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Saiba organizar seu tempo durante a preparação para o concurso.

Estudar com regularidade


é o mais importante, diz especialista. Tirar um tempo para descansar também ajuda no aprendizado.
Lia Salgado* Especial para o G1
O estudo para concurso difere bastante daquele dos tempos de escola, quando um conteúdo era aprendido e, semanas
depois, utilizado na prova. Em muitos casos, prestar atenção às aulas podia ser suficiente para um bom resultado. Na
preparação para concursos, no entanto, é preciso aprender e acumular uma quantidade bastante grande de
conhecimento, que é gradativamente aumentada e aprofundada e deve estar disponível para o momento da prova –que
pode levar meses ou anos para acontecer.
Por isso, é necessário ter uma estratégia eficiente de estudo. Fundamental é ter em mente que as aulas são excelentes
ferramentas, mas o que garante a aprovação é o tempo que o candidato vai dedicar aos livros. O número de horas de
estudo não depende somente do tempo de que se dispõe para isso, mas principalmente do quanto se está habituado ou
não a estudar.
Comece pelas matérias básicas
É melhor começar a preparação pelas matérias básicas da área escolhida. Isso pode ajudar a compreensão de outras
disciplinas que virão depois –as específicas-, além de funcionar como patamar de conhecimento para diversos
concursos.
As matérias do “pacote” deverão ser distribuídas pela semana ou, se o tempo de estudo não comportar, pela quinzena, o
que significa que o candidato não passará mais de uma semana (ou 15 dias) sem retornar a cada uma. Assim, o ganho
de conhecimento vai aumentando gradativamente em todo o grupo de disciplinas, e afasta-se o risco de esquecimento,
que ocorre quando algum assunto fica muito tempo sem ser visto.
Até a aprovação no concurso, nenhuma matéria deverá ser deixada de lado, apenas incluímos disciplinas que, mesmo
quando estiverem bem sedimentadas, precisarão receber “manutenção” periódica a fim que o conhecimento não se
perca.
Se o candidato decidir fazer uma preparação “relâmpago”, como no caso de optar por um concurso cujo edital já tenha
sido publicado, terá de estudar todas de uma vez. Se o tempo for pouco, talvez seja mais produtivo preparar-se a partir
de provas anteriores e seguir daí para a teoria, com foco nas questões de prova.
É importante manter o material didático em boa ordem, agrupado por matéria, já que a tendência é o candidato ter cada
vez mais papéis, anotações, livros, provas anteriores, com o passar do tempo e o aumento do número de matérias.
Assim, evita-se o desperdício de minutos preciosos e a dispersão a cada vez que for iniciar o estudo.
Regularidade é o mais importante
Mais do que a quantidade de estudo, o que vale é o efetivo aprendizado durante o tempo dedicado àquela tarefa, e a
continuidade da mesma. Porém, é preciso levar em conta a realidade do candidato que, na maior parte das vezes,
trabalha e tem outras tarefas a realizar. Se não dispuser de muitas horas por semana, estudar em períodos menores,
com regularidade, também trazem excelentes resultados.
É preciso criar um ritmo, uma rotina que inclua todas as atividades diárias e o estudo. O processo deve ser gradativo,
iniciando com pouco tempo –1 a 2 horas por dia -e aumentando conforme a melhora das condições do candidato, até o
limite de tempo disponível, podendo chegar a 9, 10 horas por dia, caso a pessoa não esteja trabalhando.
Hora do “recreio”
A cada hora e meia ou duas horas de estudo é bom fazer uma pausa de aproximadamente 15 minutos e “sair de cena”:
levantar, ir ao banheiro, comer alguma coisa, distrair-se mesmo durante esse tempo e depois retornar.
Para quem está estudando o dia inteiro, o intervalo entre a manhã e a tarde deve ser de 1h30 a 2 horas. O suficiente
para almoçar com calma e relaxar um pouco antes do turno seguinte. O mesmo deve acontecer entre o período de
estudo da tarde e o da noite - bom momento para fazer um lanche e sair para uma caminhada. Isso, ao contrário de
gastar tempo de estudo, melhora consideravelmente as condições de estresse e o funcionamento do cérebro. Há um
sem número de estudos atestando os benefícios da atividade física para a saúde em geral e para o cérebro em especial
-dois aspectos essenciais para o sucesso de um concurseiro.
Ter um dia na semana, ou pelo menos parte, para o lazer também ajuda o candidato a manter o ritmo de estudo no
longo prazo. É o momento de ter alguma vida social, desfrutar da companhia da família e de amigos, sentir-se um
humano “quase normal”.
Esses períodos funcionam como uma “higiene mental”. Não à toa existe o recreio na escola: é a pausa necessária para
que o aluno possa recuperar a capacidade de se interessar pelo estudo. Do mesmo modo, a folga semanal remunerada
para os empregados preserva sua condição de continuidade no trabalho.
* Lia Salgado, fiscal de rendas do município do Rio de Janeiro, é consultora em concursos públicos e autora do livro “Como vencer a maratona dos
concursos públicos”

VEJA CINCO PASSOS PARA ESTUDAR


Matérias Comece pelas básicas e não deixe de rever nenhuma por maisde 15 dias
Duração No início tente estudar por 1 h a 2 h e vá aumentando o tempo aos poucos
Ritmo Ser aprovado num concurso pode levar às vezes mais de um ano; por isso, ter regularidade é o mais importante
Organização Mantenha o material organizado por disciplinas; não perca tempo procurando um papel
Descanso Pare por 15 minutos a cada 2 horas estudadas ; tire um dia na semana para atividades de lazer

http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2010/09/regularidade.html
Veja dicas de como fazer um plano de estudos para concursos. Colunista do G1 diz que
planejamento traz qualidade à preparação. É importante estabelecer dias, horários e matérias, diz
especialista.
Lia Salgado* Especial para o G1
Fazer um planejamento de estudo, com dias, horários e matérias garante um salto de qualidade na preparação para
concurso público, que deve começar antes mesmo de a seleção ser anunciada. O fato de se colocar cada coisa em seu
lugar reduz bastante a culpa e a cobrança, que só provocam desgaste. O planejamento elimina o conflito de estar
estudando preocupado com outras tarefas ou, ao contrário, de estar cuidando de obrigações familiares e achar que
deveria estar estudando.
Com o tempo, o candidato se habitua a não criar, nem aceitar interrupções no horário de estudo. Até mesmo as pessoas
com quem convive aos poucos vão se acostumando a respeitar aqueles horários.
Passo a passo
Comece preparando o calendário do mês, numa folha de papel ou no computador, com dias da semana e do mês.
Lembre de marcar ali os feriados.
Em seguida, assinale os compromissos fixos, como trabalho, aulas e outros. Caso trabalhe em regime de escala,
marque no calendário os dias de trabalho no mês. Então, observe o tempo que restou para estudo, considerando tempo
de deslocamento, sono e alimentação.
É preciso lembrar que se deve começar com 1h30 a 2h de estudo por dia, e aumentar esse tempo aos poucos. Quem
tem todo o dia livre pode começar com um período pequeno pela manhã e outro à tarde.
Pela manhã, antes do estudo, é recomendável fazer uma caminhada ou outra atividade física; ou usar o intervalo entre
os turnos da tarde e da noite para isso. É importante cuidar da alimentação a cada 3h, para manter o nível de energia
necessária ao estudo. Após o almoço, vale um tempinho para relaxar – até mesmo uma soneca.
Os tempos podem ser ajustados, conforme o ritmo pessoal do candidato, preservando-se a lógica proposta de estudo e
intervalos.
O candidato pode reservar um turno de um dia útil para outras tarefas do seu dia a dia. Assim, caso ocorram imprevistos
que impeçam o estudo em algum momento, pode-se repor o tempo perdido a partir daquele horário vago na semana. Se
nada atrapalhar a semana, aquele período “coringa” pode ser usado como bônus de estudo da forma que for mais
proveitosa.
Faz parte do planejamento de estudo reservar um dia livre para o lazer.
EXEMPLO DE PLANO DE ESTUDO

Novembro de 2010 Segunda-feira (1) Terça-feira (2) Quarta-feira (3) Quinta-feira (4) Sexta-feira (5) Sábado (6) Domingo (7)

9h às 10h30 matéria FERIADO matéria outras tarefas matéria matéria Livre


Manhã
10h45 às 12h matéria matéria matéria outras tarefas matéria matéria Livre

14h às 15h30 matéria matéria matéria matéria matéria matéria Livre

Tarde 15h45 às 17h45 matéria matéria matéria matéria matéria matéria Livre

atividade atividade atividade atividade atividade atividade


17h45 às 19h15 Livre
física/lanche física/lanche física/lanche física/lanche física/lanche física/lanche

19h15 às 20h30 matéria matéria matéria matéria matéria matéria Livre


Noite
20h45 às 22h15 matéria matéria matéria matéria matéria matéria Livre

No caso de conciliar estudo e trabalho, pode-se, por exemplo, aproveitar o turno da noite e o sábado para estudar. De
nada adianta lamentar o fato de ter menos tempo do que quem não está trabalhando. As realidades são mesmo
diferentes e ambas têm prós e contras. O melhor é usar bem o tempo disponível e lembrar que uma grande parte dos
aprovados em concursos também estava trabalhando. O importante é manter a continuidade dos estudos para obter
sucesso no projeto, mesmo que demore um pouco.
Distribuição das matérias
Uma analogia interessante é olhar as matérias como se fossem um time de jogadores. Então, deve-se distribuí-las pelos
horários de estudo da semana ou, se não houver períodos suficientes, da quinzena. Desta forma, fica garantido o
contato regular com todas as disciplinas, a fim de que o processo de sedimentação das informações seja preservado.
O ideal é reservar mais tempo de estudo para as disciplinas em que se tem mais dificuldade -seja extensão do conteúdo
ou pela natureza do mesmo. E é mais vantajoso selecionar os dias/horários mais favoráveis para as matérias mais
difíceis e os dias em que o rendimento é menor para aquelas de que mais se gosta e tem facilidade.
Por exemplo, se o estudante apresenta melhor disposição pela manhã ou à noite, deve selecionar as matérias mais
complicadas para aquele período. Ao contrário, como a sexta-feira tende a ser o dia em que se está mais cansado,
melhor deixar para se dedicar às matérias mais amigáveis.
Início
Deve-se iniciar o estudo sempre pelas matérias básicas da área de concursos escolhida. Se o candidato optar por
frequentar um curso, mais vale dedicar-se ao estudo das matérias que estão sendo ministradas e aguardar as que virão
depois; o aprofundamento dos conteúdos trabalhados pelo professor permitirá melhor acompanhamento das aulas
subsequentes.
Por outro lado, se o aluno usa seu tempo de estudo para matérias ainda não vistas em aula, a produtividade tende a ser
menor, já que muitas matérias de concurso são absolutamente inéditas para o candidato; assim, perde-se muito tempo
tentando compreender conceitos e lógicas que, quando explicados pelo professor, tendem a ser mais facilmente
entendidos e assimilados. Algo como a diferença entre tentar usar os aparelhos de uma academia de ginástica sem
orientação prévia e com o apoio de um instrutor.
Assim, inicia-se com poucas matérias distribuídas pelos períodos de estudo da semana. Com mais tempo de dedicação
a cada uma, o candidato rapidamente ganha segurança nas mesmas.
Como incluir novas matérias?
Com a entrada de cada nova matéria, o candidato precisará remanejar seu quadro para incluí-la. Nesse momento,
poderá reduzir um pouco o tempo dedicado às matérias iniciais -cujo estudo deverá estar em estágio mais adiantado-
abrindo, então, espaço para a nova disciplina.
Esse procedimento deverá ser repetido sempre que for necessário acrescentar novos “jogadores” ao treino. Lembrando
que, caso o tempo seja insuficiente para distribuir todas as matérias na semana, pode-se utilizar toda a quinzena para
isso.
É claro que nenhuma matéria será esgotada em um período de estudo. É um processo contínuo, que se inicia pela
leitura da teoria e se complementa sempre com a resolução de exercícios de fixação –com consulta- a cada ponto.
Quando o tempo de estudo definido para aquela disciplina se encerrar, marca-se o ponto em que está para retomar no
próximo dia agendado. No dia em que o candidato chegar ao fim de uma matéria, retorna imediatamente ao começo da
mesma. Nunca se deve deixar de revisar uma disciplina, mesmo quando julgar que já a domina, para não perder
qualidade – atleta parado “enferruja”.
Quando sai o edital
A publicação do edital pode reservar algumas surpresas para quem estuda com antecedência. Por vezes, são incluídas
matérias ou assuntos novos, diferentes do concurso anterior. Também podem ser excluídos outros.
Nesse momento, o candidato precisa refazer seu quadro de estudo, com base nas informações do edital e no domínio
que já tem ou não das outras matérias. As matérias totalmente novas deverão ter prioridade, considerando o número de
questões e o peso que representem na prova. Na medida do possível, a última quinzena deve ser para revisões e
memorizações. A véspera da prova deve ser dedicada ao descanso e relaxamento do candidato.

http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2010/11/veja-dicas-de-como-fazer-um-plano-de-estudos-para-concursos.html

Preparação para Concursos Públicos e Foco no Processo


Ultimamente tenho procurado enfatizar aos candidatos a concursos públicos a idéia do foco no processo. Esta compreensão
conta com alguns sentidos e tem uma enorme importância para a manutenção do empenho no processo de preparação
para o concurso, tendo relação inclusive com aspectos que se encontram no plano da gestão das condições emocionais.
Inclusive, um dos motivos desta preocupação consiste na frustração que recentemente concurso público do MPU gerou em
muitos candidatos. Conforme eu já esperava, houve uma grande mobilização e, naturalmente, diante do resultado, tenderia a
ocorrer frustrações com alguma proporcionalidade.
Mas afinal, qual o sentido da idéia do foco no processo na preparação para concursos públicos?
No referido contexto podemos mobilizar nossas ações e atitudes pautadas pelo foco no processo ou no resultado.
Trata-se de valores relativamente antagônicos.
O candidato que se mobiliza com o foco no resultado está a todo momento preocupado com a aprovação. Está sempre
pensando, em algumas ocasiões até com certo desespero e angústia, na próxima prova. Está se questionando o motivo de
ainda não ter passado. Está fazendo planos de curto prazo, contando com a aprovação também numa perspectiva de curto
prazo. O seu foco geralmente não é centrado na execução do seu plano de estudos. Nas matérias e conteúdos que está
estudando. Nas metas de estudos que possa ter estabelecido, se é que estabeleceu alguma meta de estudo de forma mais
precisa.
Por outro lado, já o candidato que tem o foco centrado no processo não está tão preocupado com o resultado. Está mais
preocupado com a execução do seu plano de estudos. Se tem alguma angustia, é com as matérias e conteúdos que se propôs
a estudar numa determinada semana e eventualmente não conseguiu. Está mais atento à conclusão do seu planejamento de
estudos do que com a prova. Este candidato pensa na aprovação e faz planos para o futuro. Mas não encara estes planos
numa perspectiva de curto prazo. Está mais mobilizado pela conclusão dos estudos planejados do que com as provas e
resultados.
Ou seja, um candidato foca no resultado, ao passo que outro foca no processo.
Neste sentido, a tese que venho sustentando é de foco no processo.
O foco no processo alivia tensões. O foco no processo faz o candidato viver e até curtir o momento. Estudar consiste numa
atividade humana que tende a ser prazerosa. Naturalmente a depender da maneira como é trabalhada.
Há alguns meses escrevi texto exatamente sobre a preparação para concursos e o prazer em aprender, abordando conceitos
sobre a cognição e a aprendizagem (LINK). Porém, não há dúvida de que o foco no processo também consiste num elemento
importante para o desenvolvimento deste prazer em aprender.
O atleta Michael Jordan consiste num radical defensor da idéia do foco no processo. Sustenta que no jogo é mais
importante o foco na bola do que no placar. Assim, defende a idéia da importância das metas de curto prazo, afirmando, na
condição de autor, que “Sempre procurei fixar metas de curto prazo. Ao olhar para trás, pude ver como cada um daqueles
passos ou conquista me levou à etapa seguinte” (Nunca Deixe de Tentar, Ed. Sextante, p. 21).
Recentemente, vi um grande executivo, professor e acadêmico na área de gestão afirmar que considerava o referido atleta um
verdadeiro filósofo da Administração. Não é difícil entender o sentido desta colocação.
Portanto, na preparação para o concurso público, é fundamental o foco no processo. E o estabelecimento de metas de
curto prazo consiste numa atitude importante para tanto. Exatamente esta é uma das preocupações que tive ao desenvolver o
Sistema Tuctor, por meio da criação de indicadores que se traduzem em metas de curto e curtíssimo prazo.
A idéia do foco no processo consiste numa atitude mental que contribui para que o candidato viva o momento, sem se
angustiar e se cobrar com o futuro. Adotando a construção de João Guimarães Rosa, “o real não está na saída nem na
chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”. Portanto, tente viver a travessia.
Durante a minha trajetória de candidato, houve um momento em que trabalhava com o foco no resultado. Vivia angustiado e
até desesperado, entendendo que deveria passar de qualquer forma no próximo concurso. Porém, depois que mudei o foco e
passei a centrar na execução do meu planejamento de estudos. Tudo ficou mais fácil. Mais fácil, mais leve e até agradável.
Recentemente uma pessoa próxima me disse que tinha vontade de estudar para concursos públicos, mas achava que era
muito pesado e desgastante, que era um “sofrimento que talvez não conseguisse suportar”. Daí respondi: depende da forma
como se encara. Focar no resultado é o primeiro passo para tornar a preparação um processo sofrido.
Porém, considero que na realidade não podemos ser radicais. É preciso adotar uma compreensão híbrida, de modo a não
ignorar a importância do resultado, mas estarmos com o foco de nossas ações no processo.
Tente fazer um esforço para focar no processo. Tente se desarmar da pressão do foco no resultado. Viva o momento e se
torne refém do seu planejamento, definindo metas de curto prazo.
E que o resultado seja uma conseqüência do processo!
http://blog.tuctor.com/duvida-do-candidato/planejamento-de-estudos-duvida-do-candidato/preparacao-para-concursos-publicos-e-foco-no-processo?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+BlogDoProfRogerioNeiva+%28Blog+do+Prof.+Rogerio+Neiva%29

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