o meio, produzindo novos ambientes,
criando espaços privilegiados
D. Todas as opções estão certas.

5. Qual é o objecto de estudo da geografia económica


no seue entender?
A. localização e a organização das actividades;
B. As transformações espaciais desencadeadas pelas
relações econômicas;
C. Localização dos recursos naturais;
D. Todas as opções estão certas.
Correcção:
1 2 3 4 5
A C D D B

UNIDADE Temática 1.2. A Evolução do pensamento da geografia


económica e a produção de espaço

A Evoluição do pensamento da Geografia económica

A importância do espaço é crescentemente reconhecida pela


generalidade das ciências sociais, criando um novo corpo
científico, a geoeconomia.
Para tanto, Sapper (1970), apud Carvalho e Filho (2017), destaca
que a Geografia Económica surge no século XIX, a partir da
necessidade de comerciantes e produtores que, precisando de
experiência internacional e de conhecimento das potencialidades
económicas de regiões estrangeiras, contribuíram para a
elaboração de vários relatórios comerciais e, consequentemente,
para a descoberta da
14
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Geografia Científica e da Economia.


Para Santos (p2006, p. 39), "no começo da história do homem, a
configuração territorial é simplesmente o conjunto dos complexos
naturais. À medida que a história vai fazendo-se, a configuração
territorial é dada pelas obras dos homens: estradas, plantações,
casas, depósitos, portos, fábricas, cidades etc; verdadeiras
próteses. Cria-se uma configuração territorial que é cada vez mais
o resultado de uma produção histórica e tende a uma negação da
natureza natural, substituindo-a por uma natureza inteiramente
humanizada”.

A necessidade da indústria em adquirir matérias-primas e


encontrar novos mercados para seus produtos fez com que
conselhos económicos, câmaras de comércio e outras
organizações investigassem aspectos económicos até no Exterior.

Antes da discussão teórica sobre Geografia Económica e as


abordagens da produção, do comércio e do consumo houve
observação económica de todas as regiões da Terra; quando
exploradores oficiais e particulares dirigiram sua atenção para
potencialidades económicas. Assim, relatórios elaborados sobre
as potencialidades económicas das regiões tornaram-se trabalhos
de Geografia Económica.

Por exemplo, se formos estudar a questão do desenvolvimento da


agricultura, podemos ler em várias vertentes de análise. Ficar só
com aspectos da produção, produtividade, custo, lucro líquido,
volume de exportação, etc. isso é trabalhar somente com a
Economia. Mas quando tudo isso relacionasse com as pessoas que
aí trabalham e principalmente como a agricultura está organizada
no espaço (uso e utilização da terra, quantidade de mão-de-obra,
etc.), aí sim estamos trabalhando com a Geografia (Costa, 2009).

Enquanto ciência do espaço, a geografia enfrenta dificuldades


epistemológicas e principalmente teóricas para entender a
complexidade da realidade desse espaço. Primeiro, porque o
espaço em si não existe sem a presença do homem,
particularmente da importância do trabalho humano.
Logo, o espaço é um processo produzido diretamente pelo
homem e naturalmente de suas relações históricas e sociais.

Ou seja, como os aspectos económicos relacionam-se com o valor


social dos produtos e serviços gerados pelo trabalho humano, é
evidente que isso repercute em termos espaciais, não apenas no
uso e utilização do espaço para produzir a riqueza económica,
como também na
15
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

organização do espaço, naturalmente “produzindo” o espaço.


Na óptica capitalista, o espaço é um meio de acumular capital e
quem possui esse espaço enquanto propriedade, evidentemente
tem mais poder que os outros.

Assim, devemos perceber que aspectos económicos não devem


ser apenas observados pela óptica da racionalidade económica,
mas contextualizar em outras perspectivas, como a histórica, a
social e geográfica, a proximidade, à distância, a localização, etc.
integram como ferramentas de análise com base geográfica (ou
espacial) desses fenómenos económicos.
A questão do custo de deslocamento de pessoas e mercadorias
influenciam não apenas em seus preços, como também na
valorização dos bens e nos parece que o espaço económico
constantemente está mudando de valor.

A produção de espaço económico.

O que nos interessa desse conceito, é entender o que significa


produzir e reproduzir economicamente o espaço, ou espaço da
reprodução. Produção significa gerar alguma coisa durante um
determinado tempo, e que seja uma produção voltada para
atender necessidades humanas. Logo, a produção só pode ser
efectivada se tiver a participação do trabalho humano durante o
processo. É claro que alguns bens necessários a sobrevivência
humana não precisam da intermediação ou da produção do
trabalho humano, como é caso do ar.
Este não tem preço ou valor. Mas se percebermos bem,
praticamente tudo que o ser humano precisa, o trabalho humano
está incorporado em seu processo de produção.

Logo, e isso fica mais compreensivo, segundo o autor acima


citado, como pode se colocar na seguinte dicção: “produção
espacial nada mais é que uma produção economicamente
importante, da qual valoriza-se o espaço levando em consideração
outros factores que repercutem em todo o processo.

”A produção do espaço = é a capacidade que esse importante


elemento tem para gerar riqueza e acumulação, e é claro, com
distribuição social desigual, pois os reais beneficiários do
“excedente” gerado pelo espaço são poucos, são aqueles que
denominamos de “proprietários do espaço”. Podemos considerar
que o espaço geográfico, tanto no meio urbano quanto no meio
rural é essencialmente produzido, ou seja, é construído pelas

16
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

práticas humanas. O estabelecimento dessas práticas está, quase


sempre, relacionado à manifestação de condutas no meio
financeiro e tecnológico que irão sustentar ações de impacto.

Em termos práticos, os estudos de Geografia Econômica


costumam ser segmentados em três partes principais:
a) a distribuição das atividades econômicas e produtivas sobre o
espaço;
b) a história das estruturas econômicas e
c) a análise das composições da economia em nível regional e
suas relações com a dinâmica global

E quais seriam esses factores?


Já colocamos alguns deles acima, levando em consideração
elementos que tem a ver com a racionalidade económica, onde
podemos destacar a localização, a proximidade (ou
acessibilidade), o tamanho, a fertilidade solo, a abundância dos
recursos naturais, distância, etc.

Sumário

Nesta unidade temática, aferimos que, A Geografia Económica


é, em poucas palavras, a análise da superfície terrestre em
todos os aspectos que interessam do ponto de vista
económico. Todos os fenómenos económicos, mesmo os que
derivam da realidade virtual dos mercados bolsistas e
financeiros, têm um aspecto espacial ou locacional. Neste
contexto, ao geógrafo-economista cabe descobrir a explicação
das relações espaciais do mundo económico.
Apesar de existirem várias tentativas de definição e vários
enfoques da Geografia Económica, resultantes da evolução
epistemológica da ciência geográfica e da ciência económica e
da evolução da própria realidade económico-espacial
observada pelos geógrafos, parece haver um consenso no
sentido de a Geografia Económica constituir o estudo das inter-
relações entre a estrutura económica e a estrutura espacial,
numa dupla perspectiva.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO [20 (Questões)]

1. Quais foram as actividades económicas que


atiçaram a geografia económica?
A. Necessidade da navegação marítima;

17
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

B. Necessidade de descobrimento do mundo;


C. Necessidade de comerciantes e produtores;
D. Todas as opções estão certas.

2. Em que período surge a Geografia Económica?


A. Surge no século XI;
B. Surge no século XIV;
C. Surge no século XIX;
D.No período entre 1979 e 1980.

3- A necessidade da experiência internacional e de


conhecimento das potencialidades económicas de
regiões estrangeiras, contribuíram para a:
A. Elaboração de vários relatórios comerciais e,
consequentemente, para a descoberta da Geografia
Científica e da Economia.
B. Necessidade da navegação marítima;
C. Necessidade de comerciantes e produtores;
D. Todas as opções estão certas.

4- Sobre a produção e transformação do espaço,


indique a resposta certa:
A. O espaço das sociedades é construído a partir de
elementos da natureza em sua forma pura;
B. Os diferentes lugares e regiões no mundo
capitalista não se diferem muito uns dos outros,
pois a produção do espaço é relativamente
homogênea e igualitária;
C. Podemos dizer que “produção do espaço”
significa a construção pelo homem de seu próprio
ambiente;
D. As técnicas de produção pouco interferem na
formação do espaço das sociedades.

5- ………………………………………………………….. e
encontrar novos mercados para seus produtos fez
com que conselhos económicos, câmaras de
comércio e outras organizações investigassem
aspectos económicos até no Exterior;
A. A necessidade de descoberta de materias primas;
B. A necessidade da indústria em adquirir matérias-
primas;
C. Necessidade de desenvolver o comércio com
exterior;
D. Todas as opções estão certas.

18
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

6- Indique a importância dos relatórios elaborados


sobre as potencialidades económicas das regiões
A. resumiu-se consistente na transformacao da
natureza;
B. resumiu-se apenas a produção do espaço
C. resumiu-se à construção das cidades e moradias
D. Tornaram-se trabalhos de Geografia Económica
consistente.

7- Enquanto ciência do espaço, indique as


principais dificuldades para entender a
complexidade da realidade do espaço?
A. teórico e metodológico
B. Epistemológicas e principalmente teóricas
C. de referência teórica
D. Todas as opções estão certas.

8- Indique os aspectos económicos que relacionam-


se com o valor social dos produtos e serviços
gerados pelo trabalho humano.
A. Na distribuicao espacial do homem.
B. Na organização do espaço
C. Na distribuição dos fenomenos naturais
D. Todas as opções estão certas.

9. Assim, devemos perceber que aspectos


económicos não devem ser apenas observados
pela óptica da racionalidade económica:
A. Na óptica histórica, a social e geográfica
B. Na óptica filosófica, a social e geográfica
C. Na óptica teológica, a social e geográfica
D. Todas as opções estão certas.

10 – identifique as ferramentas de análise com


base geográfica (ou espacial) desses fenómenos
económicos.
A. Na localização dos factores de produção;
B. A histórica, a social e geográfica, a proximidade,
à distância e a localização;
C. A proximidade, à distância e a localização;
D. A histórica, a social e geográfica, a proximidade.

11- o que significa produzir e reproduzir


economicamente o espaço?

19
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

A. A estrutura económica e a estrutura espacial;


B. A produção só pode ser efectivada se tiver
recursos naturais e tecnológicos;
C. A participação do trabalho humano durante o
processo;
D. Todas as opções estão certas.

12- Quais são as três partes que compõem os


estudos de geografia económica?
A. A distribuição das atividades econômicas e
produtivas sobre o espaço;
B. A distribuição das atividades econômicas e
produtivas sobre o espaço;
C. a história das estruturas econômicas e
D. Todas as opções estão certas.

13. Quais os elementos que tem a ver com a


racionalidade económica?
A. a localização, a proximidade (ou acessibilidade), o
tamanho, a fertilidade solo, a abundância dos
recursos naturais e distância.
B. A fertilidade solo, a abundância dos recursos
naturais e distância
C. A localização, a proximidade (ou acessibilidade), o
tamanho
D. Todas as opções estão certas.

14- Os geógrafo-economista cabe descobrir a


explicação das:
A. relacoes sociais com o mundo
B. relações espaciais do mundo económico.
C. O mundo globalizado.
D. Todas as opções estão certas.

15. Qual é o consenso no sentido de a Geografia


Económica constituir o estudo das inter-relações?
A. observada pelos meteorologicos;
B. Observada pelos geógrafos;
C. Entre a estrutura económica e a estrutura
espacial, numa dupla perspectiva;
D. Todas as opções estão certas.

16- As relações socioeconômicas são responsáveis


pelas:
A. modificações no espaço geográfico;

20
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

B. estruturando determinados lugares de acordo


com a atividade econômica desenvolvida;
C. alterando o meio, produzindo novos ambientes,
criando espaços privilegiados
D. Todas as opções estão certas.

17- Qual é o objecto de estudo da geografia


económica no seue entender?
A. localização e a organização das actividades;
B. As transformações espaciais desencadeadas
pelas relações econômicas;
C. Localização dos recursos naturais;
D. Todas as opções estão certas.

18- Os fenômenos econômicos são resultados da:


A. Convergência entre os diferentes conflitos;
B. Da distribuição dos recursos naturais;
C. do crescimento económico do mundo;
D. Dinâmica social, no interesse do
desenvolvimento.

19- Indique uma reação nos objectivos da


geografia para uma nova categoria de análise
espacial?
A. uma organização espacial focalizada no
desenvolvimento econômico.
B. uma organização espacial focalizada no IDH.
C. Uma organização espacial focalizada no crescimento
económico
D. Uma organização espacial focalizada n sociedade.

20 - Indique as várias concepções que dão uma


visão ampla do conhecimento da Geografia?
A. A convergência com a economia;
B. As relações sociais, econômicas, políticas e
culturais;
C. A convergência com a geografia comercial;
D. Todas as opções estão certas.
Correcção:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C A A C C D B B A B C D A B C D B D A B

21
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

TEMA II: Teórias económicas

Unidade Temática 2.1. Teorias da Escola clássica


Unidade Temática 2.2. Teorias da Escola Neoclássicas
Unidade Temática 2.3. Teorias da Escola Keynesianas

UNIDADE Temática 2.1. Teórias da Escola clássicas

Introdução
Caro estudante, nesta unidade temática serão apresentadas
algumas teorias económicas clássicas que foram formuladas no
período compreendido entre o final do século XVIII às primeiras
décadas do século XIX. Para isso, serão apresentadas as
principais ideias que caracterizam este período e os respectivos
pensadores consequentemente os seus críticos.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

Objectivos específicos

 Identificar os principais pensadores que marcaram o período


clássico;
 Identificar as características principais da economia clássica;
 Compreender os ideais de cada pensador clássico;
 Entender a teoria económica neoclássica;
 Estudar a teoria económicas marxistas
 Estudar a teoria económica Keynesianas.

A ESCOLA CLÁSSICA
Esta corrente do pensamento econômico começou em 1776 com
a publicação do livro "A Riqueza das Nações" por Adam Smith e
ainda hoje é defendido com unhas e dentes por um número de
economistas. Além de Adam Smith, outros grandes escritores

22
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

desta escola foram David Ricardo, Thomas Malthus, Jean-Baptiste


Say e John Stuart Mill.

Conhecido como o pai da economia moderna, Smith defendia que


a desigualdade é um incentivo ao trabalho e ao enriquecimento.
Foi entre os anos de 1750 e 1770 que Adam Smith começou a se
destacar no estudo da economia, com uma atitude liberal e
apoiando o não intervencionismo. Considerado o pai da economia
moderna, é um dos mais importantes teóricos do liberalismo
econômico, influenciando até hoje alguns economistas.

Na mesma época, para manter a ordem econômica (Matriz – 1),


surgiu a teoria clássica, caracterizada pela busca do equilíbrio do
mercado por meio do ajuste de preços e pela não intervenção
estatal na atividade econômica.

Matriz- 1: O Liberalismo económia

Fonte: Resumo escolar, 2012

De acordo com Fonseca (1981), apud Gorraza (1986), o conceito


de economia política clássica aqui adotado compreende aqueles
economistas que, do final do século XVIII às primeiras décadas do
século XIX, procuraram formular as primeiras leis de
funcionamento da dinâmica da economia capitalista, utilizando-se
como elementos essenciais de seu raciocinar económico a "teoria
do valor trabalho, excedente económico, classe produtiva, análise
baseada em classes, determinação de preços pela oferta. Incluem-
se, assim, nesse conceito, os fisiocratas, Smith, Ricardo, Malthus,
Mill e Marx, entre outros.

23
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Adam Smith é pai da economia moderna e considerado o


mais importante teórico do liberalismo económico

Nesse contexto, Smith defende que a economia não deveria se


limitar ao estoque de metais preciosos e ao enriquecimento da
nação, por exemplo. Isso porque, segundo o mercantilismo, o
restante da população estaria excluída dos benefícios
provenientes das atividades econômicas.

Em seu livro mais famoso, intitulado “A riqueza das nações”,


Smith defende que a desigualdade é um incentivo ao trabalho e
ao enriquecimento, sendo uma condição fundamental para que as
pessoas se mexam e tentem atingir níveis melhores de vida.
Dessa forma, para ele, ao Estado caberia somente manter uma
relação de subordinação entre os homens e, por essa via, garantir
o direito da propriedade (Figura 1). O teórico acreditava, ainda,
que as pessoas se dividiam em: classe dos proprietários; classe
dos trabalhadores, que vivem de salários; e a classe dos patrões,
que vivem do lucro sobre o capital.

Figura 2: O direito de propriedade

Fonte: resumo escolar, 2012.

Smith defendia também que a subordinação, na sociedade, se


devia a quatro fatores: qualificações pessoais, idade, fortuna e
berço. Sendo que o último referia-se a uma fortuna antiga da
família, dando a seus detentores mais prestígio e a autoridade da
riqueza aos mesmos.

24
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

O Marxismo

Ao longo dos anos, dentro da escola clássica surgiu uma corrente


crítica com os paradigmas do liberalismo econômico: o
marxismo. Esta teoria centra-se na figura de Karl Marx (1818-
1883) e sua obra mais famosa: "O Capital". Para Marx, todos os
períodos históricos são o resultado da estrutura produtiva da
sociedade e argumenta que a história não é senão uma fase
contínua de luta de classes entre exploradores e explorados.

Karl Marx (1818-1883)

Uma das contribuições mais importantes de Marx em seu trabalho


foi a teoria do valor-trabalho. De acordo com isto, o valor dos
produtos é determinado pela quantidade de trabalho que é
incorporado na produção, de modo que apenas uma parte desse
valor atinge trabalhadores em salários, enquanto a maior parte se
destina a remuneração os proprietários de fábricas e capital.
Em relação ao apapel do Estado na economia, seu pensamento
vacila entre uma condenação ao "laissez-faire" doutrinário e a
desconfiança da intervenção estatal. "O resultado é uma
combinação de princípios liberais e de reforma social", diz
Roll(1962, p. 355), apud Gorraza( 1986, p. 23).

Para Marx, a forte concorrência entre capitalistas leva a formas de


produção de bens e serviços cada vez mais intensivos de capital, a
fim de expandir a produção em detrimento dos concorrentes,
levando a uma concentração progressiva do capital em umas
poucas mãos. Por sua vez, há uma diminuição dos salários de
funcionários e piora das condições de vida da população.

Como um resultado desses fatores, os recursos, mercados,


incapazes de absorver a oferta dos produtores estão esgotados,
e grandes crises cíclicas que exigem a intervenção do Estado para
regular a atividade econômica em que ocorrem. Esta dinâmica
iria levar a uma revolução social que acabaria com o sistema
capitalista e conduziria ao

25
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

estabelecimento de um sistema comunista.

Sumário

Nesta unidade temática, concluímos que, de modo geral, a


ideia central do liberalismo econômico é a defesa da liberdade
de ação produtiva e por conseguinte emancipação da
economia. Com raízes nas ideias liberais defendidas pelos
fisiocratas, o liberalismo econômico surge na Europa e na
América no final do Séc. XVIII associado ao liberalismo político
nascido nas Revoluções Americana e Francesa.

Segundo o liberalismo econômico, devem ser priorizadas a


liberdade de iniciativa econômica, a livre circulação da riqueza,
a valorização do trabalho humano e a economia de mercado
(defesa da livre concorrência, do livre cambismo e da lei da
procura e da oferta como mecanismo de regulação do
mercado), opondo-se assim ao intervencionismo do Estado e à
adoção de medidas restritivas e protecionistas defendidas pelo
Mercantilismo.
A crise de modelo de Estado liberal levou vários autores a
formular críticas a esta concepção. Vale salientar que do lado
oposto ao liberalismo e capitalismo, temos o socialismo e
comunismo que defender uma intervenção direta por parte do
Estado, como é o caso do socialismo, sendo que este nada mais
do que uma transição para um outro modelo de organização
econômica, o comunismo, cujo ápice do seu sistema seria a
abolição da propriedade privada, da divisão de classes e do
próprio Estado.

Exercícios de Auto-Avaliação [5 (Questões)]

1- Esta corrente do pensamento econômico começou


em 1776 com a publicação do livro "A Riqueza das
Nações" por:
A. Karl Marx;
B. Emilie Durkheim;
C. Adam Smith;
D. Todas as opções estão certas.

2- Conhecido como o pai da economia moderna, Smith


defendia:
A. A desigualdade é um incentivo ao trabalho e ao
enriquecimento;

26
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

B. A desigualdade é um incentivo a riqueza;


C. A desigualdade é um incentivo a crise de modelo de
Estado liberal;
D. Todas as opções estão certas.

3. Foi entre os anos de 1750 e 1770 que Adam Smith


começou a se destacar no estudo da economia, com
uma atitude:
A. Socialista e apoiando o não intervencionismo
B. Do livre cambismo e da lei da procura e da oferta
C. Liberal e apoiando o não intervencionismo.
D. Considerado o pai da economia moderna.

4- Smith defende que a economia não deveria se


limitar:
A. incapazes de absorver a oferta dos produtores
B. ao estoque de metais preciosos e ao enriquecimento.
C. da divisão de classes e do próprio Estado.
D. Todas as opções estão certas.

5. O teórico acreditava, ainda, que as pessoas se


dividiam:
A. Classe dos proprietários;
B. classe dos trabalhadores, que vivem de salários;
C. que vivem do lucro sobre o capital;
D. Todas as opções estão certas.
Correção
1 2 3 4 5
C A C B D

Exercícios de Avaliação [5 (Questões)]

1- Além de Adam Smith, indique os outros


promenentes escritores desta escola:
A. Thomas Malthus, Jean-Baptiste e John Stuart Mill;
B. David Ricardo, Thomas Malthus, Jean-Baptiste e John
Stuart Mill;
C. Karl Mrx, Thomas Malthus, Jean-Baptiste e John
Stuart Mill;
D. Todas as opções estão certas.

2- Mencione os quatro fatores associado a


subordinacao na sociedade, conforme o Adam Smith:

27
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

A. Qualificações pessoais, idade, fortuna e berço;


B. Qualificações pessoais, o poder, sexo e fortuna;
C. o poder, sexo, fortuna e predestino;
D. protecionistas defendidas pelo Mercantilismo.

3- Ao longo dos anos, dentro da escola clássica surgiu


uma corrente crítica com os paradigmas do liberalismo
econômico:
A. O Mercatelismo;
B. O socialismo;
C. o marxismo;
D. O liberalismo.

4- Indique a contribuições mais importantes de Marx


em seu trabalho:
A. A teoria de mais-valia;
B. A teoria da negação da negação;
C. A livre concorrência;
D. A teoria do valor-trabalho.

5- Segundo o liberalismo econômico, devem ser


priorizadas a:
A. liberdade de iniciativa econômica;
B. a livre circulação da riqueza;
C. a valorização do trabalho humano e a economia de
mercado;
D. Todas as opções estão certas.
Correção
1 2 3 4 5
B A C D D

UNIDADE Temática 2.2. Teorias da Escola Neoclássica

Introdução

Economia neoclássica é uma expressão genérica utilizada para


designar diversas correntes do pensamento econômico que
estudam a formação dos preços, a produção e
a distribuição da renda através do mecanismo de oferta e
demanda dos mercados. Essas correntes surgem no fim
do século XIX e século XX, com o austríaco Carl Menger (1840-
1921), o inglês William Stanley Jevons(1835-1882), o suíço Léon
Walras (1834-1910) dentre outros autores liberais menos

28
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

importantes. Posteriormente, destacaram-se o inglês Alfred


Marshall (1842-1924), o sueco Knut Wicksell (1851-1926),
o italiano Vilfredo Pareto (1848-1923) e o estadunidense Irving
Fisher(1867-1947).
A palavra neo-classical ('neoclássico') foi introduzida
por Thorstein Veblen em 1900 para designar os autores que
integraram a chamada revolução marginalista, iniciada
por Stanley Jevons e a escola austríaca (Léon Walras não é
citado). Veblen inclui nessa categoria Alfred Marshall e os
austríacos, principalmente.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

Objectivos específicos

 Entender o conceito da Escola da teoria económica neoclássica;


 Compreender os ideais dos principais percursores;
 Caracterizar a Escola da teoria económica neoclássica;
 Identificar o período em que decorrer a teoria;
 Entender os principais pilares básicos do pensamento
neoclássico;

A Escola Neoclássica
A Economia Neoclássica é uma abordagem da economia que
estuda o comportamento da oferta e da procura (Figura-3), tendo
em conta a racionalidade de cada agente e sua capacidade de
maximizar os seus interesses fundamentais (utilidade no caso das
famílias ou o lucro no caso das empresas), tendo surgido como
contraponto à ‘Economia Clássica’ e como forma de resolver as
fragilidades da ‘Escola Ricardiana’. Os avanços e as possibilidades
abertas por esta nova abordagem da realidade são tão vastas que
atualmente, passado quase século e meio, ainda não estão
esgotadas.

29
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Gráfico-3: comportamento da economia neoclássica

Fonte: Georgescu-Roegen, N (1971)

À Economia Clássica faltava-lhe resolver um problema conceptual


central: de onde provinha o valor que era atribuído a cada bem?
No início da década de 70 do século XIX foi efetuada uma
descoberta que revolucionou a ciência económica (a designada
revolução marginalista), preconizada por três economistas:
William S. Jevons, Carl Menger e Léon Walras. Esta descoberta
baseava-se nos pressupostos de que o valor vinha da utilidade
subjetiva que as pessoas atribuíam a cada bem, e de que cada
agente, sendo racional, procuraria conseguir a decisão que lhe
fosse mais favorável. Foi com base nestes pressupostos que
nasceu a estrutura analítica da economia moderna ou neoclássica.
Ela surgiu em meados do século XIX a partir do desenvolvimento
da teoria marginal de valor, de modo que a sua contribuição
fundamental e revolucionária do pensamento econômico clássico
é o denominado marginalismo, que introduz na ciência econômica
novos métodos e abordagens, a saber o microeconômico.

Alfred Marshall

O pensamento neoclássico centra-se em quatro pontos básicos:

 Os fenômenos econômicos são explicados pela medição


do momento último ou"margem", já que a valorização do
mesmo é a base para a tomada de decisões.
 Seu campo de ação são as unidades econômicas
individu
30
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

ais, ou seja, a microeconomia .


 Seu método de análise é muito semelhante ao usado por
economistas clássicos: abstrato e dedutivo. Parte do que é
considerado um estado ideal da economia, a livre
concorrência, e a partir daí se estuda os demais como
variantes.
 Levam em conta os aspectos subjetivos na tomada de
decisões econômicas.

A difusão, a extensão e o auge do pensamento neoclássico se


devem, em adição à força de suas idéias e manifestações, suas
contribuições vêm de autores que realizaram seus estudos de
forma independente e em vários países simultaneamente. O mais
relevante foram William Stanley Jevons, Carl Menger, Leon
Walras e Alfred Marshall.

A teoria da distribuição, segundo Silva (2016), não se apoia mais


nas classes sociais, como nos clássicos, mas nos factores de
produção: terra, trabalho e capital. Cada factor é remunerado de
acordo com sua contribuição marginal no processo de produção

De acordo com Gorraza (1986), John Stuart Mill representa um


momento de transição entre duas escolas de pensamento
económico: a escola clássica e a neoclássica. Marx o considera
como o último dos pensadores clássicos, dos quais foi um dos
principais sistematizadores e vulgarizadores. Mill é o símbolo do
ecletismo teórico e da transigência política. Seu pensamento
reflecte o auge do capitalismo concorrencial e do domínio inglês
nos mercados mundiais.

Sumário

Nesta unidade temática, aferimos que após a revolução


marginalista do fim do século XIX, há que destacar muitos
outros avanços surgidos no início do século XX, nomeadamente
os trabalhos levados a cabo por John Hicks que faz a chamada
síntese neoclássica que incorpora a corrente keynesiana. Aqui
cabem também os progressos na análise estatística e o
surgimento dos computadores que abriram enormes
possibilidades no campo da observação e do teste empírico.
Nas teorias monetárias foi estabelecida uma nova orientação,
cuja articulação com as teorias de valor foi revolucionária e
atingiu o seu expoente máximo com a obra «Teoria Geral do
Emprego» de John Maynard Keynes. De referir ainda os

31
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

contributos de Joseph Schumpeter que transformou a


compreensão da dinâmica socioceconómica com as suas obras
«Teoria do Desenvolvimento Económico» e «Capitalismo,
Socialismo e Democracia» (1943).

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO [5 (Questões)]

1. Economia neoclássica é uma expressão genérica


utilizada para designar diversas correntes
do pensamento econômico que estudam:
A. Avaliação dos preços do mercado ;
B. Preços, a produção e a distribuição da renda;
C. distribuição de renda dos trabalhadores;
D. Todas as opções estao certas.

2- Diversas correntes do pensamento


econômico que estudam a formação dos preços,
a Produção e a distribuição da renda através:
A. Mecanismo de oferta e demanda dos mercados.
B. Transformou a compreensão da dinâmica
socioceconómica;
C. Nas teorias monetárias foi estabelecida uma nova
orientação
D. Todas as opções estao certas.

3- Essas correntes surgem no fim do século:


A. XV e século XVI
B. XVI e século XVII
C.XIX e século XX,
D. XX e século XXI

4- A palavra neo-classical ('neoclássico') foi


introduzida por:
A. Alfred Marshall (1842-1924),) e o italiano Vilfredo
Pareto (1848-1923);
B. Thorstein Veblen em 1900;
C. Knut Wicksell (1851-1926);
D. O estadunidense Irving Fisher(1867-1947).

5- À Economia Clássica faltava-lhe resolver um


problema conceptual central:
A. De onde provinha o valor do lucro marginal?
B. De onde provinha a mais-valia?
C. De onde provinha as mercadorias?

32
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

D. De onde provinha o valor que era atribuído a


cada bem?
Correção
1 2 3 4 5
B A C B D

Exercícios de AVALIAÇÃO [5 (Questões)]

1. Indique três economistas que preconizaram a


Revolução Marginalita.
A. Leon Walras e Alfred Marshall;
B. William Stanley Jevons, Carl Menger,
C. inglês Alfred Marshall, Knut Wicksell e Vilfredo
Pareto;
D. William S. Jevons, Carl Menger e Léon Walras.

2- Indentifique o autor que integrou a


chamada revolução marginalista?
A. Carl Menger;
B. William S. Jevons;
C. Thorstein Veblen em 1900;
D. Léon Walras.

3- A Teoria económica neoclássica surgiu


em meados do século XIX a partir de:
A. A escola clássica e a neoclássica
B. Desenvolvimento da teoria marginal de valor;
C. Aspectos subjetivos na tomada de decisões
econômicas.
D. Todas as opções estão certas.

4- Indique quatro pontos básicos do pensamento


neoclássico?
A. a base para a tomada de decisões
B. Unidades econômicas individuais, ou seja,
a microeconomia
C. abstrato e dedutivo
D. Todas as opções estão certas.

5- John Stuart Mill representa um momento de


transição entre duas escolas de pensamento
económico?
A. A escola clássica e a neoclássica;

33
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

B. A escola neoclássica e a marxista


C. A escola Keynesiana e a neo-Keynesiana
D. Todas as opções estão certas.
Correção
1 2 3 4 5
A C B D A

UNIDADE Temática 2.3. Teorias da Escola Keynesianas

Introdução
Caro estudante, nesta unidade temática, serão
apresentados os principais ideais defendidos pelos
economistas keynesianos, será discutida igualmente
a relação existente entre a teoria do Keynes e as
outras teorias apresentadas nas duas unidades
temáticas anteriores, dentro deste tema.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

Objectivos específicos

 Entender o conceito da Escola da teoria Keynesianas;


 Compreender os ideais dos principais percursores;
 Caracterizar a visões keynesianas para a crise do capitalismo;
 Identificar o período em que decorrer a teoria;

A Escola Keynesiana
O pensamento de Keynes reflecte um momento de profunda crise
do sistema capitalista. Para Silva (2016) a sua teoria económica é
basicamente uma teoria monetária da produção que incorpora a
acção estatal como mecanismo de estabilização de uma economia
essencialmente instável, tendente ao desemprego e a crises
cíclicas.

A crise que atravessava o capitalismo em seu tempo representava,


para o autor, o fim de uma visão harmônica e auto-regulável de
um sistema que tendia espontânea e automaticamente para o
equilíbrio de pleno emprego. Para Keynes, o capitalismo de seu
tempo, ao contrário da
34
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

visão individualista dos economistas que o precederam, era um


mecanismo complexo e instável de acumulação de capital que,
entregue a si mesmo, seria vítima de suas próprias crises.

O Estado assume, então, uma importância vital, e sua acção é


preconizada por Keynes em dois sentidos: o controle monetário e
a "socialização dos investimentos".

O controlo monetário assume sua importância como medida de


estabilidade da própria organização social capitalista e de
manutenção do fluxo dos investimentos. A taxa monetária dos
juros, que expressa o grau de inquietude e incerteza em relação
ao futuro, pode representar um obstáculo à realização dos
investimentos. Por isso, Keynes preconiza uma acção estatal no
sentido de seu controle. No entanto o próprio Keynes reconhece a
ineficácia dessa política estatal em períodos de críse, onde a
decepção com as expectativas de lucro provoca uma retração dos
investimentos.
Os principais ideólogos da Teoria keynesiana são baseados no
trabalho de John Maynard Keynes chamada "Teoria Geral do
Emprego, do Juro e da Moeda", que foi publicado em 1936.
Keynes recua neste trabalho dos tópicos do pensamento
econômico atual até então, influenciando decisivamente as
políticas econômicas nos países industrializados após a Segunda
Guerra Mundial.

John Maynard Keynes

A escola keynesiana reconhece que o mercado não é perfeito e


que este tem defeitos, de modo que a intervenção do Estado na
atividade econômica é necessária e essencial para lidar com
eles. Keynes é o principal precursor de economia mista e do
Estado social, tal como o conhecemos hoje.

As contribuições de Keynes deram origem a um novo liberalismo


que, embora mantendo o sistema de livre empresa, deu ao Estado
um papel que tinha sido negado por economistas clássicos e
neoclássicos. O problema é que ao longo do tempo a despesa

35
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

pública dos governos individuais que optaram por esta fórmula


tem aumentado e os diferentes estados de bem-estar estão se
tornando economicamente inviável.

A incapacidade do Estado em influenciar os investimentos


privados leva-o a defender uma "socialização algo ampla dos
investimentos" por parte de si mesmo. Os investimentos estatais,
como forma de manter o emprego, contudo, não se encontram
suficientemente articulados, na teoria de Keynes, com a dinâmica
cíclica da acumulação capitalista. Por isso, não possuem a
capacidade de estabilizar o ciclo económico. E isso evidencia
muito bem os limites do Estado keynesiano.

Sumário

Nesta unidade temática, concluímos que o papel económico


que Keynes atribui ao Estado surge no âmbito dos problemas
que levanta e das soluções que propõe para resolver a crise do
capitalismo de seu tempo.
No pensamento de Keynes, o capitalismo sem a intervenção do
Estado será vítima de suas próprias crises. A crise que atingia o
sistema significava, para o autor, o fim de uma visão do
capitalismo como um sistema harmônico e auto-regulável, que
tendia espontânea e automaticamente para um equilíbrio
estável de pleno emprego.

Exercícios de Avaliação [20 (Questões)]

1- Identifique com as premissas abaixo como


pensamento de Keynes reflecte um momento de
profunda crise do sistema capitalista?
A. o capitalismo sem a intervenção do Estado;
B. Teoria monetária da produção que incorpora a acção
estatal;
C. equilíbrio estável de pleno emprego;
D. Todas as opções estão certas.

2- Qual foi o entendimento da teoria Keynesiana em


relação a crise que atravessava o capitalismo em seu
tempo?
A. A escola keynesiana reconhece que o mercado não é
perfeito;

36
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

B. A incapacidade do Estado em influenciar os


investimentos.
C. Intervenção do Estado na atividade
econômicanecessária e essencial
D. o fim de uma visão harmônica e auto-regulável de
um sistema.

3- Os principais ideólogos da Teoria keynesiana são


baseados no trabalho de John Maynard Keynes,
indique a teoria?
A. A teoria de mais-valia;
B. A teoria neoclássica;
C. Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda;
D. Todas as opções estão certas.

4- Indique o principal precursor de economia mista e


do Estado social, tal como o conhecemos hoje:
A. Keynes;
B. William S. Jevons;
C. Carl Menger;
D. e Léon Walras.

5- Qual é o problema é que ao longo do tempo a


despesa pública dos governos individuais tem tido?
A. Aumentam e os diferentes estados
B. Aumentado e os diferentes estados de bem-estar
estão se tornando economicamente inviável.
C. E o bem-estar estão se tornando economicamente
inviável;
D. Todas as opções estão certas.

6. A crise que atravessava o capitalismo em seu tempo


representava, para o autor o seguinte:
A. O fim de uma visão harmônica e auto-regulável;
B. industrializados após a Segunda Guerra Mundial.
C. o fim de uma visão harmônica e auto-regulável de um
sistema;
D. No entanto o próprio Keynes reconhece a ineficácia
dessa política estatal.

7- Qual foi a maior contribuição, mais importantes de


Marx em seu trabalho?
A. Teoria do valor-trabalho;
B. Teoria de mais-valia;
C. A luta de classe;

37
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

D. Teoria de superestrutura.

8- De acordo com isto, o valor dos produtos:


A. É determinado pela quantidade de trabalho
B. Que é incorporado na produção, de modo que
apenas uma parte desse valor atinge trabalhadores em
salários,
C. Enquanto a maior parte se destina a remuneração os
proprietários de fábricas e capital;
D. Todas as opções estão certas.

9. Segundo o liberalismo econômico, devem ser


priorizadas:
A. liberdade de iniciativa econômica, a livre circulação
da riqueza;
B. A valorização do trabalho humano e a economia de
mercado (defesa da livre concorrência;
C. Do livre cambismo e da lei da procura e da oferta
como mecanismo de regulação do mercado),
D. Todas as opções estão certas.

10. Qual foi o contra ponto da incapacidade do Estado?


A. Do livre cambismo e da lei da procura e da oferta
B. "socialização algo ampla dos investimentos" por
parte de si mesmo.
C. Opondo-se assim ao intervencionismo do Estado;
D. Todas as opções estão certas.

11. Além de Adam Smith, indique os outros


promenentes escritores desta escola:
A. Thomas Malthus, Jean-Baptiste e John Stuart Mill;
B. David Ricardo, Thomas Malthus, Jean-Baptiste e John
Stuart Mill;
C. Karl Marx, Thomas Malthus, Jean-Baptiste e John
Stuart Mill;
D. Todas as opções estão certas.

12- Mencione os quatro fatores associado a


subordinacao na sociedade, conforme o Adam Smith:
A. Qualificações pessoais, idade, fortuna e berço;
B. Qualificações pessoais, o poder, sexo e fortuna;
C. o poder, sexo, fortuna e predestino;
D. protecionistas defendidas pelo Mercantilismo.

13- Ao longo dos anos, dentro da escola clássica surgiu

38
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

uma corrente crítica com os paradigmas do liberalismo


econômico:
A. O Mercatelismo;
B. O socialismo;
C. o marxismo;
D. O liberalismo.

14- Indique a contribuições mais importantes de Marx


em seu trabalho:
A. A teoria de mais-valia;
B. A teoria da negação da negação;
C. A livre concorrência;
D. A teoria do valor-trabalho.

15- Segundo o liberalismo econômico, devem ser


priorizadas a:
A. liberdade de iniciativa econômica;
B. a livre circulação da riqueza;
C. a valorização do trabalho humano e a economia de
mercado;
D. Todas as opções estão certas.

16. Indique tres economistas que preconizaram a


revolucao marginalita:
A. Leon Walras e Alfred Marshall;
B. William Stanley Jevons, Carl Menger,
C. inglês Alfred Marshall, Knut Wicksell e Vilfredo
Pareto;
D. William S. Jevons, Carl Menger e Léon Walras

17- Indentifique o autor que integrou a


chamada revolução marginalista?
A. Carl Menger;
B. William S. Jevons;
C. Thorstein Veblen em 1900;
D. e Léon Walras.

18- A teoria económica neoclássica surgiu em meados


do século XIX a partir de:
A. A escola clássica e a neoclássica
B. Desenvolvimento da teoria marginal de valor;
C. Aspectos subjetivos na tomada de decisões
econômicas.
D. Todas as opções estão certas.

39
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

19- Indique quatro pontos básicos do pensamento


neoclássico?
A. a base para a tomada de decisões
B. Unidades econômicas individuais, ou seja,
a microeconomia
C. abstrato e dedutivo
D. Todas as opções estão certas.

20- John Stuart Mill representa um momento de


transição entre duas escolas de pensamento
económico?
A. A escola clássica e a neoclássica;
B. A escola neoclássica e a marxista
C. A escola Keynesiana e a neo-Keynesiana
D. Todas as opções estão certas.
Correção
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B D C A B C A D D B B A C D D A C B D A

TEMA III: TEORIAS DA ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DA ECONOMIA


UNIDADE Temática 3.1. Teorias clássicas de localização das
actividades económicas
UNIDADE Temática 3.2. Economia Regional e Urbana

UNIDADE Temática 3.1. Teorias clássicas de localização das actividades


económicas (agricultura e industria)

Introdução

Caro estudante, nesta unidade temática, serão


apresentadas algumas teorias clássicas que
explicam a localização geográfica das actividades
económicas, incluindo os respectivos defensores.
A reflexão sobre os problemas da riqueza e da
produção se desenvolveu desde o século dezassete.
Nasceu da observação da paisagem e da realidade
geográfica. No fim do século dezassete,
economistas como William Petty, na Inglaterra, e
Vauban, na França, já sabiam que as actividades
produtivas estavam geralmente concentradas ao
longo dos litorais, dos rios navegáveis e dos canais,

40
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

nas tiras de duas léguas de largo.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

Objectivos específicos

 Interpretar as as teorias clássicas da localização das actividades


económicas;
 Relacionar as teorias clássicas da localização das actividades económicas
 Diferenciar as teorias clássicas da localização das acitividades
económicas;
 Caracterizar a Teoria do Estado Isolado de Von Thunen (1826);
 Caracterizar a Teoria dos Lugares Centrais de Christaller (1933);
 Compreender a importância da Teoria de Walter Christaller para a
geografia económica.

Teoria do Estado Isolado de Von Thunen

No século dezoito, a atenção concentrou-se cada vez mais sobre a


produção e a troca das riquezas. Richard Cantillon descreveu a
criação das riquezas nas zonas rurais e seu consumo nas cidades:
ele ofereceu a primeira reflexão sobre a natureza da cidade e a
hierarquia urbana.

Segundo Claval (2005), quando se analisa a distribuição das


actividades económicas no espaço, as primeiras teorias
mencionadas são aquelas referentes as teorias clássicas da
localização. Essas teorias apresentam um conjunto de trabalhos
de certa forma sequenciados que vão de Von Thunen a Isard.
Nessas teorias há uma influência visível ao conceito de “livre
mercado” e a principal ênfase dada é sobre as decisões
locacionais ótimas das firmas quando se avalia, principalmente, o
papel dos custos de transporte.

A economia espacial apareceu com von Thunen (1826-1851). O


seu alvo era a compreensão das regras de localização dos
empreendimentos para obter a maximização dos lucros. O
problema não foi o de descrever e explicar a distribuição espacial
das actividades económicas, foi antes de tudo o de esclarecer o
papel da distância e dos custos de transporte sobre o nível dos
lucros.
O desenvolvimento da economia espacial foi lento: deu-se

41
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

primeiro a partir da lógica de localização da produção agrícola nos


anos 1820, depois, da produção industrial, entre 1870 e 1910, e,
mais tarde, das atividades de serviços, nos anos 1930 (WEBER e
CHRISTALLER) sobre o teoria espacial e seu desenvolvimento,
ISARD, PONSARD). (Alves & Costa: 2013)

O modelo da localização das actividades agropecuárias é


considerado o primeiro estudo metodológico que incorpora a
noção de espaço na actividade económica. O economista Von
Thunen buscou organizar as actividades económicas de acordo
com a localização dos tipos de culturas agropecuárias com relação
ao centro urbano.
Esse modelo (Figura – 4) se baseia na idéia de que a produção
agrícola determina a composição da organização do espaço, e
cada actividade deve estar situado numa distância do centro
urbano. No esquema teórico abaixo, a delimitação entre urbano e
rural é bem distinto, o centro do modelo corresponde ao urbano e
os anéis concêntricos são compostos por actividades
agropecuárias que definem o espaço rural.

Figura 4: Modelo da Teoria da Localização Agrícola de Von


Thunen (1826).

Fonte: Alves & Maia (2009) apud Alves (2011)

De acordo com Alves (2011), Von Thunen nesse modelo faz dois
questionamentos importantes quanto à relação cidade-campo,
primeiro é com os padrões produtivos que se estabelecem em
torno da cidade e o segundo diz respeito aos problemas gerados
pelo distanciamento dos sistemas agrários da cidade.

O anel que está mais próximo da cidade é composto pela


horticultura e fruticultura, e ainda pela criação de gado para
produção de leite. A distância dessas culturas agropecuárias com a
cidade deve ser pequena, devido aos produtos terem que ser

42
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

consumidos em poucos dias, pericibilidade, e pela compra de


adubos na cidade pelos agricultores, nesse caso, quanto maior a
distância do centro urbano para compra do adubo, maior o
prejuízo do agricultor.

Von Thunen deixou claro em sua teoria, que pode haver uma
sobreposição dos anéis ou até mesmo a expansão do centro
urbano sobre o primeiro anel. Todavia, a separação entre rural e
urbano é nítida, e as actividades económicas e relações de
trabalho são diferenciadas nesses espaços.

A questão do modelo de Von Thunen, no debate em geografia


agrária é abordada na obra de Mesquita (1978), de acordo com
Alves (2011). Alguns assuntos que são enfocados pelo modelo
thuniano, a autora explora de acordo com os pressupostos da
ciência geográfica, a teoria da localização, intensidade da
agricultura, desenvolvimento regional e organização do espaço.

Mesquita (1978) caracteriza de forma clara o modelo do Estado


Isolado de Von Thunen: “Para o desenvolvimento de suas idéias,
Von Thunen imaginou um Estado Isolado onde os factores físicos
não apresentariam variação. Nesse Estado, com área finita, de
terra plana, arável e de fertilidade uniforme, haveria uma única e
grande cidade, centralmente localizada, para a qual os
agricultores encaminhariam sua produção e onde se abasteceriam
de produtos manufaturados”. (Mesquita, 1978, p.8, apud Alves,
2011. p.4 ).

Com relação à expansão urbana e a alteração no espaço rural,


Mesquita (1978) ressalta algumas considerações sobre essa
questão:

A expansão urbana e sua antecipação resultam em utilização


menos intensiva da terra, por agricultores próximos às cidades.
Sinclair2 defende a idéia de que, em torno das áreas urbanas das
regiões mais industrializadas, os padrões de uso da terra estão
sendo elaborados por forças distintas daquelas identificadas por
Von Thunen. (Mesquita, 1978, p. 4, apud Alves, 2011, p. 4)
No modelo teórico de Von Thunen o espaço rural e as actividades
agrícolas são as que definem a ocupação da terra e a organização
do espaço. Porém, com a industrialização e a expansão urbana há
uma valorização das áreas urbanas e a competição do uso do solo
com as actividades agrárias.

Numa cidade em que os limites não são fixos, a competição, pela

43
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

terra, entre vários usos agrários, em seus arredores, se complica


pela competição crescente com usos não agrários. A terra urbana,
e mesmo a terra onde a urbanização é esperada, é mais valiosa
que a terra rural, e o uso da terra fornece a mais alta “economic
rent” é o uso urbano que desloca os usos rurais da terra para
áreas marginais”. (Mesquita, 1978, p.48, citado por Alves, 2011,
p.5).

Waibel (1948) caracteriza esse modelo teórico da seguinte


forma:

“O Estado Isolado de Von Thunen é um exemplo clássico de um


método que determina a utilização da terra como influenciada por
forças económicas actuando como se fosse no vácuo. Thúnen
empregou um método abstrato e dedutivo e assim enriqueceu a
literatura sobre economia com uma de suas mais expressivas
obras”. (Waibel, 1948, p.3, apud Alves, 2011. p.5).

Assim a importância do estudo da teoria de Von Thunen para a


geografia agrária teve um grande significado nas questões
espaciais e em sua organização:
“Para a pesquisa em geografia agrária, a análise thuniana se figura
como especialmente útil por emprestar um sentido mais
abrangente à compreensão da estrutura espacial da agricultura, já
que aborda as formas de utilização da terra e as características do
processo produtivo, no espaço rural, e suas associações com a
cidade”. (Mesquita, 1978, p.115, apud Alves, 2011, p.5).
Apesar de configurar um modelo teórico para espacializar
somente a produção agrícola, definindo o espaço rural como
sinónimo de espaço agrícola, esta teoria influenciou outros
trabalhos em diversos ramos e áreas de actuação da geografia,
como Walter Christaller no espaço urbano e Leo Waibel no espaço
rural. A aplicação do modelo de Von Thunen não tem uma escala
única, pode abranger o desenvolvimento local, regional ou
nacional.
Então, a importância da contribuição da teoria de Von Thunen
para a análise regional consiste no marco inicial das discussões
espaciais no âmbito económico, traz perspectivas para a
localização das actividades económicas e dá subsídios para outras
teorias espaciais.

Localização Industrial em Weber (1909)

44
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

De acordo com Alves (2011), Alfred Weber buscou elucidar as


causas da localização industrial, ressaltando o papel dos custos de
transporte de matérias-primas e produtos acabados, em função
da localização dos mercados consumidores e na localização
próxima à mão-de-obra das empresas.

Figura 5: Localização óptima industrial através do triângulo


económico

Fonte: Maccan e Philip (2001), citados por Alves (2011)

A teoria de Weber em princípio refere-se a optimização dos custos


de transporte, ou seja, uma indústria deve se instalar na medida
em que a relação dos custos com matéria-prima, mão-de obra e
mercado consumidor for reduzido, e esteja compatível com essas
três variáveis, conforme Georges Benko, citado por Alves (2011)
Weber “procura respostas teóricas para o problema da localização
óptima das empresas do ponto de vista dos custos de produção,
os locais não são equivalentes, existindo um local preciso onde a
produção se realizará ao custo mínimo”.
Por se tratar de uma localização óptima, a perspectiva de
desenvolvimento económico dessa teoria visa uma escala local ou
regional, pois os custos de transportes devem ser minimizados.

A Teoria dos Lugares Centrais de Christaller

De acordo com Alves (2011), o espaço geográfico visto de suas


funções económicas e sua relação com a organização da
população, pode ser ilustrada através da Teoria dos lugares
centrais ou da centralidade do geógrafo Walter Christaller. Essa
teoria é fundamentada pelas idéias de Von Thunen, na qual visava
espacializar as actividades económicas que caracterizariam a
organização espacial da população.

A Teoria de Christaller explana um modelo de rede espacial, com


ênfase ao espaço urbano e seu dinamismo. Entendendo o espaço
geográfico como um sistema hierarquizado, Christaller adotou
como suporte teórico-
45
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

metodológico Von Thunen para a espacialização das actividades


agrícolas, Weber para a teoria das localizações das indústrias e
Englander na qual, inter-relacionou as partes da teoria económica
com a relação espacial.

Como objetivos e importância da Teoria de Walter Christaller


para a geografia podemos lembrar Duarte:

Christaller em sua teoria já se preocupava em mostrar que a


distribuição da população poderia afectar o desenvolvimento das
localidades centrais. Em áreas de população dispersa o
desenvolvimento de localidades centrais é menor do que em
áreas onde a população está concentrada. Nelas o consumo de
bens centrais é menor do que nas regiões densamente povoadas.
(Duarte, 1976, p.67, apud Alves, 2011, p.7).

Com enfoque populacional e de um planeamento das cidades, a


Teoria da Centralidade (Figura-6), destaca alguns elementos
importantes para a questão do espaço rural e urbano, como a
divisão do espaço em sectores de influências das actividades
económicas da cidade, suprimindo as actividades agrícolas.

Figura 6: Teoria dos lugares centrais de Christaller.

Fonte: Alves & Maia (2009), apud Alves (2011)

A Teoria dos Lugares Centrais mostra uma organização espacial


da população de acordo com a importância e o dinamismo das
actividades económicas, principalmente o comércio e a
indústria. A proximidade de centros industriais e comerciais faz
com que a distribuição da população se concentre em torno
desses pólos aglutinadores, ou seja, uma polarização ou redes
desses centros urbanos.

46
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

A questão do espaço urbano é, de acordo com autor acima citado,


bem definida no modelo teórico de Christaller, na qual é
representada na hierarquia urbana (vila, centro, cidade e
conurbação). Todavia, o espaço rural é definido como um lugar
pouco habitado e com actividades pouco dinâmicas, dispersa e
com baixa polarização:

Portanto, o espaço urbano para Christaller é aquele local


densamente povoado, com presença de actividades comerciais e
industriais, na qual existe uma hierarquia entre esses diferentes
espaços. O espaço rural seria a inexistência de uma concentração
populacional, além de uma baixa actividade económica, na qual
não gera um atractivo para a população, não formando redes
hierárquicas entre esse espaço.

Para Alves e Costa (2013), o ponto fundamental da teoria dos


lugares centrais de Christaller nas análises da relação entre o
espaço urbano e o rural, está na elaboração de um modelo que
posiciona a cidade como local central para o controle de toda
relação, com o campo sendo subordinadas as decisões
socioeconómicas oriundas do mundo urbano. Assim, a relação
campo-cidade passa a ter uma análise claramente assimétrica,
com o campo sendo apenas um reflexo das decisões da cidade.

De acordo com Alves e Costa (2013), algumas críticas a Teoria de


Christaller foram feitas por Santos e proposições para adequação
da teoria por Corrêa (2005) com intuito de enaltecer a iniciativa
do modelo ajustando as diferentes realidades que os
pressupostos iniciais não previam, como a concentração de renda,
elites agrárias, oligopólios entre outras contradições do sistema
capitalista.

As Áreas de Mercado de Losch

Partindo dos pressupostos de aglomeração de Christaller, August


Losch propõe uma área de mercado para cada empresa, no qual
empresas do mesmo sector possam se agrupar em área de
mercado distintas tendo seu mercado consumidor próprio e com
isso diminuir os custos de produção com transporte, tendo uma
área de actuação e abrangência.
Para Benko (1999, p.58, apud Alves (2011, p.9) “o seu esquema
inicial baseia-se em três factores: distância, produção em grande
escala e concorrência. Os produtores (industriais) de um dado
ramo delimitam os seus raios de acção comercial em função de
considerações de racionalidade económica”.

47
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Conforme Benko (1999, p.57), apud Alves (2011, p.10) “Losch foi o
primeiro a ligar numa mesma análise a teoria da localização e do
equilíbrio económico espacial. Sua principal preocupação é a de
relacionar localização, região, comércio inter-regional e
internacional”.

O desenvolvimento regional é entendido numa delimitação de


fronteiras, onde cada paisagem económica tem uma área de
actuação, uma área de mercado. Nesse caso, os actores
envolvidos na paisagem têm uma perspectiva integradora, porém
sem competitividade entre empresas do mesmo sector.

Equilíbrio Geral da Economia em Isard

Walter Isard dará novos aportes teóricos à questão económica


regional, prevalecendo à optimização dos pontos ideais para
fixação de indústrias, mas agregando temas antes não encarados
de forma densa. Basicamente surgirão quatro sectores de
investigação na ciência regional, o primeiro será a localização das
actividades económicas: Aglomeração, sectores de actividades,
divisão espacial do trabalho entre outros; o segundo a
organização e estruturação do espaço: Utilização do solo, meio
ambiente, análise da renda fundiária, transportes, urbanização,
relações sociais, políticas, económicas no espaço entre outros; o
terceiro as interações espaciais: comércio internacional, inter-
regional, fluxo de pessoas, informação, moeda etc; e o quarto o
desenvolvimento regional: Teoria económica do desenvolvimento,
disparidades e desigualdades espaciais, fordismo, pós-fordismo,
ordenamento do território, economia industrial. (Benko, 1999,
apud Alves, 2011, p.10).

A visão sistêmica de Isard colaborará para o avanço dos estudos


em geografia económica, rompendo com a perspectiva clássica da
localização baseada no custo mínimo.

A respeito disso Georges Benko (1999, p.68, apud Alves (2011,


p.11) diz: “Isard serve de funções de produções lineares, de tal
forma que a localização óptima de um estabelecimento coincide
ainda com o ponto de minimização dos custos de transporte. No
entanto, a localização óptima de um estabelecimento variará em
função do nível da produção, e será quase impossível dizer algo de
preciso quanto a localização das empresas industriais”.

Todavia, a questão desenvolvimentista de Isard trouxe novos

48
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

aportes teóricos e temáticos, como a questão ambiental e os


valores culturais. A importância do contexto político para definir
os tipos de actividades e a localização delas, ou seja, o
desenvolvimento regional a partir de Walter Isard ganha corpo
para uma explicação mais profunda, com variáveis objetivas e
subjetivas que determinam os rumos da economia.

Os clusters e a cooperação e competitividade em Porter

O desenvolvimento regional a partir da década de 1980 enfatiza


uma visão multidimensional, encarando os elementos internos e
externos da actividade económica, ou seja, a abordagem sistêmica
se faz cada vez mais presente no estudo da geografia económica.
Através dessa premissa a localização de empresas agrícolas ou
industriais remete a uma investigação estrutural, que passa desde
os factores clássicos de distância até as políticas públicas.

Nesse sentido, o conceito de rede ganha relevo na geografia


económica, pois é uma abordagem que consegue integrar os
diferentes actores e agentes no processo económico, conforme
descreve Britto (2002, p.347-348, apud Alves 2011, p.11): “A
utilização do conceito de rede como artifício analítico na
abordagem de problemas económicos reflete não apenas a
recuperação de temas tradicionalmente abordados pela economia
política clássica – discutindo a especificidade da divisão social do
trabalho entre as empresas – como também a incorporação de
uma série de contribuições importantes da sociologia e
matemática, evidenciando uma abordagem nitidamente
interdisciplinar”.

Nesse sentido, a noção de cluster ganha êxito no desenvolvimento


regional, a partir das pesquisas na Terceira Itália e Vale do Silício
que organizam empresas de um mesmo ramo económico, e
através da cooperação, inovação, ciência e tecnologia, somado a
competitividade entre elas, definem essa aglomeração.

Michel Porter (1998) apreende cluster como uma aglomeração de


empresas interligadas e instituições de um mesmo sector,
contendo o aperfeiçoamento das inovações tecnológicas (Ciências
& Tecnologia), governos locais (município e estados), instituições
de pesquisa e universidades. Numa perspectiva dialética, os
clusters são cooperadas e competidoras, mas essa relação
determina a consolidação da aglomeração.

49
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

De acordo com Schmitz, apud Alves (2011), os clusters


apresentam oito características básicas que diferenciam das
noções de distrito industrial:
1) proximidade geográfica;
2) especialização sectorial;
3) predominância de pequenas e médias empresas;
4) estreita colaboração entre as empresas;
5) competição entre as empresas baseadas na inovação;
6) identidade sócio-cultural com confiança;
7) organizações de apoio efetivamente activas;
e 8) promoção pelos governos regionais e municipais.

Para Michel Porter, o agrupamento geográfica de empresas de um


mesmo sector está acompanhado da vantagem competitiva, ou
seja, numa economia de ordem global, essas vantagens são
estabelecidas pelos elementos locais - regionais, como o capital
social, identidade, organização e cooperação, participação de
governos e instituições de pesquisa.

Sumário

Caro estudante, nesta unidade temática, apresentou algumas


teorias clássicas que explicam a localização geográfica das
actividades económicas, incluindo os respectivos defensores.
Entretanto, numa perspectiva económica a dependência de
uma região num único produto pode pôr em risco a
organização da rede construída. As oscilações do mercado e as
incertezas do preço fazem com que os clusters tenham uma
limitação, apesar dos êxitos demonstrados em diversas regiões
no mundo.

Exercícios de Auto-AVALIAÇÃO [5 (Questões)]

1. Richard Cantillon ofereceu a primeira reflexão


sobre:
A. Natureza da cidade e a hierarquia urbana;
B. As oscilações do mercado;
C. Incertezas do preço;
D. Todas as opções estão certas.

50
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

2- Ao se analisa a distribuição das actividades


económicas no espaço, as primeiras teorias
mencionadas são:
A. Referentes as teorias clássicas económica;
B. Referentes as teorias urbana
C. Referentes as teorias clássicas da localização;
D. Todas as opções estão certas.

3- Nessas teorias há uma influência visível ao


conceito de:
A. “livre mercado”;
B. decisões locacionais ótimas;
C. o papel dos custos de transporte;
D. Todas as opções estão certas.

4- A economia espacial apareceu com Von Thunen


(1826-1851). O seu alvo era:
A. A compreensão das regras de localização dos
empreendimentos;
B. A compreensão das regras de localização dos
empreendimentos para obter a maximização dos
lucros;
C. A maximização dos lucros;
D. Todas as opções estão certas.

5- A Teoria dos Lugares Centrais mostra uma


organização espacial da população de acordo com
a importância e o dinamismo das actividades
económicas, principalmente:
A. Agricultura e Indústria;
B. O comércio e a indústria;
C. Turismo e indústria;
D. Silvicultura e agricultura.
Correção
1 2 3 4 5
A C D B B

Exercícios de AVALIAÇÃO [5 (Questões)]

1. O que é espaço urbano para Christaller?


A. Densamente povoado;
B. Presença de actividades comerciais e industriais;
C. Densamente povoado com actividades
comerciais e industriais;

51
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

D. Todas as opções estão certas.

2- Os clusters apresentam indique uma das oito


características básicas que define Clusters?
A. Diferenciam das noções de distrito industrial;
B. Estreita colaboração entre as empresas;
C. Custos de transporte
D. Todas as opções estão certas.

3- O que entende por desenvolvimento regional?


A. Delimitação de fronteiras,
B. Económica tem uma área de actuação;
C. uma área de mercado;
D. Todas as opções estão certas.

4. A visão sistêmica de Isard colaborara para o


avanço dos estudos em geografia económica:
A. rompendo com a perspectiva clássica da
localização baseada no custo mínimo;
B. Localização baseada no custo mínimo;
C. As oscilações do mercado e as incertezas do
preço;
D. Todas as opções estão certas.

5- O que Alfred Weber demostrou no seu estudo?


A. Buscou elucidar as causas da localização
industrial,
B. Ressaltando o papel dos custos de transporte de
matérias-primas
C. E produtos acabados, em função da localização
dos mercados consumidores e na localização
próxima à mão-de-obra das empresas.
D. Todas as opções estão certas.
Correção
1 2 3 4 5
c B D D D

52
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

UNIDADE Temática 3.2. Economia Regional e Urbana

Introdução
Caro estudante, esta unidade temática fará
abordagem sobre economia regional e urbana,
onde serão apresentados pontos de vista de alguns
autores no que concerne a organização espacial de
actividades económicas, sobretudo em áreas
urbanas.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

Objectivos específicos

 Explicar as actividades económicas no espaço;


 Diferenciar as ideias de alguns autores que tratam da organização
espacial das actividades económicas;
 Relacionar os pontos de vistas de alguns autores;

Economia urbana

Partindo de pressuposto que a única característica espacial de um


determinado local é a sua distância ao centro da cidade, enquanto
a terra disponível para a produção agrícola passa a ser usada para
a construção de moradias, fábricas, escritórios e infraestrutura.

O principal objetivo da economia urbana é explicar a estrutura


interna das cidades, ou seja, como o solo é distribuído entre as
diversas actividades e por que as cidades possuem um ou vários
CBDs. O conceito básico da economia urbana é o mercado de
terras, que serve para alocar agentes e actividades económicas no
espaço.

Alonso, Mills & Muth podem ser considerados os fundadores


deste campo da economia. Seguindo os passos de Alonso,
diversos economistas e planeadores regionais formularam o
modelo da cidade monocêntrica, em que o principal foco
concentra-se no trade-off entre o tamanho da moradia e a
acessibilidade aos centros

53
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

de emprego, especialmente os CBDs. A partir dos anos 1970, a


economia urbana progrediu rapidamente.

Quando em equilíbrio, consumidores com preferências idênticas


se estabelecem na cidade de modo a se equalizarem os serviços
públicos no espaço. Nestas condições, ninguém tem incentivos a
mudar, quando o preço da terra num determinado lugar for igual
ao lance mais alto feito para aquele lugar.

Ao aprofundarem esta ideia, os economistas urbanos se


empenharam em explicar a estrutura interna das cidades, ou seja,
como o solo é distribuído para as actividades e agentes
económicos em torno da área central de negócios. Embora seja
bastante simples, o modelo de cidade monocêntrica produziu um
conjunto de resultados consistentes com as características mais
proeminentes das cidades.

Em especial, isto explica a diminuição do preço da terra urbana à


medida que aumenta a distância ao centro da cidade, bem como a
queda da densidade demográfica à medida que o centro se
distancia. O modelo também explica como o desenvolvimento de
modernos meios de transporte (automóveis e transporte de
massa) gerou a suburbanização e o achatamento da densidade
populacional urbana, uma situação conhecida como
espraiamento (sprawl) urbano. (Diniz & Crooco, 2005).

O modelo de Thunen, que não explica por que as transações


ocorrem num determinado mercado urbano, o modelo de cidade
monocêntrica silencia sobre os motivos que poderiam explicar a
existência de um distrito onde os empregos estão disponíveis.

Assim, resta a seguinte indagação: por que existem centros de


cidades? Ou, de maneira mais geral, por que as cidades existem?
Como dissemos acima, esta questão constitui, há décadas, uma
obsessão da geografia económica.

Beckmann concordava com esta ideia, ao considerar que as


relações pessoais são a essência das sociedades, embora as
consequências destas relações fossem frequentemente
multifacetadas. A propensão a interagir com os outros tem
natureza gravitacional – a intensidade aumenta com o número de
pessoas vivendo em cada local e diminui com a distância entre
dois locais.

Beckmann então se concentrou no trade-off entre o desejo de

54
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

um indivíduo interagir com outros e a sua necessidade de


consumir uma extensa porção de terra. De acordo com estas
preferências, o equilíbrio espacial exibe uma densidade
populacional em forma de sino e a curva de preço apresenta
forma semelhante, e deste modo o contato interpessoal estimula
a urbanização. Isto é uma explicação clara para a existência das
cidades, que combina a índole gregária natural dos seres humanos
com o seu desejo de consumir mais espaço.

Embora sugestiva, essa abordagem não explica a existência de um


centro de empregos, porque ela ignora as empresas. Assim, além
das transações comerciais típicas que envolvem empresas e
indivíduos, questionam-se quais seriam as interações que
estimulam a concentração. O motivo aqui é muito diferente do
que Beckman presumiu, na medida em que se refere ao papel da
informação como insumo básico para as actividades das
empresas. Tipo de informação esta difícil de codificar, porque ela
é tácita e só pode ser obtida em contactos interpessoais.

A troca de informações entre empresas gera benefícios


semelhantes a externalidades para cada empresa. Uma vez que
as empresas possuem informações diferentes, os benefícios da
comunicação em geral aumentam com o aumento do número de
empresas. A qualidade da informação também melhora quando as
empresas se agrupam, pois cai o número de intermediários. Como
as comunicações em geral envolvem efeitos distance-decay, os
benefícios serão maiores se as empresas se localizarem num
mesmo distrito.

A transmissão de conhecimento e informações tácitas em geral


exige a comunicação interpessoal entre os agentes, o que
geralmente acarreta custos sensíveis à distância. Assim, os
benefícios da informação são maiores quando as empresas se
localizam mais próximas umas das outras. Por outro lado, o
agrupamento de muitas empresas em uma única área aumenta a
distância média dos deslocamentos dos trabalhadores, o que, por
sua vez, provoca salários e preços de terras mais altos na área em
torno da aglomeração. Esta elevação de salário e preço tende a
desestimular a aglomeração de empresas e age como uma força
de dispersão.

Consequentemente, as distribuições de equilíbrio das empresas e


domicílios/trabalhadores são determinadas pelo equilíbrio entre
estas duas forças opostas.

55
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Ogawa e Fujita mostraram que os altos custos dos deslocamentos


levam a uma configuração completamente mista, ou seja, a um
padrão sem especialização do solo e sem deslocamentos. Uma vez
que os custos dos deslocamentos caem quando aumenta a
intensidade das comunicações entre empresas (duas tendências
gerais observadas após o surgimento da Revolução Industrial),
muda-se da economia de subsistência para uma cidade
monocêntrica com total especialização do solo.

Em outras palavras, os baixos custos dos deslocamentos e/ou as


fortes externalidades espaciais estimulam o surgimento de uma
cidade monocêntrica, na qual as empresas se agrupam para
formar uma área central de negócios.

Ogawa e Fujita trataram as empresas como entidade única. Eles


desconsideraram o facto de que muitas empresas modernas
desenvolvem parte de suas actividades no escritório central
localizado no centro da cidade, enquanto as demais actividades
são executadas em escritórios secundários, estabelecidos na
periferia da cidade.

Mantendo constantes as demais hipóteses de Ogawa e Fujita, eles


presumiram que as unidades centrais interagem com outras
unidades centrais para comunicações de negócios, enquanto as
unidades secundárias periféricas trocam informações ou serviços
de gerência apenas com a unidade central da mesma empresa.

Nesse contexto, entra em ação a seguinte força adicional: quando


os custos de comunicação intraempresa diminuem, as unidades
secundárias se separam das unidades centrais e se estabelecem
em locais onde a terra é mais barata. Quando os custos dos
deslocamentos e das comunicações intraempresa ficam
suficientemente baixos, o resultado de mercado envolve o
agrupamento de unidades centrais no centro da cidade, o qual é
envolvido por uma área residencial, enquanto as unidades
secundárias se fixam na periferia da cidade junto com os
empregados. A fragmentação espacial das empresas estimula
assim o surgimento de diferentes mercados de trabalho locais por
meio da suburbanização do trabalho.

Desde então, a economia urbana tem explorado um espectro


bem mais amplo de questões. Ela passou a ter fortes vínculos com
as novas teorias do crescimento por meio do estudo dos
fundamentos microeconômicos das economias de aglomeração
bem como das teorias de redes sociais e outras formas de

56
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

interação local, sendo o distrito urbano o lugar onde se


desenvolvem muitas das relações não mercadológicas

A respeito dos progressos realizados, o problema mais persistente


da economia urbana, ou seja, a existência de uma hierarquia
urbana que abrange cidades grandes, cidades de porte médio e
cidades pequenas permanece sem solução. Embora Christaller
(1966) tenha argumentado com veemência que número de bens
ofertados em uma cidade aumenta com o seu tamanho, sendo
que os bens manufaturados ofertados numa cidade menor são
também ofertados nas cidades maiores, não há até o momento
modelo microeconômico abrangente o suficiente para explicar a
hierarquia urbana. Até agora, a proposta mais refinada que
descreve como surgiu a hierarquia das cidades foi apresentada
por Henderson. Em cada cidade, aparece novamente a tensão
entre duas forças.

De um lado estão as economias externas associadas ao


agrupamento de empresas no centro da cidade. De outro lado,
existem as deseconomias geradas pela necessidade de se deslocar
ao centro de uma cidade maior ou menor. Assim, em equilíbrio,
cada cidade possui um tamanho bem definido, que depende do
tipo de empresa que ela acomoda. Como as cidades variam em
sua composição industrial, elas têm tamanhos diferentes porque
as indústrias diferem nas economias externas que elas conseguem
produzir. O escopo geral permanece incompleto, todavia.
As cidades são como ilhas flutuantes, porque nada é dito sobre a
sua localização.
Além do mais, o modelo silencia sobre por que e como as cidades
se especializam em determinadas atividades, enquanto algumas
outras são diversificadas.

Teoria da competição espacial

Os consumidores estão dispersos pelo espaço e, por causa disto,


seu acesso a uma mesma empresa é diferente. Nesse contexto, as
empresas preveem corretamente que o consumidor comprará da
empresa que oferecer o preço mais baixo, ou seja, o preço
oferecido na porta da fábrica, o chamado preço de fábrica, que
aumenta com os custos de transporte que o consumidor estaria
disposto a pagar.

Como consequência, as empresas exercem certo poder de


monopólio sobre os consumidores que vivem em suas cercanias, o

57
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

que as habilita a escolher seus preços. É óbvio que esta escolha é


limitada pela possibilidade de que os consumidores possam
comprar produtos de empresas concorrentes. Este processo de
competição entre empresas espacialmente dispersas foi descrito
por Launhardt, que propôs um modelo de formação de preços
que antecipou o conceito de equilíbrio de Nash, foi o primeiro a
demonstrar o que se tornou conhecido como o princípio da
diferenciação na organização industrial: “a melhoria dos meios de
transporte é perigosa para os produtos caros: eles perdem a
proteção mais efetiva de todas as proteções tarifárias, ou seja, as
estradas ruins”. Em outras palavras, as empresas querem ficar
separadas para se atenuar a competição de preços.

O valor e a importância da contribuição de Hotelling ficaram


conhecidos nos anos 1980 ao se demonstrar que seu uso excede a
interpretação geográfica original para acomodar as diversas
dimensões que diferenciam empresas e consumidores. Mais
precisamente, o arcabouço espacial pode servir como uma
metáfora poderosa para tratar as questões que envolvem
heterogeneidade e diversidade entre os agentes numa gama de
domínios económicos, políticos e sociais. Além disso, o artigo de
Hotelling pode ser visto como um protótipo da literatura
económica moderna: é autocontido e enfatiza um problema
específico estudado de forma simples por meio de um modelo
elegante.

Como cada consumidor isolado é negligenciável, Hotelling


presumiu que os consumidores estão distribuídos de forma
contínua ao longo de um segmento linear e limitado – vamos
chamar de main street. Duas lojas, que desejam maximizar seus
respectivos lucros, buscam uma localização ao longo do mesmo
segmento. Cada empresa está ciente de que sua escolha de preço
afecta o segmento de consumidor abastecido por sua rival; a
competição espacial é, portanto, inerentemente estratégica. Esta
é uma das principais inovações introduzidas por Hotelling, que
utiliza um jogo de duas etapas para modelar o
processo de competição espacial: na primeira etapa, as lojas
escolhem sua localização de forma não cooperativa; na segunda,
com as localizações tornadas públicas, as empresas selecionam o
seu preço de venda.

O uso de um procedimento sequencial significa que as empresas


preveem as consequências de suas escolhas locacionais em suas
escolhas de preços, conferindo assim ao modelo uma estrutura
dinâmica implícita. O jogo é resolvido por indução reversa

58
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

(backward induction). Para um par arbitrário de locais, Hotelling


começa com a solução do subjogo que corresponde à segunda
etapa. Os preços de equilíbrio resultantes são introduzidos na
função lucro, que por sua vez depende apenas da localização
escolhida pelas empresas. Estas funções representam os lucros
que as empresas irão maximizar na primeira etapa do jogo. Tal
abordagem previu, com décadas de antecedência, o conceito do
subjogo do equilíbrio perfeito de Nash, apresentado por Selten
nos anos 1960.

A conclusão de Hotelling foi a de que o processo de competição


espacial levaria as empresas a se aglomerar no centro do
mercado. Se for verdade, temos a explicação para a concentração
espacial que observamos, de empresas que vendem o mesmo
produto (por exemplo restaurantes, cinemas, boutiques etc.).
Infelizmente, a análise de Hotelling estava contaminada por um
erro que invalida sua conclusão principal: quando as empresas
estão suficientemente próximas, o subjogo correspondente não
tem um equilíbrio de Nash em estratégias puras, portanto os
lucros usados por Hotelling na primeira etapa estão errados
(D’Aspremont et al., 1979).

Essa conclusão negativa levou d’Aspremont et al. a mudarem o


modelo de Hotelling, lançando a hipótese de que os custos de
transporte pagos pelos consumidores são quadráticos na distância
percorrida, e não lineares, como pensou Hotelling. Esta nova
hipótese captura a ideia de que o custo marginal do tempo
aumenta com a distância percorrida até a loja. Nesta versão
modificada, D’Aspremont et al. mostram que qualquer subjogo de
preço possui um e apenas um equilíbrio de Nash em estratégias
puras.

Ao colocar estes preços nas funções lucro, eles demonstram que


as empresas optam por se estabelecerem nas duas extremidades
do segmento linear. As empresas procedem assim porque isto
lhes permite domar a competição de preços e recuperar a
margem de lucro. Este resultado, um tanto geral, foi denominado
princípio da diferenciação. Portanto, a sutil mudança feita por
d’Aspremont et al. nos leva a conclusões que são completamente
distintas daquelas alcançadas por Hotelling.

Em sua crítica ao livro de Chamberlin, The theory of monopolistic


competition, Kaldor (1935) argumentou de modo convincente
que, quando se aceita que as empresas atuem no espaço, cada
uma compete diretamente com apenas algumas poucas empresas

59
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

vizinhas, independentemente do número total de empresas na


indústria. A própria natureza da competição no espaço é,
portanto, oligopolista, o que lança sérias dúvidas sobre a
relevância da competição monopolística como estrutura de
mercado. Beckmann desenvolveu um tratamento analítico
completo da competição espacial num bem elaborado artigo que
passou despercebido, provavelmente porque foi publicado por
um periódico com pouca visibilidade no mundo da economia.

Além disso, os principais resultados de Beckmann foram


redescobertos por Salop, em um artigo que ficou famoso na
organização industrial.
Estes dois autores mostram como a entrada livre pode determinar
o número equilibrado de empresas operando com retornos
crescentes e competindo de forma oligopolista com as empresas
vizinhas. Entre outras coisas, suas análises demonstram, de forma
bastante precisa, como é que o mercado resolve o trade-off entre
os retornos crescentes (interno às empresas) e os custos de
transporte.
Quando os custos de transporte são baixos, os benefícios da
separação geográfica serão reduzidos e os preços serão mais
baixos. As empresas então optam por refazer suas margens de
lucro diferenciando seus produtos com algumas características
não geográficas, que podem ser tangíveis ou intangíveis.
Em outras palavras, a diferenciação de produtos é substituída pela
dispersão geográfica.

Sumário

Caro estudante, nesta unidade temática fez uma abordagem


sobre economia regional e urbana, onde foram apresentados
pontos de vista de alguns autores no que concerne a
organização espacial de actividades económicas, sobretudo em
áreas urbanas.
Neste caso, as empresas não mais temem os efeitos da
competição de preços e se esforçam em permanecer o mais
próximo possível do consumidor, com quem a correspondência
(matching) for a melhor. Como estes consumidores estão
espalhados pelo espaço do mercado, as empresas se
estabelecem no centro, minimizando assim sua diferenciação
geográfica. Este resultado está em acordo com a teoria de
potencial de mercado, desenvolvida por Harris (1954) na
geografia económica clássica, segundo a qual as empresas
tendem a se localizar onde
60
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

elas têm o “melhor” acesso aos mercados nos quais podem


vender seus produtos.

Exercícios de AVALIAÇÃO [20 (Questões)]

1. O que é espaço urbano para Christaller?


A. Densamente povoado;
B. Presença de actividades comerciais e industriais;
C.Densamente povoado com actividades comerciais
e industriais;
D. Todas as opções estão certas.

2- Os clusters apresentam indique uma das oito


características básicas que define Clusters?
A. Diferenciam das noções de distrito industrial;
B. Estreita colaboração entre as empresas;
C. Custos de transporte
D. Todas as opções estão certas.

3- O que entende por desenvolvimento regional?


A. Delimitação de fronteiras,
B. Económica tem uma área de actuação;
C. uma área de mercado;
D. Todas as opções estão certas.

4. A visão sistêmica de Isard colaborara para o


avanço dos estudos em geografia económica:
A. rompendo com a perspectiva clássica da
localização baseada no custo mínimo;
B. Localização baseada no custo mínimo;
C. As oscilações do mercado e as incertezas do
preço;
D. Todas as opções estão certas.

5- O que Alfred Weber demostrou no seu estudo?


A. Buscou elucidar as causas da localização
industrial,
B. Ressaltando o papel dos custos de transporte de
matérias-primas
C. E produtos acabados, em função da localização
dos mercados consumidores e na localização
próxima à mão-de-obra das empresas.
D. Todas as opções estão certas.

61
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

6. Qual é a única característica espacial de um


determinado local?
A. é a sua distância ao centro da cidade;
B. Construção de moradias, fábricas, escritórios e
infraestrutura;
C. A produção agrícola passa a ser usada no
consumo urbano;
D. A terra disponível para fomento a habitações;

7- Qual é o principal objetivo da economia


urbana?
A. Como o solo é distribuído na baixa da cidade -
CBD;
B. Como o solo é distribuído nas periferias;
C. Como o solo é distribuído entre as diversas
actividades;
D. Como o solo é distribuído nas actividades de
indústria e comércio.

8- Quais foram os percursos da economia urbana?


A. A análise de Hotelling;
B. Alonso, Mill & Muth;
C. A análise de Hotelling, Alonso, Mill & Muth;
D. Todas as opções estão certas.

9- Indique o papel dos economistas urbanos ao se


empenharam em explicar a estrutura interna das
cidades?
A. O solo é distribuído para as actividades e agentes
económicos em torno da área central de negócios;
B. Os agentes económicos centram em torno da
área central de negócios;
C. Empenharam em explicar a estrutura interna
D. Todas as opções estão certas.

10 – O que entende por trade-off, conforme


Beckmann?
A. Necessidade de consumir uma extensa porção de
terra;
B. Necessidade de compra e venda dos agentes
económicos;
C. Entre o desejo de um indivíduo interagir com
outros e a sua necessidade de consumir uma
extensa porção de terra;
D. Todas as opções estão certas.

62
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

11- Indique uma das características do modelo de


cidade Monocêntrica?
A. Produziu um conjunto de resultados consistentes
com as características mais proeminentes das
cidades;
B. As empresas então optam por refazer suas
margens de lucro;
C. Os retornos crescentes;
D. Todas as opções estão certas.

12- Na localização das actividades industriais os


benefícios da informação são maiores quando:
A. as empresas se localizam mais próximas umas
das outras;
B. O agrupamento de muitas empresas em uma
única área aumenta a distância média dos
deslocamentos dos trabalhadores;
C. o que, provoca salários e preços de terras mais
altos na área em torno da aglomeração;
D. Todas as opções estão certas.

13- Qual é a importância de entrosamente de


informações entre empresas?
A. Semelhantes a externalidades para cada
empresa;
B. As empresas então optam por refazer suas
margens de lucro;
C. O custo marginal do tempo aumenta com a
distância percorrida até a loja;
D. Troca de informações entre empresas gera
benefícios semelhantes a externalidades para cada
empresa.

14- Os baixos custos dos deslocamentos e/ou as


fortes externalidades espaciais estimulam:
A. O surgimento de uma cidade da idade média;
B. o surgimento de uma cidade monocêntrica;
C. os altos custos dos deslocamentos;
D. Todas as opções estão certas.

15. As cidades são como ilhas flutuantes, por que?


A. Nada é dito sobre a sua localização;
B. Nada é dito sobre a sua localização industrial;
C. Nada é dito sobre as suas actividades;

63
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

D. Todas as opções estão certas.

16. O preço oferecido na porta da fábrica depende


de:
A. Dos custos de transporte que o consumidor
estaria disposto a pagar;
B. Dos custos de matéria-prima que o consumidor
estaria disposto a pagar;
C. Dos custos de mao-de-obra que o consumidor
estaria disposto a pagar;
D. Todas as opções estão certas.

17. Nash foi o primeiro a demonstrar o que se


tornou conhecido como o princípio da
diferenciação na organização industrial, por quê?
A. O preço oferecido na porta da fábrica
B. Os produtos perdem a proteção mais efetiva de
todas as proteções tarifárias, ou seja, as estradas
ruins”;
C. A melhoria dos meios de transporte é perigosa
para os produtos caros;
D. Todas as opções estão certas.

18 - Cada empresa está ciente de que sua escolha


de preço afecta o segmento de consumidor
abastecido por sua rival; a competição espacial é:
A. Inerentemente estratégica;
B. Inerentemente custo e beneficio;
C. inerentemente maximização de lucro;
D. Todas as opções estão certas.

19. O que acontece quando custo de transporte é


baixo?
A. Há maximização de lucros;
B. Os benefícios da separação geográfica serão
reduzidos e os preços serão mais baixos.
C. A natureza da competição no espaço é
oligopolista;
D. Todas as opções estão certas.

20 - As empresas optam por refazer suas margens


de lucro diferenciando seus produtos com algumas
características:
A. Não geográficas tangíveis ou intangíveis;
B. As empresas se estabelecem no centro;

64
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

C. Minimizando assim sua diferenciação geográfica;


D. Todas as opções estão certas.

TEMA IV: POLÍTICAS DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

UNIDADE Temática 4.1: Crescimento e Desenvolvimento Económico

UNIDADE Temática 4.2: Políticas públicas no desenvolvimento económico e


crescimento

UNIDADE Temática 4.1. Crescimento e desenvolvimento económico

Introdução
Caro estudante, nesta unidade temática serão
apresentados os principais indicadores que
caracterizam o crescimento económico tanto como
desenvolvimento económico. Ao longo do texto
serão aprofundados alguns aspectos em comum e
também serão focalizados outros aspectos que
diferenciam os dois termos.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


Objectivos específicos

 Identificar os indicadores do crescimento económico


 Identificar os indicadores do desenvolvimento económico
 Diferenciar o crescimento económico do
desenvolvimento económico

Diferenças entre Crescimento Económico e Desenvolvimento

Muita gente confunde os conceitos de crescimento e


desenvolvimento económico. Crescimento Económico é o
aumento do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, uma elevação
da produção da região estudada.
De acordo com Borbely (2013), o PIB é calculado através da soma
de todos os produtos e serviços finais de uma região para um
determinado período. Já o conceito de Desenvolvimento
Económico está relacionado

65
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

à melhoria do bem-estar da população.

Como se mede o desenvolvimento?

Através de indicadores de educação, saúde, renda, pobreza, etc.


Actualmente o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH é o
critério mais utilizado para comparar o desenvolvimento de
diferentes economias.

O IDH varia entre 0 e 1, numa analogia grosseira: o IDH do Inferno


seria 0 e o IDH do Paraíso seria 1. Alguns países do Norte da
Europa como a Noruega e a Suécia possuem IDH próximos a 0,95
(quase o paraíso!), enquanto muitos países africanos possuem IDH
inferior a 0,6.

Países ricos tendem a ser mais desenvolvidos, no entanto


crescimento não garante o desenvolvimento conforme se pode
apreender do trecho da reportagem abaixo:

Relatório da Anistia Internacional - AI, citado por Borbely (2013),


diz que o notável crescimento económico registrado em 2006 na
Ásia e na Oceania beneficiou somente uma parte da população e
não diminuiu as desigualdades.

De acordo com autor acima citado, muitas pessoas confundem os


dois conceitos (crescimento económico e desenvolvimento
económico), mas as autoridades mundiais realizam as medições
de maneiras bem distintas. O crescimento económico, por
exemplo, é mensurado conforme o Produto Interno Bruto (PIB).
Quanto maior a produção de uma determinada região, mais
elevado será o seu crescimento.

Vale lembrar que o PIB é calculado através da soma de todos os


produtos e serviços finais de uma região para um determinado
período.
Por outro lado, o conceito de desenvolvimento económico está
relacionado à melhoria do bem-estar da população. Esse factor é
medido através de indicadores de educação, saúde, renda,
pobreza, entre outros.
Actualmente, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) = é o
critério mais utilizado para comparar o desenvolvimento de
diferentes economias. O índice varia entre 0 e 1 – quanto mais
alto o valor, melhor é o desempenho de um país nesse sector.

66
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Bresser-Pereira apud Borbely (2013), defende que definir


crescimento económico como simples aumento da renda per
capita é simplificar o seu significado.

Segundo ele, até há casos em que a produção média por


habitante aumenta, mas, no longo prazo, não existe crescimento
generalizado dos salários e dos padrões de consumo da
sociedade. Ou seja, o desenvolvimento económico implica
transformações estruturais do sistema económico que o simples
crescimento da renda per capita não assegura.

Como o crescimento decorre da acumulação de capital e do


progresso técnico, é essencial saber se os empresários estão
sendo estimulados a investir e inovar. Se não existirem estímulos,
é sinal de que o problema está na falta de uma estratégia nacional
de desenvolvimento.

Crescimento Económico

O crescimento económico está associado a factores quantitativos


Ou seja, quando um país passa a produzir uma quantidade maior
de bens e serviços para a sua sociedade e para outros países, ao
qual fornecerá por meio das exportações.

Em outros termos, o crescimento produtivo é medido pelo PIB


(Produto Interno Bruto) de um país. Quando o PIB cresce, significa
que há um maior nível de produção. Assim: as empresas
contratam mais funcionários, mais pessoas passam a receber
salários, e isso permite que as famílias passem a consumir mais
bens e serviços. Consequentemente, esse fluxo continua
gerando uma cadeia de mais produção e mais crescimento
económico.

Para Avelar (2013), o crescimento económico refere-se a um


aumento no produto total na economia. Ele é definido por alguns
como sendo um aumento do PIB real per capita.
O crescimento económico moderno é o período no qual verifica-
se um rápido e sustentado aumento no produto real per capita
que inicia, no mundo ocidental, com a Revolução Industrial.
Crescimento implica em saber quais as razões que tornam uma
sociedade mais produtiva.
67
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Segundo Angus Maddison, haveria quatro razões básicas:


(i) o progresso tecnológico;
(ii) os investimentos em capital humano;
(iii) os investimentos em capital físico e;
(iv) a eficiência na organização económica que se traduz na
estrutura de incentivos que induzem os indivíduos a inovar e
acumular.

Tabela -1: Taxas de crescimento económico mundial, 1500-1992

Fonte: Maddison (1995), apud Avelar (2013)

Tabela 2: Taxas de Crescimento Percapita (1960 - 2000)

Fonte: Weil (2004), citado por Avelar (2013)

Desenvolvimento Económico

O desenvolvimento económico é algo mais profundo. Está


diretamente ligado a aspectos e factores qualitativos. Ou seja,
além do crescimento económico, envolve também a melhoria no
padrão de vida da população, a melhoria da qualidade de vida das
pessoas e, também, mudanças de cunho estrutural da economia
de um país. Para o desenvolvimento económico, o crescimento é
uma condição necessária, mas não suficiente. Se a riqueza gerada
não for distribuída de forma equitativa, não refletindo em
melhoria no padrão de vida da sociedade, não há
desenvolvimento.

68
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Além disso, a má distribuição da riqueza reflecte-se nas


desigualdades sociais de um país, o que impede o
desenvolvimento de uma sociedade em termos económicos.
No Pós-Guerra, a população dos países europeus passou a cobrar
maior eficiência do governo na gestão dos gastos públicos. Ou
seja, a população, após tanto sofrimento, passou a cobrar maiores
investimentos voltados aos interesses sociais. Por sua vez, o
sector público investiu maciçamente em Educação, Saúde,
habitação e Transporte de qualidade. Também foram realizados
grandes investimentos na infraestrutura produtiva.

Esses países, hoje desenvolvidos, possuem alto nível de qualidade


de vida para a sua população. Produzem bens de alto valor
agregado, resultado dos grandes investimentos em Educação de
qualidade, durante muitos anos. A expectativa de vida nestes
países é elevada. Também fruto dos investimentos realizados,
durante muitos anos, em Saúde, saneamento básico e habitação
de qualidade.
Em um cenário muito diferente encontramos países com extrema
carência e falta de perspectivas para a população de uma forma
geral. É o caso, por exemplo, de grande parte dos países africanos
e alguns asiáticos.

Esses países são considerados os mais pobres do mundo pelos


critérios e indicadores de desenvolvimento humano divulgados
pelo Banco Mundial. Infelizmente, diversos outros países possuem
baixo nível de desenvolvimento econômico. Eles sofrem com falta
de investimentos nas áreas mais básicas da sociedade, refletindo
em elevadas taxas de mortalidade infantil, fome e baixa
expectativa de vida.
O desperdício de recursos é outro obstáculo ao desenvolvimento.
Muitas vezes priorizam-se gastos militares excessivos, ou ainda a
corrupção, ou a especulação financeira, enfim, esses desperdícios
deixam de lado o mais importante, a vida da população.

Enfim, a população, sempre, deve ser priorizada. Só assim


veremos uma sociedade verdadeiramente desenvolvida.

Sumário

Caro estudante, nesta unidade temática aferiu-se os principais


indicadores que caracterizam o crescimento económico tanto
como desenvolvimento económico. Ao longo do texto foram
aprofundados aspectos
69
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

como a diferença e semelhança existente entre os termos


crescimento económico e desenvolvimento económico.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO [5 (Questões)]

1. O PIB é calculado através da soma de todos


componentes:
A. Termos crescimento económico e
desenvolvimento económico;
B. Os produtos e serviços finais de uma região para
um determinado período;
C. Elevadas taxas de mortalidade infantil, fome e
baixa expectativa de vida;
D. Todas as opções estão certas.

2- O conceito de desenvolvimento económico está


relacionado à:
A. melhoria do bem-estar da população;
B. Aumento de lucro dos empresários;
C. Baixa nível de desenvolvimento econômico;
D. Todas as opções estão certas.

3- o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH é o


critério dos seguintes indicadores:
A. PIB, saúde, renda, lucros;
B. PIB, saúde, renda, pobreza
C. Educação, saúde, renda, pobreza;
D. Balança, saúde, renda, pobreza

4- O ------------------------------ é medido pelo PIB


(Produto Interno Bruto) de um país.
A. O crescimento da indústria;
B. Crescimento produtivo;
C. A diversificação dos serviços e actividades;
D. Todas as opções estão certas.

5- Quando o PIB cresce, significa que há:


A. Um maior nível de produção e as empresas
contratam mais funcionários;
B. Mais pessoas passam a receber salários, e isso
permite que as famílias passem a consumir mais
bens e serviços.
C. Consequentemente, esse fluxo continua gerando
uma cadeia de mais produção e mais crescimento
económico.
70
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

D. Todas as opções estão certas.


Correção
1 2 3 4 5
B A C B D

Exercícios de AVALIAÇÃO [5 (Questões)]

1. Indique os critérios dos indicadores do


desenvolvimento?
A. PIB, escolaridade e longevidade
B. Per capita, saúde e renda;
C. Educação, saúde, renda, pobreza;
D. Todas as opções estão certas.

2- Indique a variação dos intervalos do IDH?


A. varia entre 0 e 1;
B. Varia entre 0 e 2;
C. Varia entre 1 e 2;
D. Índice de Gin.

3- Quando é que o crescimento produtivo é


medido pelo PIB (Produto Interno Bruto)?
A. Quando BIP cresce;
B. Quando aumenta o poder de compra da
população
C. Quando aumenta a renda por capita;
D. Todas as opções estão certas.

4- Qual o conceito de um países desenvolvido,


conforme os seguintes itens:
A. possuem alto nível de qualidade de vida para a
sua população.
B. Produzem bens de alto valor agregado, resultado
dos grandes investimentos em Educação de
qualidade, durante muitos anos.
C. A expectativa de vida nestes países é elevada;
D. Todas as opções estão certas.

5- O conceito de desenvolvimento económico está


relacionado à:
A. melhoria do bem-estar da população;
B. Esse factor é medido através de indicadores de
educação, saúde, renda, pobreza, entre outros;

71
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

C. A longevidade, anos de escolaridade, renda per


capita e garantia dos direitos sociais.
Correção
1 2 3 4 5
C A C D B

UNIDADE Temática 4.1. Políticas públicas no desenvolvimento


económico e crescimento

Introdução

Caro estudante, depois de abordarmos sobre os


conceitos de crescimento e desenvolvimento
económico na unidade temática anterior, nesta
unidade iremos tratar das políticas voltadas ao
crescimento e desenvolvimento económico.

O processo de desenvolvimento económico


abrange diversos paradigmas inerentes a épocas
em que se situam. Em cada época, a sociedade
passa por transformações estruturais, de ordem
política e económica, e isso afecta de maneira
significativa o modo como o governo e os demais
agentes incentivam e promovem o crescimento e
desenvolvimento económico.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

Objectivos específicos
 Identificar as políticas do crescimento económico.
 Identificar as políticas adotadas rumo ao desenvolvimento económico.
 Identificar as políticas que contribuem para um desenvolvimento
sustentável.

O crescimento económico é o desenvolvimento contínuo da renda


per capita ao longo do tempo, ou seja, no ambiente
macroeconómico. Pois, um país pode apresentar crescimento
económico através da aplicação de incentivos que levem ao
aumento da renda per
72
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

capita, como, por exemplo, incentivos para a instalação de


empresas em um determinado lugar, o que consequentemente
levará ao crescimento económico.

Por outro lado, desenvolvimento económico é um conceito mais


qualitativo, pois inclui as alterações de composição do produto e a
alocação dos recursos pelos diferentes setores da economia. Além
disso, o conceito de crescimento económico diz respeito à
melhoria dos indicadores económicos e sociais de determinado
país, como: diminuição da pobreza, desemprego, desigualdade
social, melhorias nas condições de saúde da população, nutrição,
erradicação do analfabetismo, melhoria do sistema educacional
e acesso á melhores níveis de educação além da melhoria da
condição de moradia.

Para Henrique & Ricci (1988), crescimento e desenvolvimento


económico consistem: no acúmulo de riquezas ou de capital por
um determinado local, seguido pela consequente melhoria dos
padrões vida de sua população.

Nesse aspecto, o desenvolvimento é acompanhado de


investimento, tanto por parte do sector público quanto do sector
privado, e isso tem sido bastante evidente em países que
apresentaram altos índices de crescimento económico. No
entanto, para que haja investimento é necessário que haja
economia de recursos, e esses recursos é que serão usados no
financiamento desses investimentos. Torna-se necessária uma
redução no consumo, tanto no sector privado quanto no sector
publico em relação ao PIB.

Para os autores acima citados, com o processo de


desenvolvimento económico, a globalização tornou-se acessível
os meios de comunicação, factor responsável por melhores níveis
e facilidades principalmente na educação além de ter causado
uma revolução nos meios de comunicação em massa. Entretanto
a globalização não resolveu os problemas sociais e econômicos do
mundo contemporâneo.

Percebe se que as diferenças entre os países desenvolvidos e em


desenvolvimento estão cada vez mais acentuadas, factor
responsável principalmente pelo crescimento da pobreza e
exclusão social. Nesse aspecto, torna-se crucial a realização de
políticas públicas que levem ao crescimento acompanhado do
desenvolvimento económico.

73
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Uma vez alcançado o acúmulo de capital, ou o crescimento


económico, surge a necessidade de fazer com que o valor desse
acúmulo seja repartido entre a população a fim de promover o
desenvolvimento. O governo pode alcançar esses objectivos
através de políticas desenvolvimentistas.

Para Henrique & Ricci (1988), as políticas voltadas ao


desenvolvimento dos municípios a priori concentravam-se
especialmente no desenvolvimento económico do território,
políticas orientadas especialmente para a geração de empregos.

Actualmente, a área de actuação dessas iniciativas de


desenvolvimento regional foi ampliada e passaram a actuar não
mais no campo puramente económico, mas passaram a priorizar o
desenvolvimento humano e social. Tal inovação nas políticas
públicas de desenvolvimento tem por objectivo favorecer a
inclusão social e diminuir as distorções provocadas pelo sistema
de concentração de renda (Figura?).

Gráfico-1: População vivendo com menos de 1 dólar por dia-brasil

Fonte: Avelar (2013)

O Planeamento económico no processo de desenvolvimento é


algo necessário por parte dos governantes, tendo como finalidade
promover e alavancar o desenvolvimento, pois torna-se
necessária a coordenação das actividades tendo em vista um
crescimento sustentável. Entretanto, isso é algo bastante
polémico, tendo em vista a opinião de muitos estudiosos do
assunto e economistas que defender a liberalidade económica ou
o livre mercado, deixando as flutuações da economia á própria
sorte. Segundo Fonseca (2006, p.25) apud Henrique e Ricci “ esse
debate não diz respeito propriamente ao planejamento, mas ao
papel do Estado no processo de desenvolvimento

Nesse aspecto, para que haja um crescimento acompanhado de


desenvolvimento
74
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

económico regional, torna-se necessário a atração de novos


investimentos para o local, o que facilitará o acúmulo de capital e
assim a renda e o Produto Interno Bruto.

Esse processo, que provoca uma expansão económica, deve ser


seguido de incentivos governamentais, como: redução tributária,
o que tornará o município propício á instalação de empresas, por
não onerar de maneira intensa o sistema de arrecadação através
de altas taxas de impostos.
Também o que favorece crescimento e o desenvolvimento
regional são melhorias na infraestrutura, nas estradas, por
exemplo, o que facilitará o escoamento da produção e também
incentivos que aumentam o grau de competitividade e oferecem
segurança para outros investidores (Lavor, p.29, apud Henrique e
Ricci, 1988).

O sistema tributário apresenta um efeito importante no resultado


financeiro das empresas e na condução do negócio em geral. Os
altos tributos reduzem a eficiência competitiva das empresas,
reduzem drasticamente o poder aquisitivo das famílias e são
prejudiciais ao desenvolvimento. Por outro lado quando cobrados
em níveis baixos, geram déficites orçamentário, o que tem por
consequência o processo inflacionário. No entanto quando usado
de maneira ideal, a tributação pode promover a eficiência e a
produtividade, factores que levam ao desenvolvimento regional.

Em épocas de crise, as políticas públicas de desenvolvimento são


bastante complexas, uma vez que o governo precisa fazer
escolhas sobre quais segmentos serão beneficiados com suas
políticas. Através de políticas económicas, fiscais e monetárias o
governo controla o sistema económico como um todo, mantendo
dentro dos patamares aceitáveis e previamente estipulados as
metas de inflação e o desenvolvimento económico.

Entretanto, esta é uma situação bastante contraditória, uma vez


que ao estipular maiores taxas de juros a fim de controlar a
inflação, o governo encarece e desestimula o crédito, factor que
tem como consequência uma estagnação económica e que
diminui o crescimento.

As políticas públicas voltadas ao crescimento e


consequentemente ao desenvolvimento têm como meta fazer o
Brasil crescer, aumentar a qualidade de vida da população e
inserir o país no mundo globalizado.

75
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Políticas públicas têm sido criadas com a finalidade de diminuir as


desigualdades e favorecer a erradicação da pobreza, no entanto
muito mais ainda precisa ser feito para alcançarmos níveis
igualitários de distribuição de renda. Essas políticas de
transferência de renda têm um efeito a curto prazo, sendo
necessário a longo prazo que o governo crie políticas de
desenvolvimento económico que terá como consequência a
diminuição do desemprego. Uma vez empregado, o trabalhador
terá condições de se qualificar e buscar qualidades de vidas mais
digna a ele e a sua família.

Um factor chave para que as pessoas progridam mude de classe


social, almejando assim, melhores condições de vida é o estudo. A
globalização trouxe consigo a necessidade de mão-de-obra
qualificada para trabalhar nas empresas que se instalaram em
diversas pares do mundo. Na economia globalizada, a educação
ganha cada vez mais importância, sendo um factor necessário
para o processo de mobilidade social.

Sumário

Caro estudante, nesta unidade temática concluímos que um


ambiente favorável a novos investimentos, como por exemplo,
através de políticas tributárias menos onerosas ou melhorando o
sistema de infraestrutura do país, faz parte de um leque de
políticas públicas. Usar os recursos provenientes do crescimento
econômico para favorecer e tornar possível um desenvolvimento
sustentável, melhorando as condições de vida da população.

Por outro lado, às políticas ambientais, uma vez que estas nem
sempre acompanham as políticas de desenvolvimento. O
crescimento das cidades, o processo de industrialização e a
necessidade cada vez maior das pessoas por produtos trazem
consigo a necessidade de recursos naturais, que por sua vez são
tirados da natureza e são recursos não renováveis.

Exercícios de AVALIAÇÃO [20 (Questões)]

1. Indique os critérios dos indicadores do


desenvolvimento?
A. PIB, escolaridade e longevidade
B. Per capita, saúde e renda;
C. Educação, saúde, renda, pobreza;

76
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

D. Todas as opções estão certas.

2- Indique a variação dos intervalos do IDH?


A. varia entre 0 e 1;
B. Varia entre 0 e 2;
C. Varia entre 1 e 2;
D. Índice de Gin.

3- Quando é que o crescimento produtivo é


medido pelo PIB (Produto Interno Bruto)?
A. Quando BIP cresce;
B. Quando aumenta o poder de compra da
população
C. Quando aumenta a renda por capita;
D. Todas as opções estão certas.

4- Qual o conceito de um países desenvolvido,


conforme os seguintes itens:
A. possuem alto nível de qualidade de vida para a
sua população.
B. Produzem bens de alto valor agregado, resultado
dos grandes investimentos em Educação de
qualidade, durante muitos anos.
C. A expectativa de vida nestes países é elevada;
D. Todas as opções estão certas.

5- O conceito de desenvolvimento económico está


relacionado à:
A. melhoria do bem-estar da população;
B. Esse factor é medido através de indicadores de
educação, saúde, renda, pobreza, entre outros;
C. A longevidade, anos de escolaridade, renda per
capita e garantia dos direitos sociais.

6- Em que cenário encontramos países menos


desenvolvidos?
A. Extrema carência e falta de perspectivas para a
populaçã.
B. Extrema carência, menor longevidade e alta
escolaridade.
C. Alta renda e maior per capita, e índice de gine
alto.
D. Todas as opções estão certas.

7- Como é que se calcula o PIB?

77
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

A. Termos crescimento económico e


desenvolvimento económico;
B. Os produtos e serviços finais de uma região para
um determinado período;
C. Elevadas taxas de mortalidade infantil, fome e
baixa expectativa de vida;
D. Todas as opções estão certas.

8- O ------------------------------ é medido pelo PIB


(Produto Interno Bruto) de um país.
A. O crescimento da indústria;
B. Crescimento produtivo;
C. A diversificação dos serviços e actividades;
D. Todas as opções estão certas.

9- Qual o indicador do crescimento do PIB?


A. Um maior nível de produção e as empresas
contratam mais funcionários;
B. Mais pessoas passam a receber salários, e isso
permite que as famílias passem a consumir mais
bens e serviços.
C. Consequentemente, esse fluxo continua gerando
uma cadeia de mais produção e mais crescimento
económico.
D. Todas as opções estão certas.

10. Como é que participação activa da população


na formulação de políticas promove o
desenvolvimento?
A. Garantia de direitos sociais e civis;
B. Garantia de votos;
C. Garantia de ampliação de todos direitos de
cidadania;
D. Todas as opções estão certas.

11- O crescimento económico é o


desenvolvimento contínuo da renda per capita ao
longo do tempo.
A. Falso
B. Verdadeira.

12- Como é que uns países podem apresentar


crescimento económico?
A. Aplicação de incentivos que levem ao aumento
da renda per capita;

78
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

B. Incentivos para a instalação de empresas em um


determinado lugar;
C. Consequentemente levará ao crescimento
económico;
D. Todas as opções estão certas.

Faça Correspondência conforme os indicadores


Designação Indicadores
13. a. Garantia de
ampliação
direitos sociais,
Crescimento direitos cívicos e
renda, anos de
Económico escolaridade e
longevidade.

14. b. Aumento de
produto total na
Desenvolvimento economia e ou
aumento do PIB
económico
real per capita.

c. Promove a
Educação,
15. Democracia renda,
verus longevidade,
desenvolvimento direitos sociais e
aumenta o
poder aquisitivo.

16- Quais são as razões básicas do crescimento,


segundo Anguns Maddin?
A. O progresso tecnológico;
B. Os investimentos em capital humano;
C. Os investimentos em capital físico e;
D. Todas as opções estão certas.

17- O desenvolvimento económico é um conceito


mais:
A. Qualitativo
B. Quantitativo

79
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

18. O conceito de crescimento económico diz


respeito à:
A. Nutrição, erradicação do analfabetismo, melhoria
do sistema educacional e acesso á melhores níveis
de educação
B. indicadores económicos e sociais, diminuição da
pobreza,
C. Desemprega, desigualdade social, melhorias nas
condições de saúde da população, além da
melhoria da condição de moradia.
D. Todas as opções estão certas.

19- O que é necessário para que haja o


crescimento acompanhado de desenvolvimento
económico regional?
A. Torna necessário o incentivo fiscal;
B. Atração de novos investimentos para o local, o
que facilitará o acúmulo de capital e assim a renda
e o Produto Interno Bruto.
B. Torna necessário investimento do terceiro
sector.
D. Todas as opções estão certas.

20. Diga o papel do Planeamento económico no


processo de desenvolvimento?
A. Algo necessário por parte dos governantes;
B. Torna-se necessária a coordenação das
actividades;
C. Finalidade promover e alavancar o
desenvolvimento, pois tendo em vista um
crescimento sustentável.
D. Todas as opções estão certas.
Correção
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C A C D B A B B D C B D b c a D a D B D

80
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

TEMA V: PADRÕES DE DISPERSÃO OU AGLOMERAÇÃO ESPECÍFICOS DAS


ACTIVIDADES ECONÓMICAS

UNIDADE Temática 5.1. A dispersão das actividades


económicas.
UNIDADE Temática 5.2. Dispersão regional, concentração intra-
regional e descentralização urbana.

UNIDADE Temática 5.1. A dispersão das actividades económicas

Introdução

Desde a Revolução Industrial, a ocupação do solo


pelas actividades económicas, tem interessado às
diversas áreas de pensamento sobre a cidade. O
processo de tomada de decisão sobre a localização
de determinada actividade económica envolve a
ponderação de diversos factores que influenciam as
diferentes alternativas territoriais. Actualmente
assiste-se a diferentes formas de implantação e
organização das actividades económicas no
território. Do conjunto das actividades económicas,
analisaremos a dispersão da localização industrial
num determinado território, através de uma
metodologia que permite identificar, por um lado, o
contexto histórico e institucional, em que se
inserem, e por outro lado, as principais dinâmicas a
esta associada, através dos seus principais agentes.

81
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

Objectivos específicos

 Caracterizar o processo de tomada de decisão sobre a


localização de determinadas actividades económicas.
 Explicar as causas de dispersão das actividades económicas,
apoiando se em algumas teorias;
 Compreender a dispersão da localização industrial num
determinado território;

Processo histórico de ocupação do espaço pelas actividades


económicas

Numa primeira etapa, designada de pré-industrial ou


manufactureira, salienta-se a forte dependência das actividades
industriais a factores como a proximidade de matérias-primas e
da força motriz, empregue no processo produtivo, como o carvão
vegetal, a água ou o vento. Neste período pré-industrial, ocorre
uma dispersão em meio rural assente, não só, nos factores acima
referidos, associada a alguma fixação populacional, fornecedora
de mão-de-obra. Paralelamente, à dispersão das actividades
industrial assiste-se, igualmente, à ocupação da envolvente das
cidades, que atraía e ajudava a fixar mão-de-obra.

A este respeito, Mendéz & Caravaca (Pennington citado por


Méndez & Caravaca, 1999, p. 103-104) caracterizam, os modelos
territoriais dos sécs. XVI e XVII, de alguma dispersão desta
actividade industrial e a fixação em meio rural, baseada em
factores sócio-económicos, como o “restritivo sistema gremial,
elevada tributação e maiores riscos de peste, incêndio ou acção
hostil”. Para a envolvente seguiam as actividades mais
consumidoras de solo, relacionadas com sectores económicos,
considerados estratégicos na época, como as armas, moedas,
artigos de luxo, tabaco,e entre outros.

A segunda etapa aqui retratada, impulsionada com a Revolução


Industrial no séc. XIX, foi marcada pelo abandono da organização
dispersa, dando lugar à concentração de tecido industrial, e em
torno deste, o adensamento de bairros operários. Os portos
constituiam locais de concentração de fábricas, armazéns e
estabelecimentos
82
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

complementares, que usufruiam da proximidade aos cursos de


água, que desempenhavam, simultaneamente, funções de meio
de transporte e como principal fonte de energia.

Simal (2005) refere-se à fábrica como “um dos primeiros agentes


do novo capitalismo urbano nos usos do território”, atribuindo-lhe
um papel de “grande colonizadora de solo”, ditando as
necessidades de infra-estruturas ferroviárias e a fixação de
extensos bairros de mão-de-obra operária, que proliferavam, sem
planeamento ou preocupações com a qualidade de vida dos seus
residentes.
As primeiras intervenções urbanísticas, pós Revolução Industrial,
surgiram com o reconhecimento da necessidade de exercer algum
controlo sobre a expansão destes bairros, fruto da contestação
social que se fez sentir neste período. As primeiras normas
surgiram “timidamente”, ao nível da restrição de instalação
actividades industriais muito poluentes, no caso francês, ou na
aplicação de medidas minimizadoras de emissão de poluentes, no
caso inglês. Mas, neste período, foram desenvolvidas algumas
reflexões teóricas, mais aprofundadas, sobre os problemas
relacionados com a cidade industrial.

Autores como Claude Nicolas Ledoux (1736-1806) tratavam a


questão da habitação operária, através da criação de espaços
verdes e do acesso a bens culturais, adoptando uma distribuição
gravitacional dos usos. Outros ensaios urbanísticos foram
desenvolvidos por Robert Owen, Fourier e Godín, caracterizados
pela ruptura com a cidade industrial e o “retorno” ao meio rural,
que concilie a actividade agrícola com a industrial. Ebenezer
Howard (1850-1928), em ruptura com estes autores, defende um
modelo de pequenas cidades, de configuração radial, acessíveis
através do caminho-de-ferro, reservando o anel mais exterior à
actividade industrial.

Em finais do séc. XIX e inícios do séc. XX, período relativo à


Segunda Revolução Industrial, os problemas relacionados com a
excessiva densidade edificatória, que não permite mais
ampliações dos edifícios, e o crescente valor do solo em espaço
urbano, obrigam a relocalização de determinadas actividades nas
periferias metropolitanas (Méndez & Caravaca, 1999).

A relocalização das pequenas e médias empresas para a periferia


ou a sua fixação em pequenos núcleos em meio rural surge,
sobretudo, como uma necessidade de redução dos custos de
produção. A utilização de novas formas energéticas, como a

83
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

energia eléctrica contribui, por sua vez, para esta dispersão das
actividades económicas no território.

Na distribuição funcional, preconizada pelas New Towns, foi


ensaiada a aplicação de regulamentação sobre a implantação
industrial no território, que procurava a descentralização
produtiva, reservando o núcleo histórico para actividades
administrativas e de serviços, e remetendo o processo de
fabricação para áreas especializadas, nas periferias das cidades.
A necessidade de ordenar a indústria, que se vai instalando nesta
periferia, e de resolver os problemas de circulação e de habitação
dos operários, levaram à defesa da segregação funcional e à
aplicação do zonamento, surgido nos inícios dos anos 20, pela
“mão” do Movimento Modernista. À disciplina do planeamento
coube a resolução de graves problemas de insalubridade e de
degradação, que enfrentavam alguns bairros operários, pela
convivência próxima com as fábricas. Esta assumpção levou à
defesa da segregação das diferentes funções no território, e à
aplicação de um zonamento rígido, que definia zonas com uma
única actividade, onde se proibia a construção de habitação e se
promoviam os espaços verdes em torno destas zonas industriais,
como “folga” a uma futura expansão.

Tony Garnier (1869-1948) desenvolve, nesta época, uma proposta


de Cidade Industrial, esboçando aquilo que viria a ser designado
de zonamento, enquadrando uma área de actividades industriais,
estruturada pelo caminho-de-ferro ou pelo curso de água, em
meio rural, segregada do núcleo residencial, mas interligada a este
através da rede viária.
É referido por Santos & Ribeiro (1996) que a diferença para os
padrões de localização das grandes empresas, reside na
territorialização radicada na comunidade, onde se insere. A par da
descentralização produtiva e dos distritos industriais, localizados
nas periferias metropolitanas e caracterizados pela elevada
qualidade dos serviços e infra-estruturas, assiste-se, neste período
à dispersão em meio rural, sobretudo pela disponibilidade de
terreno, mais barato, muitas vezes servido por importantes vias
de comunicação, e onde o controlo urbanístico é menos rígido.

Localização industrial em meio disperso

A existência de diferentes contextos territoriais, nos quais a


actividade industrial actualmente se insere, enquadrou a definição
de uma metodologia de abordagem, que procurou identificar as
tipologias de localização industrial, num determinado território.

84
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Ainda em termos metodológicos, caracterizou-se, sob a


perspectiva teórica estas localizações industriais, estruturadas de
acordo com um referencial territorial, sintetizado em três grandes
grupos: a zona especializada, o contínuo urbano (mistura
funcional) e o espaço rural disperso (Carmona, 2008).

Centremo-nos sobre o último, procurando caracterizar a


localização da actividade industrial em espaço rural disperso,
abordando as repercurssões da sua relação com este território.
A localização da actividade industrial em espaço rural disperso é
caracterizada, fundamentalmente, pela forma espontânea e não
planeada, suportada pela rede viária e condicionada pelo cadastro
da propriedade, evoluindo, em muitos casos, de uma forma linear
ao longo desta estrutura territorial. Os factores relacionados com
o abandono da actividade agrícola, influenciam esta fixação, mas
também a existência de outras actividades em solo rural atraem a
actividade industrial, que complementa, nestes casos, sectores
como a extracção mineira, florestal ou as explorações agrícolas.

Sumário

Caro estudante, nesta unidade temática aferimos que a mistura


funcional também tem lugar nesta tipologia de localização
industrial, a par de uma maior “permissividade” quanto aos
impactes desta actividade, crê-se que, por influência de factores
relacionados com o ambiente local e as motivações pessoais. O
factor acessibilidade assume, por seu turno, uma enorme
importância, no que respeita à localização desta actividade,
quanto às necessidades de proximidade a nós rodoviários
fundamentais, cujos traçados ocorrem em espaço rural
constituem uma oportunidade à fixação nestes locais de outras
funções de cariz mais urbana.

Exercícios de Auto-AVALIAÇÃO [5 (Questões)]

1. Numa primeira etapa, designada de pré-


industrial ou manufactureira, salienta-se a forte
dependência das actividades industriais a factores
como:
A. Proximidade a mao de obra qualificada;
B. Proximidade de matérias-primas e da força
motriz;
C. Proximidade a industria energética;

85
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

D. Todas as opcoes estão certas.

2- Neste período pré-industrial, ocorre uma


dispersão em meio rural assente, não só, nos
factores acima referidos, associada:
A. A alguma fixação populacional, fornecedora de
mão-de-obra.
B. A alguma fixação populacional;
C. Necessidade de jazigo de carvao;
D. Todas as opcoes estão certas.

3- Os modelos territoriais dos sécs. XVI e XVII, de


alguma dispersão desta actividade industrial e a
fixação em meio rural, baseada em:
A. factores físicos-naturais;
B. factores sócio-ambientais;
C. factores sócio-antropologicos.
D. factores sócio-económicos.

4- A utilização de novas formas energéticas, como


a ------------------------------------- contribui, por sua
vez, para esta dispersão das actividades
económicas no território.
A. Energia eléctrica
B. recursos tecnológico
C. recursos humanos
D. Todas as opcoes estão certas.

5. A segunda etapa aqui retratada, impulsionada


com a Revolução Industrial no séc. XIX, foi marcada
pelo abandono da:
A. povoamento disperso;
B. organização dispersa;
C. Povoamento de colonia;
D. Todas as opcoes estão certas.
Correção
1 2 3 4 5
B A D A B

Exercícios de AVALIAÇÃO [5 (Questões)]

1. Indique os fortes factores de proximidade de


dependência das actividades industriais?

86
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

A. Proximidade de matérias-primas
B. Força motriz, empregue no processo produtivo
C. Proximidade de matérias-primas e da força
motriz, empregue no processo produtivo
D. Todas as opcoes estão certas.

2- Como é que surgiram as cidades mocambicanas


costeiras?

A. Os portos constituiam locais de concentração de


fábricas, armazéns e estabelecimentos
complementares.
B. Os portos constituiam locais de concentração de
fábricas.
C. Os portos constituiam locais de industrialização.
D. Todas as opcoes estão certas.
3- A necessidade de ordenar a indústria, que se vai
instalando nesta periferia, e de resolver os
problemas de circulação e de habitação dos
operários, levaram. Indique o objectivo?
A. À defesa da segregação funcional e à aplicação
do zoneamento;
B. À defesa da aplicacao do zoneamento;
C. Funcional e à aplicação do zoneamento;
D. Todas as opcoes estão certas.
4- Indique a pertinência do percursor Claude
Nicolas Ledoux (1736-1806) no zoneamento
espacial?
A. Tratavam a questão da habitação operária;
B. Criação de espaços verdes e do acesso a bens
culturais;
C. Tratavam a questão da habitação operária,
através da criação de espaços verdes e do acesso a
bens culturais;
D. Todas as opcoes estão certas.
5- O que o Tony Garnier (1869-1948) desenvolve,
nesta época?
A. uma proposta de Cidade Industrial, esboçando
aquilo que viria a ser designado de zonamento,
B. enquadrando uma área de actividades
industriais, estruturada pelo caminho-de-ferro ou
pelo curso de água, em meio rural,
C. segregada do núcleo residencial, mas interligada

87
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

a este através da rede viária.


D. Todas as opcoes estão certas.
Correção
1 2 3 4 5
B A D A B

UNIDADE Temática 5.2. A dispersão regional, concertação intrarregional


e descentralização urbana.

Introdução

H. W. Richardson estudou em seu livro Regional growth theory


(1973), a incidência espacial do processo de crescimento e
desenvolvimento econômico dos países desenvolvidos após a
Revolução Industrial, formulando algumas hipóteses sobre os
padrões espaciais subjacentes a este processo. Esses padrões
obedecem uma seqüência temporal correspondente aos
diferenciados estágios de desenvolvimento socioeconômico,
referindo-se a distintos níveis espaciais de análise. De acordo com
Godinho (2002), Richardson caracterizou esses estágios da
seguinte forma:

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

Objectivos específicos

 Caracterizar o processo de dispersão regional.


 Explicar as causas de dispersão das actividades económicas,
apoiando se em algumas teorias;
 Compreender a a incidência espacial do processo de crescimento
e desenvolvimento econômico dos países desenvolvidos após a
Revolução Industrial;
 Entender a distribuição espacial das atividades econômicas e da
população

88
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

A distribuiçã espacial das atividades econômicas

Numa primeira fase, o crescimento da economia nacional


manifesta-se de forma muito polarizada, concentrando-se numa
ou num número reduzido de regiões do país – concentração
inicial.

Subseqüentemente, o crescimento sustentado da economia


nacional vai estar associado à difusão da expansão econômica
dessa(s) região(ões) central(is) para outras regiões do país, seja
devido a fatores econômicos (e.g. alargamento do mercado
interno), seja devido a fatores políticos (e.g. assegurar a coesão
nacional), contribuindo para uma maior integração espacial da
economia nacional No entanto, este processo de difusão inter-
regional do crescimento econômico nacional assume, no interior
de cada região, a forma de concentração espacial num número
restrito de centros urbanos, nos quais se observa uma crescente
aglomeração de população e de actividades econômicas (Figura-
7). – dispersão concentrada;

Figura-7 - Mapa da lei de uso de solo nas actividade


económica

Fonte: Carmona (2008).

Por último, e no interior das áreas metropolitanas ou de centros


urbanos de grande dimensão, o processo de crescimento tende a
ser acompanhado por descentralização de população e de
atividades econômicas do centro para a periferia – concentração
descentralizada, [grifo da autora]. (Silva, 2002 apud Godinho,
2002, p. 202).

Numa síntese, para Richardson, “o processo de desenvolvimento


econômico dos países desenvolvidos se caracteriza, ao nível da
sua incidência espacial, como um processo de “dispersão
concentrada

89
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

descentralizada [...]”(Silva, 2002 apud Godinho, 2002, p. 202).

A distribuição espacial das atividades econômicas e da população


reflete o impacto líquido de duas forças opostas: forças de
aglomeração e forças de dispersão. Desse modo, a teoria espacial
do crescimento regional terá que explicar as tendências que
atuam no sentido da concentração e as que atuam no sentido da
dispersão espacial dos agentes econômicos. As variáveis
relevantes para a teoria espacial do crescimento regional são as
constantes de localização, as economias de aglomeração e as
preferências de localização.

Para Richardson, conforme(Silva, 2002 apud Godinho, 2002, p.


202) o quadro espacial de partida para uma teoria do crescimento
regional que considere o espaço, resulta da consideração da
estrutura espacial pré-existente ao processo de crescimento, que
cristaliza as escolhas de localização dos agentes econômicos
realizadas no passado, contendo, por isso, um conjunto de lugares
com capacidade real ou potencial de atração de população, de
atividades industriais e de serviços, ou seja, a distribuição inter e
intra-regional desses lugares é historicamente determinada.

As constantes de localização abrangem o conjunto de lugares já


existentes, comportando três categorias principais: cidades que
existem há muito tempo, cuja localização foi definida em função
de fatores econômicos, políticos, religiosos ou fortuitos; lugares
com significativa dotação de recursos naturais imóveis; e lugares
situados na confluência de vias de transporte ou com vantagens
naturais em termos de acessibilidade.

As constantes de localização, conforme Godinho, entre outras,


têm por função: contribuir para explicar a incidência espacial do
processo de difusão do crescimento econômico, seja aos níveis
inter e intra-regional (processo de dispersão concentrada) seja ao
nível intra-urbano (processo de concentração descentralizada).
Sendo imóveis por definição, as constantes de localização atuam
como restrição ao próprio processo de aglomeração espacial de
atividades económicas e de população, condicionando portanto o
processo de crescimento regional e a evolução da estrutura
espacial das economias. (Silva, 2002 apud Godinho, 2002, p. 204).

A localização conjunta de agentes econômicos é fonte de


rendimentos crescentes, portanto, a concentração espacial
constitui uma forma eficiente de se organizar e distribuir os
recursos produtivos de uma economia. “As economias de
aglomeração são um
90
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

conceito multidimensional que exprime as vantagens econômicas


liquídas que induzem as atividades econômicas e a população a
concentrar-se no espaço [...]” (Ibid, 2002, p. 204).

Se a concentração espacial proporciona aos agentes econômicos o


acesso a economias externas, conduz também à produção de
deseconomias externas. Estas duas dimensões, positiva e
negativa, das economias de aglomeração agrupam-se em termos
líquidos. Enquanto as economias de aglomeração forem, em
termos líquidos, positivas, constituirão a principal força para a
concentração dos agentes econômicos.

Continuando a análise, (Silva, 2002 apud Godinho, 2002) comenta


que estando associadas às vantagens propiciadas pela
concentração espacial, a consideração das economias de
aglomeração em um modelo de crescimento regional evidencia o
papel dos rendimentos crescentes no processo de crescimento,
particularmente dos derivados da concentração urbana.

As economias de aglomeração, como já anteriormente


referenciado, podem ser distinguidas em duas categorias:
economias de localização e economias de urbanização. As
economias de localização dizem respeito às vantagens derivadas
da localização conjunta de empresas de um mesmo setor e de
setores afins em uma mesma área geográfica; representam
economias externas à empresa e internas à indústria localizada a
que pertence. As economias de urbanização, por sua vez, resultam
da concentração espacial de diferentes atividades e de população
em aglomerados urbanos.

Destaca-se assim, no modelo de Richardson, a importância da


dimensão urbana no crescimento regional, acentuando-se,
particularmente, o papel [...] das cidades de grande dimensão,
enquanto motores do crescimento, seja pelo seu poder de
retenção e atração de recursos produtivos móveis, seja pela sua
capacidade de criar um ambiente favorável à alteração
tecnológica, tanto pela via da inovação e progresso técnico
endogenamente gerado, como pela via da adoção de inovações
tecnológicas produzidas noutro lado. (Ibid, 2002, p. 205).

As economias de aglomeração, no modelo formulado por


Richardson, conforme Godinho, desempenham as seguintes
funções:

 promovem a inovação e o progresso técnico;

91
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

 aumentam a produtividade dos fatores de produção;


 influenciam as decisões de localização dos agentes
econômicos e o comportamento migratório da força de
trabalho;
 afetam a eficiência da estrutura espacial da economia
regional;
 explicam a concentração de população e atividades
econômicas em algumas regiões da economia nacional e, no
interior de cada região, em alguns dos seus centros urbanos.

No entanto, como o alcance espacial das economias de


aglomeração varia, sua influência total é condicionada pela
distância.

As preferências de localização referem-se a fatores não


econômicos que influenciam as decisões de escolha de localização
dos agentes econômicos, contribuindo para explicar as taxas de
crescimento da população, da oferta de trabalho e do estoque de
capital de uma determinada região. Elas são importantes para se
compreender o processo de crescimento no espaço,
principalmente porque: [...] explicam a limitada mobilidade dos
fatores de produção, influenciam a distribuição espacial dos
agentes econômicos e condicionam o seu processo de
redistribuição espacial, tanto ao nível inter-regional como intra-
regional. [Contribuindo] ainda para explicar porque é que a
estrutura espacial de uma economia só muito lentamente reage a
alterações estruturais nas condições da oferta e da procura de
bens e serviços. (Ibid, 2002, p. 206).

De acordo com o autor acima citado, modelos de Paul Krugman e


Anthony Venables, por exemplo, buscam explicar o que leva a
aglomeração ou dispersão dos agentes económicos. Os principais
elementos que cercam os seus modelos são as perspectivas
relacionais entre custos de transporte e vantagens ou
desvantagens de as empresas estarem situadas ou não próximas
umas das outras, levando em conta a mobilidade do trabalho na
abordagem de Paul Krugman e falta de mobilidade em Anthony
Venables.

Segundo Fochezatto e Valentini (2010), citados por Roxo, a


transformação das teorias de desenvolvimento regional divide-se
em três grupos: primeiro, as teorias da localização industrial,
cujos autores mais destacados foram citados anteriormente;
segundo, o grupo composto pelas teorias dos pólos de
crescimento, de François Perroux, da causação circular

92
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

cumulativa, de Gunnar Myrdal e a dos efeitos de encadeamento,


de Albert O. Hirschman; terceiro, o grupo das teorias de
economias externas dinâmicas do tipo marshallianas com os
seguintes autores principais, Brian Arthur, Paul Krugman, Giacomo
Becattini e Michael Storper.

Sumário

Caro estudante, nesta unidade temática, esta unidade temática,


apresentou algumas teorias que explicam os padrões da dispersão
e aglomeração das actividades económicas no espaço. Foram
discutidos alguns factores que influenciam na dispersão e
aglomeração das actividades económicas no espaço.

Exercícios de AVALIAÇÃO [20 (Questões)]

1. Indique os fortes factores de proximidade de


dependência das actividades industriais?
A. Proximidade de matérias-primas;
B. Força motriz, empregue no processo produtivo;
C. Proximidade de matérias-primas e da força
motriz, empregue no processo produtivo;
D. Todas as opcoes estão certas.

2- Como é que surgiram as cidades mocambicanas


costeiras?
A. Os portos constituiam locais de concentração de
fábricas, armazéns e estabelecimentos
complementares;
B. Os portos constituiam locais de concentração de
fábricas;
C. Os portos constituiam locais de industrialização.
D. Todas as opcoes estão certas.
3- A necessidade de ordenar a indústria, que se vai
instalando nesta periferia, e de resolver os
problemas de circulação e de habitação dos
operários, levaram. Indique o objectivo?
A. À defesa da segregação funcional e à aplicação
do zoneamento;
B. À defesa da aplicacao do zoneamento;
C. Funcional e à aplicação do zoneamento;
D. Todas as opcoes estão certas.

93
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

4- Indique a pertinência do percursor Claude


Nicolas Ledoux (1736-1806) no zoneamento
espacial?
A. Tratavam a questão da habitação operária;
B. Criação de espaços verdes e do acesso a bens
culturais;
C. Tratavam a questão da habitação operária,
através da criação de espaços verdes e do acesso a
bens culturais;
D. Todas as opcoes estão certas.
5- O que o Tony Garnier (1869-1948) desenvolve,
nesta época?
A. uma proposta de Cidade Industrial, esboçando
aquilo que viria a ser designado de zonamento;
B. enquadrando uma área de actividades
industriais, estruturada pelo caminho-de-ferro ou
pelo curso de água, em meio rural;
C. segregada do núcleo residencial, mas interligada
a este através da rede viária;
D. Todas as opcoes estão certas.
6. Quais foram os fortes factores da dependência
das actividades industriais a factores, nesta
época?
A. Proximidade a mao de obra qualificada;
B. Proximidade de matérias-primas e da força
motriz;
C. Proximidade a industria energética;
D. Todas as opcoes estão certas.

7- O que teria impulsionado no período pré-


industrial, para haver dispersão em meio rural
assente?
A. A alguma fixação populacional, fornecedora de
mão-de-obra.
B. A alguma fixação populacional;
C. Necessidade de jazigo de carvao;
D. Todas as opcoes estão certas.

8- Os modelos territoriais dos sécs. XVI e XVII, de


alguma dispersão desta actividade industrial e a
fixação em meio rural, baseada em:
A. factores físicos-naturais;
B. factores sócio-ambientais;
C. factores sócio-antropologicos.

94
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

D. factores sócio-económicos.

9- Indique o tipo de recurso energético que teria


galvanizado a dispersão das actividades
económicas no território?
A. Energia eléctrica
B. recursos tecnológico
C. recursos humanos
D. Todas as opcoes estão certas.

10. A Revolução Industrial no séc. XIX, foi marcada


pelo:
A. povoamento disperso;
B. organização dispersa;
C. Povoamento de colonia;
D. Todas as opções estão certas.

11. O factor acessibilidade assume, por seu turno,


uma enorme importância, no que respeita à
localização desta actividade, quanto às
necessidades de proximidade a nós rodoviários
fundamentais.
A. Verdadeira
B. Falso.

12. A par do fomento da industria de


processamento primário em Moçambique assiste-
se nos finais da decáda 60, neste período á
dispersão em arredores das cidades sobretudo
pela disponibilidade de terreno, mais barato.
A. Verdadeira
B. Falso.

13. Desde a Revolução Industrial, a ocupação do


solo pelas actividades económicas, tem
interessado às diversas áreas de pensamento
sobre a cidade.
A. Verdadeira
B. Falso

14. Quais são as funções que desempenha as


economia de aglomerações, conforme Richardson?
A. Promovem a inovação e o progresso técnico;
B. Aumentam a produtividade dos fatores de

95
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

produção;
C. Influenciam as decisões de localização dos
agentes econômicos e o comportamento migratório
da força de trabalho;
D. Todas as opções estão certas.

15. Para Richardson, como é que se caracteriza o


processo de desenvolvimento econômico dos
países desenvolvidos?
A. Se caracteriza, ao nível da sua incidência
espacial;
B. Como um processo conturbado;
C. Dispersão concentrada descentralizada;
D. Todas as opções estão certas.

16. As constantes de localização, conforme


Godinho, entre outras, têm por função:
A. Contribuir para explicar a incidência espacial do
processo de difusão do crescimento econômico;
B. seja aos níveis inter e intra-regional (processo de
dispersão concentrada);
C. seja ao nível intra-urbano;
D. Todas as opções estão certas.

17. O que condiciona o alcance espacial das


economias de aglomeração?
A. Sua influência total é condicionada pela distância
B. Sua influência total é condicionada pela mao-de-
obra;
C. Sua influência total é condicionada pelo
transporte
D. Sua influência total é condicionada pelo
incentivo fiscal.

18. Indique por quê a cidade da Matola têm as


preferências de localização referem-se a fatores
não econômicos que influenciam as decisões de
escolha de localização dos agentes econômicos?
A. Contribuindo para explicar as taxas de
crescimento da população,
B. Contribuindo da oferta de trabalho e do estoque
de capital de uma determinada região;
C. Aumentam a produtividade dos fatores de produção;
D. Todas as opções estão certas.

96
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

19. Indique um dos grupos da transformação das


teorias de desenvolvimento regional?
A. As teorias da localização industrial;
B. As teorias da aglomeracao economica;
C. As teorias de mais-valias;
D. Todas as opções estão certas.

20. Quais são os autores principais do grupo das


teorias de economias externas dinâmicas do tipo
marshallianas?
A. Claude Nicolas, Ledoux e webber;
B. Brian Arthur, Paul Krugman e Giacomo;
C. Karl Mark, Adam Smith e Godinho;
D. Todas as opções estão certas.
Correção
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

C A A C D B A D A B A A B D C D A B A B

TEMA VI: CAUSAS E EFEITOS DAS DISPARIDADES REGIONAIS E REDES GLOBAIS

UNIDADE Temática 6.1. Disparidades Regionais, Causas e Efeitos.

UNIDADE Temática 6.2. O processo de Globalização (redes globais


de tecnologia e informação)

UNIDADE Temática 6.1. Disparidade Regionais, causas e efeitos

Introdução

Caro estudante, nesta unidade temática, serão


apresentadas as disparidades regionais, sobretudos
nas actividades económicas. O caráter desigual
apresentado pela distribuição das atividades
econômicas no espaço, que exigem trabalhadores
capazes de suprir suas demandas em diferentes
escalas de especialização, reflete-se no dinamismo
econômico inter-regional. Não obstante, tais
desigualdades produtivas refletem-se na
distribuição de rendimentos
97
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

entre a população residente nessas áreas.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

Objectivos específicos

 Identificar as causas das disparidades regionais;


 Identificar os efeitos das disparidades regional;
 Entender o caráter desigual da distribuição das atividades
econômicas no espaço.

A dinâmica das disparidades regionais causas e efeitos

De acordo com Coutinho (2017), a análise da disparidade espacial


da actividade humana, do lado económico, seguiu duas
abordagens diferentes: a primeira e mais antiga é a teoria da
localização, onde características funcionais intrínsecas às
unidades de produção e "agentes" do sistema económico são
enfocadas - por exemplo, as causas da concentração espacial
decorrem de certas características das unidades económicas de
produção, como tamanho, escalas óptimas, centralidade e o custo
de transporte representando a fricção do espaço, ou custo da
mobilidade no espaço.

A segunda abordagem parte da predefinição das regiões e tenta


explicar as relações inter-regionais (migrações, transferência de
poupanças, comércio, etc.) por meio de modelos analíticos.

Cabe ressaltar que muito pouco foi feito no sentido de integrar


estas duas abordagens; poucos modelos analíticos levam em
consideração as tendências genéticas de aglomeração das
unidades económicas, e, por outro lado, a teoria de localização
não incorporou os aspectos macroeconómicos das relações inter-
regionais. O resultado desta ausência de síntese reflecte se no
insuficiente conhecimento da natureza e mecanismos cumulativos

98
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

caracterizados pelo trabalho pioneiro de Myrdal.

Dentro das duas abordagens, várias técnicas analíticas foram


desenvolvidas. A mais comum é a formulação de modelos:
históricos, lógico-analíticos, empíricos-estatísticos ou
estruturalistas. Estes modelos prestam-se mais facilmente a
análises dinâmicas ou de estática comparativa. Outra técnica
utilizada é a formulação de sistemas de equilíbrio geral restritos
geralmente à análise estática, sendo as matrizes de insumo-
produto a aplicação mais frequente. Todas estas tentativas foram
realizadas a diferentes níveis de abstração, como muito bem
ilustra o trabalho de Meyer de 1963.

Somente um tipo de teoria pode ser descartado a priori: trata-se


da teoria económica neoclássica, pois baseia-se por axioma no
autoequilíbrio entre diversos mercados, sob equalização
automática de produtividades marginais. Elimina portanto a
possibilidade de processos instáveis, explosivos e acumulativos,
não podendo oferecer nada à compreensão do processo de
desigualdade regional.

Teorias de localização e suas ramificações

a) Teoria de Losh e sua versão moderna por Berry

De acordo com Coutinho (2017), raciocinando em termos de


concorrência perfeita e distribuição homogênea dos recursos
naturais sobre o espaço, Losh demonstrou que uma hierarquia de
cidades (ou pólos) é inevitável se as unidades de produção de
cada sector têm escalas diferentes, portanto servindo a áreas de
mercado de diferentes tamanhos.

Dada a hipótese de concorrência e homogeneidade da


distribuição dos recursos naturais, demonstra-se que a forma mais
racional da área de mercado seria a hexagonal - isto é, os
produtores formariam uma rede de hexágonos contíguos, de
tamanho óptimo e uniforme, para as áreas de mercado de cada
actividade. Supondo-se que existam n actividades diferentes,
existiriam n redes óptimas de hexágonos de tamanhos diferentes,
de tal forma que, quando superimpostas, estas redes tenderiam a
formar um sistema de hierarquia completo.

99
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Este sistema, com uma ordenação de pólos ou nódulos urbanos


de tamanho decrescente, pode ser representado pela distribuição
lognormal da percentagem cumulativa da população. Este sistema
representaria o arranjo mais racional da actividade humana sobre
o espaço, de tal forma que o nódulo maior teria actividades
compreendendo áreas de mercado de tamanho 1 a n, os seguintes
de 1 a (n-1) e assim por diante até os nódulos mínimos que
somente teriam a actividade de ordem 1.

Cristaller tentou comprovar esta teoria mediante exemplos


empíricos, analisando o sistema urbano da Prússia. A versão
moderna desta foi desenvolvida por Brian Berry em termos
matemáticos pela maximização de leis de entropia dentro do
sistema.

Em termos simplificados, o teorema de Berry é o seguinte:

a) Dado que as atividades humanas (económicas e não


económicas) podem ser ordenadas por escala de operação no
espaço;

b) Dada a população total e o espaço ilimitado - a maximização da


entropia dará origem a uma distribuição hierarquizada de cidades,
que pode ser representada pela distribuição log-normal. Para
comprovar a sua teoria, Berry utilizou a econometria, estimando a
distribuição da percentagem cumulativa da população por
tamanho de cidades e de facto encontrou que mais da metade
dos países tinha uma distribuição próxima à log-normal.
Entretanto, a outra metade dos casos, que não se conformam à
log-normal, ocorre sob as mais variadas condições de densidade
populacional e estágio de desenvolvimento.

As forças que agem no sentido de hierarquizar o sistema urbano


podem explicar a polarização da distribuição populacional sobre o
espaço, porém, não ajudam muito a compreensão dos processos
de desigualdade regional. A formulação da teoria de centralidade
e hierarquia é estática e, apesar de partir do conceito de escalas
ótimas, não considera a interação destas sob a forma de
economias (ou deseconomias) externas, dentro e entre os
nódulos urbanos.

100
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

b) Análise de polarização (Escola francesa)

Os mesmos conceitos básicos da teoria de centralidade foram


usados para análise de polarização, com resultados interessantes.
A teoria de polarização, desenvolvida inicialmente por Perroux, é
bastante flexível, presta-se a análises parciais e, pelo conceito de
pólos de crescimento, permite realizar interpretações dinâmicas
(Coutinho, 2017).

A teoria de polarização pode ser facilmente acoplada a outros


conceitos da teoria de localização; há por exemplo muito em
comum entre o conceito de área de polarização e os de área de
mercado, área de oferta/demanda desenvolvidos por Hoover. A
teoria de polarização também pode ser aplicada no contexto de
modelos inter-regionais incorporando os efeitos de economias de
escala e externas.

Até pouco esta teoria não tinha desenvolvido técnicas de


quantificação dos seus conceitos. Como veremos posteriormente,
a técnica de "complexos industriais", desenvolvida por Isard,
constitui uma formulação quantitativa rigorosa do conceito de
pólo de crescimento, apesar de restringir-se à polarização
industrial.

Apesar das suas contribuições positivas à teoria, não trata as


desigualdades regionais como um processo político e económico
onde a estrutura de poder, transferência de poupanças e
desigualdades implícitas nas relações inter-regionais,
aparentemente iguais ou equivalentes, têm importância
fundamental.

c) A síntese weberiana de Isard

As teorias de centralidade (Losh-Berry) e de polarização (escola


francesa) partem de um conceito implícito de que existem
economias de escala e de aglomeração. A teoria derivada de
Weber, por outro lado, enfatiza o fenómeno da aglomeração e
suas causas económicas, enquanto as anteriores preocupam-se
mais com o funcionamento destas aglomerações, do ponto de
vista da polarização ou hierarquia.

101
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Modelos Analíticos

Este parágrafo trata de caracterizar e avaliar os modelos e idéias


mais frequentemente utilizados para análise das relações inter-
regionais, através de alguns exemplos representativos.

a) A teoria da base económica

A teoria da base económica, segundo Coutinho (2017), opera sob


as seguintes hipóteses a respeito da estrutura económica da
região (ou pólo metropolitano):

 A existência de um sector de exportação, diferenciado ou


homogêneo, que constitui a actividade mais importante em
termos de emprego e renda gerada;

 A existência de actividades subsidiárias orientadas para o


mercado interno da região (actividades não básicas); sendo
que em última análise a renda gerada endogenamente pelas
actividades subsidiárias depende do sector exportador;

 As exportações da região são exogenamente


determinadas pelos mercados externos a essa região. Esses
mercados, por sua vez, não são afetados significativamente
pelo nível da renda da região ou pelas suas importações. Em
outras palavras, existiria uma dependência unilateral da
região com relação à demanda dos seus produtos pelas
demais regiões, porém nenhum efeito em sentido oposto ou
interação multilateral.

Em resumo, a teoria: a) não considera as relações inter-regionais


de insumo-produto e portanto ignora qualquer tipo de
interdependência; b) implicitamente admite que a região é
homogênea (sem dimensão espacial), isto é, não se qualifica a
estrutura económica interna (sector exportador e não básicos) em
termos espaciais e econômicos, impossibilitando a compreensão
da sua própria base teórica; c) o problema de transferência de
capitais e poupanças pelo sector financeiro e uma análise da
apropriação do excedente económico, a exemplo das teorias
anteriores, são completamente ignorados.

102
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

b) O modelo "comércio-sim, ajuda-não"

De acordo com Coutinho (2017), a idéia "comércio-sim, ajuda-


não" (trade-notaid) representa uma crítica à ajuda externa através
de emprésticos em favor da intensificação do comércio. A versão
mais sofisticada desta idéia foi produzida por Vietorisz. Neste
trabalho, propõe-se uma maximização planeada das vantagens
comparativas de cada região com autofinanciamento dos
investimentos, numa perspectiva de longo prazo. Em outras
palavras, ao invés de prejudicar a transferência de fundos entre
regiões ricas e pobres sob a forma de empréstimos, propõe-se
uma divisão de actividades produtivas entre as regiões como
intensificação do comércio, de forma que cada região especializar-
se-ia nos sectores onde possui vantagens comparativas de longo
prazo.

Sumário

Caro estudante, nesta unidade temática, foram apresentadas as


principais causas das disparidades regionais e também foram
discutidos os principais efeitos destas disparidades.

Exercícios de Auto - AVALIAÇÃO [5 (Questões)]

1. A análise da disparidade espacial da actividade


humana, do lado económico, seguiu duas
abordagens diferentes:
A. A teoria de conspiração e predifinição;
B. A teoria de centros de aglomeração
C. teoria da localização e predifinição
D. Todas as opções estão certas.

2- A segunda abordagem parte da predefinição


das regiões e tenta explicar as relações inter-
regionais:
A. Migrações, transferência de poupanças e
comércio;
B. Transferência de poupança, emigrações e
comércio;
C. Globalização, migração e emigração.
D. Todas as opções estão certas.

103
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

3- A teoria de localização não incorporou os


aspectos:
A. Microeconomicos das relações inter-regionais;
B. Macroeconómicos das relações inter-regionais;
C. A externalidade positiva da região;
D. Todas as opções estão certas.

4- Dentro das duas abordagens, várias técnicas


analíticas foram desenvolvidas. A mais comum é a
formulação de modelos:
A. Antropológico, empíricos-genericos e coerentes.
B. Históricos, lógico-analíticos, empíricos-
estatísticos ou estruturalistas;
C. Históricos, lógico-analíticos e antropológico;
D. Todas as opções estão certas.

5- Indique as Teorias de localização e suas


ramificações?
A. Teoria de Losh e sua versão moderna por Berry;
B. Análise de polarização (Escola francesa);
C. A síntese weberiana de Isard;
D. Todas as opções estão certas.
Correção
1 2 3 4 5
C A B B D

Exercícios de AVALIAÇÃO [5 (Questões)]

1. Indique a teoria que é nociva e que pode ser


descartada a priori?
A. A teoria económica neoclássica;
B. A teoria económica clássica;
C. A Teoria económica kenysiana;
D. Todas as opções estão certas.

2- Diga duas teorias de análise da disparidade


espacial da actividade humana?
A. A teoria Losh e do Berry;
B. A teoria de polarização;
C. A teoria de localização e de predifinição da
região;
D. Todas as opções estão certas.

104
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

3. Os produtores formariam uma rede de


hexágonos contíguos, de tamanho óptimo e
uniforme, para as áreas de mercado de cada
actividade.
A. Verdadeira;
B. Falsa.

4- Dado que as atividades humanas (económicas )


podem ser ordenadas por escala de operação no
espaço.
A. verdadeira
B. Falsa.

5. Ao invés de prejudicar a transferência de fundos


entre regiões ricas e pobres sob a forma de
empréstimos. O que se propõe-se?
A. uma divisão de actividades produtivas;
B. de forma que cada região especializar-se-ia nos
sectores onde possui vantagens comparativas de
longo prazo;
C. propõe-se uma maximização planeada das
vantagens;
D. Todas as opções estão certas.
Correção
1 2 3 4 5
A C A B D

UNIDADE Temática 6.2. O processo de globalização (Rede Globais de


tecnologia de informação)

Introducação
Caro estudante, esta unidade temática fará uma
abordagem sobre o processo de globalização, os
caminhos por ele percorridos até aos dias actuais

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

105
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Objectivos espacíficos

 Identificar as diferentes fases que marcaram o processo de globalização


 Identificar os principais feitos da globalização

O processo de Globalização

A Globalização começou ainda nos séculos XV e XVI, com as


grandes navegações e a expansão do mercado europeu para
outras partes do mundo, até então desconhecidas. A necessidade
de realizar trocas comerciais com o oriente lançou ao mar mestres
da navegação a serviço das grandes potências mercantis da época
– os países europeus.

Também conhecida como expansão marítima e comercial, o


período das grandes navegações é um grande marco na história
da humanidade, pois resultou na “descoberta” de novas terras,
como o continente americano; e permitiu o contato de vários
povos e culturas, além de uma intensa troca de mercadorias. Foi
justamente nesse momento, que boa tarde dos pressupostos da
economia capitalista se difundiu para outras partes do globo; isto
é, esse sistema económico que já vigorava na Europa, se espalhou
para outras regiões que comercializavam com as potências, como
Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Holanda.

O período das grandes navegações também possibilitou o


desenvolvimento da pesquisa náutica, cartográfica, astronômica e
tecnológica. O astrolábio, que media a altura dos astros; a
bússola, que orientava os navegantes; as naus e caravelas,
embarcações adequadas às navegações oceânicas, foram alguns
dos instrumentos criados ou aperfeiçoados nessa época.

No entanto, todo esse progresso técnico não seria tão relevante


se as grandes navegações não tivessem provocado uma grande
transformação no mundo. A “descoberta” de novas terras e o
contato com vários povos de hábitos e costumes distintos, na
verdade, possibilitaram a ampliação do mundo conhecido até
então. Não custa lembrar que, até o final do século XV, os
europeus apenas conheciam o norte da África, parte da Ásia e o
próprio continente europeu.

106
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Viajar por “mares nunca antes navegados” desmistificou o


desconhecido. E os lugares que, até então, eram representados
apenas em fábulas e mitos, passaram a integrar o mundo da Era
Moderna. Não é à toa que, nessa época, os europeus chamaram o
recém-descoberto continente americano de “Novo Mundo”.

Assim, para alguns, a globalização se iniciou nesse período,


porque antes disso, os povos viviam em “mundos isolados”. O
mundo árabe, por exemplo, desconhecia o mundo dos milhares
de povos africanos, assim como o mundo europeu desconhecia,
até 1492, o mundo dos povos americanos.

Isto é, todos os povos viviam em um único planeta, no entanto, o


contacto entre eles era bastante restrito. Deste modo, as grandes
navegações permitiram o reconhecimento de que a humanidade
poderia se articular sob diversas formas.
Na outra ponta, existem aqueles que defendem que a
Globalização é um fenómeno contemporâneo em pleno curso,
típico da fase mais actual da economia capitalista, e possível
graças ao desenvolvimento tecnológico, em especial, os meios de
transportes e telecomunicações (Figura-8) . É bem verdade, que o
termo “Globalização” só começou a ser utilizado na década de
1980 e, partir de então, passou a fazer parte do vocabulário dos
mais diversos especialistas em ciências económicas, políticas e
sociais.

Figura 8: A internet conecta diferentes partes do mundo

Fonte: Silva (2000).

De acordo com esse grupo de estudiosos, o desenvolvimento e a


expansão do Capitalismo, para praticamente todos os países do
mundo, possibilitaram a integração de mercados e do processo
produtivo, intensificaram a circulação dos fluxos de mercadorias,
capitais, pessoas e informações, alteraram os padrões de
consumo, formando um

107
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

mercado capitalista global, também chamado de sistema-mundo

A Globalização, entendida em seu estágio mais recente da


expansão capitalista, ainda provocou a ampliação do comércio
internacional, acelerou a concorrência entre as grandes empresas,
integrou as economias em blocos económicos, interligou o mundo
em redes, com modernos meios de transportes e
telecomunicações.

Assim, independente do início propriamente dito, é notório


afirmar que a Globalização, pressupõe a ideia de integração.
Entretanto, de agora em diante, passaremos a analisá-la a partir
de sua fase mais recente, ou seja, do advento da nova ordem
mundial e do processo mais recente da integração das economias
capitalistas, marcado pela revolução técnico-científica, pelo
desenvolvimento dos sistemas de transportes e
telecomunicações, pela configuração dos espaços em redes
(Figura-9), pela dinamicidade dos fluxos e, consequentemente,
pelo “encurtamento” das distâncias.

Figura 9: A Globalização dinamizou os fluxos e integrou o mundo


em redes

Fonte: Silva (2000)

A Terra, entendida enquanto o espaço conhecido pelo homem


não está “aumentando”, mas sim, “encolhendo”. Isso porque,
como resultado do progresso técnico (difusão da informação,
desenvolvimento tecnológico, facilidades de comunicação,
redução do tempo de viagem e dos custos dos meios de
transportes), temos uma relativização da noção de tempo e de
espaço e, consequentemente, um “encurtamento” das distâncias.

108
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

As pessoas e os lugares, de certa forma, estão mais próximos, as


economias mais integradas, a cultura mais globalizada e os
hábitos mais padronizados.
O mesmo acontece com as paisagens, sobretudo dos grandes
centros urbanos. O modo de vida das pessoas, o intenso trânsito
de veículos, os centros de consumo e serviços, a presença de
grandes empresas e organizações internacionais tendem, cada vez
mais, a arquitectar paisagens com elementos comuns. Nesse
sentido, o espaço geográfico vai se tornando, ele próprio,
globalizado.

A era das redes e dos fluxos

A segunda metade do século XX, sobretudo as últimas décadas,


marcou a mundialização da economia capitalista e da expansão
das empresas para diversas partes do mundo.
O período presenciou um intenso desenvolvimento científico e
tecnológico, capaz de promover a integração económica e cultural
entre diferentes regiões do planeta. Nesse contexto, o mundo
começou a assistir a consolidação de um sistema técnico e
informacional, capaz intensificar as relações e interconectar
diversas partes do globo.

Todo esse sistema constituído por modernos meios de


transportes, telefonia, informática e comunicações via satélite, wi-
fi e fibra óptica, relativizou as distâncias e interligou o mundo em
uma densa rede, que permite o fluxo ininterrupto e instantâneo
de capitais, mercadorias, informações, conhecimento, valores e
também de pessoas.

Uma das marcas da globalização é o intenso desenvolvimento


técnico-científico, que amplia as redes e interconecta os lugares,
em um sistema integrado de fluxos que permite trocas e
transferências de dados em alta velocidade, praticamente em
tempo real.
Nessa combinação de redes e fluxos, os espaços passam a se
diferenciar pela quantidade e qualidade de equipamentos e
estruturas que garantem tal fluidez, em outras palavras, pelos
aeroportos, rodovias, redes de transmissão, pontos de conexão de
internet, etc.

As grandes cidades dos países centrais da economia capitalista

109
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

têm uma vantagem nesse processo, uma vez que possuem


moderna infraestrutura de transportes e telecomunicações. Não é
à toa que as grandes corporações mantêm as sedes de suas
empresas nessas localidades.
Em contrapartida, vastas áreas do globo, sobretudo nos países
periféricos, ainda estão às margens desse processo, uma vez que
são privados, sobretudo, do acesso às redes digitais.

Desenvolvimento tecnológico e o papel da internet

O desenvolvimento tecnológico e científico, iniciado com a


Revolução Industrial e intensificado com o término da Segunda
Guerra Mundial, proporcionou uma maior integração das
actividades económicas, provocou mudanças nas esferas políticas,
sociais e culturais e possibilitou a interdependência de povos e
economias.

Além disso, esse período criou um ambiente de integração


planetária (Figura-10) onde tudo parece se conectar
instantaneamente, independente dos lugares que ocupam no
planeta, graças ao desenvolvimento de computadores, telefones e
satélites de comunicação.

Figura 10: O desenvolvimento tecnológico encurtou as distâncias

Fonte: Silva (2000).

Em suas diversas dimensões, a globalização possibilitou a


formação de um mundo interligado em redes, especialmente as
redes digitais, como a internet (Figura-11).

110
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Figura 11: As redes digitais mantêm as pessoas sempre


conectadas

Fonte: Silva (2000)

A fluidez com que as coisas circulam é capaz de espalhar ideias,


difundir modos de vida, padrões de consumo, conceitos,
costumes, hábitos alimentares e tradições (Figura-12). Nesse
contexto, conhecer a língua inglesa é fundamental, pois o idioma
falado nos Estados Unidos, a principal potência do mundo,
tornou-se universal para as trocas comerciais, para as relações
políticas, de entretenimento, publicidade e todas as formas de
comunicação.

Figura 12: As redes de restaurante fast food

Fonte: Silva (2000)

111
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Globalizar na época das grandes navegações e globalizar no


mundo contemporâneo, apesar de tornar imprescindível a ideia
da integração, se diferem em um aspecto elementar: no primeiro
caso, integrar significava “conquistar”, “apropriar-se de algo”,
“estar presente em um lugar, para conhecê-lo”.

No mundo contemporâneo, em contrapartida, integrar, de certa


forma, dispensa a presença, contanto que você esteja conectado.
As redes sociais, provavelmente, são os maiores exemplos de
como o estar presente vem se tornando fugaz diante das inúmeras
possibilidades que a internet oferece. O espaço virtual permite a
comunicação em tempo real com pessoas fisicamente distantes.

O acelerado desenvolvimento dos meios de transportes e


telecomunicações facilitou a circulação de mercadorias, capitais e
informações, mas também provocou profundas mudanças nas
relações sociais. Da mesma forma que as relações políticas e
económicas atingiram a escala global, também as relações entre
os indivíduos sofreram as consequências positivas e negativas
desse processo.
A internet revolucionou a forma como as pessoas se comunicam e
difundem a informação para outros lugares do mundo. Além
disso, facilitou o acesso a serviços e interligou pessoas de todos os
lugares, transcendendo os limites e as possibilidades das relações
presenciais.

As redes sociais virtuais (Figura-13), que são resultantes da


própria revolução tecnológica em curso desde as últimas décadas
do século 20, substituem formas tradicionais de relacionamento e
alteram o comportamento de jovens, adultos e até mesmo idosos,
que passaram a se interessar cada vez mais pela internet.

Figura 13: As redes sociais transformaram a forma como as


pessoas se relacionam

Fonte: Silva (2000)

112
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Diante da velocidade e da quantidade de informações publicadas


a cada minuto, os usuários organizam seus gostos e interesses,
manifestam suas opiniões nos mais variados assuntos e criam
perfis nas inúmeras redes disponíveis. Com isso, há quem diga que
estamos diante de uma nova forma de expressarmos nossas ideias
e enxergarmos a democracia, pois a internet e as redes sociais
ampliaram o acesso à informação e deram voz a um imenso
número de pessoas.

Na era das redes sociais, pequenas e grandes empresas também


fazem uso delas como ferramentas de publicidade, aumentando a
exposição das marcas, produtos e serviços instantaneamente,
para um número cada vez maior de potenciais clientes.
Negativamente, as redes sociais podem expor senhas, conversas,
dados e a privacidade de indivíduos e empresas. Além disso, o
acesso ilimitado e a sensação de perda de controlo ao que se
pode conectar e navegar, também pode submeter crianças e
jovens a crimes, por exemplo, de pedofilia e sequestro.

Globalização e livre circulação

Com o estágio mais avançado da globalização, tudo circula em


grande velocidade: o dinheiro, as mercadorias, as informações, e
até as pessoas, que podem viajar por longas distâncias em
questão de horas, graças ao desenvolvimento dos meios de
transportes.

A velocidade dos meios de transportes permite que as


mercadorias sejam entregues rapidamente, diferentemente do
que ocorria no passado, quando o deslocamento intercontinental
era bastante demorado e perigoso.
O relativo barateamento das passagens e as facilidades de
conexão e deslocamento também dinamizaram o turismo, que se
tornou uma das actividades do sector terciário que mais cresce no
mundo.

Todavia, é preciso ressaltar que o fluxo de pessoas pelo mundo,


na maioria dos casos, ainda é bastante restrito por determinações
de alguns países.
O mundo globalizado permite que o dinheiro e a mercadoria
circulem instantânea e livremente; contudo, a livre circulação de
pessoas e o fim das barreiras à imigração ainda são meras utopias
que esbarram em interesses nacionais. Haja visto os inúmeros
casos de restrição aos imigrantes e a criação, por parte de alguns
países centrais, de medidas
113
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

que dificultam a mobilidade internacional, com a imposição de


barreiras físicas e severas leis anti-imigração, tal como ocorre nos
Estados Unidos e em diversos países europeus.

Em razão disso, é possível afirmar que a globalização está longe de


igualar as pessoas e os países, uma vez que ela ocorre em
diferentes escalas e atinge as pessoas de forma diferenciada.
São os países centrais da economia capitalista, os principais
beneficiados desse processo, uma vez que são eles que difundem
mercadorias, investimentos e ditam as regras de consumo, por
meio de suas grandes corporações.
Do mesmo modo, a revolução técnico-científica não acontece da
mesma forma nos diferentes países, uma vez que o grau de
desenvolvimento económico, científico e tecnológico ainda é
bastante desigual.

Assim, tal como no período das grandes navegações – em que as


potências europeias se beneficiavam do sistema colonial e
impunham a cultura e hábitos aos povos conquistados – as
principais potências do mundo contemporâneo também tiram
proveito e garantem privilégios diante dos países da periferia do
capitalismo. Nesses países, o volume de investimento público e
privado em pesquisa científica é imenso, o que dá a eles
vantagens não apenas na geração de conhecimento e inovações,
mas também nos sectores produtivos.

Sumário

Caro estudante, nesta unidade temática foram apresentadas as


diferentes fases que marcaram o processo de globalização. Foram
igualmente apresentadas as vantagens e desvantagens que a
globalização traz tanto para países desenvolvidos como países em
desenvolvimento.

Exercícios de AVALIAÇÃO [(40 Questões]

EXERCÍCIOS FECHADOS, abrangendo todos os temas do módulo

1. Quais foram as actividades económicas que atiçaram a geografia


económica?
114
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

A. Necessidade da navegação marítima;


B. Necessidade de descobrimento do mundo;
C. Necessidade de comerciantes e produtores;
D. Todas as opções estão certas.

2. Em que período surge a Geografia Económica?


A. Surge no século XI;
B. Surge no século XIV;
C. Surge no século XIX;
D.No período entre 1979 e 1980.

3- A necessidade da experiência internacional e de conhecimento das


potencialidades económicas de regiões estrangeiras, contribuíram
para a:
A. Elaboração de vários relatórios comerciais e, consequentemente,
para a descoberta da Geografia Científica e da Economia.
B. Necessidade da navegação marítima;
C. Necessidade de comerciantes e produtores;
D. Todas as opções estão certas.

4- Sobre a produção e transformação do espaço, indique a resposta


certa:
A. O espaço das sociedades é construído a partir de elementos da
natureza em sua forma pura;
B. Os diferentes lugares e regiões no mundo capitalista não se diferem
muito uns dos outros, pois a produção do espaço é relativamente
homogênea e igualitária;
C. Podemos dizer que “produção do espaço” significa a construção pelo
homem de seu próprio ambiente;
D. As técnicas de produção pouco interferem na formação do espaço
das sociedades.

5- ………………………………………………………….. e encontrar novos mercados


para seus produtos fez com que conselhos económicos, câmaras de
comércio e outras organizações investigassem aspectos económicos
até no Exterior.
A. A necessidade de descoberta de materias primas;
B. A necessidade da indústria em adquirir matérias-primas;
C. Necessidade de desenvolver o comércio com exterior;
D. Todas as opções estão certas.

6- Indique a importância dos relatórios elaborados sobre as


potencialidades económicas das regiões
A. resumiu-se consistente na transformacao da natureza;

115
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

B. resumiu-se apenas a produção do espaço


C. resumiu-se à construção das cidades e moradias
D. Tornaram-se trabalhos de Geografia Económica consistente.

7- Enquanto ciência do espaço, indique as principais dificuldades para


entender a complexidade da realidade do espaço?
A. teórico e metodológico
B. Epistemológicas e principalmente teóricas
C. de referência teórica
D. Todas as opções estão certas.

8- Indique os aspectos económicos que relacionam-se com o valor


social dos produtos e serviços gerados pelo trabalho humano.
A. Na distribuicao espacial do homem.
B. Na organização do espaço
C. Na distribuição dos fenomenos naturais
D. Todas as opções estão certas.

9. Assim, devemos perceber que aspectos económicos não devem ser


apenas observados pela óptica da racionalidade económica:
A. Na óptica histórica, a social e geográfica
B. Na óptica filosófica, a social e geográfica
C. Na óptica teológica, a social e geográfica
D. Todas as opções estão certas.

10 – identifique as ferramentas de análise com base geográfica (ou


espacial) desses fenómenos económicos.
A. Na localização dos factores de produção;
B. A histórica, a social e geográfica, a proximidade, à distância e a
localização;
C. A proximidade, à distância e a localização;
D. A histórica, a social e geográfica, a proximidade.

11- Identifique com as premissas abaixo como pensamento de Keynes


reflecte um momento de profunda crise do sistema capitalista?
A. o capitalismo sem a intervenção do Estado;
B. Teoria monetária da produção que incorpora a acção estatal;
C. equilíbrio estável de pleno emprego;
D. Todas as opções estão certas.

12- Qual foi o entendimento da teoria Keynesiana em relação a crise


que atravessava o capitalismo em seu tempo?
A. A escola keynesiana reconhece que o mercado não é perfeito;
B. A incapacidade do Estado em influenciar os investimentos.
C. Intervenção do Estado na atividade econômicanecessária e

116
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

essencial
D. o fim de uma visão harmônica e auto-regulável de um sistema.

13- Os principais ideólogos da Teoria keynesiana são baseados no


trabalho de John Maynard Keynes, indique a teoria?
A. A teoria de mais-valia;
B. A teoria neoclássica;
C. Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda;
D. Todas as opções estão certas.

14- Indique o principal precursor de economia mista e do Estado


social, tal como o conhecemos hoje:
A. Keynes;
B. William S. Jevons;
C. Carl Menger;
D. e Léon Walras.

15- Qual é o problema é que ao longo do tempo a despesa pública dos


governos individuais tem tido?
A. Aumentam e os diferentes estados
B. Aumentado e os diferentes estados de bem-estar estão se tornando
economicamente inviável.
C. E o bem-estar estão se tornando economicamente inviável;
D. Todas as opções estão certas.

16. A crise que atravessava o capitalismo em seu tempo representava,


para o autor o seguinte:
A. O fim de uma visão harmônica e auto-regulável;
B. industrializados após a Segunda Guerra Mundial.
C. o fim de uma visão harmônica e auto-regulável de um sistema;
D. No entanto o próprio Keynes reconhece a ineficácia dessa política
estatal.

17- Qual foi a maior contribuição, mais importantes de Marx em seu


trabalho?
A. Teoria do valor-trabalho;
B. Teoria de mais-valia;
C. A luta de classe;
D. Teoria de superestrutura.

18- De acordo com isto, o valor dos produtos:


A. É determinado pela quantidade de trabalho
B. Que é incorporado na produção, de modo que apenas uma parte
desse valor atinge trabalhadores em salários,
C. Enquanto a maior parte se destina a remuneração os proprietários de

117
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

fábricas e capital;
D. Todas as opções estão certas.

19. Segundo o liberalismo econômico, devem ser priorizadas:


A. liberdade de iniciativa econômica, a livre circulação da riqueza;
B. A valorização do trabalho humano e a economia de mercado (defesa
da livre concorrência;
C. Do livre cambismo e da lei da procura e da oferta como mecanismo
de regulação do mercado),
D. Todas as opções estão certas.

20. Qual foi o contra ponto da incapacidade do Estado?


A. Do livre cambismo e da lei da procura e da oferta
B. "socialização algo ampla dos investimentos" por parte de si mesmo.
C. Opondo-se assim ao intervencionismo do Estado;
D. Todas as opções estão certas.
21- O crescimento económico é o desenvolvimento contínuo da renda
per capita ao longo do tempo.
A. Falso
B. Verdadeira.

22- Como é que uns países podem apresentar crescimento


económico?
A. Aplicação de incentivos que levem ao aumento da renda per capita;
B. Incentivos para a instalação de empresas em um determinado lugar;
C. Consequentemente levará ao crescimento económico;
D. Todas as opções estão certas.

Faça Correspondência conforme os indicadores


Designação Indicadores
a. Garantia de
ampliação
direitos sociais,
Crescimento direitos cívicos
23.
e renda, anos
Económico de escolaridade
e longevidade.

24. b. Aumento de
produto total
Desenvolvimento na economia e
ou aumento do
económico
PIB real per
capita.

118
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica c. Promove a
Educação,
25. Democracia verus renda,
desenvolvimento longevidade,
direitos sociais
e aumenta o
poder
aquisitivo.

26- Quais são as razões básicas do crescimento, segundo Anguns


Maddin?
A. O progresso tecnológico;
B. Os investimentos em capital humano;
C. Os investimentos em capital físico e;
D. Todas as opções estão certas.

27- O desenvolvimento económico é um conceito mais:


A. Qualitativo
B. Quantitativo

28. O conceito de crescimento económico diz respeito à:


A. Nutrição, erradicação do analfabetismo, melhoria do sistema
educacional e acesso á melhores níveis de educação
B. indicadores económicos e sociais, diminuição da pobreza,
C. Desemprega, desigualdade social, melhorias nas condições de saúde
da população, além da melhoria da condição de moradia.
D. Todas as opções estão certas.

29- O que é necessário para que haja o crescimento acompanhado de


desenvolvimento económico regional?
A. Torna necessário o incentivo fiscal;
B. Atração de novos investimentos para o local, o que facilitará o
acúmulo de capital e assim a renda e o Produto Interno Bruto.
B. Torna necessário investimento do terceiro sector.
D. Todas as opções estão certas.

30. Diga o papel do Planeamento económico no processo de


desenvolvimento?
A. Algo necessário por parte dos governantes;
B. Torna-se necessária a coordenação das actividades;
C. Finalidade promover e alavancar o desenvolvimento, pois tendo em
vista um crescimento sustentável.
D. Todas as opções estão certas.

31- Como é que surgiram as cidades mocambicanas costeiras?


A. Os portos constituiam locais de concentração de fábricas, armazéns e
estabelecimentos complementares;

119
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

B. Os portos constituiam locais de concentração de fábricas;


C. Os portos constituiam locais de industrialização.
D. Todas as opcoes estão certas.
32- A necessidade de ordenar a indústria, que se vai instalando nesta
periferia, e de resolver os problemas de circulação e de habitação dos
operários, levaram. Indique o objectivo?
A. À defesa da segregação funcional e à aplicação do zoneamento;
B. À defesa da aplicacao do zoneamento;
C. Funcional e à aplicação do zoneamento;
D. Todas as opcoes estão certas.
33- Indique a pertinência do percursor Claude Nicolas Ledoux (1736-
1806) no zoneamento espacial?
A. Tratavam a questão da habitação operária;
B. Criação de espaços verdes e do acesso a bens culturais;
C. Tratavam a questão da habitação operária, através da criação de
espaços verdes e do acesso a bens culturais;
D. Todas as opcoes estão certas.
34- O que o Tony Garnier (1869-1948) desenvolve, nesta época?
A. uma proposta de Cidade Industrial, esboçando aquilo que viria a ser
designado de zonamento;
B. enquadrando uma área de actividades industriais, estruturada pelo
caminho-de-ferro ou pelo curso de água, em meio rural;
C. segregada do núcleo residencial, mas interligada a este através da
rede viária;
D. Todas as opcoes estão certas.
35. Quais foram os fortes factores da dependência das actividades
industriais a factores, nesta época?
A. Proximidade a mao de obra qualificada;
B. Proximidade de matérias-primas e da força motriz;
C. Proximidade a industria energética;
D. Todas as opcoes estão certas.

36- O que teria impulsionado no período pré-industrial, para haver


dispersão em meio rural assente?
A. A alguma fixação populacional, fornecedora de mão-de-obra.
B. A alguma fixação populacional;
C. Necessidade de jazigo de carvao;
D. Todas as opcoes estão certas.

37- Os modelos territoriais dos sécs. XVI e XVII, de alguma dispersão


desta actividade industrial e a fixação em meio rural, baseada em:
A. factores físicos-naturais;
B. factores sócio-ambientais;

120
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

C. factores sócio-antropologicos.
D. factores sócio-económicos.

38- Indique o tipo de recurso energético que teria galvanizado a


dispersão das actividades económicas no território?
A. Energia eléctrica
B. recursos tecnológico
C. recursos humanos
D. Todas as opcoes estão certas.

39. A Revolução Industrial no séc. XIX, foi marcada pelo:


A. povoamento disperso;
B. organização dispersa;
C. Povoamento de colonia;
D. Todas as opções estão certas.

40. O factor acessibilidade assume, por seu turno, uma enorme


importância, no que respeita à localização desta actividade, quanto às
necessidades de proximidade a nós rodoviários fundamentais.
A. Verdadeira
B. Falso.

Correção
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

C A A C C D B B A B B D C A B C A D D B

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

B D B C A D A D D D A A C D B A D A B A

121
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Referências Bibliográficas

ALVES, L. R. & COSTA, E. da S. M. (2013). Distribuição espacial das


atividades económicas no Sul do Brasil na primeira década do século
XXI: novas dinâmicas, velhas geografias em um paradigma globalizado.
Brasil.

ALVES, F. D. (2011). Notas Teórico-Metodológicas entre Geografia


Económica e Desenvolvimento Regional. Brasil.

ANDRADE, M. C. de (1998). Geografia Econômica. 12 ed. São Paulo:


Atlas.

AVELAR, R. (2013). Crescimento versus Desenvolvimento. Brasil.

AYLLON TORRES, Maria Teresa (2012). Geografia Econômica.


Disponível/http://books.google.fr/books?id=kSToLQEK3XkC&printsec=fr
ontcover#v=onepage&q&f=false.

Banco Mundial. (2007). Distribuição da população mundial por sectores


de actividades.

BORBELY, A. (2013). Diferenças entre o crescimento e desenvolvimento


económico.

CARMONA, Rita (2008). Procura da Boa Norma para a Localização


Industrial. Tese de mestrado. Aveiro: Universidade de Aveiro.

CARVALHO, D. dos R. P. & FILHO, F. de A. V. (2017). Geografia


econômica: origem, perspectivas e temas relevantes. Brasil.

CHORINCAS, J. (2001/2002). Geografia Econômica: encontros e


desencontros de uma ciência de encruzilhada. Infogeo, 16/17. Lisboa,
Edição Colibri, pp. 109-122.

CLAVAL, P. (2005). Geografia Económica e Economia. Paris.

CONCEIÇÃO, C. S.; FEIX, R. D. (Org.). (2014).Elementos conceituam e


referências teóricas param o estudo de Aglomerações Produtivas Locais.
Porto Alegre: FEE.

COSTA, J. E. (2009). Geografia Económica. São Cristóvão: Universidade


Federal de Sergipe, CESAD.

122
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

COUTINHO, L. (2017). Desigualdades regionais uma revisão da


literatura. EUA.

EGLER, C. A. G. (1994). Que fazer com a Geografia Econômica neste final


de século XXI? Trabalho apresentado no Simpósio Internacional “Lugar
sócio-espacial, mundo” (São Paulo, setembro de 1994), publicado nos
textos LAGET 5p. 5-12.

GEORGESCU-ROEGEN, N. (1971), The Entropy Law and the Economics


Process, 277pp. Cambridge Mass: Harvard University Press.

GORRAZA, G. (1986). Teoria Económica e Estado de Quesnay a Keynes.


Porto Alegre.

HENRIQUE, M. A. & RICCI, F. (1988). Políticas públicas de crescimento e


desenvolvimento económico.

MÉNDEZ, Ricardo & CARAVACA, Inmaculada (1999). Organización


Industrial y Território. Madrid: Editorial Síntesis, SA.

MOREIRA, R. (1981). Geografia: Teoria e crítica – O saber posto em


questão.

SALVADOR, R. Ano? Economia e Geografia: Um casamento de


conveniência. Universidade Nova de Lisboa.

SANTOS, M. (2006). A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo; Razão e


Emoção. 4ª ed. São Paulo: EdUSP.

Santos, Freitas & Ribeiro, Cadima (1996). Teoria da Localização Industrial:


Novos Desafios Exigem Novas Respostas. Revista Sociedade e Território,
23: 43-54.

SILVA, M. V. D. de C. (2016). Introdução às teorias económicas. UFBA.

SILVA, J. A. S. (2002). Turismo, crescimento e desenvolvimento: uma


análise urbano-regional baseada em cluster, S/e, Porto.

SILVA, T. O. (2000). As redes de comunicação no mundo globalizado.


Mundo Educação. Disponível em:
<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/as-redes-
comunicacao-no-mundo-globalizado.htm>. Acesso em: 3 Setembro
2018.

SIMAL, Julian (2005). A Arquitectura da Indústria e a Organização

123
ISCED CURSO: ENSINO DE GEOGRAFIA; 20 Ano Disciplina/Módulo: Fundamentos da
Geografia Económica

Territorial em Espanha, 1925-1965. In Fundação DOCOMOMO Ibérico


(ed), A Arquitectura da Indústria, 1925-1965. Registo Docomomo
Ibérico (pp. 6-13). Actar Pro.

RIBEIRO, L. C. de S. (2018). A dinâmica das disparidades regionais e do


emprego formal no território baiano: uma análise do período 2004-
2014, Brasil.

RODRIGUES, A. de Jesus (2008) – Geografia: introdução à ciência


geográfica. São Paulo: Avercamp.

ROXO, L. A. T. et al. Ano? Aglomerados produtivos e concentração: uma


análise teórico conceitual. Universidade do Vale do Rio dos Sinos –
Unisino.

124

Você também pode gostar